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1 EMPREENDIMENTO: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS MUNICÍPIO DE DIVINO, MG PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA EMPREENDEDOR: CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO ALTO E MÉDIO CARANGOLA PARA A GESTÃO E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO Eng. Arq. Cássio Humberto Versiani Velloso Registro CAU n o 2251-9 (MG) COLABORAÇÃO Eng o . José Alberto da Mata Mendes Cart. CREA n o 47.051/D – MG Eng o . Emerson Ribeiro Lessa (Coordenador) Cart. CREA n o 79.603/D – MG NOVEMBRO / 2013 (REVISÃO)

ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

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EMPREENDIMENTO:

ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

MUNICÍPIO DE DIVINO, MG

PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA EMPREENDEDOR:

CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO ALTO E MÉDIO CARANGOLA PARA A GESTÃO E

MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO Eng. Arq. Cássio Humberto Versiani Velloso Registro CAU no2251-9 (MG) COLABORAÇÃO Engo. José Alberto da Mata Mendes Cart. CREA no 47.051/D – MG Engo. Emerson Ribeiro Lessa (Coordenador) Cart. CREA no 79.603/D – MG

NOVEMBRO / 2013 (REVISÃO)

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IDENTIFICAÇÕES DO EMPREENDEDOR Nome: CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO ALTO E MÉDIO CARANGOLA PARA A GESTÃO E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS - CNPJ: 15.325.165/0001-00 Endereço: Rua Marinho Carlos de Souza, 05 – Divino, MG CEP 36.820-000 Telefone: (32) 3743 1156 E-mail: [email protected] O empreendedor é PESSOA JURÍDICA e sua condição é a de PROPRIETÁRIO do empreendimento proposto. DO EMPREENDIMENTO Nome: Aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos Endereço: BR.116, Km 633,5 (entre a intersecção com a rodovia MG.265 e o trevo de acesso ao povoado da Neblina, na zona rural do município de Divino, MG). OBSERVAÇÃO: Para correspondências, deverão ser utilizados os dados do Empreendedor (no caso, o Consórcio Intermunicipal). DOS RESPONSÁVEIS PELO PROJETO Empresa : SUSTENTÁVEL PROJETOS E CONSULTORIA Endereço: Av. Augusto de Lima, 655, sala 1.611 – Centro – Belo Horizonte MG. CEP: 30.190-000 Telefone: (31) 3313-3581 E-mail: sustentá[email protected] CNPJ: 11.196.503/0001-09 Insc. Estadual: isento Insc. Municipal: 24.735.0001-5 Registro da empresa no CREA: 50.270 MG Técnico : CÁSSIO HUMBERTO VERSIANI VELLOSO – Engº Arquiteto Endereço: Rua Contria, 932 – Alto Barroca – Belo Horizonte MG – CEP:30.431-028 Telefone: (31) 3372 4709 E-mail: [email protected], ou [email protected] CPF:070.112.886-00 Registro no CAU: 2251-9 (MG) Outros técnicos que participaram dos estudos : Técnico: JOSÉ ALBERTO DA MATA MENDES – Engº sanitarista Endereço: Rua Canaã, 405 / 201 - Grajaú - Belo Horizonte MG – CEP: 30.431-101 Telefone: (31) 3646 7421 ou 8894 7421 E-mail: [email protected] CPF: 424.851.936-49 Registro no CREA: 47.051/D - MG Técnico: EMERSON RIBEIRO LESSA – Mtr Engº sanitarista Endereço: Rua Pilar, 199 / 401 - Grajaú - Belo Horizonte MG – CEP: 30.430-600 Telefone: (31) 3313 3581 ou 9115 8790 E-mail: [email protected] CPF: 954.859.376-91 Registro no CREA: 79.603/D - MG Técnico: FERNANDO CAMARGOS DE OLIVEIRA – Engº agrônomo

Atuando pela empresa RAÍZES CONSULTORIA AMBIENTAL E TOPOGRAFIA LTDA

CNPJ: 15.318880/0001-16 - Endereço: Rua Odilon Machado, 145 – Centro – Carangola MG – CEP 36.512-000 - Telefone: (32) 3574 1396 ou 8401 1182 E-mail: [email protected] - Registro no CREA: 13.911/D - MG

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SUMÁRIO 1. DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DOS IMPACTOS PREVISTOS NO RCA ........................................................................................................... 5 1.1 Projeto Paisagístico ou Cortina Vegetal ...................................................................... 5 1.2 Descrição do Sistema de Isolamento da Área ............................................................. 5 2. DESCRIÇÃO DO SISTEMA MONITORAMENTO DO SOLO E LENÇOL FREÁTICO .... 9 2.1 Monitoramento dos Recursos Naturais........................................................................ 9 2.1.1 Monitoramento das águas superficiais .............................................................. 9 2.1.2 Monitoramento das águas subterrâneas ......................................................... 11 2.2 Monitoramento da Operação ..................................................................................... 12 2.2.1 Monitoramento dos líquidos percolados .......................................................... 12 2.2.2 Monitoramento de gases ................................................................................ 13 2.2.3 Monitoramento de recalques e da estabilidade do aterro ................................ 13 2.2.4 Monitoramento da Estação de Tratamento de Líquidos Percolados (ETLP) ..........................................................................................................................14 3. DESCRIÇÃO DAS FONTES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ENERGIA ELÉTRICA DA UNIDADE .................................................................................................... 16 4. DRENAGEM SUPERFICIAL DE ÁGUAS PLUVIAIS NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................................... 17 4.1 Sistema de Drenagem e Manejo de Ááguas Pluviais ................................................ 19 4.2 Manutenção do Sistema de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais .....................................................................................................................................21 5. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM DO PERCOLADO (CHORUME) DO

ATERRO ............................................................................................................................. 23 5.1 Drenagem de Líquidos Percolados ........................................................................... 23 5.2 Sistema de Drenagem de Líquidos Percolados ......................................................... 24 6. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE PERCOLADO (CHORUME) E DOS EFLUENTES LÍQUIDOS DAS INSTALAÇÕES DE APOIO ................ 28 6.1 Estação de Tratamento de Líquidos Percolados (ETLP) ........................................... 28 7. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM E REMOÇÃO DE GASES (BIOGÁS) . ................................................................................................................................................30 7.1 Sistema de Drenagem e Tratamento de Gases ......................................................... 30 8. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO .......................................... 32 8.1 Especificação Técnica de Terraplenagem – Aterros................................................. 32 8.1.1 Objetivo .......................................................................................................... 32 8.1.2 Generalidades ................................................................................................ 32 8.1.3 Materiais ......................................................................................................... 32 8.1.4 Equipamentos ................................................................................................. 34 8.1.5 Execução dos serviços ................................................................................... 35 8.1.6 Controle .......................................................................................................... 37 8.1.7 Medição .......................................................................................................... 38 9. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE COLETA E DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÉPTICOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ........................................................... 39 9.1 Resíduos dos Serviços de Saúde.............................................................................. 39 10. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PREVISTOS PARA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DA UNIDADE. ........................................................................................... 44 10.1 Sistema de Aterramento e Capeamento Diário dos RSU ....................................... 46 10.2 Capeamento Final ................................................................................................. 51 11. VIDA ÚTIL DA UNIDADE E USO FUTURO DA ÁREA APÓS PLANO DE ENCERRAMENTO/DESATIVAÇÃO DA UNIDADE.............................................................. 53 11.1 Dimensionamento do Aterro Sanitário ................................................................... 56 12. CRONOGRAMA PARA IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ...................... 61 13. PLANO DE MONITORAMENTO DA UNIDADE ..................................................... 69

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13.1 Períodos de Intensa Pluviosidade. ......................................................................... 70 13.2 Placas de Sinalização. ........................................................................................... 71 13.3 Limpeza geral do Empreendimento. ...................................................................... 71 13.4 Sistema de Controle Operacional .......................................................................... 72 13.4.1 Recebimento dos resíduos .......................................................................... 72 13.4.2 Controle qualitativo e quantitativo dos resíduos processados ..................... 72 13.4.3 Controle e ordenação do fluxo de resíduos ................................................. 73 13.4.4 Controle tecnológico ................................................................................... 73 13.4.5 Controle da operação de máquinas e veículos de carga ............................. 74 13.4.6 Controle do estoque dos materiais de uso corrente a serem utilizados .......................................................................................................................74 13.4.7 Controle de pessoal .................................................................................... 74 13.4.8 Controle ambiental ...................................................................................... 74 13.5 Sistema de Tratamento de Líquidos ...................................................................... 75 13.6 Problemas Operacionais: causas prováveis e medidas de controle sugeridas ..................................................................................................................................76 14. PROGRAMA DE COLETA SELETIVA A SER IMPLANTADO NO MUNICÍPIO. .... 79 14.1 Catadores do Lixão ................................................................................................ 79 14.2 Plano de Mobilização Social para a Coleta Seletiva .............................................. 80 14.2.1 Inclusão social de catadores ou outros grupos fragilizados ......................... 81 14.2.2 Organização dos catadores de materiais recicláveis ................................... 82 14.2.3 Capacitação dos catadores ......................................................................... 82 14.2.4 Empreendimentos em Rede – Estocagem e comercialização de recicláveis .......................................................................................................................83 14.2.5 Mobilizando a comunidade para implantação das ações e programas do PGRISU .......................................................................................................................83 14.2.6 Plano de Comunicação e Marketing ............................................................ 85 14.2.7 Operacionalização e infra-estrutura ............................................................ 86 16. TRATAMENTO DE CHORUME E EFLUENTE SANITÁRIO E OBRAS E SERVIÇOS COMPLEMENTARES ....................................................................................... 91 16.1. Estação de Tratamento de Líquidos Percolados (ETLP) ............................................. 91 16.2. Obras e Serviços Complementares ............................................................................. 98 19. RESÍDUOS SÓLIDOS ......................................................................................... 102 20. ANEXOS ............................................................................................................. 103 RELAÇÃO DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS FIGURAS Figura 1 - Imagem de satélite da gleba e seu entorno imediato .................................. 6

Figura 2 - Localização aproximada dos pontos de coleta de amostras para caracterização da qualidade atual das águas superficiais (área de influência direta do empreendimento proposto). ................................................................................. 10

Figura 3 – Perfil das canaletas longitudinais ............................................................. 18

Figura 4: Estabelecimentos de saúde ....................................................................... 39

Figura 5: Acondicionamento dos resíduos de serviços de saúde .............................. 40

Figura 6 - Configuração esquemática típica das células diárias do aterro sanitário .. 45

Figura 7 – Célula diária de resíduos, na fase inicial de operação do aterro sanitário proposto: perspectiva esquemática ........................................................................... 50

Figura 8: Lixão de Divino/MG .................................................................................... 79

Figura 10: Entrada do Aterro Controlado – Divino/MG .............................................. 87

Figura 11: Aterro controlado do município de Divino/MG .......................................... 88

Figura 12 – Configuração de um aterro em plataforma ............................................. 90

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1. DETALHAMENTO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DOS IMPACTOS PREVISTOS NO RCA 1.1 PROJETO PAISAGÍSTICO OU CORTINA VEGETAL Não existe projeto paisagístico implantado. O Quadro 1 juntamente com o projeto de tratamento paisagístico do aterro sanitário, apresentado na prancha de número PE-18/23, mostram o projeto que contempla espécies nativas regionais visando a integração da área diretamente afetada na paisagem local. 1.2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ISOLAMENTO DA ÁREA Importante ressaltar que, como o presente PCA foi elaborado concomitantemente com o respectivo RCA, as informações aqui apresentadas são parcialmente similares às citadas no último documento, já que nos 02 termos de referência (do RCA e do PCA) há exigência de informações repetidas. A superfície total da gleba é da ordem de 37,3 hectares, da qual uma parcela de, aproximadamente, 11,8ha deverá ser ocupada pelo maciço do aterro sanitário, ao final de sua vida útil mínima prevista (30 anos, a partir do ano de referência de 2013). A conformação física geral da gleba corresponde à confluência de parte de dois morros arredondados adjacentes entre si, como fica evidente nas pranchas de números PE-16a/23 e PE-16b/23, correspondentes à locação dos diversos componentes do aterro sanitário. No trecho a ser ocupado pelo maciço do aterro — que corresponde à encosta convexa com maior superfície e mais afastada em relação à BR.116, dentre as duas que compõem a gleba —, apresenta aclives médios variáveis entre o máximo de 27,5% (nos trechos mais íngremes da encosta, na direção geral Norte / Sul, a jusante do aterro sanitário e de suas vias internas de acesso); e o mínimo de 6% (na direção geral NE / SO, correspondendo à posição relativa das plataformas mais elevadas da base projetada do aterro). De um modo geral, nas faces dessa encosta voltadas tanto para NO quanto para NE e SE, as primeiras plataformas dessa base projetada deverão ser escavadas em trechos com declividade média da ordem de 16%, que se torna algo mais íngreme nas bordas perimetrais do maciço de resíduos concebido.

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Figura 1 - Imagem de satélite da gleba e seu entorn o imediato Fonte: Aplicativo “Google Earth”, acessado através da INTERNET. As parcelas de menores cotas altimétricas dessa encosta, junto aos limites da gleba nesse trecho (quadrantes Norte, Nordeste e Leste), correspondem a uma relativamente extensa área alagadiça, que cobre a extensão aproximada de 2,76 hectares, da qual cerca da metade pertence à propriedade vizinha, do Sr. Orlando Valente de Assis. A largura total dessa área alagadiça (“brejo raso”) — que se acha destacada em azul claro na imagem de satélite reproduzida na figura 1 — varia entre o mínimo da ordem de 12m e o máximo de cerca de 62m. Em relação à ocupação antrópica, no raio de um quilômetro da gleba, foi observada a presença de cinco moradias habitadas e duas desabitadas, conforme pode ser observado na mesma figura 1 , sendo que, dentro da gleba adquirida para implantação do aterro sanitário, há uma edificação desabitada, próxima à área alagadiça. Tais edificações foram ou são habitadas por empregados ou meeiros atuantes nas plantações de café ou na atividade agropecuária, na gleba e em suas imediações.

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Quadro 1 - Espécies a serem utilizadas na recomposi ção florestal e tratamento paisagístico da gleba do empreendimento

Fontes: 1. Levantamento de mudas disponíveis no horto do IEF em Carangola, MG.

2. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil.Vol. I (3ª edição – 2000). Vol. II (2ª edição – 2002). Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.

Tal como discriminado na referida prancha de no PE-18/23 do projeto executivo, foi previsto o plantio do total de 307 mudas dessas espécies, das quais 220 na etapa de implantação inicial do empreendimento ora proposto, abrangendo todas as parcelas da gleba que não seriam diretamente ocupadas pelos diversos componentes do mesmo, inclusive aquelas destinadas a reserva legal, de conformidade com a legislação vigente relativa a essa questão. Especial cuidado foi conferido à recomposição florestal das faixas a jusante da gleba, adjacentes às áreas alagadiças em cujo eixo se desenvolve riachos que correspondem às

nome vulgar nome científico características princip ais porte copa

Açoita-cavalo Luehea paniculata / divaricata pioneira / decídua / 3,5m em 2 anos 15m (10m)

Abiu Pouteria caimito secundária / perenifolia / áreas úmidas 16m (10m)

Angico vermelho Anadenanthera macrocarpa, ou Piptadenia macrocarpa Benth.

pioneira / decídua / áreas altas e bem drenadas

13m (8m)

Aroerinha Schinus terebentifolia Pioneira / perenifólia / desenvolvimento rápido

8m (8m)

Braúna Swartzia oblata Cowan Secundária / perenifólia / desenvolvimento moderado

10m (10m)

Canafístula Senna multijuga Pioneira / decídua / 3,5m em 2 anos / floração (amarela) de dezembro a abril

8m (8m)

Cinco folhas Sparattosperma leucanthum (Vell.) Pioneira / semidecídua / 10m (6m)

Farinha-seca Samanea tubulosa / Ouratea castanaefolia

pioneira / perenifólia / frutos consumidos por várias espécies de pássaros

8m (8m)

Fedegoso Sena macranthera, ou Cassia macranthera D.C.

Pioneira / semidecídua / 3,5m em 2 anos 6m (6m)

Ipê amarelo cascudo Tabebuia chrysotricha (Mart.) Secundária / decídua / 3,5m em 2 anos 8m (6m)

Ipê roxo Tabebuia avellanedae Lor. Secundária / decídua / desenvolvimento rápido / terrenos elevados ou várzeas não inundáveis de boa fertilidade

25m (15m)

Jacarandá Machaerium fulvovenosum Secundária / semidecídua / fundos de vales com solo argiloso, rico em matéria orgânica e bem suprido de água em profundidade

5m (5m)

Jacarandá de Minas Jacaranda cuspidifolia Mart. Pioneira / decídua / 3m em 2 anos 8m (8m)

Jacarandá do mato Machaerium villosum Secundária / perenifólia ou semidecídua / topos de morros e encostas bem drenadas

20m (10m)

Jacaré Piptadenia gonoacantha (Mart.) Pioneira / semidecídua / 5m em 2 anos 15m (10m)

Jequitibá branco Cariniana estrellensis (Raddi) Secundária / semidecídua a decídua / 2,5m em 2 anos / solos úmidos e profundos

40m (30m)

Jequitibá Cariniana legalis. Florestas primárias ou formações secundárias / semidecídua / 3m em 2 anos

40m (20m)

Peroba-rosa Aspidosperma polineuron secundária / decídua / 3,5m em 2 anos 8m (8m)

Quaresmeira Tibouchina candolleana pioneira / perenifólia 8m (15m)

Jatobá Hymenaea courbaril semidecídua / terrenos bem drenados 15m (10m)

Mulungu Erythrina falcata Benth. Secundária / decídua / áreas úmidas 20m (10m)

Sapucaia Lecythis pisonis Camb. [141 v1] Matas primárias, mas tolerante a formações abertas / decídua / castanhas comestíveis e muito apreciadas pela fauna / 2,5m em 2 anos

25m (20m)

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nascentes do córrego Tanque do Boiadeiro, contribuinte da margem direita do córrego Bom Jesus (afluente, por sua vez, do Rio Carangola). Diversas das espécies selecionadas para plantio nessas faixas, além de especialmente adequadas a esses contextos ambientais, são particularmente atrativas para a fauna, quer por suas flores, quer por seus frutos. No tocante à fauna, pode ocorrer o aparecimento de animais como tatu, jaguatirica, paca, gambá, capivara, ouriço, lagarto, cachorro-do-mato, ofídios, canário-da-terra, beija-flor, joão-de-barro, jacu, trinca-ferro, viuvinha, sanhaço, sabiás, bem-te-vi e várias espécies de gaviões, dentre outros. A gleba encontra-se majoritariamente coberta por vegetação rasteira, formando um grande campo aberto, o que não é um atrativo para esses animais; portanto, não é freqüente seu aparecimento. Não há muita diversidade faunística, devido à escassa diversidade florística.

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2. DESCRIÇÃO DO SISTEMA MONITORAMENTO DO SOLO E LENÇOL FREÁTICO O uso de áreas para o tratamento e/ou disposição final de resíduos provoca, inevitavelmente, impactos ambientais, de maiores ou menores amplitude e consequências. Esses impactos, no entanto, podem ser minimizados, através da correta concepção, instalação e operação dessas instalações, assim como da adoção de medidas mitigadoras adequadas. A implementação dessas medidas de atenuação, por sua vez, implica no acompanhamento constante de sua eficácia e da evolução do empreendimento ao longo do tempo, acompanhamento sistemático esse em que consiste, em última instância, o plano de monitoramento e controle ambiental a seguir apresentado. Este plano abrange, de maneira suficientemente detalhada, a especificação do número e da localização dos pontos de amostragem, caso a caso; bem como o estabelecimento da frequência de coleta e análise de amostras e a definição dos parâmetros a serem analisados, caso a caso, com o objetivo básico de estabelecer uma sistemática adequada para o monitoramento da eficácia de operação do empreendimento implantado e da preservação (ou melhoria) da qualidade dos recursos naturais existentes em seu entorno. No caso específico do aterro sanitário consorciado de que trata esse Plano, não se pode esquecer do fato de que sua adequada implantação e funcionamento irá resultar — direta e imediatamente — na desativação dos despejos de lixo a céu aberto (“lixões”) existentes em três de seus Municípios beneficiários (Divino, Fervedouro e Pedra Bonita); bem como na disposição final adequada dos rejeitos da unidade de triagem e compostagem existente em Santa Margarida (aliás, precariamente operada), e dos demais RSU ali gerados e não processados na referida unidade. 2.1 MONITORAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS O monitoramento dos recursos naturais na área do empreendimento visa o acompanhamento das condições do meio físico em função dos diversos usos do solo que se venha a fazer, naquele contexto específico. Essa ação, ou conjunto ordenado e sistemático de ações, permitirá verificar a eficiência das medidas mitigadoras, previstas em projeto; e a eficiência da operação do empreendimento em si, de forma a permitir a detecção oportuna de falhas eventuais e a rápida deflagração de medidas corretivas, evitando, com isso, o agravamento dos impactos ambientais decorrentes das mesmas falhas. No caso específico do aterro sanitário consorciado de Divino, tendo em vista o porte do empreendimento, sua localização e as características atual da gleba em que será implantado, o monitoramento dos recursos naturais deverá restringir-se ao controle da qualidade das águas superficiais e das águas subterrâneas existentes em sua área de influência direta. 2.1.1 Monitoramento das águas superficiais A jusante da parcela destinada à implantação do empreendimento propriamente dito e ainda no interior da gleba (e/ou em seus limites, a jusante), existem alguns pequenos cursos d'água, cujas nascentes se localizam na mesma gleba; e que deságuam no ribeirão Bom Jesus, afluente do rio Carangola. No RCA, acham-se apresentados os laudos técnicos

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relativos à caracterização qualitativa preliminar das águas das referidas nascentes, a montante e a jusante do ponto em que deverão receber os efluentes finais (tratados) do futuro aterro sanitário; assim como do referido ribeirão Bom Jesus, igualmente montante e a jusante do ponto em que recebe as águas daquele manancial. A coleta de amostras foi feita em 07 (sete) pontos de amostragem distintos, cujas coordenadas geográficas (UTM) acham-se explicitadas nos respectivos laudos e reproduzidas no quadro abaixo: Quadro 2 – Coleta de amostras de águas superficiais

ponto coordenada S coordenada W altitude (m)

AS-01 20º36’47,0’’ 42º12’16,7’’ 789 Córrego Tanque do Boiadeiro AS-02 20º36’51,4’’ 42º12’15,8’’ 789 Córrego Tanque do Boiadeiro AS-03 20º36’41,9’’ 42º12’08,2’’ 788 Córrego Tanque do Boiadeiro AS-04 20º36’28,6’’ 42º11’56,9’’ 786 Córrego Tanque do Boiadeiro AS-05 20º36’18,2’’ 42º11’48,6’’ 780 Córrego Tanque do Boiadeiro AS-O6 20º36’18,0’’ 42º11’47,7’’ 779 Ribeirão Bom Jesus AS-07 20º36’19,1’’ 42º11’46,8’’ 779 Ribeirão Bom Jesus

A localização aproximada desses pontos de amostragem acha-se expressa na imagem a seguir reproduzida (figura 2 ).

Figura 2 - Localização aproximada dos pontos de col eta de amostras para caracterização da qualidade atual das águas superficiais (área de inf luência direta do empreendimento proposto). fonte: Aplicativo “Google Earth”, acessado via Internet. Tal como evidenciado nos laudos constantes do RCA — de um dos quais (amostra AS-01) foi extraído o excerto adiante reproduzido —, os testes laboratoriais de caracterização da qualidade dos corpos d’água superficiais existentes na área de influência direta do aterro sanitário consorciado proposto (em 10/11/2011) abrangeram tão somente a aferição dos valores relativos aos parâmetros DBO, DQO, OD, pH, sólidos em suspensão e turbidez.

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4 Após as esperada entrada em operação do empreendimento proposto, essa caracterização deverá abranger esses mesmos parâmetros, acrescidos daqueles igualmente discriminados no quadro 5 , apresentado no item 13 deste documento. Tendo em vista o relativamente pequeno porte desse empreendimento; a inexistência de pessoal qualificado e de laboratórios equipados e credenciados para execução das análises necessárias, no âmbito dos Municípios beneficiários e, mesmo, no entorno imediato destes; bem como os custos (financeiro e operacional) inerentes à realização da coleta e análise de diversas amostras, por pessoal especializado e em laboratórios situados a relativamente grandes distâncias, propõe-se que:

• a freqüência do monitoramento da qualidade das águas superficiais seja semestral; • as amostras a serem analisadas sejam recolhidas em 5 (cinco) dos referidos pontos

de amostragem (AS-01, AS-02, AS-03, AS-05 e AS-07), de forma a permitir a avaliação da evolução da qualidade dessas águas, por comparação com a referência inicial estabelecida pelas análises feitas em novembro de 2011.

2.1.2 Monitoramento das águas subterrâneas O controle sistemático da qualidade das águas subterrâneas na área de influência direta do empreendimento deverá ser feito através da coleta e análise, periódicas, de amostras retiradas de 5 (cinco) poços de monitoramento (2 a montante; e 3 a jusante dos principais componentes do empreendimento, considerando a configuração da gleba), a serem localizados nos pontos discriminados no projeto executivo (pranchas de nosPE-02/23, PE-03/23 e PE-16b/23). Esses poços de monitoramento deverão ser construídos e instalados rigorosamente de conformidade com o detalhe construtivo constante da prancha de noPE-01/23 do projeto executivo. As coordenadas de referência dos pontos em que deverão ser instalados esses poços, discriminadas nas pranchas anteriormente mencionadas, poderão ou não ser referendadas pela empresa especializada a ser incumbida de sua execução, tendo em vista eventuais problemas que venham a ser encontrados nesses pontos precisos.

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Entretanto, mesmo que essa localização precisa tenha que ser alterada, em algum ou alguns dos casos específicos, por motivo de força maior considerada consistente pela fiscalização do empreendedor, deverão ser necessariamente preservadas suas posições relativas discriminadas no projeto executivo. A frequência da coleta de amostras e de análise da qualidade das águas subterrâneas deverá ser semestral . Diferentemente do que ocorreu em relação aos mananciais de águas superficiais, não foi possível identificar, quando daquela coleta de amostras, nem na própria gleba, nem em seu entorno, instalações tais como poços tubulares — rasos (“cisternas”) ou profundos —, das quais fosse possível extrair amostras das águas do lençol freático, de modo a aferir sua qualidade atual. Em função desse problema circunstancial, propõe-se que o estabelecimento desse parâmetro de referência seja feito durante a etapa de implantação inicial do empreendimento, quando serão implantados os mencionados poços de monitoramento. Caso esta proposta seja aceita, a oportuna apresentação, pelo empreendedor, dos laudos técnicos referentes à análise de amostras recolhidas nesses dispositivos deverá constituir-se numa condicionante para a eventual concessão da licença de operação (LO) do empreendimento. 2.2 MONITORAMENTO DA OPERAÇÃO O monitoramento da operação do empreendimento terá como objetivo a avaliação da eficiência do tratamento e da destinação final dos resíduos sólidos nele processados, além de se constituir, igualmente, em um importante instrumento para a detecção de eventuais falhas que possam provocar acidentes e, consequentemente, impactos ambientais. Apresenta-se, a seguir, a relação dos elementos que deverão ser monitorados, caso a caso; dos parâmetros a serem analisados, igualmente caso a caso; e a frequência desses procedimentos de monitoramento. 2.2.1 Monitoramento dos líquidos percolados Consiste na avaliação quantitativa e qualitativa dos efluentes líquidos do aterro sanitário, ou seja, na medição sistemática de sua vazão e na análise de suas características físicas, químicas e bioquímicas. O controle de vazão dos efluentes líquidos do aterro sanitário deverá ser feito na entrada da lagoa de estabilização anaeróbia (cpvt / caixa de passagem com vertedouro triangular). Esse tipo de controle possibilitará a verificação da ocorrência de eventuais problemas construtivos e/ou operacionais no aterro sanitário, tais como:

• a infiltração excessiva de águas de chuva no maciço de resíduos, devida a deficiências nas linhas de drenagem (provisórias, ou definitivas) a montante do mesmo, e/ou à insuficiente compactação dos resíduos nele dispostos, e/ou a deficiência dos dispositivos de drenagem superficial de águas pluviais implantados sobre o capeamento final de suas parcelas acabadas;

• retenções de “chorume” no maciço do aterro sanitário, devida a insuficiente compactação dos resíduos nele disposto, com o resultante incremento de sua porosidade relativa e da propensão ao incremento do fenômeno de ascensão capilar dos líquidos nele contidos, ou gerados; e/ou à insuficiente distribuição dos drenos

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verticais de gases (dvg ), que propiciam o deslocamento mais fluido desses líquidos na vertical, de cima para baixo, em contrafluxo por comparação com o sentido prioritário de escoamento dos gases; e/ou à ineficácia da rede inferior de drenos de líquidos percolados (dlp ), quer em função de seu eventual subdimensionamento, quer de sua incorreta execução, quer de sua eventual colmatação (genérica, ou localizada) por deficiência da manta geotêxtil envoltória dos mesmos;

• a eventual ocorrência de vazamentos não observáveis externamente ao maciço, em função de falhas (localizadas, ou sistemáticas) na execução da camada impermeabilizante da base do aterro, ou de fissuras decorrentes de sua inadequada exposição às intempéries.

O controle quantitativo de vazão dos líquidos percolados deverá ser feito com freqüência semanal. Os resultados das medições feitas e das análises realizadas deverão ser sistemática e rigorosamente registrados em formulários apropriados para esta finalidade específica, e/ou relatórios descritivos igualmente específicos, contendo a data do evento observado, a identificação do(s) responsável(is) por sua detecção, registro e análise técnica; e uma informação sucinta sobre as condições atmosféricas quando da medição ou coleta da amostra. Esses instrumentos de registro e análise deverão ser imediatamente ser levados, de maneira formal, à instância técnico-gerencial competente do empreendedor, para o oportuno acionamento das medidas cabíveis para a correção das anomalias constatadas. 2.2.2 Monitoramento de gases Dadas as dificuldades técnicas e econômicas implícitas nesse tipo de controle e, em particular, a localização do empreendimento, relativamente distante de aglomerados populacionais, considera-se que o monitoramento dos gases gerados no maciço do aterro sanitário deverá restringir-se à simples observação visual sistemática de seu fluxo nos drenos verticais (dvg ), através de sua queima controlada e permanente nos dispositivos apropriados, a serem instalados na extremidade superior daqueles drenos. 2.2.3 Monitoramento de recalques e da estabilidade do aterro O controle dos recalques superficiais presta-se à aferição, por via indireta, de eventuais movimentações acidentais e da natural redução de massas que ocorre no maciço do aterro sanitário, em decorrência da progressiva decomposição de sua fração orgânica mais facilmente biodegradável. Esse controle é, por outro lado, imprescindível para a manutenção do sistema de drenagem superficial das águas pluviais incidentes diretamente sobre o aterro, de vez que, em função desses recalques — freqüentemente diferenciais — podem ocorrer substanciais alterações nas declividades e nas condições de escoamento das canaletas longitudinais conformadas nas bermas correspondentes às bordas externas do maciço, em cada uma de suas camadas. Esses recalques poderão igualmente resultar na incorreta articulação dos componentes pré-moldados que irão promover o escoamento das águas pluviais captadas pelas referidas canaletas longitudinais, a intervalos mais ou menos regulares e ao longo dos diversos taludes externos do maciço do aterro sanitário. Essas eventuais ocorrências podem facilmente resultar em significativos e muito prejudiciais processos erosivos da camada de capeamento final do aterro, sobre a qual esses componentes pré-moldados se apoiam; e no próprio maciço de resíduos compactados subjacente a essa camada.

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A verificação instrumental (topográfica) da ocorrência de recalques, assim como a observação visual sistemática da ocorrência de trincas no capeamento final das bermas, dos taludes e das plataformas superiores do aterro são fundamentais para a detecção oportuna da ocorrência de fenômenos capazes de comprometer a estabilidade do maciço, possibilitando o acionamento de medidas preventivas que possam neutralizá-los, ou minimizar seus possíveis efeitos. Assim sendo, são propostos dois gêneros principais de procedimentos para o monitoramento da ocorrência de recalques e verificação da estabilidade do aterro sanitário, a saber:

• para o monitoramento da estabilidade deverão ser instaladas, em locais previamente definidos pelo engenheiro responsável, séries de estacas (de madeira) cravadas na capa superior final do aterro, fase a fase, e alinhadas topograficamente com os marcos plani-altimétricos de referência fixos, externos ao maciço, de modo a permitir a verificação (visual) e a medição (topográfica) de eventuais deslocamentos de porções do mesmo;

• para o monitoramento dos recalques do maciço, deverão ser dispostas placas pré-moldadas de concreto em pontos notáveis da superfície acabada do aterro, fase a fase, de modo a que possam ser sistematicamente aferidos seus deslocamentos verticais, por referência aos referidos marcos fixos de referência plani-altimétrica dispostos, conforme discriminado no projeto executivo, em locais do empreendimento externos ao maciço.

Acessoriamente, deverá ser feita a aferição visual da ocorrência de trincas na camada de capeamento final do aterro, fase a fase, com o lançamento rigoroso das mesmas e de suas dimensões em plantas, em escala adequada. A freqüência destas verificações e medições deverá ser mensal. Em períodos de intensa precipitação pluviométrica poderá ser necessário reduzir o intervalo de tempo entre essas verificações sistemáticas, a critério do engenheiro responsável. 2.2.4 Monitoramento da Estação de Tratamento de Líq uidos Percolados (ETLP) A ETLP deve ser monitorada tanto para a verificação da real eficácia do sistema de tratamento proposto, quanto da qualidade de seu efluente final, que deverá atender aos padrões mínimos de lançamento estabelecidos pela legislação ambiental em vigor. Deverão ser monitorados em separado os líquidos afluentes e os efluentes da lagoa de estabilização anaeróbia, os da cascata de aeração e os da lagoa de estabilização facultativa. Haverá, por conseguinte, 4 pontos de monitoramento, a saber:

• afluente da lagoa anaeróbia ("chorume bruto"): caixa de passagem com vertedouro triangular (cpvt ), a montante da lagoa anaeróbia;

• efluente da lagoa anaeróbia: canaleta superior de distribuição da cascata de aeração;

• efluente da cascata de aeração: canaleta de distribuição inferior; • efluente da lagoa facultativa: poços de visita a jusante da mesma.

Quanto à frequência de amostragem e análise desse gênero específico de líquidos, pode-se ponderar que, a partir do estabelecimento de um padrão de qualidade do processo, após a fase inicial de deflagração ("start up") do tratamento, tanto a qualidade do afluente quanto a do efluente apresentam usualmente pequena variação.

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Assim sendo, propõe-se que, inicialmente, a frequência de amostragem e análise deva ser mensal (ao longo do primeiro ano, para amadurecimento e conhecimento do processo); e, após esse período inicial, passe a ser quadrimestral , tendo em vista a viabilidade técnica e financeira e, por conseguinte, a sustentabilidade do plano de monitoramento. Evidentemente, após a constatação de irregularidade significativa nos valores de quaisquer dos parâmetros monitorados, a frequência de monitoramento da qualidade dos líquidos percolados deverá voltar a ser mensal , iniciando um novo ciclo idêntico àquele acima proposto.

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3. DESCRIÇÃO DAS FONTES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ENERGIA ELÉTRICA DA UNIDADE O fornecimento de água de serviço para o empreendimento se dará através da instalação de uma caixa d’água metálica, tipo taça, com capacidade para 5.000 litros, em um ponto alto do terreno de modo que a distribuição de água para todas as unidades do aterro possa ser feita por gravidade. Esta caixa d’água será abastecida por caminhão-pipa numa freqüência que se mostre satisfatória para a operação do empreendimento, sendo que a água será fornecida pela concessionária de água local, no caso, pela COPASA de Divino. Esta água será utilizada para manutenção e limpeza das unidades do empreendimento, para irrigação do cinturão verde e dos jardins, para uso nas instalações sanitárias e para a redução da poeira nas vias de acesso. Com relação ao fornecimento de água potável para consumo dos funcionários, deverá ser instalado um filtro abastecido por galões de água mineral. A energia elétrica será fornecida pela concessionária distribuidora de energia local, no caso pela CEMIG, através de padrão de energia de 15 KVA a ser instalado na área do empreendimento. O sistema de comunicação externa se dará por telefonia móvel e a comunicação interna à área do empreendimento por rádio comunicador.

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4. DRENAGEM SUPERFICIAL DE ÁGUAS PLUVIAIS NA ÁREA D O EMPREENDIMENTO O sistema de drenagem superficial foi dimensionado considerando apenas o critério de microdrenagem, tendo em vista que:

• a área de contribuição tem superfície de, aproximadamente, 40 hectares, pouco maior que a da totalidade da gleba (37,3 hectares) e apenas 1,36 vezes mais extensa que parcela (“encosta Sudeste”) a ser diretamente afetada pelas instalações do aterro sanitário proposto, propriamente dito, cuja superfície total aproximada é da ordem de 29,4 hectares, dos quais cerca de 11,8ha correspondem ao perímetro do mesmo aterro;

• contém, nos seus limites, divisores de águas locais perfeitamente definidos; • a área de contribuição, a montante do empreendimento é, em sua totalidade, coberta

por lavouras permanentes de café, que tendem a inibir o escoamento superficial das águas pluviais sobre elas incidentes, em função da disposição de suas linhas de plantio, acompanhando as curvas de nível.

Esses fatos indicaram não haver a necessidade da análise de macrodrenagem da bacia como um todo. Nos muito restritos trechos em que as águas de escoamento superficial poderiam afluir naturalmente em direção à área do maciço de resíduos projetado, foi prevista a implantação de linhas periféricas de drenagem provisórias, para captação e condução disciplinada desse fluxo até locais adequados para seu lançamento e difusão natural. Essas linhas de drenagem provisória serão compostas por canaletas de secção transversal triangular assimétrica, com pequena declividade longitudinal (≤ 1,5%) e a serem diretamente escavadas no terreno natural após simples limpeza e raspagem prévia do mesmo; e que deverão ser progressivamente eliminadas, à medida da abertura, nos trechos abrangidos por elas, de novas plataformas e taludes da base do aterro sanitário. Quando se tratar de linhas de drenagem definitivas, perimetrais ou externas aos limites do maciço de resíduos projetado, serão compostas de canaletas com secção transversal triangular ou trapezoidal, adequadamente revestidas (conforme detalhes construtivos constantes da prancha no PE-15/23 do projeto executivo), cuja declividade longitudinal máxima igualmente deverá ser restrita ao limite de 1%. Esse requisito é considerado essencial para assegurar adequadas velocidades de escoamento das águas pluviais a serem drenadas pelas mesmas (inferiores a 5,5m/seg ); e poderá ser atendido através de sua execução na forma de degraus escalonados, mais próximos ou mais distanciados entre si, conforme a declividade do terreno natural a ser interceptado por elas, trecho a trecho. Em função das dimensões da secção transversal das linhas de drenagem provisória (largura nominal ≅ 90cm; profundidade máxima ≅ 30cm), as mesmas deverão ser implantadas através de escavação manual; ou por escavação mecânica com o "bico" da lâmina do trator de esteiras, ou por retroescavadeira dotada de caçamba valetadeira triangular própria, nas circunstâncias em que esses procedimentos se mostrem viáveis. No caso das canaletas de drenagem definitivas, poderá a escavação das respectivas valetas ser iniciada com o auxílio da referida retroescavadeira com caçamba valetadeira triangular (no caso das canaletas dos tipos cdap-1 e cdap-2 ); ou com caçambas convencionais (de 12”, no caso das canaletas do tipo cdap-3 ; e de até 18”, nas do tipo cdap-4 ). Entretanto, essa escavação deverá ser, necessariamente, complementada através do emprego de procedimentos e ferramentas manuais, de modo a evitar cortes excessivos,

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que resultem na necessidade de uso de fôrmas para a moldagem das canaletas, bem como de desnecessários serviços de reaterro ao longo de suas paredes externas. Em alguns dos trechos em que essas canaletas de caráter definitivo interceptam as vias internas ao empreendimento (permanentes, ou transitórias), foi prevista no projeto executivo a execução de bueiros tubulares , com diâmetro interno de 60cm (4 unidades), ou de 100cm (1 unidade). Em outros trechos, em que a transposição dessas canaletas venham a ocorrer por vias secundárias a serem utilizadas durante período de tempo relativamente restrito (acesso às plataformas superiores da base do aterro sanitário), poderá ser feito o uso de lajotas pré-moldadas em concreto armado, tais que atendam aos requisitos construtivos discriminados na especificação Es-28.997, do DNIT. A rede de drenagem superficial de águas pluviais, definitiva, a ser implantada sobre a superfície acabada do maciço artificial do aterro sanitário, será configurada ao longo das diversas fases de seu preenchimento; e será composta por dois gêneros distintos de componentes construtivos, a saber:

• canaletas (não revestidas) longitudinais, correspondentes às bermas que delimitarão os diversos taludes externos desse maciço, com largura nominal constante de 3m;

• canaletas conformadas através da superposição de elementos pré-moldados em concreto armado, a serem dispostas (transversalmente) ao longo das geratrizes dos referidos taludes externos ao maciço do aterro sanitário acabado, trecho a trecho.

As canaletas longitudinais deverão ser conformadas quando da execução da camada de capeamento final das parcelas do maciço que forem (progressivamente) atingindo os limites impostos, no projeto executivo, para seu perfil acabado, trecho a trecho. A secção transversal dessas canaletas drenantes de águas pluviais sobre o maciço do aterro sanitário será triangular assimétrica, correspondendo à inclinação (negativa) das bermas, com declividade nominal máxima de 5%, no sentido das bordas das mesmas para o talude subseqüente de montante, tal como mostrado no desenho esquemático a seguir reproduzido:

Figura 3 – Perfil das canaletas longitudinais

Seu desenvolvimento longitudinal, nos trechos delimitados pelo perímetro final do maciço e/ou pelas diversas linhas de canaletas transversais discriminadas na prancha de noPE-03/23 do projeto executivo, deverá apresentar caimentos (mínimos de 0,5% e máximos de 1,5%), a partir dos pontos intermediários de cada um desses trechos e em direção a ambos os pontos extremos dos mesmos. As canaletas transversais, em função da configuração formal dos elementos pré-moldados que as irão compor, deverão comportar-se como escadas de dissipação de energia hidráulica, promovendo o adequado escoamento das águas pluviais incidentes diretamente sobre o maciço acabado do aterro, em direção às canaletas periféricas ao mesmo.

berma drenante de superfície acabada do aterro sanitário (cobertura final)

águas pluviais

3m i ≤ 40%

i ≤ 40% 15cm

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Considerando-se a natural deformação do maciço do aterro, devida à progressiva decomposição de sua fração orgânica, ambos esses gêneros de canaletas deverão ser objeto de periódica inspeção (pela equipe topográfica de monitoramento); e recomposição , por parte da equipe incumbida da operação do empreendimento. Tendo em vista sua pequena declividade e o fato de não serem revestidas, certamente deverão mostrar-se mais críticas essas operações de monitoramento e manutenção no caso das canaletas longitudinais. E sua recomposição deverá abranger tanto sua secção transversal, através da periódica remoção dos materiais capazes de assoreá-la; quanto seu caimento longitudinal, de modo a recompor eventuais fissuras e impedir a formação de “colos” que possibilitem o acúmulo de águas pluviais (e subseqüente infiltração destas no maciço do aterro). No caso das canaletas pré-moldadas transversais, as operações de manutenção deverão ser concentradas na eventual necessidade de recomposição da camada de capeamento final do maciço subjacente às mesmas, de modo a assegurar o adequado escoamento das águas pluviais sobre elas. O projeto executivo a este documento (pranchas de nos PE-02/23, PE-03/23, PE-14/23, PE-15/23, PE-16a/23 e PE-16b/23), explicita, em planta e em detalhes, o sistema de drenagem e manejo de águas pluviais proposto para o empreendimento. 4.1 SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS O sistema de drenagem de águas pluviais concebido para o empreendimento proposto, como um todo, compor-se-á de uma rede definitiva de canaletas revestidas; e de linhas transitórias de canaletas não revestidas, a serem progressivamente abertas (corte direto sobre o terreno natural previamente submetido a raspagem superficial) ao longo da crista dos sucessivos taludes que deverão confinar, a montante, as diversas plataformas da base do aterro sanitário propriamente dito. A rede de canaletas revestidas, de caráter definitivo, deverá abranger dois segmentos distintos. O primeiro deles, a ser quase que totalmente executado durante a etapa de implantação inicial do empreendimento (entre a LI e a LO), desenvolver-se-á ao longo de uma das laterais da via interna principal de acesso às diversas unidades do mesmo, até a altura da estaca 40, prancha de nºPE-17/23. O segundo desses segmentos, por sua vez, deverá envolver, em sua configuração final, todo o perímetro do maciço projetado do aterro sanitário propriamente dito; e deverá ser implantado paulatinamente, de jusante para montante, à medida da evolução física desse maciço. Tal como explicitado nas pranchas de nosPE-14/23 e PE-15/23 do projeto executivo, que contêm as plantas parciais da base projetada do aterro sanitário, propriamente dito, nas duas primeiras etapas de sua gradual implantação a maior e mais onerosa parcela dessa rede definitiva de canaletas revestidas deverá ser também implantada já na mesma etapa de implantação inicial do empreendimento ora proposto; assim como os demais componentes principais desse sistema, tais como caixas de passagem, bueiros, escadas de dissipação de energia hidráulica e as bacias de acumulação e infiltração de águas pluviais captadas pelo mesmo. Por conseguinte, no que diz respeito especificamente ao plano de operação e implantação complementar do empreendimento, tratar-se-á simplesmente da complementação da rede permanente de canaletas de drenagem de águas pluviais (cdap ) previstas no projeto executivo, em seus trechos adjacentes às porções superiores do maciço do anteriores, a

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montante, que deverão ser implantadas de maneira progressiva, à medida da progressão do mesmo maciço nessa direção. Além dessa atividade intermitente — cuja realização deverá igualmente ser feita estritamente de conformidade com as indicações (quanto aos seus tipos e à sua posição relativa) discriminadas no projeto executivo —, abrange também o presente item a progressiva abertura de linhas provisórias de drenagem de águas pluviais, imediatamente a montante da crista dos taludes que irão delimitar, a montante, as diversas plataformas da base do aterro sanitário. Essas linhas provisórias de drenagem desempenharão papel preponderante quanto ao manejo das águas pluviais incidentes sobre a parcela da gleba a ser progressivamente ocupada pelo maciço do aterro sanitário como um todo, ao longo de muito extensos períodos de tempo. De fato, pode-se observar no projeto executivo (q.v. prancha de noPE-02/23) que diversas das plataformas superiores da base do aterro sanitário projetado terão relativamente amplas dimensões (longitudinais e transversais), fato esse que implicará em que seu paulatino preenchimento pelo maciço de resíduos deverá, seguramente, abranger diversos anos, caso a caso, em frentes de serviço mutáveis dia a dia. Nessas circunstâncias, essas frentes de operação estariam periodicamente sujeitas à ação prejudicial das águas pluviais incidentes a montante das mesmas, sobre parcelas da gleba ainda com suas feições originais, favoráveis ao escoamento franco e rápido dessas águas, por sua topografia. Assim sendo, essas linhas de canaletas provisórias deverão ser simplesmente rasgadas no solo superficial (após a simples limpeza e raspagem manual de sua faixa de abrangência), de maneira a envolverem, a montante, as parcelas já implantadas e em utilização da base do aterro sanitário. Seu desenvolvimento deverá acompanhar, em linhas gerais, a configuração longitudinal das curvas de nível nas parcelas da gleba a serem futuramente abrangidas pelo perímetro final do maciço do aterro; entretanto, deverão ser abertas com um ligeiro declive longitudinal, inferior a 1,5%, a partir do eixo médio virtual dessa linha perimetral e em direção a ambas as suas laterais. Essa limitação de sua declividade longitudinal será essencial para prevenir a ocorrência de processos erosivos em seu interior, durante os períodos de chuvas mais intensas na região (ocorrentes, usualmente, entre outubro e março). As dimensões da secção transversal típica (triangular) dessas canaletas provisórias deverão corresponder, aproximadamente, às do tipo cdap-2 da rede de canaletas definitivas (sem o revestimento de concreto simples), conforme detalhe constante do projeto executivo (q.v. prancha de noPE-15/23); entretanto, deverão ser conformadas com eixo intermediário assimétrico (mais extenso a montante e mais curto a jusante), de modo a facilitar sua abertura mecanizada, com a utilização do “bico” da lâmina do trator de esteiras. Será sempre conveniente que suas faces laterais sejam compactadas, por meio de soquetes manuais adequados, com peso nominal ≥ 15 kg. Em ambas as extremidades a jusante de cada uma dessas canaletas provisórias, junto à futura linha perimetral do maciço do aterro projetado, deverá ser aberta uma pequena cavidade (preferivelmente com o emprego da retroescavadeira), destinada a promover a infiltração natural, no subsolo, das águas de chuvas por elas captadas, de modo a prevenir a ocorrência de processos erosivos nesses pontos de descarga, e/ou a jusante dos mesmos. Tal como explicitado no projeto executivo (q.v. pranchas de nos PE-02/23 e PE-03/23), as valas para enterramento de animais mortos e resíduo s especiais (previstas em número

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de 9, com secção transversal uniforme e comprimentos variáveis, caso a caso) deverão ser implantadas — de forma gradativa, conforme efetivamente necessário — a montante do maciço projetado do aterro sanitário, propriamente dito. Por conseguinte, na parcela de cotas mais elevadas dessa porção da gleba.Entretanto, existirá ainda uma relativamente estreita faixa do terreno natural a montante desse trecho e já no âmbito da propriedade vizinha, na qual as águas pluviais incidentes poderiam parcialmente convergir para o mesmo, comprometendo a utilização adequada das referidas valas nos períodos de chuvas mais intensas. Como mecanismos de controle desse problema potencial, sugere-se a adoção de dois procedimentos distintos, mas complementares entre si, a saber:

• abertura progressiva de canaletas provisórias para drenagem de águas pluviais (de conformidade com as especificações e recomendações explicitadas no presente item) logo acima de cada trecho já efetivamente implantado de cada uma das valas sépticas previstas;

• estocagem do solo escavado para a abertura de cada um dos referidos trechos das valas sépticas (a ser progressivamente utilizado para o recobrimento dos resíduos nelas lançados, nesse caso imediatamente em seguida a cada lançamento), no formato de leiras longilíneas aproximadamente paralelas às canaletas provisórias acima sugeridas, a montante das mesmas, de maneira a configurarem mais um obstáculo para o fluxo das águas pluviais.

A implantação complementar do sistema de drenagem e manejo de águas pluviais no âmbito do empreendimento proposto abrangerá também a progressiva conformação de novos trechos de escadas de dissipação da energia hidráulica, em linhas transversais definidas sobre os taludes do maciço do aterro acabado. Essas escadas de dissipação serão constituídas por componentes pré-moldados especiais de concreto armado, cujas características construtivas acham-se detalhadas no projeto executivo (prancha no PE-03/23). Assim como discriminado com relação a todos os demais componentes do empreendimento proposto, também a conformação dessas escadas de dissipação da energia hidráulica inerente às águas pluviais incidentes sobre o maciço acabado do aterro sanitário, propriamente dito, deverá ser feita de conformidade com as indicações constantes do seu projeto executivo. 4.2 MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM E MANEJO DE Á GUAS PLUVIAIS O presente item do Plano estabelece as diretrizes básicas para a realização adequada dos procedimentos de manutenção do sistema de drenagem e manejo de águas pluviais previsto para a gleba do empreendimento, de modo a assegurar a preservação da estrutura do aterro sanitário, em particular, e do empreendimento como um todo, com resultados diretos na redução de impactos sobre o meio ambiente, tal como se segue. O período que exigirá maior freqüência de inspeção no sistema de drenagem pluvial coincidirá com as épocas de intensa pluviosidade, ocorrente de forma mais significativa, na região em que o mesmo se inserirá, entre os meses de outubro e março. Porém, a freqüência estabelecida para essas inspeções sistemáticas será mensal, independentemente do fato acima assinalado. Alguns pontos notáveis deverão, em particular, ser objeto da verificação sistemática e rigorosa da eventual necessidade de reparos, a saber:

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• bueiros de passagem sob as vias internas : deverão ser fiscalizados com especial rigor, com antecedência mínima de um mês em relação ao período usual de início das chuvas mais intensas, devendo ser observadas as condições gerais de seus elementos constituintes (encabeçamentos, manilhas, etc.), no que diz respeito às condições efetivas de drenagem, à presença eventual de corpos estranhos e à eventual ocorrência de erosões laterais. Os problemas constatados deverão ser prontamente solucionados, de modo a impedir que a drenagem de águas pluviais seja prejudicada nesses períodos críticos.

• taludes externos do aterro sanitário : na vistoria desses elementos deverão ser verificadas as condições do capeamento final do aterro, particularmente no que se refere ao eventual deslizamento localizado de sua camada de proteção superior (em gramíneas) e à eventual ocorrência de processos erosivos, ainda que restritos.

• plataformas do topo do maciço do aterro sanitário (após seu encerramento, trecho a trecho): deverão ser mantidas as condições mínimas de drenagem exigidas no projeto executivo. Para tanto, deverão ser verificadas, além das declividades dessas plataformas superiores em direção às linhas de drenagem de águas pluviais, as condições da camada de proteção do capeamento final, bem como a eventual ocorrência de bolsões capazes de acumular água, formados a partir de recalques diferenciais do maciço do aterro sanitário.

Após qualquer precipitação de forte intensidade, deverá ser cumprida a seqüência de vistorias descrita acima, independentemente da freqüência de inspeção rotineira estabelecida. Para as medidas corretivas deverão ser mobilizados, com a maior brevidade possível, as máquinas e os insumos necessários para o restabelecimento das condições originais do empreendimento, devendo-se ter o cuidado de instalar, onde e sempre que pertinente, a adequada sinalização de advertência nos locais em que estejam sendo realizados os necessários trabalhos de manutenção.

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5. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM DO PERCOLADO (CHORUME) DO ATERRO 5.1 DRENAGEM DE LÍQUIDOS PERCOLADOS O sistema de drenagem de líquidos percolados, a ser implantado sobre a camada impermeabilizante da base do aterro sanitário, será composto por drenos primários , dispostos diagonalmente em relação ao comprimento de cada uma das diversas plataformas dessa base; e drenos secundários , para os quais aqueles convergem e que, por sua vez, se desenvolverão na direção da largura das mesmas plataformas, bem como ao longo das geratrizes dos taludes internos. Os drenos secundários , em número de três , terão seus respectivos pontos de descarga em outras tantas caixas coletoras finais (Øi ≥ 80 cm), todas elas a serem implantadas junto à linha do perímetro final do maciço do aterro sanitário, em sua porção a jusante (cota altimétrica de 820m); e a partir das quais deverão ser implantadas as linhas de escoamento dos efluentes brutos do aterro sanitário propriamente dito (“chorume”) em direção à estação de tratamento de líquidos percolados (ETLP), linhas essas a serem conformadas por tubos de polietileno de alta densidade (PEAD), Øi = 20 cm, além de por caixas de passagem ou poços de visita (Øi≥ 60 cm), convenientemente dispostos. Tanto os drenos primários quanto os secundários serão conformados através do emprego de tubos drenantes em polietileno de alta densidade (tipo "KANANET", ou equivalente), com diâmetro externo (Øe) ou de 75mm, ou de 100 mm, simples ou duplos. Esses tubos serão dispostos de maneira tal que fiquem incorporados a leitos drenantes, compostos por pedra-de-mão granítica e brita grossa (no 3 e/ou 4), igualmente granítica, devendo todo esse conjunto ser envolvido por manta de poliéster não tecido (geotêxtil) com densidade superficial mínima δ≥ 300g/m2, de modo a prevenir a ocorrência de colmatação dos drenos por partículas semissólidas carreadas pelo "chorume". A planta geral da base do aterro sanitário (q.v. prancha no PE-02/23 do projeto executivo), assim como as plantas referentes às primeiras etapas de preenchimento do mesmo (pranchas nosPE-14/23 e PE-15/23) apresentam, em planta e em detalhes, o sistema de drenagem de líquidos percolados proposto para o aterro sanitário consorciado de Divino.Todas as linhas de drenos deverão — obrigatoriamente, quando ocorra a necessidade efetiva de sua implantação, caso a caso e trecho a trecho — ser implantados de conformidade com os alinhamentos indicados no projeto executivo, de maneira a que venham apresentar as declividades necessárias para o franco escoamento dos líquidos percolados através do maciço do aterro sanitário. As operações de abertura e preenchimento das valas para o lançamento das tubulações externas ao maciço do aterro para o escoamento do "chorume" em direção à ETLP deverão ser essencialmente executadas através de procedimentos mecanizados, com a utilização, respectivamente, de retroescavadeira e de “sapos mecânicos”. Em atividades específicas, tais como na execução das caixas de passagem e dos poços de visita previstos no projeto executivo, bem como na regularização do fundo das valas e no lançamento das referidas tubulações (em PEAD, Ø = 200mm), serão essencialmente utilizados procedimentos manuais.

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5.2 SISTEMA DE DRENAGEM DE LÍQUIDOS PERCOLADOS Assim como já mencionado no RCA o aterro sanitário proposto deverá ser do tipo “de superfície”, sobre plataformas escalonadas com pequena declividade (imín = 1,5%), conectadas entre si por taludes intermediários com aclive máximo na proporção de 1 (V) :2,5 (H), ou 40%. A declividade das plataformas que irão ocupar a maior parcela de sua base foi estabelecida com o objetivo de assegurar adequadas condições de escoamento para seus efluentes líquidos (através de uma malha difusa de linhas drenantes, a ser progressivamente implantada sobre sua camada impermeabilizante), sem comprometer a estabilidade estrutural do maciço de resíduos a ser conformado sobre elas. No que se refere aos taludes intermediários, o limite estabelecido para sua inclinação teve por base a possibilidade objetiva de sua impermeabilização (relativa) — tal como as referidas plataformas —por meio de uma camada de solo de matriz argilo-arenosa, de baixa permeabilidade natural e com baixos índices naturais de expansão, convenientemente conformada sob enérgica compactação mecânica e sob conveniente monitoramento geotécnico. Além disso, essa inclinação dos taludes intermediários (que irão delimitar, a montante, as diversas plataformas) deverá constituir-se numa importante referência física para a conformação das diversas células diárias de resíduos, cujas subcamadas deverão ser compactadas com essa mesma configuração, em sua secção transversal. Tendo em vista o relativamente pequeno porte do aterro sanitário ora proposto, bem como dos equipamentos mecânicos a serem principalmente utilizados em sua operação, foi o mesmo concebido de forma a que seu desenvolvimento venha a ocorrer principalmente na horizontal, sobre plataformas relativamente extensas e com restrito número de camadas. Essa concepção básica acha-se razoavelmente explicitada nas pranchas do projeto executivo de nos PE-02/23 (planta geral da base) e PE-03/23 (planta geral da cobertura final, ao final da vida útil do aterro); e, de forma bem mais evidente, nas secções (longitudinais e transversais ao maciço projetado) constantes das pranchas de nos PE-04/23 a PE-09/23 do mesmo projeto. As plataformas da base do aterro, conforme definido na planta geral da mesma (prancha noPE-02/23 do projeto executivo), serão progressivamente configuradas na forma de seis semiplanos suavemente inclinados e de largura variável, em função da conformação do terreno natural, tal como abaixo explicitado:

• plataforma 1 – entre as cotas 820 e 821; • plataforma 2 – entre as cotas 827 e 828; • plataforma 3 – entre as cotas 830,5 e 832; • plataforma 4 – entre as cotas 834 e 837; • plataforma 5 – entre as cotas 841,4 e 842; • plataforma 6 – entre as cotas 845,2 e 845,6.

O talude do concordância entre as plataformas 1 e 2 será interceptado por uma berma intermediária, com largura uniforme de 3m e que se deverá desenvolver entre as cotas nominais 824 e 824,1. O preenchimento do maciço do aterro sanitário deverá ocorrer ao longo de 8 etapas, a saber:

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• etapa1 - entre as cotas 820 (mínima da base) e 827 (topo, ao final da 1ª etapa); • etapa 2 - entre as cotas 827 e 831; • etapa 3 - entre as cotas 831 e 836; • etapa 4 - entre as cotas 836 e 839; • etapa 5 - entre as cotas 839 e 843; • etapa 6 - entre as cotas 843 e 846; • etapa 7 - entre as cotas 846 e 848; • etapa 8 - entre as cotas 848 e 852 (cota máxima do topo, ao final da vida útil prevista

do aterro). Todos esses elementos constituintes da base (plataformas, taludes de concordância e berma intermediária) serão conformados exclusivamente a partir de operações de corte mecânico no terreno natural. Dessas progressivas escavações resultarão os materiais (solos) a serem utilizados na execução da camada impermeabilizante dos mesmos; no recobrimento das células diárias de resíduos compactados; e no capeamento final da superfície acabada do aterro sanitário, trecho a trecho. Com relação a esse último aspecto, de fundamental importância do ponto de vista ambiental, convém salientar que apenas excepcionalmente e em pontos localizados as escavações a serem feitas nessa parcela da gleba, para a progressiva implantação das diversas plataformas da base do aterro, irão ultrapassar o horizonte de 5m abaixo da superfície do terreno natural. Essa afirmativa pode ser facilmente constatada nas secções apresentadas nas pranchas PE-04/23a PE-09/23 do projeto executivo. A configuração proposta para a base do aterro irá transformar toda ela numa estrutura drenante , dotada de diversas linhas coletoras, dispostas convenientemente sobre sua camada impermeabilizante; e convergentes para três caixas coletoras, dispostas ao longo de seu perímetro a jusante, a partir das quais os efluentes líquidos coletados serão encaminhados, por gravidade, ao respectivo sistema de tratamento, através de tubulações (em PEAD / polietileno de alta densidade), caixas de passagem e poços de visita adequadamente localizados, tal como definido no projeto executivo constante do Anexo II a este documento. Portanto, o conjunto dos componentes físicos a serem instalados de forma difusa e progressiva sobre a camada impermeabilizante da base do aterro sanitário, durante as diversas fases de sua implantação, com a função de captar e permitir o fluxo ordenado dos efluentes líquidos do mesmo em direção a caixas coletoras dispostas em locais definidos junto a seu perímetro, a jusante; e, a partir desses pontos, em direção à ETLP. Os efluentes líquidos dos aterros sanitários são constituídos a partir de duas fontes principais, a saber:

• o “chorume” propriamente dito, resultado da liberação da “água de constituição” de sua fração orgânica, durante o processo de sua decomposição bioquímica no interior do aterro; e

• a parcela das águas pluviais incidentes sobre o aterro (e a montante do mesmo, se não captadas pelo sistema de drenagem próprio) que infiltra no maciço e percola através do mesmo.

Portanto, quanto maior for a fração orgânica dos resíduos aterrados; e quanto menos eficientes forem a compactação do maciço do aterro sanitário (de modo a reduzir ao mínimo possível sua natural porosidade), a conformação do capeamento superior das células do aterro e seu sistema de captação e drenagem de águas pluviais, maior será o volume dos efluentes líquidos do mesmo a drenar e tratar.

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No tocante às águas pluviais percoladas através do maciço, cumpre acrescentar que quanto mais diluído por estas se apresentar o “chorume” propriamente dito, mais complexos e menos eficazes serão os procedimentos necessários a seu indispensável tratamento, antes que o efluente final do sistema possa ser lançado no ambiente. Por outro lado, a eficácia do sistema de drenagem desses efluentes líquidos acha-se diretamente vinculada à difusão de seus componentes no maciço do aterro sanitário, de modo a inibir o fenômeno de sua retenção e ascensão capilar nos interstícios dos resíduos aterrados. Disso resulta a importância do papel (secundário) desempenhado pelos drenos verticais de gases (dvg ), como caminhos preferenciais de escoamento desses líquidos, em contrafluxo (no sentido de cima para baixo), em direção à rede de captação e drenagem dos mesmos, disposta sobre a base do aterro. Esse papel “secundário” dos drenos verticais de gases reforça o interesse em que os mesmos sejam conformados a relativamente pequena distância uns dos outros; e, prioritariamente, coincidindo, em suas respectivas bases, com as diversas linhas de drenos de líquidos percolados (dlp ), tal como evidenciado na planta geral da base (q.v. prancha de noPE-02/23) constante do projeto executivo. No caso específico de que se trata, toda a superfície impermeabilizada das plataformas da base do aterro sanitário foi concebida como elemento ativo do sistema de drenagem, através de sua conformação como um conjunto de superfícies inclinadas, com declividades variáveis entre o mínimo de 1,5% (plataformas) e o máximo de 40% (taludes internos). Os drenos se desenvolverão ou ao longo das diversas plataformas, ou das linhas diretrizes dos taludes que interligam essas plataformas, em seus diversos trechos; e deverão ser construídos com o emprego de tubos drenantes em PEAD (∅e = 75mm, ou 100mm), simples ou duplos, conforme explicitado na prancha noPE-02/23 do projeto executivo (tipos dlp-75, dlp-100, dlp-2/75, ou dlp-2/100). Esses tubos deverão ser envoltos em pedra-de-mão (40%) e brita grossa (nos 3 e/ou 4, 60%); e em uma manta geotêxtil (poliéster não tecido, δ≥ 300g/m2), de modo a inibir a progressiva colmatação desses meios drenantes, conforme igualmente detalhado no projeto executivo (na mesma prancha no PE-02/23). As diversas linhas de drenos confluirão para três caixas coletoras (∅i ≥ 80cm, profundidade = 80cm), dispostas em pontos estrategicamente situados junto ao perímetro do maciço do aterro sanitário, a jusante (cota altimétrica de referência 820) da plataforma no 1 de sua base; e diretamente conectadas, através de tubulação adequada (em PEAD, ∅ 200mm), de caixas de passagem e de poços de visita intermediários, à caixa de passagem com vertedouro triangular (cpvt ), a ser implantada imediatamente a montante da lagoa de estabilização anaeróbia integrante da ETLP.. Para a implantação do sistema de drenagem dos efluentes líquidos do aterro sanitário, além dos recursos necessários à implantação da camada impermeabilizante e drenante da base do mesmo, já discriminados, haverá a necessidade de emprego dos recursos humanos, dos equipamentos e dos insumos a seguir relacionados:

• retroescavadeira, modelo Massey Fergusson MF-86 ou equivalente, na abertura de valas para o lançamento de tubulações enterradas; e para o carregamento, nos veículos de transporte, da brita e das pedras-de-mão a serem utilizadas na confecção dos drenos;

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• caminhão basculante, com capacidade volumétrica da caçamba ≥ 5m³, no transporte de materiais para execução dos drenos, caixas coletoras, caixas de passagem e poços de visita;

• tubos drenantes nervurados e difusamente perfurados, em polietileno de alta densidade (tipo KANANET ou equivalente, ∅e = 75mm, ou 100mm);

• brita granítica nos 3 e/ou 4; • pedra-de-mão granítica; • manta geotêxtil com densidade superficial ≥ 300g/m2, para envolvimento periférico

das linhas de drenos; • mão-de-obra especializada (pedreiros, armadores, etc.), semiespecializada (“meios

oficiais” e ajudantes) e não especializada (serventes de obra), contratada no regime de empreitada especificamente para execução dos serviços e obras de construção e instalação dos poços de visita e caixas de passagem, assim como para o lançamento das tubulações hidráulicas do sistema e reaterro das valas correspondentes às mesmas.

A implantação desse sistema será feita de forma progressiva (de montante para jusante, no âmbito de cada plataforma e dos taludes que a confinam), à medida do avanço na configuração formal do maciço do aterro sanitário projetado; e estritamente de conformidade com as indicações (quanto à posição relativa de cada componente e às suas respectivas características construtivas, caso a caso) constantes do projeto executivo.

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6. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE PERCOLADO (CHORUME) E DOS EFLUENTES LÍQUIDOS DAS INSTALAÇÕES DE APOIO 6.1 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE LÍQUIDOS PERCOLADOS (E TLP) Compor-se-á a estação de tratamento dos líquidos percolados através do maciço do aterro sanitário (“chorume”) de uma lagoa de estabilização anaeróbia, acoplada em série com uma lagoa de estabilização facultativa, conforme projeto específico e detalhes construtivos constantes do projeto executivo (q.v. pranchas nosPE-02/23, PE-10/23, PE-11/23, PE-12/23 e PE-13/23). Conforme se poderá observar nesses desenhos técnicos, os efluentes da lagoa de estabilização anaeróbia deverão ser lançados em uma relativamente ampla cascata de aeração, destinada a contribuir ativamente no processo de estabilização desses efluentes, embora não tenha sido levada em consideração nos cálculos feitos para dimensionamento das referidas lagoas de estabilização. A decisão de não se computar o efeito certamente positivo desse componente no desempenho global da ETLP proposta deve-se à inexistência de dados concretos sobre seu desempenho específico na redução da carga orgânica dos líquidos afluentes à lagoa facultativa. Entretanto, deverá esse componente específico atuar como um poderoso fator de segurança, a incrementar ainda mais a qualidade final dos efluentes tratados na mesma ETLP. Esses efluentes finais tratados serão lançados, através de tubulações e caixas de passagem apropriadas, em seu corpo receptor, nos limites a jusante da própria gleba na qual se propõe a implantação do aterro sanitário de que se trata (riacho afluente do Ribeirão Bom Jesus). Todos os dispositivos de entrada, intercomunicação, controle e saída dos diversos componentes físicos da ETLP deverão ser estritamente executados de conformidade com os detalhes e especificações constantes deste documento e do projeto executivo. Todo o sistema foi projetado tendo como base o escoamento livre por gravidade, não havendo, portanto, necessidade de dispositivos de recalque, nem de fontes adicionais de energia para sua operação. O controle de vazão afluente será realizado por meio de um vertedouro triangular, a ser instalado na caixa de passagem imediatamente a montante da lagoa anaeróbia (cpvt ). Esta deverá ser dotada, ainda, de comportas (“stop-logs”) em chapas de poliéster reforçado com fibra de vidro (PRFV) e dos demais acessórios necessários para o adequado controle do fluxo dos efluentes líquidos do aterro sanitário a serem tratados, conforme discriminado e especificado no projeto executivo (q.v. pranchas nos PE-10/23 e PE-11/23). Todas as tubulações a serem utilizadas no sistema serão em polietileno de alta densidade (PEAD), fabricação AFLON ou equivalente, exceto no que diz respeito à tubulação de derivação ("by pass"), no entorno das lagoas de estabilização, que deverá ser em PVC, "linha ocre". Tanto o fundo como os taludes laterais (i = 1 : 1) da lagoa de estabilização facultativa deverão ser impermeabilizados com o emprego de mantas de polietileno de alta densidade (PEAD), de espessura adequada (e ≥≥≥≥ 1,5 mm ), adequadamente ancoradas às bordas das mesmas, conforme os detalhes constantes da prancha de noPE-13/23 do projeto executivo; e soldadas (entre si e com as tubulações que as perfuram) de conformidade com as recomendações e procedimentos técnicos determinados por seu fabricante.

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Anteriormente à aplicação das mantas impermeabilizantes, tanto o fundo quanto os taludes laterais da lagoa facultativa deverão ser convenientemente compactados, com o auxílio de "sapos mecânicos" (e/ou de rolo compactador vibratório de pequeno porte, nos trechos de sua base inferior em que esse procedimento se mostrar viável); e regularizados, de maneira a configurar uma base adequadamente compacta e uniforme para as referidas mantas. Conforme já anteriormente mencionado neste documento, a lagoa de estabilização anaeróbia terá, nesse caso específico, formato cilíndrico; e será estruturada por meio de uma parede de contenção periférica, a ser construída com o emprego de blocos estruturais de concreto para alvenaria, sobre um contrapiso inferior em concreto simples. Não obstante essa configuração formal e construtiva diferenciada, também ela deverá ser impermeabilizada por meio do mesmo tipo de manta em PEAD, de idênticas características intrínsecas e a ser aplicada conforme os mesmos procedimentos acima discriminados com relação à lagoa facultativa. Especiais cuidados deverão ser empregados nos pontos em que essas mantas impermeabilizantes devam ser atravessadas por tubulações, situações essas em que será necessário "soldar" rigorosamente entre si ambos esses elementos construtivos, de modo a impedir a ocorrência de vazamentos; e nos dispositivos de "ancoragem" das extremidades externas das mesmas mantas, ao longo das bordas superiores das lagoas. As plataformas e os taludes externos às lagoas de estabilização, resultantes de operações de corte ou de aterro mecânico, deverão ser adequadamente gramados, de modo a facilitar sua manutenção, prevenir a ocorrência de erosões e permitir a integração paisagística desses componentes do empreendimento com o ambiente do seu entorno. O sistema de tratamento dos efluentes líquidos do aterro sanitário por meio de lagoas de estabilização (anaeróbia e facultativa, em série) foi escolhido em função das seguintes vantagens:

• construção, operação e manutenção relativamente simples; • custos de implantação e operação relativamente reduzidos; • dispensa do uso de equipamentos mecânicos; • dispensa do emprego de recursos energéticos de fontes externas; • adequado grau de eficiência na remoção da carga orgânica (DBO5); • adequado grau de eficiência na remoção de contaminantes patogênicos; • remoção periódica de lodo necessária apenas a intervalos superiores a 10 anos; • relativamente pequena área para a implantação do conjunto (0,2ha).

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7. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM E REMOÇÃO DE GASES (BIOGÁS) 7.1 SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE GASES Consiste no conjunto dos elementos físicos que propiciam a adequada captação e o direcionamento disciplinado dos efluentes gasosos do aterro sanitário para os dispositivos móveis que configuram seu sistema de tratamento (queima controlada). O complexo gasoso gerado nos aterros sanitários tem por origem — tal como o “chorume” propriamente dito — o processo bioquímico de decomposição da parcela orgânica dos resíduos nele dispostos. Dadas as características de composição qualitativa dos resíduos sólidos urbanos gerados em nosso País, em geral, e nos 4 Municípios beneficiários do aterro sanitário ora proposto, em particular, com elevado percentual de materiais orgânicos instáveis, facilmente biodegradáveis (no caso, da ordem de 47% do total) é muito expressiva a geração de “biogás”; e muito duradoura a fase de atividade bioquímica dos depósitos de RSU de quaisquer tipos, durante a qual a geração de gases prossegue, mesmo que a vida útil daquelas instalações se tenha esgotado há já muitos anos. O metano, principal componente desse complexo gasoso, é facilmente inflamável e, sob condições especiais, explosivo. É, portanto, imprescindível que o sistema de drenagem e tratamento desses gases seja efetivamente eficaz; e permaneça em condições adequadas de operação, sob monitoramento sistemático, durante um lapso de tempo muito grande, de pelo menos uma década após seu encerramento, de modo a impedir (ou minimizar) os efeitos ambientais e de risco à segurança derivados da possibilidade de migração desordenada desses gases, “in natura”, para a atmosfera. Constituir-se-á o sistema de drenagem e tratamento de gases a ser implantado no aterro sanitário consorciado de Divino de dois tipos principais de componentes, a saber :

• uma rede difusa de drenos verticais de gases (dvg ), a serem conformados progressivamente, à medida do preenchimento das diversas camadas constitutivas do aterro, desde sua base até o topo, em cada circunstância; e, no caso, todos eles coincidentes, na base do aterro, com as diversas linhas de drenos de líquidos percolados (dlp );

• queimadores especiais, removíveis, a serem instalados na extremidade superior dos referidos drenos verticais; e em número idêntico ao destes, sendo progressivamente deslocados para cima, à medida do preenchimento das diversas camadas de que se comporá o maciço do aterro sanitário, ao longo de sua vida útil efetiva.

Os drenos verticais de gases desempenharão o papel secundário de componente acessório do sistema de drenagem de efluentes líquidos do aterro. De fato, constituir-se-ão em caminhos preferenciais para o escoamento do “chorume” (em contrafluxo, por referência ao sentido preponderante de escoamento dos gases), em direção às linhas drenantes da base, sobre as quais a totalidade desses drenos verticais deverá ser conformada, conforme se observa na prancha de no PE-02/23 do projeto executivo. Além dos recursos necessários à implantação da camada impermeabilizante e drenante da base do mesmo, já discriminados, para a implantação do sistema de drenagem e tratamento de gases do aterro sanitário consorciado de Divino haverá a necessidade de emprego dos recursos humanos, dos equipamentos e dos insumos a seguir relacionados:

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• retroescavadeira, modelo MF-86 ou equivalente, no carregamento dos materiais necessários à conformação dos drenos verticais (pneus usados e pedras-de-mão);

• caminhão basculante, com capacidade volumétrica da caçamba ≥ 5m³, no transporte desses materiais até as proximidades da frente de serviço, em cada circunstância;

• pedras-de-mão, preferencialmente graníticas; • pneus imprestáveis de automóveis, a serem empregados na conformação da

envoltória dos drenos verticais; • sarrafos de podas de árvores, a serem utilizados (dois a dois) como espaçadores

dos pneus, com ∅≥ 3,5cm e comprimento ≥ 70cm; • queimadores especiais de gases (conforme detalhes constantes do projeto executivo

→ q.v. prancha no PE-14/23). A localização dos drenos verticais deverá obedecer, com o devido rigor, a distribuição de sua malha constante dos desenhos técnicos específicos do projeto executivo. Sua conformação física poderá ser feita de acordo com a alternativa construtiva detalhada no mesmo projeto; ou de conformidade com outras orientações explícitas da fiscalização do empreendedor, desde que esta se responsabilize pela eficácia de seu funcionamento. O preenchimento da envoltória com o elemento drenante (pedras-de-mão) deverá prosseguir, paulatinamente, até atingir o topo da última camada do aterro sanitário em sua prumada, caso a caso, incluindo o capeamento final (exceto os 10cm finais dessa camada). No topo de cada um desses drenos verticais, correspondendo à cota superior de cada camada do aterro sanitário durante seu progressivo preenchimento, fase a fase, deverá ser simplesmente disposto um dos queimadores de gases detalhados no projeto executivo 1, sobre o último dos pneus até então acrescentado a cada "pilha" e preenchido de pedras-de-mão. Isto feito, deverá ser lançada terra sobre a chapa de ferro que constitui a base do referido queimador, terra essa a ser manualmente adensada, de maneira a induzir a saída preferencial dos gases pelo tubo do mesmo, em cuja extremidade deverão ser sistematicamente queimados. Não obstante o cilindro protetor que envolve a extremidade superior do tubo, a chama pode apagar-se com relativa freqüência, pela ação dos ventos. Por conseguinte, um dos auxiliares de serviços gerais deverá ser incumbido de passar periodicamente por todos eles, de modo a conferir se se mantêm acesos (com auxílio de um pedaço de papel usado, por exemplo, já que a chama é quase sempre invisível, durante o dia); e de, quando necessário, voltar a atear-lhes fogo, com o emprego de um acendedor de haste longa adequado.

1O número de queimadores de gases a ser utilizado no aterro sanitário consorciado de Divino deverá chegar ao total geral de67, em tese a serem instala dos, gradualmente, a partir do 7º ano de operação efetiva do mesmo.

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8. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO 8.1 ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE TERRAPLENAGEM – ATERR OS 8.1.1 Objetivo A presente especificação tem por finalidade estabelecer as condições técnicas de acordo com as quais, juntamente com os desenhos técnicos integrantes do projeto executivo e as instruções de campo da fiscalização do empreendedor, deverão ser executados os serviços de aterro em solo compactado previstos no âmbito do empreendimento. 8.1.2 Generalidades Para efeito desta especificação, entende-se por áreas de aterro os segmentos dos diversos componentes do projeto executivo cuja implantação requeira a disposição, o destorroamento, o espalhamento regular, a correção do teor de umidade e a adequada compactação de solos provenientes de cortes realizados na própria área do empreendimento. Essas operações — a serem realizadas sempre sob rigoroso monitoramento e controle geotécnico e topográfico — referem-se, particularmente, à execução da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário, propriamente dito; e de trechos das vias de acesso internas ao empreendimento, tendo-se como referência essencial os limites definidos nas plantas e secções constantes do projeto executivo (“off sets”). As operações de aterro compreenderão:

• a descarga dos materiais a serem utilizados na conformação do aterro, junto à parcela a ser aterrada;

• seu necessário destorroamento e espalhamento regular sobre a superfície a ser aterrada, em subcamadas delgadas (e ≤ 20cm de solo solto, nas áreas mais sensivelmente horizontais; e e ≤ 15cm, no caso específico da conformação da camada impermeabilizante sobre os taludes internos à base do aterro sanitário, propriamente dito);

• a correção do teor de umidade do material (através de seu conveniente umedecimento, ou aeração);

• a adequada compactação dos materiais, preferivelmente com o emprego de rolo compactador vibratório (tipo "pé de carneiro") de conveniente peso operacional, de conformidade com as orientações da equipe de monitoramento geotécnico; e

• a regularização e o acabamento final das superfícies expostas. No caso específico das operações de aterro para a conformação da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário propriamente dito (abrangendo as plataformas e os taludes que as delimitam), incluir-se-á obrigatoriamente , entre as mesmas, a execução da camada de proteção dessas superfícies contra a ação do intemperismo, nos termos anteriormente discriminados neste documento. 8.1.3 Materiais Os materiais a serem utilizados na execução de aterros serão, em sua totalidade, provenientes das escavações realizadas no âmbito do próprio empreendimento.

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Conforme os estudos geotécnicos preliminares realizados com amostras dos solos sub-superficiais encontrados na gleba do empreendimento — até o horizonte de 4m abaixo da superfície em cada ponto de sondagem — a totalidade desses solos foi considerada perfeitamente adequada para a execução de aterros, conforme as normas pertinentes do DNIT (ES 282/97). De fato, tal como discriminado RCA, foram apurados valores do índice de suporte Califórnia muito mais elevados que a referência mínima estabelecida naquela especificação (ISC > 2%), a saber, variando entre o mínimo de 7,8% e o máximo de 13,4%; e índices de expansão muito inferiores ao valor máximo considerado admissível pela referida especificação técnica (EXP < 4%), todos eles inferiores a 1,7% (valor máximo apurado nos ensaios realizados) e, em sua maioria, inferiores a 0,37%. No que se refere especificamente às operações de aterro compactado concernentes à conformação da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário propriamente dito (plataformas e taludes internos ao perímetro do mesmo), deverão ser necessariamente adotados, em sua execução, todos os procedimentos necessários para que a mesma corresponda aos requisitos técnicos estabelecidos na presente especificação, a saber:

• espessura nominal acabada uniforme, de 60cm; • índice de permeabilidade vertical k ≤ 1 x 10-6 cm/seg [valor de referência sugerido

pela norma técnica NBR-13.896/97, da ABNT 2 ]. Para a conformação dessa camada impermeabilizante, deverão ser utilizados os estratos de solos, resultantes das operações prévias de corte, com melhores características quanto à sua baixa permeabilidade natural. Tal como evidenciado pelos resultados dos ensaios de permeabilidade preliminares, discriminados no quadro 3 , excelentes resultados — desse ponto de vista — foram obtidos com as misturas de amostras extraídas dos furos sg-04 e sg-05, bem como daquelas correspondentes aos furos entre sg-07 e sg-22, moldadas em corpos de prova sob as condições tanto do ensaio de Proctor modificado (55 golpes), como intermediário (26 golpes). Esses resultados são particularmente auspiciosos pelo fato de corresponderem (estatisticamente) essas amostras aos solos existentes em toda a parcela da gleba abrangida pelo perímetro do maciço de resíduos projetado e por seu entorno imediato, no horizonte entre 0,4m e 4m abaixo da superfície, que irão coincidir com a maioria absoluta dos cortes a serem feitos para a progressiva implantação da base projetada do aterro; e, por conseguinte, com os materiais a serem utilizados na conformação da camada impermeabilizante da mesma base. O quadro 3 , adiante reproduzido (extrato das 3 últimas linhas do quadro 3), demonstra que a permeabilidade desses corpos de prova oscilou entre o mínimo de 3,46 x 10-7 cm/seg , correspondente àqueles moldados sob as condições do ensaio de Proctor modificado; e o máximo de 5,7 x 10-7 cm/seg , relativo àqueles moldados sob as condições do ensaio de Proctor intermediário . Quadro 3 - Índice de permeabilidade das misturas do s solos ocorrentes na parcela da gleba a ser utilizada para a implantação do maciço do aterr o sanitário

2“Critérios para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos não perigosos”

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Em ambos os casos, esses valores superam significativamente o índice de permeabilidade adotado nas presentes especificações (1 x 10-6 cm/seg ). O teor de umidade considerado ótimo (H ótima) para a moldagem desses corpos de prova foi, também em ambos os casos, de 27,1%; e sua densidade aparente máxima, no estado seco, variável entre 1,574 (com 55 golpes) e 1,504g/dm 3 (com 26 golpes). Essas grandezas deverão constituir-se nas referências básicas a serem utilizadas, pela equipe de monitoramento geotécnico da progressiva execução da referida camada impermeabilizante, para a definição dos procedimentos de terraplenagem a serem efetivamente utilizados durante a realização dessas obras específicas. Todos os cuidados plausíveis deverão ser tomados para que os solos a serem utilizados na conformação dessa camada impermeabilizante estejam isentos de matéria orgânica e/ou de sedimentos micáceos. Os furos de sondagem à percussão SPT-01 (exterior ao perímetro do aterro sanitário proposto, propriamente dito) e SPT-02 (coincidente, quanto à sua localização, com o furo sg-12) revelaram a ocorrência de materiais micáceos no subsolo da gleba. Entretanto, essas ocorrências foram constatadas a relativamente grande profundidade, abaixo de 10m e, por conseguinte, em horizontes que não serão atingidos pelas operações de corte.Não obstante, chamam a atenção para a possibilidade de que materiais dessa natureza venham a ser encontrados também nos horizontes menos profundos, justificando a ressalva acima discriminada, pelo fato de que esses sedimentos poderão comprometer, de maneira muito significativa, a necessariamente baixa permeabilidade da referida camada. 8.1.4 Equipamentos A execução dos aterros deverá prever a utilização racional de equipamentos apropriados, atendidas as condições técnicas locais para a execução dos serviços e a produtividade requerida pela fiscalização do empreendedor. Deverão ser empregados, nas operações de aterro, trator sobre esteiras com lâmina frontal (preferencialmente, com peso operacional ≥ 15 t); escavo-carregadeira; caminhões basculantes; caminhão-pipa; motoniveladora; rolo compactador (tipo “pé-de-carneiro”, estáticos ou vibratórios); trator de pneus (“jerico”) equipado com grades rotativas; e, em casos específicos (particularmente no reaterro de valas, após o adequado lançamento de tubulações enterradas), placas vibratórias de acionamento manual (“sapos mecânicos”). A quantificação dos equipamentos a serem empregados dependerá do ritmo a ser adotado na execução das obras, a ser definido pela fiscalização do empreendedor e dependente da disponibilidade de recursos do mesmo. As características técnicas dos equipamentos de compactação a serem utilizados deverão ser definidas pela equipe de controle geotécnico, caso a caso, tendo em vista a natureza e os requisitos de adensamento inerentes a cada serviço de aterro específico.

H ótima D. SECAPERMEABILIDADEGOLPES FURO REGISTRO PROFUNDIDADE

LABORATÓRIO

55 MIST. 6319 - 27,1 1,574 3,46 X 10-7

26 MIST. 6319A - 27,1 1,509 5,70 X 10-7

12 MIST. 6319B - 27,1 1,414 4,75 X 10-6

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8.1.5 Execução dos serviços A execução de aterros em geral e, em particular, da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário propriamente dito, subordinar-se-á aos elementos técnicos constantes destas especificações e do projeto executivo, bem como àqueles a serem fornecidos pela fiscalização do empreendedor. Deverão, além disso, atender as normas técnicas do DNIT e da ABNT concernentes a esse tipo específico de serviço de terraplenagem. A execução de aterros será — obrigatoriamente — precedida das operações de limpeza, destoca e remoção, por raspagem mecânica, dos substratos do solo sub-superficial que contenham resíduos vegetais. Os materiais a serem utilizados na conformação de aterros deverão ser adequadamente umedecidos (ou secados, por revolvimento), anteriormente à compactação de cada subcamada. A variação de seu teor de umidade não poderá ultrapassar de ± 2% (dois por cento, para mais ou para menos) o teor médio especificado para a construção de aterros em geral, tendo em vista os solos disponíveis no local. No caso específico da execução da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário (plataformas e taludes internos ao futuro maciço de resíduos), a faixa de tolerância de variação da umidade do material ao ser compactado será de - 0,5 % a + 2,0 % da umidade ótima 3 dos solos (ou misturas de solos) a serem empregados(as), caso a caso. O adensamento de toda e qualquer subcamada de aterro só será realizado após prévia autorização da fiscalização do empreendedor e/ou do responsável pela empresa incumbida do monitoramento e controle geotécnico dessa atividade. O lançamento e espalhamento do solo, nas áreas de aterros, serão feitos em subcamadas longitudinais, de tal forma que a espessura da subcamada do material, no estado solto, não seja superior, em qualquer ponto, a 20 cm. Em áreas restritas, em que se deva processar a compactação por equipamentos ou ferramentas de acionamento manual, a espessura da subcamada de material solto não deverá exceder a 10 cm. Não serão permitidos caminhos preferenciais de circulação de veículos e/ou equipamentos nas áreas em que esteja sendo feita a execução de aterros, devendo-se deslocar sistematicamente as pistas de tráfego, de modo a impedir a ocorrência do fenômeno de laminação, derivado da compactação irregular promovida pelos pneus dos mesmos. As sucessivas passadas do rolo compactador deverão ser feitas de modo a que ocorra sempre uma superposição mínima de 20cm entre as superfícies cobertas pelas passadas adjacentes às mesmas, trecho a trecho. O lançamento de qualquer subcamada de aterro apenas poderá ser iniciado após a liberação, pela fiscalização, da subcamada subjacente. Os serviços de compactação deverão ser realizados de maneira sistemática, ordenada e — tanto quanto seja possível, na prática — contínua. Os materiais, lançados e espalhados na espessura conveniente, serão imediatamente adensados, com o emprego de rolos compactadores aprovados pela fiscalização. Após cada interrupção imprescindível da atividade de compactação (particularmente, durante a execução da camada

3 No caso específico dos solos locais, analisados nos estudos geotécnicos preliminares do futuro aterro sanitário consorciado de Divino, deverá ser considerado como referência básica o teor de umidad e ótima obtido no ensaio de Proctor modificado .

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impermeabilizante da base do aterro sanitário propriamente dito), todos os cuidados deverão ser tomados no sentido de se assegurar a preservação da continuidade estrutural entre os trechos anteriormente executados e aqueles a serem conformados imediatamente a seguir. Essas operações deverão ser executadas estritamente de conformidade com os procedimentos a serem definidos pela equipe de monitoramento geotécnico, caso a caso. Para efeito desta especificação, entende-se como grau de compactação a razão entre a massa específica aparente seca, medida no campo, e a massa específica aparente seca máxima obtida em laboratório com corpos de prova moldados com o mesmo tipo de material, sob as condições do ensaio de Proctor (normal, ou intermediário, ou modificado, conforme o caso). O grau de compactação mínimo requerido para os aterros em geral será de 97% do ensaio de Proctor normal , devendo a média mínima ser de 98% dessa referência. No caso específico da camada impermeabilizante dos diversos componentes da base do aterro sanitário, o grau de compactação mínimo admissível será equivalente a 100% da energia de adensamento do ensaio de Proctor modificado (ou intermediário, conforme o caso). A uniformidade do serviço será aferida pelo desvio padrão, verificado em amostras adequadamente recolhidas no local das obras, desvio padrão esse que não deverá ser superior a 2%. Toda subcamada que ficar exposta durante tempo suficiente para que ocorra seu ressecamento (ou umedecimento) superficial fora dos limites especificados terá sua umidade corrigida, previamente ao lançamento da camada seguinte, cabendo à fiscalização do Município determinar, em cada caso e com base nas recomendações da equipe de monitoramento geotécnico, a forma de correção da umidade mais adequada a ser empregada. Caso a superfície compactada de qualquer subcamada for julgada, pela fiscalização do empreendedor, como excessivamente lisa ou dura, quer como resultado da compactação propriamente dita quer do tráfego indevido de veículos e/ou equipamentos, de maneira tal que comprometa sua ligação adequada com a subcamada posterior, deverá a mesma ser escarificada, através do emprego de grade rotativa, ou por outro método aprovado pela mesma fiscalização. Caso necessário, deverá ter a sua umidade corrigida, antes que os materiais que irão constituir a subcamada seguinte sejam lançados e distribuídos sobre aquela. A conformação do fundo e das paredes laterais das lagoas de estabilização (anaeróbia e facultativa) deverá ser executada de conformidade com os desenhos técnicos do projeto executivo; e, no caso específico da lagoa facultativa, de modo a constituir-se em base de suporte adequada para a superposição direta da manta impermeabilizante em polietileno de alta densidade (PEAD). Neste caso específico, após a adequada compactação primária das superfícies da base inferior (horizontal) e dos taludes laterais (inclinados de 45º em relação à referida base), deverão ser removidos eventuais excessos de material (particularmente materiais rochosos pontiagudos, capazes de danificar a manta impermeabilizante); e eliminar eventuais “brocas”, ou depressões localizadas, decorrentes de parcelas conformadas com materiais inadequados, ou inadequadamente compactados. Em seguida, todas as superfícies deverão ser superficialmente regularizadas, com o emprego de compactadores mecânicos de placas adequados, tracionados manualmente (“sapos mecânicos”), preferencialmente acionados a ar comprimido.Em situações peculiares que o exijam — em particular, sobre as superfícies dos taludes laterais —, poderá ser

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admitido o emprego de soquetes manuais, com peso e forma adequados, a critério da fiscalização do empreendedor. No caso específico do aterro sanitário consorciado de Divino, a lagoa de estabilização anaeróbia terá formato cilíndrico, com diâmetro da escavação de 4,60m e profundidade total de 4,45m. No fundo dessa escavação será moldada uma laje de contrapiso, em concreto simples (Fck=15 MPa); e, sobre as bordas perimetrais desta, construída uma parede de contenção da escavação, em blocos de concreto estruturais 20 x 20 x 40cm. No interior dessas superfícies (contrapiso e parede de contenção) é que será oportunamente lançada a manta impermeabilizante, em PEAD # 1,5mm (que, no caso da lagoa facultativa, será lançada diretamente sobre as superfícies da escavação, prévia e adequadamente preparadas para isto). As especificações para a execução dos acima mencionados componentes construtivos da lagoa anaeróbia constam das “planilhas auxiliares para composição unitária dos itens de custos referentes à implantação inicial do aterro sanitário”. No que se refere objetivamente ao escopo destas especificações, anteriormente à moldagem da laje inferior de contrapiso, a superfície da base da escavação deverá ser adequadamente compactada — igualmente com o emprego de “sapos mecânicos”, ou, alternativamente, de soquetes manuais adequados — e regularizada, com a remoção de eventuais saliências e/ou depressões localizadas significativas. A superfície acabada da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário, uma vez concluída (trecho a trecho), deverá ser mantida permanentemente úmida enquanto permanecer exposta, ou seja, enquanto não vier a ser efetivamente utilizada para a disposição de lixo. Para tanto, deverá ser distribuída sobre a mesma uma camada relativamente espessa (e ≥ 30cm) de solo solto, e/ou de entulhos de construção, camada essa a ser mantida permanentemente úmida e que deverá ser progressivamente removida, à medida do avanço da frente de operação do aterro sanitário. Trincas ou fissuras superficiais de quaisquer dimensões, decorrentes do efeito de contração por secagem, ou de eventuais falhas em sua execução, deverão ser imediatamente recompostas assim que observadas, conforme os procedimentos discriminados pela fiscalização do empreendedor e/ou pela equipe de monitoramento geotécnico, de maneira a não comprometer a taxa máxima admissível de permeabilidade definida nestas especificações. 8.1.6 Controle O controle dos aterros será efetuado tanto sobre os materiais lançados e compactados, por subcamadas (controle tecnológico, ou geotécnico), quanto sobre o produto final da construção (controle geométrico, ou topográfico). O controle geométrico, ou topográfico, será efetuado após a completa execução dos aterros em geral, bem como de cada trecho da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário, compreendendo a relocação e o nivelamento (dos eixos e dos bordos, caso a caso), sendo admitidas as seguintes tolerâncias:

a) ± 5% (cinco por cento, para mais ou para menos), em relação às cotas de nível definidas no projeto executivo, desde que mantidos os caimentos mínimos estabelecidos, caso a caso (com especial rigor nos casos das diversas plataformas da base do aterro sanitário propriamente dito);

b) variação máxima de largura das plataformas e das projeções horizontais dos taludes de ± 30 cm.

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O controle tecnológico referente à execução dos aterros em geral compreenderá as seguintes atividades, que deverão ser observadas longitudinalmente, ao longo de todo o de execução dos mesmos:

a) controle da remoção da “terra vegetal” e de bolsões arenosos nas áreas de corte; b) reconhecimento geotécnico dos solos em escavação; c) observação das condições de fundação dos aterros, para efeito de lançamento de

suas subcamadas iniciais; d) reconhecimento e análise dos materiais lançados nas diversas subcamadas dos

aterros, caso a caso; e) acompanhamento e verificação da espessura nominal das subcamadas de solo solto

e de regularidade da praça de trabalho, caso a caso; f) acompanhamento e verificação das operações de compactação, por subcamadas,

observando-se as condições de trabalho do rolo compactador (regularidade, número de passadas por faixa, sobreposição das passadas adjacentes, etc.), teor de umidade dos solos empregados, grau de compactação das camadas, condições finais da superfície de cada subcamada (anteriormente ao lançamento da subcamada posterior), etc.;

g) execução sistemática de ensaios de campo e de laboratório, objetivando a caracterização dos materiais a serem empregados, o grau de compactação e o desvio admissível em relação ao teor de umidade estabelecido nas presentes especificações. Essa modalidade específica de monitoramento e controle deverá necessariamente ser feita tanto para a liberação da continuidade dos serviços, trecho a trecho, quanto para o eventual recebimento dos mesmos, quando concluídos; ou para a determinação de sua demolição e reexecução, se e quando for o caso.

Para todos esses tipos de controle, deverão ser executados ensaios referentes a, no máximo, cada 250 m3 de material compactado. Rigor especial deverá ser empregado no monitoramento e controle da execução da camada impermeabilizante da base do futuro maciço do aterro de resíduos (plataformas e taludes internos ao perímetro do mesmo), que deverá ser conformada de maneira a que venha a comportar-se como um corpo tanto quanto possível monolítico e homogêneo quanto ao seu índice de permeabilidade (k ≤ 1 x 10-6 cm/seg). Nesse caso específico, o controle de sua execução deverá abranger, no mínimo, 5 pontos de amostragem / hectare, sendo importante ressaltar — uma vez mais — que essa obra específica será necessariamente executada de forma intermitente, à medida da efetiva necessidade de abertura de novas frentes de serviço, ou da configuração formal de novas plataformas e dos taludes que as irão confinar. A locação desses pontos de amostragem deverá ser feita de maneira tal que sua distribuição pela área de cada componente da base do aterro seja uniforme. No entanto, sempre que ocorra variação significativa nos tipos de solos a serem utilizados na execução da referida camada impermeabilizante, o número de pontos de amostragem por hectare deverá ser aumentado, de conformidade com a avaliação da fiscalização do empreendedor e/ou do responsável técnico pela empresa de controle geotécnico, a ser especificamente contratada para a supervisão dessa atividade. 8.1.7 Medição A medição dos serviços de aterro será feita por metro cúbico (m3) de material compactado, considerando-se, para efeito de pagamento, o volume de aterro efetivamente executado, determinado conforme o controle geométrico, ou topográfico; e tendo como referências essenciais as plantas, as secções e os detalhes construtivos constantes do projeto executivo, caso a caso.

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9. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE COLETA E DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÉPTICOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 9.1 RESÍDUOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE Alguns resíduos são considerados especiais, seja pela natureza ou pela quantidade, e, assim, devem ter uma coleta especial, ou melhor, diferenciada. Os resíduos dos serviços de saúde – RSS incluem-se nessa categoria. Conforme apurado, pode-se dizer que – em 2011 - em Divino não havia uma coleta diferenciada de resíduos dos serviços de saúde. Também não se tinha controle da quantidade gerada deste tipo de resíduo. Os mesmos eram coletados pelos mesmos coletadores da coleta convencional. A coleta era executada em caráter precário, uma vez que era utilizado o mesmo caminhão da coleta de resíduos domiciliares. Contudo, por ocasião da revisão do RCA, em 2013, nota-se que já existe, em Divino, o serviço de coleta diferenciada de resíduos dos serviços de saú de contratado a uma empresa privada.

O controle de pesagem destes resíduos não é tão rigoroso, até por causa da falta de meios adequados, mas estima-se que sejam coletados 35 kg/dia no Hospital Divinense que conta com 40 leitos e mais 8 kg/dia no Pronto Atendimento Municipal. A coleta é executada semanalmente ou quinzenalmente em veículo apropriado e exclusivo. Quadro 4: Estabelecimentos de saúde existentes (hos pitais, postos de saúde, clínicas, etc...) Estabelecimento (nome e “público” ou “privado”)

Tipo da Coleta Dia a dia da coleta

Massa Coletada (kg/dia)

Número de leitos Diferenciada Junto c/

Domiciliar Hospital Filantrópico x 35 42 Pronto Atendimento Municipal x 8 10

Figura 4: Estabelecimentos de saúde

Fonte: Sustentável Projetos e Consultoria Ltda. Além dos estabelecimentos de atenção à saúde citados acima, há também unidades básicas de saúde nas seguintes localidades.

• Posto de Saúde do Bom Jesus

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• Posto de Saúde da Rosa Mística • Posto de Saúde dos Viletes

A coleta de resíduos infectantes no município é realizada por uma empresa terceirizada, sendo armazenado em um cômodo do Hospital todo resíduo infectante gerado nas outras unidades (Postos de Saúde). Os veículos que transportam estes resíduos até o armazenamento não atendem as especificações da ANVISA. De maneira geral, os resíduos são colocados em sacos plásticos, mas não atendem a Resolução ANVISA no quesito cor. O armazenamento temporário também não atende a tal Resolução. Os resíduos perfurocortantes são acondicionados em embalagens de papelão, tipo “descarpack”, conforme ilustra a Figura 5. De acordo com informações da Prefeitura não há coleta diferenciada de RSS nas farmácias, clínicas médicas e consultórios odontológicos.

Figura 5: Acondicionamento dos resíduos de serviços de saúde

Fonte: Sustentável Projetos e Consultoria Ltda. Os resíduos são coletados por uma empresa terceirizada, com periodicidade semanal. Os resíduos de serviços de saúde são encaminhados para Belo Horizonte e incinerados pela empresa contratada. Segundo informações da Vigilância Sanitária, a coleta dos resíduos infectantes do Pronto Socorro, Hospital, algumas clínicas médicas e odontológicas é realizada por uma empresa terceirizada. Quanto ao veículo de coleta da Vigilância Sanitária, julga-se pertinente que, pela pequena quantidade e pela freqüência “irregular”, o mesmo continue sendo executado com o veículo “saveiro”. Reforçando-se apenas a necessidade de manutenção da viagem exclusiva com os resíduos dos serviços de saúde, devendo, contudo se intensificar os cuidados no manuseio e no transporte. Recomenda-se a deposição dos resíduos em bombonas ou contêineres próprios devidamente tampados. Uma vez que estes deverão ocupar um espaço mínimo na carroceria do veículo, há de se tomar todas as precauções com a estabilidade dos mesmos para se evitar seus tombamentos. Como cuidado extra, recomenda-se ainda a prática de minuciosa lavagem de carroceria com desinfetantes a base de cloro a ser executada logo após tal coleta. Com relação à exigência de Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) que contemplem todas as etapas, desde a geração até a disposição final desses resíduos, foi constatada a sua inexistência nos estabelecimentos visitados, sendo necessária a sua elaboração e disponibilização para fins de fiscalização conforme deliberação RDC nº33 de março/2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

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Outro aspecto importante com relação à coleta de RSS é a falta de cobrança (especial) por este tipo de serviço para os privados, além de sua destinação final. Similarmente ao caso dos grandes geradores privados, recomenda-se que seja estudada pela Prefeitura a possibilidade de implementação de cobrança por tais serviços com o intuito de ressarcir os cofres públicos pela prestação dos mesmos, os quais, é bom lembrar, normalmente absorvem significativas parcelas do custeio dos serviços de limpeza urbana do município. Resíduos dos Serviços de Saúde - RSS

A) Objetivo: Implantar programa de gestão de resíduos de serviços de saúde no município abrangendo, conforme a Lei, todas as unidades públicas e privadas;

B) Diretrizes/ Ações:

• Elaborar os Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS - das unidades públicas de saúde e exigir o mesmo do(s) estabelecimento(s) privado(s). Como se pode notar pelo Diagnostico entende-se que o trato dos resíduos dos serviços de saúde no município não é dos piores, haja vista os encaminhamentos providenciados junto à empresa especializada na coleta e tratamento dos mesmos. Contudo, verifica-se a necessidade de conclusão urgente do processo de contratação deste serviço, ora em andamento.

• Quanto aos agentes privados recomenda-se que a Prefeitura, antes mesmo de

agir com ações punitivas, repasse-lhes as informações sobre as providências a serem tomadas por eles, estabelecendo-se, inclusive, prazos para a apresentação dos Planos;

• Seguindo as normas de segurança recomenda-se que os resíduos sejam adequadamente acondicionados em sacos plásticos regulamentados pela NBR 9.190 e 9.191 da ABNT ou em caixas de papelão no caso dos materiais pérfuro-cortantes, como vêem sendo, parcialmente feito, exceto pela qualidade do saco plástico branco leitoso;

• Construir em cada unidade o abrigo exclusivo para a guarda dos resíduos

perfuro-cortantes e infectantes, com cantos arredondados e devidamente revestidos com material lavável nas paredes e no piso e dotados de recipientes adequados;

• Reavaliar a quantidade de recipientes disponíveis para armazenamento dos

resíduos perfurocortantes e contaminados e adequar, se for o caso. Ou aumentar a freqüência de coleta pela empresa especializada;

• Capacitar e treinar a equipe responsável pela coleta e guarda dos resíduos em

cada unidade de saúde, bem como manter sua vacinação em dia; • Fornecimento imediato de material de proteção individual – EPI – e respectivo

treinamento, o qual deve ser acompanhado de insistentes campanhas para uso deste material e reversão de hábitos contrários a segurança;

• Taxação pela prestação do serviço de coleta e destinação final adequada dos

RSS, implementando a cobrança para os estabelecimentos privados, com o intuito de ressarcir os cofres públicos. Para tanto, considera-se essencial o estabelecimento de um preço público justo, atualizado periodicamente, por

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quilo de material produzido, no mínimo igual ao cobrado pela empresa atuante no município;

• Manter atualizado o cadastro de estabelecimentos que geram resíduos desta

natureza, lembrando que também se enquadram nesta categoria os estabelecimentos que tratam de saúde animal. Vale atentar para as futuras ampliações dos serviços, tanto do número de estabelecimentos quanto da necessidade de alteração de freqüência de coleta;

• Implementar programa de capacitação da equipe responsável pelo

recebimento, avaliação dos Planos (PGRSS) e fiscalização dos mesmos com vistas a se ter o controle sobre as medidas nele previstas;

• Manter, sistematicamente, um programa de capacitação das equipes de saúde e a realização de campanhas educativas no sentido de se eliminar a presença do lixo infectante entre o comum ou no reciclável e, vice-versa;

• Implantar sistema de fiscalização em conjunto com a Secretaria Municipal de

Saúde.

C) Agentes: Prefeitura Municipal através de suas diversas unidades de saúde e agentes privados (estabelecimentos que prestem serviços de saúde humana e animal, bem como laboratórios, clínicas, consultórios médicos e dentários etc).

D) Insumos:

- Construção de abrigos exclusivos nas unidades que ainda não contam com este cômodo;

- Conclusão de contratação de consultoria especializada para a elaboração dos PGRSS das unidades públicas de saúde e treinamento de pessoal;

- Aquisição e distribuição de EPIs; - Aquisição de sacos plásticos adequados (leitoso);

E) Metas:

- Manter o nível de atendimento de 100% de coleta e destinação final dos RSS, atingido em 2014, atentando para possível implantação de novas unidades tanto pelo setor público quanto pelo privado;

- A curto prazo - 2015: adequar os cômodos de armazenamento dos resíduos perfurocortantes e contaminados às normas técnicas, sobretudo no que diz respeito às interferências com a circulação na unidade, ventilação, espaço para os recipientes, higienização, nas unidades públicas;

- A curto prazo, exigir das unidades privadas a mesma adequação às normas técnicas;

- A curto prazo, implantar um sistema de pesagem dos resíduos e providenciar seus devidos registros, possibilitando a criação de um meio de monitoramento e acompanhamento da evolução dos RSS no município, tanto dos estabelecimentos públicos quanto dos privados;

- A médio e longo prazo, garantir a coleta diferenciada e adequada de 100% dos RSS, bem como seu adequado tratamento, obedecendo às normas legais vigentes;

- A médio e longo prazo, exercer o monitoramento, a fiscalização, bem como ampliar a equipe responsável e prover os insumos necessários para o exercício pleno de tais funções com vistas a se manter a obediência às normas sem se

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esquecer do objetivo de sempre se buscar a redução da geração de tais resíduos.

F) Responsabilidade pública / privados:

- Exercer o monitoramento, a fiscalização e prover os insumos (recursos humanos e financeiros) necessários ao cumprimento das normas técnicas ditadas pela Anvisa;

- Capacitar e treinar equipe técnica.

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10. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PREVISTOS PARA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DA UNIDADE. O sistema de aterramento diário de lixo deverá ser executado em rampa, com inclinação nominal de 1 : 2,5 (vertical : horizontal), com a utilização de trator de esteiras com lâmina de relativamente pequeno porte, modelo 7D/New Holland 4 ou similar (potência 90HP / peso operacional ≅ 9,4 toneladas). Os resíduos, após serem descarregados na frente de serviço [cuja largura (B) deverá ser a menor possível, da ordem de 7m, no caso específico do aterro sanitário consorciado de Divino], serão espalhados (em camadas com espessura nominal de, no máximo, 30 cm de material solto); e compactados nos taludes frontal (t fr) e lateral (t lat) "externos" da célula diária, em sentido alternadamente ascendente e descendente.É considerado imprescindível que o trator execute, no mínimo, 6 passadas sobre cada camada, até que se verifique a “nega” 5 do processo de adensamento. A altura (h) máxima da “célula” diária de lixo compactado não deverá exceder 2,5m. Assim sendo, uma vez atingida essa altura máxima, deverá ser conformado um “patamar” horizontal no topo da “célula”, patamar esse cuja profundidade, ou desenvolvimento longitudinal (a) será variável (conforme a massa de resíduos disposta no aterro sanitário a cada dia → q.v. item 10.1 do presente documento). Desse modo, a configuração formal da “célula diária” do aterro será a de um prisma regular de base retangular, conforme representado nos desenhos esquemáticos a seguir reproduzidos:

4 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Todas as marcas e modelos de eq uipamentos mecânicos mencionadas no presente documento deverão ser entendidas como m eras referências, no que diz respeito ao peso operacional e/ou ao desempenho operacional médio considerados recomendáveis. 5 Entende-se por “nega” do processo de compactação do s resíduos à circunstância, facilmente observável a olho nu pelo próprio operador do equip amento, de que o volume aparente da camada de resíduos que esteja sendo adensada não se reduza ma is, apesar de incrementado o número de passadas do trator sobre a mesma.

2,5 1 t lat h t célula lateral B (≤ 7 m) anterior

célula diária de aterramento : secção transversal típica

2,5 a 1

t fr h t célula frontal anterior

célula di ária de aterramento : secção longitudinal típica

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Figura 6 - Configuração esquemática típica das célu las diárias do aterro sanitário A densidade aparente mínima de referência para os resíduos compactados no aterro será de 0,7 t / m 3. Periodicamente, essa densidade aparente deverá ser aferida pela equipe topográfica de monitoramento, através da restrição de uma frente de aterramento definida — com largura (B) de 7m (aproximadamente correspondente ao dobro da largura da lâmina do trator) —, na qual deverá ser disposta uma massa conhecida de resíduos (através do registro da carga útil — em toneladas — ali lançada pelos diversos veículos coletores, durante o período de aferição). Concluída a operação de compactação, serão topograficamente aferidos o comprimento (a) ou desenvolvimento horizontal e a altura (h) efetivos da “célula” assim conformada, possibilitando, portanto, determinar com suficiente precisão o volume ocupado, após o adensamento, pela referida massa de resíduos e, por conseguinte, a densidade aparente desse maciço parcial. Caso a densidade aparente dessa “célula” evidencie ser inferior àquela de referência, deverá ser alterado o processo de disposição usual dos resíduos no aterro, quer através da redução da espessura das diversas camadas, quer através do incremento do número de passadas do trator sobre cada uma dessas camadas. Ao final do período diário de trabalho deverá ser efetuada a operação de recobrimento , somente no topo da “célula”, com uma camada de material solto (solo natural e/ou entulhos de construção isentos de materiais perfuro-cortantes) com espessura nominal de 20cm, a ser intensamente compactada de forma a permitir o tráfego imediato dos veículos coletores sobre a mesma. No dia subseqüente, os resíduos deverão ser dispostos de maneira tal que as faces inclinadas da célula de lixo compactado do dia anterior sejam recobertas com lixo “novo”. Com essa providência, torna-se mínimo o risco de proliferação de moscas no aterro a partir da eclosão de ovos depositados na superfície não recoberta da célula e que tenham permanecido expostos ao ar livre (no caso, por menos de 24 horas). Ao final da jornada de trabalho dos sábados, assim como nas vésperas de quaisquer feriados prolongados, ou de eventos de qualquer natureza em que o aterro (ou uma determinada frente de operações) não seja operado(a) por mais de dois dias consecutivos, deverá ser feito também o recobrimento das faces inclinadas da “célula diária”, evitando a exposição do lixo ao ar livre por tempo excessivo. Essa camada de recobrimento, nesses casos específicos, deverá ter espessura nominal de 20cm, não devendo ser compactada, a menos que essa frente de operações deva permanecer inativa durante período superior a 30 dias. A manutenção no estado solto desse capeamento provisório das faces inclinadas da

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“célula” visa facilitar sua posterior remoção, quando da retomada da operação do aterro nessa frente de trabalho. De fato, o moderno conhecimento da dinâmica da movimentação dos gases gerados na massa dos aterros sanitários evidencia que o fluxo pleno dos mesmos em direção aos drenos verticais fica substancialmente comprometido pelo capeamento das faces laterais das células que não sejam diretamente perpassadas por um desses drenos (dvg ). Efetivamente, enquanto esse capeamento se mantiver íntegro e coeso, representará um obstáculo à livre movimentação dos gases gerados no interior de cada célula, tornada relativamente “estanque” pelo capeamento que, nos aterros sanitários convencionais, a envolve completamente. Obviamente, com o passar do tempo, a natural expansão volumétrica desses gases (associada à contração volumétrica do maciço de resíduos, devida à decomposição de sua fração orgânica) irá terminar por romper de forma desordenada essas capas de solo compactado. Esse inevitável processo natural tende a gerar linhas de fluxo igualmente desordenadas até a superfície do aterro e, daí, para a atmosfera, dificultando a possibilidade de combustão controlada de grande parcela dos gases gerados no maciço. Nas superfícies acabadas do aterro sanitário, em todos e quaisquer trechos que, de conformidade com o projeto executivo, não devam ser mais utilizados para a disposição final de RSU, deverá ser prontamente executado seu capeamento impermeabilizante superior . Destina-se esse componente construtivo do aterro sanitário a minimizar a penetração de águas pluviais em suas superfícies expostas (taludes, bermas intermediárias e platôs superiores), bem como a direcionar os gases gerados no maciço para os queimadores instalados na extremidade superior dos drenos verticais. Constituir-se-á essa capa superior (com baixo índice de permeabilidade) de uma camada energicamente adensada de solo coesivo e pouco expansivo, com espessura nominal final de, no mínimo, 40cm . Os materiais a serem utilizados na conformação dessa capa superior deverão ser de mesma natureza que aqueles utilizados na execução da camada impermeabilizante da base do maciço do aterro sanitário, tais que resultem num capeamento final tão homogêneo, estruturalmente coeso e pouco permeável quanto seja possível, não obstante a natureza intrinsecamente instável do maciço de resíduos subjacente à mesma. Sobre a superfície acabada dessa capa superior deverá ser distribuída uma camada de “terra vegetal” (não compactada), com espessura nominal mínima de 10cm, como substrato para o plantio de gramíneas e espécies vegetais arbustivas, destinadas a tornar a superfície final do aterro sanitário relativamente resistente à erosão pluvial. Nessa operação de acabamento final, deverão ser essencialmente utilizados os materiais resultantes da raspagem superficial das parcelas da gleba diretamente afetadas pelas obras de terraplenagem, tal como anteriormente especificado, materiais esses adequada e devidamente estocados para essa finalidade específica, na própria gleba. 10.1 SISTEMA DE ATERRAMENTO E CAPEAMENTO DIÁRIO DOS RSU Consiste no conjunto das operações básicas que propiciem a adequada disposição final dos resíduos sólidos no maciço do aterro sanitário, em condições tais que não se constituam em fontes de impactos sobre o meio ambiente e/ou sobre a saúde (dos próprios operadores do empreendimento, ou da população esparsa residente em seu entorno).

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Nessas operações dever-se-á prever a utilização dos seguintes recursos em pessoal, equipamentos e insumos:

• engenheiro de campo; • encarregado geral; • técnico em segurança do trabalho; • auxiliar administrativo; • balanceiro; • vigilante (noturno); • ajudantes de operação, para auxílio aos operadores de máquinas, bem como para o

controle e encaminhamento dos caminhões coletores de lixo à frente de serviço; • operador de trator de esteiras; • operador de máquinas de terraplenagem (retroescavadeira, motoniveladora, etc.); • operador de caminhão basculante; • operador de caminhão-pipa; • topógrafo e auxiliares de topografia, para demarcação e monitoramento periódico da

frente de serviço; • auxiliares de serviços gerais • trator sobre esteiras com lâmina de relativamente pequeno porte [referência: modelo

7D, da empresa New Holland, com peso operacional ≅ 9,4t e potência de 90HP], na disposição, compactação e recobrimento dos resíduos no aterro sanitário, bem como no progressivo desmonte do solo natural a montante da frente de operações em utilização em cada circunstância, para utilização como material de recobrimento (ou para conveniente estocagem, quando considerado adequado para a conformação de novos trechos da camada impermeabilizante da base do aterro, ou para seu capeamento final) 6;

• motoniveladora (uso episódico, na remoção da camada de proteção superficial de novos trechos da base impermeabilizada a serem imediatamente utilizados; na conformação de trechos do capeamento final do aterro sanitário e na manutenção das vias internas (permanentes ou transitórias) de acesso aos diversos componentes do empreendimento e, em particular, à frente de operações em utilização em cada circunstância);

• rolo compactador vibratório, tipo “pé de carneiro”, modelo VIBRO DYNAPAC CA15P ou equivalente (uso episódico, no adensamento de trechos do capeamento final do aterro sanitário e das derivações transitórias das vias de acesso internas);

• caminhão basculante, com capacidade volumétrica da caçamba ≥ 5m³ (11t), no transporte de terra e de outros insumos necessários;

• caminhão-pipa, no umedecimento sistemático da camada de proteção dos trechos não utilizados da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário; no umedecimento periódico das vias de acesso e do capeamento do aterro; assim como na irrigação sistemática das áreas gramadas e das mudas de árvores plantadas como parte do projeto de tratamento paisagístico da gleba do empreendimento, em épocas de estiagem;

• solos em disponibilidade para o recobrimento das células diárias de resíduos compactados, a ser progressivamente escavado durante a paulatina abertura da plataforma de base do aterro imediatamente adjacente e/ou a montante da frente de operações, caso a caso (consumo diário);

• solos coesivos e com baixo índice de expansão, a serem utilizados na progressiva conformação da camada impermeabilizante da base do aterro sanitário propriamente

6 Nas circunstâncias em que o material desmontado da jazida adjacente distar até 50m da frente de operações em utilização, caberá igualmente ao trato r de esteira seu destorroamento (através de sucessivas passadas das esteiras sobre cada porção do mesmo); e seu arraste (com a lâmina dianteira) até o trecho em que deverá ser utilizado para o cap eamento da célula diária em conformação.

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dito (plataformas e taludes internos ao maciço), bem como do capeamento final do maciço acabado, trecho a trecho, solos esses a serem oportunamente selecionados e adequadamente estocados durante as operações prévias de corte (consumo periódico);

• “terra vegetal”, proveniente da operação (intermitente) de raspagem preliminar e limpeza das áreas a terraplenar e convenientemente estocada em locais adequados do empreendimento, como substrato para o plantio de gramíneas sobre os taludes de cortes e aterros ao longo das vias internas (permanentes ou transitórias), bem como na superfície acabada do aterro, fase a fase (consumo periódico);

• gramíneas, em sementes (ou em mudas, ou em placas, a depender da disponibilidade e custo de aquisição e plantio) para proteção e recomposição paisagística das áreas terraplenadas e da superfície acabada do maciço do aterro sanitário (consumo periódico);

• estacas e piquetes de madeira, para demarcação dos serviços de terraplenagem. O regime normal de operação do empreendimento deverá ser de 08 horas diárias e, em princípio, de 2ª feira a sábado, com horários de início, de término e de intervalo para almoço a ser definido pelo empreendedor, tendo em vista os interesses e necessidades dos Municípios beneficiários. Atualmente, o regime da coleta regular de RSU nos territórios desses Municípios é muito diferenciado, caso a caso; e, em todos eles, esse serviço específico é realizado sem qualquer base de planejamento racionalizado e sem uma estrutura minimamente eficaz de controle quanto à sua eficácia operacional, aos tempos gastos em sua execução e aos seus custos efetivos (diretos e indiretos). Assim sendo, deverão esses serviços passar por uma significativa e oportuna reestruturação, anteriormente à data de início efetivo da operação do aterro sanitário consorciado ora proposto, de modo a adequá-los aos horários de funcionamento deste, levando-se devidamente em consideração os tempos de deslocamento dos caminhões coletores / transportadores, após completada sua carga e caso a caso, até o aterro; bem como os tempos de descarga e de retorno até suas respectivas origens. De qualquer modo, entende-se que a entrada desses veículos nas instalações do aterro sanitário após o término do seu expediente normal do funcionamento deverá restringir-se a situações excepcionais; e à simples descarga dos mesmos, devendo a disposição desses resíduos ser feita no início da manhã do dia útil imediatamente seguinte. Nessas circunstâncias excepcionais, deverá caber ao vigilante devidamente orientado pelo encarregado geral do aterro a cada dia instruir os motoristas a respeito do local em que deva ser feita essa descarga. Os trabalhos, na frente de serviço do aterro sanitário, abrangerão as atividades rotineiras de espalhamento e compactação dos resíduos sólidos descarregados pelos caminhões coletores junto à frente de operações do dia;

• recobrimento da “célula diária” de resíduos compactados, ao final da operação do aterro sanitário a cada dia; e

• abertura progressiva dos trechos das plataformas de base imediatamente adjacentes e/ou a montante da mesma frente de operações, de modo a obter material para recobrimento dos resíduos compactados.

O material solto disposto sobre a superfície da camada impermeabilizante da base (plataformas e taludes internos ao maciço) a título de proteção da mesma contra a ação do intemperismo deverá ser periodicamente removido, à medida do avanço efetivo desse

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maciço sobre uma mesma plataforma (e contra seus taludes delimitadores); e poderá ser utilizado para o capeamento diário das referidas “células” de resíduos compactados. Periodicamente, tão logo se configure a perspectiva de esgotamento da capacidade volumétrica de cada uma das plataformas de sua base, deverá ser oportuna e adequadamente providenciada a definição formal final de um novo “patamar” da mesma base, a montante daquele que se ache em operação em cada circunstância, assim como a execução da correspondente camada impermeabilizante. Essas providências deverão ser acionadas e efetivamente implementadas em tempo hábil, de maneira a impedir a ocorrência de estrangulamentos no funcionamento regular do empreendimento. Em princípio, deve-se dispor de uma base preparada para atender a, pelo menos, os próximos 06 (seis) meses de operação ininterrupta do aterro sanitário. A frente de operações diária deverá ser dimensionada e ajustada, fase a fase, de forma a atender tanto à intensidade de fluxo e à freqüência de descarga dos veículos coletores, quanto à capacidade operacional do trator de esteiras que esteja sendo utilizado em cada circunstância. De uma maneira geral, estima-se que a frente de trabalho diária do trator de esteiras corresponda a, aproximadamente, o dobro da largura de sua lâmina. Assim sendo, e partindo do volume total simples diário do aterro (RSU + capeamento ≅21,7 m3/dia útil ) previsto para a fase inicial no projeto e considerando-se:

• a largura nominal da frente de serviço da ordem de 7,0m, suficiente para as manobras do trator e dos veículos coletores;

• a altura nominal da célula diária de 2,5m; e • a inclinação de talude de 1 : 2,5 (vertical : horizontal), igualmente estabelecida no

projeto executivo. Concluímos que, na fase inicial de sua operação , o avanço longitudinal diário (a) do aterro será da ordem de 1,15m 7; a extensão linear do talude frontal da célula diária será de, aproximadamente, 7,3m; e a superfície exposta da mesma célula será da ordem de 59m2, considerando que, na situação "típica" de conformação dessas células, estarão as mesmas sempre "apoiadas" ao talude frontal da série anterior de células e a um dos taludes laterais da célula conformada na véspera. Ao início de cada dia de trabalho, deverão ser demarcados, através de estacas facilmente visíveis pelo tratorista (a serem removidas no final de cada dia, e reinstaladas no dia seguinte na nova frente de trabalho), a largura frontal (f ≅ 7m), a espessura da célula projetada (e ≅ 2,5m) e o avanço previsto (ad ≥1,15 m) da frente de operações ao longo do dia, estacas de referência essas em relação às quais se poderá realizar o controle visual do índice de compactação aplicado ao lixo disposto na célula diária. Isto feito, os caminhões coletores de lixo deverão descarregar os resíduos em “pilhas” imediatamente a jusante da frente de trabalho diária demarcada, quer esta se venha a desenvolver contra os taludes da base do aterro (com inclinação i ≤ 1 : 2,5), quer contra o talude frontal do conjunto linear das células de resíduos compactados, anteriormente conformadas a montante (com inclinação nominal constante i = 1 : 2,5); e contra um dos taludes laterais da célula da véspera (com idêntica inclinação nominal).

7 Observe-se que, ao longo dos 30 anos de operação p revistos como correspondentes à vida útil mínima do empreendimento proposto, o avanço longitudinal d iário do maciço do aterro (a d) deverá variar, de conformidade com os cálculos de pré-dimensionamento feitos, entre a grandeza mínima de 1,15m/dia, acima discriminada, e a grandeza máxima de 2,66m/di a.

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O desmonte dessas pilhas de resíduos deverá ser feito com o auxílio da lâmina do trator de esteiras, que, imediatamente em seguida, procederá a seu espalhamento — sempre no sentido de baixo para cima — e compactação [através de, no mínimo, 6 (= 3 + 3) passadas sucessivas, de baixo para cima, de frente; e de cima para baixo, de ré], em camadas sobrepostas com espessura nominal entre 15 cm e 30 cm de material solto, em rampa com aclive também de 1:2,5 (vertical : horizontal), até atingir a altura máxima estabelecida de 2,5 m. A partir daí, será conformado o topo do prisma em que se constituirá a célula diária.

Figura 7 – Célula diária de resíduos, na fase inici al de operação do aterro sanitário proposto: perspectiva esquemática A compactação dos resíduos deverá ser feita até que todo o material disposto em cada camada esteja adequadamente adensado, ou seja, até que se verifique (por controle visual) que o incremento do número de passadas não redunda em redução do volume aparente da mesma. O resultado final da atividade de disposição dos resíduos no aterro sanitário deverá resultar, ao término de cada dia de trabalho, num maciço de forma prismática e secção romboide relativamente regular que, no caso específico do aterro sanitário consorciado de Divino, terá espessura e≅2,5m e cujo topo horizontal terá dimensões aproximadas variáveis entre os limites estimados de 1,15m (ad) x 7m (f), na fase inicial de operação prevista do empreendimento; e de 2,66m (ad) x 7m (f), em média, ao longo do 30º ano de sua vida útil mínima prevista. Sobre esse topo — e apenas sobre o mesmo, em situações normais — deverá ser executado o capeamento diário, ao final do horário de funcionamento regular do aterro sanitário; e através da distribuição regular e compactação de uma camada de terra com espessura nominal, após a compactação, entre 10 cm e 15 cm (correspondente a entre 20 cm e 30 cm de material solto). Ao final do último dia de trabalho de cada semana, ou sempre que a operação em uma determinada frente de serviço for paralisada por mais de 48 h, deverá ser feito igualmente o capeamento das rampas frontal e lateral da célula, sem, no entanto, compactar essa parcela inclinada da capa. Quando vier a ser retomado o trabalho nesse segmento do aterro, esse trecho do capeamento deverá ser removido, antes da conformação de uma nova célula sobre suas superfícies expostas, de forma a que o mesmo não venha a configurar um obstáculo ao fluxo dos gases em direção aos drenos verticais.

(células (topo da anteriores) célula da véspera) ad=1,15m e f=7m (talude frontal da véspera) (talude Slat frontal anterior) talude frontal ad

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Na conformação do capeamento das células diárias deverá ser evitado o uso dos substratos de solos mais argilosos, de mais baixa permeabilidade, encontrados durante as operações de corte. Tais materiais deverão, prioritariamente e tanto quanto seja viável, na prática, ser reservados para a conformação da camada impermeabilizante das plataformas e taludes da base do aterro, assim como da camada de capeamento final das parcelas acabadas do maciço de resíduos, fase a fase. Em épocas de intensa estiagem, deverá ser feito o umedecimento periódico da capa superior do aterro, com auxílio de caminhão-pipa, a fim de evitar seu ressecamento e fissuração excessivos. O monitoramento e o controle da operação do aterro sanitário deverão ser sistemáticos e rigorosos, de forma a assegurar seu adequado funcionamento como instalação de destinação final dos resíduos sólidos urbanos gerados no município, sem prejuízos sanitários e ambientais e pelo tempo previsto em projeto (superior a 30 anos). A eventual negligência quanto ao controle de quaisquer das variáveis envolvidas no dimensionamento do aterro poderá redundar na redução muito significativa de sua vida útil, assim como no comprometimento (eventualmente irreversível) do funcionamento adequado e/ou da eficácia operacional dos sistemas de coleta e tratamento de “chorume” e de gases definidos e dimensionados no projeto executivo. É absolutamente imprescindível que se tenha em vista o fato de que o aterro sanitário se constitui numa instalação que se vai conformando paulatinamente, conforme um plano global integrado por componentes diversos e de diversas naturezas, ao longo de um extenso período de tempo — que, no caso específico do empreendimento ora proposto, deverá ser superior a três décadas. Os resíduos dispostos (lançados, espalhados, compactados e recobertos) na frente de serviço a cada dia configuram uma célula. O conjunto de células dispostas em uma mesma cota de nível nominal constitui uma camada (com altura nominal de 2,5m, no caso). 10.2 CAPEAMENTO FINAL A capa de acabamento final do aterro sanitário, destinada a impermeabilizar (de forma relativa) sua superfície superior e a protegê-la contra a erosão devida às águas pluviais, deverá ser executada após a conclusão de cada fase de seu preenchimento e somente sobre as superfícies que permanecerão expostas em caráter permanente. Após a conformação definitiva de cada parcela do maciço do aterro sanitário, conforme definido no projeto executivo, deverá ser executado o referido capeamento final, através da distribuição regular e compactação enérgica de solo, em sucessivas subcamadas (com espessura nominal máxima de 15cm de material solto), até que se atinja a espessura nominal total (mínima) de 40cm. Nessa atividade deverão ser empregados solos eminentemente argilo-arenosos, provenientes das operações de corte anteriormente executadas e adequadamente estocados para este fim, com controle sistemático do teor de umidade e da energia de compactação. Essa capa superior final deverá apresentar (tanto quanto possível, tendo em vista a natureza intrinsecamente instável do maciço sobre o qual se apoia) coeficiente de permeabilidade equivalente ao estabelecido para a base do aterro (k ≤ 1x10-6 cm/seg). Tendo em vista a relativamente íngreme inclinação que irá apresentar significativa parcela da superfície final acabada do aterro sanitário (composta por taludes com i ≅ 40%, ou 1(V) :

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2,5 (H), a conformação da capa superior, relativamente impermeabilizante 8 sobre essas parcelas do maciço acabado deverá ficar essencialmente a cargo do próprio trator de esteiras incumbido da disposição e compactação dos resíduos no mesmo. Para isto, será imprescindível que o solo a ser usado nesse capeamento final seja espalhado em camadas delgadas (e ≤ 15cm de material solto), adequadamente umedecido; e adensado através de um relativamente grande número de passadas das esteiras, eventualmente com o auxílio de um rolo compactador vibratório rebocável, acoplado à traseira do mesmo trator. O acabamento final dessas superfícies será feito através da distribuição regular (preferivelmente com o emprego de motoniveladora de pequeno porte, ou de trator de pneus com lâmina traseira) de uma camada de “terra vegetal”, com espessura nominal total de 15cm e sem compactação , de modo a conformar um substrato adequado para o plantio de gramíneas. No caso específico do aterro sanitário consorciado de Divino, poderá ser utilizada, nessa proteção vegetal das superfícies acabadas do maciço acabado, grama da variedade “Batatais”, plantada por semeadura mecânica, posterior ou simultaneamente ao gradeamento da camada de "terra vegetal" acima mencionada.

8 É importante que se tenha em vista o fato de que o maciço do aterro sanitário é intrinsecamente instável, dada a natureza orgânica e facilmente put rescível da maior parcela dos resíduos nele dispost os, em nossas condições usuais. Assim sendo, ao long o do tempo esse maciço sofrerá, inevitavelmente, importantes recalques, quase sempre diferenciais, t recho a trecho; recalques esses que, sem dúvida, irão comprometer com maior ou menor intensidade, trecho a trecho a integridade estrutural de sua capa superior e, por conseguinte, sua relativa esta nqueidade.

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11. VIDA ÚTIL DA UNIDADE E USO FUTURO DA ÁREA APÓS PLANO DE ENCERRAMENTO/DESATIVAÇÃO DA UNIDADE

As planilhas reproduzidas no Anexo do RCA apresentam os estudos preliminares desenvolvidos, especificamente para a elaboração do projeto executivo do aterro sanitário consorciado de Divino, estudos esses concernentes às estimativas da evolução previsível de sua população beneficiária, ao longo dos 30 anos de sua vida útil mínima preestabelecida. Igualmente abrangeram os referidos estudos preliminares as projeções relativas aos progressivos incrementos da geração, coleta regular e disposição adequada, no referido aterro sanitário, dos RSU provenientes da zona urbana e da zona rural dos 4 Municípios beneficiários do mesmo (Divino, Fervedouro, Pedra Bonita e Santa Margarida). Esse pressuposto, considerado como básico e essencial, foi estabelecido tendo em vista o atendimento às normas legais vigentes quanto à perspectiva da universalização dos serviços de saneamento básico. A evolução prevista da população total desses Municípios foi estimada com base nas linhas de tendência (por estratos populacionais, por nós arbitrariamente estabelecidos) apuradas em estudo desenvolvido pela Fundação João Pinheiro, abrangendo cada um dos 853 Municípios mineiros o horizonte temporal entre 2009 e 2020 9. Para esta finalidade específica, as referidas linhas de tendência foram extrapoladas para o limite temporal de 2042 (término da vida útil prevista do empreendimento ora proposto), tendo como referência um estudo desenvolvido pelo IBGE 10, cujo escopo se refere à população brasileira como um todo (agregada por macrorregiões e Unidades da Federação) e ao horizonte temporal entre 1980 e 2030. Com base nessas referências e pressupostos, adotamos taxas anuais variadas de evolução populacional para os Municípios beneficiários do empreendimento, de conformidade com o estrato em que se situavam suas respectivas populações totais em 2010 (data do último Censo Geral da População, do IBGE), a saber:

• Divino e Santa Margarida: 0,4219% ao ano; • Fervedouro: 0,3704% ao ano; e • Pedra Bonita: 0,3189% ao ano.

Os cálculos levados a efeito a partir da adoção desses indicadores resultaram na perspectiva da evolução do somatório dessas populações totais de 51.166 pessoas em 2010 (referência inicial / Censo do IBGE), para 51.779 pessoas em 2013 (ano de início previsto da operação do aterro sanitário projetado) e para 58.106 pessoas em 2042 (término da vida útil mínima estabelecida para o mesmo). Além dessas estimativas, concernentes à evolução previsível das populações totais dos Municípios beneficiários ao longo desses 30 anos, levamos em consideração a tendência de deslocamento paulatino da população rural para o meio urbano, verificada através da

9 Fundação João Pinheiro – Centro de Estatística e Inf ormações. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO MUNICIPAL – MINAS GERAIS – 2009-2020 . Documento obtido através do “site” do órgão na Internet (www.fjp.mg.gov.br ). 10 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – G erência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DO BRASIL POR SEXO E IDADE – 1980-2050 ( REVISÃO 2008). Documento obtido através do “site” do órgão na Internet ( www.ibge.gov.br ).

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comparação dos respectivos índices de urbanização 11apurados nos Censos Gerais de 2000 e de 2010. Para esse efeito, consideramos que a diferença entre esses índices, dividida por 10, correspondesse à taxa anual de urbanização (simplificadamente suposta como sendo constante, ano a ano);e supusemos que a mesma continue a prevalecer, caso a caso, até o final do período de estudo (2042). Caso esse prognóstico venha a se verificar, a população urbana desses 4 Municípios deverá passar de 24.992 pessoas (em 2010), para 26.423, em 2013;e para 41.935 pessoas, em 2042. Evolução estimada da geração de RSU (2010 a 2042) A estimativa da massa dos RSU que deverão ser adequadamente dispostos no aterro sanitário consorciado de Divino foi feita com base em diversos pressupostos básicos de referência, a saber:

• índice médio de geração de RSU per capita nas áreas urbanas dos 4 Municípios beneficiários = 0,46kg / habitante.dia;

• índice médio de geração de RSU per capita nas áreas rurais dos mesmos Municípios = 0,26kg / habitante.dia;

• taxa de incremento anual da geração de RSU per capita nas áreas urbanas = 1%; • taxa de incremento anual da geração de RSU per capita nas áreas rurais = 0,5%; • coleta e disposição no aterro sanitário de 100% dos RSU gerados nas áreas urbanas

dos 4 Municípios beneficiários, durante toda a vida útil mínima prevista do mesmo; • coleta e disposição no aterro sanitário de 10% dos RSU gerados nas áreas rurais

dos 4 Municípios beneficiários, desde o início da operação prevista do mesmo (2013) e ao longo do 1º triênio dessa operação;

• taxa de incremento de 10% no que se refere à coleta e disposição no aterro sanitário dos RSU gerados nas áreas rurais, a cada triênio a partir de 2016 e até 2034; e de 5% a cada 5 anos, a partir de 2035, de modo a abranger 80% de todos os resíduos dessa natureza gerados nesses contextos, em 2040.

Tendo por base esses pressupostos metodológicos, estimou-se que essa massa oscile entre os valores médios anuais de 13.192kg/dia , em 2013; e 30.468kg/dia , em 2042. Observe-se que, para essa quantificação estimativa, foi inteiramente desconsiderada a perspectiva de recuperação da parcela potencialmente reciclável desses resíduos (fração inerte seca) — ainda que parcial e feita de maneira informal, pela ação de catadores autônomos; bem como da fração orgânica facilmente biodegradável, através dos procedimentos de compostagem. Embora ambos esses conjuntos de procedimentos tenham sido considerados de caráter obrigatório pela recente legislação federal relativa a esse gênero de questões — Leis 6.938 (Política Nacional do Meio Ambiente), 11.445 (Saneamento Básico) e 12.305 (Política Nacional dos Resíduos Sólidos) —; e devam necessariamente ter sua implementação programada nos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dos Estados e Municípios, optamos por considerar as progressivas reduções das massas de resíduos a aterrar resultantes dos mesmos como um importante fator de segurança para a vida útil prevista do empreendimento ora proposto. Os valores percentuais constantes da tabela 1 , adiante reproduzida, discriminam os resultados de dois estudos específicos de composição gravimétrica dos resíduos sólidos regularmente coletados em municípios da região (Divino e Pedra Dourada, 11 Relação percentual entre a população urbana e a população total , segundo os critérios do IBGE.

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Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

55

respectivamente).Tais estudos foram desenvolvidos pela empresa Sustentável – Projetos e Consultoria, na fase de coleta de dados para a elaboração dos diagnósticos da situação atual de gestão e manejo desses resíduos; e como subsídios para a elaboração de Planos de Gestão Integrada de RSU para os 10 Municípios da região abrangidos pelo escopo do contrato firmado com o Grupo AngloAmerican. Tabela 1 - Composição percentual dos RSU coletados em Divino e Pedra Dourada (MG):Resultados de estudos de caracterização realiz ados em ambos os municípios / valores médios apurados

Fonte: Sustentável - Projetos e Consultoria, Ltda. (2011) Esses valores têm caráter de mera referência básica, pelo fato de se referirem a estudos isolados não sistemáticos, realizados apenas em uma única circunstância específica e, portanto, incapazes de levar em conta variações sazonais na composição desses resíduos.Não obstante, indicam a existência de um campo potencial relativamente amplo para a implementação dos procedimentos de recuperação de resíduos reaproveitáveis , procedimentos esses tornados obrigatórios pelas Leis anteriormente designadas. De fato, pode-se observar que os resíduos orgânicos úmidos (restos de alimentos e de sua preparação, em sua maior parte), dos quais grande parcela usualmente se compõe de materiais facilmente biodegradáveis, potencialmente passíveis de serem estabilizados de forma relativamente simples através do processo de compostagem em leiras naturalmente aeradas (“wind rows”), corresponderiam a mais de 46% da massa total dos RSU coletados regularmente pelas Prefeituras Municipais da região; e os resíduos inertes secos (potencialmente recicláveis), corresponderiam a mais de 25% da mesma massa total. Na prática, sabe-se que é muito difícil — e muito dificilmente sustentável , dos pontos de vista técnico e econômico — viabilizar efetivamente a recuperação da totalidade desses resíduos teoricamente reaproveitáveis, em função tanto da complexidade de envolvimento efetivo da população no que se refere ao manejo e acondicionamento diferenciados desses resíduos, nas suas próprias fontes de geração (residências; estabelecimentos, comerciais ou de prestação de serviços; instituições e locais similares); quanto daquela concernente aos “fluxos de saída” desses processos de recuperação, quer se refiram à comercialização

DivinoPedra

DouradaValores médios

matéria orgânica 48,0 47,0 47,5

vidro 1,5 1,5 1,5

metal ferroso 1,5 0,8 1,2

alumínio 0,2 0,1 0,2

plástico PET 0,8 0,7 0,8

plástico duro 4,0 2,2 3,1

plástico mole 9,3 6,2 7,8

embalagem tetra pack 0,0 0,3 0,2

papelão 6,7 4,8 5,8

papel reciclável 3,6 3,4 3,5

trapos 2,7 5,0 3,9

restos de banheiro 12,1 16,0 14,1

outros rejeitos 3,1 12,0 7,6

entulho 6,5 0,0 3,3

100,0 100,0 100,0

Tipo de resíduo por município

total

percentual encontrado por tipo (%)

23,8

%re

cicl

ávei

s se

cos

=

Page 56: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

56

dos recicláveis, quer — principalmente — da criação de demanda para a comercialização do “composto orgânico” produzido. Apesar dessas dificuldades, entretanto, todos os esforços deverão ser empreendidos, ao longo dos próximos anos — não apenas no âmbito dos Municípios beneficiários do projeto ora proposto, mas em todos os Municípios brasileiros —, no sentido de efetivamente incrementar a implementação e manutenção, em seus respectivos territórios, de ambos os gêneros de procedimentos, de forma progressiva e até, pelo menos, os limites a serem impostos, em cada contexto, por sua sustentabilidade . 11.1 DIMENSIONAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO A (tabela 2 ) reproduzida adiante refere-se exatamente à seqüência de cálculos relativos à estimativa do volume acumulado dos materiais (RSU + capeamento) a serem dispostos nesse empreendimento, ano a ano, ao longo de sua vida útil mínima prevista (30 anos).

Page 57: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

57

Tabela 2 - Quantificação dos volumes (anuais e acum ulados) de RSU + material de capeamento dispostos no aterro sanitário ao longo de sua vida útil

51.166 hab.

2010 51.1662011 51.370

2012 51.574

1 2013 51.779 13.192 15.221,9 4.815,2 6.878,8 6.878,8 1,0 5.165,1 12.043,9 12.043,9

2 2014 51.986 13.545 15.629,1 4.944,0 7.062,8 13.941,7 1,0 5.183,9 12.246,8 24.290,7

3 2015 52.193 13.905 16.044,8 5.075,5 7.250,7 21.192,4 1,0 5.203,2 12.453,9 36.744,6 36.744,64 2016 52.400 14.930 17.227,1 5.449,5 7.785,0 28.977,4 1,0 5.258,0 13.043,0 49.787,6

5 2017 52.609 15.301 17.655,3 5.585,0 7.978,5 36.955,9 1,0 5.277,9 13.256,4 63.044,0

6 2018 52.818 15.680 18.092,5 5.723,3 8.176,1 45.132,0 1,0 5.298,1 13.474,2 76.518,2 39.773,67 2019 53.029 16.710 19.280,8 6.099,2 8.713,1 53.845,1 1,0 5.353,2 14.066,3 90.584,5

8 2020 53.240 17.100 19.730,8 6.241,5 8.916,4 62.761,6 1,0 5.374,1 14.290,5 104.875,0

9 2021 53.452 17.498 20.190,0 6.386,8 9.124,0 71.885,5 1,0 5.395,3 14.519,3 119.394,3 42.876,110 2022 53.665 18.532 21.383,5 6.764,3 9.663,3 81.548,8 1,0 5.450,7 15.114,0 134.508,3

11 2023 53.878 18.942 21.855,8 6.913,7 9.876,7 91.425,6 1,0 5.472,6 15.349,3 149.857,6

12 2024 54.093 19.359 22.337,6 7.066,1 10.094,5 101.520,0 1,0 5.494,9 15.589,4 165.446,9 46.052,613 2025 54.308 20.397 23.535,5 7.445,1 10.635,8 112.155,8 1,0 5.550,4 16.186,2 181.633,2

14 2026 54.525 20.826 24.030,6 7.601,7 10.859,5 123.015,4 1,0 5.573,4 16.432,9 198.066,1

15 2027 54.742 21.264 24.535,7 7.761,4 11.087,8 134.103,1 1,0 5.596,8 16.684,6 214.750,6 49.303,716 2028 54.960 22.305 25.737,0 8.141,5 11.630,7 145.733,8 1,0 5.652,5 17.283,1 232.033,8

17 2029 55.179 22.755 26.255,6 8.305,5 11.865,0 157.598,8 1,0 5.676,5 17.541,5 249.575,3

18 2030 55.398 23.213 26.784,5 8.472,8 12.104,0 169.702,9 1,0 5.701,0 17.805,1 267.380,4 52.629,719 2031 55.619 24.257 27.988,3 8.853,6 12.648,0 182.350,9 1,0 5.756,8 18.404,9 285.785,3

20 2032 55.841 24.727 28.531,0 9.025,3 12.893,3 195.244,2 1,0 5.782,0 18.675,3 304.460,5

21 2033 56.063 25.207 29.084,5 9.200,4 13.143,4 208.387,6 1,0 5.807,6 18.951,1 323.411,6 56.031,222 2034 56.286 25.696 29.649,0 9.379,0 13.398,5 221.786,1 1,0 5.833,8 19.232,3 342.643,9

23 2035 56.511 26.469 30.540,9 9.661,1 13.801,6 235.587,7 1,0 5.875,2 19.676,7 362.320,6

24 2036 56.736 26.974 31.123,8 9.845,5 14.065,0 249.652,7 1,0 5.902,2 19.967,2 382.287,8 58.876,225 2037 56.962 27.489 31.718,3 10.033,5 14.333,6 263.986,3 1,0 5.929,7 20.263,4 402.551,2

26 2038 57.189 28.015 32.324,4 10.225,3 14.607,6 278.593,9 1,0 5.957,8 20.565,4 423.116,6

27 2039 57.417 28.550 32.942,6 10.420,8 14.886,9 293.480,8 1,0 5.986,5 20.873,4 443.990,0 61.702,228 2040 57.645 29.351 33.867,1 10.713,3 15.304,7 308.785,5 1,0 6.029,3 21.334,0 465.324,0

29 2041 57.875 29.904 34.505,2 10.915,1 15.593,0 324.378,6 1,0 6.058,9 21.652,0 486.976,0

30 2042 58.106 30.468 35.155,8 11.120,9 15.887,1 340.265,6 1,0 6.089,1 21.976,1 508.952,1 64.962,1m 3

m 3

t/hora t/hora

10h/dia 8h/dia 10h/dia1 287.500 370.000 462.500

2 575.000 740.000 925.000

3 862.500 1.110.000 1.387.500 508.952,1 m3

4 1.150.000 1.480.000 1.850.000 87.750,4 m2

5 1.437.500 1.850.000 2.312.500 26 1.725.000 2.220.000 2.775.000 5,8 m

volu

me

acum

ulad

o,

por f

ases

(m

3 )

volume acumulado de material de cobertura (fase 1) = 15.552volume acumulado de material de cobertura (30 anos) =

no de

ord

em

ano

evol

ução

da

popu

laçã

o at

endi

da c

om c

olet

a

re

gula

r (h

ab)

estim

ativ

a da

mas

sa d

e R

SU

a a

terr

ar (k

g/d

ia)

estim

ativ

a da

mas

sa d

e R

SU

a a

terr

ar

(kg/

dia

útil

)

volu

me

de r

esíd

uos

a at

erra

r (m

3 /an

o)

volu

me

acum

ulad

o de

resí

duos

a a

terr

ar

(m

3 /an

o)

volu

me

de m

at d

e

co

bert

ura

(m3 /

ano)

volu

me

tota

l [lix

o +

reco

brim

ento

] a a

terr

ar,

an

o a

ano

(m3

)

núm

ero

estim

ado

de

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ator

es a

util

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)

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ativ

a da

mas

sa d

e R

SU

a a

terr

ar (t

/ano

)

volu

me

tota

l acu

mul

ado,

an

o a

ano

(m

3 )

pré-dimensionamento básico do maciço do AtS, ao fin al de sua vida útil prevista (30 anos de operação efetiva)

rendimento estimado por hora de trabalho dos trator es na disposição de RSU

trator de pequeno porte (ref. CNH-7D)

28,75

no d

e tr

ator

es

rendimento médio ado tado , na disposição de RSU (kg/dia)

classe do equipamento

referências adotadas para a estimativa do n o de tratores a utilizar nos AtS, em situações usuais

46,25

trator de médio porte (ref. CAT D6N-XL)trato r de médio porte, ref. CAT

D6N-XL ou equivalente

PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO AGRUPAMENTO DIVINO

1.380.000

1.150.000

690.000

920.000

vol total acumulado do aterro (30 anos) =

área média total ocupada p/ maciço do AtS =

altura total do maciço f inal (30 anos) =no total de camadas do aterro =

população inicial =

168.687

230.000

460.000

8h/dia

trator de pequeno porte, ref. CNH-7D ou equivalente

Page 58: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

58

De conformidade com esses cálculos, o volume nominal total do maciço do aterro sanitário, ao final dos 30 anos de sua operação mínima prevista, seria da ordem de 509.000m3, dos quais cerca de 169.000m3 referir-se-iam aos solos a serem consumidos no capeamento — diário e final — dos resíduos a serem dispostos no mesmo. A tabela 3 , a seguir apresentada, explicita os quantitativos dos volumes totais do maciço de resíduos projetado, bem como dos cortes a serem realizados no terreno natural para a conformação (progressiva) dos diversos componentes da base projetada desse maciço. Tabela 3 - Quantificação dos volumes totais do maci ço do aterro projetado e dos cortes em solo para a conformação da base do mesmo (30 anos)

STárea do AtS, por secção

(m2)

volumes parciais

estimados do AtS (m3)

área de corte em solo, por secção

(m2)

volumes parciais

estimados de cortes em solo

(m3)

área de aterros em solo, por

secção (m2)

volume parcial

estimado de materiais

para aterros em solo (m3)

0 561,1 23.005,1 331,1 13.575,1 3,8 155,8

1 1.875,6 64.708,2 985,1 33.986,0 4,2 144,9

2 2.275,1 68.253,0 1.124,4 33.732,0

3 2.261,5 67.845,0 1.328,4 39.852,0

4 2.553,1 76.593,0 1334,9 40.047,0

5 2.373,6 71.208,0 1.143,8 34.314,0

6 2.445,6 73.368,0 1.025,1 30.753,0

7 2.272,4 68.172,0 1.012,2 30.366,0

8 1.860,2 55.806,0 741,0 22.230,0

9 1.550,9 46.527,0 521,8 15.654,0 2,7 81,0

10 1.061,8 31.854,0 452,9 13.587,0

11 897,4 26.922,0 410,9 12.327,0

12 195,6 5.574,6 165,8 4.725,3 67,0 1.909,5

679.835,9volume de solo

estimado (2)325.148,4 (*) 2.291,2

508.952,1volume de solo necessário (3)

168.687,0

170.883,8volume geométrico do

solo escavado (4)70.714,6

33,6volume de solo necessário (5)

99.000,4

269.978,655.169,8 117.857,6 m2

(*) Incluindo parte do solo necessário para aterros em outros componentes do empreendimento (plataforma para edificação da sede e galpão para máquinas; e trecho da via interna principal, entre as estacas 36 e 55).

(3) Para o capeamento, diário e final , do maciço do aterro sanitário, segundo o pré-dimensionamento teórico do empreendimento.

estimativa dos volumes do aterro sanitário do agrup amento Divino

volume real estimado

volume total calculado (1)

volume excedente estimado

volume percentual excedente

(2) Solo resultante das escavações entre os horizontes do terreno natural e da base acabada do aterro sanitário projetado.

(5) Para a execução da camada impermeabilizante da base, sob controle geotécnico sistemático, considerando-se o fator de redução volumétrica de 40% (do estado solto para compactado, sob energia equivalente à do ensaio de Proctor modificado).

(4) Correspondente à espessura nominal da camada impermeabilizante prevista (60 cm), sem se considerar a taxa natural de empolamento (≅ 35%).

(1) Segundo o pré-dimensionamento teórico do empreendimento.

volume total de solo necessário

volume de solo excedente

área perimetral do maciço acabado do aterro

sanitário

Page 59: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

59

Ambos esses conjuntos de grandezas referem-se ao produto das áreas (em m2) apuradas nas diversas secções transversais constantes do projeto executivo (com auxílio da ferramenta própria do aplicativo AutoCAD), pelas distâncias (em m) dessas diversas secções entre si, caso a caso. Conforme discriminado na Tabela 3 , a capacidade volumétrica do maciço de resíduos projetado seria da ordem de 680.000m3; por conseguinte, bem superior (em cerca de 1/3) ao volume correspondente à massa acumulada de resíduos + material de recobrimento a ser disposta no mesmo maciço, ao longo dos 30 anos de sua vida útil estabelecida como mínima. Isto significa que, caso seja mantida sua configuração formal definida no projeto executivo; e caso se verifiquem, na prática, os pressupostos técnicos levados em consideração em seu dimensionamento, assim como aqueles aqui discriminados como adequados para sua progressiva conformação, a vida útil efetiva do empreendimento proposto poderá superar largamente sua duração mínima estabelecida. A mesma tabela 3 explicita que o volume total dos cortes em solo a serem progressivamente feitos no próprio âmbito da gleba — majoritariamente nos limites do perímetro final do maciço do aterro sanitário propriamente dito — deverá ser da ordem de 325.150m3. Esse volume é, igualmente, bastante superior ao dos solos estimados como necessários e suficientes para a execução da camada impermeabilizante da base do mesmo aterro sanitário, bem como do capeamento (diário e final) do maciço acabado; e de parte considerável dos aterros em solo compactado necessários para a implantação dos demais componentes do empreendimento (via interna principal, plataforma para construção da sede e galpão, etc.). Isto significa que todos os movimentos de terra inerentes à implantação e operação do empreendimento, ao longo de toda a sua extensa vida útil, poderão restringir-se à própria gleba selecionada para essa finalidade, sem implicar no comprometimento ambiental de outras áreas de seu entorno, quer como jazidas de solos de “empréstimo”, quer como áreas de “bota-fora” (aterros de materiais inertes). A tabela 4 , a seguir apresentada, tem conteúdo praticamente idêntico ao da tabela 2, embora restrito à primeira etapa de implantação do aterro sanitário proposto, concernente à conformação física, à impermeabilização da base e à utilização efetiva da plataforman o 1 e dos taludes que a limitam (lateralmente e a montante). A comparação da capacidade volumétrica dessa parcela do maciço do aterro sanitário com os volumes acumulados de RSU + material de capeamento a serem dispostos no mesmo ao longo de seus primeiros anos de operação (discriminados na tabela 4) evidencia que:

• essa primeira parcela da base do aterro sanitário poderá ser ativamente utilizada durante, aproximadamente, 6 anos (em princípio, entre 2013 e 2018);

• o volume estimado dos solos a serem escavados estritamente nos limites da plataforama no 1 e dos taludes que a confinam seriam ligeiramente insuficientes para a execução da camada impermeabilizante de sua base e para o capeamento (diário e final) dos RSU a serem dispostos sobre ela, ao longo do período de tempo acima mencionado;

• seria, portanto, necessário complementar esse volume necessário de solo com materiais a serem extraídos logo acima da crista do talude posterior à plataforma no 1 (cota altimétrica nominal 827), em pequena parte do trecho a ser escavado para a implantação da plataforma no 2.

Page 60: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

60

Tabela 4 - Quantificação dos volumes parciais do ma ciço do aterro projetado e dos cortes em solo para a conformação da base do mesmo (plataform a no 1)

Está previsto para o uso futuro da gleba, podendo também ser implantados/implementados antes do encerramento das atividades de disposição final de resíduos, os seguintes projetos:

• Instalação de um horto florestal na área; • Unidade de triagem do programa de coleta seletiva a ser implantado nos municípios

para a associações de catadores; • Utilização da área para campanhas de educação ambiental que contemple visitas

monitoradas à gleba.

STárea parcial

do AtS na secção (m2)

volume parcial estimado (m3)

área parcial de corte em solo na secção

(m2)

volume parcial de corte estimado (m3)

5 213,7 6.411,0 145,3 4.359,0

6 245,1 7.353,0 157,5 4.725,0

7 276,4 8.292,0 187,0 5.610,0

8 311,3 9.339,0 206,4 6.192,0

9 348,3 10.449,0 226,0 6.780,0

10 405,8 12.174,0 267,8 8.034,0

11 572,9 17.187,0 373,1 11.193,0

12 195,6 5.574,6 165,8 4.725,3

76.779,6volume estimado do

solo escavado (2)51.618,3

76.518,2volume de solo necessário (3)

31.386,1

261,4volume geométrico do

solo escavado (4)14.970,0

0,3volume de solo necessário (5)

20.958,0

52.344,1

725,8

(2) Solo resultante das escavações entre os horizontes do terreno natural e da base acabada do aterro sanitário projetado.

(4) Correspondente à espessura nominal da camada impermeabilizante prevista (60 cm).

(5) Para a execução da camada impermeabilizante da base, sob controle geotécnico sistemático, considerando-se o fator de redução volumétrica (do estado solto para compactado, sob energia equivalente à do ensaio de Proctor modificado) de 40%.

(6) Sem se considerar a taxa natural de empolamento dos solos a escavar nos limites da própria plataforma 1, ao longo dos 6 primeiros anos de operação.

estimativa dos volumes parciais do aterro sanitário do agrupamento Divino plataforma 1

(3) Para o capeamento, diário e final , do maciço do aterro sanitário.

(1) Segundo o pré-dimensionamento teórico do empreendimento, abrangendo os 6 primeiros anos da operação prevista do empreendimento (2013 a 2018).

volume real estimado

volume total calculado (1)

volume excedente estimado

volume percentual excedente

volume de solo necessário [(3) + (5)]

déficit estimado de material para aterro (6)

Page 61: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

61

12. CRONOGRAMA PARA IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Page 62: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

62

Mês 01 Mês 02 Mês 03 Mês 04 Mês 05 Mês 06 Mês 07 Mês 08 Mês 09

1 PLACA DE OBRA EM CHAPA DE ACO GALVANIZADO m2 12,0 3.864,97 0,18 3.864,97

2

BARRACAO DE OBRA PARA ALOJAMENTO/ESCRITORIO, PISO EM PINHO 3A, PAREDES EM COMPENSADO 10MM, COBERTURA EM TELHA FIBROCIMENTO 6MM, INCLUSO INSTALACOES ELETRICAS E ESQUADRIAS. REAPROVEITADO 5 VEZES

m2 65,0 21.608,28 1,03 21.608,28

3 LOCACAO DE AREAS ACIMA 5000 M2 - OBRAS m2 41.000 10.885,62 0,52 10.885,62

4DESMATAMENTO E LIMPEZA MECANIZADA DE TERRENO COM REMOCAO DE CAMADA VEGETAL, UTILIZANDO TRATOR DE ESTEIRAS

ha 4,6 8.142,09 0,39 8.142,09

5ESPALHAMENTO DE MATERIAL EM BOTA FORA, COM UTILIZACAO DE TRATOR DE ESTEIRAS DE 165 HP m3 10.660 11.051,50 0,53 11.051,50

6ESCAVACAO, CARGA E TRANSPORTE DE MATERIAL DE 1A CATEGORIA COM TRATOR SOBRE ESTEIRAS 305 HP E CACAMBA 5M3, DMT 50 A 200M

m3 80.942 479.951,01 22,84 119.987,75 119.987,75 119.987,75 119.987,75

7REGULARIZACAO DE SUPERFICIES EM TERRA COM MOTONIVELADORA m2 24.950 9.147,84 0,44 4.573,92 4.573,92

8CARGA E DESCARGA MECANICA DE SOLO UTILIZANDO CAMINHAO BASCULANTE 5,0M3 /11T E PA CARREGADEIRA SOBRE PNEUS * 105 HP * CAP. 1,72M3.

m3 21.580 31.376,13 1,49 15.688,07 15.688,07

9TRANSPORTE LOCAL COM CAMINHAO BASCULANTE 6 M3, RODOVIA EM LEITO NATURAL, DMT ATÉ 200M m3 21.580 72.028,69 3,43 36.014,34 36.014,34

10ESPALHAMENTO DE MATERIAL DE 1A CATEGORIA COM TRATOR DE ESTEIRA COM 153 HP m3 21.580 52.930,17 2,52 26.465,09 26.465,09

11CAMINHAO TANQUE (PIPA) 6.000 L, DIESEL, 132 CV, COM MOTORISTA

CHP 120 13.929,05 0,66 6.964,52 6.964,52

12BASE DE SOLO ESTABILIZADO SEM MISTURA, COMPACTACAO 100% PROCTOR NORMAL , EXCLUSIVE ESCAVACAO, CARGA E TRANSPORTE DO SOLO

m3 21.580 213.084,87 10,14 106.542,43 106.542,43

quantidadesite

m

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE IMPLANTAÇÃO INICIAL DO ATERRO SANITÁRIO referência: DEZ 2014

CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO ALTO E MÉDIO CARANGOLA PARA A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PROJETO EXECUTIVO DO ATERRO SANITÁRIO - Divino MG

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3custo total do item

com BDI (R$)peso do item (%)

discriminação dos serviços e obras unidade

Page 63: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

63

Mês 01 Mês 02 Mês 03 Mês 04 Mês 05 Mês 06 Mês 07 Mês 08 Mês 09

13REGULARIZACAO E COMPACTACAO DE SUBLEITO ATE 20 CM DE ESPESSURA m2 10.570 13.363,65 0,64 6.681,83 6.681,83

14 CASCALHO DE CAVA m3 582 17.725,52 0,84 8.862,76 8.862,76

15CARGA E DESCARGA MECANICA DE SOLO UTILIZANDO CAMINHAO BASCULANTE 5,0M3 /11T E PA CARREGADEIRA SOBRE PNEUS * 105 HP * CAP. 1,72M3.

m3 582 846,20 0,04 423,10 423,10

16TRANSPORTE LOCAL COM CAMINHAO BASCULANTE 6 M3, RODOVIA PAVIMENTADA (PARA DISTANCIAS SUPERIORES A 4 KM )

m3 x km 5.820 7.578,97 0,36 3.789,49 3.789,49

17BASE DE CASCALHO DE CAMPO COMPACTADA, SEM FORNECIMENTO DO CASCALHO m3 582 41.485,68 1,97 20.742,84 20.742,84

18RECOMPOSICAO DE REVESTIMENTO PRIMARIO MEDIDO P/ VOLUME COMPACTADO m3 582 4.076,46 0,19 2.038,23 2.038,23

19Execução de drenos de chorume com o emprego de tubos drenantes em PEAD - 1 Ø 100mm

m 588 79.597,85 3,79 39.798,93 39.798,93

20Execução de drenos de chorume com o emprego de tubos drenantes em PEAD - 2 Ø 75mm

m 38 6.179,89 0,29 3.089,95 3.089,95

21Execução de drenos de chorume com o emprego de tubos drenantes em PEAD - 2 Ø 100mm

m 60 11.012,42 0,52 5.506,21 5.506,21

22Construção de caixa coletora central de chorume (Øi 70cm / hi

= 80cm) unidade 3 849,65 0,04 424,82 424,82

23Construção de caixa de passagem e distribuição de chorume, com vertedouro triangular (cpvt)

unidade 1 3.149,96 0,15 1.574,98 1.574,98

24Construção de caixas de passagem com derivação lateral, tipo cpdl (60x60x45cm)

unidade 6 26.244,77 1,25 13.122,38 13.122,38

25 Execução da lagoa de estabilização anaeróbia (cilíndrica) unidade 1 8.377,22 0,40 8.377,22

26Execução e distribuição dos dispositivos de apoio e fixação dos tubos de PEAD no fundo das lagoas de estabilização (anaeróbia e facultativa)

unidade 28 2.836,57 0,13 2.836,57

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CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE IMPLANTAÇÃO INICIAL DO ATERRO SANITÁRIO referência: DEZ 2014

item discriminação dos serviços e obras unidade

quantidades

custo total do item com BDI (R$)

peso do item (%)

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3

Page 64: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

64

Mês 01 Mês 02 Mês 03 Mês 04 Mês 05 Mês 06 Mês 07 Mês 08 Mês 09

27Construção de caixas de passagem cilíndricas (Øi = 45cm / hi

= 60cm) para tubulações enterradasunidade 25 3.108,34 0,15 3.108,34

28Construção de poços de visita cilíndricos (Øi = 60cm / hi = 160cm) para tubulações enterradas (saída LF)

unidade 6 2.392,95 0,11 2.392,95

29Construção de canaletas de drenagem de águas pluviais tipo cdap-1 (55x15cm, secção triangular)

m 433 9.999,07 0,48 9.999,07

30Construção de canaletas de drenagem de águas pluviais tipo cdap-3 (90x30cm, secção triangular)

m 324 20.903,02 0,99 20.903,02

31Construção de canaletas de drenagem de águas pluviais tipo cdap-4 (30x45x20cm, ST trapezoidal)

m 1.041 64.202,21 3,06 64.202,21

32Construção de caixas de passagem para canaletas de águas pluviais tipo cp-1 (150x150x60cm)

unidade 16 7.257,38 0,35 7.257,38

33Construção de caixas de passagem para canaletas de águas pluviais tipo cp-2 (150x150x220cm)

unidade 2 2.903,69 0,14 2.903,69

34Construção de bueiros sob as vias internas, em manilhas de concreto Øi = 60cm m 43 16.737,35 0,80 16.737,35

35Construção de bueiros sob as vias internas, em manilhas de concreto Øi = 100cm m 12 12.445,30 0,59 12.445,30

36 Construção de escadas de dissipação de águas pluviais m 6,0 1.089,19 0,05 1.089,19

37 Construção de leito de enrocamento, em pedras de mão unidade 4 3.736,46 0,18 3.736,46

38Conformação da bacia de acumulação e infiltração de águas pluviais m3 555 6.705,88 0,32 6.705,88

39Execução drenos de gases, com pneus imprestáveis de automóveis e pedras de mão

m 6 283,04 0,01 283,04

40Execução de cascata de aeração dos efluentes da lagoa anaeróbia

unidade 1 5.535,02 0,26 5.535,02

41Execução de obra para instalação da balança rodoviária, capacidade ≥ 30 toneladas

unidade 1 31.386,89 1,49 15.693,45 15.693,45

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3ite

m discriminação dos serviços e obras unidade quantida

descusto total do item

com BDI (R$)peso do item (%)

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Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

65

Mês 01 Mês 02 Mês 03 Mês 04 Mês 05 Mês 06 Mês 07 Mês 08 Mês 09

42 Escavação da 1ª vala para animais mortos m 120 13.989,02 0,67 13.989,02

43 TUBO PVC EB-644 P/ REDE COLET ESG JE DN 100MM m 220 2.283,98 0,11 2.283,98

44ASSENTAMENTO TUBO PVC COM JUNTA ELASTICA, DN 100 MM - (OU RPVC, OU PRFV) - PARA ESGOTO

m 504 1.745,95 0,08 1.745,95

45FORNECIMENTO (INCLUSIVE IMPOSTOS E FRETE) DE BALANÇA RODOVIÁRIA PARA 40 TONELADAS

unidade 1 45.322,32 2,16 45.322,32

46MONTAGEM E LIBERAÇÃO FINAL COM NECESSIDADE DE TÉCNICO ESPECIALIZADO DO FABRICANTE

dia 3 2.844,68 0,14 2.844,68

47RESERVATORIO METALICO, CAPACIDADE DE 5,0 M3, ALTURA PILARES = 6.0 M (FORNECIMENTO, INSTALACAO, FUNDACAO E KITS DE ENTRADA E SAIDA)

unidade 1 32.489,05 1,55 32.489,05

48 INSTALACAO PARA-RAIOS P/RESERVATORIO unidade 2 7.117,45 0,34 7.117,45

49MANTA TERMOPLÁSTICA, PEAD, GEOMEMBRANA LISA, E = 1,50 MM, NBR 15352 m2 1.180 21.772,46 1,04 21.772,46

50INSTALAÇÃO DA MANTA NAS LAGOAS E NA 1ª VALA, INCLUINDO SOLDA E TESTES DE ESTANQUEIDADE m2 1.180 4.356,27 0,21 4.356,27

51EXECUÇÃO DE DETALHES CONTRUTIVOS (FIXAÇÃO EM CAIXAS, TUBOS ETC) QUE DEMANDEM TÉCNICO ESPECIALIZADO DO FABRICANTE

dia 2 3.792,90 0,18 3.792,90

52Extensão de rede de energia elétrica, em média tensão (monofásica)

m 1.200 61.308,44 2,92 61.308,44

53Construção de rede interna de distribuição de energia elétrica, em baixa tensão (monofásica)

m 120 15.297,52 0,73 15.297,52

peso do item (%)

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3ite

m discriminação dos serviços e obras unidade quantida

descusto total do item

com BDI (R$)

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66

Mês 01 Mês 02 Mês 03 Mês 04 Mês 05 Mês 06 Mês 07 Mês 08 Mês 09

54 Construção da sede administrativa e de apoio operacional m2 137,0 222.691,48 10,60 66.807,44 66.807,44 89.076,59

55Construção do galpão para guarda e manutenção primária de máquinas e equipamentos m2 111,00 78.856,93 3,75 23.657,08 23.657,08 31.542,77

56Construção da guarita de controle do acesso ao empreendimento m2 15,98 21.586,70 1,03 6.476,01 6.476,01 8.634,68

57

MEIO-FIO E SARJETA DE CONCRETO MOLDADO NO LOCAL, USINADO 15 MPA, COM 0,45 M BASE X 0,30 M ALTURA, REJUNTE EM ARGAMASSA TRACO 1:3,5 (CIMENTO E AREIA)

m 77 6.503,05 0,31 6.503,05

58

EXECUÇÃO DE PASSEIO (CALÇADA) EM CONCRETO 12 MPA, TRAÇO 1:3:5 (CIMENTO/AREIA/BRITA), PREPARO MECÂNICO, ESPESSURA 7CM, COM JUNTA DE DILATAÇÃO EM MADEIRA, INCLUSO LANÇAMENTO E ADENSAMENTO

m2 47 1.867,64 0,09 1.867,64

59 PLANTIO DE GRAMA BATATAIS EM PLACAS m2 500 5.664,06 0,27 5.664,06

60ARVORE ORNAMENTAL - FORNECIMENTO E PLANTIO (UNIDADE)

unidade 8 287,65 0,01 287,65

61ARBUSTO ORNAMENTAL - FORNECIMENTO E PLANTIO (UNIDADE)

unidade 24 527,67 0,03 527,67

62 FORRACAO - FORNECIMENTO E PLANTIO (M2) m2 50 2.367,40 0,11 2.367,40

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3ite

m discriminação dos serviços e obras unidade quantida

descusto total do item

com BDI (R$)peso do item (%)

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67

Mês 01 Mês 02 Mês 03 Mês 04 Mês 05 Mês 06 Mês 07 Mês 08 Mês 09

63Locação, perfuração e instalação de poços de monitoramento, inclusive vedação e acabamento final

m 90 74.391,66 3,54 74.391,66

64 PLANTIO DE GRAMA BATATAIS EM PLACAS m2 1.200 13.593,75 0,65 13.593,75

65ESCAVACAO MEC VALA N ESCOR MAT 1A CAT C/RETROESCAV ATE 1,50M m3 568 3.131,01 0,15 3.131,01

66REGULARIZACAO E COMPACTACAO MANUAL DE TERRENO COM SOQUETE m2 568 2.499,07 0,12 2.499,07

67ATERRO/REATERRO DE VALAS COMPACTACAO MECANICA DE VALAS, SEM CONTROLE DE GC (COMPACTADOR TIPO SAPO ATE 35 KG)

m3 568 6.843,71 0,33 6.843,71

68 TUBO PVC EB-644 P/ REDE COLET ESG JE DN 100MM m 504 5.232,40 0,25 5.232,40

69ASSENTAMENTO TUBO PVC COM JUNTA ELASTICA, DN 100 MM - (OU RPVC, OU PRFV) - PARA ESGOTO

m 504 1.745,95 0,08 1.745,95

70 TUBO PVC EB 644 P/ REDE COLET ESG JE DN 200MM m 186 6.257,84 0,30 6.257,84

71ASSENTAMENTO TUBO PVC COM JUNTA ELASTICA, DN 200 MM - (OU RPVC, OU PRFV) - PARA ESGOTO

m 186 827,76 0,04 827,76

72TUBO DE POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE, PEAD, PN 8 ISO 200 MM x 9,6 (fornecimento, inclusive impostos e frete de São Bernardo do Campo/SP a Divino/MG, 708 km - ida)

m 558 56.600,79 2,69 56.600,79

73CURVA 90mm PEAD 200mm PN 08 (o frete está incluído na cotação do tubo de PEAD de 200 mm)

unidade 3 3.616,03 0,17 3.616,03

74ASSENTAMENTO TUBO PVC COM JUNTA ELASTICA, DN 200 MM - (OU RPVC, OU PRFV) - PARA ESGOTO

m 558 2.483,29 0,12 2.483,29

peso do item (%)

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3

CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO ALTO E MÉDIO CARANGOLA PARA A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PROJETO EXECUTIVO DO ATERRO SANITÁRIO - Divino MG

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE IMPLANTAÇÃO INICIAL DO ATERRO SANITÁRIO referência: DEZ 2014

item discriminação dos serviços e obras unidade

quantidades

custo total do item com BDI (R$)

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68

Mês 01 Mês 02 Mês 03 Mês 04 Mês 05 Mês 06 Mês 07 Mês 08 Mês 09

75TUBO DE POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE, PEAD, PN 8 ISO 110 MM x 5,3 (o frete está incluído na cotação do tubo de PEAD de 200 mm)

m 32 916,30 0,04 916,30

76CURVA 90mm PEAD 110mm PN 08 (o frete está incluído na cotação do tubo de PEAD de 200 mm)

unidde 10 4.029,26 0,19 4.029,26

77LUVA RED PEAD 200 x 110 mm PN 10 (o frete está incluído na cotação do tubo de PEAD de 200 mm)

unidde 2 1.695,04 0,08 1.695,04

78ASSENTAMENTO TUBO PVC COM JUNTA ELASTICA, DN 100 MM - (OU RPVC, OU PRFV) - PARA ESGOTO

m 32 110,85 0,01 110,85

79TUBO DE POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE, PEAD, PN 8 ISO 75 MM x 3,6 (o frete está incluído na cotação do tubo de PEAD de 200 mm)

m 72 958,53 0,05 958,53

80CURVA 45mm PEAD 75mm PN 08 (o frete está incluído na cotação do tubo de PEAD de 200 mm)

unidde 6 753,23 0,04 753,23

81ASSENTAMENTO TUBO PVC COM JUNTA ELASTICA, DN 100 MM - (OU RPVC, OU PRFV) - PARA ESGOTO

m 72 249,42 0,01 249,42

82

FOSSA SEPTICA EM ALVENARIA DE TIJOLO CERAMICO MACICO DIMENSOES EXTERNA S 1,90X1,10X1,40M, 1.500 LITROS, REVESTIDA INTERNAMENTE COM BARRA LISA , COM TAMPA EM CONCRETO ARMADO COM ESPESSURA 8CM

unidade 3 4.012,02 0,19 4.012,02

83 CERCA VIVA - FORNECIMENTO E PLANTIO (UNIDADE) unidade 1.800 8.147,15 0,39 8.147,15

84PLANTIO DE ARBUSTO COM ALTURA 50 A 100CM, EM CAVA DE 60X60X60CM

unidade 220 7.643,45 0,36 7.643,45

85

PORTAO PARA VEICULOS EM BARRAS DE FERRO RETANGULAR CHATA E TELA DE ARAME GALVANIZADO, FIO 8 BWG, MALHA QUADRADA 5X5CM, INCLUSIVE CADEADO E PINTURA PVA EM PILARES DE APOIO DE CONCRETO

unidade 1 3.064,22 0,15 3.064,22

221.787,32 247.279,10 252.784,70 221.502,21 332.005,47 241.482,68 230.373,81 188.692,73 165.578,16 custos da implantação inicial do aterro sanitário

(correspondente à fase 1 / 1 o triênio de operação efetiva do empreendimento)

721.851,12 794.990,36 584.644,71

2.101.486,18 100,00

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3ite

m discriminação dos serviços e obras unidade quantida

descusto total do item

com BDI (R$)peso do item (%)

CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO ALTO E MÉDIO CARANGOLA PARA A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS PROJETO EXECUTIVO DO ATERRO SANITÁRIO - Divino MG

CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO DE IMPLANTAÇÃO INICIAL DO ATERRO SANITÁRIO referência: DEZ 2014

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13. PLANO DE MONITORAMENTO DA UNIDADE Será implantado um plano de monitoramento das medidas de controle ambiental no sentido de garantir a permanência, a eficiência e eficácia das mesmas ou detectar a necessidade de introdução de novas medidas. Este plano abrange, de maneira suficientemente detalhada, a especificação do número e da localização dos pontos de amostragem, caso a caso; bem como o estabelecimento da frequência de coleta e análise de amostras e a definição dos parâmetros a serem analisados, caso a caso, com o objetivo básico de estabelecer uma sistemática adequada para o monitoramento da eficácia de operação do empreendimento implantado e da preservação (ou melhoria) da qualidade dos recursos naturais existentes em seu entorno. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E BACTERIOLÓGICAS As análises a serem efetuadas acham-se listadas a seguir, sendo que, tendo em vista a localização e o porte do empreendimento proposto, restringir-se-ão a amostras de líquidos (águas superficiais, águas subterrâneas e líquidos percolados através do aterro sanitário), abrangendo os seguintes parâmetros:

pH (potencial hidrogeniônico) sulfatos alcalinidade de bicarbonato fosfatos condutividade ferro cor aparente manganês sólidos totais zinco DQO (demanda química de oxigênio) cromo DBO (demanda bioquímica de oxigênio) coliformes (totais e fecais) nitratos estreptococos fecais

O quadro 5 , a seguir, apresenta, de forma sinóptica, o programa de monitoramento proposto para o controle da qualidade dos líquidos do empreendimento, por ponto de amostragem, com definição da frequência de coleta e análise a ser adotada em cada caso.

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Quadro 5 - Monitoramento de águas no aterro sanitár io consorciado de Divino, MG

Análises a efetuar,por ponto de amostragem

Águ

as

subt

errâ

neas

Águ

as

Sup

erfic

iais

afluente da lagoa anaeróbia

(1)

efluente da lagoa anaeróbia (2)

efluente da cascata de aeração (3)

efluente da lagoa facultativa (4)

pH

FR

EQ

ÜÊ

NC

IA S

EM

ES

TR

AL

FR

EQ

ÜÊ

NC

IA S

EM

ES

TR

AL

FREQÜÊNCIA MENSAL, NO PRIMEIRO ANO (ou até a estabilização do processo de tratamento, com manutenção da eficiência de remoção da carga orgânica) e FREQÜÊNCIA QUADRIMESTRAL, APÓS O PRIMEIRO ANO

alcalinidade bicarbonato condutividade cor aparente sólidos totais DQO DBO nitrato fosfato ferro manganês zinco cromo coliformes totais e fecais estreptococos fecais

Pontos de coleta de amostras: (1) caixa de passagem com vertedouro triangular (cpvt ), a montante da lagoa anaeróbia (2) canaleta superior de distribuição da cascata de aeração (3) canaleta coletora inferior da cascata de aeração (4) poços de visita a jusante da lagoa de estabilização facultativa. 13.1 PERÍODOS DE INTENSA PLUVIOSIDADE. Algumas medidas operacionais de caráter preventivo deverão ser tomadas no período de intensa pluviosidade, além daquelas estabelecidas para a rotina de trabalho, tal como se segue:

• disponibilidade das máquinas de terraplenagem utilizadas na operação do aterro sanitário para desbloqueio e/ou arraste dos caminhões coletores de lixo quando atolados, bem como para socorro aos trabalhadores (motoristas, garis coletores, ajudantes de operação, etc.) em casos de emergência, com o auxílio de cabos de aço e de ganchos de acoplamento rápido (acessórios esses a serem permanentemente mantidos disponíveis e em boas condições de utilização, na caixa de ferramentas das referidas máquinas);

• manutenção de estoque permanente de cascalho (ou entulhos de construção, britados e isentos de materiais perfurantes ou cortantes) no pátio de materiais do empreendimento e, em menor quantidade, junto à frente de serviço;

• manutenção permanente do sistema de drenagem superficial, independentemente da freqüência estabelecida para sua manutenção rotineira;

• garantia de disponibilidade do pessoal operacional de reserva, de modo a que estes possam ser imediatamente convocados nos casos de ausência dos trabalhadores efetivos.

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13.2 PLACAS DE SINALIZAÇÃO. Tendo em vista a organização do fluxo de veículos em direção ao empreendimento, deverão ser previstas placas de sinalização (q.v. prancha no PE-18/23 do projeto executivo), a serem afixadas tanto interna como externamente ao mesmo e classificadas em duas categorias:

• placas regulamentares : placas a serem afixadas ao longo da rodovia BR.116, indicativas da localização do empreendimento e de conformidade com as normas técnicas específicas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte / DNIT. Sua fabricação e afixação deverão ser prévia e adequadamente autorizadas pela instância estadual (ou regional) daquele órgão federal. Inclui-se nesta categoria a placa referente ao licenciamento da instalação e operação do empreendimento pelo SISEMA, a ser afixada junto à intersecção da rodovia BR.116 com a via interna principal de acesso ao mesmo;

• placas internas de sinalização vertical : placas a serem utilizadas internamente ao empreendimento, sendo de identificação, de direção e de advertência.

As placas de identificação serão afixadas junto ao acesso principal a todas e cada uma das diversas unidades do empreendimento, contendo sua designação (sede administrativa e de apoio operacional; aterro sanitário; valas sépticas para resíduos especiais; unidade de manutenção primária de máquinas; estação de tratamento de líquidos percolados, etc.). As placas de direção deverão ser afixadas em pontos estratégicos do sistema viário, de modo a organizar e disciplinar o fluxo de veículos em direção às frentes de operação. As placas de advertência deverão ser afixadas principalmente nos cruzamentos da via interna principal do empreendimento com suas derivações transitórias, fase a fase; assim como nos locais em que estejam sendo realizados serviços e/ou obras (de manutenção, ou referentes à progressiva implantação do aterro sanitário). A localização aproximada das placas fixas, bem como suas dimensões e conteúdo, acham-se explicitadas na referida prancha de noPE-18/23 do projeto executivo. 13.3 LIMPEZA GERAL DO EMPREENDIMENTO. As atividades de limpeza geral deverão ser realizadas sistematicamente em toda a área do empreendimento, com frequência semanal e com especial atenção para sua parcela ocupada pelo maciço do aterro sanitário, propriamente dito. Entretanto, em dias de ventos ou de chuvas excessivos, a limpeza geral deverá ser sempre feita, independentemente da data e/ou frequência estabelecidas para essa atividade em circunstâncias normais. Dessa limpeza deverá obrigatoriamente constar o recolhimento dos papéis e plásticos que eventualmente tenham sido carreados, pelas chuvas ou ventos, para fora da frente de operação do aterro. Igualmente deverá ser intensificada a atenção quanto a esse aspecto nos períodos de estiagem prolongada, devido ao natural ressecamento do lixo, que favorece o transporte de resíduos soltos pela ação dos ventos. Considera-se altamente recomendável a colocação, junto à frente de operações do aterro em cada momento, de uma cerca removível (com tela plástica flexível, afixada a estacas leves, de madeira ou metálicas), para retenção de papéis e filmes plásticos carreados pelo vento, pelo menos a jusante do sentido dominante dos mesmos em cada circunstância.

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13.4 SISTEMA DE CONTROLE OPERACIONAL Consiste no conjunto das atividades de controle das etapas de implantação (inicial e complementar) e de operação do empreendimento, através do registro sistemático dos fatos e eventos que caracterizem sua evolução ao longo do tempo, ou provoquem alterações em sua concepção e/ou em seu projeto original. Esse registro deverá ser feito através da utilização de relatórios diários, relatórios mensais de consolidação de dados, formulários e planilhas apropriados, além de plantas de reconstituição das obras efetivamente executadas (“as built”). Todos esses elementos deverão ser adequadamente numerados, catalogados e arquivados, de modo a propiciar a avaliação periódica do empreendimento, assim como o desenvolvimento de estudos e pesquisas referentes ao desempenho das instalações que o compõem. 13.4.1 Recebimento dos resíduos Consiste no conjunto das atividades e dos procedimentos de inspeção preliminar, a ser efetuada na portaria do empreendimento, durante a qual os veículos coletores serão vistoriados por fiscal / balanceiro, treinado e instruído para a adequada realização da mesma. Esse profissional será incumbido de verificar e registrar a origem, a natureza e a classe dos resíduos que cheguem ao empreendimento; de orientar os motoristas quanto à unidade na qual os resíduos devam ser descarregados; de impedir que resíduos incompatíveis com as características do empreendimento, ou provenientes de fontes não autorizadas, sejam lançados no mesmo; e de promover, sempre que pertinente, a pesagem dos veículos cuja entrada no empreendimento tenha sido por ele autorizada. Propõe-se que não seja permitida a entrada, no empreendimento, de resíduos destinados a aterramento e que se apresentem no estado pastoso 12, ou com excepcionalmente elevado teor de umidade. A única ressalva a essa recomendação de caráter geral deverá referir-se a resíduos resultantes de ocorrências de caráter acidental, ou emergencial, cuja disposição no aterro sanitário venha a se constituir em objeto de peculiar interesse dos Municípios beneficiários; sob a condição — considerada essencial, no caso — de que possam ser adequadamente submetidos a processos naturais de secagem em local próprio do empreendimento, sem prejuízo de correta operação do mesmo, nem da saúde de seus operadores, nem do meio ambiente do seu entorno. Em princípio, essas autorizações excepcionais de recebimento de resíduos cujas características quanto à sua natureza intrínseca sejam compatíveis com a classe do empreendimento, mas que se apresentem — no que se refere a seu estado físico — em desconformidade com a forma usual de funcionamento do mesmo, apenas deverão ser concedidas pelo engenheiro responsável. Nas circunstâncias em que este não se encontre no local, poderão ser concedidas pelo encarregado geral, sempre que possível após entendimento telefônico com aquele. 13.4.2 Controle qualitativo e quantitativo dos resí duos processados O controle da qualidade (natureza, classe), da quantidade (massa ou, excepcionalmente, volume aparente) e da origem dos resíduos que ingressem no empreendimento (coleta residencial / comercial regular, coleta diferenciada e/ou especial, limpeza pública, poda, etc., provenientes quer das sedes municipais, quer dos seus distritos, caso a caso), destinados a 12 Caso, por exemplo, dos resíduos recolhidos por ca minhões "limpa fossa".

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serem processados em quaisquer de suas unidades, será efetuado na portaria. Nessa mesma oportunidade, o fiscal / balanceiro procederá ao registro de todas as informações complementares requeridas no formulário apropriado, tais como placa do veículo, nome do motorista, horários de entrada e de saída, carga útil, tara, destinação, etc. No caso de ocorrência de suspeita quanto à natureza dos resíduos contidos em algum veículo coletor, deverá o fiscal / balanceiro acionar o encarregado geral da operação do aterro sanitário para que seja feito, por este e junto à frente de serviço (em separado), novo controle qualitativo da massa desses resíduos. Se evidenciar, de fato, a impossibilidade de disposição (total ou parcial) dos mesmos no aterro, será o motorista intimado a proceder a seu imediato recolhimento e retirada do âmbito do empreendimento, sem prejuízo de outras responsabilidades civis e/ou criminais que eventualmente lhe possam ser imputadas. Acha-se prevista, no projeto executivo, a instalação de balança rodoviária de características adequadas, na entrada do empreendimento. Esse equipamento, embora de grande importância para a aferição e monitoramento da massa dos resíduos que venham a ser dispostos em suas unidades (aterro sanitário, ou valas para resíduos especiais), poderá não ter sua aquisição e instalação viabilizadas de imediato, em função da eventual carência de recursos financeiros por parte do empreendedor. Caso tal situação se configure, o controle de quantidade de resíduos a serem aterrados diariamente deverá ser realizado por unidade de volume (m3), até que a instalação da balança seja possível. Nesse ínterim, sugere-se que seja realizada, a períodos regulares (com freqüência máxima trimestral, e em balança existente, por exemplo, em instalações industriais da região) a pesagem de todos os veículos coletores, em todas as viagens de coleta e ao longo de uma semana, de modo a aferir, por amostragem, a relação volume / peso dos resíduos recolhidos, caso a caso. O fiscal / balanceiro e o(s) ajudante(s) de operação deverão ser sistemática e previamente informados, pelo encarregado geral, a respeito dos locais e da sistemática a ser adotada para a descarga dos veículos coletores, em cada circunstância, conforme os tipos e as características físicas dos resíduos neles transportados. 13.4.3 Controle e ordenação do fluxo de resíduos Esse tipo de controle será efetuado pelo(s) ajudante(s) de operação na própria frente de serviço que esteja em utilização em cada dia e circunstância, abrangendo a orientação aos motoristas dos veículos coletores quanto ao local e ao momento adequados para a descarga dos resíduos, conforme instruções a ele(s) previamente fornecidas pelo encarregado geral. 13.4.4 Controle tecnológico Abrange o controle sistemático e periódico da operação do empreendimento, compreendendo as seguintes atividades:

a) controle do processamento de resíduos - controle qualitativo e quantitativo dos resíduos dispostos no aterro sanitário; controle (topográfico) da forma e da geometria das células diárias de aterramento; controle periódico do teor de compactação da massa de resíduos disposta no aterro sanitário; controle da execução dos serviços de terraplenagem, da conformação da camada impermeabilizante / drenante da base do aterro sanitário e da efetiva implantação da camada provisória de proteção superficial da mesma; controle da execução das

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camadas de capeamento (diário e final) do aterro; controle da conformação e do funcionamento efetivo dos drenos de líquidos e de gases;

b) controle do tratamento de “chorume” - controle da operação das lagoas de estabilização, através da verificação sistemática da qualidade de seus efluentes líquidos (por componente da ETLP e finais), tendo como referência mínima obrigatória, com relação a estes últimos, os padrões de lançamento previstos na Resolução CONAMA n° 20, de 18 de junho de 1986.

13.4.5 Controle da operação de máquinas e veículos de carga Abrange o controle e registro, diários, das horas de operação efetiva das máquinas e veículos de carga que estejam sendo utilizados no âmbito do empreendimento, quer pertençam estes ao próprio empreendedor, quer a terceiros a serviço daquele. Abrange, além disso, o controle e registro dos tipos de serviços executados com a utilização de cada um desses equipamentos; das suas condições de trabalho (intrínsecas e contextuais); e do rendimento efetivo do trabalho realizado, caso a caso. A responsabilidade direta pelo apontamento sistemático e rigoroso dessas informações competirá ao encarregado geral do aterro sanitário, com o auxílio do(s) ajudante(s) de operação. 13.4.6 Controle do estoque dos materiais de uso cor rente a serem utilizados Os materiais a serem aplicados na execução (intermitente) dos drenos de “chorume” da base (tubos drenantes, pedras-de-mão, brita grossa, manta geotêxtil, etc.), dos drenos de gases (envoltória e meio drenante) e do capeamento (solo) das células diárias do aterro sanitário, assim como na manutenção das vias internas de acesso ao empreendimento como um todo (cascalho; ou entulhos de construção, britados e isentos de materiais perfuro-cortantes), deverão ter seu estoque controlado em caráter permanente, dado que a frequência de seu consumo será ou diária, ou praticamente diária. A responsabilidade direta pelo apontamento sistemático e rigoroso dessas informações competirá ao encarregado geral do aterro sanitário, com o auxílio do(s) ajudante(s) de operação e do auxiliar administrativo. Caberá ao encarregado geral a responsabilidade de alertar o engenheiro responsável, de maneira explícita e formal, sobre as providências a serem tomadas, em momento oportuno e em tempo hábil, para as necessárias reposições de estoques, de modo a que não seja prejudicado o funcionamento adequado do empreendimento. 13.4.7 Controle de pessoal Este controle é naturalmente exigível em qualquer atividade, sendo de responsabilidade direta do auxiliar administrativo atuante na sede do empreendimento; e indireta do encarregado geral, na frente de serviço do aterro sanitário em cada circunstância. O controle de entrada e saída poderá ser realizado quer através de cartões (ou fichas) de preenchimento manual, quer de relógio de ponto, a critério do empreendedor. 13.4.8 Controle ambiental Esse tipo de controle abrangerá todas as atividades de operação do empreendimento e os possíveis efeitos dessas atividades sobre o meio ambiente (físico, biótico e antrópico). O controle deverá ser feito sobre os diversos vetores potenciais de impacto ambiental, de modo a definir sua intensidade efetiva, caso a caso. Esse controle deverá ser desenvolvido

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em paralelo pela equipe técnica de monitoramento ambiental especialmente designada (ou contratada) pelo empreendedor; e pela equipe de gestão operacional do empreendimento (inclusive o engenheiro de campo), sob orientação da primeira. 13.5 SISTEMA DE TRATAMENTO DE LÍQUIDOS A simplicidade relativa dos procedimentos de operação e manutenção das lagoas de estabilização não poderá implicar em descaso para com o controle rigoroso do processo de tratamento dos líquidos percolados através do maciço do aterro sanitário. Para que a rotina de sua operação transcorra de maneira adequada, é necessária uma equipe de trabalho composta de, no mínimo:

• 2 auxiliares de serviços gerais (em caráter eventual); • 1 ajudante de operação (em regime de dedicação integral); • 1 técnico em saneamento para a coleta de amostras (em caráter eventual); e • 1 engenheiro (no caso, o próprio responsável técnico pelo empreendimento, que

deverá atuar nessa atividade em regime de tempo parcial), para análise dos resultados dos testes feitos com as amostras recolhidas; e para a coordenação dos trabalhos de operação, monitoramento e manutenção da ETLP.

A operação de tratamento, no caso, consistirá no simples — ainda que rigoroso e sistemático — controle e favorecimento da ocorrência adequada dos fenômenos naturais (físicos, químicos e biológicos) que caracterizam o processo de redução da carga orgânica contida no “chorume” bruto. Antes do início efetivo em operação das lagoas de estabilização, alguns procedimentos de caráter fundamental deverão ser implementados, a saber:

a) lançar água (limpa) em ambas as lagoas, até a formação de uma lâmina com altura mínima de 1m;

b) bloquear todos os dispositivos de saída da lagoa facultativa ; c) introduzir o “chorume” (na lagoa anaeróbia), até que se complete a altura da lâmina

de água total de ambas as lagoas, prevista no projeto executivo (3,5m na lagoa anaeróbia ; e 2,3m, na lagoa facultativa , em situações normais);

d) aguardar o aparecimento de algas na lagoa facultativa (de 7 a 21 dias); e) abrir o dispositivo de saída da lagoa facultativa; f) alimentar normalmente o conjunto de lagoas com o “chorume” gerado no aterro

sanitário. Esses procedimentos têm os propósitos de impedir o crescimento de vegetação invasora no interior das lagoas; de testar sua estanqueidade, caso a caso; e de possibilitar a oportuna correção de eventuais deficiências em sua execução, em quaisquer de seus aspectos. O início de operação propriamente dito (partida do processo de tratamento) irá requerer que se mantenha o pH do meio levemente alcalino (entre 7,2 e 7,5). Para facilitar a ocorrência dessa condição pode-se adicionar, gradualmente e após 30 dias de operação, pó de calcário, cinza vegetal ou bicarbonato de sódio, até a estabilização do pH na faixa acima discriminada. Após o estabelecimento do equilíbrio biológico, no início do funcionamento efetivo das lagoas, o controle da operação da ETLP ficará limitado a exames de rotina. Análises de caráter mais complexo serão eventuais e realizadas somente em casos de observância de desequilíbrios, ou quando do desenvolvimento de estudos especiais.

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Portanto, em situações rotineiras, a operação do sistema de tratamento de líquidos percolados proposto ficará restrita aos seguintes procedimentos:

a) completa remoção de qualquer tipo de vegetação que venha a surgir no interior das lagoas de estabilização, ou nos componentes construtivos da cascata de aeração;

b) manutenção permanente (de caráter preventivo e, eventualmente, corretivo) dos dispositivos construídos, tais como tubulações, caixas de passagem, caixas de entrada e de saída, etc.;

c) controle do nível da lagoa facultativa em função das condições climáticas e da maior ou menor eficiência na remoção da DBO5 (apurada através do monitoramento sistemático dos líquidos afluentes a ela e de seus efluentes), devendo a mesma ser operada com maior altura da lâmina d’água (2,50m) nos períodos de verão e de intensa insolação;

d) retirada constante de eventuais materiais sobrenadantes, a serem imediata e adequadamente dispostos no aterro sanitário;

e) combate sistemático ao início de quaisquer processos erosivos eventualmente ocorrentes nas próprias lagoas e/ou em seu entorno imediato;

f) manutenção da limpeza permanente dos dispositivos de entrada, de controle de fluxo e de saída dos efluentes líquidos em tratamento;

g) g) dissolução das formações de “escumas” eventualmente ocorrentes na superfície das lagoas, com o emprego de coadores de tela com hastes suficientemente longas; e espargimento de cinzas vegetais (ou pó calcário, ou bicarbonato de sódio) sobre as crostas sobrenadantes nas lagoas, com freqüência mínima de uma vez por semana, quando essas crostas venham a ocorrer;

h) realização sistemática das análises rotineiras de controle operacional, tal como definido no presente documento;

i) anotação sistemática de todos os dados e informações referentes ao funcionamento da ETLP, em ficha de controle operacional específica.

j) Na eventualidade da constatação de anormalidades, deverão ser acionados os procedimentos sugeridos no item 13.6, a seguir.

13.6 PROBLEMAS OPERACIONAIS: CAUSAS PROVÁVEIS E MED IDAS DE CONTROLE SUGERIDAS 13 a. Odores . A ocorrência de maus odores pode ser devida à sobrecarga ocasional do volume de líquidos percolados afluente à ETLP e à conseqüente diminuição do tempo de detenção nas lagoas de estabilização; à presença de substâncias tóxicas; ou à queda brusca da temperatura do percolado. Para a prevenção e controle dos maus odores na lagoa anaeróbia são indicadas as seguintes medidas:

• no caso de o problema decorrer de sobrecarga circunstancial do volume afluente, avaliar a possibilidade de desvio (“by pass”) parcial do mesmo para a lagoa facultativa, a depender da capacidade efetiva desta de suportar essa sobrecarga, naquela circunstância;

• adição gradual de nitrato de sódio em vários pontos da lagoa, como fonte complementar de oxigênio combinado;

• adição de cal hidratada (na proporção de 120g para cada 10 m3 do volume útil da lagoa) para elevar o pH e, por conseguinte, reduzir as condições ácidas do meio,

13 A discriminação dos problemas operacionais eventua lmente ocorrentes em lagoas de estabilização, bem como das medidas sugeridas para seu controle, c aso a caso, transcritas no presente item destas especificações, foram extraídas de VON SPERLING, MARCOS (1996). Lagoas de estabilização. DESA-UFMG, 134 p. [Volume 3 da série “Princípios do tratam ento biológico de águas residuárias”].

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responsáveis pela inibição da metanogênese e pela maior presença de sulfetos na forma livre;

• adição de produtos capazes de seqüestrar sulfetos (exceto cloro, capaz de prejudicar o reinício do processo de digestão bioquímica dos líquidos percolados, após a correção do problema da emissão de maus odores);

• recirculação progressiva dos líquidos em tratamento na lagoa anaeróbia para a caixa de passagem com vertedouro triangular (cpvt ) a montante da mesma, com a utilização de equipamento moto-bomba transportável e na proporção de 1 : 6 da vazão afluente de “chorume” no estado bruto.

Como medida paliativa, na impossibilidade de emprego dos recursos e/ou procedimentos acima discriminados, poderá ser criteriosamente lançado óleo queimado sobre a superfície da lagoa anaeróbia, de modo a formar uma película protetora sobre o líquido, diminuindo o desprendimento de gases para a atmosfera. Na hipótese de a ocorrência de maus odores vir a ocorrer na lagoa facultativa e ser devida a eventual sobrecarga dos líquidos afluentes à mesma, as medidas de controle sugeridas são similares àquelas indicadas para o caso da lagoa anaeróbia, a saber:

• a adição, criteriosa e progressiva, de nitrato de sódio (fonte de oxigênio combinado) ao meio líquido em processamento na lagoa facultativa;

• a recirculação progressiva dos líquidos em tratamento na lagoa facultativa para a cascata de aeração a montante da mesma (canaleta superior de distribuição), com a utilização de equipamento moto-bomba transportável e na proporção de 1 : 6 da vazão afluente (efluente da lagoa anaeróbia).

Caso o problema persista, deverá ser analisada a possibilidade de introdução de aeradores mecânicos ao sistema projetado, eventualmente a serem efetivamente acionados apenas em circunstâncias excepcionais capazes de induzir a ocorrência das referidas sobrecargas. b. Proliferação de insetos . A proliferação de insetos na área das lagoas de estabilização pode ser devida a diversos fatores causais, capazes de interferir em seu adequado funcionamento isoladamente ou combinados entre si, tais como:

• o acúmulo, em suas imediações, de lodo e/ou de materiais sobrenadantes removidos das mesmas e não imediatamente dispostos no aterro sanitário;

• o crescimento de espécies vegetais invasoras na faixa entre o NA e a borda do talude interno das lagoas;

• os blocos de “escuma” e manchas de óleo sempre presentes na sua superfície; • a deficiente circulação dos afluentes nos diversos componentes da ETLP; • a incorreta manutenção das suas instalações; • a ocorrência de baixas temperaturas; e/ou • a presença de substâncias tóxicas nos líquidos em tratamento.

Para a prevenção e controle desse fenômeno, sugere-se:

• o aterramento sistemático e imediato dos resíduos resultantes das operações periódicas de limpeza das lagoas;

• o corte (raspagem, com o devido cuidado para que não seja danificada a manta impermeabilizante em PEAD) e remoção, sistemáticos, dos vegetais que venham a se desenvolver nas bordas das lagoas;

• a dissolução sistemática, com rastelo ou jato d’água, dos blocos de materiais flutuantes ocorrentes na superfície das lagoas, acompanhada da remoção dos resíduos sobrenadantes e disposição dos mesmos no aterro sanitário; e (em casos extremos)

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• a aplicação, criteriosa e cuidadosa, de inseticidas e/ou larvicidas na camada de “escuma”.

c. Crescimento de vegetais . O crescimento de vegetação nas lagoas de estabilização tem como origem principal sua manutenção inadequada. As medidas de controle e prevenção a serem adotadas devem ser, quanto aos vegetais aquáticos (que cresçam no corpo d'água e/ou no talude interno), sua remoção sistemática e total, evitando a queda dos resíduos dessa limpeza no interior das lagoas; e, quanto aos vegetais terrestres (que cresçam nas plataformas e taludes externos), a capina periódica do terreno no entorno imediato das lagoas e, eventualmente (em situações excepcionais), a utilização criteriosa e cuidadosa de herbicidas químicos. d. Ocorrência de manchas verdes nas bordas das lago as. Eventualmente, surgem manchas verdes na linha de contato entre o NA e o talude interno das lagoas, manchas essas que podem ser causadas por um “boom” de proliferação de algas nessa região, face às condições favoráveis desse meio. O controle é realizado através da remoção sistemática das colônias de algas prejudiciais, tão logo surjam, de modo a impedir sua expansão descontrolada, tanto nas bordas das lagoas como em sua superfície, eventualmente prejudicando a penetração de energia luminosa na massa de líquidos e, por conseguinte, a ocorrência da fotossíntese, essencial para o adequado funcionamento da lagoa facultativa. e. Entupimento de tubulações . O entupimento de tubulações é um problema ocasional a ser enfrentado pelos operadores da ETLP. Poderá ser causado tanto pelo paulatino acúmulo de materiais de pequenas dimensões, em suspensão nos líquidos em tratamento; quanto pela obstrução acidental dessas tubulações por objeto de maiores proporções (por exemplo, sacos plásticos carreados pelo vento para as lagoas). O controle preventivo dessas ocorrências consiste na remoção sistemática e cuidadosa de materiais sobrenadantes nas lagoas. Caso ocorra o entupimento, a desobstrução poderá ser feita com o auxílio de cabos de aço flexíveis apropriados, ou de instrumentos equivalentes, com o devido cuidado para que seja assegurada a integridade das instalações hidráulicas (tubos, conexões, etc.).

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14. PROGRAMA DE COLETA SELETIVA A SER IMPLANTADO NO MUNICÍPIO. 14.1 CATADORES DO LIXÃO O Município de Divino/MG possui 08 povoados e 01 distrito que realizam coleta regular, com freqüência máxima de 02 vezes por semana em alguns povoados. Os resíduos gerados em Divino/MG são lançados em um lixão a céu aberto, existente desde 1985, localizado a aproximadamente 400 metros da área urbana. Em visita realizada no dia 19/01/2011 a equipe da Sustentável iniciou um levantamento sobre as condições sócio-econômicas dos trabalhadores que ali, exercem a catação de materiais recicláveis. A Figura 8 mostra o espaço onde são acondicionados os materiais, coletados pelos catadores que trabalham no lixão.

Figura 8: Lixão de Divino/MG

Fonte: Sustentável Projetos e Consultoria Ltda, 201 1 Diariamente, 10 catadores realizam a catação de reciclaveis no lixão. É importante registrar que trata-se de uma única família cujo comando fica a cargo de Devair Dodo, de 48 anos, catador há aproximadamente 21 anos que, juntamente com sua esposa, 05 filhos, 01 irmã e 02 irmãos, trabalham no lixão em um galpão construído pela prefeitura. Segundo o catador, ele exerce a catação no lixão desde o surgimento daquele local. Ele relatou que nunca foi a escola (não sabe ler e nem escrever) e que seus filhos, 02 homens e 03 mulheres, foram criados naquele ambiente. Isso explica o fato de 02 deles não terem concluído sequer a 4ͣ série do ensino fundamental 1 e as 03 mulheres estudaram até a 7ª série do ensino fundamental 2. Acrescenta-se aqui que a esposa do Devair, de 55 anos, possui a 4ª série incompleta. A idade dos filhos varia de 19 a 25 anos. Antes de exercer tal atividade, Devair e sua esposa eram bóias-fria, trabalhavam em lavouras da região, principalmente, de café. Segundo relato da esposa do catador, ainda hoje, na época da colheita, ela e os filhos trabalham na lavoura. Nesse período é feito um revezamento, ora vão os filhos homens, ora as mulheres. De acordo com Devair, após catar latinha em uma festa de Exposição local, percebeu que aquela atividade poderia ser rentável. A partir daí, começou a se dedicar a catação. A família mora próxima ao lixão em uma casa própria, sendo assim, fazem as refeições na própria casa. A família cata e comercializa todos os tipos de materiais recicláveis, exceto vidro: papel, papelão, alumínio, plástico, sucata. O material é triado, prensado e armazenado no galpão. Faz-se necessário registrar que um comprador da cidade de Muriaé

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cedeu uma prensa para o Devair. Em contrapartida, o catador repassa para esse comprador (atravessador) alguns materiais com o preço mais baixo. O comprador busca o material no lixão. O catador sonha em agregar mais valor ao seu material: “o meu sonho é comprar um “moinho” pra mandar tudo picadinho, pó”. Atualmente, segundo o catador, ele está dormindo em um espaço onde funcionava um viveiro de mudas, no terreno do lixão, para “vigiar” a prensa durante a noite. Ele teme que alguém tente roubá-la e ele tenha que arcar com o prejuízo. Segundo o catador do lixão, a produção mensal é de aproximadamente 14 toneladas gerando uma renda total em torno de R$ 3.000,00/mês. Ao ser indagado sobre a distribuição dos ganhos entre os membros da família, o catador disse que paga a cada um dos seus familiares (esposa, filhos e irmãos) R$ 0,10 por quilo, independente do tipo de material. Além do material que é coletado no lixão, o catador possui um carro (Pampa) e coleta nas calçadas e em alguns estabelecimentos comerciais da cidade. Esses trabalhadores catam cerca de 10 horas por dia durante 07 dias da semana. Há dias em que adentram a madrugada. Foi possível depreender que o Catador, chefe da família, também exerce uma função de chefe do lixão. Segundo ele, atualmente, apenas coordena o trabalho e dirige o carro. Dentre as principais dificuldades apontadas pelo catador no exercício da catação no lixão, ele destacou a falta de uma prensa própria e de uma esteira para carregar o caminhão, visto que, para colocarem os fardos dentro do caminhão eles têm que erguê-los com as próprias mãos. Merece ser destacado que apesar de desenvolverem a atividade dentro de um ambiente insalubre e em condições arriscadas, o catador e os membros da sua família explicitaram gostar do trabalho que realizam. É importante mencionar que o atual Prefeito de Divino/MG, autorizou a construção de um banheiro de alvenaria dentro do lixão e, também forneceu o material necessário. Para o grupo, a comunidade, de uma forma geral vê “com bons olhos” o trabalho que exercem, mas algumas pessoas discriminam: “muitos acha que é uma loucura. Chama de doido de ter coragem de mexer com o lixo. Muitos valorizam, vê a gente com amor e carinho. Outros abusam. O serviço que nós faz é uma limpeza. É importante pra cidade e pra nós também”. 14.2 PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA A COLETA SELE TIVA Com a extinção dos lixões e a convergência dos resíduos convencionais para os aterros sanitários proposto no âmbito da vertente técnico-operacional uma das prioridades que se impõem é a implementação da Coleta Seletiva. Em Divino, segundo dados apurados no Diagnóstico, houve uma tentativa de implementação da Coleta Seletiva, mas devido a falta de uma visão global do processo e dificuldade de destinação final dos resíduos, tal iniciativa foi abortada sem que houvesse êxito. Nesse sentido, a Coleta Seletiva terá que partir desse histórico e, inicialmente, procurar os trabalhadores do “lixão”e das ruas que há vários anos realiza a catação e a segregação dos recicláveis para que possam ser incluídos no Programa. O segundo desafio está em reeducar a comunidade, que “aprendeu” nesses anos que a separação dos recicláveis é obrigação da prefeitura.

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No programa de coleta seletiva, pela sua natureza, a participação popular se torna imprescindível para a transformação social e êxito do Programa. Sem que haja a adesão da comunidade na separação dos resíduos, não se faz coleta seletiva. Sendo assim:

� O envolvimento da comunidade tem que ser contínuo e, periodicamente retroalimentado;

� A implantação/revitalização da coleta seletiva deve ser progressiva, baseada na capacidade operacional, financeira e mobilizatória da administração, para evitar retrocesso ou desmotivação da população.

Ainda, a adesão da população ao programa da coleta seletiva deve ser voluntária, portanto não é recomendável a promoção de trocas de qualquer natureza pelos materiais recicláveis. O estudo de experiências de coleta seletiva em municípios que realizaram permutas apontou que a suspensão, mesmo temporária ou involuntária, deste procedimento pode acarretar retrocesso em todo o trabalho de engajamento e desvirtua o sentido maior da coleta seletiva, que é aumentar a consciência ambiental. A recompensa pelas ações está na melhoria da qualidade de vida e no sentimento de cidadania. 14.2.1 Inclusão Social de catadores ou outros grupo s fragilizados Atualmente o lixo constitui-se num grave problema social e ambiental uma vez que milhares de pessoas trabalham em lixões a céu aberto e nas ruas. Os catadores, diariamente, vasculham os sacos de lixo e garimpam toneladas de materiais recicláveis. As condições de trabalho desses trabalhadores são extremamente ruins, visto que, desorganizados, têm feridos os direitos humanos e sociais. Os catadores, nos últimos quinze anos, apresentaram avanços significativos ao se organizarem, enquanto associação ou cooperativa, e ao consolidarem a sua atividade firmando-se como parceiros prioritários dos programas de coleta seletiva. O apoio do Movimento Nacional dos Catadores – MNCR e de diversas instituições parceiras possibilitou o reconhecimento da categoria profissional na luta pela valorização e melhoria nas condições de vida e trabalho, a consolidação de políticas públicas voltadas para os catadores, além de incentivos para a construção de galpões e aquisição de equipamentos necessários à realização das suas atividades. Em Divino/MG, o Diagnóstico constatou a presença de catadores no “lixão” e nas ruas. Nesse sentido, faz-se necessário uma abordagem da equipe de mobilização social junto à esses trabalhadores para que o programa de coleta seletiva tenha um caráter de inclusão social. Sugere-se que, inicialmente, esses profissionais façam um levantamento no “lixão” e nas ruas com o objetivo de identificar os trabalhadores que já exercem a catação no município. A partir daí, faz-se necessário convidá-los para visitar uma organização de catadores situada em cidade próxima – Porciúncula ou Muriaé – e, levá-los a participar de reuniões para estabelecimento de vínculos e integração. Não obstante, outras pessoas de baixa renda ou desempregadas poderão, imediata ou futuramente, serem incluídas. Nesse caso, deverá ser feito um levantamento nos setores da educação, saúde e assistência social, de pessoas ou grupos de geração de trabalho e renda que tenham interesse em trabalhar com a coleta seletiva. Tendo em vista que o município conta com ações e programas voltados para o desenvolvimento social, tal como o Bolsa família, faz-se necessário incluir estes trabalhadores nesses programas.

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14.2.2 Organização dos catadores de materiais recic láveis O ponto de partida é o estímulo à constituição legal da organização dos catadores enquanto empreendimento econômico solidário: associação ou cooperativa. O trabalho organizado implica em vários desafios, dentre eles:

• Reuniões para estabelecer vínculos e discutir as formas de organização (associativa ou cooperativa);

• Estudo do modelo de estatuto; • Definir o nome do Empreendimento Econômico Solidário; • Definir diretoria, elaborar ata de fundação e registro da documentação em cartório; • Promoção de reuniões para tomada de decisões coletivas e resolução de conflitos; • Definição de regras de convivência e normas de trabalho; • Elaborar e aprovar regimento interno; • Elaborar Projeto de lei para coleta seletiva com inclusão social dos catadores e

buscar aprovação na Câmara; • Estabelecer parceria com a Administração Pública por meio de convênio; • Viabilizar junto a Câmara de Vereadores a declaração de utilidade pública; • Formalizar parceria com grandes geradores para doação de materiais recicláveis; • Instituir um fundo de reserve; • Instituir um capital de giro; • Realizar o controle de entradas e saídas; • Estabelecer vínculos com o MNCR no sentido de fortalecer suas lideranças e

promover o intercâmbio com outras experiências. Cabe assinalar que no convênio firmado entre a Prefeitura e o empreendimento social sugere-se que a Administração Pública contribua com os pagamentos das despesas do empreendimento social para realização das atividades de coleta seletiva, tais como: água, luz, transporte, manutenção de equipamentos, telefone, aluguel, material de divulgação da coleta seletiva. Para realização de suas atividades, é de fundamental importância que o grupo organizado tenha a seguinte infraestrutura:

• Galpão para recebimento, triagem, pesagem, prensagem e estoque do material reciclável;

• Equipamentos para coleta: carrinhos, carroça ou caminhão; • Equipamentos para agregar valor ao material reciclável: balança, prensa, triturador

de papel; • Uniformes e EPIs.

Após a definição do sistema de coleta seletiva (tipo, abrangência, freqüência, equipamentos, dentre outros) é fundamental que os catadores cumpram o roteiro de coleta, se estiverem com essa responsabilidade, avaliem o trabalho sistematicamente e participem do planejamento para ampliação da mesma, possibilitando assim, a inclusão de outros catadores no empreendimento. 14.2.3 Capacitação dos Catadores Um aspecto importante a ser considerado e desenvolvido para o “empoderamento” e sustentabilidade do grupo é a participação em cursos de capacitação. O intercâmbio com outras experiências e a formação dos catadores deve ocorrer periodicamente, haja vista, a grande rotatividade entre eles. O Objetivo das capacitações é oferecer oportunidades aos catadores de desenvolverem sua capacidade de propor soluções para os problemas, incentivando e promovendo a autonomia do grupo.

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Destaca-se aqui, sugestões de temas a serem abordados nos cursos: Segurança e Saúde no Trabalho com enfoque na importância do uso de EPIs; Associativismo; Trabalho, liderança, grupo, mercado de recicláveis; Gestão do empreendimento social; Controle e fluxo de caixa; Formas de produtividade; Padronização e qualidade dos diversos tipos de materiais recicláveis; Meio ambiente e educação ambiental (redução, reutilização e reciclagem); Gestão de resíduos sólidos; Coleta seletiva, roteirização da coleta seletiva, organização interna do galpão, cidadania, participação social, controle de vetores; Drogas; Alcoolismo; Trânsito; Políticas públicas; Alternativas complementares de geração de trabalho e renda; Propostas e Diretrizes do MNCR; Manutenção de prensa; Utilização de equipamentos como prensa, balança, triturador, elevador de carga, dentre outros. Faz-se necessário destacar que os cursos deverão considerar as limitações decorrentes do baixo nível de escolaridade desses trabalhadores e, portanto, a linguagem deverá ser simples e lúdica possibilitando o alcance do maior número de pessoas. Os cursos deverão ainda, estimular a participação e envolver os catadores para que estes desenvolvam a capacidade de planejar e executar o trabalho em grupo, bem como, estabelecer vínculos com a comunidade. 14.2.4 Empreendimentos em Rede – Estocagem e comerc ialização de recicláveis Uma ação que pode e deve ser acionado é a inserção do empreeendimento em uma Rede, com o objetivo primordial de negociar no mercado um preço mais justo para os recicláveis. Vale registrar que existem experiências já em andamento no estado de Minas Gerais e em outros estados. Diante da proximidade dos municípios, sugere-se que os grupos se encontrem e discutam a viabilidade de estocarem e comercializarem conjuntamente e, com isso, agregarem melhor valor ao material reciclável, além da possibilidade de abrir novos postos de trabalho para os catadores avulsos nos municípios. Por fim, destaca-se a importância de apoiar os catadores no planejamento sistemático das atividades, monitorar e avaliar os resultados, tanto em relação à participação da comunidade por meio da pesagem do rejeito, quanto a atuação dos catadores no cumprimento dos roteiros. 14.2.5 Mobilizando a comunidade para implantação da s ações e programas do PGRISU A ação de mobilizar uma cidade inteira requer tempo, recursos, material humano, muitos desafios, estratégias, ousadia e criatividade, dentre outros. A mobilização consiste na ação mais complexa de todo o plano, podendo ser planejada em três etapas – denominadas “ondas”, por partirem de um núcleo restrito de pessoas e se irradiarem até atingir o conjunto da população -, com conteúdo educativo e informativo. 1ª ONDA: NÚCLEO GESTOR O Núcleo Gstor é formado por líderes ou representantes dos diversos segmentos sociais, visando discutir as estratégias para implementar o PGIRSU e engajar os “multiplicadores” e a população. Conforme sinalizado anteriormente, o Núcleo Gestor, deverá ser, preferencialmente, o Fórum Municipal Lixo e Cidadania. Entretanto, dependendo da dinâmica social de cada município essa instância poderá ser o Conselho de Meio Ambiente, ou outro organismo plural legitimado que adote essa causa. 2ª ONDA: MULTIPLICADORES Os multiplicadores são os agentes e lideranças locais que se interessam pelo tema ambiental e social e que multiplicam as atividades em cada lugar, fazendo chegar à população as informações e os esclarecimentos necessários à implantação e permanência

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do Plano através de seus inúmeros programas. Entre os multiplicadores, estão os representantes de escolas, os agentes de saúde, os funcionários da Prefeitura, de centros de saúde, líderes religiosos, esportivos, comunitários, empresariais, ambientais, políticos, sociais e estudantis. É importante frisar que, é desejável a realização de cursos periódicos para a capacitação dos multiplicadores visando a manutenção do seu engajamento e qualificando o processo de forma permanente. 3ª ONDA: POPULAÇÃO EM GERAL A mobilização do conjunto da população deve ser realizada pela equipe de mobilização social e educação ambiental, com apoio dos agentes das duas ondas descritas anteriormente. As atividades mobilizatórias e educativas mais adequadas deverão ser estabelecidas em conjunto, para que o Programa seja do conhecimento de toda a população. Isso se dará através de campanhas de esclarecimento e divulgação, bem como, via peças educativas e promocionais. Outra ação complementar, e necesária, é a realização de reuniões com a comunidade. Para a mobilização do programa de coleta seletiva, da reciclagem de entulho ou compostagem, pra ficar nesses exemplos, sugere-se aproveitar algum evento comemorativo de grande importância local, no qual podem ser desenvolvidas atividades como:

• Arrastões festivos de rua e mobilização popular com a presença de parceiros da administração, comunidade e patrocinadores;

• Atividades lúdicas e educativas com equipamento multimídia (veículo com palco, sonorização etc.), grupo teatral, banda de música, oficinas, premiações e exposição de produtos criados a partir de materiais reciclados.

• Orientação à população feita pela equipe da Prefeitura, educadores ambientais, alunos, agentes de saúde e outros parceiros, com folhetos explicativos e, com material de divulgação do projeto.

• Visita porta-a-porta em todas as residências e nas regiões de entorno dos equipamentos vinculados a limpeza urbana, como aterro sanitário ou ecopontos.

Já, para a manutenção e aumento da adesão ao programa, várias atividades poderão ser desenvolvidas, tais como:

• Intervenções lúdicas e educativas em igrejas/ templos; • Contato regular com os adotantes; • Realização de campanha educativa em eventos na cidade; • Participação em cursos de formação de agentes ambientais; • Planejamento das ações de educação ambiental nas escolas no decorrer de todo o

ano letivo e, preferencialmente, envolvendo diversas disciplinas, incluindo visitas orientadas aos equipamentos de RSU existentes no município como aterro sanitário, unidades de recebimento de pequenos volumes, entre outros. Outras possibilidades são pesquisas sobre Redução, Reutilização e Reciclagem de materiais, produção de textos, gincanas prioritariamente envolvendo formas de Reduzir o lixo (quanto menos lixo melhor, em vez de quanto mais recicláveis melhor), oficinas de papel reciclado e de arte em sucata, feiras de troca (estímulo à reutilização de materiais);

• Palestras e oficinas em escolas, simpósios, prédios públicos e onde houver demandas;

• Intervenções lúdicas em escolas, buscando a disseminação e informação sobre o programa em andamento;

• Reforço do trabalho de mobilização domiciliar nos locais onde o monitoramento identifica problemas na adesão, visando maior engajamento na coleta seletiva;

• Criação de brinquedos com materiais recicláveis e de brincadeiras educativas para utilização nas ações mobilizatórias.

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14.2.6 Plano de Comunicação e Marketing O Plano de Comunicação e Marketing consiste no desenvolvimento combinado das dimensões técnica, mobilizatória e comunicacional de forma a garantir a velocidade de implantação, a eficiência dos resultados e o grau de cidadania da comunidade. Do ponto de vista dessa simbiose, o Plano de Comunicação deverá apoiar o Plano de Mobilização Social, visto que, as ferramentas de comunicação (sejam peças gráficas ou recursos áudio-visuais) são utilizadas como reforço das abordagens, dos eventos de massa ou nas reuniões comunitárias. Os instrumentos de comunicação exercem uma função de fixação de conceitos e de veiculação de informações, além de funcionar como multiplicadores indiretos. Um dos princípios a serem adotados é o de transformar equipamentos e veículos da limpeza urbana em espaços de difusão da mensagem sócio-ambiental. Dentre as estratégias possíveis para a comunicação e mobilização social, sugere-se o caráter popular e alternativo das relações interpessoais, a criatividade, a simplificação de recursos e a utilizaçao do lúdico. Esquetes e performances artísticas de grupos de teatro podem garantir a atenção e a sedução dos moradores para a causa da limpeza urbana, consumo responsável e defesa do meio ambiente. Acrescenta-se aqui que os informativos ajudam na tarefa de convencimento que os mobilizadores buscam nas abordagens corpo-a-corpo e nas reuniões. Entretanto, deve-se ter cuidado para não exagerar na distribuição de folhetos, gerando mais lixo e também informar que tais folhetos deverão ser encaminhados para a coleta seletiva. Uma forma de reduzir a transformação de materiais em lixo é a confecção de peças publicitárias não descartáveis (ou com outra utilidade) tais como ímãs de geladeira, sacolinhas para lixo ou outras formas criativas. Faz necessário pontuar que se deve produzir material educativo (folders, folhetos etc) com conteúdos distintos, disseminando o programa para os seguintes públicos alvo: grupos de vulnerabilidade social, formadores de opinião, instituições educacionais, população em geral, dentre outros. Vale ressaltar que a linguagem, formato e tiragem de cada tipo de impresso devem variar e se adequar de acordo com o perfil de cada público. Assim, deve-se produzir novo material de divulgação da limpeza urbana com o intuito de informar a comunidade sobre a disposição adequada dos resíduos, enfatizando a freqüência da coleta, alguns cuidados essenciais, a valorização dos trabalhadores da limpeza urbana, a importância do trabalho dos catadores de materiais recicláveis, dentre outros assuntos inerentes ao tema. Outra ação importante é a divulgação dos programas em todos os meios de comunicação, nos projetos sociais e educação ambiental existentes no município que foram apresentados no diagnóstico social. A busca de patrocínio para várias peças publicitárias tem como finalidade ampliar o leque de parcerias e reduzir custos. Merece ser destacado que a logomarca e o slogan dos vários programas contidos no PGIRSU podem ser o ponto de partida do plano de comunicação, pois são instrumentos vitais para a fixação simbólica e afetiva do programa.

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Quadro 6: CRONOGRAMA FISICO – PLANO ANUAL DE MOBILI ZAÇÃO SOCIAL – exemplo ilustrativo

FASES AÇÕES MESES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Proposta preliminar de um plano de mobilização

Fazer um levant. de atividades Discutir logística e operação com equipe técnico-operacional

Produzir orçamento Preparar apresentação do plano

Reunião com FML&C para apresentação/ construção do plano mobs

Convocar entidades, definir local e equipamentos

Apresentar proposta, colocar em debate, colher sugestões e fazer ajustes

Consolidar plano de mobilização e divulgá -lo para o FML&C

Produzir recursos de apoio

Definir tiragem, linguagem e tipo de impressos por segmento

Enviar para a gráfica para produção Fazer contato/contratação com grupos artísticos e culturais

Montar apresentação do projeto

Reuniões comunitárias

Agenda de encontros em associações, ongs, escolas, igrejas...

Reuniões comunitárias de difusão com recursos de apoio

Ações de massa

Coletiva com a imprensa Difusão em rádios, jornais... Mobilização porta-a-porta distribuindo folhetos

Monitoramento Convocar entidades, definir local e equipamentos, realizar eventos

Fonte: Sustentável Projetos e Consultoria Ltda, 2011 14.2.7 Operacionalização e infra-estrutura Conforme consta do RCA já apresentado e dos respectivos Planos, a parte operacional e de infraestrutura do programa de coleta seletiva encontra-se integralmente apresentado nos 2 documentos citados integrantes deste processo de licenciamento.

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15. APRESENTAR DADOS E MEDIDAS PARA A RECUPERAÇÃO DA ÁREA DO ATUAL “LIXÃO” A área do atual “Lixão” de Divino está localizada na saída do município e a aproximadamente 400 metros da zona urbana do município. O “Lixão" recebe uma quantidade média diária de, aproximadamente, 05 toneladas de resíduos sólidos domiciliares e comerciais, além dos resíduos da construção e demolição, resíduos de varrição, resíduos de poda. A estrada que dá acesso ao local não é pavimentada, em condições normais, os veículo compactadores consomem cerca de 5 minutos para transpor o percurso da Sede ao destino final. Atualmente o “Lixão” apresenta-se cercado (com arame farpado) em todo o seu perímetro e, possui guarita e portão de entrada, entretanto, sem vigilância, conforme exibe Figura 10. O local também não possui qualquer sistema de drenagem de águas superficiais, chorume e gás.

Figura 9: Entrada do Aterro Controlado – Divino/MG

Fonte: Sustentável Projetos e Consultoria Ltda

� Início de operação: 1985 � Quantidade de Resíduos Dispostas Diariamente: 5.000 kg � Número de trabalhadores envolvidos: operador de máquina (pá carregadeira) –

freqüência semanal � Estado de conservação: Precário � Propriedade: Prefeitura � Responsável pela operação e manutenção: Secretaria de Obras Embora não existam quaisquer tipos de estudos específicos concernentes aos impactos ambientais causados pela disposição dos referidos resíduos dispostos e de sua dimensão, pôde-se facilmente constatar no local, a partir de uma vistoria sumária, a contaminação do solo superficial (ver Figura 11).

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Figura 10: Aterro controlado do município de Divino /MG

Fonte: Sustentável Projetos e Consultoria Ltda Há disponibilidade de um trator de esteiras D4, na conformação do maciço de lixo em regime anual, fato este de baixa relevância em termos de estruturação do maciço de lixo, pois o necessário seria uma freqüência mínima quinzenal. Entretanto, quando ocorre, essa atividade tem sido realizada de maneira absolutamente incorreta, de vez que, após descarga dos resíduos na gleba, operação essa executada de forma difusa e sem qualquer disciplina, o trabalho do trator restringe-se apenas ao mero “espalhamento” dos mesmos ao longo da gleba, praticamente não promovendo qualquer adensamento do maciço de resíduos. Além disso, não há nenhuma operação de recobrimento dos resíduos, em função do desordenado espalhamento de lixo sobre toda a gleba, deixa inacessível a jazida de solo subjacente ao atual depósito de lixo. A atenuação dos impactos ambientais decorrentes da disposição de lixo “a céu aberto” do município de Divino pressupõe que a referida área impactada pelo “lixão” existente, que recebe os resíduos sólidos urbanos seja remediado e “transformado”, provisoriamente, em um aterro controlado até que os processos de licenciamento, construção e operação de um aterro sanitário estejam concluídos. O objetivo deste roteiro é a apresentação de formas e instruções de como minimizar os impactos ambientais e sociais do “lixão” no menor espaço de tempo possível e a custos pouco expressivos. Para a remediação da área, bem como atenuação de alguns impactos ambientais e sociais, pode-se citar algumas medidas, tais como: � Para a remediação da área diretamente comprometida pela disposição do lixo, propõe-

se a reconformação do maciço de resíduos existentes, de forma a retaludar todo o maciço de lixo existente em taludes com inclinação de (1:2,5), quando possível, de forma a melhorar as condições de estabilidade do maciço e a reduzi-lo a um volume mínimo possível;

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� A disposição dos resíduos, ao longo da primeira fase da remediação, deverá ser feita

apenas em uma faixa com largura máxima da ordem de 7m (cerca do dobro da largura da lâmina do trator), abrangendo o talude frontal desse maciço, igualmente na proporção de 1 (na vertical) para 2,5 (na horizontal), tal como esboçado no “croqui” esquemático da Figura 12 abaixo;

� A implantação de canaletas de drenagem pluvial na parte superior dos taludes com

vistas a desviar o fluxo d’água do maciço de resíduos depois que todo resíduo for recoberto com terra;

� A implementação de freqüência mínima de 3 vezes por semana para o aterramento dos

resíduos; � Descarregamento confinado o mais próximo possível do talude de maciço de resíduos,

e não mais de forma difusa na área; � A “prensagem” ou compactação, periódica, dos resíduos contra o talude utilizando-se

de um trator de esteiras, procedendo-se a uma operação similar à que é feita nos aterros convencionais. Esta operação também tem sentido corretivo uma vez que com um trator de esteiras, promove-se uma compactação adequada e a redução de área utilizada, freqüência mínima semanal;

� Ativação da guarita de controle de entrada e saída de veículos na área, prevendo-se

instalações sanitárias com fossa séptica e ponto de água; � A transferência dos catadores de materiais recicláveis lá identificados para um outro

local de trabalho (galpão de triagem, coleta seletiva, por exemplo). A respeito vale ainda ressaltar a necessidade de que, mesmo se implantando uma coleta seletiva com a participação desses catadores, deve ser pensado uma forma provisória de ajuda aos mesmos a fim de suprir suas receitas obtidas com a venda do recicláveis provenientes da triagem lá no lixão;

� Controlar o acesso à área do lixão, permitindo-o apenas aos agentes de limpeza urbana, de manutenção da área, aos catadores cadastrados pela prefeitura, além pessoas autorizadas pelo poder público para tratar de assuntos referentes aos resíduos sólidos. Proibir a presença de crianças na área do lixão e fiscalizar tal ação, acionando o Conselho Tutelar;

� A compactação deverá ser executada empurrando-se os resíduos de encontro ao talude do próprio lixo, em movimentos ascendentes, formando uma rampa de inclinação aproximada 1(V):2,5(H). Para uma boa compactação, o espalhamento do lixo deverá ser feito em camadas não muito espessas (20 a 25 cm), com o trator de esteiras trabalhando em rampa dando cinco a seis passadas sobre a massa de resíduos até que se atinja a “nega”, ponto em que os resíduos não mais serão compactados exercendo-se a mesma pressão. A altura das células formadas deve ser de, aproximadamente, 1,5 metros de altura para o aterro controlado em questão. A sobreposição dessas camadas dá origem a uma elevação de lixo compactado, de formato prismático, formando uma célula de lixo. As células serão instaladas sucessivamente e progressivamente, em continuidade à que foi concluída no dia anterior, Figura 12.

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Figura 11 – Configuração de um aterro em plataforma

� o capeamento final deverá ser adequadamente compactado e ter espessura nominal da

ordem de 30cm;

� nas bordas do maciço atual de resíduos deverá ser conformada uma pequena berma corrida, em solo não compactado e com altura da ordem de 30cm, destinada a impedir o carreamento de materiais provenientes do aterro para as áreas a jusante, pela ação das águas de chuvas;

� ao longo de todo o perímetro do aterro deverá ser promovido o plantio, no menor prazo

possível, de um renque corrido de espécies vegetais arbustivas de crescimento rápido (sansão do campo, primavera, etc.), destinado a promover a transição paisagística do maciço do aterro para as glebas adjacentes, ocupadas com pastagens, bem como evitar o carreamento de plásticos e papéis provenientes do aterro para as mesmas glebas.

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16. TRATAMENTO DE CHORUME E EFLUENTE SANITÁRIO E OBRAS E SERVIÇOS COMPLEMENTARES 16.1. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE LÍQUIDOS PERCOLADOS (ETLP) A estação de tratamento de líquidos percolados (ETLP) proposta constitui-se de um conjunto seqüencial composto por uma lagoa de estabilização anaeróbia e uma lagoa de estabilização facultativa , entre as quais foi prevista uma cascata de aeração (dos efluentes da primeira). A localização e a configuração formal desses diversos componentes da ETLP acham-se definidos nas plantas (globais e por fases) constantes do projeto executivo; suas dimensões e seu detalhamento construtivo acham-se suficientemente explicitados nas pranchas de nos PE-10/23 a PE-13/23 do mesmo projeto. A seguir acham-se apresentadas as planilhas concernentes à memória de cálculo do dimensionamento e a memória de cálculo específica das lagoas de estabilização (anaeróbia e facultativa) que se constituem nos elementos essenciais da ETLP proposta. Cumpre salientar também que haverá uma cascata de aeração , cuja implantação foi prevista em parte do talude de concordância entre as plataformas nas quais deverão ser escavadas essas duas lagoas de estabilização —cotas altimétricas nominais 815 (lagoa anaeróbia) e 813 (lagoa facultativa) —, não foi levada em conta nos cálculos efetuados para efeito do dimensionamento daquelas; nem para a estimativa da eficácia das mesmas na remoção da carga orgânica dos líquidos percolados através do aterro sanitário. Não obstante, espera-se que esse componente intermediário da ETLP projetada venha a desempenhar importante papel no tratamento desses líquidos, em função da significativa incorporação de oxigênio aos efluentes da lagoa anaeróbia que deverá promover, melhorando a condição “de partida” da segunda etapa do mesmo tratamento, a transcorrer na lagoa facultativa.

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Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

92

jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez soma média

21 21,4 21 19 17,5 15,4 15,3 16,4 17,7 19,4 20,3 20,8 225,2 18,77

238 142 139 78 50 16 32 29 52 129 203 231

1 2013

2 2014

3 2015

4 2016

5 2017

6 20187 2019

8 2020

9 2021

10 2022

11 2023

12 2024

13 202514 2026

15 2027

16 2028

17 2029

18 2030

19 203120 2032

21 2033

22 2034

23 2035

24 2036

25 203726 2038

27 2039

28 2040

29 2041

30 2042

m 2

4.465,07 m 2

18,85 1,15 2.740,15

3.169,21

3.092,33

19,86

3.451,97

29,14

2,44

2,35

2,31

1,69

1,85

2,02

conforme Eng o Antônio Henrique M. C. Martins (novembro de 2003)

ano(m 3 / ano) (m 3 / dia) (m) (m 2)

volume de resíduos a aterrar

volume médio da célula diária

ad (avanço diário médio)

área anual de cobertura diária

3.614,75

4.763,13

4.194,12

3.989,60

133.952,14

3.903,54

4.372,36

4.282,35

5.449,49 7.784,99

massa de resíduos a aterrar

2.888,29

5.584,97 7.978,53 21,86 1,33

2.813,4519,35 1,18

1,21

21,33 1,30

(t / ano)4.815,19 6.878,84

7.250,72

4.943,99 7.062,85

5.075,51

5.723,27 8.176,10 22,40 1,37 3.247,69

3.532,53

3.819,201,62

6.099,17

6.386,77 9.123,96 25,00 1,53

8.713,10 23,87 1,46

8.916,44 24,43 1,49

6.764,33 9.663,32

6.241,50

26,47

7.445,06

13.801,58

8.472,83

8.305,51 11.865,01 32,51

7.761,45 11.087,78 30,38

7.601,67 10.859,53

33,16

7.066,13 10.094,47 27,66

6.913,70 9.876,72 27,06 1,65

9.378,95

12.104,05

1,98

soma das áreas anuais de cobertura diária =

média =

1,95 4.576,85

4.669,06

15.887,05

9.025,30

9.661,11

2,20

11.630,67 31,86

41,93

12.893,29 2,1635,3212.648,04 34,65 2,12 4.967,46

5.412,30

5.254,23

36,01

tabela 2 : cálculo da superfície exposta anual do aterro sanitário

no d

e or

dem

40,02

2,49

2,61

10.635,80 1,7829,75 1,82

5.984,23

42,72

15.304,70

15.593,04

43,5311.120,94 2,66

10.915,13

10.713,29

8.141,47

6.096,97

5.829,71

37,81

13.398,51 36,71

5.720,31

6.211,93

5.613,04

5.515,60

2,40

2,24

2,56

9.845,50 14.065,00 38,53

39,27

8.853,63

10.225,30 14.607,5710.033,54 14.333,63

DIMENSIONAMENTO DA ETLP / ATERRO SANITÁRIO DO AGRUPAMENTO DIVINO

10.420,85 14.886,92 40,79

13.143,41 5.162,019.200,39

5.063,78

tabela 1 : dados meteorológicos mensais médios (no rmal climatológica 1973 / 1990 - Caparaó, MG)

parâmetros

temperatura média (oC)

precipitação total (mm)

Page 93: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

93

período

cidade

Estado

CAD (mm)

fonte : INMETmeses n o de dias T ( oC ) P (mm) N (horas) I a ETP (*)

janeiro 30 21,0 238,0 13,22 8,78 1,97 94,50

fevereiro 28 21,4 142,0 12,92 9,04 1,97 89,46

março 31 21,0 139,0 12,44 8,78 1,97 91,87

abril 30 19,0 78,0 11,82 7,55 1,97 69,41

maio 31 17,5 50,0 11,25 6,66 1,97 58,10

junho 30 15,4 16,0 10,85 5,49 1,97 42,15

julho 31 15,3 32,0 10,77 5,44 1,97 42,70

agosto 31 16,4 29,0 11,06 6,04 1,97 50,26

setembro 30 17,7 52,0 11,59 6,78 1,97 59,23

outubro 31 19,4 129,0 12,19 7,79 1,97 77,07

novembro 30 20,3 203,0 12,77 8,34 1,97 85,41

dezembro 31 20,8 231,0 13,16 8,66 1,97 95,39

C0,7 a 0,95

0,85 a 0,90

0,75 a 0,85

0,50 a 0,70

0,40 a 0,50

0,25 a 0,60

0,15 a 0,30

0,10 a 0,30

0,01 a 0,20

P

a

C

C'

EP

Telhado perfeito sem fuga

Superf icie asfaltada e em bom estado

tabela 3 : cálculo da taxa de evapo-transpiração

1973 / 1990

Caparaó

BHnorm V5.0 / 1999

latitude = - 20,52

BALANÇO HÍDRICO NORMAL, por Thornthwaite & Mather ( 1955)

Glauco de Souza Rolim e Paulo César Sentelhas

Departamento de Física e Meteorologia da ESALQ / US P (Piracicaba, SP)

MG longitude = - 41,87

100

I infiltração , correspondente à parcela das águas pluviais que percola através do maciço do aterro, definida pela expressão I = P - ES

DAStroca de armazenamento de água no solo (ou no maciço do aterro ), correspondente à variação dessa taxa, mês a mês

EQUAÇÕES DO BALANÇO HÍDRICO

NATUREZA DA SUPERFÍCIE

precipitação natural, em valores médios mensais (*)

DEFINIÇÕES

AS

Pavimentações de paralelepípedos ou ladrilhos, sem juntas tomadas

Fonte: Swami M. Villela

altitude = 843m

Coeficiente de deflúvio ( C )

Dados de entrada obtidos junto ao site w w w .lce.esalq.usp.br / bhbrasil / MINAS GERAIS / CAPARAÓ

Superf icies não revestidas, terrenos descampados

Parques, jardins ou campinas, dependendo da declividade e do subsolo

Estradas e passeios de pedregulho

Pavimentações de paralelepípedos ou ladrilhos, com juntas tomadas

PLANILHA DE ENTRADA DE DADOS(*) conforme Thorntw aite

(1948)

coeficientes de ajustes para as coordenadas do local do aterro sanitário

Pavimentações de blocos inferiores, sem juntas tomadas

Estradas macadamizadas

coeficiente de escoamento superficial para a estação úmida para solo argiloso (Fenn et alii , 1975, apud Neto et alii , 1999)escoamento superficial , correspondente à parcela das águas pluviais que é captada pelo sistema de drenagem superficial do aterro, def inida p/ expressão ES = C' x P

coeficiente de deflúvio, conforme a tabela transcrita acima

ETP = EP, entendida como a transferência de umidade (no caso, contida no maciço do aterro sanitário) para a atmosfera, através da transpiração e da evaporação (Penman, 1956)

ES

PER

evapo-transpiração real , equivalente à quantidade real da perda de água por esse meio em cada mês, definida pela expressão ETR = ETP + [(I - ETP) - DAS]

ETR

(*) Nas situações em que a superfície do aterro sanitário seja sistematicamente irrigada, o volume de água devido a essa atividade deverá ser adicionado ao da precipitação natural.

evapo-transpiração potencial , em valores médios mensais, extraídos do nomograma não ajustado de Thornthw aite

percolação , correspondente à parcela infiltrada que realmente percola pelo aterro até o sistema de drenagem da base, def inida pela expressão PER = P - ES - DAS - ER

vazão mensal , definida pela expressão QM = PER x A / (9260), em que A corresponde à área de contribuição da seção considerada

QM

taxa de armazenamento de água no solo (ou no maciço do aterro ). Valores obtidos junto ao site w w w .lce.esalq.usp.br / bhbrasil / MINAS GERAIS / BELO HORIZONTE

Page 94: ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

94

4.465,07

3) espessura do recobrimento da superfície em operação = 0,2m

90,00 mm/m

janeiro 94,5 238,0 143,5 0,22 52,36 185,64 91,14 100,00 0,00 94,50 91,14 0,157fevereiro 89,5 142,0 52,5 0,17 24,14 117,86 28,40 100,00 0,00 89,46 28,40 0,049

março 91,9 139,0 47,1 0,17 23,63 115,37 23,50 100,00 0,00 91,87 23,50 0,040

abril 69,4 78,0 8,6 0,10 7,96 70,04 0,64 100,00 0,00 69,41 0,64 0,001

maio 58,1 50,0 (8,1) 0,17 8,50 41,50 (16,60) 92,22 (7,78) 49,28 0,00 0,000

junho 42,2 16,0 (26,2) 0,17 2,72 13,28 (28,87) 70,99 (21,22) 34,50 0,00 0,000

julho 42,7 32,0 (10,7) 0,17 5,44 26,56 (16,14) 63,79 (7,21) 33,77 0,00 0,000

agosto 50,3 29,0 (21,3) 0,17 4,93 24,07 (26,19) 51,57 (12,22) 36,29 0,00 0,000

setembro 59,2 52,0 (7,2) 0,17 8,84 43,16 (16,07) 47,98 (3,60) 46,76 0,00 0,000

outubro 77,1 129,0 51,9 0,17 21,93 107,07 30,00 99,91 51,93 77,07 0,00 0,000

novembro 85,4 203,0 117,6 0,22 44,66 158,34 72,93 100,00 0,09 85,41 72,84 0,125

dezembro 95,4 231,0 135,6 0,22 50,82 180,18 84,79 100,00 0,00 95,39 84,79 0,146

ANUAL 855,5 1339 255,93 1083,07 227,54 1026,46 301,32

4.465,07 m2

(40,00)

Q p = 0,157 l/s , ou seja, 14,00 0,583 m 3/hora

1.200 mg/l, ou 1,2 Kg/m3

0,58 m3/h, ou 14,00 m3/dia

0,162 l/s

16,80

Lv = 0,35

Vr = L / Lv, donde Vr = 48 m3

t = Vr / Q

t = 3,43 dias Usual: dias (Sperling, 1996)

3,5 metros (adotada)

Área (A) = 13,71 m2, ou 0,00137 ha

Possíveis dimensões da lagoa (conf. cálculo):

diâmetro = 4,18 m

Área calc = 13,71 m2

V calc = 48,00 m3

50%

OBSERVAÇÃO: Será necessário realizar a limpeza da lagoa (retirada do lodo acumulado) no mínimo de 10 em 10 anos.

dias14,33

Eficiência de remoção de DBO = (adotada), donde

Verificação: td médio =

S = 600 mg DBO / litro

(adotada)

Kg DBO / dia

4) Capacidade de campo inicial (Asc) =

f) Concentração esperada de DBO efluente, para eficiência de remoção de DBO = 50% (adotada)

1) aterro em operação, plataforma descoberta, material ARENOSO, área =

PARÂMETROS ( em mm)

DIMENSIONAMENTO (TEÓRICO) DA LAGOA ANAERÓBIA INTEGR ANTE DO SISTEMA

profundidade útil (H) =

e) Determinação da área requerida

c) Cálculo do volume requerido (Vr)

d) Verif icação do tempo de detenção (t)

(adotada)Origem do afluente: líquidos percolados em aterro sanitário

Vazão de projeto (Q) =

C' I - ETP D AS ETRES I

Condições de limite críticas :

OBSERVAÇÕES : = valores negativos [exemplo]

m 3/dia , ou

m2 (média)

2) precipitação natural / escoamento em declividade de 0 a 2%

PERETP Pdiferença (+P - ETP)

KgDBO / m3 . d

Vazão de projeto = Vazão máxima mensal ao longo do ano

DBO afluente (So) =

BALANÇO HÍDRICO PARA ESTIMATIVA DE VAZÃO DE LÍQUID OS PERCOLADOS

Dados primários:

Carga orgânica (L) =

Vazão dim hidráulico =

a) Carga afluente de DBO ( L )

AS

Área média anual de cobertura diária =

Q (l/s)MESES

b) Adoção taxa de aplicação volumétrica

63 ≤≤ t

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Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

95

área adotada = 14,00 m2

diâmetro int calc = 4,2 m

profundidade total = 4,00 m (adotada)

bordo livre = 0,5 m

profundidade útil = 3,50 m

30 m 3

10 m 3

0,28

0,84

diâmetro int calc = 4,22 m, donde : 14,0 m2, ou 0,0014 hectares

Vu = 49,00 m3

diâmetro ext calc = 4,62 m 8,62 m

Área da lagoa = 16,8 74,3 m2

12.000,00

0,34 ref. :4 ref. :

taxa de aplicação volumétrica (Lv) =

taxa de aplicação superficial =

(Von Sperling, Marcos; 1996)

Lv = 0,1 a 0,3kgDBO5 /m3.dia

extensão útil mín. da plataforma (compr = larg) =

área mínima da plataforma =

DIMENSIONAMENTO DA LAGOA ANAERÓBIA, PARA O PROJETO EXECUTIVO

V = L / Lv, donde, para L = 3,0kgDBO/dia e Lv = 0,1 kgDBO 5/m3.dia, V =

e, para L = 3,0kgDBO/dia e Lv = 0,3kgDBO 5/m3.dia, V =

kg DBO / m3 . dia (para V = 30m3), ou

2. O acréscimo de 2m, além do alinhamento de cada uma das bordas externas da lagoa anaeróbia e para efeito do pré-dimensionamento da plataforma a ser ocupada pela mesma, refere-se às faixas necessárias para a ancoragem no solo da manta impermeabilizante em PEAD, assim como para a implantação das canaletas periféricas de captação e drenagem de águas pluviais, da cascata de aeração, das caixas de passagem e das tubulações de entrada e de saída dos efluentes líquidos.

m2

dias

OBSERVAÇÕES:

ÁREA OCUPADA PELA LAGOA ANAERÓBIA

DIMENSÕES EXTERNAS :

kg DBO / m3 . dtaxa de aplicação volumétrica (Lv) =

tempo de detenção = 3 dias ≤ t ≤ 5 dias

1. Devido à relativamente pequena área útil da lagoa de estabilização anaeróbia, nos casos de aterros sanitários de pequeno porte operacional, foi a mesma concebida como um poço vertical ("cisterna") com profundidade total de 4m e profundidade útil de 3,5m; revestido — por razões estruturais — em alvenaria de blocos de concreto 20 x 20 x 40cm, com cintas armadas a intervalos de 1m (a cada 5 f iadas). Internamente, essa alvenaria será recoberta pela manta impermeabilizante em PEAD, com espessura mínima de 1,5mm.

ÁREA DA LÂMINA D' ÁGUAAna (no nível d'água) =

VOLUME ÚTIL

kg DBO / ha . d

kg DBO / m3 . dia (para V = 10m3)

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Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

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14,00 m3/d

600 mg / l

8,4 Kg DBO / dia

Taxa Ls = 240 Kg DBO / ha . d (adotada)

Ar = 0,0350 ha, ou : 350

Ar = 350 m2.

Bútil = 9,35 m e Lútil = 37,42 m, donde,

4 , teremos :

Bútil = 10,00 m e Lútil = 40,00 m, donde,

Aútil = Ar = 400,00 m2, ou 0,04 hectares

H = 2,50 m (adotado)

V = 1.000,00 m3

td = 71 dias

onde:

So = 600 mg/l

K = 0,3

td = 71 dias, donde : S = 26,75 mg/l

95,54% na lagoa facultativa.

E total = (So - S) / So / E total = 97,77%

j) Área requerida (Ar)

l) Cálculo do volume resultante

m) Cálculo do tempo de detenção médio resultante

S = Concentração do efluente, em mg/l

So = Concentração afluente, em mg/l

t = tempo de detenção (d)

Portanto, a eficiência da remoção esperada de DBO seria de

i) Taxa de aplicação superficial - Ls

K = Coeficiente de remoção de DBO (d-1)

carga de DBO afluente (L) =

(reator de mistura completa)

o) Eficiência total

vazão afluente (Q) =

DBO afluente =

h) Carga afluente à lagoa facultativa

DIMENSIONAMENTO (TEÓRICO) DA LAGOA FACULTATIVA DO S ISTEMA

m2, donde, na alternativa de apenas 1 lagoa, teríamos

k) Adoção de valor para a profundidade

adotando-se a mesma relação L / B = 1 :

Possíveis dimensões da lagoa facultativa (pré-dimen sionamento / formato paralepipédico)

n) Estimativa de eficiência de remoção da DBO

tK

SS

.10

+=

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Plano de Controle Ambiental – PCA do Aterro Sanitário de Divino

97

2,5

Lna (largura) = 12,50 m

Cna (comprimento) = 42,50 m

As = Ana (área) = 531 m2, ou 0,053125 ha, contra os 350

Li (largura) = 7,50 m

Ci (compr.) = 37,50 m

Ai (área) = 281,25 m2

profundidade total = 3,1 m (adotada)

bordo livre = 0,6 m (adotada)

profundidade util = 2,5 m (adotada)

talude (V:H) 1 : 1

volume útil = 999,20 m3

TDH final = 71 dias

L be = 13,7 m

C be = 43,7 m

158,171,4

598,69 m2, donde : 979,1 m2, donde :

1.053,4 m 2

vem do AtS

pvcpdl

cpvt pvcpdl

cp cp cp

anaeróbia

(cilíndrica)

lagoa facultativa

lagoa

referência : t = 15 a 45 dias (Von Sperling, Marcos; 1996)

ETLP : ARRANJO ESPACIAL PROPOSTO vai p/ corpo receptor

aeração

cascata de

pv

cpdl

Área da lagoa =

área ocupada pelas plataformas de ambas as lagoas =

altura da lâmina d'água (h) =

área da plataforma =

m (adotada)

referência : Ls = 120 a 240kgDBO5 /ha.dia (Von Sperling, Marcos; 1996)

taxa de aplicação superf icial (Ls) = L / Ana =

tempo de detenção (td) = V / Q =

m2 requeridos no cálculo

dias

DIMENSIONAMENTO DA LAGOA FACULTATIVA, PARA O PROJET O EXECUTIVO

VOLUME ÚTIL

DIMENSÕES EXTERNAS (módulo único) :

verificação dos parâmetros de projetokg DBO5 / ha.dia

ÁREA OCUPADA PELA LAGOA FACULTATIVA

módulo único

( )AiAsAsAih

V ++=3

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Portanto, o sistema de tratamento proposto por lagoas de estabilização (anaeróbica + facultativa) gerará uma eficiência total ao tratamento do percolado de 97,77%, o que conferirá uma carga orgânica máxima de 26,75 mg/l de DBO, atendendo plenamente aos padrões de lançamento preconizado pela DN 010/86. 16.2. OBRAS E SERVIÇOS COMPLEMENTARES Além dos componentes principais do aterro sanitário proposto, abordados ao longo dos itens anteriores destas especificações, sua completa implantação implicará, ainda: na progressiva abertura (e impermeabilização, com mantas de PEAD # 0,5mm) das valas para enterramento de animais mortos e resíduos especiais discriminadas no projeto executivo (prevendo-se que seus efluentes líquidos específicos sejam lançados em um ponto definido do maciço do aterro sanitário propriamente dito; e tratados na ETLP, em conjunto com os deste);

• no lançamento de tubulações adequadas e na construção das caixas de passagem destinadas ao direcionamento e controle do fluxo dos efluentes líquidos a serem tratados, provenientes das diversas unidades do empreendimento;

• na implantação e instrumentalização (durante a etapa de implantação inicial do aterro sanitário, anteriormente à sua entrada em operação) de 05 (cinco) poços de

68,31 m2

17,98 m2

86,29 m2

0,43 m2

86,72 m2

74,66 m 3

1,16

223,93 m2

447,85 m2

58,46 m2

116,93 m2

308,61 m2

873,39 m2

4,37 m2

877,76 m2

1.333,29 m 3

964,48 m 2

964,48 m2

1.407,96 m3

0,69

DIMENSIONAMENTO DAS MANTAS IMPERMEABILIZANTES (em P EAD)

área total da manta impermeabilizante em PEAD

superfície do fundo (inclusive alteamento vertical para solda, h = 0,3m) =

área total da manta impermeabilizante em PEADsuperfície lateral longitudinal (1 face, inclusive ancoragem) =

0,66volume de escavação =

área de manta / volume de escavação =

superfície lateral longitudinal (total / 2 faces) =

superfície do fundo (inclusive alteamento vertical para solda, h = 0,3m) =

superfície frontal (total / 2 faces) =

total (módulo único) =incremento devido a perdas (5%) =

superfície frontal (1 face) =

sub-total =

área total de manta (LA + LF / fase 1) =

sub-total =

incremento devido a perdas (5%) =

superfície lateral total (inclusive ancoragem) =

LAGOA ANAERÓBIA

total =

volume de escavação = área de manta / volume de escavação =

volume total de escavação (LA + LF / fase 1) =

área total de manta / volume total de escavação =

área total de manta impermeabilizante em PEAD, esp ≥ 1,5mm, a adquirir e aplicar na fase 1 (LA + LF) =

LAGOA FACULTATIVA (por módulo)

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monitoramento da qualidade das águas profundas (pmap ) na área de influência direta do empreendimento, abrangendo 02 poços a montante e 03 a jusante do maciço do aterro, conforme discriminado no projeto executivo (q.v. pranchas nos PE-02/23 e PE-03/23), abrangendo o fornecimento de todos os insumos e a execução de todos os serviços e obras necessários;

• na completa edificação da guarita de controle da entrada de cargas, veículos e pessoas no âmbito do empreendimento, abrangendo a aquisição e instalação da balança rodoviária; da sede administrativa e de apoio operacional ; e do galpão para manutenção primária das máquinas, dos veículos e dos equipamentos mecânicos a serem utilizados na operação do aterro sanitário, em todos esses casos de conformidade com os projetos constantes das pranchas de nosPE-19/23, PE-20/23, PE-21/23,PE-22/23e PE-23/23 do projeto executivo, assim como as especificações discriminadas nas planilhas constantes do RCA;

• na execução dos sistemas específicos de tratamento primário dos esgotos sanitários da sede administrativa, da guarita e do galpão (cujos efluentes das respectivas fossas sépticas deverão ser lançados na ETLP, para polimento final 14);

• na execução do sistema de drenagem pluvial, provisório e definitivo, conforme indicado no projeto, inclusive fornecimento dos materiais necessários;

• na execução dos serviços de proteção vegetal dos taludes de cortes e aterros externos ao maciço do aterro sanitário propriamente dito, conforme definido nas presentes especificações e abrangendo o fornecimento de todos os insumos e a execução de todos os serviços necessários;

• na execução dos serviços de tratamento paisagístico da área do empreendimento, conforme indicado no projeto executivo (q.v. prancha de no PE-18/23); e

• no fornecimento e assentamento do portão de entrada, conforme detalhes e especificações do projeto executivo.

14 A critério do empreendedor, a descarga dos efluent es das fossas sépticas na ETLP tanto poderá ser feita de forma continuada, através de tubulações ap ropriadas (em PVC esgoto, Dn=100mm); ou de forma episódica, quando necessário em cada caso, com o em prego de caminhão “limpa fossa”.

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17. DESTINAÇÃO FINAL DO EFLUENTE Os efluentes líquidos gerados no empreendimento serão devidamente tratados na ETE –Estação de Tratamento de Efluentes para que os efluentes finais possuam parâmetros que atendam à DN COPAM no 010/86 no que diz respeito à qualidade do lançamento dos efluentes. O efluente trata será lançado no corpo hídrico receptor denominado Córrego Tanque do Boiadeiro. Para tal, serão tomadas as seguintes principais medidas de monitoramento: � Treinamento operacional e uso obrigatório de EPI’s aos funcionários envolvidos; � Inspeção rotineira das condições de operação da ETE; � Elaboração de relatório diário das vazões encaminhadas à ETE. As vazões devem ser

monitoradas através do dispositivo de medição de vazão (VT) instalado a montante da unidade de acumulação de efluentes;

� Análise periódica da qualidade dos efluentes tratados na ETE, tanto à montante quanto à jusante da ETE de forma a se obter dados sobre a eficiência do tratamento e sobre o atendimento das disposições da DN COPAM 010/86, conforme Plano de Monitoramento descrito no Quadro 5 deste documento.

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18. EMISSÕES ATMOSFÉRICAS A redução da poluição atmosférica requer a adoção de estratégias próprias para fontes e tipos específicos de poluentes. Estratégias razoáveis para o controle da poluição atmosférica são aquelas que visam reduzir, coletar, capturar ou reter os poluentes antes que eles atinjam a atmosfera. Nestas estratégias enquadram-se as medidas de controle das emissões de metano, através de queimadores instalados no aterro. Serão previstos drenos de gases verticais construídos sobre os drenos de chorume dotados de queimadores de gases do tipo “flare” no topo de cada dreno. Essa medida evitará o acúmulo de gases originários da decomposição do lixo no aterro sanitário. Durante a fase de construção, a movimentação de máquinas e os respectivos movimentos de terra provocarão ruídos e vibrações e elevarão a concentração de particulados no ar, fato este que se tornará mais relevante durante a estação seca. Entretanto, este impacto tende a ser localizado, restrito à própria área onde o Empreendimento se insere e desaparecerá quando se encerrarem as obras. Nesta fase, em épocas secas, deverão ser previstos caminhões-pipa para irrigação das áreas de terraplenagem que possam produzir poeira. Cortes e queimadas da vegetação estão entre as fontes de partículas inaláveis que colaboram para a irritação das vias respiratórias e o agravamento das doenças como bronquite, asma e o enfisema pulmonar. O controle de emissão de particulados será feito através do umedecimento das vias, do cascalhamento periódico dos acessos (quando for o caso) e com a implantação do cinturão verde no entorno do empreendimento. A água que será utilizada para tal finalidade será a água trazida por caminhões-pipa.

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19. RESÍDUOS SÓLIDOS São apresentados separadamente os Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos dos quatro municípios integrantes do consórcio.

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20. ANEXOS Anexo I – Cópia das ART’s Anexo II - Projeto Executivo do Empreendimento Proposto

prancha conteúdo

PE-01/23 Topografia original da gleba (parte), com posição relativa dos principais componentes construtivos do aterro sanitário / detalhe construtivo dos poços de monitoramento da qualidade das águas profundas (pmap )

PE-02/23 Planta da base projetada do aterro sanitário / detalhes construtivos dos drenos de líquidos percolados (dlp )

PE-03/23 Planta da cobertura final projetada do aterro sanitário / detalhes construtivos das canaletas pré-moldadas para drenagem de águas pluviais sobre a superfície acabada do aterro sanitário

PE-04/23 Secções no maciço do aterro / secções longitudinais 1 e 2 PE-05/23 Secções no maciço do aterro / secção longitudinal 3 PE-06/23 Secções no maciço do aterro / secções transversais 1 a 3 PE-07/23 Secções no maciço do aterro / secções transversais 4 a 6 PE-08/23 Secções no maciço do aterro / secções transversais 7 a 9 PE-09/23 Secções no maciço do aterro / secções transversais 10, 11, 12 e 0 PE-10/23 Planta global da ETLP / detalhes construtivos da cpvt PE-11/23 Planta parcial da ETLP / detalhes construtivos da lagoa anaeróbia, das

valas para resíduos especiais e das fossas sépticas PE-12/23 Cascata de aeração: planta, secção longitudinal média e detalhes

construtivos / detalhes construtivos das cpdl PE-13/23 Secção longitudinal média da lagoa facultativa / detalhes construtivos

dos dispositivos de apoio e fixação dos tubos no fundo das lagoas PE-14/23 Planta parcial da base projetada do aterro sanitário: plataforma 1 /

detalhes construtivos dos drenos e queimadores de gases PE-15/23 Planta parcial da base projetada do aterro sanitário: plataforma 2 /

detalhes construtivos das canaletas de drenagem de águas pluviais PE-16a/23 Planta de locação das vias internas e demais componentes do

empreendimento (trecho inicial, a partir da BR.116) PE-16b/23 Planta de locação das vias internas e demais componentes do

empreendimento (trecho final) PE-17/23 Perfil longitudinal médio da via interna principal PE-18/23 Projeto de tratamento paisagístico e sinalização PE-19/23 Sede administrativa e de apoio operacional: projeto arquitetônico básico PE-20/23 Galpão para manutenção primária de máquinas / guarita de controle:

projeto arquitetônico básico PE-21/23 Sede, galpão e guarita: projeto de instalações hidráulicas e sanitárias PE-22/23 Projeto de instalações elétricas PE-23/23 Projeto de instalações elétricas