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fotografias de Jan Baldwin As Voluptuosas Receitas de

As Voluptuosas Receitas de Miss Dahl · CASA DAS LETRAS uma marca da Oficina do Livro – Sociedade Editorial, Lda. uma empresa do grupo LeYa Rua Cidade de Córdova, 2 2610-038 Alfragide

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fotografias de Jan Baldwin

As VoluptuosasReceitas de

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ISBN 9789895558933

© Sophie Dahl, 2009

Director de Arte: Patrick Bubge

Fotografia: Jan Baldwin

Design: Susie Theodorou

Direitos reservados para Portugal

CASA DAS LETRAS

uma marca da Oficina do Livro – Sociedade Editorial, Lda.

uma empresa do grupo LeYa

Rua Cidade de Córdova, 2

2610-038 Alfragide

Tel.: 21 041 74 10, Fax: 21 471 77 37

E-mail: [email protected]

www.casadasletras.leya.com

Tradução: Maria do Carmo Romão

Revisão: Casa das Letras

Adaptação da capa: Maria Manuel Lacerda

Para Jamie, em cuja mesa gostaria deenvelhecer. Com todo o meu amor.

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introdução v

ÍndiceIntrodução viii

Outono 1Pequenos-almoços 17Almoços 33Jantares 51

Inverno 67Pequenos-almoços 81Almoços 95Jantares 109

Primavera 129Pequenos-almoços 147Almoços 161Jantares 175

Verão 193Pequenos-almoços 203Almoços 217Jantares 231

Sobremesas 243

Agradecimentos 271

Índice geral 273

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Notas da cozinheiraQuem me dera aprender a pesar em gramas e quilogramas— talvez um dia consiga. Tendo vivido tanto tempo nosEstados Unidos que estou habituada a cozinhar usando asmedidas americanas de chávenas, barras de manteiga, etc.,porém, este livro foi inteligentemente adaptado para osleitores não terem de o fazer.

Todas as medidas em colheres são rasas, a menos queo contrário seja especificado.

Toda a pimenta é moída na altura; utilizo também salmarinho de boa qualidade, tal como o Maldon.

Ovos/Laticínios/Caldos/Aves: sempre que possível tenteusar produtos orgânicos e naturais. Se estiver grávida eviteos ovos crus ou mal cozinhados e os queijos nãopasteurizados. Costumo usar caldo acabado de prepararou bouillon de legumes (Marigold Swiss Vegetable BouillonPowder é muito bom).

Citrinos: para usar o melhor, compre citrinos não encerados.

TABELA DAS TEMPERATURAS DO FORNOOs tempos são para os fornos convencionais e tambémpara os de ventilação assistida. Porém deve guiar-se pelastemperaturas e tempos indicados no forno: conheça astemperaturas do seu, já que os fornos individuais variamum pouco.

110ºC 90°C va 225ºF Gás ¼ 180ºC 160°C va 350ºF Gás 4

130ºC 110°C va 250ºF Gás ½ 190ºC 170°C va 375ºF Gás 5

140ºC 120°C va 275ºF Gás 1 200ºC 180°C va 400ºF Gás 6

150ºC 130°C va 300ºF Gás 2 220ºC 200°C va 425ºF Gás 7

170ºC 150°C va 325ºF Gás 3 230ºC 210°C va 450ºF Gás 8

(va = ventilação assistida)

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viii introdução

IntroduçãoA segunda palavra que pronunciei naminha linguagem de bebé foi qualquercoisa parecida com «caramelo», o quedeveria ter alertado os meus pais parao que se seguiria. Enquanto criança, acomida ocupava os meus pensamentos,tanto acordada como a dormir. Tinhapesadelos pegajosos acerca de homensterríveis feitos com o puré-de-batata daescola, vestindo collants às riscas, que meperseguiam dentro de florestas frondosas.

Um sonho de que eu gostava muito era uma nuvem feita detrifle, uma suave e borbulhante nascente de chocolate ou umafonte brotando os interditos Sprite e Cherry Coke. As minhasbonecas davam os chás mais elegantes de Londres e eu manti-nha uma restrita lista de convidados, de modo que a únicapessoa que, de facto, beneficiava desses chás era eu. O meuprimeiro (e único) coelho recebeu o nome do meu entãopequeno-almoço preferido, panquecas. O Panqueca era bruto erealizou um ato sexual pouco natural sobre o Xarope de Bordo,seu colega de gaiola, um porquinho-da-índia dócil e pestanudo.O choque matou imediatamente o Xarope de Bordo e o Pan-queca foi banido para o campo, onde viveu o resto dos seus diasem desonra e isolado. Parecia injusto que estes estranhospecadilhos fossem recompensados com saudáveis coelhas docampo e erva fresca, mas o karma interveio e o Panqueca teveum fim terrível às garras de uma raposa esfomeada.

Mantive sempre uma relação apaixonada com a comida;apaixonada porque a amava cegamente, ou a via, como a suaprópria entidade, cheia de problemas. Nesse tempo, pensavaeu, a comida era uma amiga fiel ou um pecado, raramente se

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introdução ix

situava num meio-termo. Nos imperdoáveis e traiçoeiros diasde hoje, comer como pecado é um conceito mais pertinenteque nunca. Cedo me apercebi que tinha nascido consciente daalimentação, na época errada. Ter-me-ia sentido muito maisconfortável na corte de Henrique VIII, onde o interesse quemostrava pela comida teria sido incentivado e elogiado. Mas, na minha Londres dos anos oitenta, fui simplesmente causade riso para a família, com as minhas idas mal-humoradas aonutricionista e dietas de arroz integral. O estranho é que erarazoavelmente magra, com uma enorme cara de lua cheia, masperpetuamente esfomeada como um pássaro bebé. Aos seteanos fiquei gorducha e com ar infeliz e existem algumas foto-grafias minhas em que pareço uma velha resmungona (tinhaum fraquinho por batom cor de coral e chapéus) sempre comuma enorme sanduíche na boca.

Cresci rodeada de amantes de comida; os meus pais, Tessa eJulian, eram cozinheiros inatos e os meus avós de ambos oslados eram famosos pelas suas mesas abundantes. As minhasprimeiras recordações em relação à comida têm a ver com aminha avó paterna Gee-Gee (uma ex-corista, com metro e meiode perna, olhos redondos e azuis e uma permanente no cabelolouro) que vivia na costa do Sussex, numa casa rodeada por umsussurrante arvoredo. O meu pai e eu partíamos de Londres, decarro, viagem que para uma criança parecia durar décadas, masa monotonia era esquecida, assim que Gee-Gee abria a porta eéramos envolvidos, primeiro pelo cheiro de um assado qualquere, logo a seguir, por ela. Estes almoços incorporavam geralmenteum assado com molho, pudim Yorkshire, batatas assadas,cherovias, couve-flor gratinada e, sem dúvida alguma, sobremesas:tarte de melaço com um pouco de nata para lhe dar elegância eacentuar o açúcar; crumbles incríveis nadando num espessomolho de baunilha. Em casa da Gee-Gee, todos os dias haviachá com scones feitos em casa, bolo de gengibre e a sua melhorporcelana. Entendia tudo nesta vida, exceto três coisas:

1. Porque é que alguém, mais especificamente eu, sequereria tornar vegetariano.

2. Porque era difícil a fome limitar-se a três vezes por dia,com uma pequena transigência para o lanche, desprovidado desejo de comer entre as refeições.

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3. A atração que uma adolescente de dezasseis anos sentiapor sombra de olhos de cores violentas. («Pareces umavelha dona de bar» dizia, torcendo o nariz às minhaspálpebras verdes pena de pavão.)

A Gee-Gee era maravilhosa: ensinou-me a fazer bolos semgrande confusão. Assisti à alegria que retirava do facto dealimentar aqueles que amava e levei comigo essa alegria para aidade adulta, qual tatuagem, para fazer pequenos-almoçosindolentes, almoços de Domingo, jantares para o verão de SãoMartinho e chás para os dias de chuva, gozando o simplesprazer que é cozinhar para as pessoas de quem gosto.

Este livro é uma completa homenagem à minha família e aolegado culinário que me deixaram: a Gee-Gee, a minha avómaterna Patricia, de Knoxville, Tenessee, com a sua paixão porgrits1, couves-galegas e tarte de limão; a Roald, o meu avônorueguês, grande apreciador de chocolate, borsht2 e vinho deBorgonha; a Felicity, sua segunda mulher que, na ausência dele,continua a manter na mesa o mesmo espírito e nível; as minhastias e o meu tio, todos eles bons cozinheiros; a minha mãe e omeu pai, os meus irmãos e a minha irmã, todos, individualmentee em conjunto, porque foram as minhas grandes influências.

Não sou grande autoridade na maior parte dos assuntos, massinto-me qualificada para falar de comida. Cozinhei muito.Noutros tempos fui tanto um modelo gorducho de Rubens comouma criatura diáfana. O peso e «como» mantê-lo parece preocuparmuita gente e porque perdi algum publicamente, as pessoassentem-se à vontade para me fazer perguntas a esse respeito. Tiveconversas com desconhecidos no supermercado, em aviões e nafila para a casa de banho. Podia falar sem parar acerca dealimentos, receitas, corpos e da razão porque as pessoas tanto sepreocupam com isto. Sentei-me para jantar junto de académicoseruditos, preparando-me para conversas que certamenteincluiriam assuntos como física, de que eu nada percebia, paraser logo interrogada em tom sub-reptício: «Como se emagrece?»Nessa fase sorrio e digo: «Pois bem, tudo começou assim…»

1 Espécie de milho esmagado. (N. da T.)2 Sopa preparada com vegetais, entre ele a beterraba, que lhe dá uma cor aver-melhada. (N. da T.)

introdução xi

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outonoPEQUENOS-ALMOÇOSOvos escalfados sobre champignons e queijo de cabraPudim de arroz com puré de peraOmelete de cebolas vermelhas caramelizadas e queijo Red

LeicesterGranola torrada Pequeno-almoço do músico (pão caseiro com presunto de Parma)Panquecas indianas de batata-doceRamequins de bacalhau assado

ALMOÇOSSalada de espinafres e agrião com queijo de cabraSopa de cebola francesaSalada de lulas com pimentos assados e molho de coentrosOvos escalfados com acelgasEspetadas de frango e queijo halloumi com cantarelosSopa de espinafres com cevadaRisoto de trigo-sarraceno com cogumelos silvestres

JANTARESSopa camponesaFrango domingueiro assado com guarniçãoParis MashRobalo em molho de estragão e cogumelos silvestresLegumes com tofuBeringela parmigianaSalmão grelhado com cebolas no forno

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