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1 ------------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ---------------------- -------------------------------------- Mandato 2009-2013 ---------------------------------------- ----- QUARTA REUNIÃO DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA INICIADA NO TRINTA DE ABRIL DE DOIS MIL E TREZE ------------------------------------------------------------------------ --------------------------ATA NÚMERO NOVENTA E DOIS ------------------------------- -----Aos vinte e oito dias do mês de maio de dois mil e treze, e em cumprimento de convocatória emanada nos termos do disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 20.º do seu Regimento, reuniu a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, em sessão ordinária, sob a presidência da sua Presidente efetiva, Excelentíssima Senhora Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Batista, respetivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária em exercício. ------------------------------------- -----Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------------------------------------------------- ----- Alberto Francisco Bento, Aline Gallash Hall de Benvink, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Bravo Martins de Campos, Ana Maria Gaspar Marques, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel de Freitas Arruda, António Manuel Pimenta Prôa, António Maria Almeida Braga Pinheiro Torres, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Duarte de Almeida, Armando Dias Estácio, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe Mário Lopes, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Gonçalo Matos Correia Castro de Almeida Velho, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, Ismael do Nascimento Fonseca, João Álvaro Bau, João Augusto Martins Taveira, João Cardoso Pereira Serra, João Diogo Santos Moura, João Miguel Augusto Vas Lima, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, John Law Rosas da Costa Jones Baker, Jorge Manuel da Rocha Ferreira, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Marques Casimiro, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luis Filipe Graça Gonçalves, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Clara Currito Gargalo Ferreira da Silva, Maria da Graça Rezende Pinto Ferreira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Elisa Madureira de Carvalho, Maria Filomena Dias Moreira

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA Mandato 2009-2013 …1998-2013.am-lisboa.pt/fileadmin/ASSEMBLEIA_MUNICIPAL/... · 2013-09-09 · ----- Salvador Posser de Andrade (PSD), por um dia,

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------------------------- ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ---------------------- -------------------------------------- Mandato 2009-2013 ---------------------------------------- ----- QUARTA REUNIÃO DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA INICIADA NO TRINTA DE ABRIL DE DOIS MIL E TREZE ------------------------------------------------------------------------ --------------------------ATA NÚMERO NOVENTA E DOIS ------------------------------- -----Aos vinte e oito dias do mês de maio de dois mil e treze, e em cumprimento de convocatória emanada nos termos do disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 20.º do seu Regimento, reuniu a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, em sessão ordinária, sob a presidência da sua Presidente efetiva, Excelentíssima Senhora Maria Simonetta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor Nelson Pinto Antunes e pela Excelentíssima Senhora Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Batista, respetivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária em exercício. ------------------------------------- -----Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados, os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------------------------------------------------- ----- Alberto Francisco Bento, Aline Gallash Hall de Benvink, Ana Bela Burt Magro Pires Marques, Ana Maria Bravo Martins de Campos, Ana Maria Gaspar Marques, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel, António Manuel Dias Baptista, António Manuel de Freitas Arruda, António Manuel Pimenta Prôa, António Maria Almeida Braga Pinheiro Torres, António Modesto Fernandes Navarro, António Paulo Duarte de Almeida, Armando Dias Estácio, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Diogo Vasco Gonçalves Nunes de Bastos, Ermelinda Lopes da Rocha Brito, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando Pereira Duarte, Filipe Mário Lopes, Francisco David Carvalho da Silva Dias, Gonçalo Maria Pacheco da Câmara Pereira, Gonçalo Matos Correia Castro de Almeida Velho, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Idália Maria Jorge Poucochinho Morgado Aparício, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, Inês Lopes Cavalheiro Ponce Dentinho de Albuquerque D’Orey, Ismael do Nascimento Fonseca, João Álvaro Bau, João Augusto Martins Taveira, João Cardoso Pereira Serra, João Diogo Santos Moura, João Miguel Augusto Vas Lima, João Paulo Mota da Costa Lopes, Joaquim Emanuel da Silva Guerra de Sousa, Joaquim Lopes Ramos, Joaquim Maria Fernandes Marques, John Law Rosas da Costa Jones Baker, Jorge Manuel da Rocha Ferreira, Jorge Telmo Cabral Saraiva Chaves de Matos, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Filipe de Mendonça Athayde de Carvalhosa, José Joaquim Vieira Pires, José Manuel Marques Casimiro, José Maximiano de Albuquerque Almeida Leitão, José Roque Alexandre, Luís Filipe da Silva Monteiro, Luis Filipe Graça Gonçalves, Manuel Luís de Sousa Silva Medeiros, Maria Albertina de Carvalho Simões Ferreira, Maria Alexandra Dias Figueira, Maria Cândida Rio de Freitas Cavaleiro Madeira, Maria Clara Currito Gargalo Ferreira da Silva, Maria da Graça Rezende Pinto Ferreira, Maria de Lurdes de Jesus Pinheiro, Maria Elisa Madureira de Carvalho, Maria Filomena Dias Moreira

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Lobo, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria João Bernardino Correia, Maria José Pinheiro Cruz, Maria Luísa Rodrigues das Neves Vicente Mendes, Maria Teresa Cruz de Almeida, Maria Virgínia Martins Laranjeiro Estorninho, Nuno Roque, Patrocínia da Conceição Alves Rodrigues do Vale César, Paula Cristina Coelho Marques Barbosa Correia, Paulo Alexandre da Silva Quaresma, Pedro Manuel Tenreiro Biscaia Pereira, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Pedro Miguel Ribeiro Duarte dos Reis, Rita da Conceição Carraça Magrinho, Rita Susana da Silva Guimarães Neves e Sá, Rodrigo Nuno Elias Gonçalves da Silva, Rogério da Silva e Sousa, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Jorge Gama Cordeiro, Rui Manuel Pessanha da Silva, Valdemar António Fernandes de Abreu Salgado, Vitor Manuel Alves Agostinho, Abílio Pereira Gaspar Braz, Zita Maria Fernandes Terroso, Manuel dos Santos Ferreira, Carla Sofia Lopes de Almeida, António Maria Henrique, Renata Andreia Lajas Custódio, João Capelo, João Carlos Fraga de Oliveira Martins, Maria Luisa Aguiar Aldim, Miguel Afonso da Silva Ribeiro Reis, Luis Jorge Teixeira Mendes da Silva, Joel Fábio da Silva Galvão, José Marcelino Carvalho e António José da Silva Figueiredo. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Faltaram à reunião os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------- ----- António Paulo Quadrado Afonso, Francisco Carlos de Jesus Vasconcelos Maia, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, João Mário Amaral Mourato Grave, Maria Isabel Homem Leal de Faria, Mariana Raquel Aguiar Mendes Teixeira e Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado. --------------------------------------------------------------------- ----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da Assembleia Municipal nos termos da Lei 169/99, de 18 de Setembro, com a redação dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, os seguintes Deputados Municipais: ---------- ----- Salvador Posser de Andrade (PSD), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Zita Terroso. --------------------------------------------------------------- ----- Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho (PS), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal António Maria Henrique. ---------------------------- ----- Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira (PS), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Joel Falcão. --------------------------------------------- ----- Hugo Alberto Cordeiro Lobo (PS), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Carla Sofia de Almeida. -------------------------------------------------- ----- Deolinda Carvalho Machado (PCP), por um dia, tendo sido substituída Pela Deputada Municipal Ana Páscoa. ---------------------------------------------------------------- ----- Carlos Carvalho (PCP), por um dia. -------------------------------------------------------- ----- Adolfo Mesquita Nunes (CDS-PP), por um dia, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal João Carlos Martins. ------------------------------------------------------ ----- António Ferreira de Lemos (CDS-PP), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal Maria Luisa Aldim. ------------------------------------------------------- ----- Maria do Céu Guerra (IND), por um dia, tendo sido substituída pela Deputada Municipal Renata Lajas. -------------------------------------------------------------------------- ----- Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: -----------------------------------------------

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----- Filipe António Osório de Almeida Pontes (PSD), Presidente da Junta de Freguesia da Sé, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Abílio Braz. ---------- ----- Maria Idalina de Sousa Flora (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, tendo sido substituída pelo Deputado Municipal António Figueiredo. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- João Nuno Vaissier Neves Ferro (PSD), Presidente da Junta de Freguesia da Lapa, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal José Carvalho. -------------------- ----- José Maria Bento de Sousa (PS), Presidente da Junta de Freguesia de São João, pelo Deputado Municipal Manuel Ferreira. ----------------------------------------------------- ----- José Rosa do Egipto (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais, tendo sido substituído pelo Deputado Municipal Luis Jorge Silva. --------------- ----- Carlos Lima (PCP), Presidente da Junta de Freguesia do Castelo, pelo Deputado Municipal João Capelo. --------------------------------------------------------------------------- ----- Justificaram faltas os seguintes Deputados Municipais: -------------------------------- ----- Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, relativamente às reuniões de catorze e vinte e um de maio de dois mil e treze. -------------------------------------------------------- ----- Salvador Posser de Andrade, relativamente à reunião de vinte e um de maio de dois mil e treze. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ana Bravo de Campos, relativamente à presente reunião. ------------------------------ ----- João Mourato Grave, relativamente à reunião de vinte e um de maio de dois mil e treze. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ermelinda Lopes da Rocha Brito, relativamente à reunião de vimnte e um de maio de dois mil e treze. --------------------------------------------------------------------------- ----- A Câmara esteve representada pelo Senhor Presidente e pelos Senhores Vereadores: Manuel Brito, Maria João Mendes, Graça Fonseca e Helena Roseta. ------- ----- Estiveram ainda presentes os Senhores Vereadores da oposição: Victor Gonçalves, António Monteiro, Miguel Graça e João Marrana. ------------------------------ ----- Às dezasseis horas e sete minutos, constatada a existência de quórum, a Senhora Presidente declarou aberta a reunião, quarta da Sessão Ordinária iniciada no dia trinta de abril de dois mil e treze. ------------------------------------------------------------------------ ------------------------- CONTINUAÇÃO DA ORDEM DO DIA -------------------------- ----- PONTO 15 – PROPOSTA Nº 858/2012 – SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A DISSOLUÇÃO DA EPUL – EMPRESA PÚBLICA DE URBANIZAÇÃO DE LISBOA E APROVAR APROVAR O PLANO DE INTERNALIZAÇÃO DA SUA ATIVIDADE NO MUNICÍPIO DE LISBOA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ------------------------------------------------------------------------------------------ ------------------------------------ PROPOSTA Nº 858/2012 ----------------------------------- ----- Assunto: Deliberação de dissolução da EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa e de aprovação do plano de internalização da sua atividade no Município de Lisboa. --------------------------------------------------------------------------

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----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- (a) A EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa foi criada há 42 anos através do Decreto-Lei n.º 613/71, de 31 de dezembro, como pessoa coletiva de direito público sob forma empresarial, com a missão de auxiliar e desenvolver a ação municipal no estudo e na execução de empreendimentos urbanísticos; -------------------- ----- (b) A EPUL constituiu assim um dos primeiros exemplos no nosso país da prossecução de atribuições de pessoas coletivas públicas através de formas de organização empresarial, e desse modo assegurou a concretização dessas atribuições de forma mais ágil e eficiente; -------------------------------------------------------------------- ----- (c) Nos seus 40 anos de história, a EPUL interveio em mais de 200 hectares de território, o que se traduziu em cerca de 2,5% da área urbana de Lisboa, tendo promovido a construção de mais de 10.300 fogos habitacionais, 150 escritórios, 600 lojas e 7.500 lugares de estacionamento e garagens individuais; --------------------------- ----- (d) Assim, a empresa foi responsável pela urbanização de zonas importantes do tecido edificado da cidade, que hoje fazem parte integrante da malha urbana e que em muitos casos constituem exemplo relevante de qualidade urbana; --------------------- ----- (e) Por outro lado, a EPUL procedeu à construção de habitação que disponibilizou aos residentes de Lisboa, a preço livre ou controlado, mas em qualquer caso suprindo as necessidades de acesso à habitação de várias gerações de lisboetas, em períodos importantes da história da cidade; ----------------------------------- ----- (f) Na sua atividade, a EPUL contribuiu igualmente para a qualificação do património edificado da cidade, seja através de intervenções em áreas carecidas de requalificação, seja em novas urbanizações, onde recorreu a arquitetos, empreiteiros e outras empresas no setor da construção qualificados; ------------------------------------- ----- (g) Para além disso, a EPUL acumulou um acervo de experiência e qualificação dos seus recursos humanos, que foram responsáveis pela história da empresa e, desse modo, pelo contributo desta para a história da cidade; -------------------------------------- ----- (h) A EPUL foi, assim, uma ator importante da cidade de Lisboa e permanece ligada à história de vida de muitos dos que aqui residem; ---------------------------------- ----- (i) As condições que justificaram a constituição e a existência da EPUL nestas quatro décadas, porém, alteraram-se de modo significativo nos tempos mais recentes; ----- (j) Por um lado, a cidade atingiu uma maturidade demográfica e de desenvolvimento urbano que não justificam mais nos próximos tempos um esforço concentrado de nova urbanização; -------------------------------------------------------------- ----- (k) Por outro lado, sugiram novos atores no setor da habitação, que tornaram menos necessária a existência de um agente público de promoção imobiliária para suprir as necessidades de construção nova; ---------------------------------------------------- ----- (l) Finalmente, a oferta de habitação nova em Lisboa é, neste momento, adequada às necessidades, devendo os esforços de investimento nos próximos anos centrar-se na reabilitação do parque edificado; ----------------------------------------------- ----- (m) Acresce que, tendo em conta o contexto de mercado atual e as perspetivas mais realistas para os próximos anos, deve esperar-se uma alteração significativa no

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mercado imobiliário, com diminuição significativa da procura de habitação e da aquisição de habitação própria;------------------------------------------------------------------ ----- (n) É por isso, necessário reconhecer que a EPUL concluiu, com sucesso, a missão para que foi constituída e que cumpriu com êxito nas suas quatro décadas de existência; -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- (o) Na última década, a EPUL envolveu-se num conjunto de operações que agravaram o seu endividamento, e que tornaram muito pesados os seus encargos financeiros; ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- (p) Nos últimos quatro anos, foi possível imprimir à atividade da empresa uma renovada eficiência e concentração de atividades que determinaram uma melhoria significativa do seu desempenho, com o consequente reconhecimento externo, e uma diminuição muito significativa do passivo financeiro; ---------------------------------------- ----- (q) Porém, apesar do esforço da equipa de gestão e dos trabalhadores da empresa, o contexto de mercado muito adverso tornou impossível à empresa gerar resultados operacionais suscetíveis de assegurar a cobertura dos seus custos de exploração e a satisfação pontual dos seus compromissos com terceiros, designadamente de natureza financeiro; -------------------------------------------------------- ----- (r) Em 31 de agosto de 2012, através da Lei n.º 50/2012, foi aprovado o novo Regime Jurídico da Atividade Empresarial Local e das Participações Locais, que impõe aos municípios um prazo de seis meses para deliberarem a adaptação dos estatutos das empresas locais ao novo regime ou, em alternativa, a sua dissolução ou a alienação do seu capital social; ---------------------------------------------------------------- ----- (s) A adaptação dos estatutos da EPUL à nova lei apenas se justificaria se fosse de encarar a continuação da respetiva atividade, o que, face à situação acima descrita, não se afigura recomendável;--------------------------------------------------------- ----- (t) O passivo histórico da EPUL não conseguirá em qualquer cenário, ser honrado com recurso a meios gerados pela atividade da empresa, e careceria de ser satisfeito com recurso à alienação de património ou com recurso a meios do Município; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- (u) Nesse contexto, impõe-se concluir pela dissolução da EPUL, que melhor permitirá salvaguardar três objetivos essenciais; --------------------------------------------- ----- (v) Em primeiro lugar, a preservação e proteção do património da EPUL cuja alienação no presente contexto de mercado corresponderia a um delapidar dos ativos imobiliários da cidade, que importa preservar para as futuras gerações; ---------------- ----- (w) Em segundo lugar, a preservação da reputação do Município e do país perante os credores da EPUL, num contexto do esforço nacional de recuperação da credibilidade financeira das instituições públicos; -------------------------------------------- ----- (x) Em terceiro lugar, e de maior importância, a salvaguarda dos interesses dos atuais trabalhadores da EPUL, a quem o Município pode legalmente oferecer, num contexto de dissolução da empresa, a integração nos quadros do Município, mas que num diferente contexto poderiam ver os seus postos de trabalho afetados; --------------- ----- (y) A Lei 50/2012 prevê que, em caso de dissolução das empresas locais, a atividade prosseguida por estas possa ser internalizada nos serviços do Município; ---

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----- (z) A missão da EPUL, e o serviço público que esta vem prestando, estão abrangidas nas atribuições do Município de Lisboa, o que justifica que, a par da decisão de dissolver a empresa, seja ainda decidido internalizar a atividade atualmente prosseguida pela EPUL nos serviços do Município; ---------------------------- ----- (aa)A internalização da atividade da EPUL permite, e impõe o reconhecimento de que os trabalhadores atuais da EPUL se afiguram necessários para a prossecução das atividades da EPUL que deverão ser internalizadas no Município que procederá à abertura de procedimentos concursais para a ocupação de postos de trabalho correspondentes às funções ou atividade desses trabalhadores, nos termos previstos no artigo 62.º, n.ºs 8 e 9, da Lei 50/2012, mal sejam celebrados os acordos de cedência; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- (bb) Para tal efeito, o Município deverá proceder à celebração de acordos para cedência de interesse público com todos os trabalhadores da EPUL que o desejem, nos termos previstos no artigo 62.º, n.ºs 6 e 7, da Lei 50/2012; ----------------------------- ----- (cc) Segundo o disposto no artigo 70.º, n.º 7 da Lei 50/2012, a integração dos trabalhadores necessários para a realização da atividade da EPUL internalizada no Município de Lisboa, que sejam selecionados através de procedimento concursal lançado nos primeiros 12 meses de duração do acordo de cedência de interesse público de que sejam parte, não é contabilizada para efeitos dos limites de contratação previstos na Lei do Orçamento de Estado; -------------------------------------- ----- Temos a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere, ao abrigo do disposto no artigo 22.º, n.º 1, aplicável ex vi artigo 61.º, n.º 2, todos da Lei 50/2012, de 31 de agosto, apresentar à Assembleia Municipal a seguinte proposta: ---- ----- 1. Determinar a dissolução da EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa citada pelo Decreto-Lei n.º 613/71, de 31 de dezembro, nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 70.º, n.º 2 e 61.º a 66.º estes últimos aplicáveis por força do artigo 70.º, n.º 5, todos da Lei 50/2012, de 31 de agosto; ------------------------- ----- 2. Determinar a internalização da atividade da EPUL nos serviços do Município; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 3. Declarar que todos os trabalhadores da EPUL são necessários à prossecução das atividades desta empresa a internalizar nos serviços municipais, nos termos e para os efeitos do artigo 62.º, n.º 6, da Lei 50/2012; ------------------------------------------ ----- 4. Aprovar o plano de internalização que consta do Anexo e mandatar o Executivo para, em conjugação com a Comissão Liquidatária a designar, apresentar um plano de ação, devidamente valorado, até 31 de Dezembro de 2012. ------------------ ----- 5. Determinar que no decurso do processo de liquidação do património da EPUL se proceda ao levantamento dos seus ativos e passivos e que na conclusão do processo de liquidação se proceda à reversão para o Município de todos os seus direitos, ativos, obrigações e passivos, nos termos do artigo 50º, n.º 3, dos Estatutos da EPUL. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 6. Aprovar, nos termos do artigo 62.º, n.º 12, da Lei 50/2012, o plano de internalização das atividades da EPUL nos serviços municipais. --------------------------- ----- Lisboa, 29 de Novembro de 2012 -----------------------------------------------------------

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----- O Presidente em Exercício - Manuel Salgado -------------------------------------------- ----------------------------------------- PARECER ------------------------------------------------ ----- COMISSÃO PERMANENTE DE ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS, PATRIMÓNIO, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E TURISMO ---------------------- --------------------------------PROPOSTA Nº. 858/2012 ----------------------------------------- ----- DELIBERAÇÃO DE DISSOLUÇÃO DA EPUL – EMPRESA PÚBLICA DE URBANIZAÇÃO DE LISBOA E DE APROVAÇÃO DO PLANO DE INTERNALIZAÇÃO DA SUA ACTIVIDADE NO MUNICÍPIO DE LISBOA -------------- ----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo reuniu em 15 de Maio de 2013, a fim de analisar e emitir parecer sobre a Proposta nº. 858/2012. ------------------------------------ ----- Face ao objecto da Proposta em apreço, a Comissão entendeu proceder às audições do Senhor Vice-Presidente Manuel Salgado, da Câmara Municipal de Lisboa, do Conselho de Administração da EPUL, presidido pelo Senhor General Luís Sequeira, da Comissão de Trabalhadores da EPUL e finalmente, de novo, o Senhor Vice-Presidente Manuel Salgado, bem como a Senhora Vereadora Maria João Mendes (Pelouro das Finanças). ----------------------------------------------------------------- ----- Assim sendo, em 15 de Janeiro de 2013, a Comissão procedeu à audição do Senhor Vice-Presidente Manuel Salgado, na qual fez uma exposição sobre o historial da EPUL, o seu património, os recursos humanos, bem como a situação económico-financeira que, segundo a sua declaração, levou à apresentação da Proposta nº. 858/2012, a fim de não agravar a mesma. Ainda para sustentar parte da sua intervenção, entregou à Comissão cópia do Parecer sobre a Forma Juridicamente Adequada para Alteração dos Estatutos da EPUL, elaborado em 6 de Março de 2009, por Sérvulo & Associados – Sociedade de Advogados, RL (cópia do Parecer em dossier próprio, no arquivo desta Comissão). -------------------------------------------------- ----- Em 23 de Janeiro de 2013, a Comissão procedeu à audição do Conselho de Administração da EPUL, presidido pelo Senhor General Luís Sequeira, na qual fez uma exposição sobre o passado recente da empresa, realçando que em 2010 foi considerada a melhor empresa imobiliária; em 2011 houve crescimento de resultados; realçou também a existência de crédito bancário para pagamento a fornecedores, pagamento este que estava a ser efectuado a 30 dias. ----------------------- ----- Nesta reunião, o Conselho de Administração realçou que a empresa ainda não está consolidada financeiramente, mas que estava a ser praticada uma gestão, visando o equilíbrio económico-financeiro. Para sustentar a sua intervenção, o Conselho de Administração entregou à Comissão a seguinte documentação: Plano de Actividades e Orçamento para 2013; Relatório de Gestão e Contas de 2012; Mensagens do Presidente do Conselho de Administração (2009 / 2012) e diversos sobre a situação económico-financeira, o Banco “Dexia” e o Alto da Faia (cópias em dossier próprio, no arquivo desta Comissão). -------------------------------------------------- ----- Em 29 de Janeiro de 2013, a Comissão procedeu à audição da Comissão de Trabalhadores da EPUL, a qual se fez acompanhar da Representante legal dos

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trabalhadores da EPUL, Senhora Dra. Joana Miranda, da “Garcia Pereira & Associados”, bem como dos Directores Financeiro e de Património da empresa. ------ ----- Nesta audição, os Representantes dos trabalhadores salientaram as consequências negativas do processo de extinção da EPUL: fim da salvaguarda do interesse público ao nível da reabilitação urbana; prejudicada a intervenção activa no espaço urbano; perda da marca EPUL JOVEM; não há salvaguarda dos direitos dos trabalhadores, contrariamente à garantia dada pelo Presidente e Vereadores da Câmara. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Positivamente, salientaram a longa experiência da EPUL para execução de projectos e obras, com captação de investimento internacional, e reabilitação urbana. ----- Por outro lado, a recuperação financeira da empresa, nomeadamente, desde 20091 onde a EPUL apresenta uma redução do endividamento bancário em 33%; do passivo em 42M€; aumento dos capitais próprios em 36M€ e redução dos custos com pessoal em 30% e a apresentação de resultados positivos nos últimos 3 anos, o que a aplicar-se à empresa a nova lei (Lei n.º 50/2012) do sector empresarial local, a empresa cumpre todos os critérios previstos da lei e nenhum determina a sua extinção. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nesta audição, a Comissão de Trabalhadores entregou à Comissão documentação variada sobre a EPUL (cópias em dossier próprio, no arquivo desta Comissão). ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por fim, em 4 de Fevereiro de 2013, a Comissão procedeu à audição conjunta do Senhor Vice-Presidente Manuel Salgado e da Senhora Vereadora Maria João Mendes, na qual ambos reiteraram a necessidade da extinção da EPUL, reafirmando que a mesma se envolveu num conjunto de operações que agravaram o endividamento e, por consequência, os encargos financeiros. Apesar do esforço, nos últimos quatro anos, para diminuir o passivo financeiro, foi no entanto impossível à empresa conseguir resultados operacionais. -------------------------------------------------------------- ----- Ainda nesta audição, ambos os representantes da Câmara, de uma maneira geral fizeram uma intervenção baseada nos inúmeros considerandos da Proposta propriamente dita, reiterando mais uma vez a salvaguarda dos interesses dos trabalhadores, com a sua integração nos quadros do Município. --------------------------- ----- Foi referida ainda a indicação do Pelouro das Finanças ao Conselho de Administração da EPUL que, relativamente às contas de 2012, os custos incorridos pela empresa com as operações relativas ao Vale de Santo António (Benfica) e Quinta José Pinto (Sporting), deveriam ser levados a resultados, opção esta com a discordância do Conselho de Administração (cópia do ofício nº. OF/74/GVPMS/13 em dossier próprio, no arquivo desta Comissão). --------------------------------------------- ----- Em face do exposto, há dúvidas sobre a legalidade da decisão de dissolução da EPUL, por iniciativa dos Órgãos do Município de Lisboa, tendo em conta a forma como foi constituída a empresa. ------------------------------------------------------------------

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----- A Proposta de dissolução não foi acompanhada de um relatório circunstanciado da situação patrimonial e financeiro da EPUL. ----------------------------------------------- ----- Fica registada a impossibilidade de conhecer a real situação patrimonial da empresa, face às informações não coincidentes e, por vezes, contraditórias prestadas pelo Conselho de Administração, pela Comissão de Trabalhadores e pela Câmara Municipal de Lisboa, bem como o carácter problemático das relações financeiras entre a EPUL e o Município. ---------------------------------------------------------------------- ----- Neste contexto, analisadas as intervenções nas várias audições efectuadas, a Comissão salienta uma série de versões contraditórias sobre os mesmos factos entre os vários intervenientes, isto é, a Câmara Municipal de Lisboa com afirmações num determinado sentido e, por outro lado, o Conselho de Administração e os Trabalhadores da EPUL a contrariarem aquelas mesmas afirmações. -------------------- ----- Perante estes factos, a Comissão conclui não existir qualquer consenso entre a Câmara e os gestores e trabalhadores da EPUL sobre a extinção desta. ------------------ ----- Por outro lado, subsiste a preocupação quanto ao futuro dos trabalhadores e dos seus postos de trabalho, face aos diferentes compromissos assumidos e não assumidos em intervenções de diversos membros do executivo Camarário, nomeadamente, do Senhor Presidente da Câmara e da Senhora Vereadora Maria João Mendes, provocando um receio de que a decisão de extinção provoque graves problemas para os trabalhadores. --------------------------------------------------------------- ----- Entretanto, no seguimento das informações que foram divulgadas publicamente e que têm como assunto os últimos desenvolvimentos sobre o processo EPUL, nomeadamente um alegado favorecimento a uma entidade bancária em detrimento de outras numa operação financeira que envolve a EPUL, concretizada no final de 2012, por parte da CML, foi solicitada uma audição do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa nesta Comissão, através de requerimento do Grupo Municipal do PPD / PSD. Audição esta que foi efectuada em 13 de Maio de 2013 e na qual o Senhor Presidente da CML se fez acompanhar do Senhor Vice-Presidente Manuel Salgado, da Senhora Vereadora Maria João Mendes e do Senhor Dr. Filipe Cartaxo, Quadro Superior do BPI. Ainda no âmbito desta audição, o Senhor Presidente da CML entregou à Comissão vários documentos, que ficarão anexos ao presente Parecer. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Neste sentido, a Comissão recomenda que se faça um amplo debate no plenário da Assembleia Municipal de Lisboa, para um cabal esclarecimento da situação, tendo em conta a Proposta apresentada. Com esta recomendação, a Comissão entende que a Proposta se encontra em condições de ser discutida em plenário. ----------------------- ----- Junto a este Parecer, fica documentação entregue pela CML, pelo ex-Conselho de Administração e pela Comissão de Trabalhadores da EPUL. Em dossier próprio da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, ficará outra documentação, também relacionada com a EPUL e entregue pelos mesmos intervenientes: -------------------------------------------------------- ----- a) Plano de Actividades e Orçamento 2013 da EPUL; ---------------------------------- ----- b) Relatório de Gestão e Contas 2012 da EPUL; ----------------------------------------

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----- c) Mensagens do Presidente do Conselho de Administração da EPUL 2009/2012; ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- d) Documentos sobre situação económico-financeira; ---------------------------------- ----- e) Documentos sobre o Banco DEXIA; ---------------------------------------------------- ----- f) Processo Alto da Faia. -------------------------------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por maioria, com o voto contra do PS, estando ausente o Senhor Deputado Independente José Franco. -------------------------------------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 15 de Maio de 2013. ----------------------------- ----- O Presidente da Comissão - Rui Pessanha da Silva ------------------------------------- ---------------------------------------- PARECER ------------------------------------------------- ----- COMISSÃO PERMANENTE DE URBANISMO E DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO DA INTERVENÇÃO NA ZONA RIBEIRINHA E BAIXA DE LISBOA ---------- -----------------------------------Proposta nº 858/2012 ------------------------------------------- ----- Aprovar e submeter à aprovação da Assembleia Municipal a dissolução da EPUL, Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, e a internalização da sua actividade no Município de Lisboa. -------------------------------------------------------------- ----- A Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão da Intervenção na Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa reuniu em 10, 17 e 24 de Janeiro, 7, 15, e 20 de Fevereiro, 5 e 15 de Março, 7 de Abril e 16 de Maio de 2013 para apreciar a Proposta nº 858/2012, apresentada pela Câmara Municipal, relativa à dissolução da EPUL, Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, e à internalização da sua actividade no Município de Lisboa. ----------------------------------------------------- ----- A reunião de dia 17 de Janeiro de 2013 foi dedicada à audição, em primeiro lugar, do Conselho de Administração e, subsequentemente, da Comissão de Trabalhadores da EPUL. Quer o Conselho de Administração quer a Comissão de Trabalhadores, para além de terem manifestado a sua posição face às diversas questões em debate, prestaram os esclarecimentos solicitados e forneceram diversa documentação. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Na reunião do dia 15 de Fevereiro de 2013, a Comissão procedeu à audição da Senhora Vereadora Maria João Mendes, acompanhada de técnicos municipais, que explicitou as razões pelas quais, na perspectiva da Câmara Municipal, foi proposta a dissolução da empresa. ---------------------------------------------------------------------------- ----- Ao longo do debate da Proposta nº 858/2012, que dada a sua complexidade se desenvolveu quer formal quer informalmente, a comissão foi recolhendo os elementos instrutórios acrescidos que as dúvidas levantadas foram suscitando. ---------------------- ----- O debate promovido na comissão incidiu sobre um conjunto muito alargado de questões, potenciado pelo impacto social da decisão, salientando-se os seguintes pontos (que não esgotam o âmbito do debate). ------------------------------------------------- ----- Os pontos de seguida referidos tendem ou a aderir à justificação da necessidade de proceder à dissolução da EPUL ou, inversamente, a evidenciar questões que apontariam para a sua manutenção ou, pelo menos, que se apresentaram como não esclarecidas: -----------------------------------------------------------------------------------------

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----- o reconhecimento de que a função que a empresa desempenhou tem de ser acompanhado da constatação que o objecto social ou o domínio de actividade principal da EPUL se encontra esgotado e que não faz sentido a manutenção da empresa com tais pressupostos; ------------------------------------------------------------------ ----- a necessidade de concluir o mais rapidamente possível as operações em curso, nomeadamente Martim Moniz e Boavista, de forma a que não se mantenham como projectos pendentes com os inconvenientes que daí decorrem; ----------------------------- ----- a apreciação da situação económico-financeira da EPUL à luz das conclusões da auditoria realizada pelo Tribunal de Contas em 2011, que evidencia desequilíbrios impossíveis de ultrapassar no actual contexto do sector imobiliário; ---------------------- ----- o carácter problemático das relações financeiras entre a EPUL e o Município, com a inscrição de serviços não documentados do ponto de vista contratual e, consequentemente, insusceptíveis de assunção por parte do Município; ------------------ ----- a necessidade da proposta apresentada pela empresa relativa às contas de 2012 ser reformulada tendo em conta os critérios apontados no relatório da auditoria do Tribunal de Contas; -------------------------------------------------------------------------------- ----- o episódio recente do incumprimento do empréstimo do Banco Dexia, que considerou a dívida totalmente vencida e exigiu o seu pagamento integral, obrigando a Câmara Municipal a substituir-se à EPUL e a renegociar o pagamento em falta; ---- ----- as imposições decorrentes da Lei nº 50/2012, de 31 de Agosto, que apontam para a necessidade de proceder à dissolução da empresa; ----------------------------------------- ----- o carácter mais favorável da resolução da situação dos trabalhadores da EPUL, à luz do regime estabelecido na Lei nº 50/2012, de 31 de Agosto, que em resultado da aplicação da lei geral; ----------------------------------------------------------------------------- ----- a preocupação em assegurar que todos os trabalhadores que o desejem possam integrar os quadros da Câmara Municipal, por aplicação do regime legal já referido; ----- a internalização no Município das funções desempenhadas pela EPUL e cuja utilidade subsista. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, -------------------------------------------------------------------------------- ----- como ponto prévio, foi salientada a convicção sobre a ilegalidade da decisão de dissolução da EPUL por iniciativa dos órgãos do Município de Lisboa, tendo em conta a forma como foi constituída a empresa; ------------------------------------------------ ----- depois, foi chamada a atenção para a longa experiência da EPUL na execução de projectos e obras, com captação de investimento internacional, e reabilitação urbana, bem como a recuperação financeira da empresa, nomeadamente, desde 2009 (de acordo com o Relatório de Gestão e Contas de 2012, apresentado pela empresa), evidenciando uma redução do endividamento bancário em 33%; do passivo em 42 M€; um aumento de capitais próprios em 36 M€; uma redução dos custos com pessoal de cerca de 30%; e a apresentação de resultados positivos nos últimos três anos (o que faz duvidar da possibilidade de aplicação à empresa dos critérios legais determinantes da extinção); ----------------------------------------------------------------------- ----- a situação dos trabalhadores da EPUL, subsequente à dissolução da empresa, foi objecto de especial debate e manifesta preocupação, desde logo no que diz

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respeito à sua situação futura, tendo em conta as incertezas e contradições resultantes das audições da comissão e das afirmações conhecidas;----------------------- ----- em particular, foi expressa a certeza da impossibilidade de aplicar, tal como previsto no artigo 62º da Lei nº 50/2012, de 31 de Agosto, o mecanismo da cedência por interesse público e a realização subsequente de concursos internos de ingresso, dado o carácter alargado da base de candidatos e a necessidade evidente de prolongar o processo para além dos prazos legais; ------------------------------------------- ----- por outro lado, tendo em conta as diferenças remuneratórias entre a EPUL e o Município, foi considerada irrealista a aceitabilidade da integração no Município por parte da generalidade dos destinatários; ------------------------------------------------------- ----- consequentemente, foi manifestado o receio de que a decisão de dissolução da EPUL provoque um problema social grave; ---------------------------------------------------- ----- em geral, foi salientada a percepção de que a proposta apresentada pela Câmara Municipal se encontra insuficientemente justificada e motivada, subsistindo muitas dúvidas e indeterminações; --------------------------------------------------------------- ----- nomeadamente, a proposta de dissolução não foi acompanhada de um relatório circunstanciado da situação patrimonial e financeira da EPUL, deixando no ar as mais diversas interrogações sobre a real situação da empresa; ---------------------------- ----- por exemplo, é necessário esclarecer as opções políticas que determinaram a EPUL a gastar cerca de 38 milhões de euros com o Benfica, o Sporting e os projectos de Alcântara e do Parque Mayer; ---------------------------------------------------------------- ----- considerou-se também não estar totalmente esclarecido o problema do incumprimento relativo ao empréstimo do Banco Dexia, e a sua importância no contexto da decisão de dissolver a empresa; --------------------------------------------------- ----- invocou-se ainda o desconhecimento de dados concretos e objectivos sobre os diferendos de relacionamento financeiro entre a EPUL e a Câmara Municipal, nomeadamente sobre o tipo de serviços em causa, sobre a forma como foram determinados e requeridos e sobre o respectivo montante; ---------------------------------- ----- manifestou-se incompreensão sobre a conclusão relativa à insustentabilidade financeira da empresa tendo em conta que os relatórios e contas da EPUL foram sendo sucessivamente aprovados pela Câmara Municipal; ---------------------------------- ----- foi também questionada a falta de informação sobre os impactos financeiros do envolvimento da EPUL nos projectos relativos à Quinta José Pinto e ao Vale de Santo António; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- foi afirmada a insatisfação pela impossibilidade de apreender a real situação patrimonial da empresa face às informações não coincidentes e, por vezes, contraditórias prestadas pelo Conselho de Administração, pela Comissão de Trabalhadores e pela Câmara Municipal ------------------------------------------------------- ----- no que diz respeito às funções assumidas pela empresa ao longo dos anos, foi notada a ausência de qualquer ponderação sobre a actividade da empresa, com omissão absoluta de avaliação dos diversos aspectos dessa actividade; ------------------

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----- notou-se a inexistência da consideração da possibilidade de manutenção da EPUL com circunscrição do seu objecto à disponibilização de habitação a custos controlados; ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- do mesmo modo, não foi realizada qualquer ponderação sobre as vantagens e desvantagens da intervenção municipal em matéria de reabilitação urbana ser realizada directamente pelo Município ou através da EPUL, mantida para tais efeitos; ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- foi expressa a perplexidade resultante do facto do grupo de trabalho constituído para estudar a fusão das empresas municipais nada ter produzido e ter sido seguido pela decisão de dissolver a EPUL; --------------------------------------------------------------- ----- em consequência, foi manifestada a convicção de que as funções da EPUL que subsistirem não vão ser internalizadas mas assumidas pela Gebalis ou pela SRU; ------ ----- finalmente, foi lamentado o facto da situação em que a empresa se encontra resultar não tanto da sua actividade quanto de opções de política urbanística assumidas pela Câmara Municipal. -------------------------------------------------------------- ----- Na conclusão do debate em comissão, e tendo em conta a declaração efectuada em plenário da Assembleia Municipal pelo Senhor Presidente da Câmara, no sentido de assegurar a realização de tantos concursos internos de ingresso quantos os necessários para garantir a integração nos quadros da Câmara Municipal dos trabalhadores da EPUL que o desejassem, foi sugerida a possibilidade de rectificação ou alteração da Proposta nº 858/2012, de forma a incluir tal referência. -- ----- As questões enunciadas devem, no entender da 4ª Comissão, ser tomadas em conta e amplamente debatidas pela Assembleia Municipal durante a apreciação da Proposta nº 858/2012 em plenário. -------------------------------------------------------------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 7 de Abril de 2013. ------------------------------ ----- O Presidente da Comissão - António Duarte de Almeida ------------------------------- ----------------------------------------- PARECER ------------------------------------------------ ----- COMISSÃO PERMANENTE DE INTERVENÇÃO SOCIAL E PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE DIREITOS E OPORTUNIDADES ----------------------------------------- ------------------------------PROPOSTA Nº. 858/2012 ------------------------------------------- ----- DELIBERAÇÃO DE DISSOLUÇÃO DA EPUL – EMPRESA PÚBLICA DE URBANIZAÇÃO DE LISBOA E DE APROVAÇÃO DO PLANO DE INTERNALIZAÇÃO DA SUA ACTIVIDADE NO MUNICÍPIO DE LISBOA -------------- ----- A Comissão Permanente de Intervenção Social e Promoção da Igualdade de Direitos e Oportunidades, reuniu em 8 de Maio de 2013, a fim de analisar e emitir parecer sobre a Proposta nº. 858/2012. --------------------------------------------------------- ----- Face ao objecto da Proposta em apreço, a Comissão entendeu proceder às audições da Senhora Vereadora Maria João Mendes (Pelouro das Finanças e Recursos Humanos), e da Comissão de Trabalhadores da EPUL. ------------------------- ----- Assim sendo, em 27 de Março de 2013, a Comissão procedeu à audição da Comissão de Trabalhadores da EPUL, a qual se fez acompanhar do Representante legal dos trabalhadores da EPUL, Dr. Garcia Pereira, e a Dra. Joana Miranda, da

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“Garcia Pereira & Associados”, bem como dos Directores Financeiro e de Património da empresa. --------------------------------------------------------------------------- ----- Nesta audição, e no âmbito desta Comissão, os representantes dos trabalhadores salientaram que não há salvaguarda dos direitos dos mesmos, contrariamente à garantia dada pelo Presidente da Câmara, Dr. António Costa. ----------------------------- ----- Salientaram ainda a longa experiência da EPUL para execução de projectos e obras, com captação de investimento internacional, reabilitação urbana. Por outro lado, a recuperação financeira da empresa, com a apresentação de resultados positivos nos últimos 3 anos. ---------------------------------------------------------------------- ----- A Comissão de Trabalhadores ficou de entregar a esta Comissão documentação variada sobre a EPUL, o que já o fez. (cópias em dossier próprio, no arquivo desta Comissão) -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- De seguida, e em 8 de Abril de 2013, a Comissão procedeu à audição da Senhora Vereadora Maria João Mendes que fez uma exposição sobre o historial da EPUL e a necessidade da sua extinção. Em relação à integração dos trabalhadores, não foi definitiva, dizendo no entanto que seriam realizados tantos concursos quantos os necessários para a sua integração. Acrescentou ainda que os trabalhadores que queiram, podem rescindir os seus contratos amigavelmente, ou irem para a reforma antecipada. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Analisadas as intervenções das audições efectuadas, não ficou esta comissão com a certeza da integração dos trabalhadores nos quadros do Município, sendo essa situação bastante preocupante. ------------------------------------------------------------------ ----- Neste sentido, a Comissão entende que a proposta deverá ser alvo de debate na Assembleia Municipal, e que a mesma se encontra apta a ser apresentada em plenário. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O parecer foi aprovado por unanimidade ------------------------------------------------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 8 de Maio de 2013. ------------------------------ ----- A relatora do parecer - Maria José Pinheiro Cruz -------------------------------------- ----- O Senhor Presidente da Câmara disse que entendia ser seu dever, tal como fizera pessoalmente no dia vinte e oito de novembro aos funcionários da EPUL e posteriormente na Assembleia Municipal, apresentar a proposta de extinção da EPUL. ----- A EPUL era uma empresa municipal constituída havia mais de quarenta anos e que legara à cidade um trabalho notável de urbanização de vastas áreas do território da cidade, cuja programação urbanística lhe tinha sido confiada no princípio dos anos setenta. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Graças à EPUL tinham sido executados programas de grande vulto, como a urbanização de Telheiras, do Alto do Restelo e várias outras intervenções na cidade. --- ----- Ao fim de quarenta anos a cidade estava integralmente urbanizada e a missão que tinha sido confiada à EPUL estava cumprida com sucesso. O Município de Lisboa tinha bons motivos para estar satisfeito com o trabalho que a EPUL tinha desenvolvido ao longo desses quarenta anos. --------------------------------------------------- ----- Tornara-se, contudo, evidente alguns anos antes que estava-se a aproximar o fim do ciclo da atividade da EPUL e que era necessário que a EPUL mudasse. Era nesse

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sentido que se tinha procurado, ao fazer uma alteração dos estatutos, que não fora bem sucedida porque nunca tinha sido aprovada na Assembleia Municipal, tinha-se pensado a fusão da EPUL com outras empresas municipais, tendo em vista dar continuidade a parte do objeto social da EPUL através da fusão com outras empresas municipais. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Essa solução não tinha sido concretizada, em virtude da alteração da legislação sobre o setor empresarial local, mas era claro que era necessário mudar. ----------------- ----- O último conselho de administração tinha sido nomeado com uma missão clara e que o General Luis Sequeira bem sintetizava numa expressão feliz, dizendo que tinha que preparar a aterragem suave da EPUL. Podia-se dizer que em grande parte tinha sido bem sucedido esse mandato. Várias das urbanizações que estavam paralisadas foram retomadas, algumas concluídas e as outras em fase de conclusão dos seus trabalhos. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Contudo, a crise do crédito que tinha tomado conta da economia a partir de dois mil e oito introduzira uma mudança radical no mercado imobiliário e precipitara inevitavelmente decisões relativamente ao futuro da EPUL. De um paradigma imobiliário assente na construção nova e na compra de casa própria, o mercado imobiliário tinha mudado radicalmente para um novo paradigma, certamente mais saudável, onde em vez da construção nova primava a reabilitação e onde, em lugar de compra de casa própria, iria primar o arrendamento. ------------------------------------------ ----- Essa mudança tinha consequências, desde logo comprometendo a realização do último grande projeto de urbanização que a EPUL tinha em mãos e que tinha a ver com o Vale de Santo António. Recordar-se-iam que já no atual mandato tinha sido aprovado o Plano de Urbanização do Vale de Santo António. ------------------------------- ----- Contudo, os parceiros privados que tinham contratado com a EPUL o desenvolvimento do Programa do Vale de Santo António comunicaram que não pretendiam prosseguir o projeto e que não só não pretendiam concretizar a compra prometida, como exigiam a devolução do sinal que tinham pago a título de primeiro pagamento para aquisição dos famosos lotes futuros do Vale de Santo António. --------- ----- Havia por isso um quadro em que os parceiros contratados manifestavam expressamente que não queriam prosseguir com o Programa do Vale de Santo António e era manifesto que as condições de mercado não permitiam o desenvolvimento por outra via daquele programa. -------------------------------------------- ----- Restava por isso à EPUL concluir e alienar alguns fogos que ainda tinha por alienar, quer no Martim Moniz, quer na zona do Lumiar e outros imóveis dispersos um pouco pela cidade. Eram imóveis importantes, mas certamente não justificariam o prolongamento da vida da EPUL. ---------------------------------------------------------------- ----- Nesse quadro, a Câmara Municipal de Lisboa, por diversas vezes ao longo do último ano, fizera um esforço de acerto de contas com a EPUL, de forma a pelo menos por quatro vezes assegurar o pagamento de verbas que permitissem à EPUL honrar desde logo o primeiro dos compromissos, que era o vencimento dos seus funcionários. -----------------------------------------------------------------------------------------

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----- Tinham-se acertado todas as contas que se podiam acertar, desde a última aprovada na Assembleia Municipal para aquisição da escola do Alto da Faia, investimentos vários no âmbito dos programas “Lisboa a Cores”, da biblioteca do Vale de Santo António e outros, num total de sete milhões de euros que ao longo do último ano a CML injetara na EPUL. ------------------------------------------------------------ ----- Havia, contudo, crescentes limitações legais à injeção de dinheiro por parte do Município na EPUL e a nova Lei do Setor Empresarial Local expressamente proibia o acionista municipal de aumentar a sua participação nas empresas municipais. ----------- ----- A somar a esse quadro geral e ao fortíssimo constrangimento resultante da decisão tomada pelos parceiros privados relativamente ao Vale de Santo António, acontecia que a EPUL no ano anterior incumprira uma prestação do contrato de empréstimo que tinha assumido em dois mil e quatro para financiar um conjunto vasto de encargos confiados pelo Município de Lisboa. Ao incumprir essa prestação em julho do ano anterior, os bancos credores, que eram dois bancos internacionais, declararam o vencimento antecipado da totalidade do empréstimo, exigindo o imediato pagamento pela EPUL de quarenta e sete milhões de euros. ---------------------- ----- Era sabido que, desde que Portugal se encontrava sob um programa de assistência financeira, a banca internacional tinha desinvestido no País e procurava encerrar todas as operações que tinha no País. Por isso o incumprimento pela EPUL dessa prestação tinha sido, obviamente, aproveitado pelos bancos holandeses para declararem vencida a integralidade dos empréstimos e exigirem o imediato pagamento dos quarenta e sete milhões de euros.------------------------------------------------------------------------------------ ----- O Conselho de Administração da EPUL tinha contraproposto várias propostas para procurar limitar e evitar essa situação. Em cinco de julho começara por propor um período de carência até ao final do período de assistência financeira. Em outubro voltara a reunir e a propor aos bancos um pagamento em duas prestações. Os bancos tinham recusado qualquer situação. -------------------------------------------------------------- ----- Finalmente, no dia trinta e um de outubro, o então Presidente do Conselho de Administração da EPUL assumia por escrito o compromisso do pagamento integral dos quarenta e sete milhões de euros até ao dia vinte e um de dezembro. Acontecia que a EPUL não tinha condições de pagar, como não tivera, esse empréstimo no dia vinte e um de dezembro. --------------------------------------------------------------------------- ----- Recordava que, estando o País sob assistência financeira, teria particular gravidade uma situação de incumprimento de um empréstimo internacional por parte de uma entidade do setor público empresarial. A gravidade dessa situação tinha sido, aliás, bem enfatizada pelas autoridades bancárias e pelo próprio Governo, face ao risco de uma primeira situação de incumprimento por parte de uma entidade pública a um crédito contraído junto da banca estrangeira. ---------------------------------------------- ----- Não era por isso possível adiar decisões sobre o que era necessário fazer, que era deliberar a extinção da EPUL, única condição na qual a Câmara poderia assumir integralmente as suas responsabilidades perante os credores da EPUL e assim satisfazer os créditos, designadamente os que tinham sido declarados vencidos pelo “Dexia”. ---------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Era por isso que em novembro fora comunicado ao Conselho de Administração primeiro e aos funcionários da EPUL imediatamente a seguir, que iria propor à Câmara Municipal a extinção da empresa. ------------------------------------------------------ ----- Bem sabia haver quem entendesse que a solução se poderia resolver se a Câmara assumisse cerca de cinquenta milhões de euros de dívidas reclamadas pela EPUL ao Município. Acontecia que não era assim, porque se fosse assim a Câmara não tomaria uma decisão que só em matéria de dívidas comportava a assunção de dívida num montante muito superior, oitenta e nove milhões de euros, para evitar pagar cinquenta milhões de euros.------------------------------------------------------------------------------------ ----- Não resolvia o problema por duas razões fundamentais. Em primeiro lugar porque não estava verificado um pressuposto essencial para a Câmara reconhecer a dívida, que a dívida estivesse documentada ou registada nas contas da Câmara. Essa dívida nunca tinha sido registada nem documentada nas contas da Câmara e tivera o cuidado de falar com o Presidente da Câmara à data dos factos em que as deliberações foram tomadas, para saber se no seu entendimento, apesar de não haver documentação, existia ou não qualquer dívida da Câmara para com a empresa. ---------- ----- O seu antecessor tinha sido muito claro em afirmar que não reconhecia qualquer dívida da Câmara para com a empresa e que única e exclusivamente entendia que a deliberação da Câmara se traduzia em encarregar a EPUL da realização de um programa, certamente ambicioso, para o qual resultavam encargos para a EPUL, era certo, mas para o qual resultavam também receitas que a EPUL deveria poder cobrar e assim equilibrar o conjunto da operação. -------------------------------------------------------- ----- Admitia que do ponto de vista da mesquinhez partidária fosse uma discussão interessante a abrir e a manter. Não estava na política para exercícios de mesquinhez partidária e, portanto, não se iria dedicar a esse exercício. Simplesmente iria concentrar-se naquilo que julgava ser a sua função, que era procurar exercer o melhor que sabia e que era capaz na sua função de Presidente de Câmara e salvaguardar os interesses do Município. --------------------------------------------------------------------------- ----- A salvaguarda dos interesses do Município nesse caso concreto tinha três dimensões fundamentais: -------------------------------------------------------------------------- ----- Em primeiro lugar, proteger a todo o custo o património da Cidade de Lisboa que estava confiado à EPUL. Não tomar deliberações que agravassem o risco da EPUL ser declarada insolvente era expor o património da Cidade de Lisboa à sua execução por parte dos credores. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Lisboa não era uma cidade que fosse acabar nos próximos cinco anos e, portanto, não de podia olhar para esses ativos para saber se o mercado estava em alta ou em baixa, como estraria dentro de cinco anos ou como estaria dentro de dez anos. Não sabia se era daí a cinco ou a dez, não sabia se era daí a cem ou a duzentos. O que sabia era que o património da Cidade de Lisboa confiado à EPUL era património excessivamente valioso para poder ser desbaratado nas mãos dos credores e que não devesse ser imediatamente consolidado no domínio público municipal. ------------------- ----- Não aceitava, nem a exposição desse património à execução pelos credores, nem a sua venda ao desbarato para financiar aquilo que todos os meses tinha que ser

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financiado na empresa, sem que a empresa tivesse futuro para desenvolver uma atividade sustentável e que a sustentasse em benefício da cidade ao longo dos próximos anos. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Em segundo lugar, era a melhor solução também para salvaguardar os direitos dos credores. Os credores da EPUL, e não só o banco “Dexia”, tinham o direito a ver integralmente ressarcidos e pagos os seus créditos e era relativamente a isso que se dava garantia. Dissolvida a empresa, o Município sucedia à empresa na totalidade dos seus direitos e obrigações, assumindo na dívida municipal a integralidade da dívida da EPUL. Os credores não veriam os seus créditos diminuídos, não veriam os seus créditos classificados em concurso de credores, os seus créditos seriam integralmente assumidos, valorizados e pagos pelo Município de Lisboa, sendo que felizmente o Município tinha capacidade de endividamento para acolher sem drama a dívida que a EPUL tinha para com terceiros.------------------------------------------------------------------- ----- Finalmente, era a melhor forma de garantir os direitos dos trabalhadores. Numa empresa declarada insolvente os trabalhadores ficavam no desemprego. Numa empresa extinta pelo acionista, nos termos da Lei do Setor Empresarial Local, tinham direito querendo a imediatamente irem trabalhar para o Município, de acordo com base nos acordos de interesse público e, subsequentemente, a integrarem os quadros no âmbito de concursos que o Município viesse a abrir. -------------------------------------- ----- Era conhecida a deliberação da Câmara sobre essa matéria. Tinha sido aprovada a internalização integral dos trabalhadores da EPUL. Estavam prontos os contratos de interesse público para permitir a transição de todos os que quisessem transitar de imediato e de imediato também seriam abertos todos os concursos necessários à sua integração nos quadros do Município. ----------------------------------------------------------- ----- Bem sabia e bem tinha ouvido na Câmara Municipal que essa posição não era consensual. Era, contudo, a posição que constava da deliberação de Câmara, a posição que tinha proposto, a posição que vinha repetindo, que defenderia e a que daria execução. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Não era, obviamente, um momento agradável propor a extinção de uma empresa. Era, contudo, algo absolutamente necessário e que não tinha outro sentido a dar, tendo em conta aquilo que fora o trabalho desempenhado pela EPUL até ao momento, pelos desafios que se colocariam no futuro à cidade e a necessidade de proteger o património da cidade, de salvaguardar os direitos dos credores e de garantir os direitos dos trabalhadores da EPUL. ----------------------------------------------------------------------- ----- Era essa a proposta. --------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Rui Pessanha da Silva (PSD), Presidente da Junta de Freguesia de São João de Deus, Presidente da Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, leu o parecer da referida Comissão. --------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Duarte de Almeida (PS), Presidente da Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão da Intervenção na Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa, recordou que os pareceres da

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Quarta Comissão, por opção da própria comissão, eram relatórios que sintetizavam os principais argumentos utilizados durante o debate. -------------------------------------------- ----- Leu o parecer da referida comissão. -------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Pinheiro Torres (PSD), Presidente da Comissão Permanente de Intervenção Social e Promoção da Igualdade de Direitos e Oportunidades, disse que como em ocasiões anteriores, uma vez que na Comissão Permanente de Intervenção Social os pareceres eram elaborados pelos grupos municipais em rotatividade, referia que o presente parecer era da autoria da Senhora Deputada Municipal Maria José Pinheiro da Cruz, do Grupo Municipal do PPD/PSD, e depois aprovado por toda a comissão. --------------------------------------------------------- ----- Leu o parecer da referida comissão. -------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Prôa (PSD) disse que se estava a discutir a proposta da Câmara Municipal de Lisboa sobre a dissolução da EPUL. ------- ----- Tratava-se de um momento importante para a cidade, um momento importante para os órgãos do Município, dado tratar-se em primeiro lugar da mais antiga empresa municipal, uma empresa que tinha desempenhado um papel central no desenvolvimento da cidade durante um período recente da vida da cidade. Nessa medida o PSD assumia a responsabilidade de que na Assembleia Municipal entendera por bem estender a reflexão e a análise sobre a proposta da Câmara durante um período que considerava suficiente para poder tomar uma posição consciente, informada, relativamente a essa proposta da Câmara. ----------------------------------------- ----- Do ponto de vista do PSD, a proposta de dissolução da EPUL resultava de uma atitude que a maioria revelara, de não ser capaz de reformar o setor empresarial do Município. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Estavam, infelizmente, perante uma posição avulsa relativamente a uma empresa municipal, quando teria sido desejável e que o PSD desafiara por várias vezes, mas mais importante que o desafio manifestara-se disponível para acompanhar a Câmara Municipal num processo de reflexão que conduzisse a conclusões relativamente ao que deveria ser, dado os tempos que se viviam e a situação da Câmara, o papel do setor empresarial do Município. ------------------------------------------------------------------ ----- Apesar dessa disponibilidade do PSD, apesar do desafio lançado, a Câmara Municipal, durante todo esse período em que tivera responsabilidades o Doutor António Costa, não quisera ou não tinha sido capaz de apresentar um plano global que visasse a estruturação do setor empresarial do Município. ----------------------------------- ----- Por isso estavam perante uma proposta desenquadrada, avulsa, e perante uma situação provocada pela ação, ou se quisessem pela inação do Senhor Presidente da Câmara. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A falta de estratégia, a indefinição e a estagnação também dessa empresa eram provocadas pela atitude passiva que a maioria revelara na gestão desse processo. Um processo que conduzira à situação inevitável a que se tinha chegado, com o estrangulamento financeiro da empresa que no limite conduzira ao incumprimento das suas obrigações. Esse tinha sido o cenário apresentado. --------------------------------------

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----- Entretanto também valia a pena afirmar, porque isso resultava do trabalho profundo que a Assembleia Municipal desempenhara e de que se devia orgulhar, verificara-se um conjunto de irregularidades na condução desse processo de dissolução. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Não queria utilizar palavras mais ligeiras, mas de facto esse processo tinha sido conduzido, no mínimo, com alguma precipitação. Isso levara a uma série de dúvidas explicitadas de forma sistematizada nos pareceres de várias comissões e que, valia a pena sublinhar, independentemente da decisão que viesse a ser tomada pela Assembleia Municipal, todos os procedimentos que conduziram ao presente momento, e os que lhe seguiriam, teriam necessariamente que ser alvo de um escrutínio rigoroso por parte da Assembleia Municipal ou de outras entidades, se fosse caso disso. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Permitisse-lhe o Senhor Presidente que também utilizasse uma expressão, ou o sentido das palavras que usara em determinada altura da sua intervenção. ---------------- ----- Também seria mais fácil para o PSD assumir uma posição eleitoralista, de aproveitamento da proposta da Câmara para fazer da discussão um momento de combate político eleitoralista. Podia ter ido por aí. Aliás, o momento pré-eleitoral que se aproximava seria quase tentador para ir por aí. --------------------------------------------- ----- No entanto, o PSD assumira durante todo o mandato uma atitude diferente e por isso tinha sido possível convergir em momentos importantes e decisões importantes para a cidade. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Também relativamente à EPUL o PSD entendera que devia assumir uma posição responsável, centrada naquilo que eram, do seu ponto de vista, os interesses da cidade e os interesses dos lisboetas. Por isso assumira também com frontalidade que a EPUL tinha desempenhado um papel importante no desenvolvimento da cidade. A EPUL tinha cumprido o seu papel, fruto das diretivas da Câmara, fruto da gestão da EPUL, fruto do esforço dos seus trabalhadores. --------------------------------------------------------- ----- Tinha cumprido o seu papel, mas esgotara-se a sua função na Cidade de Lisboa. -- ----- Podia-se discutir se a EPUL deveria ter outro papel, mas a atual maioria também não quisera apresentar uma solução nova para essa e para as outras empresas municipais. Por isso fossem também claros relativamente àquilo que a EPUL tinha sido durante toda a sua história, de facto chegados ao presente a EPUL tinha esgotado a sua atividade na Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------ ----- Não valia a pena ignorar que a precipitação da conclusão se prendia também com um momento conjuntural, nomeadamente em termos imobiliários, na cidade, no País e diria até em termos internacionais. Isso tinha, naturalmente, também afetado a saúde da empresa, mas mais uma vez referia que outra podia ser a situação da empresa se a Câmara, durante todo esse tempo, tivesse evitado deixar chegar a empresa a essa situação. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O PSD considerava que a EPUL tinha esgotado a sua atividade na Cidade de Lisboa e por isso o PSD concordava que a empresa devia ser dissolvida. ----------------- ----- No entanto, fossem também claros e tivessem a coragem de assumir as responsabilidades. O PSD assumia claramente a sua opinião relativamente à utilidade

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da empresa em função dos interesses da cidade e dos lisboetas, não utilizava subterfúgios e seria preferível que todos assumissem com a mesma clareza, com a mesma frontalidade, a sua vontade e que não fossem contagiados pela tentação de dizer que apenas acontecia fruto das circunstâncias que não se controlavam. ------------- ----- Em primeiro lugar, a situação financeira da empresa chegara àquele ponto por inação da Câmara. Não havia enquadramento legal que dificultasse a continuidade da empresa. Aliás, iam na presente sessão discutir uma proposta relativa à Sociedade de Reabilitação Urbana, que estaria também em situação de não cumprir o atual enquadramento legal, mas aí de modo diferente a Câmara encontrara uma forma de viabilizar a continuidade dessa empresa. Por isso, querendo também seria possível. ---- ----- Também não parecia correto trazer a questão do programa de assistência financeira, porque se tinha condicionado a decisão dos bancos que emprestaram dinheiro à EPUL, condicionava na medida em que a Câmara deixara a EPUL chegar à situação de incumprimento, ou não haveria qualquer influência do momento vivido pelo País relativamente a essa matéria. ---------------------------------------------------------- ----- Queria fazer uma outra referência relativamente à frontalidade com que a proposta tinha que ser debatida, a vontade e as consequências. Referia-se nomeadamente às consequências para os seus trabalhadores. -------------------------------- ----- O PSD sempre afirmara, e queria afirmar uma vez mais com clareza, que não se podia garantir aos trabalhadores da EPUL serem integrados nos quadros da CML. Quem o fizesse estava a faltar à verdade, quem o fizesse não estava a assumir com frontalidade as suas responsabilidades perante esses mesmos funcionários. Nesse plano, o PSD não queria qualquer dúvida. As consequências eram as que eram e o apelo que fazia era que o Senhor Presidente da Câmara assumisse também com clareza que não tinha nenhum instrumento legal para garantir aos funcionários aquilo que tinha vindo a garantir. ------------------------------------------------------------------------- ----- Em termos daquilo que era o interesse da cidade, o interesse para os lisboetas, a EPUL tivera um papel importante na gestão e desenvolvimento da cidade, esgotando o seu papel. Por isso o PSD concordava com a sua dissolução. ----------------------------- ----- A par com essa posição e com essa clareza, com a mesma frontalidade, queria dizer ao Senhor Presidente que não devia continuar a utilizar pretextos para justificar a sua decisão, que a devia assumir com frontalidade, nomeadamente não criando expetativas que não podia cumprir com os funcionários da EPUL. ------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Duarte de Almeida (PS) disse que, tendo em conta que camaradas seus fariam intervenções posteriores, iria centrar a sua intervenção apenas nas questões relativas à atividade da empresa e da sua relação com a decisão que tinham de tomar. Seria necessariamente uma intervenção breve, porque no fundo repetia algumas coisas já ditas e não valia a pena insistir novamente sobre essas questões. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- A discussão a propósito da proposta apresentada pela Camara Municipal, relativa a dissolução da EPUL, era exemplar no que tocava à apresentação de argumentos retóricos que apenas serviam para condicionar a livre e informada ponderação das razões que podiam fundamentar uma ou outra decisão. ---------------------------------------

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----- O elogio incondicionado da atividade da empresa, com a imputação sistemática das culpas pelo que correra menos bem ao acionista, ou, inversamente, a avaliação sistematicamente negativa da atividade da empresa, sem ter na devida conta o respectivo contexto, correspondiam, na opinião do PS, a posições maniqueístas que se encontravam longe de refletir a realidade. ------------------------------------------------------ ----- A EPUL era uma empresa que tinha mais de quarenta anos. Ao longo dessas décadas muitas coisas teriam corrido bem e algumas coisas teriam corrido menos bem. Cada um, conhecendo os aspetos mais relevantes da intervenção da empresa, apreciava alguns e era crítico de outros. Era assim com as empresas como era com as pessoas. Era a vida! --------------------------------------------------------------------------------- ----- Para o Grupo Municipal do Partido Socialista, não se podia discutir, devidamente, a proposta de dissolução da EPUL sem evidenciar o papel a que sempre estivera destinada: a EPUL não prosseguia, nem nunca poderia prosseguir fins próprios e autónomos dos fins do Município de Lisboa; a EPUL fora criada para exercer uma atividade instrumental do interesse público municipal. E era só a essa luz, independentemente dos requisitos formais ou legais, que devia ser avaliado o mérito da decisão de gestão relativa à manutenção ou à cessação do funcionamento da empresa. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- No essencial, as funções estatutárias da EPUL desdobravam-se entre a realização de estudos relativos à urbanização de determinadas áreas, e a realização de obras para a concretização, ou não, desses estudos. Fora no exercício desses poderes, e de harmonia com as prioridades definidas pela Câmara Municipal em cada momento, que a EPUL fora desenvolvendo os projetos que todos conheciam.------------------------------ ----- Era inequívoco que ao longo de todos esses anos a empresa acumulara intervenção na cidade e conhecimento decorrente dessa intervenção que podia e devia ser aproveitado. Não aceitava, tal como o Grupo Municipal do Partido Socialista, que a decisão de proceder ou não à dissolução da empresa se fundamentasse numa desvalorização indevida do seu papel ao longo dos anos. ------------------------------------ ----- A avaliação do contributo dado pela empresa para a prossecução dos interesses dos cidadãos de Lisboa (interesses esses que, no fundo, constituíam os interesses próprios do Município) tinha sido efetuada regularmente pelos Órgãos municipais. Era bem verdade que essa avaliação tinha sido pouco transparente, a julgar pela leitura dos relatórios de gestão e contas da última década, que apresentavam reservas sistemáticas dos revisores oficiais de contas. Mas, independentemente da maior ou menor transparência da divulgação das avaliações anuais da gestão, o que era certo era que os Órgãos municipais tinham mantido e prolongado a tal associação entre a atividade da EPUL e a prossecução do interesse público municipal. ----------------------- ----- A conjugação da entrada em vigor do novo regime jurídico do sector empresarial local, com o momento particularmente delicado em que se encontravam as atividades ligadas à construção e à urbanização, e ainda com a necessidade de imprimir um maior rigor e transparência às relações financeiras entre a empresa e o seu acionista, teriam constituído fatores determinantes para que a Câmara Municipal se decidisse a propor a dissolução da empresa. ------------------------------------------------------------------

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----- Na verdade, do ponto de vista do ordenamento do espaço urbano e da intervenção sobre o edificado, a decisão de dissolução da EPUL correspondia à constatação de que os seus fins estatutários se foram consumindo, quer pela própria ação, quer pela alteração das circunstâncias. ---------------------------------------------------------------------- ----- Com a conclusão dos projetos que a EPUL ainda mantinha em aberto, não podia deixar de se concluir que a empresa esgotara a sua missão, cumprindo o seu objeto. ---- ----- Na verdade, do ponto de vista do exercício dos poderes de planeamento, configuração e desenho da cidade, já havia muito que a conceção legal e a orientação administrativa se dirigiram para outros caminhos. --------------------------------------------- ----- Também a configuração da intervenção municipal de reabilitação do edificado e das infraestruturas e equipamentos assumia atualmente contornos específicos, cuja compatibilidade com o modelo empresarial da EPUL suscitava justificadas apreensões. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ou seja, a proposta apresentada pela Câmara Municipal refletia a consideração do facto, no entendimento do PS inequívoco, de que a EPUL já concluíra a sua missão estatutária, não porque as necessidades de intervenção na cidade tivessem deixado de se fazer sentir, mas porque passaram a ser objeto de instrumentos diferenciados e mais adequados que a EPUL, tendo em conta as alterações das circunstâncias e dos regimes jurídicos aplicáveis. --------------------------------------------------------------------------------- ----- A demonstração de que assim era resultava da orientação de internacionalização da atividade da empresa afirmada pelo anterior conselho de administração. Nada havia de censurável em relação a qualquer tentativa de gerar atividade rentável para a empresa. No entanto, o caráter instrumental da EPUL face à prossecução do interesse púbico municipal (necessariamente circunscrito ao âmbito territorial da cidade) era manifestamente incompatível com a intenção de internacionalização das funções empresariais. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Repetia que a apreciação séria das atuais circunstâncias conduzia à conclusão necessária do esgotamento do papel da EPUL no exercício dessa tarefa de auxiliar na prossecução dos interesses municipais, conclusão a que, como se vira, tinha também chegado o Grupo Municipal do PSD. ----------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, o atual momento do sector imobiliário e urbanístico dificultava a descoberta de novas tarefas justificativas de manutenção da atividade da empresa. A EPUL tinha sido, na perspetiva do PS, e feito o balanço possível, uma inequívoca mais-valia para a cidade. Mantê-la, nas atuais circunstâncias, era correr o risco de a transformar num peso. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Assim, a decisão de propor a dissolução da EPUL era, no entender do Grupo Municipal do Partido Socialista, uma decisão legítima e que não merecia censura, porquanto resultava de uma ponderação sobre a melhor forma de prosseguir o interesse público municipal, integrando no seio da Câmara Municipal o acervo criado pela EPUL ao longo desses anos e procedendo a uma nova estruturação da intervenção pública nessa área. ------------------------------------------------------------------- ----- Bem sabia que havia quem pusesse em causa o caráter empresarial local da EPUL. Tais opiniões assumiam como pressuposto que a criação da empresa por ato

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legislativo lhe atribuía um caráter estatal incompatível com a possibilidade de determinar o seu destino a nível local. O Plenário da Assembleia Municipal não era, seguramente, o sitio adequado para a discussão de questões jurídicas que se assumiam como relativamente complexas. Não podiam, no entanto, deixar de afirmar que a força conformadora que o principio da autonomia local chamava a si na estruturação do Estado no contexto da Constituição de 76 dificilmente se compadecia com argumentos formais diretamente extraídos da Constituição de 1933, em que as autarquias locais surgiam como meras extensões do poder central. ------------------------- ----- Para o PS era evidente que cabia ao Município de Lisboa determinar o destino das empresas de que era o único acionista. Não poderia, aliás, ser de outro modo. ------- ----- Se a decisão de dissolver a EPUL era, nesses termos, compreensível e justificável, a sua bondade dependia da forma como era efetivada, garantindo o respeito pelas situações das diversas pessoas envolvidas, para além das considerações sobre a melhor forma de prosseguir o interesse público municipal. ------------------------- ----- A esse propósito tinham a garantia da Câmara Municipal de levar até às últimas consequências a salvaguarda de todas as situações envolvidas. Nessa garantia, à semelhança do que tinha acontecido nos tempos recentes, o Grupo Municipal do Partido Socialista depositava todo o seu apoio e confiança. Razão pela qual não podia deixar de afirmar publicamente o seu apoio a essa proposta. -------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Modesto Navarro (PCP) disse que o prestígio da EPUL vinha de um período ascendente e positivo, de uma visão de cidade para servir a população, a vida económica, cultural e social. Daí a conceção e execução de Telheiras, do Restelo e de outros projetos realizados em Lisboa, como forma de construir cidade que incomodara e incomodava quem só via o negócio, a privatização do território e do património municipal. --------------------------------------------------------- ----- A EPUL fora sendo sacrificada no seu projeto mais nobre, de serviço público de qualidade, a obrigações de financiamento de situações como os estádios do Benfica e Sporting, Alcântara-Mar e Parque Mayer. ------------------------------------------------------ ----- A EPUL agradava porque tinha património de trezentos e cinquenta milhões de euros e o seu desaparecimento calharia bem aos que procuravam negócios e projetos de perda de dignidade e do futuro que se queria e merecia. ---------------------------------- ----- Atrair população jovem, revitalizar económica e socialmente a cidade, regular e ordenar os espaços e volumes, criar consciência urbana, humanização, cultura e gosto de viver não estavam nos objetivos de quem atualmente dirigia o planeamento, o urbanismo, a entrega de património municipal a novos e velhos empreendedores da construção civil e da reabilitação urbana de fachada. ----------------------------------------- ----- O projeto da maioria PS na Câmara para Lisboa era outro. ----------------------------- ----- Uma empresa que era, no âmbito municipal, a mais antiga do país; uma empresa com um volume de negócios superior ao conjunto de todas as empresas municipais; que sofrera ataques como o Vale de Santo António, a Quinta do José Pinto, os estádios e a obrigação violenta de outros endividamentos para cobrir desmandos da Câmara; que, mesmo assim, tinha os exercícios positivos legais necessários à sua prossecução; uma empresa fundamental para novos reordenamentos, rumos e projetos

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essenciais para Lisboa; uma empresa que poderia ter dado resposta a serviços externos que foram encomendados e pagos a outros; uma empresa essencial para a realização de projetos ambiciosos e urgentes de reabilitação urbana de centros históricos, de vastas zonas de Lisboa, com captação de fundos e enquadrando, em tantos casos quantos fossem necessários, a ligação com outros operadores e empreendedores; uma empresa que formara equipas e tinha trabalhadores e dirigentes credenciados e experientes, que qualquer autarca estimularia e só poderia respeitar e engrandecer; uma empresa assim, depois de outros golpes e operações, fora objeto, em 2012, de uma banal cortina de fumo, de dívida e de incumprimento, criada exatamente para lhe dar o golpe final. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Irregularidades, erros políticos e administrativos da Câmara praticados ao longo dos anos contra a cidade e contra a EPUL; uma situação embrulhada de pagamentos pela EPUL de obrigações nefastas dos executivos; tudo isso e muito mais exigiam um estudo aprofundado do passado e do presente, para fundamentar as questões, e não essa decisão de extinção que só daria cobertura e descanso a quem tinha praticado os erros e desmandos e que deveria ser inquirido e pagar por isso. ----------------------------- ----- Estivesse a Câmara de maioria PS interessada em aproveitar e desenvolver as experiências e capacidades da EPUL e tudo se resolveria a bem de Lisboa e do seu futuro como cidade moderna, livre e acolhedora. Mas não era essa a linha de trabalho. Era outra, que abria portas a novas situações de negócios e ameaçava cento e quarenta e quatro trabalhadores da EPUL, instalando o terror da perda de trabalho e, sobretudo, destruindo paulatinamente saberes, experiências, crescimento profissional e humano que continuavam a expressar-se em propostas ainda agora feitas a essa maioria PS na Câmara, que as rejeitava e afastava. ------------------------------------------------------------- ----- Sob a capa de ameaças aos trabalhadores da EPUL, de empréstimos à banca, de promessas vagas de internalização da sua atividade, escondia-se uma situação de dívida da Câmara Municipal que, se fosse satisfeita, permitiria a resolução de problemas assacados a uma empresa que, mesmo assim, obtivera resultados anuais de cerca de cinco milhões de euros nos últimos três anos e estava em plena legalidade. ---- ----- A Câmara pretenderia assumir obviamente o património da EPUL, avaliado pela própria Câmara em trezentos e cinquenta milhões de euros; e, sob a capa de promessas de internalização, eliminaria, ou tentaria adequar a outros interesses, a massa crítica dos dirigentes e trabalhadores, amarrando-os à dispersão pelos serviços, à perda de direitos e cortes nos salários, à destruição de saberes e experiências adquiridos que se iriam perder no vazio de atividade no planeamento, na ausência de reabilitação pelo Município, no desenvolvimento harmonioso que estava a ser prejudicado por cortes e ruturas desnecessárias e brutais. ------------------------------------ ----- A celebração de acordos de cedência trabalhador a trabalhador, para a chamada internalização, implicava a suspensão do estatuto de origem e a sujeição às disposições normativas de cada situação criada, na dispersão de quem era incómodo e sabia trabalhar em equipa; esse acordo de cedência de interesse público discutível teria a duração de um ano, renovável, em que ficaria suspensa a aplicação dos

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estatutos da EPUL e em que os trabalhadores estariam sujeitos a procedimentos concursais para a ocupação de postos de trabalho. --------------------------------------------- ----- Os estatutos da EPUL determinavam, em caso de extinção, a reversão para a CML de todos os seus direitos e obrigações; suspensa a aplicação desses estatutos, ficaria a Câmara de mãos livres para não cumprir aquilo a que legalmente se obrigara. A ilegalidade poderia vir a configurar até despedimentos que poderiam implicitamente resultar da brutalidade dos acordos de cedência, tal como eram apresentados pela Câmara aos trabalhadores da EPUL e que já foram por eles contestados. ----------------- ----- A situação tornava mais claras as intenções da Câmara quanto à ausência de planeamento da cidade, ao abandono de qualquer reabilitação digna desse nome e criação de condições para o acesso a habitação a custos controlados, a partir do património municipal. Era clara quanto à fuga a responsabilidades financeiras, a operações comandadas pelos executivos do PSD/CDS-PP e do PS e impostas à EPUL. ----- Era clara, também, nessa última manobra dos empréstimos, para destruir definitivamente uma empresa que não interessava aos que queriam ter as mãos livres para operações que aí estavam e aí viriam. ----------------------------------------------------- ----- Os trabalhadores da EPUL vinham demonstrando uma coragem e uma dignidade que só podiam saudar, como eleitos num poder local que estava também ameaçado de extinção nas suas funções mais nobres. A Assembleia Municipal deveria exercer as suas funções como órgão principal do Município. -------------------------------------------- ----- Tinham uma responsabilidade maior, que não devia sujeitar-se a situações pouco ou nada esclarecidas pelo executivo municipal. O que estava expresso nos pareceres das comissões permanentes era mais do que suficiente para decidir em conformidade; ou seja, defender firmemente os interesses de Lisboa, não permitir a extinção de uma empresa que fora, e era, necessária e fundamental, e defender os direitos dos trabalhadores da EPUL. Trabalhadores que mereciam respeito e admiração, que deviam ter a solidariedade da Assembleia na derrota dessa tentativa brutal de destruição da EPUL. -------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Moura (CDS-PP) disse que tinham em discussão o futuro da principal e primeira empresa municipal existente em Portugal: a EPUL. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Queria, como ponto de ordem, destacar o papel meritório que tivera na Cidade, no âmbito da promoção da habitação e urbanização. Fora com a EPUL que a cidade evoluíra no urbanismo, tomando as rédeas da regeneração urbana pública, de que eram exemplos o Programa EPUL Jovem, Lisboa a Cores e empreendimentos como Telheiras e o Restelo. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Era dessa génese, dessa essência, que fizera da EPUL uma marca que transpunha Lisboa, que teriam de definir o seu futuro. E, com ela, o futuro da cidade. ---------------- ----- Como todos sabiam, o CDS sempre fora contrário à existência de excessivas empresas públicas municipais, sobretudo porque considerava que os seus objetivos podiam ser prosseguidos pelo próprio Município, com mais eficácia e eficiência económico-social. -----------------------------------------------------------------------------------

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----- O CDS defendera, por várias vezes, a necessária reestruturação do tecido empresarial municipal. E essa era a questão de fundo e primária, a reestruturação. ------ ----- Apresentara a proposta de extinção da GEBALIS, que o executivo socialista chumbara, apesar de não conseguir resolver os seus principais problemas financeiros, tendo inclusive incumprindo na execução de uma deliberação aprovada para o reequilíbrio financeiro da empresa, em 2010. -------------------------------------------------- ----- Não tinha acreditado na passagem de serviços para a EGEAC, e prova disso era o facto da reestruturação dos serviços camarários ter sido aprovada em 2010 e até ao momento não se ter efetivado a transferência de qualquer equipamento cultural, desvalorizando e desacreditando os técnicos do Município que continuavam a assegurar esses equipamentos. -------------------------------------------------------------------- ----- A esse panorama sombrio deviam acrescentar-se as promessas, do Senhor Presidente da Câmara, de reestruturar o sector empresarial local. Tiveram uma esperança, embora pequena, quando afirmara, ainda no ano anterior, que equacionava a fusão da EPUL com a GEBALIS e a SRU Ocidental. -------------------------------------- ----- Poderia ser um bom princípio mas, afinal, era uma ideia avulsa, que aguardava alterações legais e que, por fim, se esfumara. -------------------------------------------------- ----- E essa era, devia e era merecida como a maior crítica ao executivo durante o mandato que agora terminava. ------------------------------------------------------------------- ----- No meio de tantas promessas de rigor, de contenção e de estruturação da máquina burocrática e funcional do Município, fora incapaz de apresentar uma proposta sequer de reestruturação do sector empresarial local. -------------------------------------------------- ----- Um estudo profundo, uma reflexão concreta e planificada à viabilidade de cada uma das empresas por si tuteladas ou participadas, em que fosse apresentado o “espelho real” do estado de cada uma delas, seria o princípio de uma verdadeira alteração do paradigma de gestão que Lisboa tinha vivido. Nem uma proposta, apenas intenções manifestadas em palavras, discursos e programa eleitoral. ----------------------- ----- Estava certo que seriam apontados caminhos sustentados em dados e não em meras necessidades avulsas, à mercê de situações circunstanciais. ------------------------- ----- E era por essa razão máxima que a proposta apresentada, fosse de extinção ou fosse ela deliberativa em outro sentido, seria sempre uma proposta e uma decisão “coxa”, a meio termo e sem rigor, tão necessário nos tempos que corriam. --------------- ----- No final de 2012 assistira-se ao mesmo cenário do início do mandato, mas com uma grande diferença: a aprovação em CML da proposta de internalização da EPUL. Ironicamente apresentada oito meses depois da Câmara ter aprovado o Relatório e Contas de 2011 da EPUL, com grandes enaltecimentos à recuperação financeiro-económica e à gestão rigorosa da Administração, apresentando um resultado liquido do exercício positivo de 5,4 Milhões de euros. O total do ativo perfazia 213 Milhões de euros e o total do Passivo ascendia a 195 Milhões de euros. ----------------------------- ----- Decorridos doze meses o que correra mal não sabiam. A proposta de dissolução, como enunciava e bem o parecer da Comissão de Urbanismo, não fora acompanhada de um relatório circunstanciado da situação patrimonial e financeira da EPUL, deixando as mais diversas interrogações sobre a real situação da empresa …”. ----------

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----- Para o CDS, essa situação deixava, ainda, a dúvida sobre o impacto do passivo da EPUL nas Contas do Município, desconhecendo-se qual o ponto de situação, em 31 de dezembro de 2012 sobre a aplicabilidade do artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais e se os resultados antes de impostos eram positivos ou negativos. ----------- ----- Deparavam-se com uma proposta, do início de dezembro, que pretendia “fechar” a empresa em trinta dias, num tempo recorde que nem o melhor coveiro conseguiria. Tentava-se, dessa forma, acabar com décadas de história. A mesma história recente que viera demonstrar a situação débil para onde a empresa estava a ser levada. ---------- ----- A EPUL, com largas décadas de existência, fora sempre utilizada pela CML como empresa instrumental a que lhe subtraíam o objeto fundador – empresa de urbanismo de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------- ----- A própria designação punha em evidência essas circunstâncias. Ao longo dos últimos anos o CDS questionara o rumo que a empresa estava a levar, o do desvirtuamento, os projetos inacabados e adiados, a força motriz dos seus quadros subaproveitada e uma marca comercial com anos de notoriedade que ia perdendo terreno. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Dessa circunstância dera conta aos diferentes executivos, independentemente da proximidade ideológica e doutrinária ou das cores políticas que governaram Lisboa, incluindo a do CDS. -------------------------------------------------------------------------------- ----- O que francamente tinha surpreendido no atual mandato, muito mais do que em qualquer dos anteriores, era a apresentação pelo Senhor Presidente da Câmara de um Conselho de Administração inegavelmente constituído por pessoas de bem e com currículos que atestavam os seus exemplares percursos de vida. ---------------------------- ----- O Conselho de Administração, para além do prestígio do seu Presidente, integrava também membros com inegável prestígio profissional, social e pessoal. ------ ----- Aliás, sabia-se – e por várias vezes apurara-se – que a missão desse CA seria sanar as contas, e para isso trabalharam afincadamente na recuperação financeira da empresa, embora se devesse realçar que beneficiaram, em parte, da alteração às normas contabilísticas mais vantajosas para os resultados. Ou seja, a melhoria das contas, em parte, devia-se a fatores externos e não diretamente de medidas próprias. --- ----- O que realçava e elevava era a decisão do CA de então de desistir de obra nova e ter optado por resolver os projetos pendentes. -------------------------------------------------- ----- Mas bom CA não era condição suficiente – necessária e indiscutível – para ultrapassar um relacionamento nebuloso, nunca minimamente esclarecido, entre a CML e a EPUL. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Acusavam-se agora mutuamente, CML e o ex-Conselho de Administração, de falta de lealdade e incumprimento de compromissos cujos fundamentos não se encontravam registados. --------------------------------------------------------------------------- ----- Os próprios documentos que chegavam, quer da Câmara, quer do CA, quer da Comissão de Trabalhadores, eram díspares, o que não contribuía para uma decisão com base em dados fidedignos e claros. --------------------------------------------------------- ----- Era a palavra de uns e outros que estava em causa, o que contribuía para manchar a dignidade e reputação, não só das pessoas, mas também das instituições. ---------------

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----- Das várias reuniões de comissão solicitadas ao Senhor Vice-Presidente, ao Conselho de Administração então em funções, à sua Comissão de Trabalhadores e também da Senhora Vereadora das Finanças, restava a frustração de, em boa verdade, só poder concluir que a divergência, entre o proprietário da empresa e o seu CA, único responsável pela gestão da empresa, não passava de um insanável conflito institucional. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Conflito esse patenteado na divulgação de documentos que ainda não foram discutidos e aprovados, pelo sócio único, quer na Sessão de Câmara quer pela própria Assembleia, referindo-se obviamente ao Plano de Atividades para 2013 e ao Relatório e Contas de 2012. ----------------------------------------------------------------------------------- ----- A não entrega do Relatório e Contas por parte da EPUL conduzira a um pedido de prorrogação do prazo para apresentação do Relatório e Contas de 2012 até 31 de maio de 2013, desconhecendo-se para quando a discussão das suas Contas, para que se pudesse avaliar o impacto do passivo empresarial na situação económica e financeira do Município de Lisboa. -------------------------------------------------------------- ----- Podia concluir que, no meio de um conflito institucional, ao invés de mudar os seus agentes, o executivo preferira extinguir a empresa. -------------------------------------- ----- Podia concluir ainda que não foram minimamente salvaguardados os mais elementares princípios de boa governação, sobretudo quando no início da eleição do anterior Conselho não era estabelecido um quadro claro de separação de poderes preconizado nos mais diversos fóruns de governança, colocando em causa instituições, bens patrimoniais e ativos humanos, como era manifestamente o caso. ---- ----- No momento deparavam-se, também, com um compromisso com a banca internacional, que não fora respeitado e que devia fazer refletir nessa difícil decisão, não só na razão do incumprimento, mas naquilo que trouxera a essa situação, o que levava, uma vez mais, à relação entre acionista e empresa. ---------------------------------- ----- Verificava que o executivo não soubera prevenir nem evitar o endividamento da EPUL e para o qual contribuíra, nomeadamente com as aquisições de prédios na Rua de Campolide e na Rua do Benformoso por si determinadas e as obras da Biblioteca do Vale de Santo António. ------------------------------------------------------------------------- ----- A esse aumento acrescentava-se ainda a recente contratação pelo novo conselho de administração da EPUL da consultora Roland Berger, pelo valor de €260.000 mais IVA e a sociedade de advogados Link Laters por €196.000 mais IVA, quando o executivo afirmava que apenas se encontrava a transferir verbas para pagamento de ordenados. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Quanto à matéria formal, o que também saltava à vista nesse processo era o próprio articulado da proposta. Dizia a mesma que o objeto social estava esgotado, mas umas linhas à frente também afirmava que a missão da EPUL e do serviço público que essa prestava continuava a assumir uma importância fundamental para a prossecução das atribuições do Município de Lisboa. O que justificava, dizia o considerando, que a par da decisão de dissolver a empresa, fosse ainda decidido internalizar a atividade atualmente prosseguida pela EPUL nos serviços do município.

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----- Existia aí, portanto, uma incongruência clara de quem subscrevia a proposta, nesse caso o Senhor Vice-Presidente Manuel Salgado. --------------------------------------- ----- Lembrava uma entrevista ao Vice-Presidente da Câmara, em 2004, em que dizia e passava a citar: “A responsabilidade das entidades públicas é uma questão muito importante. A transformação da cidade e do território são de tal modo importantes que o Estado não se pode demitir de conduzir este processo e, de facto, tem-se demitido. Se olharmos à nossa volta, na última metade do século passado, tudo o que há de melhor em Lisboa é o que foi construído pela entidade pública, quer seja pela Câmara quer pela EPUL: são os planos do Restelo, Telheiras, Olivais Norte e Sul, e o pior é que aquilo que é deixado à intervenção privada, praticamente sem controlo, com planos feitos ao jeito dos interesses privados”. ------------------------------------------ ----- Mas o Senhor Vice-Presidente voltava a referir, em 2009, ao jornal Público que, a EPUL e passava a citar: “deve voltar à sua vocação inicial, que é o de urbanismo, mais do que de promoção de edifícios. Pode fazer o trabalho das sociedades de reabilitação urbana deviam ter feito: fazer projetos para quarteirões, compatibilizar interesses, lançar iniciativas…”. ----------------------------------------------------------------- ----- Perante essas declarações, com apenas três anos, questionava, afinal, onde andava a coerência. Se a EPUL tinha o seu objeto extinto ou não e qual o rumo que a CML tinha e queria para a habitação na cidade.------------------------------------------------ ----- Eram perguntas que, no final de um mandato, não fora possível conjugar entre o que era dito e o que efetivamente era proposto e realizado. ---------------------------------- ----- O ponto quatro da parte deliberativa mantinha como prazo a data de 31 de dezembro de 2012 para a apresentação de um plano de ação conjunto entre o executivo e a Comissão Liquidatária a designar. ---------------------------------------------- ----- Dada a extemporaneidade da data, gostaria de saber se o executivo pretendia retificar a proposta, de modo a que o que iam votar não estivesse descontextualizado e datado. A manter o articulado, o CDS iria votar contra nesse ponto. ----------------------- ----- Chamava ainda a atenção dos Senhores Deputados Municipais para o ponto seis da parte deliberativa, referente à aprovação do plano de internalização. O número 12 do artigo 62 da Lei 50/2012 definia claramente quais os elementos que tinham de acompanhar o plano verificando-se, na presente proposta, que apenas foram apresentadas as listagens de postos de trabalho indispensáveis à prossecução das atividades a internalizar, a definição dessas atividades e ainda a previsão das disponibilidades orçamentais necessárias. ------------------------------------------------------ ----- Ora, essa última alínea, porventura uma das mais importantes e que daria dados sobre a capacidade do Município integrar atividades e trabalhadores, não fora apresentada, violando de forma translúcida a alínea c) do referido artigo. ----------------- ----- Assim, e não tendo o executivo entregue o referido documento até à data, iria também voltar contra esse ponto. ----------------------------------------------------------------- ----- Mas voltando ao cerne da proposta, no meio dessa confusão institucional, era no destino dos trabalhadores que estava depositada a maior preocupação. -------------------

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----- Preocupação que eles já viviam desde o início de dezembro, desde que o Senhor Presidente, em reunião com os trabalhadores, anunciara o processo de extinção da empresa, mesmo antes da proposta chegar à Assembleia Municipal. ----------------------- ----- Não valia a pena fazer a resenha daquilo que já tinha sido dito e redito, mas não se acreditava que uma simples promessa do Senhor Presidente de incluir os trabalhadores no quadro do Município, através de acordo de cedência de interesse público, era suficiente para garantir o posto de trabalho dessas pessoas após a extinção. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Acreditava que pudesse ser esse o intuito do Município, mas ninguém o podia garantir no âmbito das regras concursais atualmente em vigor, e tendo em conta o número de funcionários públicos no quadro de mobilidade. --------------------------------- ----- Imaginassem a integração de dois urbanistas; a Câmara abria concurso, concorriam vários funcionários públicos no quadro de mobilidade, sendo esses selecionados para as vagas. Ficando os dois urbanistas provenientes da EPUL e nas palavras do Senhor Presidente no plenário meses atrás, abrir-se-iam quantos concursos fossem necessários. -------------------------------------------------------------------- ----- Perguntou se então não havia um fim para esses concursos. E, no final, com quantos novos trabalhadores ficava o Município sem deles ter necessidade. E no meio desse processo, quanto tempo esperariam esses dois urbanistas pela integração. -------- ----- Perguntou, afinal, que garantias reais existiam nesse processo. Nenhuma, ou melhor, duas: a intenção do Senhor Presidente na integração e a necessidade urgente dos trabalhadores em ter estabilidade profissional, psicológica e moral. ------------------- ----- Os trabalhadores, ouvidos em várias comissões e no plenário da Assembleia, não deixavam de apontar culpas e responsabilidades ao executivo camarário pela sua gestão deficiente, ruinosa, senão mesmo danosa, imposta e determinada às Administrações da EPUL, referindo ainda o facto da CML, à revelia da empresa, ter celebrado novos contratos de financiamento com bancos internacionais, elevando o spread para 6%. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Reiterava que perante os factos apresentados e os vários argumentos das partes envolvidas, a decisão a tomar era difícil e complexa após análise daquilo que era o histórico da empresa, a falta de rumo do executivo, em particular nos últimos três anos, a atual situação financeira e os compromissos daí inerentes, pelo que resumia a posição do CDS: ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Repúdio pela total ausência de uma estratégia para o sector empresarial local de Lisboa por parte do executivo, relevando o desnorte em que se governava o Município de Lisboa, de que a EPUL não era exemplo único; -------------------------------------------- ----- A manifesta falta de sustentação da proposta, que deveria emanar de uma reestruturação do sector empresarial local e não de uma medida avulsa, apressada e coberta de incertezas; ------------------------------------------------------------------------------- ----- A EPUL, caso se decidisse extinguir, deixaria uma marca de notoriedade e dedicação à regeneração urbana que perduraria na história como a primeira empresa pública de urbanização; ----------------------------------------------------------------------------

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----- Deixava um histórico comercial que jamais um Município poderia internalizar, não só em projetos, mas nas suas pessoas, que eram o seu bem maior; ----- Não tinha sido salvaguardado o interesse público, que deveria ter sido contínuo e sistematicamente protegido pelas duas instituições; ------------------------------------------- ----- O executivo deixara de ter uma estratégia e projeto para a EPUL, já havia anos; --- ----- O incumprimento parcial da Lei 50/2012, em particular do artigo 62º ---------------- ----- O seu eventual desaparecimento devia-se a conflitos entre acionista e a empresa, e não a uma reestruturação clara do sector empresarial local de Lisboa; ------------------- ----- A devolução à livre iniciativa privada, sobretudo dos ativos patrimoniais com relevante valor de mercado; ----------------------------------------------------------------------- ----- A existência de dados, números e posição distintas entre empresa e Município, sendo impossível, no momento de decisão, de aferir aqueles pelos quais se deviam basear para tomar uma decisão clara; ------------------------------------------------------------ ----- A falta de um relatório circunstanciado da situação patrimonial e financeira da EPUL, essencial para aclarar as dúvidas levantadas e para aferir a viabilidade da empresa; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A necessidade de implementar iniciativas inovadoras que conduzissem, com menos custos, a uma melhor cidade para os seus munícipes; -------------------------------- ----- Queria deixar bem sublinhado o alerta de preocupação para a situação profissional dos trabalhadores da EPUL, instável e incerta, baseada em promessas que dificilmente a CML poderia cumprir. ------------------------------------------------------------ ----- Terminava enfatizando que ficava para a história do Município o facto de o executivo ter deixado a situação da EPUL chegar no ponto a que chegara, sem apresentar um plano viável de reavaliação de todas as empresas municipais, propondo, se fosse o caso, a extinção daquelas em que não se verificasse viabilidade económico-financeira ou de prossecução do seu objeto. ---------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal José Casimiro (BE) disse que o debate da Proposta nº 858/2012, deliberação de dissolução da EPUL, tinha sido talvez a proposta onde maior complexidade e que mais interrogações merecera, pelas contradições, pelo acirramento de posicionamentos entre a Câmara Municipal e a ex-Administração e os trabalhadores da EPUL. --------------------------------------------------- ----- Por isso não se compreendia a pressa. Perguntou qual era a pressa, toda a pressão da Câmara e até da Senhora Presidente da AML quanto à decisão da Assembleia. ------ ----- Quem tinha de decidir tinha de estar por dentro, na sua plenitude, para na Assembleia poder não só exercer a sua função, como avaliar as alternativas que se colocavam. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado, era preciso também saber do ponto vista legal se a Assembleia estava em condições ou tinha poderes legais de decidir sobre a dissolução da EPUL e a vida e o futuro dos seus trabalhadores. -------------------------------------------------------- ----- Havia mesmo quem tivesse a convicção sobre a ilegalidade da decisão de dissolução da EPUL por iniciativa dos órgãos do Município de Lisboa, tendo em conta a forma como fora constituída a empresa. -----------------------------------------------

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----- Lamentavelmente, existiam compromissos e comprometimentos políticos que abrangiam vários executivos camarários desde que fora decidido assumir o Europeu de 2004 e que agora “sacudiam a água do capote”, embora houvesse a interrogação se as deliberações da Câmara chegavam ou se efetivamente era obrigatório a elaboração de contratos-programa à luz da Lei, para: ------------------------------------------------------- ----- O empréstimo contraído pela EPUL para apoiar o Euro 2004 (SCP e SLB) e os ramais do Benfica; ---------------------------------------------------------------------------------- ----- O envolvimento nos projetos de reconversão do Parque Mayer e de Alcântara-Mar, através da contratação dos arquitetos internacionais Frank Ghery e Jean Nouvel, e a construção do Arquivo e Biblioteca Municipal, no Vale de Santo António, projetos dos quais a CML desistira, depois da EPUL ter suportado avultados custos; -------------- ----- Questionavam-se também os impactos financeiros do envolvimento da EPUL nos projetos relativos à Quinta José Pinto e ao Vale de Santo António; ------------------------- ----- A empresa tinha contraído um empréstimo de sessenta milhões de euros em dois mil e quatro para satisfazer as solicitações da CML. Era o que se podia dizer, que estavam perante uma gestão política da EPUL, dirigida pela Câmara, não assumida no plano financeiro. ------------------------------------------------------------------------------------ ----- Como também era uma decisão política da Câmara a proposta de extinção da EPUL. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Argumentava-se que a mesma se envolvera num conjunto de operações que agravaram o endividamento e, por consequência, os encargos financeiros. --------------- ----- “Apesar do esforço, nos últimos quatro anos, para diminuir o passivo financeiro, fora no entanto impossível à empresa conseguir resultados operacionais, para cobrir os custos. E que o não pagamento atempado de parte da dívida ao Banco “Dexia”, configurava uma situação de default, com graves consequências para o País.” ----------- ----- No entanto, colocava-se alternativamente que a decisão política poderia ser outra na negociação com o “Dexia”, que não passasse pela extinção da EPUL, pois a sua extinção levava ao fim da salvaguarda do interesse público ao nível da reabilitação urbana, prejudicava a intervenção ativa no espaço urbano, levava à perda da marca EPUL JOVEM e punha fim à longa experiência da EPUL na execução de projetos e obras, com captação de investimento internacional, e reabilitação urbana. --------------- ----- Por outro lado, tinha havido uma recuperação financeira da empresa, nomeadamente desde dois mil e nove, onde a EPUL apresentava uma redução do endividamento bancário em 33%; do passivo em 42M€; o aumento dos capitais próprios em 36M€ e redução dos custos com pessoal em 30% e a apresentação de resultados positivos nos últimos três anos, o que a aplicar-se à empresa a nova Lei n.º 50/2012 do sector empresarial local, a empresa cumpria todos os critérios previstos na Lei e nenhum determinava a sua extinção. ----------------------------------------------------- ----- Isso mesmo tinha sido afirmado pelo Senhor Presidente da Câmara aquando da apresentação da proposta. -------------------------------------------------------------------------- ----- Para além de possuir um património avaliado recentemente em 350 M euros. ------ ----- Por outro lado, era importante aproveitar as valências e saber acumulado de todos os trabalhadores da EPUL. ------------------------------------------------------------------------

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----- Com a atual proposta não só não estava assegurado esse saber acumulado, como subsistia a preocupação quanto ao futuro dos trabalhadores e dos seus postos de trabalho, face aos diferentes compromissos assumidos e não assumidos em intervenções de diversos membros do executivo camarário, nomeadamente, do Senhor Presidente da Câmara e da Senhora Vereadora Maria João Mendes. ----------------------- ----- E nesse capítulo não podia deixar de sublinhar pela negativa a solicitação do Senhor Vereador Manuel Salgado ao então Presidente do Conselho de Administração da EPUL, a 17 de janeiro de 2013, de um completo mapa de pessoal com todos os dados incluídos e, pasmassem, se o trabalhador pertencia à Comissão de Trabalhadores, à Comissão Sindical ou era Delegado sindical, se era sindicalizado e em que sindicato. Isso era democraticamente inadmissível, tinha um cheiro “bolorento”. Perguntou o que isso tinha a ver com a internalização dos trabalhadores Depois ia para os jornais desmentir o indesmentível. ----------------------------------------- ----- Os trabalhadores e o seu futuro estiveram no centro das maiores preocupações no debate das três comissões da AML, todos tendo em conta as incertezas resultantes das afirmações feitas e que já expressara anteriormente. ----------------------------------------- ----- E por outro lado, pela precariedade que assumia o mecanismo da cedência por interesse público e a realização subsequente de concursos internos de ingresso, dado o caráter alargado da base de candidatos. Confirmava essa convicção na analise que fazia da proposta de acordo de cedência por interesse público apresentada pela Câmara Municipal, de que os direitos e a estabilidade dos trabalhadores da EPUL no processo de internalização nos serviços da CML, no caso de se verificar a extinção da empresa. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ora, os Estatutos da EPUL eram muito claros ao estabelecerem que em caso de extinção, a reversão para a CML de todos os seus direitos e obrigações. O que não estava assegurado. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- No ver do BE, a aposta deveria ser na reestruturação da EPUL, no seu objeto e vocação, aliás como o PS defendera no seu programa eleitoral, “um novo papel para a EPUL e a SRU Ocidental, para a dinamização da reabilitação/renovação urbana e do espaço público.” ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Aliás, no gabinete do Senhor Presidente da Câmara, três anos antes, houvera oportunidade de defender que a ver do BE era necessário uma política que parasse com a hemorragia de habitantes que Lisboa tinha sofrido desde havia mais de três décadas, em especial dos mais jovens e dos mais pobres. Para isso era necessário fundir a EPUL com a Gebalis e a SRU, passando o apoio social para a CML. ------------ ----- Defendera-se ainda a necessidade de pôr em funcionamento um programa de reabilitação de que a cidade precisava, um Programa de Reabilitação Urbana e a criação de uma Bolsa de Habitações para Arrendamento Municipal. Um programa nacional de reabilitação urbana que pudesse constituir uma alavanca para a economia nacional, criadora de emprego, que seria levada a cabo por pequenas e médias empresas. --------------------------------------------------------------------------------------------

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----- O facto era que nada tinha sido feito perante o perigo iminente de derrocada de 1117 edifícios, municipais e não municipais, e para os oito mil em mau estado de conservação. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Com a crise, o direito à habitação estava em causa. Devia-se intervir no chamado mercado de arrendamento e constituir uma Bolsa de Arrendamento Municipal, incluindo todas as casas desocupadas que tiveram intervenção pública. As casas não vendidas com mais de um ano e as que fossem propostas para o efeito, acessíveis, nomeadamente aos jovens. ------------------------------------------------------------------------ ----- Deviam ser reformulados os critérios de localização da habitação social, apostando na sua distribuição pela cidade, impedindo o agravamento da bipolarização e da exclusão social e sem deixar de ter em conta laços mínimos de vizinhança e de comunidade. Era fundamental rejeitar as políticas de privatização da habitação social municipal na cidade, que correspondia a uma desresponsabilização social pública da Câmara. Era preciso dizer com muita firmeza que não era dessa forma que se resolviam os problemas dos Bairros Sociais de Lisboa.--------------------------------------- ----- Mas o caminho seguido pelo atual executivo fora de aposta na criação de um fundo especulativo imobiliário de duvidosa viabilidade e da criação e atribuição em sede de PDM “créditos urbanísticos” de reabilitação, que uma vez mais favoreciam os grandes. O planeamento e a gestão urbana deviam ser vistos como realidades dinâmicas e ajustadas à realidade mas não fora esse o caminho seguido, não se retiraram lições da crise em que o mundo e a Europa viviam, continuando a desumanizar a Cidade, transformando-a num negócio. --------------------------------------- ----- Era a razão do BE ser contra a extinção da EPUL e de pugnar pela fusão da EPUL com a Gebalis e a SRU. Não só essa era a única forma de defender todos os trabalhadores e os seus postos de trabalho, como também era promotora de uma nova visão social para a habitação e reabilitação urbana, criadora de emprego e dinamizadora da economia. ----------------------------------------------------------------------- ----- Terminava com um desafio, sem conceder na sua posição, ao Senhor Presidente da Câmara de aceitar o que fora inscrito no PARECER e na conclusão do debate em comissão de urbanismo, de que, ia citar, “tendo em conta a declaração efectuada em plenário da Assembleia Municipal pelo Senhor Presidente da Câmara, no sentido de assegurar a realização de tantos concursos internos de ingresso quantos os necessários para garantir a integração nos quadros da Câmara Municipal dos trabalhadores da EPUL que o desejassem, foi sugerida a possibilidade de retificação ou alteração da Proposta nº 858/2012, de forma a incluir tal referência”. --------------- ----- Perguntou se aceitava ou não essa alteração à Proposta nº 858/2012, de forma a incluir tal referência. ------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Aline Hall (PPM) disse que não ia “lavar roupa suja” nem entrar em quezílias. O que sobressaía da proposta e todo o processo envolvente, mais do que dissabores particulares entre a Câmara e a EPUL, era que havia muita coisa por explicar, como o provavam os pareceres lidos. ----------------------

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----- Que o Senhor Presidente da Câmara Municipal era um dos maiores defensores da EPUL durante os primeiros dois anos de mandato, não havia dúvida. Agora, como dava jeito, queria-se a sua extinção. -------------------------------------------------------------- ----- Em primeiro lugar, essa proposta era, a ver do PPM e no seu cômputo geral, ilegal. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Podiam mencionar o parecer da Sérvulo e Associados sobre a natureza da EPUL, mas esse era no fundo inconclusivo. ------------------------------------------------------------- ----- Com um outro parecer de 25 de fevereiro de 2011, feito por António Lorena de Seves, provava-se que a EPUL, e passava a citar, “não se rege pelo regime jurídico do setor empresarial local, mas pelo seu estatuto e apenas subsidiariamente pelo regime jurídico do setor empresarial do Estado, nunca se tendo adaptado a este por o seu estatuto conter normas organizatórias especiais exigidas pela natureza sui generis da empresa, fundamentalmente enquanto instrumento especial de cooperação institucional entre o Estado, o Município e outras autarquias.” ------------------------------ ----- Ou seja, a EPUL só podia ser extinta por Diário da República, por proposta no Parlamento. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Sendo assim, o que a Câmara propunha à Assembleia não era legal e o PPM não compactuava com isso. ----------------------------------------------------------------------------- ----- A melhor possibilidade de acabar com essa empresa sem causar tantos danos financeiros, profissionais, morais, éticos e até políticos, fora em 2009, mas essa oportunidade não tinha sido aproveitada. ------------------------------------------------------- ----- Acreditava-se até que o Senhor Presidente da Câmara tivesse confundido a Assembleia Municipal com o Parlamento, já que tudo queria e podia, mas nesse caso a EPUL só podia ser extinta legalmente pela Assembleia da República. --------------------- ----- Já tinha ido à forma, passava ao conteúdo. ------------------------------------------------ ----- Em sã consciência, nunca se poderia votar uma proposta que colocava na rua quase cento e cinquenta pessoas que dedicaram anos da sua vida a uma empresa, que fizeram dessa empresa quase uma primeira casa e que ficavam no desemprego. --------- ----- O Senhor Presidente, quando dizia que garantia a contratação dessas pessoas, e acreditava na sua boa intenção, o certo era que não podia garantir nada. Aliás, isso tinha sido dita pela própria Vereadora das Finanças mais de uma vez e mesmo os contratos de cedência não podiam ser aplicados nesse caso. Se queriam acabar com a EPUL, perguntou como ela iria ceder os funcionários, por quanto tempo, se seria um ano à experiência. Perguntou se não contavam os quarenta anos desses funcionários em exercício profissional. ------------------------------------------------------------------------- ----- Em contratos de cedência, quando um dos constituintes deixava de existir, a responsabilidade que tinha sobre os funcionários cedidos acabava também. O contrato nesse caso ficava sem efeito. Perguntou, então, como ficavam. ----------------------------- ----- O Senhor Presidente sabia bem qual a posição do PPM quanto a empresas municipais, ou, como era o caso da EPUL, empresas que tinham a Câmara Municipal como seu principal constituinte. O PPM era contra essas empresas, mas era a favor dos trabalhadores e do seu mérito. ---------------------------------------------------------------

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----- Durante todo esse processo tinha havido demasiadas questões que não foram respondidas, contratos/programa desaparecidos ou renegados, culpas e responsabilidades atribuídas à EPUL mas que não lhe pertenciam, entre outras vicissitudes. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Não era da competência da Câmara ou da Assembleia Municipal extinguir essa empresa e principalmente colocar em condições de desigualdade contratual os seus trabalhadores. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Esse processo tinha sido até desumano para com esses trabalhadores, que souberam das intenções de extinção dos seus empregos em vésperas de Natal. ----------- ----- Por tudo isso o PPM recusava-se a dar o aval a algo ilegal e principalmente a uma proposta que prejudicasse cento e cinquenta famílias por desentendimento na distribuição das responsabilidades entre a empresa e a Câmara. ---------------------------- ----- Os trabalhadores já tinham sofrido por demais em todo esse processo. -------------- ----- Sugeria que esse assunto fosse tratado no órgão a que competia, na Assembleia da República, mas já que o Senhor Presidente insistia nessa proposta, então tinha a obrigação moral, ética, política, humana, de integrar todos os trabalhadores, mas todos, com todas as suas qualidades e todas as suas regalias. Era o mínimo que podia fazer, era reconhecer esses quarenta anos, essas vidas dadas à Cidade de Lisboa, que tinha nesses trabalhadores um dos seus melhores exemplos. --------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Arruda (MPT) disse que o Senhor Vereador Manuel Salgado, e que muito estranhava a sua ausência no dia em que essa importante proposta era discutida e votada, na qualidade de Vice-Presidente, submetia a Proposta n.º 858/2012, referente à deliberação de dissolução da EPUL e da aprovação do plano de internalização da sua atividade no Município de Lisboa, fosse lá isso o que fosse e que para o Partido da Terra entendia uma mera questão de semântica. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- De facto tratava-se de pura semântica, o que dizia o Senhor Vereador, “plano de internalização da atividade da EPUL no Município de Lisboa”. O MPT dizia “avocação das competências para a CML”. A não ser que com essa terminologia o Senhor Vereador quisesse, na realidade, confessar que na situação concreta da EPUL a “avocação” não era o termo correto a aplicar, uma vez que não se tratava de uma empresa municipal. E nesse caso o pretendido abate por via “administrativa na secretaria da Câmara”, não passaria de mais uma ilegalidade a cometer pelo executivo camarário. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A verdade era que praticamente todas as forças políticas representadas na Assembleia, à exceção do Partido da Terra e do PPM, tinham muito que dizer sobre o fracasso agora apontado à EPUL e a sua responsabilidade, direta ou indireta, no atual estado em que se encontrava essa Empresa Municipal porque, se bem se lembrava, todos fizeram parte dos sucessivos executivos da CML desde que essa fora criada em 1971. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Vissem pois: o CDS, quando ainda não era PP, tivera o Engenheiro Krus Abecassis como Presidente da Câmara, o PPD/PSD tivera como Presidente o Doutor Santana Lopes, o PS tivera como Presidentes o Doutor Jorge Sampaio e o Doutor João

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Soares em coligação com o PCP e o PEV e, por último, mas não menos responsável, o atual Presidente Doutor António Costa com o bloquista ou ex-bloquista, nesse ponto o MPT não conseguia entender bem qual o barco que navegava, o Vereador Doutor José Sá Fernandes. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por isso o Partido da Terra não iria pronunciar-se sobre os eventuais fracassos ou não do Conselho de Administração da EPUL, nem se cumprira ou não a missão para a qual fora criada 42 anos atrás, ou se existia ou não responsabilidade direta da Câmara na precipitação da hecatombe financeira da EPUL por não lhe ter facilitado o pagamento ainda em dívida por conta do conjunto de obrigações confiadas pelo Município à EPUL e que teriam servido para essa, em tempo, liquidar ao financiador DEXIA a parcela referente a junho. -------------------------------------------------------------- ----- O Partido da Terra não estava ali para apontar o dedo ao PS, ao PSD, ao CDS, ao PCP e Verdes ou ao BE, pela falta de controlo e fiscalização dessa Empresa Municipal durante os sucessivos mandatos camarários em que todos eles estiveram representados. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Aliás, se o Partido da Terra tivesse dúvidas no que respeitava à responsabilidade de cada um desses partidos no triste desenlace do caso EPUL, deixara de as ter quando submetera à Assembleia, no passado dia 30 de abril, a Moção n.º 12 intitulada “Moção para o cabal esclarecimento da situação da EPUL e dos seus trabalhadores” e que, por imposição de todos os grupos municipais, fora votada ponto por ponto. -------- ----- No ponto n.º 1 da Moção, que acabara de referir, o Partido da Terra propunha à Assembleia que “demonstrasse desaprovação pela forma como o “processo EPUL” vinha sendo tratado pelo atual executivo camarário. ------------------------------------------ ----- Esse ponto, como todos se recordariam, fora votado favoravelmente por todas as forças, com exceção do voto contra do PS e da abstenção de cinco Deputados Independentes, compreensivelmente. ------------------------------------------------------------ ----- Já no que tocava ao ponto n.º 2, em que o Partido da Terra propunha à Assembleia que, e passava a citar, “instasse a Câmara Municipal de Lisboa a esclarecer em definitivo esta situação, agendando, para o efeito e com carácter de urgência, uma sessão extraordinária desta Assembleia Municipal com as presenças do Senhor Presidente, do Senhor Vice-Presidente e da Senhora Vereadora Maria João Mendes”, as votações demonstraram-se muito interessantes. -------------------------------- ----- Como já seria de esperar, até porque estiveram e estavam diretamente envolvidos na hecatombe da EPUL, o PS, o PCP e o BE votaram, como não podia deixar de ser, contra. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Mas, curiosamente, foram as votações do PSD, do CDS e, pasmassem, do PPM, que se abstiveram da votação, permitindo assim que esse ponto da proposta fosse chumbado. Agora perguntava se seria que afinal também esses grupos municipais se sentiam culpados de alguma coisa em relação à liquidação da EPUL. --------------------- ----- O Partido da Terra também não comentaria o facto dos serviços prestados pela EPUL serem bem mais caros, mesmo para o Município, do que os executados por privados ou pela própria CML, ou se as funções executadas pela EPUL não poderiam ter sido, de facto, executadas pelos serviços da CML ao longo de todos esses anos. -----

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----- Nem tão pouco comentaria os elevadíssimos salários praticados na EPUL ou as mordomias ali oferecidas em contraposição aos baixos salários dos funcionários camarários. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nem a guerra semântica entre o termo “internalização” ou “avocação”, para apelidar o regresso das competências e funções da EPUL para a CML, o Partido da Terra iria comentar. --------------------------------------------------------------------------------- ----- Nem perguntaria ao Senhor Presidente como era que a EPUL, que se encontrava ainda sob a sua tutela, conseguira acumular um passivo de 85 milhões de euros durante a sua presidência, ou que medidas iria implementar para apurar as responsabilidades inerentes a essa situação. ---------------------------------------------------- ----- O que o Partido da Terra pretendia no momento era saber o que iria acontecer aos 148 trabalhadores da EPUL que de um momento para o outro viam o seu posto de trabalho e vencimento desaparecerem. O que preocupava no momento era o que aconteceria a toda essa gente e seus agregados familiares. Na pior das hipóteses podiam estar a falar em cerca de meio milhar de pessoas, entre funcionários e membros do respetivo agregado familiar que fossem dependentes. ------------------------- ----- Já se sabia que o Senhor Presidente muito falara na última reunião do ano anterior acerca da integração desses trabalhadores nos quadros do Município e tudo o mais. Mas a verdade era que nada disso era certo, a verdade era que a CML teria, por força da imposição da troika, que reduzir durante o corrente ano cerca de 2% de funcionários como meta obrigatória que fora imposta ao Município. Ora, a pergunta que fazia ao Senhor Presidente era como iria conseguir integrar os 148 trabalhadores da EPUL nos quadros da CML quando, pelo outro lado, iria ter que dispensar cerca de 200 trabalhadores do Município. Contas feitas, para admitir esses 148 trabalhadores teria, por outro lado, que dispensar não 2% de trabalhadores da CML mas quase 3,5%. ----- Essa era a realidade que o Senhor Presidente queria, a todo o custo, atirar para debaixo do tapete e esconder de todos. ---------------------------------------------------------- ----- O Senhor Presidente que dissesse como pretendia descalçar essa bota que calçara precipitadamente contra tudo e todos, especialmente contra os trabalhadores da EPUL. ----- O Partido da Terra exigia do Senhor Presidente e da Senhora Vereadora do pelouro dos recursos humanos que explicassem na Assembleia, de uma forma séria e responsável, como era que iriam defender os postos de trabalho desses 148 trabalhadores da EPUL sem ter que despedir ainda mais funcionários da CML. --------- ----- Não pensassem que o Acordo de Cedência de Interesse Público que fora entretanto cozinhado como forma de tentar resolver essa situação, que para o MPT não passava de areia atirada para os olhos, ou se quisessem para inglês ver, iria resolver o que quer que fosse, até porque fosse pelo decurso do prazo referido na cláusula 3ª do referido Acordo de Cedência, e com a duvidosa certeza da abertura de um qualquer procedimento concursal, fosse pela possibilidade que a própria Câmara teria sempre de, por vontade expressa por escrito no prazo de 30 dias, poder fazer extinguir o Acordo de Cedência ao abrigo do disposto na alínea a) do número 1 da cláusula 8ª do mesmo Acordo, forçaria sempre a subsistência de uma situação laboral

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precária para aqueles trabalhadores que, infelizmente para eles, jamais veriam a sua situação definitivamente decidida. --------------------------------------------------------------- ----- A solução para toda essa trapalhada era bastante simples no seu entendimento, por um lado deixar a EPUL continuar a fazer o seu trabalho como o vinha fazendo, certo que sujeita a uma maior fiscalização por parte da entidade tutelar, e por outro que o atual executivo camarário não se metesse em aventuras que só iriam prejudicar os interesses do Município, os munícipes e os trabalhadores daquela empresa pública não municipal. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Finalizava deixando no ar uma pergunta, se alguém conseguiria explicar à Assembleia a verdadeira razão para o encerramento da EPUL e por que motivo o Senhor Vereador Manuel Salgado fazia da extinção da EPUL a sua cruzada, o que estaria, no fundo, por detrás dessa morte tão desejada pela presidência da Câmara, que interesses mais altos se levantavam. ------------------------------------------------------------- ----- O que o Partido da Terra queria era que o Senhor Presidente explicasse quais eram os reais motivos para essa execução porque, se pedia para serem o pelotão de fuzilamento, então teria que se explicar melhor, teria que colocar todas as cartas na mesa e não deixar nenhuma esquecida na manga. --------------------------------------------- ----- Para terminar, e como tinha vindo a fazer nas últimas sessões, gostaria de questionar o Senhor Presidente e o seu executivo sobre três recomendações que foram submetidas pelo seu Partido e aprovadas favoravelmente, para que informasse do ponto da situação da implementação das medidas relativamente às seguintes recomendações: ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Recomendação nº 9 para a criação de um centro de atividades circenses, apresentada a dezanove de fevereiro de dois mil e treze, aprovada por unanimidade; --- ----- Recomendação nº 5 para o aproveitamento e transformação de folhas e galhos em adubo orgânico, apresentada em onze de dezembro de dois mil e doze e aprovada por maioria; ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Recomendação nº8 para a revitalização da Escola de Jardinagem de Lisboa, apresentada em vinte e quatro de abril de dois mil e doze, aprovada por maioria. -------- ----- A Senhora Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV) disse que, antes de entrar na discussão da proposta, em nome de «Os Verdes» queria deixar uma palavra de apoio e solidariedade para com todos os trabalhadores da EPUL, que se viam numa situação instável e de grande incerteza. ---------------------------------------------------------- ----- Na discussão dessa proposta que pretendia a dissolução da EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, empresa criada havia quarenta e dois anos e responsável pela urbanização de um conjunto de áreas na Cidade de Lisboa, tinham que ter presente que o executivo apresentava dois argumentos para justificar a extinção da EPUL. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- Em primeiro lugar, o Senhor Presidente da Câmara alegava que já cumprira a função essencial para a qual fora criada e dizia também que se tinha chegado a uma fase em que a cidade estava totalmente urbanizada, logo, a função da EPUL estava cumprida, segundo a sua opinião. ----------------------------------------------------------------

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----- Em segundo lugar, era dito que o que motivara essa proposta tinha sido o facto de uma prestação do empréstimo não ter sido paga dentro do prazo previsto, o que fazia com que o banco tivesse declarado vencidas todas as restantes prestações até ao final do contrato. O que, por sua vez, fazia com que a Câmara se tivesse visto obrigada a substituir-se à EPUL e a renegociar o pagamento em falta. ---------------------------------- ----- Esses argumentos não estavam bem fundamentados, a proposta em causa levantava inúmeras dúvidas e incertezas e a questão que se colocava era: porquê. ------- ----- Sobre o primeiro argumento apresentado, de um mês para o outro a EPUL esgotara as suas funções e só agora o executivo se lembrava ou reparara nisso. Não podiam ignorar o património de intervenção da EPUL ao longo dessas quatro décadas, como por exemplo as zonas do Restelo e de Telheiras já anteriormente referidas. Dessa forma, acumulara uma longa experiência e conhecimento na execução de empreendimentos urbanísticos e na requalificação do património edificado da cidade, tanto em áreas de novas urbanizações como em zonas carenciadas de requalificação urbana. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Perguntou em que se baseara o executivo para chegar a essa conclusão, o que fizera com que, de repente, aparecesse a necessidade de apresentar na Câmara, numa reunião extraordinária, uma proposta nesse sentido. Se durante esse tempo todo o executivo não tivera nenhuma ideia, nem vontade, em relação ao que fazer com a EPUL e de repente, num mês, decidia querer acabar com essa empresa. ------------------ ----- Era muito estranho que o executivo apresentasse uma proposta dessa natureza sem se fazer acompanhar de um relatório, um estudo, algo que permitisse saber concretamente como estava a situação atual da empresa, do ponto de vista financeiro e patrimonial. A verdade era que, até ao momento, não havia a mínima vontade política por parte do executivo de fazer nada de positivo em relação à EPUL. --------------------- ----- Queria isso dizer que o executivo pretendia que se decidisse sobre a extinção de uma empresa sem se conhecer a sua real situação. -------------------------------------------- ----- Era também estranho, no mínimo que surgisse uma intenção nesse sentido quando o grupo de trabalho constituído para estudar a fusão de empresas municipais nunca produzira nem apresentara nada. --------------------------------------------------------- ----- Uma outra questão que se colocava era a legalidade ou ilegalidade da decisão de dissolução da EPUL, por iniciativa de órgãos autárquicos, quando tinha sido constituída através de Decreto-Lei. -------------------------------------------------------------- -----Era, igualmente, proposto um plano de internalização da atividade da EPUL no Município de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Era preciso ter em conta como iria a CML integrar os cerca de cento e cinquenta trabalhadores, caso essa proposta viesse a ser aprovada, como era que isso iria ser feito. Até ao momento nada garantia que esses trabalhadores viessem a ser integrados nos quadros de pessoal do Município. Nada nessa proposta garantia os direitos e estabilidade dos trabalhadores nesse processo. Para «Os Verdes», essa questão era fundamental, era obrigatória, tinham que ser salvaguardados os legítimos interesses e direitos dos trabalhadores. -------------------------------------------------------------------------

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----- A esse propósito recordava que mal se começara a falar na intenção de extinguir a EPUL, «Os Verdes» apresentaram uma recomendação pela salvaguarda dos direitos dos trabalhadores, que fora aprovada por unanimidade. -------------------------------------- ----- Tinham também outra situação, em que a Câmara evocava a insustentabilidade financeira da empresa, mas perguntava se os relatórios e contas tinham vindo a ser aprovados pela Câmara Municipal até ao momento. ------------------------------------------ ----- Depois, a EPUL tinha apresentado resultados positivos nos últimos três anos, tendo conseguido reduzir o endividamento bancário, aumentar os capitais próprios, o que deixava dúvidas sobre a possibilidade da aplicação de critérios legais determinantes da extinção. ------------------------------------------------------------------------ ----- Por outro lado, era importante também perceber de onde surgia a dívida de EPUL. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A EPUL fora obrigada a efetuar determinadas operações urbanísticas solicitadas pela Câmara Municipal, não tendo sido ressarcida dos investimentos efetuados. Ou seja, havia uma certa instrumentalização da EPUL, com prejuízos claros para o interesse público. Seria caso para dizer que a situação da empresa se devia em grande parte às opções e decisões assumidas pela Câmara. Mas também sobre isso, o executivo nada apresentava, além de uma proposta atrapalhada com o objetivo cego de extinguir a EPUL, sem medir as consequências. ------------------------------------------- ----- Por tudo isso, «Os Verdes» iam votar contra a extinção da EPUL com base em informações contraditórias, sem qualquer fundamento credível e sem salvaguardar a situação dos trabalhadores. Era isso que o executivo apresentava, por um lado um conjunto de dúvidas e incertezas, por outro lado prejuízos para a cidade, para os lisboetas e para os trabalhadores. ---------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Paula Marques (IND) disse que estavam desde dezembro de dois mil e doze num processo de profunda discussão sobre a Proposta 858, de dissolução da EPUL, proposta essa que estava em apreciação no plenário. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Essa proposta vinha sendo geradora de controvérsia em plenário, em sede de comissões da Assembleia Municipal de Lisboa e na sociedade civil. ----------------------- ----- O percurso da EPUL tinha sido acidentado, quer quanto à sua função, quer quanto à sua atuação, em particular nas últimas duas décadas. O seu percurso tivera efeitos positivos e outros menos positivos num complexo processo que era a urbanização de uma cidade. ----------------------------------------------------------------------- ----- Salientava o bom trabalho respeitante à intervenção fundamental em Telheiras e Alto do Restelo, não podendo ignorar aquilo que considerava negativo, como os processos associados à construção dos estádios para o Europeu 2004, o infindável processo do Parque Mayer ou o loteamento do Vale de Santo António. ------------------- ----- Era preocupação das Deputadas e dos Deputados Municipais Independentes, que subscreviam uma recomendação apresentada, a atual situação dos trabalhadores e trabalhadoras da EPUL, na incerteza do seu futuro. ------------------------------------------- ----- Era também preocupação a atual situação sócio-económica que o País apresentava e que se refletia com um peso considerável na Cidade de Lisboa,

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nomeadamente no plano de fixação de população, quer através da habitação, quer através da oferta de emprego. --------------------------------------------------------------------- ----- Assim, devia a CML, à luz do que já tinha sido feito no passado, pugnar por continuar a desenvolver uma política de reabilitação urbana que promovesse a recuperação do património imobiliário público e privado, habitacional e não habitacional, promovendo assim o desenvolvimento económico e social da cidade. ----- ----- Solicitou a votação da Proposta 858 ponto por ponto e, ao abrigo do nº 10 do artigo 42 do Regimento da Assembleia entregava a referida recomendação para apreciação e votação. ------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Hugo Xambre (PS), Presidente da Junta de Freguesia do Beato, disse que ao discutir a Proposta 858/2012 estavam a discutir uma proposta que marcava a coragem política do atual Executivo municipal, porque a opção pela dissolução da EPUL e internalização da sua atividade não era a opção politicamente mais fácil, mas era a mis correta na ótica da gestão pública e do interesse público municipal. ----------------------------------------------------------------------- ----- Gostaria, por isso, de salientar alguns aspetos mais financeiros, na sequência do que o seu colega de bancada, António Duarte de Almeida, dissera. ------------------------ ----- A EPUL, por vários motivos, tinha um enorme passivo estrutural e numa época de baixa ao nível da construção não conseguia encontrar áreas de criação de valor dentro daquilo que era a sua área de atividade. A prova da dificuldade do mercado fora a desistência dos parceiros nos projetos do Vale de Santo António e de parte do Alto do Restelo, em que os promitentes compradores desistiram e pediram os valores pagos de volta. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era algo que traduzia a dificuldade nos tempos atuais em gerar proveitos que mantivessem a atividade regular da EPUL como suporte à atividade da Câmara. -------- ----- Para além disso, sem dúvida nenhuma que o incumprimento da EPUL face ao empréstimo do Banco “Dexia” marcava a necessidade daquilo que era a decisão da Câmara Municipal em resolver o problema, porque esse incumprimento fora algo muito grave e que se não fosse a intervenção pronta da CML teria consequências muito difíceis no atual contexto bancário internacional, não só para o Município de Lisboa, como para o País.-------------------------------------------------------------------------- ----- Não tinha sido um incumprimento pontual, porque a questão central era que o ciclo de exploração na área do objeto social da EPUL não permitia suportar o conjunto de despesas normais de funcionamento. --------------------------------------------- ----- Devia ser dito que nos últimos anos tinha havido rigor no controle da despesa de funcionamento, tendo baixado de forma clara o número de quadros da empresa, redução de 20%, e o conjunto de despesas funcionais, nomeadamente com decisões como a mudança da sede social, como a redução da frota automóvel, a redução de plafonds em telemóveis. Tinha havido de facto um controle a nível do conjunto de despesas funcionais. -------------------------------------------------------------------------------- ----- Mesmo assim, observando as contas da EPUL, ressaltava que não se conseguiam cobrir essas despesas de funcionamento com a atividade corrente, o que obrigava sistematicamente a gastar ativo da empresa para que continuasse a funcionar e adiasse

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uma situação de falência técnica que ocorreria dentro de poucos anos se nada fosse feito.--------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pior, nesse cenário ficava sem meios para responder aos encargos financeiros com a dívida existente. ----------------------------------------------------------------------------- ----- De forma clara, não parecia ao Grupo Municipal do PS que o passivo histórico da EPUL conseguisse ser honrado com recurso a meios obtidos pela atividade da empresa. Só com recurso à venda de património ou apoios da CML poderia resolver pontualmente uma situação, mantendo-se a situação de fundo crítica. --------------------- ----- Não era uma opinião de alguns Deputados Municipais, não era uma opinião do Grupo Municipal do PS. Bastava ler o relatório que o Tribunal de Contas fizera, os pareceres que os ROCs deram ao longo de vários anos à situação financeira da EPUL. - ----- Falando em dívida, muito se tinha falado sobre os acertos de contas e possíveis dívidas que a CML pudesse ter com a EPUL. Era uma pergunta que vários Deputados Municipais tinham colocado à Senhora Vereadora das Finanças em sede de Comissão de Finanças. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- A resposta era muito clara no ofício que a Senhora Vereadora enviara à Assembleia Municipal. A dívida da Câmara Municipal à EPUL era de 13,6 milhões de euros, enquanto que a dívida da EPUL à CML era de 33,8 milhões de euros. Com factos e papéis existentes.-------------------------------------------------------------------------- ----- Essa análise não colocava em causa, para o Grupo Municipal do PS, o papel histórico que a EPUL tivera nos seus quarenta anos de história, na promoção de mais de dez mil fogos municipais, e sobretudo o papel que a EPUL tivera para suprir as necessidades de acesso à habitação de muitas pessoas e em vários períodos críticos da História de Lisboa. ---------------------------------------------------------------------------------- ----- A prova disso era que a proposta da Câmara Municipal previa a internalização de alguma parte da atividade da EPUL, naquilo que era o serviço que a CML tinha que prestar à cidade. Mostrava o respeito que a Câmara Municipal de Lisboa e o Executivo tinham para com os trabalhadores da EPUL. A proposta feita garantia que os postos de trabalho podiam ser mantidos em concurso, mantendo a Lei aplicável num processo que o PS concordava que devia ser sempre o mais consensualizado possível com as várias forças políticas. Por isso mesmo o PS iria votar a favor da recomendação pela clarificação dessa proposta. ----------------------------------------------- ----- Também era um facto que se nada fosse feito, o que aconteceria era que a empresa ia entrar num processo de insolvência, um conjunto de liquidações legais que iriam provocar uma situação muito mais complicada, não só à empresa, como ao conjunto de recursos humanos da mesma. ------------------------------------------------------ ----- Por isso mesmo, o PS votava conscientemente a favor da proposta. ------------------ ----- O Senhor Deputado Municipal Paulo Quaresma (PCP), Presidente da Junta de Freguesia de Carnide, disse que se estava a tentar discutir mais uma grande trapalhada e uma enorme confusão. -------------------------------------------------------------- ----- Estavam alguns a querer cometer mais um gravoso crime para a Cidade de Lisboa, com graves consequências para a própria cidade e para os lisboetas. Estavam alguns, a mando de interesses puramente financeiros e de especulação imobiliária, a

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querer extinguir um a empresa pública que ajudara a continuava a ajudar e a construir a cidade. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O que alguns queriam fazer era demasiado grave para ser levado de ânimo leve e sem consequências para quem aprovasse, ou deixasse aprovar através da abstenção, essa extinção. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Ao longo dos últimos meses a Comissão de Finanças tinha acompanhado o desenvolvimento dessa proposta de extinção da EPUL. Ouvira-se os principais intervenientes interessados e havia uma grande conclusão: contradições atrás de contradições, desmentidos atrás de desmentidos, como nunca visto na Assembleia Municipal. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A EPUL era um património da cidade, um património dos lisboetas. A EPUL e os seus trabalhadores sempre tinham vestido a camisola da Câmara Municipal e da Cidade de Lisboa. Por essa razão, e sempre sob orientação da Câmara Municipal, apesar de dizerem que não, construíra escolas, pavilhões desportivos e outros equipamentos, planeara e construíra zonas da cidade e humanizara bairros. -------------- ----- Muitos e variados exemplos podia identificar, mas olhando apenas à Freguesia de Carnide, de que era Presidente da Junta, a marca da EPUL estava presente na construção da Escola Prista Monteiro, na Praça de São Francisco de Assis, nos empreendimentos da EPUL Jovem no início do século, no Bairro Novo de Carnide no final dos anos setenta, ou no Bairro da Horta Nova nos anos noventa. --------------------- ----- Não se podia aceitar a imagem que a Câmara Municipal queria passar, de que a EPUL era cara, era incompetente, era má e que tinha a sua atividade esgotada. ---------- ----- A EPUL tinha um passado que devia ser respeitado, tinha um presente e tinha futuro, do ponto de vista do PCP. A cidade continuava a necessitar de uma empresa como a EPUL. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- Perguntou se a EPUL não podia ser um instrumento importante, por exemplo, para a reabilitação urbana de zonas da cidade. Se não podia a EPUL ser utilizada, por exemplo, nos processos de requalificação do Bairro Padre Cruz ou do Bairro da Boavista. Só nesses dois bairros estavam a falar em cerca de dois mil novos fogos. ----- ----- Perguntou se não podia a EPUL ter um papel fundamental no processo de legalização e urbanização das onze AUGIs da cidade. Se não podia, por exemplo, ter um papel fundamental na urbanização de áreas de influência, como por exemplo o Plano de Pormenor da Azinhaga da Torre do Fato, onde a empresa tinha vários terrenos, ou do Plano de Urbanização Carnide/Luz. ------------------------------------------- ----- O objetivo da EPUL não estava esgotado. ------------------------------------------------ ----- Perguntou se a EPUL não podia contribuir para a cidade e ter um papel fundamental para a construção de habitação a custos controlados. Se a EPUL não podia ser útil na reabilitação de equipamentos públicos. ------------------------------------- ----- Mais uma vez, o objetivo da EPUL não estava esgotado. ------------------------------- ----- O problema da EPUL não era pelos trabalhadores, nem o seu objetivo e atividade estarem esgotados. O problema era dos trezentos e cinquenta milhões de euros de património, que era a grande “galinha dos ovos de oiro” para quem procurava oportunidades e negócio à custa do património de todos. -------------------------------------

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----- Era aí que residia o grande argumento para a extinção da EPUL. Mais uma vez o grande capital e a finança faziam estragos e fazia vergar parte do poder político, ao ponto do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ao ser chamado à Comissão de Finanças, se fazer acompanhar, num ato inédito, por um quadro superior da banca. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Pela mão da atual maioria camarária, a banca e o grande capital já acompanhavam e iam até ao centro de discussão política. Ia para dentro do parlamento da cidade, tentando condicionar ainda mais as decisões políticas. -------------------------- ----- Caía o pano e era o próprio Presidente da Câmara que afirmava que a extinção da EPUL nunca seria uma opção da Câmara Municipal. Estava claro de quem era essa opção. ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Caso contrário, o atual Executivo camarário andava distraído, era incompetente ou estava a agir de má fé, pelo modo como fizera ao longo dos seis anos em que tutelara a EPUL. Ao longo dos últimos anos da história da EPUL, infelizmente muitas tinham sido as irregularidades e os erros políticos e administrativos que levaram a uma situação de debilidade por parte da EPUL. ----------------------------------------------- ----- Por exemplo, segundo declarações dos próprios trabalhadores, eram decisões políticas, a entrega de projetos a técnicos externos como forma de chamar os amigos para alguns projetos, como por exemplo no Martim Moniz. --------------------------------- ----- Mais uma vez, com essa proposta e com essa intenção de extinguir a EPUL, ficava clara outra questão que o PCP havia muito tempo denunciava. Com o PSD e CDS no Governo e o PS na Câmara Municipal, continuavam a ser “farinha do mesmo saco”. O Governo dizia para destruir o serviço público, a Câmara Municipal destruía. O Governo dizia para extinguir empresas municipais, a Câmara Municipal cumpria. O Governo dizia para despedir, a Câmara Municipal despedia. O PS na Câmara queria extinguir a EPUL e o PSD assinava por baixo. ------------------------------------------------- ----- Era fundamental não extinguir uma empresa que tinha sido, era e continuaria a ser fundamental para a cidade. Independentemente da decisão que viesse a ser tomada, não podiam baixar os braços, continuando alutar pela EPUL. Os trabalhadores da EPUL sabiam que não estavam sozinhos e em mais essa luta podiam continuar a contar com alguém que defendia uma cidade diferente e com outras opções. ------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Francisco Silva Dias (PCP) disse que, em meados do século passado, falava-se que o destino de uma família que se formasse ou que chegasse a Lisboa era bem claro e determinante: se fosse rico ia para as moradias do Restelo, se fosse da classe média ou remediado ia para Telheiras, se fosse pobre ia para Chelas e os miseráveis iam pra as barracas, para as casas degradadas, ou eram expulsos para os tristes subúrbios. --------------------------------------------------------------- ----- Essa síntese, popular e eloquente, tivera demonstração num histórico colóquio sobre habitação realizado no LNEC em mil novecentos e sessenta e oito, em cujas conclusões figurava um retrato exato das condições de alojamento da população urbana do País. Eram condições que em grande parte se mantinham. ---------------------- ----- Mostrava esse retrato que existia um estrato reduzidíssimo da população com meios que lhe permitissem acesso direto ao mercado livre da habitação. ------------------

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----- Um outro, mais amplo, 70 a 80% da população, onde cabiam aqueles cujos rendimentos de trabalho permitiam, com elevadíssimas taxas de esforço, ter acesso à aquisição ou aluguer das suas casas, a que se juntavam aqueles cujos rendimentos só permitiam o acesso à habitação com a ajuda estatal, fosse através daquilo que se costumava designar por “ajuda à pedra”, construção de fogos, ou através da ajuda à pessoa ou concessão de subsídios.---------------------------------------------------------------- ----- Finalmente, o estrato daqueles que não possuindo rendimentos regulares ou deles totalmente carenciados, o lúmpen, os farrapos, eram remetidos para condições sub-humanas de alojamento. --------------------------------------------------------------------------- ----- Organizara-se a sociedade para especificamente atuar sobre esses estratos. --------- ----- O mercado imobiliário encarregara-se de tudo o que desse dinheiro em coutada, que se estendia desde o construir para os ricos até ao sórdido mercado negro das barracas e do habitat degradado, ele também chocantemente lucrativo. -------------------- ----- De memória enumeravam-se alguns dos organismos atuantes no estrato intermédio, os 70 a 80%: Federação das Caixas de Previdência – Casas Económicas, Gabinete Técnico de Habitação da Câmara Municipal de Lisboa, Fundo de Fomento da Habitação, EPUL, sublinhava EPUL, Cofre da Previdência do Ministério das Finanças, Serviços Sociais das Forças Armadas, Montepio Geral e outras mutualistas e a que se juntara um ativo e eficiente movimento cooperativo e mais programas específicos como o SAAL ou o PER, que conduzira ao êxito da eliminação das barracas. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Dessas ações coletivas em que o Município tivera um papel relevante resultaram singularidades para a cidade: um tecido edificado simples mas de grande valor paisagístico com uma percentagem inusitada de construções de iniciativa estatal, vivido por um tecido social harmonioso. -------------------------------------------------------- ----- Todos esses organismos tinham desaparecido. “Gorduras do Estado”, diriam os hipócritas atuais. Até os organismos de solidariedade social e recordava a Fundação Cerejeira, a CARITAS, a Cruz Vermelha, parceiros do Estado na atuação junto dos mais desfavorecidos e que tinham saído de cena, empurrados pelo cruel neoliberalismo. -------------------------------------------------------------------------------------- ----- O último moribundo era a EPUL. Depois da sua morte anunciada só restaria o mercado em regímen de monopólio. ------------------------------------------------------------- ----- A questão fundamental com que se deparavam, histórica, era saber se a razão de ser da EPUL se mantinha ou não, se se mantinha a necessidade de regulamentação do mercado imobiliário, ou ainda se se justificava uma produção controlada de habitação predominantemente destinada à classe média e com taxas de esforço adequadas. Portanto, se se justificava ou não a manutenção em atividade de um grupo profissional detentor do saber e do saber fazer no âmbito dessa matéria. --------------------------------- ----- Numa visão mais ampla, saber se o atual Executivo pretendia afastar-se de uma arreigada tradição municipalista de intervenção ativa na resolução do alojamento condigno dos seus cidadãos, ou se, em reflexo do contexto político em que se vivia, iria entrar no caminho da venda do que se herdara e da extinção sistemática das instituições que ajudaram a fazer a cidade que tinham e de que se orgulhavam. ----------

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----- Saber se ia encetar uma política de habitação realista e interveniente, ou se ia limitar a sua ação unicamente ao incentivar do licenciamento de obras particulares, caras e inacessíveis à maioria, segundo as marés do mercado.------------------------------- ----- Para o Grupo Municipal do PCP mantinham-se e agravavam-se as condições sociais que deram origem à EPUL e isso justificava a manutenção de um organismo que se ocupasse do estudo e da resolução dos problemas de alojamento da classe média e cujo território de atuação fosse a recuperação e a vivificação do corpo da cidade. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- O PCP votaria contra a extinção, quando ainda havia tanto a fazer. ------------------ ----- O Senhor Presidente da Câmara disse que tinham sido levantadas várias questões e a primeira era saber se a Assembleia Municipal tinha ou não competência para deliberar a extinção da EPUL. -------------------------------------------------------------- ----- Gostaria de recordar que já no mandato anterior tinha sido suscitada essa dúvida acerca da alteração dos estatutos da EPUL, anteriormente aprovados por Decreto-Lei. Com isso se tinha paralisado a primeira reestruturação da EPUL. Tinha sido então combinado que a Senhora Presidente da Assembleia Municipal, Doutora Paula Teixeira da Cruz, escolheria um conjunto de juristas aquém se pediria um parecer para se pronunciar sobre essa matéria. ----------------------------------------------------------------- ----- Tinha sido pedido o parecer e concluía que a Assembleia Municipal era mesmo a única entidade competente para deliberar sobre a alteração dos estatutos da EPUL, visto que nos termos da Constituição e da legislação sobre o setor empresarial local era uma competência municipal e não era mais uma competência estatal. ----------------- ----- A mesma posição, aliás, já tinha sido confirmada pelo anterior e pelo atual Governo e, portanto, não havia lugar para que essa dúvida subsistisse. -------------------- ----- Em segundo lugar, dizia-se que não tinha sido apresentada pelo Executivo uma visão geral sobre o setor empresarial local. Permitia-se discordar. Não tinha para si que uma empresa pública, por ser pública, era necessariamente má, nem tinha para si que uma empresa pública, por ser pública, era necessariamente necessária. --------------- ----- O critério adotado era distinguir as empresas municipais que não faziam sentido e manter as que faziam sentido. Por isso se extinguira a SRU da Baixa e a SRU Ocidental, a EMARLIS, não se permitira a criação da Lisdesporto e propusera-se à Assembleia Municipal, havia mais de um ano, a visão sobre o setor empresarial local, que assentava em manter a EMEL e a EGEAC e fundir a EPUL, a GEBALIS e a SRU Ocidental. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Muitos daqueles que se opunham à extinção da EPUL também se tinham oposto a essa fusão. ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Acontecia que não só não havia maioria para prosseguir com esse projeto, como entretanto o Governo anunciara que ia produzir nova legislação sobre o setor empresarial local. Decidira-se por isso suspender qualquer iniciativa nessa matéria, que além do mais era de duvidoso sucesso na Assembleia Municipal, aguardando-se a publicação da legislação por parte do Governo. ------------------------------------------------ ----- Para surpresa de todos, a nova legislação surgida era de tal forma complexa quanto às soluções de fusão que a tornara inviável. Não havia, por isso, caminho a

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prosseguir, o que significava que deveriam manter a EPUL, a GEBALIS e a SRU como entidades autónomas. ----------------------------------------------------------------------- ----- A inação em matéria de EPUL não era verdade. Ainda no mandato anterior se tinha proposto uma alteração dos estatutos da EPUL, de forma a dar novo objeto social à EPUL e de forma a vocacionar atempadamente a EPUL para novas funções que não se restringissem às que exercia e que manifestamente estavam em vias de se esgotar. A Assembleia Municipal nunca tinha aprovado essa alteração de estatutos. ---- ----- Por outro lado, encarregara-se um novo Conselho de Administração, a quem se dera um mandato preciso de estabilizar a situação financeira da EPUL, concluir os projetos da EPUL que estavam por acabar, de forma a prosseguir e a procurar conduzir a EPUL numa aterragem suave, tendo em vista o inevitável fim do seu objeto social. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era o que tinha feito o Conselho de Administração e não eram desentendimentos finais com o Conselho de Administração que o levavam a alterar o juízo que fazia sobre o trabalho que desempenhara, que reafirmava ser um juízo positivo relativamente ao que fizera e aso trabalho que tinha desempenhado na EPUL. ----------- ----- Tinha reduzido o seu passivo financeiro, estabilizado a sua situação financeira, criado condições para a conclusão do projeto da Avenida das Forças Armadas, relançando o projeto do Martim Moniz, deixando em vias de conclusão um outro projeto na zona do Lumiar. Portanto, cumprira a sua missão e estava a cumprir a sua missão. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- Acontecia, e era isso que ninguém podia querer ignorar, que as circunstâncias se tinham alterado significativamente. Duas alterações tinham precipitado os acontecimentos. Uma de fundo e que tinha a ver com o Vale de Santo António. --------- ----- Era sua convicção e era convicção do Conselho de Administração da EPUL que concluídas as vendas da Avenida das Forças Armadas, concluídas as vendas do Martim Moniz e as outras vendas dispersas na cidade, havia um projeto que uma vez aprovado na Assembleia Municipal o plano de urbanização tinha condições para manter a empresa no tal processo de aterragem suave. Era o projeto do Vale de Santo António. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Tudo se fizera para que o plano de urbanização fosse aprovado e finalmente tinha sido. Acontecia, porém, que com o tempo que passara tinha mudado a conjuntura económica e os parceiros que existiam para dar corpo ao Vale de Santo António deixaram de existir. No cenário que estava previsto, da EPUL ter um encaixe financeiro bastante avultado, resultante da concretização dos contratos de compra e venda prometidos para o Vale de Santo António, a notícia que a EPUL tivera em junho/julho do ano anterior era que não só não ia ter cumpridos os contratos prometidos, como os particulares solicitavam à EPUL a devolução do sinal que tinham pago, o que implicava um encargo para a EPUL de largas dezenas de milhões de euros. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Isso tinha mudado tudo, porque isso significava que a EPUL deixava efetivamente de ter um objeto que assegurasse e sustentasse financeiramente o seu funcionamento. --------------------------------------------------------------------------------------

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----- Segunda alteração que precipitara os acontecimentos era o facto da EPUL ter incumprido uma prestação do empréstimo com o “Dexia” e o “Dexia” ter declarado vencidas a totalidade das prestações, tendo o Conselho de Administração assumido o compromisso de cumprir esse contrato integralmente, de quarenta e sete milhões de euros, até ao dia vinte e um de dezembro de dois mil e doze. -------------------------------- ----- No novo quadro legislativo que entretanto se produzira, o Município de Lisboa não podia financiar a EPUL e só poderia pagar as dívidas da EPUL extinguindo a EPUL e assumindo as obrigações, sucedendo a EPUL na titularidade dessas obrigações. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Dir-se-ia que o Município de Lisboa devia dinheiro à EPUL e esse dinheiro era suficiente para resolver o problema, mas a primeira questão era saber se o Município devia ou não. Cada um podia fazer o juízo político que quisesse sobre o conteúdo das deliberações que no ano dois mil e quatro tinham sido tomadas e que responsabilizaram a EPUL por um conjunto de projetos, sobre a bondade desses projetos, sobre a forma como foram deliberados, sobre tudo. Cada um podia fazer o juízo político que quisesse sobre essa matéria. ------------------------------------------------- ----- Tinha que se confrontar com as limitações que havia, primeiro na contabilidade da Câmara não existir registo de qualquer compromisso financeiro relativamente à EPUL sobre essa matéria. Mais, quando a EPUL tinha faturado à Câmara essas despesas, em mandato anterior ao seu, o então Presidente da Câmara, Professor Carmona Rodrigues, devolvera à EPUL essas faturas e recusando expressamente a existência de qualquer dívida da Câmara a esse título. ---------------------------------------- ----- Não obstante não haver registo, não obstante ter havido uma manifestação expressa da Câmara de repúdio dessa dívida, tinha falado com o seu antecessor à data que essas decisões foram tomadas para saber se, apesar de não haver registo documental, havia efetivamente uma assunção de responsabilidades por parte da Câmara relativamente à EPUL. Tinha sido dito claramente que não. ----------------------- ----- Podia fazer os juízos políticos que quisesse, mas o que não podia era decretar a existência de uma dívida quando não havia nenhum documento, quando não tinha nenhum registo que evidenciasse a existência dessa dívida. --------------------------------- ----- Por outro lado, e muito mais importante, essa discussão conduziria certamente ao mesmo sítio onde estavam agora, porque mesmo que a Câmara tivesse assumido pagar os mais de quarenta milhões de euros que a EPUL reclamava como seus, a pergunta que fazia era onde iria a EPUL gerar as receitas para continuar a funcionar e libertar os proveitos necessários para liquidar o restante passivo de que era titular. Não tinha. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Mais, quando diziam que era tudo para a Câmara não pagar quarenta milhões, perguntou que sentido fazia isso quando a Câmara tivera que tomar e propunha que a Assembleia Municipal tomasse, não era pagar quarenta milhões, era pagar oitenta e nove milhões de euros, que era o passivo da EPUL e dos quais já pagara vinte e três milhões na primeira prestação ao Dexia, no dia vinte e um de dezembro de dois mil e doze. --------------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Perguntou se fazia algum sentido dizer que se propunha a extinção para poupar quarenta milhões quando da extinção resultava desde logo um encargo de pagar oitenta e nove milhões. ----------------------------------------------------------------------------- ----- Era preciso um espírito muito romanesco para fazer a insinuação de que a extinção da EPUL era para a Câmara se apropriar dos terrenos, de forma a promover a sua privatização. Perguntou se a assunção pela Câmara do património da EPUL significava a privatização da EPUL. ------------------------------------------------------------- ----- Cada vez que iam propor qualquer mecanismo empresarial, que os Senhores Deputados Municipais considerassem ser a empresarialização do que quer que fosse, era sempre o início da privatização, mas quando se tratava de municipalizar os bens da empresa diziam que era privatização. Era uma baixa categoria de romance policial que ali estava enunciado. -------------------------------------------------------------------------- ----- Convinha que compusessem o espírito romanesco com um pouco de cultura jurídica. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A empresa, sem a intervenção do Município e deixada ao “Deus dará” da declaração de insolvência por parte dos credores, tinha os seus bens com um destino muito claro. Os bens da empresa que eram património da cidade iam para os bolsos dos credores, com a sua extinção iam para o património municipal e ficavam consolidados nos ativos do Município. ---------------------------------------------------------- ----- Os ativos do Município não eram geridos a belo prazer do Vereador ou do Presidente da Câmara, nenhum ativo municipal podia ser alienado sem deliberação da Câmara e sem deliberação da Assembleia Municipal. ---------------------------------------- ----- Perguntou que melhor forma conheciam de garantir e de proteger o património da cidade que estava confiado à EPUL do que a sua integração no património municipal. Não conhecia nenhuma forma melhor e coisa que não desistia era de proteger esse património, não o deixando ao “Deus dará” da insolvência a pedido dos credores. ------ ----- Alguns Senhores Deputados Municipais eram contra qualquer empresa pública, salvo a empresa pública que se pretendia extinguir agora, assim como também eram defensores dos direitos de todos os trabalhadores, menos da garantia dos direitos dos trabalhadores pela forma que era proposta. Diziam que não podia dar garantias que todos os trabalhadores da EPUL seriam integrados nos quadros do Município. ---------- ----- Afirmava que podia, da mesma forma que garantira aos trabalhadores que em agosto de dois mil e sete estavam a recibo verde na Câmara, que o tribunal arbitral os integraria nos quadros da Câmara e cumprira, como garantira aos trabalhadores em dois mil e nove que fariam uma opção gestionária e cumprira, como prometera aos candidatos a motorista nos concursos que tiveram que suspender, que se houvesse condições financeiras até ao final do ano entrariam nos quadros do Município e cumprira. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Era da mesma forma que voltava a dar as garantias. Os trabalhadores da EPUL, só os que não quisessem não integrariam os quadros do Município de Lisboa. ----------- ----- Andava a dizer desde janeiro que era urgente a extinção da EPUL, para que se evitasse qualquer risco de que essa garantia pudesse ser posta em causa. A Lei era muito clara e podia-se desde já contratar qualquer funcionário da EPUL através dos

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acordos de cedência de interesse público, que não podiam durar mais de um ano, mas podiam fazer de imediato concursos de ingresso a que só eram oponíveis duas categorias de pessoas, os trabalhadores da EPUL e qualquer outro funcionário público. Desde janeiro que sublinhava a urgência de não se perder tempo e de abrir os concursos tão rapidamente quanto possível e nem lhe passava pela cabeça que o Governo se preparava para pôr na mobilidade as dezenas de milhar de trabalhadores que se preparava para pôr na mobilidade. ------------------------------------------------------- ----- Cada dia que se atrasavam nesse processo só estavam a dificultar a vida aos trabalhadores da EPUL que quisessem ingressar nos quadros do Município de Lisboa. Já tinha dito e repetia que abriria tantos concursos quantos os necessários até à integração de todos os trabalhadores que quisessem ser integrados nos quadros do Município de Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------- ----- Para que isso fosse possível era necessária a extinção da empresa, porque se não houvesse extinção da empresa nem os contratos de cedência de interesse público podiam fazer. A Lei proibia a contratação de qualquer funcionário fora dessa situação e, portanto, só no quadro de processo de extinção era possível garantir os direitos dos trabalhadores. ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Dizia uma Senhora Deputada Municipal que garantisse que entravam com todas as regalias. Não garantia, porque não podia garantir e porque a Lei não permitia que entrassem com todas as regalias. ----------------------------------------------------------------- ----- A única coisa que podia garantir era que na classificação profissional fosse tido em conta o trabalho, o contributo, a experiência, os anos de trabalho ao serviço da Cidade de Lisboa na EPUL. Os vencimentos pagos na EPUL, isso não podia garantir, porque como sabia a Senhora Deputada Municipal, a tabela de vencimentos da EPUL não tinha nada a ver com a tabela de vencimentos dos funcionários do Município e quem entrasse iria naturalmente vencer pela tabela dos funcionários do Município, como todos os funcionários recebiam, por essa tabela e não mais do que essa tabela. --- ----- Garantia o que podia garantir. Não garantia o que não podia garantir. --------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Prôa (PSD) disse que o Senhor Presidente, legitimamente, tinha feito um conjunto de justificações relativamente às questões colocadas, mas o Senhor Presidente não podia, porque não tinha o direito, insistir em iludir os funcionários da EPUL porque lhe era mais fácil para gerir esse processo, dizendo coisas que não podia à luz da Lei. ----------------------------------------- ----- O Senhor Presidente tinha dado exemplo de situações que não eram comparáveis e a gravidade residia no facto do Senhor Presidente saber que comparara situações não comparáveis, porque eram situações que estavam ao abrigo de outras disposições legais. Aliás. Algumas já nem sequer estavam em vigor. ------------------------------------- ----- Não era ajustado, e estava a medir bem as palavras, que o Senhor Presidente reafirmasse algo que contrariava claramente aquilo que a Lei lhe permitia, porque lhe convinha, porque queria iludir os funcionários. ------------------------------------------------ ----- O PSD não pactuava com essa ilusão e apelava a que o Senhor Presidente assumisse as consequências das suas decisões. Não estava em condições de garantir a

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integração de todos os funcionários da EPUL nos quadros da Câmara, porque a Lei vedava-lhe essa possibilidade. -------------------------------------------------------------------- ----- Uma coisa era a vontade do Senhor Presidente, outra coisa era aquilo que a Lei lhe permitia fazer. Não tinha o direito de iludir os funcionários. ---------------------------- ----- A Senhora Presidente informou que o ponto quatro teria uma nova redação, que tinha sido distribuída e que integraria o ponto seis, que seria eliminado por incorporação do seu conteúdo no ponto quatro. Portanto, teriam cinco pontos para votar. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Ponto quatro ficava com a seguinte redação: ------------------------------------------ ----- “Aprovar, nos termos do artigo 62.º, n.º 12, da Lei 50/2012, o plano de internalização das atividades da EPUL nos serviços municipais, que consta do Anexo, e mandatar o Executivo para, em conjugação com o Conselho de Administração e a Comissão Liquidatária a designar, apresentar um plano de ação, devidamente valorado, até 30 de junho.” ----------------------------------------------------------------------- ----- Seguidamente, constatando não haver mais intervenções, submeteu à votação o ponto nº 1 da Proposta nº 858/2012, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS e 4 IND, votos contra de PCP, BE, MPT e PEV e abstenções de PSD, CDS-PP e PPM. ------------------------------------------------------------ ----- Submeteu à votação o ponto nº 2 da Proposta nº 858/2012, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV e 4 IND e abstenções de PSD, CDS-PP, PPM e MPT.----------------------------------------------------- ----- Submeteu à votação o ponto nº 3 da Proposta nº 858/2012, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, CDS-PP, BE, PEV, 4 IND e 1 PSD, votos contra de PSD e abstenções de PPM e MPT. ------------------------ ----- Submeteu à votação o ponto nº 4 da Proposta nº 858/2012, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, PEV e 1 IND, votos contra de CDS-PP e abstenções de PSD, BE, PPM, MPT e 3 IND. ------------------------- ----- Submeteu à votação o ponto nº 5 da Proposta nº 858/2012, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, CDS-PP, BE, PEV e 4 IND e abstenções de PSD, PPM e MPT. ---------------------------------------------------- --------------------------------------RECOMENDAÇÃO ---------------------------------------- ----- Pela clarificação da Proposta 858/2012 (Dissolução da EPUL) ---------------------- ----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Foi remetida a esta Assembleia Municipal a Proposta 858/2012 que versa sobre a Dissolução da EPUL, sendo esta proposta uma das mais importantes e também geradora de controvérsia, quer em sede de plenário quer em sede de Comissões da AML, quer ainda na sociedade civil. ------------------------------------------------------------- ----- Com efeito não se pode ignorar o património de intervenção da EPUL ao longo destes 41 anos na Urbanização da Cidade de Lisboa, de que são exemplo a intervenção em Telheiras ou no Restelo. Mas também não se pode esquecer a instrumentalização de que a EPUL foi objecto em anos mais recentes, por vezes com resultados que comprometeram o interesse público como foram os anos do envolvimento na viabilização dos novos estádios do Sport Lisboa e Benfica e do

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Sporting Clube de Portugal, no infindável processo do Parque Mayer ou no loteamento do Vale de Santo António. ----------------------------------------------------------- ----- Não se pode esquecer que também a própria Câmara Municipal de Lisboa tem um histórico pró-activo e de sucesso no que toca à Reabilitação Urbana, com todo o trabalho desenvolvido durante os anos 90 nos Gabinetes de Bairro, bem como toda a experiência do GTH – Gabinete Técnico de Habitação nos anos 60 e 70, que concorreram francamente para a promoção de habitação a custos acessíveis, tendo um papel preponderante na inovação do Urbanismo português. ---------------------------- ----- Actualmente existem ainda programas inovadores da CML no que toca a políticas de reabilitação urbana e promoção de habitação a custos acessíveis, nomeadamente o programa Reabilita Primeiro Paga Depois e o programa da Renda Convencionada. ------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sem pretendermos questionar a opção que a CML tomou quanto à extinção da EPUL – que envolve questões mais complexas que exigiriam uma outra reflexão política - as Deputadas e os Deputados Municipais Independentes, abaixo identificados, propõem — ao abrigo do nº 10 do artigo 42, do Regimento da AML — que, quando da discussão da Proposta 858/2012, a Assembleia Municipal de Lisboa delibere: ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 1) Recomendar à CML que no seguimento da aprovação da proposta 858/2012, desenvolva, com a brevidade possível, todos os mecanismos necessários à salvaguarda dos legítimos interesses das trabalhadoras e trabalhadores da EPUL, nomeadamente ao que se refere à absorção nos quadros da CML, caso seja esse o seu desejo. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- 2) Recomendar à CML que continue a desenvolver uma política de Reabilitação Urbana que permita a recuperação do património imobiliário público e privado, habitacional e não habitacional, promovendo assim o desenvolvimento económico e social através da criação de oportunidades de emprego, bem como proporcionar mais e melhor habitação contribuindo para a melhoria das condições de vida da população e sua fixação na cidade de Lisboa, recuperando assim o princípio fundamental da função social da propriedade. ------------------------------------------------- ----- Lisboa, 21 de Maio de 2013 ----------------------------------------------------------------- ----- Os Deputados Municipais Independentes, Ana Maria Gaspar Marque, Filipe Mário Lopes, José Alberto Ferreira Franco, Paula Marques Barbosa Correia. --------- ----- A Senhora Presidente submeteu à votação o ponto 1 da Recomendação apresentada pelos Deputados Municipais Independentes, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, CDS-PP, BE e 3 IND, votos contra de PSD e abstenções de PCP, PPM, MPT e PEV. ------------------------------ ----- Submeteu à votação o ponto 2 da Recomendação apresentada pelos Deputados Municipais Independentes, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PSD, PS, CDS-PP, BE, MPT e 3 IND e abstenções de PCP, PPM e PEV. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal António Prôa (PSD) fez a seguinte declaração de voto: -----------------------------------------------------------------------------------------------

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----- “O Grupo do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa vem, nos termos e para os efeitos previstos no Regimento da AML, fazer constar da ata da reunião hoje realizada a sua declaração de voto relativamente à proposta 858/2012, nos termos e nos fundamentos seguintes: ----------------------------------------------------------------------- ----- Primeiro, o Grupo do PSD não votou favoravelmente a proposta, abstendo-se na votação; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Segundo, fê-lo por considerar existirem por um lado dúvidas sobre procedimentos propostos e, por outro, esclarecimentos essenciais não prestados pelo órgão executivo do Município de Lisboa. ------------------------------------------------------- ----- Na verdade, a EPUL é uma empresa municipal cujo capital é integralmente detido pelo Município de Lisboa, devendo a sua gestão, atividade e tomada de decisões pautar-se por práticas corretas, suscetíveis de assegurar a respetiva sustentabilidade e crescimento económico. ----------------------------------------------------- ----- Como acionista único, o Município de Lisboa deve adotar as decisões estratégicas que achar por bem para a empresa, não obstante tais decisões deverem ser unívocas em termos de procedimentos e fundamentação. -------------------------------- ----- Verifica-se que nos últimos anos, embora as dificuldades conjunturais do mercado da habitação e do urbanismo tenham condicionado fortemente a atividade da EPUL, a indefinição e estagnação de empreendimentos à responsabilidade desta teve subjacente o facto de não terem sido acautelados no âmbito do relacionamento município/empresa princípios de boa gestão, quer pelo órgão de gestão, quer pelo acionista. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Neste contexto, a ausência de procedimentos regulares de conciliação de saldos entre o Município de Lisboa e a EPUL, assim como a ausente ou deficiente formalização das relações estabelecidas entre as duas entidades, conduziu à situação de se encontrarem por reconhecer e regularizar nas contas da EPUL os saldos devedores e credores detidos junto do Município de Lisboa. -------------------------------- ----- Contributo para uma situação com consequências negativas para a EPUL foi, a par com o exposto no número anterior, a incapacidade revelada por esta esta empresa em gerar fluxos de tesouraria suficientes para o cumprimento das obrigações decorrentes do serviço da dívida. -------------------------------------------------- ----- Em sede dos trabalhos da Comissão de Administração e Finanças, bem como das demais comissões que intervieram neste processo, ficaram patentes as informações contraditórias prestadas pelos diversos intervenientes. ----------------------- ----- Conforme resulta do parecer da Comissão de Intervenção Social, subsistem dúvidas quanto ao invocado processo de internalização no Município de Lisboa da atividade da EPUL e a prometida integração dos trabalhadores da EPUL neste contexto, bem sabendo o Senhor Presidente da Câmara Municipal que não pode garantir tal integração, algo que insiste em não assumir frontalmente perante os trabalhadores, numa clara falta de coragem para enfrentar as consequências das suas decisões. ----------------------------------------------------------------------------------------

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----- Mais, lamenta-se que o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa não tenha inserido esta decisão de extinção da EPUL num plano global de redefinição do setor empresarial do Município, optando pela via avulsa. ----------------------------------- ----- Dispõe a Lei 50/2012, que aprovou o regime jurídico da atividade empresarial local, que a deliberação de dissolução de empresa local que implique a integração ou a internalização de quaisquer atividades é acompanhada do respetivo plano, o qual deve incluir diversos elementos, nomeadamente a previsão das disponibilidades orçamentais necessárias. -------------------------------------------------------------------------- ----- Ora, não constam na proposta agora votada os elementos descritos no mesmo diploma legal. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa determinou, por despacho datado de dezassete de dezembro de dois mil e doze, a realização de uma transferência financeira no montante de mais de vinte e três milhões de euros para pagamento diretamente aos bancos credores, por conta das obrigações da EPUL perante estes bancos. ----------------------------------------------------------------------------------------------- ----- O montante indicado no número anterior foi pago no dia dezoito de dezembro, mas o respetivo despacho não foi ratificado na reunião de Câmara seguinte, como expõe a Lei aplicável. ------------------------------------------------------------------------------ ----- Ainda em sede de transferência financeira a cargo dos sócios, prevê o artigo 40º do Regime Jurídico da Atividade Empresarial Local que, no caso do resultado líquido antes de impostos se apresentar negativo, é obrigatória a realização de uma transferência financeira a cargo dos sócios. Dispõe também que no caso do orçamento anual do ano em causa não conter verba suficiente para a cobertura dos prejuízos, os sócios de direito público deverão proceder a uma alteração do mesmo por forma a contemplar o montante necessário. Dispõe ainda que deve proceder à sua transferência no mês seguinte à apreciação das Contas da empresa local. ---------- ----- Ora, a transferência financeira realizada através do pagamento diretamente a entidades credoras da empresa local e sem apresentação das Contas da empresa local, das quais constasse o apuramento dos resultados referentes ao exercício findo em dezembro de dois mil e doze, não se enquadram no estipulado na referida Lei 50/2012. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- De referir ainda que o contrato de empréstimo celebrado em vinte de dezembro de dois mil e quatro entre a EPUL e os bancos em causa previu o pagamento de juros de mora com uma taxa aplicável correspondente a 2,47%. Contudo, as novas condições acordadas por sua Excelência o Presidente da Câmara, em vinte e nove de novembro e a três de dezembro, preveem o agravamento da taxa de juros moratórios para a soma da Euribor mais 6% a partir de vinte e oito de fevereiro e em cada mês subsequente. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Sendo entendimento do Grupo do PSD que o objeto da EPUL, tal como a empresa existe hoje, se encontra esgotado e havendo momentos em que se tem que avaliar a razão de existência de estruturas que tiveram a sua justificação histórica e que foram permanecendo no tempo, a verdade é que subsistem no processo

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demasiadas dúvidas não esclarecidas, que não permitem o voto favorável desta proposta por parte do Grupo do PSD.” --------------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Moura (CDS-PP) disse que não se ia alongar, até porque a declaração de voto do CDS era muita extensa e apresentaria em papel para depois constar da ata, mas apenas ressalvar a razão pela qual votara contra o ponto quatro da proposta, porque a proposta não cumpria o que dizia a Lei 50/2012, nomeadamente a alínea c) do nº12 do artigo 62, em que era necessário apresentar as disponibilidades orçamentais, quer para a internalização das atividades, quer para os funcionários. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----- Parecia-lhe que tinham aprovado algo que era ilegal, o que devia fazer refletir os Senhores Deputados Municipais. ----------------------------------------------------------------- ----- O CDS tinha votado contra em coerência. ------------------------------------------------ ----- Posteriormente, o CDS-PP apresentou a seguinte declaração de voto: --------------- ----- “Os Deputados do CDS-PP na Assembleia Municipal de Lisboa declaram que relativamente à proposta acima referenciada se abstiveram na votação dos pontos nºs. 1e 2, votaram a favor dos pontos nºs. 3 e 5 e votaram contra o ponto nº 4, por considerarem o seguinte: ------------------------------------------------------------------------- ----- 1.- A EPUL consubstancia a principal e primeira empresa municipal existente em Portugal que se destaca pelo papel meritório que vem desenvolvendo na Cidade no âmbito da promoção da habitação e urbanização. Foi com a EPUL que a cidade evoluiu no urbanismo, tomando as rédeas da regeneração urbana pública, de que são exemplos o Programa EPUL Jovem, Lisboa a Cores e empreendimentos como Telheiras e o Restelo, pelo que a mesma EPUL não deverá ser extinta às pressas e na sequência de pressões externas sem que a questão do universo empresarial da CML seja, na sua totalidade, analisado e convenientemente estudado. --------------------------- ----- A questão da EPUL deveria ter sido ponderada conjuntamente com as demais empresas municipais ou nas quais a CML tem uma participação no capital social. ----- ----- O CDS-PP defendeu por várias vezes a necessária reestruturação do tecido empresarial municipal, no âmbito da qual apresentámos a proposta de extinção da GEBALIS, que este executivo socialista chumbou apesar de não conseguir resolver os seus principais problemas financeiros, tendo inclusive incumprido na execução de uma deliberação aprovada para o reequilíbrio financeiro da empresa, em 2010. ------- ----- A tanto acrescem as promessas do Senhor Presidente da Câmara de reestruturar o sector empresarial local, quando afirmou, ainda no ano passado, que equacionava a fusão da EPUL com a GEBALIS e a SRU. --------------------------------------------------- ----- 2.- A presente proposta de extinção da EPUL carece de estudo profundo e de aturada reflexão e, como salientam e bem os pareceres das Comissões de Urbanismo, de Finanças e de Intervenção Local, a mesma não foi acompanhada de um relatório circunstanciado da situação patrimonial e financeira, deixando as mais diversas interrogações sobre a real situação da empresa ---------------------------------------------- ----- Os próprios documentos que nos chegaram quer da Câmara, quer do Conselho de Administração, quer da Comissão de Trabalhadores são díspares e contraditórios,

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o que não contribui para uma decisão serena e com base em dados fidedignos e claros. ------------------------------------------------------------------------------------------------ ----- 3.- É de salientar que a actual situação da EPUL é também da responsabilidade do Senhor Presidente da CML que não soube prevenir nem evitar o endividamento da EPUL e que, inclusivamente, contribuiu para o seu aumento com aquisições de prédios na Rua de Campolide e Rua do Benformoso, bem como, designadamente, obras da Biblioteca do Vale de Sto. António --------------------------------------------------- ----- Acusam-se agora mutuamente, CML e o ex-Conselho de Administração, de falta de lealdade e incumprimento de compromissos cujos fundamentos não se encontram registados. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Por outro lado os trabalhadores da EPUL salientam que a responsabilidade pela actual situação da EPUL cabe à CML pela sua “gestão deficiente, ruinosa, senão mesmo danosa, imposta e determinada às administrações da EPUL” e acusam a CML de pretender agora aproveitar-se da situação da EPUL e retirar proveitos da mesma, designadamente por a CML ter, à revelia da EPUL, celebrado novos contratos de financiamento com bancos internacionais com a elevação do spread respectivo. -------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 4.- A tanto acrescem as dúvidas técnico-jurídicas nunca esclarecidas sobre se a EPUL é ou não uma empresa municipal ou antes uma empresa pública, dado que a mesma foi criada por acto da Administração Central (um Decreto-Lei), o que determina que não seja claro se a AML tem ou não poderes para determinar a sua extinção, dado o “princípio do paralelismo das formas” cuja violação determinará uma inconstitucionalidade orgânica. ------------------------------------------------------------ ----- 5.- Ademais causa perplexidade ao CDS-PP a evidente incongruência de o próprio articulado da proposta defender que, por um lado, o objecto social da EPUL está esgotado e, por outro lado, afirmar que a missão da EPUL e o serviço público que esta presta continua a assumir uma importância fundamental para a prossecução das atribuições do Município de Lisboa; -------------------------------------------------------- ----- 6.- Não podemos deixar de criticar o incumprimento da Lei nº 50/2012, em particular o artigo 62º respeitante aos elementos constituintes e anexos ao plano de internalização, o que justifica e sustenta o voto contra no ponto 4; ------------------------ ----- 7.- Finalmente o CDS-PP entende que o destino dos trabalhadores da EPUL não se encontra devidamente salvaguardo, o que deveria ser motivo da maior preocupação, pois que não acreditamos que uma simples promessa do Senhor Presidente da CML de incluir os trabalhadores no quadro do Município através de acordo de cedência de interesse público seja suficiente para garantir o posto de trabalho destas pessoas, tendo em conta as regras concursais vigentes e o número elevado de funcionários públicos em regime de mobilidade. -------------------------------- ----- Lisboa, 28 de Maio de 2013 ----------------------------------------------------------------- ----- Os Deputados do CDS-PP - João Diogo Moura, Maria Clara Ferreira da Silva, João Oliveira Martins e Maria Luísa Aldim.” ------------------------------------------------- ----- PONTO 28 – PROPOSTA Nº 272/2013 - SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A MINUTA DO CONTRATO-PROGRAMA PARA

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2013 DA LISBOA OCIDENTAL, SRU – SOCIEDADE DE REABILITAÇÃO URBANA, EM, S.A., NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO Nº 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; ------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------------------- PROPOSTA Nº 272/2013 ------------------------------------ ----- Apreciar o Plano de 2013 – Instrumentos de Gestão Previsional da Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, E.M.,S.A. --------------------------- ----- Pelouro: Vereador Manuel Salgado e Vereadora Maria João Mendes, ------------- ----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- 1. A Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, E.M.,S.A., que se passa a designar abreviadamente por SRU, é uma pessoa coletiva de direito privado sob a forma de sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, de responsabilidade limitada, com natureza municipal, constituída pelo Município de Lisboa, que goza de personalidade jurídica e é dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial; -------------------------------------------------------------------------- ----- 2. A SRU é uma empresa local de promoção do desenvolvimento local e regional, que tem como objeto social principal a reabilitação urbana da sua Área de Reabilitação Urbana, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, alterado pela Lei nº 32/2012, de 14 de agosto, nomeadamente, através da promoção, manutenção e conservação de infraestruturas urbanísticas e gestão urbana e renovação e reabilitação urbanas e gestão do património edificado; ---------- ----- 3. As empresas do sector empresarial local regem-se pela Lei nº 50/2012, de 31 de agosto – Regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais, pela lei comercial, pelos respetivos Estatutos e, subsidiariamente, pelo regime do sector empresarial do Estado; ---------------------------------------------------------------- ----- 4. Nos termos do artigo 23º dos seus Estatutos, a gestão da SRU deve articular-se com os objetivos prosseguidos pelo Município de Lisboa, com respeito pelo disposto nas orientações estratégicas aprovadas pela Câmara Municipal de Lisboa, visando o cumprimento do seu objeto social e assegurando a sua viabilidade económica e o equilíbrio financeiro. ------------------------------------------------------------- ----- 5. Em cumprimento do artigo 24º dos seus estatutos – Deveres Especiais de Informação - o Conselho de Administração da SRU enviou os Instrumentos de Gestão Previsional 2013, documento que se anexa e que faz parte integrante da presente proposta; --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 6. Nos termos dos Estatutos, o Fiscal Único emitiu parecer que refere o seguinte: «Com base no trabalho efetuado sobre a evidência que suporta os pressupostos da informação financeira previsional (…) executado tendo em vista a obtenção de um nível de segurança moderado, nada chegou ao nosso conhecimento que nos leve a concluir que tais pressupostos não proporcionam uma base aceitável para aquela informação e que tal informação não tenha sido preparada e apresentada de forma consistente com as políticas e princípios contabilísticos normalmente adotados pela entidade”, advertindo, contudo, que “frequentemente os acontecimentos futuros não

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correm da forma esperada, pelo que os resultados reais poderão vir a ser diferentes dos previstos e as variações poderão ser materialmente relevantes»; --------------------- ----- 7. A concretização do Plano de Atividades para 2013 assenta na celebração de um contrato-programa, quantificado em 260.000,00 euros, cuja minuta se apensa como parte integrante desta Proposta; ---------------------------------------------------------- ----- 8. O Fiscal Único da SRU emitiu parecer em que «…o valor das indemnizações compensatórias está adequadamente calculado e decorre dos termos do contrato». ---- ----- Tenho a honra de propor que Câmara Municipal de Lisboa delibere, nos termos das disposições conjugadas da alínea d) do n.º 7 do artigo 64º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com a redação dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, do artigo 32º, alínea a) do nº1 do artigo 42º, do nº 1 e 5 do artigo 47º e do artigo 50º da Lei 50/2012, de 31 de Agosto, da alínea o) do nº 1 do artigo 20º, alíneas a) e b) do artigo 24º e artigo 26º dos Estatutos da Lisboa Ocidental, SRU:----------------------------------- ----- 1) Apreciar favoravelmente, o Plano de 2013 da Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, E.M.,S.A., que inclui os seguintes Instrumentos de Gestão Previsional: -------------------------------------------------------------------------------- ----- a) Plano de Atividades; ---------------------------------------------------------------------- ----- b) Plano de Investimento; -------------------------------------------------------------------- ----- c) Demonstrações de Resultados; ---------------------------------------------------------- ----- d) Orçamentos de Tesouraria; -------------------------------------------------------------- ----- e) Orçamentos de Financiamento; --------------------------------------------------------- ----- f) Balanços; ------------------------------------------------------------------------------------ ----- 2) Mandatar a Sra. Dr.ª Rosália Maria Duarte Russo, Técnica Superior da CML - representante do Município de Lisboa na Assembleia geral da Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, E.M.,S.A., para os votar favoravelmente nos termos da presente proposta. ---------------------------------------------------------------- ----- 3) Aprovar e submeter à Assembleia Municipal o Contrato-programa a celebrar com a STU Lisboa Ocidental para 2013 (Minuta) que tem cabimento no Projeto C1.02.P003, Orgânica, 07.00 e Económica 08.01.01.01 do Orçamento em vigor. ------- ----- Paços do Concelho de Lisboa, aos 4 de Abril de 2013. -------------------------------- ----- O Vereador Manuel Salgado. --------------------------------------------------------------- ----- A Vereadora Maria João Mendes. ---------------------------------------------------------- ------------------------------------------ PARECER ----------------------------------------------- ----- COMISSÃO PERMANENTE DE ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS, PATRIMÓNIO, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E TURISMO ---------------------- ----------------------------------PROPOSTA Nº.272/2013 ---------------------------------------- ----- SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A MINUTA DO CONTRATO-PROGRAMA PARA 2013 DA LISBOA OCIDENTAL, SRU – SOCIEDADE DE REABILITAÇÃO URBANA, E.M.,S.A., NOS TERMOS DA PROPOSTA ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 22 de Maio de 2013, deliberou dar o seu parecer relativo à Proposta nº.272/2013, nos seguintes termos. ----------------

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----- Em 20 de Maio de 2013, a Comissão procedeu à audição da Presidente do Conselho de Administração da Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, E.M., S.A., a fim de apreciar a presente Proposta, que inclui o Plano de 2013 da empresa, bem como a respectiva minuta do Contrato-Programa a celebrar com a Câmara Municipal de Lisboa. ------------------------------------------------------------ ----- Na referida audição, a Senhora Presidente do Conselho de Administração da SRU fez uma intervenção sobre a gestão urbanística e licenciamentos praticados pela empresa (em conformidade com o que é praticado pela CML), a reabilitação de edifícios públicos, municipais e “expropriados”, bem como a situação económico-financeira empresarial, a qual tem manifestado equilíbrio financeiro, ressalvando que a SRU não exerce actividade comercial, aplicando criteriosamente os “subsídios” da CML na prossecução do seu objecto social, na área de intervenção – Ajuda, Alcântara e Belém.---------------------------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente do Conselho de Administração da SRU referiu ainda, a título de exemplo, alguns dos trabalhos a decorrer, tais como a elaboração do Plano de Pormenor da “Calçada da Ajuda”, a reabilitação do Teatro Camões, a construção de dois parques de estacionamento gratuitos, bem como a conclusão de vários projectos. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Neste contexto, a Comissão analisou ainda os diversos documentos de gestão previsional do Plano de 2013 da SRU, bem como o respectivo Contrato-Programa com o Município de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------- ----- Assim sendo, a Comissão entende que a proposta está em condições de ser apreciada e votada em plenário. ----------------------------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausente o PCP. ------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 22 de Maio de 2013. ----------------------------- ----- O Presidente da Comissão - Rui Pessanha da Silva ------------------------------------- ------------------------------------------ PARECER ----------------------------------------------- ----- COMISSÃO PERMANENTE DE URBANISMO E DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO DA INTERVENÇÃO NA ZONA RIBEIRINHA E BAIXA DE LISBOA ---------- -----------------------------------Proposta nº 272/2013 ------------------------------------------- ----- Minuta do contrato-programa a celebrar com «Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, E.E.M.», relativo ao ano de 2013 -------------------- ----- A Comissão Permanente de Urbanismo e de Acompanhamento da Gestão da Intervenção na Zona Ribeirinha e Baixa de Lisboa reuniu em 16 e 22 de Maio de 2013 para apreciar a Proposta nº 272/2013, apresentada pela Câmara Municipal, relativa à aprovação do minuta do contrato-programa a celebrar com «Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, E.E.M.», relativo ao ano de 2013. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Entre essas duas reuniões, no dia 20 de Maio de 2013, e em conjunto com a Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, a comissão procedeu à audição da Dra. Teresa do Passo, Presidente do Conselho de Administração da empresa e do Dr. Manuel Rodrigues, Director Financeiro. -------------------------------------------------------------------------------

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----- Como resulta do nº 5 do artigo 47º da Lei nº 50/2012, de 31 de Agosto, a minuta do contra-programa tem de ser aprovada pela Assembleia Municipal, sob proposta da câmara. No essencial, através de tal contrato é convencionada a comparticipação pública municipal devida como contrapartida do exercício de poderes administrativos na área de reabilitação urbana que constitui o âmbito geográfico de actuação da empresa. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A comissão aproveitou a oportunidade para proceder a uma ponderação global da actividade até agora realizada pela «Lisboa Ocidental, SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, EEM», que foi, genericamente, objecto de apreciação meritória. Não obstante, foi salientado por alguns membros da comissão que a ponderação concreta da actividade da empresa não se confunde nem ultrapassa a oposição ao modelo legal das sociedades de reabilitação urbana e ao exercício de poderes administrativos por entidades destituídas da legitimidade decorrente do acto eleitoral. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Como nota final, foi recomendado que a empresa adopte todas as medidas necessárias à adequada preservação dos achados arqueológicos de que a Senhora Presidente do Conselho de Administração deu conta na sua audição. --------------------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 23 de Maio de 2013. ----------------------------- ----- O Presidente da Comissão - António Duarte de Almeida ------------------------------- ------------------------------------------ PARECER ----------------------------------------------- ----- COMISSÃO PERMANENTE DE HABITAÇÃO, REABILITAÇÃO URBANA E BAIRROS MUNICIPAIS --------------------------------------------------------------------------- -----------------------------------Proposta Nº 272 / 2013 ----------------------------------------- ----- A Comissão Permanente de Habitação, Reabilitação Urbana e Bairros Municipais, reuniu em 8 de Maio de 2013 nas instalações da Assembleia Municipal para apreciar a proposta 272/2013, referente à “Minuta de Contrato Programa para 2013 de Lisboa Ocidental SRU – Soc. Reabilitação Urbana. ------------------------------- ----- Após análise da proposta pelos Srs. Deputados Municipais desta comissão, foi deliberado por unanimidade estar a mesma apta a discussão em plenário. --------------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 10 de maio de 2013. ----------------------------- ----- O Presidente da Comissão - Fernando Manuel D’ Eça Braamcamp ----------------- ----- A Senhora Presidente, constatando não haver intervenções, submeteu à votação a Proposta nº 272/2013, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS e 4 IND, votos contra de PCP, CDS-PP, PPM, MPT e PEV e abstenções de PSD e BE. -------------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 35 – PROPOSTA Nº 331/2013 - SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A AFECTAÇÃO AO DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL DE UMA PARCELA DE TERRENO COM A ÁREA DE 26,30 M2, A DESANEXAR DO PRÉDIO QUE RESULTAR DA ANEXAÇÃO DOS PRÉDIOS MUNICIPAIS SITOS NA RUA DE SÃO LÁZARO N.ºS 87 A 91 E 91 A E RUA DA OLIVEIRA DE SÃO LÁZARO N.ºS 6 E 8 E NA RUA DE S. LÁZARO N.ºS 77 A 85, TORNEJANDO PARA AS ESCADINHAS DA PORTA DO CARRO E PARA A TRAVESSA DA OLIVEIRA N.ºS 2 E 7, FREGUESIA

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DO SOCORRO, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA B) DO N.º 4 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDAÇÃO DADA --------------------------------------------- ----------------------------------- PROPOSTA Nº 331/2013 ------------------------------------ ----- Assunto: Aprovar submeter à Assembleia Municipal a afetação ao domínio público municipal de uma parcela de terreno com a área de 26,30m2, a desanexar do prédio que resultar da anexação dos prédios municipais sitos na Rua de São Lázaro n.ºs 87 a 91 e 91A e Rua da Oliveira de São Lázaro n.ºs 6 e 8 e na Rua de S. Lázaro n.ºs 77 a 85, tornejando para as Escadinhas da Porta do Carro e para a Travessa da Oliveira n.ºs 2 e 7, freguesia de Socorro. ------------------------------------------------------- ----- Pelouro: Planeamento e Politica de Solos, Licenciamento Urbanístico, Reabilitação Urbana e Obras -------------------------------------------------------------------- ----- Serviços: DMPRGU / Departamento de Política de Solos e Valorização Patrimonial / Divisão de Operações Patrimoniais -------------------------------------------- ----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- a) No âmbito do Programa Valorização Patrimonial, se prevê a alienação de prédios municipais livres de pessoas e bens; -------------------------------------------------- ----- b) Para desenvolvimento do mencionado programa se torna necessário proceder à regularização registal dos Prédios; ----------------------------------------------------------- ----- c) Se procedeu à demolição dos prédios municipais sitos na Rua de São Lázaro, n.ºs 77 a 85, tornejando para as Escadinhas da Porta do Carro e Travessa da Oliveira, n.ºs 2 e 7, e Rua de São Lázaro, n.ºs 87 a 91A e Rua da Oliveira de São Lázaro, n.ºs 6 e 8, freguesia de Socorro (cf. Anexo I, que se junta e se dá por integralmente reproduzido); ---------------------------------------------------------------------- ----- d) Se torna necessário anexar as parcelas de terreno resultantes das demolições efetuadas, para permitir a implantação de um edifício com maiores dimensões e adaptado às exigências legais e regulamentares em vigor; --------------------------------- ----- e) Com a anexação pretendida, poder-se-á adotar um novo limite da via, possibilitando o alargamento do arruamento e o reposicionamento do passeio, numa zona onde existe um estrangulamento indesejável; -------------------------------------------- ----- f) Para efeitos de regularização do arruamento é necessário afetar ao domínio público municipal uma parcela de terreno com a área de 26,30m2, a desanexar do prédio resultante da anexação mencionada (cf. Anexo II, que se junta e se dá por integralmente reproduzido). ----------------------------------------------------------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo das disposições conjugadas da alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º e da alínea b) do n.º 4 do artigo 53.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, com a redação atual, submeter à Assembleia Municipal: ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A afetação ao domínio público municipal de uma parcela de terreno com a área de 26,30m2, a desanexar do prédio que resultar da anexação dos prédios municipais sitos na Rua de São Lázaro, n.ºs 87 a 91 e 91A e Rua da Oliveira de São Lázaro, n.ºs 6 e 8, descrito no registo predial sob o n.º 421 da freguesia de Socorro e na Rua de S. Lázaro, n.ºs 77 a 85, tornejando para as Escadinhas da Porta do Carro e para a

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Travessa da Oliveira, n.ºs 2 e 7, descrito no registo predial sob o n.º 486 da freguesia do Socorro, devidamente identificados a cor-cinza na Planta n.º 13/091/DPSVP, para efeitos de regularização cadastral e registal, (cf. Anexo III, que se junta e se dá por integralmente reproduzido). ----------------------------------------------------------------------- ----- Confrontações da parcela de terreno com a área de 26,30 m2 a afetar ao domínio público municipal: -------------------------------------------------------------------------------- ----- Norte – n.º 93 da Rua de São Lázaro ------------------------------------------------------ ----- Sul – Escadinhas da Porta do Carro ------------------------------------------------------- ----- Nascente – Rua de São Lázaro -------------------------------------------------------------- ----- Poente – Rua da Oliveira de São Lázaro -------------------------------------------------- ----- Anexos: ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- I. Cópia do OF/150/DMHDS/DPH/DI/13 ------------------------------------------------- ----- II. Levantamento topográfico --------------------------------------------------------------- ----- III. Planta n.º 13/091/DPSVP do Departamento de Política de Solos e Valorização Patrimonial. -------------------------------------------------------------------------- ----- (Processo n.º 9262/CML/13) ---------------------------------------------------------------- ----- Sala de Reuniões da Câmara Municipal de Lisboa, aos 30 de abril de 2013 -------- ----- O Vereador - Manuel Salgado -------------------------------------------------------------- ---------------------------------------- PARECER ------------------------------------------------- ----- COMISSÃO PERMANENTE DE ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS, PATRIMÓNIO, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E TURISMO ---------------------- --------------------------------PROPOSTA Nº.331/2013 ------------------------------------------ ----- SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A AFECTAÇÃO AO DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL DE UMA PARCELA DE TERRENO COM A ÁREA DE 26,30 M2, A DESANEXAR DO PRÉDIO QUE RESULTAR DA ANEXAÇÃO DOS PRÉDIOS MUNICIPAIS SITOS NA RUA DE SÃO LÁZARO N.ºS 87 A 91 E 91 A E RUA DA OLIVEIRA DE SÃO LÁZARO N.ºS 6 E 8 E NA RUA DE S. LÁZARO N.ºS 77 A 85, TORNEJANDO PARA AS ESCADINHAS DA PORTA DO CARRO E PARA A TRAVESSA DA OLIVEIRA N.ºS 2 E 7, FREGUESIA DO SOCORRO, NOS TERMOS DA PROPOSTA --------------------------------------------------- ----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 22 de Maio de 2013, deliberou dar o seu parecer relativo à Proposta nº.331/2013, nos seguintes termos. ---------------- ----- A presente Proposta surge no âmbito do Programa Valorização Patrimonial para alienação de prédios municipais livres de pessoas e bens, sendo necessário, para os devidos efeitos, proceder à regularização do registo dos imóveis. --------------- ----- Neste contexto, com a demolição de vários prédios municipais, sitos na Freguesia do Socorro, nas localidades referidas no anexo I da Proposta, é necessário anexar as respectivas parcelas de terreno, para implantação de um novo edifício que levará ao alargamento do futuro arruamento, cuja regularização prevê a passagem para o domínio público municipal da parcela de terreno, mencionada nos anexos II e III da Proposta. -------------------------------------------------------------------------------------

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----- Assim sendo, depois de analisada, a Comissão entende que a proposta está em condições de ser apreciada e votada em plenário. -------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausente o PCP. ------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 22 de Maio de 2013. ----------------------------- ----- O Presidente da Comissão - Rui Pessanha da Silva ------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, constatando não haver intervenções, submeteu à votação a Proposta nº 331/2013, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, CDS-PP, BE, MPT, PEV e 4 IND e abstenções de PSD e PPM. -------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 36 – PROPOSTA Nº 332/2013 - SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A AFECTAÇÃO AO DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL DE UMA PARCELA DE TERRENO COM A ÁREA DE 117.35 M2, A DESANEXAR DO PRÉDIO MUNICIPAL SITO NA RUA DO LUMIAR N.ºS 131 A 135, FREGUESIA DO LUMIAR, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA B) DO N.º 4 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO; --------------------------------------------------------------- --------------------------------- PROPOSTA Nº 332/2013 -------------------------------------- ----- Assunto: Aprovar submeter à Assembleia Municipal a afetação ao domínio público municipal de uma parcela de terreno com a área de 117,35m2, a desanexar do prédio municipal sito na Rua do Lumiar n.ºs 131 a 135, freguesia do Lumiar. ------- ----- Pelouro: Planeamento e Politica de Solos, Licenciamento Urbanístico, Reabilitação Urbana e Obras -------------------------------------------------------------------- ----- Serviços: DMPRGU / Departamento de Política de Solos e Valorização Patrimonial / Divisão de Operações Patrimoniais -------------------------------------------- ----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- a) No âmbito do Programa Valorização Patrimonial, nomeadamente, do “Programa Reabilita Primeiro e Paga Depois”, se prevê a alienação de Prédios municipais devolutos, ------------------------------------------------------------------------------ ----- b) Para desenvolvimento do mencionado programa se torna necessário proceder à regularização registal dos Prédios; ----------------------------------------------------------- ----- c) Se prevê a alienação do Prédio sito na Rua do Lumiar, n.ºs 131 a 135, descrito no registo predial sob o n.º1459, da freguesia de Lumiar, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Lumiar sob o artigo 21 (cf. Anexos I e II, que se juntam e se dão por integralmente reproduzidos); -------------------------------------------- ----- d) No âmbito da operação de valorização do património municipal é imperioso repensar os limites do Prédio, tendo em conta o contexto urbanístico em que este se insere, nomeadamente, a confrontação com a Avenida Padre Cruz; ----------------------- ----- e) Para efeitos de regularização de cadastro e registo, se torna necessário proceder à afetação ao domínio público municipal de uma parcela de terreno com a área de 117,35 m2, a desanexar do prédio municipal descrito no registo predial sob o n.º 1459 da freguesia de Lumiar, sito na Rua do Lumiar, n.ºs 131 a 135 (cf. Anexo III, que se junta e se dá por integralmente reproduzido. ------------------------------------------

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----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere, ao abrigo das disposições conjugadas da alínea a) do n.º 6 do artigo 64.º e da alínea b) do n.º 4 do artigo 53.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, com a redação atual, submeter à Assembleia Municipal: ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A afetação ao domínio público municipal da parcela de terreno com a área de 117,35 m2, a desanexar do prédio descrito no registo predial sob o n.º 1459 da freguesia de Lumiar, devidamente identificada a cor-cinza na Planta n.º 13/090/DPSVP, para efeitos regularização de cadastro e registo. -------------------------- ----- Confrontações da parcela de terreno com a área de 117,35 m2 a afetar ao domínio público municipal: ---------------------------------------------------------------------- ----- Norte – CML ----------------------------------------------------------------------------------- ----- Sul – CML -------------------------------------------------------------------------------------- ----- Nascente – prédio n.º 131 e 133 da Rua do Lumiar ------------------------------------- ----- Poente – CML --------------------------------------------------------------------------------- ----- ANEXOS ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- I. Certidão do Registo Predial n.º 4378/Santa Maria dos Olivais --------------------- ----- II. Caderneta Predial Urbana --------------------------------------------------------------- ----- III. Levantamento topográfico -------------------------------------------------------------- ----- IV. Planta n.º 13/090/DPSVP do Departamento de Política de Solos e Valorização Patrimonial. -------------------------------------------------------------------------- ----- (Processo n.º 9088/CML/13) ---------------------------------------------------------------- ----- Sala de Reuniões da Câmara Municipal de Lisboa, aos 30 de abril de 2013 -------- ----- O Vereador Manuel Salgado ---------------------------------------------------------------- ------------------------------------------ PARECER ----------------------------------------------- ----- COMISSÃO PERMANENTE DE ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS, PATRIMÓNIO, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E TURISMO ---------------------- ----------------------------------PROPOSTA Nº.332/2013 ---------------------------------------- ----- SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A AFETAÇÃO AO DOMÍNIO PÚBLICO MUNICIPAL DE UMA PARCELA DE TERRENO COM A ÁREA DE 117.35 M2, A DESANEXAR DO PRÉDIO MUNICIPAL SITO NA RUA DO LUMIAR N.ºS 131 A 135, FREGUESIA DO LUMIAR, NOS TERMOS DA PROPOSTA ------------------------------------------------------------------------------------------ ----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 22 de Maio de 2013, deliberou dar o seu parecer relativo à Proposta nº.332/2013, nos seguintes termos. ---------------- ----- A presente Proposta surge no âmbito do Programa Valorização Patrimonial para alienação de prédios municipais livres de pessoas e bens, sendo necessário, para os devidos efeitos, proceder à regularização do registo dos imóveis. --------------- ----- Neste contexto, com a alienação do prédio municipal, sito na Freguesia do Lumiar, na localidade referida nos anexos I e II da Proposta, é necessário alterar os limites do imóvel, tendo em conta o contexto urbanístico em que se insere, isto é, junto à Avenida Padre Cruz. ----------------------------------------------------------------------

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----- Para os devidos efeitos, há que proceder à respectiva regularização cadastral e registal, cuja regularização prevê a afectação para o domínio público municipal da parcela de terreno, mencionada no anexo III da Proposta. ---------------------------------- ----- Assim sendo, depois de analisada, a Comissão entende que a proposta está em condições de ser apreciada e votada em plenário. -------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausente o PCP. ------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 22 de Maio de 2013. ----------------------------- ----- O Presidente da Comissão - Rui Pessanha da Silva ------------------------------------- ----- A Senhora Deputada Municipal Ana Gaspar (IND) disse que no enquadramento dessa proposta, que naturalmente acolhiam, estava o Programa “Reabilita Primeiro e Paga Depois”. ------------------------------------------------------------- ----- Nessa sequência, aproveitava e saudava um documento decisivo, “Mudar a Política de Habitação em Lisboa”, apresentado pela Vereadora Helena Roseta em abril passado e já enviado a todos. ---------------------------------------------------------------------- ----- Falar de casas era de facto como no prólogo do documento, e citando Herberto Hélder, “falar, um sagaz exemplo de um poder tão firme e silencioso como só houve no tempo mais antigo”. ----------------------------------------------------------------------------- ----- As políticas de habitação fomentadas e descritas nesse documento pautavam-se pelo conjugar rigoroso, científico, dos números e dos gráficos, com a assunção de que a habitação era um direito maior para as pessoas, uma casa como espaço de pertença, o domus. ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Um documento que tratava o percurso das políticas públicas de habitação, a política de arrendamento, a questão do crédito, a erradicação de barracas, todo um rio descritivo das opções políticas e sociais que levaram até à situação presente: cento e trinta mil idosos, setenta mil e quinhentos jovens, cento e vinte e três mil estudantes do ensino superior na cidade. Um enorme sentido do dever público revelado nesse documento. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- A descrição dos GABIPs, das funções/ valências da GEBALIS, programas como o “Reabilitar Lisboa”, os BIP/ZIP, a Acupunctura Urbana, o Programa Integrado de Gestão e Requalificação dos Bairros Municipais, eram um desafio/convite que deixava para a leitura integral do documento, leitura crítica por certo. --------------------- ----- O Conselho Municipal de Habitação, as associações de moradores e a sua dinâmica organizativa, bem como a dinamização da rede social de Lisboa, eram a aposta numa participação ativa, porque permanente, dos cidadãos, cumprindo um programa local de habitação rigoroso, isento, pleno de mais-valias, em contraciclo, eco e voz da cidade que tão bem Cesário descrevera. ----------------------------------------- ----- Clemenceau dizia que “só triunfam os que se atrevem a atrever-se”. A resposta estava no vento, nesse vento que a sua geração e tantas gerações cantaram com Bob Dylan. Esse vento de novo se cantava e de novo estava a voar sobre a cidade. ----------- ----- Agradeceu à Vereadora Helena Roseta. --------------------------------------------------- ----- O Senhor Deputado Municipal Nuno Roque (PSD), Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, disse que uma vez a proposta ter a ver com a área geográfica do

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Lumiar e lhe parecia importante focar algumas questões relativamente a essa zona, era por isso que tinha pedido a palavra. -------------------------------------------------------------- ----- Aproveitava, porque no dia dezoito fora inaugurado no Alto do Lumiar o eixo central e a Avenida Santos e Castro, não podia deixar de referir que a urbanização do Alto do Lumiar e fundamentalmente o poder local estavam de parabéns por ter feito aquelas inaugurações de grande qualidade. ----------------------------------------------------- ----- Quem tivesse pelo menos algum prazer em ver a cidade desenvolver-se daquela forma, podia ir àquele local e ver a qualidade daquelas duas intervenções. ---------------- ----- Não podiam esquecer que havia necessidade da urbanização continuar para o lado do Campo Grande e até ao Eixo Norte-Sul. ----------------------------------------------- ----- Relativamente à proposta, tinha mandado para o Presidente da Câmara e para os Vereadores do Urbanismo e das Obras uma notícia do Jornal Sol sobre aquela entrada da cidade, que considerava uma zona de anti urbanismo, porque a qualidade que se verificava na entrada da cidade, Calçada de Carriche e Avenida Padre Cruz, não era de forma nenhuma compatível com aquilo que se devia ter na cidade em termos de urbanismo. ------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Como estavam próximos das campanhas eleitorais, não ia ser cabeça de lista no Lumiar, mas aconselhava todos aqueles que se quisessem interessar pela cidade, que pusessem nos seus programas que a requalificação daquela zona era fundamental. ------ ----- Essa proposta tinha muito a ver com a degradação ali existente. Era um prédio entaipado, que era uma vergonha na entrada da cidade, na entrada da Rua do Lumiar. A Câmara tinha toda a razão em apresentar essa proposta e felicitava os seus autores, considerando que o desenvolvimento que se pudesse dar nesse local contribuía bastante para a apresentação que a cidade devia ter naquele local. -------------------------- ----- A Senhora Presidente, constatando não haver mais intervenções, submeteu à votação a Proposta nº 332/2013, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por unanimidade. --------------------------------------------------------------------------------------- ----- PONTO 39 – PROPOSTA Nº 356/2013 - SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A REPARTIÇÃO DE ENCARGOS DO CONCURSO PÚBLICO COM PUBLICAÇÃO EM JORNAL OFICIAL DA UNIÃO EUROPEIA PARA AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA HUMANA E ELETRÓNICA PARA AS INSTALAÇÕES DO MUNICÍPIO DE LISBOA, NOS TERMOS DA PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA R) DO N.º 1 DO ART.º 53.º DA LEI N.º 169/99, DE 18 DE SETEMBRO, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI N.º 5-A/2002, DE 11 DE JANEIRO. ------------------------------------------------------------------------------------------ --------------------------------- PROPOSTA Nº 356/2013 -------------------------------------- ----- AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA HUMANA E ELETRÓNICA PARA INSTALAÇÕES DO MUNICÍPIO DE LISBOA ---------------------------------------- ----- Concurso Público com Publicidade Internacional --------------------------------------- ----- Sumário: ---------------------------------------------------------------------------------------- ----- Autorização da despesa ---------------------------------------------------------------------- ----- Decisão de contratar e escolha do procedimento ----------------------------------------

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----- Designação do Júri do procedimento ------------------------------------------------------ ----- Delegação de competências no Júri -------------------------------------------------------- ----- Submissão da repartição de encargos à Assembleia Municipal ----------------------- ----- Considerando que: ---------------------------------------------------------------------------- ----- 1. No âmbito do projeto do Município de Lisboa para uma “Gestão centralizada de aprovisionamento de bens móveis e serviços” e na sequência da aprovação pela Assembleia Municipal da Proposta n.º 1183/2009, foi lançado o concurso público internacional n.º 84/DMSC-DA/2009, o qual tinha por objeto contratual a aquisição de serviços de vigilância e fornecimento de meios de vigilância eletrónica para diversos edifícios e instalações municipais e um preço base de 15.997.629,00€; -------- ----- 2. Todas as propostas apresentadas no referido concurso público foram excluídas, sob proposta do júri, com fundamento no n.º 2 do artigo 70.º do Código dos Contratos Públicos (doravante CCP), nos termos constantes do respetivo relatório final datado de 9 de Junho de 2010, tendo-se recorrido a um procedimento por ajuste direto para efeitos da contratação mencionada no ponto anterior, com fundamento no disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 16.º, conjugado com a alínea b) do n.º 1 do artigo 24.º, todos do CCP (AJ/19/DMSC/DA/10), sendo o preço base de15.997.629,00€; --------------------------------------------------------------------------------- ----- 3. Na sequência deste último procedimento, foram celebrados os contratos de prestação de serviços números: 10021462 (10IN001049), 10021471 (10IN001050), 10021472 (10IN001051), 10021511 (10IN001052), 10021512 (10IN001053), 10021513 (10IN001054), 10021514 (10IN001055), 10021515 (10IN001056; ------------ ----- 4. Os referidos contratos se iniciaram no dia 1 de Dezembro de 2010, pelo prazo de 24 meses, tendo sido prorrogados por um período de 12 meses, na reunião de Câmara de 8 de Novembro de 2012, pela Deliberação nº. 800/2012, nos termos e condições propostos na Informação n.º 410/DMF/CCM/DGCC/12, vigorando, assim, até 30 de novembro de 2013; --------------------------------------------------------------------- ----- 5. Cumpre garantir a prestação dos serviços de vigilância humana e eletrónica em 132 locais de forma contínua, de modo a responder de forma eficiente e eficaz às necessidades dos serviços municipais; ---------------------------------------------------------- ----- 6. A agregação num único procedimento do maior número possível de edifícios e instalações permite, por um lado, potenciar a redução dos preços apresentados pelos concorrentes para a prestação de serviço de vigilância humana e eletrónica nos diversos edifícios e instalações municipais e, logo, da despesa global e, por outro lado, racionalizar os custos materiais e humanos no decurso de todo o procedimento para a formação dos contratos; ------------------------------------------------------------------ ----- 7. É, pois, necessário assegurar a aquisição de serviços de vigilância humana e eletrónica para 132 edifícios e instalações municipais, bem como, bancos de horas e bancos de piquetes, com início a 1 de dezembro de 2013 e pelo período máximo de 36 meses; ------------------------------------------------------------------------------------------------- ----- 8. Para efeitos da despesa em causa, se estima que o preço contratual para o período de trinta e seis meses não deverá exceder 10.920.561,00€ (dez milhões, novecentos e vinte mil, quinhentos e sessenta e um euros), acrescido de IVA à taxa

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legal em vigor, no montante de 2.511.729,03€ (dois milhões quinhentos e onze mil setecentos e vinte e nove euros e três cêntimos), sendo que os encargos para o ano de 2013, no valor máximo de 303.349,00€ (trezentos e três mil trezentos e quarenta e nove euros), acrescidos de IVA, no montante de 69.770,27€ (sessenta e nove mil setecentos e setenta euros e vinte e sete cêntimos), serão enquadrados na classificação orçamental 04.04/02.02.18 do orçamento em vigor; ------------------------- ----- 9. O procedimento que se propõe tem por objeto a aquisição de serviços de vigilância humana e eletrónica para os edifícios e instalações municipais elencados nos Lotes A a H, todos melhor descritos no Anexo I ao Caderno de Encargos; ---------- ----- 10. O prazo contratual proposto é de 36 meses, com início previsto para o dia 1 de dezembro de 2013 e conclusão para o dia 30 de novembro de 2016; ------------------- ----- 11. O preço base do procedimento proposto é de 10.920.561,00€, ou seja, 31,74% inferior ao preço base do procedimento de contratação referido no ponto 1; -- ----- 12. O Caderno de Encargos define todos os aspetos da execução das prestações que constituem o objeto do(s) contrato(s) a celebrar e apenas submete à concorrência o preço a pagar pela entidade adjudicante, propondo a adoção do critério de adjudicação do mais baixo preço, nos termos do disposto na alínea b) do n.º 1 e no n.º 2, ambos do artigo 74.º do CCP; ------------------------------------------------------------- ----- 13. Sendo o valor do contrato a celebrar – até 10.920.561,00€ (dez milhões, novecentos e vinte mil, quinhentos e sessenta e um euros), acrescido de IVA à taxa legal em vigor, no montante de 2.511.729,03€ (dois milhões quinhentos e onze mil setecentos e vinte e nove euros e três cêntimos) - e em cumprimento da alínea b) do n.º 1 do artigo 16.º e da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, ambos do CCP, conjugados com a alínea b) do artigo 7.º da Diretiva n.º 2004/18/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 31 de março, alterada pelo Regulamento (CE) n.º 1177/2009 da Comissão, de 30 de novembro, e pelo Regulamento (UE) n.º 1251/2011 da Comissão, de 30 de novembro, o procedimento de formação a adotar para a celebração do contrato de aquisição de serviços em apreço é o concurso público com publicação de anúncio no Jornal Oficial da União Europeia; ------------------------------------------------ ----- 14. A Câmara Municipal é o órgão competente para deliberar, conforme o disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 16.º do Regulamento do Orçamento da CML do ano em curso e na alínea b) do n.º 1 do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de Junho, conjugado com as alíneas d) e q) do n.º 1 do artigo 64.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, alterado e republicado pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, e alterada também pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de Novembro, ---------------------- ----- Tenho a honra de propor que a Câmara delibere: --------------------------------------- ----- a) Contratar a aquisição de serviços de vigilância humana e eletrónica para 132 edifícios e instalações municipais, pelo período de 36 meses e, com vista à formação dos necessários contratos de prestação de serviços, escolher o procedimento de concurso público, com publicidade internacional, em cumprimento do disposto nos artigos 36.º e 38.º, na alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º, na alínea b) do n.º 1 e na alínea e) do n.º 2, ambos do artigo 16.º e todos do CCP; ------------------------------------

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----- b) Aprovar as peças do procedimento (Programa do Procedimento, Caderno de Encargos e respetivos Anexos), ao abrigo da alínea b) do n.º 1 e do n.º 2, ambos do artigo 40.º do CCP; -------------------------------------------------------------------------------- ----- c) Delegar no Senhor Presidente a aprovação da minuta do contrato e a sua outorga; ---------------------------------------------------------------------------------------------- ----- d) Designar os elementos que compõem o Júri, a quem compete a condução do procedimento, em cumprimento do n.º 1 do artigo 67.º do CCP, nos seguintes termos: - ----- Membros Efetivos: ---------------------------------------------------------------------------- ----- Presidente – Dr. Luís Manuel Marques Alves (DMF/CCM/DP) ---------------------- ----- 1.º Vogal – Dra. Mª. Salomé de Almeida Vaz (DMF/CCM/DGCC) ------------------- ----- 2.º Vogal – Dra. Ana Mafalda Cayolla Motta (DMF/CCM/DP) ---------------------- ----- Membros suplentes:--------------------------------------------------------------------------- ----- 1.º Vogal – Dina Maria da Silva Fonseca (DMF/CCM/DGCC) ----------------------- ----- 2.º Vogal – Dra. Cristina Maria Campos Miguel (DMF/CCM/DGCC) -------------- ----- 3.º Vogal – Dra. Paula Cristina Neves de Almeida Nobre Leitão (DMF/CCM/DP) ------------------------------------------------------------------------------------ ----- 4.º Vogal – Dra. Gabriela Dolores Fonseca C. V. Marques (DMF/CCM/DGCC) - ----- 5.º Vogal – Dra. Maria de Fátima Barreto (DMF/CCM/DP) -------------------------- ----- e) Designar Maria de Fátima Agostinho Rodrigues Guedes da Silva “Aprovador” na Plataforma de Contratação Pública e seu suplente Maria de Fátima Silva Ferreira Almeida, enquanto elemento representante da “entidade competente para decisão de contratar”; ----------------------------------------------------------------------- ----- f) Delegar, nos termos do n.º 2 do artigo 69.º, no Júri do Procedimento, as seguintes competências: --------------------------------------------------------------------------- ----- i. Prestar esclarecimentos, nos termos do artigo 50.º do CCP; ------------------------ ----- ii. Proceder à retificação de erros e omissões das peças do procedimento, ao abrigo do artigo 50.º do CCP; -------------------------------------------------------------------- ----- iii. Pronunciar-se sobre os erros e omissões do Caderno de Encargos identificados pelos interessados, de acordo com o artigo 61.º do CCP; ------------------- ----- iv. Prorrogar o prazo fixado para a apresentação das propostas, conforme n.º 5 do artigo 64.º, artigo 66.º e n.º 6 do artigo 133.º, todos do CCP; --------------------------- ----- v. Classificação/desclassificação de documentos da proposta, ao abrigo do artigo 66.º do CCP; -------------------------------------------------------------------------------- ----- g) Autorizar a realização da despesa inerente ao contrato a celebrar no valor máximo de 10.920.561,00€ (dez milhões, novecentos e vinte mil, quinhentos e sessenta e um euros), à qual acrescerá o valor do IVA à taxa legal em vigor de 23%, no valor total de 13.432.290,03€ (treze milhões quatrocentos e trinta e dois mil duzentos e noventa euros e três cêntimos); ------------------------------------------------------------------- ----- h) Submeter à Assembleia Municipal de Lisboa a repartição de encargos, em cumprimento do disposto no n.º 6 do artigo 16.º do Regulamento do Orçamento da CML em vigor, conjugado com os n.ºs 1, 2 e 6 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de junho, e com o artigo 41.º da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, na sua atual redação, nos seguintes moldes: -------------------------------------------------------

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Ano Despesa estimada s/IVA

Valor estimado de IVA (23%)

Despesa estimada c/IVA

2013 (1 a 31 de Dezembro)

303.349,00€ 69.770,27€ 373.119,27€

2014 (1 de Janeiro a 31

Dezembro) 3.640.187,00€ 837.243,01€ 4.477.430,01€

2015 (1 de Janeiro a 31

Dezembro) 3.640.187,00€ 837.243,01€ 4.477.430,01€

2016 (1 de Janeiro a 30

Novembro) 3.336.838,00€ 767.472,74€ 4.104.310,74€

Total 10.920.561,00€ 2.511.729,03€ 13.432.290,03€

----- bem como a concessão da autorização prévia para a assunção dos compromissos futuros, ao abrigo do disposto na alínea c) do nº. 1 do artº. 6º da Lei nº. 8/2012, de 21 de fevereiro, relativamente ao presente procedimento. ------------------ ----- Paços do Concelho de Lisboa, em 3 de Maio de 2013. ---------------------------------- ----- A Vereadora - Maria João Mendes--------------------------------------------------------- ------------------------------------------ PARECER ----------------------------------------------- ----- COMISSÃO PERMANENTE DE ADMINISTRAÇÃO, FINANÇAS, PATRIMÓNIO, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E TURISMO ---------------------- -----------------------------------PROPOSTA Nº.356/2013 --------------------------------------- ----- SUBMETER À APRECIAÇÃO E DELIBERAÇÃO DA AML A REPARTIÇÃO DE ENCARGOS DO CONCURSO PÚBLICO COM PUBLICAÇÃO EM JORNAL OFICIAL DA UNIÃO EUROPEIA PARA AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA HUMANA E ELECTRÓNICA PARA AS INSTALAÇÕES DO MUNICÍPIO DE LISBOA, NOS TERMOS DA PROPOSTA --------------------------------- ----- A Comissão Permanente de Administração, Finanças, Património, Desenvolvimento Económico e Turismo, reunida em 22 de Maio de 2013, deliberou dar o seu parecer relativo à Proposta nº.356/2013, nos seguintes termos. ---------------- ----- A presente proposta surge da necessidade de aquisição de serviços de vigilância humana e electrónica para as instalações do Município de Lisboa. ------------------------ ----- Para os devidos efeitos, nos termos da lei, o procedimento adoptado foi o concurso público com publicidade internacional. Assim sendo, há a necessidade da Assembleia Municipal autorizar a respectiva repartição de encargos, para os anos de 2013 a 2016, em conformidade com o quadro da alínea h) da parte deliberativa da proposta. --------------------------------------------------------------------------------------------- ----- Neste contexto, a Comissão entende que a proposta está em condições de ser apreciada e votada em plenário. ----------------------------------------------------------------- ----- O presente parecer foi aprovado por unanimidade, estando ausente o PCP. ------- ----- Assembleia Municipal de Lisboa, em 22 de Maio de 2013. -----------------------------

Page 73: ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA Mandato 2009-2013 …1998-2013.am-lisboa.pt/fileadmin/ASSEMBLEIA_MUNICIPAL/... · 2013-09-09 · ----- Salvador Posser de Andrade (PSD), por um dia,

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----- O Presidente da Comissão - Rui Pessanha da Silva ------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, constatando não haver intervenções, submeteu à votação todos os pontos a), b), d), e), f) g) e h) da Proposta nº 356/2013, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, PEV e 4 IND e abstenções de PSD, CDS-PP, BE, PPM e MPT. ----------------------------------------------- ----- Submeteu à votação o ponto c) da Proposta nº 356/2013, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS e 4 IND, votos contra de PCP, BE e PEV e abstenções de PSD, CDS-PP, PPM e MPT. ------------------------------ ----- A Senhora Presidente disse que no domingo gostaria que estivessem todos no São Jorge para assistir a uma mostra das atividades culturais da Cidade de Lisboa, que seria a primeira organizada pela Comissão de Cultura. --------------------------------------- ----- Nota: As propostas aprovadas na presente reunião consideram-se aprovadas em minuta, nos termos da deliberação tomada pela Assembleia, por unanimidade, na reunião realizada no dia vinte e quatro de Novembro de dois mil e nove, inserida na página cinco da ata número dois. ---------------------------------------------------------------- ----- A Senhora Presidente, seguidamente, deu por encerrada a Reunião. --------------- ----- Eram dezanove horas e vinte minutos. ----------------------------------------------------- ----- E eu, , Primeiro Secretário, fiz lavrar a presente ata que subscrevo juntamente com a Segunda Secretária em exercício, ---------------------------------------A PRESIDENTE --------------------------------------------