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AS COISAS QUE EM BREVE DEVEM ACONTECER ( APOCALIPSE 1.1 ) 2ª EDIÇÃO REVISIONADA E MELHORADA ''PERTO DO TEMPO DO FIM SURGIRÁ UM GRUPO DE HOMENS QUE VOLTARÃO ASSUASS ATENÇÕES PARA AS PROFECIAS, E INSISTIRÃO NA SUA INTERPRETAÇÃO LITERAL, NO MEIO DE MUITO CLAMOR E OPOSIÇÃO (Sir Isaac Newton)

AS COISAS QUE EM BREVE DEVEM ACONTECER...O Apóstolo Paulo ensina-nos que, se tivermos o Espírito de Deus, podemos conhecer todas as coisas, usando o método comparativo, conferindo

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AS COISAS QUE

EM BREVE

DEVEM

ACONTECER

( APOCALIPSE 1.1 )

2ª EDIÇÃO REVISIONADA E MELHORADA

''PERTO DO TEMPO DO FIM SURGIRÁ UM GRUPO DE HOMENS QUE

VOLTARÃO ASSUASS ATENÇÕES PARA AS PROFECIAS, E

INSISTIRÃO NA SUA INTERPRETAÇÃO LITERAL, NO MEIO DE

MUITO CLAMOR E OPOSIÇÃO

(Sir Isaac Newton)

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PREFÁCIO

Para os que conhecem as Escrituras Sagradas, e estão atentos

aos seus ensinos, "Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo

venho, Amém. Ora, vem, Senhor Jesus " (Ap. 22.20).

Percebo que o propósito do autor deste livro é trazer a lume, de

forma simples e clara, verdades difíceis, mas que, postas em ordem

conforme acontecem, tornam fascinante a sua leitura. As verdades

escatológicas por muitos são vistas como coisas difíceis não somente

pelas dificuldades naturais de abordagem apocalíptica, mas também por

causa das já existentes inúmeras divergências em torno do assunto em

apreço.

O Apóstolo Paulo ensina-nos que, se tivermos o Espírito de Deus,

podemos conhecer todas as coisas, usando o método comparativo,

conferindo coisas espirituais com espirituais, o que nos faz concluir que

podemos mergulhar nos segredos do Senhor.

O irmão Francisco de Assis Ladeira, autor deste livro, e de berço

presbiteriano. E um cristão de fé provada e retemperada, sendo profundo

estudioso das Escrituras, dos homens e da vida. Mas, acima de tudo, o

seu grande valor está na profundidade da sua fé no Cristo da Bíblia, no

destino eterno da alma, e na volta do Senhor.

Mencionamos ainda ser ele pai de sete filhos, dos quais quatro

são ministros de Cristo.

Foi um privilégio para mim ler os originais deste trabalho que, na

minha opinião, está entre os melhores expositores que tenho consultado

sobre o assunto.

Mas, como está escrito: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram,

nem jamais penetrou o coração humano, o que Deus tem preparado para

aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o

Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus

" (I Cor. 2.9-10). Desta forma, recomendo a todos que leiam este livro

antes do apagar das luzes da volta do Senhor.

Joel de Jesus Braga.

Pastor da Igreja Batista

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''A BÍBLIA ''

"Uma nação seria verdadeiramente abençoada de fosse

governada por nenhuma outra lei, a não ser a Bíblia, que é o livro bendito.

É um sistema tão completo que nada é necessário ser acrescentado, nem

tirado dele. Contém todas as coisas úteis a serem escolhidas ou feitas;

prevê uma cópia para o rei e uma regra para o súdito. Dá ao senador

instrução e conselho, ao júri veredicto imparcial; fornece ao juiz a sua

sentença, assegura honra aos pais e exige obediência aos filhos.

Prescreve e limita o domínio do soberano, é o regulamento do legislador

e a autoridade do senhor. Manda os súditos honrarem, os seus servos

obedecerem, e promete bênçãos e proteção do seu Autor a todos que

andarem seguindo as suas regras. Promete comida e vestuário, e limita o

uso de ambos; defende o direito e revela vingança a todo depravador,

enganador e opressor.

E o primeiro livro do mundo que contém os mais escolhidos

assuntos. Dá melhor instrução e proporciona o melhor prazer e satisfação

que podem ser revelados. Contém as melhores leis e os mais profundos

mistérios jamais lidos.

Traz as melhores notícias, e fornece o melhor conforto ao

duvidoso e desconsolado. Exibe vida e imortalidade a nós e nos mostra o

caminho para a salvação, o caminho para a glória. E UM RELATO BREVE

DE TUDO QUE PASSOU E UMA PREDIÇÃO CERTA DE TUDO QUE ESTÁ

PARA VIR. Revela o único e verdadeiro Deus, e mostra o caminho para

Ele. Põe de lado todos os outros deuses, e descreve a vaidade deles e de

todos os que neles confiam. E um resumo. E um livro de leis para mostrar

o certo e o errado; um livro da verdade que descobre todas as mentiras

e confronta todos os erros. É um livro de vida que mostra o caminho da

morte eterna. E o livro mais resumido do mundo, o mais autêntico. É a

mais divertida história jamais publicada. Instrui o mais competente

mecânico e o mais profundo artista. Ensina o melhor orador, exercita o

mais perito aritmético; corrige o mais vaidoso filósofo, e guia o sábio

astrônomo. Desmascara o sutilofista, e enlouquece os adivinhadores. É a

melhor evidência jamais produzida, o melhor testamento melhor e jamais

assinado.

Compreendê-lo é de fato ser sábio, mas ignorante sobre ele, é ser

destituído de sabedoria. E um completo código de leis, é uma perfeita

revelação da divindade. E uma narrativa inigualável é um livro de vidas

domesticas; o melhor exemplo para reis, um livro de jornadas e viagens

marítimas; o melhor dirigente dos servos, o melhor companheiro dos

jovens, o melhor vocabulário dos alunos. O homem culto tem nele a obra

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mais importante; e Aquele que é a coroa de tudo isso é o Autor, no qual

não há variação, nem sombra de mudança ".

ESCATOLOGIA SEGUNDO A CRONOLOGIA BÍBLICA

l) Arrebatamento da Igreja e a Primeira Ressurreição;

2) Manifestação do Anticristo e a Grande Tribulação;

3) A Guerra do Armagedom;

4) O Milênio;

5) O Fim do Mundo;

6) A Nova Jerusalém que desce do Céu.

Estudo elaborado por Francisco de Assis Ladeira, escritor evangélico

e autor do livro "As Coisas que em Breve devem Acontecer"- 2 Edição

Revisionada e Melhorada.

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"Minha fé "

Grande poder que a vida aclama Na agonia e tortura do viver,

Minha fé é ato da minha alma

A pensar , sentir, querer !

Não é superstição, credulidade ... Não é ignorância ou creticismo .

Não é coisa que não existe,

Não é crendice, embuste ou fanatismo:

É fé baseada nos fatos da Bíblia , Com a palavra verdadeira de Deus

E em tudo evita a triste consequência

Dos erros perigosos dos ateus;

É fé oposta a várias imposturas

Da desvairada filosofia , É fé subordinada às Escrituras

Por cuja luz na terra Deus nos guia.

É o firme fundamento do que espero,

A prova racional do que não vejo, A razão de ser do que da graça eu quero;

A expiração de tudo que desejo.

É crença inspirada, enaltecente ,

Gera afeto e esforço voluntárjo, Pois tem por objeto o onipotente

Em Cristo revelado no Calvário .

É laço estreito que me prende ,

À fonte eterna da maior ventura,

É o braço da alma que aos céus se estende

Na certeza de que Deus nos segura

É a confiança em Deus, justiça e amor

Que abriu na cruz, da graça, as puras fontes

É a redenção completa do Redentor

É a força oculta que transporta montes !

Sem fé não vejo como viver , Sem fé não é possível progredir,

Sem fé não pode a vida ter prazer,

Sem fé ninguém a Deus pode servir.

Queres ter fé? Olha da vida o incenso, Olha a cruz e o túmulo vazio

Faze diante de Deus como menino

E nos pés do Redentor dize: "Confio"!

Sejam quais forem meus desenganos Firmado nesta fé eu morrerei.

E sei que até ao fim dos meus anos

Vitória em Cristo aqui terei.

E quando por fraqueza eu vacilar

No caminho da vida, em turbilhão , Ainda em tal momento hei de clamar:

Senhor meu Deus, de mim tem compaixão!

Francisco de Assis Ladeira

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CAPÍTULO I

O ARREBATAMENTO DA IGREJA

Quando o Senhor arrebatar a Igreja, "igreja" não no sentido de

instituição religiosa, mas no sentido de que ela é formada de cada crente,

individualmente, não importando onde esteja servindo o Senhor, pois faz

parte do Seu corpo por ter sido remido pelo Seu sangue, através da fé na

Sua morte e ressurreição, cumprir-se-á, literalmente, a palavra registrada

em Mateus 24.40-41 , já mencionada atrás. Onde estiver um crente, dali

ele será levado; quem estiver com ele e não for salvo será deixado.

Quando uma pessoa recebe a Cristo como seu Salvador, ela não

é tirada do mundo naquela hora. Na oração sacerdotal que Jesus fez, Ele

deixou claro quando orou: "Não peço que os tire do mundo; e sim, que os

guarde do mal " (João 17.15). Contudo, o Senhor sabia que, na condição

de salvos, assim como Ele, nós não somos "deste mundo" (João 17.16).

Por isso, Ele há de nos levar daqui, deixando neste mundo todos os que

não quiserem fazer parte do Seu rebanho.

Muitos não estão se apercebendo da seriedade da hora em que

vivemos, e estão "desligados" das coisas espirituais. Mas, graças a Deus,

há aqueles que já se aperceberam que as profecias bíblicas estão se

cumprindo, e que nós seremos "sem demora"(Ap. 3.1 1) arrebatados para

viver eternamente com o Senhor. Ouvi falar de uma empresa de aviação

norte-americana que não deixa mais seus aviões subirem com dois pilotos

crentes, a fim de evitar que vindo o Senhor, arrebate a ambos, e fique o

avião sem piloto, entregue um destino incerto. Porém, a verdade é que

catástrofes causadas pela repentina ausência dos crentes no mundo

inteiro, sendo muitos levados diretamente de seus postos de serviço,

certamente acontecerão. Mas não estaremos mais aqui para sermos

vítimas. Glória a Deus!

No arrebatamento nós passaremos da vida material para a

espiritual. Podemos empregar as palavras de Paulo, dizendo que nosso

corpo material e mortal será transformado num corpo espiritual e imortal;

nosso corpo corruptível será transformado em um corpo incorruptível (l

Cor. 15.53).

Porém, a verdade é que nós não conseguiremos nunca, com nossa

mente finita, compreender plenamente o que significa esta

transformação. O Apóstolo João disse: "Amados, agora somos filhos de

Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que,

quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque havemos

de vê-lo como Ele é". Não podemos imaginar o que significa ser

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"semelhante a Jesus". Por mais que possamos dar asas à nossa

imaginação será pouco em face da glória que haverá sobre nós, e em nós,

daquele momento em diante. Mas o importante agora é sabermos que

"em breve" sofreremos uma transformação em todo o nosso ser tão

grande quanto a que Jesus sofreu quando da Sua ressurreição.

João afirmou que nós seremos semelhantes a Ele, "porque

haveremos de vê-lo como Ele é ". Este é o segredo da santificação para

nós hoje, enquanto não formos transformados, e estivermos presos nisto

que Paulo chamou de "corpo desta morte " (Rm. 7.24). Quanto mais

olharmos para o "Autor e Consumador da fé ".(Hb. 12.1-2) aqui nesta

terra, mais semelhantes a Ele, enquanto aqui vivermos, nós seremos; e

também mais aptos estaremos para não "sermos envergonhados na Sua

vinda”.

Quando Jesus confortou os discípulos dizendo que os levaria para

a casa do Pai, Ele afirmou: "para que onde eu estou estejais vós também"

(Jo 14.3). Assim Ele não deixou dúvidas para onde nós seremos levados;

temos a bendita esperança de que um dia que não está longe estaremos

com Ele na casa do Pai, que é o céu, sem experimentarmos a morte.

Certa ocasião eu estava visitando um irmão na fé que mora ao pé

de um grande morro, em uma cidadezinha do interior de Minas Gerais.

Era noite; o luar iluminava toda a campina à frente, e nós estávamos no

alpendre da casa. Admirando a beleza daquele quadro, eu disse: "Até

aonde chegou o progresso da ciência. o homem já foi lá na Lua ! ". Então,

aquele irmão respondeu-me um tanto revoltado: "Eu não acredito que o

homem foi ao céu em corpo; a Bíblia diz que que a carne e o sangue não

entram no céu" (naturalmente fazendo alusão a I Cor. 15.50). Eu

compreendo o pensamento daquele irmão, que é de simples formação.

Nós dizemos que Deus está no céu, e que a Lua está no céu; logo ir à Lua,

é ir ao céu; aí estava a dificuldade daquele irmão: no fundo o que ele não

aceitava é que o homem vá ao céu sem primeiro morrer, porque a Bíblia

diz que a carne não herda o reino de Deus (I Cor. 15.50) na sua

concepção, o céu. Ele não sabe que existem três céus: o primeiro, que é

atmosférico, referido por Jesus quando falou das "aves dos céus" (Lc.

9.38). o segundo é o céu dos astros e dos planetas, onde, obviamente,

encontram-se a Lua, o Sol e tudo o mais. O terceiro é o céu onde está o

trono de Deus, e que Paulo afirma ter sido arrebatado até lá (II Cor. 12.2).

A propósito, quando Paulo mencionou o fato de ter ido até o terceiro céu,

ou o paraíso, ele falou que lá ouviu "palavras inefáveis, de que ao homem

não é lícito falar (ou referir-se)" (II Cor. 12.4). Certamente não lhe foi

lícito falar, não somente o que ouviu, mas também o que viu. o apóstolo

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teve o privilégio de ir até lá antes da morte, razão porque recebeu o

"espinho na carne" para que não se exaltasse "pelas excelências das

revelações", mas depois voltou para terminar o seu ministério neste

mundo. Mas nós podemos estar certos de que quando para lá formos,

será, como ele mesmo disse, para estarmos "sempre com o Senhor" (II

Ts. 4.17).

O arrebatamento é chamado na Bíblia de "As Bodas do Cordeiro".

Na presente era, a da graça, a Igreja é chamada de "A noiva" ou "esposa"

(Jo 3.29).

O relacionamento entre Cristo (o noivo) e a Igreja (a noiva) é o

tema do Livro de Cantares de Salomão, que, na verdade, somente uma

mente espiritual pode alcançar. O apóstolo Paulo, ao instruir os crentes

no tocante ao relacionamento entre marido e mulher no casamento,

ilustrou o assunto falando do amor de Cristo por Sua Igreja, que "se

entregou por ela", e da submissão que esta deve ter ao Senhor, e

terminou dizendo que "grande é este mistério" (Ef. 5.32). O caráter de

"mistério" dado por Paulo justifica-se pelo fato de ter sido objeto de

profecia no Velho Testamento, como a de Isaías 62.5: "Porque, como o

mancebo se casa com a donzela, assim teus filhos se casarão contigo; e

como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus". O

próprio Senhor Jesus abordou o seu relacionamento com a Igreja da

mesma forma, como, por exemplo, na parábola das virgens (Mt.25.1-13)

e quando respondeu aos discípulos de João (o Batista) sobre o jejum ('Mt.

9.15).

Desta forma, no arrebatamento, o encontro da Igreja com Jesus

Cristo, é o casamento do Senhor com a Sua noiva, que somos nós, de

quem Paulo disse: "Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos

tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um Só esposo,

que é Cristo" (II Cor. 11.2).

Como todo casamento é uma festa de alegria, as "Bodas do

Cordeiro" também proporcionarão uma festa no céu, porque lemos o

seguinte em Apocalipse: "Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe

glória; porque vindas são as Bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se

aprontou"(Ap. 19.7). A felicidade dos que farão parte desta festa é algo

tão marcante e grande, que Deus fez questão de deixar registrado, pois

nós lemos: "Então me disse o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles

que são chamados à Ceia das Bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são

as verdadeiras palavras de Deus" (Ap. 19.9).

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A vinda de Jesus para buscar a Sua Igreja, pelo arrebatamento,

será um ato oculto aos olhos do mundo. Contudo, o mundo perceberá a

ausência dos crentes. Ela será uma vinda secreta, como a de um ladrão

que vem quando não se espera (Ap. 3.3). Quando a Bíblia fala do Senhor

vindo de forma que "todo olho verá''(Ap. 1.7) é uma referência à Sua

vinda com a Igreja para estabelecer o Seu reino aqui na terra, ao final da

tribulação, quando, então "todas as tribos da terra se lamentarão sobre

Ele". Esta segunda etapa da Sua segunda vinda é mencionada também

em Judas 14, quando diz: "E destes profetizou também Enoque, o sétimo

depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares dos Seus

santos". Há um critério geral pelo qual podemos distinguir as duas etapas:

quando a Bíblia se refere à vinda do Senhor dirigindo-se aos crentes a

referência é à primeira etapa; quando se refere à Sua vinda, mas em

relação ao mundo perdido ou às nações, a referência é a segunda etapa.

Há algumas diferenças claras entre elas: quando Jesus vier buscar

a Igreja, virá acompanhado do Arcanjo Miguel (l Ts. 4:16); quando vier

para a segunda vinda, virá acompanhado dos "anjos do Seu poder" e em

grande glória (Mt. 25.31; II Ts. 1.7-9). Para o arrebatamento, Jesus virá

até os ares (I Ts 4.16-17); para a segunda vinda, descerá à terra (Zc.

14.4). Para o arrebatamento, será tocada a última trombeta (de Deus) (I

Ts 4.16, I Cor 15.52); quando vier com a Igreja, serão tocadas muitas

trombetas angelicais (Mt.24.31). Para o arrebatamento, a Igreja irá ao

encontro de Jesus nos ares ou nas nuvens (I Ts. 4.16-17); mas para a

segunda vinda, Ele é que voltará, sendo isto "em glória" (Cl 3.4; Jd. 14).

O arrebatamento será uma necessidade em face da misericórdia

e do amor de Deus para com o Seu povo, a fim de livrá-lo da tribulação.

Na carta que foi dirigida à Igreja em Filadélfia, o Senhor faz uma promessa

aos crentes que ficarem fiéis à Sua palavra em meio à uma igreja que

possuía aqueles que "são da sinagoga de Satanás" prova de que o que faz

um crente salvo e espiritual não é a igreja a que pertence, mas sim o seu

relacionamento com o Senhor, promessa essa que constou do seguinte:

"Como guardaste a palavra da minha paciência (ou perseverança),

também eu te guardarei da hora da tentação (ou hora da provação) que

há de vir sobre todo o mundo, para tentar (ou experimentar) os que

habitam na Terra" (Ap. 3.10). Assim como Deus livrou Enoque, levando-

o para Si antes de enviar o dilúvio, o Senhor guardará a Igreja, da

tribulação que há de vir sobre a Terra. O Apóstolo Paulo, referindo-se a

isto, escreveu que "Deus não nos destinou para a ira (que Ele derramará

durante a tribulação), mas para alcançar a salvação mediante nosso

Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer

durmamos, vivamos em união com Ele" (I Ts. 5.9- I 0).

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É esperando a Sua vinda para o arrebatamento que o Senhor

Jesus nos recomenda estarmos preparados. Disse Ele: "Estejam cingidos

os vossos lombos e acesas as vossas candeias; e sede vós semelhantes

aos homens que esperam o seu Senhor, quando houver de voltar das

bodas, para que, quando vier achar vigiando! Em verdade vos digo que

se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá. E se

vier na segunda vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais

servos.... Porque virá o Filho do homem à hora que não imaginais" (Lc. 1

2.35-38, 40).

O Senhor ao terminar o Sermão Profético, conforme registrado

em Lucas 21, sabendo que nós somos constantemente tentados a

envolver-nos com as coisas deste mundo, como todos fazem, e a

esquecermos que Ele voltará para nós que O aguardamos, procurou deixar

como última recomendação aos discípulos as seguintes palavras:

"Cuidado! Que a minha repentina vinda não apanhe vocês desprevenidos:

que eu não encontre vocês vivendo na ociosidade desmazelada, em orgias

e bebedeiras, e ocupados com os problemas desta vida, como o resto do

mundo. Vigiem constantemente. E orem para que se for possível vocês

possam chegar à minha presença sem ter passado por estes horrores" (Lc

21.34-36, do Novo Testamento Vivo).

Maranata!

CAPÍTULO II

PARA QUE A IGREJA VAI SER ARREBATADA?

PRIMEIRO: PARA NÃO PASSARPELA TRIBULAÇÃO II TS. 2.1-10

SEGUNDO: PARA PARTICIPAR DAS BODAS DO CORDEIRO AP. t9.7-9 TERCEIRO: PARA REINAR COM JESUS MIL ANOS AP. 20.6

PRIMEIRO:

PARA NÃO PASSAR PELA TRIBULAÇAO

Esta afirmação e incontestável na Bíblia. Enquanto a Igreja estiver

na terra, a Tribulação não virá. Paulo, em II Tessalonicenses 2.1-10

afirma que há um que está detendo ou impedindo o Anticristo de se

manifestar. Este um é o Espírito Santo, que veio quando a Igreja Cristã

teve seu início. Ele, o Espírito Santo veio e ficou com a Igreja. Ele está

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com a Igreja. São João 16-7 afirma que, quando a Igreja for arrebatada,

o Espírito Santo irá com ela, e, só então o Anticristo se manifestará. "Fará

um pacto-concerto com muitos (estes serão os judeus) por uma semana,

ou seja, aos três anos e meio, ele, o Anticristo, quebrará o concerto". (Dn.

9.27). Agora verifique I Tessalonicenses 5.3: "Quando andarem dizendo:

Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem

a dor do parto à que está por dar à luz; e de nenhum modo escaparão-"

Depois de três anos e meio de governo do Anticristo, quando todo

povo achar que o seu governo é bom e próspero, que finalmente se

alcançou a paz e a segurança, ele-romperá o pacto e a Tribulação

começará. Mas a Igreja estará na glória com o Senhor Jesus. Aleluia!

SEGUNDO:

PARA PARTICIPAR DAS BODAS DO CORDEIRO

Este privilégio será só da Igreja, ou seja, dos crentes da era da

graça. Serão estes os mais privilegiados de todas as outras dispensações.

Jesus disse: "Muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e

não viram; e ouvir o que vós ouvis, e não ouviram" (Mt. 1 3.17).

Os crentes da velha dispensação, na sua grande maioria, não

conheciam o grande significado do sacrifício dos animais e do sangue

derramado. O cerimonial do culto revestia-se de atos superficiais e de

formalismo falso. (Is. 1.11-14).

Jesus dá valor à Igreja porque ela foi comprada por um preço

muito alto, o precioso sangue de Jesus. "Não foi com coisas corruptíveis

como prata ou ouro que fostes resgatados... mas com o precioso sangue

de Jesus, como de um cordeiro imaculado e incontaminado."(I Pe 1.18-

19) "Porque foste morto e com teu sangue compraste para Deus homens

de toda tribo, língua, povo e nação." (Ap. 5.9). Somente a Igreja irá

participar das Bodas do Cordeiro, porque somente os crentes da era da

graça é que vão participar, ou melhor, vão ressuscitar na primeira

ressureição (Ap. 20.6). Embora os escatologistas não tenham afirmado e

definido esta tese, ela é bíblica. Não estou dogmatizando a doutrina,

muito embora o dogmatismo que tem apoio na Bíblia seja correto, e o

dogmatismo que não tem apoio na Bíblia seja errado, mesmo que seja

falado ou escrito pelo mais importante teólogo do mundo. Farei uso agora

da hermenêutica sagrada na interpretação dos textos que apoiam essa

doutrina.

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"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz

de arcanjo e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo Jesus

ressuscitarão primeiro." (I Ts. 4.16). Os servos de Deus, da velha

dispensação, não são mencionados como "mortos em Cristo", ou que

"dormiram em Cristo", mas, usando Abraão como exemplo: "Abraão

expirou e morreu em boa velhice, velho e farto de dias, foi congregado ao

seu povo."(Gn. 25.8).

Outro exemplo: Davi disse: "Eu vou pelo caminho de toda a terra"

(I Rs. 2.2). Depois, diz claramente a Bíblia: "Davi dormiu com seus pais

e foi sepultado na cidade de Davi"(I Re. 2.10). Apocalipse nos esclarece

afirmando: "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira

ressureição; sobre esses a segunda morte não terá autoridade; pelo

contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil

anos."(Ap. 20.6)

Mas os outros mortos não reviverão até que os mil anos se

completem: "Os restantes dos mortos não reviveram até que se

completassem os mil anos. Esta é a primeira ressureição."(Ap. 20.5).

Mas o leitor se perguntará: "E os crentes, salvos, da velha

dispensação? Não irão participar das Bodas do Cordeiro? Eles irão ou não

reinar com Jesus os mil anos? Se irão reinar com Jesus quando é que irão

ressuscitar? "

Respondo: Eles não irão ressuscitar no ato da ressureição da

Igreja, conforme I Tessalonicenses 4.16, nem participarão das bodas do

Cordeiro, mas ressuscitarão para reinar com Jesus os mil anos. A

ressurreição deles se dará após os sete anos das bodas do Cordeiro,

quando Jesus voltar com a Igreja para fundar o Seu reino milenar e literal

na terra (Jd. 1-4; Cl 3.4) E isto é uma exegese séria dos textos. "Assim

como todos morreram em Adão, assim todos serão vivificados (tornarão

a viver) em Cristo Jesus; cada um por sua ordem: Cristo, as primícias,

depois os que são de Cristo na Sua vinda."(I Co 15.22). Primícias, são os

primeiros: A Igreja. Cada um por sua "ordem" é o mesmo que dizer "cada

dispensação por sua ordem". As primícias a Igreja. Os que são de Cristo

os crentes da velha dispensação.

Escrevi, meu amado leitor, com a Bíblia na mão e os joelhos no

chão (Dn 12.3).

TERCEIRO:

PARA REINAR COM JESUS MIL ANOS

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"Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira

ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo

contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil

anos". (Ap 20.6).

O reino de Jesus na terra será de mil anos. Um bom número de

teólogos nega essa afirmativa. Mas, o Espírito Santo, sabendo que iriam

aparecer esses contestadores, deixou registrado, apenas no capítulo 20

de Apocalipse, seis vezes a expressão de mil anos. A maioria dos crentes

repete a vida toda esta expressão: 'Venha a nós o Teu reino" na oração

do Pai Nosso. Se lhes for perguntado: "Que Reino é esse? " respondem

logo com evasivas e alguns até declaram: "Não sei!" Outros dizem que é

a Igreja da atualidade, e eu digo: “Misericórdia!!!” A Igreja é o Reino

espiritual e Jesus está reinando na Igreja. Ele mesmo disse: 'Eis que estou

convosco todos os dias até a consumação dos séculos." (Mt. 28.20). Mas

Jesus está invisível! O Reino que Jesus virá fundar na Palestina é literal,

é material! Basta ler Isaías 6.5. Lá diz claramente que edificarão casas e

morarão nelas; plantarão, colherão e comerão; viverão e morrerão...

Pilatos interrogou Jesus se Ele era Rei. Jesus respondeu: "Agora

meu reino não é deste mundo." Parafraseando as palavras de Jesus:

"Agora meu reino não é deste mundo porque vim para morrer na cruz,

para salvar os pecadores; mas quando eu voltar pela segunda vez vou

fundar meu reino e assim dar cumprimento à profecia de meu servo

Daniel: "Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que

não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo:

esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para

sempre."(Dn. 2.44) "Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo;

Deus, o Senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai."(Lc 1.32).

O Distrito Federal do Reino será Jerusalém, com todo o território

da Palestina, a terra prometida a Abraão e sua descendência! O povo de

Israel nunca, mas nunca mesmo, esteve de posse de toda essa terra!

Josué não conseguiu expulsar da Palestina todas as nações dos cananeus,

heveus, jebuzeus, amorreus, ferezeus, querezeus e heteus! Davi

expandiu todo o seu reino a ponto de atravessar fronteiras da Palestina.

Fez aqueles povos tributários, mas não expulsou as nações gentílicas! O

Rei Salomão, a mesma coisa!

Mas quando Jesus vier irá ter fim o tempo dos gentios. "Cairão ao

fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os

tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." ( Lc.

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21.24) Para esclarecer ainda mais: "Desperta! Desperta! Veste-te da tua

fortaleza, ó Sião; veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém,

cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem

imundo." (Is. 52.1).

Moisés deixou escrito, para o nosso conhecimento, a abundância

de bens, a riqueza e a fertilidade da terra Palestina dizendo: "...porque o

Senhor teu Deus te faz entrar numa terra boa, terra de ribeiros de águas,

de fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e das

montanhas; terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra

de oliveiras, de azeite e mel; terra em que comerás o pão sem escassez

e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes

cavarás o cobre." (Dt 8.7-9).

Quando Jesus vier, vai transformar a palestina num paraíso!

"Abrirei rios nos altos desnudos, fontes nos meios dos vales; tornarei o

deserto em açudes de águas, e a terra seca em mananciais. Plantarei no

deserto o cedro, a acácia, a murta e a oliveira; conjuntamente porei no

ermo o cipreste, o olmeiro e o puxo" (Is. 41.18-19). Esta e a terra que os

arrebatados irão habitar, quando voltarem com Jesus depois de

terminados os sete anos das Bodas do Cordeiro. Jesus vem com a Igreja

e estabelece o Seu reino aqui na terra! Nesta ocasião é que se dará

propriamente a segunda vinda de Jesus. "Destes profetizou também

Enoque, o sétimo depois de Adão: Eis que é vindo o Senhor com milhares

dos seus santos." (Jd. 14).

Esta passagem da Bíblia é importantíssima porque é anunciada

na 7ª geração: a segunda vinda de Jesus com os Santos, os crentes que

subiram com Ele no Arrebatamento. Há na Bíblia algumas passagens que

falam de Jesus vindo com os anjos. Mas a palavra "santos" não se aplica

aos anjos, mas sim aos crentes. Zacarias 14.5 diz que Jesus vem com os

santos e o versículo diz que Ele irá descer no Monte das Oliveiras, no

mesmo lugar de onde subiu. "... e lhes perguntaram: varões galileus, por

que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto

aos céus, assim virá do modo como O vistes subir. Então voltaram para

Jerusalém, do Monte chamado Olival, que dista daquela cidade tanto como

a jornada de um sábado."(At. 1.11-12)

"Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar então vós

também vos manifestareis com Ele em glória" (Cl. 3.4). Aleluia! Glória a

Deus! Amém!

A Bíblia faz referência ao arrebatamento da Igreja em I

Tessalonicenses 1. 16- 17 e l Coríntios 15.52. O Velho Testamento nos

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relata dois casos de arrebatamento: Enoque (Gn. 5.22-24; Hb. 11.5) e o

profeta Elias (II Rs. 2.9-14).

AINDA O ARREBATAMENTO DA IGREJA

Vou entrar no coração da Doutrina do Arrebatamento da Igreja

com a Parábola das Dez Virgens.

"Então o reino dos céus é semelhante a dez virgens que, tomando

as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram

prudentes e cinco eram loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas,

não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas

vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram

todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o

esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram,

e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-

nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as

prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a

vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido

comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com

ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as

outras virgens dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. E ele respondendo

disse: "Em verdade vos digo que vos não conheço".

“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho

do homem há de vir."(Mt. 25. I - 13).

As dez virgens são uma figura da Igreja de Deus. Verifique estes

textos: '*Porque estou zeloso de vós, com o zelo de Deus; porque vos

tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um

marido, a saber, a Cristo." (ll Co 11.2).

"Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque

são virgens."(Ap. 14.4).

"Portanto lhes dirás estas palavras: Os meus olhos derramam

lágrimas de noite e de dia, e não cessam; porque a virgem, filha do meu

povo, está ferida de grande ferida, de chaga mui dolorosa."(Jr. 14.17).

Já a expressão “mulher” é sinônimo de apostasia. Verifique agora:

"E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre

uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e

tinha sete cabeças e dez chifres. E a mulher estava vestida de púrpura e

de escarlate, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas, e tinha

na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da

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sua prostituição. E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande

Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra" (Ap. 17.3-5).

E inegável que as dez virgens mencionadas nesta parábola

representam toda a Igreja de Deus. Cinco, apenas cinco virgens foram

arrebatadas, entraram para as bodas. As outras cinco ficaram de fora. O

ensino de Jesus nesta parábola é claro: somente a metade da Igreja

estabelecida na face da terra será arrebatada, irá participar das bodas do

Cordeiro. A outra metade ficará. Isto não quer dizer que esta segunda

metade não será salva. Mas ficará aqui na terra para passar pela

Tribulação. "Entraram as cinco virgens e fechou-se a porta" ... do

Arrebatamento, não da Salvação. Não posso duvidar da salvação de um

pregador do evangelho que tenha pregado durante 40 anos; mas, se

nestes 40 anos de ministério ele não pregou um único sermão sobre a

doutrina genuinamente bíblica do Arrebatamento da Igreja, eu posso

duvidar que ele e até mesmo toda a sua igreja serão arrebatados. Um

pregador me afirmou que nunca pregou esta doutrina; conheço outros

que a combatem e aos que a pregam.

A metade da Igreja não será arrebatada. Não entrará para

participar das Bodas do Cordeiro. É o Senhor Jesus quem o diz. Mas não

perderá o direito à salvação. Os que compõem esta metade ficarão para

passar pela Tribulação e somente ressuscitarão no final da Tribulação,

depois de sofrerem a dura e terrível perseguição do anticristo.

Entendemos isto perfeitamente quando lemos o que o Apóstolo João nos

relata: "Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual

ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas,

que estavam diante do Trono e perante o Cordeiro, trajando vestidos

brancos e com palmas nas suas mãos. E clamavam com grande voz,

dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono e ao

Cordeiro. E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e

dos quatro animais; e prostraram-se. diante do trono sobre seus olhos e

adoraram a Deus... E um dos anciãos me falou dizendo: estes que estão

vestidos de vestidos brancos, quem são e donde vieram? E eu disse-lhe:

Senhor, tu sabes. E ele me disse: Estes são os que vieram da grande

tribulação, e lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do

Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de

noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre ó trono os cobrirá

com a Sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem

sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no

meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das

águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima." (Ap. 7.9-

17).

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Os crentes que passarão pela Tribulação somarão um grande

número. Muitos terão que enfrentar a morte "cara a cara", mas não

negarão o senhorio de Jesus em suas vidas. " E eles (os crentes, mártires

da tribulação) venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu

testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte." (Ap. 12.11). Eles

sairão vitoriosos sobre o Dragão e a Besta que é o anticristo. "Eles (o

Dragão e a Besta) combaterão contra o Cordeiro e o Cordeiro os vencerá,

porque Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores. Sairão vencedores os

que permanecerem com Ele; os que serão chamados eleitos e fiéis." (Ap.

17.14).

Em Mateus 24.40-41, referindo-se ao arrebatamento, Jesus

disse: "Então dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro;

duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a

outra'"

CAPÍTULO III

A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO

Como já vimos, um momento antes de dar-se o arrebatamento

da Igreja, ocorrerá a ressureição dos mortos em Cristo. Colocamos o

estudo da ressurreição neste segundo capítulo pelo fato de que o

arrebatamento é o primeiro acontecimento que diz respeito a nós, os

vivos, merecendo assim, ter sido estudado em primeiro lugar. Porém, a

ressurreição é que será o primeiro a acontecer com a vinda de Cristo.

O Cristianismo é a única religião que fala em ressurreição, ou seja,

o ato de alguém que esteve morto tornar a viver. Tanto é que a Bíblia

menciona dez casos de ressurreição.

O primeiro foi o caso do filho da viúva de Serepta, pelo profeta

Elias (I Rs. 17.18-21); o segundo foi o do filho da sunamita, realizado

através do profeta Eliseu (lI Rs. 4.32-37); o terceiro foi o do defunto

jogado dentro da sepultura do profeta Eliseu, que reviveu quando os seus

ossos tocaram os do profeta (II Rs. 13.21); o quarto, foi o filho da viúva

de Naim, pelo Senhor Jesus Cristo (Lc.7.14-15); o quinto foi o da filha de

Jairo, também por Jesus (Mc. 5.21); o sexto foi o de Lázaro

provavelmente o mais extraordinário realizado também pelo Senhor (Jo.

11.43-44); o sétimo foi o ocorrido por ocasião da morte de Jesus (Mt.

27.52-53); o oitavo foi o mais importante de todos, porque foi o do próprio

Senhor Jesus (Mt. 28-6; Lc-24.6); o nono foi o de Dorcas, pela

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instrumentalidade de Pedro (At. 11.40) e, finalmente, o décimo, foi-o de

Êutico, ressuscitado pela ação do Apóstolo Paulo (At. 20.10).

Na verdade, podemos dizer que a doutrina da ressurreição, para

os crentes, sempre foi a mais consoladora e confortadora doutrina do

Cristianismo. A ressurreição foi e é a vitória do Cristianismo. Por isto, foi

sempre básica no cristianismo a ideia de que os mortos em Cristo, um

dia, ressurgirão novamente para a vida, a fim de viverem eternamente

com o Senhor.

A certeza de que nós também ressuscitaremos baseia-se em

importantes fatos bíblicos. O primeiro é a própria ressureição de Jesus.

Paulo afirmou: "Porque se os mortos não ressuscitam, também

Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa

fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados." (l Co. 15.17). A

certeza da nossa ressurreição, fundamenta-se, assim, na convicção que

temos da ressurreição de Cristo. E isto que nos lembra a Bíblia: "Deus

ressuscitou ao Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu

poder." (l Co. 6.14).

Os outros fatos são as afirmações peremptórias que a Bíblia

declaradamente faz: "Porque, assim como a morte veio por um

homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem.

Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos

serão vivificados em Cristo", “A trombeta soará, e os mortos

ressuscitarão incorruptíveis", "Sabendo que aquele que

ressuscitou ao Senhor Jesus, também nos ressuscitará com Jesus,

e nos apresentará convosco" (l Co. 15.21-22; 15.52 e II Co. 4.14).

Jesus, em seu ministério, ressuscitou uma criança (a filha de

Jairo), um moço (o filho da viúva de Naim) e um adulto (Lázaro), para

mostrar que Ele, Jesus, pode ressuscitar os que morrem na infância, na

juventude, e na maturidade ou velhice. Ele mesmo nos deu a certeza

disso, quando disse: "Não vos maravilheis disto; porque vem a hora

em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os

que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que

fizeram o mal para a ressurreição da condenação" (Jo. 5.28-29). E

o Apóstolo Paulo também foi muito claro quando escreveu: "Eis que vos

digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas todos

seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de

olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os

mortos ressuscitarão incorruptíveis..." ( I Co. 15.51-52).

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A Bíblia fala claramente em duas ressurreições: a primeira é a que

se dará por ocasião do arrebatamento. e a segunda e a que ocorrerá

depois do milênio, conforme Apocalipse 20.5. O presente estudo ocupa-

se apenas da primeira delas. Contudo, será de ótimo proveito fazermos

agora algumas distinções entre elas: a primeira é a "dos salvos" (Jo.

6.40), a segunda é a "dos perdidos" (Ap. 20.11); a primeira é a "dos

justos" (Lc. 14.14), a segunda é a "dos ímpios" (Ap. 20.13; 21.8); a

primeira é a "dentre os mortos" (Lc. 20.34-35), a segunda é a "dos

mortos" (Ap. 20.13; 21.8); a primeira é "pré-milenal" (A p. 20.6), a

segunda é "pós-milenal" (Ap. 20.5); a primeira é "para a vida eterna"

(Dn. 12.2; Jo.5.28-29), a segunda é para "morte e condenação

eterna" (Dn 12.2; Ap.20.13-15).

Como sabemos, o corpo humano, após a morte, entra em

decomposição e corrupção, e, na sepultura, é comido pelos vermes, sendo

absorvido pela terra até que desaparece completamente. Uns são

cremados e transformados em cinzas e outros são, às vezes, comidos por

peixes e feras, e ainda outros, simplesmente desaparecem.

Porventura esses corpos poderão voltar a viver? Quem nos

responde é o Apóstolo Paulo, ao usar a figura da semente, muito

conhecida dos agricultores, e de fácil entendimento. Cremos que os

crentes da Igreja de Corinto, dentre os quais havia muitos lavradores,

eram os que mais duvidavam deste assunto, e Paulo, então, lhes fala:

"Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não

morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer,

mas o simples grão, como de trigo, ou doutra qualquer semente.

Mas, Deus dá o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio

corpo." (l Co. 15.36-38)

Deus fez o primeiro corpo, o de Adão, do pó da terra (Gn. 2.7).

Quando Adão morreu, seu corpo foi para a terra, para onde o nosso

também irá, tornando-se pó novamente. Ora, Deus que teve o poder de

fazer o primeiro corpo do pó, tem ainda o mesmo poder para transformar

o pó em corpo novamente. Aleluia!

O nosso corpo, por causa do pecado, ficou miseravelmente

contaminado. Estamos sujeitos a contrair milhares de enfermidades,

somos vítimas da poluição e da velhice, e temos centenas de necessidades

para sobreviver, pois precisamos de alimento, de água, de ar para

respirar, dos remédios, dos agasalhos, de momentos de descanso, etc.

Porém, na ressurreição, Deus nos dará um corpo novo.

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Certamente esta nova "casa" que receberemos terá as mesmas

características da que temos agora; contudo, será completamente

modificada. Paulo disse que o nosso corpo será "TRANSFORMADO"'.

Esclarecendo ainda o Apostolo que o corpo que agora temos irá para a

sepultura em estado de corrupção, ressuscitará em estado de

incorrupção, irá para a sepultura em estado de ignomínia e ressuscitará

em estado de glória, irá em estado de fraqueza e ressuscitará em estado

de vigor, será sepultado como um corpo animai e ressuscitará um corpo

espiritual (I Co. 15.42-44). Na ressurreição o nosso corpo será

invulnerável, imperecível, imortal, eterno, revestido de

imperturbabilidade, sendo, enfim, igual ao do Senhor Jesus após Sua

ressurreição (l Jo. 3.2 ).

Porventura existe, meu caro amigo e leitor, maior benção do que

esta, para quem aceita o Senhor Jesus como seu único e suficiente

Salvador e confia nEle de todo coração, recebendo, assim, a promessa da

ressurreição para a vida eterna, a ser efetuada no último dia, conforme

as palavras do próprio Senhor Jesus em João 6.39?

Ao falamos sobre a ressurreição do corpo, automaticamente,

levantamos um outro problema, fazendo a seguinte pergunta: e o

espírito? Isto porque a Bíblia mostra que o homem não e constituído

somente do corpo, mas é também de espírito. Na verdade, existem

divergências entre os estudiosos da Bíblia quanto à constituição do

homem. Alguns, baseados em I Tessalonicenses 5.23, afirmam que

realmente o homem é constituído de corpo, alma e espírito; estes são os

chamados "tricotomistas". Contudo, há os que afirmam ser o homem

constituído somente de duas partes: corpo e espírito (ou corpo e alma),

interpretando as palavras "alma" e "espírito" como expressão da mesma

coisa; estes são os chamados "dicotomistas".

Nessa discussão, uma coisa é certa: Muitas vezes na Bíblia as

palavras "alma" e "espírito" são usadas para referir-se ao mesmo fato, ou

seja, a parte espiritual do homem. Por isso, não iremos entrar no

esclarecimento deste ponto, mas trataremos o homem apenas como

corpo e espírito.

Existem muitas teorias sobre o destino do homem, ou do seu

espírito, após a morte, sendo que as opiniões variam até mesmo entre os

crentes e denominações cristãs. Para nós, porém, o ensino da Bíblia é

claro: o pó (que é o corpo) volta à terra, como o era, e o espírito volta à

Deus que o deu (Ecl. 12.7). Para comprovar, basta analisarmos a parábola

do rico e de Lázaro, contada por Jesus em Lucas 16.19-31.

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O ensino do Mestre, nesta parábola, não deixa dúvidas. O rico

viveu uma vida mundana, materialista, nunca se interessando pela

salvação de sua alma, não pensando que um dia teria que morrer e

comparecer diante do tribunal de Deus para prestar contas, sem atinar

que o homem, após a morte, não encerra a sua existência, porque ele não

é só corpo, mas tem uma alma imortal. Esse não praticou a caridade, não

chegando nem mesmo a dar as migalhas que caiam de sua mesa farta ao

pobre mendigo Lázaro, vivendo só para si, de forma avarenta e

egocêntrica. Jesus disse que ele morreu e foi diretamente para o inferno.

Lázaro também morreu, mas, disse Jesus, foi levado pelos anjos para o

céu. O rico não foi para o inferno porque era rico, nem muito menos

porque deixou de praticar a caridade que, aliás, não e só dar esmolas. A

riqueza não é pecado, assim a pobreza não é virtude, porque grandes

servos de Deus foram ricos, citando-se entre eles Abraão, Isaque, Jó e

muitos outros. Ele foi para o inferno porque era incrédulo. Lázaro foi para

o céu não porque era pobre, mas porque era crente. A prova disso é que

ele sofreu com paciência e resignação, conformado com a vontade de

Deus, esperando até o fim a redenção do seu corpo, dia esse que chegou,

porque Jesus disse que ele morreu e foi levado pelos anjos para o céu,

sem passar pelo purgatório, que, a propósito, não existe, uma vez que

não há nenhuma menção a ele nas Escrituras.

Diante desses fatos, aprendemos que quando o crente morrer,

seu corpo irá para a sepultura aguardar o dia glorioso da ressurreição, e

o seu espírito vai para Deus, que o deu, ou seja, para o céu, tal como

aconteceu com o malfeitor crucificado ao lado de Jesus; ao qual Jesus

prometeu que naquele dia mesmo estaria com Ele no paraíso (Lc. 23.43).

Vejamos outros casos: Estevão. o primeiro mártir do cristianismo,

confirmou isto através de suas últimas palavras, que foram "Senhor

Jesus, recebe o meu espírito" (At. 7.59). Paulo também, ao afirmar

que estava em aperto (constrangido) "tendo desejo de partir, e estar

com Cristo, porque isto é ainda muito melhor" (Fp. 1.23); e para,

em espírito, habitar com o Senhor (II Co. 5.8). Da mesma forma, Pedro

escreveu aos hebreus que iria deixar o "tabernáculo", o corpo, para

estar com Jesus no céu (II Pe. 1.14). E o Apóstolo João disse que ouviu

uma voz do céu dizendo: "Bem-aventurados os mortos que desde

agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem

dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam." (Ap .14.13).

CAPÍTULO IV

MANIFESTAÇÃO DO ANTICRISTO

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O Anticristo manifestar-se-á após o arrebatamento da Igreja. O

Apóstolo Paulo escreveu: "Porque já o mistério da injustiça opera;

somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e

então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo

assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda." (II

Ts. 2.7-8). O que agora "resiste" é o Espírito Santo que, com a Igreja,

será tirado da terra quando o Senhor voltar para buscá-la.

Sabemos que seu governo terá a duração de sete anos. Já vimos

também que durante os primeiros três anos e meio ele fará um bom

governo, ganhando a simpatia do povo e conquistando aos poucos o

domínio das nações, fortalecendo o seu poderio. Porém, depois desse

tempo, ele "mostrará as unhas", quebrando o concerto com os judeus, e

começará uma obra nefasta e destruidora. Assim, o povo de Deus na

terra, os Judeus, é que serão as principais vítimas (Jr. 31.12; Zc. 14.2)

do Anticristo e do Falso Profeta: "Mas a besta foi aprisionada, e com

ela o falso profeta que, diante dela fizera os sinais, com que

enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua

imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo

e de enxofre." (Ap. 19.20). Da mesma forma, quando estudamos as

duas mais detalhadamente, nas referências que a elas fazem as

Escrituras, descobrimos como o Anticristo é representado na "besta que

sobe do mar".

Somos informados pela própria Escritura que o mar (ou as águas)

são "povos, e multidões, e nações, e línguas" (Ap. 17.15). Também

lemos que "o dragão (Satanás) deu-lhe o Seu poder, e o Seu trono,

e grande poderio" (Ap. I 3.2). Ora, sabemos que a autoridade e a glória

dos reinos deste mundo pertencem atualmente a Satanás, pois ele não

estava mentindo quando assim falou ao Senhor Jesus, ao tentá-lo no

deserto, dizendo: "Dar-te-ei todo este poder e a Sua glória, porque

a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero." (Lc. 4.6). (É evidente

que esse poder e glória são usurpados, pois Jesus os recuperará um dia

totalmente). Por isso, podemos entender o que João quis dizer, quando

escreveu que, ao Anticristo, "deu-se –lhe poder sobre toda tribo, e

língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre aterra,

estes cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro

que foi morto desde a fundação do mundo" (Ap. 13.7-8).

O Anticristo manifestar-se-á após o arrebatamento da Igreja, e a

retirada do Espírito Santo, pois atualmente, como diz Paulo, é Ele, o

Espírito Santo, "que o detém" (II Ts. 2.3-6). Ele surgirá de uma

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confederação de dez nações, a partir da qual estenderá o domínio sobre

todo o mundo: "E vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças

e dez chifres, e sobre os seus chifres, dez diademas..." (Ap. 13.1 ).

Conforme a profecia de Daniel 7.7, e a explicação dada pelo anjo

ao profeta, "os dez chifres são dez reis que se levantarão" (Dn.7.24).

Isto foi confirmado pelo anjo ao profeta da Ilha de Patmos: "E os dez

chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas

receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta" (Ap.

11.12). Estes dez reinos, ou nações, após ajuntarem-se numa

confederação, entregarão o poder e a autoridade ao Anticristo: "Estes

têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à

besta... porque Deus tem posto em seus corações que cumpram o

seu intento, e tenham uma mesma ideia, e que deem à besta o seu

reino, até que se cumpram as palavras de Deus" (Ap. 17.13 e l7).

O tempo do reinado do Anticristo será de sete anos, uma vez que

somos informados que ele fará um tratado (ou concerto) com "muitos"

que são os judeus por uma semana de anos, que, como já vimos, é um

período de sete anos (Dn. 7.27). Já vimos também que ele exercerá o seu

governo durante três anos e meio sem quebrar o concerto, o que

acontecerá do meio para o fim da tribulação. Nesta ocasião ele estará no

auge da sua posição, e chegará também ao ponto mais alto de orgulho e

envaidecimento, pois terá a pretensão de querer ser Deus (II Ts. 2.4).

Nesta ocasião também é que o falso profeta entrará em cena, com todo o

poder de Satanás, sendo completamente dominado pelo espírito do

maligno. Os três juntos, Satanás, o Anticristo, e o Falso Profeta, formarão

uma verdadeira "trindade diabólica", que será uma imitação da

Santíssima Trindade, pois que Satanás é o ser mais dissimulador do

mundo. Assim, ele irá querer fazer o mesmo que Deus fez quando enviou

Moisés e Arão ao Egito para libertar o povo de Israel dando a eles poder

para realizar prodígios e maravilhas diante de Faraó. É deste modo que

ele, o dragão (Satanás), enviará o Anticristo, acompanhado do falso

profeta "terreno" e não "celestial".

O Falso Profeta virá credenciado com grande poder, como o poder

do profeta El ias, que fez descer fogo do céu (I Rs. 18.38 e II Rs. 1.10-

12), pois ele, da mesma forma, também terá poder de mandar descer

fogo do céu à vista dos homens (Ap. 13.13). Ele fará uma imagem do

Anticristo, e comunicará espírito à esta imagem, de forma que ela irá falar.

Depois, decretará que todos, pequenos, grandes, ricos, pobres, servos,

livres, terão que adorar a imagem. Aquele se recusar a fazê-lo será

morto (Ap. 13.15).

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Nesse tempo a humanidade estará dividida em dois grupos

“distintos": os servos de Deus e os adoradores da besta. os dois grupos

serão marcados ou assinalados. Os servos de Deus serão assinalados nas

suas testas (Ap. 7.3); por serem servos de Deus serão livres dos castigos

e flagelos que serão despejados dos céus em cima dos homens que não

têm em suas testas o sinal de Deus (Ap. 9.4). Contudo, eles serão vítimas

do Anticristo.

O outro grupo assinalado na mão direita ou na testa, cujo sinal

será o "nome da besta, ou o número do seu nome" (Ap. 13.16-17).

Somos desafiados a calcular o número da besta, e nos é dado um

esclarecimento: “Aqui está a sabedoria. Aquele que tem

entendimento calcule o número da besta, pois é número de

homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis" (Ap.

13.18).

Muitos têm procurado identificar quem será o Anticristo, baseados

no número 666. Neste sentido tem havido várias interpretações,

mostrando que esta forma de abordar o assunto é falha, uma vez que o

número se adapta a várias personagens da história. Contudo, algumas

coisas são certas, e não comportam discussão: Primeira: É número de

homem (ou de "um homem"). Isto significa que estará em franca oposição

à Deus. Confirma isto as palavras de Paulo quando diz que ele "se opõe,

e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de

sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo

ser Deus" (II Ts. 2-4)

Ainda neste sentido, ele é chamado o "o homem do pecado"(Il

Ts 2.3). Acresce ainda o fato de o número seis ser um número abaixo do

número que, em geral, representa a divindade, que é o número sete.

Assim, o número do Anticristo é um número abaixo do número da

perfeição, que simboliza o ser e o caráter de Deus.

Outro fato é que este número representa a perdição. o Anticristo

é chamado também "o filho da perdição" (II Ts: 2.3). Por isso, nós

lemos que o anjo saiu dizendo que "se alguém adorar a besta, e a sua

imagem e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o

tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado,

no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante

dos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe

para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite

os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o

sinal do seu nome" (Ap. 14.9-11 e 19.20). Provavelmente o Anticristo,

ao descobrir que possui um sinal ou marca diferente dos outros homens,

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tentará fazer com que aquilo seja uma coisa simples e natural, e dará a

ordem para que o número seja gravado em todos. Com esta marca, ele

terá controle sobre a vida de cada pessoa, pois a sua finalidade principal

será para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver

o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome" (Ap. 13.17). No

entanto, todos os que aceitarem o seu sistema opressor de vida, estarão

fatalmente perdidos e condenados ao fogo eterno.

Aliás, os que se recusarem a receber o sinal da besta terão apenas

duas alternativas: a fuga ou a morte (Ap. 12.11). Além disso, terão que

passar por um teste de fogo: recusar-se a adorar uma imagem que estará

falando! Há muitas pessoas hoje que acreditam nos milagres que Satanás

opera por meio das imagens do Bom Jesus de Pirapora, de Congonhas,

em Minas Gerais, e de Aparecida. Moisés disse que o sacrifício feito aos

deuses, na realidade foram recebidos pelos demônios (Dt.32.17). Paulo

também afirmou que o ídolo não é nada no mundo, de sorte que quem

adora o ídolo, adora o demônio (I Co. 10.20). Infelizmente, mais de

cinquenta por cento dos brasileiros adoram o demônio pensando que

estão adorando a Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Quem passaria

no teste hoje se a imagem da Aparecida começasse a falar? Afirmo que

muitas igrejas evangélicas seriam afetadas. Quando se perguntasse pelos

crentes, a resposta seria: " foram a uma romaria em Aparecida"; porque

a imagem está falando. A advertência da Palavra de Deus para todos é

esta: "... e os outros homens que não foram mortos por estas pragas, não

se arrependeram das obras de suas mãos para não adorarem os

demônios, e os ídolos de ouro e de prata e de bronze e de pedra e de

madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar. E não se

arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem das

suas prostituições, nem das suas ladroices" (Ap. 9.20 e21).

Sem dúvida alguma, os dias do domínio do Anticristo é que serão

os tempos angustiosos, dos quais Jesus disse que se não fossem

abreviados, nenhuma carne se salvaria (Mc. 13.19-20). Os judeus serão

as vítimas principais porque se recusarão terminantemente a adorar a

imagem do Anticristo. Nesta ocasião, então, ele quebrará o concerto, e

começará a perseguição e o massacre dos crentes (Dn. 7.21-25; Ap.

13.7).

0 Anticristo será uma figura especial não somente porque terá

uma marca, mas também porque será diferente dos outros homens. O

anjo revelou que este grande rei e imperador "será diferente dos

primeiros..." (Dn. 7.24). Será um homem profundamente inteligente e

astucioso: "E pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na

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sua mão, e no seu coração se engrandecerá, e por causa da tranquilidade,

destruirá a muitos..." (Dn. 8.25). Ele será um grande orador: "E este rei

fará conforme a sua vontade; e se levantará, e se engrandecerá sobre

todo deus, e contra o Deus dos deuses falará coisas maravilhosas, e será

próspero..." (Dn. 11.36; e 7.8 e Ap. 13.4). Será também um grande

político (Dn. 8.25), cuja força estará em grande parte no seu físico forte

e imponente (Dn. 7.20; 8.23), razão porque será também um grande

militar (Ap. 19.19), tendo poder sobre toda língua, tribo e nação (Ap.

13.7).

Com estas características será a encarnação do egoísmo satânico

(Dn. 11.36 e I Ts. 2.4), transformando-se numa maravilha do mundo (Ap.

13-3), culminando por tornar-se ele mesmo objeto de adoração (Ap.

13.4). Apesar de toda esta descrição, no seu coração, ele é somente "uma

besta" (Ap. 13.1).

Assim como Jesus tem muitos nomes na Bíblia, o Anticristo

também tem vários nomes que lhe foram aplicados, os quais revelam o

seu caráter e personalidade. Ele é chamado de "a besta que sobe do mar"

(Ap. 13.1); "o Anticristo" (I Jo.2.18); "o iníquo" (II Ts. 2.8); "o rei feroz

de cara" (Dn. 8.23); "o filho da perdição" (II Ts. 2.3); "o mistério da

iniquidade" (II Ts. 2.7); "a trindade maldita" (Ap. 16.13); "o pastor inútil"

(Zc. 11.17); "o destruidor" (Is. 16.4);"o rei da Babilônia" (Is. 16.4) "o

príncipe que há de vir)" (Dn. 9.26).

A palavra "anticristo" quer dizer "em Vez de" ou "pseudo-cristo",

ou ainda "contra cristo". Por isto, ele será um operador de milagres e

mentiras (II Ts. 2.9), e levantar-se-á contra tudo que se chama Deus ou

se adora (II Ts. 2.4). Será um negador da encarnação de Cristo (I Jo. 4.3

e II Jo. 7), negará o Pai e o Filho (I Jo. 2.22) e será perseguidor dos

crentes (Dn. 7.10-11), sendo que a sua vinda será o indício dos últimos

tempos (I Jo. 2.18).

Contudo, apesar de todo o Seu poder e grandeza, o Anticristo será

destruído de uma maneira impressionante. O seu fim será o resultado de

sua pretensão e arrogância, que nos é descrita da seguinte forma: "E vi a

besta, e os reis da terra, e os exércitos reunidos, para fazerem guerra

àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército" (Ap.

19.19). Aquele contra o qual a besta reuniu os seus exércitos para

guerrear é descrito no mesmo capítulo: "E vi o céu aberto, e eis um cavalo

branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro;

e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo;

e sobre a sua cabeça havia muitos diademas.

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CONTRASTES:

CRISTO

É o Cordeiro (Ap. 5.12)

É o Filho de Deus (Jo 1.49)

É o Santo (At. 3.14)

É o Mistério (Cl. 2.2)

E a Trindade Bendita (Cl. 2.9)

É Aquele que era, que é e que há de vir (Ap.

1.8)

Veio em nome do Pai (Jo.5.43)

Subiu para o céu (Mc. 16.19)

ANTICRISTO

É a besta (Ap. 13.11)

É o filho da perdição (II Ts. 2.3)

É o iníquo (II Ts. 2.8)

É o mistério da iniquidade (II Ts. 2.7)

E a Trindade maligna (Ap. 16.13)

E a besta que era e não é... (Ap. 17.8)

Virá em seu próprio nome (Jo. 5.43)

Descerá para o lago de fogo (Ap. 19.20)

CAPITULO V

"A GRANDE TRIBULAÇÃO"

Logo após o arrebatamento da igreja e o seu encontro com o

Senhor nos ares, o mundo todo entrará em um terrível período, marcado

pelos mais diversos e terríveis problemas. Este período foi chamado por

Jesus de "A Grande Tribulação" (Mt. 7 .14).

Na Bíblia, a palavra "tribulação" tem o mesmo significado de

“aflição". Tanto é que a palavra do original grego é assim traduzida,

respectivamente, pelas duas edições da tradução de João Ferreira de

Almeida que temos no Brasil, a Revista e Atualizada e a Revista e

Corrigida. Ela é empregada nas Escrituras mais de cinquenta vezes, mas

Jesus a usou para referir-se a este tétrico acontecimento que envolverá

todo o universo, especificamente, ao dizer que será algo que nunca houve

no mundo nem igual haverá depois (Mt.24.21).

A grande tribulação é um assunto encontrado na Bíblia em mais

de vinte lugares, sendo em cada um com nomes diferentes como, por

exemplo, "Ira (ou cólera) de Deus" (Ap. 15.7), "Hora do seu juízo"

(Ap. 14.7), "Indignação do Senhor" (Is.34.2), "Dia de trevas e de

tristeza; dia de nuvens e de trevas espessas" (Joel 2.2), "Dia do

Senhor (de trevas)" (Am. 5.2). O período da tribulação ocupa a maior

parte do livro de Apocalipse, e ela foi descrita pelo profeta Sofonias de

uma maneira vívida e horrorosa: "O grande dia do Senhor está perto,

está perto, e se apressa muito a voz do dia do Senhor;

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amargamente clamará ali o homem poderoso. Aquele dia é um dia

de indignação, dia de angústia e ânsia, dia de alvoroço e de

desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas

trevas, dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortes e

contra as torres altas. E angustiarei os homens, e eles andarão

como cegos, porque pecaram contra o Senhor; e o Seu sangue se

derramará como pó, e a sua carne como esterco. Nem a Sua prata

nem o Seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor; mas

pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida; porque

certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição

total e apressada" (Sf. 1.14-18).

Para melhor compreensão do assunto, dividiremos o mesmo em

seis partes, o que facilitará a abordagem dos pontos básicos.

I. QUANDO VIRÁ A TRIBULAÇÃO?

Ninguém sabe nem pode responder quando ela virá, marcando

data ou hora exatamente, porque ninguém sabe o dia da vinda do Senhor

para levar Sua igreja, conforme nos advertiu Jesus: "Mas a respeito

daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o

Filho, mas unicamente meu Pai" (Mt.24.36). Em Atos 1 .7, quando

Jesus respondeu aos discípulos à pergunta que Lhe fizeram sobre o tempo

da restauração de Israel, o Mestre lembrou-lhes: "Não vos pertence

saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo Seu

próprio poder."

Porém, o mais importante nós sabemos: a tribulação virá ao

mundo somente depois do arrebatamento da Igreja, pois foi essa a

promessa que o Senhor fez aos verdadeiros crentes que guardarem a Sua

Palavra, quando dirigiu-se à Igreja de Filadélfia, dizendo: "... também

eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o

mundo, para tentar (ou provar) os que habitam na terra" (Ap.3.10).

O Apóstolo Paulo, após advertir os crentes sobre a necessidade de

vigilância para esperar o dia da vinda do Senhor, justificou a sua palavra

ao dizer que os crentes deveriam ser sóbrios e esperar a salvação

"porque Deus não nos destinou para a ira (do tempo da

tribulação), mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor

Jesus Cristo" (I Ts. 5.9; v.a. 1.10). Esta "ira" que Paulo fala é a que

Deus derramará durante a tribulação e que é o assunto de grande parte

no livro de Apocalipse.

O próprio Senhor Jesus, após falar da tribulação e advertir os

discípulos para que não fossem tomados pelas preocupações deste

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mundo, lembrou-lhes que ela sobrevirá a todos os que vivem sobre a face

de toda a terra", mas advertiu-lhes também: "Vigiai, pois, a todo o tempo,

orando, para que possais escapar de todas estas cousas que tem de

suceder, e estar em pé na presença do Filho do homem"(Lc. 21.36).

Por isso, nós os crentes, temos o consolo de que, enquanto a

igreja estiver aqui na terra, não virá a tribulação. Isto é ilustrado pela

tipologia bíblica: o juízo do dilúvio só foi enviado à terra, depois que Noé

e sua família entraram na arca e Deus fechou a porta por fora (Gn. 7.16);

Deus não fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra enquanto

não tirou Ló e sua família para longe daquelas cidades (Gn. 19. l6).

Aqui devemos esclarecer um ponto importante: muitas pessoas,

ao verem e considerarem os difíceis tempos que estamos vivendo, são

tentadas a pensar que já estamos na tribulação. Porém, não é isto que a

Bíblia nos mostra. Quando Jesus descreveu as difíceis, angustiantes e

tensas condições do mundo que precederiam a Sua vinda, Ele foi enfático

em esclarecer: ...porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é

o fim"; e também: “porém tudo isto é o princípio das dores" (Mt. 24.6b e

8). As "dores" propriamente ditas, cujo princípio certamente é o que hora

estamos vivendo, é o período da grande tribulação e que é o objeto

também de inúmeras profecias (ver Oséias 13.13; Jr. 13.21-22; Is. 13.5-

22). Isaías disse aos homens naquele tempo: "E assenhorar-se-ão deles

dores e ais, e se angustiarão, como a parturiente; cada um se espantará

do seu próximo; os seus rostos serão rostos flamejantes" (13.8). Tal como

a mulher é socorrida pelo esposo que a ama, quando começa a ter dores,

assim também o Senhor Jesus socorrerá em breve a Sua noiva amada,

antes que as dores horríveis que virão a este mundo dele tomem conta

por completo, o que Ele fará tirando daqui a Sua Igreja, e levando-a para

a Sua glória. Destas tremendas calamidades que sobrevirão à terra

durante a tribulação, o texto de Sofonias 1.15 diz ser apenas o começo.

2. QUANTO TEMPO DURARÁ A TRIBULAÇÃO?

A Tribulação durará sete anos. Esse tempo será também o período

do reinado do Anticristo, sendo o profeta Daniel quem nos esclarece isto:

"E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da

semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares..." (Dn.9.27).

A semana ali mencionada não é de dias, e sim de anos. Achamos

o esclarecimento dessa verdade em Levítico 25.8. onde o Espírito Santo

usa a mesma linguagem, ao falar de "semana de anos": "Também

contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos; de maneira que os

dias das sete semanas de anos serão de quarenta e nove anos".

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A profecia de Daniel nos mostra que o Anticristo fará um concerto

com "muitos" que são os judeus por uma semana, que são sete anos, ou

seja, o tempo da tribulação. Sabemos que este "príncipe que há de vir"

(Dn. 9.26), também chamado "a abominação" (Dn. 12.11), é o Anticristo

que reinará durante a tribulação, porque foi o próprio Senhor Jesus quem

nos esclareceu isto, ao dizer: "Quando pois, virdes que a abominação da

desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo, quem lê,

atenda..." (Mt. 24.15).

A mesma profecia lembra-nos que "na metade da semana fará

cessar o sacrifício e a ofertas de manjares". O significado disto é que, após

três anos e meio de reinado, o Anticristo quebrará o concerto com os

judeus "mostrando as unhas". Na primeira metade da tribulação, que

corresponde a três anos e meio, ou "quarenta e dois meses" (Ap. I1.2),

ou "mil duzentos e sessenta dias" (Ap. 11.3), o seu governo será

aparentemente bom, de forma que todos lhe depositarão confiança, sendo

a época em que o mundo dirá: "Paz e Segurança" (I Ts. 5.3). Porém, é aí

que o falso profeta fará uma

imagem do Anticristo, fazendo com que esta imagem fale, e

obrigando a todos que a adorem. Paulo acrescentou que o Anticristo irá

assentar no templo de Deus, querendo ser Deus (ll Ts. 2.4). Quando isso

acontecer, como os judeus não concordarão, e não se dobrarão diante da

imagem, ele iniciará uma cruel perseguição, a eles e à religião judaica,

conforme nos mostra Daniel 7 .25: "E proferirá palavras contra o

Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os

tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e

tempos, e metade de um tempo". Esta perseguição será muito pior do

que a que se desencadeou sobre os judeus por Etíoco Epifanes, e da que

Nero fez aos cristãos, cuja duração foi também de três anos e meio.

A atuação do Anticristo, através da opressão que ele trará ao

mundo, será o primeiro agente de Deus na tribulação. O segundo agente

virá e será do próprio Deus, como está registrado nos capítulos seis e

dezesseis do Apocalipse. Serão as calamidades e catástrofes que serão

derramadas por Deus no mundo, e que o atingirão por inteiro, tendo como

palco a Palestina (Ap.3.10 e 11.2). Todavia, estas calamidades não

atingirão os crentes que estiverem assinalados nas suas frontes, como

servos de Deus (Ap. 7.3).

Do meio para o fim da tribulação, isto é, nos três anos e meio

restantes, os castigos e calamidades que Deus derramará sobre a terra,

destruirão a terça parte do planeta, e abrangerão o mundo todo, de forma

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que as próprias leis e forças que controlam o globo serão abaladas (Ag.

2.6; Mt. 24.29; Ap.8.12).

3. QUEM SERÁ ATINGIDO PELA TRIBULAÇÃO?

Em princípio, devemos dizer que a tribulação atingirá a todos

quantos "não lavaram as suas vestiduras" e nem "as alvejaram no sangue

do Cordeiro", ou seja, a todos que não pertencem à Igreja de Jesus, à

noiva do Cordeiro, e que não forem arrebatados na vinda do Senhor, desta

forma, ficando aqui para sofrerem o juízo da tribulação por não terem

crido no Senhor da Glória. Depois do arrebatamento não ficará nenhum

crente no mundo, pois que todos eles terão sido levados para estarem

"para sempre com o Senhor". Assim, a tribulação atingirá a todos que

atualmente e na época da vinda do Senhor, não forem crentes, e aqui

serão deixados por Deus.

Contudo, nos primeiros três anos e meio, a tribulação será mais

branda que na segunda metade, pois será o período da ascensão do

Anticristo, e o mundo ainda gozará de certa liberdade, o que facilitará a

conversão de milhares de pessoas. Essas pessoas serão convertidas pela

vasta literatura evangélica que ficará na terra, pelo testemunho que

receberam das "coisas que em breve devem acontecer" que os crentes

hoje estão dando no mundo todo, e também pela semente da palavra de

Deus em seus corações, que agora estão recebendo, mas que, embora

não estejam sendo trazidos ao Evangelho pelo amor, na época da

tribulação o serão pela dor. Além disso, a Bíblia nos diz que na tribulação

haverá pregação do Evangelho, mas que, nessa ocasião, será feita por um

anjo: "E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno,

para o proclamar para os que habitam sobre a terra e a toda nação, e

tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: "Temei a Deus, e dai-lhe

glória: porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai Aquele que fez o céu

e a terra, e o mar, e as fontes das águas" (Ap. 14.6-7).

É natural crermos que esta pregação surta efeito, de forma que

muitos realmente venham a converter-se, o que de fato acontecerá, pois

vemos o Senhor explicando a origem de uma grande multidão "que

ninguém podia enumerar" e que "se vestem de vestiduras brancas",

dizendo: "São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram as suas

vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro" (Ap. 7.13-14). Mais à

frente João nos diz ter visto "as almas dos decapitados por causa do

testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos

quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não

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receberam a marca na fronte e na mão..." (Ap. 20.4). Por isso, fica

evidente que durante a tribulação haverá conversões.

Somos informados pela Bíblia que todos os que se converterem

receberão o sinal, o selo do Deus vivo: "Não danifiqueis a terra, nem o

mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os

servos do nosso Deus" (Ap. 7.3). Esta advertência é dada por um anjo

aos outros anjos que serão os emissários dos juízos de Deus durante a

tribulação. Embora este texto refira-se aos cento e quarenta e quatro mil

judeus, é certo que os convertidos também receberão o sinal, pois

automaticamente se tornarão também "servos de Deus". Assim, estes

crentes, por terem sido assinalados por Deus, não serão atingidos pelos

juízos que Ele enviará ao mundo (V. também Ap. 9.4).

O mundo, porém, como já vimos, sofrerá a tribulação de duas

fontes: a quem vem de Deus, e a que vem do Anticristo. Os crentes,

convertidos naquela época, ficarão livres das catástrofes e calamidades

que vierem diretamente de Deus, mas não ficarão livres da perseguição e

opressão do Anticristo, pois está escrito que o Anticristo fará "que a todos,

pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um

sinal na sua mão direita, ou nas suas testas; para que ninguém possa

comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta,

ou o número do seu nome" (Ap. 13.16- l7). Assim, cada pessoa terá que

decidir entre os dois sinais: o selo do Deus vivo, ou a marca da besta. Se

receber o primeiro terá a proteção de Deus quanto às calamidades, mas

cairá nas mãos do Anticristo; se receber a outra, embora receba os

favores e a liberdade do Anticristo, estará automaticamente sob o juízo

de Deus, pois foi dito: "... Se alguém adorar a besta, e a Sua imagem, e

receber o sinal na Sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do

vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira;

e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante

do Cordeiro. E o fumo do seu tormento sobe para todo o Sempre; e não

tem repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua

imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome" (Ap. 1a.9- I 1).

O período da tribulação é chamado pelo profeta Jeremias de "a

angústia de Jacó" (Jr. 30.7). Isto porque com ele Deus tem um propósito

específico para com Israel. Contudo, os castigos e calamidades que

despejará sobre este mundo destruirão dois terços dos habitantes do

planeta: "E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes

dela serão extirpadas, e expirarão, mas a terceira parte restará nela" (Zc.

13.8). Por isso, certamente esse é o período em que os homens serão

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"mais escassos que o ouro puro, e mais raro que o ouro fino de Ofir" (Is.

13. l2).

Notemos que existe uma distinção entre o extermínio dos gentios

e o extermínio dos judeus. Esta passagem de Zacarias fala

especificamente dos gentios. Porém, há textos que se referem mais

propriamente aos judeus, como, por exemplo, Isaías 10.22-23: "Porque

ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um resto

dele se converterá; uma destruição está determinada, transbordando de

justiça. Porque determinada já a destruição, o Senhor Jeová dos Exércitos

a executará no meio de toda esta terra."

4. PORQUE VEM ATRIBULAÇÃO A ESTE MUNDO?

A tribulação vem a este mundo por causa do PECADO. E isto que

nos explica o profeta Sofonias:

"E angustiarei os homens, e eles andarão como cegos, porque

pecaram contra o Senhor; e o Seu Sangue se derramará como pó, e a

Sua carne como esterco." (Sf. 1.17).

O principal pecado que motivará o juízo de Deus na tribulação é

o pecado da IDOLATRIA. Para darmos a definição mais simples de

idolatria, podemos dizer simplesmente que ela é "adoração de ídolos". O

catecismo da Igreja Católica diz que idolatria é adorar a criatura antes do

Criador. Entretanto, este pecado tem um sentido bem mais amplo: é o

prestar culto ou adoração a tudo que não seja o próprio Deus, Senhor

soberano e supremo criador e conservador do mundo e de tudo o que nele

existe. E o pecado que Deus mais odeia e condena, pois tira o lugar que

Lhe pertence no coração do homem. Foi por causa deste pecado que

desapareceram grandes reinos como o da Babilônia, dos Medo-persas, da

Grécia, da Roma antiga, e de muitos outros. Por causa do pecado da

idolatria o povo judeu foi escravizado e subjugado diversas vezes pelas

nações inimigas, chegando mesmo a ser expulso de seu país; por causa

deste pecado foi levado cativo para a Babilônia, pelo rei Nabucodonosor,

e lá ficou como escravo por um período de setenta anos.

Foi o próprio Senhor Jesus que citou as Escrituras a Satanás,

quando na tentação do deserto, dizendo: "Só ao Senhor adorarás, e só a

Ele prestarás culto." (Mt. 4.10). E o Apóstolo Paulo deixou bem claro e

definido o que é o pecado da idolatria, e a sua consequência na carta aos

Romanos, ao falar sobre a ira de Deus que é suscitada com este pecado,

o que dispensa qualquer comentário:

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"Deus, entretanto, mostra do céu a Sua ira contra todos os

homens pecadores, maldosos, que repelem a verdade. Pois a verdade

sobre Deus faz-se conhecida a eles instintivamente; Deus pôs esse

conhecimento em seus corações. Desde os primeiros tempos os homens

viram a terra, o céu e tudo quanto Deus fez, tendo conhecido Sua

existência e Seu grande e eterno poder. Assim, eles não terão desculpa

alguma (quando estiverem diante de Deus no dia do Juízo). Sim, eles bem

sabiam de Deus, mas não admitiriam, nem O adorariam, nem mesmo

agradeceriam a Ele todo o Seu cuidado diário. E, depois, começaram a

fazer ideias tolas de como Deus seria e o que Ele queria que eles fizessem.

O resultado é que suas mentes insensatas ficaram confusas e em trevas.

Dizendo-se sábios sem Deus, tornaram-se em vez disso completamente

tolos. E então, em vez de adorarem ao Deus glorioso, vivente, tomaram

madeira e pedra e fizeram ídolos para si, esculpindo-os para que

parecessem simples aves, animais, serpentes e homens mortais. E assim

Deus deixou que continuassem com toda a espécie de pecados sexuais e

que fizessem tudo quanto desejassem: coisas vis e pecaminosas com os

próprios corpos uns dos outros.

Em vez de crerem naquilo que eles próprios sabiam ser a verdade

sobre Deus, escolheram de vontade própria crer em mentiras. E assim

fizeram suas orações às coisas que Deus fez, mas não obedecendo ao

Deus bendito que criou essas mesmas coisas. Esta é a razão pela qual

Deus os abandonou, deixando-os cometer todas essas ações

pecaminosas, a tal ponto que até suas mulheres se voltaram contra o

plano natural que Deus tinha para elas e cederam aos pecados sexuais

entre elas mesmas. E os homens, em vez de terem relações sexuais

normais cada qual com sua mulher, arderam em paixão uns pelos outros,

homens praticando coisas vergonhosas com outros homens e, como

resultado disso, receberam a paga em suas próprias almas com o castigo

que bem merecem.

Assim, quando eles abandonaram a Deus e nem mesmo O

reconheceram, Deus os deixou fazer tudo quanto suas mentes malignas

poderiam imaginar. Suas vidas ficaram cheias de toda espécie de maldade

e pecado, ganância e ódio, inveja, assassínio, brigas, mentira, amargura

e mexericos. Tornaram-Se caluniadores, cheios de ódio contra Deus,

insolentes, fanfarrões orgulhosos, pensando sempre em novas maneiras

de pecar, e sendo continuamente desobedientes a seus pais. Procuravam

compreender o mal, quebravam suas promessas e tornaram-se criaturas

sem coração, sem nenhuma compaixão. Eram perfeitamente sabedores

da pena de morte divina por todos esses crimes; contudo, continuaram

assim mesmo e os praticaram de todas as maneiras, encorajando outros

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também para que agissem do mesmo modo" (Rm. 1.18-32, do Novo

Testamento Vivo).

Ora, o mundo tem sido marcado pelo pecado da idolatria. Os

ídolos que os homens tem adorado tem aparecido nas mais diversas e

variadas formas, sendo as coisas que eles têm feito pela sua própria

sabedoria, os seus próprios recursos materiais, culturais e intelectuais, as

suas organizações, as ciências, ou o próprio homem. Nesse sentido, não

há propriamente aquele que é chamado de "ateu", porque todos os

homens, se não adoram a Deus, adoram alguma coisa, na qual depositam

sua fé e confiança, que, por isso, torna-se o seu deus, e cria sobre eles a

ira de Deus. Os dias que estamos vivendo caracterizam-se certamente

por um estender-se da misericórdia do Senhor, mas fatalmente chegará

o tempo em que Ele não tolerará mais o pecado do homem, e derramará

o juízo, que, no dizer de Tiago, será "sem misericórdia" (Tg. 2.13).

Finalizando, o ódio de Deus para com os idolatras fica-nos claro

quando Ele disse que "quanto aos idólatras... a sua parte será no lago que

arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte" (Ap.21.8). E o

Apocalipse nos mostra claramente como esta é a razão da tribulação, ou

da "cólera de Deus", pois está escrito que... "se alguém adorar a besta e

a Sua imagem... também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se

deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo

e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E o fumo do seu

tormento sobe para todo o sempre..." (Ap. 14.9-11).

5. PARA QUE VEM A TRIBULAÇÃO NESTE MUNDO?

A tribulação vem ao mundo para mostrar que Deus é Deus.

São muitas as passagens na Bíblia nas quais Deus procura

mostrar quem Ele é. Na realidade, desde a criação Deus tem falado aquilo

que ficou registrado no Salmo quarenta e seis, verso dez: "Aquietai-vos e

sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações, serei exaltado

sobre a terra". Contudo, o homem não conhece a Deus, e não se interessa

por Ele. E Deus lamenta-se disso, exatamente como lamentou de Israel:

"O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono;

mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende" (Is. 1.3).

Mas Ele continuará até o fim a dizer e advertir: "Eu sou o Senhor; este é

o meu nome; a minha glória pois a outro não darei, nem o louvor às

imagens de escultura" (Is. 42.8).

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A presente época que estamos vivendo é chamada a "era da

graça". Os homens pronunciam as maiores blasfêmias contra Deus, dizem

que Ele não existe, que morreu etc. Contudo, a Bíblia diz que "o Senhor

se rirá dele, pois vê que vem chegando o seu dia" (Sl. 37.13).

O Senhor nesta era tem se mostrado paciente, tolerante,

longânimo, e a Sua graça e misericórdia não têm limite ou fim. Na

tribulação, porém, Deus irá mostrar Seu poder, Sua autoridade, Sua

soberania e Sua glória, como mostrou a Faraó e aos egípcios quando

enviou Moisés e Arão para libertar o Seu povo. Muitos, em referência a

isso, afirmam que Deus endureceu o coração de Faraó para castigá-lo.

Mas não foi isso o que aconteceu; porque quando o Senhor mandou

Moisés ir ao Egito libertar o povo, disse a ele: "Eu sei, porém, que o rei

do Egito não vos deixará ir, nem ainda por uma mão forte" (Ex. 3.19).

Quando Moisés falou com Faraó, este respondeu: "Quem é o Senhor, cuja

voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem

tampouco deixarei ir Israel" (Ex. 5.2). Ele não conhecia mesmo e isto

3orque nunca se interessou em conhecê-Lo. E nem os castigos e os

prodígios operados por intermédio de Moisés fizeram com que ele viesse

a conhecê-Lo, até o dia em que foi submergido no mar com o seu exército

(Ex. 14.30). Na verdade, Deus endureceu seu coração pois ele já estava

endurecido, pois “o sol que derrete a cera endurece também o barro".

Existem milhares de religiões no mundo, sendo que a maioria

delas adora deuses e existem milhões deles inventados ou fabricados

pelos homens. A tribulação virá à terra para mostrar que Deus verdadeiro

existe um só, que é o que despejará as calamidades de cima para baixo

sobre os homens e não tiverem o sinal do Deus vivo, e que é verdadeiro,

e que fez todas as coisas.

Para isso o Senhor usará diversos meios. Assim como Deus, ao

mesmo tempo que despejava castigos e pragas para o Egito, enviou

também os seus servos Moisés e Arão para transmitirem a Faraó o recado

de Sua parte sendo que Arão foi constituído como profeta de Moisés

(Ex.7.1) na tribulação, enquanto o mundo estará sofrendo com os juízos

de Deus, o Senhor levantará dois profetas especiais que estarão

testemunhando e profetizando em Seu Nome. Seu ministério será de mil

duzentos e sessenta dias, ou três anos e meio, exatamente a metade da

tribulação:

"E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por

mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. Estas são as duas oliveiras

e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra" (Ap. 11.3-4; cf. Zc

.4.3, 11, I 4).

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Deus nunca enviou juízo algum sobre nenhuma parte do mundo

ou sobre pessoa alguma sem antes avisar, de alguma forma, que assim

faria. Por isso, é natural crermos que o ministério dessas duas

testemunhas será o de avisar e alertar o mundo todo sobre a razão e os

propósitos de Deus ao enviar os Seus juízos. Para isto terão a mesma

autoridade que Moisés e Arão tinham no Egito, pois lemos que elas "...tem

poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e

têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a

terra com toda sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem." (Ap.

11.6). Além disso, serão duas figuras invulneráveis, e com poder

sobrenatural de defender-se e atacarem os inimigos: "E, se alguém lhes

quiser fazer mal, fogo sairá da tua boca, e devorará os seus inimigos; e,

se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto." (Ap.

11.5). Todavia, após terem concluído o testemunho que devem dar "a

besta que surge do abismo pelejará contra elas e as vencerá e matará."

(Ap. 11 .7)

O ministério dessas testemunhas será exercido em Jerusalém.

Seus cadáveres ficarão expostos na praça da cidade, e o mundo todo

acompanhará os acontecimentos, certamente através da televisão e

outros meios modernos de comunicação. Por isso, quando morrerem,

pensando o mundo que acabará o fatídico ministério profético que elas

exerceram, haverá muita festa em toda a terra (Ap. 11.10) . Mas, após

três dias e meio de exposição pública, seus cadáveres, diante dos olhares

horrorizados de todos os habitantes do planeta, que os verão pelos

aparelhos de televisão, serão ressuscitados pelo poder de Deus e subirão

para os céus.

Muitos têm se ocupado em tentar esclarecer quem serão estas

duas testemunhas. Não é nosso objetivo determo-nos nessa discussão,

porque ela não nos levaria a uma conclusão que trouxesse paz. Uma coisa

é certa: não será a reencarnação de nenhum profeta que já viveu sobre

a terra, pois isto Deus nunca fez nem fará em hipótese alguma. Mas,

certamente, terão nelas o mesmo Espírito que habitou os profetas, o

Espírito de Deus, que também as levantará para testemunhar naqueles

dias.

Por isso, basta-nos lembrar que serão testemunhas, que serão

maltratadas, mortas; o mundo todo se ocupará deste assunto, e o Senhor

as ressuscitará. Porém, o certo é que o mundo verá coisas piores, porque

recusou Aquele que ressuscitou primeiro; por isso, tem a sua sentença, e

já está condenado.

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Os homens estão cheios de sabedoria e arrogância. A ciência e a

tecnologia desenvolveram-se ao ponto de levarem o homem à Lua.

Entretanto, não conhecem ou não querem conhecer o Deus, que é o

Criador e preservador da vida dos próprios homens. Porém, a nós que

cremos nas Escrituras, a advertência da palavra de Deus continua a ser

aquela que nos foi dada através de Paulo: "Sendo nós, pois geração de

Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro,

ou à prata, ou à pedra esculpida por artifícios e imaginação dos homens."

(At. 17.29). Pelo contrário, lembremos as palavras de Jesus à mulher

samaritana: "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram, o adorem

em espírito e em verdade" (Jo. 4.24)

6. QUAL A FINALIDADE DA TRIBULAÇÃO?

A finalidade da tribulação é a salvação dos homens. Cada ato de

Deus realizado na história visa a redenção dos pecadores. Porém, é

verdade que, muitas vezes, os resultados não são os que Deus esperava,

e cabe a palavra que Ele deixou através do profeta Ageu: "Feri-vos com

queimadura, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas

mãos; e não houve entre vós quem voltasse para Mim, diz o Senhor."

(Ag.2.17).

Na tribulação, porém, haverá muitíssimas conversões.

Atualmente, na era da graça, a salvação chega a uma pessoa pela

pregação do Evangelho: "De sorte que a fé é pelo ouvir e o ouvir pela

palavra de Deus" (Rm. 10.17). O pregador do Evangelho é um

instrumento nas mãos de Deus para transmitir a mensagem ao coração

daquele que ouve de bom grado (Mt. 13.15-23), e o Espírito Santo é que

realiza a obra de dissipar as trevas da incredulidade e ignorância

espiritual, operando no coração da pessoa a conversão e a santificação.

Na tribulação, porém, esta obra será efetuada pelos castigos, pois o

Espírito Santo não estará mais no mundo, uma vez que terá ido com a

Igreja no arrebatamento. Cada castigo, cada calamidade, cada desgraça

que se abater sobre os homens, além de ser para mostrar o poder

vingador de Deus, terá também a finalidade de fazer com que as pessoas

se voltem para o Senhor "porque grandioso é em perdoar" (Is. 55.7), e

cada um poderá lembrar a Deus as palavras de Habacuque: "... na ira

lembra-te da misericórdia" (Hc. 3.2), uma vez que estas, conforme

afirmou Jeremias: "não têm fim" (Lm. 3.22).

O povo entenderá que os castigos da tribulação terão origem em

Deus, e visarão o arrependimento dos homens porque, como já vimos, o

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evangelho continuará a ser pregado. E esta pregação, como também já

vimos, será feita por aquilo que João descreveu como "um anjo" que

estava a "voar pelo meio do céu" (Ap. 14.6). Acrescido à palavra do anjo,

haverá o ministério dos "cento e quarenta e quatro mil" judeus

convertidos que pregarão o Evangelho durante este período, e que para

isso terão uma proteção especial de Deus (Ap.7 .2 e 3). Como resultado

da pregação destes servos, aparece a multidão que "vem da grande

tribulação" (Ap. 7.14).

Há outras evidências neste sentido: "... e os demais ficaram muito

atemorizados, e deram glória ao Deus do céu" (Ap. 11.13). Este texto

mostra claramente como houve arrependimento e conversão, porque

ninguém pode dar glória a Deus se não for crente. Contudo, nem todos

serão salvos, arrependendo-se dos seus pecados, porque lemos que "os

outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se

arrependeram das obras das suas mãos para não adorarem demônios e

os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que

nem podem ver, nem ouvir, nem andar. E não se arrependeram dos seus

homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das

suas ladroíces" (Ap.9.20-21).

A realidade é que haverá mais incredulidade e rebelião dos

homens contra Deus do que arrependimento: "... e os homens

blasfemaram contra Deus... porque a sua praga era mui grande" (Ap.

16.21b); "E os homens blasfemaram o nome de Deus, que tem poder

sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória" (Ap.

16.9).

Muitas pessoas que hoje estão endurecidas e indiferentes para

com as coisas de Deus, quando estiverem sofrendo os castigos da

tribulação, não vacilarão em voltar-se para o Senhor, e Deus,

evidentemente as receberá e perdoará, pois ama o pecador, e n'Ele "há

misericórdia, e abundante redenção" (S1. I30.7).

Lembremos que sempre foi esse o critério do Senhor, e que Deus

não muda. Nós não encontramos em toda a Bíblia, do Gênesis ao

Apocalipse, um único caso de pessoa que se arrependeu e Deus não a

tenha perdoado. Deus não destruiu a grande cidade de Nínive porque os

ninivitas se arrependeram com a pregação do profeta Jonas, não obstante

ter determinado para ela a "subversão" (Jn.3.5-9). Também o rei

Manassés foi perdoado ao arrepender-se, embora não exista em toda a

Bíblia um homem que tenha praticado tantas atrocidades, tantas

maldades, tantas perversidades, abominações e pecados como ele. No

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entanto, as Escrituras nos relatam que no fim de sua vida ele arrependeu-

se e Deus o perdoou. (II Cr. 3.1-13).

Portanto, mesmo na tribulação, quando Deus irá fazer juízo contra

todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as Suas obras de

impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras

que ímpios pecadores disseram contra Ele" (Jd. 15), Ele não deixará de

ser Pai amoroso e misericordioso, que estará de braços abertos para

receber aqueles que sinceramente arrependerem-se dos seus pecados e

voltarem-se para Ele, uma vez que, na verdade, esta será a principal

finalidade da tribulação.

A propósito, precisamos dizer alguma coisa referente

especialmente à salvação dos judeus. Nesse sentido, a primeira coisa a

ser lembrada é o significado da palavra “Judeu".

Etimologicamente, a palavra vem de "Judá", o quarto filho de Jacó

que ficou com os direitos de primogenitura, que pertencia a Rubem, o

primeiro filho. Os direitos foram transferidos a Judá por causa do pecado

de Rubem ao profanar a cama de seu pai. (Gn. 49.4).

As descendências dos doze filhos de Jacó, tornaram-se as doze

tribos de Israel, que foi a base social da organização política da nação de

Israel. "Israel" foi o nome dado por Deus a Jacó quando ele lutou com o

anjo do Senhor, e significa "aquele que luta com Deus" (Gn. 32.28)-

Após o reinado de Salomão, ficou a nação dividida nos dois reinos,

que vieram a chamar-se o "Reino de Judá", formado pelas tribos de Judá

e Benjamin e “Reino de Israel” pelas dez tribos restantes. Depois do

cativeiro e da dispersão de ambos os reinos, a palavra 'Judeu" passou a

referir-se a toda a nação de Israel, que é o povo escolhido de Deus, por

causa da promessa feita a Abraão.

Constantemente somos defrontados com a pergunta: se o povo

judeu é o povo escolhido de Deus, porque é o povo que mais sofre

perseguição no mundo? Porque passará pela Tribulação sofrendo na mão

de Deus? A resposta está em Hebreus 12.6: "Porque o Senhor corrige o

que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho".

O Apóstolo Paulo nos lembra que Deus nunca rejeitou ao povo

judeu (Rm. 9.1). Lembrou o apostolo ainda que deles "é a adoção de

filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as

promessas"(Rm.9.4). Isto nos leva a uma outra indagação: se os judeus

estavam com a verdade, se a religião deles era a verdadeira; e se Jesus

pregou a verdade também, porque eles, os judeus, não creram nem O

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aceitaram como o Messias prometido, antes O perseguiram, e também

aos Seus apóstolos? A resposta é que os que não creram em Cristo, nem

O aceitaram foram os judeus ritualistas, fanáticos e ignorantes, uma vez

que a igreja primitiva foi formada praticamente só de judeus. O Apóstolo

Paulo, que foi ferrenho perseguidor do cristianismo, afirmou que o fez

"ignorantemente, na incredulidade" (I Tm. 1.13).

A diferença entre a religião dos judeus e o cristianismo é a mesma

que existe entre a lei e a graça. Jesus não aboliu a lei moral, e sim a lei

cerimonial. Quanto àquela, Jesus disse que "até que o céu e a terra

passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja

cumprido" (Mt. 5.18; comp. c/ Lc. 16.17). Todavia, a lei cerimonial foi

abolida, razão pela qual o cristianismo não tem o sacerdócio levítico, nem

os sacrifícios, nem a circuncisão, nem a páscoa, que foi substituída pela

Santa Ceia. Os judeus, porém, continuaram observando muito do

ritualismo da velha dispensação.

Acontece que, pela prática da lei, ninguém poderá ser salvo, uma

vez que ninguém conseguiu nem conseguirá observá-la integralmente, a

não ser o próprio Senhor Jesus. Isto explica o que Paulo quis dizer quando

afirmou que "a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que

pela fé fôssemos justificados" (Gl. 3.24),ou seja, porque ninguém

consegue cumprir a lei, esta, ao mostrar ao homem que ele é pecador

porque quebra os seus princípios, não lhe deixa outra alternativa senão ir

a Cristo e receber a salvação pela fé no sacrifício da cruz do Calvário.

Posto isto, fica claro que os judeus se salvarão se crerem em

Jesus, como muitos tem feito. (At. 4.12 e 6.7).

É emocionante descobrirmos o plano de Deus para o povo judeu.

Os que não tiverem aceitado a Jesus como o Messias prometido, como

seu salvador pessoal, entrarão na tribulação, o que acontecerá com

praticamente toda a nação de Israel. Na tribulação, os judeus farão um

concerto com o Anticristo (Dn.9.27). Quando o Anticristo quebrar o

concerto com os judeus, a perseguição que desencadeará sobre eles será

tão imensa que, conforme Zacarias 13.8, dois terços deles serão

extinguidos. Naquela ocasião é que se cumprirá a palavra de Jesus "E, se

aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por

causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias."(Mt.24.22). Notemos

que aqueles dias serão abreviados por causa dos "escolhidos". Ora, os

escolhidos são os judeus (Sl. 105.6). Assim, podemos crer que os sete

anos inicialmente programados para a tribulação serão, de alguma forma

abreviados, e Jesus voltará mais cedo para destruir o Anticristo e o Falso

Profeta, salvando os judeus das suas garras.

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Nesta ocasião acontecerão três coisas:

1. A primeira será a salvação de toda a nação de Israel, de uma

só vez, pois terão cumprimento algumas profecias, como a de Isaías 66.7-

14: "Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as

dores deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas

semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria

uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus

filhos.

2. Haverá um pentecoste para os judeus, em cumprimento à

profecia de Joel 2.28-32, uma vez que essa profecia teve um cumprimento

apenas parcial em Jerusalém, com os apóstolos e discípulos da Igreja

Primitiva. Uma série de coisas apresentadas nesta profecia não aconteceu

no pentecoste dos apóstolos, e certamente acontecerá com os judeus,

como os prodígios no céu, e na terra fogo e sangue, e colunas de fumo, a

conversão do sol em trevas, e a lua em sangue, etc.

3. A vinda de todos os judeus para a Palestina, vindos de todas

as regiões da terra. Várias profecias mostram como os judeus nunca, mas

nunca mesmo, virão todos para a Palestina a não ser nessa ocasião, que

é também a da vinda de Jesus à terra (veja-se: Zc. 14.4-5; Ez. 28.25-26;

37.21 ; 20.41 -42; Is. 11.12 e 27.13).

Assim, terminada a tribulação, e ocorrido o Armagedom, iniciar-

se-á o Milênio, quando Deus concederá incontáveis bênçãos aos judeus,

agora salvos, que reinarão com Ele neste período de mil anos, pois a sede

do reino será Jerusalém, juntamente com os glorificados.

Amigo, Jesus oferece hoje salvação, e consequente livramento da

grande tribulação. Esta salvação é oferecida através do Espírito Santo e

da noiva de Cristo (a lgreja) que estão a dizer: "Vem" (Ap.22.17). O

Senhor nos manda anunciar a todos dizendo que "Aquele que tem sede,

venha, e quem quiser receba de graça a água da vida".

E, já sabemos o que é estar com Cristo no coração quando Ele

vier para o arrebatamento da Igreja, nós perguntamos como o autor da

carta aos Hebreus: "Como escaparemos nós se negligenciarmos tão

grande salvação?"(Hb. 2.32).

CAPÍTULO VI

ARMÁGEDOM

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A Bíblia mostra como ainda haverá no mundo duas grandes

guerras. Uma é a de Jesus com o Anticristo, e a outra é a do próprio

Satanás contra Deus. A primeira delas, que é a penúltima de todas, é

chamada "A Batalha do Armagedom".

Sabemos que desde que existe este velho mundo, têm havido

guerras. O relato de algumas delas já é encontrado no primeiro livro da

Bíblia. Podemos dizer que a primeira delas foi aquela entre os dois

primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, quando aquele assassinou

este por ódio e vingança. O estudo desta guerra nos revela a razão e

causa de todas as outras guerras, pois estes fatores ódio e vingança que

são subprodutos do egoísmo e da cobiça, que por sua vez são causados

pelo orgulho do coração humano, e estão presentes em todas as demais

guerras (Tg. 4.1 e2).

Assim, no início da história humana, conforme narrada por

Gênesis, vamos encontrar o relato de muitas outras guerras, como aquela

dos quatro reis contra cinco, na qual os cinco reis (entre os quais se

encontravam os reis de Sodoma e Gomorra, onde Ló, sobrinho de Abraão,

morava) foram derrotados, embora Abraão, depois, venceu os quatro reis

e libertou o seu sobrinho. Na verdade, tanto na Bíblia quanto na história,

há o registro de muitas outras guerras que desde o início vêm ocorrendo,

sendo que o número delas é calculado já em mais de catorze mil. Ao

presente estudo interessará apenas aquela que é prevista na Bíblia como

a penúltima grande guerra que o mundo ainda verá, o que fazemos

baseados em amplos textos da Palavra de Deus, lembrando as palavras

do Mestre: "... até que o céu e a terra passem, nem um jota nem um til

se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido" (Mt. 5.18).

Na história do mundo e na história bíblica encontramos a

descrição de guerras verdadeiramente monstruosas, as quais são quase

impossíveis de serem relatadas detalhadamente. Contudo, tais guerras,

comparadas com a que nos ocuparemos no presente estudo, podem ser

consideradas como simples "brigas de gatos". Isto porque nelas estarão

envolvidos reis de todo o mundo, que serão congregados "para a batalha,

naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso" (Ap. 16.14). Ela deverá

superar todas as outras por três aspectos que demonstram a sua

grandeza e envolvimento': o lugar onde será efetuada; o número de

soldados combatentes; e os dois generais que se defrontarão na mesma.

1. O LOCAL DA GUERRA

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O local onde essa guerra deverá ser travada chama-se

"ARMAGEDOM": "E os congregarão no lugar que em hebreu se chama

Armagedom" (Ap. 16.16).

A palavra "Armagedom" é uma transliteração do hebraico

(harmegiddo), que significa à "colina ou montanha de Megido", e também

"lugar das multidões" ou "destruição final".

Na verdade, este é um dos lugares do mundo onde mais sangue

já foi derramado, pois e1e foi o palco das maiores batalhas de Israel. Ali,

Baraque e Sísera lutaram, sendo este derrotado por Baraque, que foi

ajudado por Débora. Ali foram derrotados os cananeus liderados por

Jabim. (Jz. 4.2) Ali Gideão combateu os midianitas com seus trezentos

escolhidos, e Saul, lutando contra os filisteus, no mesmo lugar encontrou

a morte. Em Megido morreu também Acasias pelas flechas de Jéu, e até

o bom rei Josias ali morreu nas mãos do Faraó Neco [I Rs. 23.30), ficando

Jeremias naquele lugar lamentando a morte do rei.

Nos tempos pós-bíblicos, continuou aquele lugar como um

presságio da batalha do grande dia do Todo-Poderoso, sendo palco de

grandes combates militares. Entre os generais que tiveram vitória nesse

lugar podemos citar Saladino e Allemby, e, antes deles, Napoleão, que

afirmou, profeticamente, poder fazer daquele lugar um campo de batalha

para todos os exércitos do mundo.

2. O NUMERO DOS COMBATENTES

O número dos combatentes que estará envolvido nesta batalha

nos dá também uma ideia da grandeza da mesma.

De um lado estarão congregados os exércitos liderados pelo

Anticristo, que serão dos "reis do mundo inteiro" (Ap. 16.14).

Naturalmente o Seu domínio a todo o mundo não ocorrerá de uma vez só,

mas por etapas, embora saibamos que tudo acontecerá rapidamente por

causa da sua inteligência e capacidade política (Dn. 7.8 e 8.25). Ele

deverá, assim, estender o seu poder a todo o mundo a partir da

Confederação das dez nações, que será a primeira etapa do seu reinado.

Desta forma, provavelmente o seu exército principal será formado por

contingentes das dez nações (certamente as que atualmente constituem

o Mercado Comum Europeu), reforçados por tropas das Américas e da

África. Pela profecia de Ezequiel 38, sabemos- que a Rússia enviará

também os seus exércitos para tentar invadir Israel, e lemos ainda a

respeito dos "reis que vêm do lado do nascimento do Sol" (Ap. 16.12).

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Estes últimos certamente são os chineses, para quem o caminho de

chegada até a Palestina, será o Rio Eufrates, conforme diz o mesmo texto.

O falecido presidente chinês Mao Tsé Tung afirmou especificado o número

dos soldados, pois o castigo da sexta trombeta, apresentado nos

versículos treze a dezenove do capítulo nove, certamente referem-se à

guerra: e lá diz que "o número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil

vezes dez milhares"(verso i6), ou seja duzentos milhões. O falecido

presidente Mao Tsé Tung afirmou certa vez que a China poderia colocar

em batalha um exército de duzentos milhões de soldados, e também já

foi noticiado que estava em construção uma estrada que ligaria a China

ao Oriente Médio.

Que será a conflagração de caráter mundial não há a menor

dúvida, porque João disse que viu "a besta e os reis da terra, e os seus

exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado

sobre o cavalo, e o seu exército"(Ap. 19.19).

Outro dado que nos ajuda a avaliar claramente a quantidade de

homens que se envolverá nesta guerra é a informação que a Bíblia nos dá

da quantidade de sangue que irá correr quando os mesmos forem mortos.

O texto bíblico afirma que ele correrá a uma distância de mil e trezentos

estádios, que correspondem a duzentos e noventa e seis quilômetros.

Apesar desta descrição nos parecer absolutamente fantástica e

impossível, tal ideia não pode ser de todo rejeitada porque o sangue, ao

correr, certamente entrará num riacho, sendo levado a essa distância. E,

onde o terreno for côncavo, ficará empossado até chegar aos freios dos

cavalos (Ap. 14.20). A profecia de Ezequiel acrescenta que "durante sete

meses estará a casa de Israel a sepultá-los para limpar a terra. Sim, todo

o povo da terra os sepultará; ser-lhes-á memorável o dia em que eu for

glorificado, diz o Senhor" (Ez. 39 .12-13).

Do outro lado, embora não saibamos o número exato dos

combatentes, somos informados que haverá um exército numeroso, cujos

soldados virão montados em cavalos brancos (Ap. 19.14). Serão "os

exércitos do céu", dos quais referiu-se Jesus quando foi preso (Mt. 26.53).

Os salvos por Cristo, que terão sido arrebatados, e estão agora

glorificados, também deverão vir com Ele: "E destes profetizou Enoque, o

sétimo depois Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de

seus santos"(Jd. 14)

3. OS GENERAIS COMANDANTES DOS EXERCITOS

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O primeiro exército será comandado por um dos maiores, senão

o maior general e guerreiro que já houve sobre a terra, que, como já

vimos, é chamado de "O Anticristo". Sua capacidade de liderança é vista

quando lemos que os reis da terra "têm um mesmo intento, e entregarão

o seu poder e autoridade à besta. Estes combaterão contra o Cordeiro..."

(Ap. 17.13 e 14a). Assim, certamente conseguirá a liderança de enorme

parte da população do globo, que abrangerá não somente a área militar,

mas também as áreas políticas, civil, social e religiosa. A descrição que

dele nos faz as Escrituras não deixa dúvida: será um ditador super-

homem!

Além disso, o Anticristo virá acompanhado de um sábio e

poderoso conselheiro que, sozinho, reunirá mais prestígio e qualidades do

que todos os sábios da corte do rei Assuero da Pérsia. Basta dizer que

este seu auxiliar, que é a "besta que subirá da terra" (Ap. 13.11), também

cognominado "o falso profeta”, terá poder para fazer descer fogo do céu

(Ap. 13.13), e ainda fará uma imagem, conseguindo que ela fale (Ap. 13.

I 5).

Sabemos também que este comandante, ajudado por seu

conselheiro, conseguirá o que rei ou imperador algum jamais conseguiu

realmente, que é receber a adoração universal (Ap. 13.'7).

O outro exército é comandado pelo verdadeiramente grandioso e

todo-poderoso general, cujas últimas palavras pronunciadas na terra

foram: "É-me dado todo o poder no céu e na terra"(Mt. 28.18). No Velho

Testamento Ele é chamado de “O Rei da Glória... o Senhor forte e

poderoso, o Senhor poderoso nas batalhas" (S1. 24.8). Ele é descrito

como "o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o

que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Ap. 3.7); estas

chaves, diz Ele, são as "da morte e do inferno" (Ap. 1.18). E chamado

também de "o Bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e

Senhor dos senhores" (I Tm. 6.15; Ap. 19.16) É o que estava assentado

no cavalo branco e chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com

justiça...; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus" (Ap. 19.11

e 13). O profeta Isaías, setecentos anos antes que Ele nascesse disse que

"o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da

Eternidade, Príncipe da Paz" (Is. 9.6). O pequeno Davi, ao defrontar-se

com o gigante Golias, lembrando que a vitória certamente seria sua, disse

que "do Senhor é a guerra" (l Sm.17.47); por isso é que a Bíblia diz que

Ele "faz cessar as guerras até o fim da terra; quebra o arco e corta a

lança; queima os carros ao fogo" (Sl. 46.9). O profeta Daniel o descreveu

também ao falar da pedra cortada sem o auxílio de mãos, que esmiuçou

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a grande estátua, símbolo das nações e reinos deste mundo (Dn.2.45; cf.

I Pe 2.6), e referia-se também a Ele ao falar de “um como o filho do

homem" (Dn. 7.13), dizendo ainda que Ele é o "Príncipe dos príncipes"

(Dn. 8.25). No Apocalipse Ele aparece com outros títulos como "o leão da

tribo de Judá" que simboliza a Sua majestade e realeza soberana de

conquistador (5.5), e também "a raiz de Davi, que venceu”, lembrando

que Ele é o descendente de Davi prometido a Israel, que vencerá todos

os inimigos do povo escolhido de Deus. Dizem as Escrituras que Deus O

exaltou sobremaneira e Lhe deu um nome que é sobre todo nome, ao qual

se dobra "todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da

terra" (F1.2.9-10). O anjo Gabriel, ao anunciar o Seu nascimento, disse

que Ele seria chamado "JESUS" (Lc. 1 .31).

A descrição que dEle é feita quando chega para a batalha, nos dá

uma ideia perfeita de Sua grandeza.

“Virá montado em cavalo branco". O branco é símbolo de retidão

e demonstra, assim, o seu caráter.”

"Seu nome é fiel e verdadeiro". Isso estabelece um enorme

contraste com o Seu oponente que é enganador e mentiroso.

"Julga e delega com justiça". Todas as guerras, em geral, foram

motivadas pelo egoísmo humano, especialmente as do Anticristo. Cristo

será o ministro da justiça, que destruirá os praticantes da maldade.

"Seus olhos são chama de fogo". Indicam Seu poder de penetrar

e consumir todas as coisas, de forma que ninguém poderá realmente

enfrenta-lo face a face.

"Na sua cabeça haverá muitos diademas". Embora o dragão e a

besta também tenham diademas, que expressam vitória e conquistas, os

diademas de Jesus demonstram que Ele é o verdadeiro vitorioso em

muitos campos, o vencedor de muitas batalhas, que possui muitas

soberanias obtidas por Seu valor e poder.

"E da Sua boca saia uma aguda espada". Quando uma turba saiu

contra Jesus no Getsêmani, aconteceu algo que nos dá uma ideia do que

significa o poder da Sua Palavra: "Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu,

recuaram e caíram por terra" (Jo. 18.6). Se naqueles dias os homens

assim reagiram à voz de Jesus, como será quando virem "o Filho do

homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória" (Lc.21.27)?

Que batalha horrível será! Que grande derrota os exércitos do

Anticristo sofrerão!

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Contudo, há exemplos e figuras na história bíblica que ilustram

como será fácil a vitória de Cristo. Certa vez, um dos reis da Assíria,

Senaqueribe, que não conhecia Deus, mas era um guerreiro poderoso,

cercou Jerusalém, sendo isto na época do Rei Ezequias. Querendo uma

vitória fácil, mandou embaixadores que dissessem a Ezequias que não

confiasse no Senhor. porque Ele não poderia salvá-los, uma vez que os

deuses das outras nações não puderam salvá-las. Porém, durante a noite,

Deus enviou um anjo que feriu 185 mil soldados dos exércitos de

Senaqueribe, e, ao amanhecer eles jaziam mortos (Is. 37.36).

Senaqueribe, com o rosto coberto de vergonha, voltou para Nínive, e,

quando estava no templo do seu deus Nisroque, adorando-o, seus dois

filhos o mataram (II Rs. 19.35-37 e II Co. 32.21).

Os exércitos do Anticristo serão destruídos provavelmente como

foram os exércitos dos midianitas e dos amelequitas e de todos os do

Oriente, na vitória que sobre eles teve Gideão com os seus trezentos

homens somente, quando tocaram as trombetas e Deus enviou-lhes uma

grande confusão, de sorte que mataram-se e destruíram-se mutuamente.

Diz o texto que os inimigos "cobriam o vale como gafanhotos em

multidão; e eram inumeráveis os seus camelos, como a areia que há na

praia do mar em multidão"(Jz.7 .12). Porém, para vencer este tão grande

exército, Gideão e seus trezentos homens nem precisaram usar espada.

O profeta Isaías também teve uma visão da atuação de Jesus na

batalha do Armagedom: "Quem é este, que vem de Edom, com vestidos

tintos de Bozra? Este é glorioso em Sua vestidura, que marcha com a sua

grande força? Eu, que falo em justiça, poderoso para salvar. Porque está

vermelha a sua vestidura? E os teus vestidos como os daquele que pisa

no lagar? Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo;

e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor, e o Seu sangue

salpicou os meus vestidos, e manchei toda a minha vestidura. Porque o

dia da vingança estava no meu coração, e o ano dos meus redimidos é

chegado. E olhei, e não havia quem me ajudasse; e espantei-me de não

haver quem me sustivesse; pelo que o meu braço me trouxe a salvação,

e o meu furor me susteve. E pisei os povos da minha ira, e os esmaguei

no meu furor; e a sua força derribei por terra" (Is. 63.1-6).

Jesus virá acompanhado de um poderoso exército do céu,

montando cavalos brancos (Ap. 19.14). Todavia, assim como aconteceu

com os exércitos de Gideão, tudo será apenas para ornamento e

demonstração da Sua grandeza e glória, pois eles não entrarão em cena

de batalha. Jesus também virá montado em um cavalo branco, tendo uma

espada, que, como sabemos é a Sua palavra (Hb. 4.12).

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Assim, a vitória de Cristo sobre o Anticristo e o Falso Profeta será

facílima. Ambos serão presos e jogados vivos no lago do fogo (Ap. 19-

20),e os seus exércitos completamente destruídos "com a espada que sai

da boca do que estava assentado sobre o cavalo branco" (Ap. 19.21).

Certamente acontecerá o mesmo que aconteceu com os exércitos dos

midianitas e amalequitas, que ficaram completamente perdidos e

desorganizados com a tática que Gideão usou, de forma que, assim como

aqueles, os do Anticristo também deverão destruir-se uns aos outros,

cada um pensando em ficar com o despojo, e a vitória final, apossando-

se da terra de Canaã. Por isso, quando João viu o final da batalha, ele

escreveu: "E todas as aves fartaram-se das suas carnes" (Ap. 19.21).

Sem dúvida alguma, por tudo o que as Escrituras dEle falam, Ele

é aquele que João viu sentado no trono, rodeado de anjos e de seres

viventes, cujo número era milhões de milhões e milhares de milhares, que

com grande voz diziam: "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o

poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças"

(Ap. 5.1 I e l2).

CAPITULO VII

O MILÊNIO

Com a vitória de Jesus na batalha do Armagedom sobre os

exércitos do Anticristo e dos reis de toda a terra, terá tido cumprimento a

promessa que o Senhor (Deus Pai) fez ao Senhor (Deus Filho): "Disse o

Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha

os teus inimigos por escabelo dos teus pés" (Sl. 110.1). Isto porque o

Senhor Jesus, agora, embora “exaltado pela destra de Deus" (At. 2.33)

que o fez "Senhor e Cristo" (2.36), ainda não sujeitou os seus inimigos,

que também são os inimigos de Israel, Seu povo, a quem Ele fez a

promessa de reinar e exaltar sobre todas as nações.

Assim, ao vencer os inimigos naquela batalha implantará o Senhor

aqui na terra um governo universal, cuja duração será mil anos, razão

porque recebe o nome de MILÊNIO. É o período do reinado de Cristo sobre

toda a terra quando, diz a Bíblia, Ele regerá as nações com "vara de ferro"

(Ap. 19.15). Como esta época é chamada de "Reino" mostraremos na

Bíblia como nela haverá um rei, que será Jesus. Na verdade, mais do que

um rei, Ele será um imperador mundial, governando o mundo

pessoalmente, presente fisicamente na capital do reino que será

Jerusalém, sendo este o tempo em que Ele "restaurará o reino de Israel"

(At. 1.6).

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A palavra "rei" é muitas vezes mencionada na Bíblia. Somente no

livro de Daniel a encontramos cento e quarenta e cinco vezes, e na Bíblia

toda está registrada mais de quatro mil vezes. Naturalmente ela é

empregada referindo-se a homens que foram reis, embora, com raras

exceções, seja usada com outras conotações. Muitas vezes, porém,

refere-se a Jesus, como rei espiritual no período que ora estamos, que é

o da graça, e muitas outras a Ele também, mas como rei possuindo um

reino real e literal como foi o reino histórico de Israel no passado.

Quando o anjo Gabriel anunciou o nascimento de Jesus à Maria,

ele profetizou: "... E o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. E

reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim" (Lc.

1.32-33). Ora, profecia ainda não se cumpriu, pois ela refere-se a um

reino terrestre, como foi o de Davi, ulna vez que o Senhor ainda não se

assentou no "trono de Davi, seu pai". A Bíblia contém inúmeras profecias

que falam deste reinado de Cristo, mostrando Israel não somente como a

sede do mesmo, mas também como como a cabeça das nações, exaltada

entre elas naquele período. Este é o principal ponto da esperança

messiânica dos judeus, sendo também a razão porque os próprios

discípulos pensaram que Jesus, como o Messias e Cristo, iria realizar a

redenção política da nação de Israel naquele tempo. Quando Pilatos

interrogou a Jesus se Ele era o rei dos judeus, a resposta veio com toda

a clareza: “Eu o sou” (Mt. 27.11). Isto porque Ele veio para dar o reino a

Israel, que, todavia, o rejeitou, dando ensejo então para que Ele

esclarecesse a Pilatos: "O meu reino não é deste mundo; se o meu reino

fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse

entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui" (Jo.18.36).

Muitos tem pretendido negar a temporalidade do milênio,

afirmando que Jesus virá depois dele, usando a passagem acima citada,

por ter Jesus dito que o Seu reino "não é deste mundo". São estes os pós-

milenistas (afirmam que Jesus voltará após o milênio) e os amilenistas

(que negam simplesmente que haverá um período com esse nome).

Contudo, estas afirmações só poderiam ser feitas se fosse tirada a palavra

"agora" daquele texto, o que, sendo feito, altera completamente o sentido

do que Jesus disse.

Um general, com seu exército, cercara uma cidade que conspirara

contra o rei. O general passou um telegrama para o rei dizendo que a

cidade não queria render-se. "Posso bombardeá-la?" perguntou; a que o

rei respondeu: "Não, poupe a cidade". Mas o funcionário do telégrafo não

colocou a vírgula após à palavra "não", e, por isso a cidade foi

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bombardeada. Daí, existir o ditado, "por causa de uma vírgula, foi

bombardeada a cidade".

Na interpretação que não é pré-milenista, não se trata de uma

vírgula que é tirada do texto, mas de uma palavra, o que acaba por ser a

negação de uma grande verdade que ocupa muitas páginas tanto do

Antigo Testamento como no Novo Testamento. As palavras de Jesus ali

citadas podem ser parafraseadas da seguinte forma: “ O meu reino,

agora, não é deste mundo. O povo, em uma ocasião, quis proclamar-me

rei, mas Eu não aceitei (Jo. 6. 15). Agora Eu não vim fundar um reino

secular, mas sim um reino espiritual, que é a Igreja. Não vim para

assentar-me no trono de Davi, vim para morrer na cruz para salvar os

pecadores. Mas quando Eu voltar pela segunda vez, será para assentar-

me no trono de Davi; aí então o meu reino será deste mundo". Lembremos

que nós mesmos usamos a palavra "agora" no mesmo sentido em que

Jesus usou, nas ocasiões em que dizemos. "agora eu não vou a tal lugar",

o que não quer dizer que nunca iremos lá. Realmente, como lembra o

Rev. Samuel Ladeira, "aquele que um dia nasceu e morreu Rei dos Judeus,

voltará e reinará como Rei dos Judeus" (Mt. 2.2; Jo. 1.49; 19.I9).

(Profecias e Dispensações. Imprensa Metodista, SP. Pág. 105).

Como dissemos, há inúmeras profecias a serem cumpridas que

dizem respeito ao reino milenar de Cristo na terra. Vejamos algumas

delas:

"Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu levantará um reino que

não será mais destruído; e este reino não passará a outro povo; e

esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para

sempre". (Dn. 2.44)

"Eis aí está que reinará um Rei com justiça e dominarão os

príncipes segundo o juízo" (Is. 32.1).

“Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador;

o Senhor é o nosso Rei; Ele nos salvará" (Is. 33.22).

"Eu Sou o Senhor, vosso Santo, o criador de Israel, vosso Rei"

(Is. 43.15).

“E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o

Senhor, e um será o seu nome". (Zc.14.9).

"Eis que vêm dias, diz o Senhor; em que levantarei a Davi um

Renovo justo; e, sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a

justiça na terra" (Jr. 23.5).

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"E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo

o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo: o reino será um reino

eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão" (Dn. 7.27).

Quando Jesus estabelecerá esse reino glorioso assim na terra?

Seguindo uma sequência cronológica dos acontecimentos, o

milênio será uma das "coisas que em breve devem acontecer", conforme

sugere Apocalipse 1.1, que será implantado depois dos sete anos de

governo do Anticristo, sendo, como já vimos, desta forma, depois da

grande tribulação e da batalha do Armagedom. Esta ordem aparece

claramente no livro de Apocalipse, pois vemos a vitória de Cristo no

Armagedom descrita no capítulo dezenove, e, em seguida, num tom de

narrativa que sugere claramente uma sequência, a descrição de aspectos

do milênio, sendo ali o único lugar da Bíblia que fala de "mil anos" (Ap.

20.1-6).

O profeta Isaías teve uma visão da vitória de Cristo sobre o

Anticristo, ao dizer que Jesus será o rei que "Julgará com justiça os

pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra; e ferirá a terra

com a vara de sua boca, e com o sopro dos Seus lábios matará o ímpio"(ls.

11.4). Como sabemos o "ímpio" é o Anticristo (ll Ts. 2.8). Além disso, esta

profecia de Isaías foi confirmada pelo Senhor a João, ao descrever a ação

de Jesus no Armagedom: "E da Sua boca saia uma aguda espada, para

ferir com ela as nações; e Ele as regerá com vara de ferro; e Ele mesmo

é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso. E

no vestido e na Sua coxa tem escrito este nome: Rei dos reis, e Senhor

dos senhores" (Ap. 19.15-16).

O próprio Senhor Jesus colocou a volta dos judeus, para o

estabelecimento do reino em Jerusalém, depois da tribulação, pois Ele

disse: "E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua

não dará a luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências do céu... serão

abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as

tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as

nuvens do céu, com poder e grande glória. E Ele enviará os Seus anjos

com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde

os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus" (Mt.24.29-31).

Os "escolhidos" serão os judeus que foram expulsos de Jerusalém e

perseguidos pelo Anticristo durante a tribulação, e também os gentios que

se tornaram crentes após o arrebatamento da Igreja, e que conseguiram

sobreviver durante a tribulação. Este retorno dos judeus para Jerusalém

para a implantação do milênio foi previsto pelo profeta Isaías: "E levantará

um pendão entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os

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dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra" "E será

naquele dia que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam

perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do

Egito tornarão a vir, e adorarão ao Senhor no monte santo em Jerusalém"

(ls. 11.12 e 27.13). As profecias destes dois textos referem-se ao mesmo

fato profetizado pelo Senhor Jesus, ou seja, o ajuntamento dos escolhidos

para a implantação do reino após a tribulação e o Armagedom. Este

realmente será o momento em que se ouvirá grandes vozes no céu que

dirão: "Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo,

e Ele reinará para todo o sempre" (Ap. 11.15).

Assim, neste período de mil anos, Jesus será o rei e imperador

universal que regerá as nações "com vara de ferro" (Ap.2.27; 12.5;

19.15). O governo de Cristo, que não será mais segundo um padrão

humano, mas será um reinado de perfeita justiça e paz porque é o

d'Aquele que é chamado "O Príncipe da Paz" (Is. 9.6), fará com que o

mundo seja grandemente abençoado tanto no setor da vida material,

como no da vida espiritual, sendo, porém a maior benção neste último,

uma vez que o primeiro ato do Rei será prender por mil anos aquele que

"fazia estremecer a terra, e fazia estremecer os reinos" (ls. 14.16): "E vi

descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia

na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e

Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o

encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até

que os mil anos se acabem." (Ap. 20.1-3). Porém, o privilégio de gozar

pessoalmente da comunhão com o Rei, e diretamente dos privilégios que

serão os mais diversos tipos de bênçãos do reino, somente os crentes e

judeus nascidos de novo desfrutarão, pois só eles terão o passaporte para

entrar no ...reino, que... é o novo nascimento, pois Jesus disse: "... aquele

que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo. 3.3). O

próprio Isaías já havia profetizado: Desperta, desperta, veste-te da tua

fortaleza, ó Sião; veste-te dos teus vestidos formosos, ó Jerusalém,

cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso, nem

imundo" (Is. 52.1).

No milênio estarão reinando com Cristo todos os salvos de todas

as épocas: "Cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o

livro, e de abrir os selos; porque fostes morto e com o teu Sangue

compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; e

para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a

terra." (Ap. 5.9-10). Estes que foram comprados pelo Seu sangue incluem

todos os santos do Velho Testamento, isto é, todos os que colocaram sua

fé no Messias que viria, desde Adão até o ladrão que morreu com Cristo,

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sendo os patriarcas, os profetas, os reis que foram crentes e todos os fiéis

que naquela época serviram sinceramente a Deus, e também todos os

crentes em Jesus da nova dispensação, a da graça, desde os apóstolos

até os crentes que forem arrebatados, e também os últimos crentes que

serão martirizados pelo Anticristo de todas as nações, povos e tribos e

línguas (Ap. 7.9), sendo todos estes nos seus corpos glorificados, e ainda

os que escaparam e saíram vivos da tribulação e da perseguição do

Anticristo (ls. 10.22;Rm. 9.27).

Naturalmente todos nós nos preocupamos como tanta gente

poderá fazer parte de um único reino, tendo nele privilégios especiais.

Devemos ter em mente duas coisas: primeira: é afirmação explícita das

Escrituras, sendo promessa de Deus ao Seu povo, o que Ele sabiamente

cumprirá, pois "para Deus tudo é possível" (Mt. 19.26). Logo no início de

Apocalipse lemos que Ele, Jesus, "nos fez reis e sacerdotes para Deus e

seu pai" (Ap. 1.6). Paulo lembrou a Timóteo que "se sofrermos, também

com Ele reinaremos" (II Tm. 2.12). Em toda a Bíblia o ensino de Jesus foi

claro: "Muito bem, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez

cidades terás autoridade" (Lc. 19.17). "Em verdade vos digo que vós, que

me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no

trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para

julgar as doze tribos de Israel" (Mt.19.28). "E ao que vencer, e guardar

até o fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. E com vara

de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como

também recebi de meu Pai no seu trono" (Ap. 3.21). "E vi tronos; e

assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas

daqueles que foram degolados, pelo testemunho de Jesus, e pela palavra

de Deus... e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. (Ap. 20.4).

A segunda coisa que devemos ter em mente é que os corpos

glorificados podem ou não ocupar lugar, porque são como o de Cristo

ressuscitado. Acresce ainda que o reino abrangerá todo o grande universo

de Deus, agora sob a influência do maligno, de forma que a atuação dos

que reinarão com Cristo será o controle e a redenção de toda a vastidão

da imensa criação de Deus que alcança todos os mundos.

A sede do reino de Jesus no milênio será todo o território da

Palestina, que, no princípio, foi dado por Deus a Abraão (Gn. 15.18-21;

17.8). Este território será uma espécie de capital federal do mundo, tendo

as suas fronteiras vigiadas, de sorte que só entrará nele quem tiver o

passaporte, que é o novo nascimento.

Os principais habitantes do território serão os judeus, agora

crentes em Jesus Cristo, cheios do Espírito Santo, purificados e

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santificados, pois assim prevê a Escritura: "E sobre a casa de Davi, e sobre

os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas."

(Zc. 12.10). "o remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem

proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; porque

apascentados serão, e deitar-se-ão, e não haverá quem os espante"(Sf.

3.13; v.a. Sf. 3.11 ,17 e Is.62.12).

No milênio, Jerusalém será não somente a capital e sede política

do governo, de onde partirão as decisões e ordens para todo o universo,

como também o centro mundial de adoração e orientação espiritual: "E

acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no

cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a

ele todas as nações. E virão muitos povos, e dirão: vinde, e subamos ao

monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que

concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de

Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. E ele exercerá o seu

juízo sobre as gentes, e repreenderá a muitos povos." "E a lua Se

envergonhará e o Sol se confundirá quando o Senhor dos exércitos reinar

no monte de Sião e em Jerusalém; e então perante os seus anciãos haverá

glória”. (Is. 2.2-3; 24.23). A vida espiritual das nações gentílicas será não

somente orientada, mas também uma coisa obrigatória, pois que todos

os povos serão obrigados, de ano em ano, a virem a Jerusalém prestar

adoração ao Rei: "Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do

Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ela, ao nome do Senhor, a

Jerusalém; e nunca mais andarão segundo o propósito do seu coração

maligno" (Jr.3 .17); "E acontecerá que, todos os que vierem contra

Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos

Exércitos, e celebrarem a festa das cabanas" (Zc-14.16): Porque esta

adoração anual será algo obrigatório, os que não cumprirem esta ordem

serão severamente castigados: "E acontecerá que se alguma das famílias

da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos,

não virá sobre ela a chuva. E, se a família dos egípcios não subir nem

vier, virá sobre eles a praga com que o Senhor ferirá as nações que não

subirem a celebrar a festa das cabanas. E este será o castigo dos egípcios

e o castigo de todas as nações que não subirem a celebrar a festa das

cabanas." (Zc. 14.17 -19).

Assim, mais do que nunca, Israel tornar-se-á a principal nação do

mundo pelo fato de que o Senhor estará lá abençoando-o e

engrandecendo-a diante dos outros povos. "Assim diz o Senhor dos

Exércitos: Ainda sucederá que virão povos e habitantes de uma cidade

irão à outra, dizendo: vamos depressa suplicar o favor do Senhor, e

buscar o Senhor dos Exércitos, eu também irei. Assim virão muitos povos,

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e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos Exércitos, e

suplicar a benção do Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele

dia sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações;

pegarão, sim na orla do vestido de um judeu, dizendo: Iremos convosco,

porque temos ouvido que Deus está convosco'" (Zc. 8.20-23).

Apesar de tudo, na realidade, as nações continuarão incrédulas.

Porém, aqueles que se converterem, não importa a distância ou o lugar

onde se encontrarem serão levados para dentro do reino pelo Espírito

Santo, tal como foi Felipe (At. 8.39-40; cf. Mt. 24.31). Não obstante

satanás estar preso, as nações não deixarão a incredulidade, porque o

vírus da rebelião e do pecado continuará no coração humano, uma vez

que não deixará a sua natureza decaída e pecaminosa, pelo fato de não

ter "nascido de novo". E a prova disso é que quando o diabo for solto no

fim do milênio, irá encontrar a solidariedade das nações para guerrear

contra Jesus, o que significará o fim tanto dele como das nações e povos

que não aceitaram o Senhor da glória.

O milênio será um período de bênçãos e privilégios maravilhosos

concebidos por Deus aos seus servos, dos quais o mundo todo irá usufruir

também. Será um período em que o mundo experimentará um governo

perfeito porque será o próprio Cristo a exercê-lo. E para todos os

problemas que os homens hoje não têm solução completa, ou, na

verdade, não têm solução, o Rei Jesus terá soluções perfeitas e completas

para eles, fazendo da terra um lugar plenamente habitado, reconstruindo-

a de todos os males que o próprio homem lhe tem causado até agora

poluindo-a completamente tanto no ar, como na terra e nas águas, de

forma que o Senhor fará com que a terra se torne novamente como o

jardim do Éden: "Porque o Senhor consolará a Sião; consolará a todos os

seus lugares assolados , e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão

como o jardim do Senhor; gozo e alegria se achará nela, ação de graças,

e voz de melodia." (Is. 51.3).

Assim, os homens experimentarão a ação salvadora e redentora

de Deus em todos os aspectos da vida. Vejamos alguns deles:

1. NO SETOR DA VIDA ESPIRITUAL

a) Perdão de pecados e mudança da vida espiritual:

"Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois

daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a

escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.

E não ensinará alguém mais ao seu próximo, nem alguém a seu irmão,

dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o mais

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pequeno deles até o maior, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua

maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados." (Jr. 31.33 -34).

b) Nova alegria no Senhor:

'”E dirás naquele dia: Graças te dou, ó Senhor, porque, ainda que

te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Eis que Deus

é a minha salvação; e eu confiarei e não temerei, porque o Senhor Jeová

é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação. E vós com

alegria tirareis águas das fontes da salvação. E direis naquele dia: Dai

graças ao Senhor, invocai o Seu nome, tornai manifestos os seus feitos

entre os povos e contai quão excelso é o Seu nome. Cantai ao Senhor,

porque fez coisas grandiosas; saiba-se isso em toda a terra. Exulta e canta

de gozo, ó habitante de Sião, porque grande é o Santo de Israel no meio

de ti." (Is. 12.1-6).

"E os resgatados do Senhor voltarão, e virão a Sião com júbilo, e

alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão,

e deles fugirá a tristeza e o gemido." (Is. 35.10).

"Por vossa dupla vergonha, e afronta, exultarão pela sua parte;

pelo que na sua terra possuirão o dobro, e terão perpétua alegria."

(Is.61.7).

"Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio;

porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo gozo." (Is.

65.18).

"Tu multiplicaste este povo, a alegria lhe aumentaste; todos se

alegrarão perante ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando

se repartem os despojos." (Is.9.3).

2. NO SETOR DA VIDA SOCIAL

a) Eliminação da guerra:

"E destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém e o

arco de guerra será destruído; e ele anunciará paz às nações; e o seu

domínio se estenderá de um mar a outro mar, e desde o rio até às

extremidades da terra." (Zc. 9.10).

"Mas da casa de Judá me compadecerei, e os salvarei pelo Senhor

seu Deus, pois não os salvarei pelo arco, nem pela espada, nem pela

guerra, nem pelos cavalos, nem pelos cavaleiros." (Os. 1.7).

"E ele exercerá o seu juízo sobre as gentes, e repreenderá a

muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as

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suas lanças em foices; não levantará espada nação contra nação, nem

aprenderão mais a guerrear." (Is. 2.4).

b) Paz sem fim:

"Do incremento deste principado e da paz não haverá fim, sobre

o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em juízo e em

justiça, desde agora para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará

isto." (ls. 9.7).

c) Justiça para todos:

"Ele julgará ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juízo.

Os montes trarão paz ao povo, salvará os filhos do necessitado, e

quebrantará o opressor. " (Sl. 72.2-4).

"Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também

ao aflito, e salvará as almas dos necessitados. Libertará as suas almas do

engano e da violência, e precioso será o seu sangue aos olhos dele. " (Sl.

72.12-14) .

"Mas julgará com justiça os pobres, e repreenderá com equidade

os mansos da terra: E ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o

sopro de seus lábios matará o ímpio. E a justiça será o cinto dos seus

lombos, e a verdade o cinto dos seus rins." (Is. 11.4-5).

d) Segurança social:

"Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém

habilitarão velhos e velhas, levando cada um na sua mão o seu bordão,

por causa da sua muita idade. E as ruas da cidade se encherão de meninos

e meninas, que nelas brincarão ." (Zc. 8.4-5).

3. NO SETOR DA VIDA FÍSICA. E MATERIAL

a) Longevidade para os homens:

"Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não

cumpra os seus dias; porque o mancebo morrerá de cem anos; mas o

pecador de cem anos será amaldiçoado." (Is. 65.20).

b) Segurança e recompensa dos próprios esforços:

"E edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão

o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para

que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da

árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até a velhice."

(Is. 65.21-22).

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c) Pacificação dos animais e novo relacionamento deles com o

homem:

"E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se

deitará, e o bezerro, e o filho do leão e a nédia ovelha viverão juntos, e

um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus

filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha com o boi. E brincará a

criança de peito sobre a toca do áspide , e o já desmamado meterá a sua

mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o

monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento

do Senhor, como as águas cobrem o mar." (Is. 11.6-9).

"O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá

palha com o boi; e pó será comida da serpente. Não farão mal nem dano

algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor." (Is. 65.25).

d) Restauração e fertilidade da terra:

"Eis que vêm dias, diz o Senhor em que o que lavra alcançará o

que sega, e o que pisa as uvas ao que lança a semente; e os montes

destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão. E removerei o

cativeiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas, e nelas

habitarão, e plantarão vinhas, e beberão seu vinho, e farão pomares, e

lhes comerão o fruto." (Am. 9.13-14).

"Haverá um punhado de trigo na terra sobre os cumes dos

montes; e seu fruto se moverá com o Líbano, e os da cidade florescerão

como a erva da terra." (Sl. 72.16).

"O deserto e os seus lugares secos se alegrarão disto; e o ermo

exultará e florescerá como a rosa. Abundantemente florescerá e também

regurgitará de alegria e exultará; a glória do Líbano se lhe deu, a

excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, a

excelência do nosso Deus." (Is. 35.1-2).

e) Mudança geológica:

"E a terra seca se transformará em tanques, e a terra sedenta em

mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá

erva com canas e juncos." (Is.35.7).

"Naquele dia também acontecerá que correrão de Jerusalém

águas vivas, metade delas para o mar ocidental, e metade delas até ao

mar ocidental; no estio e no inverno sucederá isto. E o Senhor será rei

sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome.

Toda aterra ao redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao

sul de Jerusalém; ela será exalçada, e habitada no seu lugar, desde a

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porta de Benjamim até o lugar da primeira porta, até a porta da esquina,

e desde a torre de Hananeel até aos lagares do rei. E habitarão nela, e

não haverá mais anátema, porque Jerusalém habitará segura. " (Zc. 14.8-

11).

4. NO SETOR DA VIDA POLÍTICA

a) Segurança nacional:

"E o meu povo habitará em morada de paz, e em moradas bem

seguras, e em lugares quietos de descanso." (Is. 32.18).

b) Prioridade de Israel sobre as nações:

"E as tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem

de noite fecharão; para que tragam a ti as riquezas das nações, e,

conduzidas com elas, os seus reis. Porque a nação e o reino que te não

servirem perecerão; sim, essas nações de todo serão assoladas. A glória

do Líbano virá a ti; a faia, o pinheiro, e o buxo conjuntamente, para

ornarem o lugar do meu santuário e glorificarei o lugar em que

assentarem os seus pés. Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos

que te oprimiram; e prostrar-se-ão às plantas dos teus pés todos os que

te desprezaram; e chamar-te-ão a cidade do Senhor, a Sião do Santo de

Israel." (Is. 60.11-14).

c) Severidade do governo de Cristo quanto à proteção de Israel:

"E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos

que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne será consumida, estando

eles de pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e lhes

apodrecerá a língua na sua boca." (Zc.14.12).

5. NO SETOR DA VIDA RELIGIOSA

a) Adoração universal e compulsória:

"E será que desde uma lua nova até outra, e desde um sábado

até outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor. " (Is.

66.23).

"E acontecerá que se alguma das famílias da terra não subir a

Jerusalém, para adorar o Rei, Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a

chuva. E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, virá sobre eles a

praga com que o Senhor ferirá as nações que não subirem a celebrar a

festa das cabanas." (Zc. 14.17).

b) A reconstrução do templo em Jerusalém:

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"E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e

eles serão o meu povo. E as nações saberão que eu sou o Senhor que

santifico a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles para

sempre" (Ez. 37.27-28)

Ao encerrar este capítulo queremos afirmar que o milênio será um

período de mil anos reais e literais, exatamente como usamos a palavra

“ano” para contagem do tempo em nossos dias. Eis quatro provas da

interpretação

l. Os mil anos mencionados na II carta do Apóstolo Pedro, no

capítulo três, versículo oito, não são figurados. Pedro está falando da

longanimidade de_ Deus e da sua paciência e tolerância em exercer juízo

no mundo pecador. Se afirmarmos que os mil anos do milênio são

figurados também podemos afirmar que Abraão não tinha cem anos nem

Sara noventa quando nasceu Isaque; afirmaríamos também que

Matusalém não viveu novecentos e sessenta e nove anos, e todas as

outras citações de anos seriam figuradas e a autenticidade e veracidade

da Bíblia iriam por terra.

2. Agora, na presente era, morrer criança é, em média, com oito

anos, e morrer velho, como afirma o salmo 90, é com oitenta anos. No

milênio, afirma a Bíblia, morrer criança é com cem anos (Is. 65.20).

Segue-se, então, que morrer velho será entre oitocentos a mil anos, os

antediluvianos (Matusalém, por exemplo).

3. Deus irá fazer coisas maravilhosas no milênio para o seu povo.

Seria desnecessário se não fosse para se ser desfrutado num período de

cerca de mil anos pelo menos.

4. A prova maior é que Deus disse que, no milênio, a idade dos

seus servos será como a idade da árvore (ls. 65.22). Certamente não se

refere às árvores de pouca duração, mas às árvores milenárias, como a

figueira e a oliveira na Palestina, e mesmo o carvalho aqui no Brasil.

Finalmente, lembremos uma coisa: o milênio não será para os

remidos a época mais feliz e gloriosa, porque ela terminará com a tristeza

da manifestação e rebelião do inimigo, pela última vez. Embora saibamos

que "abundância de paz haverá enquanto durar a lua" (Sl. 72-7), este

período terminará em guerra. Mas para os remidos pelo seu Sangue, o

Senhor tem um tempo eterno, numa nova terra e num novo céu, que não

jazem mais sob efeito de praga alguma, e que os esperam ao lado do

Senhor. O que o Senhor preparou para os salvos não é o milênio, que é

muito mais para Israel, mas sim a eternidade, vivendo para sempre com

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o Rei dos Reis, o nosso Deus e Salvador no lugar que Ele foi preparar-nos.

Aleluia! Glória ao Seu Nome!

CAPITULO VIII

O FIM DO MUNDO E O NOVO CEU E A NOVA TERRA

"EIS QUE FAÇO NOVAS TODAS AS COISAS" (AP" 21.5).

Tudo neste mundo tem princípio e tem fim. Só Deus mesmo é

eterno, pois Ele não tem princípio nem fim (I Tm. 6.16; Jo.5.26).

Para que entendamos melhor, relembremos alguns fatos

relacionados com a penúltima grande guerra, que será efetuada entre

Jesus e o Anticristo, sendo este auxiliado pelo Falso Profeta:

Aquela guerra terminará com a prisão de ambos, que serão

jogados vivos no lago de fogo, e seus exércitos serão horrorosamente

derrotados (Ap. 19.20-21).

Satanás, o cabeça, será também o responsável por essa guerra

(Ap. 16.13-14); por isso, ele será preso por mil anos e não estará em

ação durante o milênio, quando haverá um período de verdadeira paz na

terra (Is. 9.7; Jr. 33.6 e 15).

O reino de Jesus será, então, implantado na terra com sede em

Jerusalém (Zc. 8.3; Dn. 2.44 e 7 .27).

No início do milênio a população do mundo estará reduzida por

causa da tribulação e da perseguição do Anticristo (Zc. 13.8; Ap. 9.15).

Contudo, o restante dos habitantes do planeta que subsistir não

sofrerá guerras nem calamidades durante os mil anos seguintes, tempo

suficiente para que a população do mundo seja renovada como nunca

houve antes (Is. 60.22; Ez. 36.35-38), uma vez que Jesus, reinando e

governando perfeitamente o universo, provará ao homem o que o mundo

seria se ele deixasse o Senhor dirigi-lo com os seus princípios e as suas

leis, o que naquele tempo acontecerá efetivamente, pois Ele regerá as

nações "com vara de ferro" (severamente), e o mundo será grandemente

beneficiado com o governo de Cristo, embora a nação mais próspera será

Israel.

As nações continuarão incrédulas e pecadoras, e o pecado não

deixará de existir, embora, naturalmente, com menos intensidade do que

acontece hoje (Is. 65.18,20). Exatamente por isto é que Satanás quando

for solto no fim do milênio não terá dificuldade para enganar as nações e

levá-las à revolta final contra Deus.

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Além disso, não podemos ignorar dois fatos que sempre

aconteceram, e que naquela época acontecerão também. O primeiro é

que só o crente, aquele que crê, pode sentir e perceber a presença de

Deus, porque "é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia

que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam" (Hb. 11.6).

Presentemente, na era da graça, Jesus está reinando neste mundo, pois

é o Rei eterno (I Tm. 1.17), mas o seu reino é espiritual, ou Seja, somente

é presente nos corações dos crentes que professam a fé cristã no sacrifício

da cruz do Calvário, os quais fazem parte da Igreja de Jesus, que é

também o seu corpo (Ef. 5.23-25). Assim, porque Ele prometeu "Eis que

estou convosco todos os dias..." (Mat. 28.20), os crentes sinceros, que

verdadeiramente são convertidos, quando se reúnem na Igreja, sentem a

presença de Deus e têm verdadeira comunhão com Jesus porque a Sua

promessa não falha (II Co. 1.20). Todos têm essa real e gloriosa

experiência com Ele. Mas os homens sem Cristo, lá de fora, do mundo,

não creem nessa verdade e, por isso, não a podem experimentar também,

e nós, os crentes, para eles, muitas vezes somos considerados iguais às

outras pessoas que professam qualquer outra religião, sendo mesmo

colocados em igualdade até com os macumbeiros.

No milênio esse quadro não será diferente, pois os povos e as

nações não verão Jesus, mas somente os santos, isto é, os crentes, é que

poderão entrar no reino e vê-Lo. Lembremos que Ele, após a ressureição,

esteve na terra durante quarenta dias, mas foi visto somente pelos

crentes, os discípulos. (II Co. 15.4-8).

O outro fato é a facilidade com que o povo se esquece de Deus.

Durante todas as épocas o, Senhor tem feito a mesma queixa que fez a

Jeremias: "Porventura esquece-se a virgem dos seus enfeites, ou dos seus

cendais? Todavia o meu povo se esqueceu de Mim por inúmeros dias."

(Jr. 2.32). Assim, no final do milênio, enganado por Satanás, o povo irá

esquecê-Lo, e não crerá mais nas coisas que aconteceram, nem mesmo

na tribulação que, então, dizimou dois terços da população do mundo

pelas calamidades e pela perseguição do Anticristo, que culminou com a

destruição deste juntamente com o Falso Profeta, que serão jogados vivos

no lago do fogo.

Na medida em que o tempo passa, o povo acaba esquecendo-se

de tudo que acontece. E ele continuará portador dessa natureza decaída

e pecaminosa, como Sempre foi, pois o homem é "entenebrecido no

entendimento" (Ef. 4.18). Temos dois exemplos para apresentar: O

primeiro é do povo de Israel: Viu, com os próprios olhos, os prodígios e

maravilhas que Deus operou no Egito para que Faraó o deixasse sair, que

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foram as dez pragas que, no dizer dos próprios egípcios, quase destruiu

o país (8x.14.22), e viram o Senhor enviar-lhes as codornizes no deserto,

matando-lhes o desejo de comer carne, de forma que se fartaram dela;

viram ainda sair água da rocha para que pudessem saciar a sede, e

testemunharam como o Senhor enviou-lhes o maná todos os dias, que os

sustentou durante os quarenta anos no deserto (Ex. 16.35). Contudo,

chegou um dia quando eles se esqueceram de tudo! Por causa disso,

descreram do poder de Deus, e revoltaram-se contra Moisés, Josué e

Calebe, os únicos que confiavam em Deus, querendo até apedrejá-los, e

tentaram eleger um capitão para guiá-los de volta ao Egito (Nm. 14.4,10).

O outro exemplo é o das pessoas que viveram durante os dias de

Jesus, e foram abençoadas com Seu ministério. O que foi que aconteceu

com o Senhor quando Ele viveu sobre a terra? Curou centenas de pessoas,

e disseram dEle que andou somente fazendo o bem (Mc. 7.37; At. 10.38).

Contudo, quando foi preso, julgado e crucificado, não apareceu nem um

só dos que foram beneficiados por Ele para defendê-Lo. Vieram muitos,

mas somente para escarnecer dEle e insultá-Lo dizendo: "Se és tu o Filho

de Deus... salva-te a ti mesmo, e desce da cruz" (Mc. 1 5.30).

Não é de admirar, portanto, que realmente acontecerá aquilo que

a Bíblia afirma, que, terminados os mil anos, Satanás será solto e

conseguirá arregimentar um enorme exército para batalhar contra "o

arraial dos santos e a cidade amada" (Ap. 20.9), que será o maior de

todos os que já houve neste mundo. Esse exército será três vezes maior

do que o do Anticristo, que terá sido derrotado mil anos antes, na guerra

do Armagedom (Ap. 19.19-20). A Bíblia afirma que o número de soldados

deste exército é "como a areia do mar" (Ap.20.8).

Na história deste mundo tem havido grandes combates, grandes

batalhas, grandes guerras, grandes conquistas e grandes conquistadores

como Nabucodonosor, Ciro o Persa, Assuero, Alexandre, Napoleão e

muitos outros. Todavia, cada um desses confrontos militares, comparados

com esta última grande guerra, que será diretamente entre Jesus e

Satanás, podem ser considerados como simples briguinhas corriqueiras.

O que a faz impressionante é que ela começou no princípio do

mundo, na eternidade passada, quando Satanás revoltou-se contra Deus

e foi expulso do céu, adentrando a história quando, encarnado na

serpente, lá no Jardim do Éden, seduziu Adão e Eva, nossos primeiros

pais, para desobedecerem a Deus, de forma que, ao pecarem, deram

entrada ao pecado no mundo. Daí, foram expulsos do Jardim, sendo a

terra amaldiçoada, e, então, começou esta longa guerra, que é a do bem

contra o mal. (Gn. 4.7-8; I Jo.3.12).

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Deus é a fonte do bem, da bondade, da misericórdia, da justiça,

da verdade, do amor. Pois "Deus é amor" (l Jo. 4.8). Satanás é a fonte do

mal, da perversidade, da injustiça, da mentira, pois ele é o "pai da

mentira" (Jo. 8.44).

Quando esta guerra começou, Deus já lavrou a sentença de

Satanás, dizendo que, da semente da mulher iria nascer um Jesus que

esmagaria a cabeça da serpente (Gn.3.15). Isto aconteceu quando "o

Verbo se fez carne" pelo Espírito Santo, através da virgem Maria,

nascendo então, Jesus de Nazaré, o Messias prometido. Deus o Filho

deixou o céu, "tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos

homens" (F1.2.7) e veio à terra esmagar a cabeça da serpente, que é

Satanás. Na sua primeira vinda Jesus, o Filho de Deus, se manifestou para

"desfazer as obras do diabo" (I Jo. 3.8); a destruição final de Satanás,

porém, será na consumação dos séculos.

Não sabemos porque Deus não destruiu Satanás logo que este

conspirou contra Ele, deixando-o livre para realizar a sua obra maléfica

em todo este período da história do mundo. Todavia, nós temos a certeza

que chegará o dia, quando ele será levado ao inferno, ao mais profundo

abismo, de sorte que se cumprirá a palavra do Senhor quando lhe disse:

"Os que te virem te comtemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o

varão que fazia estremecer a terra, e que fazia tremer os reinos? Que

punha o mundo como um deserto, e assolava as suas cidades? Que aos

seus cativos não deixava ir soltos para suas casas?" (Is. 14.15-17). Só

mesmo o próprio Senhor Jesus, que é o Todo-Poderoso, poderá derrotar

um guerreiro também poderoso como Satanás!

Certa vez eu ministrava a aula da Escola Dominical quando um

crente perguntou-me: "Satanás será derrotado?" Eu, naturalmente,

respondi que sim, e mostrei-lhes as passagens de Apocalipse 12.12,

Mateus 8.29 e Marcos 1.24. O texto de Apocalipse diz: "Pelo que alegrai-

vos, ó céus, e vós que nele habitais. Ai dos que habitam na terra e no

mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem

pouco tempo". Então, contei uma ilustração: na última grande guerra, a

Alemanha havia bombardeado a Inglaterra; quando um aviador oficial

inglês, voltando à sua cidade, não encontrou nada em sua casa, pois sua

família havia sido destruída pelas bombas alemãs. Então, não contendo a

sua revolta, encheu o seu avião de bombas e as despejou sobre Berlim

fazendo um ataque suicida. Ele sabia que iria morrer mas cumpriu o seu

desejo de vingança. E exatamente isto que Satanás está fazendo, e que

continuará a fazer até o fim. Sabendo que já está derrotado, quer fazer o

maior número de vítimas que puder nesta guerra que empreendeu, e que

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tem travado desde o começo do mundo. E verdade que ele tem obtido

algumas vitórias, mas sempre foi e será derrotado onde for resistido por

aqueles que tiverem fé em Jesus no coração e sujeição a Deus. O Apóstolo

João escreveu: "... e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.

Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de

Deus?" (I Jo. 5.4-5). E Tiago: "Sujeitai-vos a Deus, resisti ao diabo, e ele

fugirá de vós" (Tg.4.7). Temos ainda no Apocalipse o relato de muitos que

venceram o diabo (o acusador) "pelo sangue do Cordeiro e pela palavra

do seu testemunho" (Ap. 12.11).

Porém, ele é destemido, e não se dá por vencido, pois a sua

natureza é teimosa mesmo. Durante o ministério de Jesus. ele combateu

o mestre sem trégua, porque sabia que Jesus veio para destruí-lo e

desfazer as suas obras, tendo muitas vezes, tentado impedir que Jesus

enfrentasse a cruz, sendo ainda ele quem colocou no coração de Judas o

pensamento maligno de trair o Senhor, e entregá-Lo aos sacerdotes e

capitães (Lc. 22.3).

Satanás sempre mostrou-se sábio na escolha dos seus

instrumentos, que são as pessoas. Quando Jesus nasceu, Satanás fez de

tudo para exterminá-Lo, e usou instrumentos perversos, sendo um deles

o rei Herodes (Mt. 2.16); mas nada conseguiu dos seus intentos. No fim

do ministério de Jesus, o seu instrumento foi Judas Iscariotes, pois

sabemos que ele vendeu o Senhor Jesus por trinta moedas de prata,

tendo, então, Jesus sido preso, julgado, condenado à morte após intenso

sofrimento, e depois crucificado, e, então, sepultado. Satanás deve ter

feito a maior festa diabólica da história das trevas. Mas sua alegria durou

pouco, porque Jesus, no terceiro dia, ressuscitou e subiu para o céu,

recebendo do Pai todo o poder no céu e na terra. Satanás ficou livre aqui

no mundo para combater a Igreja, que é a noiva de Cristo, mas deixou

para os crentes uma arma poderosa para combatê-lo, que é a oração

(Lc.22.40-46). O próprio Jesus, para nos dar o exemplo, fez muito uso

dessa arma (Lc.6.12; 22.41). Infeliz o crente que não ora, pois será

derrotado na certa! Como alguém disse: muita oração muito poder, pouca

oração pouco poder, nenhuma oração nenhum poder!

Vejamos então como será esta última guerra. Jesus estará com o

seu glorioso reino estabelecido na terra, cuja sede será Jerusalém (Zc.

8.3). Ao redor de Jerusalém estarão as nações gentílicas (Ez. 36.36).

Quando Satanás for solto ao término dos mil anos, ele sairá como

relâmpago a enganar as nações (Ap. 20.8) pois ele sempre foi enganador,

e é perito em enganar (II Cor. 11.3). Assim, ele enganará os reis das

nações com muita facilidade, e para isso usará a Palestina como arma.

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Isto porque a Palestina é uma região muito cobiçada pelos povos.

Sempre foi assim, e continuará a ser também, no milênio. Não é

necessário mencionar as guerras que foram empreendidas por muitas

nações para conquistá-la. A razão disso é que é uma terra rica e

privilegiada. Quando Deus prometeu esta terra a Abraão (Gn. 13.11). o

Senhor não falou das riquezas que nela havia. Porém, quando apareceu

a Moisés, enviando-lhe para que libertasse o povo do cativeiro do Egito,

disse-lhe que o povo o seria levado para uma terra que "mana leite e mel"

(Ex. 3,8). Foi esta a primeira vez que a terra foi descrita desta forma, e

isto pelo próprio Deus. Em Deuteronômio 8.7 a9, Moisés pinta um quadro

desta terra com sua riqueza e fertilidade, dizendo: "Porque o Senhor teu

Deus te mete numa boa terra, terra de ribeiros d'águas, de fontes, e de

abismos, que saem dos vales e das montanhas, terra de trigo e cevada,

e de vides, e figueiras e romeiras; terra de oliveiras, abundante de azeite

e mel; terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela;

terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre".

Recentemente, depois que os judeus a possuíram novamente, em

1948, constituindo-se em nação livre, com técnica "sui generis" que

aplicaram nesta terra, eles têm conseguido um progresso agrícola

verdadeiramente extraordinário. Estão cultivando este terreno multi-

secular, de forma que até o próprio deserto está sendo transformado em

áreas de proveito para a agricultura. Exatamente por isso é que a esta

terra está sendo cobiçada pelos sírios e árabes em geral, e disputada com

os judeus na base de balas, bombas e canhões. Contudo, no milênio é

que realmente o deserto vai florescer e tornar-se como o Éden, conforme

preveem algumas profecias (Is. 51.3; Ez. 36.35).

Acresce a isto a estratégica posição geográfica que Israel ocupa

no globo, de forma que verdadeiramente aquela região pode ser

considerada o centro-geográfico da terra, como alguns assim já têm visto.

Daí porque, no final do milênio, ela será mais cobiçada ainda pelas

nações. Os reis das nações, naquele tempo, estarão com os olhos

totalmente voltados para Jerusalém e para toda a Palestina.

Naturalmente Satanás sairá da prisão furioso para continuar a sua

obra maléfica. Lembremos que ele é um espírito, e, como tal, é abstrato,

invisível, não aparecendo aos homens em pessoa física quando os assedia

para levar-lhes a praticar o mal. O seu modo de agir é inculcar nas mentes

e nos corações dos homens o desejo de praticar o mal. Tiago explicou isto

quando disse que "cada um é tentado, quando atraído e engodado pela

sua própria concupiscência (ou cobiça). Depois, havendo a concupiscência

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concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a

morte" (Tg. 1.14-15).

É isso o que ele fará ao arregimentar os reis das nações para esta

última batalha. Ele conhece o lado fraco e o ponto vulnerável das pessoas.

Assim, sabendo que os reis das nações estarão "loucos" de vontade de

possuir a Palestina, pois por certo não estarão contentes com a orientação

política de Jesus que "os regerá com vara de ferro" (rigorosamente), será

com facilidade que esses reis serão por ele levados a organizar o maior e

melhor exército possível para marchar contra Jerusalém, a cidade amada,

a capital e sede do reino de Jesus, chamada também de "o arraial dos

santos" (Ap. 20.9).

Entretanto, essa guerra de Satanás contra Jesus, será diferente,

pois Jesus agirá de outra maneira daquela que agiu contra o Anticristo e

o Falso profeta há mil anos atrás. Aquela terá sido uma guerra sangrenta,

pois a Bíblia diz que os soldados dos exércitos do anticristo serão mortos

de uma forma espetacular pela espada que "sai da boca" de Jesus, que é

a Sua Palavra, que é descrita como "espada de dois gumes" (Hb.4.12).

Nesta última guerra, os exércitos das nações que cercarão Jerusalém,

serão devorados por "fogo do céu" que descerá sobre eles e os consumirá

(Ap. 20.9). Esse fogo não se restringirá somente aos exércitos envolvidos,

mas estender-se-á ao mundo todo e o destruirá totalmente (II Pe 3.7; II

Ts. 1 .8; Is. 3 1 .9 e 66.15-16). Aí é que se dará o fim do mundo. Satanás

será preso novamente e jogado vivo no lago de fogo e enxofre, onde

foram lançados o Anticristo e o Falso profeta (Ap. 20.10). Glória a Deus!

Jesus, Todo-Poderoso, vitorioso, nos garante desde já a vitória! (Jo.

16.33; Rm. 8.37).

Conta-se a história de um certo gigante muito valente e mau, que

servia a um rei também mau, e praticava toda sorte de males e

perversidades, e sentia-se contente porque pensava que estava a serviço

do mais poderoso do país. Mas um dia ouviu falar a respeito de Satanás

que era muito mais poderoso do que o rei, e passou a servi-lo

diretamente, praticando as obras de Satanás. Porém, certo dia, chegou

ao seu conhecimento a história de alguém que sabia de um mais poderoso

que Satanás, e ouviu essa pessoa contar-lhe a respeito de Jesus. Foi

convencido e passou para o lado de Jesus. Daí, então, passou a pregar

que o maior e mais poderoso do universo não era nenhum homem, nem

os reis, nem os imperadores, nem mesmo Satanás, mas Jesus, a quem

estava agora servindo. Muito tempo ele viveu enganado, e nesse tempo

só praticou o mal. Mas depois que começou a servir a Jesus, que

verdadeiramente é o mais poderoso, passou a praticar somente o bem.

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CAPITULO IX

''A NOVA JERUSALEM QUE DESCE DO CÉU''

"AO QUE VENCER... ESCREVEREI SOBRE ELE O

NOME DO MEU DEUS, E O NOME DA CIDADE DO

MEU DEUS, A NOVA JERUSALEM QUE DESCE

DO CEU, D0 MEU DEUS..." (AP.3.12).

A Nova Jerusalém será a morada dos salvos por toda a eternidade.

É também chamada "O tabernáculo de Deus com os homens" (Ap. 21 .3)

e foi ela a verdadeira esperança de Abraão, Isaque e Jacó: "Pela fé

Abraão... saiu sem saber para onde. Pela fé habitou na terra da promessa,

como em terra alheia... porque esperava a cidade que tem fundamentos,

da qual o artífice e construtor é Deus" "Por isso, Deus não se envergonha

deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade" (Hb.

11.8, 9, 10 e 16). A cidade foi mostrada a João, em toda a sua glória,

quando ele teve as visões na Ilha de Patmos.

João contemplou um quadro verdadeiramente deslumbrante: viu

toda a terra de tal forma que não teve dúvidas em descrevê-la como

sendo a "nova terra". A forma que viu provavelmente será o cumprimento

da profecia de Zacarias 14.10: "toda a terra em redor se tornará em

"planície". É certo que não viu montes, nem colinas, nem rios, nem o mar,

porque disse que o primeiro céu, e a primeira terra passaram, e o mar já

não existe". Estava extasiado diante da imensidão daquele quadro tão

vasto. Um silêncio sepulcral reinava; não existia vida de espécie alguma:

nem homens, nem animais, nem pássaros voando, nem o mais pequeno

inseto era visto nem ouvido.

Em determinado momento sua atenção foi despertada pelo que

viu; e ele assim descreveu: "Eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém,

que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para

seu marido" (Ap.21.2).

Esse segundo quadro foi mais impressionante que o primeiro para

o Apóstolo. Apareceu lá nos céus, a grande altura, um objeto

quadrangular. Em princípio não parecia ser tão grande como o era na

verdade. Mas, na medida em foi descendo, foi aparecendo, pouco a pouco,

a enormidade e a magnificência que possuía, na forma de um grande

edifício. Foi descendo, descendo, como um paraquedas, até que pousou

sobre a terra, ou dela ficou muito perto.

Pela descrição que João faz da cidade, concluímos que sua origem

só podia ser divina, uma obra que saíra das mãos de Deus, sem dúvida

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alguma, o cumprimento da promessa que Deus fez a Abraão, e que foi

confirmada pelas suas palavras: "Na casa de meu Pai há muitas moradas;

se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E, se eu

for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo,

para que onde eu estiver estejais vós também" (Jo.Á.2-3).

Ficou João olhando para aquele prédio grandioso, a cidade, que,

para ele, era um mistério. Na sua mente havia muitas indagações: Que

seria aquilo? Para que se destinaria? Mas não demorou a vir a explicação:

"E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus

com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o

mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus

olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor,

nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava

assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-

me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me

mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A

quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.

Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus e ele será

meu filho. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis,

e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a

todos os mentirosos, a Sua parte será no lago que arde com fogo e

enxofre; o que é a segunda morte" (Ap. 21 .3-8).

Depois de ter ouvido e anotado estas palavras ditas pelo próprio

Deus, João foi arrebatado por um anjo e levado ao alto de um monte,

talvez um outro planeta, porque de outra maneira não poderia contemplar

a cidade toda por causa do seu tamanho descomunal 2.220 quilômetros,

tanto de altura, como de largura e comprimento um prédio

verdadeiramente colossal.

Do alto ele pode ver e contemplar toda a vastidão daquela enorme

cidade e fazer sua descrição. A cidade tinha a glória de Deus.

1) Sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a

pedra de jaspe, como cristal resplandecente (11). Era cercada com muros

de setenta metros de altura (17). Tinha doze portas; em cada porta, uma

pedra preciosa, sendo ela uma de qualidade e espécies diferentes, nas

quais estava escrito o nome das doze tribos de Israel, um nome em cada

porta (12). Tinha também doze fundamentos, adornados de pedras

preciosas, sendo que cada um tem o nome dos doze apóstolos do Cordeiro

(14). A cidade era de ouro puro, semelhante a vidro puro ( I 8). João disse

que não viu templo na cidade, porque o seu templo era o próprio Deus e

o Cordeiro, que é Jesus. A cidade não precisava de sol ou de lua para

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resplandecerem nela, porque era alumiada pela glória de Deus, sendo

Jesus a sua lâmpada (23). Das suas portas ele disse que nunca seriam

fechadas de dia porque ali não haverá noite; e afirmou que nela não

entrará coisa alguma que a contamine ou cometa abominação e mentira,

mas só os que estão escritos no livro da vida do Cordeiro (25 e27).

O apóstolo disse que lhe foi mostrado também "o rio puro da água

da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro"

(22.1), símbolo da nossa salvação efetuada pela graça de Deus e do

Cordeiro, que fluirá por toda a eternidade. Disse ele que, no meio da

praça, de uma e de outra margem do rio, está a "árvore da vida, que

produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore

são para a saúde das nações" (22.2). Esta é a árvore que Adão, enquanto

na inocência, deveria ter comido mas não o fez, sendo, depois da queda,

proibida para o homem, e guardada pelos querubins (Gn. 2.9 e 3.24). Na

cidade celestial estará à disposição de todos os justificados, e será

também fonte de bênçãos para as nações.

João procurou descrevê-la pormenorizadamente, utilizando

exemplos e figuras, que, num esforço muito grande, é o que ficava mais

perto da realidade. Assim, disse ele que aquele edifício foi medido e

constatou-se que ele tinha doze mil estádios, isto é, 2.220.000 (dois

milhões, duzentos e vinte mil) metros lineares de área construída, ou a

fabulosa quantia de 4.928.400 (quatro milhões novecentos e vinte e oito

mil e quatrocentos) quilômetros quadrados de superfície. Disse ainda que

o seu comprimento, largura e altura eram iguais, ou seja, a cidade era

quadrangular. Para termos uma ideia do seu tamanho, se a víssemos

colocada sobre uma região do Brasil, ela quase uniria as cidades de São

Paulo ou Rio de Janeiro a Belém do Pará, pois seu comprimento é de 2.220

(dois mil duzentos e vinte quilômetros.)

Essa é e será a cidade que nós, os crentes salvos por Jesus Cristo,

lavados e purificados no Seu precioso sangue, iremos morar com Ele por

toda a eternidade. Realmente ela é o lugar que Jesus foi preparamos na

casa do Pai (Jo 14.2).

O profeta Isaías teve uma pequenina visão de como será a nossa

vida na nova Jerusalém, com os nossos corpos ressuscitados e

glorificados. Sua visão foi como um relâmpago, semelhante a certas

propagandas que vemos na televisão, que passam em menos de um

segundo, pois tão rápido como aparecem, da mesma forma desaparecem.

Ele viu um bando de pessoas, entrando e saindo pelas janelas daquela

cidade-edifício, voando. O profeta, admiradíssimo, perguntou: "Quem são

estes que veem voando como nuvens e como pombas às janelas?"

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(Is.60.8). Isaías não obteve resposta, pois essa só veio oitocentos anos

mais tarde quando Jesus mandou João escrever o livro do Apocalipse (ou

Revelação), para mostrar aos seus servos "as coisas que em breve devem

acontecer" (Ap. 22.6).

A resposta veio para nós, os seus humildes servos. Nossos

privilégios são grandiosos; na verdade, mais grandiosos que os dos

profetas, pois Jesus disse que muitos justos e profetas desejaram ver e

ouvir o que os crentes da era da graça veem e ouvem, mas não

conseguiram (Mt. 13. I 7). Para aqueles que pensam que o privilégio foi

somente para os que viram e ouviram pessoalmente o Senhor Jesus, Ele

mesmo afirmou que aqueles que não viram e creram são mais bem-

aventurados (Jo.20.29).

A nossa vida naquela terra será impressionantemente bela e

teremos surpresas e mais surpresas , cada uma mais agradável que a

outra. A ideia de que o céu é um lugar onde as pessoas "santificadas"

estarão "rezando" em cima de uma nuvem não é absolutamente bíblica,

e está completamente fora da realidade do que será a vida eterna naquele

lugar. O que foi mostrado a João foi que os servos de Deus "o servirão".

E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome... porque o

Senhor Deus os alumia; e reinarão para todo sempre" (22.3-5).

Aliás, tudo o que João tentou descrever é simplesmente uma ideia

daquilo que lhe foi revelado realmente. Lá seremos levados a conhecer

lugares com outras formas, e outras formas, e outras formas, e outras

coisas. Sobre todo o grande universo de Deus, reinaremos "para todo o

sempre" porque teremos direito a isso, uma vez que Ele prometeu dizendo

que nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus

e co-herdeiros de Cristo" (Rm. 8.17). Veremos a realidade da revelação

de Paulo: "as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não

subiram ao coração do homem, são as coisas que Deus preparou para

aqueles que o amam" (I Co. 2.9).

Há mais dois aspectos que devemos lembrar: um é o da

eternidade da vida que lá teremos. Nossa mente é finita; por isso, não

podemos compreender o infinito. Só lá poderemos, com nossas mentes

glorificadas e sem limitação causada pelo pecado, compreender

plenamente o que isso significará. Lá, nossas mentes serão esclarecidas

e iluminadas, pois agora, como diz Paulo, "vemos por espelho em enigma"

(os espelhos da época do apóstolo eram de bronze polido, não perfeitos

como os de hoje). Assim, não teremos dificuldades de entender e

compreender nada naquele lugar.

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O outo aspecto e o do relacionamento com a imensa quantidade

dos moradores da cidade. Teremos a eternidade para conhecer um por

um pessoalmente, e ouvir a maravilhosa história de sua conversão e de

sua experiência de crente aqui no mundo; é claro, contaremos também a

nossa. Ali, naquela cidade verdadeiramente maravilhosa em todos os

sentidos, nossa mente será como a dos anjos, porque seremos

semelhantes a eles (Lc.20.36). Lembraremos de tudo o que passamos no

mundo, e contaremos uns para os outros com todos os detalhes e

pormenores (Lc. 16.27-28).

Naquela cidade estarão morando juntamente conosco multidões

e multidões, milhões e milhões de pessoas, uma quantidade incontável

(Gn. 15.5; Ap. 7.9). E não é para menos, pois lá estarão todos os fiéis

servos de Deus, salvos desde Adão e todos os que foram salvos em todas

as épocas da história sagrada, inclusive no milênio. Lá estarão os

patriarcas, os mártires, os da dispensação da graça, desde o ladrão que

foi crucificado com Jesus e se arrependeu, sendo salvo, até o último crente

que for massacrado pelo Anticristo na Grande Tribulação, e ainda as

multidões que forem salvas no período do milênio, ocasião em que a

humanidade crescerá de forma assustadora (Is. 60.22; Jr. 30.19 Zc.

10.8), quando então será real o que o profeta Isaías viu: os crentes

ressuscitados, nos seus corpos glorificados, semelhantes ao corpo de

Jesus depois de ressuscitado (I Jo. 3.2), voando em bandos, como

pombas, saindo e entrando pela janela da Nova Jerusalém que descerá

do céu, e que será o "tabernáculo de Deus com os homens", pois com eles

habitará, e eles "serão o seu povo", e o mesmo Deus estará com eles, e

será o seu Deus (Ap. 21.2-3).

Evidentemente que nem tudo que precisava ser dito foi dito

nestes estudos. Embora muita coisa foi mostrada a João, nem todas ele

pôde descrever, porque muita coisa "ao homem não é lícito falar" (I Co.

12.4). Contudo, lembremos as palavras de Moisés:

"As coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus, porém, as

reveladas são para nós e para nossos filhos para sempre, para

cumprirmos as palavras desta lei. (Dt. 29.29).

Os que "cumprirem as palavras desta lei” são aqueles dos quais

foi dito: "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no

sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam

entrar na cidade pelas portas" (Ap. 22.14)

(OBS: Este livro foi publicado na década de 1980)

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CAPÍTULO X

AS COISAS QUE JA ESTÃO ACONTECENDO.

(Capítulos X e XI escritos posteriormente e inseridos na revisão e

republicação por Pr. Sinval Ribeiro Ladeira, 1999, não constando,

portanto, da primeira edição)

No capítulo 24 de Mateus o Senhor Jesus explicou aos seus

discípulos, quais seriam os acontecimentos que identificariam aos olhos

de seus seguidores, que teria chegado o tempo do fim. Na verdade, ainda

que o arrebatamento da igreja (primeiro dos acontecimentos a ser

aguardado) será súbito, (porque virá como um laço sobre todos os

moradores da terra" Lucas 21.35), todavia, o Senhor deixou na Sua

palavra informações detalhadíssimas que permitiriam, até com relativa

facilidade, à pessoa que estiver vivendo naquele tempo, identificá-lo.

(Igualmente quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo

às portas. Mateus 24,33). E também Ele completou dizendo: Em verdade

vos digo que não passará essa geração sem que todas essas coisas

aconteçam. (Mateus 24 .34)

Assim o crente deve observar atentamente todos os

acontecimentos e compará-los com as informações contidas na Palavra

de Deus que é a Bíblia, com o intuito de identificar o tempo e se preparar

para o arrebatamento que é o encontro com Deus, (Prepara-te ó Israel

para te encontrares com o Senhor teu Deus. Amós 4.12) ...porque

seremos arrebatados... a encontrar o Senhor nos ares e assim estaremos

para sempre com ele. ( I Tess. 4.17).

Eis as coisas (quando essas coisas começarem a acontecer,

levantai as vossas cabeças porque a vossa redenção está próxima. Lucas

21.28) que estão acontecendo, dando-nos a entender que o tempo é

chegado:

1) E ouvireis de guerras e de rumores de guerras... e haverá

fomes. Pestes e terremotos. Mateus 24. 6.

Devido à intensidade e velocidade com que as notícias chegam

hoje às nossas casas, torna-se quase desnecessário comentar esses

avisos do Senhor. Estão aí diante de nossos olhos as guerras e seus

rumores. Exatamente nesse instante em que escrevo a televisão noticia o

êxodo dos habitantes de Kosovo na Iugoslávia, a intensidade dos ataques

militares da Otan à esse país e os rumores de invasão por terra caso sejam

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infrutíferas as tentativas de solução. Ao mesmo tempo estoura conflitos

de disputa de terras entre a Índia e o Paquistão, ambos países detentores

de armas nucleares.

Ao mesmo tempo, as mais chocantes e trágicas imagens de fome,

de pessoas morrendo aos milhares, chegam aos nossos olhos. E, se em

um país da maior fartura com é o nosso há fome, pode-se imaginar o que

está acontecendo nos lugares mais miseráveis da terra.

Estão aí as pestes e enfermidades novas, ou pelo menos nunca

dantes conhecidas e nem mencionadas, causadas por vírus como o da

aids e o ebola.

Estão aí diante de nossos olhos como uma enorme placa de aviso,

os terremotos atingindo os mais diversos lugares do mundo, arrasando

cidades e regiões inteiras como aconteceu no México, nos EUA e na China.

Tudo isso está gritando: "O tempo é chegado".

E bom lembrar o aviso: Vigiai, porque não sabeis a hora que há

de vir o vosso Senhor. Mateus 24.42.

2) E surgirão falsos cristos e falsos profetas e enganarão a muitos.

Mateus 24.4 e 11.

Na primeira metade desse século agora prestes a findar, achou-

se que a fé seria varrida da terra e substituída pela ciência. Todavia, no

fim dessa segunda metade do século, ao contrário do que estava

prognosticado pelos inimigos de Deus e da fé, estamos presenciando um

despertar da fé jamais visto antes. Pessoas de todas as classes sociais

estão se voltando para Deus e para Seu filho Jesus. Há um derramar do

Espírito Santo, o que diga-se de passagem é mais uma das "coisas que já

estão acontecendo." (...E do meu Espírito derramarei sobre toda carne...

Joel 2.28). Ocorre, porém, que se materializa nesse tempo presente a

parábola do joio e do trigo (Mateus 13.36) que diz: "...o joio são os filhos

do maligno e quem semeou é o diabo." Ao mesmo tempo em que germina

a boa semente, que e a palavra de Deus, lançada por servos e servas do

Senhor, palavra essa que ensina que todo homem é pecador e carente de

um Salvador (Romanos 3.9 e 10); que o arrependimento é necessário

(Atos 2:38); que Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu único

Filho desde os céus para sofrer o castigo que nos traz a paz e morrer em

nosso lugar (Isaias 53), o inimigo tem enganado homens e mulheres que

então viraram às costas ao evangelho, à palavra da verdade e que saindo

como falsos mestres e doutores e até como falsos cristos, ensinam uma

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palavra falsa que não pode salvar e nem remir o homem. Como diz a

escritura: "... e enganarão a muitos." (Mateus 24.11).

3) E por se multiplicar a iniquidade o amor esfriará. (Mateus

24.12)

Como pastor e homem de negócios que sou, acho esse um grande

sinal de que o tempo é chegado. O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo,

disse: "Sabe porem isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos

trabalhosos...". Então prosseguindo, e para explicar porque os tempos

seriam assim, Ele diz, "...porque haverá homens amantes de si mesmos,

avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e

mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis,

caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,

traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que

amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia

dela".

O Senhor deixou registrado assim a respeito do fim: "Nesse

tempo muitos serão escandalizados e trair-se-ão uns aos outros e uns aos

outros se aborrecerão. (Mateus 24.10). Assim é fácil entender porque a

iniquidade está se multiplicando e o amor esfriando. A maldade é a mãe

da insensibilidade. Na mesma hora em que escrevo sobre esse assunto a

televisão me mostra um quadro dantesco: um homem chegou ao hospital

em seu carro, precisando de socorro urgentíssimo e não foi atendido

durante várias horas, vindo a morrer dentro de seu carro na porta do

hospital.

Mesmo os filhos de Deus precisam vigiar para não serem atingidos

e envolvidos por ódio, mágoa e espírito de vingança, enfim pela maneira

do mundo. Vale lembrar a recomendação da palavra quando diz: 'Não te

indignes por causa daquele que executa astutos intentos; entrega teu

caminho ao Senhor pois Ele fará sobressair a tua justiça; Deixa a ira e

abandona o furor; quanto ao ímpio um dia olharás para o seu lugar e não

mais o acharás; aquele que e puro purifique-se mais ainda pois aquele

que é sujo, suje-se ainda mais. Louvado seja o Senhor pois no meio do

povo sincero o amor está aumentando de uns para com os outros.

4) Expectativa de acontecimentos ruins envolvendo a natureza.

"E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas e na terra angústia das

nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas, homens

desmaiando de terror na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo,

porquanto os poderes do céu serão abalados. Lucas 21 .25 e 26).

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Eu estava em uma reunião de oração e busca, dessas que muitas

igrejas fazem no monte de madrugada, quando o Espírito do Senhor

comunicou uma palavra a um dos presentes . Dizia assim: "Nesse tempo

por vir o homem acordará e não irá se deitar sem tomar conhecimento de

algo trágico, pois chegou o tempo". Tenho visto dia após dia a confirmação

de que essa palavra saiu dos lábios do Senhor. São tantas as notícias

ruins que só o Espírito Santo de Deus que em nós habita pode nos guardar

de um terrível stress. Inundações, buracos na camada de ozônio, poluição

da água, do mar e do ar, homens manipulando substâncias de forma

irresponsável, mexendo com o equilíbrio sem conhecer direito as

consequências, mostram na verdade que já existe uma expectação das

coisas que sobrevirão a esse mundo. Todavia, essa é a parte apenas da

colheita que a humanidade fará das coisas que está semeando pois ...tudo

que o homem semear ele vai ceifar. (Gálatas 6.7). Como foi minuciado

nesse livro, haverá a parte do juízo de Deus derramado sobre a terra,

uma vez que apenas a misericórdia Dele está esticando esse período para

que muitos se salvem. Uma vez que o assunto desse capítulo são as coisas

que já estão acontecendo. não vou alongar falando sobre o que

acontecerá quando o quarto anjo tocar sua trombeta. (Apocalipse 8.12).

5) E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e

sevos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita. ou nas suas testas ,

para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o

sinal ou o nome da besta ou o número do seu nome. Apoc.13.16 e 17.

A bem poucos anos atrás esse trecho não tinha nenhuma

possibilidade de se cumprir. Quase na década de 50, pessoas de visão não

viam nenhuma possibilidade de sucesso para uma máquina que começava

a nascer: o computador. Cinquenta anos após, o computador dominou

todas as áreas da atividade humana e é quase impossível viver sem ele,

até mesmo em casa. O progresso é tão rápido nessa área que meu

computador pessoal, comprado há pouco mais de um ano como o mais

potente e avançado que podia existir, agora está absurdamente

ultrapassado. Para algumas tarefas já é obsoleto. A capacidade dessas

máquinas e tão grande que controlam bilhões de informações, todavia é

na área das finanças, no controle do que se recebe e do que se gasta, que

elas tornaram subitamente possível o pleno cumprimento da escritura

acima mencionada. Hoje já estamos vivendo um ensaio daquilo que será

a apresentação final. Com um cartão, onde numa tarja magnética está

gravado um código secreto, faz-se recebimentos de quaisquer tipos de

créditos e gasta-se, paga-se e compra-se qualquer tipo de coisa. Uma

enorme quantidade de estabelecimentos comerciais já têm ligação direta

com o sistema bancário, de maneira que a pessoa pode comprar e o outro

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vender, debitando-se e creditando-se diretamente e na mesma hora, as

contas bancárias correspondentes.

Isto é tremendo quando pensamos que na verdade, a única coisa

que falta seria passar o código magnético do cartão para a mão ou testa.

É obvio que estamos a um passo disto. Qual é o crente que tendo visitado

o famoso parque de diversões na capital de São Paulo chamado Play

Center, não ficou pensativo, quando, ao comprar o passaporte, ao invés

de receber um ingresso ou cartão, recebeu um carimbo, um sinal na costa

da mão, que era lido e identificado em cada brinquedo, liberando assim a

entrada à pessoa marcada?

Quem não está percebendo que, ao passo que nenhum

movimento foi capaz de unir as nações até hoje, a economia e as finanças,

manipuladas por uma força poderosa e irresistível estão unindo empresas

e países. Está aí o mercado comum europeu, o mercosul e o nafta. Quanto

ao mercado comum europeu, já tem moeda única. Em outras palavras, é

fácil perceber, pelas coisas que já estão acontecendo, que estamos

caminhando mui rapidamente para o cumprimento da palavra acima

descrita.

6) E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo em

testemunho a todas as gentes e então virá o fim. (Mateus 24.14)

Estive por duas vezes na Finlândia, na Estônia que fazia parte da

antiga União Soviética e subi até o círculo polar ártico e sabe o que vi?

Pessoas famintas de Deus buscando a palavra. Seus corações eram como

uma terra seca e a pregação como baldes de água que quando lançados

naquele terreno eram logo absorvidos. Aquela terra, quase impenetrável

ao evangelho há bem pouco tempo atrás, agora é um campo aberto.

Preguei num teatro que antes só servia aos propósitos comunistas. Sobre

o púlpito está a figura de Lenin e o lugar estava lotado. Após o culto

bastava encostar a mão nas pessoas e elas caiam cheias do poder de

Deus. Encontrei um irmão que veio da Ucrânia para nos ver e conversar.

Ele vendeu suas posses e comprou um ônibus transformando-o numa

residência itinerante. Viajava por toda a Ucrânia pregando a palavra.

Preguei num acampamento na Finlândia e veio um homem forte,

barba grande e bem cuidada. Tocava um acordeon com muita unção.

Contou-nos o que fazia: Pregava o evangelho na Sibéria.

Li um livro que muito me tocou: um casal rendeu-se ao Senhor e

se colocou em suas mãos para ir onde o Senhor mandasse. Logo o Senhor

mostrou para eles no mapa-mundi um país que eu nunca imaginei que

pudesse existir: chama-se Butão. E lá foram eles. Estive num congresso

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na Argentina e me emocionei vendo as pessoas que vieram de toda a

América do Sui. Os missionários, servos e servas estão indo como águas

derramadas que vão penetrando em todos os lugares mesmo escondidos.

Estive em I .976, ano de minha conversão nos EUA e pude visitar

uma escola de preparação de missionários chamada "Cristo para as

nações". Fiquei pasmado com o tamanho e quantidade de pessoas que

estavam se preparando e partindo para todos os lugares da terra.

Tenho tomado conhecimento que na China milhares de pessoas

estão aceitando o Senhor Jesus como Salvador todo dia.

Sim, esta é a mais significativa coisa que já está acontecendo.

CAPÍTULO XI

O QUE FAZER ENTÃO?

A resposta é simples: prepara-te para te encontrares com teu

Deus. O Senhor Jesus deixou uma palavra simples mas tremenda à

respeito. Disse Ele: Se um homem soubesse de alguma maneira que

numa determinada noite um ladrão viria à sua casa sem precisar a hora

em que faria isso, esse homem não teria outra alternativa senão ficar

acordado vigiando e atento a todo instante para não ser pego

desguarnecido. Então completou: Estai vos também apercebidos pois o

Filho do Homem virá a hora em que não penseis. (Mateus 24. 43 e 44)

O que fazer então? E estar vigilante, atento e preparado.

Santificar a vida vigiando as palavras e atitudes, os pensamentos e os

sentimentos. Quando a tentação bater à porta, pensar: E, se meu Senhor

voltar agora?

O primeiro arrebatamento mencionado na Bíblia foi o de Enoque.

Diz o texto: "E andou Enoque com Deus e não se viu mais, porquanto

Deus para Si o tomou. (Gênesis 5.24). Entendo que a pessoa que desejar

ser arrebatada deve procurar, agora mais do que nunca, andar com Deus,

ou seja, em acordo com ele, (andarão dois juntos se não estiverem de

acordo? (Amos 3.3). Viver em comunhão com seu Espírito Santo, em

espírito de oração, lendo e meditando na sua santa palavra. Acordar e

dizer: - Pode ser hoje o grande dia que minha alma espera e devo estar

pronto.

O segundo arrebatamento mencionado na Bíblia foi o de Elias.

Elizeu estava perto e viu. Está assim descrito na palavra; "E sucedeu que

indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo com cavalos de

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fogo, os separou um do outro e Elias subiu ao céu num redemoinho. (II

Reis 2.11) Foi coisa súbita como a Bíblia diz que será o arrebatamento

da igreja: Num momento, num abrir e fechar de olhos ante a última

trombeta, porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão

incorruptíveis, e nós seremos transformados. (I Corintios 1 5.52). O

Senhor Jesus disse que será como nos dias de Noé, porquanto casavam e

davam-se em casamento, comiam e bebiam, isto é, estavam levando a

vida normal, quando de repente veio a ordem e Noé entrou na arca com

sua família. Disse Ele: Assim será a vinda do Filho do Homem para levar

a sua igreja, pois então, estando dois no campo, será levado um e deixado

o outro e estando dois trabalhando será levado um e deixado o outro.

(Mateus 24. 36 a 41).

Numa reunião de oração um irmão viu em visões de Deus um

grande portão que se fechava bem devagar, mas não parava de fechar.

Ele via milhares de pessoas forçando e ainda passando, todavia a cada

hora a abertura era menor significando que menos tempo se tem.

Inexoravelmente chegará a hora em que não será possível mais

entrar. Está escrito: "E tendo elas ido comprar azeite chegou o esposo e

as que estavam preparadas entraram com Ele para as bodas, e FECHOU-

SE A PORTA.

Chegaram então as que foram comprar e disseram: Senhor,

Senhor abre-nos a porta. Então Ele respondeu: Em verdade vos digo que

não vos conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia e a hora em que o

vosso Senhor há de vir."

Pr. Sinval Ladeira

Comunidade Betsaida

FINAL

PREPARA-TE PARA ENCONTRAR COM DEUS.

PREPARA-TE PARA EVITAR ESSE MALES

E ESTAR EM PÉ, DIANTE DE DELE.

O AVISADO VÊ O MAL E SE ESCONDE

MAS O SIMPLES PASSA E SOFRE A PENA.

QUANDO CRISTO, QUE É NOSSA VIDA,

SE MANIFESTAR, ENTÃO NÓS TAMBÉM

MANIFESTAREMOS COM ELE EM GLÓRIA.

COL. 3:4