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AS REDES SOCIAIS E O CYBERBULLYING LEÃO JUNIOR, Cleber Mena – UFPR/GELL [email protected] Eixo-Temático: Violência nas Escolas Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O objetivo do estudo foi analisar a relação entre o cyberbullying nas redes sociais e a percepção dos usuários quanto as agressões e intimidações entre os mesmos. O método de estudo utilizado foi o quali-quantativo de caráter descritivo, onde foi aplicado um questionário com oito perguntas semi-abertas. Contou com a participação de 30 pessoas entre 16 e 26 anos de idade, com a maioria de 17 anos. A população foi composta por acadêmicos de uma instituição Universitária e pessoas de relacionamento social dos pesquisadores. Ao concluir, percebemos que o entendimento sobre o cyberbullying para os usuários das redes sociais é muito pequeno, onde alguns até nunca ouviram falar do termo. O fenômeno vem ocorrendo em ambientes extraclasse, na sua maioria com vídeos fora da escola, mas envolvendo alunos. Fica claro que o cyberbullying é uma atividade atual e preocupante, fazendo parte do dia-a-dia de muitas pessoas e usuários de internet, de forma mais específica das pessoas que fazem parte de redes sociais, as quais ficam mais expostas que as demais. Palavras-chave: Bullying. Cyberbullying. Redes Sociais. Introdução Ao desenvolver este artigo, estima-se que uma grande parcela da sociedade esteja em algum ambiente de rede virtual, seja acessando as páginas de relacionamento, conversando via chats de bate papo, mensagens instantâneas escritas, ou de voz e nas redes sociais. Não só os usuários estão imersos nessa nova forma de relacionamento individual e/ou coletiva no ciberespaço. Essa temática têm despertado o interesse dos estudiosos de redes sociais, dos sociólogos, etnógrafos virtuais, dos ciberteóricos, dos especialistas em gestão do conhecimento e da informação, enfim, de todos aqueles que pressentem que há algo de novo a ser investigado, que a atual vertigem da interação coletiva pode ser compreendida dentro de uma certa lógica, dentro de certos padrões, o que já era anunciado nos anos 1980 pelos analistas estruturais de redes sociais segundo Costa (2005), apud Wellman,

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AS REDES SOCIAIS E O CYBERBULLYING

LEÃO JUNIOR, Cleber Mena – UFPR/GELL [email protected]

Eixo-Temático: Violência nas Escolas

Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O objetivo do estudo foi analisar a relação entre o cyberbullying nas redes sociais e a percepção dos usuários quanto as agressões e intimidações entre os mesmos. O método de estudo utilizado foi o quali-quantativo de caráter descritivo, onde foi aplicado um questionário com oito perguntas semi-abertas. Contou com a participação de 30 pessoas entre 16 e 26 anos de idade, com a maioria de 17 anos. A população foi composta por acadêmicos de uma instituição Universitária e pessoas de relacionamento social dos pesquisadores. Ao concluir, percebemos que o entendimento sobre o cyberbullying para os usuários das redes sociais é muito pequeno, onde alguns até nunca ouviram falar do termo. O fenômeno vem ocorrendo em ambientes extraclasse, na sua maioria com vídeos fora da escola, mas envolvendo alunos. Fica claro que o cyberbullying é uma atividade atual e preocupante, fazendo parte do dia-a-dia de muitas pessoas e usuários de internet, de forma mais específica das pessoas que fazem parte de redes sociais, as quais ficam mais expostas que as demais. Palavras-chave: Bullying. Cyberbullying. Redes Sociais.

Introdução

Ao desenvolver este artigo, estima-se que uma grande parcela da sociedade esteja

em algum ambiente de rede virtual, seja acessando as páginas de relacionamento,

conversando via chats de bate papo, mensagens instantâneas escritas, ou de voz e nas redes

sociais. Não só os usuários estão imersos nessa nova forma de relacionamento individual

e/ou coletiva no ciberespaço.

Essa temática têm despertado o interesse dos estudiosos de redes sociais, dos

sociólogos, etnógrafos virtuais, dos ciberteóricos, dos especialistas em gestão do

conhecimento e da informação, enfim, de todos aqueles que pressentem que há algo de

novo a ser investigado, que a atual vertigem da interação coletiva pode ser compreendida

dentro de uma certa lógica, dentro de certos padrões, o que já era anunciado nos anos 1980

pelos analistas estruturais de redes sociais segundo Costa (2005), apud Wellman,

16000

Berkowitz (1988).

Neste sentido, os profissionais de educação física, também podem obter uma parte

nesse estudo, pois possibilita o conhecimento por a parte do lazer. Contudo o foco principal

deste trabalho, foi voltado às redes sociais, que acabam gerando prazer e satisfação no

indivíduo praticante e vem acompanhado de um algo a mais, um sentimento de poder sob a

vida dos demais usuários.

Na história da humanidade existiram muitas formas de agressão e violência.

Atualmente, estas formas de violência ficam evidentes, através da globalização e veículos de

comunicação como a internet, amostra de vídeos e conteúdos pejorativos com crimes e

zombarias de todos os tipos ganham a atenção das pessoas e exigem maiores estudos sobre

suas reais consequências.

E uma dessa violências, segundo Lopes Neto e Saavedra (2003), é denominada como

cyberbullying (bullying virtual), o qual se realiza através do uso da tecnologia e da

comunicação entre celulares e principalmente da internet. Nesta modalidade de agressão são

utilizados e-mails, telefones, mensagens por pagers ou celulares, além das fotos digitais ou a

interferência e sites pessoais para a adoção de comportamentos agressivos e hostis a

determinados grupos ou indivíduos, sempre com a intenção de causar danos e prejuízos.

Em sua definição o bullying (violência verbal, física entre outras, que seja intencional

e repetitiva) ocorre no mundo real, enquanto o cyberbullying no mundo virtual, os agressores

se encontram no anonimato, utilizando-se de nomes falsos, apelidos ou ainda se fazendo

passar por outras pessoas. Sua ocorrência se dá através de e-mails, torpedos, blogs ou MSN,

onde os agressores espalham rumores sobre as vítimas ou seus familiares, ou ainda em através

do Orkut onde as vítimas são excluídas ou expostas de forma vexatória (FANTE; PEDRA,

2008). O objetivo do estudo foi analisar a relação entre o cyberbullying nas redes sociais e a

percepção dos usuários quanto as agressões e intimidações entre os mesmos.

Fundamentação teórica

As redes sociais

Estar ligado ao mundo nunca foi tão fácil e acessível como hoje em dia. Mas nem

sempre foi assim. A internet possibilitou chegar a pessoas que estão espalhadas pelo mundo

inteiro. Bastou um mero clique num botão e as redes sociais explodiram, tornando-se numa

das maiores indústrias do nosso tempo (BELEZA, 2011). Pois segundo O Jornalista (2010), a

16001

internet no Brasil em 2010, se constitui da seguinte forma:

QuickTime™ and a decompressor

are needed to see this picture.

Figura 01 - Habitantes x Usuários de Internet no Brasil.

Segundo Simão (2008), de forma simples e rápida, um grupo de amigos e conhecidos,

se torna uma rede social. As redes sociais existem desde o início da humanização se

aceitarmos que o homem é um ser social, pois desde então, se relacionam com suas famílias,

amigos, conhecidos e habitantes da mesma região. Para o autor, a internet desde o seu início

promoveu o alargamento das redes de conhecimento para fora dos limites geográficos. A

ligação entre computadores em diferentes universidades dos Estados Unidos da América

permitiu a partilha de conhecimentos entre diferentes investigadores. O e-mail permitiu a

correspondência instantânea e as listas de e-mail, aquilo a que poderemos chamar as primeiras

redes sociais de criação de comunidades na internet, ainda hoje as listas de distribuição de e-

mail são umas das formas mais populares de interação entre diferentes pessoas em diferentes

espaços geográficos mas com um tema ou interesse em comum.

Para Simão (2008), os blogs vieram dar uma nova concepção a estas listas de e-mail e

criar páginas de suporte para os temas e interesses. Mas o grande salto nas redes sociais na

Web foi dado com o advento da chamada Web 2.0. São vários os sites que permitem o registro

automático de novos utilizadores que têm liberdade para inserir conteúdo, convidar novos

amigos e criar uma rede de contatos e partilharem com eles diversos conteúdos e informações.

A principal utilização destas redes sociais se assenta no lazer. Os utilizadores

partilham diversos dados pessoais que passam pelas informações pessoais, passando por

álbuns de fotos, vídeos, pensamentos, diários e estados de espírito. É possível ainda deixar

comentários nos mais diversos elementos dos perfis e enviar mensagens privadas entre os

utilizadores. Dada toda esta informação pessoal e a idade dos utilizadores as redes sociais

servem para manter o contato com amigos reais (amigos conhecidos fora do ambiente virtual)

e a amigos virtuais (amigos conhecidos no ambiente virtual). Outra utilização muito comum é

16002

a de conhecer pessoas novas com ou sem intenções de obter um relacionamento afetivo, seja,

para conhecer ou até mesmo uma relação de namoro (SIMÃO, 2008).

Portanto, essas redes sociais não se definem especificamente nesses tipos de

utilização, também podemos utilizá-las como forma de divulgação de empresas pessoais ou

profissionais. Para Simão (2008), quando falamos em redes sociais pensamos quase de

imediato num conjunto de sites criados com o objetivo específico de reunir informações sobre

pessoas. Mas as redes sociais podem nascer nos mais variados tipo de serviços web, nos

blogs, nos jornais, o próprio youtube acaba por ser uma grande rede social com muitos

utilizadores a partilhar e a comentar vídeos. Devemos ainda ter em conta serviços de

microblogging como o Twitter que permitem criar grandes redes sociais, por temas, por

subscritores, entre outros.

Vejamos abaixo a quantidade de utilizadores das redes sociais no mundo, entre 2002 a

2006.

Figura 02 - Redes sociais: comparação por número de utilizadores.

No decorrer do trabalho, escolhemos para discussão apenas duas redes sociais, sejam

elas, o Orkut e o Facebook. A justificativa pela escolha, está relacionado ao número de

utilizadores do Orkut no Brasil e do Facebook, ao nível mundial.

16003

Figura 03 - Mapa mundial das redes sociais em Junho de 2011.

A Figura 2 retrata a atual hegemonia mundial do Facebook representado pela cor azul

e a grande popularidade do Orkut no Brasil, representado pela cor rosa.

Orkut

Para Mocellim (s/d), o Orkut é uma rede social na internet que tem se tornado bastante

popular entre usuários brasileiros, chegando a ter milhões de usuários. Este artigo tem como

tema central a construção de identidades, individuais e sociais, por usuários brasileiros do

website Orkut. Assim como as formas de sociabilidade que, no Orkut, servem de base para

essa construção de uma identidade virtual.

Segundo o autor, o Orkut é uma social network (também conhecida como community

websites, e frequentemente traduzidos como rede sociais ou redes de relacionamentos) na

Internet filiada à empresa Google Inc. O Orkut foi criado por Orkut Buyukkokten, engenheiro

turco atualmente residente nos Estados Unidos da América, doutor em ciência da computação

pela Universidade de Stanford - em janeiro de 2004 com o objetivo de ajudar seus membros a

criar novas amizades e manter relacionamentos. Cada usuário pode: 1) construir um perfil,

incluindo idade, estilos musicais favoritos, filmes, opinião política, opção sexual, etc. 2)

possuir um álbum de fotos. 3) ter um scrapbook (livro de recados) e enviar/receber

mensagens. 4) fazer parte e/ou criar comunidades temáticas onde são (ou não) promovidos

debates, levantadas questões, trocadas informações e conhecer outras pessoas com interesses

equivalentes.

16004

Coscarelli (2007, online) se questiona sobre os motivos de tamanho sucesso:

Mas o que diferencia o Orkut de outras comunidades virtuais para justificar tamanho sucesso? Simples: ele possibilita ao usuário criar uma página personalizada na qual exibe fotografias e dados pessoais, ou seja, ele dá uma "cara" ao participante, dando um charmoso ar de intimidade à comunidade. Outro diferencial é que ele permite que você navegue pela rede de relacionamento de seus amigos ou conhecidos, uma forma um pouco mais palpável de comprovar a famosa teoria de six degrees (que defende que com seis relacionamentos você pode ter acesso a qualquer pessoa no mundo) ou aquela piada de que todo mundo conhece alguém que conhece alguém que conhece o Kevin Bacon.

Conforme podemos observar na tabela abaixo, o percentual de utilizadores no Brasil,

em relação ao Estados Unidos (país cujo o objetivo do Orkut era atingir), e também em

relação à outros países.

Tabela 01: Ranking de usuários por países abril de 2010.

DEMOGRAFIA DO ORKUT EM 13 DE ABRIL DE 2010 Brasil 48,0% Índia 39,2% Estados Unidos 2,2% Japão 2,1% Paquistão 1,0% Outros 5,3%

Fonte: Universia Brasil – O Fenômeno Orkut 2010.

Facebook

Conforme Beleza (2011), em 2004 o facebook é lançado originalmente como uma

ferramenta de ligar estudantes universitários nos EUA. Foi primeiramente lançado na

Universidade de Havard onde mais de metade dos seus 19.500 alunos se inscreveu no

decorrer do primeiro mês.

Em 2005 uma empresa, entretanto formada, permitiu que o site fosse aberto para o

público em geral, incluindo empresas e outras organizações. Atualmente o Facebook está ao

alcance de qualquer pessoa com acesso à internet, a nível mundial, com mais de 500 milhões

de utilizadores (FONSECA, 2010).

Dentro das possibilidades de utilização do Facebook, seja como relações de amizades,

divulgação, encontros com intuito de relacionamentos afetivos, temos o caráter de lazer, que

segundo Fonseca (2010), que utiliza a categorização da interação no Facebook. Dentro delas

temos as “Interações lúdicas”. Estas interações relacionam-se com a utilização dos jogos

presentes no Facebook, e funcionam como um modo de manter online utilizadores desta rede

16005

social. São espaços de interação entre utilizadores, pois estes criam quadros de convivência

em que existem trocas de bens e recursos de jogos, como, por exemplo, Farmville (jogo que

consiste em criar uma fazenda virtual), em que comunidades se criam por convite. Outro

exemplo é a possibilidade de publicar vídeos e apresentações multimídia de vários tipos no

mural, podendo os utilizadores aprovar ou não o seu conteúdo, e fazer comentários.

Desenvolvimento

Estudo quali-quantitativo de caráter descritivo, onde foi aplicado um questionário com

oito perguntas semi-abertas. Contou com a participação de 30 pessoas entre 16 e 26 anos para

o estudo, sendo a maioria de 17 anos. A população era composta por acadêmicos de uma

instituição Universitária e pessoas de relacionamento social dos pesquisadores. A

escolaridade dos indivíduos eram em sua maioria graduandos (63%), alunos de ensino médio

completo (13%), ensino médio incompleto (13%), pós-graduando (especialização) (4%) e

mestrando (7%). Após a tabulação dos dados, os mesmos foram analisados e apresentam os

seguintes resultados:

Quando questionados sobre a acessibilidade à internet, onde houve a possibilidade de

escolher mais de uma alternativa, (43%) responderam ter acesso em casa, (16%) na escola ou

faculdade, (14%) remotamente pelo celular, (9%) em lan-houses, (9%) em casas de amigos ou

família e (9%) no ambiente de trabalho.

Sobre a questão relativa ao uso de alguma rede social, (90%) responderam fazer uso e

(10%) responderam que não; em uma pergunta aberta os participantes relataram qual rede

social faziam parte, onde o Orkut foi a mais cotada com (36%) das pessoas, seguido do

Twitter com (25%) das pessoas, MSN com (24%) das pessoas, Facebook com (10%) das

pessoas, MySpace com (4%) das pessoas, Formspring, Baboo, Blogger e Linked In com

apenas (1%) das pessoas cada.

Sobre a questão de idade adequada para uso de uma rede social, os resultados

demonstram que a maioria, ou seja, nove pessoas (31%) apontam a idade ideal entre 16 e 18

anos, seguido de sete pessoas (23%) entre 13 e 16 anos, seis pessoas (20%) com mais de 18

anos e ainda duas categorias (13%), onde quatro pessoas disseram entre 10 a 13 anos e quatro

pessoas entre 7 a 10 anos.

16006

Após a identificação sobre o uso das redes sociais com os participantes do estudo,

procurou se verificar a relação entre o uso das redes sociais e a incidência de agressões e

intimidações, denominadas cyberbullying, por meio dos ambientes virtuais.

Quando abordada a questão sobre a identificação de cyberbullying na rede social dos

entrevistados, (53%) responderam que já haviam identificado alguma ocorrência e (47%) que

nunca identificaram alguma ocorrência deste tipo de violência.

Questionados sobre as ocorrências de vitimização com o cyberbullying, (37%)

disseram que já sofreram algum tipo de agressão virtual e (63%) que nunca foram vítimas.

Conforme Fante e Pedra (2008) não há índices que revelem a incidência deste

fenômeno no Brasil, mas em uma pesquisa realizada pelos mesmos, no ano de 2006, com 530

alunos do ensino médio em uma escola da rede privada na cidade de Brasília, os dados

apontam que (20%) dos participantes já foram vítimas de ataques on-line e destes (63%) eram

do sexo feminino.

Quando questionados sobre para quem relatariam ou solicitariam ajuda se fossem

vítimas de cyberbullying, com possibilidade de mais de uma alternativa na resposta, os dados

apontaram que a maioria denunciaria aos pais (28%), seguido de denuncia na delegacia

(22%), procurariam um advogado (8%), relatariam aos responsáveis pela entidade em que o

indivíduo (agressor) se relaciona (14%) e ainda (28%) participantes comunicariam a rede

social em questão.

Os resultados da pesquisa, levando em conta os objetivos, permitem algumas

considerações. Fica evidente que a maioria dos usuários faz uso da internet dentro de suas

próprias casas, com uma indicação que a escola ou Universidade também é um local onde as

pessoas fazem acesso à internet, isto demonstra que os usuários usam a internet em locais que

consideram mais seguros.

(90%) dos entrevistados responderam que fazem uso de redes sociais e dentre estes

(87%) fazem uso do Orkut, seguido do Twitter com (60%) participantes, por considerarem

ambientes em que se concentram a maioria de amigos, familiares e conhecidos, possibilitando

uma comunicação fácil e rápida.

A maioria aponta que a idade ideal para fazer uso de uma rede social é entre 16 e 18

anos. Ficando evidente também que indivíduos com menor idade entre 13 e 16 foram bastante

cotados por serem indivíduos com um grau de relacionamento alto.

16007

(63%) das pessoas por meio de um questão aberta, identificaram os tipos mais comuns

de agressão virtual, relatam que são comunidades ofensivas ou perfis falsos no Orkut,

conversas forjadas no MSN, perfis falsos no Twitter, fotos e textos agressivos contra amigos

ou exposição de fotos pornográficas e pedofilia no Orkut, apelidos pejorativos e sites com má

conduta.

A grande maioria nunca foi vítima de agressão virtual por utilizar a internet de

maneira adequada e em locais seguros. Por outro lado onze pessoas tiveram casos pessoais

separados, isto indica que são poucos os casos comparados a grandes populações, mas muito

significativos para os indivíduos envolvidos.

O maior índice de denuncias é para os pais, pessoas mais próximas às pessoas que

foram vítimas de agressão virtual, além da delegacia que foi evidenciada por demonstrar mais

segurança e poder contra os agressores no ambiente virtual.

Considerações finais

O entendimento sobre o cyberbullying para os usuários das redes sociais é muito

pequeno, onde alguns até nunca ouviram falar do termo. O fenômeno vem ocorrendo em

ambientes extraclasse, na sua maioria com vídeos fora da escola, mas envolvendo alunos. O

problema fica evidente dentro da escola, com o uso do uniforme e por agressão direta entre

alunos ou professores, por meio de agressões pejorativas e piadas ou agressões físicas, com a

exposição para o mundo virtual podendo ser acessado por toda a comunidade e o mundo da

web.

São inúmeros e mais variadas formas destas agressões, podendo ser em comunidades,

ferramentas da rede social, fotos e suas descrições, textos e marcações. Uma piada na escola

contra um professor pode se manter fora dos olhos de todos, mas no mundo virtual ao

contrário, é visto por todos os alunos da escola que acabam por fazer tudo anonimamente.

Os resultados da pesquisa indicam que os próprios usuários sofrem com o fenômeno e

não sabem a quem comunicar, falam para os pais que também na maioria dos casos não tem o

conhecimento necessário para agir contra a agressão, utilizando da própria rede como

resposta, tornando-se alvos fáceis.

A possibilidade de ser mais um anônimo na internet facilita a criação de perfis falsos

com qualquer objetivo, se passando por outras pessoas, do corpo escolar ou fora dele, o que

16008

muitas vezes pode vir a atrapalhar um trabalho feito ao longo dos anos de vida profissional e

pessoal.

A amostra pesquisada não foi muito grande e os resultados podem iludir que nesta

escala os casos não são muitos, mas mostram que cada vez fica mais difícil ignorar insultos

diretos ou indiretos, pois as consequências desta agressão podem ser muito altas ao decorre da

vida. Uma pessoa anônima não pode ter voz contra toda uma escola ou comunidade, e um

caso de vitimização de bullying ou cyberbullying deve ser levado em grau de importância,

exigindo novos estudos.

Fica claro que o cyberbullying é uma atividade atual e preocupante, fazendo parte do

dia-a-dia das pessoas e usuários de internet, de forma mais específica das pessoas que fazem

parte de redes sociais, as quais ficam mais expostas que as demais.

REFERÊNCIAS

BELEZA, Alfredo. Infográfico: a história das redes sociais. Idealizado pela Online Schools, adaptado e traduzido pela Tech&Net. 2011. Disponível em: <http://www.techenet.com/2011/04/historia-das-redes-sociais-infografico-em-portugues/>. Acesso em: 15 jun. 2011. COSCARELLI, Crislaine. O fenômeno orkut. Universia Brasil. Disponível em: <http://www.universiabrasil.net/materia. jsp?materia=4401>. Acesso em: 25 jun. 2011. COSTA, Rogério da. Porto um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades pessoais, inteligência coletiva. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.17, p.235-48, mar/ago 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/icse/v9n17/v9n17a03.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2011. FANTE, Cleodelice Aparecida Zonato; PEDRA, José Augusto. Bullying escolar: perguntas e respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008. FONSECA, Carlos Alexandre Martins. Cartografias do self no facebook. Dissertação de Mestrado em Sociologia. Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Coimbra, Portugal. 2010. Disponível em: <https://estudogeral.sib.uc.pt/jspui/bitstream/10316/14375/1/Tese%20Alexandre%20Final.pdf>. Acesso em: 25 jun, 2011. JORNALISTA. Censo 2010. Ibop Net Ratings. Disponível em: <www.ojornalista.com.br>. Acesso em: 27 ami. 2011. LOPES NETO, Aramis Antonio; SAAVEDRA, Lucia Helena. Diga não para o bullying: programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Rio de Janeiro: ABRAPIA. 2003.

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MOCELLIM, Alan. Internet e identidade: um estudo sobre o website Orkut. Graduação em Ciências Sociais. Universidade Federal de Santa Catarina. (s/d). SIMÃO, João. Redes sociais: história, descrição e utilização. 2008. Disponível em: <http://www.comunicamos.org/jornalismo/redes-sociais-histria-descrio-e-utilizaes> Acesso em: 25 jun. 2011.