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Série de estudo de caso da Iniciativa Equatorial Soluções sustentáveis de desenvolvimento para as pessoas, a natureza e as comunidades resilientes Brasil ASSOCIAÇÃO VIDA VERDE DA AMAZÔNIA (AVIVE) Empoderando vidas. Fortalecendo nações.

ASSOCIAÇÃO VIDA VERDE DA AMAZÔNIA (AVIVE) · qualidade de vida da população local, enfatizando especificamente o status da mulher. Desde a sua fundação em 1999, a AVIVE tem

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Série de estudo de caso da Iniciativa EquatorialSoluções sustentáveis de desenvolvimento para as pessoas, a natureza e as comunidades resilientes

Brasil

ASSOCIAÇÃO VIDA VERDE DA AMAZÔNIA (AVIVE)

Empoderando vidas.Fortalecendo nações.

SÉRIE DE ESTUDOS DE CASO DA INICIATIVA EQUATORIAL DO PNUDComunidades locais e indígenas de todo o mundo estão avançando soluções inovadoras de desenvolvimento sustentável que funcionam para as pessoas e para a natureza. Poucas publicações ou estudos de caso contam a história completa de como essas iniciativas evoluem, a amplitude de seus impactos, ou como eles mudam com o tempo. Menos ainda se comprometem a contar essas histórias com os profissionais de as propias comunidades como narradores da história.

Para marcar seu aniversário de 10 anos, a Iniciativa Equatorial visa preencher esta lacuna. O estudo de caso seguinte forma parte de uma série crescente que detalha o trabalho dos ganhadores do Prêmio Equatorial – melhores práticas examinadas e revisadas por especialistas, para a conservação comunitária do meio ambiente e os modos de vida sustentáveis . Estes casos têm a intenção de inspirar o diálogo político necessário para escalar as prácticas locais bem-sucedidas, melhorar a base de conhecimento global sobre o meio ambiente e as soluções locais para o desenvolvimento, e para servir de modelos replicáveis em outras partes do mundo. Os estudos de caso são melhor vistas e entendidas com referência a “O Poder da Ação Local: Lições de 10 Anos do Prêmio Equatorial”, um compêndio de lições aprendidas e guias de políticas baseadas no material do estudo de caso.

Clique no mapa para visitar o banco de dados pesquisável de estudos de caso da Iniciativa Equatorial.

EditoresEditor-chefe: Joseph CorcoranVice-editor-chefe: Oliver HughesEditores: Dearbhla Keegan, Matthew Konsa, Erin Lewis, Whitney Wilding

Escritores contribuintesEdayatu Abieodun Lamptey, Erin Atwell, Toni Blackman, Jonathan Clay, Joseph Corcoran, Larissa Currado, Sarah Gordon, Oliver Hughes, Wen-Juan Jiang, Sonal Kanabar, Dearbhla Keegan, Matthew Konsa, Rachael Lader, Patrick Lee, Erin Lewis, Jona Liebl, Mengning Ma, Mary McGraw, Gabriele Orlandi, Brandon Payne, Juliana Quaresma, Peter Schecter, Martin Sommerschuh, Whitney Wilding, Luna Wu

DesignOliver Hughes, Dearbhla Keegan, Matthew Konsa, Amy Korngiebel, Kimberly Koserowski, Erin Lewis, John Mulqueen, Lorena de la Parra, Brandon Payne, Mariajosé Satizábal G.

AgradecimentosA Iniciativa Equatorial agradece com gratidão a Associação Vida Verde da Amazônia (AVIVE) e em particular a orientação e contribuição de Barba Schmal, Coordenadora de Projetos da AVIVE. Fotografia (cortesia): Barbara Schmal. Mapas (cortesia): CIA World Factbook e Wikipédia. Traduzido por Gabriela Dias Pereira e revisado por Letícia Resende (Voluntários das Nações Unidas).

Citação sugeridaUnited Nations Development Programme. 2012. Associação Vida Verde da Amazônia (AVIVE), Brazil. Equator Initiative Case Study Series. New York, NY.

RESUMO DO PROJETODesde 1999, a Associação Vida Verde da Amazônia-AVIVE tem trabalhado na ilha de Silves, no coração da floresta Amazônica, para desenvolver o comércio de sabonetes aromáticos, velas, cosméticos e perfumes contendo óleos de plantas medicinais como o pau-rosa e a andiroba. Agregando valor à matéria-prima obtida em espécies da floresta nativa e eliminando intermediários na cadeia de valores, essa iniciativa liderada por mulheres tem melhorado a renda dos seus membros e associados.

A iniciativa integra de forma substancial a capacitação em técnicas de colheita sustentável, padrões comerciais de extração de óleos, gestão empresarial e marketing. Um dos obstáculos para o desenvolvimento do negócio foi a obtenção de um quadro regulamentar e de leis que governassem o comércio de plantas medicinais. Após superar esse desafio, a AVIVE tem se beneficiado por meio de amplo modelo de parcerias.

FATOS-CHAVEVENCEDOR DO PRÊMIO EQUATORIAL: 2002

FUNDADA: 1999

LOCALIZAÇÃO: Ilha de Silves – Amazonas, Brasil

BENEFICIÁRIOS: 570 comunidades-membro

BIODIVERSIDADE: Extração sustentável de espécies de plantas raras

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ASSOCIAÇÃO VIDA VERDE DA AMAZÔNIA (AVIVE)Brasil

CONTEÚDOS

Antecedentes e Contexto 4

Principais Atividades e Inovações 6

Impactos Sobre a Biodiversidade 8

Impactos Socioeconômicos 9

Impactos Políticos 9

Sustentabilidade 10

Replicação 10

Parceiros 11

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A Associação Vida Verde da Amazônia (AVIVE) foi fundada no distrito de Silves/Brasil, para defender e preservar o meio ambiente local e a cultura, ao mesmo tempo em que trabalha para melhorar a qualidade de vida da população local, enfatizando especificamente o status da mulher. Desde a sua fundação em 1999, a AVIVE tem como foco o desenvolvimento de técnicas sustentáveis de extração de óleos vegetais de plantas medicinais e aromáticas de espécies nativas, em particular a planta brasileira conhecida como ‘pau-rosa’. O projeto fomenta a produção de medicamentos e cosméticos naturais como uma oportunidade lucrativa para as mulheres de Silve. Esses produtos são agora comercializados nas lojas em Silves/Manaus, atendendo consumidores locais e turistas, assim como o mercado internacional, para geração de renda das mulheres locais. A organização lidera um programa de educação ambiental de grande alcance e produz sementes para o replante e a recuperação de florestas onde atividades extrativistas ameaçam a biodiversidade. Para proteger o ameaçado pau-rosa e outras espécies raras de plantas, a AVIVE ressalta a importância da extração sustentável e está ativamente envolvida na criação de uma ‘reserva de desenvolvimento sustentável’ onde essas espécies são cultivadas e colhidas sem ameaçar sua regeneração.

Contexto Ecológico e Projeto Catalisador

A AVIVE opera na Ilha de Silves, localizada no cruzamento entre o Lago Canacari e o Rio Urubu, ao lado do Rio Amazonas, no coração do estado do Amazonas, Brasil. Mais de um terço de todas as espécies conhecidas vive no Amazonas, uma área tropical diversa que se estende por 4.1 milhões de quilômetros quadrados. O desmatamento na Baía Amazônica tem continuamente destruído habitats e ameaçado a existência de muitas espécies de plantas e animais indígenas da região. Aproximadamente 13% da floresta tropical original foi desmatada, principalmente pelo resultado de atividades rurais, grandes operações corporativas e técnicas de derrubadas e queimadas empregadas por pequenos produtores rurais.

No início do século 20, uma companhia inglesa fundou a primeira unidade de destilação de óleos essenciais do pau-rosa na Ilha de Saracá. Naquele tempo, árvores de pau-rosa (Aniba rosaeodora) eram abundantes, acessíveis, fáceis de coletar e transportar. A companhia explorou o pau-rosa de forma demasiadamente intensa por quase 10 anos antes de partir, deixando a população local sem emprego ou renda e sua terra dizimada. Entre 1940 e 1978, uma companhia brasileira abriu uma nova unidade de destilação. Dessa vez nas redondezas do Rio Sanabani, em direção à floresta a 25 km da Ilha de Saracá. Entretanto, o pau-rosa foi se tornando raro e a produção não durou. Nos anos 80, outros tentaram, sem sucesso, abrir unidades de destilação a 40-60 km de Silves, porém as árvores que restaram, encontravam-se muito nas profundezas da floresta para uma operação eficaz em termos de custo e tempo.

Extração do Óleo de Pau-Rosa

Como Silves foi um centro histórico para a produção do óleo essencial do pau-rosa, tradicionalmente utilizado em cosméticos e na medicina local, a comunidade se interessava em reviver essa indústria que um dia fora lucrativa. A AVIVE foi fundada em 1999 por 20 mulheres de Silves após sua participação em um curso sobre plantas nativas aromáticas e medicinais. O curso foi ministrado por um professor na Universidade Federal do Amazonas e organizado pela Associação de Silves para Preservação Ambiental e Cultural (ASPAC). Participando do curso, as mulheres concordaram com a visão de produção artesanal, medicamentos e cosméticos naturais a fim de criar oportunidades de trabalho local para elas, ao passo que resgatam e preservam o sistema de conhecimento tradicional.

Uma meta extra foi a redução do custo de medicamentos para a população local e a proteção de espécies indígenas ameaçadas. Os fundadores viram o potencial de demanda nacional e internacional de produtos amazônicos e seguiram em frente, conscientes sobre questões de interesse social e ambiental, o que agregou valor às mercadorias produzidas de forma sustentável. A meta principal da

Antecedentes e Contexto

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associação é promover uma economia viável para as mulheres de Silves, utilizando plantas da região do Amazonas para a extração de óleos essenciais, e produção de cosméticos naturais, assegurando desse modo a sustentabilidade da floresta tropical, envolvendo a comunidade em um meio de vida sustentável em um modelo integrado de conservação e desenvolvimento. Certificação, Alvará e Gestão da Cadeia de Suprimentos

Barreiras para a realização da visão da associação surgiram cedo. Os arquitetos da AVIVE aprenderam rapidamente que os requerimentos de leis e certificações brasileiras com relação a produtos medicinais eram inflexíveis, convolutas, dispendiosas e inadotáveis para iniciativas de base comunitária com recursos limitados. A associação firmou-se em um foco mais realístico de uso de óleos vegetais, como ingredientes aromáticos e medicinais em sabonetes, velas, perfumes e incenso; o conhecimento tradicional era ainda aplicável e o ambiente legislativo foi mais favorável nessa área. Entre os novos focos de espécies da associação estava o óleo de pau-rosa. Atividades extrativistas sustentáveis focariam em combater a tendência de superexploração de espécies no município de Silves. Por meio do suporte técnico e financeiro da organização Fundo Mundial da Natureza – Brasil (WWF-Brasil), a AVIVE pôde iniciar sua produção sustentável de óleos vegetais em 1999.

A associação logo se deparou com outro obstáculo relacionado à obtenção das licenças necessárias para divulgar seus produtos internacionalmente. O problema foi levantado primeiramente em 2001, quando a AVIVE tentou pela primeira vez exportar óleo de pau-rosa e sabonetes, sob sua própria marca para o WWF-Reino Unido. Enquanto a associação obteve uma autorização de exportação brasileira através do Sistema Integrado de Comércio Exterior e o alvará sanitário havia sido concedido pelo Ministério da Agricultura, ambos foram recusados pelo segundo alvará sanitário do Ministério da Saúde, o qual era solicitado pela alfândega. Para se qualificarem, é necessário que produtores brasileiros tenham uma licença comercial emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e que carrega consigo uma longa lista de rígidos requerimentos. O que continua sendo um obstáculo para as operações da associação até hoje. Um desafio específico tem sido a construção de uma unidade de produção que esteja em conformidade e atinja os padrões da ANVISA. Para contornar isso, a AVIVE tem se relegado ao mercado informal através de um despachante ou por meio de pagamentos a intermediários que possibilitam a ‘doação’ dos produtos da associação para compradores internacionais em troca de pagamentos informais. A associação permanece com o compromisso de obter a acreditação necessária e está trabalhando em parceria com o setor privado internacional para iniciar a construção de uma unidade de produção.

A AVIVE também encontrou dificuldade para administrar sua cadeia de suprimentos. Com o aumento da demanda de sabonetes, a organização esforçou-se para atender aos pedidos de suprimentos. Para lidar com esse desafio, a AVIVE contou com o suporte de extratores de comunidades vizinhas, através da colheita sustentável em suas áreas florestais. Sendo a AVIVE uma organização sem fins lucrativos, suas mulheres criaram uma organização cooperativa em

2003, chamada COPRONAT, para funcionar como braço comercial da AVIVE e permitir que membros associados fossem recompensados financeiramente pelo seu trabalho. A criação da COPRONAT permitiu também que membros associados solicitassem empréstimos e acessassem canais formais de crédito, facilitando investimentos e crescimento de pequenos negócios.

Os fundadores da AVIVE também encontraram inúmeros desafios políticos e burocráticos. Até 2008, quando o Plano Nacional para a Sociobiodiversidade foi introduzido, não havia quadro legal em nível estadual e nacional que apoiasse o manejo de produtos não madeireiros. Outro desafio foi o acesso a instituições públicas e ao centro de decisões do governo. Por não existir representação legal do governo estadual no distrito de Silves, a associação precisa viajar 380 km até Manaus. Isso tem feito do processo em andamento de acreditação, advocacia e comunicação, extremamente desafiador e em certos momentos, dificultoso. A associação recebeu uma carta áspera do diretor da ANVISA informando às mulheres da AVIVE que elas nunca conseguiriam obter o requisito da licença comercial, uma vez que seria necessário haver um técnico acreditado para isso e a probabilidade de se contratar um especialista era baixa. Uma objeção legal e burocrática mais à frente foi a aquisição, titulação e registro formal de terras. De acordo com as leis vigentes, seria necessário haver registro federal, estadual e distrital para os locais de coleta da AVIVE . No total, o processo de registro de titularidade de terra para todas as 26 áreas – cobrindo 1.300 hectares de terra – levaria sete anos. Nesse ínterim, enquanto a associação conduzia o processo para o registro, foi estabelecida uma parceria com a empresa ‘Precious Wood Amazon’, a qual possui 336.000 hectares de floresta (sobretudo no município de Silves) e permitiu o acesso a 66.000 hectares dessa terra à AVIVE.

Governança e Estrutura Organizacional

Em 2010, a AVIVE revisou seu quadro institucional para ganhar status de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), um título concedido pelo Ministério da Justiça para associações e fundações, como definido na Lei Brasileira nº 9790 de 1999. Para alcançar as especificações e requerimentos desse título, a AVIVE opera através de uma assembleia geral como principal meio de tomada de decisões na organização e elege cinco mulheres para a mesa executiva, das quais duas são escolhidas como presidente e vice-presidente. Incluem-se também diferentes pessoas elegidas para os cargos que são: uma coordenadora administrativa e financeira, uma coordenadora de projetos, uma coordenadora de operações, uma coordenadora de comunicação, uma coordenadora de assistência social e três mulheres que atuam no conselho fiscal. Quando uma decisão oficial é necessária, a mesa executiva convoca uma assembleia especial. O status de OSCIP permite que a associação solicite recursos financeiros públicos e o acesso a empréstimos bancários.

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Principais Atividades e Inovações

A AVIVE extrai sustentavelmente óleos vegetais de espécies de plantas medicinais e aromáticas para produzir cosméticos naturais e outros produtos. O óleo de copaíba, substância como um bálsamo, é coletada do tronco das árvores. Os óleos essenciais (breu, puxuri e pau-rosa) são obtidos por meio da destilação a vapor, enquanto óleos gordos (cumaru e andiroba) são obtidos através de expressão a frio. Em seguida, A AVIVE utiliza esses óleos na produção de uma linha de cosméticos que inclui sabonetes com essências de pau-rosa, cumaru, andiroba, copaíba e melão-são-caetano, assim como velas aromáticas e repelentes, incensos, cremes e perfumes. Em 2001, as mulheres da AVIVE abriram uma loja na maior cidade de Silves, chamada ‘Produtos Naturais AVIVE’. A loja atende a população local e turistas. A AVIVE também está trabalhando na construção de um centro de processamento, o qual trará conformidade com as normas da ANVISA e proverá a certificação legal necessária para a exportação de seus produtos.

Extração Sustentável de Óleos Essenciais

Em todos os seus projetos e atividades a AVIVE mantém um forte enfoque ambiental. A associação tem desenvolvido técnicas para a extração sustentável de espécies de plantas endêmicas, muitas delas ameaçadas ou em risco, incluindo a planta Aniba (pau-rosa). As mulheres da AVIVE coletam frutas, resina, sementes, folhas e galhos. Essas atividades de coleta são totalmente sustentáveis, uma vez que as árvores não precisam ser derrubadas. Através da bem sucedida coleta, processamento e comercialização de produtos não madeireiros, a associação está demonstrando à comunidade local que florestas intactas valem mais do que as desmatadas para a atividade madeireira ou criação de gado. Além de suas atividades de conservação, a AVIVE está ativamente envolvida com a atividade de reflorestamento. A associação instalou um viveiro para o cultivo de mudas de plantas nativas. Comunidades locais associadas são listadas e recrutadas para continuar o plantio de árvores em localizações estratégicas da floresta. Anualmente, mais de 3.000 sementes são cultivadas e plantadas, todas elas espécies de plantas nativas.

Todos os beneficiários do trabalho da AVIVE dividem-se duas categorias. A primeira é a de mulheres que atualmente constituem a cooperativa da AVIVE. A segunda é a de quase cem homens e mulheres envolvidos na coleta de matéria-prima, produção de artesanato, óleos e produtos. Considerando as unidades familiares, a associação se beneficia de um total de 570 pessoas. As mulheres têm sido o alvo prioritário de beneficiamento dado que, para elas, oportunidades de emprego e geração de renda na região são acentuadamente limitadas. Como um complemento a essas atividades para a geração de renda, a associação oferece às mulheres cursos de informática, inglês como segundo idioma e marketing.

Valor Agregado ao Processamento Secundário e Securitização de Propriedade de Terras

Uma inovação notável da AVIVE é o valor agregado no processamento secundário ou a identificação de uso para espécies de plantas endêmicas além de seus propósitos tradicionais ou em sua forma de matéria-prima. Essa inovação permite que as mulheres locais evitem os intermediários que suprem as lacunas das cadeias de fornecimento nos setores mais tradicionais e criem produtos que alcançam maiores lucros nos mercados-alvo. Por exemplo, quando já existia demanda de óleo de andiroba em sua forma pura como um repelente de insetos, as mulheres da AVIVE encontraram outra forma de uso para o mesmo óleo - em velas e sabonetes. Da mesma forma, como o óleo da espécie de árvore breu era tradicionalmente utilizado como material de calafetagem para barcos, a AVIVE passou a utilizá-lo em velas e incensos repelentes de insetos. Apenas mais outro exemplo, o pau-rosa e a preciosa, que antigamente eram utilizados apenas como madeira, agora são conservados para a extração de óleos, os quais a AVIVE utiliza em sabonetes, cremes e loções. A geração de renda para a população local tem sido atrelada de maneira bem sucedida a princípios de sustentabilidade e conservação do meio ambiente.

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A segunda notável inovação na AVIVE tem sido a habilidade em assegurar seus direitos legais em locais de exploração e a obtenção bem sucedida de alvarás sanitários. Em um local onde a ampla maioria da comunidade de produtores carece de suas documentações por direito, para ter acesso às terras onde trabalham – o que resulta em um elemento de incerteza e insegurança - a AVIVE tem obtidos títulos de posse de terra para seus coletores. A associação também foi pioneira no estabelecimento de regras para ‘boas práticas de coleta’ na falta de orientações ou padrões nacionais. Para assegurar a aplicação dos princípios de sustentabilidade através da cadeia de fornecimento, a

AVIVE introduziu o padrão Fair Wild (ISSC), o qual também introduz novos limites para a coleta de produtos florestais não madeireiros no Brasil. Como anteriormente mencionado, o esforço para a obtenção de um alvará sanitário tem sido uma luta continua há algum tempo. Nesse processo, a AVIVE tem sido uma imagem de determinação, sabendo que o status legal e a certificação são absolutamente essenciais para o alcance de segmentos internacionais de mercado de alto valor. O comprometimento da AVIVE aliado à boa governança e transparência está entre as muitas razões que mantém essa forte e duradoura relação com seus parceiros e doadores.

“O conselho da AVIVE a outras comunidades que esperam criar iniciativas sustentáveis é que construam uma rede de contatos e parcerias com o governo local e nacional, instituições de pesquisa e doadores. Laços estreitos com universidades poderão tornar possível a realização de pesquisas complexas e dispendiosas sobre biodiversidade. Geralmente é necessário um comprometimento para o apoio financeiro de no mínimo10 anos por parte dos financiadores para que um projeto saia do papel. Em termos de capital humano, a sustentabilidade pode ser alcançada através da capacitação e proteção dos conhecimentos tradicionais da comunidade. E

por último, é necessário paciência, pois um projeto cresce lentamente.”Barbara Schmal, Project Coordinator

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Impactos

IMPACTOS SOBRE A BIODIVERSIDADEAumentando o valor por unidade de matéria-prima coletada, a AVIVE incentiva de forma bem sucedida a conservação de plantas anteriormente ameaçadas e exploradas excessivamente. Vários grupos têm feito a transição da derrubada de árvores para práticas mais sustentáveis e favoráveis à biodiversidade, como a coleta do óleo de copaíba e a de folhas de puxuri. Entre os impactos mais expressivos da associação está a habilidade de transformar a atitude e o comportamento de comunidades locais em Silves com relação às suas florestas; onde um dia a economia girava em torno da derrubada de árvores e da conversão de terras para agricultura, a AVIVE conduz uma nova consciência ambiental que enfatiza a sustentabilidade e o valor em longo prazo da existência das florestas. Educação Ambiental e Treinamento para Fazendeiros e Coletores

A AVIVE tem permanecido particularmente ativa na educação e projetos assistenciais. A associação faz campanhas de conscientização direcionadas a coletores, produtores, fazendeiros, proprietários de terras e jovens do município. Campanhas essas que são centralmente focadas na proteção e conservação de florestas locais para um meio de vida sustentável e uma economia local estável. Projetos de assistência têm também sido oferecidos como workshops e treinamentos. Mais de 70 pessoas de 115 comunidades receberam treinamento para a coleta sustentável de produtos florestais não madeireiros. Durante os treinamentos, os coletores recebem equipamentos de segurança para o recolhimento de matéria-prima. Pequenos grupos também são reunidos para receber aulas em aderência de regulamentações ambientais, com técnicos florestais da AVIVE visitando locais de coleta e conduzindo oficinas.

Um exemplo de treinamento da AVIVE é o de técnicas de coleta do óleo de copaíba favoráveis ao ambiente. No passado, coletores faziam cortes profundos nos troncos das árvores e, em alguns casos,

derrubavam a árvore inteira para coletar o óleo essencial. A AVIVE agora os capacita com técnicas sustentáveis, como fazer pequenos buracos no tronco da árvore, que se fecham após coleta completa do óleo. Dá-se então um período de quatro anos para a regeneração das árvores. Apenas em uma comunidade, São Pedro, pelo menos 168 árvores estão protegidas devido à adoção desse método.

A AVIVE também recebe orientação técnica de especialistas sobre os métodos de coleta ideais. Em 2010, onze catálogos de plantas utilizadas foram feitos. Incluem-se no catálogo as plantas: Puxuri (Licaria puchury major), Andiroba (Carapa guianensis e Carapa procera), Buriti (Mauritia flexuosa), Preciosa (Aniba canelilla), Cumaru (Dipteryx odorata), Pau-rosa (Aniba roseadora Ducke), Copaíba (Copaifera multijuga) e Breu (Protium spp.). Na formulação dos catálogos de plantas, a AVIVE cuidadosamente combinou orientação especializada com conhecimentos tradicionais. Especialistas contratados pela IUCN reuniram informações bibliográficas sobre cada espécie, incluindo dados de espécies botânicas, habitat e distribuição, ecologia, ameaça de extinção, medidas de conservação, práticas de manejo (ambas tradicionais e científicas), dados de mercado (fornecimento e demanda), práticas de extração, produtividade e afins. Paralelamente, a AVIVE trabalhou com membros da comunidade local produzindo inventários da região, mapeando árvores, tirando fotos e desenvolvendo planilhas.

O produto final tem sido bem recebido e, por meio de sua linguagem direta e ilustrações instrutivas, é visto entre a população como um conjunto de diretrizes acessíveis e relevantes. Coletores trabalhando com a AVIVE assinaram um termo no qual se comprometem a seguir as diretrizes encontradas nos catálogos de plantas. Em 2010, três desses catálogos – de copaíba, cumaru e breu- foram aceitos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis para a inclusão na gestão do plano da empresa madeireira Precious Woods Amazon (área com certificação FSC), permitindo a coleta legal de frutas, sementes e resina dentro dos limites daquela área florestal.

Monitoramento Biológico

Para medir mudanças na biodiversidade, a AVIVE conduz estudos de regeneração e faz inventários de espécies. Até o presente momento, os estudos de regeneração têm focado na espécie do breu na área da Precious Woods, sob a orientação de um engenheiro florestal da Universidade Federal de Viçosa, MG. Os dados para esse estudo ainda estão sendo coletados e a AVIVE espera conduzir pesquisas similares para todas as espécies que são utilizadas por eles, sujeitas a futuro apoio financeiro. Inventários de espécies envolvem a medição da circunferência de árvores, análise individual das plantas e a condução de entrevistas com a população local a respeito dos seus métodos de coleta. Essas informações são adicionadas a uma base de dados mantida pela AVIVE. De 2004 a 2010, a área da comunidade florestal inventariada cresceu de 67,5 para 3.500 hectares. A IUCN tem feito parceria com a AVIVE em vários estudos que observam a complementariedade dos métodos tradicionais e modernos de monitoramento biológico.

IMPACTOS SÓCIOECONÔMICOSAnteriormente à formação da AVIVE, matérias-primas como sementes de puxuri e cumaru, resina de breu e óleo de copaíba eram vendidos a comerciantes intermediários com lucros baixos. Produtores locais eram dependentes de revendedores para ter acesso ao mercado e não possuíam uma plataforma coletiva para negociar preços justos. O valor agregado do processamento oferecido pela AVIVE – transformando essas matérias-primas em cosméticos, sabonetes, loções, velas, etc.- aumentou a renda local significativamente. Em 2007, o aumento foi de R$ 275,00 (aproximadamente U$ 165). Com a renda extra, as mulheres investiram em fogões novos, congeladores, aparelhos de televisão, máquinas de costura e reformas na casa.

Capacitando Mulheres Através de Meios de Vida Sustentáveis

As mulheres que fundaram a AVIVE estavam antes desempregadas. Com as atividades da associação, elas agora podem ter uma fonte de renda, assim como oportunidades para aprender e viajar. Tendo adquirido habilidades na área de marketing e alcançado sua independência financeira, os membros da AVIVE também passaram a ter um senso de empoderamento, o qual tem se provado efetivo na queda de ocorrências de abuso doméstico.

Sendo a AVIVE uma organização sem fins lucrativos, a produção e a comercialização de seus produtos são realizadas por meio da COPRONAT- uma cooperativa fundada em 2003. A cooperativa também funciona como um canal para o pagamento das mulheres locais pelo seu trabalho. E não são apenas membros da cooperativa que se beneficiam da COPRONAT. Em diversos casos, os filhos das mulheres membros começam a voluntariar-se com a associação e a cooperativa, recebendo treinamentos de formação e capacitação. Tornando-se desde então empregados assalariados e funcionários técnicos para o projeto.

IMPACTOS POLÍTICOSCom o passar do tempo, a AVIVE tem construído uma reputação positiva de confiança e credibilidade em vários patamares com o governo. Demonstrando resultados positivos e a possibilidade de se atrair o interesse de parcerias e renomados investidores nacionais e internacionais – Banco da Amazônia, ProVárzea, ICCO, ICEI, WWF-Brasil, Petrobrás, o Governo da Alemanha, etc. – a AVIVE tem chamado a atenção e conquistado o respeito dos governos municipal e estadual. Em nível local, os membros da AVIVE são rotineiramente convidados a participar em vários aspectos do processo de tomada de decisões locais, como no conselho de saúde local e no conselho municipal trabalhista. Quatro representantes da AVIVE são membros permanentes desses conselhos.

A nível regional, a AVIVE tem sido o pivô na criação de uma ‘reserva de desenvolvimento sustentável (RDS)’ no distrito de Silves. A área, que será conhecida como RDS Saracá-Piranga, será na região de terras onde as comunidades poderão recolher produtos florestais não madeireiros, extrair madeira e pescar, de maneira sustentável. A RDS é uma categoria planejada pelo governo brasileiro para delegar a gestão sustentável de terras à comunidades locais, na floresta tropical no Amazonas. A AVIVE tem cooperado com o governo estadual do Amazonas nesse projeto desde 2009, juntamente com o Instituto Cooperação Econômica Internacional – Itália e a Associação de Silves pela Preservação Ambiental e Cultural. O processo está atualmente aguardando a assinatura do governador. Com a formalização da RDS, a AVIVE passará a fazer parte do conselho de supervisão. A AVIVE considera essa designação legal uma solução viável para o problema predominante de direitos a terra, de forma que, sob legislações bem definidas, os direitos locais de acesso serão formalmente reconhecidos pelo estado.

No país, a AVIVE participou de duas reuniões públicas para discutir a legislação pública sobre a gestão de produtos florestais não madeireiros. Na ausência de estratégias nacionais e estaduais nessa área, a AVIVE tem implantado os padrões internacionais Fair Wild de coleta de plantas silvestres - medicinais e aromáticas, como um guia para a coleta e produção sustentáveis. A AVIVE tem advogado esses padrões diligentemente e sensibilizado membros das respectivas áreas do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento em Brasília e em Manaus. Enquanto legislações específicas sobre produtos florestais não madeireiros não são aprovadas, o governo criou comissões e conselhos para cada espécie ou grupo de produtores, onde especialistas discutem e traçam as melhores práticas de gestão. A metodologia de inventários utilizada pela AVIVE foi apresentada ao Instituto de Desenvolvimento Florestal Sustentável do Amazonas, o qual se comprometeu a adotar e aplicar o modelo em outros municípios no estado do Amazonas.

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Sustentabilidade e Replicação

SUSTENTABILIDADEOs elementos principais para que esse projeto seja sustentável são o treinamento e a capacitação das mulheres da AVIVE e a comunidade de coletores; a decisão e determinação das mulheres e coletores da comunidade em trabalhar legalmente e de forma transparente; a existência e mapeamento de recursos naturais; e o suporte financeiro de doadores (ICCO, ICEI, IUCN, Petrobras, Precious Woods Amazon, entre outros), a capacitação focada no desenvolvimento de uma estrutura organizacional participativa e boas práticas de gestão de coleta, extração, fabricação (para produtos naturais e cosméticos), treinamentos práticos de computação, contabilidade e etc.

A AVIVE depende hoje do financiamento de suas parcerias, mas o grupo pretende se tornar independente até 2012. Atualmente, eles têm trabalhado em um plano de negócios para alcançar esse objetivo. A fim de tornar o projeto mais sustentável, deve-se trabalhar em duas áreas críticas: no aumento da produção de óleos e produtos finais de cosmética, e na expansão de locais de coleta. Para o último, é necessário que eles construam a unidade de produção em 2011, o que tem por intuito a concessão do alvará sanitário do Ministério da Saúde. Esse alvará é essencial para o aumento da produção e vendas, pois permite que a AVIVE exporte seus produtos. Um impedimento para as atividades da AVIVE tem sido desastres naturais. A associação perdeu a participação de muitos produtores de andiroba em 2010, após uma forte chuva seguida de um severo período de seca, quando 45 das 49 árvores foram destruídas pelo fogo. Esse infeliz acontecimento teve um impacto negativo na renda das comunidades locais, assim também como nos interesses do projeto. Agora, a AVIVE está recomeçando, com pessoas da comunidade (São João) que plantaram diversas árvores de andiroba em anos anteriores.

Produção, Comercialização e Marketing

Um elemento crucial da gestão da AVIVE é seu braço comercial, COPRONAT. No Brasil, uma associação sem fins lucrativos é

autorizada a comercializar produtos, porém não é autorizada a remunerar o trabalho de seus membros. Em 2003, as mulheres da AVIVE juntamente com outros membros da comunidade, formaram a COPRONAT – uma cooperativa que produz e comercializa produtos naturais (cosméticos e artesanatos), tendo um registro à parte no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). A AVIVE é administrada somente pelas mulheres, enquanto a COPRONAT não (os homens que fazem parte dela são os filhos das mulheres da AVIVE).

Como membros da AVIVE, as mulheres trabalham, mas os membros cooperados são remunerados pelo seu trabalho de produção de sabonetes, velas e outros produtos. Existe um contrato entre a AVIVE e a COPRONAT que permite aos membros da cooperação utilizar a infraestrutura e equipamentos (adquiridos com o dinheiro provido pelos projetos da AVIVE) para a fabricação de produtos naturais. No passado, a AVIVE deu apoio financeiro à cooperativa, pois infelizmente ela ainda carecia de capital. No momento, a cooperativa está trabalhando pela independência financeira dessas organizações, solicitando que o dinheiro dado à COPRONAT seja apenas um empréstimo a ser pago a AVIVE. Com a orientação de um advogado, a AVIVE está formulando um contrato no qual se dá mais transparência a esse relacionamento.

REPLICAÇÃODevido ao sucesso da AVIVE em gestão sustentável de produtos florestais não madeireiros, o grupo é usado com frequência como caso de estudo pelo governo nacional e organizações internacionais. A AVIVE também promove o intercâmbio de conhecimentos tradicionais entre as pessoas locais. Como exemplo de um desses intercâmbios, uma tradicional extratora do óleo de andiroba local foi contratada pelo projeto para ensinar as mulheres de outras comunidades do distrito de Silves que estivessem interessadas sobre os métodos e tecnologias que ela utiliza. Esse tipo de troca de conhecimento assegura que práticas tradicionais não sejam esquecidas e que um número maior de mulheres capacitadas possam produzir o óleo e melhorar sua renda.

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A AVIVE continua envolvida em treinamentos técnicos nas áreas das melhores práticas de manufaturamento (óleos, sabonetes e etc.), práticas de coleta (junto a especialistas da PWA e INPA), contabilidade, e monitoramento e avaliação em níveis regionais e nacionais juntamente com o Ministério do Meio Ambiente, o Estado do Amazonas e uma série de ONGs e instituições públicas. A AVIVE também participa na troca de conhecimento com outros grupos no Brasil para reproduzir e melhorar o modelo do programa. Em 2009, representantes da AVIVE visitaram o Projeto RECA, no vilarejo de Nova Califórnia, Rondônia. No passado, os membros da AVIVE visitaram a Cooperativa de Produtores e Beneficiadores de Plantas Medicinais, de Fitoterápicos e Fitocosméticos (Coopfitos) em Manaquiri, Amazonas. Além disso, representantes de diversas comunidades amazônicas visitaram a AVIVE e permaneceram por um certo período para ver a forma como eles trabalham e os resultados atingidos. A troca de conhecimentos da AVIVE geralmente acontece em forma de visitas em Silves, mas algumas vezes, as mulheres também participam de eventos técnicos e feiras de nível nacional e regional.

PARCEIROSA AVIVE tem se beneficiado de um amplo grupo de parcerias com agências do governo, governos bilaterais, instituições bancárias e não governamentais. Suas variadas formas de suporte tem sido essenciais para o trabalho da AVIVE e incluiu assistência direta em termos da melhora na eficiência dos métodos de coleta, ensino sobre direitos de propriedade, capacitação, certificação de produtos, cadeias de desenvolvimento de valores, obtenção de alvarás sanitários e financiamento para atividades de construção.

Parceiros do Passado

As entidades WWF-Brasil, ProVárzea/IBAMA (KfW, DFID) e BASA (Banco do Amazonas) foram parcerias importantes de 2000 à 2006, proporcionando apoio financeiro (de todos os listados) e suporte técnico (pela ProVárzea, SEBRAE AM e WWF-Brasil). A WWF-Brasil, em particular, proveu sólido apoio tanto técnico quanto financeiro, o que permitiu que a AVIVE superasse diversos obstáculos iniciais, tais quais um prédio pequeno para produção interna, embalagens para sabonetes e velas, assistência para o desenvolvimento da marca comercial da AVIVE e treinamento técnico, além de intercâmbio de conhecimento com grupos de produção similares.

Parceiros Recentes e Atuais

A Fundação ICCO/ Países Baixos tem dado assistência financeira e técnica desde 2007 para atividades em campo (inventário, controle de plantas), capacitação (gestão administrativa e financeira da AVIVE), treinos técnicos de coletores e produtores, avaliação e monitoramento do projeto, assistência da equipe técnica, aquisição de equipamentos de extração e custos de transporte.

O ICEI (Instituto Cooperação Econômica Internacional- Itália) tem dado assistência financeira e técnica desde 2008 para atividades em campo (inventário, controle de plantas), assistência administrativa e na aquisição e manutenção de equipamentos de extração (computador, barco, carro e etc.).

A GTZ-Brasil dá assistência financeira e técnica desde 2008 para atividades relacionadas à produção, processamento e comercialização de óleos vegetais (treinamentos da gestão da cadeia de valores, consultoria técnica de desenvolvimento organizacional, controle de qualidade de produtos, licença sanitária, e etc.), intercâmbio de conhecimentos e divulgação do trabalho e resultados do projeto em feiras temáticas e eventos.

A Petrobras (companhia brasileira de petróleo) tem dado apoio financeiro, desde 2009, para a equipe técnica, com a aquisição de equipamentos de extração, aconselhamento jurídico e financeiro, construção da unidade de produção (250 m2), divulgação do trabalho e resultados do projeto através da exibição de produtos em feiras temáticas e eventos e publicação de dois livros, e custos de transporte. O investimento inicial recebido da Petrobrás foi de R$ 140.000 e a AVIVE espera que seja liberado um recurso financeiro adicional para a finalização da construção em 2011.

A Precious Woods Amazon (PWA, uma empresa madeireira privada com certificação FSC) tem dado assistência financeira e técnica desde 2006 para atividades em campo (inventários, controle de plantas), administrativa, em manutenção de equipamentos e custos de transporte.

A IUCN SUR provê recursos financeiros e assistência técnica para a melhoria da certificação ISSC MAP/ FAIR WILD. A primeira fase ocorreu em 2008-2009 por 18 meses e atualmente a AVIVE tenta iniciar a segunda fase desse projeto.

A SEBRAE e a Cooperativa VERSUS (Consultoria) têm dado assistência na capacitação em desenvolvimento da marca comercial, marketing e relacionamento com o cliente e promoveu a formulação de planos para a unidade de produção da AVIVE em 2007.

“Em 2009, uma das maiores enchentes dos últimos 100 anos nos atingiu, seguida por uma severa seca e queimadas florestais que causaram uma grande perda de recursos naturais inventariados por nós. É claro para nós que temos que nos engajar mais e iniciar uma campanha local, o quanto antes, com a ajuda de outras instituições locais, a fim de prevenir queimadas durante o

período anual de seca.”Barbara Schmal, Project Coordinator

Clique nas miniaturas abaixo para ler mais estudos de caso como este:

Equator InitiativeEnvironment and Energy GroupUnited Nations Development Programme (UNDP)304 East 45th Street, 6th FloorNew York, NY 10017Tel: +1 646 781-4023 www.equatorinitiative.org

A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é a rede das Nações Unidas para o desenvolvimento, advogando a mudança e ligando os países ao conhecimento, experiência e recursos para ajudar as pessoas a construir uma vida melhor.

A Iniciativa Equatorial reúne as Nações Unidas, os governos, a sociedade civil, as empresas e as organizações de base para reconhecer e promover soluções locais de desenvolvimento sustentável para as pessoas, a natureza e as comunidades resilientes.

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REFERÊNCIA ADICIONAL• Site da AVIVE : http://www.avive.org.br • Hughes, O., Corcoran, J., and Lader, R. 2010. Value-Added Secondary Processing for Conserving Biodiversity and Alleviating Poverty:

Examples from the Equator Initiative, Biodiversity Journal, v. 11, 1&2. http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14888386.2010.9712640

• Vídeo sobre a AVIVE, 2002 (Vimeo) http://vimeo.com/27016504