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AS COISAS QUE
EM BREVE
DEVEM
ACONTECER
( APOCALIPSE 1.1 )
2ª EDIÇÃO REVISIONADA E MELHORADA
''PERTO DO TEMPO DO FIM SURGIRÁ UM GRUPO DE HOMENS QUE
VOLTARÃO ASSUASS ATENÇÕES PARA AS PROFECIAS, E
INSISTIRÃO NA SUA INTERPRETAÇÃO LITERAL, NO MEIO DE
MUITO CLAMOR E OPOSIÇÃO
(Sir Isaac Newton)
PREFÁCIO
Para os que conhecem as Escrituras Sagradas, e estão atentos
aos seus ensinos, "Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo
venho, Amém. Ora, vem, Senhor Jesus " (Ap. 22.20).
Percebo que o propósito do autor deste livro é trazer a lume, de
forma simples e clara, verdades difíceis, mas que, postas em ordem
conforme acontecem, tornam fascinante a sua leitura. As verdades
escatológicas por muitos são vistas como coisas difíceis não somente
pelas dificuldades naturais de abordagem apocalíptica, mas também por
causa das já existentes inúmeras divergências em torno do assunto em
apreço.
O Apóstolo Paulo ensina-nos que, se tivermos o Espírito de Deus,
podemos conhecer todas as coisas, usando o método comparativo,
conferindo coisas espirituais com espirituais, o que nos faz concluir que
podemos mergulhar nos segredos do Senhor.
O irmão Francisco de Assis Ladeira, autor deste livro, e de berço
presbiteriano. E um cristão de fé provada e retemperada, sendo profundo
estudioso das Escrituras, dos homens e da vida. Mas, acima de tudo, o
seu grande valor está na profundidade da sua fé no Cristo da Bíblia, no
destino eterno da alma, e na volta do Senhor.
Mencionamos ainda ser ele pai de sete filhos, dos quais quatro
são ministros de Cristo.
Foi um privilégio para mim ler os originais deste trabalho que, na
minha opinião, está entre os melhores expositores que tenho consultado
sobre o assunto.
Mas, como está escrito: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram,
nem jamais penetrou o coração humano, o que Deus tem preparado para
aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o
Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus
" (I Cor. 2.9-10). Desta forma, recomendo a todos que leiam este livro
antes do apagar das luzes da volta do Senhor.
Joel de Jesus Braga.
Pastor da Igreja Batista
''A BÍBLIA ''
"Uma nação seria verdadeiramente abençoada de fosse
governada por nenhuma outra lei, a não ser a Bíblia, que é o livro bendito.
É um sistema tão completo que nada é necessário ser acrescentado, nem
tirado dele. Contém todas as coisas úteis a serem escolhidas ou feitas;
prevê uma cópia para o rei e uma regra para o súdito. Dá ao senador
instrução e conselho, ao júri veredicto imparcial; fornece ao juiz a sua
sentença, assegura honra aos pais e exige obediência aos filhos.
Prescreve e limita o domínio do soberano, é o regulamento do legislador
e a autoridade do senhor. Manda os súditos honrarem, os seus servos
obedecerem, e promete bênçãos e proteção do seu Autor a todos que
andarem seguindo as suas regras. Promete comida e vestuário, e limita o
uso de ambos; defende o direito e revela vingança a todo depravador,
enganador e opressor.
E o primeiro livro do mundo que contém os mais escolhidos
assuntos. Dá melhor instrução e proporciona o melhor prazer e satisfação
que podem ser revelados. Contém as melhores leis e os mais profundos
mistérios jamais lidos.
Traz as melhores notícias, e fornece o melhor conforto ao
duvidoso e desconsolado. Exibe vida e imortalidade a nós e nos mostra o
caminho para a salvação, o caminho para a glória. E UM RELATO BREVE
DE TUDO QUE PASSOU E UMA PREDIÇÃO CERTA DE TUDO QUE ESTÁ
PARA VIR. Revela o único e verdadeiro Deus, e mostra o caminho para
Ele. Põe de lado todos os outros deuses, e descreve a vaidade deles e de
todos os que neles confiam. E um resumo. E um livro de leis para mostrar
o certo e o errado; um livro da verdade que descobre todas as mentiras
e confronta todos os erros. É um livro de vida que mostra o caminho da
morte eterna. E o livro mais resumido do mundo, o mais autêntico. É a
mais divertida história jamais publicada. Instrui o mais competente
mecânico e o mais profundo artista. Ensina o melhor orador, exercita o
mais perito aritmético; corrige o mais vaidoso filósofo, e guia o sábio
astrônomo. Desmascara o sutilofista, e enlouquece os adivinhadores. É a
melhor evidência jamais produzida, o melhor testamento melhor e jamais
assinado.
Compreendê-lo é de fato ser sábio, mas ignorante sobre ele, é ser
destituído de sabedoria. E um completo código de leis, é uma perfeita
revelação da divindade. E uma narrativa inigualável é um livro de vidas
domesticas; o melhor exemplo para reis, um livro de jornadas e viagens
marítimas; o melhor dirigente dos servos, o melhor companheiro dos
jovens, o melhor vocabulário dos alunos. O homem culto tem nele a obra
mais importante; e Aquele que é a coroa de tudo isso é o Autor, no qual
não há variação, nem sombra de mudança ".
ESCATOLOGIA SEGUNDO A CRONOLOGIA BÍBLICA
l) Arrebatamento da Igreja e a Primeira Ressurreição;
2) Manifestação do Anticristo e a Grande Tribulação;
3) A Guerra do Armagedom;
4) O Milênio;
5) O Fim do Mundo;
6) A Nova Jerusalém que desce do Céu.
Estudo elaborado por Francisco de Assis Ladeira, escritor evangélico
e autor do livro "As Coisas que em Breve devem Acontecer"- 2 Edição
Revisionada e Melhorada.
"Minha fé "
Grande poder que a vida aclama Na agonia e tortura do viver,
Minha fé é ato da minha alma
A pensar , sentir, querer !
Não é superstição, credulidade ... Não é ignorância ou creticismo .
Não é coisa que não existe,
Não é crendice, embuste ou fanatismo:
É fé baseada nos fatos da Bíblia , Com a palavra verdadeira de Deus
E em tudo evita a triste consequência
Dos erros perigosos dos ateus;
É fé oposta a várias imposturas
Da desvairada filosofia , É fé subordinada às Escrituras
Por cuja luz na terra Deus nos guia.
É o firme fundamento do que espero,
A prova racional do que não vejo, A razão de ser do que da graça eu quero;
A expiração de tudo que desejo.
É crença inspirada, enaltecente ,
Gera afeto e esforço voluntárjo, Pois tem por objeto o onipotente
Em Cristo revelado no Calvário .
É laço estreito que me prende ,
À fonte eterna da maior ventura,
É o braço da alma que aos céus se estende
Na certeza de que Deus nos segura
É a confiança em Deus, justiça e amor
Que abriu na cruz, da graça, as puras fontes
É a redenção completa do Redentor
É a força oculta que transporta montes !
Sem fé não vejo como viver , Sem fé não é possível progredir,
Sem fé não pode a vida ter prazer,
Sem fé ninguém a Deus pode servir.
Queres ter fé? Olha da vida o incenso, Olha a cruz e o túmulo vazio
Faze diante de Deus como menino
E nos pés do Redentor dize: "Confio"!
Sejam quais forem meus desenganos Firmado nesta fé eu morrerei.
E sei que até ao fim dos meus anos
Vitória em Cristo aqui terei.
E quando por fraqueza eu vacilar
No caminho da vida, em turbilhão , Ainda em tal momento hei de clamar:
Senhor meu Deus, de mim tem compaixão!
Francisco de Assis Ladeira
CAPÍTULO I
O ARREBATAMENTO DA IGREJA
Quando o Senhor arrebatar a Igreja, "igreja" não no sentido de
instituição religiosa, mas no sentido de que ela é formada de cada crente,
individualmente, não importando onde esteja servindo o Senhor, pois faz
parte do Seu corpo por ter sido remido pelo Seu sangue, através da fé na
Sua morte e ressurreição, cumprir-se-á, literalmente, a palavra registrada
em Mateus 24.40-41 , já mencionada atrás. Onde estiver um crente, dali
ele será levado; quem estiver com ele e não for salvo será deixado.
Quando uma pessoa recebe a Cristo como seu Salvador, ela não
é tirada do mundo naquela hora. Na oração sacerdotal que Jesus fez, Ele
deixou claro quando orou: "Não peço que os tire do mundo; e sim, que os
guarde do mal " (João 17.15). Contudo, o Senhor sabia que, na condição
de salvos, assim como Ele, nós não somos "deste mundo" (João 17.16).
Por isso, Ele há de nos levar daqui, deixando neste mundo todos os que
não quiserem fazer parte do Seu rebanho.
Muitos não estão se apercebendo da seriedade da hora em que
vivemos, e estão "desligados" das coisas espirituais. Mas, graças a Deus,
há aqueles que já se aperceberam que as profecias bíblicas estão se
cumprindo, e que nós seremos "sem demora"(Ap. 3.1 1) arrebatados para
viver eternamente com o Senhor. Ouvi falar de uma empresa de aviação
norte-americana que não deixa mais seus aviões subirem com dois pilotos
crentes, a fim de evitar que vindo o Senhor, arrebate a ambos, e fique o
avião sem piloto, entregue um destino incerto. Porém, a verdade é que
catástrofes causadas pela repentina ausência dos crentes no mundo
inteiro, sendo muitos levados diretamente de seus postos de serviço,
certamente acontecerão. Mas não estaremos mais aqui para sermos
vítimas. Glória a Deus!
No arrebatamento nós passaremos da vida material para a
espiritual. Podemos empregar as palavras de Paulo, dizendo que nosso
corpo material e mortal será transformado num corpo espiritual e imortal;
nosso corpo corruptível será transformado em um corpo incorruptível (l
Cor. 15.53).
Porém, a verdade é que nós não conseguiremos nunca, com nossa
mente finita, compreender plenamente o que significa esta
transformação. O Apóstolo João disse: "Amados, agora somos filhos de
Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que,
quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos
de vê-lo como Ele é". Não podemos imaginar o que significa ser
"semelhante a Jesus". Por mais que possamos dar asas à nossa
imaginação será pouco em face da glória que haverá sobre nós, e em nós,
daquele momento em diante. Mas o importante agora é sabermos que
"em breve" sofreremos uma transformação em todo o nosso ser tão
grande quanto a que Jesus sofreu quando da Sua ressurreição.
João afirmou que nós seremos semelhantes a Ele, "porque
haveremos de vê-lo como Ele é ". Este é o segredo da santificação para
nós hoje, enquanto não formos transformados, e estivermos presos nisto
que Paulo chamou de "corpo desta morte " (Rm. 7.24). Quanto mais
olharmos para o "Autor e Consumador da fé ".(Hb. 12.1-2) aqui nesta
terra, mais semelhantes a Ele, enquanto aqui vivermos, nós seremos; e
também mais aptos estaremos para não "sermos envergonhados na Sua
vinda”.
Quando Jesus confortou os discípulos dizendo que os levaria para
a casa do Pai, Ele afirmou: "para que onde eu estou estejais vós também"
(Jo 14.3). Assim Ele não deixou dúvidas para onde nós seremos levados;
temos a bendita esperança de que um dia que não está longe estaremos
com Ele na casa do Pai, que é o céu, sem experimentarmos a morte.
Certa ocasião eu estava visitando um irmão na fé que mora ao pé
de um grande morro, em uma cidadezinha do interior de Minas Gerais.
Era noite; o luar iluminava toda a campina à frente, e nós estávamos no
alpendre da casa. Admirando a beleza daquele quadro, eu disse: "Até
aonde chegou o progresso da ciência. o homem já foi lá na Lua ! ". Então,
aquele irmão respondeu-me um tanto revoltado: "Eu não acredito que o
homem foi ao céu em corpo; a Bíblia diz que que a carne e o sangue não
entram no céu" (naturalmente fazendo alusão a I Cor. 15.50). Eu
compreendo o pensamento daquele irmão, que é de simples formação.
Nós dizemos que Deus está no céu, e que a Lua está no céu; logo ir à Lua,
é ir ao céu; aí estava a dificuldade daquele irmão: no fundo o que ele não
aceitava é que o homem vá ao céu sem primeiro morrer, porque a Bíblia
diz que a carne não herda o reino de Deus (I Cor. 15.50) na sua
concepção, o céu. Ele não sabe que existem três céus: o primeiro, que é
atmosférico, referido por Jesus quando falou das "aves dos céus" (Lc.
9.38). o segundo é o céu dos astros e dos planetas, onde, obviamente,
encontram-se a Lua, o Sol e tudo o mais. O terceiro é o céu onde está o
trono de Deus, e que Paulo afirma ter sido arrebatado até lá (II Cor. 12.2).
A propósito, quando Paulo mencionou o fato de ter ido até o terceiro céu,
ou o paraíso, ele falou que lá ouviu "palavras inefáveis, de que ao homem
não é lícito falar (ou referir-se)" (II Cor. 12.4). Certamente não lhe foi
lícito falar, não somente o que ouviu, mas também o que viu. o apóstolo
teve o privilégio de ir até lá antes da morte, razão porque recebeu o
"espinho na carne" para que não se exaltasse "pelas excelências das
revelações", mas depois voltou para terminar o seu ministério neste
mundo. Mas nós podemos estar certos de que quando para lá formos,
será, como ele mesmo disse, para estarmos "sempre com o Senhor" (II
Ts. 4.17).
O arrebatamento é chamado na Bíblia de "As Bodas do Cordeiro".
Na presente era, a da graça, a Igreja é chamada de "A noiva" ou "esposa"
(Jo 3.29).
O relacionamento entre Cristo (o noivo) e a Igreja (a noiva) é o
tema do Livro de Cantares de Salomão, que, na verdade, somente uma
mente espiritual pode alcançar. O apóstolo Paulo, ao instruir os crentes
no tocante ao relacionamento entre marido e mulher no casamento,
ilustrou o assunto falando do amor de Cristo por Sua Igreja, que "se
entregou por ela", e da submissão que esta deve ter ao Senhor, e
terminou dizendo que "grande é este mistério" (Ef. 5.32). O caráter de
"mistério" dado por Paulo justifica-se pelo fato de ter sido objeto de
profecia no Velho Testamento, como a de Isaías 62.5: "Porque, como o
mancebo se casa com a donzela, assim teus filhos se casarão contigo; e
como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus". O
próprio Senhor Jesus abordou o seu relacionamento com a Igreja da
mesma forma, como, por exemplo, na parábola das virgens (Mt.25.1-13)
e quando respondeu aos discípulos de João (o Batista) sobre o jejum ('Mt.
9.15).
Desta forma, no arrebatamento, o encontro da Igreja com Jesus
Cristo, é o casamento do Senhor com a Sua noiva, que somos nós, de
quem Paulo disse: "Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos
tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um Só esposo,
que é Cristo" (II Cor. 11.2).
Como todo casamento é uma festa de alegria, as "Bodas do
Cordeiro" também proporcionarão uma festa no céu, porque lemos o
seguinte em Apocalipse: "Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe
glória; porque vindas são as Bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se
aprontou"(Ap. 19.7). A felicidade dos que farão parte desta festa é algo
tão marcante e grande, que Deus fez questão de deixar registrado, pois
nós lemos: "Então me disse o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles
que são chamados à Ceia das Bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são
as verdadeiras palavras de Deus" (Ap. 19.9).
A vinda de Jesus para buscar a Sua Igreja, pelo arrebatamento,
será um ato oculto aos olhos do mundo. Contudo, o mundo perceberá a
ausência dos crentes. Ela será uma vinda secreta, como a de um ladrão
que vem quando não se espera (Ap. 3.3). Quando a Bíblia fala do Senhor
vindo de forma que "todo olho verá''(Ap. 1.7) é uma referência à Sua
vinda com a Igreja para estabelecer o Seu reino aqui na terra, ao final da
tribulação, quando, então "todas as tribos da terra se lamentarão sobre
Ele". Esta segunda etapa da Sua segunda vinda é mencionada também
em Judas 14, quando diz: "E destes profetizou também Enoque, o sétimo
depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares dos Seus
santos". Há um critério geral pelo qual podemos distinguir as duas etapas:
quando a Bíblia se refere à vinda do Senhor dirigindo-se aos crentes a
referência é à primeira etapa; quando se refere à Sua vinda, mas em
relação ao mundo perdido ou às nações, a referência é a segunda etapa.
Há algumas diferenças claras entre elas: quando Jesus vier buscar
a Igreja, virá acompanhado do Arcanjo Miguel (l Ts. 4:16); quando vier
para a segunda vinda, virá acompanhado dos "anjos do Seu poder" e em
grande glória (Mt. 25.31; II Ts. 1.7-9). Para o arrebatamento, Jesus virá
até os ares (I Ts 4.16-17); para a segunda vinda, descerá à terra (Zc.
14.4). Para o arrebatamento, será tocada a última trombeta (de Deus) (I
Ts 4.16, I Cor 15.52); quando vier com a Igreja, serão tocadas muitas
trombetas angelicais (Mt.24.31). Para o arrebatamento, a Igreja irá ao
encontro de Jesus nos ares ou nas nuvens (I Ts. 4.16-17); mas para a
segunda vinda, Ele é que voltará, sendo isto "em glória" (Cl 3.4; Jd. 14).
O arrebatamento será uma necessidade em face da misericórdia
e do amor de Deus para com o Seu povo, a fim de livrá-lo da tribulação.
Na carta que foi dirigida à Igreja em Filadélfia, o Senhor faz uma promessa
aos crentes que ficarem fiéis à Sua palavra em meio à uma igreja que
possuía aqueles que "são da sinagoga de Satanás" prova de que o que faz
um crente salvo e espiritual não é a igreja a que pertence, mas sim o seu
relacionamento com o Senhor, promessa essa que constou do seguinte:
"Como guardaste a palavra da minha paciência (ou perseverança),
também eu te guardarei da hora da tentação (ou hora da provação) que
há de vir sobre todo o mundo, para tentar (ou experimentar) os que
habitam na Terra" (Ap. 3.10). Assim como Deus livrou Enoque, levando-
o para Si antes de enviar o dilúvio, o Senhor guardará a Igreja, da
tribulação que há de vir sobre a Terra. O Apóstolo Paulo, referindo-se a
isto, escreveu que "Deus não nos destinou para a ira (que Ele derramará
durante a tribulação), mas para alcançar a salvação mediante nosso
Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer
durmamos, vivamos em união com Ele" (I Ts. 5.9- I 0).
É esperando a Sua vinda para o arrebatamento que o Senhor
Jesus nos recomenda estarmos preparados. Disse Ele: "Estejam cingidos
os vossos lombos e acesas as vossas candeias; e sede vós semelhantes
aos homens que esperam o seu Senhor, quando houver de voltar das
bodas, para que, quando vier achar vigiando! Em verdade vos digo que
se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá. E se
vier na segunda vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais
servos.... Porque virá o Filho do homem à hora que não imaginais" (Lc. 1
2.35-38, 40).
O Senhor ao terminar o Sermão Profético, conforme registrado
em Lucas 21, sabendo que nós somos constantemente tentados a
envolver-nos com as coisas deste mundo, como todos fazem, e a
esquecermos que Ele voltará para nós que O aguardamos, procurou deixar
como última recomendação aos discípulos as seguintes palavras:
"Cuidado! Que a minha repentina vinda não apanhe vocês desprevenidos:
que eu não encontre vocês vivendo na ociosidade desmazelada, em orgias
e bebedeiras, e ocupados com os problemas desta vida, como o resto do
mundo. Vigiem constantemente. E orem para que se for possível vocês
possam chegar à minha presença sem ter passado por estes horrores" (Lc
21.34-36, do Novo Testamento Vivo).
Maranata!
CAPÍTULO II
PARA QUE A IGREJA VAI SER ARREBATADA?
PRIMEIRO: PARA NÃO PASSARPELA TRIBULAÇÃO II TS. 2.1-10
SEGUNDO: PARA PARTICIPAR DAS BODAS DO CORDEIRO AP. t9.7-9 TERCEIRO: PARA REINAR COM JESUS MIL ANOS AP. 20.6
PRIMEIRO:
PARA NÃO PASSAR PELA TRIBULAÇAO
Esta afirmação e incontestável na Bíblia. Enquanto a Igreja estiver
na terra, a Tribulação não virá. Paulo, em II Tessalonicenses 2.1-10
afirma que há um que está detendo ou impedindo o Anticristo de se
manifestar. Este um é o Espírito Santo, que veio quando a Igreja Cristã
teve seu início. Ele, o Espírito Santo veio e ficou com a Igreja. Ele está
com a Igreja. São João 16-7 afirma que, quando a Igreja for arrebatada,
o Espírito Santo irá com ela, e, só então o Anticristo se manifestará. "Fará
um pacto-concerto com muitos (estes serão os judeus) por uma semana,
ou seja, aos três anos e meio, ele, o Anticristo, quebrará o concerto". (Dn.
9.27). Agora verifique I Tessalonicenses 5.3: "Quando andarem dizendo:
Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem
a dor do parto à que está por dar à luz; e de nenhum modo escaparão-"
Depois de três anos e meio de governo do Anticristo, quando todo
povo achar que o seu governo é bom e próspero, que finalmente se
alcançou a paz e a segurança, ele-romperá o pacto e a Tribulação
começará. Mas a Igreja estará na glória com o Senhor Jesus. Aleluia!
SEGUNDO:
PARA PARTICIPAR DAS BODAS DO CORDEIRO
Este privilégio será só da Igreja, ou seja, dos crentes da era da
graça. Serão estes os mais privilegiados de todas as outras dispensações.
Jesus disse: "Muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e
não viram; e ouvir o que vós ouvis, e não ouviram" (Mt. 1 3.17).
Os crentes da velha dispensação, na sua grande maioria, não
conheciam o grande significado do sacrifício dos animais e do sangue
derramado. O cerimonial do culto revestia-se de atos superficiais e de
formalismo falso. (Is. 1.11-14).
Jesus dá valor à Igreja porque ela foi comprada por um preço
muito alto, o precioso sangue de Jesus. "Não foi com coisas corruptíveis
como prata ou ouro que fostes resgatados... mas com o precioso sangue
de Jesus, como de um cordeiro imaculado e incontaminado."(I Pe 1.18-
19) "Porque foste morto e com teu sangue compraste para Deus homens
de toda tribo, língua, povo e nação." (Ap. 5.9). Somente a Igreja irá
participar das Bodas do Cordeiro, porque somente os crentes da era da
graça é que vão participar, ou melhor, vão ressuscitar na primeira
ressureição (Ap. 20.6). Embora os escatologistas não tenham afirmado e
definido esta tese, ela é bíblica. Não estou dogmatizando a doutrina,
muito embora o dogmatismo que tem apoio na Bíblia seja correto, e o
dogmatismo que não tem apoio na Bíblia seja errado, mesmo que seja
falado ou escrito pelo mais importante teólogo do mundo. Farei uso agora
da hermenêutica sagrada na interpretação dos textos que apoiam essa
doutrina.
"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz
de arcanjo e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo Jesus
ressuscitarão primeiro." (I Ts. 4.16). Os servos de Deus, da velha
dispensação, não são mencionados como "mortos em Cristo", ou que
"dormiram em Cristo", mas, usando Abraão como exemplo: "Abraão
expirou e morreu em boa velhice, velho e farto de dias, foi congregado ao
seu povo."(Gn. 25.8).
Outro exemplo: Davi disse: "Eu vou pelo caminho de toda a terra"
(I Rs. 2.2). Depois, diz claramente a Bíblia: "Davi dormiu com seus pais
e foi sepultado na cidade de Davi"(I Re. 2.10). Apocalipse nos esclarece
afirmando: "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira
ressureição; sobre esses a segunda morte não terá autoridade; pelo
contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil
anos."(Ap. 20.6)
Mas os outros mortos não reviverão até que os mil anos se
completem: "Os restantes dos mortos não reviveram até que se
completassem os mil anos. Esta é a primeira ressureição."(Ap. 20.5).
Mas o leitor se perguntará: "E os crentes, salvos, da velha
dispensação? Não irão participar das Bodas do Cordeiro? Eles irão ou não
reinar com Jesus os mil anos? Se irão reinar com Jesus quando é que irão
ressuscitar? "
Respondo: Eles não irão ressuscitar no ato da ressureição da
Igreja, conforme I Tessalonicenses 4.16, nem participarão das bodas do
Cordeiro, mas ressuscitarão para reinar com Jesus os mil anos. A
ressurreição deles se dará após os sete anos das bodas do Cordeiro,
quando Jesus voltar com a Igreja para fundar o Seu reino milenar e literal
na terra (Jd. 1-4; Cl 3.4) E isto é uma exegese séria dos textos. "Assim
como todos morreram em Adão, assim todos serão vivificados (tornarão
a viver) em Cristo Jesus; cada um por sua ordem: Cristo, as primícias,
depois os que são de Cristo na Sua vinda."(I Co 15.22). Primícias, são os
primeiros: A Igreja. Cada um por sua "ordem" é o mesmo que dizer "cada
dispensação por sua ordem". As primícias a Igreja. Os que são de Cristo
os crentes da velha dispensação.
Escrevi, meu amado leitor, com a Bíblia na mão e os joelhos no
chão (Dn 12.3).
TERCEIRO:
PARA REINAR COM JESUS MIL ANOS
"Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo
contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil
anos". (Ap 20.6).
O reino de Jesus na terra será de mil anos. Um bom número de
teólogos nega essa afirmativa. Mas, o Espírito Santo, sabendo que iriam
aparecer esses contestadores, deixou registrado, apenas no capítulo 20
de Apocalipse, seis vezes a expressão de mil anos. A maioria dos crentes
repete a vida toda esta expressão: 'Venha a nós o Teu reino" na oração
do Pai Nosso. Se lhes for perguntado: "Que Reino é esse? " respondem
logo com evasivas e alguns até declaram: "Não sei!" Outros dizem que é
a Igreja da atualidade, e eu digo: “Misericórdia!!!” A Igreja é o Reino
espiritual e Jesus está reinando na Igreja. Ele mesmo disse: 'Eis que estou
convosco todos os dias até a consumação dos séculos." (Mt. 28.20). Mas
Jesus está invisível! O Reino que Jesus virá fundar na Palestina é literal,
é material! Basta ler Isaías 6.5. Lá diz claramente que edificarão casas e
morarão nelas; plantarão, colherão e comerão; viverão e morrerão...
Pilatos interrogou Jesus se Ele era Rei. Jesus respondeu: "Agora
meu reino não é deste mundo." Parafraseando as palavras de Jesus:
"Agora meu reino não é deste mundo porque vim para morrer na cruz,
para salvar os pecadores; mas quando eu voltar pela segunda vez vou
fundar meu reino e assim dar cumprimento à profecia de meu servo
Daniel: "Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que
não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo:
esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para
sempre."(Dn. 2.44) "Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo;
Deus, o Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai."(Lc 1.32).
O Distrito Federal do Reino será Jerusalém, com todo o território
da Palestina, a terra prometida a Abraão e sua descendência! O povo de
Israel nunca, mas nunca mesmo, esteve de posse de toda essa terra!
Josué não conseguiu expulsar da Palestina todas as nações dos cananeus,
heveus, jebuzeus, amorreus, ferezeus, querezeus e heteus! Davi
expandiu todo o seu reino a ponto de atravessar fronteiras da Palestina.
Fez aqueles povos tributários, mas não expulsou as nações gentílicas! O
Rei Salomão, a mesma coisa!
Mas quando Jesus vier irá ter fim o tempo dos gentios. "Cairão ao
fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os
tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." ( Lc.
21.24) Para esclarecer ainda mais: "Desperta! Desperta! Veste-te da tua
fortaleza, ó Sião; veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém,
cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem
imundo." (Is. 52.1).
Moisés deixou escrito, para o nosso conhecimento, a abundância
de bens, a riqueza e a fertilidade da terra Palestina dizendo: "...porque o
Senhor teu Deus te faz entrar numa terra boa, terra de ribeiros de águas,
de fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e das
montanhas; terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra
de oliveiras, de azeite e mel; terra em que comerás o pão sem escassez
e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes
cavarás o cobre." (Dt 8.7-9).
Quando Jesus vier, vai transformar a palestina num paraíso!
"Abrirei rios nos altos desnudos, fontes nos meios dos vales; tornarei o
deserto em açudes de águas, e a terra seca em mananciais. Plantarei no
deserto o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; conjuntamente porei no
ermo o cipreste, o olmeiro e o puxo" (Is. 41.18-19). Esta e a terra que os
arrebatados irão habitar, quando voltarem com Jesus depois de
terminados os sete anos das Bodas do Cordeiro. Jesus vem com a Igreja
e estabelece o Seu reino aqui na terra! Nesta ocasião é que se dará
propriamente a segunda vinda de Jesus. "Destes profetizou também
Enoque, o sétimo depois de Adão: Eis que é vindo o Senhor com milhares
dos seus santos." (Jd. 14).
Esta passagem da Bíblia é importantíssima porque é anunciada
na 7ª geração: a segunda vinda de Jesus com os Santos, os crentes que
subiram com Ele no Arrebatamento. Há na Bíblia algumas passagens que
falam de Jesus vindo com os anjos. Mas a palavra "santos" não se aplica
aos anjos, mas sim aos crentes. Zacarias 14.5 diz que Jesus vem com os
santos e o versículo diz que Ele irá descer no Monte das Oliveiras, no
mesmo lugar de onde subiu. "... e lhes perguntaram: varões galileus, por
que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto
aos céus, assim virá do modo como O vistes subir. Então voltaram para
Jerusalém, do Monte chamado Olival, que dista daquela cidade tanto como
a jornada de um sábado."(At. 1.11-12)
"Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar então vós
também vos manifestareis com Ele em glória" (Cl. 3.4). Aleluia! Glória a
Deus! Amém!
A Bíblia faz referência ao arrebatamento da Igreja em I
Tessalonicenses 1. 16- 17 e l Coríntios 15.52. O Velho Testamento nos
relata dois casos de arrebatamento: Enoque (Gn. 5.22-24; Hb. 11.5) e o
profeta Elias (II Rs. 2.9-14).
AINDA O ARREBATAMENTO DA IGREJA
Vou entrar no coração da Doutrina do Arrebatamento da Igreja
com a Parábola das Dez Virgens.
"Então o reino dos céus é semelhante a dez virgens que, tomando
as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram
prudentes e cinco eram loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas,
não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas
vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram
todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o
esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram,
e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-
nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as
prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a
vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido
comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com
ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as
outras virgens dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. E ele respondendo
disse: "Em verdade vos digo que vos não conheço".
“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho
do homem há de vir."(Mt. 25. I - 13).
As dez virgens são uma figura da Igreja de Deus. Verifique estes
textos: '*Porque estou zeloso de vós, com o zelo de Deus; porque vos
tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um
marido, a saber, a Cristo." (ll Co 11.2).
"Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque
são virgens."(Ap. 14.4).
"Portanto lhes dirás estas palavras: Os meus olhos derramam
lágrimas de noite e de dia, e não cessam; porque a virgem, filha do meu
povo, está ferida de grande ferida, de chaga mui dolorosa."(Jr. 14.17).
Já a expressão “mulher” é sinônimo de apostasia. Verifique agora:
"E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre
uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e
tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e
de escarlate, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas, e tinha
na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da
sua prostituição. E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande
Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra" (Ap. 17.3-5).
E inegável que as dez virgens mencionadas nesta parábola
representam toda a Igreja de Deus. Cinco, apenas cinco virgens foram
arrebatadas, entraram para as bodas. As outras cinco ficaram de fora. O
ensino de Jesus nesta parábola é claro: somente a metade da Igreja
estabelecida na face da terra será arrebatada, irá participar das bodas do
Cordeiro. A outra metade ficará. Isto não quer dizer que esta segunda
metade não será salva. Mas ficará aqui na terra para passar pela
Tribulação. "Entraram as cinco virgens e fechou-se a porta" ... do
Arrebatamento, não da Salvação. Não posso duvidar da salvação de um
pregador do evangelho que tenha pregado durante 40 anos; mas, se
nestes 40 anos de ministério ele não pregou um único sermão sobre a
doutrina genuinamente bíblica do Arrebatamento da Igreja, eu posso
duvidar que ele e até mesmo toda a sua igreja serão arrebatados. Um
pregador me afirmou que nunca pregou esta doutrina; conheço outros
que a combatem e aos que a pregam.
A metade da Igreja não será arrebatada. Não entrará para
participar das Bodas do Cordeiro. É o Senhor Jesus quem o diz. Mas não
perderá o direito à salvação. Os que compõem esta metade ficarão para
passar pela Tribulação e somente ressuscitarão no final da Tribulação,
depois de sofrerem a dura e terrível perseguição do anticristo.
Entendemos isto perfeitamente quando lemos o que o Apóstolo João nos
relata: "Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual
ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas,
que estavam diante do Trono e perante o Cordeiro, trajando vestidos
brancos e com palmas nas suas mãos. E clamavam com grande voz,
dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono e ao
Cordeiro. E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e
dos quatro animais; e prostraram-se. diante do trono sobre seus olhos e
adoraram a Deus... E um dos anciãos me falou dizendo: estes que estão
vestidos de vestidos brancos, quem são e donde vieram? E eu disse-lhe:
Senhor, tu sabes. E ele me disse: Estes são os que vieram da grande
tribulação, e lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do
Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de
noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre ó trono os cobrirá
com a Sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem
sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no
meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das
águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima." (Ap. 7.9-
17).
Os crentes que passarão pela Tribulação somarão um grande
número. Muitos terão que enfrentar a morte "cara a cara", mas não
negarão o senhorio de Jesus em suas vidas. " E eles (os crentes, mártires
da tribulação) venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte." (Ap. 12.11). Eles
sairão vitoriosos sobre o Dragão e a Besta que é o anticristo. "Eles (o
Dragão e a Besta) combaterão contra o Cordeiro e o Cordeiro os vencerá,
porque Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Sairão vencedores os
que permanecerem com Ele; os que serão chamados eleitos e fiéis." (Ap.
17.14).
Em Mateus 24.40-41, referindo-se ao arrebatamento, Jesus
disse: "Então dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro;
duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a
outra'"
CAPÍTULO III
A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO
Como já vimos, um momento antes de dar-se o arrebatamento
da Igreja, ocorrerá a ressureição dos mortos em Cristo. Colocamos o
estudo da ressurreição neste segundo capítulo pelo fato de que o
arrebatamento é o primeiro acontecimento que diz respeito a nós, os
vivos, merecendo assim, ter sido estudado em primeiro lugar. Porém, a
ressurreição é que será o primeiro a acontecer com a vinda de Cristo.
O Cristianismo é a única religião que fala em ressurreição, ou seja,
o ato de alguém que esteve morto tornar a viver. Tanto é que a Bíblia
menciona dez casos de ressurreição.
O primeiro foi o caso do filho da viúva de Serepta, pelo profeta
Elias (I Rs. 17.18-21); o segundo foi o do filho da sunamita, realizado
através do profeta Eliseu (lI Rs. 4.32-37); o terceiro foi o do defunto
jogado dentro da sepultura do profeta Eliseu, que reviveu quando os seus
ossos tocaram os do profeta (II Rs. 13.21); o quarto, foi o filho da viúva
de Naim, pelo Senhor Jesus Cristo (Lc.7.14-15); o quinto foi o da filha de
Jairo, também por Jesus (Mc. 5.21); o sexto foi o de Lázaro
provavelmente o mais extraordinário realizado também pelo Senhor (Jo.
11.43-44); o sétimo foi o ocorrido por ocasião da morte de Jesus (Mt.
27.52-53); o oitavo foi o mais importante de todos, porque foi o do próprio
Senhor Jesus (Mt. 28-6; Lc-24.6); o nono foi o de Dorcas, pela
instrumentalidade de Pedro (At. 11.40) e, finalmente, o décimo, foi-o de
Êutico, ressuscitado pela ação do Apóstolo Paulo (At. 20.10).
Na verdade, podemos dizer que a doutrina da ressurreição, para
os crentes, sempre foi a mais consoladora e confortadora doutrina do
Cristianismo. A ressurreição foi e é a vitória do Cristianismo. Por isto, foi
sempre básica no cristianismo a ideia de que os mortos em Cristo, um
dia, ressurgirão novamente para a vida, a fim de viverem eternamente
com o Senhor.
A certeza de que nós também ressuscitaremos baseia-se em
importantes fatos bíblicos. O primeiro é a própria ressureição de Jesus.
Paulo afirmou: "Porque se os mortos não ressuscitam, também
Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa
fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados." (l Co. 15.17). A
certeza da nossa ressurreição, fundamenta-se, assim, na convicção que
temos da ressurreição de Cristo. E isto que nos lembra a Bíblia: "Deus
ressuscitou ao Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu
poder." (l Co. 6.14).
Os outros fatos são as afirmações peremptórias que a Bíblia
declaradamente faz: "Porque, assim como a morte veio por um
homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem.
Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos
serão vivificados em Cristo", “A trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis", "Sabendo que aquele que
ressuscitou ao Senhor Jesus, também nos ressuscitará com Jesus,
e nos apresentará convosco" (l Co. 15.21-22; 15.52 e II Co. 4.14).
Jesus, em seu ministério, ressuscitou uma criança (a filha de
Jairo), um moço (o filho da viúva de Naim) e um adulto (Lázaro), para
mostrar que Ele, Jesus, pode ressuscitar os que morrem na infância, na
juventude, e na maturidade ou velhice. Ele mesmo nos deu a certeza
disso, quando disse: "Não vos maravilheis disto; porque vem a hora
em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os
que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que
fizeram o mal para a ressurreição da condenação" (Jo. 5.28-29). E
o Apóstolo Paulo também foi muito claro quando escreveu: "Eis que vos
digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas todos
seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de
olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os
mortos ressuscitarão incorruptíveis..." ( I Co. 15.51-52).
A Bíblia fala claramente em duas ressurreições: a primeira é a que
se dará por ocasião do arrebatamento. e a segunda e a que ocorrerá
depois do milênio, conforme Apocalipse 20.5. O presente estudo ocupa-
se apenas da primeira delas. Contudo, será de ótimo proveito fazermos
agora algumas distinções entre elas: a primeira é a "dos salvos" (Jo.
6.40), a segunda é a "dos perdidos" (Ap. 20.11); a primeira é a "dos
justos" (Lc. 14.14), a segunda é a "dos ímpios" (Ap. 20.13; 21.8); a
primeira é a "dentre os mortos" (Lc. 20.34-35), a segunda é a "dos
mortos" (Ap. 20.13; 21.8); a primeira é "pré-milenal" (A p. 20.6), a
segunda é "pós-milenal" (Ap. 20.5); a primeira é "para a vida eterna"
(Dn. 12.2; Jo.5.28-29), a segunda é para "morte e condenação
eterna" (Dn 12.2; Ap.20.13-15).
Como sabemos, o corpo humano, após a morte, entra em
decomposição e corrupção, e, na sepultura, é comido pelos vermes, sendo
absorvido pela terra até que desaparece completamente. Uns são
cremados e transformados em cinzas e outros são, às vezes, comidos por
peixes e feras, e ainda outros, simplesmente desaparecem.
Porventura esses corpos poderão voltar a viver? Quem nos
responde é o Apóstolo Paulo, ao usar a figura da semente, muito
conhecida dos agricultores, e de fácil entendimento. Cremos que os
crentes da Igreja de Corinto, dentre os quais havia muitos lavradores,
eram os que mais duvidavam deste assunto, e Paulo, então, lhes fala:
"Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não
morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer,
mas o simples grão, como de trigo, ou doutra qualquer semente.
Mas, Deus dá o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio
corpo." (l Co. 15.36-38)
Deus fez o primeiro corpo, o de Adão, do pó da terra (Gn. 2.7).
Quando Adão morreu, seu corpo foi para a terra, para onde o nosso
também irá, tornando-se pó novamente. Ora, Deus que teve o poder de
fazer o primeiro corpo do pó, tem ainda o mesmo poder para transformar
o pó em corpo novamente. Aleluia!
O nosso corpo, por causa do pecado, ficou miseravelmente
contaminado. Estamos sujeitos a contrair milhares de enfermidades,
somos vítimas da poluição e da velhice, e temos centenas de necessidades
para sobreviver, pois precisamos de alimento, de água, de ar para
respirar, dos remédios, dos agasalhos, de momentos de descanso, etc.
Porém, na ressurreição, Deus nos dará um corpo novo.
Certamente esta nova "casa" que receberemos terá as mesmas
características da que temos agora; contudo, será completamente
modificada. Paulo disse que o nosso corpo será "TRANSFORMADO"'.
Esclarecendo ainda o Apostolo que o corpo que agora temos irá para a
sepultura em estado de corrupção, ressuscitará em estado de
incorrupção, irá para a sepultura em estado de ignomínia e ressuscitará
em estado de glória, irá em estado de fraqueza e ressuscitará em estado
de vigor, será sepultado como um corpo animai e ressuscitará um corpo
espiritual (I Co. 15.42-44). Na ressurreição o nosso corpo será
invulnerável, imperecível, imortal, eterno, revestido de
imperturbabilidade, sendo, enfim, igual ao do Senhor Jesus após Sua
ressurreição (l Jo. 3.2 ).
Porventura existe, meu caro amigo e leitor, maior benção do que
esta, para quem aceita o Senhor Jesus como seu único e suficiente
Salvador e confia nEle de todo coração, recebendo, assim, a promessa da
ressurreição para a vida eterna, a ser efetuada no último dia, conforme
as palavras do próprio Senhor Jesus em João 6.39?
Ao falamos sobre a ressurreição do corpo, automaticamente,
levantamos um outro problema, fazendo a seguinte pergunta: e o
espírito? Isto porque a Bíblia mostra que o homem não e constituído
somente do corpo, mas é também de espírito. Na verdade, existem
divergências entre os estudiosos da Bíblia quanto à constituição do
homem. Alguns, baseados em I Tessalonicenses 5.23, afirmam que
realmente o homem é constituído de corpo, alma e espírito; estes são os
chamados "tricotomistas". Contudo, há os que afirmam ser o homem
constituído somente de duas partes: corpo e espírito (ou corpo e alma),
interpretando as palavras "alma" e "espírito" como expressão da mesma
coisa; estes são os chamados "dicotomistas".
Nessa discussão, uma coisa é certa: Muitas vezes na Bíblia as
palavras "alma" e "espírito" são usadas para referir-se ao mesmo fato, ou
seja, a parte espiritual do homem. Por isso, não iremos entrar no
esclarecimento deste ponto, mas trataremos o homem apenas como
corpo e espírito.
Existem muitas teorias sobre o destino do homem, ou do seu
espírito, após a morte, sendo que as opiniões variam até mesmo entre os
crentes e denominações cristãs. Para nós, porém, o ensino da Bíblia é
claro: o pó (que é o corpo) volta à terra, como o era, e o espírito volta à
Deus que o deu (Ecl. 12.7). Para comprovar, basta analisarmos a parábola
do rico e de Lázaro, contada por Jesus em Lucas 16.19-31.
O ensino do Mestre, nesta parábola, não deixa dúvidas. O rico
viveu uma vida mundana, materialista, nunca se interessando pela
salvação de sua alma, não pensando que um dia teria que morrer e
comparecer diante do tribunal de Deus para prestar contas, sem atinar
que o homem, após a morte, não encerra a sua existência, porque ele não
é só corpo, mas tem uma alma imortal. Esse não praticou a caridade, não
chegando nem mesmo a dar as migalhas que caiam de sua mesa farta ao
pobre mendigo Lázaro, vivendo só para si, de forma avarenta e
egocêntrica. Jesus disse que ele morreu e foi diretamente para o inferno.
Lázaro também morreu, mas, disse Jesus, foi levado pelos anjos para o
céu. O rico não foi para o inferno porque era rico, nem muito menos
porque deixou de praticar a caridade que, aliás, não e só dar esmolas. A
riqueza não é pecado, assim a pobreza não é virtude, porque grandes
servos de Deus foram ricos, citando-se entre eles Abraão, Isaque, Jó e
muitos outros. Ele foi para o inferno porque era incrédulo. Lázaro foi para
o céu não porque era pobre, mas porque era crente. A prova disso é que
ele sofreu com paciência e resignação, conformado com a vontade de
Deus, esperando até o fim a redenção do seu corpo, dia esse que chegou,
porque Jesus disse que ele morreu e foi levado pelos anjos para o céu,
sem passar pelo purgatório, que, a propósito, não existe, uma vez que
não há nenhuma menção a ele nas Escrituras.
Diante desses fatos, aprendemos que quando o crente morrer,
seu corpo irá para a sepultura aguardar o dia glorioso da ressurreição, e
o seu espírito vai para Deus, que o deu, ou seja, para o céu, tal como
aconteceu com o malfeitor crucificado ao lado de Jesus; ao qual Jesus
prometeu que naquele dia mesmo estaria com Ele no paraíso (Lc. 23.43).
Vejamos outros casos: Estevão. o primeiro mártir do cristianismo,
confirmou isto através de suas últimas palavras, que foram "Senhor
Jesus, recebe o meu espírito" (At. 7.59). Paulo também, ao afirmar
que estava em aperto (constrangido) "tendo desejo de partir, e estar
com Cristo, porque isto é ainda muito melhor" (Fp. 1.23); e para,
em espírito, habitar com o Senhor (II Co. 5.8). Da mesma forma, Pedro
escreveu aos hebreus que iria deixar o "tabernáculo", o corpo, para
estar com Jesus no céu (II Pe. 1.14). E o Apóstolo João disse que ouviu
uma voz do céu dizendo: "Bem-aventurados os mortos que desde
agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem
dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam." (Ap .14.13).
CAPÍTULO IV
MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO
O Anticristo manifestar-se-á após o arrebatamento da Igreja. O
Apóstolo Paulo escreveu: "Porque já o mistério da injustiça opera;
somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e
então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo
assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda." (II
Ts. 2.7-8). O que agora "resiste" é o Espírito Santo que, com a Igreja,
será tirado da terra quando o Senhor voltar para buscá-la.
Sabemos que seu governo terá a duração de sete anos. Já vimos
também que durante os primeiros três anos e meio ele fará um bom
governo, ganhando a simpatia do povo e conquistando aos poucos o
domínio das nações, fortalecendo o seu poderio. Porém, depois desse
tempo, ele "mostrará as unhas", quebrando o concerto com os judeus, e
começará uma obra nefasta e destruidora. Assim, o povo de Deus na
terra, os Judeus, é que serão as principais vítimas (Jr. 31.12; Zc. 14.2)
do Anticristo e do Falso Profeta: "Mas a besta foi aprisionada, e com
ela o falso profeta que, diante dela fizera os sinais, com que
enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua
imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo
e de enxofre." (Ap. 19.20). Da mesma forma, quando estudamos as
duas mais detalhadamente, nas referências que a elas fazem as
Escrituras, descobrimos como o Anticristo é representado na "besta que
sobe do mar".
Somos informados pela própria Escritura que o mar (ou as águas)
são "povos, e multidões, e nações, e línguas" (Ap. 17.15). Também
lemos que "o dragão (Satanás) deu-lhe o Seu poder, e o Seu trono,
e grande poderio" (Ap. I 3.2). Ora, sabemos que a autoridade e a glória
dos reinos deste mundo pertencem atualmente a Satanás, pois ele não
estava mentindo quando assim falou ao Senhor Jesus, ao tentá-lo no
deserto, dizendo: "Dar-te-ei todo este poder e a Sua glória, porque
a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero." (Lc. 4.6). (É evidente
que esse poder e glória são usurpados, pois Jesus os recuperará um dia
totalmente). Por isso, podemos entender o que João quis dizer, quando
escreveu que, ao Anticristo, "deu-se –lhe poder sobre toda tribo, e
língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre aterra,
estes cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro
que foi morto desde a fundação do mundo" (Ap. 13.7-8).
O Anticristo manifestar-se-á após o arrebatamento da Igreja, e a
retirada do Espírito Santo, pois atualmente, como diz Paulo, é Ele, o
Espírito Santo, "que o detém" (II Ts. 2.3-6). Ele surgirá de uma
confederação de dez nações, a partir da qual estenderá o domínio sobre
todo o mundo: "E vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças
e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas..." (Ap. 13.1 ).
Conforme a profecia de Daniel 7.7, e a explicação dada pelo anjo
ao profeta, "os dez chifres são dez reis que se levantarão" (Dn.7.24).
Isto foi confirmado pelo anjo ao profeta da Ilha de Patmos: "E os dez
chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas
receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta" (Ap.
11.12). Estes dez reinos, ou nações, após ajuntarem-se numa
confederação, entregarão o poder e a autoridade ao Anticristo: "Estes
têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à
besta... porque Deus tem posto em seus corações que cumpram o
seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu
reino, até que se cumpram as palavras de Deus" (Ap. 17.13 e l7).
O tempo do reinado do Anticristo será de sete anos, uma vez que
somos informados que ele fará um tratado (ou concerto) com "muitos"
que são os judeus por uma semana de anos, que, como já vimos, é um
período de sete anos (Dn. 7.27). Já vimos também que ele exercerá o seu
governo durante três anos e meio sem quebrar o concerto, o que
acontecerá do meio para o fim da tribulação. Nesta ocasião ele estará no
auge da sua posição, e chegará também ao ponto mais alto de orgulho e
envaidecimento, pois terá a pretensão de querer ser Deus (II Ts. 2.4).
Nesta ocasião também é que o falso profeta entrará em cena, com todo o
poder de Satanás, sendo completamente dominado pelo espírito do
maligno. Os três juntos, Satanás, o Anticristo, e o Falso Profeta, formarão
uma verdadeira "trindade diabólica", que será uma imitação da
Santíssima Trindade, pois que Satanás é o ser mais dissimulador do
mundo. Assim, ele irá querer fazer o mesmo que Deus fez quando enviou
Moisés e Arão ao Egito para libertar o povo de Israel dando a eles poder
para realizar prodígios e maravilhas diante de Faraó. É deste modo que
ele, o dragão (Satanás), enviará o Anticristo, acompanhado do falso
profeta "terreno" e não "celestial".
O Falso Profeta virá credenciado com grande poder, como o poder
do profeta El ias, que fez descer fogo do céu (I Rs. 18.38 e II Rs. 1.10-
12), pois ele, da mesma forma, também terá poder de mandar descer
fogo do céu à vista dos homens (Ap. 13.13). Ele fará uma imagem do
Anticristo, e comunicará espírito à esta imagem, de forma que ela irá falar.
Depois, decretará que todos, pequenos, grandes, ricos, pobres, servos,
livres, terão que adorar a imagem. Aquele se recusar a fazê-lo será
morto (Ap. 13.15).
Nesse tempo a humanidade estará dividida em dois grupos
“distintos": os servos de Deus e os adoradores da besta. os dois grupos
serão marcados ou assinalados. Os servos de Deus serão assinalados nas
suas testas (Ap. 7.3); por serem servos de Deus serão livres dos castigos
e flagelos que serão despejados dos céus em cima dos homens que não
têm em suas testas o sinal de Deus (Ap. 9.4). Contudo, eles serão vítimas
do Anticristo.
O outro grupo assinalado na mão direita ou na testa, cujo sinal
será o "nome da besta, ou o número do seu nome" (Ap. 13.16-17).
Somos desafiados a calcular o número da besta, e nos é dado um
esclarecimento: “Aqui está a sabedoria. Aquele que tem
entendimento calcule o número da besta, pois é número de
homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis" (Ap.
13.18).
Muitos têm procurado identificar quem será o Anticristo, baseados
no número 666. Neste sentido tem havido várias interpretações,
mostrando que esta forma de abordar o assunto é falha, uma vez que o
número se adapta a várias personagens da história. Contudo, algumas
coisas são certas, e não comportam discussão: Primeira: É número de
homem (ou de "um homem"). Isto significa que estará em franca oposição
à Deus. Confirma isto as palavras de Paulo quando diz que ele "se opõe,
e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de
sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo
ser Deus" (II Ts. 2-4)
Ainda neste sentido, ele é chamado o "o homem do pecado"(Il
Ts 2.3). Acresce ainda o fato de o número seis ser um número abaixo do
número que, em geral, representa a divindade, que é o número sete.
Assim, o número do Anticristo é um número abaixo do número da
perfeição, que simboliza o ser e o caráter de Deus.
Outro fato é que este número representa a perdição. o Anticristo
é chamado também "o filho da perdição" (II Ts: 2.3). Por isso, nós
lemos que o anjo saiu dizendo que "se alguém adorar a besta, e a sua
imagem e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o
tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado,
no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante
dos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe
para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite
os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o
sinal do seu nome" (Ap. 14.9-11 e 19.20). Provavelmente o Anticristo,
ao descobrir que possui um sinal ou marca diferente dos outros homens,
tentará fazer com que aquilo seja uma coisa simples e natural, e dará a
ordem para que o número seja gravado em todos. Com esta marca, ele
terá controle sobre a vida de cada pessoa, pois a sua finalidade principal
será para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver
o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome" (Ap. 13.17). No
entanto, todos os que aceitarem o seu sistema opressor de vida, estarão
fatalmente perdidos e condenados ao fogo eterno.
Aliás, os que se recusarem a receber o sinal da besta terão apenas
duas alternativas: a fuga ou a morte (Ap. 12.11). Além disso, terão que
passar por um teste de fogo: recusar-se a adorar uma imagem que estará
falando! Há muitas pessoas hoje que acreditam nos milagres que Satanás
opera por meio das imagens do Bom Jesus de Pirapora, de Congonhas,
em Minas Gerais, e de Aparecida. Moisés disse que o sacrifício feito aos
deuses, na realidade foram recebidos pelos demônios (Dt.32.17). Paulo
também afirmou que o ídolo não é nada no mundo, de sorte que quem
adora o ídolo, adora o demônio (I Co. 10.20). Infelizmente, mais de
cinquenta por cento dos brasileiros adoram o demônio pensando que
estão adorando a Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Quem passaria
no teste hoje se a imagem da Aparecida começasse a falar? Afirmo que
muitas igrejas evangélicas seriam afetadas. Quando se perguntasse pelos
crentes, a resposta seria: " foram a uma romaria em Aparecida"; porque
a imagem está falando. A advertência da Palavra de Deus para todos é
esta: "... e os outros homens que não foram mortos por estas pragas, não
se arrependeram das obras de suas mãos para não adorarem os
demônios, e os ídolos de ouro e de prata e de bronze e de pedra e de
madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar. E não se
arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem das
suas prostituições, nem das suas ladroices" (Ap. 9.20 e21).
Sem dúvida alguma, os dias do domínio do Anticristo é que serão
os tempos angustiosos, dos quais Jesus disse que se não fossem
abreviados, nenhuma carne se salvaria (Mc. 13.19-20). Os judeus serão
as vítimas principais porque se recusarão terminantemente a adorar a
imagem do Anticristo. Nesta ocasião, então, ele quebrará o concerto, e
começará a perseguição e o massacre dos crentes (Dn. 7.21-25; Ap.
13.7).
0 Anticristo será uma figura especial não somente porque terá
uma marca, mas também porque será diferente dos outros homens. O
anjo revelou que este grande rei e imperador "será diferente dos
primeiros..." (Dn. 7.24). Será um homem profundamente inteligente e
astucioso: "E pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na
sua mão, e no seu coração se engrandecerá, e por causa da tranquilidade,
destruirá a muitos..." (Dn. 8.25). Ele será um grande orador: "E este rei
fará conforme a sua vontade; e se levantará, e se engrandecerá sobre
todo deus, e contra o Deus dos deuses falará coisas maravilhosas, e será
próspero..." (Dn. 11.36; e 7.8 e Ap. 13.4). Será também um grande
político (Dn. 8.25), cuja força estará em grande parte no seu físico forte
e imponente (Dn. 7.20; 8.23), razão porque será também um grande
militar (Ap. 19.19), tendo poder sobre toda língua, tribo e nação (Ap.
13.7).
Com estas características será a encarnação do egoísmo satânico
(Dn. 11.36 e I Ts. 2.4), transformando-se numa maravilha do mundo (Ap.
13-3), culminando por tornar-se ele mesmo objeto de adoração (Ap.
13.4). Apesar de toda esta descrição, no seu coração, ele é somente "uma
besta" (Ap. 13.1).
Assim como Jesus tem muitos nomes na Bíblia, o Anticristo
também tem vários nomes que lhe foram aplicados, os quais revelam o
seu caráter e personalidade. Ele é chamado de "a besta que sobe do mar"
(Ap. 13.1); "o Anticristo" (I Jo.2.18); "o iníquo" (II Ts. 2.8); "o rei feroz
de cara" (Dn. 8.23); "o filho da perdição" (II Ts. 2.3); "o mistério da
iniquidade" (II Ts. 2.7); "a trindade maldita" (Ap. 16.13); "o pastor inútil"
(Zc. 11.17); "o destruidor" (Is. 16.4);"o rei da Babilônia" (Is. 16.4) "o
príncipe que há de vir)" (Dn. 9.26).
A palavra "anticristo" quer dizer "em Vez de" ou "pseudo-cristo",
ou ainda "contra cristo". Por isto, ele será um operador de milagres e
mentiras (II Ts. 2.9), e levantar-se-á contra tudo que se chama Deus ou
se adora (II Ts. 2.4). Será um negador da encarnação de Cristo (I Jo. 4.3
e II Jo. 7), negará o Pai e o Filho (I Jo. 2.22) e será perseguidor dos
crentes (Dn. 7.10-11), sendo que a sua vinda será o indício dos últimos
tempos (I Jo. 2.18).
Contudo, apesar de todo o Seu poder e grandeza, o Anticristo será
destruído de uma maneira impressionante. O seu fim será o resultado de
sua pretensão e arrogância, que nos é descrita da seguinte forma: "E vi a
besta, e os reis da terra, e os exércitos reunidos, para fazerem guerra
àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército" (Ap.
19.19). Aquele contra o qual a besta reuniu os seus exércitos para
guerrear é descrito no mesmo capítulo: "E vi o céu aberto, e eis um cavalo
branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro;
e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo;
e sobre a sua cabeça havia muitos diademas.
CONTRASTES:
CRISTO
É o Cordeiro (Ap. 5.12)
É o Filho de Deus (Jo 1.49)
É o Santo (At. 3.14)
É o Mistério (Cl. 2.2)
E a Trindade Bendita (Cl. 2.9)
É Aquele que era, que é e que há de vir (Ap.
1.8)
Veio em nome do Pai (Jo.5.43)
Subiu para o céu (Mc. 16.19)
ANTICRISTO
É a besta (Ap. 13.11)
É o filho da perdição (II Ts. 2.3)
É o iníquo (II Ts. 2.8)
É o mistério da iniquidade (II Ts. 2.7)
E a Trindade maligna (Ap. 16.13)
E a besta que era e não é... (Ap. 17.8)
Virá em seu próprio nome (Jo. 5.43)
Descerá para o lago de fogo (Ap. 19.20)
CAPITULO V
"A GRANDE TRIBULAÇÃO"
Logo após o arrebatamento da igreja e o seu encontro com o
Senhor nos ares, o mundo todo entrará em um terrível período, marcado
pelos mais diversos e terríveis problemas. Este período foi chamado por
Jesus de "A Grande Tribulação" (Mt. 7 .14).
Na Bíblia, a palavra "tribulação" tem o mesmo significado de
“aflição". Tanto é que a palavra do original grego é assim traduzida,
respectivamente, pelas duas edições da tradução de João Ferreira de
Almeida que temos no Brasil, a Revista e Atualizada e a Revista e
Corrigida. Ela é empregada nas Escrituras mais de cinquenta vezes, mas
Jesus a usou para referir-se a este tétrico acontecimento que envolverá
todo o universo, especificamente, ao dizer que será algo que nunca houve
no mundo nem igual haverá depois (Mt.24.21).
A grande tribulação é um assunto encontrado na Bíblia em mais
de vinte lugares, sendo em cada um com nomes diferentes como, por
exemplo, "Ira (ou cólera) de Deus" (Ap. 15.7), "Hora do seu juízo"
(Ap. 14.7), "Indignação do Senhor" (Is.34.2), "Dia de trevas e de
tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas" (Joel 2.2), "Dia do
Senhor (de trevas)" (Am. 5.2). O período da tribulação ocupa a maior
parte do livro de Apocalipse, e ela foi descrita pelo profeta Sofonias de
uma maneira vívida e horrorosa: "O grande dia do Senhor está perto,
está perto, e se apressa muito a voz do dia do Senhor;
amargamente clamará ali o homem poderoso. Aquele dia é um dia
de indignação, dia de angústia e ânsia, dia de alvoroço e de
desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas
trevas, dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortes e
contra as torres altas. E angustiarei os homens, e eles andarão
como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o Seu sangue se
derramará como pó, e a sua carne como esterco. Nem a Sua prata
nem o Seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor; mas
pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida; porque
certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição
total e apressada" (Sf. 1.14-18).
Para melhor compreensão do assunto, dividiremos o mesmo em
seis partes, o que facilitará a abordagem dos pontos básicos.
I. QUANDO VIRÁ A TRIBULAÇÃO?
Ninguém sabe nem pode responder quando ela virá, marcando
data ou hora exatamente, porque ninguém sabe o dia da vinda do Senhor
para levar Sua igreja, conforme nos advertiu Jesus: "Mas a respeito
daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o
Filho, mas unicamente meu Pai" (Mt.24.36). Em Atos 1 .7, quando
Jesus respondeu aos discípulos à pergunta que Lhe fizeram sobre o tempo
da restauração de Israel, o Mestre lembrou-lhes: "Não vos pertence
saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo Seu
próprio poder."
Porém, o mais importante nós sabemos: a tribulação virá ao
mundo somente depois do arrebatamento da Igreja, pois foi essa a
promessa que o Senhor fez aos verdadeiros crentes que guardarem a Sua
Palavra, quando dirigiu-se à Igreja de Filadélfia, dizendo: "... também
eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o
mundo, para tentar (ou provar) os que habitam na terra" (Ap.3.10).
O Apóstolo Paulo, após advertir os crentes sobre a necessidade de
vigilância para esperar o dia da vinda do Senhor, justificou a sua palavra
ao dizer que os crentes deveriam ser sóbrios e esperar a salvação
"porque Deus não nos destinou para a ira (do tempo da
tribulação), mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor
Jesus Cristo" (I Ts. 5.9; v.a. 1.10). Esta "ira" que Paulo fala é a que
Deus derramará durante a tribulação e que é o assunto de grande parte
no livro de Apocalipse.
O próprio Senhor Jesus, após falar da tribulação e advertir os
discípulos para que não fossem tomados pelas preocupações deste
mundo, lembrou-lhes que ela sobrevirá a todos os que vivem sobre a face
de toda a terra", mas advertiu-lhes também: "Vigiai, pois, a todo o tempo,
orando, para que possais escapar de todas estas cousas que tem de
suceder, e estar em pé na presença do Filho do homem"(Lc. 21.36).
Por isso, nós os crentes, temos o consolo de que, enquanto a
igreja estiver aqui na terra, não virá a tribulação. Isto é ilustrado pela
tipologia bíblica: o juízo do dilúvio só foi enviado à terra, depois que Noé
e sua família entraram na arca e Deus fechou a porta por fora (Gn. 7.16);
Deus não fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra enquanto
não tirou Ló e sua família para longe daquelas cidades (Gn. 19. l6).
Aqui devemos esclarecer um ponto importante: muitas pessoas,
ao verem e considerarem os difíceis tempos que estamos vivendo, são
tentadas a pensar que já estamos na tribulação. Porém, não é isto que a
Bíblia nos mostra. Quando Jesus descreveu as difíceis, angustiantes e
tensas condições do mundo que precederiam a Sua vinda, Ele foi enfático
em esclarecer: ...porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é
o fim"; e também: “porém tudo isto é o princípio das dores" (Mt. 24.6b e
8). As "dores" propriamente ditas, cujo princípio certamente é o que hora
estamos vivendo, é o período da grande tribulação e que é o objeto
também de inúmeras profecias (ver Oséias 13.13; Jr. 13.21-22; Is. 13.5-
22). Isaías disse aos homens naquele tempo: "E assenhorar-se-ão deles
dores e ais, e se angustiarão, como a parturiente; cada um se espantará
do seu próximo; os seus rostos serão rostos flamejantes" (13.8). Tal como
a mulher é socorrida pelo esposo que a ama, quando começa a ter dores,
assim também o Senhor Jesus socorrerá em breve a Sua noiva amada,
antes que as dores horríveis que virão a este mundo dele tomem conta
por completo, o que Ele fará tirando daqui a Sua Igreja, e levando-a para
a Sua glória. Destas tremendas calamidades que sobrevirão à terra
durante a tribulação, o texto de Sofonias 1.15 diz ser apenas o começo.
2. QUANTO TEMPO DURARÁ A TRIBULAÇÃO?
A Tribulação durará sete anos. Esse tempo será também o período
do reinado do Anticristo, sendo o profeta Daniel quem nos esclarece isto:
"E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da
semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares..." (Dn.9.27).
A semana ali mencionada não é de dias, e sim de anos. Achamos
o esclarecimento dessa verdade em Levítico 25.8. onde o Espírito Santo
usa a mesma linguagem, ao falar de "semana de anos": "Também
contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os
dias das sete semanas de anos serão de quarenta e nove anos".
A profecia de Daniel nos mostra que o Anticristo fará um concerto
com "muitos" que são os judeus por uma semana, que são sete anos, ou
seja, o tempo da tribulação. Sabemos que este "príncipe que há de vir"
(Dn. 9.26), também chamado "a abominação" (Dn. 12.11), é o Anticristo
que reinará durante a tribulação, porque foi o próprio Senhor Jesus quem
nos esclareceu isto, ao dizer: "Quando pois, virdes que a abominação da
desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo, quem lê,
atenda..." (Mt. 24.15).
A mesma profecia lembra-nos que "na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a ofertas de manjares". O significado disto é que, após
três anos e meio de reinado, o Anticristo quebrará o concerto com os
judeus "mostrando as unhas". Na primeira metade da tribulação, que
corresponde a três anos e meio, ou "quarenta e dois meses" (Ap. I1.2),
ou "mil duzentos e sessenta dias" (Ap. 11.3), o seu governo será
aparentemente bom, de forma que todos lhe depositarão confiança, sendo
a época em que o mundo dirá: "Paz e Segurança" (I Ts. 5.3). Porém, é aí
que o falso profeta fará uma
imagem do Anticristo, fazendo com que esta imagem fale, e
obrigando a todos que a adorem. Paulo acrescentou que o Anticristo irá
assentar no templo de Deus, querendo ser Deus (ll Ts. 2.4). Quando isso
acontecer, como os judeus não concordarão, e não se dobrarão diante da
imagem, ele iniciará uma cruel perseguição, a eles e à religião judaica,
conforme nos mostra Daniel 7 .25: "E proferirá palavras contra o
Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os
tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e
tempos, e metade de um tempo". Esta perseguição será muito pior do
que a que se desencadeou sobre os judeus por Etíoco Epifanes, e da que
Nero fez aos cristãos, cuja duração foi também de três anos e meio.
A atuação do Anticristo, através da opressão que ele trará ao
mundo, será o primeiro agente de Deus na tribulação. O segundo agente
virá e será do próprio Deus, como está registrado nos capítulos seis e
dezesseis do Apocalipse. Serão as calamidades e catástrofes que serão
derramadas por Deus no mundo, e que o atingirão por inteiro, tendo como
palco a Palestina (Ap.3.10 e 11.2). Todavia, estas calamidades não
atingirão os crentes que estiverem assinalados nas suas frontes, como
servos de Deus (Ap. 7.3).
Do meio para o fim da tribulação, isto é, nos três anos e meio
restantes, os castigos e calamidades que Deus derramará sobre a terra,
destruirão a terça parte do planeta, e abrangerão o mundo todo, de forma
que as próprias leis e forças que controlam o globo serão abaladas (Ag.
2.6; Mt. 24.29; Ap.8.12).
3. QUEM SERÁ ATINGIDO PELA TRIBULAÇÃO?
Em princípio, devemos dizer que a tribulação atingirá a todos
quantos "não lavaram as suas vestiduras" e nem "as alvejaram no sangue
do Cordeiro", ou seja, a todos que não pertencem à Igreja de Jesus, à
noiva do Cordeiro, e que não forem arrebatados na vinda do Senhor, desta
forma, ficando aqui para sofrerem o juízo da tribulação por não terem
crido no Senhor da Glória. Depois do arrebatamento não ficará nenhum
crente no mundo, pois que todos eles terão sido levados para estarem
"para sempre com o Senhor". Assim, a tribulação atingirá a todos que
atualmente e na época da vinda do Senhor, não forem crentes, e aqui
serão deixados por Deus.
Contudo, nos primeiros três anos e meio, a tribulação será mais
branda que na segunda metade, pois será o período da ascensão do
Anticristo, e o mundo ainda gozará de certa liberdade, o que facilitará a
conversão de milhares de pessoas. Essas pessoas serão convertidas pela
vasta literatura evangélica que ficará na terra, pelo testemunho que
receberam das "coisas que em breve devem acontecer" que os crentes
hoje estão dando no mundo todo, e também pela semente da palavra de
Deus em seus corações, que agora estão recebendo, mas que, embora
não estejam sendo trazidos ao Evangelho pelo amor, na época da
tribulação o serão pela dor. Além disso, a Bíblia nos diz que na tribulação
haverá pregação do Evangelho, mas que, nessa ocasião, será feita por um
anjo: "E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno,
para o proclamar para os que habitam sobre a terra e a toda nação, e
tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: "Temei a Deus, e dai-lhe
glória: porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai Aquele que fez o céu
e a terra, e o mar, e as fontes das águas" (Ap. 14.6-7).
É natural crermos que esta pregação surta efeito, de forma que
muitos realmente venham a converter-se, o que de fato acontecerá, pois
vemos o Senhor explicando a origem de uma grande multidão "que
ninguém podia enumerar" e que "se vestem de vestiduras brancas",
dizendo: "São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram as suas
vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro" (Ap. 7.13-14). Mais à
frente João nos diz ter visto "as almas dos decapitados por causa do
testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos
quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não
receberam a marca na fronte e na mão..." (Ap. 20.4). Por isso, fica
evidente que durante a tribulação haverá conversões.
Somos informados pela Bíblia que todos os que se converterem
receberão o sinal, o selo do Deus vivo: "Não danifiqueis a terra, nem o
mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os
servos do nosso Deus" (Ap. 7.3). Esta advertência é dada por um anjo
aos outros anjos que serão os emissários dos juízos de Deus durante a
tribulação. Embora este texto refira-se aos cento e quarenta e quatro mil
judeus, é certo que os convertidos também receberão o sinal, pois
automaticamente se tornarão também "servos de Deus". Assim, estes
crentes, por terem sido assinalados por Deus, não serão atingidos pelos
juízos que Ele enviará ao mundo (V. também Ap. 9.4).
O mundo, porém, como já vimos, sofrerá a tribulação de duas
fontes: a quem vem de Deus, e a que vem do Anticristo. Os crentes,
convertidos naquela época, ficarão livres das catástrofes e calamidades
que vierem diretamente de Deus, mas não ficarão livres da perseguição e
opressão do Anticristo, pois está escrito que o Anticristo fará "que a todos,
pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um
sinal na sua mão direita, ou nas suas testas; para que ninguém possa
comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta,
ou o número do seu nome" (Ap. 13.16- l7). Assim, cada pessoa terá que
decidir entre os dois sinais: o selo do Deus vivo, ou a marca da besta. Se
receber o primeiro terá a proteção de Deus quanto às calamidades, mas
cairá nas mãos do Anticristo; se receber a outra, embora receba os
favores e a liberdade do Anticristo, estará automaticamente sob o juízo
de Deus, pois foi dito: "... Se alguém adorar a besta, e a Sua imagem, e
receber o sinal na Sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do
vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira;
e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante
do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe para todo o Sempre; e não
tem repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua
imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome" (Ap. 1a.9- I 1).
O período da tribulação é chamado pelo profeta Jeremias de "a
angústia de Jacó" (Jr. 30.7). Isto porque com ele Deus tem um propósito
específico para com Israel. Contudo, os castigos e calamidades que
despejará sobre este mundo destruirão dois terços dos habitantes do
planeta: "E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes
dela serão extirpadas, e expirarão, mas a terceira parte restará nela" (Zc.
13.8). Por isso, certamente esse é o período em que os homens serão
"mais escassos que o ouro puro, e mais raro que o ouro fino de Ofir" (Is.
13. l2).
Notemos que existe uma distinção entre o extermínio dos gentios
e o extermínio dos judeus. Esta passagem de Zacarias fala
especificamente dos gentios. Porém, há textos que se referem mais
propriamente aos judeus, como, por exemplo, Isaías 10.22-23: "Porque
ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um resto
dele se converterá; uma destruição está determinada, transbordando de
justiça. Porque determinada já a destruição, o Senhor Jeová dos Exércitos
a executará no meio de toda esta terra."
4. PORQUE VEM ATRIBULAÇÃO A ESTE MUNDO?
A tribulação vem a este mundo por causa do PECADO. E isto que
nos explica o profeta Sofonias:
"E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque
pecaram contra o Senhor; e o Seu Sangue se derramará como pó, e a
Sua carne como esterco." (Sf. 1.17).
O principal pecado que motivará o juízo de Deus na tribulação é
o pecado da IDOLATRIA. Para darmos a definição mais simples de
idolatria, podemos dizer simplesmente que ela é "adoração de ídolos". O
catecismo da Igreja Católica diz que idolatria é adorar a criatura antes do
Criador. Entretanto, este pecado tem um sentido bem mais amplo: é o
prestar culto ou adoração a tudo que não seja o próprio Deus, Senhor
soberano e supremo criador e conservador do mundo e de tudo o que nele
existe. E o pecado que Deus mais odeia e condena, pois tira o lugar que
Lhe pertence no coração do homem. Foi por causa deste pecado que
desapareceram grandes reinos como o da Babilônia, dos Medo-persas, da
Grécia, da Roma antiga, e de muitos outros. Por causa do pecado da
idolatria o povo judeu foi escravizado e subjugado diversas vezes pelas
nações inimigas, chegando mesmo a ser expulso de seu país; por causa
deste pecado foi levado cativo para a Babilônia, pelo rei Nabucodonosor,
e lá ficou como escravo por um período de setenta anos.
Foi o próprio Senhor Jesus que citou as Escrituras a Satanás,
quando na tentação do deserto, dizendo: "Só ao Senhor adorarás, e só a
Ele prestarás culto." (Mt. 4.10). E o Apóstolo Paulo deixou bem claro e
definido o que é o pecado da idolatria, e a sua consequência na carta aos
Romanos, ao falar sobre a ira de Deus que é suscitada com este pecado,
o que dispensa qualquer comentário:
"Deus, entretanto, mostra do céu a Sua ira contra todos os
homens pecadores, maldosos, que repelem a verdade. Pois a verdade
sobre Deus faz-se conhecida a eles instintivamente; Deus pôs esse
conhecimento em seus corações. Desde os primeiros tempos os homens
viram a terra, o céu e tudo quanto Deus fez, tendo conhecido Sua
existência e Seu grande e eterno poder. Assim, eles não terão desculpa
alguma (quando estiverem diante de Deus no dia do Juízo). Sim, eles bem
sabiam de Deus, mas não admitiriam, nem O adorariam, nem mesmo
agradeceriam a Ele todo o Seu cuidado diário. E, depois, começaram a
fazer ideias tolas de como Deus seria e o que Ele queria que eles fizessem.
O resultado é que suas mentes insensatas ficaram confusas e em trevas.
Dizendo-se sábios sem Deus, tornaram-se em vez disso completamente
tolos. E então, em vez de adorarem ao Deus glorioso, vivente, tomaram
madeira e pedra e fizeram ídolos para si, esculpindo-os para que
parecessem simples aves, animais, serpentes e homens mortais. E assim
Deus deixou que continuassem com toda a espécie de pecados sexuais e
que fizessem tudo quanto desejassem: coisas vis e pecaminosas com os
próprios corpos uns dos outros.
Em vez de crerem naquilo que eles próprios sabiam ser a verdade
sobre Deus, escolheram de vontade própria crer em mentiras. E assim
fizeram suas orações às coisas que Deus fez, mas não obedecendo ao
Deus bendito que criou essas mesmas coisas. Esta é a razão pela qual
Deus os abandonou, deixando-os cometer todas essas ações
pecaminosas, a tal ponto que até suas mulheres se voltaram contra o
plano natural que Deus tinha para elas e cederam aos pecados sexuais
entre elas mesmas. E os homens, em vez de terem relações sexuais
normais cada qual com sua mulher, arderam em paixão uns pelos outros,
homens praticando coisas vergonhosas com outros homens e, como
resultado disso, receberam a paga em suas próprias almas com o castigo
que bem merecem.
Assim, quando eles abandonaram a Deus e nem mesmo O
reconheceram, Deus os deixou fazer tudo quanto suas mentes malignas
poderiam imaginar. Suas vidas ficaram cheias de toda espécie de maldade
e pecado, ganância e ódio, inveja, assassínio, brigas, mentira, amargura
e mexericos. Tornaram-Se caluniadores, cheios de ódio contra Deus,
insolentes, fanfarrões orgulhosos, pensando sempre em novas maneiras
de pecar, e sendo continuamente desobedientes a seus pais. Procuravam
compreender o mal, quebravam suas promessas e tornaram-se criaturas
sem coração, sem nenhuma compaixão. Eram perfeitamente sabedores
da pena de morte divina por todos esses crimes; contudo, continuaram
assim mesmo e os praticaram de todas as maneiras, encorajando outros
também para que agissem do mesmo modo" (Rm. 1.18-32, do Novo
Testamento Vivo).
Ora, o mundo tem sido marcado pelo pecado da idolatria. Os
ídolos que os homens tem adorado tem aparecido nas mais diversas e
variadas formas, sendo as coisas que eles têm feito pela sua própria
sabedoria, os seus próprios recursos materiais, culturais e intelectuais, as
suas organizações, as ciências, ou o próprio homem. Nesse sentido, não
há propriamente aquele que é chamado de "ateu", porque todos os
homens, se não adoram a Deus, adoram alguma coisa, na qual depositam
sua fé e confiança, que, por isso, torna-se o seu deus, e cria sobre eles a
ira de Deus. Os dias que estamos vivendo caracterizam-se certamente
por um estender-se da misericórdia do Senhor, mas fatalmente chegará
o tempo em que Ele não tolerará mais o pecado do homem, e derramará
o juízo, que, no dizer de Tiago, será "sem misericórdia" (Tg. 2.13).
Finalizando, o ódio de Deus para com os idolatras fica-nos claro
quando Ele disse que "quanto aos idólatras... a sua parte será no lago que
arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte" (Ap.21.8). E o
Apocalipse nos mostra claramente como esta é a razão da tribulação, ou
da "cólera de Deus", pois está escrito que... "se alguém adorar a besta e
a Sua imagem... também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se
deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo
e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu
tormento sobe para todo o sempre..." (Ap. 14.9-11).
5. PARA QUE VEM A TRIBULAÇÃO NESTE MUNDO?
A tribulação vem ao mundo para mostrar que Deus é Deus.
São muitas as passagens na Bíblia nas quais Deus procura
mostrar quem Ele é. Na realidade, desde a criação Deus tem falado aquilo
que ficou registrado no Salmo quarenta e seis, verso dez: "Aquietai-vos e
sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações, serei exaltado
sobre a terra". Contudo, o homem não conhece a Deus, e não se interessa
por Ele. E Deus lamenta-se disso, exatamente como lamentou de Israel:
"O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono;
mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende" (Is. 1.3).
Mas Ele continuará até o fim a dizer e advertir: "Eu sou o Senhor; este é
o meu nome; a minha glória pois a outro não darei, nem o louvor às
imagens de escultura" (Is. 42.8).
A presente época que estamos vivendo é chamada a "era da
graça". Os homens pronunciam as maiores blasfêmias contra Deus, dizem
que Ele não existe, que morreu etc. Contudo, a Bíblia diz que "o Senhor
se rirá dele, pois vê que vem chegando o seu dia" (Sl. 37.13).
O Senhor nesta era tem se mostrado paciente, tolerante,
longânimo, e a Sua graça e misericórdia não têm limite ou fim. Na
tribulação, porém, Deus irá mostrar Seu poder, Sua autoridade, Sua
soberania e Sua glória, como mostrou a Faraó e aos egípcios quando
enviou Moisés e Arão para libertar o Seu povo. Muitos, em referência a
isso, afirmam que Deus endureceu o coração de Faraó para castigá-lo.
Mas não foi isso o que aconteceu; porque quando o Senhor mandou
Moisés ir ao Egito libertar o povo, disse a ele: "Eu sei, porém, que o rei
do Egito não vos deixará ir, nem ainda por uma mão forte" (Ex. 3.19).
Quando Moisés falou com Faraó, este respondeu: "Quem é o Senhor, cuja
voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem
tampouco deixarei ir Israel" (Ex. 5.2). Ele não conhecia mesmo e isto
3orque nunca se interessou em conhecê-Lo. E nem os castigos e os
prodígios operados por intermédio de Moisés fizeram com que ele viesse
a conhecê-Lo, até o dia em que foi submergido no mar com o seu exército
(Ex. 14.30). Na verdade, Deus endureceu seu coração pois ele já estava
endurecido, pois “o sol que derrete a cera endurece também o barro".
Existem milhares de religiões no mundo, sendo que a maioria
delas adora deuses e existem milhões deles inventados ou fabricados
pelos homens. A tribulação virá à terra para mostrar que Deus verdadeiro
existe um só, que é o que despejará as calamidades de cima para baixo
sobre os homens e não tiverem o sinal do Deus vivo, e que é verdadeiro,
e que fez todas as coisas.
Para isso o Senhor usará diversos meios. Assim como Deus, ao
mesmo tempo que despejava castigos e pragas para o Egito, enviou
também os seus servos Moisés e Arão para transmitirem a Faraó o recado
de Sua parte sendo que Arão foi constituído como profeta de Moisés
(Ex.7.1) na tribulação, enquanto o mundo estará sofrendo com os juízos
de Deus, o Senhor levantará dois profetas especiais que estarão
testemunhando e profetizando em Seu Nome. Seu ministério será de mil
duzentos e sessenta dias, ou três anos e meio, exatamente a metade da
tribulação:
"E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por
mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. Estas são as duas oliveiras
e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra" (Ap. 11.3-4; cf. Zc
.4.3, 11, I 4).
Deus nunca enviou juízo algum sobre nenhuma parte do mundo
ou sobre pessoa alguma sem antes avisar, de alguma forma, que assim
faria. Por isso, é natural crermos que o ministério dessas duas
testemunhas será o de avisar e alertar o mundo todo sobre a razão e os
propósitos de Deus ao enviar os Seus juízos. Para isto terão a mesma
autoridade que Moisés e Arão tinham no Egito, pois lemos que elas "...tem
poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e
têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a
terra com toda sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem." (Ap.
11.6). Além disso, serão duas figuras invulneráveis, e com poder
sobrenatural de defender-se e atacarem os inimigos: "E, se alguém lhes
quiser fazer mal, fogo sairá da tua boca, e devorará os seus inimigos; e,
se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto." (Ap.
11.5). Todavia, após terem concluído o testemunho que devem dar "a
besta que surge do abismo pelejará contra elas e as vencerá e matará."
(Ap. 11 .7)
O ministério dessas testemunhas será exercido em Jerusalém.
Seus cadáveres ficarão expostos na praça da cidade, e o mundo todo
acompanhará os acontecimentos, certamente através da televisão e
outros meios modernos de comunicação. Por isso, quando morrerem,
pensando o mundo que acabará o fatídico ministério profético que elas
exerceram, haverá muita festa em toda a terra (Ap. 11.10) . Mas, após
três dias e meio de exposição pública, seus cadáveres, diante dos olhares
horrorizados de todos os habitantes do planeta, que os verão pelos
aparelhos de televisão, serão ressuscitados pelo poder de Deus e subirão
para os céus.
Muitos têm se ocupado em tentar esclarecer quem serão estas
duas testemunhas. Não é nosso objetivo determo-nos nessa discussão,
porque ela não nos levaria a uma conclusão que trouxesse paz. Uma coisa
é certa: não será a reencarnação de nenhum profeta que já viveu sobre
a terra, pois isto Deus nunca fez nem fará em hipótese alguma. Mas,
certamente, terão nelas o mesmo Espírito que habitou os profetas, o
Espírito de Deus, que também as levantará para testemunhar naqueles
dias.
Por isso, basta-nos lembrar que serão testemunhas, que serão
maltratadas, mortas; o mundo todo se ocupará deste assunto, e o Senhor
as ressuscitará. Porém, o certo é que o mundo verá coisas piores, porque
recusou Aquele que ressuscitou primeiro; por isso, tem a sua sentença, e
já está condenado.
Os homens estão cheios de sabedoria e arrogância. A ciência e a
tecnologia desenvolveram-se ao ponto de levarem o homem à Lua.
Entretanto, não conhecem ou não querem conhecer o Deus, que é o
Criador e preservador da vida dos próprios homens. Porém, a nós que
cremos nas Escrituras, a advertência da palavra de Deus continua a ser
aquela que nos foi dada através de Paulo: "Sendo nós, pois geração de
Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro,
ou à prata, ou à pedra esculpida por artifícios e imaginação dos homens."
(At. 17.29). Pelo contrário, lembremos as palavras de Jesus à mulher
samaritana: "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram, o adorem
em espírito e em verdade" (Jo. 4.24)
6. QUAL A FINALIDADE DA TRIBULAÇÃO?
A finalidade da tribulação é a salvação dos homens. Cada ato de
Deus realizado na história visa a redenção dos pecadores. Porém, é
verdade que, muitas vezes, os resultados não são os que Deus esperava,
e cabe a palavra que Ele deixou através do profeta Ageu: "Feri-vos com
queimadura, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas
mãos; e não houve entre vós quem voltasse para Mim, diz o Senhor."
(Ag.2.17).
Na tribulação, porém, haverá muitíssimas conversões.
Atualmente, na era da graça, a salvação chega a uma pessoa pela
pregação do Evangelho: "De sorte que a fé é pelo ouvir e o ouvir pela
palavra de Deus" (Rm. 10.17). O pregador do Evangelho é um
instrumento nas mãos de Deus para transmitir a mensagem ao coração
daquele que ouve de bom grado (Mt. 13.15-23), e o Espírito Santo é que
realiza a obra de dissipar as trevas da incredulidade e ignorância
espiritual, operando no coração da pessoa a conversão e a santificação.
Na tribulação, porém, esta obra será efetuada pelos castigos, pois o
Espírito Santo não estará mais no mundo, uma vez que terá ido com a
Igreja no arrebatamento. Cada castigo, cada calamidade, cada desgraça
que se abater sobre os homens, além de ser para mostrar o poder
vingador de Deus, terá também a finalidade de fazer com que as pessoas
se voltem para o Senhor "porque grandioso é em perdoar" (Is. 55.7), e
cada um poderá lembrar a Deus as palavras de Habacuque: "... na ira
lembra-te da misericórdia" (Hc. 3.2), uma vez que estas, conforme
afirmou Jeremias: "não têm fim" (Lm. 3.22).
O povo entenderá que os castigos da tribulação terão origem em
Deus, e visarão o arrependimento dos homens porque, como já vimos, o
evangelho continuará a ser pregado. E esta pregação, como também já
vimos, será feita por aquilo que João descreveu como "um anjo" que
estava a "voar pelo meio do céu" (Ap. 14.6). Acrescido à palavra do anjo,
haverá o ministério dos "cento e quarenta e quatro mil" judeus
convertidos que pregarão o Evangelho durante este período, e que para
isso terão uma proteção especial de Deus (Ap.7 .2 e 3). Como resultado
da pregação destes servos, aparece a multidão que "vem da grande
tribulação" (Ap. 7.14).
Há outras evidências neste sentido: "... e os demais ficaram muito
atemorizados, e deram glória ao Deus do céu" (Ap. 11.13). Este texto
mostra claramente como houve arrependimento e conversão, porque
ninguém pode dar glória a Deus se não for crente. Contudo, nem todos
serão salvos, arrependendo-se dos seus pecados, porque lemos que "os
outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se
arrependeram das obras das suas mãos para não adorarem demônios e
os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que
nem podem ver, nem ouvir, nem andar. E não se arrependeram dos seus
homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das
suas ladroíces" (Ap.9.20-21).
A realidade é que haverá mais incredulidade e rebelião dos
homens contra Deus do que arrependimento: "... e os homens
blasfemaram contra Deus... porque a sua praga era mui grande" (Ap.
16.21b); "E os homens blasfemaram o nome de Deus, que tem poder
sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória" (Ap.
16.9).
Muitas pessoas que hoje estão endurecidas e indiferentes para
com as coisas de Deus, quando estiverem sofrendo os castigos da
tribulação, não vacilarão em voltar-se para o Senhor, e Deus,
evidentemente as receberá e perdoará, pois ama o pecador, e n'Ele "há
misericórdia, e abundante redenção" (S1. I30.7).
Lembremos que sempre foi esse o critério do Senhor, e que Deus
não muda. Nós não encontramos em toda a Bíblia, do Gênesis ao
Apocalipse, um único caso de pessoa que se arrependeu e Deus não a
tenha perdoado. Deus não destruiu a grande cidade de Nínive porque os
ninivitas se arrependeram com a pregação do profeta Jonas, não obstante
ter determinado para ela a "subversão" (Jn.3.5-9). Também o rei
Manassés foi perdoado ao arrepender-se, embora não exista em toda a
Bíblia um homem que tenha praticado tantas atrocidades, tantas
maldades, tantas perversidades, abominações e pecados como ele. No
entanto, as Escrituras nos relatam que no fim de sua vida ele arrependeu-
se e Deus o perdoou. (II Cr. 3.1-13).
Portanto, mesmo na tribulação, quando Deus irá fazer juízo contra
todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as Suas obras de
impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras
que ímpios pecadores disseram contra Ele" (Jd. 15), Ele não deixará de
ser Pai amoroso e misericordioso, que estará de braços abertos para
receber aqueles que sinceramente arrependerem-se dos seus pecados e
voltarem-se para Ele, uma vez que, na verdade, esta será a principal
finalidade da tribulação.
A propósito, precisamos dizer alguma coisa referente
especialmente à salvação dos judeus. Nesse sentido, a primeira coisa a
ser lembrada é o significado da palavra “Judeu".
Etimologicamente, a palavra vem de "Judá", o quarto filho de Jacó
que ficou com os direitos de primogenitura, que pertencia a Rubem, o
primeiro filho. Os direitos foram transferidos a Judá por causa do pecado
de Rubem ao profanar a cama de seu pai. (Gn. 49.4).
As descendências dos doze filhos de Jacó, tornaram-se as doze
tribos de Israel, que foi a base social da organização política da nação de
Israel. "Israel" foi o nome dado por Deus a Jacó quando ele lutou com o
anjo do Senhor, e significa "aquele que luta com Deus" (Gn. 32.28)-
Após o reinado de Salomão, ficou a nação dividida nos dois reinos,
que vieram a chamar-se o "Reino de Judá", formado pelas tribos de Judá
e Benjamin e “Reino de Israel” pelas dez tribos restantes. Depois do
cativeiro e da dispersão de ambos os reinos, a palavra 'Judeu" passou a
referir-se a toda a nação de Israel, que é o povo escolhido de Deus, por
causa da promessa feita a Abraão.
Constantemente somos defrontados com a pergunta: se o povo
judeu é o povo escolhido de Deus, porque é o povo que mais sofre
perseguição no mundo? Porque passará pela Tribulação sofrendo na mão
de Deus? A resposta está em Hebreus 12.6: "Porque o Senhor corrige o
que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho".
O Apóstolo Paulo nos lembra que Deus nunca rejeitou ao povo
judeu (Rm. 9.1). Lembrou o apostolo ainda que deles "é a adoção de
filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as
promessas"(Rm.9.4). Isto nos leva a uma outra indagação: se os judeus
estavam com a verdade, se a religião deles era a verdadeira; e se Jesus
pregou a verdade também, porque eles, os judeus, não creram nem O
aceitaram como o Messias prometido, antes O perseguiram, e também
aos Seus apóstolos? A resposta é que os que não creram em Cristo, nem
O aceitaram foram os judeus ritualistas, fanáticos e ignorantes, uma vez
que a igreja primitiva foi formada praticamente só de judeus. O Apóstolo
Paulo, que foi ferrenho perseguidor do cristianismo, afirmou que o fez
"ignorantemente, na incredulidade" (I Tm. 1.13).
A diferença entre a religião dos judeus e o cristianismo é a mesma
que existe entre a lei e a graça. Jesus não aboliu a lei moral, e sim a lei
cerimonial. Quanto àquela, Jesus disse que "até que o céu e a terra
passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja
cumprido" (Mt. 5.18; comp. c/ Lc. 16.17). Todavia, a lei cerimonial foi
abolida, razão pela qual o cristianismo não tem o sacerdócio levítico, nem
os sacrifícios, nem a circuncisão, nem a páscoa, que foi substituída pela
Santa Ceia. Os judeus, porém, continuaram observando muito do
ritualismo da velha dispensação.
Acontece que, pela prática da lei, ninguém poderá ser salvo, uma
vez que ninguém conseguiu nem conseguirá observá-la integralmente, a
não ser o próprio Senhor Jesus. Isto explica o que Paulo quis dizer quando
afirmou que "a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que
pela fé fôssemos justificados" (Gl. 3.24),ou seja, porque ninguém
consegue cumprir a lei, esta, ao mostrar ao homem que ele é pecador
porque quebra os seus princípios, não lhe deixa outra alternativa senão ir
a Cristo e receber a salvação pela fé no sacrifício da cruz do Calvário.
Posto isto, fica claro que os judeus se salvarão se crerem em
Jesus, como muitos tem feito. (At. 4.12 e 6.7).
É emocionante descobrirmos o plano de Deus para o povo judeu.
Os que não tiverem aceitado a Jesus como o Messias prometido, como
seu salvador pessoal, entrarão na tribulação, o que acontecerá com
praticamente toda a nação de Israel. Na tribulação, os judeus farão um
concerto com o Anticristo (Dn.9.27). Quando o Anticristo quebrar o
concerto com os judeus, a perseguição que desencadeará sobre eles será
tão imensa que, conforme Zacarias 13.8, dois terços deles serão
extinguidos. Naquela ocasião é que se cumprirá a palavra de Jesus "E, se
aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por
causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias."(Mt.24.22). Notemos
que aqueles dias serão abreviados por causa dos "escolhidos". Ora, os
escolhidos são os judeus (Sl. 105.6). Assim, podemos crer que os sete
anos inicialmente programados para a tribulação serão, de alguma forma
abreviados, e Jesus voltará mais cedo para destruir o Anticristo e o Falso
Profeta, salvando os judeus das suas garras.
Nesta ocasião acontecerão três coisas:
1. A primeira será a salvação de toda a nação de Israel, de uma
só vez, pois terão cumprimento algumas profecias, como a de Isaías 66.7-
14: "Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as
dores deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas
semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria
uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus
filhos.
2. Haverá um pentecoste para os judeus, em cumprimento à
profecia de Joel 2.28-32, uma vez que essa profecia teve um cumprimento
apenas parcial em Jerusalém, com os apóstolos e discípulos da Igreja
Primitiva. Uma série de coisas apresentadas nesta profecia não aconteceu
no pentecoste dos apóstolos, e certamente acontecerá com os judeus,
como os prodígios no céu, e na terra fogo e sangue, e colunas de fumo, a
conversão do sol em trevas, e a lua em sangue, etc.
3. A vinda de todos os judeus para a Palestina, vindos de todas
as regiões da terra. Várias profecias mostram como os judeus nunca, mas
nunca mesmo, virão todos para a Palestina a não ser nessa ocasião, que
é também a da vinda de Jesus à terra (veja-se: Zc. 14.4-5; Ez. 28.25-26;
37.21 ; 20.41 -42; Is. 11.12 e 27.13).
Assim, terminada a tribulação, e ocorrido o Armagedom, iniciar-
se-á o Milênio, quando Deus concederá incontáveis bênçãos aos judeus,
agora salvos, que reinarão com Ele neste período de mil anos, pois a sede
do reino será Jerusalém, juntamente com os glorificados.
Amigo, Jesus oferece hoje salvação, e consequente livramento da
grande tribulação. Esta salvação é oferecida através do Espírito Santo e
da noiva de Cristo (a lgreja) que estão a dizer: "Vem" (Ap.22.17). O
Senhor nos manda anunciar a todos dizendo que "Aquele que tem sede,
venha, e quem quiser receba de graça a água da vida".
E, já sabemos o que é estar com Cristo no coração quando Ele
vier para o arrebatamento da Igreja, nós perguntamos como o autor da
carta aos Hebreus: "Como escaparemos nós se negligenciarmos tão
grande salvação?"(Hb. 2.32).
CAPÍTULO VI
ARMÁGEDOM
A Bíblia mostra como ainda haverá no mundo duas grandes
guerras. Uma é a de Jesus com o Anticristo, e a outra é a do próprio
Satanás contra Deus. A primeira delas, que é a penúltima de todas, é
chamada "A Batalha do Armagedom".
Sabemos que desde que existe este velho mundo, têm havido
guerras. O relato de algumas delas já é encontrado no primeiro livro da
Bíblia. Podemos dizer que a primeira delas foi aquela entre os dois
primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, quando aquele assassinou
este por ódio e vingança. O estudo desta guerra nos revela a razão e
causa de todas as outras guerras, pois estes fatores ódio e vingança que
são subprodutos do egoísmo e da cobiça, que por sua vez são causados
pelo orgulho do coração humano, e estão presentes em todas as demais
guerras (Tg. 4.1 e2).
Assim, no início da história humana, conforme narrada por
Gênesis, vamos encontrar o relato de muitas outras guerras, como aquela
dos quatro reis contra cinco, na qual os cinco reis (entre os quais se
encontravam os reis de Sodoma e Gomorra, onde Ló, sobrinho de Abraão,
morava) foram derrotados, embora Abraão, depois, venceu os quatro reis
e libertou o seu sobrinho. Na verdade, tanto na Bíblia quanto na história,
há o registro de muitas outras guerras que desde o início vêm ocorrendo,
sendo que o número delas é calculado já em mais de catorze mil. Ao
presente estudo interessará apenas aquela que é prevista na Bíblia como
a penúltima grande guerra que o mundo ainda verá, o que fazemos
baseados em amplos textos da Palavra de Deus, lembrando as palavras
do Mestre: "... até que o céu e a terra passem, nem um jota nem um til
se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido" (Mt. 5.18).
Na história do mundo e na história bíblica encontramos a
descrição de guerras verdadeiramente monstruosas, as quais são quase
impossíveis de serem relatadas detalhadamente. Contudo, tais guerras,
comparadas com a que nos ocuparemos no presente estudo, podem ser
consideradas como simples "brigas de gatos". Isto porque nelas estarão
envolvidos reis de todo o mundo, que serão congregados "para a batalha,
naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso" (Ap. 16.14). Ela deverá
superar todas as outras por três aspectos que demonstram a sua
grandeza e envolvimento': o lugar onde será efetuada; o número de
soldados combatentes; e os dois generais que se defrontarão na mesma.
1. O LOCAL DA GUERRA
O local onde essa guerra deverá ser travada chama-se
"ARMAGEDOM": "E os congregarão no lugar que em hebreu se chama
Armagedom" (Ap. 16.16).
A palavra "Armagedom" é uma transliteração do hebraico
(harmegiddo), que significa à "colina ou montanha de Megido", e também
"lugar das multidões" ou "destruição final".
Na verdade, este é um dos lugares do mundo onde mais sangue
já foi derramado, pois e1e foi o palco das maiores batalhas de Israel. Ali,
Baraque e Sísera lutaram, sendo este derrotado por Baraque, que foi
ajudado por Débora. Ali foram derrotados os cananeus liderados por
Jabim. (Jz. 4.2) Ali Gideão combateu os midianitas com seus trezentos
escolhidos, e Saul, lutando contra os filisteus, no mesmo lugar encontrou
a morte. Em Megido morreu também Acasias pelas flechas de Jéu, e até
o bom rei Josias ali morreu nas mãos do Faraó Neco [I Rs. 23.30), ficando
Jeremias naquele lugar lamentando a morte do rei.
Nos tempos pós-bíblicos, continuou aquele lugar como um
presságio da batalha do grande dia do Todo-Poderoso, sendo palco de
grandes combates militares. Entre os generais que tiveram vitória nesse
lugar podemos citar Saladino e Allemby, e, antes deles, Napoleão, que
afirmou, profeticamente, poder fazer daquele lugar um campo de batalha
para todos os exércitos do mundo.
2. O NUMERO DOS COMBATENTES
O número dos combatentes que estará envolvido nesta batalha
nos dá também uma ideia da grandeza da mesma.
De um lado estarão congregados os exércitos liderados pelo
Anticristo, que serão dos "reis do mundo inteiro" (Ap. 16.14).
Naturalmente o Seu domínio a todo o mundo não ocorrerá de uma vez só,
mas por etapas, embora saibamos que tudo acontecerá rapidamente por
causa da sua inteligência e capacidade política (Dn. 7.8 e 8.25). Ele
deverá, assim, estender o seu poder a todo o mundo a partir da
Confederação das dez nações, que será a primeira etapa do seu reinado.
Desta forma, provavelmente o seu exército principal será formado por
contingentes das dez nações (certamente as que atualmente constituem
o Mercado Comum Europeu), reforçados por tropas das Américas e da
África. Pela profecia de Ezequiel 38, sabemos- que a Rússia enviará
também os seus exércitos para tentar invadir Israel, e lemos ainda a
respeito dos "reis que vêm do lado do nascimento do Sol" (Ap. 16.12).
Estes últimos certamente são os chineses, para quem o caminho de
chegada até a Palestina, será o Rio Eufrates, conforme diz o mesmo texto.
O falecido presidente chinês Mao Tsé Tung afirmou especificado o número
dos soldados, pois o castigo da sexta trombeta, apresentado nos
versículos treze a dezenove do capítulo nove, certamente referem-se à
guerra: e lá diz que "o número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil
vezes dez milhares"(verso i6), ou seja duzentos milhões. O falecido
presidente Mao Tsé Tung afirmou certa vez que a China poderia colocar
em batalha um exército de duzentos milhões de soldados, e também já
foi noticiado que estava em construção uma estrada que ligaria a China
ao Oriente Médio.
Que será a conflagração de caráter mundial não há a menor
dúvida, porque João disse que viu "a besta e os reis da terra, e os seus
exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado
sobre o cavalo, e o seu exército"(Ap. 19.19).
Outro dado que nos ajuda a avaliar claramente a quantidade de
homens que se envolverá nesta guerra é a informação que a Bíblia nos dá
da quantidade de sangue que irá correr quando os mesmos forem mortos.
O texto bíblico afirma que ele correrá a uma distância de mil e trezentos
estádios, que correspondem a duzentos e noventa e seis quilômetros.
Apesar desta descrição nos parecer absolutamente fantástica e
impossível, tal ideia não pode ser de todo rejeitada porque o sangue, ao
correr, certamente entrará num riacho, sendo levado a essa distância. E,
onde o terreno for côncavo, ficará empossado até chegar aos freios dos
cavalos (Ap. 14.20). A profecia de Ezequiel acrescenta que "durante sete
meses estará a casa de Israel a sepultá-los para limpar a terra. Sim, todo
o povo da terra os sepultará; ser-lhes-á memorável o dia em que eu for
glorificado, diz o Senhor" (Ez. 39 .12-13).
Do outro lado, embora não saibamos o número exato dos
combatentes, somos informados que haverá um exército numeroso, cujos
soldados virão montados em cavalos brancos (Ap. 19.14). Serão "os
exércitos do céu", dos quais referiu-se Jesus quando foi preso (Mt. 26.53).
Os salvos por Cristo, que terão sido arrebatados, e estão agora
glorificados, também deverão vir com Ele: "E destes profetizou Enoque, o
sétimo depois Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de
seus santos"(Jd. 14)
3. OS GENERAIS COMANDANTES DOS EXERCITOS
O primeiro exército será comandado por um dos maiores, senão
o maior general e guerreiro que já houve sobre a terra, que, como já
vimos, é chamado de "O Anticristo". Sua capacidade de liderança é vista
quando lemos que os reis da terra "têm um mesmo intento, e entregarão
o seu poder e autoridade à besta. Estes combaterão contra o Cordeiro..."
(Ap. 17.13 e 14a). Assim, certamente conseguirá a liderança de enorme
parte da população do globo, que abrangerá não somente a área militar,
mas também as áreas políticas, civil, social e religiosa. A descrição que
dele nos faz as Escrituras não deixa dúvida: será um ditador super-
homem!
Além disso, o Anticristo virá acompanhado de um sábio e
poderoso conselheiro que, sozinho, reunirá mais prestígio e qualidades do
que todos os sábios da corte do rei Assuero da Pérsia. Basta dizer que
este seu auxiliar, que é a "besta que subirá da terra" (Ap. 13.11), também
cognominado "o falso profeta”, terá poder para fazer descer fogo do céu
(Ap. 13.13), e ainda fará uma imagem, conseguindo que ela fale (Ap. 13.
I 5).
Sabemos também que este comandante, ajudado por seu
conselheiro, conseguirá o que rei ou imperador algum jamais conseguiu
realmente, que é receber a adoração universal (Ap. 13.'7).
O outro exército é comandado pelo verdadeiramente grandioso e
todo-poderoso general, cujas últimas palavras pronunciadas na terra
foram: "É-me dado todo o poder no céu e na terra"(Mt. 28.18). No Velho
Testamento Ele é chamado de “O Rei da Glória... o Senhor forte e
poderoso, o Senhor poderoso nas batalhas" (S1. 24.8). Ele é descrito
como "o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o
que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Ap. 3.7); estas
chaves, diz Ele, são as "da morte e do inferno" (Ap. 1.18). E chamado
também de "o Bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e
Senhor dos senhores" (I Tm. 6.15; Ap. 19.16) É o que estava assentado
no cavalo branco e chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com
justiça...; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus" (Ap. 19.11
e 13). O profeta Isaías, setecentos anos antes que Ele nascesse disse que
"o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz" (Is. 9.6). O pequeno Davi, ao defrontar-se
com o gigante Golias, lembrando que a vitória certamente seria sua, disse
que "do Senhor é a guerra" (l Sm.17.47); por isso é que a Bíblia diz que
Ele "faz cessar as guerras até o fim da terra; quebra o arco e corta a
lança; queima os carros ao fogo" (Sl. 46.9). O profeta Daniel o descreveu
também ao falar da pedra cortada sem o auxílio de mãos, que esmiuçou
a grande estátua, símbolo das nações e reinos deste mundo (Dn.2.45; cf.
I Pe 2.6), e referia-se também a Ele ao falar de “um como o filho do
homem" (Dn. 7.13), dizendo ainda que Ele é o "Príncipe dos príncipes"
(Dn. 8.25). No Apocalipse Ele aparece com outros títulos como "o leão da
tribo de Judá" que simboliza a Sua majestade e realeza soberana de
conquistador (5.5), e também "a raiz de Davi, que venceu”, lembrando
que Ele é o descendente de Davi prometido a Israel, que vencerá todos
os inimigos do povo escolhido de Deus. Dizem as Escrituras que Deus O
exaltou sobremaneira e Lhe deu um nome que é sobre todo nome, ao qual
se dobra "todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da
terra" (F1.2.9-10). O anjo Gabriel, ao anunciar o Seu nascimento, disse
que Ele seria chamado "JESUS" (Lc. 1 .31).
A descrição que dEle é feita quando chega para a batalha, nos dá
uma ideia perfeita de Sua grandeza.
“Virá montado em cavalo branco". O branco é símbolo de retidão
e demonstra, assim, o seu caráter.”
"Seu nome é fiel e verdadeiro". Isso estabelece um enorme
contraste com o Seu oponente que é enganador e mentiroso.
"Julga e delega com justiça". Todas as guerras, em geral, foram
motivadas pelo egoísmo humano, especialmente as do Anticristo. Cristo
será o ministro da justiça, que destruirá os praticantes da maldade.
"Seus olhos são chama de fogo". Indicam Seu poder de penetrar
e consumir todas as coisas, de forma que ninguém poderá realmente
enfrenta-lo face a face.
"Na sua cabeça haverá muitos diademas". Embora o dragão e a
besta também tenham diademas, que expressam vitória e conquistas, os
diademas de Jesus demonstram que Ele é o verdadeiro vitorioso em
muitos campos, o vencedor de muitas batalhas, que possui muitas
soberanias obtidas por Seu valor e poder.
"E da Sua boca saia uma aguda espada". Quando uma turba saiu
contra Jesus no Getsêmani, aconteceu algo que nos dá uma ideia do que
significa o poder da Sua Palavra: "Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu,
recuaram e caíram por terra" (Jo. 18.6). Se naqueles dias os homens
assim reagiram à voz de Jesus, como será quando virem "o Filho do
homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória" (Lc.21.27)?
Que batalha horrível será! Que grande derrota os exércitos do
Anticristo sofrerão!
Contudo, há exemplos e figuras na história bíblica que ilustram
como será fácil a vitória de Cristo. Certa vez, um dos reis da Assíria,
Senaqueribe, que não conhecia Deus, mas era um guerreiro poderoso,
cercou Jerusalém, sendo isto na época do Rei Ezequias. Querendo uma
vitória fácil, mandou embaixadores que dissessem a Ezequias que não
confiasse no Senhor. porque Ele não poderia salvá-los, uma vez que os
deuses das outras nações não puderam salvá-las. Porém, durante a noite,
Deus enviou um anjo que feriu 185 mil soldados dos exércitos de
Senaqueribe, e, ao amanhecer eles jaziam mortos (Is. 37.36).
Senaqueribe, com o rosto coberto de vergonha, voltou para Nínive, e,
quando estava no templo do seu deus Nisroque, adorando-o, seus dois
filhos o mataram (II Rs. 19.35-37 e II Co. 32.21).
Os exércitos do Anticristo serão destruídos provavelmente como
foram os exércitos dos midianitas e dos amelequitas e de todos os do
Oriente, na vitória que sobre eles teve Gideão com os seus trezentos
homens somente, quando tocaram as trombetas e Deus enviou-lhes uma
grande confusão, de sorte que mataram-se e destruíram-se mutuamente.
Diz o texto que os inimigos "cobriam o vale como gafanhotos em
multidão; e eram inumeráveis os seus camelos, como a areia que há na
praia do mar em multidão"(Jz.7 .12). Porém, para vencer este tão grande
exército, Gideão e seus trezentos homens nem precisaram usar espada.
O profeta Isaías também teve uma visão da atuação de Jesus na
batalha do Armagedom: "Quem é este, que vem de Edom, com vestidos
tintos de Bozra? Este é glorioso em Sua vestidura, que marcha com a sua
grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar. Porque está
vermelha a sua vestidura? E os teus vestidos como os daquele que pisa
no lagar? Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo;
e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor, e o Seu sangue
salpicou os meus vestidos, e manchei toda a minha vestidura. Porque o
dia da vingança estava no meu coração, e o ano dos meus redimidos é
chegado. E olhei, e não havia quem me ajudasse; e espantei-me de não
haver quem me sustivesse; pelo que o meu braço me trouxe a salvação,
e o meu furor me susteve. E pisei os povos da minha ira, e os esmaguei
no meu furor; e a sua força derribei por terra" (Is. 63.1-6).
Jesus virá acompanhado de um poderoso exército do céu,
montando cavalos brancos (Ap. 19.14). Todavia, assim como aconteceu
com os exércitos de Gideão, tudo será apenas para ornamento e
demonstração da Sua grandeza e glória, pois eles não entrarão em cena
de batalha. Jesus também virá montado em um cavalo branco, tendo uma
espada, que, como sabemos é a Sua palavra (Hb. 4.12).
Assim, a vitória de Cristo sobre o Anticristo e o Falso Profeta será
facílima. Ambos serão presos e jogados vivos no lago do fogo (Ap. 19-
20),e os seus exércitos completamente destruídos "com a espada que sai
da boca do que estava assentado sobre o cavalo branco" (Ap. 19.21).
Certamente acontecerá o mesmo que aconteceu com os exércitos dos
midianitas e amalequitas, que ficaram completamente perdidos e
desorganizados com a tática que Gideão usou, de forma que, assim como
aqueles, os do Anticristo também deverão destruir-se uns aos outros,
cada um pensando em ficar com o despojo, e a vitória final, apossando-
se da terra de Canaã. Por isso, quando João viu o final da batalha, ele
escreveu: "E todas as aves fartaram-se das suas carnes" (Ap. 19.21).
Sem dúvida alguma, por tudo o que as Escrituras dEle falam, Ele
é aquele que João viu sentado no trono, rodeado de anjos e de seres
viventes, cujo número era milhões de milhões e milhares de milhares, que
com grande voz diziam: "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o
poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças"
(Ap. 5.1 I e l2).
CAPITULO VII
O MILÊNIO
Com a vitória de Jesus na batalha do Armagedom sobre os
exércitos do Anticristo e dos reis de toda a terra, terá tido cumprimento a
promessa que o Senhor (Deus Pai) fez ao Senhor (Deus Filho): "Disse o
Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha
os teus inimigos por escabelo dos teus pés" (Sl. 110.1). Isto porque o
Senhor Jesus, agora, embora “exaltado pela destra de Deus" (At. 2.33)
que o fez "Senhor e Cristo" (2.36), ainda não sujeitou os seus inimigos,
que também são os inimigos de Israel, Seu povo, a quem Ele fez a
promessa de reinar e exaltar sobre todas as nações.
Assim, ao vencer os inimigos naquela batalha implantará o Senhor
aqui na terra um governo universal, cuja duração será mil anos, razão
porque recebe o nome de MILÊNIO. É o período do reinado de Cristo sobre
toda a terra quando, diz a Bíblia, Ele regerá as nações com "vara de ferro"
(Ap. 19.15). Como esta época é chamada de "Reino" mostraremos na
Bíblia como nela haverá um rei, que será Jesus. Na verdade, mais do que
um rei, Ele será um imperador mundial, governando o mundo
pessoalmente, presente fisicamente na capital do reino que será
Jerusalém, sendo este o tempo em que Ele "restaurará o reino de Israel"
(At. 1.6).
A palavra "rei" é muitas vezes mencionada na Bíblia. Somente no
livro de Daniel a encontramos cento e quarenta e cinco vezes, e na Bíblia
toda está registrada mais de quatro mil vezes. Naturalmente ela é
empregada referindo-se a homens que foram reis, embora, com raras
exceções, seja usada com outras conotações. Muitas vezes, porém,
refere-se a Jesus, como rei espiritual no período que ora estamos, que é
o da graça, e muitas outras a Ele também, mas como rei possuindo um
reino real e literal como foi o reino histórico de Israel no passado.
Quando o anjo Gabriel anunciou o nascimento de Jesus à Maria,
ele profetizou: "... E o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. E
reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim" (Lc.
1.32-33). Ora, profecia ainda não se cumpriu, pois ela refere-se a um
reino terrestre, como foi o de Davi, ulna vez que o Senhor ainda não se
assentou no "trono de Davi, seu pai". A Bíblia contém inúmeras profecias
que falam deste reinado de Cristo, mostrando Israel não somente como a
sede do mesmo, mas também como como a cabeça das nações, exaltada
entre elas naquele período. Este é o principal ponto da esperança
messiânica dos judeus, sendo também a razão porque os próprios
discípulos pensaram que Jesus, como o Messias e Cristo, iria realizar a
redenção política da nação de Israel naquele tempo. Quando Pilatos
interrogou a Jesus se Ele era o rei dos judeus, a resposta veio com toda
a clareza: “Eu o sou” (Mt. 27.11). Isto porque Ele veio para dar o reino a
Israel, que, todavia, o rejeitou, dando ensejo então para que Ele
esclarecesse a Pilatos: "O meu reino não é deste mundo; se o meu reino
fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse
entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui" (Jo.18.36).
Muitos tem pretendido negar a temporalidade do milênio,
afirmando que Jesus virá depois dele, usando a passagem acima citada,
por ter Jesus dito que o Seu reino "não é deste mundo". São estes os pós-
milenistas (afirmam que Jesus voltará após o milênio) e os amilenistas
(que negam simplesmente que haverá um período com esse nome).
Contudo, estas afirmações só poderiam ser feitas se fosse tirada a palavra
"agora" daquele texto, o que, sendo feito, altera completamente o sentido
do que Jesus disse.
Um general, com seu exército, cercara uma cidade que conspirara
contra o rei. O general passou um telegrama para o rei dizendo que a
cidade não queria render-se. "Posso bombardeá-la?" perguntou; a que o
rei respondeu: "Não, poupe a cidade". Mas o funcionário do telégrafo não
colocou a vírgula após à palavra "não", e, por isso a cidade foi
bombardeada. Daí, existir o ditado, "por causa de uma vírgula, foi
bombardeada a cidade".
Na interpretação que não é pré-milenista, não se trata de uma
vírgula que é tirada do texto, mas de uma palavra, o que acaba por ser a
negação de uma grande verdade que ocupa muitas páginas tanto do
Antigo Testamento como no Novo Testamento. As palavras de Jesus ali
citadas podem ser parafraseadas da seguinte forma: “ O meu reino,
agora, não é deste mundo. O povo, em uma ocasião, quis proclamar-me
rei, mas Eu não aceitei (Jo. 6. 15). Agora Eu não vim fundar um reino
secular, mas sim um reino espiritual, que é a Igreja. Não vim para
assentar-me no trono de Davi, vim para morrer na cruz para salvar os
pecadores. Mas quando Eu voltar pela segunda vez, será para assentar-
me no trono de Davi; aí então o meu reino será deste mundo". Lembremos
que nós mesmos usamos a palavra "agora" no mesmo sentido em que
Jesus usou, nas ocasiões em que dizemos. "agora eu não vou a tal lugar",
o que não quer dizer que nunca iremos lá. Realmente, como lembra o
Rev. Samuel Ladeira, "aquele que um dia nasceu e morreu Rei dos Judeus,
voltará e reinará como Rei dos Judeus" (Mt. 2.2; Jo. 1.49; 19.I9).
(Profecias e Dispensações. Imprensa Metodista, SP. Pág. 105).
Como dissemos, há inúmeras profecias a serem cumpridas que
dizem respeito ao reino milenar de Cristo na terra. Vejamos algumas
delas:
"Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu levantará um reino que
não será mais destruído; e este reino não passará a outro povo; e
esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para
sempre". (Dn. 2.44)
"Eis aí está que reinará um Rei com justiça e dominarão os
príncipes segundo o juízo" (Is. 32.1).
“Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador;
o Senhor é o nosso Rei; Ele nos salvará" (Is. 33.22).
"Eu Sou o Senhor, vosso Santo, o criador de Israel, vosso Rei"
(Is. 43.15).
“E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o
Senhor, e um será o seu nome". (Zc.14.9).
"Eis que vêm dias, diz o Senhor; em que levantarei a Davi um
Renovo justo; e, sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a
justiça na terra" (Jr. 23.5).
"E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo
o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo: o reino será um reino
eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão" (Dn. 7.27).
Quando Jesus estabelecerá esse reino glorioso assim na terra?
Seguindo uma sequência cronológica dos acontecimentos, o
milênio será uma das "coisas que em breve devem acontecer", conforme
sugere Apocalipse 1.1, que será implantado depois dos sete anos de
governo do Anticristo, sendo, como já vimos, desta forma, depois da
grande tribulação e da batalha do Armagedom. Esta ordem aparece
claramente no livro de Apocalipse, pois vemos a vitória de Cristo no
Armagedom descrita no capítulo dezenove, e, em seguida, num tom de
narrativa que sugere claramente uma sequência, a descrição de aspectos
do milênio, sendo ali o único lugar da Bíblia que fala de "mil anos" (Ap.
20.1-6).
O profeta Isaías teve uma visão da vitória de Cristo sobre o
Anticristo, ao dizer que Jesus será o rei que "Julgará com justiça os
pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra; e ferirá a terra
com a vara de sua boca, e com o sopro dos Seus lábios matará o ímpio"(ls.
11.4). Como sabemos o "ímpio" é o Anticristo (ll Ts. 2.8). Além disso, esta
profecia de Isaías foi confirmada pelo Senhor a João, ao descrever a ação
de Jesus no Armagedom: "E da Sua boca saia uma aguda espada, para
ferir com ela as nações; e Ele as regerá com vara de ferro; e Ele mesmo
é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E
no vestido e na Sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor
dos senhores" (Ap. 19.15-16).
O próprio Senhor Jesus colocou a volta dos judeus, para o
estabelecimento do reino em Jerusalém, depois da tribulação, pois Ele
disse: "E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua
não dará a luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências do céu... serão
abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as
tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as
nuvens do céu, com poder e grande glória. E Ele enviará os Seus anjos
com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde
os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus" (Mt.24.29-31).
Os "escolhidos" serão os judeus que foram expulsos de Jerusalém e
perseguidos pelo Anticristo durante a tribulação, e também os gentios que
se tornaram crentes após o arrebatamento da Igreja, e que conseguiram
sobreviver durante a tribulação. Este retorno dos judeus para Jerusalém
para a implantação do milênio foi previsto pelo profeta Isaías: "E levantará
um pendão entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os
dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra" "E será
naquele dia que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam
perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do
Egito tornarão a vir, e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém"
(ls. 11.12 e 27.13). As profecias destes dois textos referem-se ao mesmo
fato profetizado pelo Senhor Jesus, ou seja, o ajuntamento dos escolhidos
para a implantação do reino após a tribulação e o Armagedom. Este
realmente será o momento em que se ouvirá grandes vozes no céu que
dirão: "Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo,
e Ele reinará para todo o sempre" (Ap. 11.15).
Assim, neste período de mil anos, Jesus será o rei e imperador
universal que regerá as nações "com vara de ferro" (Ap.2.27; 12.5;
19.15). O governo de Cristo, que não será mais segundo um padrão
humano, mas será um reinado de perfeita justiça e paz porque é o
d'Aquele que é chamado "O Príncipe da Paz" (Is. 9.6), fará com que o
mundo seja grandemente abençoado tanto no setor da vida material,
como no da vida espiritual, sendo, porém a maior benção neste último,
uma vez que o primeiro ato do Rei será prender por mil anos aquele que
"fazia estremecer a terra, e fazia estremecer os reinos" (ls. 14.16): "E vi
descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia
na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e
Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o
encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até
que os mil anos se acabem." (Ap. 20.1-3). Porém, o privilégio de gozar
pessoalmente da comunhão com o Rei, e diretamente dos privilégios que
serão os mais diversos tipos de bênçãos do reino, somente os crentes e
judeus nascidos de novo desfrutarão, pois só eles terão o passaporte para
entrar no ...reino, que... é o novo nascimento, pois Jesus disse: "... aquele
que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo. 3.3). O
próprio Isaías já havia profetizado: Desperta, desperta, veste-te da tua
fortaleza, ó Sião; veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém,
cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso, nem
imundo" (Is. 52.1).
No milênio estarão reinando com Cristo todos os salvos de todas
as épocas: "Cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o
livro, e de abrir os selos; porque fostes morto e com o teu Sangue
compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; e
para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a
terra." (Ap. 5.9-10). Estes que foram comprados pelo Seu sangue incluem
todos os santos do Velho Testamento, isto é, todos os que colocaram sua
fé no Messias que viria, desde Adão até o ladrão que morreu com Cristo,
sendo os patriarcas, os profetas, os reis que foram crentes e todos os fiéis
que naquela época serviram sinceramente a Deus, e também todos os
crentes em Jesus da nova dispensação, a da graça, desde os apóstolos
até os crentes que forem arrebatados, e também os últimos crentes que
serão martirizados pelo Anticristo de todas as nações, povos e tribos e
línguas (Ap. 7.9), sendo todos estes nos seus corpos glorificados, e ainda
os que escaparam e saíram vivos da tribulação e da perseguição do
Anticristo (ls. 10.22;Rm. 9.27).
Naturalmente todos nós nos preocupamos como tanta gente
poderá fazer parte de um único reino, tendo nele privilégios especiais.
Devemos ter em mente duas coisas: primeira: é afirmação explícita das
Escrituras, sendo promessa de Deus ao Seu povo, o que Ele sabiamente
cumprirá, pois "para Deus tudo é possível" (Mt. 19.26). Logo no início de
Apocalipse lemos que Ele, Jesus, "nos fez reis e sacerdotes para Deus e
seu pai" (Ap. 1.6). Paulo lembrou a Timóteo que "se sofrermos, também
com Ele reinaremos" (II Tm. 2.12). Em toda a Bíblia o ensino de Jesus foi
claro: "Muito bem, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez
cidades terás autoridade" (Lc. 19.17). "Em verdade vos digo que vós, que
me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no
trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para
julgar as doze tribos de Israel" (Mt.19.28). "E ao que vencer, e guardar
até o fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. E com vara
de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como
também recebi de meu Pai no seu trono" (Ap. 3.21). "E vi tronos; e
assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas
daqueles que foram degolados, pelo testemunho de Jesus, e pela palavra
de Deus... e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. (Ap. 20.4).
A segunda coisa que devemos ter em mente é que os corpos
glorificados podem ou não ocupar lugar, porque são como o de Cristo
ressuscitado. Acresce ainda que o reino abrangerá todo o grande universo
de Deus, agora sob a influência do maligno, de forma que a atuação dos
que reinarão com Cristo será o controle e a redenção de toda a vastidão
da imensa criação de Deus que alcança todos os mundos.
A sede do reino de Jesus no milênio será todo o território da
Palestina, que, no princípio, foi dado por Deus a Abraão (Gn. 15.18-21;
17.8). Este território será uma espécie de capital federal do mundo, tendo
as suas fronteiras vigiadas, de sorte que só entrará nele quem tiver o
passaporte, que é o novo nascimento.
Os principais habitantes do território serão os judeus, agora
crentes em Jesus Cristo, cheios do Espírito Santo, purificados e
santificados, pois assim prevê a Escritura: "E sobre a casa de Davi, e sobre
os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas."
(Zc. 12.10). "o remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem
proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; porque
apascentados serão, e deitar-se-ão, e não haverá quem os espante"(Sf.
3.13; v.a. Sf. 3.11 ,17 e Is.62.12).
No milênio, Jerusalém será não somente a capital e sede política
do governo, de onde partirão as decisões e ordens para todo o universo,
como também o centro mundial de adoração e orientação espiritual: "E
acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no
cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a
ele todas as nações. E virão muitos povos, e dirão: vinde, e subamos ao
monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que
concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de
Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. E ele exercerá o seu
juízo sobre as gentes, e repreenderá a muitos povos." "E a lua Se
envergonhará e o Sol se confundirá quando o Senhor dos exércitos reinar
no monte de Sião e em Jerusalém; e então perante os seus anciãos haverá
glória”. (Is. 2.2-3; 24.23). A vida espiritual das nações gentílicas será não
somente orientada, mas também uma coisa obrigatória, pois que todos
os povos serão obrigados, de ano em ano, a virem a Jerusalém prestar
adoração ao Rei: "Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do
Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ela, ao nome do Senhor, a
Jerusalém; e nunca mais andarão segundo o propósito do seu coração
maligno" (Jr.3 .17); "E acontecerá que, todos os que vierem contra
Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos
Exércitos, e celebrarem a festa das cabanas" (Zc-14.16): Porque esta
adoração anual será algo obrigatório, os que não cumprirem esta ordem
serão severamente castigados: "E acontecerá que se alguma das famílias
da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos,
não virá sobre ela a chuva. E, se a família dos egípcios não subir nem
vier, virá sobre eles a praga com que o Senhor ferirá as nações que não
subirem a celebrar a festa das cabanas. E este será o castigo dos egípcios
e o castigo de todas as nações que não subirem a celebrar a festa das
cabanas." (Zc. 14.17 -19).
Assim, mais do que nunca, Israel tornar-se-á a principal nação do
mundo pelo fato de que o Senhor estará lá abençoando-o e
engrandecendo-a diante dos outros povos. "Assim diz o Senhor dos
Exércitos: Ainda sucederá que virão povos e habitantes de uma cidade
irão à outra, dizendo: vamos depressa suplicar o favor do Senhor, e
buscar o Senhor dos Exércitos, eu também irei. Assim virão muitos povos,
e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos Exércitos, e
suplicar a benção do Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele
dia sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações;
pegarão, sim na orla do vestido de um judeu, dizendo: Iremos convosco,
porque temos ouvido que Deus está convosco'" (Zc. 8.20-23).
Apesar de tudo, na realidade, as nações continuarão incrédulas.
Porém, aqueles que se converterem, não importa a distância ou o lugar
onde se encontrarem serão levados para dentro do reino pelo Espírito
Santo, tal como foi Felipe (At. 8.39-40; cf. Mt. 24.31). Não obstante
satanás estar preso, as nações não deixarão a incredulidade, porque o
vírus da rebelião e do pecado continuará no coração humano, uma vez
que não deixará a sua natureza decaída e pecaminosa, pelo fato de não
ter "nascido de novo". E a prova disso é que quando o diabo for solto no
fim do milênio, irá encontrar a solidariedade das nações para guerrear
contra Jesus, o que significará o fim tanto dele como das nações e povos
que não aceitaram o Senhor da glória.
O milênio será um período de bênçãos e privilégios maravilhosos
concebidos por Deus aos seus servos, dos quais o mundo todo irá usufruir
também. Será um período em que o mundo experimentará um governo
perfeito porque será o próprio Cristo a exercê-lo. E para todos os
problemas que os homens hoje não têm solução completa, ou, na
verdade, não têm solução, o Rei Jesus terá soluções perfeitas e completas
para eles, fazendo da terra um lugar plenamente habitado, reconstruindo-
a de todos os males que o próprio homem lhe tem causado até agora
poluindo-a completamente tanto no ar, como na terra e nas águas, de
forma que o Senhor fará com que a terra se torne novamente como o
jardim do Éden: "Porque o Senhor consolará a Sião; consolará a todos os
seus lugares assolados , e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão
como o jardim do Senhor; gozo e alegria se achará nela, ação de graças,
e voz de melodia." (Is. 51.3).
Assim, os homens experimentarão a ação salvadora e redentora
de Deus em todos os aspectos da vida. Vejamos alguns deles:
1. NO SETOR DA VIDA ESPIRITUAL
a) Perdão de pecados e mudança da vida espiritual:
"Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois
daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a
escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
E não ensinará alguém mais ao seu próximo, nem alguém a seu irmão,
dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o mais
pequeno deles até o maior, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua
maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados." (Jr. 31.33 -34).
b) Nova alegria no Senhor:
'”E dirás naquele dia: Graças te dou, ó Senhor, porque, ainda que
te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Eis que Deus
é a minha salvação; e eu confiarei e não temerei, porque o Senhor Jeová
é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação. E vós com
alegria tirareis águas das fontes da salvação. E direis naquele dia: Dai
graças ao Senhor, invocai o Seu nome, tornai manifestos os seus feitos
entre os povos e contai quão excelso é o Seu nome. Cantai ao Senhor,
porque fez coisas grandiosas; saiba-se isso em toda a terra. Exulta e canta
de gozo, ó habitante de Sião, porque grande é o Santo de Israel no meio
de ti." (Is. 12.1-6).
"E os resgatados do Senhor voltarão, e virão a Sião com júbilo, e
alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão,
e deles fugirá a tristeza e o gemido." (Is. 35.10).
"Por vossa dupla vergonha, e afronta, exultarão pela sua parte;
pelo que na sua terra possuirão o dobro, e terão perpétua alegria."
(Is.61.7).
"Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio;
porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo gozo." (Is.
65.18).
"Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste; todos se
alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando
se repartem os despojos." (Is.9.3).
2. NO SETOR DA VIDA SOCIAL
a) Eliminação da guerra:
"E destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém e o
arco de guerra será destruído; e ele anunciará paz às nações; e o seu
domínio se estenderá de um mar a outro mar, e desde o rio até às
extremidades da terra." (Zc. 9.10).
"Mas da casa de Judá me compadecerei, e os salvarei pelo Senhor
seu Deus, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela
guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros." (Os. 1.7).
"E ele exercerá o seu juízo sobre as gentes, e repreenderá a
muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as
suas lanças em foices; não levantará espada nação contra nação, nem
aprenderão mais a guerrear." (Is. 2.4).
b) Paz sem fim:
"Do incremento deste principado e da paz não haverá fim, sobre
o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em juízo e em
justiça, desde agora para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará
isto." (ls. 9.7).
c) Justiça para todos:
"Ele julgará ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juízo.
Os montes trarão paz ao povo, salvará os filhos do necessitado, e
quebrantará o opressor. " (Sl. 72.2-4).
"Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também
ao aflito, e salvará as almas dos necessitados. Libertará as suas almas do
engano e da violência, e precioso será o seu sangue aos olhos dele. " (Sl.
72.12-14) .
"Mas julgará com justiça os pobres, e repreenderá com equidade
os mansos da terra: E ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o
sopro de seus lábios matará o ímpio. E a justiça será o cinto dos seus
lombos, e a verdade o cinto dos seus rins." (Is. 11.4-5).
d) Segurança social:
"Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém
habilitarão velhos e velhas, levando cada um na sua mão o seu bordão,
por causa da sua muita idade. E as ruas da cidade se encherão de meninos
e meninas, que nelas brincarão ." (Zc. 8.4-5).
3. NO SETOR DA VIDA FÍSICA. E MATERIAL
a) Longevidade para os homens:
"Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não
cumpra os seus dias; porque o mancebo morrerá de cem anos; mas o
pecador de cem anos será amaldiçoado." (Is. 65.20).
b) Segurança e recompensa dos próprios esforços:
"E edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão
o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para
que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da
árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até a velhice."
(Is. 65.21-22).
c) Pacificação dos animais e novo relacionamento deles com o
homem:
"E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se
deitará, e o bezerro, e o filho do leão e a nédia ovelha viverão juntos, e
um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus
filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha com o boi. E brincará a
criança de peito sobre a toca do áspide , e o já desmamado meterá a sua
mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o
monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento
do Senhor, como as águas cobrem o mar." (Is. 11.6-9).
"O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá
palha com o boi; e pó será comida da serpente. Não farão mal nem dano
algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor." (Is. 65.25).
d) Restauração e fertilidade da terra:
"Eis que vêm dias, diz o Senhor em que o que lavra alcançará o
que sega, e o que pisa as uvas ao que lança a semente; e os montes
destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão. E removerei o
cativeiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas, e nelas
habitarão, e plantarão vinhas, e beberão seu vinho, e farão pomares, e
lhes comerão o fruto." (Am. 9.13-14).
"Haverá um punhado de trigo na terra sobre os cumes dos
montes; e seu fruto se moverá com o Líbano, e os da cidade florescerão
como a erva da terra." (Sl. 72.16).
"O deserto e os seus lugares secos se alegrarão disto; e o ermo
exultará e florescerá como a rosa. Abundantemente florescerá e também
regurgitará de alegria e exultará; a glória do Líbano se lhe deu, a
excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, a
excelência do nosso Deus." (Is. 35.1-2).
e) Mudança geológica:
"E a terra seca se transformará em tanques, e a terra sedenta em
mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá
erva com canas e juncos." (Is.35.7).
"Naquele dia também acontecerá que correrão de Jerusalém
águas vivas, metade delas para o mar ocidental, e metade delas até ao
mar ocidental; no estio e no inverno sucederá isto. E o Senhor será rei
sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome.
Toda aterra ao redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao
sul de Jerusalém; ela será exalçada, e habitada no seu lugar, desde a
porta de Benjamim até o lugar da primeira porta, até a porta da esquina,
e desde a torre de Hananeel até aos lagares do rei. E habitarão nela, e
não haverá mais anátema, porque Jerusalém habitará segura. " (Zc. 14.8-
11).
4. NO SETOR DA VIDA POLÍTICA
a) Segurança nacional:
"E o meu povo habitará em morada de paz, e em moradas bem
seguras, e em lugares quietos de descanso." (Is. 32.18).
b) Prioridade de Israel sobre as nações:
"E as tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem
de noite fecharão; para que tragam a ti as riquezas das nações, e,
conduzidas com elas, os seus reis. Porque a nação e o reino que te não
servirem perecerão; sim, essas nações de todo serão assoladas. A glória
do Líbano virá a ti; a faia, o pinheiro, e o buxo conjuntamente, para
ornarem o lugar do meu santuário e glorificarei o lugar em que
assentarem os seus pés. Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos
que te oprimiram; e prostrar-se-ão às plantas dos teus pés todos os que
te desprezaram; e chamar-te-ão a cidade do Senhor, a Sião do Santo de
Israel." (Is. 60.11-14).
c) Severidade do governo de Cristo quanto à proteção de Israel:
"E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos
que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne será consumida, estando
eles de pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e lhes
apodrecerá a língua na sua boca." (Zc.14.12).
5. NO SETOR DA VIDA RELIGIOSA
a) Adoração universal e compulsória:
"E será que desde uma lua nova até outra, e desde um sábado
até outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor. " (Is.
66.23).
"E acontecerá que se alguma das famílias da terra não subir a
Jerusalém, para adorar o Rei, Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a
chuva. E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, virá sobre eles a
praga com que o Senhor ferirá as nações que não subirem a celebrar a
festa das cabanas." (Zc. 14.17).
b) A reconstrução do templo em Jerusalém:
"E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e
eles serão o meu povo. E as nações saberão que eu sou o Senhor que
santifico a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles para
sempre" (Ez. 37.27-28)
Ao encerrar este capítulo queremos afirmar que o milênio será um
período de mil anos reais e literais, exatamente como usamos a palavra
“ano” para contagem do tempo em nossos dias. Eis quatro provas da
interpretação
l. Os mil anos mencionados na II carta do Apóstolo Pedro, no
capítulo três, versículo oito, não são figurados. Pedro está falando da
longanimidade de_ Deus e da sua paciência e tolerância em exercer juízo
no mundo pecador. Se afirmarmos que os mil anos do milênio são
figurados também podemos afirmar que Abraão não tinha cem anos nem
Sara noventa quando nasceu Isaque; afirmaríamos também que
Matusalém não viveu novecentos e sessenta e nove anos, e todas as
outras citações de anos seriam figuradas e a autenticidade e veracidade
da Bíblia iriam por terra.
2. Agora, na presente era, morrer criança é, em média, com oito
anos, e morrer velho, como afirma o salmo 90, é com oitenta anos. No
milênio, afirma a Bíblia, morrer criança é com cem anos (Is. 65.20).
Segue-se, então, que morrer velho será entre oitocentos a mil anos, os
antediluvianos (Matusalém, por exemplo).
3. Deus irá fazer coisas maravilhosas no milênio para o seu povo.
Seria desnecessário se não fosse para se ser desfrutado num período de
cerca de mil anos pelo menos.
4. A prova maior é que Deus disse que, no milênio, a idade dos
seus servos será como a idade da árvore (ls. 65.22). Certamente não se
refere às árvores de pouca duração, mas às árvores milenárias, como a
figueira e a oliveira na Palestina, e mesmo o carvalho aqui no Brasil.
Finalmente, lembremos uma coisa: o milênio não será para os
remidos a época mais feliz e gloriosa, porque ela terminará com a tristeza
da manifestação e rebelião do inimigo, pela última vez. Embora saibamos
que "abundância de paz haverá enquanto durar a lua" (Sl. 72-7), este
período terminará em guerra. Mas para os remidos pelo seu Sangue, o
Senhor tem um tempo eterno, numa nova terra e num novo céu, que não
jazem mais sob efeito de praga alguma, e que os esperam ao lado do
Senhor. O que o Senhor preparou para os salvos não é o milênio, que é
muito mais para Israel, mas sim a eternidade, vivendo para sempre com
o Rei dos Reis, o nosso Deus e Salvador no lugar que Ele foi preparar-nos.
Aleluia! Glória ao Seu Nome!
CAPITULO VIII
O FIM DO MUNDO E O NOVO CEU E A NOVA TERRA
"EIS QUE FAÇO NOVAS TODAS AS COISAS" (AP" 21.5).
Tudo neste mundo tem princípio e tem fim. Só Deus mesmo é
eterno, pois Ele não tem princípio nem fim (I Tm. 6.16; Jo.5.26).
Para que entendamos melhor, relembremos alguns fatos
relacionados com a penúltima grande guerra, que será efetuada entre
Jesus e o Anticristo, sendo este auxiliado pelo Falso Profeta:
Aquela guerra terminará com a prisão de ambos, que serão
jogados vivos no lago de fogo, e seus exércitos serão horrorosamente
derrotados (Ap. 19.20-21).
Satanás, o cabeça, será também o responsável por essa guerra
(Ap. 16.13-14); por isso, ele será preso por mil anos e não estará em
ação durante o milênio, quando haverá um período de verdadeira paz na
terra (Is. 9.7; Jr. 33.6 e 15).
O reino de Jesus será, então, implantado na terra com sede em
Jerusalém (Zc. 8.3; Dn. 2.44 e 7 .27).
No início do milênio a população do mundo estará reduzida por
causa da tribulação e da perseguição do Anticristo (Zc. 13.8; Ap. 9.15).
Contudo, o restante dos habitantes do planeta que subsistir não
sofrerá guerras nem calamidades durante os mil anos seguintes, tempo
suficiente para que a população do mundo seja renovada como nunca
houve antes (Is. 60.22; Ez. 36.35-38), uma vez que Jesus, reinando e
governando perfeitamente o universo, provará ao homem o que o mundo
seria se ele deixasse o Senhor dirigi-lo com os seus princípios e as suas
leis, o que naquele tempo acontecerá efetivamente, pois Ele regerá as
nações "com vara de ferro" (severamente), e o mundo será grandemente
beneficiado com o governo de Cristo, embora a nação mais próspera será
Israel.
As nações continuarão incrédulas e pecadoras, e o pecado não
deixará de existir, embora, naturalmente, com menos intensidade do que
acontece hoje (Is. 65.18,20). Exatamente por isto é que Satanás quando
for solto no fim do milênio não terá dificuldade para enganar as nações e
levá-las à revolta final contra Deus.
Além disso, não podemos ignorar dois fatos que sempre
aconteceram, e que naquela época acontecerão também. O primeiro é
que só o crente, aquele que crê, pode sentir e perceber a presença de
Deus, porque "é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia
que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam" (Hb. 11.6).
Presentemente, na era da graça, Jesus está reinando neste mundo, pois
é o Rei eterno (I Tm. 1.17), mas o seu reino é espiritual, ou Seja, somente
é presente nos corações dos crentes que professam a fé cristã no sacrifício
da cruz do Calvário, os quais fazem parte da Igreja de Jesus, que é
também o seu corpo (Ef. 5.23-25). Assim, porque Ele prometeu "Eis que
estou convosco todos os dias..." (Mat. 28.20), os crentes sinceros, que
verdadeiramente são convertidos, quando se reúnem na Igreja, sentem a
presença de Deus e têm verdadeira comunhão com Jesus porque a Sua
promessa não falha (II Co. 1.20). Todos têm essa real e gloriosa
experiência com Ele. Mas os homens sem Cristo, lá de fora, do mundo,
não creem nessa verdade e, por isso, não a podem experimentar também,
e nós, os crentes, para eles, muitas vezes somos considerados iguais às
outras pessoas que professam qualquer outra religião, sendo mesmo
colocados em igualdade até com os macumbeiros.
No milênio esse quadro não será diferente, pois os povos e as
nações não verão Jesus, mas somente os santos, isto é, os crentes, é que
poderão entrar no reino e vê-Lo. Lembremos que Ele, após a ressureição,
esteve na terra durante quarenta dias, mas foi visto somente pelos
crentes, os discípulos. (II Co. 15.4-8).
O outro fato é a facilidade com que o povo se esquece de Deus.
Durante todas as épocas o, Senhor tem feito a mesma queixa que fez a
Jeremias: "Porventura esquece-se a virgem dos seus enfeites, ou dos seus
cendais? Todavia o meu povo se esqueceu de Mim por inúmeros dias."
(Jr. 2.32). Assim, no final do milênio, enganado por Satanás, o povo irá
esquecê-Lo, e não crerá mais nas coisas que aconteceram, nem mesmo
na tribulação que, então, dizimou dois terços da população do mundo
pelas calamidades e pela perseguição do Anticristo, que culminou com a
destruição deste juntamente com o Falso Profeta, que serão jogados vivos
no lago do fogo.
Na medida em que o tempo passa, o povo acaba esquecendo-se
de tudo que acontece. E ele continuará portador dessa natureza decaída
e pecaminosa, como Sempre foi, pois o homem é "entenebrecido no
entendimento" (Ef. 4.18). Temos dois exemplos para apresentar: O
primeiro é do povo de Israel: Viu, com os próprios olhos, os prodígios e
maravilhas que Deus operou no Egito para que Faraó o deixasse sair, que
foram as dez pragas que, no dizer dos próprios egípcios, quase destruiu
o país (8x.14.22), e viram o Senhor enviar-lhes as codornizes no deserto,
matando-lhes o desejo de comer carne, de forma que se fartaram dela;
viram ainda sair água da rocha para que pudessem saciar a sede, e
testemunharam como o Senhor enviou-lhes o maná todos os dias, que os
sustentou durante os quarenta anos no deserto (Ex. 16.35). Contudo,
chegou um dia quando eles se esqueceram de tudo! Por causa disso,
descreram do poder de Deus, e revoltaram-se contra Moisés, Josué e
Calebe, os únicos que confiavam em Deus, querendo até apedrejá-los, e
tentaram eleger um capitão para guiá-los de volta ao Egito (Nm. 14.4,10).
O outro exemplo é o das pessoas que viveram durante os dias de
Jesus, e foram abençoadas com Seu ministério. O que foi que aconteceu
com o Senhor quando Ele viveu sobre a terra? Curou centenas de pessoas,
e disseram dEle que andou somente fazendo o bem (Mc. 7.37; At. 10.38).
Contudo, quando foi preso, julgado e crucificado, não apareceu nem um
só dos que foram beneficiados por Ele para defendê-Lo. Vieram muitos,
mas somente para escarnecer dEle e insultá-Lo dizendo: "Se és tu o Filho
de Deus... salva-te a ti mesmo, e desce da cruz" (Mc. 1 5.30).
Não é de admirar, portanto, que realmente acontecerá aquilo que
a Bíblia afirma, que, terminados os mil anos, Satanás será solto e
conseguirá arregimentar um enorme exército para batalhar contra "o
arraial dos santos e a cidade amada" (Ap. 20.9), que será o maior de
todos os que já houve neste mundo. Esse exército será três vezes maior
do que o do Anticristo, que terá sido derrotado mil anos antes, na guerra
do Armagedom (Ap. 19.19-20). A Bíblia afirma que o número de soldados
deste exército é "como a areia do mar" (Ap.20.8).
Na história deste mundo tem havido grandes combates, grandes
batalhas, grandes guerras, grandes conquistas e grandes conquistadores
como Nabucodonosor, Ciro o Persa, Assuero, Alexandre, Napoleão e
muitos outros. Todavia, cada um desses confrontos militares, comparados
com esta última grande guerra, que será diretamente entre Jesus e
Satanás, podem ser considerados como simples briguinhas corriqueiras.
O que a faz impressionante é que ela começou no princípio do
mundo, na eternidade passada, quando Satanás revoltou-se contra Deus
e foi expulso do céu, adentrando a história quando, encarnado na
serpente, lá no Jardim do Éden, seduziu Adão e Eva, nossos primeiros
pais, para desobedecerem a Deus, de forma que, ao pecarem, deram
entrada ao pecado no mundo. Daí, foram expulsos do Jardim, sendo a
terra amaldiçoada, e, então, começou esta longa guerra, que é a do bem
contra o mal. (Gn. 4.7-8; I Jo.3.12).
Deus é a fonte do bem, da bondade, da misericórdia, da justiça,
da verdade, do amor. Pois "Deus é amor" (l Jo. 4.8). Satanás é a fonte do
mal, da perversidade, da injustiça, da mentira, pois ele é o "pai da
mentira" (Jo. 8.44).
Quando esta guerra começou, Deus já lavrou a sentença de
Satanás, dizendo que, da semente da mulher iria nascer um Jesus que
esmagaria a cabeça da serpente (Gn.3.15). Isto aconteceu quando "o
Verbo se fez carne" pelo Espírito Santo, através da virgem Maria,
nascendo então, Jesus de Nazaré, o Messias prometido. Deus o Filho
deixou o céu, "tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens" (F1.2.7) e veio à terra esmagar a cabeça da serpente, que é
Satanás. Na sua primeira vinda Jesus, o Filho de Deus, se manifestou para
"desfazer as obras do diabo" (I Jo. 3.8); a destruição final de Satanás,
porém, será na consumação dos séculos.
Não sabemos porque Deus não destruiu Satanás logo que este
conspirou contra Ele, deixando-o livre para realizar a sua obra maléfica
em todo este período da história do mundo. Todavia, nós temos a certeza
que chegará o dia, quando ele será levado ao inferno, ao mais profundo
abismo, de sorte que se cumprirá a palavra do Senhor quando lhe disse:
"Os que te virem te comtemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o
varão que fazia estremecer a terra, e que fazia tremer os reinos? Que
punha o mundo como um deserto, e assolava as suas cidades? Que aos
seus cativos não deixava ir soltos para suas casas?" (Is. 14.15-17). Só
mesmo o próprio Senhor Jesus, que é o Todo-Poderoso, poderá derrotar
um guerreiro também poderoso como Satanás!
Certa vez eu ministrava a aula da Escola Dominical quando um
crente perguntou-me: "Satanás será derrotado?" Eu, naturalmente,
respondi que sim, e mostrei-lhes as passagens de Apocalipse 12.12,
Mateus 8.29 e Marcos 1.24. O texto de Apocalipse diz: "Pelo que alegrai-
vos, ó céus, e vós que nele habitais. Ai dos que habitam na terra e no
mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem
pouco tempo". Então, contei uma ilustração: na última grande guerra, a
Alemanha havia bombardeado a Inglaterra; quando um aviador oficial
inglês, voltando à sua cidade, não encontrou nada em sua casa, pois sua
família havia sido destruída pelas bombas alemãs. Então, não contendo a
sua revolta, encheu o seu avião de bombas e as despejou sobre Berlim
fazendo um ataque suicida. Ele sabia que iria morrer mas cumpriu o seu
desejo de vingança. E exatamente isto que Satanás está fazendo, e que
continuará a fazer até o fim. Sabendo que já está derrotado, quer fazer o
maior número de vítimas que puder nesta guerra que empreendeu, e que
tem travado desde o começo do mundo. E verdade que ele tem obtido
algumas vitórias, mas sempre foi e será derrotado onde for resistido por
aqueles que tiverem fé em Jesus no coração e sujeição a Deus. O Apóstolo
João escreveu: "... e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.
Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de
Deus?" (I Jo. 5.4-5). E Tiago: "Sujeitai-vos a Deus, resisti ao diabo, e ele
fugirá de vós" (Tg.4.7). Temos ainda no Apocalipse o relato de muitos que
venceram o diabo (o acusador) "pelo sangue do Cordeiro e pela palavra
do seu testemunho" (Ap. 12.11).
Porém, ele é destemido, e não se dá por vencido, pois a sua
natureza é teimosa mesmo. Durante o ministério de Jesus. ele combateu
o mestre sem trégua, porque sabia que Jesus veio para destruí-lo e
desfazer as suas obras, tendo muitas vezes, tentado impedir que Jesus
enfrentasse a cruz, sendo ainda ele quem colocou no coração de Judas o
pensamento maligno de trair o Senhor, e entregá-Lo aos sacerdotes e
capitães (Lc. 22.3).
Satanás sempre mostrou-se sábio na escolha dos seus
instrumentos, que são as pessoas. Quando Jesus nasceu, Satanás fez de
tudo para exterminá-Lo, e usou instrumentos perversos, sendo um deles
o rei Herodes (Mt. 2.16); mas nada conseguiu dos seus intentos. No fim
do ministério de Jesus, o seu instrumento foi Judas Iscariotes, pois
sabemos que ele vendeu o Senhor Jesus por trinta moedas de prata,
tendo, então, Jesus sido preso, julgado, condenado à morte após intenso
sofrimento, e depois crucificado, e, então, sepultado. Satanás deve ter
feito a maior festa diabólica da história das trevas. Mas sua alegria durou
pouco, porque Jesus, no terceiro dia, ressuscitou e subiu para o céu,
recebendo do Pai todo o poder no céu e na terra. Satanás ficou livre aqui
no mundo para combater a Igreja, que é a noiva de Cristo, mas deixou
para os crentes uma arma poderosa para combatê-lo, que é a oração
(Lc.22.40-46). O próprio Jesus, para nos dar o exemplo, fez muito uso
dessa arma (Lc.6.12; 22.41). Infeliz o crente que não ora, pois será
derrotado na certa! Como alguém disse: muita oração muito poder, pouca
oração pouco poder, nenhuma oração nenhum poder!
Vejamos então como será esta última guerra. Jesus estará com o
seu glorioso reino estabelecido na terra, cuja sede será Jerusalém (Zc.
8.3). Ao redor de Jerusalém estarão as nações gentílicas (Ez. 36.36).
Quando Satanás for solto ao término dos mil anos, ele sairá como
relâmpago a enganar as nações (Ap. 20.8) pois ele sempre foi enganador,
e é perito em enganar (II Cor. 11.3). Assim, ele enganará os reis das
nações com muita facilidade, e para isso usará a Palestina como arma.
Isto porque a Palestina é uma região muito cobiçada pelos povos.
Sempre foi assim, e continuará a ser também, no milênio. Não é
necessário mencionar as guerras que foram empreendidas por muitas
nações para conquistá-la. A razão disso é que é uma terra rica e
privilegiada. Quando Deus prometeu esta terra a Abraão (Gn. 13.11). o
Senhor não falou das riquezas que nela havia. Porém, quando apareceu
a Moisés, enviando-lhe para que libertasse o povo do cativeiro do Egito,
disse-lhe que o povo o seria levado para uma terra que "mana leite e mel"
(Ex. 3,8). Foi esta a primeira vez que a terra foi descrita desta forma, e
isto pelo próprio Deus. Em Deuteronômio 8.7 a9, Moisés pinta um quadro
desta terra com sua riqueza e fertilidade, dizendo: "Porque o Senhor teu
Deus te mete numa boa terra, terra de ribeiros d'águas, de fontes, e de
abismos, que saem dos vales e das montanhas, terra de trigo e cevada,
e de vides, e figueiras e romeiras; terra de oliveiras, abundante de azeite
e mel; terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela;
terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre".
Recentemente, depois que os judeus a possuíram novamente, em
1948, constituindo-se em nação livre, com técnica "sui generis" que
aplicaram nesta terra, eles têm conseguido um progresso agrícola
verdadeiramente extraordinário. Estão cultivando este terreno multi-
secular, de forma que até o próprio deserto está sendo transformado em
áreas de proveito para a agricultura. Exatamente por isso é que a esta
terra está sendo cobiçada pelos sírios e árabes em geral, e disputada com
os judeus na base de balas, bombas e canhões. Contudo, no milênio é
que realmente o deserto vai florescer e tornar-se como o Éden, conforme
preveem algumas profecias (Is. 51.3; Ez. 36.35).
Acresce a isto a estratégica posição geográfica que Israel ocupa
no globo, de forma que verdadeiramente aquela região pode ser
considerada o centro-geográfico da terra, como alguns assim já têm visto.
Daí porque, no final do milênio, ela será mais cobiçada ainda pelas
nações. Os reis das nações, naquele tempo, estarão com os olhos
totalmente voltados para Jerusalém e para toda a Palestina.
Naturalmente Satanás sairá da prisão furioso para continuar a sua
obra maléfica. Lembremos que ele é um espírito, e, como tal, é abstrato,
invisível, não aparecendo aos homens em pessoa física quando os assedia
para levar-lhes a praticar o mal. O seu modo de agir é inculcar nas mentes
e nos corações dos homens o desejo de praticar o mal. Tiago explicou isto
quando disse que "cada um é tentado, quando atraído e engodado pela
sua própria concupiscência (ou cobiça). Depois, havendo a concupiscência
concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a
morte" (Tg. 1.14-15).
É isso o que ele fará ao arregimentar os reis das nações para esta
última batalha. Ele conhece o lado fraco e o ponto vulnerável das pessoas.
Assim, sabendo que os reis das nações estarão "loucos" de vontade de
possuir a Palestina, pois por certo não estarão contentes com a orientação
política de Jesus que "os regerá com vara de ferro" (rigorosamente), será
com facilidade que esses reis serão por ele levados a organizar o maior e
melhor exército possível para marchar contra Jerusalém, a cidade amada,
a capital e sede do reino de Jesus, chamada também de "o arraial dos
santos" (Ap. 20.9).
Entretanto, essa guerra de Satanás contra Jesus, será diferente,
pois Jesus agirá de outra maneira daquela que agiu contra o Anticristo e
o Falso profeta há mil anos atrás. Aquela terá sido uma guerra sangrenta,
pois a Bíblia diz que os soldados dos exércitos do anticristo serão mortos
de uma forma espetacular pela espada que "sai da boca" de Jesus, que é
a Sua Palavra, que é descrita como "espada de dois gumes" (Hb.4.12).
Nesta última guerra, os exércitos das nações que cercarão Jerusalém,
serão devorados por "fogo do céu" que descerá sobre eles e os consumirá
(Ap. 20.9). Esse fogo não se restringirá somente aos exércitos envolvidos,
mas estender-se-á ao mundo todo e o destruirá totalmente (II Pe 3.7; II
Ts. 1 .8; Is. 3 1 .9 e 66.15-16). Aí é que se dará o fim do mundo. Satanás
será preso novamente e jogado vivo no lago de fogo e enxofre, onde
foram lançados o Anticristo e o Falso profeta (Ap. 20.10). Glória a Deus!
Jesus, Todo-Poderoso, vitorioso, nos garante desde já a vitória! (Jo.
16.33; Rm. 8.37).
Conta-se a história de um certo gigante muito valente e mau, que
servia a um rei também mau, e praticava toda sorte de males e
perversidades, e sentia-se contente porque pensava que estava a serviço
do mais poderoso do país. Mas um dia ouviu falar a respeito de Satanás
que era muito mais poderoso do que o rei, e passou a servi-lo
diretamente, praticando as obras de Satanás. Porém, certo dia, chegou
ao seu conhecimento a história de alguém que sabia de um mais poderoso
que Satanás, e ouviu essa pessoa contar-lhe a respeito de Jesus. Foi
convencido e passou para o lado de Jesus. Daí, então, passou a pregar
que o maior e mais poderoso do universo não era nenhum homem, nem
os reis, nem os imperadores, nem mesmo Satanás, mas Jesus, a quem
estava agora servindo. Muito tempo ele viveu enganado, e nesse tempo
só praticou o mal. Mas depois que começou a servir a Jesus, que
verdadeiramente é o mais poderoso, passou a praticar somente o bem.
CAPITULO IX
''A NOVA JERUSALEM QUE DESCE DO CÉU''
"AO QUE VENCER... ESCREVEREI SOBRE ELE O
NOME DO MEU DEUS, E O NOME DA CIDADE DO
MEU DEUS, A NOVA JERUSALEM QUE DESCE
DO CEU, D0 MEU DEUS..." (AP.3.12).
A Nova Jerusalém será a morada dos salvos por toda a eternidade.
É também chamada "O tabernáculo de Deus com os homens" (Ap. 21 .3)
e foi ela a verdadeira esperança de Abraão, Isaque e Jacó: "Pela fé
Abraão... saiu sem saber para onde. Pela fé habitou na terra da promessa,
como em terra alheia... porque esperava a cidade que tem fundamentos,
da qual o artífice e construtor é Deus" "Por isso, Deus não se envergonha
deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade" (Hb.
11.8, 9, 10 e 16). A cidade foi mostrada a João, em toda a sua glória,
quando ele teve as visões na Ilha de Patmos.
João contemplou um quadro verdadeiramente deslumbrante: viu
toda a terra de tal forma que não teve dúvidas em descrevê-la como
sendo a "nova terra". A forma que viu provavelmente será o cumprimento
da profecia de Zacarias 14.10: "toda a terra em redor se tornará em
"planície". É certo que não viu montes, nem colinas, nem rios, nem o mar,
porque disse que o primeiro céu, e a primeira terra passaram, e o mar já
não existe". Estava extasiado diante da imensidão daquele quadro tão
vasto. Um silêncio sepulcral reinava; não existia vida de espécie alguma:
nem homens, nem animais, nem pássaros voando, nem o mais pequeno
inseto era visto nem ouvido.
Em determinado momento sua atenção foi despertada pelo que
viu; e ele assim descreveu: "Eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém,
que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para
seu marido" (Ap.21.2).
Esse segundo quadro foi mais impressionante que o primeiro para
o Apóstolo. Apareceu lá nos céus, a grande altura, um objeto
quadrangular. Em princípio não parecia ser tão grande como o era na
verdade. Mas, na medida em foi descendo, foi aparecendo, pouco a pouco,
a enormidade e a magnificência que possuía, na forma de um grande
edifício. Foi descendo, descendo, como um paraquedas, até que pousou
sobre a terra, ou dela ficou muito perto.
Pela descrição que João faz da cidade, concluímos que sua origem
só podia ser divina, uma obra que saíra das mãos de Deus, sem dúvida
alguma, o cumprimento da promessa que Deus fez a Abraão, e que foi
confirmada pelas suas palavras: "Na casa de meu Pai há muitas moradas;
se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu
for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo,
para que onde eu estiver estejais vós também" (Jo.Á.2-3).
Ficou João olhando para aquele prédio grandioso, a cidade, que,
para ele, era um mistério. Na sua mente havia muitas indagações: Que
seria aquilo? Para que se destinaria? Mas não demorou a vir a explicação:
"E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus
com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o
mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus
olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor,
nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava
assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-
me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me
mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A
quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.
Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus e ele será
meu filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis,
e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a
todos os mentirosos, a Sua parte será no lago que arde com fogo e
enxofre; o que é a segunda morte" (Ap. 21 .3-8).
Depois de ter ouvido e anotado estas palavras ditas pelo próprio
Deus, João foi arrebatado por um anjo e levado ao alto de um monte,
talvez um outro planeta, porque de outra maneira não poderia contemplar
a cidade toda por causa do seu tamanho descomunal 2.220 quilômetros,
tanto de altura, como de largura e comprimento um prédio
verdadeiramente colossal.
Do alto ele pode ver e contemplar toda a vastidão daquela enorme
cidade e fazer sua descrição. A cidade tinha a glória de Deus.
1) Sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a
pedra de jaspe, como cristal resplandecente (11). Era cercada com muros
de setenta metros de altura (17). Tinha doze portas; em cada porta, uma
pedra preciosa, sendo ela uma de qualidade e espécies diferentes, nas
quais estava escrito o nome das doze tribos de Israel, um nome em cada
porta (12). Tinha também doze fundamentos, adornados de pedras
preciosas, sendo que cada um tem o nome dos doze apóstolos do Cordeiro
(14). A cidade era de ouro puro, semelhante a vidro puro ( I 8). João disse
que não viu templo na cidade, porque o seu templo era o próprio Deus e
o Cordeiro, que é Jesus. A cidade não precisava de sol ou de lua para
resplandecerem nela, porque era alumiada pela glória de Deus, sendo
Jesus a sua lâmpada (23). Das suas portas ele disse que nunca seriam
fechadas de dia porque ali não haverá noite; e afirmou que nela não
entrará coisa alguma que a contamine ou cometa abominação e mentira,
mas só os que estão escritos no livro da vida do Cordeiro (25 e27).
O apóstolo disse que lhe foi mostrado também "o rio puro da água
da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro"
(22.1), símbolo da nossa salvação efetuada pela graça de Deus e do
Cordeiro, que fluirá por toda a eternidade. Disse ele que, no meio da
praça, de uma e de outra margem do rio, está a "árvore da vida, que
produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore
são para a saúde das nações" (22.2). Esta é a árvore que Adão, enquanto
na inocência, deveria ter comido mas não o fez, sendo, depois da queda,
proibida para o homem, e guardada pelos querubins (Gn. 2.9 e 3.24). Na
cidade celestial estará à disposição de todos os justificados, e será
também fonte de bênçãos para as nações.
João procurou descrevê-la pormenorizadamente, utilizando
exemplos e figuras, que, num esforço muito grande, é o que ficava mais
perto da realidade. Assim, disse ele que aquele edifício foi medido e
constatou-se que ele tinha doze mil estádios, isto é, 2.220.000 (dois
milhões, duzentos e vinte mil) metros lineares de área construída, ou a
fabulosa quantia de 4.928.400 (quatro milhões novecentos e vinte e oito
mil e quatrocentos) quilômetros quadrados de superfície. Disse ainda que
o seu comprimento, largura e altura eram iguais, ou seja, a cidade era
quadrangular. Para termos uma ideia do seu tamanho, se a víssemos
colocada sobre uma região do Brasil, ela quase uniria as cidades de São
Paulo ou Rio de Janeiro a Belém do Pará, pois seu comprimento é de 2.220
(dois mil duzentos e vinte quilômetros.)
Essa é e será a cidade que nós, os crentes salvos por Jesus Cristo,
lavados e purificados no Seu precioso sangue, iremos morar com Ele por
toda a eternidade. Realmente ela é o lugar que Jesus foi preparamos na
casa do Pai (Jo 14.2).
O profeta Isaías teve uma pequenina visão de como será a nossa
vida na nova Jerusalém, com os nossos corpos ressuscitados e
glorificados. Sua visão foi como um relâmpago, semelhante a certas
propagandas que vemos na televisão, que passam em menos de um
segundo, pois tão rápido como aparecem, da mesma forma desaparecem.
Ele viu um bando de pessoas, entrando e saindo pelas janelas daquela
cidade-edifício, voando. O profeta, admiradíssimo, perguntou: "Quem são
estes que veem voando como nuvens e como pombas às janelas?"
(Is.60.8). Isaías não obteve resposta, pois essa só veio oitocentos anos
mais tarde quando Jesus mandou João escrever o livro do Apocalipse (ou
Revelação), para mostrar aos seus servos "as coisas que em breve devem
acontecer" (Ap. 22.6).
A resposta veio para nós, os seus humildes servos. Nossos
privilégios são grandiosos; na verdade, mais grandiosos que os dos
profetas, pois Jesus disse que muitos justos e profetas desejaram ver e
ouvir o que os crentes da era da graça veem e ouvem, mas não
conseguiram (Mt. 13. I 7). Para aqueles que pensam que o privilégio foi
somente para os que viram e ouviram pessoalmente o Senhor Jesus, Ele
mesmo afirmou que aqueles que não viram e creram são mais bem-
aventurados (Jo.20.29).
A nossa vida naquela terra será impressionantemente bela e
teremos surpresas e mais surpresas , cada uma mais agradável que a
outra. A ideia de que o céu é um lugar onde as pessoas "santificadas"
estarão "rezando" em cima de uma nuvem não é absolutamente bíblica,
e está completamente fora da realidade do que será a vida eterna naquele
lugar. O que foi mostrado a João foi que os servos de Deus "o servirão".
E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome... porque o
Senhor Deus os alumia; e reinarão para todo sempre" (22.3-5).
Aliás, tudo o que João tentou descrever é simplesmente uma ideia
daquilo que lhe foi revelado realmente. Lá seremos levados a conhecer
lugares com outras formas, e outras formas, e outras formas, e outras
coisas. Sobre todo o grande universo de Deus, reinaremos "para todo o
sempre" porque teremos direito a isso, uma vez que Ele prometeu dizendo
que nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus
e co-herdeiros de Cristo" (Rm. 8.17). Veremos a realidade da revelação
de Paulo: "as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não
subiram ao coração do homem, são as coisas que Deus preparou para
aqueles que o amam" (I Co. 2.9).
Há mais dois aspectos que devemos lembrar: um é o da
eternidade da vida que lá teremos. Nossa mente é finita; por isso, não
podemos compreender o infinito. Só lá poderemos, com nossas mentes
glorificadas e sem limitação causada pelo pecado, compreender
plenamente o que isso significará. Lá, nossas mentes serão esclarecidas
e iluminadas, pois agora, como diz Paulo, "vemos por espelho em enigma"
(os espelhos da época do apóstolo eram de bronze polido, não perfeitos
como os de hoje). Assim, não teremos dificuldades de entender e
compreender nada naquele lugar.
O outo aspecto e o do relacionamento com a imensa quantidade
dos moradores da cidade. Teremos a eternidade para conhecer um por
um pessoalmente, e ouvir a maravilhosa história de sua conversão e de
sua experiência de crente aqui no mundo; é claro, contaremos também a
nossa. Ali, naquela cidade verdadeiramente maravilhosa em todos os
sentidos, nossa mente será como a dos anjos, porque seremos
semelhantes a eles (Lc.20.36). Lembraremos de tudo o que passamos no
mundo, e contaremos uns para os outros com todos os detalhes e
pormenores (Lc. 16.27-28).
Naquela cidade estarão morando juntamente conosco multidões
e multidões, milhões e milhões de pessoas, uma quantidade incontável
(Gn. 15.5; Ap. 7.9). E não é para menos, pois lá estarão todos os fiéis
servos de Deus, salvos desde Adão e todos os que foram salvos em todas
as épocas da história sagrada, inclusive no milênio. Lá estarão os
patriarcas, os mártires, os da dispensação da graça, desde o ladrão que
foi crucificado com Jesus e se arrependeu, sendo salvo, até o último crente
que for massacrado pelo Anticristo na Grande Tribulação, e ainda as
multidões que forem salvas no período do milênio, ocasião em que a
humanidade crescerá de forma assustadora (Is. 60.22; Jr. 30.19 Zc.
10.8), quando então será real o que o profeta Isaías viu: os crentes
ressuscitados, nos seus corpos glorificados, semelhantes ao corpo de
Jesus depois de ressuscitado (I Jo. 3.2), voando em bandos, como
pombas, saindo e entrando pela janela da Nova Jerusalém que descerá
do céu, e que será o "tabernáculo de Deus com os homens", pois com eles
habitará, e eles "serão o seu povo", e o mesmo Deus estará com eles, e
será o seu Deus (Ap. 21.2-3).
Evidentemente que nem tudo que precisava ser dito foi dito
nestes estudos. Embora muita coisa foi mostrada a João, nem todas ele
pôde descrever, porque muita coisa "ao homem não é lícito falar" (I Co.
12.4). Contudo, lembremos as palavras de Moisés:
"As coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus, porém, as
reveladas são para nós e para nossos filhos para sempre, para
cumprirmos as palavras desta lei. (Dt. 29.29).
Os que "cumprirem as palavras desta lei” são aqueles dos quais
foi dito: "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no
sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam
entrar na cidade pelas portas" (Ap. 22.14)
(OBS: Este livro foi publicado na década de 1980)
CAPÍTULO X
AS COISAS QUE JA ESTÃO ACONTECENDO.
(Capítulos X e XI escritos posteriormente e inseridos na revisão e
republicação por Pr. Sinval Ribeiro Ladeira, 1999, não constando,
portanto, da primeira edição)
No capítulo 24 de Mateus o Senhor Jesus explicou aos seus
discípulos, quais seriam os acontecimentos que identificariam aos olhos
de seus seguidores, que teria chegado o tempo do fim. Na verdade, ainda
que o arrebatamento da igreja (primeiro dos acontecimentos a ser
aguardado) será súbito, (porque virá como um laço sobre todos os
moradores da terra" Lucas 21.35), todavia, o Senhor deixou na Sua
palavra informações detalhadíssimas que permitiriam, até com relativa
facilidade, à pessoa que estiver vivendo naquele tempo, identificá-lo.
(Igualmente quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo
às portas. Mateus 24,33). E também Ele completou dizendo: Em verdade
vos digo que não passará essa geração sem que todas essas coisas
aconteçam. (Mateus 24 .34)
Assim o crente deve observar atentamente todos os
acontecimentos e compará-los com as informações contidas na Palavra
de Deus que é a Bíblia, com o intuito de identificar o tempo e se preparar
para o arrebatamento que é o encontro com Deus, (Prepara-te ó Israel
para te encontrares com o Senhor teu Deus. Amós 4.12) ...porque
seremos arrebatados... a encontrar o Senhor nos ares e assim estaremos
para sempre com ele. ( I Tess. 4.17).
Eis as coisas (quando essas coisas começarem a acontecer,
levantai as vossas cabeças porque a vossa redenção está próxima. Lucas
21.28) que estão acontecendo, dando-nos a entender que o tempo é
chegado:
1) E ouvireis de guerras e de rumores de guerras... e haverá
fomes. Pestes e terremotos. Mateus 24. 6.
Devido à intensidade e velocidade com que as notícias chegam
hoje às nossas casas, torna-se quase desnecessário comentar esses
avisos do Senhor. Estão aí diante de nossos olhos as guerras e seus
rumores. Exatamente nesse instante em que escrevo a televisão noticia o
êxodo dos habitantes de Kosovo na Iugoslávia, a intensidade dos ataques
militares da Otan à esse país e os rumores de invasão por terra caso sejam
infrutíferas as tentativas de solução. Ao mesmo tempo estoura conflitos
de disputa de terras entre a Índia e o Paquistão, ambos países detentores
de armas nucleares.
Ao mesmo tempo, as mais chocantes e trágicas imagens de fome,
de pessoas morrendo aos milhares, chegam aos nossos olhos. E, se em
um país da maior fartura com é o nosso há fome, pode-se imaginar o que
está acontecendo nos lugares mais miseráveis da terra.
Estão aí as pestes e enfermidades novas, ou pelo menos nunca
dantes conhecidas e nem mencionadas, causadas por vírus como o da
aids e o ebola.
Estão aí diante de nossos olhos como uma enorme placa de aviso,
os terremotos atingindo os mais diversos lugares do mundo, arrasando
cidades e regiões inteiras como aconteceu no México, nos EUA e na China.
Tudo isso está gritando: "O tempo é chegado".
E bom lembrar o aviso: Vigiai, porque não sabeis a hora que há
de vir o vosso Senhor. Mateus 24.42.
2) E surgirão falsos cristos e falsos profetas e enganarão a muitos.
Mateus 24.4 e 11.
Na primeira metade desse século agora prestes a findar, achou-
se que a fé seria varrida da terra e substituída pela ciência. Todavia, no
fim dessa segunda metade do século, ao contrário do que estava
prognosticado pelos inimigos de Deus e da fé, estamos presenciando um
despertar da fé jamais visto antes. Pessoas de todas as classes sociais
estão se voltando para Deus e para Seu filho Jesus. Há um derramar do
Espírito Santo, o que diga-se de passagem é mais uma das "coisas que já
estão acontecendo." (...E do meu Espírito derramarei sobre toda carne...
Joel 2.28). Ocorre, porém, que se materializa nesse tempo presente a
parábola do joio e do trigo (Mateus 13.36) que diz: "...o joio são os filhos
do maligno e quem semeou é o diabo." Ao mesmo tempo em que germina
a boa semente, que e a palavra de Deus, lançada por servos e servas do
Senhor, palavra essa que ensina que todo homem é pecador e carente de
um Salvador (Romanos 3.9 e 10); que o arrependimento é necessário
(Atos 2:38); que Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu único
Filho desde os céus para sofrer o castigo que nos traz a paz e morrer em
nosso lugar (Isaias 53), o inimigo tem enganado homens e mulheres que
então viraram às costas ao evangelho, à palavra da verdade e que saindo
como falsos mestres e doutores e até como falsos cristos, ensinam uma
palavra falsa que não pode salvar e nem remir o homem. Como diz a
escritura: "... e enganarão a muitos." (Mateus 24.11).
3) E por se multiplicar a iniquidade o amor esfriará. (Mateus
24.12)
Como pastor e homem de negócios que sou, acho esse um grande
sinal de que o tempo é chegado. O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo,
disse: "Sabe porem isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos
trabalhosos...". Então prosseguindo, e para explicar porque os tempos
seriam assim, Ele diz, "...porque haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e
mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis,
caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia
dela".
O Senhor deixou registrado assim a respeito do fim: "Nesse
tempo muitos serão escandalizados e trair-se-ão uns aos outros e uns aos
outros se aborrecerão. (Mateus 24.10). Assim é fácil entender porque a
iniquidade está se multiplicando e o amor esfriando. A maldade é a mãe
da insensibilidade. Na mesma hora em que escrevo sobre esse assunto a
televisão me mostra um quadro dantesco: um homem chegou ao hospital
em seu carro, precisando de socorro urgentíssimo e não foi atendido
durante várias horas, vindo a morrer dentro de seu carro na porta do
hospital.
Mesmo os filhos de Deus precisam vigiar para não serem atingidos
e envolvidos por ódio, mágoa e espírito de vingança, enfim pela maneira
do mundo. Vale lembrar a recomendação da palavra quando diz: 'Não te
indignes por causa daquele que executa astutos intentos; entrega teu
caminho ao Senhor pois Ele fará sobressair a tua justiça; Deixa a ira e
abandona o furor; quanto ao ímpio um dia olharás para o seu lugar e não
mais o acharás; aquele que e puro purifique-se mais ainda pois aquele
que é sujo, suje-se ainda mais. Louvado seja o Senhor pois no meio do
povo sincero o amor está aumentando de uns para com os outros.
4) Expectativa de acontecimentos ruins envolvendo a natureza.
"E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas e na terra angústia das
nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas, homens
desmaiando de terror na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo,
porquanto os poderes do céu serão abalados. Lucas 21 .25 e 26).
Eu estava em uma reunião de oração e busca, dessas que muitas
igrejas fazem no monte de madrugada, quando o Espírito do Senhor
comunicou uma palavra a um dos presentes . Dizia assim: "Nesse tempo
por vir o homem acordará e não irá se deitar sem tomar conhecimento de
algo trágico, pois chegou o tempo". Tenho visto dia após dia a confirmação
de que essa palavra saiu dos lábios do Senhor. São tantas as notícias
ruins que só o Espírito Santo de Deus que em nós habita pode nos guardar
de um terrível stress. Inundações, buracos na camada de ozônio, poluição
da água, do mar e do ar, homens manipulando substâncias de forma
irresponsável, mexendo com o equilíbrio sem conhecer direito as
consequências, mostram na verdade que já existe uma expectação das
coisas que sobrevirão a esse mundo. Todavia, essa é a parte apenas da
colheita que a humanidade fará das coisas que está semeando pois ...tudo
que o homem semear ele vai ceifar. (Gálatas 6.7). Como foi minuciado
nesse livro, haverá a parte do juízo de Deus derramado sobre a terra,
uma vez que apenas a misericórdia Dele está esticando esse período para
que muitos se salvem. Uma vez que o assunto desse capítulo são as coisas
que já estão acontecendo. não vou alongar falando sobre o que
acontecerá quando o quarto anjo tocar sua trombeta. (Apocalipse 8.12).
5) E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e
sevos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita. ou nas suas testas ,
para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o
sinal ou o nome da besta ou o número do seu nome. Apoc.13.16 e 17.
A bem poucos anos atrás esse trecho não tinha nenhuma
possibilidade de se cumprir. Quase na década de 50, pessoas de visão não
viam nenhuma possibilidade de sucesso para uma máquina que começava
a nascer: o computador. Cinquenta anos após, o computador dominou
todas as áreas da atividade humana e é quase impossível viver sem ele,
até mesmo em casa. O progresso é tão rápido nessa área que meu
computador pessoal, comprado há pouco mais de um ano como o mais
potente e avançado que podia existir, agora está absurdamente
ultrapassado. Para algumas tarefas já é obsoleto. A capacidade dessas
máquinas e tão grande que controlam bilhões de informações, todavia é
na área das finanças, no controle do que se recebe e do que se gasta, que
elas tornaram subitamente possível o pleno cumprimento da escritura
acima mencionada. Hoje já estamos vivendo um ensaio daquilo que será
a apresentação final. Com um cartão, onde numa tarja magnética está
gravado um código secreto, faz-se recebimentos de quaisquer tipos de
créditos e gasta-se, paga-se e compra-se qualquer tipo de coisa. Uma
enorme quantidade de estabelecimentos comerciais já têm ligação direta
com o sistema bancário, de maneira que a pessoa pode comprar e o outro
vender, debitando-se e creditando-se diretamente e na mesma hora, as
contas bancárias correspondentes.
Isto é tremendo quando pensamos que na verdade, a única coisa
que falta seria passar o código magnético do cartão para a mão ou testa.
É obvio que estamos a um passo disto. Qual é o crente que tendo visitado
o famoso parque de diversões na capital de São Paulo chamado Play
Center, não ficou pensativo, quando, ao comprar o passaporte, ao invés
de receber um ingresso ou cartão, recebeu um carimbo, um sinal na costa
da mão, que era lido e identificado em cada brinquedo, liberando assim a
entrada à pessoa marcada?
Quem não está percebendo que, ao passo que nenhum
movimento foi capaz de unir as nações até hoje, a economia e as finanças,
manipuladas por uma força poderosa e irresistível estão unindo empresas
e países. Está aí o mercado comum europeu, o mercosul e o nafta. Quanto
ao mercado comum europeu, já tem moeda única. Em outras palavras, é
fácil perceber, pelas coisas que já estão acontecendo, que estamos
caminhando mui rapidamente para o cumprimento da palavra acima
descrita.
6) E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo em
testemunho a todas as gentes e então virá o fim. (Mateus 24.14)
Estive por duas vezes na Finlândia, na Estônia que fazia parte da
antiga União Soviética e subi até o círculo polar ártico e sabe o que vi?
Pessoas famintas de Deus buscando a palavra. Seus corações eram como
uma terra seca e a pregação como baldes de água que quando lançados
naquele terreno eram logo absorvidos. Aquela terra, quase impenetrável
ao evangelho há bem pouco tempo atrás, agora é um campo aberto.
Preguei num teatro que antes só servia aos propósitos comunistas. Sobre
o púlpito está a figura de Lenin e o lugar estava lotado. Após o culto
bastava encostar a mão nas pessoas e elas caiam cheias do poder de
Deus. Encontrei um irmão que veio da Ucrânia para nos ver e conversar.
Ele vendeu suas posses e comprou um ônibus transformando-o numa
residência itinerante. Viajava por toda a Ucrânia pregando a palavra.
Preguei num acampamento na Finlândia e veio um homem forte,
barba grande e bem cuidada. Tocava um acordeon com muita unção.
Contou-nos o que fazia: Pregava o evangelho na Sibéria.
Li um livro que muito me tocou: um casal rendeu-se ao Senhor e
se colocou em suas mãos para ir onde o Senhor mandasse. Logo o Senhor
mostrou para eles no mapa-mundi um país que eu nunca imaginei que
pudesse existir: chama-se Butão. E lá foram eles. Estive num congresso
na Argentina e me emocionei vendo as pessoas que vieram de toda a
América do Sui. Os missionários, servos e servas estão indo como águas
derramadas que vão penetrando em todos os lugares mesmo escondidos.
Estive em I .976, ano de minha conversão nos EUA e pude visitar
uma escola de preparação de missionários chamada "Cristo para as
nações". Fiquei pasmado com o tamanho e quantidade de pessoas que
estavam se preparando e partindo para todos os lugares da terra.
Tenho tomado conhecimento que na China milhares de pessoas
estão aceitando o Senhor Jesus como Salvador todo dia.
Sim, esta é a mais significativa coisa que já está acontecendo.
CAPÍTULO XI
O QUE FAZER ENTÃO?
A resposta é simples: prepara-te para te encontrares com teu
Deus. O Senhor Jesus deixou uma palavra simples mas tremenda à
respeito. Disse Ele: Se um homem soubesse de alguma maneira que
numa determinada noite um ladrão viria à sua casa sem precisar a hora
em que faria isso, esse homem não teria outra alternativa senão ficar
acordado vigiando e atento a todo instante para não ser pego
desguarnecido. Então completou: Estai vos também apercebidos pois o
Filho do Homem virá a hora em que não penseis. (Mateus 24. 43 e 44)
O que fazer então? E estar vigilante, atento e preparado.
Santificar a vida vigiando as palavras e atitudes, os pensamentos e os
sentimentos. Quando a tentação bater à porta, pensar: E, se meu Senhor
voltar agora?
O primeiro arrebatamento mencionado na Bíblia foi o de Enoque.
Diz o texto: "E andou Enoque com Deus e não se viu mais, porquanto
Deus para Si o tomou. (Gênesis 5.24). Entendo que a pessoa que desejar
ser arrebatada deve procurar, agora mais do que nunca, andar com Deus,
ou seja, em acordo com ele, (andarão dois juntos se não estiverem de
acordo? (Amos 3.3). Viver em comunhão com seu Espírito Santo, em
espírito de oração, lendo e meditando na sua santa palavra. Acordar e
dizer: - Pode ser hoje o grande dia que minha alma espera e devo estar
pronto.
O segundo arrebatamento mencionado na Bíblia foi o de Elias.
Elizeu estava perto e viu. Está assim descrito na palavra; "E sucedeu que
indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo com cavalos de
fogo, os separou um do outro e Elias subiu ao céu num redemoinho. (II
Reis 2.11) Foi coisa súbita como a Bíblia diz que será o arrebatamento
da igreja: Num momento, num abrir e fechar de olhos ante a última
trombeta, porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. (I Corintios 1 5.52). O
Senhor Jesus disse que será como nos dias de Noé, porquanto casavam e
davam-se em casamento, comiam e bebiam, isto é, estavam levando a
vida normal, quando de repente veio a ordem e Noé entrou na arca com
sua família. Disse Ele: Assim será a vinda do Filho do Homem para levar
a sua igreja, pois então, estando dois no campo, será levado um e deixado
o outro e estando dois trabalhando será levado um e deixado o outro.
(Mateus 24. 36 a 41).
Numa reunião de oração um irmão viu em visões de Deus um
grande portão que se fechava bem devagar, mas não parava de fechar.
Ele via milhares de pessoas forçando e ainda passando, todavia a cada
hora a abertura era menor significando que menos tempo se tem.
Inexoravelmente chegará a hora em que não será possível mais
entrar. Está escrito: "E tendo elas ido comprar azeite chegou o esposo e
as que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas, e FECHOU-
SE A PORTA.
Chegaram então as que foram comprar e disseram: Senhor,
Senhor abre-nos a porta. Então Ele respondeu: Em verdade vos digo que
não vos conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia e a hora em que o
vosso Senhor há de vir."
Pr. Sinval Ladeira
Comunidade Betsaida
FINAL
PREPARA-TE PARA ENCONTRAR COM DEUS.
PREPARA-TE PARA EVITAR ESSE MALES
E ESTAR EM PÉ, DIANTE DE DELE.
O AVISADO VÊ O MAL E SE ESCONDE
MAS O SIMPLES PASSA E SOFRE A PENA.
QUANDO CRISTO, QUE É NOSSA VIDA,
SE MANIFESTAR, ENTÃO NÓS TAMBÉM
MANIFESTAREMOS COM ELE EM GLÓRIA.
COL. 3:4