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As Mudanças de Paradigma Do Desenvolvimento Para Web
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AS MUDANÇAS DE PARADIGMA DO DESENVOLVIMENTO PARA WEB
Autor: Vinicius Coelho 1
1. Introdução
O termo paradigma é um conceito epistemológico que define características de um padrão,
modelo ou exemplo de algo. O livro The Structure of Scientific Revolutions (KUHN, 1962)
descreve o significado paradigma como “realizações científicas universalmente reconhecidas que, por
um tempo, fornecem modelos de problemas e soluções para uma comunidade de praticantes”.
O desenvolvimento web, assim como a internet em si, foi profundamente moldado e
influenciado pela sua comunidade de usuários e profissionais nos últimos anos, através da identificação
das vulnerabilidades apresentadas diante da variedade de públicos e dispositivos abrangidos pelo
alcance da rede, quanto pela consolidação de novas tecnologias reinventadas ou aprimoradas nas
últimas duas décadas.
Mesmo com o caráter dinâmico e constante das práticas, o status quo do desenvolvimento
para internet vêm adquirindo consistência gradativa em todos os seus âmbitos, do projeto à
implementação, e a indicação de novas tendências à serem testadas se persistirão ou serão
desaprovadas pela comunidade.
2. Objetivo
Este estudo tem como principal objetivo apresentar e descrever as significativas mudanças e teorias
adotadas que constituem as práticas mais atuais da criação de aplicativos e interfaces para a web,
como o design responsivo, a adoção do User Experience, do foco em conteúdo e do minimalismo nas
interfaces como disciplinas essenciais e a atualização dos padrões HTML e CSS e o descarte de velhas
tecnologias em detrimento delas.
3. Metodologia
1 Acadêmico do curso de Sistemas para Internet (UFSM). EMail: [email protected]
Através do estudo de referências bibliográficas, da análise de características das ferramentas e
tecnologias contempladas, fornecer bases para identificar paradigmas atuais do desenvolvimento para
web.
4. O design responsivo
O termo design responsivo foi aprsentado pela primeira vez em 2010 (apesar do primeiro
artigo sobre o tema datar de 2004), e descreve uma abordagem que foca na criação de interfaces que
proporcionem uma visualização ideal, tanto na navegação como na legibilidade, para uma grande
variedade de dispositivos e tamanhos de tela, de smartphones a monitores e TVs com grande
densidade de pixels.
Essa abordagem é diretamente relacionada com a popularização dos dispositivos móveis nos
últimos anos, e surgiu como solução da demanda dos desenvolvedores de atingir o maior número
possível de usuários frente a quantidade de tamanhos de tela disponíveis no mercado. O design
responsivo não se trata da criação de duas interfaces (desktop e mobile) para o mesmo conteúdo, mas
sim de uma mesma interface que adapte o seu conteúdo de acordo com o dispositivo utilizado.
Idealmente, se projeta um layout fluido através da definição de medidas proporcionais na folha
de estilos (CSS), como porcentagens no tamanho das imagens e caixas e também pela unidade de
medida tipográfica em. O uso do módulo media queries do CSS3 é outra ferramenta essencial ao
design responsivo. Seu uso se dá através da definição do tipo de média (tela, impressão, tv, braille, etc)
e de parâmetros como o minwidth (que define um critério mínimo de largura da tela), que se
verificado verdadeiro aplica as regras CSS definidas. Ainda há frameworks como o Bootstrap e o
Foundation, que foram criados para disponibilizar bases responsivas para o desenvolvimento de sites
através do uso de grades dinâmicas.
5. UX User Experience
User Experience ou Experiência de Usuário é o processo de aperfeiçoar a satisfação,
lealdade, facilidade de uso e atração do usuário ao interagir com o sistema ou interface. Apesar de ser
uma filosofia global sobre a interação humana com o produto, sua aplicação específica em
desenvolvimento web é uma das fundações principais defendidas pela comunidade e representa uma
transformação madura, mais exigente e que aumenta o impacto que o profissional que desenvolve para
web tem sobre o produto final e o usuário.
A importância com a estética é uma das principais mudanças dos últimos anos sobre como são
desenvolvidos os sites e aplicativos, sendo em algumas ocasiões a diferença entre um produto bem
sucedido e um não. Uma comunicação visual efetiva se dá através do bom uso de cores, imagens e
símbolos, como da aplicação de princípios de Gestalt: áreas visualmente bem definidas, influência das
cores na legibilidade da tipografia, bom uso do espaço negativo e outras práticas que possibilitem uma
experiência cognitiva otimizada para o usuário.
A facilidade com a qual o usuário aprende a interagir com a interface e o tempo que ele leva
para atingir o objetivo que procura dentro do sistema é chamada de usabilidade. É a eficiência e
satisfação que resulta da interação com produto. A acessibilidade do sistema é relacionada com este
critério, e define o alcance de público que o sistema tem, através da importância que se dá em reduzir a
curva de aprendizado que é preciso para utilizálo, a facilidade de compreensão do conteúdo e seu
suporte às pessoas com deficiência.
O UX também trata de como se dá a arquitetura da informação, de como ela é estruturada e
organizada para facilitar a navegação, e de como se dá a busca por informações dentro do sistema.
Uma aplicação que falhe em algum destes critérios irá fazer que o usuário abandoneo ou que
não volte a reutilizálo, um aspecto crítico dentro do mercado do desenvolvimento web.
6. Foco em conteúdo e minimalismo visual nas interfaces
A crescente relevância do conteúdo sobre a forma em uma aplicação web é causa e
consequência de tendências como o design responsivo e da adoção do UX como elemento necessário
no projeto do sistema. No cenário atual, a principal característica que define o valor que a aplicação
tem para o usuário é o seu conteúdo, e este tende a permanecer o mais inalterado possível, sacrificando
se necessário, a estética do sistema.
O minimalismo no design de interfaces é uma tendência que se opõe ao esqueumorfismo, o
princípio do design que dita que objetos derivados devem simular os originais, como no aplicativo de
agenda de versões antigas do iOS da Apple, que tem a aparência similar a uma agenda tradicional de
papel. No entanto, esse tipo de prática de design tende a se tornar obsoleto ou desatualizado com o
passar do tempo, sendo então, o minimalismo uma maneira de manter a estética do sistema atemporal,
reduzindo as decorações desnecessárias do design e realçando o conteúdo.
7. HTML5 e CSS3
Os padrões HTML e CSS são duas linguagens indispensáveis do desenvolvimento web, e
apesar da sua importância, nem sempre foram capazes de seguir em paralelo as mudanças de
tendências e novas tecnologias da internet. Ambas são desenvolvidas pelo World Wide Web
Consortium (W3C), entidade no controle dos padrões de desenvolvimento para web, e trabalha em
conjunto com diversas entidades e comunidades da internet nesta tarefa.
O HTML5 teve início em 2004 e foi finalizado em 2014, e sua importância se dá não somente
pela revisão de diretrizes ultrapassadas, como o suporte a layouts fluidos sem o uso nãosemântico de
tags e estilos de CSS, mas como pela introdução de suporte avançado a multimídia e diversas APIs,
como vídeos, áudios e gráficos vetoriais (SVG), acabando com o reinado de softwares de empresas
privadas, como o Adobe Flash ou o Microsoft Silverlight. Seu potencial atual é tão vasto que já é
considerado como alternativa viável às linguagens nativas de desenvolvimento de aplicativos móveis
(como Java e Swift), sendo usado em diversas aplicações que variam de vídeos e jogos interativos a
sistemas operacionais inteiros (como o Firefox OS).
A terceira verão do CSS fornece os recursos necessários para que seja possível implementar
técnicas de UX, como os efeitos de transição, animações e manipulação de comportamento, que
permitem que o usuário tenha uma experiência otimizada ao utilizar uma aplicação na internet a um
custo de desempenho menor do que com o uso de APIs externas. Práticas de design responsivo
também são contempladas pelas especificações mais novas de CSS, através do uso de media queries,
layouts flexíveis e layouts de grade.
8. Resultados
Pela análise bibliográfica e das tendências observadas, foi possível identificar o escopo em que
se posicionam os atuais paradigmas do desenvolvimento web: possibilitar a melhor experiência de
usuário possível através do uso efetivo de práticas otimizadas e tecnologias aprimoradas com a
coloboração da comunidade atuante na área.
9. Conclusão
Mesmo com a influência de disciplinas de marketing e usabilidade já positivamente instauradas
em outras áreas profissionais, é evidente que o caráter dinâmico do desenvolvimento web se direciona
a um futuro onde estas práticas serão aprimoradas ou descartadas de acordo com a influência do
comportamento dos usuários perante ao surgimento de novas tecnologias.
No entanto, os paradigmas atuais já demonstram um amadurecimento suficiente para que o
profissional que desenvolve com foco para internet se sinta seguro diante de quais padrões serão
positivos (ou até necessários) no projeto e na implementação do seu produto.
10. Referências Bibliográficas
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