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Aspectos históricos da Semiótica

Aspectos históricos da Semiótica · do conhecimento que busca divisar e deslindar seu ser de linguagem, isto é, sua ação de signo" (2006: 14). ... e outros fenômenos culturais,

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Aspectos históricos da Semiótica

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O que é Semiótica?

� Origem da palavra Semiótica:� O termo semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo.

Logo, Semiótica é a ciência dos signos (verbal e não-verbal).

� Assim como a gramática e a aritmética ou a biologia e a filologia, que são campos da ciência que estudam as diversas áreas de conhecimento humano, a semiótica, na sua origem, é a ciência do signo, ou seja, é a ciência que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos – artes visuais, fotografia, música, cinema, culinária, vestuário, gestos, religião, ciência, literatura etc –, isto é, sistemas de significação.

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O que é Semiótica?

� A semiótica como conhecemos hoje surgiu em fins do século XIX, começo do século XX, o que poderia denominar de “uma consciência semiótica”.

� Na segunda metade do século XIX, surge na então União Soviética (atual Rússia), paralelamente ao que ocorria no mundo, a semiótica da cultura, com tendência para uma visão globalizadora da cultura.

� A Semiótica como ciência geral dos signos, nasceu do americano Charles Sanders Peirce (1839-1914) nos Estados Unidos.

� A Semiologia passada a ser chamar Semiótica, foi desenvolvida por Greimas e Ferdinand de Saussure na França.

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Tipos de semiótica

� As "semióticas" se voltam à investigação de signos e/ou significação. O que diferencia um tipo de semiótica de outro é a concepção e a delimitação de seu campo de estudo. Assim, essa variedade foi construída à medida que os estudos divergiam em seus propósitos. � Semiótica peirceana (Peirce – USA): Foco de atenção: universalidade

epistemológica e metafísica. Nas palavras de Santaella: "uma teoria sígnicado conhecimento que busca divisar e deslindar seu ser de linguagem, isto é, sua ação de signo" (2006: 14).

� Semiótica do discurso/Semiologia (Saussure; Lévi-Strauss; Barthes; Greimas – Europa Ocidental): Foco de atenção: signos verbais.

� Semiótica russa ou semiótica da cultura (Jakobson; Hjelmslev; Lotman – antiga União Soviética): Foco de atenção: linguagem, literatura e outros fenômenos culturais, como a comunicação não-verbal e visual, mito, religião.

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O que é Semiótica da Cultura?

� Os semioticistas da Escola de Tártu-Moscou (ETM) - entre os grandes nomes da Escola estão: Ivanov, Piatigórski, Topórov, Uspiênski e, especialmente, Iuri Lótman, - entendem a cultura como linguagem.

� Para eles, linguagem é “o elo que une domínios diferentes da vida no planeta” (MACHADO, 2003, p. 25). Por isso, aplicaram-se em compreender toda e qualquer linguagem, todas as formas de expressão, que vão além da esfera social, estão na cultura e abarcam todos os aspectos da vida.

� Eles entendiam que as inúmeras formas de expressão fazem parte de um conglomerado sígnico que vai além “da codificação gráfico-visual do alfabeto verbal” (MACHADO, 2003, p. 13), para eles, a cultura se realiza em sistemas sígnicos de diferentes naturezas: o gestual, o visual, o sonoro, o arquitetônico, etc.

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O que é Semiótica da Cultura?

� A definição de cultura para a ETM é memória não-genética, um conjunto de informações que os grupos sociais acumulam e transmitem por meio de diferentes manifestações do processo da vida, como a religião, a arte, o direito (leis), formando um tecido, um “continuum semiótico” sobre o qual se estrutura o mecanismo das relações cotidianas.

� São programas de comportamento que permitem converter acontecimentos em conhecimento.

� Para a ETM, quanto mais complexa se tornou a sociedade, mais complexas foram as demandas de formas de interagir entre seus indivíduos e entre eles e a natureza.

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O que é Semiótica do discurso/Semiologia?

� A semiótica francesa, para se constituir, foi influenciada por três áreas do conhecimento: a linguística (Ferdinand de Saussure), a antropologia (Leví-Strauss e a filosofia (Louis Hjelmslev).

� Para Bertrand (2003:14):“A concepção semiótica do discurso vista como uma interação entre produção (por um sujeito enunciador) e apreensão (ou interpretação por um outro sujeito enunciador) foi pouco a pouco se aproximando da realidade da linguagem em ato, procurando apreender o sentido em sua dimensão contínua e estreitando cada vez mais o estatuto e a identidade de seu sujeito”.

� Em outras palavras: procura descrever e explicar o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz, examinando, em primeiro lugar, o seu plano de conteúdo, concebido sob a forma de um percurso global que simula a “geração” do sentido.

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O que é Semiótica do discurso/Semiologia?

� Desdobramentos hoje:� Antes da morte de Greimas, já surgira na França, a chamada semiótica das

paixões, teoria desenvolvida por ele e por Jacques Fontanille, que lida com a transformação contínua e recursiva dos estados de alma.

� semiótica plástica, de Jean-Marie Floch , cujo propósito “é entender não só as condições de produção, mas também um certo tipo de relação entre um significante (visual) e um significado” (Floch, 2006:02).

� semiótica tensiva: desenvolvida por Claude Zilberberg e J. Fontanille, onde intensidade seria a dimensão do sensível, enquanto, a extensidade, o lugar do inteligível.

� Semiótica do sensível: a partir da última obra de Greimas chamada L’Imperfection (1987) que teve continuidade por Eric Landowski: “(...) sua constante preocupação em descrever agora um sentido que se dá em ato, seja nas experiências individuais, seja nas práticas sociais cotidianas, nas quais estão necessariamente envolvidos componentes afetivos e sensoriais.” (FETICHE: 2006:02)

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Alguns conceitos: O que é Signo?

� Signo, segundo Charles Sanders Peirce, o pensador da semiótica, seria: uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Eles só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele. O signo não é o objeto. Ele apenas está no lugar do objeto. Portanto, ele só pode representar esse objeto de um certo modo e numa certa capacidade.

� Não importa de que espécie; qualquer coisa que representa alguma outra coisa para alguém.

� Ou seja: “toda e qualquer coisa que se organize ou tenda a organizar-se sob a forma de linguagem, verbal ou não, é objeto de estudo da Semiótica” (Pignatari, 1987 p.13).

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Alguns conceitos: O que é Signo?

� - Les três Riches Heures du Duc de Berry:

� conjunto de signos verbais e não verbais organizados em forma de sistema.

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Alguns conceitos: O que é Signo?

� - Uzbequistão:

� conjunto de signos verbais e não verbais organizados em forma de sistema.

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Alguns conceitos: O que é Signo?

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Linguagem

� Qualquer produção discursiva apresenta intertextualidade, ou seja, é formada a partir da combinação dos diversos elementos da linguagem.

� Dois importantes teóricos analisaram a linguagem e o signo:� Ferdinand de Saussure, suíço, analisou o discurso por meio da linguística,

relacionando a estrutura da língua com valores da sociedade

� Charles Pierce, norte-americano, centrou-se nos elementos não-verbais da linguagem que produziam efeitos filosóficos, ou seja, através da semiótica é possível compreender que “os valores culturais interferem na produção e na interpretação das diversas expressões humanas”.

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Linguagem

� Analisar o discurso é essencial para compreender como e por que nos comunicamos.

� A partir dessas informações, podemos afirmar que:� Não há comunicação sem linguagem;

� Não existe linguagem sem código. Como exemplo, a língua portuguesa que é um código;

� Os códigos podem ser verbais, visuais e sonoros.

� Assim, podemos dizer que: � A linguagem é feita de códigos e os códigos são feitos de signos.

� Ex.: Linguagem escrita. Código: a língua portuguesa. Signo: palavras

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Linguagem

� A divisão do signo segundo Saussure é feita em duas partes:� Significante: refere-se à parte material do signo – forma gráfica, o som

� A palavra rosa, temos o significante (a forma), que muda conforme o idioma

� Significado: parte abstrata do signo - a ideia, o conteúdo, o conceito� O objeto, a flor ou a cor, é o significado,

� Enquanto o semioticista Charles Peirce dividiu o signo em três categorias: ícone, índice e símbolo.� Ícone: signo que representa fielmente seu objeto;

� Índice: apresenta uma relação de proximidade;

� Símbolo: convenção, lei.

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Para que serve a Semiótica?

� A Semiótica, cada vez mais, vem sendo utilizada no campo comunicacional como método de pesquisa nas mais diversas áreas, seja nos estudos das linguagens musical e gestual, das linguagens fotográfica, cinematográfica e pictórica, bem como das linguagens poética, publicitária e jornalística.

� Precisamos “ler os signos com a mesma naturalidade com que respiramos, com a mesma prontidão que reagimos ao perigo e com a mesma profundidade que meditamos” (SANTAELLA, 2000: 11).

� A semiótica possibilita analisar as relações entre uma coisa e seu significado.

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Para que serve a Semiótica?

� Segundo Décio Pignatari: � Serve para estabelecer as ligações entre um código e outro código, entre uma

linguagem e outra linguagem. Serve para ler o mundo não-verbal: “ler” um quadro, “ler” uma dança, “ler” um filme – e para ensinar a ler o mundo verbal em ligação com o mundo icônico ou não-verbal. (...) A Semiótica acaba de uma vez por todas com a ideia de que as coisas só adquirem significado quando traduzidas sob a forma de palavras. (1987: 17)

� A análise semiótica ajuda a compreender mais claramente por que a arte pode, eventualmente, ser um discurso do poder, mas nunca um discurso para o poder.

� A semiótica peirceana é, segundo Santaella, “um método científico para orientar o raciocínio”.

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Para que serve a Semiótica?

� Flyart – ABC design:

proposta de tipografia objeto: o signo em si mesmo.

� Havaianas Reveillon 2012.

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Para que serve a Semiótica?

� Realismo Social – Moscou 1930 - 1940:

estações de metrô sendo utilizadas como um discurso para o poder.

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Referências

� NÖTH, Winfred. Panorama da Semiótica: de Platão a Peirce. São Paulo: Annablume, 1995

� PIGNATARI, Décio. Semiótica & Literatura. São Paulo: Cultrix, 1987.

� Santaella, Lúcia. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2005.

� ____________ e NÖTH, Winfred. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 2005.

Imagens:

� Foto 1.: http://www.shutterstock.com/language.pt/pic.mhtml?id=28384798&rid=312469.

� Foto2: Jorge Coimbra. http://www.1000imagens.com/foto.asp?id=11754612498226&g=3&idt=9&dt=0&ma=000000&p=3&o=0