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105 R. Periodontia - Março 2008 - Volume 18 - Número 01 INTRODUÇÃO O tratamento protético apresenta, como princi- pal finalidade, a recomposição das funções do siste- ma estomatognático, através da reposição de ele- mentos dentários e de tecidos adjacentes perdidos, objetivando devolver ao paciente os requisitos mastigatórios, fonéticos e estéticos. Além de promo- ver a conservação das estruturas orais remanescen- tes e não somente a simples reposição dos elemen- tos dentários ausentes (Mauri Filho et al., 2004). Pode-se, então afirmar que a reabilitação oral, seja através de próteses fixas ou removíveis constitui fa- tor essencial para a manutenção da qualidade de vida dos pacientes (Caputo & Wylie, 1991). A reabilitação dos pacientes parcialmente den- tados, em sua grande maioria, é realizada através da utilização das próteses parciais removíveis, que se- gundo Todescan (1998) “são aparelhos dentossuportados ou mucodentossuportados, des- tinados a substituir um ou mais dentes em um ou em ambos os maxilares, podendo ser removidos da boca com relativa facilidade, tanto pelo profissional quanto pelo paciente”. Assim, a prótese parcial removível, torna-se uma alternativa comum de tratamento para restaurar áre- as edêntulas, na medida em que apresenta prepa- ASPECTOS BIOMECÂNICOS DAS PRÓTESES PARCIAIS REMOVÍVEIS E O PERIODONTO DE DENTES SUPORTE Biomechanical aspects of removable partial denture and the periodontium of abutment teeth Adriana da Fonte Porto Carreiro 1 , Candice de Freitas Rêgo Bezerra 2 , Bruna Aguiar Amaral 3 , Grasiela Piuvezam 4 , Eduardo Gomes Seabra 5 RESUMO A reabilitação oral dos pacientes parcialmente denta- dos pode ser realizada através de próteses parciais removí- veis e constitui fator essencial para a manutenção da qua- lidade de vida. No entanto, torna-se fundamental, no pro- cesso de planejamento das próteses parciais removíveis analisar a situação periodontal dos elementos dentários remanescentes que servirão de suporte para essas próteses, pois a literatura mostra que a maioria dos usuários de próteses removíveis apresenta ou apresentou alguma for- ma de doença periodontal. Assim, diante do exposto, o presente artigo tem como objetivo apresentar as caracte- rísticas biomecânicas das próteses parciais removíveis que respeitam o periodonto dos dentes suporte. UNITERMOS: Prótese Parcial Removível, Planejamen- to, Periodonto, Dentes pilares. R Periodontia 2008; 18:105-113. 1 Professora Adjunta da Disciplina de Prótese Total da Faculdade de Odontologia da UFRN 2 Mestre em Odontologia – área de concentração em Periodontia – UFRN 3 Doutoranda do Programa de Pós graduação em Patologia Oral da UFRN 4 Doutoranda em Ciências da Saúde - UFRN 5 Professor Adjunto da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da UFRN Recebimento: 18/10/07 - Correção: 21/12/07 - Aceite: 08/01/08

aspectos biomecânicos das próteses parciais removíveis e o

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R. Periodontia - Março 2008 - Volume 18 - Número 01

INTRODUÇÃO

O tratamento protético apresenta, como princi-pal finalidade, a recomposição das funções do siste-ma estomatognático, através da reposição de ele-mentos dentários e de tecidos adjacentes perdidos,objetivando devolver ao paciente os requisitosmastigatórios, fonéticos e estéticos. Além de promo-ver a conservação das estruturas orais remanescen-tes e não somente a simples reposição dos elemen-tos dentários ausentes (Mauri Filho et al., 2004).Pode-se, então afirmar que a reabilitação oral, sejaatravés de próteses fixas ou removíveis constitui fa-tor essencial para a manutenção da qualidade devida dos pacientes (Caputo & Wylie, 1991).

A reabilitação dos pacientes parcialmente den-tados, em sua grande maioria, é realizada através dautilização das próteses parciais removíveis, que se-gundo Todescan (1998) “são aparelhosdentossuportados ou mucodentossuportados, des-tinados a substituir um ou mais dentes em um ouem ambos os maxilares, podendo ser removidos daboca com relativa facilidade, tanto pelo profissionalquanto pelo paciente”.

Assim, a prótese parcial removível, torna-se umaalternativa comum de tratamento para restaurar áre-as edêntulas, na medida em que apresenta prepa-

ASPECTOS BIOMECÂNICOS DAS PRÓTESES PARCIAISREMOVÍVEIS E O PERIODONTO DE DENTES SUPORTEBiomechanical aspects of removable partial denture and the periodontium of abutment teeth

Adriana da Fonte Porto Carreiro1, Candice de Freitas Rêgo Bezerra2, Bruna Aguiar Amaral3, Grasiela Piuvezam4, EduardoGomes Seabra5

RESUMO

A reabilitação oral dos pacientes parcialmente denta-dos pode ser realizada através de próteses parciais removí-veis e constitui fator essencial para a manutenção da qua-lidade de vida. No entanto, torna-se fundamental, no pro-cesso de planejamento das próteses parciais removíveisanalisar a situação periodontal dos elementos dentáriosremanescentes que servirão de suporte para essas próteses,pois a literatura mostra que a maioria dos usuários depróteses removíveis apresenta ou apresentou alguma for-ma de doença periodontal. Assim, diante do exposto, opresente artigo tem como objetivo apresentar as caracte-rísticas biomecânicas das próteses parciais removíveis querespeitam o periodonto dos dentes suporte.

UNITERMOS: Prótese Parcial Removível, Planejamen-to, Periodonto, Dentes pilares. R Periodontia 2008;18:105-113.

1 Professora Adjunta da Disciplina de Prótese Total da Faculdade de Odontologia da UFRN

2 Mestre em Odontologia – área de concentração em Periodontia – UFRN

3 Doutoranda do Programa de Pós graduação em Patologia Oral da UFRN

4 Doutoranda em Ciências da Saúde - UFRN

5 Professor Adjunto da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da UFRN

Recebimento: 18/10/07 - Correção: 21/12/07 - Aceite: 08/01/08

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ros conservadores e rápida resolução. Este tipo de prótesecumpre um papel relevante na reabilitação de desdentadosparciais, pois é um método biologicamente satisfatório e decusto acessível para grande parte da população (Leles et al,

1999).Do ponto de vista da indicação das próteses parciais re-

movíveis sabe-se que os limites de indicação são muito am-plos, pois à medida que a via de suporte dentário vai se es-casseando, os recursos propiciados pelo suporte mucoso vãosendo recrutados no planejamento com o intuito de pouparos dentes que permanecem na cavidade oral (Stewart & Rydd,1983). No entanto, torna-se fundamental, no processo deplanejamento das próteses parciais removíveis analisar a si-tuação periodontal dos elementos dentários remanescentesque servirão de suporte para estas próteses, pois a literaturavem mostrando que a maioria dos pacientes usuários depróteses removíveis apresenta ou apresentou alguma formade doença periodontal (Mauri Filho et al., 2004).

Especificamente no caso brasileiro, de acordo com osdados do projeto SB Brasil 2003 (Brasil, 2004) observou-seuma grande quantidade de pessoas parcialmente dentadase com elementos dentários acometidos por bolsasperiodontais de mais de 4 mm, em todas as faixas etárias,refletindo portanto, em um elevado número de indivíduosque necessitam de próteses parciais removíveis associadas acondições periodontais alteradas.

Assim, diante do exposto, o presente artigo tem comoobjetivo apresentar das características biomecânicas daspróteses parciais removíveis que respeitam o periodonto dosdentes suporte.

METODOLOGIA

Os dados selecionados para essa revisão bibliográficaforam obtidos através do acesso as bases de dados eletrôni-cos LILACS e MEDLINE, a consulta em listas de referênciasde artigos, no Pub Med e através de busca manual em revis-tas e periódicos. Na base de dados eletrônicos LILACS foiutilizada a seguinte estratégia de busca, “prótese parcial re-movível” como descritor de assunto e como palavra,“periodontal”. No MEDLINE foi utilizado removable partial

denture como descritor de assunto e como palavras, planning

e periodontium. No Pub Med foram utilizados as palavrasremovable partial denture e abutments teeth. O períodoutilizado para a busca foi de 1993-2007.

CONSIDERAÇÕES PERIODONTAIS

Diversos autores (Bergman, 1987; Brill et al., 1977; El

Ghamraywy, 1976; Jorge et al., 2007) são concordantes noque concerne ao potencial que a PPR exerce em favorecer oacúmulo de biofilme dentário. Segundo Leles et al., 1999, aprópria presença da PPR pode ser um contribuinte para ace-lerar problemas periodontais num paciente, cuja história pré-via de perdas dentárias múltiplas muitas vezes é indicativade um baixo nível de conscientização e interesse relaciona-do à saúde bucal. Se o paciente não se propuser a realizaradequada higiene oral associada ao controle profissional, esseaumento do biofilme dentário começará a trazer danos aoperiodonto tais como inflamação gengival e aumento daprofundidade de sondagem, podendo chegar até a perdade inserção.

Portanto, antes de qualquer tratamento protético, deve-se realizar uma avaliação clínica e radiográfica do periodontodos elementos dentários remanescentes. Essa avaliação ser-virá de suporte para estas próteses para estabelecer umacondição de saúde e assegurar-se de que os pacientes rece-berão instrução detalhada de higiene oral de maneira que oacúmulo de biofilme dentário ao redor dos dentes pilares edos componentes da prótese seja o mínimo possível. É ne-cessário avaliar a situação dos tecidos periodontais, se existea presença de inflamações, edemas, alterações de coloraçãogengivais, a possível presença de bolsas periodontais e con-seqüentemente de perdas ósseas, mobilidade dentárias erecessões gengivais (Santos Júnior et al., 2002).

O planejamento da terapêutica básica é realizado emfunção das necessidades individuais apresentadas. Osangramento à sondagem é o sinal clínico mais sensível deinflamação e indica a necessidade de raspagem e alisamentocorono-radicular para eliminação ou redução do cálculodentário e também do biofilme dentário. Instruções deta-lhadas de higiene oral são necessárias para indivíduos queapresentam higiene bucal ineficiente e/ou traumática demaneira que o acúmulo de biofilme ao redor dos dentes pi-lares e dos componentes da prótese seja o mínimo possível.A oclusão deverá estar bem ajustada para que as forçasoclusais incidam de tal forma que a resultante seja no sen-tido do longo eixo dos dentes, sem provocar forças laterais.Portanto, a terapia oclusal é utilizada para garantirneutralização e transmissão de forças efetivas ao periodonto(Hou et al, 1997).

A terapia periodontal prévia ao tratamento deve satisfa-zer os seguintes objetivos: eliminação de todos os fatoresetiológicos, eliminação ou redução das bolsas periodontaiscom restabelecimento de sulcos gengivais livres de inflama-ção, criação de uma arquitetura óssea e gengival fisiológicasempre que possível, estabelecimento de relações oclusaisfuncionais e desenvolvimento de um programa de controle

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de biofilme dentário individualizado (Sanchez, 1998).A reavaliação julga o sucesso ou fracasso da terapêutica

básica na promoção da saúde e a possibilidade da realiza-ção do tratamento protético. A obtenção do equilíbrio entrea virulência bacteriana e a resistência do hospedeiro direcionao tratamento para a manutenção deste estado. Esta etapaprotocolar evita que a gengivite ou a periodontite inativatransforme-se em lesão destrutiva ativa. A periodicidade damanutenção é ditada pelo risco do desenvolvimento de cá-ries, gengivites e/ou periodontites ativas. No fracasso da te-rapêutica básica, na promoção de saúde ou de possibilitar otratamento protético, pode-se repetir algumas de suas eta-pas como realização de nova raspagem e alisamento corono-radicular ou execução de cirurgias periodontais, principalmen-te para eliminação de bolsas periodontais existentes (Lindhe

et al, 2005).Quando o periodonto encontra-se no nível normal, sem

comprometimento periodontal, observa-se que a carga trans-mitida ao dente-suporte é mais próxima da fisiológica, poisse faz axialmente, isto porque o dente é capaz de resistir àsobrecarga que incide sobre ele, não tendendo a inclinar-se.No entanto, no caso em que o dente suporte apresentaperda de estrutura do periodonto de sustentação (periodontoreduzido), determinando com isso, aumento de coroa clíni-ca e, conseqüentemente, aumento do braço de potência ediminuição do braço de resistência, seu eixo de rotação édeslocado mais apicalmente e, assim, predispõe ainda maisos elementos dentários à ação de forças laterais e verticais(Mauri Filho et al. 2004; Todescan et al. 1998).

Porém, se existe qualidade dos tecidos de suporte favo-recendo a indicação da PPR, é importante que os princípiosdas forças oclusais, que incidem sobre as superfícies dentárias,não desenvolvam resultantes de forças no sentido lateral doselementos de suporte, permitindo um perfeito equilíbrio daoclusão nesses pacientes. Este tipo de prótese terá que sermuito bem controlada (controle de biofilme dentário), poisnão poderá haver inflamação gengival, o que levaria operiodonto de sustentação a nova reabsorção óssea, com-prometendo todo trabalho realizado. A figura 1 mostra asconseqüências periodontais quando condições adequadasde higiene oral não são alcançadas, tanto da boca como daprótese (figura 2). Assim, o tecido periodontal deve estar semsinais clínicos de inflamação. A prótese parcial removível deveser planejada adequadamente para esses casos.

Segundo Gomes & Renner (1990), o mais importante naconfecção de uma prótese parcial removível é a seleção, dis-tribuição e localização dos dentes que servirão de pilares.Após criterioso exame clínico, associado ao exame dos mo-delos de estudo no articulador e no delineador, devem ser

estabelecidos diagnóstico e planejamento adequados queirão nortear o preparo dos elementos pilares.

Portanto, antes de qualquer tratamento protético é ne-cessário o tratamento das estruturas periodontais alteradas,pois o estabelecimento da saúde periodontal fornece maisprevisibilidade e longevidade ao tratamento reabilitador.

CONSIDERAÇÕES PROTÉTICAS

Para um tratamento protético eficiente necessita-se decorreto diagnóstico e planejamento das próteses parciaisremovíveis, bem como de adequada análise das condiçõesperiodontais dos dentes remanescentes, principalmente oselementos selecionados para oferecer suporte protético. Ostratamentos reabilitadores através das próteses parciais re-movíveis devem obedecer a uma sistemática clínica capazde permitir a longevidade, do ponto de vista periodontal ede higidez, dos elementos dentários remanescentes. Sendoassim, cabe salientar a importância do tratamento integra-do prótese-periodontia-prevenção.

Associado a possibilidade de indução de forças, o usode prótese parcial removível, aumenta o acúmulo de biofilmeapicalmente aos grampos, atuando como um fatormodificador de risco da doença periodontal (Asckar et al.,

1999). Levando-se em consideração que a maioria dos paci-entes usuários de próteses parciais removíveis apresenta al-gum tipo de doença periodontal, torna-se necessário o pla-nejamento protético correto desses casos, principalmentequando após o tratamento periodontal encontra-se umperiodonto reduzido. Dessa forma, partindo-se do princípioque o periodonto encontra-se sadio, embora possa se en-contrar reduzido, procede-se ao planejamento da próteseparcial removível, visando uma distribuição adequada de for-ças para que a doença periodontal não se torne novamenteativa e progressiva.

Preparo de boca, por definição, é uma série de procedi-mentos de proteção ou alterações para melhorar as condi-ções da boca, com o intuito de receber a prótese parcialremovível. Na confecção de uma PPR tem-se como objetivorestabelecer a função, adicionar qualidades estéticas e pre-servar os elementos remanescentes e tecidos de suporte.Esta é uma etapa do tratamento muito negligenciada namaioria dos consultórios, proporcionando situações maisdanosas que preventivas no restabelecimento da saúde bu-cal (Dykema et al., 1996).

Autores como Duarte & Paiva (2000) e Matos et al. (2002)realizaram estudos analisando modelos que chegavam aoslaboratórios em diversas cidades brasileiras e concluíram quea maioria dos modelos encontrava-se sem qualquer preparo

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nos dentes pilares tais como: nichos, re-contorno ou pla-nos-guia, mostrando que ainda existe a necessidade deconscientização dos cirurgiões-dentistas. Os autores obser-varam na pesquisa que em 94,17% dos modelos examina-dos não foi encontrado nenhum tipo de preparo e 3,54%apresentavam preparo de nicho, todavia com algumas irre-gularidades, tais como: falta de dimensões corretas, tantoem largura como em profundidade. Costa et al. (1997) afir-maram que quando a PPR não é confeccionada corretamen-te, pode contribuir para o início de patologias bucais, entreas quais se destacam as doenças periodontais.

Vista a importância do planejamento e preparo de bocabem executados, faremos considerações de cada compo-nente da prótese para que a instalação da mesma contri-bua para a saúde periodontal dos dentes pilares.

Planos-Guias

São definidos como planos preparados nas facesproximais e linguais dos dentes pilares, paralelos entre si e atrajetória de inserção e de remoção da prótese removível(Desplats, 1989). O preparo de planos-guias é de funda-mental importância para manutenção ou melhora das con-dições bioestáticas dos dentes pilares e para que se determi-ne condições ideais de suporte, retenção e estabilidade paraa prótese. A direção de inserção deve ser selecionada demodo que facilite o preparo dessas áreas planas e paralelasentre si, conferindo maior estabilidade à prótese e dentespilares, permitindo menor acúmulo de biofilme dentário, jáque reduz o ângulo morto formado (Todescan, 1998).

Apoio Oclusal

O apoio oclusal suporta e estabiliza a prótese no senti-do ocluso-gengival transferindo a força mastigatória, queincide sobre os dentes artificiais, aos dentes pilares (Carr etal., 2005). A localização e a forma dos apoios em relação aosdentes pilares deve permitir a distribuição dessas forças nosentido do longo eixo do dente, devendo-se evitar planosinclinados que produzem, por sua vez, o surgimento de for-ças laterais as quais provocam danos ao periodonto de sus-tentação, levando a reabsorção óssea e a um estado demobilidade dentária. A figura 3 mostra a confecção de nichoem dente anterior com periodonto reduzido. A superfícieperpendicular ao longo eixo do dente permite a axializaçãodas forças. O apoio deve estar o mais próximo ao centro derotação do dente-suporte, quando os dentes apresentamproblemas periodontais. Isso porque, como possuem perdade suporte ósseo, haverá um aumento da coroa clínica, au-mentando, conseqüentemente, o braço da potência e dimi-nuindo o braço da resistência.

Além de transferir as forças oclusais para os dentes pila-res no sentido axial, a presença de apoios acomodados so-bre nichos bem preparados promove suporte à prótese, im-pedindo que a mesma intrua (na direção cervical), o quecomumente causa danos para a mucosa, provocando pres-são sobre as papilas gengivais adjacentes aos espaçosprotéticos (Carreiro et al., 2006).

Grampos

São os elementos mecânicos do retentor extracoronárioresponsáveis pela estabilização e retenção da prótese parci-al removível. A atuação dos grampos de retenção e de opo-sição deve ser passiva sobre os dentes pilares. Dessa forma,quando do correto assentamento da prótese na boca ouquando da sua inserção e retirada, os grampos não devemexercer forças laterais sobre os dentes pilares. Essas forças,quando existentes, devem ser anuladas pela atuação recí-proca que se desenvolve entre os grampos de retenção eestabilização. Para essa quantificação é utilizada a pontacalibradora de retenção de 0,25mm, pois esta se apresentadentro dos limites de tolerância biológica do dente e apre-senta-se compatível com a flexibilidade da liga de Co-Cr, usu-almente empregada para estruturas de PPR (Carr et al., 2005).Fixada a ponta calibradora ao mandril da haste vertical mó-vel do delineador, esta é posicionada de modo que toquelateralmente o dente pilar (no equador protético) e que per-mitam o toque do disco calibrador, na sua extremidade infe-rior, no ponto exato da face dental que apresenta a medidade retenção determinada pelo disco calibrador de 0,25 mm(figura 4). Associado a isso, o desenho do braço de retençãodeve apresentar conicidade progressiva, o que permite queapenas o terço terminal deste braço exerça torque sobre odente durante a trajetória de inserção e remoção da prótese(De Fiori, 1993).

Sela

Deve existir relação de íntimo contato entre a sela deresina, parte da prótese que contém os dentes artificiais, e otecido fibromucoso, em especial em áreas de extremidadeslivres, para evitar injúrias teciduais devido à maior possibili-dade de movimentação da base (Phoenix et al.,2007). Oslimites da sela deverão obedecer ao limite de tolerância dostecidos, necessitando, dessa forma, da execução de umamoldagem funcional eficaz. Além disso, torna-se ainda ne-cessário posterior controle para observar a existência dessacondição. Indica-se o reembasamento quando se pressionacom os indicadores nas regiões de extremidades livres e ocorreo seguinte movimento: a sela tende a aproximar-se dos teci-dos e a estrutura metálica afasta-se dos elementos pilares

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na região anterior. Este é um movimento de báscula, pre-sente em próteses removíveis de extremidade livre em fun-ção da diferença de resiliência entre a fibromucosa e o liga-mento periodontal que gera forças laterais indesejáveis aodente pilar vizinho à extremidade livre. Por isso, a sua magni-tude deve ser minimizada buscando-se o íntimo contatoentre a superfície interna da sela e a fibromucosa.

Conector Maior

O conector maior é constituído por uma barra metálicarígida que une, através dos conectores menores, os retentorese a sela bilateralmente. Com relação aos tecidos periodontais,a região inferior merece maior destaque visto que a mucosaapresenta-se fina e pobremente aderida ao osso, tornando-a incompatível para a incidência de forças. Portanto, a rela-ção entre a conexão maior inferior e a fibromucosa deve serde alívio (Todescan, 1998). A figura 5 mostra o emprego de

silicona de condensação leve sobre a barra lingual no mo-mento da prova da estrutura metálica para certificar-se deque existe alívio entre a fibromucosa e a barra lingual.

Na região superior, a mucosa é mais espessa e firme-mente aderida ao osso, possibilitando a função de suportetambém para a conexão maior através do íntimo contato damesma com a fibromucosa. A figura 6 apresenta conexãomaior em cobertura total de palato, indicada para arcos su-periores com poucos remanescentes dentários, onde se uti-liza o palato como suporte.

Outro aspecto importante é a distância entre a bordalivre da gengiva e a conexão maior que deve ser de, no míni-mo, 3 mm e 5 mm, respectivamente para o arco inferior esuperior. Esta distância deve ser respeitada para evitar com-pressão sobre a gengiva marginal (Cameron et al., 2002).Principalmente em arcos inferiores e com periodonto reduzi-do, a distância entre a gengiva marginal e o assoalho bucal

Figura 3 - Confecção de nicho em dente anterior com periodonto reduzido

Figura 2 - Presença de biofilme dental na PPR

Figura 1 - Presença de biofilme dental e sangramento gengival em pilar protético

Figura 4 - Ponta calibradora do delineador para determinar medida de retenção

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encontra-se encurtada, não permitindo espaço para aco-modar a barra lingual e ainda respeitar a distância de nomínimo, 3 mm da gengiva marginal. Nesses casos, indica-sea placa lingual como conexão maior, que se estende até oterço médio do dentes pilares, passando sobre a gengivamarginal previamente aliviada (Phoenix et al.,2007) (figura7). A placa lingual pode também ser indicada para a regiãoposterior quando a citada distância apresenta-se encurtada(figura 8).

Alkaltan & Kaynak (2005) acompanharam por 30 mesesdois grupos de usuários de PPR, um com placa lingual e ou-tro com barra lingual e compararam a condição periodontal.Em ambos os grupos, não encontraram alteraçãoperiodontal, no entanto, o grupo com placa lingualapresentou maior acúmulo de biofilme, evidenciando anecessidade de controles periódicos e eficientes hábitos dehigiene oral.

Conector Menor

O conector menor constitui um elemento da próteseque une o retentor à sela e/ou ao conector maior. Deve seraliviado quando passa pela papila gengival para evitar com-pressão sobre a mesma (CARR et al., 2005).

Dessa forma, faz-se de extrema importância a interaçãoprótese/periodontia já que a eficácia do tratamentoreabilitador vai depender em grande parte do planejamen-to, do diagnóstico inicial correto e do acompanhamentoperiodontal posterior a instalação da prótese.

DISCUSSÃO

O periodonto representa uma área de interesse mútuopara a Periodontia e a prótese visto que um periodonto sau-dável deve ser sempre almejado no tratamento protético.Segundo Costa et al., (1997) indivíduos portadores de

Figura 8 - Distância encurtada na região posterior da gengiva livre para o assoalho bucalFigura 6 - Conexão maior em cobertura total de palato

Figura 5 - Uso de silicona de condensação leve sobre a barra lingual no momento da prova daestrutura metálica

Figura 7 - Placa lingual como conexão maior

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próteses parciais removíveis estão predispostos à formaçãoe acúmulo de biofilme dentário e de restos alimentares tan-to na área grampo-dente, como na área de conector maior,tornando a prótese um fator retentivo de biofilme dentário.Asckar et al. (1999) complementam, afirmando que os pro-cessos destrutivos nos dentes e no periodonto de proteçãoe sustentação de pacientes portadores de próteses parciaisremovíveis são mais altos nos dentes envolvidos no desenhoda prótese, que naqueles não envolvidos, concluindo-se quea prótese é maior hospedeiro para o biofilme do que os den-tes naturais. Segundo Zlataric et al. (2002), essas alteraçõessão atribuídas a pobre higiene oral, aumento do acúmulode placa e cálculo e transmissão excessiva de forças às es-truturas do periodonto.

Contudo, Leles et al., (1999) constataram que este mai-or acúmulo de biofilme parece significativo apenas quandoo paciente não é convenientemente orientado ou possuicuidados inadequados de higiene oral. Dessa forma, deve-se considerar que o tratamento protético depende em gran-de parte da presença de tecidos periodontais sadios, poisuma prótese parcial removível colocada em presença de do-ença periodontal ativa contribui significativamente para arápida progressão da doença e, conseqüentemente, para aperda dos elementos remanescentes.

Assim sendo, antes de qualquer tratamento protéticodeve-se realizar uma avaliação clínica e radiográfica doperiodonto para estabelecer condição de saúde e assegu-rar-se de que os pacientes receberão instrução detalhada dehigiene oral, de maneira que o acúmulo de biofilme ao redordos dentes pilares e dos componentes da prótese seja omínimo possível (Sanchez, 1998). Estes procedimentos sãofundamentais e de extrema importância para o sucesso dotratamento protético, embora ainda sejam negligenciadospor alguns profissionais resultando, dessa forma, em agra-vamento das condições periodontais e em menorlongevidade clínica da prótese.

Segundo Zuim et al. (1996) existem controvérsias quan-to aos motivos que levam ao fracasso das próteses. Umadas hipóteses é que as forças mastigatórias que incidem so-bre as estruturas de suporte devem ser minimizadas pelocorreto planejamento das estruturas metálicas, seja em rela-ção ao tipo de grampo usado, posição do apoio ou técnicasde moldagens a se utilizar. Outra hipótese atribui o fracassodas próteses mais a falta de controles periódicos e deficientehigiene oral e menos por detalhes de planejamento ou sim-ples uso da prótese. Entretanto, apesar das controvérsias,diversos autores concordam que os efeitos adversos das PPRssobre a saúde dos tecidos moles e dentes remanescentes,podem ser minimizados com programas de controle do

biofilme dental e respeitando-se os requisitos essenciais dodesenho da prótese (Jorge et al., 2007; Muraki et al., 2004;Zlataric et al., 2002).

De acordo com Bergman (1982), após acompanhar 30pacientes tratados com próteses parciais removíveis cuida-dosamente planejadas, executadas e proservadas, aliada àinstrução de higiene oral e cooperação do paciente não ve-rificou nenhuma deteriorização do periodonto. Esses resul-tados contrariam a idéia de que a prótese parcial removívelper si leva a um avanço significativo de alterações deletériasà saúde bucal e reforça a importância do controle do biofilmeefetivo tanto pelo paciente quanto pelo profissional. Jorge

et al. (2007), avaliaram o periodonto de pilares de PPR por 6meses e concluíram que para preservar as estruturasperiodontais remanescentes, além de investir num corretoplanejamento e confecção de uma prótese parcial removí-vel, deve-se ajudar os pacientes a manter um alto nível dehigiene oral, planejando-se retornos periódicos para o ensi-no, controle e motivação da higiene oral.

CONCLUSÂO

Os problemas periodontais associados às próteses par-ciais removíveis podem estar relacionados a um planejamentoe execução incorretos da prótese, associado a uma atitudeineficiente de auto-cuidado dispensada pelo usuário destaprótese.

Assim sendo, antes de qualquer tratamentoprotético deve-se realizar uma avaliação clínica e radiográficado periodonto para estabelecer uma condição de saúdee assegurar-se de que os pacientes receberão instrução de-talhada de higiene oral, de maneira que o acúmulo deplaca ao redor dos dentes pilares e dos componentes daprótese seja o mínimo possível. Outras medidascomplementares e que garantirão o sucesso das prótesesparciais removíveis serão a realização de um controle poste-rior prolongado e a indissociabilidade entre a prótese-periodontia-prevenção tanto para o profissional como parao paciente.

ABSTRACT

The oral rehabilitation of the patients partially edentulouscould be carried through removable partial dentures andconstitutes essential factor for the maintenance of the qualityof life of these patients. However, one becomes basic,in the process of planning of removable partial dentures toanalyze the periodontal situation of the remaining dentalelements that will serve of support for these dentures,

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partial dentures components to preserve the periodontalstructures.

UNITERMS: Removable Partial Denture, Planning,Periodontium, Abutment teeth.

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