21

AS NASCENTES DO RIO DA VARZEA · o de uma cooperação , em que diferentes teorias e conceitos pinçados de diferentes disciplinas, buscam esforços para encontrar analogias conceituais

Embed Size (px)

Citation preview

AS NASCENTES DO RIO DA VARZEA

Autora: Professora PDE: Maria das Dores Alves de Sousa

Professor Orientador UTFPR: José Carlos Bianchi

Resumo

Apesar de dois terços da superfície do planeta estar coberta por água, a

sua escassez tem sido apontada como um dos problemas mais preocupantes

para a humanidade, o mundo está ficando sem água doce. A humanidade está

poluindo, desviando e esgotando as fontes finitas de água na Terra. A cada

dia, mais pessoas estão vivendo sem acesso à água limpa. O número de

crianças mortas devido a água suja supera o de mortes por guerra, malária,

AIDS e acidentes de trânsito. O suprimento de água potável está rapidamente

se esgotando, devido a fatores como: má uso dos recursos hídricos, aumento

da população, desperdício de água em irrigação, uso inadequado das terras e

desmatamento. O Objetivo do trabalho foi trazer para a discussão em sala de

aula além dos temas citados acima o estado de conservação das nascentes

que desembocam no Rio da Várzea no município de Tijucas do Sul. A

metodologia utilizada foi a pesquisa literária, seminários, elaboração de textos,

questionários e pesquisa de campo, articulando as atividades com os

conteúdos da disciplina de Biologia. Os alunos tiveram a oportunidade de

conhecer algumas nascentes e verificar a mata ciliar destas nascentes.

Participaram também de visitas na Unidade de Saúde do município de Tijucas

do Sul, onde foi possível pesquisar doenças causadas pelo consumo de água

poluída. A metodologia utilizada permitiu que os objetivos propostos fossem

atingidos despertando a curiosidade e participação dos alunos no

desenvolvimento do projeto.

Palavras Chaves: Água; Poluição: Escassez; Água Contaminada; Lixo.

1. INTRODUÇÃO

O Projeto desenvolvido no Colégio Estadual Francisco Manoel de Lima

Camargo, pela professora Maria das Dores, teve o objetivo de criar condições

para que os alunos do 2º ano do Ensino Médio, desenvolvessem uma atitude

crítica em relação aos cuidados com as nascentes do Rio da Várzea,

preservando a água consumida pelos habitantes do município de Tijucas do

Sul.

O Projeto teve caráter interdisciplinar com atividades envolvendo as

diversas disciplinas da Matriz Curricular do Ensino Médio, trazendo para a sala

de aula, um universo de significações, que permitiram uma reflexão sobre os

problemas encontrados nas nascentes do Rio da Várzea e a influência sobre a

população do município Tijucas do Sul a curto e longo prazo.

Teve a pretensão de transformar a sala de aula em local de trabalho

criativo, onde as aulas reprodutoras deram espaço a um trabalho desafiador,

não privilegiando o professor como detentor do conhecimento, mas o

orientador da aprendizagem e o aluno ator principal do processo investigativo.

Atualmente este modelo está modificado, os bens naturais para o

consumo de todos, como a água doce e potável, está escassa e em alguns

locais do planeta, inacessível para muitos seres humanos, anunciando que se

novas atitudes não forem tomadas, estaremos rumando para situações

insustentáveis de sobrevivência.

Barlow, alerta para três cenários que conspiram em direção à

calamidade:

1º o mundo está ficando sem água doce. A humanidade está poluindo,

desviando e esgotando as fontes finitas de água na Terra.

2º A cada dia, mais pessoas estão vivendo sem acesso à água limpa. O

número de crianças mortas devido á água suja supera o de mortes por guerra,

malária, AIDS e acidentes de trânsito.

Mediante esta análise, desenvolveu-se o trabalho com os alunos do 2º ano

do Ensino Médio do Colégio Estadual Francisco Manoel de Lima Camargo

objetivando trazer para a discussão os problemas ambientais, principalmente

os relacionados com a poluição da água, não só no mundo mais principalmente

nas nascentes do Rio da Várzea.

As atividades desenvolvidas e apresentadas pelos alunos tiveram o

objetivo de demonstrar a desvinculação do entendimento simplista, de que a

Educação Ambiental, é tão somente campanhas de reciclagem de lixo ou de

trabalhos executados durante a Semana do Meio Ambiente, ou ainda de

atividades desenvolvidas em dias festivos, como por exemplo, ao plantar uma

árvore, resolvemos os problemas ambientais.

2. O TRABALHO DO PROFESSOR

O homem é o centro das discussões ambientais, tanto como

protagonista como vítima da degradação ambiental.

Para Pimenta (1994), na sociedade civilizada, fruto e obra do trabalho

humano, cujo elevado progresso evidencia as riquezas que a condição humana

pode desfrutar, revela-se também uma sociedade contraditória, desigual, em

que grande parte dos seres humanos está à margem dessas conquistas, dos

benefícios do processo civilizatório.

Nesta perspectiva, o trabalho pedagógico coletivo e interdisciplinar do

professor, precisa caminhar numa perspectiva de inserção social crítica e

transformadora. Assim, foi trazido pelo professor para discussão na escola,

além dos temas relacionados com a poluição das nascentes, outros de suma

importância como: a falta de políticas agrícolas que fixem o homem à terra, o

inchaço dos anéis de miséria dos grandes centros urbanos, a ocupação ilegal

de terreno vulneráveis a desmoronamentos, emprego formal, o acesso á saúde

pública e ao lazer. Informando que a atuação da Educação Ambiental deve

buscar, acima de tudo, a solidariedade, a igualdade e o respeito à indiferença

através de formas democráticas de atuação baseadas em práticas interativas e

dialógicas, quando houver o entendimento que o meio ambiente é comum a

todos é que será preservado.

O professor de Biologia além do embasamento teórico deverá estar

comprometido com a construção de um modelo de sociedade que prioriza o

desenvolvimento harmônico entre o homem e a natureza. E estar atento as

mudanças e as transformações que causam impacto ao ambiente causando

prejuízos ao bem estar social dos seres humanos.

É sua responsabilidade enquanto educador evidenciar as desigualdades

sociais diante do ambiente. Sabe-se que certos grupos sociais estão mais

expostos que outros a danos, como os sonoros, decorrentes da localização das

habitações, próximos de eixos de grande circulação ou de zonas industriais, e

os decorrentes da qualidade dos elementos vitais como: água, ar, alimentos ou

do lazer.

3. A INTERDISCIPLINARIDADE

O caráter interdisciplinar na elaboração de atividades nas diversas áreas

foi o tônico do projeto, trazendo para a escola um universo de significações,

que envolveram questões presentes no cotidiano, na vida, nas relações entre a

sociedade e a natureza.

Smelser (2003) distingue diferentes significados da interdisciplinaridade:

o de estrutura institucionalizada, em que diferentes disciplinas são

reunidas num centro de pesquisa;

o de uma cooperação , em que diferentes teorias e conceitos pinçados

de diferentes disciplinas, buscam esforços para encontrar analogias conceituais

para um mesmo assunto.

Diante deste conceito a sala de aula tornou-se um local de trabalho

criativo, onde as aulas reprodutoras dão espaço a um trabalho desafiador, não

privilegiando determinados conteúdos, o professor deixa de ser o detentor do

conhecimento, mas o orientador da aprendizagem e o aluno ator principal do

processo investigativo.

4. O GTR

O grupo de trabalho em rede – GTR faz parte do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, e contribui também para a formação

continuada dos professores da Rede Estadual do Paraná, é uma atividade que

acontece em ambiente virtual, tem o objetivo de socializar o Projeto de

Intervenção Pedagógica dos professores pedeanos.

O Projeto de Intervenção Pedagógica implantado no Colégio Estadual

Francisco Manoel de Lima Camargo, pode ser divulgado através do GTR e ter

a participação de professores da disciplina de Biologia da Rede Estadual do

Paraná, possibilitando a troca de experiências, a discussão sobre a

metodologia utilizada, e incentivando o desenvolvimento de projetos

semelhantes nas escolas públicas do Paraná.

A contribuição dos professores participantes do GTR foi muito rica,

experiências relatadas pelos participantes possibilitaram à professora pedeana

repensar sua proposta de Intervenção Pedagógica, revendo a metodologia de

algumas atividades, possibilitando enriquecimento do projeto e propiando

atingir os objetivos propostos. Os professores participantes do GTR foram

unânimes em afirmar que acharam o tema do Projeto de Intervenção

Pedagógica interessante, alguns informaram que desenvolvem em suas

escolas, projetos que abordam temas de Educação Ambiental e, outros

desenvolveram atividades semelhantes a do Projeto de Intervenção com suas

turmas. A troca de experiências durante o GTR foi bastante enriquecedora,

possibilitando uma maior reflexão sobre como abordar em sala de aula os

problemas relacionados com a poluição da água e os cuidados com as

nascentes de seus municípios, temas que não podem mais ficar fora das

discussões das aulas de Biologia.

5. HISTÓRICO DA ÁGUA

As populações humanas pré-históricas adaptaram-se às condições

naturais de suas regiões e, nas zonas áridas elas se concentraram nos vales

dos grandes rios, Nilo, Tigre, Eufrates, Indo.

Mas o homem procurou libertar-se desta sujeição; primeiro tirou proveito

das águas subterrâneas, e numerosos exemplos de poços chegaram até nós.

“Construídos pelos persas, eles eram feitos de pedra e cal para segurar

a camada de areia que atravessavam por 50 metros antes de atingir a água. O

vento a partir daí erodiu a areia por muitos metros, e os poços levantavam-se

em direção ao céu como um alinhamento de colunas. Tirava-se a água dos

poços antigos por meio de odres e jarras suspensos por cordas puxadas à mão

ou por animais de tração. (VILELA, p.85)”.

O homem procurou transportar a água até sua moradia, para dispor de

mais conforto.

A bacia do Indo, cerca de 3.400 anos a.C., era o local de uma civilização

muito desenvolvida, através de escavações, comprovou que dispunham nas

cidades de poços privados e públicos, numerosas casas possuíam sala de

abluções rituais, que servia também de lavatório, que escoava para um esgoto,

existiam piscinas públicas e latrinas.

Os gregos e romanos dominavam a técnica de distribuição de água. Os

romanos no ano de 312 a.C construíram os aquedutos, que traziam água das

montanhas para abastecer Roma, aproximadamente um milhão de metros

cúbicos de água era distribuído cotidianamente, sobretudo nas fontes públicas,

nos banhos e também nos jardins, local de lazer dos romanos.

No tempo da República Romana, a concessão para o uso privado só era

feita aos notáveis ou aqueles que tinham, prestado serviços relevantes, com a

concordância dos outros cidadãos. No Império, só o imperador podia conceder

este privilégio.

Na Idade Média, a água incentiva o aparecimento de novas atividades

econômicas como moinhos, tecelagem, trabalho em couro e tecidos.

O aumento da média de temperaturas permitiu o crescimento de áreas

cultivadas, o que influenciou no crescimento populacional em seu redor.

As indústrias implantaram-se ao longo dos canais, o que trouxe uma

segregação da população, os artesões vivendo nos pântanos e os outros

habitantes em terras mais altas e menos úmidas.

Na França, o banho de limpeza, isto é, o banho não terapêutico, é raro,

excepcional mesmo até o início do século XX. A maioria dos hospitais

parisienses, em torno de 1880, não dispunha de água corrente.

Após a Revolução Francesa, foram as municipalidades as quais eram

responsáveis pelos serviços de água e esgotos.

O direito da água se estruturou na história da seguinte forma:

O direito romano da água dá ao Estado central o privilégio de usar a

água de forma coletiva (aquedutos) acima da apropriação individual.

Entre os anglo-saxões a água é essencialmente objeto de uma partilha

entre os usuários locais cujos comportamentos se adaptam às regras de uso.

“Se o volume de água que virá das fontes está em condição de fornecer

para fontes públicas além do necessário, poder-se-á conceder água a muitos

cidadãos, a uns a título de honra ou de reconhecimento, por ter servido à

pátria, a outros que quererão adquiri-la a título de finanças’. (VILELA, p.93)”.

A generalização da alimentação de água a domicílio de todos os

cidadãos, como sobra de todos pelas redes de esgotos, está nos países

ocidentais e de fato somente no século XX.

6. UM RECURSO FINITO

O abastecimento de água no mundo está em crise, um bilhão de

pessoas não têm acesso à água potável; dois bilhões e meio não têm qualquer

forma de saneamento. Apesar dos diversos planos feitos pelas Nações Unidas

e por organismos internacionais desde a década de 70, não está havendo

melhora.

Segundo BARLOW (2009) O volume de água doce na Terra é fixo, o

planeta dispõe sempre de 1,386 bilhão de Km³ de água. Quase toda essa água

(97,5%) é salgada, espalhada por oceanos, mares e lagos salgados e

aqüíferos salinos. Dos 2,5% de água doce, mais de dois terços estão

indisponíveis ao ser humano, pois ficam contidas em geleiras, neves, gelos e

subsolos congelados. Da água doce, tecnicamente disponível para as pessoas

usarem, apenas uma porção muito pequena é encontrada na superfície da

terra, o restante está armazenado em aqüíferos. Embora essa água

subterrânea seja um recurso para muitos países, ela está sendo usada mais

depressa do que consegue se recompor.

Desse modo, à medida que a população cresce, e as aspirações dos

indivíduos aumentam, há cada vez menos água disponível por pessoa.

Por volta de 2050, estima-se que mais de 4 bilhões de pessoas, quase a

metade da população mundial, estarão vivendo em países com carência

crônica de água. (Salate, 2011).

A maior parte da água é utilizada na agricultura, principalmente nas

regiões mais secas do mundo. Na Europa e na América do Norte, a indústria

predomina, e a geração de energia consome a maior parte.

O uso doméstico da água é uma das formas mais evidentes de

consumo. Quando as pessoas ganham mais dinheiro e elevam o padrão de

vida, seu uso doméstico de água aumenta.

O volume de água utilizado para abastecer as áreas residenciais varia

de mais de 800 litros diários, no Canadá, a apenas 01 litro, na Etiópia. Em

alguns países em desenvolvimento, 20 litros de água por pessoa, diariamente,

são considerados um luxo.

O cultivo de alimentos utiliza muita água. São necessários mais 1.900

litros para cultivar apenas 01 quilo de arroz, as carnes de boi e de carneiro

consomem um volume muito maior de água.

Resolver esse problema da falta de água no mundo consiste em cultivar

mais alimentos com o uso de menos água. A irrigação é fundamental para

alimentar o mundo, mas para isso é interessante que seja utilizada a água de

forma eficiente.

A agricultura em escala industrial e o uso de produtos químicos para

aumentar a produção estão aumentando os problemas para suprimentos

mundiais de água.

A indústria utiliza cerca de 20% de toda água doce consumida no

planeta. Isso representa uma média de quase 130 metros cúbicos por pessoa,

anualmente. Nos países em desenvolvimento, 70% do lixo industrial é

despejado sem tratamento nas águas, poluindo tanto o suprimento subterrâneo

como o de superfície.( BARLOW, 2009)

A zona costeira é região de grande produtividade biológica, sustentando

vida marinha que engloba desde plâncton a peixes, tartarugas e baleias. A

maior parte dos peixes de água salgada consumidos é pescada ao longo de

uma região de 320 km a partir da praia. A cada ano, toneladas de sujeira são

depositadas nessas zonas costeiras e nas cabeceiras de rios. Uma parte

crescente desse depósito acumulado pode ser atribuída à erosão e à

desflorestação causadas pela intervenção humana. Além das descargas de

rios, outras causas contribuem para que a poluição chegue ao oceano:

escoamento de águas superficiais, transporte atmosférico, despejo de lixo,

acidentes de navios, entre outras.

Garrafas plásticas não-degradáveis e outros restos de consumo jogados

nas praias são carregados pelas correntes marítimas, causando a morte de

milhares de pássaros, peixes e mamíferos marinhos que os confundem com

alimento ou neles ficam aprisionados.

7. ÁGUA E SAÚDE

A maioria da população mundial não possui uma torneira de água em

casa e tem que caminhar para buscar água em baldes ou latas. As mulheres,

que residem em localidades que enfrentam essa situação, carregam cerca de

20 litros de cada vez. Embora o número de pessoas servidas por algum tipo de

suprimento de água pura tenha aumentado de mais de 4 bilhões, em 1990,

para quase 5 bilhões em 2000, isso significa que, com o aumento populacional,

o número de pessoas sem acesso ao suprimento de água pura permaneceu

em mais de 01 bilhão. A maior parte dessas pessoas vive na Ásia e África.

(Salati, 2011)

Mais de um terço da população mundial ainda vive com serviços de

saneamento inadequados. O descarte seguro das fezes humanas é um fator

básico na luta contra doenças infecciosas, e o esgoto sem tratamento constitui

um problema de saúde permanente.

Principais doenças disseminadas pelas águas: Cólera, Tifo, Filaria,

Diarréia, Poliomielite, tracoma. O Total de morte por água suja seja a 1,714

milhão.

Atualmente mais de 1 milhão de pessoas morre de malária, a Dengue

hoje afeta aproximadamente, 50 milhões de pessoas.

BARLOW indica que será necessário que sejam tomadas medidas

radicais para modificar o modo como as águas são manipuladas, as

perspectivas são desanimadoras. Por volta de 2025, o mundo pode enfrentar

uma grave falta de água. A consequência disso será a queda na produção de

alimentos, o que levará à desnutrição, às doenças e a um desastre ecológico.

8. METODOLOGIA

O Projeto foi pensado para ser desenvolvido no período de agosto a

dezembro de 2011, com as duas turmas de segunda série do Ensino Médio,

mas por motivos outros só pode ser concluído no primeiro semestre de 2012,

com essas turmas transformadas em um único terceiro ano.

O inicio do projeto se deu pela leitura de textos que trataram sobre a

poluição, a escassez, o consumo, os cuidados e a preservação da água no

planeta.

As atividades consistiram em vídeos sobre lixões, poluição de rios,

consumo desenfreado, o inchaço dos grandes centros urbanos, a escassez da

água em determinados países, gerando discussões em sala, visando despertar

o interesse para a verificação se há poluição das nascentes que desembocam

Rio da Várzea no município de Tijucas do Sul.

Para as atividades de campo os alunos foram divididos em 04 grupos de

10 a 12 alunos cada que percorreram algumas nascentes do Rio da Várzea,

identificando os focos de poluição e o desmatamento das margens.

Para identificar as mudanças ocorridas nas nascentes e a poluição do

Rio da Várzea, foi aplicado um questionário aberto para 50 moradores da

região, foi perguntado como a água era captada para o uso, se houve o

desaparecimento de olhos da água, minas de pedra, nascentes.

Oitenta por cento responderam que os poços atualmente precisam ser

mais profundos para atingir o lençol freático. Dos entrevistados 90% apontaram

o lixo urbano, embalagem de agrotóxicos, e o desmatamento como os

principais agentes poluentes, 10% não souberam identificar as causas, 100%

dos entrevistados apontaram que não há preocupação por parte dos

agricultores em preservar as nascentes, 80% desconhecem projetos

desenvolvidos pela Prefeitura do município de Tijucas do Sul para prevenir a

poluição das nascentes e finalmente 95% informaram que o município não

possui sistema de saneamento básico e todo o esgoto não é tratado.

Os alunos em visita ao Posto de Saúde do município, receberam dos

funcionários, que tem acesso ao fichário de atendimento dos pacientes, que as

doenças mais comum na população de Tijucas do Sul, principalmente as

crianças são: diarréias e verminoses originadas pela água não tratada.

Durantes as pesquisas em loco verificou-se grande quantidade de lixo e

desmatamento da mata ciliar em torno das nascentes e no rio da Várzea do

município de Tijucas do Sul.

Informações prestadas por funcionários da prefeitura aos alunos, não

indicam projetos a curto prazo para modificar esta situação, a preservação das

nascentes.

Os alunos visitaram o escritório da SANEPAR no município, obtiveram

informações que há um número reduzido de casas ligadas a rede de esgoto e o

sistema saneamento básico é bastante restrito no município. Os alunos

também ficaram sabendo durante as pesquisas de campo que não há coleta

seletiva de lixo.

Todas as atividades de pesquisas teóricas como de campo foram

amplamente divulgadas no Colégio Estadual Francisco Manoel de Lima

Camargo, através da confecção de cartazes, folhetos informativos, seminários

de discussões, exposição de fotografias.

O projeto foi desenvolvido em contraturno e só foi possível graças ao

apoio recebido pela direção e equipe pedagógica do Colégio Estadual

Francisco Manoel de Lima Camargo, através do recebimento de alimentação,

material didático, transporte e disponibilização de espaço físico.

Figura 01 - Apresentação do Projeto. Colégio Estadual Francisco Manoel de

Lima Camargo, 2012

Fonte: SOUSA, 2012

Figura 02 - Mural. Colégio Estadual Francisco Manoel de Lima Camargo,

2012.

Fonte: SOUSA, 2012

Figura 03 - Trabalho em equipe. Colégio Estadual Francisco Manoel de Lima

Camargo, 2012.

Fonte: SOUSA, 2012

Figura 04 - Nascentes

Fonte: SOUSA, 2012

Figura 05 – Rio da Várzea

Fonte: SOUZA, 2012

Figura 06 – deslocamento de alunos até as nascentes do Rio da Várzea,

Tijucas do Sul.

Fonte: SOUSA, 2012

Figura 07 - Visita ao depósito de reciclagem de materiais.

Fonte: SOUSA, 2012

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise, pesquisa e reflexão feita com os alunos sobre o uso

da água pela população mundial constatou-se que, de modo geral, a água é

tratada como se fosse um recurso abundante e infinito. Pouco ainda é a

preocupação que poderá faltar em pouco espaço de tempo. Pesquisas feita

pelos alunos em livros e sites especializados, informaram que por volta de

2025 o mundo pode enfrentar uma grave falta de água. A consequência disso

será a queda na produção de alimentos, o que levará à desnutrição, a doenças

e a um desastre ecológico.

A metodologia utilizada permitiu que os objetivos propostos

fossem atingidos, partiu das experiências vividas no dia a dia dos alunos, e as

atividades propostas despertaram a curiosidade dos alunos levando-os a

pesquisar sobre o tema, que possibilitou despertar nos alunos uma atitude

investigativa. Após várias leituras e debates percebeu-se uma mudança de

postura nas turmas de alunos, demonstraram atitudes de cidadãos

conscientes, responsáveis para decidirem e atuarem diante da realidade do

seu município.

A avaliação ocorreu durante todo o desenvolvimento do Projeto, através

de todas as atividades desenvolvidas pelos alunos, como o interesse pela

pesquisa bibliográfica, o auxílio na elaboração dos questionários, as

intervenções feitas durantes as visitas nas nascentes do Rio da Várzea, ao

Posto de Saúde, a Prefeitura Municipal, a SANEPAR, a participação na

divulgação do trabalho no Colégio Estadual Francisco Manoel de Lima

Camargo.

O projeto iniciou uma discussão com toda a comunidade escolar sobre o

meio ambiente e os cuidados com as nascentes do Rio da Várzea que não

pode terminar juntamente com o projeto, uma vez que a preservação do meio

ambiente e da água é um processo permanente e inesgotável.

Através das discussões feitas nos fóruns do GTR houve a divulgação

das atividades desenvolvidas no Colégio Estadual Francisco Manoel de Lima

Camargo, bem como incentivar os participantes para que venham desenvolver

trabalhos semelhantes em sua instituição de ensino, propiciando a formação

de cidadãos conscientes da necessidade de preservar as nascentes para que

não venha faltar água potável em suas localidades.

Sugerimos que o Colégio incentive seus professores a desenvolverem

projetos que venham tornar a aprendizagem mais significativa, melhorando a

qualidade do ensino, transformando seus alunos em cidadãos responsável pela

sua comunidade e, como consequência estarão preservando o ambiente em

que vivem, tornando-se ecologicamente alfabetizado. “A Educação Ambiental

deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos,

valendo-se de estratégias democráticas e interação entre as culturas”.

(GODOTTI, 2000).

Uma vez que a Educação Ambiental e os cuidados com a água,

atualmente vem adquirindo força como questão de cidadania local e planetária,

além de fazer parte das preocupações cotidianas de cidadãos comuns, cada

vez mais, a questão ambiental tem sido pauta de governos, empresas,

movimentos sociais, ONGs, enfim, de uma infinidade de atores sociais que

interferem no ambiente, como vimos por ocasião da Rio + 20,portanto, não

pode estar distante das atividades escolares.

10. BIBLIOGRAFIA

AGENDA 21. Conferência das Nações Unidas sobre o Meio

Ambiente e De-senvolvimento. 2ª ed. Brasília. Senado Federal, 1997.

BARLOW, Maude. Água, Pacto Azul. A Crise Global da Água e a Batalha

pelo Controle da Água Potável no Mundo. M. Books do Brasil Editora. São

Paulo; 2009

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros

Curriculares Nacionais – Introdução. 5ª a 8ª Séries – Temas Transversais,

v.9. Meio Ambiente e Saúde, 1998.

CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida. São Paulo: Editora CULTRIX, 1999.

DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. 8ª ed. Autores Associados,

Campinas, São Paulo, 2007.

PLANETA. Água Essencial. São Paulo. Ano 39, Edição 467. Agosto

2011.

SALATI, Enéas, A Guerra Mundial pela água pode ser pacífica,

revista plurale, 05/05/2010 disponível em hptt:// www.plurale.com.br acesso em

11/09/2011.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes

Curricula-res da Educação Básica. Biologia/ vários autores – Curitiba: SEED

– PR, 2010.

SOUSA, Maria das Dores Alves. Alunos. Tijucas do SUL, Paraná. 2012.

05 fotografias. Coleção Particular.

SOUZA, Adilson de. Rio da Várzea. Tijucas do SUL, Paraná. 2012. 02

fotografias. Coleção Particular.

ANEXO

QUESTIONÁRIO UNIDADE DE SAÚDE

1) Questão: Você conhece alguma doença que pode ser transmitida pala água? Sim ou Não. Qual?

2) Questão: Quais as doenças mais frequentes que aparecem?

3) Questão: Há casos de dengue no município?

4) Questão: Há uma grande incidencia de casos de hepatite?

5) Questão: O que você entende por saneamento básico.

6)Questão: O que você acha do saneamento básico do município?

7) Questão: Você concorda que existe uma relação entre meio ambiente e saúde? Sim ou Não.

8) Questão: Qual a taxa de mortalidade infantil no município?

9) Questão: Quem está mais sujeito as doenças transmitidas pela água

10)Questão Quais as principais orientações que os atendentes informam à população em relação as doenças transmitidas pela água?

QUESTIONÁRIO SANEPAR

1) Questão: De onde vem a água captada para abaster o município?

2) Questão: Como é feita essa captação?

3) Questão: Qual a porcentagem de residências com saniamento básico no município?

4) Questão: Coleta, tratamento e disposição final de resíduos sólidos no município?

5) Questão: A estação de capatação tem proximidade com algum lixão?

6) Questão: Há adição de flúor na água do município?

7) Questão: A população pode tomar água da torneira sem preocupação?

8) Questão: Qual o destino do esgoto do município?

9) Questão: Todo o município é servido com o serviço de esgoto?

10) Questão: Qual é o consumo percapta de água no município?

QUESTIONÁRIO SOBRE AS NASCENTES

1) Questão: As nascentes que desembocam no rio da Várzea apresentam poluíção?

2) Questão: Quais os poluentes mais comum encontrados nestas nascentes?

3) Questão: Os agricultores da região tem a preocupação de preservar as nascentes do Rio da Várzea?

4) Questão: Você conhece algum projeto desenvolvido pela Prefeitura Municipal para prevenir as nescentes?

5) Questão: Há algum trecho do Rio da Várzea que você considera poluído? Por que?

6) Questão: Há presença de lixo orgânico ou inorgânico no rio da Várzea?

7) Questão: Você sabe se há lançamento de esgoto direto no rio da Várzea?

8) Questão: O Rio daVarzea teve diminuíção de peixes com o passar dos anos?

9) Questão: Há presença de embalagens de agrotóxicos no rio?

10) Questão: Há ligação sobre o depósito de lixo da cidade e o Rio da Várzea?