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Anais do III ERECAD - ARTIGOS CIENTÍFICOS - ISBN: 978-85-5722-007-2 - 19 - AS GERAÇÕES X & Y E A ECONOMIA COMPARTILHADA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PARA FOMENTAR O DESENVOLVIMENTO REGIONAL COM ESSE NOVO MODELO ECONÔMICO Alysson Douglas Lira da Silva 1 Guilherme Henrique Santos Bezerra 2 Gustavo de Lira Santos 3 Jéssica Martins Gama 4 Ronaldo Teles de Melo Carvalho 5 RESUMO Com a economia tradicional em crise, surgem novos tipos de economia ao redor do mundo, buscando novas relações de emprego e novos métodos de ganhar dinheiro, a Economia Criativa e a Economia compartilhada, são exemplos dessa mudança. O grande atrativo da Economia Compartilhada, está em pagar para usar algo de acordo com sua necessidade. Pensando nessa nova economia e como as Gerações X & Y se identificam com ela, surgiu a intenção de pontuar como uma Instituição de ensino superior pode fomentar entre seus alunos a Economia Compartilhada e proporcionar o desenvolvimento regional. As metodologias aplicadas, foram pesquisa exploratória, bibliográfica e a apresentação de um Projeto de Intervenção com as propostas sugeridas. São três propostas apresentadas a AESGA, para do desenvolvimento da Economia Compartilhada: A inauguração de um espaço de Coworking, criação de uma loja colaborativa e o início do projeto Padrinho Empreendedor. Essas três ações ajudariam a fomentar a Economia Compartilhada, não só dentro da Instituição, mas atingindo, também, o público que está fora dos muros dela, além de proporcionar uma experiência de aprendizado aos alunos. PALAVRAS CHAVES: AS Gerações, Economia Compartilhada, Empreendedorismo e Desenvolvimento Local 1 Bacharelando do 1º período do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo (FAGA/AESGA). Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW. 2 Bacharelando do 5º período do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo (FAGA/AESGA). Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW. 3 Mestre em Letras (UFPB). Especialista em Gestão Pública Municipal (UFRPE). Especialista em Lazer (UFMG). Bacharel em Turismo (UNICAP). Bacharelando do 1º período do curso de Administração (UNOPAR). Coordenador e Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW. 4 Bacharelanda do 5º período do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo (FAGA/AESGA). Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW. 5 Bacharelando do 1º período do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo (FAGA/AESGA). Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW.

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AS GERAÇÕES X & Y E A ECONOMIA COMPARTILHADA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

PARA FOMENTAR O DESENVOLVIMENTO REGIONAL COM ESSE NOVO MODELO ECONÔMICO

Alysson Douglas Lira da Silva1

Guilherme Henrique Santos Bezerra2 Gustavo de Lira Santos3

Jéssica Martins Gama4 Ronaldo Teles de Melo Carvalho5

RESUMO

Com a economia tradicional em crise, surgem novos tipos de economia ao

redor do mundo, buscando novas relações de emprego e novos métodos de ganhar dinheiro, a Economia Criativa e a Economia compartilhada, são exemplos dessa mudança. O grande atrativo da Economia Compartilhada, está em pagar para usar algo de acordo com sua necessidade. Pensando nessa nova economia e como as Gerações X & Y se identificam com ela, surgiu a intenção de pontuar como uma Instituição de ensino superior pode fomentar entre seus alunos a Economia Compartilhada e proporcionar o desenvolvimento regional. As metodologias aplicadas, foram pesquisa exploratória, bibliográfica e a apresentação de um Projeto de Intervenção com as propostas sugeridas. São três propostas apresentadas a AESGA, para do desenvolvimento da Economia Compartilhada: A inauguração de um espaço de Coworking, criação de uma loja colaborativa e o início do projeto Padrinho Empreendedor. Essas três ações ajudariam a fomentar a Economia Compartilhada, não só dentro da Instituição, mas atingindo, também, o público que está fora dos muros dela, além de proporcionar uma experiência de aprendizado aos alunos. PALAVRAS CHAVES: AS Gerações, Economia Compartilhada, Empreendedorismo e Desenvolvimento Local

1Bacharelando do 1º período do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo

(FAGA/AESGA). Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW. 2Bacharelando do 5º período do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo (FAGA/AESGA). Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW. 3Mestre em Letras (UFPB). Especialista em Gestão Pública Municipal (UFRPE). Especialista em Lazer (UFMG). Bacharel em Turismo (UNICAP). Bacharelando do 1º período do curso de Administração (UNOPAR). Coordenador e Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW. 4Bacharelanda do 5º período do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo (FAGA/AESGA). Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW. 5Bacharelando do 1º período do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo (FAGA/AESGA). Pesquisador do Laboratório de Pesquisa Administração em FLOW.

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LA ECONOMÍA COMPARTIDA Y LAS GENERACIONES X & Y: UNA PROPUESTA DE INTERVENCIÓN EN UNA INSTITUCIÓN DE EDUCACIÓN

SUPERIOR PARA FOMENTAR EL DESARROLLO REGIONAL A TRAVÉS DE UN NUEVO PARADIGMA ECONÓMICO

Resumen Con la crisis de la economía tradicional, surgen nuevos modelos para la economía en el mundo, en la búsqueda de nuevas relaciones laborales y de nuevos métodos rentables. La Economía Creativa y la Economía Compartida son ejemplos de esos cambios. El gran atractivo de la Economía Compartida es pagar solo por el uso de lo que se necesita. Desde este modelo económico y la identificación de las generaciones X & Y con él, surge el deseo de señalar cómo una Institución de educación superior fomenta entre sus alumnos la Economía Compartida, proporcionando el desarrollo regional. Las metodologías de investigación son la exploratoria y la documental. También hay la presentación de un proyecto a la AESGA, con tres propuestas de intervención basadas en la Economía Compartida: la inauguración de un espacio de Coworking, una tienda colaborativa y el inicio del proyecto “Padrinho Empreendedor”. Estas tres acciones, además de proporcionar una experiencia de aprendizaje a los alumnos, van a contribuir para la Economía Compartida dentro de la Institución y fuera de ella, alcanzando al público externo. Palabras clave: Generaciones. Economía Compartida. ‘Empreendedor’. Desarrollo Regional. 1. Introdução

Na atualidade a posse de um bem, começa a deixar de ser um fim em si,

e vai se solidificando um novo estilo de vida, a vida como serviço. A experiência passa a ser o foco do consumo. É possível ter um carro de luxo apenas por algumas horas, sem precisar pagar, trocar de bicicleta toda semana, sem se preocupar onde guardar, passar as férias em um iate, sem despesas do píer,ou alugar um objeto que você precise para um único serviço. Nesse tipo de negociação, o papel do fornecedor é exercido por igual, pelos indivíduos, pessoas comuns que querem fazer uma renda extra, com a furadeira que usa uma vez por ano ou mesmo ter a sua renda principal, alugando um quarto vago, ou uma casa, no Airbnb.

Nesse novo cenário a posse começa a se tornar obsoleta, e a tendência, aponta, que serão vendidos menos carros, bicicletas e apartamentos, por exemplo. "A economia compartilhada está alinhada ao propósito de sustentabilidade", defende Foster (2016), isso porque “o modelo transforma os excessos, algo historicamente considerado lixo, na base de um sistema de transação de valores”. Gansky (2011, p. 23) completa "No modelo tradicional, nós produzimos, vendemos e eventualmente nos desfazemos de algo. Nesse novo formato, aquela primeira e única transação dá lugar a muitas outras".

Analisando como as Gerações X & Y se identificam com essa nova economia, e sabendo da linha de formação em Empreendedorismo do curso de Administração da Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns – doravante AESGA - surgiu a intenção de apresentar como uma Instituição de Ensino Superior (IES) pode fomentar entre seus alunos a Economia Compartilhada e proporcionar o desenvolvimento regional.

A pesquisa visa mostrar como docentes e discentes da Instituição podem se unir para desenvolver o Empreendedorismo local e propagar o conceito da Economia Compartilhada na região.

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Com as mudanças na economia atual, e no cenário Brasileiro, onde a crise econômica ganhou força, as pessoas, em especial os jovens buscam novos meios de fazer dinheiro, que não a busca do emprego formal, isso vem gerando novos tipos de empreendimentos. As pessoas das gerações X & Y muito além do dinheiro que vão conseguir, ao entrarem em algum projeto buscam uma causa, um propósito, são por natureza serem engajados.

E é papel da Universidade, contribuir para formação profissional do seu aluno, e além disso, conseguir colaborar na formação pessoal, daquele futuro profissional. E as atividades de ensino, pesquisa e extensão, promovidas fora da sala de aula são itens fundamentais para esse propósito.

A relevância desse estudo aparece quando a IES, junto com seu corpo docente conseguem mostrar a seus alunos que entendem suas necessidades e desejos muito além dos conhecimentos teóricos e acompanham a evolução e as transformações das gerações e da sociedade. Ou seja, se apresenta fiéis aos ensinamentos acadêmicos e teóricos, que precisam serem repassados, mas que não ficou estagnada no tempo e nem se fechou dentro dos seus próprios muros.

É necessário que uma Faculdade de Administração, na qual seu curso tem a ênfase em Empreendedorismo, consiga promover para seu alunado uma experiência prática de como Empreender e, também, possa dar suporte a ele no início do seu negócio, assim como entenda a sua importância para o desenvolvimento sustentável da cidade e região onde está inserida e atue para cooperar com o surgimento e crescimento de pequenos e médios empreendimentos.

Essa proposta de intervenção visa contribuir para o bem maior coletivo, de todos os envolvidos nas ações: AESGA, professores, alunos e comunidade em geral. A AESGA podendo contribuir, ainda mais, com o desenvolvimento da região, os professores que terão a chance de manterem atualizados e conectados com as novidades do mercado de trabalho, os alunos, que receberão algo além do esperado na sua formação profissional, aumentarão seus networking e podem se tornar cidadãos mais conscientes e colaborativos e a comunidade, empreendedores formais ou não, individuais, pequenas ou médios empresários que ganharão uma consultoria, de baixo custo, para alavancar seus negócios.

Tendo esses argumentos como motes para a nossa pesquisa e com intenção de alcançarmos nosso objetivo geral, traçamos dois objetivos específicos: Descrever o que é a economia compartilhada e como as gerações X & Y se identificam com ela e apontar como uma IES deve ajudar o desenvolvimento local e dos alunos através das atividades de extensão

A partir de pesquisas bibliográficas serão apresentados breves conceitos das gerações X e Y, da economia compartilhada, além de definir o empreendedorismo e o empreendedorismo local, finalizando com três propostas que a AESGA pode colocar em prática para este projeto.

2. Geração X e Y

A geração X consiste em ser composta por pessoas nascidas entre 1965 à 1979, pessoas que vivenciaram momentos importantes da história, como a Guerra Fria, Queda do Muro de Berlim, uma época de grandes estadistas. São pessoas mais céticas e que não acreditam com facilidade nos meios de comunicação e nos marketings convencionais.

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Pela primeira vez na história do mercado de trabalho, as organizações estão acolhendo pessoas cujas idades cobrem um espectro de mais de 40 anos. Essa tendência vai aumentar na próxima década, devido ao necessário prolongamento dos anos de trabalho motivado pela escassez de profissionais (GEAP, 2010).

A geração X vem ganhando destaque no mercado de trabalho pela sua

maturidade e disponibilidade, pois funcionários experientes raramente se atrasam ou faltam ao trabalho, tendo uma maior facilidade para trabalhar em equipe e possuem perfil para supervisão e/ou chefia.

No mundo empresarial, a geração X representa ter habilidades, estilos e valores diferentes, pois estão cheios de energias, economicamente ativos e atuantes no mercado de trabalho. Muitas empresas procuram por profissionais “maduros”, devido à possibilidade de recomeçar e se reinventar, porém é essencial que estejam sempre atualizados.

Entretanto, uma nova geração está ganhando cada vez mais espaço no mercado, a geração Y:

A geração Y, também chamada de Geração Millenium, ou Geração Internet, é composta por jovens nascidos entre 1980 a 2000 e que hoje possuem entre 13 a 32 anos, não conheceram o mundo sem o computador, vivem conectados, são bastante informados, talentosos e criativos. (BRANCO, 2013, p. 40).

Os integrantes da geração Y gostam de receber altos salários, querem

fazer um trabalho de valor significativo, fazer a diferença e ter um papel importante dentro da empresa. Eles estão cada vez mais ingressando no mercado de trabalho, trazendo para as organizações uma filosofia profissional totalmente diferente das gerações anteriores, que vem se fortalecendo cada vez mais com a entrada de jovens da Geração Y exigindo mudanças na cultura corporativa.

Devido a uma educação mais flexível que tiveram e as mudanças tecnológicas, culturais, sociais e políticas que viveram, fez com que esta geração criasse uma ética própria, valores próprios e uma forma diferente de perceber e lidar com o mundo das gerações anteriores.

2.1 Economia compartilhada

Economia Compartilhada (do inglês SharingEconomy) é a prática de dividir o uso ou a compra de serviços facilitada, principalmente, por aplicativos que possibilitam uma maior interação entre as pessoas. “O fato das pessoas estarem conectadas e poderem ‘criar’ serviços visando lucro ou não altera muitos dos paradigmas econômicos — e nos desafia também a entender como será a economia nos próximos anos”, diz Carvajal (2015). Segundo ele, a “Economia Compartilhada é o resultado da busca pela solução de problemas como a escassez de recursos frente ao aumento crescente do consumo em todo planeta”. Já Fernandes (2016), diz que a

Economia Compartilhada nada mais é do que o velho conceito de emprestar coisas e compartilhar custos, algo que as pessoas fazem há milhares de anos. Isso não é novo nem para as pessoas nem para as empresas. No mundo empresarial, há centenas de anos os custos de uma empreitada são compartilhados por meio da união de duas ou mais companhias nas tão

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conhecidas joint ventures, visando redução de gastos e aumento de lucros, a diferença entre passado e presente está na atual tecnologia da informação e nas redes sociais, que deram uma nova roupagem para o conceito, antes da comunicação digital, ficávamos restritos a compartilhar custos com nosso círculo mais próximo de amigos e conhecidos. Hoje, o mundo é o limite. Podemos dividir o custo de uma viagem de carro com pessoas que nunca vimos antes, ou emprestar nossas casas para pessoas do outro lado do planeta.

Segundo alguns economistas o mercado mundial chegou a um limite,

declarando que o modelo hiper consumista em vigência não é mais sustentável. Diante disso, a economia compartilhada surge como uma alternativa ao modelo tradicional de consumo, sendo alguns fatores fundamentais para a condução desse novo modelo econômico: a recessão global, as tecnologias acessíveis, as preocupações ambientais e a redefinição do sentido de comunidade. É a ideia de pertencimento e engajamento, as gerações X e Y entendem que, de alguma forma, todos estão interligados.

Krupinsk (2014) aponta que a Economia Compartilhada é fruto da união de três pontos de sucesso que fazem o conceito cada vez mais atrativo a partir da evolução ampla da sociedade: Social, com destaque para o aumento da densidade populacional, avanço para a Sustentabilidade, desejo de comunidade e abordagem mais altruísta; Econômico, focado em monetização do estoque em excesso ou ocioso, aumento da flexibilidade financeira, preferência por acesso ao invés de aquisição, e abundância de capital de risco; e tecnológico, beneficiado pelas redes sociais, dispositivos e plataformas móveis, além de sistemas de pagamento.

Ressaltando a aplicabilidade da economia compartilhada, Botsman (2016), relata que, ela contempla três possíveis tipos de sistemas:

1. Mercados de redistribuição: ocorre quando um item usado passa de um local onde ele não é mais necessário para onde ele é. Baseia-se no princípio do “reduza, re-use, recicle, repare e redistribua”;

2. Lifestyles colaborativos: baseia-se no compartilhamento de recursos, tais como dinheiro, habilidades e tempo;

3. Sistemas de produtos e serviços: ocorre quando o consumidor paga pelo benefício do produto e não pelo produto em si. Tem como base o princípio de que aquilo que precisamos não é um CD e sim a música que toca nele, o que precisamos é um buraco na parede e não uma furadeira, e se aplica a praticamente qualquer bem.

Essa relação de dependência, de breve necessidade ou de buscar, apenas, o benefício do produto ou serviço, que promove a relação entre desconhecidos, sendo comercial e ao mesmo tempo pessoal, em que consumidor e fornecedor se confundem, é a base da chamada economia compartilhada.

O desenvolvimento dessa nova economia está apenas no começo, mas para especialistas, é um caminho sem volta, até mesmo as corporações tradicionais devem seguir a tendência e passem a oferecer serviços compartilhados, como afirma Dowbor (2015)"Estamos aproveitando no máximo 5% do potencial desse processo, mas ele deve se generalizar. O processo colaborativo vai se inserir, aproveitando as áreas que funcionam melhor na base da colaboração".

Para se ter uma ideia Germano (2016) traz dado de uma pesquisa feita pela consultoria multinacional Price water house Coopersonde

prevê que a economia compartilhada movimente em 2025, no mundo todo, algo em torno de US$ 335 bilhões – o PIB da Dinamarca. Serão milhões

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compartilhando roupas, joias, jantares, vagas para estacionar, residências, carros, bicicletas, aulas de inglês, de violão, de teatro.

Isso mostra a força que essa Economia terá em médio prazo, mas que

suas bases já estão sendo desenvolvidas agora, nesse momento, por isso a importância de compreendê-la e entender como ela pode mudar o mundo e a relação que existe entre as pessoas. 2.2 Empreendedorismo

O empreendedorismo tem sido um dos temas mais discutidos atualmente.

Muito se ouve falar sobre as ferramentas administrativas que direciona este percurso, entre elas estão a capacidade empreender, que segundo alguns autores é uma característica vinculada ao desenvolvimento de estratégias que possam acelerar e assegurar o fluxo das negociações comerciais. De acordo com Dornelas (2008, p. 22), “este fenômeno ocorre pelo envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam a transformação de ideias em oportunidades”. Estas condições são garantidas por meio de um trabalho coletivo, que permite o florescimento de ideias que atendam as dinâmicas situações vivenciadas nas organizações. Para melhor estruturar esta análise, Dornelas (2008, p. 01) diz que:

O conceito de empreendedorismo tem sido difundido no Brasil, nos últimos anos,intensificando-se no final da década de 1990. No caso brasileiro, a preocupação com a criação de pequenas empresas duradouras e a necessidade de diminuição das altas taxas de mortalidade desses empreendimentos são, sem duvidas, motivos para a popularidade do termo empreendedorismo, que tem recebido especial atenção por parte do governo e de entidades da classe.

O principal interesse do empreendedor é que sua empresa possa

encontrar um ambiente estável, que resulte no aumento da demanda dos produtos ou serviços ofertados. Iniciativas que ocorrem via excelência da administração e dos recursos disponíveis, considerando que estes fatores podem refletir nas condições de competência, concorrência, qualidade e previsibilidade de retorno, funções atípicas de agentes que visam alcançar a diferenciação da empresa em relação aos seus concorrentes, prestando assistência devida aos seus clientes e colaboradores, buscando sempre acompanhar o ritmo e demanda do mercado.

O empreendedorismo vem crescendo muito nos últimos anos, com um novo conceito de startups sendo criadas em todo momento, esses novos empreendedores têm ajuda de investimento no negócio inicial, por exemplo, incubadoras de empresas, aceleradoras e investimento anjo, cada um deles tem um impacto muito grande no crescimento de um startup.

Podemos citar alguns startups de sucesso, como o Uber que hoje é a maior empresa de taxi sem ao menos ter um taxi e o Nu Bank uma administradora de cartão de crédito que vem tendo um crescimento enorme nos últimos anos.

A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades, além da preocupação com a melhoria do produto, por isso o empreendedorismo tem um papel muito importante no desenvolvimento econômico e social de um país.

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2.3 Empreendedorismo local

O Empreendedorismo está relacionado às ações realizadas pelo Empreendedor, como idealizar, coordenar, realizar projetos, serviços, negócios e se arriscar, desde que seja um risco planejado. O empreendedorismo local tem a característica de descentralização criativa de um mercado econômico, onde empreendedores buscam enxergar em um determinado lugar, oportunidades para implementar seus serviços/produtos, impactando positivamente na economia local, pois gera renda e emprego para as pessoas da região.

O Brasil, especificamente junto a outros países, enfrente problemas sociais sérios, como desemprego, má distribuição de renda, etc. E o desenvolvimento local pode ser uma forte ferramenta para enfrentar esses problemas, gerando uma região competitiva, aumentando a geração de empregos, fortalecendo a economia local e melhorando a qualidade de vida aos que vivem neste ambiente.

Antes de qualquer investimento, é preciso considerar a variável cultura, não é fácil adaptar um negócio a um certo lugar, tudo que ali existi, pode ser uma ameaça ao sucesso, como também, pode sim, claro, ser uma alavanca, sabendo administrar ao ambiente em que será inserido, ou até mesmo já nascer seu negócio para aquela região, tende a ser necessário, pois, a força básica de qualquer lugar, está associada as pessoas que nela vivem e da interação cultural que entre elas existe, pensando assim, pode-se chegar a uma linguagem ordinária dentro do ambiente, ficando mais acessível a obtenção da sinergia produzida pelos nativos.

Os Empreendedores neste contexto se tornam a peça principal, eles, os inovadores e competentes a se adaptarem as mudanças, podem liderar e coordenar um crescimento econômico regional, como apresentam Martinez e Oliveira (2013, apud BRITTO; WEVER, 2003, p.22):

Criatividade e inovação: empreendedores conseguem identificar oportunidades, grandes ou pequenas onde ninguém mais consegue notar; Habilidade ao aplicar esta criatividade: eles conseguem direcionar esforços num único objetivo; Força de vontade e fé: eles acreditam fervorosamente em sua habilidade de mudar o modo como as coisas são feitas e têm força de vontade e paixão para alcançar o sucesso; Foco na geração de valor: eles desejam fazer as coisas da melhor maneira possível, do modo mais rápido e mais barato; Correr riscos: quebrando regras, encurtando distâncias e assumindo riscos calculados.

Então, o Empreendedor está relacionado fortemente ao processo de

desenvolvimento local ou empreendedorismo local, devendo existir incentivo para a geração e valorização destes nos sistemas locais, desempenhando com isso, um método eficaz para o desenvolvimento de uma região. 2.4 O desenvolvimento local e o papel da Universidade

A base do desenvolvimento regional não está somente no contexto

econômico, mas também no contexto sociocultural, em que são fundamentais os valores e as instituições criadas pela sociedade. Dessa forma, entende-se que tanto o crescimento como o desenvolvimento econômico dependem de fontes como as economias externas, a educação, o capital humano e o capital social (VALENTIM, 2003).

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Nesse sentido, as IES são atores fundamentais para o desenvolvimento local/regional. Para Carvalho (2008), as universidades devem fornecer uma formação crítica, criativa e emancipatória em que forme cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, seus deveres e seus direitos, que interfira no desenvolvimento socioeconômico de sua região almejando o progresso social, além de serem capazes de inovar e acompanhar as necessidades locais.

Segundo Goebel e Miura (2004), a universidade deve deixar de se isolar no desenvolvimento de seus projetos educacionais e pesquisa, e passar a interagir e criar vínculos com as questões socioeconômicas do contexto que faz parte, através de mecanismos que facilitem a relação e a cooperação entre a universidade, o meio empresarial e a sociedade, podendo ser feito através de laboratórios, consultorias, assessorias, planejamento e desenvolvimento, extensões entre outras atividades.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394/96 – (1996) prevê em seu artigo 43 que a educação superior tem por finalidade:

I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.

Neste contexto, cabe ressaltar que em relação ao papel e a

responsabilidade social da Universidade, ainda conforme De Paula (2007, p. 10),

Trata-se, enfim, de reconhecer que o desenvolvimento que se impõe buscar tem como pressuposto básico um conjunto de reformas que efetivamente distribuam a renda, a riqueza, o poder e a informação. Neste processo, são claros os limites do papel da universidade. Contudo, ainda que limitado, o papel da Universidade é impostergável. A Universidade, pela amplitude de sua visão, pelo espírito crítico que deve nortear a sua ação, por sua independência e autonomia, por sua competência e credibilidade, tem papel importante na construção deste novo conceito de desenvolvimento.

Portanto uma Instituição de Ensino Superior precisa oferecer atividades

de extensão, não só visando à formação profissional dos seus discentes, mas que essas ações consigam atingir as pessoas fora dos muros dela e ajuda a comunidade local com acesso a informação, conhecimento e cidadania e assim buscando contribuir, também, na formação pessoal dos alunos.

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3. METODOLOGIA

Os meios de pesquisa para a construção deste artigo foram pesquisas: exploratória, bibliográfica e finalizando com um Projeto de Intervenção. Pesquisa exploratória, segundo Gil (2009), proporciona ao pesquisador aproximação com o assunto, para que o mesmo torne-se mais claro diante do tema a ser pesquisado, ou seja, faz com que o pesquisador se familiarize com o assunto. Para Martins (2007,p.38) “trata-se de abordagem adotada para a busca de maiores informações sobre determinado assunto. Possui um planejamento flexível e é indicado quando se tem pouco conhecimento do assunto.Tema finalidade de formular problemas e hipótese para estudos posteriores”.

Segundo Gil (2009) a pesquisa bibliográfica é realizada através de material já publicado como, por exemplo: em sites, livros, artigos científicos, revistas. Lakatos (2009, p. 43-44) conceitua pesquisa bibliográfica: “trata-se de levantamento de toda bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Sua finalidade é colocar a pesquisa em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto”.

A pesquisa se deu, por meio exploratório, para que entendêssemos o tema e como ele poderia ser aplicado na realidade da AESGA, analisando sua estrutura e seu corpo discente, depois por meio de pesquisa bibliográfica com levantamento de publicações, especialmente de artigos sobre as temáticas abordadas, metodologia utilizada pelas diversas áreas do conhecimento, e, que possa responder de forma coerente aos fundamentos teóricos, complementada por uma análise dos conteúdos pesquisados.

Depois das duas fases iniciais construímos um Projeto de Intervenção. Projeto é um instrumento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados (MAXIMINIANO, 2002). Um Projeto surge em resposta a um problema concreto, daí afirmar que a elaboração de um projeto objetiva, antes de mais nada, contribuir para a solução de problemas, transformando ideias em ações(ROBBINS, 2007).

Conforme Cordone Jr. (2013) o Projeto possui um caráter concreto, prático e objetivo diferente do que seria uma pesquisa teórica, que pode apresentar soluções para problemas estudados, mas não especifica como as ações selecionadas devem ser implantadas. Comparativamente à pesquisa científica, há duas categorias de Projeto: os de Intervenção e os de Investigação. Os de Intervenção são aqueles que irão orientar uma mudança ou transformação em uma dada realidade, seja na estrutura ou no processo, enquanto os de Investigação têm caráter científico e buscam conhecer algo da realidade, sem a preocupação precípua de desenvolver um plano de ação para agir sobre a realidade detectada (VALERIANO, 2008). No caso da nossa pesquisa, optamos pelo Projeto de Intervenção.

O Projeto de Intervenção, como o próprio título alude, fundamenta-se nos pressupostos da pesquisa-ação que, de acordo com Thiollent (2005), envolve a presença efetiva de uma ação por parte das pessoas ou grupos implicados no problema proposto como alvo de intervenção. Nesse tipo de pesquisa, conforme explica o autor, os pesquisadores desempenham um papel ativo na resolução dos problemas identificados, no acompanhamento e na avaliação das ações desenvolvidas para sua realização. Nossa proposta é que os pesquisadores do

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nosso laboratório de pesquisa coloquem em prática as ações propostas nesse estudo. 4. Coworking

Dentro do conceito de economia compartilhada surgem também novos modelos de trabalho coletivo como o coworking, que Amaral (2016) baseia no “compartilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo pessoas que não trabalham necessariamente na mesma área de atuação, podendo atrair até mesmo profissionais liberais e usuários independentes”.

O coworking oferece inúmeras vantagens aos usuários, que muitas vezes recorrem ao modelo como uma alternativa aos cafés e ao isolamento dos home offices. Além de promover a expansão da network das pessoas, os espaços de coworking, também conhecidos como escritórios virtuais, ajudam empresas e profissionais liberais a reduzir custos, já que o foco da utilização do espaço não é propriamente o lucro do locador, mas sim o relacionamento entre os clientes.

A economia compartilhada é uma tendência global que possui novos valores: o “possuir” passa a ser substituído pelo “usufruir”, possibilitando a manutenção do padrão de vida mesmo diante das dificuldades econômicas do mundo. Enquadrando o coworking como ramificação do conceito de economia compartilha, percebe-se que a consolidação dessa nova cultura de trabalho está atrelada diretamente à aceitação da nova forma de capitalismo, que embora seja recente, já está mudando a forma com que nos relacionamos com a cadeia de produção, os próprios produtos e as pessoas.

4.1 Proposta de intervenção 4.1.1 Coworking na AESGA

Visando promover o incremento dessa nova forma de trabalho, onde o

autônomo não se preocupa em ter o seu escritório e sim um espaço onde possam produzir, eventualmente ter reuniões com clientes, mas especialmente busca aumentar seu networking, compartilhar ideias e trocar experiências com as pessoas que trabalham ao seu redor para alcançarem o sucesso.

O Coworking AESGA visa acompanhar uma tendência mundial para um novo padrão de trabalho, o objetivo é proporcionar um espaço inspirador onde o escritório é um ambiente inovador e, principalmente colaborativo, que reúna pessoas de diferentes áreas de atuação que buscam fugir do isolamento, sejam empreendedores, startups e/ou empresas que juntas se tornam mais fortes do que sozinhas.

A sugestão é usar espaços pouco ou subutilizados na AESGA, para serem transformando em um ambiente mobiliado com várias estações de trabalho com acesso à internet e estacionamento, oferecendo esses espaços a partir de R$ 7 a hora, além de aluguel de salas de reunião.

Os benefícios para os alunos advêm do gerenciamento e controle desse espaço seria feita por eles, vivenda a experiência de gerir uma empresa e tê-la que fazê-la ser sustentável, crescer e desenvolver. Além de ampliar seu networking ao entrar em contato com os profissionais que frequentariam o Coworking AESGA.

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4.1.2 Loja colaborativa Vários produtos e/ou serviços dividindo o mesmo espaço e organizado em

caixas. Assim, são as lojas colaborativas - um meio mais rentável para venda de produtos personalizados e exclusivos. De acordo com o SEBRAE (2014. P.2):

O conceito de “Loja Colaborativa” surge na Europa, em Barcelona e Amsterdã. Foi trazido para o Brasil, em 2008, pela Loja Endossa, na Capital Paulista por brasileiros que resolveram apostar na ideia. Em menos de três anos, as lojas coletivas começaram a se popularizar em todo o país. O motivo disso é que investir neste negócio, traz a praticidade de um shopping, com um custo bem menor. Além de se tornar um local prático, onde os clientes encontram o que precisam em um único espaço.

O acesso igualitário a Loja colaborativa passa pela ideia de que qualquer

pessoa pode vender e a curadoria do mix de produtos é feita pelo público, ou seja, cada compra é validação da qualidade dos produtos, impacta a renovação no mix de produtos e assim os consumidores decidem quais empreendedores permanecem na loja e a curadoria da loja, acaba sendo feita pelas escolhas do público.Todos os produtos estão em constante renovação, graças às ideias de quem vende e às escolhas de quem compra.

Portanto a segunda sugestão para fomentar a Economia Compartilhada entre os alunos é criar uma loja colaborativa na entrada da AESGA, com pelo menos 10 boxes, inicialmente, onde todos os alunos que vendam qualquer produto ou serviço, independentemente de ser empreendedor formalizado ou não, podem concorrer para ter uma das caixas, sem precisar pagar um aluguel por isso. A contrapartida do aluno se dá por um turno de trabalho semanal, na loja, para controle das vendas e acordo do cumprimento da meta de vendas.

Para os alunos é uma excelente oportunidade de ter a chance de testar a aceitação do público com baixo investimento e sem a necessidade de estar constantemente presente no local, a modalidade colaborativa pode dar início aos negócios nessa perspectiva, após a consolidação e o amadurecimento da marca, e da formação do público consumidor, o aluno pode partir para ter uma loja própria. E para a instituição mais uma oportunidade de desenvolver o empreendedorismo dos pequenos produtores locais.

Quadro 1: Comparativo entre Loja própria e Loja Colaborativa:

FATORES LOJA PRÓPRIA LOJA COLABORATIVA

ALUGUEL Custo de locação de espaços está cada vez mais elevado

Baixo custo, com apenas um box dentro de uma loja

PONTO Investimento alto para conseguir um bom ponto comercial

Grande circulação de pessoas, público alvo, sem custo para os participantes.

MANUTENÇÃO Além do aluguel, existem custos, como água, luz, internet, iptu e outros

Manutenção da customização do box

FUNCIONÁRIOS Necessidade de contratação Cada participante ficará na loja um turno por semana, sem necessidade de funcionário

ROTINA Gerenciar a loja, comercializar e produzir peças.

Ao “terceirizar” o atendimento e a comercialização dos produtos

DIVULGAÇÃO Necessidade de investir na promoção da loja

Divulgação é feita por todos os participantes com apoio da AESGA

Fonte: Dos autores, 2016

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4.1.3 Projeto de extensão Padrinho do Pequeno Empreendedor

Nessa proposta, sugerimos que não seja uma ação esporádica, e sim criado

um projeto de extensão universitário, continuo, onde os discentes do curso de Administração com Ênfase em Empreendedorismo, orientados e supervisionados pelos professores do curso, formados em Administração, fiquem à disposição da sociedade para prestar auxílio a empreendedores individuais e micro e pequenos empresários de Garanhuns e região.

A ideia é que funcione como um núcleo de consultoria, gratuito, para todos que procurassem essa ajuda com intuito de equilibrar as contas da empresa ou ampliar seu negócio. Os alunos fariam análise dos balanços e visitas às empresas, quando necessário, para que pudessem elaborar a matriz SWOT e um plano de ação para o empreendimento.

O aluno teria a vivência prática da Administração de empresas, precisando fazer estudos e se adaptando a diversos cenários diferentes, o professor estaria em constante contato com o mercado atual e empresariado local e a AESGA cumpriria seu papel de oferecer pesquisa de Ensino e Extensão, para o aluno não ter apenas conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula e ainda, promoveria o empreendedorismo local e desenvolvimento sustentável da região, através dos pequenos empreendimentos.

5. Considerações finais Por meio da atividade de extensão propõe-se uma relação entre universidade

e outros setores da sociedade, que seja transformadora, um instrumento de mudança em busca de melhoria da qualidade de vida. Uma atuação voltada para os interesses e necessidades da maioria da população, aliada a movimentos sociais de superação de desigualdades, de exclusão e implementadora do desenvolvimento regional e de políticas públicas.

A relação entre o ensino e a extensão conduz a mudanças no processo pedagógico, pois alunos e professores constituem-se em sujeitos do ato de aprender. Ao mesmo tempo em que a extensão possibilita a democratização do saber acadêmico, por meio dela, este saber retorna à universidade, testado e reelaborado. A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão determina formação interdisciplinar, possibilita a formação de um profissional eclético, que é o esperado pelo mercado de trabalho.

Pensando nisso que essa proposta de intervenção foi elaborado, pois compreendemos que além dos ensinamentos teóricos e práticos, todo estudante deve se envolver em atividades de pesquisa e extensão, e com isso passa a ser obrigação da IES oferecer essas atividades para que seus alunos possam buscar conhecimento não só dentro da sala de aula, mas com experiências práticas.

A pesquisa trouxe propostas para que Instituição, corpo docente e discente, podem se unir para desenvolver o conceito dessa nova economia, a economia compartilhada, na cidade e região, provocando novos padrões de trabalhos, fomentando o empreendedorismo entre seus alunos e melhorando o relacionamento para aumentar o número de pequenos e médios empresários locais e assim contribuindo para o desenvolvimento local.

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Esse artigo é fruto da fase inicial desse projeto de intervenção, coleta de dados, elaboração e apresentação das propostas, os autores aceitam sugestões de melhorias para o projeto, e em um próximo artigo pretendemos apresentar os resultados obtidos com implantação dessas propostas.

O Coworking AESGA, a loja colaborativa e o projeto Padrinho do pequeno empreendedor podem ser colocados em prática com baixo custo de investimento e grande ganho de conhecimento e imaterial para todos os envolvidos: IES, professores, alunos e população. 6. Referências AMARAL, Mauro. Home-Office ou espaço compartilhado? Fique com os dois. Disponível emhttps://coworkingbrasil.org/news/coworking-ou-home-office/ Acessado em 26/04/16

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