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Manual de Assentamento de Revestimentos CermicosP A R E D E S I N T E R N A S

Manual de Assentamento de Revestimentos CermicosP A R E D E S I N T E R N A S

APRESENTAO

Este manual parte integrante de uma srie editada com a finalidade de fornecer informaes, instrues e dicas a respeito do assentamento de materiais cermicos de revestimento. A srie completa composta dos seguintes manuais.

Manual de Assentamento de Revestimentos Cermicos: Fachadas Manual de Assentamento de Revestimentos Cermicos: Paredes Internas Manual de Assentamento de Revestimentos Cermicos: Pisos Internos Manual de Assentamento de Revestimentos Cermicos: Pisos Externos Manual de Assentamento de Revestimentos Cermicos: Caladas Pblicas Manual de Assentamento de Revestimentos Cermicos: Piscinas

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CAPTULO 1I N T R O D U O

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INTRODUO

CAPTULO 1

Revestimento cermico vem sendo usado desde a antigidade para revestir pisos e paredes. A grande vantagem de sua utilizao reside principalmente nas caractersticas de durabilidade, facilidade de limpeza, alm do aspecto esttico agradvel. O assentamento correto das peas cermicas fundamental para garantir que estas no se desprendam das paredes ou pisos aos quais foram coladas. O assentamento de revestimento cermico em pardes internas deve seguir os procedimentos apresentados neste manual. Os pontos mais importantes foram selecionados e apresentados aqui de forma detalhada e respeitando as normas tcnicas apresentadas na tabela.

NORMA NBR 7200:1982 NBR 8214:1983 NBR 13754:1996

TTULO Revestimento de paredes e tetos com argamassas Materiais, preparo, aplicao e manuteno Procedimento Assentamento de azulejos Procedimento Revestimento de paredes internas com placas cermicas e com utilizao de argamassa colante Procedimento

Uma parede revestida com placas cermicas formada basicamente por 6 camadas de materiais diferentes: base, chapisco, emboo, argamassa colante, rejunte, revestimento cermico. O mtodo de assentamento segue as seguintes etapas:

1 2 3 4

Escolha dos materiais, equipamentos e ferramentas Definio do nmero e espessura das juntas estruturais e de movimentao Preparo da base : Chapisco Emboo Aplicao do revestimento cermico e execuo das juntas.Emboo Parede alvenaria

Revestimento Cermico

Argamassa Colante

Para reforma de paredes internas j revestidas, consulte: Reforma de paredes internas ou para saber o que e porqu algo pode dar errado, veja: Patologia.

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CAPTULO 2E Q U I P A M E N TO S & F E R R A M E N T A S EQUIPAMENTOS DE CORTE DESEMPENADEIRAS ACESSRIOS E Q U I P A M E N TO S P A R A P E R F U R A O E Q U I P A M E N TO S D E S E G U R A N A MATERIAIS

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EQUIPAMENTOS & FERRAMENTAS

CAPTULO 2

muito importante que o assentador, antes de iniciar os trabalhos de colocao da cermica, certifiquese de que possui todas as ferramentas e equipamentos essenciais para o assentamento, de forma a poupar tempo e trabalho durante a execuo dos servios. As ferramentas e equipamentos necessrios execuo do assentamento de revestimento cermico em paredes internas so:

Linha de Nylon Rgua de Alumnio

Colher de Pedreiro Esptula Nvel de Bolha Trena

Lpis de Carpinteiro

Esquadro

Vasilhame para Mistura de Argamassa Colante

Nvel de Mangueira

Prumo

EQUIPAMENTOS DE CORTECortadores de vdia manuais So mais utilizados para cortes retos, embora possam tambm ser usados para a execuo de cortes curvos. Nestes casos aconselha-se a colocao de uma pea cermica auxiliar embaixo daquela a ser cortada, para facilitar o giro do equipamento.

Serra eltrica porttil com disco de corte diamantado Tambm usada para cortes retos, a serra eltrica produz linhas de corte mais limpas, sem o problema de fendilhamento do esmalte dos cortadores manuais.

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CAPTULO 2Torqus A torqus produz cortes irregulares, deixando cantos denteados. Portanto, use-a somente para pequenos cortes nos cantos das placas cermicas, a serem assentadas em reas menos visveis.

Serra Circular Para cortes irregulares. Cantos mais limpos e precisos que a torqus.

DESEMPENADEIRASDesempenadeira de ao denteada Ferramenta utilizada para a aplicao da argamassa colante. As desempenadeiras usadas para paredes internas possuem dentes de forma quadrada e cujas dimenses variam de acordo com a rea da placa

cermica a ser assentada, como mostra a tabela.rea da superfcie da placa cermica (cm 2) Dimenso dos dentes da desempenadeira (mm)

< 400 400

6x6x6 8 x 8x 8

Desgaste da Desempenadeira: Quando os dentes da desempenadeira se desgastarem em 1 mm na altura, eles devero ser refeitos com uma lima, ou a desempenadeira dever ser substituda por uma nova.

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CAPTULO 2

Desempenadeira de madeira Utilizada para o acabamento superficial da camada de regularizao (emboo).

Desempenadeira Emborrachada ou Fugalizador Usada para pressionar o rejunte dentro das juntas existentes entre as placas cermicas. Segure a desempenadeira a aproximadamente 90 graus e a arraste diagonalmente com movimentos de vai e vem. Use a desempenadeira de canto, lado reto, para remover o excesso de argamassa de rejunte.

ACESSRIOSEspaadores Espaadores so pequenas peas de plstico, na forma de cruz ou T. Estas peas so colocadas entre placas cermicas adjacentes, e servem para manter uniforme a largura das juntas, e o alinhamento das placas cermicas.

Martelo de Borracha O martelo de borracha ou o vibrador mecnico utilizado para pressionar a placa cermica contra a parede a qual ser colada.

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EQUIPAMENTOS PARA PERFURAO

CAPTULO 2

Furadeira Eltrica A furadeira eltrica com serra copo acoplada usada para fazer furos circulares em revestimentos cermicos mais resistentes, como o a cermica grs.

Broca Tubular Usada para fazer furos circulares em revestimentos cermicos porosos

EQUIPAMENTOS DE SEGURANA

O assentador no dever descuidar de sua segurana pessoal. Portanto, no assentamento do revestimento, dever usar equipamentos de proteo, como, capacete, culos de segurana, luvas de borracha e outros que se fizerem necessrio.Capacete

Luva culos de Segurana

Bota de borracha

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MATERIAIS

CAPTULO 2

Os materiais necessrios na execuo de um revestimento de paredes internas com placas cermicas so: gua A gua utilizada deve ser limpa de impurezas. No deve ser usada gua salgada em hiptese alguma. Todos os recipientes destinados a armazenagem ou transporte de gua devem ser limpos. argamassa para chapisco A argamassa para chapisco deve ter o trao em volumes aparentes de 1:3 de cimento e areia mdia mida.

Trao de uma argamassa a indicao das propores dos seus componentes.

argamassa para emboo A argamassa para o emboo deve ter o trao em volumes aparentes variando de 1:1:6 a 1:2:9 de cimento, cal hidratada e areia mdia mida. argamassa colanteARGA MASS A COLA NT E AC-I

Argamassa colante, tambm conhecida como cimento colante, cimento cola ou argamassa adesiva, um produto industrializado, utilizado na colocao de peas cermicas de revestimento, tanto de paredes como de pisos. No use misturas caseiras, estas podem no produzir a aderncia necessria entre a pea e a parede.O tipo de adesivo a ser utilizado depende do ambiente em que o revestimento est sendo assentado. A norma brasileira (NBR 14081) especifica para paredes internas a argamassa colante industrializada do tipo AC-I.

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CAPTULO 2

As argamassas colantes so compradas em sacos. Procure sempre na embalagem: designao da mesma: AC-I, AC-II, AC-III ou AC-III-E prazo de validade condies de armazenamento I instrues e cuidados necessrios para a aplicao, manuseio, quantidade de gua de amassamento e tempo de maturao (repouso)

Os sacos devem ser empilhados sobre estrados secos. As pilhas no devem ter mais de 1,5 m de altura.USE SOMENTE QUANDO: saco no estiver molhado, dentro do prazo de validade.

argamassa de rejuntamento A argamassa de rejuntamento, ou simplesmente rejunte, utilizada no preenchimento dos espaos entre duas peas cermicas consecutivas, e tem por funo apoiar e proteger as arestas das peas cermicas. Da mesma forma que para a argamassa colante, o tipo de rejunte a ser usado depende do ambiente onde ser aplicado. A argamassa de rejuntamento vendida em sacos ou caixas. Atualmente existe no mercado rejuntes de diversas cores. A cor do rejunte pode afetar significativamente o efeito visual da parede:

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CAPTULO 2

Rejunte de cor similar ao revestimento

Efeito uniforme

Rejunte claro e revestimento escuro

Evidencia a cor e a textura do revestimentoRejunte cinza

Cor neutra que fica melhor em pisos.

Rejunte escuro e revestimento claro

Enfatiza o layout da parede

Em paredes expostas a ao da umidade, como por exemplo box de banheiro, deve ser usado rejunte impermevel, para evitar que a gua penetre para o interior da parede, aumentando, com isto, a durabilidade do revestimento e evitando a eflorescncia.

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CAPTULO 2

revestimento cermico Revestimentos cermicos para paredes, conhecidos popularmente por azulejos, so placas cermicas fabricadas a partir de uma mistura de argila. As costas das placas possuem garras, para auxiliar na aderncia com a superfcie onde sero assentadas, e so denominadas de tardoz. O revestimento cermico pode ser comprado em qualquer quantidade. Procure sempre na embalagem:

Tonalidade: variao da cor em relao pea padro. Todas as caixas adquiridas devem ter o mesmo nmero ou cdigo no item tonalidade. Quando existirem materiais adquiridos em pocas diferentes, as indicaes das embalagens quanto a tonalidade e tamanho devem ser comparadas. Se ocorrerem divergncias separe por lotes iguais aplicando em reas separadas. Tamanho: dimenses de largura e comprimento da pea cermica. O tamanho, indicado na embalagem, deve ser o mesmo em todas as caixas. Quantidade: nmero de placas cermicas existentes na embalagem. Este valor deve ser conferido cuidadosamente, antes de iniciar os servios de assentamento. Isto evitar possveis despesas extras e transtornos para obter a mesma tonalidade posteriormente. O ideal que sejam comprados 10% de revestimentos cermicos a mais do que a quantidade estimada, para garantir futuras re posies. Abraso: resistncia ao desgaste da superfcie, causado pelo movimento de pessoas e objetos. Para paredes pode ser usado o grupo 0. Absoro: quantidade de gua que a placa cermica capaz de absorver. A denominao usual dos revestimentos cermicos est relacionada com as caractersticas de absoro de gua.

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CAPTULO 2

Denominao Cermica Grs Porcelanato Grs Semi-Grs Semi-Poroso Piso-Poroso Azulejo

Absoro de gua (%) 0,0 - 0,5 0,5 - 3,0 3,0 - 6,0 6,0 - 10 10 - 20 10 - 20

Onde guardar: Os revestimentos devem ser estocados em local plano e firme, protegidos do sol e da chuva. As caixas podem ser empilhadas em pilhas de no mximo 2 metros de altura.

material de enchimento das juntas Para o preenchimento das juntas devem ser usados materiais altamente deformveis como: Isopor Corda betumada Borracha alveolar Cortia Espuma de poliuretano, etc. selante Material usado para a vedao das juntas de movimentao. So fabricados base de elastmeros, como poliuretano, polissulfeto, silicone, etc.

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CAPTULO 3JUNTAS Juntas de Assentamento Juntas de Movimentao Juntas de Dessolidarizao Juntas Estruturais

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JUNTAS

CAPTULO 3

Embora no se perceba, os edifcios movimentam-se. Este movimentos so muito pequenos e devido a diversas causas: variao de temperatura, variao de umidade, peso das estruturas, vento, etc. Com a finalidade de controlar estes movimentos, garantindo que o edifcio permaneae em p e os revestimentos assentados nas paredes, usam-se juntas. Juntas so espaos deixados entre duas placas cermicas ou entre dois painis de parede. Existem trs tipos de juntas: Juntas de assentamento: tambm conhecidas por rejunte, so espaos entre as placas cermicas que compe o revestimento, preenchidas com material flexvel, chamado de argamassa de rejuntamento. A largura das juntas depende do tamanho da placa cermica e, para paredes internas, a norma brasileira (NBR 8214) estabelece os seguintes valores mnimos:

Dimenso do revestimento (mm)

Junta de assentamento mnima (mm)

110 x 110 110 x 120 150 x 150 200 x 200 200 x 250

1 2 1,5 2 2,5

Juntas de assentamento

Junta de Movimentao: so espaos que dividem a parede revestida em painis. Iniciam-se no encontro entre duas placas cermicas e atravessam a camada de emboo. Estas juntas, algumas vezes, so chamadas de juntas de expanso / contrao. Segundo a norma brasileira (NBR 8214), em paredes internas devem ser executadas juntas de movimentao quando:

A rea da parede for maior do que 32 m2; O comprimento da parede for maior do que 8 m; No encontro entre duas paredes; No encontro da parede com pilares; No encontro com outros tipos de revestimento; Quando houver mudana de materiais que compe a parede, por exemplo, Interfaces entre estrutura de concreto e alvenaria.- 12 -

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CAPTULO 3

Para paredes internas, a norma brasileira (NBR 8214) recomenda as seguintes larguras mnimas para as juntas de movimentao:

Dimenso do painel limitada pela junta Menor ou igual a 3 m entre 3 e 4 m entre 4 e 5 m entre 5 e 6 m entre 6 e 7 m entre 7 e 8 m

Largura da junta (mm) 8 10 12 12 15 15

Junta de Dessolidarizao: So espaos deixados no encontro da parede revestida com pisos, forros, pilares, vigas ou com outros tipos de revestimento. Estes espaos se iniciam no encontro entre duas placas cermicas e atravessam a camada de emboo.

Juntas Estruturais: so espaos previstos no projeto estrutural, com a finalidade de garantir a segurana da edificao frente s cargas mecnicas previstas no projeto. Estas juntas atravessam toda a parede e tem sua largura especificada no projeto estrutural.

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CAPTULO 4PREPARANDO PARA O ASSENTAMENTO Limpeza Correo da rugosidade e da absoro Aplicao do Emboo Condies para iniciar o Assentamento

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PREPARANDO PARA O ASSENTAMENTO

CAPTULO 4

Uma preparao adequada da parede muito importante para que o resultado final do trabalho, quer a nvel tcnico quer a nvel esttico, seja perfeito. Por isto necessrio que sejam feitas os seguintes preparos, antes do incio do assentamento das peas cermicas:

LimpezaA base a ser revestida dever passar por um processo de limpeza para remoo de p, sujeira, gordura, bolor e outras substncias que possam vir a prejudicar a aderncia. Os procedimentos recomendados para a limpeza so os seguintes:

Remoo de p, sujeira e materiais soltos escovao com vassoura de piaaba ou escova de ao remoo de partculas aderidas com esptula lavagem com gua sob presso ou jato de areia nos casos de grande impregnao Remoo de partculas aderidas com esptula ou talhadeira lavagem com gua sob presso ou jato de areia nos casos de grande impregnao. Remoo de desmoldantes, graxa e gordura processos mecnicos (esfregao) aplicao de solues alcalinas ou cidas: fosfato de sdio, soda custica, cido muritico ou detergente Remoo de eflorescncias: escovao e limpeza com cido muritico (diludo em gua na proporo 1:10), e enxge com gua. escovao e limpeza com cido muritico, diludo em gua na proporo 1:10, e enxge com gua pura alternativamente, pode-se utilizar jateamento de areia.Em qualquer um dos casos, a parede deve ser saturada com gua pura antes da aplicao da soluo, e deve ser enxaguada com gua em abundncia aps a lavagem..

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CAPTULO 4

Remoo de bolor e fungos escovao com soluo de fosfato de sdio e hipoclorito de sdio, seguida de lavagem com gua pura em abundncia. Remoo de elementos metlicos (pregos, fios, etc.): reparos superficiais devem ser realizados com argamassa com trao idntico argamassa de emboo. Remoo de pelcula de tinta retirada com esptula e/ou lixamento da superfcie com lixa no. 60 ou 80, at remoo completa da tinta.

Podem tambm ser usados removedores qumicos, desde que sejam posteriormente retirados atravs de enxge com gua pura em abundncia.

Sempre que forem utilizadas solues cidas ou alcalinas na lavagem da base, a mesma deve ser previamente saturada com gua para que no absorva tais solues, que so extremamente prejudiciais para materiais base de cimento. Aps a lavagem da base com esses produtos, a mesma deve ser enxaguada com gua pura em abundncia.

Correo da rugosidade e da absoroA superfcie da parede a ser revestida deve apresentar rugosidade suficiente para garantir a aderncia entre ela e a argamassa colante. Com o objetivo de aumentar a rugosidade superficial e regular a absoro da gua, as paredes devem ser chapiscadas.

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CAPTULO 4

Aplicao do ChapiscoO chapisco pode ser aplicado de trs maneiras diferentes, em funo das caractersticas superficiais da base: Chapisco convencional: Consiste numa mistura de cimento e areia grossa no trao 1:3 (em volume), de consistncia fluida, lanada energicamente com colher de pedreiro contra a superfcie a ser revestida. Deve-se permitir a secagem do chapisco durante, pelo menos, 3 dias antes da aplicao da camada de regularizao. Chapisco rolado: Consiste numa mistura de cimento, areia mdia e resina PVA, de consistncia fluida, aplicada sobre a superfcie a ser revestida com rolo para textura acrlica, em 3 demos. Chapisco industrializado: Tipo de chapisco indicado apenas para bases de concreto armado, devido ao consumo elevado. Consiste na aplicao de argamassa adesiva (argamassa colante) sobre a superfcie a ser revestida, com desempenadeira denteada (6 x 6 mm). Deve-se permitir a secagem da argamassa por, pelo menos, 7 dias, para posterior aplicao da camada de regularizao.Paredes em alvenaria de blocos de concreto celular e blocos slico - calcrios apresentam absoro elevada, no devendo receber chapisco. Tais bases devem ser umedecidas antes da aplicao da camada de regularizao.

Aplicao do EmbooO emboo uma camada de regularizao que visa nivelar a superfcie da parede e corrigir defeitos e irregularidades da mesma. O assentamento de cermica sem um bom nivelamento gera empoamento de gua com o aparecimento de eflorescncia, ou infiltraes. Somente depois de transcorridos no mnimo 7 dias da aplicao do chapisco que podero ser iniciados os trabalhos de execuo da camada de emboo. A execuo do emboo deve seguir o estabelecido na NBR 7200 (Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas - procedimentos para execuo), da ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). O nmero de etapas em que o mesmo ser executado depende da espessura desejada para a camada de emboo:

Espessura do emboo menor ou igual a 3 entre 3 e 5 entre 5 e 8

Nmero de etapas 1 2 3

Deve-se aguardar no mnimo 24 horas entre cada etapa.

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CAPTULO 4

A camada de emboo dever ser reforada com tela de arame galvanizado nos encontros entre estruturas de concreto armado e alvenaria nos trs ltimos pavimentos e no primeiro pavimento sobre pilotis, de uma das maneiras descritas a seguir:

Mtodo 1: para fixao da tela de arame Aplicar 1,5 cm de argamassa de emboo, comprimindo e Colocar a tela e comprimir fortemente contra a argamassa; Aplicar o restante da argamassa; A adoo desse mtodo exige que a camada total de emboo tenha no mnimo 3 cm de espessura.

estrutura de concreto

emboo

30 a 50 cm

alisando a camada de argamassa;

tela de arame

alvenaria

1,5 cm.

Mtodo 2 para fixao da tela de aramemn. 3,0 cm

Fixar uma fita de polietileno ao longo da interface concreto/alvenaria Fixar a tela de arame galvanizado na base pelas bordas, com grampos, chumbadores ou pinos. Aplicar a argamassa de emboo A adoo desse mtodo exige que a camada de emboo tenha no mnimo 2 cm de espessura.

estrutura de concreto

A superfcie final do emboo dever ser sarrafeada e o acabamento deveemboo

ser rstico, obtido por desempeno com desempenadeira de madeira. Somente depois de transcorridos no mnimo 21 dias da aplicao do emboo, podero ser iniciados os trabalhos de assentamento do

fita de polietileno

30 a 50 cm

revestimento cermico.

tela de arame chumbador alvenaria

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CAPTULO 4

Condies para iniciar o AssentamentoPara que o assentamento possa se iniciar, a superfcie da parede para aplicao da argamassa colante deve apresentar-se da seguinte forma: limpa sem fissuras ou rachaduras coesa (no deve se esfarelar) bem aderida base (no deve apresentar som cavo quando percutida) alinhada em todas as direes (toda a superfcie deve pertencer ao mesmo plano) o desvio mximo de planeza deve ser de 3 mm em relao a uma rgua de 2 metros de comprimento

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CAPTULO 4

Deve-se verificar:

Argamassa

se a argamassa colante atende s especificaes da NBR 14081 (Argamassa colante industrializada para o assentamento de placas cermicas - Especificao") para utilizao em fachadas. dimenses e tonalidades das peas cermicas

Pea Cermica

quantidade de revestimento necessria para a execuo do servio, considerando uma quantidade adicional (5 a 10%) para eventuais quebras, recortes ou reparos futuros dimenses das reas a serem revestidas as canalizaes de esgoto e gua embutidas nas paredes devem estar concludas e testadas

Ambiente a ser revestido

as eventuais impermeabilizaes devem estar concludas e testadas todos os elementos (caixas, tubulaes, derivaes, etc.) das instalaes eltricas e telefnicas devem estar adequadamente embutidos nas alvenarias. os marcos e contramarcos de esquadrias devem estar fixados adequadamente. a temperatura ambinte no momento da aplicao deve estar entre 5 e 30C.

Condies trmicas

em dias muito quentes ou com vento, deve-se umedecer levemente a superfcie da base antes da colocao do revestimento (deve-se evitar o excesso de gua). em caso de penetrao acidental de umidade ( infiltrao), deve-se esperar a secagem da base por, pelo menos, 24 horas antes do assentamento das peas cermicas. verificar e corrigir a eventual ocorrncia de infiltraes que possam prejudicar a aderncia do revestimento. Em caso de penetrao acidental de umidade ( infiltrao), deve-se esperar a secagem da base por, pelo menos, 24 horas antes do assentamento das peas cermicas. verificar e corrigir a eventual ocorrncia de infiltraes que possam prejudicar a aderncia do revestimento.

Condies de umidade da parede

Para aplicao do revestimento cermico, a camada de emboo dever ter idade mnima de 21 dias. Os mesmos procedimentos de limpeza especificados inicialmente para a parede devem ser seguidos no tratamento das superfcies aps a aplicao do emboo que sero revestidas com peas cermicas.

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CAPTULO 5ASSENTAMENTO DO REVESTIMENTO CERMICO Servios preliminares Aplicao da Argamassacolante Colocao das peas cermicas Execuo das juntas Limpeza Cura

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O ASSENTAMENTO DO REVESTIMENTO CERMICO

CAPTULO 5

O assentamento da cermica em paredes internas dever se proceder a partir dos seguintes passos:OPERAES DE ASSENTAMENTOSERVIOS PRELIMINARES

APLICAO DA ARGAMASSA COLANTE

COLOCAO DAS PLACAS CERMICAS

EXECUO DAS JUNTAS

CURA

LIMPEZA

Servios preliminaresAntes de iniciar o assentamento propriamente dito, os seguintes servios devem ser realizados: Verificar o esquadro e as dimenses da base a ser revestida para definio da largura das juntas entre as peas, buscando reduzir o nmero de recortes e o melhor posicionamento destes. Locar, sobre a superfcie a ser revestida, as juntas horizontais e verticais entre as peas cermicas. Marcar os alinhamentos das primeiras fiadas, nos dois sentidos, com linhas de nilon, servindo ento de referncia para as demais fiadas, ou ento a partir da fixao de uma rgua de alumnio junto base. Arranjar as peas de forma que sejam feitos cortes iguais nos lados opostos superfcie a ser revestida. Planejar a colocao das peas com relao: decorao das peas, ao encaixe preciso dos desenhos, colocao em diagonais e perpendiculares. Para o caso de assentamento de paisagens ou mosaicos, desenhar com giz as figuras a serem formadas, colocando entre as linhas desenhadas o formato e a cor das peas que fazem parte do desenho.- 20 -

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CAPTULO 5

Aplicao da Argamassa colantePreparando a Argamassa Preparar a argamassa manualmente ou em misturador mecnico limpo, adicionando-se a gua, na quantidade recomendada na embalagem do produto, at que seja verificada homogeneidade da mistura. A quantidade a ser preparada deve ser suficiente para um perodo de trabalho de no mximo 2 a 3 horas, levandose em considerao a habilidade do assentador e as condies climticas. Aps a mistura, a argamassa deve ficar em repouso pelo perodo de tempo indicado na embalagem, para que ocorram as reaes dos aditivos, sendo a seguir reamassada. No caso de preparo manual, utilizar um recipiente plstico ou metlico limpo, para fazer a mistura.

Durante a aplicao do revestimento, nunca se deve adicionar gua argamassa j preparada.

Aplicando a Argamassa O mtodo de aplicao da argamassa colante depende da rea da placa cermica a ser assentada. Para peas cermicas com rea igual ou menor do que 900 cm2, a aplicao da argamassa pode ser feita pelo mtodo convencional, ou seja, a aplicao da argamassa somente na parede, estando a pea cermica limpa e seca para o assentamento. O posicionamento da pea deve ser tal que garanta contato pleno entre seu tardoz e a argamassa. Para reas maiores do que 900 cm2, a argamassa deve ser aplicada tanto na parede quanto na prpria pea (mtodo da dupla colagem). Os cordes formados nessas duas superfcies devem se cruzar em ngulo de 90, e a cermica deve ser assentada de tal forma que os cordes estejam perpendiculares entre si.

rea da superfcie das placas cermicas (cm2) menor do que 400 entre 400 e 900 maior ou igual a 900

Formato dos dentes da desempenadeira (mm) Quadrados 6 x 6 x 6 Quadrados 8 x 8 x 8 Quadrados 8 x 8 x 8

Procedimento Convencional Convencional Dupla colagem

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CAPTULO 5

A argamassa deve ser espalhada com o lado liso da desempenadeira, comprimindo-a contra a parede num ngulo de 45, formando uma camada uniforme. A seguir, utilizar o lado denteado da desempenadeira sobre a camada de argamassa, para formar cordes que facilitaro o nivelamento e a fixao das peas cermicas. Durante a colocao das peas os cordes de cola devem ser totalmente esmagados, formando uma camada uniforme, e garantindo o contato pleno da argamassa com todo o verso da pea. A espessura da camada final de argamassa colante deve ser de 4 a 5 mm, podendo chegar a 12 mm em pequenas reas isoladas, onde existam irregularidades superficiais na base. As reentrncias de altura maior que 1 mm, eventualmente presentes no tardoz das peas cermicas, devem ser preenchidas com argamassa colante no momento do assentamento.

Devem sempre ser respeitados os tempos de uso, tempo em aberto e tempo de ajuste, indicados na embalagem do produto, levando-se em conta que em dias secos, quentes e com muito vento, estes tempos so diminudos. O final do tempo em aberto da argamassa indicado pela formao de uma pelcula esbranquiada sobre os cordes de cola. A partir deste momento as condies de assentamento ficam prejudicadas, podendo favorecer o descolamento precoce da pea cermica.

Periodicamente durante o assentamento, deve-se arrancar peas aleatoriamente (1% das peas), verificando se esto com o verso totalmente preenchido com argamassa. Este procedimento denominado de Teste de Arrancamento e se destina a avaliar a qualidade do assentamento, e fazer ajustes caso seja necessrio.

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CAPTULO 5

Colocao das peas cermicasO tardoz das placas cermicas a serem assentadas deve estar limpo, isento de p, gorduras, ou partculas secas e no deve ser molhado antes do assentamento. A colocao das placas cermicas deve ser feita debaixo para cima, uma fiada de cada vez. As placas cermicas devem ser colocadas, ligeiramente fora de posio, sobre os cordes de cola. O posicionamento da pea ento ajustado e o revestimento cermico fixado atravs de um ligeiro movimento de rotao. Para a retirada do excesso de argamassa, devem ser dadas leves batidas com um martelo de borracha sobre a face da cermica, ou mesmo batidas com cabos de madeira de martelos comuns e colher de pedreiro. A argamassa que escorrer deve ser limpa antes do seu endurecimento, evitando que esta prejudique a junta de assentamento (rejunte).

A largura das juntas de assentamento pode ser garantida com o uso de espaadores plsticos.

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CAPTULO 5

Execuo das juntasJuntas de Movimentao As juntas de movimentao devero ter largura de 8 a 12 mm, devendo se estender desde a superfcie da base (alvenaria, concreto armado) at a face externa do revestimento cermico. Devem ser executadas da seguinte forma: Previamente execuo do chapisco e emboo, a posio das juntas deve ser marcada sobre a base, com o auxlio de linhas de nilon, prumo e trena. Sobre as marcaes feitas, posicionam-se rguas de madeira ou de alumnio, com a menor dimenso no plano vertical. As rguas devero ter largura uniforme em todo o seu comprimento, de 8 a 12 mm, conforme o dimensionamento das juntas. Estas rguas devero ser retiradas somente aps o endurecimento da argamassa de emboo, no momento do acabamento superficial (desempeno), deixando a reentrncia formada isenta de argamassa.cermica de fachada selante flexvel8 a 12 mm

material compressvel

argamassa colante

As juntas devem ser respeitadas quanto sua posio e largura. Para o seu preenchimento, deve-se proceder como a seguir: O preenchimento da junta se inicia aps o endurecimento da argamassa colante e a limpeza das juntas. O material de enchimento introduzido no fundo da junta a uma profundidade mnima de 6 mm, no centro da junta, e de 10 mm nas laterais da mesma. Este material deve ser altamente compressvel, podendo ser usado isopor, mangueira plstica, corda betumada, etc. A junta dever ser vedada com um selante flexvel, com caractersticas adequadas s condies de exposio e s deformaes esperadas. Deve-se proteger a face externa das peas cermicas com fita crepe, para no impregn-las com o selante. Esta fita crepe dever tambm ser posicionada sobre o material de enchimento, para que somente haja aderncia entre o selante e a lateral das peas cermicas. Aps a aplicao o selante dever ser pressionado contra as bordas laterais da junta e alisado com o dedo ou ferramenta arredondada, midos.- 24 -

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CAPTULO 5

Juntas Estruturais As juntas estruturais devem ser localizadas na estrutura conforme o projeto estrutural e devem ser preenchidas como segue: As rguas de madeira , de largura idntica da junta estrutural, so posicionadas exatamente sobre as juntas j existentes na estrutura. Da mesma forma que para as juntas de movimentao, estas rguas so retiradas aps a aplicao da camada de emboo, no momento do desempeno.

cermica emboo chapisco pilar de concreto

selante flexvel argamassa colante limitador de profundidade

material para preenchimento(isopor, cortia)

Aps a aplicao e o endurecimento da argamassa colante a junta deve ser feita a limpeza do espao reservado para a junta. A seguir introduzido, neste espao, um limitador de profundidade na junta (mangueiras de plstico ou borracha, isopor, corda betumada, etc.) para que no haja consumo excessivo de selante. A vedao da junta deve ser feita com selante flexvel, com caractersticas adequadas s condies de exposio e s deformaes esperadas. Deve-se proteger as peas cermicas com fita crepe, para no impregn-las com o selante. Posicionar a fita crepe tambm sobre o limitador de profundidade, para que somente haja aderncia entre o selante e as peas cermicas. Aplicado o selante, pression-lo contra as bordas laterais da junta e alis-lo com o dedo ou ferramenta arredondada, midos.

O selante empregado tanto para a vedao das juntas de movimentao quanto para as juntas estruturais devem ser base de elastmeros, como poliuretano, polissulfeto, silicone, etc.

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CAPTULO 5

Rejuntamento O preenchimento das juntas de assentamento pode ser iniciado no mnimo 3 dias aps concludo o assentamento das peas. Verifique, primeiramente, se existe alguma pea cermica, onde no h argamassa embaixo. Para isto, d leves pancadas com os dedos sobre a superfcie das placas, se alguma delas apresentar som cavo (barulho oco), esta deve ser removida e imediatamente assentada. A seguir, limpar as juntas, eliminando toda a sujeira existente nelas, e umedec-las previamente somente em locais sob forte insolao, incidncia de ventos ou umidade relativa do ar baixa.

Utilizar somente argamassas de rejunte industrializadas, ou dosadas na obra desde que sejam aditivadas com produtos qumicos que garantam elasticidade e impermeabilidade s mesmas. A argamassa de rejunte deve ser misturada em um recipiente metlico, ou de plstico, limpo, obedecendo as recomendaes do fabricante quanto quantidade de gua, at a obteno de uma mistura homognea. No caso de argamassas industrializadas, a mistura deve permanecer em repouso por 15 minutos aps o amassamento. Aps o perodo de repouso, a argamassa deve ser remisturada e espalhada nas juntas com auxlio de uma desempenadeira com base de borracha flexvel, em movimentos alternados, de modo que ela penetre uniformemente no espao deixado entre as placas cermicas. Aps secagem inicial da argamassa, remover o excesso com pano, esponja ou estopa midos. Aps transcorrido mais algum tempo, que garanta princpio de endurecimento da argamassa, frisar as juntas, obtendo assim acabamento liso e regular. Esta operao pode ser feita com instrumentos de madeira, desenhados especialmente para esse fim, ou com auxlio de cabos eltricos dobrados. Limpar novamente com estopa ou pano secos, para remoo de quaisquer resduos de argamassa aderidos sobre o revestimento cermico.

Molhar periodicamente o revestimento pronto com gua, nos trs primeiros dias aps o rejuntamento.

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CAPTULO 5

Limpeza

Esta a operao final e tem a finalidade de eliminar resduos de argamassas ou outros materiais usados no processo de assentamento. A limpeza de revestimentos com cido contra-indicada, pois pode prejudicar tanto a superfcie da pea cermica como o rejunte. Entretanto, quando for necessria a limpeza com cido, deve-se usar uma parte de cido para dez partes de gua. Neste caso, deve-se proteger previamente com vaselina os componentes susceptveis ao ataque pelo cido. Aps a limpeza, que deve ser feita com gua em abundncia, utiliza-se uma soluo neutralizante de amnia (uma parte de amnia para cinco partes de gua) e se enxgua com gua em abundncia. Finalmente, enxuga-se com um pano, para remover a gua presente nas juntas.

Cura

Aps a limpeza, as operaes para o revestimento da parede esto completas, muito embora a parede ainda no esteja adequada para uso. necessrio esperar aproximadamente 15 dias para que as reaes fsicas e qumicas, que ocorrem com as argamassas, possam acontecer. Estas reaes so fundamentais para a qualidade da aderncia entre as diversas camadas que compe a parede revestida com placas cermicas.

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CAPTULO 6REFORMAS DE PAREDESINTERNAS

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REFORMAS DE PAREDES INTERNAS

CAPTULO 6

Os trabalhos preliminares para revestir uma parede pr-existente com placas cermicas, depende do tipo de revestimento aplicado na parede antiga: Parede antiga revestida com placas cermicas Remoo completa do revestimento antigo, at que seja alcanada a base da alvenaria ou a superfcie do emboo, no caso de retirada de revestimentos assentados com argamassas colantes. Parede antiga pintada No caso de superfcies pintadas, as pelculas de tinta e massa devero ser totalmente removidas com esptula e lixa nmero 60 ou 80. Pode-se tambm empregar removedor qumico, desde que, aps a operao, a superfcie seja abundantemente lavada com gua pura. A execuo da camada de regularizao (emboo) deve ser feita conforme descrito na NBR 7200 ("Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas - Procedimentos para execuo", da ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas) para revestimentos de paredes internas. Nos casos em que a camada de emboo estiver em boas condies de aderncia e integridade, a mesma poder ser mantida, observando-se entretanto as exigncias quanto s juntas de movimentao, conforme descrito no item Juntas. Aps o emboo, dever ser aplicada a argamassa colante, assentados os revestimentos nasparedes internas, e executado o rejuntamento, conforme descrito anteriormente neste manual.

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CAPTULO 7PATOLOGIA Descolamento Fungos e eflorescncia Superfcies irregulares

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PATOLOGIA

CAPTULO 7

Patologia de um sistema de revestimento cermico o defeito (doena) que se originam na parede devido a diversos fatores. Esta doena pode provocar desde prejuzo esttica da parede assim como o descolamento da placa cermica. A ocorrncia de patologias est ligada com a qualidade e a durabilidade do assentamento. Estas por sua vez dependem: da qualidade do material utilizado da qualidade da mo de obra da qualidade da parede suporte da correta definio das juntas das condies de trabalho Por uma srie de motivos, os revestimentos podem fissurar ou, na pior das hipteses, descolar-se da parede. As causas que levam ocorrncia dos defeitos nem sempre so de fcil determinao e muitas vezes so uma combinao de diversos fatores.

Alguns defeitos podem aparecer logo aps o assentamento, antes mesmo que o edifcio venha a ser habitado. Outros, como por exemplo o descolamento, so somente observveis aps a ocupao do imvel, perodo este que pode ser de vrios anos.

Descolamento (localizado ou generalizado) O descolamento da placa cermica sem dvida o maior problema e o mais freqente encontrado no Brasil. As principais causas do descolamento esto na maioria das vezes relacionadas a descuidos da mo-deobra no preparo da argamassa colante; na utilizao da mesma aps excedido o tempo em aberto; no uso de tcnicas e ferramentas inadequadas para a aplicao da argamassa; na presso inadequada quando da colocao da placa cermica na parede; na infiltrao d'gua; e na contaminao do tardoz da pea por p, sujeira ou caolin.

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CAPTULO 7

Fungos e eflorescncia A existncia de eflorescncia ou fungo est sempre ligada presena de gua. Fungos so formados principalmente em revestimentos no esmaltados, relativamente midos e em ambientes midos. Por outro lado a origem da eflorescncia est relacionada com problemas no sistema construtivo empregado. Na presena de gua, substncias agressivas ou sais solveis podem ser transportados at superfcie da placa cermica, formando depsitos esbranquiados. A presena de sais e impurezas pode ser evitada, pela limpeza adequada da base a ser revestida e pela utilizao de materiais e equipamentos adequados. Por sua vez, o controle da umidade pode ser feito desde a fase de projeto, atravs da escolha de rejuntes impermeveis e peas cermicas com baixo coeficiente de absoro de umidade para fachadas e da impermeabilizao adequada. Superfcies irregulares Formao de degraus na superfcie revestida. Esta patologia pode ser conseqncia da qualidade do assentamento ou do material empregado. No primeiro caso, a base poderia no estar suficientemente plana para receber o assentamento, ou o assentador no imprimiu presso adequada e homognea quando do assentamento da placa cermica. No segundo caso, a pea cermica possua defeitos dimensionais, ou curvatura e empenamento maior do que o permitido por norma.

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GLOSSRIOENRIQUEA SEU VOCABULRIO

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GLOSSRIO

Absoro a capacidade do material de absorver gua. Est diretamente relacionada com a porosidade do material. Aderncia a propriedade que permite ao revestimento resistir a tenses normais ou tangenciais na superfcie de interface com o substrato. Argamassa a mistura de aglomerantes e agregados midos com gua, com ou sem aditivos, possuindo capacidade de endurecimento e aderncia. Argamassa Adesiva tambm denominada cimento colante, cimento cola ou argamassa cola - um produto industrializado, dosado e fornecido no estado seco ou pastoso ao consumidor. Constitui-se de cimento Portland Pozolnlco, agregado mido e aditivos qumicos. utilizada na colocao de peas cermicas de revestimento, tanto de paredes como de pisos. Base Superfcie a ser revestida Caimentos So inclinaes que se devem dar aos pisos para permitir que a gua escoe com perfeio para os ralos ou coletores de gua. Camada de Regularizao a camada de argamassa a ser aplicada sempre que a base apresentar-se excessivamente irregular de tal maneira que no atenda os limites, mnimo e mximo, estabelecidos para a espessura da camada de assentamento. tambm utilizada sempre que houver necessidade de corrigir-se a declividade da base. Cermica de Revestimento So peas cermicas que esto constitudas normalmente por um suporte cermico, de natureza argilosa com ou sem um recobrimento essencialmente vtreo: o esmalte cermico.

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GLOSSRIO

Desempenadeira Denteada Ferramenta utilizada para o espalhamento da argamassa adesiva. Possui um lado liso e um lado denteado, que permite a formao dos cordes de argamassa. Desempenamento o acabamento final da argamassa ou alisamento da superfcie. Dupla Colagem Mtodo de assentamento que consiste no espalhamento da argamassa adesiva sobre o tardoz da cermica e sobre o substrato (contrapiso ou concreto). Espaadores So pequenas peas que servem para manter uniforme a largura das juntas. Estes espaadores so de plstico, em forma de cruz. ou T. Juntas Estruturais So juntas que se estendem da superfcie do revestimento cermico at o lastro de brita, e tm a funo de permitir a movimentao da base de concreto. Juntas de Dessolidarizao So juntas que se estendem da superfcie do revestimento cermico at o lastro de brita, e tm a funo de separar a calada de outros elementos, como meio-fio, postes, bocas de lobo, dentre outros. Juntas de Expanso e Movimentao So juntas que se estendem da superfcie do revestimento cermico at o lastro de concreto armado. Juntas de Assentamento So juntas entre as peas cermicas, cujas funes so: compensar pequenas variaes dimensionais entre as peas cermicas, proporcionar estanqueidade ao conjunto do revestimento, melhorar o aspecto visual, absorver as tenses de compresso dos revestimentos e permitir a troca de peas cermicas sem que se quebre o restante.

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GLOSSRIO

Rejunte Preenchimento das juntas de assentamento, de preferncia com argamassa de rejunte industrializado. Tardoz Face no esmaltada de uma pea cermica Tempo de Ajuste o tempo durante o qual se pode operar movimentaes na pea recm colocada sem prejuzo da aderncia. Tempo de Mistura o tempo recomendado para a mistura da argamassa de cimento em betoneira. O tempo mnimo recomendado de 3 minutos. Tempo de Pega o tempo compreendido desde o preparo da argamassa adesiva at o momento em que esta comea a endurecer. Tempo de Uso das Argamassas o tempo mximo de uso da argamassa aps seu preparo. Nas argamassas de cimento no deve exceder 2 horas e meia. Tempo em Aberto o tempo compreendido entre o espalhamento da argamassa sobre a camada de regularizao, e o instante em que a mesma no mais apresente capacidade adesiva. Trao Proporo dos componentes relativamente ao aglomerante principal, em geral o de maior reatividade qumica e potencial aglomerante.

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