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As coisas Arnaldo Antunes Anderson Lemos da Silva Letícia Delicor Crítica literária II Profª Eliana Inge Pritsch

As Coisas - Arnaldo Antunes

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Resumo Arnaldo Antunes - As coisas

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As coisas Arnaldo Antunes

As coisas Arnaldo AntunesAnderson Lemos da SilvaLetcia DelicorCrtica literria IIProf Eliana Inge Pritsch

Um pouco da vida... Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho nasceu em So Paulo, no dia2 de setembro de 1960. um msico, poeta, compositor e artista visual.Em 1978 comea a cursar Letras na Universidade de So Paulo (USP).1982 osTits do Ieiapresentam-se pela primeira vezArnaldo detido (com Toni Bellotto) em flagrante com uma pequena quantidade de herona e acaba ficando preso por um msDesligou-se da banda em1992.No ano de2002, formou, em parceria com os amigosMarisa MonteeCarlinhos Brown, o trioTribalistasFoi tambm indicado a cinco categorias do Grammy Latino em 2003, ganhando o prmio de Melhor lbum Pop Contemporneo Brasileiro.Arnaldo ainda atuou como ensasta naFolha de So Paulo. conhecido na Amrica do Sul por ser um dos principais compositores da msica pop brasileira, respirando de influncias concretistas e ps-modernas.O msico foiVJdaMTV Brasildurante o ano de2011, comandando o mensalGrmio Recreativo.Em outubro de2008, a revistaRolling Stonepromoveu aLista dos Cem Maiores Artistas da Msica Brasileira, onde Arnaldo Antunes ocupa o 95 lugar.Arnaldo Antunes em 2007.Arnaldo Antunes compositor e intrprete da cano "Lavar as Mos", que era exibida no programa educativoCastelo R-Tim-Bum, que, por sua vez, o maior sucesso de audincia da histria daTV Cultura.tambm j exps trabalhos emartes plsticas.Antunes foi casado duas vezes, e tem quatro filhosLivrosOu e (1983)Psia (1986)Tudos (1990)As Coisas (1992) - Pelo qual ganhou oPrmio Jabuti de Poesia em 1993Nome (1993)2 ou + Corpos no Mesmo Espao (1997)Doble Duplo (2000)40 Escritos (2000)Outro (2001)Palavra Desordem (2002)ETEu Tu (2003)Antologia (2006)Frases do Tom aos Trs Anos (2006)Como que Chama o Nome Disso (2006)Melhores Poemas (2010)n.d.a. (2010)Animais (2011)Outros 40 (2014)

DiscosCom os TitsTits(1984)Televiso(1985)Cabea Dinossauro(1986)Jesus No Tem Dentes no Pas dos Banguelas(1987)Go Back(1988) Blsq Blom(1989)Tudo ao Mesmo Tempo Agora(1991)

Com os TribalistasTribalistas(2002)

SoloNome(1993)Ningum(1995)O Silncio(1996)Um Som(1998)O Corpo(2000)Paradeiro(2001)Saiba(2004)Qualquer(2006)Ao Vivo no Estdio(2007)I I I(2009)Pequeno Cidado(2009)Ao Vivo l Em Casa(2010)Especial MTV - A Curva da Cintura(2011) (em parceria comEdgard ScandurraeToumani Diabat)Acstico MTV - Arnaldo Antunes(2012)Disco(2013)As coisas - 1992Projeto grfico e capa, Arnaldo Antunes e Zaba Moreau. Ilustrado por sua filha Rosa, ento com 3 anos.Adotado pelo Programa Nacional do Livro Didtico (PNLD), Ministrio da Educao (MEC), Fundao para o Desenvolvimento da Educao (FAE) e Secretaria da Educao do Estado de So Paulo, em 1996.Prmio Jabuti de Poesia, em 1993. Nos textos presentes naquele livro, existe uma proposital variao tipolgica a fim de preenchimento da pgina em que o poema est inserido. Os menores textos so apresentados em letras maiores, assim ocupando todo o espao da pgina; os maiores, numa ordem inversa, so apresentados em fonte menor. cada poema precedido por uma ilustrao de Rosa Moreau Antunes, filha de Arnaldo, com 3 anos, funcionam como seus ttulos, aos quais se tem acesso somente atravs do ndice do livro. Antunes compe seus textos a partir das ilustraes de sua filha, numa vinculao ntida e direta entre imagem e poesia.Arnaldo Antunes trabalha com a palavra enquanto som, forma visual e carga semntica.

abertura

aberturaO poema faz referncia uma passagem de Ali bab e os quarenta ladres. Os ladres possuam uma caverna onde colocavam o seu tesouro e para abrir esta era a senha: abre-te, ssamo!.Tenta retratar o modo como pode-se receber as ideias, as sacolas pesadas so as ideias propriamente ditas representadas metaforicamente, a exclamao: Abre-te, crebro! provoca e brinca com essa recepo;A rocha a representao metafrica do crebro, a mente pode se mostrar to enrijecida quanto ao tentar abrir-se estas novas ideias.o campo

tudo

os avs

os peitos

eu

euO poema fala do ser, do desconhecido e da situao do indivduo no universo;Texto com ausncia de vrgulas, ritmo rpido com gradao, em camadas (adj.:coberto, adv.: debaixo) representado a velocidade do tempo e espao em relao ao eu lrico; Mostra o quo distante o universo exemplificado pelo apagamento das estrelas extintas mesmo assim ainda visvel pelo ser.o tempo

O tempoFala sobre a fluidez do tempo;Rimas internas consonantais (O tempo todo tempo passa) demonstram essa fluidez ou rapidez da passagem do tempo;O advrbio todo provoca encadeamento, pois o fato de no se repetir liga diretamente os termos tempo dando a nfase a implacvel ao contnua deste tempo.a boca

a bocaOs substantivos escuro e boca so utilizados de maneira irnica e sinestsica;A relao entre boca e escuro vai alm do significado audiovisual, toma um aspecto profundo. A escurido surge como o imprevisvel, a boca a porta por onde este imprevisvel se liberta.a gua

o dinheiro

o dinheiroFala da relao entre o valor do dinheiro versus o valor dos sentimentos, o papel representando o dinheiro e as lembranas (fotografias, cartas);Rima e comparao entre os substantivos papel e cu, dando mais nfase nessa oposio de valores;Demonstrao sinestsica (rasgar, pr fogo e jogar fora) pelas opes envolvidas.os insetos

Arnaldo brinca com as coisasMarcos Augusto Gonalves - Folha de S. Paulo - 22/11/1992

um livro para crianas ou pelo menos para uma criana, Rosa, a filha que comparece com desenhos e como musa frtil de uma agradvel, divertida e interessante aventura de texto/prazer.O Arnaldo que se apresenta em "Coisas" no o "wild" compositor-vocalista dos Tits. um autor evidentemente marcado pela experincia da paternidade e entregue a sinuosidade da lgica infantil."Coisas" uma coleo de textos que, em comum, trabalham com a graa dos paradoxos to prprios da poeticidade da linguagem infantile da "infantilidade" da linguagem potica: "Neto e neta so netos no masculino.Titnico A. Antunes mostra a linguagem das coisasManoel Ricardo de Lima - O Povo - 06/12/1992Apenas o amadurecimento da palavra em definies que causam estranheza aos que ainda habitam a adolescncia: "A ponte / aonde cho / ve o rio/ embaixo/ dela". Os culos, o nada, a cadeira, o onde, as rvores, o tudo: essas no so as coisas de Arnaldo, so as coisas do mundo. Acompanhadas de ilustraes feitas por Rosa Moreau Antunes, sua filha; onde as coisas ganham vida em riscos inatingveis a percepo qualquer: "Dentro/ da bo/ ca es/ curo".Temos em Antunes uma variedade de expresses simples que se funde com a naturalidade de seus contedos. A propsito sempre da Palavra, as coisas se movimentam como marionetes. Esse o tudo das coisas do poeta. "Todas as coisas/ do mundo no/ cabem numa/ idia. Mas tu-/ do cabe numa/ palavra, nesta/ palavra tudoEntrevista a Helton RibeiroArnaldo Antunes - O Globo - 22/11/1992

um livro diferente dos outros, que de certa forma eram meio coletneas da produo potica que eu vinha fazendo. As Coisas tem uma inteno a priori, foi feito a partir de um conceito anterior. Eu tive a idia de escrever com esse tom bem primrio, quase infantil de raciocinar acerca dos objetos, do mar, das cores, da montanha. Esse livro um hbrido entre poesia e prosa. A inteno era fazer essas pequenas prosas, destitudas de narratividade. So quase reflexes ou descries de objetos. [] No acho que os temas so infantis. So temas do cotidiano. O que infantil a maneira de raciocinar sobre essas coisas, de formular associaes, especulaes sobre as coisas. [] O que h de singular nele a inteno de fazer com que a obviedade alcance a estranheza.Refernciashttp://www.arnaldoantunes.com.br/