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    AQUECEDOR SOLAR DE BAIXO CUSTO (ASBC):UMA ALTERNATIVA CUSTO-EFETIVA

    Augustin T. WoelzResponsvel pela Sociedade do Sol, (Ssol), gestora do Projeto ASBC, residente no CIETEC, CentroIncubador de Empresas Tecnolgicas da USP, e-mail [email protected], Travessa R 400, Cidade.

    Universitria, IPEN/CIETEC, S. Paulo SP 05508 900 Tel 11 3039 8317

    INTRODUO

    Desde janeiro de 1999, reside no CIETEC, CentroIncubador de Empresas Tecnolgicas da USP/IPEN,equipe responsvel pelo desenvolvimento do ASBC.No decorrer da ECO 92, a equipe assumiu aelaborao de uma famlia de aquecedores solares,to econmica que pudesse ser usufruda porqualquer famlia brasileira. O valor do ASBC,deveria ser de cerca de 10% do valor de umaquecedor solar tradicional, com uso da bricolagem.Para tanto, no desenvolvimento dos ASBC emespecial cinco aspectos foram considerados: Aspectosdos sistemas hidrulicos brasileiros, caractersticas da

    meteorologia brasileira, eliminao de processos deindustrializao, substituindo-os pela bricolagem,escolha de materiais disponveis prximos ao usurioe aceitao de limitaes qualitativas do produto.Resultados previstos na finalizao do projeto:Reduo de cerca de 80% da energia consumida noschuveiros eltricos das 31 milhes de famliasproprietrias deste componente, (+/-7% da energiaconsumida no pas na fase pr "apago"), gerao desubstancial economia popular, profissionalizao de

    jovens na tecnologia ASBC, limitao de emissesde CO2 originadas nas novas usinas termoeltricasbrasileiras, mais conscincia e cidadania ao brasileiro

    e melhoria da imagem do pas no exterior. Adisseminao dos manuais realiza-se pelo sitewww.sunpower.com.br,. A equipe ASBC passa a serda "Sociedade do Sol", recm criada, que assumir eordenar as atividades voluntrias e convnios danova sociedade. Faz parte a disseminao junto aalunos de primeiro e segundo grau, sindicatos,mutires, entidades ligadas habitao social,entidades assistenciais, seguidores de igrejas e outrosportais sociais que permitam um acesso populao menos privilegiada.

    ABSTRACT

    The team responsible for the development of theASBC has been housed in the CIETEC (IncubationCenter for Technology Companies) since January1999. As a result of the spirit of ECO 92 Meeting, theteam began development of a family of solar heatersso economical that they could be used by anyBrazilian family. It was estimated that the cost of theASBC, depending on the model, should rangebetween 2% and 10% of the cost of a traditional solarheater, using do-it-yourself construction. Five areaswere taken into particular consideration in thedevelopment of the ASBC. Unique features of

    Brazilian residential water systems, Brazils peculiarweather characteristics, the replacing of industrialprocesses with do-it-yourself activities, availability ofmaterials near the user and the possibility ofaccepting quality limitations. Projected results afterfull implementation: Reduction about 80% of theenergy consumed by the 31 million families that ownresidential electric showers, generation of substantialnationwide savings, training of a large contingent ofyouth for new careers, limitation of CO2 emissionsfrom the new Brazilian thermoelectrical plants. newlevel of awareness and citizenship among lessprivileged Brazilians and improvement of Brazils

    image abroad. The technology is spread out throughwebsite: www.sunpower.com.br and is widelyconsulted.. Simultaneously the new NGO Society ofthe Sun, now responsible for the ASBC, initiatedvoluntary activities and agreements that aim todisseminate the new technology to primary andsecondary school students, union members,participants in joint efforts, to low income housingorganizations, to leaders of assistance organizations,church members and other portals that allow accessto the less privileged Brazilian population.

    Introduo ao trabalho: O presentetrabalho fruto de atividade da equipe dedesenvolvimento do ASBC, sediada no CIETEC, (Fig

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    1), visando socializar o aquecedor solar de gua,oferecendo-o a toda a populao brasileira, comcaptulo especial para a rural, atravs de tecnologiasimples, replicvel e de baixo custo. No se pretendedar uma dissertao sobre energia solar, mas sim umaapresentao de tecnologia social e vivel, aplicvel

    ao mais simples lar de nossa nao. Este lar, por sualocalizao geogrfica, o Brasil, alvo natural defarta irradiao solar, disponvel para fins deaquecimento de gua.

    Observao sobre fotos e refernciasbibliogrficas: A foto do chal ilustrativa, nohavendo relao direta com assuntos tratados notrabalho.

    Os livros e trabalhos da Bibliografiaserviram de fonte informativa genrica, no sendomencionados no trabalho. A tecnologia desenvolvida original, no se encontrando literatura pertinente.

    ENERGIA SOLAR E AQUECIMENTO DAGUA DE BANHO NO BRASIL:

    O Brasil conhecido como um pas queusufrui de uma excelente irradiao solar, que seestende praticamente pelos 365 dias do ano.

    Esta energia se renova diariamente, Estdisponvel nas cercanias de cada lar brasileiro, prontapara ser aproveitada na substituio oucomplementao de energias tradicionais, sejam elasfssil ou eltrica, em especial quando estas tem comoalvo o aquecimento de gua.

    Uma das formas de energia mais consumidasnos lares brasileiros, a eltrica. Boa parte dela aplicada nos chuveiros eltricos. A energiaconsumida no chuveiro correspondia, antes doperodo do apago a cerca de 7 a 8 % do total daenergia produzida pela nao, propiciando o bemestar de um banho quente a cerca de 31.000.000 defamlias. brasileiras. Este consumo equivale energiafornecida poruma usina de porte de 35% da usina deItaip.

    Mas a energia eltrica identificada comosendo uma energia nobre, com extensa gama deaplicaes, que jamais deveria ser consumida para

    simples aes de aquecimento, por mais importante,socialmente encarando, que o seu uso em chuveiroseltricos possa ser.

    Pergunta que o grupo de desenvolvimentodo Aquecedor Solar de Baixo Custo ASBC se fez em1992, durante a ECO 92: O que poderia vir a serdesenvolvido e implementado para que a energiasolar, disponvel nas imediaes de cada lar, possaser utilizada no aquecimento das gua de banho?

    O CAMINHO PARA O ASBC

    Desde o incio dos desenvolvimentos,acelerados com a possibilidade da residncia noCIETEC, Centro Incubador de Empresas

    Tecnolgicas, (Fig. 1) o aquecedor solar proposto foiimaginado como sendo um equipamento que pudesseestar junto a toda a famlia brasileira,independentemente de sua capacidade financeira. Istoobrigou equipe a procurar uma viso do aquecedorsolar de gua sob prisma exclusivo do Brasil,

    desligando-se de conceitos prvios de aquecimentosolar, usualmente de origem externa. Isto foiconseguido. O ASBC, enquanto conceito, apresentauma srie de caractersticas originais que o diferenciado aquecedor solar tradicional,

    CONCEITOS ORIGINAIS

    O aquecedor solar de gua, um dosequipamentos acionados pela energia solar queapresenta a melhor relao benefcio/custo de todoseles. Mas mesmo com esta excelente relao, ele seexclui da possibilidade de aquisio do brasileiro

    comum. E sem crtica produtiva indstria nacionalde aquecedores solares, que tudo tem feito parabaixar seus custos, oferecendo componentes dequalidade superior por preos muito inferiores aos deseus equivalentes de outros paises.

    No repensar o Brasil Solar, perguntasforam formuladas, cujas respostas mostraram ocaminho para a criao do ASBC. Exemplos:

    Q: Em se diferem as condiesmeteorolgicas brasileiras das dos pases do primeiromundo? R: Nossas temperaturas ambientais noshorrios de pico de irradiao so altas.

    Q: Em que se diferem os sistemas de

    distribuio hidrulica nacionais dos aplicados empases do primeiro mundo? R: O Brasil um dospoucos pases que fazem uso da caixa de gua.

    Q: Com relao casa prpria, o quecaracteriza o brasileiro comum? R: Ele pe a mona construo. Ele tem capacidade para construir ouampliar sua lar, compensando, em parte, asdificuldades relacionadas a seu baixo potencial deconsumo.

    Da anlise, entre outras, das respostas acima,resultaram conceitos originais cuja observaofacilitaram o desenvolvimento do ASBC:

    Coletor trmico tipo manta: Nosso climapermite o desenvolvimento de coletores solaressimplificados, sem cobertura transparente, aresponsvel do efeito estufa dentro do coletor. Socoletores semelhantes aos de piscinas. Uma de suascaractersticas a limitao de sua temperaturamxima, resultado da conveco do ar ao seu redor.

    Sistema hidrulico: As limitadastemperaturas mximas da gua proveniente doscoletores, somado baixa presso do sistemahidrulico residencial, resultado da existncia dacaixa de gua, permitem pensar no uso de

    econmicos dutos comercias de gua.

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    Fig. 1 Detalhe do Centro Incubador de Empresas tecnolgicas IPEN/USP

    Limites de preo:: 10% do custo deequipamentos equivalentes tradicionais.

    Limitao de qualidade: Aceitar a reduode caractersticas dos ASBCs, relacionadas a:Eficincia, durabilidade e resposta no aquecimento,Uso de materiais entendidos inadequados.Deficincias estticas.Sempre que levarem a redues nos custos.

    Bricolagem: Introduo do conceito doHome Build, evitando-se a fase da industrializaodos componentes solares

    Matria prima prxima ao usurio: Usode materiais fisicamente prximos do futuro usurioASBC, se possvel sempre, da linha commodities,normalmente presentes em lojas de materiais de

    construo.Servio de Orientao: Oferecer ao usurio

    uma estrutura humana pronta para apoi-lo tcnica epsicologicamente, promovendo sucessos e evitandodesistncias.

    Tecnologia gratuita: Repasse gratuito danova tecnologia sociedade, acelerando o processoda multiplicao dos ASBCs.

    Feed back tecnolgico: Fazer com que oretorno de informaes provenientes dos usurios

    sejam repassados aos mesmos. Posteriormenteusurios partcipes apelidaram o projeto do ASBC deLinux Solar.

    No envolvimento comercial: Desistncia,por parte da equipe, do envolvimento pessoal ematividades comerciais e/ou industriais, mantendo-se aliberdade da mudana de rumos tecnolgicos aqualquer momento sem preocupaes cominvestimentos realizados. Este conceito, extrapolado,leva desistncia da proteo, via patentes, depossveis novas idias resultantes dosdesenvolvimentos realizados com o apoio do usurio.

    CARACTERSTICAS MECNICAS DOASBC:

    Os anos de trabalho, apoio de dezenas deempresas, entidades e de companheiros de todo o

    Brasil que comungam do mesmo ideal, redundaramnum conceito mecnico muito simples, que atendebem s consideraes ao lado expostas: Ele secompe de coletores solares, reservatrio trmico,sistema de apoio trmico e sistema hidrulico.

    Coletores solares: So o corao doaquecedor solar. Cada coletor manufaturado a partirde forro alveolar branco de PVC, aquele que se usapara embelezar escritrios e tetos de postos degasolina. Os condutores de entrada e sada de guaso dutos de PVC de gua fria. Unio dos condutoress chapas de forro realiza-se com o uso de adesivos

    especiais. (Fig. 2) Enegrecimento do coletor realizado com esmalte preto sinttico foscodiretamente aplicado ao PVC. O fundo do coletorpode ser reforado e/ou isolado termicamente paraatender a situaes especiais. A capacidade desobrevida s intempries reforada pelos aditivosbrancos do PVC somado proteo dada pelacobertura negra. Dados definitivos de durabilidadeainda no disponveis.

    Reservatrio trmico: Pode sermanufaturado a partir de grande nmero de caixas degua existentes no mercado. Nunca pressurizado,

    exige isolamentos trmicos que podem incluir aseconmicas folhas de jornal, sap, cobertas velhas eoutros, terminando nos isolamentos tradicionaiscomo l de vidro, polietileno expandido, chapas deisopor, etc.

    A opo de grandes caixas de isopor,(usadas em pescarias e para refrigerao de lquidos) boa pois evita a aplicao adicional de isolamentostrmicos, (Fig. 3). O sistema hidrulico interno destascaixas engloba um pescador de gua quente (dutomvel com flutuador na ponta) e disseminador antiturbulncia da gua fria de reposio proveniente doregistro de bia.

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    Fig.2 Aps o rasgo no tubo de PVC, insero do forro e posterior aplicao do adesivo

    Na habitao popular, sem espao parasegundas caixas, pode-se usar a prpria caixa de guafria, que, atravs de processo de estratificaotrmica, pode conter simultaneamente volumes de

    gua quente e fria em seu interior. Esta tcnica foidenominada de reservatrio trmico virtual, simples emais econmico do que a da separao das guas emcaixas diversas.

    Sistema de apoio trmico: A gua quentedo reservatrio chega ducha passando por umregistro especialmente instalado para permitir amistura de gua quente e fria. Para os dias nos quais airradiao solar no for suficiente, a gua deixa dechegar na temperatura desejada. Tendo em vista quena habitao popular j existe o chuveiro eltrico,este chuveiro pode ter sua potncia controlada por

    dimmers, produtos tradicionais de mercado,oferecendo-se assim ao usurio a possibilidade deacertar a exata temperatura de gua desejada.

    Sistema hidrulico: Sempre em dutos dePVC, de fcil manuseio e aquisio. Os dutosexpostos intempries so cobertos com o esmalte

    usado nos coletores, reforando a resistncia aosraios ultravioletas.

    O conceito ASBC desenvolvido permiteflexibilidade de projeto e manufatura ao usurio

    bricoleiro, ao dono da fornecedora de Kits deASBCs, entidade assistencial, ao usurio de grandesvolumes de gua e outros.

    Desta flexibilidade resulta a criao demltiplas tecnologias populares, adequadas ao local e capacidade dos usurios envolvido.

    DADOS NUMRICOS E TCNICOS DOASBC, JUNHO 2002:

    Dimenses: O ASBC foi idealizado para afamlia brasileira. Todos os dados de construolevam isto em conta. Famlia de 4 a 6 pessoas.

    Conforme o Procel da Eletrobrs, o consumo de guatpico do chuveiro eltrico de 3,5 litros por minuto,a durao mdia do banho nacional de 8 a 9 minutos,a potncia mdia do chuveiro eltrico de 4 KW. Atemperatura da gua, ao chegar ao corpo humanovaria de 36 a 41O Celsius (levantamento da equipe).

    Fig. 3 Reservatrio trmico em isopor com pescador, duto anti turbulncia e filma PVC

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    Isto dado, seguem dimenses sugeridas,admitindo seu uso em S. Paulo, Capital:Coletores: 2 m2

    Volume de gua: 150 a 200 litrosIsolamentos sugeridos

    Para os dutos de PVC: Passados 3 metros

    de comprimento, isol-los com filmes de PEexpandido ou outro isolante.Para os reservatrios: de 20 a 30 mm,independentemente do tipo de isolamentoaplicado

    Dimenses dos dutosColetores a reservatrio: 32 mmDe reservatrio ducha 20 mm

    Temperaturas mdias da gua em final dedia em S. Paulo:Vero: de 53 a 56Inverno: de 44 a 47.

    Sempre em dias ensolarados.

    Temperaturas especficas em S. Paulo:Frmula emprica, fruto das medidas realizadas:Temperatura da gua do reservatrio no final do dia,independentemente de sua temperatura inicial,corresponde a:

    T final H2O = T max.amb. + (20 a 25) Celsius

    Onde T max. Amb. a mxima temperaturamedida no dia do teste.

    Face limitao da temperatura mxima

    proporcionada pelo coletor, a temperatura final dagua tem pouca correlao com o volume a seraquecido. As temperaturas finais dos volumes de 150a 200 litros so praticamente as mesmas.

    Dependncia do ASBC da energia do sol:Pelo exposto acima a eficincia do

    aproveitamento da energia solar incidente no ASBC,(energia usada para aquecer a gua/energia solarincidente no coletor ASBC) depende quase queexclusivamente da temperatura da gua no incio dodia e da temperatura mxima ambiente deste mesmodia. Admitindo, s para efeito de demonstrao,

    temperatura da gua no incio .do dia de 20 Celsius,temperatura final, 53 Celsius, temperatura mximado dia de 30, volume 200 litros, 2 m2 de coletoressolares, irradiao solar de 5,5 KWh/m2/dia. Aps osclculos, encontraremos uma eficincia, relacionandoa energia adicionada gua com a irradiaoincidente nos coletores, de 69,7%.

    Mantendo as variveis acima, mas iniciandocom uma temperatura de gua de 30, a eficinciabaixa para 48,6%, uma reduo de 30,3%. Ficatransparente que a eficincia do aquecedor solar tipoASBC tem uma relao pouco significativa com aenergia solar irradiada. O segredo que viabilizou o

    ASBC foi a alta temperatura ambiente presente nomomento da mxima irradiao solar.

    Custo do ASBC: Dependendo do tipo deequipamento escolhido, sempre includos oscomponentes para a montagem de um misturador deguas e o controlador de potncia do chuveiroeltrico, o custo, baseado em valores doscomponentes de mercado, pode variar de R$ 110,00 a

    R$ 180,00, por famlia.

    RESULTADOS ESPERADOS

    Uma vez o projeto completado, admitindocada casa brasileira com seu aquecedor solarimplantado, os principais resultados sero:

    Economia popular, pela reduo das contasde energia: Cerca de R$ 5.000.000.000,00 por ano.

    Faturamento global de componentes para amontagem dos aquecedores: R$ 2.800.000.000,00quando adquiridos no mercado

    Emisses de CO2 evitadas: Cerca de

    10.000.000 Ton/ano, admitindo-se que toda aenergia eltrica seja proveniente das novas usinastrmicas, acionadas a gs natural.

    Auto-estima: Novo patamar de cidadania ede crescimento da auto-estima da famlia que passa agerar parte de sua energia proveniente deequipamento por ela mesmo manufaturada einstalada.

    Imagem do Brasil: Ao utilizar de formaextensa a energia solar para fins de aquecimento,nao estar fazendo a sua lio de casa, resultandoisto numa melhor imagem diante das naesefetivamente preocupadas com o meio ambiente

    planetrio.Capacitao de at 5000 futuros

    profissionais em equipamentos de energia solar pelosprevistos 600 monitores sociais, j em fase detreinamento pela equipe da SSol.

    STATUS DA DISSEMINAO DATECNOLOGIA

    O alvo de alcanar, num prazo ainda a serclaramente definido, cerca de 100% das famliasbrasileiras com a nova tecnologia, parte integrantede todo o Projeto ASBC. Com a recente liberao

    sociedade do manual de Manufatura do ASBC, partedo esforo, at a pouco dirigido a assuntos tcnicos,passou a dirigir-se sua disseminao por caminhoscomo:

    Site: J disponvel gratuitamente noendereo www.sunpower.com.br, o Manual deManufatura do ASBC de 26 pginas agora na quintaverso, ao qual se agrega um segundo manual, o deDvidas e Sugestes de 13 pginas,. Estes manuaisso sempre atualizados com informaestecnolgicas provenientes dos usurios em campo.

    Treinamento no CIETEC: A disseminaoda existncia do projeto, leva a que muitas escolas doprimeiro grau solicitem treinamento para repassar as

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    Fig. 4 Prottipos do ASBC Integrado, ano 2000, em estrutura metlica no laboratrio Solar CIETEC/IPEN

    informaes a professores e alunos. So atividadesrealizadas no laboratrio do ASBC, no CIETEC

    Empresas montadoras de Kits: J emoperao cinco empresas que atendem a projetosdomsticos e profissionais com a tecnologia ASBCno Interior de S. Paulo, de Gois e de Minas Gerais.Outras em fase de desenvolvimento

    Apoio ao usurio: Atendimentopraticamente em tempo real a todos osquestionamentos via e-mail ou telefone.

    Alterao da razo social: At a poucosdias o projeto ASBC estava aos cuidados deSunpower Engenharia Ltda, nome sob o qual aequipe do ASBC integrou-se ao CIETEC. Ficou claroque uma entidade empresarial, com a obrigao degerar de resultados, dificilmente conseguiria atingir olado emocional das pessoas interessadas nocrescimento social do brasileiro. Com autorizao daadministrao da Incubadora, a razo da Sunpowerfoi alterada para Sociedade do Sol, entidade socialsem fins lucrativos, com uma equipe diretora quecomplementa a equipe original. Esta mudana j trazresultados inesperados, abrindo portas para entidadescom capacidade para financiamentos, assim como aentidades interessadas na promoo do bem estar dasociedade brasileira.

    Prximas aes para uma disseminaode sucesso: Desenvolvimento de um planejamentoglobal que visa alcanar, de forma organizada, ascerca de 31.000.000 de famlias e outras tantasentidades profissionais (empresas, etc.) necessitadasde um aquecimento solar econmico de gua.Em fase de elaborao

    Desenvolvimento de projetos setoriais,integrantes do planejamento global, com alvos

    definidos, com comeo, meio e fim. So projetos queenvolvero entidades interessadas nos resultados

    ambientais e sociais decorrentes, com capacidades definanciamento. Dois projetos j elaborados.

    FINALIZAO DO PROJETO,MERCADOS, SOLUES, REA RURAL:

    O ASBC, tal como at aqui apresentado,ainda incompleto para um adequado atendimento dasnecessidades de gua pr aquecida da sociedadebrasileira. Existem espaos mercadolgicos, que,para serem corretamente atendidos, exigem novassolues, didticas, tecnolgicas e de comunicao:

    Populao rural e carente: Existem no Brasil rural

    cerca de 7.500.000 de habitaes das quais 5.500.000sem acesso energia eltrica (Site IBGE) assimcomo outras, numericamente no quantificadas, queno tem a possibilidade de adquirir componentes doASBC com os custos que ele hoje apresenta. Paraestas populaes est sendo desenvolvida, com apoioda Sansuy Plsticos, uma Famlia de ASBCs do tipoIntegrado, (reservatrio e coletor simultneos, todosem filmes de flexveis em PVC, com aspecto dealmofadas, transparentes na parte superior e pretasfoscas no fundo, sempre cheias de gua), de volumede 150 a 200 litros, cujo custo no dever ultrapassarR$ 15 a 20,00 por famlia. Socialmente falando, este

    produto do tipo a ser doado por prefeituras a seusmuncipes mais carentes. Este ASBC Integrado, porse constituir de filmes plsticos soldados, ser umproduto industrializado a ser entregue acabado, semopo para bricolagem. Sua vida no ser longa,estimada, na viso atual de junho 2002, em cerca de 2anos. A temperatura final da gua destes ASBC Is, de 6. a 18 Celsius acima da temperatura mxima dodia em questo. Esta variao depende da poca doano e latitude em que o aquecedor se encontra,. OASBC I encontra-se na fase de anlises trmicas nolaboratrio da SSol, no CIETEC/IPEN. (Fig. 4 e 5)Seu usurio, a dona de um lar rural, dever ter este

    aquecedor no terreiro, junto porta da cozinha, naponta plana de um pequena pirmide de terra,retirando diariamente sua

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    Ilustrao: Aplicaes semi profissionais de ASBCs em chals tursticos do Estado de SP

    gua morna a quente com balde, para uso na cozinhae para banho. Esta operao reduz, em quantidadesno analisadas, a queima de madeira nos foges,protegendo a mata e reduzindo o trabalho de coleta.

    Usurios de grandes volumes de gua: So elesproprietrios de hotis, motis, condomnios,piscinas, empresas com muitos funcionrios,empresas que necessitam de gua pr aquecida paralimpeza e outros. Este perfil de usurio dificilmenteenvolver-se- em atividades de bricolagem. Para eleos coletores de forro de PVC no so os maisadequados. O PVC, quando submetido a falhas demanuseio, em regies ou dias de extremo calor, pode

    sofrer amolecimento, algo inconcebvel num sistemasolar de grande porte, tpico para este tipo de usurio.Para eles desenvolve-se o Coletor Solar dePolietileno ou Polipropileno, baseado em chapasalveolares (popularmente conhecidas comoPolionda). Estes materiais aguentam temperaturasmais elevadas, apresentando caractersticasmecnicas superiores aos dos coletores em PVC, mascom a desvantagem de suportar menos a energiaUltra Violeta que acompanha a energia solar direta.J est em fase de elaborao.

    Empresas dedicadas montagem e

    comercializao de ASBCs:Elas so a espinha dorsal para disseminaodos ASBCs, em especial os de uso mais profissional.Para estas empresas o treinamento tecnolgico fundamental. Para elas esto previstos os seguintesmanuais:Manual de fabricao do ASBC Integrado, emfilmes de PVC pneumticos,.Manual de fabricao de coletores solares depolipropileno alveolar, para aquecedores solares degrande responsabilidade.Manual de projeto e instalao de grandesaquecedores solares, para o correto

    dimensionamento de projetos de grandes usurios degua pr aquecida. Este manual ser genrico, norelacionado tecnologia do ASBC.

    Estes manuais tambm estarodisponibilizadaoos no Site do ASBC, para livreacesso populao tecnologicamente capacitada.Manuais programados.

    Universo dos Arquitetos: O profissionalque mais pode colaborar com o sucesso de levar oaquecedor solar ao lar brasileiro o arquiteto.Atravs do seu conhecimento de aquecimento solar,fruto de campanha de conscientizao realizada aanos pela Associao dos Fabricantes deAquecedores Solares, ABRAVA, ele, ao cumpriralgumas regras que envolvem, entre outros,disposies de inclinao, rea e direcionamento de

    uma das guas do telhado da habitao em projeto,entregar uma obra pronta para a instalao de umaquecedor solar, seja ele um ASBC ou de outro tipo.Para o arquiteto ser desenvolvido a cartilha::O Aquecedor Solar de gua: Normas para aadequao do projeto de habitaes mono e multi-familiares.

    DURABILIDADE DOS COLETORES

    O aspecto mais importante dos coletores solares emmateriais termoplsticos sem dvida a suadurabilidade, tanto dos materiais quanto das soldas

    aplicadas para a unio dos dutos com as placas.. Boaparte do atual e prximo trabalho da equipe do ASBCassim como das empresas partcipes do projeto, jest dirigido definio final dos aditivos para oPVC e Polipropileno, assim como o das colas eprocessos trmicos que permitam longa vida e altaresistncia s unies necessrias sua manufatura.As durabilidades mnimas esperadas so: Coletoresresidenciais em PVC 10 anos. Profissionais em PPou PE, 15 anos. Os resultados j obtidos com oscoletores de PVC montados a partir de materiais demercado so altamente encorajadores. Acredita-seque, assim como so montados hoje, sua durabilidade

    chegar a cerca de 7 anos, garantindo um retorno deuns 900% sobre o valor investido.

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    Fig 5 Detalhe do laboratrio de testes de coletores solares na laje externa do CIETEC/IPEN

    CUSTOS

    Verificou-se uma interessante relao decustos quando se comparam tipos de aquecedoreshoje oferecido no Brasil:

    Admitindo-se o custo do aquecedor solartradicional equivalente a 100%

    O ASBC apresenta-se com valor equivalentea 10% do tradicional.

    O ASBC Integrado por sua vez apresenta-secom um valor equivalente a 1% do modelotradicional.

    Os desenvolvimentos resultaram, sem prviaprogramao, num espao de valores, cujos extremoscobrem valores que vo de 1 a 100, prximo srelaes de vencimentos dos extratos limites dapopulao brasileira.

    PROJETOS EM ANDAMENTO

    Projetos de capacitao: Laboratrio depesquisas de ASBCs destinado a Mutiro, organizadopela Prefeitura Municipal de Sacramento MG;Capacitao de lideranas comunitrias da periferia

    de S. Paulo por alunos e professores da Escola SantaMaria;Desenvolvimento da Aliana Solar, Cooperativa demontadores de coletores solares em Mogi Mirim SP;Capacitao do CEDIC - Centro de Experimentao eDivulgao Cientfica para imediato apoio spopulaes carentes de Atibaia SP;Capacitao das lideranas das populaesdistribudas em cerca de 150 micro vilarejos da APA(rea de Proteo Ambiental) de Canania Iguape ePeruibe, aproximadamente 31.000 moradores rurais,a maioria das quais sem energia eltrica, e outras

    atividades de capacitaoOutros em andamento

    Monitores e, fabricantes ASBC: Estprevista a disponibilizao de cerca de 600 monitorespara todo o Brasil, para atuarem no apoio s pessoasque precisam de informaes prticas paraconcretizar os seus projetos de aquecedores. Estesmonitores so usualmente pessoas que j montaramseus aquecedores e que se disponibilizam a um apoiogratuito a terceiros.

    Destes monitores espera-se, sempre quepossvel, uma atividade comercial, oferecendo KitsASBC aos interessados. Em locais mais remotosalguns componentes nem sempre esto disponveis.

    Atualmente mais de 25 monitores j oferecem os seusprstimos comunidade.

    Em adio a estes monitores, cinco empresas j oferecem servios s comunidades prximas desuas sedes. A SSol acompanha e presta auxliosempre que solicitada. Espera-se que seusresponsveis assumem paralelamente a funo demonitores, realando a ao social que o fulcro doprojeto.

    CONCORRNCIA

    O ASBC frequentemente entendido comocompetidor das empresas de aquecimento solarradicionais. Esta viso no se aplica, face proposio do projeto de atingir mercados ainda noatendidos pelos produtos tradicionais. Some-se a istoa disposio permanente da equipe do ASBC deoferecer toda a tecnologia desenvolvida e adesenvolver para estas empresas, facilitando osurgimento de linhas mais populares, gerandobenefcios sociais em suas respectivas reas deatuao.

    PALAVRAS CHAVE

    Energia solarHabitao popularAquecedor solar de baixo custo

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    Capacitao profissionalCO2 emissesEconomia popular

    AGRADECIMENTOS

    Empresas e entidades: CIETEC, IPEN, IPTe USP: Fontes permanentes de apoio institucional //MCT/FINEP atravs de bolsa e do programaEnergia Brasil, racionalizao de energia parapequenas e mdias e pequenas. Dez grandesexposies em capitais estaduais no decorrer de 2001e 2002 // CCB - Centro Cermico do Brasil, com ofornecimento de espaos gratuitos para a SSol emfeiras da construo civil // SHER Marketing,desenvolvendo programas de disseminao e delevantamento de fundos institucionais // SANSUYPlsticos, parceiro no desenvolvimento dos novosmodelos de ASBC Integrados // TIGRE, TWB,

    VANTICO, MEDABIL, CONFIBRA, AFLON,JOONGBO, CARTONA, TUFFY HABIB,THERMO SYSTEM, THERMOTINI,LORENZETTI, CEBRACE outros, semprecooperativos nas doaes dos materiais necessriosaos desenvolvimentos do projeto.

    Finalmente, uma srie de pesquisadores eincentivadores que participaram do projeto porprazos menores, mas cuja presena sempre se refletiuno sucesso ASBC, tais como Eng. Alexandre deMagalhes Andrade, Dr. Jlio Roberto Bartoli, SrJos ngelo Contini, Prof. Arnaldo Moura Bezerra,Prof. Arno Krenzinger, Prof. Jos Goldenberg, Eng.

    Rodolfo Dourado Maia Gomes, Eng. EduardoBarbosa, e finalmente, a administrao do universochamado CIETEC, Dr. Srgio W. Risola, Dr.Maurcio Susteras e Dr. Jos Carlos de Lucena.Sentimos no poder incluir mais algumas dezenas dereferncias, sem as quais o projeto no teria tido oritmo que teve at a presente data.

    BIBLIOGRAFIA

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