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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA AS PRÁTICAS DE MANEJO NO PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DAS PASTAGENS, NO MUNICÍPIO DE BRASIL NOVO – PARÁ Rosane Acácio Rosa da Silva Altamira - Pará 2011

AS PRÁTICAS DE MANEJO NO PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DAS ...fea.altamira.ufpa.br/arquivos/tccs/042tcc2011rosanerosa.pdf · Zimmer e Barbosa (2005), grande parte das áreas de pastagens

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

AS PRÁTICAS DE MANEJO NO PROCESSO DE

DEGRADAÇÃO DAS PASTAGENS, NO MUNICÍPIO DE

BRASIL NOVO – PARÁ

Rosane Acácio Rosa da Silva

Altamira - Pará

2011

1

Rosane Acácio Rosa da Silva

AS PRÁTICAS DE MANEJO NO PROCESSO DE

DEGRADAÇÃO DAS PASTAGENS, NO MUNICÍPIO DE

BRASIL NOVO – PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo.

Orientadora: Prof.ª Drª Soraya Abreu de Carvalho

Altamira - Pará

2011

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) UFPA – Campus de Altamira - Biblioteca

Silva, Rosane Acácio Rosa da As práticas de manejo no processo de degradação das pastagens, no município de Brasil Novo - Pará / Rosane Acácio Rosa da Silva; orientadora, Profª Drª. Soraya Abreu de Carvalho.— 2011.

Monografia (Graduação) Universidade Federal do Pará,

1.Pastagens – Brasil Novo - Manejo (PA). 2.Plantas Forrageiras. 3.Gramíneas. I.Título.

CDD: 634.99098115

2

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CURSO DE AGRONOMIA

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO TÍTULO: AS PRÁTICAS DE MANEJO NO PROCESSO DE DEGRADAÇÃO

DAS PASTAGENS, NO MUNICÍPIO DE BRASIL NOVO.

AUTOR: Rosane Acácio Rosa da Silva

ORIENTADORA: Profª. Dra. Soraya Abreu de Carvalho

Aprovado como parte das exigências para obtenção do título de Graduado em

Engenharia Agronômica, pela comissão Examinadora.

_________________________________________ Profª. Dra. Soraya Abreu de Carvalho Presidente da Comissão Examinadora

_____________________________________

Prof. Dr. Rainério Meireles da Silva

_________________________________________

Prof. Me. Fábio Leandro Halmenchlager

Altamira-PA, 01 de Julho de 2011.

1

‘“Destruam as cidades e conservem os campos e estas ressurgirão.

Destruam os campos e conservem as cidades e estas sucumbirão”.

Abraham Lincoln

O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas

sim pelas dificuldades que superou no caminho.

Abraham Lincoln

IV

1

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pelo Dom da Vida, e em especial o meu

Amado Esposo e Filho ao estarem ao meu lado nesta luta;

Para Ivaíde Rodrigues e Estevão Acácio

Que este título represente a nossa primeira vitória em família.

Aos meus Pais José Barbosa Acácio e Maria Acácio Rosa da Silva e irmãos que tanto

me apoiam.

A Soraya Abreu de Carvalho, que mesmo não sendo minha professora aceitou a ser

minha orientadora e me ajudou muito;

Obrigada pela orientação carinho, amizade e dedicação.

A minha querida professora Maristela Marques, pela ajuda na escolha do tema do TCC.

A todos os professores e colegas da graduação que ajudaram no meu crescimento

profissional.

Aos agricultores, pela disponibilidade em me receber em suas casas pela contribuição

com as suas experiências, em especial, ao Sr. José Barbosa, pela colaboração durante

este trabalho.

V

1

SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2 - REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 4

2.1 - Gramíneas ............................................................................................................. 4

2.2 - Formação de pastagem na Amazônia ................................................................... 5

2.3 – Práticas de manejo nas pastagens que contribui para a degradação .................... 7

2.4 - A degradação das pastagens ................................................................................. 8

3 - METODOLOGIA ................................................................................................... 14

3.1 - Localização do município e área de estudo ........................................................ 14

3.2 - Procedimentos metodológicos ............................................................................ 15

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 17

4.1 - Caracterização das famílias ................................................................................ 17

4.2 – Caracterização do sistema de produção ............................................................. 19

4.2.1 – Área das propriedades ................................................................................. 21

4.2.2 – Floresta primária e capoeira ........................................................................ 23

4.2.3 - Mão-de-obra ................................................................................................. 24

4.3 - Assistência técnica .............................................................................................. 26

4.4 - Acesso aos créditos ............................................................................................. 27

4.5 – Sistema de criação: bovinos ............................................................................... 28

4.5.1 - Manejo reprodutivo ...................................................................................... 28

4.5.2 - Idade do (IPP) .............................................................................................. 29

4.5.3 - Intervalo entre parto (IEP) ........................................................................... 29

4.5.4 - Peso do bezerro/a ao nascer ......................................................................... 30

4.5.5 - Idade de desmame ........................................................................................ 31

4.6 - Manejo sanitário ................................................................................................. 31

4.7– Manejo Alimentar ............................................................................................... 32

4.8 – Cobertura vegetal ............................................................................................... 33

4.9 - Espécies de gramíneas ........................................................................................ 34

4.10 - As práticas de manejo nas pastagens ................................................................ 35

4.10.1 - Formação das pastagens ................................................................................ 41

VI

2

4.10.2 - Divisão das pastagens ................................................................................ 44

4.10.3 - Sistema de pastejo ......................................................................................... 46

4.11 - Erosão nas pastagens ........................................................................................ 46

4.12 - Insetos/pragas de pastagem .............................................................................. 48

4.12.1- Cigarrinhas-das-pastagens .......................................................................... 48

4.12.2 - Lagartas ...................................................................................................... 49

4.13 - Degradação das pastagens ................................................................................ 50

4.14 - Recuperação das pastagens ............................................................................... 51

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 54

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 57

ANEXOS ....................................................................................................................... 63

1

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Representação simplificada de diferentes tipos de degradação de pastagens plantadas em razão do potencial de produção de biomassa e da diversidade florística. .. 9

Figura 2. Localização do Município de Brasil Novo...................................................... 14

Figura 3. Estados de origem das famílias entrevistadas, vicinal 16, Município de Brasil Novo-PA. ........................................................................................................................ 17

Figura 4. Ano de chegada ao Estado do Pará das famílias entrevistadas. ...................... 18

Figura 5. Idade média por família entrevistada. ............................................................. 19

Figura 6. Área média da cacauicultura e culturas anuais, das propriedades estudadas. 21

Figura 7. Tamanho das propriedades dos agricultores. .................................................. 22

Figura 8. Tamanho das áreas de floresta primária das propriedades estudadas. ............ 23

Figura 9. Destinação da mão-de-obra familiar. .............................................................. 25

Figura 10. Mão-de-obra contratada pelos agricultores. ................................................. 26

Figura 11. Idade do primeiro parto das vacas nas propriedades estudadas. ................... 29

Figura 12. Peso dos bezerros/as ao nascer. ..................................................................... 31

Figura 13. Brachiaria brizantha – alimentação de bovinos. .......................................... 33

Figura 14. A- Braquiarão (Brachiaria brizantha), B- Mombaça (Panicum maximum). 35

Figura 15. Plantas invasoras em pastagens. .................................................................... 36

Figura 16. Itinerário técnico das pastagens. ................................................................... 37

Figura 17. Uso do fogo para limpeza em área de pastagem. .......................................... 38

Figura 18. Ocorrência de piquetes por propriedades, vicinal 16, Município de Brasil Novo. .............................................................................................................................. 45

Figura 19. A - erosão tipo laminar, B – erosão tipo sulco e C – erosão tipo voçoroca. . 48

Figura 20. Pastagem degradada. ..................................................................................... 51

VIII

1

LISTA DE ANEXO

Anexo 1. Problemas d´água no piquete. ......................................................................... 64

Anexo 2. Pastejo rotacionado. ........................................................................................ 65

Anexo 3. Pastejo alternado. ............................................................................................ 66

Anexo 4. Pastejo contínuo. ............................................................................................. 67

Anexo 5. Questionário utilizado no estudo. ................................................................... 68

IX

1

RESUMO

AS PRÁTICAS DE MANEJO NO PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DAS

PASTAGENS, NO MUNICÍPIO DE BRASIL NOVO – PARÁ

A expansão da pecuária na Região da Transamazônica vem ocorrendo nos últimos anos e vários fatores têm contribuído para esse crescimento, entre eles destacam-se o fácil acesso a terra para formar grandes áreas de pastagens por parte dos grandes produtores, o incentivo do governo através do FNO especial e normal para grandes, médios e pequenos agricultores. O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar as práticas de manejo realizadas pelos agricultores que estão relacionadas com o processo de degradação das pastagens, no município de Brasil Novo – Pará. A pesquisa foi realizada no mês de Dezembro de 2010, utilizando questionários previamente elaborados abordando aspectos relacionados à pastagem, sistema de cultivo, sistema de criação, acesso a crédito, entre outros, além de conversas informais. Foram entrevistados 27 agricultores, dos 56 que possuem lotes na localidade, correspondendo há 48,2%, da comunidade Nossa Senhora de Nazaré, da Vicinal 16. O critério de escolha dos agricultores a ser avaliado foi da propriedade possuir pastagem e bovinos. A pecuária é caracterizada por dupla finalidade, (carne e leite), uma vez que a maioria dos sistemas visa à produção de bezerros e leite. A pecuária tem grande importância para os agricultores familiares, no entanto tem enfrentado problemas decorrentes do manejo inadequado das pastagens resultando na degradação, com a infestação de plantas invasoras, solo descoberto, ataques de pragas, erosão, entre outras. As práticas utilizadas para o controle das plantas invasoras são principalmente, a roçagem manual, uso de herbicida e a queima. O uso do fogo intensifica a degradação das pastagens, além de afetar o meio ambiente pelas queimadas e aumento da erosão devido à maior exposição do solo. O sistema alimentar dos bovinos é exclusivamente as forrageiras e a suplementação mineral. As espécies de gramíneas que predominam nas propriedades estudadas são Braquiarão (Brachiaria brizantha), que ocupa a maior área e o mombaça (Panicum maximum). Os sistemas de pastejo utilizado pelos agricultores são o rotativo, alternado e o contínuo. O tipo de pastejo pode influenciar o processo de degradação, principalmente o pastejo contínuo onde os agricultores não deixam as pastagens em descanso.

PALAVRAS CHAVE: Gramíneas, Bovinos, Manejo, Agricultores.

X

1

1 – INTRODUÇÃO O Projeto de Integração Nacional criado pelo governo Federal na década 70 no

processo de ocupação da Amazônia visava o aproveitamento dos recursos da região. Na

época, ocorreu a abertura da Transamazônica tendo as cidades de Marabá, Altamira e

Itaituba como foco do projeto e em intervalos regulares havia os núcleos urbanos

(agrovilas e agrópolis), com agências administrativas, escolas e centro de saúde, dentre

elas o atual município de Brasil Novo.

Na Região da Transamazônica1 no ano de 1976 começaram, os incentivos às

culturas perenes e se instalou na região o PROCACAU2. A partir dessa fase, os sistemas

de produção passaram a ter diversificação direcionada, seja com o cultivo da pimenta-

do-reino (Piper nigrum L.), seja com o do cacau ou, ainda, com o do café. Esse período

assumiu grande importância por ter sido determinante na trajetória da evolução dos

estabelecimentos agrícolas (UMBUZEIRO, 1987, apud, HERRERA e GUERRA,

2006).

O ano 1987 na região foi marcado pela crise dos cultivos permanentes,

primeiramente pelos preços, depois pelas doenças. Segundo PEIXOTO (1999), apud

SABLAYROLLES, et al., (2003), após o período áureo das culturas perenes e o

aumento das produções de culturas anuais, o principal produto passou a ser o gado

bovino, cujo preço permaneceu estável no mercado, acompanhando o ritmo galopante

da inflação na economia brasileira. Vários agricultores passaram a expandir suas áreas

de pastagens e investir na pecuária de corte, com renda obtida das culturas perenes, e

graças ao apoio do programa de crédito de investimento Fundo Constitucional do Norte

especial - FNO.

A entrada da pecuária na Região da Transamazônica foi depois da primeira fase

de colonização, uma vez que existia uma relativa estabilidade da situação fundiária

baseada na exploração das culturas. A pecuária apareceu como alternativa para

viabilizar os sistemas de produção familiares, e não como o motor da colonização. A

1 A Região da Transamazônica, como ficou conhecida a rede de municípios entre Pacajá e Rurópolis influenciados pela existência da BR 230, rodovia federal aberta a partir de 1970. 2 Diretrizes para Expansão da Cacauicultura Nacional.

2

especialização dos pequenos e médios produtores na pecuária tem sido chamada de

pecuarização (TOURRAND e VEIGA, 2003).

Os bovinos têm na pastagem sua principal fonte de alimentação por isso a

exploração racional dessas áreas é muito importante para sua conservação. Segundo

Zimmer e Barbosa (2005), grande parte das áreas de pastagens apresenta algum grau de

degradação que pode ser evitada pela boa formação e diversificação, manejo adequado,

reposição de nutrientes.

Segundo Macedo e Zimmer (1993) apud Moreira e Assad, (2000), degradação

de pastagens é o processo evolutivo de perda de vigor, de produtividade, de capacidade

de recuperação natural das pastagens para sustentar os níveis de produção e de

qualidade exigidos pelos animais, assim como, superar os efeitos nocivos de pragas,

doenças e invasoras, culminando com a degradação avançada dos recursos naturais, em

razão de manejos inadequados.

A degradação das pastagens têm sido uma constante nos países tropicais, cujo

processo é favorecido pelas condições edafoclimáticas, aliadas ao mal (sic) manejo de

animais e solos, à desinformação e à falta de recursos financeiros por parte dos

produtores rurais (DANIEL et al., 2005).

A expansão da pecuária na Região da Transamazônica vem ocorrendo nos

últimos anos e vários fatores têm contribuído para este crescimento, entre eles

destacam-se o fácil acesso a terra para formar grandes áreas de pastagens por parte dos

grandes produtores, o incentivo do governo através do FNO especial e normal para

grandes, médios e pequenos agricultores. O processo de expansão da pecuária também

ocorreu no município de Brasil Novo, tornando-se uma das principais atividades

econômicas dos agricultores, junto com a cacauicultura e exploração madeireira.

A criação de bovinos no sistema extensivo exige grandes áreas de terra no qual

contribui para o aumento do desmatamento influenciando diretamente no clima. A

maioria dos agricultores teve dificuldade em realizar práticas de manejo adequadas na

condução das pastagens o que resultou em processo acelerado de degradação. Foi

constatado em algumas localidades do município a presença de pastagens com

significativa presença de plantas invasoras. Esta problemática tem sido causada por

diversos fatores, dentre eles destacam-se mau manejo do solo, da pastagem, dos animais

e falta de assistência técnica aos agricultores, onde os mesmos não possuem

3

conhecimentos de como manejar áreas de pastagens, isto está influenciando diretamente

na qualidade do rebanho e conseqüentemente prejuízos aos produtores.

Na comunidade Nossa Senhora de Nazaré - vicinal da 16 no município de Brasil

Novo esta problemática vem ocorrendo. É neste contexto que foi desenvolvido este

trabalho, cujo objetivo foram identificar e caracterizar as práticas de manejo realizadas

pelos agricultores que muitas vezes estão relacionadas com o processo de degradação

das pastagens.

4

2 - REVISÃO DE LITERATURA Segundo Desffontaines (1956), apud Veiga et al., (2004, p.16), a criação de

gado bovino na Amazônia brasileira começou no século XVII, nos primórdios da

colonização portuguesa quando navegantes trouxeram os primeiros animais para atender

a demanda de leite e de tração animal para os colonos europeus instalados. Apenas no

final dos anos 1960 a pecuária foi considerada a atividade privilegiada do Governo

brasileiro para colonizar a Amazônia, última parte do país a ser explorada: a

colonização pela pata do boi Santiago (1972), apud, Veiga, et al., (2004, p.17). As

agências públicas de Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e

do Banco da Amazônia (BASA) foram então estruturadas pelo Governo brasileiro para

incentivar as atividades agropecuárias nessa região, por incentivo fiscal, por subsídio e

por financiamento de projetos agropecuários (VEIGA et al., 2004, p.17). No entanto nos

últimos 30 anos, a Amazônia tem sido submetida a um processo de deflorestação para o

desenvolvimento da agricultura e, principalmente a pecuária, resultante de estímulos

governamentais, mediante incentivos fiscais, implantação de projetos de assentamentos

rurais, financiamentos a juros subsidiados, construção de estradas, etc. (COSTA, et al.,

2006).

2.1 - Gramíneas As plantas forrageiras constituem a base de alimentação do rebanho bovino

brasileiro a baixo custo, quando não são consumidas "in natura" são fornecidas no

cocho na forma de silagem, feno ou ingredientes das misturas ou rações (PAULINO e

PAULINO, 2003). As pastagens utilizadas podem ser nativas ou cultivadas. No caso da

América tropical, as forrageiras cultivadas mais importantes atualmente em uso foram

introduzidas da África e pertencem, em sua maioria, aos gêneros Brachiaria, Panicum e

Andropogon (JUNIOR e BRANCO, 2000). Segundo Zimmer e Barbosa (2005, p.08), a

escolha da forrageira, além dos aspectos produtivos que se desejam atender, deve ser

adaptada às condições de clima e solo do local, e para cada tipo de ambiente existe uma

forrageira com melhor potencial de adaptação e capacidade de produção.

Segundo Quadros (2007), o capim colonião (Panicum maximum) é planta de

crescimento ereto, porte alto, colmos bem desenvolvidos. Esta espécie é exigente em

solos férteis, bem drenados e de textura arenosa a média argilosa. Resiste relativamente

bem a seca. No manejo das pastagens requer atenção, pois devido ao crescimento

5

vigoroso, os animais deverão entrar no pasto quando as plantas apresentarem boa

produção e qualidade da forragem.

O capim braquiária (Brachiaria decumbens) é planta de crescimento prostrado a

sub-ereto. Esta espécie é pouco exigente em fertilidade, adapta-se aos solos secos,

ácidos e arenosos. Possui alta susceptibilidade à cigarrinha-das-pastagens.

O capim quicuio da Amazônia (Brachiaria humidicola) é planta de crescimento

prostrado a sub-ereto, apresentando estolões avermelhados. Tem boa tolerância a

cigarrinha-das-pastagens.

O capim braquiarão (Brachiaria brizantha) é cultivar lançado pela EMBRAPA

Gado de Corte em 1984. Planta de crescimento ereto, cespitoso, de tamanho médio.

Possui alta resistência a cigarrinha-das-pastagens.

O capim andropógon (Andropogon gayanus) é planta de crescimento ereto e

porte alto. Possui ótima tolerância a solos ácidos e de baixa fertilidade. Tolera bem a

seca e possui alta resistência à cigarrinha-das-pastagens.

O capim elefante (Pennisetum purpureum) é planta de crescimento ereto, de

porte elevado. Utilizado para corte e pastejo. Já o capim coast-cross (Cynodon sp.) é

planta perene, estolonífera, porém não rizomatosa. Possui crescimento rápido através

dos estolões, porém a falta de rizomas torna o mesmo vulnerável aos rigores da seca ou

do inverno. Por outro lado, apresenta vários pontos de crescimento próximos ao nível do

solo, que facilitam novas brotações.

Para evitar maiores danos de pragas sugere-se a diversificação de forrageiras na

propriedade, cultivando espécies resistentes e tolerantes. Em áreas com ocorrência de

cigarrinha-das-pastagens estabelecer B. brizantha cv. Marandu, Andropogon e capim-

colonião (ZIMMER e BARBOSA, 2005).

2.2 - Formação de pastagem na Amazônia O sistema tradicional da agricultura familiar na fronteira agrícola é integrado à

pecuária, levando ao desmatamento. As famílias fazem roça derrubando e queimando

área de mata primária ou secundária para atender as suas necessidades alimentares. Ao

mesmo tempo ou logo depois, é plantada a pastagem que, depois de ser estabelecida,

recebe o gado bovino (VEIGA et al., 2004, p.128). O manejo do solo com corte e

queima é milenar e ainda hoje é utilizado por muitos agricultores familiares (LEAL,

2004, p.375).

6

O processo de formação de pastagem segue as seguintes operações que podem

ser efetuadas manualmente ou com uso de maquinário. Segundo Quadros (2007), as

áreas com vegetação de capoeira são as mais utilizadas para formação de pastagem na

Zona Bragantina. Na Região da Transamazônica a realidade é a mesma, pois as áreas de

capoeira são as mais utilizadas pelos agricultores para formação de pastagem. No

processo manual, a limpeza é feita com o corte da vegetação, no mecanizado, as áreas

para o plantio da pastagem são limpas com a lâmina de trator e os resíduos são

colocados em montes ou leiras. Em relação ao preparo do solo essa operação é efetuada

quando a área foi limpa mecanicamente, consta de aradura seguida de uma ou mais

gradagens, para revolver, destorroar e nivelar o solo para o plantio.

Em sistemas extensivos, normalmente o solo não é adubado na formação da

pastagem, principalmente quando a área passou por um pousio e recuperou

parcialmente a fertilidade. Porém, em sistemas intensivos, é recomendada pelo menos a

adubação fosfatada. O adubo pode ser aplicado a lanço sobre o solo preparado ou na

linha de plantio, quando essa operação for feita com máquina. No plantio de ramas e

perfilhos, o adubo pode ser colocado no fundo da própria cova (VEIGA, 2005).

O plantio das pastagens pode ser em monocultivo ou com culturas associadas.

As sementes tem que ser de excelente qualidade, pois dela depende todo o investimento

feito no preparo da área. Na falta de informações precisas sobre a qualidade da semente,

recomenda-se em torno de 5-10 kg de semente de capim por hectare. Em áreas limpas

manualmente e, por conseguinte, sem preparo do solo, o plantio pode ser feito com

plantadeira tico-tico ou matraca, no espaçamento de 0,5 x 1 m ou 1 x 1 m, o que requer

menos semente. No solo que foi preparado, o plantio pode ser feito juntamente com a

adubação, em linhas afastadas de até 0,8 m, utilizando a plantadeira-adubadeira. Em

qualquer caso, o plantio pode ser feito a lanço, desde que se cubram as sementes com

uma camada fina de terra, passando-se sobre a área plantada ramos de arbustos. Isso

diminui o risco de arraste das sementes pela chuva e de ataque de pássaros. Por serem

geralmente pequenas, as sementes devem ser plantadas superficialmente, especialmente

em solos arenosos, por causa do risco de dessecação. O plantio, usando ramas ou

perfilhos com raiz pode ser feito em covas com profundidade de até 15 cm, no

espaçamento de 1 x 1 m, 1 x 0,5 m ou em sulcos afastados de 1 m. Nesse caso, o tempo

de formação é menor que quando são usadas sementes, entretanto, requer mais mão-de-

obra. O tempo de formação, ou seja, do plantio até o início do pastejo regular, varia de 4

7

a 6 meses, desde que seja feita pelo menos uma limpeza das plantas invasoras (VEIGA,

2005).

Antes do plantio da pastagem, alguns produtores aproveitam o preparo da área

para plantar arroz ou milho, como cultivo associado, diminuindo os custos da formação

da pastagem. A pastagem pode ser plantada após 2 a 4 semanas do plantio daquelas

culturas. Dessa forma, a pastagem demora um pouco mais a se estabelecer (Quadros,

2007). A competição de invasoras, após a germinação, é um dos principais entraves

para a formação da pastagem. O controle dessas plantas é mais eficaz no fim da época

seca, para facilitar o crescimento da pastagem no início das chuvas.

Segundo Veiga (2005), o tempo para o primeiro pastejo e sua intensidade vai

depender do desenvolvimento da pastagem em formação. Em condições ideais de chuva

e sendo baixa a infestação de plantas invasoras, um pastejo leve pode ser antecipado no

final das chuvas subseqüentes, 4 a 5 meses após o plantio. De qualquer forma, não se

deve submeter as pastagens recém-formadas a pastejos pesados, por períodos

prolongados, no primeiro ano.

2.3 – Práticas de manejo nas pastagens que contribui para a degradação A prática pode ser definida como a “maneira cujo um operador coloca em

prática uma operação técnica”. Então as técnicas podem ser descritas independente do

agricultor que colocam em prática, e não é a mesma coisa para as práticas (TEISSIER,

1979, tradução nossa).

Segundo Izquierdo et al. (2007), o termo “manejo da pastagem” refere-se ao

conjunto de práticas que permitem maximizar o crescimento da planta forrageira e o

consumo da pastagem pelo animal, além de elevar a qualidade da forragem ofertada,

estimular o máximo crescimento na rebrota, reduzir o efeito da estacionalidade de

produção forrageira, entre outros benefícios.

Segundo Dias-filho (2011), as principais causas da degradação de pastagens são

as práticas inadequadas de pastejo, ou seja, taxas de lotação ou períodos de descanso

que não levam em conta o ritmo de crescimento da pastagem; práticas inadequadas de

manejo da pastagem como uso excessivo do fogo, ausência de reposição da fertilidade

do solo; falhas no estabelecimento da pastagem como preparo da área, época de

semeadura e baixa qualidade das sementes; doenças, pragas e problema fisiológicos.

8

Segundo Dias-Filho (2003), a taxa de lotação muito acima da capacidade de

suporte da pastagem ou, por exemplo, a negligência em controlar as plantas daninhas,

ou ainda o uso do fogo, seriam causas importantes que contribuiriam para desencadear o

processo de degradação. Os processos erosivos são intensificados pela exposição direta

do solo ao contato com a água das chuvas e pela mineralização da biomassa vegetal

logo após o uso do fogo para a limpeza das áreas. Por esse motivo, evitar o uso do fogo

no manejo de pastagens e áreas cultivadas é fundamental para diminuir a intensidade

dos processos erosivos e consequentemente a degradação da pastagem, pois após a

queima, o solo fica desprotegido, tornando-se, assim, mais suscetível a sofrer perdas de

nutrientes por erosão e lixiviação e o uso frequente do fogo pode levar a degradação da

pastagem (Wadt et al. 2003).

2.4 - A degradação das pastagens 2.4.1 - Conceitos

A degradação pode ser inicialmente caracterizada apenas pela mudança na

composição botânica da pastagem, em decorrência do aumento na proporção de plantas

daninhas e da diminuição da proporção de capim, já em outro extremo, a degradação da

pastagem pode ser caracterizada pela intensa diminuição da biomassa vegetal da área,

provocada pela degradação do solo (DIAS-FILHO, 2003, p. 15 e 17). Essas duas

condições de degradação são chamadas degradação agrícola e degradação biológica

respectivamente como pode ser observado na Figura 1.

9

Figura 1. Representação simplificada de diferentes tipos de degradação de pastagens plantadas em razão do potencial de produção de biomassa e da diversidade florística.

Fonte: Adaptado de Dias-Filho (2007). (DIAS-FILHO e FERREIRA, 2009, p.23).

2.4.2 - Processos de degradação das pastagens

Na Região Amazônica do Brasil, cerca de 40% das pastagens cultivadas se

encontram em estádios avançados de degradação, os quais se manifestam pela baixa

disponibilidade de forragem, dominância de plantas invasoras, baixa cobertura e erosão

do solo (COSTA et al., 2006).

O processo de degradação se manifesta pela queda gradual e constante de

produtividade dos capins nas pastagens devido a vários fatores como a baixa

adaptabilidade da espécie forrageira, a baixa fertilidade dos solos e ao manejo

inadequado das pastagens, o que acarreta no aparecimento de plantas invasoras

(SALMAN, 2005). Para Rodrigues et al., (2000), o processo de degradação se instala

na pastagem quando o limiar de resistência da planta forrageira é rompido pela desfolha

10

e não são oferecidas condições de recuperação. O limiar de resistência é definido pelo

genótipo da forrageira e pelas condições a que as plantas são submetidas desde a fase de

estabelecimento.

2.4.3 - Causas de degradação das pastagens

A degradação da pastagem pode começar por ocasião da implantação. Segundo

Dias-Filho (2003, p.21), a degradação da pastagem quase sempre está relacionada a

forma inadequada de manejo, durante ou após o estabelecimento. Assim quando o

estabelecimento é feito incorretamente, seja devido ao preparo inadequado do solo, uso

de sementes de baixa qualidade, ou o pastejo prematuro da pastagem ainda em

formação, a degradação é precoce. Segundo Zimmer e Barbosa (2005), os diversos

fatores que contribuem para a degradação das pastagens podem se manifestar de forma

independente ou conjunta, quais sejam: germoplasma inadequado para o local, má

conservação e preparo do solo, má formação inicial, excesso de lotação, sistemas de

pastejo inadequado e, principalmente, o mau manejo e a não reposição de nutrientes. Os

demais aparecem como decorrência daqueles, como a ocorrência de invasoras, pragas,

erosão e outros.

Os fatores que provocam a degradação das pastagens estão ligados ao manejo.

No entanto, falhas de natureza técnica no período de semeadura e estabelecimento

podem levar para à tal degradação (OLIVEIRA e SANTOS, 2007). Desse modo, a

definição dos limites para a estabilidade produtiva das pastagens deve ser estabelecida,

em função das condições ecológicas regionais. Para tanto, conceitos e referenciais de

manejo como pressão de pastejo, altura da pastagem, massa de forragem, períodos de

descanso e de ocupação podem ser decisivos para o sucesso da exploração pecuária

(COSTA et al., 2006).

2.4.4 - Estratégias de recuperação das pastagens

Entender os processos e as causas da degradação de pastagens é o principal

requisito para a definição de estratégias para recuperar a produtividade das áreas. Do

ponto de vista ambiental, o maior benefício da recuperação de pastagens degradadas é a

redução da pressão de desmatamento. Do ponto de vista socioeconômico, o principal

11

benefício é a recuperação da capacidade produtiva de áreas consideradas

economicamente improdutivas, aumentando a oferta de alimento e gerando mais renda.

(DIAS-FILHO, 2005).

A recuperação de áreas degradadas é atividade multidisciplinar, factível, porém

exige abordagem sistêmica de planejamento e visão em longo prazo, que visa

restabelecer as características produtivas da pastagem. As operações dependem das

condições da área e da própria pastagem (JÚNIOR e BRANCO, 2000). Segundo Dias-

Filho (2006), a implantação de sistemas silvipastoris é considerada como opção

ambientalmente adequada para a recuperação de pastagens degradadas. Diversos

benefícios ambientais, em escala local e global, têm sido atribuídos aos sistemas

silvipastoris. Dentre esses benefícios, destacam-se a conservação do solo e dos recursos

hídricos, a promoção do seqüestro de carbono e o aumento da biodiversidade.

Segundo Júnior e Branco (2000), a condição essencial para se proceder a

recuperação da pastagem é a presença de uma população adequada de plantas

forrageiras, caso isso não ocorra há necessidade de refazê-la totalmente. Existem várias

medidas de recuperação de uma pastagem degradada, dentre elas pode-se citar: manejo

da pastagem, controle de invasoras, melhoramento da fertilidade do solo, introdução de

espécies, uso de culturas anuais, uso de implementos, as quais podem ser tomadas em

conjunto ou isoladamente.

2.4.5 - Estratégias de renovação da pastagem degradada

Segundo Dias-Filho (2003), as estratégias de renovação da pastagem degradada

estarão condicionadas a fatores como o tamanho das propriedades e o tipo de sistema,

familiar ou empresarial da área a ser recuperada, os tipos e estádio de desenvolvimento

das plantas e ao capital disponível para o processo de renovação. Em pequenas

propriedades, com características de agricultura familiar e onde as plantas invasoras da

pastagem degradada sejam predominantemente de porte baixo, o processo de renovação

poderia constar de práticas simples, como o plantio manual do capim nas áreas de solo

descoberto e, opcionalmente, alguma forma de controle manual das plantas daninhas.

12

2.4.5.1 - Implantações de sistemas agroflorestais e agrícolas para recuperação de pastagem degradada

Os sistemas agroflorestais e agrícolas têm sido apontados como alternativas

ecologicamente mais apropriadas para recuperar a produtividade de áreas tropicais

degradadas, ou para manter a produtividade econômica dessas áreas, sem causar a

degradação do solo e dos recursos hídricos (LAL, 1991, apud, DIAS-FILHO, 2003).

Existem diversos sistemas agroflorestais e agrícolas relacionados à produção animal em

uso na América Latina. Poder-se-ia considerar dois sistemas como alternativas para a

recuperação de pastagens degradadas no Estado do Pará: sistemas agropastoris e

sistemas silvipastoris (DIAS-FILHO, 2003).

O sistema silvipastoril é a integração de árvores com pastagens. Essa prática

pode trazer vários benefícios para o meio ambiente, quando comparados à pastagem

tradicional, sem a presença de árvores. Os benefícios são: conservação do solo e

conservação dos recursos hídricos. Em casos especiais, podem também servir como

suplementação da dieta do gado, no período de baixa produtividade da pastagem, por

meio do consumo da folhagem e frutos.

Os benefícios para o solo, decorrentes da implantação de sistemas silvipastoris resultariam da melhoria, em médio e longo prazo, na ciclagem de nutrientes, causada pela absorção desses elementos pelas raízes das árvores, de camadas mais profundas do solo e a posterior deposição no solo superficial de parte desses nutrientes, por meio da decomposição de folhas, raízes, etc. Sem a intervenção das raízes das árvores, atuando como “rede de retenção”, parte desses nutrientes seriam perdidos por lixiviação. Outro beneficio é a melhoria na atividade biológica do solo, principalmente se a árvore for capaz de associar-se a microrganismos que fixem o nitrogênio do ar, como ocorre com certas leguminosas (DIAS-FILHO, 2003).

Assim, a recuperação de pastagens degradadas, por meio da implantação de

sistemas silvipastoris, isto é, onde a pastagem fosse reimplantada em conjunto com o

plantio de árvores para fins agrícolas ou unicamente florestais, ou, ainda, onde fosse

incentivada a regeneração natural de espécies florestais (manejo da vegetação

secundária) dentro da pastagem, poderia ser uma alternativa viável para o crescimento

da eficiência econômica e agronômica, aumentando a diversidade biológica e

promovendo a conservação dos nutrientes e da água nessas áreas improdutivas, do

ponto de vista agronômico ou biológico.

13

Os sistemas agropastoris na recuperação de pastagens consistem no plantio de

culturas anuais, como o milho, o arroz, a soja, etc. nessas áreas. Um dos principais

objetivos dessa prática seria viabilizar economicamente o processo de renovação da

pastagem degradada, amortizando parte dos custos de recuperação pela comercialização

da produção da cultura anual. Existe também o pousio da pastagem degradada para a

recuperação dessas áreas, através do processo natural de sucessão secundária.

14

3 - METODOLOGIA

3.1 - Localização do município e área de estudo O Município de Brasil Novo (PA), (Figura 2) foi criado a partir de uma área

desmembrada dos municípios de Medicilândia, Altamira e Porto de Moz; possui uma

área territorial de 6.363 km², está situado no sudoeste do Estado, sua sede está

localizada às margens da Rodovia Transamazônica, (BR-230) km 46, abrangendo

ambas as margens dessa Rodovia (PREFEITURA MUNICIPAL DE BRASIL NOVO,

2010). O município se encontra a latitude de 03º18'17"sul, longitude 53º32'08" oeste e

altitude de 0 metro.

Figura 2. Localização do Município de Brasil Novo.

A população de Brasil Novo é formada por 17.960 habitantes, desses, 11.048

vivem na zona rural (IBGE, 2010). O município é constituído por 15 travessões, que

interligados dão acesso à sede urbana, tendo como eixo principal a Rodovia

Transamazônica, somando aproximadamente 2.500 km de estradas vicinais. A vicinal

15

da 16 está localizada ao Norte da Rodovia Transamazônica, numa extensão de 14

quilômetros. Nesta localidade predomina a criação de bovinos e o cultivo de cacaueiro.

Segundo informações da Prefeitura de Brasil Novo, (2010) a economia

brasilnovense está estruturada na pecuária extensiva de corte, extração de madeira de

lei, comércio e prestação de serviços básicos, agricultura perene (cacau, café, pimenta-

do-reino, frutas) e culturas anuais (feijão, arroz, milho, mandioca, etc.) e algumas

indústrias artesanais e serrarias de médio porte. O município apresenta solos

diversificados sendo: terra roxa, mista e arenosa.

3.2 - Procedimentos metodológicos A pesquisa foi realizada no mês de dezembro de 2010, utilizando questionários

previamente elaborados abordando aspectos relacionados à pastagem, sistema de

cultivo, sistema de criação, acesso a créditos, entre outros, além de conversas informais,

sendo que as mesmas não seguem um roteiro, mas essas conversas devem cobrir todas

as informações necessárias à estruturação do diagnóstico preciso.

Foram entrevistados 27 agricultores, dos 56 que possuem lotes nesta localidade,

correspondendo a 48,2% da comunidade Nossa Senhora de Nazaré, da Vicinal 16. Estes

agricultores se encontram num trecho de 14 quilômetros e fazem parte do projeto de

colonização antiga realizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

(INCRA).

O critério de escolha dos agricultores para o estudo foi os que em suas

propriedades possuissem pastagens e bovinos.

Foram realizadas visitas in loco nas áreas de pastagens para verificar e analisar o

estado das mesmas, junto com os agricultores. Para definição se as pastagens estavam

em processo de degradação foi analisado o percentual de plantas invasoras, solo

descoberto, compactado e com presença de erosão. Para o registro das áreas de

pastagem foi utilizada a máquina fotográfica. Com a ajuda dos agricultores foi feito um

croqui de cada uma das 27 propriedades estudadas dando ênfase para as áreas de

pastagens e levantamento histórico, como o ano implantação, espécie, quantidade de

semente utilizada por hectare, tipo de solo, entre outros.

16

O trabalho foi baseado na pesquisa qualitativa que segundo Minayo (2000),

busca entender as motivações e significados das ações dos atores sociais. A pesquisa

qualitativa costuma ser direcionada, ao longo do desenvolvimento; além disso, não

busca enumerar ou medir eventos e, geralmente, não emprega instrumental estatístico

para análise dos dados; seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva

diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos. Dela faz parte a obtenção de dados

descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto de

estudo (NEVES,1996).

17

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 - Caracterização das famílias As famílias entrevistadas são oriundas de vários Estados brasileiros como se pode

observar na Figura 3. A Amazônia, e em especialmente o Estado do Pará, começou a ser

ocupado de maneira mais intensa com a abertura da Transamazônica e os grandes

projetos no começo dos anos 70 (PRADO e WATANABE, 2004). Através do famoso

slogan: “Terra sem homens, para homens sem terra”, Brasil Novo foi um dos

municípios colonizado na década de 70 tendo como base o Programa do Governo

Federal de colonizar a Amazônia. Imigrantes de vários Estados do País vieram para a

região e trouxeram seus costumes, culturas, valores e organização social

(PREFEITURA MUNICIPAL DE BRASIL NOVO, 2010).

Figura 3. Estados de origem das famílias entrevistadas, vicinal 16, Município de Brasil Novo-PA.

As famílias estudadas são oriundas de 07 estados brasileiros das regiões nordeste,

sudeste, centro-oeste e norte. Demonstrando que a Região da Transamazônica desde a

colonização vários agricultores vieram das diversas regiões do país, principalmente do

sul, sudeste e nordeste, apresentando diversidade cultural e espacial. Minas Gerais é o

estado que mais tem famílias.

A maioria dos agricultores (52%) chegou ao Estado do Pará entre os anos de 1966 a

1999 (Figura 4). Pode - se constatar que os agricultores chegaram ao Estado no período

de ocupação que iniciou a partir de 1960-1970 através da colonização agrícola,

18,5%

22,2%

25,9%

11,1%

3,7%

3,7% 14,8% Bahia

Ceará

Minas Gerais

Espírito Santo

Rio Grande do Norte

Góias

Pará

18

facilitada pela abertura das grandes rodóvias. Apoiados pelos programas de

colonização, milhares de pequenos produtores, oriundos de todas as regiões do Brasil,

se instalaram em terras ao longo das estradas (HOSTIOU et al., 2006).

Figura 4. Ano de chegada ao Estado do Pará das famílias entrevistadas.

A maioria dos agricultores, que corresponde a 70,4%, moram na localidade de

estudo de 20 a 44 anos e 29,6% dos agricultores moram de 8 a 11 anos, caracterizando a

diversidade temporal entre os agricultores.

O grau de escolaridade das famílias é bastante diverso, onde das 91 pessoas

citadas, 70,3% (64) das pessoas têm ou se encontram cursando o ensino fundamental,

9,9% (9) têm ou estão cursando o ensino médio, 1% (1) têm o ensino superior, 1% (1)

técnico agropecuário, 1% (1) analfabeto funcional, 12% (11) não alfabetizados e 4,4%

(4) não foi informado a escolaridade. As pessoas não alfabetizadas se encontram numa

faixa etária de 49 a 80 anos.

A idade média por família variou de 27 a 58 anos (Figura 5), e a idade máxima e

mínima encontrada foi 82 e 12 anos respectivamente. Pode-se constatar que a maioria

das famílias está em plena capacidade de força de trabalho, pois somente 14,8% (4) têm

idade superiores a 50 anos.

51,8%37,0%

11,1%

1966 - 1979

1980 - 1999

2000 - 2002

19

Figura 5. Idade média por família entrevistada.

4.2 – Caracterização do sistema de produção “O sistema de produção é a combinação das produções e dos fatores de

produção (terra, trabalho e capital de exploração) na unidade de produção agrícola”

(DUFUMIER, 2010, p.85). Segundo Filho (2006), na escala de estabelecimento

agrícola, o sistema de produção pode ser definido como combinação (no tempo e no

espaço) dos recursos disponíveis para a obtenção da produção vegetal e animal.

Os agricultores entrevistados desenvolvem em suas propriedades o sistema de

cultivo e o sistema de criação. No sistema de criação existe a criação de bovinos, suínos

e aves, no sistema de cultivo existe o cultivo de culturas anuais e perenes. Os sistemas

interagem entre si, ou seja, necessita um do outro para existir. O exemplo prático da

interação desses dois sistemas é que no sistema de criação os bovinos necessitam das

pastagens para alimentação, onde esta faz parte do sistema de cultivo. Nas propriedades

estudadas o sistema de produção dos agricultores é bastante diversificado, este é

baseado na pecuária, no cultivo de cacaueiro e no cultivo de culturas anuais. Segundo

Tourrand e Veiga (2003, p.155), na Amazônia, a agricultura familiar desenvolve um

sistema de produção bastante diversificado, composto por culturas anuais (feijão, arroz,

milho) e/ ou culturas perenes (pimenta-do-reino, café, frutas), associados a pecuária de

leite e corte.

A criação de bovinos existe em 100% das propriedades, a cacauicultura e as

culturas anuais estão presentes em 92,6% e 70,4%, respectivamente, dos

28

35

41

48

58

37

53

47

31

50

39 38

25

49

3943

27

44

50

32

4643

46

36

28

0

10

20

30

40

50

60

70

Idade média

20

estabelecimentos agrícolas. As culturas anuais presentes nos estabelecimentos são feijão

(Vigna sp), arroz (Oriza sativa), mandioca (Manihot esculenta Crantz) e milho (Zea

mays).

A bovinocultura e a cacauicultura foi citado por 70,4% dos agricultores como as

principais atividades de seus estabelecimentos. A maior parte da renda agrícola advém

dessas duas atividades.

A tradição na pecuária é relatada por 62,09% (17) dos agricultores, ou seja, dos

27 agricultores entrevistados 62,09% experiência de trabalhar na bovinocultura antes de

chegar à região da Transamazônica. A tradição pecuária significa que os agricultores

têm certa experiência na criação de gado, o que implica não apenas o domínio de

agropecuárias, mas também a valorização de certo modelo cultural e social (VEIGA et

al., 2004).

Quando questionados por que decidiram criar bovinos quando chegaram à região

foram obtidas várias respostas:

Porque quando cheguei na região comprei

um lote maior e também por ter experiência

na criação de bovinos (Agricultor B).

Devido a terra, pois esta e boa somente

para plantar capim (Agricultor C).

Criava o gado porque não sabia como

cultivar o cacau (Agricultor E).

Era a forma de garantir dinheiro, pois só

com a lavoura não dá para sobreviver. O

gado pode vender para ser manter quando

não tem lavoura (Agricultor F).

Devido a tradição familiar por saber como

criar e por se bom trabalhar com bovinos

(Agricultor H).

Porque não tinha outra opção e uma forma

de se ter outra renda e o INCRA incentivou

a comprar gado (Agricultor I).

Para ter o leite e a carne para o consumo e

também possuir uma renda extra, ou seja,

quando precisa de dinheiro rápido vende

gado (Agricultor J).

A área média de cacau e das culturas anuais, das propriedades estudadas, pode se

observada na Figura 6.

21

Figura 6. Área média da cacauicultura e culturas anuais, das propriedades

estudadas.

A maior área de culturas perenes e anuais encontradas foram de 30 e 10 hectares

respectivamente. O desvio padrão3 em relação a média das áreas foi de 7,9 para a área

de cacau e 2,4 para a área das culturas anuais e pode se verificado que o mesmo foi alto

em relação as duas média, pois os valores dos quais se extraiu a média são distantes da

própria média.

4.2.1 – Área das propriedades Em relação ao tamanho das propriedades, a maior área encontrada foi de 218,7

hectares e a menor foi de 12,5 hectares e foi encontrado 22,2% (6) agricultores com

propriedades de 100 hectares, (Figura 7). As propriedades de 100 hectares foram

encontradas em números expressivos, devido este ser o número adotado pelo Instituto

Nacional de Reforma Agrária – INCRA para a divisão das propriedades no período da

colonização. A colonização oficial foi planejada no início dos anos 70 pelo governo

através do INCRA para implantação de pequenos colonos em lotes de 100 hectares, ao

longo da estrada Transamazônica e das suas vicinais construídas a cada 5 km, tanto no

sentido norte como no sul (TOURRAND e VEIGA, 2003, p.24).

3 O desvio padrão é uma medida de dispersão dos valores da distribuição normal em relação á média

0

2

4

6

8

10

12

11,1

3,3

Cultura perene Culturas anuais

22

Figura 7. Tamanho das propriedades dos agricultores.

Os agricultores que possuem propriedade dos tamanhos correspondentes a 12,5 a

46 hectares encontram dificuldades em desenvolver o sistema de criação de bovinos,

pois necessitam de mais espaços para melhor manejar as áreas de pastagens, ou seja,

dividir as mesmas em piquetes para usar o sistema alternado ou rotacionado. Foi

observado que dos 14,8% dos agricultores que possuem lotes pequenos, 11,1% utiliza o

sistema de pastejo contínuo, onde os pastos não têm descanso para recuperar-se do

pastejo, então se degradada mais rápidamente. A constatação anterior é corroborada por

Feitosa (2004, p.272), que relataram que em áreas pequenas, desenvolvem o sistema

pecuário com muita dificuldade pela impossibilidade do pousio.

Os solos encontrados nas propriedades foram: Barro vermelho/roxo (Latosolo

roxo), argilo-arenoso, areno-argiloso, Barro amarelo (Podzólico vermelho-amarelo),

Solo arenoso (Areia Quartzoza), Terra preta (Latossolo Amarelo Húmico

Antropogênico), Terra-branca arenosa (Podzol Hidromórfico), Latossolo Amarelo com

concentração de cascalho e solo argiloso.

O tipo de solo mais encontrado foi o latossolo roxo seguido de areno-argiloso,

argiloso-arenoso e podzolico vermelho-amarelo. Os agricultores conseguem perceber as

diferenças existentes entre os solos que possuem em suas propriedades, pela questão da

cor e o que se observa nas propriedades é que as mesmas possuem mais de um tipo de

solo.

10

16

1

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

12,5 a 93 hectares 100 a 150 hectares < 150 hectares

Quantidade de agricultores

Tamanho das propriedades

23

Em relação ao relevo das propriedades, o mais encontrado foi o relevo médio

acompanhado do muito declivoso e plano e foi possível observar numa mesma

propriedade os três tipos.

4.2.2 – Floresta primária e capoeira Das propriedades estudadas, 88,9% (24) possuem área de floresta primária,

tendo tamanhos variados (Figura 8) e 11,1% (3) das propriedades não possuem mais

floresta primária.

Figura 8. Tamanho das áreas de floresta primária das propriedades estudadas.

A maioria dos agricultores possui área de floresta primária em suas

propriedades, mas se pode constatar que os mesmo não estão de acordo com a lei

ambiental, ou seja, todos desmataram mais que o permitido pelo Código Florestal

Brasileiro. As propriedades de 100 hectares estão desflorestadas em mais de 50%, ou

seja, existindo de 5 a 40 hectares de mata.

A floresta é vista pelos agricultores como fonte de fertilidade para implantação

de culturas anuais e perenes, como forma de preservação da fauna e flora, das águas, do

solo, algo que tem que se preservado para as gerações futuras. Essa fala é confirmada

por Bertoni e Lombardi Neto (1993), a floresta é nosso maior recurso natural de caráter

renovável: conserva a água utilizada na irrigação, protege o solo, regula o volume das

9

11

4

0

2

4

6

8

10

12

2,5 a 15 20 a 45 50 a 65

Número de agricultores

Área de floresta primária em hectares

24

nascentes e é ambiente adequado à fauna. Com o manejo apropriado, além desses

múltiplos usos, pode dar ocupação e renda econômica para milhares de pessoas.

De acordo com Brigadão (1992, p.105) apud, Lopes (2000, p.19), a floresta pode

ser entendida como:

“(a) ecossistema complexo onde a forma vegetal

predominante são as árvores que protegem o solo contra

o impacto direto do sol, dos ventos e chuvas; (b) conjunto

natural de plantas e de animais, dos quais os organismos

dominantes são as árvores; (c) áreas cobertas de árvores

que oferecem produtos naturais ainda insubstituíveis pela

civilização contemporânea e funciona como garantia de

proteção ao meio ambiente e à agricultura, preservando

nascentes e cursos d´água e evitando a erosão dos

solos...”.

Foi constado que 81,5% (22) dos agricultores possuem em suas propriedades

área de capoeira. Segundo Pereira e Vieira (2001, p.337), as capoeiras podem se

definida como áreas de crescimento espontâneo de vegetação secundária provenientes

do processo de substituição dos ecossistemas florestais naturais por agroecossistemas. A

área média de capoeira encontrada foi de 8,6 hectares, sendo que a maior área foi de 45

hectares e a menor de 0,303 hectares, tendo como desvio padrão 10,5. Estas áreas

possuem grande importância para os agricultores, pois representam uma etapa de

recuperação da fertilidade do solo a fim de que após um período de pousio as mesmas

possam ser novamente utilizadas para o cultivo de anuais, perenes, ou pastagens. Na

agricultura de corte e queima a capoeira tem papel principal na fertilização da terra,

após o corte e queima de sua biomassa vegetal. As repetidas queimadas para o preparo

de área para plantio têm afetado consideravelmente o potencial de regeneração natural

das capoeiras (LEAL, 2004, p.371).

4.2.3 - Mão-de-obra 4.2.3.1 - Familiar

As famílias estudadas desenvolvem agricultura que é caracterizada como

agricultura familiar, pois o estabelecimento é gerido pela família e a mão-de-obra

familiar é superior a contratada, entre outros. Isto é confirmado por Romeiro et al.

(2000), agricultura familiar é caracterizado pelo estabelecimento que atende as

25

seguintes condições: a direção do trabalho do estabelecimento é exercido pelo produtor

e o trabalho familiar é superior ao trabalho contratado.

Esta pesquisa mostrou a forte participação da mão-de-obra familiar no conjunto

das atividades desenvolvidas nos estabelecimentos agrícolas familiares. Na Figura 9 se

observa para qual atividade a mão-de-obra familiar é destinada.

Figura 9. Destinação da mão-de-obra familiar.

Na Figura 9 observa-se que a maior quantidade de mão-de-obra familiar é

destinada ao manejo dos bovinos e a cacauicultura. Segundo Menezes (2004, p. 352), as

pequenas propriedades familiares, com o reduzido espaço de área, procuram

desenvolver diversas atividades que interagem entre si, formando o sistema próprio de

produção, com o intuito de otimizar a utilização de mão-de-obra familiar e ter melhor

aproveitamento dos recursos disponíveis no estabelecimento.

4.2.3.2 – Contratada

A mão-de-obra familiar não é suficiente para cuidar do sistema de produção, por

isso os agricultores contratam os serviços de outros agricultores da localidade. A mão-

de-obra contratada destina-se, principalmente aquelas atividades em que o agricultor

não tem tempo para executar e também às atividades mais penosas.

3429

53

80

37

2419

26

65

0102030405060708090

Número de mem

bros famíliares

Atividades

26

Destaca-se a empreita para o roço de pasto e colheita de cacau, diária para ajudar

no manejo dos bovinos, conserto de cerca e colheita de cacau no período da safra. A

contratação através das diárias é esporádica (Figura 10).

4.2.3.3 – Sistema de meia

Nas propriedades existe o sistema a meia. A meia é muito utilizada em

atividades da cultura do cacau, como os tratos culturais e colheita. Nesse sistema a

produção é dividida em 50% entre as partes.

Figura 10. Mão-de-obra contratada pelos agricultores.

4.3 - Assistência técnica A falta de assistência técnica foi citada por 63% (17) dos agricultores familiares.

Os 37% (10) dos agricultores que recebe assistência técnica é através da extensão rural

pública representada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural-EMATER.

Segundo os agricultores, as atividades na qual recebem assistência técnica são

culturas anuais 33,3% (9) dos agricultores, pastagens/gado 14,8% (4) dos agricultores,

culturas perenes 3,7% (1) dos agricultores e outras atividades 7,4% (2) dos agricultores.

A falta de assistência técnica para a agricultura familiar ainda hoje é um grande

problema, pois a grande maioria dos agricultores não recebem e segundo Silva et al.

(2010, p.128), a assistência técnica tem importante papel na discussão de melhorias e

70,4%

14,8%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

empreita diária

Porcentagem de agricultores que

contratam

este serviço

Tipos de mão-de-obra contratada

27

alternativa de sistema de produção. Porém, precisa se articular com os interesses e

necessidades dos agricultores. No caso da atividade da criação de bovinos, poucas são

as ações no sentido de fornecer elementos para os agricultores acerca de como melhorar

o manejo do rebanho, bem como das pastagens.

4.4 - Acesso aos créditos A partir dos anos 90 tem acontecido uma participação maior da sociedade na

definição dos rumos da região. Movimentos sociais organizados têm lutado por

melhores condições de vida para a população local e muitos têm também uma

preocupação com a conservação do meio ambiente. Várias conquistas têm sido

alcançadas com dificuldade, como por exemplo, o acesso à terra ou ao crédito, resultado

de ocupações e muita pressão junto a diversos organismos governamentais por parte dos

trabalhadores rurais( PRADO et al. 2004, p.4).

Em relação ao acesso aos créditos 29,6% (8) dos agricultores tiveram acesso ao

Fundo Constitucional do Norte-FNO especial para financiar a pecuária e plantio de

culturas perenes, mas segundo Tourrand e Veiga (2003, p.418), isto não ocorreu na

prática. A maioria dos agricultores usou quase todo o dinheiro do financiamento na

compra de gado. O acesso ao crédito é de grande importância para a agricultura

familiar, pois os agricultores tendo acesso a estas políticas públicas diminuirá o êxodo

rural, devido estes poderem diversificar sua produção.

Segundo Prado et al. (2004, p.10), para ter aceso ao FNO-especial a existência de uma associação era indispensável, pois é a associação que requer e tramita junto ao banco os projetos para obtenção do crédito. Em Pacajá e Medicilândia, região de Altamira, são os agricultores mais antigos e os que têm maior área aqueles mais beneficiados pelo FNO especial.

O caso do FNO-especial é particularmente relevante porque esta linha de crédito

foi criada para atender às necessidades dos agricultores que tradicionalmente eram

alijados de outras linhas, pela sua baixa escala de produção, e também pelo fato de

muitos deles não possuírem título de suas terras (TOURRAND e VEIGA, 2003, p.413).

Esta realidade pode-se constatar na hora da pesquisa onde esta foi a primeira linha de

crédito que os agricultores tiveram acesso para poder diversificar sua produção e assim

melhorar sua renda familiar.

28

4.5 – Sistema de criação: bovinos A pecuária bovina é caracterizada por dupla finalidade, (carne e leite), uma vez

que a maioria dos sistemas visa à produção de bezerros e leite. Segundo Nascimento e

Carvalho (2007, p. 49), no caso da atividade leiteira ainda é definida pelos produtores

como um subproduto do bezerro, desta forma fica evidente que o leite é tratado como

atividade secundária na pecuária desenvolvida pelos agricultores familiares, assim os

investimentos para sua intensificação ainda são tratados como alternativa pouco viável

para o sistema. Dos agricultores entrevistados 11,1% (3) criam bovinos com a

finalidade de produção de carne, 3,7% (1) finalidade de produção de leite e 85,2% (23)

dos agricultores criam bovinos com a finalidade carne e leite, isto é confirmado por

Veiga et al. (2004, p. 63), onde a agricultura familiar, em pequenos lotes, é mais

adaptada à pecuária de dupla finalidade leite/corte, quando é possível comercializar os

produtos leiteiros e à agricultura diversificada.

4.5.1 - Manejo reprodutivo O manejo reprodutivo é fundamental para elevar os índices produtivos do

rebanho. Este é o arranjo de um conjunto de práticas relacionadas com a reprodução

animal, que visam otimizar a eficiência reprodutiva (ER) do rebanho e envolve os

vários eventos da vida do animal como desmama, puberdade, parto, período de serviço,

idade à primeira cria, intervalo de partos, entre outros (VEIGA, 2005).

O sistema de monta práticado pelos bovinos é o da monta natural ou livre, onde

práticamente não há interferência do homem no processo.

No plantel dos agricultores entrevistados a média foi de 68 bovinos, sendo que

foi encontrado agricultores com 200 bovinos e agricultores com apenas 3 bovinos, tendo

como desvio padrão 53 bovinos em relação à dispersão existente entre a média e os

valores do dados originais.

A raça que prevalece é a nelore, onde foram encontrados 11 reprodutores dessa

raça e esta foi encontrada em 51,8% (14) das propriedades. Dos 27 agricultores

entrevistados 05 não tem reprodutor em suas propriedades e um não soube informar a

raça de seus bovinos. Foram identificados animais de diferentes raças, isto comprova

que é comum a criação de animais resultantes do cruzamento de várias raças.

29

Além da raça nelore encontrada na maioria das propriedades, foram encontradas

também as raças girolando, tabapuâ, indu-brasil, gir, simental, holandês, entre outras.

4.5.2 - Idade do (IPP) A primeira cria das vacas tem alta correlação com sua vida útil produtiva,

significando que as fêmeas que têm o seu primeiro parto mais cedo, são mais férteis e

produzem mais durante sua vida reprodutiva (MARQUES, 2005). A idade do primeiro

parto fornecida pelos agricultores se observa na Figura 11:

Figura 11. Idade do primeiro parto das vacas nas propriedades estudadas.

Observa-se que 59,2% (16) da idade do primeiro parto citado pelos agricultores

são de 30 meses e primeiro parto está dentro da média ideal identificada por Marques

(2005), que é de 27 a 30 meses, no entanto os animais que se encontram acima desse

índice, podem estar tendo problemas de manejo e com a puberdade de suas novilhas e

37% (10) da IPP não está dentro da média ideal e regional, que segundo Nascimento e

Carvalho (2007, p.46), a média regional da IPP é de 30 meses.

4.5.3 - Intervalo entre parto (IEP) O intervalo entre parto é uma das fases mais importante para a criação animal,

por ser variável, depende de todas as práticas de manejo, seja nutricional, reprodutiva

ou sanitária, e qualquer aumento neste índice, menor será a produtividade animal,

acarretando prejuízos ao sistema (NASCIMENTO e CARVALHO, 2006).

30

24

36

16

63

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4

IPP em meses /Média

N° de vezes citado pelosagricultores

30

Segundo os agricultores, o intervalo entre parto ideal é aquele próximo de 12

meses, sendo assim a vaca dará uma cria por ano. A vaca parindo uma vez por ano esta

atividade torna-se mais rentável. O IEP ideal citado pelos agricultores é confirmado por

Tourrand e Veiga (2003, p.394) que segundo esses autores o ideal seria ter intervalos

entre parto em torno de 12 meses, ou menos. O intervalo entre parto aumenta conforme

o grau de intensificação e a produção de leite. O intervalo entre parto de 12 meses foi

citado por 92,6% (25) dos agricultores e 3,7% (1) relatou que o intervalo entre parto é

de 18 meses. Segundo Ferreira (2006), as vacas parindo magras, o cio demora a

acontecer depois do primeiro parto, como consequência o intervalo de parto é longo,

acima de 18 meses.

4.5.4 - Peso do bezerro/a ao nascer O peso do bezerro/a ao nascer é importante, pois pode ser previsto o

desempenho futuro do animal. É importante também para se avaliar o ganho de peso em

idades posteriores (EMBRAPA GADO DE CORTE, 2011). Pode perceber que os

agricultores não pesam os bezerros/as ao nascer, eles dizem o peso dos mesmos

somente em olhar o tamanho e os agricultores também não possuem o hábito de anotar

o peso dos bezerros/as. (Figura 12). Segundo a Embrapa Amazônia Oriental (2006),

para bovinos de corte o peso médio do bezerro ao nascer é 33 kg. Estes valores são

apenas indicadores gerais e o criador deve levar em consideração os dados específicos

de cada raça. A maioria do agricultores estão com o peso dos bezerros ao nascer dentro

ou próximos dos citados na literatura.

31

Figura 12. Peso dos bezerros/as ao nascer.

4.5.5 - Idade de desmame Foi relatado pelos agricultores que a idade de desmane dos bezerros/as é entre 6

a 11 meses, sendo que 51,8% (14) dos agricultores relataram que os bezerros/as param

de mamar com 8 meses o restante que é 44,4% (12) relataram que os bezerros/as param

de mamar com 6, 7, 9 e 11 meses. Dos 27 agricultores 77,8% (21) desmamam os

bezerros/as e segundo estes a separação dos bezerros/as das vacas pode auxiliar o

retorno das mesmas ao cio após o parto. O restante que é 18,5% (5) dos agricultores

deixam os bezerros/as pararem por conta, isso significa que as vacas vão demorar mais

tempo para entrar no cio, consequentemente o intervalo entre parto será maior, com isto

esta atividade se tornará menos rentável.

4.6 - Manejo sanitário O manejo sanitário consiste num conjunto de atividades veterinárias

regularmente planejadas e direcionadas para a prevenção e manutenção da

saúde dos rebanhos. Quando se objetiva prevenir a ação dos agentes

patogênicos sobre os animais, utiliza-se as medidas de higiene e de profilaxia

sanitária e quando se pretende manter os animais aptos a resistir à ação dos patógenos,

são utilizadas as medidas de profilaxia médica (EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL,

2006).

0

10

20

30

40

50

60

1 2 3 4 5 6 7 8

20

30

3538

40

45

50

55

47

42

42 1 1

Peso dos bezerros/as aonascer

Nº de vezes citado pelosagricultores

32

O tratamento comumente utilizado é o preventivo, através da medicação e

vacinação dos bovinos. Os agricultores vacinam os bovinos contra a febre aftosa,

brucelose, manqueira, botulismo e raiva e usam medicamento contra os vermes, como

se observa na Tabela 1:

Tabela 1: Controle das doenças citadas pelo os agricultores.

Doenças Controle Percentual de agricultores que

realizam o tratamento

Aftosa Vacina 100%

Brucelose Vacina 92,6%

Manqueira Vacina 59,2

Botulismo Vacina 14,8%

Raiva Vacina 3,7%

Verminoses Medicamento 92,6%

A vacina contra febre aftosa é aplicada duas vezes ao ano nos meses de maio e

novembro conforme o calendário estabelecido para a região pela Agência de Defesa

Sanitária do Pará (ADEPARÁ) e todos os animais foram vacinados. Já a vacina contra

brucelose é aplicada uma vez ao ano e somente as fêmeas de 3 a 8 meses são vacinadas.

Os principais endoparasitas são os vermes, que são controlados com a aplicação de

vermífugos. Os vermífugos são aplicados por 92,6% (25) dos agricultores, destes 40,7%

(11) aplicam duas vezes ao ano, 37% (10) uma vez, 7,4% (2) aplicam três e quatro

vezes ao ano e 7,4% colocam semanalmente no sal. A forma de utilização é no sal e

injetável. De modo geral, não é aconselhável utilizar a mistura mineral como veículo

para administração de medicamentos, por várias razões. Por exemplo, os vermífugos

necessitam ser aplicados em épocas definidas (início e fim da estação chuvosa e terço

final da estação seca), enquanto a mistura mineral é fornecida de maneira contínua.

Além disso, os vermes são combatidos com doses específicas, conforme o peso dos

animais e não em dose qualquer (CARDOSO e VEIGA, 2005).

4.7– Manejo Alimentar O sistema alimentar dos bovinos é exclusivamente composto pelas forrageiras

(Figura 13) e a suplementação mineral. Todos os agricultores usam suplemento mineral,

33

sendo que o sal comum é utilizado por 3,7% (1) dos agricultores e o sal mineral

utilizado por 22,2% (6) dos agricultores. Dos agricultores entrevistados 74,1% (20)

utilizam o sal comum misturado com o sal mineral. A suplementação mineral é

colocada no cocho semanalmente por 81,5% (22) dos agricultores e quinzenalmente por

18,5% (5) dos agricultores. Segundo Veiga et al. (2004, p.121), o uso exclusivo da

produção forrageira da propriedade não deve ser a única forma de alimentar o rebanho.

Existem alternativas disponíveis que podem ajudar os produtores, tanto no manejo do

rebanho como no uso dos recursos da propriedade. Uma forma de suplementar o gado

em regime de pasto são o cultivo e o manejo de gramíneas de corte (capineiras) e o

pastejo complementar de banco de proteína, constituídos de áreas restritas de

leguminosas forrageiras cultivadas. Segundo Veiga et al. (2004), as capineiras e os

bancos de proteínas permitem aumentar a produtividade leiteira e, ao mesmo tempo,

diminuir a carga animal sobre a pastagem, diminuindo os riscos de degradação,

principalmente em pequenas propriedades.

Figura 13. Brachiaria brizantha – alimentação de bovinos.

4.8 – Cobertura vegetal A cobertura vegetal anterior à área de pastagem era mata e capoeira seguida de

culturas anuais, capim-colonião, quicuio-da-Amazônia e alguns agricultores não

souberam informar qual era a cobertura vegetal anterior à pastagem, pois quando

chegaram à propriedade já existiam algumas áreas de pastagens.

34

As áreas de mata e capoeira são as mais utilizadas para a formação de pastagem.

No preparo da área foram usados diferentes métodos, ou seja, este preparo dependeu da

vegetação que existia na área. Os métodos utilizados foram: 1) broca, derruba, queima e

plantio; 2) roço e plantio; 3) roço, queima e plantio; 4) derruba e queima; 5) broca,

queima e plantio e outros plantavam na palhada das culturas anuais. Este plantio na

palhada chama-se plantio direto, este sistema tem como objetivo a produção de

alimentos de forma sustentável, ou seja, fornecer os produtores rurais um sistema que

alie a produção de alimentos à conservação dos recursos naturais (FILHO et al., 2009,

p.10). Segundo o Instituto Agronômico (2005), o plantio direto é um sistema de manejo

do solo onde a palha e os restos vegetais são deixados na superfície do solo. Este tem

como objetivo reduzir a erosão, melhorar as condições físicas e de fertilidade do solo,

aumentar o teor de matéria orgânica, nutrientes e água armazenada no solo, tendo como

objetivo maior alcançar a sustentabilidade da agricultura, com redução dos impactos

ambientais.

4.9 - Espécies de gramíneas As espécies de gramíneas que predominam em todas as propriedades estudadas são

Braquiarão (Brachiaria brizantha), que ocupa a maior área de pastagens. Em seguida

vem o Mombaça (Panicum maximum). Essas espécies (Figura 14) são resistentes a

cigarrinha-das-pastagens, possuem média resistência a seca e são exigentes em

fertilidade de solo. Estudos realizados por Tourrand et al. (1995), apud, Angelo-

Menezes e Neves (2004), no Município de Uruará, Pará, revelam também a preferência

dos produtores pelo Braquiarão. Apesar das espécies do gênero Panicum serem

forrageiras excelentes do ponto de vista nutricional, os produtores preferem o

braquiarão por ser mais competitivo com as plantas invasoras (VEIGA, et al. 2004,

p.116).

Quando alguns agricultores chegaram à região, especificamente em suas

propriedades no período de colonização, já existiam forragens plantadas, sendo estas o

capim quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola), e o capim-colonião (Panicum

maximum). Segundo Veiga et al. (2004, p.115 e 116), o capim-colonião foi outro capim

importante no início da colonização, sendo hoje pouco utilizado por ser exigente em

manejo e não tolerar a baixa fertilidade dos solos da região. Já o quicuio-da-Amazônia

35

foi substituído por ser bastante susceptível a cigarrinha-da-pastagem (Deois

incompleta). A maioria das propriedades substituiu o quicuio-da-Amazônia e o colonião

pelo braquiarão, pois segundo os agricultores o quicuio e o colonião não aguentam o

pisoteio do gado bovino e as plantas invasoras. Nos anos 90, o capim braquiarão tem

substituído o colonião e o quicuio, tanto na implantação de novas pastagens como na

recuperação de áreas antigas, com alta infestação de invasoras. O capim braquiarão,

apesar de ser menos digestível que o colonião, tem se adaptado bem à região,

produzindo grande quantidade de biomassa e resistindo bem a períodos secos (VEIGA

et al., 2004).

O ano de implantação dessas forrageiras varia desde o período que chegaram à

propriedade, ou seja, início da colonização em 1970 até os anos atuais 2009 e 2010,

sendo que existe apenas um agricultor que implantou a pastagem em 2010.

Figura 14. A- Braquiarão (Brachiaria brizantha), B- Mombaça (Panicum

maximum).

4.10 - As práticas de manejo nas pastagens O problema das plantas daninhas está ligado diretamente à grande capacidade

que estas têm para competir com as gramíneas cultivadas como pastagem, pois levam

uma série de vantagens nesta competição. Por exemplo: as sementes das plantas

daninhas germinam desuniformemente, dificultando seu controle e permitindo a

sucessão de várias gerações de plantas daninhas durante o ano. (BARROS, et al., 2005).

O deficiente manejo de pastejo resulta em problemas de degradação das pastagens, cujo

principal resultado é o domínio de plantas invasoras, ( Figura 15). Foi possível observar

a presença na maioria das áreas de pastagens de plantas invasoras, as porcentagens

dessas variaram de 5 % a 60%. As plantas invasoras observadas foram a brauninha

A B

36

(Dictyoloma vandellianum), fedegoso (Cassia chysocarpa), babaçu (Orbigina

martiana), lacre (Vismia guianensis), assa-peixe (Vernonia spp), entre outras. O

controle das plantas invasoras é feito, principalmente, com roçagens manuais, por 74%

(20) dos agricultores e 25,9% (7) utilizam o roço e a queima. Muitos agricultores

afirmam que o sistema de queima, repetidas vezes, enfraquece o solo com mais rapidez.

Por isso, a substituição da queima pelo roço está ocorrendo gradativamente.

Figura 15. Plantas invasoras em pastagens.

O roço das pastagens é realizado uma vez ao ano por 55,5% (15) dos

agricultores e 18,5% (5) realizam duas vezes ao ano, já o roço e queima é realizado por

18,5% dos agricultores duas vezes ao ano e por 7,4% dos agricultores uma vez ao ano.

O período para realizar o roço é nos meses de janeiro a fevereiro e abril a dezembro,

esta prática só não é realizada no mês de março, já a queima das pastagens é realizada

entre os meses de outubro a dezembro, o semeio das sementes e mudas de capim é

realizado nos meses de janeiro a fevereiro e outubro a dezembro e o conserto de cerca

não tem período certo sendo realizado o ano todo como se observa no itinerário técnico

das pastagens realizado pelos agricultores (Figura 16).

37

Figura 16. Itinerário técnico das pastagens.

O ato de queimar a pastagem visando controlar o excesso de plantas daninhas e

melhorar a capacidade de competição do capim, embora, em última análise, possa

melhorar, em curto prazo, a fertilidade do solo e diminuir a competição das plantas

daninhas, não deve ser prática frequente e, quando utilizada, o manejo subsequente deve

ser extremamente cuidadoso, visando a minimizar as perdas dos nutrientes do solo

(DIAS-FILHO, 2003, p.61). Segundo Barros et al. (2005), o fogo é, na maior parte dos

casos, um método pouco eficiente para o controle de plantas daninhas nas pastagens e,

quando utilizado com freqüência, causa sérios prejuízos, pois diminui o teor de matéria

orgânica superficial, afeta os microorganismos do solo e não permite o acúmulo de

umidade e nutrientes na camada superficial do solo. O uso do fogo intensifica a

degradação das pastagens, além de afetar o meio ambiente pelas queimadas e aumento

da erosão devido à maior exposição do solo.

Segundo os agricultores, estes acham necessário realizar a queima de dois em

dois anos ou de três em três anos, posto que no sistema de queima, o fogo mata as

plantas invasoras e os insetos; o capim cresce mais rápido, brota com mais vigor, nasce

com mais força, limpo e bonito, o solo parece renovar com isto fica mais produtivo, ou

seja, mais rico em nutrientes, alguns agricultores afirmam não notar diferença no solo

quando realiza a queima (Figura 17). Segundo Dias-Filho (2003, p. 59), a incorporação

das cinzas ao solo e o calor do fogo (através do consumo de ácido orgânicos) aumentam

38

o pH do solo, melhorando, assim, a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Outro

efeito da queima é a diminuição da relação de carbono por nitrogênio (C/N) do solo,

aumentando, portanto, a disponibilidade de nutrientes.

Figura 17. Uso do fogo para limpeza em área de pastagem.

Dos agricultores entrevistados, 14,8% (4) utilizam herbicidas como Padron,

Tordon e Garlon para controlar as plantas invasoras. Os herbicidas são utilizados de

forma esporádica demonstrando certa preocupação por parte dos produtores, na sua

utilização e em virtude do seu preço (FEITOSA, 2004, p.279). Segundo Barreto et al.

(2005), o Padron é um herbicida para o controle de invasoras lenhosas e semi-lenhosas

não controladas por herbicidas de aplicação foliar. O Padron é aplicação no toco

remanesceste da planta invasora imediatamente após a roçada manual. Já o Garlon é o

único herbicida registrado especificamente para controlar algumas espécies jovens de

palmáceas no estágio inicial de desenvolvimento vegetativo.

O uso do Tordon, um herbicida que contém o “agente laranja”, poderoso

desfolhante, utilizado no Vietnã, não resolve o problema das invasoras e plantas

indesejadas. Pode matá-las por certo lapso de tempo, mas não consegue evitar que

surjam novamente, sempre com maior vigor (PRIMAVESI, 1999. p.129).

A integração de diferentes métodos de controle de plantas invasoras deve ser

utilizada pelos agricultores e muitos já adotam esta prática de diferentes métodos de

controle, com isto o controle das plantas invasoras ser torna mais eficaz, segundo Dias-

Filho (2003, p.75), o sucesso de programas de controle de plantas daninhas está

condicionado a integração de diferentes métodos de controle. Os principais métodos de

39

controle de plantas daninhas, em pastagens tropicais, podem se dividido em uso do

fogo, métodos mecânicos e químicos. Alguns agricultores fazem integração desses

métodos de controle.

Além das plantas invasoras encontradas nas áreas de pastagens encontrou-se

também solo descoberto, numa porcentagem de 5% a 10% e isto se deve a diversos

fatores como, solo onde o gado dorme, onde o capim morre, pisoteio do gado e o

desmatamento.4 O gado prejudica o solo pelo pisoteio intenso, que é muito mais

prejudicial em épocas úmidas, mas também indiretamente, através do pastejo seletivo,

desnudando manchas de chão onde se assenta a erosão, e pelo pastejo frequente que

diminui o tamanho das raízes e contribui para o adensamento do solo (PRIMAVESI,

1999, p.11). Foi constatado também, solo compactado correspondente a 5% nas áreas

de pastagens e a compactação do solo é devido ao pisoteio dos bovinos, isto é

confirmado por Silva (2008), a compactação do solo ocorre de maneira muito frequente

em propriedades agrícolas que utilizam máquinas e implementos ou em áreas onde o

pisoteio de animais é intenso e/ou prolongado. Apesar da presença de plantas invasoras,

solo descoberto e compactado nas áreas de pastagens, a maioria dos agricultores

relataram que suas pastagens então em boas condições, seguido do regular, ruim e um

produtor classificou um de seus piquetes excelentes, onde o pasto estava alto,

exuberante, sem a presença de plantas invasoras.

Segundo os agricultores é necessário realizar o descanso das pastagens para que

a planta forrageira se recupere do pastejo, onde o descanso das pastagens proporciona

condições de recuperação, caso estes pastos não descansem pode o mesmo vir a

degradar. Dos agricultores entrevistados 88,9% (24) realizam o descanso dos pastos

para que os mesmo se recuperem e 11,1% (3) não realizam o descanso das pastagens.

O tempo de descanso das pastagens é bastante variado, existindo agricultores que

deixam em repousos de 30 a 60 dias, já outros deixam um tempo mais prolongado de 60

a 120 dias, isto varia devido ao tipo de sistema de pastejo adotado e a quantidade de

piquetes disponível nas propriedades. Existem agricultores que fazem o descanso das

pastagens de 2 a 4 vezes ao ano. Segundo Pereira (2011), o período de descanso do

braquiarão é de 36 dias, onde o gado deve entrar no pasto quando estiver em uma altura

de 40 a 50 cm e sair dos mesmos quando estiver em uma altura de 20 a 25 cm.

4 Fala de um agricultor

40

Os agricultores não fazem reposição de nutrientes no solo, com isso enfraquecem

a pastagem de tal modo, diminuindo sua resistência aos ataques de praga. Segundo

Silveira (2011), a reposição de nutrientes em áreas de pastagens deve ser feita de acordo

com a necessidade da área, normalmente, previstas na análise do solo. A adubação de

reposição é importante, pois ela é quem permite o prolongamento do ciclo das pastagens

e a sua longevidade.

Dos 27 agricultores entrevistados, somente 25,9% (7) alugam seus pastos para

produtores vizinhos. Segundo Veiga et al. (2004, p. 121), isto é muito comum em

propriedades com deficiência de pastagem ou que passaram por uma séria crise como

um fogo acidental.

Dos agricultores, 11,1% (3) alugam seus pastos para outros agricultores no

período de inverno e verão, sendo que deixam alugados três a doze meses ao ano,

11,1% alugam somente no inverno, por um período de um a três meses e 3,7% (1) aluga

sua pastagem no verão pelo período de um mês. Os agricultores que alugam pastagens

de outros agricultores é com o objetivo de garantir determinado suprimento de pasto na

época da baixa produção forrageira, eles vedam ou alugam algumas pastagens no

período chuvoso ou a partir do final das chuvas, acumulando forragem em suas

propriedades para utilização na seca, ou simplesmente por possuir poucos pastos são

obrigados a alugar para recuperar os mesmos, para que este não venha a se degradar. Os

aluguéis das pastagens foram realizados nos anos de 2009 e 2010.

Nas áreas de pastagens foi observada a infestação de plantas invasoras, erosão,

solo descoberto e compactado. Os agricultores relataram o que ocasionam estas tais

infestações que serão colocadas a seguir:

A juquira nasce devido às chuvas e ela é origem da terra, pois a

terra que não sai mato é imprestável. A erosão é causada pelas

chuvas, pisoteio do gado e o desmatamento, pois esta área fica

aberta. O solo e descoberto onde o gado dorme e deita para

descansar e a terra dura onde o gado pisoteia muito (Agricultor

V).

A juquira nasce devido a terra se úmida e possuir alta acidez,

pois se fizer a correção do solo o mato diminui. O desmatamento

em lugares com declive onde a água escorre e causa erosão. O

solo fica compactado onde estar descoberto devido o

desmatamento (Agricultor Q).

41

Nascem tantas plantas invasoras porque a terra é forte. Erosão

ocorre em Lote acidentado onde a chuva leva a terra. Porque

derruba os matos grandes e o sol bate direto nas pastagens onde

esta seca, ou seja, fica dura. Devido à ação da água da chuva,

que bate no solo desnudo (Agricultor N).

Excesso de gado e vem muita semente de mato no meio das

sementes de capim. Terra fraca e o pisoteio do gado causa

erosão. Terra fraca e onde o gado pisoteia muito e onde malha a

terra fica descoberta. Onde o gado pisa, onde a terra e barro e

onde queima o solo é duro (Agricultor Y).

As falas dos agricultores sobre o que ocasiona a infestação de plantas invasoras é

discutida por Pereira e Melo, 2008, apud, Santos et al. (2010), onde a presença de

plantas espontâneas pode ser indicador de solo fértil, pobre ou com desequilíbrio de

nutrientes.

4.10.1 - Formação das pastagens As pastagens foram formadas através de sementes por 66,8% (18) dos

agricultores, mudas por 7,4% (2) dos agricultores e por sementes e mudas por 25,9% (7)

dos agricultores.

As sementes das gramíneas utilizadas para a formação das pastagens são

adquiridas no comércio local por 92,6% (25) dos agricultores e as mudas são adquiridas

no próprio lote por 11,1% (3) dos agricultores e 18,5% (5) adquire nas propriedades dos

agricultores vizinhos. O plantio das sementes foi feito através plantadeiras tico-tico.

Segundo Veiga (2005), as sementes tem que ser de excelente qualidade, pois dela

depende todo o investimento feito no preparo da área.

Durante o processo de implantação das pastagens 70,4% (19) dos agricultores

plantaram culturas anuais juntamente com as sementes de capim, 25,9% (7) plantaram

somente a semente de capim e 3,7% (1) usaram mudas porque a semente de capim era

caríssima. A maioria dos agricultores plantaram culturas anuais juntamente com a

semente do capim e isto é comprovado por Quadros, (2007) que antes do plantio da

pastagem, alguns produtores aproveitam o preparo da área para plantar arroz ou milho,

como cultivo associado, diminuindo os custos da formação da pastagem. A pastagem

pode ser plantada após 2 a 4 semanas do plantio daquelas culturas. Obviamente, dessa

42

forma, a pastagem demora um pouco mais a se estabelecer. A prática de se plantar

capim consorciado com as culturas anuais é muito utilizada pelos agricultores como

uma forma de economizar a mão-de-obra e, também, como valorização da terra, já que

na área ficará implantada a pastagem (SILVA, et al., 2010, p. 122).

Foi constatado que os agricultores na sua maioria plantaram a semente do capim

braquiarão a quantidade variou de 5 a 30 quilos de sementes por hectare, tanto os que

plantaram as sementes de capim juntamente com as culturas anuais e os que plantaram

somente a semente do capim. A quantidade de semente recomendada por Veiga, (2005)

na falta de informações precisas sobre a qualidade da mesma é em torno de 5-10 kg de

semente de capim por hectare. Dos 27 agricultores entrevistados 70,4% (19) utilizaram

mais sementes por hectare do que o recomendado pela literatura, com isto os

agricultores têm um maior gasto de sementes por hectare, conseqüentemente, maior

custo de formação das pastagens, isto se deve à falta de assistência técnica para os

mesmos.

O uso da pastagem pelos bovinos após a sua formação variou de 2 a 12 meses,

ou seja, tanto no monocultivo como no cultivo associado não houve diferenças de meses

e segundo a literatura quando o plantio das pastagens é feito em monocultivo o tempo

de formação, ou seja, do plantio até o início do pastejo regular, varia de 4 a 6 meses,

desde que seja feita pelo menos uma limpeza das plantas invasoras, Já quando o plantio

da semente do capim é associado com culturas o tempo para o primeiro pastejo e sua

intensidade vai depender do desenvolvimento da pastagem em formação. Em condições

ideais de chuva e sendo baixa a infestação de plantas invasoras, um pastejo leve pode

ser antecipado no final das chuvas subseqüentes, 4 a 5 meses após o plantio. De

qualquer forma, não se deve submeter as pastagens recém-formadas a pastejos pesados,

por períodos prolongados, no primeiro ano (VEIGA, 2005). Verifica que alguns

agricultores estão realizando o pastejo prematuro da pastagem em formação com isto a

degradação da pastagem é precoce. Segundo Dias-Filho, (2003, p.21) a degradação da

pastagem quase sempre está relacionada a formas inadequadas de manejo, durante ou

após o estabelecimento. Assim quando o estabelecimento é feito incorretamente, seja

devido ao preparo inadequado do solo, uso de sementes de baixa qualidade, ou o pastejo

prematuro da pastagem ainda em formação, a degradação é precoce.

Dos 27 agricultores entrevistados 48,1% (13) relataram que colocam a mesma

quantidade de bovinos por hectares desde quando formaram as pastagens até agora, já

43

22,2 (6) relataram que hoje colocam mais do que colocava antes, isto se deve a diversos

fatores como quando implantaram as pastagens os bovinos que adquiriam eram poucos

e aos poucos foi aumentando o plantel e 29,6% (8) dos agricultores relataram que hoje

colocam menos gado nas pastagens, pois o capim não agüenta tantos bovinos como

antes, ou seja, a capacidade de suporte está menor.

A quantidade de gado colocado nas pastagens depois de formada variou de 05 a

200 animais. Os agricultores tem que se atentar para a quantidade de bovinos colocado

na área para realizar o primeiro pastejo, pois não se pode colocar muito animal devido o

peso exagerado vir a prejudicar a rebrota do capim. O correto é fazer um pastejo leve,

ou seja, com pouco bovinos na área e deixar os mesmos por um período curto. Alguns

agricultores colocam a mesma quantidade de bovinos nas pastagens logo quando

formaram e hoje colocam de 5 a 6 bovinos em 5 hectares. Outros relatam que quando

implantaram os pastos colocavam 20 bovinos em 5 hectares e hoje colocam 15 bovinos,

já outros colocavam 4 a 5 bovinos em 5 hectares, hoje coloca 8 bovinos em 5 hectares.

Como se observa, a maioria dos agricultores coloca a mesma quantidade logo que

formaram as pastagens e hoje. Isto demostra que a maioria das pastagens se encontra em

boas condições, estas, apesar dos anos, ainda possuem o mesmo suporte.

Foi encontrado através de cálculos que os agricultores colocam de 1 a 4,3

bovinos por hectares, sendo que a maioria dos agricultores colocam entre 1 a 2,5

cabeças por hectares.

Não foi possível utilizar Unidade Animal (U.A) por hectare, devido a maioria

dos agricultores não saberem informar a quantidade dos animais por categoria como

vacas, boi, reprodutor, novilho/a e bezerro/a. Esta informação normalmente se encontra

na ficha de vacinação dos bovinos, porém a mesma não se encontrava com eles.

A maioria dos agricultores, que corresponde a 70,4% (19), coloca a mesma

quantidade de bovinos por hectares no período chuvoso e seco, mas os mesmos deixam

tempos diferenciados, ou seja, no período chuvoso deixam o gado mais tempo em

determinados piquetes, já no período seco deixam menos tempo.

A mesma quantidade corresponde de 5 a 6 bovinos em 5 hectares, sendo que no

período chuvoso deixa o gado no piquete 4 meses e no seco 3 meses. Já outros colocam

44

de 7 a 8 animais por 5 hectares e deixam o mesmo tempo nos piquetes tanto no período

seco como no chuvoso.

Outro agricultor relata o seguinte: no período seco é 12 cabeça em 5 hectare,

deixando estes gado um mês e meio, já no período chuvoso é 20 bovinos no mesmo

tamanho de pastagem, sendo 2 meses em cada manga. Este outro agricultor relatou o

seguinte: A mesma quantidade de gado tanto no período seco como no chuvoso. Não

soube informar quantos bovinos por hectare. Mas seu J possui 60 bovinos. Ele frisou

que: quando o pasto fica fraco, que acontece principalmente no verão, eu alugo pasto

para colocar meus gados.

Relatos de alguns agricultores:

Deixo a mesma quantidade que são cento e seis bovinos e deixo o

mesmo período, no inverno e verão que é de um mês (Agricultor

G).

No período chuvoso coloco 20 cabeças por alqueire e deixo 2

meses, já no período seco coloca 10 cabeça por alq. e deixa 2

meses (Agricultor S).

No período chuvoso 10 animais em 5 hectare - 2 meses, período

seco 5 animais por hectare - 1 mês (Agricultor T).

No período chuvoso coloca 10 cabeça por alqueire durante 3

meses, já no período seco coloca 5 cabeça por alqueire e deixa 3

meses (Agricultor R).

4.10.2 - Divisão das pastagens Nas pastagens divididas em piquetes garante-se bom pasto para todo o ano, pois

enquanto o gado se alimenta em um piquete a gramínea do outro está se desenvolvendo.

Segundo os agricultores a divisão das pastagens em piquetes ajuda a conservar as

gramíneas, pois este método permite retirar o gado quando não tem mais capim,

proporcionando assim a sua recuperação. O critério utilizado por 99% dos agricultores

para trocar os gados dos piquetes é a altura do capim e 1% relatou que é o

emagrecimento dos bovinos. Os agricultores colocam o gado em um determinado

piquete em relação à altura do capim e tiram quando capim está baixo, para não deixar o

solo descoberto. Segundo Primavesi, (1999, p.62), o momento adequado de colocar o

gado num piquete depende:

45

- do desenvolvimento da forragem;

- da condição úmida ou seca do solo;

- das exigências das forrageiras “chave”, ou seja, sua necessidade de repouso

para sua sobrevivência.

A maior área de pastagem encontrada foi 150 hectares e a menor foi de 5 hectares,

estas correspondem a 68,6% e 33,3% respectivamente da área total das duas

propriedade.

Das 27 propriedades estudadas somente três não possuem as pastagens divididas em

piquetes, com se observa na Figura 18 a seguir:

Figura 18. Ocorrência de piquetes por propriedades, vicinal 16, Município de Brasil Novo.

No período do verão, 22,2% (6) dos agricultores relataram que nem todos os piquetes

tem disponibilidade de água para os bovinos, como se observa em anexo 1. Para os

bovinos terem acesso à água os mesmos são levados para outros locais da propriedade.

O recomendado é ter água próximo de onde o bovino está pastejando para que o mesmo

não ande muito para beber, pois quando o deslocamento é grande este queima muita

caloria, isto afetará na produção final seja esta carne ou leite, então faz-se necessário

planejar bem a divisão da pastagem, para que todos os piquetes sejam bem servidos de

água, a curta distância.

3

6

5

9

1 1 1 1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 2 3 4 5 6 7 8

me

ro d

e p

rop

rie

da

de

Número de piquetes

46

4.10.3 - Sistema de pastejo O tipo de sistema de pastejo utilizado pelos agricultores são o rotativo (anexo 2),

praticado por 48% (13) dos agricultores, alternado (anexo 3), utilizado por 29,6% (8)

dos agricultores e o contínuo (anexo 4), praticado por 22,2% (6) dos agricultores. No

pastejo rotativo existe um maior número de piquetes e o gado permanece neste o quanto

for necessário para comer toda a forragem. Neste pastejo é utilizada subdivisão de uma

área de pastagem em dois ou mais piquetes submetidos a períodos controlados de

pastejo (ocupação) e descanso (SILVA, et al., 2010, p.124). O manejo rotativo do

pastejo é indispensável para a manutenção da pastagem, por permitir um descanso para

a recuperação das forrageiras.

No pastejo alternado existem somente duas divisões nas pastagens. Quando o

gado termina com a pastagem de uma é passado para a outra. No pastejo alternado não

se consegue um melhoramento maior da pastagem, mas pelo menos impede um

desperdício grande de forragem pelo gado e concede as forrageiras um repouso que

permite sua recuperação, impedindo sua decadência rápida (PRIMAVESI, 1999. p.115,

143). Já no pastejo contínuo o pasto não têm divisões, o gado escolhe onde quer comer.

Como a própria fala de (SILVA, et al., 2010, p.124), no contínuo os animais têm acesso

irrestrito a toda área pastejada, sem subdivisão em piquetes e alternância de períodos de

pastejo com períodos de descanso. Segundo Primavesi (1999, p.142) no pastejo

contínuo ocorre a deteriorização da flora pastoril e a formação de pastagens menos

nutritivas e mais grosseiras. Este sistema impede a continuidade de uma pecuária

próspera.

4.11 - Erosão nas pastagens A competição das plantas daninhas com as pastagens, aliada ao super-pastejo,

reduz a cobertura do solo, expondo-o à erosão, o que degrada a sua fertilidade e a sua

capacidade potencial de produção de forrageiras, além dos problemas ambientais

decorrentes da erosão (BARROS, et al., 2005).

Foram encontradas nas propriedades erosão do tipo laminar, sulco e voçoroca

(Figura 19) no meio das pastagens. A erosão do tipo laminar às vezes é pouco

perceptível pelo agricultores, esta ocorre superficialmente, onde o solo vai sendo levado

47

pelas enxurradas. Os agricultores só conseguem destingir a erosão tipo sulco, que na

maioria das vezes são causadas pelo caminhar do gado e com o escorrimento das águas

das chuvas. Se a erosão tipo sulco não for controlada esta avança para a erosão do tipo

voçorocas, estas são enormes buracos, conforme é colocado pela Embrapa Meio

Ambiente, (2011), que a partir do momento da retirada da cobertura vegetal, o solo fica

exposto às intempéries, sobretudo à agua das chuvas, que anteriormente infiltrava

lentamente no solo, que passa então a escoar superficialmente. O escoamento pode ser

difuso ou concentrado. O escoamento difuso pode transportar consigo partículas de solo

e provocar de início sulcos poucos profundos, os quais podem evoluir chegando a

voçorocas.

A erosão tipo voçoroca causou vários prejuízos para alguns agricultores, onde

caem bovinos dentro e os mesmos morrem por não ter como tirá-los.

Os agricultores onde nas propriedades foram encontradas as voçorocas a maioria

não têm condições de reverter esta situação e outros já não sabem que atitude tomar.

Alguns agricultores relataram que seria importante isolar a área, para os bovinos não

terem acesso às mesmas, mas para fazer isso se necessita de muito recurso financeiro e

para muitos deles isso é um impedimento. Cercar a área da voçoroca é uma das

alternativas, outras seriam mudar o percurso da água das chuvas e diminuir sua

velocidade de escoamento e plantar vegetação dentro da voçoroca, entre outras.

Foi possível constatar nesta pesquisa que solos com textura arenosa são

extremamente susceptíveis aos processos erosivos.

48

Figura 19. A - erosão tipo laminar, B – erosão tipo sulco e C – erosão tipo voçoroca.

4.12 - Insetos/pragas de pastagem

4.12.1- Cigarrinhas-das-pastagens As cigarrinhas-das-pastagens (Deois incompleta) são insetos sugadores de seiva,

cujos adultos vivem na parte aérea dos capins. Já os seus filhotes, de coloração branco-

amarelada, ficam sempre protegidos, na base das plantas, por uma espuma branca

característica. Elas aparecem em época de alta umidade, ou seja, no período das chuvas,

sendo favorecidas quando o capim está alto, pois não expõe as ninfas ao sol (Leite e

D’Ávila, 2011).

As cigarrinhas atacam as pastagens no período chuvoso e são responsáveis pela

“queima” das pastagens. Elas introduzem toxinas, causando o amarelecimento das

folhas e posteriormente secamento e morte das plantas. Das pastagens estudadas, 36

49

piquetes no ano de 2009 e 2010 foram atacados pela cigarrinhas-das-pastagens. Isto

mostra o grau de importância de controle desse inseto para os agricultores. Muitos

agricultores só percebem que a pastagem está sendo atacada pela cigarrinha quando o

pasto apresenta queima, ou seja, as folhas estão todas amarelas, nesse estágio não há

mais nada que se possa fazer, pois já está no final de seu ciclo. Os agricultores devem

ficar atentos no início do período chuvoso realizando o monitoramento nas áreas de

pastagem para ver se encontra este inseto, para a partir de tal incidência realizar o

controle da mesma.

Segundo Leite e D’Ávila (2011), a importância da cigarrinha é, portanto,

considerável, pois, além de vasta área atacada, ela concorre com o gado na época em

que ele normalmente deveria recupera-se do período de seca, e nessa época em que ele

normalmente torna-se impalatável, ou seja, com gosto ruim, o que faz com que o animal

coma menos, deixando de produzir leite e carne.

A cigarrinha-das-pastagens ataca, principalmente, as espécies de gramíneas

forrageiras do gênero Brachiaria, especialmente a B. decumbens, que foi dizimada da

região na década de 1960, e o B. humidicola. A introdução e o avanço da pastagem de

braquiarão na região foram motivados pela sua tolerância àquela praga, além de sua alta

rusticidade (VEIGA, 2005).

4.12.2 - Lagartas Em algumas propriedades ocorreu o ataque das lagartas em áreas de pastagem

onde 49 piquetes foram atacados nos anos de 2009 e 2010 pelas mesmas. Segundo

Quanz et al. (1996, p.36), as lagartas consomem geralmente as plantas novas de capins

recéns plantados, principalmente colonião e braquiarão.

As lagartas que consomem rapidamente as folhas da pastagem chegam a

preocupar há alguns anos. Porém, na maioria das vezes, são surtos rápidos e

esporádicos, ocorrendo, principalmente, no início das chuvas, não se constituindo em

grande ameaça (VEIGA, 2005).

50

4.13 - Degradação das pastagens Segundos os agricultores pastagem degradada ( Figura 20) é

aquela com excesso de gado, onde o capim fica fraco, e não consegui mais manter sua

produtividade. O excesso de gado é a quantidade de gado superior ao que o pasto

suporta, com isto degrada o pasto5.

Para outros agricultores pastagem degradada é aquela com presença de erosão

causada pelo desmatamento, pastagem atacada por insetos/pragas, terreno acidentado,

pouco capim e muitas plantas invasoras. Pastagem destiorada, ou seja, uma pastagem

que não é roçada, onde o pasto não aguenta mais o pastejo dos bovinos6. Pastagens

com falha, ou seja, solo descoberto, compactado e ácido. Somente um agricultor não

souber informar o que é uma pastagem degradada. Dos 27 agricultores, 48% (13)

possuem em suas propriedades pastagens degradadas, onde estas foram atacadas por

insetos/pragas e se encontram com alta infestação de plantas invasoras é pouca

gramíneas, solo descoberto, compactado e com presença de erosão. Segundo Dias-Filho

(2003, p.15 e 17), a degradação pode ser inicialmente caracterizada apenas pela

mudança na composição botânica da pastagem, em decorrência do aumento na

proporção de plantas daninhas e da diminuição da proporção de capim, já em outro

extremo, a degradação da pastagem pode ser caracterizada pela intensa diminuição da

biomassa vegetal da área, provocada pela degradação do solo.

Fala de um agricultor sobre o que é uma pastagem degradada:

Pastagem que não é formada direito, onde coloca

o gado antes do tempo e pasto que não é

reformado (Agricultor j).

Segundo os agricultores entrevistados, o que ocasiona o processo de degradação

é o excesso de gado nas pastagens, o pisoteio dos bovinos, o descuido em relação ao

roço. O desmatamento, onde o solo fica desnudo, onde a água da chuva causa a erosão,

solo acidentado. O ataque de insetos/praga (lagarta e cigarrinha), terra fraca, ou seja,

não apropriada para o plantio do capim. A resposta mais citada pelos agricultores foi o

excesso de bovinos nas áreas de pastagens, onde deixam estes vários meses, sem o

devido descanso dos pastos. Segundo Zimmer e Barbosa (2005), os diversos fatores que

contribuem para a degradação das pastagens podem se manifestar de forma

5 Fala de um agricultor 6 Fala de um agricultor

51

independente ou conjunta, quais sejam: germoplasma inadequado para o local, má

conservação e preparo do solo, má formação inicial, excesso de lotação, sistemas de

pastejo inadequado e, principalmente, o mau manejo e a não reposição de nutrientes. Os

demais aparecem como decorrência daqueles, como a ocorrência de invasoras, pragas,

erosão e outros.

Dos agricultores entrevistados, 81,5% (22) não possui pastagem abandonadas e

18,5% (5) possuem pastagens abandonada. O abandono das áreas de pastagem foi

devido a diversos fatores como: presença de planta tóxica, não possuir cerca para

separar a área abandonada da área de pastagem que recuperou, venderam todos os

bovinos e quando compraram novamente não mexeram na área, devido à água do rio

quando enche matar o capim7. O tamanho das áreas abandonadas variou de 7,5 a 25

hectares, em relação à idade de abandono foram 2 a 15 anos.

Figura 20. Pastagem degradada.

4.14 - Recuperação das pastagens Dos 92 piquetes existentes nas propriedades 28 foram recuperados. Segundo

Rodrigues et al. (2000), a escolha da técnica de recuperação de pastagens mais

adequada depende do diagnóstico bem feito sobre a situação real da pastagem

degradada, da disponibilidade ou possibilidade da utilização de implementos e insumos,

do nível técnico adotado e da estrutura da propriedade. Os métodos utilizados pelos

7 Fala de vários agricultores.

52

agricultores para recuperar as pastagens degradadas foram variados conforme a fala dos

mesmos:

Plantei semente onde o solo estava desnudo (Agricultor

J).

Roçei e queimei (Agricultor M).

Realizei o replantio através de mudas (Agricultor H).

Queimei e fiz o plantio através da semente (Agricultor R).

Mandei passar o trator e plantei capim (Agricultor T).

Abafei o capim com a juquira depois roçei queimei e fiz o

replantio (Agricultor E).

Roçei e estou plantando o capim (Agricultor A).

Onde falhou roçei, coroei e plantei (Agricultor D).

Repouso de um ano para recuperar (Agricultor F).

Em relação o repouso da pastagem relatado pelo agricultor para a recuperação da

mesma é confirmado também por Júnior e Branco (2000), onde eles relatam que o

pousio da área de pastagem degradada tem sido uma forma comum de recuperação

natural em algumas situações, porque em geral, o abandono de algumas áreas de

pastagem por um tempo indeterminado, podendo ou não ser reutilizadas para nova

recuperação da pastagem ou para outro fim agrícola, é devido a razões de ordem

econômica.

Segundo os agricultores que possuem pastagens degradadas, estes pretendem

roçar, queimar e plantar novamente o capim. Uma agricultora relatou o seguinte: tenho

pastagem degradada, este pasto tem a presença de muito capim duro e o gado não

gosta de comer. A condição essencial para se proceder a recuperação da pastagem é a

presença de uma população adequada de plantas forrageiras. Existem várias medidas de

recuperação de uma pastagem degradada, dentre elas pode-se citar: manejo da

pastagem, controle de invasoras, melhoramento da fertilidade do solo, introdução de

espécies, uso de culturas anuais, uso de implementos, as quais podem ser tomadas em

conjunto ou isoladamente (JÚNIOR e BRANCO, 2000).

Os recursos financeiros dos agricultores para a recuperação das pastagens

degradadas serão adquiridos através da venda de cacau e bovinos. Nenhum dos

53

agricultores buscou acesso a linhas de créditos que possibilitem a recuperação destas

áreas, devido estes não conhecerem linha de crédito voltada para a recuperação de áreas

degradadas.

54

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS - Pode-se constatar que a maioria dos agricultores trouxeram experiência em trabalhar

na bovinocultura antes de chegar à Região da Transamazônica e que a criação de

bovinos é vista como uma renda extra para as famílias entrevistadas. Em relação ao

manejo das pastagens e bovinos pode-se perceber que os agricultores já possuem certa

experiência, mas necessitam buscar mais informações sobre o assunto, e os mesmos

buscam informações com outros vizinhos, parentes e amigos de como melhorar a

criação de bovinos e o manejo das pastagens, entre outras.

- Pode-se verificar que em algumas propriedades os pastos encontram-se com a

presença de muitas plantas invasoras e o aparecimento destas se deve a diversos fatores

dentre eles podemos destacar o super-pastejo. Onde muitas vezes encontramos solo

descoberto e com poucas gramíneas.

- Foi possível observar nas pastagens a presença de erosão principalmente tipo sulco,

planta tóxicas como oficial de sala (Asclepias curassavica L.) e chumbinho (Lantana

spp), solo compactado e descoberto. Em relação as plantas tóxicas pode-se perceber que

os agricultores não a conhecem como tóxicas, com isto o gado morre intoxicado e eles

atribuem este fato a outros motivos, como picada de cobra, entre outros.

- Constatou-se que os agricultores não fazem a reposição de nutrientes nas áreas de

pastagens, e isto é de extrema importância para que a pastagem continue produtiva e

resistente a ataque de pragas e as mesmas não venham a degrada-se, pois a falta de

nutrientes no solo, principalmente fósforo e um dos grandes fatores que contribuem para

o processo de degradação das pastagens.

- A queima das pastagens ainda hoje é utilizada por alguns agricultores para realizar a

limpeza dos pastos em relação as plantas invasoras, devido este método ser de menor

custo. O uso do fogo constantemente enfraquece o solo e consequentemente o capim, ou

seja, este acelera o processo de degradação e sabe-se hoje que a absorção de nutrientes

55

pelas plantas diminui radicalmente em solos periodicamente queimados. Mas se

constatou também que a maioria dos agricultores não queimam mais seus pastos, aos

poucos estes estão substituindo a queima pelo roço manual e se conscientizando da

importância de não mais usar o fogo para a limpeza dos pastos, devido a queima das

pastagens ocasionar prejuízos para o solo, pastagem e o ambiente.

- Em muitas propriedades, a lotação é muito elevada para o tamanho dos pastos, não

tendo possibilidade de deixar em pousio, devido o pasto não possuir divisão. Os

agricultores que trabalham com o pastejo contínuo tem que pensar em como manter esta

pastagem produtiva, para os animais ter suprimento diário de forragem de boa qualidade

para atender suas exigências nutricionais.

- O manejo utilizado nas pastagens, a falta de capitalização dos agricultores, combinado

com o sistema de pousio muito curto, ou sem nenhum pousio, são fatores que

contribuem para uma degradação rápida das pastagens, que se dá tanto através das

pragas quanto pelas plantas invasoras.

- Os agricultores que utilizam pastejo contínuo e alternado no período do verão se vêem

obrigados a alugar pastos dos vizinhos que utilizam o pastejo rotacionado, então o que

se pode observar é que existem alguns agricultores com propriedades pequenas e os

mesmos encontram muita dificuldade em desenvolver a bovinocultura.

- Pode-se constatar na localidade de estudo a falta de políticas públicas para os

agricultores familiares, como falta de assistência técnica, falta de linha de crédito para

diversificar as suas produções, falta de estrada, entre outras. A falta de assistência

técnica para a agricultura familiar ainda hoje é problema, pois a maioria dos

agricultores não tem este acompanhamento e esta política tem que acontecer para ser

pensar melhorias e alternativa de sistema de produção, mas a mesma precisa se articular

com os interesses e necessidades dos agricultores e o que se pode perceber é que estas

políticas são pensadas de cima para baixo, ou seja, os agricultores não tem acesso a

56

discussão, como qual politica implementar para melhor desenvolver ou diversificar a

agricultura familiar, então as políticas pensadas de cima para baixo na maioria das vezes

não atendem as reais necessidade do agricultor ou da agricultura familiar.

57

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, V. M. Sistema de pastejo. Universidade Castelo Branco Especialização “Lato Sensu” em Produção e Reprodução em Bovinos, 2007. Disponível em: http://www.qualittas.com.br/documentos/Sistema%20de%20Pastejo%20-%20Veruska%20Miranda%20Araujo.PDF. Acessado dez. 2010.

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63

ANEXOS

64

Anexo 1. Problemas d´água no piquete.

65

Anexo 2. Pastejo rotacionado.

66

Anexo 3. Pastejo alternado.

67

Anexo 4. Pastejo contínuo.

68

Anexo 5. Questionário utilizado no estudo.

ROTEIRO DE COLETA DE DADOS SOBRE IDENTIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS DE MANEJO QUE ESTÃO INFLUENCIANDO O PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DAS PASTAGENS, NO MUNICÍPIO DE BRASIL NOVO –

PARÁ

Entrevistado:................................................................................................ Data:.....................

Localização: ..............................................................................................................................

Estado de origem:............................................. Que ano chegou ao lote:..................................

1- MÃO-DE-OBRA FAMILIAR Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8

Idade

Escolaridade

Sexo (F) (M)

Bovinos

Roço Ordenha Cerca

Manejo(vacinação, castração, descorna etc)

outros

Culturas anuais

Milho Feijão Mandioca Outros

Culturas perenes

Cacau Pimenta Outros

1.1- MÃO-DE-OBRA CONTRATADA (base de informações ciclo agrícola

2009/2010)

Roço de pasto

Conserto de cerca

Ordenha Culturas anuais

Culturas perenes

Outros Período Frequência

Diarista

Permanente

Empreita

69

2-CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO AGRÍCOLA

1- Tamanho do estabelecimento (total)?.........................

Área de mata (ha)

Área de capoeira (ha)

Culturas perenes (ha)

Culturas anuais (ha)

Área de pastagens (ha)

2- Qual a principal atividade desenvolvida na Unidade Produtiva? .......................................................................................................................... ...................................................................................................................

3- Recebe assistência técnica? ( ) sim ( ) não. Qual órgão?........................ Se

sim em qual atividade?

( ) Pastagem/gado ( ) Culturas perenes ( ) Culturas anuais ( ) Outras.

3-FORMAÇAO DAS PASTAGENS

1- Qual material utiliza para propagação: ( ) semente ( ) mudas ( ) outros

2- Origem das sementes: ( ) próprio lote ( ) comerciantes ( ) outros

3- Origem das mudas: ( ) próprio lote ( ) outros agricultores ( ) outros

4- Como é feito o plantio das sementes? ( ) tico-tico ( ) lanço ( ) mecanizado

5- Durante o processo de implantação das pastagens plantou culturas anuais junto com as pastagens? ( ) sim ( ) não

(a) Se sim quantos kg de sementes de gramínea utilizou por hectare?.................. (b) Se não quantos kg de sementes de gramínea por hectare?.............................

(c) Após a formação das pastagens colocou o gado com quantos dias? ...............

Quantidade de gado?...........................................

70

4-CARACTERIZAÇAO DAS PASTAGENS

HISTÓRICO DAS ÁREAS DE PASTAGENS Área

formada (ha)

Ano de implantação

Espécie Porque esta espécie

Cobertura Vegetal Anterior

Tipo de Preparo (1)

Taxa (%) de invasoras

Grau (%) de erosão e tipo

A pastagem foi recuperada

Qual o método usado

Existe isentos/pragas atacando as pastagens (2)

Solo descoberto (%)

Solo compactado (%)

Tipo de solo e relevo (3)

Avaliação da pastagem (4)

Piquete 1

Piquete 2

Piquete 3

Piquete 4

(1) Tipo de preparo (2) Insetos/pragas (a) Broca, derruba, queima, plantio (1) formigas (b) Broca, queima, plantio (2) cupins (c) Roço e plantio (3) cigarrinhas-das-pastagens

(4) lagartas

(3) (a) muito declive (4) visão do agricultor: (b) médio declive ruim (R), regular (Reg), bom (B), excelente (E). ( c) plano

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5- ITINERÁRIO TÉCNICO DAS PASTAGENS

Período de preparo da terra Período de semeio da semente ou muda Período de roço Período que queima a

pastagem Período que conserta cerca

1- O que você pretende fazer para recuperar as pastagens degradadas? (essa pergunta cabe caso o agricultor tenha pastagem degradada)

.........................................................................................................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................................................................

2- Possui recursos financeiros para tal atividade? Se sim qual ele utiliza.

...................................................................................................................................................................................................

..............................................................................................................................................................................................................

3- Tem acesso a linhas de créditos que possibilitem a recuperação destas áreas?

............................................................................................................................................................................................................

..................................................................................................................................................................................................

4- Na sua concepção o que esta ocasionando infestação de plantas invasoras, erosão, solo descoberto e compactado nas pastagens?

72

5.1- MANEJO DAS PASTAGENS

1- Manejo realizado nas pastagens? ( ) *Roço ( ) **Queima

*Freqüência e época:.........................................................................

**Freqüência e época do ano:..............................................................

2- Quando realiza o manejo (queima) nas pastagens nota diferença em relação ao

solo e ao capim-produtividade?..........................................................................

....................................................................................................................

3- Usa algum tipo de herbicida?( ) sim ( ) não. Se sim qual?

4- Quando o Senhor implantou as pastagens quantas cabeças você colocava por

hectare? E hoje quantas cabeças coloca por hectares?

1- Faz descanso dos pastos? ( ) Sim ( ) Não

Tempo...........dias,..............freqüência.

2- Tipo de sistema de pastejo?

3- Na sua concepção o que é uma pastagem degradada?

4- Na sua opinião o que levou a este processo de degradação?

5- Possuem na propriedade pastagens abandonadas? Quantas hectares (idade?) Por

quê?

6- Faz reposição de nutrientes nas áreas de pastagens? ( ) Sim ( ) Não. Se sim

Quais?

73

7- Quantidade de animal no período chuvoso e seco utilizado nas pastagens por

hectares e o tempo que deixa os animais nessas áreas?

8- Que critério usa para tirar o gado do piquete? ( ) altura do capim ( )

emagrecimento do gado ( ) aumento das plantas invasoras ( ) outros

6- CARACTERIZAÇÃO DA CRIAÇÃO DE BOVINOS

1- Teve experiência de trabalhar com gado antes de vir para região?

2- Porque decidiu criar bovinos?

3- Possui algum tipo de financiamento para bovinos (FNO-especial)?

Gado próprio Gado a meia

(dentro do lote) Aptidão (carne ou leite) Total

Vaca

Boi

reprodutor

Novilho

Novilha

1- A(s) raça (s) que prevalece no plantel? (aqui se ele disser misto, cruzado, procurar saber cruzado com quê, misto de quê?)

74

2- A raça do reprodutor?.....................................................................

3- Você aluga seus pastos? ( ) Sim ( ) Não

Período: ( ) Inverno ( ) Verão

Tempo:..........dias............meses..........anos

7- CARACTERIZAÇAO DAS PRÁTICAS DE MANEJO DOS BOVINOS

7.1.1-ALIMENTAÇÃO

1- Usa Complemento alimentar? ( ) Sim ( )Não

Se sim qual: ( ) cana ( ) capineira ( ) outros Período:................... Freqüência:...........................

2 – Usa suplemento mineral? ( ) sim ( ) não

Sem sim especificar:

( ) comum ( ) sal mineral

Freqüência:

3- Te m problema com água no período seco? ( ) Sim ( ) Não

4-Todos os piquetes tem disponibilidade de água? ( ) Sim ( ) Não

7.1.2- MANEJO REPRODUTIVO (média)

1- Idade do primeiro parto?.............................................

2- Peso do bezerro/a ao nascer?........................................

3- Idade de desmame? ...................................................

( ) para por conta ( ) o agricultor tira

4-Intervalo entre partos?................................................

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7.1.3-MANEJO SANITÁRIO? (VACINAS-DOENÇAS)

1 - Aplica vacina contra que doenças nos bovinos?

Febre aftosa ( ) Manqueira ( ) Brucelose ( ) Mamite ( ) Outras ( )

2 – Vermifuga os animais? ( )sim ( ) não

Frequência:

7.1.4 - COMERCIALIZAÇÃO

1-Vende bezerro? ( ) sim ( ) não

Peso (média) que vende?.......................

Para quem? ( ) fazendeiro ( ) atravessador ( ) frigorífico ( ) outros

2- Vende: ( ) Leite ( ) Queijo ( ) Requeijão ( ) Outros

Para onde? ( ) laticínio ( ) consumidor ( ) no comércio ( ) outros