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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ASPECTOS HUMANOS NA GESTÃO PAROQUIAL AUTOR: GODWIN NNAEMEKA UCHEGO ORIENTADORA: PROF A . ADÉLIA MARIA OLIVEIRA DE ARAUJO BRASÍLIA-DF 2010

ASPECTOS HUMANOS NA GESTÃO PAROQUIAL€¦ · Peter Drucker. 5 RESUMO Resumo: A paróquia possui elementos básicos dos aspectos humanos ... filial de uma diocese. Procurará desenvolver

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ASPECTOS HUMANOS NA GESTÃO PAROQUIAL

AUTOR: GODWIN NNAEMEKA UCHEGO

ORIENTADORA: PROFA. ADÉLIA MARIA OLIVEIRA DE ARAUJO

BRASÍLIA-DF

2010

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ASPECTOS HUMANOS NA GESTÃO PAROQUIAL

Trabalho de conclusão de curso de pós-

graduação lato sensu em gestão de

recursos humanos, da Universidade

Cândido Mendes, Instituto A Vez do

Mestre à distância.

Autor: GODWIN NNAEMEKA UCHEGO

BRASÍLIA-DF

2010

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho acadêmico á todos aqueles que trabalham nas paróquias,

seja como ministros ordenados, funcionários e agentes pastorais. De modo

especial, os paroquianos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em São

Sebastião, e Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Lago- Sul, ambas no

Distrito Federal.

EPÍGRAFE

“O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O

planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e

ações serão necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto final do

planejamento não é a informação: é sempre o trabalho”.

Peter Drucker.

5RESUMO

Resumo: A paróquia possui elementos básicos dos aspectos humanos indispensável na sua administração. Para que as paróquias hoje não fiquem atrás no meio das mudanças tão rápidas na sociedade ela necessita uma gestão mais organizada. O trabalho se limitará às atividades da igreja no nível paroquial, como uma filial de uma diocese. Procurará desenvolver uma organização da paróquia do ponto de vista administrativo e gerenciamento, sem entrar nas atividades da igreja no campo espiritual, pois isso é um campo da teologia. Abordar uma compreensão da paróquia como pessoa jurídica num estado e sua estruturação administrativa na pessoa do pároco e os conselhos pastoral e econômico como corpo que ajuda na gestão de uma paróquia. O leitor vai encontrar nesse trabalho a dimensão de gestão e gerenciamento como fator indispensável na administração paroquial. Sabe-se que a tarefa primeira da Igreja é a salvação das almas, mas sem uma boa gestão paroquial ela se torna incapaz de cumprir sua tarefa seja espiritual seja administrativa.

6METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste estudo é instrumento de uma abordagem

apenas teórica e sua aplicabilidade com a realidade existente nas paróquias. A

sua fundamentação será de cunho bibliográfico tentando analisar a

administração paroquial com a administração de outra empresa e destacando

as suas diferenças no caso da sua dimensão espiritual.

Deve-se buscar a reposta de o que é uma paróquia, não só como uma

entidade de cunho religioso, mas como pessoa jurídica que tem

responsabilidade fiscal e jurídica para cumprir. Não se trata aqui de fazer uma

exposição complexa e especulativa, nem menos considerá-la em suas

especificas funções, litúrgicas, catequética e caritativa. A intenção da obra é

descrever o gerenciamento paroquial de uma maneira concreta, ou seja, tratar

dos seus aspectos visíveis e técnicas. O intuito é levar o leitor á um

conhecimento de importância do direito canônico na administração da igreja e o

papel dos gestores de uma paróquia seja o pároco, administrador paroquial

como também seus conselhos pastorais e econômicos.

As bases da informação vêm do Chianvenato principalmente na

dimensão da administração e gestão em geral. Outros nomes importantes são

de Luiz Rogério Nogueira, como também de João Carlos Pereira. Mostrar a

dimensão de uma paróquia na sua dimensão de gestão e administrativa e não

só na sua missão espiritual.

7SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 08

CAPITULO I

O REGIME CANONICO DA ADMINISTRAÇÃO PAROQUIAL ................... 10

1.1 Aspectos administrativos da paróquia ................................................ 10

1.2 Considerações sobre a personalidade jurídica da paróquia ............... 13

1.3 Atos administrativos ........................................................................... 15

1.4 Aspectos administrativos .................................................................... 16

CAPITULO II

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO PAROQUIAL ................................................ 18

2.1 Mecanismos de controle e Gestão Paroquial ..................................... 19

2.2 Para uma correta e eficiente Gestão Paroquial .................................. 19

2.3 A visita episcopal como instrumento de controle ................................ 21

CAPÍTULO III

ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL NA PARÓQUIA ..................................... 22

3.1 O Pároco / Administrador Paroquial ................................................... 23

3.2 Conselho Pastoral Paroquial .............................................................. 24

3.3 Conselho de Assuntos Econômicos ................................................... 25

3.4 Mecanismos para a eficiência dos Conselhos .................................... 26

3.4.1 Fazendo com que os Conselhos ajudem a governar ................. 26

3.4.2 Aumentando a eficiência de um Conselho ................................. 28

3.5 Gestão no setor administrativo ........................................................... 30

CONCLUSÃO ............................................................................................. 36

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 38

8INTRODUÇÃO

A igreja é uma entidade de fins religiosos, mas com necessidade

material para o cumprimento do seu dever. Deve se preocupar da dimensão

administrativa e gestão de pessoas e recursos para poder cumprir sua missão

e meta. É importante que os aspetos humanos na gestão paroquial sejam

aprofundados para permitir a paróquia um gerenciamento e uma administração

melhor nesse tempo que a sociedade é cada vez mais competitiva e de uma

mudança constante.

A administração é uma forma de controle sistemático de recursos

e custos em uma organização, por isso que a paróquia do ponto de vista de

uma organização deve atender as demandas administrativas típico da sua

natureza. Na paróquia, a atividade administrativa se realiza de forma

específica, através da atividade-meio (econômica) e da atividade-fim (pastoral).

Devido à sua peculiaridade muitas vezes se encontra certos problemas na

administração paroquial, a saber: falta de formação específica, reduzida

bibliografia, tratamento impróprio dado à administração no âmbito eclesial, pois

se pense que sendo a finalidade da paróquia de natureza espiritual poderia ser

gerenciada sem preocupação com a dimensão burocrática. Outros fatores

como falta de planejamento, de previsão orçamentária e avaliação,

amadorismo e a profissionalização dos seus funcionários dentre outros

contribuam para impedir um gerenciamento melhor na paróquia.

A paróquia é considerada como pessoa jurídica com registro no

cadastro nacional da pessoa jurídica (CNPJ), portanto uma empresa como

qualquer outra, onde se faz necessária o uso de conhecimento administrativo e

dos recursos humanos para poder se adequar com a exigência da legislação.

As instituições religiosas, portanto deve conhecer as legislações vigentes

brasileira em relação de funcionamento como pessoa jurídica. Elas são

submetidas às mesmas obrigações no estado, recebem a mesma penalidade

diante o não cumprimento da legislação de funcionamento como uma empresa.

9Também assim como uma empresa com má gestão sofre falência pode

acontecer com uma instituição religiosa, por isso a necessidade de uma boa

gestão administrativa e pessoal nestas instituições.

O trabalho é estruturado em quatro bases principais; primeiro capitulo

trata o que é administração na sua dimensão teórica e uma compreensão mais

aprofunda e como poderia ser aplicada numa paróquia, pois a compreensão da

administração facilita a vida do administrador ou pároco. O segundo capitulo

apresenta a paróquia como pessoa jurídica com regime canônico. Nele se

encontram a estrutura da paróquia como filial da cúria e ela como pessoa

jurídica legalmente estabelecida com sua responsabilidade mediante a lei civil

e direito canônica. No terceiro capitulo apresente a administração de pessoal

na paróquia, neste capitulo se explora a gestão da paróquia e como ela se

sustenta. Por fim no quarto capitulo apresenta a estrutura do governo da igreja

e sua hierarquização.

10CAPITULO I

O REGIME CANÔNICO DA ADMINISTRAÇÃO

PAROQUIAL

A Igreja Católica é uma das antigas instituições do mundo de cunho

confessional a ter acesso ás relações diplomáticas. Pela sua historia, sua

organização universal e transnacional e também, ao seu chefe que a partir da

sua eleição em conclave, adquire um caráter internacional. Ela é a única

instituição confessional do mundo a ter um código de direito próprio

reconhecido internacionalmente: o código de Direito Canônico. A legitimidade

internacional da Santa Sé é majoritariamente reconhecida. Esta tem

personalidade jurídica internacional e se apresenta como uma autoridade moral

soberana e independente. De acordo com o Código de Direito Canônico, a

Santa Sé inclui não só o romano Pontífice, mas também a Secretaria do

estado, o Conselho para os negócios públicos da Igreja e os demais

organismos da Cúria Romana. Esta é a administração central da Igreja, sendo

a detentora de poder na estrutura da Igreja. A igreja tem subdivisão de

dioceses ou arquidiocese, e esta por sua vez é dividida nos núcleos menores

da paróquia, o foco do nosso estudo.

1.1 Aspectos administrativos da paróquia

Primeiramente tentar compreender o que é uma paróquia antes de olhar

nos seus aspectos administrativa. A descrição mais sintética e concreta da

paróquia é aquela que nos oferece o Código de Direito Canônico em seu

cânone 515 §1:

11Paróquia é uma determinada comunidade de fiéis, constituída

estavelmente na Igreja particular, e seu cuidado pastoral é

confiado ao pároco como seu pastor próprio, sob a autoridade

do Bispo diocesano.

A experiência prática da Igreja conhece dois possíveis tipos de

paróquia: territorial e pessoal. A paróquia territorial é aquela que compreende

todos os fiéis de um determinado território e a paróquia pessoal é aquela que,

num território, compreende apenas os fiéis de um determinado rito, língua,

nacionalidade, ou aqueles individualizados sobre a base de outras precisas

motivações.

A definição acima compreende os dois tipos de paróquia previstos. Os

pontos de referência requeridos são: o território, os fiéis cristãos, a

estabilidade, o pároco- pastor próprio, e uma Igreja particular, por exemplo,

uma diocese propriamente dita.

Uma vez que tenha sido legitimamente erigida pelo bispo, a paróquia se

lhe reconhece personalidade jurídica “pelo próprio direito”, isto é, começa a ser

considerada uma nova realidade pública, um novo sujeito público que possui

direito e também ônus.

Podemos já antever algumas conseqüências relativas à paróquia

enquanto esfera da organização comunitária chamada “jurídica”: tal é o pároco

em referência às pessoas que se relacionam com o território paroquial ou,

eventualmente, com as qualificações pessoais, que faz e os fiéis de uma

paróquia se tornam ligados entre si e têm um particular referimento a um

determinado pároco e a um específico bispo.

Além disto, a constituição pública da paróquia torna-a hábil, enquanto

comunidade e realidade da Igreja dentro dos fins pré-estabelecidos, a cumprir,

segundo as normas do direito, as tarefas que lhe são confiadas em vista do

bem comum. A paróquia fica assim revestida de uma peculiar dimensão

eclesial. Essa não é uma realidade isolada, anônima, finalizada em si mesma e

em suas próprias atividades organizativas, mas uma célula viva de um

organismo vivo; é uma parte vital, dotada de uma autonomia própria, investida

12de particular responsabilidade, com finalidades específicas, estabelecidas no

interior do “corpo” eclesial e orientadas ao bem deste mesmo corpo. Uma

paróquia, por sua natureza se exprime em ações pastorais dentro de uma

Igreja particular; a diocese e com esta, dentro de uma realidade mais ampla na

Igreja como todo. Por isso que nenhuma paróquia exaure se os confins e a

pastoral da Igreja, mesmo significando-a e exprimindo-a.

A paróquia deve harmonizar as suas exigências com aquelas outras de

realidades similares ou superiores, com as quais entra em contato e das quais

pode fazer parte. Essa tem o dever de conhecer as suas potencialidades, de

exprimi-las e ao mesmo tempo tem o dever de conhecer os seus limites, as

suas obrigações, para respeitá-los e cumpri-los. A Igreja no seu âmbito

universal fixou as tarefas da paróquia, individuando e formulando aquelas que

podemos chamar os seus direitos e deveres. Esses podem ser sintetizados em

nove aspectos:

- participação na ação pastoral da Igreja;

- identidade e história locais;

- pároco residente;

- conselho pastoral paroquial;

- conselho paroquial para assuntos econômicos;

- lugares de culto, bens, ofertas e contributos;

- fundações não autônomas;

- representatividade e garantias; e

- leis civis.

Considerada desde o ponto de vista da personalidade jurídica, a

paróquia se torna um ente canônico, com personalidade jurídica pública,

portanto constituída sujeito de direitos e deveres com um próprio representante

legal, organizada do ponto de vista patrimonial como um ente específico.

13“Na relação intereclesial a Igreja é regulada pelo Direito Canônico,

enquanto nas suas relações com a sociedade civil sua ação está regrada e

tutelada também pelas normas do direito comum” (CNBB, 2010, p. 24).

1.2 Considerações sobre a personalidade jurídica da

paróquia.

A personalidade jurídica da paróquia conforme afirmada pelo atual

Código de Direito Canônico, representa uma novidade do ponto de vista

técnico em relação à anterior legislação. Não é que a legislação de 1917 lhe

negasse reconhecimento jurídico, mas é que havia, devido a uma sua explícita

declaração, fortes debates doutrinais que perduraram até a promulgação do

código de 1983. De maneira explícita, o ordenamento de 1917 reconhecia tal

subjetividade à Igreja paroquial e àquele “ente jurídico” consistido pelo

benefício paroquial.

Quando, na vigência do Código de 1917, a doutrina procurava identificar

um sujeito jurídico abstrato, idôneo a personalizar os direitos e deveres da

paróquia no ordenamento canônico, os autores identificaram: a Igreja, o

benefício, a massa paroquial, sem chegar alcançar uma convergência quanto

aos pontos de vista.

Deste modo, superada a incerteza do anterior ordenamento e afirmada

à personalidade jurídica, ipso iure (pelo próprio direito), da paróquia a partir do

momento da sua ereção de parte do bispo - uma pessoa jurídica de natureza

pública e institucional - ainda que de atividade não colegial, surgem duas

grandes questões: em primeiro lugar, a determinação de qual seria o substrato

da personalidade jurídica que se reconhece à paróquia e em segundo lugar, a

análise de qual seria o significado de tal reconhecimento, ipso iure, da

personalidade jurídica da paróquia e em que modo esse reconhecimento possa

intervir nas relações entre os vários entes institucionais da Igreja.

14A primeira questão não parece oferecer dificuldades particulares.

Identificados os elementos essenciais da noção de paróquia na determinada e

estável comunidade de fiéis e no titular do ofício de pároco ao qual se confia o

cuidado pastoral, parece evidente que a orgânica integração destes dois

fatores comunitários, unificados pelo ato episcopal de ereção, constitua o

substrato da personalidade jurídica da paróquia, da qual o pároco é somente o

representante. Isso não significa esquecer a posição que os restantes

elementos que fazem parte do instituto paroquial possam ocupar em seu

interior, mantendo autônomas relações jurídicas – direito de propriedade,

relações de função pública, etc. – regulados segundo normas específicas.

Deste modo, identificar o substrato da personalidade quer significar

simplesmente que, como o sujeito diocese é uma porção do povo de Deus,

uma comunidade determinada de fiéis, estruturada pelo ofício episcopal,

analogamente, a paróquia não é senão uma determinada comunidade no

interior da diocese confiada estavelmente ao ofício paroquial. Compreende

porque se considere a paróquia como filial da diocese e a diocese uma mitra

que governa todas as paróquias.

Todavia tem maior relevância a segunda questão, ou seja, a

determinação do significado do reconhecimento da personalidade jurídica da

paróquia no âmbito das funções institucionais confiadas aos entes públicos da

Igreja e da relação que deve existir entre eles.

A paróquia, como em geral qualquer ente público eclesiástico, cumpre

em nome da Igreja e segundo as normas do direito, determinadas finalidades

pertencentes à missão da Igreja que transcendem finalidades particulares são

finalidades de caráter institucional, que lhe foram prefiguradas em

conformidade à sua natureza institucional, e são exercidas, como lembra o em

vista do bem público. No caso da paróquia, estas finalidades devem ser ligadas

em uma parte, com as funções confiadas ao ofício paroquial e de outra, com o

âmbito de autonomia do ordenamento aos relativos fiéis para participar

mediante a paróquia na edificação da Igreja.

15Trata-se de uma finalidade institucional que o ordenamento canônico

quis proteger com a concessão ipso iure de personalidade jurídica, mediante a

qual não somente se garante à paróquia uma titularidade patrimonial, como

também a titularidade de direitos extra-patrimoniais que transcendem as

pessoas físicas. Assim, configura-se o ente paroquial com um tipo de

substantividade e autonomia adequados à natureza da função que cumpre na

Igreja, permitindo-lhe possuir, entre outros, uma organização própria e um

ordenamento adequado a tais fins.

De fato, mesmo sendo uma parte da diocese, a paróquia se confia na

Igreja particular uma função específica cuja consecução requer em face das

instâncias diocesanas, uma relativa autonomia reconhecida pelo direito. O fato

que a personalidade jurídica do instituto (paróquia) venha neste caso ipso iure,

sem ser deixada à discrição de quem coloca o ato de ereção, compreende-se

como vontade do legislador de proteger, dentro do ente diocesano aquela

especificidade e autonomia com a qual quis configurar o instituto paroquial.

Este discurso faz emergir ao mesmo tempo a distinta situação jurídica relativa

ao pároco em sua dupla veste de representante do ente público (paróquia) e

daquela outra funcional de titular do ofício.

1.3 Atos Administrativos

Podemos distinguir três categorias gerais dos chamados atos

administrativos que dizem respeito à paróquia:

Aqueles relativos ao próprio ente e, portanto, colocados por uma

autoridade “externa” a este o envolvendo em sua totalidade.

Aqueles que o pároco coloca na sua função de pastor próprio,

considerando a paróquia de acordo com a primeira definição dada onde se faz

registro dos batismos, emissão de certificados, admissão aos sacramentos,

matrimônios, etc.

16Aqueles que o pároco coloca na sua função de representante legal do

ente, considerando a paróquia de acordo com a segunda definição dada em

relação aos negócios jurídicos sobre os bens.

1.4 Aspectos administrativos

O Código do Direito Canônico no. 83, claramente estabelece a

personalidade jurídica da paróquia legitimamente erigida. Se na anterior

legislação o dado era em qualquer modo implícito, na atual ao contrário é

afirmado explicitamente: Por se tratar a paróquia de um ente jurídico

necessário na Igreja, a própria legislação se encarrega de conceder-lhe a

personalidade jurídica, independentemente da vontade daquele do qual emana

o seu decreto de ereção canônica.

O tipo de personalidade jurídica no caso é aquele de caráter: público,

institucional, não colegial e hierárquico. O caráter público enquanto constituída

como tal pelo mesmo direito, dentro dos seus próprios limites e a teor do

direito, cumpre em nome da Igreja a missão que se lhe confia tendo em vista o

bem público. O caráter institucional enquanto não se reduz ao fato associativo.

O caráter não colegial, na medida em que para a formação da vontade, os

membros não concorrem de igual modo. O caráter hierárquico dado que

estruturada hierarquicamente graças ao ministério do pároco. Portanto, a

paróquia em sua personalidade jurídica é considerada como uma realidade

estruturalmente complexa no contexto da Igreja particular e não simplesmente

como comunidade dos fiéis.

Como bem lembra Hortal (1983):

O reconhecimento canônico da personalidade jurídica da

paróquia, não exime a autoridade eclesiástica de buscar de

igual modo seu reconhecimento civil. A validade dos atos de

sua administração patrimonial frente à autoridade civil exige

semelhante ação que pode variar conforme a realidade de cada

17nação segundo se reconheça a personalidade jurídica à

paróquia enquanto tal, ou à diocese, da qual esta seria como

que uma filial (HORTAL, 1983, P. 46-47)

Este último modelo é adotado na República Federativa do Brasil onde,

desde a separação havida entre Igreja e Estado após a proclamação da

República em 15 de novembro de 1889, por ato do então governo provisório,

mediante o Decreto 119-A de 07 de janeiro de 1890, se reconhece

personalidade jurídica civil somente às dioceses intituladas Mitras Diocesanas

das quais as paróquias são filiais. Assim, o registro no Cadastro Nacional das

Pessoas Jurídicas (CNPJ) é dado à Mitra e, cada paróquia filial tem um número

identificador a partir daquele concedido à matriz. Tal regime não nos parece o

mais adequado, pois pode levar a injustiças gritantes quando as autoridades

eclesiásticas sobrepõem o direito civil ao canônico. Em nome de um poder

concedido pelo direito civil à matriz “Mitra Diocesana”, a paróquia que, como

pessoa jurídica canônica é sujeito capaz de “adquirir, possuir, administrar e

alienar bens segundo a norma do direito” corre o risco de ter o seu patrimônio

dilapidado ou quando menos desviado da consecução dos seus fins próprios

que outros não são que aqueles “principalmente” apontados pelo canones.

1254 §2.

18

CAPITULO II

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO PAROQUIAL

Com a superação do sistema beneficial, decretada pelo Concílio

Vaticano II, a Igreja viu-se obrigada a uma reestruturação das bases

patrimoniais sobre as quais se assentava a eficácia de sua ação

evangelizadora. De fato, para se responder à vocação cristã e aos preceitos

evangélicos, são necessárias certas estruturas organizacionais e

administrativas mediante as quais se possa fazer frente às necessidades de

ordem pastoral.

O ordenamento jurídico da Igreja, respondendo ao princípio de

subsidiariedade, deixa à legislação particular a regulação dos aspectos

administrativos em consonância com o direito vigente em cada nação; são

estabelecidas as bases, mas, a sua implementação fica submetida às

peculiaridades de cada situação. Assim, temos como princípios inspiradores os

seguintes elementos: o pároco que responde pela administração dos bens; a

comunhão eclesial como substrato teológico-jurídico da propriedade; a

destinação dos bens em consonância com as finalidades da Igreja dado que os

bens não são fins em si mesmos considerados, mas meios para a consecução

dos objetivos próprios da Igreja.

A partir desta ótica, a gestão administrativa dos bens paroquiais

compreende tanto a obtenção quanto a sua aplicação, atendendo-se aos fins

que, na paróquia, justificam que a Igreja possa possuí-los. A peculiaridade

desta administração encontra-se no fato da inexatidão das entradas em face

das saídas, bem como pela volatilidade das informações obtidas. Isto exige um

cuidado todo especial, conforme expresso pelo cânone 1284.

192.1. Mecanismos de controle da gestão paroquial

O cuidado para com a gestão dos bens patrimoniais paroquiais exige

mecanismos prévios de controle; dentre estes mecanismos situa-se a consulta

aos Conselhos previstos na legislação canônica. Semelhante consulta, nalguns

casos, seu resultado onera a atuação do administrador eclesiástico; noutros

casos, auxilia o discernimento em vistas à decisão.

A alta vigilância do Bispo diocesano implica também a realização de

visitas periódicas. Tais visitas, que possuem um caráter pastoral, nem por isso

deixam de ser mecanismos eficientes de controle; sobretudo quando realizadas

com o acompanhamento de peritos nas várias áreas administrativas.

Na administração paroquial, a partir desses pressupostos, verificaremos

paulatinamente os seguintes componentes: o exigido para uma correta e

eficiente gestão patrimonial; e a visita episcopal como instrumento de controle.

2.2. Para uma correta e eficiente gestão patrimonial

A correta e eficiente gestão patrimonial, contemplada desde a ótica

paroquial, comporta a exigência de setores administrativos e pastorais, atuando

em conjunto harmônico. Primeiramente, quanto à organização pastoral, esta

deve possuir um projeto, elaborado com a participação ativa e efetiva do povo.

A participação dos fiéis neste projeto acontece em seus variados momentos,

desde a fixação dos objetivos e prioridades até chegarmos à sua execução.

Somente quando concebido e tornado operativo com a participação co-

responsável de todos os fiéis é que se atingem os alvos anteriormente

propostos.

O mesmo critério de correta e eficiente gestão, aplicado ao âmbito da

organização administrativa, implica a criação de certas estruturas. Dentre

estas, como afirmado anteriormente, algumas são de caráter obrigatório, por

20exemplo, o conselho dos assuntos econômicos, enquanto que, outras como o

conselho pastoral paroquial são de caráter opcional, mas indispensável para

uma boa administração e gestão paroquial. Para o bom funcionamento destes

organismos, cabe ao pároco procurar dentre os seus paroquianos pessoas com

conhecimento teórico e prático no campo da administração e da contabilidade.

O mesmo critério de correta e eficiente gestão devem ser aplicados em

relação aos funcionários da paróquia. A paróquia deve dispor de um quadro de

funcionários devidamente registrados com carteiras de trabalhos assinadas,

evitar trabalhos gratuitos, sem prévio contrato firmados conforme a Lei do

Voluntariado (Lei n. 9.608/98). Urge que sejam estes aspectos observados

atentamente, porém, sem descurarmos muitos outros que favorecem a

eficiência na gestão administrativa.

Dentre outros, a legislação contábil vigente no Brasil exige que, em cada

paróquia, sejam compilados e devidamente guardados livro caixa, livro de

registro de empregados, livro de inspeção do trabalho, e caso haja mais de dez

funcionários, também se faz necessário o livro de ponto. Quanto aos livros de

diário e razão, ainda que cada paróquia deva possuí-los, eles são redigidos e

conservados no escritório de contabilidade da Mitra. Quanto ao cartão do

CNPJ, importa dizer que já não mais se exige o seu original, de modo que,

quando se fizer necessário este deverá ser baixado diretamente do site da

Secretaria da Receita Federal.

Em seu aspecto administrativo canônico, no arquivo paroquial devem

ser conservados e regularmente atualizados o livro de tombo, inventário de

bens móveis e imóveis, os documentos eclesiásticos pertinentes, os

documentos contábeis oriundos do escritório de contabilidade da Mitra, bem

como outros documentos civis de interesse, o registro do cumprimento das

obrigações para com a Cúria diocesana.

212.3 A visita episcopal como instrumento de controle

A vigente legislação canônica no seu cânone 396 prevê como

instrumento pastoral a visita episcopal, de caráter obrigatório quanto às

pessoas jurídicas submetidas ao regime de governo do bispo diocesano.

Naquilo que se refere à paróquia, o Código de direito canônico no artigo 535 §

4 prescreve o exame dos livros paroquiais. Assim sendo, quando da visita

episcopal, o pároco deve preparar e organizar em primeiro lugar, os livros de

registro de administração dos sacramentos: livro de batizados, livro de Crisma

livro de matrimônios, livro de missas.

Igualmente os livros contábeis exigidos pela legislação civil: livro caixa,

do registro de empregados, da inspeção do trabalho. Quanto a estes dois

últimos livros, a praxe da Arquidiocese de Brasília é que eles fiquem

depositados no escritório de contabilidade da Mitra como foi relatado nas

paginas anteriores.

Como a visita episcopal não se refere somente à parte administrativa,

abarcando também outros setores da vida da comunidade, deve ter atenção

aos seguintes outros itens: quanto à sagrada liturgia, os livros litúrgicos, objetos

sacros, a santa reserva e os santos óleos. Quanto à documentação pertinente

aos conselhos paroquiais, os livros de atas das reuniões do conselho pastoral

paroquial e do conselho do assunto econômico e outros indicadores da ação

missionária da comunidade paroquial como os grupos e movimentos, pastorais

específicas.

22

CAPITULO III

ADMINISTRAÇÃO PESSOAL NA PARÓQUIA.

Como em quaisquer outros campos, também na atividade paroquial,

administrar se traduz em organizar, dispor, tanto os recursos humanos quanto

os bens materiais para assim se alcançar a finalidade almejada. Administrar

uma paróquia é ciência que envolve experiência, habilidade no trato com as

pessoas, estabelecimento de políticas e regras, bom controle dos recursos e

uma infinidade de outras de outras qualidades. Enunciaremos a seguir alguns

ofícios ou cargo presente na administração paroquial, que, devidamente

observados, são elementos de ajuda nesta tarefa da administração. O governo

de uma diocese é da responsabilidade do bispo e que por sua vez deve contar

com o conselho presbiteral. Tendo em vista que a paróquia é um filial da

diocese, mas com personalidade jurídica, o bispo nomear o pároco ou

administrador paroquial como o representante jurídico da paróquia. Na

paróquia deve existir o conselho pastoral paroquial e o conselho e o conselho

do assunto econômico. O conselho é corpo coletivo superior ao cotidiano da

organização, aos quais incubem opinar, aconselhar, julgar, criar senso critica

de prudência na vida pastoral e sobre os negócios organizacionais da paróquia.

A característica do conselho é de natureza consultiva e não deliberativa. Os

cânones 536: A juízo do Bispo diocesano, ouvindo o conselho presbiteral, se

for oportuno, seja constituído em cada paróquia o conselho pastoral, presidido

pelo pároco, no qual os fieis ajudam a promover a ação pastoral, juntamente

com os que participam do cuidado pastoral em virtude do próprio oficio. E

cânones 537: Em cada paróquia, haja o conselho econômico, que se rege pelo

direito universal e pelas normas dadas pelo bispo diocesano; nele os fiéis,

escolhidos de acordo com essas normas, ajudem o pároco na administração

dos bens da paróquia, vai falar sobre a importância dos conselhos na

participação pastoral e administrativa da paróquia.

233.1 O Pároco /Administrador paroquial

O titulo para aquele que é responsável pela paróquia pode ser pároco

ou administrador paroquial. O dever é o mesmo, mas o pároco goza o que se

chama estabilidade canônica enquanto um administrador paroquial é nomeado

provisoriamente. O cânone 532 estabelece que “em todos os negócios

jurídicos, o pároco representa a paróquia, de acordo com o direito”. Esta

responsabilidade do pároco é pessoal, direta e global. Nele estão a

responsabilidade pessoal, no sentido de que o pároco não pode renunciá-la

delegando-a a outros; e a responsabilidade direta, na qual não pode ser

substituído pelo Ordinário local a não ser em caso de negligência grave

prescrito no cânone 1279 §1. A responsabilidade global abraça todas as

atividades das quais a paróquia é titular, mesmo se organizada em modo

autônomo, por exemplo, escolas, quadras de esportes, casas para anciãos

etc.

Como administrador dos bens da paróquia, ao pároco se lhe exige a

observância dos cânones 1281-1288. Antes de iniciar o encargo, ele deve

garantir, com juramento diante do Ordinário, de desempenhar honesta e

fielmente as funções administrativas e de cumprir as próprias tarefas em nome

da Igreja e segundo o direito com a diligência de um bom pai de família. Como

titular e representante da paróquia, ele age como homem público. Ele deve

procurar conhecer as normas vigentes do país para desempenhar bem o seu

mandato sem causar conflito com o Estado. Ele deve prestar contas à própria

comunidade (diocesana e paroquial) e separar rigorosamente da administração

pública tudo quanto se refira ao âmbito individual e familiar, o que na

administração publica chamar-se-ia de nepotismo.

243.2 Conselho Pastoral Paroquial

O conselho pastoral paroquial é elemento favorecedor da participação

dos leigos nas decisões em âmbito paroquial, um organismo participativo,

representativo das forças vivas da paróquia. O conselho possui caráter

facultativo quanto à sua constituição diferente do poder do conselho dos

diretores numa outra empresa. O pároco fica moralmente onerado em seu

ministério, pois justamente neste órgão que se planejam e coordenam as

atividades pastorais, a sua efetivação, bem como se avaliam os resultados

obtidos.

Quanto aos seus objetivos, dentre outros, cumpre-nos destacar a

viabilização da comunhão e da participação dos seus membros na atividade

paroquial, a promoção da formação inicial e permanente dos fiéis, o incentivo

da promoção humana, a assistência social e a coordenação da ação dos

grupos e movimentos.

Em relação ao conselho pastoral paroquial conhecemos experiências

díspares quanto ao modo de sua constituição. Nos locais onde faltam estatutos

outorgados pelo bispo diocesano, normalmente, este é formado pelo pároco

que é seu presidente nato, por outros padres, diáconos e religiosos (as) que

atuam na paróquia, pelos membros do conselho do assunto econômico ou seu

representante, pelos coordenadores setoriais de movimentos e pastorais, e por

entidades que atuam na paróquia, assim se forma um corpo governante da

paróquia. Todavia, o ideal seria a constituição do conselho pastoral paroquial.

com base na representatividade dos organismos vivos da paróquia, obtida

mediante eleição durante uma assembléia paroquial, com número fixo de

membros conforme os estatutos. Esta solução “ideal”, somente a encontramos

nalgumas poucas dioceses que já se deram ao trabalho de estudar o tema e

redigir estatutos, o que não é o caso de Brasília.

253.3 Conselho de Assuntos Econômicos

O conselho dos assuntos econômicos é um órgão consultivo de

assessoramento do pároco, cuja constituição é obrigatória em cada paróquia.

Ele é o elo que efetiva a co-responsabilidade dos fiéis na administração dos

bens da paróquia. Os membros que o compõem são o pároco, que é o seu

presidente nato, e os fiéis escolhidos segundo as normas estatuídas em cada

diocese. Deste modo, em cada paróquia deve necessariamente existir o

conselho dos assuntos econômico não sendo deixada ao pároco nenhuma

possibilidade de optar pela sua não existência.

O conselho dos assuntos econômicos e de caráter consultiva como o

conselho pastoral paroquial e não pode substituir o pároco. A sua função é

somente de colaboração por meio da competência e do conselho dos seus

membros, escolhidos, quanto é possível, entre pessoas profissionalmente

qualificadas nos vários campos que interessam a atividade econômica da

paróquia, por exemplo, o econômico, o contábil, o jurídico civil, gestão etc.

No que diz respeito à sua organização, cabe este conselho confeccionar

o planejamento administrativo das necessidades econômico-financeiro da

paróquia. Elaborar anualmente a previsão orçamentária das entradas e saídas.

Programar investimentos e obras paroquiais, supervisionar as atividades

econômicas, a execução dos planos e da contabilidade. Promover a

colaboração dos paroquianos quanto às necessidades materiais da paróquia e

emitir pareceres quando da possibilidade da alienação de bens paroquiais.

O conselho dos assuntos econômico não é um organismo isolado dentro

da paróquia. De fato, não se pode esquecer que, freqüentemente existe

também o conselho pastoral paroquial ao qual cabe a tarefa de dar indicações

de cunho pastoral, que podem também contemplar interesses econômicos,

donde a necessária relação de mútua ajuda entre ambos os organismos.

263.4 Mecanismos para a eficiência dos conselhos

Com o objetivo de aplicar a teoria administrativa à gestão administrativa

dos bens paroquiais, é conveniente introduzir alguns conceitos e propor

técnicas para melhorar a eficiência dos conselhos paroquiais.

O conselho que colabora com o administrador paroquial visando a

obtenção de eficiência, vê seu papel como uma parcela da liderança deste.

Como regra básica, deve-se procurar evitar a sobrecarga de trabalho em

pessoas ou organismos. Por isso, os conselhos paroquiais, para se tornarem

eficientes, não podem confundir-se quanto aos papéis institucionais; pelo

contrário, dentre outras funções, antecipam as decisões e estabelecem

processos para determinação de estratégias.

No campo administrativo paroquial, o conselho dos assuntos

econômicos possui a função de redefinir periodicamente as estruturas de

financiamento da missão, influenciando na alocação geral de recursos,

estabelecendo medidas de desempenho para a instituição e assegurando a

sua saúde financeira. A eficiência de quaisquer conselhos comporta a

exigência de atenção a específicas dimensões que se apresentam na gestão

paroquial.

3.4.1 Fazendo com que os conselhos ajudem a governar

Muitos administradores eclesiásticos têm medo de conselhos

conscientes da própria função; talvez pensem que poderia ocorrer uma

interferência indevida, tanto nos detalhes do início do processo da gestão dos

bens patrimoniais quanto nas etapas sucessivas. De fato, houve épocas

quando pessoas de boa vontade prestavam colaboração esporádica aos

administradores; sequer poderíamos falar de um conselho ou quando muito de

um “conselho” fraco, de fácil manipulação. Atualmente, formar conselhos

conscientes e competentes nas respectivas áreas é questão de gestão. A

27eficácia da função evangelizadora da Igreja clama pela segurança e

continuidade das decisões organizacionais, concordando metas de

desempenho com a alocação de recursos, garantindo-se deste modo a

segurança financeira para o desempenho da missão.

As entidades do chamado terceiro setor, por exemplo, ONGs, Igrejas,

Instituições filantrópicas etc. trabalham no ramo de mercado comumente

denominado como “mudo”, pois não têm clientes e não visam lucros. Para este

“terceiro setor”, a eficiência dos conselhos de assessoria é vital para a sua

sobrevivência mesma.

Não existem modelos ideais de conselhos eficientes; estes são sempre

perfectíveis. Todavia, importa descobrirmos que fatores provocam ineficiência

nestes organismos de assessoria. Vejamos alguns destes fatores: A questão

do voluntariado e não da habilidade específica para o desempenho da função.

A falta de coesão interna e de comunhão com as decisões do líder, no caso, o

pároco. A defesa de interesses “menores” com o sacrifício do “bem comum”.

O desconhecimento ou inabilidade dos administradores (párocos) que muitas

vezes se apóiam no conselho naquilo que é de sua própria responsabilidade. A

fuga das chamadas questões “complexas”, denotando ausência de

responsabilidade, e uma falta de compreensão sobre o real papel do conselho.

A composição de conselhos eficientes exige componentes devidamente

habilitados. É tarefa do pároco, verificando as condições de tempo e lugar,

convocar pessoas que possam vir a dar uma boa contribuição para o futuro da

organização paroquial. Os conselhos precisam se apresentar como bem

organizados, aptos ao desempenho das suas próprias funções. É preciso

adotar uma abordagem sistemática, geradora de oportunidades de trabalhos

comunitários, mediante os quais os paroquianos possam prestar a devida

colaboração aos objetivos evangelizadores que justificam a existência mesma

da paróquia. A ação de conselhos eficientes proporcionará uma adequada

visão da organização paroquial em seus objetivos específicos, colaborando

deste modo a que os paroquianos nela se insiram e atuem.

283.4.2 Aumentando a eficiência de um Conselho

O aperfeiçoamento dos métodos de trabalho, responsabilidade primeira

do líder, tarefa que exige tempo hábil, é o inicio do processo de geração de

conselhos eficientes. Portanto, o líder deve estar atento aos procedimentos

adotados pelos conselheiros; de fato, existe certa aversão aos riscos e a ação

muitas vezes é mais de gerenciamento do que de empreendimento. Deste

modo, cabe ao líder, quando necessário, desafiar o conselho para posições

mais corajosas, e mesmo para a efetivação de mudanças estruturais.

A ação de ponderação dos conselhos tem lugar nas chamadas reuniões

ordinárias. A sua eficácia passa pelo estabelecimento de uma pauta correta, na

qual se fixem os objetivos a serem alcançados, os meios para que sejam

implementados e as necessárias reavaliações. O objetivo é centralizar cada

reunião em torno da tentativa de resolver definitivamente um pequeno número

de questões importantes. Para isto, deve-se fazer uma revisão das realizações

e do plano estratégico adotado.

Como já sabemos, o exercício da liderança adequada é indispensável.

Todavia, como nos demais relacionamentos humanos, também aqui podemos

nos questionar pela melhoria na qualidade do exercício desta função. Donde a

redescoberta do conceito de liderança, não como aquele que manda mas

aquele que é capaz de gerencia, estabelecer dialogo e criara um ambiente

harmonioso.

A ação eficiente dos conselhos implica reuniões regulares, com ampla

liberdade de expressão e busca conjunta de meios para a realização das

expectativas. Igualmente é necessário rever o desempenho do conselho após

um período de trabalho, pois assim, é possível implementar as melhorias e

estabelecer critérios para monitorá-las. Quando assuntos difíceis são deixados

sem solução, as tensões resultantes freqüentemente interferem na discussão

de outros assuntos no conselho. Os conselhos eficientes, com conselheiros

desafiadores, questionadores, com grande entusiasmo em tempo hábil, quando

sabiamente conduzidos pelo pároco, podem alcançar a realização dos

29objetivos previamente fixados. Pessoas comprometidas e motivadas são um

patrimônio para a organização e têm uma enorme contribuição a dar para a

eficiência da entidade. A liderança de um conselho eficiente deve ser feita,

então, mediante iniciativas apropriadas. O líder deve procurar envolver a todos

nas etapas de discussão, mas chegada a hora da tomada de decisões, estas

são de sua responsabilidade pessoal, devendo ser capaz de resistir às

pressões.

Outro elemento de eficiência é aquele do tamanho de um conselho; se

for pequeno demais, há pouco espaço de mobilidade para ser eficiente; se for

grande demais, as reuniões se prolongam demasiadamente e os membros

sentem-se menos eficientes e responsáveis. Então, o tamanho correto

depende da função a ser desempenhada pelo grupo. Portanto, no processo de

planejamento, administração e monitoramento do trabalho da organização

paroquial é preciso criar condições para que os conselheiros dêem uma

contribuição eficaz.

A administração está sempre à prova. Os processos administrativos,

onde os conselhos desempenham seu papel, precisam ser desenvolvidos

continuamente para fazer face às necessidades da organização, evitando as

disfunções da burocracia. Para isto, é comum desenvolver uma estratégia de

atendimento que tem como objetivo, revisar os serviços desempenhados

naquela organização. Conforme Hudson, podemos esquematizar esta

realidade do seguinte modo:

Questões externas Questões internas

Como mudam as necessidades dos usuários?

Quem são os usuários atuais?

Quais as tendências / número de pessoas? Quantos se beneficiam?

Há mudanças políticas e legislativas que afetam o meu serviço?

Quais são os benefícios? / Que habilidades estão sendo usadas?

O que aprendemos? O que é necessário aperfeiçoar? Há custos?

30O quadro acima é um resumo de avaliação para que a instituição

pudesse estabelecer nova meta. Quanto à figura do líder e do seu papel

específico, os dados coletados precisam ser analisados para contribuírem no

aperfeiçoamento do serviço que presta em sua comunidade. Isto permitirá a

seleção dos itens mais importantes, identificando os pontos travadores do

serviço e indicará a forma de superá-los no planejamento.

No processo administrativo, as pessoas deveriam ocupar o papel

preponderante, pois os recursos humanos exigem a máxima atenção. Se o

pessoal não estiver se desenvolvendo no mesmo ritmo do líder, haverá um

descompasso, e vice-versa; portanto, haverá uma perda da capacidade em ser

eficiente.

Nas avaliações, que devem ter um caráter periódico, há a possibilidade

de revisão do desempenho, discussão dos pontos fortes e fracos,

concordando-se metas, estabelecendo-se as necessidades e as grandes

oportunidades de desenvolvimento pessoal.

3.5. Gestão no setor administrativo

O setor administrativo deve ser estruturado e conduzido com

competência e lealdade. Nele se realizam as rotinas de secretaria, de

tesouraria, de controle e cobrança dos contribuintes do fundo paroquial de

arquivo e de registro nos livros paroquiais.

Vejamos cada uma destas rotinas em suas particularidades:

a) Rotinas de secretaria: o cartão de visitas de toda comunidade

paroquial, poderíamos dizer, é a secretária. Para o desempenho desta função

fazem-se necessários três requisitos, a saber: organização, criatividade e

iniciativa. Ela, secretária, atua como representante pessoal do pároco,

cuidando da transmissão de informações, executando as comunicações e

instruções deste. Além disso, cuida pela exatidão dos livros paroquiais,

atuando ainda na acolhida e atendimento ao público, estabelecendo e

31consolidando relações amistosas (boa impressão!). Assim, a secretária precisa

ser uma perita em relações humanas. Ela deve primar-se pela exatidão,

levando o pároco a ter sensação de segurança, confiança, evitando perda de

tempo em vigiar pequenos itens, ao saber distinguir o certo do errado ou do

duvidoso. Dela se espera um comportamento discreto, prudente, competente e

simples, no qual se integrem as áreas da vida pessoal, que se refletem no

âmbito profissional.

A eficiência da secretária no que tange ao atendimento ao público exige

o cultivo de bons hábitos, a capacidade de planificação (que comporta

deliberação, engenho e sagacidade). O trabalho da secretária não é afastar

pessoas ou visitantes. Para tanto, deve buscar inteirar-se do assunto do

visitante com polidez e cortesia. Dentre as suas funções, por exemplo,

enumeramos o cuidado dos visitantes e do público em geral, a administração

da correspondência, dos recados, dos telefonemas, o arquivamento de

documentos etc. A secretária pode desempenhar estas e muitas outras tarefas,

a critério do pároco que as determinará.

b) Rotinas de tesouraria: na administração paroquial, o serviço de

tesouraria ou de caixa deve ser exercido, sob a responsabilidade do pároco,

representante da paróquia em todos os negócios jurídicos, por agentes que

não tenham outros encargos. Dentre as atribuições deste setor, podemos

elencar:

A manutenção atualizada do registro das entradas e saídas de

numerários, autorizados pelo pároco e pelo conselho dos assuntos econômicos

conforme instruções contábeis oriundas da diocese.

A remissão dos documentos contábeis do corrente mês ao escritório

central da diocese.

O recolhimento dos tributos previstos em lei, conforme cada caso.

O zelo para que todos os funcionários da paróquia estejam devidamente

amparados pela legislação trabalhista.

32O zelo para que os contratos de aluguéis sejam redigidos segundo as

normas técnicas e jurídicas.

A responsabilidade para que os investimentos, aplicações ou depósitos

bancários sejam efetuados conforme as determinações do pároco e do

conselho dos assuntos econômicas, evitando que permaneçam vultosas

quantias no cofre da paróquia;

A manutenção dos livros de registros, bem como dos documentos de

controle e cobrança do fundo paroquial, sempre atualizado.

As operações de tesouraria são comprovadas por meio de documentos

dos recebimentos e pagamentos em dinheiro, da recepção ou entrega de bens

e da formação de créditos (aplicações financeiras). Estes documentos podem

ter diversas procedências ou formas (podem ser públicos ou privados) e ser

representados por contratos, títulos de créditos, recibos, notas de entrega,

notas fiscais etc. Os registros, o livro-caixa e demais instrumentos de

escrituração devem ser feitos sempre em base documental, por ordem

cronológica e identificação do documento do fornecedor e/ou recebedor da

operação, sendo que os documentos comprobatórios deverão ser

encaminhados ao competente setor de contabilidade. Sendo a escrituração um

instrumento de controle, o mesmo plano de contas da contabilidade deve ser

utilizado pelo tesoureiro para que a classificação de gastos e ingressos atenda

às exigências de controle.

c) Rotina de emissão de cheques: como o numerário paroquial, por

razões de prudência, deveria ser mantido depositado em agência bancária, faz-

se necessária uma instrução acerca do uso do talonário de cheques, pois por

descuido pode acontecer a emissão de cheques sem fundos. De forma

esquemática, podemos enumerar algumas informações úteis para servir de

guia no gerenciamento do uso do talonário e da emissão de cheques, quais

sejam:

• Manter um controle para a emissão de cheques;

• Sempre conferir se há saldo disponível;

33• Cuidado com todos os campos para o preenchimento de cheques;

• Em caso de emissão de cheque pré-datado, colocar o nome do

favorecido, cruzar o cheque e discriminar (nominal);

• Ter controle com cheques de valores baixos devendo escrever por

extenso.

Os cheques devolvidos, por falta de fundos ou quaisquer outras razões,

podem ser reapresentados uma segunda vez pelo seu detentor após 48 horas

da primeira apresentação. Todavia, em caso de reincidência do motivo gerador

da devolução, o nome do emissor do cheque vai para o cadastro de restrições

junto ao Banco Central do Brasil - SERASA. Além disso, não nos esqueçamos

do cadastro de restrições que as empresas comerciais possuem sob o nome

de Serviço de Proteção ao Crédito – SPC, ligado ao Clube de Diretores Lojistas

- CDL.

Caso o emissor de um cheque entre para os cadastros da SERASA ou

do SPC, seus cheques poderão vir a ser recusados quando da consulta

eletrônica à central. Um outro elemento agravante da situação é aquele do não

fornecimento de talonários de cheques por parte dos bancos e, neste caso, só

se poderá efetivar movimentação de contas bancárias mediante cartão

magnético. Há, ainda, casos mais graves em que o banco poderá vir a fechar a

conta corrente.

Nos casos de devoluções de cheques emitidos sem o devido respaldo,

cabe ao receptor do cheque protestar o título ou documento junto ao

competente Cartório de Protestos - CP, fazendo com que haja mais sanções

caso seja negativa a efetuação do pagamento.

Analisemos um caso bastante comum: como retirar o nome da paróquia

de tais cadastros em caso de emissão de cheques sem fundos? O que deve

ser feito? A primeira atitude consiste em quitar o valor do cheque emitido.

Depois, é necessário o comparecimento pessoal à agência do banco, levando

o cheque devolvido ou extrato bancário comprovando a sua quitação. Então,

após o preenchimento de uma autorização para débito da taxa referente ao

34Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos do Banco Central – CCF na

conta corrente, por lei, o banco é obrigado a enviar ao Banco Central, o pedido

de exclusão do nome da paróquia deste cadastro.

Caso ocorra a solicitação de protesto junto ao SPC, o emitente

apresentará certidão de cancelamento ou certidão negativa, expedida pelo CP.

Lembremo-nos que a certidão negativa somente é obtida após a quitação do

cheque. Convém informar que o nome do emissor só poderá ser levado ao

cadastro de restrições da SERASA ou do SPC mediante prévio conhecimento

daquele.

Devido ao grau de violência dos dias atuais, são muito comuns ações de

roubos nas igrejas ou adjacências (secretaria). Como fazer para sustar um

cheque roubado? Ou mesmo perdido? Em primeiro lugar, é conveniente definir

em que consiste um cheque sustado. Este é aquele cheque que foi cancelado

por um motivo determinado. Em caso de necessidade de sustar um cheque por

roubo, o detentor do talonário deve avisar imediatamente por telefone ao seu

banco e entregar a justificativa por escrito em no máximo 48 horas. Vale dizer

que ao ligar, é bom anotar a hora e o nome do funcionário que o atendeu. É

importante solicitar na Delegacia de Policia Civil um Boletim de Ocorrência –

BO, para resguardar-se de eventuais ações criminosas. Ao se fazer a entrega

da justificativa ao banco, deve-se preencher um formulário próprio para este

caso, apresentando a motivação e assinatura. Convém guardar uma cópia,

xerox do BO e da justificativa com a assinatura do funcionário e o carimbo da

respectiva agência bancária.

Concluindo, é bom que não nos esqueçamos que, a emissão de

cheques sem fundos é crime de estelionato previsto no Código Penal.

d) Rotinas de controle e cobrança: no caso das paróquias, o controle e

cobrança se restringem ao fundo paroquial. Este, no mínimo, deve possuir: um

livro de registro dos contribuintes onde devem constar os dados básicos de

identificação, um fichário de controle individualizado, um sistema de cobrança

com os respectivos documentos e uma equipe de motivação e/ou arrecadação.

35e) Contabilidade: não deve se restringir à orientação, controle e registro

dos fatos administrativos (ações, operações, transações e negócios que tocam

o patrimônio), porém estende-se à satisfação das exigências legais do país. De

fato, para a contabilidade é essencial o movimento das receitas e despesas

que afetam o patrimônio, o registro e o controle deste, mas compreendendo

também o conhecimento e a análise do resultado da gestão.

f) Contratos: quanto à sua elaboração, deve ser observada a legislação

canônica (cfr. c.1290), a qual remete para a legislação civil vigente no país, que

deve ser observada com todo o cuidado. Em caso de alienação de bens, antes

de realizá-la, será preciso uma avaliação minuciosa segundo as regras do

mercado. Quanto ao resultado obtido mediante alienações, este deve ser

revertido à Igreja por meio do título de posse da propriedade.

g) Rotinas de arquivo: o sistema de arquivamento e a sua organização

devem seguir as normas técnicas vigentes (do Direito universal e particular).

Os documentos podem ser arquivados de diferentes maneiras e de acordo com

a sua natureza (processos matrimoniais, escrituras, contratos, obrigações

diversas e etc.). Vale ressaltar que, nalgumas dioceses, por legislação

particular, todos os livros e documentos oriundos de arquivos paroquiais com

idade superior a cem anos serão necessariamente transferidos para o arquivo

geral diocesano, com vistas à sua catalogação e conservação.

36CONCLUSÃO

O mundo está mudando com uma rapidez incrível, pois a mudança

sempre existiu na história humana. Assim podemos dizer que as paróquias

como contexto no mundo também sofrem algumas alterações. Já passou o

tempo em que as igrejas não se preocupavam do desafio da gestão, pois hoje

deve se adequar diante da mudança que ocorre principalmente no

gerenciamento e recursos humanos.

A utilização das ferramentas da administração e gestão nos tempos

modernos devem nos levar à tomada de decisões visando um planejamento

participativo. Na atividade pastoral, por exemplo, isto pode ser observado nas

paróquias que anualmente estabelecem metas para alcançar. No modelo de

administração participativa, predomina a liderança, a disciplina e a autonomia.

Com base nesse conceito, entende-se que o modelo participativo é um

processo de liderança que implica em confiança entre superiores e

subordinados. Isto gera um clima harmonioso onde todos produzem com

qualidade e responsabilidade. Sendo assim evidencia-se que a gestão e

administração de uma paróquia de forma participativa consistem em

compartilhar as decisões que a afetam, não só com os conselhos do assunto

econômico e pastoral, mas também com todos que freqüentam a assembléia

quer cotidiana ou dominical.

O pároco é o gestor numa paróquia, ele deve desenvolver projetos

comunitários, obras, gerir gentes. Por isso é necessário que tenha a uma

abertura para uso de tecnologia novo e reconhecer que ele gerencia pessoas,

portanto deve buscar caminhos eficientes e dinâmicos no seu gerenciamento.

A secretaria paroquial é a carta postal da paróquia, por isso que o

aperfeiçoamento dos secretários é de extrema importância e procurar equipar a

secretaria para melhor eficiência do desenvolvimento e atendimento das

pessoas (fiéis). O gerenciamento dos agentes pastorais é importante, pois

representam a instituição mesmo que o serviço prestado seja voluntario. E

37nesse contexto, lembro uma máxima do mercado: um profissional comete um

equivoco e quem vai para a manchete é o nome da instituição.

Por fim tendo encontrado a estrutura da paróquia e a visão dela no

funcionamento como uma empresa e diante da realidade dos desafios do

mundo globalizado se faz necessário cada dia a capacitação de lideranças com

espírito democrático mais que autoritário e centralizador.

Uma igreja (paróquia) como uma organização são verdadeiros seres

vivos. Quando ela é bem sucedida, tende a crescer ou, no mínimo, a

sobreviver. Mesmo que a Igreja não deva ser vista simplesmente no âmbito

empresarial que visa lucro, pois a sua função por excelência é a evangelização,

mas como uma pessoa jurídica deve honrar com seus deveres e fazer que

seus membros se sintam como família. Ela precisa de recursos humanos,

materiais, financeiros e tecnológicos para sua eficiência e eficácia, pois a

missão de evangelização se faz no mundo globalizado.

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