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UFS - POSGRAP - NEREN MESTRADO EM AGROECOSSISTEMAS DISSERTAÇÃO Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipana Bióloga Maria Emilene Correia de Oliveira 2008

Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

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UFS - POSGRAP - NEREN

MESTRADO EM AGROECOSSISTEMAS

DISSERTAÇÃO

Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipana

Bióloga Maria Emilene Correia de Oliveira

2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÙCLEO DE ESTUDOS E PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS

MESTRADO EM AGROECOSSISTEMAS

Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipana

Bióloga Maria Emilene Correia de Oliveira

Sob a Orientação do Professor Dr.

Genésio Tâmara Ribeiro

Dissertação apresentada a Universidade Federal de Sergipe, como parte das exigências do Núcleo de Pós-Graduação e Estudos em Recursos Naturais – NEREN, para obtenção do título de Mestre em Agroecossistemas.

São Cristóvão - SE Fevereiro de 2008

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

O48a

Correia-Oliveira, Maria Emilene Aspectos dos agroecossistemas de produção apícola sergipana / Maria Emilene Correia de Oliveira. – São Cristóvão, 2008.

126 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) – Núcleo de Pós-Graduação e Estudos em Recursos Naturais, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2008.

Orientador: Prof. Dr. Genésio Tâmara Ribeiro

1. Apicultura. 2. Mel. 3. Pólen. 4. Agroecossistemas - Sustentabilidade. I. Título.

CDU 638.16::638.138

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA – POSGRAP NÚCLEO DE POS-GRADUAÇÃO E ESTUDOS EM RECURSOS NATURAIS - NEREN PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS

MARIA EMILENE CORREIA DE OLIVEIRA Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agroecossistemas DISSERTAÇÃO APROVADA EM 29 / 02 / 2008

_____________________________________ Prof. Dr. Genésio Tâmara Ribeiro Núcleo de Engenharia Florestal Universidade Federal de Sergipe

(Orientador)

____________________________________ Prof. Dr. Edílson Divino Araújo Laboratório de Biologia Tropical

Universidade Tiradentes

_____________________________________ Prof. Dr. Alceu Pedrotti

Universidade Federal de Sergipe

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SENHOR... Agradeço todas as oportunidades que colocastes na minha vida. A realização desse sonho, que abre as portas para tantos outros...

Obrigada DEUS...

Por todo o consolo nos momentos de angústia, a força e determinação nos momentos de fraqueza e por sua presença, que sempre ilumina a minha vida. A minha mãe Maria José e irmãs Elizabete, Elizângela e Ednívia, exemplos de vida para mim, minhas companheiras, que sempre me incentivaram a ir além dos meus limites.

Ao meu pai Luiz José, que me ensinou a enfrentar as adversidades da vida e que nada é impossível quando existe a necessidade de fazer.

OFEREÇO

Ao meu filho Glauber e ao meu marido Thiago que me impulsionaram na busca desse objetivo, por todo amor e companheirismo que os fizeram suportar todos os tormentos do caminho, sem nunca me abandonar.

DEDICO

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i

AGRADECIMENTOS

A Universidade federal de Sergipe (UFS), pela oportunidade de realização do Curso de Mestrado.

A CAPES, pela bolsa a mim concedida.

Ao Professor Doutor Genésio Tâmara Ribeiro, pela confiança a mim depositada, pela orientação, amizade e lições de vida que tanto contribuíram para o meu crescimento e amadurecimento científico.

Ao Professor Doutor Edílson Divino Araújo, pelo apoio, orientação, soluções quando tudo parecia perdido, pela disponibilização do Laboratório de Biologia Tropical, para realização de análises das amostras e pela amizade.

Ao presidente da Federação Apícola do Estado de Sergipe e presidentes das Associações Apícolas dos municípios participantes deste trabalho, por toda ajuda com a coleta dos dados.

Ao SEBRAE-SE, na pessoa da Bióloga Marianita Mendonça representante do departamento de Apicultura, por todo apoio, material disponibilizado e amizade.

Aos apicultores, que participaram do estudo e forneceram as amostras, pela colaboração, paciência, confiança e amizade.

Ao Professor Doutor Marcelo Carnelossi, pela orientação com as análises físico-química, pela presença amiga e por disponibilizar o Laboratório de Tecnologia de Alimentos para as análises do mel e do pólen.

Á Professora Doutora Renata Silva Mann, pela amizade e por toda colaboração para a realização das análises físico-química.

Á Professora Doutora Gláucia Barreto, pelo auxílio com maquinário para registro das amostras e pela amizade.

Ao Professor Doutor Alceu Pedrotti, pela confiança, apoio, ensinamentos e amizade.

Aos professores do Curso de Mestrado em Agroecossistemas, pelos ensinamentos e experiências transmitidas.

A Drª. Laura Vasconcelos, minha mãe científica, grande amiga, que sempre acreditou em mim e me estimulou a buscar mais na carreira científica.

Aos amigos do Laboratório de Pragas Agrícolas e Florestais, Júlio Poderoso, Priscylla Dantas, Ana Carolina Lessa, Francineide Bezerra, eternos amigos que fiz e que sem a ajuda deles não teria concluído esse trabalho.

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ii

A Adailton Ferreira, pela dedicação pela qual abraçou esse trabalho, pela força nos momentos de tormento, sempre confiante que tudo ia dar certo, uma das pessoas fundamentais para a realização dessa dissertação e principalmente por sua amizade.

A Rogena Amaral, Cleverton Santos e Andréia Pimentel, por toda dedicação, ajuda, compreensão, carinho com o qual me acolheram e pela amizade.

A Paula Yaguiu pela amizade e iniciação nas análises físico-químicas.

Aos estagiários do Laboratório de Biologia tropical Jaltaíra Araújo, Cleverton Santos e Meryellen Pereira, e ao aluno de agronomia Raulkiony Santana pela ajuda com as análises.

A Jennifer Silva (J. SI) e Josenice Costa (J. CO), pela amizade, companheirismo e por toda ajuda prestada na realização das análises.

Aos colegas dos mestrados, Evelyne, Francisco, Lindamar, Celso, Angélica, Marito, Cíntia, Ivana, Josué, Tereza, Wesley, Clélio, Marcos, amigos de luta e estudos, que tanto contribuíram para o meu crescimento científico.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste sonho, muito obrigada.

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iii

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1. Distribuição dos apicultores sergipanos por sexo .............................................34

Figura 3.2. Distribuição das faixas etárias dos apicultores sergipanos entrevistados..........35

Figura 3.3. Nível de escolaridade dos apicultores sergipanos .............................................36

Figura 3.4. Tempo de ingresso na apicultura pelos produtores sergipanos .........................37

Figura 3.5. Número de colméias dos apicultores sergipanos...............................................38

Figura 3.6. Percentagem da utilização de mão de obra pelos apicultores sergipanos..........39

Figura 3.9. Percentuais de produtos apícolas produzidos no Estado de Sergipe .................42

Figura 3.10. Tipo de propriedades utilizadas pelos apicultores para instalação do apiário.43

Figura 3.11. Tipo de roupas utilizadas pelos apicultores para manejo em seus apiários.....44

Figura 3.12. Cores preferidas pelos apicultores para pintura das colméias .........................44

Figura 3.13. Número de quadros nas melgueiras utilizadas pelos apicultores sergipanos ..45

Figura 3.14. Critérios avaliados pelos apicultores durante a manutenção dos enxames .....45

Figura 3.15. Percentuais de escoamento do produto apícola no Estado de Sergipe ............46

Figura 4.1. Consumidores e não consumidores de produtos apícolas .................................55

Figura 4.2. Faixa etária dos não consumidores (em anos) de produtos apícolas .................55

Figura 4.3. Nível de escolaridade dos não consumidores de produtos Apícolas.................56

Figura 4.4. Percentual de consumidores de produtos apícolas de acordo com o sexo ........57

Figura 4.5. Percentagem de idades dos consumidores de produtos apícolas entrevistados.57

Figura 4.6. Nível de escolaridade dos consumidores de produtos apícolas.........................58

Figura 4.7. Utilização do mel pelos entrevistados ...............................................................59

Figura 4.8. Local de aquisição de mel pelos consumidores.................................................60

Figura 4.9. Consumo ou não de produtos apícolas pelos entrevistados ..............................62

Figura 4.10. Percentagem de respostas sobre o motivo do consumo de mel e produtos

apícolas pelos entrevistados ................................................................................................62

Figura 5.1. Municípios sergipanos onde foram coletadas as amostras de pólen apícola

desidratado...........................................................................................................................72

Figura 5.2. Amostras de pólen apícola coletados nos municípios produtores do estado de

Sergipe .................................................................................................................................74

Figura 5.3. Fragmentos de insetos encontrados nas amostras de polens apícolas

analisadas.............................................................................................................................82

Figura 5.4. Bolotas de própolis encontradas nas amostras de polens apícolas analisadas...82

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iv

Figura 6.1. Municípios sergipanos onde foram obtidas as amostras de méis ao longo do

ano de 2007..........................................................................................................................95

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v

LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras de polens apícolas desidratados produzidos no primeiro trimestre de 2007........................................83

Tabela 5.2. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras de polens apícolas desidratados produzidos no segundo trimestre de 2007 ........................................83

Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras de polens apícolas desidratados produzidos no terceiro trimestre de 2007 .........................................84

Tabela 5.4. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras de pólen apícola desidratado produzido no quarto trimestre de 2007................................................84

Tabela 6.1. Freqüência das amostras dos municípios participantes ao longo dos trimestres de 2007................................................................................................................99

Tabela 6.2. Resultados do primeiro trimestre das análises físico-química de méis de Sergipe .................................................................................................................................102

Tabela 6.3. Resultados do segundo trimestre das análises físico-química de méis de Sergipe .................................................................................................................................103

Tabela 6.4. Resultados do terceiro trimestre das análises físico-química de méis de Sergipe .................................................................................................................................104

Tabela 6.5. Resultados do quarto trimestre das análises físico-química de méis de Sergipe .................................................................................................................................105

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vi

SUMÁRIO Página

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 01 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO.................................................................................. 03 2.1. O Agroecossistema ............................................................................................. 03 2.2. As Abelhas.......................................................................................................... 04 2.3. A Apicultura ....................................................................................................... 05 2.4. A Apicultura no Brasil........................................................................................ 06 2.4.1. O Cenário Apícola Nacional............................................................................ 08 2.4.2. O cenário Apícola Nordestino e Sergipano ..................................................... 10 2.5. Apicultura e o Desenvolvimento Sustentável..................................................... 11 2.6. O mel e o Pólen Apícola..................................................................................... 12 2.6.1. O mel ............................................................................................................... 12 2.6.2. O Pólen ............................................................................................................ 13 2.7. Os Parâmetros Físico-Químicos ......................................................................... 15 2.7.1. Açúcares .......................................................................................................... 15 2.7.2. Umidade .......................................................................................................... 15 2.7.3. Grau Brix ......................................................................................................... 15 2.7.4. Atividade de Água ........................................................................................... 16 2.7.5. Sólidos Insolúveis............................................................................................ 16 2.7.6. Hidroximetilfurfural ........................................................................................ 17 2.7.7. Acidez.............................................................................................................. 17 2.7.8. pH .................................................................................................................... 17 2.7.9. Cinzas .............................................................................................................. 18 2.7.10. Lipídios.......................................................................................................... 18 2.7.11. Proteínas ........................................................................................................ 18 2.7.12. Fibra Bruta..................................................................................................... 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 19 3. CAPÍTULO I: APICULTORES DO ESTADO DE SERGIPE, BR. .................... 30 RESUMO .................................................................................................................. 30 ABSTRACT .............................................................................................................. 31 3.1.INTRODUÇÃO................................................................................................... 32 3.2. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................ 33 3.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................... 33 3.3.1. Sexo dos Entrevistados.................................................................................... 33 3.3.2. Faixa Etária...................................................................................................... 34 3.3.3. Nível de Escolaridade...................................................................................... 34 3.3.4. Capacitações .................................................................................................... 36 3.3.5. Tempo de Atividade Apícola........................................................................... 37 3.3.6. Número de Colméias ....................................................................................... 37 3.3.7. Atividades Complementares............................................................................ 38 3.3.8. Utilização de Mão de Obra.............................................................................. 39 3.3.9. Produto Apícola Produzido ............................................................................. 40 3.3.10. Apiário........................................................................................................... 40 3.3.11. Manejo Apícola ............................................................................................. 42 3.3.12. Processamento e Distribuição do Produto ..................................................... 43 3.3.13. Problemas do Setor Apícola .......................................................................... 45 3.4. CONCLUSÕES.................................................................................................. 46

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vii

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 47 4. CAPÍTULO II: CARACTERIZAÇÃO DOS CONSUMIDORES DE MÉIS E OUTROS PRODUTOS APÍCOLAS EM SERGIPE, BR...................................... 50 RESUMO .................................................................................................................. 50 ABSTRACT .............................................................................................................. 51 4.1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 52 4.2. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................... 53 4.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................... 54 4.3.1. Não Consumidores de Produtos Apícolas ....................................................... 55 4.3.2. Consumidores de Produtos Apícolas............................................................... 56 4.4CONCLUSÕES.................................................................................................... 63 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 64 5. CAPÍTULO III: ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA EM POLENS DE ABELHAS Apis mellifera, PRODUZIDO EM SERGIPE, BR................................. 68 RESUMO .................................................................................................................. 68 ABSTRACT .............................................................................................................. 69 5.1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 70 5.2. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................ 72 5.2.1. Obtenção da Amostra de Pólen Apícola Desidratado...................................... 72 5.2.2. Análises Físico-Químicas das amostras........................................................... 72 a - Teor de Minerais (Cinzas) .................................................................................... 73 b - pH......................................................................................................................... 73 c - Umidade ............................................................................................................... 73 d - Atividade de Água................................................................................................ 73 e - Lipídios................................................................................................................. 74 f - Nitrogênio ............................................................................................................. 75 g - Proteínas ............................................................................................................... 75 h - Fibra Bruta............................................................................................................ 75 i - Sujidade................................................................................................................. 76 5.2.3. Análise Estatística ........................................................................................... 76 5.3. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................... 76 5.3.1. Minerais (cinzas) ............................................................................................ 77 5.3.2. pH .................................................................................................................... 77 5.3.3. Umidade .......................................................................................................... 77 5.3.4. Atividade de Água ........................................................................................... 79 5.3.5. Lipídios............................................................................................................ 80 5.3.6. Nitrogênio........................................................................................................ 80 5.3.7. Proteínas .......................................................................................................... 80 5.3.8. Fibras ............................................................................................................... 81 5.3.9. Sujidade ........................................................................................................... 81 5.4. CONCLUSÕES.................................................................................................. 85

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 85 6. CAPÍTULO IV: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MÉIS DE Apis mellifera PRODUZIDOS NO ESTADO DE SERGIPE, BR .................................... 92 RESUMO .................................................................................................................. 92 ABSTRACT .............................................................................................................. 93 6.1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 94

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viii

6.2. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................ 95 6.2.1. Obtenção das Amostras ................................................................................... 95 6.2.2. Análise Físico-Químicas das Amostras ........................................................... 96 a - Umidade por Refratometria .................................................................................. 96 b - Grau Brix.............................................................................................................. 96 c - Açúcares redutores ............................................................................................... 96 d - Cinzas................................................................................................................... 96 e - Acidez livre .......................................................................................................... 96 f - pH.......................................................................................................................... 97 g - Sólidos insolúveis em água .................................................................................. 97 h - Atividade de Água................................................................................................ 97 6.2.3. Análise Estatística ........................................................................................... 97 6.3. RESULTADOS .................................................................................................. 98 6.3.1. Umidade por refratometria .............................................................................. 98 6.3.2. Grau Brix ......................................................................................................... 98 6.3.3. Açúcares redutores .......................................................................................... 99 6.3.4. Cinzas .............................................................................................................. 100 6.3.5. Acidez livre ..................................................................................................... 100 6.3.6. pH .................................................................................................................... 101 6.3.7. Sólidos insolúveis em água.............................................................................. 101 6.3.8. Atividade de Água ........................................................................................... 101 6.4. CONCLUSÕES.................................................................................................. 105 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................106 7. CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................... 111 ANEXO ..................................................................................................................... 112

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RESUMO

CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipana. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertação, Mestrado em Agroecossistemas).

Atualmente, o homem tem discutido e contabilizado as agressões à natureza decorrentes da utilização dos recursos para a produção de bens e serviços à sociedade. A apicultura pode ser uma alternativa para a preservação dos Biomas, pois favorece a geração de emprego e renda onde se desenvolve, fixando o homem do campo em sua terra. O objetivo deste trabalho foi estudar o cenário apícola do estado de Sergipe, para tanto se realizou caracterização do perfil dos apicultores e consumidores, bem como análises físico-químicas de mel e pólen apícola desidratado, produzidos no estado. Os apicultores sergipanos são jovens, com segundo grau completo em sua maioria, e podem ser considerados apicultores comerciais. Os consumidores sergipanos, só utilizam o mel em casos de doença e confiam mais no supermercado na hora de comprar seus produtos. O mel e o pólen sergipano apresentam boa qualidade, porém os estudos mostram a necessidade de melhorias na parte de manejo, principalmente com relação à colheita de mel e processamento do pólen. A melhoria do setor apícola neste Estado pode contribuir para a sustentabilidade dos agroecossistemas naturais, bem como auxiliar na preservação dos biomas sergipanos, pois para produzir as abelhas necessitam das plantas e consequentemente “obrigam” os apicultores preservarem esses biomas para poderem garantir a sua produção.

Palavras chave: Apicultura, agroecossistemas, pólen, mel.

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ABSTRACT

CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Beekeeping Aspects Produtcion Agroecosystems in the State of Sergipe. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertation, Master Science in Agroecosystems).

Now, the man has been discussing and counted the aggressions to the current of the use of the resources nature for the production of goods and services to the society. The beekeeping can be an alternative for the preservation of Biomes, because it favors the employment generation and income where it is developed, fastening the man of the field in its earth. The objective of this work went study the scenery beekeeper of the state of Sergipe, for so much he/she took place the beekeepers' characterization and consumers, as well as analyses physical-chemistries and of botanical families of honey and pollen dehydrated beekeeper, produced in the state. The beekeepers sergipanos is young, with second complete degree in its majority, and commercial beekeepers can be considered. The consuming sergipanos, only uses the honey in cases of disease and they trust the supermarket more in the hour of buying its products. The honey and the pollen sergipano present good quality, even so the studies show the need of improvements in the handling part, mainly with relationship to the honey crop and processing of the pollen. The improvement of the section beekeeper in this State can contribute to the sustentability of the natural agroecosyms, as well as to aid in the preservation of the biomes sergipanos, because to produce the bees they need the plants and consequently " they force " the beekeepers they to preserve those biomes for they could guarantee its production.

Key word: beekeepers, agroecosystems, pollen, honey.

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1. INTRODUÇÃO

A necessidade do desenvolvimento sustentável fincou raízes na Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizado na cidade de Estocolmo em 1972, onde

foram questionados os limites do crescimento econômico, populacional, uso dos

recursos naturais, que estavam em constante declínio, às condições do meio ambiente

atual e, a previsão para perspectiva futura do planeta, se não fossem controlados todos

esses fatores. Já nessa conferência foi alertado para a necessidade da adoção de medidas

que limitasse o uso dos recursos naturais não-renováveis. Porém, o desenvolvimento

sustentável que os ambientalistas sugeriam na década de 1970 favorecia apenas aos

países desenvolvidos, sendo então repudiados pelos países do “Terceiro Mundo”, que,

naquele momento, iniciavam a sua industrialização. Em 1992 no Rio de Janeiro, foi

realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,

onde ficou definido que “O Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende às

necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações

de atender às suas necessidades” (MATERIAL, 2004).

A palavra desenvolvimento deveria significar a realização de potencialidades

socioculturais e econômicas de uma sociedade em harmonia com o meio ambiente.

Porém, com o pensamento liberal, o conceito de desenvolvimento passou a conotar uma

idéia de crescimento econômico, adotando como parâmetros de desenvolvimento os

padrões de vida e consumo das nações ocidentais industrializadas (CARPORAL E

COSTABEBER, 2000).

Para Leff (2001), o desenvolvimento sustentável é mais que uma simples relação

ecológica e econômica, abrange outros conhecimentos, onde o saber ambiental passa

pela diversidade cultural no conhecimento da realidade e saberes dentro de diferentes

ordens culturais e étnicas.

A conscientização quanto aos problemas ambientais nos força a adotar uma

visão sistêmica, onde o homem deixa de ser o centro do planeta e passa a integrá-lo,

sofrendo as conseqüências dos impactos e destruições que causa. Sifuentes (2004)

define sistemas como complexos dinâmicos de elementos que permanecem em

interação mútua como um todo e mantém sua integridade mediante essa integração de

suas partes. Todas as ações direta ou indireta influenciam na manutenção do nosso

maior sistema que é o planeta Terra.

Na crescente busca por atividades agrícolas com métodos de exploração menos

impactantes ao ambiente e mais integradas aos ecossistemas locais, os sistemas de

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produção agroecológica, orgânica e seus correlatos têm se apresentado como opções de

produção viáveis. Nestes tipos de sistemas têm sido incentivadas atividades, como a

apicultura, que se coadunam com os princípios de sustentabilidade para os ecossistemas

e, em especial, para os agroecossistemas (DA SILVA, 2004).

Segundo Altiere (2000), só uma compreensão mais profunda da ecologia

humana dos sistemas agrícolas pode levar a medidas coerentes com uma agricultura

realmente sustentável, que seja culturalmente sensível, socialmente justa e

economicamente viável, derivando esta do equilíbrio entre fatores bióticos e abióticos.

A apicultura destaca-se das demais atividades agrícolas, em benefícios sociais,

econômicos e ecológicos, gerando em todo o país milhares de empregos (SILVA,

2007). Utiliza mão-de-obra desde a manutenção dos apiários à produção de

equipamentos, além dos empregos relativos ao beneficiamento dos produtos e à

polinização de pomares, atingindo diretamente pequenos e médios agricultores

(SOMMER, 1996). Sendo uma alternativa de subsistência para o homem do campo,

devido ao seu baixo custo inicial e fácil manejo em relação a outros agronegócios. É

considerado o tripé da sustentabilidade, pois permite a melhoria de vida dos produtores

sem agressão ao meio ambiente (FREITAS et al., 2004).

A apicultura no Brasil está em processo de desenvolvimento e aprimoramento de

técnicas visando à melhoria da qualidade dos produtos apícolas. Conhecer o potencial

apícola, bem como a qualidade dos produtos de uma localidade é essencial para o

crescimento sustentável dessa atividade econômica. A apicultura no Estado de Sergipe

necessita de estudos para gerar conhecimento científico para a busca da qualidade e

sustentabilidade da produção. E uma apicultura cada vez mais integrada e que

possibilite a sustentabilidade dos envolvidos, beneficia não somente os humanos mais

principalmente o meio ambiente.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. O Agroecossistema

A agricultura mudou a relação entre o homem e o meio ambiente. Os

agroecossistemas eram distribuídos como pequenas manchas na paisagem natural

maior. Os habitats manejados mantinham a integridade dos ecossistemas naturais, ao

mesmo tempo em que diversificavam a paisagem. Atualmente, predominam os usos

agrícolas da terra, fazendo dos habitats naturais manchas dispersas (GLIESSMANN,

2001).

Buscando conciliar o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental,

(questões que antigamente eram tratadas separadamente) idealizou-se o conceito de

desenvolvimento sustentável. Neste momento ocorre a consciência de que é preciso

racionalizar os recursos naturais, que não são ilimitados, com a mobilização da

sociedade no sentido de se organizar para que o desenvolvimento econômico não seja

predatório, mas sim, “sustentável”. Porém, o desenvolvimento sustentável, baseado na

manutenção da biodiversidade e no equilíbrio dos ecossistemas, requer mudança

completa no comportamento dos processos humanos de produção diante da natureza

(SOARES e FERREIRA, 2004).

Segundo Caporal e Costabeber (2000) a palavra desenvolvimento deveria

significar a realização de potencialidades socioculturais e econômicas de uma sociedade

em harmonia com seu entorno ambiental. Porém, com o pensamento liberal, o conceito

de desenvolvimento passou a conotar uma idéia de crescimento econômico, adotando

como parâmetros de desenvolvimento os padrões de vida e consumo das nações

ocidentais industrializadas. O desenvolvimento sustentável passou a ser discutido

amplamente pela sociedade, englobando vários níveis de interesses. Foram surgindo

diversas interpretações com relação ao seu significado de acordo com o interesse dos

envolvidos, provocando uma reflexão sobre as diferentes dimensões que compõe o

desenvolvimento sustentável: econômica, social, ambiental, cultural, política,

tecnológica, jurídica entre outras (MARTINS, 2001).

As diferentes dimensões do conceito de desenvolvimento sustentável, identifica o

que deve ser sustentado, e a quem se destina e para que se necessita da sustentabilidade

(MOREIRA, 1994). Em seu conceito oficial o desenvolvimento sustentável é aquele

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que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer as necessidades das gerações

futuras, permitindo com isso inferir as dimensões econômicas, sociais e ambientais,

transmitindo uma preocupação de equilíbrio com vistas a alcançar o desenvolvimento

humano (MARTINS, 2001).

Atualmente, o homem tem discutido e contabilizado as agressões à natureza

decorrentes da utilização dos recursos para a produção de bens e serviços à sociedade.

Ao longo de séculos, ele buscou alcançar níveis elevados de produtividade sem,

contudo avaliar o custo ambiental e social da degradação dos ecossistemas. Assim, os

agroecossistemas passaram a ser cruciais na implantação de programas que almejem a

sustentabilidade dos sistemas produtivos (CUNHA, 2006).

Sabendo que a diversidade biológica possui valor incomensurável acredita-se

que sua deterioração vem ocorrendo pela fragmentação e destruição do habitat natural,

(matas ciliares, florestas etc.), tendo como os maiores responsáveis por essa destruição,

o crescimento contínuo das cidades, da malha rodoviária e a expansão da fronteira

agrícola (BORÉM, 2000). Na crescente busca por atividades agrícolas com métodos de

exploração menos impactante ao ambiente e mais integradas aos ecossistemas locais, os

sistemas de produção agroecológica, orgânica e seus correlatos têm se apresentado

como opções de produção viáveis. Nestes tipos de sistemas têm sido incentivadas

atividades, como a apicultura, que se coadunam com os princípios de sustentabilidade

para os ecossistemas e, em especial, para os agroecossistemas (DA SILVA, 2004).

Por isso a apicultura pode ser considerada uma das poucas atividades pecuárias

que atende integralmente as questões mundiais de sustentabilidade. E uma apicultura

cada vez mais integrada e que possibilite a sustentabilidade dos envolvidos, visa

beneficiar não somente os humanos mais principalmente o meio ambiente (GRECO e

RESENDE, 2004).

2.2. As Abelhas

Existem aproximadamente 115.000 espécies de Hymenoptera conhecidos (LA

SALLE e GAULD, 1993), dentre as quais encontramos as abelhas com mais de 20.000

espécies descritas distribuídas em todas as regiões do mundo onde ocorrem

angiospermas (MICHENER, 1979). Embora sejam escassas evidências fósseis que

indiquem realmente o surgimento das abelhas, acredita-se que elas tenham evoluído

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juntamente com o surgimento das plantas fanerógamas, no Período Cretáceo, que

ocorreu entre 146 a 76 milhões de anos (COLLET, 2004). As famílias das abelhas

modernas existem há pelo menos 80 milhões anos, tendo sua diversificação ocorrida

juntamente com a irradiação evolutiva das plantas angiospermas (RAVEN et al., 2001),

provavelmente através de vespas predadoras, que passaram a aproveitar pólen, mel e

cuidar de suas crias (CALATAYUD, 2005).

Os mais antigos fósseis de abelhas são do período Eoceno, há aproximadamente

40 milhões de anos, porém, estudos especializados já sugeriam que esses animais

haviam surgido antes desse período. Evidências morfológicas mostram que houve pouca

evolução das abelhas nestes 30 milhões de anos, e a semelhança física dos fósseis

quando comparadas às operárias atuais, indicam que o complexo comportamento social

destes animais já estava desenvolvido, deste o Mioceno, há aproximadamente 27

milhões de anos (WINSTON, 2003).

O sucesso evolutivo desses insetos foi devido a duas características

fundamentais, a capacidade de controlar a temperatura interna de suas colônias e a

capacidade de se agrupar. Estas características permitiam a permanência destas em

locais de temperaturas variadas, favorecendo assim a sua dispersão por regiões de

climas variados (COLLET, 2004).

2.3. A Apicultura

A utilização dos produtos apícolas para consumo acompanhou a evolução

humana, quando os primeiros homens coletavam mel para sua alimentação. As pinturas

rupestres de mais de 10.000 anos relatam a coleta de mel em árvores e rochas. Entre

8.000 e 4.000 anos a.C. o homem começou a desenvolver a atividade apícola comercial

(CALATAYUD, 2005).

O mel é um alimento rodeado de misticismos, lendas e crenças. Pinturas

rupestres encontradas na Espanha, mostram homens coletando mel. No oriente, o deus

Visnú era representado como uma abelha sobre uma flor de lótus. Uma mistura

fermentada alcoólica de mel e água foi uma das primeiras cervejas ingerida pelos

homens. Era conhecida como néctar divino, pois proporcionava uma espécie de êxtase.

Os vocábulos bier (alemão), beer (inglês), bierre (francês) e birra (italiano) que

significam cerveja, derivam daquela primeira bebida fermentada, obtida do mel, a qual

os celtas denominavam “biura” (LENGLER, 2000). Nas cidades celtas e anglosaxãs do

centro e norte de Europa onde não era possível cultivar uvas para a fabricação de vinho,

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o mel fermentado (denominado pelos romanos de hidromel) foi uma das primeiras

bebidas alcoólicas do mundo (TELLERÍA, 2001).

A atividade apícola foi oficialmente reconhecida no Egito há cerca de 2.400 anos

a.C. Os egípcios começaram as primeiras técnicas de manejo, passando a colocar as

abelhas em potes de barro, visando ao transporte das colméias. A palavra colméia vem

de colmo (recipientes com forma de sino feito de palha trançada) sendo de origem grega

(CARVALHO, 2005). Apicultura é o nome dado à criação racional de abelhas do

gênero Apis, com finalidade econômica (VILELA, 2000b).

A apicultura é considerada uma atividade de grande importância econômica,

pois apresenta uma alternativa de ocupação e renda para o homem do campo. É uma

atividade de fácil manutenção e de baixo custo inicial em relação às demais atividades

agropecuárias (FREITAS et al., 2004).

A apicultura vem se destacando como agronegócio brasileiro desde os anos

oitenta, quando o movimento naturalista passou a divulgar a importância da utilização

na alimentação natural e na melhoria da qualidade de vida do homem. Isso

proporcionou o aumento da procura por produtos apícolas e sua valorização.

Consequentemente, o mercado para esses produtos espalhou-se pelo Brasil e a criação

de abelhas, que era uma tradição quase que exclusiva das regiões Sul e Sudeste, passou

a ser praticada também nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste (SOUZA, 2004).

2.4. A Apicultura no Brasil

Em 1839, o padre Antonio Carneiro Aureliano mandou vir colméias de Portugal

e instalou-as no Rio de Janeiro. Em 1841 já havia mais de 200 colméias, instaladas na

Quinta Imperial. Em 1845, colonizadores alemães trouxeram abelhas da Alemanha

conhecidas como Nigra, (Apis mellifera melífera) e iniciaram a apicultura nos Estados

do sul (TRINDADE et al., 2004).

Em 1840 os imigrantes trouxeram raças espanholas, portuguesas e alemãs para

povoarem o país. Porém em 1950 a vulnerabilidades dessas raças dizimou cerca de 80%

dos enxames. Com o intuito de melhorar a apicultura nacional, em 1956, o professor

Warwick Stevam Kerr, selecionou abelhas rainhas africanas A. mellifera scutellata,

consideradas mais produtivas e resistentes a doenças, que foram trazidas ao Brasil para

pesquisas comparativas com as variedades européias (PEREIRA e VILELA, 2003). Dos

enxames existentes, 26 fugiram acidentalmente do apiário experimental, que se

localizava no horto florestal de Rio Claro, no estado de São Paulo (KERR, 1967;

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NOGUEIRA-NETO, 1964; PORTUGAL-ARAÚJO, 1971). Acredita-se que devido ao

seu grande poder de colonização e maior defensividade, as abelhas africanas

possivelmente intercruzaram com as formas européias existentes na região sudeste do

Brasil, originando as abelhas africanizadas (MATIS, 1991; WINSTON, 1992).

Por sua maior rusticidade e melhor adaptação ao clima no Brasil, às abelhas

africanas se espalharam pelo país e devido a sua dominância genética, ocorreu à

miscigenação das abelhas européias e africanas na maioria dos apiários em apenas 02

anos (SILVA, 2001). Em meados dos anos 70, apicultores e pesquisadores passaram a

desenvolvem novas técnicas possibilitando o manejo dessa nova variedade e a

apicultura brasileira entrou em período de crescimento (PEREIRA e VILELA, 2003).

Em 1980, os Estados Unidos tomaram diversas medidas, para impedir a entrada das

abelhas africanizadas no país, pois como eles utilizavam abelhas para polinização de

culturas agrícolas, e as abelhas africanas são conhecidas por serem altamente

defensivas, os agricultores acreditavam que esses animais não serviriam para atuar

como polinizadores (COLLET, 2004). Para ressaltar a agressividade das abelhas poli-

híbrido, criaram o termo pejorativo de “killer bee” (abelhas assassinas) ou abelhas

brasileiras, porém esta ultima denominação é usada para nomear as abelhas nativas, que

não possuem ferrão, então se criou o termo abelha africanizada, que se refere ao poli-

híbrido existente no Brasil (GONÇALVES, 2006). Mesmo com todas as restrições e

cuidados, em 1992, as abelhas africanizadas foram localizadas na América do Norte

(SILVA, 2001).

Na década de 50, antes da chegada das abelhas africanas, a produção nacional de

mel girava em torno de cinco mil toneladas/ano, passando atualmente, para 50 mil

toneladas/ano (GONÇALVES, 2006) e no Brasil hoje, quase todas as abelhas do gênero

Apis são africanizadas (SILVA, 2001).

A alta capacidade de defesa, de adaptação a ambientes inóspitos e a capacidade

de reprodução com ciclo de vida mais curto que as demais subespécies aqui existentes,

são características das africanizadas que muito se assemelham às das abelhas africanas

nativas. Tais características permitem a esta raça de abelhas uma rápida ampliação da

biomassa e significativo aumento populacional (GONÇALVES, 1994). Em todo o

Brasil, a apicultura é desenvolvida com abelhas africanizadas (um poli-hibrido) que

apresentam produtividade superior às demais, maior resistência a doenças e melhor

adaptação às condições climáticas brasileiras. Apesar de mais agressivas, as abelhas

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africanizadas respondem docilmente a um manejo adequado, reservando o potencial de

agressividade para os inimigos naturais (VILELA, 2000b).

A produção mundial de mel é de aproximadamente 1,2 milhões de

toneladas/ano, tendo a China como maior exportador e a Alemanha como principal

comprador, adquirindo 50% do mel exportado no mundo e produzindo apenas 33 mil

t/ano. O Japão tem se tornado um importante comprador de mel, principalmente devido

à redução do número de apicultores, em decorrência da competição dos preços de

importação e da diminuição de áreas melíferas, utilizando 60% do mel para a indústria e

40% como mel de mesa (EMBRAPA, 2007).

Em 2002 os Estados Unidos e a União Européia suspenderam a importação de

mel da China devido a elevados índices de resíduos de drogas veterinárias encontradas

no mel daquele país, juntamente com esse fato houve a suspensão da importação do mel

da Argentina pelos Estados Unidos, que alegavam concorrência desleal em relação aos

preços dos produtores americanos (EMBRAPA, 2007). Consequentemente ocorreu um

desequilíbrio no mercado com redução da oferta e aumento do preço do mel no mercado

externo (SEBRAE, 2007).

Com a desvalorização da moeda brasileira (real), tornou-se mais viável para os

produtores brasileiros exportar o mel, iniciando a era da exportação do mel brasileiro,

sendo a produção nacional nos últimos quatro anos voltada para tal fim atingindo um

total de 65% em 2004. Em 2005, porém a China retoma as exportações de mel para a

União Européia, coincidindo com a valorização do real frente ao dólar americano,

desfavorecendo a exportação, e viabilizando as vendas no mercado interno (SOUZA,

2006). O Problema passa a ser o baixo consumo nacional (que é medido pela soma da

produção interna mais as importações e menos as exportações) frente aos outros

mercados. Enquanto no Brasil é consumido em média 60 gramas de mel/ano, em países

como Estados Unidos, Alemanha e Suíça, o consumo chega a 910, 960 e 1.500

gramas/ano respectivamente (RESENDE e VIEIRA, 2006).

2.4.1. O Cenário Apícola Nacional

No ano de 2001, devido à suspensão das importações do mel da China pela

Comunidade Européia, ocorre a falta do produto no mercado externo, e

consequentemente uma elevação no preço do mel, incentivando com esse evento, a

exportação do mel brasileiro. Consequentemente nesse mesmo período ocorreu aumento

no preço do produto no mercado interno e queda das vendas fracionadas, o que

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dificultou a atividade de pequenos produtores, surgindo então à necessidade de

organização do setor (SOUZA, 2004).

Em 2004, somente a União Européia foi responsável pela compra de 94% do

mel brasileiro disponível para a exportação. Com o retorno da China como exportador

de mel para a União Européia em 2005, o panorama mudou, diminuindo a procura,

tornando o mel abundante no mercado interno, aumentando a competição e provocando

a queda nos preços. Em março de 2006, houve o bloqueio da exportação do mel

brasileiro pelo mercado europeu, devido ao pouco controle sobre a aplicação de

resíduos contaminantes no mel, como antibióticos (cloretetraciclina, oxitetraciclina,

tetraciclina, sulfametazina etc.), compostos halogenados e organoclorados (aldrin, alfa-

endosulfan lindane etc.), carbamatos e piretróides (permetrina, deltrametrina,

carbofurano etc.) e organofosforados (pirimifós metil, clorpirifós, dimetoato, terbufós

etc), limitando ainda mais o mercado externo para o Brasil. Com o aumento da oferta e

com medo de novas contaminações, o mercado externo tornou-se mais exigente em

relação à qualidade do mel. A não adequação da apicultura nacional aos parâmetros de

qualidade e produtividade pode comprometer seriamente a sustentabilidade da atividade

no País, já que sem as exportações o setor corre um sério risco de desaquecimento e

retração (SOUZA, 2006).

A produção de pólen apícola iniciou-se no Brasil no final da década de 80 de

forma modesta, porém atualmente o mercado de produtos naturais, vem favorecendo a

produção, porém apesar do constante crescimento de mercado para o pólen apícola. O

preço do quilo do pólen no mercado interno varia substancialmente, indo de R$15,00 o

produto sem processamento até R$40,00 o quilo (produto beneficiado). No varejo pode-

se encontrar o preço do quilo de pólen variando entre R$30,00 a R$150,00. A maioria

dos Estados brasileiros produz o pólen para consumo interno, porém os Estados do

Paraná, Santa Catarina e Bahia abastecem o mercado nacional, e Santa Catarina ainda

exporta para a Colômbia e Uruguai (BARRETO et al., 2006).

Atualmente o Brasil ocupa o 1º lugar na exportação mundial de própolis, com

mais de 250 toneladas anuais e o Japão é seu maior comprador. O país, também,

encontra-se entre os países exportadores de cera, juntamente com Chile, Tanzânia,

Holanda e Austrália. Os maiores importadores da cera nacional são Estados Unidos,

Alemanha, Reino Unido, Japão e França (DA SILVA, 2004).

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2.4.2. O cenário Apícola Nordestino e Sergipano

A apicultura e principalmente a produção de mel de abelhas surge como uma das

poucas atividades capazes de criar uma nova dinâmica de geração de ocupação e renda

no Nordeste, principalmente para áreas de caatingas, já que tem nas condições

climáticas da região um dos seus principais aliados (VILELA, 2000a). Schowalter

(2000) ressalta que a produção de mel de abelhas é uma atividade que pode ser

desenvolvida por pequenos produtores com um retorno significativo e baixo impacto

para o meio ambiente, sendo, portanto uma atividade potencialmente sustentável já

constatado cientificamente do ponto de vista ecológico. As abelhas como polinizadoras

representam um papel importante na manutenção da estabilidade de ambientes.

O semi-árido abrange 59% do território Nordestino, com apenas duas estações

climáticas, a chuvosa, com duração variando entre 4 a 6 meses que geralmente ocorre

no primeiro semestre do ano, e a estação seca que se estende entre 6 a 8 meses no

segundo semestre do ano. Essa região possui a caatinga como vegetação predominante

(FREITAS et al., 2004).

Pesquisas realizadas no sertão de Pernambuco mostraram que as abelhas

produzem mais nessa região do que na zona da mata, devido ao clima, condições

ecológicas e vegetação nativa praticamente inalterada (LIMA, 1990).

O Nordeste possui uma capacidade de produção de mel de aproximadamente 2

mil toneladas/ano, e nenhuma outra região do país ou do mundo possui estas condições

para o desenvolvimento da apicultura (RIBEIRO, 1998). Com isso vem se destacando

na produção de mel, sendo que em 1995 esta região produziu 8.500 toneladas de mel e

os principais produtores foram Piauí, Bahia e Pernambuco, enquanto que a produção

nacional foi em torno de 34.500 toneladas (LEVY, 1998). Em 2004 a Região Nordeste

produziu 10.401 toneladas de mel e o estado de Sergipe participou com 55 toneladas,

produção que o coloca em nono lugar entre os estados desta Região, contribuindo com

0,17% para a produção nacional e 0,52% para a produção nordestina. Internamente, a

mesorregião geográfica do sertão sergipano contribuiu com 50% da produção total de

mel do estado, seguido da mesorregião do leste sergipano com 35% e a mesorregião do

agreste sergipano com 15% (CARVALHO, 2005). Em 2006 a produção sergipana de

mel aumentou mais de 50%, alcançando 75 toneladas (IBGE, 2007). Com relação à

produção de pólen esta atividade ainda é inexpressiva no Estado, porém apresenta um

grande potencial de produção, devido às extensas áreas de coqueirais irrigados. Sendo a

média de produção mensal de uma colméia nesta região de 900g a 8 kg. Atualmente o

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estado de Sergipe conta com cinco municípios produtores de pólen e um total de 450

colméias e 30 apicultores destinados para esta produção (BRITO, 2006).

2.5. Apicultura e o Desenvolvimento Sustentável

As abelhas dependem de flores, principalmente como recursos de néctar e pólen,

para a sua alimentação e também como provisão para as suas crias (TAURA e

LAROCA, 2004).

A apicultura é uma alternativa de subsistência para o homem do campo, devido

ao seu baixo custo inicial e fácil manejo em relação a outros agronegócios. É

considerado o tripé da sustentabilidade, pois permite a melhoria de vida dos produtores

sem agressão ao meio ambiente (FREITAS et al., 2004). Possui um papel sócio-

econômico importante, proporcionando dezenas de empregos, diretos e indiretos. Utiliza

mão-de-obra desde a manutenção dos apiários à produção de equipamentos e

beneficiamento dos produtos, além de favorecer a polinização de pomares, beneficiando

diretamente pequenos e médios agricultores (SOMMER, 1996). Ocupa principalmente

a mão-de-obra familiar no campo, diminuindo o êxodo rural das famílias envolvidas.

(ALCOFORADO FILHO, 1998).

O numero de apicultores é inferior à necessidade e capacidade de produção

nacional, além disso, o crescimento da apicultura necessariamente conduz a preservação

ambiental, pois, esta é necessária para a obtenção dos produtos apícolas (SÀ, 1984). Em

alguns estados do Nordeste, a apicultura não é ainda devidamente praticada, fazendo

com que apenas 15% do potencial apícola do Nordeste sejam explorados, ou seja, deixa

de gerar emprego e renda para os Estados, que por sua vez suprem à carência de

produtos apícolas comprando em outros Estados e regiões (SILVA, 2000).

As vantagens da criação de abelhas fazem da apicultura uma atividade que

estimula mudanças de atitudes no apicultor promovendo uma mentalidade mais

preservacionista, auxilia-o a permanecer na terra e, ainda, os rendimentos da atividade

torna viável a pequena propriedade fundamentada em mão-de-obra familiar, ao mesmo

tempo em que estimula a preservar o conhecimento ecológico local e a cultura que o

ator social possui (DA SILVA, 2004).

O que talvez ainda não tenha sido pesado é o impacto, causado pela introdução

das abelhas melíferas no Brasil. Como as abelhas africanas são muito territoriais, não

admitem competição com outras espécies de abelha, isso inclui as nativas, que já sofrem

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com a degradação acelerada de seus habitats. Porém, a avaliação de tal impacto, é

dificultada diretamente, devido a dificuldade de definir a metodologia adequada para

inferir sobre os parâmetros de intervenção de uma espécie sobre o nicho da outra, ou –

especificamente - da abelha africanizada sobre o nicho das abelhas nativas

(DRUMMOND e MALHEIROS, 2006).

O valor ambiental da apicultura é caracterizado pela interdependência da

vegetação com a biodiversidade, pois as visitas das abelhas às flores de espécies nativas

e agrícolas garantem a polinização (produção de frutos e sementes), aumentando a

produtividade agrícola e garantindo a regeneração e a perpetuação das espécies nativas

(PEGORARO e ZILLER, 2003).

Cerca de 67% das plantas produtoras de flores, dependem dos insetos, para a

realização da polinização. Dentre os insetos as abelhas são os mais eficientes agentes

polinizadores, e sua importância se dá pelo fato das larvas desses animais necessitarem

de néctar e pólen para a sua alimentação. Atualmente um terço das culturas que fazem

parte da base alimentar mundial, necessita da ação dos polinizadores para que ocorra a

formação de suas sementes e frutos. Porém a introdução de espécies exóticas,

desmatamento, fragmentação de habitats, uso de agroquímicos entre outros fatores,

afeta diretamente a polinização, pois reduz o número de espécies de insetos no

ambiente. Uma das soluções seria a utilização de abelhas A. mellifera, para realizar a

polinização em culturas agrícolas (VIANA e SILVA, 2006). Devido a sua abundância e

freqüência as abelhas A. mellifera, estão demonstrando serem uma alternativa eficiente

para polinização de culturas onde ocorre déficit de polinizadores nativos, enfatizando a

importância da apicultura migratória para suprir essa carência (D’AVILA e

MARCHINI, 2005).

Consciente da necessidade de proteção do meio ambiente e de garantir a

sobrevivência das futuras gerações, a Organização Mundial para a Agricultura e

Alimentação (FAO), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e

Desenvolvimento (PNUD), Ministério do Meio Ambiente e o Fundo Mundial para o

Meio Ambiente (GEF), deram início ao programa de iniciativa brasileira de

polinizadores (IBP), um projeto com mais seis países (Gana, Índia, Quênia, Nepal,

Paquistão e África do Sul) cuja finalidade é promover e assegurar a produtividade das

culturas agrícolas de comunidades rurais, garantindo com isso a alimentação das

gerações futuras, através do conhecimento, entendimento e conscientização dos

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múltiplos benefícios dos serviços prestados pelos polinizadores. O Projeto tem previsão

de duração de cinco anos, com início em 2006 e término em 2011.

O objetivo imediato será identificar ao nível mundial, práticas de manejo de uso

sustentável, tecnologias e políticas que promovam impactos positivos e minimizem

impactos negativos da agricultura na diversidade e atividade de polinizadores (DIAS et

al., 2006).

2.6. O mel e o Pólen Apícola

2.6.1. O mel

Segundo Campos et al. (2001), o mel pode ser elaborado a partir do néctar de

flores (mel floral), secreções de parte viva de plantas e ou excreções de insetos

sugadores de partes vivas das plantas (mel de melato). Esse néctar após ser coletado,

sofre reações físicas e químicas, por ação das enzimas da saliva das abelhas, que

transformam e o combinam com substâncias específicas próprias, produzindo então o

mel (LENGLER, 2000).

As propriedades físico-químicas do mel são influenciadas por vários fatores,

como a composição florística, a temperatura, quantidade e do tamanho dos cristais

(COSTA et al., 2005), além de condições edafológicas da região onde se localizam

essas flores (SODRÉ et al., 2003). As abelhas precisam do mel como fonte de energia,

ou carboidratos na forma de açúcares (WINSTON, 2003).

O mel como todo produto alimentício deve atender a requisitos mínimos de

qualidade físico-química em méis florais, como os índices de açúcares redutores

(mínimo permitido 65%), sacarose aparente (máximo de 6%) e umidade (até 20%), que

são indicativos de maturação do produto, sólidos insolúveis em água e teor de minerais

(máximo de 0,1 e 0,6% respectivamente) que indicam a pureza do mel e acidez

(máximo de 50 miliequivalentes por quilo/mEq/Kg), atividade diastásica (mínimo de 8

e na escala Gothe e/ou 3 se o hidroximetilfurfural – HMF – for inferior a 15 mg/Kg) e

hidroximetilfurfural (máximo tolerado 60 mg/kg), que são indicativos da deterioração

deste produto (BRASIL, 2000). Podendo ainda ser empregado outros parâmetros como

o pH, índice de formol, condutividade elétrica e cor (ARRUDA, 2003).

A análise físico-química de méis visa contribuir no controle da qualidade de

méis importado e nacional. Seus resultados são comparados com padrões citados por

órgãos oficiais internacionais (no caso de importação ou exportação) e /ou com os

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padrões do próprio país, garantindo que o produto que chega ao consumidor não possuía

adulterações (SODRÉ et al., 2001).

A caracterização regional do mel é muito importante, pois leva-se em

consideração a grande diversidade botânica e variação edafoclimática de cada região

estudada (CARVALHO et al., 2000).

2.6.2. O Pólen

O pólen é o gameta masculino da flor, e é utilizado há muito tempo,

principalmente por naturalistas como um suplemento da dieta humana (DADANT,

1966). Para as abelhas o pólen fornece proteínas, ácidos graxos, vitaminas e sais

minerais, além de ser a única fonte de alimento nitrogenado disponível para a

alimentação das larvas, e a ausência do pólen numa colméia pode levá-la a extinção

(FREITAS, 1991; BASTOS, 2002).

Ao ser coletado pelas abelhas o pólen sofre a adição de saliva desses animais,

cuja função é aglutinar o pólen, tornando possível o transporte deste nas corbículas

(cestas das patas traseiras) das abelhas. Possuindo ainda, minerais, proteínas e fibras

vegetais (LENGLER, 2000).

O pólen apícola é coletado por uma grade de retenção, caindo em um recipiente

coletor, conjunto este denominado de coletor de pólen. No final da coleta encontram-se

reunidas as bolotas de grãos de coloração variável, indicando as diversas comunidades

botânicas colecionadas pelas abelhas, formando uma mistura conhecida por “mix”

polínico, sendo esse material removido pelo apicultor para o beneficiamento,

comercialização e consumo animal e humano (BRASIL, 2001).

Foram estabelecidos padrões básicos para tentar fixar a identidade do pólen

brasileiro buscando atingir os requisitos mínimos de qualidade destinados ao comércio

nacional e internacional, tendo como parâmetros valores máximos e mínimos para os

parâmetros lipídios, proteínas, fibra bruta, umidade, acidez, pH e açúcares totais

(BARRETO et al., 2006).

Da mesma forma que o mel varia de cor, sabor, densidade, de acordo com a

planta originária, o pólen também possui grandes variações de cor, aminoácidos,

umidade, açúcares, dependendo da planta onde foi coletado (REIS e MARCHINI,

2000).

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15

2.7. Os Parâmetros Físico-Químicos

2.7.1. Açúcares

A maior parte de matéria seca do mel é representado pelos carboidratos, que são

responsáveis por suas qualidades, propriedades físicas, valores energéticos e atividade

antimicrobiana (CRANE, 1990). O teor de glicose é quem determinará a tendência do

mel à cristalização, isso corre devido a sua pouca solubilidade, já a frutose favorece a

doçura do mel, possuindo alta higroscopicidade, ou seja, capacidade de absorção de

água (HORN et al., 1996). No pólen mede-se o teor de açúcar total, que deve ter o

mínimo de 14,5% e o máximo de 55% m/m na base seca (BRASIL, 2001).

2.7.2. Umidade

Dos componentes do mel, a umidade é o segundo em quantidade (15 a 20%),

pode ser influenciada pela origem botânica do néctar, por condições edafoclimáticas e

pela colheita do mel antes da completa maturação (CANO, 2002). Teores de umidade

acima de 20% aumentam o risco de fermentação do mel (SCHWEITZER, 2001), pois a

água presente neste produto apresenta uma forte interação com as moléculas dos

açúcares, deixando poucas moléculas de água disponíveis para os microrganismos

(VERÍSSIMO, 1987). A legislação brasileira permite teores de umidade de no máximo

20% (BRASIL, 2000), a comunidade européia 21% e a farmacopéia portuguesa 22%

(FELLER-DEMALSY et al., 1989).

No Pólen os teores de umidade variam de acordo com a presença ou não de

processamento, em pólen apícola (não desidratado) é admitido um máximo de 30% de

umidade, porém no material desidratado os teores máximos são de até 4% (BRASIL,

2001). A umidade é um dos parâmetros mais importantes no estudo da qualidade do

pólen no que se refere à sua conservação. O pólen por ser higroscópico absorve

umidade do ar com grande facilidade e se não for manipulado com os cuidados

necessários no seu processamento ou não for armazenado em condições adequadas isto

poderá prejudicar sua qualidade final diminuindo sua vida de prateleira, pois quanto

mais úmido maior é sua vulnerabilidade à deterioração por microorganismos

(SCHAUSE, 1998).

2.7.3. Grau Brix

O grau brix indica a quantidade em gramas dos sólidos que se encontram

dissolvidos na água existente no alimento (CHITARRA e CHITARRA, 1990).

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16

2.7.4. Atividade de Água (Aa)

O tempo de vida do produto, bem como textura, consistência e viscosidade estão

diretamente relacionados ao teor de água presente. A existência dessa água ocorre como

atividade de água e água ligada, resultando assim no conteúdo total de água que é o teor

de umidade. A água ligada às moléculas constituintes do produto não pode ser

desassociada ou utilizada em qualquer tipo de reação química. Porém nos alimentos

existe uma fração de água que fica disponível para reações físicas (como a evaporação),

química e microbiana, tornando-se a principal responsável pela deterioração do produto.

Essa quantidade de água é chamada de atividade de água, e é medida para determinar a

suscetibilidade do produto à degradação.

A atividade de água (Aa) de uma solução ou alimento pode ser definida como a

relação entre a pressão de vapor da solução (P) e a pressão de vapor do solvente puro

(Po). Geralmente os produtos com alto teor de açúcar apresentam baixa Aa, e

consequentemente são microbiologicamente estáveis, porém tendem a ser

higroscópicos, ou seja, tendem a absorver umidade. Quando não existe água disponível

a medida da Aa será igual a zero sendo o máximo de Aa igual a 1,000 (teor encontrado

em amostras constituídas em sua totalidade por água) (BOLETIM, 2007).

A maioria dos microrganismos que causam deterioração possui dificuldade de se

desenvolver em produtos com Aa inferiores a 0,90. O crescimento de leveduras e

fungos cessa em Aa abaixo de 0,85 e 0,70 respectivamente. Pode-se considerar um

alimento estável geralmente quando a atividade de água é inferior a 0,60 sendo esses

alimentos classificados como desidratados (LABUZA, 1980).

Os microrganismos toleram diferentes teores mínimos de Aa, porém quando se

alcança o limite individual de Aa de um produto, os respectivos microrganismos não

têm condições para desenvolverem. Por isso a Aa pode ser utilizado como parâmetro

para avaliar a qualidade de um produto (RÔDEL et al., 1990).

O conhecimento dos valores de Aa de produtos doces pode ser utilizado para

determinar o tempo de prateleira, tipos de embalagens e condições de armazenamento

adequadas para os produtos (BOLETIM, 2007).

2.7.5. Sólidos Insolúveis

A analise de sólidos insolúveis em água em amostras de méis, é utilizado para

indicar o teor de pureza das amostras, o máximo tolerável é de 0,1%, porém em méis

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prensados para venda ao consumidor o teor de sólidos insolúveis permitidos pode

chegar a até 0,5% (BRASIL, 2000).

2.7.6. Hidroximetilfurfural

Este parâmetro é formado pela reação de certos açúcares com ácidos,

principalmente pela decomposição da frutose na presença de ácidos. O seu teor pode

aumentar com a elevação da temperatura e armazenamento do mel (SALINAS et al.,

1991). Sua presença em altos teores evidencia essas condições, causando ao mel queda

no seu valor nutritivo devido à destruição de algumas enzimas e vitaminas termolábeis

(VERÍSSIMO, 1988; REGO et al., 202).

2.7.7. Acidez

A acidez fornece dados sobre o estado de conservação de um produto

alimentício, pois em processos de decomposição, a concentração de íons de hidrogênio,

apresenta-se geralmente alterada, sendo a sua medição utilizada para avaliar o estado

atual do produto (BRASIL, 2005). Os ácidos presentes no mel podem ser um indicativo

de armazenamento e do processo de fermentação, pois estão dissolvidos e produzem

íons de hidrogênio promovendo sua acidez ativa (CORNEJO, 1988). Em amostras de

pólen admite-se acidez de no máximo 300 mEq/kg (BRASIL, 2001).

2.7.8. pH

O pH determina os íons de hidrogênio presentes no mel (VIDAL e FREGOSI,

1984). O pH pode ser influenciado pela origem botânica e concentrações de diferentes

ácidos e minerais encontrados no mel, dentre os quais o cálcio, sódio e potássio (FRIAS

E HARDISSON, 1992). A determinação deste parâmetro é importante devido a fatores

como, influência na palatabilidade, desenvolvimento de microrganismos, escolha da

embalagem que será utilizada para acondicionamento entre vários outros (CHAVES,

1992). O pH pode influenciar ainda na formação de outros componentes, como na

velocidade de produção do hidroximetilfurfural (HMF) (VIDAL e FREGOSI, 1984).

Segundo Crane (1990), o pH poderá ser influenciado pelo pH do néctar, variando de

acordo com a sua origem botânica. Para o pólen os valores de pH devem estar entre 4 a

6 (BRASIL, 2001).

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2.7.9. Cinzas

Expressam o conteúdo de sais minerais encontrados no mel e no pólen. A

quantidade de minerais influencia diretamente na coloração do mel, ou seja, quanto

mais escuro o mel, o percentual de sais minerais é maior (WHITE JUNIOR, 1984). O

pólen é rico em minerais (cálcio, cloro, cobre, ferro, magnésio, iodo, cobalto,

molibdênio, selênio, estrôncio, estanho, boro, flúor, vanádio, cromo, fósforo, potássio,

silício, enxofre, alumínio, ferro, manganês, níquel, titânio e zinco) (DONADIEU, 1983;

LENGLER, 2002; MORETI, 2004) e o conhecimento sobre seu teor em cinzas é

importante uma vez que um valor elevado nesse parâmetro indica que o pólen,

provavelmente, não foi bem limpo no seu processamento, podendo ter em seu conteúdo

resíduo vegetais, poeira, própolis e fragmentos de abelhas (RIBEIRO e SILVA, 2006).

2.7.10. Lipídios

O pólen apícola é rico em lipídios, e a legislação brasileira estabelece que o

valor mínimo que uma amostra deve ter é de 1,8% m/m na base seca (BRASIL, 2001).

2.7.11. Proteínas

O pólen é um dos poucos alimentos que contém todos os aminoácidos essenciais

que o organismo, por si só, não consegue sintetizar (LENGLER, 2002). Isso vem

chamando a atenção dos consumidores para a qualidade desse produto (RIBEIRO e

SILVA, 2006). A média de proteínas para um pólen considerado de qualidade é de no

mínimo 8,0% (BRASIL, 2001).

2.7.12. Fibra Bruta

A fibra bruta representa o resíduo das substâncias das paredes celulares. O

processo mais comum para sua determinação é o de Hennermberg, que apesar de datar

de 1964, vem sendo bastante utilizado com algumas modificações. O método visa

simular “in vitro” o processo da digestão “in vivo”. Consta fundamentalmente de uma

digestão em meio ácido, seguida por uma digestão em meio alcalino (SANT’ANA et

al., 2005). O valor mínimo exigido pela legislação brasileira é de 2% m/m, na base seca

(BRASIL, 2001).

A caracterização físico-química e botânica do mel ainda é pouco conhecida

principalmente nas regiões tropicais onde existe elevada diversidade de flora apícola

associadas às altas umidades e temperaturas ambientais (SODRÉ, 2000). É necessária a

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criação de padrões, de acordo com os fatores edafoclimáticos e florísticos das regiões,

estabelecendo critérios comparativos nas análises e controlando possíveis fraudes no

mel (CRANE, 1990).

Além do potencial apícola de cada planta, é necessário conhecer também o valor

nutricional do pólen dessas plantas. Este tipo de informação sobre os diferentes tipos

polínicos de uma região ou época do ano pode contribuir para a escolha do local de

instalação dos apiários, podendo contribuir ainda para elaboração de projetos de

reflorestamento de áreas degradadas, recomposição de mata ciliar entre outros

(MODRO, 2006). O conhecimento nutricional do pólen pode auxiliar no controle de

qualidade do produto, principalmente para direcionar a produção comercial do pólen

monofloral (ALMEIDA-MURADIAN et al., 2005).

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30

3. CAPÍTULO I APICULTORES DO ESTADO DE SERGIPE, BR.

CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Apicultores do Estado de Sergipe, Br. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertação, Mestrado em Agroecossistemas). RESUMO A apicultura pode ser considerada uma atividade sócio-econômica conservadora das espécies, pois possui um baixo impacto ambiental, possibilitando a utilização permanente dos recursos naturais e consequentemente, não destruição do meio ambiente. O objetivo do trabalho foi estudar o perfil dos apicultores sergipanos, buscando gerar informações sobre o setor no Estado de Sergipe. A pesquisa foi realizada entre os apicultores ao longo do ano de 2007. Foram aplicados 180 questionários semi-estruturados com 30 questões, avaliando 36% do total de apicultores do Estado, considerando-se um índice de confiabilidade de 95% e margem de erro amostral de aproximadamente 6%. 92% dos apicultores pertencem ao sexo masculino, com faixa etária de 26 a 40 anos e ensino médio. 82% possuem treinamento em apicultura, e 82% produzem mel. Os apicultores entrevistados enxergam a apicultura como um complemento da sua renda, disponibilizando pouco tempo para esta atividade. Uma das questões conflitantes é a diversidade de informações, materiais e de manejo utilizados pelos apicultores, o que muitas vezes pode comprometer a qualidade do que é produzido. Palavras – chave: Apicultura, aspectos sociais, mel.

Page 47: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

31

CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Beekeepers of the State of Sergipe, Br. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertation, Master Science in Agroecosyms).

ABSTRACT The beekeeping can be considered an activity socioeconomic conservative of the species, because it possesses a low environmental impact, facilitating the permanent use of the natural resources and consequently, non destruction of the environment. The objective of the work went study the profile of the beekeepers sergipanos, looking for to generate information on the section in the State of Sergipe. The research was accomplished among the beekeepers of the State of Sergipe along the year of 2007. They were applied 180 questionnaires half-structured with 30 subjects. Evaluating 36% of the beekeepers' of the State total, being considered an index of reliability of 95% and margin of mistake sample of approximately 6%. 92% of the beekeepers belong to the masculine sex, with age group of 26 to 40 years and medium teaching. 82% possess training in beekeeping, and 82% produce honey. The beekeepers interviewees see the beekeeping as a complement of its income, available little time for this activity. One of the subjects conflict is the diversity of information, materials and of handling used by the beekeepers, which a lot of times can commit the quality than it is produced. Key words: Beekeeping, social aspects, honey.

Page 48: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

32

3.1. INTRODUÇÃO

A apicultura é uma atividade que pode ser desenvolvida por pequenos

produtores com um retorno significativo e baixo impacto ao meio ambiente

(SCHOWALTER, 2000), sendo considerada uma atividade sócio-econômica

conservadora das espécies vegetais nativas, possibilitando a utilização permanente

desses recursos naturais. Sendo uma das poucas atividades que engloba o tripé da

sustentabilidade: o econômico gerador de renda para os produtores; o social ocupador

de mão-de-obra familiar no campo, com diminuição do êxodo rural e o ecológico, já que

não se desmatam para criar abelhas, necessitando-se elas, ao contrário, plantas vivas

para a retirada do pólen e do néctar de suas flores, suas fontes alimentares básicas

(SANTOS et al., 2006).

O Agronegócio apícola vem se destacando nacionalmente, desde os anos oitenta,

a partir do movimento naturalista, que começou a pregar a utilização de alimentas mais

saudáveis bem como a melhoria da qualidade de vida do homem. Isso proporcionou o

aumento da procura dos produtos da colméia e, consequentemente, sua valorização,

possibilitando ao apicultor uma melhor remuneração. Esses e outros eventos

propiciaram a expansão do mercado apícola e a apicultura no Brasil, que até aquele

momento era uma tradição quase que exclusiva das regiões Sul e Sudeste, passou a ser

praticada também nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste (SOUZA, 2004a).

O resultado mais importante do incremento da apicultura na região Nordeste do

Brasil é a conservação dos ecossistemas, pois a falta de alternativa para a sobrevivência

do sertanejo o conduz a acelerar o processo de degradação ambiental com a retirada de

lenha, desmatamentos e queimadas (SOUZA, 2002).

O apicultor é um ator social que têm os fenômenos macrossociais e os recursos

físicos atuando fortemente quanto à sua prática criatória (DA SILVA, 2004). A

atividade agrícola escolhida não representa somente produção e trabalho, mas satisfação

pessoal, para a maioria dos produtores, e retorno às tradições familiares, para outros

(BENNETT, 1982).

Os modelos tecnológicos para a atividade apícola devem procurar utilizar mais o

conhecimento do apicultor do que investir no capital e, sobretudo, devem ser mais

adaptados aos ambientes naturais em que vivem as populações rurais (DA SILVA,

2004).

Page 49: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

33

O objetivo do trabalho foi avaliar o perfil dos apicultores sergipanos, buscando

gerar informações sobre o setor no Estado de Sergipe.

3.2. MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada entre os apicultores do estado de Sergipe, ao longo do

ano de 2007, inicialmente em reuniões das associações dos apicultores dos municípios

de Aracaju, Brejo Grande, Lagarto, Nossa Senhora de Glória, Pacatuba, Porto da Folha,

Poço Redondo, Poço Verde, São Cristóvão, Santana de São Francisco e Tobias Barreto,

depois foram aplicados ainda questionários durante o seminário sergipano de apicultura,

buscando expandir os questionamentos para as mais variadas regiões. Foram aplicados

180 questionários semi-estruturados com 30 questões (Anexo 3.1).

A amostra estudada baseia-se nos números de Carvalho (2005), que registrou um

total de 500 apicultores associados que são atendidos pelo projeto de apicultura da

Unidade de Atendimento Coletivo do Agronegócio do SEBRAE-SE, avaliando,

portanto 36% da população total. Este valor foi obtido, considerando-se um índice de

confiabilidade de 95% e uma margem de erro amostral de aproximadamente 6%,

utilizando a fórmula 20

0

1E

n = , para o cálculo do tamanho mínimo da amostra, onde “n0”

é igual a uma primeira aproximação para o tamanho da amostra e “E0” é o erro amostral

tolerável, e corrigida em função do número da população pela fórmula, 0

0

nNnN

n+´

= ,

onde “N” é o tamanho da população e “n0” é uma primeira aproximação para o tamanho

da amostra (BARBETTA, 2005).

Buscou-se primeiramente avaliar o perfil dos entrevistados, identificando o sexo,

faixa etária e nível de escolaridade, seguido de suas preferências com relação ao

manejo, questões com relação ao apiário e problemas enfrentados pelo setor. Os

resultados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva, expondo os dados e

informações da população pesquisada.

3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.3.1. Sexo dos Entrevistados

Dos apicultores entrevistados 92% pertencem ao sexo masculino e 8% ao sexo

feminino (Figura 3.1). Resultado semelhante ao observado em Santa Catarina, na região

Page 50: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

34

Masculino92%

Feminino8%

de Ubirici onde a apicultura é praticada apenas por homens e em Joinville 14% dos

apicultores pertencem ao sexo feminino (DA SILVA, 2004), e no Estado do Tocantins,

onde 85,6% dos apicultores pertencem ao sexo masculino (TSCHOEKE et al., 2006),

caracterizando a atividade apícola como eminentemente masculina, porém não como

uma atividade excludente.

3.3.2. Faixa Etária

A faixa etária de concentração dos entrevistados foram de 26 a 40 anos, (Figura

3.2). Esses dados evidenciam que no Estado de Sergipe que a faixa etária em fase de

afirmação no mercado de trabalho está se interessando por esse agronegócio, que se

encontra em amplo desenvolvimento. Resultado discordante encontrado em Tocantins

onde 75,5% dos apicultores entrevistados com idade superior aos 36 anos (TSCHOEKE

et al., 2006), e em Santa Catarina onde os apicultores concentram-se na faixa etária

entre 20 a 60 anos de idade (DA SILVA, 2004).

3.3.3. Nível de Escolaridade

Os apicultores sergipanos possuem desde a ausência da escolaridade até o nível

superior completo (Figura 3.3), sendo que a maior concentração (31%) dos apicultores

sergipanos possui ensino médio completo (antigo segundo grau). Resultado semelhante

aos encontrado em Alagoas, onde acima de 30% dos apicultores possui segundo grau

completo (PEREIRA e VILELA, 2003). Nível escolar mais elevado pode significar que

o agronegócio apícola pode estar atraindo pessoas que terão mais facilidades para

assimilar as novidades tecnológicas. A escolaridade pode ser um dos fatores que

dificultam a compreensão das orientações recebidas, ignorando-as, por considerarem

Figura 3.1. Distribuição dos apicultores sergipanos por sexo. São Cristóvão, 2008.

Page 51: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

35

que, se eles sempre agiram da mesma forma e conseguiram se manter, não há

necessidade de mudanças (PATRIARCA e CRUZ, 2007). Por outro lado esses

resultados divergem daqueles observados no nos municípios da Região Sul da Bahia

com 43% dos apicultores analfabetos ou com até a quarta série do ensino fundamental

(PIMENTEL et al., 2007), no município de Messias Targino (RN) onde 63,4% possuem

o nível fundamental, sendo que destes 26,7% são analfabetos ou analfabetos funcionais

(OLIVEIRA et al., 2007), no litoral Sul da Bahia onde 24% dos apicultores possuem

ensino médio completo (SANTOS et al., 2006), no Tocantins com 48,9% dos

apicultores que possuem o ensino fundamental completo (TSCHOEKE et al., 2006), no

município de Ubirici (SC), em que o nível de escolaridade mais representativo era o

fundamental incompleto (73,4%) (DA SILVA, 2004), no Rio Grande do Norte onde

36,4% dos apicultores são analfabetos (VILELA e PEREIRA, 2002).

Os resultados evidenciam que a apicultura é praticada por pessoas com um nível

de escolaridade maior que os demais produtores, como os de café orgânico do Espírito

Santo, com média de 8,02 anos estudados (PARTELLI et al., 2006), de Santa Helena

(PR) com 80% de produtores rurais que estudaram no máximo até a oitava série do

ensino fundamental (CURTARELLI et al., 2006).

Figura 3.2. Distribuição das faixas etárias dos apicultores sergipanos entrevistados. São Cristóvão, 2008.

4

13

16 16 16

910

7

3

6

0

2

4

6

8

10

12

14

16

(%)

<18 18-25 26-30 31-35 36-40 41-45 46-50 51-55 56-60 >60

Idade (anos)

Page 52: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

36

31

12

23

17

31

7 6

0

5

10

15

20

25

30

35

(%)

N.A A. 1ª-4ª 5ª-8ª E.M.I E.M.C. N.S.I. N.S.C.

3.3.4. Capacitações

Apenas 18% dos entrevistados não possuíam nenhum tipo de curso em

apicultura, demonstrando o interesse da maioria em iniciar esse agronegócio com

práticas corretas e a possível intenção de profissionalizar a apicultura, não praticando-a

apenas como um complemento em que o manuseio, fica apenas para quando sobra

tempo. Dos 82% que possuem capacitação na área apícola, 24% possui mais de 25

horas de treinamento, 43% passaram de 25 a 60 horas e 33% possuem mais de 60 horas

em treinamento. O elevado número de capacitações pode ser decorrente ao nível escolar

dos apicultores. Dentre as capacitações cursadas foram citados, básico em apicultura,

práticas e manejo, produção de pólen e produção de rainhas. Resultados semelhantes

aos encontrados em Alagoas, onde 87,2% dos apicultores possuem capacitação

(PEREIRA e VILELA, 2003). Já em Santa Catarina 93,38% dos apicultores possuem

capacitação na área apícola em Ubirici, já em Joinville todos os apicultores possuem

algum tipo de capacitação na área (DA SILVA, 2004).

3.3.5. Tempo de Atividade Apícola

A grande maioria dos apicultores (60%) é relativamente nova na apicultura,

possuindo entre dois a nove anos de trabalho nesse agronegócio (Figura 3.4). O que

Figura 3.3. Nível de escolaridade dos apicultores sergipanos. N.A. - Não Alfabetizado; Alfa. – Alfabetizado; - 1ª -4ª séries do ensino fundamental; 5ª - 8ª séries do ensino fundamental; E.M.I. - ensino médio incompleto; E.M.C. - ensino médio completo; N.S.I. - nível superior incompleto; N.S.C. - nível superior completo. São Cristóvão, 2008.

Page 53: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

37

13

30 30

1314

0

5

10

15

20

25

30

(%)

1 2 a 4 5 a 9 10 >10

Tempo de Atividade Apícola (anos)

pode facilita a adoção de novas práticas por partes dos mesmos. Mostrando que a

apicultura no Estado de Sergipe é uma atividade recente, que se iniciou provavelmente

em 1990, os dados evidenciam que uma grande parcela dos apicultores iniciou as

atividades em 2002, ano em que ocorreu o embargo europeu às exportações da China e

Argentina, e que a apicultura brasileira foi muito incentivada no pelo governo,

começando a ganhar destaque no Nordeste. Dado semelhante observado no Estado de

Alagoas, com 29,1% dos apicultores ingressaram na atividade em 2002 (PEREIRA e

VILELA, 2003).

3.3.6. Número de Colméias

A grande maioria dos apicultores sergipanos (62%) possui entre 1 e 50 colméias

(Figura 3.5), o que segundo Silva (2001) os classificam como pequenos apicultores, ou

apicultores familiares. E 38% possuem acima de 50 colméias são considerados

apicultores profissionais ou comerciais, necessitando com isso mais atenção e,

consequentemente, tempo como apicultor. Em levantamento realizado para o Sebrae-

SE, em municípios onde presta assistência (um total de 16 no Estado) obteve-se um

total de 16.775 colméias, que se estivessem todas povoadas e bem manejadas renderiam

uma produção aproximada de 671 mil quilos de mel, considerando a produtividade

média de 40 kg/colméia/ano (CARVALHO, 2005). Resultados superiores aos da Região

Sul da Bahia, onde 28% dos apicultores têm menos de 10 colméias e 11,6% possuem

Figura 3.4. Tempo de ingresso na apicultura pelos produtores sergipanos. São Cristóvão, 2008.

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38

85

49

23

10

2 3

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

(%)

1 a 5 6 a 10 11 a 50 51-100 101-200 201-300 >300

Número de Colméias

mais que 50 colméias (PIMENTEL et al., 2007). E inferiores aos encontrados em

Alagoas, onde 78% dos apicultores possuem de 1 a 50 colméias, 10% de 50 a 100 e

12% mais que 100 colméias (PEREIRA e VILELA, 2003), no Vale do Paraíba (SP)

com 68,74% dos apicultores que possui de 1 a 50 colméias, 15,62% de 51 a 100 e 15,62

possuem mais de 100 colméias (BENDINI et al., 2002).

3.3.7. Atividades Complementares

Quase a totalidade dos entrevistados (91%) afirmou possuir outra atividade além

da apicultura. Essa realidade pode ocorrer devido à apicultura no Estado ser no âmbito

familiar, onde a maioria dos apicultores possui poucas colméias e necessitam de

complementação de sua renda. Desse total 56% são agricultores e 44% possui outras

atividades como o ensino, pecuária, carpintaria, assistência técnica, funcionalismo

público, etc. Resultado semelhante foi observado em Messias Targino (RN) com 93%

(OLIVEIRA et al., 2007), no Tocantins com 93,6% e destes 47,75% são produtores

rurais (TSCHOEKE et al., 2006), e em Alagoas com 92,7% (PEREIRA e VILELA,

2003). Cenário diferente é encontrado em Santa Catarina onde 43,3% dos produtores

sobrevivem apenas dos ganhos com a apicultura, o que os torna mais preocupados em

melhorar a qualidade e a quantidade de sua produção (DA SILVA, 2004).

Para muitos a apicultura é vista como uma maneira de conseguir uma renda extra e

paralela às suas atividades profissionais, porém para render boas safras sendo necessário

a profissionalização da apicultura, que deve ser exercida como ocupação principal

Figura 3.5. Número de colméias dos apicultores sergipanos. São Cristóvão, 2008.

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39

29

18

6

2

20

16

9

0

5

10

15

20

25

30

(%)

M.F.N.R M.F.R. C.A.P. C.A.E. T.S.A. T.S. OUT.

Utilização de Mão de Obra

(BÖHLKE e PALMEIRA, 2006). E talvez esse seja um dos fatores que causam

ocasionam os baixos índices de produtividade da apicultura nordestina e brasileira.

3.3.8. Utilização de Mão de Obra

A apicultura sergipana tem características familiares, em concordância a maioria

dos apicultores (29%) ainda utiliza a mão de obra de parentes, geralmente membros da

família, como esposa, filhos e ou irmão, que não recebem nenhuma remuneração pelo

serviço prestado, outros 20% dos apicultores trabalham sozinhos, ou seja, não

necessitando auxílio para realização das tarefas apícolas. Apenas 6% empregam mão de

obra permanentemente em seus apiários, porém quando necessitam de auxílio,

geralmente em período de safra ou migração a diária paga pelos apicultores é em média

R$ 20,00 (Figura 3.6). Resultados inferiores aos 83,3% dos apicultores catarinenses que

utilizam mão de obra familiar e 16,7% que contratam mão de obra e/ou fazem parcerias

(DA SILVA, 2004), e aos 77,2% dos apicultores alagoanos (SOUZA, 2006b).

3.3.9. Produto Apícola Produzido

Com relação ao produto apícola, 82% produzem mel (Figura 3.9),

provavelmente por ser um dos produtos de mais fácil obtenção, que exige pouca

Figura 3.6. Percentagem da utilização de mão de obra pelos apicultores sergipanos. M.F.N.R. - membro familiar não remunerado; M.F.R. - membro familiar remunerado; C.A.P. - contratada, assalariada permanente; C.A.E. -contratada, assalariada eventual; T.S.A. - troca serviços com outros apicultores; T.S. - trabalha sozinho. São Cristóvão, 2008.

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40

atenção, menor tempo do apicultor, menor nível de capacitação e acessórios para a

produção. Dos apicultores entrevistados 6% trabalham com outros produtos que não os

encontrados nos questionários, entre eles a produção de cera e de cosméticos a base de

mel. Resultados superiores aos encontrados na Região Sul da Bahia com 65% de

apicultores produzindo mel e 35% pólen, própolis e cera (PIMENTEL et al., 2007), em

Cáceres (MT) onde os apicultores citam o mel (100%) como principal produto extraído

das abelhas, sendo seguido da própolis (47,1%), cera (23,5%), pólen (17,6%) e geléia

real (11,8%) (MODRO et al., 2006), em Santa Catarina, com 50% dos apicultores

produzem apenas mel, 26,7% produzem mel, própolis e pólen, e 23,3% mel e própolis

(DA SILVA, 2004).

O estudo evidência a necessidade de diversificação na produção apícola,

aproveitando as áreas com aptidão para determinado produto, como o caso do litoral,

onde pode ser mais proveitoso e rentável a produção de pólen e própolis que somente

mel. Além de que a diversificação da produção pode ser a solução para os baixos preços

do mel e problemas com o escoamento da produção. Com esse pensamento as

associações, federação sergipana e órgãos governamentais já incentivam a produção de

pólen em municípios do Baixo São Francisco, em Pacatuba e Brejo Grande, do litoral

em Estância, e na região centro sul em Tobias Barreto (que possui vegetação típica de

mata do agreste), e a produção de cosméticos e alimentos a base de mel. Porém essas

produções ainda são pequenas, necessitando de continuo incentivo e de uma maior

organização com relação à comercialização desses produtos.

3.3.10. Apiários

Com relação aos apiários dos entrevistados, foi questionado se eles possuíam as

condições mínimas de segurança e com relação ao conforto das abelhas (pasto apícola e

água), pois se as condições não forem favoráveis para elas, pode ocorrer baixa produção

e em casos mais extremos abandono das colméias.

Do total dos entrevistados apenas 10% possui placa de sinalização informando a

presença do apiário, muitos afirmam que não adotam essa prática devido ao receio de

ocorrer roubo de colméias e/ou de mel em seus apiários, porém essa prática coloca em

perigo a população que reside nas proximidades dos apiários, bem como possíveis

transeuntes.

Apenas 18% possuem cerca ao redor dos apiários, impedindo a proximidade de

pessoas e, principalmente, de animais que acidentalmente podem esbarrar nas colméias

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41

durante a sua alimentação. 90% dos apicultores afirmaram que seus apiários ficam

isolados de residências, e 75% ficam isolados de criações de animais, o que reduz os

riscos de acidentes, o que poderia prejudicar o apicultor, bem como o funcionamento de

seu apiário, pois o medo das abelhas por parte da população ainda é muito grande.

A disposição das colméias mais utilizada pelos apicultores é a paralela (45%),

seguida da circular (36%), outras disposições que as não citadas no questionário, como

diagonal, quadrado etc., (11%), em forma de “U” (6%) e em forma de “Z” (2%).

Os apiários também possuem fácil acesso de veículos (70%), diminuindo o

desgaste físico do apicultor durante a realização do manejo e colheita do produto

apícola. Dos entrevistados, 80% possuem fonte de água natural nas proximidades de

seu apiário, e os demais (20%) mantêm fontes artificiais de água para suprir a

necessidade das abelhas.

Com relação ao pasto apícola, ou seja, à quantidade de vegetação para que as

abelhas possam buscar matéria prima para sua alimentação e produção de reservas (que

o apicultor retira da colméia), 40% dos entrevistados afirmam que possuem pasto

apícola suficiente para as abelhas, 35% que seu apiário possui pasto apícola abundante e

25% que o pasto apícola fica a pelo menos 1 km de distância do apiário, o que pode

acarretar um maior desgaste para as abelhas que precisam voar por um período maior

em busca do alimento, reduzindo sua expectativa de vida. Foi questionado ainda com

relação ao tipo de vegetação no entorno do apiário, onde 25% informaram que seus

apiários ficam nas proximidades de culturas agrícolas, 24% possuem vegetação típica de

Caatinga, 22% vegetação rasteira (podendo ser culturas abandonadas, ou vegetação de

Cerrado sergipano), 14% vegetação da Mata Atlântica, 11% Manguezais e 4% outros

que os entrevistados não especificaram.

Os apiários geralmente se localizam em terrenos de propriedade dos próprios

apicultores (44%) (Figura 3.10). Os tamanhos dos apiários variam de acordo com o

tamanho do local onde este está instalado, existindo apiários com de 40 m2 a 330.000

m2. Com relação à quantidade de colméias por apiário, os apicultores as distribuem

muitas vezes em um único apiário, sendo informado a existência de apiários contendo

mais de 100 colméias. O número de colméia deve ser disponibilizado de acordo com a

florada, e para facilitar o manejo, recomenda-se que em um apiário possua no máximo

30 colméias, se o apiário for fixo e até 50 colméias em caso de migração (SOUZA,

2004b).

Page 58: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

42

82

3 4 1 2 26

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

(%)

Mel Prop Pól G.R. Vd.E. Vd.R. Out

Produto

A migração para pastos mais favoráveis é realizada por 56% dos apicultores

sergipanos, garantindo uma continuidade na produção durante todo o ano. Geralmente a

migração ocorre nas estações desfavoráveis (inverno no litoral, verão no sertão).

Apesar de a apicultura ser considerada uma atividade que incentiva a

consciência ecológica, apenas 24% dos entrevistados, já plantaram alguma espécie

vegetal para a melhoria do pasto apícola. Resultados inferiores aos observados em

Alagoas, onde 56,6% dos apicultores já introduziram plantas em seus apiários

(PEREIRA e VILELA, 2003). Um número pequeno considerando o percentual de

apicultores que afirmam possuir apiários em terrenos próprios. As espécies vegetais

mais citadas pelos apicultores foram leucena, caju, sabiá, craibeira, algaroba,

manjericão, ipê amarelo, arruda, jenipapo, neen, moringa, candeia, iburana, laranja,

girassol, astrapéa e mimo do céu.

3.3.11. Manejo Apícola

Os apicultores sergipanos geralmente realizam revisões quinzenais e mensais

(ambos com 34%), manutenção semanal (8%) e realização em períodos diferentes

(24%), que podem ser desde visitas diárias (o que estressa as abelhas), a visitas

trimestrais, semestrais, por estação (entrada ou término de estação específica) e ainda

apenas no período da produção. Resultados discordantes aos dos apiários catarinenses

onde a revisão é realizada de acordo com a estação do ano e os períodos críticos, a

Figura 3.9. Percentuais de produtos apícolas produzidos no Estado de Sergipe. Prop. – própolis; Pol. – pólen; G.R. – geléia real; Vd.E. – venda de enxames; Vd.R. – venda de rainhas; Out. – outros. São Cristóvão, 2008.

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43

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

(%)

P. A. Ar. C.E. Out.

Terreno Utilizado

maioria não revisa de modo periódico ou programado, realizando-a de acordo com a

disponibilidade de tempo (DA SILVA, 2004).

As roupas utilizadas para o trabalho no apiário são compradas por 88% dos

entrevistados, que preferem vestir macacões (46%) (Figura 3.11). As colméias são

pintadas (71%), e 47% dos apicultores as pintam da cor azul (Figura 3.12), e 48%

utilizam melgueiras com nove quadros (Figura 3.13).

Geralmente os apicultores utilizam serragem (73%) para combustão dos

fumigadores, enquanto 13% galhos e/ou folhas, 3% sabugo de milho, 2% palha de arroz

e 9% utilizam outros produtos, dentre os quais foram citados ervas medicinais.

Com relação ao o que observam em seus enxames durante o manejo, os

apicultores citaram com mais freqüência a qualidade do enxame (24%), onde observam

se o enxame está em desenvolvimento, forte ou não, entre outros fatores (Figura 3.14).

3.3.12. Processamento e Distribuição do Produto

Com relação ao processamento dos produtos apícolas, muitos apicultores

reclamam que não possuem estrutura, maquinário e transporte adequado para levar o

material colhido para o local de beneficiamento. 36% beneficiam e ou extraem seus

produtos apícolas em suas próprias residências, 26% em unidades de processamento e

ou em casa de mel, 25% utilizam estruturas de associações que não possuem

maquinário para o beneficiamento, e 13% utilizam outros locais que não os citados. Os

Figura 3.10. Tipo de propriedades utilizadas pelos apicultores para instalação do apiário. P. – terreno próprio; A. – alugado; Ar. – arrendado; C.E. – cedido ou emprestado; Out. – outros. São Cristóvão, 2008.

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44

05

101520253035404550

(%)

Jaleco Macacão Jaleco +calça

Outros

Tipo de Roupa Utilizada pelos Apicultores

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

(%)

Az Ve Br Am Ci Va

Cores

apicultores informam que muitas vezes extraem o mel no próprio apiário, com no

máximo, uma lona como proteção, procedimento que pode prejudicar a qualidade do

produto.

Com relação à venda dos produtos apícolas, a maioria vende o mel sem registro

de inspeção, municipal, estadual e ou federal (37%) sendo apenas 25% vendem o

produto diretamente ao consumidor com registro de inspeção (Figura 3.15).

Figura 3.11. Tipo de roupas utilizadas pelos apicultores para manejo em seus apiários. São Cristóvão, 2008.

Figura 3.12. Cores preferidas pelos apicultores para pintura das colméias. Az – azul; Ve – verde; Br – branco; Am – amarelo; Ci – cinza; Va –varia cores. São Cristóvão, 2008.

Page 61: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

45

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

(%)

10 Qs 9 Qs 8 Qs Out

Número de Quadros de Melgueira

0

5

10

15

20

25

(%)

E.R. P.R. P.I.N. N.A. Q.E. Out.

Critérios Avaliados na Revisão

3.3.13. Problemas do Setor Apícola

O maior problema do setor apícola de acordo com os apicultores entrevistados é

a comercialização dos produtos, seguido da questão financeira, desunião da categoria,

pouco incentivo do governo estadual e a disponibilidade de pasto apícola no estado, que

é dificultado devido ao acelerado processo de desmatamento. Justamente nessas

questões que a associação e outras entidades de cooperação entre os apicultores mais os

Figura 3.13. Número de quadros nas melgueiras utilizadas pelos apicultores sergipanos. São Cristóvão, 2008.

Figura 3.14. Critérios avaliados pelos apicultores durante a manutenção dos enxames. E.R. – existência da rainha; P.R. – postura da rainha; P.I.N. – presença de inimigos naturais; N.A. – nível de alimento; Q.E. – qualidade do enxame; Out. – outros. São Cristóvão, 2008.

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46

0

5

10

15

20

25

30

35

40

(%)

Ass. D.C.S.R. D.C.C.R. Out.

Local deExtração dos Produtos Apícolas

auxiliam, bem como na aquisição de beneficiamentos para a classe, como cursos,

viagens, palestras, troca de informações e conhecimento entre os apicultores, facilitação

para a aquisição de materiais e a disponibilização de rótulos para a venda do produto

aos consumidores finais. Para que a apicultura possa ser representativa ambientalmente,

social e economicamente no Nordeste é necessário que os governos possam exercer uma

ação sistemática de apoio à cadeia produtiva (SOUZA, 2006b).

3.4. CONCLUSÕES

Apesar de a apicultura ser um negócio rentável, a maioria dos apicultores a vê

como um complemento da sua renda, disponibilizando pouco tempo para esta atividade,

evitando a diversificação da sua produção para não comprometer suas demais

atividades;

A apicultura sergipana pode ser classificada como familiar, objetivando

principalmente a produção de mel;

Apesar de 44% dos apicultores possuírem escolaridade entre ensino médio e

superior, 82% possuírem capacitações, existe a necessidade de padronização na

Figura 3.15. Percentuais de escoamento do produto apícola no Estado de Sergipe. Ass. – associação; D.C.S.R. – diretamente com o consumidor sem registro; D.C.C.R. – diretamente com o consumidor com registro; Out. – outros. São Cristóvão, 2008.

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apicultura sergipana, existindo pouca similaridade entre as técnicas de manejo, o que

podem comprometer a qualidade do que é produzido;

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50

4. CAPÍTULO II

PREFERÊNCIAS DA POPULAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU (SE), SOBRE O CONSUMO DE PRODUTOS APÍCOLAS.

CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Preferências da População da Região Metropolitana de Aracaju (SE) Sobre o Consumo de Produtos Apícolas. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertação, Mestrado em Agroecossistemas). RESUMO Atualmente, parte da produção de mel está destinada à exportação apenas 50 a 60% da produção fica no mercado interno. Porém, em função do embargo das exportações brasileiras para a União Européia, acontecida em 2006, há uma preocupação com o destino comercial do mel produzido. Uma alternativa é o mercado brasileiro, mas existe pouco conhecimento sobre o perfil do consumidor local, por isso, para a caracterização da apicultura no estado de Sergipe, torna-se necessário conhecer o consumidor dos produtos apícolas. Para a realização deste estudo foram aplicados 534 questionários nas cidades de Aracaju e São Cristóvão. A amostra foi obtida através de amostragem aleatória simples, com índice de confiabilidade de 95% e margem de erro amostral de 4,3%. Observou-se que 22% dos entrevistados não consomem mel. Entre os consumidores a faixa etária predominante vai de 18 a 25 anos (22%), 38% possuem o ensino médio completo, 66% consomem mel apenas em caso de doença, e compram o produto no supermercado (31%) e 78% começaram a consumir mel ou outros produtos apícolas por iniciativa própria. Existe a necessidade de esclarecimento sobre os benefícios dos produtos apícolas bem como sobre o processamento e maneiras de adquirir esses produtos sem risco de fraudes. Palavras-chave: apicultura, mercado, consumo, mel.

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CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Preferences of the Population of the Metropolitan Area of Aracaju (SE) on Bee’s Productos Consumption. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertation, Master Science in Agroecosystems). ABSTRACT Now, it leaves of the honey production it is destined to the export 50 to 60% of the production it is just in the internal market. Even so, in function of the seizure of the Brazilian exports for the European Union, happened in 2006, there is a concern with the commercial destiny of the produced honey. An alternative is the Brazilian market, but little knowledge exists on the local consumer's profile, that, for the characterization of the beekeeping in the state of Sergipe, he/she becomes necessary to know the consumer of the products the of bees. For the accomplishment of this study they were applied 534 questionnaires in the cities of Aracaju and São Cristóvão. The sample was obtained through simple aleatory sampling, with index of reliability of 95% and margin of mistake amostral of 4,3%. it was Observed that 22% of the interviewees don't consume honey. Among the consumers the predominant age group is going from 18 to 25 years (22%), 38% possess the complete medium teaching, 66% just consume honey in case of disease, and they buy the product in the supermarket (31%) and 78% began to consume honey or other products apícolas for own initiative. The esclarecimento need exists on the benefits of the products the of bees as well as on the processing and ways to acquire those products without risk of frauds. Key word: beekeeping, market, consumption, honey.

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52

4.1. INTRODUÇÃO

Com a globalização, a competitividade entre empresas tornou-se mais acirrada e,

para permanecer no mercado é necessário estabelecer em qual segmento de mercado a

empresa irá atuar, e decidir que posição irá ocupar nesse segmento. Para auxiliar na

tomada de decisão é comum utilizar-se de técnicas de pesquisa de marketing, que tem

como principal objetivo, obter informações específicas e concretas referentes ao

mercado consumidor, com as quais seja possível planejar, visando à satisfação das

necessidades dos clientes (LENGLER e DIAS, 2000a).

Com relação ao produto, a pesquisa de consumidor fornece subsídios para

localizar as resistências ou aceitações em torno da marca, da embalagem, do formato, da

cor, do preço, enfim de todo o conjunto de fenômenos que afetam a operação da

gerência do produto (CHAMARELLI, 2004). A importância de se procurar entender

como se processa o comportamento de compra do consumidor, quais os fatores por ele

considerados prioritários ou que agregam mais valor aos seus objetivos principais,

reside no fato de que, existe uma relação direta entre a satisfação do consumidor,

qualidade do produto e serviço e a rentabilidade da empresa (KOTLER e

ARMSTRONG, 1999). A construção de um produto começa, com as necessidades dos

clientes (CHAMARELLI, 2004). A pesquisa orienta a empresa a reconhecer as

necessidades, percepções e preferências de acordo com as características sociais e

econômicas do consumidor (KOTLER, 1998), já que os consumidores indicam a

estratégia de mercado para melhoria na apresentação do produto, a ser adotada pelo

setor alimentício e pelos produtores (MIGUEL et al., 2007).

A variedade de produtos apícolas que podem ser comercializados é ampla, e

segundo Pereira e Vilela (2003) é fundamental conhecer as preferências dos

consumidores apícolas, para o crescimento da apicultura.

Considerando-se as características climáticas do Brasil, sua ampla área territorial

e sua rica vegetação, pode-se evidenciar o elevado potencial apícola, possibilitando o

crescimento substancial da apicultura no país. Para que isso ocorra, além do necessário

incentivo às atividades apícolas que contribuirão para o aumento da produção, é

importante também o desenvolvimento da parte final do processo, que consiste na

chegada do produto ao consumidor final, o que se faz não só através do

desenvolvimento dos meios de distribuição, como também através de estudos do perfil

do consumidor final dos produtos apícolas, conhecendo suas preferências e exigências

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53

quanto ao produto, embalagem, preço etc., informações importantes para qualquer

estratégia de vendas (VILCKAS et al., 2001).

A falta de hábito do consumo do mel e seus derivados pela população brasileira

e a dependência do mercado externo para escoar a produção, estão entre as principais

ameaças à apicultura brasileira (SOUZA, 2006). Como conseqüência o consumo

aparente de mel no Brasil, medido pela soma da produção interna mais as importações e

menos as exportações, é muito baixo comparado a outros mercados. Levantamentos

indicam que cada brasileiro consome apenas 60 gramas de mel/ano. Esse consumo é

maior no Sul do país passando a 200 a 300 gramas/ano e, com a classe alta, atingindo a

300 gramas/ano. Nos EUA, Alemanha e Suíça, o consumo per capita ano é de 910, 960

e 1.500 g/ano, respectivamente (RESENDE e VIEIRA, 2006).

Com o crescimento da produção apícola, principalmente, em função do aumento

no número de colméias e de apicultores no País, a produção de mel brasileira aumentou

em 45% no período de 2001 a 2004. Hoje parte da produção de mel esta destinada ao

mercado externo, ficando entre 50 a 60% da produção no mercado interno. Contudo, em

função do embargo das exportações brasileiras para a União Européia, acontecida em

Março de 2006, existe grande preocupação com o destino comercial a ser dado ao mel

produzido. Uma alternativa efetiva é o mercado brasileiro, mas pouco se sabe sobre o

comportamento e o perfil do consumidor local (FREITAS et al., 2006). Portanto, a

análise do perfil do consumidor para venda de produtos alimentícios é essencial, para a

definição de volume de produção, logística de distribuição, estratégias de apresentação e

marketing (SILVEIRA et al., 2006). Por isso, para a caracterização da apicultura no

estado de Sergipe, torna-se necessário conhecer primeiramente o consumidor dos

produtos apícolas, buscando possíveis estratégias para o escoamento da produção

apícola no Estado.

4.2. MATERIAL E MÉTODOS

Para a caracterização de perfil do consumidor de produtos apícolas foram

aplicados 534 questionários semi-estruturados com 11 questões, nas cidades sergipanas

de Aracaju e São Cristóvão. A aplicação dos questionários realizou-se entre os meses de

dezembro de 2006 a fevereiro de 2007. A população, estudada, é de 574.713 habitantes,

encontrada nos municípios citados no ano de 2006, de conformidade com as

informações IBGE. A amostra foi obtida através de uma amostragem aleatória simples,

Este resultado foi obtido, considerando-se um índice de confiabilidade de 95% e uma

Page 70: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

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margem de erro amostral de aproximadamente 4,3%. Através da fórmula, no=1/ 20E para

o cálculo do tamanho mínimo da amostra, onde “n0” é igual a uma primeira

aproximação para o tamanho da amostra e “E0” é o erro amostral tolerável

(BARBETTA, 2005), buscando caracterizar pelo menos 0,1% de consumidores em cada

um dos municípios.

Foi aplicada uma porcentagem de 0,1% dos questionários por cidade, de acordo

com a população de cada, sendo distribuídos 460 para Aracaju (nos bairros Siqueira

Campos, Nova Saneamento, Augusto Franco e Jardins e em terminais de integração de

ônibus no mercado municipal de Aracaju, Distrito Industrial de Aracaju, Zona Oeste e

Centro, sendo aplicado aproximadamente 50 questionários por localidade pesquisada) e

78 questionários em São Cristóvão, distribuídos igualmente entre os bairros Rosa Elze e

Eduardo Gomes.

Buscou-se primeiramente avaliar o perfil dos entrevistados, identificando o sexo

dos entrevistados, faixa etária e nível de escolaridade. Analisou-se ainda a preferência

da população com relação à compra (preço, embalagem, local etc.), conhecimento dos

produtos apícolas, consumo dos produtos apícola, nível de confiança nos produtos

comprados, nível de escolaridade, entre outros (Anexo 4.1).

Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística descritiva, expondo

os dados e informações da população pesquisada.

4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A representação feminina foi maior entre os participantes do estudo (68%),

mostrando uma maior colaboração das pessoas desse sexo, já que a pesquisa não era

dirigida por sexo e os entrevistados eram indagados sobre o interesse ou não de serem

entrevistados.

Dos entrevistados 22% não são consumidores de produtos apícolas (Figura 4.1),

resultado semelhante encontrado no Estado de Sergipe com 19% (SEBRAE-SE, 2002),

em Ribeirão Preto (SP) com 25,2% (VILCKAS et al., 2001). Discordantes dos

resultados encontrados em Santa Maria (RS) com 8,41% (LENGLER e DIAS, 2000b),

em Taubaté (SP) com 8,67% (BENDINI et al., 2002), e do Estado da Paraíba, nos

municípios de Areias com 9%, João Pessoa com 16% e Umbuzeiro com 15% (ROCHA

et al., 2004).

Page 71: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

55

21

15

8

4

7

13

6

1412

0

5

10

15

20

25

(%)

18-25 26-30 31-36 36-40 41-45 46-50 51-55 56-65 >66

Faixa Etária (anos)

Consumidores78%

Não consumidores

22%

4.3.1. Não Consumidores de Produtos Apícolas

Neste grupo de entrevistados, a faixa etária predominante foi de 18 a 25 anos

(21%) (Figura 4.2), porém 55% desses não consumidores possuem idade entre 18 a 45

anos e responderam que não consomem mel, por não gostar do sabor, os que os tornam

possíveis consumidores de outros produtos apícolas. Já a menor concentração de não

consumidores possuem idade entre 76 a 85 anos (3%).

O nível de escolaridade com maior representação foi 5ª a 8ª série (28%) (Figura

4.3), sendo o percentual de não consumidores que possuem o ensino fundamental igual

a 57%, apenas 5% de entrevistados que pertencem a este grupo possui nível superior

completo e nenhum possui pós-graduação.

Figura 4.2. Faixa etária dos não consumidores (em anos) de produtos apícolas. São Cristóvão, 2008.

Figura 4.1. Consumidores e não consumidores de produtos apícolas. São Cristóvão, 2008.

Page 72: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

56

5 4

20

28

1416

8

5

0 00

5

10

15

20

25

30

(%)

N.A. A. 1ª-4ª 5ª-8ª M.I. M.C. S.I. S.C. Esp. Msc.

4.3.2. Consumidores de Produtos Apícolas

Entre os 78% de consumidores de produtos apícolas, 69% pertenciam ao sexo

feminino (Figura 4.4). Resultado semelhante ao encontrado entre os consumidores de

mel de Cachoeira do Sul (RS) com 62,7% (LUNARDI et al., 2007), em Recife (PE)

entre os consumidores de produtos orgânicos com 66,4% (VASCONCELOS et al.,

2005), em Campina Grande (PB) entre os consumidores de carne suína (BEZERRA et

al., 2007) e em Porto Alegre entre os consumidores de carne de frango, com 62%

(FRANCISCO et al., 2007). Inferiores aos 78% de consumidoras de plantas medicinais

e condimentares do município de Pato Branco (PR) (MARCHESE et al., 2004), e

discordante aos encontrados na região da fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul, onde

apenas 40% dos entrevistados pertenciam ao sexo feminino (ZAMBERLAN et al.,

2006). Segundo Cerveira e Castro (1999), no Brasil as mulheres respondem por 70%

das decisões de compras e priorizam produtos saudáveis, pois se preocupam com a

alimentação da família sendo mais exigente e demonstrando maior atenção aos detalhes

e maior cuidado na escolha dos produtos (MARCOS, 2001).

Figura 4.3. Nível de escolaridade dos não consumidores de produtos. N.A. - Não Alfabetizado, A. - Alfabetizado, 1ª a 4ª séries, 5ª a 8ª séries, M.I. – ensino médio incompleto, M.C. – ensino médio completo, S.I. -ensino superior incompleto, S.C. – ensino superior completo. Esp. – especialização e Msc. – mestrado. São Cristóvão, 2008.

Page 73: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

57

22

15

10

12 12

78

9

5

0

5

10

15

20

25

(%)

18-25 26-30 31-36 36-40 41-45 46-50 51-55 56-65 >66

Faixa Etária

Masculino32%

Feminino68%

A faixa etária predominante neste grupo foi de 18 a 25anos (22%) e a menor 76

a 85 anos (2%) (Figura 4.5), resultados semelhantes ao encontrados em Santa Maria

(RS) com média de idade de 26,84 anos (LENGLER e DIAS, 2000a), entre

consumidores de carne suína de Campina Grande-PB com idade entre 20 a 29 anos

(BEZERRA et al., 2007). Em Gurupi (TO) os entrevistados que possuem entre 15 a 25

anos foram os maiores consumidores de mel dentre os demais consumidores,

informando consumir acima de 100 gramas/ano (SILVEIRA et al., 2006). Para

Marchese et al. (2004) a faixa etária entre 21 a 60 anos, engloba os consumidores

economicamente ativos.

Figura 4.5. Percentagem de idades dos consumidores de produtos

apícolas entrevistados (em anos). São Cristóvão, 2008.

Figura 4.4. Percentual de consumidores de produtos apícolas de acordo com o sexo. São Cristóvão, 2008.

Page 74: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

58

1 0

10

17

9

38

11 12

1 1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

(% )

N.A. A. 1ª - 4ª 5ª - 8ª M.I. M.C. S.I. S.C. Esp. Msc.

Os consumidores possuem maior nível de escolaridade que os não

consumidores, com entrevistados especialistas (1%) e mestres (1%), porém a maior

concentração possui ensino médio completo (38%) (Figura 4.6). Resultado semelhante

ao encontrado em Ponta Grossa (PR) com 75% dos entrevistados com ensino médio

completo ou cursando-o, e ensino superior completo ou incompleto e a Pato Branco

(PR) com 24,3% dos entrevistados entre nível superior completo ou incompleto

(MARCHESE, et al., 2004). Superiores aos encontrados em Cachoeira do Sul (RS),

onde a maior concentração de consumidores (35,55%) possui nível fundamental

incompleto (LUNARDI et al., 2007), e discordantes aos resultados dos consumidores

com nível superior encontrado em Porto Alegre (RS) com 30% (FRANCISCO et al.,

3007), em Pelotas (RS) com 68% (STORCH et al., 2003) e em Recife (PE) com 80%.

O nível de escolaridade mais elevado pode facilitar a aceitação de novos

produtos apícolas, como a própolis, pólen e geléia real, e o entendimento dos benefícios

nutricionais do mel e dos demais produtos apícolas. Vilckas et al. (2001), afirma que o

consumo de mel aumenta em função do aumento do nível social. Neste estudo não foi

avaliado o consumo dos produtos apícolas pelos entrevistados, porém as pessoas mais

esclarecidas tendem a ter uma preocupação maior com a saúde, buscando alimentos

ricos em nutrientes essenciais para a sua alimentação.

Figura 4.6. Nível de escolaridade dos consumidores de produtos apícolas. N.A. - Não Alfabetizado, A. - Alfabetizado, 1ª a 4ª séries, 5ª a 8ª séries, M.I. – ensino médio incompleto, M.C. – ensino médio completo, S.I. -ensino superior incompleto, S.C. – ensino superior completo. Esp. – especialização e Msc. – mestrado. São Cristóvão, 2008.

Page 75: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

59

66

20

59

0

10

20

30

40

50

60

70

(%)

Doe Dia Ado Rec

Com relação ao consumo de mel, 66% só utilizam o mel em casos de doenças

(Figura 4.7). Resultados semelhantes aos encontrados em Taubaté (SP) com 67,88%

(BENDINI et al., 2002) e na Paraíba com 52% (ROCHA et al., 2004), superiores aos

36,5% encontrados em Ribeirão Preto (SP) (VILCKAS et al., 2001), e aos 30% do

Paraná (DZAZIO et al., 2007). Inferiores aos 92,3% encontrados na Região Fronteira

Noroeste do Rio Grande do Sul, (ZAMBERLAN et al., 2006). E discordantes com os

resultados encontrados em Santa Maria (RS), onde 47,6% utilizam o mel como alimento

(LENGLER e DIAS, 2000b), e em Cachoeira do Sul, onde 59,83% consomem o mel

como alimento no café da manhã, (LUNARDI et al., 2007). Estudos realizados na

Região de São Luís de Montes Belos (GO) evidenciam que o consumo de mel na forma

líquida é maior entre as classes sociais mais altas (TOMAZELLO et al., 2007).

Dos consumidores 31% adquirem o mel principalmente nos supermercados e

14% dos pesquisados adquirem o mel em farmácias e lojas de produtos naturais (aqui

classificados como outros) (Figura 4.8), mostrando a busca por produtos com melhor

qualidade, pois para a comercialização do mel em supermercados é necessário que o

beneficiador do produto tenha selo de inspeção, quer seja municipal, estadual ou

federal, já a aquisição em farmácia e lojas de produtos naturais, pode estar vinculada

com o fato de muitos considerarem o mel como um medicamento natural. Resultado

semelhante encontrado no Estado de Sergipe com 37% (SEBRAE-SE, 2002), e no Piauí

com 44,7% (FREITAS et al., 2006) e discordantes aos encontrados no Estado do

Tocantins, onde 43% adquirem o mel com o produtor (SILVEIRA et al., 2006), aos de

Figura 4.7. Utilização do mel pelos entrevistados. Doe –Doença; Dia – Diariamente; Ado – Adoçante; Rec – Receitas culinárias. São Cristóvão, 2008.

Page 76: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

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31

1917 19

14

0

5

10

15

20

25

30

35

(%)

Sup. Prod. F.L Amb. Out.

Taubaté (SP), onde 51,09% dos entrevistados compram o mel diretamente do produtor

(BENDINE et al., 2002).

A compra do mel nas cidades estudadas ocorre por outros fatores (55%)

(qualidade do produto, aspecto, densidade e confiança no vendedor) e não pelo preço

(23%), rótulo (11%) ou pela embalagem (11%), resultado semelhante aos encontrados

no Piauí, onde os critérios considerados na compra são os aspectos (cor / densidade),

preço e marca (FREITAS et al., 2006), na Paraíba com 52% dos entrevistados que

observam a qualidade do mel na hora da compra, e 55% que não confiam nos rótulos

das embalagens de méis (ROCHA et al., 2004), e em Ribeirão Preto-SP com 52,5% dos

entrevistados que observam a aparência, cor e densidade do mel na hora da compra

(Vilckas et al., 2001) e 34,6% que desconfiam do mel vendido em embalagens com

rótulos (Vilckas et al., 2000). Esses resultados mostram a necessidade de esclarecimento

da população, uma vez que a cor, densidade, odor e sabor variam de acordo com o

néctar floral que compõe o mel, e ainda expõem a desconfiança destes consumidores

com relação à legitimidade do produto adquirido.

A adulteração do mel constitui um sério problema para as empresas apícolas e

para os consumidores, e essa adulteração geralmente é realizada por empresas

clandestinas e vendedores ambulantes, como conseqüência, muitos consumidores

sentem-se receosos com relação à qualidade do mel, e procuram adotar critérios

empíricos e populares para constatar a qualidade do produto (VILCKAS et al., 2001).

As adulterações mais freqüentes são as misturas de xarope de milho hidrolisado, açúcar

Figura 4.8. Local de aquisição de mel pelos consumidores. Sup. – supermercado; Prod. – produtor; F.L. – feira livre; Amb. – ambulante; Out. – outros. São Cristóvão, 2008.

Page 77: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

61

invertido ou melado de cana com mel legítimo, mistura de sacarose ao mel legítimo e a

denominação de méis cujas qualidades são inexistentes, como mel de laranjeira, mel de

eucalipto etc., que possuem o aroma artificial não sendo proveniente de tais floradas

(STONOGA, 1994).

Dos entrevistados, 40% afirmam confiar mais nos produtos vendidos em

supermercados, a justificativa para a confiança neste local, segundo os consumidores, é

devido ao controle com a qualidade dos alimentos expostos que estes estabelecimentos

possuem. 38% confiam mais no produtor, por acreditar que o mel dele é mais “puro”,

pois o apicultor é o fornecedor do produto, e 22% dos consumidores confiam nos

vendedores de feiras livres e em vendedores ambulantes. Resultado semelhante aos

45,6% de consumidores de Aracaju (SE) que confiam na qualidade dos méis vendidos

em supermercados (DANTAS et al., 2006).

Os consumidores dão preferência ao mel sergipano (51%), enquanto 40%

afirmam que não se importam com a origem do produto, e 9% que preferem méis

produzidos em outros estados, dentre os quais os Estados de Alagoas e Bahia.

Similaridade encontrada no Estado de Tocantins com 67% de preferência pelo mel local

(SILVEIRA et al., 2006).

Com relação ao consumo de outros produtos apícolas (Figura 4.9), 56% dos

entrevistados afirmam não consumir outro produto além do mel, sendo observado que

muitos não conheciam os outros produtos e muitas vezes os confundia com produtos

industrializados, como o caso de um entrevistado que confundiu geléia real com geléia

de mocotó. Similaridade encontrada em Sergipe onde além do mel o produto mais

utilizado é a própolis, seguido da geléia real e o pólen (SEBRAE-SE, 2002), e em Santa

Maria (RS) onde a própolis é o produto mais conhecido, depois do mel (LENGLER e

DIAS, 2000a), o que evidência a necessidade de divulgação dos demais produtos

apícolas, já que somente a própolis é o produto mais conhecido depois do mel e

geralmente é utilizada como medicamento ou adicionada a produtos de higiene pessoal.

Com relação ao motivo, que levou o consumidor a utilizar o mel ou demais

produtos apícolas, 79% afirmaram foi por iniciativa própria (Figura 4.10) e apenas um

entrevistado relatou ter iniciado o consumo de mel em função da indicação de

conhecidos (outros), demonstrando a necessidade de divulgação por profissionais da

área de nutrição alimentar sobre os benefícios do consumo desses produtos na

alimentação diária da população.

Page 78: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

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79

147

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

(% )

I.N.C. R.M.N. P.R.T. O.

56

38

6

0

0

10

20

30

40

50

60

(%)

N.C. D.P. G.R. Po.

Figura 4.9. Consumo ou não de produtos apícolas pelos entrevistados. N.C. – não consome outro produto além do mel; D.P. – derivados com própolis; G.R. –geléia real; Po. – pólen apícola. São Cristóvão, 2008.

Figura 4.10. Percentagem de respostas sobre o motivo do consumo de mel e produtos apícolas pelos entrevistados. I.N.C. – iniciativa própria, curiosidade; R.M.N. – recomendação médica ou nutricional; P.R.T. - Propaganda em revista e TV; O. – outros. São Cristóvão, 2008.

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63

4.4. CONCLUSÕES

A maioria dos entrevistados possui idade economicamente ativa, porém o

nível de escolaridade é maior entre os consumidores, o que pode ser um dos fatores que

contribuem para a aceitação dos produtos apícolas, já que as razões que fazem a maioria

dos 22% de entrevistados não consumirem esses produtos não são relacionados a

problemas com a saúde;

Nos municípios estudados o mel é consumido pela maioria como medicamento,

e o consumo desse alimento por iniciativa própria pode ser um fator negativo nesse

caso, devido à informação da maioria de que o mel é um remédio, tendendo a utilizar-

los apenas em períodos de inverno ou em casos de doenças, fortalecendo assim, essa

informação;

A própolis é o produto apícola mais conhecido e utilizado depois do mel,

possivelmente devido a sua utilização pela população como medicamento, e por ser

comercializada em supermercados e farmácias, o que não ocorre com a geléia real e o

pólen apícola desidratado;

Existe, portanto a necessidade de trabalhos informativos junto à população sobre

as propriedades nutricionais e os benefícios da introdução dos produtos apícolas, na

alimentação. Esclarecendo questões relacionadas com as características físicas do

produto, e a informando sobre as possíveis falsificações desses produtos e o que fazer

para evitar as falsificações;

Os resultados desta pesquisa refletem as preferências da população dos

municípios de Aracaju e São Cristóvão (SE), com relação ao consumo ou não de

produtos apícolas, revelando suas preferências e apresentando subsídio para que o

produtor avalie quais as características ideais segundo o consumidor, indicando aos

produtores os aspectos que podem ser melhorados na qualidade dos produtos, uma vez

que o consumidor prioriza a questão da qualidade dos produtos.

Page 80: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

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5. CAPÍTULO III

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE PÓLEN APÍCOLA DESIDRATADO

PRODUZIDO NO ESTADO DE SERGIPE, BR. CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Análise Físico-Química do Pólen Apícola Desidratado Produzido no Estado de Sergipe, BR. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertação, Mestrado em Agroecossistemas). RESUMO O pólen apícola é o resultado da aglutinação do pólen das flores coletado pelas abelhas operárias, podendo ser recolhido no ingresso da colméia. Sua composição química varia de acordo com a espécie vegetal, condições ambientais, idade e estado nutricional da planta durante o desenvolvimento do pólen. É necessário a caracterização do pólen apícola desidratado com relação aos parâmetros físico-químicos, para garantir ao consumidor a segurança de que ele está adquirindo produto de qualidade e ao apicultor conhecer o seu produto. Desta forma, este estudo objetivou realizar caracterização quanto aos parâmetros físico-químicos do pólen apícola desidratado produzido no estado de Sergipe, Brasil. As amostras foram provenientes dos municípios de Brejo Grande, Estância, Neópolis, Pacatuba e Tobias Barreto, ao longo dos trimestres do ano de 2007. As análises foram realizadas de acordo com a metodologia desenvolvidas pelo Instituto Adolfo Lutz e Association of Official Analytical Chemists. Apenas quanto ao teor de umidade, todas as amostras tiveram teores de umidade acima do aceitável pelas normas nacionais. Os demais parâmetros apresentaram aceitáveis pela legislação brasileira. O pólen apícola desidratado de Sergipe apresenta características nutricionais satisfatórias para o mercado nacional, necessitando apenas de maior controle quanto a questão da umidade desse produto. Palavras chave: Apicultura, produto apícola, pólen.

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CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Physical-Chemical Analysis of Pollen of Bee Produced Dehydrated in the State of Sergipe, BR. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertation, Master Science in Agroecosystems). ABSTRACT The pollen of bee is the result of the agglutination of the pollen of the flowers collected by the labor bees, could be picked up in the entrance of the beehive. Its chemical composition varies in agreement with the vegetable species, environmental conditions, age and state nutrition of the plant during the development of the pollen. It is necessary the characterization of the pollen apícola dehydrated with relationship to the physical-chemical parameters, to guarantee to the consumer the safety that he is acquiring quality product and to the beekeeper to know its product. This way, this study objectified to accomplish characterization with relationship to the physical-chemical parameters of the pollen dehydrated apícola produced in the state of Sergipe, Brazil. The samples were coming of the municipal districts of Brejo Grande, Estância, Neópolis, Pacatuba and Tobias Barreto, along the quarters of the year of 2007. The analyses were accomplished in agreement with the methodology developed by the Institute Adolfo Lutz and Association of Official Analytical Chemists. Just with relationship to the humidity text, all the samples had humidity texts above the acceptable for the national norms. The other parameters presented acceptable for the Brazilian legislation. The pollen dehydrated of bee of Sergipe presents characteristic satisfactory nutritions for the national market, just needing larger control as the subject of the humidity of that product. Key words: Beekeeping, product of bee, pollen.

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70

5.1. INTRODUÇÃO

Acredita-se que o surgimento das abelhas está diretamente relacionado à

evolução das angiospermas. Inicialmente a alimentação das abelhas era constituída por

néctar floral, como fonte energética e pequenos animais, como fonte protéica (REIS e

MARCHINI, 2000).

Dentre as abelhas a Apis mellifera foi a mais difundida para a criação,

especialmente a partir do século XVII, com a colonização européia de novos

continentes. A preferência por essa espécie ocorreu por seu hábito generalista quanto às

plantas procuradas (produzindo mel a partir de grande variedade floral), por ter um

número maior de indivíduos por família, e por ser domesticável. Essa abelha não existia

nas Américas e Oceania antes de os conquistadores europeus colonizarem estes

continentes (SEELEY, 1985).

Flores e insetos co-evoluíram. O inseto desenvolve um papel fundamental na

polinização das plantas, e as abelhas são os insetos mais adaptados para a polinização

(JONES e JONES, 2001). Os caracteres fenotípicos das subespécies de A. mellifera, são

fortemente relacionados à sua coevolução com as plantas fanerógamas. Esses caracteres

são resultantes das interações dos genes com o ambiente e as características adquiridas

irão refletir na morfologia, na fisiologia e nos comportamentos das abelhas. Esta

interação as tornou aptas a viverem em diferentes ecossistemas, de milhões de anos

atrás até os dias de hoje (GRAMACHO e GONÇALVES, 2002). O pólen é a única

fonte protéica das abelhas, sendo rico em lipídios, vitaminas e minerais necessários para

o desenvolvimento da colônia (PERNAL e CURRIE, 2000).

A A. mellifera é classificada como polilécticas, pois utilizam várias espécies

vegetais (GRANT, 1950). Suas operárias visitam as flores, de cujos estames coletam o

pólen e aglutinam-no com néctar e substâncias salivares. O produto deste trabalho é

colocado nas corbículas e é transportado para a colméia (ANDRÉS et al., 1993; LIMA,

1995). Essas cargas de pólen pesam em média 11,4 mg, nas duas corbículas,

correspondendo a aproximadamente 17% do peso da operária coletora, sendo que 98%

da carga de pólen é constituída de uma única espécie botânica (TOLEDO, 1997), e

representa a maior fonte de proteínas, lipídeos, minerais e vitaminas para a colônia

(ANDRÉS et al., 1993).

A composição química do pólen varia de acordo com a espécie vegetal,

condições ambientais, idade e estado nutricional da planta durante o desenvolvimento

do pólen (HERBERT e SHIMANUKI, 1978), de acordo com o local onde a planta se

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71

encontra, entre estações do ano e em diferentes anos (O'ROURKE e BUCHMANN,

1991), mais, geralmente é composto por água, carboidratos, polissacarídeos insolúveis,

frutose, glicose, sacarose, proteínas (na maioria enzimas), aminoácidos, lipídios, e em

pequenas quantidades minerais, flavonóides e vitaminas (BOGNODOV, 2004). A

coloração do grão de pólen também varia de acordo com a planta originária (REIS e

MARCHINI, 2000).

O pólen possui em sua composição β-caroteno como pró-vitamina A, vitaminas

C, E, D e do complexo B, além de ser fonte de carboidratos, lipídios e sais minerais,

possuindo grande importância nutricional para seres humanos (CAMPOS et al., 1997).

A produção brasileira de pólen apícola começou modestamente no final da

década de 80, porém, tem crescido devido ao mercado favorável de produtos naturais,

complementares à dieta ou com efeitos terapêuticos (BARRETO et al., 2005).

O pólen apícola transportado é recolhido no ingresso da colméia (BRASIL, 2001), por

uma grade de retenção, caindo num recipiente coletor, onde quando retirado observa-se

reunidas bolotas de grãos de coloração variável, indicando as diversas espécies

botânicas coletadas pelas abelhas, formando uma mistura conhecida por “mix” polínico,

sendo este material removido pelo apicultor para o beneficiamento, comercialização e

consumo humano e/ou animal (LUZ e BARTH, 2001). A utilização de coletor de pólen

para a produção cresceu devido ao aumento do consumo de pólen pelo homem, e

também para uso de pólen em dietas suplementares fornecidas às colônias na época de

escassez ou para estimular a postura da rainha (FUNARI et al, 2003b).

A legislação brasileira determina que para ser comercializado no país o pólen

deve ter os seguintes requisitos físico-químicos: umidade máxima de 4%; cinzas

máximo de 4%; lipídeos mínimo de 1,8%; proteínas mínimo de 8%; açúcares totais de

14,5% a 55,0%; fibra bruta mínimo de 2% e pH entre 4 e 6 (BRASIL, 2001). Por outro

lado a legislação, não possui normas para a questão da presença de partículas estranhas

no pólen, entretanto a presença desses elementos estranhos pode comprometer suas

características organolépticas, devendo este ser puro, limpo, isento de matéria terrosa,

parasitas, sujidades, microrganismos patogênicos, e apresentar seus índices físico-

químicos nos padrões da legislação vigente no país (BARRETO et al., 2005).

Destacando-se, portanto a importância de se conhecer e caracterizar os produtos

apícolas com relação aos parâmetros físico-químicos, para garantir ao apicultor e ao

consumidor a segurança de que esta adquirindo um produto de qualidade. Desta forma,

Page 88: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

72

este estudo objetivou realizar caracterização com relação aos parâmetros físico-

químicos de pólen apícola produzido no Estado de Sergipe, Brasil.

5.2. MATERIAL E MÉTODOS

5.2.1. Obtenção das Amostras de Pólen Apícola Desidratado

As amostras de pólen (Figura 5.2) foram coletadas trimestralmente durante o ano

de 2007, de produtores nos municípios sergipanos de Brejo Grande, Estância, Neópolis,

Pacatuba e Tobias Barreto, principais pólos produtores de pólen apícola do Estado

(Figura 5.1). Sendo recolhido para análises 300g/município/trimestre.

Os municípios estudados possuem vegetações dos biomas Mata Agreste do

Cerrado, Cerrado, Mata Atlântica, Restinga e Manguezal, evidenciando a riqueza

botânica das regiões. Foram coletadas quatro amostras por município ao longo do ano,

apenas em Estância e Pacatuba, não foram obtidas amostras do terceiro trimestre,

devido ao inverno. O primeiro trimestre correspondia aos meses de janeiro, fevereiro e

março, segundo trimestre aos meses de abril, maio e junho, terceiro trimestre aos meses

julho, agosto e setembro e quarto trimestre aos meses outubro, novembro e dezembro.

Figura 5.1. Municípios sergipanos onde foram coletadas as amostras de pólen apícola desidratado. São Cristóvão, 2008.

Page 89: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

73

5.2.2. Análises Físico-Químicas das Amostras

As análises físico-químicas das amostras de pólen apícola desidratado foram

realizadas no Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA) da Universidade Federal

de Sergipe. Foram realizadas três repetições por amostra para cada parâmetro físico-

químico analisado. Foram avaliados os parâmetros físico-químicos de teor de minerais

(cinzas), pH, umidade, a atividade de água, lipídios, nitrogênio, proteínas, fibras e

avaliação de partículas estranhas (sujidade).

a - Teor de Minerais (Cinzas) (%)

Foi realizado de acordo com as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz

(BRASIL, 2005). Para tanto a amostra é submetida à queima em forno mufla em

temperatura de 600oC por aproximadamente 5 horas ou até peso constante. Após

pesagem a porcentagem de cinzas é calculada pela fórmula:

PN

cinza´

=100

%

Onde: N = valor em gramas obtidos das cinzas;

P = peso da amostra.

b - pH

A determinação do pH foi realizada de acordo com as normas analíticas do

Instituto Adolfo Lutz (BRASIL, 2005), diluindo-se 10 gramas da amostra e em seguida

determinando o pH com aparelho pHmetro.

c - Umidade (%)

Na determinação da umidade utilizou-se a metodologia de perda por dissecação

através de aparelho analisador de umidade por infravermelho, com aquecimento da

amostra a 105ºC até peso constante.

d - Atividade de Água (aW) Para a avaliação da atividade de água (Aa ou aW – activity water), utilizou-se o

aparelho AquaLab, que utiliza a técnica de determinação do ponto de orvalho em

espelho encapsulado para medir a atividade de água de um produto.

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Figura 5.2. Amostras de pólen apícola coletados nos municípios produtores do estado de Sergipe; A

– amostra de Brejo Grande; B – amostra de Estância; C – amostra de Neópolis; D –

amostra de Pacatuba; E – amostra de Tobias Barreto. São Cristóvão, 2008.

e - Lipídios (%) A percentagem de lipídios contidos nas amostras foi determinada utilizando a

metodologia adotada pelo Instituto Adolfo Lutz (BRASIL, 2005). Através da

Determinação de extrato etéreo pelo método gravimétrico, com aparelho extrator de

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75

Soxhlet, utilizando hexano (C6H14) como solvente e aplicando-se a fórmula:

PN

=100

% para determinação da porcentagem do extrato etéreo onde,

N = quantidade em gramas de gordura do balão após extração da amostra;

P = peso da amostra utilizada.

f - Nitrogênio (%)

O teor de nitrogênio presente nas amostras foi determinado pelo método de Kjeldahl,

recomendado pela AOAC, (ASSOCIATION, 1984), utilizando um digestor Tecnal

(modelo 007D), e aplicando a seguinte fórmula:

( ) 100014,0

% ´´´´

=amostrap

fNVN HCl onde,

%N = percentagem de nitrogênio presente na amostra;

V = volume de ácido clorídrico (HCl) gasto para titular a amostra;

N = valor de normalidade da solução de ácido clorídrico (HCl);

fHCl = fator de correção da solução de HCl utilizada na titulação da amostra.

g - Proteínas (%)

Na avaliação da porcentagem de proteína contida na amostra, primeiramente é

necessário determinar o teor de nitrogênio da amostra. Essa metodologia é recomendada

pela AOAC, (ASSOCIATION, 1984), onde após determinação do nitrogênio aplica-se a

seguinte fórmula:

fNproteína ´= %% , onde

%N = porcentagem de nitrogênio presente na amostra;

F = fator de conversão de alimentos que geralmente é 6,25.

h - Fibra Bruta (%)

A análise da fibra foi realizada de acordo com a metodologia Cecchi (1999). A

fibra bruta representa o resíduo das substâncias das paredes celulares. O processo mais

comum para sua determinação é o de Hennermberg, que apesar de datar de 1964, vem

sendo bastante utilizado com algumas modificações. O método visa simular “in vitro” o

processo da digestão “in vivo”. Consta fundamentalmente de uma digestão em meio

ácido, seguida por uma digestão em meio alcalino. Com estes tratamentos, removem-se

Page 92: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

76

as proteínas, os açúcares e o amido, a hemicelulose e as pectinas. Fica como resíduo

apenas a celulose e a lignina insolúvel em ácido, além do material mineral.

i - Sujidade (%)

Para avaliação do teor de sujidade (partículas estranhas) encontradas nas

amostras, é realizada catação manual das partículas estranhas encontradas, as quais são

separadas e pesadas para então serem relacionadas com o peso total da amostra (100g) e

obter a porcentagem de sujeiras encontradas, que são classificadas de acordo com a

escala desenvolvida por Barreto, et al. (2006), onde os níveis de partículas iniciam do

zero com escala de dois, até atingir 100% da amostra analisada.

5.2.3. Análise Estatística

Para análise dos dados foi aplicado o delineamento inteiramente casualizado

(DIC), composto pelas amostras (municípios) e as três repetições de cada parâmetro

avaliado. Os resultados foram analisados objetivando identificar diferenças no que se

refere às características físico-químicas nas amostras de méis. Os dados obtidos foram

submetidos a análises de variância pelo teste F e a comparação entre as médias dos

dados experimentais foi feita pelo teste de Tukey utilizando o programa computacional

Assistat.

5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados um total de 15 amostras ao longo do ano de 2007, o primeiro,

segundo e quarto trimestres foram analisados amostras de todos os municípios, porém

no terceiro trimestre não foram obtidas amostras dos municípios de Estância e Pacatuba,

devido ao inverno. Os resultados das análises das análises físico-química das 18

amostras de pólen apícola do Estado de Sergipe são descritos a seguir.

5.3.1. Minerais (cinzas)

A percentagem de cinzas variou entre 2.4% nos municípios de Brejo Grande e

Tobias Barreto a 4.0% no município de Tobias Barreto (Tabela 5.1 a 5.4), estando

dentro das normas nacionais. Os resultados foram distintos a cada trimestre, o que

segundo Souza (2004) pode ser devido à presença de espécies de plantas que podem

diferir de uma estação para outra, influenciando na maior ou menor concentração desses

constituintes nutricionais. As cinzas representam à quantidade de sais minerais

Page 93: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

77

presentes no pólen, o resultado evidencia que o pólen sergipano é rico nesse nutriente e

os resultados são superiores às médias encontradas em Viçosa (MG) com valores entre

2,83 a 3,02% (MODRO et al., 2007), no estado do Paraná com 1,6 a 3,6% (ALMEIDA-

MURADIAN et al., 2007), em Piracicaba (SP) com 3,1 e 2,6% (MARCHINI et al.,

2006), na Bahia com 2,9%, no Paraná com 2,84%, Minas Gerais com 3,34%, Sergipe

com 2,86%, São Paulo 2,46%, Distrito Federal 2,92%, Rio Grande do Sul 3,26% e

Santa Catarina com 2,57% (BARRETO et al., 2005), em Botucatu (SP) com 2,6%

(FUNARI et al., 2003), e na região sul do Brasil com 2,2% (SAMPAIO, 1991) e em

Santa Maria com 2,14 a 3,55% (NEUMAIER e LENGLER, 1998).

5.3.2. pH

Os teores de pH encontrados nas 18 amostras variam de 4,19 a 5,36 (Tabela 5.1

a 5,4). O resultado evidência a acidez de todas as amostras encontram-se dentro da

legislação brasileira entre 4 a 6 (BRASIL, 2001). Em todos os trimestres o município de

Neópolis foi o que apresentou o valor de pH mais elevado (4,78, 4,65, 5,07 e 5,36

respectivamente). O município de Tobias Barreto foi o que apresentou os menores

índices de pH no primeiro segundo e quarto trimestres (4,24, 4,19 e 4,69

respectivamente), no terceiro trimestre o município de Brejo Grande apresentou o

menor teor de pH (4,24). A diferença talvez seja devido às condições edafoclimáticas e

botânicas deste município, já que é o único que diferentemente dos demais não se

localiza no litoral e sua florada predominante não são coqueirais. Esses resultados são

semelhantes aos obtidos em Piracicaba com 4,8 a 5,3 (MARCHINI et al., 2006) e 4,66 a

5,54 (REIS e MARCHINI, 2000), Sergipe com 4,47 a 4,23, Bahia com 4,12 a 4,88,

Distrito Federal com 4,62 a 4,85, Minas Gerais com 4,47 a 4,90, Paraná com 4,53 a

4,59, Rio Grande do Sul de 4,37 a 4,39, Santa Catarina com 4,81 a 5,35 e São Paulo

com 4,57 a 4,80 (BARRETO et al., 2005), e no Paraná com 4,60 a 5,90 (SAMPAIO,

1991).

5.3.3. Umidade

Nenhuma das amostras analisadas ficou dentro do padrão exigido pelas normas

Brasileiras em que a umidade máxima para pólen apícola desidratado que é de 4%

(BRASIL, 2001). Os índices de umidade das amostras avaliadas variaram entre 4,2%

(Brejo Grande) a 12,5% (Estância) (Tabela 5.1 a 5.4). No primeiro e segundo trimestre

os menores teores de umidade pertenceram ao município de Pacatuba (9,83 e 8,96%

Page 94: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

78

respectivamente), no terceiro trimestre Brejo Grande apresentou a menor umidade

(4,2%) e no quarto trimestre Estância e Neópolis apresentaram umidade igual a 4,46%

respectivamente. Em todos os trimestres o município de Tobias Barreto apresentou os

maiores valores de umidade (11,66, 11,16, 8,73 e 7,63% respectivamente).

A embalagem em que as amostras foram entregues para análises pode ter

influenciado diretamente na porcentagem de umidade, pois o índice mais baixo de

umidade encontrado (Brejo Grande), foi com uma amostra acondicionada em garrafa

pet de 500 mL e selada com embalagem plástica, a amostra do quarto trimestre de

Tobias Barreto, também foi acondicionada em garrafa pet e neste trimestre observou-se

o menor teor de umidade entre as amostras desta cidade. As demais amostras estavam

acondicionadas em saco plástico selado. Segundo Bastos et al., (2003) é necessária à

educação dos apicultores quanto ao método de desidratação adequados, que garantam a

qualidade do produto e também em relação ao armazenamento, no que se refere à

utilização de embalagem adequada e condições de temperatura e umidade.

Os valores de umidade observados em Sergipe não diferem daqueles observados

no Piauí, com valores entre 4,55% para pólen apícola recém processado e 10,98% para

pólen apícola desidratado vendido em estabelecimentos comerciais (RIBEIRO e

SILVA, 2007), em Minas Gerais e São Paulo com 5,6 a 19,3% (BASTOS et al., 2003), e

no Paraná com 2,61 a 11,06% (SAMPAIO, 1991). E superiores aos 4,4% encontrados

na Bahia, 3,78% no Distrito Federal, 4,45% em Minas Gerais, 3,96% no Paraná, 3,79%

no Rio Grande do Sul, 3,53% em santa Catarina, 3,95% em Sergipe e 3,84% em São

Paulo (BARRETO et al., 2005).

A umidade das amostras de pólen apícola desidratado não é homogênea. Isso

pode ocorrer devido à constituição da bolota de pólen que é formada por milhares de

grãos aglutinados, esses grãos muitas vezes pertencem a plantas diferentes, com

características físico-químicas distintas. Durante o processo de desidratação nem todas

as bolotas são expostas ao calor pelo mesmo período, nem as faces da bolota não são

expostas de maneira homogênea, ocorrendo na maioria das vezes, o efeito de

desidratação superficial da bolota, onde externamente estarão com aspectos de

desidratadas, mais internamente a desidratação da bolota pode não ocorrer. Quando esse

pólen processado é armazenado seu percentual de umidade pode aumentar

comprometendo a qualidade do produto. Uma opção poderia ser o processamento do

pólen na forma de pó ao invés de bolotas, pois garantiria uma maior homogeneidade no

seu processamento e consequentemente um maior controle da qualidade deste produto.

Page 95: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

79

É importante ressaltar que a bolota de pólen é um reflexo adaptativo relacionado ao

melhor formato para o transporte de pólen nas corbículas das abelhas. Entretanto, o fato

do pólen ser comercializado preservando o formato de bolotas parece ser apenas uma

evidência da carência em investimento tecnológico para o desenvolvimento desse

produto como suplemento alimentar.

5.3.4. Atividade de Água (Aa)

A menor atividade de água foi observada no município de Neópolis (0,248 Aa) e

a maior em Brejo Grande (0,605 Aa) (Tabela 5.1 a 5.4). No primeiro trimestre todas as

amostras ficaram com valores inferiores a 0,570 Aa, no segundo trimestre apenas

Neópolis e Tobias Barreto, apresentaram Aa abaixo de 0,57. No terceiro e quarto

trimestres todas as amostras apresentaram teores de Aa satisfatórios, sendo que esse

último trimestre apresentou os menores valores de Aa em todas as amostras,

coincidentemente as amostras também apresentaram os menores valores de umidade

neste período, mostrando que o teor de umidade pode está relacionado com a atividade

de água da amostra.

A atividade de água é uma medida muito importante na determinação da

estabilidade de certos alimentos processados, refletindo o grau de ligação da água aos

componentes do material, não se encontrando disponível para as reações bioquímicas

(ex. oxidação lipídica, reações enzimáticas, etc.) e para o crescimento de

microorganismos (MOTARJEMI, 1988), como os esporos de Clostridium botulinum,

que não se multiplicam em alimentos com Aa abaixo de 0,93 (CERESER et al., 2008).

A legislação brasileira, não estabelece parâmetros para a atividade de água em amostras

de pólen, porém esse dado pode ser utilizado para avaliar a qualidade do produto, pois

segundo Labuza (1980), a maioria dos microrganismos que causam deterioração possui

dificuldade de se desenvolver em produtos com Aa inferiores a 0,90. Podendo

considerar um alimento estável quando a atividade de água for inferior a 0,60

classificando esse alimento como desidratado.

Barreto et al. (2005) afirma que para o pólen ser considerado desidratado a

atividade de água deve ser de aproximadamente 0,42 a 0,57 (Aa), portanto apenas as

amostras de Brejo Grande, Estância e Pacatuba do segundo trimestre que não podem ser

consideradas desidratadas, por apresentarem Aa de 0,605, 0,602 e 0,509

respectivamente. Resultado semelhante aos observados em amostras de pólen de São

Paulo e Minas Gerais em que a atividade de água variou entre 0,300 e 0,600 (BASTOS

Page 96: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

80

et al., 2003), em Londrina (PR) com doces, entre 0,592 a 0,893 (FERRARI et al., 2007),

em castanha do Brasil com 0,496 a 0,588 (SILVA e MARCAIOLI JR, 2003), em

bombons comerciais com 0,440 (RICHTER e LANNES, 2007) e em farinha de

mandioca, com teores de Aa entre 0,380 a 0,440 (CHISTÉ, 2007).

5.3.5. Lipídios

Os teores de lipídios variaram de 1,33% em Pacatuba (segundo trimestre) a

6,78% em Estância (primeiro trimestre). Apenas a amostra de Pacatuba do segundo

trimestre não estava de acordo com as normas brasileiras, que estabelece os valores

mínimos de lipídios em 1,8% (BRASIL, 2001). O primeiro trimestre apresentou as

maiores percentagens dentre os trimestres estudados, já o segundo apresentou as

menores percentagens. Esses valores não diferem dos encontrados no Paraná com 2,17 a

5,63% (SAMPAIO, 1991), 2,90 a 2,29% (PALMA, 1992) e 3,79% (BARRETO et al,

2005), em Viçosa, MG com 2,29 a 2,60% (MODRO et al., 2007) e 3,50% (BARRETO

et al, 2005), em Botucatu, SP com 5,10% em média (FUNARI et al., 2003) e 2,20 a

3,10% (MARCHINI et al., 2006), na Bahia com 3,84%, Distrito Federal com 3,82%,

Rio Grande do Sul com 3,29%, Santa Catarina com 4,72%, Sergipe com 4,02%, São

Paulo com 3,61% (BARRETO et al, 2005), e no Sul do Brasil com 6,00% (ALMEIDA-

MURADIAN et al., 2007). Porém inferiores aqueles observados em Santa Maria, RS

com 9,85 a 10,00% (NEUMAIER e LENGLER, 1998).

5.3.6. Nitrogênio

As percentagens de nitrogênio também não constam nos parâmetros nacionais de

qualidade e identidade para o pólen apícola. Porém é um parâmetro importante, já que

sem ele não é possível avaliar a percentagem de proteínas em amostras de pólen. Os

maiores e menores teores deste parâmetro foram encontrados no segundo trimestre no

município de Tobias Barreto (2,29%) e terceiro trimestre em Brejo Grande (2,24%)

(Tabela 5.1 a 5.4). Resultados semelhantes aos observados em Botucatu (SP) com

3,58% de nitrogênio (FUNARI et al., 2003).

5.3.7. Proteínas

O menor e maior índice apresentados foram nos municípios de Brejo Grande

(14,05%) e Tobias Barreto (26,42%) no terceiro e quarto trimestres. Como a média de

proteínas para o pólen apícola desidratado ser considerado de qualidade é de no mínimo

Page 97: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

81

8,00% (BRASIL, 2001), todas as amostras analisadas estão dentro do padrão nacional

(Tabela 5.1 a 5.4). Os resultados foram semelhantes aos encontrados em Viçosa, MG

com 28,27% (MODRO et al., 2007) Minas Gerais e São Paulo com 16,00 a 27,50%

(BASTOS et al., 2003), em Botucatu, SP com 26,20% (FUNARI et al., 2003), em Santa

Maria, MG com 13,02 a 23,26% (NEUMAIER e LENGLER, 1998) e no Paraná com

13,84% a 27,84% (SAMPAIO, 1991). Superiores aos observados em Piracicaba, SP

com 21,40% (MARCHINI et al., 2006), em Taubaté, SP com 20,00 a 20,30%

(BARRETO et al., 2000), na Região Sul do Brasil com 20,00% (ALMEIDA-

MURADIAN et al., 2004), em Minas Gerais com 21,89 a 24,90% (MODRO et al.,

2007) e 16,91% (BARRETO et al., 2005), porém inferiores ao observado em Maringá

(PR) com 30,40% (COSTA et al., 2000).

5.3.8. Fibras

As amostras avaliadas apresentaram teores diversos, variando de 3,49 no

município de Estância a 17,20% em Pacatuba, (Tabela 5.1 a 5.2) como o valor mínimo

exigido pela legislação brasileira é de 2,00% m/m, na base seca (BRASIL, 2001), todas

as amostras estão dentro das normas nacionais. Os resultados foram superiores aos

encontrados em Santa Maria, RS com 2,14 a 3,55% (NEUMAIER e LENGLER, 1998),

no Paraná com 1,58% a 3,61% (SAMPAIO, 1991) e 4,79% (BARRETO et al., 2005),

em Botucatu, SP com 1,10% (FUNARI et al., 2003), na Bahia com 4,68%, no Distrito

Federal com 5,46%, Minas Gerais com 4,44%, Rio grande do Sul com 4,12%, em Santa

Catarina com 4,92%, em Sergipe, 4,14% e em São Paulo com 4,24% (BARRETO et al.,

2005).

5.3.9. Sujidade

Com relação à sujidade, as amostras em todos os trimestres apresentaram teores

menores que 2% de partículas estranhas nas amostras analisadas (Tabelas 5.1 a 5.4).

Porém o maior índice foi observado no município de Neópolis (0,1803g) e o menor no

município de Pacatuba (0,0006g). As partículas encontradas foram fibras de tecidos,

bolotas de própolis e partes de insetos (Figuras 5.3 e 5.4), não tendo sido encontrado

insetos inteiros. Os valores do município de Neópolis foram aproximados aos

encontrados por Gonçalves et al. (2004) nos Estados de Minas Gerais (0,94g) e Rio

Grande do Sul (1,22g). Barreto et al. (2005) analisando amostras de sete Estados e do

Distrito Federal brasileiro encontrou valores de sujidade de 0 a 26%. Os alimentos

Page 98: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

82

contaminados com sujidades leves têm aparência normal, não permitindo que o

consumidor as identifique apenas ao olhar (DIMOV et al., 2004), podendo causar

prejuízos quantitativos e qualitativos e provocados condições ideais de temperatura e

umidade para o desenvolvimento de fungos (BORGES et al., 2003). Em amostras de

erva-mate produzida em São Mateus do Sul, PR, foram encontrados 0,33g de insetos

inteiros, 1,33g de ácaro e 0,66g de pêlo de roedor (BORGES et al., 2003), e em

amostras de arroz comercializado na Região Sul do Brasil, das dez amostras analisadas

nove continham contaminantes com teores de no máximo 0,25% de matéria estranha

(NUNES et al., 2003).

Figura 5.3. Fragmentos de insetos encontrados nas amostras de polens apícolas analisadas. São Cristóvão, 2008.

Figura 5.4. Bolotas de própolis encontradas nas amostras de polens apícolas analisadas. São Cristóvão, 2008.

Page 99: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

83

Tabela 5.1. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras de de

polens apícolas desidratados produzidos no primeiro trimestre de 2007.

Primeiro Trimestre (Jan/Mar) 2007 Município Cinzas

(%) pH Umid

(%) A.a Lipíd

(%) Nitro (%)

Prot (%)

Fibras (%)

Sujid (g)

Leg. BR <4 4-6 <4 - >1,8 - >8% >2% - B.Grande 3,00**

a 4,64**

a 10,60**

ab 0,487**

bc 3,05**

c 3,16**

b 19,76**

b 9,79**

a 0,0350**

a Estância 3,06**

a 4,77**

a 10,50**

ab 0,462**

c 6,78**

a 4,20**

a 26,27**

a 3,49**

b 0,0200**

b Neópolis 3,16**

a 4,78**

a 10,30**

b 0,505**

ab 6,55**

a 4,18**

a 26,15**

a 9,68**

a 0,0380**

b Pacatuba 2,93**

a 4,67**

a 9,830**

b 0,516**

ab 2,85**

c 3,11**

b 19,46**

b 4,63**

b 0,0006**

c T.Barreto 3,26**

a 4,24**

b 11,66**

a 0,536**

a 4,61**

b 3,33**

b 20,83**

b 12,94**

a 0,0250**

a Obs.: Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05); ns não significativo (p >= 0,05) Umid. = umidade; A.a = atividade de água; Lipíd. = lipídios; Nitro. = nitrogênio; Sujid. = sujidade; Leg. BR = Legislação Brasileira; B.Grande = Brejo Grande;

Tabela 5.2. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras de de

polens apícolas desidratados produzidos no segundo trimestre de 2007.

Primeiro Trimestre (Jan/Mar) 2007 Município Cinzas

(%) pH Umid

(%) A.a Lipíd

(%) Nitro (%)

Prot (%)

Fibras (%)

Sujid (g)

Leg. BR <4 4-6 <4 - >1,8 - >8% >2% - B.Grande 3,01**

ab 4,51**

b 9,90**

ab 0,605**

a 1,97**

b 2,93**

c 18,36**

c 6,65**

b 0,0120**

a Estância 3,51**

a 4,38**

c 12,50**

a 0,602**

a 2,52**

ab 3,63**

a 22,72**

a 8,20**

b 0,0200**

a Neópolis 3,59**

a 4,65**

a 10,93**

ab 0,524**

c 1,92**

b 2,98**

bc 18,65**

bc 7,08**

b 0,0036**

b Pacatuba 3,21**

a 4,25**

d 8,96**

b 0,596**

a 1,33**

b 3,32**

ab 20,75**

ab 17,20**

a 0,0190**

a Tobias Barreto

2,40**

b 4,19**

d 11,16**

ab 0,561**

a 3,25**

a 2,29**

d 14,32**

d 7,85**

b 0,0063**

b Obs.: Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05); ns não significativo (p >= 0,05). Umid. = umidade; A.a = atividade de água; Lipíd. = lipídios; Nitro. = nitrogênio; Sujid. = sujidade; Leg. BR = Legislação Brasileira; B.Grande = Brejo Grande;

Page 100: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

84

Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras de polens

apícolas desidratados produzidos no terceiro trimestre de 2007. Porém, sem amostras

dos municípios de Estância e Pacatuba.

Primeiro Trimestre (Jan/Mar) 2007 Município Cinzas

(%) pH Umid

(%) A.a Lipíd

(%) Nitro (%)

Prot (%)

Fibras (%)

Sujid (g)

Leg. BR <4 4-6 <4 - >1,8 - >8% >2% - B.Grande 2,40**

b 4,24**

b 4,2**

b 0,482**

a 4,11**

a 2,24**

b 14,05**

b 8,43**

a 0,015**

a Neópolis 3,17**

ab 5,07**

a 5,3**

b 0,342**

a 3,38**

a 2,64**

b 16,55**

b 8,43**

a 0,004**

b Tobias Barreto

4,01**

a 5,04**

a 8,73**

a 0,363**

b 3,00**

a 3,38**

a 21,13**

a 8,53**

a 0,028**

a Obs.: Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05); ns não significativo (p >= 0,05). Umid. = umidade; A.a = atividade de água; Lipíd. = lipídios; Nitro. = nitrogênio; Sujid. = sujidade; Leg. BR = Legislação Brasileira; B.Grande = Brejo Grande;

Tabela 5.4. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras de pólen

apícola desidratado produzido no quarto trimestre de 2007.

Primeiro Trimestre (Jan/Mar) 2007 Município Cinzas

(%) pH Umid

(%) A.a Lipíd

(%) Nitro (%)

Prot (%)

Fibras (%)

Sujid (g)

Leg. BR <4 4-6 <4 - >1,8 - >8% >2% - B.Grande 3,91 ns

a 4,98**

b 5,53**

b 0,349**

b 2,06**

a 3,68**

b 23,01**

b 9,08**

b 0,0673**

b Estância 3,17 ns

a 5,03**

b 4,46**

b 0,307**

c 2,30**

a 2,36**

d 14,80**

d 7,13**

bc 0,0166**

c Neópolis 3,55 ns

a 5,36**

a 4,46**

b 0,248**

d 3,10**

a 2,68**

cd 16,75**

cd 8,28**

bc 0,1803**

a Pacatuba 3,50 ns

a 4,86**

c 5,26**

b 0,250**

d 3,36**

a 2,88**

c 18,05**

c 6,10**

c 0,0880**

b Tobias Barreto

3,84 ns a

4,69**

d 7,63**

a 0,396**

a 2,25**

a 4,22**

a 26,42**

a 11,88**

a 0,0053**

d Obs.: Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05); ns não significativo (p >= 0,05). Umid. = umidade; A.a = atividade de água; Lipíd. = lipídios; Nitro. = nitrogênio; Sujid. = sujidade; Leg. BR = Legislação Brasileira; B.Grande = Brejo Grande;

Page 101: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

85

5.4. CONCLUSÕES

Todas as amostras apresentam teor de umidade acima do padrão nacional para pólen

apícola desidratado;

Nos demais parâmetros analisados todas as amostras encontram-se dentro da

normalidade;

O município de Tobias Barreto apresentou dados diferentes dos demais, e isso pode ser

devido as suas condições edafoclimáticas e botânicas, que são diferentes dos demais

municípios;

Os teores de atividade de água permitem afirmar que apesar da umidade alta apenas às

amostras do segundo trimestre dos municípios de Brejo Grande, Estância e Pacatuba,

não poderiam ser consideradas desidratadas;

Apesar de todas as amostras apresentarem sujidade esses valores ficaram abaixo de 2%

em todos os trimestres, evidenciando a preocupação dos produtores com o risco dos

consumidores encontrarem partículas estranhas no pólen apícola desidratado

comercializado;

O pólen apícola desidratado de Sergipe apresenta características nutricionais

satisfatórias para o mercado nacional, necessitando apenas de maior controle com a

questão da umidade do produto.

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92

6. CAPÍTULO IV

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MÉIS DE Apis mellifera PRODUZIDOS NO ESTADO DE SERGIPE, BR.

CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Avaliação Físico-Química de Méis de Apis mellifera Produzidos no Estado de Sergipe, BR. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertação, Mestrado em Agroecossistemas). O mel como todo produto alimentício deve atender a requisitos mínimos de qualidade físico-química, sendo que sua análise contribui no controle da qualidade de méis importado e nacional. Os resultados das análises físico-químicas de méis quando comparados com padrões recomendados por órgãos oficiais internacionais (no caso de importação ou exportação) e/ou com os padrões do próprio país, pode garantir que o produto que chega ao consumidor não possui adulterações. Foram realizadas análises para os parâmetros de umidade, grau brix, açúcares redutores, teor de minerais (cinzas), acidez total, pH, sólidos insolúveis em água e atividade de água. As amostras foram coletadas nos municípios de Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Brejo Grande, Carira, Frei Paulo, Lagarto, Neópolis (platô irrigado e região de Mata Atlântica), Nossa Senhora de Glória, Porto da Folha, Poço Redondo, Poço Verde, São Cristóvão, Santana de São Francisco e Tobias Barreto. A qualidade das amostras analisadas pode ser considerada muito boa, apesar de alguns resultados discordantes com as normas nacionais de qualidade do mel. Palavras chave: Apicultura, mel, Apis mellifera.

Page 109: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

93

CORREIA-OLIVEIRA, M.E. Physical-Chemical Evaluation of Honeys of Apis mellifera Produced in the State of Sergipe, BR. São Cristóvão: UFS, 2008. 126f. (Dissertation, Master Science in Agroecosystems). The honey as whole nutritious product should assist to minimum requirements of quality physical-chemistry, and its analysis contributes in the control of the imported quality of honeys and national. The results of the physical-chemical analyses of honeys when compared with patterns recommended by international official organs (in the case of import or export) e/ou with the patterns of the own country, can guarantee that the product that arrives to the consumer doesn't possess adulterations. Analyses were accomplished for the humidity parameters, degree brix, sugars reducers, text of minerals (ashes), total acidity, pH, insoluble solids in water and activity of water. The samples were collected in the municipal districts of Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Brejo Grande, Carira, Frei Paulo, Lagarto, Neópolis (irrigated area and Atlantic forest area), Nossa Senhora de Glória, Porto da Folha, Poço Redondo, Poço Verde, São Cristóvão, Santana de São Francisco e Tobias Barreto. The quality of the analyzed samples can be considered very good, in spite of some tuneless results with the national norms of quality of the honey. Key words: Beekeeping, honey, Apis mellifera.

Page 110: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

94

6.1. INTRODUÇÃO

O mel é um alimento que pode ser elaborado a partir do néctar de flores, sendo

chamado de mel floral, de secreções de parte viva de plantas e ou excreções de insetos

sugadores de partes vivas das plantas, sendo denominado de mel de melato (CAMPOS

et al., 2001). Esse néctar após ser coletado, sofre reações físicas e químicas, por ação

das enzimas da saliva das abelhas, que transformam e o combinam com substâncias

específicas próprias, produzindo então o mel (LENGLER, 2000).

As propriedades físico-químicas do mel são influenciadas por vários fatores,

como a composição florística, a temperatura, quantidade e do tamanho dos cristais

(COSTA et al., 2005), além de condições edafológicas da região onde se localizam

essas flores (SODRÉ et al., 2003). As abelhas precisam do mel como fonte de energia,

ou carboidratos na forma de açúcares (WINSTON, 2003).

O mel como todo produto alimentício deve atender a requisitos mínimos de

qualidade físico-química em méis florais, como os índices de açúcares redutores

(mínimo permitido 65%), sacarose aparente (máximo de 6%) e umidade (até 20%), que

são indicativos de maturação do produto, sólidos insolúveis em água e teor de minerais

(máximo de 0,1 e 0,6% respectivamente) que indicam a pureza do mel e acidez

(máximo de 50 miliequivalentes por quilo/mEq/Kg), atividade diastásica (mínimo de 8

e na escala Gothe e/ou 3 se o hidroximetilfurfural – HMF – for inferior a 15 mg/Kg) e

hidroximetilfurfural (máximo tolerado 60 mg/kg) , que são indicativos da deterioração

deste produto (BRASIL, 2000). Podendo ainda ser empregado outros parâmetros como

o pH, índice de formol, condutividade elétrica e cor (ARRUDA, 2003).

A análise físico-química de méis visa contribuir no controle da qualidade de

méis importado e nacional. Seus resultados são comparados com padrões citados por

órgãos oficiais internacionais (no caso de importação ou exportação) e/ou com os

padrões do próprio país, garantindo que o produto que chega ao consumidor não possuia

adulterações (SODRÉ et al., 2001).

A caracterização regional do mel é muito importante, pois leva-se em

consideração a grande diversidade botânica e variação edafoclimática de cada região

estudada (CARVALHO et al., 2000).

O objetivo deste trabalho foi realizar análises físico-químicas de méis, buscando

verificar a qualidade deste produto no Estado de Sergipe, Brasil.

Page 111: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

95

6.2. MATERIAIS E MÉTODOS

6.2.1. Obtenção da amostra

As amostras foram obtidas de diferentes cidades produtoras do Estado de

Sergipe (Figura 6.1), sendo que os apicultores que forneceram amostras pertenciam a

associações apícolas de suas referidas cidades. As amostras foram fornecidas

diretamente pelo apicultor em recipiente de 100g e em triplicata. Encaminhadas ao

Laboratório de Tecnologia de Alimentos (LTA) da Universidade Federal de Sergipe,

onde foram realizadas análises os parâmetros: umidade, grau brix, açúcares redutores,

teor de minerais, acidez total, pH, sólidos insolúveis em água e atividade de água.

Participaram da pesquisa os municípios de Areia Branca, Barra dos Coqueiros,

Brejo Grande, Carira, Frei Paulo, Lagarto, Nossa Senhora de Glória, Porto da Folha,

Poço Redondo, Poço Verde, São Cristóvão, Santana de São Francisco e Tobias Barreto

e Neópolis que participou com amostras do platô irrigado (todos os trimestres) e com

uma amostra da região de Mata Atlântica (primeiro trimestre).

Figura 6.1. Municípios sergipanos onde foram obtidas as amostras de méis ao longo do ano de 2007. São Cristóvão, 2008.

Page 112: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

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6.2.2. Análises Físico-Químicas das Amostras

a - Umidade por Refratometria (%)

A metodologia utilizada é recomendada pelo Instituto Adolfo Lutz (BRASIL,

2005), e baseia-se no método refratométrico de Chataway, revisado por Wedmore, onde

se utiliza a medida de índice de refração da amostra para ser convertida em porcentagem

de umidade.

b - Grau Brix (%)

Para determinação de grau Brix utilizou-se refratômetro de bancada, em se

utiliza à medida de índice de refração da amostra para ser convertida em porcentagem

de grau Brix.

c - Açúcares Redutores (%)

Para avaliação do teor de açúcares redutores utilizou-se a metodologia do

Instituto Adolfo Lutz (BRASIL, 2005). No qual utiliza-se no calculo açúcares invertido

(glicose + frutose). O método é uma modificação do procedimento desenvolvido por

Lane e Eynon, e envolve a redução da solução de Fehling modificada por Soxhlet,

durante a titulação no ponto de ebulição (VILHENA e ALMEIDA-MURADIAN,

1999).

d - Cinzas (%)

Foi realizado de acordo com as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz

(BRASIL, 2005). Para tanto a amostra de mel é submetida à queima em forno mufla em

temperatura de 600oC por aproximadamente 5 horas ou até peso constante. Após

pesagem das cinzas utiliza-se a fórmula:

PN

cinza´

=100

% onde,

N =valor em gramas obtidos das cinzas;

P = peso da amostra.

e - Acidez Livre (meq/kg)

Esse procedimento analítico é baseado numa titulação simples, utilizando

pHmetro para acompanhar a medida do pH (VILHENA E ALMEIDA-MURADIAN,

1999). A metodologia adotada é utilizada pelo Instituto Adolfo Lutz (BRASIL, 2005).

Page 113: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

97

O método baseia-se na determinação da acidez livre, lactônica e total. A acidez livre é a

medida obtida da titulação com hidróxido de sódio até o ponto de equivalência.

f - pH

A determinação do pH foi realizada de acordo com as normas analíticas do

Instituto Adolfo Lutz (BRASIL, 2005), diluindo-se 10 gramas da amostra em água

destilada e em seguida determinando o pH com aparelho pHmetro.

g - Sólidos Insolúveis em Água (%)

A metodologia utilizada foi baseada em Andrade (2006), dissolvendo-se 20

gramas da amostra a ser analisada em 30 a 50 mL de água destilada aquecida a 80ºC, e

em seguida filtrado em papel filtro quantitativo previamente umidecido com água

destilada, seco em estufa a 105ºC e pesado, por um período mínimo de 1 hora, sendo

utilizado na diluição aproximadamente 1L de água destilada. Após diluição o papel

filtro é colocado em estufa a 105ºC até peso constante. Sendo então aplicado a fórmula:

gSIAgP

N100/

100=

´,

N = massa seca de sólidos insolúveis em grama;

P = peso da amostra.

h - Atividade de Água (Aa)

Na avaliação da atividade de água (Aa ou aW – activity water), utilizou-se o

aparelho AquaLab, que considera a técnica de determinação do ponto de orvalho em

espelho encapsulado para medir a atividade de água de um produto.

6.2.3. Análise Estatística

Para análise e avaliação dos dados foi aplicado o delineamento inteiramente

casualizado (DIC), composto pelas amostras (municípios) e as três repetições de cada

parâmetro avaliado. Os resultados foram analisados objetivando identificar diferenças

no que se refere às características físico-químicas nas amostras de méis. Os dados

obtidos foram submetidos a análises de variância pelo teste F e a comparação entre as

médias dos dados experimentais foi feita pelo teste de Tukey utilizando o programa

computacional Assistat.

Page 114: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

98

6.3. RESULTADOS

Não foi possível conseguir que todos os produtores mantivessem a freqüência de

amostras ao longo do ano, havendo trimestres em que não foram obtidas amostras

alguns municípios (Tabela 6.1).

6.3.1. Umidade por refratometria

Os dois primeiros trimestres apresentaram os maiores níveis de umidade, como

as normas brasileiras estabelecem que a umidade máxima deve ser 20%, as amostras do

primeiro trimestres os municípios de Carira (20,8%) e São Cristóvão (21,4%) no

segundo trimestre os municípios de Lagarto (20,13), Neópolis na região do platô

(20,46%), Poço Redondo (21,13%), Santana de São Francisco (22%) e São Cristóvão

(20,66%) não se enquadraram nas normas. No terceiro e quarto trimestre todas as

amostras analisadas estavam dentro do padrão nacional. O teor de umidade médio

estadual foi 19,14%, variando entre 17,33% e 22% (Tabelas 6.2 a 6.5). Resultados

semelhantes aos encontrados em méis do Baixo Jaguaribe, CE com teores de umidade

entre 17,4 a 21% (SILVA, 2006), em amostras do litoral norte da Bahia com 19,77%

(SODRÉ et al., 2003), no Pantanal com 19,6% (MENDES et al., 2006), em Campos

Gerais do Paraná com 21,58% (VARGAS, 2006), no nordeste da Bahia com 19,47%

(BORGES et al., 2006), no Piauí com 19,96% (BRITO NETA et al., 2006), no Piauí

com teores de 14,6 a 19,3% (CARNEIRO et al., 2002), na região do Cariri Paraibano

com 18,6% e de 18,76% na região do Brejo Paraibano (EVANGELISTA-RODRIGUES

et al., 2005), no Mato Grosso do Sul com 16,56% (BONILLA et al., 2000), na Bahia

com 17,66% (BORGES et al., 2004), no Mato Grosso com 17,24% (MENDONÇA et

al., 2004), no Ceará com 18,17% (SODRÉ e MARCHINI, 2004b), em Viçosa, MG em

méis com SIF (17,3%) e sem SIF (17,8%) (SILVA, 2007) em méis de Alagoinhas, BA

com 16,89% (REBOUÇA et al., 2006).

6.3.2. Grau Brix

O teor de sólidos solúveis, ou grau brix, nas amostras analisadas, foi em média

78,96% (mínimo de 76% e máximo de 81,58%) (Tabelas 6.2 a 6.5). A legislação

brasileira não estipula um valor para o grau brix. O resultado foi semelhante aos

encontrados em amostras de méis da Bahia com 77,72% (CARVALHO et al., 1998) e

80,81% (BORGES et al., 2004), no Piauí com 78,7% (SILVA et al., 2004) e 78,56 a

79,76% (BRITO NETA et al., 2006), em méis de laranja com 79,65%, cana com

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99

71,25% e de eucalipto com 76,2% (MARCHINI e D'ARCE, 1990), e no Baixo

Jaguaribe, CE com valores entre 78,3 a 85% (SILVA, 2005).

Tabela 6.1. Freqüência das amostras dos municípios participantes ao longo dos trimestres de 2007. São Cristóvão, 2008.

Trimestres de 2007 Município

Primeiro Segundo Terceiro Quarto

Areia Branca – – x x

Brejo Grande x – – –

Barra dos Coqueiros x – x x

Carira x x x x

Frei Paulo x – x x

Lagarto x x – –

Neópolis Platô Irrigado x x x x

Neópolis Mata Atlântica x – – –

Nossa Senhora de Glória x x x –

Poço Redondo x x x –

Poço Verde x x x x

Porto da Folha x x – –

São Cristóvão x x – –

Santana de São Francisco – x – x

Tobias Barreto x x x x

6.3.3. Açúcares Redutores (%)

No primeiro trimestre os municípios de Brejo Grande (63,76%), Poço verde

(61,31%) e Tobias Barreto (57,69%) foram os que apresentaram teores abaixo dos 65%,

que é o percentual mínimo exigido pela legislação brasileira (BRASIL, 2000), no

segundo trimestre Nossa Senhora da Glória (64,08%), Poço Verde (64,44%), Porto da

Folha (63,73%) e São Cristóvão (62,5%), no terceiro trimestre todas as amostras

encontravam-se dentro das normas nacionais e no quarto trimestre os município de Frei

Paulo (64,52%) e Neópolis (61,88%) apresentaram os menores percentuais deste

parâmetro. A média de açúcares redutores nas amostras foi de 68,65%, com mínima de

57,69% e máxima de 81,58% (Tabelas 6.2 a 6.5). Resultados semelhantes aos

encontrado no Ceará com 77,38% (SODRÉ e MARCHINI, 2004b), na região do Baixo

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100

Jaguaribe com 68,44% (SILVA, 2006) e em Crato com 59,38 a 76,45% (ARAÚJO et

al., 2006), em Viçosa, MG em amostras de méis sem SIF (Selo de Inspeção Federal)

68,4% e com SIF 66,9% (SILVA, 2007), na Bahia, no Litoral Norte com 69,2%

(SODRÉ et al., 2003), no Sul com 67,87% a 72,97% (MAGALHÃES et al., 2002) e no

nordeste da Bahia com 63,89 a 73,35% (BORGES et al., 2006), no Paraná com 58,75 a

82,37% (VARGAS, 2006), no Piauí com 70,38 a 87,39% (CARNEIRO et al., 2002) e

65,34 a 72,19% (BRITO NETA et al., 2006), em méis de laranja com 69,4% e eucalipto

com 93,95% (KOMATSU et al., 2002), no Mato Grosso do Sul com 71,38%

(BONILLA et al., 2000) e em Cáceres, MT com 80,83% (MENDONÇA et al., 2004).

6.3.4. Cinzas (%)

Quanto ao teor de cinzas, a média foi 0,31%, com valores mínimos de 0,05 e

com máxima de 0,80% (Tabelas 6.2 a 6.5). A legislação permite teores de cinzas para

méis florais de no máximo 0,6%, no estado de Sergipe apenas três amostras das 40

analisadas não se enquadraram nas normas. Os resultados são semelhantes aos

encontrados em amostras da Bahia com 0,08% (CARVALHO et al., 1998), na região do

litoral norte com 0,3% (SODRÉ et al., 2003) e na região nordeste com 0,32%

(BORGES et al., 2006), no Piauí com 0,32% (Carneiro et al., 2002) e com 0,18 e 0,26%

(BRITO NETA et al., 2006), no Ceará com 0,231% (SILVA, 2005), 0,11% (ARRUDA

et al., 2005), 0,19% (SODRÉ e MARCHINI, 2004b) e 0,185% (SODRÉ e MARCHINI,

2004a), na região do Cariri Paraibano com 0,17% e na região do Brejo Paraibano com

0,20% (EVANGELISTA-RODRIGUES et al., 2005), no Paraná com 1,68% (VARGAS,

2006), no Mato Grosso do Sul com 0,22% (BONILLA et al., 2000), e em Viçosa, MG

em amostras de méis que possuía SIF com 0,119% e sem SIF com 0,115% (SILVA,

2007).

6.3.5. Acidez Livre (meq/kg)

A acidez dos méis sergipanos ficou em média 20,19 meq/kg, com valor mínimo

de 6,93 meq/kg no município de Poço Verde e máximo de 42 meq/kg nos municípios de

Carira e Santana de São Francisco (Tabela 6.2 a 65). Resultados semelhantes aos

encontrados na Bahia com 16,4 a 85,6 meq/kg (BRITO NETA et al., 2006), em

Alagoinhas com 23,55 meq/kg (REBOUÇAS et al., 2006) e no litoral norte da Bahia

encontrou valores de acidez iguais a 29,1 meq/kg (SODRÉ et al., 2003), no Piauí com

18,98 a 56,18 meq/kg (CARNEIRO et al., 2002), na Paraíba, região do Cariri Paraibano

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101

com 41,66 meq/kg e na região do Brejo Paraibano com 35meq/kg EVANGELISTA-

RODRIGUES et al., 2005), no Paraná com 10,27 a 62,71 meq/kg (VARGAS, 2006), e

no Mato Grosso do Sul com 23,70 meq/kg (BONILLA et al., 2000).

6.3.6. pH

Os valores mínimos de pH foram de 3,5 enquanto que os valores máximos foram

4,27, sendo a média geral 3,85 (Tabela 6.2 a 6.5). O mel é naturalmente ácido, e todos

os méis sergipanos enquadraram-se nessas normas. Resultados semelhantes encontrados

na Bahia com 3,67 (CARVALHO et al., 1998), 3,86 (BORGES et al., 2006)e 4,12

(NETO et al., 2006) e ainda na região do litoral Norte com 3,77 (SODRÉ et al., 2003) e

em Alagoinhas com 4,21 (REBOUÇAS et al., 2006), na Paraíba, região do Cariri

Paraibano com 3,85 e na região do Brejo Paraibano com 4,61 EVANGELISTA-

RODRIGUES et al., 2005) e no ceará com 3,71 (ARRUDA et al., 2005).

6.3.7. Sólidos Insolúveis em Água

Apenas três amostras do total analisado possuíam valor de sólidos insolúveis

acima de 0,1%, valor máximo estipulado pela legislação brasileira. Os valores médios

de sólidos insolúveis das amostras sergipanas foi 0,0653%. Com valores mínimos de

0,0073 e máximos de 0,16% (Tabelas 6.2 a 6.5). Resultados semelhantes aos

encontrados no Piauí com 0,01 a 1,28% (CARNEIRO et al., 2002) e 0,08% (SILVA et

al., 2004) na Paraíba com 0,01% (EVANGELISTA-RODRIGUES et al., 2005), e no

Ceará com 0,03 a 0,24% (ARAÚJO et al., 2006).

6.3.8. Atividade de Água (Aa)

Das 40 amostras analisadas, apenas oito apresentaram atividade de água superior

a 0,61. O valor mínimo das amostras foi 0,543Aa, máximo de 0,639Aa e média do

Estado foi de 0,591 Aa (Tabelas 6.2 a 6.5). A atividade de água não é um parâmetro

regulamentado pela legislação brasileira, porém segundo Mendes et al. (2006) os

valores de atividade de água críticos (Aa acima de 0,61) contribuem para o

desenvolvimento de leveduras osmotolerantes, as quais poderiam conduzir o mel à

fermentação, prejudicando a sua vida de prateleira, portanto o resultado dessa análise

pode avaliar a qualidade do mel. Resultado semelhante aos obtidos no Pantanal, MT

com 0,548 a 0,624 Aa (MENDES et al., (2006) e São Paulo com 0,578 Aa (DENARDI et

al., 2005).

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102

Tabela 6.2. Resultados do primeiro trimestre das análises físico-química de méis de Sergipe.

Primeiro Trimestre de 2007 Mun. U (%) ºBrix

(%) A.R. (%)

Cinzas (%)

A.L. (meq/kg)

pH S. I. (%)

A.a

Legis. BR ≤20 - ≥65 ≤0,6 ≤50 - ≤0,1 - B.Grande 20,13**

bc 78,50** cd

63,76 ns a

0,16** a 13,73** f 3,79** abcdef

0,0403** bcde

0,607** bc

B.C. 20,00** bcd

78,50** cd

68,1 ns a 0,30** bcd

16,13 ef 4,04** a

0,0486** de

0,602** cd

Carira 20,80** ab

78,00** de

76,53 ns a

0,54** a 40,00** a 3,98** ab

0,0992** a

0,615** b

Frei Paulo 18,86** de

79,50** abc

74,08 ns a

0,16** def

19,93** def

3,89** abcd

0,0986** a

0,588** e

Lagarto 19,00** cde

78,66** cd

65,86 ns a

0,34** b 37,60** ab

3,78** abcdef

0,0073** e

0,608** bc

Neóp. P. 18,00** e

80,50** a

68,27ns a

0,56** a 41,33** a 3,91** abcd

0,0958** a

0,595** de

Neóp. M. 19,40** cd

78,9**1 bcd

71,29ns a

0,16** def

23,46** cde

3,63** def

0,068** abcd

0,613** bc

N.S.G. 19,46 cd

78,83** bcd

81,06ns a

0,09** f 18,93** def

3,50** f

0,027** cde

0,588** e

P. Red. 19,33** cd

78,75** cd

71,47ns a

0,16** def

27,33** cd

3,69** bcdef

0,0322** cde

0,596** de

P. Verde 18,00** e

80,25** a

61,31ns a

0,14** ef

19,20** def

3,96** abc

0,0718** abc

0,588** e

P. Folha 19,33** cd

79,00** bcd

67,59ns a

0,32** bc

30,60** bc

3,66** cdef

0,0236** cde

0,591**

e S. Cris. 21,40**

a 77,25** e

65,25ns a

0,27** bcde

31,06** bc

3,81** abcde

0,0866**

ab 0,632** a

T. Barreto 18,06** e

80,00** ab

57,69ns a

0,18** cdef

15,60** ef 3,59** ef

0,0856** ab

0,595** de

Obs.: Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05); ns não significativo (p >= 0,05); Mun. = município; U = Umidade; ºBrix = Grau Brix; A.R. = Açúcares Redutores; A. = Acidez; S.I. = Sólidos Insolúveis em Água; A.a. = Atividade de Água; Legis. BR = Legislação Brasileira; B. Grande = Brejo Grande; B.C. = Barra dos Coqueiros; Neóp. P. = Neópolis região do platô irrigado; Neóp. M. = Neópolis Região de Mata Atlântica; N. S. Glória = Nossa Senhora de Glória; P. Red. = Poço redondo; P. Verde = poço Verde; P. Folha = Porto da Folha; S. Cris. = São Cristóvão; T. Barreto = Tobias Barreto.

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103

Tabela 6.3. Resultados do segundo trimestre das análises físico-química de méis de Sergipe.

Segundo Trimestre de 2007 Mun. U (%) ºBrix A.R.

(%) Cinzas

(%) A.L.(meq

/kg) pH S. I. (%) A.a

(A.a.) Legis. BR ≤20 - ≥65 ≤0,6 ≤50 - ≤0,1 - Carira 19,53**

bcd 78,13** abc

70,30ns a

0,66** a 42,00** a 4,06** a 0,0931** a 0,593** d

Lagarto 20,13** bcd

77,75** abc

69,70ns a

0,40** ab

24,66** b 3,74** cd

0,0599** b

0,597** d

Neóp. P. 20,46** abc

77,33** bc

68,12ns a

0,14** bc

41,60** a 3,68** d 0,0933** a 0,618** bc

N.S. Glória

18,73** d

79,83**

a 64,08ns a

0,05** c 9,33** d 3,93** b 0,0426** c 0,581** e

P.Redondo 21,13** ab

77,00** bc

66,85ns a

0,15** bc

16,00** c 3,75** cd

0,0998** a 0,610** c

P. Verde 19,20** cd

77,58** abc

64,44ns a

0,20** bc

14,33** cd 4,00** ab

0,0495** bc

0,582** e

P. Folha 19,33** cd

78,66** ab

63,73ns a

0,09** c 12,66** cd 3,83** c 0,0398** cd

0,594** d

S.S. Franc. 22,00** a

76,00** c

66,19ns a

0,21** bc

42.00** a 3,67** b 0,0399** cd

0,639** a

S.Crist. 20,66** abc

77,66** abc

62,50ns a

0,28** bc

24,66** b 4,00** ab

0,0248** d

0,622** b

T.Barreto 18,73** d

79,16** ab

69,90ns a

0,19** bc

16,86** c 3,93** b 0,0565** bc

0,574** e

Obs.: Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05); ns não significativo (p >= 0,05); Mun. = município; U = Umidade; ºBrix = Grau Brix; A.R. = Açúcares Redutores; A. = Acidez; S.I. = Sólidos Insolúveis em Água; A.a. = Atividade de Água; Legis. BR = Legislação Brasileira; B.C. = Barra dos Coqueiros; Neóp. P. = Neópolis região do platô irrigado; N. S. Glória = Nossa Senhora de Glória; P. Red. = Poço redondo; P. Verde = poço Verde; P. Folha = Porto da Folha; S. Cris. = São Cristóvão; T. Barreto = Tobias Barreto; S.S. Franc. = Santana de São Francisco.

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104

Tabela 6.4. Resultados do terceiro trimestre das análises físico-química de méis de Sergipe. São Cristóvão, 2008.

Terceiro Trimestre de 2007 Mun. U

(%) ºBrix A.R.

(%) Cinzas

(%) A.L.

(meq/kg) pH S. I. A.a

Legis. BR ≤20 - ≥65 ≤0,6 ≤50 - ≤0,1 - A.Branca 18,26**

ab 79,41** bc

85,16ns a

0,22 ns a 14,40**ab

3,80** d

0,024ns a

0,575**

cd B.C. 19,26**

a 79,41** bc

68,12ns a

0,40 ns a 17,06**ab

4,01** b

0,084ns a

0,592**

b Carira 19,00**

a 80,50** ab

68,65ns a

0,51 ns a 18,13** a

4,08** a

0,160ns a

0,579**

bcd Frei Paulo 19,00**

a 80,00** abc

68,94ns a

0,34 ns a 13,33**ab

3,94** bc

0,036ns a

0,589**

bc Neóp.P. 18,93**

a 79,33** bc

75,80ns a

0,34 ns a 16,46**ab

3,63** e

0,048ns a

0,593**

b N.S.Glória 18,20**

ab 80,00** abc

73,97ns a

0,33 ns a 18,53 a 3,88** c

0,105ns a

0,565**

d P.Red. 18,53**

ab 78,66** c

66,20ns a

0,18 ns a 14,93**ab

3,77** d

0,049ns a

0,611**

a P.Verde 18,66**

a 79,41** bc

68,22ns a

0,13 ns a 17,73** a

3,95** bc

0,029ns a

0,579**

bcd T.Barreto 17,53**

b 81,58** a

70,76ns a

0,34 ns a 11,60** b

3,88** c

0,145ns a

0,573**

d Obs.: Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05); ns não significativo (p >= 0,05);U = Umidade; ºBrix = Grau Brix; A.R. = Açúcares Redutores; A. = Acidez; S.I. = Sólidos Insolúveis em Água; A.a. = Atividade de Água. A. Branca = Areia Branca; B.C. = Barra dos Coqueiros; Neóp. P. = Neópolis região do platô irrigado; N. S. Glória = Nossa Senhora de Glória; P. Red. = Poço redondo; P. Verde = poço Verde; P. Folha = Porto da Folha; T. Barreto = Tobias Barreto.

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105

Tabela 6.5. Resultados do quarto trimestre das análises físico-química de méis de Sergipe. São Cristóvão, 2008.

Quarto Trimestre de 2007 Mun. U (%) ºBrix A.R.

(%) Cinzas

(%) A.

(meq/kg) pH S. I. A.a

Legis. BR

≤20 - ≥65 ≤0,6 ≤50 - ≤0,1 -

A.Branca 17,33**f 79,91**a 65,34

ns a 0,38**

b 10,93**

bc 3,86**b 0,0599**

abc 0,586**

c B.C. 19,00**bc 78,50**c 66,81

ns a 0,75**

a 9,20**

cd 3,86**b 0,0465**

bc 0,579**

d Carira 17,86**ef 79,75**a 65,02

ns a 0,80**

a 17,46**

a 4,27**a 0,0299**

c 0,568**

e Frei Paulo

19,80**a 78,00**d 64,52

ns a 0,32**

b 8,66**

cd 3,81**b 0,0850**

ab 0,606**

a Neóp. P. 18,60**cd 79,00**b 61,88

ns a 0,23**

b 14,13**

ab 3,77**b 0,0796**

ab 0,593**

b P. Verde 18,20**de 80,00**a 72,59

ns a 0,42**

b 6,93**

d 3,89**b 0,0633**

abc 0,575**

d S. S. Franc.

18,60** cd

80,00**a 71,09

ns a 0,34**

b 8,40**

cd 3,72**b 0,0767**

ab 0,563**

f T. Barreto

19,40** ab

78,25**cd 73,64

ns a 0,27**

b 11,06**

abc 3,81**b 0,0932**

a 0,601**

a Obs.: Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); * significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p < 0,05); ns não significativo (p >= 0,05); U = Umidade; ºBrix = Grau Brix; A.R. = Açúcares Redutores; A. = Acidez; S.I. = Sólidos Insolúveis em Água; A.a. = Atividade de Água. A. Branca = Areia Branca; B.C. = Barra dos Coqueiros; Neóp. P. = Neópolis região do platô irrigado; P. Verde = poço Verde; T. Barreto = Tobias Barreto; S.S. Franc. = Santana de São Francisco. 6.4. CONCLUSÕES

As análises evidenciam a necessidade de aumentar os cuidados com a qualidade

do mel em relação aos parâmetros umidade, cinzas, açúcares redutores e sólidos

insolúveis;

A análise de atividade de água pode ser utilizada como parâmetro no controle de

qualidade do mel visto que amostras com atividade de água abaixo de 0,60 apresentam

umidade abaixo de 20%;

A qualidade das amostras analisadas pode ser considerada muito boa, apesar de

alguns resultados discordantes com as normas nacionais de controle da qualidade do

mel.

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106

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ANDRADE, E.C.B. Análise de Alimentos: Uma visão Química da Nutrição. São

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ARAÚJO, D.R.; SILVA, R.H.D.; SOUSA, J.S. Avaliação da Qualidade Físico-Química

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111

7. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A apicultura favorece a geração de emprego e renda onde se desenvolve, fixando

o homem do campo em sua terra. Essa atividade no Estado de Sergipe está em

crescimento, sendo relativamente nova e, portanto ainda adequando-se as normas do

mercado consumidor de mel. Conhecer os hábitos dos apicultores propicia uma busca

por alternativas para a melhoria da qualidade, da apicultura no estado, já que favorece o

conhecimento das necessidades dos apicultores, e de seus possíveis problemas, gerando

informações que podem auxiliar na busca por soluções para a melhoria da qualidade da

apicultura no Estado.

Existe ainda a necessidade de conhecer o mercado consumidor, visto que umas

das mais insistentes reclamações dos apicultores são com relação ao escoamento do

produto. Os consumidores sergipanos só consomem mel em caso de doença, sendo

necessário um trabalho de esclarecimento sobre as propriedades nutricionais dos

produtos apícolas e os benefícios que a sua ingestão diária pode trazer para o

consumidor.

Como resultado deste trabalho, comprovou-se que o mel e o pólen produzidos no

Estado de Sergipe apresentam boa qualidade físico-química, apesar de alguns

parâmetros indicarem a necessidade de maior atenção por parte dos apicultores como o

manejo na hora da colheita do mel e no processamento e armazenamento do pólen. A

melhoria do setor apícola em Sergipe pode contribuir para a sustentabilidade dos

agroecossistemas naturais, bem como auxiliar na preservação dos biomas sergipanos,

pois para produzir as abelhas necessitam das plantas e consequentemente “obrigam” os

apicultores preservarem esses biomas para poderem garantir a sua produção.

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ANEXOS

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113

ANEXO 1.

Perfil do Apicultor Sergipano

1. Idade______ 2. Sexo M ( ) F ( ) 3.Cidade_____________________________Povoado___________________________

4. Escolaridade: ( ) não alfabetizado; ( ) alfabetizado; ( ) 1ª a 4ª série; ( ) 5ª a 8ª série; ( )2º grau incompleto; ( )2º grau completo; ( ) nível superior incompleto; ( ) nível superior.

5. Tempo na atividade apícola _____ anos.

6. Número de Colméias______ povoadas ____

7. Possui capacitação? ( )sim; ( )não. Se sim quais?

Horas do treinamento: ( )20 horas; ( )25-60 horas; ( )acima de 60 horas;

8. Emprega mão de obra? ( )membro familiar não remunerados; ( )membro familiar remunerados; ( )contratada/assalariada permanente; ( )assalariada/contratada eventuais; ( )troca serviços com outros apicultores;( )trabalho sozinho; ( )outros.

9. valor da diária trabalhada em média R$

10. A mão de obra utilizada possui treinamento (que não outros apicultores) ( ) sim; ( ) não.

11. Possui outra atividade ( ) sim; ( ) não; se sim, qual?

12. A apicultura contribui com quanto na sua renda familiar: ( )2 salários mínimos; ( )4 salários; ( ) acima de 04 salários mínimos; ( ) Outros.

13. Produto apícola comercializado: ( ) mel; ( ) própolis; ( ) pólen; ( ) geléia real; ( ) venda de enxames; ( ) venda de rainhas; ( ) outros.

14. Localização do apiário: ( )próprio; ( )alugado; ( )arrendado; ( )cedido/emprestado; ( ) outros.

15. Para a questão abaixo coloque X para as situações encontradas em seu apiário: O local possui as condições necessárias? ( )isolamento de residências; ( )cerca no entorno; ( )placas de aviso; ( )distância de criações de animais; ( )fonte de água próxima – ( ) natural – rio, riacho, etc.; ( ) fonte de água artificial-manilha de cimento, etc; ( )fácil acesso de veículos; ( ) abundante pasto apícola; ( ) pasto apícola suficiente; ( ) pasto apícola à mais de 1 km; ( ) vegetação de Mata Atlântica; ( ) vegetação de cultura agrícola; ( ) vegetação típica de Caatinga; ( ) vegetação de Manguezal; ( ) vegetação rasteira.

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114

16. Em sua opinião, qual o principal problema para o crescimento da apicultura em Sergipe?

Realiza migração dos enxames ( ) sim ( ) não.

Para onde?

Em que período?

18. No ano de 2006 a sua produção cresceu ( ) ou diminuiu ( )?

A que o senhor (a) atribui isso?

19. Foi introduzida para melhoria da produção dos produtos apícolas alguma espécie de planta? ( ) sim ( ) não.

Se sim, por favor, informe o (s) nome (s).

20. A sua roupa apícola é: ( ) comprada; ( )fabricação própria;

Tipo de roupa utilizada: ( ) jaleco e calça; ( ) somente jaleco; ( )macacão; ( ) outros.

21. As suas colméias são: ( )comprada; ( )fabricação própria;

( )pintadas (cor_______________); ( ) sem pintura.

22. O senhor (a) utiliza as melgueiras com: ( )10 quadros; ( ) 9 quadros; ( ) 08 quadros (quadros largos); ( ) outros.

23. Utiliza fumigador com que material para queima? ( )folhas e galhos; ( )sabugo de milho; ( ) palha de arroz; ( )serragem. ( )outros.

24. Seu apiário possui que tamanho?

E quantas colméias?

25. Qual a arrumação das colméias do seu apiário? ( )circular; ( )paralelas; ( )forma de Z: ( ) forma de U; ( )outro tipo de arrumação que não os citados;

Qual a distância entre as colméias?

26. Qual a freqüência de revisão que o senhor (a) realiza? ( ) semanal; ( ) quinzenal; ( ) mensal; ( ) apenas na época de produção.

27. Que critérios o senhor (a) analisa quando realiza a sua revisão?

( )existência de rainha;( ) postura da rainha; ( )presença de inimigos naturais no enxame; ( )nível de alimento; ( )qualidade do enxame; ( )outros.

O senhor já realizou alguma seleção (escolha) de enxame de acordo com a produção escolhida? ( ) sim; ( ) não. E troca de rainhas? ( )sim; ( )não

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115

29. Onde são processados os materiais coletados? ( ) unidade de processamento de pólen/casa de mel; ( ) associação sem unidade de processamento; ( ) residência do apicultor; ( )outros.

30. Como o senhor (a) comercializa o seu produto? ( ) através da associação; ( ) diretamente com o consumidor (sem registro); ( ) diretamente com o consumidor (com registro); ( ) outros.

31. Como a associação dos apicultores, Cooperativa e Federação apícola ajudam o senhor (a)?

Obrigada, por sua colaboração.

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116

ANEXO 2.

Questionário sobre consumo de mel

Cidade pesquisada: ________________________Local_____________________

1. Sexo: M( ) F ( )

2. Faixa etária: ( )18-25; ( )26-30; ( ) 31-36; ( )36-40; ( )41-45; ( )46-50; ( )

51-55; ( )56-65; ( )66-75; ( )76 – 85; ( ) >86

3. Nível de escolaridade: ( ) não alfabetizado; ( )alfabetizado; ( ) 1ª a 4ª série; ( ) 5ª

a 8ª série; ( ) Fundamental incompleto (2º grau); ( ) Fundamental completo (2º

grau); ( ) Nível superior incompleto; ( )Nível superior completo; (

)Especialização; ( )Mestrado;( )Doutorado; ( )PhD.

4. O senhor (a) consome mel em que situação?

( ) doenças; ( )diário; ( ) como adoçante; ( ) no preparo de receitas.

5. Onde o senhor (a) adquire o mel consumido? ( ) Supermercados / Mercearias; ( )

Produtor; ( )Feira livre; ( )vendedor ambulante; ( ) outros _____________________

6. O senhor (a) escolhe a marca de acordo com? ( ) embalagem; ( ) preço; ( )

rótulo; ( )outros______________________________________________________

7. O senhor (a) confia mais nos produtos de qual local? ( )supermercados / mercearia; (

) produtor; ( )vendedor ambulante; Justifique?_________________________________

8. Sua preferência é pelo mel: ( )Local; ( ) de outros estados; ( ) não compro mel em

estabelecimentos comerciais.

9. O senhor (a) consome outro produto além do mel? ( )Não; ( ) derivados com

própolis; ( ) pólen; ( ) geléia real.

10. O senhor (a) possui conhecimento das propriedades nutricionais dos produtos

apícolas e os consome por: ( ) iniciativa própria / curiosidade; ( ) recomendação

médica/nutricionista; ( ) propaganda em revista/ tv; ( ) não tenho conhecimento

sobre o assunto/ não consumo os produtos.

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117

ANEXO 3.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

GABINETE DO MINISTRO

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 11, DE 20 DE OUTUBRO DE 2000.

O MINISTRO ESTADO, INTERINO, DA AGRICULTURA E DO

ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único,

inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto no Processo Nº

21000.002119/2000-03 e na Resolução MERCOSUL GMC 89/99, que aprovou o

Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel, e

Considerando a necessidade de padronizar o processamento de produtos de

origem animal, visando assegurar condições igualitárias e total transparência na

elaboração e comercialização destes produtos, resolve:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel,

conforme o Anexo a esta Instrução Normativa.

Art. 2º Revogar a Portaria Nº 367, de 4 de setembro, que aprovou o

Regulamento Técnico para fixação de Identidade e Qualidade do Mel.

Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação,

MÁRCIO FORTES DE ALMEIDA

ANEXO

REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL

1. Alcance

1.1. Objetivo: Estabelecer a identidade e os requisitos mínimos de qualidade que deve

cumprir o mel destinado ao consumo humano direto.

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118

Este Regulamento não se aplica para mel industrial e mel utilizado como ingrediente em

outros alimentos.

1.2. Âmbito de Aplicação: O presente Regulamento Técnico se aplicará em todo

território dos Estados Partes, no comércio entre eles e nas importações extra-zona.

2. Descrição

2.1. Definição: Entende-se por mel, o produto alimentício produzido pelas abelhas

melíferas, a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das

plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas de

plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas

próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colméia.

2.2. Classificação:

2.2.1. Por sua origem:

2.2.1.1. Mel floral: é o mel obtido dos néctares das flores.

a) Mel unifloral ou monofloral: quando o produto proceda principalmente da origem de

flores de uma mesma família, gênero ou espécie e possua características sensoriais,

físico-químicas e microscópicas próprias.

b) Mel multifloral ou polifloral: é o mel obtido a partir de diferentes origens florais.

2.2.1.2. Melato ou Mel de Melato: é o mel obtido principalmente a partir de secreções

das partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que se

encontram sobre elas.

2.2.2. Segundo o procedimento de obtenção de mel do favo:

2.2.2.1. Mel escorrido: é o mel obtido por escorrimento dos favos desoperculados, sem

larvas.

2.2.2.2. Mel prensado: é o mel obtido por prensagem dos favos, sem larvas.

2.2.2.3. Mel centrifugado: é o mel obtido por centrifugação dos favos desoperculados,

sem larvas.

2.2.3. Segundo sua apresentação e/ou processamento:

2.2.3.1. Mel: é o mel em estado líquido, cristalizado ou parcialmente cristalizado.

2.2.3.2. Mel em favos ou mel em secções: é o mel armazenado pelas abelhas em células

operculadas de favos novos, construídos por elas mesmas, que não contenha larvas e

comercializado em favos inteiros ou em secções de tais favos.

Page 135: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

119

2.2.3.3. Mel com pedaços de favo: é o mel que contém um ou mais pedaços de favo

com mel, isentos de larvas.

2.2.3.4. Mel cristalizado ou granulado: é o mel que sofreu um processo natural de

solidificação, como conseqüência da cristalização dos açúcares.

2.2.3.5. Mel cremoso: é o mel que tem uma estrutura cristalina fina e que pode ter sido

submetido a um processo físico, que lhe confira essa estrutura e que o torne fácil de

untar.

2.2.3.6. Mel filtrado: é o mel que foi submetido a um processo de filtração, sem alterar o

seu valor nutritivo.

2.3. Designação (denominação de venda):

2.3.1. O produto definido no item 2.2.1.1. se designará Mel, podendo se agregar sua

classificação, segundo indicado no item 2.2.2 e 2.2.3, em caracteres não maiores do que

o da palavra Mel.

2.3.2. O produto definido no item 2.2.1.2., e sua mistura com mel floral, se designará

Melato ou Mel de Melato podendo se agregar sua classificação, segundo o indicado no

item 2.2.2 e 2.2.3, em caracteres não maiores do que os da palavra Melato ou Mel de

Melato.

3. Referências

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- Regulamento Técnico do MERCOSUL sobre as condições higiênico-sanitárias e de

Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos elaboradores/industrializadores de

alimentos Resolução GMC Nº 80/96.

- Regulamento Técnico MERCOSUL para rotulagem de alimentos embalados -

Resolução GMC Nº 36/93.

4. Composição e Requisitos

4.1. Composição: O mel é uma solução concentrada de açúcares com predominância de

glicose e frutose. Contém ainda uma mistura complexa de outros hidratos de carbono,

enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, minerais, substâncias aromáticas, pigmentos e

grãos de pólen podendo conter cera de abelhas procedente do processo de extração.

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120

4.1.1. O produto definido neste regulamento não poderá ser adicionado de açúcares e/ou

outras substâncias que alterem a sua composição original.

4.2. Requisitos

4.2.1. Características Sensoriais

4.2.1.1. Cor: é variável de quase incolor a pardo-escura, segundo definido em 2.2.1.

4.2.1.2. Sabor e aroma: deve ter sabor e aroma característicos de acordo com a sua

origem, segundo definido em 2.2.1.

4.2.1.3. Consistência: variável de acordo com o estado físico em que o mel se apresenta.

4.2.2. Características físico-químicas:

4.2.2.1. Maturidade:

Açúcares redutores (calculados como açúcar invertido):

Mel floral: mínimo 65 g/100 g.

Melato ou Mel de Melato e sua mistura com mel floral: mínimo 60 g/100 g.

Umidade: máximo 20 g/100 g.

Sacarose aparente:

Mel floral: máximo 6 g/100 g.

Melato ou Mel de Melato e sua mistura com mel floral: máximo 15 g/100 g.

4.2.2.2. Pureza:

a) Sólidos insolúveis em água: máximo 0,1 g/100 g., exceto no mel prensado, que se

tolera até 0,5 g/100 g., unicamente em produtos acondicionados para sua venda direta ao

público.

b) Minerais (cinzas): máximo 0,6 g/100 g. No Melato ou mel de melato e suas misturas

com mel floral, se tolera até 1,2 g/100 g.

c) Pólen: o mel deve necessariamente apresentar grãos de pólen.

4.2.2.3. Deterioração

Fermentação: O mel não deve ter indícios de fermentação.

a) Acidez: máxima de 50 mil equivalentes por quilograma.

b) Atividade diastásica: como mínimo, 8 na escala de Göthe. Os méis com baixo

conteúdo enzimático devem ter como mínimo uma atividade diastásica correspondente a

3 na escala de Göthe, sempre que o conteúdo de hidroximetilfurfural não exceda a

15mg/kg.

c) Hidroximetilfurfural: máximo de 60 mg/kg.

4.2.3. Acondicionamento:

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121

O mel pode apresentar-se a granel ou fracionado. Deve ser acondicionado em

embalagem apta para alimento, adequada para as condições previstas de armazenamento

e que confira uma proteção adequada contra contaminação. O mel em favos e o mel

com pedaços de favos só devem ser acondicionados em embalagens destinadas para sua

venda direta ao público.

5. Aditivos

É expressamente proibida a utilização de qualquer tipo de aditivos.

6. Contaminantes

Os contaminantes orgânicos e inorgânicos não devem estar presentes em quantidades

superiores aos limites estabelecidos pelo Regulamento Técnico MERCOSUL

correspondente.

7. Higiene

7.1. Considerações Gerais:

As práticas de higiene para elaboração do produto devem estar de acordo com o

Regulamento Técnico MERCOSUL sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas

Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de

Alimentos.

7.2. Critérios Macroscópicos e Microscópicos

O mel não deve conter substâncias estranhas, de qualquer natureza, tais como insetos,

larvas, grãos de areia e outros.

8. Pesos e Medidas

Aplica-se o Regulamento Técnico MERCOSUL específico.

9. Rotulagem

Aplica-se o Regulamento Técnico MERCOSUL para a Rotulagem de Alimentos

Envasados Res. GMC Nº 36/93.

9.1. O produto se denominará Mel, Melato ou mel de Melato, de acordo com o item 2.3.

9.2. O Mel floral conforme item 2.2.1.1. item a) poderá se designar Mel Flores de ......,

preenchendo-se o espaço existente com a denominação da florada predominante.

9.3. O Melato ou Mel de Melato conforme item 2.2.1.2. poderá se designar Melato de

......... ou Mel de Melato de ........, preenchendo-se o espaço existente com o nome da

planta de origem.

10. Métodos de Análises

Os parâmetros correspondentes às características físico-químicas do produto são

determinados conforme indicado a seguir:

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122

DETERMINAÇÃO REFERÊNCIA Açúcares redutores CAC/VOL. III, Supl. 2, 1990, 7.1 Umidade (método refratométrico) A.O.A.C. 16th Edition, Rev. 4th, 1998 -

969.38 B Sacarose aparente CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.2 Sólidos insolúveis em água CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.4 Minerais (cinzas) CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.5 Acidez A.O.A.C. 16th Edition, Rev. 4th, 1998 -

962.19 Atividade diastásica CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.7 Hidroximetilfurfural (HMF) A.O.A.C. 16th Edition, Rev. 4th,

1998 - 980.23 11. Amostragem

Seguem-se os procedimentos recomendados pela: Comissão do Codex Alimentarius,

FAO/OMS, Manual de Procedimento, Décima Edição.

Deverá diferenciar-se entre produto a granel e produto fracionado (embalagem

destinada ao consumidor).

11.1. Colheita de amostras de mel a granel:

11.1.1. Materiais necessários:

a) Trado: são varetas de forma triangular.

b) Frascos para amostras: frascos de 35 a 40 ml de capacidade, fixado por meio de uma

braçadeira e uma vareta de comprimento suficiente para chegar ao fundo do recipiente

onde está contido o mel.

O frasco tem uma tampa móvel unida a um cordão. É introduzido fechado a várias

profundidades dentro da embalagem, onde se tira a tampa para enchê-lo.

c) Pipetas para amostras: tubos de 5 cm de diâmetro por um metro de comprimento.

Afinadas em suas extremidades a uns 15mm de diâmetro.

11.1.2. Obtenção de amostras:

a) Mel cristalizado: realiza-se a extração da amostra com a ajuda do trado.

b) Mel líquido que pode ser homogeneizado: homogeneiza-se e logo toma-se a amostra

com a pipeta até extrair 500 ml.

c) Mel líquido que não pode ser homogeneizado: com o frasco para amostra se extrai 10

(dez) amostras de 50 ml cada uma, de diferentes níveis e de distintas posições.

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123

ANEXO 4

INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 3, DE 19 DE JANEIRO DE 2001

O secretário de defesa agropecuária, substituto, do ministério da agricultura e do

abastecimento, no uso da atribuição que lhe confere o art. 83, inciso IV do Regimento

Interno da Secretaria, aprovado pela Portaria Ministerial nº 574, de 8 de dezembro de

1998, considerando que é necessário instituir medidas que normatizem a

industrialização de produtos de origem animal, garantindo condições de igualdade entre

os produtores e assegurando a transparência na produção, processamento e

comercialização, e o que consta do Processo nº 21000.002814/2000-67, resolve:

Art. 1º Aprovar os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Apitoxina,

Cera de Abelha, Geléia Real, Geléia Real Liofilizada, Pólen Apícola, Própolis e Extrato

de Própolis, conforme consta dos Anexos desta Instrução Normativa.

Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

RUI EDUARDO SALDANHA VARGAS

ANEXO V

REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE

DE PÓLEN APÍCOLA

1. Alcance

1.1. Objetivo: Estabelecer a identidade e os requisitos mínimos de qualidade que deve

atender o Pólen Apícola.

1.2. Âmbito de Aplicação: O presente Regulamento se refere ao Pólen Apícola

destinado ao comércio nacional ou internacional.

2. Descrição

2.1. Definição: Entende-se por Pólen Apícola o resultado da aglutinação do pólen das

flores, efetuada pelas abelhas operárias, mediante néctar e suas substâncias salivares, o

qual é recolhido no ingresso da colméia.

2.2. Classificação:

2.2.1. Segundo o teor de umidade o Pólen Apícola se classifica em:

2.2.1.1. Pólen Apícola: É o produto coletado em sua forma original;

2.2.1.2. Pólen Apícola Desidratado: É o produto submetido ao processo de desidratação

em temperatura não superior a 42ºC, e com teor de umidade não superior a 4%.

2.3. Designação (Denominação de Venda): Pólen Apícola, Pólen Apícola Desidratado.

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124

3. Referências:

- ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Normas ABNT. Plano de

Amostragem e Procedimentos na Inspeção por atributos- 03.011 - NBR 5426 -

JAN/1985.

- AOAC. Official Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists.

Arlington, 1992.

- AOAC. Official Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists, 16 th

Edition, cap. 4.1.03, 1995.

- BRASIL. Código de Defesa do Consumidor. Lei n0 8.078 de 11 de Setembro de 1990.

- BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria nº 368, de 04/09/97

– Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de

Elaboração para Estabelecimentos Elaboradores / Industrializadores de Alimentos,

1997.

- BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Resolução GMC 36/93 -

Mercosul, Portaria nº. 371, de 04/09/97 – Regulamento técnico para Rotulagem de

Alimentos.

- BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria 001, de 07 de

outubro de 1981. Métodos Analíticos Oficiais para Controle de Produtos de Origem

Animal e seus Ingredientes: Métodos Físico-Químicos, Cap. 2, p. 3, met. 3, 1981.

- BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Programa Nacional de

Controle de Resíduos Biológicos. Instrução Normativa n. 3 de 22 de Janeiro de 1999.

- BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria 248, de 30 de

dezembro de 1998, publicada no DOU de 05 de janeiro de 1999. Estabelece o Método

Oficial para Detecção de Paenibacillus larvae em Mel e Produtos Apícolas.

- BRASIL. Ministério da Saúde. Padrões Microbiológicos. Portaria nº 451 de 19/09/97

– Publicada no DOU de 02/07/98.

- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 540, de 27 de outubro de 1997 – Publicada

no DOU de 28 de outubro de 1997. Regulamento Técnico: Aditivos Alimentares –

definições, classificação e emprego.

- BRASIL. RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de

Origem Animal. Decreto n0 30.691, de 29 de março de 1952.

- FAO/OMS. Organización de las Naciones unidas para la Agricultura y la

Alimentacíon. Codex Alimentarius, CAC/vol. A, 1985.

Page 141: Aspectos dos Agroecossistemas de Produção Apícola Sergipanalivros01.livrosgratis.com.br/cp047066.pdf · Tabela 5.3. Resultados obtidos nas análises físico-químicas com as amostras

125

- ICMSF - Microorganismus in foods. 2. Sampling for microbiological analysis:

Principles and specific applications. University of Toronto. Press, 1974.

- ICMSF. Compendium of Methods for Microbiological Examination of Foods, 1992.

- Instituto Adolfo Lutz. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. 3ª Edição, vol. I,

pg. 44.

4. Composição e Requisitos:

4.1. Composição: O Pólen Apícola compõem-se basicamente de proteínas, lipídios,

açúcares, fibras, sais minerais, aminoácidos e vitaminas.

4.2. Requisitos:

4.2.1. Características Sensoriais:

4.2.1.1. Aroma: característico, de acordo com a origem floral;

4.2.1.2. Cor: característica, de acordo com a origem floral;

4.2.1.3. Aspecto: grãos heterogêneos, de forma e tamanhos variados, tendendo a

esféricos;

4.2.1.4. Sabor: característico.

4.2.2. Requisitos físico-químicos:

4.2.2.1. Umidade:

Pólen Apícola: máximo 30%;

Pólen Apícola Desidratado: máximo 4%.

4.2.2.2. Cinzas: máximo de 4%; m/m, na base seca;

4.2.2.3. Lipídios: mínimo de 1,8%; m/m, na base seca;

4.2.2.4. Proteínas: mínimo 8%; m/m, na base seca;

4.2.2.5. Açúcares Totais: 14,5% a 55,0 %; m/m, na base seca;

4.2.2.6. Fibra Bruta: mínimo 2%; m/m, na base seca;

4.2.2.7. Acidez livre: máximo 300 mEq/kg;

4.2.2.8. pH: 4 a 6.

4.2.3. Acondicionamento: Deverão ser embalados com materiais bromatologicamente

aptos e que confiram ao produto uma proteção adequada.

5. Aditivos

Não se autoriza.

6. Contaminantes

Os contaminantes orgânicos e inorgânicos não devem estar presentes em quantidades

superiores aos limites estabelecidos no Regulamento específico.

6.1. Outros contaminantes:

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126

Pesquisa de esporos de Paenibacillus larvae em 25g de pólen (utilizando a metodologia

descrita na Portaria 248, de 30/12/1998). Resultado Aceitável: Ausência de esporos em

25g.

7. Higiene

7.1 Considerações Gerais:

As práticas de higiene para elaboração do produto devem estar de acordo com o

Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de

fabricação para Estabelecimentos Elaboradores / Industrializadores de Alimentos.

7.2. Critérios Macroscópicos e Microscópicos:

O produto não deve conter substâncias estranhas, com exceção dos fragmentos,

acidentalmente presentes, de: abelhas, madeira, vegetais e outros, inerentes ao processo

de obtenção do pólen pelas abelhas.

Nota: Os critérios de tolerância, macro e microscópicos, serão estabelecidos em

regulamento específico.

7.3. Critérios Microbiológicos:

Aplica-se o Regulamento Específico.

8. Pesos e Medidas

Aplica-se o Regulamento Específico.

9. Rotulagem

Aplica-se o Regulamento específico.

10. Métodos de Análise

Métodos Analíticos Oficiais para Controle de Produtos de Origem Animal e seus

Ingredientes. Portaria nº 001/81 – 07/10/1981. Ministério da Agricultura e do

Abastecimento.

AOAC. Oficial Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists.

Arlington, AOAC, 1992.

Metodologias validadas pelo Ministério da Agricultura.

Métodos de Análise Microbiológica para Alimentos. Pesquisa de Paenibacillus larvae

em mel e produtos apícolas. Portaria 248 – 30/12/1998. Ministério da Agricultura e do

Abastecimento.

11. Amostragem

Seguem-se os procedimentos recomendados na norma vigente.

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