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Avenida Amaral Peixoto, n.º 91 Salas 806 e 817 Centro - Volta Redonda/RJ CEP 27.253-220 Tel. (24) 3342-8800 Fax.: (24) 3342-8709 E-mail: [email protected] Site: www.sindcontvr.org.br INFORMATIVO Nº 004 MÊS FEVEREIRO- ANO 2017 ATENÇÃO CONTABILISTAS TERMINA NO DIA 28/02/2017, O PRAZO PARA PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL 2017. PREFEITURA DE VOLTA REDONDA ACABA COM TAXA DE ALVARÁ PARA MEI.

ATENÇÃO CONTABILISTAS TERMINA NO DIA … melhor O contribuinte que recebeu rendimentos tributáveis cuja soma ficou abaixo da faixa de corte da receita deve levar em conta se teve

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Avenida Amaral Peixoto, n.º 91 – Salas 806 e 817 – Centro - Volta Redonda/RJ

CEP 27.253-220 Tel. (24) 3342-8800 Fax.: (24) 3342-8709

E-mail: [email protected] Site: www.sindcontvr.org.br

INFORMATIVO

Nº 004 MÊS FEVEREIRO- ANO 2017

ATENÇÃO CONTABILISTAS TERMINA NO DIA 28/02/2017, O PRAZO

PARA PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL 2017.

PREFEITURA DE VOLTA REDONDA ACABA COM TAXA DE

ALVARÁ PARA MEI.

O micro empreendedor individual Hugo José Mariano Pinheiro pode finalmente,

emitir suas notas fiscais aos clientes sem preocupação. Ao acrescentar uma função

em seu cadastro do MEI(Microempreendedor Individual), no ano passado. Hugo

foi surpreendido com a cobrança de uma taxa de R$ 800, criada na administração

municipal anterior. “Volta Redonda era a única cidade que cobrava essa taxa.

Nenhum município da região fazia isso e não dava para tirar esse valor do

orçamento mensal”, comentou Hugo, que trabalha no setor de decoração de festas

há dez anos.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Joselito Magalhães,

afirmou que neste governo não haverá cobrança de taxa de alvará para MEI e que o

microempreendedor pagará apenas o valor cobrado pelos impostos municipais e

estaduais referentes à categoria.

“Quem tem interesse em se legalizar, pode procurar a prefeitura.

O MEI aqui tem espaço. O que queremos é que o microempresário e a cidade

cresçam juntos”, disse.

O Prefeito Samuca Silva fez questão de entregar esse primeiro alvará. “Quem quer

trabalhar, tem prioridade em nosso governo. Essa retirada da taxa representa nossa

intenção em gerar emprego e renda”, afirmou o prefeito que fez questão de assinar

o documento e desejou sucesso ao microempresário.

FONTE: Revista O Lojista- Jan/ Fev/2017

IMPOSTO DE RENDA- DECLARAR MESMO SEM SER

OBRIGADO PODE GARANTIR RENDA EXTRA

A partir do começo de março, a preocupação de boa parte da população se volta à

entrega da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF). Contudo, o

que poucos sabem, é que pode ser interessante declarar mesmo não estando

enquadrado nos casos de obrigatoriedade, isso quando ocorrem retenções que

podem ser restituídas.

Assim, apesar da grande maioria dos contribuintes detestarem a ideia de ter que

elaborar a DIRPF 2017 (ano base 2016), a entrega poderá garantir uma renda extra.

“Muitas vezes os contribuintes tiveram valores tributados, com isso se torna

interessante a apresentação da declaração, pois pegarão esses valores de volta

como restituição, reajustados pela Taxa de Juros Selic”, explica Richard

Domingos, diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil.

Entenda melhor

O contribuinte que recebeu rendimentos tributáveis cuja soma ficou abaixo da

faixa de corte da receita deve levar em conta se teve Imposto de Renda Retido na

Fonte por algum motivo, um exemplo de como isto pode ocorrer é quando a pessoa

recebe um valor mais alto em função de férias, outro caso pode ser o recebimento

de valores relativos à rescisão trabalhista, ele pode observar isto em seu informe de

rendimento.

Outro caso é o contribuinte que trabalhou por três meses em uma empresa com

retenção na fonte, esse não atingiu o valor mínimo para declarar, entretanto, terá

valores à restituir.

“Caso o contribuinte não declare, estará perdendo um valor que é dele por direito,

sendo que o governo não lhe repassará mais este dinheiro. O caso mais comum são

pessoas que perderam emprego ou iniciaram em um novo no meio do período e

que tiveram retenção na fonte no período”, explica o diretor da Confirp.

Também é interessante o contribuinte apresentar a contribuição, mesmo não sendo

obrigado, quando guardou dinheiro para realizar uma compra relevante, como a de

um imóvel. Isso faz com que ele tenha uma grande variação patrimonial, o que

pode fazer com que o Governo coloque em suspeita o fato de não haver declaração,

colocando o contribuinte na malha fina.

Como declarar?

Para declarar, segundo os especialistas da Confirp, o contribuinte deverá baixar e

preencher o programa do DIRPF 2017 no site da Receita Federal

(http://idg.receita.fazenda.gov.br/). Poderá ser feito o envio da declaração completa

ou simplificada. A melhor opção dependerá da comparação entre o desconto

simplificado que substitui as deduções legais e corresponde a 20% do total dos

rendimentos tributáveis. Após o preenchimento da declaração com as informações,

verifique no Menu “Opção pela Tributação” qual a melhor forma para

apresentação.

Dentre as despesas que podem ser restituídas estão:

Contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios;

Despesas médicas ou de hospitalização, os pagamentos efetuados a

médicos de qualquer especialidade, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas,

terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, hospitais, e as despesas

provenientes de exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos

ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias;

Previdência Privada [PGBL] cujo limite será de 12% do total dos

rendimentos tributáveis no ano;

Importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face

das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão

judicial ou acordo homologado judicialmente ou por escritura pública,

inclusive a prestação de alimentos provisionais;

Despesas escrituradas em livro caixa, quando permitidas;

Dependentes

Despesas pagas com instrução (educação) do contribuinte, de

alimentandos em virtude de decisão judicial e de seus dependentes, até o

limite anual individual de R$ 3.561,50;

Despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas pernas e

braços mecânicos, cadeiras de rodas, andadores ortopédicos, palmilhas e

calçados ortopédicos, e qualquer outro aparelho ortopédico destinado à

correção de desvio de coluna ou defeitos dos membros ou das

articulações;

Seguro saúde e planos de assistências médicas e odontológicas.

Dedução da contribuição patronal de empregados domésticos, limitada a

um empregado doméstico por declaração.

Fonte: Jornal O Contábil

POR QUE O FISCO CONCLAMA A PARCERIA DO CONTADOR, MAS

NÃO LHE DÁ RETORNO?

20 de Fevereiro de 2017

por Gilmar Duarte

Outras vezes já escrevi sobre a tão propalada PARCERIA entre o Fisco e os

Contadores que tanto o Governo invoca. Neste artigo aprofundo o tema e faço uma

proposta para que todos possam ganhar, inclusive a classe de contabilistas.

Na semana que passou tive a oportunidade de participar de um evento da classe

empresarial contábil e assistir ao painel com um delegado da Polícia Federal, um

auditor da Receita Federal e um perito criminal, onde expuseram detalhadamente

como os agentes fiscalizadores atuam para identificar os sonegadores de tributos.

O público era composto de, no mínimo, 90% de contadores que naturalmente

ficaram intrigados com a ampla responsabilidade que lhe é atribuída em função do

Código Civil que entrou em vigor em 2003.

Não é novidade para os contadores que são solidariamente responsáveis por tudo o

que acontece com o seu cliente, mas requintes de detalhes fornecidos pelos ilustres

painelistas deixa a classe ainda mais perplexa..

Desejo neste artigo explorar a visão da Receita Federal e da Polícia Federal em

relação aos contabilistas e para isso utilizo a pergunta que enviei aos debatedores.

que acredito poderia ter sido assinada por qualquer contador:

“O Governo e seus agentes fiscalizadores sempre falam da parceria Governo e

Contadores. Parceira se entende o Ganha x Ganha, mas pergunto: qual é o ganhodo

Contador? Já Pensaram na remuneração (percentual sobre o resultado final) ao

contador?”

A indagação lida pausadamente pelo mediador foi respondida por todos os

painelistas que de forma resumida disseram que eles quando fazem o trabalho de

apuração das suspeitas recebem somente o salário e mesmo quando fazer horas

extras, não são remunerados, realizam isto por que é o certo e o ganho que tem é

uma sociedade mais justa. Portanto os contadores devem delatar suspeitas para

também contribuir com a sociedade.

Algumas considerações para que estes ilustres funcionários públicos possam

refletir e com estas informações consigam ser mais assertivos ao responder e

atender aos anseios da classe contábil, ou, ao menos, se colocar no lugar do

contador e numa efetiva parceria buscar dar algum retorno, ou mediar, apoiar

atitudes positivas.

Os agentes fiscalizadores são funcionários e recebem salários fixos, mas

não estão obrigados a fazer horas extras. Fazem quando consideram que é

importante, ou seja, não estão obrigados, mas podem fazer a opção.

O contador não é funcionário público e nem recebe para fazer serviços de

investigação e denuncia.

O contador é punido se não delatar o cliente suspeito de sonegação, tarefa

que muitos profissionais, inclusive os advogados, não as têm.

O serviço de fiscalização que é exigido do contador e o registro no

Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) não é remunerado

pelo cliente e muito menos pela Receita Federal ou Polícia Federal.

Os agentes fiscais se tomarem conhecimento de algo não conforme ou

suspeito de sonegação de tributos e resolver não denunciar, ou seja,

simplesmente fazer que não viu, nada lhe acontecerá. Mais uma vez

observa-se que os agentes fiscalizadores tem a opção de denunciar, ao

contrário do contador que é obrigado e pode ser punido se não o fizer.

Muitas multas que teoricamente a Receita Federal atribui aos contribuintes,

clientes do contador, são arcadas pelo prestador de serviços. Normalmente pode

ser dito, por estes agentes, que se errou deve pagar. Mas por que a Receita

Federal não paga multa ao contador quando esta comete erros? Ainda os obriga

a juntar documentos para provar o erro, sem falar do tempo investido para fazê-

los entender que erraram e suplicar que que corrijam.

Será que se a Receita Federal e a Polícia Federal voltassem seus olhos à classe

contábil para compreendê-la e formar uma verdadeira parceria não teriam mais

êxito na execução de suas tarefas?

Os bons empresários reconhecem os funcionários que os ajudam a ganhar mais, ou

seja, este empregados recebem comissões e gratificações, com isso ocorre o Ganha

x Ganha.

O patrão incentiva o funcionário a atuar da mesma forma (pro-ativo) e isto faz a

empresa crescer. Até o judiciário aprendeu a fazer isto com a Delação Premiada.

As pessoas que contribuírem com a Justiça são beneficiadas de alguma forma. Se

réus recebem benefícios, por que uma categoria que não é criminosa e que pode

contribuir muito com a fiscalização também não tenha benefícios.

Peço aos senhores agentes arrecadadores de tributos da Receita Federal e outros

órgãos que reflitam sobre esta proposta, pois creio que a PARCERIA trará grande

vantagem no processo GANHA x GANHA tanto para o Governo, ou seja, para a

sociedade e também para aqueles bons profissionais que optam, não somente por

despachar clientes com vestígios de sonegadores, mas os inscreve no COAF.

Gilmar Duarte é contador, diretor do Grupo Dygran, palestrante, autor dos livros

“Honorários Contábeis” e “Como Ganhar Dinheiro na Prestação de Serviços” e

membro da Copsec do Sescap/PR.

Fonte: Jornal O Contábil

MESMO SE NÃO DIRIGIR PESSOA COM DEFICIÊNCIA TEM ISENÇÃO

DO IPVA

14 de Fevereiro de 2017

Um casal que tem um filho com deficiência não precisa pagar IPVA do carro, uma

vez que ele é usado para transportar o menino. De acordo com a juíza Patricia

Naha, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Santos, a lei que garante a isenção busca

garantir acessibilidade à pessoa com deficiência “e, com muito mais razão,

daquelas que não tem carteira de motorista e necessitam de terceiro para lhes

transportar”.

Isenção foi estendida aos pais porque eles usariam o veículo para o bem estar do

filho do casal. Divulgação.

Em liminar, a juíza lembra que a isenção do IPVA é concedida apenas para pessoas

com deficiência física ou intelectual, mas que dirijam os veículos. Por outro lado, o

Tribunal de Justiça de São Paulo tem entendido que aqueles que não dirigem

também devem ter direito, devido aos princípios da isonomia, dignidade da pessoa

humana, igualdade tributária.

Também são consideradas nesse entendimento amplo as normas voltadas à

proteção especial às pessoas com deficiência — artigos 23, inciso II, e 203,

inciso IV, da Constituição Federal. “A Justiça estadual tem entendido que pais ou

responsáveis por pessoas com deficiência também têm direito à isenção do IPVA,

justamente porque usam o automóvel para ir a consultas, por exemplo”, explicou o

advogado do casal, o tributarista Robson Amador.

Isenção na compra

Pessoas com deficiência também têm direito à isenção de até R$ 70 mil do ICMS

na compra de carros novos. A isenção é concedida diretamente ao beneficiário ou

por meio de seu representante legal, mas só é aplicada se o carro for registrado em

nome da pessoa com deficiência.

Além do ICMS, há isenção de IPI. Mas, neste caso, ela só vale para carros

nacionais ou nacionalizados, ou seja, fabricados em países que fazem parte do

Mercosul. As isenções de ambos, que podem garantir até 30% de desconto,

poderão ser solicitadas novamente dois anos após a data da compra do veiculo

anterior.

Fonte: Jornal O Contábil

CONTADORES ESTÃO ENTRE OS PROFISSIONAIS COM

MAIS RISCO DE ESTRESSE E DEPRESSÃO

Grande responsabilidade que esses profissionais precisam ter com as finanças dos

clientes, onde uma única vírgula pode gerar grandes distorções, é um dos

principais motivos para o surgimento de transtornos

Mayara Bacelar

Depois de sofrer um infarto pela rotina atribulada, Palácios resolveu cuidar da saúde

O estresse e as enfermidades psicológicas estão cada vez mais presentes na vida de

trabalhadores mundo afora. Somente no Brasil, o número de afastamentos por este

tipo de doenças saltou de 612, em 2006, para 12,3 mil em 2011, segundo dados do

Ministério da Previdência Social. Apesar de haver fatores alheios ao universo do

trabalho que influenciam para o desenvolvimento dessas ocorrências, o cotidiano

profissional também pode favorecer o seu surgimento. E, nesse contexto,

atividades técnicas, como a dos contadores, estão ainda mais expostas a distúrbios

psíquicos e suas consequências.

Em outubro do ano passado, a revista norte-americana Health elencou, em seu site,

as dez profissões mais propícias ao aparecimento da depressão. Contadores e

consultores financeiros aparecem na nona posição no ranking. A principal

explicação para isso é a grande responsabilidade que esses profissionais precisam

ter com as finanças dos clientes, onde uma única vírgula pode gerar grandes

distorções e transtornos. Além disso, com um mercado que não pode ser

manipulado, os resultados alcançados podem não ser satisfatórios para a empresa

que contrata o serviço do contador, situação que, na maioria das vezes, não

depende do profissional.

Aos 60 anos de idade e 42 deles dedicados à carreira de contador, o vice-presidente

de Gestão do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul

(CRCRS), Antônio Carlos Palácios, está descobrindo o caminho do meio para que

as pressões do trabalho não afetem sua saúde. Antes disso, porém, vivenciou na

própria pele as consequências das turbulências profissionais. Há dois anos,

Palácios teve um infarto, o que evidenciou o ápice do esgotamento físico e mental

que vinha sofrendo. “ Nossa profissão é estressante porque ainda não é

devidamente reconhecida pela sociedade e empresários” , sugere o dirigente.

“ Como o contador não consegue mostrar para o cliente a importância e

dificuldade desse trabalho, acaba sendo cobrado de forma desconexa em relação à

sua efetiva carga de trabalho” , acrescenta.

Palácios ainda destaca que, principalmente entre os iniciantes no ramo, é preciso

acumular mais clientes do que a capacidade real de atendimento. Isso porque nem

sempre o contador consegue negociar honorários suficientes para manter o negócio

e valorizar seu trabalho. “ Em função dessas questões, eu já tive infarto e todos os

problemas relacionados ao estresse que se pode imaginar, mas tudo isso ensina que

nenhum problema vale a pena, a ponto de pegar mais clientes do que tenho

condição de atender” , sentencia. Hoje, o contador está sempre atento ao volume

de atendimentos, a fim de pisar no freio e cuidar da mente e do corpo.

A presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR),

Ana Maria Rossi, explica que o nível de pressão, demanda e concentração exigidos

na área contábil justificam a tese de que essa é das profissões mais estressantes e

com potencial para deixar seus profissionais deprimidos. “ É uma atividade que

requer uma atenção muito grande, então, coloca a pessoa num nível de pressão o

tempo inteiro, além de ser individual, não havendo muita interação” , diz. “ Isso

seguramente tem um impacto nessa relação de trabalho da pessoa” , completa Ana

Maria.

Prevenção de doenças pode começar dentro da própria empresa

Um ambiente de trabalho pesado, muitas vezes, pode contribuir para aumentar o

nível de tensão dos colaboradores. Nesse sentido, criar uma atmosfera

descontraída, com distribuição equilibrada das tarefas, pode ser o segredo para

manter a saúde mental dos funcionários. O presidente da ABRH-RS, Orian

Kubaski, lembra que muitas profissões, como a própria contabilidade, contam com

trabalhadores mais introspectivos, até pela necessidade de concentração na

realização das atividades. Essas questões podem ser amenizadas pelo departamento

de Recursos Humanos (RH) ou pelas lideranças das companhias e escritórios.

“ A observação do comportamentos dos colaboradores pode antecipar muitos

problemas, e com esse diagnóstico feito no início, a possibilidade de tratar é maior

e com menos custos, então a intervenção tem que ocorrer antes de acender o sinal

vermelho, que pode ser quando as pessoas já estão doentes” , alerta Kubaski.

Para a presidente da Isma-BR, cabe às lideranças motivar a equipe e prevenir esse

tipo de situação. Ana Maria Rossi salienta que a transparência na relação de

trabalho é importante, e que os gestores devem conversar com seus colaboradores

– principalmente sobre estresse e depressão – sem tom de cobrança. “ O

trabalhador precisa sentir-se confortável e confiar no seu gestor, é importante

conversar” , assinala. “ Escritórios de contabilidade nem sempre têm setor de RH,

então a pessoa não fica tão anônima para expor esse tipo de problema, então se não

houver essa transparência com a empresa, ela pode se sentir ameaçada” , completa.

Saber identificar e prevenir ajuda a evitar o problema

Constatada a presença mais expressiva de transtornos psicológicos no ambiente

profissional, é importante que os trabalhadores saibam identificar os primeiros

sinais de que algo está em desequilíbrio. Assim como acontece com as doenças

físicas, tratar o emocional o quanto antes pode ser determinante para uma melhoria

no desempenho corporativo e na qualidade de vida.

A falta de motivação para exercer as atividades cotidianas, normalmente, é um dos

primeiros sintomas. “ Há diversos indícios, que começam devagar e vão se

agravando, o primeiro é a falta de energia, a pessoa deixa de ter prazer nas coisas

que tinha, como um happy hour ou um jogo de futebol após o trabalho” ,

exemplifica a presidente da Isma-BR, Ana Maria Rossi. Mudanças nos hábitos

alimentares, causadas por excesso ou falta de apetite, também são considerados

sintomas.

A coordenadora do instituto de Psicologia Social Pichon-Rivière, Nelma Campos

Aragon, acrescenta que é normal, para toda e qualquer pessoa, sentir vontade de

não sair da cama para trabalhar de vez em quanto. Mas é preciso se atentar para

quando essa sensação começa a fazer parte da rotina, o que pode sinalizar a

ocorrência da depressão. “ Isso acontece com todo mundo, mas, quando a situação

se repete, é preciso ter cuidado, além de sinais como irritação excessiva, nesses

quadros, também começam as insônias” , afirma.

Nelma ainda elenca que crises de ansiedade frequentes podem ser outro alerta do

organismo para sinalizar a depressão. Ela relata que, em alguns casos, os pacientes

queixam-se de dores físicas, que também estão relacionadas a quadros depressivos.

Competitividade e falta de motivação são determinantes

Apesar de a depressão também ser desencadeada por fatores genéticos ou pessoais,

o excesso de atribuições e a rotina no ambiente de trabalho podem favorecer seu

desenvolvimento. Um local desmotivador, com pouco ou nenhum reconhecimento

e feedback aos colaboradores, pode fazer com que os profissionais se frustrem e,

em algum momento, entrem em depressão. O mesmo pode ocorrer com quem está

com mais atividades do que pode suportar. Pesquisa da Isma-BR aponta que 42%

dos trabalhadores no Brasil vão passar por um quadro depressivo ao longo da

trajetória profissional, dos quais 12% devem reincidir na doença.

A coordenadora do Instituto de Psicologia Social de Porto Alegre Pichon-Rivière,

Nelma Campos Aragon, lembra que os ambientes corporativos são, em geral,

muito competitivos. A esta configuração, que já agrega um fator de pressão, soma-

se também a alta expectativa que os profissionais impõem a si próprios. Há um

descompasso entre o que os trabalhadores desejam oferecer à empresa e aquilo

que, de fato, podem realizar. “ As pessoas sentem-se devendo e nunca alcançam

aquilo que acham que deveriam ou gostariam de alcançar. No mundo do trabalho,

vemos um volume de demandas, em todas as áreas e atividades, muito maior do

que as pessoas conseguem realizar no tempo definido” , explica Nelma.

Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio Grande

do Sul (ABRH-RS), Orian Kubaski, pode ser chavão falar em competitividade.

Para além das obviedades do mercado, entretanto, é preciso lembrar que, a busca

de maior produtividade em menor tempo ou com menos recursos, incide

diretamente na rotina dos trabalhadores. De acordo com ele, todas as áreas da

economia vivenciam essa situação, procurando, ainda, diferenciais em relação à

concorrência.

FONTE: Jornal do Comércio-Porto Alegre, terça-feira, 14 de fevereiro de 2017.

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