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As melhores histórias de Andersen

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As melhores histórias de Andersen

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As melhores históriasde Andersen

organização

Laura Sandroni

ilustraçõesNelson Macedo

1ª edição

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Copyright © 2007, Editora Nova Fronteira Participações S.A.

Projeto Gráfi co: Graça Lima / Assistente: Diogo Nogueira

Diagramação: Letra e Imagem Ltda.

Revisão: Malu Resende, Eni Valentim

Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela Edi-

tora Nova Fronteira Participações S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma

parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou

processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, grava-

ção etc., sem a permissão do detentor do copirraite.

Editora Nova Fronteira Participações S.A.Rua Nova Jerusalém, 345 – BonsucessoRio de Janeiro – RJ – 21402-235Tel.: (21) 3882-8200

laura sandroni. Carioca, graduada em Administração pública e pós-graduada em Literatura Brasileira. Participou da criação da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil em 1968. Crítica de Literatura para crianças e jovens, autora e tradutora.

CIP-BRASIL. Catalogação na fonteSindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

M129m Sandroni, Laura C - 1934 As melhores histórias de Andersen / Organização de Laura Sandroni ; ilustrações de Nelson Macedo. - Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2011. il.

Adaptação de: Fairy tales from Hans Christian Andersen ISBN 978.85.209.2905-6

1. Literatura infantojuvenil. I. Andersen, H. C. (Hans Christian), 1805-1875. II. Macedo, Nelson. III. Título.

07-1691 CDD: 028.5CDU: 087.5

03.05.07 04.05.07 001577

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Sumário

Apresentação – Laura Sandroni, 7

O patinho feio, 9

A roupa nova do Imperador, 19

O rouxinol, 27

O soldadinho de chumbo, 37

A sereiazinha, 43

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Apresentação

Hans Christian Andersen nasceu na cidade de Odense, na Dinamarca, no dia 2 de

abril de 1805. Filho de um sapateiro, enfrentou muitas difi culdades até tornar-se um

importante escritor, cujos contos foram rapidamente traduzidos em diversos idiomas,

tornando-o conhecido e querido pelas crianças de todo o mundo.

Suas narrativas fundem elementos do folclore do seu país com outros nascidos de

sua fértil imaginação, resultando em textos poéticos e encantadores. A vivacidade do seu

estilo criou obras sem par na literatura universal, como estas reunidas neste livro.

O patinho feio parece contar a própria vida de Andersen, já que ele era muito pobre

e feio, sentindo-se rejeitado até tornar-se, com seu talento e esforço, um belíssimo cisne

admirado por todos.

A roupa nova do imperador fala-nos de um rei vaidoso, que só dava atenção à sua

aparência. É uma divertida crítica ao comportamento de certos governantes, que aceitam

a adulação e a mentira, fi nalmente denunciadas pelo olhar de uma criança.

O rouxinol mostra que a beleza dos seres vivos não pode ser substituída pelas

máquinas, enquanto O soldadinho de chumbo conta uma história de amor, que sobrevive

à própria morte.

O amor também é o tema de A sereiazinha, ao narrar a história de uma sereia que se

apaixona por um príncipe e para estar perto dele faz grandes sacrifícios.

Andersen viveu em plena época do romantismo e sua obra permanece comovendo

a todos com sua lírica beleza. Ele é considerado o patrono da Literatura Infantil. Seu

nome foi dado ao mais importante prêmio desse gênero literário, e a data de seu

nascimento – 2 de abril – é comemorada em todo o mundo como o Dia Internacional

do Livro Infantil.

Laura Sandroni

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O patinho feio

E ra verão. Árvores verdes rodeavam os campos de trigo, os lagos e as estradas. A

vida no campo era uma delícia.

No quintal da grande fazenda, uma pata escolheu um recanto seguro e calmo

para fazer seu ninho. Ficou muitos dias em cima dos ovos, à espera de que os patinhos

quebrassem a casca. Já começava a se sentir cansada quando os ovos foram rompendo um

a um: crac! crac!... e as cabecinhas vivas apareceram.

— Piu! Piu! Piu! — faziam os patinhos curiosos com o mundo novo.

Quando a mãe os chamou — cuá! cuá! cuá! —, saíram depressa das cascas.

Mãe-pata deixou que os fi lhotes olhassem à vontade ao redor, principalmente para

o verde das plantas, que faz muito bem aos olhos dos patinhos recém-nascidos.

— Puxa! Como tudo aqui fora é grande! Que mundo enorme! — diziam os

patinhos, olhos arregalados.

E tinham razão. O mundo era mesmo muito maior do que aquele dentro de uma

casca de ovo.

A mãe ia ensinando, explicando e prevenindo:

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— Isto aqui é água, que vocês bebem e onde vão nadar; ali estão as árvores verdes...

Mas não pensem que o mundo é só este quintal. Já me disseram que vai até bem mais

distante. Vamos ver... todos já saíram da casca?

Voltou ao ninho para verifi car se ainda restava algum ovo. E lá estava um, o

maior deles.

— Menino, o que é isto? O que você está esperando! Deixa de preguiça, fi lho!

Todos os seus irmãos já saíram! Anda!... já estou cansada de chocar.

Mas ainda assim, mãe-pata se deitou de novo no ninho.

— Então, como vai? — perguntou uma pata velha que já chocara muitas ninhadas

e viera visitar a nova mamãe.

— Mais ou menos!... Estou aqui perdendo meu tempo com este ovo que não

quer se quebrar... Mas olha o que saiu dos outros! Que patinhos lindos! Já viu iguais?

A cara do pai!

— Que ovo é este que não quer quebrar? — perguntou a velha. — Deve ser ovo

de perua!... Uma vez, eu também fui enganada. Tive um trabalho danado para chocar

e criar um peruzinho feio que ainda por cima tinha medo de água! Imagina! Eu pedia,

suplicava, explicava, mas o diabinho do peru não entrava na água! Deixe-me ver este seu

ovo! Ih! É mesmo ovo de perua, igualzinho ao meu! O que você deve fazer é abandoná-

-lo e cuidar de sua ninhada!

— Vou esperar um pouquinho mais! — disse a mãe-pata. — Já estou há tanto tempo

neste ninho que um dia a mais ou a menos não faz mal.

— Você é que sabe! Até logo! — despediu-se a pata velha, meio zangada, por aquela

mãezinha nova não querer seguir seus conselhos.

Afi nal, a casca rompeu e o novo patinho da ninhada apareceu, piando, piando:

— Piu! Piu! Piu!

Era maior e mais magro que os outros. A mãe olhou-o desconfi ada, e pensou:

“Como é feio! E tão grande! Não pode ser meu fi lho nem de meu marido! Não se

parece nada com os outros! Será mesmo fi lhote de peru? Vou jogá-lo na água para saber

logo a verdade.”

No dia seguinte o céu estava azul. Em pouco tempo o sol esquentou as águas do

canal e dos tanques onde viviam os patos e as outras aves do quintal.

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A mãe entrou na água e foi chamando os patinhos:

— Cuá! Cuá! Cuá!

Um a um eles entravam na água pela primeira vez na vida e nadaram logo, logo, sem

precisar aprender. O patinho feio também entrou e nadou tão bem como os outros.

— Não! Não é fi lhote de peru! Olha como nada... É meu fi lho mesmo e, para

dizer a verdade, não é tão feio assim!... Cuá! Cuá! Cuá! Vamos sair da água, meninos!

Não exageremos, que vocês acabam gripados. Para a primeira vez, todos estão muito

bem! Vamos para o pátio, quero que vocês brinquem com os outros fi lhotes. Mas não

se afastem de mim, vocês podem ser pisados e... atenção com o gato! Cuidado com ele!

Adora comer patinhos recém-nascidos.

— Como é um gato, mamãe? — perguntou um dos patinhos.

— Espere! Logo você o verá, meu fi lho — disse mãe-pata.

O pátio estava cheio de aves. Dois grupos de patos brigavam por causa de uma

cabeça de peixe que acabou sendo comida pelo gato esperto.

— O mundo é assim mesmo! Nem sempre os melhores vencem — explicou mãe-

-pata. — Mas agora vamos ser educados. Aprendam a andar direito. Movam só os pés,

avancem fi rmes e balancem a cabeça para cumprimentar. Principalmente aquele velho

pato. É de raça espanhola e muito importante. Estão vendo a fi ta vermelha amarrada

na perna dele? É o sinal da alta posição social que tem. Por causa daquela fi ta, todos —

homens e animais — o reconhecem e o respeitam. Vamos! Olhem os dedos do pé! Pato

educado anda sempre com os dedos esticados. Assim! Agora abaixem a cabeça e digam

para o pato velho: “Cuá!”

Os patinhos faziam tudo o que a mãe mandava, assustados com as novidades que

estavam vendo.

Enquanto isso, quase todos os patos velhos resmungavam:

— Absurdo! O mundo está tão cheio de gente! Para que mais? Não há mais lugar!

Absurdo! Esta gente moça não faz nada direito! No nosso tempo a vida era outra coisa!

Um dos patos velhos fi cou tão zangado que avançou para o patinho feio e lhe deu

uma bicada no pescoço, e resmungou:

— Ainda por cima esta geração é feia! Olha este! Que feiura!