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0 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA THAÍS DE SOUZA FARIA ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL FERNANDÓPOLIS 2012

Aspectos gerais da obesidade infantil

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Page 1: Aspectos gerais da obesidade infantil

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA THAÍS DE SOUZA FARIA

ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL

FERNANDÓPOLIS 2012

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LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA

THAÍS DE SOUZA FARIA

ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS

2012

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Orientadora: Profª. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola

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LUCIANE EVA CRUZ DE OLIVEIRA THAÍS DE SOUZA FARIA

ASPECTOS GERAIS DA OBESIDADE INFANTIL

Banca Examinadora Assinatura Conceito

Profª. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola

Prof. Nayara Gomes Felix da Silva

Profª. MSc. Vânia Luiza Ferreira Lucatti Sato

Prof. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola Presidente da Banca Examinadora

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Aprovado em: ___de novembro de 20___

Page 4: Aspectos gerais da obesidade infantil

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Dedicamos esse trabalho primeiramente a

Deus, pois sem ele nada seria possível, e

nossos sonhos não seriam concretizados.

Aos nossos pais que sempre nos deram

apoio e acreditaram na realização desse

trabalho.

Aos nossos familiares, amigos, professores,

coordenador, e a todos aqueles que nos

incentivaram na busca de novas realizações

e descobertas e nos ajudaram a concluir

esse trabalho.

Page 5: Aspectos gerais da obesidade infantil

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela força e luz que destes nessa

caminhada.

Aos nossos pais: Agradeço por tudo e pela força, pois sem vocês não

seríamos nada e nem estaríamos conseguindo realizar esse sonho, amamos

vocês.

Aos nossos amigos: Agradeço aos nossos amigos, aqueles que

marcaram e os que irão permanecer sempre em nossas vidas. Obrigada por

tudo, por estar com nós nos dias tristes e dias felizes, nas horas difíceis a nas

boas.

O tempo se foi e hoje cada um segue o seu destino e direção para um

futuro que tanto almejamos e que por ele todos nós lutamos. O que fica

guardado são os melhores momentos e a saudade de cada um que

conhecemos.

Aos nossos professores: Agradeço a todos os professores que com

carinho e atenção sempre se esforçaram para nos ajudar a melhorar sempre

mais os nossos conhecimentos.

Agradeço a nossa professora Daiane Mastrocola que pela sua bondade

está nos ajudando e orientando nessa monografia, com paciência, atenção e

se dedicando todo tempo que precisamos para nos ajudar. Obrigada

professora por tudo que está fazendo por nós.

Ao nosso coordenador: Agradeço ao nosso coordenador Reges que

durante todo esse período mesmo como antes professor, muito atencioso e

educado, sempre nos ajudando em tudo que precisamos. Obrigada Reges

Evandro Teruel Barreto.

Page 6: Aspectos gerais da obesidade infantil

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Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda Que Os Teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima De ti mesmo. Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera Com paciência. Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá. De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança Em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação Da fé e prosseguir vivendo. Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada além da noite. Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte. Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia. CONFIE SEMPRE.

Page 7: Aspectos gerais da obesidade infantil

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RESUMO

A obesidade vem sendo considerada uma epidemia mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde. Atinge todas as classes sociais e idade, considerada uma desordem multifatorial e crônica, assim ela é associada a varias alterações metabólica e a problemas cardiovasculares. A obesidade infantil afeta cada vez mais crianças, devido aos seus hábitos alimentares, suas condições de vida e sedentarismo. Hoje em dia é comum ver as crianças trocarem as atividades físicas por jogos em videogame e computadores e isso favorece a obesidade. Com a obesidade vêm os problemas de saúde que são prejudiciais a vida de uma criança, como alterações metabólicas podem ser citadas: o aumento do nível de colesterol e triglicérides, o surgimento da Diabetes Mellitus tipo II, a hipertensão arterial que favorece a riscos cardiovasculares, a hiperinsulinemia, a apnéia do sono, distúrbios respiratórios, complicações hepáticas, alterações dermatológicas e os distúrbios psicossociais. O diagnóstico da obesidade ainda não foi bem definido, mais ainda existem os métodos de medir a massa corporal de uma pessoa para verificar se a pessoa esta acima do peso. O tratamento da obesidade é de longo prazo, com isso a criança precisa de uma equipe multiprofissional, que é composta por pediatra, nutricionista, educador físico, psicológico e principalmente pelo apoio familiar. O tratamento da obesidade com medicamentos não é recomendado, pois pode atrapalhar o desenvolvimento da criança, afirma Fisberg (1995), já Escrivão et al., (2000) diz que tratamentos com medicamentos em crianças obesas causa efeitos colaterais e o risco de dependência química ou psicológica.

Palavra-chave: Obesidade infantil. Causas da obesidade. Alterações

metabólicas.

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ABSTRACT

Obesity has been considered a global epidemic, according to the World Health Organization Obesity affects all social classes and age,considered a multifactorial disorder and chronic, and it is associated with various metabolic and cardiovascular changes. Childhood obesity is increasingly affecting children due to their eating habits, their living conditions and physical inactivity. Nowadays it is common to see children by exchanging the physical activities and games on computers and video game that promotes obesity. With obesity come health problems that are detrimental to a child's life, such as metabolic changes may be cited: the increased level of cholesterol and triglycerides, the onset of diabetes mellitus type II, hypertension favoring the cardiovascular risk thehyperinsulinemia, sleep apnea, respiratory problems, liver complications, skin changes and psychosocial disorders. The obesity is not well defined, there are further methods of measuring body weight of a person to verify that the person is overweight. Obesity treatment is long term, with the child that needs a multidisciplinary team, which is comprised of a pediatrician, nutritionist, physical educator, primarily by psychological and family support. Obesity treatment with medication is not recommended as it may interfere with your child's development, says Fisberg (1995), as Clerk et al, (2000) says that drug treatments in obese children cause side effects and risk of addiction or psychological . Prevention of obesity is related to obesity is related coma obesity in adulthood, must intervene when obesity begins to notice the weight gain of the child, for when greater the child's age and his excess weight becomes more difficult to reversal of the situation.

Keyword: Childhood obesity, causes of obesity, metabolic.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Crianças obesas 16

Figura 2. Consequências da obesidade infantil 22

Figura 3. Alterações dermatológicas causadas por obesidade 30

Figura 4. Hirsutismo 30

Figura 5. Acantose nigricante 31

Figura 6. Tabela do peso ideal da criança 34

Figura 7. Tabelas de referencia de valores do ICM 34

Figura 8. Como medir a circunferência abdominal 35

Figura 9. Pirâmide alimentar 38

Figura 10. Sedentarismo na infância 40

Figura 11. Alvos em potencia para a prevenção da obesidade na infância e

adolescência 43

Figura 12. Gráfico da obesidade infantil 44

Figura 13. Gráfico em porcentagem de 1975 a 2002 45

Figura 14. Aprovação de cadeiras para obesos 45

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Valores normais 24

Tabela 2. Alimentos que ajudam a combater o colesterol 25

Page 11: Aspectos gerais da obesidade infantil

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LISTA DE ABREVIATURAS

OMS - Organização mundial de saúde

IMC - Índice de massa corporal

DAC - Doença arterial coronariana

DCNT - Doenças crônicas não transmissíveis

DCV - Doenças cardiovasculares

MLG - Massa livre de gordura

LDL - Lipoproteínas de baixa densidade

HDL - Lipoproteínas de alta densidade

VLDL - Lipoproteínas de muita baixa densidade

ENDEF- Estudos nacionais de despesa familiar.

Page 12: Aspectos gerais da obesidade infantil

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................... 12 1 OBESIDADE ....................................................................................... 15

1.1 Obesidade Infantil......................................................................... 16 1.2 Etiologia da Obesidade Infantil ..................................................... 18 1.3 Epidemiologia ............................................................................... 18 1.4 Fatores que Influenciam na Obesidade ........................................ 19 2.1Triglicérides ................................................................................... 23 2.2 Colesterol ..................................................................................... 23 2.3 Colesterol LDL(Low-density lipoprotein) ....................................... 24 2.4 Colesterol HDL( High-density lipoprotein) .................................... 25 2.5 Colesterol VLDL (Very low-density lipoprotein) ............................ 25 2.6 Aterosclerose ............................................................................... 26 2.7 Hipertensão arterial ...................................................................... 27 2.8 Hiperinsulinemia ........................................................................... 27 2.9 Diabetes Mellitus Tipo II ............................................................... 28 2.10 Distúrbios Psicossociais ............................................................. 28 2.11Apnéia do Sono ........................................................................... 29 2.12 Alterações Dermatológicas ......................................................... 29 2.12 Distúrbios Respiratórios ............................................................. 31 2.13 Complicações Hepáticas e Gástricas ......................................... 31 2.14 Sistema imunológico .................................................................. 32 2.15 Esteatose hepática ..................................................................... 32

3 DIAGNÓSTICO................................................................................... 33 3.1 IMC ............................................................................................... 33 3.2 Circunferência Abdominal: ........................................................... 35

4 MÉTODOS LABORATORIAIS ............................................................ 36 5 TRATAMENTO ................................................................................... 37

5.1 Plano Alimentar (Dieta) ................................................................ 37 5.2 Atividade Física ............................................................................ 39 5.3 Tratamento Farmacológico ........................................................... 40

6 APOIO MULTIPROFISSIONAL .......................................................... 42 7 PREVENÇÃO ..................................................................................... 43 8 ATUALIDADES E ESTATISTICAS ..................................................... 44 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 46 REFERENCIAS BILIOGRAFICAS ......................................................... 47

Page 13: Aspectos gerais da obesidade infantil

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INTRODUÇÃO

A obesidade vem sendo detectada nos últimos anos como uma

verdadeira epidemia mundial, segundo a Organização mundial de saúde

(OMS), isto está atingindo cada vez mais a família e comunidade de famílias e

adolescentes. A elevada taxa de sobrepeso e obesidade está sendo um motivo

de preocupação para estudiosos da saúde pública, e por esse motivo

pesquisas são realizadas a respeito de prevenção, causas e tratamentos.

Uma pesquisa feita pela OMS, no início dos anos noventa, estimou-se

que 18 milhões de crianças, menores de cinco anos, foram classificadas

obesas. A grande preocupação é o impacto econômico global, que esses

futuros adultos podem causar (SOARES E PETROSKI, 2003).

A obesidade é uma desordem multifatorial e crônica, e está presente

em todas as faixas etárias, em países desenvolvidos e em países em

desenvolvimento, ela é associada a várias alterações metabólicas e ao

aumento do risco cardiovascular, diminuindo assim a expectativa de vida.

Quando se fala em obesidade, pode-se dizer que ela é caracterizada pelo

acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo, oriundo da causa

multifatorial, como suscetibilidade genética, sexo, idade, ocupação, raça, dieta,

fatores ambientais, ou seja, a obesidade é uma enfermidade crônica que vem

acompanhada de múltiplas complicações, caracterizada pelo acúmulo

excessivo de gordura, segundo o Conselho Latino Americano em Obesidade

(SOARES E PETROSKI, 2003).

Pode haver três períodos críticos da vida, onde ocorre o aumento do número

de células adiposas, que são: o último trimestre da gravidez, pois os hábitos

nutricionais da mãe durante a gravidez pode modificar a composição corporal

do feto em desenvolvimento; o primeiro ano de vida e o surto de crescimento

da adolescência, sendo conhecida como (hiperplásica), ela se manifesta na

infância, causada pelo aumento do número de células adiposas no organismo,

aumentando à dificuldade da perda de peso, gerando uma tendência natural a

criança obesidade, permanecer obesa futuramente. Quando a obesidade é

(hipertrófica) esta pode se manifestar ao longo de qualquer fase da vida adulta,

e isso acontece pelo aumento do volume das células adiposas (SOARES E

Page 14: Aspectos gerais da obesidade infantil

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PETROSKI, 2003).

As variações contínuas em altura e massa muscular relativa mostram

que a obesidade não pode ser avaliada somente pelas medidas de peso,

principalmente quando se trata de crianças e adolescentes, para estar

avaliando a obesidade na infância (até 10 anos) o método mais utilizado é a

relação peso/estatura, e o IMC é feito, peso em quilograma, dividido pela altura

em metros quadrado, é uma medida útil de adiposidade, pois levam em

consideração as variações na altura. Lembrando que são considerados obesos

aqueles indivíduos com a porcentagem de peso ideal acima de 120%, de

acordo com os dados de referências sobre hábitos alimentares errôneos,

genética, o estilo de vida familiar, condição socioeconômica, fatores

psicológicos e etnia, pois todos esses fatores fazem parte da obesidade

(SOARES E PETROSKI, 2003).

Fisberg (2005) afirma que o aumento da obesidade em lactentes é

resultado de um desmame precoce e incorreto, de erros alimentares no

primeiro ano de vida. As mães abandonam de forma precoce o aleitamento

materno, substituindo por alimentação com excesso de carboidratos, em

quantidades superiores que as necessárias para seu crescimento e

desenvolvimento. De acordo Rodrigues (1998), a superalimentação do bebê

pode ser importante no início da obesidade infantil, comprovando que bebês

alimentados com fórmulas artificiais, são mais pesados do que os que foram

alimentados em seio materno.

Algumas alterações metabólicas importantes, que são consideradas

fatores de risco para a doença arterial coronariana (DAC), como a

dislipidemias, hipertensão arterial, resistência à insulina e intolerância a glicose,

facilitam o aparecimento de Diabetes Mellitus tipo II, provocando alteração no

sistema circulatório e cardíaco (FISBERG, 2005).

A Hiperinsulina e resistência à insulina são bem conhecidas como

concomitantes da obesidade. Os pacientes obesos têm valores de glicemia de

jejum significativamente maiores do que em indivíduos do mesmo sexo e idade

sem excesso de peso, é menor a captação e a utilização de glicose nos

tecidos, devido a resposta dos tecidos periféricos a insulina estar diminuída

(FISBERG, 2005).

Na obesidade infantil, na adolescência e tanto futuramente uma das

Page 15: Aspectos gerais da obesidade infantil

14

complicações que podem surgir são essas e os riscos da obesidade futura. Por

esse motivo os pais devem acompanhar e orientar a criança desde sempre,

para que a criança não desenvolva obesidade. Hoje em dia as causas da

obesidade infantil são muitas, sendo algumas delas: a má alimentação,

motivação errada por parte dos pais, falta de sono da criança, sedentarismo,

desmame precoce (FISBERG, 2005).

Existe vários fatores etiológicos, que por sua vez influenciam o

comportamento alimentar, entre eles os externos (unidade familiar e suas

características, valores sociais e culturais, alimentos rápidos e manias

alimentares), e fatores externos (necessidades e características psicológicas,

imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências

alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO, 2004).

Hoje muitas soluções podem ajudar na obesidade infantil, como o

tratamento, atividade física, dieta, papel dos pais no tratamento e para Soares

e Petroski (2003) a prevenção não deve ser só por parte da criança, mais um

acompanhamento de familiares e apoio da equipe de multiprofissionais que

possam auxiliar a criança.

O presente trabalho tem como objetivo avaliar fatores que influenciam

na obesidade infantil, bem como as alterações metabólicas decorrentes do

excesso de peso nesta faixa etária, realizando uma abordagem geral da

obesidade infantil.

Page 16: Aspectos gerais da obesidade infantil

15

1 OBESIDADE

Atualmente, a obesidade é um dos problemas mais graves da saúde

publica, na vida adulta e na infância e adolescência. É considerada pela OMS

uma epidemia global, tanto em países desenvolvidos quanto nos em

desenvolvimentos, gerando cada vez mais riscos para saúde, (LEMOS;

MARTINS E CAVALCANTE, 2007).

A obesidade é multifatorial, influenciada por suscetibilidade genética,

sexo, idade, ocupação, raça, dieta e fatores ambientais, segundo Fisberg

(2005). Conceitualmente ela é classificada como um acúmulo de tecido

gorduroso, localizado por todo o corpo, que na maioria das vezes é causado

por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais

(FISBERG, 2005).

Coutinho (1998) define obesidade como uma enfermidade crônica

sendo acompanhada por múltiplas complicações, caracterizada pelo excesso

de gordura corporal.

Um fator importante dentro das causas da obesidade é que mais de

95% das pessoas que desenvolvem obesidade por causa nutricional é

denominada simples ou exógena, que é multicausal derivada do desequilíbrio

entre a ingestão e o gasto calórico, assim com orientação alimentar e

mudanças de hábitos como otimização da atividade física são suficientes, e o

restante 5%, segundo Fisberg (2005), seriam obesos denominados endógenos

ou primária que se deriva de problemas hormonais, por exemplo: alteração do

metabolismo, tireoidiano, hipotálamo-hipofisário e tumores como o

craneofaringeoma e as síndromes genéticas (FISBERG, 2005; MELLO et al.,

2004).

A obesidade é uma doença que pertence ao grupo de doenças

Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), mais mesmo assim gera aspectos

polêmicos quanto a sua denominação, sejam como doenças não infecciosas,

crônico-degenerativas ou doenças crônicas não transmissíveis, sendo esta

última a conceituação atualmente mais utilizada (PINHEIRO; FREITAS;

CORSO, 2004).

Page 17: Aspectos gerais da obesidade infantil

16

Entretanto a obesidade não é mais apenas um problema estético, que

incomoda apenas pela causa da “zoação” de colegas, mais a preocupação

devido ao excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas

de saúde. E segundo Ferriani (2005) ela vem-se tornando uma epidemia no

mundo inteiro, atingindo todas as faixas etárias e de todos os estratos sociais.

A incidência de adolescentes obesos brasileiros tem aumentado muito nos

últimos anos no Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos,

independente da classe social (FERRIANI et al., 2005).

1.1 Obesidade Infantil

Figura 1: Crianças obesas Fonte:http://emagrecercultiveessaidia.blogspot.com.br/2011/10/obesidade-infantil-um- assunto-serio.html

A obesidade infantil é considerada um problema tão antigo quanto nos

primeiros passos do ser humano no mundo, e estudos bastante complexos

Page 18: Aspectos gerais da obesidade infantil

17

estão sendo acompanhados desde a criação do homem, para lidar com uma

doença relacionada com o prazer humano, o “prazer de comer”, torna-se muito

difícil, (FISBERG, 2005).

Há muitos anos a obesidade infantil, está sendo pesquisada por

estudiosos no mundo inteiro, e é considerada a doença nutricional que mais

cresce no mundo e a de mais difícil tratamento (Fisberg, 2005). É considerada

nos países desenvolvidos segundo Rodrigues (1998) uma doença crônica e um

problema na saúde pública.

De acordo com A OMS, citada por Lauer e Clarke (1990) apud Ferriani

et al., (2005) quinze milhões de crianças e jovens no Brasil são obesos,

significando que mais de 15% da população infanto juvenil possui peso

corporal em excesso.

A obesidade é uma condição que afeta cada vez mais crianças, e está

relacionada a vários fatores, como hábitos alimentares, atividades física,

fatores biológicos, de desenvolvimento, doenças comportamentais e

psicológicas (FISBERG, 2005).

Em função do crescimento do sedentarismo, (as crianças estão mais

tempo em frente à televisão e jogos de computador, em vez de praticar

esportes físicos) e em relação a hábitos alimentares inadequados (maior apelo

comercial, incluindo o consumo dos chamados lanches rápidos “fastfoods”

doces e guloseimas), aumentando assim a morbimortalidade por doenças

cardiovasculares (DCV), devido ao crescimento da população infantil obesa

seguido com a população adulta (RODRIGUES, 1998; KOCHI e MONTE, 2006;

FISBERG, 2005; MELLO; LUFT; MEYER, 2004; TRICHES e GUGLIANE,

2005).

Quando a criança é obesa, frequentemente elas são discriminadas por

amigos, levando-as ao isolamento e a inibição. Segundo Fisberg e Bacella

adolescentes obesos apresentam quatro vezes mais comportamentos

depressivos quando comparados a adolescentes, exibindo baixa auto-estima e

comprometimento da auto-imagem, gerando problemas psicológicos, sociais e

econômicos quando na fase adulta (FISBERG, 2005).

Page 19: Aspectos gerais da obesidade infantil

18

1.2 Etiologia da Obesidade Infantil

No Brasil, muitos estudos têm apresentado um crescente aumento na

prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. E mesmo

com o aumento acentuadamente nas últimas décadas em todo o mundo em

todas as faixas etárias, a obesidade continua sendo um problema para saúde

pública, apesar da existência de relatos a partir da Era Paleolítica sobre

“homens corpulentos”, pois a prevalência de obesidade nunca se apresentou

em grau epidêmico como na atualidade (PINHEIRO; FREITAS E CORSO

2004).

Para Monteiro e Conde (1999), os perfis nutricionais da população

brasileiros estão associados ao processo de transição nutricional, e com isso

houve uma redução na desnutrição infantil e um aumento no sobrepeso e

obesidade.

No entanto existe vários fatores que influenciam o comportamento

alimentar, sendo um deles os fatores externos, (unidade familiares suas

características, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos e manias

alimentares) e os fatores internos (necessidades e características psicológicas,

imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências

alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico) (MELLO; LUFT; MEYER,

2004).

Vários estudos demonstram que principalmente os estilos de vida

sedentários associados a hábitos alimentares inadequados das pessoas são

determinante do processo de obesidade (WHO, 1998; BOUCHARD, 2003).

1.3 Epidemiologia

De acordo com a literatura, a ocorrência da obesidade em todas as

faixas etárias tem se dado de forma bastante preocupante e importante

(Accioly; Sauders; Lacerda 1998; Rodrigues, 1998), porém Mello, (1998) relata

Page 20: Aspectos gerais da obesidade infantil

19

que a obesidade ocorre mais frequentemente no primeiro ano de vida, entre

cinco e seis anos e na adolescência (MELLO, LUFT, MEYER, 1998).

Estudos mostram que nos Estados Unidos da América (EUA), há um

crescimento assustador do número de crianças obesas, chegando atingir cerca

de um quarto da população infantil (RODRIGUES, 1998).

Já no Brasil, comparando com os dados do Estudo Nacional da Defesa

Familiar (ENDEF), realizado em 1974 e 1975, com os dados da Pesquisa sobre

Padrões de Vida (PDV), realizada em 1996 e 1997, verificou-se um aumento na

prevalência de sobrepeso e obesidade de 4,1% para 13,9% em crianças e

adolescência de 2 a 17 anos na região Sudeste (RODRIGUES, 1998).

Para Leão essa situação pode ser atribuída em parte, devido ao

acesso aos alimentos industrializados, que acompanha a urbanização

juntamente com a falta de informação adequada, induzindo erros alimentares,

como o aumento do consumo de alimentos ricos em sal e gorduras (LIMA

ARRAIS, PEDROSA, 2004; LEÃO et al., 2003).

Comparando com o percentual de crianças brasileiras obesas serem

irrisório em relação às americanas, para Rodrigues (1998), o Brasil pode ser

considerado, como dois “Brasis”: o país da miséria, pois cerca de um terço das

famílias brasileiras (36,8%) vivem abaixo da linha da pobreza, conseguindo

sobreviver com até meio salário mínimo, e também o país de maior nível

econômico, onde as principais causas de óbitos são as doenças crônico-

degenerativas, conhecidas como doenças de primeiro mundo, apresentando

um percentual de adultos obesos, em que a associação com as doenças

cardiovasculares é evidente.

Entretanto o Brasil está mudando o seu perfil epidemiológico e se essa

tendência nutricional não mudar e continuar no século XXI haverá uma

expansão das doenças crônico-degenerativas (RODRIGUES, 1998).

1.4 Fatores que Influenciam na Obesidade

A obesidade é uma doença complexa com etiologia multifatorial e

conseqüências metabólicas heterogênea. Há um desequilíbrio crônico entre a

energia ingerida e consumida (FISBERG, 2005).

Page 21: Aspectos gerais da obesidade infantil

20

Crianças e adolescentes obesos sofrem de co morbidades que afetam

quase todos os sistemas do organismo. Os efeitos imediatos são os problemas

sociais e psicológicos, outros são os efeitos em longo prazo que inclui o

aparecimento de fatores de risco para doenças Cardiovasculares e Diabetes

Mellitus tipo II (FISBERG, 2005).

Na infância alguns fatores são determinantes para o estabelecimento

da obesidade como: o aumento do ganho gestacional; o desmame precoce e a

introdução inadequada de alimentos complementares, o emprego de fórmulas

lácteas inadequadamente preparadas, distúrbio de comportamentos

alimentares e inadequada relação familiar (FISBERG, 2005).

Em avaliações clínicas de criança e adolescentes obesos existem

alguns fatores de risco que devem ser analisados e considerados como:

Fatores familiares é o fator de risco mais importante pela soma da

influencia genética e dos fatores ambientais. O risco de a criança ser obesa é

de 80% quando os pais são obesos, de 50% quando o pai ou a mãe são

obesos e de 9% quando os pais não são obesos (FISBERG, 2005).

Gram e Col (1981) relata que se somente quatro membros na família

fosse obeso, a proporção da criança ser obesa seria de 3,2% para meninos e

de 5,4% para meninas. No entanto se toda família fosse obesa está proporção

sobe para 27,5% do sexo masculino e de 24,1% no sexo feminino. Esse

período constitui-se pelo consumo de alimentos de fórmulas lácteas mal

utilizadas. Distúrbio de comportamento alimentar e a inadequada relação

familiar são alguns fatores determinantes para a obesidade infantil.

Alguns fatores que influenciam na obesidade, são o desmame precoce;

a inatividade física; e a mídia e família, e em relação ao desmame precoce,

Fisberg (2005) afirma que o aumento da obesidade em lactentes é resultado de

um desmame precoce e incorreto, e de erros alimentares no primeiro ano de

vida das crianças, abandonando o aleitamento materno e substituindo-o por

alimentos com excesso de carboidratos, em quantidades superiores que as

necessárias para o crescimento e desenvolvimento.

Para Rodrigues (1998) a superalimentação do bebê é importante no

início da obesidade infantil, mais é constatado que os bebês alimentados com

fórmulas artificiais são mais pesados do que os que foram alimentados em seio

materno, então neste caso é correto que a mãe alimente o seu filho no seio

Page 22: Aspectos gerais da obesidade infantil

21

mais ou menos até o sexto mês para não prejudicar o peso da criança. Outro

fator que prejudica bastante na obesidade infantil é a inatividade física, que

vem se tornando um grande vilão na gênese da obesidade, e estudos

confirmam que uma diferença de 2% na ingestão energética em relação ao

gasto, por um período de 10 anos, pode acumular 20 kg de gordura corporal

(RODRIGUES, 1998).

Em relação ao sedentarismo na infância e adolescência destaca-se o

hábito de ver televisão, o uso de videogames, computadores, controles

remotos e automóveis. A televisão e os computadores se tornaram um dos

maiores aliados da obesidade, fazendo com que a criança e adolescente tenha

um menor gasto energético, diminuindo a atividade física, e associado com o

consumo de alimentos, freqüentemente a criança come na frente da televisão e

as grandes partes das propagandas oferecem alimentos não nutritivos e rico

em calorias, aumentando assim a obesidade infantil (RODRIGUES, 1998).

Além disso, o papel que influencia na alimentação da criança é a mídia,

esta relacionada com o pedido das crianças, os seus pais, na compra de

alimentos influenciada por propagandas na televisão, sendo esses alimentos

ricos em gorduras e açúcares, e há a divulgação dos conhecidos “fastfood” no

qual seus alimentos contêm um alto valor calórico.A obesidade vem tornando-

se um problema de saúde pública agravada pelo fato de a TV exercer grande

influência sobre os hábitos alimentares e promover o sedentarismo, em vez de

ensinar o hábito alimentar correto e saudável (RODRIGUES, 1998).

Page 23: Aspectos gerais da obesidade infantil

22

2 ALTERAÇÕES METABÓLICAS

As conseqüências das alterações metabólicas que ocorrem na

obesidade podem ser muito extensas e intensas, além de muito variadas

atingindo praticamente todos os sistemas orgânicos. A obesidade infantil tem

como principal risco na saúde a elevação de triglicérides e do colesterol,

alterações ortopédicas, dermatológicas e respiratórias. Na maioria das vezes

as alterações metabólicas são mais evidentes na vida adulta, no entanto cada

vez mais precocemente em crianças e adolescentes apresentam associação

de resistência insulínica, hipertensão e dislipidemias, aproximando o risco

cardiovascular desta faixa etária (FISBERG, 2005).

A obesidade instalada no final da infância e no início da adolescência

pode trazer conseqüências funestas para o indivíduo no futuro, ocorrendo

principalmente o início de placas ateromatosas, arteriolares e arteriais,

substrato para aterosclerose, que surgirá mais precocemente nestes

indivíduos, que estão sujeitos a outros fatores de risco também como

dislipidemias, o tabagismo, a hipertensão arterial, o estresse e o sedentarismo

(FISBERG, 2005).

Portanto em relação aos estados mórbidos, relacionado à obesidade

pediátrica, o mais importante deles é a manutenção do excesso de peso na

vida adulta, ou seja, a continuidade da doença (FISBERG, 2005).

Figura 2: Conseqüências da obesidade infantil. Fonte: http://www.comerparacrescer.com/2012/09/consequencias-da-obesidade-infantil/

Page 24: Aspectos gerais da obesidade infantil

23

2.1Triglicérides

As triglicérides são definidas como um tipo de gordura que circula no

sangue, fazendo parte das lipoproteínas junto com o colesterol e os

fosfolipídios. Seu aumento favorece a aterosclerose e conseqüentemente o

infarto do miocárdio e a apoplexia (PINHEIRO, 2004).

Na obesidade infantil a um aumento dos níveis de triglicérides que é

produzido pelo fígado isso faz com que ocorra um aumento também nos níveis

de VLDL-C, ocasionando problemas cardíacos, pois eles colaboram nas

formações de placas de gorduras nas artérias, o que impede tanto o

fornecimento de sangue para o coração quanto para o cérebro. A

hipertrigliceridemia, nome que se dá ao aumento dos triglicerídeos no sangue,

também é fator de risco para aterosclerose, principalmente se associados a

níveis baixos de HDL (FISBERG, 2005).

Níveis elevados de triglicérides podem causar doenças como diabetes,

hipotireoidismo, doença renal ou doença hepática. E crianças e adolescentes

com altos níveis de triglicérides têm fatores de risco como níveis elevados de

LDL e baixo níveis de HDL. O nível de triglicérides saudável é inferior a 150

mg/mL (FISBERG, 2005).

2.2 Colesterol

É um tipo de lipídeo (gordura) produzido em nosso organismo, que tem

a função essencial de produção de hormônio e vitamina D. E quando ocorre o

excesso de colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de

desenvolver doenças cardiovasculares. E existem dois tipos de colesterol no

nosso sangue, conhecido como lipoproteínas de alta densidade (HDL) e de

baixa densidade (LDL) (PINHEIRO, 2004).

Page 25: Aspectos gerais da obesidade infantil

24

Tabela 1: Valores normais de referencia dos lipídeos sanguíneos

Fonte:http://www.portalendocrino.com.br/doencas_colesterol.shtml

2.3 Colesterol LDL (Low-density lipoprotein)

Conhecido como colesterol “ruim” ele pode se depositar nas artérias e

causar seu entupimento. O colesterol LDL representa a fração de colesterol

que circula na corrente sanguínea ligada a lipoproteínas plasmática de baixa

densidade, esta definida como mau colesterol, uma vez que as lipoproteínas

plasmáticas de baixa densidade transportam o colesterol do fígado para a

corrente sanguínea, favorecendo a sua acumulação nos órgãos e tecidos

(PINHEIRO, 2004).

Na obesidade infantil há o aumento dos níveis de colesterol LDL, com

isso existe um maior risco para o desenvolvimento de doenças ateroscleróticas

(ESCRIVÃO et al., 2000).

Os níveis de LDL devem ser baixos, e para que esses níveis

permaneçam baixos, o adolescente deve evitar alimentos ricos em gordura

saturada, colesterol e calorias em excesso aumentarem o exercício e manter

um peso saudável (ESCRIVÃO et al., 2000).

Page 26: Aspectos gerais da obesidade infantil

25

2.4 Colesterol HDL (High-density lipoprotein)

Conhecido como colesterol “bom” retira o excesso de colesterol para

fora das artérias, impedindo o seu depósito diminuindo a formação da placa de

gordura (PINHEIRO, 2004).

O colesterol HDL representa a fração do colesterol que circula na

corrente sanguínea ligada a lipoproteínas plasmáticas de alta densidade, é

definido como bom colesterol, uma vez que os níveis elevados desse tipo de

colesterol esta relacionados com a diminuição de risco cardiovascular

(PINHEIRO, 2004).

Na obesidade infantil há diminuição nos níveis de HDL colesterol

aumentando mais o risco para doenças ateroscleróticas por se tratar de fração

antiaterogênica (ESCRIVÃO et al., 2000).

2.5 Colesterol VLDL (Very low-density lipoprotein)

O VLDL é uma subclasse de lipoproteína, produzido no fígado a partir

de colesterol e apoliproteinas. Na corrente sanguínea, o colesterol VLDL é

convertido em LDL, mau colesterol (PINHEIRO, 2004).

Na obesidade infantil o VLDL contribui para doenças cardiovasculares

devido ao excesso de colesterol depositado nas paredes dos vasos

sanguíneos, formando as placas de ateroma (aterosclerose) (ESCRIVÃO et al.,

2000).

Tabela 2: Alimentos que ajudam a combater o colesterol

Alimentos Preferir Evitar Peixes,

carnes, aves e frutos do

mar

Peixes, frango sem pele, carnes magras. Retirar toda a gordura visível.

Carnes gordurosas, vísceras (fígado,

coração), embutidos.

Leite e derivados

Leite e iogurte desnatado, queijo branco ou ricota.

Leite e iogurte integrais, queijos amarelos,

cremosos.

Page 27: Aspectos gerais da obesidade infantil

26

Ovos Clara de ovo. Receitas: duas claras = 1 ovo

Gema de ovo.

Frutas e verduras

Frutas e verduras frescas. Verduras na manteiga

Doces Massas de bolo sem gema de ovo, e

doces de frutas.

Massas de bolo com gema de ovo, sorvetes com leite, doces com

coco, chocolate, e chantilly.

Paes, cereais e

grãos

Pães pobres em gordura, cereais integrais (aveia, trigo, farelo), massas

sem gema de ovo, grão de bico, feijão, ervilha, lentilha, batata, arroz,

mandioca.

Pães com recheio, manteiga, croissants,

bolachas, massas com gema de ovo.

Gorduras, óleos e molhos

Margarinas, óleos vegetais (soja, milho, canola e azeite de oliva).

Frituras, manteiga, óleo de coco e de dendê,

maionese, gordura animal (toucinho, banha), molhos

com creme de leite. Fonte: http://www.cirurgiadaobesidademorbida.com.br/obesidadeinfantil/obesidadeinfantil.htm

2.6 Aterosclerose

É uma doença das artérias, caracterizada pelo desenvolvimento de

lesões gordurosas, conhecidas como placas ateromatosas localizada na

parede arterial interna, tem inicio na infância, antes do surgimento de suas

manifestações clinicas (GUYTON, 1992).

Inicialmente, ocorre o deposito de colesterol e ésteres de colesterol na

íntima das artérias musculares, formando (acúmulo de lipídios na intima das

grandes artérias), e nesse período de adolescência, algumas estrias acumulam

e começam a desenvolver uma capa fibromuscular, formando uma lesão (placa

fibrosa), e com o tempo essas placas aumentam e começa o processo de

calcificação, hemorragia, ulceração e trombose da placa, assim manifestando

clinicamente a doença (infarto do miocárdio, doença vascular periférica)

(FISBERG, 2005).

Elevadas concentrações de VLDL e o LDL estão associados à

deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos, levando à formação de

Page 28: Aspectos gerais da obesidade infantil

27

placas de colesterol. Quando nosso corpo tem mais colesterol do que precisa,

as moléculas de LDL ficam circulando no sangue à procura de algum tecido

que esteja precisando de colesterol para o seu funcionamento (FISBERG,

2005).

Se este colesterol não for entregue a nenhum tecido, a molécula de

LDL acaba se depositando nos vasos, acumulando gordura nos mesmos. Este

processo é chamado de aterosclerose (FISBERG, 2005).

2.7 Hipertensão arterial

Os mecanismos que promovem o aparecimento da hipertensão ainda

não são bem conhecidos. Tanto a pressão sistólica como a diastólica aumenta

com o aumento do índice de massa corporal. Um mecanismo responsável pelo

aumento da pressão arterial na obesidade é a diminuição da excreção de

sódio, causado pelo hiperinsulinismo (ESCRIVÃO et al., 2000).

Entre as causas que favorecem complicações cardiovasculares e

cerebrovasculares na obesidade infantil a hipertensão arterial é a principal

(FISBERG, 2005).

2.8 Hiperinsulinemia

Hiperinsulinemia são níveis excessivos de insulina circulante no

sangue, causado devido à resistência insulínica. O termo resistência insulínica

acontece devido a baixa sensibilidade dos tecidos a ação da insulina, deixando

o organismo menos sensível a ação da insulina e não agindo de forma

adequada. E dessa forma o pâncreas sintetiza e libera quantidades maiores de

insulina, causando a hiperinsulinemia (ESCRIVÃO et al., 2000).

A hiperinsulinemia é outra alteração metabólica encontrada na

obesidade infantil e que esta relacionada com a porcentagem de gordura

corporal. Os riscos séricos de insulina em jejum diminuem quando associada

com a perda de peso e restrição calórica. O encontro de hiperinsulina basal e

Page 29: Aspectos gerais da obesidade infantil

28

pós-sobrecarga de glicose, com glicemia normal ou aumentada, sugere à

resistência a insulina (ESCRIVÃO et al., 2000).

2.9 Diabetes Mellitus Tipo II

O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada por

hiperglicemia persistente (Papelbaum et al., 2007). Já na obesidade está

vinculada com hipertrofia das células Beta, com o número de receptores de

insulina diminuídos e defeito pós receptor, contribuindo para uma maior

resistência a ação periférica e um esgotamento do pâncreas endócrino,

levando a surgir a diabetes mellitus tipo II (ACCIOLY; SAUNDERS; LACERDA,

1998).

A diabetes mellitus tipo II conhecido com diabete mellitus não

dependente de insulina é um distúrbio metabólico caracterizado pelo elevado

nível de glicose no sangue, causada pela resistência a insulina. A diabete tipo II

corresponde a 90% dos casos de diabetes. (ACCIOLY; SAUNDERS;

LACERDA, 1998).

2.10 Distúrbios Psicossociais

Os distúrbios psicológicos são frequentemente observados na

obesidade infantil, diminuindo a qualidade de vida e aumentando o número de

respostas emocionais. Esses distúrbios acometem pelo excesso de peso, e

consequentemente seus problemas psicológicos contribuem para o

aparecimento de obesidade exógena. Esses distúrbios psicossociais também

incluem a discriminação social e isolamento; afastamento de atividades sociais

e dificuldades de expressar seus sentimentos, fazendo com que a pessoa

obesa sinta vergonha de si própria. Em relação a esses transtornos

psicológicos pode causar problemas como a discriminação pela sociedade,

Page 30: Aspectos gerais da obesidade infantil

29

levando a uma maior vulnerabilidade a depressão, fazendo com que a pessoa

procure por alimentos e afastamento de atividades sociais. Normalmente essa

rejeição começa na idade pré-escolar, afetando a desempenho escolar e

relacionamentos e fazendo com que ela se sinta discriminada (FISBERG, 2005;

ABRANTES; LAMOUNIER; COLOSIMO, 2002; FERREIRA, 2005).

2.11Apnéia do Sono

O sono é uma necessidade vital, e é definida como um estado

fisiológico normal, com modificação do nível da consciência que duram em

media oito horas. As conseqüências dos distúrbios do sono esta relacionada à

qualidade de vida das crianças (TURCO et al., 2011).

A falta de sono total ou crônica na criança resulta em alterações

endócrinas e metabólicas, isso faz com que aumentam o risco de sobrepeso e

obesidade (TURCO et al., 2011).

A queda do volume de reserva expiratória do pico máximo de

ventilação voluntaria, a redução dos volumes e da complacência da caixa

torácica acaba por desencadear hipercapnéia e hipoxemia, levando a apneia e

aos distúrbios do sono como: ronco, sono entre costado e sonolência diurna

em obesos mórbidos (TURCO et al., 2011).

Nas formas graves de obesidade pode ocorrer a síndrome de Pickwik,

caracterizada por hipoventilação, sonolência diurna e apnéia do sono

(ESCRIVÃO et al., 2000).

2.12 Alterações Dermatológicas

As alterações dermatológicas são mais comuns o aparecimento de

estrias, pele frágil nas regiões das dobras e escurecimento na pele das axilas e

pescoço, entre outros. (ESCRIVÃO et al., 2000).

Page 31: Aspectos gerais da obesidade infantil

30

Figura 3: Alterações Dermatológicas causada pela obesidade. Fonte: www.mdsaude.com/2012/06/ovário-poliastico.html

Figura 4: Acantose Nigricante Fonte:www.saudemedicina.com/acantose-doença-de-pele

Page 32: Aspectos gerais da obesidade infantil

31

Figura 5: Acantose Nigricante e hirsutismo Fonte:angraderme.blogspot.com.br/2010-09-05-archive.html.

2.12 Distúrbios Respiratórios

Os distúrbios respiratórios também podem ocorrer na obesidade

infantil, sendo o mais freqüente a presença de tosse, esforço respiratório,

hiperpnéia e maior probabilidade para infecções do trato respiratório inferior.

Esses problemas ocorrem devido às alterações da função ventilatória, em

conseqüência do acúmulo de gordura nas costelas, nos espaços intercostais,

no diafragma e no parênquima pulmonar (FISBERG, 2005).

2.13 Complicações Hepáticas e Gástricas

As complicações hepáticas e gástricas podem ocorrer em decorrência

da obesidade, podendo apresentar refluxo gastroerofageano e distúrbios do

Page 33: Aspectos gerais da obesidade infantil

32

esvaziamento gástrico, por conseqüência do aumento da pressão intra-

abdominal determinada pelo aumento de gordura nessa região (FISBERG,

2005).

2.14 Sistema imunológico

O sistema imunológico também é comprometido com a obesidade, pois

o excesso de lipídio altera a composição celular, determinando disfunções que

acarretam respostas deficientes diante das agressões infecciosas (FISBERG,

2005).

2.15 Esteatose hepática

A esteatose hepática é umas das diversas alterações metabólica que a

obesidade provoca na saúde da criança. A esteatose hepática é definida

gordura no fígado. Mais de 70% dos pacientes com esteatose hepática são

obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco (PINHEIRO, 2004).

Nosso fígado possui normalmente pequenas quantidades de gordura,

que compõe cerca de 10% do seu peso. Quando o acúmulo de gordura excede

esse valor, estamos diante de um fígado que está acumulando gordura dentro

do seu tecido (PINHEIRO, 2004).

Page 34: Aspectos gerais da obesidade infantil

33

3 DIAGNÓSTICO

A definição de obesidade em crianças e adolescentes ainda não

apresenta consenso na literatura, mais o ideal para avaliação do estado

nutricional seria a utilização de medidas, identificando a quantidade de gordura

corporal, pois a relação entre peso e estatura nessa idade nem sempre mostra

um bom indicativo para este fim, mais, no entanto o índice de massa corpórea

(IMC), para idade e sexo, tem sido um dos métodos mais utilizado para

estimativa de sobrepeso e obesidade (FISBERG, 2005).

3.1 IMC

Ainda há preferência pelo IMC, devido ao baixo custo e a simplicidade

de realizar as medidas, esta é a forma mais útil de avaliar a quantidade relativa

de gordura corporal em crianças e adolescentes.

Para verificar se o peso da pessoa está acima do normal, esse método

deve ser aplicado dessa forma:

IMC= Peso (Kg) \ Estatura (m)²

Os principais problemas em relação ao IMC é a baixa correlação com a

estatura, pois esta pode não refletir o real da adiposidade na infância, devido

às crianças gordas ser altas e com maturação sexual precoce. Entretanto o

IMC é mais utilizado para acompanhamento clínico individual básico e para

pesquisa clínica, embora não especifique os compartimentos corpóreos, nem

pequenas variações no acompanhamento, é limitado para crianças com idade

superior a seis anos, devido à referência utilizada dos percentis (RODRIGUES,

1998).

Page 35: Aspectos gerais da obesidade infantil

34

Figura 6: Peso Ideal para criança.

Fonte: http://www.hamzo.com.br/bemestar.htm

Figura 7: Tabela de valores de referência do IMC Fonte: http://www.hamzo.com.br/bemestar.htm

Page 36: Aspectos gerais da obesidade infantil

35

3.2 Circunferência Abdominal:

O perímetro da cintura é medido com fita métrica ao nível do umbigo,

com a criança em expiração, com percentil 90, para sexo e idade.

A medida máxima deve ser:

- Homem até 90 cm

- Mulher até 80 cm

Figura 8: Como medir circunferência abdominal Fonte:http://cuitepbonline.blogspot.com.br/2012/02/dica-de-saude-com-josy-cavalcanti.html

Page 37: Aspectos gerais da obesidade infantil

36

4 MÉTODOS LABORATORIAIS

Esse é um método mais preciso e aprimorado na identificação da real

composição corporal dos indivíduos, mas muitos deles são invasivos e de custo

elevado, o que impede a utilização na prática clínica e em trabalhos de campo

(RODRIGUES, 1998).

Devido a MLG (Massa livre de gordura) se modificar durante ao

crescimento e desenvolvimento junto com a composição corpórea química,

pois a água corporal diminui e os elementos sólidos aumentam, deve-se

realizar esse método com muita cautela e de forma criteriosa.

Os métodos laboratoriais mais conhecidos são: Hidrometria,

Espectrofotometria de potássio 40, Infravermelho próximo, Densitometria- OPA

(Dual Photon Absorptiometry) ou DEXA (Dual Energy X – Ray Absorptiometry),

Impedância Bioelétrica (BIA), Ressonância magnética, Ultra sonografia e

Tomografia Computadorizada. Essas são as técnicas que classificam e

quantificam os diferentes níveis de obesidade, possuindo um bom grau de

precisão, mas alguns deles são contra indicado para avaliação de crianças, por

terem alta dose de radiação e dificuldade técnico-operacionais (ACIOLY;

SAUNDERS; LACERDA, 1998; SOARES; PETROSKI, 2003).

Page 38: Aspectos gerais da obesidade infantil

37

5 TRATAMENTO

Quando se fala de tratamento, pode-se dizer que é mais difícil na

infância do que na fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e

disponibilidade dos pais, além de uma falta de entendimento da criança em

relação aos danos da obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).

As bases fundamentais para o tratamento na obesidade infantil incluem

modificações no plano alimentar, no comportamento e na atividade física

(Fisberg et al., 1995). No entanto requer conhecimentos e cuidados especiais,

pois podem trazer prejuízos, muitas vezes, irreversíveis a saúde das crianças,

tanto em nível de crescimento e desenvolvimento, quanto em nível psicológico

(RODRIGUES, 1998).

O tratamento da obesidade deve incluir alterações gerais na postura

familiar e na criança, em relação a hábitos alimentares, tipo de vida, atividade

física e correção alimentar de longa duração. Isto deve levar em conta a

potencialidade da criança, sua idade e a participação da família e a disposição

de uma equipe multiprofissional integrada que modifique todo o seu

comportamento obeso gênico (RODRIGUES, 1998).

5.1 Plano Alimentar (Dieta)

Na reeducação alimentar, deve ser sugeridas dietas flexíveis e que

atendam as necessidades nutricionais da criança, ou seja, os pais devem

ensinar as crianças a importância de ter um hábito alimentar correto, sem

rigidez e restrições, pois isso pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento

da criança, e assim o tratamento não terá sucesso (SOSRES E PETROSKI,

2003).

Em uma pesquisa feita por Fernando Piscolaro e Claudia Cozer (2012),

mostram que para começar a ter uma prática saudável a mesa, os pais devem

criar um ambiente adequado para que os filhos possam ter comportamentos

Page 39: Aspectos gerais da obesidade infantil

38

alimentares e peso saudáveis. Além disso, quando se tem dialogo sobre o peso

ideal e suas próprias medidas corporais sobre o controle alimentar e hábitos do

filho a mesa , de preferências alimentares saudáveis ou não, categorizar os

alimentos em “bons” ou “ruins”, “proibidos” ou “permitidos”, maior será a

associação com a presença de distúrbios alimentares e corporais nos filhos.

Entretanto, alguns trabalhos analisaram que refeições em família estavam

associadas com melhores hábitos alimentares dos jovens; relatando que esses

possuem menor IMC e menor propensão ou sobrepeso; menor consumo de

drogas e álcool; melhor nota na escola; menor taxa de depressão e tentativa de

suicídio, de comportamentos desordenados de alimentação.

Na primeira infância é recomendado que os pais forneçam as crianças

refeições e lanches saudáveis, balanceados com nutrientes adequados, e as

vezes permitindo que as crianças possam escolher a qualidade e quantidade

que elas desejam comer desses alimentos saudáveis (MELLO; LUFT; MEYER,

2004).

No entanto é sugerido que as crianças sigam os padrões paternos, e a

família deve estar sempre envolvida no tratamento, e fazendo com que a

frequência das refeições em família, seja de qualidade e prazerosos agradando

a todos (ABESO, 2012).

Figura 9: Pirâmide alimentar

Fonte: G:\piramide-alimentar(hotsite.brookfieldco.net.br.gif)

Page 40: Aspectos gerais da obesidade infantil

39

5.2 Atividade Física

Geralmente a criança obesa é pouco hábil nos esportes, e o programa

de atividades físicas para criança obesa, implica em atividades desenvolvidas

de acordo com a capacidade individual, pois este é o fator determinante para

que haja adesão da criança ao programa, garantindo sucesso ao tratamento

(SOARES E PETROSKI, 2003).

Alguns exercícios recomendáveis são:

• Exercícios aeróbicos (caminhadas, natação, ciclismo); exercícios

respiratórios;

• Exercícios posturais (preventivo e de manutenção);

• Exercícios de força e resistência;

• Exercícios de coordenação motora geral e especifica;

• Exercícios de equilíbrio.

No entanto, a ginástica formal, realizadas nas academias é bastante

apreciada, mas é dificilmente tolerada porque é um processo repetitivo e pouco

lúdico, ou seja, não tem muita diversão em fazer exercícios repetitivos (MELLO;

LUFT E MAYER, 2004).

Portanto, quanto se tem idéias criativas para aumentar a atividade

física, para as crianças, percebem-se mudanças na atitude da criança em

relação ao sedentarismo, exemplos dessas idéias são: jogar balão; pular corda;

caminhar na rua ou quadra; jogar bola ou outros esportivos é atividades que

não são enjoativas e que ocasiona o gasto energético, mudança de

comportamento, além de não ficar inerte por horas em uma só atividade

sedentária, como se fosse um vício (MELLO; MEYER, 2004).

Page 41: Aspectos gerais da obesidade infantil

40

Figura 10: Sedentarismo na infância Fonte:http://blog.jasminealimentos.com/ritmo-de-aumento-da-obesidade-infantil-no-brasil-preocupa-medicos/

5.3 Tratamento Farmacológico

Fisberg (2005), diz que não é recomendado o tratamento

farmacológico, pois pode atrapalhar no desenvolvimento. Escrivão et al, (2000)

afirma que a terapia medicamentosa não deve ser utilizada no tratamento de

criança obesas, devido aos efeitos colaterais das drogas e o risco de

dependência química e ou psicológica.

Atualmente há muitos fenômenos atuantes nos mecanismos da fome e

saciedade, uma série de substâncias que agem em nível central

(neurotransmissoras, neuromoduladoras, aminoácidos, aminos, nutrientes) e

de impulsos periféricos aferentes (nervo vago, hormônios gastrintestinais), que

atuam para aumentar ou diminuir a necessidade de alimentação (SOARES E

PETROSKI, 2003).

Genericamente falando da ação dos anorexígenos, podemos dizer que

o principal sistema controlador da fome e do apetite é situado no hipotálamo, e

nele possui duas regiões (HALPERN, 2005).

Ventromedial: que é responsável pela sensação de saciedade, que é

inibida por substância como a noradrenalina (por meio de receptor alfa dois) e

estimulada pela serotonina (através de receptor Beta).

Page 42: Aspectos gerais da obesidade infantil

41

Região lateral: que é responsável pela sensação de fome, é inibida

pela noradrenalina via receptor Beta, deve ser salientado que além da

diminuição da ingestão calórica estas substâncias induzem também um

aumento na queima calórica.

Já a sibutramina tem o aumento dos níveis de serotonina na região

ventromedial (aumento da saciedade) e da dietilpropiona, o fenproporex e o

mazindol através da elevação de níveis de noradrenalina/ou dopamina na

região lateral (diminui a fome) (HALPERN, 2005).

A primeira droga a ser utilizada no tratamento da obesidade foi a

anfetamina, (1937), mas ela tem sido causadora de muitos efeitos, incluindo a

estimulação do sistema nervoso central, modificação de comportamento ,

alterações cardiovasculares e dependência física e psíquica, constituindo um

sério obstáculo na sua utilização, mas as industrias farmacêuticas têm

trabalhado no sentido de produzir drogas com o poder anorexiante nítido e

poucos efeitos colaterais (HALPERN, 2005).

Alguns anorexígenos conhecidos são: Dietilpropiona (anfepramona);

Mazindol; Sibutramina e Fluoxetina, mais nenhum desses medicamentos

podem ser usados na obesidade infantil (HALPERN, 2005).

Entretanto, mesmo sendo adeptos do uso de drogas para casos de

obesidade, devemos ser muito cautelosos quanto à administração de

medicamentos antiobesidade em crianças e adolescentes (HALPERN, 2005).

Page 43: Aspectos gerais da obesidade infantil

42

6 APOIO MULTIPROFISSIONAL

O apoio da equipe multiprofissional é muito importante para o

tratamento da obesidade, cada profissional da área da saúde é de extrema

importância para ajudar crianças e adolescentes no período de tratamento.

Sendo que a união do paciente e equipe é essencial, pois o tratamento

geralmente é em longo prazo (ESCRIVÃO et al., 2000).

Os profissionais avaliam o que esta levando a obesidade e as

conseqüências do excesso de peso, que esta incomodando no momento, e

geralmente nesta equipe são envolvidos profissionais como: pediatra,

nutricionistas, psicólogo e educador físico ( ESCRIVÃO et al, 2000).

O pediatra no tratamento realiza a primeira abordagem do paciente, por

meio de consulta, por base na idade do inicio da obesidade, como ela vem se

desenvolvendo, identificando o que esta causando a obesidade, e também são

investigados doenças cardiovasculares, antecedentes de obesidade na família,

os níveis de atividades físicas que as crianças têm e exames físicos e

laboratoriais (ESCRIVÃO et al, 2000).

Assim o pediatra com os resultados analisados passa para o

nutricionista fazer o acompanhamento, e depois o orientando a fazer uma

reeducação alimentar e a diminuir gradativamente a quantidade de alimentos

consumidos e como deve ser consumidos, respeitando os horários da

alimentação, adequada mastigação entre outros (ESCRIVÃO et al, 2000).

Os regimes rígidos são contra-indicados, pois podem levar a perda do

tecido muscular e diminuição de velocidade de crescimento (ESCRIVÃO et al,

2000).

O educador clínico vai indicar as atividades de acordo com as

limitações de cada paciente, orientando exercícios aeróbicos realizados

regularmente objetivando o aumento de gasto de energia e mudanças no estilo

de vida (ESCRIVÃO et al, 2000).

O psicológico tem grande importância na equipe, fortalecendo e

mobilizando paciente para suportar o tratamento, que geralmente é lendo e de

longo prazo (ESCRIVÃO et al, 2000).

Page 44: Aspectos gerais da obesidade infantil

43

7 PREVENÇÃO

A obesidade na infância está bastante relacionada com a obesidade na

vida adulta. Para Vitolo (1998), a intervenção deve ocorrer antecipadamente na

criança, antes que se instale a obesidade, quando observada mudanças na

velocidade do ganho de peso. Eles relatam ainda que quanto maior a idade da

criança e maior o excesso de peso, torna-se mais difícil a reversão do quadro.

Entretanto a prevenção deve começar cedo, relatando que possui estratégias

que devem ser realizadas junto com a equipe multidisciplinar (médico,

nutricionista e educador físico), isso podendo ser feito desde a fase

intrauterina.

Relacionado com a prevenção, os pais juntamente com seus filhos

devem ser encorajados a ter uma alimentação saudável (o que inclui baixo

nível de gordura saturada), com horários e lugares certos para se alimentarem,

começando desde já da primeira década de vida a promover dietas saudáveis,

educação nutricional e atividades físicas, ou seja, é importante manter o hábito

de vida não sedentário; e dar ênfase que a obesidade é uma “doença” de difícil

cura, e por esse motivo todos devem lutar por sua prevenção (SOARES E

PETROSKI, 2003).

Figura 11: Alvos em potencial para a prevenção da obesidade infantil e adolescente Fonte: http://www.jped.com.br/conteudo/04-80-03-173/image_05.htm

Page 45: Aspectos gerais da obesidade infantil

44

8 ATUALIDADES E ESTATISTICAS

As estatísticas apontam que a obesidade infantil é a que mais cresce

no Brasil e aumenta cada vez mais nos últimos anos, dados da Pesquisa de

Orçamento Familiares 2008-2009, do IBGE apontam que em 20 anos os casos

de obesidade quase que quadriplicaram entre crianças de 5 a 9 anos,

chagando a 16,6% (meninos) e 11,8% (meninas). “É de chorar como está

vertiginoso o aumento, como o ritmo está maior” diz a nutricionista Inês Rugani.

“A obesidade vem aumentando faz tempo entre os adultos, mas não era

observada na infância dessa forma”( IBGE, 2010).

Pode-se dizer que a desnutrição está em processo de desnutrição no

país, mostrando que o déficit de altura, um importante indicador de desnutrição

caiu de 29,3 % (1974/75) para 7,2% (2008/09). E que as crianças com excesso

de peso de 1989 para 2009, o sobrepeso dobrou em meninos e triplicou em

meninas (IBGE, 2010).

Figura 12: Gráfico da obesidade infantil Fonte: http://obesidadenainfncia.blogspot.com.br/2012/04/ graficos-sobre-obesidade-infantil.html

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Figura 13: Gráfico em porcentagem de 1975 a 2002 Fonte:http://obesidadenainfncia.blogspot.com.br/2012/04/graficos-sobre-obesidade-infantil.html

Foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, que deverá

ser obrigatório a existência de assentos para obesos e de área especificas para

pessoas com deficiência em casas de diversão publica, salas de convenções,

instituição de ensino, edifícios públicos e salas de espera, facilitando a

locomoção dessas pessoas (SHIMOSAKAI, 2011).

Figura 14: Aprovação de cadeiras para obesos Fonte:httpz://turismoadaptado.wordpress.com/2011/11/10/comissao-aprova-exigencia-de-assentos-para-obesos-e-espaco-para-deficientes/

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a obesidade infantil vem crescendo muito nas últimas

décadas, tornando-se um importante problema para saúde pública.

E o que vem motivando isso são as tendências de transição nutricional

que ocorre, dietas ricas em gorduras, açucares a redução de carboidratos e

fibras, ou seja, maus hábitos alimentares desde a infância até a fase adulta.

Conseqüentemente, devido a obesidade na infância, possui muitas

causas e fatores como hipotalâmicos, metabólicos, sociais, culturais e

psicológicos, a criança ou até mesmo adulto pode desenvolver muitas doenças

como: hipertensão, hiperlipidemia, distúrbios psicossociais, Diabetes Mellitus

tipo II, esteatose hepática e complicações gástricas.

Mas atualmente temos vários métodos para prevenção da obesidade, e

um deles é o diagnóstico que pode ser realizado pelo IMC ou métodos

laboratoriais, que ajuda a diagnosticar o grau da enfermidade do individuo.

E o tratamento pode-se dizer que começa por dietas, atividades físicas,

comportamento, hábitos alimentares acompanhados por toda família e por

multiprofissionais, e as vezes são usados remédios, apesar de não ser

indicado, somente em crianças em obesidade mórbida, mais fora isso desde

que realize o tratamento correto, haverá um grande sucesso contra a

obesidade infantil.

A melhor maneira de uma criança crescer saudável e não se tornar

obesa na vida adulta começa pela prevenção, sendo incentivada desde sempre

pela família e com a ajuda de multiprofissionais. A prevenção da obesidade

deve ter como foco, orientações para prática de uma alimentação saudável e

de atividade física para que a obesidade infantil não permaneça futuramente na

vida dos indivíduos.

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