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ATOS DO JUIZ OU PROVIMENTOS JUDICIAIS. Os atos do juiz são decisões ou despachos que o juiz pratica durante o andamento do processo. São os despachos e decisões, tem um comando processual qualquer, determinam, decidem, impulsionam o processo. Pronunciamentos do juiz solucionam ou determinam providencias. SENTENÇA DEFINITIVA: julga o mérito. SENTENÇA TERMINATIVA: não ocorre o julgamento do mérito DESPACHOS Atos que impulsionam o processo, no que tange ao desenvolvimento e ao andamento processual, entretanto, não possuem nenhum conteúdo decisório. (junte-se o documento, vista...). Os despachos não são passiveis de recurso, salvo a correição parcial, que ocorre quando o despacho causa tumulto no processo , ou quando o juiz inverte a ordem de algum procedimento. A correição parcial é um tipo de recurso. Se o despacho for inteligível, apesar de não ser muito comum, caberão embargos declaratórios. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS No processo penal , o mérito é julgado na sentença , entretanto o processo poderá ser extinto com uma decisão interlocutória mista terminativa As decisões interlocutórias são decisões tomadas no curso do processo que não julgam o mérito.

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ATOS DO JUIZ OU PROVIMENTOS JUDICIAIS.

Os atos do juiz são decisões ou despachos que o juiz pratica durante o andamento do processo. São os despachos e decisões, tem um comando processual qualquer, determinam, decidem, impulsionam o processo. Pronunciamentos do juiz solucionam ou determinam providencias.

SENTENÇA DEFINITIVA: julga o mérito.

SENTENÇA TERMINATIVA: não ocorre o julgamento do mérito

DESPACHOS

Atos que impulsionam o processo, no que tange ao desenvolvimento e ao andamento processual, entretanto, não possuem nenhum conteúdo decisório. (junte-se o documento, vista...).

Os despachos não são passiveis de recurso, salvo a correição parcial, que ocorre quando o despacho causa tumulto no processo, ou quando o juiz inverte a ordem de algum procedimento. A correição parcial é um tipo de recurso.

Se o despacho for inteligível, apesar de não ser muito comum, caberão embargos declaratórios.

DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

No processo penal, o mérito é julgado na sentença, entretanto o processo poderá ser extinto com uma decisão interlocutória mista terminativa

As decisões interlocutórias são decisões tomadas no curso do processo que não julgam o mérito.

- Decisões interlocutórias - Simples resolvem questões sem extinguir o processo

- Mista força de decisão definitiva- Terminativa extingue sem o julgamento ..............................................................................................................................................do mérito (acolhimento de preliminar, rejeição da ..............................................................................................................................................denúncia)Decisões sobre questões incidentais. ..............................................................................................................................................indefere restituição de coisa. O recurso cabível, é o

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...............Rese (recurso em sentido estrito)

- Não terminativaencerra uma etapa do ..............................................................................................................................................procedimento

Decisão interlocutória simples: se referem ao interesse da parte, resolvem questões polemicas dentro do processo, deferindo ou indeferindo o pedido das partes, sem causas ou impactos de afetação à normalidade do processo. O fato das decisões interlocutórias simples não serem recorríveis, não significa que não possam ser impugnadas (habeas corpus para defesa, mandado de segurança para acusação).

Decisão interlocutória Mista: tem força de decisão definitiva, podem extinguir o processo sem o julgamento do mérito ou encerrar uma etapa do procedimento.

Terminativas: extinguem o processo sem julgamento do mérito (acolhimento de preliminar, rejeição da denúncia, incompetência do juiz). São consideradas terminativas aquelas decisões definitivas sobre questões incidentais (indefere restituição de coisa. O recurso cabível contra esse tipo de decisão é o Rese (recurso em sentido estrito).

Não terminativas: não extinguem o processo, mas sim encerram uma etapa. Decisão de pronuncia (crimes que sujeitam o tribunal do júri). Há aquelas que decidem sobre o direito de punir, sem extinguir o mérito (livramento da condicional julga a unificação de penas).

DECISÕES DEFINITIVAS

Sentença: julga o mérito, extinguindo o processo ou procedimento, julga o pedido do autor, o que significa condenar ou absolver, se julgou procedente ou parcialmente procedente condenou, se julgou improcedente absolveu. É passível do recurso de apelação.

O processo deve obedecer todos os pressupostos, competência do juiz; capacidade das partes; aptidão da denúncia. Passando pelos pressupostos, teremos as condições da ação: interesse de agir; possibilidade jurídica do pedido; legitimidade das partes e ainda teremos a justa causa, que são os indícios de autoria e materialidade. Cumpridos todos estes requisitos que irei julgar o mérito.

Se por algum motivo não atendermos alguns dos pressupostos não chegaremos ao mérito tendo assim uma decisão mista terminativa.

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Sentença definitiva ou decisão definitiva em sentido estrito: o juiz julga o mérito principal, condena ou absolve. Sentença condenatória ou absolutória (própria imprópria – medida de segurança) É cabível apelação.

Decisão definitiva sem sentido amplo ou terminativa de mérito: julgam o mérito, mas não condenam nem absolvem. Julgam o mérito, mas não o mérito principal. Ex.: extinção de punibilidade, decisão sobre habeas corpus e mandado de segurança criminal. É passível de recurso em sentido estrito.

Outras: são aquelas que decidem sobre o incidente de restituição de coisas apreendidas; de reabilitação. São decisões, mas não são sentenças porque não se referem ao mérito. Tanto a sentença quanto estas decisões são passíveis de apelação.

PRINCÍPIOS QUE AFETAM A SENTENÇA

Princípio da Correlação entre a demanda x sentença: correlação entre a petição inicial e a denuncia, existe correlação entre acusação e sentença, os fatos contidos na acusação devem ser exatamente os mesmos decididos na sentença. O juiz deverá julgar os fatos escritos na denúncia, o juiz não pode conhecer de fatos não alegados pelas partes. Juiz não pode julgar, extra petita (fora do pedido – reconhecer outro crime), nem ultra petita (além do pedido – reconhecer qualificadora não imputada na denúncia). Exceções: emendatio e mutatio libelli.

princípio da adstrição do juiz ao pedido da parte: pedido x sentença, se mostra presente também no processo civil, o juiz é limitado ao pedido da parte, é limitado ao que o autor pediu. No processo Penal, o juiz julga os fatos e a defesa se defende dos fatos, o pedido de condenação do autor é genérico, não é específico. O autor não formula seu petitório pedindo que o acusado seja condenado em x anos. Peço para condenar nos termos do art. 121, não posso pedir uma pena maior do que está descrito.(Ex. Denuncio x por ter recebido pensão de mãe falecida, peço para ser condenado por apropriação indébita e o juiz acaba condenando por estelionato. O artigo pode até ir errado na petição).

Princípio da iuria novit curia : juiz conhece o direito. ‘’de me os fatos e eu te entrego o direito’’. segundo este princípio eu não preciso fundamentar juridicamente a acusação, divergente do processo civil onde tenho de descrever os fatos e fazer a fundamentação jurídica.

Princípio da identidade física do juiz – o juiz que participou da produção das provas é, preferivelmente, o que deve decidir, presidiu a instrução preferencialmente deverá dar a decisão. TJMG já sumulou que não se aplica no processo penal.

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Princípio do livre convencimento motivado (livre apreciação da prova, livre convicção motivada ou livre convencimento motivado) – juiz forma seu convencimento livremente, mas deve fundamentar sua decisão, sob pena de nulidade.

Princípio da sucumbência: aplicação restrita no processo penal. Se o acusado for absolvido, a parte vencida será a acusação (MP), neste caso não há pagamento de despesas.

No caso de condenação de acusado pobre no sentido legal, o Estado é responsável pelas custas. Na ação penal publica, não há figura de honorários sucumbências.

Se a pessoa for presa em flagrante e depositou fiança, se for absolvida, recebe a fiança de volta. Se for condenada, a fiança é utilizada para o pagamento das custas. Se sobrar algum valor, este dinheiro é devolvido.

Só vai ter honorários na ação penal privada, que é uma exceção.

Princípio da invariabilidade (imutabilidade, imodificabilidade, intangibilidade da sentença) – depois de publicada, juiz não pode alterar a sentença. - Preclusão pro iudicato.

REQUISITOS DA SENTENÇA

A sentença precisa de estrutura formal para ter validade: (I) relatório; (II) fundamentação (motivação); (III) conclusão (dispositivo). Se a sentença não tiver essa estrutura posso pedir a nulidade dela, art. 381 e seguintes do CPP.

Extrínsecos: data e assinatura. Rubrica do juiz se for impressa. (Externos).

Intrínsecos: (internos)

Relatório: descrição do andamento do processo, sem comentários, sem considerações ou julgamento de valor. É o histórico resumido do andamento do processo, seu conteúdo é meramente descritivo, não nenhum conteúdo valorativo ou opinativo, o juiz irá resumir as etapas processuais. No juizado especial criminal (lei 9.099/95) a sentença é dispensada do relatório.

Menção aos atos do processo (deixar clara a obediência ao devido processo legal), questões incidentais, alegações finais (teses).

Artigo 381, I e II, do CPP – nome das partes. Exposição sucinta da acusação e defesa.

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Fundamentação / Motivação: feita a analise juríca fundamentada dos fatos e das provas, exame das alegações do autor e defesa. Aqui está a alma da sentença, onde o juiz vai fazer a análise das provas e das questões jurídicas, o juiz analisa a tese da acusação (autoria, materialidade) e a tese de defesa e de eventuais questões jurídicas que estejam em debate. Se tiver questões preliminares arguídas pela defesa ele tem que analisar as preliminares antes do mérito. A análise das preliminares é dentro da fundamentação.

Livre convencimento motivado. Imposição constitucional. Juiz deve examinar toda a matéria (decisão completa). É nula a decisão que deixa de considerar todos os fatos articulados contra o acusado.

Artigo 381, III, CPP.

Dispositivo (Conclusão): parte que contém a decisão, julga procedente, parcialmente procedente ou improcedente. Se julgar procedente ou parcialmente está condenando e vai aplicar a pena. Improcedente significa absolvição, é uma sentença meramente declaratória.

Coerente com a fundamentação. Juiz aplica a lei ao caso concreto – condena ou absolve, indicando os artigos.

Emendatio Libelli

O juiz poderá dar nova classificação ao crime sem alterar os fatos contidos na denúncia ou queixa, poderá atribuir definição jurídica diversa, ainda que tenha que aplicar pena mais grave.

É a correção da classificação legal do fato delituoso descrito na denúncia ou na queixa, feita pelo juiz, na fase da sentença – ainda que tenha que aplicar pena mais grave. O fato está descrito na denúncia, ainda que implicitamente, com todas as elementares. Apenas a classificação está incorreta

Esse artigo 383 vem confirmar o princípio de que a defesa se defende dos fatos alegados.

Artigo 383 – juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da que constar da queixa ou denúncia, ainda que, em consequência, tenha que aplicar pena mais grave (antiga redação).

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. § 1o  Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.

§ 2o  Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos.”

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O promotor classificou como apropriação indébita, o juiz na sentença pode condenar por estelionato, pode fazer isso, porque a defesa se defende dos fatos e não da classificação, o juiz ainda pode fazer isso para aplicar uma pena mais grave. Ex.: o cidadão subtrai o celular da vítima com uma arma, teoricamente ele descreveu um roubo, ai na condenação ele pede no art. 155 que é furto, o juiz pode condenar por roubo, porque o que importa é a descrição dos fatos e não a classificação do crime. O STF reconhece a possibilidade na emendatio libelli aumentar a pena sem a possibilidade de abrir vista para a defesa.

Numa prova múltipla escolha o juiz pode aplicar a pena mais grave, na prova aberta pode argumentar que seria bom abrir vista para defesa respeitando o contraditório etc. O juiz só pode fazer isso na sentença.

Art. 383, §1º ->Se na hora de alterar a classificação onde se permite a suspensão condicional do processo, art. 89, lei 9.099/95, são aqueles crimes que tem pena igual ou inferior a um ano, se o juiz ao reanalisar verificar que é um crime que permite a suspensão condicional, ao invés de condenar ele baixa o processo em diligência, ele vai marcar uma audiência para defesa comparecer e ver se a aceita a suspensão condicional.

§2º -> o juiz verifica que na hora de dar a sentença ele não é competente para julgar, ai ele encaminha para o juiz competente, ele está julgando o latrocínio, na hora de dar a sentença ele fala que é homicídio e manda para o tribunal do júri. Nos casos de incompetência absoluta a denúncia tem que ser feita de novo.

- Mutatio Libelli – Art. 384, CPP

“Art. 384.  Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. 

§ 1o  Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. 

§ 2o  Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. 

§ 3o  Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste artigo. 

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§ 4o  Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento. 

§ 5o  Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá”. 

O MP durante o curso da instrução processual, verifica que surge prova de elementar ou circunstância não contida na peça acusatória. Neste caso durante a instrução do processo a prova dos autos traz novos fatos que não estão contidos na denúncia, fatos esses que poderiam trazer uma nova classificação da imputação.

Só posso agregar estes fatos a denuncia, fazendo o aditamento da denúncia, o juiz passará a poder conhecer desses fatos, princípio da correlação (fatos contidos na acusação devem ser exatamente os mesmos decididos na sentença), dentro da denúncia pode porque ela que dá o limite da demanda.

Mutatio é no sentido de mudança, a acusação sofre uma mudança para incluir novos fatos.

O MP pode fazer isso depois de oferecida a denúncia até o final da instrução.

Os fatos estão na prova, mas o MP não aditou, o juiz não pode aditar de ofício, se o promotor não tiver aditado manda o processo para o procurador geral de justiça, este o encaminhará para outro promotor para que verifique se vai aditar ou não. O outro promotor não é obrigado a aditar.

Se tiver o aditamento da denúncia, pode-se incluir três testemunhas, dando-se vista dos autos, a defesa que também terá direito a mais 3 testemunhas.

O juiz marcará outra audiência, ouvirá a todos, voltará para fase de alegações e sentença de novo.

Também pode acontecer de na hora de aditar se houver a possibilidade do art. 89, o juiz vai marcar a audiência para oferecer a proposta de suspensão condicional do processo. Bem como se alterar a competência vai encaminhar para o juiz competente.

Se o juiz não receber o aditamento cabe o recurso em sentido estrito.

Tanto a emedatio quando a mutacio respeitam o princípio da correlação, a emendacio pode ser aplicado em segundo grau de jurisdição e caso exista recurso só da defesa o tribunal não pode agravar a pena, em obediência ao princípio da não reformatio in pejus, esse princípio se aplica somente se tiver recurso da defesa.

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A mutacio se aplica até o final da instrução, não se aplica em segundo grau. Na fase recursal não mexo mais na acusação.

Crítica: violação do sistema acusatório.

A alteração poderá AGRAVAR ou ATENUAR a situação do acusado.

Intimação da sentença

Defesa

Advogado Constituído: intimado por publicação.

Advogado Dativo: pessoalmente.

Defensor Público: pessoalmente com entrega dos autos.

Acusação

MP: pessoalmente com entrega dos autos

Querelante: intimado por publicação.

Se o acusado estiver em local incerto e não sabido será por Edital prazo de 90 dias.

Sendo sentença absolutória não precisa ser intimado por edital, ai basta intimar o seu defensor porque não tem prejuízo.

Lembrando que o prazo começa no primeiro dia útil seguinte ao ato, se for intimado por edital começa a contar no 91º dia, se o 91º dia cair no sábado, ai começa a contar no próximo dia útil. Se for em audiência as partes já saem intimadas, começa a contar no dia seguinte.

Diferenciar a intimação da publicação, primeiro publico a sentença, depois intimo. O prazo inicia-se da intimação e conta-se a partir da ultima.

EFEITOS DA SENTENÇA CONDENATÓRIA

Condenatórios: em regra, só serão produzidos os efeitos após o trânsito em julgado, antes do transito os efeitos ficam suspensos.

Efeitos da sentença sob perda dos bens em favor da União, perda instrumentos e proveitos do crime. Essa perda só vai se concretizar após o trânsito em julgado.

Colocar o nome do réu no rol dos culpados, ninguém pode ser considerado culpado antes do trânsito em julgado de sentença condenatória.

Absolutória: produz efeitos imediatamente.

Processual: lançamento do nome no rol dos culpados (após o trânsito). Execução da pena.

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Penal: Perda, em favor da união dos bens, instrumentos e produtos do crime (art. 92, I, CP – após o trânsito). Expropriação dos bens que vão para a UNIÃO.

Cíveis: A sentença penal condenatória após trânsito em julgado é título executivo cível, a sentença condenatória tem que fixar um valor mínimo de reparação do dano.

Caso este valor mínimo seja insuficiente, ela pode executar o valor e ingressar com uma ação cível exigindo o restante.

Não há necessidade de se esperar o término da ação penal, pode também ajuizar a cível antes, entretanto se a penal absolver terá de devolver o produto da cível e se a mesma estiver em tramite ainda perderá seu objeto.

Administrativos: crimes de transito podem ocasionar perda do direito de dirigir enquanto durar a execução da pena.

Servidor público: crimes contra a administração publica, se a condenação for igual ou maior que um ano, perderá o cargo. Sendo outros crimes, se a pena for igual ou maior que 4 anos, perde o cargos. A perda do cargo não atinge agentes políticos (Promotores, Juízes, Deputados e Senadores). Uma ação própria deve ser iniciada para que estes percam o cargo.Políticos: suspensão de direitos políticos durante a condenação ( direito de votar e ser votado).

Lei da Ficha Limpa: atinge o direito de elegibilidade por 8 anos. Produz efeitos antes do transito em julgado. Ela exige apenas que exista a condenação por órgão colegiado (tribunal do júri, Desembargadores) Nos crimes praticados por organização criminosa, o juiz pode pedir o auxilio de outros dois, a decisão será então, de primeiro grau, porém colegiada

Obs: os efeitos penal, político e administrativo não são automáticos, o juiz deve declara-los na sentença, os efeitos não são presumidos, se o juiz não declara-los, eles não serão cumpridos.

Medidas cautelares

A sentença condenatória não gera automaticamente a renovação das medidas cautelares. Se o juiz entender que são necessárias, devera fundamentarnovamente na sentença.

Caso a sentença tenha sido absolutória os efeitos são automáticos. O recurso de apelação de sentença absolutória não tem efeito suspensivo.

SENTENÇA CONDENATÓRIA:

O juiz pode condenar mesmo que a condenação peça a absolvição. (princípio do livre convencimento).

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DOSIMETRIA DA PENA

FASES (artigo 68, CP):

1 – estabelecer as penas aplicáveis dentre as cominadas.

2 – fixa a pena base, de acordo com artigo 68 e 59, do CP. JURISPRUDÊNCIA: primário e bons antecedentes – pena mínima (há exceções).

3 – atenuantes e, depois, agravantes;

4 – causas de diminuição e, depois, causas de aumento (da parte geral); só existe uma causa geral de aumento – artigo 29, §2º.

5 – causas de diminuição e, depois, causas de aumento (qualificadoras), da parte especial (sistema trifásico – análise conjunta com a parte geral);

6 – fixa regime inicial de cumprimento da pena (artigo 33, CP);

7 – se for o caso, substitui a pena privativa de liberdade pela medida de segurança, para o semi imputável; (fim do duplo binário).

8 – se for o caso, substitui a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, artigo 44, CP;

9 – se for o caso, concede o sursis, artigo 77, CP.

Artigo 67, CP, fala que, no concurso de atenuantes e agravantes, pena deve aproximar-se das circunstâncias preponderantes (motivos do crime, personalidade do agente e reincidência). CRÍTICA personalidade.

Posição majoritária: Juiz escolhe a preponderante entre as atenuantes e a preponderante entre as agravantes e, não, entre ambas.

Juiz manda expedir o mandado de prisão.

Na hora de julgar procedente ou improcedente, o juiz ao condenar tem que indicar o dispositivo legal que ele está condenando a pessoa, ai indica o tipo penal que a pessoa incidiu. Ai começa na fase de conclusão da sentença aplicar a pena seguindo as regras art. 68 do CP, que estabelece o critério trifásico de aplicação da pena.

Começando com pena base, art. 59, CP, o juiz dentro dos parâmetros previstos no crime (2 a 4, 6 a 20 etc.) vai analisar os critérios do art. 59 para fixar a pena base, entende-se que se ele não tiver no art. 59 nenhuma fundamentação especial a pena base deverá ficar no mínimo. A jurisprudência entende que prevalece os bons antecedentes e primariedade, se o acusado tiver esses dois itens a chance de ficar no mínimo é muito alta.

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Poderá aumentar o mínimo se verificar uma anormalidade nas outras circunstâncias, como conduta social, comportamento da vítima, personalidade do agente, culpabilidade, consequência do crime. Para que possa aumentar a pena tem que ter alguma anormalidade dentro dessas circunstâncias do art. 59, CP.

O regime de cumprimento está estabelecido pelo código penal: de 0 a 4 regime aberto, mais de 4 a 8 semiaberto, mais de 8 fechado, essa regra se aplica aos crimes comuns. Nos crimes hediondos o início poderá ser no fechado.

O condenado é semi imputável – continua com a doença – a pena irá ser convertida em medida de segurança

Se a pena for menor de 4 anos, com crime praticado sem violência e grave ameaça, poderá ser convertida em serviços para a comunidade.

Art. 386 (SENTENÇA ABSOLUTÓRIA):

Essa sentença também exige a fundamentação de acordo com o art. 386 do CPP, esse artigo tem 7 incisos, o juiz quando absolve julga improcedente a denúncia e absolve o acusado nos termos do art. 386 nos termos dos incisos.

A absolvição deve ser na forma do artigo 386, do CPP, juiz deve apontar o inciso.

Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:

I - estar provada a inexistência do fato.( certeza) ação civil também deverá absolver.(

II - não haver prova da existência do fato;(duvida)

III - não constituir o fato infração penal;(certeza)

IV –  estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;

(certeza) ação civil também deverá absolver.

V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;(duvida)

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;(tanto certeza quanto duvida)

VII – não existir prova suficiente para a condenação.(Clausula genérica de absolvição duvida)

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Produz efeitos imediatamente

Inciso I ou IV – ação civil também deverá absolver.Inciso VI – na maioria dos casos, sim. Demais – não influenciam.

QUESTÕES INCIDENTAIS E PROCEDIMENTOS INCIDENTAIS

Questões que ocorrem dentro do processo, questões e procedimentos nem sempre acontecem. Uma vez instaurada essa discussão tem que solucionar de alguma forma.

Pode ser um incidente dentro do processo, os procedimentos incidentais são apensados a ação principal, as questões não, as questões são solucionadas nos próprios autos processuais.

Questão prejudicial - ela pode ser um crime ou uma situação jurídica que antecede o mérito e irá influenciar no próprio julgamento da causa. Ela pode surgir ou não, inclusive não é comum. Mas poderá surgir. Exemplos:

Bigamia - se surgir no processo uma questão sobre a validade do primeiro casamento, estabelece-se uma questão judicial.

Receptação - pode ser uma prejudicial se a coisa não for produto de crime, ou seja, a discussão sobre a natureza da coisa.

É uma controvérsia que surge durante o processo em relação ao estado das pessoas, a ocorrência anterior de um ilícito ou em relação a qualquer elemento normativo do tipo penal que irá exigir então a solução desta questão antes da

decisão de mérito. As questões prejudiciais possuem como características a anterioridade, autonomia e essencialidade. Surge a questão preliminar quando o conceito se torna polemico.(Quem levanta a preliminar é a defesa). A questão prejudicial interfere significativamente no mérito, pode gerar absolvição, condenação e até alteração da acusação.

Natureza: tem natureza jurídica de prejudicial, ou seja, prejudica o exame do mérito, ela antecipa o exame do mérito. Essa natureza prejudicial é vista também como condicional, porque ela condiciona a análise do mérito. È depois da preliminar e antes do mérito.

Distinção: a questão prejudicial não se confunde com a preliminar, preliminar diz respeito a pressupostos processuais e condições da ação. A questão prejudicial é autônoma, existe independentemente da ação. Questão preliminar é processual, existe dentro do próprio processo, e impede o Juiz de julgar o

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mérito principal. Preliminar pode ser , como no CPC (litispendência e coisa julgada) e pode ser de mérito (extinção da punibilidade).

Caracterização:

Anterior - deve ser anterior ao processoNecessária – deve estabelecer uma polêmica.Autônoma – possui ‘’vida própria’’ – pode ser solucionada em ação própria.

Classificação:

Homogenea: é aquela de direito penal – saber a respeito de um crime que antecede o mérito. Tem natureza criminal. Ex.: na receptação a origem ilícita da cosia é uma discussão de natureza criminal, tem que discutir se tem um crime anterior para saber se houve a receptação, essa discussão vai ser discutida no criminal.

Heterogênea: discute as situações jurídicas, exemplo, o casamento é direito de família. Tem natureza não criminal. Já no caso da bigamia vai ser uma discussão do direito de família. No caso se o local é público ou não é uma questão de direitoadministrativo, são questões heterogêneas, não tem natureza criminal.

Não devolutivas: quando o juiz não devolve a solução para outro juiz, ou seja, é o próprio que decide a questão. Ele próprio soluciona a questão judicial sem encaminhar para outro.

Devolutivas: quando o juiz encaminha a solução para outro. O juiz da ação penal vai devolver ou entregar a solução para outro juiz.

Absolutas - quando não ha nenhum elemento no processo e o juiz precisa aguardar a decisão do outro juizo; Absoluta obriga sempre o juiz a encaminha para outro juiz a solução, ex.; quando tiver respeito com relação ao estado das pessoas, o juiz criminal não tem condição se o primeiro casamento foi válido ou não, nesse caso como diz respeito ao estado das pessoas obrigatoriamente tem que encaminhar a solução ao juiz cível, enquanto isso o processo fica suspenso e também suspende a prescrição, art. 92, CPP e art. 116, CP.

relativas - existem elementos que permitiriam o juiz decidir, porem, existe outro processo em tramite em outro juizo. ele pode encaminhar ou não, no caso do furto, pode esperar a discussão da propriedade no cível ou fazer no criminal, se ele encaminhar tem que suspender o processo com prazo de até um ano, art. 93, se essa solução não vier em até um ano ele pode resolver e dar andamento ao julgamento.

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Enquanto o processo for suspenso, não corre o prazo prescricional - enquanto não for resolvida a questão devolvida.

Obrigatória: quando o juiz é obrigado a suspender o curso da ação. Ocorre nas devolutivas absolutas.

Facultativa: juiz pode ou não suspender . Ocorre nas devolutivas relativas. Vai suspender somente se ele encaminhar para outro juiz.

Não é a questão que é obrigatória ou facultativa, mas a suspensão.

SISTEMAS DE SOLUÇÃO DA QUESTÃO PREJUDICIAL

Predominância da jurisdição penal - não devolutivas – o juiz penal sempre decide as questões prejudiciais, independente de sua natureza. segundo esse modelo sempre o juiz da causa que resolve a questão prejudicial, nesse modelo de solução ela será resolvida na esfera penal, jamais será encaminhada para outro juiz.

Separação judicial absoluta - sempre o juiz criminal espera o outro resolver. Sempre que tiver uma questão prejudicial vou encaminhar para outro juiz resolver, aqui o juiz da causa nunca seria competente para julgar a questão prejudicial.

Prejudicialidade facultativa - é opcional ao juiz devolver ou não. Misto/eclético - é a soma do três anteriores. Processo penal brasileiro

Exceções

São procedimentos incidentais - via de regra, são utilizados para se arguir questões preliminares - relativas a pressupostos ou condições da ação.

Em outros sistemas processuais, a exceção poderia ser utilizada para arguir varias outras coisas, até mesmo a defesa de mérito - em outros, é utilizada para pedir a extinção do processo sem o julgamento de mérito.

A doutrina processual cogitou de alguns modelos para se utilizar a exceção:

1) Razões de defesa: para defesa apresentar suas razões.

2) Extinção da punibilidade em razão de prescrição e outras causas.

3) Rejeição da ação.

O no processo penal não utilizou nenhuma dessas três.

São procedimentos incidentais - via de regra, são utilizados para se arguir questões preliminares - relativas a pressupostos ou condições da ação.

Em outros sistemas processuais, a exceção poderia ser utilizada para arguir varias outras coisas, até mesmo a defesa de mérito - em outros, é utilozada para pedir a extinçao do processo sem o julgamento de merito.

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processuais - são aquelas utilizadas para discutir questões preliminares. Incompetência, litispendência, coisa julgada, ilegitimidade da parte.

Dilatórias: não extinguem o processo, mas, causam uma dilação processual, ou seja, sofre uma alteração no seu curso normal. não busca extinguir o processo sem julgamento de mérito.Ex.: incompetência relativa, suspeição.

Peremptórias: extingue o processo sem julgamento de mérito. Busca extinguir o processo sem julgamento de mérito mas sem extinguir o processo. Ex.: incompetência absoluta, coisa julgada, litispendência, ilegitimidade da parte etc.

Substancial ou material - discute o direito material. Exemplo: exceção da verdade no crime de calunia.

Sistemática do CPP

A exceção é uma opção das partes - Suspeição, Impedimento, Incompatibilidade.

Opção da defesaIncompetência, litispendência, coisa julgada, ilegitimidade da parte.

Podem ser alegadas como preliminares ou exceções.

Todas as questões podem ser reconhecidas de oficio pelo juiz. No código de processo penal o juiz pode conhecer até a incompetência relativa de oficio, no de processo civil não.

No atual código de processo civil o sistema é rígido, existe o meio certo para se arguir determinada coisa. Litispendência, coisa julgada, ilegitimidade da parte possuem exceção própria, sob pena de o juiz não conhecer.

TIPOS DE EXCEÇÃO

Suspeição: pode ser do juiz, do promotor, do perito e do escrivão.

É um vínculo subjetivo com o processo ou com a parte.

Amizade íntima, inimizade, interesse na causa.

A exceção de suspeição é a única irrecorrível.

Os personagens se declaram suspeitos de ofício, se não se declararem de ofício, ai a parte vai se valer da exceção para arguir a suspeição.

A exceção é oposta no prazo da defesa, 10 dias após a citação. Só que essas questões podem arguidas de outra forma dentro do processo e em momentos posteriores ao da defesa. Não perco o direito de arguir essas questões mais para frente no processo

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Em relação a delegado não cabe, pois, este atua somente na fase de

investigação.

No procedimento do júri, os jurados são sorteados na hora, ou seja, é

incompatível a suspeição. Também em relação à testemunha não cabe

suspeição em exceção, apenas de forma oral.

O promotor que conduz a investigação não é suspeito para propor a ação penal, existe essa argumentação. Não existe a suspeição para membro do MP que investigou e continuou na ação.

Impedimento: é o vinculo objetivo - é o que se prova documentalmente - é

sócio de uma das partes, é parente de uma das partes, já participou do

processo. (Era delegado na investigação e depois virou juiz) até 3º grau, ou ele

é parte, ou alguém da família é parte, colateral afim até o 3º grau, ou tem

interesse na causa.

Incompatibilidade só atinge o juiz ou o jurado - ocorre em órgãos colegiados -

não pode haver parentes entres si. –

A exceção é incompatível com o júri, qualquer causa deve ser alegada na hora.

No impedimento eu comprovo documentalmente, é de natureza objetiva.

Juiz, MP, intérprete, perito, serventuários.

O novo código traz uma regra, Juiz ou Promotor que lecionarem, estão

impedidos de julgar ações contra a instituição.

Incompatibilidade: só aos Juizes e Jurados

Acontece aos órgãos colegiados, não posso colocar parentes entre si. Não

podem compor Turma Recursal e Juri ( Tio, Sobrinho, marido e mulher).

Jurado só alego oralmente, não posso usar exceção pois é incompatível com o

rito.

Incompetência - pode ser relativa e absoluta - a relativa é territorial, do lugar

da infração. A absoluta será em razão da matéria, natureza do crime ou

funcional.

A incompetência absoluta jamais se convalida - a qualquer tempo pode

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ser anulada.

A relativa pode precluir, ou seja, ela deve ser alegada até o prazo de

defesa, se não for, haverá a prorrogação de competencia. O juiz poder

alegar até o recebimento da denuncia. A incompetência absoluta gera a

extinção sem julgamento do mérito.

No processo civil só posso utilizar a exceção de incompetência absoluta, a

relativa é pela via da exceção e a absoluta é como preliminar.

No processo penal o juiz no momento do recebimento da denúncia pode reconhecer de ofício a incompetência relativa. Todos os casos de exceção podem ser reconhecidos de ofício pelo juiz no processo penal, não há necessidade de arguir. Na questão da incompetência absoluta tem que dizer no momento em que ele receberia a denúncia.

Incompetência relativa é a territorial -> o juiz competente é o juiz do local onde o fato aconteceu.

Competência absoluta -> aquela matéria, prerrogativa de função em razão da pessoa, essa não preclui, pode ser arguida a qualquer tempo. Crime eleitoral é só na justiça eleitoral, crime militar só na justiça militar, crime doloso só no do júri, crime contra prefeito no TJ, crime contra deputado no STF. Se for arguir via exceção tem que ser no prazo da defesa, se quiser arguir depois pode através de qualquer forma, só não mais através de exceção.

3.4. Litispendência e coisa julgada - duas ações com as mesmas partes, o

mesmo pedido e a mesma causa de pedir - ela viola o principio do non bis in

idem. - no caso da litispendencia, a primeira açao ainda esta em andamento e

é ajuizada outra. Com a coisa julgada, a primeira açao ja transistou em julgado.

Em ambos os casos extingue se o processo sem o julgamento do merito.

3.5. Ilegitimidade da parte

Aqui pode ser tanto a ad causam ou ad processum, a ad causam é ser parte, e a ad processum é a capacidade postulatória. A ad processum só acontece na ação penal privada. Ad casuam pode ser tanto na privada quanto na pública.

Ação civil publica - intrancendencia da ação. Ad casuam pode ser tanto na privada quanto na pública.

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Açao penal privada - o querelante pode ser o autor ou o represante legal, o

querelado so pode ser o acusado. Nao se confunde com negativa da autoria. A

ad processum só acontece na ação penal privada, ad processum é a

capacidade postulatória

Rito

Excipiente é quem ingressa com a açao. O excepto é o que sofre a açao.

Recursos

Se for julgada procedente a exceçao cabe rese.

Se for improcedente nao cabe recurso mas a parte pode manejar HC e

Mandado de Segurança.

A suspeiçao nao cabe recurso, porem pode ser manejada HC e Mandado de

Segurança.

A decisao que julga improcedente as exceçoes é uma decisao interlocutoria

simples.

PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA:

Competencia e Jurisdição, envolvem o órgão julgador, Atribuições o órgão acusador.

Nesses casos de conflitos não há participação da defesa, aqui a defesa não se manifesta, em matéria de competência e jurisdição, nenhuma das partes participa, é uma discussão no âmbito jurisdicional. Em matéria de atribuições é no âmbito da acusação, a defesa não participa.

O conflito de atribuição se estabelece entre juízes de uma mesma instância, ou de um mesmo plano jurisdicional.

Conflito de jurisdição entre juízes de instâncias diferentes ou de plano jurisdicionais diferentes. Se for discussão entre o juiz da justiça estadual com juiz da justiça estadual, federal com federal, é conflito de competência. Agora se for justiça estadual com federal, ou de tribunais diferentes, ou de instancias diferentes é de jurisdição.

O primeiro juiz para quem é proposta a ação, ele declina da sua competência, proponho ação em contagem, como o fato aconteceu em BH declino minha competência para o juiz de BH, se o segundo juiz que recebeu concordar não tem conflito, só vai ter conflito se o segundo juiz discordar. Ao invés de devolver para o juiz, ele suscita o conflito e vai para instância superior que

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decide, vai para instância superior comum, se for entre federal e estadual a instância superior comum é o STJ.

Nestes casos o processo fica paralisado, mas a prescrição não, para a defesa é o melhor.

Conflito de atribuições: se dá entre MP estadual com MP estadual, ou estadual com federal, ou federal com federal. Estadual com estadual: o promotor acha que é o promotor do meio ambiente, se o promotor do meio ambiente discordar, se suscitar vai para procuradoria geral de justiça. Estadual com federal: quem resolve é o procurador geral da república. Entre federal com federal: procurador geral da república. A prescrição corre enquanto ninguém decide quem é competente. Competência quem tem é o juiz, o promotor declina das suas atribuições.

RESTITUIÇÃO DE COISA APREENDIDA

Se perdem em favor da união o que foi apreendido (coisas que foram utilizadas no crime), estas coisas ficam apreendidas até que aconteça o transito em julgado.

Ex.: José furtou a bicicleta do João, faz um termo de apreensão da bicicleta, depois faz um termo de avaliação e termo de restituição. Se não houver dúvida sobre a propriedade da coisa e for possível restituir a restituição pode ser feita pelo delegado de polícia

Quando tenho dúvida de quem é o proprietário da coisa será necessário o pedido para o juiz, (quadrilha de estelionatário, pega um tanto de jóia, ai não sabe quem são os proprietários), a restituição vai ser judicial, será autuado em separado, gerando um procedimento incidental. O procedimento incidental pode ser aberto antes da ação penal começar.

O juiz dará vista ao MP, podendo determinar diligências (ex.: ouvir testemunha) no final o juiz pode decidir deferindo o pedido, indeferindo ou se julgando incompetente. Quando defere ou indefere é cabível apelação.

A apelação no processo penal nem sempre vai ser para recorrer da sentença.

Quando se julga incompetente, alega necessitar uma dilação probatória, de uma ação de conhecimento, neste caso a parte tem que ir para o cível, normalmente isso acontece quando tem duas pessoas alegando propriedade.

O delgado na fase de inquérito pode restituir se tiver certeza quem é o proprietário, se tiver dúvida sobre a propriedade, também formulará pedido ao juiz, tal pedido pode ser feito antes da abertura da ação penal. Esse pedido vai dar causa a um procedimento incidental que se chama restituição de coisa apreendida.

MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

Procedimento de caráter incidental, pode acontecer antes da ação penal ser proposta e visam assegurar o juízo.

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Sequestro: visa recuperar a coisa adquirida ilicitamente, ou sejá, o proveito do crime. A pessoa furtou a bicicleta e comprou uma roupa, traficou drogas e comprou um carro, o carro é proveito do crime. O sequestro visa apreender, tirar da disponibilidade da pessoa aquele bem que ela adquiriu ilicitamente.

Quem pode pedir o sequestro? O MP requer e o delegado na fase de investigação representa. Quem requer são as partes, o MP é parte então ele vai requerer, o delegado vai representar. Deposi do seqüestro decretado, terá 30 dias para apresentar a acusação se não perderá o efeito.

O juiz decide, ele não requer nem representa.

O sequestro pode recair sobre bem móvel ou imóvel.

A parte pode opor embargos contra a decisão de seqüestro e da decisão dos embargos, caberá apelação.

A decisão definitiva da perda do bem, só vem com sentença do transito em julgado.

Hipoteca: a hipoteca é utilizada coma finalidade de assegurar uma futura indenização da vítima. Ela recai sobre um bem imóvel. Ex.: vítima sofre um acidente de transito, deixa de trabalhar, fica paralítica e morre, se esperar a ação penal entrar em julgado corre o risco da pessoa deteriorar o patrimônio e a outra ficar sem a indenização. No caso da hipoteca o proprietário fica usando e fruindo a coisa, só não pode vender. Aqui o delegado pode, o MP pode e a vítima ou seu representante legal pode requerer.

Os bens atingidos pela hipoteca são bens lícitos, fazem parte do patrimônio da pessoa.

Arresto: é preparatório ou para o sequestro ou para hipoteca, pode recair sobre imóvel ou móvel. Com o arresto faço uma espécie de levantamento dos bens da pessoa. Cartório/DETRAN.

Se for seqüestrado é bem adquido de forma ilícita, proveito do crime.

Bloqueio de Bens: peço genericamente o bloqueio de bens, pode recair sobre bens móveis e imóveis, pode ser para duas coisas ao mesmo tempo, para recuperação do proveito do crime e para assegurar futura indenização da vítima. É usada analogicamente ao código civil.

O bloqueio de bens não gera um procedimento incidental, é feito nos próprios autos. O sequestro, o arresto e a hipoteca são autuados em separado.

Incidente de falsidade: esse incidente é aberto na fase processual, a ação penal tem que ter sido iniciada, é instaurado quando houver dúvida sobre a idoneidade de algum documento, de alguma prova material trazida por uma das partes.(Ex.: estelionato consistente na emissão de cheque sem fundo, surgindo a dúvida sobre a idoneidade a parte vai pedir a abertura, vai fazer

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uma petição pleiteando a abertura de incidente de falsidade). Procedimento Apensado.

Petição, vista a outra parte em respeito ao contraditório, poderá haver a dilação probatória (ouvir testemunhas, fazer exame grafotécnico) e o juiz decide, o juiz julga procedente ou improcedente. Cabe recurso em sentido estrito.

Se julga procedente temos duas consequências: o documento se torna uma prova ilícita e tem que ser desentranhado do processo e segundo vai ter uma investigação sobre a prática do crime de uso de documento falso.

Incidente de insanidade mental do acusado: pode ser instaurado da fase pré processual ou processual, cogita a dúvida sobre a sanidade mental do investigado. (Pode ser solicitado pelo Delegado, Promotor, Defesa e Juiz).

procedimento

Incidental: separado dos autos principais, onde o juiz de oficio ou atendendo requerimento, nomeará um perito. As partes poderão apresentar seus quesitos,e inçar assistente técnico.

Concluido o laudo este vai para o processo. O laudo pode concluir:

Semi imputável: ele tinha uma consciência parcial do que estava acontecendo, estava sobre efeito de drogas, mulher sobre estado puerperal, pessoa com perturbação temporária, o semi-imputável se for condenado tem direito a redução de pena, caso mantenha a perturbação a pena final é convertida em medida de segurança sendo essa conversão definitiva e irretratável. A medida de segurança exige uma reavaliação periódica, se na avaliação no primeiro ano curar, ai extingue a pena e não tem que voltar para cumprir.

Inimputável: é o doente mental que não sabia o que ele estava fazendo, não pode ser condenado, porque o inimitável pratica ato típico, ilícito, mas não é culpável por falta de consciência, ele vai ter a absolvição imprópria, ato típico, ilícito, mas sem culpabilidade, aplicar-se-á a medida de segurança. Vai ser sujeitado a um tratamento, entre o mínimo e máximo da pena prevista no crime.

Doente Mental Posterior: na hora que praticou o crime era são, mas depois ficou doente mental, pode ser absolvido ou condenado. Se for condenado a pena se converte em medida de segurança. Ele é reavaliado periodicamente, se for tratado e se curar acabou a medida de segurança e está livre. Se não curou ao final pode pedir no cível a interdição, internação.

PROCEDIMENTOS

O conceito do devido processo legal, se materializa nos procedimentos.

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PROCEDIMENTO COMUM

Princípios

Rol não taxtivo.

Devido processo legal: é o processo com as suas fases, etapas, procedimentos, não posso tirar liberdade ou patrimônio de uma pessoa sem obedecer esse princípio.

Contraditório: O contraditório aqui coma ideia de participação simétrica das partes no processo. A ideia de contraditório é de acusação falar antes da defesa, quem acusa falar primeiro e quem defende fala depois.

Ampla defesa: várias garantias que vão estar no processo, defesa técnica, autodefesa etc.

Indisponibilidade procedimental: as partes não poderão abrir mão do procedimento, elas não podem transigir em relação ao procedimento, o procedimento é uma matéria de ordem pública, não compete as partes negociarem o procedimento, o procedimento do processo vai ser aquele previsto na lei. (No novo CPC tem um dispositivo que permite este acordo entre as partes)

Instrumentalidade das formas: as formas um mero instrumento para alcaçar um objetivo dentro do processo, as formas não são um fim em si mesmo, são apenas um caminho para chegar ao objetivo, se o objetivo foi alcançado não vou me ater a forma. Excepcionalmente se houver uma forma expressa em lei, neste caso terei que acatar a forma, e ai a validade vai se acatar a forma.

Celeridade processual: é garantia constitucional, o CPP coloca desde 2008 prazos para o processo acabar, tem prazo para defesa, prazo para alegação, essa celeridade está no art. 5º da CF, só que não se usa muito, só quando tem réu preso.

Economia processual: busca um processo eficiente, vou gastar o menor tempo para praticar o ato, vai gastar menos recursos para praticar o ato, na prática a economia processual pode ser traduzida como a impossibilidade de praticar o ato duas vezes.

Oralidade: é a prática de atos orais, mas vamos ver esse princípio com maior plenitude no juizado especial, no júri e no julgamento perante os tribunais onde tem a possibilidade da chamada sustentação oral.

Oficiosidade: diz respeito a autoridade do juiz durante o processo, se completa com o impulso oficial, embora o estado seja inerte antes da propositura da ação, após a propositura o juiz que vai determinar o andamento do feito.

Ordinariedade: o procedimento ordinário tem uma característica diferente: no final da instrução ha possibilidade de produção de provas complementares,

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então excepcionalmente, caso haja necessidade, o juiz poderá no procedimento sumaríssimo ou sumário adotar o rito ordinário, não haverá prejuízo das partes. Havendo necessidade de forma fundamentada o juiz poderá aplicar o rito ordinário no sumário ou sumaríssimo.

PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO

É aplicável a crimes que tem pena máxima maior ou igual a 4 anos, desde que não se sujeitem a ritos especiais. (Ex.: homicídio que tem procedimento especial do júri, tráfico de drogas).

Posso arrolar até 8 testemunhas, a lei permite que tenha 8 testemunhas por fato e por acusado, se tiver arrolando duas pessoas por dois crimes seriam 16 testemunhas para cada, mas na prática o juiz pode limitar a oitiva dessas testemunhas, se elas forem prestar as mesmas informações, observando a celeridade e economia processual.

Depois do saneamento do processo o juiz tem prazo de 60 dias para que o juiz marque a audiência. Em 85 dias tem que ser encerrada a a fase de instrução. Ex.: se foi preso em flagrante, o flagrante foi convertido em preventiva, esse prazo se considera desde o dia da prisão, esse prazo só é observado se tiver réu preso, ai temos excesso de prazo. Habeas corpus para excesso de prazo, esse excesso não se caracteriza quando a defesa que deu causa ao excesso ela não pode se beneficiar.

Oferecida a denúncia ou queixa (ação penal privada ou privada subsidiária), nesse momento que a acusação tem a oportunidade de arrolar as testemunhas, depois não pode arrolar, a acusação também poderá requerer diligências que não serão feitas junto com a denuncia, serão feitas em peças distintas e se não aceitas cabe recurso em sentido estrito.

O juiz pode não receber se: (i) o fato não constituir crime; (ii) falta de justa causa, ou seja, sem prova mínima de autoria e materialidade; (iii) falta de condições da ação; (iv) falta de pressuposto processual, ou seja, inépcia da denúncia é o mais comum, falta de capacidade postulatória, coisa julgada, litispendência etc.

Se o juiz receber e E o crime for um que tenha pena mínima de até um ano, permite-se a suspensão condicional do processo. Será oferecida para pessoa com bons antecedentes o benefício (2 anos prorrogáveis por mais 2, reparar o dano, comprecer mensalmente no fórum).

Enquanto vigorar a suspensão a prescrição também fica suspensa.

Não cabendo o benefício supracitado, cita-se para a defesa apresenta defesa escrita no prazo de 10 dias, essa defesa é obrigatória. Se a pessoa foi citada e não apresentou defesa o juiz vai nomear um defensor dativo.

A defesa pode arguir preliminar, pode entrar no mérito e falar que não foi a pessoa, pode pedir diligências, pode também opor a exceções dos

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procedimentos incidentais, pode diligenciar quesitos para o perito, o que não pode deixar de fazer é arrolar as suas testemunhas, isso é obrigatório, se ficar sem testemunha nesta fase vai ficar sem arrolar testemunhas.

Exceções: a única que preclui de fato é a de incompetência relativa, as demais pode alegar durante o processo.

Depois da defesa o juiz pode absolver sumariamente, a única hipótese de julgamento antecipado é para absolver ou despacho saneador

O julgamento antecipado da lide no processo penal só é possível para absolver, para condenar não pode.

Os fundamentos que podem ser usados para absolvição: (I) fato não constitui crime; (ii) excludente de ilicitude, tem certeza de uma legitima defesa, estado de necessidade etc. (iii) excludente de culpabilidade, exceto a inimputabilidade por doença mental; (iv) causa de extinção da punibilidade. Se tiver a certeza da presença dessa situação jurídica poderá antecipar o julgamento antecipado da lide para absolver.

No caso da doença mental aqui: vai ter laudo se o juiz acatar o laudo tem absolvição imprópria e aplica medida de segurança, e a medida de segurança como é uma sanção, ela somente é possível tem que fazer o devido processo lega.

O recurso contra absolvição sumária é apelação, exceto se for extinção da punibilidade vai ser recurso em sentido estrito, art. 581.

Se o juiz entender que não é caso de absolvição vai proferir o despacho saneador para marcar audiência de instrução e julgamento no prazo de 60 dias. Neste momento o juiz pode julgar antecipadamente a lide ou determinar a produção da prova, a tendência é só marcar a audiência.

Na audiência:

primeiro ato é a oitiva da vitima, então antes de 2008 se a vítima quisesse ser ouvida tinha que ser arrolada pela acusação ou defesa, depois de 2008 a vitima é intimada da audiência para ser ouvida e prestar declarações.

Depois testemunhas de acusação e depois testemunha defesa, não pode iniciar a oitiva de testemunhas da defesa antes de ouvir todas as testemunhas de acusação, se fizer isso estou dando causa a inversão da prova, essa inversão da prova é uma violação do contraditório. Na precatória a testemunha da defesa pode ser ouvida antes, e vice versa. A precatória é a única forma para ter a inversão da prova.

As testemunhas são arguidas diretamente pelas partes, é o que se chama de cross examination, o juiz ao final pode fazer perguntas complementares. Antes disso era o sistema presidencialista, na hora de ouvir a testemunha tinha que perguntar ao juiz para ele perguntar para a testemunha, hoje os advogados que fazem as perguntas direto, a testemunha não pode responder sobre

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impressões pessoais, excepcionalmente pode falar sobre impressões pessoais quando for elucidar o fato.

O STJ já anulou vários processos porque o juiz começou perguntando antes das partes, o juiz não pode substituir as partes, as partes tem que perguntar.

A testemunha pode ser ouvida por videoconferência quando haja problema de segurança pra ele ou dificuldade de locomoção.

Depois das testemunhas podem ser ouvidos os peritos, peritos não são testemunhas, o perito só pode prestar esclarecimentos sobre questões técnicas, não pode depor sobre fatos, quem depõe sobre fatos soa as testemunhas. Para que o perito seja ouvida a parte deverá requerer a sua oitiva até a10 dias antes da audiência. Para requerer a oitiva do perito tem que apresentar os quesitos escritos que ele vai responder. Além disso, ele pode substituir o seu comparecimento pelas informações escritas.

Acareações: é uma faculdade, se tiver dois depoimentos conflitantes ou declaração da vítima conflitante com depoimento de testemunha pode haver a acareação, coloca um de frente para o outro e repergunta. O CPP quando fala dos meios de prova admite a acareação, mas no procedimento judicial vemos que a acareação é feita antes do interrogatório, na fase judicial existe uma impossibilidade de fazer acareação com o acusado.

Antes de ser interrogado o acusado tem direito de conversar com o seu advogado, tem a opção de ficar em silêncio. O acusado também pode ser ouvido por vídeo conferencia no caso de houver segurança pessoal ou segurança pública, na vide ocorrência do acusado vai precisar de pelo menos dois advogado, um que fique ao lado dele e um que fique ao lado juiz, quando tem videoconferência com a testemunha não precisa disso.

No interrogatório o juiz começa perguntando, primeiro perguntas de ordem pessoal. Ai depois começa as perguntas sobre os fatos, o juiz pergunta primeiro, depois acusação, depois a defesa.

Depois do interrogatório: art. 402, essas diligências são complementares, não posso nessa fase reabrir a instrução, a diligência tem que ser justificada de acordo com a própria audiência. A audiência acaba aqui.

Cumpridas as diligências vista as partes para memoriais, prazo de 5 dias, primeiro acusação e depois defesa. Se tiver assistente de acusação, ele tem 5 dias também, o prazo de 5 dias para cada.

Depois sentença em 10 dias, se as partes não tiverem diligências para requerer vai direto para vista as partes.

PROCEDIMENTO SUMÁRIO

Fica entre o ordinário e o sumaríssimo (juizado). O sumaríssimo tem pena maior ou igual a 2 anos. O ordinário maior ou igual ou maior a 4 anos. Sumário crimes com penas máximas de até 3 anos, mas também é adota para crimes

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onde há uma previsão expressa de que o processo seguirá o rito sumario, ex.: crimes falimentares, os crimes falimentares seguem o rito sumário.

Quantidade de testemunhas: cai para 5 testemunhas, e no ordinário são 8.

A audiência é marcada com prazo de 30 dias, no ordinário são 60.

Não temos o art. 402, a fase de diligências.

- Características

- Rito

Temos a denúncia ou queixa, onde arrolar no máximo 5 testemunhas, eu posso requerer diligências, essa denúncia ou queixa é recebida ou não.

Não sendo recebida cabe recurso em sentido estrito. Se for recebida não cabe recurso, mas a parte pode impetrar habeas corpus, as causas de não recebimento são as mesmas.

Se recebe manda citar para apresentação da defesa escrita em 10 dias, a citação é a mesma coisa dos outros.

Depois da defesa o juiz pode absolver sumariamente ou designar audiência, no caso de designar a audiência vai proferir o despacho saneador.

Se for designar a audiência o prazo cai para 30 dias, absolvição nessa fase é excepcional, ela só vai ser possível numa hipótese que o fato não constitui crime, ou excludente de ilicitude ou culpabilidade que não seja doença mental.

No sumário é audiência de instrução e julgamento.

Vítima é intimada para prestar declarações, testemunhas de acusação, testemunha de defesa (máximo de 5), elas prestam depoimento.

Perito tem ressalva de ser requerida a sua oitiva com antecedência mínima de 10 dias e tem que apresentar os quesitos, só responde por questões técnicas, ao invés de comparecer pode responder por escrito.

Temos a acareações depois e os interrogatórios. No ordinário tem a oportunidade do art. 402, aqui não, aqui vai direto para os debates orais com 20 minutos.

Sentença em audiência, aqui a lei permite que o juiz caso não tenha condições possa proferir a sentença 10 dias após a audiência, mas a preferencia é que a sentença seja dada em audiência, se for dada em audiências as partes já saem intimadas.

Como são 30 dias a menos, a instrução teria que acabar em 55 dias para o caso de réu preso, mas como os crimes tem pena menor que 4 anos, em princípio esses crimes não são passíveis de prisão preventiva, mas se por

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acaso houver a preventiva ou ainda outra medida cautelar que não seja a preventiva, ai tem que observar o prazo para terminar a instrução.

Procedimento Sumárissimo – Lei 9099/95 – Juizados Especiais Criminais

1) CF, art. 98

A previsão dos juizados especiais criminais está no art. 98, CF, determina a cerca da criação dos juizados para apuração dos crimes de menor potencial ofensivo. Aqui também temos federal e estadual.

2) Infrações de menor potencial ofensivo

As penas de menor potencial ofensivo são aquelas que a pena é menor ou igual a 2 anos, o objetivo da lei é despenalizar.

-> PPL menor ou igual a 2 anos: são crimes com penal menor ou igual a 2 anos.

-> Exceção: procedimento especial: salvo aquelas infrações cujo procedimento seja especial, ex.: infração penal militar, não é julgado no juizado, tem procedimento especial. Agora existem situações que seria do juizado, mas um fator tira a competência dele, ex.: não cabe citação por edital no juizado, quer dizer que se o cidadão se comprometeu a ir a uma audiência e sumiu, se isso acontecer não cabe citação por edital no juizado, consequentemente o magistrado encaminhará os autos para justiça comum, em primeiro momento seria juizado, mas como será citado por edital a competência é transferida para justiça comum.

Outra hipótese é foro por prerrogativa de função, suponhamos que o prefeito ameace alguém, pena de menor potencial ofensivo, ele tem foro por prerrogativa de função, será julgado perante o TJ, não são todas as infrações que serão julgadas pelo TJ, crimes federais ele será julgado pela justiça federal.

Todas as contravenções penais (também denominado delito anão, segundo Nelson Hungria) hoje são julgadas perante o juizado.

Todas as vezes que for considerar a competência do juizado tem que: em concurso formal, material ou crime continuado, para que sejam julgadas perante o juizado será necessário somar as penas máximas para chegar, se a soma der inferior ou igual a 2 anos a competência é do juizado, acima de dois anos a competência não é do juizado.

(i) citação por edital; (ii) foro por prerrogativa; (iii) caso acima do concurso material ou crime continuado. Não.

É também excludente, todas as vezes que houve ruma complexidade maior o próprio magistrado poderá encaminhar, por exemplo, perícia, não tem legislação que tenha perícia no juizado, se for algo mais complexo encaminhasse para justiça comum.

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Fixação de Competencia:

- Natureza da infração

Inexistência de circunstância especial

A fixação da competência é pela natureza da infração ou pela inexistência da circunstância especial. A natureza de infração é a competência, a inexistência de circunstancia especial é caso como, por exemplo, a questão do crime militar.

Princípios

Oralidade: tudo no juizado é oral.

Informalidade: no juizado prima pela informalidade. Acontece de intimar testemunha por telefone, eles alegam formalidade, mas fazem isso,

Economia processual: justamente em razão dos dois princípios acima é que se tem a economia processual.

Finalidade/prejuízo: só decreta nulidade no último caso.

Indisponibilidade : se torna disponibilidade

Obrigatoriedade: a ação penal, não é obrigatória para o juizado, ele busca a conciliação, busca evitar a pena privativa de liberdade.

Indivisibilidade: posso fazer acordos no juizado especial com um acusado e dexar de fazer com os demais, ou seja se eu processar um não tenho de processar o outro obrigatoriamente.

No juizado a ação penal pública é indesistivel.

Inovações: criado para acabar com a pena de prisão

Composição civil dos danos: acordo civil entre a vítima e o agressor, e este acordo encerra o processo

4) Medidas despenalizadoras:

São três medidas: (i) composição civil do dano; (ii) transação penal; (iii) suspensão condicional do processo.

Cabe suspensão condicional no processo nos crimes cuja pena mínima não superior a um ano.

No juizado funciona assim: primeiro tem um fato criminoso, a policia lavra um termo circunstanciado de ocorrência, em regra no juizado não tem inquérito policial, isso em regra, mas pode ter.

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No inquérito investiga e ao final o delegado elabora um relatório, no TCO não tem uma investigação.

Eu cometi uma ameaça contra X, X chamou a policia e fez um TCO, eu falo o que eu acho que aconteceu, X fala o que acha. Ai vem outra situação, pode acontecer o inquérito policial se o promotor pedir ou o juiz.

Encaminhou para delegacia, se o autor se comprometer a comparecer a uma audiência de conciliação não há prisão em flagrante, não é característica do juizado ter a prisão em flagrante, em regra não, mas excepcionalmente cabe, ex.: suponhamos que o suposto autor do delito fale que não vai assinar nada e não vai em audiência de conciliação, neste caso cabe prisão em flagrante.

Hoje não existe prisão em flagrante autônoma, para ficar preso o juiz tem que determinar uma preventiva ou temporária, nessa fase haverá necessidade de um requerimento do promotor ou do delegado de uma preventiva ou temporária, só que em hipótese nenhuma o cidadão pode ficar preso como medida cautelar autônoma.

Então, em regra, não cabe prisão em flagrante. Ai marca a audiência de conciliação, nessa audiência pode ter uma composição civil, é no caso ter vítima, eu fiz a ameaça, posso oferecer desculpas, ou até mesmo dinheiro, se a outra pessoa aceitar é feito um acordo que se chama composição civil dos danos. O juiz vai homologar ai extingue-se a punibilidade.

Medidas despenalizadoras:

1) composição civil dos danos (art. 72): é um acordo entre as partes, o juiz vai sentenciar homologando o acordo, esse acordo é um título executivo judicial é extingue-se a punibilidade. Não gera reincidência.

Se não houver acordo temos a transação penal (acordo entre estado, acusação com o suposto autor do fato).(art.76): aqui há um acordo entre o MP e o suposto autor do delito, aqui o MP faz uma proposta de aplicação imediata de PRD, ou multa, ou prestação pecuniária. Se o promotor fizer isso em contrapartida o processo não será levado a diante, o juiz tem que homologar, e uma vez homologado extingue-se a punibilidade.

2) Transação penal: (acordo entre estado, acusação com o suposto autor do fato) proponho uma medida, pena imediata, uma pena alternativa que deixa livre o acusado do processo criminal se cumprido o acordo. (extingue a punibilidade se for promário, bons antecedentes, nenhum processo e não faz uso do benefício.

A) Não ter sido o agente beneficiado anteriormente no prazo de 5 anos -> quer dizer que se faço uma transação penal hoje só posso fazer outra transação daqui a 5 anos.

B) Não ter sido o autor da infração sentenciado definitivamente a PPL -> não pode ter sido condenado nos últimos 5 anos, porque nos últimos 5 anos tem a

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possibilidade da não reincidência. Se for condenado a uma penal multa isoladamente pode realizar.

C) Não ser o caso de arquivamento do TCO -> o certo é o promotor oferecer a transação se for o caso, só que o promotor não olha isso.

D) Circunstâncias favoráveis -> do art. 59 do CP, essas circunstâncias serão observadas pelo promotor. Todas são objetivas, menos essa, ai o promotor oferece quando ele quer.

Se passar por todos os pressupostos, o resultado da transação penal é: aplicação imediata de PRD ou prestação pecuniária. Ai o juiz vai homologar.

No juizado costumam homologar a transação depois de cumprida.

Requisitos:

(i) Não estar sendo processado;

(ii) Não pode ter sido condenado por outro crime também nos 5 anos;

(iii) E também estarem presentes os requisitos do art. 77.

Se for oferecida a suspensão condicional do processo vai aguardar o prazo de 2 a 4 anos, se ele cumprir tudo que foi determinado extingue-se a punibilidade, também não gera reincidência.

Se não aceitar, quando oferece a denúncia é oferecida a suspensão condicional na AIJ. Se não aceitou abre-se vista para resposta à acusação, a defesa de forma oral vai defender sobre aquela acusação. Terminada a defesa oral o juiz vai receber a denúncia ou não, pode ter absolvição sumária também. Se recebe vai ser ouvida na AIJ a vítima, testemunhas de acusação, testemunha de defesa, 3 testemunhas para cada. Cabe interrogatório. Depois tem 20 minutos de debate para acusação e depois para defesa, ai vai ter a sentença. Aqui cabe apelação.

A fase preliminar se realiza na audiência preliminar, essa audiência pretende se realizar tão logo aconteça o fato, a proposta do juizado foi de encaminhar imediatamente os personagens da situação imediatamente a presença do juiz para resolver o conflito. Tem juizado especial em shows, no Mineirão, tem um na Via Expressa que é 24 horas por dia, aconteceu o fato a polícia comparece a situação de flagrância e encaminha os envolvidos para o juizado para audiência preliminar.

O MP pode pedir para o juiz agendar uma audiência preliminar ou uma suposta vítima, caso venha via estado (via policia) vai vir pelo TCO (termo circunstanciado de ocorrência), na fase de investigação policial não temos mais o inquérito, temos o TCO, que nada mais é que o REDS. Nesse TCO tem que conter quem é o suposto autor, quem é a suposta vítima, quem são as testemunhas e o que aconteceu, ai consegue visualizar o cenário para efeitos de direito processual penal.

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No juizado não preciso mais do exame de corpo de delito feito pelo perito, ele pode ser substituído por outro documento idôneo. No juizado posso pegar uma ficha de atendimento médico do SUS, aquela ficha já é prova para fazer a materialidade, pode ser ficha no atendimento privado, o relatório do médico substitui o exame de corpo de delito, existe uma discussão sobre isso, mas o juizado existe desde 1995 e convive com isso, você não precisa do auto de corpo de delito, pode substituí-lo por outro documento idôneo.

Temos dois cenários na audiência preliminar: se for ação penal privada ou ação penal pública condicionada, temos como primeiro passo buscar a composição civil dos danos, composição civil entre o suposto autor do fato e a suposta vítima, porque a vítima neste tipo de processo é que vai oferecer a queixa crime ou que vai representar contra o agressor. Na audiência eu coloco a vítima na presença do suposto autor para ver se fazem um acordo, se tiver um acordo extingue-se a punibilidade. Agora não sendo possível o acordo temos a transação penal, a transação penal já é o MP como suposto autor do fato, não pode ser o particular, é o estado, para ter direito a transação penal a pessoa tem que preencher requisitos subjetivos e objetivos: subjetivos: a transação penal tem que ser adequada e suficiente para o caso concreto, dada a repercussão do caso conscientizar o autor que errou e esta tendo uma chance é importante na transação penal, a pessoa terá consciência que está tendo benefício em troca de não ser processado. Mas tem casos que se fizer a transação penal está desmoralizando a sociedade, tem que se mostrar suficiente para fins de credibilidade a justiça, para fins do caso concreto. Os requisitos objetivos: primariedade, bons antecedentes, não estar respondendo a nenhum processo e não ter sido favorecimento pela transação penal nos últimos 5 anos. Se preencheu os requisitos oferece-se a transação penal, se tiver a transação penal continua sendo primário. A condição pode ser pagar uma multa, prestar um serviço, dar cesta básica.

Na transação penal não basta aceitar, segundo o STF tem que aceitar e cumprir a transação penal para ter direito a extinção da punibilidade.

Na ação penal pública incondicionada a composição civil dos danos é mero pressuposto para transação penal, a composiçãocivil não extingue a punibilidade, apenas da o direito de fazer a transação penal. A composição civil é apenas a reparação do dano, e se aplica com mais evidencia nos crimes ambientais, ex.: a pessoa cortou uma arvore de uma praça, a pessoa tem o compromisso de reparar o dano, se não reparar paga uma multa, se ela aceitar reparar o dano vai oferecer a transação penal.

Agora por algum motivo eu não consegui extinguir a punibilidade, seja porque a pessoa não quis, porque não tinha o direito, seja porque não compareceu a audiência, então não extingui a punibilidade. Ai a denúncia ou queixa é apresentada de forma oral em audiência, ela é reduzida a termo na ata de audiência e tem até 3 testemunhas, em audiência ainda o juiz manda citar o acusado, porque já tem a denúncia ou queixa. Se a pessoa tiver presente ela sai citada na hora, se não tiver presente vai ser citada depois. Essa citação

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também é diferente, porque ela para pessoas comparecer a uma AIJ, onde deve ser acompanhado de advogado e levar ate 3 testemunhas, no processo tradicional arrola sua testemunha na defesa escrita, no juizado não, no juizado vai para audiência com o advogado e levar as testemunhas, pode pedir ao juiz intimar a testemunha, por exemplo, um policial, mas a testemunha é responsabilidade da parte, princípio da auto responsabilidade das partes na produção da prova.

Na audiência preliminar pode estar desacompanhado de advogado, na fase judicial não.

- Fase preliminar

- Fase Judicial

É o procedimento sumaríssimo, que alguns autores chamam de sumariíssimo. Primeiro o juiz pergunta para defesa qual a sua tese de defesa, aqui se for acompanhar uma pessoa no juizado basta dizer que a tese é negativa de autoria, falsa prova para condenação etc. não precisa discorrer sobre a sua tese, é só dizer a sua tese, porque no juizado temos o principio da simplicidade, oralidade, então não precisa rebuscar o processo, o processo flui.

Ai o juiz decide se recebe ou não a denúncia, se ele receber a denúncia a audiência continua, se ele não receber cabe apelação, no processo convencional quando não recebe a denúncia cabe recurso em sentido estrito,no juizado não tem recurso em sentido estrito, tem apelação.

Se receber a denúncia, vai ouvir a vítimas, depois testemunhas de acusação e defesa, interrogatório, debates orais e sentença. Só vai reduzir a termo, ou seja, só vai digitar e constar na ata o que for importante. Debates orais: basta dizer que quer a procedência ou improcedência da denúncia, não tem que ficar o tempo todo falando sobre a prova, falando sobre jurisprudência, doutrina etc. Sentença: a sentença é dispensada do relatório, o juiz vai direto para fundamentação, depois conclusão.

No juizado tem prazo único de 10 dias e apresenta o recurso já acompanhado das razoes recursais. Os embargos declaratório o prazo é de 5 dias, enquanto no prazo normal o prazo é de 2 dias.

Turma recursal: criação da lei do juizado, é exclusiva do juizado, o recurso de apelação, porque os embargos é para o próprio juiz, então a apelação vai para os juízes de primeiro grau que se revezam na turma recursal, a segunda instancia no juizado é exercida pela turma recursal. Normalmente vai transitar em julgado aqui, porque o outro recurso seria o extraordinário para o STF, porque o recurso extraordinário não é fácil de ser admitido, dificilmente temos um recurso extraordinário no âmbito do juizado. Agora o recurso especial não tem forma alguma, o STJ não está na cadeia recursal do juizado.

Habeas corpus e mandado de segurança: se quiser um dos dois, ex.: pedi uma prova e o juiz indeferiu, ai faço habeas corpus para turma recursal, contra ato do juiz competência da turma recursal, contra ato da turma recursal o TJ, ou

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tribunal regional federal, ou STF ->o supremo diz que posso processar a reclamação no STJ, essa reclamação é outra ação constitucional que discute competência e cumprimento de decisões dos tribunais.

- Art. 89: esse artigo atinge os crimes com pena mínima menor ou igual a 1 ano. O juizado fala dos crimes de menor potencial ofensivo que são aqueles que a máxima é menor ou igual a dois anos. Mas o art. 89 pega uma faixa intermediaria de crimes, onde a pena mínima é menor ou igual a 1 ano. Esse art. 89 cria a chamada suspensão condicional do processo (chamada de suspro), aqui tenho processo normal, tem fase de investigação, pode ter sido inquérito policial, tem uma denúncia, o juiz recebe a denúncia, só que o invés de citar para defesa ele intima para uma audiência preliminar, nessa audiência preliminar vai ser oferecida a suspensãocondicional do processo, se a pessoa aceitar o processo fica suspenso por 2 anos, podendo ser prorrogado mais 2 anos, ou seja, pode ser até 4 anos. Se a pessoa não aceitar ou não tiver direito a suspensão ela vai citada para se defender. Para ter direito a suspensão tem que ter os requisitos subjetivos e objetivos, os mesmos da transação penal, a medida ter que ser adequada e suficiente, para pessoa ter consciência que ela esta tendo uma chance, tem que ser primaria e bons antecedentes, não pode ter sido beneficiada antes nos últimos 5 anos. Se ela aceitar ela tem que cumprir determinadas condições durante o prazo de 2 anos. As condições são: reparar o dano; comparecimento mensal em juízo; proibição de frequentar determinados lugares; se for mudar de endereço ou se ausentar da comarca por mais de 30 dias tem que comunicar ao juiz; não pode ser processado de novo (se for processado de novo revoga o benefício e o processo retoma seu curso), ai temos algumas outras medidas como não ingerir bebidaalcoólica, normalmente tem que ter relação com o fato; outra que tem que ter relação com o fato é suspender a habilitação para dirigir, se for com relação a crime de transito, pode suspender por 6 meses, não precisa ser os 2 anos. Se a pessoa cumprir extingue-se o processo e a punibilidade, é como se não tivesse sido processado, agora se a pessoa deixou de cumprir algumas condições o juiz poderá prorrogar o período, pode ficar mais tantos meses, pode ser 2 anos e 2 meses, o juiz que escolhe, tem o limite de mais 2 anos, podendo prorrogar por mais 2 anos. Durante a suspensãocondicional do processo o prazo de prescrição também fica suspenso.

A suspensão condicional do processo pode ser oferecida durante o sumaríssimo só que ela não é interessante, porque quem tem direito a suspensão condicional temdireito a transação, enquanto a suspensão condicional do processo vai ficar 2 anos, mas nada impede se a pessoa aceitar, mesmo se tratando de menor potencial ofensivo.