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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA - IESO CURSO GRADUAÇÃO EM BACHARELADO EM DIREITO CEZAR JORGE DE SOUZA CABRAL ATIVIDADE LEGISLATIVA E O DIREITO PENAL: UMA QUESTÃO CONSTITUCIONAL

Atividade Legislativa e o Direito Penal Do Equilibrio

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O pensamento crítico sobre a orgia legislativa brasileira

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INTRODUO

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA - IESO

CURSO GRADUAO EM BACHARELADO EM DIREITO

CEZAR JORGE DE SOUZA CABRAL

ATIVIDADE LEGISLATIVA E O DIREITO PENAL:

UMA QUESTO CONSTITUCIONAL

OLINDA

2013

CEZAR JORGE DE SOUZA CABRAL

ATIVIDADE LEGISLATIVA E O DIREITO PENAL:

UMA QUESTO CONSTITUCIONAL

Monografia apresentada ao Instituto de Ensino Superior de Olinda, como exigncia para obteno de ttulo de Bacharel em Direito, sob a orientao Renata Leiming

OLINDA

2013

CEZAR JORGE DE SOUZA CABRAL

ATIVIDADE LEGISLATIVA E O DIREITO PENAL:

UMA QUESTO CONSTITUCIONAL

Monografia apresentada ao Instituto Pernambucano de Ensino Superior, como exigncia para obteno de ttulo de Bacharel em Direito.

Aprovado em: 2013

BANCA EXAMINADORA

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Prof(a).

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Prof(a).

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Prof(a).

Revisado por: _________________________________

OLINDA

2013

Dedico este estudo monogrfico, aos que a todo instante da minha curta jornada de vida, me fizeram e fazem um homem melhor a cada dia, minha doce Me, meus Irmos, Esposa, Filhos, que sempre que me alegraram quando ,estive triste. E que me ofertaram um norte, como ser uma pessoa capaz de ajudar os meus irmos de alguma forma, vocs me mostraram a caridade, a benevolncia, o amor incondicional, e a vocs eu dedico no esta monografia, mas a minha vida. Sem vocs eu nada seria.

O meu obrigado por vocs existirem.

AGRADECIMENTOS

minha gratido aos professores e professoras, funcionrios da IESO, Lili e Valquiria do Ncleo de estgio, em muito particular, as Doutorandas Ana Paula Francisca da Silva e Liana Salges, coordenadoras do curso de Direito e da instituio, respectivamente mulheres dedicadas e possuidoras de desprendimento indistinto para com todos os alunos. Do meu do pasado, Junut Cornlio, meu primeiro professor de filosofa (UNICAP), que me fez pensar existencialmente. professora Edna, que nunca recebeu-me sem estampar um sorriso na face. Aos professores Adelgcio de Barros, Renata Maria, Roberto Freire e Marcio Marques, pela simplicidade, prazer e por tornar fcil, o aprendizado do Direito. Aos professores Andrezza Dantas e Carlos S pela indelvel paixo ao Direito. Aos inconfundveis sorrisos de Gertrudes Acioly e Maria Lcia que alegram-me a alma. Aos professores Serginho, Ricardo, Luciano, Leonor, Valdecy, Dayse, Raymundo, Pacifico indistintamente que sempre tiveram pacincia em me ouvir, que comigo debateram, divergiram e/ou convergiram sempre sobre as cincias jurdicas, sobre o direito e at sobre o nada. Vocs que me ensinaram, a ter prazer pelas normas e ao Direito per si, sem perder a humanidade. Aos meu caros colegas de sala de aula, que junto comigo, trilharam este longo caminho sobre o conhecer jurdico. Nestes novos passos apreendi aqui muito mais do que cdigos, normas, jurisprudncias e regulamentos, aprendi que, de agora em diante, irei levar todos comigo para sempre. E direi tambm, na mesma intensidade, afirmando sem medo de errar, a culpa de vocs, pois hoje sou melhor do que fui ontem. A mquina legislativa j deu o que tinha que dar. Tem leis demais; leis para impressionar o pblico e leis para ingls ver; leis simblicas e leis tampa-buracos (da poltica social). Junto com as leis penais, est aumentando o nmero das prises e da populao penitenciria. E este sistema penal s enche; enche as prises de negros e de pobres, de negros quase-pobres, de brancos quase-negros, de pobres quase-brancos-quase-negros.

Sebastian Scheerer

RESUMO

Em nossa Constituio encontramos expressamente a competncia legislativa sobre a matria penal, essa competncia do Congresso Nacional, esse mesmo Congresso que promete defender os princpios constitucionais existentes na nossa Carta Poltica, comete despautrios com a legislao penal, com o af de aplacar a mdia e em fornecer respostas rpidas e eleitoreiras. A capacidade do constituinte derivado, em querer responder de forma rpida ao clamor social, faz o uso da postulao de inovaes penais, ampliando ou criando tipos penais ou alterando as penas culminadas para maior, estes produzem as inovaes sem o devido controle preventivo da Constitucionalidade da norma. Com a liberdade de expresso e de divulgao de audincias e julgamentos ao vivo, fazem com que a populao passe a ter a sede de justia entre os dentes.

O reflexo dessa sede de justia, o surgimento de paladinos da justia devidamente referendados pelas urnas, passando este a edio de normas mgicas, sem critrio visando apenas a garantia do prximo pleito eleitoral, como exemplo dessa inflao penal, temos a Lei de Crimes Hediondos n 8.072/90, que exacerbou tipos penais e seus respectivos cumprimentos de penas, e trazendo para si, outras legislaes penais extravagantes assemelhando-as aos crimes hediondos, onde passamos a ter dois tipos distintos de homicdio, o homicdio considerado hediondo por qualquer qualificadora e o homicdio simples.

O direito penal do equilbrio dentro dos ditames constitucionais vai refrear o poder punitivo do Estado-juiz. Para tal necessrio a definio de que e quais bens jurdicos vo ser tutelados pelo direito penal, e uma vez definido esse bem, definir a como essa norma penal vai agir na proteo desse bem, ajustada com os princpios da legalidade, lesividade e da interveno mnima.

PALAVRAS-CHAVE: Atividade legislativa; Princpios constitucionais; Lesividade; Legalidade; Interveno mnima.

ABSTRACT

Found in our Constitution expressly legislative jurisdiction over criminal matters, its jurisdiction of Congress, the same Congress that promises to uphold constitutional principles existing in our Charter Policy commits increase with criminal law, with the desire to placate the media and to provide rapid and electioneering. The ability of the derived constituent, in wanting to respond quickly to the social outcry, the use of criminal postulation of innovations, expanding or creating criminal offenses or penalties culminated changing to larger, they produce innovations without proper preventive control of the Constitutionality of norm. With the freedom of expression and dissemination of hearings and trials live, make the people go to have a thirst for justice between the teeth.

The reflection of this thirst for righteousness, is the emergence of "champions of justice" duly countersigned by the polls, passing this magical editing rules without criteria targeting only the guarantee of the next elections, as an example of this inflation criminal, we have the Law heinous Crime n. 8.072/90, which exacerbated criminal types and their greetings sentences, and bringing to you, other criminal laws resembling fancy them to heinous crimes, where we now have two distinct types of murder, manslaughter considered heinous by any qualifying and manslaughter.

The criminal law of balance within the constitutional principles will curb the punitive power of the State court. This requires the definition of who and what legal rights will be protected by criminal law, and once defined this as well, set the standard as this criminal will act to protect this right, adjusted with the principles of legality, harmfulness and intervention minimal.

KEYWORDS: Legislative activity; Constitutional principles; Harmful; Legality; Minimum intervention.SUMRIO

1. CONSIDERAES INICIAIS 10

2. OS FUNDAMENTOS FILOSOFICOS E PRINCIPIOLOGICOS12

2.1. A Fenomenologia12

2.2. Conceituao de Principio13

2.3. Principio da Proporcionalidade14

2.4. Diretivas Principiologicas Justificadoras e

Norteadoras a Relativizao17

3. DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIO BRASILEIRA:

LIBERDADES PBLICAS20

4. A FILOSOFIA JURIDICA

4.1. Imperativo Categrico de Kant21

4.2. Bobbio Imperativos Afirmativos e Negativos 23

4.3. Xavier Zubiri - O Pensamento Fenomenolgico24

5. A CRISE NO SISTEMA CARCERRIO27

6. DAS INTERCEPTAES TELEFNICAS33

7. CONSIDERAES ACERCA DA LEI N 9.296/9635

8. DA REALIDADE NAS PENITENCIARIAS E PRESDIOS36

9. CONSIDERAES FINAIS38

10. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS41

1. CONSIDERAES INICIAISEste trabalho monogrfico ir versar sobre a atividade legislativa, no que tange a produo de legislao penal e tentar relacionar essa produo legislativa com os princpios constitucionais e do direito penal e, pretende analisar a relao entre o aumento da violncia, o clamor social e a atividade legislativa com a subordinao dos preceitos constitucionais frente ao imediatismo requerido pela sociedade na soluo dos problemas advindos da violncia desenfreada. Alm de buscar orientaes plausveis e equilibradas para tentativa de resoluo do impasse atual existente entre a necessidade de punir e o dever de respeitar aos ditames legais.

Em minha prtica forense percebo que, existe uma grande quantidade de processos penais, instaurados no TJPE, onde o Estado vai processar a pessoa, que se encontrava em primeiro lugar na situao de risco, por ser adicto a droga, e que para sustentar o mesmo vcio, passa a servir de avio para o traficante, mas que continua com a finalidade original, manter o vcio. E quando esses adictos so presos em flagrante, mesmo sem a caracterizao do trfico, so trancafiados por meses a fio, sem direito a liberdade provisria, recolhidos nos centros de deteno, que so na realidade verdadeiros depsitos de pessoas de segunda classe, da mesma maneira que existem outros tantos processos contra homens acusados de violncia domstica, trancafiados nas mesmas condies e celas dos ditos traficantes, ou mesmo outros tantos que por desventura da prpria vida, cometeu um homicdio e v-se sendo processado pela hediondez, no do delito em si ou de sua repercusso na sociedade no que tange a reprovabilidade do ato, mas a hediondez determinada pela legislao vigente . Esses princpios constitucionais, lesividade, legalidade e interveno mnima formam a trama das garantias do cidado, que tem o seu bem maior a liberdade. Liberdade de ir e vir, de pensar e agir, de saber que o Estado-juiz no ir persegui-lo caso no exista um real motivo, ter a certeza de que o prprio Estado-juiz vai limitar o seu poder de punir e proteg-lo acima de qualquer coisa. A prevalncia da interveno mnima, da legalidade e da lesividade penal, trazem consigo o necessrio equilbrio direito penal, que deve existir entre a norma e a sua aplicao no mundo real, esse modelo penal-constitucional deve ser de forma efetivo e coerente com o desejo do Constituinte originrio.

2. OS FUNDAMENTOS FILOSOFICOS E PRINCIPIOLOGICOS2.1. A FenomenologiaFenomenologia a definio da palavra fenmeno. Do grego phainomenon particpio presente de phainesthai parecer. Fenomenologia , de fato, uma investigao que busca a essncia inerente da aparncia. Vale ressaltar que o termo aparncia assume duas concepes simetricamente opostas. Primeiro ato de ocultar a realidade segundo manifestao ou revelao da mesma realidade. Pelo segundo significado, a aparncia o que manifesta ou revela a prpria realidade, de modo que esta encontra na realidade a sua verdade, a sua revelao. Aparncia qualquer coisa de que se tem conscincia. Qualquer coisa que aparea conscincia uma rea legtima da investigao filosfica. Alm do mais, aparncia uma manifestao da essncia daquilo de que a aparncia.O criador do mtodo fenomenolgico foi Husserl que insurge-se contra o positivismo existente poca e passa a rever as verdades cientificas tidas como verdades inabalveis, trazendo para as cincias uma perspectiva mais humanizada, dando-lhes um sentido e significado em torno do homem que a experincia.Husserl insurge-se contra o pensamento cartesiano, pois a conscincia era considerada como algo passivo, sem nenhuma ou pouca interao inteligvel do homem, passividade diante do mundo objetal. E assim ele teorizou que a conscincia nada mais que a conscincia de alguma coisa, ou seja, tudo que se passa em nossa mente esta direcionada a um objeto, e como nos relacionamos com este objeto, no podendo esta ocorrncia acontecer no vazio. Ele tambm teorizou acerca de um terceiro caminho, entendendo que as idias s existem porque so idias sobre as coisas que nos circundam, coisas essas que so apenas a nossa realidade. 2.2. Conceituao de PrincipioEtimologicamente, o verbete princpio originria do latin, principium, composto pela juno de duas idias, primus significando primeiro e cipium derivao de capio, que significa, considerar, proposio diretora de uma cincia, qual todo desenvolvimento posterior dessa cincia deve ser estudado.

Cunha Junior., ressalta a importncia dos princpios em relao estruturao da sociedade, dando-lhe a importncia de pedra angular, e assim afirma:

O principio o veiculo dos valores mais fundamentais de uma sociedade. o ponto de partida, o comeo, a origem mesma desse sociedade. Numa perspectiva jurdica, principio o mandamento nuclear de um sistema jurdico, a pedra angular, a norma normarum, o alicerce e fundamento mesmo deste sistema, que lhe imprime lgica, coerncia e racionalidade. a viga-mestra que suporta e ampara o sistema jurdico ou cada um dos subsistemas existentes. Ele exerce uma funo ordenadora desse sistema, influenciando toda sua compreenso e inteligncia, desempenhando, uma fora centrpeta, uma vez que atrai em torno de si todas as regras jurdicas que caem sob seu raio de influnciaObservando-se as definies transcritas, percebo a congruncia em mostrar que o(s) princpio(s) jurdico(s) so normas jurdicas positivadas ou no, que possuem a eficcia vinculante e integradora de todo ordenamento jurdico. Esse alicerce que vai condicionar a dose da interpretao e eficcia das regras jurdicas, e a funo dos princpios so: a) eficcia primordial e diretiva; b) orientar a exegese jurdica e ser. Que passo a explicar: a) Eficcia primordial trata de fundamentar todo o ordenamento jurdico que dela vai ser derivada, trazendo em si a principiologia dos valores constitucionais mais elevados observados pelos constituintes. b) Orientar a exegese traz ao interprete do direito, a noo orientadora das ideologias constitucionais, ampliando ou restringindo o alcance do que politicamente almejado pelo constituinte originrio. 2.3. Principio da ProporcionalidadeA teoria do Princpio da proporcionalidade ou da razoabilidade, tambm chamada de teoria do balanceamento da preponderncia dos interesses, surgiu na Alemanha, no perodo ps-guerra (II Guerra Mundial). o chamado Verhaltnismassigkeit, ou seja, o princpio da proporcionalidade entre o meio empregado e a finalidade pretendida. Em casos extremos, a prova ilcita admitida quando, no caso concreto, fosse a nico meio de prova disponvel. Assim, o sistema faz atuar um mecanismo de harmonizao das garantias constitucionais, aparentemente contrastantes, na qual prevalecer o interesse social.

A jurisprudncia do STF consolidada no sentido de que, as provas ilcitas podem ser aceitas pro reo, baseando-se na hipossuficincia e limitaes experienciadas pelo ru. Todavia, o STJ possui um precedente diante a aceitao da prova ilcita tambm pro societate:

Constitucional e processo penal. Habeas Corpus. Escuta telefnica com ordem judicial. Ru condenado por formao de quadrilha armada que se acha cumprindo pena em penitenciria, no tem como invocar direitos fundamentais prprios do homem livre para trancar a ao penal (corrupo ativa) ou destruir gravao feita pela polcia. O inciso LVI do art. 5 da Constituio, que fala que 'so inadmissveis...as provas obtidas por meio ilcito' no tem conotao absoluta. H sempre um substrato tico a orientar o exegeta na busca de valores maiores na construo da sociedade. A prpria Constituio Federal Brasileira, que dirigente e programtica, oferece ao juiz, atravs da 'atualizao constitucional' (Verfassungsaktualisierung), base para o entendimento de que a clusula constitucional invocada relativa. A jurisprudncia norte-americana, mencionada em precedente do Supremo Tribunal Federal, no tranquila. Sempre invocvel o princpio da 'Razoabilidade' (Reasonableness). O princpio da excluso das provas ilicitamente obtidas (Exclusionary Rule) tambm l pede temperamentos. Ordem Denegada.

Este princpio j se encontra sopesado na Lei das execues penais, em seu art. 41, quando trata dos direitos do preso:

Constituem direitos do preso: [...]contato com o mundo exterior por meio de correspondncia escrita, da leitura e de outros meios de informao que no comprometam a moral e os bons costumes.

Pargrafo nico. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV podero ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.

Conclumos assim que existe a possibilidade de interceptao da correspondncia escrita destinada ao apenado, como diz a redao da referida lei, quando do ato motivado do diretor do estabelecimento. Este ato do diretor refere-se to somente a tentativa de impedimento da novas praticas delituosas por parte dos apenados que, neste sentido decidiu o STF em sede de Habeas Corpus:A administrao penitenciria, com fundamento em razes de segurana pblica, de disciplina prisional ou de preservao da ordem jurdica, pode, sempre excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41, pargrafo nico, da Lei n. 7.210/84, proceder interceptao da correspondncia remetida pelos sentenciados, eis que a clusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar no pode constituir instrumento de salvaguarda de prticas ilcitas. STF, HC 7814-5/SP, rel. Min. Celso de Mello.Seguindo a mesma lgica, confira a seguinte ementa do Tribunal Regional Federal da 4 Regio: No configura prova obtida por meio ilcito nem violao ao sigilo de correspondncia postal a abertura de encomenda cujo contedo seja de expedio, uso ou entrega proibidos, como no caso da metadienona, relacionada na Lista C5 da Resoluo n 228, da ANVISA, que est sujeita a receita de controle especial, ainda mais quando as encomendas podem ser abertas de ofcio pela fiscalizao aduaneira (art. 52, I, do Dec. 1.789/96) (grifo nosso)Neste caso podemos perceber que o STF utilizou o princpio da Proporcionalidade, adequando a necessidade do titular individualizado ao sigilo a correspondncia em face da pacificao social.Pode-se desta feita considerar tal aceite, como uma coliso de direitos e, neste sentido afirma J. J. Gomes Canotilho:

De um modo geral, considera-se inexistir uma coliso de direitos fundamentais quando o exerccio de um direito fundamental por parte do seu titular colide com o exerccio do direito fundamental de outro titular.

Neste sentido leciona Marmelstein:

Portanto, a melhor interpretao do artigo 5, inc. XII, da CF/88 parece ser esta: (a) regra geral: inviolabilidade das comunicaes; (b) exceo: em situaes especiais, justificadas pelo princpio da proporcionalidade, possvel a limitao da garantia, no que se refere s comunicaes escritas, inclusive para autorizar a quebra do sigilo por autoridades no-judicirias e para fins no-criminais, respeitando-se, vale enfatizar, o princpio da proporcionalidade. Temos em tela a hiptese de que a possibilidade real de interceptao em situaes excepcionalssimas, e esse o retrato fiel existente as relaes das populaes carcerrias brasileira, motivos justificadores a medida excepcional de tais interceptaes por societate.

2.4. Diretivas Principiolgicas Justificadoras e Norteadoras necessria a utilizao de diretivas Principiolgicas, para que a proporcionalidade venha a se enquadrar e tornar legtimas a interceptao telefnica nas unidades carcerrias, de forma que no venha a ferir a nossa Constituio. Podemos deste feita enumerar cinco diretivas que vo pautar, partindo das garantias constitucionais da inviolabilidade, so eles: o consentimento, a boa f, a sensibilidade, a transparncia e a segurana:O consentimento autorizatrio deve ser compulsrio dentro do crcere. Devendo existir uma gradao entre dados no pertinentes que no se prestam ao que preceitua a Constituio e os que se prestam a instruo criminal e investigativa. Este o consentimento compulsrio, e que deve existir em decorrncia do carter eminentemente pblico, em se tratando de dados sensveis para o desbaratamento das organizaes criminosas dentro das unidades carcerrias. fundamental a existncia por parte das autoridades a boa f. Todo o sistema de coleta, registro e processamento devem ser utilizados exclusivamente a evitar o desvirtuamento da finalidade precpua das interceptaes. Exige-se, por conseguinte, a adoo de critrios objetivos entre a proporcionalidade e a adequao entre os meios e fins, em todas as etapas do processo, desde a coleta. Os procedimentos devem restringir-se apenas ao mnimo necessrio a finalidade da operao.Os dados pessoais daqueles que se encontram nas unidades prisionais, devem, antes de tudo, poder definir o perfil de quem tais coletas sero objeto, existindo uma gradao acerca de quem vai poder analisar tais dados. Essa sensibilidade vai reforar a boa f e ao consentimento Estatal, descartando quaisquer dados que no venham a ser pertinentes, onde os abusos eventuais devem ser sanados judicialmente.No que tange a transparncia, significa dizer que, todo aquele que tiver a sua intimidade telefnica devassada poder no decorrer do processo, ter acesso a tais dados alm do direito de acesso aos dados brutos. E tais dados s podero tornar-se pblicos aps o transito em julgado, preservando, desta feita a integridade e dignidade do investigado e daqueles que eles esto ligados.Este axioma aplicvel a toda e qualquer captao telefnica, em qualquer esfera federal ou estadual. Sendo indiscutvel a fragilidade das comunicaes, faz-se necessrio desenvolver uma nova cultura institucional na utilizao das comunicaes na telefonia fixa ou mvel nas unidades carcerrias.Por possumos o entendimento de que nenhuma liberdade individual absoluta, partindo destes pontos acima suscitados, percebemos que ao estabelecer hipteses de quebra desta inviolabilidade nas comunicaes, tal fato visa to somente salvaguardar o interesse pblico.

Impedir que determinadas garantias individuais sirvam de escudo protetor e incentivo para determinadas prticas de ilcitos, que hoje possuem um requinte prprio e so orquestrados de dentro das instituies prisionais de todo o Brasil, exatamente daqueles que de hiptese nenhuma poderia ter acesso a tal meio de comunicao. 3. DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIO BRASILEIRA: LIBERDADES PBLICAS Todas as constituies brasileiras proclamaram direitos. A de 1988 apresenta algumas peculiaridades, contemplando os direitos e garantias fundamentais em ttulo prprio (ttulo II), que abrangem os direitos e deveres individuais e coletivos, com nfase aos direitos concernentes s garantias do individual em matria penal e processual penal, e os chamados direitos sociais, antes mesmo do ttulo concernente estrutura do Estado. Isto para ressaltar a importncia de tais direitos.

Vale salientar que os direitos elencados na nossa Carta Magna no so taxativos, mas apenas exemplificativos, basta verificar o que dispe o art. 5. 2:

Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte.(grifo nosso)Os direitos individuais so direitos do homem inserido na sociedade, isto posto, devem ser considerados em conjunto, contextualizado socialmente, e no de maneira isolado e exclusivo. Da que rege-se pela relativizao dos direitos e da principiologia fundamental, existente em nosso ordenamento jurdico ptrio, que possui a caracterstica que pendula entre preservar as garantias individuais e a instrumentalidade do processo e da defesa social.

As liberdades pblicas e o processo penal esto sujeitas aos preceitos constitucionais que impem limites atuao estatal e s atividades probatrias. Surge, portanto, o questionamento: possvel, a utilizao, no processo penal, de provas ilcitas, tendo em vista os direitos constitucionais da vida, da liberdade, da igualdade, da segurana e da propriedade? Respondo que sim, em casos excepcionalssimos tais provas so aceitas plenamente, noutras palavras, as liberdades pblicas esto em eterno conflito com a atividade persecutria do Estado em razo do processo.

Neste sentido, a nossa Corte Suprema, por meio do seu decano, Min. Celso de Melo, pronunciou-se da seguinte forma:

(...)no h sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de carter absoluto, mesmo porque razes de relevante interesse pblico ou exigncias derivadas do princpio de convivncia das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoo, por parte dos rgos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos na prpria Constituio.(grifo nosso)

Uma vez demonstrada relatividade dos valores e direitos no nosso ordenamento constitucional, podemos perceber que, as liberdades individuais orbitam entre a preservao da intimidade pessoal e a sua vigilncia a intimidade e segurana do terceiro, e quando o Estado percebe que existe uma flagrante violao da segurana da coletividade, as prerrogativas individuais podem ser mitigadas frente ao poder estatal.4. A FILOSFIA JURDICA 4.1. Imperativo Categrico de Kant O imperativo de Kant, afirma a existncia de um princpio regulador da razo. Razo esta vislumbrando a atuao positiva para a liberdade, pondo o Homem o fim em si mesmo, de tal forma fundando a liberdade entre o dever e o poder, possuindo intrinsecamente nele a validade universal entre todos afeitos quele sistema social. Imperativo categrico possui contedo finalstico em si mesmo. Kant assim afirma: O imperativo categrico, que como tal se limita a afirmar o que a obrigao, pode ser assim formulado: age com base em uma mximaque tambm possa ter validade como uma lei universal.A relao lgica do imperativo consiste no seguinte: Quem quer o fim, tem de querer o meio, este querer tornar-se indispensvel para a obteno do fim, e a imperatividade no se encontra no fim, este meio encontramos a relao do dever-ser, no existindo por meio acidental, mas por uma lgica formal. O fim s torna-se verdadeiro legtimo se os meios a que se destinam forem reconhecidos como adequados, pois uma vez no sendo adequado, o fim pode at ter o efeito legal, mas validamente imoral.Desta forma, o conceito de direito, a condio lgica indispensvel distino do justo do injusto, permitindo assim a distino entre eles e seus os limites, psicolgicos e externos da conduta em si e os contedos externos ficam ao cargo da positivao da lei do dever, em outras palavras, da prpria moral. Objetivando assim, a congruncia das aes de um com outro, nivelando a todos, sob a gide da lei universal. O imperativo que encontramos dentro do crcere, que o ilcito permitido ou permissivo, ou mesmo incontrolvel, sendo assim impossvel de fazer a distino do justo ou injusto, a questo marginal reside em que a lei universal interna antagnica a lei universal externa, surgindo a necessidade de um outro olhar terico sobre o tema, proibido a entrada de telefones no presdio? Sim. possvel controlar esse evento? No.4.2. Bobbio Imperativos Afirmativos e NegativosQuando Bobbio nos apresenta os imperativos, ele explica as duas ordens deste imperativos, podem ser autmanos ou heternomos, que vem a ser respectivamente: os autmanos, diz respeito a pessoa que formula o imperativo a mesma que o coloca em aplicao (imperativo uno), e os heternomos traz a baila mais de um agente, quer dizer, quem elabora o imperativo e quem ou a quem se destina o imperativo, so agentes distintos. Como imperativo autnomo tem como exemplo, o de no mentir, o agente, afirma o imperativo de no mentir e o mesmo coloca em aplicao, o fenmeno inicia e encerra-se envolta do mesmo agente, para exemplificar o imperativo heternomo, temos o Estado como formulador de tais premissas e os executores passam a ser a populao, teoria que foi introduzida por Kant, quando o homem passa atender seus instintos em detrimento das normas, esta agindo autonomamente, desconhecendo assim a autoridade do Estado, quando o indivduo para se determinar, em razo de algo, necessita procurar o respaldo da norma, universalizando o seu comportamento, passa ele a agir heteronomamente.Bobbio, parte do principio de que as normas jurdicas so imperativos, e estes so compostos de duas espcies do mesmo gnero, proibitivo e permissivo, porm, o permissivo implcito quando que seu exato oposto explicito/taxativo. E neste ponto traz tona a moral, moral que preceitua o fazer o bem quando o direito preceitua o no fazer o mal. Bobbio percebe que, o maior desafio da filosofia do direito encontra-se na distino existente entre o direito e a moral. O primeiro possui elementos coercitivos externos ao individuo e o segundo elementos intrinsecamente internos.

Os de imperativos de cunho negativo seria a regra, pois parte a priori de que impe ao destinatrio uma imposio, uma obrigatoriedade existente entre o emissor e o receptor. O entendimento de que o no cumprimento deste imperativo negativo, advir uma sano jurdica, auferindo ao poder normativo/imperial negativo o poder recriminador pela sua violao, e que deve ser institucionalizada e destinada a todos. Para Bobbio o imperativo negativo se subdivide em trs fases, permitindo assim a sua eficcia: a) estabelecimento de uma sano; b) a ponderao da sano; c) quem executar a sano, assegurando a certeza da resposta, a proporcionalidade e a impessoalidade. O imperativo negativo traz no seu bojo a caracterizao de que, as normas jurdicas possuem a sua validade e eficcia institucionalizadas. 4.3. Xavier Zubiri - A FenomenologiaA fenomenologia um mtodo e uma atitude intelectual especificamente filosfica do conhecimento, especialmente crticos e objeto de conhecimento, a fim de esclarecer, ilustrar e trazer luz, aparncias reduo epistemolgicas anteriores, "o que parece" mais para alm do fato de percepo emprica ou psicolgica, isto , a essncia do conhecimento e do mistrio e da essncia das coisas. Para Husserl, a fenomenologia no uma cincia pura dos fatos ou realidades naturais, mas uma cincia de essncias ou de cincia "eidtica" quem quer conhecimento essencial. Para ele, a verdadeira filosofia a fenomenologia pura. Reflexo pessoal de Zubiri tinha, dentro da inspirao comum fenomenologia, que o levou a possuir uma busca ansiosa qualitativa e quantitativa da estrutura da realidade. Para Zubiri, existem o inteligir e o sentir, com estes dois novos parmetros, ento, vamos ter uma alterao no dever ser na cincia do direito, pois passa a existir uma transcendncia metafsica, no sujeito e por conseguinte na produo da cincia do direito.Xavier Zubiri. procura dentro da sua filosofia, separar o momento fenomnico em duas fases distintas, como afirmamos acima, e essa dialtica traz a completude da compreenso do que se encontra a volta do individuo, o ato de intelectualizar um fenmeno interno, o sujeito ao interagir com o mundo, e neste mundo interno acolhe-o e une as demais experienciaes e vivencias tornando assim conscincia algo a ser percebido como realidade.Por conseguinte, o mesmo que tal apreenso do que para ancorar a diferena e a natureza essencial do pensamento e sentimento. No para alcanar um conceito geral de apreenso, mas para analisar-se em e natureza sensvel da priso e apreenso do intelecto. E isso possvel porque a apreenso sensvel e intelectiva apreenso, como tem sido observado muitas vezes, so muitas vezes o mesmo objeto. Eu sinto a cor e tambm intelijo que esta cor. As duas reas so distinguidas neste caso, como os tipos, mas como modos distintos de apreenso. Para determinar, portanto, natureza constitutiva de inteleco deve primeiro analisar a diferena entre inteleco e modal sentir uma diferena na apreenso de um objeto, como por exemplo a cor. (traduo)

Essa apreenso da realidade fenomnica nos leva a pensar sobre a forma qualitativa estamos interagindo com os fatos que nos aparecem. Em maneira anloga a cincia do direito, perguntamos como estamos reagindo, inteligindo e sentindo as mudanas na sociedade, que hoje encontra-se na era da informao instantnea, e onde todos se comunicam tambm de forma instantnea? Essa realidade tem que ser apreendida em toda a sua complexidade, extirpando-se dogmas e paradigmas cristalizados na norma jurdica, de nada pode ser modificado, alterado ou mesmo melhorado. 5. A Crise No Sistema Carcerrio A Comunicao ProibidaO nosso ordenamento ptrio possui uma legislao bastante avanada no que tange as execues penais, Lei 7.210/84 LEP Lei de Execues Penais. A LEP, como conhecida no nosso mundo jurdico, tem em si mesma os pressupostos da preveno geral e especial, e que ao seu fim procura criar condies de ressocializao do indivduo.

Partimos do pressuposto de que, para o que sofre a restrio da liberdade, o fenmeno completamente diferenciado, para este, que jaz no seio da criminalidade, v-se mais uma vez em pleno confronto com o Estado, pois as normas no so presentes sua realidade ftica, as suas prprias normas, so a sua realidade, queremos dizer o seguinte: O Estado, a sociedade e o apenado possuem experincias diversas sobre a norma, sobre a forma de apreender a realidade fenomnica que lhes apresentada, e assim, passam a executar respostam completamente antagnicas, sobre a mesma realidade. E deve ser a capacidade legislativa que, deve aproximar essas realidades to distintas.Observando pelo ponto de vista filosfico, e tentamos fazer uma dissecao deste fenmeno, vamos encontrar, o estar apenado um estado transitrio, e por possuir tal transitoriedade, mesmo que por medidas impositivas por decorrncia de ilcitos penais, temos a observncia de um fenmeno. A fenomenologia jurdica parte da filosofia neste estudo da filosofia de Xavier Zubiri. Esta que se ocupa dos fenmenos; no dos fenmenos no sentido comum (stricto), mas da realidade como ela se apresenta a ns, esta realidade objetal para o Estado dar-se- de uma forma, para aquele que sofre a restrio penal outra completamente diferente, so fenmenos completamente diferentes, dentro de um mesmo agir. Porm no nos interessa o fenmeno pelo fenmeno, mas a essncia do prprio fenmeno, pressupostos fenomenolgicos elencados por Xavier Zubiri, que possvel vislumbrar que o legislador procurou utilizar os aspectos do inteligir e do sentir, mesmo que de forma acanhada.

A crise reside no que tange no a validade da norma, mas da efetivao da mesma norma (a realidade objetal), pois ainda possui-se o entendimento dissociado entre a norma fria e sua execuo, problema que no se restringe apenas as execues penais. Nele fica patente, pois, os que se encontram institucionalizados, perdem a sua identidade de ser e passam ser res dentro do sistema, fazendo assim, o aparecimento de novos delitos dentro e fora do crcere. Delitos esses amplamente divulgados pela mdia, e reconhecidos pelas autoridades executivas, legislativas e judicirias. Nossos Egrgios Tribunais Superiores reconhecem problemtica, e aqui e acol vem-se deparando com o tema, como demonstramos em alguns exemplos:

HC 99896/RS, rel. Min. Marco Aurlio, 23.11.2010. (HC-99896)

Processual penal. Habeas corpus impetrado contra deciso de Relator, do STJ, que indeferiu pleito cautelar em idntica Situao processual. Associao para o trfico de entorpecentes (art. 35 da Lei n. 11.343/2006). [...]Referida organizao atua no Estado de So Paulo inteiro, sendo de conhecimento pblico e notrio a alta periculosidade de seus integrantes, que atuam no s na rea do trfico de drogas, que costuma ser a atividade criminosa principal, mas tambm esto ligados a vrios outros crimes, igualmente graves, como roubos, sequestros, homicdios e etc.

Os membros dessa organizao so to perigosos, que muitas vezes, mesmo presos, de dentro de penitencirias e presdios, continuam atuando, baseados na corrupo de funcionrios, que permitem que usem celulares, recebam informao de parentes e demais terceiros, sempre no intuito de movimentar as prticas criminosas da organizao. Alm disso, tambm notrio para quem trabalha na polcia e no Poder Judicirio, que referidos integrantes possuem apelidos, so batizados, muitas vezes ocupam postos de comando, com hierarquia prpria, e cobram de seus associados valores[...] (grifo nosso)HABEAS CORPUS. EXECUO PENAL. FALTA GRAVE. POSSE DE APARELHO CELULAR. INTERRUPO NA CONTAGEM DO LAPSO TEMPORAL PARA A CONCESSO DE PROGRESSO DE REGIME. CONDUTA ANTERIOR LEI N. 11.466/07. LEX GRAVIOR. IRRETROATIVIDADE. PRECEDENTES. WRIT CONCEDIDO DE OFCIO.

[...]2. O cometimento de falta grave pelo condenado implica o reincio da contagem do prazo para obter o benefcio da progresso de regime. 3. Entretanto, como a conduta ocorreu antes da entrada em vigor da Lei n. 11.466/07 que, no dia 29 de maro de 2007, alterou a Lei n. 7.210/84, para prever como falta disciplinar grave do preso a utilizao de telefone celular nas dependncias de presdio, [...] HC 198984 / SP HABEAS CORPUS 2011/0045142-6 Relator(a) Ministra LAURITA VAZ.

Neste sentido, o Estado procurou agir contra o comando do crime organizado, e o legislador ordinrio, realizou alteraes importantes no ordenamento, ou seja, fez ele uma leitura do fenmeno, inteligiu, e assim procedeu a edio de leis, a 11.466/07, alterou a Lei de Execues Penais acresce inciso VII ao art. 50, e a Lei que diz: Com aquele for encontrado aparelho de rdio, telefone ou similar permitindo a comunicao com o mundo externo, cometer falta grave. Temos a Lei 12.012/09, que tambm faz acrscimo legislativo no Cdigo Penal, art. 349-A, traz a figura tpica quele que: facilita o ingresso, posse, utilizao, telefone celular, aparelho eletrnico, radio, ausncia, autorizao, em estabelecimento penal/prisional, na mesma forma que a Lei 7.210/84, e em seu art. 41, nico, traz em seu bojo que as comunicaes com o mundo externo podem ser restringidas (meio escrito). Neste caso, cabe de forma legitima a interceptao de tais correspondncias, pois a suspeita de que outros novos delitos podem ser ordenados desta forma, pensou-se na preveno e na utilizao desta correspondncia como prova lcita para procedimentos penais e extra-penais, sem a necessria anuncia do poder judicirio. inegvel, contudo, que a edio da Lei 11.466/07 no ocasionou o resultado esperado, como bem frisou Fernando Capez, in verbis:Com efeito, segundo notcia veiculada no jornal O Estado de S. Paulo, em 7 de janeiro de 2008, todos os meses so apreendidos, nas prises paulistas, de 800 a 900 telefones celulares, dado esse revelado pelo prprio Secretrio da Administrao Penitenciria, Antonio Ferreira Pinto. Apurou-se, ainda, que h, aproximadamente, dois preos para um celular entrar num presdio: R$ 500,00 (quinhentos reais), se for por meio de agente penitencirio, e R$ 200,00 (duzentos reais), se for por meio de visita. A persistncia de tal situao, obviamente, deve-se a inmeros fatores, os quais no podero ser combatidos apenas com a ao repressiva do Estado. Na realidade, tais dados apenas refletem a crise atual do sistema prisional e que antecede promulgao da Lei n. 11.466/2007. Para exemplificar, cite-se a existncia de uma estrutura administrativa deficiente, com reduzido nmero de agentes penitencirios, os quais so remunerados de maneira inadequada, constituindo, assim, a corrupo um problema endmico nos presdios e um grave obstculo ao perfeito funcionamento dos sistemas que dificultam a entrada de telefones celulares no interior dos presdios.

Observe-se tambm o problema que o legislador criou ao mencionar a expresso "estabelecimento prisional" em total descompasso com a Lei de Execuo Penal (Lei n. 7.210 de 11 de julho de 1984) e com a Resoluo n. 03, de 23.09.2005 (NOTA:20 Publicada no DOU n 189, de 30.09.05 Seo 1, p. 93.) do Conselho Nacional de Poltica Criminal e Penitenciria CNPCP, que editou as Diretrizes Bsicas para construo, ampliao e reforma de estabelecimentos penais, e que revogou o disposto na Resoluo n. 16, de 12.12.1994 do mesmo Conselho. Qual o significado da expresso "estabelecimento prisional" contido no tipo do art. 349-A do CPB? Qual a inteno do legislador, nesse caso? Estariam a contemplados todos os locais de recolhimento de presos (condenados e definitivos), em quaisquer condies? A resposta nos parece afirmativa, mesmo porque ningum pode ser preso seno em flagrante delito ou mediante ordem da autoridade judiciria competente. Formalizada a priso, so remetidos a "estabelecimentos penais" e estes, conforme estabelecido na Lei de Execuo Penal e na Resoluo n. 03, de 23.09.2005, so os seguintes: Penitencirias; Colnias agrcolas, industriais ou similares; Centros de Observao Criminolgica; Hospitais de Custdia e Tratamento Psiquitrico; Casas do Albergado e, finalmente, Cadeias Pblicas.

Verifica-se, entretanto, no cotidiano, denominaes as mais diversas, tais como: Centro de Deteno Provisria (CDP); Distritos Policiais (DPs); Centro de Deteno e Ressocializao (CRs) e outros. De se mencionar, por igual, as carceragens das Delegacias de Polcia Civil, da Polcia Federal e Salas de Estado Maior, usados para abrigar presos.

Neste sentido da legislao per si, temos um estudo realizado por, Maurcio Kuehne, acerca da Lei 12.012/09, que retrata de certo modo a ineficincia legal, quando esta no observa, amplamente o fenmeno, ou seja, sem a inteleco, tratando-o de forma superficial.

Sem dvida, que a inteno do legislador foi (e ) no sentido de que deva ser coibido ao privado de liberdade o acesso aos instrumentos especificados, englobando-se, ento, como estabelecimentos penais para este fim especfico, tambm as Delegacias de Polcia; carceragens sejam elas da Polcia Civil ou da Polcia Militar; da Polcia Federal e dos Batalhes da Polcia Militar. Com efeito, muitas vezes, presos so destinados a esses locais por determinao judicial, principalmente os Batalhes, quando renem condies para tanto, como, por exemplo, os casos de priso de policiais militares, ou por outras questes de segurana. Assim, o conceito de estabelecimento penal, impropriamente chamado de "estabelecimento prisional" pela Lei n. 12.012/09, deve ser entendido de forma ampla, qual seja, estendido a outros tipos de estabelecimentos, como os citados anteriormente, ou, como previsto na Resoluo n. 03, de 23.09.2005, todos aqueles utilizados pela Justia, com a finalidade de alojar presos, quer provisrios quer condenados, ou, ainda, aqueles que estejam submetidos medida de segurana.Direito legitimo que o Estado possui, na sua funo ordenadora, ir harmonizar as relaes sociais intersubjetivas. O desta feita, o Estado utilizou dos mecanismos legais e de forma imparcial, justa e pacfica na observncia do problema-fenmeno e passa a utilizar atravs de seu poder coercitivo-normativo, para solucionar os conflitos existentes entre o coletivo e o particular, deve prevalecer o interesse pblico. Essa apenas uma das prerrogativas conferidas administrao pblica, porque a mesma atua por conta de tal interesse, ou seja, o legislador na edio de leis ou normas deve orientar-se por esse princpio, levando em conta que a coletividade esta em um nvel diferente ao do particular.

Nos dias de hoje, o crescente salto tecnolgico proporcionaram um avano na sociedade que dispe de modernos aparatos para possibilitar a invaso da privacidade, atravs das interceptaes telefnicas, gravaes clandestinas, de som, de imagem e de dados.

Por outro lado, o Estado tem se mostrado incapaz de manter a segurana da coletividade, de dizer o direito e, especialmente, de realizar a atividade de persecuo penal, ameaando o que se pode chamar de impunidade. Mas fcil notar que a Lei mostra o caminho, mas no diz como percorrer. Quero dizer, a Lei fala implicitamente que a depender do caso, toda comunicao pode ser interceptada.6. DAS INTERCEPTAES TELEFNICAS

Interceptar, etimologicamente possui os sentidos de: 1. Interromper no seu curso, deter ou impedir na passagem; 2. Cortar, interromper: interceptar comunicaes telefnicas.

No sentido lato, as interceptaes consistem no ato de interferncia nas comunicaes telefnicas. No sentido estrito, a captao da conversa por uma terceira pessoa, sem o conhecimento dos interlocutores.

A interceptao telefnica aquela que se efetiva pelo grampeamento, ou seja, pelo ato de interferir numa central telefnica, nas ligaes da linha do telefone que se quer controlar, a fim de ouvir e/ou gravar conversaes.(grifo nosso)A escuta telefnica, por sua vez, ocorre quando h o consentimento de um dos interlocutores na interceptao telefnica.

J a interceptao ambiental, espcie de interceptao telefnica strito sensu, aquela realizada entre presentes por terceiro, dentro do prprio ambiente onde esto os interlocutores, sem o consentimento desses.

A escuta ambiental aquela realizada entre presentes, por um terceiro, mas com o consentimento de um ou mais interlocutores.

A gravao clandestina consiste no registro de conversa telefnica - gravao clandestina propriamente dita ou mo registro da conversa entre presentes gravaes ambientais por um dos interlocutores, sem a anuncia do outro.

Com a edio da Lei 9.292/96, que veio a regulamentar a parte final do art. 5, inciso XII, da Carta Magna, observamos a seguinte inteno do constituinte derivado, que qualquer interceptao depender, de requisitos objetivos, tais como: indcios da razovel autoria ou participao do autor; se tal prova pude ser obtida por outros meios; e se tal fato delituoso puder no Maximo pena de deteno.E por ser uma prerrogativa, constitucional o direito a privacidade, tal ordem de investigao deve ser ela, solicitada ao poder judicirio, e o juiz ao conceder tal deciso, deve esta ser muito bem fundamentada, sob pena da nulidade absoluta, como a prpria norma prev em seu artigo 5, primeira e segunda parte: A deciso ser fundamentada, sob pena de nulidade, indicando tambm a forma de execuo, se tais condies no existirem, a medida ser incua.Como no existe na legislao, uma determinao para utilizao de tais aparatos, que possibilitem a utilizao de mecanismos que impossibilitem a utilizao da telefonia em unidade carcerria comuns, e at mesmo em unidades especializadas, percebemos a existncia necessria do principio da legalidade, da autorizao do judicirio, diante do que diz a Lei n 9.296/96, para que aconteam tais interceptaes telefnicas, que vai acarretar inmeras requisies ao judicirio, para efetivao de tais medidas invasivas, na demora na concesso da medida, e at em alguns casos, a invaso sem a devida autorizao do poder competente, para proceder com tal investigao.7. CONSIDERAES ACERCA DA LEI N 9.296/96Art. 1 - A interceptao de comunicaes telefnicas, de qualquer natureza, para a prova em investigao criminal e em instruo processual penal, observar o disposto nesta lei e depender de ordem do juiz competente da ao principal, sob segredo de justia.(grifo nosso)

Art. 1 - A interceptao de comunicaes telefnicas, de qualquer natureza, para a prova em investigao criminal e em instruo processual penal, observar o disposto nesta lei e depender de ordem do juiz competente da ao principal, sob segredo de justia.(grifo nosso)Discute-se na doutrina se a expresso de qualquer natureza engloba tambm a escuta telefnica. Para Flvio Luiz Gomes, tambm a escuta telefnica estaria englobada pela referida lei. Aplicando-se no caso concreto, o princpio da proporcionalidade.

Embora a lei no contemple a modalidade escuta telefnica, esta poder ser autorizada pelo magistrado, em atendimento ao princpio da proporcionalidade. Esta a posio que vem sendo adotada pelo STF. interceptao telefnica e gravao de negociaes entabuladas entre seqestradores, de um lado, e policiais e parentes da vtima, de outro, com o conhecimento dos ltimos, recipiendrios das ligaes . Licitude desse meio de prova.

No seu art. 3, diz a Lei que a interceptao poder ser determinada pelo juiz sob duas formas: de oficio e a requerimento. Dizer que pode ser determinada de ofcio, dar ao juiz titular da ao penal, o cabimento para tornar-se parcial, haja vista que, uma vez determinada por ele nestes moldes, estaria ele de ante-mo, declarando o seu juzo de valor sobre a conduta daquele que esta a sofrer a perquirio do poder estatal.8. DA REALIDADE NAS PENITENCIARIAS E PRESDIOSDe acordo com dados da SERES, a populao carcerria pernambucana em 2000 eram ao todo 8.419 detentos, em janeiro de 2012 j totalizava 24.253 detentos, em dados de setembro temos um aumento da populao para 25.629 detentos, que em nmeros de hoje existe s em Pernambuco uma carncia de 16.237 vagas no sistema prisional, em pontos percentuais, esse aumento representa 304,29%, para a mesma quantidade de vagas destinada ao sistema, temos ainda que levar em conta, a ausncia de capital humano.

A problemtica persiste quanto ao fenmeno, criminalidade institucionalizada dentro das casas de deteno e presdios manda e comanda a criminalidade no institucionalizada. Deve o legislador se ater a esse fenmeno e implementar norma de exceo para esta realidade ftica. Se o apenado encontra-se tutelado sobre o manto do Estado, e cabe a esse mesmo Estado velar pelos direitos e garantias do apenado, no pode este apenado burlar a norma existente e perpetuar-se na atividade delitiva, enquanto que, o Estado fica sob suas prprias amarras impedido de atuar preventivamente no sentido de interceptar tais comunicaes. Se ter a posse de telefones celulares dentro de presdios e a facilitao de sua entrada um ilcito, torna por analogia dentre as demais normas existentes sobre o tema, legitima a captao de tais comunicaes radiofnicas ou telefnicas pelo Estado, sem a necessidade de autorizao judicial, pois existiria a flagrncia delituosa.A mesma situao repete-se nas nossas cadeias, em matria publicada no Jornal do Commercio de 22 de junho de 2012, v-se que foram apreendidos dez (10) celulares e outros objetos proibidos na Penitenciria de Salgueiro, e tal situao repete-se em todos os presdios, priso e cadeias pblicas de Pernambuco. Existe um mecanismo que o Estado utiliza-se, que o uso do bloqueador de sinal, este restringe a comunicao do institucionalizado, porm, no produz o real efeito na diminuio da criminalidade, e mesmo quando o Estado tenta implementar o bloqueio das comunicaes de telefonia, necessita adentrar ao judicirio perante o juiz das execues penais, para que o mesmo autorize judicialmente as interceptaes das ligaes entre os detentos e seus comparsas no mundo exterior.9. CONSIDERAES FINAIS

Atravs das consideraes contidas no presente estudo de cunho doutrinrio e jurisprudencial, podemos atentar para a dificuldade no sentido de identificar, com segurana, a existncia de uma realidade que foge ao controle do Estado, a entrada de telefones celulares nas prises/presdios, ou mesmo na ausncia de norma autorizativa ou mesmo uma exegese que interrompa o comando da criminalidade de dentro do crcere.

A verdadeira inteno do constituinte quando da promulgao da nossa Carta Poltica, foi de proteo a intimidade e a privacidade do indivduo em razo do poder do Estado, em seu art. 5, X. Tal dispositivo legal foi, inclusive, erigido clusula ptrea. Por sua vez, o inciso XII assegura a intangibilidade das comunicaes telefnicas.

O texto constitucional, apesar de garantir a inviolabilidade da intimidade e da vida privada, alm da intangibilidade das comunicaes telefnicas, abre uma exceo, permitindo que, mediante autorizao judicial fundamentada, tais comunicaes telefnicas possam ser interceptadas, medida implantada pela Lei n 9.296/96 veio ento regulamentar as interceptaes telefnicas e telegrficas, mantendo, em alguns pontos, limites traados pela Carta Cidad.

Desde ento com o surgimento de novas tecnologias nas comunicaes foram realizadas, visando melhorar a comunicao do prprio homem enquanto ser social, e como uma faca de dois gumes, a mesma tecnologia serve tambm as faces criminosas, surgiu a necessidade de editar a Lei 9.296/96 com a tentativa de coibir a criminalidade e o excesso do Estado em seu poder persecutrio, mas para aqueles que encontravam-se fora das unidades carcerrias. Eis que surge uma nova realidade ftica/objetal, o surgimento da telefonia mvel, e diante da tal realidade, o legislador implementa a Lei 10.792/03, que procede uma outra espcie de interceptao telefnica, agora restrita as unidades prisionais de regime disciplinar diferenciado, e as alteraes na Lei 7.210/84 que define como falta grave possui aparelhos de comunicao eletrnica. Vislumbramos aqui o princpio da razoabilidade sobre tais regras constitucionais, em ambiente especfico, medidas excepcionais para uma situao excepcional tornarem-se razovel a interceptao ambiental dentro das unidades carcerrias.Quando o Estado, passar a inteligir a pertinncia do axioma aqui proposto, de que para a norma tornar-se eficaz e eficiente a que se trata a presente obra monogragrfica; o consentimento, a boa f, a sensibilidade, a transparncia e a segurana, so paradigmas pertinentes e inerentes a verdadeira equao do sistema prisional e persecutrio na evitao de novos delitos cometidos dentro das instituies carcerrias.

Tal inteligir e sentir ir propiciar uma perspectiva diferenciada, promovendo de sobre maneira a trazer, a letra da Lei, um proximidade entre as duas realidades objetais, a realidade do Estado (opressor) e do detento (oprimido), sem os excessos ou com conivncia velada sobre o que acontece nos rinces do crcere.A fenomenologia de Xavier Zubiri, traz a luz a necessidade da observncia da real necessidade de uma quebra da prpria razo no que tange a temtica, a sanso jurdica ser legitimada pela sano moral, que no ordenamento jurdico surge como uma forma de evitar a morte. No obstante a proibio constitucional perfeitamente possvel que exista uma interpretao da norma de maneira histrica, doutrinria e jurisprudencial que tais interceptaes sejam consideradas justas e lcitas, dentro do sistema carcerrio e sem a necessidade de autorizao judicial, por fora do princpio da proporcionalidade somente pro societate e pela. Tal flexibilizao do preceito constitucional no implica em ofensa aos princpios da legalidade ou da dignidade, uma vez que esses mesmos princpios encontram-se relativizados, como explicado acima, atendendo assim a necessidade da realidade ftica em trs fases, primeira reestruturao da norma; segunda execuo da norma e a terceira a reeducao/retribuio por via de imperiosa da norma teleologicamente estudada.Alm do mais, os direitos fundamentais no podem servir de escudo para condenar a sociedade, em detrimento da impunidade do verdadeiro culpado, os direitos fundamentais surgem para ser o escuto protetor dos direitos e garantias individuais, e assim coibir os excessos do Estado. A legislao pautada nos presupostos fenomenolgicos, propostos pela filosofia de Xavier Zubiri inteleco senciente, e suscitante, de acordo com a nossa proposta, de tornar compulsria a interceptao de ligaes telefnicas dentro das unidades prisionais, vai trazer benefcios pois a realidade ftica (objetal) ser inteligida e sentida de forma integral, (sentir e apreender) por parte do Estado e por parte do Apenado, pois a legislao tender a reproduzir a realidade objetal para ambos.10. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICASAVOLIO, Luiz Francisco Torquato. Provas ilcitas : Interceptaes Telefnicas e Gravaes Clandestinas. 3 ed. So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.

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Verhaltnismassigkeit, palavra em alemo, que significa exatamente proporcionalidade, O princpio da proporcionalidade surgiu no sculo XVIII para ter aplicao na esfera do Direito Penal. Entretanto, no sculo seguinte foi adotado pelo Direito Pblico, encontrando segura guarida no seio do Direito Constitucional, a fim de que por ele seja exercido o controle de constitucionalidade das normas.

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CANOTILHO, J.J. Gomes. Direito Constitucional, 1993, p. 643.

MARMELSTEIN, George Lima, Existe lgica na loucura? O problema do sigilo de dados e das comunicaes, - possvel a apreenso de correspondncia, no obstante a garantia esculpida no inciso XII do artigo 5 da Constituio Federal de 1988. Dessa forma, no h que se falar em violao do sigilo da correspondncia em razo da apreenso, na residncia dos pacientes de envelopes ainda no postados.

STF MS n 23669/DF apud MS n 23452/RJ. Informativo STF n 185,10, 21 Abr. 2000, p.8-12

KANT, Emanuel, A Metafsica dos Costumes. Traduo: Edson Bini. Bauru: Edipro, 2003, p.,67

KANT, Idem, ibidem, p. 104

BOBBIO, op. cit., p. 109.

BOBBIO, Norberto, Direito e Estado no Pensamento de Kant, Traduo Alfredo Fait, Ed. Mandarim, So Paulo, 2000.

Referente essncia das coisas, em detrimento a suas funes:Estabelece-se igualmente a distino entre conhecimento cientfico e razo, visto que este ltimo refere-se a ideias, localizadas em um plano eidtico, inteligvel.

Inteligir. apreender o real como real. Zubiri entende que inteligir no se contrape ao sentir humano, como sendo mais um ato diferente num processo de inteleco. Pelo contrrio, um ato nico de apreenso senciente do real. assim porque apreende as coisas, mesmo nas suas limitaes, como reais.

Sentir entendido por Zubiri como um processo sentiente. Este sentir como processo no to somente uma atividade fisiolgica, constitui de certo modo a ao na realidade palpvel.

ZUBIRI, Xavier. Inteligencia Sentiente. Madrid: Tecnos, 2004, p.6.

Esta a realidade pueril que falamos no captulo anterior, a ausncia da apreenso dos fenmenos da realidade carcerria, das vicissitudes hoje existentes nas unidades prisionais, tais como: superlotao, ausncia de exames criminolgicos, baixa remunerao, ausncia de capacitao e uma poltica carcerria destruda, facilita de sobremaneira a entrada de equipamentos de comunicao dentro das instituies prisionais.

CAPEZ, Fernando. Utilizao de telefone celular pelo preso e a Lei n. 11.466, de 28 de maro de 2007. So Paulo: Complexo Jurdico Damsio de Jesus, maio 2008. Disponvel em:

Maurcio Kuehne, A PROIBIO DE ENTRADA DE CELULAR EM PRESDIO, < http://www2.mp.pr.gov.br/cpdignid/telas/cep_b56_tf_2.html >, ltimo acesso em 03.12.2012

Cf. Aurlio Buarque de Holanda Ferreira, novo dicionrio da lngua portuguesa, 1986, p. 957.

Cf. Grinover, Fernandes e Gomes Filho, As nulidades..., op. Cit. P. 147

Precedente do STF: HC 74.678, 1 Turma, 10/06/1997.

Secretria executiva de Ressocializao.

Existe uma enorme facilidade para a entrada de tais objetos nas instituies prisionais, quer sejam estas o interior ou nas capitais de todo o Brasil. Nesta matria do JC, publicada em 22.06.2012, temos a verdadeira noo de que, o poder pblico no esta preparado para o enfrentamento do crime institucionalizado, o principal problema como tais itens entram, e o segundo , se o isolamento prisional tema finalidade precpua de afastar o autor do fato do crime, e de fato isto no acontece, pois no possvel desarticular a quadrilha comandada de dentro do presdio, pelo simples motivo que o Estado no sabecom quem esta sendo travada a conversa clandestina, mesmo quando o Estado tenta interceptar a conversa, esta depende de uma ordem judicial fundamentada, focada em um determinado indivduo ou grupo de indivduos que em tese, nem sabe-se se estes esto de posse de tal aparelho. Neste sentido, o Estado faz valer-se da necessidade, e implanta bloqueadores nos presdios, que atingem aos que esto ao seu redor de maneira indistinta, prejudicando toda uma populao, o que, em stricto senso ilegal, pois bloquear desta maneira ir contra legix.