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Relatórios
Atividade de Inspeção do Trabalho
Relatório 2012
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
2
AUTOR
ACT - Autoridade para as Condições do Trabalho
COORDENAÇÃO
DSAAI - Direção de Serviços de Apoio à Atividade Inspetiva
COMPOSIÇÃO
DID – Divisão de Informação e Documentação
EDITOR
ACT - Autoridade para as Condições do Trabalho
EDIÇÃO
Lisboa, Agosto 2013
Catalogação recomendada
AUTORIDADE PARA AS CONDIÇÕES DO TRABALHO
Atividade de inspeção do trabalho: relatório 2012 / Autoridade para as Condições do
Trabalho; coord. Direção de Serviços de Apoio à Atividade Inspetiva. – Lisboa: ACT,
2013 – 158; 30cm.
Relatórios / Inspeção do trabalho / Papel da inspeção do trabalho / Acidentes de
trabalho / Doenças profissionais / Relatórios de atividade / Dados estatísticos /
Relações de trabalho / Trabalho clandestino / Grupos vulneráveis / Condições de
trabalho / Construção e obras públicas / Prevenção de riscos profissionais / Indústria
extrativa / Agricultura / Pesca / Trabalhadores migrantes/ Duração do trabalho/
Portugal
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
3
Índice
Introdução ............................................................................................................. 6
1. Organização da ACT e contexto de ação ............................................................. 8
1.1. Enquadramento organizacional ....................................................................... 8
1.2. Referenciais do planeamento da ação inspetiva no período de referência ..... 13
1.3. Recursos Humanos ........................................................................................ 18
1.4. Desenvolvimento de competências ................................................................ 21
1.4.1. Formação ................................................................................................... 21
1.5. Universo sujeito à atividade inspetiva ........................................................... 21
1.5.1. Estrutura do emprego ................................................................................ 22
1.5.2. Estrutura empresarial ................................................................................ 26
1.6. Indicadores sobre a sinistralidade laboral ..................................................... 28
1.6.1. Acidentes de trabalho ................................................................................. 28
1.6.2. Doenças profissionais ................................................................................. 31
1.7. Legislação com relevância nas relações de trabalho publicada em 2012 ....... 40
2. Estatística da atividade inspetiva ..................................................................... 46
2.1. Indicadores de atividade ............................................................................... 46
2.1.1. Indicadores da atividade de controlo inspetivo .......................................... 47
2.1.2. Indicadores da atividade de informação, aconselhamento e cooperação com
outras entidades .................................................................................................. 50
2.2. Atividade geral de controlo da ACT ................................................................ 51
2.2.1. Visitas e estabelecimentos visitados pelos(as) inspetores(as) da ACT ....... 51
2.2.2. Informações elaboradas ............................................................................. 57
2.2.3. Pedidos de intervenção .............................................................................. 58
2.2.4. Infrações e sanções ................................................................................... 61
2.2.5. Apuramentos salariais e contribuições para a segurança social ................. 68
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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2.3. Atividade de controlo inspetivo no domínio das relações de trabalho ........... 72
2.3.1. Considerações gerais.................................................................................. 73
2.3.2. Informações elaboradas em matéria das relações de trabalho ................... 77
2.3.2.1. Procedimentos coercivos e não coercivos no domínio das relações de
trabalho ............................................................................................................... 78
2.3.2.2. Procedimentos coercivos e não coercivos no domínio da segurança e saúde
no trabalho ........................................................................................................... 83
2.4. Licenciamento Industrial ............................................................................... 87
2.5. Acidentes de trabalho objeto de ação inspetiva ............................................ 89
2.6. Atividade de informação e aconselhamento ................................................ 105
2.6.1. Considerações gerais................................................................................ 105
2.6.2. Serviço informativo .................................................................................. 107
3. Principal incidência de ação inspetiva: intervenções e campanhas em destaque
…………..…………………………………………………………………………………………………..109
3.1. Intervenções e Campanhas em destaque .................................................... 109
3.1.1. Grupos de trabalho no domínio dos riscos emergentes ............................ 119
3.1.2. Protocolos celebrados em 2012 ................................................................ 121
3.1.3. Trabalho não declarado ou irregular ........................................................ 122
3.3. Destacamento de trabalhadores no âmbito de uma Prestação de Serviços . 126
3.3.1. Área de intervenção da ACT ...................................................................... 126
3.3.2. Área de intervenção da Segurança Social nos Estados da União Europeia e da
Suíça ……………………………………………………………………………………………………..131
3.4. Ação inspetiva no domínio dos grupos vulneráveis ..................................... 136
3.5. Controlo das condições de trabalho e repouso em transportes rodoviários . 139
3.6. Estruturas de representação coletiva de trabalhadores ............................... 140
3.7. Situações de crise empresarial .................................................................... 142
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
5
4. Principal incidência de ação inspetiva no domínio da prevenção dos riscos
profissionais ....................................................................................................... 145
4.1. Intervenção em setores de maior incidência de sinistralidade .................... 145
4.1.1. Construção e obras públicas ..................................................................... 145
4.1.2. Indústria extrativa ................................................................................... 146
4.1.3. Agricultura ............................................................................................... 147
4.1.4. Pescas ...................................................................................................... 148
4.1.5. Outros setores de atividades .................................................................... 148
5. Atividade no domínio da instrução de contraordenações ................................ 150
6. Atividade técnica administrativa .................................................................... 151
6.1. Atividade geral ............................................................................................ 151
6.2. Trabalho de estrangeiros ............................................................................. 153
6.3. Processos de alargamento do período de laboração e de laboração contínua
…………………………………………………………………………………………………………….…154
Resumo .............................................................................................................. 156
Résumé .............................................................................................................. 156
Abstract ............................................................................................................. 156
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
6
Introdução
A elaboração do presente relatório resulta de uma obrigação internacional assumida por Portugal
que, através do Decreto-Lei n.º 44.148 de 6 de Janeiro de 1962 e do Decreto n.º 91/81 de 17 de
Julho, ratificou a Convenção n.º 81 sobre a Inspeção do Trabalho na Indústria e Comércio e a
Convenção n.º 129 sobre a Inspeção do Trabalho na Agricultura, adotadas pela Conferência da
Organização Internacional do Trabalho (adiante designada OIT) nas sessões de 11 de Julho de 1947
e de 25 de Junho de 1969.
De acordo com os artigos 20.º e 21.º da Convenção n.º 81 e os artigos 26º e 27.º da Convenção
n.º 129, ambas da OIT, a autoridade central de inspeção do trabalho publica um relatório anual de
carácter geral sobre os trabalhos dos serviços de inspeção colocados na sua dependência e desse
relatório é enviada uma cópia ao diretor-geral do Bureau Internacional do Trabalho. Este relatório
deve conter os seguintes assuntos na medida em que dependam do controlo dessa autoridade
central:
a) Leis e regulamentos cujo controlo de aplicação depende da competência da inspeção de
trabalho, publicados no ano em causa;
b) Quadro de efetivos da inspeção do trabalho;
c) Estatísticas dos estabelecimentos sujeitos ao controlo inspetivo e número de trabalhadores
empregados nesses estabelecimentos;
d) Estatísticas das visitas de inspeção;
e) Estatísticas das infrações cometidas e das sanções impostas;
f) Estatísticas dos acidentes de trabalho;
g) Estatísticas das doenças profissionais;
h) Quaisquer outros assuntos relacionados com estas matérias, desde que estejam sob a
fiscalização e sejam da competência dessa autoridade central.
A ACT enquadra-se, portanto, num modelo de inspeção de tipo generalista em que, para além da
segurança e saúde no trabalho, a competência dos(das) inspetor(as) abrange o domínio das
relações de trabalho e da organização do trabalho, modelo em que se incluem outros países da
Europa como a Espanha, França, Luxemburgo, Itália e Grécia. Difere este modelo do seguido pelos
países do norte da Europa, de caráter especialista, caracterizado por se consagrar quase
exclusivamente ao domínio da segurança e saúde no trabalho.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
7
A estrutura do relatório compreende seis partes que a seguir se referenciam.
O Capítulo 1 pretende refletir os principais recursos humanos disponíveis para o exercício da ação
inspetiva, inclui uma lista dos diplomas legais publicados no ano em causa bem como estatística de
estabelecimentos, trabalhadores e vínculos contratuais, acidentes de trabalho e doenças
profissionais, que importam às competências de controlo e de informação da ACT.
O Capítulo 2 identifica os principais indicadores de suporte da atividade inspetiva com base nos
quais se traça uma panorâmica geral da estatística da atividade da área inspetiva da ACT, no ano
de 2012, nos domínios nucleares da sua ação: as relações de trabalho e a segurança e saúde no
trabalho. Contém ainda informação sobre a participação da ACT nos processos de licenciamento
industrial e sobre os acidentes de trabalho que foram objeto de inquérito por parte da ACT.
O Capítulo 3 evidencia a ação inspetiva da ACT com destaque para projetos de intervenção setorial
(intervenção inspetiva no setor da segurança privada) e campanhas desenvolvidas a nível europeu
e/ou nacional (europeia de avaliação de riscos psicossociais; em matéria de segurança e saúde no
trabalho no setor agrícola e da exploração florestal; de promoção das condições de trabalho em
espaços confinados; trabalhar no estrangeiro). Com ênfase nos grupos de trabalho no domínio dos
riscos emergentes. Identifica, ainda, o trabalho não declarado ou irregular, o destacamento dos(as)
trabalhadores(as) no âmbito de uma prestação de serviços, a prevenção e controlo da
discriminação e condições de trabalho e emprego de grupos vulneráveis de trabalhadores(as), o
controlo das condições de trabalho e repouso em transportes rodoviários, as estruturas de
representação coletiva dos(as) trabalhadores(as) e as situações de crise empresarial.
O Capítulo 4 contempla a ação dominantemente pró-ativa da ACT tendo em vista assegurar o seu
contributo na redução dos acidentes de trabalho, particularmente nos setores de atividade de maior
risco.
O Capítulo 5 apresenta um conjunto de indicadores respeitantes ao processamento das
contraordenações laborais que ocorrem na sequência da ação inspetiva.
O Capítulo 6 trata da atividade técnico-administrativa que incumbe à ACT desenvolver no âmbito
da receção e tratamento de informação de que é destinatária, bem como da prática de atos
administrativos para os quais a legislação laboral e da segurança e saúde no trabalho lhe atribuiu
competência.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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1. Organização da ACT e contexto de ação
1.1. Enquadramento organizacional
Missão
A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) criada pelo Decreto-Regulamentar n.º
47/2012, de 31 de julho, tem por missão a promoção da melhoria das condições de trabalho
através da fiscalização do cumprimento das normas em matéria laboral e o controlo do
cumprimento da legislação relativa à segurança e saúde no trabalho, bem como a promoção de
políticas de prevenção dos riscos profissionais, quer no âmbito das relações laborais privadas, quer
no âmbito da Administração Pública.
Compete-lhe o controlo do cumprimento da legislação relativa à segurança e saúde no trabalho em
todos os setores de atividade e nos serviços e organismos da administração pública central, direta e
indireta, e local, incluindo os institutos públicos, nas modalidades de serviços personalizados ou de
fundos públicos.
Visão
Consolidação da ACT como uma entidade pública de referência na promoção da segurança, saúde e
bem-estar no trabalho e da garantia de elevados padrões de cumprimento dos normativos em
matéria laboral, num quadro de uma globalização justa e de um desenvolvimento sustentável, e de
igualdade de oportunidades.
Atribuições
A ACT prossegue atribuições que são típicas da função de inspeção de trabalho:
Promover, controlar e fiscalizar o cumprimento das disposições legais, regulamentares e
convencionais, respeitantes às relações e condições de trabalho, designadamente as
relativas à segurança e saúde no trabalho, de acordo com os princípios vertidos nas
Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificadas pelo Estado
Português;
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
9
Proceder à sensibilização, informação e aconselhamento no âmbito das relações e condições
de trabalho, para esclarecimento dos sujeitos intervenientes e das respetivas associações,
com vista ao pleno cumprimento das normas aplicáveis;
Colaborar com outros órgãos da Administração Pública e com outras entidades, com vista ao
respeito integral das normas laborais, nos termos previstos na legislação comunitária e nas
Convenções da OIT, ratificadas por Portugal;
Sugerir as medidas adequadas em caso de falta ou inadequação de normas legais ou
regulamentares.
Constituem, ainda, funções acessoriamente atribuídas à função de inspeção de trabalho:
Assegurar o procedimento das contraordenações laborais e organizar o respetivo registo
individual;
Proceder à tramitação de atos administrativos, receber e tratar as comunicações e
notificações, respeitantes às condições de trabalho e às relações de trabalho que, nos
termos da lei, lhe devam ser dirigidos;
Promover o desenvolvimento, a difusão e a aplicação de conhecimentos científicos e técnicos
no âmbito da segurança e saúde no trabalho;
Exercer as competências em matéria de licenciamento industrial que lhe sejam atribuídas
por lei;
Exercer as competências em matéria de trabalho de estrangeiros que lhe sejam atribuídas
por lei;
Prevenir e combater o trabalho infantil, em articulação com os diversos departamentos
governamentais;
Avaliar o cumprimento das normas relativas a destacamento de trabalhadores e cooperar
com os serviços de fiscalização das condições de trabalho de outros Estados membros do
espaço económico europeu, em especial no que respeita aos pedidos de informação neste
âmbito.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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A ACT prossegue as atribuições referidas em empresas de todos os setores de atividade,
independentemente da sua forma ou natureza jurídica e do regime aplicável aos respetivos
trabalhadores, e em qualquer local em que se verifique a prestação de trabalho ou existam indícios
suficientes dessa prestação.
Equipa diretiva
A Autoridade para as Condições do Trabalho ACT é um serviço central da administração direta do
Estado, dotado de autonomia administrativa e dirigido por um inspetor-geral coadjuvado por
dois subinspetores-gerais.
Inspetor-Geral do Trabalho: José Luís Pereira Forte
Subinspetor-Geral do Trabalho: Manuel Joaquim Ferreira Maduro Roxo
Subinspetor-Geral do Trabalho: Daniel José de Freitas Esaguy
Tem ainda como órgão o conselho consultivo para a promoção da segurança e saúde no
trabalho: órgão colegial, de natureza consultiva, que apoia a ACT no exercício das suas
competências em matéria de segurança e saúde no trabalho. É composto pela direção da ACT e por
representantes dos parceiros sociais.
Estrutura
A organização interna da ACT obedece a um modelo organizacional misto, sendo uma estrutura
hierarquizada no que respeita às áreas de gestão, conceção, apoio técnico, de promoção da
segurança e saúde no trabalho e na área inspetiva. No que respeita á área operativa da eliminação
da exploração do trabalho infantil e ao desenvolvimento de campanhas de sensibilização e
promoção da segurança e saúde no trabalho, é seguida uma estrutura matricial.
ACT tem sede em Lisboa, exercendo competências em todo o território continental.
A estrutura nuclear da ACT integra os Serviços Centrais, sediados em Lisboa e as unidades
orgânicas desconcentradas, que constituem a rede de proximidade de serviços de inspeção de
trabalho.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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Organograma da ACT – Serviços Centrais
A Direção de Serviços de Apoio à Atividade Inspetiva (DSAAI), com duas unidades
orgânicas flexíveis: a Divisão de Coordenação da Atividade Inspetiva (DCAI) e a Divisão de
Estudos, Conceção e Apoio Técnico à Atividade Inspetiva (DECATAI);
A Direção de Serviços para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho
(DSPSST), com duas unidades orgânicas flexíveis: a Divisão de Promoção e Avaliação de
Programas e Estudos (DPAPE) e a Divisão de Regulação de Entidades Externas (DREE);
A Direção de Serviços de Apoio à Gestão (DSAG), com três unidades orgânicas flexíveis:
a Divisão de Formação e Recursos Humanos (DFRH), a Divisão Patrimonial e Financeira
(DPF), a Divisão de Sistemas de Informação (DSI);
A Divisão de Relações Internacionais (DRI)
A Divisão de Informação e Documentação (DID);
A Divisão de Auditoria e Assuntos Jurídicos (DAAJ).
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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Organograma da ACT – Serviços Desconcentrados
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
13
1.2. Referenciais do planeamento da ação inspetiva no
período de referência
A atividade de inspeção do trabalho no setor privado e no setor público privilegiou o
acompanhamento das situações de crise empresarial, o desenvolvimento de dinâmicas de redução
do trabalho não declarado, a promoção da agenda do trabalho digno, a melhoria da segurança e
saúde no trabalho nos locais de trabalho, o reconhecimento das garantias de igualdade e não
discriminação e a dinamização do diálogo social.
Para o efeito, foram tidos em conta um conjunto de referenciais que se enunciam de seguida.
Referenciais internacionais para o planeamento da ação inspetiva
A Agenda do Trabalho Digno, definida desde a 87.ª Conferência Internacional do Trabalho
(1999) e reforçada pela Declaração da OIT sobre Justiça Social para uma Globalização Justa (2008,
97.ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho). Esta Declaração da OIT incorpora quatro
objetivos estratégicos fundamentais, em torno dos quais se articula a Agenda do Trabalho Digno:
promover o emprego através da criação de um ambiente institucional e económico
sustentável;
desenvolver e reforçar as medidas de proteção social;
promover o diálogo social e o tripartismo;
respeitar, promover e aplicar os princípios fundamentais do trabalho.
No que toca às Convenções da Organização Internacional do Trabalho, é ainda relevante o
referencial da OIT de Políticas e Estratégias para 2010-2015 (adotado pelo Conselho de
Administração da OIT na sua 304.ª sessão, em março de 2009), que serve de base ao atual plano
de ação da OIT para o período de 2010-2016 (adotado pelo Conselho de Administração da OIT na
sua 307.ª sessão, em março de 2010) e tem por objetivo melhorar a situação de segurança e
saúde do trabalho em todo o mundo, incentivando os responsáveis para a tomada de decisões e
elaboração e aplicação de políticas e programas de ações nacionais que visam introduzir melhorias
no sistema nacional de segurança e saúde do trabalho, por forma a alcançar o maior grau de
efetividade das normas internacionais referidas (Convenção n.º 155 da OIT, do seu Protocolo de
2002, e da Convenção n.º 187).
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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A Estratégia Comunitária para a Segurança e Saúde no Trabalho, adotada em 21 de
fevereiro de 2007, pela Comissão Europeia, que tem por objetivo a redução da taxa de incidência
de acidentes de trabalho em 25% por cada 100.000 trabalhadores até 2012 em toda a Europa e
que constitui um claro referencial de ação para a ACT, pela determinação ao estado português da
obrigação da definição de uma estratégia nacional adaptada ao contexto nacional, concretizando
metas mensuráveis para todas as organizações cuja missão, direta ou indiretamente, possam
contribuir para a melhoria das condições de segurança e saúde no trabalho.
As políticas de coesão social, como preconizadas pela Comunicação da Comissão Europeia COM
(2005) 0299 - Políticas de Coesão em Apoio do Crescimento e do Emprego: Referenciais
Estratégicos Europeus 2007-2013, que consistem no aumento da qualidade e produtividade do
trabalho, na abordagem ao trabalho de acordo com o ciclo de vida e no desenvolvimento de um
mercado de trabalho inclusivo.
A Estratégia da União Europeia para o Emprego e o Crescimento – Europa 2020
(Comunicação da Comissão de 3/3/2010 - COM (2010) 2020 final), consagra a nova
estratégia da União Europeia para o Emprego e o crescimento sustentável e inclusivo e traduz-se
em cinco grandes objetivos:
aumentar para 75% a taxa de emprego na faixa etária dos 20-64 anos;
aumentar para 3% do PIB da UE o investimento (público e privado) em I&D e inovação;
cumprir os objetivos em matéria de clima/energia «20/20/20»1;
reduzir as taxas de abandono escolar para níveis abaixo dos 10% e aumentar para, pelo
menos, 40% a percentagem da população na faixa etária dos 30-34 anos que possui um
diploma do ensino superior;
reduzir, pelo menos, em 20 milhões o número de pessoas em risco ou em situação de
pobreza ou de exclusão social.
1 Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 20% (ou em 30%, se forem reunidas as condições necessárias) relativamente aos níveis registados
em 1990/ obter 20% da energia a partir de fontes renováveis/ aumentar em 20% a eficiência energética
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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Referenciais nacionais para o planeamento da ação inspetiva
A Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012, aprovada pela
Resolução do Conselho de Ministros n.º 59/2008, de 1 de abril, foi concebida como um instrumento
de política global da promoção da segurança e saúde no trabalho, de médio prazo, que visa dar
resposta às necessidades de promover a aproximação aos padrões europeus em matéria de
acidentes de trabalho e doenças profissionais e pretende alcançar o objetivo global de redução
constante e consolidada dos índices de sinistralidade laboral e, bem assim, contribuir para
melhorar, de forma progressiva e continuada, os níveis de saúde e bem-estar no trabalho.
A Estratégia Nacional define dois eixos fundamentais para as políticas de segurança e saúde no
trabalho:
o desenvolvimento de políticas públicas coerentes e eficazes, resultado da articulação entre
os vários departamentos da Administração Pública e que funcionem como motor da
mobilização da sociedade em torno de uma questão social e económica fundamental para a
coesão social que diz respeito à sociedade no seu todo;
a promoção da segurança e saúde nos locais de trabalho, como pressuposto de uma
melhoria efetiva das condições de trabalho.
O Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 (QREN), aprovado pela Resolução
do Conselho de Ministros n. º 86/2007, de 3 de julho, que apresenta objetivos de estímulo à
criação e qualidade do emprego e à igualdade de oportunidades como fator de coesão social, com
redução dos custos públicos de contexto.
O IV Plano Nacional para a Igualdade – Género, Cidadania e não Discriminação 2011-
2013, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 5/2011, de 18 de janeiro, prevê a
adoção de um conjunto de medidas estruturadas em torno de 14 áreas estratégicas:
integração da Dimensão de Género na Administração Pública, Central e Local, como
Requisito de Boa Governação;
Independência Económica, Mercado de Trabalho e Organização da Vida Profissional, Familiar
e Pessoal;
Educação e Ensino Superior e Formação ao Longo da Vida;
Saúde;
Ambiente e Organização do Território;
Investigação e Sociedade do Conhecimento;
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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Desporto e Cultura;
Media, Publicidade e Marketing;
Violência de Género;
Inclusão Social;
Orientação Sexual e Identidade de Género;
Juventude;
Organizações da Sociedade Civil;
Relações Internacionais, Cooperação e Comunidades Portuguesas.
O II Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres Humanos 2011-2013, aprovado pela
Resolução n.º 94/2010, de 29 de Novembro, que comporta um conjunto de medidas estruturadas
em torno de quatro áreas estratégicas de intervenção:
Conhecer, Sensibilizar e Prevenir;
Educar e Formar;
Proteger e Assistir;
Investigar Criminalmente e Cooperar.
O II Plano Nacional para a Integração de Imigrantes 2010-2013 (PII), aprovado Pela
Resolução de Conselho de Ministros n.º 74/2010, de 17 de setembro, assume como grande
finalidade a plena integração dos imigrantes, reforçando a atuação dos(as) inspetores(as) do
trabalho na atividade de controlo e de informação.
O Compromisso para o Crescimento, a Competitividade e o Emprego, de Janeiro de 2012,
que afirma a necessidade de “garantir que a par da redução do défice orçamental em percentagem
do PIB, sejam criadas as condições para uma recuperação forte e duradoura do crescimento
económico, multiplicando as oportunidades para o investimento, para a criação de emprego e
manutenção e melhoria da sua qualidade”, apresentando assim, como objetivo a criação de
empregos de qualidade.
Mais diretamente ligados à missão da ACT são de relevar os objetivos do combate à economia
informal (II.K.) e o Cap. IV relativo à legislação laboral, subsídio de desemprego e relações
laborais, explicitando medidas em matéria de organização do tempo de trabalho, regime de
feriados e férias, despedimento, regime jurídico das compensações em caso de cessação do
contrato de trabalho e criação do fundo de compensação do trabalho, promoção da mediação e da
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
17
arbitragem laboral, fiscalização das condições de trabalho, criação do centro de relações laborais
tripartido e subsídio de desemprego e negociação coletiva.
De referir, em particular, o ponto IV.H pela explicitação da Fiscalização das Condições de Trabalho e
Comunicações à Autoridade para as Condições do Trabalho, que estabelece um conjunto de
simplificações com dispensas de comunicações à ACT e deferimentos tácitos ou autorizações por via
eletrónica, o que cria, necessariamente, um conjunto de desafios de eficácia e eficiência na sua
ação.
Neste ponto é, ainda, salientado que “deve ser reforçada a atuação da ACT para garantir o
cumprimento da lei, nomeadamente por organização de campanhas em todos os casos em que são
visíveis violações da lei, na verificação das situações solicitadas pelos parceiros sociais, em todos os
encerramentos ilegais de empresas ou situações de salários em atraso, e, em geral, nos casos que
ponham em causa a concorrência leal”.
E, ainda, referenciais relativos à gestão de riscos de corrupção e infrações conexas, à igualdade de
género, à sustentabilidade e à redução de custos na Administração Pública.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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1.3. Recursos Humanos
Para o desenvolvimento da ação Inspetiva, a ACT dispõe de um corpo de inspetores do trabalho
que detêm a condição de funcionários públicos e estão investidos dos necessários poderes de
autoridade pública, conforme decorre das obrigações internacionais assumidas pela ratificação das
convenções da Organização Internacional do Trabalho nº 81, 129 e 155.
Um estatuto próprio, aprovado pelo Decreto-Lei nº 102/2000, de 2 de Junho confere, ainda, a este
corpo de profissionais as adequadas características de autonomia técnica e de independência face
aos interesses que possam prejudicar a sua ação, bem como regras específicas de deontologia
profissional, especificando para a atividade da inspeção do trabalho o regime jurídico geral de
atividades de inspeção, auditoria e fiscalização, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 276/2007, de 31 de
Julho.
Todo este estatuto visa proporcionar os necessários níveis de rigor a uma atuação que beneficia do
critério de oportunidade na seleção de prioridades de intervenção inspetiva, no âmbito das visitas
inspetivas nos locais de trabalho, de seleção de metodologias e instrumentos de ação mais aptos a
reconduzir ao cumprimento da lei, visando a obtenção de resultados que traduzam um sentido real
de eficácia.
Quadro 1 – Evolução do número de inspetores do trabalho 2009/2012
2009 2010 2011 2012
H M T H M T H M T H M T
103 150 253 121 263 384 130 274 404*
126 265 391*
*Inclui inspetores(as) que ocupam cargos dirigentes.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
19
Gráfico 1 – Distribuição dos inspetores do trabalho por Região e Serviços
Centrais (em 31 de Dezembro de 2012)
Quadro 2 – Número de Inspetores do Trabalho
Distribuídos por Serviços (Dezembro de 2012)
Serviços N.º Inspetores(as)
Unidade Local de Braga 17
Centro Local do Ave 14
Centro Local do Nordeste Transmontano 5
Centro Local do Grande Porto 42
Unidade Local de Penafiel 12
Centro Local de Entre Douro e Vouga 12
Centro Local do Alto Minho 9
Centro Local do Douro 6
Unidade de Apoio ao Centro Local Douro 3
Unidade Local de Viseu 9
Centro Local do Baixo Vouga 15
Centro Local da Beira Interior 6
Unidade Local da Covilhã 5
Centro Local do Mondego 15
Unidade de Apoio Centro Local Mondego 4
Centro Local da Beira Alta 6
Centro Local do Lis 12
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
20
*Inclui inspetores(as) que ocupam cargos dirigentes.
Serviços N.º Inspetores(as)
Unidade Local de Setúbal 14
Centro Local da Lezíria e Médio Tejo 12
Unidade de Apoio Centro Local Lezíria e Médio Tejo 4
Centro Local de Lisboa Oriental 44
Centro Local de Lisboa Ocidental – Sintra 20
Centro Local do Oeste 8
Unidade de Apoio do Centro Local do Oeste 5
Unidade Local de Vila Franca de Xira 12
Centro Local da Península de Setúbal 12
Unidade Local do Barreiro 7
Unidade Local do Litoral e Baixo Alentejo 12
Centro Local do Alentejo Central 7
Centro Local do Alto Alentejo 3
Unidade Local de Faro 12
Centro Local de Portimão 7
Serviços Centrais 20
Total 391*
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
21
1.4. Desenvolvimento de competências
1.4.1. Formação
No ano de 2012, foram ministradas 55 ações de formação profissional aos (às) inspetores (as) do
trabalho, com uma duração total de 914 horas. Foram ministradas 342 horas de formação na área
da legislação laboral e 249 horas de formação em matéria de segurança e saúde no trabalho que
equivalem, respetivamente, a 37,42% e 27,24% da duração total das ações de formação aos(às)
inspetores(as) no ano de 2012.
Gráfico 2 – Número de horas de formação por matérias
1.5. Universo sujeito à atividade inspetiva
Com base em dados estatísticos recolhidos no INE (Instituto Nacional de Estatística – www.ine.pt -
foram construídos alguns quadros com um conjunto de indicadores estatísticos, que permitem
caracterizar o universo sujeito à ação da ACT.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
22
1.5.1. Estrutura do emprego
Quadro 3 - Indicadores Globais População / Emprego e Desemprego
(2009-2012)
Fonte: INE Estatísticas do Emprego - Portugal
Quadro 4 - População empregada por setor de atividade principal
Milhares de indivíduos (CAE-Rev.3) – 2012
Atividade principal 2012
(Milhares de indivíduos)
População Empregada 4.634,7
A: Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 486,0
B a F: Indústria, construção, energia e água 1.188,3
C: Indústrias transformadoras 769,5
F: Construção 357,2
Condição perante o trabalho
2009 2010 2011 2012
Milhares de indivíduos
População Total 10.638,4 10.635,8 10.646,7 10.600,0
Homens 5.149,2 5.147,0 5.151,7 5.126,4
Mulheres
5.489,2 5 488,8 5.494,9 5.473,6
População ativa 5.582,7 5.580,7 5.543,2 4.494,8
Homens 2.948,9 2.931,8 2.940,5 2.897,6
Mulheres 2.633,9 2.648,9 2.602,6 2.597,2
População empregada 5.054,1 4 978,2 4.837,0 4.634,7
Homens 2.687,6 2.644,5 2.574,5 2.443,6
Mulheres 2.366,5 2.333,6 2.262,5 2.191,1
População desempregada 528,6 602,6 706,1 860,1
Homens 261,3 287,3 366,0 453,9
Mulheres 267,4 315,3 340,1 406,2
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
23
Atividade principal 2012
(Milhares de indivíduos)
G a U: Serviços 2.960,4
G: Comércio por grosso e a retalho 676,6
H: Transportes e armazenagem 170,1
I: Alojamento, restauração e similares 280,8
J: Atividades de informação e de comunicação 86,6
K: Atividades financeiras e de seguros 97,8
L: Atividades imobiliárias 23,6
M: Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 156,6
N: Atividades administrativas e dos serviços de apoio 147,9
O: Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória 293,7
P: Educação 367,9
Q: Atividades da saúde humana e apoio social 374,9
R: Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 51,9
S a U: Outros Serviços 229,6
Fonte: INE Estatísticas do Emprego – Portugal
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
24
Quadro 5 - Estrutura do emprego por situação na profissão principal – média anual
2009/2012 (milhares de indivíduos)
Situação na Profissão 2009 2010 2011
2012
Trabalhador por conta de outrem 3.855,7 3.844,9 3.815,2 3.628,4
Trabalhador por conta própria 1.153,7 1.085,0 992,4 976,0
Trabalho familiar não remun. e outros 44,7 48,2 29,4 30,3
TOTAL (População empregada) 5.054,1 4.978,2 4.837,0 4.634,7
Quadro 6 - Estrutura do emprego por profissão principal – 2012
Profissão principal 2011(Milhares de indivíduos)
População empregada 4.634,7
Representantes do poder legislativo e de
órgãos executivos, dirigentes, diretores e
gestores executivos
299,5
Especialistas das atividades intelectuais e
científicas 690,6
Técnicos e profissionais de nível
intermédio 446,2
Pessoal administrativo 359,9
Trabalhadores dos serviços pessoais, de
proteção e segurança e vendedores 753,7
Agricultores e trabalhadores qualificados
da agricultura, da pesca e da floresta 463,5
Trabalhadores qualificados da indústria,
construção e artífices 669,4
Operadores de instalações e máquinas e
trabalhadores da montagem 378,3
Trabalhadores não qualificados 542,3
Forças Armadas 31,4
Fonte: INE Estatísticas do Emprego – Portugal
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
25
Quadro 7 - População empregada por conta de outrem por tipo de contrato – média
2009/2012 (milhares de indivíduos)
Tipo de Contrato de trabalho 2009 2010 2011 2012
Trabalhadores por conta de outrem 3.855,7 3.844,9 3.815,2 3.628,4
Contrato sem termo 3.006,8 2.961,0 2.967,5 2.878,6
Contrato com termo 694,3 738,4 707,2 617,9
Outro tipo de contrato de trabalho 154,6 145,5 140,5 131,9
Fonte: INE Estatísticas do Emprego – Portugal
Na dimensão de estrutura do emprego por situação na profissão, o trabalho por conta de outrem
equivale, em 2012, a 78,3% do total da população empregada, enquanto os(as) trabalhadores(as)
por conta própria correspondem a 21,1% desse total. Os contratos de trabalho com termo
correspondem, nesse ano, a 17,0% do total da população empregada por conta de outrem.
Vicissitudes contratuais
Quadro 8 – Situações de Layoff – ano de 2012
Situações de Layoff
2009 2010 2011 2012
Entidades Empregadoras2 423 324 266 550
Beneficiários3 19.278 6.145 3.601 8.703
Redução de Horário de Trabalho 9.492 3.334 2.266 4.178
Suspensão Temporária 9.786 2.811 1.335 3.985
Fonte: Instituto de Segurança Social – Situação da base de dados a 1/3/2013
2 Por ano de processamento.
3 Por ano de processamento e tipo de subsídio (contabilizados beneficiários cujo motivo de lançamento tenha sido
“concessão normal”.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
26
Quadro 9 – Despedimentos coletivos concluídos – ano de 2012
Dimensão da empresa
Empresas
Trabalhadores
Total A despedir Despedidos Revogação Outras
Medidas
Microempresas 405 2.368 1.652 1.547 14 84
Pequenas empresas
495 11.750 3.936 3.726 36 174
Médias empresas
173 19.124 3.803 3.468 50 205
Grandes Empresas
56 49.313 1.792 1.747 4 41
Total 1.129 82.555 11.183 10.488 104 584
Fonte: DGERT (Direção-Geral das Relações de Trabalho – Ministério da Economia e do Emprego) – Despedimentos coletivos. Processos
concluídos em 2012
1.5.2. Estrutura empresarial
Quadro 10 – Estrutura do setor empresarial português – 2011
Tipo de empresas Empresas
(N.º)
Pessoal ao
serviço (N.º)
Total de empresas 1.136.697 3.850.591
Por atividade Empresas financeiras 24.697 115.251
Empresas não financeiras 1.112.000 3.735.340
Por forma
jurídica
Empresas individuais 769.156 890.064
Sociedades 367.541 2.960.527
Por dimensão
Pequenas e Médias
Empresas 1.135.537 2.978.383
Grandes 1.160 872.208
Fonte: Empresas em Portugal 2011, INE – Portugal “Principais indicadores das empresas em Portugal (por regiões e forma jurídica) ”
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
27
Quadro 11 – Empresas não financeiras em Portugal – 2011
Empresas não financeiras Empresas
(N.º)
Por forma
jurídica
Empresas individuais 751.412
Sociedades 360.588
Por dimensão Pequenas e Médias Empresas 1.110.905
Grandes 1.095
Total 1.112.000
Fonte: Empresas em Portugal 2011, INE – Portugal
Quadro 12 – Número de empresas e pessoal ao serviço por setor de atividade – 2011
C.A.E Rev. 3 N.º
Empresas
Pessoal ao
Serviço
A – Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 56.467 108.559
B – Indústrias extrativas 1.274 11.352
C – Indústrias transformadoras 72.286 681.474
D – Eletricidade 801 9.236
E – Água 1.149 30.759
F – Construção 99.179 405.928
G – Comércio 247.970 800.727
H – Transportes e armazenagem 23.800 162.071
I – Alojamento e restauração 85.183 286.825
J – Atividades de informação e comunicação 14.520 80.439
L – Atividades imobiliárias 28.540 48.919
M – Atividades de consultoria 114.123 221.232
N – Atividades administrativas 137.333 400.498
P – Educação 60.821 100.902
Q – Atividades de saúde humana 82.303 247.630
R – Atividades artísticas 29.380 44.377
S – Outras atividades de serviço 56.871 94.412
Total de Empresas não financeiras 1.112.000 3.735.340
Fonte: Empresas em Portugal 2011, INE – Portugal
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
28
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em 2011 existiam em Portugal 1.136.697
empresas, um valor inferior em 2,8% ao registado no ano anterior. Deste total, 97,8 % eram
empresas não financeiras, 67,6% empresas individuais e 77,3 % micro, pequenas e médias
empresas (PME). Estes valores refletem um setor empresarial composto maioritariamente por PME
não financeiras e por empresários em nome individual e trabalhadores(as) independentes.
1.6. Indicadores sobre a sinistralidade laboral
1.6.1. Acidentes de trabalho
Os principais conceitos utilizados neste ponto são os de acidente de trabalho e acidente mortal que
de acordo com as definições estatísticas do Gabinete de Gestão e Planeamento (GEP) são as
seguintes:
Acidente de trabalho – Todo o acontecimento inesperado e imprevisto, incluindo atos derivados
do trabalho ou com ele relacionados, do qual resulte uma lesão corporal, uma doença ou a morte
de um ou vários trabalhadores. São também considerados acidentes de trabalho os acidentes de
viagem, de transporte ou de circulação, nos quais os trabalhadores ficam lesionados e que ocorrem
por causa, ou no decurso do trabalho, isto é, quando exercem uma atividade económica, ou estão a
trabalhar, ou realizam tarefas para o empregador. São excluídos: os ferimentos auto-infligidos;
acidentes que se devem unicamente a causas médicas e doenças profissionais; acidentes que
ocorram no percurso para o local de trabalho ou no regresso deste (acidentes de trajeto); pessoas
estranhas à empresa, sem qualquer atividade profissional.
Acidente de trabalho mortal - Um acidente de que resulte a morte da vítima num período de um
ano (após o dia) da sua ocorrência.
Atividade económica – É sempre a atividade económica do estabelecimento.
Taxa de Incidência de acidentes de trabalho – A taxa de incidência deve ler-se por cada
100.000 trabalhadores. No cálculo desta taxa o denominador tem por base os dados do inquérito
ao emprego do INE, para as pessoas abrangidas pela Lei n.º 100/97, de 13 de setembro.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
29
Quadro 13 - Número total de acidentes de trabalho, por atividade económica - 2010
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
Total de Acidentes Trabalho Acidentes Trabalho Mortais
v.a % Taxa.
Incidên. v.a %
Taxa. Incidên.
TOTAL 215.632 - 5.202,0 208 - 5,0
SUBTOTAL 215.299 100 - 208 100 -
A – Agricultura, produção animal,
caça, floresta e pesca 7.005 3,3 1.291,9 28 13,5 5,2
B – Indústrias Extrativas 1.674 0,8 8.301,09 5 2,4 24,8
C – Indústrias Transformadoras 57.327 26,6 6.935,2 27 13 3,3
D – Eletricidade, gás, vapor,
água quente e fria e ar frio 210 0,1 1.335,1 0 0,0 0,0
E – Capt., trat. e distrib. água;
sanea., gestão de resíd. e despol. 2.862 1,3 8.794,5 3 1,4 9,2
F – Construção 44.304 20,6 9.183,6 67 32,2 13,9
G – Comércio p/ grosso e a
retalho; repar. veíc. aut. e
motoc.
33.942 15,8 4.607,0 22 10,6 3,0
H – Transportes, Armazenagem 10.323 4,8 5.833,0 33 15,9 18,6
I – Alojamento, Restauração e
similares 12.172 5,7 4.176,2 4 1,9 1,4
J – Atividades de informação e
comunicação 638 0,3 605,0 1 0,5 0,9
K – Atividades Financeiras e de
seguros 790 0,4 897,6 1 0,5 1,1
L – Atividades imobiliárias 977 0,5 3.543,9 0 0,0 0
M – Atividades de consultoria,
científicas, técnicas e similares 2.244 1,0 1.434,8 3 1,4 1,9
N – Atividades administrativas e
dos serviços de apoio 13.321 6,2 8.557,6 8 3,8 5,1
O – Administração Pública,
Defesa e Seg. Social obrigatória 7.610 3,5 n.d. 2 1,0 n.d.
P – Educação 1.686 0,8 n.d. 0 0,0 n.d.
Q – Atividades de saúde humana
e apoio social 11.493 5,3 n.d. 2 1,0 n.d.
R – Ativ. artísticas, de
espetáculos, desportivas e
recreativas
1.807 0,8 4.901,1 0 0,0 0,0
S – Outras atividades de serviço 3.714 1,7 3.572,5 1 0,5 1,0
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
30
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
Total de Acidentes Trabalho Acidentes Trabalho Mortais
v.a % Taxa.
Incidên. v.a %
Taxa. Incidên.
T – At. famil. emp. pess. domést.
e ativ. prod. famil. p/ uso
próprio
1.180 0,5 819,5 1 0,5 0,7
U – Ativ. dos organ. internac. e
outras instit. extra-territoriais 20 0,0 472,6 0 0,0 0,0
CAE Ignorada 333 - - 0 - -
Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento – Estatísticas em síntese-Acidentes de trabalho 2010
Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento – Estatísticas em síntese-Acidentes de trabalho 2010
Gráfico 3 - Número total de acidentes de trabalho por atividade económica - 2010
Quadro 14 - Acidentes de Trabalho – 2007/2010
Anos Totais N.º de pessoas expostas aos riscos
(milhares de indivíduos) Taxa de
Incidência
2007 237.409 5.169,7 5.422,2
2008 240.018 5.197,8 5.478,1
2009 217.393 5.054,1 5.148,5
2010 215.632 4.978,2 5.202,0
Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento – Estatísticas em síntese-Acidentes de trabalho 2010
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
31
Quadro 15 - Acidentes de Trabalho Mortais – 2007/2010
Anos Totais Total de acidentes de trabalho
(milhares de indivíduos) Taxa de
Incidência
2007 276 237.409 6,3
2008 231 240.018 5,3
2009 217 217.393 5,1
2010 208 215.632 5,0
Fonte: Gabinete de Estratégia e Planeamento – Estatísticas em síntese-Acidentes de trabalho 2010
1.6.2. Doenças profissionais
Na prevenção de doenças profissionais, assumem particular importância a perigosidade do agente
agressivo, a duração e o tipo de exposição a esse agente, a natureza dos trabalhos efetuados e
também as características individuais dos trabalhadores expostos.
A abordagem preventiva é mais complexa que nos acidentes de trabalho, que ocorrem num único
momento, pelo que os défices de prevenção, de identificação e controlo dos riscos apenas tem
consequências a médio e a longo prazo, só podem ser corretamente percecionados pela
intermediação da técnica e exigem ainda um maior articulação e complementaridade de todos os
sistemas, particularmente da vigilância da saúde e da prevenção dos riscos no local de trabalho, ou
seja, entre a Administração do Trabalho, a Administração da Saúde e a Segurança Social, por forma
a desenvolverem o seu papel próprio e fazerem funcionar as atividades de segurança e saúde no
trabalho das empresas.
Os indicadores disponíveis respeitam às doenças profissionais reconhecidas como tal pela
Segurança Social, através do Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais (ex-CNPRP -
Centro Nacional de Proteção Contra os Riscos Profissionais), relativamente ao ano de 2010.
De acordo com Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais (DPRP), a patologia
associada ao desempenho profissional, sobretudo aquela que é diretamente causada por fatores de
risco existentes no local de trabalho, necessita de ser controlada e monitorizada com rigor, pois
esta constitui a forma mais eficaz de verificar se estão a ser adotadas no terreno as medidas de
prevenção adequadas. De modo semelhante a outras áreas da saúde, a maneira correta de medir
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
32
estas alterações negativas do estado de saúde é através do cálculo de taxas de incidência, ou seja,
do risco de adoecer ou de sofrer um acidente de trabalho.
Embora se trate de uma medida com fiabilidade razoável no que concerne aos acidentes de
trabalho, a mesma não é aplicável com o mesma acuidade e robustez no curto prazo às doenças
profissionais por um conjunto de razões que fazem parte da sua natureza intrínseca, a saber:
existência de patologia múltipla e co-morbidade, diferentes tempos de latência entre a exposição e
a manifestação clínica que pode ser de dias em alguns casos e de décadas em outros.
A estas condições limitadoras devem ser acrescentados os fenómenos de subnotificação,
componente inevitável de todos os sistemas de notificação obrigatória.
Por isso, a produção de informação sobre doenças profissionais, nomeadamente taxas de incidência
e prevalência bem como de todos os cálculos estatísticos nelas baseados, só fazem sentido em
longas séries temporais e não são de modo algum apropriados para monitorizar ações
desenvolvidas no terreno. Para este efeito, outras medidas devem ser utilizadas.
Porém, embora baseados num rol de dados administrativos, os dados sobre doenças profissionais
são utilizáveis e interpretáveis desde que adequadamente organizados, sistematizados e
trabalhados.
Alguns dos quadros que se seguem carecem de sentido interpretativo: por exemplo, no que
respeita ao tipo de incapacidade esta é apresentada por doença mas algumas doenças coexistem
com graus de incapacidade diferentes que se somam no mesmo indivíduo de acordo com o princípio
da capacidade restante, tal como é imposto pela TNI (Tabela Nacional de Incapacidades por
Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais). Esta descrição não evidencia de forma alguma a
verdadeira situação de incapacidade verificada pelo trabalhador – grau de incapacidade global.
O DPRP recomenda, assim, uma interpretação prudente da informação apresentada, considerando,
ainda, que em termos da metodologia utilizada na recolha de dados estatísticos se verificaram duas
condicionantes, uma devida à existência de doentes com mais do que uma doença outra pelo facto
de se considerar a data da confirmação da doença e não a data do seu início.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
33
Fonte: DPRP - Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais Gráfico 4 - Composição por sexo dos casos de doentes portadores de doença profissional
-2010
A distribuição dos casos confirmados no ano em apreço de doentes portadores de doença
profissional por sexo e grupo etário foi a seguinte:
Quadro 16 – Estrutura etária e por sexo dos casos dos doentes
portadores de doença profissional – 2010
Classes Etárias M F Total
15-19 0 1 1
20-24
4 18 22
25-29 8 46 54
30-34 31 71 102
35-39 54 131 185
40-44 92 158 250
45-49 103 185 288
50-54 195 254 449
55-59 206 158 364
60-64 104 42 146
65-69 20 1 21
70-74 8 1 9
75 + 3 0 3
Total 828 1.066 1.894 Fonte: DPRP - Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
34
As idades foram calculadas à data de início da doença. Observou-se uma média de 48 anos, uma
mediana de 50, sendo 51 anos a idade mais frequente. A distribuição das idades apresenta uma
variabilidade entre os 16 e os 80 anos.
Quadro 17 – Doenças profissionais confirmadas por tipo de incapacidade e manifestação
clínica - 2010
Doenças Profissionais
(LDP4)
Tipo de Incapacidade
Total
DPSI5 IPATH6 IPATQT7 IPP8 IPP+IPAT
H LMELT9 773 0 0 1.240 0 2.013
Pneumoconioses 0 0 0 106 7 113
Dermites 0 0 0 46 0 46
Neoplasias 0 0 1 5 0 6
ORL 194 0 0 103 0 297
Doenças infeciosas 9 0 0 31 1 41
Urticária 0 0 0 1 0 1
Asma profissional 0 2 0 6 26 34
Oftalmologia 0 0 0 4 0 4
Outra forma clínica não
incluída na lista em vigor 5 2 1 28 4 40
Formas clínicas precoces 0 0 0 1 0 1
Outras 0 1 0 1 0 2
Total 981 5 2 1.572 38 2.598
Fonte: DPRP - Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais
4 Lista das doenças profissionais - Constante do Decreto-Regulamentar n.º 6/2001, de 5 de maio, com as alterações introduzidas pelo
Decreto-Regulamentar n.º 76/2007, de 17 de julho. 5 Doença profissional sem incapacidade 6 Incapacidade Permanente Absoluta para o Trabalho Habitual 7 Incapacidade Permanente Absoluta para todo e qualquer trabalho 8 Incapacidade Parcial Permanente 9 Lesões músculo-esqueléticas
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
35
Quadro 18 – Doenças profissionais confirmadas por tipo de incapacidade e agente
causal/ fator de risco – 2010
Lista das
doenças
profissionais10
Código
do
agente
Tipo de Incapacidade
Total DPSI IPATH IPATQT IPP IPP+IPATH
Capítulo 1
1102 0 1 0 0 0 1
1201 0 1 0 1 1 3
1205 1 0 0 3 0 4
1207 0 0 0 1 0 1
1213 0 0 0 1 0 1
1214 0 0 0 0 1 1
1219 0 0 0 1 0 1
Total 1 2 0 7 2 12
Capítulo 2
2101 0 0 0 100 1 101
2102 0 0 2 8 0 10
2103 0 0 0 2 0 2
2201 0 0 0 7 8 15
2301 0 2 0 8 26 36
Total 0 2 2 125 35 164
Capítulo 3
3101 0 0 0 3 0 3
3103 0 0 0 1 0 1
3106 0 0 0 1 0 1
3107 0 0 0 4 0 4
3108 0 0 0 1 0 1
3111 0 0 0 3 0 3
3112 0 0 0 1 0 1
10 Constante do Decreto-Regulamentar n.º 6/2001, de 5 de maio, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Regulamentar n.º 76/2007, de
17 de julho.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
36
Lista das
doenças
profissionais
Código
do
agente
Tipo de Incapacidade
Total
DPSI IPATH IPATQT IPP IPP+IPATH
Capítulo 3
3113 0 0 0 1 0 1
3301 0 0 0 31 0 31
Total 0 0 0 46 0 46
Capítulo 4
4101 0 0 0 4 0 4
4103 0 0 0 2 0 2
4201 191 0 0 97 0 288
4301 1 0 0 0 0 1
4401 0 0 0 2 0 2
4502 595 0 0 899 0 1.494
4503 177 0 0 336 0 513
Total 964 0 0 1.340 0 2.304
Capítulo 5
5102 1 0 0 4 1 6
5103 4 0 0 18 0 22
5110 1 0 0 2 0 3
5202 0 0 0 1 0 1
5204 2 0 0 0 0 2
5501 1 0 0 0 0 1
Total 9 0 0 25 1 35
Total
999811 7 1 0 29 0 37
981 5 2 1.572 37 2.598
Fonte: DPRP - Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais
11 Outros agentes causadores de DP não incluídos na lista em vigor
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
37
De notar que pode existir exposição simultânea a múltiplos fatores de risco e que a exposição a um
fator de risco poderá dar origem a várias alterações de saúde em compartimentos orgânicos
diferentes – doenças diferentes.
Um doente poderá também ser portador em simultâneo de doenças com tipos de incapacidade
diferentes: sem incapacidade, com incapacidade parcial, IPATH e a incapacidade global resulta do
somatório das incapacidades calculadas pelo princípio da capacidade restante.
Quadro 19 – Doenças profissionais confirmadas
por incapacidade e atividade económica - 2010
Atividades
Económicas
(CAE–Rev.3)
N.º Doenças / Incapacidade N.º doentes
DPSI IPAT
H
IPP+
IPAT IPAT
QT
IPP Total F M Total
A – Agricultura,
produção animal,
caça, floresta e pesca
2 0 0 0 15 17 9 5 14
B – Indústrias
Extrativas 2 0 0 0 8 10 2 7 9
C – Indústrias
Transformadoras 573 1 25 1 794 1.394 558 452 1.010
D – Eletricidade, gás,
vapor, água quente e
fria e ar frio
15 0 0 0 32 47 8 31 39
E – Capt., trat. e
distrib. água; sanea.,
gestão de resíd. e
despol.
22 0 2 0 43 67 22 21 43
F – Construção 0 0 0 0 11 11 1 10 11
G – Comércio por
grosso e a retalho;
repar. de veículos
autom. e motociclos
49 0 3 1 95 148 13 114 127
H – Transportes,
Armazenagem 73 1 3 0 130 207 92 56 148
I – Alojamento,
Restauração e
similares
14 0 0 0 59 73 42 5 47
J – Atividades de
informação e
comunicação
29 0 0 0 23 52 10 30 40
K – Atividades
Financeiras e de
seguros
13 0 0 0 13 26 14 5 19
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
38
Atividades
Económicas
(CAE–Rev.3)
N.º Doenças / Incapacidade N.º doentes
DPSI IPAT
H
IPP+
IPAT IPAT
QT
IPP Total F M Total
L – Atividades
imobiliárias 0 0 0 0 0 0
M – Atividades de
consultoria,
científicas, técnicas e
similares
84 1 2 0 150 237 91 70 161
N – Atividades
administrativas e dos
serviços de apoio
11 0 0 0 14 25 16 0 16
O – Adm. Publ. e
Defesa; Seg. Social
obrigatória
2 0 0 0 3 5 3 0 3
P – Educação 54 1 3 107 165 116 12 128
Q – Atividades de
saúde humana e
apoio social
3 0 0 0 5 8 7 0 7
R – Atividades
artísticas, de
espetáculos,
desportivas e
recreativas
32 1 0 0 52 85 49 8 57
S – Outras atividades 0 0 0 0 8 8 6 0 6
T – At. famil. emp.
pess. domést. e ativ.
prod. famil. p/ uso
próprios
0 0 0 0 0 0 0 0 0
U – Atividade dos
organ. internac. e
outras instit. extra-
territoriais
1 0 0 0 0 1 1 0 1
CAE Ignorada 2 0 0 0 10 12 6 2 8
Total 981 5 38 2 1.572 2.598 1.066 828 1.894
Fonte: DPRP - Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
39
Salienta-se que, dado o facto de que um caso suspeito de ser portador de patologia profissional
poder ser notificado por qualquer médico implica que poderão existir mais do que uma notificação
para a mesma condição e não ser possível detetar duplicados nestes apuramentos. Já o número de
requerimentos para aplicação do regime de compensação é mais fidedigno mas não existe uma
completa correspondência entre os requerimentos e as participações obrigatórias, pois aqueles são
muitas vezes solicitados pelo serviço em face de uma PO.
Quadro 20 – Participações obrigatórias/ requerimentos iniciais – 2007/2010
Anos N.º participações obrigatórias N.º Requerimentos iniciais
2007 4.343 4.534
2008 4.719 4.541
2009 5.247 4.727
2010 4.915 3.899
Fonte: DPRP - Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais
Quadro 21 – Distribuição geográfica das doenças profissionais por distrito 2010
Distrito N.º
Aveiro 482
Beja 4
Braga 115
Bragança 2
Castelo Branco 24
Coimbra 39
Évora 21
Faro 11
Guarda 8
Leiria 203
Lisboa 508
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
40
Distrito N.º
Região Autónoma da Madeira 4
Portalegre 7
Porto 660
Santarém 42
Setúbal 371
Viana do Castelo 67
Vila Real 6
Viseu 24
Total 2.598
Fonte: DPRP - Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais
1.7. Legislação com relevância nas relações de trabalho
publicada em 2012
Quadro 22 – Legislação publicada – 2012
Diploma Assunto
Lei n.º 3/2012, de 10
de janeiro
Estabelece um regime de renovação extraordinária dos contratos
de trabalho a termo certo, bem como o regime e o modo de
cálculo da compensação aplicável aos contratos objeto dessa
renovação.
Decreto-Lei n.º
24/2012, de 6 de
fevereiro
Consolida as prescrições mínimas em matéria de proteção dos
trabalhadores contra os riscos para a segurança e a saúde devido
à exposição a agentes químicos no trabalho e transpõe a Diretiva
n.º 2009/161/EU, da Comissão, de 17 de Dezembro de 2009.
Portaria n.º 44/2012,
de 13 de fevereiro
Estabelece o sistema de classificação de riscos das empresas
sujeitas às disposições do Reg. (CE) n.º 561/2006, do PE e do
Conselho, de 15 de Março, relativo à harmonização de
determinadas disposições em matéria social no domínio dos
transportes rodoviários, e do Reg. (CE) n.º 3821/85, do
Conselho, de 20 de Dezembro, relativo à introdução de um
aparelho de controlo no domínio dos transportes rodoviários.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
41
Diploma Assunto
Portaria n.º 45/2012,
de 13 de fevereiro
Procede à criação da medida de apoio ao emprego “Estímulo
2012” que promove a contratação e a formação profissional de
desempregados.
Portaria n.º 48/2012,
de 27 de fevereiro
Especifica as profissões regulamentadas abrangidas no setor de
energia e designa a respetiva autoridade competente para
proceder ao reconhecimento das qualificações profissionais –
DGEG.
Portaria n.º 50/2012,
de 28 de fevereiro
Especifica as profissões regulamentadas abrangidas no âmbito da
área do Turismo e designa a respetiva autoridade competente
para proceder ao reconhecimento das qualificações profissionais –
ITP.
Portaria n.º 55/2012,
de 9 de março
Especifica as profissões regulamentadas abrangidas na área do
emprego e designa a respetiva autoridade competente para
proceder ao reconhecimento das qualificações profissionais – ACT.
Decreto-Lei n.º
64/2012, de 15 de
março
Procede à alteração do regime jurídico de proteção no
desemprego dos trabalhadores por conta de outrem, beneficiários
do regime geral da Segurança Social, e à 4.ª alteração ao
Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro.
Decreto-Lei n.º
65/2012, de 15 de
março
Estabelece, no âmbito do sistema previdencial, o regime jurídico
de proteção social na eventualidade de desemprego dos
trabalhadores que se encontrem enquadrados no regime dos
trabalhadores independentes e que prestam serviços
maioritariamente a uma entidade contratante.
Portaria n.º 75/2012,
de 26 de março
Especifica e regulamenta a profissão de jornalista e designa a
respetiva autoridade competente para proceder ao
reconhecimento das qualificações profissionais, nos termos da Lei
n.º 9/2009, de 4 de Março.
Portaria n.º 81/2012,
de 29 de Março
Estabelece as profissões no âmbito da prestação de serviços
financeiros – Mediadores de Seguros, Peritos Avaliadores de
Imóveis, Revisores Oficiais de Contas e Técnicos Oficiais de
Contas - cujo reconhecimento de qualificações profissionais é
regulado e designa a autoridade competente para proceder ao
referido reconhecimento.
Portaria n.º 88/2012,
de 30 de março
Especifica as profissões regulamentadas abrangidas no setor da
defesa nacional e designa a respetiva autoridade competente
para proceder ao reconhecimento das qualificações profissionais.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
42
Diploma Assunto
Portaria n.º 89/2012,
de 30 de março
Especifica as profissões regulamentadas na área da justiça e as
autoridades nacionais competentes para o reconhecimento das
qualificações profissionais para o exercício dessas profissões por
cidadão de Estado-membro da União Europeia ou de Estado
signatário do Acordo sobre o Espaço Económico Europeu.
Portaria n.º 90/2012,
de 30 de março
Especifica as profissões regulamentadas abrangidas nas áreas da
agricultura, das florestas, do mar, do ambiente e do ordenamento
do território e designa as autoridades nacionais que, para cada
profissão, são competentes para proceder ao reconhecimento das
qualificações profissionais.
Portaria n.º 96/2012,
de 5 de abril
Especifica as profissões regulamentadas abrangidas nos sectores
das obras públicas, transportes e comunicações e designa as
respetivas autoridades competentes para proceder ao
reconhecimento das qualificações profissionais.
Portaria n.º 107/2012,
de 18 de abril
Especifica as profissões regulamentadas abrangidas na área da
economia e designa a respetiva autoridade competente para
proceder ao reconhecimento das qualificações profissionais.
Portaria n.º 122/2012,
de 03 de maio
Procede à atualização anual das pensões de acidentes de
trabalho.
Declaração de
Retificação n.º
23/2012, de 11 de
maio
Retifica o Decreto-Lei n.º 64/2012, de 15 de Março, do MSSS,
que procede à alteração do regime jurídico de proteção no
desemprego dos trabalhadores por conta de outrem, beneficiários
do regime geral da segurança social, e à 4.ª alteração ao
Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro.
Lei n.º 20/2012, de 14
de maio
Primeira alteração à Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro – o
art.º 16.º respeita a modificações ao Código dos Regimes
Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social.
Decreto-Lei n.º
117/2012, de 5 de
junho
Regula a organização do tempo de trabalho de condutores
independentes em atividades de transporte rodoviário,
transpondo a Diretiva n.º 2002/15/CE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 11 de março de 2002.
Resolução do Conselho
de Ministros n.º 51-
A/2012, de 14 de
junho
Aprova o Plano Estratégico de Iniciativas de Promoção de
Empregabilidade Jovem e Apoio às Pequenas e Médias Empresas
– “Impulso Jovem”.
Lei n.º 23/2012, de 25
de junho
Procede à terceira alteração ao Código do Trabalho, aprovado
pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
43
Diploma Assunto
Decreto-Lei n.º 133/2012, de 27 de junho
Altera os regimes jurídicos de proteção social nas eventualidades de doença, maternidade, paternidade e adoção e morte, previstas no sistema previdencial.
Portaria n.º 207/2012, de 6 de julho
Cria a Medida Incentivo à Aceitação de Ofertas de Emprego.
Dec.-Lei n.º 149/2012, de 12 de Julho
Procede à sétima alteração ao Código dos Contratos Públicos, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro.
Declaração de Retificação
n.º 38/2012, de 23 de julho
Retifica a Lei n.º 23/2012, de 25 de junho.
Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de agosto
Cria o Sistema da Indústria Responsável, que regula o exercício da atividade industrial, a instalação e exploração de zonas empresariais responsáveis, bem como o processo de acreditação de entidades no âmbito deste sistema.
Portaria n.º 229/2012,
de 3 de agosto
Cria a medida de Apoio à Contratação Via reembolso da taxa
Social Única.
Lei n.º 29/2012, de 9
de agosto
Primeira alteração à Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho, que aprovou
o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento
de estrangeiros do território nacional – republicação.
Lei n.º 37/2012, de 27
de agosto Estatuto do dador de sangue – art.º 7.º.
Lei n.º 39/2012, de 28
de Agosto
Aprova o regime de responsabilidade técnica pela direção e
orientação das atividades desportivas desenvolvidas nas
instalações desportivas que prestam serviços desportivos na área
da manutenção da condição física (fitness), designadamente aos
ginásios, academias ou clubes de saúde (healthclubs), e revoga o
Dec. Lei n.º 271/2009, de 1 de Outubro.
Lei n.º 40/2012, de 28 de Agosto
Estabelece o regime de acesso e exercício da atividade de treinador de desporto.
Lei n.º 41/2012, de 28 de
agosto
Procede à primeira alteração à Lei n.º 9/2009, de 4 de Março, que transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2005/36/CE, do Parlamento e do Conselho, de 7 de Setembro, relativa ao
reconhecimento das qualificações profissionais, e a Diretiva n.º 2006/100/CE, do Conselho, de 20 de Novembro, que adapta determinadas diretivas no domínio da livre circulação de pessoas, em virtude da adesão da Bulgária e da Roménia.
Lei n.º 42/2012, de 28 de Agosto
Aprova os regimes de acesso e de exercício das profissões de técnico
superior de segurança no trabalho e de técnico de segurança no trabalho.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
44
Diploma Assunto
Lei n.º 45/2012, de 29
de agosto
Aprova o regime jurídico de acesso e exercício da profissão de
examinador de condução e o reconhecimento das entidades
formadoras.
Lei n.º 47/2012, de 29
de agosto
Procede à quarta alteração ao Código do Trabalho, por forma a
adequá-lo à Lei n.º 85/2009, de 27 de agosto, que estabelece o
regime de escolaridade obrigatória para as crianças e jovens que
se encontram em idade escolar.
Decreto-Lei n.º
213.º/2012, de 25 de
setembro
Procede à definição do regime de celebração de acordos de
regularização voluntária de contribuições e quotizações devidas à
Segurança Social.
Decreto-Regulamentar
n.º 50/2012, de 25 de
setembro
Procede à segunda alteração ao Decreto Regulamentar n.º 1-
A/2011, de 3 de Janeiro, que regulamenta o Código dos Regimes
Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social.
Portaria n.º 307/2012,
de 8 de outubro
Aprova o programa de formação da área de especialização de
medicina no trabalho.
Portaria n.º 309/2012,
de 9 de outubro Primeira alteração à Portaria n.º 92/2011, de 28 de Fevereiro,
que regula o Programa de Estágios Profissionais.
Resolução do Conselho
de Ministros n.º
90/2012, de 31 de
outubro
Define os critérios mínimos, necessários e cumulativos a observar
no procedimento para a emissão de portaria de extensão.
Portaria n.º 367/2012,
de 6 de novembro
Especifica as profissões regulamentadas abrangidas no setor do
desporto e designa a respetiva autoridade competente para
proceder ao reconhecimento das qualificações profissionais.
Portaria n.º 384/2012,
de 26 de novembro Primeira alteração à Portaria n.º 55/2012, de 9 de Março.
Portaria n.º 408/2012,
de 14 de dezembro
Implementa as Medidas Passaporte Emprego Industrialização,
Passaporte Emprego Inovação e Passaporte Emprego
Internacionalização, e aprova o Regulamento Específico
Passaportes Emprego 3i.
Decreto-Lei n.º 264/2012, de 20 de dezembro
Estabelece o regime jurídico do acesso à atividade de agente de navegação.
Portaria n.º 432/2012, de 31 de dezembro
Cria a medida de Apoio à Contratação de Trabalhadores por Empresas Startups.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
45
Quadro 23 – Jurisprudência - 2012
12 Bases de dados jurídicas, disponíveis em http://www.dgsi.pt/.
Diploma Assunto
Lei n.º 66/2012, de 31 de dezembro
Procede à quarta alteração à Lei n.º 59/2008, de 11 de Setembro, e a alterações a outras leis, determinando a aplicação do regime dos feriados e do estatuto do Trabalhador-Estudante, previstos no Código do trabalho, aos trabalhadores que exercem funções públicas.
Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro
Orçamento do Estado para 2012 – art.º 27.º (Redução remuneratória), art.º 28.º (Pagamento do subsídio de Natal), art.º 29.º (Suspensão do
pagamento do subsídio de férias ou equivalente), art.º 30.º (Pagamento de um dos subsídios de férias ou de Natal, em duodécimos), art.º 35.º (Proibição de valorizações remuneratórias), art.º 39.º (Subsídio de refeição), art.ºs 40.º, e seguintes (Ajudas de custo, trabalho extraordinário e trabalho noturno), entre outros.
Jurisprudência12 Assunto
Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça n.º 1/2012, de 24 de janeiro (DR n.º 17, I Série)
I - Os Sindicatos que outorgaram o CCT celebrado entre, por um lado, a “ACIF — Associação Comercial e Industrial do Funchal” e a "ETP-RAM — Associação Portuária da Madeira - Empresa Trabalho Portuário", e, por outro, o "Sindicato dos Trabalhadores Portuários da RAM" e o "Sindicato
dos Estivadores Marítimos do Arquipélago da Madeira”, publicado no JORAM, III série, n° 22, de 16/11/2001, não o fizeram na dupla qualidade de gestores da entidade empregadora e de representantes dos
trabalhadores, ou seja, em “negócio consigo próprio”, pelo que não foi, por tal motivo, violado o disposto no art.º 3.º do DL 519-C1/79, de 29/12, e no art.º 6.º do DL 215-B/75, de 30/04.
II. As disposições do mesmo CCT não constituem regulamentação de uma atividade económica, não se verificando a ilegalidade das suas cláusulas 19.ª, 26.ª e 136.ª, por não violação do disposto no art.º 6.º, n.º 1, al. d), do DL 519-C1/79.
III. O CCT em referência não viola o disposto no art.º 7.º, n.º 1, do DL 519-C1/79, por a sua aplicabilidade não se restringir aos membros dos Sindicatos celebrantes.
IV. O teor das cláusulas 46.ª, n.º 2, 48.ª, n.º 4, e 63.ª, n.º 4, do CCT referido não viola o disposto no art.º 4.º, n.º 1, da Lei de Férias, Feriados e Faltas (Decreto-Lei n.º 874/76, de 28 de Dezembro, com a redação introduzida pelo DL 397/91, de 16/10), e bem assim nos artigos 213.º, n.ºs 1 e 3, e 238.º, nºs 1 e 3, dos sucessivos Códigos do Trabalho.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
46
2. Estatística da atividade inspetiva
2.1. Indicadores de atividade
De acordo com as Convenções n.º 81 e n.º 129 da OIT e das suas concretizações na legislação
nacional (cfr. Lei orgânica da Autoridade para as Condições do Trabalho, aprovada pelo Decreto-
Regulamentar n.º 47/2012, de 31 de julho), as funções de inspeção do trabalho da ACT têm um
caráter diversificado, mas é da sua articulação congruente que pode esperar-se um correto e eficaz
exercício da sua missão principal de acompanhamento e de controlo do cumprimento das normas
relativas às condições de trabalho.
Essas funções conhecem a enumeração seguinte:
Intervenção e controlo inspetivo nos locais de trabalho de todos os setores de atividade
económica em matéria de segurança e saúde no trabalho e no setor privado, em questões
sócio laborais;
Informação e conselho aos trabalhadores, aos empregadores e suas instituições
representativas, nos locais de trabalho ou fora deles;
Apoio, animação e cooperação com outras entidades públicas ou privadas que prosseguem
missões no mesmo domínio;
13 Bases de dados jurídicas, disponíveis em http://www.dgsi.pt/.
Jurisprudência13 Assunto
Acórdão do Supremo
Tribunal de Justiça n.º 6/2012, de 25 de junho (DR n.º 121, I Série)
Ao trabalhador isento de horário de trabalho, na modalidade de isenção total, não é devido o pagamento de trabalho suplementar em dia normal
de trabalho, conforme resulta dos artigos 17º, nº 1, alínea a), do DL nº 409/71, de 27 de Setembro, e 197º, nº 4, alínea a), do Código do Trabalho de 2003, mesmo que ultrapasse os limites legais diários ou anuais estabelecidos nos artigos 5º, nº 1, alíneas a) e b), do DL nº 421/83 de 2 de Dezembro, e 200º, nº 1, alíneas a) a c), do Código do Trabalho/2003, após a entrada em vigor deste diploma.
Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 353/2012, de 20 de julho
Declara a inconstitucionalidade da suspensão dos subsídios de férias e de Natal e determina a não aplicação da decisão ao ano de 2012 – Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
47
Alerta sobre o “estado do direito”, chamando à atenção das autoridades competentes para
as deficiências e abusos que não estejam previstos na lei, contribuindo para o
enriquecimento do quadro normativo.
A par destas funções a ACT desenvolve, ainda, um outro conjunto de atividades acessórias de que
se dá nota nos capítulos 5 e 6.
2.1.1. Indicadores da atividade de controlo inspetivo
Os indicadores de atividade relacionados com o controlo inspetivo nos locais de trabalho e os
resultados dela resultante que são referenciados nesta parte e que a seguir se apresentam não
traduzem todo o campo de atuação da ACT, como resulta da diversidade das funções que
desempenha, o que acontece de igual forma noutros países. Representam-se apenas os dados de
intervenção inspetiva em locais de trabalho.
Procedimentos inspetivos
Conceitos
Visita inspetiva: Deslocação a um estabelecimento, local de trabalho ou sede de empregador
efetuada por um(a) inspetor(a) do trabalho e decorrente do exercício da função inspetiva e da qual
resulta uma informação técnica e procedimento (relatório, notificação para tomada de medidas ou
apuramento de quantias em dívida auto de notícia, participação, participação-crime ou inquérito)
passível de tratamento no sistema de informação da ACT (SINAI). Estas visitas podem ser
impulsionadas por iniciativa ou a pedido de terceiros.
Segunda visita: Verificação do cumprimento de medidas determinadas em visitas anteriores,
assim como a deslocação ou deslocações necessárias à consolidação da recolha de dados
necessários à ação inspetiva, que não foi possível realizar numa só visita ou num dado limite
temporal (normalmente, não superior a dois meses).
Informações e relatórios: Reporte escrito dos resultados obtidos nas visitas inspetivas efetuadas
em resultado da ação pró-ativa da ACT (de acordo com as prioridades definidas no plano de ação
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
48
inspetiva ou por iniciativa do(a) inspetor(a) do trabalho) ou da sua ação reativa (a pedido dos
sindicatos, dos trabalhadores ou de outras entidades).
Inquéritos de acidente de trabalho ou doença profissional: Investigação sobre as
circunstâncias em que ocorrem acidentes de trabalho mortais ou que evidenciem situações
particularmente graves, ou de doenças profissionais que provoquem lesões graves, com vista ao
desenvolvimento de medidas de prevenção adequadas nos locais de trabalho (art. 10º/1-e n.º 1, al.
e) do Decreto-Lei n.º 102/2000). Estes inquéritos podem ter como destinatário o Ministério Público
junto dos Tribunais de Trabalho ou dos Tribunais Judiciais. Na sequência ou por ocasião destes
inquéritos podem ser utilizados quaisquer outros dos procedimentos referenciados.
Vistorias conjuntas e pareceres: Procedimentos de apoio à decisão das entidades licenciadoras
no âmbito de processos de licenciamento relativos à instalação, alteração e laboração de
estabelecimentos, tendo em vista a prevenção de riscos profissionais (art. 10º/1-g) do Decreto-Lei
n.º 102/2000).
Procedimentos coercivos
Infrações autuadas: Representa o número de infrações constantes dos autos de notícia ou de
instrumento similar (v.g. participação quando a infração não tenha sido comprovada pessoal e
diretamente) tendo em vista promover a aplicação de uma sanção contraordenacional (coima e/ou
sanção acessória) de qualquer violação a normas integradas no âmbito de competência da ACT
(art.º 10.º/1-d) da Lei nº 107/2009, de 14 de setembro).
Suspensão imediata de trabalhos: Notificação para que sejam adotadas medidas imediatamente
executórias (dispensando a intermediação judiciária para legitimar ou viabilizar a ordem dada),
incluindo a suspensão de trabalhos em curso, em caso de perigo grave e iminente ou probabilidade
séria da verificação de lesão da vida, integridade física ou saúde dos trabalhadores(as) (art.º
13.º/2-b) da Convenção n.º 81 da OIT, art.º 18.º/2 da Convenção n.º 129 da OIT e art.º 10.º/1-d)
do Decreto-Lei n.º 102/2000, de 2 de junho). Os trabalhos suspensos só podem ser retomados com
autorização expressa do(a) inspetor(a) do trabalho. A suspensão de trabalhos dá origem a ação
sancionatória.
Participação-crime por desobediência: Comunicação ao Ministério Público para procedimento
criminal que ocorre quando o(a) inspetor(a) do trabalho verifica factos que preenchem o tipo legal
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
49
de crime de desobediência (art.º 348.º do Código Penal e art.º 241.º, 242.º e 243.º do Código de
Processo Penal).
Participação-crime: Comunicação ao Ministério Público para procedimento criminal, que ocorre
quando o(a) inspetor(a) do trabalho recolhe indícios da prática de factos que constituem um tipo
legal de crime.
Participação Contraordenacional: Procedimento de natureza sancionatória lavrado pelo(a)
inspetor(a) do trabalho relativo a infrações que não tenha verificado de forma pessoal e direta.
Participação a outras entidades: Comunicação de factos que possam constituir ilícito
contraordenacional às entidades competentes para sua averiguação.
Apuramento de quantias em dívida: Documento em que são identificadas quantias em dívida
aos(às) trabalhadores(as) ou à Segurança Social, que faz parte integrante dos autos de notícia ou
que é participado à Segurança Social, (art.º 7.º/4 a 6 do Decreto-Lei nº 102/2000, de 2 de junho).
Procedimentos não coercivos
Advertência: Procedimento utilizável quando se verifique uma contraordenação, indicando a
infração verificada, as medidas recomendadas ao(à) infrator(a) e o prazo para o seu cumprimento
(art.º 17.º da Convenção n.º 81 da OIT, art.º 22.º da Convenção n.º 129 da OIT e art.º 5.º/2 do
Decreto-Lei n.º 102/2000, de 2 de junho). Do incumprimento das medidas determinadas resultam
procedimentos coercivos.
Notificação para tomada de medidas: Procedimento que constitui uma determinação para que,
dentro de um prazo fixado, sejam realizadas nos locais de trabalho as modificações necessárias
para assegurar a aplicação das disposições relativas à segurança e saúde dos(das)
trabalhadores(das) (art.º 13.º/2-a) da Convenção n.º 81 da OIT, art.º 18.º/2-a) da Convenção n.º
129 da OIT e art.º 10.º/1-c) do Decreto-Lei n.º 102/2000, de 2 de junho). À notificação podem
estar associados procedimentos coercivos.
Notificação para apuramento de quantias em dívida: Procedimento que constitui uma
determinação para que, dentro de um prazo fixado, o empregador proceda ao pagamento das
quantias em dívida aos(às) trabalhadores(as) ou à segurança social (art.º 11.º/1-l) do Decreto-Lei
n.º 102/2000, de 2 de junho).
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
50
Recomendações: Procedimento de natureza não vinculativa utilizável no âmbito da atividade de
controlo inspetivo, suportado em referenciais técnicos reconhecidos, relativamente a factualidades
omissas ou não previstas especificamente na lei, traduzindo uma atividade de conselho sobre a
melhor forma de lhe dar cumprimento (art.º 17.º/2 da Convenção n.º 81 da OIT e art.º 22.º/2 da
Convenção n.º 129 da OIT).
2.1.2. Indicadores da atividade de informação,
aconselhamento e cooperação com outras entidades
A ACT dispõe, em todos os seus serviços regionais e nas Lojas do Cidadão, serviços informativos de
atendimento presencial e, nalguns locais, telefónicos, onde os(as) trabalhadores(as) e os(as)
empregadores(as) e suas instâncias representativas podem obter informação e aconselhamento nos
domínios que constituem a sua missão.
A Recomendação n.º 81 da OIT e o art.º 2.º e 3º do Decreto Regulamentar n.º 47/2012, de 31 de
julho (Lei Orgânica da Autoridade para as Condições do Trabalho) aponta para a necessidade de
incentivar a colaboração entre os funcionários dos serviços de inspeção e as organizações de
empregadores(as) e de trabalhadores(as), bem como de outras entidades públicas ou privadas,
para que se desenvolva o conhecimento sobre a legislação do trabalho, sobre as questões de
segurança e saúde do trabalho e se transmitam orientações nesse sentido. As atividades de
informação, aconselhamento e cooperação podem ser exercidas, designadamente, através dos
meios a seguir referidos:
Conferências, colóquios, programas de rádio e televisão, folhetos e outros suportes
explicativos que resumam as disposições legais e proponham métodos de aplicação dessas
disposições e das medidas preventivas contra acidentes do trabalho e doenças profissionais;
Exposições sobre saúde e segurança;
Ações de formação e cursos de saúde e de segurança em estabelecimentos de ensino ou de
formação aos seus vários níveis.
Esta atividade encontra ainda expressão na disponibilização de informação no sítio Internet da ACT
cujo endereço é www.act.gov.pt.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
51
2.2. Atividade geral de controlo da ACT
2.2.1. Visitas e estabelecimentos visitados pelos(as)
inspetores(as) da ACT
No ano de 2012 os(as) inspetores(as) do trabalho efetuaram 54.922 visitas de inspeção em função
de objetos de intervenção, em estabelecimentos, locais de trabalho e sedes de entidades
empregadoras.
As visitas a seguir referenciadas representam o desenvolvimento do Plano Estratégico e de
Atividades da ACT de 2012, nas várias ações do objetivo estratégico respeitante à promoção da
melhoria efetiva das condições de trabalho.
Quadro 24 – Visitas inspetivas
Tipo de visita
N.º
%
Visitas de iniciativa própria 28.875 52,57
Visitas a pedido de terceiros 19.155 34,88
Segundas visitas de inspeção 6.892 12,55
Total de visitas 54.922 100
Quadro 25 - Visitas inspetivas por região
Regiões Visitas por
iniciativa própria
Visita por
pedido 3ºs
Segundas
visitas Total
Região Norte 9.618 6.610 1.904 18.132
Região Centro 4.676 3.539 1.859 10.074
Reg. de Lisboa e V. do Tejo 11.945 7.447 2.766 22.158
Região do Alentejo 1.395 648 129 2.172
Região do Algarve 1.241 911 234 2.386
Total 28.875 19.155 6.892 54.922
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
52
No ano de 2012, em resultado do exercício da ação inspetiva, os(as) inspetores(as) do trabalho
afetos aos serviços das Regiões Norte, Centro, de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve
efetuaram, respetivamente, em média, 151, 140, 143, 99 e 126 visitas inspetivas a
estabelecimentos, locais de trabalho ou sedes de empregadores.
Quadro 26 - Número de Estabelecimentos por dimensão (nº de trabalhadores)
Dimensão
(Por n.º de trabalhadores)
Número de
Estabelecimento
s
%
0-9 25.831 47,03
10-19 6.740 12,27
20-49 7.906 14,39
50-99 4.307 7,84
100-199 3.201 5,83
200-499 2.557 4,66
500 + 4.380 7,97
Total 54.922 100,0
0
Quadro 27 - Visitas Inspetivas, estabelecimentos visitados,
trabalhadores abrangidos
2009 2010 2011 2012
Visitas Inspeção 81.213 84.546 90.758 54.922
Iniciativa 56.534 57.708 60.482 28.875
A pedido 13.420 16.156 23.589 19.155
2ªs visitas 11.259 10.682 6.687 6.892
Estabelecimentos
Visitados 71.044 74.616 80.159 37.398
N.º Trabalhadores 654.985 705.936 609.343 499.200
Homens 389.154 399.117 360.709 285.510
Mulheres 265.831 306.819 248.634 213.690
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
53
2009 2010 2011 2012
Menores 100 185 93 13
Menores 18 anos 92 179 87 10
Menores 16 anos 8 6 6 3
Menores ilegais 6 6 2 1
Contratos a Termo 91.849 98.649 85.073 47.247
Homens 50.245 51.496 46.232 26.080
Mulheres 41.604 47.153 38.841 21.167
Trabalhadores
Independentes 968 1.572 2.268 1.461
Trabalhadores
Estrangeiros 11.343 12.178 13.410 3.767
Legais - - 7.896 3.679
Ilegais - - 5.514 88
* Ilícito criminal por utilização indevida de menor sem idade mínima/escolaridade
Quadro 28 – Vínculo contratual
Tipo de vínculo contratual Total H M
Contratos por tempo indeterminado 443.223 254.533 188.690
Contratos de trabalho a termo 47.247 26.080 21.167
Contratos de trabalho temporário 5.755 3.289 2.466
Trabalhadores independentes 1.461 857 604
Contratos de trabalho a tempo parcial ** 511 163 348
Contratos de trabalho de estrangeiros ** 3.767 2.486 1.281
Contratos de trabalho de menores ** 13 12 1
** Abrangidos por regimes contratuais específicos.
As visitas da ACT efetuadas no ano de 2012 abrangeram um total de 499.200 trabalhadores, sendo
213.690 (42,8%) do sexo feminino e 285.510 (57,2%) do sexo masculino. Dos trabalhadores
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
54
abrangidos, 47.247 (9,5%) são contratados a termo e 1.461 (0,3%) trabalhadores independentes.
Do universo de trabalhadores abrangidos, 3.767 (0,8 %) são trabalhadores estrangeiros.
Gráfico 5 – Ação inspetiva nacional – Principais indicadores
Das 364 suspensões de trabalho em caso de perigo grave e iminente ou probabilidade séria da
verificação de lesão da vida, integridade física ou saúde dos trabalhadores, 312 foram formalizadas
no setor da construção civil e obras públicas e, as restantes noutros setores.
Quadro 29 - N.º de Participações-crime
Crime
N.º de
participações-
crime
Desobediência qualificada 83
Encerramento de empresa 31
Falsificação de documentos 11
Desobediência 11
Efeitos para o empregador da falta de pagamento pontual de
retribuição 8
Atos proibidos em caso de encerramento 2
Retenção de quota sindical 1
Utilização indevida de trabalho de menor sem idade
mínima/escolaridade 1
Total 148
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
55
Quadro 30 - Participações a outras entidades
Entidade N.º de
participações
Segurança Social 566
Autoridade Tributária 84
Instituto da Construção e do Imobiliário 52
Autoridade Segurança Alimentar e Económica 30
Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres 29
Ministério da Justiça 26
Serviços de Estrangeiros e Fronteiras 22
Ministério Público 23
Câmara Municipal 21
Comissão Nacional de Proteção de Dados 18
Inspeção Geral de Saúde 12
Ministério da Economia 8
Ministério do Ambiente 7
Autoridade Nacional de Proteção Civil 6
Instituto de Emprego e Formação Profissional 4
Departamento de Investigação e Ação Penal 4
Polícia de Segurança Pública 4
Centro de Saúde/ Serviço de Saúde Pública 4
Guarda Nacional Republicana 2
Serviços de Fiscalização Camarária 1
Instituto de Seguros de Portugal 1
Direção Geral das Alfândegas 1
Companhia de Seguros 1
Inspeção Geral das Atividades Culturais 1
Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas 1
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
56
Quadro 31 – Ação inspetiva da ACT por setores de atividades (N.º Relatórios/Informações e Apuramentos)
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
N.º de
Relatórios/
Informações
Apuramentos (em euros)
Trabalhadores Segurança
Social
A – Agricultura, produção
animal, caça, floresta e pesca 1.055 90.970,40 43.665,31
B – Indústrias extrativas 296 140.576,43 29.392,95
C – Indústrias transformadoras 7.835 5.047.496,55 1.187.133,73
D – Eletricidade, gás, vapor,
água quente e fria e ar frio
E – Captação, tratamento e
distribuição de água;
saneamento, gestão de
resíduos e despoluição
585 19.170,73 6.496,46
F – Construção 15.178 1.234.521,29 273.635,98
G – Comércio por grosso e a
retalho; reparação de veículos
automóveis e motociclos
7.979 3.199.737,74 609.998,70
H – Transportes e
armazenagem 3.940 495.282,49 151.813,08
I – Alojamento, restauração e
similares 4.341 3.041.953,76 454.922,09
J – Atividades de informação e
comunicação 479 691.182,85 386.572,85
K – Atividades financeiras e de
seguros 530 263.122,70 34.764,63
L – Atividades imobiliárias
M – Atividades de consultoria,
científicas, técnicas e similares
N – Atividades administrativas
e dos serviços de apoio
6.619 3.203.316,15 507.715,59
O – Administração pública e
defesa e Segurança Social
obrigatória
671 28.610,34 742,94
P – Educação
Q – Atividades de saúde
humana e apoio social
3.443 3.576.227,82 627.999,76
R – Atividades artísticas, de
espetáculos, desportivas e
recreativas
390 267.041,30 90.126,25
S – Outras atividades de
serviço 1.608 692.568,22 158.685,94
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
57
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
N.º de
Relatórios/
Informações
Apuramentos (em euros)
Trabalhadores Segurança
Social
T – Atividades das famílias
empregadoras de pessoal
doméstico e atividades de
produção das famílias para uso
próprio
128 633,20 224,20
U – Atividades dos organismos
internacionais e outras
instituições extraterritoriais
2 0 0
CAE Ignorada 79 0 0
TOTAL 55.158 21.992.411,97 4.563.890,46
2.2.2. Informações elaboradas
Em resultado da atividade desenvolvida, foram elaboradas pelos serviços desconcentrados da ACT,
no ano de 2012, 55.158 informações técnicas indicadas no quadro seguinte.
Quadro 32 – Informações técnicas por serviços desconcentrados - 2012
Informações Técnicas N.º %
Iniciativa 32.932 59,70
A pedido dos sindicatos 2.369 4,29
A pedido dos trabalhadores 13.198 23,93
A pedido de outras entidades 6.659 12,07
Total 55.158 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
58
Gráfico 6 - Informações técnicas - serviços desconcentrados 2009/2012
2.2.3. Pedidos de intervenção
No ano de 2012 deram entrada nos diversos serviços desconcentrados da ACT 21.845 pedidos de
intervenção com a origem descrita no quadro seguinte.
Quadro 33 - Evolução dos pedidos de intervenção de 2009/2012
Origem 2009 % 2010 % 2011 % 2012 %
Trabalhadores 10.999 58,7 13.212 60,3 15.469 60,5 13.210 60,47
Sindicatos 2.472 13,2 2.753 12,6 2.862 11,2 2.233 10,22
Empresas 1.254 6,7 1.369 6,3 1.361 5,3 1.242 5,68
Outros 3.998 21,4 4.565 20,8 5.863 23,0 5.160 23,62
Total 18.723 100 21.899 100 25.555 100 21.845 100
Quadro 34 - Pedidos de intervenção por atividades
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
Pedidos
entrados % Respostas %
A – Agricultura, produção
animal, caça, floresta e pesca 507 2,32 428 2,50
B – Indústrias extrativas 138 0,63 122 0,71
C – Indústrias transformadoras 4.326 19,80 3465 20,25
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
59
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
Pedidos
entrados % Respostas %
D – Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
E – Captação, tratamento e
distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição
207 0,95 168 0,98
F – Construção 2.541 11,63 2.099 12,27
G – Comércio por grosso e a
retalho; reparação de veículos
automóveis e motociclos
3.936 18,02 3.078 17,99
H – Transportes e armazenagem 1.162 5,32 849 4,96
I – Alojamento, restauração e
similares 2.554 11,69 1.860 10,87
J – Atividades de informação e
comunicação 318 1,46 265 1,55
K – Atividades financeiras e de
seguros 208 0,95 182 1,06
L – Atividades imobiliárias
M – Atividades de consultoria,
científicas, técnicas e similares
N – Atividades administrativas e
dos serviços de apoio
3.158 14,46 2.412 14,10
O – Administração Pública e
defesa e Segurança Social
obrigatória
121 0,55 79 0,46
P – Educação
Q – Atividades de saúde humana
e apoio social
1.534 7,02 1.189 6,95
R – Atividades artísticas, de
espetáculos, desportivas e
recreativas
224 1,03 172 1,01
S – Outras atividades de serviço 841 3,85 689 4,03
T – Atividades das famílias
empregadoras de pessoal
doméstico e atividades de
produção das famílias para uso
próprio
52 0,24 45 0,26
U – Atividades dos organismos
internacionais e outras
instituições extraterritoriais
3 0,01 1 0,01
CAE Ignorada 15 0,07 7 0,04
Total 21.845 100 17.110 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
60
Quadro 35 - Pedidos de intervenção por distritos
Distritos Pedidos Entrados % Respostas %
Aveiro 2325 10,6
4
1666 9,74
Beja 143 0,65 85 0,50
Braga 1621 7,42 1200 7,01
Bragança 172 0,79 143 0,84
Castelo Branco 558 2,55 430 2,51
Coimbra 591 2,71 466 2,72
Évora 313 1,43 271 1,58
Faro 909 4,16 734 4,29
Guarda 304 1,39 270 1,58
Leiria 1198 5,48 1074 6,28
Lisboa 5125 23,4
6
3816 22,3
0 Portalegre 174 0,80 135 0,79
Porto 4735 21,6
8
3930 22,9
7 Santarém 832 3,81 625 3,65
Setúbal 1598 7,32 1231 7,19
Viana do Castelo 567 2,60 448 2,62
Vila Real 172 0,79 161 0,94
Viseu 508 2,33 426 2,49
TOTAL 21.845 100 17.110 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
61
2.2.4. Infrações e sanções
Quadro 36 – Infrações autuadas por atividades
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
Infrações
Autuadas %
Moldura
sancionatória
mínima (€)
A – Agricultura, produção animal,
caça, floresta e pesca 243 1,70 274.987,94
B – Indústrias extrativas 49 0,34 68.274,00
C – Indústrias transformadoras 2.043 14,26 3.144.972,34
D – Eletricidade, gás, vapor, água
quente e fria e ar frio
E – Captação, tratamento e
distribuição de água;
saneamento, gestão de resíduos e
despoluição
54 0,38 142.568,00
F – Construção 1.985 13,85 2.883.445,80
G – Comércio por grosso e a
retalho; reparação de veículos
automóveis e motociclos
2.820 19,68 4.018.574,96
H – Transportes e armazenagem 881 6,15 1.177.624,80
I – Alojamento, restauração e
similares 2.136 14,91 2.488.855,14
J – Atividades de informação e
comunicação 170 1,19 313.871,69
K – Atividades financeiras e de
seguros 136 0,95 209.153,32
L – Atividades imobiliárias
M – Atividades de consultoria,
científicas, técnicas e similares
N – Atividades administrativas e
dos serviços de apoio
2.081 14,52 3.429.731,29
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
62
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
Infrações
Autuadas %
Moldura
sancionatória
mínima (€)
O – Administração pública e
defesa e segurança social
obrigatória
35 0,24 35.256,00
P – Educação
Q – Atividades de saúde humana
e apoio social
926 6,46 1.593.783,61
R – Atividades artísticas, de
espetáculos, desportivas e
recreativas
165 1,15 354.408,06
S – Outras atividades de serviço 593 4,14 924.886,20
T – Atividades das famílias
empregadoras de pessoal
doméstico e atividades de
produção das famílias para uso
próprio
7 0,05 1.322,00
U – Atividades dos organismos
internacionais e outras
instituições extraterritoriais
0 0 0
CAE Ignorada 5 0,03 3.672,00
TOTAL 14.329 100 21.075.387,15
Quadro 37 - Infrações autuadas por distritos
Distritos Infrações
Autuadas %
Moldura
Sancionatória
Mínima (€) Aveiro 1144 7,98 1.501.169
Beja 169 1,18 219.785
Braga 872 6,09 1.089.034
Bragança 156 1,09 125.305
Castelo Branco 480 3,35 625.420
Coimbra 398 2,78 544.056
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
63
Distritos Infrações
Autuadas
% Moldura
Sancionatória
Mínima (€) Évora 272 1,90 372.729
Faro 635 4,43 943.995
Guarda 348 2,43 454.522
Leiria 483 3,37 634.255
Lisboa 3707 25,87 6.505.718
Portalegre 166 1,16 172.278
Porto 2202 15,37 2.972.917
Santarém 609 4,25 871.423
Setúbal 1733 12,09 2.976.633
Viana do Castelo 456 3,18 454.142
Vila Real 217 1,51 236.459
Viseu 282 1,97 375.550
TOTAL 14.329 100 21.075.387
No ano de 2012 e em resultado da ação inspetiva desenvolvida, foram autuadas 14.329 infrações,
a que correspondeu uma moldura sancionatória mínima de € 21.075.387,15. Os setores do
comércio por grosso e a retalho/reparação de veículos, das atividades imobiliárias, de consultoria,
científicas, técnicas e similares, administrativas e dos serviços de apoio, do alojamento e
restauração e das indústrias transformadoras concentraram 48,46 %, em 2012, do total de
infrações autuadas.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
64
Gráfico 7 – Infrações / Moldura Sancionatória Mínima (Milhares de €)
Gráfico 8 – Ilícitos contraordenacionais por Região
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
65
Gráfico 9 – Ilícitos Contraordenacionais por Serviços Desconcentrados
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
66
Gráfico 10 – Moldura Sancionatória Mínima (€) por Serviços Desconcentrados
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
67
Gráfico 11 – Infrações Autuadas por Região
Moldura Sancionatória Mínima (em milhares de euros)
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
68
2.2.5. Apuramentos salariais e contribuições para a
segurança social
No ano de 2012 foram realizados apuramentos salariais que beneficiaram 13.349 trabalhadores,
com um valor de € 21.992.412 e € 4.563.890 de contribuições para a Segurança Social, perfazendo
um total de € 26.556.302.
Quadro 38 – Apuramentos salariais e prestações sociais (em euros)
Apuramentos salariais Valor €
Remuneração Base 11.987.684,71
Subsídio Natal 2.648.711,84
Subsídio Férias 2.207.383,16
Férias 129.657,59
Outros 5.018.974,67
Total de Créditos a Trabalhadores 21.992.411,97
Contribuições para a SS 4.563.890,46
Total 26.556.302,43
Quadro 39 - Apuramentos salariais e contribuições para a Segurança Social (2008/2012)
Ano
Apuramentos Salariais
a Trabalhadores
(em euros)
Contribuições
P/Seg. Social
(em euros)
Total
(em euros)
Trabalhadores
Beneficiados
2008 11.265.569 4.580.993 15.846.562 8.875
2009 15.387.196 4.289.749 19.676.945 12.222
2010 28.412.585 7.913.001 36.325.586 16.092
2011 19.175.728 5.596.627 24.772.355 11.500
2012 21.992.411 4.563.890 26.556.302 13.349
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
69
Quadro 40 - Apuramentos Salariais por Atividade Económica
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
N.º Trab.
beneficiados
Montante (em euros)
Total Trab. Seg. social
A – Agricultura, produção
animal, caça, floresta e
pesca
144 134.635,71 90.970,40 43.665,31
B – Indústrias extrativas 162 169.969,38 140.576,43 29.392,95
C – Indústrias
transformadoras 3.438 6.234.630,30 5.047.496,55 1.187.133,70
D – Eletricidade, gás, vapor,
água quente e fria e ar frio
E – Captação, tratamento e
distribuição de água;
saneamento, gestão de
resíduos e despoluição
31 25.667,19 19.170,73 6.496,46
F – Construção 1.160 1.508.157,27 1234521,29 273.635,98
G – Comércio por grosso e
a retalho; reparação de
veículos automóveis e
motociclos
1.675 3.809.736,40 3.199.737,74 609.998,70
H – Transportes e
armazenagem 320 647.095,57 495.282,49 151.813,08
I – Alojamento, restauração
e similares 1.329 3.496.875,85 3.041.953,76 454.922,09
J – Atividades de
informação e
comunicação
486 1.077.755,70 691.182,85 386.572,85
K – Atividades financeiras e
de seguros 113 297.887,33 263.122,70 34.764,63
L – Atividades imobiliárias
M – Atividades de
consultoria, científicas,
técnicas e similares
N – Atividades
administrativas e dos
serviços de apoio
1.670 3.711.031,74 3.203.316,15 507.715,59
O – Administração pública e
defesa e segurança social
obrigatória
25 29353,28 28.610,34 74.294
P – Educação
Q – Atividades de saúde
humana e apoio social
2.062 4.204.227,58 3.576.227,82 627.999,76
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
70
Quadro 41 - Apuramentos Salariais por Distrito
Distritos
N.º de Trab.
beneficiados
N.º de
Empresas
Acompanhadas
Montante (em euros)
Total Trabalhadores Segurança
Social
Aveiro 1.461 206 1.804.353,84 1.416.082,97 388.270,87
Beja 302 26 211.897,80 110.245,17 101.652,63
Braga 342 130 1.067.909,40 840.721,82 227.187,58
Bragança 33 18 97.491,73 87.509,11 9.982,62
Castelo Branco 411 41 115.081,51 92.192,43 22.889,08
Coimbra 686 108 1.292.670,56 987.386,25 305.284,31
Évora 301 38 265.552,16 234.335,01 31.217,15
Faro 862 169 3.744.668,20 3.458.196,99 286.471,21
Guarda 622 76 248.925,35 205.510,39 43.414,96
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
N.º Trab.
beneficiados
Montante (em euros)
Total Trab. Seg. social
S – Outras atividades de
serviço 606 851.254,16 692.568,22 158.685,94
T – Atividades das famílias
empregadoras de pessoal
doméstico e atividades de
produção das famílias para
uso próprio
0 857,40 633,20 224,20
U – Atividades dos
organismos internacionais e
outras instituições
extraterritoriais
0 0 0 0
CAE Ignorada 0 0 0 0
Total 13.349 26.556.302,43 21.992.411,97 4.563.890,46
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
71
Distritos N.º de Trab.
beneficiados
N.º de
Empresas
Acompanhadas
Montante (em euros)
Total Trabalhadores Segurança
Social
Leiria 1.121 117 1.135.301,05 887.219,81 248.081,24
Lisboa 2.628 377 5.191.598,40 4.285.063,17 906.535,23
Portalegre 288 38 474.751,68 357.641,95 117.109,73
Porto 2.085 382 5.201.965,75 4.296.038,77 905.926,98
Santarém 102 47 972.743,01 939.289,91 33.453,10
Setúbal 720 359 2.850.302,20 2.379.286,20 471.016,00
Viana do Castelo 53 37 256.591,66 193.136,73 63.454,93
Vila Real 248 22 682.083,92 529.987,52 152.096,40
Viseu 1.084 125 942.414,21 692.567,77 249.846,44
TOTAL 13.349 2.316 26.556.302,43 21.992.411,97 4.563.890,46
Os montantes relativos às contribuições apuradas, quer para trabalhadores quer a favor da
Segurança Social, incluem importâncias pagas voluntariamente pelas empresas após notificação da
ACT para o efeito.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
72
2.3. Atividade de controlo inspetivo no domínio das
relações de trabalho
A atividade inspetiva da ACT privilegia, no que toca às relações de trabalho, as matérias de cuja
ação possa resultar uma efetiva mais-valia reguladora, reconhecida nos seus Planos de Atividades,
designadamente, ao nível das garantias fundamentais associadas ao trabalho digno, com especial
relevo para a proteção do salário, da igualdade e não discriminação no trabalho e no emprego e das
condições de informação, consulta e diálogo social e eliminação do trabalho não declarado e
irregular.
Por seu turno, a abordagem da prevenção de riscos profissionais, compreende a conjugação de
esforços dos agentes públicos e privados e a compreensão de todos os componentes materiais e
imateriais do trabalho como variáveis relevantes para a segurança e saúde nas organizações.
O bem-estar nos locais de trabalho depende, pois, da correlação entre a definição de políticas e
programas de prevenção, o desenvolvimento das atividades de avaliação, prevenção e controlo de
riscos e de vigilância da saúde, as políticas de contratação, de remuneração e de gestão de
carreiras, de organização dos tempos de trabalho, bem como a conformidade dos componentes
materiais do trabalho, a promoção de espaços de diálogo entre os vários níveis hierárquicos e entre
empregadores(as), trabalhadores(as) e seus(suas) representantes. Tais critérios orientam a função
de inspeção do trabalho na sua ação concreta.
Os dados resultantes da atividade inspetiva estão agrupados de acordo com os objetivos prefixados
pelos inspetores do trabalho para as suas visitas inspetivas: se o seu objetivo fundamental era o
cumprimento da legislação de segurança e saúde do trabalho, se, por outro lado, era o
cumprimento da legislação respeitante às relações de trabalho, ou se o objetivo proposto
compreendia ambos os domínios referidos.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
73
2.3.1. Considerações gerais
No que respeita à verificação das condições de trabalho, no âmbito das relações laborais, da
segurança e saúde no trabalho e, em simultâneo, nos dois domínios foram realizadas 54.922 visitas
no ano de 2012, que abrangeram 499.200 trabalhadores, dos quais 213.449 eram do sexo
feminino e 285.738 eram do sexo masculino.
Quadro 42 - Ação de inspeção desenvolvidas no ano de 2012
Ação de inspeção
por domínio
2012
Relações de
trabalho
(RT)
Segurança e
Saúde (SST)
Relações de
trabalho e
Segurança e Saúde
Total
N.º de visitas 16.399 15.446 23.077 54.922
Trabalhadores 169.578 137.283 192.339 499.200
Homens 98.106 78.545 109.087 285.738
Mulheres 71.467 58.736 832.46 213.449
Menores 4 2 7 13
Entidades Visitadas 10.342 9.308 10.260 29.910
Quadro 43 - Incidência na ação inspetiva desenvolvida
no domínio das relações de trabalho (2008/2012)
Anos Total de visitas Estab. Visitados
RT Ti %
N.º total Trab.
N.º Trab. RT Ti %
2008 62.477 38.593 61,8 620.246 384.331 62,0
2009 71.044 44.408 62,5 654.985 423.361 64,6
2010 74.616 46.557 62,4 705.936 471.998 66,9
2011 80.159 44.923 56,0 609.343 360.373 59,1
2012 54.922 16.399 29,86 499.200 169.578 33,97
TI (taxa de incidência)
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
74
Quadro 44 - Incidência na ação inspetiva desenvolvida no domínio da segurança e saúde
no trabalho (2008/2012)
Anos Total de visitas Estab. Visitados
SST Ti %
N.º total Trab.
N.º Trab. SST
Ti %
2008 62.477 23.884 38,2 620.246 235.915 38,0
2009 71.044 26.636 37,5 654.985 231.624 35,4
2010 74.616 28.059 37,6 705.936 233.938 33,1
2011 80.159 35.236 44,0 609.343 248.970 40,9
2012 54.922 15.446 28,12 499.200 137.283 27,50
TI (taxa de incidência)
Quadro 45 - Incidência na ação inspetiva desenvolvida em ambos os domínios das
relações de trabalho e da segurança e saúde no trabalho – ano de 2012
Anos Total de visitas Estab. Visitados
RT e SST Ti %
N.º total Trab.
N.º Trab. RT e SST
Ti %
2012 54.922 23.077 42,02 499.200 192.339 38,53
TI (taxa de incidência)
Quadro 46 - Ação inspetiva desenvolvida no domínio das relações de trabalho (RT), da segurança
e saúde do trabalho (SST), ou em ambos os domínios (RT e SST), por atividades
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3) RT % SST %
RT e
SST % Total %
A – Agricultura, produção
animal, caça, floresta e pesca 188 1,15 501 3,24 430 1,86 1.119 2.03
B – Indústrias extrativas 78 0,48 111 0,72 87 0,37 276 0,50
C – Indústrias
transformadoras 2.993 18,25 1.855 12,01 3.100 13,43 7.948 14,47
D – Eletricidade, gás, vapor,
água quente e fria e ar frio
E – Captação, tratamento e
distribuição de água;
saneamento, gestão de
resíduos e despoluição
114 0,70 267 1,73 191 0,83 572 1,04
F – Construção 2.554 14,96 7.715 49,95 5.321 23,06 15.490 28,20
G – Comércio por grosso e a
retalho; reparação de veículos
automóveis e motociclos
2.782 16,96 999 6,47 3.912 16,95 7.693 14,01
H – Transportes e
armazenagem 1.714 10,45 245 1,59 1.763 7,64 3.722 6,78
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
75
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3) RT % SST %
RT e
SST % Total %
I – Alojamento, restauração e
similares 1.717 10,47 424 2,75 2.150 9,32 4.291 7,81
J – Atividades de informação e
comunicação 203 1,24 47 0,30 220 0,95 470 0,86
K – Atividades financeiras e de
seguros 186 1,13 193 1,25 139 0,60 518 0,94
L – Atividades imobiliárias
M – Atividades de consultoria,
científicas, técnicas e similares
N – Atividades administrativas
e dos serviços de apoio
2.081 12,69 1.265 8,19 3.268 14,16 6.614 12,04
O – Administração pública e
defesa e segurança social
obrigatória
56 0,34 452 2,93 210 0,91 718 1,31
P – Educação
Q – Atividades de saúde
humana e apoio social
1.108 6,76 918 5,94 1.337 5,79 3.363 6,12
R – Atividades artísticas, de
espetáculos, desportivas e
recreativas
146 0,89 43 0,28 182 0,79 371 0,68
S – Outras atividades de
serviço 538 3,28 298 1,92 710 3,07 1.546 2,81
T – Atividades das famílias
empregadoras de pessoal
doméstico e atividades de
produção das famílias para
uso próprio
30 0,18 57 0,37 41 0,18 128 0,23
U – Atividades dos organismos
internacionais e outras
instituições extraterritoriais
1 0,01 2 0,01 1 0,00 4 0,01
CAE Ignorada 10 0,06 54 0,35 15 0,06 79 0,14
TOTAL 16.399 100 15.446 100 23.077 100 54.922 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
76
A ação inspetiva desenvolvida no domínio das relações de trabalho verificou-se com maior
incidência nos setores das indústrias transformadoras; comércio por grosso e a retalho/reparação
de veículos automóveis e motociclos; e da construção civil, com, respetivamente, 2.993, 2.782, e
2.554 visitas de inspeção.
No domínio das condições de segurança e saúde no trabalho, a ação inspetiva desenvolvida
verificou-se com maior incidência no setor da construção civil e obras públicas e no setor das
indústrias transformadoras, com, respetivamente, 7.715 e 1.855 visitas de inspeção.
Por seu turno, quando a ação inspetiva foi desenvolvida, em simultâneo, nos domínios das relações
de trabalho e da segurança e saúde no trabalho, verificou-se maior incidência nos setores das
indústrias transformadoras; comércio por grosso e a retalho/reparação de veículos automóveis e
motociclos; e da construção civil, com, respetivamente, 5.321, 3.912, e 3.268 visitas de inspeção.
Globalmente, as atividades com maior incidência na ação da ACT, no decurso do ano de 2012,
incluíram os setores da construção, das indústrias transformadoras e do comércio e reparação de
veículos automóveis com, respetivamente, 15.490, 7.948 e 7.693 visitas de inspeção.
Quadro 47 - Ação inspetiva desenvolvida no domínio das relações de trabalho (RT), da
segurança e saúde do trabalho (SST), ou em ambos os domínios (RT e SST), por distritos
Distritos RT % SST % RT e SST % Total %
Aveiro 1.764 10,76 1.300 8,42 1.931 8,37 4.995 9,09
Beja 122 0,74 199 1,29 250 1,08 571 1,04
Braga 1.018 6,21 948 6,14 1.990 8,62 3.956 7,20
Bragança 159 0,97 253 1,64 369 1,60 781 1,42
Castelo Branco 436 2,66 593 3,84 641 2,78 1.670 3,04
Coimbra 416 2,54 628 4,07 786 3,41 1.830 3,33
Évora 190 1,16 211 1,37 383 1,66 784 1,43
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
77
Distritos RT % SST % RT e SST
% Total %
Faro 627 3,82 568 3,68 1.198 5,19 2.393 4,36
Guarda 235 1,43 180 1,17 243 1,05 658 1,20
Leiria 852 5,20 792 5,13 1.117 4,84 2.761 5,03
Lisboa 3.740 22,80 3.403 22,03 6.432 27,87 13.576 24,71
Portalegre 137 0,84 147 0,95 150 0,65 434 0,79
Porto 3.611 22,02 2.901 18,78 2.685 11,63 9.197 16,75
Santarém 660 4,02 725 4,69 820 3,55 2.205 4,01
Setúbal 1.311 7,99 1.659 10,74 2.615 11,33 5.585 10,17
Viana do Castelo 459 2,80 256 1,66 688 2,98 1.403 2,55
Vila Real 201 1,23 178 1,15 270 1,17 649 1,18
Viseu 461 2,81 505 3,27 508 2,20 1.474 2,68
TOTAL 16.399 100 15.446 100 23.077 100 54.922 100
2.3.2. Informações elaboradas em matéria das relações de
trabalho
Do universo das 55.158 informações técnicas elaboradas, no período em análise, 15.155 (27,47%
do total) reportam-se a matéria de relações de trabalho, 12.103 (27,47% do total), referem-se ao
domínio da segurança e saúde no trabalho e 27.900 (50,58% do total) dizem respeito à
intervenção inspetiva desenvolvida, simultaneamente, em ambos os domínios.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
78
Quadro 48 - Informações técnicas no domínio das relações de trabalho (RT), da
segurança e saúde do trabalho (SST), ou em ambos os domínios (RT e SST) - 2012
Informações Ano de 2012
RT SST RT e SST Total
Iniciativa 3.895 9.589 19.448 32.932
Pedido Sindicatos 1.294 42 1.033 2.369
Pedido Trabalhadores 7.955 256 4.987 13.198
Outros Departamentos 2.011 2.216 2.432 6.659
Total 15.155 12.103 27.900 55.158
2.3.2.1. Procedimentos coercivos e não coercivos no
domínio das relações de trabalho
Os principais tipos de infração objeto de procedimento coercivo e não coercivo no âmbito das
relações laborais nos locais de trabalho, estão indicados no quadro seguinte.
Quadro 49 – Procedimentos coercivos e não coercivos no domínio das relações de
trabalho, por ilícitos
Matérias Advertências %
Total Infrações Autuadas
% Total
Moldura
sancionatória mínima
Presunção de laboralidade 2 0,1 69 0,7 433.762
Direitos de personalidade 41 1,4 15 0,2 46.104
Meios de vigilância à distância 2 0,1 9 0,1 35.088
Informação/afixação
existência meios de vigilância
à distância
39 1,3 5 0,1 1.836
Outras
0 1 0,0 9.180
Igualdade e não
discriminação 127 4,4 56 0,6 262.615
Igualdade de acesso a
emprego e no trabalho 1 0,0 8 0,1 74.527
Afixação de direitos e
deveres em matéria de
igualdade e não
discriminação
126 4,3 13 0,1 3.060
Proibição de discriminação 0 0,0 13 0,1 69.156
Assédio 0 0,0 22 0,2 115.872
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
79
Matérias Advertências %
Total Infrações Autuadas
% Total
Moldura sancionatória
mínima
Parentalidade 1 0,0 25 0,3 25.092
Exercício do direito a
trabalhar a tempo parcial 0 0,0 1 0,0 612
Prorrogação de prestação de
trabalho a tempo parcial 0 0,0 2 0,0 2.142
Horário flexível de
trabalhador com
responsabilidades familiares 0 0,0 3 0,0 2.958
Comunicação à CITE de
recusa de autorização de
trabalho a tempo parcial 1 0,0 0 0,0 0
Comunicação de intenção de
recusa do pedido de trabalho
a tempo parcial ou de
horário flexível
0 0,0 9 0,1 10.404
Parecer prévio da CITE –
despedimento 0 0,0 8 0,1 6.222
Outras 0 0,0 2 0,0 2.754
Pluralidade de
empregadores 0 0,0 3 0,0 2.856
Comunicação da admissão
de trabalhadores à
segurança social
0 0,0 451 4,6 230.550
Trabalho de menores 0 0,0 12 0,1 17.340
Trabalhadores com
deficiência ou doença 0 0,0 0 0,0 0
Trabalhador-Estudante 0 0,0 1 0,0 1.530
Estrangeiros 0 0,0 123 1,2 119.238
Dever informação a
trabalhadores 5 0,2 18 0,2 16.422
Destacamento 0 0,0 33 0,3 70.176
Direitos, deveres e
garantias das partes 591 20,3 410 4,1 794.079
Direito ocupação efetiva 1 0,0 54 0,5 257.856
Proibição de diminuição de
retribuição 0 0,0 53 0,5 373.670
Registo de pessoal 548 18,8 273 2,8 94.350
Outras 42 1,4 31 0,3 68.203
Formação profissional 7 0,2 12 0,1 12.036
Formação contínua 7 0,2 7 0,1 6.120
Elaboração do plano de
formação 0 0,0 2 0,0 3.060
Outras 0 0,0 3 0,0 2.856
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
80
Matérias Advertências %
Total Infrações Autuadas
% Total
Moldura sancionatória
mínima
Contratos de trabalho a
termo 35 1,2 262 2,6 408.681
Admissibilidade de contrato
de trabalho a termo certo 3 0,1 17 0,2 64.770
Admissibilidade de contrato
de trabalho a termo incerto 2 0,1 2 0,0 21.420
Menção expressa dos factos
que integram motivo
justificativo
16 0,5 104 1,1 166.635
Indicação do termo e
respetivo motivo justificativo 9 0,3 75 0,8 83.640
Sucessão de contratos de
trabalho a termo 1 0,0 16 0,2 17.952
Comunicação à CITE do
motivo da não renovação do
CT de grávida puérpera ou
lactante
3 0,1 32 0,3 11.016
Compensação por
caducidade de contrato de
trabalho a termo
0 0,0 13 0,1 13.872
Outras 1 0,0 3 0,0 29.376
Trabalho temporário 4 0,1 31 0,3 123.930
Agências privadas de
colocação 0 0,0 2 0,0 2.000
Controlo das condições de
trabalho e repouso em
transportes rodoviários
91 3,1 421 4,3 522.543
Duração e organização do
tempo de trabalho 41 1,4 1.659 16,8 1.668.714
Registo de tempos de
trabalho acessível 9 0,3 1.330 13,4 1.191.126
Conteúdo registo do tempo
de trabalho 12 0,4 171 1,7 183.396
Registo do trabalhador que
presta serviço no exterior da
empresa 1 0,0 2 0,0 46.422
Limites máximo de PNT 0 0,0 55 0,6 57.732
Outras 19 0,7 101 1,0 190.038
Horário Trabalho 812 27,9 1.084 11,0 788.463
Intervalo de descanso 0 0,0 46 0,5 46.716
Descanso diário 1 0,0 40 0,4 72.828
Elementos obrigatórios do
mapa de horário trabalho 30 1,0 467 4,7 437.277
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
81
Matérias Advertências %
Total Infrações Autuadas
% Total
Moldura sancionatória
mínima
Identificação dos
trabalhadores 2 0,1 28 0,3 25.296
Afixação/apresentação do
mapa horário de trabalho 763 26,2 440 4,4 132.702
Outras 16 0,5 63 0,6 73.644
Mobilidade funcional 5 0,2 5 0,1 11.220
Mobilidade geográfica 1 0,0 5 0,1 9.690
Transferência a pedido do
trabalhador 0 0,0 0 0,0 0
Trabalho no domicílio 0 0,0 0 0,0 0
Trabalho a tempo parcial 1 0,0 1 0,0 714
Trabalho por turnos 2 0,1 75 0,8 136.590
Trabalho intermitente 0 0,0 0 0,0 0
Trabalho noturno 0 0,0 0 0,0 0
Trabalho suplementar 4 0,1 246 2,5 531.657
Limites do trabalho
suplementar 0 0,0 43 0,4 287.571
Registo trabalho suplementar 1 0,0 155 1,6 172.584
Indicação expressa
fundamento trabalho
suplementar
2 0,1 39 0,4 45.798
Outras 1 0,0 9 0,1 25.704
Descanso semanal 0 0,0 28 0,3 25.296
Férias 371 12,7 225 2,3 112.098
Mapas de férias 345 11,8 142 1,4 42.330
Outras 26 0,9 83 0,8 69.768
Faltas 0 0,0 0 0,0 0
Teletrabalho 0 0,0 0 0,0 0
Comissão de serviço 0 0,0 0 0,0 0
Retribuição 54 1,9 1.023 10,3 2.953.175
Subsídio de natal 2 0,1 233 2,4 927.552
Subsídio de férias 1 0,0 118 1,2 532.993
Remuneração mínima mensal
garantida 1 0,0 15 0,2 114.938
Recibo de retribuição 40 1,4 59 0,6 20.196
Retribuição – tempo de
cumprimento 5 0,2 415 4,2 539.061
Outras 5 0,2 224 2,3 818.435
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
82
Matérias Advertências %
Total Infrações Autuadas
% Total
Moldura sancionatória
mínima
Licença sem retribuição 0 0,0 0 0,0 0
Declaração da falta de
pagamento pontual da
retribuição
1 0,0 108 1,1 33.048
Transmissão de empresa 0 0,0 21 0,2 42.840
Cedência ocasional 0 0,0 13 0,1 9.996
Regulamento interno 3 0,1 1 0,0 204
Cessação de contrato de
trabalho 5 0,2 605 6,1 298.962
Emissão de certificado
trabalho 1 0,0 131 1,3 35.292
Caducidade por morte,
extinção de pessoa coletiva ou
encerramento
0 0,0 7 0,1 6.732
Por acordo 0 0,0 1 0,0 204
Despedimento coletivo 4 0,1 185 1,9 123.930
Por extinção de posto de
trabalho 0 0,0 280 2,8 132.090
Por inadaptação 0 0,0 1 0,0 714
Estruturas de
representação de
trabalhadores
3 0,1 3 0,0 22.950
Regulamentação coletiva
trabalho 416 14,3 687 6,9 1.060.212
Greve 0 0,0 4 0,0 39.780
Lock-out 0 0,0 0 0,0 0
Relatório único 6 0,2 129 1,3 170.646
Poder disciplinar 0 0,0 12 0,1 9.486
Legislação desemprego 9 0,3 747 7,5 158.500
Apresentação / envio
documentos 277 9,5 1.266 12,8 422.790
Diversos 0 0,0 5 0,1 918
TOTAL 2.915 100 9.896 100 11.596.903
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
83
2.3.2.2. Procedimentos coercivos e não coercivos no
domínio da segurança e saúde no trabalho
A atividade concreta desenvolvida pela ACT nos locais de trabalho exprime-se num conjunto de
instrumentos aplicados pelos(as) inspetores(as) do trabalho (advertências, notificações para
tomada de medidas, autos de notícia, suspensões imediatas de trabalho em situações de perigo
grave e iminente e participações-crime). Tais instrumentos revestem-se de uma natureza
eminentemente preventiva na estratégia da abordagem assegurada pelos(as) inspetores(as) do
trabalho. Com efeito, a sua utilização integra uma importante componente técnica que, associada
ao exercício dos poderes de autoridade dos(as) inspetores(as), tem em vista obter melhorias nas
condições de trabalho, contribuindo para a redução da sinistralidade laboral. O sancionamento das
infrações verificadas cumpre também funções de prevenção, além de prosseguir objetivos de
assegurar a efetividade do direito. Nesse âmbito, foram formalizadas 79 advertências.
Os principais tipos de infração objeto de procedimento coercivo e não coercivo no âmbito da
segurança e saúde nos locais de trabalho, estão indicados no quadro seguinte, grande parte dos
quais são formalizados com base em disposições que transpõem Diretivas Comunitárias especiais.
Quadro 50 – Procedimentos coercivos e não coercivos noutros domínios da SST
Matérias
Notificações
para tomada de
medidas
%
Total
Infrações
Autuadas
%
Total
Moldura
sancionatória
mínima
Princípios gerais de prevenção 596 2,5 51 1,2 261.735
Participação Trabalhadores 440 1,9 14 0,3 78.811
Informação 245 1,0 7 0,2 48.348
Consulta 192 0,8 1 0,0 204
Representantes Trabalhadores
SST – Processo eleitoral 0 0,0 0 0,0 0
Representantes Trabalhadores
SST – proteção 0 0,0 0 0,0 0
Representantes Trabalhadores
SST – Condição de exercício 0 0,0 0 0,0 0
Outras 3 0,0 6 0,1 30.259
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
84
Matérias
Notificações
para tomada de
medidas
%
Total
Infrações
Autuadas
%
Total
Moldura
sancionatória
mínima
Formação 656 2,8 86 1,9 118.728
Falta de formação adequada em
SST 497 2,1 83 1,9 115.872
Formação (trabalhadores
designados/ responsáveis pela
aplicação das medidas de
emergência / representantes dos
trabalhadores)
97 0,4 2 0,0 2.142
Outras 62 0,3 1 0,0 714
Obrigações do trabalhador com
funções de chefia ou
coordenação
0 0,0 2 0,0 2.040
Atividade SST
2.265 9,7 1.451 32,7 1.677.317
Planeamento e programação 232 1,0 17 0,4 14.484
Avaliação de riscos 787 3,4 115 2,6 371.270
Avaliação de riscos suscetíveis
efeitos prejudiciais no património
genético
0 0,0 1 0,0 9.180
Inspeções internas de segurança 142 0,6 3 0,1 4.080
Análise de acidentes 228 1,0 12 0,3 12.750
Estatística de sinistralidade 24 0,1 0 0,0 0
Vigilância da saúde 621 2,7 1298 29,3 1.239.645
Atividades emergência –
Situações de perigo grave e
iminente
48 0,2 0 0,0 0
Atividades emergência –
Incêndio, 1ºs socorros e
evacuação de trabalhadores
183 0,8 5 0,1 25.908
Coordenação de atividades
externas
6 0,0 3 0,1 62.130
Acompanhamento serviços
externos SST 5 0,0 0 0,0 0
Atividades simultâneas ou
sucessivas no mesmo local de
trabalho
1 0,0 7 0,2 62.130
Serviços da Segurança e da
Saúde no Trabalho 253 1,1 324 7,3 1.066.594
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
85
Matérias
Notificações
para tomada de
medidas
%
Total
Infrações
Autuadas
%
Total
Moldura
sancionatória
mínima
Grupos vulneráveis 12 0,1 0 0,0 0
Grávidas 12 0,1 0 0,0 0
Menores 0 0,0 0 0,0 0
Acidentes de Trabalho e
Doenças Profissionais 79 0,3 1.473 33,2 4.004.263
Primeiros socorros 0 0,0 1 0,0 9.180
Seguro de acidentes de trabalho
(falta) 70 0,3 1.079 24,3 3.776.033
Seguro de acidentes de trabalho
(declarações omissas ou
insuficientes)
7 0,0 219 4,9 184.790
Seguro de acidentes de trabalho
(falta de identificação da
seguradora no recibo de
retribuição)
1 0,0 26 0,6 17.850
Seguro de acidentes de trabalho
– trabalhador independente
(falta)
0 0,0 147 3,3 7.332
Participação de Doença
Profissional 0 0,0 0 0,0 0
Obrigações de reabilitação e
reintegração profissional 0 0,0 0 0,0 0
Participação à seguradora de
acidente de trabalho (falta) 0 0,0 6 0,1 7.242
Afixação na empresa dos direitos
e obrigações do sinistrado e dos
responsáveis
1 0,0 0 0,0 0
Empregador sem
responsabilidade transferida -
participação escrita a Tribunal
0 0,0 3 0,1 1836
Documentos obrigatórios 106 0,5 100 2,3 83.232
Comunicação acidentes de
trabalho à ACT e documentos em
falta 18 0,1 87 1,9 77.622
Atividades SST 62 0,3 4 0,1 2.652
Modalidades serviços SST 26 0,1 9 0,2 2.244
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
86
Matérias
Notificações
para tomada de
medidas
%
Total
Infrações
Autuadas
%
Total
Moldura
sancionatória
mínima
Exigências essenciais de
segurança de máquinas14 0 0,0 6 0,1 9.599
Diretivas comunitárias SST
especiais15 18.386 78,6 888 20,0 1.923.935
Diversos 607 2,6 35 0,8 190.100
TOTAL 23.406 100 4.433 100 9.478.484
Quadro 51 – Procedimentos coercivos e não coercivos (diretivas comunitárias SST especiais)
Diplomas de transposição de
diretivas comunitárias especiais
2012
Not.
tomada
medidas
%
Total
Infrações
autuadas
%
Total
Moldura
sancionatória
mínima
Locais de trabalho 4.910 26,7 132 14,9 392.601
Equipamento de trabalho 1.794 9,8 120 13,5 173.161
Equipamento com visor 24 0,1 0 0,0 0
Equipamento proteção
individual 447 2,4 10 1,1 10.914
Movimentação manual cargas 59 0,3 1 0,1 714
Sinalização segurança 446 2,4 3 0,3 3.774
Agentes físicos 126 0,7 6 0,7 11.220
Ruído 111 0,6 6 0,7 11.220
Vibrações 15 0,1 0 0,0 0
Radiações óticas 0 0,0 0 0,0 0
Agentes químicos 730 4,0 17 1,9 42.738
Agentes químicos 502 2,7 4 0,5 8.262
Agentes cancerígenos 11 0,1 0 0,0 0
Amianto 166 0,9 13 1,5 34.476
Atmosferas explosivas 51 0,3 0 0,0 0
14 Decreto-Lei n.º 103/2008, de 24 de junho.
15 Os dados referentes às diretivas comunitárias especiais encontram-se discriminados no quadro 51.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
87
Diplomas de transposição de
diretivas comunitárias especiais
2012
Not.
tomada
medidas
%
Total
Infrações
autuadas
%
Total
Moldura
sancionatória
mínima
Agentes biológicos 59 0,3 2 0,2 2.652
Setores especiais 9.791 53,3 597 67,2 1.286.161
Segurança na Construção 9.751 53,0 594 66,9 1.280.455
Indústria extrativa 35 0,2 3 0,3 5.706
Navios de pesca 5 0,0 0 0,0 0
TOTAL 18.386 100 888 100 1.923.935
2.4. Licenciamento Industrial
A Autoridade para as Condições do Trabalho participa nos processos de licenciamento industrial,
conforme teor do quadro seguinte:
Quadro 52 – Licenciamento Industrial – Pareceres/vistorias
Atividades
(CAE – REV 3)
2012
N.º de
Pareceres
N.º de
Vistorias
B – Indústrias Extrativas 4 15
081/099 - Extração de Minerais não Metálicos 4 15
C – Indústrias Transformadoras 26 163
101 a120 – Industria Alimentar Bebidas, Tabaco 10 68
131 a 139 – Indústria Têxtil 0 3
141 a 143 – Indústria Vestuário e Confeção 2 5
152 - Indústria de Calçado 1 4
161 a 162 – Indústria de Madeiras e Cortiça 0 3
171 a 172 – Indústria de Papel 0 4
181 – Indústria de Impressão 1 4
191 a 192 – Indústria de Coque, Produtos Petrolíferos Refinados,
Aglomerados Combustíveis. 1 2
201 a 222 – Indústria Química 3 18
231 a 232 – Fabricação de vidro e artigos de vidro, de produtos
cerâmicos e refratários 0 2
233 a 239 – Fabricação de produtos cerâmicos para a construção, de
outros produtos de porcelana e cerâmicos não refratários, de cimento,
cal e gesso, de produtos de betão, gesso e cimento; serragem, corte de
acabamento de rochas ornamentais e de outras pedras de construção;
de produtos abrasivos e de outros produtos minerais não metálicos
3 22
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
88
Atividades
(CAE – REV 3)
2012
N.º de
Pareceres
N.º de
Vistorias
241 a 245 – Indústria Metalúrgica de Base 0 2
251 a 309 – Indústria Produtos Metálicos, Máquinas e Equipamentos,
Veículos Automóveis, Reboques, semirreboques e componentes para
Veículos Automóveis e outros equipamentos de transporte
4 24
310 a 332 – Fabricação de mobiliário e de colchões; outras indústrias
transformadoras; reparação, manutenção e instalação de máquinas e
equipamentos
1 2
D – Eletricidade, gás, vapor, água e ar frio
E – Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento,
gestão de resíduos e despoluição
0 2
I – Alojamento, Restauração e similares 1 0
TOTAL 31 206
Cabe à ACT a emissão de “parecer”, a solicitação da respetiva entidade coordenadora, e integra,
ainda, as “vistorias” conjuntas com a entidade licenciadora, e demais entidades participantes, a
efetuar aos estabelecimentos industriais antes de iniciarem a respetiva laboração ou na sequência
de alterações à configuração do processo produtivo, tendo em vista assegurar uma intervenção no
domínio da segurança do trabalho na fase de projeto (segurança integrada). Neste contexto, no
ano de 2012, os(as) inspetores(as) do trabalho emitiram pareceres e participaram em vistorias, nos
termos constantes do quadro 50.
A ACT participa, ainda, nos processos de desmaterialização administrativa previstos no
Licenciamento Zero16 e no Sistema da Indústria Responsável17.
A ACT emitiu 11 pareceres e participou em 25 vistorias, no decurso de 2012, em procedimentos de
licenciamento previstos noutros regimes jurídicos, de que se destacam o Regime Jurídico da
Urbanização e Edificação18, o Regime Geral da Gestão de Resíduos19, bem como o Sistema
Integrado de Registo Electrónico de Resíduos20.
16 Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 48/2011, de 01.05.
17 Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 169/2012, de 01.08.
18 Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16.12; alterado pelos Declaração de Rectificação n.º 5-B/00, de 29.02, DL
177/01, de 04.06, Declaração de Rectificação n.º 13-T/01, de 30.06, Lei nº 15/02, de 22.02, Lei nº 4-A/03, de 19.02, Decreto-Lei n.º 157/06, de 08.08, DL 60/07, de 04.09, Decreto-Lei n.º 18/08, de 29.01, Decreto-Lei n.º 116/08, de 04.07, Lei nº 26/10, de
30.03 e Lei nº 28/10, de 02.09.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
89
2.5. Acidentes de trabalho objeto de ação inspetiva
A ocorrência de acidentes de trabalho constitui um indicador significante da existência de
disfunções nos locais de trabalho e nas respetivas envolventes. A informação da sua ocorrência
permite à ACT direcionar com maior acerto a atividade inspetiva para as situações de trabalho
evidenciadas dessa forma e às organizações produtivas conhecer melhor as necessidades de
correção das medidas de prevenção aplicadas nos locais de trabalho. Esta é, aliás, a razão pela qual
a ACT é destinatária de informação sobre os acidentes de trabalho.
Compete aos(às) inspetores(as) do trabalho proceder à realização de inquéritos de acidentes de
trabalho, em especial sobre os acidentes mortais ou que revistam carácter grave ou frequente. Esta
tarefa é de importância fundamental porque permite avaliar as medidas suscetíveis de evitar a sua
repetição, propor, fazer aplicar e acompanhar a efetivação das medidas de controlo que se
demonstrem necessárias. O inquérito visa um diagnóstico do contexto que originou o acidente de
trabalho que desencadeia o estudo das condições de trabalho na empresa/organização em questão
e uma análise global da situação de trabalho, uma vez que, por princípio, o acidente tem origem
em múltiplas causas. Acessoriamente, à ACT pode ser solicitado a realização de “inquérito urgente
e sumário” de acidente de trabalho para servir de apoio à atividade dos Tribunais de Trabalho no
âmbito do papel que desempenham de garantir congruência ao sistema de reparação de danos de
acidentes de trabalho.
Delimitação de conceitos
Acidente de trabalho: é todo o acontecimento inesperado e imprevisto incluindo os atos de
violência, derivado do trabalho ou com ele relacionado21, do qual resulta uma lesão corporal ou
mental ou a morte, de um ou vários trabalhadores.
São também considerados acidentes de trabalho os acidentes de viagem, de transporte ou de
circulação, nos quais os trabalhadores ficam lesionados e que ocorrem por causa ou no decurso do
trabalho, isto é, quando exercem uma atividade económica ou estão a trabalhar ou realizam tarefas
para o empregador.
19 Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17.06.
20 Decreto-Lei n.º 178/2006, de 05.09
21 Ocorrido no local e no tempo de trabalho
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
90
São ainda considerados acidentes de trabalho os acidentes de trajeto. O acidente de trajeto é o
acidente que ocorre no trajeto normalmente utilizado pelo trabalhador, qualquer que seja a direção
na qual se desloca, entre o seu local de trabalho ou de formação ligado à sua atividade profissional
e a sua residência principal ou secundária, o local onde toma normalmente as suas refeições ou o
local onde recebe normalmente o seu salário, do qual resulta a morte ou lesões corporais. O
acidente de trajeto é também designado de acidente in itinere.
Exclusões
Das definições referenciadas devem considerar-se excluídos do âmbito de intervenção da ACT, para
além daqueles acidentes que são devidos a “forças inevitáveis da natureza” e são
“independentes da intervenção humana”, os designados acidentes tecnológicos, isto é
aqueles cujo fator causal principal seja alheio a uma atividade de trabalho propriamente dita e, por
isso, não se devam a risco criado pelas condições de trabalho.
Acidentes de trabalho mortais objeto do inquérito da ACT
A ACT realiza inquérito a todos os acidentes de trabalho mortais que lhe tenham sido comunicados
ou dos quais tenha conhecimento por qualquer forma, socorrendo-se para o efeito de todas as
fontes, formais ou informais, de informação, entre as quais as participações obrigatórias dos
empregadores e, no caso da construção civil, das entidades executantes e dos donos de obra, as
participações das autoridades policiais e da comunicação social.
Importa realçar que os dados estatísticos apresentados neste relatório referem-se, única e
exclusivamente, a acidentes de trabalho mortais objeto de ação inspetiva por parte da ACT,
designadamente, de inquérito de acidente de trabalho.
Assim, no decurso do ano de 2012, a ACT realizou 149 inquéritos de acidentes de trabalho mortais,
sendo que 141 desses inquéritos foram relativos a acidentes ocorridos em 2012, enquanto 8
inquéritos foram referentes a acidentes ocorridos em 2011, mas comunicados à ACT apenas em
2012.
Salienta-se, ainda, que em 2011 a metodologia utilizada na seleção e priorização dos inquéritos de
acidente de trabalho, alvo de intervenção, foi alterada, tendo os inquéritos sido alargados aos
acidentes de viagem, de transporte ou de circulação e aos acidentes in itinere. Nos anos anteriores
apenas foram realizados inquéritos aos acidentes mortais ocorridos nas instalações do empregador.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
91
No quadro seguinte apresenta-se o número de inquéritos realizados no ano de 2012 a acidentes de
trabalho mortais, por tipo de acidente.
Quadro 53 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT em 2012
- por tipo de acidente
Quadro 54 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT em 2012
- por atividade económica
Tipo de acidente Ano da ocorrência
2011 2012 %
Nas instalações 128 117 78,5
In itinere 14 16 10,7
Em viagem, transporte ou circulação 19 16 10,7
Total 161 149 100
Seção CAE Designação
N.º acidentes mortais
Total %
A Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 23 15,4
B Indústrias extrativas 5 3,4
C Indústrias transformadoras 34 22,8
D Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 0 0,0
E Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição
1 0,7
F Construção 42 28,2
G Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos
9 6,0
H Transportes e armazenagem 10 6,7
I Alojamento, restauração e similares 1 0,7
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
92
Quadro 55 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por tipo de empresa
Seção
CAE Designação N.º acidentes
mortais
Total %
J Atividades de informação e de comunicação 0 0,0
K Atividades financeiras e de seguros 1 0,7
L Atividades imobiliárias 1 0,7
M Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 2 1,3
N Atividades administrativas e dos serviços de apoio 4 2,7
O Administração Pública e defesa; Segurança Social obrigatória 2 1,3
P Educação 0 0,0
Q Atividades de saúde humana e apoio social 2 1,3
R Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 1 0,7
S Outras atividades de serviços 0 0,0
T Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio
1 0,7
U Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
0 0,0
CAE ignorada 9 6,0
TOTAL 149 100
Tipo de empresa por n.º de trabalhadores Total %
1-9 trabalhadores 47 31,5
10-49 trabalhadores 35 23,5
50-249 trabalhadores 24 16,1
250-499 trabalhadores 2 1,3
500 trabalhadores ou mais 6 4,0
Dimensão desconhecida 5 3,4
Trabalhadores Independentes, sem trabalhadores a cargo 3 2,0
Em averiguação 27 18,1
Total 149 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
93
Quadro 56 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por mês de ocorrência
Mês Total %
Janeiro 15 10,1
Fevereiro 15 10,1
Março 13 8,7
Abril 9 6,0
Maio 13 8,7
Junho 16 10,7
Julho 14 9,4
Agosto 6 4,0
Setembro 14 9,4
Outubro 16 10,7
Novembro 14 9,4
Dezembro 4 2,7
Total 149 100
Quadro 57 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por dias da semana
Dias da semana Total %
2ª feira 30 20,1
3ª feira 32 21,5
4ª feira 26 17,4
5ª feira 27 18,1
6ª feira 19 12,8
Sábado 11 7,4
Domingo 4 2,7
Total 149 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
94
Quadro 58 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT,
em 2012 - por desvio
Código Desvio Total %
00 Nenhuma informação 11 7,4
10 Desvio por problema elétrico, explosão, incêndio 7 4,7
20 Desvio por transbordo derrubamento, fuga, escoamento, vaporização e emissão
7 4,7
30 Rutura, arrombamento, rebentamento, resvalamento, queda, desmoronamento de agente material
15 10,1
40 Perda total ou parcial de controlo de máquina, meio de transporte – equipamento de movimentação, ferramenta manual, objeto, animal
27 18,1
50 Escorregamento ou hesitação com queda, queda de pessoa 29
19,5 51 Queda de pessoa do alto
22
52 Escorregamento ou hesitação com queda de pessoa – ao mesmo nível
7
60 Movimento do corpo sujeito a constrangimento físico
(conduzindo geralmente a lesão externa)
1 0,7
70 Movimento do corpo sujeito a constrangimento físico (conduzindo geralmente a lesão interna)
5 3,4
80 Surpresa, susto, violência, agressão, ameaça, presença 4 2,7
99 Outro desvio 19 12,8
Em averiguação 24 16,1
Total 149 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
95
Quadro 59 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por contacto – modalidade da lesão
Código Contato - Modalidade da lesão Total %
00 Nenhuma informação 9 6,0
10
Contacto com corrente elétrica, temperatura, substância
perigosa via inalação, contacto com a pele/olhos ou
ingestão
11 7,4
20 Afogamento, soterramento, envolvimento 7 4,7
30 Esmagamento em movimento vertical ou horizontal
sobre / contra um objeto imóvel 28 18,8
40
Pancada por objeto em movimento, colisão com um
objeto em movimento, incluindo veículos - colisão com
uma pessoa
23 15,4
50 Contacto com agente material cortante 1 0,7
60 Entalação, esmagamento, arranque (secção de um
membro, mão, dedo), etc. 10 6,7
70 Constrangimento físico do corpo, constrangimento
psíquico 1 0,7
80 Mordedura, pontapé (animal ou humano) 2 1,3
99 Outro Contacto - Modalidade da lesão não referida nesta
classificação 32 21,5
Em averiguação 25 16,8
Total 149 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
96
Quadro 60 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por tipo de local
Código Tipo de local Total %
000 Nenhuma informação 1 0,7
010 Zona industrial 20 13,4
020 Estaleiro, construção, pedreira, mina a céu aberto 36 24,2
030 Área de agricultura, produção animal, piscicultura, zona florestal
21 14,1
040 Local de atividades terciária, escritório, entretenimento, diversos
4 2,7
050 Estabelecimento de saúde 1 0,7
060 Local público 17 11,4
070 Domicílio 0 0,0
080 Local de atividade desportiva 1 0,7
090 No ar, em altura – com exclusão de estaleiros 3 2,0
100 Subterrâneo – com exclusão de estaleiros 7 4,7
110 Sobre água – com exclusão de estaleiros 0 0,0
120 Em meio hiperbárico – com exclusão de estaleiros 0 0,0
999 Outro tipo de local de trabalho 14 9,4
Em averiguação
24 16,1
Total 149 100
Quadro 61 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por agente material
Código Agente material Total %
00.00 Nenhum agente material ou nenhuma informação 6 4,0
01.00
Edifícios, construções, superfícies - ao nível do solo
(interior ou exterior, fixos ou móveis, temporários ou
não)
13 8,7
02.00 Edifícios, construções, superfícies, acima do solo
(interior ou exterior) 11 7,4
03.00 Edifícios, construções, superfícies, abaixo do solo
(interior ou exterior) 3 2,0
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
97
Código Agente material Total %
04.00 Dispositivo de distribuição de matéria, de alimentação,
canalizações 0 0,0
05.00 Motores, dispositivos de transmissão e de
armazenamento de energia 1 0,7
06.00 Ferramentas manuais – não motorizadas 0 0,0
07.00 Ferramentas sustidas ou conduzidas manualmente –
mecânicas 0 0,0
08.00 Ferramentas manuais – sem especificações quanto à
motorização 0 0,0
09.00 Máquinas e equipamentos portáteis ou móveis 14 9,4
10.00 Máquinas e equipamentos – fixos 10 6,7
11.00 Dispositivos de transporte e de armazenamento 0 0,0
12.00 Veículos terrestres 31 20,8
13.00 Outros veículos de transporte 1 0,7
14.00 Materiais, objetos, produtos, componentes de máquina,
estilhaços, poeiras 9 6,0
15.00 Substâncias químicas, explosivas, radioativas,
biológicas 10 6,7
16.00 Dispositivos e equipamentos de segurança 0 0,0
17.00 Equipamentos de escritórios e pessoais, material de
desporto, armas, equipamento doméstico 0 0,0
18.00 Organismos vivos e seres humanos 2 1,3
19.00 Resíduos diversos 0 0,0
20.00 Fenómenos físicos e elementos naturais 4 2,7
99.00 Outros agentes materiais não referenciados nesta
classificação 10 6,7
Em averiguação 24 16,1
Total 149 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
98
Quadro 62 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por tipo de lesão
Código Tipo de lesão Total %
000 Tipo de lesão desconhecida 26 17,4
010 Feridas e lesões superficiais 1 0,7
020 Fraturas 6 4,0
030 Deslocações, entorses e distensões 0 0,0
040 Amputações (perda de partes do corpo) 2 1,3
050 Concussões e lesões internas 15 10,1
060 Queimaduras, escaldaduras e congelação 7 4,7
070 Envenenamentos (intoxicações), infeções 6 4,0
080 Afogamento e asfixia 6 4,0
090 Efeitos do ruído, vibrações e pressão 0 0,0
100 Efeitos de temperaturas extremas, luz e radiações 0 0,0
110 Choque 2 1,3
120 Lesões múltiplas 35 23,5
099 Outras lesões especificadas 19 12,8
Em averiguação 24 16,1
Total 149 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
99
Quadro 63 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por parte do corpo atingida
Código Parte do corpo atingida Total %
00 Parte do corpo atingida, outra ou não especificada 15 10,1
10 Cabeça 22 14,8
20 Pescoço, incluindo espinha e vértebras do pescoço 4 2,7
30 Costas, incluindo espinha e vértebras 1 0,7
40 Tórax e órgãos torácicos 10 6,7
50 Extremidades superiores 3 2,0
60 Extremidades inferiores 2 1,3
70 Corpo inteiro e múltiplas partes 55 36,9
99 Outras partes do corpo não especificadas 13 8,7
Em averiguação 24 16,1
Total 149 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
100
Quadro 64 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por profissão
Código Profissão do sinistrado Total %
10 Quadros superiores da administração pública,
dirigentes e quadros superiores de empresa
5 3,4
20 Especialistas das profissões intelectuais e
científicas
1 0,7
30 Técnicos e profissionais de nível intermédio 3 2,0
40 Pessoal administrativo e similares 0 0,0
50 Pessoal dos serviços e vendedores 0 0,0
60 Agricultores e trabalhadores qualificados da
agricultura e pescas
17 11,4
70 Operários, artífices e trabalhadores similares 74 49,7
80 Operadores de instalações e máquinas e
trabalhadores de montagem
17 11,4
90 Trabalhadores não qualificados 13 8,7
00 Forças armadas 0 0,0
Em averiguação 19 12,8
Total 149 100
Quadro 65 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por nacionalidade
Nacionalidade Total %
Nacionalidade desconhecida 0 0,0
Cidadão nacional 139 93,3
Estrangeiro da U.E. 3 2,0
Estrangeiro, de um país terceiro 7 4,7
Em averiguação 0 0,0
Total 149 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
101
Quadro 66 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por sexo
Dias da semana Total %
Masculino 139 93,3
Feminino 10 6,7
Desconhecido 0 0,0
Total 149 100
Quadro 67 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
em 2012 - por faixa etária
Faixa etária Total %
Até 24 12 8,1
25-34 16 10,7
35-44 34 22,8
45-54 41 27,5
55-64 28 18,8
65 e mais anos 5 3,4
Desconhecida 13 8,7
Total 149 100
Quadro 68 - Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT
por região e serviço desconcentrado em 2011 e 2012
Região/ Serviço Desconcentrado 2011 2012
Região do Alentejo 11 11
04 U L do Litoral e Baixo Alentejo Beja 3 6
10 C L do Alentejo Central Évora 6 3
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
102
Região/ Serviço Desconcentrado 2011 2012
18 C L do Alto Alentejo Portalegre 2 2
Região do Algarve 7 6
12 U L de Faro Faro 4 3
31 C L de Portimão Portimão 3 3
Região Centro 34 24
02 C L do Baixo Vouga Aveiro 8 3
07 C L da Beira Interior C. Branco 3 2
08 U L da Covilhã Covilhã 3 4
09 C L do Mondego Coimbra 5 3
11 U A ao C L Mondego Fig. Foz 1 1
13 C L da Beira Alta Guarda 4 1
16 C L do Lis Leiria 4 7
29 U L de Viseu Viseu 6 3
Região de Lisboa e Vale do Tejo 47 45
01 C L da Península de Setúbal Almada 2 1
03 U L do Barreiro Barreiro 1 0
17 C L de Lisboa Oriental Lisboa 5 4
33 C L de Lisboa Ocidental Sintra 0 1
20 C L da Lezíria e Médio Tejo Santarém 12 15
23 U A ao C L da Lezíria e Médio
Tejo Tomar 4 2
22 U L de Setúbal Setúbal 4 6
24 C L do Oeste T. Vedras 5 3
32 U A ao C L do Oeste C. Rainha 4 6
26 U L de V. Franca de Xira V. F. Xira 10 7
Região Norte 50 63
05 U L de Braga Braga 8 3
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
103
Gráfico 12 – Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito pela ACT em 2012 por
distrito
Região/ Serviço Desconcentrado 2011 2012
14 C L do Ave Guimarães 4 4
06 C L do Nordeste Transmontano Bragança 4 6
19 C L do Grande Porto Porto 17 24
30 U L de Penafiel Penafiel 5 1
21 C L de Entre Douro e Vouga S. J. Madeira 6 7
25 C L do Alto Minho V. Castelo 4 4
28 C L do Douro Vila Real 2 8
15 U A ao C L do Douro Lamego 0 6
TOTAL 149 149
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
104
Houve 8 acidentes de trabalho mortais, comunicados em 2012, mas ocorridos em 2011.
Verificaram-se no distrito de Santarém (2), no distrito de Lisboa (2), no distrito de Castelo Branco
(1), no distrito de Aveiro (2) e no distrito de Braga (5). Os acidentes que tiveram lugar no distrito
de Braga incluem 2 acidentes no setor da construção.
Quadro 69 – Acidentes de trabalho objeto de ação inspetiva em 2012
Foram realizadas 1.611 visitas para realização de inquéritos de acidente de trabalho. No contexto
dessas visitas foram formalizados 406 procedimentos coercivos, a que correspondeu a moldura
sancionatória mínima de €854.804. Foram, ainda, formalizados procedimentos de notificação de
tomada de medidas relativamente a 451 situações irregulares verificadas. Em resultado de
diligências efetuadas para elaboração de inquéritos de acidente de trabalho, foram objeto de
notificação de suspensão imediata de trabalhos, 40 situações causadoras de probabilidade séria de
lesão da vida, integridade física ou saúde dos trabalhadores.
Visitas Notificação de
Tomada de
Medidas
Suspensão Imediata dos
Trabalhos
Informações Auto de Notícia
Moldura Sancionatória Mínima (em euros)
1.611 451 40 1.280 406 854.804
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
105
2.6. Atividade de informação e aconselhamento
2.6.1. Considerações gerais
A função da ACT no domínio da informação e aconselhamento a trabalhadores,
empregadores(as) e seus representantes sobre a melhor forma de dar cumprimento à legislação
sobre as condições de trabalho reveste particular importância. O desenvolvimento desta função e a
sua visibilidade pública operou-se a partir da modernização e permanente atualização do sítio
Internet (www.act.gov.pt) que serviu de motor às diversas atividades necessárias para assegurar a
disponibilização de conteúdos úteis para os destinatários da ação da ACT e que são descarregáveis
gratuitamente.
Merecem destaque alguns dos conteúdos que a seguir se enumeram:
As publicações eletrónicas, respeitantes à clarificação sobre alguns domínios relevantes da
lei para apoio de empregadores e trabalhadores;
A edição em papel de publicações (brochuras, folhetos e livros);
Os formulários relativos a obrigações de comunicação à ACT;
As listas de verificação, fundamentalmente para apoio a atividades de inspeção interna de
segurança e saúde no trabalho, particularmente nas PME’s;
A informação sobre destacamento de trabalhadores nos países da União Europeia,
decorrendo da posição da ACT como serviço de ligação a outras entidades que na UE detêm
idêntica missão;
As FAQ’S (perguntas mais frequentes, permitindo, desta forma, dar resposta a muitas das
questões que habitualmente são colocadas);
Os dados estatísticos sobre acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito da ACT.
Eventos organizados e participados pela ACT
Quadro 70 – Seminário/colóquios organizados pela ACT
Ano N.º de Eventos N.º de participantes
2011 4 1.080
2012 12 1.194
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
106
Dando continuidade ao protocolo celebrado com a OIT, foi efetuada, sob a responsabilidade da ACT,
a tradução, a revisão técnica e a edição em suporte eletrónico do Relatório da OIT para o Dia
Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho – 28 Abril 2012, “Promover a Segurança e a Saúde
numa Economia Verde”.
No que toca à atividade editorial, foram editadas as seguintes publicações:
Quadro 71 - Publicações em papel e eletrónicas
Ano n.º de publicações em papel e
eletrónicas
2011 10
2012 6
Foram organizadas sessões públicas de lançamento de livros (editados em 2011 e 2012),
respeitantes às “Edições ACT”:
Quadro 72 – N.º de sessões de lançamento
Ano N.º de sessões de
lançamento
2012 2
Quadro 73 – Formulários e questionários22
Comunicações/ Notificações/Autorizações Obrigatórias Tipo
Contrato de participação de menor em espetáculo ou outra atividade de
natureza cultural, artística ou publicitária Formulário
Comunicação da admissão de menor sem escolaridade obrigatória ou
sem qualificação profissional Formulário
Comunicação da extinção de posto de trabalho Formulário
22 Disponíveis em http://www.act.gov.pt/(pt-PT)/CentroInformacao/Formularios/Paginas/default.aspx.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
107
Comunicações/ Notificações/Autorizações Obrigatórias Tipo
Comunicação da suspensão de contrato de trabalho por não pagamento
pontual da retribuição Formulário
Declaração de motorista regulamento (CE) Formulário
Comunicação de acidente de trabalho mortal ou grave Formulário
Notificação de atividade com agentes biológicos Formulário
Notificação de atividade com demolição ou remoção de amianto Formulário
Autorização de serviços externos de segurança e saúde no trabalho Formulário
Queixas e denúncias Formulário
Ficha de candidatura de certificação da aptidão profissional Formulário
2.ª Via de certificação de aptidão profissional Formulário
Questionário de satisfação dos utilizadores do website da ACT Formulário
Questionário de satisfação dos utilizadores do website da ACT Questionário
2.6.2. Serviço informativo
A ACT assegura um serviço de atendimento presencial em cada um dos seus serviços
desconcentrados distribuídos pelo território continental, bem como nas Lojas do Cidadão. Além do
atendimento presencial, 6.741 assuntos foram tratados mediante apresentação em correio
eletrónico.
Quadro 74 – N.º de visitas à página da Internet da ACT
Serviço Informativo 2012
N.º de visitas à pagina da internet da ACT 960.000
Quadro 75 – Serviço informativo
Serviço Informativo 2008 2009 2010 2011 2012
Total Atendimentos 335.170 429.704 316.925 469.838 415.994
Denúncias recebidas 2.626 2.566 2.994 5.442 8.568
Correio eletrónico tratado nos serviços centrais
- - 8.355 7.019 6.741
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
108
Foi concluído um relatório sobre o serviço informativo pelo Grupo de Trabalho constituído para o
efeito. Encontra-se em curso a atualização das perguntas frequentes, atendendo às alterações
legislativas ocorridas em 2012. A implementação do projeto transitou para 2013.
Procedeu-se ao elenco de todos os 850 documentos orientadores, existentes desde 1996, bem
como à sistematização por datas e temas, e respetiva digitalização. Com vista a assegurar a
identificação e importância de tais documentos em divulgação, analisou-se da respetiva pertinência
e da sua vigência decorrente de alterações legislativas e estratégicas. Em conformidade, foi
assegurada a divulgação online de 90% de todos os documentos desde 2009, tendo sido
digitalizados os mais relevantes desde 2005.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
109
3. Principal incidência de ação inspetiva: intervenções e
campanhas em destaque
3.1. Intervenções e Campanhas em destaque
A campanha europeia de avaliação de riscos psicossociais23 envolveu situações tão distintas
como o stresse ocupacional, a violência, o assédio moral e sexual e doenças como a depressão,
com efeitos negativos na saúde. A primeira intervenção inspetiva, de 09/4 a 18/05, abrangeu 52
inspetores do trabalho, em 221 estabelecimentos de saúde com internamento (públicos, privados,
cooperativos, IPSS’s). Destes só 27 tinham avaliação de riscos psicossociais e foram formalizadas
207 Notificações para Tomada de Medidas com Prazo para promover a avaliação de riscos nas
entidades que ainda não a tinham efetuado. Nas segundas visitas inspetivas foi verificado tal
cumprimento.
A campanha de promoção das condições de trabalho no setor agrícola e exploração
florestal24, concretizou a Recomendação ao Governo contida na Resolução da Assembleia da
República n.º 139/2010, e criou sinergias, com parceiros sociais e institucionais, para diminuição da
sinistralidade laboral e das doenças profissionais. Promoveu a sensibilização nos setores agrícola e
florestal, a ampliação da rede de prevenção a nível local, regional e nacional - seguida de 160
visitas inspetivas - através da realização de 65 eventos (11 seminários, 12 workshops e 42 ações
de sensibilização) para: agricultores, produtores florestais, dirigentes e técnicos das associações.
Atendeu à caracterização socioeconómica das empresas agrícolas e florestais, formação/informação
quanto aos riscos profissionais de trabalhadores expostos (uso de pesticidas, substâncias químicas,
máquinas agrícolas e florestais, posturas incorretas e movimentação manual de cargas) e riscos
emergentes da inovação tecnológica e científica (novos produtos químicos, visores eletrónicos,
trabalho monótono/repetitivo, riscos psicossociais).
23 P10 do Plano de Atividades da ACT de 2012, disponível em http://www.act.gov.pt/(pt-
PT)/SobreACT/DocumentosOrientadores/PlanoActividades/Documents/Plano%20de%20Atividades%20ACT%202012.pdf.
24 P11 do Plano de Atividades da ACT de 2012, disponível em http://www.act.gov.pt/(pt-
PT)/SobreACT/DocumentosOrientadores/PlanoActividades/Documents/Plano%20de%20Atividades%20ACT%202012.pdf.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
110
A campanha de informação e inspeção sobre avaliação de riscos na utilização de
substâncias perigosas nos locais de trabalho no setor das limpezas industriais25, adstrita a
60 inspetores de trabalho, privilegiava a formação dos trabalhadores, rotulagem de produtos,
equipamentos de proteção individual. No sector, a informação/formação em segurança e saúde no
trabalho é inversamente proporcional à estruturação das entidades empregadoras e é crucial a
sensibilização das empresas utilizadoras quanto aos preços aplicáveis. A sensibilização
(jul/set2012) com o envolvimento dos parceiros sociais (STAD, FETESE, SITESE, APFS, AESPLAS)
visa a autorregulação e é seguida de 160 visitas inspetivas (Out/Nov2012).
A campanha de promoção das condições de trabalho em espaços confinados26 considerou
espaço confinado qualquer local com aberturas limitadas de entrada e saída, com ventilação natural
desfavorável e níveis deficientes de oxigénio, podendo conter ou produzir contaminantes químicos
tóxicos ou inflamáveis e que não está concebido para uma ocupação contínua por trabalhadores. A
ação de formação de Inspetores do Trabalho e Técnicos de Prevenção permitiu uma eficaz
intervenção no terreno, de informação e de inspeção, através de metodologias adequadas de
avaliação de riscos e de mecanismos de informação, consulta e formação de trabalhadores e seus
representantes. Procedeu-se à construção de folheto geral e 3 folhetos setoriais: 3 na agricultura
(adegas e destilarias; poços e minas; e silos e armazéns), 1 na construção civil, 1 para as
embarcações e 1 para atmosferas hiperbáricas. As ações de sensibilização (jun/dez2012) e 160
visitas inspetivas direcionadas aos setores de maior índice de sinistralidade (agrícola e construção
civil) contribuem para a implementação da estratégia nacional para a segurança e saúde no
trabalho 2008-2012 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 59/2008).
O projeto de intervenção inspetiva no setor da segurança privada27 abrangeu 40.000
trabalhadores e 110 empresas licenciadas, visa eliminar a concorrência desleal e práticas ilegais. Da
participação dos parceiros sociais (AES, AESIRF, STAD/CESP, FETESE) resultou declaração de
compromisso visando o respeito do quadro legal vigente e a prestação de um serviço de qualidade.
O acordo estabelecido possibilitou ao Inspetor-Geral recomendar às empresas e/ou entidades
25
P12 do Plano de Atividades da ACT de 2012, disponível em http://www.act.gov.pt/(pt-PT)/SobreACT/DocumentosOrientadores/PlanoActividades/Documents/Plano%20de%20Atividades%20ACT%202012.pdf.
26 P13 do Plano de Atividades da ACT de 2012, disponível em http://www.act.gov.pt/(pt-
PT)/SobreACT/DocumentosOrientadores/PlanoActividades/Documents/Plano%20de%20Atividades%20ACT%202012.pdf.
27 P14 do Plano de Atividades da ACT de 2012, disponível em http://www.act.gov.pt/(pt-
PT)/SobreACT/DocumentosOrientadores/PlanoActividades/Documents/Plano%20de%20Atividades%20ACT%202012.pdf.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
111
utilizadoras um custo mínimo dos serviços a prestar. O programa de intervenção inspetiva
compreendeu várias fases, seguindo-se ao período de autorregulação (abril-julho/2012), 160 ações
inspetivas no terreno, que envolveram todos os serviços da ACT, e cujo gesto inspetivo foi rigoroso.
Quadro 76 – Intervenções inspetivas e Campanhas em 2012
Projetos Específicos CAE Meta Indicador Resultado
Taxa de
Execução
Avaliação
de
Resultados
Campanha Europeia de
Avaliação de Riscos
Psicossociais
84121
86100 200
Visitas a
locais de
trabalho
461 233% Superado
Campanha em matéria de
segurança e saúde no
trabalho no setor agrícola e
de exploração florestal (*)
01500
01191
160
Visitas a
locais de
trabalho
246 154% Superado
Campanha de promoção das
condições de trabalho em
espaços confinados (*)
11021
01210
41200
84113
160
Visitas a
locais de
trabalho
377 236% Superado
Intervenção Inspetiva no
Setor da Segurança Privada
(*)
80100 160
Visitas a
locais de
trabalho
928 580% Superado
Campanha trabalhar no
estrangeiro
41200
78200
3
2
N.º
instrumentos
produzidos
N.º ações de
divulgação
9
5
300%
250%
Superado
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
112
(*) Para além dos resultados em visitas inspetivas constantes deste quadro foram efetuadas outras atividades envolvendo,
nos sectores de atividade em causa, os parceiros sociais e institucionais (nomeadamente seminários, workshops, ações de
sensibilização, folhetos e documento conjunto sobre preços mínimos do custo do trabalho) cujos dados podem ser
consultados nas fichas respetivas.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
113
Identificação do Projeto
P.10 - Campanha europeia de avaliação de riscos psicossociais
Objetivos
Promover a avaliação de riscos psicossociais nos locais de trabalho, com vista à
melhoria das condições do trabalho.
Atividades previstas Atividades realizadas
Divulgação interna (reuniões, intranet,
ofícios).
Divulgação interna na intranet, envio de
ofícios, reuniões e criação de wallpaper
para PC.
Divulgação junto dos parceiros sociais.
Divulgação externa (na internet, junto dos
parceiros sociais e institucionais,
empregadores, trabalhadores).
Divulgação pela participação em
programa televisivo (RTP).
Divulgação em entrevistas à Agência
Lusa e Rádio Renascença e à imprensa
local.
Divulgação em 17 seminários realizados
no país com um total de 3000
participantes.
Elaboração de folhetos em suporte papel
(dois) de divulgação e de rol paper.
Divulgação em reuniões nos locais de
trabalho.
Preparação da intervenção – formação de
inspetores.
Formação dos inspetores do trabalho
Preparação da intervenção /criação de
instrumentos inspetivos.
Preparação de conteúdos de formação e
de instrumentos inspetivos, inquéritos
questionários e definição de metodologia
inspetiva.
Intervenção inspetiva
Intervenção inspetiva em
estabelecimentos de saúde.
Avaliação da intervenção e da campanha Avaliação da campanha em Abril com
envio do I relatório ao SLIC/CARIT
Consolidação e apresentação dos
resultados em dezembro p.p.
Elaboração do II Relatório de
apresentação de resultados ao SLIC em janeiro p.p.
Justificação dos desvios
Ações de sensibilização – 2 seminários de âmbito nacional, 15 ações de sensibilização
realizadas, num total de 3000 participantes. Realização de 220 reuniões de
sensibilização/informação.
Atividade inspetiva – 461 visitas (previstas 200) - Taxa de execução 233%
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
114
Identificação do Projeto
P.11 - Campanha em matéria de segurança e saúde no trabalho no setor agrícola e de
exploração florestal.
Objetivos
Promover condições de segurança e saúde nos locais de trabalho, adequadas à
redução da sinistralidade laboral e das doenças profissionais, com especial incidência nos setores agrícola, produção animal e de exploração florestal.
Atividades previstas Atividades realizadas
Divulgação interna (reuniões, intranet,
ofícios).
Sensibilização em workshops de dirigentes
das associações de agricultores e de
produtores florestais e de técnicos
responsáveis pelo aconselhamento agrícola,
em matérias relativas a segurança e saúde no trabalho, dirigentes;
Ações de sensibilização para agricultores e produtores florestais;
Divulgação externa (na internet, junto dos
parceiros sociais e institucionais,
empregadores, trabalhadores) através dos
folhetos produzidos para divulgação
(Principais obrigações legais; Pesticidas;
Motosserras; Motorroçadouras; Máquinas e
equipamentos agrícolas; Máquinas e equipamentos florestais);
Preparação da intervenção /criação de instrumentos inspetivos “Checklist”.
Visitas inspetivas
Divulgação interna na intranet, envio de
ofícios, reuniões.
Divulgação junto dos parceiros sociais.
Divulgação pela elaboração de 3 artigos numa revista da especialidade.
Divulgação em 13 seminários, 14
workshops para técnicos e 46 ações de
sensibilização para agricultores e
produtores florestais realizados no país
com um total de cerca de 2800
participantes (400 dirigentes e Técnicos
Agrícolas e Florestais, 2400 agricultores,
produtores florestais e técnicos de prevenção).
Elaboração de 6 folhetos em suporte
papel (Principais obrigações legais;
Pesticidas; Motosserras;
Motorroçadouras; Máquinas e
equipamentos agrícolas; Máquinas e
equipamentos florestais), divulgados
nas ações, nas páginas Web e enviados
por via eletrónica pelos parceiros sociais.
Intervenção inspetiva nos setores de
atividade agrícola, pecuário e florestal,
sendo divulgados os instrumentos
produzidos durante a intervenção
inspetiva.
Justificação dos desvios
Ações de sensibilização – 13 seminários, 14 workshops para técnicos e 46 ações de
sensibilização para agricultores e produtores florestais = 73 realizadas (50 previstas) - Taxa de execução 146%
Atividade inspetiva – 246 visitas (previstas 160) - Taxa de execução 154%
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
115
Identificação do Projeto
P.12 – Campanha de informação, sensibilização e inspeção das condições do trabalho
no setor das limpezas industriais, tendo por referência a utilização de agentes químicos perigosos, com enfoque no processo de avaliação de riscos.
Objetivos
Aumentar o cumprimento das prescrições mínimas relativas à utilização de agentes
químicos perigosos nos locais de trabalho aquando da execução de atividades de limpeza, contribuindo para a redução de doenças profissionais e acidentes de trabalho.
Atividades previstas Atividades realizadas
Desenvolvimento de uma fase de informação/sensibilização:
Desenvolvimento da fase de inspeção
Avaliação de resultados
Elaboração de um Programa Enquadrador
Identificação dos parceiros sociais a envolver
Apresentação da Campanha junto dos parceiros sociais
Consensualização do Programa Enquadrador
com os parceiros sociais
Elaboração de uma proposta de protocolo a subscrever com os parceiros sociais
Identificação dos suportes de informação a utilizar (poster e flyer)
Divulgação e disponibilização junto dos parceiros sociais dos suportes de informação
existentes (poster e flyer)
Formação de inspetores do trabalho
Preparação de instrumentos e procedimentos de apoio à intervenção inspetiva: Guia de Ação; instrumentos e procedimentos inspetivos.
Justificação dos desvios
No âmbito do presente projeto não foram desenvolvidas outras atividades que o Grupo
de Trabalho tinha equacionado na fase de informação/sensibilização, nem as fases
subsequentes (isto é, intervenção inspetiva nos locais de trabalho e avaliação dos
resultados) – circunstâncias que se prenderam, por um lado, com o início tardio do
projeto, e por outro lado, com a inserção no Plano de Atividades para o ano de 2013,
de uma campanha neste mesmo setor que abrangerá quer a matéria em causa, quer a
promoção da melhoria das condições de trabalho associadas ao trabalho digno, na
senda do preconizado pela OIT.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
116
Identificação do Projeto
P.13 - Campanha de promoção das condições de trabalho em espaços confinados.
Objetivos
Promover condições de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados,
garantindo a avaliação e gestão dos riscos, em particular nos trabalhos agrícolas e de construção civil.
Atividades previstas Atividades realizadas
Divulgação interna (reuniões, formação,
intranet, ofícios).
Formação específica de Inspetores(as) do
Trabalho e Técnicos(as) Superiores.
Produção de folhetos e cartazes
informativos pelo Grupo de Trabalho.
Divulgação externa do projeto (internet,
parceiros sociais e institucionais,
comunicação social). Disponibilização em
formato papel e digital dos materiais
informativos.
Atividades de informação/ sensibilização em
parceria com associações de empregadores,
trabalhadores, técnicos, centros de
conhecimento: - Seminários temáticos;
Divulgação do tema em seminário;
Reuniões de trabalho com representantes
dos empregadores e dos trabalhadores dos
setores destinatários da campanha ou com
técnicos de prevenção de riscos
profissionais; Envio de mensagens por
correio eletrónico.
Realização de dois seminários de âmbito
nacional.
Ligação da intervenção na agricultura com o
projeto 11 sobre a SST no setor agrícola e
de exploração florestal.
Visitas inspetiva tendo como suporte um guia de ação e lista de verificação.
Divulgação interna (reuniões, formação,
intranet, ofícios).
Formação específica de 86
Inspetores(as) do Trabalho e
Técnicos(as) Superiores.
Produção de 1 Cartaz geral; 1 Folheto
geral; 1 Aviso com as regras básicas de
segurança para o trabalho em espaços
confinados; 3 Folhetos para a
agricultura – adegas e destilarias – silos
e armazéns – poços e minas; e 1
Folheto para a construção civil.
Divulgação em dois seminários de
âmbito nacional (um em articulação com
o Projeto 11). Divulgação na internet,
para os parceiros sociais e institucionais,
e comunicação social). Disponibilização
em formato papel e digital dos materiais
informativos.
Divulgação em 34 seminários, 5
palestras e 16 reuniões dirigidas a
empregadores, trabalhadores,
sindicatos, autarquias, prestadores de
serviços, universidades e centros de
investigação realizados a nível nacional,
com um total de cerca de 2500
participantes.
Intervenção inspetiva, com apoio de
guia de ação e lista de verificação, na
agricultura e indústrias agroalimentares,
em particular de produção de vinhos, e
setor de construção civil, sendo
divulgados os materiais produzidos.
Foram abrangidos 4308 trabalhadores.
Foram notificadas 642 medidas com
prazo para melhoria da segurança e
saúde no trabalho.
Justificação dos desvios
Ações de sensibilização – 2 seminários de âmbito nacional, 32 ações de sensibilização
= 57 realizadas (34 previstas) - Taxa de execução 168%
Atividade inspetiva – 377 visitas (previstas 160) - Taxa de execução 236%
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
117
Identificação do Projeto
P.14 - Intervenção Inspetiva no Setor da Segurança Privada
Objetivos
Promover a melhoria das condições do trabalho no setor da segurança privada e
assegurara as garantias fundamentais associadas ao trabalho digno na senda do preconizado pela OIT.
Atividades previstas Atividades realizadas
Aprofundar o conhecimento do setor e suas práticas
Dialogar com os parceiros sociais e institucionais
Divulgar os objetivos a atingir e o prazo de autorregulação setorial
Desenvolver a ação inspetiva no terreno
Avaliar os resultados
Análise das práticas do setor no domínio das relações sócio laborais e identificação dos
principais fenómenos de desregulação
Reuniões com os parceiros sociais (representantes das empresas e de trabalhadores do setor) e institucionais (PSP, Segurança Social);
Promoção de processo de autorregulação setorial com destaque para a elaboração de
uma Recomendação às empresas de segurança privada, empresas ou entidades públicas ou privadas utilizadoras de serviços de segurança privada e, Declaração conjunta dos parceiros sociais sobre valores mínimos a contratar por respeito da Contratação Coletiva Setorial.
Divulgação do projeto através da Internet, com ligação aos parceiros sociais, nota à
comunicação social; envio de ofícios a entidades privadas (confederações empresariais, ordens profissionais, todas as empresas do setor, entre outras) e a
entidades da administração central, local e regional; envio de cerca de 2225 emails a entidades de vários setores de atividade
Conceção de Guia de Ação Inspetiva com definição de instrumentos e metodologia inspetiva
Identificados cerca de 35 inspetores pivot,
realização de workshop, envolvidos cerca de 174 inspetores de todos os serviços desconcentrados e
Visitadas 77,88% das empresas licenciadas
do setor, abrangendo um universo de 4.115 trabalhadores em 928 locais de trabalho.
Justificação dos desvios
Tendo em conta a meta de 160 locais de trabalho estabelecida no Plano de Atividades
ACT 2012, e o número de locais de trabalho efetivamente visitados no decurso do
presente projeto (928),verifica-se um desvio positivo de 580%.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
118
Identificação do Projeto
P.17 - Campanha trabalhar no estrangeiro
Objetivos
Promover e inspecionar as condições de trabalho;
Promover, organizar e apoiar ações de informação, formação e divulgação;
Gerir participações institucionais e representatividades.
Atividades previstas Atividades realizadas
Definição de conteúdos para os instrumentos de comunicação
Acompanhamento da edição de todos os instrumentos de comunicação
Definição dos conteúdos da ACT para o folheto “Trabalhar no Estrangeiro”.
Definição dos conteúdos da ACT para a brochura “Trabalhar no Estrangeiro”.
Acompanhamento da edição do folheto “Trabalhar no Estrangeiro”.
Acompanhamento da edição da brochura “Trabalhar no Estrangeiro”.
Acompanhamento da edição do folheto “Trabalhar em Angola”.
Acompanhamento da edição do folheto
“Trabalhar na Suíça”.
Acompanhamento da edição do folheto “Trabalhar no Brasil”.
Acompanhamento da edição do folheto “Trabalhar em França”.
Acompanhamento da preparação do SPOT
TV “Trabalhar no Estrangeiro”.
Divulgação interna na intranet.
Divulgação externa na internet.
Divulgação nos “Dias Europeus do Emprego” (25-10-2012).
Divulgação nos “Dias Europeus do Emprego” (25-10-2012).
Remessa de folhetos e brochuras em suporte papel para serviços desconcentrados da ACT
Justificação dos desvios
Metas: Definição de conteúdos/ Acompanhamento da edição de todos os instrumentos de comunicação: 3 - Divulgação: 2
Taxa de execução 300% (9/3= 3)
Taxa de execução 250% (5/2=2,5)
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
119
3.1.1. Grupos de trabalho no domínio dos riscos
emergentes
A. Projeto “Instrumentos e Metodologias em Igualdade de Género para a Atividade
Inspetiva da ACT”
Reconhecendo-se as vantagens que advirão de proporcionar formação em matéria de igualdade de
género aos inspetores e inspetoras do trabalho, está a ACT em parceria com a CITE – Comissão
para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, a desenvolver um Projeto designado “Instrumentos e
metodologias em Igualdade de Género para a atividade inspetiva da ACT”, o qual visa criar
ferramentas que permitam operacionalizar, no dia-a-dia, a identificação objetiva de práticas
discriminatórias em função do sexo, bem como promover a aquisição de saberes adequados à sua
intervenção nesta matéria.
Com este projeto pretende-se reforçar a atividade inspetiva de competências em Igualdade de
Género que permitam o fortalecimento da sua capacidade de identificação de casos de
discriminação em função do sexo, contribuindo desta forma para o cumprimento das três missões
básicas da inspeção de trabalho: garantir a aplicação da legislação laboral, aconselhar os/as
empregadores/as e trabalhadores/as dos meios mais eficazes para alcançar tais objetivos e chamar
a atenção das autoridades para os abusos do não cumprimento da lei ou deficiências da mesma.
Objetivos
Valorizar a dimensão de género nas ações de carácter inspetivo;
Formar e sensibilizar inspetores/as de trabalho, para a aquisição de competências
específicas na identificação e caracterização de situações de discriminação em função do
sexo nos locais de trabalho nomeadamente situações de discriminação indireta;
Conceber instrumentos de apoio à atividade inspetiva que permitam evidenciar situações de
discriminação e de não cumprimento da legislação laboral em matéria de igualdade de
género.
Duração
Este Projeto teve início em Abril de 2011 e termo no final de 2012.
O desenvolvimento das atividades assentou numa metodologia de participação ativa.
1. Grupo de trabalho (ACT/CITE) para a construção de um referencial de formação em
igualdade de género dirigido a inspetores/as de trabalho e para a criação de um
instrumento de apoio às atividades inspetivas;
2. 6 Encontros de reflexão, dinamizados pelo grupo de trabalho, dirigidos a inspetores/as
para análise das dificuldades/barreiras na identificação de situações de discriminação em
função do sexo, nos locais de trabalho;
3. Workshop de apresentação dos resultados recolhidos nos encontros de reflexão com a
participação de alguns dos/das inspetores/as que participaram nestes encontros, os
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
120
dirigentes locais da ACT e membros da tripartida da CITE, designadamente os parceiros
sociais;
4. Ações de formação-piloto, com base nos instrumentos criados, dirigidas a inspetores/as
de trabalho para a aquisição de competências específicas na identificação e
caracterização de situações de discriminação em função do sexo nos locais de trabalho e
promoção da igualdade de género junto de empregadores/as e trabalhadores/as
aquando da sua atividade inspetiva;
5. Validação dos instrumentos de apoio às atividades inspetivas pelos/as destinatários/as;
6. Conferência internacional final de disseminação dos resultados do projeto no dia 18 de
outubro de 2012, com disponibilização, em parceria entre a ACT e a CITE, da publicação
“Instrumentos de apoio à ação inspetiva no combate à discriminação de género no
trabalho
http://actintra/informacoes/Lists/Notcias/Attachments/796/Instrumentos_apoio_combat
e_discrimin.pdf.
B. Análise de Instrumentos de Regulamentação Coletiva de Trabalho com conteúdo
discriminatório - Comissão para a Igualdade e a Cidadania
O grupo de trabalho tem por objetivos a análise de Instrumentos de Regulamentação Coletiva do
Trabalho com caráter discriminatório.
Resulta de articulação entre a ACT, a CITE e os Parceiros Sociais (UGT, CGTP,CIP, CAP, CCP, CTP).
C. Prevenção/reação a situações de assédio – elaboração de Código de Boas
Práticas (CITE)
O grupo de trabalho está a desenvolver um Código de Boas Práticas que tem por objetivos a
prevenção e reação a situações de assédio moral e sexual.
Resulta também de articulação entre a ACT, a CITE e os Parceiros Sociais (UGT, CGTP,CIP, CAP,
CCP, CTP).
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
121
3.1.2. Protocolos celebrados em 2012
A ACT resultou da fusão da Inspeção-Geral do Trabalho (IGT) com o Instituto para a Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho (ISHST). A reunião da inspeção e da prevenção na mesma
organização constitui uma mais-valia, já que procuram, com instrumentos adequados à natureza
própria das suas funções, assegurar a melhoria do emprego, através da promoção de ambientes de
trabalho dignos, seguros e saudáveis, para que o trabalhador preste a sua atividade em
circunstâncias que não importem riscos para a sua integridade física ou mental, propícios ao
desenvolvimento pessoal, sociabilização e promoção de estilos de vida saudáveis.
A atividade inspetiva, com autonomia técnica e independência face aos interesses contrapostos,
com regras específicas de deontologia profissional, torna-se a atividade mais visível e reconhecida
da ACT, enquanto instrumento de intervenção nas organizações de forma transversal, em que a
melhoria das condições de trabalho, resulta de sinergias decorrentes de ações de sensibilização e
informação para esclarecimento dos sujeitos laborais e suas associações.
Para implementar essa ação preventiva e pedagógica, a ACT celebrou protocolos de colaboração
com entidades públicas ou privadas, nacionais ou internacionais, facilitando a comunicação e
parcerias tendentes à prossecução da missão dessas entidades. Destacam-se, entre outros, os
protocolos celebrados com Procuradoria da República, com a AHRESP em 18.06.2012 (setor do
alojamento e da restauração e bebidas), e com a ANECRA em 20.06.2012 (setor automóvel). No
Protocolo entre ACT e a AHRESP, a título de exemplo, contemplou-se a disponibilização de lista de
verificação para cumprimento pedagógico das obrigações que impendem sobre os empregadores,
em matéria de legislação laboral e da segurança e saúde no trabalho, e a proposta de manual de
gestão laboral.
Face às alterações do Código do Trabalho e eliminação de documentos obrigatórios, foi considerado
oportuno articular com os interlocutores laborais para assegurar os níveis de regulação, com
participação em encontros empresariais, seminários, conferências e eventos promovidos pela
AHRESP e pela ANECRA, com apoio a ações de formação junto de associados, bem como a
dinamização de estudos/programas, nos quais se abordem matérias da competência da ACT,
através da sensibilização em matéria dos direitos e deveres a observar quanto às principais
matérias laborais e especificidades dos setores de atividade em causa, incluindo divulgação em
revistas das Associações.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
122
A efetivação do cumprimento das obrigações das entidades empregadoras (comunicações
obrigatórias e perguntas frequentes), critérios e prioridades de ação, intervenções e campanhas em
execução, foram disponibilizados no sítio Internet da ACT www.act.gov.pt.
3.1.3. Trabalho não declarado ou irregular
O trabalho total ou parcialmente não declarado à Administração do Trabalho e à Segurança Social,
por empresas da economia informal ou da economia estruturada e fenómenos como a dissimulação
do contrato de trabalho, através de figuras como a falsa prestação de serviços, os falsos estágios
remunerados ou outros tipos contratuais, constituem fenómenos que contribuem para a
segmentação social (com a constituição de grupos de trabalhadores afastados da proteção social) e
para a insuficiência financeira das receitas públicas, sendo ainda um grave fator de concorrência
desleal para as empresas que cumprem as suas obrigações.
Por outro lado, o recurso à celebração de contratos de trabalho a termo e a utilização de trabalho
temporário fora dos condicionalismos legais previstos para cada um dos casos, merece ser objeto
de intervenção, porquanto a estas formas de contratação está associado um elevado nível de
precariedade e constitui um meio injustificável de criação de desigualdades entre trabalhadores(as)
e entre empresas.
No quadro infra encontra-se identificado o número de trabalhadores(as) não declarados(as) ou em
situação contratual irregular que foram objeto de regularização (inscrição na Segurança Social,
conversão do contrato e pagamento das diferenças salariais devidas, assim como das respetivas
contribuições), após intervenção da ACT. De salientar que o aumento do n.º de trabalhadores(as)
regularizados(as) com contrato dissimulado coincide com a entrada em vigor da presunção de
laboralidade prevista no Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro.
Quadro 77 - Acção inspetiva no âmbito do trabalho não declarado e do trabalho irregular
- trabalhadores objeto de regularização – 2009/2012
Anos
N.º. de
Empresas Acompanhadas
N.º. de Trabalhadores objeto de
regularização Participações
A Termo
Ilegal
Temp.
Ilegal
Contrato
Dissim.
Não
Declarado
Seg.
Social
Adm.
Fiscal
2009 19.719 4.243 122 326 940 228 34
2010 17.462 8.314 232 436 1.724 56 7
2011 15.837 6.152 316 1.144 2.000 47 8
2012 16.919 1.230 50 396 1.118 29 5
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
123
Os fenómenos de não declaração de trabalhadores, nomeadamente à Administração do Trabalho, à
Administração Fiscal e à Segurança Social, continuam a ter uma dimensão considerável sendo
também significativo o recurso à celebração de contratos de prestação de serviços que podem
dissimular uma verdadeira relação de trabalho, com as suas características próprias de
subordinação jurídica, técnica e económica.
A ação inspetiva realizada neste campo foi ainda exercida, por forma acessória, em visitas
inspetivas cujo objeto inicial não tinha por fim aquelas matérias, encontrando-se refletida no
quadro 78. A esta atividade inspetiva de regularização correspondeu a uma moldura sancionatória
mínima de € 9.504.078. Os dados respeitantes ao ano de 2012 relativos a apuramentos referem-se
maioritariamente a trabalho não declarado. Foi, assim, apurado um montante global de
€4.563.890,46 a favor da Segurança Social.
Foram, também, apurados € 21.992.411,97 respeitantes a prestações retributivas devidas a 13.349
trabalhadores, conforme dados constantes dos quadros 27, 32, 33 e 34.
Quadro 78 - Ação inspectiva no domínio do trabalho não declarado,
dissimulado e formas contratuais - 2012
Intervenção
Inspetiva Visitas Informações Advertências Infrações
Moldura
Sancionatória
Mínima (€)
Trabalho total/
parcialmente não
declarado
13.515 10.333 1.499 4.953 6.682.651
Dissimulação de
Contrato de
trabalho
505 373 64 219 408.962
Contratação a
Termo 2.644 1.873 445 1.211 1.996.940
Trabalho
Temporário 333 221 20 57 132.913
Outras formas
contratuais28 365 289 74 134 282.612
28 Inclui teletrabalho, comissão de serviço, cedência ocasional, agências privadas de colocação, etc.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
124
No âmbito do exercício da atividade inspetiva em situações de trabalho não declarado à
Administração do Trabalho e à Segurança Social (trabalho parcialmente não declarado,
subdeclaração de remunerações e dissimulação do contrato de trabalho) foi desenvolvida a
verificação cumulativa da transferência da responsabilidade civil por acidentes de trabalho e
vigilância da saúde.
Foram considerados todos os setores de atividade, com prioridade para a construção civil, hotelaria
e restauração, comércio, call centers e setor agrário.
Foram realizadas 17.362 visitas inspetivas direcionadas aos fenómenos de trabalho não declarado,
dissimulado e formas contratuais.
Em resultado da atividade inspetiva desenvolvida, foram formalizados 6.574 procedimentos
coercivos, a que correspondeu a moldura sancionatória mínima de €9.504.078. Foram levantadas,
pelos(as) inspetores(as) do trabalho, 2.102 advertências.
Trabalho total ou parcialmente não declarado
Foram realizadas 13.515 visitas inspetivas direcionadas aos fenómenos de trabalho total ou
parcialmente não declarado, com averiguação de 1.118 situações jurídicas (539 homens e 579
mulheres), e foram formalizados 4.953 procedimentos coercivos, a que correspondeu a moldura
sancionatória mínima de €6.682.651. Foram levantadas, pelos(as) inspetores(as) do trabalho,
1.499 advertências.
Dissimulação de contrato de trabalho
Em sede de dissimulação de contrato de trabalho, através de figuras como a falsa prestação de
serviços, os falsos estágios remunerados ou outros tipos contratuais, foram realizadas 505 visitas
inspetivas, com averiguação de 396 situações jurídicas (212 homens e 184 mulheres), tendo sido
formalizados 219 procedimentos coercivos, a que correspondeu a moldura sancionatória mínima de
€408.962. Foram ainda levantadas 64 advertências pelos(as) inspetores(as) do trabalho.
Utilização irregular de contratos de trabalho a termo
A ação centrada na utilização irregular de contratos de trabalho a termo foi desenvolvida por
exercício da ação inspetiva em matéria de fundamento e duração dos contratos de trabalho a
termo, sucessão de trabalhadores a termo no mesmo posto de trabalho, preferência na admissão
dos trabalhadores contratados a termo, informação da admissão e cessação de contratos de
trabalho a termo às entidades competentes e igualdade de tratamento dos trabalhadores
contratados a termo. Cumulativamente, a ação reportou-se à vigilância da saúde e à transferência
da responsabilidade civil por acidentes de trabalho.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
125
Foram realizadas 2.644 visitas inspetivas no âmbito da utilização irregular de contratos a termo.
Na sequência da atividade inspetiva desenvolvida, os serviços da ACT formalizaram 1.211
procedimentos coercivos, a que correspondeu a moldura sancionatória mínima de € 1.996.940.
Os(as) inspetores(as) do trabalho levantaram, neste âmbito, 445 advertências.
Trabalho temporário
Em matéria de trabalho temporário o exercício da ação inspetiva incidiu sobre o fundamento,
duração e sucessão dos contratos de trabalho temporário, em correlação com os contratos de
utilização de trabalho temporário, condições de trabalho dos trabalhadores temporários,
nomeadamente, por referência ao estatuto dos trabalhadores da empresa utilizadora.
Foram realizadas 333 visitas, das quais resultou a formalização de 57 procedimentos coercivos, a
que correspondeu a moldura sancionatória mínima de € 132.913. Foram levantadas, pelos(as)
inspetores(as) do trabalho, 20 advertências.
Outras formas contratuais
Neste âmbito foram realizadas 365 visitas inspetivas. Em resultado da atividade inspetiva
desenvolvida, foram formalizados 134 procedimentos coercivos, a que correspondeu a moldura
sancionatória mínima de € 282.612. Foram levantadas, pelos(as) inspetores(as) do trabalho, 74
advertências.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
126
3.3. Destacamento de trabalhadores no âmbito de uma
Prestação de Serviços
3.3.1. Área de intervenção da ACT
A globalização, a livre circulação no território da União Europeia e o contexto económico atual
tornou frequente o destacamento de trabalhadores(as) de Portugal para outros países da União e
destes para Portugal, bem como para países terceiros. Tais situações, não raras vezes, podem
aparecer associadas a fenómenos de exploração da mão-de-obra a que é preciso dar resposta.
A intervenção em matéria de destacamento de trabalhadores(as) teve por conteúdos a
averiguação, informação e exercício da ação inspetiva. Ao abrigo da Diretiva 96/71/CE, são
verificadas as condições de trabalho de trabalhadores(as) destacados no âmbito de uma prestação
de serviços de um estado-membro da União Europeia para território português e condições de
trabalho de trabalhadores(as) destacados do território nacional para prestar atividade noutro
estado-membro da UE.
A ação inspetiva em matéria de destacamento de trabalhadores consta dos quadros infra.
Quadro 79 - Ação inspectiva no domínio do destacamento de trabalhadores - 2012
Intervenção Inspetiva Visitas Advertências Informações Infrações
Destacamento em território português 13 0 10 1
Destacamento para outro estado 148 5 137 49
Total 161 5 147 50
Em matéria de destacamento de trabalhadores(as) para outro estado o empregador deve
comunicar à ACT com cinco dias de antecedência a identidade dos (as) trabalhadores(as) a
destacar para o estrangeiro, bem como o utilizador, o local de trabalho, o início e termo previsíveis
da deslocação. No ano de 2012 foram efetuadas 4.167 comunicações de destacamento para outro
estado.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
127
Quadro 80 - Comunicações de destacamento de trabalhadores para outro estado por
região – 2012
Destacamento de trabalhadores no âmbito de prestação de serviços
Número de
comunicações à ACT %
Região Norte 2.588 62,1
Região Centro 201 4,8
Região de Lisboa e Vale do Tejo
1.243 29,8
Região do Alentejo 37 0,9
Região do Algarve 98 2,4
TOTAL 4.167 100
Quadro 81 - Comunicações de destacamento de trabalhadores por atividade - 2012
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
N.º
comunicações à
ACT
%
A – Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 0 0,0
B – Indústrias extrativas 1 0,0
C – Indústrias transformadoras 608 14,6
D – Eletricidade, Gás, vapor, água quente e fria e ar frio
E – Captação, tratamento e distribuição de água;
saneamento, gestão de resíduos e despoluição
8 0,2
F – Construção 2.263 54,3
G – Comércio por grosso e a retalho; reparação de
veículos automóveis e motociclos 33 0,8
H – Transportes e armazenagem 40 1,0
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
128
O artigo 4.º da Diretiva 96/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao destacamento
de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços fixa obrigações claras em matéria da
cooperação entre as autoridades nacionais, cabendo aos estados-membros criar as condições
necessárias para essa cooperação. Para concretização destes objetivos, os estados-membros do
Espaço Económico Europeu (EEE) designaram os serviços de ligação e as autoridades responsáveis
pelo acompanhamento dos termos e condições de trabalho estabelecidos no artigo 4.º da Diretiva.
A nível nacional compete à ACT desenvolver as diligências necessárias à cooperação com os
serviços de ligação dos restantes estados-membros. Para a troca de informação entre os serviços
de ligação, foram consensualizados formulários multilingue (em formato papel). Com o objetivo de
facilitar e tornar mais rápida a colaboração entre estados-membros a Comissão Europeia
desenvolveu o Sistema de Informação do Mercado Interno (IMI). O sistema IMI é uma
ferramenta eletrónica acessível através da Internet, que foi concebida para assistir as entidades
Atividades Económicas
(CAE – Rev. 3)
N.º
comunicações à
ACT
%
I – Alojamento, restauração e similares 5 0,1
J – Atividades de informação e comunicação 1 0,0
K – Atividades Financeiras e de seguros 3 0,1
L – Atividades imobiliárias
M – Atividades de consultoria, científicas, técnicas e
similares
N – Atividades administrativas e dos serviços de apoio
1.181 28,3
O – Administração Pública e defesa e Segurança Social
obrigatória 3 0,1
P – Educação
Q – Atividades de saúde humana e apoio social 2 0,0
R – Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e
recreativas 0 0,0
S – Outras atividades de serviço 16 0,4
T – Atividades das famílias empregadoras de pessoal
doméstico e atividades de produção das famílias para
uso próprio
0 0,0
U – Atividades dos organismos internacionais e outras
instituições extraterritoriais 0 0,0
CAE Ignorada 3 0,1
TOTAL 4.167 100
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
129
competentes do Espaço Económico Europeu que têm de proceder à troca de informações com as
entidades homólogas de outros estados-membros. A troca de informação com as entidades de
outros estados-membros através do Sistema IMI, no âmbito da Diretiva destacamento de
trabalhadores iniciou-se em maio de 2011.
Quadro 82 - Pedidos recebidos pela ACT via Sistema IMI por país
Anos França Bélgica Noruega Espanha Áustria Itália Países
Baixos Total
2011 6 5 1 1 0 0 0 13
2012 33 26 0 0 3 3 1 66
Durante o ano de 2012 foi dada resposta a 69 pedidos de informação de serviços de ligação de
outros estados-membros da União Europeia. Dessas 69 respostas (6 referentes a pedidos de 2011),
66 foram remetidas através da plataforma eletrónica IMI.
Quadro 83 - Pedidos recebidos via Sistema IMI por região
Quadro 84 - Pedidos recebidos via Sistema IMI por Atividade Económica
Região 2011 2012
Região Norte 9 36
Região Centro 1 7
Região de Lisboa e Vale do Tejo 3 18
Região do Alentejo 0 1
Região do Algarve 0 4
TOTAL 13 66
(CAE – Rev. 3) 2011 2012
A – Agricultura, produção animal,
caça, floresta e pesca 0 1
B – Indústrias extrativas 0 0
C – Indústrias transformadoras 1 6
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
130
(CAE – Rev. 3) 2011 2012
D – Eletricidade, Gás, vapor, água
quente e fria e ar frio E – Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição
0 0
F – Construção 9 43
G – Comércio por grosso e a
retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos
0 1
H – Transportes e armazenagem 2 4
I – Alojamento, restauração e similares
0 0
J – Atividades de informação e comunicação
0 0
K – Atividades Financeiras e de seguros
0 0
L – Atividades imobiliárias M – Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares N – Atividades administrativas e dos
serviços de apoio
1 8
O – Administração Pública e defesa e
Segurança Social obrigatória 0 0
P – Educação
Q – Atividades de saúde humana e apoio social
0 0
R – Atividades artísticas, de
espetáculos, desportivas e recreativas
0 1
S – Outras atividades de serviço 0 0
T – Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio
0 0
U – Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
0 0
CAE Ignorada 0 2
TOTAL 13 66
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
131
3.3.2. Área de intervenção da Segurança Social nos Estados
da União Europeia e da Suíça
Em regra, os(as) trabalhadores(as) e as empresas de que dependem estão sujeitos à legislação de
segurança social do País onde é exercida a atividade. Podem, contudo existir, exceções,
nomeadamente, as situações de exercício de atividade profissional com carácter temporário de
trabalhadores(as) em país estrangeiro.
O(A) trabalhador(a) continua sujeito à legislação do país onde é exercida a atividade, desde que:
A duração previsível desse trabalho não exceda 24 meses
Não seja enviado em substituição de outra pessoa destacada
Imediatamente antes do início do destacamento já esteja sujeito à legislação do estado-
membro onde o empregador está estabelecido.
São condições essenciais para a continuação da vinculação à legislação do estado-membro de
onde o(a) trabalhador(a) é destacado(a), que o empregador que destaca execute geralmente
atividades substanciais que não sejam atividades de mera gestão interna no território desse
estado-membro e que o(a) trabalhador(a) destacado(a) continue sujeito à autoridade e direção
do referido empregador.
Constitui dever do empregador requerer, antecipadamente, à instituição de segurança social
competente, a emissão do certificado comprovativo de que o(a) trabalhador(a) continuará sujeito
à legislação portuguesa de segurança social (Documento portátil A1) durante o período de
destacamento noutro estado-membro.
Quadro 85 - Número de formulários A1/E101 emitidos em 2012 por centro distrital do
ISS, IP
Centro Distrital Número de Documentos
A1/ formulários E101
emitidos Aveiro 3.490
Beja 366
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
132
Centro Distrital Número de Documentos
A1/ formulários E101
emitidos Braga 9.610
Bragança 21
Castelo Branco 489
Coimbra 1.412
Évora 141
Faro 786
Guarda 12
Leiria 1.142
Lisboa 22.942
Portalegre 7
Porto 21.361
Santarém 2.422
Setúbal 10.143
Viana do Castelo 2.056
Vila Real 223
Viseu 2.699
Total nacional 79.322
Fonte: Instituto da Segurança Social, IP
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
133
Quadro 86 - Documentos Portáteis A1/Formulários E101 (emitidos desde 01.03.2012)
Pais de Acolhimento Total
África do Sul 2
Alemanha 4.246
Andorra 9
Angola 48
Arábia Saudita 19
Argentina 6
Austrália 48
Áustria 1.044
Bélgica 7.424
Brasil 384
Bulgária 52
Cabo Verde 39
Canadá 27
Chade 2
Chile 25
China 2
Chipre 1
Dinamarca 71
Dubai 2
Emirados Árabes 1
Escócia 1
Eslovénia 29
Espanha 11.376
Estónia 3
EUA 60
Finlândia 76
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
134
Pais de Acolhimento Total
França 23.967
Gibraltar 13
Grécia 1
Holanda 4.652
Hungria 7
Inglaterra 26
Iraque 3
Irlanda 88
Islândia 19
Itália 602
Letónia 2
Lituânia 8
Luxemburgo 409
Marrocos 55
Moçambique 67
Moldova 22
Noruega 187
Omã 1
Polónia 196
Reino Unido 515
República Checa 46
República da Moldova 4
República Eslovaca 2
Roménia 98
Rússia 1
Senegal 3
Suécia 145
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
135
Fonte: Instituto da Segurança Social, IP
Pais de Acolhimento Total
Suíça 277
Turquia 14
Ucrânia 3
Vários Países 9
Venezuela 176
TOTAL 56.615
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
136
3.4. Ação inspetiva no domínio dos grupos vulneráveis
Um mercado de trabalho inclusivo, a abordagem da igualdade de género como uma questão de
cidadania, a conciliação da vida familiar, pessoal e profissional, o respeito pelas diferenças e a
universalidade das garantias associadas ao contrato de trabalho, assim como a proteção de grupos
vulneráveis de trabalhadores (como os menores, sobretudo na utilização do seu trabalho em
espetáculos, publicidade e atividades afins) justificaram a realização de ações inspetivas pelos
serviços da ACT.
Da consulta efetuada ao Sistema de Informação Nacional de Atividade Inspetiva (SINAI), concluiu-
se que na abordagem levada a cabo pelos inspetores do trabalho no ano de 2012, e, nas matérias
de discriminação, foram referenciadas a nível nacional 843 vezes (quanto a discriminação no acesso
ao emprego e no trabalho, incluindo em função da nacionalidade, do género, da forma de
contratação e da raça) nas visitas inspetivas realizadas a 29.910 entidades, correspondendo a
37.398 locais de trabalho e a 499.200 trabalhadores (285.510 homens e 213.690 mulheres).
Quadro 87 – Ação inspetiva no domínio dos grupos vulneráveis de trabalhadores
Intervenção
Inspetiva Visitas
Infor.
Not.
Tomada
Medidas
Advert. Infrações
Moldura
Sancionatória Mínima (€)
Igualdade e não
discriminação no
trabalho e no
emprego
935 785 300 221 277 404.224
Em função do género 149 129 20 23 36 39.048
Em função da
nacionalidade 183 161 68 13 85 121.626
Em função da raça 22 21 9 0 9 9.792
Na contratação a
termo 58 47 35 17 15 34.543
Outras formas de
discriminação 523 427 168 168 132 199.215
Trabalhadores
imigrantes 1.087 833 420 87 586 827.109
Trabalhadores
menores 77 63 16 5 27 28.482
Outros grupos
vulneráveis de
trabalhadores
322 257 111 44 68 68.815
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
137
Foram realizadas 2.421 visitas, com o objetivo de desenvolver estratégias de prevenção e controlo
para promover políticas e práticas de igualdade e não discriminação no acesso ao emprego e nas
condições de trabalho.
Foram considerados todos os sectores de atividade económica, com especial incidência na
construção civil, hotelaria e restauração, área agrária, comércio, atividades de espetáculos e afins.
Em resultado da ação inspetiva, foram formalizados 958 procedimentos coercivos, a que
correspondeu a moldura sancionatória mínima de € 1.328.630; tendo sido, ainda, levantadas 357
advertências.
No âmbito da exploração e tráfico de seres humanos, para exploração laboral, foram elaboradas
pelos(as) inspetores(as) do trabalho 15 informações, sendo que as situações sinalizadas foram
reportadas às autoridades competentes.
Igualdade e não discriminação no trabalho e no emprego em função do género
O exercício da atividade de informação29 e controlo no âmbito da igualdade e não discriminação no
trabalho e no emprego em função do género teve por objetivos a proteção das garantias associadas
à maternidade e paternidade, a prevenção da discriminação no trabalho e emprego em função do
género e a garantia da igualdade de remuneração entre homens e mulheres para trabalho de
natureza, qualidade e quantidade igual.
No âmbito desta ação, foram realizadas 149 visitas dirigidas às matérias de igualdade e não
discriminação em função do género, em resultado das quais foram formalizados 36 procedimentos
coercivos, a que correspondeu a moldura sancionatória mínima de € 39.048 e levantadas 23
advertências.
Trabalhadores imigrantes
A ação de trabalhadores imigrantes foi realizada por exercício da atividade de informação e controlo
direcionada para assegurar a igualdade de tratamento no acesso ao emprego e nas condições de
trabalho dos trabalhadores imigrantes e prevenir a discriminação no trabalho e emprego em função
da nacionalidade.
Foram realizadas 1.087 visitas inspetivas em matéria de trabalhadores imigrantes. Em resultado da
atividade inspetiva pelos(as) inspetores(as) da ACT foram formalizados 586 procedimentos
coercivos, a que correspondeu a moldura sancionatória mínima de €827.109. Foram, ainda,
levantadas pelos inspetores(as) do trabalho, 87 advertências.
Trabalho de menores
A ação dirigida às condições de emprego e trabalho de menores consistiu no exercício da ação
inspetiva, em matéria de idade mínima de admissão e escolaridade dos(das) trabalhadores(as)
29 Vide www.cite.gov.pt no que toca à articulação institucional com a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
138
menores, condições de participação dos(das) trabalhadores(as) menores em espetáculos,
publicidade e atividades afins, cumprimento dos deveres de comunicação e autorização,
transferência da responsabilidade civil por acidentes de trabalho e vigilância da saúde.
Foram realizadas 77 visitas inspetivas direcionadas às condições de emprego e trabalho de
menores, tendo sido formalizados 27 procedimentos coercivos, a que correspondeu a moldura
sancionatória mínima de € 28.482.
No âmbito das metodologias utilizadas pela ACT, as situações de trabalho infantil foram
comunicadas a outras entidades envolvidas, por forma a desencadear mecanismos de
acompanhamento e apoio às famílias dessas crianças.
Outros grupos vulneráveis de trabalhadores
A ação inspetiva orientada para a prevenção da discriminação e condições de trabalho e emprego
de outros grupos vulneráveis de trabalhadores incidiu, preferencialmente, na proteção das
garantias associadas a estatutos de especial proteção de trabalhadores e na prevenção da
discriminação no trabalho e emprego em função de fatores de diferenciação com proteção legal.
Foram realizadas 322 visitas inspetivas em matéria de discriminação. Em resultado da atividade
inspetiva desenvolvida, no âmbito desta ação, os serviços da ACT formalizaram 68 procedimentos
coercivos, a que correspondeu a moldura sancionatória mínima de €68.815. Foram, ainda,
levantadas 44 advertências.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
139
3.5. Controlo das condições de trabalho e repouso em
transportes rodoviários
O exercício da atividade de controlo das condições de trabalho e repouso em transportes
rodoviários e restantes setores com utilização de transportes pesados de passageiros ou
mercadorias incidiu em matérias de duração dos períodos de condução e repouso na condução de
veículos pesados, registo dos tempos de condução e repouso em suporte documental adequado,
conservação dos registos nas empresas, informação e formação prestadas aos trabalhadores,
transferência da responsabilidade civil por acidentes de trabalho e vigilância da saúde.
Quadro 88 - Controlo das condições de trabalho e repouso em transportes rodoviários
Foram controlados 350.821 dias de condução, e realizadas 3.431 visitas inspetivas, no âmbito da
intervenção inspetiva de controlo das condições de trabalho e repouso em transportes rodoviários.
Em resultado da atividade inspetiva desenvolvida, os serviços da ACT elaboraram 8.734
informações técnicas, e formalizaram 421 procedimentos coercivos, cuja moldura sancionatória
mínima ascendeu ao valor de € 522.543. Os(as) Inspetores(as) do trabalho levantaram, ainda, 91
advertências, 1900 notificações para apresentação de documentos, 7 participações e 3
participações-crime, num total de 2.791 procedimentos inspetivos (coercivos e não coercivos).
Dias de
Condução
Controlados
N.º de
Visitas
Inform/
Relat
Notificações
T.Med Advertências Infrações
Moldura
sancionatória
mínima
350.821 3.431 8.734 369 91 421 522.543
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
140
3.6. Estruturas de representação coletiva de trabalhadores
A participação e o diálogo social afiguram-se como fatores fundamentais para a consensualização
de políticas e práticas de melhoria das condições de trabalho e do bem-estar nos locais de trabalho.
Os mecanismos de participação dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores em
diferentes fóruns de diálogo devem ser encarados de molde a constituírem um importante
instrumento na promoção do cumprimento das obrigações dos empregadores e dos trabalhadores,
no exercício efetivo do direito à informação, consulta e participação destes, bem como da
cooperação entre os sujeitos da relação laboral e respetivas estruturas representativas.
Se aos empregadores cabe desenvolver políticas e estratégias organizacionais que reconheçam as
condições de trabalho e a prevenção de riscos profissionais como um fator de sucesso e não como
um custo, aos trabalhadores e seus representantes cabe tomar parte nas medidas desenvolvidas
pelos empregadores como reais interessados.
A mera responsabilidade legal das empresas deve, por outro lado, ser elevada a um patamar de
maior exigência e de cumprimento voluntário, o da responsabilidade social.
Quadro 89 – Ação inspetiva em matéria de representação coletiva
No que
toca à promoção das condições favoráveis ao exercício da representação coletiva dos trabalhadores
e do diálogo social com assunção da responsabilidade social das organizações, foram realizadas 353
visitas inspetivas. Tendo sido formalizadas 9 advertências e 49 procedimentos coercivos, a que
correspondeu a moldura sancionatória mínima de € 191.466.
Neste âmbito, a atuação da ACT concretizou-se em 407 verificações discriminadas por matérias
conforme constante do quadro seguinte.
N.º de
Visitas
Inform/
Relat
Notificações
T. Medidas
Advertências Infrações
Moldura
sancionatória
mínima
353 280 27 9 49 191.466
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
141
Quadro 90 - Proteção dos direitos de representação coletiva
Matérias N.º de verificações
Meios e instalações adequadas 136
Greve 115
Discriminação de representantes sindicais 69
Crédito de horas 40
Plenários 26
Discriminação de representantes da comissão de trabalhadores 21
Total geral 407
Com efeito, o exercício da ação inspetiva no âmbito das condições de exercício da representação
coletiva incidiu em matérias de proteção dos direitos e garantias atribuídos aos representantes dos
trabalhadores no exercício das funções de representação e por causa desse exercício; condições de
exercício das funções de representação coletiva nas empresas; e prestação de informação e diálogo
entre as empresas e as estruturas representativas dos trabalhadores.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
142
3.7. Situações de crise empresarial
A ação centrada nas situações de crise empresarial30, a pedido ou por iniciativa, foi desenvolvida
com vista à averiguação da legalidade procedimental em situações de redução ou suspensão
temporária dos contratos de trabalho por facto respeitante ao empregador, encerramento e
diminuição temporária da atividade, de despedimento coletivo, extinção de postos de trabalho,
“salários em atraso” e insolvência. Da consulta efetuada ao Sistema de Informação Nacional de
Atividade Inspetiva (SINAI), e na parte referente a intervenções relacionadas com as 4.975
verificações listam-se no quadro seguinte as matérias específicas objeto de avaliação pela ACT.
Quadro 91 - Acompanhamento de situações de crise empresarial
Matérias N.º de verificações
Salários em atraso 2.059
Extinção de posto de trabalho 809
Pedido de declaração de retribuição em mora 579
Despedimento colectivo 385
Encerramento definitivo 335
Lay off 229
Fundo de Garantia Salarial 216
Insolvência 196
Pedido de modelo de FGS 123
Encerramento temporário 44
Total geral 4.975
30 A este propósito ver quadros 8 e 9 sobre Layoff e despedimento coletivo.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
143
Quadro 92 - Resposta a solicitações em situações de crise empresarial
N.º de
solicitações N.º de respostas
Capacidade de intervenção na proteção dos
direitos de trabalhadores
4.338 4.003 92,28%
Constata-se que na origem destas solicitações31 podem-se encontrar pedidos de associações
sindicais, de associações patronais, de sindicatos, de entidades empregadoras, de trabalhadores e
seus representantes, de tribunal, de deputados ou outra origem.
Quadro 93 - Situações de crise empresarial
Situações de
crise
empresarial
N.º
de
Empre-
sas
N.º de
Trabalha-
dores
Apuramentos de
créditos a
trabalhadores
Apuramentos de
créditos à
Segurança Social Nº de
Autos
Notícia Pagos
(€)
Em dívida
(€)
Pagos
(€)
Em
Dívida
(€)
Salários em
atraso
1.873 22.825 8.141.962 5.499.933 1.333.247 730.937 1.262
Extinção de
posto de
trabalho
1.050 5.369 581.657 160.270 28.753 18.567 309
Despedimento
coletivo 439 5.529 287.616 83.435 19.852 3.657 246
Encerramento
definitivo 371 1.937 56.115 51.159 11.115 9.392 146
Lay off 190 5.714 110.830 11.641 26.967 3.125 21
Insolvência 217 2.588 233.514 114.165 83.145 33.062 82
Encerramento
temporário 60 612 94.663 63.437 26.942 26.942 24
Total geral 4.200 44.574 9.506.356 5.984.041 1.530.020 825.684 2.090
31 P06 – Acompanhamento de situações de crise empresarial do Plano de Atividades da ACT de 2012, teve como indicador
definido foi o (n.º de respostas/n.º de pedidos de intervenção) x100, vide http://www.act.gov.pt/(pt-PT)/SobreACT/DocumentosOrientadores/PlanoActividades/Documents/Plano%20de%20Atividades%20ACT%202012.pdf.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
144
A ação inspetiva incidiu, ainda, na recolha de indícios para efeito de participação-crime em
situações de fraude à lei, em crimes de encerramento ilícito, na prática de atos proibidos em caso
de encerramento temporário ou de falta de pagamento pontual da retribuição e em outros crimes
no âmbito da Segurança Social.
Em resultado da atividade desenvolvida, os(as) inspetores(as) do trabalho efetuaram neste âmbito
41 participações-crime ao Ministério Público para procedimento criminal, principalmente, por
verificação de factos em matéria de encerramento ilícito (responsabilidade penal em caso de
encerramento por facto imputável ao empregador). Das 41 participações-crime, 31 deveram-se a
encerramento ilícito, 8 à falta de pagamento pontual da retribuição, 2 ao cometimento de atos
proibidos (arts. 313º e 315º do Código do Trabalho) e 1 a situação de “lock out”.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
145
4. Principal incidência de ação inspetiva no domínio da
prevenção dos riscos profissionais
4.1. Intervenção em setores de maior incidência de
sinistralidade
4.1.1. Construção e obras públicas
No início da década de 90, por força do aumento do número de obras públicas construídas, o setor
conheceu um desenvolvimento significativo, atraindo a si um conjunto considerável de mão-de-
obra, da qual se destaca a mão-de-obra imigrada, quer sobretudo dos países do Leste europeu,
quer ainda, de países de língua portuguesa. Na década seguinte esta realidade inverteu-se, tendo
vindo a registar-se uma redução da atividade neste setor.
A ação de verificação de condições de segurança e saúde em estaleiros da construção civil
desenvolveu-se mediante a realização de visitas inspetivas a estaleiros temporários ou móveis,
nomeadamente quanto a envio e afixação da comunicação prévia de abertura de estaleiro e
atualizações, nomeação de coordenador de segurança e comunicação, coordenação efetiva das
atividades desenvolvidas em fase de projeto e em fase de obra, registo das atividades de
coordenação, registo da cadeia de contratação, realização de plano de segurança e saúde adequado
ao estaleiro e devidamente atualizado ou, quando indevido, de fichas de procedimentos de
segurança, proteção contra os riscos em estaleiro (nomeadamente, queda em altura, soterramento,
riscos de circulação de veículos, riscos elétricos), segurança na utilização de equipamentos,
movimentação manual de cargas, sinalização de segurança, vigilância da saúde e transferência da
responsabilidade civil por acidentes de trabalho.
Quadro 94 – Ação Inspetiva na Construção Civil e Obras Públicas
N.º de
Esta-
leiros
N.º de
Visitas
N.º de
Empre-
sas
N.º de
traba-
lhadores
Infor-
mações
Noti-
ficações
Adver-
tências
Susp.
Trab.
Infra-
ções
Moldura
sancionató-
ria mínima
3.962 12.030 6.577 28.413 8.734 14.893 65 312 542 1.012.165
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
146
Foram realizadas 12.030 visitas dirigidas às condições de segurança e saúde no trabalho em 3.962
estaleiros da construção civil e obras públicas, tendo sido fiscalizadas 6.577 empresas.
Em resultado da atividade inspetiva desenvolvida, os serviços da ACT formalizaram 542
procedimentos coercivos, a que correspondeu a moldura sancionatória mínima de €1.012.165.
Foram objeto de suspensão imediata de trabalhos, em estaleiros da construção, 312 situações
causadoras de probabilidade séria de lesão da vida, integridade física ou saúde dos(as)
trabalhadores(as); foram formalizadas 10.497 notificações para tomada de medidas e 4.396
notificações para apresentação de documentos e foi levantada uma participação-crime.
As infrações referidas reportam-se a ilícitos previstos na legislação setorial da construção civil e em
outros diplomas de segurança e saúde no trabalho. Para infrações relativas a legislação da
segurança na construção, deve ser consultado o quadro 49.
O exercício da ação inspetiva neste âmbito incidiu, para além dos riscos de queda em altura, nos
riscos de queda de objetos por elevação, nos riscos provocados pela circulação de veículos e de
outras máquinas de estaleiro, nos riscos elétricos, nos riscos de soterramento, bem como nas
questões associadas à gestão e à coordenação de segurança nesses mesmos estaleiros.
De relevar, ainda, a dinamização do diálogo social setorial que envolve os atores determinantes no
setor da construção – donos de obra, projetistas, entidades executantes, empregadores,
trabalhadores e seus representantes, autoridades nacionais responsáveis pela aplicação da
legislação – que se empenharam numa interação de cooperação que se materializou em iniciativas
diversificadas.
4.1.2. Indústria extrativa
No ano de 2012, foram realizadas 276 visitas no sector da indústria extrativa, tendo sido
abrangidos 1.678 trabalhadores(as) e 155 empregadoras, num total de 182 estabelecimentos. Das
276 visitas efetuadas, 121 tiveram lugar na região centro, 68 na região Norte, 49 na região de
Lisboa e Vale do Tejo, 23 na região do Alentejo e 15 na região do Algarve. Em resultado da
intervenção realizada, foram formalizados 49 procedimentos coercivos, a que correspondeu a
moldura sancionatória mínima de € 68.274.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
147
Quadro 95 - Ação Inspetiva na Indústria Extrativa
4.1.3. Agricultura
O setor agrícola nacional é integrado por empresas familiares e pequenas e médias empresas
(PME’s) muito dispersas, com défices de organização e marcadas por uma forte sazonalidade.
Desenvolve-se também a agricultura intensiva em zonas geográficas mais aptas e as empresas que
operam neste segmento reúnem cada vez mais as características comuns às empresas da
generalidade dos setores de atividade, salvo no que respeita à sazonalidade que é aqui maior.
Em 2012, foram realizadas 932 visitas no setor agrícola, tendo sido abrangidos 3.949 trabalhadores
e 700 empregadoras, num total de 750 estabelecimentos. Em resultado da intervenção inspetiva
realizada, foram formalizados 200 procedimentos coercivos, a que correspondeu a moldura
sancionatória mínima de € 217.704.
Quadro 96 - Ação Inspetiva na Agricultura
N.º de
Esta-
leiros
N.º de
Visitas
N.º de
Empre-
sas
N.º de
traba-
lhadores
Infor-
mações
Noti-
ficações
Adver-
tências
Susp.
Trab.
Infra-
ções
Moldura
sancionató-
ria mínima
182 276 155 1.678 296 346 1 2 49 68.274
N.º de
Esta-
leiros
N.º de
Visitas
N.º de
Empre-
sas
N.º de
traba-
lhadores
Infor-
mações
Noti-
ficações
Adver-
tências
Susp.
Trab.
Infra-
ções
Moldura
sancionató-
ria mínima
750 932 700 3.949 890 1.340 29 0 200 217.704
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
148
4.1.4. Pescas
O setor das pescas constitui uma atividade económica em que as condições de segurança no
trabalho são particularmente potenciadoras da ocorrência de acidentes de trabalho.
Com efeito, trata-se de um dos setores de atividade que nos países comunitários apresentam uma
taxa de incidência de acidentes de trabalho superior à média dos restantes setores, resultantes da
especificidade dos riscos que lhe estão associados.
Quadro 97 - Ação Inspetiva no setor das Pescas
Em 2012, foram realizadas 75 visitas neste sector, tendo sido abrangidos 402 trabalhadores e 48
empregadoras, num total de 51 estabelecimentos/embarcações. No plano do controlo inspetivo, em
2012, foram formalizados 9 procedimentos coercivos, a que correspondeu uma moldura
sancionatória mínima de € 10.223.
4.1.5. Outros setores de atividades
A ação inspetiva da ACT nas atividades da indústria transformadora (a metalurgia, a indústria têxtil
e vestuário, o comércio/manutenção e reparação automóvel, a indústria de madeiras/cortiça e
indústria hoteleira), traduz-se, no ano de 2012, em alguns indicadores que constam do quadro
seguinte.
N.º de
Esta-
leiros
N.º de
Visitas
N.º de
Empre-
sas
N.º de
traba-
lhadores
Infor-
mações
Noti-
ficações
Adver-
tências
Susp.
Trab.
Infra-
ções
Moldura
sancionató-
ria mínima
51 75 48 402 64 77 0 0 9 10.223
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
149
Quadro 98 – Ação inspetiva em outros setores de atividade
Foram realizadas 9.113 visitas inspetivas da ação inspetiva nestes locais com risco elevado. Em
resultado da atividade inspetiva desenvolvida, foram formalizados 3.389 procedimentos coercivos,
a que correspondeu a moldura sancionatória mínima de € 4.452.677. Os(as) inspetores(as) do
trabalho levantaram 8.857 notificações.
Privilegiou-se, ainda, a prevenção e controlo do risco de exposição ao amianto em trabalhos de
remoção, demolição ou outros processos construtivos e em locais de trabalho e operações com
exposição prejudicial à saúde dos trabalhadores.
Intervenção
Inspetiva
N.º de
Estab.
N.º de
Visitas
N.º de
Trab. Inform. Notif. Advert.
Susp.
Trab. Infrações
Moldura
sancionatória
mínima
Indústria
metalurgia e
fabricação de
equipamento
de transporte
1.309 2.196 46.246 2.066 2.278 61 19 318 538.053
Ind. Têxtil e
Vestuário 726 1.244 21.268 1.290 1.064 72 3 545 845.933
Com. Rep.
Auto 581 935 4.847 961 1.011 83 1 270 418.243
Ind. Madeiras
e Cortiça 268 447 4.534 422 576 26 3 120 161.593
Ind. Hoteleira 2.720 4.291 13.013 4.341 3.928 413 6 2.136 2.488.855
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
150
5. Atividade no domínio da instrução de contraordenações
No ano de 2012 foi depositado um total de €11.475.622,59 apurados em resultado da tramitação
dos processos de contraordenação laboral e das coimas aplicadas nos diversos serviços
desconcentrados da ACT.
Os processos de contraordenação laboral são a sequência de procedimentos coercivos aplicados
pelos(as) inspetores(as) do trabalho ou, ainda, por outras entidades, designadamente da GNR ou
da PSP, relativamente à notícia de infrações que detetam no exercício das suas funções.
Quadro 99 – Processos COL iniciados em 2012
(a) N.º de processos autuados
(b) N.º de infrações autuadas
Quadro 100 – Processos COL concluídos em 2012
(Infrações e coimas)
Pagamento voluntário Pagamento
coercivo (c) Absolvição Admoestação Arquivados
Enviados a outras
entidades
Total de Processos Concluídos
N.º Coimas
(milhares de
euros)
N.º Coimas
(milhares de
euros)
19.995 11.495 91 164 1.837 39 5.338 7 27.307
(c) Valores pagos em sede judicial
Com vista à harmonização dos procedimentos contraordenacionais, foi concebida orientação de
harmonização, constituído por orientações técnicas de procedimentos. A sua concretização foi
precedida de reflexão sobre as dificuldades e constrangimentos entretanto identificados neste
domínio. Nessa sequência, procedeu-se à divulgação do referido manual, na intranet, através de
ofício-circular de 28/12/2012, considerando anotação da Lei n.º 107/2009, de 14 de setembro, que
aprova o regime processual aplicável às contraordenações laborais e da segurança social, e do
Código do Trabalho.
Foi concluída e disponibilizada na intranet uma base de dados contendo mais de 600 decisões
judiciais com o resultado da conclusão dos processos tramitados na ACT, a qual é atualizada nos
moldes contidos em ofício-circular de 6/11/2012.
Origem ACT Origem Outras Entidades Total
N.º de Proc. (a)
N.º de Infrações
(b)
Coimas Aplicadas (milhares de euros)
N.º de Proc. (a)
N.º de Infra-ções (b)
Coimas Aplicadas (milhares de euros)
N.º de Proc. (a)
N.º de Infrações
(b)
Coimas Aplicadas (milhares de euros)
13.191 18.248 28.851 15.111 17.557 24.932 28.302 35.805 53.784
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
151
6. Atividade técnica administrativa
6.1. Atividade geral
No ano de 2012 deram entrada e foram registados nos diversos serviços 299.622 documentos,
tendo sido expedidos 174.402. Verificou-se, ainda, a entrada de 11.122 isenções de horários de
trabalho, 82.760 mapas de horário de trabalho e 88.810 cadernetas de condutores.
Por seu turno, o Decreto-Lei n.º 92/2011, de 27-07, que institui o Sistema de Regulação do Acesso
a Profissões (SRAP), revogou os diplomas que condicionam o acesso às profissões através da
emissão de carteiras profissionais, com efeitos a 01/08/2011.
O referido diploma revogou, ainda, o Decreto-Lei n.º 358/84, de 13-11, alterado pela Lei n.º
118/99, de 11-08, que publicou o regime jurídico das carteiras profissionais e que consignava que a
Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) como entidade administrativa competente para a
sua emissão.
Sucede, porém, que o Decreto-Lei n.º 92/2011, de 27-07, previu um regime transitório, no seu
art.º 18.º, somente para as profissões cujo acesso estava condicionado à obtenção de um
certificado de aptidão profissional. Na falta de regime transitório, no que toca às carteiras
profissionais, só seriam emitidas aquelas cujos procedimentos estivessem pendentes, com data de
entrada e abertura do procedimento até 31/07/2011, nos termos e para os efeitos dos art.º 1.º, 2.º
e 53.º do Código de Procedimento Administrativo.
Quadro 101 – Atividade administrativa de 2009/2012
Atividade Administrativa 2009 2010 2011 2012
Correspondência Registada - Entrada
344.380 305.921 350.478 299.622
Correspondência Registada - Expedida 217.266 232.014 203.702 174.402
Horário de trabalho - Isenção 27.181 17.531 63.117 11.122
Horário de trabalho – Mapas 126.880 440.371 326.449 82.760
Livretes Individuais de Controlo 55.864 59.700 88.537 88.810
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
152
No ano de 2012, o setor da atividade administrativa, apresenta os seguintes indicadores mais
relevantes quanto a comunicações obrigatórias dirigidas à ACT.
Quadro 102 – Comunicações administrativas obrigatórias (significativas)
Comunicações N.º
Início de atividade e alterações 7.112
Dissolução de pessoa coletiva/encerramento de empresa/atividade 3.698
Mapa de horário de trabalho e alterações 82.760
Isenções de horários de trabalho - cargos de chefia 4.669
Isenções de horários de trabalho – viaturas 4.736
Isenções de horários de trabalho – trabalhadores por conta de outrem 1.717
Redução ou dispensa do intervalo de descanso 98
Admissão de menores e Projeto Transitar 14
Autorização da C. P. C. J. quanto à participação de menores em espetáculos 28
Abandono escolar 153
Celebração de contratos de trabalho com trabalhador estrangeiro 778
Cessação de contrato com trabalhador estrangeiro 710
Mudança de categoria profissional 56
Regulamentos internos 176
Celebração de contratos de trabalho a termo 758
Cessação de contratos a termo 1.153
Despedimento por extinção de posto de trabalho 3.461
Despedimento coletivo 19
Comunicação prévia de trabalho temporário no estrangeiro 679
Destacamento de trabalhadores 4.167
Eleição de representantes de trabalhadores para S.H.S.T. 4
Emissão de parecer em licenciamento industrial 47
Abertura estaleiro e suas alterações 11.502
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
153
Comunicações N.º
Plataformas suspensas em estaleiros de Construção Civil 4
Doenças profissionais 4
Notificação de Agentes Biológicos (DL n.º 85/95) 88
Notificação e atividades com exposição ao amianto 120
Riscos Profissionais (tipificação legal) 10
Utilização de substâncias perigosas 2
Acidentes de trabalho sujeitos a regulamentação especial 86
Acidentes de trabalho que evidenciem uma situação particularmente grave 67
Acidentes de trabalho mortais 28
Entrega Modelo 1360 S.H.S.T. e alterações 32.957
Total parcial 161.864
Outras comunicações 11.753
TOTAL 173.614
6.2. Trabalho de estrangeiros
No ano de 2012 verificou-se a comunicação de 24.843 contratos de trabalho relativos a
trabalhadores estrangeiros.
Quadro 103 – Distribuição geográfica de contratos
de trabalho de trabalhadores estrangeiros
Regiões 2012
Região Norte 1.820
Região Centro 2.336
Região de Lisboa e Vale do Tejo 14.708
Região do Alentejo 1.656
Região do Algarve 4.323
TOTAL 24.843
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
154
Quadro 104 – Contratos comunicados de trabalhadores estrangeiros por classe etária
Classe etária Nº de contratos %
15 a 24 2.831 11,40
25 a 34 8.535 34,36
35 a 54 12.394 49,89
55 a 64 1.044 4,20
Mais de 65 39 0,16
TOTAL 24.843 100
No ano de 2012 e da consulta efetuada ao Sistema de Informação Nacional de Atividade Inspetiva
(SINAI), concluiu-se que foram identificados nas intervenções inspetivas realizadas a nível nacional
3.678 trabalhadores(as) imigrantes (2.432 Homens; 1.246 Mulheres), dos quais 3.591 estavam em
situação regular no território nacional e 87 (52 Homens; 35 Mulheres) estavam em situação ilegal.
Da intervenção inspetiva da ACT foram já foram regularizados 47 e os outros 40 encontram-se em
processo de regularização.
O número de contratos de trabalho celebrados com estrangeiros e comunicados à ACT, entre 2011
e 2012 desceu 44,53 %, de 44.785 para 24.843. O contexto de forte diminuição da atividade
económica, de encerramento de empresas e de despedimentos em 2012, conduziu a que muitos
dos trabalhadores imigrantes tenham regressado aos seus países de origem ou tenham emigrado
para outros países.
6.3. Processos de alargamento do período de laboração e
de laboração contínua
Em 2012, foram concluídos 175 processos de alargamento do período de laboração e de laboração
contínua conforme quadro infra.
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
155
Quadro 105 – Processos de alargamento do período de laboração – 2009/2012
Período de Referência 2009 2010 2011 2012
Alargamento de laboração 95 111 164 141
Laboração contínua 16 11 35 34
Total 111 122 199 175
Atividade de Inspeção do Trabalho: Relatório 2012
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Resumo
O presente relatório procura retratar a atividade de promoção do cumprimento da legislação laboral
desenvolvida pelos serviços de inspeção do trabalho portugueses no ano de 2012, de acordo com
os requisitos previstos nas Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) n.º 81, de
1947, sobre a inspeção do trabalho na indústria e comércio e n.º 129, de 1969 sobre a inspeção do
trabalho na agricultura.
Résumé
Ce rapport cherche à saisir l'activité de promouvoir le respect du droit du travail par les services
d'inspection du travail portugais en 2012, selon les exigences des conventions de l'Organisation
internationale du Travail (OIT) n ° 81, 1947 sur l'inspection du travail dans l'industrie et du
commerce et n ° 129 de 1969 sur l'inspection du travail dans l'agriculture.
Abstract
This report seeks to capture the activity of promoting compliance with labor law developed by the
Portuguese labour inspection services in 2012, according to the requirements of the conventions of
the International Labour Organisation (ILO) n.º 81, 1947 on the labour inspection in industry and
n.º 129 of 1969 on the labour inspection in agriculture.