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as cidades modernas Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Arquitetura e Urbanismo Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo III – TH3 Profa. Ana Paula de Oliveira Zimmermann

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as cidades modernas

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Arquitetura e Urbanismo Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo III – TH3 Profa. Ana Paula de Oliveira Zimmermann

Origens da

Tony Garnier

Ebenezer Howard

Arturo Soria

Cidade Moderna

A Cidade Industrial

• O projeto para uma cidade industrial é apresentado pela primeira vez em 1904, e demonstra a crença de Tony Garnier no fato de que as grandes cidades do futuro teriam que se basear na indústria.

• A cidade industrial antecipava alguns princípios da Carta de Atenas do CIAM de 1933.

Tony Garnier

1869 - 1948

Projetada para 35000 habitantes.

• A proposta era, sobretudo de uma cidade socialista sem muros ou propriedade privada, onde todas as áreas não construídas eram parques públicos.

• O plano de Garnier separava as zonas: • Agrupamento racional da indústria

• da administração

• das residências

• Exclusão dos pátios internos e estreitos

• Criação de uma quantidade suficiente de espaços verdes na cidade.

• Propunha também o uso do novo material, o concreto armado, que era a potencialidade estética do século XX.

• Livro “A Cidade Industrial” de 1917 é considerado o primeiro manifesto do urbanismo progressista.

• Uma cidade industrial tem como princípios diretores a análise e a separação das funções urbanas, a exaltação dos espaços verdes, que desempenham o papel de elementos isoladores, a utilização sistemática dos materiais novos.

• Diferentes tipos de edifícios são padronizados

• Sítio de implantação escolhido pela proximidade à fonte de matéria-prima, curso d´água ou meio de transporte.

• Industria planície

• Estrada de ferro passa entre a indústria e a cidade

• Cidade esta num planalto, acima da fábrica

• Estabelecimentos sanitários (hospitais e asilos) estão num patamar acima da cidade, mais afastados

• “A fábrica principal está situada na planície, na confluência de uma torrente com o rio. Uma estrada de ferro de grande comunicação passa entre a fábrica e a cidade, que está numa posição um pouco mais elevada, num altiplano. (...) Cada um destes elementos (fábrica, cidade, instalações sanitárias) está isolado de modo a permitir uma futura ampliação em caso de necessidade; isto permitiu que se desenvolvesse o estudo a partir de um ponto de vista mais geral.”

• Para o estudo da cidade industrial foi escolhida a região Sudeste da França. Essa área foi determinada depois de concluído que ela era bem localizada e teria suas necessidades sanadas por soluções próximas. Alguns fatores que levaram a essa escolha foram: a presença de matéria-prima, a força natural que pode ser usado pelo homem (um leito da torrente represado) e a comodidade dos meios de transporte devido a uma estrada de ferro próxima à área.

• Para dispor as construções na cidade buscou-se levar em conta as necessidades materiais e morais do indivíduo, então se criou regulamentos para manter a qualidade de vida humana. As divisões da casa deveriam corresponder aos regulamentos e cada habitação deveria dar acesso para a construção localizada atrás, criando um passeio público que permitiria o acesso em qualquer sentido desejado dentro da cidade.

• Normas gerais:

• 1ª - Na habitação os dormitórios devem ter pelo menos uma janela orientada para o sul, bastante grande para que haja luz no cômodo todo;

• 2ª - Os pátios maiores e menores, quer dizer, os espaços, fechados por paredes, que servem para iluminar ou para arejar, estão proibidos. Qualquer espaço deve ser iluminado e ventilado pelo exterior;

• 3ª - Dentro das habitações, as paredes, o chão, etc., são de materiais lisos, com os ângulos arredondados.

• Lotes definidos em 15 x 15m, sempre com um dos lados dando pra rua.

• A superfície construída deve ser sempre inferior à metade da superfície total.

• Não deve haver muros separando os lotes.

• O solo da cidade é visto em conjunto, como um grande parque.

• O espaço entre duas habitações é pelo menos igual à altura da construção situada ao sul.

• No centro da aglomeração há um vasto espaço destinado aos estabelecimentos públicos.

• Implantação de escolas primárias para as crianças.

• Estabelecimentos sanitários estabelecidos ao norte do centro da cidade, protegidos dos ventos frios. Compoe-se de hospital, setor dos inválidos, doenças contagiosas.

• Ruas ortogonais, sentido norte-sul e leste-oeste. Há hierarquia entre as vias.

Cidade Jardim

• Howard em seus estudos, perguntou-se “Para onde as pessoas irão?”, então considerou três imãs de atração da população, a cidade inchada , o campo vazio, e a cidade-campo, que seria a terceira solução. Ebenezer Howard

• A proposta das cidades-jardim parte do problema da propriedade privada.

• Para Howard, ao se eliminar a especulação privada, os edifícios das grandes cidade poderiam dar lugar a espaços verdes, e a ausência de incentivos para o crescimento ilimitado das cidades possibilitaria que se estabelecesse as dimensões da cidade oportunamente, de modo que o campo pudesse ser atingido por um simples passeio. Assim conseguiria unir os benefícios das cidades com os benefícios do campo.

• Para Howard a cidade-jardim deve ser auto-suficiente e deve obter um equilíbrio entre indústria e agricultura. Propõe que 1/6 do terreno seja ocupado por moradias e indústrias e o resto seja destinado à agricultura, localizando em torno do núcleo urbano, um cinturão verde de fazendas.

• Ele propõe muito mais do que a harmonia entre homem e natureza, ele apresenta toda uma política para a manutenção do equilíbrio social, ameaçado pelas sórdidas condições de urbanização das camadas populares inglesas durante o século XIX.

• Planeja não só as formas, as funções, os meios financeiros e administrativos de uma cidade ideal, sadia e bela, mas, principalmente, um processo para satisfazer as massas e controlar sua concentração nos centros metropolitanos.

• A cidade-Jardim seria construída no centro dos 2400 hectares, e ocupando 400 hectares, o resto seria para o campo.

• Seria cortada por seis bulevares com 36 metros, uma avenida central com 125 metros de largura, formando um parque.

• No centro ficariam órgãos públicos e para o lazer (teatro, museu e etc..), o Palácio de Cristal, ocuparia uma grande área servindo como mercado e jardim de inverno, proporcionando aos ingleses, durante o longo período chuvoso, um lugar para recreação.

• A população seria de cerca de 30000 pessoas, sendo 2000 no campo;

• as industrias ficariam na periferia ao longo da linha férrea, facilitando o escoamento da produção;

• a área agrícola seria constituídas por fazendas , cooperativas ou particular.

• Na cidade jardim, o solo urbano é socializado e o lucro obtido pelo loteador vem das cotas pagas mensalmente, ninguém se torna proprietário de sua casa, loja, indústria, isso se da pelo arrendamento.

• Letchworth - 1902 - Inglaterra

• Projetada para 35000 habitantes.

• Welwyn

• 1919 - Inglaterra

• Projetada para 50000 habitantes.

A Cidade Linear • A cidade linear é um modelo concebido pelo urbanista

espanhol Arturo Soria y Mata em fins do seculo XIX, construída como bairro experimental na perifería de Madrid, Espanha, em 1894. A noção de cidade linear foi utilizada no modernismo a partir do final da década de 20 por alguns urbanistas como Le Corbusier, Ernst May, Lúcio Costa, Kenzo Tange, entre outros.

Arturo Soria

• A Cidade Linear parte do problema do congestionamento das grandes cidades tradicionais que se desenvolvem concentrica-mente em torno de um núcleo.

• Soria propõe uma alternativa radical: uma faixa de largura limitada, percorrida por uma ou mais ferrovias ao longo de seu eixo, que pode ter comprimento indefinido.

• Propõe uma cidade extensível, feita de pequenas casas isoladas, cada uma com sua horta e seu jardim.

• “ (...) o tipo de cidade quase perfeita será aquela que se estende ao longo de uma única via, com uma largura de 500 metros, e que se estenderá, se necessário de Cádiz a São Petersburgo, de Pequim a Bruxelas.”

Este modelo só foi executado em Madrid, com 700 casas unifamiliares ao longo de 5 km que em 1920 alojavam 4.000 habitantes (atual Avenida Arturo Soria).

• A cidade linear tem como característica mais marcante o desenvolvimento em linha, geralmente com uma via central que funciona como estrutura principal, em torno da qual se desenvolvem ramos secundários.

• A interpretação da cidade linear varia segundo cada um dos autores:

1) Para Miliutin ela estava ligada ao sistema de produção industrial;

2) Le Corbusier a utiliza para atingir maior liberdade formal e de igual maneira trabalhar livremente o sistema viário dentro de sua proposta de hierarquia viária apresentada tambem em “Sur Les Quatre Routes” (‘Sobre as 4 Vias’);

1) Ernst May desenvolve a relação cidade/indústria proposta por Miliutin no seu projeto para a cidade soviética de Magnitogorsk;

2) No pós-guerra Lúcio Costa adota o partido linear no desenvolvimento do plano piloto de Brasília;

3) Em 1960, Kenzo Tange apresenta um plano monumental de cidade sobre a baía de Tóquio;

4) Lúcio Costa utilizará novamente o partido linear como um dos elementos do seu plano para a Barra da Tijuca no Rio de Janeiro.

• A cidade linear está ligada em muitos aspectos à questão do transporte, por este motivo da crescente importância ao sistema viário no planejamento da cidade.

• Em sua concepção inicial, com Soria y Mata, esteve ligado ao movimento higienista e de igual maneira à questão dos bairros operários .

• Desde a década de 1880, Soria y Mata acreditava que sua cidade poderia se estender pelo território se ligando a outras e até a diferentes países, em uma grande rede urbana.

• Este fenômeno não está longe da realidade dos nossos dias. Através de sistemas de transporte super-rápidos (como o trem-bala), cidades são interligadas em poucas horas no Japão e em alguns países da Europa.

Referências

• CHOAY, Françoise. O Urbanismo. Ed. Perspectiva. São Paulo. 1992

• FRAMPTON, Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo. Martins Fontes. 2008

• PEREIRA, José Ramon Alonso. Introdução à História da Arquitetura. Porto Alegre. Bookman. 2010.