As calçadas em Uberlândia

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As calçadas em Uberlândia

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    AS CALADAS EM UBERLNDIA: POR ONDE ANDA A ACESSIBILIDADE E A CIDADANIA?

    SILVA, Ana Carolina Souza (UNITRI) NOGUEIRA, Maria Amlia Mangussi (UNITRI)

    RAMOS, Jefferson Silva (UNITRI) MESQUITA, Adailson Pinheiro (UNITRI)

    RESUMO

    Diante da precariedade das caladas existentes na cidade de Uberlndia, observou-se a extrema importncia de se criar procedimentos e polticas para a expanso de forma satisfatria do passeio ideal, pois estes tm o dever de garantir o caminhar livre, seguro e confortvel de todos os cidados. A calada o local onde os pedestres transitam na movimentada vida cotidiana, e por meio desta que as pessoas chegam a seus diversos destinos, pois estando bem feita e conservada propicia cidadania e igualdade a todos. Diversos fatores relacionados implantao e expanso das caladas, foram tratados neste artigo. Diante dos fatos acima mencionados, saber claramente qual a forma de implantao e seu respectivo cronograma deve ser seguido para que todos possam usufruir imediatamente ou em curto prazo de seus benefcios. Este trabalho tem intuito de realizar uma padronizao da calada publica com desgnio de facilitar a mobilidade urbana visando uma maior incluso social e procura lanar luz sobre as diversas foras que devem ser acionadas para a acelerao do processo de implantao de um amplo projeto de melhoria das caladas na cidade de Uberlndia seja no plano educacional ou no plano gerencial. O trabalho tambm analisa e compara as condies da mobilidade nas caladas de trs fragmentos urbanos em bairros de rendas distintas.

    PALAVRAS-CHAVE: Acessibilidade; Cidadania; Incluso Social.

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    INTRODUO

    Ao longo dos anos, a maior parte das cidades brasileiras desencadeou um quadro de crescimento acelerado e desordenado, que cada vez mais implica na carncia de infraestrutura adequada e na falta de acessibilidade.

    No Brasil h, atualmente, uma crescente mobilizao para a incluso de portadores de deficincia fsica na sociedade como um todo, pois pessoas com diferentes necessidades transitam pela cidade buscando interagir no meio em que vivem; dar ateno diversidade dos cidados e s possibilidades fsicas e sensoriais ter consigo o reconhecimento das diferenas de habilidade entre os indivduos e as modificaes pelas quais passa o nosso prprio corpo durante a vida. Esses fatores embasam a vertente que busca solucionar essas questes urbansticas, elementos fundamentais que determinam o mbito do desenho universal.

    As condies precrias das caladas, como a falta de segurana, conforto, problemas em suas dimenses, manuteno e de acessibilidade em geral, tm sido objetos de srios questionamentos que possuem extrema relevncia para maioria das pessoas, uma vez que o passeio pblico tem funo primordial de possibilitar o direito de ir e vir de todos os cidados com liberdade, autonomia e segurana, sejam eles portadores de deficincias fsicas ou com mobilidade reduzida, devendo ser respeitados e colocados num parmetro satisfatrio de mobilidade urbana.

    Os temas acessibilidade e incluso social j contam hoje com uma vasta produo de materiais tcnicos, contendo idias e projetos bem elaborados que atende os anseios sociais e comunitrios. A grande questo quanto tempo ir demorar at uma implantao, no mnimo, satisfatria. Esta resposta na atual conjectura tem uma perspectiva nada otimista, a mdio e longo prazo. Quanto tempo estaramos dispostos a esperar at que a soluo da calada ideal esteja implantada e sendo utilizada integrando a sociedade?

    Todas essas questes passam por problemas enraizados na estrutura social, vontade poltica, aspecto financeiro e polticas pblicas. Vencer tais obstculos ou conseguir uma melhora no grau de expansividade necessitaria de um planejamento minucioso e bem detalhado.

    Diante deste contexto, o principal objetivo incentivar a proliferao da calada ideal em um curto espao de tempo, propiciando uma fruio imediata da sociedade. Com isso ser apresentado neste artigo uma sntese terica de diversas aes visando melhorar o atual panorama, onde o Ministrio das Cidades atravs do livro de Gesto Integrada da Mobilidade Urbana afirma que:[...] Para tanto, trabalha-se com trs macro-objetivos a serem perseguidos, alm de seus desdobramentos e intersees que definem campos de ao e compromissos da proposta apresentada. So eles: desenvolvimento urbano, sustentabilidade ambiental e incluso social. BRASIL SEMOB2006.

    Assim, este artigo prope diretrizes de procedimentos para o projeto afim de que a cidade seja acessvel para todos e que tambm interfira

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    diretamente na forma com que a comunidade v a questo da acessibilidade, alterando a atual cultura atravs de programas educacionais.

    CONTEXTO GERAL DO PASSEIO PBLICO

    Pensar na acessibilidade em espaos pblicos de extrema importncia para a incluso de portadores de deficincia fsica ou com mobilidade reduzida na sociedade, sendo que estes possuem o total direito, de acordo com a Constituio Federal, de circulao pelos passeios pblicos, sem que haja nenhuma dificuldade. Alm disso, a calada a porta de entrada das residncias, locais onde so dadas as boas vindas aos convidados, ou seja, a primeira impresso.

    Apesar de transcrito na lei, problemas como rampas fora dos padres, pisos escorregadios, buracos, desnveis, invases por servios e equipamentos obstruindo a passagem dos pedestres, ainda so muito comuns nas caladas, resultando no deslocamento temporrio na rua e aumentando a vulnerabilidade do cidado, o que est diretamente relacionado ao crescimento significativo nos acidentes virios. Uma cidade que privilegia os seus pedestres demonstra um alto grau de civilidade e garante seu direito assegurado pela Constituio Federal.

    PROCESSO PARA A ACELERAO DA EXPANSO DA CALADA IDEAL

    Dentro de uma organizao social complexa regida por diversas leis e normas, e administrada por vrias foras polticas com diversos interesses, a aplicao de um projeto de melhoramento da calada ideal ainda no consegue desenvolver uma implantao rpida e satisfatria. Para que isto se concretize necessrio a observao de alguns itens que devem ser analisados com detalhe: escolha do projeto, aglutinao das foras polticas, integrao dos rgos pblicos, legislao e custos, bem como formas de alocar recursos que viabilizem o projeto em questo.

    ESCOLHA DO PROJETO IDEAL

    Vrios projetos j foram executados em cidades brasileiras com satisfatrio sucesso, como por exemplo, o Programa Passeio Livre realizado pela Prefeitura da cidade de So Paulo e o Guia Prtico para a Construo de Caladas realizado pelo CREA na Bahia. Nestes casos, os requisitos bsicos para a escolha do padro ideal foi desenvolvido em conjunto no mbito de diversas secretarias que tiveram relao direta com a questo, e diversos pontos foram discutidos e debatidos at chegar-se a um plano comum.

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    AS CALADAS EM UBERLNDIA: ANLISE DE TRS FRAGMENTOS URBANOS

    So conhecidas e reconhecidas os problemas de acessibilidade nas caladas de Uberlndia, no entanto este trabalho quis tambm conhecer as particularidades reservadas s condies de renda e aspectos espaciais envolvidos. Para conhecer as condies da mobilidade nas caladas de Uberlndia foi realizada uma pesquisa de avaliao das condies de acessibilidade em trs fragmentos do tecido urbano de Uberlndia: um espao em bairro de periferia de baixa renda (So Jorge), um espao em um bairro de renda mdia (Santa Mnica)e outro no centro da cidade.

    Figura 1 Vista area da quadra estudada localizada no bairro So Jorge da cidade de Uberlndia, MG Fonte: Google Earth, 2011 e autores

    No bairro So Jorge, as rampas no seguem o padro de 2,20 m de largura por 1,20 m de comprimento com inclinao mxima de 10%, estabelecido pela Cartilha de Acessibilidade realizada pela Prefeitura Municipal de Uberlndia. As caladas so de concreto e no possuem variao de revestimento, a diferenciao de 1,80 m a 2,10m, a conservao prejudicada pelas fissuras e quebraduras e pelo desnivelamento das mesmas. As lixeiras so particulares e nem todas as residncias as possuem; o posteamento construdo de forma que a fiao seja aparente. Observa-se que neste bairro estudado h a existncia de orelhes telefnicos, os quais no so encontrados de forma significativa nos bairros Santa Mnica e Centro.Todos estes equipamentos convivem com os pedestres de forma conflituosa, na maioria das vezes comportando como grandes obstculos ao deslocamento. A exgua largura dos passeios faz com que as pessoas se desloquem quase sempre em fila indiana.

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    Figura 2 Imagem das caladas pesquisadas no bairro So Jorge Fonte: Os autores

    Figura 3 Vista area da quadra estudada localizada no bairro Santa Mnica da cidade de Uberlndia, MG Fonte: Google Earth, 2011 e autores

    No bairro Santa Mnica nota-se uma melhora nas condies das rampas de acesso, porm no seguem o padro estabelecido pelas leis urbansticas da cidade, elas so diferentes das rampas do centro. Foi analisado que existe uma maior diferenciao de calamento, observando-se a utilizao de pedras ornamentais como: macaquinho, portuguesa e o concreto. A largura varia de 1,5 a 2,10m, o posteamento d-se tambm com fiao aparente, as lixeiras so como as citada para o bairro So Jorge.

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    Figura 4 - Imagem das caladas pesquisadas no bairro Santa Mnica Fonte: Os autores

    Figura 5- Vista area da quadra estudada localizada no bairro Centro da cidade de Uberlndia, MG Fonte: Google Earth, 2011 e autores

    No Centro somente as rampas que so diferenciadas, mesmo porque,

    a maioria delas so construdas pela prefeitura, porm, no que diz respeito pintura, deixam a desejar, pois nem todas tem um padro. Quase totalidade em Pedra Portuguesa e algumas em Piso Intertravado, sendo que sua metragem de 1,90 a 3,20m. Toda fiao subterrnea com necessidade de poo de visita, contendo lixeiras da prefeitura instaladas em todos os postes.

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    Este breve levantamento das condies de mobilidade nas caladas da cidade leva a crer que, independente da renda das reas estudadas, todas possuem srios problemas nas condies fsicas dos passeios. A falta de uniformizao do pavimento, ou mesma sua inadequao tambm concorre para piorar a situao. Para levar a cabo um projeto de melhoria das caladas faz-se necessrio o emprego de vrias abordagens desde a institucional-gerencial at aquelas voltadas educao para a cidadania e a gentileza urbana.

    Figura 6 - Imagem das caladas pesquisadas no bairro Centro Fonte: Os autores

    FORAS POLTICAS EM TORNO DO PROJETO DE MELHORIAS DAS CALADAS

    Uma vez escolhido o projeto ideal pela prefeitura do municpio, usa-se a funo apelativo-conativa da linguagem para convencer a classe poltica da extrema importncia para a eficincia na aplicabilidade do programa de expansividade dos passeios pblicos. Apresentar a importncia de sua execuo nas reas prioritrias, alm de ser cumprimento de uma determinao legal, conforme Decreto 5.296 de 2004, que regulamenta as Leis 10.098 e 10.048, visa incluir socialmente e beneficiar, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), do ano de 2000, mais de 14% da populao brasileira, portadores de deficincia fsica definitiva.Tal iniciativa muito bem vista pela comunidade e certamente refletiria positivamente na imagem da Poltica Municipal.

    O apoio popular motivado pelas campanhas scias educativas podem e devem alavancar o processo de implantao do passeio pblico ideal, alm de outras parcerias pblico-privadas que podem contribuir substancialmente, como por exemplo, a associao comercial,que se aderisse ao projeto da calada ideal, representando para os comercirios da cidade, auxiliaria na divulgao, enaltecendo a importncia das mudanas em frente ao seu espao comercial, proporcionando melhor acesso, acessibilidade e conforto a todos, demonstrando seu respeito para com o bem pblico.

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    INTEGRAO DOS RGOS PBLICOS ENVOLVIDOS

    Num primeiro momento a parte principal do desenvolvimento e implantao da calada ideal seria da Secretaria Municipal de Obras Pblicas, assessorada pelo Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficincia de Uberlndia. Tambm envolvidos no processo estariam a Secretaria Municipal de Trnsito e Transporte, as demais concessionrias (DMAE, CEMIG, CTBC, LIMPURB, e inclusive Universitrios de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo que se empenhariam na confeco do projeto que auxiliaria as reas acima mencionadas.

    REDAO DA NOVA LEGISLAO

    Esta nova Lei, nmero 12.587, que prope diretrizes da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana, visa modernizar e desembaraar os ritos burocrticos, resumindo o conflito de legislaes no mesmo tema, harmonizando seu entendimento e objetivando cobrir possveis lacunas interpretativas na rea tcnica. Podem-se dividir competncias e estipular normas para fiscalizao e implantao nas reas prioritrias, obras pblicas, novos condomnios, loteamentos, reformas e construes novas, como tambm j definir a origem dos recursos e incentivos aos municpios que aderirem implantao voluntaria do novo passeio pblico. Como ocorreu na cidade de So Paulo, um exemplo como a Legislao Municipal especfica foi alterada e/ou criada em novos textos, definindo recursos, parcerias pblico privada, responsabilidades administrativas e competncias definidas, fiscalizao, punio, como a estipulao de multas, integrao de aes dos diversos rgos envolvidos (concessionrias e secretarias), obrigatoriedade permanente de manter o processo em expansividade e nova legislao especificando as adequaes, sempre que o cidado reformar ou construir, vinculada e condicionada na concesso do Habite-se.

    No Brasil, o habists o ato administrativo emanado de autoridade competente que autoriza o incio da utilizao efetiva de construes ou edificaes destinadas habitao(WIKIPEDIA, 2013).

    REAS DE IMPLEMENTAO PRIORITRIAS E CRONOGRAMA DE IMPLANTAO

    Uma vez definido o grau de prioridade e implantao de algumas caladas nas reas estabelecidas como prioritrias, exemplificando a rea central da cidade, devido ao grande nmero de usurios, faz-se necessrio a adequao das mesmas. Desempenhado em primeiro plano, o diagnstico realizado pela Secretaria de Trnsito e Transporte (SETTRAN) para o plano diretor de transporte e mobilidade urbana de Uberlndia-PlanMob j qualificou e quantificou os passeios desta rea colocada em destaque tambm por sua importncia scia cultural. Outras reas de grande relevncia so aquelas

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    adjacentes a rgos pblicos e particulares de interesse coletivo, como a prefeitura, hospitais, terminais de nibus, shoppings, mercados, lazer em geral, entre outros. Uma vez atendida estas regies, o prximo passo seria a interligao dessas reas atuando junto aos moradores residentes nestes trajetos com incentivos para a implantao voluntria da calada ideal, acenando com reduo no pagamento do IPTU por um perodo, a fim de amortizar o custo da obra, ou ainda o municpio subsidiar a aquisio do material utilizado em forma de kits por m2. Em terceiro plano a abrangncia s novas reas urbanizadas nos planos diretores levando j o novo conceito aos novos empreendimentos.

    Segundo o diagnstico realizado pela SETTRAN para o Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana de Uberlndia-PlanMob, as caladas da rea central possuem um grau significativo de problemas e irregularidades que vo desde pisos escorregadios e a presena de obstculos, sendo as piores condies destas encontradas na Avenida Afonso Pena entre o Terminal Central e a Praa Clarimundo Carneiro, onde o nvel de servio varia de C F. Conforme mostra a figura 7, as caladas foram qualificadas de acordo com seu nvel de eficincia, onde A o seu grau mximo e F o menos eficiente, os nmeros locados representam o volume/dia de pedestres freqentes neste trajeto conforme figura 8.Este projeto pode perfeitamente ser adotado como referncia para a implantao da calada ideal, visto que estrategicamente atingiria de forma satisfatria uma boa parte da populao que utiliza a regio como centro comercial. A partir deste ponto poderia ser instalado um programa de expanso interligando as demais reas estratgicas da cidade e o seu entorno seria contemplado com o plano de adeso voluntrio.

    Figura 7 Nvel de servio das caladas da rea central de Uberlndia, MG Fonte:PlanMob SETTRAN, 2010

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    Figura 8 Quadro de Volume/dia de Pedestre e Nvel de Servio das Caladas da rea de Requalificao da rea central de Uberlndia, MG Fonte: PlanMob SETTRAN, 2010

    CUSTOS E FORMAS DE ALOCAR RECURSOS AO PROJETO

    A implantao da calada ideal uma obra com responsabilidade dividida entre o municpio e o proprietrio de imvel. No mbito municipal, recursos da dotao oramentria seriam empregados, j no mbito particular, que na frmula atual no existe a obrigatoriedade do muncipe em fazer uma nova calada exceto quando em reforma ou obra, a exigncia est vinculada a liberao do Habite-se. Procedimentos como a implantao de algum incentivo com desconto no IPTU, poderiam assim ajudar no processo de expansividade acelerado. Elaborar um mapa descritivo das reas de implantao e suas interligaes para que o morador tenha acesso a informao se seu imvel est na rea demarcada, estipular um modelo padro de materiais por metro quadrado e seu custo, j previamente calculado, para facilitar a deciso do muncipe em optar por adquirir o kit municipal ou em estabelecimento privado e finalmente criar mecanismos de incentivo ao cidado para a implantao almejada seriam sugestes para estimular a adeso ao plano.

    CALADA IDEAL

    Conforme os itens descritos neste trabalho e os que seguem, juntamente com os publicados e discutidos neste artigo sobre as caladas ideais, observou-se que o administrador pblico dever considerar alguns aspectos fundamentais, que so comuns a todos os modelos apresentados.

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    A calada ideal deve oferecer acessibilidade, ou seja, assegurar a completa mobilidade dos usurios, fluidez, segurana, continuidade, que se resume no fato de no existir obstculos dentro do espao livre ocupado por pedestres. Deve atender largura adequada, onde ser subdividida em trs faixas mnimas de utilizao, sendo elas, faixa de servio destinada a equipamentos pblicos, concessionrias, rea verde e rampas; A faixa de acesso um espao reservado em frente ao imvel ou terreno, podendo conter nela:vegetao, rampas, toldos, desde que no impeam o acesso aos imveis e no atrapalhe os transeuntes; e por ltimo de acordo com a ABNT NBR 9050-2004, a faixa livre destinada exclusivamente circulao dos pedestres.

    Assim, a calada ideal exerce grande importncia no dia a dia das pessoas, pois estar sempre presente em qualquer uma de suas atividades dirias, desempenhando um papel fundamental dentro do contexto social e urbano das cidades.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    O questionamento do presente inciso envolve o que diz respeito acessibilidade e construo de calamento adequado ao bem estar de pessoas deficientes e no deficientes na sociedade em que habitam. Foram coletados dados de rgos habilitados e uma pesquisa de campo realizada em alguns bairros mostra a precariedade em que se encontram alguns pontos, necessitando, por conseguinte de reparao por meio dos rgos pblicos e privados. De acordo com a pesquisa pode-se notar o quanto problemtica a condio das caladas na periferia (So Jorge). J as do bairro (Santa Mnica) que de classe mdia, tambm deixa a desejar apesar de ter fluxo intenso, pois fica numa regio onde existe um dos campos universitrios da Universidade Federal de Uberlndia (UFU), comrcio intenso, dentre outros; mas no Centro, o bairro de destaque perante os demais pesquisados, que se notou que o mesmo tem acessibilidade relativamente melhor em decorrncia do grande trfego de pessoas/automveis/motos e at bicicletas, reas comerciais e de servios. Observa-se que a demora do processo de implantao, que ocorre devido complexidade da estrutura administrativa envolvida e o conflito com os interesses privados, a qual impede que a concretizao do projeto seja efetivada. Impetrar e desmembrar este rito e conseqentemente alavancar o processo de implantao uma tarefa das mais rduas. Com base nas pesquisas espera-se que o objetivo singular deste artigo consiga propor algumas formas de encarar essa questo de maneira satisfatria e eficiente.

    CONSIDERAES FINAIS

    Este trabalho mostrou as condies de mobilidade nas caladas da cidade de Uberlndia, as quais tornam-se cada vez piores, no importando as condies da renda das pessoas que habitam o espao, o que denota muitas

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    vezes uma crise do conceito de espao pblico e noutras o descaso do estado com estas condies. A pesquisa de campo realizada em alguns bairros mostra a precariedade que se encontram alguns pontos, necessitando, por conseguinte de reparao por meio dos rgos pblicos ou mesmo de seus moradores. Observa-se que a demora do processo de implantao ou manuteno dos passeios muitas vezes contribui para piorar a situao existente. Vrios fatores podem ser considerados, como a complexidade da estrutura administrativa envolvida e conflito com os interesses privados ou mesmo sua inoperncia, isto volta a apontar para uma maior conscientizao da sociedade em face a estes problemas.

    Os cidados devem ter, como perspectiva futura, a esperana de uma cidade com livre acesso juntamente com a acessibilidade para todos de forma igualitria. O papel de comunidade deve vigorar na mentalidade das pessoas, pois diante deste problemtico panorama dos passeios pblicos, deixa claro que a aplicao deste projeto passa longe da escolha simplesmente tcnica do que seria mais correto. A expanso rpida do modelo escolhido deve ser o principal foco da questo, pois temos o pleno direito de aproveitar tais benfeitorias neste momento, no apenas para geraes futuras.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABNT - ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 9050/2004-Acessibilidade de pessoas portadoras de deficincias a edificaes, espao, mobilirio e equipamento urbano. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

    BRASIL. SEMOB - SECRETARIA NACIONAL DE TRANSPORTE E DA MOBILIDADE URBANA. Ministrio das Cidades. Curso de Gesto Integrada da Mobilidade Urbana. FINATEC, 2006.

    CREA-BA. Guia Prtico para a Construo de Caladas. Associao Brasileira de Cimento Portland, ABCP.

    DECRETO N. 5296 DE DOIS DE DEZEMBRO DE 2004. NBR 9050 Acessibilidade a edificaes, mobilirio, espaos e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro. ABNT, 2004.

    IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica Disponvel em:. Acesso em: 10 jul. 2012.

    LEI N. 12.587 DE TRS DE JANEIRO DE 2012. Diretrizes da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana.

    PMU PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLNDIA Cartilha de Acessibilidade. Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, Ncleo de Acessibilidade e Secretaria Municipal de Gesto Estratgica e Comunicao. Fevereiro de 2008.

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    SO PAULO, Prefeitura da Cidade. Programa Passeio Livre.Coordenao das Subprefeituras, 2005.

    UBERLNDIA. SETTRAN - SECRETARIA DE TRNSITO E TRANSPORTES. Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana de Uberlndia- PlanMob.Verso Preliminar. Vol. I e II. Uberlndia. Julho de 2010.

    WIKIPEDIA Enciclopedia livre Disponvel em:. Acesso em: 14 jul. 2013.