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Atividade -crónica-gatos e homens

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Page 1: Atividade -crónica-gatos e homens

COMPREENSÃO

DA LEITURA

 LÍNGUA PORTUGUESA

7º ANO

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Descritores: interpretar textos, articulando os sentidos com a sua finalidade, os contextos e a intenção do autor; discutir diferentes interpretações de um mesmo texto, sequência ou parágrafo.

Conteúdos específicos: estratégia discursiva; texto literário e texto não-literário.

 

Tipologia textual: crónica.

Objetivos: identificar e caracterizar as diferentes tipologias e géneros textuais;

interpretar processos e efeitos de construção de significado.

Duração: 45’

 

 

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Actividades de pré-leitura

Analisa as imagens e comenta a expressão/atitude de cada gato.

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Leitura silenciosa

Gatos e Homens

Em horas de prestar atenção a gatos, já me aconteceu pensar que eles um dia talvez façam das suas e mostrem ao mundo quanto valem. É certo que há séculos e séculos, talvez milénios, há milénios decerto, eles não fazem mais do que caçar ratos e pássaros de pequeno porte (os vagabundos) e dormir boas sonecas ao colo de dona Sância (os ricos e remediados). Às vezes, porém, olho-os e eles afiguram-se-me detentores de toda a sabedoria deste mundo: aquela expressão quieta e tranquila de Budas que possuem todas as respostas, aquele ar de quem não se espanta com coisa nenhuma deste pobre mundo, de quem se está nas tintas para os nossos pequenos e grandes problemas, de quem os ignora, nos ignora. Consentem em viver na nossa casa, fazem-nos o favor da sua companhia silenciosa, dignam-se comer da nossa comida. E se algo na nossa atitude lhes desagrada e não é hora nem dia de prestar vassalagem a gatos, os narizitos empalidecem-lhes, as orelhas ficam-lhes horizontais de furor, as caudas batem sincopadamente mostrando como estão decepcionados connosco. Sim, os gatos talvez um dia se unam para as operações de despejo das suas casas, deles gatos, casas essas que nós julgamos ingenuamente que nos pertencem. Têm expressão para isso e muito mais.

Mas as expressões enganam e nada mais fácil do que tomar a nuvem por Juno i e aquele que ignora as próprias perguntas por aquele que sabe todas as respostas. Para provocar a confusão nos espíritos basta às vezes lançar ao vento uma ou outra frase sibilina que deixe as pessoas perplexas, ou compor ao espelho o tal ar misterioso e sabedor dos gatos. Uma expressão profunda, a tal sem pés nem cabeça, dão às vezes um destes prestígios…

Os gatos sabem-na toda.

Carvalho, M. Judite (1975). A janela fingida. Lisboa: Seara Nova

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i  Iludir-se; supor que algo é melhor do que realmente é; tomar os desejos por realidade, ou interpretar erradamente um sinal ou um acontecimento.

Actividades de verificação da compreensão da leitura

1. Indica as duas principais atividades realizadas pelos gatos.2. Tendo por base a opinião de Maria Judite de Carvalho, carateriza a “sabedoria” dos gatos?3. Explica, por palavras tuas, o sentido das seguintes expressões:

a) “façam das suas” – linha 2

b) “de quem se está nas tintas” – linha 7

c) “prestar vassalagem” – linha 10

d) “frase sibilina” – linha 17

e) “sem pés nem cabeça” – linha 194. Demonstra que o texto é uma crónica, apresentando duas caraterísticas e exemplos que as ilustrem.5. Transcreve do texto um exemplo para cada uma das figuras de estilo que se seguem:

a) Enumeraçãob) Ironia

6. Sugere outro título para o texto.

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