29
94 B o a v e n t u r a , “Canonização” da lei civil tratando de contratos, testamentos e outras matérias congêneres. Porquanto, não raro, se crê que o Estado esteja violentando di- reitos eclesiásticos nestas ou noutras matérias, quando de fato é que se não observou uma lei civil “canonizada” pelo legislador eclesiástico. Aqui fica, pois, o pequeno contributo nesse sentido, espe- rando, de penas mais hábeis, dissertações mais úteis e proveitosas não só à Igreja, mas também ao Estado. As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira pelo Padre F r e d e r i c o D i d o n e t , Santa Maria, Rio Grande do Sul Sumário Introdução: Finalidade do trabalho I. As Congregações Marianas A) Natureza e finalidade 1) Fim principal 2) Fim próximo 3) Exercícios de piedade e apostolado B) Ereção 1) Nas Casas da Companhia de Jesus 2) Fóra das Casas da Companhia de Jesus 3) Agregação C) Estruturação 1) De carater local 2) Autonomia no governo interno 3) Federações orientam, mas não governam II. A Ação Católica Brasileira A) A A. C. B. no conceito da Hierarquia 1) Do Papa 2) Do Episcopado Nacional a) Mandamento b) Concilio Plenário Brasileiro c) Resoluções Provinciais B) Que é a Ação Católica Brasileira? 1) Sua finalidade em geral 2) Sua finalidade comparada com a das CC. MM. III. Quadro Comparativo Observações IV. Desfazendo equívocos A) Paralelismo? 1) Confusão e identificação de finalidades 2) Abstração da organização hierárquica

As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

94 B o a v e n t u r a , “Canonização” da lei civil

tratando de contratos, testamentos e outras matérias congêneres. Porquanto, não raro, se crê que o Estado esteja violentando di­reitos eclesiásticos nestas ou noutras matérias, quando de fato é que se não observou uma lei civil “canonizada” pelo legislador eclesiástico.

Aqui fica, pois, o pequeno contributo nesse sentido, espe­rando, de penas mais hábeis, dissertações mais úteis e proveitosas não só à Igreja, mas também ao Estado.

As Congregações Marianas e a Ação CatólicaBrasileira

pelo Padre F r e d e r i c o D i d o n e t , Santa Maria, Rio Grande do Sul

S u m á r i oIntrodução: Finalidade do trabalho

I. As Congregações MarianasA) Natureza e finalidade

1) Fim principal2) Fim próximo3) Exercícios de piedade e apostolado

B) Ereção1) Nas Casas da Companhia de Jesus2) Fóra das Casas da Companhia de Jesus3) Agregação

C) Estruturação1) De carater local2) Autonomia no governo interno3) Federações orientam, mas não governam

II. A Ação Católica BrasileiraA) A A. C. B. no conceito da Hierarquia

1) Do Papa2) Do Episcopado Nacional

a) Mandamentob) Concilio Plenário Brasileiroc) Resoluções Provinciais

B) Que é a Ação Católica Brasileira?1) Sua finalidade em geral2) Sua finalidade comparada com a das CC. MM.

III. Quadro ComparativoObservações

IV. Desfazendo equívocosA) Paralelismo?

1) Confusão e identificação de finalidades2) Abstração da organização hierárquica

Page 2: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

95

3) identificação de posição frente à Hierarquia4) Problema insolúvel?

B) Determinações oficiaisD Do Episcopado Nacional: Mandamento e Estatutos2) Carta de Pio XI ao Em. Cardial Leme

o ” No Brasil não há paralelismo (artigo do Pe. Dainese S. J.)V Proposições finais

IntroduçãoAntes de falar ou discutir sobre qualquer assunto, é básico e

fundamental precisar bem a significação dos termos. Sem isto será inútil e prejudicial qualquer dissertação. Assim, antes deste pequeno estudo comparativo entre as Congregações Marianas com a Ação Católica Brasileira, devemos precisar bem o que são as Congregações Marianas e o que é a Ação Católica Brasileira, ou a natureza e finalidades de ambos. Da confusão entre a natureza e finalidades de uma e outra é que se originaram al­gumas doutrinas que nos parecem inexatas e atitudes que nos parecem opostas à orientação da Hierarquia, salvo sempre me­lhor juizo.

Não tem os a pretensão de, com este modesto ensaio, resol­ver definit ivamente o assunto, mas a boa vontade de contribuir para alguns esclarecimentos necessários. Nem nos move abso- ^ e n t e qualquer espírito de polêmica, senão apenas o amor à

t a t ^ . vamos basear nossas conclusões na análise estatutária sem° como da A. C. B ., sem nenhum extremismo,mas 3 1 é'a Preconce^ ^ a de exaltar uma com prejuízo da outra,

COm a ,ntenção de colocar cada uma em seu lugar.

Kevi a Eclesiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942

L As Congregações Marianas £, A) Natureza e finalidades

finalidades rT*6 ^Ue’ Para se haurir a noção exata da natureza e as resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que

Para ^ re^ras ou estatutos.«correr a S errnos- Po>s, o que são as CC. MM., não vamos dos CongrepadSC / S nem a Srandes tratados, mas ao Manual Piluio ]_ t J> aos (O cujo titulo I das Regras Comuns do Ca-

exatamente da natureza e fins das CC. MM (2).j / MdfHiQj rfSh.lAPeíleraÇòes jyu P on&re£(2d°s de Nossa Senhora, 5* edição oficial

^ aul° 038 ^ ras^ p e g a d a s à Prima-Primária. Tip.

e casas d?8 p!"* rig °r obrigam só as Congregações eretas nas ^eralmente nrtm^ fn^,a J ^ ú s ; são, no entretanto, aceitas e

Por todas as CC. MM., apenas com leves raodifi-

Page 3: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

A Regra I a diz: “As Congregações Marianas, instituídas pela Companhia de Jesus e aprovadas pela Santa Sé, são associa­ções religiosas que têm em vista fomentar nos seus membros uma ardentíssima devoção, reverência e amor filial para com a B. Virgem Maria, e, por esta devoção, e pelo patrocínio de tão boa Mãe, tornar os fiéis, reunidos em nome dela, bons cristãos, que sinceramente se esforcem por santificar-se no seu estado e se dêem deveras, quanto a posição social lhes permitir, a salvar e santificar os outros e a defender a Igreja de Jesus Cristo dos ataques da impiedade*’.

Esquematizando, para melhor compreensão, esta regra bá­sica, vemos que as CC. MM. são

Associações religiosas — instituidas pela Companhia de Jesus — aprovadas pela Santa Sé, com o fim de:

1) Fomentar nos seus membros uma ardentíssima devoção a N. Senhora e, por meio desta devoção

2 ) Tornar (os congregados) bons cristãos, i. é : a) que se esforcem por santificar-se; b) que se dêem deveras a salvar e santificar os outros e defender a Igreja dos ataques da impiedade.

1) F im p r i n c i p a l . — Vê-se claramente que o fim prin­cipal é formar bons cristãos.

O bom cristão, de acordo com a regra 1°, é o que:1) sincramente se esforça por santificar-se no seu estado (de clé­

rigo, religioso, leigo, solteiro, casado, etc.)2) se entrega (quanto lhe permitir a posição social)

a) a salvar os outros (sejam católicos, hereges, judeus, etc.)b) a santificá-los (torná-los cristãos fervorosos)c) a defender a Igreja de Jesus Cristo dos ataques da impie­

dade (partam donde partirem)

2) F im i m e d i a t o . — O fim imediato ou meio prin­cipal pelo qual se quer alcançar o fim principal é a devoção à B. Virgem Maria. A devoção a Maria constitue a característica da espiritualidade dos congregados marianos. Certamente p°' derão estes e deverão ter outras devoções, mas esta deve ser a que os caracteriza. Por meio dela especialmente é que se de­verão tornar bons cristãos, por meio dela é que prom overão outras devoções, por meio dela é que se orientarão em tudo. E um fim ou meio parcial ou unilateral, pois, se todos os cristãos devem ter grande, sólida e especial devoção a N. Senhora, nem todos, contudo, para serem bons cristãos, são necessariamente obrigados a tomar esta devoção como o meio dos meios, como base e característica de sua espiritualidade, cuja forma podf* variar conforme os temperamentos, idade,.sexo e circunstância5 especiais da época. *

96 D i d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

Page 4: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

97

.\s CC MM-, pois, e m raza0 l íe s u a reS ra fundamental que' ,ri71 s ã o : Escolas M arianas para form ar cristãos san-as c a r n u u u j . *

/os* í apostólicos.Esc r» las: seu fim é tornar os congregados bons cristãos, for­

má-los na prática da vida cristã.Marmnas : o meio dos meios, o meio especifico de torná-los

bons cnsiáos é a devoção a N. Senhora.Cristãos s a n t o s : todos os congregados, para serem bons

cristãos, devem se esforçar por santificar-se no seu estado.Apostól icos: além de santificar-se a si mesmos e como um dos

meios para santificar-se a si mesmos, deverão trabalhar na salvação e santificação dos outros e na defesa da Igreja.

3) E x e r c í c i o s de piedade e apostolado. — As CC. MM., como todas as boas escolas, para atingir seu fim, deverão empregar meios adequados. Para formar bons cristãos santos e apostólicos, 6 necessário exercitá-los na p iedade e no apostolado.

Daí os exercícios de piedade e apostolado. Daí as Secções e Academias, de que nos falam os nos. 12-15 do título terceiro e os nos. 42 e 43 do título sexto. Diz o n° 42 das Regras: “Sendo muito conforme ao espírito da Congregação, como se disse no titulo terceiro, a instituição de Secções particulares, destinadas a jomentar a piedade nos mesmos congregados e o exercício de zelo e caridade cristã, é muito para desejar que todos tomem parte em algumas destas Secções, e até convirá tornar isto obri­gatório onde as circunstâncias o permitirem. A obrigação que a

a um incumbe de assistir, em harmonia com os seus estudos pro i^âo, às Academias, se as houver na Congregação, depen- ra as regras particulares de cada Congregação”.

0 n° 4 3 °rupnd° a conventència e obrigação de exercícios, diz seu zel . rocurem todos, quanto lhes fôr possivel, exercitar o Pirituais* amC*a Pa.r^cularmente> nas obras de misericórdia es- ^gaçâo6 COrpora|s» e> de modo particular, em atrair à Con- gado se t<?S ^ Vlrem ser aPtos para ela. Assim, cada congre- $ua Mãe S a ^ 3 .umMverdadeiro apóstolo da glória de Deus e de $o$). Não i11S.Slma.” grifos em ambas as citações são nos- excelentes ' ' L T * $ Ín*9 poréni> 3 ue as CC. MM. visem formar t aPostólicosVre~atÍradores” dentro da Igreja, homens piedosos dente da An^ exerchem seu zelo arbitrariamente, indepen-

Examine 1 ade ecIesiástica.pregado devS ° ^ Ue 0 n° ^3 das Regras comuns: “O bom Orniando perfeit" ac*nia de tudo, ser um cristão exemplar, con- nsina a Santa iame.nte a sua fé e os seus costumes com o que

a;0v*ndo o qUe j\reJa Câtólica, louvando o que ela louva e re- Coi$as, ng0 a reProva, sentindo como ela sente em todas

envergonhando, nunca, seja na vida particu-

pcVi'M Lcicsiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942

Page 5: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

98

lar, seja na vida pública, de proceder como filho obediente e fiel de tão santa Mãe”.

O bom cristão, pois, que as CC. MM. querem formar de acordo com suas regras, não é o católico de “igrejinhas” dentro da Igreja, com “espírito de capela”, de espiritualidade de grupo ou associação, católico particularista que nada ve além do cír­culo limitado de sua associação. Ao contrário, elas visam formar o católico integral, que compreenda a catolicidade da Igreja, que viva e sinta com a Igreja, que louve tudo que ela louva e reprove tudo que ela reprova, que lhe seja filial c incondicio­nalmente submisso, obediente e fiel.

Ressalta, pois, claro e cristalino de suas regras, aprovadas pela Santa Sé, que as CC. MM. são Escolas para formar bons cristãos, piedosos, apostólicos e dedicados à Igreja, por meio da devoção a Maria.

B) EreçãoDo exame de suas finalidades, estatutárias, passemos ao

de sua ereção. Diz o n° 2 das mesmas Regras comuns: "0 poder de erigir Congregações Marianas nas Casas e igrejas da Companhia de Jesus, de as agregar à Prima-Primária Romana e comunicar-lhes as indulgências e privilégios a esta concedidos, pelos Romanos Pontífices, pertence exclusivamente, conforme as Constituições Apostólicas, ao M. R. P. Prepósito Geral ou Vi­gário Geral da mesma Companhia”. E a nota correspondente a este número diz: “Para Congregações fora das Casas e igrejas da Companhia de Jesus, esta regra deve ser: — O poder de erigir Congregações Marianas fora das Casas e Igrejas da Com­panhia de Jesus compete por direito comum ao Ordinário do lugar. Por concessão especial da Santa Sé e com prévio consen­timento do Ordinário, pode também erigi-las o M. R. P. Prepd* sito ou Vigário Geral da Companhia de Jesus, ao qual exclu­sivamente, em todo caso, compete, conforme as Leis Apostólicas, agregá-las à Prima-Primária romana e comunicar-lhes as in- dulgências e privilégios a esta concedidos pelos Sumos Pontifi- ces . No Capitulo segundo, que trata da fundação, ereção e agr£~ gação das CC. MM., lê-se à página 77: “Nas casas e igrejas da Companhia de Jesus, a ereção é ato da exclusiva jurisdição do M. R. P. Geral. Fóra da Companhia pode decretá-la, por direito próprio, o Bispo D iocesan o ...” E à página 78 : “A agregação® o ato pelo qual a autoridade 'legitima faz a Congregação cipante dos favores, graças e privilégios concedidos à Congtf* gação Primária do Colégio Romano. Tal ato, para as Cong^ gações Marianas, cabe exclusivamente ao M. R. P. Geral d*

Di d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

Page 6: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

99o ,, F.-'esiástica Brasileira, vol. 2, fase. I, março 1942

Ctfpanhia de J e s ú s (Leão X III, 17 de setembro de 1907 ), ou, na íi! ta dele. nu V i g á r i o Gerai da Companhia” . E à página 7 6 :• \ Congregação h á d e reger-se pelas Regras comuns, promul­g a s pelo' M. R. P. Geral da Companhia de Jesús. Podem ser acrescentadas o u t r a s , locais, que a prudência aconselhar. Mas estas não devem s e r contrárias às Regras Comuns, e, para terem cararer estável e permanente, têm que ser aprovadas pelo Pro­víncia: ou S u p e r i o r d a Missão da Companhia. Regras diversas, por pouco q ue o s e j a m , das promulgadas pelo M. R. P. Geral, só podem v a ler c o m aprovação dele” (nas Casas e Igrejas da Companhia de J e s ú s ) .

Resumindo, v e m o s , segundo o Manual, que:1) A ereção das CC. MM. nas Casas da Companhia de Jesús é da

exclusiva jurisdição do M. R. P. Geral da Companhia.2) Fóra das Casas da Companhia, a ereção pode ser feita: 1) Pelo

Ordinário do lugar. 2) Com o consentimento do Ordinário, também pelo M. K. P. Geral.

3) 0 ato de agregação, seja nas casas da Companhia, seja fora ddas, cabe exclusivamentc ao M. R. P. Geral.

4) As Regras comuns das CC. MM., para as Casas e Igrejas da Companhia de Jesús, foram promulgadas pelo M. R. P. Geral da Com­panhia de Jesús.

ã) Regras diversas, por pouco que o sejam, das promulgadas pelo At- R. P. Geral, só podem valer por aprovação dele (nas Casas e Igre­jas da Companhia de Jesús).

6) Fóra das Casas e Igrejas da Companhia de Jesús, a ereção e aprovação das Regras cabe ao Ordinário do lugar. Se essas Regras, porém, divergirem notavelmente das Regras comuns, o M. R. P* Propósito

eral poderá conceder ou não não a graça da agregação (Cfr. Manual,1 ota PS- 69, Título décimo).

O Estruturação ^ S a n t i n i S. J-Vejamos o que, a respeito, diz o V o n ereeação é organi-

tm “Curso de Ação Católica” : ‘ Cada gmas ficando m-rada separadamente, segundo o mesmo mesmas regras ou es- dtpendente uma das outras. T od as tem todas estão agre-tatutos, todas o mesmo espírito que as v i affa ’ “prima-Prirn^ria > gadas a uma congregação principal, c a Roma, e levaque tem sua séde na Igreja de Santo lna£ ° ; e™ganização s.m- 0 titulo de Anunciação de Nossa Senhora. ue autônoma n#fpies e local faz com que cada congregaç as finalidades* u# governo interno e no desdobramento . íic i5 ncia das or- Ipág- 138). E em outro local, tratando a ~ diz Que ípnizações autônomas e da necessidade a • de amor frações servem somente para estreitar o peCíficos;?rn? e para incentivar a consecução dos > o p0dem se lreUo de orientar, aconselhar e auxiliar, m

Page 7: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

100

trometer na direção e no governo das Congregações federadas (pág. 125 e idem, pág. 157).

1) A organização das CC. MM. é de carater meramente local.2) Juridicamente são autônomas no governo interno e desdobra­

mento de suas finalidades. .3) As federações orientam, aconselham, estreitam os laços de cari­

dade, mas não governam.4) As CC. MM., portanto, não são associações juridicamente estru­

turadas para uma ação orgânica de carater interparoquial, diocesano ou nacional, (embora contudo uniforme e coesa através das federações e regras iguais).

Concluindo, podemos dizer: As CC. MM. são escolas ma­rianas de formação espiritual e apostólica. Ou, como disse P io XII, “escolas de piedade e apostolado cristão” (3 ) . E, com F. L e l o t t e S. J .: “Seu primeiro e principal cuidado deve ser, não já aumentar o número de obras, mas fornecer dirigentes às instituições existentes, julgadas úteis, em primeiro lugar à Ação Católica” ( “Estrela do Mar”, março, 1935).

Dl d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

IL A Ação Católica BrasileiraAntes de estudarmos a natureza, finalidades e estrutura da

A. C. B., examinemos:

A) A Aç&o Católica no conceito da HierarquiaJá em 2 de outubro de 1923 dizia P i o XI à A. C. Italiana,

por intermédio do Cardial G a s p a r r i , que “assim como todo católico deve sentir a necessidade e o dever de dedicar-se ou, pelo menos, de contribuir a esta obra de apostolado (a A. C.), assim deve sentir a necessidade e o dever de coordenar-se, na medida do possivel, aos reconhecidos orgãos de ação, se não se quiser expôr ao perigo de que sua obra resulte esteril, quan­do não perturbadora e prejudicial”.

A 4 de novembro de 1925 e a 4 de janeiro de 1927 e em outras ocasiões, disse P i o XI que a A. C. deve ser considerada por parte dos pastores como incumbência necessária do seu mi' nistério e, por parte dos fiéis, como um dever de vida cristã.

A 4 de fevereiro de 1931, dizia P i o XI ao Episcopado Argentino que o apostolado da A. C. obriga tanto aos sacerdotes como aos leigos, embora não da mesma maneira.

A 26 de abril de 1931, em carta ao Cardial S c h u s t e f t dizia P i o XI que a A. C. é necessária e insubstituível.

/* £ ,em Carta ao M- R* P* Geral da Companhia de JesuJ(6-7-1941). E claro que por “escolas de piedade e apostolado" não se entendem só escolas onde se ministram conhecimentos meramente teórico* de piedade e apostolado, mas onde se pratica a piedade e o apostolado*

Page 8: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

14 de ievereiro de 1934. que à A C cãn .os fieis, de todos as idades e condições. mados todos

ToJ.is estas afirmações, embora dirieidas a membros da Hierarquia e a determinadas nações, parecTm ser

pcv,^ fficsiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 ,0i

gerais, P'xlendo ser aplicadas a todos.C o n c r e t iz a n d o p a r a nós o desejo e a vontade do Papa, temos

o mandamento c a t e g ó r i c o dos arcebispos e bispos do Brasil, de 9 de junho de 1 9 3 5 : “Correspondendo aos desejos paternais e elevados p rop ó si to s de S. Santidade o Papa P i o XI, que, por toda parte, quer se organize a Ação Católica ( 4 ) , de maneira eficiente e, q u a n to possível, uniforme, Nós, Arcebispos e Bispos do Brasil, h a v e m o s por bem promulgar, cada um para a pró­pria diocese, os presentes Estatutos da Ação Católica Brasi­leira, já revistos e abençoados pela Santa Sé. Portanto, para -a maior glória de Deus, salvação das almas e bem espiritual da nossa pátria, a o mesmo tempo que os damos por promulgados, mandamos i g u a lm e n t e que, de acordo com estes Estatutos Ge­rais, em todas as dioceses e paróquias do território nacional, seja, quanto antes, organizada a Ação Católica Brasileira” (os gritos são n o s s o s ) .

Reforçando o mandamento do Episcopado Nacional, P i o * em 27 de outubro do mesmo ano, dirigiu uma carta espe-

cia mente ao Brasil. Nessa memorável carta, P i o XI chama à n:?0 Uma &rande graça de Nosso Senhor, acentua suacializa"3 C ^ara ° ^ ras^ ’ *raÇa normas de formação, de espe­res O30’ C00rdenaÇã° e colaboração das outras associa- Brasileiroa r ament0 acima» categórico e insistente, do Episcopado Brasileiro> ° k con^ ™ ado e reforçado pelo Concilio Plenário depois da ^ ° S. n“meros 156-160 dos seus decretos, onde,v°recida e * ,rmaç^° Seral de que a Ação Católica deve ser fa- pios e funcf r° movida Para 0 bem da Igreja segundo os princí- tua uma necmei\!°S comuns propostos pela Santa Sé, se acen- grave a o b r i p - ade esp?ciaI Para 0 Brasil e se qualifica de ^nando-sp 30 ^os Parocos para com a Ação Católica, co- , . E n o te-se"^308 " C i e n t e s .‘/ ao Católica ^Ue ° ^ onc,l10 Plenário Brasileiro tem para a De,iurn A s s o a r .,CaPítuI° especial, distinto do “De Piis Fi- Oleiro- °Clatlonibus”. Diz o n° 157 do Concilio Plenário

§ J ^

^ Obrigação dp°t *ncun\he como um de seus principais ministérios, a ’ a me(Üda de suas forças, fomentar a Ação Católica.

enteíirt qUe aquí’ como à página seguinte, linha 9,, por Dlent°3 para T Stolado em geral. Será preciso aduzir

afirmação tão contrária a todo o contexto?

Page 9: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

§ 2. Esforce-se, pois, cada um para que em sua paróquia se consti­tuam quanto antes, se ainda não existirem, as associações de Ação Ca­tólica, segundo os respectivos estatutos.

§ 3. Os negligentes sejam severamente advertidos e, sendo neces­sário, sejam-lhes aplicadas penas convenientes. .

O n* 160: “Os sacerdotes seculares e religiosos e os religiosos lai­cos de ambos os sexos, especialmente os que presidem à educação da juventude, ensinem com diligência aos seus alunos o fim e os trabalhos da Ação Católica, e fundem nos seus Colégios as Associações da Juven­tude de Ação Católica e estimulem com instância os ditos alunos a, findos os estudos, se inscreverem nessas associações na própria paróquia’'.

Diz ainda a Pastoral Coletiva do Episcopado Nacional de 20 de julho de 1939, por ocasião do encerramento do Concilio Plenário: “Para melhor atender, nas dificuldades dos nossos dias, a estas exigências fundamentais de formação interior e de irradiação apostólica, a Igreja, guiada sempre pelo Espírito de Deus, instituiu a Ação Católica . . . Por isto, como P i o XI, de santa memória, nós queremos à Ação Católica como a pupila dos nossos olhos. Não temos mais sincero desejo que vê-la organizada, florescente e operosa em todo este vasto B r a s i l . . .”

Com isto sintonizam as Resoluções das Conferências epis­copais das diversas Províncias Eclesiásticas. Nas da IV Con­ferência do Episcopado da Província Eclesiástica de Porto Ale­gre, de 24 de abril de 1941, lê-se sob os números 88-92 : “Os párocos têm a grave obrigação de favorecer, na medida de suas forças, a Ação Católica, como um de seus ministérios principais. Por isso ordenamos que seja fundada em todas as nossas pa­róquias a Ação Católica, de acordo com os estatutos da “Ação Católica Brasileira” e as nossas diretrizes. Os fiéis organizados nas diversas categorias ou classes prescritas devem trabalhar sob a direção dos bispos na difusão e observância dos ensina­mentos da Igreja, que são os mesmos de Nosso Senhor Jesús Cristo. Observem os párocos e sacerdotes de nossas dioceses, concienciosamente, o que o Concilio Plenário Brasileiro prescreve a respeito da Ação Católica sob números 156-160. E lembrem- se, outrossim, que a eficácia dos trabalhos da Ação Católica de­pende de uma sólida formação dos seus associados e do zelo dos assistentes eclesiásticos”.

De tudo que vimos neste capítulo, conclue-se que a Ação Católica ocupa no conceito da Hierarquia um lugar de relevan- tíssimo destaque, de excepcional importância, e deve ser algo a merecer nossa especial atenção.

B) Que é a Açfto Católica Brasileira?Examinemos seus estatutos com isenção de ânimo. Não nos

interessa saber como poderíam ter sido redigidos esses estatutos,

102 Di d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

Page 10: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

Re-.ií^tc'esiãstica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 103

- de fi^0 Juridicamente falando, para nós é o que mas o-'""1 iü" ' tomado em conta na organização da A. C.m va! ,r' c„ ‘

”° B\3\ c oficial para nós é a A. C. B . __Ação Católica Brasileira é a participaçao organizada

“Art . cátóiico do Brasil no apostolado hierárquico, para a di- S i o dos princípios católicos na vida individual, familiar e

com fim úUimo. visa a A. C„ no dizer do Santo Padre Pio XI,“/fmr e consolidar o reino de Jesus C risto .

b) como jins próximos: a formação e o apostolado dos católicosJcjgQ$.

An. 2’ — Para alcançar os seus fins, a A. C. B. propõe:1) reunir em organizações próprias de carater nacional, diocesano e

paroquial, os homens, as senhoras, a juventude masculina e feminina;2) coordenar todas as associações e obras católicas existentes.An. 3* - A A. C. B. está sob a imediata dependência da hierar­

quia e exerce sua atividade fora e acima de toda e qualquer organização ou influência de política partidária”.

Destes artigos, do mandamento que precede os Estatutos, e dos decretos do C. P. B., verifica-se logo que a A. C. B. é :

1) Uma grande associação religiosa (7 ) sob a imediata d e - pendência da Hierarquia, diretamente por ela instituída, em aten- çào aos desejos do Papa, que quer se organize em toda parte a A C. Uma associação que os bispos querem e ordenam se or­ganize quanto antes, em todas as paróquias e dioceses do ter- Htório nacional, e cominam penas aos párocos negligentes.

Log°, é uma associação religiosa diferente das CC. MM., |jue foram instituídas pela Com panhia de Jesus com aprovação do ^ ’ COm dependência direta não do Episcopado, mas^ P r e p ó s i t o Geral nas casas da Companhia de Jesus, e tanto 0 €xclusivamente ao M. R. P. Geral o ato da agregação, ^ ^ ^ C a s a s da Companhia de Jesus como fora delas; e para

nâ° merecer atenção a opinião de quem afirma que os 805 artigos 5-12 ^ ^ nao Se re*erem a nova Instituição, senão apenas

^ ^10 3 da Pa laXra — °rganizada — não consta na transcrição dos * seu livrn B* fe'ta pelo Rev. Pe. C â n d i d o S a n t i n i S. J. aconiPanha o de Ação Católica” (pág 305), e no apêndice que8,011 Ort iz abalho “Aspecto Jurídico da A. C.” do Rev. Mons. R a - n 7) E1 uma r -Revista Eclesiástica Brasileira, Vol. I, pág. 90. r.°n,en5> outra a várias associações religiosas. Não há uma A. •

K c W * ^ o r a * etc., mas uma só A. C. com diversos n,. diversas arma ^ A* etc- A semelhança de um exército n .

Urn exército ^ S8as ^ i^ rs a s armas não formam vários ex »

Page 11: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

cuja fundação os párocos não receberam ordem expressa por documento geral oficial (8 ).

2) Que tem por fim principal “a difusão e atuação dos prin­cípios católicos na vida individual, familiar e social” ou “dilatar e consolidar o reino de Jesús Cristo”.

Finalidade especifica , como se vê, genuina e caracteristi- camente apostólica, de ação exterior, (que supõe, é claro, vida interior como condição indispensável). Por conseguinte, finali­dade diversa da das CC. MM., que é caracteristicamente de for­m ação: tomar bons cristãos os congregados (por meio da devo­ção a Maria).

3) E’ uma associação que tem como fins próximos (ou meio principal para a consecução de seu fim específico): — “a for­mação e o apostolado dos católicos leigos”. Nas CC. MM. o fim próximo ou meio principal para a consecução do fim espe­cífico é a devoção ardentíssima à B. Virgem Maria.

Nota-se que o fim especifico das CC. MM. — tornar bons cristãos os congregados — coincide, em parte, com um fim próximo da A. C. — a form ação.

4) E* uma associação que para alcançar os seus fins, pró­ximo e específico, propõe (art. 2o dos Est. G era is): “a) reunir em organizações próprias de carater nacional, diocesano e pa­roquial, os homens, as senhoras, a juventude masculina e femi­nina; b) coordenar todas as associações e obras católicas exis­tentes”.

As CC. MM. para atingir seus fins, próximo e específico, propõem realizar reuniões, atos religiosos vários, secções e aca­demias de carater local, (para homens, senhoras, moços e mo­ças) que fomentem e exercitem sua devoção à Virgem SS., pie- dade e zelo apostólico.

Concluindo este rápido bosquejo comparativo, podemos di­zer que:

1) A A. C. B. é o exército nacional de Cristo Rei, mo­dernizado, organizado por ordem do Papa, sob as ordens ime­diatas do Episcopado Nacional, para dilatar e consolidar o reino

104 Di d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

8) Para ingressar nas associações religiosas ordinárias, não temos nenhuma ordem especial da parte da Santa Sé ou de outros superiores hierárquicos da Igreja ... Mas, tratando-se da A. C. oficial, bem diverso é o modo de se externarem os superiores hierárquicos Nos nossos esta­tutos gerais, que são a expressão autêntica da vontade pontifícia, en­contra-se em termos claros e precisos, ainda que indiretamente, a ordem de ingressarem nas associações da A. C. oficial os melhores elementos católicos do país” ( S a n t i n i , Curso de A. C., pág. 103-104),

Page 12: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

, Cristo, difundindo e atuando os princípios católicos na S : m diudual.'familiar e social brasileira.

\s (;(_•. MM. são eficacissim as escolas de form ação, ti- xanktite m a r i a n a s , de carater local, ordinariamente (9 ) ofi-

ç ; ; nu r e c o n h e c i d a s c recomendadas pela Hierarquia, para ferinar ex c e le n tes soldados de Cristo, e com grandes indulgên­cias e privilégios, quando agregadas à Prim a-Prim ária, exclu- si.amente pelo P. Prepósito Geral da Companhia de Jesus.

III. Quadro ComparativoC s q u e m a t iz a n d o , para maior clareza e mais facil visão de

conjunto. p o d e m o s apresentar o seguinte quadro:

tciesiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 10Í

Congregações Marianas Áííocigçücs religiosas:

1) Instituídas pela Companhia de Jesiís.2) Com aprovação da Santa Sé.

3) Nas casas da Companhia de Jesus sob a imediata de­pendência do M. R. P. Pre- Pósito Geral (que não é mem- ro da Hierarquia Pastoral),

r! ^ rd’n.ariamente oficiosas ou e recomendadas

P la Hierarquia.

gatória3 *Undação 1150 é obri-

Ação Católica BrasileiraI. Associação religiosa:

1) Instituída pelo Episcopadc Nacional.2) Por ordem da Santa Sé c mandamento expresso dos Bisposa) Na promulgação dos Es­tatutos.b) Nos decretos do Concilio Plenário.c) Nas resoluções provinciais.3 ) Sempre sob a imediata dependência da Hierarquia pastoral.

imposta, mantida diretamente pela

quandogiosCO™..Í" - “lgências e privilé- Primi Pelo Corne«u imDeriimUJ \ JeSUS' ou- em™ ' S r T à T ’ V i8 i -

Prima-pZT- a8 re8adas à Pelo P S ária «clusivamen-C°mpanhia rX ÓSit0 • Qeral da«a.. !. de Jesus, ou, em

4) Oficial: e dirigida Hierarquia.5) Cuja fundação é imposta por um mandamento expresso do Episcopado Brasileiro.6) Com indulgências e favo­res concedidos ipso facto pela instalação oficial.

°Com&a<ÍOS:'dicamelVp meramente local.^ amen‘e autônomas no

uma invtet\I?ariamen*e’ P °rQue extraordinariamente elas podeinra ^Pecial de carater oficial.

II. Organizada:Com carater nacional, diocesa­no e paroquial. Juridicamente

Page 13: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

106 Di d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

governo interno e desdobra­mento de suas finalidades.

III. Fim especifico:Tornar bons cristãos (aos congregados), por meio da devoção à B. Virgem Maria.

IV. Fim próximo ou meio principal:Devoção à B. Virgem Maria.

V. Outros meios:Realizar reuniões, secções e academias para exercitar-se na devoção à N. Senhora, na pie­dade, caridade e zelo apos­tólico (8).

VI. Síntese:Escolas Marianas para formar bons cristãos, piedosos, apos­tólicos e dedicados à Igreja.

ligada em corpo orgânico-hie- rárquico-unitário.

III. Fim especifico:Difusão e atuação dos princí­pios católicos na vida indivi­dual, familiar e social (art. Io).

IV. Fim próximo ou meio principal:Formação e apostolado dos ca­tólicos leigos (art. 2®, letra b) (10).

V. Outros meios:a) Reunir em organizações próprias de carater nacional, diocesano e paroquial, os ho­mens, as senhoras, a juventude masculina e feminina.b) Coordenar todas as asso­ciações e obras católicas exis­tentes (art. 2°).

VI. Síntese:Exército de Cristo, moderni­zado, organizado por vontade do Papa, sob as ordens ime­diatas do Episcopado Nacio­nal, para a difusão e atuação dos princípios católicos na vida individual, familiar e so­cial brasileira.

O b s e r v a ç õ e sa) Apesar de as CC. MM., como se acaba de demonstrar,

serem, caracteristicamente, de acordo com suas regras, escolas de formação, onde se pratica a piedade e o apostolado, contudo, nada obsta que, ao correr da história, pudessem ter tomado a si o empreendimento e direção de muitas e variadas obras apostó­licas.

b) Nada obsta que as CC. MM., como associações, possam receber uma missão apostólica especial. E* assim que nos vá­rios países em que elas fazem parte formal da A. C. (Alemanha, Áustria), por isto mesmo recebem, como associação, uma inves­tidura apostólica, que, sem decorrer estritamente de suas regras, contudo não é contrária ao seu espírito. Quando o Episcopado de um país as incorpora entre as associações da A. C., com esta

10) E ’ evidente que tanto para obter "a formação e o apostolado dos católicos leigos” (fim próximo da A. C. B .), como para se con­seguir a devoção a Maria, piedade e zelo nas CC, MM se recorrerá aos meios clássicos: oração, meditação, comunhão frequente, retiros, etc.

Page 14: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

Rc-.isul-c)esiásrica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 107

incorporação na nova instituição o fic ia l d a Ig reja , recebem umi

nova investidura.Cl Nada «bsta que as CC. MM., mesmo no Brasil onde de

acord" com us Estatutos da A. C. B . e normas oficiais, devem auxiliar a A C f.cando dentro de suas regras, possam, apesar disso, receber alguma m issão especial. Nada impede que o E n k copad;; üies possa, por circunstâncias especiais, dar uma missão apostnuca determinada, auxiliar da A. C. ( 1 1 ) . missão

IV. Desfazendo equívocosDe tudo que acabamos de ver, parece clara a diferenciação

entre a A. C. B. e as CC. MM. e diversa a obrigação do católico para com uma e outras.

II) 0 seguinte exemplo pr *a tenha fundado uma sociedade cujos Suponhamos que, em dado ' “ga ’ seeuinte: “A associação X tem em estatutos lixam como finalidade g Engenharia e, por estevista fomentar nos seus membros o gos P bem conhecer ameio, torná-los bons engenheiros que se es possível, a construirsua profissão e se deem deveras, quanto lhes P ° inas industriais e rodovias, estradas de ferro, edifícios higien » esnecífico, estatu-obras de saneamento”. Quem não vê logo 9 ue máauinas etc., mas titi», de tal associação não é construir estradas• ^ h a r i aformar bons engenheiros por meio do cultivo a g esforça por beme que para ela o bom engenheiro é aquele 4qUA Vpras aos empreendi- conhecer a sua profissão e encargos e se dá deverasrcentos de sua profissão? # „ tenham nor-

Suponhamos que tenham existido tais associações e q engenhei- malmente conseguido o fim que se propuseram: iorm .. lugares, ros- E’ bem possível que, no correr de sua história, e nada°nde não existiam bons engenheiros, as ditas associaç » direção demais ^nam do que escolas, tenham tomado a si o proje oúblico.p,nas °bra$ particulares e mesmo aceitado construções de kam pre- E possível que, dado o seu carater para unc.onarem, temwrn ^ ’M o sempre da licença da autoridade, que talvez as r

rc esse e oficializasse. ^rcranizar. ^ Passível mesmo que, em certos países onde se procuram °ofga™s0_ úm asJ >r°bssões e atividades, se tenha dado a essas esc°£ . . e „t0.w “ II) * * * * * * * X. Uma funçao Publica especial permanente, como r g ^ nSose J * * » emPreendimentos de carater geral e oficial. ’ tenham

concluir que elas por si, em força de seus *?ta‘ut° * S ç5es «Üciaif0 de construir obfas de engenharia e que seja sen£j0vjiso ,»em. ,odos 05 Países. Quando elas executam o ocasionaisou po, dp,Clcl° de aprendizagem) se-lo-á ou por circunst " nj 0 gerí,^ tWoáconf.Çâo esPecial‘ due, sem decorrer de mesmo tempo«trvir l ° a °. seu espirito, pois tais obras poderão ao enliejros.

A *\iJXv rc*?'t0 para os seus sócios se tornarem 0 /orTnar bons ? ttnheiiL lna,idade especifica, porém, será ordjna^ m!!l0difícaçSo tutária, 1 n<lyanto não houvçr a respeito alguma ^

Page 15: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

Entretanto, não é assim que todos a compreenderam. Di­ferentes são as conclusões a que têm chegado autores de grande mérito e responsabilidade. Autores, que em nada queremos di­minuir, citando-lhes os nomes no decorrer deste trabalho. Auto­res que sinceramente estimamos e aos quais pedimos vênia para apontar o que em alguns de seus escritos nos parece contra­riar normas já bem definidas, salvo sempre melhor juizo.

108 Di d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

A) Paralelismo?

Insinua-se, e às vezes se afirma abertamente, a existência de um “paralelismo” quasi absoluto entre a A. C. e as CC. MM. (1 2 ).

E, para demonstrar este paralelismo, do qual se tiram con­clusões práticas inadmissíveis, a nosso ver, diante das determi­nações da Hierarquia consubstanciadas nos Estatutos da A. C.B . , parte-se dos seguintes equívocos:

1) Confunde-se e identifica-se com palavras gerais ou esco­lhidas adrede das Regras das CC. MM. e dos Estatutos da A.C. B. — o fim especifico de uma com o fim especifico de outra. Diz-se, p. ex.: “O fim último, tanto da A. C. Oficial, como das congregações marianas, é auxiliar a hierarquia eclesiástica na dilatação, defesa e consolidação do reino de Jesus Cristo, i. é, da fé e moral cristã” (P . S a n t i n i , C. de A. C., pág. 159). — Ou então: “Ambas têm o mesmo fundamento intencional: glória de Deus” (P. V a i t e r M a r i a u x S. J. em Conferência em S. Maria, 3-11-41). Dai a conclusão, explicita ou implícita, de que A. C. e CC. MM. são duas associações paralelas ou iguais na finalidade.

E nós poderiamos acrescentar: Logo P i o XI não estava bem informado quando disse que a A. C. é insabstituivel. Logo P i o Xll não estava bem informado quando qualificou a A. C. de associação princesa (13) ( “/'ordenamento principe dei Catto- lici). Logo os Bispos brasileiros não sabiam bem o que faziam quando promulgaram os Estatutos da A. C. B. e mandaram que ela fosse organizada quanto antes em todas as paróquias do 12 13

12) Pe. C â n d i d o S a n t i n i S. J., Curso de Ação Católica, Edi­tora Vozes Ltda., Petrópolis, Est. do Rio, págs. 143, 163, 171, etc.; Pe. C é s a r D a i n e s e S. J., Estrela do Mar, Julho, 1941; Pe. V a l t e r M a r i a u x S. J., Diretor do Secretariado Mundial das CC. MM., em conferência feita em S. Maria a 3-11-1941.

13) Pio XIII, Alocução de 4 de setembro de 1941 a 5.000 sócios da A* C* “PrinciPe” Parece não se traduzir bem por "principal” ou "pó- mordial”, como alguns o fizeram, mas por "princesa” ou "soberana”.

Page 16: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

, quiníio já existiam associações com a mesma finalidadeg ra n d e e s c a la e florescentes.

Conv enham os q u e tal maneira de estudar o paralelismo en­tre unas a s s o c i a ç õ e s se presta a enganos e leva a conclusões falsas Ha id e n t i d a d e do fim esp ec ífico de uma associação com o fim imediato de outra, não podemos simplesmente concluir para a identidade ou paralelismo absoluto das duas.

E' evidente q u e cada associação tem um fim específico, que é o seu fim último no tempo, e que pode coincidir com o fim imediato ou meio de outra associação. Este fim especifico deve constar das regras ou estatutos, que, apontando as finalidades, diferenciam c a d a associação de outra. Ora, já vimos que o fim especifico d a s C C . MM. é tornar (os congregados) bons cris­tãos e o da A. C . é “a d ifusão e atuação dos princípios católicos na vida individual, familiar e socia l” .

Poder-se-á confundi-los e identificá-los? (1 4 ) .Diz-se ainda: “Os fins próximos específicos (das CC. MM.

e da A. C.) são também idênticos: a ) santificar-se cada um no seu estado, isto é, formar-se religiosa, moral, social e civilmente, d» melhor modo possível, ou segundo a expressão dos estatutos:3 *0rmação da conciência cristã”, b ) o mais am plo apostolado

externo, dentro dos limites da própria a s s o c ia ç ã o .. .” (P . C.an*i ni S. J., C. de A. C., págs. 1 5 9 -160 ). Ou: “As regras

CC^mm6 °*ICia‘s reduzem-nas (as finalidades específicas das 5 ' a duas: santificação e apostolado (P . D a i n e s e tada Es.trela do Mar> j u,ho de 1941). Entretanto, se fosse ci- institilu ln,e^ra a re8 ra 1 que d iz : “As Congregações Marianas, s5o as. P1 3 Companhia de Jesús e aprovadas pela Santa Sé, wmbros013 65 re*‘S I0sas 9 ue tém em vista fomentar nos seus para com ardentlss'ma devoção, reverência e amor filial de tão bo3 M~ ^ ' r^em Alaria, e por esta devoção e patrocínio cri$t|os ou -e’ tornar os fiéis, reunidos em nome dela, bons estado è se j„sinceramente se esforcem por santificar-se no seu lalv* e Sanm "Ldeveras’ ^ uanto a posição social lhes permitir, a Cristo dos a t 1 1Car ° S ou*ros e a defender a Igreja de Jesús >°go QUP „ a^ues da impiedade” (o grifo é nosso) — ver-se-ia

r, vi i.i Eclesiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 109

Page 17: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

110 Di d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

santificar-se” e o “se deem deveras, quanto a posição social lhes permitir, a salvar e santificar os outros e a defender a Igreja dos ataques da impiedade” são uma explicação do que as Re­gras entendem por bons cristãos.

Existe uma diferença bem nítida entre o fim próximo das CC. MM. “Fomentar nos seus membros uma ardentíssima de­voção, reverência e amor filial à B. Virgem Maria”, e o fim pró­ximo da A. C., “a formação e o apostolado dos leigos”, como meridianamente se pode ver.

2) Faz-se abstração da organização hierárquica da A. C. e com isto se chega a afirmar, “sem perigo de errar, que as novas associações são uma cópia mais ou menos fiel das CC. MM.” (P . S a n t i n i , C. de A. C., pág. 163). Ou se deduz não só a igualdade, mas até a superioridade das CC. MM. sobre a A. C. (P. C. S a n t i n i , C. A. C., pág. 171).

Como se exatamente a estruturação orgánico-hierárquica da A. C. não fosse uma diferenciação importante e original que, só por isto, coloca a A. C. em posição muito superior às CC. MM., no que diz respeito às possibilidades de um apostolado externo mais poderoso e eficiente. Com tal argumentação falha, pode­riamos, sem muita dificuldade, equiparar todas as associações católicas. Tirando-lhes uma ou mais notas características e es­senciais que as especificam, pouca diferença haveria entre elas, pois todas, em resumo, visam a glória de Deus e a salvação das almas. A própria Igreja, se lhe tirarmos as notas características, poderá também ser qualificada de cópia mais ou menos fiel de outras organizações. Devemos notar que é precisamente por sua estrutura orgânico-herárquica que a A. C. é a arma mais pode­rosa e eficaz para enfrentar a época, arma necessária e insubsti­tuível, e por isso tão insistentemente recomendada por P io XI que a considerava a pupila de seus olhos, e por P i o XII, que a qualificou de “príncipe”.

Quem não vê que a estrutura jurídica das CC. MM. — aU* tonomia no governo interno e desdobramento de suas finalidades

não lhes permite apostolado externo de grande envergadura, como o exigem as circunstâncias atuais.

Quem não sabe que as Federações e Confederações servem somente para incentivar a consecução dos fins e estreitar o aniof fraterno, e não constituem forma organizativa própria para uma administração científica? (15).

15) “As “federações” e “confederações” de associações religi°saS juridicamente autônomas e de carater local, sobretudo se abrangem r<T

QOm° r J S nacionais> são organismos imperfei^ mos de admmistraçao cientifica, porque são impotentes para realizai

Page 18: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

Abstrair de um fator tão importante, tão saliente e tão 'ciai na consideração e exame da A. C. e das exigências da

o a atual, levará certamente a conclusões inexatas e graves c-niu, p cx., esta: “Se no B r a s i l . . . as congregações marianas

ordens terceiras tivessem penetrado em todos os setores da sociedade, todas as paróquias, segundo os princípios da classifi­cação, mais facilmente se poderíam dispensar essas novas as­sociações da A. C. O ficial” (F . S a n t i n i , C. de A. C., pág. 1 3 5 ) Estará isto de acordo com o que disse e reafirmou o Papa lantas vezes, i. é, que a A. C. é necessária e insubstituível? (1 6 ).

3) Diz-se que a situação das CC. MM. e da A. C. é a mesma diante da Hierarquia. Que ambas as associações são instaladas nas mesmas condições jurídicas, recebem a mesma missão ca­nônica, etc. São pensamentos que ressaltam várias vezes no Curso de A. C. do Pe. S a n t i n i . Lê-se, p. ex., à página 66 : "Uma vez que está provado que todos os elementos essenciais da definição pontifícia se verificam plenamente em todas as asso­ciações religiosas eclesiásticas, é evidente que todas elas exercem verdadeira Ação Católica, no sentido em que a definiu o Santo Padre. Nelas os leigos participam realmente do apostolado hie­rárquico da Igreja, exercendo-o sob a responsabilidade direta da mesma”. À pág. 76 : “E\ portanto, muito lógico que se diga, p. ex , que as Ordens Terceiras “exercem Ação Católica”. E à pág. 43. De feito, todo congregado 6 admitido na congregação

a >m de participar do magistério eclesiástico, do apostolado hie- Jj/quijo da Igreja, para fazer “Ação Católica no sentido estrito no paavra”; ^ à página 8 8 : “Afirmamos, outrossim, que essas insta)5 .aSS0Ciações> destinadas a constituir a A. C. Oficial, são das3*? as. nas paróquias nas mesmíssimas condições jurídicas V a ltCmaiS aSS0CÍa<ões re^g ,osas eclesiásticas”. E o Rev. Pe.

er M a r i a u x , na citada conferência: Ambas ias CC.

Avista Eclesiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 111

,v.4ue nao tèm o direito de exigir dados A ^ associaÇ<*»Vt não podem escolher e dispôr das pessoas . A de conir l‘federadas. A de comando — porque não P °de." \ funçã0 que poderão

porque não têm direito de fiscalizar. A u realizar_ ** j -

Page 19: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

112

MM. e a A. C.) têm o mesmo fundamento jurídico, que é a aprovação pela autoridade eclesiástica (17 ).

E dai a conclusão de que quasi tanto faz fundar uma como outra, ou ingressar numa como noutra, porque ambas, enfim, são igualmente auxiliares da Hierarquia. “Por isto,^ quem já pertencesse a uma ou mais associações religiosas, e não se sen­tisse com forças de assumir novos compromissos, não tem ne- nhumo obrigação de abandonar as associações, a que já pertence, para ingressar nas da A. C. Oficial, sobretudo aqui no Brasil, onde as associações religiosas estão enquadradas na organiza­ção da A. C. Nacional, ficando subordinadas às juntas (dioce­sana e nacional) em tudo que diz respeito aos objetivos gerais, tanto diocesanos como nacionais” (Pe. S a n t i n i , C. de A. C., pág. 134) (alguns grifos são nossos).

Sem pretendermos pontificar sobre Direito Canônico, ou­samos, contudo, fazer algumas observações.

a) Não haverá diferença de situação diante da Hierarquia entre uma associação aprovada, louvada e mesmo recomendada pela Hierarquia e outra inspirada e criada direta e oficialmente por ela, mandada e orde­nada, aos párocos sob penalidades?

b) Não haverá diferença diante da Hierarquia entre uma associa­ção cujas regras são promulgadas pelo Geral de uma Ordem ou mesmo por um determinado Ordinário do lugar, e outra cujos Estatutos são pro­mulgados diretamente pelo Episcopado de uma Nação, obedecendo à vontade expressa e aprovação oficial do Papa?

c) Não haverá diferença alguma diante da Hierarquia entre a ere­ção das CC. MM. que, nas casas da Companhia de Jesus, é da exclusiva jurisdição do M. R. P. Geral (que não é membro da Hierarquia pastoral), — e a ereção da A. C. feita pelo Bispo ou Ordinário do lugar, que é membro da Hierarquia pastoral?

d) Por que não se acentua a posição de relevantfssimo destaque que a A. C. ocupa na palavra do Papa, nos documentos oficiais, nas Con­cordatas?

e) Por que não se salienta que há um mandamento expresso do Episcopado Nacional determinando a organização da A. C. em todas as paróquias do Brasil, quanto antes?

f) Por que não se acentua que o Concilio Plenário Brasileiro con­sidera a A. C. como um dos principais munus dos párocos, cominando até penas aos párocos negligentes?

g) Por que não se diz que tal insistência, ordem e penalidades não existem para os párocos que não fundassem CC. MM.?

Di d o n e t , As Congregações Marianas e a*A. C. B.

17) Entretanto, Sua Em. o Cardial L e m e , em documento oficial (15-6-35) traçando para sua arquidiocese princípios e disposições gerais, haurtdos em documentos pontifícios, para firmar o conceito exato da A. C. nos moldes e instruções do Santo Padre Pio XI e dos Estatutos da A. C. B., diz: A A. C. não é uma associação a mais que se vem cn'fileirar ao lado das outras, como qualquer delas, na floração das obras diocesanas e paroquiais. A. A. C. paira em esfera superior"•

Page 20: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

Vsiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 113

s--, c.>!ist:mirá tudo isto utna posição distinta em direito, ! ' .nlilicatla expressaniente nos cânones do Codex

eir.bdra n 1 h í f i \ ( u n i ^ n i c

4 i i)<i “ parale lismo", que se julga ter demonstrado com os jnicnios citados, brota naturalmente um problema que se

classjfi.a lIl* “problema real, problema dificil, problema complexo que nin uem terá a ingenuidade de desconhecer ou de negar. Problema que adquire um relevo particularmente impressionante pela aplicação coneíenciosa do artigo 17 dos Estatutos da A. C. B, em que o Congregado compara instintiva e justamente o que lhe Java a Congregação Mariana e o que lhe oferece a A. C.” (p. Da i n e s c , Estrela do Mar, julho, 1941).

“Daí a pergunta: Para que então inscrever-se nessas novas associações? E se numa paróquia já existe uma congregação ma­riana de jovens, para que instalar ainda a Juventude Católica Brasileira, uu vice-versa? Uma vez que no Brasil está prescrita a instalação das novas associações religiosas e, ao mesmo tempo, são promovidas, com entusiasmo nunca visto, as congregações marianas, sou de parecer que não haverá solução prática plau- siul sem algum mutuo entendimento, de acordo com os respe- rtiujs ordinários do lugar, dos quais, afinal de contas, depende a ertçào canônica de umas e de outras (1 8 ) . Em todo o caso, será indispensável a obediência irrestrita à autoridade eclesiás- ’Ca ^ e* S a n t i n i , pág. 171 -172 ). E acrescenta-se: “No nòs c em reni°"n0S ^ lie ^ Hierarquia cabe mandar e decidir; a

umpre-nos obedecer e executar as determinações tomadas

s 1 em conferência feita18) 0 Rev, Pe. V a l t e r M a r * anu41x S. )• c c> ^ e a A- 'Maria no dia 3 de novembro de 1 9 4 , a A. C.f também de

«Itrindo-se às relações entre as CC. M • eíTV sua diocese ^sunelhante ponto de vista, i- é, que cada e exclusivam ..P’ttamente livre. A decisão a respeito esta ^ doutrina ntere .vontade do respectivo Ordinário. E ’ evidente q aQS Exmos. Srs. ge

Não queremos com isto ditar nor ‘ -ca e no bom sen ■■^ apenas expòr um raciocínio inspirado n todos os seus P' j Qg

tiispo assinou um mandamento determina estatutos apquanto antes, a A. C. segundo certos relaçóes com as

<5? Santa Sé, nos quais constam expressa p . ^r*l0 Nacional as l m . e outras associações; se em Concilio Plenário ^ ^ sob^ lo s , aprovados pela Santa Sé, ordenando a t Bisp0s da re^ a d e s , de fundarem a A. C .; se em reun.ao com a {undaçao.

^a Provincia Eclesiástica assinou resoluções p statutos, n0S *1. rc W °das as Paróquias, da A. C. segundo ^ ue á bc0nipletan)ente 1 im. pir am as ditas relações, é óbvio que ele nao * ^ mane,rJ L s e àpjteíhium motlvos graves, agir contrariamente, orôprias ordCom-w!tar a seus párocos o cumprimento de nacional da^ Episcopal a Coordenação do movimento naci

Page 21: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

114

por ela, fielmente, docilmente, lealmente (Pe. C. D a i n e s e , Estrela do Mar, julho, 1941).

Sem opôr a mínima má vontade nem o mais leve resquício de insubordinação à Hierarquia nos virtuosos autores supraci­tados, poderiamos, contudo, perguntar: A autoridade eclesiástica não falou já, não decidiu, não determinou no Brasil, em termos claros, precisos, oficiais e aprovados pela Santa Sé, a posição das CC. MM. em relação à A. C. B .?

B) Determinações Oficiais

Quais são essas determinações oficiais do Episcopado Na­cional aprovadas pela Santa Sé? São as que constam dos Es­tatutos oficiais, acompanhados de um mandamento e reforçados por documentos posteriores.

a) Diz o art. 5°: “Individualmente, os católicos brasileiros só fazem parte da A. C. quando inscritos em uma das seguintes organizações con­sideradas como básicas e fundamentais: a) Homens da A. C. (H, A. C.) para os maiores de 30 anos e os casados de qualquer idade; b) Liga Feminina da Ação Católica (L. F. A. C.), para aá maiores de 30 anos e as casadas de qualquer idade; c) Juventude Católica Brasileira (J. C. B .)f para os moços de 14 a 30 anos; d) Juventude Feminina Católica (J. F. C.), para moças de 14 a 30 anos”.

Logo, os congregados marianos, como católicos brasileiros, para fazerem parte da A. C., querida e exigida pela Igreja e por ela qualificada de insubstituível, também devem se inscrever em uma das quatro organizações que o Episcopado chama básicas e fundamentais.

b) E quais os Congregados marianos que se devem inscrever nas organizações fundamentais da A. C. B.? Diz o art. 8°: “Para a inscri­ção em qualquer das suas organizações, exige a A, C.: 1) vida exemplar; 2) prática dos sacramentos; 3) aceitação prévia dos programas da A. C- e da respectiva organização; 4) pagamento de pequena taxa anual,1 ser fixada pelos Conselhos Diocesanos, com audiência do Conselho cional”.

Logo, todo bom congregado mariano, que estiver nas ditas condições e que, segundo a regra 33 de seu Manual, deve s e 0 com a Igreja em todas as coisas, louvar o que ela louva e repfO" var 0 9ue reprova, deverá logicamente apresentar-se à au* toridade eclesiástica competente, i. é, ao encarregado de orga"1' zar a A. C.

O que não quer dizer, porém, que seja necessariamente i*1 crito nas organizações fundamentais da A C À competente au­toridade eclesiástica ê que cabe decidir se é apto ou não, se J motivos ou não para dispensa ou também se deve, depois » inscrito, ficar trabalhando numa das associações auxiliares. . qualquer convocação militar, é a autoridade que decide da *P’

Di d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

Page 22: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

exclusão dos convocados. Da mesma forma, no Brasil, todos os católicos de vida exemplar são convocados a in-

°n sarím na A. C., à autoridade eclesiástica (1 9 ) é que cabe dridir^jbre a aptidão e aceitação de cada um em particular,

o Rtiorçando esta obrigação que já incumbe individualmente ao recado mariano como católico brasileiro de vida exemplar e prática

dos sacramentos, vem o art. 17 dos Estatutos da A. C. B .: “Os mem­bros das associações agregadas às Confederações Católicas serão en- cmnhüJos a se inscreverem individualmente numa das organizações fundamentais da A. C. B .'\ (Os grifos são nossos).

E ’ uma obrigação que incumbe às associações como tais. E note-se que não se diz: p oderão ser, é conveniente que sejam ; mas s im p lesm ente serão encam inhados .

Portanto, pelo mandamento que precede os Estatutos da A. C. B. e pela redação dos artigos 5, 13 e 17, e pelos decretos do C. P. B., conclue-se que:

Primeiro: A hierarquia determinou e ordenou a organiza­ção da A. C. B. quanto antes em todas as paróquias do Brasil.

Segundo: Para isto 6 preciso que os católicos leigos (nas condições do art. 8) peçam inscrição nas organizações funda­mentais (sem o que o mandamento não teria eficácia).

Terceiro: Reforçando a obrigação individual para todo ca­tólico de pedir inscrição nas organizações fundamentais, o Epis- oopado mandou que as associações agregadas encaminhassem para elas individualmente seus membros. Logo, as CC. MM. de­em não só não se opor e permitir, mas encaminhar seus mem- os Para as organizações fundamentais da A. C. B.

onclusões claras, sobre as quais parece não haver dúvida.também está°rÇã°i das ^M ., como associações em face da A. C. “Art. 13° _ J. a Pelos Estatutos da A. C. B., e da seguinte maneira: Associações c t^r estabe,ec'da em todas as dioceses a Confederação das gerais da A c ♦ que por *,m un‘r e coordenar, para objetivos quais, sem nre' ’ todas as associações e obras católicas existentes, as iá considerada^1 Z° da Sua autonomia e atividades particulares, são desde

^ como associações ou obras aderentes da A. C. B ”.

Con$idera°daaS ^ como associações católicas, devem serParíe do mS COmo ass°ciações aderentes da A. C. B. Fazem “Na reunião3 h° °* lcla A. C. B., de acordo com o art. 19: Confederadas 3S 0r£amzaÇões fundamentais e das associações fcsociacõp* í ° nsiste o quadro oficial da A. C. B ”. Porém, como

No e r " d.erentes- ^ razão do art. 13. na “Estrela ,1' 5,oino bem escreveu o Rev. P. D a i n e s e S. }■

Uo Mar” de setembro último, as CC. MM. não per-

°*'cialmente 0!.ra a Qualquer autoridade eclesiástica, mas a due encarregada de organizar a A. C.

P ,s i Eclesiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 115

Page 23: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

116 Di done t , As Congregações Marianas e a A. C. R

tencem às organizações fundamentais da A. C. B ., nem sao or­ganizações fundamentais nem equivalentes delas, nem os con­gregados pertencem à A. C., só pelo fato de serem congregados marianos. As CC. MM. foram colocadas no quadro oficial da A. C. B. como associações auxiliares ou aderentes, não constituindo, portanto, A. C. formal e oficial.

Tomando por base as palavras “Sem prejuizo de sua auto­nomia e atividades particulares” do art. 13° dos Estatutos da A. C. B. e as palavras de P i o XI mandando as associações religio­sas encaminhar oportunamente para a A. C. seus membros (Carta de 30-3-1930), concluiu-se que a organização da A. C. “não de­verá nunca prejudicar a vida interna das associações ordinárias” (P. S a n t i ni , C. de A. C., pág. 170). Ou: “ . . . quem já per­tencesse a uma ou mais associações religiosas, e não se sentisse com forças de assumir novos compromissos, não tem nenhuma obrigação de abandonar as associações a que já pertence, para ingressar na A. C. Oficial” ( Idem, pág. 134; e compare-se com o que o mesmo autor diz, pág. 103-104) (nota 8 deste trabalho). Não nos parece de todo certa esta conclusão.

Se o encaminhamento dos congregados marianos (e assim dos membros de outras associações) para as organizações fun­damentais da A. C. B. só pudesse ser feito sob a c o n d i ç ã o de não ser prejudicada a vida interna das CC. MM. ou a vida mariana dos congregados (20 ), é lógico que o congregad o mariano sempre deveria preferir as reuniões, secções e acade­mias das CC. MM. às iniciativas e reuniões da A. C., se não pudesse fazer bem ambas as coisas, deveria preferir sempfc o que é aconselhado ao que é mandado, o secundário ao principal o auxiliar ao fundamental.

E por outro lado, se a A . C . “não deverá nunca p r e ju d ic a r a vida interna das associações ordinárias” (P . S a n t i n i , pág; 1 7 9 ; o grifo é nosso) é lógico também que a A . C . nunca poderá aceitar a inscrição de nenhum dos membros ativos das ditas associações, sobretudo os melhores, porque isto constituirá sem- pre a gum prejuizo para a vida interna das associações, se eenao pu er frequentar com a mesma assiduidade a dita aSS°~ ciaçao.

, f ^ e.Ce u.ma _inversão do espirito dos Estatutos da A. Ç. & das determinações pontifícias que fazem da A. C. a associaÇ*

Con8reSS0 Nac‘°nal de Diretores de Fe*»* r F e v m p ! n° R!0 de Jancir° em 30 e 31 de Janci« * Pe V a l t e r P° " ç d.e Vls,a foi defendido também pelo Re j.Maria. M a r ' a « * S. j. na supracitada conferência feita e»

Page 24: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

j.t3 Eclesiástica Brasileira, vai. 2, fase. 1, março 1942 117

- ne * c das CC. MM. auxiliares. E ’ claro que caberá à au- S r c o m p e t e n t e , ao encarregado de organizar a A. C. ajui- ° da obrigação d e cada um em particular e de sua aceitação

nas org a niz a çõe s fundamentais da A. C. B. E ’ evidente que não deverá^íer, nem terá interesse em prejudicar a vida interna das associações aderentes ou auxiliares, sobretudo as mais florescen­tes. E’ evidente que não deverá e nem quererá prejudicar a vida mariana dos congregados. E por isto é lógico que, aceitando nas fileiras da A. C . como militantes a todos os que julgar aptos, há de determinar a muitos, com o obrigação im posta pela mesma A. C., que permaneçam onde estão, mantendo florescentes as associações auxiliares.

0 mesmo acontece na convocação militar, em caso de guer­ra. Muitos são mobilizados nos seus postos civis para o bom êxito da própria mobilização bélica.

E’ possível que, sobretudo no início, quando ainda não há elementos suficientes para dirigir os diversos ramos e setores da A. C. em todas as paróquias, sejam aceitos alguns dos me­lhores elementos das associações ordinárias, e com isto em a/- guns lugares, momentaneamente, elas venham a sofrer algum prejuízo em sua vida interna.

Este mal, previsto certamente pela Hierarquia, foi julgado !n erior ao bem de uma melhor organização geral dos católicos rasileiros — para difusão e atuação dos princípios católicos

"a v,< a individual, familiar e social. E os católicos marianos, que, prov™250 ^a re2 ra 33, devem louvar o que a Igreja louva, re- d0$Var ° ?ue e a rePr°va e sentir como ela sente, deverão ser ^iera r, eiros a seci*ndar os desejos e executar as ordens da

interpreta ~ exPosto neste ponto, parece-nos que aParticulare /d° <<Sem PreÍuizo da sua autonomia e atividades fra çã o h a * ^ Possa ser mais acertada assim: “A Con- ciações ad ** Associações Católicas, na coordenação das asso- resPeitar-lherenteS para ° b jetivos gerais da A. C., deve não só ^bres ou e! 3 , autonomia, como também as atividades parti- dentro dos Peci*lcas> é» deve cuidar que cada associação fique ^idades n CUS es*a*ut°s, exerça sempre preferencialmente as i dir às Conf6 C.onstam de seus estatutos. Não deve, portanto, Sa °u qUe ranas que se entreguem ao apostolado da impren- Cd,to divino ass<r á aÇões de jornalistas se deem ao fomento do

Dara C‘ ^ ue’ enfim, não deixem as suas atividades es- C°nvém t * entreSarem a outras,

nnalmente, notar que:

Page 25: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

118 Di do ne t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

a) se em todas as paróquias do Brasil se organizassem ag0TQ CC. MM. para homens, senhoras, moços e moças, para operá­rios, jornalistas, professoras, etc., conforme resolução do l rt Con­gresso Nacional de Diretores de Federações Marianas deste ano e campanha intensa dos últimos anos”.

b) se, além disto, houvesse “paralelismo” e até identidade de natureza e finalidades entre as CC. MM. e a A. C., comose tenta provar;

c) se os congregados marianos nunca pudessem inscrever-se nas organizações fundamentais da A. C., se isto prejudicasse de qualquer forma a vida interna de sua associação ou a sua vida mariana,

que restaria então para as organizações fundamentais da A. C.? Seriam elas possíveis? Poderíam se tornar florescentes e operosas, como é o desejo ardente do Episcopado Brasileiro? E de que maneira poderia ser cumprido o mandamento do Epis­copado Brasileiro, aprovado pela Santa Sé? E os decretos do C. P. B. referentes à A. C. B .? Não parece que à força de se que­rer evitar o suposto perigo de que as organizações da A. C. B. absorvam as CC. MM., se vai cair no erro oposto? Seria justo que se prejudicasse a organização da A. C. B. pelo simples re­ceio de que as CC. MM. venham a sofrer com o desenvolvimento da mesma? O problema para a Igreja consiste em salvar, custe o que custar, as suas veteranas associações ou em bem organi­zar suas forças para enfrentar a época? ( M á r i o G. Rei s . art. citado).

Verificadas que, por acaso, fossem todas as condições acima, seria o caso de dizer-se que bem avisado andou P i o XI ao dirigir-se ao Episcopado Brasileiro em carta de 27 de outubro 1935: Seria logo um erro e dano gravíssimo se nas diocesese nas paróquias se instituíssem Associações visando quasi os mesmos fins da A. C., mas por nenhum vínculo unidas, e ajé completamente alheias, ou, o que seria peor, em deplorável luta com a mesma. Com efeito, as vantagens peculiares que dessas Associações proviessem a um limitado grupo, seriam radical- mente anuladas pelo gravíssimo prejuizo da dispersão, desa-nrpmpnf0 6 * té das energ>as católicas, energias queP h necessidade da nossa época exige sejam intimarne concordes e coligadas sob a direção da Hierarquia, como ao®* dissemos, em serviço da Igreja”.

Palavras que ele fez preceder destas outras: ■.irmã Na° V0S será’ por conseguinte, desagradavel, Veneráve irmãos, acrescentarmos aqui breves conselho! e normas, que n°s

Page 26: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

Kdesiástica Brasileira, vol. 2, fase. 1, março 1942 119

não só o conhecimento que tem os de vossas condições vivíssim o desejo de vos ver alcançar, também neste

C °no°Sconso!antes triunfos, como outrossim a nossa longa ex- cam?ncia que nos põe ante os olhos os m eios mais adequados J J J melhor sc conseguir este fim em cada N ação” (O grifo

é nOSSO) ^ Brasil não há paralelismo

Para demonstrar a inexistência do suposto “paralelismo'* entre as CC. MM. e a A. C., bastaria lembrar que a doutrina da A. C. foi corporificada no Brasil por uma lei positiva e oficial, dentro da qual não há absolutamente o paralelismo que poderia existir em outros países. Esta lei são os Estatutos da A. C. B. — que são os que nos devem orientar e aos quais temos obri­gação de nos submeter, enquanto o Episcopado não julgar ne­cessária nem oportuna qualquer modificação. Esta lei fixa cla- rissimamente a posição das CC. MM. em face da A. C., como bri­lhantemente o demonstrou em artigo recente, na “Estrela do Mar” de setembro último, o Rev. P. C e s a r D a i n e s e S. J., Diretor da Confederação Nacional das CC. MM., artigo admirá­vel em clareza e precisão, que pedimos vênia para dele transcre- ver a primeira parte:• Congregações Marianas foram, no Brasil, colocadas dentro do quadro oficial” da Ação Católica, no setor bem definido e bem delimi-

o em que se acham agrupadas as “Associações Auxiliares”, ou “ Ade­p to (Artigos 13 e 18).

ocsma^ASer°r n- ° * ParQlelo ao das “Organizações fundamentais” da ioaeinári ^ Não 0 separa dele apenas uma linha divisória invisível,

locaibaH puramenfe nominal. E \ pelo contrário, nitidamente circunscrito Wemiacõe* pÍano fnferior. As pessoas arregimentadas nas suas Prçanizacõí* f 0per t encem necessariamente à A. C.; enquanto que as individualmpnfflUndamenta‘s reunem nas suas fileiras somente os que deram

Portant ^ n0me a A. C. e nela foram explicitamente admitidas. OrganizacGes fno J * rasil> Congregações Marianas não pertencem àshis, nem eanh^t amenta*s da A. C., nem são organizações fundamen- í pel° fato h a entes detos, nem os Congregados pertencem à A. C. u ^ são HpSf,rem ÇonSregados Marianos. Os Estatutos Oficiais da *r 08 artiiroq clareza meridiana a respeito de tudo isto. E’ só

13» 17, 19 . . .uquxíiíqU* * nc°nfundivel dos Estatutos projetada sobre os em q u e e G erentes” dá um singular realce ao verdadeiro

lras exatas a nu Se devem t°mar, traçando ao mesmo tempo as fron- “Aiixiiiar’* ^ - Se es endem os conceitos correspondentes.

ü2’ designa O no caso' a “fundamental”. Fundamentai, por suaas qJ ua f Ucial * -formal da A. C„ o jardim fechado onde se

fifr? que constitiiadeS’ prerr°gativas, notas jurídicas e relações hier r- fléi*1Qrnente a Ar/7Cm e que assinalam o que se chama tecnicame oa * Óbidos irÇT S atónca- Neste setor é que são arregimentados os

'"dividuaimente como membros da A. C.

Page 27: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

As Associações Auxiliares são, portanto, forças coletivas que, sem constituírem a A. C. jormal e oficial c ao mesmo tempo sem serem ele- mentos completamente estranhos ã A. C., ajudam, colaboram, trabalham com as organizações bindamentais, sob a direção cia A. C. (Artigos 13, 14, 18), afim de, por este meio, aumentar e avolumar o rendimento da A.* C., uma vez que se canalizam assim todas as energias católicas para um determinado fim. Este fim abrange, na formula dos próprios Esta­tutos, os “objetivos gerais” da A. C. (Artigo 13), movimentos de grande envergadura, iniciativas de carater nacional, empreendimentos de vasta repercussão em que os interesses de Deus e da Igreja pedem a conju­gação de todos os esforços, a união de todas as vontades e a colabora­ção de todos os fiéis no intuito de se conseguir um resultado especifico. Nestes casos, é mais do que evidente que cabe às associações católicas confederadas o papel e a missão de tropas auxiliares dos esquadrões clássicos, oficiais, regulares e adextrados do “exército pacifico de Cristo Rei”. (Todos os grifos são nossos).

V. Proposições finais

Ao terminarmos este ensaio, fazemos as seguintes propo­sições :

1) A A. C. B. c o exército de Cristo Rei no Brasil organi­zado por ordem do Papa.

2) Por mandamento oficial do Episcopado Brasileiro, con­firmado por decretos conciliares aprovados pela Santa Sé, todos os párocos são obrigados a organizar a A. C. quanto antes nas suas paróquias; e por isso devem convocar os católicos leigos, com insistência, a se inscreverem nas organizações fundamentais da A. C. B.

3) Nenhum católico conciencioso poderá deixar de tomar em consideração este chamado oficial da Igreja c de ordinaria­mente apresentar-se à autoridade eclesiástica competente, que será, via de regra, o encarregado de organizar a A. C. na paró­quia ou na diocese.

4) A esta autoridade caberá dizer se o convocado é apto ou não, ou se deve ser “mobilizado” no posto que ocupa nas asso­ciações aderentes ou auxiliares.

5) As CC. MM. são excelentíssimas e comprovadas Escolas Marianas de formação de bons cristãos, piedosos e apostólicos

6) As CC. MM. são por isto aprovadas, louvadas e reco­mendadas pela Igreja, pelo Episcopado Nacional. A sua funda­ção, porém, não é determinada e ordenada por um mandamento especial, categórico e nacional como a das organizações funda­mentais da A. C. B. b

7) Os congregados como “bons cristãos” e de acordo com a esmerada formação que deve lhes ser dada em conformidade com suas regras, principalmente com a 33, devem ser os Pfí‘

120 Di d o n e t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

Page 28: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

'ry,i<:i líclcsiástkra Brasileira, vol. 2, fase. I, março 1942 121

, a atender à convocação oficial da Igreja e a se apresen- autoridades encarregadas de organizar a A. C. B.

8) Não há “paralelismo” entre as CC. MM. como tais, i. c, v,rH nssnciações, e a A. C. B. — como não o há entre uma Escoia Militar oficiosa e o Exército. Pode, sim, haver paralelismo tnÍre a vida dc um co n g reg a d o e a de um sócio da A. C., e até superioridade do primeiro sobre o segundo. Isto, porém, não o d*w>ohri n de atender ao chamado e de pedir sua inscrição no Exército Nacional de Cristo Rei.

D) O fato d c as CC. MM. terem recebido, em alguns países, uma especial investidura apostólica, oficial, que as identifica, na­queles p a íses , com a A. C., não quer dizer que aqui no Brasil, como em outros países, elas não possam e não devam permane­cer a s s o c ia ç õ e s auxiliares, como é desejo do Episcopado Brasi­leiro expresso nos Estatutos da A. C. B. aprovados pela Santa Sé Trazer aqui no Brasil, no meio mariano, o exemplo da A. C. alemã ou austríaca para, sem maiores explicações, provar que as CC. MM. são também A. C., é criar confusão.

10) As Federações e Confederações Marianas, nem mesmo pregando congregações de homens, senhoras, moços e moças, universitários, professores, operários, etc., em tod as as p a - rouuias do Brasil, não poderão substituir plenamente a A. C.

porque não são juridicamente estruturadas para o apostolado externo de grande envergadura, qual o está a exigir a organi- açao política e social dos povos hodiernos. E, se o pudessem, a

' naJ la. ^ nao teria criado as novas organizações da A. C., lá onde foi possível.

Cone - intensa campanha para a ereção generalizada de Qs bananas para todas as classes e idades, em todasdamem ^ T ^ .*>,ras' ’ na ^ora a ua^ eni que, cm razão do man-cnf£l a°Af ^ ^P,SC0Pari° ’ c]uer c se deve organizar quantoment0 m • 30 mesmo tempo que alguns influem no movi-Provar a nai!0 em °PosiÇào aos Estatutos da A. C. B. tentando CC. S[h\ e^ tência Pa ralelismo e até de identidade entre as nào deve 9* e dizendo que os congregados não precisam ouUma vez n SC lnsci[ever nas organizações fundamentais de A. C. interna de UG C° m ls*° PreÍudiquem sua vida mariana, ou a vida COrnPromis^Ua assoc,aÇã° e não estão obrigados a assumir novos além disso °S pl311 0 Í* os tenham em outras associações, e que tatutos da AS p lsPos sao üvres de orientar-se ou não pelos Es- Srayes mai * ^ ’ — parece ser uma das causas de muitos eJ,ente da a e^ ^ os que estão retardando a organização e i- °rÇ3s catíSi; ‘ e Provocando a dispersão e desagregaçao as

Cas, mal este considerado por P i o XI como gra

Page 29: As Congregações Marianas e a Ação Católica Brasileira As CCMM e a ACB.pdfas resnertm 6 Uma ass°ciação, não há fonte mais pura do que Para ^ re^ras ou estatutos. «correr

122 Di do ne t , As Congregações Marianas e a A. C. B.

vissimo prejuizo que anula as vantagens peculiares das ditas associações ordinárias.

12) Seria preciso não se dissesse que as CC. MM. são asso­ciações paralelas ou idênticas à A. C., pois com tal afirmativa, aliás infundada como vimos, pelo menos para o Brasil, necessá­ria e logicamente se criará nos congregados resistência a se inscreverem na A. C., apesar das determinações da Hierarquia, resistência esta que poderá vir a ser então de fato um serio problema, para o desenvolvimento da A. C. B.

13) A doutrina do paralelismo entre as CC. MM. e a A. C. parece ser um esforço doutrinário para assegurar a vitalidade das CC. MM. julgada em perigo com o advento e desenvolvimen­to das organizações fundamentais da A. C. B. Ela é, no entre­tanto, um instrumento de dois gumes: ao mesmo tempo que pre­tende defender as CC. MM. de uma possível absorpção, fere se­riamente a A. C., criando psicologicamente uma reação para com a A. C. no grande e excelente meio mariano. — Nega-se isso, dizendo que 90% , no Rio, e 100% , em Porto Alegre, dos elemen­tos da A. C. são marianos. Mas não se diz que esses 90% e 100% não chegam talvez a 20% dos marianos e nem qual o motivo por que os outros 80% não pedem inscrição na A. C. B.

14) Doutro lado, é preciso que nos meios da A. C. se re­conheça e afirme o grande e indiscutível valor das CC. MM. como escolas de formação e, por conseguinte, auxiliares de pri­meira ordem da A. C., e se reprovem e evitem absolutamente quaisquer palavras ou atitudes em seu desabono. Os deveres de acatamento e respeito, tanto na parte doutrinária como no ter­reno prático, são mútuos e correlativos.

15) Se as CC. MM., de acordo com as suas regras, se li­mitarem a formar bons cristãos, piedosos e apostólicos, que lou­vem o que a Igreja louva e reprovem o que ela reprova; e se, de acordo com o art. 17 dos Estatutos da A. C. B., encaminharem para esta seus membros, nas condições do art. 8o, serão, sem dúvida nenhuma, dos melhores seminários da A. C., e por isto mais do que nunca beneméritas, merecedoras do glorioso título de Escolas Militares do Exército de Cristo Rei.

16) Os organizadores da A. C. B. deverão ter o máximo interesse em manter florescentes essas Escolas Militares do Exér­cito de Cristo Rei, e, por isso, deverão dar a alguns sócios da A. C. B., sobretudo se forem figuras de destaque nas CC. MM-> o encargo oficial de exercerem sua atividade nesse setor, dispen­sando-os de outros encargos, afim de permitir a vitalidade des­sas associações, utilíssimas auxiliares da A. C. B.