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Situação complicada Todo dia tem Link no: Projeto de lei polêmico quer exigir diploma para a profissão de analista de sistemas. PÁG. L6 Cadê o DVD que estava aqui? www.estadao.com.br/link Banda larga via rede elétrica começa a funcionar no Brasil. PÁG. L7 Vídeo Internet pela tomada Hollywood e videolocadoras apostam na sobrevivência da mídia física , mas a distribuição digital já é uma realidade Mais informações nas págs. L2 a L5 Costuma-se medir o sucesso – e o fracasso – de um filme a partir da sua bilheteria nos cinemas. E ape- sar de todo o estardalhaço que en- volve os lançamentos, é do discre- to entretenimento doméstico (lo- cadoras e varejo) que vem a maior parte do lucro de Hollywood. Nos últimos anos, entretanto, esta valiosa fonte de renda, que em sua origem era vista com te- mor e receio pelos estúdios, co- meçou a secar. Afinal, os tempos são outros. A internet permite o acesso imediato e gratuito – ain- da que de forma ilegal – às novida- des do cinema. “Vivemosummomentode tran- sição e precisamos ser mais atraente do que a pirataria”, afir- maDaniel Topel, principal executi- vo da brasileira NetMovies, que oferece aluguel de DVDs e Blu-ray pela web e, não por acaso, acaba de lançar um serviço de strea- ming, como no pioneiro YouTube, só que de longas. “Não podemos cometer o mesmo erro da indús- tria da música. Não dá para ficar apenas brigando contra a rede”. Os sinais evidentes do declí- nio do cinema em casa começa- ram a aparecer apenas recente- mente. No Brasil, nos últimos três anos, o total de DVDs vendi- dos no País para locadoras caiu 45%. Já nos EUA, a renda do en- tretenimento doméstico patina há um bom tempo e caiu 22% só no último trimestre. “Cada vez mais o público irá exi- gir a possibilidade de consumir fil- mes e outros produtos culturais da suapreferência,onde,quandoeco- moquiserem”,disseaoLink oteóri- conorte-americanoHenry Jenkins. “Eseaindústrianãoatendê-lo,opi- rata fatalmente fará esse papel”. Ainda de forma discreta, a in- dústria ensaia uma adaptação aos novos tempos, com serviços de download e streaming legais de filmes. Além disso, os estú- dios têm investido pesado na di- vulgação do Blu-ray, mídia de al- ta definição e ótima qualidade, que é sua maior aposta para en- frentar a pirataria e retomar a bem sucedida trajetória do DVD. Já as locadoras, as mais afetadas no Brasil nesse período, têm procurado diversificar e di- ferenciar seus serviços para con- tinuar a atrair o público. Não será um tarefa fácil. A crescente con- corrência, não apenas das for- mas digitais de distribuição de fil- me, mas de outras opções de en- tretenimento caseiro, como a pró- pria web e os games, prometem complicar essa situação. De locadoras às últimas tecno- logias, passando pelo streaming e o download, veja nesta edição aonde você vai pegar e ver filmes amanhã. FOTOS: REPRODUÇÃO :BRUNO GALO :RAFAEL CABRAL SEM MÍDIA - Ao insistir na mídia física, indústria do cinema pode repetir o erro das gravadoras contra o MP3 O ESTADO DE S. PAULO L SEGUNDA-FEIRA 31 DE AGOSTO DE 2009 - Nº 931 7 8 9 10 11 12

As locadoras de filmes perdem espaço para a Internet

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Page 1: As locadoras de filmes perdem espaço para a Internet

Situação complicada

Todo dia tem Link no:

Projetode leipolêmicoquerexigirdiplomaparaaprofissãodeanalistadesistemas. PÁG.L6

CadêoDVDqueestavaaqui?

www.estadao.com.br/link

Banda largavia redeelétricacomeçaafuncionarnoBrasil.PÁG.L7

Vídeo

Internet pela tomada

Hollywoodevideolocadorasapostamnasobrevivênciadamídiafísica,masadistribuiçãodigital jáéumarealidade

† Mais informaçõesnaspágs. L2 a L5

Costuma-semedirosucesso–eofracasso – de um filme a partir dasuabilheterianoscinemas.Eape-sardetodooestardalhaçoqueen-volveoslançamentos,édodiscre-to entretenimento doméstico (lo-cadorasevarejo)quevemamaiorpartedo lucrodeHollywood.

Nos últimos anos, entretanto,esta valiosa fonte de renda, queem sua origem era vista com te-mor e receio pelos estúdios, co-meçou a secar. Afinal, os tempossão outros. A internet permite oacesso imediato e gratuito – ain-

daquedeformailegal–àsnovida-des do cinema.

“Vivemosummomentodetran-sição e precisamos ser maisatraente do que a pirataria”, afir-maDanielTopel,principalexecuti-vo da brasileira NetMovies, queoferecealugueldeDVDseBlu-raypela web e, não por acaso, acabade lançar um serviço de strea-ming, comonopioneiroYouTube,só que de longas. “Não podemoscometer o mesmo erro da indús-tria da música. Não dá para ficarapenasbrigandocontraa rede”.

Os sinais evidentes do declí-nio do cinema em casa começa-ram a aparecer apenas recente-mente. No Brasil, nos últimostrês anos, o total de DVDs vendi-dos no País para locadoras caiu45%. Já nos EUA, a renda do en-

tretenimento doméstico patinahá um bom tempo e caiu 22% sónoúltimo trimestre.

“Cadavezmaisopúblicoiráexi-gir a possibilidade de consumir fil-meseoutrosprodutosculturaisdasuapreferência,onde,quandoeco-moquiserem”,disseaoLinkoteóri-conorte-americanoHenryJenkins.“Eseaindústrianãoatendê-lo,opi-ratafatalmentefaráessepapel”.

Ainda de forma discreta, a in-dústria ensaia uma adaptaçãoaos novos tempos, com serviçosde download e streaming legaisde filmes. Além disso, os estú-dios têm investido pesado na di-vulgação doBlu-ray,mídia de al-ta definição e ótima qualidade,que é sua maior aposta para en-frentar a pirataria e retomar abemsucedida trajetória doDVD.

Já aslocadoras, asmais afetadas noBrasil nesse período,têmprocuradodiversificaredi-ferenciar seusserviçosparacon-tinuaraatrair opúblico.Nãoseráum tarefa fácil. A crescente con-corrência, não apenas das for-masdigitaisdedistribuiçãodefil-me,mas de outras opções de en-tretenimentocaseiro,comoapró-pria web e os games, prometemcomplicar essa situação.

Delocadorasàsúltimastecno-logias, passando pelo streaminge o download, veja nesta ediçãoaondevocêvai pegar ever filmesamanhã. ●

FOTOS: REPRODUÇÃO

:BRUNO GALO:RAFAEL CABRAL

SEMMÍDIA-Ao insistir namídia física, indústriado cinema pode repetiro erro das gravadorascontra oMP3

O ESTADO DE S. PAULO L SEGUNDA-FEIRA31 DEAGOSTODE2009 - Nº 931

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Page 2: As locadoras de filmes perdem espaço para a Internet

Locadorasmudamparanãomorrer

A videolocadora é um fenôme-no do século passado. O forma-to digital facilitou o acesso a fil-mes e a reprodução de vídeos.Comisso,omercadodeentrete-nimento doméstico virou doavesso. Locadoras estão mor-rendoou,aomenos,seadaptan-doaumaera emqueénaweb, enão mais em lojas, que as pes-soas pegam seus filmes.

“Nós ainda estamos come-çando a usar download e strea-ming para assisti-los, mas da-qui alguns anos essa prática setornará anorma”, disse aoLinkHenry Jenkins, professor doInstitutodeTecnologiadeMas-sachusetts (MIT). Ele acreditaque é questão de tempo paraque deixe de ser ilegal ver fil-mescomafacilidadedoYouTu-be. Enquanto esse dia não che-ga, o problemaprincipal das lo-cadoras é o fato de que as pes-soas estão deixando de alugarDVDs para comprar ou baixarfilmes via internet.

OnúmerolojasdotiponoBra-sil – são 8 mil – pode parecergrandiososecomparadoàsnos-sas pouco mais de 2,4 mil salasde cinema. Mas há apenas qua-troanoserammaisde12milloca-doras. “A venda da rede Block-buster (para a Americanas) aju-douaqueda”,afirmaMarcosOli-veira, diretor da Motion Pictu-resAssociation (MPA)naAmé-ricaLatina.Duasdasmaioresre-des domercado – 2001 e Block-buster – foram procuradas pelareportagem e preferiram nãodarentrevistas.Apesardaredu-ção, a queda das locadoras éuma crise de modelo de negó-cios,enãodeformato.“Oforma-to permanece, mas modelos denegócios acabam e se renovama toda hora”, explica Jenkins.

De uma dessas renovaçõessurgiuaNetflix, quedesbancouagiganteBlockbusternosEUAe se tornou amaior locadoradomundo. E sem ter sequer uma

lojafísica.NoBrasilexistemini-ciativas parecidas, como aNet-Movies e a Pipoca Online, porexemplo, mas não é apenas dainternet que vem a inovação.

Videolocadoras físicas, derua, também apostam em mu-danças para sobreviver, comocapricharnaescolhados filmesque formamoacervooumelho-rar o atendimento.

Com lojas embairros nobresde São Paulo, como Moema eItaim, a MovieToGo investe hádois anos no formato Blu-ray. Oformato ainda é um produto deluxonoPaís,jáqueexigeumapa-relhoespecífico(quecustanomí-nimoR$1mil)esóvaleapenasefor ligado aumaTVdealta defi-nição (someR$2mil à conta).

“OBlu-raynão teve omesmoboom que o DVD em seu iníciopor causa da crise,mas,mesmoassim, está crescendo. É umaquestão de tempo para tomar omercado todo”, afirma Rodrigo

Angélico, umdossóciosda loca-dora. Além dos 2 mil títulos dis-poníveis, a loja também aceitapedidosde filmes feitos online.

Em apenas três anos, o totalde DVDs vendidos no País caiu45% em locadoras e 14% no to-tal. A grande esperança da in-dústriaparacombaterosdown-loadseapirataria física é oBlu-

ray. “Não que seja impossívelcopiá-lo,masnãocompensa.Se-riamuito caro. Parao consumi-dor,serámelhorcompraropro-dutooriginal,quetemmaisqua-lidade”, apostaAngélico.

Para Juliano Bolzani, dire-tordemarketingdaSony,aque-

da nas vendas não é exatamen-te um problema de suporte,mas efeito de uma “mudançanos hábitos de consumo dosclientes”. Isso incluinãoapenasa facilidade das trocas via webcomo a falta de tempo dos con-sumidores e a concorrênciacomoutrasformasdeentreteni-mento, comoTVe games.

Umamudançadecomporta-mento está afastando as pes-soas das videolocadoras. Mas,se a ameaça do futuro pareceser o streaming, a de hoje é apirataria – online, por sites detorrent,ouoffline,naversãofísi-ca. Como concorrer com ela?

Depoisde trabalhar por seteanos nas três maiores redes deSãoPaulo,opublicitárioMaurí-cio Silva percebeu a demandapor filmes alternativos e fun-dou a sua própria locadora, aNotoriunsFilmes,emPerdizes.

Em2002,Mauríciocomeçouaofereceraquiloquenãoéfacil-

mente encontrado mesmoem sites de torrent ou ban-quinhasdecamelô: filmeses-trangeirosclássicos,brasilei-rosetítulosexibidosemmos-trasdecinema.Semcitarnú-meros, ele diz que o modelorendeucrescimentoinversa-mente proporcional ao pre-juízoqueasgrandesredesti-veramnos últimos anos.

De propósito, o dono daNotoriuns aproveitou a pai-xão pelo cinema para daratendimento especial aosclientes. Além dele, todos osatendentes manjam tudo doassuntoepassamogostopa-ra qualquer pessoa que en-trenaloja.“Acreditonofutu-ro dos filmes pela internet.Este espaço (a loja) vai virarvitrine para os românticosquegostamdecomprareco-lecionar. Quem quiser alu-gar, vai fazerdownloadmes-mo”, prevê, realista. ●

Vídeo

Pequenasbrigamporespaçonomercadonorte-americano

Recomendaçãoonlinede filmeséapróximafronteira

Paraqueasvideolocadorasonli-nesubstituamas lojasdebairrofalta, antesde tudo, sabercomoindicarosmelhores filmesparacada cliente da mesma formaque fazem os bons atendentes,especialistas em cinema. Masninguém faz ideia em quantotempo isso será possível.

NosEstadosUnidos,avideo-locadora online Netflix lançouumconcursoem2006queofere-ceriaUS$ 1milhão a quemdes-cobrisse um modelo computa-cionalquemelhorasseem10%oCinematch,atualsistemadere-comendações da loja virtua.

10% parecia pouco, mas nãoera.Surpreendentemente,ofei-tosófoialcançadonesteanoemjulho, três anos depois, porduas equipes dematemáticos epesquisadores em ciência dacomputação.

Umadelas,chamadaTheEn-semble, conseguiumelhorara osistema em 10,10%. A outraequipe, BellKor’s PragmaticChaos, atingiu a imperceptíveldiferença de 10,09%. A Netflixainda deve anunciar este mêsqual das duas equipes – ou am-bas – vencerá o prêmio.

O segredo para aprimoraras recomendações, porém, nãopassasóporcálculosmatemáti-cos.Eleestánarededepessoas.Sóserápossívelterboasindica-ções quando cadausuário com-partilhar informações sobreseugostocinematográfico,des-deatores,gêneros, filmes,rotei-ristas, diretores preferidos atéapontuaçãodecada filmeaqueassiste.

Só que existe um problema.A Netflix, por exemplo, só terárecomendações de acordo comos usuários da própria Netflix.O próximo passo é tentar orga-nizar todas as opiniões de blo-gueiros, críticos de cinema, si-tesquefazemacoberturadefil-mes e quem sabe, por que não,até fazer pesquisas entre osatendentes de videolocadoras,para encontrar um sistema derecomendação completo.

Essa complexidade toda po-deindicarquetalvezsejaimpos-sível substituir o atendente afi-cionadoporcinema.Mas,comonemtodavideolocadora temal-guém assim, a internet funcio-nará, sim, para orientar quemquiser alugar um filme.

O siteFlixster (www.flixster.com) é um tipo de rede socialque conecta pessoas em voltado cinema. Lá, é possível criarum perfil, adicionar filmes vis-tos,darnotasaeles,seconectarcom pessoas de gosto parecidoeacompanharsuasrecomenda-ções.Éumasaída. ● B.G.,F.S.eR.C.

Blogspodemser fontede inspiraçãoparaas lojas

Minhavidadeatendentede locadora

■■■Écadavezmaisnainternetqueaspessoaspegamfilmes,por issoas lojasapostamemnichosparacontinuarabertas

Estilo: locadora vaiser dos românticos;quem quiser alugar,irá para a internet

NÚMEROS

Acomunidade de cinéfilos onli-ne temmuito a ensinar às loca-doras. Alimentando blogs comresenhas, críticos amadoresmantêm uma fiel rede de pes-soas, que acompanha indica-ções e vai atrás de alugar os fil-mes sobre os quais leram.

É uma forma eficiente deumalocadorafalarsobre lança-mentos. Usando uma aborda-gempessoal,a locadorapodeseaproximar de potenciais clien-tes que procuram na internet asolução para o dilema que sem-pre surge diante das estantes:qual filme pegar hoje à noite.

Aweb é umaaposta para es-se mercado. Recentemente oSebrae, no blog Faça Diferente(www.facadiferente.sebrae.com.

br),publicoudicasdenovosmo-delosdenegóciosparaasvideo-locadoras enfrentarem a con-corrência da pirataria. De dezsugestões, cinco apontam paraainternet–comocolocaroacer-vo disponível na rede, permitirreservade filmeno site e entre-gar o filme na casa do cliente.

Omelhorexemplodeblogso-bre cinema em casa é oGuia daVideolocadora(http://guiadavi-deolocadora.wordpress.com). Osautoresmotramquaisfilmesse-rão lançadosacadasemana, fa-zemresenhas e ainda dão dicaspara donos de videolocadoras.Mas hámuitos outros blogs so-bre filmes e videolocação (vejamais no www.estadao.com.br/link). ● R.S., B.G., F.S.

UMDÓLAR!–Quiosque da Red Box, uma das “vilãs” da indústria

39,7milhõesdedólaresfoi o prejuízo da Blockbusterno segundo trimestre de 2009

22porcentofoi a redução das vendas defilmes em mídia física nos EUA

:RAFAELCABRAL:FILIPESERRANO:BRUNOGALO

Se o mercado brasileiro aindatemespaçoparapequenasloca-doras, comoas debairro, o jogonosEstadosUnidos ficabasica-menteentre três concorrentes:Netflix,RedBoxeBlockbuster.

Locadoras segmentadasnão entram nessa briga. A cultKimsVideo, deNovaYork, quejá chegou a ter 300mil pessoasem sua lista de clientes, era aopção de quem procurava fil-mes raros na era pré-internet.Ostemposmudaramealocado-ra faliu no início do ano.

Nessecampo,enquantoaNe-tflix e a RedBox prosperam, aex-líder Blockbuster perdeuUS$ 39,7 milhões no segundotrimestre de 2009 e reza poruma reação das indústria parasemanter no páreo.

A maior dessas empresas, aNetflix, não tem lojas físicas efaztodasassuasentregasàpar-tir de pedidos feitos pelo site,que oferece filmes também viastreaming – serviço adotadopor 20%de seus usuários.

Já a Red Box alia uma enor-mequantidadedequiosques(18mil) a uma taxa de aluguel ini-gualável: US$ 1. É tão barato,queWarner,UniversaleFoxes-tão achando que o sucesso daempresaéumdosresponsáveis

pelacrisedoentretenimentodoméstico no país, cuja ren-da no último trimestre caiu22%, enquanto o lucro comaluguéis baixou 19%, segun-do pesquisa da consultoriaThomsonReuters.

As três companhias estãomovendo uma ação para re-tardar os lançamentos ape-nas para Red Box e Netflix,que só receberiam os filmesummêsapósaestreianasou-tras locadoras. A Blockbus-ter está do lado delas.

A Red Box, por sua vez,também está movendo umaação contra as distribuido-ras, alegando que elas esta-riam privilegiando suas ri-vais nos negócios.

OpresidentedaBlockbus-ter,JimKeyes,disserecente-mente em uma conferênciaqueaRedBoxpraticapreçosinsustentáveis para se man-ter nomercado. Especula-seque a Blockbuster tambémesteja planejando instalarquiosquesautomatizados,se-guindo o mesmo modelo dasua concorrente.

Por enquanto, a empresaestá tentando reverter suacrise apostando não na au-sência de lojas físicas, comoaNetflix, e nemna facilidadee barateamento dos quios-ques da RedBox. A empresaanunciou na semana passa-da uma parceria com a em-presa de telefonia Motorolapara oferecer aluguel e ven-da de filmes pelo celular. Se-rá que épor aí? ● R.C., F.S. eB.G.

BLOG-Guia da Videolocadora

●●●Minha família decidiu abriruma locadora de vídeo nomeiodos anos 1980. Naquela época, ovideocassete era visto como umaespécie de artefatomilagroso,ummeiomágico de trazer o cine-ma para dentro de casa.BladeRunner foi o primeiro filme quevimos na casa demeu tio. E elefoi o sócio. Topou o desafio deabrir o negócio.Passei a adolescência cercadopelos filmes. E isso faz comquequalquer um reúna um conheci-mento cinematográfico inespera-do. Um atendente não era apenasquempegava as fitas do estoque,era aquele que conhecia cadafilme da prateleira. E os clientescontavam com isso. Amaiorianemolhava para as estantes, iadireto ao balcão e pedia a indica-ção. Chegamos a ter cinco lojas.Com a TV a cabo, o número caiu,até finalmentemeus pais vende-rem o negócio, com apenas umaloja, em 1998. Foram bons tem-pos.● JOCELYNAURICCHIO

REPRODUÇÃO

MAISUM–O Cara da Locadora

DUASREALIDADES–A MovietoGo (no alto) e a Notoriuns, de Maurício Silva (acima), apostam em nichos

FOTOS: PAULO LIEBERT/AE

L2 LINK SEGUNDA-FEIRA, 31DEAGOSTODE2009O ESTADO DE S.PAULO

Page 3: As locadoras de filmes perdem espaço para a Internet

SAIBACOMO

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