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ATA da 9ª Reunião Ordinária do Conselho Gestor da APA de Itupararanga Biênio 2011/2013 Data: 21/02/2013 Local: Núcleo de Educação Tecnologia e Cultura (ETC- UFSCar) Rua Maria Cinto de Biaggi, nº 130 Santa Rosália, Sorocaba/SP Horário: 14h00 No dia 21 de fevereiro de dois mil e treze foi realizada a nona reunião ordinária do Conselho Gestor da Área de Preservação Ambiental de Itupararanga, no núcleo de educação tecnologia e cultura da Universidade Federal de São Carlos, localizado na cidade de Sorocaba. A reunião foi iniciada as 14h30 com o segundo item da pauta, sendo este a análise dos processos SMA nº 70.129/96 e CETESB nº 06/01833/08, referente à recurso contra parecer desfavorável da implantação do Porto de Areia Belo Pereira LTDA, na cidade de Ibiúna. A reunião iniciou-se pelo segundo item devido à presença do dono da empresa anteriormente citada. Os conselheiros citaram durante discussão do recurso que a empresa faz confusão com a legislação incidente na região de várzea em que o empreendimento pretende ser estabelecido, e não consegue entender que essa região é também uma área de preservação permanente. Conselheiros criticam a empresa QMaester, contratada pelo proprietário do empreendimento para realizar os estudos de impacto, pois a mesma elaborou um projeto de “estudo de impacto ambiental” extremamente simplificado, sem nem detalhar informações sobre a área do empreendimento, e também sem nenhuma figura para visualização da localidade do mesmo. Conselheiros ainda citaram durante a reunião que a área de várzea onde se pretende promover as atividades mineradoras é muito grande, e de grande importância ambiental, já que nesta passam os principais rios que abastecem o reservatório da APA. O proprietário pergunta se existe possibilidade de licença do processo de mineração, e os conselheiros deixam claro que se autorizarem um empreendimento deste porte na área em que ele pretende atuar, não existiria mais nenhum motivo para a existência da APA. Representantes do conselho citam ter recebido pouca informação referente a esse processo colocado em pauta, e apontam pra necessidade de todos os casos que chegam para análise pela gestão da APA passem também pelo conselho gestor, pois esse processo já havia passado anteriormente e um parecer foi elaborado somente pela Gestora. Assim a mesma justifica que há casos de processos de licenciamento que não mostram necessidade fundamental de passarem por todo conselho, mas também concorda que todos os casos podem ser encaminhados para conhecimento dos membros do conselho e que se é desejável ao conselho que podem passar também para análise do mesmo. Assim a representante da OAB sugere que todos os documentos passem pelo colegiado e a representante da ONG SOS Itupararanga pede que todos sejam informados sobre os empreendimentos que passam pela APA. Assim, após estas colocações, ficou consensuado no conselho gestor que todos os processos deverão passar pelas reuniões do conselho. Após esta discussão, foi deliberado no conselho que não seria aceito o recurso contra o parecer desfavorável referente ao processo SMA 70.129/96 e CETESB

Ata 9ª reunião

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ATA da 9ª Reunião Ordinária do Conselho Gestor da APA de

Itupararanga Biênio 2011/2013

Data: 21/02/2013 Local: Núcleo de Educação Tecnologia e Cultura (ETC- UFSCar) – Rua Maria Cinto de Biaggi, nº 130 – Santa Rosália, Sorocaba/SP Horário: 14h00 No dia 21 de fevereiro de dois mil e treze foi realizada a nona reunião ordinária do Conselho Gestor da Área de Preservação Ambiental de Itupararanga, no núcleo de educação tecnologia e cultura da Universidade Federal de São Carlos, localizado na cidade de Sorocaba. A reunião foi iniciada as 14h30 com o segundo item da pauta, sendo este a análise dos processos SMA nº 70.129/96 e CETESB nº 06/01833/08, referente à recurso contra parecer desfavorável da implantação do Porto de Areia Belo Pereira LTDA, na cidade de Ibiúna. A reunião iniciou-se pelo segundo item devido à presença do dono da empresa anteriormente citada. Os conselheiros citaram durante discussão do recurso que a empresa faz confusão com a legislação incidente na região de várzea em que o empreendimento pretende ser estabelecido, e não consegue entender que essa região é também uma área de preservação permanente. Conselheiros criticam a empresa QMaester, contratada pelo proprietário do empreendimento para realizar os estudos de impacto, pois a mesma elaborou um projeto de “estudo de impacto ambiental” extremamente simplificado, sem nem detalhar informações sobre a área do empreendimento, e também sem nenhuma figura para visualização da localidade do mesmo. Conselheiros ainda citaram durante a reunião que a área de várzea onde se pretende promover as atividades mineradoras é muito grande, e de grande importância ambiental, já que nesta passam os principais rios que abastecem o reservatório da APA. O proprietário pergunta se existe possibilidade de licença do processo de mineração, e os conselheiros deixam claro que se autorizarem um empreendimento deste porte na área em que ele pretende atuar, não existiria mais nenhum motivo para a existência da APA. Representantes do conselho citam ter recebido pouca informação referente a esse processo colocado em pauta, e apontam pra necessidade de todos os casos que chegam para análise pela gestão da APA passem também pelo conselho gestor, pois esse processo já havia passado anteriormente e um parecer foi elaborado somente pela Gestora. Assim a mesma justifica que há casos de processos de licenciamento que não mostram necessidade fundamental de passarem por todo conselho, mas também concorda que todos os casos podem ser encaminhados para conhecimento dos membros do conselho e que se é desejável ao conselho que podem passar também para análise do mesmo. Assim a representante da OAB sugere que todos os documentos passem pelo colegiado e a representante da ONG SOS Itupararanga pede que todos sejam informados sobre os empreendimentos que passam pela APA. Assim, após estas colocações, ficou consensuado no conselho gestor que todos os processos deverão passar pelas reuniões do conselho. Após esta discussão, foi deliberado no conselho que não seria aceito o recurso contra o parecer desfavorável referente ao processo SMA 70.129/96 e CETESB

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06/01833/08, referente à implantação do Porto de Areia Belo Pereira. O Conselho Gestor apontou que esta é uma área de grande importância para conservação dos recursos hídricos que drenam para o reservatório de Itupararanga e compreende grande extensão de área de várzea, com importância na oferta de serviços ambientais para a região, além das suas funções ecológicas e de recarga hídrica. Assim foi deliberado um parecer final do conselho gestor desfavorável à implantação deste empreendimento. Como encaminhamento a gestora deverá redigir uma deliberação do conselho que acompanhará a ATA desta reunião em resposta ao recurso contra o parecer desfavorável do empreendimento em questão. Após estas colocações, a representante da ONG SOS Itupararanga, apresentou o caso de empreendimento que não passou no conselho gestor da APA e a CETESB também não demonstrou conhecimento do mesmo. Este foi o loteamento denominado “ACQUA”, que fica às margens da represa Itupararanga. Conselheiros sugerem levantar o local do loteamento para poderem mandar uma carta para a CETESB questionando por que do empreendimento não ter passado pelo conselho gestor da APA. Após esta discussão passa-se para o segundo item da pauta: Planejamento das atividades de 2013. A gestora da APA diz que deve ser feita uma apresentação do plano de manejo para os novos representantes dos municípios e para as câmaras municipais cujo o mesmo ainda não foi apresentado formalmente. Nesta agenda, os municípios deverão apresentar uma data para apresentação nas câmaras municipais, onde também será realizada a exposição dos resultados obtidos no “I Workshop de Planejamento Ambiental da APA Itupararanga”, realizado em dezembro de 2011, onde foi feita a articulação dos Planos diretores municipais com o Plano de Manejo da APA Itupararanga. Estas apresentações não ocorreram em 2012 devido às eleições das prefeituras municipais, por isso foi acordado com o conselho gestor que ocorreriam neste ano. Assim representantes das prefeituras solicitam que a gestora faça um pedido formal em nome do conselho gestor da APA, solicitando às prefeituras a definição de datas para a apresentação do plano de manejo e dos resultados deste workshop. Conselheiros sugerem que seja realizado um convite para as câmaras de vereadores solicitando a presença dos mesmos. Após este assunto, a gestora da APA apresentou junto com os representantes da Prefeitura de Ibiúna e o Tenente da Cia. de Polícia Ambiental de Sorocaba, os resultados obtidos no sobrevoo de fiscalização ambiental realizado em dezoito de fevereiro deste ano. Nesta apresentação foram expostas algumas fotos aéreas apontando os principais problemas visualizados durante o vôo. Observa-se grande quantidade de locais de “bota-fora” na APA. Conselheiros dizem que isso é reflexo da existência de locais inadequados para a deposição desses resíduos. Além disso, o aterro municipal da cidade de Sorocaba foi fechado. Conselheiros citam que existe um volume muito grande de entulho em algumas áreas, e deve ser modificada essa situação. Conselheiros dizem que os proprietários desses locais de bota fora devem cercar a área para que não consigam mais jogar entulho nesses terrenos. Alguns conselheiros sugerem levar o caso dos focos de bota-fora para mídia, e assim dar maior visibilidade do que está acontecendo para a população. Representante da OAB diz que o poder judiciário deve ser mais envolvido nas questões da APA. Após esta discussão, a gestora da APA se comprometeu junto com a Polícia Ambiental e

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Prefeitura de Ibiúna à organizar os dados levantados na operação de fiscalização ambiental e repassar as informações aos membros do conselho gestor da APA. Mas de uma forma geral, foi apontado um cenário de melhora na qualidade da vegetação observado no sobrevoo. Este acompanhamento vem sendo realizado desde 2009 pela Fundação Florestal e Polícia Ambiental e nas áreas de mata a vegetação vêm apresentando sinais de recuperação em áreas de ocorrência de desmatamento. No sobrevoo não foram observados novos focos de desmatamento, carvoarias ou queimadas. Os problemas detectados foram concentrados mais no município de Ibiúna devido às áreas de lançamento de entulho e bota-fora.

Sandra Eliza Beu Presidente do Conselho Gestor da APA de Itupararanga

Fundação Florestal