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T2A02 ATELIER DE TEORIA DA CIDADE: NOVAS PRÁXIS EDUCATIVAS
AOS ESTUDANTES DE ARQUITETURA E URBANISMO Prof. Dr. José Oswaldo Soares de Oliveira,
Brasil, Universidade de Taubaté – Departamento de Arquitetura, Grupo Ambiente Construído, Pró‐Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação
Prof. Dr. Paulo Romano Reschilian, Brasil, Universidade de Taubaté – Departamento de Arquitetura
Núcleo de Estudos em Políticas Sociais, Pró‐Reitoria de Pesquisa e Pós‐Graduação
SUMÁRIO: O presente trabalho relata a
experiência em desenvolver um
aprendizado em Fundamentos Sócio-
Econômicos da Arquitetura Urbana
junto a Departamento de Arquitetura
da Universidade de Taubaté.
Destaca-se o estabelecimento de
dinâmicas didáticas pautadas por
exercícios seqüenciais orientados
pelos professores em Atelier de Aula
(assim, como se desenvolvem na
seqüência das disciplinas projetuais).
Instigam-se os alunos a investigarem
temas, a priori, apresentados em sua
expressão quotidiana, próxima ao
senso comum. A partir da questão,
por exemplo: Porque existem favelas
(moradias precárias) no Brasil?
busca-se chegar a essência de sua
compreensão teórica, no caso, sob a
óptica da produção sócio-econômica
da urbanização. Parte-se das
respostas iniciais dos alunos para
aprofundar a temática, apoiando-se
em exercícios do domínio da
produção textual para apreender e
em parte, vivenciar em Atelier o papel
do espaço na história e na
contemporaneidade como instância
da sociedade. Das indagações
iniciais, outras vão sendo
estabelecidas pelos professores,
buscando levantar e aprofundar os
temas a partir de categorias analíticas
comuns à Teoria da Urbanização, por
exemplo, como os relacionados ao
papel do Estado no Brasil ou o das
elites, ou ainda, aos relativos a
estratificação econômica e ao papel
2
da especulação imobiliária. Com
estas atividades objetiva-se
possibilitar aos estudantes, a
construção de um instrumental
teórico para compreender o espaço
como produção da sociedade e;
assim, poder redimensionar o papel
do arquiteto e urbanista nos
processos que condicionam e/ou
determinam a organização espacial.
Em suma, a compreensão do
processo de produção do espaço,
sua apreensão teórica, poderá
contribuir para uma efetiva
participação dos arquitetos e
urbanistas, atuando de modo mais
incisivo na organização do espaço da
sociedade. A presente tentativa de se
criar o Atelier de Teoria da Cidade
está visando a construção de uma
pedagogia que se aproxime mais do
perfil destes estudantes de
arquitetura e urbanismo. Visa criar
novas dinâmicas, as quais possam
evitar o caráter por vezes efêmero
dos esforços de aprendizados. De
fato, almeja-se, sem perder a
profundidade do conhecimento
teórico, desenvolver uma didática a
qual possibilite incorporar a teoria de
modo mais consistente à práxis no
exercício dos arquitetos e urbanistas.
Tarefa em curso, com inúmeros
desafios à frente, mas também
alguns alentos.
ATELIER DE TEORIA DA CIDADE: OS FUNDAMENTOS DE FUNDAMENTOS
A Universidade de Taubaté,
localizada na cidade de Taubaté é
uma autarquia municipal, portanto
uma instituição pública, em parte
subvencionada por aportes públicos e
também, por recursos de
mensalidades dos estudantes. Nesta
importante instituição brasileira, com
30 de atuação na Região do Vale do
Paraíba, entre os Estados de São
Paulo e Rio de Janeiro, encontram-se
dezenas cursos de graduação,
especialização, mestrado e
doutorado, destacando-se o Curso de
Arquitetura e Urbanismo, no qual
3
atuamos como professores e
pesquisadores.
Neste quadro institucional, o Curso
de Arquitetura e Urbanismo, ao longo
da sua constituição desde 1978, vem-
se pautando por um debate no que
tange a sua forma de organização.
No caso, destacando o seu perfil
junto à sociedade e ao Estado (grau
de engajamento quanto às demandas
sociais e institucionais) e à economia
de mercado (grau de atendimento a
livre iniciativa). Paralelamente a
esses debates, outros estiverem
presentes para se estruturar o projeto
pedagógico, sobretudo no que tange
a organização do curso pelos eixos
horizontal (por ano letivo), eixos
verticais (relativos à cada sequência,
projeto, teoria e tecnologia) e ainda,
pelos chamados eixos transversais,
(tentativas de discussão tanto por ano
letivo como pela sequência,
associados também ao perfil
inicialmente referido (peso das
demandas sociais ou da economia de
mercado).
O Curso de Arquitetura e Urbanismo
está constituído, desde sua origem,
pelo clássico tripé das sequências de
Teoria e História, Projeto e
Tecnologia. Ao longo destes anos, as
disciplinas vêm se constituindo com
certa autonomia junto à grade
curricular. Em que pesem as
discussões coletivas no
Departamento de Arquitetura, as
disciplinas vem sendo formuladas a
partir de um quadro de ementas
também estabelecido em
consonância com as Diretrizes
Curriculares, aprovadas no plano
nacional em 1994, fruto das
discussões promovidas no âmbito da
ABEA (Associação Brasileira de
Ensino de Arquitetura e Urbanismo)
e, em última instância, receberam o
aval do Ministério da Educação
brasileiro, definindo as bases para a
organização do ensino de arquitetura
e urbanismo, necessárias para o
reconhecimento do exercício
profissional em todo território
nacional.
4
Cabe ressaltar, que discutia-se desde
1978, a alteração do currículo em
Arquitetura e Urbanismo e que, nesse
contexto, a área de Arquitetura e
Urbanismo no Brasil, antecipa-se às
próprias diretrizes da Graduação
superior, lançadas em 1997,
propondo Diretrizes Curriculares,
substituindo e ampliando a
abordagem do currículo mínimo então
vigente no Brasil.
No âmbito da extensão e diversidade
do território do país, há uma
amplitude de abordagens do
desenvolvimento do ementário,
inclusive, recomendadas para se dar
conta das realidades regionais
diversas. Neste quadro, o presente
texto pretende destacar o papel da
disciplina Fundamentos Sócio-
Econômicos da Arquitetura Urbana,
presente no Curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de
Taubaté.
De um lado, trata-se de uma
disciplina, a qual cabe abranger, em
parte, a própria realidade brasileira,
bem como, de como esta realidade
vem sendo historicamente produzida
e, por outro lado, estabelecem-se os
fundamentos sócio-econômicos do
próprio processo de produção da
arquitetura.
Uma primeira questão já se
apresenta no âmbito da discussão
apontada junto ao Departamento de
Arquitetura da Universidade de
Taubaté, bem como a parcela de
outras escolas. A qual arquitetura
deve-se levantar, conhecer, e estudar
os fundamentos sócio-econômicos?
Deve-se voltar a uma arquitetura
estritamente produzida pelos
arquitetos e urbanistas em suas
práxis? Ou, se deve voltar para a
produção do conjunto da arquitetura
produzida socialmente no país,
considerando-se a pluralidade de
seus agentes sociais?
5
Uma primeira observação é
necessária: na visão destes
professores e pesquisadores, busca-
se compreender e desenvolver uma
aprendizagem voltada para o
conjunto de toda a produção
arquitetônica. A questão é: como se
pode determinar este estágio de
produção da arquitetura no país? E
outra também vem à debate: no caso,
no conjunto deste processo de
produção, qual seria o grau de
abordagem necessária para destacar
mais especificamente a arquitetura
produzida pelos arquitetos e
urbanistas?
De antemão, necessário explicitar:
não se busca minimizar a relevância
do trabalho dos arquitetos, o qual os
professores também se vinculam
como profissionais. Em qualquer
obra, pública ou privada, voltada às
instituições, à sociedade, ou à
economia de mercado, sempre é
possível identificar e compreender os
seus fundamentos sócio-econômicos.
Aqui, portanto, é importante destacar
os próprios fundamentos da disciplina
de Fundamentos Sócio-Econômicos
da Arquitetura Urbana desenvolvida
na Universidade de Taubaté. Partem
os professores de uma visão
prospectiva para o exercício da
arquitetura no Brasil. Trata-se, assim,
de uma disciplina que se funda no
pro-jecto de um desenvolvimento
para o país.
Em outras palavras, o exercício da
arquitetura é compreendido a partir
de um desenvolvimento o qual só
será efetivo a partir de que toda a
sociedade possa ter acesso a uma
arquitetura qualitativa. Mais
precisamente, busca-se um exercício
na graduação que permita aos
estudantes pensar e atuar sobre uma
demanda por trabalhos de arquitetos
em potencial. Atualmente, o trabalho,
efetivo, dos arquitetos no Brasil
abrange uma pequena parcela da
sociedade, praticamente, à pequena
parcela com rendimentos econômicos
acima de 20 salários mínimos,
6
quando muito atinge a parcela de 10
salários mínimos. Isto, representa,
um exercício restrito a 5% das obras
executadas no país.
Implica-se, assim, em compreender
os entraves ao pleno exercício dos
arquitetos brasileiros, os quais estão
distantes em atender, de fato, o
conjunto das demandas sociais. Aqui
não se trata de reconhecer as ações
dos arquitetos e urbanistas no campo
social, por sinal, com obras
significativas ao longo de diversas
gerações durante o século vinte. Mas,
sim compreender o pequeno alcance
destas obras emblemáticas à
sociedade e às Políticas Sociais. Por
exemplo, obra como o Conjunto do
Pedregulho, do arquiteto Reidy, na
cidade do Rio de Janeiro, RJ, nos
anos trinta. Ou então, a obra da
arquiteta Lina Bo Bardi, expressa
pela revitalização do Pelourinho na
Bahia, pautada pela diretriz que
buscou conciliar moradia e trabalho
na área do centro histórico de
Salvador, BA. Exemplos eloquentes e
tantos outros no tocante à moradia,
registrados na tese de doutoramento
de Rubano. (FAUUSP, 2001)
São referências significativas à
história da Arquitetura e do
Urbanismo, fundamentos de como se
pode pensar e atuar no
desenvolvimento no país. Contudo,
são exemplos emblemáticos e não a
desejável tônica da própria produção
arquitetônica e longe ainda de
representar o conjunto da produção
existente no país, no caso, pautada
por moradias e obras auto-
construídas, comumente com
materiais precários, edificadas a base
do improviso e da urgência, sem
planos, reproduzindo este perfil para
o espaço dos acessos e usos
coletivos das favelas e bairros
populares das cidades.
Diante deste quadro, de auto-
construção de grande parte de
nossas cidades, de sua precariedade
material, da ausência de
equipamentos públicos, sem falar na
7
deficiência da infra-estrutura urbana:
ausência de calçamento, de água
potável, esgoto, iluminação,
telefonia... gerou-se um padrão de
moradia e urbanidade, notoriamente,
pautado pela segregação entre áreas,
de um lado, as das elites econômicas
e de classes médias dotadas de um
padrão de primeiro mundo e, de outro
lado, a expressão material da
realidade dos países do terceiro
mundo, abarcando a maioria da
população da base da pirâmide
social, representada por mais de 80%
dos brasileiros, com sua renda
aquém a 3 salários mínimos.
Compreender esta realidade da
produção social das cidades
brasileiras. Sensibilizar os estudantes
ao exercício de uma cidadania
responsável e prospectiva para o
desenvolvimento brasileiro. Despertar
uma visão de polis, da vida urbana
coletiva, uma dimensão de que “nós
moramos e vivemos na cidade. Estas
premissas vem constituindo parte
substancial dos fundamentos de
nossa disciplina de Fundamentos
Sócio-econômicos da Arquitetura
Urbana.
Importante registrar: independente de
quadrantes analíticos e perspectivas
políticas dos colegas atuantes ao
longo das décadas em que a
disciplina compõe o Curso de
Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de Taubaté, sempre os
conteúdos estiveram associados a
uma visão prospectiva do
desenvolvimento nacional e
comprometidos com uma visão
humanista universal.
Esta perspectiva implica em
compreender a própria urbanização
contemporânea, no caso do Brasil,
compreender a crise sócio-urbana
contemporânea e suas origens
históricas. Esta perspectiva de
compreender a urbanização pode nos
propiciar subsídios, bem como,
delinear instrumentos políticos e
teóricos para interferirmos no
planejamento e no projeto do país,
8
mediante o fomento de uma
arquitetura e um desenvolvimento
urbanístico voltado ao conjunto da
sociedade, portanto, em Políticas
Sociais no plano nacional.
Isto posto, pode parecer óbvio
àqueles envolvidos no tema de modo
crítico. Contudo, esta perspectiva
requer, uma visão do curso de
fundamentos de arquitetura e
urbanismo, pressupostos além dos
quadrantes da economia do livre
mercado. O que não implica em
negligenciar seu papel dominante na
estruturação da sociedade brasileira
e negar as possibilidades de sua
regulação para cumprir papel
relevante ao atendimento de
demandas sociais.
Este esforço do Curso de
Fundamentos implica em sensibilizar
o coletivo dos alunos, em geral,
egressos desta cultura de mercado e
a esta, de imediato, vinculados
enquanto expectativas futuras de
atuação. Um dado revelado deste
perfil verifica-se nas pesquisas juntos
aos estudantes; em geral, de modo
espontâneo, quando indagados nas
disciplinas em que atuamos, em
média, 70% buscam o curso de
arquitetura e urbanismo numa
expectativa de atuarem na área do
edifício arquitetônico, sem associá-la
à produção da cidade. Muitos vêm
tomar contato com a existência da
temática de “urbanismo” na própria
escola. Estes dados revelam a
própria cultura sobre a arquitetura
promovida pela mídia, a qual a obra
arquitetônica moderna e
contemporânea, em geral, apresenta-
se, muito mais, como uma distinção
de status e diferenciação social às
elites brasileiras e às suas principais
instituições.
A visão da cidade como um todo, o
compromisso e a dimensão de “de
morar e viver na cidade e de exercer
a cidadania” ficam sensivelmente
prejudicadas. Portanto, a tendência
dos estudantes é buscar o destaque
de seu trabalho em arquitetura e na
9
mídia, como parte de uma possível
projeção social junto ao mercado.
Neste contexto, encontramo-nos para
atuar no ensino de fundamentos
sócio-econômicos da arquitetura
urbana junto a Universidade de
Taubaté. Da experiência docente
junto a outras Universidades no
Estado de São Paulo: Universidade
do Vale do Paraíba, Anhembi
Morumbi, Universidade Paulista,
campus Bacelar, São José dos
Campos, Alphaville, Universidade
Mogi das Cruzes e Universidade
Brás Cuba, dentre outras, sabe-se
que este quadro também revela o
quoditiano destas e de outras escolas
de arquitetura brasileira, sobretudo
expressivos nas instituições privadas.
Outro dado a ponderar refere-se ao
papel desta própria disciplina no
quadro das matérias eletivas. Por
tradição, a sequência de projeto e
urbanismo é compreendida como
formada pelas disciplinas da síntese.
Em que pese a relevância e inclusive
a pertinência desta visão, esta
compreensão é defendida, por vezes,
independentemente da qualidade das
sínteses propostas bem como das
dinâmicas desenvolvidas. Como se, a
priori, o compromisso prospectivo
estivesse assegurado na própria
sequência de projeto e urbanismo. E
por outro lado, como se a sequência
de teoria e histórica constituísse num
segundo plano à possibilidade do
pensamento prospectivo. Sobretudo
no tocante aos fundamentos, há
quem distorça um programa voltado à
compreensão do processo de
produção arquitetônica e urbana sob
à perspectiva de um compromisso de
promover um ambiente arquitetônico-
urbano qualitativo à toda sociedade,
confundido este programa com as
atividades de um assistencialismo
social. Portanto, pressupondo um
papel menor a estes esforços
acadêmicos. Esclarecimentos
necessários, os autores estão
também vinculados a sequência de
urbanismo e planejamento, portanto,
a ênfase almejada está relacionada a
10
síntese voltada ao pensamento
prospectivo do país, independente da
sequência.
ATELIER DE TEORIA DA CIDADE: UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO
Num quadro, por vezes, permeado
por estereotipo, como sensibilizar os
alunos para esta proposta de
abordagem de Fundamentos ? Neste
ano letivo propôs-se iniciar a
disciplina a partir de perguntas
simples, as quais realizamos no
quotidiano. Por exemplo: porque
existem as favelas (moradias
precárias) nas cidades brasileiras?
Trata-se de uma questão próxima ao
senso comum da população. A partir
de uma questão-tema, incentivou-se
os alunos a desenvolverem as
redações, apontando as explicações
sobre a própria resposta à pergunta.
A proposta foi, portanto, observar o
estágio de compreensão, de visão de
mundo dos alunos sobre a questão,
antes de um desenvolvimento do
tema pelos docentes. Após as
redações dos alunos, os professores
foram lendo e já sistematizando as
idéias chaves destas respostas,
organizando-as em lousa, para, em
seguida, desenvolverem estes
conteúdos. O coletivo dos alunos, em
linhas gerais, associou a urbanização
precária à perversa distribuição de
rendimentos sócio-econômicos no
país. No caso do Brasil, trata-se da
terceira maior concentração de renda
econômica de dos países do mundo.
Ao lado destas relações, outras
importantes foram desenvolvidas
pelos alunos, por exemplo, os
problemas relacionados ao acesso
social à tecnologia, bem como ao seu
próprio desenvolvimento; o acesso
precário à educação e à cultura,
também foi apontado como um
impeditivo de novos horizontes à
transformação da realidade; como
também, à presença de corrupção na
sociedade política brasileira (isto,
antes da atual crise brasileira,
evidenciando sua origem histórica).
11
As respostas desenvolvidas
individualmente e também em
equipes, contribuíram para
estabelecer um rico quadro de
tópicos para as análises. Neste caso,
os professores sistematizaram os
temas, de certo modo, ordenando e
concatenando-os para sua
compreensão e aprofundamentos.
Voltaremos aos desdobramentos dos
exercícios a seguir.
Quais as dificuldades encontradas
neste exercício. Primeiro, a proposta
foi de um Atelier de Teoria, em
equivalente ao Atelier de Projeto. Ao
início, uma certa perplexidade, houve
uma certa inércia inicial dos
estudantes. Como Atelier, optou-se
por estimular os estudantes,
apontando as atividades como parte
de avaliação mediante atribuição de
conceitos (notas) como
complementar a avaliação bimestral.
Outras dificuldades reportam-se a
própria composição dos perfil dos
alunos. A grosso modo, neste
segundo ano letivo, como parcela dos
estudantes, talvez próximo a 1/3,
ainda não necessariamente se
engajararm no aprendizado do curso
de arquitetura e urbaniosmocomo um
todo. Esta parcela identifica-se, ou
pode ser identificada, como um
segmento “aprendiz flutuante”,
portanto, o trabalho em Atelier nem
sempre os estimula, pois pressupõe
uma presença em sala para
desenvolver os trabalhos e atividades
em sala. Neste sentido, esta parcela
resistiu às atividades do Atelier, ao
compromisso o qual exigia para se
aprendizado.
Por outro lado, outra parcela
significativa dos alunos viu-se
contemplada e valorizada nas
propostas de Atelier de Teoria, pois
de certo modo, estariam “produzindo
teorias”. Esta parcela pode ser
identificada a um outro 1/3 dos
estudantes, com papel mais ativo, e,
o outro 1/3 como papel de aceitação,
12
ainda que com certa perplexidade
diante das propostas.
Do ponto de vista teórico, a disciplina
pretendia - e busca ainda – abordar
as questões sobre a crise sócio
urbana contemporânea para num
segundo estágio, aprofundá-las sob a
perspectivas históricas. Isto revelou-
nos algumas outras dificuldades, as
dificuldades presentes na redação
dos alunos, dificuldades em
comunicar as idéias. Entre o que se
compreende, a própria visão pessoal
e o segundo momento de um Atelier,
a visão crítica sobre a realidade,
discutida e aprofundada, inclusive
diante de leitura de textos.
No desenvolvimento do Atelier ficou
evidente tanto o perfil intelectual dos
estudantes e seu papel e motivação
junto ao curso de arquitetura de
arquitetura e urbanismo.
Uma parcela conseguiu avançar na
elaboração sobre a compreensão da
realidade de formação e existência
das favelas articulando-a com uma
visão crítica da estrutura sócio-
econômica brasileira, apreendendo-a
tanto das contribuições dos colegas,
como dos aprofundamentos teóricos
dos professores, como ainda a partir
de leitura de textos e dos novos
ateliers desdobrados.
Contudo, uma outra parcela,
praticamente manteve as mesmas
falas iniciais, revelando um
alheamento ao próprio Atelier. E
inclusive, alegando legiitimidade em
emitir a opinião pessoal, em
detrimento de todo o trabalho
realizado no plano coletivo discente,
das abordagens teóricas dos
professores e mesmo dos
argumentos desenvolvidos nos
textos.
Mas é relevante ressaltar: este
quadro no tocante ao envolvimento
dos alunos, maior ou menor
engajamento e inclusive o grau de
motivação ou mesmo de resistência,
foi importante às dinâmicas das
13
aulas, pois estas trouxeram à cena
pública, levando os estudantes a se
expressarem e posicionarem. Estas
discussões desenvolveram intra-sala,
com os professores favorecendo-as e
estimulando o plano do diálogo, como
parte intrínseca para se pensar os
Fundamentos de modo prospectivo.
Este diálogo transbordou para além
sala, revelando aspectos latentes dos
diversos compromissos com a vida
acadêmica, como vem se relatando.
ATELIER DE TEORIA DA CIDADE: CONTEXTO E DESDOBRAMENTOS
A proposição deste Atelier de Teoria
da Cidade emergiu das preocupações
e reflexões destes docentes no que
tange as dificuldades encontradas no
ensino de teorias na lida universitária.
No caso, a abordagem de questões
complexas e áridas da nossa
realidade brasileira é um desafio aos
professores, sobretudo, quando se
depara com novas gerações, em
parte, oriundas de universo cultural
que nem sempre valoriza o âmbito da
reflexão e o exercício da cidadania.
Ao longo destes anos, estes docentes
vem-se esforçando para buscar
novas dimensões do aprendizado
ensaiando novas experiências e
práticas pedagógicas participativas.
Este Atelier de Teoria da Cidade foi
proposto para integrar-se a um
projeto pedagógico do Departamento,
no qual cada ano letivo desenvolve
um eixo temático, sobre qual todas as
disciplinas, com suas especificidades,
voltam-se para um exercício de
Trabalho Síntese. Isto é, contribuem
para a elaboração de único trabalho
temático por cada equipe, durante o
segundo semestre letivo, o que está
em andamento neste período.
A contribuição da disciplina de
Fundamentos, como já se apontou, é
possibilitar aos estudantes subsídios
para tanto compreender a realidade
como também, aventar no plano
propositivo novas hipóteses para sua
organização sócio-espacial.
14
O Plano de Ensino Dentro deste escopo foi desenvolvido
o Plano de Ensino, portanto cabe
destacar a sua estrutura e os seus
conteúdos essenciais. O Plano de
ensino de Fundamentos Sócio-
econômicos da Arquitetura Urbana
prevê o desenvolvimento da
disciplina em dois semestre letivos,
com uma carga horária total de 136
horas, com 4 horas/aulas por
semana, incluindo atividades teóricas
e práticas nesta grade e, totalizando
uma média de 17 dias letivos por
semestre.
O Objetivo da disciplina principal da
disciplina consistem em: Desenvolver
as relações existentes e possíveis,
entre a organização social do
trabalho vigente nas sociedades
urbanizadas e os agenciamentos dos
territórios almejados e necessários
para um desenvolvimento social
igualitário e sustentável do habitat.
Somam-se a este principal, outros
objetivos específicos. Primeiro,
destaca-se: propiciar subsídios
teóricos para a compreensão do
processo histórico de modernização
econômico-industrial e os seus
desdobramentos no processo de
urbanização, com ênfases nas
origens da Revolução Industrial; em
aspectos da industrialização e
urbanização brasileira, e, sobretudo,
com destaque ao atual processo de
globalização econômica e as novas
formas de configurações do
território. E o segundo objetivo
específico: propiciar subsídios
teóricos e empíricos para a atuação
projetual no campo da arquitetura e
especialmente, nas áreas de
urbanismo e planejamento, mediante
a exposição e pesquisas sobre as
relações intrínsecas entre a
organização socioeconômica do
trabalho sob a égide do capitalismo
vigente e as possibilidades de
mudanças para o agenciamento
espacial voltado a sociedade.
A ementa da disciplina desdobra-se
nos seguintes temas e sub-temas,
elencados a seguir por semestres:
15
Primeiro semestre letivo
1. - O habitat contemporâneo em
face da urbanização capitalista.
1.1 - A cidade e o habitat modernos e
o contraponto da expansão periférica.
2. - A modernidade como projeto de
transformação cultural e urbana.
3. - Do contexto pré-capitalista à
revolução industrial.
3.1 - A questão da moradia da
classe trabalhadora no século XIX.
Segundo semestre letivo
4.- A organização sócio-econômica
urbana brasileira.
4.1 - Industrialização e urbanização
no Brasil.
4.2 - Industrialização e urbanização
no Vale do Paraíba.
5. - Globalização e urbanização: a
organização do território e do habitat
contemporâneo.
5.1 - A questão do habitat e a
sustentabilidade dos assentamentos.
5.2 - Os fundamentos para a
organização do habitat.
5.3 - Orientação para o trabalho
Síntese
6 - O habitat contemporâneo na
periferia do capitalismo.
6.1 - Novos agenciamentos
espaciais: realidade e perspectivas.
6.2 - Trabalho síntese –
desenvolvimento e aplicação em
atelier do conteúdo
dos bimestres anteriores
6.3 - Trabalho síntese – avaliação,
revisão e reflexões
No que tange aos procedimentos
metodológicos, às dinâmicas das
atividades propostas aos estudantes,
a proposição centra-se na
compreensão da realidade espacial
contemporânea às origens históricas
de sua produção sócio-econômica.
Como já se apontou, partiu-se de
questões comuns, quotidianas para
desencadear um processo de
reflexão e apreensão dos temas mais
complexos, valorizando sempre que
possível o trabalho em grupo. Dentre
os exercícios: levantamento de
questões pelos professores e alunos
16
sobre a realidade; leitura de textos
em sala de aula para debate; leitura
de cartografia dos assentamentos
humanos relativos à realidade
brasileira, metropolitana e regional;
debates sobre as questões que
implicam nos fundamentos da
arquitetura e do urbanismo
contemporâneos, sobressaindo as
obras emblemáticas dos arquitetos e
urbanistas; trabalhos individuais e em
grupos, desdobrando em
sistematização coletiva; aulas
expositivas pelos docentes dos
conceitos fundamentais e idéias-
chave da literatura estudada; e
identificação dos fundamentos do
desenho do habitat e do processo de
urbanização.
As dinâmicas do Atelier A seguir destaca-se o
desenvolvimento do Atelier de Teoria
da Cidade, sobretudo destacando
atividades realizadas durante o
primeiro semestre.
primeiro semestre letivo O primeiro semestre iniciou-se com
questões formuladas pelos
professores, num crescente de
assuntos: a partir da moradia
precária, passou-se a discussão da
segregação sócio-urbana,
destacando a relação centro-periferia,
posteriormente, além de questões,
deu-se o aprofundamento de leituras.
De questões sobre a realidade
contemporânea buscou-se, numa
segunda etapa, apoio nos estudos
históricos. Dentre outros em Villaça,
Spósito, Engels, conforme referências
ao final deste teto.
Primeiro, ressaltam-se as questões
inicialmente formuladas pelos
docentes, bem como as que
sucederam, sejam para o exercício
individual ou em equipe, e mesmo,
depois, coletivamente.
17
as questões formuladas pelos professores 1) Por que existem favelas
(moradias precárias) nas cidades
brasileiras?
2) Procure descrever as
características da(s) área(s)central(is)
das cidades e
das áreas periféricas, quanto aos
equipamentos públicos e tipos de
construção predominantes?
3) Quais as soluções que vocês
conhecem para enfrentarmos “o
problema da moradia precária”?
4) Quais as soluções que vocês
conhecem para pensar, propor e
construir uma cidade para
superarmos a divisão centro/periferia
?
5) Qual o papel dos estudantes e dos
arquitetos na qualificação do espaço
da moradia e do espaço urbano? Eles
tem algum papel ?
A seguir, destacam-se as questões já
desdobradas, de certo modo, das
levantadas anteriormente, assim
como fruto de trabalho de
sistematização de textos já
produzidos em Atelier:
Questão Individual:
1) O que são favelas ? Como
podemos caracterizá-las? Como
elas se estabelecem nas
cidades? Porque elas existem?
Questão em Equipes
2) Considerando o atual estágio de
desenvolvimento tecnológico
(tecnologia de ponta) alcançado pelas
sociedades, inclusive a Brasileira,
como se explica a precariedade
material presente em nossas
cidades?
Questão Individual
Considerando a forma pela qual a
renda e a sua atual distribuição na
sociedade brasileira e, também, a
partir da análise da leitura da obra de
Villaça (1986): “moramos na cidade,
mais do que na casa”, então reflita
sobre o papel do arquiteto e urbanista
e do Estado na organização social do
espaço.
Enquanto dinâmica cabe destacar: a
proposta de trabalhos docentes
18
orientando alunos individualmente,
em equipe, em dois blocos de
equipes de alunos sob orientação de
cada professor, uma média de quinze
estudantes; e ainda, o trabalho de
sistematização em lousa das diversas
atividades, bem como retorno dos
textos produzidos em sala ou mesmo
das atividades extra-sala.
Uma atividade muito importante
aconteceu com a proposta de
entrevistas com profissionais
arquitetos sobre os fundamentos de
seu exercício como arquiteto e como
cidadão. No caso, desenvolveu-se
um roteiro de questões a partir dos
trabalhos de todos os alunos em
Atelier, destacando o papel dos
estudantes e dos arquitetos no
âmbito técnico, político e filosófico.
Outra atividades deveras significativa,
realizada desde 2001, foi a proposta
de compreensão da realidade de
alguma cidade da região de Taubaté,
conhecida como Vale do Paraíba
paulista. Esta atividade pressupõe o
conhecimento e a organização
cartográfica deste para depois
apresentá-la junto a rede escolar
pública da cidade escolhida.
(atividade em estruturação).
as questões formuladas pelos alunos Ao longo do semestre letivo, após a
abordagem dos textos de Villaça,
Engeles e Spósito pelos professores,
instigou-se os alunos a formularem as
questões individualmente e depois
em equipe, seguindo uma dinâmica
das equipes dialogarem entre si. O
elenco de questões revela, em parte,
a abordagem desenvolvida pela
disciplina, no caso, a compreensão
da crise sócio-urbana contemporânea
como inserida no processo histórico.
A partir destas questões dos
estudantes, os professores
sistematizaram a redação, agrupando
os conteúdos afins, respeitando a
estrutura das indagações formuladas:
Ao sistematizar as dúvidas em
trabalho de equipes e também, ao
apresentar em lousa, criou-se uma
oportunidade para uma equipe
19
desenvolver as respostas da questão
formulada pelos colegas de outra
equipe. A partir das respostas, a
equipe que formulou se pronunciava
sobre a consistência destas, por
exemplo, se houve uma
compreensão da própria questão,
bem como se as respostas
contemplavam as expectativas ou
necessitavam de complementos.
Assim, estudou-se para realizar a
segunda avaliação bimestral. A seguir
as questões sistematizada destes
coletivo.
as questões formuladas pelos alunos 1) Como se explica o processo de
migração do campo para a
cidade?
2) Quais as consequências do êxodo
rural na vida dos camponeses e
no crescimento urbano ?
3) Quais as consequências que a
Revolução Industrial causou no
Brasil, seja na arquitetura, no
sistema na arquitetura, no sistema
viário e no trabalho?
4) Quais as relações entre a
industrialização e o processo de
urbanização na Inglaterra no
século dezenove ? Como foi a
adaptação dos camponeses na
cidade?
5) Devido a industrialização, no XIX,
como, hoje, no século XXI, as
cidades são
afetadas?
Segundo semestre letivo O presente semestre letivo está
atrelado ao Trabalho Síntese
desenvolvido junto a essa turma, na
2ª série do curso de arquitetura e
urbanismo. O eixo pedagógico tem
como temática: o partido na
arquitetura e urbanismo “Habitat
Coletivo e a Cidade”. O início deste
semestre letivo ocorreu com o
desenvolvimento da Semana
Pedagógica, voltada a todos alunos e
professores do curso, destacando a
abordagem sobre a metodologia do
trabalho em arquitetura e urbanismo.
No tocante a disciplina de
Fundamentos, buscou-se inicialmente
20
avaliar o impacto dos conhecimentos
desenvolvimentos na Semana
Pedagógica, relacionando-os ao
desenvolvimento dos estudos em
arquitetura, enfatizando o percurso
metodológico das exposições dos
palestrantes.
Questão individual:
Considerando os conteúdos dados
em fundamentos e também expostos
na semana pedagógica, como
podemos desenvolver uma
metodologia de intervenção
habitacional – arquitetônica e
urbanística – na área central de
Taubaté, o qual fomente o processo
de requalificação desta região e,
assim, venha potencializar o papel da
cidade como instância privilegiada de
nossa, vida social cultural e política?
Esta questão veio abrir as atividades
de Atelier neste semestre. Das
reflexões iniciais passou-se a um
trabalho de sistematização das
possibilidades metodológicas das
intervenções habitacionais,
elaboradas pelas equipes, em média
formada por quadro estudantes.
Após, apresentarem em lousa, nova
sistematização agrupando as
atividades de duas equipes e, desta,
passando-se para dois blocos
formulação num agrupamento maior
de equipes. O desafio é chegar-se a
uma sistematização coletiva dos
procedimentos metodológicos a
serem desenvolvidos, ou ao menos,
considerados como relevantes, para
orientar os trabalhos de intervenção
habitacional na área central da cidade
Taubaté. Paralelo a esta
sistematização, novos subsídios
teóricos estarão sendo desenvolvidos
a partir das referências bibliografias
arroladas a seguir.
Como apontou-se no sumário este
Atelier de Teoria da Cidade é uma
experiência em desenvolvimento, o
parágrafo anterior relata as atividades
realizadas nesta data, 15 de agosto
de 2005. Ao mesmo tempo realiza-se
e se reflete sobre as possibilidades
pedagógicas. Ao todo tempo busca
acompanhar o grau de motivação e
21
mesmo de resistência dos alunos,
ainda que compondo um grupo
menor do total. Sabe-se dos limites
presentes, pois a dinâmica do Atelier
tende a expor ao plano público os
interesses dos estudantes favoráveis
ou não. Isto em si, permite um
pequeno exercício de cidadania,
indispensável para pensar um país
prospectivo.
O Atelier vem sendo uma
aprendizagem coletiva e, neste
sentido, os professores tem muito a
agradecer a todos os estudantes,
pois exigem a constante revisão de
procedimentos e reflexões e rever as
possibilidades de comunicação,
interação e diálogo com um geração
na faixa de vinte anos de idade.
Acredita-se que há motivação de
parcela considerável da turma, mas
não total. Contudo, há uma presença
expressiva de uma parcela de alunos
para a qual, além de agradecimentos,
deposita-se as esperanças de
construir novas espacialidades
qualitativas no plano arquitetônico e
urbanístico a todo o povo brasileiro
país. Este reconhecimento vem
sendo renovado aula-a-aula, na
esperança que esta chama possa ser
sempre ampliada.
22
Bibliografia
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trabalhadora na Inglaterra. São
Paulo:
Global, 1995. (Destaque ao prólogo
à edição brasileira, prefácio e
introdução).
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1997.
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Debates. São Paulo Cortez, 1982, nº
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Urbanização Clandestina. Estudos
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(dissertação de mestrado).
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dos Núcleos Coloniais: 1874-1900,
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Construção do Ensino de História da
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sua Divulgação em São Pauklo,
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Assentamentos Precários em São
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Tatetuba, um
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Debates. São Paulo: NERU, 1994, nº
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89.
VILLAÇA. F. O que todo cidadão
precisa saber sobre habitação. São
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alternativas para a crise urbana.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. ALVA,
E.N. Metrópoles (in)sustentáveis.
23
Salvado: Relume Dumará, 1979