As Ideias Da Rev Franc e Os Movimentos de Independencia Latino-Americanos

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  • As idias da Revoluo Francesa e os movimentos de Independncia latino-americanos

    Carlo Romani

    Pela sua amplitude e abrangncia, a luta pela independncia haitiana foi aquela que antecedeu a de

    todas as outras futuras naes da Amrica Latina. Comeou em 1790 com a insurreio de mulatos

    libertos lutando pela igualdade jurdica e poltica liderada pelo recm-retornado da Frana, Vincent

    Og, capturado e morto em suplcio na roda pelos senhores aucareiros. Em agosto de 1791, seguiu-

    se uma revolta generalizada dos escravos pela liberdade. Quando em 1792, o enviado francs do

    Comit de Salvao Pblica, Flicit Sonthonax, declarou o fim da escravido no norte da ilha de

    Saint-Domingue, teve incio uma sangrenta guerra civil entre a minoria branca dos beks (o criollo

    em espanhol) associada a comerciantes mulatos j libertos, contra a maioria da populao escrava.

    A resistncia negra foi liderada inicialmente pelo oficial mulato do exrcito francs Toussaint

    Louverture que assumiu o governo repartindo a grande propriedade e implantando o trabalho

    assalariado livre em substituio ao escravo. No perodo napolenico (incio do sculo XIX), na

    eminncia do restabelecimento da colnia escravista, a multido de trabalhadores negros empurrou

    a luta na direo de uma revoluo social e econmica de contedo racial. Em janeiro de 1804, Jean-

    Jacques Dessaline, seguindo a bandeira vermelha e preta frente de 100 mil homens proclamou a

    Declarao da Independncia do Haiti. O futuro resultado desastroso em que degenerou a revoluo

    haitiana foge a esta exposio, mas no o carter jacobinista radical da maior insurreio popular

    ocorrida, at ento, na Amrica Latina. Mas, se o Haiti tornou-se independente j em 1804 porque

    os duzentos anos de independncia latinoamericanos comemoram-se somente a partir de 1810?

    Para responder esta e outras questes que surgiram enquanto eu elaborava este texto, me parece

    necessrio, antes de tudo, questionar qual a efetiva abrangncia do termo latinoamerica? Se o

    considerarmos, em oposio Amrica anglo-saxnica, como sendo todo o territrio que vai do Rio

    Grande Terra do Fogo, incluindo aqui as ilhas do Caribe, ento o Haiti e at as demais colnias

    insulares de pases no latinos como Inglaterra e Holanda, ou ainda a ambivalente latinidade da

    prpria Frana, estariam englobadas nessa Nuestra Amrica de Bolvar a Mart. Contudo, se

    esmiuarmos mais demoradamente esse sentido da latinidade americana que foi sendo

    desenvolvido pela elite econmica e intelectual criolla desde o sculo XVIII v-se que ele pressupe

    duas centralidades em sua conformao. Primeiro um reconhecimento e uma internalizao social,

    em maior grau no Mxico, por exemplo, e em menor na Argentina, do indigenismo, esse carter da

  • ancestralidade amerndia presente no conjunto da populao. E segundo, o sentimento de

    pertencimento a uma herana da hispanidade catlica reconstruda na Amrica centro-meridional

    em contraposio tica protestante dos povos do norte. exceo de Cuba, estes dois elementos

    juntos pouco aparecem na maior parte das ilhas do Caribe em decorrncia da baixa influncia

    hispnica e, principalmente, da quase ausncia do carter indgena dos antigos habitantes Caribi,

    povo praticamente exterminado durante a Conquista, e que lhe resta, cinicamente, como

    lembrana, o nome que foi dado ao mar. Mas, tambm o nosso Brasil se distncia em demasia desse

    carter hispnico da latinidade iberoamericana, na medida em que a nossa herana ibrica lusitana

    no se construiu historicamente com o mesmo sentido de embate contra o imprio e a nao

    inglesa. Alm do que, no presente, a sociedade brasileira reconhece-se at como herdeira de uma

    africanidade, mas pouco se reconhece como herdeira de uma ancestralidade indgena Tupi, ou de

    outra etnia amerndia, e mesmo nos lugares onde essa herana tnica e cultural est muito

    presente, como no Norte-nordeste do pas, a populao a despreza.

    Esse prembulo necessrio para delimitar meu ponto de partida nesta reflexo sobre o que

    entendo por Amrica Latina e sobre o carter de suas lutas nacionais pela independncia. At

    porque, ironicamente, foi naquele Haiti muito africano e pouco latinoamericano onde se iniciou

    efetivamente uma revolta independentista de grandes propores e, caso nico na Amrica,

    largamente influenciada pela Revoluo Francesa. Posto este prembulo, o objetivo deste texto

    mostrar justamente que fora o nvel do discurso sobre os nobres ideais revolucionrios tricolores,

    sempre lembrados por quase todos os prceres da independncia das colnias espanholas da

    Amrica, de Bolvar a Belgrano, a prtica poltica mostrou-se contrria aos ideais maiores dos

    revolucionrios de Paris.

    Quando nos lembramos das personalidades polticas e militares que encabeam a listas dos

    libertadores de Amrica, evidentemente, vm mente os nomes de Bolivar e de San Martin. Mas, a

    figura poltica de Francisco de Miranda particularmente importante nesta reflexo por ele ter

    conhecido bem de perto a Revoluo Francesa, uma vez que lutou como general do exrcito

    revolucionrio entre os anos de 1792 e 93. Miranda, conhecido como El Precursor, filho de uma

    aristocrata venezuelana com um rico comerciante espanhol das Canrias, tornou-se uma liderana

    poltica do nascente liberalismo criollo na Capitania da Venezuela, apesar de nunca ter sido bem

    visto pela aristocracia caraquea. Antes de chegar a Paris, perambulou entre Filadlfia e Nova York,

    onde privou com George Washington, Jefferson e o republicano ingls Thomas Paine, que

    reencontraria mais tarde na Frana revolucionria. Aps um breve interldio junto aos republicanos

  • estadunidenses, seguiu para Londres onde estabeleceu relaes privilegiadas com o primeiro-

    ministro William Pitt e passa a percorrer quase toda a Europa em misses diplomticas na busca de

    apoio sua j consagrada idia de emancipao das colnias sul-americanas da Espanha.

    Quando chegou Frana em 1791, j em pleno processo revolucionrio, aproximou-se dos crculos

    mais liberais da burguesia girondina. Miranda via com bons olhos o processo de transio poltica

    conduzido pela Conveno girondina que conseguiu manter o pas sob uma monarquia parlamentar

    at o incio da reao realista vinda do exterior. A Repblica liberal do ano seguinte (1792), ainda

    que pouco radicalizada, comeava a pr em pauta o problema da questo social junto ao da

    igualdade poltica, tema dos discursos dos poucos hebrtistas e enrags, os representantes polticos

    da multido dos sans-culottes. Com a compreenso da questo social na Frana, Miranda tomou

    cincia de que a desigualdade estrutural das sociedades latinoamericanas impediria qualquer

    projeto social mais arrojado, seja nos termos federalista-democrtico da republica norte-americana,

    seja nos termos do radicalismo republicano jacobino que ento se anunciava na Frana. Miranda

    entendeu ser a forma do liberalismo ingls, ou do laissez-faire girondino, o limite possvel para a

    conduo de um processo de independncia nas colnias que no levasse a uma insurreio

    generalizada, ou a uma guerra civil entre a aristocracia criolla e o resto da populao. Esse seria,

    para o Precursor, o caminho mais desejvel para as futuras naes americanas, que permaneceriam,

    assim, livres da nefasta idia de igualdade poltica para todos os cidados. A realizao prtica da

    Vontade Geral rousseauniana, no seria adequada assimtrica realidade latinoamericana.

    Um evento no previsto fez com que Miranda, alm de reafirmar sua convico liberal, mas

    aristocrtica, passasse a ter um verdadeiro terror pela chamada soluo jacobina. O general

    venezuelano comandou uma diviso do exrcito republicano em campanha no norte, a pedido de

    Rochambeau com quem combatera junto na guerra de independncia dos EUA. Mas, sua diviso

    sofreu uma derrota decisiva em 18 de maro de 1793 para o exrcito austraco dos Habsburgos na

    batalha de Neerwinden, o que permitiu o avano da reao realista atravs dos Pases Baixos at a

    fronteira de Pas-de-Calais. Miranda estava sob as ordens de Charles Demouriez, o general que traiu

    a causa da revoluo e reuniu-se s tropas realistas. Em 1793 a Repblica francesa j se encontrava

    sob o governo revolucionrio do Comit de Salvao Pblica, apesar de ainda no ter-se iniciado o

    perodo do Terror. Miranda, ento, foi acusado de traio e conspirao, mas foi absolvido

    justamente devido s suas ligaes com os comerciantes capitalistas ingleses fornecedores de gros,

    num momento em que a fome batia porta da populao parisiense. Porm em julho, j com o

    Comit sob o domnio completo dos jacobinos, Miranda foi novamente detido pela suas ligaes

  • com os girondinos e com a realeza britnica. Enviado para a priso de La Force, a antesala da

    guilhotina, l permaneceu por vrios meses, mesmo aps a decapitao de Robespierre no 9

    Thermidor (julho/1794).

    Salva a cabea por muito pouco do terror jacobino, Miranda tornou-se um obstinado combatente do

    Diretrio at fugir novamente para a Inglaterra em 1798. De Londres vai aos Estados Unidos onde,

    ao se encontrar com John Adams, demonstrou seu temor de que pudesse triunfar na Amrica, em

    particular na to prxima e revolucionria ilha de Hispaniola, ou seja o Haiti, o abominvel

    sistema da Frana. Dentre os princpios constitucionais dos novos estados americanos, seu Plano de

    Governo a los pueblos del continente americano, de 1801, estabelecia que:

    Los comicios estarn formados por todos los habitantes nativos o ya afincados en el pas, cualquiera

    sea la casta a que pertenezca, siempre que hayan cumplido los 21 aos, que hayan jurado lealtad a

    la nueva reforma del gobierno y a la independencia americana, que tengan una renta anual de 36

    piastras, que hayan nacido de padre y madre libres, que non ejerzan servidumbre domstica ni hayan

    sufrido pena infamante.

    A carta claramente uma convocatria elite aristocrtica e proprietria criolla a abraar a causa da

    independncia. A maior parte da populao est excluda dessa representao poltica num futuro

    governo. Em 1810 juntou-se Sociedade Patritica recm-constituda em Caracas por Andres Bello e

    Simn Bolivar para organizar a proclamao da independncia da Venezuela, que do esprito

    revolucionrio francs restou to somente a bandeira tricolor desenhada pelo prprio Miranda.

    Simn Bolvar, seguindo o pensamento do Precursor em sua Carta da Jamaica de 1815, apesar de

    reconhecer que no somos ndios ni europeos, sino una espcie media entre los legtimos

    proprietrios del pas y los usurpadores espaoles tambm no considerava nessa espcie mdia

    latinoamericana aos ndios remanescentes, aos escravos negros e mulatos e aos trabalhadores

    servis. As futuras repblicas bolivarianas da Colmbia (Gran Colmbia) e da Bolvia (Alto Peru) se

    tornariam uma mistura de aristocracia e democracia, submergidas em lutas internas entre os

    caudilhos at a afirmao de repblicas oligrquicas no final do sculo XIX.

    Apesar da evidente formulao aristocrtica de suas palavras naquela poca, tanto Miranda quanto

    Bolvar no somente se consideravam liberais democrticos como foram aclamados pelas

    historiografias nacionais latinoamericanas como tais. Essa ambigidade entre a o discurso e a prtica

  • poltica, segundo Demetrio Boersner (1996: 67) recorrente nas lideranas polticas

    latinoamericanas:

    As como hoy algunos grupos nacionalistas burgueses del Tercer Mundo se dicen socialistas, sin

    tener la intencin de implantar un socialismo autntico en sus pases, los aristcratas y los grandes

    comerciantes de la poca de la independencia latinoamericana se declaraban liberales sin serlo en

    sus relaciones con las clases populares de su proprio medio.

    Seria com as primeiras revoltas ocorridas em nome de uma independncia nacional no Vicereinado

    de Nova Espanha, o futuro Mxico, lideradas entre 1810 e 1813 pelos padres republicanos Miguel

    Hidalgo e Jos Maria Morelos que assistiramos pela primeira vez uma efetiva participao dos

    setores camponeses pegando em armas para combater, tanto a monarquia espanhola quanto as

    aristocracias criollas. O decreto assinado por Hidalgo, pai da ptria mexicana, em dezembro de 1810

    estabelecia que as terras deveriam ser entregues aos nativos para seu cultivo e que seu desfruto

    fosse exclusivo em seus respectivos povoados. De modo semelhante, Morelos continuou a luta

    armada pela independncia aps a execuo de Hidalgo e em sua carta Sentimentos da Nao, de

    1813, reivindicava a soberania para o povo e a necessidade de abolir a escravido, entre outras

    medidas populares. De todo modo, devido forte inspirao catlica desses levantes, nem Hidalgo

    nem Morelos podem se considerados como influenciados pela Revoluo Francesa,

    demasiadamente anticlerical para ser aceita pelos lderes religiosos. As rebelies da regio central

    do atual Mxico tiveram vida curta, seus lderes foram assassinados e o processo de independncia

    passou a ser conduzido pelo bloco conservador na transio elaborada pelo Plan de Iguala, seguindo

    o mais aristocrtico dos caminhos na Amrica, somente comparvel transio monrquica luso-

    brasileira de Pedro I.

    Em outras duas regies, pertencentes ao Vice-reinado do Rio da Prata, a luta pela independncia das

    colnias foi protagonizada por lideranas federalistas que procuraram sua autonomia ante as

    nascentes Provncias Unidas que se tornariam Argentina. Em 1810, Jos Artigas, na Banda Oriental

    del Uruguay organizou e liderou um conjunto de pequenos proprietrios e de gauchos (o mestio da

    Pampa), expulsando o dominador espanhol, mas sofreu a restaurao monrquica sob as tropas

    luso-brasileiras por duas vezes, em 1811 e 1817, quando o Uruguai foi anexado como provncia

    Cisplatina ao Brasil at a guerra de 1824. O federalismo de Artigas tambm foi combatido pelos

    independentistas de Buenos Aires, na medida em que o autonomismo da banda Oriental

    configurado pela formao de uma Liga Federal de los Pueblos Libres havia se transformado em um

  • problema. Artigas somente reconhecia as Provncias Unidas como uma confederao de estados,

    onde cada provncia formaria seu governo com base na igualdade, liberdade e segurana dos

    cidados e dos povos. O Proyecto Federal artiguista, de 1813, previa: independncia absoluta,

    constitucionalismo, repblica, federao, democracia, liberdade religiosa. As idias de Artigas

    seguiam os textos do constitucionalismo norte-americano editados por Thomas Paine em 1781 e

    traduzidos para o espanhol em 1811.

    Se em Artigas, at por falta de conhecimento das idias da Revoluo Francesa h o predomnio do

    republicanismo federalista norte-americano, em Gaspar Rodrigues Francia, lder da independncia

    paraguaia, a republica jacobina de Robespierre e o pensamento de Rousseau foram as influencias

    mais marcantes nos rumos seguidos pelo novo estado Guarani. A primeira declarao a instituir um

    estado independente na Amrica espanhola a paraguaia, em maio de 1811. Francia, o Car Guazu

    (grande senhor) do povo guarani revelou-se um republicano autocrtico que seguramente inspiraria

    repdio a Miranda se esse o tivesse conhecido. Admirador de Napoleo, o Doutor Francia buscou

    reinventar no Paraguai da primeira metade do sculo XIX a herana deixada pela antiga nao

    jesutica Guarani do sculo anterior e seu experimento da propriedade comum dos meios de

    produo. No Paraguai, mais do que em qualquer outro lugar da Amrica, houve um consrcio entre

    uns poucos criollos de herana hispnica com uma maioria de populao da etnia guarani formando

    uma nao homognea em que o indigenismo se fez natural e constituinte da populao dotada de

    um sentido de nacionalidade que se mantm com seu bilingismo oficial at o presente. O Doutor

    Francia, assumiu o controle da Repblica com mo firme e forte apoio da maioria da populao,

    isolando e militarizando o estado nacional, ciente do incomodo e da cobia luso-brasileira e

    argentina em relao a um Paraguai independente. A evidente inspirao bonapartista de seu

    governo reforada com a lei da educao obrigatria para todos os homens, promulgada em 1813,

    portanto, antecipando em mais de meio sculo os projetos pedaggicos na Argentina e em mais de

    um sculo os do Brasil. Mesmo assim, se a igualdade e a fraternidade foram os lemas da inspirao

    republicana radical de seu governo, o mesmo no pode ser dito em relao liberdade.

    Concluindo, a influncia mais marcante dos ideais revolucionrios franceses ocorreu em sua colnia

    no Caribe de Saint-Domingue que assistiu maior revoluo popular da histria americana at

    ento. Mas, na parte hispnica do continente onde se construiu a idia de Nuestra Amrica, os

    artfices da independncia, apesar de terem sido versados no pensamento ilustrado como foi o caso

    de Bolvar atravs de seu preceptor Simn Rodriguez, ou de Miranda e Belgrano que viveram na

    Frana, no somente o pensamento revolucionrio francs no encontrado nos textos dos

  • libertadores como o modelo jacobino e, por extenso, o francs, foi radicalmente rechaado. Se

    houve uma colnia cuja independncia teve um claro marco tricolor foi o pequeno Paraguai, cujo

    processo de independncia nacionalista e economicamente auto-suficiente lhe trouxe a antipatia da

    Inglaterra, deixando-o merc das potencias rivais de Brasil e Argentina. Talvez, por isso mesmo, essa

    nao encravada nas cabeceiras da bacia platina e fadada ao isolamento foi, dentre as ex-colnias

    ibricas, aquela que mais radicalmente se aproximou da idia de uma ptria soberana e livre com

    um povo disciplinado e educado rigidamente dentro dos moldes da concepo de citoyennet

    difundida pelo governo revolucionrio de Saint Just e Robespierre.

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