Atps - Etapa 3 e 4 Processo Civil

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FACULDADE ANHANGUERA DE OSASCOMRCIA A. GALVO MICHELE PERES OSIAS DO NASCIMENTO TORRES ROSENIL TEIXEIRA DA SILVA THAIS EUGNIO GARCIA VANDERLEI WIKIANOVSKI VLADIMIR CASTRO

ATPS

OSASCO 2011

FACULDADE ANHANGUERA DE OSASCOMRCIA A. GALVO R.A 0985000109 MICHELE PERES R.A 0955482004 OSIAS DO NASCIMENTO TORRES R.A 0931412267 ROSENIL TEIXEIRA DA SILVA R.A 0920414566 THAIS EUGNIO GARCIA - R.A 0941470963 VANDERLEI WIKIANOVSKI R.A 0985000075 VLADIMIR CASTRO - R.A 0901366840

ATPSTrabalho elaborado para disciplina DIREITO PROCESSUAL CIVIL, ministrada pelo Prof. Clift Esperndio na FAO Faculdade Anhanguera de Osasco.

As leis humanas no podem ter a infalibilidade que a igreja atribui s leis divinas. Olavo Bilac

SUMRIO1. ETAPA 3 ______________________________________________________ 51.1. Cumprimento de sentena: peculiaridades (art. 475-J e seguintes);

Execuo das obrigaes de fazer e no fazer; Execuo das obrigaes de entrega de coisa, tutela das obrigaes de entrega de coisa; Embargos do executado. Exceo de executividade. Embargos de terceiro. ____________________________________________ 5

2.

ETAPA 4 _____________________________________________________ 262.1. Pesquisa de jurisprudncia sobre o tema das aulas desta etapa,

selecionando 02 casos para cada tema (08 ao total), conforme separao dos temas que segue: 1) Execuo contra devedor insolvente; 2) Execuo contra fazenda pblica; 3) Execuo de prestao Alimentcia (preferencialmente sobre as justificativas do executado); Execuo fiscal. ___________________________________________________26 2.2. Elaborar uma anlise crtica dos julgados, contendo as seguintes partes: 1)

descrio do caso; 2)deciso de 1 grau; 3)rgo julgador. __________________________26 2.3. Pesquisar o anteprojeto de reforma do Cdigo de processo civil, instituda

pelo ato do presidente do senado n 379/2009, cuja ntegra se encontra no site do Senado Federal, e analisar as mudanas propostas em relao ao cumprimento de sentena e ao processo de execuo, com base nos estudos das etapas anteriores e da sala de aula. __30 2.4. Relatar: 1)quais as tendncias de mudanas observadas no histrico de

reformas no processo de execuo e cumprimento de sentena; 2)quais as principais mudanas propostas no anteprojeto. ____________________________________________30

5

1. ETAPA 31.1. Cumprimento de sentena: peculiaridades (art. 475-J e seguintes); Execuo das obrigaes de fazer e no fazer; Execuo das obrigaes de entrega de coisa, tutela das obrigaes de entrega de coisa; Embargos do executado. Exceo de executividade. Embargos de terceiro. 1.1.1. Confrontar as alteraes introduzidas pela lei 11.232/2005 com o sistema anteriormente vigente, buscar a exposio de motivos da referida lei e promover uma anlise crtica das alteraes introduzidas.

O advento da Lei 11.232 de 22 de dezembro de 2005 trouxe uma grande reestruturao no sistema judicial no que se refere ao adimplemento da obrigao de pagar quantia certa fixada em titulo executivo judicial, aps sentena transitada em julgado, ou durante apreciao de recurso interposto sentena sem efeito suspensivo.

A referida lei trouxe como inovao no sistema judicial, a previso da ao sincrtica fase de execuo de sentena condenatria de pagar quantia certa, onde inexiste mais a ao autnoma de execuo de sentena, vindo a existir apenas uma fase procedimental de cumprimento de sentena que se inicia logo aps o transito em julgado da sentena definitiva ou durante a apreciao de recurso interposto sem efeito suspensivo sentena provisria. Isto nos termos dos artigos 475-J, 475-L, 475-M e 475-R no que couber.

de relevncia que se disserte sobre o fato de que j existia ao sincrtica em nosso sistema judicial para cumprimento de sentena nos termos do art. 461 do CPC para obrigaes de fazer e no fazer, conforme redao do citado artigo trazido pela Lei 8.952 de 13 de dezembro de 1994.

6 Assim como e no menos relevante o advento da Lei 10.444 de 07 de maio de 2002 que trouxe a redao do art. 461-A do CPC que prev ao sincrtica para a obrigao de entregar coisa certa, porm as duas situaes indicadas no provem de previso legal para discriminar procedimentos para execues de sentenas de fazer ou de dar coisa certa, ficando a disposio do juiz no caso concreto, diversos mecanismos a critrio do mesmo para compelir o devedor ao cumprimento da sentena (tutela diferenciada ou especfica da obrigao, adaptando o procedimento mais adequado ao caso concreto).

Tambm se faz de suma importncia dissertar sobre a inaplicabilidade das disposies legais aqui discriminadas nos processos em que figurem como parte a Fazenda Pblica, nos quais ainda se faz necessrio a instaurao de processo autnomo de execuo de sentena.

1.1.2. Discutir o acrdo do recurso especial 940.274 MS (buscar no site do STJ) na ntegra (com todos os votos-vista) e elaborar um resumo contendo: 1) a anlise crtica do passo 1; 2) As controvrsias discutidas pelos ministros; 3) Demais temas atinentes ao art. 475-J e seguintes suscitados ao logo do acrdo.

EMENTA "AO DE EXECUO - AGRAVO DE INSTRUMENTO - INTIMAO PARA CUMPRIMENTO DA SENTENA NA PESSOA DO ADVOGADO CONVERSO DA OBRIGAO DE FAZER EM PERDAS E DANOS CONVERSO DA EXECUO DE OBRIGAO DE FAZER PARA QUANTIA CERTA - DETERMINAO DE JUROS E MULTA - POSSIBILIDADE DECISO MANTIDA - RECURSO IMPROVIDO. Levando em considerao e com base no princpio da instrumentalidade das formas, a inteno do ordenamento jurdico no sentido de aproveitar ao

7 mximo os atos processuais, e se no h nada na legislao especificando o modo para a intimao do devedor para o cumprimento da sentena, com base na nova Lei 11.232/2005, nada impede que seja feito na pessoa de seu advogado. No h falar em impossibilidade da converso em perdas e danos ou em converso da execuo para a modalidade de execuo por quantia certa, j que, embora no haja determinao na sentena exequenda, tal possibilidade decorre da lei. Havendo a escolha pela execuo por quantia certa, torna-se correto que haja incidncia de aplicao de juros e multa por estarmos diante de dvida de valor, sob pena de haver enriquecimento sem causa da agravante, bem como em razo de os encargos serem matria de ordem pblica e, automaticamente, devem incidir sobre dvida de valor. A recorrente reclama de violao aos Arts. 293, 467, 475-J e respectivo 1, do CPC. Em suma, alega que: - "(...) embora no haja expressa meno necessidade de intimao para o cumprimento do julgado constitui ato personalssimo, e, por isso, a intimao deve ser pessoal, ou seja, dirigida diretamente parte (...)"; - "(...) os juros de natureza remuneratria, ou seja, compensatria, para coexistirem com os moratrios, deveriam ter sido fixados na sentena, posto que os juros legais citados no art. 293 do CPC so os moratrios.". A 3 Turma afetou o julgamento Corte Especial, no escopo de obter interpretao segura e definitiva para o Art. 475-J do CPC. 1.1.3. Da anlise dos votos dos Ministros 1.1.4. Voto do Ministro Humberto Gomes de Barros (Relator) Sucinta em seu voto a aplicabilidade dos dispositivos da Lei 11.232 de 22 de dezembro de 2005, relativo fase de cumprimento de sentena; Reconhece como termo inicial para contagem do prazo para o arbitramento da multa de 10% do valor liquidado na sentena conforme termos

8 do art. 475-J do CPC, o transito em julgado da sentena definitiva ou durante a apreciao de recursos interpostos a sentena provisria desde que no possuam efeitos suspensivos, porm neste mesmo prisma de entendimento, descarta a possibilidade de se ter como marco inicial da contagem de prazo para o arbitramento da citada multa a cincia pessoal mediante intimao do devedor, pois sendo a sentena um ato processual, a cincia s partes feita atravs dos advogados nos termos dos art. 234 e 238, tambm previsto no 1 do art. 475-J, tudo do CPC; Expe que no h previso legal para que seja expedida exclusiva intimao pessoal do devedor conforme os termos do art. 236 e 237 do CPC; Analisa tambm a diferena de procedimento na fase de cumprimento de sentena antes e depois da vigncia da Lei 11.232/05 e a consequente mudana cultural provocada neste ponto, vez que transfere apo devedor mediante coao pecuniria (multa) o encargo de cumprir a sentena de forma espontnea, tornando onerosa para o devedor a sua desobedincia; Alerta somente que no se aplica os termos do art. 475-J da referida lei nos casos em que o ttulo executivo advindo da sentena no tenha sido devidamente liquidado; Expe que somente ser arbitrada de ofcio a multa prevista no art. 475J depois de transcorrido o prazo de 15 dias aps o transito em julgado da sentena definitiva ou durante a apreciao de recursos interpostos a sentena provisria desde que no possuam efeitos suspensivos, momento a partir do qual requer a provocao do juzo por parte do exequente para expedio de mandado de penhora ou termo de avaliao; E neste diapaso deixou de conhecer da matria atinente multa moratria e aos juros compensatrios, ao fundamento de que os arts. 293 e 467 do Cdigo de Processo Civil no foram prequestionados; Por estes argumentos no acolhe os argumentos do devedor que em sntese alega violao aos art. 293, 467, 475-J e respectivo 1 do CPC, e prolata a seguinte deciso:

9 Nega provimento ao recurso especial ou, na terminologia adotada na Terceira Turma, dele no conhece. 1.1.5. Voto do EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX Discorre inicialmente sobre a nomenclatura que se deve utilizar quando se aprecia o mrito do recurso e exara entendimento no sentido de que: "dele se conhece ou no se conhece ou nega-se ou se d provimento ao recurso". Em relao ao tema concernente ao art. 475-J do CPC. Deliberou tambm sobre a EXPOSIO DE MOTIVOS DA LEI No 11.232, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005 segundo entendimento doutrinrio do Professor Alfredo Buzaid, Alcal-Zamora, Lopes da Costa e de Barbosa Moreira; Deliberou ainda sobre as inovaes jurdicas trazidas com o advento da Lei no 10.352, de 26/12/2001, Lei no 10.358, de 27/12/2001 e Lei no 10.444, de 7/5/2002, culminando na reforma necessria do processo civil com advento da Lei 11.232 de 22 de dezembro de 2005 que introduz a ao sincrtica para execuo de sentena de quantia certa fortalecendo a 'efetivao' forada da sentena condenatria que ser feita como etapa final do processo de conhecimento, aps um 'tempus iudicati', sem necessidade de um 'processo autnomo' de execuo (afastam-se princpios tericos em homenagem eficincia e brevidade); processo 'sincrtico'. Assim, no plano doutrinrio, so alteradas as 'cargas de eficcia' da sentena condenatria, cuja 'executividade' passa a um primeiro plano; em decorrncia, 'sentena' passa a ser o ato de julgamento da causa, com ou sem apreciao do mrito; Por fim deliberou sobre a interpretao do art. 575-J do CPC, considerando que o procedimento da resoluo de mrito uma fase do mesmo processo, depois de liquidado o quantum debeatur inicia-se a etapa de satisfao, cuja ultimao a entrega da soma ao credor. E por consequncia acompanha o voto do relator Ministro Gomes de Barros, que deixou de conhecer da matria atinente multa moratria e aos juros compensatrios, ao fundamento de que os arts. 293 e 467 do Cdigo de

10 Processo Civil no foram prequestionados; pedindo vista dos autos votando antecipadamente, no enfrentando esse tema. Por fim, acompanha o voto proferido pelo Sr. Ministro Relator, filiando-se ao juzo sintetizado na respectiva ementa, acrescente-se que na sistemtica a intimao do advogado tornou-se regra, como, quando intimado para apresentar embargos, substituir bens penhorados, etc. Com essas consideraes, CONHECE PARCIALMENTE, e na parte conhecida, NEGA PROVIMENTO ao recurso especial.

1.1.6. Voto do EXMO. SR. MINISTRO. ARI PARGENDLER Delibera-se inicialmente referente a Lei 11.232, de 22.12.2005 que introduziu um novo sistema executrio no ordenamento jurdico visando celeridade processual e satisfao do credor, ao unificar procedimentalmente as aes condenatrias e de execuo; consequentemente, no mais se justifica a cobrana de custas para a execuo de sentena, nem tampouco nova citao do ru/executado. A ordem proferida na sentena opera seus efeitos de imediato, ou seja, assim que publicada, caber a escolha do devedor em cumprir ou no a sentena, no prazo de 15 dias, previsto no caput do art. 475-J. Tanto o que a lei s prev a situao de intimao do devedor, na pessoa de seu advogado, depois de lavrado o auto de penhora e de avaliao, a fim de oferecer impugnao; Delibera que lei Lei 11.232, de 22.12.2005 introduziu um novo sistema executrio no ordenamento jurdico visando celeridade processual e satisfao do credor, ao unificar procedimentalmente as aes condenatrias e de execuo. Delibara sobre o voto do Ministro Gomes de Barros e Do Ministro Luiz Fux que deixaram de conhecer da matria atinente multa moratria e aos juros compensatrios, ao fundamento de que os arts. 293 e 467 do Cdigo de Processo Civil no foram prequestionados; Em suma, entende que a citao ou intimao para o cumprimento do julgado, seja na pessoa do devedor, seja na pessoa do respectivo procurador;

11 o descumprimento do julgado, e a conseqente aplicao da multa de dez por cento sobre o valor da condenao, se do to logo decorridos quinze dias contados da intimao da sentena, ou se dela tiver sido interposto recurso, do acrdo prolatado no processo de conhecimento. Portanto define que a definio do trnsito em julgado como termo inicial do prazo para o cumprimento espontneo da sentena de condenao em quantia certa aparenta ser o modo mais rpido para a efetividade da tutela judicial. No entanto, a experincia de quem vive o cotidiano forense suscita dvidas a esse respeito cumprimento da sentena supe o conhecimento do respectivo teor, e esse conhecimento s pode ser presumido a partir da data em que as partes orem intimadas de que os autos esto no juzo da execuo; espontneo ou no, o cumprimento da sentena uma forma de execuo do julgado. Assimentende que As partes que devem ser intimadas da sentena, e no os respectivos procuradores, tal como defendido por Jos Miguel Garcia Medina, Luiz Rodrigues Wambier e Tereza Arruda Alvim Wambier, tendo em vista que o cumprimento da obrigao no ato cuja realizao dependa de advogado, mas ato da parte. ou seja, o ato de cumprimento ou descumprimento do dever jurdico algo que somente ser exigido da parte, e no de seu advogado, salvo se houver exceo expressa a respeito, o que inexiste no art.475-J, caput, do CPC; Isto posto, entende que o acrdo contrariou, sim, os arts. 293 e 467 do Cdigo de Processo Civil, implicitamente prequestionados pelo tribunal a quo. Vota, por isso, no sentido de conhecer do recurso especial e de dar-lhe provimento para que, reformado o acrdo, o termo inicial do prazo para o cumprimento hbil da sentena inicie aps a respectiva intimao do devedor, excludos da condenao os juros compensatrios e a multa moratria.

12 1.1.7. Voto do EXMO. SR. MINISTRO JOO OTVIO DE NORONHA

Em princpio perfaz uma anlise criteriosa dos julgados dos Ministros Ministro Humberto Gomes de Barros, Ministro Luiz Fux e Ministro Ari Pargendler Prolata que a melhor doutrina est com o Sr. Ministro relator, pois, do contrrio, a longa e difcil trajetria da reforma da legislao processual civil seria jogada por terra. Estabelecer-se que o devedor deve ser intimado pessoalmente equivaleria a reeditarmos a citao do processo executivo anterior, "cuja eliminao foi um dos grandes propsitos da Lei n. 11.232/2005. A dificuldade de encontrar o devedor para uma segunda citao aps o trmino do processo de conhecimento era um dos grandes entraves do sistema anterior e por isso foi eliminada, conforme expressamente se colocou na exposio de motivos da referida lei." Delibera que a inovao trazida pelo cumprimento da sentena, inverteuse "a velha mxima brasileira de que bom negcio desacatar deciso judicial". O legislador exteriorizou, no referido dispositivo legal, o seu intuito de dar celeridade e efetividade entrega da prestao jurisdicional e, para tanto, o advogado deve assumir o relevante papel que lhe atribudo pela nossa Constituio Federal, em seu art. 133, assim como pela legislao que lhe prpria, como o Estatuto da Advocacia e o seu Cdigo de tica, conforme bem destacado pelo eminente relator, destaca que a intimao pessoal da parte ocorre to-somente em situaes especiais previstas na legislao e que, no caso do art. 475-J, do CPC, a intimao deve ocorrer na pessoa do advogado constitudo nos autos Sendo concedida a oportunidade para o adimplemento voluntrio do crdito exeqendo, o no pagamento no prazo de quinze dias importar na incidncia de multa no percentual de dez por cento sobre o montante da condenao (art. 475-J do CPC), compreendendo-se o termo inicial do referido prazo o primeiro dia til seguinte data da publicao de intimao do devedor na pessoa de seu advogado, na Imprensa Oficial.

13 Quanto a esse tema intimao do devedor na pessoa do seu advogado para o cumprimento da sentena, art. 475-J, do CPC , acompanha o voto do Sr. Ministro relator. Em relao aos juros compensatrios, todavia, parece-lhe que assiste razo ao Ministro Ari Pargendler. Isso porque, apesar de os artigos apontados como violados 293 (interpretao restritiva do pedido) e 467 (coisa julgada) do Cdigo de Processo Civil no terem sido mencionados no acrdo impugnado, a matria recorrida (ampliao do pedido) foi expressamente debatida pelo Tribunal a quo e, em razo disso, tenho como prequestionada implicitamente a questo. Referente ao trnsito em julgado da sentena condenatria com fora executiva (sentena executiva) ocorrer na instncia recursal (STF, STJ, TJ ou TRF), e no no juzo originrio da causa lhe pareceu que a melhor soluo est na conjugao do art. 475-J com o art. 475-P, inciso II e seu pargrafo nico, o qual determina que o cumprimento da sentena ser no juzo que processou a causa no primeiro grau (inciso II), ou em uma das opes em que o credor poder fazer a escolha, na forma do seu pargrafo nico (local onde se encontram os bens sujeitos expropriao ou o atual domiclio do executado). Portanto, aps o trnsito em julgado da sentena condenatria, o retorno dos autos Comarca de origem, a aposio do 'cumpra-se' pelo juiz de primeira instncia e a intimao do devedor, na pessoa do seu advogado, a multa de 10% (dez por cento) somente incidir aps transcorrido o prazo de quinze dias previsto no art. 475-J, caput, do CPC. Diante disso, conhece do recurso especial e d-lhe parcial provimento para to-somente excluir os juros compensatrios da condenao, deixando de faz-lo em relao multa moratria em face da inexistncia de pedido nesse sentido. 1.1.8. Voto do O EXMO. SR. MINISTRO FERNANDO GONALVES Em fase inicial de deliberao perfaz uma criteriosa anlise dos votos dos demais ministros anteriormente verificados, identifica os motivos de direito pleiteados pelo recurso, conhecendo que a controvrsia gira em torno da

14 necessidade de intimao pessoal do devedor para cumprimento da sentena, nos termos da letra J, do art. 475, do Cdigo de Processo Civil, introduzida pela Lei 11.232, de 2005 no escopo de obter interpretao segura e definitiva para tal dispositico. Disserta em preliminares que a intimao do devedor por meio de seu advogado a que melhor atende ao objetivo da reforma introduzida pela Lei 11.232, de 2005, sob pena de no se poder falar efetivamente em reforma. Com efeito, a execuo como apenas uma fase do processo de conhecimento e no mais como um processo autnomo no comporta se fale em intimao pessoal, pois essa implica no mesmo nus da citao, gargalo ensejador das alteraes sobre as quais ora se debate. Por outro lado, parece-lhe bem mais interessante para o credor receber desde logo o montante devido, do que ver seu crdito acrescido de 10%, porm sujeito aos inmeros percalos da execuo para seu recebimento. Nesse contexto, em linha de princpio, a necessidade de ajuizamento de demandas consignatrias ser uma exceo e no a regra No que respeita aos juros remuneratrios, acompanha o voto divergente, no sentido de que no podem ser exigidos, porm por outro fundamento. Com efeito, como dito alhures, o caso concreto cuida de execuo de sentena coletiva relativa obrigao de fazer, convertida pela exequente individual em perdas e danos. Nesse contexto, cr que a incidncia de juros compensatrios somente seria possvel se a converso tivesse se dado em momento anterior, de modo a constituir validamente o ttulo ora exigido na execuo. Em face do exposto, conhece em parte do recurso e, nesta extenso, dou-lhe provimento para afastar os juros compensatrios do valor executado a ttulo de perdas e danos.

1.1.9. RETIFICAO DE VOTO DO EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX Sr. Presidente, a votao do Sr. Ministro Humberto Gomes de Barros era no sentido de que o prazo corria normalmente. Quero me alinhar

15 jurisprudncia que est sendo formada agora e retifico meu voto para acompanhar o voto do Sr. Ministro Joo Otvio de Noronha. 1.1.10. VOTO DO MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA:

Em breve linhas o citado Ministro relata ao presidente que tambm vota no mesmo sentido e lembrando, alis, que essa regra, embora nova, no afasta as regras gerais do Cdigo a respeito da contagem dos prazos. Por exemplo, o art. 184, 2, e o art. 240, pargrafo nico do CPC, so expressos no sentido de que os prazos comeam a correr depois da intimao. Ento, ali claro que tem de haver uma intimao, a no ser quando a lei seja clara e expressa a respeito em sentido contrrio, o que no . Acompanha o voto dos Srs. Ministros Fernando Gonalves e Joo Otvio de Noronha e os demais que votaram com S. Exas. 1.1.11. RESUMO

Passo a analise do RECURSO ESPECIAL N 940.274 MS como segue; Pairou no seio do Supremo Tribunal de Justia pea recursal sobre aplicabilidade da Lei 11.232 de 22 de dezembro de 2005, a qual alterou o sistema judicirio no tocante execuo de sentena, tornando esta fase do processo mais clere, criando o conceito de ao sincrtica na fase do cumprimento de sentena de quantia certa (ttulo executivo), extinguindo o processo de execuo (processo autnomo), persuadindo o devedor a cumprir espontaneamente o veredito da sentena de quantia certa (Liquidada), sob pena de ser-lhe aplicada multa pecuniria caso no haja o cumprimento voluntrio da sentena dentro do prazo de 15 (quinze) dias a partir do momento em que a sentena pode ser executada definitiva ou provisoriamente. Calorosos debates jurdicos efetivaram-se durante a apreciao do Recurso Especial em epgrafe, dos quais passo a discriminar; - divergncia de entendimento quanto a cincia do veredito do transito em julgado da sentena que deveria ser ato processual personalssimo

16 mediante citao na pessoa do devedor sucumbente ou na pessoa do advogado da parte perdedora; - divergncia entre o entendimento do prazo inicial para contagem dos 15 (quinze) dias para o pagamento voluntrio da quantia liquidada em sentena, o qual contar-se ia da publicao do transito em julgado da sentena ou da citao aps chegada dos autos no juzo de primeira instncia originrio da demanda; - divergncia de entendimento de onde se encerra o prazo do adimplemento voluntrio e onde comea o prazo inicial da incidncia da multa de 10% do 475-J do CPC, se do transito em julgado da sentena ou durante a apreciao de recurso sem efeito suspensivo ou se aps transcorrido 15 dias da cincia do advogada do sucumbente ou do prprio devedor, ou aps a baixa dos autos Comarca de origem e a aposio do "cumpra-se" pelo juiz de primeiro grau, - se o devedor haver ou no de ser intimado na pessoa do seu advogado, por publicao na imprensa oficial, para efetuar o pagamento no prazo de quinze dias, e a partir de quando? caso no o efetue, passar a incidir sobre o montante da condenao, a referida multa de 10% prevista no 475-J do CPC; - validade ou no do decurso do prazo para o adimplemento voluntrio da sentena e marco inicial da penalidade da multa de 10% do valor da causa, independente de citao formal do advogado ou do devedor; - O juzo competente para o cumprimento da sentena em execuo por quantia certa ser aquele em que se processou a causa no Primeiro Grau de Jurisdio (art. 475-P, II, do CPC), ou em uma das opes que o credor poder fazer a escolha, na forma do seu pargrafo nico local onde se encontram os bens sujeitos expropriao ou o atual domiclio do executado; - Os juros compensatrios no so exigveis ante a inexistncia do prvio ajuste e a ausncia de fixao na sentena;

17 - se o cumprimento da sentena se efetiva ou no de forma automtica, ou seja, logo aps o trnsito em julgado da deciso. De acordo com o art. 475J combinado com os arts. 475-B e 614, II, todos do CPC, cabe ao credor o exerccio de atos para o regular cumprimento da deciso condenatria, especialmente requerer ao juzo que d cincia ao devedor sobre o montante apurado, consoante memria de clculo discriminada e atualizada. - se os juros de natureza remuneratria, ou seja, compensatria, para coexistirem com os moratrios, deveriam ter sido fixados ou no na sentena para serem passveis de exigibilidade, posto que os juros legais citados no art. 293 do CPC so os moratrios; Portanto na emisso da deciso ao Recurso Especial em epgrafe, todos estes pontos controversos foram enfrentados pelos ministros, uns de forma amena outros de forma especfica, mas todos devidamente analisados e deliberados a ponto de firmar o entendimento da matria de forma jurisprudencial a ser adotada em face de futuros julgamentos de recursos que desta matria se mostrem inconformados quanto execuo dos julgados referentes a quantia certa tramitada em julgado de sentena condenatria ou durante apreciao de recurso ao veredito sem contudo sob o efeito suspensivo e aplicabilidade de multa percentual de 10% do valor da causa caso no haja nestas circunstncias o adimplemento voluntrio do devedor ao valor liquidado em sentena dentro do prazo de 15 dias estipulados para sua efetivao. A 3 Turma afetou o julgamento Corte Especial, no escopo de obter interpretao segura e definitiva para o Art. 475-J do CPC, do qual extrai as premissas que se seguem; = A sentena ganhou novo atributo alm da mera condenao, tornando-se mandamental. Agora, o Estado, alm de condenar, substituindo pela sua, a vontade do derrotado, impe-lhe obedincia. O condenado fica obrigado a satisfazer a vontade do Estado, sob pena de multa legalmente cominada.

18 = A velha tradio de que a execuo constitui encargo do credor, inverteu-se. Agora, o processo continua por inrcia, at a completa satisfao do vitorioso. = transfere ao devedor, mediante coao pecuniria (multa), o encargo de cumprir espontaneamente a sentena; =torna onerosa a recalcitrncia do perdedor em cumprir a condenao. = Inverte-se, assim, a velha mxima brasileira de que bom negcio desacatar deciso judicial. = o novo preceito dirige-se ao condenado a pagar quantia certa ou j fixada em liquidao, ou seja: em sendo ilquida a condenao, o Art. 475-J no incide; = o devedor tem o prazo de quinze dias para efetuar o pagamento, ultrapassado o prazo, incide automaticamente a multa. A incidncia automtica; independe de requerimento ou de qualquer ato declaratrio ou constitutivo; = aps a incidncia da multa, o juiz (agora, provocado pelo credor) expedir mandado de penhora e avaliao. S aps incidir a multa que se faz necessria provocao do credor. Nessa provocao, lcito requerer o pagamento da condenao, j acrescido da multa, nesse caso, a penhora levar em conta o valor da condenao acrescido da multa. = Julgada a apelao, possvel a oposio de embargos (declaratrios ou infringentes). Como esses recursos tm efeito suspensivo, a condenao ainda no exigvel. Enquanto pender algum deles, no se inicia o prazo de pagamento; Superados esses dois apelos, abre-se oportunidade para interposio de recurso especial e extraordinrio. A partir da, a situao muda: como ambos apelos carecem de efeito suspensivo, a deciso condenatria torna-se exeqvel transcorridos os quinze dias, contados da publicao do acrdo que rejeitou os embargos; Ultrapassados os quinze dias a multa acrescenta-se condenao;

19 = Assim ocorre, tambm, se o devedor deixa a sentena condenatria transitar em julgado. O trnsito em julgado tambm abre o prazo de quinze dias para fazer o pagamento, sem acrscimo de multa, J o devedor que, inconformado com a sentena, interpe recurso sem efeito suspensivo, corre risco de, em no obtendo xito, pagar o dbito, acrescido da multa. = A multa nada tem com o trnsito em julgado. Sua exigncia resulta simplesmente da exigibilidade do ttulo gerado pela sentena tanto por efeito da coisa julgada, quanto da submisso a recurso sem efeito suspensivo. = Em suma: a penalidade incide a partir do momento em que a sentena pode ser executada definitiva ou provisoriamente. = No correto o condicionamento da multa intimao pessoal do devedor. Com efeito, a sentena um ato processual, cuja cincia s partes feita mediante intimao (CPC, Art. 234) ao advogado da parte (Art. 238). = A intimao - dirigida ao advogado tambm prevista no 1 do Art. 475-J do CPC, relativamente ao auto de penhora e avaliao. Nesse momento no pode haver dvidas a multa de 10% j incidiu (se foi necessrio penhorar, porque no houve o cumprimento espontneo da obrigao em quinze dias). = No entanto, o devido processo legal visa ao cumprimento exato das normas procedimentais. O vencido deve ser executado de acordo com o que prev o Cdigo. Assim como no lcito subtrair-lhe garantias, defeso aditlas alm do que concedeu o legislador em detrimento do devedor.

Confiante de que foi atingido o objetivo acadmico de anlise de caso, trazido pela crtica ao RECURSO ESPECIAL N 940.274 - MS (2007/00779461), o qual pacificou e delineou o exato entendimento de aplicabilidade das mudanas trazidas pela Lei 11.232 de 22 de dezembro de 2005 ao CPC referente execuo de sentena de quantia certa, encerramos os apontamentos.

20

1.1.12.

Elaborar um quadro comparativo entre os embargos do

executado, os embargos de terceiro e a exceo de executividade, buscando fundamentos doutrinrios e jurisprudenciais. EMBARGOS DO EXECUTADO Previso Legal Art. 736 a 740 do CPC EMBARGOS DE TERCEIRO EXECEO DE EXECUTIVIDADE

Art. 1.046 a 1.054 do No H - Construo CPC Art. 1.046 do CPC 1 Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor. 2 - Equipara-se a terceiro a parte que, A exceo de Doutrinria

executividade um instituto jurisprudncia, jurdico que criado pela doutrina e concede ao devedor a possibilidade de se defender dentro do processo execuo, independentemente de penhora ou depsito. de

Art.

736.

O

executado, posto figure no processo, de defende bens que, pelo ou ttulo de sua aquisio ou de possuir, no podem ser atingidos pela apreenso judicial. 3 Considera-se terceiro o tambm

independentemente Legitimidade penhora, execuo embargos. depsito por meio

cauo, poder opor-se pela qualidade em que os

cnjuge quando defende a posse de bens dotais, prprios, reservados ou de sua meao.

21 Art. no 1.046 do CPC -

Quem, no sendo parte processo, sofrer turbao ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreenso judicial, em casos como o de penhora, arresto, alienao arrecadao, arrolamento, podem como Objetividade ser inventrio, Os embargos do executado partilha, poder requerer conceituados lhe sejam manutenidos ao que de ou restitudos por meio de se embargos; embargos de Extinguir a pretenso executiva viciada ou inexistente. depsito, sequestro, judicial,

conhecimento processo autnomo em

desenvolve por meio de um Art. 1.047 - Admitem-se incidental ainda que o terceiro: posse, quando, nas

executado contrape-se I - para a defesa da execuo que lhe movida aes de diviso ou de demarcao, for o imvel sujeito a atos materiais, preparatrios da fixao de rumos; II - para o credor com garantia alienao objeto da real obstar do hipoteca, judicial ou definitivos, da partilha ou

penhor ou anticrese.

22

Art. de

738. 15

Os

embargos dias, da do ser opostos tempo Esta possibilidade da de ou podendo do Art. 1.048 - Os embargos atribuda ao devedor a independe no ocorrncia de penhora enquanto embargos, e, no fase

sero oferecidos no prazo (quinze) da aos data autos contados juntadao

mandado de citao.

1 Quando houver mais podem de um executado, o prazo qualquer para cada um deles processo

embargar conta-se a partir conhecimento Prazo para interposio mandado 2 doo

da juntada do respectivo no transitada em julgado ocorrer em qualquer citatrio, salvo a sentena, tratando-se de cnjuges. processo de execuo, procedimento, j que arrematao, de matria de ordem

Nas execues por at 5 (cinco) dias depois se trata de arguio executado ser adjudicao ou remio, pblica, que pode ser

carta precatria, a citao da

imediatamente comunicada mas sempre antes da suscitada a qualquer pelo juiz deprecado ao juiz assinatura da respectiva tempo, e nos prprios deprecante, inclusive por carta. meios embargos a eletrnicos, partir da contando-se o prazo para juntada aos autos de tal comunicao. autos do processo de execuo.

23 Art. 736. Pargrafo nico. Os embargos execuo sero distribudos por Art. 1.049 - Os embargos sero em distribudos autos por dependncia e correro distintos perante o mesmo juiz que ordenou a apreenso. Art. 1.050 O com Como trata-se de atua incidente com fundados e dos embargante, em petio elaborada observncia do disposto construo no art. 282, far a prova doutrinria, sumria de sua posse e a como qualidade de terceiro, processual, oferecendo documentos e requisitos rol de testemunhas. 1 - facultada a prova liquidez da posse em audincia exigibilidade preliminar designada pelo ttulos. juiz. 2 - O possuidor direto pode alegar, com a sua posse, domnio alheio. 3 - A citao ser pessoal, se o embargado no tiver procurador constitudo nos autos da ao principal. dependncia, autuados em apartado e instrudos com cpias podero das ser peas declaradas processuais relevantes, que autnticas pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal. Art. 739-A - 5o Quando o excesso de execuo for fundamento dos embargos, o Forma e requisitos embargante dever declarar na petio inicial o valor que entende correto, apresentando memria do clculo, rejeio embargos fundamento. Art. 739-A, de dos 6o A concesso efetivao bens. Art. 740. Recebidos ser os o embargos, de efeito atos de sob ou pena de de dos no desse liminar

nos vcios de certeza,

conhecimento

suspensivo no impedir a penhora e de avaliao dos

exequente ouvido no prazo 15 (quinze) dias; a

24 seguir, (art. o juiz o ou e julgar pedido designar julgamento, no 1.051 Julgando provada os

imediatamente 330)

audincia de conciliao, instruo proferindo sentena

prazo de 10 (dez) dias. Art. 739-A. Os embargos do Art. suspensivo; requerimento executado no tero efeito suficientemente 1o O juiz poder, a liminarmente

a posse, o juiz deferir do embargos e ordenar a

embargante, atribuir efeito expedio de mandado suspensivo aos embargos de manuteno ou de quando, sendo relevantes restituio em favor do seus fundamentos, o embargante, que s prosseguimento execuo da receber os bens depois com seus

manifestamente de prestar cauo de os

possa causar ao executado devolver Efeitos incerta reparao, e desde afinal garantida depsito suficientes. efeitos dos por ou

grave dano de difcil ou rendimentos, caso sejam declarados que a execuo j esteja improcedentes. penhora, Art. 1.052 - Quando os cauo embargos sobre todos o versarem os bens, juiz a

2o A deciso relativa aos determinar poder, a requerimento da processo parte, ser modificada ou versando revogada a qualquer tempo, deles, em deciso fundamentada, processo que a motivaram.

embargos suspenso do curso do principal; sobre alguns o principal prosseguir

cessando as circunstncias somente quanto aos bens no embargados.

25 3o Quando o efeito

suspensivo atribudo aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execuo, essa prosseguir quanto parte restante. 4o A concesso de efeito suspensivo aos embargos oferecidos executados suspender contra os embargaram, respectivo disser exclusivamente embargante. Art. 1.053 - Os embargos podero ser contestados no prazo de 10 (dez) dias, Art. 740, Pargrafo nico. No Possibilidade de contestao caso de embargos manifestamente protelatrios, o juiz impor, em favor do exequente, multa ao embargante em valor no superior a 20% (vinte por cento) do valor em execuo. findo o qual proceder-se de acordo com o Art. 268. a Salvo o do disposto no art. 803. a que quando por um dos no execuo no o

fundamento respeito ao

Art. 1.054 - Contra os disposto no art. 267, embargos do credor com V, garantia poder real, o extino somente processo no obsta a de novo a ao. A inicial, no ser todavia,

embargado que o autor intente

alegar que: insolvente; obriga a terceiro;

I - o devedor comum petio

II - o ttulo nulo ou no despachada sem a prova do pagamento

26 III - outra a coisa dada ou do depsito das em garantia. custas honorrios advogado. e dos de

2. ETAPA 42.1. Pesquisa de jurisprudncia sobre o tema das aulas desta etapa, selecionando 02 casos para cada tema (08 ao total), conforme separao dos temas que segue: 1) Execuo contra devedor insolvente; 2) Execuo contra fazenda pblica; 3) Execuo de prestao Alimentcia (preferencialmente sobre as justificativas do executado); Execuo fiscal. Documentos anexados integralmente. 2.2. Elaborar uma anlise crtica dos julgados, contendo as seguintes partes: 1) descrio do caso; 2)deciso de 1 grau; 3)rgo julgador.

920891007 Apelao Com Reviso Relator(a): Francisco Occhiuto Jnior Comarca: So Paulo rgo julgador: 32 Cmara de Direito Privado Data do julgamento: 22/01/2009 Data de registro: 06/02/2009 Ementa: Locao de imveis. Execuo por quantia certa contra devedor insolvente. Embargos. Pedido de insolvncia feito com base em certido exarada por oficial de justia. Certido que, embora tenha f pblica, no absoluta. Recusa de bens anteriormente nomeados. Embargos julgados procedentes. Ausncia de prova que demonstre a insolvncia do embargante.

27 Comprovao da existncia de bens que ultrapassam o valor do dbito. Ocorrncia. Sentena mantida. Recurso improvido. ANLISE CRTICA DO JULGADO: Trata- se de apelao interposta, contra sentena que acolheu embargos execuo contra devedor insolvente e, em consequncia, julgou extinta a execuo contra devedor insolvente, ante a inexistncia dos pressupostos necessrios para o seu prosseguimento, condenados os embargados ao pagamento das custas processuais e verba honorria. A sentena foi mantida em 2 instncia tendo em vista que a condio fundamental para a execuo por quantia certa contra devedor insolvente consiste no estado econmico deste (ser insolvente), o que no foi preliminarmente declarado pelo juiz. Quando ocorre de o patrimnio do devedor no compreender bens suficientes para satisfazer integralmente suas dvidas, essa insuficincia dos bens do devedor para a satisfao integral, caracteriza o estado de insolvncia. Este estado o estado econmico em que a pessoa no pode satisfazer as dvidas, porque o ativo menor que o passivo. Conceito legal, art. 748 do CPC: D-se a insolvncia toda vez que as dvidas excederem a importncia dos bens do devedor. 9156547-18.2000.8.26.0000 Apelao Relator(a): Nuncio Theophilo Neto Comarca: So Jos dos Campos rgo julgador: 12 Cmara de Direito Privado Data do julgamento: 29/02/2008 Data de registro: 05/05/2008 Outros nmeros: 936249800, 991.00.073135-9 Ementa: EXECUO CONTRA DEVEDOR INSOLVENTE - Julgamento de procedncia dos embargos antecipadamente, sem a realizao de prova tcnica no sentido de apurar se o valor do imvel do devedor supera o da

28 dvida e antes da aviao probatria, com a finalidade de apurar se a divida teve ou no origem na prtica de agiotagem - Caracterizao de nulidade do julgado - Apelo provido. ANLISE CRTICA DO JULGADO: Trata- se apelao interposta contra sentena , que julgou procedentes os embargos , onde apontou que possui bens suficientes para o pagamento das dvidas. Esclareceu, ainda, que o apelante no trouxe aos autos qualquer elemento que demonstrasse sua Insolvncia e que no quitou a dvida, posto que possu origem espria, qual seja, agiotagem, o que pretende seja objeto de discusso judicial. A apelao foi acolhida em 2 grau tendo em vista que no foi proporcionada a oportunidade de produo de prova pericial, para determinar o valor do bem que evidencia sua solvabilidade. Conclui-se, portanto, que foi prematuro o julgamento dos embargos, competindo outro ser proferido, aps o esclarecimento das questes apontadas. 0017471-23.2010.8.26.0602 Apelao Relator(a): Rui Stoco Comarca: Sorocaba rgo julgador: 4 Cmara de Direito Pblico Data do julgamento: 21/11/2011 Data de registro: 28/11/2011 Outros nmeros: 174712320108260602 Ementa: Apelao Cvel. Execuo contra a Fazenda Pblica. Embargos Execuo. Alegao de excesso de execuo. Condenao em honorrios de advogado que foi clara, a incidir sobre o valor da execuo, no se admitindo, nesta fase do processo, tergiversaes quanto aos critrios de correo constantes da inicial de execuo fiscal j julgada. Observncia, entretanto, do disposto no art. 1-F, da Lei 9.494/97, com a redao da Lei 11.960/2009. Aplicao a partir de sua publicao, em 30.06.2009. Embargos

29 julgados improcedentes na origem. Sentena reformada em parte. Recurso parcialmente provido. ANLISE CRTICA DO JULGADO Trata- se de apelao interposta pela Fazenda Pblica do Estado de So Paulo contra deciso que julgou improcedente Embargos a Execuo tambm por ela interposto em 1 grau dizendo que os clculos apresentados pelo exequente estavam incorretos mas a sentena no acolheu seu pedido determinando o prosseguimento da execuo pelo valor indicado. Em segundo grau, a apelao foi parcialmente acolhida determinando que a correo monetria e os juros devero ser calculados na forma estabelecia pelo artigo 1-F da Lei n. 9.494/97, com a redao dada pela Lei n. 11.960/2009. Art. 1F. Nas condenaes impostas Fazenda Pblica, independentemente de sua natureza e para fins de atualizao monetria, remunerao do capital e compensao da mora haver a incidncia uma nica vez, at o efetivo pagamento, dos ndices oficiais de remunerao bsica e juros aplicados caderneta de poupana.

0147636-87.2011.8.26.0000 Agravo de Instrumento Relator(a): Samuel Jnior Comarca: So Paulo rgo julgador: 2 Cmara de Direito Pblico Data do julgamento: 22/11/2011 Data de registro: 24/11/2011 Outros nmeros: 1476368720118260000 Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO Execuo contra a Fazenda Pblica Precatrio de pequeno valor, no cumprido integralmente Deciso que determinou o depsito da diferena devida relacionada aos juros moratrios e correo monetria sem incidncia da Lei n 11.960/09 Impossibilidade de

30 reduo do valor devido Precatrio j expedido Parmetros da liquidao que j estavam estabelecidos antes da lei 11.960 Recurso desprovido. ANLISE CRTICA DO JULGADO Trata-se de ao de procedimento ordinrio movida em 1 grau por Gabriela Silveira D Elia e outros que determinou o pagamento de precatrio integral. Foi interposto pela Fazenda do Estado de So Paulo agravo de instrumento contra esta deciso argumentando reduo do valor devido. Em 2 grau, o agravo foi julgado improcedente mantendo deciso de 1 grau. A deciso foi mantida porque em se tratando de precatrio j expedido, os parmetros de liquidao j estavam estabelecidos antes da lei 11.960, e no pelo que sustentou a Fazenda Pblica no tocante aos juros e correo monetria aos processos em andamento.

2.3. Pesquisar o anteprojeto de reforma do Cdigo de processo civil, instituda pelo ato do presidente do senado n 379/2009, cuja ntegra se encontra no site do Senado Federal, e analisar as mudanas propostas em relao ao cumprimento de sentena e ao processo de execuo, com base nos estudos das etapas anteriores e da sala de aula.

2.4. Relatar: 1)quais as tendncias de mudanas observadas no histrico de reformas no processo de execuo e cumprimento de sentena; 2)quais as principais mudanas propostas no anteprojeto.

Ao que tange o cumprimento de sentena, profundas so alteraes e conceitos, dentre as quais seguem: 1 - O reexame obrigatrio deixou de ser requisito para que decises anulatrias de casamento transitem em julgado, tornando com isso a legislao sobre a matria atualizada, pois o casamento passou de indissolvel para

31 dissolvel com a Lei do Divrcio (lei n. 6.515/77). Tal legislao no contempla na figura do divrcio o reexame necessrio. Em razo disso que foi excludo o disposto no inciso I da antiga redao do Artigo 475 do Cdigo de Processo Civil. Salienta-se que a excluso do duplo grau obrigatrio no elimina a hiptese do recurso voluntrio.

2 - O inciso I da nova redao do artigo ora estudado inclui o Distrito Federal, autarquias e fundaes de direito pblico, entre os entes cujas decises proferidas em jurisprudncia. contrrio esto sujeitas ao reexame necessrio, corrigindo assim erro de redao j superado anteriormente pela doutrina e

3 - A nova redao do inciso II do artigo ora comentado corrigiu uma imperfeio tcnica contida anteriormente no inciso III do mesmo artigo. Tratase da utilizao correta da expresso que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos execuo ao invs de dizer erroneamente julgar improcedente a execuo. Tal correo tem como premissa que a execuo no julgada, pois que ela deve vir instruda e revestida de liquidez, certeza e exigibilidade, conforme preleciona o Artigo 586 do Cdigo de Processo Civil. Na verdade, o manejo do recurso estava adstrito ao julgamento procedente dos embargos execuo. No h dvidas tambm que a procedncia parcial dos embargos est contemplada tambm como motivadora do duplo grau de jurisdio. 4 - O pargrafo primeiro da nova redao dada ao artigo tornou obrigatrio e no mais facultativa a avocao pelo presidente do tribunal, dos autos sujeitos ao reexame necessrio, caso o juiz que atue no feito no os remeta para a apreciao do Tribunal. 5 - Com o objetivo de no abarrotar os Tribunais com questes com pouca expresso econmica para a Administrao, o reexame necessrio no se aplicar sempre que a condenao ou o direito controvertido corresponder a

32 valor que no exceda 60 (sessenta) salrios mnimos, aplicando-se tambm tal premissa nos casos de procedncia de embargos do devedor na execuo de dvida ativa. 6 - Por fim, seguindo a tendncia atual do direito processual civil em privilegiar as decises dos Tribunais e de conceder efeitos vinculantes, o reexame necessrio no se aplicar quando a sentena estiver fundamentada em jurisprudncia do Plenrio do Supremo Tribunal Federal ou em smula deste Tribunal ou do Tribunal superior competente. Induvidosamente, revestese esta alterao de carter que podemos verificar como sendo vinculante. 1

1

Jos Manoel Frazo Mendes, p.13, Principais alteraes do CPC, 2011.