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ii UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIA DO MOVIMENTO HUMANO ASPECTOS MORFOFUNCIONAIS EM PRATICANTES DE DANÇA DE SALÃO MARCOS DA SILVA ASSUNÇÃO MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO Porto Velho, 2009

aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

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Page 1: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CIÊNCIA DO MOVIMENTO HUMANO

ASPECTOS MORFOFUNCIONAIS EM PRATICANTES DE DANÇA DE SALÃO

MARCOS DA SILVA ASSUNÇÃO

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

Porto Velho, 2009

Page 2: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

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ASPECTOS MORFOFUNCIONAIS EM PRATICANTES DE DANÇA DE SALÃO

Autor: Marcos da Silva Assunção

Orientador: Prof. Dra. Ivete de Aquino Freire

Monografia de Especialização em

Ciências do Movimento Humano

apresentada ao Departamento de

Educação Física, Núcleo de Saúde

da Universidade Federal de

Rondônia (RO), como requisito

para obtenção do título de

Especialista em Ciência do

Movimento Humano.

Porto Velho, Rondônia

2009

Page 3: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

iv

MARCOS DA SILVA ASSUNÇÃO

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dra. Ivete de Aquino Freire (Orientadora)

Julgamento:__________________________Assinatura:__________________________ Prof. Dr. Alexandre de Almeida e Silva

Julgamento:__________________________Assinatura:__________________________ Prof. Ms. Ramon Nunes Cardenas

Julgamento:__________________________Assinatura:__________________________

Page 4: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

v

DEDICATÓRIA

À minha mãe Maria e ao meu

pai Francisco, por tudo que

fizeram por mim durante

toda a minha vida. Minha

eterna gratidão e amor aos

meus pais.

Page 5: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

vi

AGRADECIMENTOS

Acima de tudo a DEUS, pela força e consolação nos momentos mais difíceis da minha vida.

Aos meus pais Francisco Cavalcante de Assunção e a minha mãe Maria José

Nascimento da Silva, pelo, carinho, amor e dedicação que sempre tiveram comigo. Aos meu amigo irrepreensível em fidelidade e companheirismo, Cláudio Luís da Silva

Santos. Aos meus amigos acadêmicos Yong Bruno, Marcelo Alves Cardoso e Eduardo

Antunes. Ao professor e amigo Chagas Péres. A professora Ivete de Aquino Freire pela sensibilidade, ética e discernimento com

que sempre conduziu os estudos. À todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuiram para a realização deste

trabalho.

Page 6: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

vii

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES viii

LISTA DE SÍMBOLOS E SIGLAS ix

RESUMO x

ABSTRACT xi

1. INTRODUÇÃO 01

1.1. JUSTIFICATIVA 02

1.2. OBJETIVOS 03

1.2.1. OBJETIVO GERAL 03

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 03

1.3. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO 03

2. REVISÃO DE LITERATURA 04

2.1. HISTÓRICO DA DANÇA DE SALÃO 04

2.2. DANÇA, ATIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO FÍSICO E APTIDÃO FÍSICA 05

2.3. DIMENSÃO BIOLÓGICA 06

2.3.1. PARÂMETROS MORFOFUNCIONAIS INTERVENIENTES NA SAÚDE 07

3.METODOLOGIA 13

3.1. CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA 13

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA 13

3.2.1. CARACTERÍSTICAS DA ATIVIDADE 13

3.2.2. PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA AMOSTRA 14

3.2.3. DESCRIÇÃO DO DESENHO DA PESQUISA 14

3.2.4. CONTROLE DAS CONDIÇÕES DE TESTAGEM 14

3.2.4.1. SELEÇÃO DO QUADRO DE AVALIADORES E COLETA DE DADOS 14

3.3. VARIÁVEIS DE ESTUDO 15

3.3.1. VARIÁVEIS MORFOLÓGICAS 15

3.3.1.1. DEFINIÇÕES CONCEITUAIS E PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 15

3.3.2. VARIÁVEIS FUNCIONAIS CARDIOPULMONARES 17

3.3.2.1. DEFINIÇÕES CONCEITUAIS E PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 17

3.3.3. VARIÁVEIS FUNCIONAIS NEUROMUSCULARES 20

3.3.3.1. DEFINIÇÕES CONCEITUAIS E PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 20

4. TRATAMENTO ESTATÍSTICO 22

Page 7: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

viii

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 23

5.1. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA AMOSTRA 23

6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES 27

REFERÊNCIAS 28

ANEXOS 30

Page 8: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

ix

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADRO 1 – Classificação do percentual de gordura

16

QUADRO 2 – Classificação do consumo máximo de oxigênio 19

QUADRO 1 – Classificação da força repetitiva de abdômen 21 QUADRO 2 – Classificação da flexibilidade 22

TABELA 1 – Demonstrativo das características físicas da amostra

23

TABELA 2 – Demonstrativo das médias e desvios-padrão das variáveis do estudo 24

TABELA 3 – Demonstrativo da correlação emtre o VO2máx e o %G

25

Page 9: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

x

LISTA DE SIMBOLOS E SIGLAS

% G – Percentual de Gordura

FRAB – Força repetitiva de abdômen

FLEX – Flexibilidade

VO2máx – Volume máximo de oxigênio

PCT – Peso corporal total

EST – Estatura

SATED – Sindicato dos Artistas Técnicos em Espetáculos

FNP – Facilitação neuromuscular proprioceptiva

DC – Densidade corporal

GEM – Grupo de estudo masculino

GEF – Grupo de estudo feminino

Page 10: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xi

ASPECTOS MORFOFUNCIONAIS EM PRATICANTES DE DANÇA DE SALÃO

Marcos da Silva Assunção

RESUMO

Este estudo teve por objetivo analisar o consumo máximo de oxigênio(VO2máx), a força

repetitiva de abdômen (FRAB), a flexibilidade geral absoluta (FLEX) e o percentual de

gordura (%G) em praticantes de dança de salão da academia de dança do Sindicato dos

Artistas Técnicos(SATED) de Porto Velho – Rondônia. Foi avaliado um total de 12 sujeitos,

divididos por sexo em dois grupos(GEM – grupo de estudo masculino e GEF – grupo de

estudo feminino). Para avaliação do VO2máx foi utilizado o teste de banco padronizado por

KATCH & MCARDLE (1997). Para avaliação da FRAB foi utilizado o teste proposto pela

AAHPER (1976). Para avaliação da FLEX foi utilizado o teste padroizado por PAVEL & GIL

modificado por Wallace apud CARNAVAL (1995). Para a avaliação do % G foi utilizado o

método das dobras cutâneas proposto por PETROSKI (1999). Para analise estatística dos

resultados encontrados, utilizou-se a estatística descritiva, e o teste de correlação de

PEARSON. Os resultados encontrados, segundo COOPER (1972), indicam que o GEM se

encontra em um nível de classificação “bom” (45,11 ± 2,61) e o GEF “excelente” (39,31 ±

1,99) em relação ao VO2máx; que o GEF se encontra em um nível classificatório “grande”

(22,17 ± 3,19) e o GEM “bom” (20,83 ± 2,86) no que se refere a FLEX; revela que o GEF se

encontra em um nível classificatório “fraco” (22 ± 3,03) e o GEM “médio” (30,33 ± 3,5) no

que toca a FRAB; e finalmente, demonstra que ambos os grupos se encontram em uma

faixa classificatória “abaixo da média” ( 7,91 ± 2,43 e 19,88 ± 1,24) no que tange ao %G. Foi

encontrada também uma correlação negativa moderada entre as variáveis VO2máx e %G.

Tais resultados sugerem que a prática da dança de salão é uma importante ferramenta para

a otimização de parâmetros morfofuncionais intervenientes na saúde e qualidade de vida

dos praticantes desta modalidade.

Palavras chaves: exercício físico, atividade física, dança, saúde e qualidade de vida.

Page 11: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xii

ASPECTS MORFOFUNCIONAIS IN PRACTITIONERS OF HALL DANCE

Marcos da Silva Assunção

ABSTRACT

This study had for objective to analyze the maximum consumption of oxygen (VO2máx), the

repetitive force of abdomen (FRAB), absolute general flexibility (FLEX) and the percentage

of fat (%G) in practitioners of dance of hall of the academy of dance of the Union of Artistas

Técnicos (SATED) of Porto Velho - Rondônia. A total of 12 citizens, divided for sex in two

groups was evaluated (GEM - group of masculine study and GEF - group of feminine study).

For evaluation of the VO2máx the test of standardized bank for KATCH & MCARDLE was

used (1997). For evaluation of the FRAB the test considered for the AAHPER was used

(1976). For evaluation of the FLEX the test padroizado for PAVEL & GIL modified for

Wallace was used apud CARNIVAL (1995). For the evaluation of % G the method of the

cutaneous folds was used considered by PETROSKI (1999). For it analyzes statistics of the

found results, it was used descriptive statistics, and the test of correlation of PEARSON. The

results found, according to COOPER (1972), indicate that the GEM if finds in “a good” level

of classification (45.11 ± 2.61) and “the excellent” GEF (39.31 ± 1,99) in relation to the

VO2máx; that the GEF if finds in “great” a classificatório level (22,17 ± 3,19) and “the good”

GEM (20,83 ± 2,86) with respect to FLEX; it discloses that the GEF if finds in “weak” a

classificatório level (22 ± 3,03) and “the average” GEM (30,33 ± 3,5) in what it touches the

FRAB; and finally, shows that both groups are in a band classificatory "below average" (7.91

± 2.43 and 19.88 ± 1.24)% in terms of %G. It also found a moderate negative correlation

between the variables %G and VO2max. These results suggest that the practice of the

dance hall is an important tool for the optimization of morphofunctional parameters involved

in the health and quality of life of the practitioners of this modality.

Key words: exercise, physical activity, dance, health and quality of life.

Page 12: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xiii

1. INTRODUÇÃO

Ao se analisar a história das antigas civilizações humanas, observa-se que as

atividades físicas eram uma constante no seu cotidiano. O homem primitivo tinha que realizar

diariamente além de tarefas ligadas à sua subsistência (caçar, pescar, subir em árvores para

recolher frutos), também atividades voltadas à sua auto-preservação (RAMOS, 1982).

De acordo com POWERS & HOWLEY (2000), com o avanço da tecnologia e o

desenvolvimento de mecanismos que facilitam os trabalhos do dia a dia (elevadores,

controle remotos, eletrodomésticos em geral e outros dispositivos), as atividades motrizes

do homem contemporâneo começaram a decrescer gradativamente. Tal fenômeno,

segundo os autores citados, se constitui na atualidade num facilitador para o surgimento

de sintomas de várias doenças crônico-degenerativas (cardiopatias, diabetes, hipertensão,

entre outras). PITANGA (2006), analisando a incidência das doenças anteriormente

mencionadas, sugere que nos últimos cinqüenta anos, em toda população mundial, houve

um aumento significativo de tais patologias e um declínio considerável das doenças infecto-

contagiosas (malária, sarampo, febre amarela, entre outras).

Neste contexto, PITANGA & PITANGA (2001) afirmam que a atividade física é

considerada o principal método profilático no intuito de coibir o avanço deste quadro.

Conforme CARPERSEN et alli (1985), por atividade física se entende qualquer forma de

movimento corporal que demande de um gasto energético superior aos níveis basais. No

que tange a sua prática, alguns autores sugerem que esta quando executada em

intensidade baixa e moderada, se apresenta mais consistente em termos de resultados

benéficos ao organismo, agindo positivamente na promoção da saúde e da qualidade de

vida dos executantes (PITANGA, 2006; POWERS & HOWLEY, 2000; GUEDES &

GUEDES, 1995). No entanto, o entendimento acerca de saúde não deve se restringir à

simples a ausência de doença, e sim, a uma condição orgânica funcional do sujeito,

caracterizada por um continuum de dois pólos: um positivo, no qual se verifica um estado

de bem-estar geral assintomático; e outro negativo, com presença de sintomas, podendo

culminar até mesmo em morte (NAHAS, 2000).

Dentre as diversas formas de atividade física, a dança é uma das mais apreciadas,

fazendo parte do cotidiano do homem desde os tempos mais primitivos até os atuais. Esta

atividade se apresenta tanto na forma erudita (dança contemporânea, dança moderna,

ballet clássico) quanto na popular (axé, hip-hop, dança de salão)(ASSUNÇÃO, 2005). A

dança de salão, em especial, compõe-se de vários ritmos, sendo os mais conhecidos o

samba, o bolero e o forró. Cada um destes possui características próprias, as quais se

Page 13: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xiv

originam normalmente de aspectos culturais relacionados a um determinado povo e região

(AFFONSO, 2007).

Segundo GUIMARÃES, SIMAS e FARIAS (2003), a dança é uma atividade física que

afeta o indivíduo em níveis psico-motor, sócio-afetivo e perceptivo-cognitivo. Neste aspecto,

sua prática acarreta múltiplos benefícios ao indivíduo, tais como, melhoria dos componentes

mio-ósteo-articulares e otimização dos relacionamentos interpessoais (LEITE, 2000).

A literatura especializada em dança, apresenta estudos principalmente com a

dimensão cinesiológica (LEAL, 1998), enfatizando as diversas técnicas execucionais de

movimentos corporais específicos. Encontram-se também aspectos históricos (PORTINARI,

1989), bem como, análises comportamentais (COSTA et al, 2003; VOLP, 2005). Porém, até

onde se pôde investigar, não foi encontrado nenhum trabalho analisando múltiplas variáveis

morfofuncionais intervenientes na saúde dos seus praticantes. Por conseguinte, formulou-se

o seguinte problema de pesquisa: QUAIS OS ASPECTOS MORFO-FUNCIONAIS

PREDOMINANTES EM PRATICANTES DE DANÇA DE SALÃO?

1.1. Justificativa

Atualmente, a dança não é entendida somente como uma manifestação artístico-

cultural, é considerada uma atividade física capaz de trazer inúmeras vantagens à saúde dos

indivíduos em geral, influenciando assim na qualidade de vida dos mesmos (GUIMARÃES;

SIMAS E FARIAS, 2003; LEAL, 1998). Assim sendo, pode-se pressupor que quando

executada com a conotação de atividade física, a dança torna-se uma ferramenta eficaz

contra patologias crônico-degenerativas e faculta aos seus praticantes a adesão à um estilo

de vida bem mais ativo.

A presente pesquisa vem preencher uma lacuna existente na literatura, uma vez que

os estudos relativos a dança de salão concentram-se principalmente nos seus aspectos

cinesiológicos (LEAL, 1998), comportamentais (COSTA et alli, 2003; FLORES, 2002),

pedagógicos e históricos (AFFONSO, 2007; BOUCIER, 1987; PORTINARI, 1989). Por

conseguinte, este estudo favorece a abertura de novas linhas de pesquisa em relação aos

benefícios oriundos da prática regular desta atividade, uma vez que permite analisar

minuciosamente aspectos biológicos intervenientes nos níveis de saúde de seus praticantes.

O presente estudo também oportuniza aos profissionais da área refletir sobre os

efeitos multidimensionais da dança de salão, e desta forma, elaborar estratégias de aula que

permitam otimizar os beneficios desta prática.

1.2. Objetivos do estudo

1.2.1. Objetivo geral

Page 14: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xv

Verificar aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão.

1.2.2. Objetivos específicos

Testar, medir e avaliar as seguintes variáveis:

Funcional cardiopulmonar Consumo Máximo de Oxigênio (VO2 máx.);

Funcionais neuromusculares: a) Flexibilidade geral absoluta global (FLEX); e b)

Força de repetição abdominal (FRAB);

Morfológicas: a) Peso corporal total (PCT); b) Estatura (EST); Percentagem de

gordura (%G);

Correlacionar as variáveis Consumo Máximo de Oxigênio (VO2 máx.) e Percentagem de

gordura (%G).

1.3. Delimitação do estudo

O presente estudo delimita-se a investigar aspectos morfofuncionais em praticantes de

dança de salão, vinculados a escola de dança do Sindicato dos Artistas Técnicos – SATED,

da cidade de Porto Velho – RO, de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 27 anos e com no

mínimo de 3 meses de prática.

Page 15: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xvi

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Histórico da dança de salão

Desde os primórdios da raça humana a dança é utilizada como forma de expressão

corporal e linguagem simbólica. Há dois milhões de anos, antes mesmo de começar a

cultivar a terra, no período conhecido como Pedra Lascada, o homem já dançava

(PORTINARI, 1989).

Antropólogos e arqueólogos assumem que o homem primitivo dançava como sinal

de exuberância física, rudimentar tentativa de comunicação e, posteriormente, como forma

de cerimônia ritualista (PORTINARI, 1989).

Para os gregos, a dança era essencialmente religiosa, dom dos imortais e meio de

comunicação com eles. A dança aparece fortemente no teatro grego, com passos técnicos

e preestabelecidos. Assim, podemos notar duas formas distintas de dança: uma voltada ao

espetáculo, traduzida hoje pela coreografia e desenvolvida por bailarinos artistas, e outra

voltada ao bem-estar, visando realizar espontaneamente um tipo de exercício físico com a

finalidade de preservar a saúde (BOUCIER, 1987).

A literatura relativa a dança de salão especificamente, conhecida inicialmente como

danças sociais, afirma que o seu surgimento ocorreu por volta do século XIV. A

popularização das danças sociais deu-se em 1820 através do minueto, o cotillos e a

quadrille. Posteriormente, surgem a valsa e a polka e no início do nosso século, o two-step,

one-step, fox-trot e o tango. A dança social passa a ser denominada Balroom Dancing. No

Brasil a dança de salão foi introduzida em 1914, pela professora suíça Louise Poças Leitão,

iniciando o ensino da valsa, mazurca e outros ritmos (AFFONSO, 2007).

A dança de salão compõe-se de vários estilos, dentre eles o samba, o bolero e o

forró. O samba originou-se na África e foi levado à Bahia pelos escravos, caracterizando-se

por passos como rodopios, saltos e entrelaçadas com os pés. O bolero teve origem na

Espanha ou em Cuba e caracteriza-se por um estilo cheio de giros e passos de efeitos,

executados sempre com suavidade e elegância. O forró possui influências africanas e

européias, surgindo no Nordeste do Brasil nos anos 40, está intimamente relacionado aos

estilos baião, xote e xaxado (AFFONSO, 2007).

De uma forma ou de outra a dança faz parte do cotidiano do homem na sociedade

moderna, assim com fazia no passado. Hoje, porém, se apresenta em uma dimensão muito

mais abrangente, sendo utilizada em distintas formas e com múltiplas finalidades em shows,

Page 16: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xvii

programas de televisão, peças teatrais, filmes, desfiles de moda, academias, escolas, além

das danceterias e salões de bailes, entre outros(ASSUNÇÃO, 2005).

Geralmente, observa-se algum consenso entre os autores de textos relativos à dança,

no que se refere aos seus benefícios morfofuncionais (GUIMARÃES; SIMAS E FARIAS, 2003;

LEAL, 1998). Porém, observa-se que na prática a maioria dos estudos realizados nesta área

carece de aprofundamento científico.

2.2. Dança , atividade física, exercício físico e aptidão física

De acordo com FLORES (2002), entre as valências físicas exigidas na prática da

dança destacam-se: coordenação motora, agilidade, ritmo e percepção espacial.

ASSUNÇÂO (2005) citando LOPES, salienta que além da coordenação motora e do ritmo,

outras qualidades físicas são imprescêndíveis para a prática da dança, dentre elas,

flexibilidade, equilíbrio e descontração.

GUIMARÃES; SIMAS E FARIAS (2003), ressaltam que a dança é uma atividade

física que além de favorecer a melhoria física e funções correlatas, também desenvolve os

atributos sociais e morais, concorrendo para o aprimoramento multifatorial do ser humano.

No que diz respeito aos primeiros aspectos, esta prática pode progredir de atividade física

para exercício físico. Para isso é necessário que os movimentos corporais produzidos pelos

músculos esqueléticos resultem em um determinado nível de gasto energético, observando

os critérios previamente estabelecidos de intensidade, duração e freqüência (GUEDES &

GUEDES, 1995).

Segundo POWERS & HOWLEY (2000), atividade física é qualquer forma de ação

muscular que resulte em gasto energético proporcional ao trabalho muscular realizado. Esta

se diferencia do exercício físico que é definido como um subgrupo da atividade física

previamente planejada, com o objetivo de melhorar ou manter o condicionamento.

GUEDES & GUEDES (1995) citando CARPERSEN, POWELL & CHRISTENSO,

definem exercício físico como toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que

vise a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física. Neste

aspecto a aptidão física é considerada uma série de atributos adquiridos em função da

prática regular de exercícios físicos. Corroborando estas informações, NAHAS (2000) afirma

que exercício físico é qualquer forma de atividade física planejada, sistematizada e repetitiva

que tenha por objetivo manter, desenvolver ou recuperar os componentes da aptidão física.

Neste contexto, a dança de salão pode ser utilizada como atividade física para a promoção

da saúde e qualidade de vida, através da otimização dos diversos componentes da aptidão

física.

Page 17: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xviii

A aptidão física é definida como um estado dinâmico de energia e vitalidade que

permite ao indivíduo não apenas a realização de tarefas cotidianas, ocupações ativas das

horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, como também,

um eficiente meio de prevenção contra o aparecimento das disfunções hipocinéticas

(BOUCHARD et al apud GUEDES & GUEDES, 1995). Ampliando estas informações,

GUEDES & GUEDES (1995), ressalta que os componentes da aptidão física seguem duas

vertentes: A aptidão física voltada para a saúde, e aptidão física voltada para o desempenho

atlético. O primeiro caso abriga aqueles atributos biológicos que oferecem alguma proteção

ao aparecimento de distúrbios orgânicos provocados pelo estilo de vida sedentário. O

segundo, inclui aqueles parâmetros biológicos necessários à prática mais eficientes dos

esportes (GUEDES & GUEDES, 1995).

A dança de salão pode ser utilizada como uma ferramenta para atuar diretamente

nos parâmetros funcionais intervenientes nesta vertente: potência aeróbia, flexibilidade,

força muscular e percentual de gordura. Em especial na melhoria do condicionamento

cardiorrespiratório, uma vez que estudos afirmam existir uma relação inversamente

proporcional entre a taxa de mortalidade e o volume máximo de oxigênio (VO2máx.)

(POWERS & HOWLEY, 2000).

2.3. Dimensão biológica

A dimensão biológica relaciona-se com os aspectos genotipológicos e determina as

potencialidades máximas possíveis de serem desenvolvidas em sua plenitude

considerando-se a adaptação do sujeito aos fatores fenotipológicos cotidianos. A referida

dimensão é constituída por parâmetros funcionais e morfológicos. Os funcionais são

subdivididos em cardio-pulmonares e neuro-musculares. Os cardiopulmonares são

agrupados em potência aeróbia e potência anaeróbia lática e alática. Os neuro-musculares

são divididos em força, flexibilidade , velocidade, equilíbrio e coordenação (RODRIGUES

DE ALMEIDA & SAMPEDRO, 1997).

De acordo com GUEDES & GUEDES (2003) as informações relativas aos

parâmetros morfológicos de composição corporal, levantadas mediante a quantidade e

distribuição de gordura corporal e à massa isenta de gordura são as mais relevantes. No

que tange aos parâmetros funcionionais neuromusculares e cardiopulmonares os mais

significativos à saúde são a resistencia cardiorespiratória, a função músculo esquelética e a

flexibilidade.

2.3.1. Parâmetros morfofuncionais intervenientes na saúde

Page 18: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xix

Um coletivo de autores (NIEMAN, 1999; GUEDES & GUEDES, 2003; ACSM, 2003)

preconizam que a aptidão física voltada à saúde inclui as seguites variáveis

morfofuncionais: capacidade cardiorrespiratória, flexibilidade, força repetitiva (em especial a

abdominal) e percentagem de gordura corporal.

De acordo com NIEMAN (1999), a capacidade cardiorrespiratória (também

denominada consumo máximo de oxigênio ou VO2máx.), é a valência física que permite ao

indivíduo continuar em tarefas extenuantes envolvendo grandes grupos musculares por

períodos longos ou ultra-longos de tempo. Também é chamada potência aeróbia, e

expressa a capacidade dos sistemas circulatório e respiratório de se adequarem e se

recuperarem dos efeitos de atividades como andar acelerado, corrida, natação e remo. Para

LEITE (2000), o consumo máximo de oxigênio representa o maior volume de oxigênio que

pode ser absolvido à nível alveolar e transportado até os tecidos durante um determinado

esforço físico, na unidade de tempo de 1 minuto.

Segundo POWERS & HOWLEY (2000), evidências recentes apontam que uma

função cardiorrespiratória de médio à alto nível confere benefícios adicionais à saúde, e

faculta um crescimento na capacidade do indivíduo de se envolver em uma faixa variada de

atividades recreativas. A melhoria do VO2máx. está associada a intensidade, duração e

frequência do esforço físico. De acordo com os mesmos autores, a intensidade do exercício

de 50 a 85% do VO2máx., com duração de 15 a 60 min de atividade contínua e com uma

frequência de 3 a 5 dias na semana, é a mais eficaz para o desenvolvimento e manutenção

do consumo máximo de oxigênio.

Ampliando estas informações, PITANGA (1998) afirma que o esforço físico resulta na

melhoria do VO2máx., tanto pelo aumento do débito cardíaco quanto pelo aprimoramento da

capacidade dos tecidos em extrairem oxigênio do sangue. LEITE (2000) ressalta que quanto

maior a eficiência do sistema cardiovascular em captar oxigênio e distribuir o fluxo

sanguineo aos tecidos, melhor será a capacidade funcional deste sistema em transportar

oxigênio pelos tecidos em atividades metabólicas acima dos níveis de repouso.

A variável flexibilidade é definida por DANTAS (1989) como a valência física

responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular, por uma

articulação ou um conjunto de articulações, dentro dos limites da morfologia e sem riscos de

acarretar uma lesão. Para GUEDES & GUEDES (2003) a flexibilidade é responsável pela

manutenção de uma amplitude de movimento adequada das articulações, permitindo ao

indivíduo a se movimentar com maior eficácia e eficiência. Conforme TUBINO (1984), a

referida qualidade física permite as articulações desenvolverem a capacidade funcional de

movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações.

A flexibilidade exerce influência direta sobre diversos aspectos da motricidade

humana, dentre eles: a) Realização de arcos articulares mais amplos e consequente melhor

Page 19: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xx

execução de movimentos e gestos motores; b) Melhor eficiência mecânica; c) Diminuição

dos riscos de lesões músculos-articulares; d) Maior expressividade e consciência corporal

(DANTAS,1989).

GUEDES & GUEDES (2003) salienta que um nível satisfatório de flexibilidade é

importante tanto para um bom funcionamento articular, como para permitir aos músculos a

manutenção de um grau de elasticidade apropriado. Níveis baixos de flexibilidade podem

facilitar a ocorrência de lesões músculo-esqueléticas ou impossibilitar a realização de

determinados movimentos.

Segundo DANTAS (1989) a flexibilidade é fortemente influenciada por fatores

endógenos e exógenos.

Os fatores exógenos dividem-se em: a) idade – quanto maior é a idade do indivíduo,

menor é o seu nível de flexibilidade; b) Sexo – normalmente as mulheres são

consideravelmente mais flexiveis que os homens; c) Individualidade biológica – indivíduos

do mesmo sexo e da mesma idade podem possuir diferentes graus de flexibilidade pois o

nível de flexibilidade irá depender principalmente da estrutura óssea, de acúmulo de tecido

circunvizinho e ainda da elasticidade da musculatura cujos tendões cruzem a articulação; d)

Somatotipo – uma grande massa muscular pode influenciar negativamente na realização de

diversos movimentos; e) Condicionamento físico – a inatividade física pode reduzir

consideravelmente a elasticidade do tecido muscular e conjuntivo; f) Tonicidade – o tônus

muscular poderá alterar o nível de consistência e contração muscular e assim afetar os

níveis de flexibilidade; g) Respiração – quando se respira utilizando toda a área pulmonar

empregando toda musculatura abdominal e torácica, inspirando e expirando pelo nariz, o

desenvolvimento da flexibilidade é favorecido; h) Concentração.

Os fatores exógenos incluem: a) Hora do dia – de acordo com o período do dia há

uma maior ou menor resistência da musculatura e dos componentes plásticos envolvidos; b)

Temperatura ambiente – o frio reduz a flexibilidade, o calor acarreta um relaxamento da

musculatura favorecendo seu desenvolvimento; c) Exercício ; d) Correlação da influência

exógena e endógena sobre a flexibilidade.

Segundo DANTAS(1989), a flexibilidade pode ser de tipo geral ou específica. Esta

última refere-se a um ou a alguns movimentos realizados em determinadas articulações; a

primeira, relaciona-se a todos os movimentos realizados em todas as articulações. O

mesmo autor destaca que a flexibilidade pode ser relativa ou absoluta. A relativa compara o

grau de flexibilidade com os comprimentos e dimensões corporais; a absoluta, leva em

conta o arco articular máximo alcançado, independente de medidas antropométricas.

De acordo com POWERS & HOWLEY (2000) existem duas técnicas principais para o

desenvolvimento da flexibilidade: a) o alongamento estático, no qual o segmento corporal

corporal permanece inteiramente imóvel; e b) o alongamento dinâmico, também

Page 20: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxi

denominado alongamento balístico,no qual os segmentos corporais se movimentam

continuamente. Os referidos autores destacam que o alongamento estático produz

resultados superiores ao do tipo dinâmico, e ainda oferece menores riscos de lesões devido

a uma menor ativação dos fusos musculares.

GUEDES & GUEDES (1995) ressaltam que para o desenvolvimento da flexibilidade

devem ser utilizados exercícios que facultem ao indivíduo assumir posições em que as

articulações envolvidas atinjam amplitudes maiores que aquelas a que o mesmo

normalmente está habituado. É necessário também que os músculos se mantenham

alongados em posição estática, por um período de tempo adequado. Os mesmos autores

recomendam que os exercícios de alongamentos estáticos para o desenvolvimento da

flexibilidade devam ser realizados com um mínimo de três sessões semanais, sustentados

de 10 a 30 segundos e repetidos de 3 a 5 vezes em cada exercício, atingindo uma duração

total de 5 a 10 minutos por sessão.

Segundo POWERS & HOWLEY (2000), evidências indicam que trinta minutos de

alongamento estático realizados duas vezes por semana aumentam a flexibilidade em cinco

semanas. Recomenda-se que a posição de alongamento seja mantida de início por 10

segundos, aumentando-se até 60 segundo após várias sessões de treino. Cada posição

deve ser repetida de 3 a vezes, até dez repetições. A sobrecarga é aplicada aumentando-se

a amplitude do movimento nas posições estáticas e aumentando-se ainda o tempo de

manutenção da posição.

DANTAS (1989) destaca que não devem ser confundidos os termos alongamento e

flexionamento. O primeiro identifica uma forma de trabalho que objetiva manter os níveis de

flexibilidade obtidos e a realização de movimentos com o mínimo de restrição física. O

segundo expressa uma forma de trabalho que visa ampliar os níveis de flexibilidade através

do alcançe de amplitudes articulares superiores às originais. O mesmo autor preconiza três

métodos de exercícios para o desenvolvimento da flexibilidade: método ativo ou dinâmico,

método passivo ou estático, e o método de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).

O método ativo é realizado através de exercícios balísticos, utilizando a inércia do

segmento corporal em movimento e forçando amplitudes maiores que as originais. Este

método utiliza de 3 a 4 séries com 10 a 20 repetições cada uma em cada um dos

movimentos escolhidos.

O método passivo visa principalmente estimlar os órgãos tendinosos de Golgi, e

assim, acarretar a inibição da contração muscular e relaxar a musculatura. Neste tipo de

trabalho deve-se adotar uma postura lenta e relaxada e em seguida procurar atingir o maior

arco de amplitude do movimento mantendo-o na posição escolhida de 8 a 20 segundos.

Cada postura deve ser repetida de 15 a 20 vezes.

Page 21: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxii

O método de facilitação neuromuscular proprioceptiva utiliza-se da influência entre o

fuso muscular e o órgão tendinoso de Golgi de um músculo entre si e com os do músculo

antagonista. Neste modelo, inicialmente, o segmento corporal é mobilizado até o limite de

sua amplitude. Em seguida, é realizada uma contração isométrica máxima durante 8

segundos. E por fim, o movimento é executado forçando-se além do limite inicial, durante o

relaxamento da musculatura do atleta após a contração.

A variável força repetitiva de abdômen, é a valência física que reflete a capacidade

de um músculo ou um grupo de músculos, especificamente os abdominais, de gerarem uma

tensão contra uma resistência opositora, no maior espaço de tempo possível, mantendo a

eficiência do movimento (PITANGA, 2001). Sua importância está relacionada a prevenção

da lombalgia, uma vez que músculos abdominais fortes são eficientes para apoiar a coluna

vertebral adequadamente, tanto na execução de atividades cotidianas, quanto na realização

de atividades desportivas que requeiram um nível de esforço físico mais intenso. Alteraçoes

no padrão de força e resistência da musculatura abdominal podem prejudicar a postura do

sujeito, acarretando a sintomatologia de problemas posturais e dores associadas (NIEMAN,

1999).

Conforme BOEHME (1994) a força repetitiva abdominal influencia positivamente nos

seguintes aspectos: a) um aumento da eficiência do trabalho físico; b) diminuição do perigo

de lesões musculares; c) melhoria no desempenho de situações de emergência, em que

ocorra uma maior exgência de trabalho muscular; e d) melhoria da postura corporal.

De acordo com GUEDES & GUEDES (1995) três princípios norteiam a prescrição e a

orientação de exercícios de exercícios de força e resistência muscular abdominal:

sobrecarga, progressividade e especificidade.

O princípio da sobrecarga determina que as adaptações de força e resistência

muscular localizada ocorrem quando o grupo muscular ativo é estimulado a trabalhar contra

um nível de stress superior ao que está costumeiramente habituado. O princípio da

progressividade afirma que a sobrecarga imposta ao grupo muscular deverá ocorrer

progressivamente, até alcançar o nível de desenvolvimento ideal. O princípio da

especificidade sugere que as alterações na força e resistência muscular ocorrem

especificamente nos grupos musculares que são utilizados para vencer a sobrecarga

imposta pelo exercício físico (GUEDES & GUEDES, 1995).

Os mesmos autores destacam que um programa de força e resistência muscular

abdominal deve priorizar exercícios que possam ser executados por um indivíduo de forma

adequada e correta. Deve-se iniciar o programa de exercícios em um nível de intensidade

baixa, que permita ao indivíduo a realização de 15 a 20 repetições corretas do movimento

pré-determinado. Posteriormente, a sobrecarga deverá ser elevada, e o nível de dificuldade

dos exercícios gradativamente aumentado. Recomenda-se uma duração mínima de 10

Page 22: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxiii

minutos para os exercícios de força repetitiva, com uma frequência de 2 a 3 vezes por

semana.

A variável percentagem de gordura corporal é definida como a quantidade de tecido

adiposo armazenado no tecido subcutâneo, sendo seus valores expressos em percentual -

%G (GUEDES, 1994). GUEDES & GUEDES (1995) preconiza que o aspecto que mais

interessa diretamente aos aspectos da saúde funcional está relacionado à quantidade de

gordura corporal. Na aptidão física voltada à saúde convencionou-se considerar a

composição corporal sob dois componentes fundamentais: massa corporal isenta de

gordura e a própria gordura. Neste sentido, a massa corporal isenta de gordura relaciona-se

à parte corporal total que permanece após toda a gordura ser retirada, sendo formada pelos

tecidos musculares, esquelético, pele, órgãos e demais tecidos não gordurosos.

De acordo com POWERS & HOWLEY( 2000), a gordura corporal pode ser

classificada em quatro grupos gerais: ácidos graxos, triglicerídeos, fosfolipídeos e

esteróides. Os ácidos graxos são compostos por cadeias de átomos de carbono ligadas a

um grupo carboxila e são o principal tipo de gordura utilizada pelas células musculares como

fonte de enegia. Os ácidos graxos são armazenados no corpo como triglicerídeos e durante

o exercício físico podem ser utilizados como substrato energético pelo músculo através de

um processo denominado lipólise.

O excesso de gordura não deve ser entendido somente como um problema estético.

Seus efeitos podem trazer vários distúrbios de saúde, os quais reduzem a expectativa de

vida e diminuem significativamente sua qualidade. Evidências atuais indicam que o

excessivo acúmulo de gordura corporal atua diretamente em variações das funções

orgânicas, tornando-se um fator de risco primário, associado a morbidades específicas

(GUEDES & GUEDES, 2003).

Dois métodos amplamente utilizados para estimar o percentual de gordura corporal

incluem a pesagem subaquática e a mensuração das dobras cutâneas. Em ambos o

pesquisador obtém uma estimativa da densidade corporal total e a partir dela, determina o

percentual do corpo que é gordo e o percentual que se encontra isento de gordura. Essa

informação sobre a densidade corporal é então convertida em % de gordura e pode ser

utilizada na análise da condição do indivíduo em relação à saúde e ao condicionamento

(POWERS & HOWLEY, 2000).

LOHMAN apud RODRIGUES DE ALMEIDA (2003) segere uma faixa ideal de % de

gordura corporal para indivíduos do sexo masculino de 10 a 20% para a prevenção de

doenças associadas a obesidade. Valores acima de 20% já indicam obesidade e

consequentemente aumentam o risco de diabetes, cardiopatias e hipertensão. As mulheres

geralmente apresentam cerca de 3% a mais de gordura que os homens antes da puberdade

e 11% quando adultas. Para elas a faixa ideal de gordura corporal é de 15 a 25%. GUEDES

Page 23: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxiv

& GUEDES (2003) ratifica estes dados ao ressaltar que tanto na puberdade quanto na idade

adulta, as mulheres acumulam mais gordura que os homens, porém, os homens

demonstram uma maior vulnerabilidade em relação as agressões induzidas pelo seu

excesso.

Conforme GUEDES & GUEDES (2003), a obesidade é considerada um acúmulo

excessivo de gordura no tecido adiposo, local ou em todo o corpo, resultante de vários

fatores relacionados a aspectos ambientais, endócrinos e/ou metabólicos. Os mesmos

autores ressaltam que é importante não confundir os termos obesidade e sobrepeso, uma

vez que este último indica um peso corporal elevado, mas não necessariamente quantidade

elevada de gordura.

Neste contexto, muitas vezes alguns indivíduos aparentemente obesos quando

avaliados, na realidade não são; apesar de apresentarem sobrepeso, isso se deve a um

maior desenvolvimento muscular e ósseo. Ao contrário, outros indivíduos que não

apresentam sobrepeso, podem possuir uma percentagem de gordura prejudicial à saúde.

Para POWERS & HOWLEY( 2000), considera-se condição de obesidade uma

porcentagem de gordura corporal maior que 25% para os homens e maior que 32% para as

mulheres. Esses percentuais equivalem a valores do IMC de 27,8 para os homens e de 27,3

para as mulheres. Os mesmos autores salientam que é de suma importância analisar a

forma que a gordura encontra-se distribuida no corpo, pois indivíduos com uma maior

concentração de gordura na região abdominal são mais sucestíveis a doenças

cardiovasculares, resistência à insulina, colesterol elevado e hipertensão arterial. GUEDES

& GUEDES (2003), corrobora estas informações ao salientar que a localização regional do

excesso de gordura é um forte indicador da magnitude dos riscos impostos à saude.

POWERS & HOWLEY( 2000) indicam que evidências epidemiológicas apontam para

uma correlação inversa entre a atividade física e o peso corporal, com a gordura corporal

sendo mais adequadamente distribuida naqueles indivíduos fisicamente ativos. GUEDES &

GUEDES (2003) afirmam que os exercícios físicos mais indicados para auentar a demanda

energética e assim acionar o metabolismo das gorduras, são os do tipo aeróbico, tais como:

correr, nadar, pedalar e ainda dançar.

Em indivíduos fisicamente ativos, durante a realização de atividades físicas

aeróbicas de baixa e moderada intensidade, ocorrem inúmeras adaptações metabólicas que

facultam uma maior utilização dos ácidos graxos livres como substrato energético. Em

especial, destaca-se a utilização das gorduras com consequente redução na concentração

de insulina e aumento das catecolaminas, fatores que respectivamente inibem e estimulam

a mobilização dos ácidos graxos livres (GUEDES & GUEDES, 2003).

Os esforços físicos do tipo contínuo, com intensidade moderada, geralmente

apresentam maior impacto no consumo das gorduras como fonte de energia, do que

Page 24: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxv

aqueles realizados de forma fracionada e em baixa intensidade. Após 30 minutos de

exercícios físicos realizados em baixa intensidade (cerca de 25% do VO2máx.), o índice de

oxidação dos ácidos gráxos livres pode se elevar em 5 vezes os níveis de repouso. Quando

em intensidades moderadas (cerca de 65% do VO2máx.) os índices de oxidação podem se

elevar de 8 a 10 vezes. E em intensidades altas ( maior que 85% do VO2máx.) pode chegar

a 6 vezes o nível de repouso (GUEDES & GUEDES, 2003).

O mesmo autor recomenda para redução e controle da gordura corporal, de 3 a 5

sessões semanais de exercícios aeróbicos, numa intensidade de 40% a 65% da frequência

cardíaca de reserva, baseando-se na idade e frequência cardíaca de repouso do indivíduo.

Preferencialmente as sessões devem ser em dias alternados, numa duração de 30 a 60

minutos contínuos. Entre as atividades físicas mais indicadas estão a corrida, natação,

ciclismo, remo e dança.

É necessário porém compreender que nas prescrições de exercícios aeróbicos

visando reduzir o peso e a quantidade de gordura corporal, o mais relevante é o aumento da

demanda energética total, independente do esforço físico estar acima ou abaixo de

determinado limiar. No entanto, é importante salientar que esforços físicos inferiores a 40%

da capacidade funcional máxima, produzirão apenas adaptações satisfatórias nos aspectos

metabólicos e funcionais de indivíduos com baixos níveis de aptidão física (GUEDES &

GUEDES, 2003)..

Page 25: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxvi

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Características físicas da amostra

Tabela 1 – Médias e desvios padrão do peso corporal, idade e estatura dos subgrupos

de estudo masculino (GEM) e feminino (GEF)

VARIÁVEIS GEM GEF

IDADE 23,5 ± 3,39 21,83 ± 1,47

PESO

CORPORAL

65,83 ± 5,56

55,17 ± 4,67

ESTATURA

170,17 ± 3,49

160,5 ± 2,35

Na tabela 1 verifica-se que o valor referente a média da idade dos praticantes do

gênero masculino foi de 23,5 ± 3,39, e do sexo feminino foi 21,83 ± 1,47. A média do peso

corporal dos praticantes do gênero masculino foi de 65,83 ± 5,56, e do sexo feminino foi

55,17 ± 4,67. E finalmente, a estatura dos praticantes do gênero masculino foi de 170,17 ±

3,49 e do sexo feminino160,5 ± 2,35. Constata-se desta forma, que a amostra alcançou um

nível elevado de homogeneidade, uma vez que os desvios-padrão encontrados foram

baixos em todas as variáveis relativas as caracterísiticas físicas.

Page 26: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxvii

Tabela 2 – Médias e desvios padrão do consumo máximo de oxigênio (VO2MÁX), da

flexibilidade (FLEX), da força repetitiva de abdômen (FRAB) e do percentual de gordura

(%G) dos grupos de estudo masculino (GEM) e feminino (GEF).

VARIÁVEIS GEM GEF

VO2MÁX 45,11 ± 2,61 39,31 ± 1,99

FLEXIBILIDADE

20,83 ± 2,86

22,17 ± 3,19

FORÇA

REPETITIVA DE

ABDÔMEN

30,33 ± 3,5 22 ± 3,03

% GORDURA 7,91 ± 2,43 19,88 ± 1,24

Na tabela 2, constata-se que valor referente a média do VO2máx nos praticantes do

gênero masculino foi de 45,11 ± 2,61 ml/kg.min, valor este considerado como “bom” de

acordo com a classificação sugerida por COOPER (1972). No entanto a média de 39,31 ±

1,99 ml/kg.min encontrada no VO2máx nos sujeitos do sexo feminino, foi classificada como

“excelente” segundo a tabela de classificatória do mesmo autor. Possivelmente, estes

dados tenham sido influenciados pelo nível de solicitação metabólica imposto as mulheres

ser mais elevado que nos homens. Os homens como são os responsáveis por conduzir a

sua parceira na execução dos movimentos, acabam por ter uma exigência músculo-

esquelética maior. As mulheres por serem conduzidas, e normalmete terem que executar

Page 27: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxviii

uma série de giros, rodopios, saltos, sofrem uma maior exigência da resistência

cardiorrespiratória. POWERS & HOWLEY (2000) analisaram o VO2máx de sujeitos jovens

normais do sexo feminino e masculino e encontraram valores médios bem semelhantes, 45

ml/kg.min para os homens e 38 ml/kg.min para as mulheres.

No tocante a FLEX, o GEF se mostrou superior ao GEM, uma vez que este último

obteve uma pontuação média de 20,83 ± 2,86, situada em um nível classificatório “médio”,

enquanto o primeiro enquadrou-se em um nível “grande”, atingindo uma pontuação média

de 22,17 ± 3,19, conforme a tabela de Wallace apud CARNAVAL (1995). A literatura

específica (GUEDES & GUEDES, 2003) ressalta que normalmente as mulheres são mais

flexiveis que os homens, no entanto, um fator que pode ter influenciado tais resultados, é

que certos movimentos coreográficos exigem por parte das mulheres uma maior amplitude

dos segmentos articulares. PRATI & PRATI (2006) realizaram um estudo com a

flexibilidade de bailarinos de ballet clássico e encontraram um nível classíficatório “bom”

segundo a literatura específica.

Em relação a FRAB, o GEM superou ao GEF, já que este atingiu um valor de 22 ±

3,03 execuções corretas, média esta situada em um nível classificatório “fraco”. O GEM

alcançou um valor de 30,33 ± 3,5 execuções corretas, classificando-se neste caso em um

estágio “médio”, conforme a tabela de POLLOCH & WILMORE (1993). Isto deve-se,

provavelmente, aos praticantes do sexo masculino realizarem uma série de movimentos de

dança de salão que imprimem uma exigência muscular considerável ao reto abdominal e

aos obliquos internos e externos. REIS DE MOURA, PEDROSO E ZINN (2002) realizaram

um estudo analisando a FRAB de homens e mulheres jovens ativos e inativos fisicamente,

e ambos os grupos ficaram em um nível de condicionamento inferior ao encontrado na

amostra desta pesquisa. Os homens e mulheres jovens ativos fisicamente atingiram valores

médios de 22,66 e 17,93 repetições respectivamente. Os homens e mulheres jovens

inativos fisicamente alcançaram médias ainda menores, 20,56 e 13,43 repetições

respectivamente.

A classificação de percentagem de gordura para indívíduos saudáveis é de 15 %

para indivíduos do sexo masculino e 23% para o sexo feminino. Os valores encontrados

para ambos os grupos foram classificados como abaixo da média, 19,88 ± 1,24% para o

GEF e 7,91 ± 2,43% para o GEM. Portanto, todos os sujeitos encontram-se em um nível

ótimo de %G, favorável para prevenção de doenças e desordens associadas a obesidade e

a má nutrição (LOHMAN, 1992). GUEDES & GUEDES ( 2003) salienta que os exercícios

físicos mais eficientes para resultar em um impacto positivo na redução da gordura corporal

são aqueles que envolvem a utilização de grandes grupos musculares e que ativem todo

sistema orgânico de oxigenação, ou seja os de caráter aeróbico. Ao considerarmos que a

dança de salão é predominantemente aeróbica, de intensidade moderada à baixa, constata-

Page 28: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxix

se que os resultados são condizentes com as recomendações feitas pela literatura

especializada. Outro fator relevante é a frequência das aulas de 5 dias na semana e a

duração de 60 minutos, considerada ideal para a otenção de adaptações metabólicas e

funcionais adequadas ( GUEDES & GUEDES, 2003). VALADÃO (2006) analisou o %G de

homens e mulheres praticantes de dança contemporânea e encontrou médias similares as

encontradas neste estudo, 8,43% para os sujeitos do sexo masculino e 15,04% para os

sujeitos do sexo feminino. Em um outro estudo, também realizado com o %G de bailarinos

de dança contemporânea, SILVA & KUWAE (2008) obtiveram resultados bem próximos aos

encontrados nesta pesquisa, 6,53% para os homens e 17,8% para as mulheres.

Tabela 3 – Correlação entre o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e o percentual de

gordura corporal (% G) dos grupos de estudo masculino (GEM) e feminino (GEF)

VARIÁVEIS

ggg

r

GEM GEF

VO2MÁX

-0,56 -0,30

% G

No que tange aos valores correlacionacionais encontrados para as variáveis de estudo

VO2máx e % G, constatou-se uma correlação negativa moderada no GEM (-0,56) e no GEF

(-0,30). Estes achados são corroborados por AMORIM (1995) que encontrou uma relação

negativa entre gordura corporal e capacidade aeróbica em um estudo realizado com

judocas. Verifica-se em ambos os casos, que a medida que a gordura corporal aumenta o

condicionamento cardiopulmonar moderadamente decai e vice-versa.

Numa aula de dança de salão, provavelmente, serão necessárias certas adequações

para otimizar os efeitos morfofuncionais desta atividade. Uma destas medidas,

necessariamente seria a necessidade de dar um caráter contínuo a aula de dança, com um

mínimo possível de interrupções, utilizando a estratégia da recuperação ativa, na qual o

aluno apenas diminui a intensidade do exercício gradativamente, sem interrompe-lo por

completo. A frequência das aulas deveria ser similar ao da amostra utilizada neste estudo (5

Page 29: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxx

dias semais), e a intensidade estabelecida de acordo com o nível de condicionamento

cardiopulmonar do praticante. Uma vez que a literatura específica recomenda atividades

contínuas com duração de 40-60 minutos para o desenvolvimento da capacidade

cardiorrespiratória, é de fundamental importância verificar se estas recomendações tem sido

seguidas pela população do estudo. As atividades contínuas globais além de favorecer o

desenvolvimento cardiopulmonar são imprescendìveis para otimizar a composição corporal

por meio do aumento do metabolismo das gorduras (POWERS & HOWLEY, 2000).Outra

necessidade seria selecionar os rítmos de dança de salão de acordo com o nível de aptidão

física do aluno, de modo a prevenir possíveis riscos àqueles que se encontram menos

condicionados, e maximizar os resultados daqueles sujeitos que se encontram em um

melhor patamar de condicionamento físico.

6. CONCLUSÕES

Considerando os resultados obtidos nesta pesquisa chegou-se as seguintes

conclusões:

O GEM se encontra em uma faixa clasificatória “boa” e o GEF em um nível “excelente”

em termos de Consumo Máximo de Oxigênio;

O GEM se encontra em um nível clasificatório “bom” e o GEF em um nível “grande” em

relação a Flexibilidade Absoluta Global;

O GEM se encontra em um nível clasificatório “médio” e o GEF em um nível “fraco” em

relação a Força Repetitiva de Abdômen;

No tocante aos valores encontrados para o Percentual de Gordura, ambos os grupos

apresentaram valores classificatórios “abaixo da média”;

Foi constatada em ambos os grupos de estudo uma correlação negativa moderada

entre as variáveis VO2máx e %G;

Tendo em vista estes achados, pressupõe-se que a dança de salão pode agir

positivamente na saúde dos seus praticantes. Uma vez que ela possui

características e atrativos próprios, se diferencia de outras atividades físicas

predominantemente aeróbicas como a caminhada, corrida, ciclismo e natação,

devido a acrescentar aos exercícios e movimentos corporais, elementos

emocionais e artísticos. Ao atingir o indivíduo multidimensionalmente, tanto na

esfera biológica quanto nas esferas psicológica e social, a dança de salão

contempla uma série de variáveis que facultam ao indivíduo uma maior interação

com si mesmo e com os demais. Tais benefícios favorecem a adoção de um estilo

de vida mais ativo fisicamente, capaz de atuar positivamente na qualidade de vida

Page 30: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxxi

dos mesmos;

No entanto para resultar em benefícios ótimos à saúde, as aulas de dança de salão

necessitam possivelmente de uma melhor planificação, baseada em princípios e

critérios de controle científicos.

Por conseguinte, sugerem-se novas investigações relativas à importância dos critérios

de intensidade, volume e freqüência de treino em aulas de dança de salão.

Sugere-se ainda uma análise dos efeitos desta modalidade em outros parâmetros

morfo-funcionais intervenientes na saúde, tais como: pressão arterial sanguinea,

somatotipo e postura corporal, utilizando desta feita uma amostra mais

significativa.

Page 31: aspectos morfofuncionais em praticantes de dança de salão

xxxii

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