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Ministério Público investiga irregularidades na PRECE PÁGINA 7 Distribuição gratuita / ESPECIAL PRECE Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE Saneamento Básico Politicas Nacionais Economia Engenharia Ambiental Meio ambiente Saúde Janeiro / Fevereiro de 2006 - Ano XI PARAFRASEANDO O GENIAL E SAUDOSO OTELO CAÇADOR : “HOJE, O CORAÇÃO DO VERDADEIRO CEDAEANO NÃO BA TE, AP ANHA Flávio Guedes Presidente da ASEAC ASEAC e demais entidades da catego- ria levam à SPC, em Brasília, pedido de providências para sanear a PRECE e preservar patrimônio dos trabalha- dores e associados do fundo de pen- são da CEDAE MODELO DE COMPETÊNCIA Fundo de pensão dos trabalhado- res da Sabesp repete exemplo de eficiência da empresa de sanea- mento paulista na gestão do pla- no de previdência complementar PÁGINAS 2 A 16

ASEAC e demais entidades da catego- · 2 Janeiro/Fevereiro de 2006 Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE ENTIDADES EXIGEM DIRETORIA EXECUTIVA

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Ministério Público investiga irregularidades na PRECE PÁGINA 7

Distribuição gratuita / ESPECIAL PRECE Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

Saneamento Básico ■ Politicas Nacionais ■ Economia ■ Engenharia Ambiental ■ Meio ambiente ■ Saúde Janeiro / Fevereiro de 2006 - Ano XI

PARAFRASEANDO OGENIAL E SAUDOSO

OTELO CAÇADOR:“HOJE, O CORAÇÃO DOVERDADEIRO CEDAEANO

NÃO BATE, APANHA”Flávio Guedes

Presidente da ASEAC

ASEAC e demais entidades da catego-ria levam à SPC, em Brasília, pedidode providências para sanear a PRECEe preservar patrimônio dos trabalha-dores e associados do fundo de pen-são da CEDAE

MODELO DE COMPETÊNCIAFundo de pensão dos trabalhado-res da Sabesp repete exemplo deeficiência da empresa de sanea-mento paulista na gestão do pla-no de previdência complementar

PÁGINAS 2 A 16

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2Janeiro/Fevereiro de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

ENTIDADES EXIGEM

DIRETORIA EXECUTIVADiretor PresidenteFlávio Guedes

Diretor Vice-PresidentePedro Evandro Ferreira

Diretor AdministrativoJorge Haddad de Aquino

Diretor FinanceiroMaurício Abramant Guerbatin

Diretor de ComunicaçãoMaria de Fátima Guerbatin

Diretor TécnicoJoão Benedito Mello

Diretor SocialMarcio de Melo Rocha

Diretor JurídicoDylair Benigno dos Santos

Diretor AdjuntoNelson Portugal

Conselho Diretor - 2004/2006Repres. dos AdvogadosAloysio Gomes Feital FilhoRepres. dos AposentadosAntonio Bastos de OliveiraJosé Rômulo de MeloPaulo C. S. Ripper NogueiraRepres. dos ArquitetosTânia Mara SilvaRepres. dos ContadoresSérgio PereiraRepres. dos EconomistasJoão A. Vasco RodriguesRepres. dos EngenheirosAdriano Gama AlvesArmando Costa Vieira Jr.Carlos Henrique PereiraJosé Roberto da C. DantasMara R. K. K. S. AlôSérgio Vieira F. MartinsRepres. dos GeólogosPaulo Roberto da CruzRepres. dos QuímicosAugusto César F. Gesteira

Conselheiros NatosAntônio Ignácio da SilveiraWalnyr B. de OliveiraEmy Guimarães de LemosJoão Carlos do R. PintoRenato Lima do E. SantoCarlos Henrique MenezesJaime Dutra NoronhaDario MondegoPaulino Cabral da Silva

Conselho FiscalJaime Dutra NoronhaRicardo Afonso das N. LeitãoSueli KollingMyriam Allemand D. DinizRita de Cássia R. dos SantosJorge Rodrigues Leitão

Jornalista ResponsávelCarlos E. EleutérioMTB: 12.524-RJProjeto GráficoJ. Paulo Sampaio

Rua Sacadura Cabral,120, Sala 1004, CentroRio de Janeiro - RJTelefone: 2263-6240Telefax: 2253-7482E-mail:[email protected] Page:www.aseac.com.br

Associaçãodos Empregados

de NívelUniversitário

da CEDAE

Planeja e InformaProduções Ltda.

(21) 2524-0890/2220-0656

www.planinrio.com.br

PRECEEntidades pedem a SPC providências parapreservar patrimônio dos associados

PRECEAdministração especial na

As oito entidades que integram o Movimento emDefesa da CEDAE, da CAC e da PRECE entregaram,no último dia 1º de fevereiro, à Secretaria de Previ-dência Complementar (SPC), em Brasília, um do-cumento solicitando ao órgão regulador dos fun-dos de previdência a nomeação de uma adminis-tração especial para a PRECE-Previdência.

dades que representam os trabalha-dores da CEDAE, solicita um elencode medidas urgentes para preservaro patrimônio dos associados da PRE-CE. Entre outras providências, as li-deranças reclamam da falta de elei-ções para preenchimento de vagasdos representantes dos empregadosnos conselhos Fiscal e Deliberativoe de Diretores do fundo de previdên-cia, da dívida da patrocinadora, défi-cit, cadastramento e recadastramen-to, gestão e outros problemas.

As associações e sindicatos sig-

B

Representantes dos associados expuseram sua indignação à SPC, em Brasília

aseado na Lei Complemen-tar nº 109/2001, os represen-tantes das entidades querema interferência da SPC paralevantar a real situação dofundo de previdência dos

empregados da CEDAE e determinaras medidas necessárias para sanar asirregularidades denunciadas pela CPMIdos Correios, que apura os prejuízoscausados aos associados da instituição,apontando um rombo que hoje já esta-ria próximo de R$ 400 milhões.

O documento, assinado por enti-Foto: Acervo ASEAC

Page 3: ASEAC e demais entidades da catego- · 2 Janeiro/Fevereiro de 2006 Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE ENTIDADES EXIGEM DIRETORIA EXECUTIVA

3Janeiro/Fevereiro de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

“Nos últimos 18meses, foram feitosvários pedidos deinformação sobre amovimentação e asaplicações dofundo, mas todascaíram no vazio”

Denúncia

Foto ???

natários do documento são: o Sindicatodos Trabalhadores de Campos, Sindi-cato dos Engenheiros (SENGE), Sindi-cato dos Administradores (SINTAERJ),Associação dos Empregados de NívelUniversitário da CEDAE (ASEAC),Associação Fluminense dos Trabalha-dores em Água e Esgotos (AFTAE),Associação dos Aposentados daCEDAE (ASAPAE), Associação dosTrabalhadores da CEDAE (ASTEC) eASCED/GOLFINHO e Conselhodeliberativo da ANAPAR.

Caixa PretaSegundo o presidente da ASEAC,

Flávio Guedes, “a PRECE se transfor-mou numa espécie de caixa preta paraos associados. Nos últimos 18 meses,foram feitos vários pedidos oficiais deinformações pela Associação sobre amovimentação e as aplicações do fun-do, mas todas caíram no vazio”. Juntocom as demais entidades, a ASEACvem tentando há quase dois anos obterinformações da direção da PRECE e

da CEDAE e não consegue.– Trata-se de um direito nosso –

afirma Flávio Guedes (32 anos deCEDAE e fundador da PRECE), que,ao lado de outros dirigentes da ASEAC,vem sofrendo pressões da direção daCEDAE e da PRECE, sem falar da mávontade do fundo de previdência dosempregados da CEDAE, que tem cer-ca de 14 mil associados, para atenderas solicitações das entidades. E segun-do ele, a situação vem se agravando: adívida da CEDAE com a PRECE, emfins de 2004, já somava aproximada-mente R$ 615 milhões. “Se for consi-derado o déficit das aplicações, tere-mos algo em torno de R$ 815 milhões.Corrigido, esse valor chega a R$ 950milhões. Agora, fomos brindados comas notícias divulgadas por toda a im-prensa dando conta de um rombo deR$ 309 milhões com operações feitasespecialmente na Bolsa de Mercado-rias & Futuros (BM&F), além de ou-tros R$ 35,7 milhões em Certificadosde Depósitos Bancários (CDBs)”, afir-

ma o presidente da ASEAC.De acordo com um documento di-

vulgado na imprensa pela CPMI dosCorreios em meados de janeiro, osfundos de pensão perderam um totalde R$ 75,9 milhões em operações comtítulos públicos, entre 2000 e 2005.Quase metade desse prejuízo perten-ce à PRECE. O mesmo documentomostra também que, no ano passado,o fundo de previdência da CEDAE te-ria investido R$ 29,5 milhões (49,4%do que comprou em CDBs) em papéisdo Banco Rural, classificados comode alto risco. Os dados foram entre-gues pelo deputado ACM Neto (PFL/BA), sub-relator responsável pela in-vestigação nos fundos. Entre julho de2003 e setembro de 2005, a PRECE,segundo o relatório parcial do parla-mentar, teria tido perdas de R$ 41milhões em operações com apenastrês corretoras: a Novoinvest S/A,Laeta DTVM e Novação.

– Agora, no final de Janeiro, aCPMI encontrou mais uma fonte deprejuízo na PRECE, que teria perdidotambém outros R$ 24,3 milhões em ne-gócios feitos no mercado secundáriode títulos públicos com papéis chama-dos CVS, no período de agosto de 2003a julho de 2005 – reclama FlávioGuedes. Segundo ele, é preciso pôr umponto final nessa situação. Precisamossaber qual é a situação real da PRE-CE, de forma transparente, para quepossamos nos mobilizar e tomar asprovidências necessárias, até juridica-mente, se for o caso. E para isso, sóvimos uma alternativa: solicitar à SPCa nomeação de uma administraçãoespecial para o nosso fundo de previ-dência – conclui o engenheiro.

Foto: Divulgação

Foto ???

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4Janeiro/Fevereiro de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

transparência

o documento, as lideran-ças dos empregados daCEDAE apontam a ques-tão da carteira de inves-timentos como uma dasmaiores preocupações,“pois a rubrica rendafixa, que deveria priori-zar investimentos con-

servadores (aplicações em títulos dogoverno federal), não chegam a somar10%”. Do total aplicado de R$ 381,137milhões, apenas R$ 28,110 milhões fo-ram investidos nessa modalidade, adver-tem. Por outro lado, as aplicações eminstituições financeiras chegam a R$298,446 milhões e em títulos de empre-sas somam R$ 82,691 milhões.

“Notamos ainda uma sistemáticaaplicação em debêntures não conversí-veis da CESP, que nem sequer permi-tem participação societária na empre-sa”, afirmam as entidades. De acordocom o documento, há uma “enigmáti-ca” falta de confiança em títulos do go-verno federal, “o que para nós se confi-gura uma temeridade”. Alem disso, ar-gumentam, o noticiário dos jornais/TV

SIGILO QUEBRADO

Indícios de gestão temerária e denúncias impõem mudanças

Uma lista dos 10 principais itens quehoje atormentam os associados daPRECE, analisados e justificados uma um, além de farta documentação,compõe o dossiê entregue pessoal-mente na secretaria de PrevidênciaComplementar (SPC) pelos represen-

tantes das entidades signatárias, emBrasília e que, segundo eles, são in-dícios claros de “gestão temerária” efalta de transparência da gestão dofundo que justificam a indicação pelaSPC de uma “Administração Especialpara a PRECE”.

Ne a linha de investigação da CPMI doscorreios “aumentam ainda mais nossapreocupação. As punições a dirigentes,assim como as convocações para quedeponham nas comissões, deram ori-gem a mais despesas com matérias pa-gas na imprensa”, alegam as associa-ções e sindicatos, que anexaram cópiade documentos comprovando esses gas-tos. De acordo com as denúncias, apósa instalação da Sub-Relatoria dos Fun-dos de Pensão da CPMI dos Correios,foram gastos, através da Conta Movi-mento da PRECE, R$ 600.939,27 com

informes publicitários e contratação deadvogados.

O documento das entidades ressaltatambém o desacordo entre a defesa apre-sentada na CPMI pelo gerente de inves-timento da PRECE, Paulo Martins, e oauto de infração lavrado pela SPC (22/05-11) em novembro, aos diretores dofundo, uma vez que ele alegou “a ine-xistência de responsabilidade peranteaos fundos terceirizados”. Segundo ar-gumenta o documento encaminhado àSPC, conforme a Resolução do Conse-lho Monetário Nacional número 3121/

transparênciaPOR MAISPOR MAIS

Valter Campanato/ABr

Rodrigo Maia, líderdo PFL, defende aapuração rigorosapela CPMI

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5Janeiro/Fevereiro de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

03, que regulamenta os investimentosem entidades de previdência comple-mentar, as aplicações realizadas dire-tamente pelas entidade fechadas de pre-vidência complementar (EFPC) se equi-param àquelas efetuadas por meio defundos de investimento ou de carteirasadministradas, “fato este que, aliás, ge-rou a autuação imposta pela SPC”. Nes-te ponto, o dossiê incorpora provas deque PRECE se recusou a afastar asempresas acusadas de irregularidadesnos investimentos.

Por fim, o documento analisa pontoa ponto os procedimentos adotados pelaPRECE e outras medidas – todas comprovas documentais - que as entidadesconsideram temerárias para a gestão dofundo de previdência e para a preserva-ção do patrimônio dos associados:

CUSTEIO .O custeio dos planos PRECE I e II

tem sido sistematicamente descumpri-do, conforme pode ser comprovado atra-vés da análise dos quadros referentes àcomposição da reserva técnica e nosdemonstrativos do total de provisõesmatemáticas por plano de benefício. Istocontribui, de maneira inequívoca, paraa redução da capacidade de investimen-to para a consolidação da reserva mate-mática de benefícios, causando preocu-pante desequilíbrio dos planos, agrava-do pela falta de firmeza da direção daPRECE em usar a legislação para efe-tuar uma cobrança correta.

DÍVIDA DA PATROCINADORA .O relatório da auditoria independen-

te, apresentado no Relatório Anual de

2004, registra dados inquietantes. Porexemplo: a dívida referente a contribui-ções atrasadas não recolhidas nos pra-zos normais era, em 31/12/04, de R$607.099.141,67. A esta dívida, deve-sejuntar o total de aluguéis de imóveis daPRECE à CEDAE, no valor de R$

Denúncia

6.511.960,12, somando então R$615.711.101,79, o que totaliza, portanto,43,7% das provisões matemáticas que,desse modo, ficam comprometidas pornão se encontrarem representadas porativos efetivamente disponíveis. Obser-vem que são dados de 1 ano atrás, po-dendo hoje, fevereiro 2006, estaremmuito mais atrasados ainda! Não temosconhecimento de ações de cobrança re-almente efetivas por parte dos gestoresda PRECE.

ADESÃO AOS PLANOS .A patrocinadora – a CEDAE – ad-

mitiu, através de concurso público, maisde 900 empregados. E desde as admis-sões, a PRECE começou a interpor di-ficuldades para a adesão dos citadosaos planos de benefícios PRECE I e II.Porém, após se comprometer em umareunião e convocar os novos emprega-dos para ato formal de adesão, a PRE-

O documento analisaos procedimentos

adotados pelaPRECE e outrasmedidas que as

entidadesconsideram

temerárias para agestão do fundo

ACM Neto, sub-relator da CPMI, quer concluir seu relatório até março

Valter Campanato/ABr

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6Janeiro/Fevereiro de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

CE encaminhou, no mesmo dia, ofícioà SPC solicitando Medida Cautelar Ad-ministrativa, com argumentos contro-versos, visando à suspensão da adesãoaos planos, obtendo despacho favorá-vel no dia 22 de julho de 2005. O pro-blema dos novos contratados continuaaté hoje sem solução.

DÉFICIT .O déficit crescente no Plano PRE-

CE I vem evoluindo de forma constan-te , a t ingindo a cifra de R$201.230.694,48, em 31/12/03, e chegan-do a R$ 236.514.948,81, em 31/12/04,conforme mostra o quadro de Demons-tração Patrimonial – Plano PRECE I(página 25 do Relatório Anual de 2004).Não temos qualquer notícia de medi-das saneadoras. Além disso, nos qua-dros referentes à composição de reser-va técnica, não há registro de qualquercontribuição da patrocinadora nos exer-cícios 2003 e 2004, o que se confirmanos quadros do demonstrativo da com-posição consolidada das contribuiçõesCEDAE e CAC. O cenário se torna ain-da mais preocupante, ao se constatar,no quadro de demonstrativo de resul-tados – Plano PRECE I, que os rendi-mentos das aplicações totalizam ape-nas R$ 57.542.271,42, revelando-se in-suficientes, quando somados às contri-buições dos participantes, para atenderàs demandas de benefícios concedidose a conceder. Deve-se verificar tam-bém que não há registros das contri-buições dos assistidos para os planosPRECE I e II nos demonstrativos dorelatório, o que indica tendência dedéficit crescente.

CADASTRO ERECADASTRAMENTO/ IMPOSTO DE RENDA .

A entidade vem sendo gerida comum problema crônico de falta de cadas-tro correto e atualizado que possibilite,entre outras coisas, uma avaliaçãoatuarial segura e um prognósticoconfiável dos benefícios a conceder. Orecadastramento efetuado há mais dedois anos ainda não foi implantado nosistema, gerando constrangimentos paraos participantes no momento da obten-ção da complementação e, principal-mente, impacto negativo na formaçãodas reservas, que se baseiam em pre-missas equivocadas ou incompletas,num flagrante desrespeito à lei, o quegera um distanciamento das boas práti-cas administrativas de uma EFPC.

RENOVAÇÃO DE MANDATOS .O atual estatuto aprovado pelo Con-

selho Deliberativo da PRECE (23/01/03) e pela SPC (25/03/03) determina-va, por força legal, que os mandatos detodos os membros dos conselhos Deli-berativo e Fiscal fossem renovados emdezembro de 2003 e que os mandatosdesta primeira investidura tivessem du-ração diferenciada para atender a for-ma da lei. Esta obriga o seu cumpri-mento tanto para representantes da pa-trocinadora quanto dos participantes eassistidos. Ocorre, porém, que até opresente momento não se efetuou a re-novação dos mandatos dos membroseleitos (representantes dos participan-tes e assistidos). Não sabemos qual omistério do adiamento das últimas elei-ções (2005)

GESTÃO .Nota-se o efetivo descumprimento

do ofício nº 54 de 28/06/05, encami-nhado ao Secretário de Finanças do Es-tado do Rio de Janeiro, tratando de suasresponsabilidades específicas, atravésdo qual a SPC informa o seguinte: “osadministradores de entidade, os procu-radores com poder de gestão, os mem-bros de conselhos estatutários, ointerventor e o liquidante responderãocivilmente pelos danos ou prejuízos quecausarem, por ação ou omissão, às en-tidades de previdência complementar.São também responsáveis os adminis-tradores dos patrocinadores ouinstituidores, os atuários, os auditoresindependentes, os avaliadores de ges-tão e outros profissionais que prestemserviços técnicos a entidade, direta-mente ou por intermédio de pessoa ju-rídica contratada”. Examinando-se asAtas das reuniões, percebe-se que asparticipações dos três membros eleitostêm sido “mera figuração”, pois asmatérias submetidas a voto têm sidodesempatadas pelo “voto de minerva”,curiosamente, sempre por 4 X 3. Cha-ma atenção a recente e inoportuna mu-dança no Estatuto da PRECE, que pos-sibilita a nomeação de diretor de in-vestimento, a ser escolhido no merca-do, sem qualquer vinculação com a pa-trocinadora e/ou participantes, e cujasresponsabilidades eram, anteriormen-te, desempenhadas pelo gerente de In-vestimentos, com subordinação, ime-diata ao diretor financeiro.

NOTIFICAÇÃO.

Cabe ressaltar que, no dia 15/08/05,os membros do Conselho Deliberativo(eleitos) da PRECE notificaram judici-almente o presidente da CEDAE,Lutero de Castro Cardoso, representan-te da patrocinadora, e o então presi-dente do Conselho Executivo da PRE-CE, Ubiratan de Gusmão CampeloLima, denunciando irregularidades deuma gestão em práticas ilegais e teme-rárias, entre outros, que vêm ocorren-do naquele fundo de pensão. A notifi-cação foi distribuída na 14ª Vara Civildo RJ, sob o número 2005.01.100510-3. Várias outras irregularidades foramdenunciadas ao Ministério Público Fe-deral do Rio pelo conselheiro eleitoValdemir Luiz de Carvalho (processonº 1.30.012.0000-72/2006-27).

SIGILO QUEBRADO

Denûncia

A entidade vem sendo gerida com umproblema crônico de falta de cadastro

correto e atualizado que possibilite,entre outras coisas, uma avaliaçãoatuarial segura e um prognóstico

confiável dos benefícios a conceder

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7Janeiro/Fevereiro de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

Denúncia

Ministério Público Fe-deral do Rio de Janeiro(MP) abriu um proce-dimento de investiga-ção criminal para apu-rar possíveis irregula-ridades na gestão dofundo de previdênciados empregados da

CEDAE, com base nas denúncias daCPMI dos correios e nas informaçõesveiculadas pela imprensa. A informa-ção foi confirmada à reportagem doJornal da ASEAC pelo próprio MP,adiantando que ainda não se trata deinquérito, mas apenas apuração daspossíveis fraudes.

Os dois procuradores responsáveispelo pedido, José Maria Panoeiro eJosé Schettino, alegaram no ofício jus-tificando o procedimento que as con-dutas divulgadas pela CPI dos Correi-os e pela imprensa podem “configu-rar delitos financeiros, especialmenterelativos à gestão da entidade, que,realizando operações arriscadas e nãousuais, colocam em perigo a poupan-ça dos associados”.

Segundo a assessoria de imprensado MP, as investigações não têm pra-

Ministério Públicoabre investigação paraapurar denúncias

Justiçade olhona PRECEParafraseando o genial e saudoso Otelo Caçador:“Hoje, o coração do verdadeiro cedaeano não bate, apanha”.

Justiçade olhona PRECE

Ozo para serem concluídas, mas se du-rante o decorrer da apuração for de-tectado desvio de verba ou outra irre-gularidade, a procuradoria poderá en-trar com medida judicial contra os res-ponsáveis. A fase atual se destina aapurar as denúncias contra os dirigen-tes da PRECE. O Ministério Públicosolicitou ainda que, caso a ASEAC ououtra entidade tenha informações queajudem a esclarecer as irregularida-de, que enviem à Procuradoria paraserem devidamente apuradas.

Enxurrada de denúnciasPelo nível crescente de denúncias

que têm surgido através da CPMI e daimprensa, o MP vai ter bastante tra-balho no caso da PRECE. Além dorombo de R$ 309 milhões no fundo deprevidência, denunciado pela CPMIem dezembro de 2005, agora surgi-ram indícios de novas irregularidades,envolvendo R$ 24,3 milhões, atravésde negócios feitos no mercado secun-dário de títulos públicos com os cha-mados CVS, entre 2003 e 2005.

Os CVS são papéis emitidos peloTesouro Nacional para securitizar oscréditos do sistema financeiro contrao Fundo de Compensação das Varia-ções Salariais (FCVS). De acordo comas informações dos técnicos da CPMIdivulgadas no último dia 30/01 (edi-ção de O Globo), um conjunto de cor-re toras , coordenadas pela EuroDTVM, ganhou R$ 40,3 milhões nes-se mercado, comprando e vendendoCVS.

A PRECE teria participado comperdas de R$ 24,3 milhões, ou seja,60,3% do total ganho pelas corretorasnos 24 meses analisados. Dessa for-ma, “os ganhos das corretoras soma-

O MinistérioPúblico quer que aASEAC e as demais

entidades quetenham mais

informações enviemà Procuradoria

para seremdevidamente

apuradas

IRREGULARIDADES

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8Janeiro/Fevereiro de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

ram cerca de R$ 1,7 milhão por mês,sendo R$ 1 milhão obtido na PRECEpor meio de precificação extravagan-te”, afirma o relatório dos técnicosda CPMI. A Euro já vinha sendoinvestigada pela CPMI por ter sidobeneficiada nas vendas de títulospúblicos para o Rio-Previdência, fun-dação dos funcionários do Estado doRio de Janeiro, e para o Núcleos,fundo das estatais ligadas ao setorde energia nuclear. Segundo a CPMI,os fundos de investimento exclusi-vos da PRECE seriam os únicos aoperar nesse mercado, embora exis-tam outros perdedores não ligados afundos de pensão.

Bola de neveO caso envolvendo ex-dirigentes

da Prece se agravou no final de 2005,depois que a CPMI dos Correios apro-vou a quebra dos sigilos bancário,fiscal e telefônico de 14 fundos depensão – a maioria patrocinada porempresas estatais, com a suspeita deque teriam alimentado o “caixa dois”do Partido dos Trabalhadores (PT).Além da Prece, estariam envolvidostambém os fundos de pensão do Ban-co do Brasil, Petrobrás, Caixa Eco-nômica , Ele t robrás , Corre ios ,Furnas, Banco Central, dos Servido-res Públicos Federais, da CompanhiaDocas, da antiga Telebrás, Ferrovi-ários, Eletronuclear e Serpro.

A Secretaria de PrevidênciaComplementar (SPC) chegou a lavrarum auto de infração contra a PRE-CE, alegando a prática de operaçõesrealizadas no mercado financeiro“com o intuito de prejudicar” os par-ticipantes do plano de previdênciados empregados da CEDAE. A SPCidentificou transações feitas entre2004 e 2005 que teriam redundadoem “injustificado prejuízo” à funda-ção. No auto de infração, decidiutambém multar em R$ 20 mil cincoex-dirigentes da Prece na época emque as operações foram realizadas,que estão sujeitos a penas que po-dem incluir inabilitação por dois a 10anos, entre eles o ex-presidenteUbiratan Campelo.

Segundo as denúncias as investi-gações da CPMI, veiculadas na im-prensa do Rio e de São Paulo, quatro

fundos de investimentos exclusivosda Prece movimentaram, entre feve-reiro de 2004 e agosto de 2005, R$99,33 milhões em CVSB – um tipode “moeda podre” de processos deprivatização emitida pelo TesouroNacional em 1997. De acordo com aSPC, na maioria das vezes em queadquiriram esses papéis, os fundosda Prece o fizeram pelo valor máxi-mo de mercado e, quando se desfa-ziam deles, praticavam recorrente-mente os valores mínimos. A SPC

entendeu que a contumácia de com-pras efetuadas por preço máximorepresentou um acréscimo de 70% a150% sobre o preço mínimo pratica-do no dia, “o que demonstra que osnegócios foram conduzidos pelosgestores com o intuito de prejudicara PRECE”.

Disputa políticaNo decorrer do processo de in-

vestigação em torno do rombo daPRECE, o caso do fundo de pensão

O caso envolvendo ex-dirigentes daPrece se agravou no final de 2005,

depois que a CPMI dos Correiosaprovou a quebra dos sigilos bancário,

fiscal e telefônico de 14 fundos depensão – a maioria patrocinada por

empresas estatais, com a suspeita deque teriam alimentado o “caixa dois” do

Partido dos Trabalhadores (PT)

Tranqüilidade esegurança - o sloganda PRECE, estampadona parede da recepçãode sua sede, setransformaram emindignação eperplexidade, depoisdas denúncias daCPMI

Foto arquivo

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9Janeiro/Fevereiro de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

Previdência da CEDAEIRREGULARIDADES

dos trabalhadores da CEDAE acabouganhando uma inevitável conotaçãopolítica. De um lado, o PFL acusa agovernadora Rosinha Garotinho eseu mar ido , o ex-governadorAnthony Garotinho, de serem os prin-cipais responsáveis pelos prejuízosde R$ 309 milhões na instituição. Dooutro, aliados do casal refutam asacusações, afirmando que o governodo Estado do Rio apoia todas as in-vestigações.

O sub-relator dos fundos de pen-

são, deputado Antônio Carlos Maga-lhães Neto (ACM Neto, PFL/BA)quer dar ênfase ao período de 2003/2004 em seu relatório, alegando que“tanto Rosinha quanto Garotinho pro-moveram o desmonte da empresa”.E promete avançar nas investiga-ções. Por sua vez, o líder do PFL naCâmara, deputado Rodrigo Maia(PFL/RJ), afirma que a CPMI vaiavançar e aprofundar as investiga-ções para apurar o que ele chama de“fatos gravíssimos”, envolvendo aPRECE e, portanto, o governo doEstado. E de acordo com o deputadopefelista ACM Neto, os númerosmostram que não há dúvidas de que,dos 14 fundos de pensão investiga-dos, “a PRECE foi o que sofreu omaior dano”. Segundo afirmou à im-prensa, o que chama a atenção é aforma de agir, sempre igual: “primei-ro, há uma pequena perda e depoisos ganhos; em seguida percebem-setrês a quatro corretoras beneficiadas.Por que será?”, questiona o parla-mentar baiano.

“Operação abafa”Mas o que mais preocupa alguns

parlamentares que integram a CPMIe os empregados da CEDAE e asso-ciados da PRECE – principais inte-ressados nas investigações, portanto

– é o risco de que, em ano eleitoral,um conjunto de interesses possa darorigem ao que alguns parlamentareschamam de “operação abafa”, pre-judicando os resultados da CPI.

“O meio político está em alerta,assim como os trabalhadores, poisas investigações apontam para umprejuízo muito grande, envolvendooperações irregulares que não po-dem ficar impunes”, afirma o presi-dente da ASEAC. Flávio Guedes ga-rante que isso reduz o espaço paraque se tente impedir o aprofunda-mento das investigações e puniçõesdos responsáveis.

Essa visão coincide com a de al-guns parlamentares, que também nãoacreditam que o aprofundamento dostrabalhos da CPMI possa ser preju-dicado por interesses partidários. Odeputado Rodrigo Maia, por exem-plo, garante que seu partido o PFL –está preparado para “promover mu-danças na legislação que possamaumentar a transparência e a fisca-lização de todos os fundos de pen-são”. Membro da CPMI dos Correi-os, a própria, deputada federal JuízaDenise Frosard, que é do PPS doEstado do Rio, defende o aprofunda-mento das investigações para verifi-car se o dinheiro desviado foi utili-zado em campanhas políticas.

O que preocupaalgunsparlamentares é orisco de que, emano eleitoral, umconjunto deinteresses possadar origem a“operação abafa”,prejudicando osresultados da CPI

A juíza-deputada Denise Frossard recebeu os representantes dos associados da PRECE

Foto Arquivo

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10Janeiro/Fevereiro de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

SIGILO QUEBRADO

ontudo, o ex-diretor dofundo de previdência,Pedro José MercadorMendes, fez uma gra-ve denúncia contra aex-governadora Bene-dita da Silva (PT/RJ).Segundo as declara-ções de Mercador, Be-

nedita teria promovido mudanças noestatuto da PRECE para nomear eexonerar diretores, de acordo comos interesses políticos do PT. E foimais longe, ao afirmar que teria sidopressionado pelo PT para que dei-xasse o cargo na PRECE.

O ex-diretor-financeiro da PRE-CE afirmou ainda que 2002 foi o piorano contábil do fundo de pensão,com queda de aproximadamente

Até Bin Laden ganha culpa pelos prejuízos sofridos pela PRECEEmbora diversos ex-dirigentes da PRECE já te-nham prestado seus depoimentos aos integran-tes da Sub-Relatoria de Fundos de Pensão da Co-missão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dosCorreios, os dados revelados por eles até agorapouco serviram para esclarecer as denúncias quevêm sendo apuradas na Câmara. O “mico” maiorficou por conta da ex-diretora financeira Magdadas Chagas Pereira, que, segundo o deputado ACMNeto, sub-relator da CPMI, demonstrou total inca-pacidade técnica para o cargo que ocupou e nãoconseguiu responder a nenhuma das questõesdos parlamentares.

30% da rentabilidade. Mendes foidiretor da Prece entre 3 de janeiro e6 de agosto de 2002. Mas segundoseu depoimento, as perdas ocorri-das naquele período se deveram aosatentados de 11 de setembro do anoanterior, “o que teria provocadouma alta volatividade do mercado”,disse em seu depoimento. A campa-nha eleitoral de 2002 - na qual o ris-co-Brasil esteve elevado, assimcomo o dólar - foi outro fatordesestabilizador apontado pelo ex-dirigente, além de quedas freqüen-tes da bolsa de valores. Durante seudepoimento, Pedro José MercadorMendes discordou, porém, que te-nha havido gestão temerária dos re-cursos do fundo.

Ao sub-relator, deputado Anto-

C

Depoimentos nãoESCLARECEMDepoimentos nãoESCLARECEM

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11Janeiro/Fevereiro de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

Previdência da CEDAEFotos de arquivo / Divulgação

nio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), o ex-dirigente da PRECE dis-se ainda que, durante sua gestão,substituiu o Banco Santos, que ge-ria os investimentos da PRECE,pelo Banco Melo Brascan. Isso, se-gundo ele, porque o Santos não erabem visto no mercado, representa-va um r i sco a l to , enquanto oBrascan “era um banco de primei-ra linha”, afirmou.

A reunião, que deveria ser aber-ta, assim como outros depoimentosprestados à CPMI, acabou se tornan-do reservada, atendendo determina-ção do presidente do STF (SupremoTribunal Federal), ministro NelsonJobim. A restrição foi imposta sob aalegação de que os dados sigilososrelativos a aplicações dos fundosnão poderiam ser divulgados.

Segundo a Agência de Notíciasda Câmara dos Deputados, os diri-gentes da PRECE depuseram prote-gidos por “habeas corpus” preven-tivo, concedido pelo Supremo Tri-bunal Federal (STF), que garante aeles o direito de permanecerem ca-lados durante o depoimento, paranão se incriminarem e acabarempresos. A liminar concedida peloSTF também proíbe a divulgação dedados e documentos sigilosos emaudiências públicas.

“Laranja”Outros depoimentos que eram

bastante aguardados e que acaba-

ram frustrando os membros daCPMI foram os do gerente-financei-ro da PRECE, Paulo Martins, e daex-diretora financeira Magda dasChagas Pereira, que, segundo orelator de Fundos de Pensão da Co-missão Parlamentar Mista de Inqu-érito (CPMI) dos Correios, tentaramtransferir para terceiros a responsa-bilidade pelas irregularidades detec-tadas na instituição.

O deputado Antonio Carlos Ma-galhães Neto (PFL-BA) não escon-deu sua surpresa, ao sair da reu-nião reservada em que os dois diri-gentes, também protegidos por“habeas corpus” preventivo, foramouvidos. Segundo ele, os dois de-poentes atribuíram as irregularida-des encontradas até 2002 aos en-tão gestores do fundo, alegandoque, na época, ainda não respondi-am por diretorias da instituição. Jásobre as operações irregulares des-cobertas após aquele ano, Magda ePaulo Martins disseram que foramdecididas pelos gestores dos fun-dos exclusivos da PRECE. O sub-relator considerou suspeita tambéma contratação pela Prece da empre-sa Quality, para a qual Paulo Mar-tins tinha trabalhado até 2002. Acontratação foi feita em 2003, quan-do Martins assumiu a gerência deinvestimentos do fundo.

O deputado Magalhães Neto re-velou ainda que Magda Pereira semostrou “totalmente desprepara-

da”, do ponto de vista técnico, pararesponder às perguntas dos parla-mentares. “É muito estranha a in-dicação de uma pessoa que não en-tende nada de mercado para respon-der por essa área”, protestou. Sob aalegação de nervosismo, Magdanão conseguiu responder a umaúnica pergunta dos parlamentares,e pediu ajuda a um gerente da insti-tuição, Paulo Martins, que deu ex-plicações por ela.

Na parte pública da reunião, aex-diretora foi então substituída nasexplicações técnicas por Paulo Mar-tins, que foi convidado a participar

A ex-diretoraMagda Pereira se

mostroutotalmente

despreparada, doponto de vistatécnico, pararesponder as

perguntas feitaspelos

parlamentares

ACM Neto, Deucídio Amaral (presidente) e Rodrigo Maia, membros daCPMI dos Correios

Foto: Valter Campanato/ABr.

O ex-diretor PedroJosé Mendes

Mercador disse queas perdas ocorridasnaquele período se

deveram aosatentados de 11 de

setembro, no anoanterior, o que teriaprovocado uma alta

“volatividade” domercado

O ex-diretor PedroJosé Mendes

Mercador disse queas perdas ocorridasnaquele período se

deveram aosatentados de 11 de

setembro, no anoanterior, o que teriaprovocado uma alta

“volatividade” domercado

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12Janeiro/Fevereiro de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

do depoimento pela própria Magda,que depôs na condição de investigada.A situação trouxe constrangimento aosintegrantes da CPMI. A deputada JuízaDenise Frossard (PPS-RJ) chegou alevantar a suspeita de que a ex-dire-tora seja “laranja”. Ela foi indicadapara o cargo pelo então presidente dofundo de pensão , Ubira tan deCampelo, e o gerente de investimen-to, Paulo Martins, segundo ele próprio,foi indicado pelo então Diretor Zabo,por uma, inédita, análise curricular.“Nós precisamos saber por que ela foiindicada, se já demonstrou que nãotem condições de responder às per-guntas”, reforçou o deputado AntonioCarlos Pannunzio (PSDB-SP).

Para evitar futuras interpelaçõesjurídicas, Paulo Martins falou na con-dição de colaborador, depois que osintegrantes da CPMI decidiram queseu depoimento seria acatado. Eleexplicou aos parlamentares como fo-ram escolhidos os gestores e admi-nistradores terceirizados dos recursosda Prece.

O deputado Antônio Carlos Maga-lhães Neto estranhou ainda que o ad-ministrador dos investimentos do fun-do de pensão da CEDAE seja umacorretora onde Paulo Martins já tra-balhou. O deputado apresentou umaanálise dos investimentos da entida-de, que mostra os rendimentos e a taxade risco das aplicações financeiras.Segundo o sub-relator, os recursos dofundo de pensão foram aplicados eminvestimentos de alto risco, mas combaixo retorno, o que reforça as sus-peitas. Chama a atenção da ASEAC oensurdecedor e enigmático silêncio doex-presidente Ubiratan Campelo deGusmão, nesse “dantesco” episódioque envolveu a PRECE.

IRREGULARIDADES

Passada a fase de denúncias e acusações, queparece não ter fim, envolvendo desvios de re-cursos, operações duvidosas, fraudes e prejuí-zos milionários, que deixaram atônitos os as-sociados da PRECE, os atores envolvidos, diretaou indiretamente, no escândalo agora partempara o “salve-se quem puder”.

Enquanto o “quebra-cabeça” começa atomar forma, quemnão tenta pular dobarco busca se defen-der como pode.

Por seu lado, osassociados, represen-tados pela ASEAC e

pelas demais entidades que reúnemos empregados da CEDAE, exigemprovidências, tanto das autoridadescompetentes quanto da Justiça. Eforam a Brasília exigir isso pesso-almente à Secretaria de Previdên-cia Complementar (SPC). De outrolado, a administração da PRECE,em vez de tomar medidas para apu-rar as denúncias que na gíria mais“chula” chamaríamos de “batom nacueca”, e punir os responsáveis, pu-blica notas oficiais caríssimas naimprensa, pagas com dinheiro dosassociados, para se defender e ten-tar justificar o injustificável.

O ideal é que a direção da PRE-CE nos brindasse com números eplanos positivos para o futuro, comofaz a Sabesprev, o fundo de previ-dência da Sabesp, num exemplo deseriedade, competência e respeitocom o dinheiro e o patrimônio depessoas que trabalharam – e ainda

trabalham – para poder desfrutar deuma aposentadoria mais digna nofuturo, depois de anos dedicados auma causa tão nobre quanto a doSaneamento. Que inveja daSabesprev! – foi a frase mais usadapor Flávio Guedes, presidente daASEAC, ao ler a m atéria sobre ofundo de pensão da SABESP no jor-nal Valor Econômico de 13/01/06.

Mas se a administração daPRECE não pode, ou não tem com-

AFINAL, DE Cresce o jogo de empurrasno “salve-se quem puder”

AFINAL, DE

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13Janeiro/Fevereiro de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

DenúnciaIRREGULARIDADES

petência para isso, pelo menos quefaça como a atual direção do Núcle-os – o fundo de pensão dos trabalha-dores do setor de energia nuclear –que, em vez de tentar explicar errosgravíssimos de administrações pas-sadas, admitiu as perdas em opera-ções financeiras e tomou as providên-cias necessárias para punir os respon-sáveis. O atual presidente da Núcle-os, Marcos Elias, informou que jáentrou com uma ação indenizatória

QUEM É A CULPA?

contra seis ex-dirigentes da fundação.E pretende ainda pedir a responsabi-lidade criminal dos envolvidos.

“É uma história da qual não nosorgulhamos, mas estamos fazendotudo para responsabilizar os culpa-dos”, afirmou Elias. Um belo exem-plo! E afinal, as perdas da Núcleosentre 2003 e 2004, embora não sejampequenas (R$ 36,7 milhões), são infi-nitamente menores do que as da PRE-CE. “Top de linha” neste tristeranking de perdas.

Enquanto isso, ex-dirigentes daPRECE, corretoras e gestores dosfundos travam uma batalha na CPMIpara tentar, um a um, transferir a cul-pa para o outro. Como se cada umdeles pudesse cometer sozinho fal-catruas, segundo a CPMI, do tama-nho das que envolvem os últimosanos da PRECE, sem que o outro sou-besse ou, no mínimo, fizesse “vistagrossa”.

Ex-dirigentes atribuem a culpa aosgestores dos fundos. Estes, por suavez, afirmam que a culpa pelaalocação dos recursos é das correto-ras. Um dos sócios da corretora Laeta,Cezar Sassoun, disse na CPMI que aresponsabilidade pelas operações fi-nanceiras é dos gestores das entida-des de previdência. “A Laeta não dá

ordens aos fundos. É preciso pergun-tar aos gestores por que eles deramaquelas ordens naqueles dias”, afir-mou o diretor da corretora. Segundodisse em depoimento ao deputadoACM Neto, mesmo que achasseaquelas ordens catastróficas, teria deobedecê-las.

O deputado ACM Neto foi cate-górico sobre isso: “Não vejo como acorretora possa estar de inocente nes-sa questão”. Resta saber, primeiro:quem contratou esta ou aquelacorretora? Segundo: se o dinheiro fos-se dela, a corretora cumpriria ordenscatastróficas, sabendo que perderiamilhões? E quem ganhou com isso,porque quem perdeu já se sabe: ostrabalhadores e aposentados daCEDAE/PRECE.

Não podemos perder de vista quea responsabilidade pelas indicaçõese nomeações na gestão da PRECE éúnica e exclusiva da Direção daCEDAE, a mantenedora. Que, por suavez, é indicada pelo acionista majo-ritário – o Governo do Estado, donode 99,9% das ações da CEDAE. Por-tanto, tudo de bom e de ruim que ocor-ra na PRECE é de responsabilidadedestes dois últimos, direção daCEDAE e Governo do Estado, afir-ma Flávio Guedes.

O ideal seria que adireção da PRECEnos brindasse comnúmeros e planos

positivos para ofuturo, como faz a

Sabesprev, numexemplo de seriedade,

competência erespeito com o

dinheiro e opatrimônio dos

associados

QUEM É A CULPA?

CPMI dos Correios ouve os depoimentos de alguns envolvidos noescândalo que envolveu a PRECE

Foto: Wilson Dias/ABr.

Foto: Wilson Dias/ABr.

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14Janeiro/Fevereiro de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

“A PRECE precisa ser democrati-zada, fazendo eleições para represen-tante de seus Conselhos e construindoparidade na sua diretoria. Só assimnão seremos mais surpreendidos comesses fatos lamentáveis em nível na-cional, que destrói toda a imagemconstruída a custa de muito trabalhodos Cedaeanos.”Humberto LemosASTEC

“Malditos e malditas, desgraçadose desgraçadas sejam aqueles e aque-las que ajudam, permitem e trabalhampara a destruição da PRECE. Que namorte, Deus não tenha piedade de

sse foi o sentimento comumque tomou conta das entida-des que compõem o Movi-mento em Defesa da CEDAE,PRECE e CAC, depois que as

primeiras notícias indicando a existên-cia de irregularidades no fundo de pre-vidência complementar dos emprega-

INDIGNAÇÃO E dos da CEDAE começaram a circular naimprensa. Outro sentimento comum éque essa situação precisa mudar e osresponsáveis têm de ser punidos, paraque fatos como esses não se repitamnunca mais. Os breves depoimentos decada um dos integrantes do Movimen-to deixam isso bastante claro:

suas almas sebosas. E em vida, rece-bam a maldição do sal!”Flávio GuedesASEAC

“A PRECE é conquista do traba-lhador da CEDAE. Conquista não gra-tuita, cuja manutenção requer investi-mento financeiro e operacional docorpo Produtivo da Empresa, visan-do, principalmente, uma aposentado-ria digna para si, extensiva a seus de-pendentes, com a competência debons investidores. Elegemos e nomei-am-se gestores para, com eficácia eprobidade, multiplicarem valores paraque a tranqüilidade seja uma realida-de e não as dúvidas e incertezas exis-

tentes de uns anos para cá. Exigimoscapacidade administrativa e financeirados seus dirigentes, para que todos te-nhamos os frutos de investimentosseguros, resultando em aposentadori-as que atendam a nossas expectativase necessidades.Jair de Carvalho Peixoto JrSindicato dos Administradores

A maior parte dos trabalhadoresbrasileiros, ao se aposentarem, temcomo prêmio 50% de seu salário re-duzido. O trabalhador da CEDAE,através de muita luta, conquistou ofundo de pensão (PRECE), para que aaposentadoria não fosse tão amarga.É nesse sentido que nós trabalhado-res da CEDAE, ativo ou aposentado,temos que estar atentos para os fatosque saíram em jornais, tv e revistasnos últimos meses, para que, no futu-ro, não tenhamos que pagar por estetipo de irresponsabilidade, conformeocorreu na CAC. “NOSSOS CONTRACHEQUES NÃO SUPORTAMMAIS”.Jorge CruzASCED

Impossível pensar que estamos li-vres de problemas sérios, momento defalta de confiança, aduzidas por má“gestão em práticas ilegais e temerá-

EFotos Divulgacao

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15Janeiro/Fevereiro de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

rias”, envolvimento em gastos desne-cessários em publicidade com recur-sos da nossa PRECE, que vergonha!Queremos um estatuto democrático,com paridade na diretoria do nossofundo de pensão, respeito a todos osaposentados, pensionistas e partici-pantes.Vicente Miles ArantesASAPAE

Neste momento difícil temosque nos manter sintonizados comtodas as entidades representativasda categoria cedaeana, juntos, nosentido não só de apurar todas asirregularidades da gestão “PRE-CE”, mas, também apontarmos umcaminho melhor para o futuro das

PrevidênciaREAÇÃO EM CADEIA

PERPLEXIDADE

nossas aposentadorias.Valdemir Luiz de CarvalhoConselheiro Eleito da Prece

A PRECE, que era para todos nósum Porto Seguro, tornou-se um poçode insegurança. A ingerência dos in-dicados pelo governo do Estado é tãogrande que foi instaurada CPMI paraapurar irregularidades, que não sãopoucas. Estamos na Luta defenden-do a PRECE da mesma forma quedefendemos a CEDAE. Acreditamosque a PRECE tem solução, basta ogoverno indicar pessoas que tenhamcompromisso com categoria e nãocom o seus interesses. É necessárioque todas as entidades, sem exce-ção, se unam em defesa deste patri-mônio do trabalhador.Erilza ZozimoSTAECNON

A PRECE tornou-se uma questãodramática para os trabalhadores daCEDAE. Assim como a CAC, foi cri-ada com muita luta e sacrifícios.Hoje, as expectativas de uma com-plementação salarial na aposentado-ria não são uma garantia, mas os tra-balhadores podem ter a certeza deque continuaremos lutando par a pas-sarmos estas duas Entidades a lim-po, democratizá-las com eleições

paritárias e transparência em suasgestões. Este é o nosso compromis-so, e dele não abriremos mão.Marco LaraAFTAE

Nos últimos anos, a intranqüilidadevem invadindo de maneira insidiosaos lares cedaeanos, colocando em ris-co, inclusive, o sonho de uma aposen-tadoria digna e sem turbulência. A prin-cipal alternativa para preservação dopatrimônio construído com os recur-sos da CEDAE e dos trabalhadores éa união de todas as entidades repre-sentativas dos participantes da PRE-CE. Precisamos acompanhar de pertoos acontecimentos, fiscalizando suaadministração e interferindo nos ru-mos do nosso importante fundo depensão.Aloísio Souza da SilvaSENGE/RJ

A sucessão de erros na PRECEatingiu um estágio tão alarmante, quesua continuidade compromete osnossos recursos, a credibilidade dosistema de previdência complemen-tar, assim como da própria Secreta-ria de Previdência Complementar(SPC).Roquiram Miranda Lima(Roque)

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16Janeiro/Fevereiro de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

s investimentos feitos pelofundo de previdência embolsa garantiram àSabesprev um dos melho-res resultados de sua his-tória, fazendo inveja aosassociados – ou vítimas –da PRECE – a previdên-cia dos trabalhadores da

coirmã fluminense, a CEDAE. O fundoque completa 15 anos agora em feve-reiro, fechou o ano de 2005 com renta-bilidade de 19,1%, quase o dobro de suameta atuarial (INPC mais 6% ao ano).O destaque foi a carteira de ações, querendeu 49%. O patrimônio do fundo hojeestá em R$ 830 milhões.

A gestão dos ativos da Sabesprevé separada em duas partes: os recursosdas pessoas que já estão aposentadas,cerca de R$ 300 milhões, ficam em pa-péis públicos (NTN-C), títulos indexadosao IGP-M). Essa carteira rendeu 10,8%.O restante é alocado nos segmentos derenda fixa, ações e imóveis. A rentabili-dade ficou em 22,6%.

Lição à PRECEA participação das ações na carteira

de investimentos da Sabesprev, em 2006,deverá ter um aumento significativo, sal-tando dos atuais 11,5% para 17,1%, con-forme já anunciou o diretor-presidentedo fundo, José Sylvio Xavier. Segundoele, os próprios modelos feitos para de-finir a alocação dos investimentos mos-

Previdência da Sabesp supera meta com investimento em ações

Que inveja da Sabesprev!Que inveja da Sabesprev!

Previdência complementarEXEMPLO DE COMPETÊNCIA

Enquanto a PRECE se vê às voltas com denúnciasde irregularidades e prejuízos milionários por mágestão e outros motivos que estão sendo investiga-dos pela sub-comissão da CPMI dos Correios, o fun-do de pensão dos funcionários da Companhia deSaneamento Básico de São Paulo – Sabesprev – dáum “show” de competência e seriedade na aplica-ção do dinheiro de seus associados.

traram que o peso dos investimentos embolsa deveria ser aumentado.

E já no início deste ano, todos os in-vestimentos da Sabesprev já estãocriteriosamente planejados para garan-tir o retorno necessário, de forma a as-segurar o patrimônio dos associados.Essa transparência garante o controledos associados acerca do desempenho:a previsão da fundação, por exemplo, éde que o Ibovespa – principal índice daBolsa de Valores de São Paulo – chegueaos 40 mil pontos em dezembro, o queequivale a uma alta de 20%. Em 2005, oganho da bolsa veio principalmente dosetor de mineração. A renda variávelresponde por 11,5% da carteira de in-vestimento do fundo. E dentro da cartei-ra de ações, o setor de mineração res-ponde por 34%, seguido por telefonia(20,5%) e petróleo (13%). Os gestoresescolhidos pelo fundo para renda variá-vel foram o Credit Suisse e a Schroders.

Na renda fixa, cujo desempenhonão foi considerado tão bom, a renta-bilidade foi de 14,5%. Em renda fixa,a Sabesprev começou 2005 apostan-do nos fundos de recebíveis (FIDC),nos quais investiu R$ 10 milhões(1 ,2% da ca r te i ra ) . Os fundosmultimercados também passaram areceber recursos da Sabesprev, comR$ 32 milhões (3,8% da carteira). Aidéia do fundo agora é aumentar aparticipação dos recebíveis e dosmultimercados dentro da carteira de

renda fixa este ano. Contudo, arenda fixa terá peso menor nosinvestimentos totais, caindo em2006 de 78,5% para 73,2%.

“Diante desses números, nossaconclusão é de que, hoje, os resulta-dos da Sabesprev estão para os daPRECE assim como os da Sabespestão para os da CEDAE, de formainversamente proporcional”, afirmao presidente da ASEAC. A Sabespvem investindo perto de R$ 1 bilhãopor ano no saneamento de São Pau-lo, a maioria com recursos próprios,“numa clara demonstração de ges-tão de Estado, enquanto a CEDAEnão tem conseguido sequer secandidatar como tomadora de recur-sos junto ao Ministério das Cidades,por não conseguir atender as exigên-cias de melhoria da eficiência, con-dição imposta pelo governo federalpara liberar recursos públicos paraas operadoras, sinais característicosde uma gestão de governo”, afirmaFlávio Guedes.

E