As condições de produção do discurso

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  • 8/4/2019 As condies de produo do discurso

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    Algumas consideraes sobre a Anlise do Discurso

    Neste trabalho verificar-se-o algumas caractersticas e contribuies tericas

    fornecidas pela Anlise do Discurso. Para a AD, o fato de o sujeito ser atravessado pelasua inconscincia e uma determinada formao discursiva favorece o pressuposto de

    que o sujeito no tem acesso s reais condies de produo de seu discurso, criando,

    portanto, uma representao imaginria dessas condies. Pcheux estudou

    detalhadamente as condies de produo e insiste na idia de que as imagens devem

    ser tomadas como representaes imaginrias, pois s existem em funo do jogo

    discursivo, por isso pode-se pensar em jogo de imagens.

    A AD passou por vrias fases. Em princpio, surgiu por meio das consideraes

    de Maldidier, Jean Dubois e Michel Pcheux, cada um desses pesquisadores possua

    preocupaes distintas, mas todos eles estavam interessados pelo marxismo e pela

    poltica. sob o horizonte do marxismo principalmente que a AD comea a dar os

    primeiros passos. Alm disso, a psicanlise de Lacan, traz uma importante contribuio

    para a Anlise do Discurso: a noo de sujeito clivado, dividido entre consciente e

    inconsciente.

    Lacan, baseando-se em Freud, diz que o inconsciente se estrutura como uma

    linguagem, formada de significantes, que interfere no discurso efetivo, como se

    houvesse atrs de um determinado discurso, o discurso do Outro, do inconsciente.

    Outro conceito importante para a constituio da AD a noo de materialismo

    histrico, que consiste na cristalizao de determinadas ideologias em uma sociedade

    como, por exemplo, o discurso da igreja catlica ou o discurso dos pais.

    O jogo de imagens, conceito importante dentro da AD, refere-se ao fato de que o

    locutor ao enunciar um determinado discurso possui uma srie de implicaes que vo

    se modificando durante o decorrer de sua fala. Em outras palavras, ele cria umaimagem de si prprio e de seu interlocutor.

    Essa imagem criada em virtude da posio ou lugar da qual o sujeito enuncia

    durante o processo discursivo como, por exemplo, um professor na sala de aula possui

    uma determinada posio em relao aos alunos. O importante no o contexto

    imediato da enunciao, mas as posies ideolgicas assumidas por esse sujeito em

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    pleno decorrer da enunciao formadas pelo que foi dito e pelo o que est sendo dito

    pelo professor ou locutor.

    A partir dessa premissa surge a imagem dominante, isto , uma representao de

    algo que o professor, no caso desse exemplo, julga mais importante e

    conseqentemente transfere esse pressuposto para seus alunos ou receptores.

    Como o sujeito atravessado por uma determinada formao discursiva, ele no

    livre para dizer o que quer, uma vez que a sua prpria posio j lhe revela um lugar

    dentro de uma determinada formao ideolgica.

    A noo de jogo de imagens parece lembrar a teoria das faces estabelecida

    inicialmente por Goffman, porm os princpios dessa so observados de maneira

    diferente pelos analistas do discurso. Em outras palavras, a teoria das faces observada

    pelo vis da anlise da conversao e a AD fornece outra viso para essasmanifestaes que ocorrem durante um ato de fala.

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