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Maria Salete Conde
ATLETAS DO BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS COM HISTÓRIA DE
POLIOMIELITE PARALÍTICA: HÁ INDÍCIOS DE
SÍNDROME PÓS–POLIOMIELITE (SPP) ?
Monografia apresentada à Universidade Federal
de São Paulo – Escola Paulista de Medicina,
para obtenção do título de Especialista em
Intervenções Fisioterapêuticos em
Doenças Neuromusculares
São Paulo2007
Maria Salete Conde
ATLETAS DO BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS COM HISTÓRIA DE
POLIOMIELITE PARALÍTICA: HÁ INDÍCIOS DE
SÍNDROME PÓS–POLIOMIELITE (SPP) ?
Monografia apresentada à Universidade Federal
de São Paulo – Escola Paulista de Medicina,
para obtenção do título de Especialista em
Intervenções Fisioterapêuticos em
Doenças Neuromusculares
Orientador: Ft. Ms. Abrahão Augusto J. Quadros.
Co-orientador: Ft. Ms. Marco Antonio Ferreira Alves
São Paulo2007
Conde, Maria Salete
Atletas do basquete em cadeira de rodas com História de Poliomielite
Paralítica: Há Indícios de Síndrome Pós – Poliomielite (SPP)? – São Paulo, 2007.
Monografia (Especialização) - Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de
Medicina. Programa de Pós Graduação em Intervenções Fisioterapêuticas em Doenças
Neuromusculares.
Titulo em Inglês: Athlets wheelchair basketball Paralytic Poliomyelitis history: Are There
indications of Post – Polio Syndrome?
1. Síndrome Pós Poliomielite, 2.Basquete sobre rodas 3.esporte adaptado.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
DEPARTEMENTO DE NEUROLOGIA – SETOR DE DOENÇAS
NEUROMUSCULARES
Chefe de departamento: Dra. Débora Amado Scerni
Coordenador do curso de especialização em Intervenções Fisioterapêuticas em
Doenças Neuromusculares: Dr. Acary Souza Bulle de Oliveira
Dra. Sissy Veloso Fontes
Ft. Ms. Francis Meire Favaro Ortensi
iii
Maria Salete Conde
ATLETAS DO BASQUETE EM CADEIRA DE RODAS COM HISTÓRIA DE
POLIOMIELITE PARALÍTICA: HÁ INDÍCIOS DE
SÍNDROME PÓS–POLIOMIELITE (SPP)
Presidente da Banca: Ft. Ms. Abrahão Augusto J. Quadros
Banca Examinadora: ______________________________
______________________________
Aprovado em : ____/____/____
Iv
Resumo
Introdução: Desde 1957 temos vários deficientes praticando esporte adaptado no
Brasil. O basquete sobre rodas (BSR) foi á primeira modalidade esportiva, e é
conhecida por exigir muito esforço físico nos treinamento que são realizados
enfatizando as repetições das manobras com a cadeira e treino técnico do jogo
fazendo com que os atletas aumentem a sobrecarga sobre os membros
superiores divido a prática da atividade, dentre estes atletas encontram-se aqueles
que têm história de seqüela de poliomielite anterior aguda, que é uma doença
causada pela ação viral, entretanto o que nos chama atenção atualmente é
Síndrome Pós–Poliomielite (SPP) A SPP não tem uma causa definida há várias
teorias que tentem explica lá mas parece ser causada por degeneração
progressiva das unidades motoras que apresentam grande brotamento
compensatório reinervação associada desequilíbrio músculo esquelético tendo
como principal fator de risco a atividade física em excesso. Objetivo: verificar os
possíveis fatores predisponentes da SPP nos atletas que jogam basquete sobre
rodas, realizar um levantamento da participação dos atletas com história de
poliomielite Casuística Método: Estudo descritivo utilizando um questionário
estruturado. Resultados: Foram estudados 21 atletas todos do sexo masculino
com média de idade de 34,8 anos, história de poliomielite, acometidos pelo vírus
da pólio entre 5 e 24 meses de idade, 42,9% apresentou comprometimento de
MMII, 4,8% de MSE e 81% marcha independente, praticam esporte de 1 a 22
anos, Dos 21 atletas estudados 23,8% referem a nova fraqueza por um período
superior a um ano 76,2% relerem dor muscular, 61,9 dor articular em membro
superior direito, 19% fadiga/cansaço associado atividade esportiva, 61,9% refere
aumento peso e 95,2% ansiedade. Conclusão: A indícios de SPP em 5 (23,8%)
dos atletas estudados Não foi encontrado uma relação direta entre a SPP e
atividade física o basquete em cadeira de rodas A dor muscular e ou /articular
parecem estar ligadas à biomecânica do esporte própria Há certa tendência de
SPP naqueles com maior tempo e duração na prática esportiva.
Descritores: Síndrome Pós-Pólio, Poliomielie, basquete sobre rodas,
1. INTRODUÇÃO
1.1 - A Poliomielite anterior aguda é uma doença de etiologia viral, com
gravidade extremamente variável e que pode ocorrer sobre a forma de infecção
inaparente ou apresentar manifestações clínicas, freqüentemente caracterizada
por febre, vômitos, cefaléia, distúrbios gastrintestinais e rigidez de nuca
acompanhada ou não de paralisia, é causado por um vírus composto de cadeia
simples de RNA, sem envoltório, esférico, de 24-30nm de diâmetro, do gênero
Enterovírus, da família Picornaviridae (www.cve.saude.sp.gov.br).
Na maioria dos casos os poliovírus de ampla destruição, são destruídos no
estomago ou excretados pelo trato intestinal sem infecção, ou entram na corrente
sangüínea apresentando – se um estado semelhante ao da gripe, seguido de
recuperação e imunização, porém se este vírus atravessar a barreira
hematoencefalica, atacará os neurônios motores no cérebro, no tronco cerebral e
na medula espinal (MAYNARD & HEADLLEY 2000).
A transmissão, pode ser direta de pessoa a pessoa, através secreções
nasofaringes de pessoas infectadas, 1 a 2 semanas após a infecção ou de forma
indireta através de objetos, alimentos, água etc., contaminados com fezes de
doentes ou portadores, 1 a 6 semanas após a infecção. O período de incubação
pode variar de 2 a 30 dias, em geral é de sete dias, (www.abrasp.org.br).
Pode se manifestar de cinco formas; Abortiva, Poliomielite Paralítica, Paralítica
Medular, Forma Meningea ou não paralítica. A poliomielite é uma doença viral que
se apresenta, tipicamente, sob a forma bifásica, com cefaléia, febre e sintomas
gastrintestinais seguidos, dias mais tarde, de comprometimento dos neurônios
motores da medula espinhal, ocasionando paralisia, geralmente predominando
nos membros inferiores sob a forma assimétrica e desproporcional. (OLIVEIRA
2002).
Entretanto BODIAN (1949) relata que esta lesão não é somente do corno
anterior da medula, mas é também uma doença neuronal difusa que envolve
habitualmente a formação reticular no tronco cerebral e alguma região do sistema
nervoso do paciente com poliomielite que tiveram significante destruição neuronal
não somente nos neurônios motores do corno anterior da medula, mas também
em áreas sensitivas como as do corno posterior e gânglios da raiz dorsal, áreas no
córtex frontal, hipotálamo, tálamo, núcleos do cerebelo e de núcleos nervos
cranianos.
No Brasil os primeiros relatos ocorreram em 1911, em São Paulo e no Rio de
Janeiro, porém o primeiro surto ocorreu em 1917, na Vila Americana de São Paulo
e a partir daí a doença tornou se de notificação obrigatória no estado de São
Paulo. Em 1953, no Rio de Janeiro, ocorreu a maior epidemia até então registrada
no país, No município de São Paulo, em 1953 tivemos um ano epidêmico, porém
foi nos anos 60 que tivemos os maiores coeficientes de morbidade observados no
município. (CAMPOS 2003).
De 1970 á 1980,caracterizou – se um fato novo em sobreviventes de poliomielite
começaram apresentar uma nova fraqueza tanto nos músculos comprometidos
clinicamente quanto naqueles aparentemente são uma entidade que foi chamada
de Síndrome Pós – Poliomielite (SPP) ( MAYNARD & HEADLEY 2000).
1.2 - Síndrome Pós Pólio
A Síndrome Pós Poliomielite (SPP), é definida como uma alteração neurológica
que produz um conjunto de manifestações clínica que ocorre em pessoas que
tiveram historia prévia de poliomielite paralítica aguda, com período de
estabilidade após a recuperação de pelo menos 15 anos (MAYNARD & HEADLEY
2000).
A SPP foi descrita pela primeira vez por Jean Marin Charcot em 1875, onde
relatou o casso de um jovem do sexo masculino, com seqüela de poliomielite que
apresentou o diagnostico de poliomielite paralítica na infância aos seis meses de
idade evoluindo com seqüela residual, nova fraqueza no membro superior
esquerdo (MSE) e membro inferior esquerdo (MIE), desenvolvendo – se bem após
estabilização da doença. Trabalhou durante muito tempo curtindo couro, onde o
esforço era repetitivo e aos 19 anos de idade iniciando – se um novo quadro de
fraqueza nos músculos já acometidos como também nos músculos aparentemente
não afetados anteriormente pelo vírus da poliomielite, sugerido que atividade
excessiva “overuse” seria uns dos fatores desencadeante destes novos sintomas.
(SMITH & KELLY 2004).
A SPP destaca - se dentre os efeitos tardios da poliomielite sendo classificada
como neuronopatia motora, em virtude dos quadros clínico e histológico estarem
intimamente relacionados com disfunção dos neurônios motores inferiores
(NMI).Por fim a SPP, ficou caracterizada principalmente por nova fraqueza
progressiva, fadiga, dor muscular e/ ou articular, distúrbio do sono, intolerância ao
frio, dificuldade respiratória, deglutição e nova atrofia múscular (Dalakas
1995,Oliveira 2002, Trojan e Cashman 2005).
A SPP não tem uma causa definida há várias teorias que tentem explica lá mas
parece ser causada por degeneração progressiva das unidades motoras que
apresentam grande brotamento compensatório reinervação associada
desequilíbrio músculo esquelético.(TROJAN 1997, JUBEL 1999, TOJAN 2005).
1.3 – Etiologia
A etiologia da SPP, ainda é desconhecida, vem sendo proposta diversas
teorias, e dentre estas hipóteses temos: Reativação do poliovirus ou de uma
resposta auto imune, porém há pouco indicio de que se trate desta alteração.
Teoria do envelhecimento, onde ocorre normalmente a perda de neurônios após
60 anos, este poderia ser um fator em pessoas mais velhas com SPP, porque a
perda de alguns neurônios de um grupo neuronal que já apresente acentuada
depleção pode resultar em diminuição significativa de força, sugerindo que
neurônios que mostravam recuperação histológica do vírus podiam não ser
fisiologicamente normais e por isso sujeitos a envelhecimento precoce. (SMITH &
KELLY 2004).
Em 1902 GOWERS, propôs que a fraqueza progressiva em muitas doenças
neuronais degenerativas é devido à morte neuronal muito as vezes relacionadas
com “overuse”na poliomielite. O ataque viral nas células do corno anterior da
medula pode deixar vários neurônios funcionais, porém, com o passar dos anos
estes neurônios vão ficando enfraquecidos o que leva a disfunções, mais
tardiamente.TOMLINSON e IRVING, em 1977 e 1985, observaram que muitos
neurônios eram menores que o normal na medula espinhal de pessoas que
sobreviveram muito tempo após o episódio da pólio aguda sugerindo que eles
eram menos aptos para sobreviverem por tempo mais prolongado(WIECHERS e
HUBBELL 1981).
Em 1973, MCCOMAS refere que o maior fator ou o mais provável da
desnervação pode ser uma combinação dos danos dos neurônios afetados pela
pólio e do aumento da demanda metabólica causada pelo aumento do território da
unidade motora (WIECHERS e HUBBELL 1981).
Em 1981 WIECHERS e HUBBELL, foram os primeiros a propor que a unidade
motora gigante que se formou, após a lesão inicial causada pelo vírus da
poliomielite paralítica aguda, pode sofrer alteração no decorrer dos anos não se
tornando assim infinitamente estáveis, sendo assim, o brotamento axonal distal se
degenera e com o passar do tempo produz a desenervação das fibras
muscular.Esta nova fraqueza pode ser explicada com base no tamanho reduzido
da unidade motora quando a reinervação não pode manter o mesmo ritmo da
desenervação progressiva.
Entretanto TROJAM e CASCHMAN em 1987 discutiam sobre a hipótese da
desenervação na porção terminal do axônio ser a causa da nova fraqueza na
SPP, e é provável que possa haver um período de disfunção no axônio terminal
que precede a degeneração por meses ou até anos, acredita-se que a fraqueza do
músculo na SPP, seja por defeito na junção neuromuscular.
A teoria das unidades motoras gigantes é a mais aceita, ocorre aumento da
demanda metabólica destas unidades motoras, com eliminação dos brotamentos
axônicos para reduzir a quantidade de fibras musculares inervadas pela célula
nervosa motora. O processo de brotamento e eliminação tem persistido desde o
estagio inicial da pólio, como um mecanismo para manter o máximo possível de
fibras desenervadas, porém sugere-se que há mais eliminação do que brotamento
e conseqüentemente a queda a quantidade de fibras musculares das unidades
motoras leva a fraqueza muscular e fadiga (SMITH & KELLY 2004).
É possivelmente que aconteça por um “overwork” ou trabalho prolongado e
excessivo com aumento da demanda metabólica das unidades motoras gigantes
juntamente com as injúrias contínuas da unidade motora durante a infecção
aguda. (WEICHERS, 1985; DALAKAS, 1995).
O overwork (trabalho excessivo), das células do corno anterior da medula faz
com que elas percam o controle devido à porcentagem acima do normal da função
muscular, podendo causar a morte dos motoneurônios, levando a um processo de
envelhecimento prematuro, iniciando na quarta década e com avanço da idade vai
piorando 15 anos após a recuperação da ação viral na poliomielite aguda a
unidade motora gigantes parece ter uma perda na sua habilidade para sustentar o
abastecimento de todos os seus brotamentos em algumas fibras musculares
(QUADROS 2004).
Dalakas defende ainda que o “overuse” (supertreinamento) é uma das
principais causas, onde esta unidade motora gigante é exposta a uma sobre carga
muito maior, acelerando o processo de remodelamento com desenervação e
reinervação apresentando disfunção, tornando se de sete a oito vezes maiores
que normal, através do brotamento terminal e reinervação das fibras musculares
desnervadas, estas são submetidas a um continuo processo de remodelamento
com desenervação e reinervação (Dalakas 1995, Grimby 1996, Trojan 1997),
Entretanto os autores citados QUADROS (2004), são relutantes em descrever
que “overuse” que é o efeito acumulativo pelo tempo de trabalho extra, leva ao
estresse mecânico crônico nas articulações, ligamentos e tecidos moles, esta
dentro das possíveis causas de SPP.
E segundo MAYNARD & PERRY (1987), relata que pessoas com envolvimento
neurológico similar, a nova fraqueza ocorre mais frequentemente na musculatura
dos membros inferiores que suportam o peso do corpo do que na musculatura de
membros superiores. Existem na atualidade nove teorias que tentam explicar a
SPP.
1Disfunção das unidades motoras devido ao overwork ou envelhecimento
prematuro das unidades motoras afetadas pela pólio. 2Overuse (supertreinamento)
muscular3Desuso muscular4Perda normal das unidades motoras com
relacionadas a idade.5Predisposição da degeneração do neurônio motor devido ao
dano glial, vascular e linfático.6Reativação do vírus ou infecção
persistente.7Síndrome imuno mediada 8Efeitos do hormônio de
crescimento.9Efeito combinado do “overuse”.A disfunção da unidade motora
devido ao “overwork”, ou envelhecimento prematuro das unidades motoras afetadas
pela pólio, não seja um dado experimental direto, demonstra que o aumento da
demanda metabólica resulta no envelhecimento precoce do corpo do neurônio.
Patologicamente aparece a reinervação colateral que é grande, mas não eficiente
na fraqueza dos músculos desnervados. A maioria das fibras musculares
desaparece, apresentando uma fraqueza de progressão lenta. Essa hipótese é
lógica e coerente para explicar a nova fraqueza em vários pacientes de pólio, mas
permanecem insustentáveis ao se estudar as mudanças na biopsia muscular, como
atrofia de grupo que poderia refletir uma nova perda total da unidade motora.
(QUADROS AAJ 2004).
Alguns autores como DALAKAS, HALSTEAD de (1995), STRANDJOR &
HEGLAND de (2002) descreveram que os efeitos acumulativos do estresse
mecânico nas articulações, músculo e tendões por mais de trinta anos esteja que
produzindo um ciclo vicioso promovendo complicações diversas, podendo causar a
morte dos motoneurônios, levando a um processo de envelhecimento pré - maturo
resultando na fraqueza dos músculos, que vai piorando com o avanço da idade,
isso ocorre porque as unidades motoras gigantes perdem a sua habilidade p
sustentar o abastecimento de todos os seus brotamento em algumas fibras
musculares ocorrendo a diminuição do numero de fibras musculares inervadas por
cada unidade motora.
Em relação ao exercício alguns autores dizem sobre exercícios físicos ou a
prática destes, - relatam o aparecimento de novos problemas de fraqueza e fadiga,
a maioria das pessoas com SPP, tem sido orientada ou empenham se por conta
própria em programas de fortalecimento, com exercício aeróbico ou á praticar
alguma modalidade esportiva e em vez de corrigir os defeitos essas atividades
aumenta a fadiga, debilidade e dor. (SMITH & KELLY 2004).
Os exercícios podem causar problemas maiores porque são aplicados em
unidades motoras que já estão trabalhando no seu nível máximo de capacidade, e
esses problemas podem significar um estado de descompensação. O objetivo da
intervenção é reduzir a carga sobre o músculo, eliminar a dor, fadiga e criar uma
reserva de energia para o muscular, sendo assim, os exercícios podem ser feitos
desde que realizados com pouca carga acompanhados de terapeuta e com poucas
repetições, mas importante ressalta que estes estudos foram reais (Dalakas 1995).
O trabalho feito por ROLLER & MAYNARD (2002) descrevem que se os
exercícios forem aplicados nos pacientes de SPP, deve ser respeitado um programa
personalizado enfatizando os exercícios aeróbicos para melhorar a resistência
cardiovascular e quando aplicado fortalecimento muscular deve – se ter o máximo
de cuidado pos quando praticado em excesso podem favorecer ao paciente durante
d sua atividades diárias.
DALAKAS (1950), Grimby (1996), Trojan (1997), que realizaram estudos com
pessoas com seqüela de poliomielite e chegou à conclusão que atividade física em
excesso conhecida como “overuse”, poderia estar acelerando os sinais e sintomas
da Síndrome Pós Pólio, que acomete as pessoas que tiveram poliomielite na
infância. (QUADROS A,AJ, 2004).
1.4 - Histórico Esporte Adaptado/ Basquete
O esporte adaptado surgiu após a 2º Guerra Mundial. Os primeiros países a
desenvolverem o esporte para deficientes foram Estados Unidos e Inglaterra como
proposta de reabilitação de seus soldados pós-guerra, havendo então a
necessidade formação de grandes centros de reabilitação associados com esporte;
estes por sua vez descobriram que o esporte era um importante auxiliar na
reabilitação dos veteranos de guerra (ADAMS et al.1989; www.efedesporte.com).
Em 1944 na Inglaterra Dr LUDWIG GUTTMANN introduziu esporte no seu
programa de reabilitação no hospital Stoke Mandeville, como parte essencial no
tratamento de pacientes lesados medulares, auxiliando na manutenção da atividade
mental e na autoconfiança. Dr Gutamann, em 1948, realizou as primeiras
competições entre diversas deficiências, nestes jogos havia varias modalidades
como arco-flexa, pólo e basquete sobre rodas. (NETTO 1996).
SARRIAS 1996 ressalta que o esporte pode ser um agente fisioterapêutico
atuando eficazmente na reabilitação, social e psicológica do portador de deficiência
não devendo ser considerada apenas como uma atividade recreativa. (ARAUJO,
1988; www.efdeportes.com).
Basquete sobre rodas surge através dos veteranos de guerra, que ficaram
paraplégicos, amputados ou portando outra seqüela que a guerra deixou, sendo
assim, foi o primeiro esporte a se organizar com a criação de uma associação em
1949 a NWBA (National Wheelchair Basketball Association), realizando competições
em diversas regiões dos Estados Unidos, gerando novas oportunidades para todos
aqueles que se achavam incapazes de realizar uma atividade física (ADMAS 1989).
O surgimento do esporte adaptado no Brasil e das suas respectivas
modalidades, entre essas o basquete sobre rodas, teve pré-inicio em 1957, logo
após apresentação do “Pan Jets” em São Paulo e Rio de Janeiro, que realizava
apresentações de algumas modalidades esportivas para deficientes. Em 1958,
Sergio Seraphim Del Grande fundador do Clube dos Paraplégicos de São Paulo e
Robson de Almeida fundador do Clube do Otimismo no Rio de Janeiro, ambos
paraplégicos iniciaram o esporte adaptado no Brasil através do basquete em
cadeira de rodas. (ADMAS, 1989).
Segundo dados da Federação Paulista de Basquete sobre Rodas, fundada em
12 de abril de 1997, há aproximadamente 91 atletas com seqüelas de poliomielite,
com idade média de 34,7anos jogando basquete sobre rodas, sendo que, destes 91
atletas, 47 estão com faixa etária entre 32 a 45 anos todos em plena atividade física
em seus clubes de origem onde são realizados treinamentos todas as semanas que
podendo ser de três a cinco dias em período de três a cinco horas, sendo treinado
em limite, maximo com varias repetições.
1.5 - Basquete em Cadeira de Rodas
Esta é a modalidade mais praticada e procurada por portador deficiente que se
interessa em fazer reabilitação esportiva ou iniciar diretamente no esporte. Isto
ocorre pela dinâmica da modalidade que oferece além de todo padrão de controle
do corpo no espaço, além de contribuições psicológicas.Para se jogar há
necessidade de respeitar as regras básicas iniciando - se pela doença de base,
basquete em cadeira de rodas pode ser praticado por pacientes com as mais
diversas doenças incluindo -se; Poliomielite, Lesado Medular, Amputação de
membros inferiores de diferentes níveis, Mielomeningocele baixa dentre outras que
se associa com deficiência física sem comprometimento mental e de membros
superiores.(CONDE MS 2003)
1.6 - Regras do Basquete Adaptado
Quanto ao regulamento do basquete em cadeira de rodas este se assemelha ao
basquete convencional. Somente algumas adaptações foram feitas para cadeira
de rodas, as quais incorporaram considerações mecânicas para a locomoção da
cadeira necessária para jogar sentado e não em pé (correndo).
Cada equipe deve ter em quadra o numero mínimo de oito atletas e no total
de doze atletas
Tempo de jogo divide se, em quatro tempos de dez minutos.
Quanto à quadra, não há mudanças da quadra do basquete convencional,
usada para competições da Federação Internacional de Cadeira de Rodas
(www.acadef.com.br).
NETTO (1996), do basquete em cadeiras de rodas, têm atualmente apenas
uma:É permitido ao jogador de posse da bola colocá-la no colo e efetuar dois
impulsos na cadeira. Após isso, ele deverá arremessar ou picar a bola, no mais, as
regras do basquete em cadeira de rodas seguem literalmente as do basquete
regular.
1.7 - Classificação Funcional do Basquete
A classificação funcional do basquete sobre rodas é baseada na capacidade
funcional dos atletas e suas respectivas habilidades durante jogo.
O método utilizado para classificação funcional atual é da IWBF (Internacional
Wheechair Basketball Federation), que foi elaborado pelo professor HORST
STRHKENDL1969, que o projetou para que cada jogador tivesse oportunidades
iguais para competir durante o campeonato.
BERNARD COURBARIAR 1984, colocou em prática essa classificação, onde
cada atleta é avaliado de acordo com seu potencial de ação, que são observados
durante os jogos a movimentação da cadeira, habilidade, driblar, arremesso, rebote,
receber e passar a bola, permitindo assim, que a equipe de classificadores formada
por educador físico, fisioterapeuta e médico, definam suas respectivas classe de
atuação, seguindo os níveis (www.efedesporte.org).
Segundo GREGUAL (2001), as habilidades analisadas no jogo de basquete
são:
1. Arremesso: É avaliada a estabilidade do tronco durante e após o arremesso.
2. Passe: Estabilidade de tronco e a capacidade do atleta em erguer apenas uma
ou ambas as mãos simultaneamente.
3. Propulsão: Estabilidade de tronco e capacidade do atleta de acelerar e frear a
cadeira bruscamente.
4. Drible: Estabilidade de tronco e a capacidade do jogador driblar a frente da
cadeira ou ao lado com grande aceleração.
5. Posição na cadeira; São observados alturas dos joelhos, e o encosto da
cadeira, pois quanto menor a estabilidade de tronco, maior será a altura dos
joelhos em relação á do quadril, e quanto menor a estabilidade de tronco maior o
encosto da cadeira.
6. Deficiência Física: Tipo de amputação, nível de lesão medular, tipo de seqüela
de poliomielite, outras formas de distúrbios ortopédicos.
Classe 1: os atletas não têm equilíbrio quando sentados numa cadeira de
rodas e sem apoio nas costas. O tronco não pode se mover em qualquer plano sem
a ajuda de pelo menos um braço. O potencial funcional representado por
paraplégicos com lesões completas que tem origem no nível torácico (T7) e acima
(anexo 1).
Classe 2: os atletas têm de satisfatório a bom equilíbrio quando sentado.
Eles podem mover o seu tronco no plano horizontal quando sentado ereto sem
apoio nas costas, precisam de pelo menos um braço para desenvolver os
movimentos do tronco no plano sagital e frontal, não podem avançar o seu tronco
ao máximo, ele é capaz de girar para a cesta ao arremessar com ambas as mãos. O
potencial funcional é representado por paraplégicos com origem no nível oito do
tórax ao nível um lombar (L1) (anexo 2).
Classe 3: os atletas têm ótimo equilíbrio quando sentado e movimento de
tronco no plano horizontal e sagital, sem a ajuda de um braço segurando qualquer
parte da cadeira de rodas, o tronco move-se para a cesta, com movimentos sem a
perda da estabilidade. O potencial funcional é representado por paraplégicos com
lesões completas com origem no nível lombar dois (L2) ao nível lombar cinco (L5).
Classe 4: os atletas têm ótimo equilíbrio sentado e equilíbrio de tronco em
todos os planos. Uma limitação significante no movimento para um lado do plano
frontal deve ser tolerado. A limitação funcional é representada por paraplégicos com
lesões completas originárias do sacro um (S1) ao sacro dois (S2). (ABRADECAR,
1991)
Às vezes é preciso introduzir uma nova classe, pois a descrição de alguns
jogadores não era bem definida. Então foram atribuídas a estes jogadores metades
do ponto, criando a classificação: 0.5, 3.5 e 4.5 (www.iwbf.org).
1.8 - Cadeira de Rodas
A cadeira de rodas devem adequar se a certos padrões para garantir a
segurança e a competitividade, pode ter três ou quatro rodas sendo duas rodas
grandes na parte traseira e uma ou duas na parte frontal. Os pneus traseiros devem
ter o diâmetro máximo de 66 cm e deve haver um suporte para as mãos em cada
roda traseira. A altura máxima do assento não pode exceder 53 cm do chão e o
apoio para os pés não poderá ter mais que 11cm a partir do chão, quando as rodas
dianteiras estiverem direcionadas para frente. A parte de baixo dos apoios da
cadeira deve ser apropriados para evitar danos à superfície da quadra
(www.acadef.com.br ).
O jogador poderá usar uma almofada de material flexível no assento da
cadeira. Ela deverá ter as mesmas dimensões do assento e não poderá ter mais de
10 cm de espessura, exceto para jogadores de classe 3.5, 4.0 e 4.5, onde a
espessura deverá ser de no máximo 5 cm, podendo usar faixas e suportes que o
fixem na cadeira ou faixas para prenderem as pernas juntas. Aparelhos ortopédicos
e protéticos podem ser usados (www.iwbf.org).
Cada jogador cartão de classificação e este deve informar o uso de próteses e
afins e indicar todas as adaptações na posição do jogador na cadeira
(www.fcbcrodas. com.br).
Nesta fase, as técnicas de manejo, transferência e condicionamento físico
básico são ministradas por um fisioterapeuta (PEREIRA 2000).
2 - OBJETIVO
Este estudo teve como objetivo identificar os possíveis fatores
predisponentes da SPP nos atletas com seqüela de poliomielite da modalidade
basquete sobre rodas
3 – CAUSUÍSTICA e MÉTODO
3.1 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo descritivo no Setor de Doenças Neuromusculares da
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP – EPM). Em atletas com
seqüela de poliomielite que praticam basquete sobre rodas
3.2 - Atletas
3.2.1 - Foram estudados 21 atletas do Clube dos Paraplégicos de São Paulo
(CPSP), Associação para Deficientes de São Bernardo Campo (ADESB) e
Clube Amigos dos Deficientes (CAD) no Setor de Doenças Neuromusculares
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP – EPM),
3.2.3 Critério de Inclusão
Atletas do basquete sobre rodas com diagnóstico confirmado de seqüela de
poliomielite.
Prática atividade esportiva por período superior um ano.
Sexo masculino, idade entre 17 60 anos.
Comprometimento membros inferiores (MMII)
3.2.5 − MÉTODO
A pesquisa foi baseada no levantamento do histórico dos atletas em seus
clubes, a forma que é realizado treinamento, qual modalidade praticada,
rendimento no último ano durante os treinos semanais e nas competições.
Foi utilizado um questionário estruturado para verificar os possíveis fatores
predisponentes da Síndrome Pós - Poliomielite (SPP), nos atletas com seqüela de
poliomielite.
Os atletas foram avaliados por fisioterapeutas no ambulatório de Síndrome Pós
Pólio no Setor de Doenças Neuromusculares da UNIFESP-EPM, e também
avaliados em seu clube e nos campeonatos.
4 - Resultados
4.1 Dados Demográficos
Foram estudados 21 atletas deficientes com história de poliomielite paralítica, todos do sexo masculino, com idade variando de 27 a 50 anos, média de 34, 8, mediana 33 anos e desvio padrão de 6.26. Dos 21 atletas 16 (76.2%) eram brancos e 5 (23.8%) eram negros.
Tabela 1 - Atletas com História de Poliomielite, Segundo a Idade da Pólio
16.1 MI 12.0 ± 7,1
Dos 21 atletas estudados 18 (57.1%) tiveram a Pólio entre 12 e 24 meses de vida, e 3 (14.2%) tiveram a Pólio entre 5 e 6 meses de vida
Tabela 2 – Atletas com história de Poliomielite Paralítica, Segundo a SeqüelaAguda e Residual
Idade Pólio (meses) n %5 2 9,56 1 4,812 9 42,924 9 42,9
total 21 100
Seqüela Seqüela aguda
% Seqüela residual %
Monoplegia (paresia) 8 38.1 12 57,1Diplegia (paresia ) 12 57.1 9 42,9Triplegia (paresia) 1 4.8 0 0,0
Total 21 100 21 100
Tabela 3 – Atletas com História de Poliomielite Paralítica, Segundo os Membros Afetados
Tabela 4 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica, Segundo Recuperação da Marcha
4.2 Histórico Esportivo
Dos 21 atletas estudados 17 (81%) praticavam apenas basquete em cadeira de rodas e 4 (19,0%) praticavam outras modalidade além do basquete.
4.2.1 Idades de início no esporte adaptado
A idade de início para iniciar no basquete em cadeira rodas, variou de 15 á 48 anos, com média de idade de 24,6 anos e mediana de 24,0 com desvio padrão de 7,1. Dos 21 atletas estudados 5 (23,8%) iniciaram no esporte adaptado praticando mais de uma modalidade
Membros Acometidos Seqüela aguda
% Seqüela residual %
MID 4 19,0 6 28,6MIE 6 28,6 6 28,6MMII 10 47,6 9 42,9MMII/MSE 1 4,8 - -
Total 21 100 21 100
Marcha n %Sim 17 81,0Não 4 19,0
total 21 100
Tabela 5 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica Segundo o tempo de Atividade Esportiva
Tabela 6 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica Segundo Tempo de Permanência na Modalidade
Tempo Modalidade
n
%
1 a 2 anos 3 14,33 a 4 anos 1 4,8+ 5 anos 17 80,9
total 21 100
3.1 MI 3.0 ± 4.8
Ano de inicio no esporte
Tempo esporte
n % Cum %
1984 22 1 4.8 4,81986 20 2 9.5 1431987 19 1 4.8 19,01988 18 1 4.8. 23,81989 17 2 9.5 33,31991 15 1 4.8 38,11993 13 2 9.5 47,61994 12 2 9.5 57,11995 11 1 4.8 61,91996 10 1 4.8 66,71998 08 1 4.8 71,42000 06 2 9.5 81,0
2001 05 1 4.8 85,72004 02 2 9.5 95,22005 01 1 4.8 100
total − 21 100 −
Tabela 7 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica Segundo a Pratica de mais de uma Modalidade
Pratica + uma modalidade n %
sim 4 19,0não 17 81,0total 21 100
Tabela 8 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica,Segundo Rendimento
Rendimento modalidade n %
melhora 16 76,2piora 5 23,8total 21 100
Tabela 9 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica Segundo Desempenho nas competições no último ano
Desempenho no ultimo ano n %
melhora 12 57,1piora 9 42,9total 21 100
4.2.2 Treinamento Realizado
O treinamento foi realizado em quadra de basquete de acordo as normas e medidas oficiais. O treinamento consistiu em aquecimento, alongamento, fortalecimento,
treino técnico e reabilitação com esporte.
Tabela 10 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica Segundo o treinamento
4.2.3 Manifestações Clinicas Relacionada com a Prática Esportiva
Tabela 11 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica, Dor na Prática do Esporte.
Dos 11 atletas que referiram dor na atividade esportiva 9 ( 42.9%) relataram que a dor exacerbava durante treino do basquete sobre rodas
Tabela 12- Atletas com Historia de Poliomielite Paralítica Segundo Distribuição do Local a Dor.
Dor No. de Atletas %Ombro D 20 95.2Ombro E 1 4,8Cúbito D 1 4,8Tórax 1 4,8Lombar 2 9,5Sacral 1 4,8
treinamento n %
2 a 3dias 20 95,25 dias 1 4,82 a 3horas 18 85,75 horas 1 9,5
Dor no esporte
n %
sim 11 52.4não 10 47.6total 21 100
Quadril E 2 9,5Perna D 1 4,8Perna E 2 9,5Joelho D 1 4,8Joelho E 1 4,8Pé E 1 4,8
Gráfico 1: Atletas com História de Poliomielite Paralítica Segundo a distribuição da Dor - Histograma de Distribuição
0102030405060708090
100
Ombr
o D
Ombr
o E
Cúbito
DTór
ax
Lom
bar
Sacra
l
Quadr
il E
Perna
D
Perna
E
Joelh
o D
Joelh
o E
Pé E
Nº
de
Pa
cie
nte
s
No. de Pacientes %
Tabela 13 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica Segundo Manifestação da Fadiga/Cansaço no Esporte.
fadiga n %sim 7 33,3não 14 66,7total 21 100
Dos 21 atletas 4 (19.0%) relataram cansaço independente do t
Tabela 14 - Atletas com Historia de Poliomielite Paralítica Segundo Avaliação da saúde no esporte.
avaliação cardíacan %
teste esforço
n %
respiratória
n %
sim 10 47,6 3 14,3 9 45,0não 11 52,4 18 85,7 11 52.3total 21 100 21 100 21 100
Tabela 15 - Atletas com História de Poliomielite Paralítica Segundo Característica Clínicas
Características n %nova fraqueza 7 33,3nova atrofia 1 4,8dor muscular 16 76,2dor articular 13 61,9intolerância frio 4 19,0Fasciculação 3 14,3desvio coluna 16 76,2aumento peso 13 61,9Disfagia 1 4,8Depressão 9 42,9Cefaléia 7 33,3cãibra 12 57,1fadiga 7 33,3Disfonia 1 4,8Ansiedade 20 95,2distúrbio sono 9 42,9memória/concentração 5 23,8disfunção urinaria 5 23,8cefaléia matinal 1 4,8
Tabela 16 – Características Clínicas da SPP em 5 Atletas do basquete em cadeira de rodas
Características n %nova fraqueza 5 100nova atrofia 1 4,8dor muscular 5 100dor articular 5 100intolerância frio 2 40Fasciculação 1 20desvio coluna 4 80aumento peso 4 80Depressão 4 80Cefaléia 4 80Cãibra 2 40Fadiga 4 80Ansiedade 5 100distúrbio sono 5 100memória/concentração 2 40
Tabela 17 – Dados da história do atleta, da doença e treinamento de 5 atletas com sinais da SPP
Nº SEQ.
Idade Atual
IdadePólio
meses
SeqüelaAguda(plegia)
SeqüelaResidual(paresia)
Recuperarãomarcha
Tempoesporte(anos)
Treino(dias)horas
Pratica + uma
MD
04 43 12 mono Mono sim 17(2 a 3)2 a 3 não
06 47 12 mono Mono sim 13(2 a 3) 2 a 3 não
07 33 12 diplegia Diparesia sim 10(2 a 3)2 a 3 não
09 32 6 diplegia Diparesia não 10(2 a 3)2 a 3 não
13 30 24 mono Mono sim 6(2 a 3)2 a 3 não
Tabela 18 – Dados da história do atletas, da doença e treinamento de 16 atletas sem SPP.
Nº SEQ.
Idade Atual
IdadePólio
meses
SeqüelaAguda(plegia)
SeqüelaResidual(paresia)
Recuperarãomarcha
Tempoesporte(anos)
Treino(dias)horas
Pratica + uma MD
01 34 24 Mono Mono Sim 17(2 a3)2 a 3 não
02 33 24 Dilplegia Mono Sim 13(2 a3)2 a 3 não
03 29 12 Triplegia Mono Sim 7( 5 )
5 Não
05 39 12 Diplegia Mono Sim 18(2 a3)2 a 3 Sim
08 32 5 Diplegia Diparesia Sim 20(2 a3)2 a 3 Não
10 50 12 Diplegia Mono Sim 20(2 a3)2 a 3 Não
11 33 24 Diplegia Diparesia Sim 12(2 a3)2 a 3 Não
12 29 24 Diplegia Mono Sim 3(2 a3)2 a 3 Não
14 32 5Diplegia
Diparesia Sim 2(2 a3)2 a 3 Não
15 34 24 Mono Mono Sim 14(2 a3)2 a 3 Sim
16 41 24 Mono Mono Sim 11(2 a3)2 a 3 Não
17 35 24 Mono Mono Sim 12(2 a3)2 a 3 Não
18 40 24Diplegia
Diparesia Não 15(2 a3) 2 a 3 Não
19 33 12 Mono Mono Sim 8(2 a3)2 a 3 Sim
20 27 12 Mono Mono Sim 5(2 a3)2 a 3 Sim
21 27 12 Mono Mono Sim 22(2 a3)2 a 3 Não
7 - Discussão
O basquete em cadeira de rodas é a primeira modalidade do esporte adaptado
no Brasil e até os dias de hoje atrai um número crescente de deficientes para
iniciar no esporte, dentre as várias deficiências encontra-se os atletas com
seqüela de poliomielite anterior aguda.
MAYNARD & HEADLLEY relatam que a poliomielite é uma doença causada
pela ação viral e desde 1970 houve o reconhecimento de uma nova síndrome
denominada Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) que inicia na fase tardia da
poliomielite caracterizada por nova fraqueza tanto nos músculos acometidos como
também nos que se julga não terem sido acometidos pelo vírus da pólio. A teoria
mais aceita para explicar a etiologia é do “overuse” (supertreinamento).
De acordo com as pesquisas de base realizadas por Bodiam (1949),Dalakas
(1995), Halsted (1985) e Wiechers (1981), apontam que atividade física em
excesso poderia acelerar o processo de degeneração das unidades motoras
gigantes exposta a sobrecarga e ao processo de desequilíbrio no remodelamento
causando desnervação e aumentando o grau de fraqueza
O estudo realizado por QUADROS em 2005 refere que o “overuse” é o efeito
acumulativo do tempo de trabalho extra que leva ao extrese mecânico crônico nas
articulações, ligamentos e tecidos moles sebdo uma das principais causas da
SPP.
Ainda são poucos os estudos realizados sobre a história dos indivíduos com
seqüela de poliomielite no Brasil, em especial sobre atletas que jogam basquete
em cadeira de rodas.
No presente estudos foram entrevistados 21 atletas deficientes com história de
Poliomielite do sexo masculino com média de idade de 34.8 anos,
Segundo dados da FPBSR, há 91 atletas com história de poliomielite em plena
atividade física e competitiva em seus clubes de origem com média de idade de
34,7 anos sendo que 47 destes atletas encontram–se na faixa etária entre 32 a 45
anos. A população por mim estudada apresenta características semelhantes.
Neste estudo os atletas responderam a um questionário estruturado a respeito
do seu histórico da poliomielite, histórico esportivo e características da saúde.
Foi possível verificar através do histórico da Poliomielite que a maioria dos
atletas estudados (57.1%) tiveram a poliomielite no primeiro ano de vida e o
restante até os 2 anos de vida .
Referente à distribuição topográfica da fraqueza na fase aguda foi
demonstrado que mais da metade dos atletas tiveram Diplegia (57,1%) seguido de
monoplegia (38,1%) e Triplegia (4.8%), após recuperação funcional não houve
uma boa evolução, ou seja, não houve grandes mudanças do status físico.
Os atletas que mudaram da fase aguda para residual 4 (25%) dos 12 atletas
com diplegia evoluíram para monoparesia e apenas 1 atleta com Triplegia teve
uma boa evolução para monoparesia
A distribuição topográfica dos membros acometidos na amostra estudada
mostrou predomínio na grande maioria (95.2%) em membros inferiores (MMII).
Apenas 1 atleta (4,8%) tinha MSE acometido e dezessete atletas (81%) possuíam
marcha independente e 4 (19%) eram cadeirante. O predomínio de acometimento
nos MMII neste estudo está de acordo com dados apresentados na literatura por
Arondini (2005),Halsted(1985), Dalakas (1995) e Quadros (2005).
O resultado encontrado nesta amostra ficou demonstrado que a maioria deles
teve infecção no primeiro ano de vida e que não houve apenas mudanças
significativas no status da fraqueza na fase aguda para residual, ou seja, na
amostra estudada não encontramos os fatores de risco para desenvolver a SPP.
De acordo com dados da literatura os fatores predisponentes para SPP, esta
relacionado com infecção em fase mais tardia, gravidade da doença e o processo
de recuperação funcional Trojan e Cashman 2005.
Apesar de Maynard 2000, ter relatado que acometimento maior na SPP é nos
MMII devido à descarga de peso e a sobre carga de trabalho ao longo da vida não
encontramos o mesmo resultado entre os atletas, pois as principais queixas estão
relacionadas aos membros superiores (MMSS) talvez associado a pratica do
esporte.
Para prática do basquete em cadeira de rodas os membros superiores são
mais solicitados em especial o membro superior direito (MSD).De acordo com os
dados encontrados neste estudo verificamos que nenhum atleta teve
acometimento do MSD.
Autores como SMITH & KELLY relatam que exercício físico ou a prática destes
favorece o surgimento de novos sinais e sintomas como nova fraqueza e fadiga e
que a maioria das pessoas com SPP, estavam sendo orientada ou empenhada
por conta própria em programas de fortalecimento, com exercícios aeróbicos ou
práticas de modalidade esportiva sem orientação adequadas para correção de
defeitos da mecânica co movimento, com disperdicio de energia, ocasionando
fadiga, debilidade e a dor.
Dallakas é um dos autores que relata que o exercício pode causar problemas
maiores porque estão sobrecarregando as unidades motoras que já estão
trabalhando no seu nível máximo de capacidade, e esses problemas podem
significar um estado de descompensação.
Entretanto estas orientações começaram a mudar porque o desuso poderia ser
mais prejudicial que o próprio “overuse”. O objetivo da intervenção fisioterapêutica
é reduzir a carga sobre o músculo, eliminar a dor, fadiga e criar uma reserva de
energia para o músculo, sendo assim, os exercícios podem ser feitos desde que
realizados com pouca carga e acompanhados de um terapeuta e com poucas
repetições.
GREGUAL & GARCIA, concordam que a sobrecarga á maior nos MMSS e que
esta relacionada com os vários picos de aceleração com a cadeira de rodas e as
repetições durante os treinos semanais.
COUTTS 1994, afirma ainda que a carga excessiva nos membros superiores,
causada pela elevada e freqüente aceleração durante o jogo assim como o giro e
freio não podem ser menosprezados como causa da lesão por esforço repetitivo
no ombro.
Observamos no histórico esportivo dos atletas estudados que a idade em que
iniciaram no basquete sobre rodas variou de 15 a 48 anos média de idade de
24.6 anos, tempo de prática esportiva variou de 1 a 22 anos,sendo que 7 atletas
(33%) tinham histórico de 17 a 22 anos de esporte, 6 atletas (28%) tinham de 11
a 15 anos de esporte 4 atletas (19%) tinham de 6 a 10 anos e 4 atletas (19%)
tinham de 1 a 5 anos de esporte
O tempo de permanência na modalidade foi outro fator que nos chamou
atenção neste histórico devido ao fato de que (80,9%) dos atletas estão a mais de
cinco anos jogando basquete em cadeira de rodas e que (19%) deles praticam
outra atividade além do basquete Dos 21 atletas estudados 16 (76,2%) afirmaram
ter apresentado uma melhora do rendimento e 12 (57,1%) com melhor
desempenho no último ano nas competições.Porém tivemos um grupo de atletas
(42.9%) que relataram piora no seu desempenho no ultimo ano.
Os atletas estudados começaram mais tarde na vida esportiva e pode ser um
dos fatores que faz com que eles permaneçam por período maior em atividade,
daí se justifica termos em atividade atletas na faixa etária dos 40 anos jogando
basquete em cadeira de rodascom desempenho adequado.
Não achamos dados na literatura para compararmos nossos achados.
Em relação a forma de treinamento a grande maioria dos atletas 96,2%
treinam de 2 á 3 dias por semana e 89,7% de 2 á 3 horas enquanto que(4,8%)
treinam 5 dias por semana por 5 horas.Além do treinamento ser realizado com
base no aquecimento, alongamento fortalecimento, treino velocidade o treino
técnico é realizado associado à adaptação esportiva.
Os achados deste estudo quanto a dias e horas de treinamento está de acordo
com estudo de Gregual onde é relatado que atletas deficientes do basquete em
cadeira de rodas dos Estados Unidos são submetidos regularmente, a
treinamento constantes com freqüência mínima de três vezes por semana
Gregual,2001 afirma também que o treinamento procura desenvolver a força e
potência nos atletas buscando indiretamente agilidade e grande pico de
aceleração através dos treinos de velocidade onde o atleta deve percorrer
distância curta no menor tempo possível com mudanças bruscas de direção e
deslocar a cadeira em zigue – zague para não bater nos obstáculos colocados no
percurso Storkey & Ryan 2000, concordam com Gregual sobre esta descrição do
esporte.
Segundo BERNARDI,2001 o basquete em cadeira de rodas vem
apresentando uma crescente popularidade nos últimos anos, o que está
provocando discussões entre diversos autores quanto o aumentos das lesões
relacionadas com a prática e treinamento competitivo exigindo um maior esforço
físico do atleta.
A grande solicitação nos treinamentos e durante as competições esportivas
buscamos avaliar a dor e a fadiga nos atletas estudados além de verificar outras
características da manifestação clinica da fase tardia da poliomielite
A dor foi referida por (52,4%) dos atletas e destes (42,9%) a dor exacerbava
durante atividade esportiva. Dos 21 atletas 20 (95,2%) referiram a dor articular em
ombro direito.
Os achados da literatura mostraram que as dores musculares e articulares são
características da SPP. Entretanto achados de dor neste estudo parece estarem
relacionados com a grande solicitação da biomecânica exigida pela prática do
esporte do basquete em cadeira de rodas, levando-se em conta que nenhum dos
atletas estudados tinham história de comprometimento no MSD.
COUTTS (1994) observou que a velocidade máxima durante um jogo de
basquete é de 4.75 m/seg, tendo pico de aceleração de 1.32 m/seg. o que se pode
presumir que a aceleração da cadeira de rodas irá resultar a uma alta carga nas
extremidades superiores e diferenças no estilo de impulso durante aceleração
podemestar relacionados ser a ocorrência de lesão por tensão repetitiva na
articulação do ombro.
Este fato pode ser justificado porque a grande maioria dos atletas utiliza o
membro superior direito (MSD) para fazer arremesso, e a maior parte destes
arremessos se define em fazer bandeja embaixo do garrafão, fazendo com que
este seja o movimento mais repetido durante os treinos e no decorrer das
competições.
STORKEY & RYAN 2000 relatam que o músculo do manguito rotador é o mais
acometido e em especial o supra – espinhoso que seja talvez a estrutura do
manguito rotador mais suscetível a problemas inflamatórios, até porque há uma
predisposição para desenvolver a tendinite em virtude da vascularização deficiente
no tendão, o supra-espinhoso e redondo menor têm importante função no
movimento de arremesso, promovendo rotação externa do úmero durante o
erguimento do braço para o arremesso e o conjunto de músculos do manguito
rotador é responsável pela depressão do úmero que se contrai excentricamente
para reduzir a velocidade do braço durante o arremesso.
Concordando com autores acima MULROY (1996) demonstrou um pico de
atividade do supra-espinhoso na fase de impulso durante atividade de retorno
prolongado (59% do ciclo), e declarou que pode ocorrer a lesão nesta fase
BERNARDI 2001, cita em seu estudo trabalhos de CURTIS & DILON (1985)
que associam as lesões ao número de horas por semana gastos no treinamento,
já TAYLOR e WILLIAMS (1994), descobriram que a incidência da lesão não foram
influenciada pela atividade física excessivas e sim pelo impulso com a cadeira de
rodas, no treinamento durante a temporada somando ao treinamento forçado de
velocidade e corridas com a cadeira de rodas.
HOOTMAN 2001 associa o início da dor ao empurrar cadeira (toque) que
contribui para causar a dor no ombro devido às cargas excessivas nos membro
superiores, causadas pela elevada e freqüente aceleração durante o jogo.
Nenhum atleta neste estudo apresentou comprometimento na fase aguda da
doença no MSD, porém no resultado referente ao local da dor o MSD, foi o mais
acometido por lesões do esporte.
Os autores citados acima realizaram estudos com atletas do basquete em
cadeira de rodas e os dados apresentados neste estudo quanto às dores do
ombro já vêm sendo discutidos e mostram que a prática esportiva é o principal
mecanismo de trauma que favorece o surgimento desta lesões no ombro
Dos 21 atletas estudados 66,7% não relataram fadiga, 33.3% referiram a
fadiga porém associado aos treinos e competições e 19.% referiram chegarem
cansados no treino, sendo assim, este relato da fadiga parece estar mais
relacionado com atividade esportiva
Outro aspecto abordado foi quanto à saúde do atleta no esporte 47,6% já
haviam passado por um médico cardiologista e 52,4% nunca passaram pelo
cardiologista, 14,3% já tinham feito teste esforço e 85,7% não sabiam o que era o
teste esforço; Os atletas foram abordados sobre avaliação respiratória e 52,3%
nunca passaram por esta forma de avaliação e 45.0% já foram avaliados por um
fisioterapeuta respiratório
O que nos chama atenção é alta freqüência de atletas sem avaliação
médica.Para se transformar em bom atleta e necessário que avaliação médica
seja feita e que o atleta esteja em perfeitas condições de saúde, para permitir uma
atividade adequada na sua modalidade esportiva que exige tanto esforço físico e
demanda energética.
A maioria dos estudos aborda três principais características que são as mais
comuns; na SPP; nova fraqueza. Fadiga e dor muscular e/ou articular.
As principais características clínicas apresentadas pelos atletas nesta pesquisa
são semelhantes às de outros estudos anteriores, em indivíduos com história de
poliomielite, porém com algumas características específicas como uma maior
freqüência de (ansiedade (95,2%), dor muscular (76,2%), dor articular (61,9%)
aumento de peso (61,9%) cãibra (57,1%) depressão (42,9%) distúrbio do sono
(42,9%) nova fraqueza (33,3%) e fadiga (23,8%).
Dos 21 atleta estudados 5 (23.8%) apresentaram a nova fraqueza por um
período superior a um ano.
Estudo feito por Quadros 2005 no Setor de Doenças Neuromuscular (DNM)
encontrou 77,2% dos pacientes com SPP e estudos de Oliveira 2002,demonstrou
que 68% dos pacientes do ambulatório de DNM apresentaram o quadro clinico de
SPP.
Os achados encontrados nesta amostra refere se a uma população de 21
atletas onde 23,8% apresentaram os sinais tardio da SPP
Quanto a idade da poliomielite deste 5 atletas com nova fraqueza 3 (60%)
tiveram a infecção com 1 ano de idade, 1 atleta (20%) teve a poliomielite com 2
anos e 1 ( 20%) teve poliomielite e com 6 meses de idade.
Os atletas que referiram a nova fraqueza muscular tinham idade entre 30 a 47
anos
Todos tiveram um quadro agudo de monoplegia 60% e diplegia 40%, todos
não mudaram o estatus físico da fraqueza após os período de reabilitação.
Referente à recuperação da marcha 60% deles possuem marcha independente
Quanto ao tempo de prática de esporte 80% praticam esporte de 10 17 anos e
20% prática esporte pó 6 anos.
Todos treinavam de 2 a 3 horas, 3 dias por semana.
Os achados encontrados no presente estudo demonstraram que 23.5%dos
atletas apresentaram a nova fraqueza por um período superior a um ano, além
Os dados encontrados do tempo da doença, tempo da prática de esporte
parece ser o fator predisponente da SPP.
Entretanto os achados da literatura mostram que a idade na fase tardia da
poliomielite e a gravidade da lesão aguda estão ligadas aos fatores de risco, mas
o contrario não anula os riscos. De acordo com Dalakas (1995) e Halsted (1985)
pessoas que tiveram a poliomielite aguda lave com idade menores que um ano de
vida podem desenvolver a SPP.
As limitações do estudo são referentes a pequeno número de atletas que foram
incluídos no trabalho.
Aplicação do questionário por mais de um entrevistador.
E por não termos encontrados estudos que associem esta duas populações
atletas poliomielite e Síndrome Pós – Pólio.
8 – Conclusão
1 - A indícios de SPP em 5 (23,8%) dos atletas
estudados.
2 – Não foi encontrado uma relação direta entre a SPP e atividade física o
basquete em cadeira de rodas
3 - A dor muscular e ou /articular parecem estar ligadas à biomecânica do esporte
própria
4 – Há uma certa tendência de SPP naqueles com maior tempo e duração na
prática esportiva.
9 − Referências bibliográficas
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ANEXO - 1
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO ATLETA COM SEQÜELA DE PÓS-POLIOMIELITE
1 – Identificação Nº seqüencial _______ RH ___________________
2 – Anammese
a) Historia da Poliomielite Aguda:
Data _____/_____/2006 Membro dominante: D � E �Nome: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Data de Nasc. _____/_____/_____ Idade:______________ Sexo: M � F �Naturalidade _________________________________________________ Estado ________________ Procedência ____________________________________________ _______________ Etnia: B � N � A � Estado Civil ____________________Profissão _________________________Endereço ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________CEP__________________________ Cidade/Estado ___________________________________Tel _____________________________________ Celular ___________________________________
E-mail _____________________@_________ Modalidade Atual: _____________________
ClasClassificação Funcional: __________________ Peso _____Kg Altura: _________IMC:
Cadeirante: SIM � NÃO � Andante: SIM � NÃO �
Local (Cidade/Estado)________________________________________________________________
Idade: ______________________________ Ano ____________
Vacinação: Não � Sim � � Suporte ventilatório qual? �VM� PA
Seqüela: � Quadriplegia � Triplegia � Diplegia � Monoplegia
MMSS � MMII� MSD � MSE � MID� MIE � � Franqueza de musculatura bulbar
Recuperação da Marcha: � Não � Sim � Independente � uso de Órtese � uso de auxiliar �cadeirante
Seqüela Residual: � Monoparesia � Diparesia � Triparesia � Quadriparesia *M+afetado
b) Sintomas até o momento da primeira consulta:
Queixas� Nova Fraqueza � Disfagia � Ansiedade� Nova Atrofia � Depressão � Distúrbio do Sono
� Dor Muscular � Cefaléia � Memória/Concentração
� Dor Articular � Cãibra � Disfunção urinária
� Intolerância ao Frio � Fadiga � Cefaléia Matinal
� Fasciculação � Disfonia � Problema Respiratório
� Desvio de coluna � Obstipação intestinal
� do Peso Corporal
Apresenta dor em suas atividades esportivas?� Sim � Não� antes � durante � após
EM qual parte do seu corpo esta Localizada a dor ?Ombro D � E �Cotovelo D � E �Punho D � E �Dedos D � E �Tórax �Coluna: Cervical � Lombar � sacral �Quadril D � E � perna D � E � joelho D � E � pé D � E �
Quanto tempo apresenta este quadro de dor? � Dias � meses � anos
Apresenta fadiga/cansaço nas atividades esportivas?Antes � durante � após �
Durante sua vida esportiva já realizou alguma avaliação cardíaca? SIM � NÃO �Precisou realizar teste de esforço? SIM � NÃO �
No ultimo ano fez avaliação respiratória?SIM � NÃO �
Diminuição da funcionalidade? Apresenta fraqueza progressiva? SIM � NÃO � SIM � NÃO �
3 – Histórico esportivo:
Quando iniciou no esporte adaptado?
Idade_____ Ano________Qual a modalidade que iniciou no esporte?� atletismo � tiro esportivo � basquete � natação � bocha � tênis de mesa � Dança � tênis de quadra� Esgrima � tiro com arco � Halterofilismo � vôlei sentado
Tempo de permanência em cada modalidade?� 1 á 2 anos � 3 á 4 � + 5 anos
Praticar mais de uma modalidade, melhorou o seu desempenho? SIM � NÃO �Alguma das modalidades praticada piorou o seu desempenho? SIM � NÃO �Precisou mudar de modalidade? SIM � NÃO �Qual a nova modalidade?� atletismo � tiro esportivo � basquete � natação � bocha � tênis de mesa � Dança � tênis de quadra� Esgrima � tiro com arco � halterofilismo � vôlei sentado
Como foi sua adaptação a nova modalidade? a) Ótima � bom regular ruim
Houve melhora em seu rendimento? SIM � NÃO �
O que o levou a praticar esporte indicação?
� Amigos � eventos � propaganda � assistir jogos � treinamentos � faculdades � outros
Eo que o esporte lhe proporcionou?
� melhorou suas atividades diárias � funcionalidade� habilidade � socialização
4 – Treinamento:
Entrevistador:________________
Quantos dias e quantas horas treinam por semana?� 2 á 3 dias b) � 2 á 3hs� 3 á 4 � 3 á 4hs� 5 dias � 5hs
Como é realizado seu treinamento:� aquecimento � alongamento� fortalecimento� velocidade� outros
No ultimo ano houve melhora ou piora em seu desempenho nas competições? SIM � NÃO �
ANEXO – 2
Termo de Consentimento livre e Esclarecido
Título: Prevalência dos atletas com seqüela de poliomielite no basquete sobre rodas
O esporte adaptado surgiu após a 2º guerra mundial, como reabilitação para os
soldados. Em 1958 iniciou no Brasil através de Sergio Seraphim Del Grande e
Robson de Almeida ambos paraplégicos iniciaram o esporte adaptado começando
pelo basquete sobre rodas.
Hoje temos vários clubes de basquete sobre rodas que são formados por
atletas de diversas deficiências, e em sua maioria por atletas com seqüela de
poliomielite que é uma doença anterior aguda, causada por um vírus de gravidade
extremamente variável, que pode apresentar manifestações clínicas,
acompanhadas ou não de paralisias.
Entretanto hoje se fala da Síndrome Pós Pólio (SPP), que causa uma
desordem neurológica e acomete pessoas com poliomielite paralítica prévia
geralmente 15 anos ou mais após a doença aguda.A SPP se manifesta através de
vários sinais clinico, nova fraqueza progressiva, fadiga, dor muscular e/ ou
articular, distúrbio do sono, intolerância ao frio, dificuldade respiratória, deglutição
e nova atrofia mesmo freqüente.
Este trabalho tem como objetivo de verificar os possíveis fatores de risco da
Síndrome Pós Pólio (SPP) e realizar um levantamento sobre a participação destes
atletas no esporte adaptado, serão avaliar os atletas com seqüela de poliomielite,
que jogam basquete sobre rodas no Setor de Doenças Neuromuscular UNIFESP –
EPM.
Para realizar nossa pesquisa você responderá algumas perguntam sobre:
a) sua história da pólio aguda (a doença na sua infância);
b) sua história como atleta no basquete sobre rodas;
c) pergunta especifica sobre a sua saúde hoje;
d) tipo do seu treinamento esportivo.
A qualquer momento você terá acesso aos dados obtidos no estudo e também
aos profissionais repensáveis pela pesquisa para esclarecimento e eventuais
dúvidas. O principal investigador é a Fisioterapeuta Maria Salete Conde que pode
ser encontrada no endereço Rua Pedro de Toledo 377 telefones
55713324/55792668, Se tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da
pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) Rua
Botucatu 572 1º andar Cj 14, 5571 – 1032, Fax 5539 – 7162 E-mail,
Você terá garantia e a liberdade da retirada do seu consentimento a qualquer
momento sem qualquer prejuízo á continuidade do seu tratamento na instituição.
Não há despesas pessoais para você como participante e em qualquer fase
do estudo, incluindo exames e consultas. Também não haverá compensações
financeiras relacionadas da sua participação. Se existir despesa adicional, ela será
pelo orçamento da pesquisa.
Acredito ter sido suficiente informado a respeito das informações pela
pesquisadora, Ft. Maria Salete Conde, pelos Prof. MS Abrahão Augusto Juviniano
Quadros e Prof. MS. Marco Antonio Ferreira Alves ou pela equipe do Ambulatório
de Síndrome Pós - Pólio da UNIFESP/EMP
Concordo voluntariamente em participar de este estudo poderei retirar meu
consentimento a qualquer momento,antes ou durante o mesmo, sem penalidade
ou prejuízo ou perda de qualquer beneficio que possa ter adquirido,ou no meu
atendimento neste serviço.
-----------------------------------------------------------Data / /
Assinatura do paciente/representante legal
-------------------------------------------------------------------------Data / /
Assinatura da testemunhaPara o responsável do projeto:Declaro que de forma apropriada e voluntária o Consentimento livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal pra a participação neste estudo.
-------------------------------------------------------------------------Data / /
(Maria Salete Conde) CREFITO 14439
ABSTRACT
Introduction: Since 1957, there are many physical deficient playing adapted
modalities in Brazil. The basketball game on wheels was the first modality, and it is
known as the hard modality to play, because of the physical effort. The repeated
wheel-chair maneuvers and game’s training makes the players overload the
muscles of the upper limbs. Many of these players had acute paralytic poliomyelitis
in infancy. The post-polio syndrome (PPS) is a degenerative illness that can occur
only on people who had acute paralytic poliomyelitis years before. The main
symptoms of PPS are new weakness new atrophy, fatigue, muscle and joint pain.
Objective: To verify the possible predisponent factors of PPS on wheelchair
basketball players and look for the poliomyelitis sequelae players on previous
games. Method: Descriptive study with, using a questionnaire. The athletes had
been interviewed in the Clinic of Syndrome Post Polio, in the clubs and the
championships São Paulo and Brazilian of basketball on wheels. The used sources
to look for articles were: Bireme, Lilacs, Pubmed, Medline, and EEFE-USP.
Result: 21 athletes had been studied with measured of age of 34.8, time of
practice sportive of 1 a 22 years, to acomet members (.42.9.%) MMII e (4.8%)
MSE. The great majority of the athletes presented (81%) march independent. The
characteristics of the acute phase of the polio - a measured of age of the polio was
of 5 24.meses acute sequel, majority 12 (57.1%) presented diplégia and residual
sequel 9 (4.9%) of diplegia? Of the 21 athletes, 5 (23,8%) had related to the new
weakness for a superior period the 1 year and 16 athletes (76,2%) had related
complaint of pain in superior members right in 16 (76,2%) and athletes (19%) had
related to fatigue/associated fatigue the sportive activity. Conclusion: The athletes
who had participated of this study had not presented risk factors to develop the
SPP, how much to the characteristics of the history of the acute polio and
functional recovery. Athletes (23%) with SPP characteristic had been found. The
found predisponent factor was the long time of practical sportive and the fatigue.
Pain to articulate and muscular of the region of the right shoulder seems to be
related with the practical one of the sportive activity.
Descriptors: Post-polio syndrome, Poliomyelitis, basketball wheelchair, rehabilitation.