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PLANO DE ENSINO ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA PLANEJAMENTO PROVÁVEL – TERÇA-FEIRA PROFESSORA Ms. ROSILENE MORAES DIEHL 18/08 - LIBRAS e cronograma 25/08 - História Paraolimpíada e Olimpíadas Especiais 01/09 - Educação física para alunos surdos 08/09 - Desporto para alunos e atletas surdos 15/09 - Deficiência visual e orientação e mobilidade 22/09 - Educação física para alunos cegos 29/09 - Desporto para alunos e atletas cegos – atletismo, natação, goalball e futsal 06/ 10 AVALIAÇÃO G1. 13/10 - Educação física para alunos com deficiência mental 20/10 - Desporto para alunos e atletas com deficiência mental (voleibol) 27/10 - Deficiência física e Recreação para pessoas com deficiência física 03/11 - Desporto para pessoas com deficiência física 10/11 - EXTRA 17/11 - Seminário 24/11 - Prova de G2 01//12 - Substituição ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA PLANEJAMENTO PROVÁVEL – QUINTA-FEIRA PROFESSORA Ms. ROSILENE MORAES DIEHL 20/08 - LIBRAS e cronograma 28/08 - História Paraolimpíada e Olimpíadas Especiais 04/09 - Educação física para alunos surdos 10/09 - Desporto para alunos e atletas surdos

atividade motora adaptada

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PLANO DE ENSINO

ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA PLANEJAMENTO PROVÁVEL – TERÇA-FEIRA PROFESSORA Ms. ROSILENE MORAES DIEHL

18/08 - LIBRAS e cronograma 25/08 - História Paraolimpíada e Olimpíadas Especiais 01/09 - Educação física para alunos surdos 08/09 - Desporto para alunos e atletas surdos 15/09 - Deficiência visual e orientação e mobilidade 22/09 - Educação física para alunos cegos 29/09 - Desporto para alunos e atletas cegos – atletismo, natação, goalball e futsal 06/ 10 AVALIAÇÃO G1. 13/10 - Educação física para alunos com deficiência mental 20/10 - Desporto para alunos e atletas com deficiência mental (voleibol) 27/10 - Deficiência física e Recreação para pessoas com deficiência física 03/11 - Desporto para pessoas com deficiência física 10/11 - EXTRA 17/11 - Seminário 24/11 - Prova de G2 01//12 - Substituição

ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA PLANEJAMENTO PROVÁVEL – QUINTA-FEIRA PROFESSORA Ms. ROSILENE MORAES DIEHL

20/08 - LIBRAS e cronograma 28/08 - História Paraolimpíada e Olimpíadas Especiais 04/09 - Educação física para alunos surdos 10/09 - Desporto para alunos e atletas surdos 17/09 - Deficiência visual e orientação e mobilidade 24/09 - Educação física para alunos cegos 01/10 - Desporto para alunos e atletas cegos – atletismo, natação, goalball e futsal 08/ 10 AVALIAÇÃO G1. 15/10 - Educação física para alunos com deficiência mental 22/10 - Desporto para alunos e atletas com deficiência mental (voleibol) 29/10 - Deficiência física e Recreação para pessoas com deficiência física 05/11 - Desporto para pessoas com deficiência física 12/11 - EXTRA 19/11 - Seminário 26/11 - Prova de G2

03//12 - Substituição

LIVROS BÁSICOS

DIEHL Rosilene Moraes Jogando com as diferenças São Paulo Editora Phorte Editora, 2006

MAUERBERG de Castro, Eliane Atividade Física Adaptada São Paulo Editora Taccmed, 2005           WINNICK, Joseph P. Educação física e esportes adaptados. Baueri, SP: Manole: 2004 INTRODUÇÃO À ATIVIDADE MOTORA

Contexto Histórico

Encontramos poucos registros sobre a deficiência ao longo da história

Ø Atitudes de abandono e extermínio: primitivamente, em decorrência do nomadismo das tribos, era comum o abandono das pessoas doentes ou com deficiência. Os esquimós costumavam abandoná-los na trilha do urso branco (animal considerado sagrado) para que fossem devorados; na Bolívia o usual era enterrar, vivos, os velhos e as pessoas com deficiência na crença de que a terra protegeria a tribo.

Ø Atitudes de Tolerância: Também praticadas na sociedade tribal, como no Quênia onde se acreditava que as pessoas com deficiência visual possuíam poderes sobrenaturais.

Ø Na Idade Média, período marcado pela crença da existência de espíritos malignos, a prática era exterminar as pessoas “diferentes”, dentre elas os indivíduos com deficiência. No decorrer deste período, a prática do extermínio deu lugar à exclusão social em função da ascensão do Cristianismo que pregava a existência da alma. As pessoas com deficiência passaram a ser trancafiadas em porões, vales, ilhas, etc...

Ø No Renascimento, surge o interesse pelo homem e pela natureza. Encontram-se registros sobre as pessoas com deficiência a partir do século XVIII. Inicia o processo de norma e normalidade, determinando o conceito de média e desvios que descrevem grupos com características similares. Estes mecanismos de diferenciação resultaram na segregação daqueles que não se enquadravam em padrões estabelecidos, gerando a criação do “outro”.

Alguns acontecimentos importantes:

Ø Criação, em 1975, da Associação Nacional de Desporto para Excepcional, atualmente Associação Nacional de Desportos para Deficientes denominada (ANDE). Quando criada, agregava os desportos praticados por todas as deficiências, depois foi-se desdobrando e, atualmente,  é voltada para os atletas vítimas de paralisia cerebral.

Ø A Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), foi fundada em 1977 com o

nome de Federação Nacional de Educação e Integração dos Deficientes Auditivos (FENEIDA), como resultado da reunião de várias entidades que trabalhavam junto aos surdos.

Ø O Ano Internacional da Pessoa Deficiente (International Year for Disabled Person) foi proclamado pela ONU em 1981

Ø A Associação Brasileira de Desportos em Cadeira de Rodas (ABRADECAR), criada em 1984 foi reconhecida como entidade nacional de dirigente do desporto em 1987. Entre suas funções está a difusão do desporto em cadeira de rodas no Brasil e a promoção de competições e campeonatos nacionais.

Ø A Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC), foi criada em 1984. promove o desporto de cegos e organiza o calendário de competições regionais e nacionais. Também representa o Brasil nas competições internacionais, dentre outras de suas funções.

Ø Associação Brasileira de Desportos para Amputados (ADBA), criada em 1990 foi reconhecida como associação dirigente do desporto em 1991. Dirige o desporto para amputados no país, promover competições nacionais e representa o Brasil em competições internacionais. Ø Criada em 1989, a Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais, (ABDEM) foi reconhecida em 1995, quando criou seu próprio estatuto desligando-se da Federação Nacional das Apaes, órgão ao qual era ligado. Sua finalidade é a promoção do desporto para pessoas com deficiência mental, realizar competições regionais e nacionais e participar de eventos internacionais.

Ø Em 1986 acontece o I Simpósio Paulista de Atividade Motora Adaptada, reunindo profissionais e estudantes da área.

Ø Em 1988, é criado o primeiro curso de especialização em atividade motora adaptada, em Uberlândia, MG.

Ø Em 1989 é promulgada a lei que dispõe sobre a Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), órgão responsável pela gestão de políticas voltadas para integração da pessoa com deficiência.

Ø A Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SOBAMA) foi criada em 1994 com o intuito de realizar estudos e promover congressos, cursos, simpósios sobre atividade motora adaptada, dentre outras funções.

Ø Criação do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), em 1995, formado pelas diversas associações ligadas à deficiência. Trabalha com a fomentação do desporto paraolímpico e a organização de competições a nível nacional e internacional.

Abordagens:

Diversas terminologias são utilizadas para definir as pessoas com deficiência. Dentre as várias formas de definir esta população, o importante é a maneira pela qual percebe-se a alteridade.

Ø A Organização Mundial da Saúde (OMS) utilizou durante muito tempo a Classificação Internacional de Doenças (CID), a qual considera somente as causas ou origens da deficiência. Atualmente a OMS utiliza também a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), que traz informações importantes sobre o perfil da pessoa com deficiência. Esta nova maneira de interpretação utilizada pela OMS permite que além do registro da incapacidade e desvantagem, seja possível identificar o impacto desta pessoa no seu meio social. Ø O Ministério da Educação e Cultura (MEC) utiliza várias nomenclaturas: - Portadores de Deficiências (PD) todos aqueles com necessidade de metodologias de ensino específica: com comprometimento visual, auditivo, mental, físico e múltiplo; - Portadores de Condutas Típicas: pessoas que apresentam problemas de conduta, com atraso no desenvolvimento ou no relacionamento social devido à síndromes, quer de origem psicológica, quer de origem neurológica; - Altas Habilidades (AH): classificação para os alunos que possuem alto desempenho e acentuada potencialidade intelectual, psicomotora, artística ou no âmbito acadêmico. - Alunos com Necessidades Educativas Especiais: caracteriza aqueles alunos com maiores dificuldades no aprendizado em relação aos demais alunos. Sendo necessário para superar essa dificuldade desde a remoção de barreiras arquitetônicas até alterações nas grades curriculares.

Ø “Eludir ou evitar palavras para utilizar outras mais corretas ou mais modernas ou mais aceitáveis para o mundo do normal – como, por exemplo, sujeitos portadores de necessidades educativas especiais – seria restituir uma vez mais a eficácia retórica do discurso da normalidade.” (SKLIAR, 2003, p. 34)

Estatística Censo de 1990 – 10% da população apresentava alguma deficiência Deficiência Número de Pessoas Visual 600 mil (0,5%) Múltipla 1.300.000 (1%) Auditiva 1.950.000 (1,5%) Física 2.600.000 (2%) Mental 6.500.000 (5%) Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1990 O censo 2000 revela que o Brasil possui 24,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, ou seja, 14,5 % da população brasileira possui algum tipo de dificuldade, conforme quadro abaixo. REGIÕES POPULAÇÃO POR GRUPOS DE IDADE (%)       Total   0 a 14 anos 15 a 64 anos 65 anos ou mais Brasil   14,5 4,3   15,6    54,0 Norte   14,7 4,6   18,1    63,2 Nordeste  16,8 5,2   18,7    62,3 Sudeste   13,1 3,7   13,5    48,0 Sul   14,3 3,7   15,1    53,5 Centro-oeste13,9 4,4   15,5    56,2 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000. Entre as 16,6 milhões de pessoas com deficiência visual, cerca de 160 mil são cegos; entre os 5,7 milhões com deficiência auditiva, aproximadamente 176 mil são surdos.

Algumas leis federais Ø Lei n. 7.853 de 24 de outubro de 1989: com disposições referentes à integração social das pessoas portadoras de deficiência, dispõe sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência (CORDE). Decreto n. 3.298 de 20 de dezembro de 1999 remete aos órgãos e entidades do Poder Público o dever de assegurar às pessoas com deficiência o exercício de seus direitos básicos, tais como saúde, educação, trabalho, desporto, lazer dentre outros. Ø Lei 8.160 de 08 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a caracterização de símbolo que permita a identificação de pessoas com deficiência auditiva. Ø Lei 8.686 (1993), dispõe sobre o reajustamento da pensão especial as pessoas com deficiência físicas, com Síndrome de Talidomida, instituída pela Lei n. 7.070, de 20 de dezembro de 1982. Ø Lei n. 8.899 de 29 de junho de 1994. concessão de passe livre no sistema de transporte coletivo interestadual aos portadores de deficiência. Ø O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora Deficiência (CONADE) foi criado pela Medida Provisória nº. 1.799-6 de 10 de julho de 1999, como órgão responsável pelo acompanhamento a avaliação da Política Nacional da Pessoa Portadora de Deficiência e das políticas setoriais de educação, saúde, trabalho, assistência social, transporte, cultura, turismo, desporto, lazer, política urbana, no que concerne à pessoa portadora de deficiência. Suas competências estão definidas no Decreto 3.298/99 de 20 de dezembro de 1999. Ø Lei n. 10.048 de 08 de novembro de 2000 prioriza o atendimento de pessoas com deficiência em repartições públicas, reserva assentos no transporte público, dispõe sobre a construção de edifícios públicos que permita o acesso. Ø A Lei n. 10.098 de 19 de dezembro de 2000 dispõe sobre a acessibilidade das pessoas com deficiência, estabelecendo normas e critérios para a promoção da acessibilidade, com suspensão de barreiras, nos espaços públicos Ø A legalização da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS ocorreu em 24 abril de 2002, através da Lei n. 10.436, que a reconhece como meio de comunicação e expressão das comunidades surdas brasileiras. Isso significa que, além do reconhecimento, deverá ser assegurada a presença de intérpretes nos espaços formais e instituições. Também trata do ensino da LIBRAS na formação de docentes e intérpretes. Ø Também de 2002 é a lei que assegura aos cegos o livre acesso a lugares públicos e privados acompanhados de cães-guias, observando algumas regras normativas com dados de identificação do cão.

Atividade Motora Adaptada (AMA)

Ø No princípio a AMA era praticada em forma de programas, atualmente faz parte dos currículos universitários. Podem ser definidas como uma série de atividades nas quais se incluem os jogos, a dança e o esporte com a finalidade de atender a área do lazer esportivo da população com algum tipo de deficiência. Ø Visa proporcionar, através de jogos, já existentes ou adaptados, maior bem-estar, qualidade de vida, maior auto-estima e a melhoria das necessidades motoras básicas, estimulando seu desenvolvimento motor, perceptivo e sócio-afetivo. Ø O esporte, a recreação e a dança são elementos que contribuem amplamente para a melhoria de algumas necessidades motoras básicas na vida de todos os seres humanos. Ø As atividades físicas estimulam as habilidades físico/motoras e também as potencialidades dos

elementos que envolvem o movimento corporal. A prática de atividade física adaptada é um dos meios que proporciona ao aluno com deficiência condições de aumentar seu repertório de movimentos. Ø As atividades corporais são também formas de lazer social, embora possuam características bem específicas que são definidas como lazer esportivo. As atividades esportivas, recreativas e expressivas oportunizam experiências corporais necessárias à saúde física e mental. Ø A atividade física e o esporte possibilitam às crianças e jovens com deficiência a percepção, ao mesmo tempo em que mostram aos outros, de que são como qualquer pessoa, possuindo capacidades e limitações.

O Profissional Ø A AMA para pessoas com deficiência é uma das áreas mais recentes de profissionalização na área de Educação Física, tendo iniciado no âmbito acadêmico mundial em torno dos anos 70. Ø No Brasil, a discussão sobre esse tema surgiu no âmbito universitário nas décadas de 80 e 90. Ø No Rio Grande do Sul, foi na década de 90 que maior número de universidades incluiu em seus currículos a disciplina da AMA. Ø Com a capacitação para trabalhar junto às pessoas com deficiência, o profissional torna-se responsável pela prática de atividades que desenvolvam o vocabulário corporal de movimentos desta população, bem como pelas atividades que contribuam para a sua inclusão. Ø O acadêmico de Educação Física, ao ter disponibilizado o conhecimento sobre a atividade motora adaptada, pode proporcionar à população com deficiência o lazer que é um direito e uma das necessidades básicas do ser humano. Em 06 de março de 1997, através da Resolução n. 218, o Conselho Nacional de Saúde reconhece os Profissionais de Educação Física como Profissionais de Saúde, determinando sua competência. “Compete ao Profissional de Educação Física, coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, orientar, ensinar, conduzir, treinar, administrar, implantar, implementar, ministrar, analisar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como, prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto. O Profissional de Educação Física intervém, segundo propósitos educacionais, de saúde e de lazer das pessoas com ou sem deficiência” (RESOLUÇÃO N. 218, 1997, Conselho Nacional da Saúde) Desporto Olímpico Surdo Ø Encontros desportivos de surdos na Alemanha, em 1888, no Clube Desportivos para Surdos, que levaram à realização de um evento a nível internacional, em 1924, que teve lugar em Paris. Ø Eugéne Rubens-Lacais, francês, surdo, trabalhou muito na intenção de fazer com que nações oficiais participassem do International Silent Games, a versão para surdos da olimpíada existente. Ø Participaram do International Silent Games as federações de atletas surdos da Bélgica, Checoslováquia, França, Grã Bretanha, Holanda e Polônia. Também reuniu atletas de países onde não havia federações oficiais, como Hungria, Itália e Romênia. Ø Desde então os jogos vêm acontecendo de 4 em 4 anos, com algumas exceções. Ø A I Olimpíada Nacional de “surdos-mudos” no Brasil ocorreu em 1957, reunindo associações de surdos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais As modalidades desportivas foram o futebol, o atletismo, o voleibol e a ginástica rítmica. Ø A Confederação Brasileira de Desportos para Surdos (CBDS) foi criada em 1984 e é filiada à Confederação Sul-Americana Desportiva de Surdos (CONSUDES) e ao International Committee of Sports for the Deaf (CISS).

Movimento Paraolímpico Ø Inúmeros mutilados devido às Guerras Mundiais; Ø Tentativas de reintegrá-los à sociedade; Ø formação de grupos de atividades físicas no intuito de reabilitá-los; Ø O neurologista Ludwig Guttmann é convidado pelo governo inglês para dirigir o hospital de Stoke Mandeville. Criou-se um centro para o tratamento de lesionados medulares; Ø Paralelamente aos Jogos Olímpicos de Verão, Dr. Guttmann organiza jogos para paraplégicos em Stoke Mandeville com a participação dos veteranos de guerra; Ø Na década de 50 estes jogos tornam-se internacionais com a participação dos veteranos de guerra de outros países, passando a chamar-se Jogos Internacionais de Stoke Mandeville; Ø Em 1960 os jogos são realizados em Roma sob a denominação de Olimpíadas dos Portadores de Deficiência, logo após a XVI Olimpíada. Participaram 400 cadeirantes de 23 países. Ø Os jogos passam a ser realizados na mesma cidade e instalações das Olimpíadas, com algumas exceções. Os atletas competem de acordo com a área de deficiência. Ø Em 1972, na Alemanha, ocorreu a primeira participação brasileira nas Paraolímpiadas. Ø Robson de Almeida Sampaio, paraplégico, deu o impulso inicial para o esporte no Brasil. Fundou o Clube do Otimismo em 1958, no Rio de Janeiro, após participar de programas de reabilitação nos EUA. Ø Sergio Serafim Delgrande cria o Clube dos Paraplégicos em São Paulo após passar um período em um hospital nos EUA. Traz consigo a idéia da cadeira de rodas por ele utilizada no exterior e adquire algumas cadeiras com as quais forma o primeiro time brasileiro de basquete em cadeira de rodas. Ø A primeira competição paradesportiva brasileira ocorreu em 1959, no ginásio do Maracanãzinho, com um jogo de basquete em cadeira de rodas entre o Clube do Otimismo (RJ) e o Clube dos Paraplégicos (SP). Ø O Comitê Paraolímpico Brasileiro foi criado em 1995.

Olimpíada Especial Ø Primeira manifestação na década de 60, quando Eunice Kennedy Shriver, mãe de uma criança deficiente mental organiza um acampamento para agregar esta comunidade. Eunice inicia uma campanha pelos direitos das pessoas com deficiência mental. Ø percebeu-se a capacidade dos indivíduos com deficiência mental para realizar atividades físicas e como melhoravam com a prática desportiva. Ø realização do Internacional Special Games, em julho de 1968, em Soldiers Field, Chicago, nos EUA, dando início ao programa Special Olympics, que no ano de 1988 foi reconhecido oficialmente pelo Comitê Olímpico. Ø A Special Olympics é o maior programa mundial de treinamento e competições esportivas para crianças e adultos com deficiência mental. Com a participação de 160 países e presença de quase 1 milhão de atletas, conta com 500.000 voluntários. Seu objetivo não é simplesmente desenvolver aptidões e, sim, treinar para a vida, promovendo a integração das famílias, escola e comunidade. Ø As modalidades desportivas que fazem parte da competição atualmente são: aquáticas, atletismo, badmiton, basquetebol, boxe, boliche, ciclismo, equitação, hóquei, futebol, golfe, ginástica olímpica, levantamento de peso, patinação, esporte a vela, softball, tênis de mesa, handebol, tênis, voleibol. Ø No Brasil, a Associação Olimpíadas Especiais fundada em 1990, oferece treinamento esportivo e competições para as pessoas com deficiência mental, com o apoio de treinadores e voluntários. Presente em alguns estados, compete em 15 modalidades esportivas. Desde 1990 vem realizando Jogos Estaduais e Nacionais, participando a cada dois anos dos Jogos Mundiais, organizados pela

Special Olympics International. Ø Lema: “Deixe-me vencer. Mas seu eu não puder vencer deixe-me ser bravo”

Bibliografia sugerida: ALENCAR, Benoni. 1996 paraolimpíada: o Brasil no pódio. Rio de Janeiro: s.ed., 1997. ARAÚJO, Paulo Ferreira de. Desporto adaptado no Brasil: origem, institucionalização e atualidade. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto/INDESP, 1998. CARMO, Apolônio Abadio do. Deficiência Física: a sociedade brasileira cria, recupera e discrimina. 2. ed. Brasília: MEC/Secretaria dos Desportos, 1994. SKLIAR, Carlos. Pedagogia (improvável da diferença): e se o outro não estivesse aí? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

Sites RecomendadosAssociação Nacional de Desportos para DeficientesComitê Paraolímpico BrasileiroConselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência – CONADECoordenadoria Nacional para Integração de Pessoa Portadora de Deficiência – CORDSpecial Olympics Delaware – SODE

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

SOBRE OS SURDOS

Ø Uso do termo surdo por ser esta a expressão adotada pela comunidade surda. Essa comunidade possui uma identidade própria, caracterizada principalmente pela existência de uma forma específica de comunicação. A comunidade surda se origina em uma atitude diferente frente ao déficit, já que não leva em consideração o grau de perda auditiva de seus membros. A participação na comunidade surda se define pelo uso comum da língua de sinais, pelos sentimentos de identidade grupal, o auto-reconhecimento e identificação como surdo, o reconhecer-se como diferentes [...]. (SKLIAR, 1999, p. 141) Ø A expressão surdo não apenas como uma definição conceitual, mas como uma forma do Ser surdo, embora existam diferentes abordagens para o tema da surdez. Essas diferentes abordagens vão de

encontro à formação do profissional mas, principalmente, demonstram como o indivíduo classifica esse Ser surdo dentro de um quadro social.

Brasil

Ø No Brasil, em 1857, é criado o Imperial Instituto de Surdos-Mudos. Este instituto foi obra do francês Huet, surdo desde os 12 anos de idade que veio para o Brasil em 1855 e, com o apoio de D.Pedro II, fundou o Instituto hoje denominado Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).

Classificação da perda auditiva

Ø Diversas formas de acordo com o estudo realizado. Ex.: localização da lesão, grau da perda auditiva, comportamento do indivíduo....

Quanto à localização pode ser: Ø Condutiva, localizada no ouvido externo ou médio, acarretando a diminuição da audição na intensidade sonora. É, basicamente, uma alteração quantitativa. Ø Neuro-sensorial, caracterizada pela diminuição ou perda da audição na intensidade sonora, traz dificuldades discriminação auditiva, distorção da sensação sonora e no  recrutamento. É ao mesmo tempo uma alteração quantitativa e qualitativa. Ø Na central, a lesão pode se localizar a partir do tronco-cerebral até regiões subcorticais e córtex, sendo uma alteração qualitativa e quantitativa quanto ao processo auditivo.

Audiometria

Ø O som é medido em decibéis (dB), variando de 0 dB a 140 dB. Quanto à intensidade, o som é forte ou fraco; em relação à freqüência, alto (agudo) e baixo (grave). Ø Os testes audiométricos permitem medir e identificar o grau de audição de uma pessoa. Ø Nesta classificação, a pessoa será considerada com deficiência auditiva se a perda da audição for acima de 25 dB, em ambos os ouvidos. O grau da perda é sempre analisado conforme o melhor resultado do teste audiométrico.

Níveis

Deficiência Auditiva Limiar Auditivo Exemplos aproximados Leve       25 a 40 db   sussurro/cochicho Moderada   41 a 55 db     voz fraca Acentuada   56 a 70 db     voz normal Severa       71 a 85 db   voz forte,furadeira Grave       86 a 90 db    liquidificador  Profunda   Superior a 91db  turbina de avião

Causas da surdez

Ø Pré-natais: hereditárias, ocorridas durante a gestação, através de doenças, do meio ou má formação do bebê, tais como: componentes hereditários, rubéola materna, toxoplasmose, herpes zoster, incompatibilidade Rh, sífilis, ingestão de determinados medicamentos; Ø Peri-natais: dificuldades ocorridas no momento do parto: anóxia, hipóxia, prematuridade, traumatismos obstétricos, icterícia neonatal; Ø Pós-natais: oriundas de doenças ou traumatismos durante o desenvolvimento, como meningite, sarampo, traumatismo craniano, encefalite

Língua de Sinais

Ø A utilização da Língua de Sinais data do século XVII. O Abade L´Epée foi um dos grandes responsáveis pela sua disseminação. Ele criou a primeira escola para surdos em Paris. Ø No Congresso de Milão, em 1880, a Língua de Sinais é excluída da educação dos surdos, instituindo-se o oralismo. Ø Alexander Graham Bell, que acreditava no crescimento pessoal somente através da fala, foi um dos defensores da extinção da Língua de Sinais. Ø Em obediência ao Decreto de Milão o Brasil teve a Língua de Sinais suspensa em 1911. Ø Apesar do boicote, os surdos seguem na direção da união, já que existem registros da prática desportiva na Alemanha em 1888, no Clube Desportivo para Surdos. Ø Forma de comunicação estritamente visual, comunicada através de gestos codificados, tais como expressões faciais e pequenos movimentos do corpo. Ø No Brasil, a língua de sinais é chamada de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, oficializada em 2002. Ø Os sinais expressos pelas comunidades surdas estabelecem a língua-mãe desses sujeitos que desenvolvem sua identidade cultural. Ø O alfabeto datilológico (manual) é utilizado como auxiliar da comunicação, pois existem palavras sem um sinal específico. É utilizado para soletrar nomes específicos. Ø Na língua de sinais o nome de cada pessoa é substituído por um sinal que a identifica. Ø A Língua Escrita de Sinais (Sign Writing), criada em 1974, por Valerie Sutton, expressa os movimentos, as formas das mãos, as marcas não-manuais e os pontos de articulação.

Diferentes Comportamentos

Ø Diferentes comportamentos de acordo com o tempo de aquisição da surdez e o contexto em que estão inseridos, caracterizando grupos distintos. Ø Identidade surda pura: é o sujeito que utiliza a LIBRAS para sua comunicação, freqüenta grupos de surdos e está engajado em discussões políticas em prol dos direitos dos surdos. Ø Identidade surda híbrida: aquisição da surdez após o aprendizado da comunicação oral. Ø Identidade surda de transição cultural: pessoas envolvidas com pessoas ouvintes, parcialmente inseridas na comunidade surda; Ø Identidade surda flutuante: são os sujeitos inseridos na comunidade ouvinte, não mantendo contato com pessoas surdas. Subdividido em dois grupos: aqueles que conseguiram de alguma forma

acompanhar a cultura ouvintista e outros que não possuem autonomia, dependendo sempre de um ouvinte. Ø Pessoas com déficit de audição: possuem capacidade auditiva para acompanhar a cultura ouvinte com a utilização de aparelhos.

Algumas orientações:

No plano emocional os surdos normalmente apresentam emotividade acentuada, menor autodomínio, introversão, sentimento de inferioridade, tendência a neuroses e falta de controle intelectual sobre os impulsos. (Freitas e Cidade, 1997) Contudo, quando os surdos recebem estímulos e têm convívio social, estes comportamentos tendem a desaparecer ou inexistem. Para tanto, o profissional deve observar alguns cuidados: Ø utilização da LIBRAS como meio de comunicação; Ø ao falar com o aluno surdo, não tendo fluência na LIBRAS, a comunicação oral deve ser normal, não articulando exageradamente a boca ao falar; Ø certificar-se de que se encontra no campo visual do aluno, gesticulando para chamar sua atenção; Ø as atividades devem ir do simples para o complexo; Ø após a explicação da atividade através da LIBRAS, demonstrar a seqüência de atividades, para que os alunos tenham certeza do que fazer, pois o surdo recebe melhor as informações através da visão; Ø No momento da explicação, certifique-se de que está no campo visual de todos, lembrando-se de que o campo visual é em torno de apenas 180o; Ø a criança surda, por usar apenas a visão como percepção de comunicação, possui uma atenção seletiva reduzida, já que sua percepção de comunicação é apenas visual. Por isso, antes de dispor o material esportivo/recreativo para os alunos explique o que pretende realizar; Ø procure realizar as tarefas em duplas para que um auxilie o outro no entendimento; Ø utilize materiais para delimitar, de forma concreta, o espaço que será ocupado no jogo, bem como substitua os recursos auditivos por pistas visuais. Ø a utilização de cores, materiais de diferentes tamanhos e formas, múltiplos objetos com disposição variada são visualmente mais interessantes, o que atrairá maior atenção; Ø para grupos formados em jogos o recomendável é que sejam pequenos, evitando uma longa espera para a realização da tarefa; Ø ao término das aulas, fazer uma atividade “volta à calma”.; Ø a dança-teatro ou atividades de interpretação em geral, são ótimas técnicas de expressão surda. Os jogos de imitação são atividades importantes para estimular sua capacidade expressiva, o que auxiliará na sua comunicação e na perda da timidez, desenvolvendo a expressão corporal, já que a Língua de Sinais é viso-motora; Ø o uso de filmadora nas aulas é indicado para avaliação junto com a turma, principalmente com os adolescentes, pois esse método auxilia no aprendizado das técnicas do desporto ou de outras atividades técnicas, como a dança; Ø é aconselhável que alunos que usam prótese auditiva as retirem durante a atividade física de contato, pois além de seu uso durante a ação poder causar lesões no aparelho auditivo, é um material caro que, caindo, pode ser danificado. Se o aluno preferir permanecer com o aparelho, o professor deve alertá-lo para que tome cuidado.

Bibliografia sugerida: ADAMS, Ronald C. et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. Tradução de Ângela G.

Marx. 3a.ed. São Paulo: Manole, 1985. FERREIRA, Silvia. Atividades motoras para deficientes auditivos. Educação Física e Desporto para Pessoas Portadoras de Deficiência. Brasília: MEC-SEDES, SESI-DN, 1994. p. 99-114. FREITAS, Patrícia Silvestre de; CIDADE, Ruth Eugênia Amarante. Noções sobre educação física e esporte para pessoas portadoras de deficiência. Uberlândia: Gráfica Breda, 1997. PERLIN, Gládis T.T. Identidades Surdas. In: Skliar, C. (Org.). A Surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998. p. 51-73. SKLIAR, Carlos. Uma Perspectiva sócio-histórica sobre a psicologia e a Educação dos Surdos. In: Skliar, C. (Org.). Educação & Exclusão: abordagens sócio-antropológicas na educação especial. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 1999. p. 105-153. WRIGLEY, Owen. The politics of deafness. Washington: Gallaudet University Press, 1996.

SITES www.feneis.com.br/ www.ines.org.br www.jornaldosurdo.com.br www.surdosol.com.br www.ronice.ced.ufsc.br

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Sugestões de Jogos para Crianças e Jovens Surdos:

Os jogos podem ser utilizados por alunos surdos e também por alunos em siruação de inclusão, desde que sejam feitas as adaptações necessárias para atender as diferenças existentes. Lembrando sempre que, ao dirigir-se às crianças e jovens surdos será necessário a utilização da língua de sinais e muitas informações visuais. O professor deverá intermediar a comunicação entre os alunos surdos e os alunos ouvintes.

JOGO DOS CARTÕES: Número de Participantes: livre. MaterialNncessário:cartões coloridos e bola. Local: quadra, pátio e sala de aula. Formação dos Alunos: círculo. Descrição do Jogo: Os alunos ficarão em círculo passando a bola, atentos aos cartões que serão mostrados pelo professor. Estes cartões terão códigos previamente combinados: amarelo sinaliza o arremesso da bola para qualquer colega; vermelho significa que se deve quicar a bola e passá-la; ao ser mostrado o cartão azulo, a bola deverá ser arremessada para um menino; e o cartão rosa indica o passe de bola para uma menina. quem errar deverá permanecer agachado e não receberá mais a bola. Quando restarem somente dois elementos no círculo e o cartão respectivo ao sexo for mostrado o aluno deverá jogar a bola para o companheiro seguindo a regra ou, se for o único do sexo indicado, deverá permanecer jogando-a para cima até mudar o sinal. Variável: Pode-se também utilizar outros cartões com outros códigos. Por exemplo, verde para mudar o sentido da bola.

FUTSAL DE 4 GOLEIRAS

Número de Participantes: 16. Material Necessário: 8 cones, 8 coletes, 2 bandeiras com cores diferentes. Local: ginásio, preferencialmente quadra de futsal. Formação dos Alunos: 2 equipes com 8 jogadores cada. Descrição do Jogo: A atividade será realizada em uma quadra de futsal onde não serão utilizadas as goleiras e, sim, 8 cones com os quais serão montadas 4 goleiras nos cantos das quadras. Os alunos serão divididos em duas equipes de 8 integrantes cada, devendo marcar gols em duas goleirinhas previamente designadas para as equipes. Vence o time que fizer mais gols. As regras são as mesmas do futsal. A explicação deve ser na língua de sinais. O professor deverá usar duas bandeiras: uma verde e outra vermelha. Quando ocorrer falta, o professor levantará a bandeira vermelha. Para sinalizar o início e o término do jogo, usará a verde. Obs.: Pode ser jogado com ou sem goleiro.

Sites RecomendadosFederação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – FENEIS- Instituto Nacional de Educação de Surdos – INESInternational Commmittee of Sports for the Deaf – CISSolimpíadas de surdosdicionário de libras on line

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

SOBRE OS SURDOS

Ø Uso do termo surdo por ser esta a expressão adotada pela comunidade surda. Essa comunidade possui uma identidade própria, caracterizada principalmente pela existência de uma forma específica de comunicação. A comunidade surda se origina em uma atitude diferente frente ao déficit, já que não leva em consideração o grau de perda auditiva de seus membros. A participação na comunidade surda se define pelo uso comum da língua de sinais, pelos sentimentos de identidade grupal, o auto-reconhecimento e identificação como surdo, o reconhecer-se como diferentes [...]. (SKLIAR, 1999, p. 141) Ø A expressão surdo não apenas como uma definição conceitual, mas como uma forma do Ser surdo, embora existam diferentes abordagens para o tema da surdez. Essas diferentes abordagens vão de

encontro à formação do profissional mas, principalmente, demonstram como o indivíduo classifica esse Ser surdo dentro de um quadro social.

Brasil

Ø No Brasil, em 1857, é criado o Imperial Instituto de Surdos-Mudos. Este instituto foi obra do francês Huet, surdo desde os 12 anos de idade que veio para o Brasil em 1855 e, com o apoio de D.Pedro II, fundou o Instituto hoje denominado Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).

Classificação da perda auditiva

Ø Diversas formas de acordo com o estudo realizado. Ex.: localização da lesão, grau da perda auditiva, comportamento do indivíduo....

Quanto à localização pode ser: Ø Condutiva, localizada no ouvido externo ou médio, acarretando a diminuição da audição na intensidade sonora. É, basicamente, uma alteração quantitativa. Ø Neuro-sensorial, caracterizada pela diminuição ou perda da audição na intensidade sonora, traz dificuldades discriminação auditiva, distorção da sensação sonora e no  recrutamento. É ao mesmo tempo uma alteração quantitativa e qualitativa. Ø Na central, a lesão pode se localizar a partir do tronco-cerebral até regiões subcorticais e córtex, sendo uma alteração qualitativa e quantitativa quanto ao processo auditivo.

Audiometria

Ø O som é medido em decibéis (dB), variando de 0 dB a 140 dB. Quanto à intensidade, o som é forte ou fraco; em relação à freqüência, alto (agudo) e baixo (grave). Ø Os testes audiométricos permitem medir e identificar o grau de audição de uma pessoa. Ø Nesta classificação, a pessoa será considerada com deficiência auditiva se a perda da audição for acima de 25 dB, em ambos os ouvidos. O grau da perda é sempre analisado conforme o melhor resultado do teste audiométrico.

Níveis

Deficiência Auditiva Limiar Auditivo Exemplos aproximados Leve       25 a 40 db   sussurro/cochicho Moderada   41 a 55 db     voz fraca Acentuada   56 a 70 db     voz normal Severa       71 a 85 db   voz forte,furadeira Grave       86 a 90 db    liquidificador  Profunda   Superior a 91db  turbina de avião

Causas da surdez

Ø Pré-natais: hereditárias, ocorridas durante a gestação, através de doenças, do meio ou má formação do bebê, tais como: componentes hereditários, rubéola materna, toxoplasmose, herpes zoster, incompatibilidade Rh, sífilis, ingestão de determinados medicamentos; Ø Peri-natais: dificuldades ocorridas no momento do parto: anóxia, hipóxia, prematuridade, traumatismos obstétricos, icterícia neonatal; Ø Pós-natais: oriundas de doenças ou traumatismos durante o desenvolvimento, como meningite, sarampo, traumatismo craniano, encefalite

Língua de Sinais

Ø A utilização da Língua de Sinais data do século XVII. O Abade L´Epée foi um dos grandes responsáveis pela sua disseminação. Ele criou a primeira escola para surdos em Paris. Ø No Congresso de Milão, em 1880, a Língua de Sinais é excluída da educação dos surdos, instituindo-se o oralismo. Ø Alexander Graham Bell, que acreditava no crescimento pessoal somente através da fala, foi um dos defensores da extinção da Língua de Sinais. Ø Em obediência ao Decreto de Milão o Brasil teve a Língua de Sinais suspensa em 1911. Ø Apesar do boicote, os surdos seguem na direção da união, já que existem registros da prática desportiva na Alemanha em 1888, no Clube Desportivo para Surdos. Ø Forma de comunicação estritamente visual, comunicada através de gestos codificados, tais como expressões faciais e pequenos movimentos do corpo. Ø No Brasil, a língua de sinais é chamada de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, oficializada em 2002. Ø Os sinais expressos pelas comunidades surdas estabelecem a língua-mãe desses sujeitos que desenvolvem sua identidade cultural. Ø O alfabeto datilológico (manual) é utilizado como auxiliar da comunicação, pois existem palavras sem um sinal específico. É utilizado para soletrar nomes específicos. Ø Na língua de sinais o nome de cada pessoa é substituído por um sinal que a identifica. Ø A Língua Escrita de Sinais (Sign Writing), criada em 1974, por Valerie Sutton, expressa os movimentos, as formas das mãos, as marcas não-manuais e os pontos de articulação.

Diferentes Comportamentos

Ø Diferentes comportamentos de acordo com o tempo de aquisição da surdez e o contexto em que estão inseridos, caracterizando grupos distintos. Ø Identidade surda pura: é o sujeito que utiliza a LIBRAS para sua comunicação, freqüenta grupos de surdos e está engajado em discussões políticas em prol dos direitos dos surdos. Ø Identidade surda híbrida: aquisição da surdez após o aprendizado da comunicação oral. Ø Identidade surda de transição cultural: pessoas envolvidas com pessoas ouvintes, parcialmente inseridas na comunidade surda; Ø Identidade surda flutuante: são os sujeitos inseridos na comunidade ouvinte, não mantendo contato com pessoas surdas. Subdividido em dois grupos: aqueles que conseguiram de alguma forma

acompanhar a cultura ouvintista e outros que não possuem autonomia, dependendo sempre de um ouvinte. Ø Pessoas com déficit de audição: possuem capacidade auditiva para acompanhar a cultura ouvinte com a utilização de aparelhos.

Algumas orientações:

No plano emocional os surdos normalmente apresentam emotividade acentuada, menor autodomínio, introversão, sentimento de inferioridade, tendência a neuroses e falta de controle intelectual sobre os impulsos. (Freitas e Cidade, 1997) Contudo, quando os surdos recebem estímulos e têm convívio social, estes comportamentos tendem a desaparecer ou inexistem. Para tanto, o profissional deve observar alguns cuidados: Ø utilização da LIBRAS como meio de comunicação; Ø ao falar com o aluno surdo, não tendo fluência na LIBRAS, a comunicação oral deve ser normal, não articulando exageradamente a boca ao falar; Ø certificar-se de que se encontra no campo visual do aluno, gesticulando para chamar sua atenção; Ø as atividades devem ir do simples para o complexo; Ø após a explicação da atividade através da LIBRAS, demonstrar a seqüência de atividades, para que os alunos tenham certeza do que fazer, pois o surdo recebe melhor as informações através da visão; Ø No momento da explicação, certifique-se de que está no campo visual de todos, lembrando-se de que o campo visual é em torno de apenas 180o; Ø a criança surda, por usar apenas a visão como percepção de comunicação, possui uma atenção seletiva reduzida, já que sua percepção de comunicação é apenas visual. Por isso, antes de dispor o material esportivo/recreativo para os alunos explique o que pretende realizar; Ø procure realizar as tarefas em duplas para que um auxilie o outro no entendimento; Ø utilize materiais para delimitar, de forma concreta, o espaço que será ocupado no jogo, bem como substitua os recursos auditivos por pistas visuais. Ø a utilização de cores, materiais de diferentes tamanhos e formas, múltiplos objetos com disposição variada são visualmente mais interessantes, o que atrairá maior atenção; Ø para grupos formados em jogos o recomendável é que sejam pequenos, evitando uma longa espera para a realização da tarefa; Ø ao término das aulas, fazer uma atividade “volta à calma”.; Ø a dança-teatro ou atividades de interpretação em geral, são ótimas técnicas de expressão surda. Os jogos de imitação são atividades importantes para estimular sua capacidade expressiva, o que auxiliará na sua comunicação e na perda da timidez, desenvolvendo a expressão corporal, já que a Língua de Sinais é viso-motora; Ø o uso de filmadora nas aulas é indicado para avaliação junto com a turma, principalmente com os adolescentes, pois esse método auxilia no aprendizado das técnicas do desporto ou de outras atividades técnicas, como a dança; Ø é aconselhável que alunos que usam prótese auditiva as retirem durante a atividade física de contato, pois além de seu uso durante a ação poder causar lesões no aparelho auditivo, é um material caro que, caindo, pode ser danificado. Se o aluno preferir permanecer com o aparelho, o professor deve alertá-lo para que tome cuidado.

Bibliografia sugerida: ADAMS, Ronald C. et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. Tradução de Ângela G.

Marx. 3a.ed. São Paulo: Manole, 1985. FERREIRA, Silvia. Atividades motoras para deficientes auditivos. Educação Física e Desporto para Pessoas Portadoras de Deficiência. Brasília: MEC-SEDES, SESI-DN, 1994. p. 99-114. FREITAS, Patrícia Silvestre de; CIDADE, Ruth Eugênia Amarante. Noções sobre educação física e esporte para pessoas portadoras de deficiência. Uberlândia: Gráfica Breda, 1997. PERLIN, Gládis T.T. Identidades Surdas. In: Skliar, C. (Org.). A Surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Mediação, 1998. p. 51-73. SKLIAR, Carlos. Uma Perspectiva sócio-histórica sobre a psicologia e a Educação dos Surdos. In: Skliar, C. (Org.). Educação & Exclusão: abordagens sócio-antropológicas na educação especial. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 1999. p. 105-153. WRIGLEY, Owen. The politics of deafness. Washington: Gallaudet University Press, 1996.

SITES www.feneis.com.br/ www.ines.org.br www.jornaldosurdo.com.br www.surdosol.com.br www.ronice.ced.ufsc.br

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Sugestões de Jogos para Crianças e Jovens Surdos:

Os jogos podem ser utilizados por alunos surdos e também por alunos em siruação de inclusão, desde que sejam feitas as adaptações necessárias para atender as diferenças existentes. Lembrando sempre que, ao dirigir-se às crianças e jovens surdos será necessário a utilização da língua de sinais e muitas informações visuais. O professor deverá intermediar a comunicação entre os alunos surdos e os alunos ouvintes.

JOGO DOS CARTÕES: Número de Participantes: livre. MaterialNncessário:cartões coloridos e bola. Local: quadra, pátio e sala de aula. Formação dos Alunos: círculo. Descrição do Jogo: Os alunos ficarão em círculo passando a bola, atentos aos cartões que serão mostrados pelo professor. Estes cartões terão códigos previamente combinados: amarelo sinaliza o arremesso da bola para qualquer colega; vermelho significa que se deve quicar a bola e passá-la; ao ser mostrado o cartão azulo, a bola deverá ser arremessada para um menino; e o cartão rosa indica o passe de bola para uma menina. quem errar deverá permanecer agachado e não receberá mais a bola. Quando restarem somente dois elementos no círculo e o cartão respectivo ao sexo for mostrado o aluno deverá jogar a bola para o companheiro seguindo a regra ou, se for o único do sexo indicado, deverá permanecer jogando-a para cima até mudar o sinal. Variável: Pode-se também utilizar outros cartões com outros códigos. Por exemplo, verde para mudar o sentido da bola.

FUTSAL DE 4 GOLEIRAS

Número de Participantes: 16. Material Necessário: 8 cones, 8 coletes, 2 bandeiras com cores diferentes. Local: ginásio, preferencialmente quadra de futsal. Formação dos Alunos: 2 equipes com 8 jogadores cada. Descrição do Jogo: A atividade será realizada em uma quadra de futsal onde não serão utilizadas as goleiras e, sim, 8 cones com os quais serão montadas 4 goleiras nos cantos das quadras. Os alunos serão divididos em duas equipes de 8 integrantes cada, devendo marcar gols em duas goleirinhas previamente designadas para as equipes. Vence o time que fizer mais gols. As regras são as mesmas do futsal. A explicação deve ser na língua de sinais. O professor deverá usar duas bandeiras: uma verde e outra vermelha. Quando ocorrer falta, o professor levantará a bandeira vermelha. Para sinalizar o início e o término do jogo, usará a verde. Obs.: Pode ser jogado com ou sem goleiro.

Sites RecomendadosFederação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – FENEIS- Instituto Nacional de Educação de Surdos – INESInternational Commmittee of Sports for the Deaf – CISSolimpíadas de surdosdicionário de libras on line

DEFICIÊNCIA VISUAL

SOBRE OS CEGOS

Ø A primeira escola para cegos, a Real Instituição, foi fundada em Paris no ano de 1784 por Valentin Haüy. A esta escola, em 1819, aos 10 anos de idade, chega Louis Braille, cego desde os 3 anos. Braille, incrementando os estudos feitos por Charles Barbier de la Serre, cria o sistema Braille. Ø O Sistema Braille foi introduzido no Brasil em 1850, por José Álvares de Azevedo após ter passado alguns anos estudando no Instituto Real de Jovens Cegos de Paris. José Álvares de Azevedo, cego de nascença, criou no Brasil, em 1854, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, o atual Instituto Benjamin Constant.

Classificação da cegueira

O ser humano possui o campo visual, em média, de 180 graus e a capacidade de enxergar a 120 metros de distância. Para uma pessoa ser considerada com comprometimento visual ela deverá ter o comprometimento em relação à acuidade visual e o seu campo visual restrito. Deficiência visual é a redução ou a perda total da capacidade de ver com o melhor olho mesmo após a melhor correção ótica. A maioria das classificações é baseada em referenciais clínicos, definindo a lesão; outras levam em conta a capacidade visual do sujeito. Classificação Clínica Subdivide a deficiência visual em cegueira e visão subnormal. A Cegueira é a ausência ou perda da visão em ambos os olhos, ou um campo visual inferior a 0,1 grau no melhor olho, mesmo após a correção, não excedendo a 20 graus no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes para correção. Pode ser congênita se a perda da visão ocorrer até os três anos de idade ou adquirida se a perda da visão ocorrer após os três anos de idade. Visão subnormal quando o indivíduo possui uma acuidade visual de 6/20 e 6/60 no melhor olho, após a correção máxima.

Classificação OMS A OMS considera, com referência à acuidade visual, que visão normal é melhor e igual 20/25; visão próximo ao normal entre 20/30 e 20/60; visão subnormal moderada, entre 20/70 e 20/160; severa entre 20/200 e 20/400, com campo visual menor ou igual 20 graus; profunda entre 20/500 e 20/1000 com campo visual menor ou igual a 10; deficiência visual quase total entre percepção luminosa e 20/1000 com campo visual menor ou igual a 5 graus; e amourose sem percepção luminosa.

Classificação Esportiva Ø B1, B2 e B3 é a classificação utilizada no esporte adaptado para cegos, onde B significa cego e vem do inglês Blind. O número é de acordo com o grau de comprometimento visual Ø B1 – da falta de percepção visual até a percepção luminosa, com incapacidade de reconhecer a forma da mão em qualquer distância ou direção. Ø B2 - da capacidade de reconhecer a forma da mão para uma acuidade de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus; Ø B3 - da acuidade visual acima de 2/60 até a acuidade visual de 6/60 e/ou um campo visual maior que 5 graus e menor que 20 graus.

Algumas causas Ø Glaucoma primário: é ocasionado, principalmente pela retenção do aquoso, substância líquida que se encontra na câmara anterior do globo ocular, que é constantemente renovado Ø Retinose Pigmentar: degeneração progressiva das células da retina, evoluindo para a atrofia geral de toda a retina Ø Retinoblastoma: o olho reflete clarão causado pelo reflexo da luz Ø Diabetes: caracterizado pela dificuldade do corpo na metabolização e aproveitamento dos alimentos, ocorrendo a presença de grandes quantidades de açúcar no sangue e na urina, devendo-se fazer o controle através da insulina. Causa a retinopatia diabética que subdivide-se em dois tipos: não proliferativa, caracterizada pelo estreitamento ou enfraquecimento gradual dos pequenos vasos sanguíneos do olho; e proliferativa, que causa o entupimento dos vasos sanguineos. Ø Degeneração macular senil (DMS): Atinge basicamente o epitélio pigmentar. Ø Neonatais: toxoplasmose, rubéola, sarampo e prematuridade.

Técnicas de Orientação e Mobilidade Ø Cães-guia: Surgida nos EUA,em 1929, passou a ser utilizada em grande escala a partir da II Guerra Mundial dar maior autonomia aos ex-combatentes cegos Ø Bengala: é atualmente utilizada pela maioria das pessoas cegas e com baixa visão. Ø Guia humano: é aquela que utiliza uma pessoa que serve como auxiliar das pessoas cegas e de baixa visão, orientando-o através do toque.

Algumas orientações Ø As crianças cegas geralmente apresentam desempenhos inferiores nas áreas motora, cognitiva e social-afetiva em relação às crianças sem essa deficiência, devido, geralmente, à uma educação geral inadequada e em decorrência de estimulação limitada pela sua dificuldade de realização motora. (CONDE, 1994) Ø A limitação na captação de estímulos, assim com a falta de relação entre objeto visualmente percebido e a palavra e a falta de experiências práticas, causam uma defasagem no nível cognitivo que tem como característica básica a dificuldade na formação e utilização de conceitos. (CONDE, 1994) Ø A cegueira pode levar a problemas como : falta de equilíbrio, deficiência cardio-respiratório, dificuldade perceptiva (orientação espacial, direcionalidade e atividades posturais inadequadas), coordenação (motricidade fina e motricidade ampla). A educação física é um dos meios das crianças e adolescentes cegos e com baixa visão poderem explorar seu espaço e adquirir um bom desempenho motor para as atividades do seu dia-a-dia, favorece a evolução de aspectos como a autoconfiança e a auto-estima. O professor serve de intermediador neste processo, devendo observar: Ø O comando verbal, através de explicações claras e objetivas, é o primeiro passo para um bom entendimento. Quando a voz não for suficiente para explicar a dinâmica de uma atividade/jogo, será necessário que o professor passe as instruções através do tato, Ø Orientar o aluno sobre o espaço físico onde está inserido, desde a disposição dos materiais na quadra até na organização do mapa mental do espaço físico da escola. Ao mudar o lugar de qualquer recurso material, será necessário avisar ao aluno. Ø O uso de cordas e fitas em alto relevo é indicado para delimitar espaço ou o caminho a ser percorrido. Ø Para melhor orientação da direcionalidade, usar e explorar todos os recursos sonoros durante as aulas, como por exemplo: pulseiras sonoras, tornozeleiras sonoras, cintos sonoros e bolas com guizos, dentre outros. Ø Atividades que desenvolvam aptidões voltadas à saúde, tais como: força, flexibilidade, agilidade, resistência muscular localizada e resistência cardio-respiratório, devem ser desenvolvidas pelo professor, colaborando para que seu aluno tenha uma vida saudável. Ø Sempre que houver algum resíduo de visão, este deverá ser explorado ao máximo. Quando, numa turma, houver alunos de baixa visão, são necessários alguns cuidados adicionais, como controlar a luminosidade do local de treinamento, pois algumas patologias reagem bem à luz, enquanto que outras não são receptivas à luminosidade. Bibliografia sugerida: ADAMS, Ronald C. et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. Tradução de Ângela G. Marx. 3a.ed. São Paulo: Manole, 1985. ALMEIDA, José Júlio Gavião de; CONDE, Antônio João Menescal. Metodologia aplicada ao deficiente visual. Curso de Capacitação de Professores Multiplicadores em Educação Física Adaptada. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Especial, 2002. p. 123-158. CONDE, Antonio João Menescal. A pessoa portadora de deficiência visual, seu corpo, seu movimento

e seu mundo. Educação Física e Desporto para Pessoas Portadoras de Deficiência. Brasília: MEC-SEDES, SESI-DN, 1994. p. 87-98. GALLAHUE, David; OZMUN, John. Understanding motor development: infant, children, adolescents, adults. 4. ed. Rev. Boston: McGraw-Hill, 1998. _____________________________________________________________

Sugestões de Jogos para Crianças e Jovens Cegos e de Baixa Visão: OUÇA E PEGUE O RABINHO Número de Participantes: de 5 a 10 Material Necessário: barbante, latas de refrigerante com pedrinhas do tamanho de feijões dentro Local: ginásio ou qualquer lugar plano Formação dos Alunos: livre Descrição do Jogo: Amarrar a lata de refrigerante com um barbante, que será puxada pelos alunos, arrastando-a pelo chão. Cada um tentará roubar o “rabinho” do outro. Aquele que mais “rabinhos” pegar será o vencedor. Em situação de inclusão: Os alunos poderão estar em duplas de mãos dadas, onde um estará vendado e o outro não. Aquele que não enxergar, pegará o “rabinho” seguindo as instruções do vidente. O “rabinho” estará preso ao aluno cego ou com baixa visão. Vencerá a dupla que pegar mais “rabinhos”.

HANDEBOL TATO Número de Participantes: 20 Material Necessário: 1 bola de futsal com guizo                  e coletes Local: quadra de handebol ou                  de futsal Formação dos Alunos: 2 equipes formando duplas Descrição do Jogo: Serão formados dois times com 5 duplas cada. As duplas terão 1 aluno cego e outro vidente, deslocando-se com as mãos dadas. Cada time escolherá o seu campo de defesa. O início do jogo se dará quando o professor, de costas, arremessará a bola para a quadra. As duplas deverão tentar pegar a bola, atacando o time adversário. As duplas não poderão dar mais que 3 passos com a bola na mão, após o que deverão passar a bola para uma dupla parceira. Apenas o cego deverá chutar a gol através da orientação do colega vidente. Não é necessário goleiro. No caso de infrações (quicar a bola, o vidente arremessar a gol, bola fora, empurrar os colegas, tocar a bola com outra parte do corpo que não os membros superiores, pisar na área de gol), a bola será lançada da lateral da quadra. Variável: O mesmo jogo poderá ser feito com a manipulação da bola com os pés. Neste caso a brincadeira terá o nome de Futebol Cego. Para esta atividade, cada vez que o cego chutar a bola deverá dizer “Fui”, para evitar acidentes como 2 alunos chutarem a bola ao mesmo tempo.

REGRAS BÁSICAS DO DESPORTO PARA ATLETAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

ESPORTES PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

FUTEBOL 5 Futsal B1

O Brasil é uma superpotência no Futebol de 5, como é conhecido o futebol para cegos. O esporte

entrou para os Jogos Paraolímpicos só na última edição, em Atenas - 2004, mas já era muito conhecido desde os tempos de colégio dos atletas. No passado a criançada já fazia mudanças na bola para que esta fizesse algum som e assim poderem localizá-la. O mais comum era amarrar um saco plástico nela. Hoje em dia a bola é oficial, como a de futsal, mas com guizos dentro. As que são usadas em jogos internacionais da IBSA são de fabricação brasileira, confeccionadas por presidiários no programa "Pintando a Liberdade" feito pelo Ministério do Esporte. Essas bolas são distribuídas gratuitamente pelo mundo todo.

COMO É JOGADO? O goleiro é o único jogador que enxerga, mas tem sua área limitada em um espaço de 5 x 2 metros. Se ele sair desta marcação, é pênalti. O jogo tem dois tempos de 25 minutos e um intervalo de 10 minutos. Em cada tempo são permitidas três faltas coletivas. A partir da quarta, todas são cobradas na forma de tiro direto. Cada time tem um "chamador", pessoa que fica atrás do gol adversário orientando o ataque. O goleiro também tem o papel de orientar a defesa. A cobrança de pênalti e tiro direto tem um ritual específico: o "chamador" bate uma pequena barra de ferro nas duas traves para dar ao atleta a dimensão do gol. As laterais da quadra são cercadas de bandas, proteções que impedem que a bola saia. Isso tornou as partidas mais dinâmicas. Só há cobrança do lateral, com os pés, se a bola ultrapassar essas bandas. Caso contrário, o jogo segue normalmente. Os quatro jogadores de linha devem usar vendas nos olhos. Alguns jogadores B1 (cegos) têm uma leve percepção da luz e isso seria uma vantagem. As medidas da quadra são as mesmas do futsal, de 38x18m até 42x22m. As regras são as mesmas da FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) com adaptações da IBSA.

FUTEBOL B2 B3

Futebol B2/B3 Esta modalidade não diferencia muito do futsal regular. Tem apenas algumas regras adaptadas e uma certa preocupação com a luz, esta deve ser homogênea, sem variações para que não atrapalhe o desenvolvimento do jogo. A bola deve ter uma cor chamativa, podendo ser verde, amarela ou branca para facilitar a localização. Até hoje foram realizados três Mundiais: Brasil 1998; Itália 2004 e Inglaterra 2004. Em todas as edições a Bielorrússia foi campeã. Como é Jogado Nessa modalidade atletas com classificações oftalmológicas diferentes jogam na mesma equipe. Em quadra, cada time deve escalar pelo menos dois jogadores B2, que devem estar identificados por uma faixa, adesivo ou braçadeira, e no máximo dois B3. O goleiro tem sua atuação limitada e não pode sair da área de seis metros. Se tocar com o pé fora do limite é falta, punida com cartão amarelo. Toque com as mãos implica em cartão vermelho direto.

No Brasil

O melhor resultado da seleção brasileira em um Mundial foi na Itália em 2004, na ocasião ficamos com a quarta colocação. Por aqui, quem organiza as competições da modalidade é ABDC. O principal

torneio é a Copa Brasil, realizada todo ano.  

ATLETISMO

O Atletismo é hoje o esporte mais praticado nos mais de 70 países filiados à Federação Internacional de Desportos para Cegos - IBSA. Além dos Jogos Paraolímpicos, fazem parte de seu calendário, maratonas, Jogos Mundiais e Campeonatos Mundiais para Jovens. O que contribui para a difusão da modalidade é o fácil acesso e a naturalidade dos movimentos, já que correr, saltar, lançar e arremessar são ações que proporcionam a sobrevivência do Homem.

No Brasil A ABDC realiza competições nacionais de atletismo desde a sua institucionalização, em 1984, e concentra um grande número de atletas praticantes no país. Hoje a modalidade é destaque tanto nacional, quanto internacional. Os excelentes resultados em eventos realizados fora do país e em competições nacionais credenciam o atletismo como o esporte de maior ascensão no cenário paraolímpico brasileiro. Nos Jogos de Atenas, por exemplo, os atletas deficientes visuais conquistaram 12 das 16 medalhas da modalidade. Foram 2 de ouro, 6 de prata e 4 de bronze. A velocista brasileira Anelise Hermany - B2, foi a primeira medalhista Paraolímpica entre os deficientes visuais.

• O Atletismo para Deficientes Visuais é constituído basicamente por todas as provas que compõem as regras oficiais da Federação Internacional de Atletismo - I.A.A.F., com exceção das provas de salto com vara, lançamento do martelo, corridas com barreira e obstáculos. • As provas são divididas por grau de deficiência visual (B1, B2 e B3) e as regras são adaptadas para os atletas B1 e B2. Para esses, é permitido o uso de sinais sonoros e de um guia, que corre junto com o competidor para orientá-lo. Eles são unidos por uma corda presa às mãos e o atleta deve estar sempre à frente. As modalidades para os competidores B3 seguem as mesmas regras do atletismo regular.

JUDÔ O judô é a única arte marcial dos Jogos Paraolímpicos. Essa modalidade se tornou paraolímpica em Seul, 1988. A estréia das mulheres foi feita em 2004, nos Jogos de Atenas. Com a filosofia de ética, respeito ao oponente e às regras, o esporte dá ao atleta um grande aperfeiçoamento do equilíbrio estático e dinâmico, fundamentais no cotidiano dos deficientes visuais. Aprender a cair é também muito importante para dar segurança ao judoca. Insegurança gera tensão muscular, o que atrapalha os movimentos. As principais competições internacionais são as Paraolimpíadas, o Campeonato Mundial, os Campeonatos Continentais e a Copa Mundial. No Brasil A primeira participação internacional do país aconteceu em 1987, no Torneio de Paris. Nos Jogos Paraolímpicos de Seul - 88, já conquistamos três medalhas de bronze demonstrando assim o grande futuro que teríamos no esporte. Hoje somos a quinta potência mundial, junto com o Japão. Antônio Tenório, o grande nome brasileiro, é tri-campeão paraolímpico, com três medalhas de ouro conquistadas em Atlanta 96 (categoria até 81kg), Sydney 2000 (até 90kg) e Atenas 2004 (até 100kg).

COMO É PRATICADO?

Judocas das três categorias oftalmológicas, B1, B2 e B3, lutam entre si e o atleta cego (B1) é identificado com um círculo vermelho em cada ombro do quimono. As regras são as mesmas da Federação Internacional de Judô -I.J.F., com as seguintes adaptações: A luta é interrompida quando os competidores perdem contato; Os Judocas não são punidos quando saem da área de combate; Atletas cegos e surdos também podem participar. O sistema de pontuação é igual ao olímpico. O Judô também pode ser disputado entre deficientes visuais e não-deficientes.

NATAÇÃO

Um dos esportes mais populares do mundo, a natação pode ser praticada com finalidades diferentes, como competição, saúde ou lazer. Os benefícios gerais desta atividade física são evidentes, tanto para quem enxerga como para quem é deficiente visual. A possibilidade de interagir com um meio que não o terrestre viabiliza independência de movimentos, segurança e, principalmente, auto-estima. Muitas vezes o que começa como terapia, acaba virando esporte de rendimento. As principais competições internacionais são os Jogos Paraolímpicos, Jogos Mundiais da IBSA e Mundial de Jovens. No Brasil Todas as competições de natação exclusiva para deficientes visuais são organizadas pela ABDC. A cada ano a modalidade cresce mais ainda, dando destaque internacional ao Brasil. A primeira participação do Brasil nos Jogos Paraolímpicos foi em Atlanta, 1996, nos Estados Unidos. Em Sidney, 2000, Fabiana Harumi Sugimori se consagrou campeã paraolímpica ao ganhar a prova dos 50m livres, categoria B1, feito repetido em 2004, nas Paraolimpíadas de Atenas.

COMOÉ PRATICADO?

Poucas regras foram adaptadas para a prática de deficientes visuais. Elas se baseiam nas normas da FINA - Federação Internacional de Natação - e as provas disputadas são as mesmas: livre, costas, peito e borboleta, divididas por categorias de classificação oftalmológica B1, B2 e B3, sendo que cada uma disputa entre si. No início da década de 1980 foi introduzido o tapper nas provas para atletas B1 e B2. O tapper nada mais é do que um técnico que fica à beira da piscina segurando um bastão com uma bola de tênis na ponta, que serve para tocar nas costas do atleta para que ele saiba a hora exata da virada. Para os nadadores B1 é obrigatório o uso de uma venda totalmente opaca. Foi apenas em 1988, nas Paraolimpíadas de Seul, que a natação para pessoas com deficiência passou a fazer parte do quadro paraolímpico.

H O M E N S Estilo Livre 50 m 100 m 200 m 400 m 1500 m Costas 50 m 100 m 200 m   Peito 50 m 100 m 200 m   Borboleta 50 m 100 m 200 m   Medley Ind.  200 m 400 m    

M U L H E R E S Livre 50 m 100 m 200 m 400 m 800 m Costas 50 m 100 m 200 m   Peito 50 m 100 m 200 m   Borboleta 50 m100 m 200 m   Medley Ind. 200 m 400 m      R E V E Z A M E N T O S   Estilo Livre 4 X 50 m4 X 100 m Medley 4 X 50 m4 X 100 m   NOTA : Todos as provas disponíveis incluirão nadadores das categorias B1, B2 e B3.  

GOALBALL (GOLBOL) • Duração do Jogo. Cada partida tem uma duração total de vinte (20) minutos, dividida em duas metades de dez (10) minutos cada uma. O oficial encarregado pela contagem do tempo, avisa trinta (30) segundos antes do começo de qualquer parte. Considera-se terminada qualquer parte do jogo quando expira o tempo. O intervalo entre uma parte e outra tem a duração de três (3) minutos. A partida recomeça assim que expirarem os três minutos. Se entretanto uma equipe não estiver preparada para recomeçar o jogo, será sancionada por atraso do jogo. A contagem do tempo fica suspensa durante as situações de sanção.

• Dimensões. O campo utilizado para o Goalball consiste num retângulo de 18,00 metros de comprimento e 9,00 metros de largura. Goleira de 9m de largura por 1,30 m de altura

• Bola. A bola tem um peso de 1,250 kg, com guizos no seu interior. Tem um perímetro de aproximadamente 0,76 metros e 8 orifícios de 0,01 metros de diâmetro cada um. É feita de borracha, e tem uma rigidez que lhe foi determinada pelo Comitê Técnico de Desportos da IBSA.

INFRAÇÕES

Caso ocorra uma infração, a bola regressa à equipe defensiva. • Lançamento Prematuro. Se um jogador lança a bola antes do permitido, o remate contará, mas não se anota qualquer pontuação. • - Sair do Campo. O jogador que efetuar o lançamento deve estar em contato com o campo de jogo no momento de lançar a bola. Caso assim não seja, o remate contará, mas não se anota qualquer pontuação. Estando a bola em jogo, se esta vai para fora pelas linhas laterais, enquanto é passada entre os

membros da equipe, é considerado um passe para fora. • Retrocesso da Bola (Ball Over). Se um jogador da equipe defensiva defende a bola e esta ressalta para lá da linha central do campo, a bola voltará a estar em poder da equipe que efetuou o lançamento. Esta regra também se aplica quando a bola bate no poste da baliza e volta para lá da linha central. Esta regra não se aplica nos lançamentos livres. • - Bola Morta. Se a bola ficar imóvel depois de tocar num jogador da equipe defensiva, sem que este tenha podido ficar com ela em seu controle, ou sem que se tenha esforçado por fazê-lo, considera-se uma falta de capacidade da equipe para controlar a bola e, portanto, é uma infração. Esta regra não se aplica nos lançamentos livres ou remates de sanção. • - Bola Morta (Dead Ball). Se a bola ficar imóvel na zona da equipe defensora, sem que tenha havido nenhum contato da parte da equipe defensora, ou em qualquer ponto entre a linha de baliza e a do meio campo, depois de tocar na baliza, esta volta a ficar na posse da equipe que efetuou o lançamento. Esta regra não se aplica nos lançamentos livres.

• Sanções Pessoais. Bola Curta (Short Ball). • Depois de efetuar um lançamento, a bola não pode ficar imóvel antes de chegar à área de equipe da equipe defensora. Se não for assim, o lançamento conta mas não se anota qualquer pontuação. • Bola Alta (High Ball). • A bola deve tocar o solo pelo menos uma vez na área de equipe ou na área de lançamento, depois de ser lançada pelo jogador. Se assim não for, o lançamento conta mas não é anotada nenhuma pontuação. • - Bola Longa (Long Ball). • Durante um lançamento, a bola depois de ser lançada, também deve tocar o solo pelo menos uma vez na área neutra. Se assim não for, o lançamento contará mas não se anotará qualquer pontuação. • - Vendas. • Qualquer jogador do campo que toque nas vendas será sancionado. Um jogador que abandone o campo durante uma situação de lançamento de sanção não pode tocar nas vendas. • Se durante o jogo, uma situação de tempo morto, ou qualquer outra interrupção da partida um jogador desejar tocar nas vendas, deve pedir permissão ao árbitro e, se este o conceder, tem de se virar de costas antes de tocá-las.

• Terceiro Lançamento. Um jogador não pode realizar três lançamentos consecutivos. Se o fizer, será sancionado. O número de lançamentos consecutivos mantém-se de uma metade para a outra, ou em situações de sanção, mas não do tempo oficial de jogo para o prolongamento. Se algum jogador anota um gol na sua própria baliza, é anotada a pontuação mas o lançamento não conta. • - Defesa Anti-Regulamentar. O primeiro contato de defesa com a bola deve ser feito por um jogador que tenha qualquer parte do seu corpo em contato com a sua área de equipe. • Atraso Pessoal do Jogo. Impõe-se uma sanção quando um jogador é reorientado por qualquer pessoa que não seja um colega de equipe no campo, Ou se um jogador não está preparado para começar a jogar quando o árbitro dá o sinal.

• - Conduta Pessoal Anti-Desportiva. Se um árbitro determinar que um jogador no campo se comporta duma maneira anti-desportiva, impõe-lhe uma sanção pessoal. Além disso, qualquer conduta anti-desportiva pode castigar-se com a expulsão do campo de jogo, ou das instalações, e inclusivamente do torneio, se o árbitro considera que a situação o exige. Um jogador expulso por este motivo não pode ser substituído durante essa partida. • - Ruído. Um ruído excessivo realizado pelo jogador que efetuar o lançamento no momento de efetuar o mesmo e que, a juízo do árbitro, dificulte a ação da equipe defensora, é sancionado.

• Sanções de Equipe. Dez Segundos. A equipe atacante dispõe de dez (10) segundos para efetuar o lançamento, depois que se tenha produzido o primeiro contato defensivo com a bola, por parte de qualquer jogador da equipe. Os dez segundos começam a contar a partir do momento do primeiro contato defensivo, contudo se a bola sai, à ordem verbal do árbitro o cronômetro é parado (mas não se coloca a zero), retomando a conta quando é dito "dada pelo árbitro". • Quando é concedida uma substituição a uma equipe e/ou um tempo morto, ao som do apito do árbitro o cronômetro é parado (Mas não se coloca a zero), retomando a contagem quando é dito "dada pelo árbitro". • Caso o árbitro se veja obrigado a decretar um tempo morto oficial, por motivos alheios à equipe com a posse da bola, ao som do apito do árbitro o cronômetro é parado(e coloca-se a zero, retomando a contagem quando é dito "dada pelo árbitro". • Caso o árbitro se veja obrigado a decretar um tempo morto oficial, por causas imputáveis à equipe em posse da bola, ao som do apito do árbitro o cronômetro é parado (mas não se coloca a zeros), retomando a contagem quando é dito "dada pelo árbitro". • Atraso de Jogo pela Equipe. • Impõe-se uma sanção quando uma equipe não está preparada para começar a jogar quando o árbitro der o sinal, ou quando, por qualquer ação levada a cabo por essa equipe, se impede que continue o jogo. • Instruções Anti-Regulamentares a Partir do Banco. • Nenhuma pessoa da área do banco de uma equipe pode dar instruções aos jogadores que estão dentro da área de jogo, exceto durante o tempo morto e uma vez que termine qualquer metade da partida.

Sites RecomendadosAssociação Brasileira de Desporto para Cegos – ABDCInstituto Benjamin Constant - IBCRede SaciBengala LegalGuia Legal - Câmara dos Deputados

DEFICIÊNCIA MENTAL

SOBRE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA MENTAL

Ø No Brasil, até o final do Império as pessoas com deficiência mental contavam com duas instituições: uma em Salvador, criada em 1874 e outra no Rio de Janeiro, criada em 1887. Ø Com a Proclamação da República, em 1889, o Federalismo proporciona uma certa independência ao estados. Surgem, nesta época, algumas manifestações acerca da deficiência mental no RS, RJ e SP, com delineamento de novos planos educacionais. No final da década de 20, o Brasil conta com 7 instituições para deficientes mentais. Ø De 1920 a 1935 a educação das pessoas com deficiência mental seguiu nas mãos de médicos e professores, sob a influência da psicologia. Em 1932 é fundada a Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. O Instituto Pestalozzi foi fundado em 1935.

Ø Gardner, defensor da existência de mais de um tipo de inteligência, propôs em 1980 a Teoria das Inteligências Múltiplas, classificando-as em 7 formas: 1) inteligência lingüística; 2) inteligência cinestésica; 3) inteligência espacial; 4) lógico-matemática; 5) musical; 6) inteligência interpessoal;7)inteligência intrapessoal. Ø As diferentes formas de expressão das habilidades humanas devem ser consideradas quando se trabalha com pessoas que apresentam dificuldades de desenvolvimento na área cognitiva.

Coeficiente intelectual Ø Segundo o Manual Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-IV), deficiência mental é o estado intelectual significativamente inferior à média, associado à limitações em pelo menos dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, competência doméstica, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho. Ø diferentes tipo de níveis de cognição feitos através de testes psicométricos: COEFICIENTE   DENOMINAÇÃO     NÍVEL COGNITIVO/PIAGET INTELECTUAL QI menor de 20 Profundo Período sensório-motor QI entre 20 e 34 Severo     Período sensório-motor QI entre 35 e 49 Moderado Período Pré-Operatório QI entre 50 e 69 Leve     Período Operatório Ø Atualmente, a tendência é a não-classificação por coeficiente intelectual, por serem estes testes limitados devido a sua especificidade, levando-se em conta o histórico pessoal de cada um.

Origens Ø Classificada em 6 áreas: 1) genética; 2) complicações pré-natais; 3) complicações peri-natais; 4) complicações pós-natais; 5) sócio-culturais; 6) desconhecidas. (DAVIS,1980) Origem Genética

Apresenta-se sob duas formas: desordem bioquímica (Fenilcetomia e Galactosemia) e desordem cromossômica (síndrome de Down, a Síndrome de Rett e a Síndrome do X Frágil) Desordem química: Ø Fenilcetonúria: autossômica recessiva, hereditária, acontece quando por erro genético, ocorrem mutações no gene da enzima hepática fenilalanina-hidroxilase. A fenilalanina que é um aminoácido, quando em excesso no sangue é tóxica, atacando principalmente o cérebro causando a deficiência mental. Ø Galactosemia: doença metabólica hereditária causada pela incapacidade de metabolizar a galactose. se não identificada, causa retardamento mental e pode ser fatal.

Desordem cromossômica: Ø Síndrome de Down: a mais comum e conhecida, era também chamada de mongolismo, em função das pregas no canto dos olhos que lembram pessoas da raça mongólica. As causas podem estar ligadas ao par de cromossomos 21, implicando na presença de um cromossomo a mais no par 21, denominada Trissomia do Cromossomo 21. Outra forma de apresentação é pela translocação entre o cromossomo 21 e outro cromossomo, denominada Translocação Robertsoniana. Finalmente, a Síndrome de Down em Mosaico ocorre, provavelmente, através dos zigotos com trissomia do “21”, sendo que representam casos anormais, onde os indivíduos são levemente, comprometidos, menos propensos à cariotipagem. Ø Síndrome de Rett: retardamento mental acentuado, que se supõe ser um distúrbio dominante ligado ao X, atacando somente meninas. Ø Síndrome do X Frágil: é uma das mais comuns, sendo superada apenas pela Síndrome de Down. É causada por uma alteração cromossômica ligada ao cromossomo X.

Complicações pré-natais Ø As complicações pré-natais podem ser causadas pela ação de raios X durante o período de gestação, ingestão de drogas e álcool pela mãe no período gestatório, doenças adquiridas pela mãe e que passam ao feto, tais como rubéola, infecções hepáticas. Ø Doenças contraídas durante a gestação que podem causar problemas ao feto: sífilis, toxoplasmose, encefalite, rubéola, dentre outras. Ø Outra causa de complicações é a incompatibilidade sanguínea entre mãe e feto que pode ocasionar a Eristroblastose Fetal ou Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHR). Ø O hábito de fumar e ingerir álcool durante a gestação também é causador de problemas ao feto.

Complicações peri-natais Ø relacionados à prematuridade, que ocasiona o baixo peso (PIG – pequeno para a idade gestacional); à má assistência no momento do parto que pode ocasionar traumas ao bebê; à hipóxia ou anóxia e icterícia grave do recém-nascido.

Complicações pós-natais Ø podem ser causadas por desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global; por infecções como encefalites que, caracterizadas por febres altas, podem destruir as células cerebrais e meningite, resultantes do ataque de bactérias que causam danos no sistema nervoso central; intoxicações exógenas (envenenamento) por remédios, inseticidas, produtos químicos (chumbo, mercúrio); acidentes, tais como de trânsito, afogamento, choque elétrico, quedas, etc...

Síndrome do Autismo

Ø Pode-se dizer, de forma geral, que o autismo acarreta dificuldades na comunicação, na interação com o ambiente e nas relações inter-pessoais. Ø Segundo a CID-10 “um transtorno invasivo de desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometimento que se manifesta antes da idade de 3 anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo.” Sua incidência é numa proporção de 4 homens para uma mulher, variando numa faixa de 5 a 15 casos em cada 10.000 indivíduos. Ø Critérios para diagnóstico do autismo, segundo a CID-10, onde pelo menos 8 dos itens especificados devem ser aceitos: 1. Lesão marcante na interação social recíproca, manifestada por pelo menos três dos próximos cinco itens: - dificuldade em usar adequadamente o contato ocular, expressão facial, gestos e postura corporal para lidar com a interação social; - dificuldade no desenvolvimento de relações de companheirismo; raramente procura conforto ou afeição em outras pessoas em tempos de tensão ou ansiedade, e/ou oferece conforto ou afeição a outras pessoas que apresentem ansiedade ou infelicidade; - ausência de compartilhamento de satisfação com relação a ter prazer com a felicidade de outras pessoas e/ou de procura espontânea em compartilhar suas próprias satisfações através de envolvimento com outras pessoas; - falta de reciprocidade social e emocional;

2. Marcante lesão na comunicação - ausência de uso social de quaisquer habilidades de linguagem existente; - diminuição de ações imaginativas e de imitação social; - pouca sincronia e ausência de reciprocidade em diálogos; - pouca flexibilidade na expressão de linguagem e relativa falta de criatividade e imaginação em processos mentais; - ausência de resposta emocional a ações verbais e não-verbais de outras pessoas; - pouca utilização das variações na cadência ou ênfase para repetir a modulação comunicativa; - ausência de gestos para enfatizar ou facilitar a compreensão na comunicação oral;

3. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos dois dos próximos seis itens: - obsessão por padrões estereotipados e restritos de interesse; - apego específico a objetos incomuns; - fidelidade aparentemente compulsiva a rotinas ou rituais não funcionais específicos; - hábitos motores estereotipados e repetitivos; - obsessão por elementos não funcionais ou objetos parciais de material de recreação; - ansiedade com relação a mudanças em pequenos detalhes não funcionais do ambiente

Exames pré-natais

EXAME      DETECTA QUANDO FAZER Vilocorial(CAVC)Alterações cromossômicas

        e doenças congênitas Entre 11a e 14a seman

Amniocentese Alterações cromossôm  Entre 14a e 20a seman

Cardocentese Alterações cromossômicas         e doenças genéticas   18a semana

Ultra-sonografia Alterações genéticas  Qualquer época

Ultra-som morfológico Mal-formações A partir da 18a seman

Ultra-som em 3a dimensão Mal-formações A partir 20a semana

Translucencia nucal Alterações cromoss Entre 11a  e 14a seman

Doppler do duto venoso Alterações cromossômicas             e problemas cardíacos Entre 11a e 14a semana

Algumas orientações

Ø alunos com deficiência mental podem apresentar dificuldades de abstração e no entendimento das tarefas propostas, tais como regras e estratégias de jogo. Ao sugerir tarefas motoras para o grupo, certifique-se de que todos tenham compreendido o que foi proposto. Exemplifique ou demonstre a seqüência do jogo a ser realizado. Ø A explicação do jogo/brincadeira deve ser feita de forma calma e as informações dadas uma de cada vez utilizando uma linguagem de fácil compreensão, permitindo que todos assimilem o jogo/brincadeira. Ø Algumas crianças ou adolescentes com deficiência mental podem apresentar comprometimento no seu desenvolvimento motor, fator que acarretará em dificuldades para combinar seqüências de movimentos. Portanto o professor deve contemplar também aquelas brincadeiras que parecem ser muito simples, pois talvez alguns de seus alunos só consigam realizar estas. Ø Podem ocorrer situações em que os alunos apresentam instabilidade emocional, tais como teimosia e ficar “emburrados”.O professor deverá tentar conversar de igual para igual fazendo com que ele entenda a situação. Se mesmo assim ele não compreender, deixe-o sozinho que logo ele se acalmará e voltará para a brincadeira como se nada tivesse acontecido. O conhecimento adquirido sobre cada aluno (para o que pode-se fazer uso de fichas), facilitará para orientar sobre como agir nesses momentos. Ø As crianças e os adolescentes com Síndrome de Down podem apresentar instabilidade atlanto-axial, não devendo, nesse caso, forçar as primeiras vértebras cervicais, evitando rolamentos e mergulhos. Podem também apresentar problemas cardíacos, motivo pelo qual as atividades de resistência cárdio-respiratórias devem ser moderadas, embora devam ser realizadas. É recomendável o acompanhamento médico para estes alunos.

Bibliografia sugerida:

GABBARD, C.P. Lifelong motor development. 3. ed. Boston: Allyn & Bacon, 2000. GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. JANNUZZI, Gilberta. A Luta pela educação do deficiente mental no Brasil. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1985. THOMPSON, Margaret W.; McINNES, Roderick R.; WILLARD, Huntington F. Thompson & Thompson genética médica. Tradução de Marcio Moacyr de Vasconcelos. 5a.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.

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SUGESTÕES DE JOGOS PARA CRIANÇAS E JOVENS COM DEFICIÊNCIA MENTAL:

PASSA JOÃO Número de Participantes:   livre. Local:            sala ou ginásio Formação dos Alunos:     em círculo Descrição do Jogo:       Com os alunos sentados em círculo, o professor inicia pegando uma bola e cantando a canção " Passa João" : " O João vai passar, ele ainda não chegou, ele ainda não chegou, ele acaba de chegaaaaar!" Enquanto isso, os participantes passam a bola de mão em mão para os colegas, até que todos os componentes do círculo a tenham tocado. Ao parar a música, a bola deixa de ser passada e aquele que estiver com a bola deverá imitar um bicho. Variável: Em vez de cantar " Passa João", trocar pelos nomes dos alunos consecutivamente, até citar o nome de todos. Exemplo: "A Maria vai passar, ela ainda não chegou, ela ainda não chegou, ela acaba de chegaaaaar!" Neste tipo de brincadeira, estimular a criança a participar do jogo, cantando.

NÃO-ME-TOQUE

Número de Participantes:      no mínimo 6. Material Necessário:        nenhum. Local:               quadra. Formação dos Alunos:        dispostos livremente. Descrição do Jogo:         Um dos participantes, escolhido pelo professor, será o pegador. Assim que o professor gritar o nome de um dos outros participantes, os demais colegas deverão formar um círculo ao seu redor, impedindo que o pegador toque nele. Só será trocado o pegador quando ele conseguir tocar em alguém.

Sites RecomendadosSpecial Olympics Delaware - SODE

Associação Brasileira de Desporto de Deficientes Mentais - ABDEMAssociação de Amigos do Autista - AMAwww.acessobrasil.org.brwww.cpb.org.br

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