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Trabalho apresentado no simpósio Juan Valera (1824-1905) y la cultura de su tiempo, no Instituto Cervantes do Rio de Janeiro, em 19 de agosto de 2005.
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AS MULHERES DO RIO DE JANEIRO NOS TEMPOS DE VALERA:
COTIDIANO, CLAUSURA E ESPERANÇAS1
José Cláudio dos Santos Jú[email protected]
Introdução
O século XXI é palco da mulher independente, que busca condições
de igualdade com o homem no mercado de trabalho, assume a direção do lar
na ausência masculina e define-se como senhora de seu destino. Mas alguns
termos desta própria assertiva nos permitem constatar a longa trajetória ainda
a ser percorrida no processo de emancipação feminina. Em tempos nos quais
animais domésticos são mais bem cuidados do que muitas meninas de rua e
esposas espancadas, a igualdade no mercado de trabalho ainda é buscada; o
lar dirigido pela mulher ainda é considerado acéfalo, como uma solução
paliativa à chamada desestruturação familiar; e o domínio dos seus próprios
passos, o que deveria ser considerado algo naturalmente inerente ao ser
humano, tem, na necessidade de ser conquistado, a demonstração do quanto a
mulher ainda precisa obter em independência, respeito e autonomia.
Podemos, portanto, afirmar que a mulher é ainda refém de uma
estrutura social que seqüestra sua liberdade e limita o exercício de
propriedades associadas ao ser humano. Respaldados nesta premissa,
adentramos neste espaço de discussão sobre a obra de Juan Valera. E esta
imersão não é fruto de uma inter-relação forçada. Valera é espectador de uma
1 Trabalho apresentado no simpósio Juan Valera (1824-1905) y la cultura de su tiempo, no Instituto Cervantes do Rio de Janeiro, em 19 de agosto de 2005.
época especial para a formação da sociedade brasileira. No século XIX, após a
vinda da família Real Portuguesa para o Brasil em 1808, deixando para trás
Portugal invadido por tropas napoleônicas, uma série de fatos e momentos
históricos interligados modelaria os diversos sistemas que hoje integram o
quadro social brasileiro. O fim do pacto colonial, o processo de independência
efetivado por D. Pedro I, o longo reinado de D. Pedro II, com sua preocupação
quanto à geração de uma identidade nacional, e a posterior proclamação da
república abarcam uma infinidade de fatores que configuraram esse século
como período fundamental para a gênese brasileira. E Valera nos surge como
um brilhante comentador de um recorte desta fase, pois em suas cartas ele não
é um narrador de fatos históricos, mas um observador do cotidiano. E a vida se
faz no cotidiano. É lá onde buscamos a satisfação de nossos desejos e
ambições. É onde nos relacionamos, onde nos casamos, onde procriamos,
onde constituímos parcerias afetivas e profissionais. É no cotidiano, enfim,
onde se celebra a vida. Tal afirmação nos permite, portanto, inferir que uma
análise que tenha por objetivo verificar aspectos da vida humana no decorrer
do tempo esteja necessariamente fundamentada na observação do cotidiano.
Da mesma forma, o entendimento de uma época somente configurar-se-á
completo se estes elementos do dia-a-dia forem devidamente considerados,
não como acessórios, mas como componentes do tecido social. Entretanto,
quando procuramos nos olhos de nossos contemporâneos as imagens que
estes guardam do passado, nos deparamos com enfoques generalistas e
factuais. É como se esta retrospectiva só nos permitisse vislumbrar os grandes
acontecimentos históricos envoltos por uma densa névoa, por trás da qual
estariam ocultas e inertes as pessoas que realmente vivenciaram aquele
quadro, onde surgiriam apenas como miragens opacas, como meras peças
desprovidas de história própria.
A capacidade de Valera como observador do cotidiano pode ser
verificada nas cartas que escreveu a seu amigo, o escritor espanhol Serafín
Estébanez Calderón entre 1851 e 1853, período em que esteve no Brasil em
serviço diplomático. Valera materializou em sua escrita os frutos dessas
observações, abordando, com sua perspicácia sagaz e humor, aspectos do
dia-a-dia os quais nos inspiram a buscar extrair elementos interessantes para
traçar perfis e considerações sobre a época. Um desses elementos é
justamente a vida feminina no Rio de Janeiro do século XIX, e será como
resposta a essa vertente das cartas de Juan Valera que buscaremos nos
remeter à temática da situação da mulher em meados desse século no Brasil
urbano da então capital do império. Assim sendo, nossas considerações serão
propositalmente abordadas com o enfoque sobre o cotidiano do universo em
questão, destacando componentes específicos que contribuam com o presente
trabalho. É dentro dele que buscaremos a clausura social que mantinha a
mulher sob o controle da autoridade masculina, sob um falso estereótipo de
submissão passiva e frivolidade natural. Cabe ressaltar que a multiplicidade de
realidades femininas diferentes não permite que o tema seja aqui abordado na
amplitude desejável. Desta forma, nosso enfoque será direcionado para a
mulher do que hoje chamaríamos classes média e alta, apesar das breves
alusões que poderão ser realizadas sobre outros universos femininos, como o
da mulher livre branca, o da mulher negra e da mulher religiosa, os quais
requerem um estudo próprio e circunstanciado.
Cotidiano e clausuras
A mulher carioca que Valera conheceu ao chegar ao Brasil, em
dezembro de 1851, pertencia a algo mais do que apenas uma cidade brasileira:
o Rio de Janeiro era, então, a capital do império. Com a monarquia consolidada
sob o poder de D. Pedro II, a Corte tinha o encargo implícito de atuar como
centro de propagação de civilização para as diversas províncias. O padrão de
comportamento do país era, portanto, delineado pela capital política,
econômica e cultural do império. E civilização era sinônimo de cultura européia.
Os costumes do velho mundo atuavam como referencial para uma corte ávida
por mostrar ao mundo que podia ser igualmente iluminada.
Nas cartas de Valera a Estébanez Calderón, o elemento feminino
surge por entre os comentários do autor em diversas passagens e com
variados enfoques. Nelas identificamos, geralmente, o retrato da mulher
submetida a um papel aparentemente secundário e voltada para frivolidades ou
para preocupações e afazeres direcionados à rotina da família e a seu papel
social. Mas elas também nos permitem identificar matizes diferenciados na
postura da mulher. Concha Piñero Valverde nos apresenta abordagens de
Valera em suas cartas sobre figuras femininas como Madame Finet,
comerciante na então importante Rua do Ouvidor e a enigmática “Armida
brasileira” (Valera, 1996: 89), a qual o autor equipara às mulheres européias
não apenas em elegância e modos, como também em atividade intelectual
(Valera, 1996: 89). Da mesma forma, Piñero Valverde comenta as alusões do
autor sobre a dedicação das senhoritas à música, quando o autor afirma que
todas as damas que vivem em sua rua cantam (Valera, 1996: 70), e apresenta
o caso de sua vizinha que, segundo ele, o martiriza ao cantar con el furor della
tempesta e, desta forma, o desperta todos os dias. No vislumbre de um
posicionamento de emancipação, uma observação interessante das cartas
cariocas de Valera na temática feminina ocorre quando o autor afirma que os
homens letrados brasileiros se dedicam a estudos administrativos, econômicos
e políticos, desprezando as ciências filosóficas, às quais estariam sendo
absorvidas por algumas damas (Valera, 1996: 104). Em outros momentos,
Valera tramita pela descrição de mulheres da alta sociedade local, como
Madame Jeannette, esposa de um rico comerciante com a qual Valera se
envolve e que tenta, sem sucesso, engravidar com a contribuição do autor,
para assegurar a participação na herança do marido (Valera, 1996: 123).
Mas que mulher era esta que Valera observava pelas casas e ruas do
Rio de Janeiro? Sob o plano de fundo de uma época às voltas com ideais de
igualdade e fraternidade, germinados ainda no final do século dezoito no
clamor liberal que sacudira a Europa, esta mulher vivia sob um silencioso
consenso às desigualdades de gênero, o que refletia uma hipocrisia inerente
não somente àqueles tempos, mas, sob formas variadas, à própria natureza da
sociedade humana. A família patriarcal da elite brasileira possuía como retrato
generalizado uma composição na qual estavam presentes o marido, dotado de
inquestionável autoridade, a esposa, os filhos, os empregados e os escravos.
O estereótipo da esposa era de total submissão ao senhor seu marido e
relacionava-se a um conjunto de restrições, produzindo um confinamento no
lar, onde, presumivelmente, a mulher estaria protegida da sedução e do
assédio masculino. Entretanto, tal situação não se resumia ao confinamento
físico. A mulher carioca do século XIX era destituída de prerrogativas que lhe
permitissem direcionar sua vida. Estava reclusa em uma clausura social de
várias dimensões, em que podemos identificar, além das limitações ao direito
de ir e vir, restrições à escolha de parceiros, à exteriorização de idéias e
sentimentos, à livre atuação profissional, ao acúmulo intelectual de
conhecimento, à representatividade política e até mesmo ao prazer sexual.
A mulher do lar não possuía necessariamente uma vida sem afazeres.
Em muitas moradias repletas de parentes residentes, criados e escravos, elas
atuavam como administradoras. Os encargos compreendiam pequenas
negociações comerciais com os fornecedores de meios para o lar, cuidados
com a saúde dos residentes, encargos com a instrução de filhos e dependentes
e gerenciamento da produção de roupas, alimentos e outros elementos
indispensáveis ao dia-a-dia familiar, dos quais o marido só se inteirava como
consumidor. Mas era apenas aquele o seu universo de atuação. Viver no lar e
para o lar era o que se esperava de uma mulher, criada que era para ser
esposa e mãe. As ausências daqueles limites se reduziam a poucos
momentos, como a ida à Igreja e a procissões ou o comparecimento a eventos
sociais relevantes, devidamente acompanhada dos integrantes da família. O
ambiente privado era ainda o cativeiro da mulher, refém dos costumes e da
moral concebida pela sociedade dos homens. Assim como sua permanência no
lar, sua exposição em público era subordinada à vontade do pai ou do marido.
Um provérbio português da época dizia que “a mulher virtuosa da classe
superior deixava sua casa somente em três ocasiões durante sua vida: para
ser batizada, para se casar e para ser enterrada” (Hahner, 2003: 43).
O confinamento no lar possuía um diferenciador na posição na
hierarquia social. Na classe pobre observamos uma diminuição na imposição
da submissão às mulheres. A própria miséria de sua situação atuava,
paradoxalmente, como fornecedora de maior autonomia. Eram mulheres que
trabalhavam como lavadeiras em fontes, como os tanques do Chafariz da
Carioca, ou nas beiras dos rios, atuavam como domésticas, cozinheiras,
costureiras, amas-de-leite e vendedoras ambulantes. Essas mulheres
conviviam com as dificuldades do confronto com a polícia e atritos com o poder
público pela taxação de suas micro-atividades comerciais. Entretanto, essa
necessidade da labuta lhes proporcionava uma liberdade no ir e vir, embora em
seus lares o fruto de seu trabalho fosse integralmente direcionado pelo vácuo
deixado pelo companheiro inexistente que a abandonara com prole para
sustentar ou que, mesmo existindo, pouca ou nenhuma contribuição auferia
para o orçamento doméstico. Podemos mesmo afirmar que, em se tratando da
classe pobre carioca, a mulher foi um grande agente da sobrevivência familiar,
pois a regularidade de suas atividades, particularmente as ligadas aos afazeres
do lar, permitia antever a garantia de uma receita mensal. Da mesma forma,
vemos a mulher escrava também alcançando uma certa autonomia pessoal no
ir e vir, principalmente as que eram utilizadas no ganho da venda de produtos
nas ruas, ou alugadas como amas-de-leite, momento em que poderiam exercer
sua vida privada, embora tal relativa liberdade ocorresse sob a autorização,
controle e interesse dos senhores, os quais lucravam com essas atividades.
Mesmo a permissão a escravas de participarem de seus eventos festivos e
religiosos enquadravam-se numa estratégia de reduzir a tensão da vida cativa,
diminuindo os riscos de fugas e sublevações.
Cultivada como uma flor para desabrochar, a menina ainda
adolescente poderia ser, aos seus treze ou quatorze anos, considerada apta
para o casamento. O matrimônio da elite equivalia a um mercado, em que as
fortunas e interesses a ele associados eram as motivações da definição dos
cônjuges, por vontade dos pais. Maria Graham, uma inglesa que trabalhava
como governanta no Rio da primeira metade do século XIX registrou que o
“senhor Cupido” (Graham,1821: 344) não estava no direcionamento dos
acordos de núpcias. O casamento era instrumento de preservação e ampliação
do patrimônio, da propriedade e do prestígio social das famílias envolvidas.
Assim sendo, era indesejável que este ocorresse com pessoas que não
estivessem no mínimo equiparadas no posicionamento estratificado da
sociedade. Para tal, o livre arbítrio na escolha dos parceiros era
costumeiramente vetado, pois o casamento se tratava de um fato social cuja
importância sobrepujava o individual e tornava o aspecto afetivo um elemento
secundário, subordinado à imaculável preservação da continuidade familiar.
Poucos anos depois da permanência de Valera no Rio, o capitão de mar norte-
americano John Codman lamentava a utilização das mulheres “para aumentar
as fortunas de seus pais ao serem vendidas no mercado matrimonial quando
deveriam estar na escola” (Hahner, 2003: 45). Existem relatos da época,
inclusive, de moças que foram enclausuradas em conventos por se recusarem
a aceitar o marido designado pelo pai. Uma jovem filha de um comerciante
permaneceu enclausurada no Convento da Ajuda por dois anos, até concordar
com o matrimônio.
Já entre as camadas pobres da população, a restrição financeira fazia
com que os casamentos legais fossem pouco comuns. Os custos eram
altíssimos, fazendo com que o concubinato ocorresse regularmente. Era,
portanto, o casamento, também um elemento discriminante de posicionamento
social, preservado à elite ou a seus próximos e sutilmente afastado dos
desfavorecidos economicamente.
A vocação feminina estava designada e estabelecida ao nascer: uma
mulher deveria preparar-se e desejar ser esposa e mãe. Desta forma, não
havia acesso ao ensino superior nem dedicação a uma formação
profissionalizante. O simples fato de escrever e ler já se configurava um
aspecto discutível. Um outro provérbio português da época dizia: “uma mulher
é suficientemente educada quando pode ler com propriedade seu livro de
orações e sabe como escrever a receita de geléia de goiaba; mais que isso põe
o lar em perigo” (Hahner, 2003: 57). Entretanto, o próprio florescimento do Rio
de Janeiro como capital do império, com o incremento da vida comercial e
política, trouxe uma intensificação da vida social. Os bailes reuniam a alta
sociedade, assim como os teatros e eventos religiosos. Nessas ocasiões, se
buscava ostentar o prestígio familiar e, nesse bojo, se inseria a necessidade de
demonstrar requinte e elegância. Esta efervescência da sociedade carioca
contribuiu, desta forma, como um incentivo para que muitos pais buscassem
educar suas filhas, seja na base da antiga educação doméstica, seja nas
escolas para meninas. Porém, o que os pais da época conceituavam como
educação para as meninas era bem limitado. Um pai estava mais interessado
em que sua filha aprendesse a tocar bem piano, a cantar e a dançar do que
falar francês ou escrever. Além disso, o período em que a maioria permanecia
na escola era dos oito aos treze ou quatorze anos, após o que o destino
desejado e, a partir de então, procurado pelo pai, era o casamento. A partir de
então, a perpetuação do círculo vicioso da clausura feminina estaria
assegurada, e caberia à jovem esposa repassar às suas filhas os mesmos
valores sob os quais ela havia sido criada.
Conclusão
O Rio de Janeiro no século XIX, como berço da corte imperial,
configura-se um palco privilegiado para estudarmos os matizes da situação
feminina em nossa sociedade. Apesar da opressão imposta à mulher estar
sempre presente no passado histórico da humanidade, o que nos permite
atribuir maior importância ao estudo do tema na época em questão é o caráter
de contradição entre a modernidade que se implantará a partir da segunda
metade do século e as restrições à liberdade feminina. E contradição sempre
foi um elemento presente nas ruas do Rio de Janeiro. A contradição entre a
natureza exuberante e a ocupação espacial humana. A contradição entre os
movimentos reivindicatórios de liberdade, como o processo de independência
de Portugal, e a escravidão de homens. E tantas outras que se apresentam
como indícios do quanto se pode relativizar os embasamentos morais que
regem os desígnios do que é certo e errado em termos de sociedade.
É da contradição que nasce a conscientização do desequilíbrio, o
confronto e a reestruturação. Esse desequilíbrio consubstanciado pelas
diferenças de status social entre os gêneros municiou o confronto
representado, por sua vez, pelo processo de emancipação feminina, acelerado
no final do século XIX e desenvolvido por todo o século XX. Já a reestruturação
é uma fase ainda em andamento e se reflete nas conquistas alcançadas, que a
cada dia conduz a força feminina a postos de direção econômica, a funções de
representação política e lhe confere a dádiva do desmantelamento da clausura
social que a mantinha retida em esferas concêntricas de posicionamentos
morais manipulados em prol da predominância masculina. As mulheres
presentes nas Cartas de Valera a Estébanez Calderón são depositárias dos
germes dessa revolução. A aparente passividade de uma Senhora Delavat,
perdida no passado inspirado pelo esplendor francês, passa por uma Madame
Finet às voltas com suas atividades comerciais e se debruça sobre sua Armida,
um amor não correspondido, senhora de sua vontade e cuja intelectualidade é
destacada pelo autor. Certamente muito ainda se poderá obter na temática da
emancipação feminina ao nos debruçarmos sobre os escritos de Valera,
conjugando suas cartas com suas obras de ficção.
A potencialidade latente feminina sempre esteve disponível, mas
enclausurada por preconceitos e disposições da sociedade, que privaram a
mulher de exercer plenamente sua existência como ser pensante. Convém,
portanto, que nos debrucemos sobre a mulher do século XIX para que
valorizemos e ouçamos nossas mulheres e filhas do século XXI. Tais estudos
poderão nos possibilitar conceber até mesmo uma visita hipotética de Valera
ao Rio de Janeiro no século XXI, e o seu relato crítico sobre uma mulher
cidadã, participativa e plenamente feliz.
Bibliografía
Graham, Maria, 1956, Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823, São Paulo, Nacional.Hahner, June Edith, 2003, Emancipação do sexo feminino: a luta pelos direitos da mulher no Brasil. 1850-1940, Florianópolis, Mulheres.Leite, Míriam Moreira (org.), 1984, A condição feminina no Rio de Janeiro – Século XIX: antologia de textos de viajantes estrangeiros, Rio de Janeiro, HUCITEC/INL/Fundação Nacional Pró-Memória.Valera, Juan, 1996, Cartas a Estébanez Calderón (1851-1858), ed. J. L. García Martín, Gijón, Libros del Pexe.Valverde, Concha Piñero, 1995, Juan Valera y Brasil: un encuentro pionero, Sevilla, Qüásyeditorial.