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ATA DA 19ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO NACIONAL … 19ª RO.pdf · ... INCRA/PRONERA; Ana Amélia de Castro, Secretaria Estadual do ... do Norte e Mato Grosso sobre ... e Educação

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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO 1

CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL - CONDRAF 2

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ATA DA 19ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONDRAF -1º DE SETEMBRO DE 2004. Ao primeiro 4 dia do mês de setembro de 2004, às nove horas e vinte minutos, verificado o quorum, teve início a 5 19ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável – CONDRAF, 6 constituído pelo Decreto nº 4.854, de 08 de outubro de 2003, realizada na INTERLEGIS, Avenida N2 7 – Anexo “E” do Senado Federal, Brasília - DF, por convocação de seu Presidente Ministro Miguel 8 Rossetto. PRESENTES: o Presidente do Conselho, Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário, 9 Miguel Soldatelli Rossetto, o Convidado Especial, Ministro de Estado da Integração Nacional Ciro 10 Gomes, os Conselheiros Antônio Carlos Filgueira Galvão (Ministério da Integração Nacional), Ariel 11 Cecílio Garces Pares (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), Gilson Alceu Bittencourt 12 (Ministério da Fazenda), Carlos Bicalho Schlottfeldt (Ministério da Agricultura, da Pecuária e do 13 Abastecimento), Manoel Eugênio G. Oliveira (Ministério do Trabalho e Emprego), Roberto Vizentin 14 (Ministério do Meio Ambiente), Antônio Munarim (Ministério da Educação), Maria Moema Borges Leal 15 de Britto (Ministério da Saúde), Mauro Eduardo Del Grossi (Ministério do Desenvolvimento Social e 16 Combate à Fome), Dirce Margarete Grosz (Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da 17 República), Francisco Chagas Machado Filho (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da 18 Presidência da República), Sérgio Luis de Oliveira Vilela (Fórum Nacional dos Secretários de 19 Agricultura - FNSA), Luís Cláudio Souza Machado (Associação Brasileira das Empresas de Extensão 20 Rural - ASBRAER), Carlos Henrique Gomes (Associação Nacional dos Órgãos Estaduais de Terra – 21 ANOTER), Juarez Pereira de Paula Filho (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – 22 SEBRAE), Manoel dos Santos (Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura - CONTAG), 23 Dirceu Dresch (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul - FETRAF-SUL), 24 Vitélio Pasa (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Simplício Arcanjo Rodrigues (Coordenação 25 Nacional de Articulação dos Quilombolas - CONAQ), Zilma Saldanha da Silva (Coordenação das 26 Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB), Antônio Marques dos Santos (Associação 27 das Cooperativas do Nordeste - ASSOCENE), Rita da Luz Serra (Grupo de Trabalho da Amazônia), 28 Irene Maria dos Santos (Instituto Brasil Central - IBRACE), Idalgizo José Manequi (União Nacional das 29 Escolas Famílias Agrícolas do Brasil - UNEFAB), Reginaldo Alves de Souza (Rede de Agroecologia-30 Caatinga) e Eriberto Buchmann (Federação das Associações e Sindicatos dos Trabalhadores de 31 Extensão Rural e do Setor Público – FASER), e os Convidados Permanentes José Humberto de 32 Oliveira, Secretário do CONDRAF e Secretário de Desenvolvimento Territorial – SDT/MDA, e Rolf 33 Hackbart, Presidente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Estiveram presentes 34 como convidados, os Senhores e Senhoras Tânia Melo, Pedro Correia, Berenice Gomes da Silva, 35 SDT/MDA; José Tubino, FAO; Vaneide Marcon, MS; Ivanilson Guimarães, SDT/IICA; Francisco Urbano 36 e Sidney Medeiros, ARCO/BR; Luiz Sérgio Machado, BNB; João Medeiros, UNICAFES; Luiz Antônio 37 Dombek e Ronaldo Vasconcelos, MIN; Orlando Campeiro Ribeiro, EMBRAPA; Hermes Gonçalves 38 Monteiro, ASA; Celso A. Rigo, CNA; Ludgério Monteiro, CNM; Cristiane Madeira, Rafael R. Cedro, 39 Danielle Chalub e Elair Abreu, MDA; Carlos Kovalski, INCRA; Moacir José da Rosa, FAZER; Carlos 40 Serea e Jânio Luiz da Rosa, Banco do Brasil; Ângela Gonçalves e Neylar Lins, Instituto Aliança; Sergio 41 Paganini, MDS; Eduardo Soares, CONAB; Edson Teófilo, SRA/MDA; Francisco Menezes, CONSEA; Caio 42 França, NEAD/MDA; Mônica Molina, INCRA/PRONERA; Ana Amélia de Castro, Secretaria Estadual do 43 DF; Argileu Martins, DATER/SAF/MDA; Marina Costa, TV Diário; Paulo Roberto Silva, OCB; Carlos 44 Kaipper/Consultor Jurídico/MDA; Aldenira Sena, CUT/Nacional; Ricardo Cunha Rego, PNCF/MDA; 45 Arnoldo Campos, SAF/MDA. PAUTA: MANHÃ - 9H às 12H30 1ª PARTE - ABERTURA 46 1.Pronunciamento do Presidente do CONDRAF, Ministro Miguel Rossetto: “Biodiesel”. 2. Palestra do 47 Ministro de Estado da Integração Nacional, Ciro Gomes: “Políticas de Desenvolvimento Regional e o 48 Desenvolvimento Rural”. 2ª PARTE – EXPEDIENTE - Informes da Secretaria do CONDRAF: Informe 49 sobre o 1º Encontro de Conselhos Nacionais de Políticas Públicas com Participação Social. 50 Pronunciamento do Presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar - CONSEA, Francisco 51 Menezes, sobre a Integração entre Conselhos. Interação com os Estados do Espírito Santo, Rondônia, 52

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Rio Grande do Norte e Mato Grosso sobre a temática: Integração das Políticas Públicas. Informes dos 1 Comitês, Grupos Temáticos e Grupos de Trabalho do CONDRAF: 2.1 Comitês Fundo de Terras e 2 Reordenamento Agrário; Infra-estrutura e Serviços; Assistência Técnica e Extensão Rural; Promoção 3 da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia. 2.2 Grupos Temáticos: Institucionalidades para Gestão Social 4 do Desenvolvimento Rural Sustentável e Educação do Campo. 2.3 Grupos de Trabalho: Juventude 5 Rural e Biodiesel. Palavra dos Conselheiros: Ariel Cecílio Garces Pares - Conselheiro do Ministério do 6 Planejamento, Orçamento e Gestão: Tema: Planejamento Territorial; Dirce Margarete Grosz – 7 Conselheira da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Tema: 8 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres; Sérgio Luiz de Oliveira Vilela – Conselheiro do 9 Fórum Nacional dos Secretários de Agricultura, Tema: Lei de Defesa Animal e Vegetal e Agricultura 10 Familiar; Adoniram Sanches representando a Secretaria da Agricultura Familiar/MDA, Tema: Seguro 11 da Agricultura Familiar; João Alberi da Silva Medeiros - Representante da Rede de Cooperativismo de 12 Crédito para a Agricultura Familiar, Tema: União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e 13 Economia Solidária – UNICAFES; Mônica Molina – representando o Instituto Nacional de Colonização 14 e Reforma Agrária – INCRA, Tema: 2ª Conferência Nacional de Educação do Campo. TARDE – 14H 15 ÀS 19H 3ª PARTE - ORDEM DO DIA 1. Leitura e Aprovação da Ata da 18ª Reunião Ordinária do 16 CONDRAF. 2. Juventude Rural: Apresentação da Proposta do Grupo de Trabalho do CONDRAF por 17 Neylar Lins, do Instituto Aliança com Adolescentes. Deliberação sobre a Resolução de Criação do 18 Grupo Temático. 3. Institucionalidades para Gestão Social. Apresentação do Produto do Grupo 19 Temático Institucionalidade para a Gestão Social do Desenvolvimento Rural Sustentável – Papel e 20 Perfil dos Conselhos pelo Conselheiro Reginaldo Alves de Souza e membro do GT Institucionalidades. 21 Discussão e deliberação sobre a Resolução “Diretrizes e Atribuições da Rede de Conselhos de 22 Desenvolvimento Rural Sustentável”. 4. Programa de Inclusão Social: Biodiesel, Agricultura Familiar e 23 Reforma Agrária: Apresentação sobre o estágio atual do Programa Nacional do Biodiesel, por Arnoldo 24 Campos, representante do MDA/SAF no Programa Nacional do Biodiesel. Apresentação da experiência 25 do Piauí em Biodiesel pelo Conselheiro Sérgio Luiz Vilela. Discussão e deliberação da proposta do 26 Grupo de Trabalho do CONDRAF, “Recomendações quando da Formulação e Implantação da Política 27 e do Programa de Produção de Biodiesel no Brasil”, por Hermes Monteiro, membro do Grupo de 28 Trabalho. 5. Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável. Encaminhamentos. 4ª 29 PARTE – Encerramento. DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS: I. Abertura - Inicialmente o 30 Secretário do CONDRAF, Humberto Oliveira fez uma saudação a todos(as) Conselheiros(as) do 31 Conselho Nacional, Conselheiros(as) dos Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural Sustentável 32 e demais entidades presentes na reunião e ouvintes da videoconferência nos Estados, bem como aos 33 Presidentes das Assembléias Legislativas dos Estados. Informou, aos que assistiam a 34 videoconferência nos Estados, que haveria interação e que havia 20 Estados conectados, sendo que 35 os assistentes da videoconferência poderiam dirigir questionamentos sobre os temas tratados na 36 Reunião do CONDRAF pelo endereço eletrônico: [email protected]. Foram iniciados os trabalhos 37 com a palavra do Presidente do Conselho, Ministro Miguel Rossetto, que, após os cumprimentos, fez 38 três registros em relação a temas que fazem parte de uma estratégia já definida de desenvolvimento 39 rural: a primeira é de que está sendo concluído e implantado a estrutura estadualizada do Ministério 40 do Desenvolvimento Agrário, aumentando ainda mais a eficiência do seu trabalho, a interlocução com 41 os diversos atores governamentais, com as instituições e entidades da sociedade civil, alcançando 42 melhores resultados das políticas públicas conduzidas pelo Ministério. O segundo e terceiro Tema 43 destacados estão relacionados com a estratégia de desenvolvimento rural do Presidente Lula e 44 presentes nos debates do CONDRAF: o Projeto Biodiesel, um projeto que assume um caráter 45 estratégico para o Presidente Lula e para o Governo, do ponto de vista da capacidade de produção de 46 um combustível renovável, limpo, barato, diminuindo a dependência do País de eventuais 47 importações de combustíveis, e, especialmente, por tratar-se de um Programa fortemente marcado 48 pela inclusão social. Teremos, então, esforços direcionados do Ministério na articulação das cadeias 49 produtivas do agricultor familiar, da produção ao esmagamento, nos próximos anos. O Terceiro tema 50 é o seguro agrícola da agricultura familiar, a ser lançado no próximo dia 10 de setembro pelo 51 Presidente Lula, que atende uma reivindicação histórica dos agricultores familiares. A idéia 52 fundamental é que, já nessa safra, estejam implantados mecanismos que garantam previsibilidade 53

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frente a situações climáticas indesejáveis. Esses temas serão debatidos e detalhados no decorrer da 1 Reunião do Conselho, para que todos que assistem à videoconferência e os Conselheiros e 2 convidados, possam conhecer, opinar e deliberar sobre esses temas. Dando prosseguimento a pauta, 3 o Convidado Especial Ciro Gomes falou sobre as conseqüências para o País do processo de 4 globalização, da necessidade de ter para o País um projeto nacional de desenvolvimento, que exige 5 compreender internamente o Brasil e suas diversidades regionais. O trabalho que está sendo 6 realizado em todo o território nacional é identificar áreas de crescimento econômico, compreender e 7 aprender com esse processo, suas potencialidades, para que se possa, por um lado, alavancar esse 8 crescimento e replicar a experiência em outras regiões semelhantes, identificando ainda aquelas 9 regiões que, ao contrário, nos últimos anos, vêm apresentando sinais de debilidade, com o êxodo de 10 suas populações, e verificar como trabalhar as demandas de forma mais organizada para dar novo 11 direcionamento ao desenvolvimento regional. No Brasil, a diferença entre as regiões mais pobres e as 12 mais ricas chegam a 18 vezes. Para entender e trabalhar essas desigualdades será necessário 13 estudos sobre esses processos, uma vez que há uma dimensão tecnológica a ser enfrentada, uma vez 14 que 82% da tecnologia são aplicados em apenas dois estados. Apesar de tudo, existem regiões que 15 estão encontrando caminhos: Manaus, por exemplo, é responsável por 6% da produção industrial 16 brasileira. Em todo período do Governo Fernando Henrique, o Brasil cresceu 2% ao ano, a pior taxa 17 de crescimento de toda a história brasileira, mas há regiões que cresceram até 26% e não foram nas 18 regiões próximas aos grandes centros urbanos, mas nas regiões do interior. O Ministério da 19 Integração Nacional tem um Programa, o PROMESO, que está atuando em áreas deprimidas na 20 Chapada do Araripe, Xingó, Vale do Mangabeira, Jequitinhonha, Mucuri, Itabapoana, Vale do Ribeira, 21 Fronteira com o Mercosul, metade sul do Rio Grande do Sul, Águas Emendadas, Alto do Solimões, 22 Bico do Papagaio, construindo agendas de desenvolvimento regional em Fóruns Regionais, 23 descortinando potencialidades. Há uma participação efetiva do MDA e do Incra nesses Fóruns 24 Regionais para que o Governo trabalhe de forma integrada. Dando prosseguimento a pauta, o 25 Presidente do CONSEA, Francisco Menezes, fez um pronunciamento sobre o 1º Encontro Nacional de 26 Conselhos de Políticas Públicas. Diante desse esforço do Governo de integrar políticas de integração 27 entre Ministérios, é necessário, ainda, integrar Conselhos que possuem uma expressiva participação 28 da sociedade civil, o qual resulte em uma interlocução entre Conselhos. Francisco Menezes afirmou 29 que o Brasil tem avançado nessa prática participativa, e para avançar ainda mais deverá romper com 30 a segmentação entre os Conselhos. Essa relação CONSEA/CONDRAF deve se estreitar uma vez que 31 esses Conselhos possuem muitas interfaces, necessitando de maior compartilhamento, que passa 32 pela troca de informações, pela identificação de objetivos e da possibilidade de um trabalho comum. 33 Acrescentou sobre os objetivos de Desenvolvimento do Milênio, outro tema debatido no 1º Encontro 34 Nacional de Conselhos, em que o Brasil fez compromissos internacionais que teremos que avançar 35 nas metas sociais, ficando acordado que cada Conselho indique três objetivos sociais e indicadores 36 referentes a essas metas. Esse relacionamento entre Conselhos poderá determinar quais são as 37 metas sociais brasileiras, entre as metas do milênio. O próximo ponto da pauta, em videoconferência, 38 foi a interação com os Estados, com a temática da integração de políticas públicas: inicialmente foi 39 conectado o Espírito Santo, em que participaram o Secretário-Executivo do Conselho Estadual e a 40 Superintendente do Incra, onde destacaram que o Conselho Estadual, formado por trinta e dois 41 representantes, paritário governo/sociedade, vêm debatendo a integração de políticas públicas e, 42 como exemplo, foi informado sobre o programa de desenvolvimento do Sul do Estado, na área da 43 cafeicultura, bem como nos territórios prioritários, abrangendo além da questão econômica, o 44 desenvolvimento social, as questões ambientais e culturais que compõem a identidade dessas 45 regiões. Na interação com o Mato Grosso, participou o Secretário-Executivo do Conselho Estadual que 46 destacou a deliberação deste Conselho de capacitação dos conselheiros municipais, tendo sido 47 realizados sete encontros, com mais de quinhentas lideranças capacitadas, entre dirigentes sindicais, 48 técnicos das Prefeituras, do Banco do Brasil, do BASA, da Associação de Municípios, das associações 49 de produtores rurais. Os encontros contaram com a parceria das Prefeituras, do Governo Estadual e 50 dasAassociações dos Agricultores, e foram debatidas as políticas públicas de desenvolvimento rural, 51 tanto federais quanto estaduais. Informou também que, ao lado do agronegócio, que traz 52 crescimento ao Estado, a que se referiu o Ministro Ciro Gomes, existem cento e cinqüenta mil 53

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agricultores familiares, sendo setenta e cinco mil assentados, oito mil quilombolas e cinco mil 1 pescadores artesanais, cuja difícil situação exige um atendimento em políticas públicas estruturantes, 2 e, finalmente, se referiu a um programa do Governo do Estado destinado a pessoas com mais de 45 3 anos, desempregados, com a cessão de áreas ao redor das cidades, em torno de 1,5 hectares por 4 lote, para a produção de hortifrutigranjeiros, com bons resultados, e que conta com a parceria do 5 Incra. A interação seguinte foi com o Estado do Rio Grande do Norte, participando o Delegado do 6 MDA no Estado, uma liderança de mulheres trabalhadoras e que é assentada, e o Secretário-7 Executivo do Conselho Estadual em que foi ressaltado que é essencial para o Conselho Estadual a 8 articulação das políticas públicas, havendo o relato de uma reunião de articulação das principais 9 iniciativas no Estado sobre o desenvolvimento rural, com base territorial e regional, promovida pelo 10 próprio Conselho, reunindo representantes da Secretaria de Planejamento, do Programa de 11 Desenvolvimento Territorial da SDT/MDA, do Banco do Nordeste, do Projeto Dom Helder Câmara, 12 concluindo que todas as iniciativas são complementares e que, quando da constituição dos órgãos 13 responsáveis pela gestão territorial/regional, deve-se levar em conta os trabalhos e iniciativas 14 existentes na Região, para evitar duplicidade de ações, além de fazer incidir outras políticas públicas 15 necessárias ao desenvolvimento daqueles territórios/regiões. Encerrando a interação com os Estados, 16 foi ouvido o Estado de Rondônia, tendo participado o Secretário Executivo do Conselho Estadual e um 17 representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura - FETAGRO que parabenizaram a 18 iniciativa da estrutura estadualizada do MDA. Deram ênfase à Feira da Agricultura Familiar que 19 apresentou mais de cento e cinqüenta experiências, desde as convencionais, à produção ecológica e 20 orgânica. Afirmaram que tem crescido o acesso ao crédito, mas que a assistência técnica e a 21 pesquisa não têm chegado com a mesma velocidade. Destacaram, ainda, a ação do Pró-Ambiente, 22 Programa do Ministério do Meio Ambiente, com novepólos de atuação e que também vincula a 23 produção sustentável, à assistência técnica e comercialização e, por fim, ressaltaram a necessidade 24 de integrar também as ações dos Governos Municipais, das Prefeituras, no processo de 25 desenvolvimento. Dando prosseguimento à pauta, o Secretário Humberto Oliveira passou a palavra 26 ao Coordenador do NEAD, Caio França, para a divulgação do livro “Políticas Públicas e Participação 27 Social no Brasil Rural”, publicação feita em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul 28 e do Programa de Pós-Graduação de Desenvolvimento Rural, NEAD e Secretaria de Desenvolvimento 29 Territorial, constituindo-se de uma análise crítica, realizada por um conjunto de pesquisadores, sobre 30 o Pronaf e mais especificamente sobre o Pronaf Infra-estrutura e o funcionamento dos conselhos de 31 desenvolvimento rural. Caio França considerou que os Conselhos Estaduais, Territoriais, Municipais 32 incorporem reflexões sobre as políticas públicas e sobre o impacto dessas políticas no 33 desenvolvimento rural, abrindo, como no CONDRAF, as agendas para debates estratégicos, 34 destacando a contribuição da academia sendo muito importante. II. Informes: Concluída a parte 35 de apresentações, o Secretário Humberto Oliveira apresentou uma síntese do trabalho realizado 36 nesse período pelos Comitês Permanentes e Grupos Temáticos, resultado de uma reunião com os 37 Coordenadores dos Comitês e Grupos Temáticos com a Secretaria do CONDRAF, atendendo a uma 38 solicitação feita na 18ª Reunião Ordinária por Conselheiros: O Grupo Temático da Juventude Rural 39 apresentou uma proposta de Resolução transformando o Grupo de Trabalho, instituído no âmbito da 40 Secretaria do Conselho, em Grupo Temático para apresentar propostas sobre a Juventude Rural ao 41 CONDRAF, proposta a ser debatida na Ordem do Dia; os Comitês vêm se reunindo de forma 42 sistemática permitindo a participação de atores sociais na gestão dos programas, destacando que, 43 atores sociais até então pouco presentes nos órgãos colegiados, como movimentos de mulheres 44 trabalhadoras rurais, quilombolas, indígenas, extrativistas, pescadores artesanais, têm participado 45 ativamente nessas instâncias colegiadas. O Comitê de ATER discutiu a proposta de assessoria técnica 46 e social - ATES aos assentamentos e formou cinco sub-grupos para debater financiamento; 47 articulação institucional; monitoramento e avaliação; o processo de formação e a ATER Setorial que 48 discute a assistência técnica e extensão rural destinadas às populações tradicionais. O Comitê de 49 Infra-estrutura discutiu as agroindústrias da agricultura familiar e propôs a realização de um estudo 50 quantitativo e qualitativo sobre as agroindústrias financiadas com recursos do Pronaf, uma vez que 51 muitas estão fechadas, propondo, também a realização de seminários regionais para avaliação das 52 ações territoriais e dos investimentos em infra-estrutura realizados. O Comitê de Promoção da 53

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Igualdade de Gênero, Raça e Etnia foi instalado e está em fase de organização. O Comitê do Fundo 1 de Terras e do Reordenamento Agrário debateu o monitoramento do Programa de Crédito Fundiário 2 pela CONTAG, aprovando uma proposta de que os movimentos sociais façam um acompanhamento 3 do Programa e questionoi, ainda, a proposta de reordenamento agrário. O Grupo de Trabalho do 4 Biodiesel elaborou uma proposta de recomendações do CONDRAF sobre o Programa Nacional do 5 Biodiesel. O Grupo Temático de Educação do Campo está discutindo o intercâmbio de experiências 6 inovadoras em educação do campo, e teve uma participação na Conferência Nacional de Educação do 7 Campo. O Grupo Temático Institucionalidades para a Gestão Social apresenta, na Ordem do Dia, o 8 seu primeiro produto sobre diretrizes e princípios dos Conselhos em seus diferentes níveis. Tanto o 9 Grupo de Trabalho Biodiesel como de Institucionalidades fizeram uma síntese de seus trabalhos para 10 que os assistentes da videoconferência pudessem estar informados sobre suas propostas, as quais 11 foram debatidas pelo Plenário no período da tarde, não sendo transmitida para os Estados. Na 12 seqüência, dando início à Palavra dos Conselheiros falou a Conselheira Dirce Margarete, da 13 Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, para partilhar a experiência da 1ª Conferência 14 Nacional de Política para as Mulheres, convocada pelo Presidente da República, coordenada pela 15 Secretaria Especial de Política para as Mulheres e pelo Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, 16 que aconteceu nos dias 15,16 e 17 de agosto, em Brasília, com o objetivo de propor diretrizes para 17 um Plano Nacional. Informou que todo o processo da Conferência envolveu mais de 100 mil mulheres 18 e homens, dois mil Municípios, vinte e seis Estados e o Distrito Federal em plenárias e conferências 19 preparatórias, e contou com a presença de 1787 delegados e delegadas, e mais de setecentos 20 observadores convidados. O compromisso é elaborar, até dezembro de 2004, o referido Plano 21 Nacional de Políticas para as Mulheres. Em seguida, o Conselheiro Sérgio Vilela falou sobre a 22 importância de um debate relacionado à sanidade animal e vegetal, cujas normas prejudicam 23 enormemente os agricultores familiares e está sendo feita uma mobilização conduzida pelo Fórum 24 dos Secretários de Agricultura e pelo Fórum de Gestores de Sanidade Animal, visando uma ampla 25 sensibilização em relação a essa questão. O Conselheiro Ariel Pares, do Ministério do Planejamento, 26 falou sobre o planejamento territorial que reúne Ministérios que são estruturantes do 27 desenvolvimento e da organização territorial, e que levam em conta a identidade territorial, 28 afirmando que o plano plurianual é ao mesmo tempo um plano federal e federativo e, por este 29 motivo, a importância do planejamento territorial para definir prioridades, a partir das demandas 30 identificadas. Com o planejamento territorial teremos a oportunidade de integrar os diversos setores, 31 como também as demandas de diferentes atores sociais. Finalmente sugeriu que o CONDRAF 32 debatesse sobre a constituição de um Comitê Temático para esse tema. Adoniran Sanches Peraci, da 33 Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério, falou aos Conselheiros e aos assistentes da 34 videoconferência sobre o Seguro da Agricultura Familiar, a ser lançado pelo Presidente Lula nos 35 próximos dias, que, além de cobrir 100% do financiamento dos agricultores familiares, deverá 36 garantir uma renda presumível. Discutiu, também, o seguro relacionado às culturas com zoneamento 37 agrícola, cuja perda é de 1.3, 1.4 , enquanto as perdas das culturas não zoneadas chegam a 25% no 38 Nordeste. São culturas zoneadas o algodão, arroz, feijão, maçã, milho, soja e trigo, e não zoneadas 39 banana, cajú, mandioca, mamão e uva, sendo necessário um debate com a Embrapa para que se 40 possa tratar das culturas consorciadas, freqüentes na produção familiar e ainda não zoneadas. A 41 seguir deu alguns exemplos operacionais para melhor entendimento da proposta a ser disponibilizada 42 no Site da SAF/PRONAF/MDA. Mônica Molina, do Incra, comentou sobre a 2ª Conferência Nacional 43 por uma Educação do Campo, ocorrida nos dias 2 a 6 de agosto, em Luziânia, que contou com a 44 participação de mil e cem delegados de todos os Estados com o objetivo de fazer uma reflexão e 45 procurar definir estratégias para que Estado e sociedade construam juntos uma política nacional de 46 educação do campo, fazendo do campo um espaço de inclusão social, de democratização, de geração 47 de renda, sendo fundamental mudar radicalmente o acesso à educação e ao conhecimento dos 48 diferentes sujeitos do campo. João Alverí, do Fórum de Cooperativismo de Crédito da Agricultura 49 Familiar, fez um informe sobre o Encontro Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e 50 Economia Solidária, realizado em Brasília, de 27 a 29 de julho, no qual criou a União Nacional das 51 Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária – UNICAPES, a ser constituída em abril de 52 2005. Esclareceu que o fortalecimento do cooperativismo solidário, de base popular e comunitária, 53

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representa um instrumento estratégico para a promoção do desenvolvimento local sustentável; a 1 produção e comercialização de alimentos; a redução da pobreza e a inclusão social e econômica de 2 milhões de brasileiros que aspiram por oportunidades concretas de melhoria de suas condições de 3 vida, citando o documento elaborado no referido Encontro. Por fim, usou a palavra o Conselheiro 4 Manuel dos Santos para afirmar, mais uma vez, aos(as) Conselheiros(as) do CONDRAF e aos(as) 5 assistentes da videoconferência, a necessidade de um evento para discutir qual o modelo de 6 desenvolvimento sustentável para a agricultura familiar, um evento que reúna segmentos do 7 Governo, que envolva os intelectuais, que são formuladores de propostas e de opinião, e os 8 movimentos sociais, para fazer um aprofundamento sobre esse tema. 2ª Parte ORDEM DO DIA. A 9 segunda parte da reunião foi realizada no Auditório do Conselho Nacional de Educação, localizado na 10 Avenida L2 Sul, Quadra 607, Brasília - DF. Dando início aos trabalhos da tarde, o Secretário do 11 CONDRAF, Humberto Oliveira colocou em votação o 1º item da Pauta, leitura e aprovação da Ata da 12 18º Reunião Ordinária. Dispensada a leitura da Ata que havia sido enviada com antecedência, foram 13 feitas, pelos Conselheiros, pequenas retificações para correção posterior. A Ata foi aprovada por 14 unanimidade. Quando do debate do segundo item da Pauta sobre a criação do Grupo Temático da 15 Juventude Rural, o Secretário do Conselho chamou a atenção do Plenário para o funcionamento 16 concomitante de vários Grupos Temáticos, que estão sob a responsabilidade da Secretaria do 17 Conselho, tanto pelos gastos, uma vez que o Ministério arca com as despesas de deslocamento e 18 alimentação dos membros representantes da sociedade, como por problemas operacionais de apoio 19 técnico aos referidos Grupos, uma vez que a Secretaria conta com pequeno número de assessores. 20 Foi aprovada a recomendação de que estivessem em funcionamento simultâneo três a quatro Grupos 21 Temáticos, sendo que o Grupo Temático de Juventude Rural, caso seja criado, estará substituindo o 22 de Institucionalidades e Gestão Social que deverá, até dezembro, entregar ao Plenário os produtos 23 firmados na Resolução que o constituiu. O segundo item da Ordem do Dia foi a proposta de criação 24 do Grupo Temático da Juventude Rural. A apresentação da proposta foi feita por Neylar Lins, do 25 Instituto Aliança com Adolescentes, que participou dos debates do Grupo de Trabalho da Secretaria 26 do CONDRAF. Expôs que o motivo da criação do Grupo Temático deveu-se a iniciativas da Câmara 27 Federal que criou uma Comissão Especial para debater uma política para a juventude, e do Governo 28 que também criou um Grupo Interministerial com objetivos semelhantes, e que, em ambos, a 29 questão da juventude rural aparece em plano secundário, sem o destaque que deve ter e que a 30 sociedade, especialmente os movimentos da juventude rural, vêm defendendo. O Grupo Temático 31 teria a tarefa de sistematizar as propostas em debate para apreciação do Conselho e incorporação às 32 propostas em debate no Parlamento e no Executivo, como também incorporá-las nas políticas 33 públicas de interesse dos jovens rurais. Feita a apresentação, o Secretário do Conselho colocou em 34 debate a proposta que foi aprovada, tendo, porém, havido sugestões por parte dos Conselheiros na 35 redação da Resolução para que, de forma sintética, refletisse o pensamento do Grupo de Trabalho. 36 Além de propostas para reescrever o texto, foi sugerido a retirada da palavra “ativo” para designar o 37 Grupo Temático. Houve, ainda, um debate para incluir no Grupo Temático representantes do MST. 38 Foi explicado ao Plenário pelo Secretário Humberto Oliveira, que os Grupos Temáticos são 39 constituídos por um terço de membros de órgãos e entidades com assento no Conselho, mas que os 40 demais dois terços de membros do Grupo Temático podem ser indicados por órgãos e entidades que 41 desenvolvem ações voltadas aos temas debatidos pelos grupos. Afirmou que a única preocupação 42 dos Conselheiros seria de indicar entidades ou órgãos com real interesse de participação nos debates 43 nas instâncias do CONDRAF. Por fim, o Plenário decidiu delegar à ABONG a indicação da entidade da 44 sociedade com perfil indicado para participar do Grupo Temático. Foi então aprovada a criação do 45 Grupo Temático de Juventude Rural, com vigência de 6 meses. O 3º item debatido foi o Programa 46 Nacional do Biodisel, em razão de uma inversão da pauta, tendo sido convidado para fazer uma 47 apresentação do Programa Nacional do Biodiesel, Arnoldo de Campos, da Secretaria da Agricultura 48 Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e representante do MDA na Comissão Executiva 49 do Programa Nacional do Biodiesel, coordenada pela Casa Civil, como também do Grupo Gestor 50 Interministerial, coordenado pelo Ministério de Minas e Energia. Arnoldo de Campos vem 51 acompanhando a construção desse Programa desde o início, há cerca de um ano. Fez a seguinte 52 exposição: “o tema Biodiesel vem sendo discutido na atual gestão do Presidente Lula sobre a 53

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viabilidade da introdução desse novo combustível na matriz energética brasileira, portanto, este não é 1 um Programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, este é um Programa do Governo Federal, e 2 que hoje conta com a participação de quatorze Ministérios na Comissão Executiva e nesse grupo mais 3 técnico. Além dos quatorze Ministérios, conta também com a participação da Agência Nacional do 4 Petróleo, da Petrobrás, do BNDES, do Banco do Brasil, da Embrapa e de outros órgãos. O Brasil tem a 5 sua matriz energética, 43% baseada no petróleo. Em relação ao petróleo, a produção atual é 6 suficiente para dezoito anos de produção e no mundo os números não são muito diferentes, a maior 7 parte das reservas têm tempos ainda menores do que esses que estão colocados, ou seja, o petróleo 8 tende a diminuir a sua participação na matriz energética mundial e no próprio Brasil. Nesse cenário o 9 Biodiesel entra como uma alternativa para alongar a vida dessas reservas e substituir uma parte da 10 utilização do petróleo como fonte de combustível. No Grupo de Trabalho Interministerial que foi 11 criado em dezembro de 2003, foram aprovadas algumas recomendações, sobre as quais estamos 12 trabalhando: está definido, no âmbito do Governo Federal, a autorização do uso do Biodiesel no 13 Brasil, inserindo de forma sustentável a agricultura familiar como modo de produção do Biodiesel, 14 quer dizer, a agricultura familiar será a base dessa cadeia produtiva, implementando políticas públicas 15 de financiamento, assistência técnica e extensão rural, fomento, pesquisa, objetivando o aumento da 16 eficiência da produção de Biodiesel no Brasil e garantindo a inclusão social, o desenvolvimento 17 regional, especialmente via geração de emprego e renda na implementação das ações do governo 18 direcionadas ao Biodiesel. Somos mais de quatro milhões de estabelecimentos familiares no país, 19 seiscentas mil famílias assentadas, treze milhões de trabalhadores, quarenta milhões de hectares, 20 40% do PIB Agropecuário, temos um potencial enorme, inclusive boa parte dele ocioso que poderia 21 ser utilizado para a produção de Biodiesel. Temos, ainda, uma rede de serviços financeiros apta e 22 capitalizada para trabalhar com a agricultura familiar, temos rede de pesquisa e acompanhamento 23 técnico em todo o país que podem também dar suporte, e temos uma organização social bastante 24 ativa, dinâmica e diversificada, ou seja, temos base para poder participar dessa cadeia produtiva. 25 Foi autorizado o uso de mistura de 2% do Biodiesel ao diesel, isso significa oitocentos milhões de 26 litros de Biodiesel, ou uma produção de grãos de oleaginosas pelo menos três vezes maior do que o 27 volume em litros. Não será obrigatório como foi o álcool. A segunda meta estratégica é desenvolver 28 mecanismos visando à inclusão social na produção do Biodiesel, e esse é o principal ponto que o MDA 29 vem trabalhando: como construir mecanismos concretos de participação da agricultura familiar nessa 30 cadeia produtiva. Em primeiro lugar os agricultores que participarem da cadeia produtiva terão linhas 31 de financiamento diferenciadas. As indústrias, sejam elas de cooperativas, sejam elas de empresas 32 privadas, sejam elas de empresas estatais, que tiverem na agricultura familiar, seus fornecedores de 33 matéria prima, terão incentivos fiscais, ou uma tributação diferenciada e o mercado das estatais dará 34 preferência ao combustível que tenha na cadeia produtiva a participação da agricultura familiar, ou 35 seja, as compras da BR Distribuidora, por exemplo, priorizarão a aquisição do Biodiesel desde que 36 tenha participação da agricultura familiar na cadeia produtiva. Isso vai se traduzir num selo social, o 37 “selo combustível social”, que será lançado no arcabouço regulatório, um conjunto de 38 leis/resoluções/decretos, e estará ancorado no Ministério do Desenvolvimento Agrário. Esse selo 39 permitirá acesso a crédito em condições especiais do BNDES, acesso preferencial aos mercados 40 tradicionais, linhas de crédito e garantia de comercialização, de forma que este agricultor tenha a 41 previsibilidade na sua relação comercial, através de contratos que garantam preços mínimos, renda 42 mínima e que a cooperativa ou a empresa deva prestar assistência técnica para os agricultores 43 familiares, até porque a produção familiar terá padrões de qualidade bastante específicos em termos 44 da produção de óleo. Hoje temos também uma linha de ação que é a construção de projetos pilotos: 45 a Brasil Ecodiesel é uma empresa que hoje está situada no Piauí; a Agropalma que é uma empresa 46 de Belém do Pará; a Ecomat no Mato Grosso; a Petrobrás que tem investimentos previstos no Vale do 47 Jequitinhonha, na Bahia, no Rio Grande do Norte e em Pernambuco; a Biobras que é um grupo de 48 cinco empresas que trabalha nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Paraná. No Rio 49 Grande do Sul três cooperativas já estão em processo de elaboração de projetos de investimentos 50 para usinas em cooperativas, são elas a COTRIMAIO, COASA e COOPERCANA. Foi feito, também, 51 com o apoio do Ministério das Minas e Energia e da Petrobrás, um estudo com a Universidade Federal 52 do Rio de Janeiro de locação dessas áreas produtoras segundo critérios de estrutura logística, 53

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estradas, transporte, pontos de localização das distribuidoras da BR, logística da Petrobrás e 1 localização de assentamentos da reforma agrária, concentração de agricultores familiares, para definir 2 um planejamento estratégico, que inclui o esmagamento e o processamento desse óleo. O 3 esmagamento estaria próximo às áreas de produção e entendemos que os agricultores podem 4 também pensar em dominar a cadeia produtiva até esta fase com mais facilidade que seria a fase do 5 esmagamento. Foi feito um trabalho de resgate da experiência do Pró-álcool, pois o Pró-álcool foi um 6 sucesso em termos de produção de combustível renovável e um fracasso em termos de inclusão 7 social, de desenvolvimento regional e o discurso foi o mesmo. Estamos trabalhando para vencer esse 8 desafio”. Finda a apresentação de Arnoldo de Campos foi feita a intervenção do Conselheiro Sérgio 9 Vilela sobre a experiência do Piauí. Iniciou explicando, porque o Piauí, apesar da área plantada ser 10 pequena se comparada com a da Bahia, mas que, com o surgimento dessa possibilidade de utilizar o 11 óleo da mamona como combustível, decidiu enfrentar o desafio, uma vez que uma empresa privada, 12 a Brasil Ecodiesel se propôs a construir um assentamento para famílias sem terra, com toda a infra-13 estrutura, numa região que praticamente não tinha alternativas de renda e de emprego, que se 14 localiza no semi-árido do Estado, e hoje possui em torno de quatrocentas famílias assentadas, sendo 15 que esse projeto tem capacidade para dez mil famílias. Agora a estratégia do Governo do Estado é 16 trabalhar nos assentamentos de reforma agrária já existentes uma vez que há 411 assentamentos 17 que podem ser trabalhados nessa perspectiva. A dificuldade maior está sendo os movimentos sociais 18 que não estão ainda convencidos dessa possibilidade, mas a empresa optou por ir direto aos 19 assentamentos sem depender das lideranças e está tendo uma aceitação muito grande pelos 20 assentados e hoje tem 15 assentamentos que já aderiram ao projeto, todos ligados à FETAG. Estão 21 tentando ampliar ao máximo e chegar a 100 mil ha ainda esse ano, incluindo comunidades de 22 agricultores familiares, minimamente organizados, que aceitem participar do projeto. O Governo do 23 Estado criou a Câmara Setorial do Biodiesel que envolve toda a cadeia, envolve um conjunto grande 24 de instituições, inclusive a Petrobrás, para fazer o debate desse projeto. Há uma questão ambiental 25 a ser discutida porque se questiona a produção da monocultura e a tentativa é fazer a cultura da 26 mamona consorciada com feijão., como também buscar a diversificação da atividade para além 27 desse consórcio. Após o relato da experiência do Piauí, foi feita a leitura da proposta do Grupo de 28 Trabalho do CONDRAF por Hermes Monteiro, membro do Grupo por indicação da Articulação do 29 Semi-Árido – ASA. Inicialmente, Hermes contextualizou a Minuta de Resolução explicando que as 30 recomendações a serem observadas quando da formulação e implantação da política de produção de 31 biodiesel no Brasil, foram elaboradas pelo Grupo de Trabalho do Biodiesel, à partir da deliberação do 32 Plenário do CONDRAF em que participaram diversos conselheiros e representantes convidados de 33 algumas instituições da sociedade civil. Lido o texto, Hermes Monteiro acrescentou a proposta de 34 continuidade do Grupo de Trabalho, debatida pelo GT, para acompanhar a implementação desse 35 programa, uma vez que envolve questões complexas como legislação tributária; a definição pela 36 utilização de álcool ou metanol, porque para se chegar à produção de biodiesel é preciso um 37 acréscimo de álcool ou metanol o que implica numa ampliação do Pró-Álcool no Brasil ou definir outra 38 alternativa. Explicou que esse Programa sofre várias pressões, como exemplo, a Associação Brasileira 39 da Indústria de Óleos Vegetais que lançou um documento, há poucos dias, afirmando que pode, de 40 imediato, produzir 100% do óleo necessário à produção de biodiesel, pressões que devem 41 permanecer em toda a implementação do Programa Nacional do Biodiesel. Antes do debate do 42 Plenário, o Secretário do Conselho Humberto Oliveira advertiu que uma Resolução do CONDRAF não 43 é uma resolução de governo, é uma Resolução que acorda alguns encaminhamentos feitos, 44 negociados entre Governo e Sociedade. Sugeriu uma mudança no formato da Resolução, que deveria 45 ser um documento contendo um conjunto de recomendações que o CONDRAF encaminha ao 46 Governo. Em seguida os Conselheiros debateram intensa e politicamente a proposta, elogiando o 47 conteúdo do documento elaborado pelo Grupo de Trabalho, concordaram com o formato sugerido 48 pelo Secretário, mas fizeram os seguintes questionamentos: seria necessário que a proposta do 49 governo contivesse estratégias de organizar os agricultores familiares nesta cadeia produtiva visando 50 o empoderamento desses agricultores para ocupação desse espaço; trata-se de discutir a concepção 51 de desenvolvimento sustentável da agricultura familiar que está subentendida nessa proposta de 52 governo; grande interesse do Sebrae nessa proposta por ser uma oportunidade para as pequenas 53

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empresas como fornecedoras de produtos e serviços para as grandes empresas, considerando que 1 não é plausível que o Governo pretenda tutelar o mercado energético brasileiro; outro 2 questionamento é de que a proposta apresentada está baseada em grandes empresas integradoras e 3 que esse tipo de integração tem experiências extremamente prejudiciais aos agricultores familiares 4 no Sul do País; outro Conselheiro acrescentou que o que vai definir o desenvolvimento com um 5 Programa como esse é o perfil, o caráter, a natureza e sua possibilidade de ser mais ou menos 6 includente e está diretamente relacionado com a capacidade de mobilização da sociedade em 7 influenciar nos rumos de suas definições estratégicas e na implementação do Programa; sugestão de 8 que o selo seja sócio-ambiental, incluindo a questão ambiental como oportunidade para modificar o 9 passivo ambiental existente; acrescentar o conceito de agroecolgia na proposta do Grupo de 10 Trabalho. Após as diversas intervenções, o Plenário concluiu por suspender a discussão nessa 11 Reunião para um maior aprofundamento em uma reunião exclusiva, extraordinária, antes da próxima 12 reunião ordinária, na qual seriam convidados os Ministros do Desenvolvimento Agrário e de Minas e 13 Energia, além de membros tanto da Comissão Executiva quanto do Grupo Gestor do Programa 14 Nacional do Biodiesel para um debate no CONDRAF. Definiu também, que o Grupo de Trabalho 15 formatasse essa reunião e elaborasse um novo documento incorporando as sugestões apresentadas 16 pelo Plenário. O próximo ponto da pauta foi a Resolução referente aos Conselhos de 17 Desenvolvimento Rural apresentada pelo Conselheiro Reginaldo Alves de Souza, membro do Grupo 18 Temático, instituído na primeira reunião do CONDRAF e que fez no mês de fevereiro uma visita de 19 intercâmbio à uma experiência de institucionalidade e gestão , na Região de Andaluzia na Espanha, 20 tendo feito 6 reuniões. Está programada uma reunião para o mês de setembro para discutir um 21 segundo produto que é a caracterização da institucionalidades territoriais. Considerando que o Grupo 22 Temático apresentará um segundo produto, solicitou a prorrogação desse grupo por dois meses, para 23 concluir o trabalho demandado pelo Conselho. Esse primeiro produto propõe diretrizes e atribuições 24 para a rede de conselhos de desenvolvimento rural sustentável. Entendendo o desenvolvimento rural 25 como um processo dinâmico, articulador, conciliador dos setores econômicos, práticas culturais e 26 realidades ambientais diversificadas, e a integração e complementação de ações nas diferentes 27 esferas de atuação. O que se propõe é que os conselhos potencializem as discussões do 28 desenvolvimento, não focando apenas em programas de governo, principalmente os programas do 29 governo federal. Que eles passem a ter um papel de atuar como aglutinadores, que potencializa as 30 articulações sociais e consolida acordos relativos ao desenvolvimento rural sustentável. A proposta é 31 que os conselhos contemplem 3 questões básicas: a representatividade, a partir das organizações 32 sociais, que elas estejam mais fortemente representadas; a diversidade, ampliando a base dos atores 33 sociais na constituição desses conselhos; e a pluralidade que pressupõe-se nas diferenças das 34 organizações, sindicatos e cooperativas. Recomenda-se um amplo processo de sensibilização e de 35 consultas aos principais atores envolvidos para a reconstrução desses espaços, para que eles não 36 sejam constituídos de cima para baixo, mas resultado de um amplo debate, num processo de 37 sensibilização da necessidade de reformulação e recriação desses conselhos. Deve, ainda, estar 38 precedido de mapeamento das comunidades rurais e entidades ligadas à agricultura familiar e ao 39 desenvolvimento rural e que na normatização dos conselhos seja feita em formato de lei municipal, 40 estadual e federal. Assim, seria garantida maior legitimidade dessas instâncias e evitaria a 41 descontinuidade que é muito forte nos municípios, principalmente onde você tem conselhos que 42 estão relacionados a um programa, não há uma continuidade da ação. O eixo principal é que atue de 43 forma estratégica no processo de desenvolvimento rural sustentável, não se restringindo a gestão 44 operacional de programas. Essa questão foi resultado de amplo debate nas discussões do Grupo 45 Temático porque é um dos entraves dos conselhos. Hoje um determinado conselho está discutindo 46 um determinado programa e enquanto tem recursos daquele programa o conselho funciona. Quando 47 esse programa não tem recursos os conselhos param de funcionar. Os Conselhos devem trabalhar na 48 construção de priorização, adequação e aprimoramento de políticas públicas nos três níveis federal, 49 estaduais e municipais, a partir da necessidade de avaliação dos atores envolvidos e que tenha 50 caráter norteador e definidor. Não se trabalhou com a questão do caráter propositivo e deliberativo 51 para amenizar as relações políticas municipais, principalmente quando se trata da relação com a 52 Câmara de Vereadores que é o espaço municipal deliberativo de políticas. Para que tenha resultados 53

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precisa ter um reconhecimento pelos atores governamentais e da sociedade. A outra questão é a da 1 composição que foi amplamente debatida e se chegou a essa proposição que tenha-se no mínimo 2 50% de representação de entidades da sociedade civil organizada que representam a agricultura 3 familiar. Isso foi colocado para se deixar claro, com bastante notoriedade, o papel do conselho como 4 fortalecedor da agricultura familiar. Os demais 50% seriam formados pelos representantes do poder 5 público, executivo, legislativo e judiciário, vinculados ao desenvolvimento rural, inclusive 6 universidades e, de outras organizações para-governamentais, tais como, sociedades de economia 7 mista, além de outros setores da sociedade civil organizada não diretamente ligados à agricultura 8 familiar. Entende-se como agricultor(a) familiar o conceito adotado pelo Pronaf. Propõe-se que os 9 conselheiros sejam indicados pelas respectivas organizações para formalização junto as secretarias 10 dos conselhos. Isso está colocado porque em algumas situações as organizações indicam os 11 conselheiros mas não são acolhidas suas indicações. Que não seja colocado na presidência dos 12 conselhos qualquer representante de um órgão qualquer de governo mas que seja um órgão ou 13 entidade escolhida pelos conselheiros que representam sua pluralidade. O funcionamento deve 14 contemplar a dinâmica de trabalho com base em processo democrático de coordenação e decisão, de 15 modo a consolidar os fóruns efetivos de gestão. O processo de deliberação ampla do conselho deve 16 passar por uma articulação ampliada com a sociedade organizada. Utilizar canais constantes de 17 comunicação, como conferências, seminários, oficinas, como também adotar essa dinâmica nas 18 câmaras técnicas, comitês ou grupos de trabalho. O aprimoramento da capacidade institucional deve 19 passar por uma reestruturação técnica, financeira de apoio ao funcionamento dos conselhos já que os 20 conselhos tem dificuldade de funcionamento em função de capacidade operacional, desde a questão 21 do espaço físico em si, mas da questão material, de equipamentos para atender sua demanda. 22 Recomenda-se que essas despesas estejam previstas nos orçamentos dos governos municipais, 23 estaduais e federal. Finalmente, que os conselhos devem trabalhar para efetivar um processo de 24 interação entre os diferentes níveis federal, estadual, territorial e municipal, visando a consolidação 25 de uma rede. Finda a apresentação da proposta de Resolução, o Secretário do Conselho, Humberto 26 Oliveira fez uma reflexão ao Plenário de que esse é um tema antigo, que vem sendo tratado em 27 vários seminários, reuniões com os movimentos sociais, com os próprios governos, nos quais sempre 28 se tem um diagnóstico a respeito desse processo de criação de conselhos, do funcionamento deles, 29 da composição. Temos hoje uma rede de quase 5.000 conselhos no Brasil, 25 conselhos estaduais, só 30 o Estado de São Paulo e o Distrito Federal não tem conselho estadual. Por outro lado, o Conselho 31 Nacional, a menos que veja os conselhos estaduais e municipais como espaços exclusivos de 32 discussão das políticas do governo federal, não pode determinar ou criar uma resolução que 33 reconheça ou homologue conselhos, estaduais, municipais, regionais ou territoriais de acordo com o 34 entendimento do CONDRAF. A liberdade de criação dos conselhos é dos municípios, das regiões e dos 35 Estados. Portanto, se nós queremos que os governos municipais discutam as políticas públicas para a 36 agricultura familiar, para o desenvolvimento rural, colocando também os seus instrumentos de 37 política em discussão, eles tem que ter autonomia para, como tem feito até hoje, a criação dos 38 conselhos, a reestruturação dos conselhos, a partir de leis estaduais ou através de decretos dos seus 39 governadores. O que o Grupo Temático está propondo é um recomendação de como o CONDRAF 40 entende que deve ser a composição, como deve ser o funcionamento, como deve ser a característica, 41 a natureza dos conselhos infra-nacionais, trata-se de uma recomendação mas não é uma 42 recomendação qualquer, uma recomendação que tem um julgamento de valores, de reconhecimento 43 do que é um conselho considerado bom do ponto de vista da análise do CONDRAF. Hoje quase todos 44 os estados dizem que os conselhos são partidários mas, quando se analisa a composição, verifica-se 45 que muitas organizações, que não são representantes da sociedade civil, são classificadas como 46 organizações da sociedade, às vezes, como exemplo, até bancos, Banco do Nordeste, Banco do 47 Brasil, estão lá como organização da sociedade e não como governo. Portanto, essas recomendações 48 terão impacto, repercussões na orientação da reestruturação de conselhos, foram resultado de 49 estudos, de análises desse Grupo, e terá o papel de nortear negociações e recomendar aos 50 governos estaduais e municipais que façam essa reestruturação, seguindo essas recomendações do 51 conselho nacional. Após essas considerações do Secretário do CONDRAF, os Conselheiros também 52 fizeram observações sobre a proposta, aprovaram as recomendações do Grupo Temático, fazendo 53

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algumas pequenas propostas de alteração na redação e debateram especialmente o conteúdo das 1 recomendações, como: houve uma sugestão de uma Resolução Específica para normatizar o 2 funcionamento dos conselhos estaduais na gestão pública das políticas públicas federais. Essa 3 proposta motivou várias intervenções tendo concluído o Plenário que seria mais adequado fazer 4 recomendações gerais até porque não teríamos mecanismos de controle sobre as deliberações dos 5 conselhos estaduais. Foi ressaltado que, como se fala em rede de conselhos, está implícita a noção 6 da autonomia para a participação nessas redes. Outra questão abordada diz respeito à multiplicidade 7 de conselhos nos municípios, concluindo que a questão é a integração desses conselhos. Nos 8 conselhos municipais sugeriu-se que a escolha dos representantes das comunidades seja de 9 responsabilidade das comunidades, com assembléias e listas de presença, para ser incluída entre as 10 recomendações. Que será necessário uma maior capacitação dos agricultores para que possam 11 participar melhor dos conselhos. Incluir nas recomendações a questão de gênero, raça e etnia, de 12 forma explícita. A Resolução foi aprovada com as inclusões sugeridas pelo Plenário e anotadas pela 13 Secretaria. O último ponto de pauta, o debate sobre a Conferência de Desenvolvimento Rural 14 Sustentável ficou prejudicado pela falta de quórum mas foram feitos os seguintes encaminhamentos: 15 como preparação à Conferência e sob a coordenação do CONDRAF seria programado um seminário 16 para debater o modelo de desenvolvimento sustentável para a agricultura familiar que contaria com o 17 apoio do NEAD, levando em conta discussões havidas em 2001 e que na próxima reunião ordinária 18 será pautada uma discussão sobre os objetivos de Desenvolvimento do Milênio, proposto pelo 19 Presidente do CONSEA. Em seguida foi encerrada a 19º Reunião Ordinária do CONDRAF. 20

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MIGUEL SOLDATELLI ROSSETO 26