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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL ATRIBUTOS DE UM LATOSSOLO SOB APLICAÇÃO DE VINHAÇA E CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR MAÍRA DE EMÍLIO MARTINS Cuiabá - MT 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL

ATRIBUTOS DE UM LATOSSOLO SOB APLICAÇÃO DE VINHAÇA

E CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR

MAÍRA DE EMÍLIO MARTINS

Cuiabá - MT

2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL

ATRIBUTOS DE UM LATOSSOLO SOB APLICAÇÃO DE VINHAÇA

E CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR

MAÍRA DE EMÍLIO MARTINS

Engenheira Agrônoma

Prof. Dr. Aloísio Bianchini

Prof. Dra. Daniela T. da S. Campos

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

Cuiabá - MT

2011

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DEDICATÓRIA

À Deus, fonte de toda a sabedoria, pela força e pela

minha existência,

AGRADEÇO

Aos meus pais Luci e Dimas e irmãos

Daniel e Mateus, amigos, colegas de faculdade e

orientadores pelo apoio, força, incentivo,

companheirismo e amizade. Sem eles nada disso

seria possível.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT e à Faculdade de Agronomia e

Medicina Veterinária - FAMEV e ao Programa de Pós Graduação em Agricultura

Tropical, pela oportunidade de qualificação;

A CAPES, pela concessão da bolsa de estudos;

Aos professores Dr. Aloísio Bianchini e Dra. Daniela T. da Silva Campos, pelo

trabalho de orientação, incentivo, participação e paciência para que este trabalho fosse

realizado;

À Coordenação de Pós Graduação pelo apoio e colaboração para que este

trabalho fosse realizado;

À Destilaria de Álcool Libra Ltda que disponibilizou toda a estrutura física e

recursos humanos necessários para a realização do trabalho;

Ao Técnico de Nível Superior Antônio Marcos Iaia, pelo apoio nas atividades e

sugestões para a condução do trabalho;

Ao Sr. Pedro Aires e Sr. João Luís da Destilaria de Álcool Libra Ltda pelo apoio

dado a toda equipe de trabalho nas coletas de campo;

Ao colega Engenheiro Agrônomo Evaldo Ferraz pela ajuda e cooperação nos

trabalhos de coleta de dados no campo e sugestões para a condução do trabalho;

Aos alunos de graduação Frederick Colhado, Rodrigo Daros, Rodrigo Pengo,

pela ajuda nos trabalhos de campo, que não mediram esforços para a realização deste

trabalho;

Ao Wininton Mendes Da Silva pelo auxilio no entendimento da estatística não

paramétrica.

Aos colegas do laboratório de Microbiologia do solo, pela ajuda e

disponibilidade nas análises laboratoriais;

Aos meus pais, que também participaram ativamente nos finais de semana e

feriados me auxiliando nas análises;

Às amigas, Danielle H. Muller, Sulamirtes S. de Amorim Magalhães e ao Breno

Felipe F. Sales, pela amizade, apoio e incentivo.

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Sumário

RESUMO ...................................................................................................................................... v

ABSTRACT ..................................................................................................................................vi

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................. 8

2.1 Vinhaça e sua composição química..................................................................................... 8

2.2 Influência da vinhaça nas propriedades químicas do solo................................................... 9

2.3 Influência da vinhaça nas propriedades físicas do solo ..................................................... 11

2.3.1 Porosidade do solo ..................................................................................................... 11

2.3.2 Condutividade hidráulica ........................................................................................... 12

2.3.3 Agregados do solo ...................................................................................................... 13

2.3.4 Densidade do solo ...................................................................................................... 15

2.3.5 Resistência do solo a penetração ................................................................................ 16

2.4 Influência da vinhaça nas propriedades microbiológicas do solo ..................................... 17

2.4.1 Atividade microbiana ................................................................................................. 17

2.4.2 Microbiota do solo ..................................................................................................... 20

2.4.3 Atividade enzimática .................................................................................................. 22

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 23

3.1 Caracterização da área ....................................................................................................... 23

3.2 Áreas estudadas ................................................................................................................. 23

3.3 Coleta das amostras ........................................................................................................... 24

3.4 Atributos químicos da vinhaça .......................................................................................... 25

3.5 Atributos químicos do solo ............................................................................................... 25

3.6 Atributos físicos do solo .................................................................................................... 26

3.7 Atributos microbiológicos do solo .................................................................................... 27

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3.7.1 Carbono da biomassa microbiana e respiração basal do solo ..................................... 27

3.7.2 Quociente metabólico ................................................................................................. 27

3.7.3 Contagem do número total de microrganismos .......................................................... 27

3.7.4 Avaliação da Atividade enzimática do solo ............................................................... 28

3.8 Delineamento experimental e análise estatística dos dados .............................................. 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 29

4.1 Propriedades químicas do solo .......................................................................................... 29

4.2 Atributos Físicos do solo ................................................................................................... 34

4.2.1 Porosidade, densidade e condutividade hidráulica do solo ........................................ 34

4.2.2 Estabilidade de agregados .......................................................................................... 39

4.2.3 Resistencia do solo a penetração vertical ................................................................... 42

4.3 Propriedades microbiológicas do solo ............................................................................... 45

4.3.1 Atividade microbiana heterotrófica ............................................................................ 45

4.3.2 Contagem de microrganismos totais .......................................................................... 48

4.3.3 Atividade enzimática do solo ..................................................................................... 50

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 52

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 53

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v

RESUMO

A vinhaça é uma importante fonte de nutrientes e matéria orgânica, contudo, tem

proporcionado alterações nas propriedades do solo. Dessa forma, o objetivo desse

trabalho foi avaliar os atributos físico-químicos e microbiológicos de um solo sob

cultivo de cana e diferentes períodos de tempo de aplicação de vinhaça. Para o trabalho

escolheu-se 3 áreas de estudo: uma área que nunca recebeu vinhaça; uma que recebe

vinhaça há 6 anos e uma área que recebe vinhaça há 16 anos. Avaliou-se atributos

químicos (macro e micronutrientes, pH, matéria orgânica, saturação por bases),

atributos físicos (resistência do solo a penetração (RSP), textura, umidade, porosidade

total, macro e microporosidade, densidade do solo (Ds) e estabilidade de agregado) e

microbiológicos (carbono da biomassa microbiana (C-BM), respiração basal do solo

(RBS), quociente metabólico (qCO2), contagem de bactérias, fungos e actinomicetos

viáveis totais e atividade enzimática da fosfatase ácida (FA), fosfatase básica (FB) e β-

glicosidase). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância de Kruskal-

Wallis a 5% de probabilidade por estes não apresentarem distribuição normal, sendo 3

tratamentos com 7 repetições, para os atributos físicos e 3 tratamentos, 2 períodos com

7 repetições para os atributos microbiológicos. A vinhaça é capaz de melhorar atributos

químicos de um solo arenoso por meio da adubação de manutenção, e aumentar o teor

de alguns nutrientes no solo, como o potássio e fósforo. Indiretamente, promove efeitos

positivos da vinhaça em alguns atributos físicos do solo, como a estabilidade de

agregados, contudo, apresenta baixa aptidão para melhorar a capacidade de suporte do

solo. Constatou-se também que a vinhaça é eficiente em amortecer os efeitos do período

seco sob a atividade microbiana do solo, favorece o desenvolvimento de alguns grupos

microbianos, como os fungos, e interfere diretamente na explosão da atividade

microbiana no período seco.

Palavras chaves: atividade microbiana; atributos físicos; biomassa microbiana;

densidade do solo; resíduo agroindustrial.

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ABSTRACT The stillage is an important source of nutrients and organic matter, however, has

brought changes in soil properties. Thus, the aim of this study was to evaluate the

chemical, physical and microbiological parameters of a soil cultivated with sugar cane

and with different time of vinasse application. For the work we chose three study areas:

one area that never received vinasse, one that takes six years received vinasse and an

area that receives vinasse for 16 years. We evaluated chemical attributes (macro and

micronutrients, pH, organic matter, base saturation), physical attributes (resistance to

penetration (RSP), texture, moisture, total porosity, macro and microporosity, bulk

density (Ds) and aggregate stability) and microbiological (microbial biomass carbon (C-

BM), soil basal respiration (SBR), metabolic quotient (qCO2), bacteria, fungi and

actinomycetes total viable count, and enzymatic activity of acid phosphatase (AP), basic

phosphatase (BP) and β-glucosidase). The data were subjected to analysis of variance

Kruskal-Wallis test at 5% probability for these do not show normal distribution, with

seven treatments with three replicates for the physical attributes, and three treatments,

two periods, and 7 repetitions, for microbiological attributes. The stillage is able to

improve the chemical properties of a sandy soil by fertilization maintenance, and

increase the content of some soil nutrients, like potassium and phosphorus. Indirectly

promotes the positive effects of vinasse on some soil physical properties such as

aggregate stability, however, has a low ability to improve the carrying capacity of the

soil. It was also found that the stillage is effective in cushioning the effects of dry period

in the soil microbial activity, promotes the development of some microbial groups, such

as fungi and interferes directly in the explosion of microbial activity in the dry season.

Key words: microbial activity, physical attributes, microbial biomass, soil

density; agroindustry waste.

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1. INTRODUÇÃO

O agroecossistema da cana-de-açúcar tem sido foco de pesquisas, por possuir

relativa expressão econômica e ocupação fundiária, gerando grande impacto pelos

subprodutos oriundos da produção de açúcar e álcool (Barros et al. 2010). Com uma

estimativa para 2012 de 8,3 milhões de hectares cultivados, e uma produção de

aproximadamente 600 milhões de toneladas de cana, o Brasil é considerado o maior

produtor mundial dessa cultura (Conab, 2012).

Na década de 1970 com a implantação do Programa Nacional do Álcool

(Proálcool), o setor sucro-alcooleiro cresceu vigorosamente em investimentos, subsídios

e produtividade; em vista disto, as áreas de produção de cana-de-açúcar (Saccharum sp.)

aumentaram continuamente e a busca por combustível limpo e renovável, contribuiu

para o crescimento da demanda nacional e internacional, e para o deslocamento da

produção do Estado de São Paulo para outras regiões, como o Centro Oeste, sendo que

o Mato Grosso teve um aumento de área plantada em 13 mil ha em 2011 (Coelho et al.,

2007); UNICA, 2011, Conab, 2012).

Dentre os resíduos gerados pela indústria sucroalcooleira, a vinhaça é o mais

importante, principalmente devido ao grande volume produzido. A alternativa mais

viável para descarte do resíduo é a sua aplicação em solos cultivados com cana-de-

açúcar (Freire e Cortez, 2000). A este respeito, a vinhaça é de grande interesse agrícola

devido a sua composição rica em matéria orgânica, nitrogênio e potássio (Madejon et

al., 2001).

A grande vantagem do seu emprego é o seu valor nutricional semelhante aos

nutrientes da adubação mineral, podendo melhorar a qualidade da matéria orgânica e

propriedades físicas do solo como porosidade e capacidade de infiltração de água

(Madejon et. al., 2001; Rivero et al., 2004), aumentar a fauna e a microbiota do solo

(Saison et al., 2006) e a produtividade das culturas (Barros, 2008).

Em relação aos efeitos da aplicação de vinhaça nas propriedades físicas do solo,

não há um consenso na literatura. Apesar de nos dias atuais já existirem muitos

resultados experimentais, no que diz respeito ao reaproveitamento da vinhaça, fica claro

que há muito que se estudar. Da mesma forma ocorre com as propriedades

microbiológicas do solo, quando se fala em aplicação de vinhaça por períodos

prolongados. Por este motivo, o objetivo desse trabalho foi avaliar características

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químicas, físicas e microbiológicas do solo sob cultivo de cana e diferentes períodos de

aplicação de vinhaça.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Vinhaça e sua composição química

Os principais subprodutos ou resíduos da indústria de álcool são o bagaço

(resíduo sólido) e a vinhaça (resíduo liquido). Para cada tonelada de cana-de-açúcar

obtêm-se 12 litros de álcool, 94 kg de açúcar, 250 kg de bagaço e 156 litros de vinhaça,

no caso de produção de álcool e açúcar (Gunkel et at., 2007). Dessa forma, para cada

litro de álcool produzido, são produzidos em média 13 a 18 litros de vinhaça (Wadt,

2008).

A vinhaça, conhecida também como vinhoto, vinhote, restilo, calda de destilaria,

caxixi, garapão, mosto é um subproduto do etanol (álcool), butanol e aguardente

(Rezende, 1984). Sua composição química é bastante variável e depende,

principalmente, de fatores como a natureza e a composição da matéria prima, do sistema

usado no preparo do mosto, do método de fermentação adotado e do sistema de

condução da fermentação alcóolica, do tipo de levedura utilizada, do tipo de aparelho

destilatório empregado, da maneira de destilação e do tipo de flegma separado (Glória e

Orlando Filho, 1984).

De acordo com a Coopersucar (1993), a vinhaça é um resíduo de consistência

líquida, que se enquadra na definição de resíduo sólido, segundo os critérios da NBR

10.004 da ABNT (1987), pois não é feito um tratamento convencional adequado, sendo

lançado diretamente no solo como fertilizante na lavoura canavieira. Ela e caracterizada

como efluente de destilarias com alto poder poluente e alto valor fertilizante.

Ela é rica em matéria orgânica, baixo pH, elevada corrosividade e altos índices

de demanda bioquímica de oxigênio (DBO), além de elevada temperatura na saída dos

destiladores. Por isso é considerada altamente nociva à fauna, flora e microbiota do solo

e de água doce, além de afugentar a fauna marinha que vem às costas brasileiras para

procriação (Freire e Cortez, 2000).

A vinhaça é constituída, basicamente, de matéria orgânica, sob a forma de ácidos

orgânicos e, em menor quantidade, por cátions como o potássio (K+), cálcio (Ca+2) e

magnésio (Mg+2), estando sua riqueza nutricional ligada à origem do mosto. Quando se

parte de mosto de melaço, ela apresenta maiores concentrações em matéria orgânica,

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K+, cálcio Ca+2 e Mg+2. Os teores desses elementos decaem, consideravelmente, quando

se trata de mosto de caldo de cana, como é o caso de destilarias autônomas (Rosseto,

1987). Em relação aos micronutrientes, o ferro (Fe) aparece em maior concentração

seguindo do manganês (Mn), cobre (Cu) e zinco (Zn), em pequenas concentrações

(Freire e Cortez, 2000).

Quando aplicado adequadamente, cerca de 150 m3 ha-1, a vinhaça equivale a uma

adubação de 61 kg ha-1 de N, 40 kg ha-1 de P, 343 kg ha-1 de K, 108 kg ha-1de Ca e 80 kg

ha-1 de S (Medeiros, 2003).

A fertirrigação de vinhaça nos canaviais foi intensificada a partir das proibições

de despejo desse subproduto nos cursos d’água. Além disso, essa prática de aplicação de

vinhaça ganhou espaço, pois requer pouco investimento, baixo custo de manutenção,

tecnologia pouco complexa e rápida eliminação de grandes quantidades do material

(Cortez et. al., 1992). A partir de então, alguns estudos indicaram a ação benéfica dessa

prática em relação à recomposição de algumas propriedades do solo.

2.2 Influência da vinhaça nas propriedades químicas do solo

A adição de resíduos no solo é uma prática cultural cada vez mais comum na

agricultura, pois podem melhor as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo

(Sikora e Azad 1993; Albiach et al. 2001), aumento na produtividade e qualidade da

cultura (Tejada e González, 2003a).

Ferreira e Monteiro (1987) citam os principais efeitos da adição de vinhaça nas

propriedades dos solos: elevação do pH, aumento da CTC, elevação do teor de carbono,

aumento da condutividade elétrica. Além disso, os autores alertam para o perigo da

salinização em solos hidromórficos e aluviais.

Orlando Filho et al. (1983) estudaram a aplicação de vinhaça e a elevação do

pH, por um período de 20 anos, e verificaram que não houve efeito negativo nas

propriedades químicas dos solos estudados. A aplicação deste subproduto elevou os

teores de K+, Ca+2, Mg+2, a soma de bases e a CTC do solo.

A adição ao solo de vinhaça, por dez anos, proporcionou elevação do conteúdo

de matéria orgânica, Ca+2 + Mg+2 trocáveis, CTC, saturação por bases, soma de bases,

macro e micronutrientes, não havendo efeito sobre o pH, quando comparado com um

solo sem aplicação de vinhaça, em estudos feitos em Argissolo Vermelho Amarelo,

cultivado com cana-de-açúcar (Barros et al., 2010).

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Resultados semelhantes foram obtidos por Canellas et al. (2003), estudando a

aplicação de vinhaça, durante 35 anos, em cana-de-açúcar queimada e crua. Esses

autores constataram, ainda, aumento na fração de ácidos fúlvicos de até 13% na camada

de 40 cm o que poderia indicar tanto a evolução química dos compostos orgânicos

como o transporte desta fração, para camadas de solo mais profundas.

Com relação ao K+, em experimento em área fertirrigada com vinhaça, Gonzalo

et al. (2005) observaram que o excesso de K+, na camada superficial, foi onze vezes

superior à recomendação de K2O por hectare, para cana-soca. Como o K+ tem alto

potencial de lixiviação, é importante considerar a necessidade de K+ da cultura e a

capacidade sortiva do solo, na tomada de decisão da dose de vinhaça a ser aplicada, a

fim de minimizar os impactos ambientais ocasionados pelo uso agrícola do resíduo.

Lyra et al. (2003) sugerem que pode-se esperar uma possível uma elevação na

concentração de sais no solo e risco potencial de salinização com a aplicação de vinhaça

ao longo dos anos, devendo-se considerar a taxa de absorção de potássio pela planta, sua

concentração na vinhaça e a baixa condutividade elétrica (CE) observada no lençol

freático, indicativo de reduzida lixiviação. Já

Manhães et al. (2003), estudando o acumulo de K+ em diferentes tipos de solos

de áreas canavieiras fertirrigada com vinhaça, encontraram diferença de comportamento

de acumulação e, ou, percolação do elemento nos diversos solos estudados, inclusive

em profundidade, podendo alcançar o lençol freático. A falta d’água permitiu a

concentração do elemento nas camadas superiores em algumas áreas, e posteriormente,

a chuva mais intensa poderia estar causando a percolação do K para as camadas mais

profundas do solo, o que parece ter acontecido com a maioria das áreas estudadas.

Quanto à influencia da vinhaça sob os micronutrientes, Barros et al., (2010),

estudando as alterações nos atributos químicos em solos cultivados com cana-de-açúcar

e aplicação de vinhaça, observaram uma redução na disponibilidade de micronutrientes,

principalmente Cu, Mn e Zn, na área com vinhaça. Eles atribuíram esse fato à elevação

do pH do solo.

Carneiro et al. (2004), também encontraram resultados semelhantes em relação

aos micronutrientes. Estudando as alterações químicas no solo induzidas pela aplicação

superficial de palha de cana-de-açúcar, calcário e vinhaça, eles observaram um aumento

do pH superficial, sendo esse, um fator limitante na solubilização dos micronutrientes.

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Contrario a esses autores, os acréscimos de Fe, Cu, Zn e B nos solos cultivados

na área do Latossolo Vermelho Eutroférrico podem estar associados às aplicações de

vinhaça, calcário e MO (Canellas et al.,2003; Vitti et al., 2006a).

2.3 Influência da vinhaça nas propriedades físicas do solo

2.3.1 Porosidade do solo

A porosidade do solo pode ser conceituada como o volume do solo não ocupado

pelas partículas sólidas, o qual é ocupado pelo ar e água.

A macroporosidade é constituída pelos poros que não são capazes de reter água,

enquanto que microporosidade constitui-se de poros capazes de reter água por

capilaridade (CURI et al, 1993). As reduções significativas do volume do solo ocorrem

principalmente no volume de macroporos, enquanto que os microporos permanecem

praticamente inalterados. Camargo e Alleoni (1997) concordam que a macroporosidade

é mais facilmente afetada, além disso, é por onde o ar e a água movimentam-se

normalmente mais rápido e o crescimento radicular ocorre sem restrições.

A porosidade do solo interfere na aeração, condução e retenção de água,

resistência à penetração e à ramificação de raízes. Com isso, consequentemente,

interferem no aproveitamento da água e dos nutrientes disponíveis para as plantas

(RIBEIRO et al., 2007).

A porosidade é de grande importância aos processos físicos, químicos e

biológicos, como infiltração, condutividade, drenagem, retenção de água, difusão de

nutrientes, crescimentos de microrganismos, raízes e pêlos absorventes (Bouma, 2002).

É o atributo mais, comumente, utilizado para avaliar a aeração do solo, sendo que

valores menores de 10 % são considerados críticos ao desenvolvimento das plantas

(Lipiec e Hatano, 2003).

Silva et al. (2005), estudando os efeitos de diferentes sistemas de manejo com

cana-de-açúcar nas propriedades físico-hídricas de um Argissolo Amarelo coeso,

encontraram redução significativa na porosidade total e na macroporosidade e

acréscimos na microporosidade dos solos cultivados sob os sistemas sequeiro, irrigado e

vinhaça comparado com o solo sob mata nativa.

Em Silva et al. (2006a) os maiores valores dos poros de maior diâmetro

(macroporos), na camada de 0 a 20 cm, ocorreram no solo com vinhaça. Esse fator

provavelmente está relacionado com um melhor desenvolvimento do sistema radicular

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da cultura neste sistema de manejo, capaz de promover melhores condições químicas ao

solo pela aplicação da vinhaça (Silva, 2003).

Os efeitos da vinhaça sobre algumas propriedades físicas do solo, tais como:

graus de floculação das partículas, retenção de água, porosidade e condutividade

hidráulica foram estudados por Rezende (1979). O autor, trabalhando com experimento

a campo, com solo de textura franco argilo arenosa, dois períodos de incubação (60 e

120 dias) e doses de 0 a 420 m3 ha-1, admitiu que não encontraram modificações

significativas na porosidade do solo.

2.3.2 Condutividade hidráulica

A condutividade hidráulica determina o fluxo de água no solo, sendo dependente

de propriedades como distribuição de tamanho e forma das partículas, tortuosidade,

superfície específica e porosidade (Libardi, 2005).

O processo de infiltração depende, em maior ou menor grau, de diversos fatores.

Interações entre textura e estrutura influenciam expressivamente, a movimentação da

água no solo, e determinam o comportamento da condutividade hidráulica do solo

(Carvalho et al., 2004).

A condutividade hidráulica apresenta valores mais elevados quanto mais poroso,

fraturado ou agregado for o solo, sendo menor em solos densos e compactos. Contudo,

ela não depende exclusivamente da porosidade total, mas em especial das dimensões

destes e da atividade das argilas que o formam (Reichardt e Timm, 2004).

Solos arenosos apesar de apresentarem uma menor porosidade total, possuem

uma condutividade hidráulica maior do que em solos argilosos, apesar de existir

trabalhos que indiquem uma relação inversa entre o conteúdo de areia e a condutividade

(Jarvis e Messing, 1995).

As mudanças na distribuição de diâmetro de poros do solo atribuídos ao cultivo

com cana-de-açúcar promovem alterações na condutividade hidráulica e na retenção de

água do solo Silva et al. (2006a).

Lobato et al. (1998), trabalhando com amostras de um Latossolo Vermelho

Amarelo sob condições de laboratório, verificaram diminuição na permeabilidade do

solo com aplicações a partir 800 m3 ha-1 de vinhaça.

Entre as propriedades físicas do solo, a condutividade hidráulica merece

destaque, dada sua relevância em projetos de irrigação, disposição de resíduos líquidos e

conservação do solo. Assim, um estudo relativo às alterações que a aplicação de vinhaça

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poderia a carretar na condutividade hidráulica de um solo é importante subsídio para

aumentar a compreensão da dinâmica da água em tal sistema (Lobato et al. 1998).

2.3.3 Agregados do solo

Amézketa (1999) afirma que a agregação do solo é o processo pelo qual os

agregados de diferentes tamanhos se agrupam e permanecem coesos em resultado da

ação de diferentes agentes inorgânicos e orgânicos. Sendo assim, a agregação do solo

pode ser definida como a união de partículas (íon, matéria orgânica, areia, silte e argila)

em unidades secundárias, e pode ser caracterizada como a resistência a uma ação

degradante, particularmente da água (Cabes e Calegari, 2001).

A estabilidade dos agregados é influenciada por diversas características do solo,

como textura (Feller et al., 1996), teor de óxidos de ferro e alumínio (Dufranc et al.,

2004), teor de matéria orgânica (Bertol et al., 2000) e atividade microbiana (Tisdall e

Oades, 1979) e também pelo manejo do solo (Calonego e Roselem, 2008). Dessa forma,

a agregação constitui uma característica que pode ser utilizados para medir a qualidade

do solo.

O manejo do solo juntamente com a fauna e microbiota do solo, raízes e agentes

inorgânicos, atua diretamente no estado de agregação, tanto em relação ao tamanho e

estabilidade dos agregados como na concentração dos agregados numa determinada

classe de tamanho (Beutler et al., 2001; Szakacs, 2007).

Denef e Six (2003) estudando solos argilosos e ricos em óxidos, relataram o

importante papel de bactérias e fungos na agregação, por produzir polissacarídeos e

outros agentes cimentantes.

Uma vez que a formação de agregados e sua estabilidade são determinadas pelo

suprimento contínuo de resíduos orgânicos e sua decomposição no solo pela atividade

microbiana, os manejos que possuem essas características favorecem a melhoria e a

conservação dos agregados do solo (D’Andréa et al., 2002).

A adição de resíduos nos cultivos podem produzir processos físicos, químicos e

biológicos, fortemente inter-relacionados, que levam ao aumento da estabilidade dos

agregados e dos estoques de matéria orgânica do solo (Vasconcelos, 2009).

As mudanças nas propriedades químicas do solo promovidas pela aplicação da

vinhaça podem alterar as propriedades físicas como estabilidade de agregados e

dispersão de argila do solo. Apesar do aumento temporário do pH devido à aplicação

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deste resíduo no solo, alguns trabalhos mostram que a sua aplicação no solo por longo

tempo melhora a estrutura, pelos seus efeitos na agregação do solo (Silva et al., 2006b).

Segundo Silva et al. (2006c), o cultivo com cana-de-açúcar em comparação com

a mata nativa reduziu a estabilidade dos agregados e o diâmetro médio ponderado dos

agregados obtidos via úmida. As raízes e os micélios de fungos criam uma rede que

favorece a estabilidade dos agregados, os quais aumentam em número na presença de

gramíneas e quando o solo não é perturbado.

Canellas et al. (2003) encontraram aumento do estado de agregação do solo em

função do aumento do teor de carbono pela aplicação de cerca de 120 m3 ha-1 de vinhaça

por 35 anos em um Cambissolo cultivado com cana-de-açúcar. Outros autores também

relacionam o incremento e qualidade de matéria orgânica ao aumento do estado de

agregação do solo, tendo como consequência alteração nos atributos físicos do solo

(Chenu et al. 2000, Puget et al. 2000, Dominy et al., 2002 e Tejada e Gonzalez, 2003b,

2004).

Freire e Aguiar (1993) ao estudar doses concentradas de vinhaça em solos areno-

argiloso e argiloso-siltoso, encontraram um aumento de agregados na classe 0,25 mm

no solo argiloso-siltoso, após manter a mistura de solo e vinhaça por 30 dias em

repouso.

Vasconcelos et al. (2010), trabalhando com estabilidade de agregados em

Latossolos Amarelos tratados com diferentes resíduos da cana encontraram maior

distribuição na classe de agregados maiores do que 3,35 mm, com destaque para o solo

sob mata (47%), seguindo-se o solo sob a aplicação de vinhaça adicionada de torta de

filtro (37%); só a aplicação de vinhaça (30,8%); e, por último, o solo das áreas de cana

só com a irrigação por aspersão (25,8%). Os mesmos autores chegaram a conclusão que

os sistemas de cultivo da cana-de-açúcar com a aplicação de vinhaça com adição da

torta e da vinhaça isoladamente mostram-se eficientes no desenvolvimento dos

agregados, uma vez que a adição de resíduos da cana exerce ação no aumento do

diâmetro médio ponderado dos agregados via úmida. Contudo, em profundidade, a

estabilidade de agregados depende do teor de matéria orgânica no solo.

Silva et al. (2006), avaliando os efeitos dos sistemas de manejo com cana-de-

açúcar na agregação do solo, verificaram correlação positiva e significativa entre o

diâmetro médio ponderado dos agregados (via úmida) e os teores de carbono orgânico

total, demonstrando a importância dos compostos orgânicos na estabilização dos

agregados do solo. A contribuição da matéria orgânica na agregação do solo é um

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processo dinâmico, sendo recomendável o acréscimo contínuo de material orgânico para

manter a estrutura necessária ao desenvolvimento das plantas.

No geral, os sistemas de manejo com cana-de-açúcar que receberam aporte de

resíduos orgânicos apresentaram boa estabilidade de agregados em água, principalmente

na camada superficial, estando de acordo com alguns autores (Roth et al., 1991; Silva,

2003; Oliveira, 2008).

2.3.4 Densidade do solo

A densidade do solo (Ds) corresponde à massa de sólidos por unidade de

volume, ou seja, incluindo o espaço poroso (CURI et al., 1993). Este conceito está

relacionado com a porosidade do solo, ou seja, a redução do espaço poroso tem como

conseqüência o aumento da densidade do solo.

A densidade do solo é um atributo que serve como índice de compactação do

solo e é muito utilizada nas avaliações do estado estrutural dos solos (Scapini et al.,

1998). Há indicações da existência de limites críticos de densidade do solo ao

crescimento radicular, porém esses limites são variáveis para diferentes tipos de solos e

plantas (Rubin et al., 1998).

Valores críticos de densidade do solo são propostos por Reinert e Reichert

(2001), onde para solos argilosos (mais de 55 % de argila) o valor seria

aproximadamente 1,45 Mg m-3 ; para solos de textura média (argila entre 20 e 55 %)

1,55 Mg m-3 e para solos de textura arenosa(menos de 20 % de argila) o valor seria de

1,65 Mg m-3.

Casagrande et al. (1999) não encontraram alterações na densidade do solo entre

0 e 50 cm pela aplicação de vinhaça em um Latossolo Vermelho cultivado com cana-de-

açúcar. Já Longo et al. (1996), concluíram que o emprego da vinhaça promoveu uma

redução da densidade do solo, ao avaliar os efeitos da vinhaça nas propriedades físicas

de um Latossolo Vermelho Amarelo cultivado com cana-de-açúcar em comparação com

um ecossistema natural.

Estudos paralelos com o uso da vinhaça concentrada também têm mostrado

benefícios nas propriedades físicas dos solos. Freire e Rolim (1997) avaliaram o efeito

da vinhaça concentrada na densidade do solo arenoso e argiloso. A aplicação de doses

crescentes de vinhaça concentrada não provocou qualquer alteração no solo arenoso,

entretanto para o solo argiloso houve um aumento da densidade nos tratamentos com 16

e 20% de vinhaça concentrada, quando comparados com a testemunha.

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Ensaios de laboratórios com dois solos (areno-argiloso e argiloso-siltoso),

tratados com diferentes doses de vinhaça concentrada, 0; 5,5; 11; 16,5 e 22%, em

relação ao peso do solo seco, mostraram que, após 30 dias de repouso, as misturas (solo

e vinhaça) apresentaram menor densidade para ambos os solos (Freire e Aguiar, 1993).

Silva et al. (2005), avaliando os sistemas de cana-de-açúcar em sequeiro,

irrigação e vinhaça, nas propriedades físico-hídricas de um Argissolo Amarelo coeso,

verificaram aumentos significativos nos valores de densidade nas três áreas cultivadas,

nas camadas entre 0 a 20 e 20 a 40 cm, em relação ao solo sob mata nativa.

2.3.5 Resistência do solo a penetração

A resistência do solo à penetração (RSP) é uma medida para avaliar o

impedimento mecânico no solo, definida como sendo a quantidade de pressão que os

penetrômetros exercem ao penetrarem através solo e é dada pela força normal requerida

por unidade de área para separar ou afastar uma secção de solo de outra. (Torres e

Saraiva, 1999).

Índices como compactação do solo, conteúdo de água, textura e tipo de mineral

constituinte do solo estão interligados e fornecem o valor de resistência dado pelo

equipamento, medindo a resistência do solo no momento em que a avaliação é

realizada, podendo ser uma medida mais sensível, principalmente em camadas menos

espessas (Abreu et al., 2004).

Os fatores que afetam diretamente a RSP são: textura (Mantovani, 2002),

densidade e umidade do solo (Iaia et al., 2006).

De acordo com Mercante et al (2003) e Beutler e Centurion (2004) a RSP tem

sido freqüentemente utilizada como indicador da compactação do solo em sistemas de

manejo, por ser um atributo diretamente relacionado ao crescimento das plantas e de

fácil e rápida determinação.

Letey (2005) considera a RSP uma das propriedades físicas, diretamente

relacionada com o crescimento das plantas e modificada pelos sistemas de preparo do

solo. Valores excessivos de resistência do solo à penetração podem influenciar o

crescimento das raízes em comprimento e diâmetro (Merotto e Mundstock, 1999) e na

direção preferencial do crescimento radicular (Iijima e Kono, 1991).

O estabelecimento de níveis críticos de resistência do solo à penetração das

raízes tem sido estudado por diversos autores, em diversas situações. Para Lipiec e

Hatano (2003) citam que valores de RSP variando de 1 a 1,7 MPa começam a causar

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redução do desenvolvimento radicular, e que valores entre 3 e 4 MPa causam a

paralisação do crescimento das raízes. Esse fato depende do tipo de solo e distribuição

do tamanho de poros, especialmente quando para a medição se utilizam cones de

diâmetro maior que o diâmetro das raízes.

Vicente et al. (2010) ao avaliar a influência da resistência mecânica à

penetração, como um indicador de compactação, em solos irrigados e não irrigados com

vinhaça em áreas cultivadas com cana-de-açúcar, encontraram os menores valores de

RSP nas camadas entre 20 e 40 cm nas áreas com aplicação de vinhaça. Esse fato foi

explicado pela adição de matéria orgânica por meio da vinhaça.

2.4 Influência da vinhaça nas propriedades microbiológicas do solo

2.4.1 Atividade microbiana

A biomassa microbiana do solo é definida como a parte viva da matéria orgânica

do solo, incluindo bactérias, actinomicetos, fungos, protozoários, algas e macrofauna.

Excluindo-se raízes de plantas e animais do solo maiores do que 5 a 10 µm, a biomassa

microbiana corresponde em média, de 2 a 5% do C orgânico do solo (Jenkinson e Ladd,

1981) e de 1 a 5% do N total do solo (Smith e Paul, 1990).

A biomassa microbiana é um dos componentes que controlam funções chaves no

solo. Além de armazenadora de nutrientes, decompositora da matéria orgânica e

transformadora de alguns nutrientes disponíveis em outros componentes que são

utilizados pelos mesmos, a biomassa microbiana pode servir como indicador rápido de

mudanças do solo, revelando a sensibilidade da microbiota a alguma interferência no

sistema (Stenberg, 1999).

Seus atributos e sua atividade têm sido considerados os mais sensíveis às

mudanças iniciais no conteúdo total de matéria orgânica do solo, podendo ser utilizada

para indicar o nível de degradação ou alterações na qualidade do solo, em função do uso

e práticas de manejo utilizado (Trannin et al., 2007). Como avaliação da biomassa

microbiana é relativamente rápida quando comparada à avaliação direta da

produtividade vegetal, esta pode ter ampla aplicação na avaliação da qualidade do solo

(Barros et al., 2007).

Muitas pesquisas têm sido desenvolvidas utilizando propriedades genéricas,

como a respiração basal dos microrganismos presentes no solo, atividade enzimática,

mineralização da MOS, entre outros, que sob condições controladas de laboratório

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representam estimativas das funções metabólicas da biomassa microbiana, refletindo

sua fisiologia como comunidade total presente no solo (Ananyeva et al., 2008). Muitos

autores apontam para a possibilidade de que estas propriedades podem diferenciar

práticas de manejo, propriedades do solo e clima (Bending et al. 2004; Gil-Sotres et al.,

2005; Marinari et al., 2006; Monokrousos et al., 2006).

A determinação da liberação de CO2 do solo (C-CO2), assim como o quociente

metabólico, são exemplos de parâmetros que tem sido usados para avaliar a atividade

geral da biomassa, destacando-se a influência do clima, as propriedades físicas e

químicas do solo e as práticas agrícolas (Anderson e Domsch, 1993; Gama-Rodrigues,

1999).

A velocidade da decomposição dos resíduos orgânicos varia de acordo com a

resistência que ele oferece ao ataque microbiano e a biomassa microbiana responde

rapidamente às adições de carbono facilmente disponíveis. No caso da vinhaça, por

possuir grande quantidade de compostos oriundos da lise de células de levedura e do

mosto parcialmente fermentado, é um material de fácil decomposição pelos

microrganismos e capaz de produzir respostas rápidas da biomassa microbiana

(Trinsoutrot et al. 2000; Tejada e Gonzalez, 2003a, 2003b, 2004).

Tejada et al., (2006a), ao analisarem diferentes subprodutos da vinhaça,

observaram que o fornecimento de C prontamente metabolizável dos subprodutos

orgânicos estudados foi o fator mais influente que contribuiu para o aumento do C da

biomassa microbiana (C-BM).

Martins et al. (2011), ao estudar o efeito do tempo de fertirrigação com vinhaça

na atividade microbiana em dois períodos de coleta, observaram um aumento no C-BM,

no período seco. Eles atribuíram esse aumento ao efeito positivo da incorporação de

materiais facilmente degradáveis, através da vinhaça, que estimulam a atividade

microbiana do solo.

Quando a vinhaça recebe algum tipo de tratamento, como a compostagem ou

vermicompostagem, a biomassa microbiana e a respiração do solo são alteradas. Em

Tejada et al., (2009) os resultados indicaram um decréscimo de ambos parâmetros na

vinhaça, quando comparado com o tratamento da vermicompostagem, chegando a uma

redução de 20,6% para a biomassa microbiana e 31,8% para a respiração. Contudo,

quando se comparou a vinhaça sem tratamento com o controle (solo sem vinhaça)

obteve-se um aumento na biomassa microbiana e respiração do solo de 59,1% e 69%,

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19

respectivamente, indicando que a vinhaça altera significativamente as propriedades

microbiológicas do solo.

Os resultados de outros estudos, no entanto, indicaram que a aplicação da

vinhaça tem um impacto negativo sobre as propriedades microbiológicas do solo

(biomassa microbiana, respiração do solo e atividade enzimática) e este efeito pode

estar relacionado ao elevado teor de sódio (Tejada e González, 2006, 2007; Tejada et

al., 2007). Tejada et al. (2006b), observaram um decréscimo do C-BM com aplicação de

vinhaça, apresentando os menores teores de C-BM, nos tratamentos que se aplicavam as

maiores doses. Resultados semelhantes foram encontrados em outro trabalho do mesmo

autor no qual relataram decréscimos de 44,9% e 26,2% para C-BM e respiração do solo,

respectivamente.

A aplicação de vinhaça também pode interferir diretamente da liberação de CO2

para a atmosfera. No trabalho realizado por Santos et al. (2009a), após 60 dias de

incubação de um solo que recebeu vinhaça, observaram-se alterações significativas na

liberação de CO2 com redução na quantidade de CO2 liberado de 51 e 42,5% nos

respectivos níveis de 200 e 400 m3 ha-1 de vinhaça aplicada. O aumento do tempo de

incubação para 120 dias resultou em um aumento de 78.3, 38.7 e 72.6% da liberação de

CO2 para os volumes de 200, 400 e 600 m3 ha-1 de vinhaça, respectivamente.

Souza et al (2010), estudando a evolução do CO2 em três épocas de cultivo de

cana irrigada com vinhaça (antes do corte, depois do corte e antes da aplicação da

vinhaça e após a aplicação da vinhaça) encontraram que no terceiro período, 10 dias

após a aplicação da vinhaça houve um aumento considerável na liberação de CO2 até a

profundidade de 20 cm, decaindo nas profundidades entre 20 e 50 cm, sendo que os

valores de evolução do CO2 variou entre 0,79 e 0,85 mg CO2, ao longo do perfil

Grigatti et al. (2010) ao estudar a respiração do solo e a cinética de

mineralização de nitrogênio em compostos a base de resíduos vinícolas e vinhaça,

avaliando duas doses e a adição de minerais e glicose, encontraram que o consumo de

oxigênio acumulado da vinhaça chegou a 3600 mg O2 Kg-1, apresentando uma maior

respiração, quando comparado ao composto vinícola, sendo que 70% do total respirado,

ocorreu nas primeiras 48 horas. Além disso, não houve resposta à adição de minerais e

glicose, o que pode estar relacionado à grande quantidade de C e N prontamente

disponíveis pela vinhaça.

Lopes et al. (1986), estudando a atividade respiratória do solo tratado com

vinhaça e herbicida, relataram que a evolução do CO2 aumentou significativamente com

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as doses de vinhaça (100 e 1000 m3 ha-1) e esse efeito foi observado mesmo depois de

seis meses da sua aplicação no solo, quando foram feitas as leituras.

Quando estudado o efeito da temperatura sob a liberação de C na forma de CO2

para a atmosfera, após aplicação de resíduos orgânicos, teve-se a vinhaça como maior

liberador de CO2 nas temperaturas de 20 e 30 oC, ao longo de 38 dias de incubação.

Contudo, inicialmente a sua liberação foi menor comparado aos outros resíduos,

provavelmente em função de um período de adaptação microbiana, decorrente da

incorporação da vinhaça, já que a mesma promove alterações significativas na

microbiota do solo (Reis et al., 2002).

2.4.2 Microbiota do solo

A fração biológica é um dos principais componentes do solo, sendo composto

por pequenos animais (mesofauna) e microrganismos (microfauna e microflora). Os

componentes mais numerosos da fração biológica do solo são os microrganismos e as

transformações que eles promovem exercem efeitos diretos e indiretos na produtividade

e na qualidade dos produtos agrícolas (Leite et al., 2006).

Tais microrganismos correspondem a cerca de 80% da biomassa total

(excluindo-se as raízes), e determinam as funções do ecossistema, como decomposição

da matéria orgânica, produção de húmus, ciclagem de nutrientes e de energia, produção

de compostos complexos que contribuem para a agregação do solo, controle biológico

de pragas e doenças, entre outros. (Moreira e Siqueira, 2006).

Dentre os organismos heterotróficos destacam-se fungos e bactérias, que podem

atuar como saprófitas, decompondo a matéria orgânica do solo, ou como agentes

patogênicos de plantas. (Araújo e Monteiro, 2006). Além disso, é importante considerar

microrganismos que atuam no crescimento vegetal, tais como fungos micorrízicos e

bactérias fixadoras de nitrogênio, que afetam a absorção e a disponibilidade de

nutrientes e a estabilidade da matéria orgânica no solo. Uma maior estabilidade do

sistema tem sido associada a uma alta diversidade da microbiota do solo, o que resulta

em redundância de grupos funcionais, sendo capaz de garantir resiliência do

agroecossistema a estresses ambientais e/ou antrópicos (Xavier et al., 2005).

Os microrganismos do solo e suas comunidades estão continuamente mudando e

se adaptando às alterações ambientais. A dinâmica natural desses grupos os torna

indicadores potencialmente sensíveis para se avaliar essas mudanças no solo (Martins et

al. 2011).

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Em relação à diversidade microbiana após aplicação de vinhaça, Barros (2009)

avaliando atributos químicos e biológicos em solos cultivados com cana e fertirrigados

com vinhaça por mais de 10 anos, não encontrou diferença significativa na densidade de

fungos presentes nas áreas com ou sem aplicação de vinhaça. Além disso, encontrou-se

uma diversidade de fungos, como Aspergillus, Fusarium, Penicillium, Phytophthora e

Trichoderma, que são importantes decompositores de materiais lignocelulolíticos, sendo

que, na área com vinhaça teve-se destaque o fungo do gênero Aspergillus.

Santos et al. (2008) ao estudar as possibilidades do uso da vinhaça de beterraba,

de cana-de-açúcar e de vinho no controle de fungos fitopatogênicos, concluiu que a

vinhaça de cana-de-açúcar não é capaz de inibir o crescimento micelial de nenhum dos

fungos estudados, pelo contrario, no caso do Pythium, esse teve seu crescimento

máximo com a aplicação da vinhaça de cana. Da mesma forma, Neves et al.(1983),

sugeriram que a aplicação da vinhaça tem estimulado visivelmente a população de

fungos do solo, principalmente dos gêneros Aspergillus e Penicillium, o que pode levar

a um aumento de inoculo de fungos fitopatogênicos.

No trabalho de Santos et al (2009b) estudando o efeito da vinhaça sobre os

microrganismos do solo, detectaram que a população fúngica aumentou

significativamente após incubar um solo por 30 dias aplicado vinhaça, enquanto que

para actinomicetos o efeito foi o contrario, principalmente para o mesmo tempo de

incubação e doses de 600 m3 ha-1.

García e Rojas (2006) verificaram que a população de bactérias autóctones do

solo incubado com vinhaça cresceu rapidamente nas primeiras quatro semanas, mesmo

com uma dose baixa, como 150 m3 ha-1de vinhaça diluída (10%m/m). A população

bacteriana aumentou 25,3% quando comparada a do solo sem vinhaça.

Solos tratados com vinhaça têm o seu pH alterado com o tempo de aplicação e

consequentemente, há alteração do comportamento dos microrganismos do solo. Nos

primeiros 10 dias, tem-se uma redução considerável do pH, que favorece o

desenvolvimento fúngico. Estes transformam a matéria orgânica da vinhaça em húmus,

neutralizando a acidez do meio e preparando, deste modo, o caminho para proliferação

bacteriana. Essas irão atuar na mineralização e imobilização do nitrogênio, na sua

nitrificação, desnitrificação e fixação biológica, bem como nos ciclos biogeoquímicos

de outros elementos (Silva et al., 2007).

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2.4.3 Atividade enzimática

Os microrganismos são considerados as principais fontes de enzimas do solo

(Ajwa et al., 1999; Aon et al., 2001), e o estudo da atividade enzimática tem sido

reportado como indicador efetivo da qualidade do solo, da decomposição da matéria

orgânica e da disponibilidade de nutrientes decorrentes das práticas de manejo ou do

ambiente (Banerjee et al., 2000; Quilchano e Maranón, 2002).

O crescimento e a atividade dos microrganismos, no entanto, são sensíveis às

características físicas e químicas do solo, à quantidade e qualidade da serapilheira e à

influência do clima (Pennanen et al., 1999). Em adição, vários autores relataram que a

matéria orgânica é uma das principais variáveis do solo que influenciam na atividade

enzimática (Klose e Tabatabai, 2000; Rezende et al., 2001).

As enzimas do solo são mediadoras diretas no catabolismo biológico do solo

orgânico e dos componentes minerais (Nielsen e Winding, 2002), facilitando a detecção

de alterações nos solos pelo seu uso e manejo com maior antecedência do que

indicadores químicos e físicos, e por isso, têm sido sugeridas como potenciais

indicadoras da qualidade do solo (Matsuoka et al., 2003; Chaer e Tótola, 2007).

As enzimas do solo têm um papel crucial no ciclo do carbono (β-glicosidase e b-

galactosidase), nitrogênio (urease), fósforo (fosfatase) e enxofre (sulfatase). As

fosfatases, por exemplo, são capazes de hidrolisar compostos fósforo orgânico e

transformá-los em diferentes formas de fósforo inorgânico (Shukla e Varma, 2011).

Já a β-glicosidase é uma enzima que atua na etapa final do processo de

decomposição da celulose, pela hidrolisação dos resíduos de celobiose (Tabatabai,

1994), e alterações em sua atividade podem ter, portanto, influência sobre a qualidade

do solo.

Quanto à atividade enzimática, altas doses de vinhaça podem ocasionar um

decréscimo da atividade de algumas enzimas, como os encontrados por Tejada et al.

(2007). O decréscimo na atividade enzimática variou entre 5,0 e 59,6 %, dependendo do

tipo de enzima avaliada. Em outro trabalho, Tejada et al. (2008) relataram uma forte

inibição da atividade da desidrogenase, urease, β-glicosidase, fosfatase e arilsulfatase

com a aplicação da vinhaça.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área

O presente trabalho foi desenvolvido em áreas cultivadas com cana-de-açúcar,

pertencentes à Destilaria de Álcool Libra Ltda., localizadas na MT 010, km 50,

município de São José do Rio Claro, MT, sendo a Unidade Industrial localizada nas

seguintes coordenadas longitude 57o 97’ 77” e latitude 12o 39’ 14’ e altitude de 520

metros acima do nível do mar.

O clima caracteriza-se como do tipo Aw, de acordo com a classificação de

Köoppen (1948), o que caracteriza um clima tropical com dois períodos bastante

distinto onde ocorre um período chuvoso de outubro a maio e um período seco de junho

a setembro. As temperaturas dos meses mais quentes e dos meses mais frios são, em

média, 37 oC e 19 oC, respectivamente. A precipitação média anual, dos últimos 10

anos, foi de 2.250 mm, com intensidade máxima de janeiro a março. A temperatura

média anual é de 24 ºC.

Os solos da região explorados com a cultura da cana-de-açúcar são

predominantemente solos em ambiente de Cerrados. Para o inicio do cultivo da cana,

faz-se uma aração profunda, com bastante antecedência do plantio, visando à destruição,

incorporação e decomposição dos restos culturais existentes, seguida de gradagem, com

o objetivo de completar a primeira operação. Em caso de compactação do solo, seu

rompimento se faz através de subsolagem. Em sequência cultiva-se soja, por pelo

menos três anos consecutivos, para posterior cultivo da cana-de-açúcar.

A colheita é feita de forma manual, após a queima da cana. O canavial

permanece na área por aproximadamente cinco ou seis anos e, após esse período, é feita

a reforma do mesmo, destruindo-se as soqueiras, plantando-se soja na entressafra da

cana e replantando a cana logo em seguida.

3.2 Áreas estudadas

Foram selecionadas áreas com diferentes tempos de aplicação de vinhaça e uma

sem aplicação, de acordo com as possibilidades da empresa. As informações referentes

às áreas de estudo se encontram no Quadro 1.

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Quadro 1. Informações gerais sobre as áreas de estudo. Áreas

Informações Sem aplicação 6 anos 16 anos

Localização dentro da usina Faz. Santa

Tereza; quadra 24

Faz. Paraná II,

quadra 66

Faz. Paraná II,

quadra 33

Tamanho do talhão 18,7 ha 15,66 ha 19,74 ha

Tempo de abertura da área 12 anos 20 anos 20 anos

Regime de corte 1º corte 4º corte Cana planta

Produtividade Média 80 t cana ha-1 90 t cana ha-1 95 t cana ha-1

Manejo de colheita 1ª a ser colhida 2ª a ser colhida -

Aplicação da vinhaça - 300 m3 300 m3

Época de aplicação - Agosto Julho

Tempo entre aplicação e 1ª

coleta

- ≈15 dias ≈30 dias

Tipo de solo LVA * LVA LVA *Latossolo Vermelho Amarelo

3.3 Coleta das amostras

Em função de uma diferenciação textural nas áreas, foi feito um estudo

exploratório dos talhões e definidos pontos que possuíssem o mesmo padrão textural do

solo. Sendo assim, nesse levantamento prévio, coletaram-se amostras de solo em 17

pontos escolhidos aleatoriamente em cada área.

Após analise granulométrica desses 17 pontos, escolheu-se 7 pontos que

possuíam aproximadamente 12% de argila (Tabela 1). Esses 7 pontos escolhidos foram

definidos como os pontos amostrais dentro de cada área.

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TABELA 1. Textura do solo sob cultivo de cana sem aplicação de vinhaça e com aplicação por 6 e 16 anos.

Tratamento

Areia %

Silte %

Argila %

0-10 cm Sem aplicação 86,7 a 1,14 a 12,1 a

6 anos 86,6 a 1,14 a 12,1 a 16 anos 87,2 a 0,80 a 12,0 a CV% 0,76 6,07 6,07

Médias seguidas de mesma letra, na coluna e dentro de cada variável, não diferem entre si pelo teste de kruskal-Wallis 5% de probabilidade

A aplicação da vinhaça foi realizada no final de Julho e inicio de Agosto de

2010. A vinhaça foi transportada até as áreas por um canal denominado vinhoduto,

sendo aplicado, por aspersão, 300 m3 ha-1, por meio de canhão, o equivalente a uma

chuva de 30 mm.

Foram realizadas duas coletas de solo, uma no período seco (Setembro de 2010)

e outra no período chuvoso da região (Fevereiro de 2011). As amostras foram coletadas

o mais próximo das linhas de plantio da cana-de-açúcar, para evitar efeito de passagem

de máquinas.

3.4 Atributos químicos da vinhaça

A vinhaça foi coletada no vinhoduto, guardada em garrafa pet, transportada em

caixa de isopor com gelo até no laboratório de Microbiologia do solo, onde ficou

armazenado a 4 oC até a realização das análises.

Foram determinados pH, N, P, K total, Ca, Mg, S, Fe, Zn, Cu, B, Mn e matéria

orgânica (Tabela 2). Juntamente com o teste realizado no ano do trabalho, utilizou-se

também análises feitas pela usina, dos últimos 6 anos, para fazer uma média dos teores

de nutrientes aplicados ao longo dos anos. Além disso, os resultados foram convertidos

em Kg ha-1 para se ter idéia do quanto de nutrientes estavam sendo aplicados pela

adubação com vinhaça.

3.5 Atributos químicos do solo

Foram coletadas amostras de solo deformadas em cada um dos 7 pontos de cada

área, nos dois períodos estudados. As amostras foram transportadas em caixas de isopor

até o laboratório de Microbiologia do solo. Dessas amostras simples, foram feitas

amostras compostas, o qual, foram determinaram pH em CaCl2 e água, N, P, K, Ca, Mg,

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S, Fe, Zn, Cu, Mn, B, matéria orgânica e saturação por bases. Os valores dos resultados

de cada análise estão descritos na Tabela 3.

3.6 Atributos físicos do solo

Para a análise dos atributos físicos do solo, foram coletadas amostras

indeformadas, nas profundidades de 0-5 cm e 5-10 cm. A coleta foi feita apenas no

período chuvoso, em função da dificuldade de coleta de alguns atributos físicos em

solos arenosos na seca. Em cada ponto amostral, foram retiradas 3 repetições, para cada

profundidade, totalizando 42 amostras coletadas por área estudada.

Para análise de estabilidade de agregados, foram coletadas uma amostra de

torrão, na profundidade de 0-10 cm para cada ponto amostral de cada área, totalizando 7

amostras por área.

As amostras retiradas próximas da linha de plantio da cana-de-açúcar foram

transportadas em caixas de isopor até o laboratório de Física do Solo da FAMEV.

Foram realizadas as análises para cada profundidade separadamente, e por ultimo, fez-

se uma média dos valores de 0-5 cm e 5-10 cm, para determinar os valores médios na

profundidade de 0-10 cm.

A resistência mecânica do solo à penetração (RSP) foi determinada por meio de

um penetrógrafo eletrônico de velocidade constante (Bianchini, 2002), a partir da

superfície do solo até a profundidade de 20 cm, em intervalos de leitura de 2,5 mm,

segundo metodologia descrita pela ASAE (2000), com cinco repetições por ponto

amostral, totalizando 35 medições por área. Os valores foram obtidos em Mega Pascal

(MPa).

Foram avaliadas umidade, densidade do solo, estabilidade de agregados,

porosidade total, macroporosidade, microporosidade, análise granulométrica e

condutividade hidráulica, de acordo com a metodologia descrita pela Embrapa (1997).

A textura do solo foi padronizada no momento de escolha das áreas de estudo

com o objetivo de avaliar o real efeito do tempo de aplicação da vinhaça no solo. Os

pontos amostrais foram cuidadosamente avaliados para prevalecer à máxima

homogeneidade da área, apresentando uma textura de 12 % (Tabela 1).

O solo foi classificado como arenoso e, segundo o diagrama textural baseado no

Sistema Norte Americano de classificação das partículas, adotado pela Sociedade

Brasileira de ciência do Solo (Lier, 2010), o solo avaliado dentro de cada área estudada

é constituído por areia branca.

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Para condutividade hidráulica os solos foram classificados quanto a sua

permeabilidade de acordo com Hudson (1982).

3.7 Atributos microbiológicos do solo

Foram coletadas amostras simples deformadas nos sete pontos de cada área,

totalizando 7 amostras por área. O solo foi coletado na profundidade de 0-10 cm, no

período seco e chuvoso. As amostras foram transportadas em caixas de isopor com gelo

até o laboratório de Microbiologia do Solo da FAMEV, onde foram realizadas as

análises de C da biomassa microbiana, respiração basal do solo, quociente metabólico,

contagem total de microrganismos e atividade enzimática.

3.7.1 Carbono da biomassa microbiana e respiração basal do solo

Para avaliação dos teores de carbono da biomassa microbiana (C-BM) utilizou-

se o método da fumigação-incubação das amostras de solos (Jenkinson e Powlson,

1976) modificado. Utilizou-se 25 g de solo de cada amostra de cada ponto amostral.

Os resultados foram expressos em mg C kg-1 solo.

A respiração basal do solo (RBS) foi obtida com a incubação das amostras de

solos que não foram fumigadas realizando a mesma metodologia citada acima para a

avaliação do C da biomassa.

Os resultados foram expressos em mg C-CO2 kg-1 solo dia1.

3.7.2 Quociente metabólico

O quociente metabólico (qCO2) foi determinado como proposto por Anderson e

Domsch, (1993) que é interpretado pela razão (respiração basal do solo) : (carbono

microbiano). Os resultados foram expressos em: mg CO2 mg C kg-1solo dia-1

3.7.3 Contagem do número total de microrganismos

Para a quantificação de microrganismos totais utilizou-se a técnica de diluição

seriada, segundo Wollum (1982), no qual as diluições 10-3, 10-4 e 10-5 foram utilizadas

para a determinação do número de bactérias heterotróficas totais, em meio Ágar

nutriente, fungos totais em meio BDA (Batata, Dextrose, Agar) e actinomicetos totais,

em meio amino-caseína (Santos 2009b).

As placas foram incubadas a 28 ºC, sendo a leitura para bactérias heterotróficas

totais realizada em 24 horas, para fungos em 72 horas e actinomicetos em sete dias. O

crescimento microbiano foi determinado pela contagem do mesmo, sendo considerado o

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valor mínimo e máximo de unidades formadoras de colônias por placa entre 25 e 300,

respectivamente. Escolheu-se para uso no trabalho a diluição que apresentou melhores

resultados dentro dos limites de UFC por placa.

3.7.4 Avaliação da Atividade enzimática do solo

Foi avaliada a atividade de três enzimas: a fosfatase ácida (FA), a fosfatase

básica (FB) e a β-glicosidase, sendo que as duas primeiras estão relacionadas ao ciclo

do fósforo e a terceira ao ciclo do carbono. Utilizou-se o método descrito por Alef e

Nannipieri (1995a,b). Este método baseia-se na determinação da atividade enzimática a

partir da leitura, em espectrofotometria, de amostrar obtidas de solo incubado com

determinada quantidade de substrato para ação enzimática.

3.8 Delineamento experimental e análise estatística dos dados

Para o atributo físico, utilizou-se três tratamentos (uma área sem aplicação de

vinhaça, uma com 6 anos de aplicação de vinhaça e outra com 16 anos com aplicação de

vinhaça) e sete repetições para os atributos físicos.

Para determinação dos indicadores biológicos foram utilizados três tratamentos

(uma área sem aplicação de vinhaça, uma com 6 anos de aplicação de vinhaça e outra

com 16 anos com aplicação de vinhaça), dois períodos (seco e chuvoso) e sete

repetições.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância de Kruskal-Wallis a

5% de probabilidade por estes não apresentarem distribuição normal. Utilizou-se do

programa SAEG para rodar a estatística.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Propriedades químicas do solo

As áreas estudadas possuem um solo com teores bons de nutrientes e níveis

adequados de acidez e saturação por bases (V%) para solos arenosos, no período seco e

chuvoso (Tabela 4) (Souza e Lobato, 2004).

As áreas com aplicação de vinhaça, ao contrário do esperado, não apresentaram

pH, teores de nutrientes e matéria orgânica tão distintas da área sem aplicação. Quanto

ao pH em H2O, os níveis variaram entre 5,8 e 5,6 e pH em CaCl2 entre 5,0 e 5,5. De

acordo com a recomendação para solos de Cerrado, o pH encontra-se em níveis

adequados para todas as áreas estudadas.

Silva e Ribeiro (1998), notaram que nos primeiros dez dias após a aplicação da

vinhaça, o pH pode sofrer redução considerável, para, posteriormente, elevar-se

abruptamente, podendo alcançar valores superiores a 7,0, e em áreas onde aplicam-se

vinhaça há mais tempo, a elevação do pH é mais nítida (Tabela 4).

Todavia, a provável elevação não foi observada no presente trabalho, uma vez

que o pH em H2O e CaCl2 de todas as áreas estudadas mantiveram-se numa faixa de pH

5, considerada ácida, mesmo após 30 dias da aplicação da vinhaça. A alteração do pH

em áreas fertirrigadas com vinhaça ao longo dos anos também não foi observada no

trabalho de Bebé et al. (2009). Mesmo após 5 meses à aplicação da vinhaça, no período

chuvoso, o pH manteve-se praticamente inalterado.

Quanto à matéria orgânica do solo (MOS), encontrou-se teores altos na área sem

aplicação de vinhaça e na área com 16 anos de aplicação e teores adequados na área

com 6 anos, para o período seco. Ao contrario do esperado, não se observou um

aumento no seu teor com a aplicação de vinhaça, e houve redução da MOS no período

chuvoso, porém ainda estando em níveis adequados para solos arenosos.

Camilotti et al. (2006), ao trabalhar com aplicação de lodo de esgoto e vinhaça

em cana-de-açúcar, também não verificaram o aumento da MOS. Já Canellas et al.,

(2003) ao adicionar matéria orgânica por 35 anos, através da preservação da palhada e

adição de vinhaça, verificou alteração nas propriedades químicas do solo e uma

melhoria na fertilidade e na qualidade da matéria orgânica do solo.

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TABELA 2. Análise química da vinhaça.

Macronutrientes (g L-1)* Micronutrientes (mg L -1)* pH MO N

(total) P2O5 (total)

K2O (total)

Ca Mg S Zn Cu Fe Mn B Na g L-1

0,8±0,5 0,5±0,4 0,9±0,4 0,3±0,2 0,1±0,04 0,2±0,2 2,2±1,7 1,3±1,4 76,8±129,5 3,6±5,1 5,7±5,5 70,8±50,8 3,8±0,2 15,4±8,6 * Valores médios de nutrientes, ao longo dos últimos 6 anos.

TABELA 3. Quantidade de nutrientes aplicado pela vinhaça.

Macronutrientes (Kg ha-1)* pH MO N

(total) P2O5 (total)

K2O (total)

Ca Mg S g L-1

2,4±0,5 1,5±0,4 2,7±0,4 0,9±0,2 0,3±0,04 0,6±0,2 3,8±0,2 46,2±8,6 Micronutrientes (Kg ha-1)*

Zn Cu Fe Mn B Na 0,007±1,7 0,004±1,4 0,23±129,5 0,001±5,1 0,02±5,5 0,21±50,8

* Valores médios de nutrientes, ao longo dos últimos 6 anos.

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TABELA 4. Caracterização química do solo do período seco e chuvoso, sob cultivo de cana sem aplicação de vinhaça e com aplicação por 6 e 16 anos.

PERÍODO SECO MACRONUTRIENTES MICRONUTRIENTES

Tratamentos

pH pH P K Ca Mg S M.O V Zn Cu Fe Mn B

H2O CaCl2 mg.dm-³ cmolc. dm-3 g.dm-³ % mg. kg-1 sem aplicação 5,8 5 14 24 2 1 20 17 38 2,8 1,6 86 6 0 6 anos 6,3 5,5 20 78 2 1 16 14 62 2,9 0,6 67 7,7 0 16 anos 5,8 5 16 204 1 1 20 16 44 1,5 0,7 75 11,4 0

PERÍODO CHUVOSO

Tratamentos

MACRONUTRIENTES MICRONUTRIENTES pH pH P K Ca Mg S M.O V Zn Cu Fe Mn B

H2O CaCl2 mg.dm-³ cmolc. dm-3 g.dm-³ % mg. kg-1 sem aplicação 5,9 5,2 12 31 1,6 0,6 16,8 49 3,7 1,7 132 19,0 0,27 6 anos 5,8 5 24 38 1,3 0,5 12,3 46 2,9 1,4 91 14,1 0,25 16 anos 5,8 5,1 21 35 1,2 0,5 12,8 45 2,3 1,1 90 12,1 0,30

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A área com 6 anos de aplicação foi a que apresentou os valores mais baixos de

matéria orgânica. Por ser uma área de quarto corte, as sucessivas queimas da palhada

para a colheita podem ter influenciado diretamente na redução da mesma e a vinhaça ao

longo dos 6 anos não foi suficiente para repor essa MOS.

Em regiões tropicais, temperaturas elevadas, umidade e práticas de revolvimento

do solo, são alguns obstáculos que contribuem para os baixos teores de matéria orgânica

nos solos cultivados, pois esses fatores propiciam a rápida decomposição da matéria

orgânica, através da ação microbiana (Vasconcelos et al., 2010). Além disso, na cultura

da cana-de-açúcar, a prática da queima antes da colheita constitui um dos principais

fatores de degradação da MOS.

Dessa forma, a redução da quantidade de matéria orgânica nas áreas estudadas

no período chuvoso, pode ser justificada por um baixo aporte de matéria orgânica pela

vinhaça, aliada as altas temperaturas e umidade do período, que favorecem a

decomposição dos compostos orgânicos e ao solo arenoso.

O efeito da aplicação da vinhaça, para complementar as adubações de

manutenção da cana-de-açúcar, pôde ser observado no teor de K, na área com 16 anos

de aplicação (Tabela 4). O teor de K na área que recebe vinhaça há 16 anos foi de 204

mg. dm-3 e decresceu a medida que diminuiu o tempo de aplicação.

Apesar da sua forma líquida, a vinhaça tende a concentrar o K nas camadas

superiores do solo da área fertirrigada. Tal comportamento, bem como a diminuição dos

teores em profundidade, foi verificado por vários pesquisadores, em outras culturas

(Bayer e Mielniczuk, 1997; Souza e Alves, 2003; Barros et al. 2010).

Em experimento com fertirrigação com vinhaça, Gonzalo et al. (2005)

observaram que o excesso de K, na camada superficial, foi onze vezes superior à

recomendação de K2O por hectare, para cana-soca. Como o K tem alto potencial de

lixiviação, é importante considerar a necessidade do elemento para a cultura e a

capacidade sortiva do solo, na tomada de decisão da dose de vinhaça a ser aplicada, a

fim de minimizar os impactos ambientais ocasionados pelo uso agrícola do resíduo.

Zolin et al., (2011) também observou, com exceção das áreas com 2 e 3 anos de

aplicação de vinhaça, que para todas as áreas estudadas (4, 12 e 20 anos de aplicação) a

concentração de K foi mais elevada na camada superficial do solo e isto ocorreu,

possivelmente, pela maior retenção do K nessa camada em virtude do maior contato

entre colóides do solo e a vinhaça.

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No período chuvoso, o teor de K no solo decaiu consideravelmente, nivelando o

teor desse elemento nas três áreas estudadas. Esse fato pode ser decorrente de uma

possível assimilação do K pelas plantas ou também pela lixiviação pelo perfil do solo.

Entretanto, em função do solo ser arenoso, existe uma forte possibilidade do K ter sido

lixiviado, com o inicio das chuvas.

Em relação ao fósforo disponível, valores entre 12,1 a 18 mg dm-3 são

considerados como teores médios de P e entre 18,1 e 25 mg dm-3 como teores

adequados para solos arenosos (Souza e Lobato, 2004). Dessa forma, para o período

seco, encontraram-se teores médios desse elemento para a área com 16 anos e a sem

aplicação. Já para o período chuvoso, esse elemento aumentou para níveis considerados

adequados, nas áreas com aplicação de vinhaça, e baixo para a área sem aplicacao.

Canellas et al. (2003) também relataram resultados semelhantes para o comportamento

do P em áreas com adição de vinhaça por longos anos.

Os teores de Ca+2 foram classificados como médios (entre 1,5 e 7 cmolc dm-3)

tanto para as áreas sem aplicação de vinhaça como com 6 anos de aplicação e foi

considerado baixo (menor que 2 cmolc dm-3) para a área com 16 anos. Para o período

chuvoso as áreas com aplicação de vinhaça apresentaram baixos teores desse elemento.

Quanto aos teores de Mg+2, foram encontrados teores médios (entre 0,5 e 2 cmolc dm-3)

em todas as áreas de estudo, tanto para o período seco quanto para o chuvoso.

Em relação à saturação por bases do solo, todas as área estudadas apresentaram

teores adequados para solos arenosos, apesar de abaixo do ideal para a cultura, que é de

60% (Santos et al., 2009c).

Quanto aos micronutrientes, notou-se variação dos teores entre as áreas. No

geral, a concentração de micronutrientes no solo variou de médio a alto, e a área sem

aplicação de vinhaça se destacou em relação à esses elementos. A vinhaça tem sido

benéfica para a adição de alguns micronutrientes no solo, como manganês e boro, uma

vez que solos do Cerrado são pobres nesses elementos.

Acréscimos de Fe, Cu, Zn e B em áreas cultivadas em Latossolo vermelho

eutroférrico foram associados às aplicações de vinhaça, calcário e MO (Canellas et

al.,2003; Vitti et al., 2006a). Em contrapartida, Barros et al., (2010) estudando as

alterações nos atributos químicos em solos cultivados com cana-de-açúcar e aplicação

de vinhaça, observaram uma redução na disponibilidade de micronutrientes na área com

vinhaça, em função da elevação do pH. Esse fato não ocorreu neste trabalho, uma vez

que o pH se manteve em uma faixa ideal para os micronutrientes.

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O estudo do uso de vinhaça ao longo do tempo e a sua influencia na dinâmica

dos nutrientes em solos de área canavieira torna-se bastante importante para

recomendação agronômica do resíduo.

4.2 Atributos Físicos do solo

Na tabela 5 estão dispostos os dados de macroporosidade (Mac),

microporosidade (Mic), porosidade total (Pt), umidade, condutividade hidráulica

saturada (Ks) e densidade do solo (Ds), diâmetro médio ponderado (DMP), diâmetro

médio geométrico (DMG) e índice de estabilidade de agregados (IEA).

4.2.1 Porosidade, densidade e condutividade hidráulica do solo

A área sem aplicação de vinhaça relevou os melhores resultados de

macroporosidade, microporosidade, porosidade total e condutividade hidráulica,

indicando que esse solo possui maior aeração e capacidade de infiltração de água. Em

contrapartida, constatou-se uma redução desses atributos na área com aplicação de

vinhaça e um aumento da microporosidade do solo (Tabela 5).

Camilotti et al., (2006), estudando os atributos físicos de um Latossolo cultivado

com cana e após aplicação de lodo e vinhaça não encontraram alterações na porosidade

total, macro e microporosidade ao longo de 4 anos aplicação da vinhaça.

Vários autores contestam essa ausência de efeito e associam que o aumento do

teor de matéria orgânica e carbono orgânico, por meio da vinhaça, melhoram as

condições físicas do solo ao longo dos anos (Marciano et al., 2001; Canellas et al.,

2003; Zolin et al., 2011).

O presente trabalho não verificou incrementos na matéria orgânica ao longo dos

16 anos de aplicação de vinhaça a ponto de influenciar na estruturação do solo. Casanari

et al. (1985) e Camilotti et al. (2006) afirmam que os efeitos da aplicação de vinhaça são

passageiros, em função da vinhaça ser um material de rápida decomposição no solo.

A diferença entre a microporosidade da área sem aplicação de vinhaça e a com 6

anos de aplicação chegou a 18% (Tabela 5). Por ser uma área com cana de primeiro

corte, a porosidade do solo da área sem aplicação de vinhaça ainda pode estar sofrendo

os efeitos do preparo do solo feito na renovação do canavial.

A macroporosidade reduziu gradualmente com o aumentou dos anos de

aplicação de vinhaça, sendo essa redução de aproximadamente 13% na área com 6 anos

de aplicação e 27,6% na área com 16 anos de aplicação.

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TABELA 5. Atributos físicos do solo, no período chuvoso, na profundidade até 10 cm, sob cultivo de cana, sem aplicação de vinhaça, com 6 e 16 anos de aplicação.

Tratamento Umidade Mac Mic Pt Ks Ds DMP DMG IEA

% m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ m³ 0-10 cm

Sem aplicação 11,0 a 26,8 a 15,4 a 42,5 a 165,3 a 1,52 a 0,586 b 0,9972 b 85,48 b 6 anos 10,9 a 23,3 ab 18,8 b 41,1 ab 104,6 b 1,49 a 0,671 ab 0,9974 b 87,72 b 16 anos 10,2 a 19,4 b 18,2 ab 36,0 b 61,62 b 1,59 b 0,823 a 0,9981 a 91,86 a CV % 6,93 11,01 0,77 19,20 2,97 8,45 0,03 2,38

* Médias seguidas de mesma letra, na coluna e dentro de cada variável, não diferem entre si pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de probabilidade. (Mac) Macroporosidade; (Mic) Microporosidade; (Pt) Porosidade total; (Ks) condutividade hidráulica; (Ds) densidade aparente; (DMP) diâmetro médio ponderado; (DMG) diâmetro médio geométrico; (IEA) índice de estabilidade de agregados..

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Desde que sejam fornecidos água e nutrientes nas proporções necessárias, níveis

de macroporosidade entre 15-25% é considerado uma condição física do solo ótima para

a cana, razão pela qual a cultura se comporta bem, produtivamente, em solos arenosos,

(Fernandes et al., 1983). A este respeito, apesar dos valores de macroporosidade serem

decrescentes ao longo dos anos de aplicação da vinhaça, para as três áreas estudadas ela

está dentro da condição ótima para o desenvolvimento da cana-de-açúcar.

A microporosidade do solo é fortemente influenciada pela textura e carbono

orgânico e muito pouco influenciada pelo aumento da densidade do solo, originada do

trafego de maquinas e implementos (Sila e Kay, 1997). Em contrapartida, a redução da

macroporosidade nos solos cultivados com cana-de-açúcar decorre do aumento da

compactação do solo, que é evidenciada pelo aumento da densidade do solo (Lay e

Angers, 1999).

Quanto aos dados de densidade do solo (Ds) a área com 16 anos de aplicação de

vinhaça foi a que apresentou os maiores resultados, que corroboram com os dados de

porosidade. Uma redução da macroporosidade e aumento da microporosidade,

confirmando uma maior Ds, indicam que o solo possui algum grau de compactação.

Zolin et al., (2011) encontraram resultados semelhantes ao avaliar o efeito da

vinhaça ao longo do tempo, nas propriedades químicas e físicas do solo. O autor

observou o maior valor de Ds e uma camada compactada na área com 12 anos de

aplicação.

Tejada et al. (2008) também se deparou com um aumento na Ds com a aplicação

apenas de vinhaça, chegando a um valor 18,7% maior quando comparado com as área

de adubo verde e compostagem de adubo mais vinhaça. Trabalhos como o de Tejada et

al. (2007), Tejada et al. (2006b) e Tejada e Gonzales (2006a; 2006c) também obtiveram

resultados semelhantes quanto ao aumento da Ds com a aplicação da vinhaça.

Neste trabalho, os valores de Ds variaram entre 1,49 a 1,59 Mg Kg-1. Leitão et

al. (2010b) obtiveram valores semelhantes em solos arenosos com aplicação de vinhaça.

Apesar de haver uma tendência de compactação do solo, os valores encontrados de Ds

não são limitantes ao crescimento radicular da cultura, embora alguns autores relatam

certa restrição ao desenvolvimento radicular das plantas em valores acima de Ds 2 MPa

(Lapen et al., 2004 e Silva et al., 2008).

O máximo aumento da densidade do solo segue a mesma tendência da fração

areia e pode ser resultado da maior capacidade de empacotamento das partículas do solo

devido à forma irregular dos grãos de areia (Richart et al., 2005). Apesar de possuírem

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o mesmo teor de areia, a área com 16 anos de aplicação de vinhaça foi recém-reformada

e o maior valor de Ds pode estar relacionado tanto com a reforma, quanto com a

aplicação da vinhaça.

O preparo convencional pulveriza a superfície e forma camadas compactadas na

subsuperfície, além disso, verifica-se em solos irrigados fenômenos de migração da

argila, principalmente quando o material irrigado possui grande quantidade de íons

dispersantes (Silva et al., 2005). Uma vez que a vinhaça possui quantidades

consideráveis de íons dispersantes como o K+ e em menor quantidade o Na+, e o solo

apresentou baixos teores de Ca+2, existe uma possibilidade de o solo pulverizado pelo

preparo na reforma do canavial e disperso pelos íons acumularem na camada

subsuperficial, resultando em uma maior Ds com o aumento da profundidade.

Alguns autores relatam não ter encontrado efeitos da vinhaça na Ds (Camilotti et

al. 2006) e quando encontraram esse efeito foi positivo, reduzindo a mesma (Miranda,

2009). No presente trabalho foi possível verificar que o efeito negativo da vinhaça na

Ds, macro e microporosidade estão relacionados com a baixa aptidão para melhorar a

capacidade de suporte do solo.

Quanto à condutividade hidráulica do solo (Ks), houve uma redução

significativa do fluxo de água nos solos das áreas com 16 anos de aplicação de vinhaça

em relação às demais áreas, sendo que essa redução chegou a 103,7 mm h-1 quando

comparado com a área onde nunca houve aplicação de vinhaça (Tabela 5). Esse

resultado é consequência da redução da macroporosidade e aumento da

microporosidade causado pela destruição dos agregados do solo, resultante da reforma

do canavial. Segundo Carvalho (2002), a condutividade hidráulica do solo na condição

saturada é mais dependente da estrutura do que da textura do solo.

As praticas culturais modificam a densidade do solo e, consequentemente, a

infiltração de água, principalmente em áreas com intensa mecanização, causando

impactos negativos nas condições físicas e nos processos químicos e biológicos do solo

(Richart et al., 2005).

Goes et al. (2005) também encontraram uma redução drástica da Ks sob cultivo

de cana, e concluíram que o revolvimento do solo para o plantio e cultivo da cana-de-

açúcar tem maiores efeitos negativos temporários sob a condutividade hidráulica do que

o tempo de cultivo.

Apesar do preparo do solo produzir um aumento do volume do solo, que resulta

em maior quantidade de macroporos e redução da densidade, o revolvimento elimina a

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continuidade dos poros e o solo passa a ter uma condutividade menor (Valadão, 2009).

Fato semelhante foi observado no solo com 16 anos de aplicação, por ser uma área

recém-reformada e com um maior tempo de deposição de vinhaça, podendo dessa

forma, o preparo contribuir para a descontinuidade dos poros e ocasionar uma redução

da ks do solo.

Solos arenosos possuem maior quantidade de macroporos que os argilosos e,

consequentemente, apresentam maior condutividade hidráulica e taxa de infiltração

(Fiorin, 2008). Apesar de ser o mesmo tipo de solo, terem a mesma textura e,

praticamente, as mesmas quantidades de argila, silte e areia, o solo onde nunca houve

aplicação de vinhaça teve uma Ks aproximadamente 36,7% maior que o solo com

aplicação.

Silva, (2003) relata que o decréscimo da macroporosidade e o aumento da

densidade têm como consequência a redução da Ks, uma vez que o movimento de água

no solo esta diretamente associada à porosidade de drenagem. Os dados de densidade,

macro e microporosidade corroboram os de Ks, indicando que a área com 16 anos de

aplicação de vinhaça sofreu uma redução do seu espaço poroso influenciando

diretamente a Ks.

Segundo Cerdà (1996), solos com baixa Ks são mais susceptíveis à erosão,

devido à maior quantidade de água que permanece na superfície resultando em maior

escoamento superficial e consequentemente maiores perdas de solo. Sendo assim, os

solos das áreas cultivadas com cana-de-açúcar apresentam maior risco de degradação e,

destes, o solo com 16 anos de aplicação encontra-se em posição desfavorável.

Contudo, além do fator de condutividade é necessário observar a permeabilidade

do solo, ou seja, a capacidade de infiltração de água no solo. Levando-se em

consideração a classificação de Hudson (1982), para a área sem aplicação e com 6 anos

de aplicação de vinhaça, a classe de permeabilidade do solo foi 2 (rápida). Já a área

com 16 anos de aplicação de vinhaça enquadrou-se na classe 3 (moderadamente rápida).

Os solos das 3 áreas estudadas tem boa permeabilidade, fazendo com que o solo

seja capaz de absorver rápida ou moderadamente rápida a água que é depositada no

solo, reduzindo, dessa forma, o risco de degradação ou perda de solo.

Tejada et al., (2006c) encontrou uma relação em que quanto maior a dose de

matéria orgânica aplicada ao solo através dos resíduos orgânicos, maior o decréscimo da

permeabilidade do solo. Este fato foi explicado pela matéria orgânica agir como uma

partícula coloidal, ficando adsorvida na água e resultando numa menor permeabilidade

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do solo. Dessa forma quanto maior a quantidade de matéria orgânica adicionada, maior

sua adsorção pela água e menor a permeabilidade do solo.

Pelo fato da matéria orgânica adicionada pela vinhaça ser de fácil decomposição

e nas áreas estudadas ser feito o manejo de queima do canavial para a colheita não foi

possível encontrar matéria orgânica persistente no solo e, portanto, o risco de uma

redução da permeabilidade do solo em função da aplicação da vinhaça é mínimo.

Contudo, o transito de máquinas dentro do canavial é um fator limitante à Ks.

4.2.2 Estabilidade de agregados

Em relação aos resultados de diâmetro médio ponderado dos agregados estáveis

em água (DMP), este apresentou diferença entre a área com 16 anos e as demais áreas

estudadas (Tabela 5). Verificou-se que os valores absolutos do DMP foram graduais,

maior na área com 16 anos de aplicação de vinhaça e menores na área onde a vinhaça

foi aplicada por seis anos e na ausência de aplicação.

Em solos arenosos a ocorrência de agregados esta correlacionada diretamente à

presença de matéria orgânica no solo. A incorporação da mesma provoca uma intensa

atividade microbiana, os quais agem como agentes cimentantes das partículas pelos seus

micélios, como é o caso de fungos e actinomicetos, ou pelas mucilagens produzidas,

como é o caso das bactérias (Salton et al. 2008).

Apesar de não verificar incremento de matéria orgânica no solo, a vinhaça pode

ter influenciado indiretamente no DMP ao longo dos anos. A aplicação é feita após o

corte da cana, no período seco e a irrigação e os nutrientes depositados por ela podem

ter favorecido o estabelecimento e desenvolvimento das plantas, fortalecendo mais

rapidamente o sistema radicular, que liberando exsudatos beneficiaram a agregação.

Segundo Silva et al., (2006) entre as áreas cultivadas estudadas (sistema de

sequeiro, irrigação e vinhaça), o sistema de manejo com vinhaça proporcionou os

maiores valores de macroagregação ao solo, mostrando que, sob condições químicas

favoráveis, o sistema radicular da cana-de-açúcar contribui para a agregação do solo.

Apesar de serem estatisticamente diferentes, os valores de DMP para todas as

áreas estudadas foram baixos. Este fator decorre do efeito destrutivo das operações de

preparo do solo, do baixo conteúdo de argila no solo e à queima da palha antes da

colheita, que reduz o teor de matéria orgânica, conforme também verificado por

Vasconcelos et al. (2010). De qualquer forma, é possível observar que a adição de

vinhaça, por longo período, resultou em tendência de aumento na agregação do solo,

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mesmo em solo arenoso. Esse resultado está de acordo com alguns autores (Silva, 2003;

Oliveira, 2008).

De fato, Camargo et al., (1983) constataram que a agregação do solo na área que

recebeu vinhaça ao longo do tempo foi maior que na área onde não houve sua aplicação.

Aguiar (1992), também encontrou resultados positivos com relação à estabilidade

estrutural em dois tipos de solos, tratados com vinhaça.

M relação aos dados de estabilidade de agregados, Para todas as áreas estudadas,

a distribuição de agregados concentrou-se nas classes de 0,5-0,25 mm, seguido da classe

de 1-0,5 mm (Figura 1). Este resultado já era esperado em função da textura do solo.

FIGURA 1. Distribuição dos agregados entre as classes 4 a 0,125 mm, no período

chuvoso, na camada até 10 cm, sob cultivo de cana, sem aplicação de vinhaça, com 6 e 16 anos de aplicação.

As barras indicam os valores de erro padrão da média e a sobreposição destas denota ausência de diferenças entre os tratamentos.

Observa-se um gradiente na distribuição de agregados entre os tratamentos. O

solo sem aplicação de vinhaça possui maior quantidade de agregados de classes

menores (0,5-0,250 mm) e essa quantidade reduz à medida que aumenta a classe de

agregados. Ao fazer a comparação entre os tratamentos, nas áreas com aplicação de

vinhaça o comportamento da distribuição foi inverso.

De acordo com Tisdall e Oades (1982) o acúmulo de agregados de menor

diâmetro é resultado da maior resistência desses agregados às práticas do manejo, pois

os agentes ligantes que estabilizam esses agregados menores são persistentes, formados

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por substâncias húmicas associadas aos óxidos de ferro e alumínio, enquanto os

macroagregados (> 250 mm) são mais afetados pelas práticas do manejo, visto que são

ligados por agentes temporários, como hifas de fungo e raízes de plantas.

Em relação ao diâmetro médio geométrico (DMG) (Tabela 5), a área com 16

anos apresentou o melhor resultado. Os valores absolutos do DMG de todas as áreas

estudadas foram muito superiores, quando comparado com solos de textura arenosa

cultivado com cana por longos períodos (Muller, 2002). Contudo, ao comparar solos nas

mesmas condições e com aplicação de vinhaça, os valores foram equiparados (Longo,

1994).

Para o índice de estabilidade de agregados (IEA), apesar de também não ter

apresentado diferença estatística é possível observar que, os valores retratam um bom

índice de agregação total do solo.

Vanconcelos et al. (2010) ao estudar a estabilidade de agregados em um

Latossolo Amarelo tratado com diferentes resíduos da cana-de-açúcar relatou que o IEA

se mostrou adequado para avaliar a estabilidade de agregados, assim como o DMP por

via úmida, sendo que este ultimo apontou uma melhora na agregação do solo na camada

superficial, após a adição de resíduos orgânicos da cana-de-açúcar.

Em contrapartida, Passarin et al. (2007) concluíram que a aplicação de doses

altas doses vinhaça (até 600m3 ha-1) não promoveram mudanças significativas no DMP

e DMG e no IEA% de amostras das camadas até 40 cm do Latossolo Vermelho

distroférrico típico estudado.

A ausência de resposta do benefício da vinhaça na estabilidade de agregados

pode ser atribuída à quantidade de material orgânico contido na vinhaça natural, que por

ser altamente biodegradável, não consegue atuar como agente cimentante (Longo et al.,

1996).

A influência do material orgânico na agregação do solo é um processo dinâmico,

e seus benefícios são resultado da atividade conjunta dos microrganismos, da fauna e da

vegetação (Rozane et al., 2010). Desse modo, a interação entre o tempo de contato da

vinhaça com o solo, a ação microbiana e a cana já estabelecida podem ter sido

suficientes para promover melhorias na estabilidade dos agregados na área com 16 anos

de aplicação.

Além disso, o trabalho foi realizado em áreas cultivadas com cana-de-açúcar,

que é uma gramínea semiperene. Os efeitos benéficos de uma gramínea para a

agregação são atribuídos, principalmente, à alta densidade de raízes, que promove a

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aproximação de partículas pela constante absorção de água do solo, às periódicas

renovações do sistema radicular e à uniforme distribuição dos exsudatos no solo, que

estimulam a atividade microbiana, cujos subprodutos atuam na formação e consolidação

dos agregados (Silva e Mielniczuk, 1997).

4.2.3 Resistencia do solo a penetração vertical

A Tabela 6 apresenta os resultados de resistência do solo à penetração (RSP),

obtidos no período chuvoso, com seus respectivos coeficientes de variação. A figura 2

representa a resistência média do solo a penetração em função da profundidade das

áreas em estudo.O levantamento da RSP não foi realizado no período seco pois o solo

apresentava umidade muito baixa, com valores de resistências muito altas, acima de 7,0

MPa.

Para as medições de RSP, a área que recebe vinhaça há 16 anos é a que

apresenta as menores resistências. Stolf et al., (1983) e Cunha et al. (2002) advertem

que o valor de resistência é variável com a textura e umidade. Sendo assim, pode-se

dizer que os resultados de RSP são confiáveis, pois não houve variação de nenhum

desses dois atributos (Tabela 1 e 5). Considerando-se que a textura e umidade não

apresentaram diferenças significativas, a maior RSP para a área de 6 anos se deve à

influencia do regime de cortes, no qual as áreas com 16 anos de aplicação e sem

aplicação de vinhaça são cana planta e de primeiro corte, respectivamente, enquanto que

a de 6 anos é uma área de quarto corte.

Desse modo, esta ultima área sofreu maior movimentação de máquinas no

ultimo ciclo produtivo, do que as primeiras mencionadas, o que resulta em um maior

grau de compactação. Esse resultado foi observado para as duas profundidades

estudadas, havendo um aumento da RSP com a profundidade.

A RSP é apontada como um dos fatores limitantes ao estabelecimento e

desenvolvimento das culturas, pois expressa o grau de compactação do solo. Seu valor

varia com o tipo de solo e com a espécie cultivada, sendo que suas causas têm sido

atribuídas ao tráfego de máquinas agrícolas (Richart et al. 2005). Imhoff et al. (1999)

indicam que valores entre 2 e 3 MPa, são considerados limitantes ao desenvolvimento

radicular.

Sene et al. (1985), adaptado por Canarache (1990), sugeriram limites de classes

de resistência e graus de limitação ao crescimento radicular. Segundo os autores, um

solo sem limitação possui valores de resistência abaixo de 1,1 MPa, pouca limitação

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valores entre 1,1 e 2,5 MPa, alguma limitação, 2,6 e 5 MPa e sérias limitações, acima de

5,1 MPa.

TABELA 6 . Resistência do solo a penetração (RSP), em duas profundidades, sob cultivo de cana-de-açúcar, sem aplicação de vinhaça, com 6 e 16 anos de aplicação.

Per

íodo

chu

voso

Tratamentos RSP MPa

0-10 cm sem aplicação 2,6 b

6 anos 3,0 b 16 anos 2,3 ab CV % 7,61

10-20 cm

sem aplicação 3,1a 6 anos 4,1a 16 anos 3,3a CV % 14,15

Médias seguidas de mesma letra, na coluna e dentro de cada variável, não diferem entre si pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de

probabilidade.

Desse modo, segundo esses autores, o solo sem aplicação e a com 6 anos de

aplicação de vinhaça apresentam alguma limitação na primeira camada (até 10 cm)

enquanto que na camada de 10-20 cm, todas as áreas apresentaram alguma limitação.

A área com 6 anos, possivelmente possui essa limitação em função do tráfego de

máquinas decorrente do regimes de cortes. Já na área com 16 anos de aplicação,

observa-se uma tendência à limitação e compactação do solo, evidenciada também pelo

valor de densidade.

Zolin et al. (2011) verificaram que para as condições de diferentes tempos de

aplicação de vinhaça (1,2,3,4, 12 e 20 anos), os valores maiores que 5,0 MPa de RSP

nas camadas de 20 e 40 cm, considerados restritivos ao desenvolvimento das raízes, não

foram suficientes para impedir o desenvolvimento do sistema radicular da cana-de-

açúcar.

No presente estudo, independente da área ter recebido vinhaça, os resultados

indicam formação de camadas compactadas, em níveis que afetam o desenvolvimento

radicular das culturas. Entretanto, os valores de macroporosidade estão bem acima do

limite de 10%, confirmando uma boa capacidade produtiva da cultura, principalmente

para solos arenosos.

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FIGURA 2. Resistência do solo a penetração (RSP), sob cultivo de cana-de-açúcar, sem aplicação de vinhaça, com 6 e 16 anos de aplicação na profundidade de 0-20 cm.

Excepcionalmente, pode-se inferir que a aplicação de vinhaça não melhorou, ao

longo do tempo, a capacidade do solo em resistir à aplicação de cargas externas,

advindas do trafego de maquinas pesadas, responsáveis pelo processo de compactação.

Os resultados obtidos estão de acordo com os obtidos por Camilotti et al. (2006), que

relataram a vinhaça não atenuar nem agravar o processo de compactação do solo. Da

mesma forma, Souza et al. (2005) ao avaliar o efeito da aplicação de resíduos em

Latossolo vermelho concluíram que a aplicação do mesmo não influenciou a RSP nem a

umidade.

Camilotti et al., (2005) relataram que aplicações de vinhaça pode melhorar as

condições físicas de solos, que estão sujeitos a desagregação, provocada por

determinados implementos, e compactação mecânica, causada pela pressão exercida por

máquinas que trafegam intensamente na área. Essa melhora pode estar relacionada a

aumentos dos teores de matéria orgânica e por isso sua dose e tempo de aplicação deve

ser cuidadosamente planejadas.

Da mesma forma, Vicente et al. (2010) descreveram uma menor RSP até a

profundidade de 40 cm em áreas com aplicação de vinhaça, provavelmente em função

de um aumento da matéria orgânica no solo, relatando um aumento de quase 60% na

RSP na área onde não foi aplicado vinhaça.

Na camada superficial do solo, os valores médios de RSP tenderam a apresentam

uma variação considerável (Tabela 6); isto se deve ao fato desta camada ser a mais

influenciada pelo tráfego de máquinas. Em relação às camadas subsuperficiais, os solos

mais arenosos também estão sujeitos a compactação, em virtude da baixa mobilização

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do solo na reforma dos canaviais, o que explica os maiores valores de resistência a

penetração ao longo das profundidades estudadas.

Em função do número de dados lidos no penetrômetro e do coeficiente de

variação relativamente baixo para RSP, foi possível com este atributo, avaliar uma

tendência do solo a uma compactação, em função do transito de máquinas na área, na

área com 6 anos de aplicação.

4.3 Propriedades microbiológicas do solo

4.3.1 Atividade microbiana heterotrófica

O resultado de carbono da biomassa microbiana (C-BM) encontra-se na Tabela

7. Para a coleta feita no período seco, o solo que recebeu vinhaça por 16 anos e a que

nunca recebeu vinhaça foram as áreas que apresentaram as maiores respostas de C-BM,

enquanto que para o período chuvoso foi a área com 6 anos.

Os maiores valores de C-BM no período seco na área com 16 anos de aplicação

é decorrente da adição recente de vinhaça ao solo, em um período limitante para a

atividade microbiana. De acordo com De Neve e Hofman (2000), Trinsoutrot et

al.(2000) e Tejada e Gonzalez (2003a, 2003b, 2004), a biomassa microbiana responde

rapidamente por meio de sua atividade à adições de C disponíveis.

TABELA 7 . Carbono da biomassa microbiana (C-BM), Respiração basal do solo (RBS) e quociente metabólico (qCO2), em duas épocas de coleta, sob cultivo de cana-de-açúcar, sem aplicação de vinhaça, com 6 e 16 anos de aplicação.

Tratamento

C-BM RBS qCO2 mg C kg solo-1 mg C-CO2 kg solo-1dia-1 mg CO2 mg C kg-1solo dia-1

Período seco

Período chuvoso

Período seco

Período chuvoso

Período seco

Período chuvoso

0-10 cm Sem aplicação 384,47 aA 111,27 cB 18,30 bB 13,86 cA 0,051 cA 0,141 cB 6 anos 224,90 bB 242,46 aA 5,66 aA 11,74 bB 0,024 bA 0,045 aB 16 anos 368,95 aA 162,15 bB 5,97 aA 8,77 aB 0,018 aA 0,080 bB *Medias transformadas em raiz. Médias seguidas de mesma letra, minúsculo na coluna e maiúsculo na linha e dentro de cada variável, não diferem entre si pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de probabilidade.

Este fato foi verificado também no trabalho de Tejada et al., (2006a), no qual ao

analisar diferentes subprodutos da vinhaça, observaram que o fornecimento de C

prontamente metabolizável dos subprodutos orgânicos estudados foi o fator mais

influente que contribuiu para o aumento do C-BM.

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Entretanto, Tejada et al.(2006b), observaram um decréscimo do C-BM com o

aumento das doses de vinhaça ao longo de 4 anos de estudo, assim como Tejada et al.

(2009), quando compararam o efeito da vinhaça com materiais de compostagem.

Resultado semelhante foi verificado na área com 6 anos de aplicação no período seco, o

que pode ser atribuído tanto ao pouco tempo de aplicação da vinhaça, quanto à situação

da área, que por ter sido a ultima a ser colhida e também a ultima a receber a vnhaça, a

microbiota do solo poderia não ter se restabelecido da queima do canavial.

O aumento no C-BM observado na área com 16 anos de aplicação, no período

seco, pode ser atribuído a um efeito positivo da incorporação de materiais facilmente

degradáveis, por meio da vinhaça recém-aplicada, que estimulam a atividade

microbiana autóctone do solo, e também incorporam microrganismos exógenos

(Schäffers, 2000; Tejada e Gonzalez, 2006a).

Sendo a vinhaça rica em compostos oriundos da lise de células de leveduras e do

mosto parcialmente fermentado, esta é em material de fácil decomposição (Glória,

1980). Sendo assim, a atividade microbiana é capaz de atuar decompondo essa matéria

orgânica quase que totalmente, o que nos leva a crer que não se pode esperar efeitos

persistentes da matéria orgânica adicionada ao solo pela vinhaça.

No período chuvoso a área com 6 anos de aplicação apresentou os melhores

resultados, seguida da área com 6 anos. Provavelmente, esse fato é decorrente do efeito

residual da vinhaça, uma vez que adicionada no período seco favorece o

desenvolvimento da cana de 4º corte e o restabelecimento de seu sistema radicular.

Aliada a características associadas a essa estação, tais como maiores temperaturas e

umidade, influenciaram a microbiota já estabelecida no local.

A aplicação de vinhaça ser capaz de interferir diretamente redução da liberação

de CO2 para a atmosfera já que a respiração basal do solo (RBS) apresentou as menores

médias nas áreas de aplicação de vinhaça para os dois períodos estudados (Tabela 7).

Em relação aos tratamentos, a área sem aplicação de vinhaça foi a que obteve os

maiores valores.

Diferentemente desse trabalho, Santos et al. (2009a), estudando a liberação de

CO2 de solos fertirrigados com doses crescentes de vinhaça, não detectaram diferença

entre os tratamentos em solos incubados até os 30 dias.

Uma alta taxa de respiração pode indicar tanto um distúrbio ecológico, como um

alto nível de produtividade do ecossistema (Islam e Weil, 2000). A área sem aplicação

de vinhaça, por apresentar os maiores valores de RBS, indica a existência de uma

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alteração ou um alto nível de produtividade, porém sem interferência da vinhaça sobre

esse fator.

O cultivo intensivo, somado à queima da cana, é responsável pela redução do

teor de matéria orgânica e pela perda da estrutura original do solo. Consequentemente,

esses fatores interferem diretamente na microbiota do solo e na sua atividade, indicando

que existe um ecossistema em colapso dentro do canavial. Nesse sentido, a vinhaça

pode ter favorecido o restabelecimento dos microrganismos após a queima, reduzido o

estresse microbiano e conseqüentemente reduzido a emissão de gases do efeito estufa

para a atmosfera.

Em relação ao quociente metabólico (qCO2), obteve-se diferença entre os

tratamentos e entre os períodos (Tabela 7). Pode-se observar um gradiente no qCO2,

sendo que na área com 16 anos de aplicação obteve a menor resultado e essa relação

aumentou a medida que se reduz o tempo de aplicação de vinhaça e onde não se aplica.

No período seco, encontrou-se os menores valores de qCO2. Esse fato indica que

existe um menor estresse microbiano em relação ao ambiente ou uma maior eficiência

microbiana na conversão de energia, para a manutenção da atividade metabólica, à

medida que se aumenta o tempo de deposição de vinhaça.

Apesar da adição do resíduo ao solo no período seco estimular a microbiota e

ocasionar uma explosão na sua atividade, ela foi mais eficiente em amortecer os efeitos

desse período e converter a matéria orgânica em C-BM liberando menos CO2 para

atmosfera, mantendo assim, o ambiente mais equilibrado do que na área sem aplicação

de vinhaça.

Segundo Sparling (1997), citado por Nielsen e Winding (2002), deve-se ter

cuidado quando se interpreta o qCO2, uma vez que um alto quociente pode inferir

estresse, um ecossistema imaturo ou uma maior oferta de substrato para a respiração,

como foi observado na área sem aplicação de vinhaça, que obteve uma alta conversão

de matéria orgânica em C-BM e uma alta RBS, resultando em um qCO2 elevado quando

comparado com as demais áreas estudadas.

Chander e Brookes (1991) afirmaram que a biomassa microbiana e a respiração

do solo respondem mais rapidamente a alterações ambientais do que a matéria orgânica

no solo. Dessa forma, para o período chuvoso, a menor quantidade de C-BM e a elevada

RBS, resultaram em um maior estresse microbiano, ocasionando um maior qCO2,

aumentando, assim, o distúrbio no solo .

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Khan e Scullion (2000) sugerem que a utilização desses índices como indicativo

de estresses ou distúrbios é limitada, atribuindo alguns resultados discrepantes às

alterações na estrutura da comunidade microbiana, como um incremento na proporção

de um grupo de microrganismos na comunidade microbiana dos solos, por exemplo.

Dessa forma, a avaliação conjunta dos atributos físicos, químicos e microbiológicos é

fundamental para avaliar os impactos do tempo de aplicação de vinhaça sob o solo.

4.3.2 Contagem de microrganismos totais

Em relação aos resultados da quantificação microbiana, foram obtidos valores de

bactérias, fungos e actinomicetos viáveis totais. As médias foram diferentes

estatisticamente para os tratamentos e períodos (Tabela 8).

TABELA 8. Contagem de bactérias, fungos e actinomicetos viáveis totais, em solos coletados em duas épocas de coleta, sob cultivo de cana-de-açúcar, sem aplicação de vinhaça, com 6 e 16 anos de aplicação.

Tratamento

Bactéria Fungo Actinomicetos UFC. g-1 solo 10-5

Período seco

Período chuvoso

Período seco

Período chuvoso

Período seco

Período chuvoso

0-10 cm Sem aplicação 24,22 aA 27,04 aA 4,94 bA 7,90 aA 0,68 aB 5,25 aA 6 anos 25,98 aA 15,44 bB 20,23 aA 4,00 aB 0,56 bA 0,16 bB 16 anos 14,84 bA 10,99 cB 18,86 abA 6,80 aB 0,32 cA 0,02 cB CV% 0,33 1,65 0,15 3,30 1,14 2,67 *Médias transformadas em logaritmo. Médias seguidas de mesma letra, minúsculo na coluna e maiúsculo na linha e dentro de cada variável, não diferem entre si pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de probabilidade.

Para bactérias viáveis totais, a área com 16 anos de aplicação de vinhaça

apresentou os menores resultados, tanto para o período seco, quanto para o chuvoso. Em

relação ao crescimento fúngico, os menores resultados foram encontrados na área onde

não recebe vinhaça, para os dois períodos estudados, sendo seus valores extremamente

baixos.

García e Rojas (2006) encontraram um aumento 25,3% da população bacteriana

em solo incubado com vinhaça, notando esse crescimento principalmente nos primeiros

30 dias. Este fato pode ser notado na área com 6 anos de aplicação de vinhaça, que é a

área onde aplicou-se vinhaça por ultimo.

A área apresentou os maiores valores para fungos viáveis totais, no período seco,

foi a área com 16 anos de aplicação de vinhaça, indicando o benefício da vinhaça para o

crescimento desse grupo de microrganismos. No trabalho de Santos et al (2009b)

estudando o efeito da vinhaça sobre os microrganismos do solo, detectaram que a

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população fúngica aumentou significativamente após incubar um solo por 30 dias

aplicado vinhaça.

Já Barros (2009), avaliando atributos químicos e biológicos em solos cultivados

com cana e fertirrigados com vinhaça por mais de 10 anos, não encontrou diferença

significativa na densidade de fungos presentes nas áreas com ou sem aplicação de

vinhaça.

Em relação ao crescimento de actinomicetos, tanto para o período seco quanto

para o chuvoso, as áreas com aplicação de vinhaça apresentaram os menores resultados,

indicando que para esse grupo microbiano a aplicação de vinhaça é prejudicial. Santos

et al. (2009b) também relataram uma influencia negativa da vinhaça sobre crescimento

dos actinomicetos ao avaliar solo incubado por diferentes períodos de tempo e doses de

aplicação de vinhaça.

Para actinomicetos, os fatores ecológicos que afetam seu crescimento são

principalmente o nível de matéria orgânica e pH (Casanari et al., 1985). Segundo o

autor, este grupo de microrganismos não se multiplicam em pH abaixo de 6,0, sendo

que as populações ficam limitadas a microhabitats onde o pH se eleva devido a produtos

finais produzidos por outros grupos de microrganismos.

Fungos e actinomicetos são capazes de dominar o inicio da decomposição após

adição de matéria orgânica ao solo (Jhonson, 2009). No caso dos fungos, pode-se

observar que exatamente nas áreas onde se aplica o resíduo, foram as apresentaram os

maiores valores desses microrganismos. Quanto aos actinomicetos, eles foram mais

atuantes na área sem aplicação de vinhaça em decorrência provável de uma oferta de

substrato, evidenciada pelo alto valor do C-BM na área.

Casanari et al., (1985) relataram que as transformações microbianas em solos

irrigados com vinhaça são rápidas e significativas, e que o aumento da densidade

microbiana ocorre após os 60 dias de aplicação do resíduo, no qual, a microbiota

autóctone deve se estabilizar e a autotrófica ainda estará decompondo o resíduo.

As avaliações do período seco e chuvoso foram realizadas aproximadamente 1 e

5 meses, respectivamente após a aplicação da vinhaça. Nesse período notou-se uma

redução no número de unidades formadoras de colônias, obtidas nas áreas com

aplicação de vinhaça. Este fato pode ser decorrente de uma estabilização na comunidade

microbiana, já que se tem uma homogeneidade maior das áreas, sem fatores limitantes

ao seu desenvolvimento, enquanto que no período seco, os microrganismos estavam em

processo de multiplicação após a aplicação da vinhaça.

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As variações sazonais de densidade microbiana são resultantes da interação de

diversos fatores como pH, umidade, temperatura e teores de substratos energéticos

(Casanari et al., 1985). Esses fatores podem ter influenciado o desenvolvimento dos

microrganismos concomitantemente à aplicação de vinhaça, e por isso, a

heterogeneidade de resultados entre os grupos de microrganismos, períodos e

tratamentos estudados.

4.3.3 Atividade enzimática do solo

Na avaliação da atividade enzimática detectou-se diferença estatística entre os

tratamentos e entre os períodos, somente para a fosfatase básica (FB) (Tabela 9). Para

fosfatase ácida (FA) para o período seco e chuvoso, não houve diferença estatística

entre os tratamentos, assim como para a atividade da β-glicosidase.

TABELA 9 . Atividade da fosfatase ácida (FA) e β-glicosidase em solos coletados, em duas profundidades e duas épocas de coleta, sob cultivo de cana-de-açúcar, sem aplicação de vinhaça, com 6 e 16 anos de aplicação.

Tratamento

FA FB β-glicosidase µg. g solo-1.h-1

Período seco

Período chuvoso

Período seco

Período chuvoso

Período seco

Período chuvoso

0-10 cm Sem aplicação 4,39 aA 2,26 aA 2,12 cB 2,29 aA 2,51 aA 2,27 aB 6 anos 4,96 aA 2,27 aB 2,21 aB 2,28 bA 2,39 aA 2,35 aA 16 anos 4,52 aA 2,21 aB 2,14 bB 2,24 cA 2,39 aA 2,34 aA CV% 2,13 1,10 1,74 1,06 3,31 1,62 Médias seguidas de mesma letra, minúsculo na coluna e maiúsculo na linha e dentro de cada variável, não diferem entre si pelo teste de Kruskal-Wallis a 5% de probabilidade.

Para as 3 áreas estudadas, o período seco apresentou o melhor desempenho da

FA. A vinhaça possui um pH muito ácido, e no momento da sua aplicação, ela pode ter

estimulado a atividade da FA, e por isso, os melhores resultados nesse período.

Além disso, no período chuvoso, o sistema radicular da cana está mais

desenvolvido, fazendo com que este libere exsudatos, que podem neutralizar ou

alcalinizar o meio, dificultando a ação da FA e favorecendo a ação da fosfatase básica

(FB) no solo (Tabela 9).

A respeito da FB, detectou-se diferença entre os períodos e tratamento, sendo

que o período chuvoso obteve as maiores médias. Esse fato decorre de uma possível

liberação de exsudatos pelas raízes das plantas, capazes de neutralizar ou alcalinizar o

meio e favorecer a atividade da FB, já que no período seco, o pH baixo e a aplicação da

vinhaça favoreceram a atividade da FA.

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No período seco, a área com 6 anos de aplicação de vinhaça obteve a melhor

resultado. Essa área possui uma cana no regime de 4º corte, sendo assim, existe um

sistema radicular já estabelecido, que pode ter amortecido os efeitos da vinhaça sobre a

atividade da FB.

Subprodutos orgânicos, como a vinhaça, podem representar uma importante

fonte de nutrientes, especialmente para a adubação orgânica (Tejada et al., 2008).

Alguns autores relatam que os nutrientes contidos na vinhaça, podem afetar

negativamente alguns atributos do solo (Tejada e Gonzalez, 2005; Tejada et al., 2007) e

neste trabalho não foi pode-se afirmar que houve efeitos redutivos nas atividades

enzimáticas avaliadas.

Vários autores relataram que a matéria orgânica é uma das principais variáveis

do solo que influem na atividade enzimática (Klose e Tabatabai, 2000; Rezende et al.,

2001). Dessa forma, a vinhaça pode ter interferido na atividade da FB no período seco.

Quanto aos resultados da β-glicosidase, houve diferença apenas entre os

períodos na área sem aplicação de vinhaça, sendo que essa área apresentou os maiores

valores da atividade dessa enzima. Concomitantemente, para o mesmo período,

encontram-se também os melhores resultados de C-BM. Existe uma relação positiva

entre o aumento da biomassa microbiana e da atividade enzimática, em função dessa

enzima atuar no ciclo do carbono, na fase final degradação da matéria orgânica. Essa

relação também foi verificada por Tejada e Gonzalez (2006a).

Tejada et al.(2008) relataram uma forte inibição da atividade da desidrogenase,

urease, β-glicosidase, fosfatase e arilsulfatase com a aplicação da vinhaça. Tejada et al.,

(2007) também encontraram resultados semelhantes, constituindo um decréscimo de até

59,6% na atividade enzimática. Neste trabalho, não foi verificado a redução da atividade

da β-glicosidase.

A vinhaça pode beneficiar a atividade enzimática de forma indireta, pela

deposição de matéria orgânica e nutriente, pelo favorecimento do desenvolvimento da

cultura, de seu sistema radicular e de microrganismos, que irão secretar enzimas, que

atuarão na aceleração da degradação da matéria orgânica e liberação de compostos para

as plantas, contudo, neste trabalho, não se pode afirmar os efeitos benéficos diretos da

vinhaça na atividade enzimática.

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5. CONCLUSÃO

• A vinhaça é capaz de melhorar atributos químicos de um solo arenoso

por meio da adubação de manutenção, e aumentar o teor de alguns

nutrientes no solo, como o potássio e fósforo.

• No presente trabalho foi possível verificar, indiretamente, efeitos

positivos da vinhaça em alguns atributos físicos do solo, como na

estabilidade de agregados.

• A vinhaça apresenta baixa aptidão para melhorar a capacidade de suporte

do solo. Entretanto, é eficiente em amortecer os efeitos do período seco

sob a atividade microbiana do solo.

• A aplicação de vinhaça favorece o desenvolvimento de alguns grupos

microbianos, como os fungos, e interfere diretamente na explosão da

atividade microbiana no período seco.

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