90
ADONES SALES ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ANTIOXIDANTE DE ABACAXI 'PÉROLA' MINIMAMENTE PROCESSADO LAVRAS MG 2013

ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

ADONES SALES

ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE

E METABOLISMO ANTIOXIDANTE DE

ABACAXI 'PÉROLA' MINIMAMENTE

PROCESSADO

LAVRAS – MG

2013

Page 2: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

ADONES SALES

ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO

ANTIOXIDANTE DE ABACAXI 'PÉROLA' MINIMAMENTE

PROCESSADO

Dissertação apresentada à Universidade Federal

de Lavras, como parte das exigências do

Programa de Pós-Graduação em Ciência dos

Alimentos, área de concentração em Ciência dos

Alimentos, para a obtenção do título de Mestre.

Orientador

Dr. Luiz Carlos de Oliveira Lima

LAVRAS – MG

2013

Page 3: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

Sales, Adones.

Atmosfera modificada na qualidade e metabolismo antioxidante

de abacaxi „pérola‟ minimamente processado / Adones Sales. –

Lavras : UFLA, 2013.

100 p. : il.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2013.

Orientador: Luiz Carlos de Oliveira Lima.

Bibliografia.

1. Ananas comosus. 2. Alto oxigênio. 3. Ascorbato peroxidase. 4.

Catalase. 5. Vitamina C. I. Universidade Federal de Lavras. II.

Título.

CDD – 664.8047746

Ficha Catalográfica Elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da

Biblioteca da UFLA

Page 4: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

ADONES SALES

ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO

ANTIOXIDANTE DE ABACAXI 'PÉROLA' MINIMAMENTE

PROCESSADO

Dissertação apresentada à Universidade Federal

de Lavras, como parte das exigências do

Programa de Pós-Graduação em Ciência dos

Alimentos, área de concentração em Ciência dos

Alimentos, para a obtenção do título de Mestre.

APROVADA em 29 de abril de 2013.

Dra. Elisangela Elena Nunes Carvalho UFLA

Dra. Ester Alice Ferreira EPAMIG

Dr. Luiz Carlos de Oliveira Lima - UFLA

Orientador

LAVRAS – MG

2013

Page 5: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao Departamento de

Ciência dos Alimentos (DCA), pela oportunidade concedida para a realização do

mestrado.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

(Fapemig), pela concessão da bolsa de estudos.

Ao professor Dr. Luiz Carlos de Oliveira Lima, pela orientação,

paciência, amizade, dedicação e ensinamentos, que foram de grande relevância

para a realização deste trabalho e meu crescimento profissional.

Ao professor Dr. Sidnei Deuner, pela enorme ajuda, sempre motivadora

para a consolidação desse projeto.

Aos professores e funcionários do Departamento de Ciência dos

Alimentos da UFLA, pelos ensinamentos transmitidos e harmoniosa

convivência, em especial a Lucilene Cândido, que, sempre competente, me

orientou em muitas decisões neste mestrado.

Ao professor Dr. Eduardo Valério de Barros Vilas Boas, pelas aulas,

orientações e exemplo de profissional a ser seguido.

Ao professor Dr. Marcos Lopes Dias, pela ajuda no projeto de

dissertação e enorme simpatia e conhecimento.

Aos meus pais, Arlindo Sales Filho e Sandra da Silva Sales, por todo

amor e apoio dedicado a mim, não só nessa etapa, mas em toda a minha vida.

Aos meus irmãos, André Sales e Agust Sales, que, acima de tudo, me

incentivaram a buscar meus ideais.

À Rafhaela Baldez, que durante esse período me fortaleceu com seu

apoio e carinho.

Page 6: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

Aos meus amigos Leonardo, Fellipe e Kleverson que, mesmo com a

distância, são companheiros diários de vida. E a todos meus amigos do Pará, que

sempre torceram por mim.

Aos moradores e à República Prega Sarrafo, a qual tenho como lar,

Thalles, Leonardo, Vinicius, Rafael e Gustavo.

Às amizades que conquistei e renovei em Lavras, Luiz, Téo, Rodrigo,

Altobelly, Fernando, Igor, Ellison, Javan, Alessandra, Olívia, Cilene, Flávia,

Jonnys, e Anderson.

Aos meus amigos e companheiros de laboratório, que transformaram

meu local de trabalho em um ambiente mais agradável e foram cruciais para a

realização deste trabalho: Caroline Roberta, Juliana Lima, Camila Fante, Ana

Vilas Boas, Fernanda Becker, Heloísa Siqueira, Rita Nassur, Paulo Siriano,

Renata Rocha, Ana Clara e Isabella Guimarães. E a todos os amigos que

conquistei no Departamento de Ciência dos Alimentos.

À Amanda Mendes de Moura, pela amável pessoa que é e por não medir

esforços em me ajudar com a execução desse experimento.

Ao Thiago de Paula Protásio, pelos conselhos estatísticos.

Aos meus professores da UEPA, Tonye Waughon, Iêdo Santos, Samuel

Campos e Marcio Franck, os primeiros que me apoiaram nessa jornada fora do

Pará.

Page 7: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

“O sorriso é mais brilhante onde o alimento é melhor.”

Provérbio irlandês

Page 8: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

RESUMO

Este trabalho foi realizado com o objetivo geral de avaliar a qualidade e

o metabolismo antioxidante do abacaxi „Pérola‟ minimamente processado

tratado com ácido ascórbico e armazenado sob atmosfera modificada. Foi

utilizada solução de ácido ascórbico (AA) a 1% (m/v) para tratamento químico.

Utilizaram-se quatro tipos de atmosferas para as embalagens, sendo: atmosfera

controle; atmosfera modificada passiva; atmosfera modificada ativa com gás

composto de 3% O2 + 10% CO2 + 87% N2 (baixo oxigênio) e atmosfera

modificada ativa com composição de 100% O2 (alto oxigênio). O

armazenamento ocorreu a 5±1 ºC. As amostras foram coletadas, sem reposição,

a cada dois dias, num total de 10 dias de armazenamento, para análises físico-

químicas e coletadas a cada 5 dias para as análises microbiológicas. Foram

determinados perda de massa, avaliação de cor (L*, croma, ºhue, ∆E*), pH,

sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), relação SS/AT, vitamina C,

fenólicos totais, atividade antioxidante por sequestro do radical DPPH, atividade

da enzima arcorbato peroxidase, atividade enzimática da catalase, contagem de

bactérias psicrotróficas e contagem de fungos filamentosos e leveduras. O

tratamento com AA aumentou os teores de vitamina C, compostos fenólicos e

atividade antioxidante, pelo método DPPH. O alto oxigênio induz o aumento da

atividade enzimática antioxidante, enquanto o tratamento com AA reduz a

atividade. O alto oxigênio reduziu a proliferação de bactérias psicrotróficas com

10 dias de armazenamento.

Palavras-chave: Alto oxigênio. Ananas comosus. Ascorbato peroxidase.

Catalase. Vitamina C.

Page 9: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

ABSTRACT

This work was conducted with the objective assess the general quality of

metabolism and antioxidant pineapple 'Pérola' treated with ascorbic acid and

storage in modified atmosphere packaging.. Solution was used ascorbic acid

(AA) 1% (m/v) to chemical treatment. We used 4 different types of atmosphere

for packaging: atmosphere unchanged (control), modified atmosphere, active

modified atmosphere with gas composed of 3% O2 + 10% CO2 + 87% N2 (low

oxygen), with active modified atmosphere composition 100% O2 (high oxygen).

The storage occurred in 5±1 ºC. The samples were collected without

replacement every two days for a total of 10 days of storage for physicochemical

analyzes. And collected every 5 days for microbiological analyzes. It was

determined mass loss, evaluation of color (L*, chroma, ºhue, ΔE*), pH, soluble

solids (SS), titratable acidity (TA), ratio, vitamin C, total phenolics, antioxidant

activity by DPPH kidnapping, enzyme activity of arcorbato peroxidase, catalase

enzyme activity, psychrotrophic bacteria count and yeast and mold counts.

Treatment with AA increased the levels of vitamin C and phenolic compounds

and antioxidant activity by DPPH method. The high oxygen induces the increase

of antioxidant enzyme activity, while treatment with AA reduces the activity.

The high oxygen reduced the proliferation of psychrotrophic 10 days of storage.

Keywords: Ananas comosus. Ascorbate peroxidase. Catalase. High oxygen.

Vitamin C.

Page 10: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................. 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................... 13

2.1 Aspectos gerais do abacaxi........................................................... 13

2.2 O abacaxi minimamente processado........................................... 16

2.3 Alterações fisiológicas, bioquímicas e microbiológicas em

minimamente processados........................................................... 17

2.3.1 Perda de água................................................................................ 20

2.3.2 Escurecimento............................................................................... 21

2.3.3 Alterações microbiológicas.......................................................... 23

2.4 Tratamentos químicos em minimamente processados.............. 25

2.4.1 Ácido ascórbico............................................................................. 26

2.5 Uso de atmosfera modificada na conservação da qualidade.... 27

2.5.1 Atmosfera com baixo teor de oxigênio........................................ 28

2.5.2 Atmosfera com alto teor de oxigênio........................................... 30

2.6 Enzimas antioxidantes.................................................................. 31

3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................... 35

3.1 Matéria-prima............................................................................... 35

3.2 Processamento e armazenamento............................................... 35

3.3 Análises realizadas........................................................................ 37

3.3.1 Perda de massa.............................................................................. 38

3.3.2 Avaliação de cor............................................................................ 38

3.3.3 Determinação de pH..................................................................... 39

3.3.4 Sólidos solúveis (SS) ..................................................................... 39

3.3.5 Acidez titulável (AT) .................................................................... 39

3.3.6 Relação SS/AT............................................................................... 39

3.3.7 Vitamina C.................................................................................... 39

3.3.8 Fenólicos totais.............................................................................. 40

3.3.9 Atividade antioxidante pelo método do DPPH.......................... 41

3.3.10 Catalase (CAT) e ascorbato peroxidase (APX).......................... 42

3.3.11 Análises microbiológicas.............................................................. 43

3.4 Delineamento experimental e análise estatística........................ 43

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................. 45

Page 11: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

4.1 Perda de massa.............................................................................. 47

4.2 Avaliação de cor............................................................................ 49

4.3 Determinação de pH, sólidos solúveis totais (SS), acidez

titulável (AT) e relação SS/AT..................................................... 56

4.4 Vitamina C.................................................................................... 63

4.5 Fenólicos totais.............................................................................. 65

4.6 Atividade antioxidante................................................................. 67

4.7 Atividade enzimática antioxidante.............................................. 69

4.8 Análises microbiológicas.............................................................. 72

5 CONCLUSÕES............................................................................. 75

REFERÊNCIAS............................................................................ 76

Page 12: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

11

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, mais de 90% do total de abacaxi consumido é feito ao natural,

e as perdas giram ao redor de 10% a 15% do produto colhido. Esta perda e a

falta de incentivo para a sua produção podem ser, em parte, atribuídas à falta de

conveniência da fruta, cujo descascamento é trabalhoso e com escorrimento de

líquido e requer contenção em embalagem adequada (SOUZA; DURIGAN,

2007).

Umas das alternativas para o melhor consumo do abacaxi é o

processamento mínimo. Segundo Moretti (2001), os vegetais minimamente

processados foram introduzidos no país há, aproximadamente, 20 anos, trazidos

a reboque pelas lojas de refeição do tipo "fast food". Desde então, observa-se

que os vegetais minimamente processados têm ocupado, de forma vertiginosa,

cada vez mais espaço nas gôndolas dos supermercados. O processamento

mínimo visa tornar o consumo de frutas mais conveniente e, assim, contribuir

com a redução de perdas.

As frutas e seus produtos são, em geral, alimentos ácidos, ou que podem

ser acidificados para melhor conservação. A maior parte da microbiota

contaminante reside na parte externa das frutas. O interior é praticamente estéril,

se não houver ruptura de continuidade por lesões na casca (ROSA;

CARVALHO, 2000).

O ácido ascórbico tem sido utilizado após a etapa de desinfecção dos

produtos minimamente processados, sendo sua principal função agir como

antioxidante, prevenindo o escurecimento. Segundo Chitarra (2000), o ácido

ascórbico previne o escurecimento e outras reações oxidativas.

Segundo Soliva-Fortuny e Martín-Belloso (2003), a pesquisa sobre

produtos minimamente processados ainda é necessária para a obtenção de

produtos microbiologicamente seguros e a manutenção de seu valor nutricional e

Page 13: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

12

da sua qualidade original. Para isso, estudos sobre a influência da embalagem

com atmosfera modificada na vida comercial de frutas minimamente

processadas devem ser realizados.

No âmbito de estudos fisiológicos vegetais, sabe-se que o equilíbrio

entre a produção e a eliminação de espécies reativas de oxigênio (ERO) pode ser

perturbado por fatores ambientais adversos. Como resultado desses distúrbios, o

nível intracelular de ERO pode aumentar rapidamente. Cada organela ou

compartimento tem o potencial para ser alvo de danos oxidativos, assim como

tem mecanismos de eliminação de excesso das ERO (SCANDALIOS, 2005).

O armazenamento em altos níveis de oxigênio (≥70 kPa) foi sugerido

como uma inovação de atmosfera modificada para frutas e vegetais em pós-

colheita, para garantir a qualidade e prolongar a vida útil (KADER; BEN-

YEHOSHUA, 2000; XIAO et al., 2010). Day (1996) sugeriu que o tratamento

com O2 puro pode inibir o crescimento microbiológico, o escurecimento

enzimático e as reações de fermentação anaeróbica em frutas e hortaliças.

Resultados diferentes dependem não só da composição gasosa, mas também da

temperatura de armazenamento, da variedade, da estrutura do tecido e do

amadurecimento das frutas.

Tendo em vista estas informações, este trabalho foi realizado com o

objetivo geral de avaliar a qualidade e o metabolismo antioxidante do abacaxi

„Pérola‟ minimamente processado, submetido a tratamento químico de ácido

ascórbico e armazenado em atmosfera modificada: passiva, de baixo e de alto

teor de oxigênio.

Page 14: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Aspectos gerais do abacaxi

No Brasil, na safra de 2011, a produção foi de 1.479.349 mil abacaxis,

sendo o estado da Paraíba o maior produtor, seguido pelo Pará e por Minas

Gerais (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA -

IBGE, 2012).

O abacaxizeiro (Ananas comosus (L.) Merril) é uma planta originária do

continente americano, sendo encontrado desde a América Central até o norte da

Argentina. O centro de origem parece ter sido o Brasil central, de onde se

disseminou para as demais regiões (SIMÃO, 1998). É uma planta perene,

monocotiledônea, pertencente à família Bromeliaceae, cujo ciclo varia de 12 a

30 meses. É composto por uma haste central curta e grossa, em cuja volta

crescem folhas em forma de calha, estreitas e rígidas, e na qual também se

inserem raízes axilares. O sistema radicular é fasciculado, superficial e fibroso,

encontrado, em geral, à profundidade de 15 a 30 cm e raramente a mais de 60

cm da superfície do solo. A haste central, ao término do desenvolvimento

vegetativo, dá origem à inflorescência, que tem cerca de 150 a 200 flores

orientadas em espiral, que se abrem da base para o ápice. A completa floração se

dá em 3 a 4 semanas. O fruto, botanicamente denominado sincarpo, é

constituído por 100 a 200 frutilhos (bagas), normalmente partenocárpicos,

fundidos entre si sobre o eixo central (CUNHA et al., 1994; SIMÃO, 1998).

As cultivares Smooth Cayenne e Pérola são as mais produzidas no

Brasil. A „Smooth Cayenne‟ diferencia-se das demais por apresentar folhas

praticamente sem espinhos, sendo considerada a mais adequada para a

industrialização. A „Pérola‟ tem polpa suculenta e amarelo-pálida ou branca, é

pouco adequada para industrialização (baixa acidez), mas, para o consumo in

Page 15: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

14

natura, esta variedade é considerada de grande importância, graças à sua polpa

suculenta e saborosa (GONÇALVES; CARVALHO, 2000; VAILLANT et al.,

2001).

A composição química do abacaxi varia muito, de acordo com a época

em que é produzido. De modo geral, a produção ocorre no período do verão e

gera frutas com maior teor de açúcares e menor acidez. O abacaxi destaca-se

pelo valor energético, devido à sua alta composição de açúcares, e o valor

nutritivo pela presença de sais minerais (cálcio, fósforo, magnésio, potássio,

sódio, cobre e iodo) e de vitaminas (C, A, B1, B2 e Niacina), conforme

apresentado na Tabela 1. No entanto, apresenta teor proteico e de gordura

inferior a 0,5% (FRANCO, 1989).

Tabela 1 Composição química do abacaxi.

Componentes Quantidade (por 100 g)

Glicídio 13,70 g

Proteínas 0, 40 g

Lipídios 0,20 g

Cálcio 18,00 mg

Ferro 0,50 mg

Fósforo 8,00 mg

Fibras 0,95 mg

Niacina 0,82 mg

Ácido ascórbico 27,20 mg

Tiamina 80,00 µg

Riboflavina 128,00 µg

Retinol 5,00 µg

Calorias 52,00 Kcal Fonte: Franco (1989)

Os frutos do cultivar Pérola apresentam formato cônico, com polpa de

coloração branco-pérola, muito suculenta e de sabor muito agradável. Quando

maduros, os teores de sólidos solúveis variam entre as porções do fruto, e a

região basal apresenta valores sempre superiores às regiões mediana e apical

Page 16: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

15

(USBERTI FILHO et al., 1999). Tais valores podem variar entre 12% e 16%,

para frutos maduros, que também apresentam baixa acidez, sendo agradável ao

paladar do brasileiro (MANICA, 1999).

A maturação do abacaxi, geralmente, é julgada tomando por base a

coloração da casca. O abacaxi deve ser colhido no estádio de “virada”, ou seja,

com a casca metade verde e metade amarela, o qual poderá apresentar melhor

qualidade do que aquele colhido em um estádio de maturação menos avançado

(GORGATTI NETO et al., 1996).

No abacaxi, enquanto a maturação avança, a coloração da casca evolui

de verde para bronzeada, os olhos ou frutilhos mudam da forma pontiaguda para

achatada, os espaços entre os olhos se estendem e adquirem coloração clara e a

casca apresenta-se mais lisa, em comparação ao fruto menos maduro

(GONÇALVES; CARVALHO, 2000). Segundo Reinhardt (2000), além da

coloração da casca (maturação aparente), o grau de maturação real do fruto pode

ser avaliado com base na translucidez da sua polpa.

O abacaxi, como um fruto não climatérico, deve ser colhido no seu

completo desenvolvimento fisiológico, tendo-se o cuidado de não o colher

demasiado verde, pois, nesta condição, não amadurece, por possuir pouca ou

nenhuma reserva amilácea (BLEINROTH, 1996). O ponto adequado de colheita

depende do tipo de mercado a que os frutos se destinam e tem influência

decisiva na qualidade sensorial do produto e na sua aceitação pelo consumidor

ou pela indústria (GONÇALVES; CARVALHO, 2000).

A qualidade do fruto depende, de modo geral, dos tratos culturais e do

manejo adotado na pré-colheita, na colheita e na pós-colheita. Durante o seu

cultivo, o abacaxi, como toda cultura frutífera, está sujeito ao ataque de pragas e

doenças, como a broca do fruto, a cochonilha, a fusariose e as ervas daninhas. A

incidência destas pragas acarreta a destruição ou a diminuição da sua produção,

Page 17: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

16

podendo também comprometer a qualidade do fruto destinado à comercialização

interna e à exportação (SIGRIST, 1988).

2.2 O abacaxi minimamente processado

Do ponto de vista técnico, produtos minimamente processados podem

ser definidos como qualquer fruta ou hortaliça, ou combinação destas, que tenha

sido fisicamente alterada, mas que permaneça no estado fresco. Isto é, são

produtos que passam por etapas de transformação física (cortar, ralar, picar,

tornear), sem alterar, entretanto, o frescor do produto acabado. A ideia central é

assegurar ao consumidor conveniência, praticidade e segurança alimentar, sem

perda de qualidade nutricional (MORETTI, 2001).

A utilização de hortifrutícolas minimamente processados no Brasil

iniciou-se na década de 1990 e, hoje, conta com grande potencial de

crescimento, devido à economia de tempo e de trabalho que proporciona em

âmbito doméstico, em redes de alimentação rápida e em restaurantes. Na década

de 2000, este segmento do agronegócio apresentou grande crescimento, tanto no

mercado institucional quanto no varejista (OLIVEIRA, 2005).

O processamento mínimo de alimentos é uma tecnologia alternativa à

redução das perdas pós-colheita de produtos perecíveis e que pode contribuir

para um maior desenvolvimento da agroindústria no Brasil. Esse processo tem

conduzido produtores rurais ao sucesso, entregando seus produtos diretamente às

redes de supermercados, aos restaurantes, aos hotéis e às lanchonetes, evitando

intermediários e CEASAS (OLIVEIRA, 2005).

Sendo o Brasil um grande produtor e consumidor de abacaxi, tornou-se

necessário, também, o desenvolvimento de produtos convenientes ao consumo

desta fruta que possam atender às demandas dos grandes centros, onde a

Page 18: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

17

disponibilidade de tempo é limitada, a exemplo de produtos minimamente

processados.

Produtos minimamente processados são frutos e hortaliças que, embora

tenham sido fisicamente alterados, permanecem em estado fresco, podendo ser

consumido, na maioria das vezes, sem subsequente preparo, oferecendo, ao

consumidor moderno, conveniência e praticidade (CANTWELL, 1992).

O processamento de abacaxi produz alterações químicas, físicas e

sensoriais nos frutos, levando à perda de vitaminas (cujo indicador é a vitamina

C), ao escurecimento e à perda de sabor. Por este motivo, a escolha dos

equipamentos e dos métodos para processamento é fundamental para a

manutenção de suas características de qualidade (SOUZA; DURIGAN, 2007).

Os produtos minimamente processados devem oferecer, como

vantagens, boa qualidade do produto, frescor, conveniência, agregação de valor,

redução da mão de obra de seu preparo em restaurantes, hotéis ou lanchonetes, e

diminuição do lixo nos grandes centros de consumo. No entanto, as empresas

têm poucas informações sobre sua conservação, sendo, dessa forma, muito

importante estudos sobre a conservação, a vida útil e a manutenção da qualidade

desses produtos. A falta de informações e de pesquisas em relação ao

comportamento fisiológico e à conservação pós-colheita, assim como a

adequação de embalagens específicas a cada tipo de produto, é uma limitação à

ampliação dessa classe de produtos (RINALDI et al., 2010).

2.3Alterações fisiológicas, bioquímicas e microbiológicas em minimamente

processados

Frutas e hortaliças minimamente processadas, geralmente, são muito

mais perecíveis do que quando intactas porque são submetidas a severos

estresses físicos advindos, principalmente, do descascamento e do corte. Estes

Page 19: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

18

danos mecânicos aumentam o metabolismo destes produtos, com o consequente

aumento da taxa de respiração e, em alguns casos, com o aumento da taxa de

produção de etileno (ROSEN; KADER, 1989).

As lesões às quais os produtos minimamente processados então sujeitos

em sua preparação disparam mudanças no metabolismo dos tecidos danificados,

que resultam em aceleração da respiração, produção de etileno em ferimentos,

senescência, amadurecimento e deterioração (DAMODARAN; PARKIN;

FENNEMA, 2010). Tais lesões e seus efeitos estão esquematizados na Figura 1.

Figura 1 Efeitos fisiológicos dos ferimentos causados aos tecidos de vegetais

minimamente processados Fonte: Moretti (2007) e Saltveit (1997)

As células vegetais, para a manutenção do metabolismo, estão

constantemente realizando trocas, absorvendo nutrientes e eliminando

substâncias indesejáveis, processos esses mediados por enzimas. No caso de

processamento envolvendo calor, congelamento e secagem, estas reações de

Page 20: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

19

tecido vivo são eliminadas pela morte da célula vegetal, mas, no processamento

mínimo, essas reações são mantidas, uma vez que o tecido permanece vivo,

resultando em frescor do produto (KING; BOLIN, 1989).

O metabolismo dos tecidos de frutos submetidos ao processamento

mínimo é semelhante àquele observado em tecido vegetal que sofreu ferimentos

ou foi exposto a condições de estresse (WATADA; ABE; YAMUCHI, 1990).

Este comportamento inclui aumento da taxa respiratória e da produção de etileno

e, em alguns casos, indução do processo de cicatrização de ferimento. Outras

consequências do dano físico proporcionado aos tecidos são bioquímicas e

físicas, tais como reações de escurecimento oxidativo e oxidação de lipídios, ou

aumento na perda de água (BRECHT, 1995). As respostas aos danos físicos, no

entanto, diferem entre frutos climatéricos e não climatéricos (ROSEN; KADER,

1989), uma vez que o etileno sintetizado a partir do tecido lesionado não

apresentou efeito sobre o amadurecimento de frutos não climatéricos,

promovendo, no entanto, o amadurecimento dos climatéricos (BRECHT, 1995).

Apesar de sua praticidade e conveniência, produtos minimamente

processado sofrem alterações fisiológicas indesejáveis (HONG; KIM, 2001). A

perda da integridade celular da superfície cortada dos frutos e hortaliças destrói a

compartimentação, liberando enzimas e substratos, o que tem como

conseqüências o escurecimento e a formação de metabólitos secundários

indesejáveis (AHVENAINE, 1996; WILEY, 1994). O aumento da respiração e

da produção de etileno acelera os processos de senescência e também propicia a

formação de sabores e odores desagradáveis. Outra limitação resulta do exsudato

da superfície cortada, que se torna um meio favorável ao desenvolvimento de

microrganismos (BURNS, 1995).

A maioria dos processos que ocorrem nos tecidos vegetais está associada

a reações enzimáticas, cuja velocidade depende da temperatura. Por essa razão, é

difícil manter efetivamente a qualidade dos vegetais minimamente processados

Page 21: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

20

sem um controle rígido da temperatura. O problema é ainda mais agravado pelo

fato do aumento de a temperatura não exercer o mesmo efeito sobre a taxa de

respiração do vegetal e sobre a taxa de permeabilidade a gases da embalagem,

alterando a atmosfera de equilíbrio ao redor do produto (SARANTÓPOULOS,

1997).

O gerenciamento da temperatura é muito importante para frutas e

hortaliças minimamente processadas, as quais, nesse processo, são pré-resfriadas

e o local do processamento é mantido entre 2 e 7 ºC. Os produtos minimamente

processados recém-preparados são lavados e enxaguados em água gelada (0 ºC)

e, então, embalados com rapidez, antes de serem mantidos entre 1 ºC e 5 ºC,

para que se minimizem as consequências negativas do processo

(DAMODARAN; PARKIN; FENNEMA, 2010).

Baixas temperaturas, durante o armazenamento, retardam o metabolismo

do vegetal por meio da diminuição de sua taxa respiratória e da redução de sua

atividade enzimática (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Dentro da variação

fisiológica de cada espécie, a taxa respiratória, normalmente, aumenta com a

elevação da temperatura, principalmente na faixa de 5 ºC a 20 ºC (CHITARRA;

ALVES, 2001).

2.3.1 Perda de água

A perda de massa fresca consiste somente na perda de água (perda de

umidade) pela transpiração do produto e perda de carbono pelas trocas gasosas

(MAGUIRE; BANKS; OPARA, 2001). A perda de umidade dos produtos

minimamente processados, além de comprometer a qualidade tecnológica, afeta

também o valor econômico (RINALDI et al., 2010).

Sabe-se que produtos minimamente processados são mais perecíveis do

que os produtos íntegros que lhe deram origem, devido às reações metabólicas

Page 22: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

21

que continuam ocorrendo no período pós-colheita. Tais reações acarretam,

durante o armazenamento, redução no teor de água com perda de massa, que

leva a alterações indesejáveis na aparência do produto (CARVALHO, 2002).

A perda de água é uma das principais causas de deterioração de frutas e

hortaliças após a colheita, por produzirem o amarelecimento e o enrugamento de

seus tecidos (SIGRIST, 2002).

Como a maioria dos vegetais tem entre 80% a 95% de água (em relação

ao peso) e a umidade relativa dos espaços intercelulares é muito próxima de

100%, a tendência é, quase sempre, de o vapor d‟água escapar destes espaços,

através do processo de transpiração. Este processo ocorre porque a umidade

relativa do ambiente onde se encontram é frequentemente menor que 100%, e

quanto maior a relação superfície/volume, maior a taxa de transpiração da fruta.

Um dos procedimentos utilizados para retardar a deterioração pós-colheita de

produtos hortícolas é o uso da refrigeração no armazenamento

(HARDENBURG; WATADA; WANG, 1986).

Frutas minimamente processadas, devido ao corte, apresentam sempre

maior relação superfície/volume do que quando inteiras, facilitando ainda mais a

perda de água de seus tecidos (TATSUMI; WATADA; WERGIN, 1991).

2.3.2 Escurecimento

Embora atributos de qualidade sejam similares em produtos

minimamente processados e convencionalmente processados, existe maior

ênfase nas características visuais dos primeiros. Produtos minimamente

processados devem ter consistência e aparência de frescos, ter cor aceitável e ser

razoavelmente livres de defeitos. A avaliação visual por compradores e

consumidores é o maior fator de decisão de compra (FIGUEIRÊDO; QUEIROZ;

NORONHA, 2005).

Page 23: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

22

Moretti (2007) afirma que o escurecimento proveniente da oxidação de

compostos fenólicos ocorre em frutas minimamente processadas como resultado

da ruptura da compartimentalização, ocasionado a liberação de ácidos e enzimas,

os quais podem então entrar em contato com seus respectivos substratos

(MARTINEZ; WHITAKER, 1995). Produtos com altos níveis constitutivos de

compostos fenólicos escurecem facilmente quando o tecido injuriado é exposto

ao oxigênio presente no ar (MORETTI, 2007).

Para Nunes, Emond e Brecht (2001), a exposição do produto

minimamente processado a variações de temperatura é fator que influencia o

aumento do seu escurecimento. Temperaturas superiores à adequada também

influenciam a taxa de escurecimento.

Segundo Saltveit (2000), o aumento na atividade das enzimas

fenilalanina amônia liase, polifenoloxidase e peroxidase é uma das respostas dos

tecidos ao estresse sofrido pelo processo de corte, causando diminuição na vida

útil do produto. Weller et al. (1997) também afirmam que o escurecimento da

superfície cortada é de grande importância, quando se pretende utilizar o produto

na forma de pedaços ou tiras refrigerados; o contato dos compostos fenólicos

com a polifenoloxidase endógena e a facilitada difusão do oxigênio atmosférico

para o interior do tecido são os responsáveis por essa característica indesejável

ao produto.

Oms-Oliu et al. (2010) relatam que o escurecimento também é uma das

principais preocupações relacionadas com o prolongamento da vida útil de frutas

minimamente processadas e afeta fortemente a decisão de compra do

consumidor.

Page 24: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

23

2.3.3 Alterações microbiológicas

A microbiologia é fator essencial na avaliação da qualidade de alimentos

minimamente processados, considerando as consequências de todas as práticas

envolvidas nas etapas de produção, processamento, armazenamento e

distribuição desses produtos, para estabelecer os riscos de contaminação por

patógenos possíveis de causar danos à saúde do consumidor (ROSA;

CARVALHO, 2000).

O processamento mínimo favorece a contaminação de alimentos por

microrganismos deterioradores e patogênicos, em razão do manuseio e do

aumento das injúrias nos tecidos (WILEY, 1994), o contrário do que ocorre com

as frutas e as hortaliças intactas, que são parcialmente protegidas da invasão

microbiana pela casca (SHEWFELT, 1987).

Frutas tornam-se contaminadas com microrganismos ainda na planta, no

campo, durante a colheita e o transporte para o mercado e durante o

processamento e a embalagem. As frutas, principalmente as que crescem junto

ao solo, apresentam, inevitavelmente, os mesmos microrganismos de onde estão

sendo cultivados, com uma estimativa de 109 UFC/g. A microbiota de

minimamente processados é, geralmente, a mesma carreada do campo,

caracterizando-se pela presença de Pseudomonas spp., Erwinia herbicola e

Enterobacter agglomerans, Leuconostoc mesenteroides, Lactobacillus spp. e

leveduras que são encontradas, principalmente, em frutas. O gênero

Pseudomonas, geralmente, é responsável por 50% a 90% da população

microbiana de vegetais (BASTOS, 2006).

As bactérias psicrotróficas são de especial importância para os alimentos

minimamente processados, uma vez que estas podem se multiplicar em

temperaturas de refrigeração entre 0°C e 7°C (WILEY, 1994). As baixas

temperaturas podem aumentar a vida de prateleira e retardar processos de

Page 25: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

24

deterioração, mas não impedem a multiplicação de microrganismos

psicrotróficos, como L. monocytogenes, Yersinia enterocolitica e Aeromonas

hydrophila. L. monocytogenes é uma bactéria psicrotrófica, causadora da

listeriose, doença atípica, que apresenta baixa morbidade e alta letalidade

(FRANCIS; THOMAS; O‟BEIRNE, 1999; VANETTI, 2007). Os alimentos

minimamente processados e mantidos sob refrigeração podem oferecer

condições favoráveis para a sobrevivência e/ou a multiplicação de

microrganismos patogênicos, tais como a Salmonella sp. Que é um patógeno de

grande importância em saúde pública por causar grandes surtos, muitos dos

quais com caráter epidêmico (ABADIAS et al., 2008; AGUADO; VITAS;

GARCÍA-JALÓN, 2004).

As altas cargas microbianas desses produtos após a colheita podem ser

substancialmente reduzidas por meio de uma limpeza em água corrente clorada e

uma distribuição sob refrigeração controlada e assegurada (AHVENAINEN,

1996).

Embora o crescimento de microrganismos patogênicos e deterioradores

possa ser inibido ou retardado por meio da combinação adequada de baixa

temperatura de armazenamento e atmosfera modificada, existe a necessidade de

ampliar o espectro de pesquisas que avaliem o risco potencial nesses produtos.

Além dos cuidados com todos os elementos da cadeia de produção, o

armazenamento desses produtos, sob condições adequadas, é um ponto

fundamental para o sucesso da indústria de produtos minimamente processados

(SHEWFELT, 1987; VANETTI, 2007). A compreensão dos efeitos que os

principais gases presentes em embalagens sob atmosfera modificada exercem

sobre a microbiota do produto é fundamental para prever o comportamento desta

microbiota e estimar o tempo de conservação do produto (VANETTI, 2007).

Populações de microrganismos aeróbios mesófilos e psicrotróficos em

produtos refrigerados têm sido utilizadas como indicadores de qualidade

Page 26: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

25

higiênica dos alimentos, fornecendo também idéia sobre seu tempo útil de

conservação. Populações elevadas desses microrganismos contribuem para a

redução da vida de prateleira de hortaliças minimamente processadas, podendo

indicar matéria-prima excessivamente contaminada, limpeza e desinfecção de

superfícies inadequadas, higiene insuficiente na produção e condições

inadequadas de tempo/temperatura, durante a produção ou a conservação dos

alimentos (BRUNO et al., 2005).

2.4 Tratamentos químicos em minimamente processados

A utilização de aditivos ou de preservativos químicos em produtos

minimamente processados ainda não está oficialmente regulamentada no Brasil,

porém, os compostos com uso permitido por lei, em alimentos de origem

vegetal, têm sido testados nesses produtos. Alguns compostos naturais, como os

ácidos orgânicos, têm apresentado efeito positivo na manutenção, na qualidade e

no aumento da vida de prateleira (CHITARRA, 2000).

Vários compostos naturais e sintéticos têm tido seu potencial

antimicrobiano analisado para aplicação em embalagens ativas para alimentos, a

exemplo de íons metálicos, ácidos orgânicos e seus sais, bactericidas, fungicidas,

enzimas, álcoois, gases inorgânicos, vapores orgânicos, extratos naturais e

outros (LACOSTE et al., 2005).

A atividade do agente antimicrobiano, geralmente, está relacionada a

alterações na membrana celular, inativação de enzimas essenciais ou destruição

ou inativação do material genético. Os agentes podem ter ação bactericida ou

bacteriostática e, neste caso, para se preservar a ação antimicrobiana, a

concentração do agente deve ser mantida acima do mínimo necessário para

inibir o crescimento do microrganismo alvo, durante toda a vida útil do produto.

Como os agentes antimicrobianos apresentam diferentes mecanismos de ação, a

Page 27: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

26

mistura de compostos pode aumentar a atividade por meio de uma sinergia entre

eles.

Inúmeros fatores afetam o desempenho da embalagem com agente

antimicrobiano, tais como características/natureza química do agente microbiano

e do produto, características sensoriais e de toxidez do agente, método de

incorporação, permeação e evaporação (HAN, 2003).

A influência das mudanças de pH durante as operações de

processamento mínimo tem sido estudada para vegetais, enquanto, para frutas,

essas investigações ainda são reduzidas, pois, mesmo para as frutas mais ácidas,

alguns microrganismos podem se adaptar, facilitando, assim, sua sobrevivência.

Apesar de o pH ser um indicativo do tipo de microrganismo que vai se

desenvolver em frutas minimamente processadas, a combinação de barreiras é

importante e pode garantir maior segurança ao produto (BASTOS, 2006).

2.4.1 Ácido ascórbico

O ácido ascórbico tem sido utilizado após a etapa de desinfecção dos

produtos minimamente processados, sendo sua principal função agir como

antioxidante, prevenindo o escurecimento. Segundo Chitarra (2000), o ácido

ascórbico previne o escurecimento e outras reações oxidativas.

A utilização de inibidores do escurecimento em produtos minimamente

processados é restrita aos compostos que não ofereçam riscos de toxidez e não

interfiram negativamente no aroma e no sabor característicos dos produtos. O

ácido ascórbico destaca-se por promover a redução do pH e exercer função de

agente redutor, além de seu baixo custo e de ser totalmente seguro para o

consumo humano (SAPERS, 1993). O ácido ascórbico, no entanto, é consumido

na reação, promovendo, dessa forma, uma proteção temporária contra o

escurecimento. A completa oxidação do ácido ascórbico a de-hidroascórbico

Page 28: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

27

possibilita o acúmulo de quinonas, podendo produzir pigmentos de coloração

escura (LAURILA; KERVINEN; AHVENAINEN, 1998; SAPERS, 1993).

2.5 Uso de atmosfera modificada na conservação da qualidade

O princípio de conservação de vegetais por meio de embalagens com

atmosfera modificada é diferente daquele dos produtos que não respiram, como

carne, massas frescas, queijos etc. No caso dos alimentos que respiram, a

tecnologia visa retardar a respiração, o amadurecimento, a senescência, a perda

de clorofila, a perda de umidade, o escurecimento enzimático e,

consequentemente, as alterações de qualidade advindas destes processos

(SARANTÓPOULOS, 1997).

O controle dos processos fisiológicos é a chave para a conservação de

vegetais minimamente processados, que pode ser assessoriamente realizado pelo

emprego de embalagem adequada (SARANTÓPOULOS; MORAES, 2009). A

embalagem também é um fator essencial na conservação de vegetais

minimamente processados (BARMORE, 1987). De acordo com Ahvenainen

(1996), a atmosfera modificada é a tecnologia mais aplicada para embalagem de

produtos minimamente processados.

A modificação da atmosfera em torno do produto embalado pode ser

estabelecida por via passiva, ativa ou pela combinação de ambas. No processo

passivo, o ambiente atmosférico é atingido por meio da respiração do produto e

das trocas gasosas (difusão de O2 e CO2), por meio dos poros da embalagem

com o meio externo. A relação entre a taxa de respiração do produto e a taxa de

permeabilidade a gases da embalagem modifica passivamente a atmosfera ao

redor do produto. Essa modificação passiva da atmosfera pode retardar a

respiração, a senescência e, consequentemente, as alterações de qualidade

advindas desses processos (GERALDINE, 2000). Quando a atmosfera

Page 29: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

28

modificada é associada à refrigeração, há substancial redução do crescimento

microbiano e retardo das taxas de mudanças químicas e fisiológicas do produto

(PIROVANI et al., 1998).

Muitos fatores devem ser considerados na seleção da embalagem, como

a taxa de respiração, o tipo de corte, a quantidade do produto embalado e a

concentração de O2 e CO2 adequada ao metabolismo do produto pré-cortado

(CANTWELL, 2000). Além do controle dos processos fisiológicos, a

embalagem é também necessária para limitar danos mecânicos ao produto

durante o transporte e a distribuição, como também para evitar contaminação e

alterações por fungos, leveduras e bactérias (SMITH, 1998). A especificação de

sistemas de embalagem geradora de atmosfera modificada para frutos

minimamente processadas é muito complexa, uma vez que esses produtos

continuam vivos e, portanto, respirando após a colheita e durante a

comercialização.

2.5.1 Atmosfera com baixo teor de oxigênio

Embalagens com atmosfera modificada ativa são aquelas que, além de

atuarem como uma barreira a agentes externos, procuram corrigir deficiências

presentes na atmosfera passiva. Elas podem ser definidas como embalagens em

que elementos adicionais (gases) foram deliberadamente incluídos no material

ou no espaço livre da embalagem, para melhorar seu desempenho

(ROBERTSON, 2006).

Atmosferas com 3% a 8% de O2 e de 3% a 10% de CO2 têm potencial

para aumentar a vida útil destes produtos e viabilizar a comercialização de frutas

e hortaliças minimamente processadas, embora, para cada vegetal, exista uma

atmosfera específica que maximiza sua durabilidade. A atmosfera escolhida e o

sistema de embalagem devem ser testados, pois algumas concentrações de O2 e

Page 30: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

29

CO2 podem acelerar a deterioração, ao invés de preservar os vegetais

(SARANTÓPOULOS, 1997).

A redução dos níveis de O2 e o aumento dos níveis de CO2 podem

retardar o amadurecimento dos frutos, reduzir a taxa de respiração e de produção

de etileno e desacelerar várias alterações metabólicas (ZAGORY; KADER,

1988). Níveis de O2 inferiores a 1% e de CO2 superiores a 10% suprimem

significativamente o crescimento fúngico (KADER, 1986; ZAGORY, 1999). De

acordo com Farber (1991), as alterações metabólicas causadas pelo CO2

conduzem a célula ao estresse, resultando na redução da taxa de crescimento

microbiano.

Em embalagens com atmosfera modificada diminui-se a quantidade de

gás oxigênio, contudo, concentrações muito baixas de O2 ou muito altas de CO2

ou uma relação CO2/O2 muito alta podem levar à respiração anaeróbica e a

desordens fisiológicas, a exemplo de amadurecimento irregular,

desenvolvimento de sabor/odor estranhos (off-flavors) e aumento da

susceptibilidade à deterioração. O desenvolvimento de off-flavors ocorre em

consequência da respiração anaeróbica, que leva a um acúmulo de etanol,

acetaldeído e certos ácidos orgânicos. Geralmente, isso ocorre em teores de O2

abaixo de 2% e teores de CO2 acima de 20%. Nas embalagens de vegetais, a

anaerobiose, além de estar associada a injúrias fisiológicas, é indesejável, pois

cria um risco de crescimento de microrganismos patogênicos anaeróbicos, como

o Clostridium botulinum. Portanto, recomenda-se um teor mínimo de 2% a 3%

de O2 durante toda a estocagem, para que não se criem condições que

representem um risco de saúde pública (SARANTÓPOULOS, 1997).

Page 31: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

30

2.5.2 Atmosfera com alto teor de oxigênio

Exposição a níveis elevados de O2 pode estimular, não ter efeito ou

reduzir as taxas de respiração do produto, dependendo do produto, da

maturidade ou do estádio de maturação, do tempo e da temperatura de

armazenamento e das concentrações de CO2 e C2H4 (KADER; BEN-

YEHOSHUA, 2000). A intensidade da respiração está diretamente

correlacionada com a vida de prateleira dos produtos (KADER; ZAGORY;

KERBEL, 1989). Portanto, a avaliação do efeito dos altos níveis de O2 na

atividade respiratória se faz necessária.

Day (1998) relatou que embalagens com atmosfera modificada com alto

O2 tiveram efeitos benéficos sobre a retenção de ácido ascórbico e o grau de

oxidação lipídica. Eles também afirmaram que, em comparação com baixo O2,

não houve diminuição dos níveis de antioxidantes em alface processada.

Segundo Oms-Oliu, Soliva-Fortuny e Martin-Belloso (2008), a

atmosfera com 70 kPa O2 impediu a fermentação anaeróbica de melões

minimamente processados, enquanto rotas fermentativas foram desencadeadas

em armazenamento em atmosfera com 2,5 kPa O2 + 7 kPa CO2. Altos níveis de

O2 preservaram a cor inicial e a firmeza de melão minimamente processado, em

melhor resultado que baixas concentrações de O2 ou atmosfera não modificada.

O conteúdo de fenólicos totais, a perda de líquido, o escurecimento da

superfície e a perda da firmeza foram significativamente inibidos em peras

'Huangguan', com o pré-tratamento do fruto inteiro com 100 kPa de O2, antes do

corte. O tratamento combinado foi eficaz na redução da permeabilidade da

membrana, da redução da vitamina C, da redução de perda de peso e na

preservação do baixo pH e do escurecimento (XIAO et al., 2010).

Embalagens com atmosfera com alto O2 para vegetais ainda não têm

comercialização comum, provavelmente por causa da falta de compreensão dos

Page 32: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

31

mecanismos básicos biológicos envolvidos na inibição ou na redução do

crescimento microbiano, na inibição do escurecimento enzimático, no efeito

sobre a atividade respiratória, no efeito desconhecido sobre a qualidade

nutricional dos frutos embalados e vegetais e nas preocupações sobre as

implicações de segurança possível, durante o acondicionamento (JACXSENS et

al., 2001).

Segundo Kader e Ben-Yehoshua (2000), a partir da informação limitada

publicada sobre os efeitos dos níveis elevados de O2 na fisiologia pós-colheita e

na qualidade de frutas e vegetais frescos e minimamente processados, são

necessárias pesquisas para responder quais são os mecanismos pelos quais os

níveis elevados de O2 podem influenciar as taxas de produção de CO2 e C2H4 em

frutos climatéricos e não climatéricos. Também são necessárias informações

sobre como altas concentrações de O2 influenciam o crescimento de bactérias e

fungos deterioradores e causadores de doenças em humanos. Procura-se saber se

tais taxas têm efeitos benéficos no sabor, na textura e na qualidade nutricional

dos produtos e se existe alguma relação entre a tolerância dos tecidos a altas

concentrações de O2 e sua capacidade antioxidante total.

2.6 Enzimas antioxidantes

Os antioxidantes podem ser divididos em duas classes: a dos com

atividade enzimática e a dos sem essa atividade. Na primeira, estão os

compostos capazes de bloquear a iniciação da oxidação, ou seja, as enzimas que

removem as espécies reativas ao oxigênio. Na segunda classe, estão moléculas

que interagem com as espécies radiculares e são consumidas durante a reação

(MOREIRA; MANCINI-FILHO, 2004).

As plantas possuem um sistema de defesa antioxidante enzimático e não

enzimático, que permite a detoxificação das EROs (espécies reativas de

Page 33: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

32

oxigênio) e a proteção das células vegetais de danos oxidativos (GRATÃO et al.,

2005). Porém, a destruição eficiente das EROs requer a ação de diversas

enzimas antioxidantes atuando em sincronia, como a superóxido dismutase

(SOD), a catalase (CAT), o ascorbato peroxidase (APX) e a glutationa redutase

(GR). A SOD é considerada a primeira linha de defesa contra as EROs, sendo

responsável pela dismutação do O2•-, gerando H2O2 e O2. A CAT e APX são

enzimas que catalisam a conversão do H2O2 e O2 em água. A GR catalisa numa

reação dependente de NADPH a redução da glutationa oxidada (GSSG) à forma

reduzida (GSH). APX, GR e GSH são importantes componentes do ciclo

ascorbato-glutationa responsáveis pela remoção de H2O2 em diferentes

compartimentos celulares (GRATÃO et al., 2005).

As catalases (CAT, EC 1.11.1.6) são proteínas tetraméricas que

catalisam a conversão do peróxido de hidrogênio em água. São amplamente

distribuídas em organismos como bactérias, alguns eucariotos inferiores, fungos,

animais e plantas. São largamente, mas não exclusivamente, encontradas nos

peroxissomos, organelas que têm metabolismo primariamente oxidativo. São

altamente eficientes, podendo atuar sobre o peróxido de hidrogênio produzido

antes mesmo de ele difundir-se para outras partes da célula. Como no caso das

SODs, múltiplas CATs são codificadas por genes específicos em plantas,

enquanto os animais têm apenas uma forma de CAT. Ambos os genes, Cat e

Sod, respondem diferentemente a vários estresses que produzem EROs

(SCANDALIOS, 2005).

As peroxidases exercem importantes funções na defesa antioxidante,

removendo peróxidos, incluindo o peróxido de hidrogênio gerado pelas reações

de oxirredução. Nas plantas, as peroxidases são classificadas em três classes. A

classe I corresponde às peroxidases intracelulares de origem procariótica (ex.

citocromo c-peroxidase, ascorbato peroxidase); a classe II inclui as enzimas

secretórias de fungos (ex. peroxidase dependente de manganês) e a classe III

Page 34: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

33

compreende as enzimas secretórias de plantas (TEIXEIRA et al., 2004). As

ascorbato peroxidases (APX, EC 1.1.11.1) são membros da classe I da

superfamília de hemeperoxidases, cujo grupo prostético é a protoporfirina e são

reguladas por sinal redox e peróxido de hidrogênio (SHARMA; DUBEY, 2004).

Elas são encontradas em plantas superiores, clorófitas e algas vermelhas. As

APX apresentam alta especificidade por ascorbato como substrato redutor e

catalisam a redução do peróxido de hidrogênio em água.

O processo de detoxificação do peróxido de hidrogênio catalisado pela

enzima ascorbato peroxidase é acompanhado por uma série de reações que, em

conjunto, formam uma das vias antioxidantes mais importantes presentes nas

plantas, o ciclo do ascorbato-glutationa (Figura 2).

Figura 2 A eliminação enzimática de EROs via ciclo do ascorbato-glutationa. APX – ascorbato peroxidase; CAT – catalase; DHA – desidroascorbato; DHAR –

desidroascorbato redutase; MDHA – monodesidroascorbato; MDHAR –

monodesidroascorbato-redutase; GR – glutationa redutase; GSH – glutationa reduzida;

GSSG – glutationa oxidada; SOD – superóxido dismutase.

Fonte: Teixeira et al. (2006)

Neste ciclo, o ascorbato e a glutationa são utilizados como fonte

redutora para a detoxificação do peróxido de hidrogênio e os compostos

oxidados são recuperados por várias reações, à custa de ATP e NAD(P)H. Dessa

maneira, o radical monode-hidroascorbato (MDHA), gerado pela oxidação do

ascorbato pela APx durante a detoxificação do peróxido de hidrogênio, é

regenerado por duas vias: ele pode ser convertido a ascorbato pela ação da

Page 35: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

34

enzima monodesidroascorbato redutase (MDHAR, EC 1.6.5.4) utilizando

NAD(P)H ou, então, devido à sua instabilidade, ele pode gerar o radical

desidroascorbato (DHA) em uma reação não enzimática. Em seguida, o DHA é

regenerado a ascorbato pela enzima desidroascorbato redutase (DHAR, EC

1.8.5.1), utilizando o glutationa como fonte redutora. Por fim, a glutationa

oxidada é recuperada pela ação da glutationa redutase (GR EC1.8.1.7), às custas

de NAD(P)H (Figura 2) (TEIXEIRA et al., 2006). O principal papel do ciclo do

ascorbato-glutationa é a proteção dos compartimentos celulares contra os danos

oxidativos causados pelas ERO. Nas plantas, o ciclo do ascorbato-glutationa é

particularmente importante nos cloroplastos, visto que estes são importantes

fontes produtoras de peróxido de hidrogênio. Este ciclo também opera no

citosol, no peroxissomo e nas mitocôndrias (JIMÉNEZ et al., 1997).

Page 36: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

35

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Matéria-prima

A pesquisa foi desenvolvida na Planta Piloto de Processamento Mínimo

de Vegetais e no Laboratório de Pós-Colheita de Frutas e Hortaliças, no

Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras, em

Lavras, MG.

A cultivar de abacaxi (Ananas comosus (L.) Merril) utilizada foi a

„Pérola‟. Frutas saudáveis foram adquiridas na Central de Abastecimento de

Minas Gerais (CEASA), em Contagem, MG, com um dia de colheita, realizada

no município de Miranorte, TO.

3.2 Processamento e armazenamento

A higiene do processo foi assegurada por meio dos procedimentos

estabelecidos pelas boas práticas de fabricação. Os utensílios foram sanificados

com hipoclorito de sódio, 200 mg l-1

de cloro livre. As etapas de processamento

mínimo ocorreram em ambiente higienizado e refrigerado a 10º C, sobre mesa

de aço inoxidável devidamente higienizada. Os operadores utilizaram

equipamentos de proteção individual.

Foram utilizados 50 abacaxis. Os frutos intactos foram lavados e

sanificados com Uzziclor® (Dicloro isocianurato de sódio) – Uzzi, Uzzi Química

LTDA, na concentração de 200 mg L-1

de cloro livre, conforme o fabricante.

Depois, foram descascados manualmente (Figura 3-A). A polpa do abacaxi foi

fatiada manualmente e as fatias cortadas em forma de leques de

aproximadamente 1 cm de espessura. Os leques foram imersos em água, a 7 ºC,

Page 37: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

36

com Uzziclor®, na concentração 20 mg L-1

de cloro livre, durante 3 minutos

(SARZI; DURIGAN; ROSSI JUNIOR, 2002).

Para tratamento químico, foi utilizada solução de ácido ascórbico (AA,

PA ACS, F. Maia Indústria e Comércio Ltda.) a 1% (m/v). Os pedaços de

abacaxi foram imersos, por 1 minuto, conforme apresentado na Figura 3-B. Para

o controle, os pedaços foram imersos em água destilada, com o mesmo

procedimento.

Figura 3 Etapas de descascamento (A), tratamento químico (B), drenagem (C) e

armazenamento (D) do abacaxi minimamente processado

Após a imersão, as fatias foram drenadas, por 1 minuto (Figura 3-C) e

embaladas (Figura 3-D).

Em média, utilizaram-se 200 g do produto em cada bandeja rígida (Ref.

G303, Galvanotek Embalagens Ltda.) de polipropileno (13,5 cm x 10 cm x 4

B A

D C

Page 38: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

37

cm). Foram definidos quatro tipos de atmosfera para a embalagem de

acondicionamento do abacaxi minimamente processado, que são:

atmosfera controle: as bandejas foram fechadas com tampas de mesmo

material, com 9 orifícios de 5 mm de diâmetro cada;

atmosfera modificada passiva: as bandejas foram seladas com filme

flexível FruitPack de polietileno + polipropileno, 0,060 mm de espessura

(Formar Embalagens Ltda.) em seladora a quente AP340 (TecMaq Ltda.);

atmosfera modificada ativa com gás composto de 3% O2 + 10% CO2 +

87% N2 (gás padrão de trabalho, White Martins Gases Industriais Ltda.). A

injeção do gás e o fechamento da embalagem foram feitos com seladora de

bandeja modelo AP-340, usando filme flexível FruitPack PE+PP e injeção de

gás por preenchimento, durante 60 segundos;

atmosfera modificada ativa com composição de 100% O2 (gás analítico

2.8, pureza >99,8, White Martins Gases Industriais Ltda.). Usou-se o mesmo

método de injeção de gás e fechamento de embalagem empregado no item

anterior.

Após o acondicionamento, as embalagens com o abacaxi minimamente

processado foram armazenadas em câmara fria, a 5±1 ºC. A câmara foi

previamente lavada e higienizada com solução de cloro a 200 mg L-1

, por um

período de 12 horas (SOUZA; DURIGAN, 2007).

3.3 Análises realizadas

As amostras foram coletadas sem reposição, a cada dois dias, num total

de 10 dias de armazenamento, para análises físico-químicas e coletadas, a cada

cinco dias, para as análises microbiológicas.

Page 39: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

38

3.3.1 Perda de massa

A massa do produto foi avaliada a cada dois dias, para a determinação

da perda de massa. Foi expressa em porcentagem do peso do produto no dia da

coleta em relação ao início do armazenamento.

3.3.2 Avaliação de cor

A avaliação da cor foi realizada com colorímetro Minolta (Chroma

Meter CR-400), com a determinação no modo CIE L* a* b*. A coordenada L*

mede a claridade ou a luminosidade da amostra, variando ente o preto e o

branco. A coordenada a* corresponde à variação de cor do vermelho ao verde e

o b* indica a variação de cor da amostra do azul ao amarelo. Os valores de a* e

b* obtidos pela leitura das amostras foram empregados no cálculo de croma e

ângulo hue, conforme recomendações de McGuire (1992).

Calculou-se a cromaticidade de acordo com a fómula:

Para o cálculo de ângulo hue, de acordo com os valores de a* e b*

obtidos, utilizou-se a fórmula: °H = arctang (b*/a*).

Como os valores de L*, a* e b* têm uma grande variação, em parte,

devido à variabilidade das amostras, foi realizada também a comparação da

diferença total de cor (ΔE*). Esta diferença foi calculada de acordo com Ferreira

(1981), por meio da fórmula:

,

em que ΔL* = L*1-L*2; Δa* = a*1-a*2; Δb* = b*1-b*2

Page 40: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

39

3.3.3 Determinação de pH

O pH foi determinado por meio de medida direta, utilizando-se um

pHmetro Tecnal (Tec 3M) com eletrodo de vidro, conforme recomendações da

Association of Official Analytical Chemists - AOAC (2000).

3.3.4 Sólidos solúveis (SS)

Os sólidos solúveis foram determinados utilizando refratômetro digital

Atago PR-100, com compensação automática de temperatura a 25°C,

previamente calibrado com água destilada. Os resultados foram expressos em

°Brix, de acordo com técnica da AOAC (2000).

3.3.5 Acidez titulável (AT)

A determinação foi realizada por titulação com solução de hidróxido de

sódio (NaOH) 0,01 M, de acordo com a AOAC (2000), usando como indicador

a fenolftaleína 1%. Os resultados foram expressos em % ácido cítrico.100 mL-1

.

3.3.6 Relação SS/AT

Para o cálculo da relação SS/AT, foi realizada a divisão do teor de

sólidos solúveis totais pela acidez titulável.

3.3.7 Vitamina C

Realizou-se a quantificação dos teores de vitamina C (ácido ascórbico)

por método colorimétrico, empregando-se 2,4 dinitrofenil-hidrazina, segundo

Page 41: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

40

Strohecker e Henning (1967). Para o preparo do extrato, homogeneizaram-se,

sob agitação mecânica, durante 5 minutos, 5 g da amostra em 45 mL de solução

de ácido oxálico 0,5%. Ao extrato foi adicionado kiesselgur, para a remoção de

interferentes. A leitura foi realizada a 520 nm, em espectrofotômetro Beckman

640 B, com sistema computadorizado. Para calcular a equação da reta,

construiu-se uma curva padrão com solução de ácido ascórbico nas

concentrações de 20, 40, 60, 80 e 100 μg mL-1

. Os resultados foram expressos

em mg de ácido ascórbico 100g-1

de abacaxi.

3.3.8 Fenólicos totais

Os fenólicos totais foram obtidos conforme o método colorimétrico

desenvolvido por Waterhouse (2002), adaptado de Larrauri, Rupérez e Saura-

Calixto (1997), com a utilização do reagente de Folin-Ciocalteu, em solução

com concentração de 10% (v/v). É importante ressaltar que toda a análise foi

conduzida em ambiente com baixa incidência de luz, envolvendo-se, ainda, a

vidraria utilizada em papel alumínio, para minimizar a degradação da solução

final do reagente, antes de reagir com as substâncias fenólicas de interesse.

Para a elaboração dos extratos, foi preparada uma solução mista com 40

mL de álcool metílico 50% e 40 mL de acetona 70%. Homogeneizaram-se, por

meio de politron (Tecnal TE-102 Turratec), 5 g da amostra, sendo o volume

final completado para 100 mL com água destilada. O procedimento de extração

envolveu etapas consecutivas de centrifugação, filtração e repouso, visando

obter uma melhor extração dos compostos fenólicos.

Para a determinação do teor de fenólicos totais, foram adicionados, em

tubos de ensaio envolvidos com papel alumínio, 0,5 mL do extrato da amostra,

2,5 mL da solução de Folin-Ciocalteau 10% e 2,0 mL da solução de carbonato

de sódio 4% (m/v). Os tubos foram agitados para homogeneização e mantidos

Page 42: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

41

em repouso, por 2 horas, ao abrigo da luz. Posteriormente, realizou-se a leitura

das absorbâncias na faixa de absorção de 750 nm. No tubo branco, substituiu-se

a alíquota de amostra por 0,5 mL de etanol absoluto. Para calcular os teores de

FT, construiu-se uma curva padrão com solução de ácido gálico nas

concentrações de 5, 10, 15, 20, 30 e 40 μg mL-1

. Os resultados foram expressos

como equivalentes de ácido gálico (mg EAG g-1

de amostra).

3.3.9 Atividade antioxidante pelo método do DPPH

A determinação da atividade antioxidante foi realizada pelo método de

sequestro do radical DPPH por antioxidantes, segundo Brand-Williams,

Cuvelier e Berset (1995), adaptado por Rufino et al. (2007). Para determinar a

atividade antioxidante, empregaram-se os extratos utilizados para a

determinação dos fenólicos totais.

Este método tem por base a redução do radical DPPH que, ao fixar um

H (removido do antioxidante em estudo), leva a uma diminuição da absorbância.

Para a análise das amostras, adicionaram-se a 3,9 mL da solução de DPPH 0,06

mM a uma alíquota de 0,1 mL do extrato. As leituras foram realizadas em

espectrofotômetro UV-visível, a 517 nm, após 60 minutos do início da reação.

Todas as determinações foram realizadas em triplicata e acompanhadas de um

controle (solução de DPPH). A queda na leitura da densidade ótica das amostras

foi comparada com o controle, estabelecendo-se a porcentagem de descoloração

do radical DPPH, conforme a fórmula:

Os resultados foram expressos em % de sequestro de radical livre

(%SRL).

Page 43: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

42

3.3.10 Catalase (CAT) e ascorbato peroxidase (APX)

A atividade da CAT foi determinada conforme Azevedo et al. (1998),

com pequenas modificações, estimada pelo decréscimo na absorbância a 240

nm, a cada 15 segundos, durante 2 minutos, em um meio de reação contendo

fosfato de potássio 100 mM (pH 7,0) e H2O2 12,5 mM.

A atividade da APX foi realizada segundo Nakano e Asada (1981), por

meio da avaliação da taxa de oxidação do ascorbato a 290 nm, pelo decréscimo

na absorbância a cada 15 segundos, durante 2 minutos. O meio de reação

incubado a 28 ºC foi composto de tampão fosfato de potássio 100 mM (pH 7,0),

ácido ascórbico 0,5 mM e H2O2 0,1 mM.

A partir dos valores de leitura, foram obtidas uma linha de tendência e

uma equação. Desta equação tirou-se o valor „slope‟, que é a inclinação da reta,

ou seja, a velocidade de consumo do substrato pela enzima. Usa-se o slope com

o peso e o valor de proteína da amostra.

Para a determinação de proteínas totais, utilizou-se o método de

Bradford (1976), empregando o corante azul brilhante de Coomassie BG-250. A

concentração proteica total dos extratos foi expressa utilizando-se albumina

sérica bovina como padrão.

Para a elaboração dos extratos foram macerados 200 mg de amostra com

50% de polivinilpolipirrolidona (PVPP) insolúvel, suficiente para evitar

oxidação do material, e homogeneizando-se em 1,5 mL do tampão de extração

composto por fosfato de potássio 100 mM (pH 7,0), EDTA 0,1 mM e ácido

ascórbico 10 mM. O homogeneizado foi centrifugado, a 13.000 g, por 10

minutos, a 4 ºC e o sobrenadante coletado. Esse extrato foi utilizado para a

quantificação de catalase, ascorbato peroxidade e proteína.

Page 44: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

43

3.3.11 Análises microbiológicas

As análises microbiológicas foram realizadas nos dias 0, 5 e 10 de

armazenamento, baseadas nos métodos descritos no Manual de Métodos de

Análise Microbiológica de Alimentos e Água (SILVA et al., 2010). Todos os

testes microbiológicos foram feitos em triplicata.

Contagem de aeróbios psicrotróficos

As amostras foram diluídas (10-1

, 10-2

e 10-3

) em água peptonada e o

plaqueamento foi realizado em superfície em meio de cultura ágar padrão de

contagem (PCA) e posterior incubação, a 7±1 ºC, por 10 dias. Após a leitura das

placas, os resultados foram expressos em log UFC/g.

Contagem de fungos filamentosos e leveduras

As amostras foram diluídas em água peptonada (10-1

, 10-2

e 10-3

).

Realizou-se plaqueamento em superfície de meio de cultura ágar dicloran rosa

de bengala cloranfenicol (DRBC), com posterior incubação, a 22-25 ºC, por 5

dias. Após a leitura das placas, os resultados foram expressos em log UFC/g.

3.4 Delineamento experimental e análise estatística

O delineamento foi inteiramente casualizado fatorial 4 x 2 x 6, sendo 4

tipos de atmosferas e 2 tratamentos, com ou sem ácido ascórbico. Para as

determinações dos itens 3.3.1 ao 3.3.10, ocorreram 6 períodos de análise (0, 2, 4,

6, 8 e 10 dias), em 3 repetições. Os resultados obtidos foram submetidos à

análise de variância, por meio do programa estatístico SISVAR (FERREIRA,

Page 45: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

44

2011). Para as análises que apresentaram interação entre atmosfera utilizada e

tempo de armazenamento, foi realizada análise de regressão com apresentação

de gráfico com linha de tendência, equação da regressão e coeficiente de

determinação, obtidos por meio do software Excel 2010 (Microsoft Corporation,

Redmond, Estados Unidos).

Para as análises microbiológicas, as determinações foram realizadas nos

dias 0, 5 e 10. A comparação das médias entre os tratamentos e entre os tempos

de armazenamento foi realizada pelo teste de Tukey, a 5% de significância

(p<0,05), por meio do programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).

Page 46: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

45

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 2 e na Tabela 3 apresenta-se o resumo da análise de variância

aplicada às determinações realizadas. A perda de massa e a variação total de cor

quantificam resultados a partir do dia 2, pois comparam valores dos dias 2, 4, 6,

8 e 10 com o dia 0. Sendo assim, têm menor grau de liberdade, motivo pelo qual

está apresentada em tabela separada. Todas as análises apresentaram interação

significativa (0,05) entre o tipo de atmosfera utilizada e o tempo de

armazenamento. As médias foram significativas, a 5%, para o tempo (T), em

todas as análises. Para a variação em relação à atmosfera (A), apenas o ratio não

foi significativo, a 5% de probabilidade.

Tabela 2 Resumo da análise de variância efetuada para perda de massa (PM) e

variação total de cor (∆E*).

Quadrado médio

CV Gl PM (%) ∆E*

A 7 4,9* 190,9

*

T 4 1,42* 36,7

*

AxT 28 0,23* 47,2

*

Erro 80 0,12 11,65

CVe 13,9 37,9

* significativo, a 5% de probabilidade; n.s: não significativo, a 5% de probabilidade;

CV: causa da variação; A: atmosfera da embalagem; T: tempo de armazenamento; Gl:

grau de liberdade; CV (%): coeficiente de variação experimental

Page 47: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

46

Tabela 3 Resumo da análise de variância efetuada para a coordenada L*, croma (C*), ângulo Hue (ºH), pH, sólidos

solúveis totais em ºBrix (SS), acidez titulável em % de ácido cítrico (AT), relação SS/AT (ratio), vitamina C em

mg.100g-1

(Vit. C), fenólicos totais em mg EAG.g-1

(FT), atividade antioxidante em %SRL (At An), atividade da catalase

(CAT) e atividade da ascorbato peroxidase (APX).

Quadrado médio

CV Gl L* C* H° pH SS AT Ratio Vit. C FT At An CAT APX

A 7 155,3* 25,2

* 1,2

* 0,02

* 14

* 0,8

* 0,5ns 24724

* 3313,8

* 2399

* 1,34

* 2344

*

T 5 313,9* 13,6

* 0,7

* 0,21

* 68

* 0,7

* 6.9

* 520,6

* 748,8

* 527

* 0,8

* 255

*

AxT 35 47,4* 4,5

* 0,8

* 0,01

* 5

* 0,2

* 0,6

* 389,65

* 51,2

* 105,9

* 0,9

* 107

*

Erro 96 11,54 1,2 0,26 0 2,57 0,12 0,34 105,27 10,88 17,6 0,01 2,4

CVe - 6,30 9,9 0,28 1,53 11,9 9,22 16,3 16,18 6,40 15,7 9,1 5,6

* significativo, a 5% de probabilidade; n.s: não significativo, a 5% de probabilidade; CV: causa da variação; A: atmosfera da

embalagem; T: tempo de armazenamento; Gl: grau de liberdade; CV (%): coeficiente de variação experimental

46

Page 48: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

47

4.1 Perda de massa

No Gráfico 1 são apresentadas as curvas para a perda de massa (%).

Todos os tratamentos apresentaram perda de massa constante até o décimo dia

de armazenamento, média de 1,11%, porém, o abacaxi submetido a tratamento

com ácido ascórbico apresentou maior perda de massa, em todas as atmosferas.

Chaves et al. (2011), trabalhando com o abacaxi „Pérola‟ minimamente

processado com tratamentos de ácido ascórbico e ácido cítrico, observaram que

o uso de AA não se diferenciou do controle, quanto à perda de massa, enquanto

o uso de ácido cítrico induziu a perdas maiores.

Lima et al. (2011), aplicando ácido ascórbico em melão minimamente

processado, relataram que, ao quarto dia de armazenamento, em concentração de

3% de AA, ocorreu perda de massa semelhante ao controle e maior em

comparação com as concentrações menores (1 e 2%).

A perda de massa é um dos principais fatores determinantes da vida de

armazenamento de muitos produtos hortícolas. Esta perda é função do tempo de

armazenamento e da transpiração, tendo efeitos marcantes sobre a fisiologia dos

tecidos vegetais e, em alguns casos, antecipa a maturação e senescência de frutos

tropicais (CARVALHO, 2000).

Os cortes e a consequente exposição dos tecidos ocasionam a perda de

líquido que causam modificações de aparência, como murchamento e

enrugamento, nas qualidades texturais (amaciamento, perda de frescor e

suculência) e na qualidade nutricional (KADER, 2002).

Page 49: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

48

Gráfico 1 Perda de massa (%) do abacaxi minimamente processado, com ou sem

tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens com

atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10 dias

y = -0.0004x2 + 0.0728x + 0.3108

R² = 0.94680

0.5

1

1.5 Controle

y = 0.0103x2 - 0.0528x + 0.8092

R² = 0.96390

0.5

1

1.5 Controle + AA

y = 0.01x2 - 0.0623x + 0.4874

R² = 0.959

0

0.5

1

1.5

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = 0.0076x2 - 0.0553x + 0.5338

R² = 0.9854

0

0.5

1

1.5 Passiva

y = 0.0099x2 - 0.0223x + 0.6776

R² = 0.942

0

0.5

1

1.5 Passiva + AA

y = 0.0116x2 - 0.0549x + 0.4558

R² = 0.95650

0.5

1

1.5 3% O2 + 10% CO2

y = 0.0007x2 + 0.0996x + 0.263

R² = 0.9309

0

0.5

1

1.5 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = 0.0092x2 - 0.0448x + 0.7482

R² = 0.9741

0

0.5

1

1.5

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

%%

%%

Page 50: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

49

4.2 Avaliação de cor

No Gráfico 2 observam-se os valores do parâmetro L* da análise

instrumental de cor. O parâmetro L* identifica a luminosidade da amostra, cujos

valores variam de preto a branco. Partindo do pressuposto de que valores

inferiores estão mais próximos da cor preta, pode-se dizer que quanto menor o

valor de L*, em relação ao dia 0 de armazenamento, mais escurecimento ocorreu

no abacaxi minimamente processado, até o dia da leitura.

O ácido ascórbico promove a redução do pH e exerce função de agente

redutor, inibindo a ação das enzimas de escurecimento (SAPERS, 1993).

Nas atmosferas passiva e de baixo oxigênio, o tratamento com AA

influenciou o escurecimento até o décimo dia de armazenamento.

O ácido ascórbico como redutor é consumido na reação, promovendo,

dessa forma, uma proteção temporária contra o escurecimento. A completa

oxidação do ácido ascórbico a de-hidroascórbico possibilita o acúmulo de

quinonas, podendo produzir pigmentos de coloração escura (SAPERS, 1993;

LAURILA; KERVINEN; AHVENAINEN, 1998).

De acordo com Moretti (2007), produtos com altos níveis constitutivos

de compostos fenólicos escurecem facilmente quando o tecido injuriado é

exposto ao oxigênio presente no ar atmosférico. Dessa forma, Sarzi e Durigan

(2002) observaram escurecimento na polpa de abacaxi 'Pérola' cortado em

rodelas, quando armazenados a 9 ºC, devido à ação das polifenoloxidases.

Page 51: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

50

Gráfico 2 Parâmetro L* do abacaxi minimamente processado, com ou sem

tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens com

atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10 dias

L*

L*

y = 0.2247x2 - 3.0767x + 60.577

R² = 0.7520

20

40

60

80 Controle

y = -0.1177x2 - 0.9519x + 59.946

R² = 0.9380

20

40

60

80 Controle + AA

y = 0.5269x2 - 6.1119x + 60.491

R² = 0.9321

0

20

40

60

80

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = 0.0933x2 - 1.9352x + 62.52

R² = 0.8068

0

20

40

60

80 Passiva

y = 0.247x2 - 3.0382x + 60.366

R² = 0.51310

20

40

60

80 Passiva + AA

y = 0.0613x2 - 0.9282x + 60.569

R² = 0.87020

20

40

60

803% O2 + 10% CO2

y = 0.29x2 - 3.112x + 59.347

R² = 0.55510

20

40

60

803% O2 + 10% CO2 + AA

y = 0.2891x2 - 3.5189x + 59.809

R² = 0.6385

0

20

40

60

80

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

L*

L*

Page 52: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

51

Nos Gráficos 3 e 4 têm-se os valores para chroma e ângulo hue,

respectivamente. O valor de croma manteve-se estável na maioria dos

tratamentos, com uma diminuição nos armazenados em atmosfera controle e de

alto oxigênio. O Chroma indica a intensidade de cor, ou seja, quanto maior, mais

vívidas são as cores. Borges et al. (2011) detectaram que o valor de croma em

suco de abacaxi foi afetado de forma significativa pelo tempo de

armazenamento, porém, somente quando exposto à alta temperatura,

demonstrando que a presença de luz, por si só, não afetou de forma relevante a

intensidade da cor.

O ângulo Hue apresentou aumento de valor com o decorrer do tempo de

armazenamento apenas para as amostras em atmosfera controle; nos outros

tratamentos, apresentou estabilidade no valor, nos 10 dias de armazenamento.

Souto et al. (2004), trabalhando com abacaxi 'Pérola' minimamente

processado, também encontraram aumento no Hue, indicando que a polpa com o

armazenamento ficou mais pigmentada.

Sarzi (2002) observou que a coloração da polpa de abacaxi 'Pérola'

minimamente processado tornou-se amarelo-clara, durante o armazenamento

refrigerado, com a croma passando de 14,0 para 15,0, em 12 dias. Pico e Pólit

(2002) não constataram mudança na translucidez da polpa de abacaxis tratados

com ceras e armazenados a 8º C, mas relataram efeito semelhante ao observado

neste trabalho, quando os frutos foram embalados em sacos plásticos perfurados,

o que foi atribuído ao processo de maturação e senescência.

Page 53: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

52

Gráfico 3 Valor de croma do abacaxi minimamente processado, com ou sem

tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens com

atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10 dias

Cro

ma

Cro

ma

y = 0.0564x2 - 0.7193x + 12.476

R² = 0.6585

0

5

10

15

20 Controle

y = 0.0151x2 - 0.5708x + 12.149

R² = 0.74140

5

10

15

20 Controle + AA

y = 0.05x2 - 0.7957x + 12.689

R² = 0.8072

0

5

10

15

20

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = 0.0175x2 - 0.3497x + 12.902

R² = 0.89160

5

10

15

20 Passiva

y = 0.0498x2 - 0.6713x + 13.373

R² = 0.5456

0

5

10

15

20 Passiva + AA

y = 0.1337x2 - 1.0209x + 12.927

R² = 0.7523

0

5

10

15

203% O2 + 10% CO2 + AA

y = 0.072x2 - 1.0097x + 12.8

R² = 0.9422

0

5

10

15

20

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

y = -0.035x2 + 0.3229x + 12.859

R² = 0.5744

0

5

10

15

203% O2 + 10% CO2

Cro

ma

Cro

ma

Page 54: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

53

Gráfico 4 Ângulo hue do abacaxi minimamente processado, com ou sem

tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens com

atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10 dias

y = 0.0195x2 - 0.0945x + 88.617

R² = 0.821488.0

88.5

89.0

89.5

90.0 Controle

y = 0.0203x2 - 0.1437x + 88.72

R² = 0.7193

88.0

88.5

89.0

89.5

90.0 Controle + AA

y = 0.0031x2 - 0.0425x + 88.616

R² = 0.9286

88.0

88.5

89.0

89.5

90.0

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = 0.0008x2 - 0.0158x + 88.616

R² = 0.8155

88.0

88.5

89.0

89.5

90.0 Passiva

y = -0.0003x2 + 0.0054x + 88.618

R² = 0.588

88.0

88.5

89.0

89.5

90.0 Passiva + AA

y = -0.0006x2 + 0.0078x + 88.609

R² = 0.9022

88.0

88.5

89.0

89.5

90.03% O2 + 10% CO2

y = -9E-05x2 + 0.0058x + 88.608

R² = 0.8567

88.0

88.5

89.0

89.5

90.0 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = -0.0007x2 + 0.0061x + 88.607

R² = 0.5484

88.0

88.5

89.0

89.5

90.0

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

˚hu

e˚h

ue

˚hu

e˚h

ue

Page 55: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

54

A variação total de cor (∆E*) utiliza todos os dados (L*, a*, b*) lidos na

análise instrumental de cor e compara cada dia de armazenamento com o dia

inicial. No Gráfico 5 observam-se os valores de variação total de cor para as

amostras.

O abacaxi armazenado em atmosfera controle foi o que apresentou maior

alteração de cor em relação ao fruto inicial. As amostras mais estáveis foram as

armazenadas em baixo oxigênio e em alto oxigênio com tratamento de AA.

Produtos com altos níveis constitutivos de compostos fenólicos

escurecem facilmente, quando o tecido injuriado é exposto ao oxigênio presente

no ar atmosférico. Este fato foi observado por Sarzi, Durigan e Rossi Junior

(2002), na polpa de abacaxi 'Pérola' cortado em rodelas, quando armazenado a 9

ºC, devido à ação das polifenoloxidases.

Nos produtos minimamente processados, este fenômeno é desencadeado,

principalmente, durante as etapas de descascamento e corte, uma vez que, nestas

etapas, os substratos fenólicos, de localização vacuolar, entram em contato com

as enzimas catalizadoras das reações de oxidações dos polifenóis

(polifenoloxidase), localizadas no citoplasma, e que estão associadas às

estruturas de membranas dos plastídios (SILVA et al., 2007). Dessa forma, a

inativação enzimática é um recurso que pode ser bastante utilizado na indústria

de alimentos, com o objetivo de conservar o produto (SILVA; ROSA; VILAS

BOAS, 2009).

Atualmente, cada vez mais, as indústrias estão buscando meios para

oferecer maior qualidade a seus produtos. A cor desempenha papel importante

na aceitação dos alimentos pelo consumidor e a aparência é a primeira impressão

que ele tem de um produto alimentício. Se a cor não é aceitável, outros fatores

de qualidade, como o sabor e a textura, nem são julgados (FRANCIS, 1995).

Page 56: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

55

Gráfico 5 Variação total de cor (∆E*) do abacaxi minimamente processado, com

ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens com

atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10 dias

y = 0.0771x2 + 0.1223x + 6.708

R² = 0.8016

0

10

20

30 Controle

y = 0.2679x2 - 1.2023x + 8.698

R² = 0.9269

0

10

20

30 Controle + AA

y = -0.268x2 + 4.2009x + 4.034

R² = 0.90060

10

20

30

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = -0.1655x2 + 2.6969x - 2.4

R² = 0.9606

0

10

20

30 Passiva

y = 0.0923x2 - 0.3064x + 8.632

R² = 0.8304

0

10

20

30 Passiva + AA

y = 0.008x2 + 0.0211x + 2.952

R² = 0.5143

0

10

20

30 3% O2 + 10% CO2

y = -0.0457x2 + 0.8606x + 7.552

R² = 0.4646

0

10

20

30 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = 0.2096x2 - 2.3267x + 14.048

R² = 0.6976

0

10

20

30

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

∆E

*∆

E*

∆E

*∆

E*

Page 57: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

56

4.3 Determinação de pH, sólidos solúveis totais (SS), acidez titulável (AT) e

relação SS/AT

No Gráfico 6 apresentam-se os valores da determinação de pH das

amostras. Em todos os tratamentos, o valor de pH teve tendência de redução do

valor, até o décimo dia de armazenamento.

Sarzi, Durigan e Rossi Junior (2002) encontraram teor de pH variando de

3,7 a 3,9, quando trabalharam com abacaxi „Pérola‟ minimamente processado,

durante 12 dias. Bartolomé, Fúster e Rúperez (1995) encontraram valores

próximos aos citados (3,54), trabalhando com a cv. Smooth Cayenne, ao

armazenarem os frutos a 8 oC. Ribeiro et al. (2011), avaliando abacaxi „Pérola‟

in natura, também encontraram teor de pH próximo ao deste estudo. Matsuura e

Rolim (2002), avaliando suco integral pasteurizado de abacaxi, encontraram pH

médio de 3,84.

Segundo Braverman (1967), o pH dos tecidos vegetais exerce papel

importante nos fenômenos de escurecimento e os decréscimos no pH natural

diminuem a velocidade de escurecimento.

Assim como a umidade e a atividade de água, o pH é um fator de

fundamental importância na limitação dos tipos de microrganismos capazes de

se desenvolverem nos alimentos. De acordo com Gava e Silva (2008), o pH

representa o inverso da concentração de íons hidrogênio (H+) de um alimento e,

quanto maior essa concentração, menor é o valor do pH. A maior parte dos

alimentos tem pH na faixa de 5,0 a 6,5. O abacaxi é um produto classificado

como muito ácido e, por isso, há grande restrição ao crescimento de

microrganismos, sendo mais comum a presença de bactérias acéticas, fungos

filamentosos e leveduras.

Page 58: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

57

Gráfico 6 pH do abacaxi minimamente processado, com ou sem tratamento com

ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens com atmosfera controle,

passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10 dias

pH

y = -0.0079x2 + 0.0567x + 3.7861

R² = 0.9791

0

1

2

3

4

5 Controle

y = 0.0008x2 - 0.0362x + 3.8596

R² = 0.88530

1

2

3

4

5 Controle + AA

y = -0.0085x2 + 0.07x + 3.7779

R² = 0.9196

0

1

2

3

4

5

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = -0.0033x2 + 0.0201x + 3.8025

R² = 0.8186

0

1

2

3

4

5 Passiva

y = -0.0043x2 + 0.0244x + 3.85

R² = 0.7942

0

1

2

3

4

5 Passiva + AA

y = -0.0054x2 + 0.0476x + 3.7786

R² = 0.9103

0

1

2

3

4

5 3% O2 + 10% CO2

y = -0.0067x2 + 0.0438x + 3.8364

R² = 0.7896

0

1

2

3

4

5 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = -0.0067x2 + 0.0443x + 3.8825

R² = 0.9833

0

1

2

3

4

5

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

pH

pH

pH

Page 59: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

58

Noss Gráficos 7, 8 e 9 apresentam-se os valores de sólidos solúveis

totais, acidez titulável e relação SS/AT, respectivamente.

Todos os tratamentos apresentaram tendência de concentração de SS

com o decorrer do armazenamento, média de 13,67 ºBrix no dia 0 e 16,42 ºBrix

no dia 10.

Silva et al. (2003), ao trabalharem com abacaxi 'Pérola' minimamente

processado, obtiveram, em média, 13,5 ºBrix. Em trabalho realizado por Santos

et al. (2005), abacaxis armazenados sob atmosfera modificada 5% O2 + 5% CO2

apresentaram teor médio de SS superior ao dos frutos controle, embora

semelhante ao de abacaxis sob 2% O2 + 10% CO2. Estes autores sugeriram um

benéfico efeito da atmosfera modificada ativa de baixo oxigênio sobre a

manutenção da doçura original do produto. Prado et al. (2003), ao armazenarem

abacaxis minimamente processados a 5 ºC, observaram ligeira diminuição nos

valores dos sólidos solúveis totais com o tempo de armazenamento.

A composição química das frutas é variável de acordo com a época do

ano; embora sua produção ocorra, geralmente, no verão, a colheita é

uniformizada ao longo do ano, por meio de indução química de seu

florescimento. No verão, as frutas têm menor acidez e maior teor de açúcares.

Por outro lado, as frutas temporãs (frutas produzidas fora da época) apresentam

alta acidez e baixo teor de açúcares, em razão do fato de a produção ocorrer nos

meses em que a temperatura ambiente é baixa (GIACOMELLI, 1974).

A acidez titulável não foi influenciada pelo uso de tratamento com AA

(Gráfico 08), mas o tempo de armazenamento ocasionou modificação no seu

teor. No décimo dia de armazenamento, os produtos armazenados em

embalagens com atmosfera controle ou de alto oxigênio apresentaram valores

mais elevados de acidez (3,95% a 4,95%).

Antoniolli, Benedetti e Souza Filho (2003) verificaram pequena variação

na acidez titulável do abacaxi minimamente processado, armazenado a 4 ºC, em

Page 60: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

59

função do tempo, obtendo valores oscilando entre 0,64% e 0,74% de ácido

cítrico.

Essa variação observada pode ser justificada pelo grau de maturação dos

frutos no momento do processamento. Chitarra e Chitarra (2005) citam que as

frutas perdem rapidamente a acidez durante o processo de amadurecimento,

porém, em alguns casos, ocorre um pequeno aumento, com o avanço da

maturação.

A acidez nas frutas e hortaliças está relacionada com a presença de

ácidos orgânicos. Os ácidos orgânicos contribuem para a acidez e o aroma

característico, devido à volatilidade de alguns componentes. A acidez é

calculada com base no principal ácido presente no alimento. No abacaxi, os

principais ácidos são o cítrico e o málico, os quais contribuem, respectivamente,

com 80% e 20% da acidez total (CHITARRA; CHITARRA, 2006;

GONÇALVES; CARVALHO, 2000).

O valor de relação SS/AT é apresentado no Gráfico 9, sendo possível

observar um aumento na relação SS/AT, ocasionado pela diminuição da acidez e

o aumento da concentração de SS.

A relação entre os teores de SS e AT, conhecida como índice de

maturação, é um importante parâmetro qualitativo, pois indica o sabor do

produto, uma vez que é o resultado do balanceamento entre estes constituintes

ácidos e doces da fruta. Para o mercado interno de frutas, uma relação SS/AT

elevada é desejável (THÉ et al., 2001).

Page 61: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

60

Gráfico 7 Sólidos solúveis (ºbrix) do abacaxi minimamente processado, com ou

sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens com

atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10 dias

y = 0.0104x2 + 0.173x + 14.199

R² = 0.94750

10

20

Controle

y = 0.0373x2 - 0.0919x + 13.036

R² = 0.97140

10

20

Controle + AA

y = 0.1205x2 - 0.6906x + 13.699

R² = 0.8157

0

10

20

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = 0.0177x2 + 0.0758x + 14.14

R² = 0.91990

10

20

Passiva

y = 0.0104x2 + 0.1056x + 12.536

R² = 0.71720

10

20

Passiva + AA

y = -0.0179x2 + 0.5596x + 14.189

R² = 0.97050

10

203% O2 + 10% CO2

y = 9E-16x2 + 0.2097x + 12.951

R² = 0.98810

10

203% O2 + 10% CO2 + AA

y = 0.0015x2 + 0.3707x + 12.703

R² = 0.9485

0

10

20

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

˚bri

x˚b

rix

˚bri

x˚b

rix

Page 62: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

61

Gráfico 8 Acidez titulável (% em ácido cítrico) do abacaxi minimamente

processado, com ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em

embalagens com atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio,

durante 10 dias

y = 0.0109x2 - 0.0252x + 3.98

R² = 0.8321

0

2

4

6 Controle

y = 0.0034x2 + 0.0302x + 3.6329

R² = 0.9497

0

2

4

6 Controle + AA

y = 0.0046x2 + 0.002x + 3.8079

R² = 0.5601

0

2

4

6

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = -0.0358x2 + 0.2922x + 3.9036

R² = 0.864

0

2

4

6 Passiva

y = -0.0161x2 + 0.1234x + 3.6304

R² = 0.6479

0

2

4

6 Passiva + AA

y = -0.0319x2 + 0.2575x + 3.8196

R² = 0.9157

0

2

4

6 3% O2 + 10% CO2

y = -0.0063x2 + 0.0362x + 3.6646

R² = 0.9050

2

4

6 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = 0.003x2 - 0.0012x + 3.6614

R² = 0.8955

0

2

4

6

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

c. c

ítri

co%

ác.

cít

rico

c. c

ítri

co%

ác.

cít

rico

Page 63: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

62

Gráfico 9 Relação SS/AT (ratio) do abacaxi minimamente processado, com ou

sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens com

atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10 dias

rati

ora

tio

y = 0.0022x2 - 0.0117x + 3.6852

R² = 0.5334

0

2

4

6 Controle

y = 0.0061x2 - 0.0492x + 3.5856

R² = 0.7441

0

2

4

6 Controle + AA

y = 0.0257x2 - 0.1728x + 3.588

R² = 0.702

0

2

4

6

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = 0.042x2 - 0.2797x + 3.6703

R² = 0.9560

2

4

6 Passiva

y = 0.0188x2 - 0.0891x + 3.459

R² = 0.81170

2

4

6 Passiva + AA

y = 0.033x2 - 0.1498x + 3.7519

R² = 0.97060

2

4

6 3% O2 + 10% CO2

y = 0.0072x2 + 0.0158x + 3.5378

R² = 0.98120

2

4

6 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = -0.0032x2 + 0.1046x + 3.4694

R² = 0.8249

0

2

4

6

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

rati

ora

tio

Page 64: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

63

4.4 Vitamina C

No Gráfico 10 observa-se o teor de vitamina C do abacaxi minimamente

processado. O uso de tratamento com AA ocasionou um aumento inicial de

148,82% no teor de vitamina C do produto. Os abacaxis sem tratamento de AA

apresentaram diminuição constante no teor, até o décimo dia de armazenamento.

Já aqueles tratados com AA obtiveram um aumento do teor até o quarto dia de

armazenamento, proveniente da penetração da solução de tratamento no tecido

do vegetal, porém, o abacaxi tratado com AA armazenado em alto oxigênio

apresentou constante diminuição do teor de vitamina C, proveniente do consumo

de tal composto nas vias antioxidantes.

O ácido ascórbico é altamente sensível a condições adversas de

temperatura, luz, oxigênio e pH, se oxidando rapidamente a produtos sem a

atividade biológica de vitamina C, sendo considerado um bom indicador da

qualidade de frutas e hortaliças. A atividade antioxidante do ácido ascórbico

deve-se à sua facilidade em perder elétrons, o que o torna muito efetivo em

sistemas biológicos, protegendo compostos presentes na porção hidrossolúvel

das células (KLEIN; KURILICH, 2000).

A oxidação é o mecanismo responsável pela maior parte das perdas de

ácido ascórbico nos alimentos (GLIGUEM; BIRLOUEZ-ARAGON, 2005;

LIAO; SEIB, 1987). Reinhardt et al. (2004) relataram que a concentração de

vitamina C existente na polpa do abacaxi „Pérola‟ maduro está entre 13 e 20 mg

de ácido ascórbico/100g. Figueirêdo, Queiroz e Noronha (2005) constataram

redução nos teores de ácido ascórbico ao longo do tempo de armazenamento,

com as reduções entre os tempos zero e dez variando em 40%, a 5 ºC.

Page 65: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

64

Gráfico 10 Teores de vitamina C (mg.100g-1

) do abacaxi minimamente

processado, com ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em

embalagens com atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio,

durante 10 dias

mg

10

0g

-1m

g 1

00

g-1

mg

10

0g

-1

y = 0.1875x2 - 2.2817x + 34.575

R² = 0.75

0

50

100

150Controle

y = -1.5494x2 + 16.196x + 85.877

R² = 0.7773

0

50

100

150Controle + AA

y = 0.1498x2 - 2.5671x + 36.019

R² = 0.9375

0

50

100

150

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = -0.0944x2 - 0.5407x + 34.645

R² = 0.9551

0

50

100

150 Passiva

y = -1.541x2 + 14.292x + 81.855

R² = 0.94630

50

100

150 Passiva + AA

y = 0.2349x2 - 3.6381x + 37.485

R² = 0.866

0

50

100

150 3% O2 + 10% CO2

y = -0.781x2 + 9.4728x + 83.164

R² = 0.73240

50

100

150 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = -0.1169x2 - 0.9824x + 81.471

R² = 0.83710

50

100

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

mg

10

0g

-1

Page 66: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

65

4.5 Fenólicos totais

Os compostos fenólicos ou polifenóis constituem um grupo heterogêneo

de substâncias encontradas nos alimentos vegetais em variadas concentrações,

que despertam interesse, sobretudo pelo potencial antioxidante que apresentam

(SCALBERT; WILLIAMSON, 2000). Nesse contexto, pode-se dizer, o abacaxi

minimamente processado se apresenta como uma boa fonte desses compostos,

como apresentado no Gráfico 11.

As amostras tratadas com AA apresentaram um teor 65% maior que o

das amostras controle. Isso se deve à interferência do ácido ascórbico no método

de análise espectrofotométrico. Este método, independente do tipo de reagente

utilizado, Folin-Denis ou Folin-Ciocalteu, detecta todos os grupos fenólicos

presentes no extrato, incluindo substâncias como ácido ascórbico (ANGELO;

JORGE, 2007).

Melo et al. (2008) quantificaram os fenólicos totais em abacaxi íntegro

no valor de 75,25 em equivalente de catequina (µg/mL) com extrato acetônico.

Valor menor que o de outras frutas tropicais, como caju (629,85 mg mL-1

),

goiaba (331,17 mg mL-1

) e acerola (1595,5 mg mL-1

).

Os compostos fenólicos são originados do metabolismo secundário das

plantas, sendo essenciais para o seu crescimento e reprodução. Além disso, se

formam em condições de estresse, como infecções, ferimentos e radiações UV,

dentre outros (NACZK; SHAHIDI, 2004).

Page 67: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

66

Gráfico 11 Fenólicos totais (mg EAG.g-1

) do abacaxi minimamente processado,

com ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em embalagens

com atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio, durante 10

dias

mg

EA

G g

-1m

gE

AG

g-1

mg

EA

G g

-1

y = -0.0159x2 - 1.1103x + 46.286

R² = 0.95690

20

40

60

80Controle

y = -0.0606x2 - 1.2682x + 76.282

R² = 0.83540

20

40

60

80Controle + AA

y = 0.0886x2 - 2.0641x + 45.331

R² = 0.8448

0

20

40

60

80

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = -0.0176x2 - 0.7067x + 47.685

R² = 0.84490

20

40

60

80Passiva

y = 0.2595x2 - 4.0064x + 75.918

R² = 0.8180

20

40

60

80Passiva + AA

y = 0.0367x2 - 1.1384x + 45.433

R² = 0.7240

20

40

60

803% O2 + 10% CO2

y = 0.1993x2 - 3.021x + 75.96

R² = 0.77090

20

40

60

803% O2 + 10% CO2 + AA

y = 0.7445x2 - 9.2422x + 74.106

R² = 0.8483

0

20

40

60

80

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

mg

EA

G g

-1

Page 68: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

67

4.6 Atividade antioxidante

A atividade antioxidante, em % de sequestro de radical livre (%SRL)

para as amostras, está representada no Gráfico 12. As amostras tratadas com AA

apresentaram um teor inicial de quase três vezes o valor do controle. Nas

atmosferas sem uso de AA, houve queda média de 22%, enquanto nas

atmosferas com uso de AA a redução foi, em média, de 46%. A atmosfera de

alto oxigênio foi a que mais perdeu capacidade antioxidante.

Trabalhando com abacaxis íntegros, Melo et al. (2008) quantificaram a

atividade antioxidante em 20 %SRL com uso de extrato acetônico, valor menor

que o de outras frutas tropicais, como caju (90), goiaba (80) e acerola (95). Os

mesmos autores classificaram frutas com menos de 50 %SRL em fraca

capacidade de sequestro.

Este mecanismo de ação dos antioxidantes, presentes em extratos de

plantas, tem papel importante na redução da oxidação lipídica em tecidos,

vegetal e animal, pois, quando incorporado na alimentação humana, não

conserva apenas a qualidade do alimento, mas também reduz o risco de

desenvolvimento de patologias, como arteriosclerose e câncer (NAMIKI, 1990;

RAMARATHNAM et al., 1995).

Alguns autores têm demonstrado, de forma conclusiva, que existe forte

relação positiva entre o teor de fenólicos totais e a capacidade antioxidante de

frutas e hortaliças (ABDILLE et al., 2005; KAUR; KAPOOR, 2002), enquanto

outros autores não têm evidenciado esta correlação (ISMAIL; MARJAN;

FOONG, 2004; KAHKONEN et al., 1999). Além da presença nos extratos de

outros fitoquímicos, a estrutura química do componente ativo tem influência

sobre a eficácia do antioxidante natural, uma vez que a posição e o número de

hidroxilas presentes na molécula dos polifenóis são fatores relevantes para essa

atividade (ANGELO; JORGE, 2007).

Page 69: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

68

Gráfico 12 Atividade antioxidante (%SRL) do abacaxi minimamente

processado, com ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em

embalagens com atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio,

durante 10 dias

% S

RL

% S

RL

y = 0.0295x2 - 0.5439x + 17.644

R² = 0.8594

0

20

40

60 Controle

y = -0.1097x2 - 1.5243x + 52.673

R² = 0.96960

20

40

60 Controle + AA

y = -0.0608x2 - 0.0057x + 17.951

R² = 0.9296

0

20

40

60

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = -0.1674x2 + 1.401x + 17.264

R² = 0.8687

0

20

40

60 Passiva

y = 0.19x2 - 3.5888x + 49.687

R² = 0.76730

20

40

60 Passiva + AA

y = -0.1871x2 + 1.5695x + 17.159

R² = 0.855

0

20

40

60 3% O2 + 10% CO2

y = 0.1822x2 - 3.9089x + 53.439

R² = 0.94370

20

40

60 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = 0.7912x2 - 9.8965x + 45.936

R² = 0.7292

0

20

40

60

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

% S

RL

% S

RL

Page 70: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

69

4.7 Atividade enzimática antioxidante

Nos Gráficos 13 e 14 apresenta-se a atividade das enzimas ascorbato

peroxidase e catalase, respectivamente.

A atividade da catalase (CAT), em geral, foi inferior à de ascorbato

peroxidase (APX), o que é justificado pela sua menor afinidade pelo H2O2

(DEUNER et al., 2011), tendo, assim, a APX sido mais eficaz na sua remoção.

Com o aumento da taxa de oxigênio na embalagem (controle, passiva e

alto oxigênio), a formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) é

intensificada e sua eliminação deve ocorrer de forma constante, para evitar o

estresse oxidativo. Dessa forma, a ação sincronizada das enzimas responsáveis

pela remoção das EROs confere maior tolerância ao vegetal sob condições de

estresse. O H2O2, gerado pela atividade da superóxido dismutase, também é

tóxico à célula, podendo, facilmente, permear através das membranas, devendo

ser detoxificado (MELONI et al., 2003).

Zhou et al. (2003), trabalhando com abacaxis íntegros, determinaram

valores semelhantes de atividade APX e CAT, tendo observado que a atividade

da enzimas era influenciada pelo aumento de temperatura de armazenamento.

Usando tratamento de ácido salicílico para inibição de escurecimento

interno, Lu et al. (2010) observaram que os frutos tratados apresentaram maior

atividade de enzimas antioxidantes, menor taxa de escurecimento e maior

qualidade, durante armazenamento refrigerado.

Este processo é feito pela APX e/ou CAT, as quais pertencem a duas

diferentes classes de enzimas de limpeza, devido às suas diferenças na afinidade

pelo H2O2, com a APX na ordem de μM e a CAT em mM. Assim, enquanto a

CAT seria responsável pela modulação refinada das EROs para a sinalização, a

APX seria responsável pela remoção do excesso de ERRO, gerado durante o

estresse (MITTLER, 2002).

Page 71: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

70

Gráfico 13 Atividade da APX (mmol ASA min-1

mg-1

Prot) em abacaxi

minimamente processado, com ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e

armazenado em embalagens com atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto

teor de oxigênio, durante 10 dias

y = -1.0832x2 + 12.108x + 12.223

R² = 0.6838

0

10

20

30

40

50

60 Controle

y = -0.3638x2 + 4.3061x + 1.8498

R² = 0.6097

0

10

20

30

40

50

60 Controle + AA

y = -0.669x2 + 11.208x + 0.0571

R² = 0.91390

10

20

30

40

50

60

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = -1.0863x2 + 10.433x + 9.1473

R² = 0.7180

10

20

30

40

50

60 Passiva

y = -0.4642x2 + 5.136x + 4.6766

R² = 0.4466

0

10

20

30

40

50

60 Passiva + AA

y = -0.3228x2 + 4.2922x + 5.8779

R² = 0.8232

0

10

20

30

40

50

60 3% O2 + 10% CO2

y = -0.1748x2 + 2.124x + 4.0028

R² = 0.4874

0

10

20

30

40

50

60 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = -0.0869x2 + 2.2873x + 4.8417

R² = 0.8636

0

10

20

30

40

50

60

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

mm

ol

AS

A m

in-1

mg

-1P

rot

Page 72: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

71

Gráfico 14 Atividade CAT (µmol H2O2min-1

mg-1

Prot) do abacaxi minimamente

processado, com ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em

embalagens com atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio,

durante 10 dias

y = -0.0004x2 + 0.0764x + 0.6363

R² = 0.8789

0

1

2

3

4

5 Controle

y = -0.0061x2 + 0.0691x + 0.4717

R² = 0.2772

0

1

2

3

4

5 Controle + AA

y = -0.0324x2 + 0.4894x + 1.034

R² = 0.61530

1

2

3

4

5

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2

y = -0.0215x2 + 0.2231x + 0.6393

R² = 0.7881

0

1

2

3

4

5 Passiva

y = -8E-05x2 + 0.0035x + 0.5162

R² = 0.7555

0

1

2

3

4

5 Passiva + AA

y = 0.0054x2 - 0.0346x + 0.5994

R² = 0.7496

0

1

2

3

4

5 3% O2 + 10% CO2

y = -0.0056x2 + 0.0556x + 0.5065

R² = 0.312

0

1

2

3

4

5 3% O2 + 10% CO2 + AA

y = -0.0042x2 + 0.0726x + 0.4691

R² = 0.365

0

1

2

3

4

5

0 2 4 6 8 10Dias de armazenamento

100% O2 + AA

µm

ol

H2O

2m

in-1

mg

-1P

rot

Page 73: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

72

4.8 Análises microbiológicas

Os valores da contagem de bactérias psicrotróficas em Log UFC/g são

apresentados no Gráfico 14. O uso de tratamento de AA influenciou o

crescimento de bactérias psicrotróficas nas atmosferas controle e passiva, no

quinto dia de armazenamento. Com 10 dias de armazenamento, as embalagens

com atmosfera controle proporcionaram melhor condição para o

desenvolvimento das bactérias psicrotróficas, enquanto o alto oxigênio

apresentou a menor população.

Gráfico 14 Bactérias psicrotróficas (Log UFC/g) em abacaxi minimamente

processado, com ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e armazenado em

embalagens com atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto teor de oxigênio

Vegetais mais ricos em açúcar estão sujeitos a uma deterioração por

fermentação, em razão do crescimento de bactérias do ácido lático ou leveduras,

enquanto outros produtos apresentam amolecimento do tecido em razão do

AbBb

Aa

Ac

Ab

Aa

Ab Bb

Ba

Ab

Aa

Ba

Ab

Ba

Ba

Aa

Ba

Ca

Aa

Ba

Db

Ac

Aa

Db

0

1

2

3

4

5

0 5 10

Lo

g U

FC

/g

Tempo de armazenamento (dias)

Ab

Bb

Aa

Ac

Ab

Aa

Ab

Bb

Ba

Ab

Aa

Ba

Ab

Ba

Ba

Aa

Ba

Ca

Aa

Ba

Db

Ac

Aa

Db

012345

05

10

Log UFC/g

Tem

po

de

arm

aze

na

men

to (

dia

s)

Con

tro

le

Con

tro

le +

AA

Pas

siv

a

Pas

siv

a +

AA

3%

O2

+ 1

0%

CO

2

3%

O2

+ 1

0%

CO

2 +

AA

100

% O

2

100

% O

2 +

AA

Page 74: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

73

crescimento de bactérias gram-negativas pectinolíticas (JACXSENS;

DEVLIEGHERE; DEBEVERE, 2002). Esses microrganismos podem,

rapidamente, alcançar populações maiores do que 107 UFC/g, resultando no

acúmulo de metabólitos como etanol, ácido lático e acetato de etila, entre outros

(GUERZONI et al., 1996). A produção de tais compostos e a alta atividade no

meio de alto oxigênio podem ter ocasionado um ambiente impróprio para a

contínua proliferação de tais bactérias.

Os valores da contagem de fungos filamentosos e leveduras em Log

UFC/g são apresentados no Gráfico 15.

Gráfico 15 Fungos filamentosos e leveduras (Log UFC/g) em abacaxi

minimamente processado, com ou sem tratamento com ácido ascórbico (AA) e

armazenado em embalagens com atmosfera controle, passiva, de baixo ou alto

teor de oxigênio, durante 10 dias

Os fungos apresentaram proliferação constante em todos os tratamentos

e atmosferas, sendo mais elevada a carga nas embalagens de atmosfera controle,

no décimo dia de armazenamento.

Ab

Bb

Aa

Ac

Ab

Aa

Ac

Ab

Ba

Ab

Aa

Ba

Ab

AaCa

Ab

Aa

Ca

Ab

Aa

Ba

Ab

AaCa

0

1

2

3

4

5

0 5 10

Lo

g U

FC

/g

Tempo de armazenamento (dias)

Ab

Bb

Aa

Ac

Ab

Aa

Ab

Bb

Ba

Ab

Aa

Ba

Ab

Ba

Ba

Aa

Ba

Ca

Aa

Ba

Db

Ac

Aa

Db

012345

05

10

Log UFC/g

Tem

po

de

arm

aze

na

men

to (

dia

s)

Con

tro

le

Con

tro

le +

AA

Pas

siv

a

Pas

siv

a +

AA

3%

O2

+ 1

0%

CO

2

3%

O2

+ 1

0%

CO

2 +

AA

100

% O

2

100

% O

2 +

AA

Page 75: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

74

Os baixos valores de bactérias, fungos filamentosos e leveduras

encontrados inicialmente refletem as boas condições de obtenção do produto em

que foram observadas as boas práticas de fabricação.

As doenças que ocorrem na pós-colheita, geralmente, originam podridão

nos frutos, cujos principais agentes causadores são os fungos (BENATO, 1999).

Embora não existam, na legislação brasileira vigente, padrões para

bactérias psicrotróficas totais e coliformes totais, no que diz respeito à

quantidade de microrganismos presentes em um alimento, pode-se afirmar que

quantidades elevadas (>105 UFC/g) são completamente indesejáveis, em razão

do risco de o alimento estar estragado, da perda real ou do potencial das

qualidades organolépticas, do comprometimento da aparência do alimento e da

presença de microrganismos patogênicos e/ou deterioradores (CARUSO;

CAMARGO, 1984).

O período de validade do produto minimamente processado é

dependente de vários aspectos, entre eles, a atividade da microbiota

contaminante e a condição morfológica e fisiológica do tecido vegetal

(VANETTI, 2007).

Page 76: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

75

5 CONCLUSÕES

O uso de atmosfera modificada reduziu o escurecimento do abacaxi

minimamente processado.

O tratamento com AA aumentou os teores de vitamina C e compostos

fenólicos e atividade antioxidante pelo método DPPH.

A atividade enzimática antioxidante é influenciada pelo tratamento com

AA e uso de atmosfera modificada. A atividade é maior em alto oxigênio e

menor quando o abacaxi é tratado com AA.

O alto oxigênio reduziu a proliferação de bactérias psicrotróficas, com

10 dias de armazenamento.

O uso de atmosfera modificada e o tratamento com AA não

influenciaram a perda de massa do abacaxi minimamente processado.

Page 77: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

76

REFERÊNCIAS

ABADIAS, M. et al. Microbiological quality of fresh, minimally-processed fruit

and vegetables, and sprouts from retail establishments. International Journal

Food Microbiology, Amsterdam, v. 123, n. 1-2, p. 121-129, mar. 2008.

ABIDILLE, M. D. H. et al. Antioxidant activity of the extracts from Dillenia

indica fruits. Food Chemistry, Amsterdam, v. 90, n. 4, p. 891-896, mai 2005.

AGUADO, V.; VITAS, A. I.; GARCÍA-JALÓN, I. Characterization of Listeria

monocytogenes and Listeria innocua from a vegetable processing plant by

RAPD and REA. International Journal Food Microbiology, Amsterdam, v.

90, n. 3, p. 341-347, fev. 2004.

AHVENAINEN, R. New approaches in improving the shelf-life of minimally

processed fruit and vegetables. Trends in Food Science & Technology,

Amsterdam, v. 7, n. 6, p. 179-187, jun. 1996.

ANGELO, P. M.; JORGE, N. Compostos fenólicos em alimentos: uma breve

revisão. Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v. 66, n. 1, p. 232-240,

2007.

ANTONIOLLI, L. R.; BENEDETTI, B. C.; SOUZA FILHO, M. S. M. Efeito do

cloreto de cálcio na qualidade de abacaxi „Pérola‟ minimamente processado.

Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 38, n. 9, p. 1105-1110, set.

2003.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods

of the Association of the Agricultural Chemists. 17th ed. Washington, 2000.

1410 p.

AZEVEDO, R. A. et al. Response of antioxidant enzymes to transfer from

elevated carbon dioxide to air and ozone fumigation, in the leaves and roots of

wild-type and a catalase-deficient mutant of barley. Physiologia Plantarum,

Malden, v. 104, n. 2, p. 280-292, out. 1998.

BARMORE, C. R. Packaging technology for fresh and minimally processed

fruits and vegetables. Journal of Food Quality, Malden, v. 10, n. 3, p. 207-217,

ago. 1987.

BARTOLOMÉ, A. P.; FÚSTER, C.; RÚPEREZ, P. Pineapple fruit:

morphological characteristics, chemical composition and sensory analysis of

Page 78: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

77

Red Spanish and Smooth Cayenne cultivars. Food Chemistry, Amsterdam, v.

53, n. 1, p. 75-79, 1995.

BASTOS, M. S. R. Frutas minimamente processadas: aspectos de qualidade e

segurança. Fortaleza: EMBRAPA Agroindústria Tropical, 2006. 59 p.

(Documentos, 103).

BENATO, E. A. Controle de doenças pós-colheita em frutos tropicais. Summa

Phytopathologica, Botucatu, v. 25, n. 1, p. 90-93, fev./mar. 1999.

BLEINROTH, E. W. Colheita e beneficiamento. In: GORGATTI NETTO, A. et

al. (Ed.). Abacaxi para exportação: procedimentos de colheita e pós-colheita.

Brasília: EMBRAPA-SPI, 1996. p. 16-27. (Série Publicações Técnicas

FRUPEX, 23).

BORGES, P. R. S. et al. Estudo da estabilidade físico-química de suco de

abacaxi 'Pérola'. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 4, p. 742-750,

jul./ago. 2011.

BRADFORD, M. M. A rapid and sensitive method for the quantitation of

microgram quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding.

Analytical Biochemistry, Amsterdam, v. 72, n. 1/2, p. 248-254, mai. 1976.

BRAND-WILIAMS, W.; CUVELIER, M. E.; BERSET, C. Use of a free radical

method to evaluate antioxidant activity. Food Science and Technology,

Amsterdam, v. 28, n. 1, p. 25-30, 1995.

BRAVERMAN, J. B. S. Introducción a la bioquimica de los alimentos.

Barcelona: Omega, 1967. 355 p.

BRECHT, J. K. Physiology of lightly processed fruits and vegetables.

HortScience, Alexandria, v. 30, n. 1, p. 18-22, fev. 1995.

BRUNO, L. M. et al. Avaliação microbiológica de hortaliças e frutas

minimamente processadas comercializadas em Fortaleza, CE. Boletim do

Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, Curitiba, v. 23, n. 1, p.

75-84, 2005.

BURNS, J. K. Lightly processed fruits and vegetables: introduction to the

colloquim. Hortscience, Alexandria, v. 30, n. 1, p. 14, fev. 1995.

Page 79: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

78

CANTWELL, M. Dinamic fresh-cut sector of the horticultural industry. In:

ENCONTRO NACIONAL DE PROCESSAMENTO MÍNIMO DE FRUTAS E

HORTALIÇAS, 2., 2000, Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG: UFV, 2000. p.

156-182.

______. Postharvest handling systems: minimally processed fruits and

vegetables. In: KADER, A. A. (Ed.). Postharvest technology of horticultural

crops. Oakland: University of California, 1992. p. 277-281.

CARUSO, J. G. B.; CAMARGO, R. Microbiologia de alimentos. In:

CAMARGO, R. (Ed.). Tecnologia dos produtos agropecuários-alimentos.

São Paulo: Nobel, 1984. p. 35-49.

CARVALHO, G. S. Caracterização agronômica e nutricional de cultivares

de milho sob condições de cultivo para a produção de minimilho. 2002. 70 p.

Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal de Lavras,

Lavras, 2002.

CARVALHO, A. V. Avaliação da qualidade de kiwis cv ‘Hayward’

minimamente processados. 2000. 86 p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos

Alimentos) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.

CHAVES, K. F. et al. Características físico-químicas e aceitação sensorial de

abacaxi 'Pérola' minimamente processado adicionado com antioxidantes.

Tecnologia & Ciência Agropecuária, João Pessoa, v. 5, n. 1, p. 35-39, mar.

2011.

CHITARRA, A. B.; ALVES, R. E. Tecnologia de pós-colheita para frutas

tropicais. Fortaleza: FRUTAL; SINDIFRUTA, 2001. 27 p.

CHITARRA, M. I. F. Processamento mínimo de frutos e hortaliças. Lavras:

UFLA/FAEPE, 2000. 113 p.

CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutas e hortaliças:

fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras: FAEPE, 2005. 785 p.

______. Pós-colheita de frutas e hortaliças: glossário. Lavras: UFLA, 2006.

256 p.

CUNHA, G. A. P. et al. Abacaxi para exportação: aspectos técnicos da

produção. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1994. 41 p. (Série Publicações Técnicas

FRUPEX, 11).

Page 80: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

79

DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. Química de alimentos

de Fennema. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 900 p.

DAY, B. P. F. High oxygen MAP for fresh prepared produce. Postharvest

News and Information, Wallingford, v. 7, n. 3, p. 31-34, mar. 1996.

______. Novel MA: a brand new approach. Food Manufacture, Crawley, v. 73,

n. 11, p. 22-24, nov. 1998.

DEUNER, C. et al. Viabilidade e atividade antioxidante de sementes de

genótipos de feijão-miúdo submetidos ao estresse salino. Revista Brasileira de

Sementes, Londrina, v. 33, n. 4, p. 711-720, 2011.

FARBER, J. M. Microbiological aspects of modified-atmosphere packaging

technology: a review. Journal of Food Protection, Des Moines, v. 54, n. 1, p.

58-70, 1991.

FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e

Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p. 1039-1042, nov./dez. 2011.

FERREIRA, V. L. P. Princípios e aplicações da colorimetria em alimentos.

Instruções Técnicas ITAL, Campinas, n. 15, p. 1-35, 1981.

FIGUEIRÊDO, R. M. F.; QUEIROZ, A. J. M.; NORONHA, M. A. S.

Armazenamento de abacaxi minimamente processado tratado com ácido

ascórbico. Revista Ciências Exatas e Naturais, Guarapuava, v. 7, n. 1, p. 67-

75, 2005.

FRANCIS, F. J. Quality as influenced by color. Food Quality and Preference,

Amsterdam, v. 6, n. 3, p. 149-155, 1995.

FRANCIS, G. A.; THOMAS, C.; O‟BEIRNE, D. The microbiological safety of

minimally processed vegetables. International Journal Food Science

Technology, Malden, v. 34, n. 1, p. 1-22, fev. 1999.

FRANCO, G. Tabela de composição química dos alimentos. 8. ed. Rio de

Janeiro: Atheneu, 1989. 230 p.

GAVA, A. F.; SILVA, C. A. B. Tecnologia de alimentos: princípios e

aplicações. São Paulo: Nobel, 2008. 93 p.

Page 81: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

80

GERALDINE, R. M. Parâmetros tecnológicos para o processamento mínimo

de alho (Allium sativum L.). 2000. 98 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e

Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2000.

GIACOMELLI, E. J. Curso de especialização em fruticultura. Recife:

SUDENE/URPE, 1974. 97 p.

GLIGUEM, H.; BIRLOUEZ-ARAGON, I. Effects of sterilization. packaging,

and storage on vitamin C degradation: protein denaturation. and glycation in

fortified milks. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 88, n. 3, p. 891-899,

mar. 2005.

GONÇALVES, N. B.; CARVALHO, V. D. Características da fruta. In:

GONÇALVES, N. B. (Org.). Abacaxi: pós-colheita. Brasília: EMBRAPA

Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. p. 13-27. (Frutas do

Brasil, 5).

GORGATTI NETO, A. et al. Abacaxi para exportação: procedimentos para

colheita e pós-colheita. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1996. 41 p. (Série Publicações

Técnicas FRUPEX, 23).

GRATÃO, P. L. et al. Making the life of heavy metal-stressed plants a little

easier. Functional Plant Biology, Collingwood, v. 32, n. 6, p. 481-494, 2005.

GUERZONI, M. E. et al. Shelf-life modelling for fresh-cut vegetables.

Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 9, n. 2, p. 195-207, nov.

1996.

HAN, J. H. Antimicrobial food packaging. In: AHVENAINEN, R. (Ed.). Novel

food packaging techniques. Boca Raton: CRC, 2003. p. 50-70.

HARDENBURG, R. E.; WATADA, A. E.; WANG, C. Y. The cominercial

storage of fruits, vegetables, and florists and nursery stocks. Washington:

USDA, 1986. 136 p. (Agriculture Handbook, 66).

HONG, S.; KIM, D. Influence of oxygen concentration and temperature on

respiratory characteristics of fresh-cut green onion. International Journal of

Food Science & Technology, Malden, v. 36, n. 3, p. 283-289, mar. 2001.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Dados de

safra de abacaxi no Brasil. Disponível em:

Page 82: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

81

<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/prevsaf/default.asp>. Acesso em: 28 ago.

2012.

ISMAIL, A.; MARJAN, Z. M.; FOONG, C. W. Total antioxidant activity and

phenolic content in selected vegetables. Food Chemistry, Amsterdam, v. 87, n.

4, p. 581-586, out. 2004.

JACXSENS, L.; DEVLIEGHERE, F.; DEBEVERE, J. Temperature dependence

of shelflife as affected by microbial proliferation and sensory quality of

equilibrium modified atmosphere package fresh produce. Postharvest Biology

and Technology, Amsterdam, v. 26, n. 1, p. 59-73, ago. 2002.

JACXSENS, L. et al. Effect of high oxygen modified atmosphere packaging on

microbial growth and sensorial qualities of fresh-cut produce. International

Journal of Food Microbiology, Amsterdam, v. 71, n. 2/3, p. 197-210, dez.

2001.

JIMÉNEZ, A. et al. Evidence for the presence of the ascorbate-glutatione cycle

in mitochondria and peroxisomes of pea leaves. Plant Physiology, Waterbury,

v. 114, n. 1, p. 275-284, mai. 1997.

KADER, A. A. Postharvest biology and technology: an overview. In: ______.

Postharvest technology or horticultural crops. 3rd

ed. Davis: University of

California, 2002. p. 435-461.

______. Potential applications of ionizing radiation in postharvest handling of

fresh fruits and vegetables. Food Technology, Chicago, v. 40, n. 6, p. 117-121,

jun. 1986.

KADER, A. A.; BEN-YEHOSHUA, S. Effects of superatmospheric oxygen

levels on postharvest physiology and quality of fresh fruits and vegetables.

Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 20, n. 1, p. 1-13, ago.

2000.

KADER, A. A.; ZAGORY, D.; KERBEL, E. L. Modified atmospheres

packaging of fruits and vegetables. Critical Reviews in Food Science and

Nutrition, London, v. 28, n. 1, p. 1-30, jan. 1989.

KAHKONEN, M. P. et al. Antioxidant activity of plan extracts containing

phenolic compounds. Journal of Agricultural and Food Chemistry,

Washington, v. 47, n. 10, p. 3954-3962, out. 1999.

Page 83: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

82

KAUR, C.; KAPOOR, H. C. Anti-oxidant activity and total phenolic content of

some Asian vegetables. International Journal of Food Science & Technology,

Malden, v. 37, n. 2, p. 153-161, fev. 2002.

KING, A. D.; BOLIN, H. R. Phisiologycal and microbiologacal storge satability

of minimally processed fruts and vegetables. In: OVERVIEW OUTSTANDING

SYMPOSIA IN FOOD SCIENCE & TECHNOLOGY, 1., 1988, New Orleans.

Anais… Chicago: Institute of Food Technologists, 1989. p. 132-135.

KLEIN, B. P.; KURILICH, A. C. Processing effects on dietary antioxidants

from plant foods: the role of oxidative stress and antioxidants in plant and

human health. HortScience, Alexandria, v. 35, n. 4, p. 580-584, jul. 2000.

LACOSTE, A. et al. Advancing controlled release packaging through smart

blending. Packaging Technology and Science, West Sussex, v. 18, n. 2, p. 77-

87, mar./Abr. 2005.

LARRAURI, J. A.; RUPÉREZ, P.; SAURA-CALIXTO, F. Effect of drying

temperature on the stabilitity of polyphenols and antioxidant activity of red

grape pomace peels. Journal of Agricultural and Food Chemistry,

Washington, v. 45, n. 4, p. 1390-1393, abr. 1997.

LAURILA, E.; KERVINEN, R.; AHVENAINEN, R. The inhibition of

enzimatic browning in minimally processed vegetables and fruits. Postharvest

News and Information, Wallingford, v. 9, n. 4, p. 53-66, abr. 1998.

LIAO, M.; SEIB, P. A. Selected reactions of L-ascorbic acid related to foods.

Food Technology, Chicago, v. 41, n. 11, p. 104-107, nov. 1987.

LIMA, L. C. et al. Effect of ascorbic acid on “orange flesh” fresh cut melon.

Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 22, n. 2, p. 291-299, 2011.

LU, X. H. et al. Effects of post-harvest salicylic acid treatment on fruit quality

and anti-oxidant metabolism in pineapple during cold storage. The Journal of

Horticultural Science & Biotechnology, Corbeekhoeve, v. 85, n. 5, p. 454-458,

set. 2010.

MAGUIRE, K. M.; BANKS, N. H.; OPARA, L. U. Factors affecting weight loss

of apples. In: JANICK, J. (Ed.). Horticultural reviews. Malden: Wiley, 2001.

p. 197-234.

Page 84: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

83

MANICA, I. Fruticultura tropical 5: abacaxi. Porto Alegre: Cinco

Continentes, 1999. 501 p.

MARTINEZ, M. V.; WHITAKER, J. R. The biochemistry and control of

enzimatic browning. Trends in Food Science & Technology, Amsterdam, v. 6,

n. 6, p. 195-200, jun. 1995.

MATSUURA, F. C. A. U.; ROLIM, R. R. Avaliação da adição de suco de

acerola em suco de abacaxi visando à produção de um “blend” com alto teor de

vitamina C. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 1, p. 138-

141, abr. 2002.

MCGUIRE, R. G. Reporting of objective color measurements. HortScience,

Alexandria, v. 27, n. 12, p. 1254-1555, dez. 1992.

MELO, E. A. et al. Capacidade antioxidante de frutas. Revista Brasileira de

Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 44, n. 2, p. 193-201, abr./jun. 2008.

MELONI, D. A. et al. Photosynthesis and activity of superoxide dismutase,

peroxidase and glutathione reductase in cotton under salt stress. Environmental

and Experimental Botany, Amsterdam, v. 49, n. 1, p. 69-76, fev. 2003.

MITTLER, R. Oxidative Stress, antioxidants and stress tolerance. Trends Plant

Science, Maryland Heights, v. 7, n. 9, p. 405-410, set. 2002.

MOREIRA, A. V. B.; MANCINI-FILHO, J. Influência dos compostos fenólicos

de especiarias sobre a lipoperoxidação e o perfil lipídico de tecidos de ratos.

Revista de Nutrição, Campinas, v. 17, n. 4, p. 411-24, out./dez. 2004.

MORETTI, C. L. (Org.). Manual de processamento mínimo de frutas e

hortaliças. Brasília: EMBRAPA Hortaliças; SEBRAE, 2007. 525 p.

______. Processamento mínimo. Cultivar, Pelotas, v. 1, n. 5, p. 32-33, 2001.

NACZK, M.; SHAHIDI, F. Extraction and analysis of phenolics in food.

Journal of Chromatography A, Amsterdam, v. 1054, n. 1-2, p. 95-111, out.

2004.

NAKANO, Y.; ASADA, K. Hydrogen peroxide is scavenged by ascobate-

specific peroxidase in spinach chloroplasts. Plant Cell Physiology, Oxford, v.

22, n. 5, p. 867-880, ago. 1981.

Page 85: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

84

NAMIKI, M. Antioxidants/antimutagens in foods. Critical Review in Food

Science and Nutrition, London, v. 29, n. 4, p. 273-291, abr. 1990.

NUNES, M. C. N.; EMOND, J. P.; BRECHT, J. K. Temperature abuse during

ground and in-flight handling operations affects quality of snap beans.

HortScience, Alexandria, v. 36, n. 3, p. 510, jun. 2001.

OLIVEIRA, A. M. C. Estudo das características físico-químicas e

microbiológicas de abacaxi (Ananas comosus), goiaba (Psidium guajava L.)

e maracujá (P. edulis L.) minimamente processados. 2005. 88 p. Dissertação

(Mestrado em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Ceará,

Fortaleza, 2005.

OMS-OLIU, G. et al. Recent approaches using chemical treatments to preserve

quality of fresh-cut fruit: a review. Postharvest Biology and Technology,

Amsterdam, v. 57, n. 3, p. 139-148, set. 2010.

OMS-OLIU, G.; SOLIVA-FORTUNY, R.; MARTIN-BELLOSO, O. Using

polysaccharidebased edible coatings to enhance quality and antioxidant

properties of fresh-cut melon. Food Science and Technology, Amsterdam, v.

41, n. 10, p. 1862-1870, dez. 2008.

PICO, D.; PÓLIT, P. Efecto del uso de recubrimientos y fundas plásticas sobre a

calidad de piña durante um almacenamento que simula um proceso de

exportação. Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, Hermosillo,

v. 2, n. 2, p. 130-138, 2000.

PIROVANI, M. E. et al. Quality of minimally processed letuce as in influenced

by packaging and chemical treatment. Journal of Food Quality, Malden, v. 21,

n. 6, p. 475-484, dez. 1998.

PRADO, M. E. T. et al. Armazenamento de abacaxi „Smooth cayenne‟

minimamente processado sob refrigeração e atmosfera modificada. Revista

Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 1, p. 67-70, abr. 2003.

RAMARATHNAM, N. et al. The contribution of plant food antioxidants to

human health. Trends in Food Science & Technology, Amsterdam, v. 6, n. 3,

p. 75-82, mar. 1995.

REINHARDT, D. H. A planta e o seu ciclo. In: REINHARDT, D. H.; SOUZA,

L. F. da S.; CABRAL, J. R. S. (Org.). Abacaxi: produção: aspectos técnicos.

Cruz das almas: EMBRAPA Mandioca e Fruticultura; EMBRAPA

Page 86: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

85

Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. p. 13-14. (Frutas do

Brasil, 7).

REINHARDT, D. H. et al. Gradientes de qualidade em abacaxi „Pérola‟ em

função do tamanho e do estádio de maturação. Revista Brasileira de

Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 3, p. 544-546, dez. 2004.

RIBEIRO, W. S. et al. Controle do fungo penducular do abacaxi „Pérola‟.

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v. 13, n. 1,

p. 1-6, 2011.

RINALDI, M. M. et al. Processamento mínimo: uma alternativa para os

produtores de mandioca de mesa do Cerrado. Planaltina: EMBRAPA Cerrados,

2010. 48 p. (Documentos, 277).

ROBERTSON, G. L. Food packaging: principles and practice. Boca Raton:

CRC, 2006. 550 p.

ROSA, O. O.; CARVALHO, E. P. Características microbiológicas de frutos e

hortaliças minimamente processados. Boletim da Sociedade Brasileira de

Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 34, n. 2, p. 84-92, 2000.

ROSEN, J.; KADER, A. A. Postharvest physiology and quality maintenance os

sliced pear and strawberry fruits. Journal of Food Science, Malden, v. 54, n. 3,

p. 656-659, mai. 1989.

RUFINO, M. S. M. et al. Metodologia científica: determinação da atividade

antioxidante total em frutas pela captura do radical livre DPPH. Fortaleza:

EMBRAPA, 2007. 4 p. (Comunicado Técnico, 127).

SALTVEIT, M. E. Physical and physiological changes in minimally processed

fruits and vegetables. In: TOMÁS-BARBERÁN, F. A.; ROBINS, R. J. (Ed.).

Phytochemistry of fruit and vegetables. New York: Oxford University, 1997.

p. 205-220.

______. Wound induced changes in phenolic metabolism and tissue browing are

alterad by heat shock. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 21,

n. 1, p. 61-69, dez. 2000.

SANTOS, J. C. B. et al. Avaliação da qualidade do abacaxi "Pérola"

minimamente processado armazenado sob atmosfera modificada. Ciência e

Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 2, p. 353-361, mar./abr. 2005.

Page 87: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

86

SAPERS, G. M. Browning of foods: control by sulfites, antioxidants and other

means. Food Technology, Chicago, v. 47, n. 10, p. 75-84, out. 1993.

SARANTÓPOULOS, C. I. G. L. Embalagens para vegetais minimamente

processados: fresh cut. Boletim de Tecnologia e Desenvolvimento de

Embalagens, Campinas, v. 9, n. 5, p. 1-4, set./out. 1997.

SARANTÓPOULOS, C. I. G. L.; MORAES, B. B. Embalagens ativas e

inteligentes para frutas e hortaliças. Boletim de Tecnologia e Desenvolvimento

de Embalagens, Campinas, v. 21, n. 1, p. 1-7, jan./mar. 2009.

SARZI, B. Conservação de abacaxi e mamão minimamente processados:

associação entre preparo, a embalagem e a temperatura de armazenamento.

2002. 100 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) - Universidade

Estadual Paulista, Jaboticabal, 2002.

SARZI, B.; DURIGAN, J. F.; ROSSI JUNIOR, O. D. Temperatura e tipo de

preparo na conservação de produto minimamente processado de abacaxi

‟Pérola‟. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 2, p. 376-

380, ago. 2002.

SCALBERT, A.; WILLIAMSON, G. Dietary intake and bioavailability of

polyphenols. Journal of Nutrition, Bethesda, v. 130, n. 8, p. 2073-2085, ago.

2000.

SCANDALIOS, J. G. Oxidative stress: molecular perception and transduction of

signals triggering antioxidant gene defenses. Brazilian Journal of Medical and

Biological Research, Ribeirão Preto, v. 38, n. 7, p. 995-1014, jul. 2005.

SHARMA, P.; DUBEY, R. S. Ascorbato peroxidase from rice seedlings:

properties of enzyme isoforms, effects of stresses and protective roles of

osmolytes. Plant Science, Amsterdam, v. 167, n. 3, p. 541-550, set. 2004.

SHEWFELT, R. L. Postharvest treatment for extending the shelf life of fruits

and vegetables. Food Technology, Chicago, v. 40, n. 5, p. 70-78, mai 1987.

SIGRIST, J. M. M. Estudos fisiológicos e tecnológicos de couve flor e rúcula

minimamente processadas. 2002. 112 p. Tese (Doutorado em Agronomia) -

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2002.

Page 88: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

87

______. Tecnologia de pós-colheita de frutos tropicais. Campinas: ITAL,

1988. 27 p.

SILVA, G. C. et al. Efeito de diferentes concentrações de cloreto de cálcio na

qualidade do abacaxi 'Pérola' minimamente processado. Revista Brasileira de

Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n. 2, p. 216-219, ago. 2003.

SILVA, J. M. et al. Uso do antioxidante 4-hexylresorcinol em abacaxi

minimamente processado. Revista Iberoamericana de Tecnología

Postcosecha, Hermosillo, v. 8, n. 2, p. 101-107, 2007.

SILVA, M. V.; ROSA, C. I. L. F.; VILAS BOAS, E. V. B. Conceitos e métodos

de controle do escurecimento enzimático no processamento mínimo de frutas e

hortaliças. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos,

Curitiba, n. 27, p. 83-96, 2009.

SILVA, N. et al. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos

e água. 4. ed. São Paulo: Varela, 2010. 624 p.

SIMÃO, S. Tratado de fruticultura. Piracicaba: FEALQ, 1998. 760 p.

SMITH, M. A. Minimitazing microbial hazards for fresh produce. Food

Technology, Chicago, v. 52, n. 2, p. 140-144, fev. 1998.

SOLIVA-FORTUNY, R. C.; MARTIN-BELLOSO, O. New advances in

extending the shelflife of fresh-cut fruits: a review. Trends in Food Science &

Technology, Amsterdam, v. 14, n. 9, p. 341-353, set. 2003.

SOUTO, R. F. et al. Conservação pós-colheita de abacaxi 'Pérola' colhido no

estádio de maturação "pintado" associando-se refrigeração e atmosfera

modificada. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 1, p. 24-

28, abr. 2004.

SOUZA, B. S.; DURIGAN, J. F. Processamento mínimo de abacaxi. In:

MORETTI, C. L. (Ed.). Manual de processamento mínimo de frutas e

hortaliças. Brasília: EMBRAPA Hortaliças; SEBRAE, 2007. p. 195-202.

STROHECKER, R.; HENNING, H. M. Analisis de vitaminas: métodos

comprobados. Madrid: Paz Montalvo, 1967. 428 p.

TATSUMI, Y.; WATADA, A. E.; WERGIN, W. P. Scanning electron

microscopy of carrot stick surface to determine cause of white translucent

Page 89: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

88

appearance. Journal of Food Science, Malden, v. 56, n. 5, p. 1357-1362, set.

1991.

TEIXEIRA, F. K. et al. Analysis of the molecular evolutionary history of the

ascorbate peroxidase gene family: inferences from the rice genome. Journal of

Molecular Evolution, New York, v. 59, n. 6, p. 761-770, dez. 2004.

______. Rice ascorbate peroxidase gene family encodes functionally diverse

isoforms localized in different subcellular compartments. Planta, New York, v.

224, n. 2, p. 300-314, jul. 2006.

THÉ, P. M. P. et al. Efeito da temperatura de armazenamento e do estádio de

maturação sobre a composição química do abacaxi cv. “Smooth Cayenne”.

Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 25, n. 2, p. 356-363, mar./abr. 2001.

USBERI FILHO, J. A. et al. Abacaxi gomo-de-mel. Campinas: Instituto

Agronômico, 1999. 5 p. Disponível em:

<http://200.136.175.13/homeiac/produtos/abacaxi.htm>. Acesso em: 19 nov.

1999.

VAILLANT, F. et al. Strategy for economical optimization of the clarification of

pulpy fruit juices using crossflow microfiltration. Journal of Food

Engineering, Amsterdam, v. 48, n. 1, p. 83-90, abr. 2001.

VANETTI, M. C. D. Microbiologia. In: MORETTI, C. L. (Ed.). Manual de

processamento mínimo de frutas e hortaliças. Brasília: EMBRAPA

Hortaliças; SEBRAE, 2007. p. 141-150.

WATADA, A. E.; ABE, K.; YAMUCHI, N. Physiological activities of partially

process frutis and vegetables. Food Technology, Chicago, v. 44, n. 5, p. 116-

122, mai 1990.

WATERHOUSE, A. L. Polyphenolics: determination of total phenolics. In:

WROLSTAD, R. E. (Ed.). Current protocols in food analytical chemistry.

New York: J. Wiley, 2002. p. I1.1.1-I1.1.8.

WELLER, A. et al. Browning susceptibility and changes in composition during

storage of carambola slices. Journal of Food Science, Malden, v. 62, n. 2, p.

256-260, mar. 1997.

WILEY, R. C. Minimally processed refrigerated fruits and vegetables. New

Youk: Chapman & Hall, 1994. 368 p.

Page 90: ATMOSFERA MODIFICADA NA QUALIDADE E METABOLISMO ...repositorio.ufla.br/bitstream/1/852/3/DISSERTACAO_Atmosfera... · Ester Alice Ferreira EPAMIG ... Aos meus pais, Arlindo Sales Filho

89

XIAO, C. et al. Combined action of pure oxygen pretreatment and chitosan

coating incorporated with rosemary extracts on the quality of fresh-cut pears.

Food Chemistry, Amsterdam, v. 121, n. 4, p. 1003-1009, ago. 2010.

ZAGORY, D. Effects of post-processing handling and packaging on microbial

populations. Postharvest Biology and Technology, Amsterdam, v. 15, n. 3, p.

313-321, mar. 1999.

ZAGORY, D.; KADER, A. A. Modified atmosphere packaging of fresh

produce. Food Technology, Chicago, v. 42, n. 9, p. 70-77, set. 1988.

ZHOU, Y. et al. Enzymes associated with blackheart development in pineapple

fruit. Food Chemistry, Amsterdam, v. 80, n. 4, p. 565-572, abr. 2003.