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Revista Virtual Direito Brasil – Volu ASPECT CONTROV RESUMO: Como tentativa por objetivo examinar a du pesquisa ampara-se na nece modalidade de título de cré características, divergência partir de uma vigorosa pesq estudo, ainda que sucinto instituto no Brasil. ABSTRACT: In an attemp examine the virtual duplic herself on the need to dem mode, and setting, in sum position in case law. Ad research, and thus, presen effectiveness of this institut PALAVRAS-CHAVE: Du KEYWORDS: Duplicate, 1 INTRODUÇÃO Foi na década de no contato com a primeira obr Teoria Geral dos Títulos d pioneirismo do mestre já s substituição dos títulos de devido aos avanços da ci ratificado e desenvolvido oitenta, vindo somente a l 1 Mestrado e Doutorado em Universidade Católica de São Pa ume 9 – nº 1 - 2015 TOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTU POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL VERSIAL ASPECTS OF DUPLICATE VIRT POSITION JURISPRUDENTIAL Maria a de enfrentar uma nova forma de título de créd uplicata virtual e a posição de nossos tribunais essidade de demonstrar à sociedade que se faz n édito, procurando estabelecer, de forma sintétic as doutrinárias e posição na jurisprudência. A quisa doutrinária e jurisprudencial, e desta mane o, dos mecanismos jurídicos que asseguram pt to face a new form of negotiable instrument cate and the position of our courts. Thus, thi monstrate to society that is needed this new ne mmary form, its main characteristics, doctrin ddresses the issue from a vigorous doctrinal nts a study, albeit brief, the legal mechanis tion in Brazil. uplicata, virtual, título, crédito, jurisprudência. virtual, title, credit, jurisprudence. oventa da centúria passada que tivemos a oportu ra do querido, Professor Newton De Lucca, o fa de Crédito", editado pela Pioneira, no já dista se achava estampado a p. 28 desse livro, no q crédito emitidos em forma papelizada, pelos s ibernética. O trabalho desse grande mestre s com sua obra "A Cambial-Extrato", escrita a lume no ano de 1985, pela Editora Revista do Direito das Relações Sociais, sub-área Direito Empr aulo. Professora de Direito Empresarial e Advogada. UAL E A TUAL AND a Bernadete Miranda 1 dito, este estudo tem s. Assim, a presente necessária esta nova ca, as suas principais Aborda-se o tema a eira, apresenta-se um a efetivação desse t, this study aims to is research supports egotiable instrument nal differences and and jurisprudential sms that ensure the unidade de entrar em amoso "Aspectos da ante ano de 1979. O qual ele vaticinara a suportes magnéticos, seria posteriormente ainda na década de os Tribunais. Outros resarial, pela Pontifícia

ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A

CONTROVERSIAL ASPECTS OF DUPLICATE VIRTUAL AND

RESUMO: Como tentativa de enfrentar uma nova forma de título de crédito, este estudo tem por objetivo examinar a duplipesquisa ampara-se na necessidade de demonstrar à sociedade que se faz necessária esta nova modalidade de título de crédito, procurando estabelecer, de forma sintética, as suas principais características, divergências doutrinárias e posição na jurisprudência. Abordapartir de uma vigorosa pesquisa doutrinária e jurisprudencial, e desta maneira, apresentaestudo, ainda que sucinto, dos mecanismos jurídicos que asseguram a efetinstituto no Brasil.

ABSTRACT: In an attempt to face a new form of negotiable instrument, this study aims to examine the virtual duplicate and the position of our courts. herself on the need to demonstrate to society that is needed this new negotiable instrument mode, and setting, in summary form, its main characteristics, doctrinal differences and position in case law. Addresses the issue from research, and thus, presents a study, albeit brief, the legal mechanisms that ensure the effectiveness of this institution in Brazil. PALAVRAS-CHAVE: Duplicata, virtual, título, crédito, jurisprudência

KEYWORDS: Duplicate, virtual, title, credit, jurisprudence

1 INTRODUÇÃO

Foi na década de noventa da centúria passada que tive

contato com a primeira obra do querido, Professor Newton De Lucca, o famoso

Teoria Geral dos Títulos de Crédito"

pioneirismo do mestre já se achava estampado a p. 28 desse livro, no qual ele vaticinara a

substituição dos títulos de crédito emitidos em forma papelizada, pelos suportes magnéticos,

devido aos avanços da cibernética. O trabalho desse grande mestre s

ratificado e desenvolvido com sua obra

oitenta, vindo somente a lume no ano de 1985, pela Editora Revista dos Tribunais. Outros

1 Mestrado e Doutorado em DiUniversidade Católica de São Paulo. Professora de Direito Empresarial

Volume 9 – nº 1 - 2015

ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL

CONTROVERSIAL ASPECTS OF DUPLICATE VIRTUAL AND

POSITION JURISPRUDENTIAL

Maria Bernadete Miranda

Como tentativa de enfrentar uma nova forma de título de crédito, este estudo tem por objetivo examinar a duplicata virtual e a posição de nossos tribunais. Assim, a presente

se na necessidade de demonstrar à sociedade que se faz necessária esta nova modalidade de título de crédito, procurando estabelecer, de forma sintética, as suas principais

cterísticas, divergências doutrinárias e posição na jurisprudência. Abordapartir de uma vigorosa pesquisa doutrinária e jurisprudencial, e desta maneira, apresentaestudo, ainda que sucinto, dos mecanismos jurídicos que asseguram a efet

In an attempt to face a new form of negotiable instrument, this study aims to examine the virtual duplicate and the position of our courts. Thus, this research supports herself on the need to demonstrate to society that is needed this new negotiable instrument mode, and setting, in summary form, its main characteristics, doctrinal differences and position in case law. Addresses the issue from a vigorous doctrinal and jurisprudential research, and thus, presents a study, albeit brief, the legal mechanisms that ensure the effectiveness of this institution in Brazil.

uplicata, virtual, título, crédito, jurisprudência.

uplicate, virtual, title, credit, jurisprudence.

na década de noventa da centúria passada que tivemos a oportunidade de entrar em

contato com a primeira obra do querido, Professor Newton De Lucca, o famoso

Teoria Geral dos Títulos de Crédito", editado pela Pioneira, no já distante ano de 197

pioneirismo do mestre já se achava estampado a p. 28 desse livro, no qual ele vaticinara a

substituição dos títulos de crédito emitidos em forma papelizada, pelos suportes magnéticos,

devido aos avanços da cibernética. O trabalho desse grande mestre s

ratificado e desenvolvido com sua obra "A Cambial-Extrato", escrita ainda na década de

oitenta, vindo somente a lume no ano de 1985, pela Editora Revista dos Tribunais. Outros

Mestrado e Doutorado em Direito das Relações Sociais, sub-área Direito Empresarial, pela Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo. Professora de Direito Empresarial e Advogada.

ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A

CONTROVERSIAL ASPECTS OF DUPLICATE VIRTUAL AND

Maria Bernadete Miranda 1

Como tentativa de enfrentar uma nova forma de título de crédito, este estudo tem cata virtual e a posição de nossos tribunais. Assim, a presente

se na necessidade de demonstrar à sociedade que se faz necessária esta nova modalidade de título de crédito, procurando estabelecer, de forma sintética, as suas principais

cterísticas, divergências doutrinárias e posição na jurisprudência. Aborda-se o tema a partir de uma vigorosa pesquisa doutrinária e jurisprudencial, e desta maneira, apresenta-se um estudo, ainda que sucinto, dos mecanismos jurídicos que asseguram a efetivação desse

In an attempt to face a new form of negotiable instrument, this study aims to Thus, this research supports

herself on the need to demonstrate to society that is needed this new negotiable instrument mode, and setting, in summary form, its main characteristics, doctrinal differences and

a vigorous doctrinal and jurisprudential research, and thus, presents a study, albeit brief, the legal mechanisms that ensure the

a oportunidade de entrar em

contato com a primeira obra do querido, Professor Newton De Lucca, o famoso "Aspectos da

, editado pela Pioneira, no já distante ano de 1979. O

pioneirismo do mestre já se achava estampado a p. 28 desse livro, no qual ele vaticinara a

substituição dos títulos de crédito emitidos em forma papelizada, pelos suportes magnéticos,

devido aos avanços da cibernética. O trabalho desse grande mestre seria posteriormente

escrita ainda na década de

oitenta, vindo somente a lume no ano de 1985, pela Editora Revista dos Tribunais. Outros

rea Direito Empresarial, pela Pontifícia

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

autores começaram a dedicar

antecipou o surgimento do que hoje se convencionou chamar de

"duplicata-escritural", ou "duplicata

ignorância de como as coisas, de fato, se passaram...

O desenvolvimento da informática e a necessidade de se diminuir ou eliminar o

trânsito de papéis, aliados à brecha da lei, propiciou o surgimento de uma forma de circulação

do crédito totalmente inusitada, em que é possível a existência de um título de cr

eletrônico, emitido através dos caracteres criados em computador.

O meio informatizado vem, decisivamente, substituindo o papel como meio físico de

suporte aos títulos de crédito. Trata

crédito, que traz, de imediato, uma fragilização dos princípios da cartularidade e da

literalidade, conforme previsto pelo professor Newton De Lucca em 1979. Este fenômeno

incide, com bastante intensidade, na duplicata, título de crédito genuinamente brasileiro, com

larga utilização no comércio nacional.

O Superior Tribunal de Justiça demarcou, no ano de 2012, o fim de uma longa, sinuosa

e polêmica caminhada, referente aos títulos de crédito eletrônicos, em especial a duplicata

eletrônica, apresentando hoje um entendi

pesquisa morosa e conflitante para a sua construção histórica.

Assim, após uma série de estudos sobre a matéria

título de crédito eletrônico denominado duplicata escritural

rediscutir o tema “Duplicata” que já foi por muitos doutrinadores abordado e debatido, mas

sim registrar alguns aspectos polêmicos e a posição jurisprudencial

O surgimento da duplicata assim como grande parte dos institutos

Comercial é fruto da prática mercantil, sendo somente em époc

regulado pelo Direito.

Acolhendo a visão

denominado Duplicata encontra

Duplicata Papel. Extração da cártula da duplicata e remessa ao sacado, para aceite (década de

20 do século passado) até o final da década de 60.

crédito, com procedimento abreviado

Substituição da cártula pelo envio de boletos bancários, em papel. Décadas de 70, 80 e início

Volume 9 – nº 1 - 2015

autores começaram a dedicar-se ao tema, a partir de então, mas foi ele quem, efetivamente,

antecipou o surgimento do que hoje se convencionou chamar de

escritural", ou "duplicata-eletrônica". Quem não reconhecer isso revela crassa

ignorância de como as coisas, de fato, se passaram...

O desenvolvimento da informática e a necessidade de se diminuir ou eliminar o

trânsito de papéis, aliados à brecha da lei, propiciou o surgimento de uma forma de circulação

do crédito totalmente inusitada, em que é possível a existência de um título de cr

eletrônico, emitido através dos caracteres criados em computador.

O meio informatizado vem, decisivamente, substituindo o papel como meio físico de

suporte aos títulos de crédito. Trata-se do fenômeno da desmaterialização dos títulos de

traz, de imediato, uma fragilização dos princípios da cartularidade e da

literalidade, conforme previsto pelo professor Newton De Lucca em 1979. Este fenômeno

incide, com bastante intensidade, na duplicata, título de crédito genuinamente brasileiro, com

arga utilização no comércio nacional.

O Superior Tribunal de Justiça demarcou, no ano de 2012, o fim de uma longa, sinuosa

e polêmica caminhada, referente aos títulos de crédito eletrônicos, em especial a duplicata

, apresentando hoje um entendimento pacificado sobre o assunto, fruto de uma

pesquisa morosa e conflitante para a sua construção histórica.

após uma série de estudos sobre a matéria o presente trabalho versa sobre o

título de crédito eletrônico denominado duplicata escritural ou virtual, cujo objetivo não é

rediscutir o tema “Duplicata” que já foi por muitos doutrinadores abordado e debatido, mas

alguns aspectos polêmicos e a posição jurisprudencial.

O surgimento da duplicata assim como grande parte dos institutos

Comercial é fruto da prática mercantil, sendo somente em época posterior formalmente

visão do prof. Leonardo Parentoni Netto esse título de crédito

encontra-se dividido em quatro fases evolutivas, são elas

Extração da cártula da duplicata e remessa ao sacado, para aceite (década de

20 do século passado) até o final da década de 60. Era feita a circulação do próprio título de

crédito, com procedimento abreviado em relação ao previsto na lei. 2ª Fase: Boleto Bancário.

Substituição da cártula pelo envio de boletos bancários, em papel. Décadas de 70, 80 e início

as foi ele quem, efetivamente,

antecipou o surgimento do que hoje se convencionou chamar de “duplicata virtual”,

eletrônica". Quem não reconhecer isso revela crassa

O desenvolvimento da informática e a necessidade de se diminuir ou eliminar o

trânsito de papéis, aliados à brecha da lei, propiciou o surgimento de uma forma de circulação

do crédito totalmente inusitada, em que é possível a existência de um título de crédito

O meio informatizado vem, decisivamente, substituindo o papel como meio físico de

desmaterialização dos títulos de

traz, de imediato, uma fragilização dos princípios da cartularidade e da

literalidade, conforme previsto pelo professor Newton De Lucca em 1979. Este fenômeno

incide, com bastante intensidade, na duplicata, título de crédito genuinamente brasileiro, com

O Superior Tribunal de Justiça demarcou, no ano de 2012, o fim de uma longa, sinuosa

e polêmica caminhada, referente aos títulos de crédito eletrônicos, em especial a duplicata

mento pacificado sobre o assunto, fruto de uma

o presente trabalho versa sobre o

, cujo objetivo não é

rediscutir o tema “Duplicata” que já foi por muitos doutrinadores abordado e debatido, mas

O surgimento da duplicata assim como grande parte dos institutos de Direito

a posterior formalmente

esse título de crédito

evolutivas, são elas: 1ª Fase:

Extração da cártula da duplicata e remessa ao sacado, para aceite (década de

circulação do próprio título de

2ª Fase: Boleto Bancário.

Substituição da cártula pelo envio de boletos bancários, em papel. Décadas de 70, 80 e início

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

da década de 90. Circulação escritural do direito de crédito, em papel, substituindo a

circulação do próprio título de crédito.

meio eletrônico, a partir dos dados constantes da fatura. Atualmente em curso. Circulação

escritural do direito de crédito, em meio eletrônico.

circulação da duplicata integralmente em meio eletrônico. Em perspectiva. Título de crédito

eletrônico. 2

Abordaremos a seguir

além destas considerações iniciais, o trabalho compõe

dedicado ao documento eletrônico; o terceiro refere

eletrônico; o quarto ao marco tecnológico na evolução dos títulos de crédito e as críticas ao

código civil de 2002; o quinto a duplicata

nas duplicatas virtuais e o débito direto autorizado

doutrinárias brasileiras; o oitavo

jurisprudência; o nono tópico dedica

com as referências bibliográficas.

2 DOCUMENTO ELETRÔNICO

Antes de adentrar-

explanação sobre os documentos eletrônicos.

A filosofia chinesa ensina que o homem só é fiel à mudança. Para os chineses a única

constante é, paradoxalmente, a mutação.

O estadista norte-

pragmatismo que caracteriza o sentir daquela nação, rogou a Deus coragem para mudar o que

era necessário, aceitar o que não podia ser modificado e sabedoria para distinguir uma situaç

da outra.

Precisamente esta é a questão: quando se deve

mundo atual, principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi

pródigo em mudanças. Quando

2 PARENTONI NETTO, Leonardo. Terceira Região. Ano XXV, nº 120. Janeiro/Março de 2014, p. 109.

Volume 9 – nº 1 - 2015

da década de 90. Circulação escritural do direito de crédito, em papel, substituindo a

rio título de crédito. 3ª Fase. Duplicata Virtual. Protesto por indicação, em

meio eletrônico, a partir dos dados constantes da fatura. Atualmente em curso. Circulação

escritural do direito de crédito, em meio eletrônico. 4ª Fase: Duplicata Eletrônica.

circulação da duplicata integralmente em meio eletrônico. Em perspectiva. Título de crédito

a seguir alguns aspectos polêmicos da 3ª e 4ª fase da duplicata,

lém destas considerações iniciais, o trabalho compõe-se de mais nove tópicos. O segundo é

dedicado ao documento eletrônico; o terceiro refere-se a identificação das partes em meio

eletrônico; o quarto ao marco tecnológico na evolução dos títulos de crédito e as críticas ao

; o quinto a duplicata virtual e a sua desmaterialização; o sexto

nas duplicatas virtuais e o débito direto autorizado; o sétimo as divergências nas correntes

; o oitavo a execução da duplicata escritural e a posição da

ópico dedica-se a concluir os escritos, seguindo-

com as referências bibliográficas.

2 DOCUMENTO ELETRÔNICO

-se ao estudo da Duplicata Virtual, necessário se faz uma breve

explanação sobre os documentos eletrônicos.

losofia chinesa ensina que o homem só é fiel à mudança. Para os chineses a única

constante é, paradoxalmente, a mutação.

-americano, Abrahan Lincoln, contudo, foi além e, com o

pragmatismo que caracteriza o sentir daquela nação, rogou a Deus coragem para mudar o que

era necessário, aceitar o que não podia ser modificado e sabedoria para distinguir uma situaç

esta é a questão: quando se deve mudar e quando se deve

, principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi

pródigo em mudanças. Quando se encontra uma pessoa, que viveu sua juventude na década de

PARENTONI NETTO, Leonardo. A duplicata virtual em perspectiva. Revista do Tribunal Regional Federal da

Terceira Região. Ano XXV, nº 120. Janeiro/Março de 2014, p. 109.

da década de 90. Circulação escritural do direito de crédito, em papel, substituindo a

. Protesto por indicação, em

meio eletrônico, a partir dos dados constantes da fatura. Atualmente em curso. Circulação

4ª Fase: Duplicata Eletrônica. Criação e

circulação da duplicata integralmente em meio eletrônico. Em perspectiva. Título de crédito

alguns aspectos polêmicos da 3ª e 4ª fase da duplicata, onde

ais nove tópicos. O segundo é

se a identificação das partes em meio

eletrônico; o quarto ao marco tecnológico na evolução dos títulos de crédito e as críticas ao

virtual e a sua desmaterialização; o sexto ao aceite

as divergências nas correntes

a execução da duplicata escritural e a posição da

-se o décimo tópico

ao estudo da Duplicata Virtual, necessário se faz uma breve

losofia chinesa ensina que o homem só é fiel à mudança. Para os chineses a única

americano, Abrahan Lincoln, contudo, foi além e, com o

pragmatismo que caracteriza o sentir daquela nação, rogou a Deus coragem para mudar o que

era necessário, aceitar o que não podia ser modificado e sabedoria para distinguir uma situação

se deve perseverar? O

, principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi

juventude na década de

. Revista do Tribunal Regional Federal da

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

50, sempre se pergunta o que pensa daquele mundo e do

um mundo morreu e outro existe hoje em seu lugar.

A velocidade da evolução tecnológica ultrapassou a maquinalidade e adentra a

eletrônica. Esta realidade, que a ninguém é permitido negar, forma no espírito da sociedade, a

cultura da mudança. Tudo o que já está criado, estabelecido, já é, em princípio, superado.

Estamos no século XXI e caminhando, em largos passos, por uma revolução silenciosa

a revolução tecnológica. O avanço da ciência, nos mais diversos campos do saber deixa

evidente a necessidade de que sejam repensados antigos dogmas jurídicos no intuito de

adaptá-los a uma nova realidade.

É interessante notar que tais avanços tecnológic

do desenvolvimento de um impor

engrenagem necessária para novas descobertas, vem deixando rastros, direta ou indiretamente,

em todas as áreas do conhecimento humano.

Com o direito, a situação não é diferente,

ciência jurídica como uma máquina qualquer, protegidos o

legislação referente à propriedade intelectual. Até então, os litígios envolvendo computador e

seus acessórios resumiam-se a causas de direitos referentes às patentes e direito autoral.

Mas a evolução do computador não parou por aí, a crescente informatização do

cotidiano, seja com o advento de caixas eletrônicos nos bancos, seja na substituição das

antigas máquinas de escrever por avançados editores de texto, é um sinal inconteste de q

discussões jurídicas referentes a essa instigante máquina não se podem resumir aos assuntos

debatidos na década passada. A Internet é o melhor exemplo dessa afirmação.

A Internet se traduz em um dos meios de comunicação mais completos já vislumbrado

pela mente humana. A grande rede tornou possível a comunicação em nível global; pessoas de

todo o mundo podem se relacionar, pesquisar novos assuntos, difundir suas ideias. A Internet é

uma verdadeira praça pública, onde todos, independentemente de raça,

têm direito ao uso da palavra. É a versão moderna da Ágora

3 Ágora (ἀγορά; "assembleia", "lugar de reunião de qualquer natureza, geralmente empregada porparece ter sido uma parte essencial da constituição dos primeiros estados greg

Volume 9 – nº 1 - 2015

o que pensa daquele mundo e do atual e, invariavelmente,

um mundo morreu e outro existe hoje em seu lugar.

A velocidade da evolução tecnológica ultrapassou a maquinalidade e adentra a

sta realidade, que a ninguém é permitido negar, forma no espírito da sociedade, a

cultura da mudança. Tudo o que já está criado, estabelecido, já é, em princípio, superado.

Estamos no século XXI e caminhando, em largos passos, por uma revolução silenciosa

a revolução tecnológica. O avanço da ciência, nos mais diversos campos do saber deixa

evidente a necessidade de que sejam repensados antigos dogmas jurídicos no intuito de

los a uma nova realidade.

É interessante notar que tais avanços tecnológicos ocorreram, em regra, por intermédio

do desenvolvimento de um importante instrumento: o computador, que

engrenagem necessária para novas descobertas, vem deixando rastros, direta ou indiretamente,

em todas as áreas do conhecimento humano.

a situação não é diferente, pois nos anos 80, o computador era visto pela

ica como uma máquina qualquer, protegidos o hardware

legislação referente à propriedade intelectual. Até então, os litígios envolvendo computador e

se a causas de direitos referentes às patentes e direito autoral.

Mas a evolução do computador não parou por aí, a crescente informatização do

cotidiano, seja com o advento de caixas eletrônicos nos bancos, seja na substituição das

antigas máquinas de escrever por avançados editores de texto, é um sinal inconteste de q

discussões jurídicas referentes a essa instigante máquina não se podem resumir aos assuntos

debatidos na década passada. A Internet é o melhor exemplo dessa afirmação.

A Internet se traduz em um dos meios de comunicação mais completos já vislumbrado

pela mente humana. A grande rede tornou possível a comunicação em nível global; pessoas de

todo o mundo podem se relacionar, pesquisar novos assuntos, difundir suas ideias. A Internet é

uma verdadeira praça pública, onde todos, independentemente de raça, cor e nacionalidade,

têm direito ao uso da palavra. É a versão moderna da Ágora 3 da Grécia Antiga.

; "assembleia", "lugar de reunião", derivada de ἀγείρω, "reunir") é um termo grego que significa a

reunião de qualquer natureza, geralmente empregada por Homero como uma reunião geral de pessoas. A ágora parece ter sido uma parte essencial da constituição dos primeiros estados gregos.

e, invariavelmente, ouve-se que

A velocidade da evolução tecnológica ultrapassou a maquinalidade e adentra a

sta realidade, que a ninguém é permitido negar, forma no espírito da sociedade, a

cultura da mudança. Tudo o que já está criado, estabelecido, já é, em princípio, superado.

Estamos no século XXI e caminhando, em largos passos, por uma revolução silenciosa,

a revolução tecnológica. O avanço da ciência, nos mais diversos campos do saber deixa

evidente a necessidade de que sejam repensados antigos dogmas jurídicos no intuito de

os ocorreram, em regra, por intermédio

que funcionando como

engrenagem necessária para novas descobertas, vem deixando rastros, direta ou indiretamente,

nos anos 80, o computador era visto pela

e o software pela

legislação referente à propriedade intelectual. Até então, os litígios envolvendo computador e

se a causas de direitos referentes às patentes e direito autoral.

Mas a evolução do computador não parou por aí, a crescente informatização do

cotidiano, seja com o advento de caixas eletrônicos nos bancos, seja na substituição das

antigas máquinas de escrever por avançados editores de texto, é um sinal inconteste de que as

discussões jurídicas referentes a essa instigante máquina não se podem resumir aos assuntos

debatidos na década passada. A Internet é o melhor exemplo dessa afirmação.

A Internet se traduz em um dos meios de comunicação mais completos já vislumbrados

pela mente humana. A grande rede tornou possível a comunicação em nível global; pessoas de

todo o mundo podem se relacionar, pesquisar novos assuntos, difundir suas ideias. A Internet é

cor e nacionalidade,

da Grécia Antiga.

, "reunir") é um termo grego que significa a como uma reunião geral de pessoas. A ágora

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Todavia, acredita-se

pode restar subutilizado em virtude de entendimentos arraigados e infl

dogmas jurídicos.

O reconhecimento do uso da Internet, como meio hábil para a realização de atividades

comerciais, reconhecidas como válidas e eficazes em sede de direito comparado (ocasionando

o incremento da dinâmica comercial e o aum

legitimidade como instrumento de progresso social.

Torna-se, portanto, imprescindível a integração das facilidades trazidas por esse

moderno meio de comunicação aos sistemas jurídicos vigentes, ainda que com

métodos interpretativos, quando da ausência de um diploma legal específico. O Direito não

pode ficar alheio a tal realidade.

Segundo Carlos Maximiliano

vigora, deixar de atender às outras

que de corresponder imutavelmente às regras formuladas pelos legisladores. Se as normas

positivas não se alteram à proporção que evolve a coletividade, consciente ou

inconscientemente a magistratura

imprevistas."

Observa-se atualmente que

mais especificamente a Internet, já são reconhecidos em diversos diplomas legais estrangeiros

e nacionais, ainda que de forma ampla, bem como, em atos administrativos, onde a circulação

de documentos e informações se faz necessária.

Assim, documento, do latim

técnica jurídica entende-se o papel escrito, em que s

ato, de um fato, ou de um negócio.

Na doutrina jurídica, o termo documento possui diversas acepções. Para Chiovenda

documento, em sentido amplo, é toda a representação material destinada a reproduzir

determinada manifestação do pensamento, como uma voz fixada duradouramente (

mortua).

4 MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito5 SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico6 CHIOVENDA. Instituições do direito processual civil

Volume 9 – nº 1 - 2015

se que um meio de comunicação tão fantástico e revolucionário não

pode restar subutilizado em virtude de entendimentos arraigados e infl

O reconhecimento do uso da Internet, como meio hábil para a realização de atividades

comerciais, reconhecidas como válidas e eficazes em sede de direito comparado (ocasionando

o incremento da dinâmica comercial e o aumento da circulação de riquezas), é sinal de sua

legitimidade como instrumento de progresso social.

se, portanto, imprescindível a integração das facilidades trazidas por esse

moderno meio de comunicação aos sistemas jurídicos vigentes, ainda que com

métodos interpretativos, quando da ausência de um diploma legal específico. O Direito não

pode ficar alheio a tal realidade.

Segundo Carlos Maximiliano 4 "o Direito não pode isolar-se do ambiente em que

vigora, deixar de atender às outras manifestações da vida social e econômica; e esta não há

que de corresponder imutavelmente às regras formuladas pelos legisladores. Se as normas

positivas não se alteram à proporção que evolve a coletividade, consciente ou

inconscientemente a magistratura adapta o texto preciso às condições emergentes e

atualmente que os modernos meios de comunicação via rede eletrônica,

mais especificamente a Internet, já são reconhecidos em diversos diplomas legais estrangeiros

que de forma ampla, bem como, em atos administrativos, onde a circulação

de documentos e informações se faz necessária.

ocumento, do latim documentum, de docere (mostrar, indicar, instruir), na

se o papel escrito, em que se mostra ou se indica a existência de um

ato, de um fato, ou de um negócio. 5

Na doutrina jurídica, o termo documento possui diversas acepções. Para Chiovenda

documento, em sentido amplo, é toda a representação material destinada a reproduzir

manifestação do pensamento, como uma voz fixada duradouramente (

Hermenêutica e aplicação do direito. Rio de janeiro: Forense, 2011. p. 157.

Vocabulário jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 498. Instituições do direito processual civil. Campinas: Bookseller, 2009, p.56.

que um meio de comunicação tão fantástico e revolucionário não

pode restar subutilizado em virtude de entendimentos arraigados e inflexíveis de antigos

O reconhecimento do uso da Internet, como meio hábil para a realização de atividades

comerciais, reconhecidas como válidas e eficazes em sede de direito comparado (ocasionando

ento da circulação de riquezas), é sinal de sua

se, portanto, imprescindível a integração das facilidades trazidas por esse

moderno meio de comunicação aos sistemas jurídicos vigentes, ainda que com a utilização de

métodos interpretativos, quando da ausência de um diploma legal específico. O Direito não

se do ambiente em que

manifestações da vida social e econômica; e esta não há

que de corresponder imutavelmente às regras formuladas pelos legisladores. Se as normas

positivas não se alteram à proporção que evolve a coletividade, consciente ou

adapta o texto preciso às condições emergentes e

os modernos meios de comunicação via rede eletrônica,

mais especificamente a Internet, já são reconhecidos em diversos diplomas legais estrangeiros

que de forma ampla, bem como, em atos administrativos, onde a circulação

(mostrar, indicar, instruir), na

e mostra ou se indica a existência de um

Na doutrina jurídica, o termo documento possui diversas acepções. Para Chiovenda 6

documento, em sentido amplo, é toda a representação material destinada a reproduzir

manifestação do pensamento, como uma voz fixada duradouramente (vox

. Rio de janeiro: Forense, 2011. p. 157.

Bookseller, 2009, p.56.

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Carnelutti, 7 em magistral obra sobre a prova civil, denomina documento

representativa de um fato".

chega-se à conclusão de que ele não pode existir no estado natural, e sim que é produto da

atividade humana. É, pois, um

Em sentido estrito, porém,

pela escrita, por sinais da palavra falada, nas

No direito posto, todavia, como assevera Moacir Amaral Santos e Humberto Theodoro

Júnior, 10 quando se fala em documento se têm em mente os documentos escritos.

Nesse sentido, pode

eletrônico", como válida, significando, assim conforme ocorre normalmente na escrita, uma

coisa representativa de um fato

suporte eletrônico.

Nos Estados Unidos da América, ond

diploma legal específico para dar legitimidade ao denominado documento eletrônico

Digital Signature Act), foi abandonada qualquer tentativa de se utilizar processos

interpretativos dos diplomas legais e

Portanto, em tempos de globalização, quando o mundo começa a ser dividido em

grandes blocos econômicos, o Direito Pátrio, no intuito de facilitar a dinâmica comercial e a

circulação de riquezas deve sofrer adaptações com a finalidade de mel

práticas internacionais.

Em harmonia com o que se encontra normatizado em outros países onde o meio

eletrônico é de uso corrente, optamos por legitimar o denominado documento eletrônico

mediante o emprego das presunções inerentes a

Entende-se que a validade do documento eletrônico em si não deve ser questionada.

Ora, se um contrato verbal é admitido como válido desde 1916, o contrato realizado em meio

eletrônico por maior razão

7 CARNELUTTI, Francesco. La puebla civil8 CIRIGLIANO, Raphael. Prova civil.9 CARNELUTTI, Francesco. Istituzioni del nuovo processo civile italiano.10 SANTOS, Moacir Amaral e THEODORO JUNIOR, Humberto. Paulo: Saraiva, 1996, p. 123.

Volume 9 – nº 1 - 2015

em magistral obra sobre a prova civil, denomina documento

representativa de um fato". Tendo em vista que o documento é uma coisa representativa,

e à conclusão de que ele não pode existir no estado natural, e sim que é produto da

atividade humana. É, pois, um opus. 8

Em sentido estrito, porém, "o documento se define pelo fato da representação se fazer

pela escrita, por sinais da palavra falada, nas escrituras fonéticas como é a nossa".

No direito posto, todavia, como assevera Moacir Amaral Santos e Humberto Theodoro

quando se fala em documento se têm em mente os documentos escritos.

pode-se entender, em sentido amplo, a expressão

como válida, significando, assim conforme ocorre normalmente na escrita, uma

coisa representativa de um fato (latu sensu), todavia, imortalizado em um novo suporte, um

Nos Estados Unidos da América, onde vários estados optaram pela promulgação de um

diploma legal específico para dar legitimidade ao denominado documento eletrônico

), foi abandonada qualquer tentativa de se utilizar processos

interpretativos dos diplomas legais então vigentes.

Portanto, em tempos de globalização, quando o mundo começa a ser dividido em

grandes blocos econômicos, o Direito Pátrio, no intuito de facilitar a dinâmica comercial e a

circulação de riquezas deve sofrer adaptações com a finalidade de melhor se relacionar com as

Em harmonia com o que se encontra normatizado em outros países onde o meio

eletrônico é de uso corrente, optamos por legitimar o denominado documento eletrônico

mediante o emprego das presunções inerentes aos registros públicos.

que a validade do documento eletrônico em si não deve ser questionada.

Ora, se um contrato verbal é admitido como válido desde 1916, o contrato realizado em meio

eletrônico por maior razão também deverá ser afinal quem pode o mais pode o menos.

La puebla civil. trad. Espanhol. Buenos Aires, 1982.

Prova civil. Rio de Janeiro: Forense, 1966, p. 103. Istituzioni del nuovo processo civile italiano. v.I. Roma: Foro Italiano, 1941

SANTOS, Moacir Amaral e THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil

em magistral obra sobre a prova civil, denomina documento "uma coisa

Tendo em vista que o documento é uma coisa representativa,

e à conclusão de que ele não pode existir no estado natural, e sim que é produto da

"o documento se define pelo fato da representação se fazer

escrituras fonéticas como é a nossa".9

No direito posto, todavia, como assevera Moacir Amaral Santos e Humberto Theodoro

quando se fala em documento se têm em mente os documentos escritos.

xpressão "documento

como válida, significando, assim conforme ocorre normalmente na escrita, uma

todavia, imortalizado em um novo suporte, um

e vários estados optaram pela promulgação de um

diploma legal específico para dar legitimidade ao denominado documento eletrônico (Utah

), foi abandonada qualquer tentativa de se utilizar processos

Portanto, em tempos de globalização, quando o mundo começa a ser dividido em

grandes blocos econômicos, o Direito Pátrio, no intuito de facilitar a dinâmica comercial e a

hor se relacionar com as

Em harmonia com o que se encontra normatizado em outros países onde o meio

eletrônico é de uso corrente, optamos por legitimar o denominado documento eletrônico

que a validade do documento eletrônico em si não deve ser questionada.

Ora, se um contrato verbal é admitido como válido desde 1916, o contrato realizado em meio

afinal quem pode o mais pode o menos.

Roma: Foro Italiano, 1941, p. 167. Curso de direito processual civil. v. 1. São

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

O grande problema com que

eletrônico, mas especificamente a eficácia probatória.

Todos sabem que o meio eletrônico, por sua própria natureza, é um meio bastante

volátil. É possível modificar um documento elaborado originariamente em meio eletrônico

sem que seja viável, ao menos facilmente, comprovar a existência das adulterações porven

realizadas. Ademais, é difícil constatar a autoria de um documento eletrônico, visto que

normalmente neste não se encontra consignado qualquer traço de cunho personalíssimo (como

é a assinatura para o documento escrito) que possa ligar, sem sombra de

obra.

Assim, por falta de um disciplinamento específico, preferimos relacionar o documento

eletrônico com uma espécie de prova

regulamentação da prova documental previsto em nosso Código

No intuito de legitimar o documento eletrônico com meio probatório, faremos uso do

disposto no artigo 332 do Código de Processual Civil, que diz:

como moralmente legítimos, ainda que não especificados neste

provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou defesa".

Ensina Pontes de Miranda que

Além das qualidades humanas, que tem ele, ou de inteligência, de reflexão, de raciocí

Estado, que o fez seu órgão, lhe impõe certas regras de convicção a que tem de obedecer,

regras que vão de máximo (sistema da livre convicção do Juiz) até o mínimo de liberdade

(sistema da taxação da prova). (...) Sempre que o legislador enfrenta o

prova, o que desafia é o balanceamento do que deve fixar e do que há de deixar ao elemento

lógico e científico. Seja como for, nunca o Juiz é tão livre quanto o cientista; e o cientista que

se restrinja a meios e regras de prova limit

essencial". 11

Nesse sentido, situamos o documento eletrônico como um meio de prova não elencado

especificamente no Código de Processual Civil, mas, reconhecido por este diploma legal, de

forma genérica, como um meio válido desde que não esteja eivado de ilicitude.

11 MIRANDA, Pontes. Comentários do código de processo civil260.

Volume 9 – nº 1 - 2015

O grande problema com que se depara, relaciona-se com a eficácia do documento

eletrônico, mas especificamente a eficácia probatória.

Todos sabem que o meio eletrônico, por sua própria natureza, é um meio bastante

volátil. É possível modificar um documento elaborado originariamente em meio eletrônico

sem que seja viável, ao menos facilmente, comprovar a existência das adulterações porven

realizadas. Ademais, é difícil constatar a autoria de um documento eletrônico, visto que

normalmente neste não se encontra consignado qualquer traço de cunho personalíssimo (como

é a assinatura para o documento escrito) que possa ligar, sem sombra de

Assim, por falta de um disciplinamento específico, preferimos relacionar o documento

eletrônico com uma espécie de prova sui generis, arrolada fora do capítulo destinado a

regulamentação da prova documental previsto em nosso Código de Processo Civil.

No intuito de legitimar o documento eletrônico com meio probatório, faremos uso do

disposto no artigo 332 do Código de Processual Civil, que diz: "Todos os meios legais, bem

como moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para

provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou defesa".

Ensina Pontes de Miranda que "a finalidade processual da prova é convencer o Juiz.

Além das qualidades humanas, que tem ele, ou de inteligência, de reflexão, de raciocí

Estado, que o fez seu órgão, lhe impõe certas regras de convicção a que tem de obedecer,

regras que vão de máximo (sistema da livre convicção do Juiz) até o mínimo de liberdade

(sistema da taxação da prova). (...) Sempre que o legislador enfrenta o problema dos meios de

prova, o que desafia é o balanceamento do que deve fixar e do que há de deixar ao elemento

lógico e científico. Seja como for, nunca o Juiz é tão livre quanto o cientista; e o cientista que

se restrinja a meios e regras de prova limitada a livre disponibilidade de espírito, que lhe é

Nesse sentido, situamos o documento eletrônico como um meio de prova não elencado

especificamente no Código de Processual Civil, mas, reconhecido por este diploma legal, de

omo um meio válido desde que não esteja eivado de ilicitude.

Comentários do código de processo civil. Tomo IV. Rio de Janeiro: Fore

a eficácia do documento

Todos sabem que o meio eletrônico, por sua própria natureza, é um meio bastante

volátil. É possível modificar um documento elaborado originariamente em meio eletrônico

sem que seja viável, ao menos facilmente, comprovar a existência das adulterações porventura

realizadas. Ademais, é difícil constatar a autoria de um documento eletrônico, visto que

normalmente neste não se encontra consignado qualquer traço de cunho personalíssimo (como

é a assinatura para o documento escrito) que possa ligar, sem sombra de dúvida, o autor à

Assim, por falta de um disciplinamento específico, preferimos relacionar o documento

, arrolada fora do capítulo destinado a

de Processo Civil.

No intuito de legitimar o documento eletrônico com meio probatório, faremos uso do

"Todos os meios legais, bem

Código, são hábeis para

"a finalidade processual da prova é convencer o Juiz.

Além das qualidades humanas, que tem ele, ou de inteligência, de reflexão, de raciocínio, o

Estado, que o fez seu órgão, lhe impõe certas regras de convicção a que tem de obedecer,

regras que vão de máximo (sistema da livre convicção do Juiz) até o mínimo de liberdade

problema dos meios de

prova, o que desafia é o balanceamento do que deve fixar e do que há de deixar ao elemento

lógico e científico. Seja como for, nunca o Juiz é tão livre quanto o cientista; e o cientista que

ada a livre disponibilidade de espírito, que lhe é

Nesse sentido, situamos o documento eletrônico como um meio de prova não elencado

especificamente no Código de Processual Civil, mas, reconhecido por este diploma legal, de

omo um meio válido desde que não esteja eivado de ilicitude.

. Tomo IV. Rio de Janeiro: Forense. 1999, p.

Page 8: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

A partir desse entendimento, relembra

a necessidade de empregar, em harmonia com o princípio de liberdade probatória (art. 332

CPC), o princípio do livre convencimento motivado, insculpido na redação do artigo 131 do

Código de Processo Civil, que diz:

e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá

indicar na sentença os motivos que lhe formaram o convencimento."

Na lição de Moacir Amaral Santos,

há de mover livremente na pesquisa da verdade colimada pelo processo, isto é, nela se apóia

para, livremente, pela influência que exerce em seu espírito de jurista e de homem de bem,

formar a consciência a respeito da verdade pesquisada".

Assim, não encontramos

produzida em meio eletrônico.

No mesmo sentido é o entendimento de José Roberto Cruz e Tucci:

conquanto ainda inexistam regras jurídicas a respeito desse importante tema, permitindo

apenas na órbita das legislações fiscal e mercantil o emprego do suporte eletrônico, não se

vislumbra óbice à admissibilidade desde com meio de prova. Com efeito, o art. 332 do CPC

preceitua que são hábeis para provar a verdade dos fatos, ainda que não nominados, todos os

meios legais e moralmente legítimos.

Assim, a admissibilidade e aproveitamento

do princípio da livre apreciação dos elementos de convicção: Justamente a admissão destas

provas realça o critério mais seguro para saber se um sistema processual trilha o princípio

da livre apreciação judicial d

Todavia, o documento eletrônico deve atender a algumas peculiaridades. Isso porque,

por se tratar de meio eletrônico, como referido anteriormente, estamos lidando com um meio

de armazenamento de informações bastante volátil.

O documento eletrô

permissão livre da inserção dos dados ou da descrição dos fatos que se quer registrar; b)

permissão a identificação das partes intervenientes, de modo inequívoco, a partir de sinal ou

12 SANTOS, Moacir Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil13 TUCCI, José Roberto Cruz e.

Volume 9 – nº 1 - 2015

A partir desse entendimento, relembrando a lição de Pontes de Miranda, temos, agora,

a necessidade de empregar, em harmonia com o princípio de liberdade probatória (art. 332

livre convencimento motivado, insculpido na redação do artigo 131 do

Código de Processo Civil, que diz: "O juiz apreciará a prova livremente, atendendo aos fatos

e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá

r na sentença os motivos que lhe formaram o convencimento."

Na lição de Moacir Amaral Santos, "é dentro da prova que o raciocínio do julgador se

há de mover livremente na pesquisa da verdade colimada pelo processo, isto é, nela se apóia

pela influência que exerce em seu espírito de jurista e de homem de bem,

formar a consciência a respeito da verdade pesquisada". 12

encontramos óbice para o magistrado apreciar, desde que lícita, a prova

produzida em meio eletrônico.

entido é o entendimento de José Roberto Cruz e Tucci:

conquanto ainda inexistam regras jurídicas a respeito desse importante tema, permitindo

apenas na órbita das legislações fiscal e mercantil o emprego do suporte eletrônico, não se

umbra óbice à admissibilidade desde com meio de prova. Com efeito, o art. 332 do CPC

preceitua que são hábeis para provar a verdade dos fatos, ainda que não nominados, todos os

meios legais e moralmente legítimos.

Assim, a admissibilidade e aproveitamento de meios de prova atípicos deflui, também,

do princípio da livre apreciação dos elementos de convicção: Justamente a admissão destas

provas realça o critério mais seguro para saber se um sistema processual trilha o princípio

da livre apreciação judicial da prova". 13

Todavia, o documento eletrônico deve atender a algumas peculiaridades. Isso porque,

por se tratar de meio eletrônico, como referido anteriormente, estamos lidando com um meio

de armazenamento de informações bastante volátil.

O documento eletrônico deve possuir as seguintes características essenciais: a)

permissão livre da inserção dos dados ou da descrição dos fatos que se quer registrar; b)

permissão a identificação das partes intervenientes, de modo inequívoco, a partir de sinal ou

Primeiras linhas de direito processual civil. S. Paulo, 1997, p. 68.

TUCCI, José Roberto Cruz e. Valor probante do suporte informático. AJURIS/100.

do a lição de Pontes de Miranda, temos, agora,

a necessidade de empregar, em harmonia com o princípio de liberdade probatória (art. 332

livre convencimento motivado, insculpido na redação do artigo 131 do

"O juiz apreciará a prova livremente, atendendo aos fatos

e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá

"é dentro da prova que o raciocínio do julgador se

há de mover livremente na pesquisa da verdade colimada pelo processo, isto é, nela se apóia

pela influência que exerce em seu espírito de jurista e de homem de bem,

óbice para o magistrado apreciar, desde que lícita, a prova

entido é o entendimento de José Roberto Cruz e Tucci: "Em nosso país

conquanto ainda inexistam regras jurídicas a respeito desse importante tema, permitindo-se

apenas na órbita das legislações fiscal e mercantil o emprego do suporte eletrônico, não se

umbra óbice à admissibilidade desde com meio de prova. Com efeito, o art. 332 do CPC

preceitua que são hábeis para provar a verdade dos fatos, ainda que não nominados, todos os

de meios de prova atípicos deflui, também,

do princípio da livre apreciação dos elementos de convicção: Justamente a admissão destas

provas realça o critério mais seguro para saber se um sistema processual trilha o princípio

Todavia, o documento eletrônico deve atender a algumas peculiaridades. Isso porque,

por se tratar de meio eletrônico, como referido anteriormente, estamos lidando com um meio

nico deve possuir as seguintes características essenciais: a)

permissão livre da inserção dos dados ou da descrição dos fatos que se quer registrar; b)

permissão a identificação das partes intervenientes, de modo inequívoco, a partir de sinal ou

S. Paulo, 1997, p. 68.

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

sinais particulares; c) não possa ser adulterado sem deixar vestígios localizáveis, ao menos

através de procedimentos técnicos sofisticados, assim como ocorre com o suporte cartáceo.

Neste contexto se insere a denominada certificação digital, que é um método de

identificação de partes em meio eletrônico e que está sendo utilizado em inúmeros países

(Estados Unidos, Itália, França, Argentina etc.) como tecnologia padrão para a circulação de

documentos em meio eletrônico. Os procedimentos técnicos concernentes ao cert

digital encontram-se relacionados na norma internacional, ISO X 509 emanada da

International Standard Organization

Trata-se de um padrão de tecnologia não proprietário (padrão ISO), possibilitando o

seu implemento por qualquer país. Segundo

interessado em enviar um documento para "B". Então, "A" deverá obter a chave pública de

"B" (chave de criptografia) com a finalidade de codificar a mensagem a ser enviada para "B" e

assim, "A" terá certeza de que

enviada), pois somente ele possui a chave privada que mantém uma correspondência

matemática com a chave pública utilizada para codificar a mensagem.

Para se ter a exata noção da confiança depos

como sistema de circulação de documentos, na Lei de Assinatura Digital do Estado de Utah,

estado precursor na adoção de um diploma legal sobre o tema, consta um artigo que reza o

seguinte: “o documento eletrônico

prova) como se fosse um documento normal, com assinatura de punho”.

Trata-se, de uma tecnologia altamente sofisticada, sendo bastante improvável a

realização de quaisquer adulterações em um documento

Assim, a United Nations Comission os International Trade Law

das Nações Unidas, elaborou

eletrônico em práticas comerciais. No mesmo sentido, a

mesmo período, um documento fixando linhas gerais de utilização do certificado digital.

Verifica-se, portanto, que o certificado digital, além de se caracterizar como um

modelo técnico de excelência possibilita para fins de rea

auditoria completa em meio eletrônico, encontrando respaldo, ainda, na prática legislativa

internacional.

Volume 9 – nº 1 - 2015

ticulares; c) não possa ser adulterado sem deixar vestígios localizáveis, ao menos

através de procedimentos técnicos sofisticados, assim como ocorre com o suporte cartáceo.

Neste contexto se insere a denominada certificação digital, que é um método de

ntificação de partes em meio eletrônico e que está sendo utilizado em inúmeros países

(Estados Unidos, Itália, França, Argentina etc.) como tecnologia padrão para a circulação de

documentos em meio eletrônico. Os procedimentos técnicos concernentes ao cert

se relacionados na norma internacional, ISO X 509 emanada da

International Standard Organization - ISO.

se de um padrão de tecnologia não proprietário (padrão ISO), possibilitando o

seu implemento por qualquer país. Segundo essa tecnologia, suponha

interessado em enviar um documento para "B". Então, "A" deverá obter a chave pública de

"B" (chave de criptografia) com a finalidade de codificar a mensagem a ser enviada para "B" e

assim, "A" terá certeza de que somente "B" irá ler aquela mensagem, (decodificar a mensagem

enviada), pois somente ele possui a chave privada que mantém uma correspondência

matemática com a chave pública utilizada para codificar a mensagem.

Para se ter a exata noção da confiança depositada na utilização do certificado digital

como sistema de circulação de documentos, na Lei de Assinatura Digital do Estado de Utah,

estado precursor na adoção de um diploma legal sobre o tema, consta um artigo que reza o

“o documento eletrônico assinado digitalmente (certificado) vale (para fins de

prova) como se fosse um documento normal, com assinatura de punho”.

se, de uma tecnologia altamente sofisticada, sendo bastante improvável a

realização de quaisquer adulterações em um documento assinado digitalmente.

United Nations Comission os International Trade Law -

Nações Unidas, elaborou um projeto de tratado internacional para a utilização do meio

eletrônico em práticas comerciais. No mesmo sentido, a American Bar Association

período, um documento fixando linhas gerais de utilização do certificado digital.

se, portanto, que o certificado digital, além de se caracterizar como um

modelo técnico de excelência possibilita para fins de realização de prova em juízo, uma

auditoria completa em meio eletrônico, encontrando respaldo, ainda, na prática legislativa

ticulares; c) não possa ser adulterado sem deixar vestígios localizáveis, ao menos

através de procedimentos técnicos sofisticados, assim como ocorre com o suporte cartáceo.

Neste contexto se insere a denominada certificação digital, que é um método de

ntificação de partes em meio eletrônico e que está sendo utilizado em inúmeros países

(Estados Unidos, Itália, França, Argentina etc.) como tecnologia padrão para a circulação de

documentos em meio eletrônico. Os procedimentos técnicos concernentes ao certificado

se relacionados na norma internacional, ISO X 509 emanada da

se de um padrão de tecnologia não proprietário (padrão ISO), possibilitando o

suponha-se que "A" esteja

interessado em enviar um documento para "B". Então, "A" deverá obter a chave pública de

"B" (chave de criptografia) com a finalidade de codificar a mensagem a ser enviada para "B" e

somente "B" irá ler aquela mensagem, (decodificar a mensagem

enviada), pois somente ele possui a chave privada que mantém uma correspondência

itada na utilização do certificado digital

como sistema de circulação de documentos, na Lei de Assinatura Digital do Estado de Utah,

estado precursor na adoção de um diploma legal sobre o tema, consta um artigo que reza o

assinado digitalmente (certificado) vale (para fins de

se, de uma tecnologia altamente sofisticada, sendo bastante improvável a

assinado digitalmente.

UNCITRAL, órgão

um projeto de tratado internacional para a utilização do meio

Bar Association emitiu, no

período, um documento fixando linhas gerais de utilização do certificado digital.

se, portanto, que o certificado digital, além de se caracterizar como um

lização de prova em juízo, uma

auditoria completa em meio eletrônico, encontrando respaldo, ainda, na prática legislativa

Page 10: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

3 IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES EM MEIO ELETRÔNICO

No esquema relacionado acima, isto é, no documento a ser enviado de "A"

fica a dúvida acerca do modo pelo qual cada parte envolvida na comunicação recebeu a sua

chave de identificação na rede. Isso porque, para efeito de emissão de chaves criptográficas,

que funcionam no sistema adotado como uma verdadeira carteira d

eletrônico, as partes precisam estar identificadas.

Nesse sentido, são adotadas algumas cautelas de cunho jurídico, demonstradas adiante,

no intuito de realizar uma identificação prévia das partes, utilizando

presunções inerentes aos registros públicos.

Conforme consagrado internacionalmente, as chaves de identificação são concedidas

por Autoridades Certificadoras ou

em regra, são empresas privadas encarregad

de emissão de uma espécie de identidade eletrônica, no intuito de possibilitar a realização de

operações identificadas nas redes de computadores.

No Brasil, a única autoridade certificadora em atividade de

(http://www.certisign.com.br), com sede no Rio de Janeiro. A

identificação de pessoas em meio eletrônico, seguindo práticas internacionais, faz uso das

presunções inerentes aos registros públicos.

Inicialmente a Certisign

registrado em um Cartório de Registro de Títulos e Documentos, com o fim de dar publicidade

para terceiros. A pessoa que deseja

Manifestando a pessoa interessada, junto a companhia, a vontade de receber um

certificado digital de identificação, a

contrato padrão (onde se encontra consignado o número de identificação digit

em meio eletrônico) e um requerimento. Em seguida, o interessado deverá se dirigir a um

Cartório de Notas (versão geral ou

autenticidade (não confundir com reconhecimento por semelhança)

termo de adesão, e tirar cópia autenticada de alguns

RG, CPF, comprovante de residência etc.

Uma vez concluída tal tarefa, o interessado deverá enviar via correio o termo e as

cópias acima relacionadas para

Volume 9 – nº 1 - 2015

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES EM MEIO ELETRÔNICO

No esquema relacionado acima, isto é, no documento a ser enviado de "A"

fica a dúvida acerca do modo pelo qual cada parte envolvida na comunicação recebeu a sua

chave de identificação na rede. Isso porque, para efeito de emissão de chaves criptográficas,

que funcionam no sistema adotado como uma verdadeira carteira de identidade em meio

eletrônico, as partes precisam estar identificadas.

Nesse sentido, são adotadas algumas cautelas de cunho jurídico, demonstradas adiante,

no intuito de realizar uma identificação prévia das partes, utilizando

ções inerentes aos registros públicos.

Conforme consagrado internacionalmente, as chaves de identificação são concedidas

por Autoridades Certificadoras ou Certification Authorities. As Autoridades Certificadoras,

em regra, são empresas privadas encarregadas de averiguar a identidade de pessoas para fins

de emissão de uma espécie de identidade eletrônica, no intuito de possibilitar a realização de

operações identificadas nas redes de computadores.

No Brasil, a única autoridade certificadora em atividade denomina

(http://www.certisign.com.br), com sede no Rio de Janeiro. A Certisign

identificação de pessoas em meio eletrônico, seguindo práticas internacionais, faz uso das

presunções inerentes aos registros públicos.

Certisign mantém um contrato para a emissão de assinaturas digitais

registrado em um Cartório de Registro de Títulos e Documentos, com o fim de dar publicidade

a que deseja receber um certificado digital deverá aderir a esse contrat

Manifestando a pessoa interessada, junto a companhia, a vontade de receber um

certificado digital de identificação, a Certisign enviará, via correio, um termo de adesão ao seu

contrato padrão (onde se encontra consignado o número de identificação digit

em meio eletrônico) e um requerimento. Em seguida, o interessado deverá se dirigir a um

Cartório de Notas (versão geral ou general label) para o reconhecimento de firma por

autenticidade (não confundir com reconhecimento por semelhança) da assinatura aposta no

termo de adesão, e tirar cópia autenticada de alguns documentos de identificação, t

, CPF, comprovante de residência etc.

Uma vez concluída tal tarefa, o interessado deverá enviar via correio o termo e as

lacionadas para Certisign, que se encarregará de levar tais documentos para

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES EM MEIO ELETRÔNICO

No esquema relacionado acima, isto é, no documento a ser enviado de "A" para "B",

fica a dúvida acerca do modo pelo qual cada parte envolvida na comunicação recebeu a sua

chave de identificação na rede. Isso porque, para efeito de emissão de chaves criptográficas,

e identidade em meio

Nesse sentido, são adotadas algumas cautelas de cunho jurídico, demonstradas adiante,

no intuito de realizar uma identificação prévia das partes, utilizando-se, para tanto, de

Conforme consagrado internacionalmente, as chaves de identificação são concedidas

As Autoridades Certificadoras,

as de averiguar a identidade de pessoas para fins

de emissão de uma espécie de identidade eletrônica, no intuito de possibilitar a realização de

nomina-se Certisign

Certisign, para fins de

identificação de pessoas em meio eletrônico, seguindo práticas internacionais, faz uso das

mantém um contrato para a emissão de assinaturas digitais

registrado em um Cartório de Registro de Títulos e Documentos, com o fim de dar publicidade

receber um certificado digital deverá aderir a esse contrato.

Manifestando a pessoa interessada, junto a companhia, a vontade de receber um

enviará, via correio, um termo de adesão ao seu

contrato padrão (onde se encontra consignado o número de identificação digital a ser utilizado

em meio eletrônico) e um requerimento. Em seguida, o interessado deverá se dirigir a um

) para o reconhecimento de firma por

da assinatura aposta no

documentos de identificação, tais como,

Uma vez concluída tal tarefa, o interessado deverá enviar via correio o termo e as

, que se encarregará de levar tais documentos para

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

registro junto a um Cartório de Registro de Títulos e Documentos. A finalidade desse novo

registro é dar publicidade para a relação jurídica existente entre a empresa que realizará

identificação em meio digital (autoridade certificadora) e o interessado, bem como, consignar

publicamente, que o número do certificado presente no termo de adesão corresponde a uma

pessoa determinada.

Após a realização do procedimento acima, a Autoridade Certificadora enviará para o

interessado a chave que o identificará em meio eletrônico. Assim, quando duas pessoas

identificadas em meio eletrônico pela Autoridade Certificadora iniciarem a troca de

documentos, utilizando-se, das chaves de criptografia, ambas, de forma prévia, poderão

verificar o número do certificado de uma e de outra, sendo impossível a emissão de dois

certificados iguais, pois a vinculação do certificado com a pessoa identificada é de

personalíssimo, e as autoridades certificadoras, em regra, garantem tal condição e assumem

expressamente essa responsabilidade. Os interlocutores, sabendo da segurança da tecnologia

empregada e da peculiaridade de que o número contido no certifica

exclusivamente, a uma pessoa determinada, com registro em assento público, terão a seu favor

uma presunção iuris tamtum, qual seja:

estabelecimento da comunicação, devem estar sendo utilizado

registrados no Cartório de Títulos e Documentos, estando aptas, portanto, para realização de

operações eletrônicas de forma identificada.

Nesse sentido, alerta Walter Ceneviva que:

relação a todos os terceiros, no sentido mais amplo, produz o efeito de afirmar a boa

que praticam atos jurídicos baseados nessa presunção de certeza daqueles assentamentos".

Tendo em vista as cautelas jurídicas empregadas no procedimento da emis

certificado digital, o magistrado, quando do julgamento do caso concreto, além da análise da

prova pericial, realizada em banco de dados, deverá ainda considerar, a presunção inerente aos

registros públicos. Pois, aquele que porta um determinado

face do registro realizado, a princípio, deve se tratar da pessoa, cujos documentos se

encontram à disposição para consulta em assento público. Assim, o magistrado, com base na

apreciação geral e ampla das provas, poderá,

14 CENEVIVA, Walter. Lei dos registros públicos comentada

Volume 9 – nº 1 - 2015

registro junto a um Cartório de Registro de Títulos e Documentos. A finalidade desse novo

registro é dar publicidade para a relação jurídica existente entre a empresa que realizará

identificação em meio digital (autoridade certificadora) e o interessado, bem como, consignar

publicamente, que o número do certificado presente no termo de adesão corresponde a uma

Após a realização do procedimento acima, a Autoridade Certificadora enviará para o

interessado a chave que o identificará em meio eletrônico. Assim, quando duas pessoas

identificadas em meio eletrônico pela Autoridade Certificadora iniciarem a troca de

se, das chaves de criptografia, ambas, de forma prévia, poderão

verificar o número do certificado de uma e de outra, sendo impossível a emissão de dois

certificados iguais, pois a vinculação do certificado com a pessoa identificada é de

personalíssimo, e as autoridades certificadoras, em regra, garantem tal condição e assumem

expressamente essa responsabilidade. Os interlocutores, sabendo da segurança da tecnologia

empregada e da peculiaridade de que o número contido no certificado digital corresponde,

exclusivamente, a uma pessoa determinada, com registro em assento público, terão a seu favor

iuris tamtum, qual seja: de que os certificados empregados para o

estabelecimento da comunicação, devem estar sendo utilizados por pessoas cujos dados foram

registrados no Cartório de Títulos e Documentos, estando aptas, portanto, para realização de

operações eletrônicas de forma identificada.

Nesse sentido, alerta Walter Ceneviva que: “O registro, propiciando a publicidade em

relação a todos os terceiros, no sentido mais amplo, produz o efeito de afirmar a boa

que praticam atos jurídicos baseados nessa presunção de certeza daqueles assentamentos".

Tendo em vista as cautelas jurídicas empregadas no procedimento da emis

certificado digital, o magistrado, quando do julgamento do caso concreto, além da análise da

prova pericial, realizada em banco de dados, deverá ainda considerar, a presunção inerente aos

registros públicos. Pois, aquele que porta um determinado número de certificado digital, em

face do registro realizado, a princípio, deve se tratar da pessoa, cujos documentos se

encontram à disposição para consulta em assento público. Assim, o magistrado, com base na

apreciação geral e ampla das provas, poderá, com supedâneo em seu livre convencimento

Lei dos registros públicos comentada. São Paulo: Saraiva. 1996, p. 5.

registro junto a um Cartório de Registro de Títulos e Documentos. A finalidade desse novo

registro é dar publicidade para a relação jurídica existente entre a empresa que realizará a

identificação em meio digital (autoridade certificadora) e o interessado, bem como, consignar

publicamente, que o número do certificado presente no termo de adesão corresponde a uma

Após a realização do procedimento acima, a Autoridade Certificadora enviará para o

interessado a chave que o identificará em meio eletrônico. Assim, quando duas pessoas

identificadas em meio eletrônico pela Autoridade Certificadora iniciarem a troca de

se, das chaves de criptografia, ambas, de forma prévia, poderão

verificar o número do certificado de uma e de outra, sendo impossível a emissão de dois

certificados iguais, pois a vinculação do certificado com a pessoa identificada é de caráter

personalíssimo, e as autoridades certificadoras, em regra, garantem tal condição e assumem

expressamente essa responsabilidade. Os interlocutores, sabendo da segurança da tecnologia

do digital corresponde,

exclusivamente, a uma pessoa determinada, com registro em assento público, terão a seu favor

de que os certificados empregados para o

s por pessoas cujos dados foram

registrados no Cartório de Títulos e Documentos, estando aptas, portanto, para realização de

“O registro, propiciando a publicidade em

relação a todos os terceiros, no sentido mais amplo, produz o efeito de afirmar a boa-fé dos

que praticam atos jurídicos baseados nessa presunção de certeza daqueles assentamentos". 14

Tendo em vista as cautelas jurídicas empregadas no procedimento da emissão de um

certificado digital, o magistrado, quando do julgamento do caso concreto, além da análise da

prova pericial, realizada em banco de dados, deverá ainda considerar, a presunção inerente aos

número de certificado digital, em

face do registro realizado, a princípio, deve se tratar da pessoa, cujos documentos se

encontram à disposição para consulta em assento público. Assim, o magistrado, com base na

com supedâneo em seu livre convencimento

. São Paulo: Saraiva. 1996, p. 5.

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

motivado (prova pericial e presunções), solucionar com segurança a lide que lhe foi

apresentada, ainda que com base em documentos eletrônicos.

Verifica-se, portanto, que a denominada certificação digital tem o cond

uma só vez, a tecnologia com o direito, deixando clara a possibilidade, em face do nosso

ordenamento jurídico, de se legitimar o documento eletrônico como meio de prova.

É oportuno lembrar que já

certificação digital em processos judiciais no Estado de São Paulo.

Nesse particular, é importante destacar a redação do artigo 170 do Código de Processo

Civil, que diz: "É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro meio idô

qualquer juízo ou tribunal".

Na sua atual redação, o artigo permite, além do uso da taquigrafia e da estenografia, o

emprego de outro método idôneo, portanto, qualquer meio idôneo de documentação pode ser

empregado, como o armazenamento de dados e

filmagem.

Não é mais novidade, neste novo século, que o meio magnético vem substituindo

paulatina e decisivamente o meio papel, como suporte de informações

empresários, ao venderem seus produtos ou serviç

para registro da operação, o documento escrito. Procedem, na verdade, à apropriação das

informações acerca do crédito concedido exclusivamente em meio magnético, e apenas por

este meio as mesmas informações são t

empréstimos ou controle e cobrança do cumprimento da obrigação pelo devedor. Apenas um

pequeno número de empresários ainda se vale do cheque pós

efetivamente emitida ou da nota prom

creditícia.

Quando a obrigação registrada em meio magnético é cumprida satisfatoriamente, em

seu vencimento, ela não chega jamais a ser materializada num documento escrito.

emite o título de crédito (a

guia de compensação bancária para instrumentalizar a quitação. A emissão do título, apenas se

verificará na hipótese de descumprimento do dever pelo adquirente das mercadorias ou

Volume 9 – nº 1 - 2015

motivado (prova pericial e presunções), solucionar com segurança a lide que lhe foi

apresentada, ainda que com base em documentos eletrônicos.

se, portanto, que a denominada certificação digital tem o cond

uma só vez, a tecnologia com o direito, deixando clara a possibilidade, em face do nosso

ordenamento jurídico, de se legitimar o documento eletrônico como meio de prova.

É oportuno lembrar que já se dispõe de precedentes judiciais referente

certificação digital em processos judiciais no Estado de São Paulo.

Nesse particular, é importante destacar a redação do artigo 170 do Código de Processo

"É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro meio idô

qualquer juízo ou tribunal".

Na sua atual redação, o artigo permite, além do uso da taquigrafia e da estenografia, o

emprego de outro método idôneo, portanto, qualquer meio idôneo de documentação pode ser

como o armazenamento de dados em discos de computação

Não é mais novidade, neste novo século, que o meio magnético vem substituindo

paulatina e decisivamente o meio papel, como suporte de informações

empresários, ao venderem seus produtos ou serviços a prazo, cada vez estão deixando de usar

para registro da operação, o documento escrito. Procedem, na verdade, à apropriação das

informações acerca do crédito concedido exclusivamente em meio magnético, e apenas por

este meio as mesmas informações são transmitidas ao banco para fins de desconto, caução de

empréstimos ou controle e cobrança do cumprimento da obrigação pelo devedor. Apenas um

pequeno número de empresários ainda se vale do cheque pós-datado, da duplicata

efetivamente emitida ou da nota promissória como meio de documentação da operação

Quando a obrigação registrada em meio magnético é cumprida satisfatoriamente, em

seu vencimento, ela não chega jamais a ser materializada num documento escrito.

emite o título de crédito (a duplicata mercantil ou de prestação de serviços), mas uma simples

guia de compensação bancária para instrumentalizar a quitação. A emissão do título, apenas se

verificará na hipótese de descumprimento do dever pelo adquirente das mercadorias ou

motivado (prova pericial e presunções), solucionar com segurança a lide que lhe foi

se, portanto, que a denominada certificação digital tem o condão de unir, de

uma só vez, a tecnologia com o direito, deixando clara a possibilidade, em face do nosso

ordenamento jurídico, de se legitimar o documento eletrônico como meio de prova.

de precedentes judiciais referentes a utilização da

Nesse particular, é importante destacar a redação do artigo 170 do Código de Processo

"É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro meio idôneo, em

Na sua atual redação, o artigo permite, além do uso da taquigrafia e da estenografia, o

emprego de outro método idôneo, portanto, qualquer meio idôneo de documentação pode ser

m discos de computação, gravação, e

Não é mais novidade, neste novo século, que o meio magnético vem substituindo

paulatina e decisivamente o meio papel, como suporte de informações. Atualmente, os

os a prazo, cada vez estão deixando de usar

para registro da operação, o documento escrito. Procedem, na verdade, à apropriação das

informações acerca do crédito concedido exclusivamente em meio magnético, e apenas por

ransmitidas ao banco para fins de desconto, caução de

empréstimos ou controle e cobrança do cumprimento da obrigação pelo devedor. Apenas um

datado, da duplicata

issória como meio de documentação da operação

Quando a obrigação registrada em meio magnético é cumprida satisfatoriamente, em

seu vencimento, ela não chega jamais a ser materializada num documento escrito. Não se

duplicata mercantil ou de prestação de serviços), mas uma simples

guia de compensação bancária para instrumentalizar a quitação. A emissão do título, apenas se

verificará na hipótese de descumprimento do dever pelo adquirente das mercadorias ou

Page 13: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

serviços, quando então o registro em meio magnético é insuficiente para fins de protesto

exceto se feito por indicações

Oportuno destacar que se encontra em trâmite no Congresso Nacional o Projeto de Lei

nº 22/96 e o Projeto de Lei nº 2.644/97 ambos destinados a regular o arquivamento e uso dos

documentos eletrônicos.

Destarte, conclui-se, que sem um disciplinamento específico, como ocorre com os

cartões de crédito, o meio eletrônico, está sendo legitimado por um uso reiterado.

do meio eletrônico em atividades comerciais, por exemplo, através de práticas repetidas,

deverá transformá-lo em um verdadeiro uso comercial.

4 O MARCO TECNOLÓGICO NA EVOLUÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

E AS CRÍTICAS AO CÓDIGO CIVIL DE 2002

Estamos diante de uma revolução. Assim como a Revolução Comercial, na Idade

Média, propiciou o desenvolvimento da Sociedade Comercial e a Revolução Industrial, no

século XIX fez surgir a Sociedade Industrial, temos agora uma nova revolução a da Sociedade

da Informação. Nessa nova sociedade, o ser humano terá possibilidades de se libertar das mais

diferentes tarefas “repetitivas e burocráticas”, para dedicar

multiplicando assim sua capacidade intelectual de produzir.

informação é deter poder [...]”

Os programas que são utilizados nos computadores possibilitam que muitas atividades

sejam executadas, que vão desde as mais simples como escrever textos, fazer planilhas,

desenhos, brincar com jogos, às mais complexas, como projetar construções, operar um

sistema via satélite ou gerenciar uma empresa. Mesmo quem não interage diretamente com os

computadores, acaba tendo o contato indireto quando vai ao banco, passa no supermercado ou

faz um telefonema.

Nota-se que a substituição do papel por meios informat

trouxe diversas mudanças e vantagens ao mundo contemporâneo.

15 COELHO, Fabio Ulhoa. O desenvolvimento da informática e o desatualizado direito cambiárioSaraiva, maio de 1996. 16 DIAS, Darlan Airton, Executividade das duplicatas virtuais<http://br.geocities.com/esmesc_2000/pagina 1303a.doc

Volume 9 – nº 1 - 2015

uando então o registro em meio magnético é insuficiente para fins de protesto

exceto se feito por indicações - e subsequente execução judicial. 15

Oportuno destacar que se encontra em trâmite no Congresso Nacional o Projeto de Lei

Lei nº 2.644/97 ambos destinados a regular o arquivamento e uso dos

se, que sem um disciplinamento específico, como ocorre com os

cartões de crédito, o meio eletrônico, está sendo legitimado por um uso reiterado.

do meio eletrônico em atividades comerciais, por exemplo, através de práticas repetidas,

lo em um verdadeiro uso comercial.

O MARCO TECNOLÓGICO NA EVOLUÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

E AS CRÍTICAS AO CÓDIGO CIVIL DE 2002

diante de uma revolução. Assim como a Revolução Comercial, na Idade

Média, propiciou o desenvolvimento da Sociedade Comercial e a Revolução Industrial, no

século XIX fez surgir a Sociedade Industrial, temos agora uma nova revolução a da Sociedade

mação. Nessa nova sociedade, o ser humano terá possibilidades de se libertar das mais

diferentes tarefas “repetitivas e burocráticas”, para dedicar-se a tarefas mais criativas,

multiplicando assim sua capacidade intelectual de produzir. “Nesse novo tempo,

informação é deter poder [...]” 16

Os programas que são utilizados nos computadores possibilitam que muitas atividades

sejam executadas, que vão desde as mais simples como escrever textos, fazer planilhas,

desenhos, brincar com jogos, às mais complexas, como projetar construções, operar um

sistema via satélite ou gerenciar uma empresa. Mesmo quem não interage diretamente com os

computadores, acaba tendo o contato indireto quando vai ao banco, passa no supermercado ou

se que a substituição do papel por meios informatizados de suporte à informação

trouxe diversas mudanças e vantagens ao mundo contemporâneo.

O desenvolvimento da informática e o desatualizado direito cambiário

Executividade das duplicatas virtuais, Florianópolis: 1999, p. 27. Dihttp://br.geocities.com/esmesc_2000/pagina 1303a.doc>. Acesso em 12/10/2013.

uando então o registro em meio magnético é insuficiente para fins de protesto -

Oportuno destacar que se encontra em trâmite no Congresso Nacional o Projeto de Lei

Lei nº 2.644/97 ambos destinados a regular o arquivamento e uso dos

se, que sem um disciplinamento específico, como ocorre com os

cartões de crédito, o meio eletrônico, está sendo legitimado por um uso reiterado. O emprego

do meio eletrônico em atividades comerciais, por exemplo, através de práticas repetidas,

O MARCO TECNOLÓGICO NA EVOLUÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

diante de uma revolução. Assim como a Revolução Comercial, na Idade

Média, propiciou o desenvolvimento da Sociedade Comercial e a Revolução Industrial, no

século XIX fez surgir a Sociedade Industrial, temos agora uma nova revolução a da Sociedade

mação. Nessa nova sociedade, o ser humano terá possibilidades de se libertar das mais

se a tarefas mais criativas,

“Nesse novo tempo, deter

Os programas que são utilizados nos computadores possibilitam que muitas atividades

sejam executadas, que vão desde as mais simples como escrever textos, fazer planilhas,

desenhos, brincar com jogos, às mais complexas, como projetar construções, operar um

sistema via satélite ou gerenciar uma empresa. Mesmo quem não interage diretamente com os

computadores, acaba tendo o contato indireto quando vai ao banco, passa no supermercado ou

izados de suporte à informação

O desenvolvimento da informática e o desatualizado direito cambiário. São Paulo:

, Florianópolis: 1999, p. 27. Diponível em:

Page 14: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

No Brasil, a evolução tecnológica se deu após a posse do ex

Collor de Mello, em março de 1990, trazendo, entre outros, o firme propósito de tir

do atraso na área da telecomunicação e informatização, onde não mediu esforços para mudar a

realidade que encontrara e, como prova concreta disso, em 23 de outubro de 1991, promulgou

a Lei nº 8.248 que dispõe

automação[...]”, iniciando-

Em 11 de janeiro de 2001, foi sancionada a Lei nº 10.176 que estendeu até o ano de

2009, a concessão de estímulos fiscais, preservando o texto da Lei nº 8.24

período de outubro de 1991 a janeiro de 2001, nenhum outro ordenamento jurídico abordou o

tema, onde diante da velocidade das inovações e a pouca duração de uma lei, pode

que o texto da Lei nº 8.248/91, alargou os horizonte

automação importantes avanços no sentido de ampliar seus limites e adequação às novas

exigências.

Em 24 de agosto de 2001, foi editada a Medida Provisória nº 2.200

Infra-Estrutura de Chaves Públicas

Tecnologia da Informação em autarquia”.

como sendo autoritária, porém cabe destacar tratar

pressupõe melhor detalhamento e rigo

tranquilidade do cidadão e de todos aqueles que utilizam a Internet para disponibilizar os seus

produtos.

Assim, o Código Civil de 1916 tornou

alcançar as mudanças vivi

promulgação da Carta Magna de 1988 que ampliou susbtancialmente os direitos do cidadão,

desafiando a estrutura do Código em vigor, porém, diante da constante evolução mundial que

vinha sempre em ritmo crescente semeando o advento da Rede Mundial de Computadores

Internet, a necessidade de um novo código se fazia presente. O saudoso Senador Josaphat

Marinho, na conclusão dos trabalhos no Senado Federal, apresentou um parecer em que

defendeu a necessidade da sistematização de um novo Código, enfatizou que

Beviláqua, vigente há 80 anos, honrou o pensamento jurídico nacional, o tempo e as

mudanças sociais e econômicas o superaram em muitos de seus institutos e comandos

Volume 9 – nº 1 - 2015

No Brasil, a evolução tecnológica se deu após a posse do ex-presidente Fernando

Collor de Mello, em março de 1990, trazendo, entre outros, o firme propósito de tir

do atraso na área da telecomunicação e informatização, onde não mediu esforços para mudar a

realidade que encontrara e, como prova concreta disso, em 23 de outubro de 1991, promulgou

a Lei nº 8.248 que dispõe “sobre a capacitação e competitividade do setor de informática e

-se dessa feita a “recuperação nacional”.

Em 11 de janeiro de 2001, foi sancionada a Lei nº 10.176 que estendeu até o ano de

2009, a concessão de estímulos fiscais, preservando o texto da Lei nº 8.248/91. Nota

período de outubro de 1991 a janeiro de 2001, nenhum outro ordenamento jurídico abordou o

tema, onde diante da velocidade das inovações e a pouca duração de uma lei, pode

que o texto da Lei nº 8.248/91, alargou os horizontes, impondo ao setor de informática e

automação importantes avanços no sentido de ampliar seus limites e adequação às novas

Em 24 de agosto de 2001, foi editada a Medida Provisória nº 2.200

Estrutura de Chaves Públicas – ICP-Brasil e transforma o Instituto Nacional de

Tecnologia da Informação em autarquia”. Tal medida é considerada por muitos analistas

como sendo autoritária, porém cabe destacar tratar-se de uma Medida Provisória, que

pressupõe melhor detalhamento e rigor no que diz respeito a garantia da segurança e

tranquilidade do cidadão e de todos aqueles que utilizam a Internet para disponibilizar os seus

Assim, o Código Civil de 1916 tornou-se obsoleto, demonstrando

alcançar as mudanças vividas pela sociedade. A defasagem impunha

promulgação da Carta Magna de 1988 que ampliou susbtancialmente os direitos do cidadão,

desafiando a estrutura do Código em vigor, porém, diante da constante evolução mundial que

mo crescente semeando o advento da Rede Mundial de Computadores

Internet, a necessidade de um novo código se fazia presente. O saudoso Senador Josaphat

Marinho, na conclusão dos trabalhos no Senado Federal, apresentou um parecer em que

sidade da sistematização de um novo Código, enfatizou que

Beviláqua, vigente há 80 anos, honrou o pensamento jurídico nacional, o tempo e as

mudanças sociais e econômicas o superaram em muitos de seus institutos e comandos

presidente Fernando

Collor de Mello, em março de 1990, trazendo, entre outros, o firme propósito de tirar o Brasil

do atraso na área da telecomunicação e informatização, onde não mediu esforços para mudar a

realidade que encontrara e, como prova concreta disso, em 23 de outubro de 1991, promulgou

ade do setor de informática e

Em 11 de janeiro de 2001, foi sancionada a Lei nº 10.176 que estendeu até o ano de

8/91. Nota-se que no

período de outubro de 1991 a janeiro de 2001, nenhum outro ordenamento jurídico abordou o

tema, onde diante da velocidade das inovações e a pouca duração de uma lei, pode-se concluir

s, impondo ao setor de informática e

automação importantes avanços no sentido de ampliar seus limites e adequação às novas

Em 24 de agosto de 2001, foi editada a Medida Provisória nº 2.200-2, que “institui a

Brasil e transforma o Instituto Nacional de

Tal medida é considerada por muitos analistas

se de uma Medida Provisória, que

r no que diz respeito a garantia da segurança e

tranquilidade do cidadão e de todos aqueles que utilizam a Internet para disponibilizar os seus

se obsoleto, demonstrando-se incapaz de

das pela sociedade. A defasagem impunha-se rigorosa até a

promulgação da Carta Magna de 1988 que ampliou susbtancialmente os direitos do cidadão,

desafiando a estrutura do Código em vigor, porém, diante da constante evolução mundial que

mo crescente semeando o advento da Rede Mundial de Computadores – a

Internet, a necessidade de um novo código se fazia presente. O saudoso Senador Josaphat

Marinho, na conclusão dos trabalhos no Senado Federal, apresentou um parecer em que

sidade da sistematização de um novo Código, enfatizou que: “O Código

Beviláqua, vigente há 80 anos, honrou o pensamento jurídico nacional, o tempo e as

mudanças sociais e econômicas o superaram em muitos de seus institutos e comandos

Page 15: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

normativos. Por isso a necessidade de se sistematizarem normas reguladoras de fenômenos e

relações que mudaram e estão em transformação.”

Depois de 26 anos em tramitação, constantes atualizações e modificações o Projeto do

Código Civil brasileiro foi transformado na Lei nº 10.4

2002, onde se pode observar que a grande inovação foi apresentada no artigo 889, § 3º, ao

regular os títulos de crédito emitidos a partir de caracteres criados em computador,

“observados os requisitos mínimos”.

Marinho, a atualidade da legislação em face ao desenvolvimento tecnológico só foi possível

devido à proposta do professor Mauro Rodrigues Penteado que no Projeto de Lei apresentava

se como artigo 891, in verbis

formulamos emenda aditiva admitindo que o título de crédito ‘poderá ser emitido a partir dos

caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração

do emitente’, além de obser

cautelas necessárias, adota

vem proporcionando a todas as atividades humanas.”

Grande foi o tumulto que se instalou em torno do alcan

do artigo 889 do Código Civil, ainda mais quando o caput do mesmo artigo determina que,

para a sua caracterização, o título de crédito deve conter a assinatura do emitente, sem

mencionar a possibilidade dessa assinatura tam

O parágrafo 3º, do artigo 889 do Código Civil de 2002, estabeleceu expressamente a

possibilidade da emissão dos títulos através dos caracteres criados em computador ou outro

meio técnico equivalente. A essa tendência, desde então, os do

como a desmaterialização ou descartularização dos títulos de crédito, que acaba colocando em

dúvida, de forma bastante intensa, o princípio da cartularidade.

Haja vista que a desmaterialização da duplicata enseja a não docum

tendo como embasamento o artigo 889, § 3º, do Código Civil, leva

estudo, ao seu parágrafo introdutor.

As regras contidas na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 atinentes aos títulos de

crédito foram elaboradas pelo autor da matéria, destinadas a permitir a criação dos títulos de

crédito atípicos ou inominados sem prejuízo dos aspectos atuais, podendo s

de crédito por meio do computador ou meio técnico equivalente, estabelecendo em seu artigo

Volume 9 – nº 1 - 2015

necessidade de se sistematizarem normas reguladoras de fenômenos e

relações que mudaram e estão em transformação.”

Depois de 26 anos em tramitação, constantes atualizações e modificações o Projeto do

Código Civil brasileiro foi transformado na Lei nº 10.406, promulgada em 10 de janeiro de

2002, onde se pode observar que a grande inovação foi apresentada no artigo 889, § 3º, ao

regular os títulos de crédito emitidos a partir de caracteres criados em computador,

“observados os requisitos mínimos”. Ainda, conforme o parecer do Senador Josaphat

Marinho, a atualidade da legislação em face ao desenvolvimento tecnológico só foi possível

devido à proposta do professor Mauro Rodrigues Penteado que no Projeto de Lei apresentava

in verbis: “Por sugestão do professor Mauro Rodrigues Penteado,

formulamos emenda aditiva admitindo que o título de crédito ‘poderá ser emitido a partir dos

caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração

do emitente’, além de observados ‘os requisitos mínimos’ do art. 891. Desse modo, com as

cautelas necessárias, adota-se procedimento correspondente às inovações que a tecnologia

vem proporcionando a todas as atividades humanas.”

Grande foi o tumulto que se instalou em torno do alcance, ou da real aplicação do § 3º

do artigo 889 do Código Civil, ainda mais quando o caput do mesmo artigo determina que,

para a sua caracterização, o título de crédito deve conter a assinatura do emitente, sem

mencionar a possibilidade dessa assinatura também ser eletrônica.

O parágrafo 3º, do artigo 889 do Código Civil de 2002, estabeleceu expressamente a

possibilidade da emissão dos títulos através dos caracteres criados em computador ou outro

meio técnico equivalente. A essa tendência, desde então, os doutrinadores têm se referido

como a desmaterialização ou descartularização dos títulos de crédito, que acaba colocando em

dúvida, de forma bastante intensa, o princípio da cartularidade.

Haja vista que a desmaterialização da duplicata enseja a não docum

tendo como embasamento o artigo 889, § 3º, do Código Civil, leva-se

parágrafo introdutor.

As regras contidas na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 atinentes aos títulos de

crédito foram elaboradas pelo autor da matéria, destinadas a permitir a criação dos títulos de

crédito atípicos ou inominados sem prejuízo dos aspectos atuais, podendo s

de crédito por meio do computador ou meio técnico equivalente, estabelecendo em seu artigo

necessidade de se sistematizarem normas reguladoras de fenômenos e

Depois de 26 anos em tramitação, constantes atualizações e modificações o Projeto do

06, promulgada em 10 de janeiro de

2002, onde se pode observar que a grande inovação foi apresentada no artigo 889, § 3º, ao

regular os títulos de crédito emitidos a partir de caracteres criados em computador,

forme o parecer do Senador Josaphat

Marinho, a atualidade da legislação em face ao desenvolvimento tecnológico só foi possível

devido à proposta do professor Mauro Rodrigues Penteado que no Projeto de Lei apresentava-

estão do professor Mauro Rodrigues Penteado,

formulamos emenda aditiva admitindo que o título de crédito ‘poderá ser emitido a partir dos

caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração

vados ‘os requisitos mínimos’ do art. 891. Desse modo, com as

se procedimento correspondente às inovações que a tecnologia

ce, ou da real aplicação do § 3º

do artigo 889 do Código Civil, ainda mais quando o caput do mesmo artigo determina que,

para a sua caracterização, o título de crédito deve conter a assinatura do emitente, sem

O parágrafo 3º, do artigo 889 do Código Civil de 2002, estabeleceu expressamente a

possibilidade da emissão dos títulos através dos caracteres criados em computador ou outro

utrinadores têm se referido

como a desmaterialização ou descartularização dos títulos de crédito, que acaba colocando em

Haja vista que a desmaterialização da duplicata enseja a não documentação em papel, e

se a dedicação deste

As regras contidas na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 atinentes aos títulos de

crédito foram elaboradas pelo autor da matéria, destinadas a permitir a criação dos títulos de

crédito atípicos ou inominados sem prejuízo dos aspectos atuais, podendo ser emitidos títulos

de crédito por meio do computador ou meio técnico equivalente, estabelecendo em seu artigo

Page 16: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

889 parágrafo 3º, que: “O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em

computador ou meio técnico equivalente e que constem da es

observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”

Não se pode negar que é uma inovação em que se considerou o atual avanço

tecnológico da sociedade, permitindo ao Brasil a possibilidade de firmar

conforme a norma, no mundo digital.

Diante da complexidade do assunto, inicialmente

básicas e à classificação dos títulos de crédito típicos ou nominados e os atípicos ou

inominados para posteriormente

cartularidade.

Na caracterização dos títulos de crédito devem ser observadas as formalidades

previstas na legislação para que neles estejam presentes determinados requisitos que lhes são

inerentes, ou seja, a capacidade das parte

requisitos extrínsecos, de natureza formal, que lhes reveste de força executiva. Os títulos de

crédito encontram no Direito Cambiário, normas que possibilitam a sua circulação com

segurança e certeza da realiz

título materializado em um documento, ou seja, em um papel, o qual está dotado de direitos

pelo fato de incorporar e formalizar o título de crédito, devendo ser exigido quando o credor

desejar exercer seu direito para realização do crédito; b)

considerar juridicamente válidas a representação daquilo que está escrito no título,

invalidando-o se houver rasuras e/ou emendas, ou seja, é a observância restrita do teor

título; e c) autonomia: que é caracterizada pelo desprendimento do ato que lhe deu origem,

pois o título pode circular de forma independente e autônoma, ou seja, é uma das garantias do

portador de que a obrigação será cumprida pelo fato de que há a ind

corporificadas no título.

Quando se trata de título de crédito eletrônico, maior destaque se dá à literalidade e à

autonomia, que permitem a sua circulação, pois o fato da cártula ter sido substituída pelo

suporte informatizado já é uma realidade que não se pode mais reverter.

17 OLIVEIRA, Eversio Donizete de. São Paulo: Lemos e Cruz, 2007, p. 180.18 OLIVEIRA, Eversio Donizete de. São Paulo: Lemos e Cruz, 2007, p. 79.

Volume 9 – nº 1 - 2015

“O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em

computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente,

observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”.

Não se pode negar que é uma inovação em que se considerou o atual avanço

sociedade, permitindo ao Brasil a possibilidade de firmar-

a norma, no mundo digital. 17

Diante da complexidade do assunto, inicialmente analisaremos

básicas e à classificação dos títulos de crédito típicos ou nominados e os atípicos ou

inominados para posteriormente adentrar-se a sua desmaterialização e

Na caracterização dos títulos de crédito devem ser observadas as formalidades

previstas na legislação para que neles estejam presentes determinados requisitos que lhes são

inerentes, ou seja, a capacidade das partes, o objeto lícito e o consentimento, além dos

requisitos extrínsecos, de natureza formal, que lhes reveste de força executiva. Os títulos de

crédito encontram no Direito Cambiário, normas que possibilitam a sua circulação com

segurança e certeza da realização do crédito e se caracterizam pela: a) cartularidade

título materializado em um documento, ou seja, em um papel, o qual está dotado de direitos

pelo fato de incorporar e formalizar o título de crédito, devendo ser exigido quando o credor

ar exercer seu direito para realização do crédito; b) literalidade

considerar juridicamente válidas a representação daquilo que está escrito no título,

o se houver rasuras e/ou emendas, ou seja, é a observância restrita do teor

: que é caracterizada pelo desprendimento do ato que lhe deu origem,

pois o título pode circular de forma independente e autônoma, ou seja, é uma das garantias do

portador de que a obrigação será cumprida pelo fato de que há a independência das obrigações

Quando se trata de título de crédito eletrônico, maior destaque se dá à literalidade e à

autonomia, que permitem a sua circulação, pois o fato da cártula ter sido substituída pelo

é uma realidade que não se pode mais reverter. 18

Eversio Donizete de. A regulamentação dos títulos de crédito eletrônicos no código civil de 2002.

São Paulo: Lemos e Cruz, 2007, p. 180. sio Donizete de. A regulamentação dos títulos de crédito eletrônicos no código civil de 2002.

São Paulo: Lemos e Cruz, 2007, p. 79.

“O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em

crituração do emitente,

Não se pode negar que é uma inovação em que se considerou o atual avanço

-se, com parâmetros

analisaremos as características

básicas e à classificação dos títulos de crédito típicos ou nominados e os atípicos ou

lização e ao princípio da

Na caracterização dos títulos de crédito devem ser observadas as formalidades

previstas na legislação para que neles estejam presentes determinados requisitos que lhes são

s, o objeto lícito e o consentimento, além dos

requisitos extrínsecos, de natureza formal, que lhes reveste de força executiva. Os títulos de

crédito encontram no Direito Cambiário, normas que possibilitam a sua circulação com

cartularidade: que é o

título materializado em um documento, ou seja, em um papel, o qual está dotado de direitos

pelo fato de incorporar e formalizar o título de crédito, devendo ser exigido quando o credor

literalidade: que consiste em

considerar juridicamente válidas a representação daquilo que está escrito no título,

o se houver rasuras e/ou emendas, ou seja, é a observância restrita do teor do

: que é caracterizada pelo desprendimento do ato que lhe deu origem,

pois o título pode circular de forma independente e autônoma, ou seja, é uma das garantias do

ependência das obrigações

Quando se trata de título de crédito eletrônico, maior destaque se dá à literalidade e à

autonomia, que permitem a sua circulação, pois o fato da cártula ter sido substituída pelo

A regulamentação dos títulos de crédito eletrônicos no código civil de 2002.

A regulamentação dos títulos de crédito eletrônicos no código civil de 2002.

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

É certo que o papel, muito em breve será pouco utilizado nas transações comerciais,

industriais e bancárias.

A Lei nº 10.406/2002, ao unificar os Códigos Civil e Comercial, teve por objetivo

disciplinar os títulos de crédito, que são classificados como típicos ou nominados, ou seja,

existe previsão legal para que se opere,

emitidos e aceitos como tais”.

classificados como atípicos ou inominados.

Marcos Paulo Felix da Silva,

títulos que além de não serem regulamentados pela lei, vivem

criada pelos costumes e usos ou pela ap

dessa forma uma liberdade de criação desses títulos. O argumento mais convincente utilizado

na defesa dos títulos de crédito atípicos ou inominados é o de que eles se ajustam e se

harmonizam com a dinamici

criatividade própria do direito empresarial.

Mas, longe de ser uma visão pacífica, pois conforme se pode observar a seguir, existem

muitas objeções a que se sujeitam os títulos de crédito atípicos ou

respeito à posição de alguns doutrinadores:

O jurista Antônio Mercado Junior, em analise ao Anteprojeto do Código Civil,

mostrou-se cauteloso em relação à adoção dos títulos atípicos, argumentando que a criação

indiscriminada de novos títulos de crédito, poderia trazer perigo ao público em geral, bem

como o Professor Fábio Konder Comparato, condenando o Projeto que redundou no novo

Código Civil, reprovou a adoção dos títulos de crédito atípicos, afirmando que geraria uma

confusão quanto a distinção entre os títulos atípicos e os típicos ou nominados, estes

embutidos de legitimação. O Professor Rubens Requião, convidado no ano de 1975, a

manifestar-se no então Projeto de Código Civil, teceu severas críticas direcionadas à Comissão

Especial da Câmara dos Deputados incumbida de dar parecer ao citado Projeto, onde ao

decorrer de seu discurso contrário a inclusão das normas sobre títulos de crédito, arrematou:

“Afora os embaraços na escolha da norma adequada para aplicação ao caso concreto,

imaginemos os percalços para os estudantes, ao se depararem, no confronto do futuro Código

19 SILVA, Marcos Paulo Félix da. 20 SILVA, Marcos Paulo Félix da.

Volume 9 – nº 1 - 2015

É certo que o papel, muito em breve será pouco utilizado nas transações comerciais,

A Lei nº 10.406/2002, ao unificar os Códigos Civil e Comercial, teve por objetivo

títulos de crédito, que são classificados como típicos ou nominados, ou seja,

existe previsão legal para que se opere, “portanto, dependem de comando legal para serem

emitidos e aceitos como tais”. 19 Por outro lado temos os documentos sem previsão legal,

classificados como atípicos ou inominados.

Marcos Paulo Felix da Silva, 20 define os títulos de crédito inominados, como sendo

títulos que além de não serem regulamentados pela lei, vivem “sob uma disciplina jurídica

criada pelos costumes e usos ou pela aplicação de outras normas, por analogia”

dessa forma uma liberdade de criação desses títulos. O argumento mais convincente utilizado

na defesa dos títulos de crédito atípicos ou inominados é o de que eles se ajustam e se

harmonizam com a dinamicidade dos negócios, já que ampliam o campo de avanço da

criatividade própria do direito empresarial.

Mas, longe de ser uma visão pacífica, pois conforme se pode observar a seguir, existem

muitas objeções a que se sujeitam os títulos de crédito atípicos ou inominados, no que diz

posição de alguns doutrinadores:

O jurista Antônio Mercado Junior, em analise ao Anteprojeto do Código Civil,

se cauteloso em relação à adoção dos títulos atípicos, argumentando que a criação

s títulos de crédito, poderia trazer perigo ao público em geral, bem

como o Professor Fábio Konder Comparato, condenando o Projeto que redundou no novo

Código Civil, reprovou a adoção dos títulos de crédito atípicos, afirmando que geraria uma

to a distinção entre os títulos atípicos e os típicos ou nominados, estes

embutidos de legitimação. O Professor Rubens Requião, convidado no ano de 1975, a

se no então Projeto de Código Civil, teceu severas críticas direcionadas à Comissão

ial da Câmara dos Deputados incumbida de dar parecer ao citado Projeto, onde ao

decorrer de seu discurso contrário a inclusão das normas sobre títulos de crédito, arrematou:

“Afora os embaraços na escolha da norma adequada para aplicação ao caso concreto,

imaginemos os percalços para os estudantes, ao se depararem, no confronto do futuro Código

, Marcos Paulo Félix da. Títulos de crédito no código civil de 2002. Curitiba: Juruá, 2008, p. 55., Marcos Paulo Félix da. Títulos de crédito no código civil de 2002. Curitiba: Juruá, 2008, p.55.

É certo que o papel, muito em breve será pouco utilizado nas transações comerciais,

A Lei nº 10.406/2002, ao unificar os Códigos Civil e Comercial, teve por objetivo

títulos de crédito, que são classificados como típicos ou nominados, ou seja,

“portanto, dependem de comando legal para serem

Por outro lado temos os documentos sem previsão legal,

define os títulos de crédito inominados, como sendo

“sob uma disciplina jurídica

licação de outras normas, por analogia”, existindo

dessa forma uma liberdade de criação desses títulos. O argumento mais convincente utilizado

na defesa dos títulos de crédito atípicos ou inominados é o de que eles se ajustam e se

dade dos negócios, já que ampliam o campo de avanço da

Mas, longe de ser uma visão pacífica, pois conforme se pode observar a seguir, existem

nominados, no que diz

O jurista Antônio Mercado Junior, em analise ao Anteprojeto do Código Civil,

se cauteloso em relação à adoção dos títulos atípicos, argumentando que a criação

s títulos de crédito, poderia trazer perigo ao público em geral, bem

como o Professor Fábio Konder Comparato, condenando o Projeto que redundou no novo

Código Civil, reprovou a adoção dos títulos de crédito atípicos, afirmando que geraria uma

to a distinção entre os títulos atípicos e os típicos ou nominados, estes

embutidos de legitimação. O Professor Rubens Requião, convidado no ano de 1975, a

se no então Projeto de Código Civil, teceu severas críticas direcionadas à Comissão

ial da Câmara dos Deputados incumbida de dar parecer ao citado Projeto, onde ao

decorrer de seu discurso contrário a inclusão das normas sobre títulos de crédito, arrematou:

“Afora os embaraços na escolha da norma adequada para aplicação ao caso concreto,

imaginemos os percalços para os estudantes, ao se depararem, no confronto do futuro Código

Curitiba: Juruá, 2008, p. 55. . Curitiba: Juruá, 2008, p.55.

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

com a legislação cambial e as dificuldades didáticas que enfrentarão os professores, nesse

inexplicável dualismo jurídico. Em relação aos empresários, então, a confu

imperdoável”.

E decisivamente, contrário à inclusão de normas sobre títulos de crédito no Código

Civil de 2002, afirma Silvio de Salvo Venosa:

se prende proeminentemente ao direito civil; é regulada

várias modalidades. Desse modo, os dispositivos do código de 1916 a respeito guardam

unicamente restrita supletividade, pois pouco é deixado de lado na legislação sobre o tema,

decorrente do caldeamento de costumes mercanti

toda uma teoria geral dos títulos de crédito nos arts. 887 a 926, a qual deverá ser

necessariamente harmonizada com a disciplina dos respectivos títulos, letras de câmbio,

notas promissórias, duplicatas, cheques, etc

costumeiro da Idade Média e da Lei Uniforme de 1930, já estava suficientemente disciplinada

no ordenamento pátrio, não havendo necessidade de um Código Civil fazê

riscos de conflito de interpretação. Melhor seria que toda essa matéria fosse extirpada do

novo Código, pois sua presença neste estatuto é injustificável em todos os sentidos. O novel

legislador não usou da mínima cautela, não se apercebendo, ou não querendo aperceber

de que a matéria de títulos de crédito está de há muito solidificada por uma massa

perfeitamente compreensível de normas em nosso direito.”

No entanto, o autor do texto legal do Anteprojeto e mais tarde Projeto de Código Civil,

não pensava assim e na Exposição de

deixou claro que: [...] “a intenção no Anteprojeto não” foi reunir simplesmente o que é

comum aos diversos títulos regulados em leis especiais [...]; foi fixar os requisitos mínimos

pra todos os títulos de crédito, inclusive para os títulos de crédito inominados, que a prática

venha criar, deixando assim aberta a porta às necessidades econômicas e jurídicas do futuro.

Tem assim a aludida regulamentação dois objetivos básicos: de um lado, estabelecer os

requisitos mínimos para títulos de crédito, ressalvadas disposições de leis especiais; de outro

lado permitir a criação de títulos atípicos ou inominados. Nesse último objetivo está o

principal valor do Anteprojeto; regulando ele títulos atípicos, terão estes d

novos requisitos”.

21 SILVA, Marcos Paulo Félix da.

Volume 9 – nº 1 - 2015

com a legislação cambial e as dificuldades didáticas que enfrentarão os professores, nesse

inexplicável dualismo jurídico. Em relação aos empresários, então, a confu

E decisivamente, contrário à inclusão de normas sobre títulos de crédito no Código

Civil de 2002, afirma Silvio de Salvo Venosa: “A matéria referente aos títulos de crédito não

se prende proeminentemente ao direito civil; é regulada pela legislação própria em suas

várias modalidades. Desse modo, os dispositivos do código de 1916 a respeito guardam

unicamente restrita supletividade, pois pouco é deixado de lado na legislação sobre o tema,

decorrente do caldeamento de costumes mercantis. O novo Código, porém procurou traçar

toda uma teoria geral dos títulos de crédito nos arts. 887 a 926, a qual deverá ser

necessariamente harmonizada com a disciplina dos respectivos títulos, letras de câmbio,

notas promissórias, duplicatas, cheques, etc. Na verdade, essa matéria, caldeada do direito

costumeiro da Idade Média e da Lei Uniforme de 1930, já estava suficientemente disciplinada

no ordenamento pátrio, não havendo necessidade de um Código Civil fazê

riscos de conflito de interpretação. Melhor seria que toda essa matéria fosse extirpada do

novo Código, pois sua presença neste estatuto é injustificável em todos os sentidos. O novel

legislador não usou da mínima cautela, não se apercebendo, ou não querendo aperceber

atéria de títulos de crédito está de há muito solidificada por uma massa

perfeitamente compreensível de normas em nosso direito.” 21

No entanto, o autor do texto legal do Anteprojeto e mais tarde Projeto de Código Civil,

não pensava assim e na Exposição de Motivos, o saudoso Professor Mauro Brandão Lopes

[...] “a intenção no Anteprojeto não” foi reunir simplesmente o que é

comum aos diversos títulos regulados em leis especiais [...]; foi fixar os requisitos mínimos

crédito, inclusive para os títulos de crédito inominados, que a prática

venha criar, deixando assim aberta a porta às necessidades econômicas e jurídicas do futuro.

Tem assim a aludida regulamentação dois objetivos básicos: de um lado, estabelecer os

sitos mínimos para títulos de crédito, ressalvadas disposições de leis especiais; de outro

lado permitir a criação de títulos atípicos ou inominados. Nesse último objetivo está o

principal valor do Anteprojeto; regulando ele títulos atípicos, terão estes d

, Marcos Paulo Félix da. Títulos de crédito no código civil de 2002. Curitiba: Juruá, 2008, p.59.

com a legislação cambial e as dificuldades didáticas que enfrentarão os professores, nesse

inexplicável dualismo jurídico. Em relação aos empresários, então, a confusão seria

E decisivamente, contrário à inclusão de normas sobre títulos de crédito no Código

“A matéria referente aos títulos de crédito não

pela legislação própria em suas

várias modalidades. Desse modo, os dispositivos do código de 1916 a respeito guardam

unicamente restrita supletividade, pois pouco é deixado de lado na legislação sobre o tema,

s. O novo Código, porém procurou traçar

toda uma teoria geral dos títulos de crédito nos arts. 887 a 926, a qual deverá ser

necessariamente harmonizada com a disciplina dos respectivos títulos, letras de câmbio,

. Na verdade, essa matéria, caldeada do direito

costumeiro da Idade Média e da Lei Uniforme de 1930, já estava suficientemente disciplinada

no ordenamento pátrio, não havendo necessidade de um Código Civil fazê-lo, aumentando os

pretação. Melhor seria que toda essa matéria fosse extirpada do

novo Código, pois sua presença neste estatuto é injustificável em todos os sentidos. O novel

legislador não usou da mínima cautela, não se apercebendo, ou não querendo aperceber-se,

atéria de títulos de crédito está de há muito solidificada por uma massa

No entanto, o autor do texto legal do Anteprojeto e mais tarde Projeto de Código Civil,

Motivos, o saudoso Professor Mauro Brandão Lopes

[...] “a intenção no Anteprojeto não” foi reunir simplesmente o que é

comum aos diversos títulos regulados em leis especiais [...]; foi fixar os requisitos mínimos

crédito, inclusive para os títulos de crédito inominados, que a prática

venha criar, deixando assim aberta a porta às necessidades econômicas e jurídicas do futuro.

Tem assim a aludida regulamentação dois objetivos básicos: de um lado, estabelecer os

sitos mínimos para títulos de crédito, ressalvadas disposições de leis especiais; de outro

lado permitir a criação de títulos atípicos ou inominados. Nesse último objetivo está o

principal valor do Anteprojeto; regulando ele títulos atípicos, terão estes de se amoldar aos

. Curitiba: Juruá, 2008, p.59.

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Em seguida, sustentou a importância prática da regulamentação dos títulos atípicos,

esclarecendo que tais títulos incrementariam a tendência do mundo econômico de criar novos

instrumentos de crédito em resposta às novas

instrumentos, na prática, tomariam contornos suficientemente claros e que poderiam ser mais

detalhadamente regulados por leis especiais, inclusive para acertar aspectos que poderiam vir a

causar danos, já que, segundo

surgimento dos títulos atípicos ilegais realizados às ocultas.

Conclui-se desta feita que, os títulos atípicos ou inominados foram criados em

conformidade com as exigências e dinâmica dos negócios, e

dos princípios reguladores dos títulos típicos ou nominados, pois há no Código Civil de 2002

uma abertura no sentido de se adotar a criação e emissão de títulos de crédito atípicos ou

inominados, uma vez que se preferiu a

crédito.

Salienta-se ainda, que o Título VIII, do Código Civil de 2002, que vai do artigo 887 a

926 causou, quando da publicação do Código Civil, um grande impacto nos meios jurídicos,

onde além da confusão instalada pelas diversas interpretações, vêm estabelecendo uma série

de pressupostos para sua validade. Ainda que, os títulos de crédito pressupõem a literalidade e

a autonomia, somente produzirão efeitos se preencherem os requisitos da lei conforme

o artigo 887 do dispositivo legal.

Nesse sentido: a) os títulos não comportam, ou seja, estão proibidos de conter cláusula

com estipulação de juros; proibição de endosso; exclusão de responsabilidade pelo pagamento

ou por despesas, bem como exclus

observância de termos e formalidade legais (art. 890);

emissão, que pode ser omitida na forma do artigo 889, parágrafo 2º, a indicação precisa dos

direitos pertinentes e a assinatura do emitente (art. 889); c) as leis que regulam os títulos de

crédito não foram revogadas, ou seja,

específica (art. 903).

22 SILVA, Marcos Paulo Félix da.

Volume 9 – nº 1 - 2015

Em seguida, sustentou a importância prática da regulamentação dos títulos atípicos,

esclarecendo que tais títulos incrementariam a tendência do mundo econômico de criar novos

instrumentos de crédito em resposta às novas necessidades. Explicou ainda que tais

instrumentos, na prática, tomariam contornos suficientemente claros e que poderiam ser mais

detalhadamente regulados por leis especiais, inclusive para acertar aspectos que poderiam vir a

causar danos, já que, segundo o professor, mais desaconselhável seria a passividade ao

surgimento dos títulos atípicos ilegais realizados às ocultas.

se desta feita que, os títulos atípicos ou inominados foram criados em

conformidade com as exigências e dinâmica dos negócios, e que nem por isso estão afastados

dos princípios reguladores dos títulos típicos ou nominados, pois há no Código Civil de 2002

uma abertura no sentido de se adotar a criação e emissão de títulos de crédito atípicos ou

inominados, uma vez que se preferiu a admissão genérica dos mais variados tipos de títulos de

se ainda, que o Título VIII, do Código Civil de 2002, que vai do artigo 887 a

926 causou, quando da publicação do Código Civil, um grande impacto nos meios jurídicos,

nfusão instalada pelas diversas interpretações, vêm estabelecendo uma série

de pressupostos para sua validade. Ainda que, os títulos de crédito pressupõem a literalidade e

a autonomia, somente produzirão efeitos se preencherem os requisitos da lei conforme

o artigo 887 do dispositivo legal.

Nesse sentido: a) os títulos não comportam, ou seja, estão proibidos de conter cláusula

com estipulação de juros; proibição de endosso; exclusão de responsabilidade pelo pagamento

ou por despesas, bem como exclusão ou restrição de direitos e obrigações e a dispensa a

observância de termos e formalidade legais (art. 890);22 b) a contemplação da data da

emissão, que pode ser omitida na forma do artigo 889, parágrafo 2º, a indicação precisa dos

direitos pertinentes e a assinatura do emitente (art. 889); c) as leis que regulam os títulos de

crédito não foram revogadas, ou seja, o Código Civil servirá para suprir lacunas de lei

, Marcos Paulo Félix da. Títulos de crédito no código civil de 2002. Curitiba: Juruá, 2008. p. 120 e 121.

Em seguida, sustentou a importância prática da regulamentação dos títulos atípicos,

esclarecendo que tais títulos incrementariam a tendência do mundo econômico de criar novos

necessidades. Explicou ainda que tais

instrumentos, na prática, tomariam contornos suficientemente claros e que poderiam ser mais

detalhadamente regulados por leis especiais, inclusive para acertar aspectos que poderiam vir a

o professor, mais desaconselhável seria a passividade ao

se desta feita que, os títulos atípicos ou inominados foram criados em

que nem por isso estão afastados

dos princípios reguladores dos títulos típicos ou nominados, pois há no Código Civil de 2002

uma abertura no sentido de se adotar a criação e emissão de títulos de crédito atípicos ou

admissão genérica dos mais variados tipos de títulos de

se ainda, que o Título VIII, do Código Civil de 2002, que vai do artigo 887 a

926 causou, quando da publicação do Código Civil, um grande impacto nos meios jurídicos,

nfusão instalada pelas diversas interpretações, vêm estabelecendo uma série

de pressupostos para sua validade. Ainda que, os títulos de crédito pressupõem a literalidade e

a autonomia, somente produzirão efeitos se preencherem os requisitos da lei conforme dispõe

Nesse sentido: a) os títulos não comportam, ou seja, estão proibidos de conter cláusula

com estipulação de juros; proibição de endosso; exclusão de responsabilidade pelo pagamento

ão ou restrição de direitos e obrigações e a dispensa a

b) a contemplação da data da

emissão, que pode ser omitida na forma do artigo 889, parágrafo 2º, a indicação precisa dos

direitos pertinentes e a assinatura do emitente (art. 889); c) as leis que regulam os títulos de

o Código Civil servirá para suprir lacunas de lei

. Curitiba: Juruá, 2008. p. 120 e 121.

Page 20: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Segundo Eversio Donizete de Oliveira,

demonstrada por vários juristas, a destacarmos Luiz Emygdio, que

Direito e da informática”, ao explicar a duplicata virtual e ainda, a Newton De Lucca, que

concebe como título atípico a

5 A DUPLICATA VIRTUAL E A SUA DESMATERIALIZAÇÃO

A duplicata é um título de crédito de valor corresponden

objeto da venda mercantil, ou do serviço prestado. Desta forma, torna

emissão escritural, pois ela é a própria duplicata registrada e mantida exclusivamente em

dispositivo de armazenagem informatizada de dados so

inclusive, materializada numa cártula em papel.

Atualmente a montagem do borderô passou a ser eletrônico,

faturamento são importados através de uma conexão com os computadores do Banco”,

meio de um sistema fornecido pelo próprio banco o qual permite a comunicação direta entre a

empresa e a instituição financeira.

Assim, os títulos de credito assumem a modernidade e a necessidade de estarem

presentes na vida cotidiana, para que possa ser gerada u

Verifica-se, portanto, a possibilidade da desmaterialização dos títulos e documentos de credito

sob a forma eletrônica e sua aceitação pela legislação brasileira.

virtual ocorre da seguinte forma:

(comprador), que se torna seu devedor. O sacador, ou credor, emite uma duplicata virtual

contra o sacado, ou devedor e registra isso no seu computador e no livro de registro de

duplicatas, assinando com sua chave privada, que, é a parte da assinatura virtual que fica com

o usuário. Essa assinatura, então, é criptografada pela autoridade certificadora competente para

o caso. Em seguida, o sacador, envia a informação através da Internet para a instituição

financeira, que credita o valor da dívida na sua conta corrente. Se o sacado (devedor) também

tiver seu computador interligado ao sistema, a informação é enviada para ele, também pela

Internet, que ao receber deverá pôr seu aceite e efetuar o pagamento at

bancária eletrônica. Se o sacado não estiver interligado ao sistema, a guia de compensação

23 OLIVEIRA, Eversio Donizete de. São Paulo: Lemos e Cruz, 2007, p. 180.

Volume 9 – nº 1 - 2015

Segundo Eversio Donizete de Oliveira, 23 o artigo em questão, gerou muita resistência

demonstrada por vários juristas, a destacarmos Luiz Emygdio, que “desvirtua a ideia do

, ao explicar a duplicata virtual e ainda, a Newton De Lucca, que

concebe como título atípico a “duplicata-extrato” em fita magnética.

A DUPLICATA VIRTUAL E A SUA DESMATERIALIZAÇÃO

A duplicata é um título de crédito de valor correspondente ao preço da mercadoria

objeto da venda mercantil, ou do serviço prestado. Desta forma, torna

emissão escritural, pois ela é a própria duplicata registrada e mantida exclusivamente em

dispositivo de armazenagem informatizada de dados sob o controle do emitente, podendo ser,

inclusive, materializada numa cártula em papel.

Atualmente a montagem do borderô passou a ser eletrônico, “em que os dados do

faturamento são importados através de uma conexão com os computadores do Banco”,

e um sistema fornecido pelo próprio banco o qual permite a comunicação direta entre a

empresa e a instituição financeira.

Assim, os títulos de credito assumem a modernidade e a necessidade de estarem

presentes na vida cotidiana, para que possa ser gerada uma maior circulação de riqueza.

se, portanto, a possibilidade da desmaterialização dos títulos e documentos de credito

sob a forma eletrônica e sua aceitação pela legislação brasileira. O procedimento da duplicata

virtual ocorre da seguinte forma: O sacador (vendedor) fornece uma mercadoria ao sacado

(comprador), que se torna seu devedor. O sacador, ou credor, emite uma duplicata virtual

contra o sacado, ou devedor e registra isso no seu computador e no livro de registro de

m sua chave privada, que, é a parte da assinatura virtual que fica com

o usuário. Essa assinatura, então, é criptografada pela autoridade certificadora competente para

o caso. Em seguida, o sacador, envia a informação através da Internet para a instituição

financeira, que credita o valor da dívida na sua conta corrente. Se o sacado (devedor) também

tiver seu computador interligado ao sistema, a informação é enviada para ele, também pela

Internet, que ao receber deverá pôr seu aceite e efetuar o pagamento através de transferência

bancária eletrônica. Se o sacado não estiver interligado ao sistema, a guia de compensação

Eversio Donizete de. A regulamentação dos títulos de crédito eletrônicos no código civil de 2002.

São Paulo: Lemos e Cruz, 2007, p. 180.

o artigo em questão, gerou muita resistência

“desvirtua a ideia do

, ao explicar a duplicata virtual e ainda, a Newton De Lucca, que

A DUPLICATA VIRTUAL E A SUA DESMATERIALIZAÇÃO

te ao preço da mercadoria

objeto da venda mercantil, ou do serviço prestado. Desta forma, torna-se possível a sua

emissão escritural, pois ela é a própria duplicata registrada e mantida exclusivamente em

b o controle do emitente, podendo ser,

“em que os dados do

faturamento são importados através de uma conexão com os computadores do Banco”, por

e um sistema fornecido pelo próprio banco o qual permite a comunicação direta entre a

Assim, os títulos de credito assumem a modernidade e a necessidade de estarem

ma maior circulação de riqueza.

se, portanto, a possibilidade da desmaterialização dos títulos e documentos de credito

O procedimento da duplicata

O sacador (vendedor) fornece uma mercadoria ao sacado

(comprador), que se torna seu devedor. O sacador, ou credor, emite uma duplicata virtual

contra o sacado, ou devedor e registra isso no seu computador e no livro de registro de

m sua chave privada, que, é a parte da assinatura virtual que fica com

o usuário. Essa assinatura, então, é criptografada pela autoridade certificadora competente para

o caso. Em seguida, o sacador, envia a informação através da Internet para a instituição

financeira, que credita o valor da dívida na sua conta corrente. Se o sacado (devedor) também

tiver seu computador interligado ao sistema, a informação é enviada para ele, também pela

ravés de transferência

bancária eletrônica. Se o sacado não estiver interligado ao sistema, a guia de compensação

A regulamentação dos títulos de crédito eletrônicos no código civil de 2002.

Page 21: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

bancária é enviada através do correio, podendo ser pagar em qualquer agência de qualquer

banco do país.

Com o advento da chamada duplicata vi

próprio punho do sacador ou de procurador com poderes especiais para aceitar duplicatas, esta

sendo suprida pela chancela mecânica, segundo dispõe a Lei nº 6.304, de 15 de dezembro de

1975. 24

Utilizando-se da prática informatizada, o devedor da duplicata paga o valor no

vencimento acertado, podendo desta forma não materializar a duplicata, pois através de um

arquivo enviado pelo banco ao emitente, todas as informações necessárias para que se faça a

liquidação do título estarão contidas, suprindo a necessidade da impressão de papel. Ainda que

o devedor não cumpra com sua obrigação, ou seja, na hipótese de inadimplência, é possível se

fazer o protesto também por indicações transmitidas eletronicamente ao cartóri

em não havendo a possibilidade de se fazer o protesto nessa modalidade, a duplicata escritural

sempre poderá ser impressa em papel pelo emitente.

Cabe salientar que alguns doutrinadores enfatizam que a duplicata

eletrônica não é uma nova espécie de título de crédito. Porém outros entendem que a duplicata

virtual, escritural ou eletrônica e a duplicata papel são o mesmo e único título se

considerarmos que a qualificação “escritural” provém da condiçã

Nos ensinamentos de Amador Paes de Almeida,

decorrência dos excelentes resultados práticos obtidos em virtude da simplificação da

cobrança e manifesta redução de gastos, vem a duplicata escritural e

receptividade nas praças brasileiras”.

Todavia Paes de Almeida,

a existência de um documento para que se identifique o título de crédito em razão do princípio

da cartularidade, não podendo a duplicata escritural ser vista como título de crédito.

24 Art. 1º. “ Os títulos ou certificados de representativas, de emissão das sociedades anônimas de capital aberto, e as duplicatas emitidas ou endossadas pelo emitente, podem ser autenticadas mediante chancela mecânica, obedecidas as normas baiConselho Monetário Nacional. Parágrafo único. Aquele que utilizar chancela mecânica, obrigaintegralmente pela legitimidade e valor dos títulos e endossos assim autenticados, inclusive nos casos de uso indevido ou irregular de tal processo, por quem quer que seja.”25 ALMEIDA, Amador Paes de. 26 ALMEIDA, Amador Paes de.

Volume 9 – nº 1 - 2015

bancária é enviada através do correio, podendo ser pagar em qualquer agência de qualquer

Com o advento da chamada duplicata virtual, a assinatura que até então deveria ser de

próprio punho do sacador ou de procurador com poderes especiais para aceitar duplicatas, esta

sendo suprida pela chancela mecânica, segundo dispõe a Lei nº 6.304, de 15 de dezembro de

a prática informatizada, o devedor da duplicata paga o valor no

vencimento acertado, podendo desta forma não materializar a duplicata, pois através de um

arquivo enviado pelo banco ao emitente, todas as informações necessárias para que se faça a

do título estarão contidas, suprindo a necessidade da impressão de papel. Ainda que

o devedor não cumpra com sua obrigação, ou seja, na hipótese de inadimplência, é possível se

fazer o protesto também por indicações transmitidas eletronicamente ao cartóri

em não havendo a possibilidade de se fazer o protesto nessa modalidade, a duplicata escritural

sempre poderá ser impressa em papel pelo emitente.

Cabe salientar que alguns doutrinadores enfatizam que a duplicata

eletrônica não é uma nova espécie de título de crédito. Porém outros entendem que a duplicata

escritural ou eletrônica e a duplicata papel são o mesmo e único título se

considerarmos que a qualificação “escritural” provém da condição desmaterializada do título.

Nos ensinamentos de Amador Paes de Almeida,25 pode-se

decorrência dos excelentes resultados práticos obtidos em virtude da simplificação da

cobrança e manifesta redução de gastos, vem a duplicata escritural e

receptividade nas praças brasileiras”.

Todavia Paes de Almeida,26 apresenta comentários contrários dizendo que é necessária

a existência de um documento para que se identifique o título de crédito em razão do princípio

ão podendo a duplicata escritural ser vista como título de crédito.

Os títulos ou certificados de ações, debêntures ou obrigações, bem como suas cautelas

representativas, de emissão das sociedades anônimas de capital aberto, e as duplicatas emitidas ou endossadas pelo emitente, podem ser autenticadas mediante chancela mecânica, obedecidas as normas baiConselho Monetário Nacional. Parágrafo único. Aquele que utilizar chancela mecânica, obrigaintegralmente pela legitimidade e valor dos títulos e endossos assim autenticados, inclusive nos casos de uso

processo, por quem quer que seja.” ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e prática dos títulos de crédito. São Paulo: Saraiva. 2005, p. 220.

. Teoria e prática dos títulos de crédito. São Paulo: Saraiva. 2005, p.220.

bancária é enviada através do correio, podendo ser pagar em qualquer agência de qualquer

rtual, a assinatura que até então deveria ser de

próprio punho do sacador ou de procurador com poderes especiais para aceitar duplicatas, esta

sendo suprida pela chancela mecânica, segundo dispõe a Lei nº 6.304, de 15 de dezembro de

a prática informatizada, o devedor da duplicata paga o valor no

vencimento acertado, podendo desta forma não materializar a duplicata, pois através de um

arquivo enviado pelo banco ao emitente, todas as informações necessárias para que se faça a

do título estarão contidas, suprindo a necessidade da impressão de papel. Ainda que

o devedor não cumpra com sua obrigação, ou seja, na hipótese de inadimplência, é possível se

fazer o protesto também por indicações transmitidas eletronicamente ao cartório. Entretanto,

em não havendo a possibilidade de se fazer o protesto nessa modalidade, a duplicata escritural

virtual, escritural ou

eletrônica não é uma nova espécie de título de crédito. Porém outros entendem que a duplicata

escritural ou eletrônica e a duplicata papel são o mesmo e único título se

o desmaterializada do título.

constatar que “em

decorrência dos excelentes resultados práticos obtidos em virtude da simplificação da

cobrança e manifesta redução de gastos, vem a duplicata escritural encontrando grande

comentários contrários dizendo que é necessária

a existência de um documento para que se identifique o título de crédito em razão do princípio

ão podendo a duplicata escritural ser vista como título de crédito.

ações, debêntures ou obrigações, bem como suas cautelas representativas, de emissão das sociedades anônimas de capital aberto, e as duplicatas emitidas ou endossadas pelo emitente, podem ser autenticadas mediante chancela mecânica, obedecidas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional. Parágrafo único. Aquele que utilizar chancela mecânica, obriga-se e responde integralmente pela legitimidade e valor dos títulos e endossos assim autenticados, inclusive nos casos de uso

. São Paulo: Saraiva. 2005, p. 220.

. São Paulo: Saraiva. 2005, p.220.

Page 22: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

A comprovação da existência da duplicata escritural ocorre através do lançamento no

Livro de Registro de Duplicatas, onde o emitente deve, necessariamente, possuir um registro

informatizado correspondente a essa duplicata. Se não houver o lançamento no Livro de

Registro de Duplicatas, não haverá prova da existência de determinada duplicata.

Necessário se faz um esclarecimento acerca do termo “duplicata escritural”. Os

doutrinadores de maneira geral têm se utilizado de outros termos para denominar o objeto ora

em estudo, acrescentando à palavra duplicata: a) eletrônica; b) em meio magnético; c)

informatizada; e) virtual ou f) desmaterializada.

Na prática bancária, a duplicata remetida por meio informatizado é chamada de

duplicata virtual, escritural ou eletrônica, onde a partir dos registros informatizados, o

emitente pode remeter, por meio de transferência eletrônica de dados, a “duplicata”, ou

os dados constantes na nota fiscal, para cobrança. O banco emite, aos respectivos devedores,

um boleto de cobrança para cada duplicata

Nos dizeres de Leonardo Parentoni,

rigor, entender que a duplicata se tornou o primeiro título de crédito eletrônico. O que existe

é a chamada ‘duplicata virtual’, que nada mais é do que uma forma de circulação escritural

do crédito, não do próprio título. Com efeito, nesta terceira fase histórica não existe a

formação da cártula da duplicata, do próprio título de crédito. O

circula, de maneira escritural e eletrônica

tempo, visto que houve de fato o negócio jurídico subjacente, o qual s

na fatura ou nota-fiscal fatura. A duplicata não é geralmente extraída por conveniência do

próprio mercado, tendência que, como visto, acompanha este título de crédito desde as suas

origens. Neste contexto, a duplicata permanece em e

extraída, mas pode sê-lo a qualquer tempo, caso isto se mostre necessário. Essa

potencialidade de que uma coisa venha a surgir a partir de outra (no caso, a duplicata a

partir da fatura) é o significado mais preciso da

Em síntese, o que é emitido na realização de um negócio mercantil para cada duplicata

virtual é o boleto de cobrança ou boleto bancário

27 SILVA, Marcos Paulo Felix da. 28

PARENTONI NETTO, Leonardo. Terceira Região. Ano XXV, nº 120.

Volume 9 – nº 1 - 2015

A comprovação da existência da duplicata escritural ocorre através do lançamento no

Livro de Registro de Duplicatas, onde o emitente deve, necessariamente, possuir um registro

o correspondente a essa duplicata. Se não houver o lançamento no Livro de

Registro de Duplicatas, não haverá prova da existência de determinada duplicata.

Necessário se faz um esclarecimento acerca do termo “duplicata escritural”. Os

ra geral têm se utilizado de outros termos para denominar o objeto ora

em estudo, acrescentando à palavra duplicata: a) eletrônica; b) em meio magnético; c)

informatizada; e) virtual ou f) desmaterializada.

Na prática bancária, a duplicata remetida por meio informatizado é chamada de

escritural ou eletrônica, onde a partir dos registros informatizados, o

emitente pode remeter, por meio de transferência eletrônica de dados, a “duplicata”, ou

os dados constantes na nota fiscal, para cobrança. O banco emite, aos respectivos devedores,

um boleto de cobrança para cada duplicata virtual. 27

Nos dizeres de Leonardo Parentoni, “na fase atualmente em curso, não se pode, a

uplicata se tornou o primeiro título de crédito eletrônico. O que existe

é a chamada ‘duplicata virtual’, que nada mais é do que uma forma de circulação escritural

do crédito, não do próprio título. Com efeito, nesta terceira fase histórica não existe a

rmação da cártula da duplicata, do próprio título de crédito. O direito de crédito

escritural e eletrônica. É possível, porém, extrair-se a cártula, a qualquer

tempo, visto que houve de fato o negócio jurídico subjacente, o qual se encontra documentado

fiscal fatura. A duplicata não é geralmente extraída por conveniência do

próprio mercado, tendência que, como visto, acompanha este título de crédito desde as suas

origens. Neste contexto, a duplicata permanece em estado potencial, já que não é de fato

lo a qualquer tempo, caso isto se mostre necessário. Essa

potencialidade de que uma coisa venha a surgir a partir de outra (no caso, a duplicata a

partir da fatura) é o significado mais preciso da palavra ‘virtual’”. 28

que é emitido na realização de um negócio mercantil para cada duplicata

e cobrança ou boleto bancário, onde sua concretização é realizada via

ulo Felix da. Títulos de crédito no código civil de 2002. Curitiba: Juruá. 2008. p. 134 e 135.

PARENTONI NETTO, Leonardo. A duplicata virtual em perspectiva. Revista do Tribunal Regional Federal da Terceira Região. Ano XXV, nº 120. Janeiro/Março de 2014, p. 107.

A comprovação da existência da duplicata escritural ocorre através do lançamento no

Livro de Registro de Duplicatas, onde o emitente deve, necessariamente, possuir um registro

o correspondente a essa duplicata. Se não houver o lançamento no Livro de

Registro de Duplicatas, não haverá prova da existência de determinada duplicata.

Necessário se faz um esclarecimento acerca do termo “duplicata escritural”. Os

ra geral têm se utilizado de outros termos para denominar o objeto ora

em estudo, acrescentando à palavra duplicata: a) eletrônica; b) em meio magnético; c)

Na prática bancária, a duplicata remetida por meio informatizado é chamada de

escritural ou eletrônica, onde a partir dos registros informatizados, o

emitente pode remeter, por meio de transferência eletrônica de dados, a “duplicata”, ou seja,

os dados constantes na nota fiscal, para cobrança. O banco emite, aos respectivos devedores,

“na fase atualmente em curso, não se pode, a

uplicata se tornou o primeiro título de crédito eletrônico. O que existe

é a chamada ‘duplicata virtual’, que nada mais é do que uma forma de circulação escritural

do crédito, não do próprio título. Com efeito, nesta terceira fase histórica não existe a

direito de crédito é que

se a cártula, a qualquer

e encontra documentado

fiscal fatura. A duplicata não é geralmente extraída por conveniência do

próprio mercado, tendência que, como visto, acompanha este título de crédito desde as suas

stado potencial, já que não é de fato

lo a qualquer tempo, caso isto se mostre necessário. Essa

potencialidade de que uma coisa venha a surgir a partir de outra (no caso, a duplicata a

que é emitido na realização de um negócio mercantil para cada duplicata

, onde sua concretização é realizada via

. Curitiba: Juruá. 2008. p. 134 e 135. . Revista do Tribunal Regional Federal da

Page 23: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Internet. Sendo o boleto bancário um documento de vida re

do crédito, falta-lhe algumas características dos títulos de crédito, principalmente no que diz

respeito às duplicatas escriturais.

o que se autoriza é apenas

admitindo, ainda, a circulação eletrônica do título de crédito, ou seja, da própria duplicata

escritural. Esta, não é sequer sacada, permanecendo num estado virtual

não se pode confundir a circulação escritural, em meio eletrônico, do direito de crédito, com a

existência de um autêntico título de crédito eletrônico.

Assim, o devedor

subjacente e a apresentação do c

eletrônica, com o intermédio de

pagamento ocorre sem maiores problemas

configurado inadimplemento injustificado, faz

Porém, isso não impediu a incontrolável propagação e

todos os setores da economia

6 O ACEITE NAS DUPLICATAS

AUTORIZADO

A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) desenvolveu uma ferramenta

pioneira denominada DDA (Débito Direto Autorizado), com o início das operações

oficialmente em 19 de outubro

no sistema financeiro e lhe dar o aceite. Essa tecnologia permite que seja cumprida uma

formalidade que ainda não estava prevista para a duplicata escritural, criando

possibilidade de um melhor amparo jurídico. Aceito o boleto pelo devedor eletronicamente,

estará este se obrigando e concordando com o que consta no boleto que seria a descrição de

uma duplicata.

Na década de 1990, foram criados os

implementação dos boletos, a cobrança pode ser realizada de forma eletrônica, sem

necessidades de gerar mais documentos físicos (

continuaram enviando as cobranças por meio impresso aos clientes.

Volume 9 – nº 1 - 2015

Internet. Sendo o boleto bancário um documento de vida recente, resultado da informatização

lhe algumas características dos títulos de crédito, principalmente no que diz

respeito às duplicatas escriturais. O que precisa ficar claro é o fato de que na duplicata virtual

o que se autoriza é apenas a circulação escritural do crédito, em meio eletrônico, não se

admitindo, ainda, a circulação eletrônica do título de crédito, ou seja, da própria duplicata

escritural. Esta, não é sequer sacada, permanecendo num estado virtual, potencial

e pode confundir a circulação escritural, em meio eletrônico, do direito de crédito, com a

existência de um autêntico título de crédito eletrônico.

tomará conhecimento acerca dos termos do negócio jurídico

e a apresentação do crédito para pagamento de forma integralmente

eletrônica, com o intermédio de instituições financeiras, sendo que, na maioria dos casos, o

pagamento ocorre sem maiores problemas e apenas em casos excepcionais, quando

configurado inadimplemento injustificado, faz-se necessário recorrer ao processo de execução

Porém, isso não impediu a incontrolável propagação e a utilização das duplicatas virtuais

todos os setores da economia brasileira.

O ACEITE NAS DUPLICATAS VIRTUAIS E O DÉBITO DIRETO

A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) desenvolveu uma ferramenta

pioneira denominada DDA (Débito Direto Autorizado), com o início das operações

oficialmente em 19 de outubro de 2009, que possibilita ao cliente acessar um boleto registrado

no sistema financeiro e lhe dar o aceite. Essa tecnologia permite que seja cumprida uma

formalidade que ainda não estava prevista para a duplicata escritural, criando

e de um melhor amparo jurídico. Aceito o boleto pelo devedor eletronicamente,

estará este se obrigando e concordando com o que consta no boleto que seria a descrição de

década de 1990, foram criados os boletos de cobrança com código de

implementação dos boletos, a cobrança pode ser realizada de forma eletrônica, sem

necessidades de gerar mais documentos físicos (papéis) pela cobrança. As empresas, contudo,

continuaram enviando as cobranças por meio impresso aos clientes.

cente, resultado da informatização

lhe algumas características dos títulos de crédito, principalmente no que diz

O que precisa ficar claro é o fato de que na duplicata virtual

a circulação escritural do crédito, em meio eletrônico, não se

admitindo, ainda, a circulação eletrônica do título de crédito, ou seja, da própria duplicata

, potencial. Portanto,

e pode confundir a circulação escritural, em meio eletrônico, do direito de crédito, com a

acerca dos termos do negócio jurídico

de forma integralmente escritural e

na maioria dos casos, o

e apenas em casos excepcionais, quando

se necessário recorrer ao processo de execução.

das duplicatas virtuais em

E O DÉBITO DIRETO

A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) desenvolveu uma ferramenta

pioneira denominada DDA (Débito Direto Autorizado), com o início das operações

de 2009, que possibilita ao cliente acessar um boleto registrado

no sistema financeiro e lhe dar o aceite. Essa tecnologia permite que seja cumprida uma

formalidade que ainda não estava prevista para a duplicata escritural, criando-se assim a

e de um melhor amparo jurídico. Aceito o boleto pelo devedor eletronicamente,

estará este se obrigando e concordando com o que consta no boleto que seria a descrição de

código de barras. Com a

implementação dos boletos, a cobrança pode ser realizada de forma eletrônica, sem

) pela cobrança. As empresas, contudo,

Page 24: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Com a criação do DDA, a intenção foi gerar menos documentos, o que reduz

consideravelmente os custos dos bancos com o envio de correspondência para seus clientes.

Ademais, o DDA contribui para o

papel e tinta para impressão. O sistema permite que todas as cobranças sejam recebidas

eletronicamente, por meio dos sistemas dos bancos. As transações se dão 100% de forma

eletrônica, e os valores das transações são automaticamente creditados na conta corrente dos

clientes credores.

Débito Direto Autorizado é uma forma de pagamento que permite ao cobrador enviar

um boleto a seu cliente de forma eletrônica, desde que o consumidor esteja cadastrado em um

serviço do tipo.

O correntista que se cadastrar no DDA poderá v

nome ao entrar no internet banking ou acessar sua conta via celular ou caixa eletrônico.

Assim, qualquer pagamento que possa ser via boleto aparecerá como “pendência” na

tela do computador sempre que o correntista acessa

O DDA é um recurso que funciona de modo diferente do débito automático. No débito

tradicional, o usuário autoriza a cobrança e o valor é deduzido de sua conta na data do

vencimento. No caso do DDA, nada é cobrado sem a autorização pontual

vê os boletos na tela e decide se dá OK ou não nas cobranças.

As principais vantagens da adesão ao DDA são: a) segurança: será eliminada a

possibilidade de perda ou extravio de documentos, evitando fraudes; b) confidencialidade: não

haverá manuseio do boleto por intervenientes externos, além dos bancos; c) controle:

poderá visualizar, nos bancos em que se cadastrar como “sacado eletrônico”, todos os boletos

da carteira de cobrança registrada em que figure como sacado/pagador, inde

Instituição Financeira emissora da cobrança; d) praticidade: não será mais preciso digitar os

dados da cobrança (linha digitável, com 47 algarismos); e) agilidade: as cobranças chegarão

para o sacado eletrônico em um dia útil.

registro.

Para facilitar ainda mais, haverá aviso sobre boletos novos ou com vencimento

próximo quando o cliente acessar sua conta na internet ou nos terminais de autoatendimento.

Além disso, é possível contratar

a existência de novos boletos.

Volume 9 – nº 1 - 2015

m a criação do DDA, a intenção foi gerar menos documentos, o que reduz

consideravelmente os custos dos bancos com o envio de correspondência para seus clientes.

Ademais, o DDA contribui para o desenvolvimento sustentável, pois reduz os gastos com

inta para impressão. O sistema permite que todas as cobranças sejam recebidas

eletronicamente, por meio dos sistemas dos bancos. As transações se dão 100% de forma

eletrônica, e os valores das transações são automaticamente creditados na conta corrente dos

Débito Direto Autorizado é uma forma de pagamento que permite ao cobrador enviar

um boleto a seu cliente de forma eletrônica, desde que o consumidor esteja cadastrado em um

O correntista que se cadastrar no DDA poderá ver todos os boletos emitidos em seu

nome ao entrar no internet banking ou acessar sua conta via celular ou caixa eletrônico.

Assim, qualquer pagamento que possa ser via boleto aparecerá como “pendência” na

tela do computador sempre que o correntista acessar sua conta.

O DDA é um recurso que funciona de modo diferente do débito automático. No débito

tradicional, o usuário autoriza a cobrança e o valor é deduzido de sua conta na data do

vencimento. No caso do DDA, nada é cobrado sem a autorização pontual do c

vê os boletos na tela e decide se dá OK ou não nas cobranças.

As principais vantagens da adesão ao DDA são: a) segurança: será eliminada a

possibilidade de perda ou extravio de documentos, evitando fraudes; b) confidencialidade: não

á manuseio do boleto por intervenientes externos, além dos bancos; c) controle:

poderá visualizar, nos bancos em que se cadastrar como “sacado eletrônico”, todos os boletos

da carteira de cobrança registrada em que figure como sacado/pagador, inde

Instituição Financeira emissora da cobrança; d) praticidade: não será mais preciso digitar os

dados da cobrança (linha digitável, com 47 algarismos); e) agilidade: as cobranças chegarão

para o sacado eletrônico em um dia útil. Atualmente, esse prazo é de até seis dias úteis após o

Para facilitar ainda mais, haverá aviso sobre boletos novos ou com vencimento

próximo quando o cliente acessar sua conta na internet ou nos terminais de autoatendimento.

Além disso, é possível contratar o Serviço de Mensagens Via Celular para receber alerta sobre

a existência de novos boletos.

m a criação do DDA, a intenção foi gerar menos documentos, o que reduz

consideravelmente os custos dos bancos com o envio de correspondência para seus clientes.

, pois reduz os gastos com

inta para impressão. O sistema permite que todas as cobranças sejam recebidas

eletronicamente, por meio dos sistemas dos bancos. As transações se dão 100% de forma

eletrônica, e os valores das transações são automaticamente creditados na conta corrente dos

Débito Direto Autorizado é uma forma de pagamento que permite ao cobrador enviar

um boleto a seu cliente de forma eletrônica, desde que o consumidor esteja cadastrado em um

er todos os boletos emitidos em seu

nome ao entrar no internet banking ou acessar sua conta via celular ou caixa eletrônico.

Assim, qualquer pagamento que possa ser via boleto aparecerá como “pendência” na

O DDA é um recurso que funciona de modo diferente do débito automático. No débito

tradicional, o usuário autoriza a cobrança e o valor é deduzido de sua conta na data do

do cliente. O usuário

As principais vantagens da adesão ao DDA são: a) segurança: será eliminada a

possibilidade de perda ou extravio de documentos, evitando fraudes; b) confidencialidade: não

á manuseio do boleto por intervenientes externos, além dos bancos; c) controle: a pessoa

poderá visualizar, nos bancos em que se cadastrar como “sacado eletrônico”, todos os boletos

da carteira de cobrança registrada em que figure como sacado/pagador, independentemente da

Instituição Financeira emissora da cobrança; d) praticidade: não será mais preciso digitar os

dados da cobrança (linha digitável, com 47 algarismos); e) agilidade: as cobranças chegarão

esse prazo é de até seis dias úteis após o

Para facilitar ainda mais, haverá aviso sobre boletos novos ou com vencimento

próximo quando o cliente acessar sua conta na internet ou nos terminais de autoatendimento.

o Serviço de Mensagens Via Celular para receber alerta sobre

Page 25: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Nem todas as obrigações serão apresentadas eletronicamente,

registrada, modalidade responsável pela maior parte dos boletos de cobrança emitido

intermédio da qual as empresas terceirizam aos bancos a impressão e postagem dos títulos por

elas emitidos.

Mesmo aderindo ao novo serviço, é possível que aconteçam casos de recebimento da

cobrança em papel. Se isso ocorrer, basta ignorar o boleto i

se trata da mesma cobrança.

A partir de março de 2012 é possível também pagar títulos vencidos se estiver

cadastrado como DDA (Débito Direto Autorizado). Trata

comodidade e flexibilidade

em um banco e ir pagar em outro.

caixa” para pagar os títulos vencidos

Outra vantagem:

corrigido (juros e taxas), pois sai

receberá o pagamento).

Somente para os clientes cadastrados no DDA será possível pagar um boleto vencido

no banco da sua escolha, que esteja participando do DDA, e de forma eletrônica,

necessário se dirigir à instituição emitente da cobrança.

Embora sejam tecnologias que facilitem a vida de clientes e de empresas

débito automático e o DDA são pr

Com o débito automático

da conta são debitados automaticamente da conta do cliente (sacado)

se cadastrar no sistema, na agência, no caixa eletrônico ou via site do

mensalmente, no dia estabelecido, o

Já no DDA, é preciso que o sacado autorize o pagamento da conta

de 'autorizado'. Se, por exemplo, uma conta vence no dia 10, o

pagamento no próprio dia 10 ou até mesmo antes da data.

caixa eletrônico, no site do banco ou, mais recentemente, via celular.

Notadamente percebe

financeiro, pois os bancos poderão exigir que o sacado aceite primeiramente o boleto, para que

posteriormente o sacador efetue o desconto do boleto/duplicata. Certamente isso acarretaria

Volume 9 – nº 1 - 2015

Nem todas as obrigações serão apresentadas eletronicamente,

registrada, modalidade responsável pela maior parte dos boletos de cobrança emitido

intermédio da qual as empresas terceirizam aos bancos a impressão e postagem dos títulos por

Mesmo aderindo ao novo serviço, é possível que aconteçam casos de recebimento da

cobrança em papel. Se isso ocorrer, basta ignorar o boleto impresso, após certificar

se trata da mesma cobrança.

março de 2012 é possível também pagar títulos vencidos se estiver

(Débito Direto Autorizado). Trata-se de uma maior

comodidade e flexibilidade para o cliente que não vai precisar, por exemplo,

em um banco e ir pagar em outro. Além disso, o cliente também evitará filas da “boca do

caixa” para pagar os títulos vencidos, outro ponto que tende a melhorar com essa novidade.

o boleto de pagamento que venceu já vem com o valor

e taxas), pois sai direto do sistema do banco cedente

clientes cadastrados no DDA será possível pagar um boleto vencido

da sua escolha, que esteja participando do DDA, e de forma eletrônica,

necessário se dirigir à instituição emitente da cobrança.

tecnologias que facilitem a vida de clientes e de empresas

ébito automático e o DDA são produtos diferentes.

débito automático, como o próprio nome indica os recursos para o pagamento

da conta são debitados automaticamente da conta do cliente (sacado)

cadastrar no sistema, na agência, no caixa eletrônico ou via site do

mensalmente, no dia estabelecido, o serviço desconte o valor do pagamento.

DDA, é preciso que o sacado autorize o pagamento da conta

Se, por exemplo, uma conta vence no dia 10, o cliente pode

pagamento no próprio dia 10 ou até mesmo antes da data. Basta autorizar o pagamento

caixa eletrônico, no site do banco ou, mais recentemente, via celular.

percebe-se que tal tecnologia traz mais segurança jurídica ao s

financeiro, pois os bancos poderão exigir que o sacado aceite primeiramente o boleto, para que

posteriormente o sacador efetue o desconto do boleto/duplicata. Certamente isso acarretaria

apenas a cobrança

registrada, modalidade responsável pela maior parte dos boletos de cobrança emitidos, por

intermédio da qual as empresas terceirizam aos bancos a impressão e postagem dos títulos por

Mesmo aderindo ao novo serviço, é possível que aconteçam casos de recebimento da

mpresso, após certificar-se de que

março de 2012 é possível também pagar títulos vencidos se estiver

se de uma maior segurança,

cliente que não vai precisar, por exemplo, retirar o dinheiro

evitará filas da “boca do

outro ponto que tende a melhorar com essa novidade.

boleto de pagamento que venceu já vem com o valor

direto do sistema do banco cedente (a instituição que

clientes cadastrados no DDA será possível pagar um boleto vencido

da sua escolha, que esteja participando do DDA, e de forma eletrônica, sem ser

tecnologias que facilitem a vida de clientes e de empresas cobradoras, o

recursos para o pagamento

da conta são debitados automaticamente da conta do cliente (sacado). Basta o cliente

cadastrar no sistema, na agência, no caixa eletrônico ou via site do banco, para que,

serviço desconte o valor do pagamento.

DDA, é preciso que o sacado autorize o pagamento da conta - daí o 'A' da sigla,

cliente pode optar por realizar o

autorizar o pagamento - no

que tal tecnologia traz mais segurança jurídica ao sistema

financeiro, pois os bancos poderão exigir que o sacado aceite primeiramente o boleto, para que

posteriormente o sacador efetue o desconto do boleto/duplicata. Certamente isso acarretaria

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

uma diminuição nos juros cobrados pelas Instituições Financeir

de recebimento e menor inadimplência, assim como a diminuição brutal da emissão de

duplicatas frias ou simuladas. Pode

tal nível de integração, se estará

eles a confusão entre a duplicata e o boleto bancário.

Em se tratando do momento atual, nas duplicatas

do título numa cártula em papel. A duplicata não é remetida para o aceite do devedor. Ao

invés disso, é enviado um boleto bancário para que se faça o pagamento, ou seja, a

determinação do artigo 6º da Lei das Duplicatas não é c

forma segue as seguintes considerações: a) Por não existir a cártula para ser assinada pelo

devedor não é possível se falar em aceite ordinário; b) Quanto ao aceite por comunicação,

pensando-se no grande volume de título

usual esse tipo de aceite pelo qual se pressupõe que o devedor comunique ao credor o aceite

do título, por escrito. Além do mais, se o devedor nem recebeu a cártula, pouco provável que

venha a se preocupar em se manifestar po

presumido que apresenta,

Ulhoa Coelho29 faz seu apontamento dizendo que

fins de registro do crédito, o aceite por presunção tende a substituir definitivamente o

ordinário, até mesmo porque a duplicata não se materializa mais num documento escrito,

passível de remessa ao comprador

Amador Paes de Almeida,

prática de duplicata escritural, como também lhe nega efeitos cambiários.

Por sua vez Erminio Darold,

através da exibição de AR (aviso de recebimento), ou de outro documento equivale

assegurando desta forma ter o sacado recebido o título.

Esse procedimento acaba por encarecer o crédito, onerando o processo de cobrança.

Por ora, para alguns doutrinadores,

protesto por indicação conforme rege a Lei nº 5.474/68, artigo 14,

proceder, o credor corre o risco de ser impedido de ajuizar ação de execução desse título.

29 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial30 ALMEIDA, Amador Paes de. 31 DAROLD, Ermínio Amarildo.

Volume 9 – nº 1 - 2015

uma diminuição nos juros cobrados pelas Instituições Financeiras, em razão da maior certeza

de recebimento e menor inadimplência, assim como a diminuição brutal da emissão de

duplicatas frias ou simuladas. Pode-se prever, ainda, que, quando o sistema financeiro atingir

se estará diante de diversos novos questionamentos jurídicos,

eles a confusão entre a duplicata e o boleto bancário.

Em se tratando do momento atual, nas duplicatas virtuais não existe a materialização

do título numa cártula em papel. A duplicata não é remetida para o aceite do devedor. Ao

invés disso, é enviado um boleto bancário para que se faça o pagamento, ou seja, a

determinação do artigo 6º da Lei das Duplicatas não é cumprida na maioria das vezes. Desta

as seguintes considerações: a) Por não existir a cártula para ser assinada pelo

devedor não é possível se falar em aceite ordinário; b) Quanto ao aceite por comunicação,

se no grande volume de títulos que as empresas transacionam, acaba por não ser

usual esse tipo de aceite pelo qual se pressupõe que o devedor comunique ao credor o aceite

do título, por escrito. Além do mais, se o devedor nem recebeu a cártula, pouco provável que

em se manifestar por escrito o aceite; c) Resta dessa forma o aceite

entre os doutrinadores, posições contrárias, por exemplo, Fábio

faz seu apontamento dizendo que: “com a utilização do meio magnético para

gistro do crédito, o aceite por presunção tende a substituir definitivamente o

ordinário, até mesmo porque a duplicata não se materializa mais num documento escrito,

passível de remessa ao comprador.”

Amador Paes de Almeida,30 não só nega a caracterização do aceite presumido na

prática de duplicata escritural, como também lhe nega efeitos cambiários.

Por sua vez Erminio Darold,31 afirma que o aceite presumido terá de ser provado

através da exibição de AR (aviso de recebimento), ou de outro documento equivale

assegurando desta forma ter o sacado recebido o título.

Esse procedimento acaba por encarecer o crédito, onerando o processo de cobrança.

para alguns doutrinadores, parece ser o único procedimento capaz de garantir o

onforme rege a Lei nº 5.474/68, artigo 14, in fine

proceder, o credor corre o risco de ser impedido de ajuizar ação de execução desse título.

Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva. 2013. p. 534.

ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e prática dos títulos de crédito. São Paulo: Saraiva. 2005. p. 220 e 221.DAROLD, Ermínio Amarildo. Protesto cambial: duplicatas x boletos. Curitiba: Juruá. 1999. p. 54.

as, em razão da maior certeza

de recebimento e menor inadimplência, assim como a diminuição brutal da emissão de

se prever, ainda, que, quando o sistema financeiro atingir

versos novos questionamentos jurídicos, dentre

não existe a materialização

do título numa cártula em papel. A duplicata não é remetida para o aceite do devedor. Ao

invés disso, é enviado um boleto bancário para que se faça o pagamento, ou seja, a

umprida na maioria das vezes. Desta

as seguintes considerações: a) Por não existir a cártula para ser assinada pelo

devedor não é possível se falar em aceite ordinário; b) Quanto ao aceite por comunicação,

s que as empresas transacionam, acaba por não ser

usual esse tipo de aceite pelo qual se pressupõe que o devedor comunique ao credor o aceite

do título, por escrito. Além do mais, se o devedor nem recebeu a cártula, pouco provável que

dessa forma o aceite

posições contrárias, por exemplo, Fábio

“com a utilização do meio magnético para

gistro do crédito, o aceite por presunção tende a substituir definitivamente o

ordinário, até mesmo porque a duplicata não se materializa mais num documento escrito,

do aceite presumido na

afirma que o aceite presumido terá de ser provado

através da exibição de AR (aviso de recebimento), ou de outro documento equivalente,

Esse procedimento acaba por encarecer o crédito, onerando o processo de cobrança.

parece ser o único procedimento capaz de garantir o

in fine, pois se assim não

proceder, o credor corre o risco de ser impedido de ajuizar ação de execução desse título.

. São Paulo: Saraiva. 2005. p. 220 e 221.

. Curitiba: Juruá. 1999. p. 54.

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

7 AS DIVERGÊNCIAS NAS CORRENTES DOUTRINÁRIAS BRASILEIRAS

No Brasil, referente ao assunto,

lado encontram-se àqueles que sustentam que no clássico conceito de títulos de crédito de

Cesare Vivante, o termo documento

o princípio da cartularidade p

autorizaria apenas a existência de cártulas em papel, onde informações escrituradas em

qualquer outro meio, em especial em meio eletrônico jamais poderiam ser consideradas

documento, para fins do direito cambiário.

seria necessário que ele estivesse materializado em um pedaço de papel, uma cártula, onde o

direito seria transmitido juntamente com este documento.

de crédito em um pedaço de papel, deriva da exigência de que as pessoas obrigadas no título

deverão assiná-lo e que esta assinatura deverá ser lançada manuscrita no próprio documento.

Assim, o fato do boleto bancário não apresentar a assinatura das part

materializado em um pedaço de papel, jamais seria considerado um documento para fins

cambiais, além de ser considerado ilícito para se realizar o protesto por indicação e a execução

32 ANGELICI, Carlo; FERRI, Giovanni. 638. “La necessità e la sufficienza del documento per Laindispensabili perché alla circolazione del documento, e peralla prestazione stessa.” 33 AULETTA, Giuseppe; SALANITRO, Niccolò. di credito è, anziuto, un documento constitutivo (con le caratteristiche stabilite, o riconosciute, dalla lege) non è possibile costituire un diritto cartolare. Il diritto cartolare è collegato al documento non solo nel momento della sua costituzione, ma anche nel momento della sua circolazione. (...) Il diritto cartolare è, infine, collegato al documento anche nel momento della sua estinzione (pagamento).” 34 Discorrendo longamente sobre o Revista dos Tribunais, 1975, p. 57 a 72. No mesmo sentido: COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito eletrônicos. Revista da Faculdade de Direito Milton Campos01, 1994. “Assim sendo, quando aquele § 3º do art. 889 do Código Civil autoriza que ‘o título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração doemitente, observados os requisitos mínimos’ previstos no mencionado artigo, a expressão ‘poderá ser emitido’ está ali no sentido de criar, dar existência, materializando os dados no papel, com exceção da assinatura. Afirmamos que essa materialização é incassinatura deve ser real, legítima, do próprio punho do signatário, não podendo ser digital ou criptografada neste caso, representando um conjunto de bits não identificáveis, a não ser pública. O que pode ocorrer, depois de constar os dados exigidos no papel, é o emitente colocar sua assinatura legítima, transformando aquele papel em título e até mesmo em título de crédito. Mas este não será, nunca, ‘título de crédito eletrônico’ ou ‘virtual’, pois nasce tanto de um computador, por via de uma impressora, como de qualquer máquina de escrever. Infelizmente, isto não é ser eletrônico.”

Volume 9 – nº 1 - 2015

AS DIVERGÊNCIAS NAS CORRENTES DOUTRINÁRIAS BRASILEIRAS

No Brasil, referente ao assunto, apresentam-se duas correntes de pensamento. De um

se àqueles que sustentam que no clássico conceito de títulos de crédito de

documento refere-se exclusivamente a um pedaço de papel. Ou seja,

o princípio da cartularidade presente nas características essenciais dos títulos de crédito,

autorizaria apenas a existência de cártulas em papel, onde informações escrituradas em

qualquer outro meio, em especial em meio eletrônico jamais poderiam ser consideradas

do direito cambiário. 32 Assim, para a existência de um título de crédito

seria necessário que ele estivesse materializado em um pedaço de papel, uma cártula, onde o

direito seria transmitido juntamente com este documento.33 O fato de se materializar o títul

de crédito em um pedaço de papel, deriva da exigência de que as pessoas obrigadas no título

lo e que esta assinatura deverá ser lançada manuscrita no próprio documento.

Assim, o fato do boleto bancário não apresentar a assinatura das part

materializado em um pedaço de papel, jamais seria considerado um documento para fins

cambiais, além de ser considerado ilícito para se realizar o protesto por indicação e a execução

ANGELICI, Carlo; FERRI, Giovanni. Manuale di diritto commerciale. 12. ed. Torino: Utet Giuridica, 2006, p.

“La necessità e la sufficienza del documento per La realizzazione della prestazione sonoperché alla circolazione del documento, e per effetto di questa, consegua la circolazione del diritto

AULETTA, Giuseppe; SALANITRO, Niccolò. Diritto commerciale. Milano: Giuffrè, 2003, p. 314documento constitutivo del diritto cartolare, nel senso che se non si crea un documento

(con le caratteristiche stabilite, o riconosciute, dalla lege) non è possibile costituire un diritto cartolare. Il diritto egato al documento non solo nel momento della sua costituzione, ma anche nel momento della

sua circolazione. (...) Il diritto cartolare è, infine, collegato al documento anche nel momento della sua estinzione

Discorrendo longamente sobre o tema: RESTIFFE NETO, Paulo. Novos rumos da duplicataRevista dos Tribunais, 1975, p. 57 a 72. No mesmo sentido: COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito eletrônicos.

da Faculdade de Direito Milton Campos. Belo Horizonte: Faculdade de Direito Milton Campos, ano I, nº “Assim sendo, quando aquele § 3º do art. 889 do Código Civil autoriza que ‘o título poderá ser emitido

a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração doemitente, observados os requisitos mínimos’ previstos no mencionado artigo, a expressão ‘poderá ser emitido’ está ali no sentido de criar, dar existência, materializando os dados no papel, com exceção da assinatura. Afirmamos que essa materialização é incompleta pela falta da assinatura do próprio punho do emitente. É que a assinatura deve ser real, legítima, do próprio punho do signatário, não podendo ser digital ou criptografada

conjunto de bits não identificáveis, a não ser por um programa denominado chave pública. O que pode ocorrer, depois de constar os dados exigidos no papel, é o emitente colocar sua assinatura legítima, transformando aquele papel em título e até mesmo em título de crédito. Mas este não será, nunca,

lo de crédito eletrônico’ ou ‘virtual’, pois nasce tanto de um computador, por via de uma impressora, como de qualquer máquina de escrever. Infelizmente, isto não é ser eletrônico.”

AS DIVERGÊNCIAS NAS CORRENTES DOUTRINÁRIAS BRASILEIRAS

duas correntes de pensamento. De um

se àqueles que sustentam que no clássico conceito de títulos de crédito de

se exclusivamente a um pedaço de papel. Ou seja,

resente nas características essenciais dos títulos de crédito,

autorizaria apenas a existência de cártulas em papel, onde informações escrituradas em

qualquer outro meio, em especial em meio eletrônico jamais poderiam ser consideradas

Assim, para a existência de um título de crédito

seria necessário que ele estivesse materializado em um pedaço de papel, uma cártula, onde o

O fato de se materializar o título

de crédito em um pedaço de papel, deriva da exigência de que as pessoas obrigadas no título

lo e que esta assinatura deverá ser lançada manuscrita no próprio documento.34

Assim, o fato do boleto bancário não apresentar a assinatura das partes, ainda que

materializado em um pedaço de papel, jamais seria considerado um documento para fins

cambiais, além de ser considerado ilícito para se realizar o protesto por indicação e a execução

. 12. ed. Torino: Utet Giuridica, 2006, p. realizzazione della prestazione sono condizioni

effetto di questa, consegua la circolazione del diritto

. Milano: Giuffrè, 2003, p. 314. “Il titolo del diritto cartolare, nel senso che se non si crea un documento

(con le caratteristiche stabilite, o riconosciute, dalla lege) non è possibile costituire un diritto cartolare. Il diritto egato al documento non solo nel momento della sua costituzione, ma anche nel momento della

sua circolazione. (...) Il diritto cartolare è, infine, collegato al documento anche nel momento della sua estinzione

Novos rumos da duplicata. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1975, p. 57 a 72. No mesmo sentido: COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito eletrônicos.

de Direito Milton Campos, ano I, nº “Assim sendo, quando aquele § 3º do art. 889 do Código Civil autoriza que ‘o título poderá ser emitido

a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos’ previstos no mencionado artigo, a expressão ‘poderá ser emitido’ está ali no sentido de criar, dar existência, materializando os dados no papel, com exceção da assinatura.

ompleta pela falta da assinatura do próprio punho do emitente. É que a assinatura deve ser real, legítima, do próprio punho do signatário, não podendo ser digital ou criptografada

por um programa denominado chave pública. O que pode ocorrer, depois de constar os dados exigidos no papel, é o emitente colocar sua assinatura legítima, transformando aquele papel em título e até mesmo em título de crédito. Mas este não será, nunca,

lo de crédito eletrônico’ ou ‘virtual’, pois nasce tanto de um computador, por via de uma impressora, como

Page 28: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

judicial, ainda que acompanhado do comprovante de entrega da

serviço.

Um dos principais defensores desta corrente foi Wille Duarte Costa e para ele a

chamada duplicata virtual ou duplicata escritural não poderia e nem deveria existir. O autor,

em um de seus comentários referente à duplica

pois não corresponde a um título típico, com base em lei especial. Sendo assim, não é um

título de crédito, porque espúrio e ilegal. É fruto de uma doutrina que não sabe onde põe os

pés e nem as mãos, auxiliada

e o Direito, querem beneficiar

duplicata-extrato, duplicata em f

Wille Duarte Costa sempre deferiu inúmeras e severas críticas ao posicionamento

contrário, 36 e em sentido totalmente oposto, formou

Lucca, que assim como Mozart, teve um Antonio Salieri em sua vida, pois Wille Duarte C

referiu-se a Newton De Lucca chamando

totalmente oposto e divergente, vejamos as palavras maldosas e insinuosas da corrente

contrária: ...“e a certa altura de seu trabalho, partindo daquela experiência fra

pretensão de transportar a experiência da LCR para outros países e para o Brasil”... “Vê

pois, que após aquela narrativa histórica da lettre de change

sonhar, principalmente para transportar aquela experiência pa

Brasil”.37

35 COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito36 COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito eletrônicosHorizonte: Faculdade de Direito Milton Campos, ano I, nº 01,verdadeira e do próprio punho do emitítulo de crédito eletrônico, nascendo para ele do § 3º do art. 889, o requisito assinaturasuprível’. Isto quer dizer que não precisa existir a assinatura. Esse absurenxergar tal disposição, admitindoCódigo, ninguém vê tamanha bobagem.aquele autor afirmou. Tal afirmação é insustentávelmesmo autor reforçou esse posicionamento:2008, p. 422. “É verdade que o nosso Direito. Mas outros fizeram afirmações como se fossem verdades, comoLuiz Emygdio e Fábio Ulhoa Coelho, que não tiveram o menor cuidado em suaanalistas e aplicadores do Direito. Quem tem achado ótimo são as Instituições Financeiras,com o procedimento. Por isso, elas procuram incentivar tal prática contrária ao Direito,para desburocratizar os serviços37 COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito

Volume 9 – nº 1 - 2015

judicial, ainda que acompanhado do comprovante de entrega da mercadoria ou prestação do

Um dos principais defensores desta corrente foi Wille Duarte Costa e para ele a

chamada duplicata virtual ou duplicata escritural não poderia e nem deveria existir. O autor,

em um de seus comentários referente à duplicata escritural diz que: “É preciso combatê

pois não corresponde a um título típico, com base em lei especial. Sendo assim, não é um

título de crédito, porque espúrio e ilegal. É fruto de uma doutrina que não sabe onde põe os

pés e nem as mãos, auxiliada por Instituições Financeiras que, sem importar

e o Direito, querem beneficiar-se do absurdo chamado duplicata virtual, duplicata escritural,

extrato, duplicata em fita magnética”. 35

Wille Duarte Costa sempre deferiu inúmeras e severas críticas ao posicionamento

e em sentido totalmente oposto, formou-se a linha de pensamento de Newton De

Lucca, que assim como Mozart, teve um Antonio Salieri em sua vida, pois Wille Duarte C

se a Newton De Lucca chamando-o de sonhador, pelo fato de ter um pensamento

totalmente oposto e divergente, vejamos as palavras maldosas e insinuosas da corrente

...“e a certa altura de seu trabalho, partindo daquela experiência fra

pretensão de transportar a experiência da LCR para outros países e para o Brasil”... “Vê

pois, que após aquela narrativa histórica da lettre de change-relevé, o autor começou a

sonhar, principalmente para transportar aquela experiência para outros países e para o

Títulos de crédito. Belo Horizonte: DelRey, 2008, p. 419. Títulos de crédito eletrônicos. Revista da Faculdade de Direito Milton Campos

Faculdade de Direito Milton Campos, ano I, nº 01, 1994. “A assinatura deve ser real, legítima, próprio punho do emitente. No entanto, Newton De Lucca insinua, como já afirmamos, que o

nascendo para ele do § 3º do art. 889, o requisito assinaturanão precisa existir a assinatura. Esse absurdo nós não vamos

enxergar tal disposição, admitindo a possibilidade da inexistência da assinatura nos títulosCódigo, ninguém vê tamanha bobagem. Até alunos iniciantes no Curso de Direito entendem o contrárioaquele autor afirmou. Tal afirmação é insustentável e só é mantida pela vaidade própria.”mesmo autor reforçou esse posicionamento: COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito. Belo Horizonte: Del Rey,

“É verdade que o Professor Newton De Lucca sugeriu apenas a aplicação do exemplo francês ao outros fizeram afirmações como se fossem verdades, como aconteceu com Celso Barbi Filho,

Ulhoa Coelho, que não tiveram o menor cuidado em suas análises, confundindo leitores, Direito. Quem tem achado ótimo são as Instituições Financeiras,isso, elas procuram incentivar tal prática contrária ao Direito,

para desburocratizar os serviços bancários e reduzir seus custos.” Títulos de crédito. Belo Horizonte: DelRey, 2008, p. 421.

mercadoria ou prestação do

Um dos principais defensores desta corrente foi Wille Duarte Costa e para ele a

chamada duplicata virtual ou duplicata escritural não poderia e nem deveria existir. O autor,

“É preciso combatê-la,

pois não corresponde a um título típico, com base em lei especial. Sendo assim, não é um

título de crédito, porque espúrio e ilegal. É fruto de uma doutrina que não sabe onde põe os

por Instituições Financeiras que, sem importar-se em ferir a lei

se do absurdo chamado duplicata virtual, duplicata escritural,

Wille Duarte Costa sempre deferiu inúmeras e severas críticas ao posicionamento

se a linha de pensamento de Newton De

Lucca, que assim como Mozart, teve um Antonio Salieri em sua vida, pois Wille Duarte Costa

o de sonhador, pelo fato de ter um pensamento

totalmente oposto e divergente, vejamos as palavras maldosas e insinuosas da corrente

...“e a certa altura de seu trabalho, partindo daquela experiência francesa, teve a

pretensão de transportar a experiência da LCR para outros países e para o Brasil”... “Vê-se,

relevé, o autor começou a

ra outros países e para o

Revista da Faculdade de Direito Milton Campos. Belo “A assinatura deve ser real, legítima,

insinua, como já afirmamos, que o nascendo para ele do § 3º do art. 889, o requisito assinatura ‘deve ser tido como

do nós não vamos engolir. Só ele pode a possibilidade da inexistência da assinatura nos títulos de crédito. Ali, no

Até alunos iniciantes no Curso de Direito entendem o contrário do que e só é mantida pela vaidade própria.” Em obra posterior, o

. Belo Horizonte: Del Rey, a aplicação do exemplo francês ao aconteceu com Celso Barbi Filho,

análises, confundindo leitores, Direito. Quem tem achado ótimo são as Instituições Financeiras, que só têm a ganhar isso, elas procuram incentivar tal prática contrária ao Direito, mas, para elas, ótima

Page 29: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Apesar dos inúmeros

formou-se em larga escala

somos adeptos e que já na distante década de 80, havia e

jurídicas relacionadas ao tema, e

experiência mundial a respeito, no modelo francês da

época Newton De Lucca previa que algo semelha

do tempo, a prática ganhou o decisivo apoio do professor Fábio Ulhoa Coelho,

consolidando-se na doutrina pátria a expressão “duplicata virtual”.

Em síntese, o que sustentava a corrente contrária, era o fato de

cartularidade, presente nos títulos de crédito deveria ter uma interpretação contemporânea,

substituindo-se a cártula por documentos eletrônicos. Uma das principais críticas era o fato de

que, no documento eletrônico, não havia assinatu

partes vinculadas ao instrumento e consequentemente, não se teria meios para identificar, com

segurança e precisão, as pessoas obrigadas no título de crédito.

Hoje, através da certificação digital, já existem recur

assegurar a autoria e integridade de um documento eletrônico. Porém, cumpre ressaltar que já

na década de 80, Newton De Lucca

38 LUCCA, Newton De. A cambialafirmar, a salvo de equívoco, que o problema sentido pelo Sistema Bancário da França e que, conforme vimos, determinou o surgimento de soluções do tipo Bancário Nacional, violentamente onerado, no caso, pela nossa duplicata. Foi essa circunstância que nos levou, sem dúvida, ao estudo da sistemática francesa da LCR, pois estamos convencidos de que, num futuro mais ou menos próximo, deveremos encontrar alguns sistemas substitutivos quer do nosso sistema de cobrança, quer de nosso sistema de desconto de duplicatas.” manteve fiel a suas convicções, as tendo reforçado contratos eletrônicos: o advento da informática e seu impacto no mundo jurídicoSIMÃO FILHO, Adalberto (Coord.). 2008, v. 2, p. 41-44; LUCCA, NewtonMercado de Capitais. v. 60, p. 16939 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercialpagamento a prazo de uma venda, o empresário não precisa registrar em papel o crédito concedido; pode fazêlo exclusivamente na fita magnética de seu microcomputador. A constituição do crédito cambiário, através do saque da duplicata virtual, se reveste, assim, de plena juridicidade. Na verdade, o único instrumento que, pelas normas vigentes, deverá ser suportado em papel, nesse momento, é o crédito registrado em meio eletrônico será descontado a necessidade de papelização. Por via telefônica, os dados são remetidos aos computadores da instituição financeira, que credita – abatidos os juros contratados momento, expede-se a guia de compensação bancária que, por correio, é remetida ao devedor da duplicata virtual. De posse do boleto, o sacado procede ao pagamento da dívida, em qualquer agência de qualquer banco do país. Em alguns casos, quando o devedor tem o seu microcomputador interligado ao sistema da instituição descontadora, já se dispensa a papelização da guia, realizandoeletrônica.”

Volume 9 – nº 1 - 2015

inúmeros comentários e divergências, em sentido totalmente oposto,

em larga escala a linha de pensamento do professor Newton De Lucca, da qual

já na distante década de 80, havia enfrentado as principais questões

jurídicas relacionadas ao tema, em sua obra “A cambial extrato”, onde abordou a primeira

experiência mundial a respeito, no modelo francês da Lettre de Change

época Newton De Lucca previa que algo semelhante viria ocorrer no Brasil.

do tempo, a prática ganhou o decisivo apoio do professor Fábio Ulhoa Coelho,

se na doutrina pátria a expressão “duplicata virtual”.

Em síntese, o que sustentava a corrente contrária, era o fato de

cartularidade, presente nos títulos de crédito deveria ter uma interpretação contemporânea,

se a cártula por documentos eletrônicos. Uma das principais críticas era o fato de

que, no documento eletrônico, não havia assinatura autógrafa, dada de próprio punho pelas

partes vinculadas ao instrumento e consequentemente, não se teria meios para identificar, com

segurança e precisão, as pessoas obrigadas no título de crédito.

Hoje, através da certificação digital, já existem recursos tecnológicos capazes de

assegurar a autoria e integridade de um documento eletrônico. Porém, cumpre ressaltar que já

Newton De Lucca havia esclarecido meios alternativos para a solução do

A cambial-extrato. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985, p. 124a salvo de equívoco, que o problema sentido pelo Sistema Bancário da França e que, conforme vimos,

determinou o surgimento de soluções do tipo Lettre de Change-Relevé, está igualmente presente no Sistema Bancário Nacional, violentamente onerado, no caso, pela nossa duplicata. Foi essa circunstância que nos levou, sem dúvida, ao estudo da sistemática francesa da LCR, pois estamos convencidos de que, num futuro mais ou

nos próximo, deveremos encontrar alguns sistemas substitutivos quer do nosso sistema de cobrança, quer de nosso sistema de desconto de duplicatas.” Assim como Wille Duarte Costa, Newton De Lucca também se manteve fiel a suas convicções, as tendo reforçado em escritos posteriores: LUCCA, Newtoncontratos eletrônicos: o advento da informática e seu impacto no mundo jurídico. In: SIMÃO FILHO, Adalberto (Coord.). Direito e internet: aspectos jurídicos relevantes. São Paulo: Quar

LUCCA, Newton De. Do título papel ao título eletrônico. Revista de Direito Bancário e do . v. 60, p. 169-188, abr. 2013.

Curso de direito comercial. v.1. São Paulo: Saraiva, 2013, pagamento a prazo de uma venda, o empresário não precisa registrar em papel o crédito concedido; pode fazêlo exclusivamente na fita magnética de seu microcomputador. A constituição do crédito cambiário, através do

virtual, se reveste, assim, de plena juridicidade. Na verdade, o único instrumento que, pelas normas vigentes, deverá ser suportado em papel, nesse momento, é o Livro de Registro de Duplicatascrédito registrado em meio eletrônico será descontado junto ao banco, muitas vezes em tempo real, também sem a necessidade de papelização. Por via telefônica, os dados são remetidos aos computadores da instituição

abatidos os juros contratados – o seu valor na conta de depósito do emse a guia de compensação bancária que, por correio, é remetida ao devedor da duplicata

virtual. De posse do boleto, o sacado procede ao pagamento da dívida, em qualquer agência de qualquer banco ndo o devedor tem o seu microcomputador interligado ao sistema da instituição

descontadora, já se dispensa a papelização da guia, realizando-se o pagamento por transferência bancária

comentários e divergências, em sentido totalmente oposto,

a linha de pensamento do professor Newton De Lucca, da qual

nfrentado as principais questões

onde abordou a primeira

Change-Relevé. Já naquela

nte viria ocorrer no Brasil. 38 Com o decorrer

do tempo, a prática ganhou o decisivo apoio do professor Fábio Ulhoa Coelho,39

que o princípio da

cartularidade, presente nos títulos de crédito deveria ter uma interpretação contemporânea,

se a cártula por documentos eletrônicos. Uma das principais críticas era o fato de

ra autógrafa, dada de próprio punho pelas

partes vinculadas ao instrumento e consequentemente, não se teria meios para identificar, com

sos tecnológicos capazes de

assegurar a autoria e integridade de um documento eletrônico. Porém, cumpre ressaltar que já

havia esclarecido meios alternativos para a solução do

. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985, p. 124-125. “Podemos a salvo de equívoco, que o problema sentido pelo Sistema Bancário da França e que, conforme vimos,

está igualmente presente no Sistema Bancário Nacional, violentamente onerado, no caso, pela nossa duplicata. Foi essa circunstância que nos levou, sem dúvida, ao estudo da sistemática francesa da LCR, pois estamos convencidos de que, num futuro mais ou

nos próximo, deveremos encontrar alguns sistemas substitutivos quer do nosso sistema de cobrança, quer de Assim como Wille Duarte Costa, Newton De Lucca também se

LUCCA, Newton De. Títulos e : LUCCA, Newton De;

aspectos jurídicos relevantes. São Paulo: Quartier Latin, Revista de Direito Bancário e do

. v.1. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 540. “Ao admitir o pagamento a prazo de uma venda, o empresário não precisa registrar em papel o crédito concedido; pode fazê-lo exclusivamente na fita magnética de seu microcomputador. A constituição do crédito cambiário, através do

virtual, se reveste, assim, de plena juridicidade. Na verdade, o único instrumento que, pelas Livro de Registro de Duplicatas. (...) O

junto ao banco, muitas vezes em tempo real, também sem a necessidade de papelização. Por via telefônica, os dados são remetidos aos computadores da instituição

o seu valor na conta de depósito do empresário. Nesse se a guia de compensação bancária que, por correio, é remetida ao devedor da duplicata

virtual. De posse do boleto, o sacado procede ao pagamento da dívida, em qualquer agência de qualquer banco ndo o devedor tem o seu microcomputador interligado ao sistema da instituição

se o pagamento por transferência bancária

Page 30: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

problema, relembrando que no período da chamada

era válido se, além de assinado, estivesse com a impressão do selo do Príncipe, e não só por

assinaturas, porque nem sempre os nobres eram todos alfabetizados, sendo que, tal fato não

impediu que aqueles documentos fo

Observa-se que a assinatura manuscrita

identificação da autoria e integridade de

poderão surgir outras posteriormente.

se num futuro próximo todos venham a se identificar de maneira semelhante ao que fazem

atualmente os analfabetos, ou seja, por características físicas singulares, como as impressões

digitais ou o contorno da íris, ao invés da tradicional assinatura de próprio punho. É o que

sugere o futuro da biometria.

assinatura manuscrita é a única forma de assegurar a autoria e integridade de um documento,

capaz de convertê-lo em título de crédito, representa, a um só tempo, desprezo tanto do

passado quanto ao provável futuro da humanidade.

Há ainda aqueles que contestam quanto a classificação do documento eletrônico como

título de crédito, pelo fato de não ex

emitente via caracteres criados em computador, mesmo porque para que se evite a fraude o

requisito da assinatura do emitente não pode ser reproduzida por qualquer meio, pois é ela

quem vai dar o caráter da incorporação do direito contido no título.

40 LUCCA, Newton De. A cambialconhecer-se, hoje, a razão pela qual passouViesi, que tal aceitação tenha se dado porque os grandes senhores de terras tenham aprendido a ler e a (...) Se o problema fosse apenas de segurança, teríamos de utilizar, na verdade, o sistema hoje prevalecente para os analfabetos que, em termos de identificação, é positivamente muito mais seguro do que a assinatura. Serve a presente digressão para mostrar que a concepção de um documento sem assinatura poderá representar a própria evolução natural dos fatos, não devendo o jurista supor que os seus conceitos sobre a realidade social sejam imutáveis.” 41 Biometria [bio (vida) + metriados seres vivos. Recentemente este termo também foi associado à medida de características físicas ou comportamentais das pessoas como forma de identificácriminal, controle de acesso, etc. Os sistemas chamados biométricos podem basear o seu funcionamento em características de diversas partes doretina ou íris dos olhos. A premissa em que se fundamentam é a de que cada indivíduo é único e possuí características físicas e de comportamento (a voz, a maneira de andar, etc.) distintas, traços aos quais são característicos de cada ser humano.Disponível em: http://www. http://pt.wikipedia.org/wiki/Biometria. Acesso em: 02/02/2015.42 PARENTONI, Leonardo Netto. jan./mar. 2014. p.116,

Volume 9 – nº 1 - 2015

problema, relembrando que no período da chamada Alta Idade Média um documento somente

era válido se, além de assinado, estivesse com a impressão do selo do Príncipe, e não só por

assinaturas, porque nem sempre os nobres eram todos alfabetizados, sendo que, tal fato não

impediu que aqueles documentos fossem regularmente aceitos como prova.

a assinatura manuscrita nem sempre foi a maneira tradicional

identificação da autoria e integridade de um documento. Já existiram algumas antes dela e

poderão surgir outras posteriormente. Admitindo-se que a história é cíclica, não será espanto

se num futuro próximo todos venham a se identificar de maneira semelhante ao que fazem

atualmente os analfabetos, ou seja, por características físicas singulares, como as impressões

orno da íris, ao invés da tradicional assinatura de próprio punho. É o que

sugere o futuro da biometria.41 Assim, afirmar – como fez a primeira corrente

assinatura manuscrita é a única forma de assegurar a autoria e integridade de um documento,

lo em título de crédito, representa, a um só tempo, desprezo tanto do

passado quanto ao provável futuro da humanidade. 42

Há ainda aqueles que contestam quanto a classificação do documento eletrônico como

título de crédito, pelo fato de não existir a possibilidade de se reproduzir a assinatura do

emitente via caracteres criados em computador, mesmo porque para que se evite a fraude o

requisito da assinatura do emitente não pode ser reproduzida por qualquer meio, pois é ela

r da incorporação do direito contido no título.

A cambial-extrato. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985, p. 72

se, hoje, a razão pela qual passou-se a aceitar a simples assinatura, sendo provável, como faz ver Dino Viesi, que tal aceitação tenha se dado porque os grandes senhores de terras tenham aprendido a ler e a (...) Se o problema fosse apenas de segurança, teríamos de utilizar, na verdade, o sistema hoje prevalecente para os analfabetos que, em termos de identificação, é positivamente muito mais seguro do que a assinatura. Serve a

ra mostrar que a concepção de um documento sem assinatura poderá representar a própria evolução natural dos fatos, não devendo o jurista supor que os seus conceitos sobre a realidade social

metria (medida)] é o estudo estatístico das características físicas ou comportamentais dos seres vivos. Recentemente este termo também foi associado à medida de características físicas ou comportamentais das pessoas como forma de identificá-las unicamente. Hoje a biometria é ucriminal, controle de acesso, etc. Os sistemas chamados biométricos podem basear o seu funcionamento em características de diversas partes do corpo humano, por exemplo: os olhos, a palma da mão

os olhos. A premissa em que se fundamentam é a de que cada indivíduo é único e possuí características físicas e de comportamento (a voz, a maneira de andar, etc.) distintas, traços aos quais são característicos de cada ser humano.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Biometria. Acesso em: 02/02/2015.PARENTONI, Leonardo Netto. A duplicata virtual em perspectiva. Revista do TRF3, ano XXV, n.120,

Alta Idade Média um documento somente

era válido se, além de assinado, estivesse com a impressão do selo do Príncipe, e não só por

assinaturas, porque nem sempre os nobres eram todos alfabetizados, sendo que, tal fato não

ssem regularmente aceitos como prova. 40

nem sempre foi a maneira tradicional de

. Já existiram algumas antes dela e

se que a história é cíclica, não será espanto

se num futuro próximo todos venham a se identificar de maneira semelhante ao que fazem

atualmente os analfabetos, ou seja, por características físicas singulares, como as impressões

orno da íris, ao invés da tradicional assinatura de próprio punho. É o que

como fez a primeira corrente – que a

assinatura manuscrita é a única forma de assegurar a autoria e integridade de um documento,

lo em título de crédito, representa, a um só tempo, desprezo tanto do

Há ainda aqueles que contestam quanto a classificação do documento eletrônico como

istir a possibilidade de se reproduzir a assinatura do

emitente via caracteres criados em computador, mesmo porque para que se evite a fraude o

requisito da assinatura do emitente não pode ser reproduzida por qualquer meio, pois é ela

s Tribunais, 1985, p. 72-73. “É difícil se a aceitar a simples assinatura, sendo provável, como faz ver Dino

Viesi, que tal aceitação tenha se dado porque os grandes senhores de terras tenham aprendido a ler e a escrever. (...) Se o problema fosse apenas de segurança, teríamos de utilizar, na verdade, o sistema hoje prevalecente para os analfabetos que, em termos de identificação, é positivamente muito mais seguro do que a assinatura. Serve a

ra mostrar que a concepção de um documento sem assinatura poderá representar a própria evolução natural dos fatos, não devendo o jurista supor que os seus conceitos sobre a realidade social

estudo estatístico das características físicas ou comportamentais dos seres vivos. Recentemente este termo também foi associado à medida de características físicas ou

las unicamente. Hoje a biometria é usada na identificação criminal, controle de acesso, etc. Os sistemas chamados biométricos podem basear o seu funcionamento em

mão, as digitais do dedo, a os olhos. A premissa em que se fundamentam é a de que cada indivíduo é único e possuí

características físicas e de comportamento (a voz, a maneira de andar, etc.) distintas, traços aos quais são

http://pt.wikipedia.org/wiki/Biometria. Acesso em: 02/02/2015. . Revista do TRF3, ano XXV, n.120,

Page 31: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Essa tese perde sua consistência a cada dia, pois existem várias técnicas desenvolvidas

na área da informática onde através do certificado digital

digital ou senha digital que corresponde a assinatura particular e intransferível do emitente do

título.

Deve-se apenas ter o cuidado de não confundir assinatura digital com assinatura

digitalizada que é apenas a reprodução de uma imagem digitalizada ou “scanneada” de uma

assinatura manual.

Segundo Enunciado nº 462, aprovado na V Jornada de Direito Civil, organizada pelo

Conselho da Justiça Federal,

ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação dig

exceções previstas em lei”.

No sentido de acompanhar a

da Lei nº 10.406/2002 é uma consequência natural da modernização legislativa brasileira,

onde o fato de ter introduzido o

atípicos quanto aos típicos, normatizando a emissão de títulos de crédito

caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente”

não é ponto pacífico entre os doutrinadores e juristas.

Cumpre observar que

pelo professor Newton De Lucca,

adoção do título de crédito eletrônico.

Têm-se como exemplo

8.929/1994 e posteriormente alterada pela Lei nº 11.076/2004

“A CPR poderá ser negociada nos mercados de bolsas e de balcão. (...) § 3º. A CPR

registrada em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco

Central do Brasil terá as seguintes características: I

após a sua baixa e escritural ou eletrônica enquanto permanecer registrada

registro e de liquidação financeira; II

CPR estiver registrada em sistema de registro e de liquidação financeira não serão

transcritos no verso dos títulos; III

43 SILVA, Marcos Paulo Félix da.

Volume 9 – nº 1 - 2015

Essa tese perde sua consistência a cada dia, pois existem várias técnicas desenvolvidas

na área da informática onde através do certificado digital se é capaz de formar a assinatura

ue corresponde a assinatura particular e intransferível do emitente do

apenas ter o cuidado de não confundir assinatura digital com assinatura

digitalizada que é apenas a reprodução de uma imagem digitalizada ou “scanneada” de uma

Segundo Enunciado nº 462, aprovado na V Jornada de Direito Civil, organizada pelo

Conselho da Justiça Federal, “Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos, endossados

ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação dig

exceções previstas em lei”.

No sentido de acompanhar a evolução tecnológica, entende-se que o § 3º do artigo 889

da Lei nº 10.406/2002 é uma consequência natural da modernização legislativa brasileira,

onde o fato de ter introduzido o citado artigo, propõem a aplicabilidade tanto aos títulos

atípicos quanto aos típicos, normatizando a emissão de títulos de crédito

caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente”. 43 Entretanto tal afirmação

o entre os doutrinadores e juristas.

Cumpre observar que, a legislação brasileira já está caminhando na direção sugerida

pelo professor Newton De Lucca, percursor da segunda corrente doutrinária. Ou seja, rumo à

adoção do título de crédito eletrônico.

como exemplo a Cédula de Produto Rural – CPR, prevista na Lei nº

8.929/1994 e posteriormente alterada pela Lei nº 11.076/2004, em seu artigo 19, §3º,

“A CPR poderá ser negociada nos mercados de bolsas e de balcão. (...) § 3º. A CPR

rada em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco

Central do Brasil terá as seguintes características: I - será cartular antes do seu registro e

após a sua baixa e escritural ou eletrônica enquanto permanecer registrada

registro e de liquidação financeira; II - os negócios ocorridos durante o período em que a

CPR estiver registrada em sistema de registro e de liquidação financeira não serão

transcritos no verso dos títulos; III - a entidade registradora é responsável pela manutenção

, Marcos Paulo Félix da. Títulos de crédito no código civil de 2002. Curitiba: Juruá, 2008, p. 121.

Essa tese perde sua consistência a cada dia, pois existem várias técnicas desenvolvidas

é capaz de formar a assinatura

ue corresponde a assinatura particular e intransferível do emitente do

apenas ter o cuidado de não confundir assinatura digital com assinatura

digitalizada que é apenas a reprodução de uma imagem digitalizada ou “scanneada” de uma

Segundo Enunciado nº 462, aprovado na V Jornada de Direito Civil, organizada pelo

“Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos, endossados

ou avalizados eletronicamente, mediante assinatura com certificação digital, respeitadas as

que o § 3º do artigo 889

da Lei nº 10.406/2002 é uma consequência natural da modernização legislativa brasileira,

citado artigo, propõem a aplicabilidade tanto aos títulos

atípicos quanto aos típicos, normatizando a emissão de títulos de crédito “a partir dos

Entretanto tal afirmação

, a legislação brasileira já está caminhando na direção sugerida

percursor da segunda corrente doutrinária. Ou seja, rumo à

CPR, prevista na Lei nº

, em seu artigo 19, §3º, in verbis:

“A CPR poderá ser negociada nos mercados de bolsas e de balcão. (...) § 3º. A CPR

rada em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo Banco

será cartular antes do seu registro e

após a sua baixa e escritural ou eletrônica enquanto permanecer registrada em sistema de

os negócios ocorridos durante o período em que a

CPR estiver registrada em sistema de registro e de liquidação financeira não serão

esponsável pela manutenção

Curitiba: Juruá, 2008, p. 121.

Page 32: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

do registro da cadeia de negócios ocorridos no período em que os títulos estiverem

registrados.”

Trata-se de um título de crédito emitido em papel/cártula, mas que pode

registrado em sistema eletrônico autorizado pelo Banco

de então, a tramitar exclusivamente em meio eletrônico.

Outro exemplo seria

Agropecuário – WA, disciplinado pela Lei nº 11.076/2004 onde

suporte em papel para o meio eletrônico

instituídos o Certificado de Depósito Agropecuário

1º. O CDA é título de crédito representativo de promessa de entrega d

agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, depositados em

conformidade com a Lei no 9.973, de 29 de maio de 2000. § 2º. O WA é título de crédito

representativo de promessa de pagamento em dinheiro que confere direi

CDA correspondente, assim como sobre o produto nele descrito. (Redação dada pela Lei nº

11.524, de 2007) § 3º. O CDA e o WA são títulos unidos, emitidos simultaneamente pelo

depositário, a pedido do depositante, podendo ser transmitido

mediante endosso.”

Art. 3º. “O CDA e o WA serão: I

registro e de liquidação financeira a que se refere o art. 15 desta Lei, e após a sua baixa; II

escriturais ou eletrônicos, e

liquidação financeira.”

Art. 17. “Quando da 1ª (primeira) negociação do WA separado do CDA, a entidade

registradora consignará em seus registros o valor da negociação do WA, a taxa de juros e a

data de vencimento ou, ainda, o valor a ser pago no vencimento ou o indicador que será

utilizado para o cálculo do valor da dívida. § 1º. Os registros dos negócios realizados com o

CDA e com o WA, unidos ou separados, serão atualizados eletronicamente pela

registradora autorizada.”

Art. 21. “Para a retirada do produto, o credor do CDA providenciará a baixa do

registro eletrônico do CDA e requererá à instituição custodiante o endosso na cártula e a sua

entrega. § 1º. A baixa do registro eletrônico

Volume 9 – nº 1 - 2015

do registro da cadeia de negócios ocorridos no período em que os títulos estiverem

título de crédito emitido em papel/cártula, mas que pode

registrado em sistema eletrônico autorizado pelo Banco Central do Brasil, passando, a partir

de então, a tramitar exclusivamente em meio eletrônico.

Outro exemplo seria o Certificado de Depósito Agropecuário –

, disciplinado pela Lei nº 11.076/2004 onde a lei admite a transpo

suporte em papel para o meio eletrônico, logo após a emissão do título: Art. 1º.

instituídos o Certificado de Depósito Agropecuário – CDA e o Warrant Agropecuário

1º. O CDA é título de crédito representativo de promessa de entrega d

agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, depositados em

conformidade com a Lei no 9.973, de 29 de maio de 2000. § 2º. O WA é título de crédito

representativo de promessa de pagamento em dinheiro que confere direito de penhor sobre o

CDA correspondente, assim como sobre o produto nele descrito. (Redação dada pela Lei nº

11.524, de 2007) § 3º. O CDA e o WA são títulos unidos, emitidos simultaneamente pelo

depositário, a pedido do depositante, podendo ser transmitidos unidos ou separadamente,

O CDA e o WA serão: I - cartulares, antes de seu registro em sistema de

registro e de liquidação financeira a que se refere o art. 15 desta Lei, e após a sua baixa; II

escriturais ou eletrônicos, enquanto permanecerem registrados em sistema de registro e de

Quando da 1ª (primeira) negociação do WA separado do CDA, a entidade

registradora consignará em seus registros o valor da negociação do WA, a taxa de juros e a

data de vencimento ou, ainda, o valor a ser pago no vencimento ou o indicador que será

utilizado para o cálculo do valor da dívida. § 1º. Os registros dos negócios realizados com o

CDA e com o WA, unidos ou separados, serão atualizados eletronicamente pela

Para a retirada do produto, o credor do CDA providenciará a baixa do

registro eletrônico do CDA e requererá à instituição custodiante o endosso na cártula e a sua

entrega. § 1º. A baixa do registro eletrônico ocorrerá somente se: I - o CDA e o WA estiverem

do registro da cadeia de negócios ocorridos no período em que os títulos estiverem

título de crédito emitido em papel/cártula, mas que poderá ser

Central do Brasil, passando, a partir

– CDA e o Warrant

a lei admite a transposição do

, logo após a emissão do título: Art. 1º. “Ficam

CDA e o Warrant Agropecuário – WA. §

1º. O CDA é título de crédito representativo de promessa de entrega de produtos

agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico, depositados em

conformidade com a Lei no 9.973, de 29 de maio de 2000. § 2º. O WA é título de crédito

to de penhor sobre o

CDA correspondente, assim como sobre o produto nele descrito. (Redação dada pela Lei nº

11.524, de 2007) § 3º. O CDA e o WA são títulos unidos, emitidos simultaneamente pelo

s unidos ou separadamente,

cartulares, antes de seu registro em sistema de

registro e de liquidação financeira a que se refere o art. 15 desta Lei, e após a sua baixa; II -

nquanto permanecerem registrados em sistema de registro e de

Quando da 1ª (primeira) negociação do WA separado do CDA, a entidade

registradora consignará em seus registros o valor da negociação do WA, a taxa de juros e a

data de vencimento ou, ainda, o valor a ser pago no vencimento ou o indicador que será

utilizado para o cálculo do valor da dívida. § 1º. Os registros dos negócios realizados com o

CDA e com o WA, unidos ou separados, serão atualizados eletronicamente pela entidade

Para a retirada do produto, o credor do CDA providenciará a baixa do

registro eletrônico do CDA e requererá à instituição custodiante o endosso na cártula e a sua

o CDA e o WA estiverem

Page 33: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

em nome do mesmo credor; ou II

custodiante, o valor do principal e dos juros devidos até a data do vencimento do WA.”

A Lei nº 11.882/2008, que trata

adiante, autorizando desde o início

e que circule desta maneira se

sob a forma escritural, mediante registro em sistema de registro e de liquidação financeira de

ativos autorizada pelo Banco Central do Brasil. Parágrafo único. A transferência de

titularidade da LAM será operada no sistema referido no

responsável pela manutenção do registro das negociações.”

Art. 4º. “Aplica-se à LAM, no que não contrariar o disposto nesta Lei, a legislação

cambiária.”

Os exemplos acima

título de crédito eletrônico,

Certamente, passo decisivo nesta mudança pode ser o

institui o novo Código Comercial, pois nele está

eletrônico, registrando também a equivalência entre o suporte material e

eletrônicas: Art. 454. “O título de crédito pode ter suporte cartular ou eletrônico

Art. 455. “O título de crédito em

outro.”

Assim, pode-se afirmar

jurídico existem bases suficientes para flexibilizar a

cartularidade, passando a admitir

documentos com suporte eletrônico

8 EXECUÇÃO DA DUPLICATA ESCRITURAL E A POSIÇÃO DA

JURISPRUDÊNCIA

A falta de regulamentação da duplicata emitida eletronicamente, no caso de

inadimplência do comprador das me

dificuldade para sua execução

pacificou a sua executoriedade acolhendo a ideia defendida por Newton De Lucca, desde a

década de 80.

Volume 9 – nº 1 - 2015

em nome do mesmo credor; ou II - o credor do CDA consignar, em dinheiro, na instituição

custodiante, o valor do principal e dos juros devidos até a data do vencimento do WA.”

A Lei nº 11.882/2008, que trata da Letra de Arrendamento Mercantil

desde o início que este título seja emitido em forma escritural eletrônica,

que circule desta maneira sem a existência de cártula/papel: Art. 3º. “A LAM será emitida

l, mediante registro em sistema de registro e de liquidação financeira de

ativos autorizada pelo Banco Central do Brasil. Parágrafo único. A transferência de

titularidade da LAM será operada no sistema referido no caput deste artigo, que será

responsável pela manutenção do registro das negociações.”

se à LAM, no que não contrariar o disposto nesta Lei, a legislação

acima servem para demonstrar a mudança, rumo à adoção do autêntico

título de crédito eletrônico, que já se apresenta em curso.

asso decisivo nesta mudança pode ser o Projeto de Lei nº 1.572

institui o novo Código Comercial, pois nele está previsto os títulos de crédito com sup

também a equivalência entre o suporte material em papel e as mídias

“O título de crédito pode ter suporte cartular ou eletrônico

“O título de crédito emitido em um suporte pode ser transposto para o

afirmar com segurança que tanto do ponto de vista tecnológico quanto

existem bases suficientes para flexibilizar a conceituação clássica do princípio da

a admitir-se que também sejam considerados no conceito de cártula

documentos com suporte eletrônico.

EXECUÇÃO DA DUPLICATA ESCRITURAL E A POSIÇÃO DA

A falta de regulamentação da duplicata emitida eletronicamente, no caso de

inadimplência do comprador das mercadorias ou do serviço, implicava anteriormente

dificuldade para sua execução, ate que no ano de 2012 o Superior T

executoriedade acolhendo a ideia defendida por Newton De Lucca, desde a

o credor do CDA consignar, em dinheiro, na instituição

custodiante, o valor do principal e dos juros devidos até a data do vencimento do WA.”

Mercantil – LAM foi

emitido em forma escritural eletrônica,

A LAM será emitida

l, mediante registro em sistema de registro e de liquidação financeira de

ativos autorizada pelo Banco Central do Brasil. Parágrafo único. A transferência de

deste artigo, que será

se à LAM, no que não contrariar o disposto nesta Lei, a legislação

servem para demonstrar a mudança, rumo à adoção do autêntico

Projeto de Lei nº 1.572/2011 que

crédito com suporte

m papel e as mídias

“O título de crédito pode ter suporte cartular ou eletrônico.”

itido em um suporte pode ser transposto para o

ponto de vista tecnológico quanto

conceituação clássica do princípio da

sejam considerados no conceito de cártula os

EXECUÇÃO DA DUPLICATA ESCRITURAL E A POSIÇÃO DA

A falta de regulamentação da duplicata emitida eletronicamente, no caso de

rcadorias ou do serviço, implicava anteriormente a

Tribunal de Justiça

executoriedade acolhendo a ideia defendida por Newton De Lucca, desde a

Page 34: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

O vendedor e as instituições financeiras

e na Lei nº 6.458/77 que adapta ao Código de Processo Civil o

Duplicata”.

Inicialmente prevaleceu na jurisprudência o entendime

indicação só poderia ser lavrado mediante apresentação da própria duplicata em papel, ou seja,

através da cártula. O boleto bancário, não era aceito para tal finalidade,

considerado um título de crédito e

o saque da duplicata, como autêntico título de crédito.

FALÊNCIA – DUPLICATA MERCANTIL

ACEITE – PROTESTO DE BOLETOS BANCÁRIOS

EXTRAÇÃO DE TRIPLICATAS FORA DAS HIPÓTESES LEGAIS. (...)

II – A retenção da duplicata remetida para aceite é condição para o protesto por

indicação, inadmissível o protesto de boletos bancários. Recurso não conhecido.

Tribunal de Justiça. 3ª Turma, R

Filho).

Tal entendimento prevaleceu no Superior Tribunal de

mais precisamente até a decisão da

Ministro Sidnei Beneti.

Com o advento da Lei nº 9.492/1997, foi autorizado o protesto por indicação, inclusive

com a remessa dos dados dos títulos de crédito ao cartório, em meio eletrônico.

Aliás, o protesto por indicação é justamente a modalidade que

original da cártula, pois esta sistemática

inexistentes, no caso de duplicata

Sobre os documentos de dívida nessa era da informatização, temos o parecer favorável

do professor Theophilo de Azevedo Santos,

dizendo que “a chamada duplicata virtual, com suporte em fitas magnéticas, já é conquista da

moderna técnica bancária, sendo vitoriosa a experiência de sua utilização nos últimos anos.”

Desta forma, os documentos bancários

identificação da dívida do comprador, produzindo velocidade e segurança às transações,

44 OLIVEIRA, Ervesio Donizete de. São Paulo: Lemos e Cruz. 2008. p.99.

Volume 9 – nº 1 - 2015

O vendedor e as instituições financeiras amparavam-se no artigo 15 da Lei nº 5.474/68

e na Lei nº 6.458/77 que adapta ao Código de Processo Civil o “Processo para Cobrança da

Inicialmente prevaleceu na jurisprudência o entendimento de que o protesto por

indicação só poderia ser lavrado mediante apresentação da própria duplicata em papel, ou seja,

através da cártula. O boleto bancário, não era aceito para tal finalidade,

de crédito e porque não estava sujeito ao aceite. Assim, ele não supriria

omo autêntico título de crédito. Vejamos a jurisprudência:

DUPLICATA MERCANTIL – COMPROVAÇÃO –

PROTESTO DE BOLETOS BANCÁRIOS – IMPOSSIBILIDADE

AÇÃO DE TRIPLICATAS FORA DAS HIPÓTESES LEGAIS. (...)

A retenção da duplicata remetida para aceite é condição para o protesto por

indicação, inadmissível o protesto de boletos bancários. Recurso não conhecido.

Tribunal de Justiça. 3ª Turma, REsp nº 369.808/DF, j. 21.05.2002, Relator Ministro Castro

Tal entendimento prevaleceu no Superior Tribunal de Justiça durante muitos anos,

mais precisamente até a decisão da 3ª Turma, no REsp nº 953.192/SC, j. 07.12.2010, Relator

Com o advento da Lei nº 9.492/1997, foi autorizado o protesto por indicação, inclusive

com a remessa dos dados dos títulos de crédito ao cartório, em meio eletrônico.

Aliás, o protesto por indicação é justamente a modalidade que dispensa

, pois esta sistemática resguarda o devedor contra a cobrança de dívidas

duplicata simulada.

Sobre os documentos de dívida nessa era da informatização, temos o parecer favorável

lo de Azevedo Santos, in Eversio Donizete de Oliveira,

“a chamada duplicata virtual, com suporte em fitas magnéticas, já é conquista da

moderna técnica bancária, sendo vitoriosa a experiência de sua utilização nos últimos anos.”

Desta forma, os documentos bancários passaram a ser protestados, desde que com clara

identificação da dívida do comprador, produzindo velocidade e segurança às transações,

OLIVEIRA, Ervesio Donizete de. A regulamentação dos títulos de crédito eletrônicos no código civil de 2002.

São Paulo: Lemos e Cruz. 2008. p.99.

no artigo 15 da Lei nº 5.474/68

“Processo para Cobrança da

nto de que o protesto por

indicação só poderia ser lavrado mediante apresentação da própria duplicata em papel, ou seja,

através da cártula. O boleto bancário, não era aceito para tal finalidade, porque não era

sujeito ao aceite. Assim, ele não supriria

prudência:

– REMESSA PARA

IMPOSSIBILIDADE –

AÇÃO DE TRIPLICATAS FORA DAS HIPÓTESES LEGAIS. (...)

A retenção da duplicata remetida para aceite é condição para o protesto por

indicação, inadmissível o protesto de boletos bancários. Recurso não conhecido. (Superior

Esp nº 369.808/DF, j. 21.05.2002, Relator Ministro Castro

Justiça durante muitos anos,

REsp nº 953.192/SC, j. 07.12.2010, Relator

Com o advento da Lei nº 9.492/1997, foi autorizado o protesto por indicação, inclusive

com a remessa dos dados dos títulos de crédito ao cartório, em meio eletrônico.

dispensa a apresentação

resguarda o devedor contra a cobrança de dívidas

Sobre os documentos de dívida nessa era da informatização, temos o parecer favorável

Eversio Donizete de Oliveira,44 que colabora

“a chamada duplicata virtual, com suporte em fitas magnéticas, já é conquista da

moderna técnica bancária, sendo vitoriosa a experiência de sua utilização nos últimos anos.”

ser protestados, desde que com clara

identificação da dívida do comprador, produzindo velocidade e segurança às transações,

A regulamentação dos títulos de crédito eletrônicos no código civil de 2002.

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

conforme as exigências do mercado.

artigos 8º e 22, parágrafo único

indicação do apresentante,

Artigo 8º, Parágrafo único.

Duplicatas Mercantis e de Prestação de Se

eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos,

ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas”.

Artigo 22, Parágrafo único.

arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou

documento de dívida, dispensa

como das demais declarações nele inseridas”.

Entretanto, enquanto a prática realizada no setor financeiro confere ao boleto bancário

tratamento semelhante ao dos títulos de crédito convencionais, há aqueles que, para justificar

sua rejeição a esses procedimentos, alegam que o artigo 889, § 3º do Códi

que possibilita a emissão dos títulos de crédito a partir dos caracteres criados pelo computador

ou meio técnico equivalente, é uma prática a ser realizada futuramente em observação às

novas tecnologias.

Notório é que o § 3º, do artigo 88

intuito de regulamentar a crescente emissão de duplicatas eletrônicas, as quais, nos dias atuais,

são apresentadas sob a forma de boleto bancário.

Acolhendo estes fundamentos, no ano de 2011, o Superior Tri

sua jurisprudência através de uma decisão da Ministra Nancy Andrighi

protesto por indicação, baseado em boleto bancário, quanto a própria execução da duplicata

virtual. Isso seria possível, d

fosse também apresentado o comprovante de entrega da mercadoria ou de prestação do

serviço. Decisão consagrada,

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL.

PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO

COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS. DESNECESSIDADE DE

EXIBIÇÃO JUDICIAL DO TÍTULO DE CRÉDITO ORIGINAL.

Volume 9 – nº 1 - 2015

conforme as exigências do mercado. Assim, segundo disposto na Lei nº 9.492/97, em se

artigos 8º e 22, parágrafo único, o boleto bancário pode ser apontado para protesto

, in verbis:

Artigo 8º, Parágrafo único. “Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das

Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação

eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos,

ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas”.

Artigo 22, Parágrafo único. “Quando o Tabelião de Protesto conservar em seus

arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou

documento de dívida, dispensa-se, no registro e no instrumento, a sua transcrição literal, bem

como das demais declarações nele inseridas”.

nquanto a prática realizada no setor financeiro confere ao boleto bancário

tratamento semelhante ao dos títulos de crédito convencionais, há aqueles que, para justificar

sua rejeição a esses procedimentos, alegam que o artigo 889, § 3º do Códi

que possibilita a emissão dos títulos de crédito a partir dos caracteres criados pelo computador

ou meio técnico equivalente, é uma prática a ser realizada futuramente em observação às

Notório é que o § 3º, do artigo 889 do Código Civil, abre um acesso importante, no

intuito de regulamentar a crescente emissão de duplicatas eletrônicas, as quais, nos dias atuais,

são apresentadas sob a forma de boleto bancário.

Acolhendo estes fundamentos, no ano de 2011, o Superior Tribunal de Justiça evoluiu

através de uma decisão da Ministra Nancy Andrighi para admitir tanto o

protesto por indicação, baseado em boleto bancário, quanto a própria execução da duplicata

Isso seria possível, desde que, além do boleto bancário e do instrumento de protesto,

apresentado o comprovante de entrega da mercadoria ou de prestação do

Decisão consagrada, por unanimidade, no seguinte acórdão:

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL.

POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO

COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS. DESNECESSIDADE DE

EXIBIÇÃO JUDICIAL DO TÍTULO DE CRÉDITO ORIGINAL.

disposto na Lei nº 9.492/97, em seus

pode ser apontado para protesto por

“Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das

rviços, por meio magnético ou de gravação

eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos,

ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas”.

Protesto conservar em seus

arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou

se, no registro e no instrumento, a sua transcrição literal, bem

nquanto a prática realizada no setor financeiro confere ao boleto bancário

tratamento semelhante ao dos títulos de crédito convencionais, há aqueles que, para justificar

sua rejeição a esses procedimentos, alegam que o artigo 889, § 3º do Código Civil de 2002,

que possibilita a emissão dos títulos de crédito a partir dos caracteres criados pelo computador

ou meio técnico equivalente, é uma prática a ser realizada futuramente em observação às

9 do Código Civil, abre um acesso importante, no

intuito de regulamentar a crescente emissão de duplicatas eletrônicas, as quais, nos dias atuais,

bunal de Justiça evoluiu

para admitir tanto o

protesto por indicação, baseado em boleto bancário, quanto a própria execução da duplicata

e do instrumento de protesto,

apresentado o comprovante de entrega da mercadoria ou de prestação do

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA VIRTUAL.

POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO

COMPROVANTE DE RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS. DESNECESSIDADE DE

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

1. As duplicatas virtuais

eletrônica – podem ser protestadas por mera indicação, de modo que a exibição do título não é

imprescindível para o ajuizamento da execução judicial. Lei 9.492/97.

2. Os boletos de cobrança bancária vinculados ao título virtual, devidamente

acompanhados dos instrumentos

mercadoria ou da prestação dos serviços, suprem a ausência física do título cambiário

eletrônico e constituem, em princípio, títulos executivos extrajudiciais.

3. Recurso especial a que se nega pro

Analisando esta decisão e após muitos estudos, tivemos o privilégio de n

10 de novembro de 2011,

anos do Código Civil, organizada pelo Centro de Estudos Judiciários do

Federal. Na época apresentamos

aprovação por unanimidade pela comissão de trabalho de Direito de Empresa e também pela

sessão plenária presidida pelo Ministro Ruy Rosado de Aguiar

na V Jornada de Direito Civil, foi elaborado com referência ao artigo 889, § 3º do Código

Civil e em especial à Duplicata Escritural ou Eletrônica,

podem ser protestadas por indicação e con

exibição pelo credor do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega

das mercadorias ou de prestação de serviços”.

A justificativa do enunciado proposto e aprovado foi embasada nas obra

do Professor Newton De Lucca

serviço é on-line e feito via sistema, com uma rapidez incrível e segurança absoluta.

Acompanhou, ainda, a justificativa, a fundamental decisão

STJ sobre a validade do protesto de duplicata eletrônica ou escritural

Contra a decisão da Ministra foram interpostos embargos de divergência, igualmente

rejeitados por unanimidade, nos seguintes termos:

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA

DEMONSTRADA. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA

VIRTUAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO

45 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. 3ª Turma, REsp nº 1.024.691/PR, j. 22.03.2011, Relatora Ministra Nancy Andrighi.

Volume 9 – nº 1 - 2015

1. As duplicatas virtuais – emitidas e recebidas por meio magnético ou de gravação

dem ser protestadas por mera indicação, de modo que a exibição do título não é

imprescindível para o ajuizamento da execução judicial. Lei 9.492/97.

2. Os boletos de cobrança bancária vinculados ao título virtual, devidamente

acompanhados dos instrumentos de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da

mercadoria ou da prestação dos serviços, suprem a ausência física do título cambiário

eletrônico e constituem, em princípio, títulos executivos extrajudiciais.

3. Recurso especial a que se nega provimento. 45

Analisando esta decisão e após muitos estudos, tivemos o privilégio de n

participar da V Jornada de Direito Civil, em comemoração aos 10

Código Civil, organizada pelo Centro de Estudos Judiciários do

apresentamos o enunciado que recebeu o número 461 após discussão e

aprovação por unanimidade pela comissão de trabalho de Direito de Empresa e também pela

presidida pelo Ministro Ruy Rosado de Aguiar. O Enunciado nº 461, aprovado

na V Jornada de Direito Civil, foi elaborado com referência ao artigo 889, § 3º do Código

Civil e em especial à Duplicata Escritural ou Eletrônica, in verbis: “As duplicatas eletrônicas

podem ser protestadas por indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a

exibição pelo credor do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega

das mercadorias ou de prestação de serviços”.

A justificativa do enunciado proposto e aprovado foi embasada nas obra

do Professor Newton De Lucca, pioneiro no assunto e também no sentido de que, hoje, todo o

e feito via sistema, com uma rapidez incrível e segurança absoluta.

Acompanhou, ainda, a justificativa, a fundamental decisão da Ministra Nancy Andrighi, n

STJ sobre a validade do protesto de duplicata eletrônica ou escritural acima

Contra a decisão da Ministra foram interpostos embargos de divergência, igualmente

rejeitados por unanimidade, nos seguintes termos:

E DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA

DEMONSTRADA. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA

VIRTUAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. 3ª Turma, REsp nº 1.024.691/PR, j. 22.03.2011, Relatora Ministra

emitidas e recebidas por meio magnético ou de gravação

dem ser protestadas por mera indicação, de modo que a exibição do título não é

2. Os boletos de cobrança bancária vinculados ao título virtual, devidamente

de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da

mercadoria ou da prestação dos serviços, suprem a ausência física do título cambiário

Analisando esta decisão e após muitos estudos, tivemos o privilégio de nos dias 8, 9 e

participar da V Jornada de Direito Civil, em comemoração aos 10

Conselho da Justiça

o enunciado que recebeu o número 461 após discussão e

aprovação por unanimidade pela comissão de trabalho de Direito de Empresa e também pela

O Enunciado nº 461, aprovado

na V Jornada de Direito Civil, foi elaborado com referência ao artigo 889, § 3º do Código

“As duplicatas eletrônicas

stituirão título executivo extrajudicial mediante a

exibição pelo credor do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega

A justificativa do enunciado proposto e aprovado foi embasada nas obras citadas acima

no sentido de que, hoje, todo o

e feito via sistema, com uma rapidez incrível e segurança absoluta.

Ministra Nancy Andrighi, no

acima citada.

Contra a decisão da Ministra foram interpostos embargos de divergência, igualmente

E DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA

DEMONSTRADA. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DUPLICATA

VIRTUAL. PROTESTO POR INDICAÇÃO. BOLETO BANCÁRIO ACOMPANHADO DO

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. 3ª Turma, REsp nº 1.024.691/PR, j. 22.03.2011, Relatora Ministra

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

INSTRUMENTO DE PROTESTO, DAS NOTAS FISCAIS E RESPECTIVOS

COMPROVANTES DE ENTREGA DAS MER

RECONHECIDA.

1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, apresentam solução

jurídica diversa para a questão da exequibilidade da duplicata virtual, com base em boleto

bancário, acompanhado do instrumento de protes

respectivos comprovantes de entrega de mercadorias, o que enseja o conhecimento dos

embargos de divergência.

2. Embora a norma do art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 permita o protesto por indicação

nas hipóteses em que houver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse

dispositivo deve ser ampliado para harmonizar

conforme previsão constante dos arts. 8º e 22 da Lei 9.492/97.

3. A indicação a protesto das

eletrônica de dados encontra amparo no artigo 8º, parágrafo único, da Lei 9.492/97. O art. 22

do mesmo Diploma Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o

Tabelião de Protesto mantém em arquivo gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica

ou micrográfica do título ou documento da dívida.

4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve

considerar que o que o art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 a

duplicata com dispensa de sua apresentação física, mediante simples indicação de seus

elementos ao cartório de protesto. Daí, é possível chegar

não somente o protesto por indicação n

encaminhado para aceite, como expressamente previsto no referido artigo, mas também na de

duplicata virtual amparada em documento suficiente.

5. Reforça o entendimento acima a norma do § 2º do art. 15 d

de executividade da duplicata não aceita e não devolvida pelo devedor, isto é, ausente o

documento físico, autorizando sua cobrança judicial pelo processo executivo quando esta haja

sido protestada mediante indicação do credor, es

comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha recusado o aceite

pelos motivos constantes dos arts. 7º e 8º da Lei.

Volume 9 – nº 1 - 2015

INSTRUMENTO DE PROTESTO, DAS NOTAS FISCAIS E RESPECTIVOS

COMPROVANTES DE ENTREGA DAS MERCADORIAS. EXECUTIVIDADE

1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, apresentam solução

jurídica diversa para a questão da exequibilidade da duplicata virtual, com base em boleto

bancário, acompanhado do instrumento de protesto por indicação e das notas fiscais e

respectivos comprovantes de entrega de mercadorias, o que enseja o conhecimento dos

2. Embora a norma do art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 permita o protesto por indicação

uver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse

dispositivo deve ser ampliado para harmonizar-se também com o instituto da duplicata virtual,

conforme previsão constante dos arts. 8º e 22 da Lei 9.492/97.

3. A indicação a protesto das duplicatas mercantis por meio magnético ou de gravação

eletrônica de dados encontra amparo no artigo 8º, parágrafo único, da Lei 9.492/97. O art. 22

do mesmo Diploma Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o

mantém em arquivo gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica

ou micrográfica do título ou documento da dívida.

4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve

considerar que o que o art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 admite, essencialmente, é o protesto da

duplicata com dispensa de sua apresentação física, mediante simples indicação de seus

elementos ao cartório de protesto. Daí, é possível chegar-se à conclusão de que é admissível

não somente o protesto por indicação na hipótese de retenção do título pelo devedor, quando

encaminhado para aceite, como expressamente previsto no referido artigo, mas também na de

duplicata virtual amparada em documento suficiente.

5. Reforça o entendimento acima a norma do § 2º do art. 15 da Lei 5.474/68, que cuida

de executividade da duplicata não aceita e não devolvida pelo devedor, isto é, ausente o

documento físico, autorizando sua cobrança judicial pelo processo executivo quando esta haja

sido protestada mediante indicação do credor, esteja acompanhada de documento hábil

comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha recusado o aceite

pelos motivos constantes dos arts. 7º e 8º da Lei.

INSTRUMENTO DE PROTESTO, DAS NOTAS FISCAIS E RESPECTIVOS

CADORIAS. EXECUTIVIDADE

1. Os acórdãos confrontados, em face de mesma situação fática, apresentam solução

jurídica diversa para a questão da exequibilidade da duplicata virtual, com base em boleto

to por indicação e das notas fiscais e

respectivos comprovantes de entrega de mercadorias, o que enseja o conhecimento dos

2. Embora a norma do art. 13, § 1º, da Lei 5.474/68 permita o protesto por indicação

uver a retenção da duplicata enviada para aceite, o alcance desse

se também com o instituto da duplicata virtual,

duplicatas mercantis por meio magnético ou de gravação

eletrônica de dados encontra amparo no artigo 8º, parágrafo único, da Lei 9.492/97. O art. 22

do mesmo Diploma Legal, a seu turno, dispensa a transcrição literal do título quando o

mantém em arquivo gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica

4. Quanto à possibilidade de protesto por indicação da duplicata virtual, deve-se

dmite, essencialmente, é o protesto da

duplicata com dispensa de sua apresentação física, mediante simples indicação de seus

se à conclusão de que é admissível

a hipótese de retenção do título pelo devedor, quando

encaminhado para aceite, como expressamente previsto no referido artigo, mas também na de

a Lei 5.474/68, que cuida

de executividade da duplicata não aceita e não devolvida pelo devedor, isto é, ausente o

documento físico, autorizando sua cobrança judicial pelo processo executivo quando esta haja

teja acompanhada de documento hábil

comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha recusado o aceite

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o instru

acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes

de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados, não havendo manifestação

do devedor à vista do documento de cobrança, ficando atendidas, sufici

exigências legais para se reconhecer a executividade das duplicatas protestadas por indicação.

7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em apresentação do boleto, das

notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e d

recebimento das mercadorias devidamente assinados não descuida das garantias devidas ao

sacado e ao sacador.

8. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos.

Foi então, a partir dessas decisões, que o S

executoriedade da duplicata virtual. Ou seja, acolheu a ideia defendida por Newton De Lucca,

já na distante década de 80. Observa

votos dos eminentes ministros, não se tenha uma ci

jurista brasileiro que apresentou e discutiu tão relevante tema. Nota

de uma longa e sinuosa caminhada, esquecendo

professor Newton De Lucca.

Desta feita, por fim, a executoriedade da duplicata virtual, doutrinariamente defendida

desde a década de 80, finalmente ganhou o definitivo apoio da jurisprudência, restando

demarcado, então, o caminho que poderá conduzir a uma nova fase histórica

seja, a do autêntico título de crédito eletrônico.

Deve-se salientar, no entanto,

práticas realizadas via Rede Mundial de Computadores, algumas leis brasileiras promulgadas a

partir da última década, apresentam artigos especialmente dedicados a elas.

A ordenação jurídica brasileira está em fase de adaptação a essa evolução tecnológica.

A utilização da duplicata escritural, para a maioria dos operadores do direito, é válida e está

amparada, independenteme

10.406, de 2002, em seu artigo 889 parágrafo 3º, o qual admite a emissão das duplicatas via

eletrônica, combinada com as disposições da Lei das Duplicatas nº 5.474 de 1968, que em seu

46 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. 2ª Seção, EREsp nº 1.024.691/PR, j. 22.08.2012, Relator Ministro Raul Araújo.

Volume 9 – nº 1 - 2015

6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o instru

acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes

de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados, não havendo manifestação

do devedor à vista do documento de cobrança, ficando atendidas, sufici

exigências legais para se reconhecer a executividade das duplicatas protestadas por indicação.

7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em apresentação do boleto, das

notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes de entrega e

recebimento das mercadorias devidamente assinados não descuida das garantias devidas ao

8. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos. 46

Foi então, a partir dessas decisões, que o Superior Tribunal de

executoriedade da duplicata virtual. Ou seja, acolheu a ideia defendida por Newton De Lucca,

já na distante década de 80. Observa-se, no entanto, que em ambas as decisões, ou seja,

votos dos eminentes ministros, não se tenha uma citação de reconhecimento ao primeiro

jurista brasileiro que apresentou e discutiu tão relevante tema. Nota-se, que chegaram ao fim

de uma longa e sinuosa caminhada, esquecendo-se daquele que deu o primeiro passo, o

professor Newton De Lucca.

or fim, a executoriedade da duplicata virtual, doutrinariamente defendida

desde a década de 80, finalmente ganhou o definitivo apoio da jurisprudência, restando

demarcado, então, o caminho que poderá conduzir a uma nova fase histórica

ja, a do autêntico título de crédito eletrônico.

, no entanto, que apesar da falta de regulamentação especial para as

práticas realizadas via Rede Mundial de Computadores, algumas leis brasileiras promulgadas a

resentam artigos especialmente dedicados a elas.

A ordenação jurídica brasileira está em fase de adaptação a essa evolução tecnológica.

A utilização da duplicata escritural, para a maioria dos operadores do direito, é válida e está

independentemente de legislação especial, graças às disposições trazidas na Lei nº

10.406, de 2002, em seu artigo 889 parágrafo 3º, o qual admite a emissão das duplicatas via

eletrônica, combinada com as disposições da Lei das Duplicatas nº 5.474 de 1968, que em seu

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. 2ª Seção, EREsp nº 1.024.691/PR, j. 22.08.2012, Relator Ministro Raul

6. No caso dos autos, foi efetuado o protesto por indicação, estando o instrumento

acompanhado das notas fiscais referentes às mercadorias comercializadas e dos comprovantes

de entrega e recebimento das mercadorias devidamente assinados, não havendo manifestação

do devedor à vista do documento de cobrança, ficando atendidas, suficientemente, as

exigências legais para se reconhecer a executividade das duplicatas protestadas por indicação.

7. O protesto de duplicata virtual por indicação apoiada em apresentação do boleto, das

os comprovantes de entrega e

recebimento das mercadorias devidamente assinados não descuida das garantias devidas ao

Justiça pacificou a

executoriedade da duplicata virtual. Ou seja, acolheu a ideia defendida por Newton De Lucca,

em ambas as decisões, ou seja, nos

tação de reconhecimento ao primeiro

que chegaram ao fim

se daquele que deu o primeiro passo, o

or fim, a executoriedade da duplicata virtual, doutrinariamente defendida

desde a década de 80, finalmente ganhou o definitivo apoio da jurisprudência, restando

demarcado, então, o caminho que poderá conduzir a uma nova fase histórica da duplicata, qual

pesar da falta de regulamentação especial para as

práticas realizadas via Rede Mundial de Computadores, algumas leis brasileiras promulgadas a

resentam artigos especialmente dedicados a elas.

A ordenação jurídica brasileira está em fase de adaptação a essa evolução tecnológica.

A utilização da duplicata escritural, para a maioria dos operadores do direito, é válida e está

nte de legislação especial, graças às disposições trazidas na Lei nº

10.406, de 2002, em seu artigo 889 parágrafo 3º, o qual admite a emissão das duplicatas via

eletrônica, combinada com as disposições da Lei das Duplicatas nº 5.474 de 1968, que em seu

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. 2ª Seção, EREsp nº 1.024.691/PR, j. 22.08.2012, Relator Ministro Raul

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

artigo 13 caput combinado com o § 2º do artigo 15, admitem o protesto e a execução da

duplicata, bem como, os demais artigos de leis já existentes, que possibilitam a busca de

soluções quando da necessidade de exigibilidade de um direito de crédito,

Lei nº 9.492/97, que regulou o protesto de títulos de crédito em suporte eletrônico.

Portanto, pode-se dizer, com firmeza, que a duplicata escritural, em que pese a falta de

previsão na Lei nº 5.474/78 e alterações posteriores, foi expressamente

artigo 26 da referida Lei nº 9.492/97, para efeito de protesto e cobrança pela via executiva e

mesmo para fins falimentares,

de microfilme ou gravação eletrônica, o termo

apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o pedido, e

anotado no índice respectivo”.

A decisão do Superior Tribunal de Justiça, consagrando a executividade da duplicata

virtual, afastou definitivamente os argumentos em contrário, deixando aberto o caminho

evolutivo rumo a essa nova fase.

Cabe, agora, aguardar a resposta do mercado, já que a linha evolutiva das duplicatas

bem demonstra que costumam partir dele, e não da lei, os passos

do instituto.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A duplicata mercantil ou de prestação de serviços é um título de crédito disciplinado

pela Lei nº 5.474/68 e usada exclusivamente no âmbito comercial nacional. Através dela

documenta-se uma obrigação de pagar, advinda da compra e venda mercantil ou de uma

prestação de serviço, que, não sendo adimplida, torna

conforme previsto no artigo 585, I do Código de Processo Civil.

Os títulos de crédito surgiram co

legislação da época indicou que uma de suas características seria a cartularidade, ou seja, seria

necessária a documentação no papel como forma de garantir segurança às negociações

empresariais.

Contudo, a evolução da sociedade e dos recursos tecnológicos modificou essa prática,

caindo em desuso a emissão física das duplicatas. Hoje, a emissão de duplicatas

Volume 9 – nº 1 - 2015

combinado com o § 2º do artigo 15, admitem o protesto e a execução da

os demais artigos de leis já existentes, que possibilitam a busca de

soluções quando da necessidade de exigibilidade de um direito de crédito,

Lei nº 9.492/97, que regulou o protesto de títulos de crédito em suporte eletrônico.

se dizer, com firmeza, que a duplicata escritural, em que pese a falta de

previsão na Lei nº 5.474/78 e alterações posteriores, foi expressamente admitida pelo § 6º, do

artigo 26 da referida Lei nº 9.492/97, para efeito de protesto e cobrança pela via executiva e

mesmo para fins falimentares, in verbis: “Quando o protesto lavrado for registrado sob forma

de microfilme ou gravação eletrônica, o termo do cancelamento será lançado em documento

apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o pedido, e

anotado no índice respectivo”.

decisão do Superior Tribunal de Justiça, consagrando a executividade da duplicata

tou definitivamente os argumentos em contrário, deixando aberto o caminho

evolutivo rumo a essa nova fase.

Cabe, agora, aguardar a resposta do mercado, já que a linha evolutiva das duplicatas

bem demonstra que costumam partir dele, e não da lei, os passos mais firmes rumo à evolução

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A duplicata mercantil ou de prestação de serviços é um título de crédito disciplinado

pela Lei nº 5.474/68 e usada exclusivamente no âmbito comercial nacional. Através dela

obrigação de pagar, advinda da compra e venda mercantil ou de uma

prestação de serviço, que, não sendo adimplida, torna-se um título executivo extrajudicial,

conforme previsto no artigo 585, I do Código de Processo Civil.

Os títulos de crédito surgiram com o objetivo de facilitar as atividades mercantis, e a

legislação da época indicou que uma de suas características seria a cartularidade, ou seja, seria

necessária a documentação no papel como forma de garantir segurança às negociações

o, a evolução da sociedade e dos recursos tecnológicos modificou essa prática,

caindo em desuso a emissão física das duplicatas. Hoje, a emissão de duplicatas

combinado com o § 2º do artigo 15, admitem o protesto e a execução da

os demais artigos de leis já existentes, que possibilitam a busca de

soluções quando da necessidade de exigibilidade de um direito de crédito, lembrando ainda a

Lei nº 9.492/97, que regulou o protesto de títulos de crédito em suporte eletrônico.

se dizer, com firmeza, que a duplicata escritural, em que pese a falta de

admitida pelo § 6º, do

artigo 26 da referida Lei nº 9.492/97, para efeito de protesto e cobrança pela via executiva e

Quando o protesto lavrado for registrado sob forma

do cancelamento será lançado em documento

apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o pedido, e

decisão do Superior Tribunal de Justiça, consagrando a executividade da duplicata

tou definitivamente os argumentos em contrário, deixando aberto o caminho

Cabe, agora, aguardar a resposta do mercado, já que a linha evolutiva das duplicatas

mais firmes rumo à evolução

A duplicata mercantil ou de prestação de serviços é um título de crédito disciplinado

pela Lei nº 5.474/68 e usada exclusivamente no âmbito comercial nacional. Através dela

obrigação de pagar, advinda da compra e venda mercantil ou de uma

se um título executivo extrajudicial,

m o objetivo de facilitar as atividades mercantis, e a

legislação da época indicou que uma de suas características seria a cartularidade, ou seja, seria

necessária a documentação no papel como forma de garantir segurança às negociações

o, a evolução da sociedade e dos recursos tecnológicos modificou essa prática,

caindo em desuso a emissão física das duplicatas. Hoje, a emissão de duplicatas virtuais,

Page 40: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

eletrônicas ou escriturais tornou

boletos bancários aos sacados pelas instituições financeiras.

Todos os dados necessários referentes aos elementos da duplicata são registrados por

meio eletrônico e, em caso de não pagamento pelo sacado, o banco remete o

de protesto para apontamento.

Recebida a duplicata

protesto por indicação, tendo em vista que o artigo 13 da Lei nº 5.474/68 determina a

necessidade de apresentação do título materializado na cártula para

o legislador não tinha condições de avaliar e prever os avanços da informática e indicar,

expressamente, tal situação, ou seja, quando a Lei nº 5.474/68 foi editada era inconcebível a

criação e posterior circulação virtual dos t

Diante da evolução eletrônica e das alterações nas práticas comerciais os títulos

virtuais, eletrônicos ou escriturais foram regulamentados pela Lei nº 9.492/97, que em seu

artigo 8º, parágrafo único,

Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de

dados”.

O artigo 22, parágrafo único, da Lei nº 9.492/97 determina a dispensa da transcrição

literal do título ou documento de dívida, quando

arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou

documento de dívida”.

E o § 6º, do artigo 26

forma de microfilme ou gravação eletrônica:

forma de microfilme ou gravação eletrônica, o termo do cancelamento será lançado em

documento apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o

pedido, e anotado no índice respectivo”.

O legislador, atento às mudanças, consagrou o título

quando da introdução do artigo 889, § 3º, no Código Civil de 2002, ao admitir a possibilidade

de emissão do título criado através dos caracteres em

Indubitavelmente, a

assimilado pelos empresários nacionais; é um processo irreversível que muito tem a contribuir

Volume 9 – nº 1 - 2015

eletrônicas ou escriturais tornou-se comum, e a cobrança do crédito é feita com o envio

boletos bancários aos sacados pelas instituições financeiras.

Todos os dados necessários referentes aos elementos da duplicata são registrados por

meio eletrônico e, em caso de não pagamento pelo sacado, o banco remete o

para apontamento.

Recebida a duplicata virtual pelo cartório, surge a dúvida quanto à possibilidade do

protesto por indicação, tendo em vista que o artigo 13 da Lei nº 5.474/68 determina a

necessidade de apresentação do título materializado na cártula para a sua efetivação. Na época

o legislador não tinha condições de avaliar e prever os avanços da informática e indicar,

expressamente, tal situação, ou seja, quando a Lei nº 5.474/68 foi editada era inconcebível a

criação e posterior circulação virtual dos títulos de créditos.

Diante da evolução eletrônica e das alterações nas práticas comerciais os títulos

eletrônicos ou escriturais foram regulamentados pela Lei nº 9.492/97, que em seu

artigo 8º, parágrafo único, passou a permitir as indicações a protesto

Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de

O artigo 22, parágrafo único, da Lei nº 9.492/97 determina a dispensa da transcrição

literal do título ou documento de dívida, quando “o Tabelião de Protesto conservar em seus

arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou

E o § 6º, do artigo 26 da referida Lei nº 9.492/97, admite o registro do protesto sob

gravação eletrônica: “Quando o protesto lavrado for registrado sob

forma de microfilme ou gravação eletrônica, o termo do cancelamento será lançado em

documento apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o

o índice respectivo”.

O legislador, atento às mudanças, consagrou o título virtual, eletrônico ou escritural

quando da introdução do artigo 889, § 3º, no Código Civil de 2002, ao admitir a possibilidade

de emissão do título criado através dos caracteres em computador.

Indubitavelmente, a utilização da duplicata em meio eletrônico é fenômeno que já está

assimilado pelos empresários nacionais; é um processo irreversível que muito tem a contribuir

se comum, e a cobrança do crédito é feita com o envio de

Todos os dados necessários referentes aos elementos da duplicata são registrados por

meio eletrônico e, em caso de não pagamento pelo sacado, o banco remete o título ao cartório

pelo cartório, surge a dúvida quanto à possibilidade do

protesto por indicação, tendo em vista que o artigo 13 da Lei nº 5.474/68 determina a

a sua efetivação. Na época

o legislador não tinha condições de avaliar e prever os avanços da informática e indicar,

expressamente, tal situação, ou seja, quando a Lei nº 5.474/68 foi editada era inconcebível a

Diante da evolução eletrônica e das alterações nas práticas comerciais os títulos

eletrônicos ou escriturais foram regulamentados pela Lei nº 9.492/97, que em seu

rotesto “das Duplicatas

Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de

O artigo 22, parágrafo único, da Lei nº 9.492/97 determina a dispensa da transcrição

abelião de Protesto conservar em seus

arquivos gravação eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou

admite o registro do protesto sob

Quando o protesto lavrado for registrado sob

forma de microfilme ou gravação eletrônica, o termo do cancelamento será lançado em

documento apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o

eletrônico ou escritural

quando da introdução do artigo 889, § 3º, no Código Civil de 2002, ao admitir a possibilidade

utilização da duplicata em meio eletrônico é fenômeno que já está

assimilado pelos empresários nacionais; é um processo irreversível que muito tem a contribuir

Page 41: ASPECTOS POLÊMICOS DA DUPLICATA VIRTUAL E A … · 20 do século passado) até o ... principalmente se tomado do início do século XX até o início do século XXI, foi pródigo

Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

para o Direito Empresarial, servindo inclusive de estímulo para

totalmente informatizados.

Com toda a certeza, i

crédito, ao longo da história, fortaleceram

facilitação da circulação de crédito em prol do desenvolvimento econômico.

Por certo, a defesa de uns para a aplicação dessa norma aos títulos eletrônicos já

utilizados no cotidiano das pessoas e o entendimento de outros de que esse texto seria

aplicável a títulos futuramente

regulamentação da matéria, ou seja, leis que disciplinem melhor o assunto. Desta forma temos

que: a) em nosso ordenamento jurídico não existem normas que regulem a duplicata escritural,

ainda que sua utilização seja percebida no meio empresarial; b)

estabelecimentos comerciais que resistem à substituição da duplicata em cártula pela duplicata

emitida eletronicamente, provavelmente devido à falta de lei que regule a matéria d

segurança aos seus emitentes; c)

e segurança absolutas, garantidas pelas instituições financeiras em parceria com a autoridade

certificadora de assinatura digital, ensejando, portanto

informatizado de recebimento através de duplicata escritural; d) os profissionais que vão

operar com esse tipo de cobrança devem conhecer toda a rotina inerente aos recebimentos do

estabelecimento onde trabalham e o sistema pe

instituições bancárias, dando início à emissão dos boletos de cobrança; e)

fluidez, a economia do tempo utilizado no manuseio e os gastos com papéis, são algumas das

vantagens que o mundo dos ne

de número 461, aprovado na V Jornada de Direito Civil, as duplicatas eletrônicas podem ser

protestadas por indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo

credor do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias

ou de prestação de serviços.

Enfim, o que se espera do Direito nesta era de informatização rápida, abrangente e livre

são atualizações e adequações necessárias para o ate

tempos, assim como a sociedade contemporânea incorporou a nova tecnologia à sua vida

cotidiana.

Volume 9 – nº 1 - 2015

para o Direito Empresarial, servindo inclusive de estímulo para que os trâmites judiciais sejam

Com toda a certeza, inicia-se uma nova era das relações empresariais. Os títulos de

crédito, ao longo da história, fortaleceram-se como sendo um importante instrumento para a

ação de crédito em prol do desenvolvimento econômico.

defesa de uns para a aplicação dessa norma aos títulos eletrônicos já

utilizados no cotidiano das pessoas e o entendimento de outros de que esse texto seria

aplicável a títulos futuramente criados, devem encontrar um ponto de equilíbrio quando da

regulamentação da matéria, ou seja, leis que disciplinem melhor o assunto. Desta forma temos

que: a) em nosso ordenamento jurídico não existem normas que regulem a duplicata escritural,

a utilização seja percebida no meio empresarial; b) ainda existem empresas ou

estabelecimentos comerciais que resistem à substituição da duplicata em cártula pela duplicata

emitida eletronicamente, provavelmente devido à falta de lei que regule a matéria d

segurança aos seus emitentes; c) os títulos eletrônicos ou escriturais são emitidos com rapidez

e segurança absolutas, garantidas pelas instituições financeiras em parceria com a autoridade

certificadora de assinatura digital, ensejando, portanto, a confiabilidade nesse tipo

informatizado de recebimento através de duplicata escritural; d) os profissionais que vão

operar com esse tipo de cobrança devem conhecer toda a rotina inerente aos recebimentos do

estabelecimento onde trabalham e o sistema pelo qual vão ser transmitidos os dados para as

instituições bancárias, dando início à emissão dos boletos de cobrança; e)

fluidez, a economia do tempo utilizado no manuseio e os gastos com papéis, são algumas das

vantagens que o mundo dos negócios tem com a duplicata escritural; e f) segundo o enunciado

de número 461, aprovado na V Jornada de Direito Civil, as duplicatas eletrônicas podem ser

protestadas por indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo

or do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias

tação de serviços.

Enfim, o que se espera do Direito nesta era de informatização rápida, abrangente e livre

são atualizações e adequações necessárias para o atendimento das demandas nos novos

tempos, assim como a sociedade contemporânea incorporou a nova tecnologia à sua vida

que os trâmites judiciais sejam

se uma nova era das relações empresariais. Os títulos de

se como sendo um importante instrumento para a

ação de crédito em prol do desenvolvimento econômico.

defesa de uns para a aplicação dessa norma aos títulos eletrônicos já

utilizados no cotidiano das pessoas e o entendimento de outros de que esse texto seria

criados, devem encontrar um ponto de equilíbrio quando da

regulamentação da matéria, ou seja, leis que disciplinem melhor o assunto. Desta forma temos

que: a) em nosso ordenamento jurídico não existem normas que regulem a duplicata escritural,

ainda existem empresas ou

estabelecimentos comerciais que resistem à substituição da duplicata em cártula pela duplicata

emitida eletronicamente, provavelmente devido à falta de lei que regule a matéria dando mais

os títulos eletrônicos ou escriturais são emitidos com rapidez

e segurança absolutas, garantidas pelas instituições financeiras em parceria com a autoridade

, a confiabilidade nesse tipo

informatizado de recebimento através de duplicata escritural; d) os profissionais que vão

operar com esse tipo de cobrança devem conhecer toda a rotina inerente aos recebimentos do

lo qual vão ser transmitidos os dados para as

instituições bancárias, dando início à emissão dos boletos de cobrança; e) a celeridade, a

fluidez, a economia do tempo utilizado no manuseio e os gastos com papéis, são algumas das

f) segundo o enunciado

de número 461, aprovado na V Jornada de Direito Civil, as duplicatas eletrônicas podem ser

protestadas por indicação e constituirão título executivo extrajudicial mediante a exibição pelo

or do instrumento de protesto, acompanhado do comprovante de entrega das mercadorias

Enfim, o que se espera do Direito nesta era de informatização rápida, abrangente e livre

ndimento das demandas nos novos

tempos, assim como a sociedade contemporânea incorporou a nova tecnologia à sua vida

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 9

Parafrasenado o querido Professor Newton De Lucca,

deverão frutificar, nesse terreno, paralelamente

concomitantemente ao surgimento de nova mentalidade

relação à importância do fato cibernético. De qualquer forma, esperamos que os estudos, ora

em curso, resultem em soluções benéfi

10 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Amador Paes de. 2005. ANGELICI, Carlo; FERRI, Giovanni. Giuridica, 2006. ASCARELLI, Tullio. Teoria geral dos títulos de crédito AULETTA, Giuseppe; SALANITRO, Niccolò. CARNELUTTI, Francesco. _______. Istituzioni del nuovo processo civile italiano. CENEVIVA, Walter. Lei dos registros públicos comentada CHIOVENDA. Instituições do direito processu CIRIGLIANO, Raphael. Prova civil. COELHO, Fabio Ulhoa. cambiário. São Paulo: Boletim Informativo Saraiva, n.1, ano 5, _______. Curso de direito comercial COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito eletrônicosCampos. Belo Horizonte: Faculdade de Direito Milton Campos, ano I, nº 01, 1994.________. Títulos de crédito DAROLD, Ermínio Amarildo. DIAS, Darlan Airton, Executividade das duplicatas virtuaisDiponível em: <http://br.geocities.com/esmesc_2000/pagina 1303a.doc12/10/2013.

47 LUCCA, Newton De. A cambial

Volume 9 – nº 1 - 2015

Parafrasenado o querido Professor Newton De Lucca, “acreditamos que os estudos

deverão frutificar, nesse terreno, paralelamente ao crescimento de nossas necessidades e

concomitantemente ao surgimento de nova mentalidade – ainda por medrar entre nós

relação à importância do fato cibernético. De qualquer forma, esperamos que os estudos, ora

em curso, resultem em soluções benéficas para a comunidade brasileira”.

ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e prática dos títulos de crédito. São Paulo: Saraiva.

ANGELICI, Carlo; FERRI, Giovanni. Manuale di diritto commerciale. 12. ed. Torino: Utet

Teoria geral dos títulos de crédito. São Paulo: Saraiva, 1969.

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CARNELUTTI, Francesco. La puebla civil. trad. Espanhol. Buenos Aires, 1982. Istituzioni del nuovo processo civile italiano. v.I. Roma: Foro Italiano, 1941

Lei dos registros públicos comentada. São Paulo: Saraiva. 1996.

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COELHO, Fabio Ulhoa. O desenvolvimento da informática e o desatualizado direito São Paulo: Boletim Informativo Saraiva, n.1, ano 5, p.3, maio de 1996.

Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva. 2013.

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DAROLD, Ermínio Amarildo. Protesto cambial: duplicatas x boletos. Curitiba: Juruá. 1999.

Executividade das duplicatas virtuais, Florianópolis: 1999, p. 27. http://br.geocities.com/esmesc_2000/pagina 1303a.doc

A cambial-extrato. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985, p. 189.

“acreditamos que os estudos

ao crescimento de nossas necessidades e

ainda por medrar entre nós – em

relação à importância do fato cibernético. De qualquer forma, esperamos que os estudos, ora

47

. São Paulo: Saraiva.

. 12. ed. Torino: Utet

. São Paulo: Saraiva, 1969.

. Milano: Giuffrè, 2003.

. trad. Espanhol. Buenos Aires, 1982. v.I. Roma: Foro Italiano, 1941.

. São Paulo: Saraiva. 1996.

. Campinas: Bookseller, 2009, p.56.

O desenvolvimento da informática e o desatualizado direito p.3, maio de 1996.

da Faculdade de Direito Milton . Belo Horizonte: Faculdade de Direito Milton Campos, ano I, nº 01, 1994.

. Curitiba: Juruá. 1999.

, Florianópolis: 1999, p. 27. http://br.geocities.com/esmesc_2000/pagina 1303a.doc>. Acesso em

. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1985, p. 189.

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MIRANDA, Maria Bernadete. Curso teórico e prático dos títulos de crédito

Comentários do código de processo civil. Tomo IV. Rio de Janeiro:

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