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1 ATUALIDADES Apresentação Nos últimos anos, as principais empresas responsáveis pela organização de concursos públicos como o Cespe-UnB, Esaf, entre outros, vêm mudando a estruturação de seus trabalhos, principalmente na forma de elaboração das provas e, principalmente, nos programas (conteúdos) a ser exigidos dos candidatos. Entre as mudanças, uma muito interessante é quanto a exigência de um servidor público-cidadão, e, para que isso ocorra, incluíram o conteúdo, normalmente denominado de atualidade na área de conhecimentos gerais. É óbvio que um servidor público consciente de sua cidadania favorece um maior compromisso político e social, com a conseqüente melhor prestação de seus serviços a sociedade, na qual a qualidade passa a se destacar não em detrimento, mas se somando a qualidade de atendimento a população. Outro fator importante para o conteúdo de atualidade ser explorado nas provas de concurso público, é que ele se transforma no principal instrumento na proposta de um conteúdo interdisciplinar e contextualizado. Portanto, é muito útil para se utilizar em conjunto com a maioria dos demais assuntos a ser questionados como informática, língua portuguesa, direito etc. Normalmente, a maioria dos candidatos a concursos. Aliando há o conteúdo de atualidades cometem falhas em sua preparação para as provas ao interpretar sua importância no resultado final das provas ou quanto as formas de preparação, muito fazem o seguinte discurso: para o conteúdo de atualidades, basta ler revistas e jornais, e pronto. É óbvio que ficar sabendo dos acontecimentos e transformações , que um mundo cada vez mais globalizado esta surgindo, é importante, mas não é muito proveitoso essas informações sem o acompanhamento de um contexto histórico, pelo menos dos fatos mais importantes das últimas décadas. Pois a realidade dialética, quanto a causas e efeitos nos mostra que a realidade atual, resulta de momentos importantes do passado, principalmente do pós Segunda Guerra e, sem estas informações, fica difícil ordenar os acontecimentos atuais e, mais complicado ainda, projetar possibilidades viáveis de resultados na forma de organização e funcionamento das sociedades num futuro próximo. Portanto, este conteúdo tem como objetivo maior auxiliar as pessoas interessadas na compreensão do necessário quanto aos assuntos e das formas de cobrança como vêm ocorrendo nos concursos públicos no país. AULA 01

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ATUALIDADES

Apresentação Nos últimos anos, as principais empresas responsáveis pela organização de concursos públicos como o Cespe-UnB, Esaf, entre outros, vêm mudando a estruturação de seus trabalhos, principalmente na forma de elaboração das provas e, principalmente, nos programas (conteúdos) a ser exigidos dos candidatos. Entre as mudanças, uma muito interessante é quanto a exigência de um servidor público-cidadão, e, para que isso ocorra, incluíram o conteúdo, normalmente denominado de atualidade na área de conhecimentos gerais. É óbvio que um servidor público consciente de sua cidadania favorece um maior compromisso político e social, com a conseqüente melhor prestação de seus serviços a sociedade, na qual a qualidade passa a se destacar não em detrimento, mas se somando a qualidade de atendimento a população. Outro fator importante para o conteúdo de atualidade ser explorado nas provas de concurso público, é que ele se transforma no principal instrumento na proposta de um conteúdo interdisciplinar e contextualizado. Portanto, é muito útil para se utilizar em conjunto com a maioria dos demais assuntos a ser questionados como informática, língua portuguesa, direito etc. Normalmente, a maioria dos candidatos a concursos. Aliando há o conteúdo de atualidades cometem falhas em sua preparação para as provas ao interpretar sua importância no resultado final das provas ou quanto as formas de preparação, muito fazem o seguinte discurso: para o conteúdo de atualidades, basta ler revistas e jornais, e pronto. É óbvio que ficar sabendo dos acontecimentos e transformações , que um mundo cada vez mais globalizado esta surgindo, é importante, mas não é muito proveitoso essas informações sem o acompanhamento de um contexto histórico, pelo menos dos fatos mais importantes das últimas décadas. Pois a realidade dialética, quanto a causas e efeitos nos mostra que a realidade atual, resulta de momentos importantes do passado, principalmente do pós Segunda Guerra e, sem estas informações, fica difícil ordenar os acontecimentos atuais e, mais complicado ainda, projetar possibilidades viáveis de resultados na forma de organização e funcionamento das sociedades num futuro próximo. Portanto, este conteúdo tem como objetivo maior auxiliar as pessoas interessadas na compreensão do necessário quanto aos assuntos e das formas de cobrança como vêm ocorrendo nos concursos públicos no país.

AULA 01

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O Mundo em Transformação ATUALIDADES ECONÔMICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS Os acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001, que culminaram com a destruição do “World Trade Center” em Nova Iorque e com a parte oeste do prédio do Pentágono em Washington/DC nos EUA, não podem ser encarados como um fato isolado, que após algum tempo será esquecido e substituído por novos fatos. Na realidade, este acontecimento é precedido de momentos também importantes, mas em menor escala de importância global. O 11 de setembro também antecede mudanças no acontecimentos, que nos próximos anos, deverão alterar de forma significativa o comportamento dos EUA, a nação mais poderosa do planeta, modificando suas relações com os demais países e interferindo no modo de vida dos cidadãos de todo o mundo. Também não pode ser analisado somente de acordo com uma variável ou um ato terrorista e, sim, de acordo com as variáveis - econômicas, políticas, sociais, geoestratégicas, ambientais e culturais. Enfim, o dia 11 de setembro de 2001, como fato histórico e não cronológico, indica o primeiro dia do século 21, só que este dia não terminou, pois terá desdobramentos e, é certo, que os EUA iria responder à agressão sofrida, basta lembrar que o governo norte - americano rapidamente mudou o critério de interpretação ao ato sofrido, classificando o 11 de setembro não mais como ato terrorista e, sim, como ato de guerra, pois assim, poderia responder ao ataque, inclusive com o apoio da ONU. Como veio a ocorrer, ao atacar a teocracia dos talebans no Afeganistão em 2002, e a guerra contra o Iraque em 2003. FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 A Política Externa dos EUA Com o retorno dos republicanos ao poder, o país mais poderoso do mundo passa a se comportar de forma mais impositiva em relação aos seus principais parceiros e, principalmente, quanto aos países do sul. George W. Bush defendeu em campanha: “governar de costas para o mundo e de frente para os EUA”. Numa posição clara de recrudescimento nas relações externas.Recentemente, em entrevista, George W. Bush se auto-denominou como o presidente da guerra. O governo republicano de George W. Bush Em janeiro de 2001 os EUA não participam oficialmente do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, comprovando a proposta de campanha de “governar de costas para o mundo e de frente para os EUA”. Os EUA retomam o desenvolvimento tecnológico com objetivo estratégico militar acelerando o projeto Guerra nas Estrelas (Star War), gerando protestos mundiais quanto aos riscos de provocar nova corrida armamentista, pois outros países serão obrigados a desenvolver seus projetos armamentistas. Protestos estes vindos principalmente da China Popular e da Rússia, que mesmo sendo parceiros dos EUA, podem avançar em seus projetos de defesa espacial.

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Os EUA avançam nas pesquisas e na reconstrução de laboratórios e centros de pesquisas no interior do país para desenvolver novas armas químicas e biológicas, rompendo os acordos internacionais do pós - segunda Guerra. Ao mesmo tempo que identifica o eixo do mal formado pela Coréia do Norte, Iraque e Irã e, mais recentemente classificou Cuba, Venezuela e Brasil como eixo do mal da América Latina. O presidente norte - americano torna público que vai conseguir autorização ou o ajuste rápido (fast track) do Congresso de seu país para implantar a Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Com o 11 de setembro, o Congresso dos EUA aprovam o TAP – Permissão para Acordos Comerciais, mesmo não tendo a maioria de republicanos. Passa a reduzir rapidamente os impostos e os juros internos, demonstrando que sua economia está entrando em recessão. Provocando elevado déficit fiscal e comercial. Em julho de 2003 os EUA reduzem os juros internos para 1% ao ano, são os juros internos mais baixos desde 1958. Em 2004, voltou a elevar os juros internos para 2% ao ano, num claro aviso aos países periféricos como o Brasil, que vai retornar a política de atração dos investimentos externos para financiar seu déficit. Em reunião (2001) do Grupo dos Sete (G-7) mais a Rússia (G-8), em Gênova, os discursos do governo norte - americano são de imposição e não de propostas a serem discutidas. Os EUA afirmam publicamente que, apesar das mudanças feitas na Reunião sobre Clima mundial, não vai assinar o Protocolo de Kyoto (1997), decisão tomada ao término da 3ª Reunião sobre Clima, na Alemanha, em 2001. Abandona, em solidariedade a Israel, a 3ª Reunião sobre Racismo, Xenofobismo e Outras Formas de Segregação, ocorrida entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro de 2001- portanto véspera do 11 de setembro - em Durban na África do Sul, por não aceitar discutir o “sionismo” como forma de segregação, nem discutir sobre a questão do povo palestino, principalmente quanto à necessidade de implantação de um Estado Palestino, que desde o final do ano de 2000 está vivendo uma nova Intifada (revolta) ou Guerra das Pedras. A Intifada atual foi provocada pelo passeio que Ariel Sharon, líder do Likud – partido ortodoxo judeu - fez na região do antigo Templo Sagrado Judeu, atual área onde existe a Praça das Mesquitas, em Jerusalém, local da terceira mesquita mais importante para os povos islâmicos, a Mesquita de Al’Qsar. É óbvio que o passeio de Ariel Sharon foi acompanhado de 3.000 seguranças judeus e que tinha a intenção de provocar uma reação dos povos islâmicos, principalmente dos palestinos, no o próprio território do Estado de Israel e nas regiões da Faixa de Gaza e Cisjordânia, seu objetivo maior era o de atrair os votos dos eleitores de Israel para seu partido conservador, o LIKUD, termina conquistando a maioria no Parlamento Israelense, sendo indicado para primeiro - ministro.

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FATOS QUE PRECEDERAM O DIA 11 DE SETEMBRO DE 2001 O atentado com caminhão-bomba no “World Trade Center”, em 1993, que de acordo com a imprensa, em seis anos, fez desaparecer cerca de 90% das empresas multinacionais que possuíam escritórios centrais naquele local. Os atentados nas Embaixadas Americana no Quênia e na Tanzânia, (África, 1999). Já colocados como atentados de responsabilidade da Al-Qaeda, com o comando do milionário saudita Osama Bin Laden. A explosão no navio torpedeiro dos EUA na região do Golfo de Áden, no Estreito de Bab El’Mandeb, rota petrolífera, entre a Somália (Chifre Sul da África) e a Arábia Saudita, atentado praticado por dois homens bombas.

EXERCÍCIOS 1) Em 2003 o Presidente dos EUA faz uma visita de 5 dias ao continente africano, quanto a visita de George W. Bush e seus objetivos. Julgue os itens. 1) Com os acontecimentos em 11/9/2001, a necessidade de reordenamento externo por parte dos EUA provocam um repensar quanto a realidade de isolamento em que se encontra o continente africano. CERTO. 2) Ao declarar que não permitirá que o terrorismo avance pelo continente africano o presidente dos EUA, entre outros fatores, deve estar direcionando sua atenção para o avanço do islamismo neste continente CERTO.. 3) A visita do presidente dos EUA à África relaciona-se com questões internas de seu país. Principalmente com as eleições presidenciais em 2004 e a conquista dos votos dos eleitores da população afro-americana. CERTO. 4) A questão da Guerra Civil na Libéria não está relacionada aos problemas africanos. ERRADO. 5) Ao defender a prática de abstinência sexual para a população africana o Secretário de Estado Americano Colen Powel justifica esta medida como única forma de impedir os avanços da AIDS no continente. ERRADO. 2) quanto a visita do Presidente Brasileiro aos EUA em 2003, a convite do governo norte americano, julgue os itens. 1) O presidente norte americano assumiu o compromisso de ajudar o Brasil no projeto “Fome Zero” e na recuperação das micro e pequenas empresas no Brasil. CERTO. 2) Como não foi discutido o elevado protecionismo praticado pelo Governo dos EUA, não houve avanços no comércio bilateral. ERRADO. 3) Como a Área de Livre Comércio das Américas teve seu início oficial decidido pela 3ª Cúpula das Américas em abril de 2001 em Montreal no Canadá este assunto não foi debatido entre os dois governantes. ERRADO. 4) Com a imediata abertura do mercado americano aos produtos brasileiros é provável que a economia do país venha a se recuperar rapidamente. ERRADO.

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5) Os resultados da reunião bilateral EUA x BRASIL acelerou a decisão dos países Andinos em se aliarem ao MERCOSUL para negociar sua entrada na ALCA. CERTO. 3) Os EUA estão transferindo prisioneiros da Guerra contra o Terrorismo Internacional no Afeganistão, para a Base Naval de Guantânamo na Ilha de Cuba. 1) A Base Naval de Guantânamo foi implantada no território da ilha de Cuba após longo e exaustivo processo de negociações na década de 60, entre os EUA e a Ex-URSS. ERRADO. 2)O governo de Cuba reagiu imediatamente à transferência dos Talebans presos no Afeganistão para base de Guantânamo, pois sabe que corre risco de uma guerra com os EUA. ERRADO. 3) Cuba não teve como reagir à transferência destes prisioneiros, pois sofre boicote internacional desde 1962. ERRADO. 4) Com a crise dos mísseis em 1962, Cuba deixa de ser socialista, pois alinha se aos países Latino Americano no combate a proliferação de armas nucleares no continente. ERRADO. 5) Basta Cuba deixar de ser socialista, que imediatamente será aceita na ALCA. ERRADO. 4) (UNB-2002) As bolsas de todo o mundo enfrentaram um dia de turbulência, depois da revelação de uma fraude contábil de cerca U$ 3,8 bilhões na empresa norte- americana Word.Com. A desvalorização do dólar se acentuou, e o euro disparou, em sinal de incerteza em relação à economia dos Estados Unidos da América (EUA). O presidente George W. Bush disse estar “indignado” com o escândalo e a falta de responsabilidade das corporações americanas e declarou que pedirá investigações. Fraude derruba mercado global. In:Folha de S. Paulo, 27/6/2002, capa(com adaptações). A partir do texto, julgue os itens que se seguem, alusivos à evolução histórica do capitalismo. 1- O tipo de fraude citada no texto acima, a segunda a envolver uma grande corporação norte-americana em curto espaço de tempo, exerce influencia negativa em vários setores da economia, a começar pela desconfiança que gera entre investidores que atuam no mercado financeiro mundial, o que acarreta retração nas bolsas de valores. CERTO. 2- Afora poucas exceções, é correto afirmar que os programas de estabilização econômica postos em pratica na América Latina, a partir da última década do século passado, obtiveram êxito e mantêm suas conquistas, razão pela qual os “ ataques especulativos” que os capitais internacionais costumam praticar em épocas de instabilidade deixaram de ser praticados nesta região. ERRADO. Unidos na indignação contra os atentados que mataram 199 pessoas em Madri, mais de 11 milhões de espanhóis, em diversas cidades do país; saíram do trabalho e de casa para prestar homenagens às vítimas do terrorismo.Na capital, mesmo sob a chuva fina, dois milhões de madrilenos partiram da praça Porta do Sol para uma marcha , liderada pelo príncipe Felipe e pelo primeiro ministro José Maria Aznar. O ETA voltou a negar a

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participação no episódio e Aznar foi a televisão responder às acusações de que estaria escondendo informações para se beneficiar nas eleições 5) CESPE/UNB-tcu 2004. Considerando o texto acima, retirado do Correio Braziliense de 13/3/2004, julgue os itens subseqüentes. 1) O atentado de que Madri foi vítima tornou-se incompreensível, à primeira vista, porque, de um lado, os terroristas bascos há algum tempo manifestaram sua intenção de depor armas e, de outro, o governo espanhol criticou severamente a decisão norte-americana de invadir o Iraque para depor Saddam Hussein. Errado 2) A estratégia do governo de Aznar de responsabilizar os separatistas bascos pelo atentado teve como efeito imediato o resultado das eleições ocorridas na Espanha, poucos dias após a tragédia que se abateu sobre Madri, quando os governistas, até então favoritos, foram derrotados.Certo 3 )Tal como o texto sugere, causou desconforto na comunidade internacional a forma como a população espanhola reagiu ao atentado. Embora chorando seus mortos, ela preferiu abster-se de qualquer forma de manifestação que questionasse a política externa de seu país. Errado O republicano George W. Bush veio a público dizer que é um “presidente da guerra” e que todas as decisões que toma na Casa Branca são orientadas pelo combate global ao terrorismo. Essa “guerra”, disse o presidente dos EUA, define hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norte americanas. “Tomo minhas decisões no Salão Oval com a guerra em mente. Queria que não fosse assim, mas é a verdade. E o povo norte-americano precisa saber que tem um presidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que existem e como é importante lidar com eles”, disse Bush. Ao conceder a rara entrevista, Bush tenta reagir à queda de sua popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos pré candidatos democratas. Folha de S. Paulo, 9/2/2004 (com adaptações). 6) CESPE/UNB-tcu 2004.Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem. 1) Desde os episódios que levaram Richard Nixon à renúncia, os presidentes norte-americanos estão impedidos de concorrerem à reeleição, o que deixa George W. Bush à vontade para atacar seus adversários do partido democrata. Errado 2) Os ataques de 11 de setembro de 2001, que atingiram o coração dos EUA, deram ao governo Bush a justificativa para promover uma política externa considerada excessivamente agressiva e militarizada.Certo 3) No “combate global ao terrorismo” , os EUA, entre outras atitudes, atacaram o Afeganistão — derrubando o governo talebã, acusado de proteger Osama bin Laden — e invadiram o Iraque.Certo

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AULA 02 A Política Externa/Interna Dos Eua no Pós - Segunda Guerra Fase crítica com avanços rápidos no confronto ideológico entre os EUA e a URSS. Denominada de Guerra Fria ou corrida armamentista. Nos EUA temos o Maccartismo ou período de caça às bruxas. O desenvolvimento do poder de destruição em massa combinado com a pressão psicológica interna no país tornam-se os principais instrumentos de imposição para sufocar a oposição nos EUA e pressionar os países quanto ao terror e os riscos quanto a uma nova guerra mundial, gerando uma neurose nuclear. A Guerra na Coréia Com a derrota do império japonês na Segunda Guerra Mundial, os territórios antes ocupados militarmente por esta potência passam a ser disputados pelos novos mandatários mundiais, entre eles a Península da Coréia, pois logo após a vitória da Revolução Chinesa e com o apoio da URSS a China Popular invade a parte norte da península em apoio aos grupos socialistas da região. Em contrapartida, os EUA passam a apoiar os coreanos na parte sul do território, resultando numa guerra que durou de 1948 a 1953 e a divisão pelo paralelo 37 criando a Coréia do Norte – socialista, e a Coréia do Sul – capitalista, hoje um Tigre Asiático. A Coréia do Norte permanece socialista, formando uma gerontocracia, e hoje ameaça o mundo ao tentar desenvolver pesquisas para produzir armas nucleares. A Guerra no Vietnã classificada como um dos países que formam o eixo do mal. A grande derrota militar dos EUA, no período da Guerra Fria, provocou certo enfraquecimento de um de seus ícones de sustentação, pois o nacionalismo anglo-saxônico, protestante, conservador, não consegue convencer a opinião pública nacional, quanto aos elevados gastos, os anos de guerra e às mortes de milhares de jovens brancos americanos, bem como o uso de armas de extermínio em massa, como o mapalm ou fogo químico, o agente laranja, um desfolhante químico e o agente azul que, de acordo com as autoridades norte-americanas eliminava as plantações de arroz, produto básico no regime alimentar da população vietnamita. A sociedade norte-americana passa a questionar a política externa de seu governo. A pergunta é: o que o Vietnã representa como ameaça para o mundo? Em conseqüência da guerra do Vietnã, que eleva a oferta e uma rápida desvalorização do dólar no mercado internacional, o governo dos Estados Unidos abandona o câmbio dólar/ouro - fixo, adotado desde a Conferência de Bretton

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Woods em 1944 e passa a usar o sistema de câmbio flutuante, desregulamentando todo o comércio mundial. E desde então seu banco central (FED) não assume mais a paridade dólar ao ouro, ao mesmo tempo que se aproxima cada vez mais da República Popular da China adotando a famosa Doutrina Nixon. Com a prática da política de dupla diplomacia, onde não interessa o tipo de parceiro, e ,sim, a derrota do inimigo, isto é, o principal é a derrota da URSS. A sociedade americana sofre alterações em sua base de organização, principalmente quanto aos valores e formas de comportamento nacionalista, o nacionalismo anglo-saxônico perde força competindo com por outras formas de comportamento também nacionalistas, mas que acaba dividindo a opinião pública do país, provocando uma maior heterogeneidade de valores e mudanças no comportamento de sua sociedade como: » nacionalismo regionalizado – o californiano, o texano, o nova-iorquino, etc.; » nacionalismo coorporativo – a defesa dos interesses econômicos em grupos organizados de interesse comum; » nacionalismo hifenado ou étnico – o crescimento mais rápido da população não-branca, gera uma forma de nacionalismo étnico afro-americano, asiático-americano, hispânico – norte - americano, etc. » O poder político e econômico anglo-saxônico que sustentava as oligarquias havia perdido uma de suas bases de sustentação, o nacionalismo, com isto, diminuiu o apoio interno na sustentação de novos conflitos contra o inimigo externo. O inimigo externo, a URSS, está desaparecendo rapidamente, pois quando a URSS invade o Afeganistão e passa a sofrer com os atos de guerrilha praticados por grupos afegãos financiados pelos EUA, numa guerra que vai de 1978 a 1988. A partir de 1984, quando a URSS inicia o processo da Perestroika (restauração econômica) e a Glasnost (transparência política), que dura até 1991. A Guerra no Golfo em 1991 Operação Tempestade no Deserto, nome oficial da guerra para os EUA, comandada por Colin Power, ou guerra pré-datada ou guerra vídeo game devido às transmissões ao vivo dos confrontos entre a força de coalizão, na época formada principalmente por EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália contra o Exército Iraquiano. É a grande oportunidade depois da guerra do Vietnã de os EUA recuperarem o apoio da opinião pública de seu país. Quando o Iraque invade militarmente o território do Kwait ao mesmo em tempo que bombardeia o território do Estado de Israel, é a grande oportunidade de o poder bélico norte-americano recuperar o apoio da opinião pública dos EUA. Em 1991 a URSS estava em ritmo acelerado de desmembramento, tanto que é declarada extinta oficialmente em 25 de dezembro. Portanto, era preciso mostrar ao

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mundo que uma grande potência (os EUA) havia sobrevivido ao desgaste da corrida armamentista das últimas décadas. É importante lembrar que a estratégia iraquiana de lançar mísseis atingindo o território de Israel tinha como objetivo provocar uma resposta do país, com isto, o Iraque queria envolver todos os países islâmicos na guerra, inclusive com o apoio da OLP – Organização para a Libertação da Palestina e da Jordânia. Mas os EUA forneceram dinheiro e os antimísseis patriotas para que Israel suportasse os ataques e não respondesse militarmente aos ataques do Iraque. As estratégias e o elevado poder bélico, inclusive com armas de última geração utilizadas na guerra do Golfo tinham endereço certo: Mostrar a supremacia bélica dos EUA para o mundo. Convencer a sociedade norte-americana de que era possível ser rápido, gastar pouco e provocar elevada destruição do inimigo externo. NOTAS » Dados oficiais dos EUA mostram que morreram 100 soldados aliados e 500.000 iraquianos nesta guerra. » Observe-se que na guerra do Golfo atual (2003) o comportamento dos EUA é semelhante ao da guerra de 1991, declarando o término da guerra o mais rápido possível. Lamentavelmente, o número de perdas de soldados norte-americanos e britânicos em combate após a declaração oficial do término da guerra pelo presidente George W. Bush já é superior ao número de mortos no período de confronto declarado. O mesmo fato vem ocorrendo na guerra contra o terrorismo internacional praticada no Afeganistão, onde os Taliban continuam provocando baixas na Força norte-americana. » Atualmente, cerca de 250.000 soldados e familiares, dos EUA, Reino Unido, Austrália e Canadá, que participaram da guerra do Golfo em 1991 sofrem seqüelas violentas em razão dos medicamentos que tomaram para evitar as armas químicas e biológicas que poderiam ser usadas pelo Iraque naquela época. » É importante lembrar que este desgaste pós – guerra provocou a não reeleição - de George Bush, que foi derrotado por Bill Clinton. » O bombardeio aéreo praticado pela Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte, na Iugoslávia atual Sérvia-Montenegro veio a comprovar esta supremacia bélica. É a primeira vez que a Otan usa seu poder bélico contra um Estado-nação. » Com a independência das repúblicas da Eslovênia, Croácia, Bósnia - Herzegovina, Macedônia e a autonomia da região de Kosovo. Em 2003 o nome Iugoslávia desaparece, sendo transformada em Sérvia e Montenegro, um novo nome para o que restou da grande Iugoslávia do período de Jozip Tito. É interessante observar que as repúblicas da Sérvia e Montenegro formam um país, mas com dois

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parlamentos e duas moedas, portanto, caminhando no sentido contrário do projeto da União Européia. » A partir desta situação, os EUA passam a defender o “modo de vida norte-americano” como o modelo ideal para o mundo, calcado numa espécie de “fundamentalismo” tecnológico e econômico, pois ao defender a política da dupla diplomacia, o dólar como poder econômico para os “amigos” e do poder bélico tecnológico para os “inimigos”, acaba substituindo o inimigo externo, a ex-URSS com seu socialismo real, pelo fundamentalismo religioso do mundo islâmico. » Osama Bin Laden e as organizações radicais islâmicas mais famosas, como o Hamas – nos acampamentos palestinos, a Jihad Islâmica – sediada no Egito, o Hezbollah e o Amal no Líbano, são grupos que foram parceiros dos EUA na guerra contra a União Soviética (1979/1988), no Afeganistão, agora são transformados em inimigos do mundo ocidental, pela forma de organização e funcionamento de suas sociedades, passam a ser considerados obstáculos para os avanços da globalização, portanto, inimigos do capitalismo neoliberal e dos EUA. Em outubro de 2004, Yasser Arafat, líder do Al´Fatha - grupo palestino criado em 1959, líder da OLP desde a década de 60 do século passado, apresenta debilidade física devido a idade já avançada e ao enclausuramento imposto por Israel, em Hamala, Centro da Autoridade Nacional Palestina, na Cisjordânia, sendo levado para a França para tratamento. Em 1º de novembro, pela primeira vez o Comando Central da Autoridade Palestina (ANP) tem uma reunião sem a presença de Yasser Arafat. Em outubro de 2004, o Parlamento de Israel aprova a proposta de retirar as Colônias judaicas legais e ilegais na Região da Faixa de Gaza, a partir de 2005. O Estado de Israel insiste em implantar seu Plano Unilateral para implantação do Estado Palestino, mas não admite que este crie sua própria força armada. O Plano Unilateral de Israel, comandado pelo Premier Ariel Sharon tem o apoio do Governo dos EUA. É bom lembrar que George W. Bush é o primeiro presidente dos EUA a discordar do Plano da ONU, apoiando para que Israel ocupe a área que vai além da Poligonal definida em 1947 na Cisjordânia. O Tribunal Internacional de Justiça de Haia condenou a construção do “Muro da Vergonha” que Israel insiste em continuar construindo para controlar o deslocamento do povo Palestino em relação ao estado de Israel, dificultando, dessa forma, o livre trânsito do povo palestino nessa região. Continua a Intifada (Revolta ou Guerra das Pedras) iniciada em setembro de 2000, na qual cerca de 5.000 pessoas já morreram, sendo a maioria dos palestinos.

EXERCÍCIOS Questão da Prova Terracap Cespe/UnB 2004

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Porque o mundo é interessante? Porque as pessoas e as coisas são diferentes. Há pessoas brancas, negras e amarelas. Elas podem ser louras ou morenas. Gordas ou magras. Altas, médias ou baixas. Ter cabelos lisos, ondulados ou crespos. Olhos azuis, verdes, castanhos ou pretos. No mundo, nem todos aceitam as diferenças. Há pessoas que querem impor a própria vontade. Recusam-se a dialogar. Não ouvem as razões do outro. O resultado são as brigas. Ou as guerras. Ou o terrorismo. Com a violência, homens, mulheres e crianças sofrem. O terrorismo mata inocentes. Provoca dor e ódio. Mas não resolve o problema. Ao contrário. Só piora. Contra ele, só há uma saída. É o povo exigir que os governos deixem as armas e negociem. O diálogo faz a gente conhecer o outro. É o melhor remédio contra a intolerância. Dad Squarisi. Terrorismo é intolerância. In: Correio Braziliense. “Caderno Super”, 11/09/2004, p. 4-5 (com adaptações) A partir do texto acima e tendo em vista o cenário de violência que cerca o mundo contemporâneo, julgue os itens subseqüentes. 11. Nos dias de hoje, todas as ações terroristas são movidas pela intolerância religiosa. Resposta E 12. As atitudes do presidente George W. Bush contra o terrorismo seguem a orientação dada pelo texto: baixar as armas e partir para a diplomacia. Resposta E 13 . O terrorismo existe, diz o texto, porque suas ações especulares quase sempre conseguem atingir seus objetivos, oferecendo solução para o problema que o motivou. Resposta E 14. O ataque terrorista aos Estados Unidos da América (EUA), em 2001, destruiu as torres do World Trade Center e parte do prédio do Pentágono, causando mortes e comoção em quase todo o mundo. Resposta C 15. Exemplo de região onde a intolerância e a dificuldade de diálogo levam a uma situação de constante conflito é o Oriente Médio, especialmente pelo confronto entre israelenses e palestinos. Resposta C 2) A guerra do golfo em 1991 foi resultado de um emaranhado complexo de fatores que precederam, devido a década perdida ou década da estagnação que caracterizou a década de 80. Quanto ao assunto do texto, julgue os itens. 1)A guerra do golfo em 1991 recebeu nome oficial por parte dos EUA de operação tempestade no deserto. Mas também, pode ser chamada de guerra pré-datada ou guerra vídeo game. Certo 2) A década perdido ou década de 80 , teve como fatos importantes: as mudanças na URSS coma perestroika e glasnost, a queda do muro de Berlim e a reunificação das alemanhas. Certo 3) Em seqüência a revolução islâmica no Irã ( fnal da década de 70), a guerra Irã x Iraque – guerra santa ou jihad para o mundo islâmico – não interessava, nem sofreu influência do mundo ocidental. Errado

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4) Ao invadir militarmente o Kwait em 1990, Sadan Hussein atacou com mísseis soviéticos o território do Estado de Israel. Com isto, o Iraque conseguiu o apoio de todo o mundo islâmico.Errado 5) Com a vitória na guerra do golfo em 1991, George Bush conseguiu sua reeleição para presidente dos EUA.Errado 3) Alguns autores importantes consideram que a guerra da coréia ( 1948/1953) caracterizou o verdadeiro momento da guerra fria ou corrida armamentista do pós – segunda guerra mundial, desconsiderando a guerra do Vietnã, a questão de Cuba, a descolonização artificial no continente africano e até a cortina de ferro, que caracterizou a divisão do continente europeu em dois blocos distintos. Quanto aos assuntos do texto, julgue os itens. 1) Até a 2ª guerra mundial a península da coréia era território dominado pelo império absolutista japonês. Certo 2) É certo que a guerra na Coréia, caracterizou um momento importante no pós-2ª guerra, terminando por dividir a área pelo paralelo 37, criando a Coréia do norte , capitalista e a Coréia do Sul, socialista. Errado 3) A península da Indochina se livrou do controle francês em 1947, formando o Laos, o Camboja ( atual Cambochea) e dois vietnãs dividiso pelo paralelo 17. Certo 4) A fase do pós – 2ª guerra foi caracterizado por um processo de independência concedida em grande parte pelo continente africano. Certo 5) A cortina de ferro ideológica, implantada na europa no pós – 2ª guerra, foi um resultado da conferência de Yalda e do tratado de Potsdian. Certo

AULA 03 O Sionismo O sionismo teve seu início de forma organizada, no final do século XIX na Europa, onde o fortalecimento econômico-financeiro da comunidade judaica havia conquistado uma grande capacidade de influência nas decisões dos impérios europeus, principalmente no império britânico, o mais poderoso na época. Sionismo significa o direito de o povo judeu retornar para os lugares sagrados na região da Palestina, no Oriente Médio, onde haviam fundado a cidade de Jerusalém e nela construído o Grande Templo de Salomão, onde ficava a Arca Sagrada com os dez mandamentos, de onde foram expulsos nos anos 68/70 d.C. pelo Império

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Romano, sionismo representa, também, o direito de o povo judeu, ser judeu em qualquer lugar que tenha nascido e/ou viva no mundo. Ao expulsar o povo judeu da Palestina, os romanos destruíram o templo sagrado, restando somente o muro das lamentações. Séculos depois, os islâmicos construíram nesta área a Praça das Mesquitas. É nesta Praça das Mesquitas que está localizada a Mesquita de Al´Qsar, a terceira mesquita mais importante para o mundo islâmico, somente superada em importância pelas mesquitas de Meca e Medina – a terra do profeta. Avanços do Sionismo 1º)No início do século XX, os judeus, que já controlavam a economia dos impérios europeus, passaram a comprar propriedades rurais na Palestina, financiando para que grupos de famílias judias da Europa Oriental (Polônia, Áustria, Rússia, etc.), que eram perseguidos pelos governos e sociedades, fossem deslocados para estas fazendas na Palestina, surgindo deste projeto os primeiros kibutzins, ou propriedades coletivas, e os heróis da criação do Estado de Israel, como Ben Guryon, Golda Meir, etc. 2º)Em 1917 ocorre a Resolução Balfor, onde um diplomata britânico defende o direito de o povo judeu criar um Estado próprio na Palestina, pois o Império Turco-Otomano estava sendo derrotado pelos ingleses que estavam começando a dominar o Oriente Médio. 3º)Em 1922 a Liga das Nações Européias, liderada pelo Império Britânico, vota a favor da criação de um Estado judeu na Palestina, pois nesta região já existia um protetorado britânico, portanto, controlada por um Império Ocidental. 4º)1939/1945 – Segunda Guerra Mundial Ocorre o holocausto, em que nove milhões de pessoas são mortas nos campos de concentração e deste total quase 6 milhões são judeus, juntamente com milhões de pessoas de outras minorias étnicas ou religiosas ou em diáspora como os ciganos, testemunhas de Jeová, os islâmicos, etc. Quando estes fatos são revelados para o mundo no pós-Segunda Guerra, a mudança do eixo de poder mundial está se deslocando para a grande águia ou nova Roma na América do Norte, os EUA substituindo os Impérios Europeus no comando mundial. Nem a superpotência que emergia nem os judeus podiam perder esta oportunidade histórica, reivindicando seus direitos de criação e implantação de um Estado judeu na Palestina. 5º)1947 – Resolução da ONU, no qual Oswaldo Aranha, diplomata brasileiro e primeiro secretário geral presidente da Organização das Nações Unidas declara o seu voto de minerva, com a seguinte posição: - término do protetorado britânico na Palestina; - criação do Estado de Israel, com um pouco mais da metade do território;

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- criação do Estado Palestino dividido em duas áreas; uma em contato com o mar Mediterrâneo, a região da Faixa de Gaza (Egito) e outra na região da Cisjordânia (Jordânia), exceto as regiões neutras como Jerusalém. Portanto o Estado Palestino desde quando foi criado, era dividido pelo Estado de Israel, que teria o controle geoestratégico da região; - criação das zonas neutras, principalmente da cidade de Jerusalém, que ficaria sob administração internacional da ONU. 6º)1948 – Com a saída dos britânicos, os judeus declaram que estão implantando seu Estado, de acordo com a Resolução da ONU. – O mundo árabe, islâmico de forma geral, não aceita a forma de criação do Estado Palestino, a RAU – Liga Árabe Unida, faz a primeira guerra – Egito, Síria, Jordânia e Arábia Saudita – contra Israel. Os árabes são derrotados, ficando bem claro que ao lado do Estado de Israel temos toda a força do poder econômico e bélico dos países ocidentais, principalmente dos EUA e Inglaterra. Nota Com o início de implantação do Estado de Israel a partir de 1948. Acaba a diáspora do povo judeu, ao mesmo tempo em que começa a diáspora do povo palestino. 7º)1956 – Com medo de que o governo terceiro-mundista do Egito, sob o comando de Gamal Abdel Nasser, que tinha o apoio soviético, bloqueasse o Canal de Suez, os ingleses e franceses apóiam Israel que invade a Península do Sinai. Posteriormente, os EUA e a URSS determinam o fim da guerra, demonstrando para o mundo a nova relação de poder. 8º)1967 – A Guerra dos Seis Dias. Em menos de duas décadas de implantação, o Estado de Israel passa para a fase de expansão, ocupando militarmente os territórios sagrados nos países islâmicos, como o Sinai (Egito) com o porto e a Península de Aq’Aba, conquistando saída pelo Mar Vermelho, a Cisjordânia, com as cidades sagradas e o Mar Morto, as Colinas de Golan (Síria), sendo que esta última, por ser estratégica, até hoje não foi devolvida. Notas a) 1982 – Israel invade o sul do Líbano, criando uma área militar “tampão”, expulsando a OLP – Organização para a Libertação da Palestina, posteriormente substituída naquele território pelo Hezbollah, organização financiada pela Síria. b) é deste período que surge o ódio que os povos islâmicos, principalmente os palestinos, possuem pelo líder judeu Ariel Sharon, pois, nesta época, ele era o comandante militar que coordenou o processo de ocupação do sul do Líbano, alegam que Ariel Sharon permitiu que as milícias cristãs libanesas, aliadas dos judeus, invadissem os campos de concentração nesta região e praticassem um genocídio contra o povo palestino,provocando os massacres de Sabra e Shatila.

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Israel só abandonou a área em dezembro de 2000, a saída vergonhosa, como a identificam os judeus ortodoxos. 9º)1973 – A guerra do “Yom Kippur”, o dia do perdão para o povo judeu. Os árabes tentam reconquistar os lugares dominados por Israel na Guerra dos Seis Dias, mas são derrotados. Notas a) Não é mera coincidência, nesse mesmo ano ocorrer a primeira crise do petróleo. b) É correto afirmar que esta foi a última guerra oficial entre islâmicos e judeus, mas que os conflitos não mudaram, pois a importância da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os petrodólares, alteram o equilíbrio de poder no Oriente Médio. c) A região da Palestina perde importância para outra área no Oriente Médio, o Golfo Pérsico, cercado totalmente por países islâmicos e com a maior reserva mundial conhecida de petróleo.

EXERCÍCIOS 1) Com a implantação do Estado de Israel no pós - 2ª Guerra, há um acirramento nos conflitos entre judeus e o mundo árabe, resultando numa dinâmica de transformações quanto a ocupação do espaço geográfico no Oriente Médio. Quanto aos conflitos entre os povos e suas conseqüências nesta região, julgue os itens. (1) O conflito vencido por Israel (1.948), mudou a configuração territorial da região, os árabe-palestinos sofrem a primeira diáspora, ao mesmo tempo que termina a diáspora do povo judeu. CERTO. (2) O conflito de 1.956, acabou envolvendo impérios do continente europeu, pois o canal de Suez era muito importante para os ingleses e franceses que não admitiam a política terceiro-mundista adotada por Nasser no Egito. CERTO. (3) A Guerra dos Seis Dias em 1.967, acabou demonstrando que Israel não tinha tendência expansionista para esta região, pois após a grande vitória deu início a devolução dos territórios ocupados, acabando com a diáspora árabe-palestina. ERRADO. (4) A guerra do “Yom Kippur” (Dia do Perdão, 1973), acabou resultando num equilíbrio na relação de forças no Oriente Médio, surgindo a partir deste conflito a importância do Petrodólar na economia mundial. CERTO. (5) A OLP – Organização para a libertação da Palestina, em sua origem teve como objetivo expulsar os judeus e acabar com o estado de Israel na Palestina. Por ser uma luta numa área restrita, nunca conseguiu atrair o interesses dos demais países islâmicos na defesa de seus interesses. ERRADO. 2) Leia o texto a seguir para responder à questão.

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A palestina, situada no Mediterrâneo Oriental, sempre foi uma região de contato entre os espaços árabe-muçulmano, judaico e ocidental cristão. Desde a criação do Estado de Israel, em 1.947 e seu início de implantação a partir de 1948, seu domínio tem sido defendido por judeus, que alegam direitos históricos, e combatido pelos árabes-palestinos, que se julgam com direitos adquiridos pela longa e contínua ocupação desta área. Essa disputa é o centro da questão palestina. Por volta do ano 2.000 a .C., os hebreus (nome que se dava aos judeus naquela época) fixaram-se na região, onde já viviam os filisteus, ancestrais dos árabes. Nos séculos seguintes, a região foi dominada por assírios, babilônios, persas e romanos. No Início da era Cristã, os judeus, que haviam se revoltado contra o Império Romano, foram derrotados e expulsos – a Diáspora judaica. Apesar de perderem seu território, os judeus mantiveram sua cultura e a esperança de voltar à “Terra Prometida”. Sobre o Oriente Médio ou Ásia Ocidental, julgue os itens. (1) É uma sub-região da Ásia caracterizada pelos conflitos predominantemente religiosos. CERTO. (2) Intifada foi um movimento de revolta dos árabes-palestinos nos acampamentos em sua luta pelo estabelecimento de um Estado Palestino. CERTO. (3) O Estado de Israel foi recriado quase 2.000 anos depois de ter sido destruído pelo Império Romano, no mesmo lugar do antigo Reino de Israel. CERTO. (4) O Movimento Sionista fundado por Theodore Hetzl , tratava, na sua essência, de repatriar os judeus da Diáspora. CERTO. (5) A Partilha da Palestina entre um Estado Judeu e um Estado Palestino foi rejeitada pelos judeus em 1.947. ERRADO. 3) O islamismo , Islã ou religião muçulmana ou Maometana surgiu na península arábica a partir de um sincretismo entre o judaísmo e o cristianismo, também religiões monoteístas . Seus princípios foram estabelecidos com base nos ensinamentos do profeta Maomé, no início do século VII. Sobre as principais questões árabes, julgue os itens. a) A idéia da unidade árabe apoiava-se num fundo histórico poderoso, que tinha sido gerado desde a idade média pelo expansionismo maometano e sustentava-se na unidade lingüística e religiosa do mundo árabe. Certo b) O pan-eslamismo extrapola a questão do pan arabismo, já que a unidade religiosa é mais forte que a unidade étnica.Certo c) Os projetos expansionistas do Irã e do Iraque se chocam em 1980, levando os dois países a um confronto bélico desgastante que durou 8 anos. A guerra santa para o mundo islâmico é mais que econômica , para os países ricos. Certo d) Não são coincidências o aumento do preço do petróleo em 1973 e 1979 e a guerra do Yom Kuppur (1973 e a revolução islâmica iraniana (1979).Certo e) Alguns países árabes souberam negociar muito bem sua entrada na Guerra do Golfo ( 1990/91), entre eles estão o Egito e a Síria. Errado.

AULA 04

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A Questão Palestina Com o início da diáspora em 1948, o povo palestino – árabe, islâmico e sunita, passa a confrontar o Estado de Israel e seu exército, através de grupos político – militares organizados desde a década de 50 surge Yasser Arafat, criando a Al’Fatha, que logo domina a OLP – Organização para a Libertação da Palestina, que tinha como princípios não reconhecer a existência do Estado de Israel nem o direito de o povo judeu viver na região da Palestina. Na década de 70 o mundo árabe passa a utilizar o petróleo como forma de pressão política e econômica, pois no início dessa década o Golfo Pérsico fornecia dois terços do petróleo consumido diariamente no planeta. Em 1979 um novo golpe para a economia internacional, pois a revolução islâmica no Irã acaba provocando nova crise mundial do petróleo. A queda da Dinastia Pahlevi, que foi colocada no poder em 1953, graças a um golpe de estado fomentado pela Cia norte-americana, que implantou no Irã um governo com tendências modernizantes, valores ocidentais, entram em choque com uma sociedade fundamentalista islâmica, pois a maioria de sua população é de origem persa xiita, que atende ao comando dos Aiatolás. Com a revolução em 1979 no Irã os líderes religiosos implantam uma teocracia e declaram seu ódio aos valores ocidentais, principalmente aos EUA. Nota Surge um ponto divisor entre o pan-arabismo e o pan-islamismo, sendo este último muito mais abrangente e radical do que o primeiro, pois acaba envolvendo todo o mundo islâmico, enquanto o pan-arabismo defende a união do mundo árabe, que corresponde a 20% da população islâmica atual. Em 1986, percebendo as mudanças mundiais, a OLP, liderada por Yasser Arafat, inicia uma nova estratégia contra o Estado de Israel, com o objetivo de chamar a atenção do mundo, quanto às precárias condições de vida do povo palestino nos acampamentos controlados pelo Exército de Israel, criam o processo da intifada para substituir os grupos paramilitares no confronto à força militar de Israel. Intifada – Na revolta ou Guerra das Pedras os líderes dos grupos organizados palestinos convocam a população civil palestina nos acampamentos que, utilizando paus, pedras e palavras de ordem, enfrentam os soldados do Exército de Israel. Como o confronto é entre uma população civil e um exército organizado, o número de mortes do lado palestino é maior, mas serve para chamar a atenção do mundo para a questão palestina. Portanto, a intifada não é uma guerra comum, onde se enfrentam exércitos organizados, podendo terminar ou começar a qualquer momento, de acordo com os interesses de seus líderes.

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No aspecto interdisciplinar não pode ser esquecido que a cada 24 horas morrem mais brasileiros de forma violenta em nosso país do que na região da Palestina. Desde o início da atual intifada (200) até hoje, foram cerca de 5000 pessoas, principalmente palestinos. No ano de 2003, morreram 55000 brasileiros de forma violenta, destes cerca de 40.000 devido ao uso de armas de fogo. A INTIFADA ATUAL (setembro de 2000 em diante) Seu início foi provocado por Ariel Sharon, líder do Likud, partido conservador de Israel, que passeia protegido por centenas de seguranças pela Praça das Mesquitas em Jerusalém, provocando, assim, os povos islâmicos, ao mesmo tempo em que conquistava os votos da maioria dos judeus. Seu partido vence as eleições e torna-se primeiro-ministro de Israel. Observação É interessante lembrar que Ariel Sharon circula pela Praça das Mesquitas em Jerusalém, mas justifica sua atitude alegando que está visitando os lugares sagrados onde existia o Grande Templo com a Arca Sagrada e os dez mandamentos, templo este construído pelos judeus e destruído pelos romanos no primeiro século da era cristã. É certo que a atual intifada não pode mais ser encarada pela imprensa com aquele aspecto de revolta ou guerra das pedras, pois os palestinos estão melhor organizados para reagirem contra o Exército de Israel, com milícias, mísseis e, principalmente, homens e mulheres-bombas. Portanto, os atentados estão atingindo cada vez mais a população civil do Estado de Israel, fato raro nas intifadas anteriores. Com os acontecimentos de 11/09/2001, a ONU autoriza os EUA a fazer guerra em qualquer lugar do mundo contra o terrorismo internacional, desde que seja comprovado que deste lugar é fornecido algum tipo de apoio aos grupos que praticam terrorismo internacional. Esta autorização traz problemas para o mundo, inclusive para a América Latina. Basta lembrar do caso da guerra na Colômbia, onde alegam que o IRA - Exército Republicano Irlandês apóia as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, o ressurgimento do grupo Sendero Luminoso no Peru e a situação na tríplice fronteira - Brasil, Argentina e Paraguai - em Foz do Iguaçu, a imprensa dos EUA procura formar a opinião publica, tentando provar que daquela região sai apoio financeiro para os grupos fundamentalistas Islâmicos. A guerra no Afeganistão é o primeiro momento sério do pós - 11 de setembro de 2001. Pela primeira vez na história moderna e contemporânea, não temos guerra envolvendo dois ou mais Estados – Nações e, sim, o Estado - Nação mais poderoso do planeta contra territórios e populações pobres. A guerra é no território do

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Afeganistão, mas é contra o terrorismo internacional, alegando que o governo teocrático formado pelo Mulá Omá e seus talebans protegiam Osama Bin Laden e seus seguidores da Al’Qaeda. A guerra no Afeganistão não acabou, mas são criadas as condições para mais um conflito contra o Iraque. Para isto, foi necessário retirar o diplomata brasileiro Maurício Bustani do comando da Opaq - ONU - Organização para Proscrição de Armas Químicas, ao mesmo tempo em que se tentava provar que o Iraque possuía armas de destruição em massa. Dessa vez, o objetivo maior na guerra do Golfo era derrubar o governo sunita de Saddan Hussein e impor um governo pró-ocidente em Bagdá. Em julho de 2003 a Organização Internacional do Trabalho (OIT), julgou a forma como o diplomata brasileiro Maurício Bustani foi retirado da presidência da Opaq. O resultado do processo o inocentou e, inclusive, exigiu que lhe fosse paga uma indenização de mais de 70.000 dólares. Enquanto presidente da Opaq (1996/2002), Maurício Bustani conseguiu reduzir em um terço o número de depósitos de armas químicas no mundo. Hoje ele é embaixador brasileiro no Reino Unido, está sendo cogitado para receber o Prêmio Nobel da Paz, pois se o Iraque tivesse entrado para a Opaq ficaria difícil para os EUA justificar, a guerra, pois o Iraque, como membro da Opaq estaria sujeito às regras e normas internacionais de controle de armas de extermínio em massa, inclusive teria que permitir a visita de inspetores internacionais sem prévio aviso ao país. Maurício Bustani doou sua indenização para entidades beneficentes no Brasil. Com a “vitória” no Iraque, os EUA aproveitam para pressionar a Síria quanto ao apoio dado aos grupos islâmicos palestinos. Pois há necessidade de um novo reordenamento geopolítico no Oriente Médio, é preciso reduzir a atuação destes grupos como o Hamas, o Jihad, o Hezbollah e, com isto, facilitar as negociações com Israel para implantação do Estado Palestino. O projeto mapa de rota ou mapa da paz ou mapa do caminho é elaborado pelos 4 (EUA, União Européia, Rússia e ONU) para firmar um tratado de paz árabe - Judeu que permita a implantação de um Estado palestino definitivo até 2005. OBSERVAÇÃO Em 25/05/2003, o Parlamento de Israel aprova por 12 votos a favor, sete contra e quatro abstenções, o projeto mapa de rota proposto pelos 4 (EUA, União Européia, Rússia e ONU).

EXERCÍCIOS 1) A palestina, situada no Mediterrâneo Oriental, sempre foi uma região de contato entre os espaços árabe-muçulmano, judaico e ocidental cristão.

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Desde a criação do Estado de Israel, em 1.947 e seu início de implantação a partir de 1948, seu domínio tem sido defendido por judeus, que alegam direitos históricos, e combatido pelos árabes-palestinos, que se julgam com direitos adquiridos pela longa e contínua ocupação desta área. Essa disputa é o centro da questão palestina. Por volta do ano 2.000 a .C., os hebreus (nome que se dava aos judeus naquela época) fixaram-se na região, onde já viviam os filisteus, ancestrais dos árabes. Nos séculos seguintes, a região foi dominada por assírios, babilônios, persas e romanos. No Início da era Cristã, os judeus, que haviam se revoltado contra o Império Romano, foram derrotados e expulsos – a Diáspora judaica. Apesar de perderem seu território, os judeus mantiveram sua cultura e a esperança de voltar à “Terra Prometida”. De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre o assunto, julgue os itens. 1)A posição geoestratégica do Oriente Médio, durante milhares de anos, e até hoje, continua atraindo os interesses dos países potências de cada momento histórico. CERTO. 2) Por ser uma formação onde predomina o clima árido e semi-árido, a carência de espaço ecúmeno sempre foi um fator gerador de conflitos entre os povos nesta área. CERTO. 3) A prática sionista islâmica é um fato comum entre os povos árabes, contra a existência do estado de Israel na Palestina. ERRADO. 4) A criação do estado Palestino e do estado de Israel em 1.947, atendeu a nova realidade mundial do pós- 2ª guerra, pois estava iniciando o período da Guerra Fria. CERTO. 5) O pan-arabismo é muito mais abrangente que o pan-islamismo, pois o primeiro acaba afetando a todo o espaço geográfico denominado de Mundo Islâmico. ERRADO. 2) A Revolução Islâmica, comandada pelos Aiatolás – líderes religiosos – provocou mudanças significativas na forma de organização da sociedade persa no Irã, esta mudança também refletiu nas relações internas do mundo islâmico, como também, afetou o comportamento e a forma de ingerência praticada pelos países potências na região do Oriente Médio. Quanto ao enunciado, e as causas e conseqüências da Revolução Islâmica no Irã EM 1979, julgue os itens. 1) A tentativa de ocidentalização da sociedade iraniana imposta pela dinastia Pavilhev, foi o “estopim” gerador da revolução no Irã, pois sua população é predominantemente sunita. ERRADO. 2) Ao tentar impor valores da cultura ocidental na sociedade iraniana, o Xa reza Pavilhev entrou em “choque” com os valores de uma sociedade fundamentalista. CERTO. 3) Com a vitória da revolução, foi implantada no Irã uma república islâmica fundamentalista, tendo como base os preceitos determinados pelas SUMAS. ERRADO. 4) O Irã passou a viver uma “teocracia”, fechada para o mundo ocidental. Portanto sem ameaçar a hegemonia existente entre os países árabes. ERRADO.

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5) A revolução islâmica iraniana não afetou a oferta de petróleo no mercado mundial, pois a Ex-URSS e a China popular passaram a exportar petróleo para o mundo ocidental. ERRADO. DESAFIO 3) Após observar que há restaurantes de comida típica judaica no Estado de Israel com o nome de Arafat, líder da OLP, dois judeus comentam: “Este negócio de paz está indo rápido demais”.de acordo com o enunciado e a questão conflitante da região Palestina. A paz no Oriente Médio caminha em cima de um “fio de navalha”, pois se para uns é um processo extremamente lento e doloroso, para outros está indo em um ritmo muito acelerado. Muitas são as “causas” ou “pseudo-causas” para se justificar a “barbárie” e com isto os inocentes pagam um elevado preço: suas vidas. A respeito do Oriente Médio e os seus principais problemas neste início de milênio, julgue os itens. (1) Os esforços entre árabes muçulmanos libaneses e judeus ortodoxos em encontrarem o caminho da paz, mesmo que este seja de forma rápida. ERRADO. 2) As grandes reservas de petróleo em território israelense não facilitam os acordos de paz envolvendo árabes e judeus, desde a formação do Estado de Israel em 1.947. ERRADO. 3) A expressão Oriente Médio é recente. Antes se usava com mais freqüência Oriente Próximo. Do ponto de vista mais limitado, o Oriente Médio é uma região da Ásia formada pelos seguintes países: Irã, Iraque, Arábia Saudita, Turquia, Afeganistão, Iêmen, Kuwait, Omã, Emirados Árabes, Barein, Catar, Jordânia, Israel, Síria e Líbano; porém, por apresentarem características similares, outras regiões são incluídas quando falamos de Oriente Médio histórico ou sócio lingüístico: Egito, Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos, kossovo, Bósnia etc. CERTO. 4) As notícias sobre violação dos direitos humanos e a guerra no Kuwait têm como origem nas agências de notícias situadas em países que viam Saddan Hussein como inimigo. Realmente houve um regime de terror do Iraque, mas ele não é muito diferente dos regimes ditatoriais da América Latina, os quais tiveram, muitas vezes, o apoio dos EUA, bastando lembrar a invasão da ilha de Granada e a omissão na queda do presidente Aristides no Haiti. CERTO. 5) Não podemos afirmar que os povos do Oriente Médio são inferiores politicamente em relação aos de outras regiões. Podemos dizer que apenas a sua evolução política seguiu caminho diverso e não combina com as soluções apresentadas pelo mundo ocidental capitalista. CERTO.

AULA 05 O Fundamentalismo Islâmico

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A imprensa confunde, mas é bom saber que existem vários povos onde grupos organizados são fundamentalistas e, é óbvio, nem todo árabe é islâmico, nem todo islâmico é árabe e nem todo judeu ou árabe é fundamentalista ou radical. Em 622 d.C., quando o grande profeta do Islã recebe as mensagens de Alá, através do Arcanjo Gabriel, seu objetivo maior era o de unificar os povos árabes, pois o que prejudicava a união dos povos árabes era a prática do politeísmo. O Islamismo tem muito dos princípios tanto judaicos como cristãos. É óbvio, os valores que interessavam no processo de unificação dos povos árabes, facilitando o crescimento político, econômico e militar desta civilização. Em 632 d.C., com a morte de Maomé, o Islã sofre a sua primeira divisão séria, criando a figura dos xiitas e dos sunitas. Na realidade, todos são moderados e/ou radicais no comportamento terrestre, pois suas reações dependem muito da ação que venham a sofrer. Por ter apoiado o Iraque de Saddam Hussein na Guerra do Golfo, Yasser Arafat e a OLP perdem o apoio, principalmente econômico, dos países islâmicos, que passam a proteger e financiar novos grupos paramilitares que estejam dispostos a enfrentar o Estado de Israel, provocando o crescimento de grupos como o Hamas, a Jihad Islâmica, o Hezbollah, etc. Nota Devemos tomar cuidado com a imprensa ocidental pois como normalmente é colocado, estes grupos são formados somente por homens e mulheres bombas e que praticam exclusivamente atos terroristas. Um bom exemplo disto é o Hamas, grupo organizado nos acampamentos palestinos, que inicialmente foi sustentado por Israel para fazer oposição à OLP que na época confrontava o Estado de Israel. Na década de 80 a OLP muda seu comportamento tornando-se negociadora e política, Israel pára de apoiar o Hamas, que passou para o controle iraniano. Hoje, mais de 90% dos seguidores do Hamas trabalham na área social, como educação, saúde, alimentação e habitação dos palestinos, nos acampamentos e, menos de 10% é que fazem parte do Hamas militar. Mas são estes últimos que se destacam na imprensa mundial. O ORIENTE MÉDIO NA DÉCADA DE 90 1993 A OLP reconhece a existência do Estado de Israel e o direito de o povo judeu, também, viver na região da Palestina, dando início a um processo de reconhecimento mútuo, que acabou resultando no Tratado de Oslo I. 1994 Israel devolve para autogestão do povo palestino a cidade de Jericó (na Cisjordânia) e a cidade portuária na Faixa de Gaza no litoral do Mediterrâneo, como primeira etapa de devolução de territórios aos Palestinos e que futuras devoluções resultariam na implantação de um Estado palestino definitivo.

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1995 O líder trabalhista no poder em Israel, Isaac Rabin é assassinado por um jovem judeu ligado ao Likud, perturbando as eleições em Israel e favorecendo a vitória dos conservadores, que, representados por Benjamin Netanyahu, dificulta o processo de paz, ao criar novas colônias ilegais de judeus ortodoxos nas áreas onde seria implantado o Estado palestino, hoje ocupado militarmente pelo Exército de Israel, ao mesmo tempo em que expande seus domínios na cidade de Jerusalém. Para administrar as áreas devolvidas por Israel, os grupos palestinos, liderados pela OLP criam um Estado Provisório, organizando sua estrutura política, econômica, social e de segurança com as milícias, sem eleições, o Governo de Israel não permite que seja criado um modelo de força armada palestina. ANP - Autoridade Nacional Palestina comandada por Yasser Arafat, é uma espécie de executivo provisório. CNP - Conselho Nacional Palestino formado por representantes dos principais grupos palestinos, de acordo com a sua representatividade na população, portanto, com a maioria da OLP – Organização para a Libertação da Palestina, liderada por Yasser Arafat. Em 2003 e criado o cargo de primeiro ministro palestino com o objetivo de afastar Yasser Arafat das negociações de Paz de Acordo com o Plano dos Quatro. Nota Em 1995, o CNP – Conselho Nacional Palestino- reconhece a existência do Estado de Israel e o direito do povo judeu também viver na região da Palestina. Isto já havia sido reconhecido em 1993 pela OLP. Em 2003 o Plano dos Quatro provoca nova expectativa de paz para a região do Oriente Médio, com a proposta de implantação do Estado palestino definitivo até 2005. Em 2002 o Conselho de Segurança da ONU aprova o plano dos quatro, isto é, um plano de paz para a região Palestina, inclusive com a proposta de implantação do Estado palestino. Este plano foi elaborado em comum acordo entre os EUA, União Européia, Rússia e ONU, e foi aprovado por unanimidade no Conselho de Segurança, pois dos 15 países que formam o Conselho de Segurança da ONU, somente a Síria se absteve de votar, os 14 países restantes votaram a favor da proposta de implantação de um Estado palestino. Em outubro de 2003, com os atentados provocados pelos homens e mulheres - bombas palestinos, Israel toma a decisão de atacar o sul da Síria alegando que nesta área os palestinos estão se organizando militarmente. Como a Síria está ocupando uma das cadeiras provisórias do Conselho de Segurança da ONU, solicitou uma reunião de emergência do Conselho com a justificativa de que sofrera um ato de guerra por parte de Israel. Mais uma vez as autoridades americanas saíram em defesa de Israel, George W. Bush declarou que Israel tem o direito de reagir contra qualquer ataque que venha a sofrer de seus inimigos no Oriente Médio. Como os EUA ocupam uma das cadeiras permanente no Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto, é certo que a ONU não poderá tomar medidas que forcem Israel a

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mudar seu comportamento bélico com os países distintos, a falta de apoio do Conselho de Segurança acabou inviabilizando a proposta da Síria. O Plano dos Quatro (rota ou caminho) fica cada vez mais distante como solução para a região da Palestina.

EXERCÍCIO HFA CESPE/UnB – 2004 A morte de Arafat deixa o povo palestino órfão de sua maior liderança histórica. Desde 1959, quando criou a Al Fatah, Arafat começou a encarnar as esperanças, angústias e tragédias palestinas. Antes, vários líderes árabes diziam representá-los, mas pouco faziam nesse sentido. As crescentes ações da resistência palestina liderada pela Fatah abriram caminho para Arafat assumir a liderança da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1969, permitindo aos palestinos começarem a falar por si. A identificação da causa com a pessoa de Yasser Arafat continuou nos anos 80, quando os cercos a Beirute e Trípoli levaram à expulsão de Arafat e do comando da OLP do Líbano. A volta por cima veio dos palestinos dos territórios ocupados, com o início da Intifada em 1987. A revolta trouxe a causa de volta aos holofotes, só que dessa vez com ampla simpatia da opinião pública internacional. A tajetória chegou ao auge com a assinatura dos acordos de Oslo em 1993. Finalmente, os Estados Unidos da América (EUA) e Israel aceitavam a OLP e Arafat como interlocutores legítimos, e concordavam com um Estado palestino. Nizar Messari. O líder que não se tornou estadista. In: Jornal do Brasil, 12/11/2004, p. A2 (com adaptações) Tendo o texto acima como referência inicial e considerando tod os complexos meandros da política internacional, especilamente em relação ao Oriente Médio, julgue os itens seguintes. 6. No complexo tabuleiro de xadrez do Oriente Médio, EUA e Israel sempre estiveram em lados opostos, tal como sugere o texto. Resposta E 7. Arafat e Israel convergiram para um mesmo ponto: ambos terminaram por aceitar a existência de dois Estados, que contemplem judeus e palestinos. Resposta C 8. Nos últimos anos, Arafat já não mais era unanimidade entre os palestinos, como líderes e grupos questionando criticamente sua atuação. Resposta C 9. Ariel Sharon, primeiro-ministro de Israel, de posições moderadas e conciliadoras, tornou-se o grande interlocutor de Yasser Arafat. Resposta E 10. Por seu poderio e pela força de sua influência, os EUA são considerados peça fundamental para qualquer tentativa de resolução duradoura do conflito entre Israel e Palestina. Resposta C

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2) O retorno da Intifada – A guerra das pedras, na região da Palestina no Oriente Médio, demonstra claramente que nem todas a questões que caracterizaram o período da guerra fria na fase bipolar do pós - 2a Guerra foram totalmente resolvidos. Os conflitos étnicos – separatistas e os fundamentalismos religiosos demonstram claramente que a humanidade ainda tem muito que avançar para alcançar a paz entre os povos. De acordo com o enunciado e seus conhecimentos sobre o assunto, julgue os itens. (1) A questão da Iugoslávia atual Sérvia-Montenegro, é resultado do caldeirão étnico que caracteriza a península balcânica no continente europeu. CERTO. (2) O IRA – Exército Republicano Irlandês, resulta da luta dos protestantes – separatistas, que não aceitam o domínio Britânico em sua ilha. ERRADO. (3) Os Bascos criaram o ETA – Pátria Basca E Liberdade, para se livrarem do domínio espanhol, e com isto, conseguiram criar seu país na porção sul do território espanhol. ERRADO. (4) O povo palestino até hoje sofre uma diáspora, pois oficialmente não possui um território para autogestão. CERTO. (5) Ao libertar líderes dos grupos radicais islâmicos – JIHAD, HAMAS, HIZBOLLA – Iasser Arafat, líder da OLP e da Autoridade Nacional Palestina, facilitou ao retorno da Intifada nos territórios ocupados pelo exército de Israel, mas que tem maioria da população formada por palestinos. CERTO. 3) (UnB) O fundamentalismo pode ser basicamente definido com uma reação contrária à modernidade e ao Estado laico. Embora não exista um único tipo de fundamentalismo, e o fato de que o fenômeno não seja uma prerrogativa islâmica ou judaica, é com relação ao Oriente Médio que ele tem sido mais noticiado, pois aquela região caracteriza-se por uma complexa e explosiva interação física, política, econômica, social, étnica e cultural. O fundamentalismo – ou melhor, fundamentalismos – em sua vertente de nova forma de confronto pós-Guerra Fria tem sido a grande preocupação dos estudiosos das questões político territoriais e culturais para o século XXI. Ao que tudo indica, um novo tipo de terrorismo começa a aparecer. Um terrorismo intocável. E mortal. Não se trata mais de grupos de terroristas que têm como ideal mudar o mundo. O que interessa é provocar o inimigo, o governo, em uma espécie de vingança. Com relação ao assunto do texto, julgue os itens abaixo. (1) O fundamentalismo é uma forma de terrorismo apoiada na religião e nas novas tecnologias bélicas. ERRADO. (2) O fundamentalismo é uma forma de confronto com a modernidade e suas instituições, tais como o Estado secular. CERTO. (3) Por ser uma nova forma de conflito mundial, o fundamentalismo deve ser uma preocupação principal dos governos do próximo milênio. ERRADO. (4) A “complexa e explosiva interação” existente no Oriente Médio é resultado, entre outros fatores, da constante disputa territorial entre os israelenses e os antifundamentalistas muçulmanos. ERRADO.

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4) A idéia da unidade árabe apoiou-se num fundo histórico poderoso, que foi gerado desde a Idade Média pelo expansionismo maometano e que se sustentou na unidade lingüística e religiosa do mundo árabe. A respeito desse assunto, julgue os itens. (1) Com a renúncia do Egito à bandeira do pan-arabismo, a Síria e o Iraque começaram a disputar a liderança regional desenvolvendo projetos geopolíticos paralelos e concorrentes. CERTO. (2) Em 1.979, com a tomada do poder pelo clero fundamentalista no Iraque, o Aiatolá Ruhollah Khomeini reelaborou o conceito de unidade regional, postulando a unificação política em termos religiosos. CERTO. (3) Em 1.971, a Síria retomou um velho projeto geopolítico, ligado à constituição da “grande Síria” histórica. Esse projeto implicou a expansão sobre o Líbano, considerado um Estado artificial, criado pelo colonialismo francês. CERTO. (4) A ação iraquiana em 1.991, justificada por um conjunto complexo de “argumentos” ligados aos preços do petróleo e às antigas disputas fronteiriças com o Kuwait, foi efetivamente condicionada pelas ambições de liderança árabe de Saddan. CERTO. (5) A desocupação do Kuwait e a humilhação militar imposta ao Iraque trouxeram uma série de conseqüências para toda a política regional. Entre os países árabes, os grandes vencedores foram o Egito, a Arábia Saudita e a Síria: o Egito firmou-se como liderança árabe pró-ocidental solidificando sua aliança estratégica com os Estados Unidos e ganhando o perdão da sua dívida externa, a Arábia Saudita viu sua posição de liderança petroleira no Golfo Pérsico ser confirmada e a Síria conquistou a liderança árabe antiisraelense, beneficiando-se da desastrosa derrota iraquiana. CERTO. Leia o texto a seguir para responder. 5) Em 1.955. a crise de Suez foi precipitada por dois problemas relativos à água: a exploração do rio Jordão e a construção da barragem de Assua. Hoje em dia, a explosão demográfica e o desenvolvimento fazem com que as obras hidráulicas e a partilha das águas sejam um assunto vital nesta região constantemente ameaçada de seca. Desde 1.953, israelenses e árabes se confrontam acerca da partilha das águas do Jordão, que em seu trecho Norte corresponde à linha de armistício. Até ano 2.000 o déficit hídrico de Israel cresceu em 30%; ora, o país obtém 40% de seus recursos de água potável nos territórios ocupados (Cisjordânia, Golan e Gaza). Parece, portanto, que a restituição desses territórios será problemática, considerando as dificuldades de abastecimento de água já enfrentadas atualmente pelo Estado judaico. O Sul do Líbano, visando controlar as águas do Litani, também entra no quadro desta hidropolítica. O Egito tem um déficit hídrico de quase 20 bilhões de metros cúbicos. A Península Arábica, que também sofre de seca crônica, produz 90% de toda a água dessalinizada do mundo. As barragens turcas do sudoeste da Anatólia acumulam água confiscada ao Tigre e ao Eufrates, para grande indignação da Síria e do Iraque, obedecendo também a considerações geopolíticas: as barragens devem favorecer o controle dessa região curda, graças à implantação maciça de camponeses turcos. Françóis Massoulié. Os conflitos do Oriente Médio. SP, Ática, 1996 (com adaptações) Quanto ao assunto do texto, julgue os itens:

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1) a questão da água potável no Oriente Médio é crítica, o consumo médio de água pela população é de 500 litros por ano, enquanto a OMS recomenda um consumo minímo de 2000 litros por pessoa ano. CERTO. 2)O Mar Morto, receptor das águas do rio Jordão e das chuvas, está perdendo 10% de sua superfície por ano, pois o processo de evaporação é superior ao processo de captação de água. CERTO. 3)O processo de dessalinização, além de obsoleto, resulta em água destilada, portanto imprópria para o consumo humano. ERRADO. 4)Ao contrário da situação no Oriente Médio, a América do Sul e mais especificamente o Brasil é uma região privilegiada pela reserva de água potável. CERTO. 5)O Brasil tem a maior reserva de água potável do mundo. ERRADO.

AULA 06 Formação dos Megablocos Globalização O processo de globalização atual é muito superior em complexidade aos processos de internacionalização e transnacionalização, pois representa uma tendência de união, difusão e/ou integração de todas as características que identificam a forma de organização das sociedades, que vão se tornando cada vez mais dinâmicas, com uma capacidade de transformação cada vez mais profunda e rápida nos últimos séculos, provocando uma crescente articulação e interdependência entre os povos; isto é, os fluxos e refluxos de atividades sociais, econômicas e culturais vão se intensificando cada vez mais entre todas as sociedades nacionais, numa tendência para a supra nacionalização. 1. Internacionalização – desde o momento em que o ser humano começou a se organizar em uma forma de produção, o processo de internacionalização passou a avançar. Houve momentos de avanços como o período dos impérios absolutistas e, finalmente, com a formação dos Estados - Nações, no começo da Idade Moderna, que, para se sustentarem, estes Estados, foram obrigados a aumentar suas relações com outras sociedades organizadas. Os principais fatores que geraram a internacionalização são expressos nas trocas de valores culturais, sociais, bens e serviços, diplomáticos e, principalmente pelas guerras, gerando avanços tecnológicos e provocando mudanças na base do sistema produtivo, normalmente resultando num aumento do comércio internacional. 2. Transnacionalização – fenômeno percebido a partir dos anos 1960. As filiais das empresas multinacionais paulatinamente vão substituindo as matrizes em valor de produção, produtividade e competitividade no comércio mundial. O processo de transnacionalização da produção acabou provocando também a transnacionalização das finanças, onde os fluxos financeiros internacionais (capital

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especulativo) atingem dimensões superiores à inversão estrangeira direta no comércio internacional. De acordo com definição internacional, a diferença entre as empresas multinacionais e as mais recentes, ou as transnacionais é que enquanto estas últimas são resultado da formação de trustes ou fusões, as anteriores sobreviviam na forma de cartelização. Outra diferença é que se depender dos países centrais, as matrizes param de produzir totalmente. Portanto, está ocorrendo uma transferência muito rápida da produção para os países do sul, enquanto o desenvolvimento e controle sobre o sistema financeiro internacional e os pólos de avanços tecnológicos permanecem nos países centrais. Exemplo muito didático desta situação é o caso dos dois cartéis que dominavam a produção e comercialização de cervejas e refrigerantes no Brasil, a Brama e a Antártica foram pressionadas pelo Plano Real a aumentar sua produtividade, pois os produtos importados ficaram competitivos para o mercado consumidor interno, acabando com o privilégio que usufruíam em relação ao consumidor brasileiro. Os cartéis decidiram pela formação de um truste ou fusão, extinguindo as empresas de estrutura obsoleta e criaram a Ambev – para a América Latina, foram adquirindo ações de empresas congêneres na Argentina, 36% da Quilmes, 80% da Cervejaria do Sul no Equador, mais recentemente levantaram a possibilidade de transferência de parte de sua produção para países vizinhos do Brasil, desde que seja mais vantajoso quanto aos custos. A última da Ambev foi o anúncio, em março de 2004, da venda de 57% de suas ações para a Inter Brew uma empresa transnacional com origem na Bélgica, transformando esta nova fusão na maior empresa mundial na produção de cervejas com possibilidades de dominar a América, Europa e parte significativa do mercado consumidor da Ásia, ao mesmo tempo em que fica difícil outra empresa transnacional conquistar alguma fatia do mercado consumidor brasileiro. 3. Globalização – fenômeno que engloba tanto a internacionalização como a transnacionalização, mas que avança, atingindo outros valores numa sociedade, por exemplo, a uniformização comportamental provocada pela massificação dos sistemas de comunicação. Uma sociedade se globaliza na proporção direta de sua capacidade de consumo, principalmente através de imagens e informações transmitidas pelos meios de comunicação, como a televisão, o que a globalização apresenta para uma sociedade não são somente produtos, mas, sim, idéias quanto ao mercado, à democracia, à educação, à família, à sexualidade, o trabalho, o lazer etc. Um fator importante, responsável pelos avanços da globalização foi o esgotamento da fase pós-Segunda Guerra, denominada de Guerra Fria ou corrida armamentista bipolar, que permitiu a recuperação econômica e o crescimento dos países que atualmente formam os blocos econômicos supranacionais, como o Nafta, União Européia, Mercosul, etc. Os avanços da nanotecnologia provoca mudanças na base do sistema produtivo, onde a produção em escala ou fordista inflexível e estanque, cede espaço para uma forma de produção mais flexível ou toyotista, onde os novos instrumentos como a

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informática, a robótica e a automação, resultantes dos avanços científicos na área das ciências estratégicas, com o crescimento da nanotecnologia e a biotecnologia, acabam provocando transformações na estrutura de funcionamento, substituindo o trabalho humano. Os resultados da nova tecnologia provocando aumento na produção, produtividade, diversidade e queda no custo final dos produtos fabricados, ao mesmo tempo em que a maior eficiência tecnológica força um processo de reciclagem da mão-de-obra, provoca instabilidade política e social, gerando o desemprego estrutural e o retorno do comportamento xenofobista. XENOFOBISMO Desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao meio daquele que as ajuíza, ou pelo que é incomum ou vem de fora do país; xenofobismo. Toda esta situação acaba gerando crise de modernidade, onde as sociedades mais avançadas atingem a fase pós-urbano/industrial, isto é, concentrando sob o seu comando o que significa poder, como a tecnologia de ponta e o sistema financeiro internacional, ao mesmo tempo em que força uma desconcentração das atividades que perdem valor estratégico, transferindo estas atividades para os países periféricos. Por ser um processo mais complexo, seus resultados são mais complexos ainda, provocando e até forçando, de acordo com a conveniência dos países centrais, mudanças na forma de funcionamento das sociedades, como: Formação dos megablocos e blocos econômicos supranacionais. Retorno do pensamento liberal, sob nova roupagem, na manutenção do comando mundial. Teoria do estado mínimo. Nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT) com a transnacionalização. Que provoca um fortalecimento do ultranacionalismo, na forma de fundamentalismos religiosos e etno/xenofobismo, como forma de reação às mudanças provocadas pelos países centrais. Mudanças no comportamento dos organismos internacionais, como o FMI, Bird, BID, etc. Mudanças no sistema monetário internacional. Avanços do capital volátil em detrimento do capital de produção. Criação de novas organizações, a exemplo da Organização Mundial do Comércio, a partir de 1995, pois o GATT – acordo de tarifas do comércio mundial, foi útil no período da Guerra Fria, mas, agora, sua estrutura e regulamento estão superados devido ao elevado crescimento no comércio mundial.

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EXERCÍCIOS 1) Quanto aos fóruns mundiais, julgue os itens. 1) Em 2001, o 31º fórum econômico mundial coincidiu com o 1º fórum social mundial, sendo que este aconteceu em Porto Alegre (RS-Brasil) e aquele ocorreu em Davos na Suíça. CERTO. 2) Em 2001, os fóruns mundiais foram caracterizados pela radicalização. CERTO. 3) Em solidariedade ao acontecido em 11/09/2001, o 32º fórum econômico mundial foi transferido para Nova York (EUA). com isto o 2º fórum social mundial foi transferida para a Índia. ERRADO. 4) Os EUA não enviaram representantes oficiais ao 31º fórum econômico mundial em dados na Suíça. Alegando o pouco tempo de retorno ao poder do Partido Republicano. ERRADO. 5) Em 2003, o 33º fórum econômico mundial retornou para Davos na Suíça. O presidente, Lula, até hoje, foi o único presidente que participou dos dois fóruns no mesmo ano. CERTO. 2) Com relação à divisão internacional do trabalho e aos fluxos internacionais de capital e de mercadorias, julgue os itens 1 - O circuito financeiro modifica-se por meio do aumento do fluxo de recursos remetidos pelos países centrais aos países subdesenvolvidos semi-industrializados. CERTO. 2 – A instalação, nos países subdesenvolvidos semi-industriais, de ramos e setores industriais cuja tecnologia é considerada ultrapassada resulta da desconcentração geográfica seletiva das indústrias. CERTO. 3 – Nos países semi-industrializados latino-americanos, a economia industrial depende essencialmente do consumo interno, enquanto os países do bloco asiático, é dependente do consumo externo.(CERTO) 3)Não está sendo fácil conviver com a nova economia mundial. Se antes eram bem protegidas pelas fronteiras nacionais, pelo seu governo e pelo seu banco central, as pessoas estão sentindo que uma janela se abriu. Por ela podem entrar bilhões de dólares que estufam os lucros na bolsa e plantam fábricas e empregos. Mas o dinheiro pode também sair numa ventania só, quebrando o país entre a meia-noite e o meio-dia. ( revista VEJA). Julgue os itens. 1 – No processo de aceleração capitalista, o produtor vai comprar matéria prima e energia na forma de commodities em qualquer lugar do mundo, onde esteja mais barata, vai instalar sua fábrica onde a mão-de-obra for mais barata e seu mercado consumidor é o mundo. CERTO. 2 - A privatização de empresas estatais e a adoção de políticas macroeconômicas neoliberais indicam que diante do processo de globalização os Estados Nacionais perderam totalmente sua importância.(ERRADO) 3 – A inserção competitiva de um país periférico no processo de globalização depende de alguns fatores, como a manutenção de altas tarifas alfandegárias e o aumento de impostos.(ERRADO)

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4 – O avanço da robótica vem provocando o aumento do desemprego estrutural no mundo. Nos países subdesenvolvidos essa tendência tem sido bem assimilada pela ordenada transferência de ativos para o setor terciário da economia.(ERRADO) 5 – A globalização pode gerar um grande impasse à medida que o avanço tecnológico aumenta o desemprego, pois o aumento da oferta pode não encontrar poder de consumo pela maioria da sociedade. CERTO. 6 – A adoção da “receita econômica neoliberal” da globalização foi favorável principalmente para os Tigres Asiáticos, que apresentaram recentemente um grande crescimento econômico.(ERRADO) 4)Sobre o processo de globalização, julgue os itens. 1 – É resultado processo de internacionalização da economia, que atualmente rompe fronteiras nacionais e interliga cada vez mais a economia dos países. CERTO. 2 – A globalização tem provocado um intenso fluxo planetário dos capitais, de redistribuição mundial da indústria, do emprego e da renda, favorecendo principalmente os países subdesenvolvidos.(ERRADO) 3 – Com a globalização, o Brasil passou a ser um endereço privilegiado dos dólares voadores, mas atraiu também um perigo comum a todos os países que se desenvolvem rapidamente, com base em capitais externos. Se houver desconfiança do investidor, os dólares vão embora e a casa cai, como aconteceu com o México, em 1994. CERTO. 4) O processo de globalização tem provocado também um grande índice de desemprego, o chamado desemprego estrutural. Japão e EUA são os países mais afetados. Enquanto que os países europeus ainda estão livres desse “mal do fim do século”.(ERRADO) 5) Durante a década de 80 o Brasil manteve-se como um país fechado aos novos investimentos internacionais, no entanto a década de 90 vem sendo marcada pela abertura da economia do país. A globalização “invadiu” definitivamente o Brasil. Quanto ao assunto do enunciado, julgue os itens 1 – A evolução tecnológica dos satélites e dos computadores é fundamental para o processo de globalização, pois permite a interligação instantânea de mercados situados em qualquer lugar do planeta. CERTO. 2 – A crescente facilidade para a movimentação de capitais é uma característica do processo de globalização segundo sua lógica neoliberal. Tal característica em muito favorece as máfias, pois facilita o processo de “lavagem do dinheiro sujo” por meio de seu reinvestimento em ações e títulos. CERTO. 3 – Os investimentos de curto prazo representados pelo capital especulativo, que circula pelo mercado de ações de vários países, traz consigo crescimento econômico, social e garantia de estabilidade e tranqüilidade para a economia desses países.(ERRADO) 4 – A globalização tem provocado um maior controle dos governos sobre os movimentos do capital internacional, possibilitando, consequentemente, um maior domínio econômico por parte do Estado.(ERRADO) 5 – O processo de globalização provoca a desconcentração geográfica das indústrias em direção a locais onde a mão-de-obra seja especializada. Sendo assim, tal processo provoca desemprego nos países desenvolvidos, gerando empregos no Sul.(ERRADO) 6)Não está sendo fácil conviver com a nova economia mundial. Se antes as economias eram bem protegidas pelas fronteiras nacionais, pelo seu

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governo e pelo seu banco central, hoje as pessoas estão sentindo que uma janela se abriu. Por ela podem entrar bilhões de dólares que estufam os lucros na bolsa e plantam fábricas e empregos numa sociedade. Mas o dinheiro pode também sair numa ventania só, quebrando o país entre a meia-noite e o meio-dia. ( revista VEJA). Julgue os itens. 1 – São países subdesenvolvidos de industrialização tardia, ou seja, posterior à 2ª Guerra. Os Tigres Ásiáticos, semelhante ao que ocorreu no Brasil, México e Argentina, industrializaram-se mediante capitais externos, via multinacionais, produzindo basicamente para o mercado externo em todas as sua etapas.(ERRADO) 2 – A presença do Estado nesses países foi primordial para o desenvolvimento industrial, pois mediante os incentivos governamentais e plena democracia conseguiram, nos últimos anos, apresentar grande crescimento econômico.(ERRADO) 3 – A mão-de-obra numerosa e disciplinada aliada à grande riqueza em matérias – primas foram os principais atrativos que trouxeram filiais de multinacionais para os Tigres asiáticos.(ERRADO) 4 – A especialização, a elevação dos custos da mão-de-obra e o aprimoramento tecnológico dos Tigres Asiáticos, provocou uma transferência de ramos tradicionais para outros países da região, formando os novos Tigres, a partir da década de 80. CERTO. 7)Considerando as diferentes organizações econômicas e militares mundiais contempladas nos estudos de política econômica, julgue os itens. 1 – A União Européia tem como objetivo criar a constituição européia e incluir mais dez países em 2004. CERTO. 2 – A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), criada em 1949, durante a Guerra Fria, constitui uma importante organização militar de defesa mútua dos países capitalistas do Atlântico Norte, contra um eventual ataque da ex.URSS.(ERRADO). 3 – O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) tem como membros efetivos o Chile, Venezuela, Brasil e Argentina, seus objetivos são de eliminar progressivamente as tarifas alfandegárias mútuas e unificar as tarifas dos produtos importados dos países não membros. CERTO. 4 – Países africanos e asiáticos normalmente não atuam em blocos econômicos, demonstrando ausência de estratégia em política econômica conjunta. CERTO. 8)Globalização é a palavra de ordem no mundo atual, como registra a seguinte canção de repentistas. O computador A vida daqui pra frente Será menos burocrática O mundo em peso mergulha Na era da informática E o que parecia ser um sonho Tá sendo visto na prática... Nas linhas da Internet O mundo é grande mas cabe

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No espaço de um disquete. Raimundo Nonato e Nonato Costa. A respeito do tema globalização, julgue os itens abaixo. (1) De modo figurado, os dois últimos versos da canção resumem o fato de a chamada nova ordem mundial, está estruturada nas confluência econômicas, políticas e culturais, serem calcadas em um único centro espacial de poder. ERRADO. (2) Os fluxos migratórios registrados hoje são resultado de uma igualdade sócio - econômica entre as populações dos diversos países e mesmo internamente em um pais, o qual facilita a mobilidade da força de trabalho. ERRADO. (3) A formação de megablocos econômicos constitui um entrave a completa globalização. ERRADO. (4) A explosão de vários conflitos étnicos e culturais tem dificultado o processo de abertura de fronteiras em vários países. (5) Podemos dizer que os conflitos atuais no Oriente Médio, ainda caracterizam resquícios do período da guerra fria, pois há uma intervenção militar da Rússia nesta região, a grande herdeira bélica da URSS. ERRADO. 9)As novas idéias divulgadas pela Glasnost e pela Perestroika (1984/1991), transformaram significativamente as relações entre países componentes do então bloco soviético refletindo em transformações nas relações internacionais no mundo, acerca desses acontecimentos e suas consequências, julgue os itens. (1) glasnost significa maior transparência política, com reflexos internos e nas relações com o mundo ocidental. CERTO. (2) Com a perestroika a ex. URSS consegue rapidamente recuperar sua economia devido a ajuda externa, principalmente do FMI e do BIRD. ERRADO. (3) A glasnost e a perestroika não afetam a realidade dos acontecimentos mundiais atuais. ERRADO. (4) Com a extinção da URSS seu território e população foi dividido em 15 países independentes. CERTO. (5) A Rússia, principal herdeira da ex, URSS ainda mantem forte controle bélico e econômico nesta região. CERTO. 10)Em dezembro de 2001, na terceira reunião da organização mundial de comercio(OMC) em Katar, golfo pérsico. A Republica Popular da China, foi aceita como membro desta organização. Quanto a OMC e a China Popular, julgue os itens: 1) Ao contrario do 31º Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. No 2º fórum econômico os EUA, alem de organizar-lo em seu país participando de forma efetiva e oficial nas discussões quanto aos problemas e soluções da realidade do mundo em globalização. V 2) Diferente do 1º Fórum Social Mundial, também ocorrido em Porto Alegre, no 2º Fórum Social ficou bem clara a radicalização dos grupos e organização que são contrários a globalização somente financeira imposta ao mundo pelos países centrais. F 3) Acontecer um fórum econômico separado de um social é contraproducente, pois tanto as autoridades governamentais como as organizações civis debatem a mesma questão, o que existe de diferença são os meios utilizados para se alcançar o mesmo objetivo. V

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4) As diferenças principalmente quanto ao comportamento e posições sócio- econômicas dos governantes no 32º Fórum Econômico Mundial em relação ao 31º Fórum em Davos, na Suíça, são reflexos do dia 11 de Setembro de 2001. V 5) No transcorrer do 2º Fórum Social Mundial em Porto Alegre, pessoas e organizações que combatem o processo de implantação de uma globalização somente financeira. Aproveitaram para repetir o mesmo comportamento agressivo ocorrido no 1º Fórum Social. Invadindo propriedades rurais, onde a empresa Monsanto tem experiências com organismos geneticamente modificados (OGM). F 11) Julgue os itens. 1 – A evolução tecnológica dos satélites e dos computadores é fundamental para o processo de globalização, pois permite a interligação instantânea de mercados situados em qualquer lugar do planeta. CERTO. 2 – A crescente facilidade para a movimentação de capitais é uma característica do processo de globalização segundo sua lógica neoliberal. Tal característica em muito favorece as máfias, pois facilita o processo de “lavagem do dinheiro sujo” por meio de seu reinvestimento em ações e títulos. CERTO. 3 – Os investimentos de curto prazo representados pelo capital especulativo, que circula pelo mercado de ações de vários países, traz consigo crescimento econômico, social e garantia de estabilidade e tranqüilidade para a economia desses países.(ERRADO) 4 – A globalização tem provocado um maior controle dos governos sobre os movimentos do capital internacional, possibilitando, conseqüentemente, um maior domínio econômico por parte do Estado.(ERRADO) 5 – O processo de globalização provoca a desconcentração geográfica das indústrias em direção a locais onde a mão-de-obra seja especializada. Sendo assim, tal processo provoca desemprego nos países desenvolvidos, gerando empregos no Sul.(ERRADO) 12) Produto, capital e tecnologia perdem a identidade nacional num mundo sem fronteiras. A globalização é a palavra do momento. Desde a desintegração da URSS em 1991, não existe mais uma fronteira geopolítica para a economia de mercado, julgue os itens. 1 – A reportagem faz referência ao processo de globalização da economia, que atualmente rompe fronteiras nacionais e interliga cada vez mais a economia dos países. CERTO 2 – A globalização tem provocado um intenso fluxo planetário dos capitais, de redistribuição mundial da indústria, do emprego e da renda, favorecendo principalmente os países subdesenvolvidos.ERRADO 3 – Com a globalização, o Brasil passou a ser um endereço privilegiado dos dólares voadores, mas atraiu também um perigo comum a todos os países que se desenvolvem rapidamente, com base em capitais externos. Se houver desconfiança do investidor, os dólares vão embora e a casa cai, como aconteceu com o México, em 1994. CERTO. 4) O processo de globalização tem provocado também um grande índice de desemprego, o chamado desemprego estrutural. Japão e EUA são os países mais afetados. Enquanto que os países europeus ainda estão livres desse “mal do fim do século”.ERRADO

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AULA 07 O Neoliberalismo A teoria do Estado mínimo defendida pelo pensamento neoliberal corresponde à defesa dos países ricos que, através de suas principais representações internacionais, como o FMI, o Bird, suas empresas, capital e o controle que possuem sobre o conhecimento científico, forçam os países pobres a reduzir o poder de seus Estados como agente econômico, obrigando-os a implantar reformas estruturais, como privatizar as estatais estruturais e estratégicas, ao mesmo tempo em que mudam a política monetária e cambial, facilitando a entrada das empresas e do capital estrangeiro, forçando os países periféricos a eliminarem o protecionismo. Os representantes dos países centrais defendem a idéia de que os governos dos países pobres devem ter sob sua responsabilidade direta apenas a área da educação, de preferência que o Estado cuide somente do ensino fundamental, o restante deve ser privatizado. Esta situação ficou bem exposta no 31º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça em janeiro de 2001 para onde os EUA não enviaram representantes oficiais, demonstrando a nova política externa da superpotência nas relações internacionais, ao mesmo tempo em que ocorria o histórico primeiro Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, no Brasil, onde grupos organizados que participavam do fórum depredaram uma lanchonete, bem como invadiram uma fazenda no Paraná que estava plantando transgênicos. O Novo Papel Das Organizações Internacionais BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento 1980 O Plano de Reformas Estruturais. Para facilitar a liberação de recursos para o Terceiro Mundo, basta que os países tomem as seguintes medidas: - Implantem as reformas – previdenciária, tributária, fiscal, orçamentária, político-partidária, judiciária, trabalhista, sindical etc. - Avancem no processo de privatizações. 1983 Plano de Reformas Setoriais ou Estratégicas. - Liberalizar a agricultura, como a forma de cultivo da soja no Centro-Oeste do Brasil. - Privatizar ou terceirizar os serviços como tratamento de água, esgoto, coleta e tratamento de lixo, etc. - Privatizar setores estratégicos, como o setor energético (comunicações), bancário, de transportes, sistema viário, de comunicações, etc.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume a responsabilidade de acompanhar, fiscalizar e exigir o cumprimento das medidas impostas pelo neoliberalismo. Para isto, elabora o plano econômico neoliberal, que respeitando a situação política, econômica, cultural e social de cada país, mantém seu objetivo principal, que é obrigar os países periféricos a abrir ou internacionalizar sua economia, como o Plano Real no Brasil e o Plano Cavallo na Argentina. 1989 É assinado nos EUA o Manifesto ou Consenso de Washington numa tentativa de legitimação do processo de implantação das reformas neoliberais na América Latina. Análise Geopolítica Como os países periféricos eram na maioria governados de forma autoritária sob controle da elite militar, era conveniente redemocratizar estes países, pois os militares foram úteis enquanto a prioridade maior dos países centrais capitalistas era conter os avanços dos movimentos populares de tendência socialista, mas, como, agora o interesse é comercial e econômico, a manutenção dos militares no poder poderia prejudicar a implantação dos blocos econômicos. A nova tecnologia resulta numa transferência de atividades produtivas para o Terceiro Mundo, alterando o papel de cada país no comércio internacional, a DIT – Divisão Internacional do Trabalho, isto é, o papel representado por cada país no processo de reordenamento mundial. A tecnologia de ponta resulta em novas máquinas e nova forma de produção, tendo como conseqüência o desemprego estrutural e, fortalecendo, como reação ao processo de globalização, de movimentos étnicos separatistas e o nacionalismo exacerbado. É cada vez mais difícil analisar de forma sedimentada a realidade econômica mundial, mas é fácil perceber como as situações política e social são resultados diretos da realidade econômica e do poder de manipulação do capital financeiro internacional. É possível distinguir como a implantação das idéias neoliberais alteram a forma de funcionamento das sociedades, principalmente na eliminação dos valores coletivos e avanços do individualismo. Em contrapartida, o mundo se surpreende cada vez mais com os discursos de cunho social das autoridades nacionais e internacionais, quanto à necessidade de investir na solução das questões que afetam as populações do Terceiro Mundo, como a fome, a tuberculose, a Aids, o ebola, o analfabetismo, o excedente populacional, as guerras tribais, de interesse econômico para as empresas multinacionais, como as guerras de diamantes na África. O processo de exclusão também está atingindo parcela significativa das populações dos países ricos, tanto na Europa como na América do Norte.

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O Terceiro Mundo, incluindo o Brasil, foi submetido às idéias neoliberais, de forma muito rápida. As elites nacionais embarcaram nestas idéias, implantaram seus planos econômicos, sem preocupações quanto à capacidade de absorção destas mudanças por suas sociedades. Um bom exemplo dessa realidade foi o Encontro do Grupo dos Oito (G-8), em julho de 2001, em Gênova, na Itália, onde, pela primeira vez, os sete países mais ricos e a Rússia, priorizam, em suas discussões, uma pauta onde a maioria dos itens é de cunho social, devido ao processo de exclusão provocado pela globalização, resultando no perdão de 50% da divida externa dos vinte países mais pobres e, na criação de um fundo de três bilhões de dólares para o continente africano.

EXERCÍCIOS 1)O espaço mundial está sendo redimensionado em função das exigências de uma Nova Ordem que se estabelece. Sobre a reorganização do espaço geopolítico e geoeconômico, julgue os itens. 1 – Os recursos mundialmente investidos na área da saúde já são visíveis no controle de doenças fatais como a AIDS, o cólera, a tuberculose e a subnutrição infantil.(ERRADO) 2 – Nas metrópoles modernas americanas e européias assistem-se a verdadeiras guerras civis entre grupos excluídos do projeto de modernidade recém implantado. CERTO. 3 – Nos países subdesenvolvidos, os Estados Nacionais, como o Brasil e a Argentina, reforçam sua fronteiras políticas e econômicas, a fim de se tornarem mais fortes e se articularem à ordem mundial unificada.(ERRADO) 4 – As metrópoles no Terceiro Mundo são exemplos de grandes investimentos aplicados em infra-estruturas essenciais a vida do cidadão pois não resultaram em macrocefalismo nem em hipertrofia do terciário. ERRADO. 5 – Nos EUA são cada vez maiores os gastos com o sistema de defesa nacional, o programa espacial e a dívida pública. CERTO. 2) julgue os itens. 1 – o neoliberalismo e o ultraliberalismo partem da necessidade de redução do Estado na economia. E a teoria do Estado mínimo. CERTO. 2 – Multiplicam se as ONGs em substituição à iniciativa do Estado. CERTO. 3 – Em muitos países, vem ocorrendo a descentralização do poder político-administrativo, isto é, a transferência das decisões para níveis mais regionais e locais. CERTO. 4 – Surgem as organizações supranacionais ou os megablocos, eliminando totalmente os nacionalismo e as barreiras alfandegárias e burocráticas.(ERRADO) 3) É cada vez mais freqüente na imprensa mundial, os discursos de estadistas quanto à necessidade de uma nova Breton Woods, pois as relações de produção e comércio não obedecem mais as normas implantadas no pós 2ª guerra. Um bom exemplo dessa situação são: o

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fortalecimento do protecionismo implantado pelos blocos econômicos e os subsídios que provocam concorrência desleal no mercado internacional. Quanto ao assunto do texto, julgue os itens. 1) A PAC – Política Agrícola Comum Européia, facilita a entrada de produtos primários dos países do Sul para o consumo da população da União Européia.(ERRADO) 2) A elevada produtividade da economia norte americana, permite uma elevada competitividade interna, por isso ele não têm necessidade de impedir às importações.(ERRADO) 3) A necessidade de uma nova conferência mundial para reestruturar a produção e o comércio. É conseqüência direta do processo de globalização e da formação dos megablocos econômicos. CERTO. 4) O fortalecimento do protecionismo econômico favorece aos interesses dos países potências, pois revitaliza a questão das fronteiras nacionais e os Estados Nações.(ERRADO) 5) A queda significativa no valor real dos produtos exportados pelos países do Sul, e a elevação dos preços dos produtos exportados pelos países do Norte, justificam a necessidade de mudanças na DIT – Divisão Internacional do Trabalho. CERTO.

AULA 08 O processo de globalização nos países do Sul ou periféricos Como sistema socioeconômico, o capitalismo passa por ciclos de crescimento, intercalado por fases de estagnação. Esta situação é conseqüência direta dos momentos onde ocorre avanço tecnológico, que vão refletir em novas formas de produção e produtos, com novos fatores que mudam a importância de cada país ou bloco de países, quanto ao comando e ao grau de dependência. O processo de globalização fortaleceu mais ainda os processos anteriores, aumentando a dinâmica de internacionalização e a transnacionalização em níveis jamais esperados pelos especialistas. Os países centrais entram na fase pós-urbano/industrial, isto é, detêm o controle sob a nova tecnologia e o sistema financeiro, enquanto a maioria das fábricas, principalmente aquelas que exigem elevado uso de matéria-prima, recursos energéticos e que não necessitam de mão-de-obra muito qualificada e degradam o meio ambiente, são transferidas para os países periféricos. Está caracterizado o modelo atual, onde deve ser desconcentrado, com distribuição das atividades mais antigas da produção para o Terceiro Mundo, enquanto fica mantida a concentração do high tech e do poder de capital. Os laboratórios e centros

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de pesquisas, com pessoal altamente qualificado e os centros financeiros, ficam concentrados nos países centrais, enquanto fábricas de automotores, eletroeletrônicos, brinquedos, siderurgia, química pesada, etc., são rapidamente transferidas para os países pobres. NOTA Um bom exemplo desta situação é o que está acontecendo na China Popular: com a abertura econômica localizada nas Zonas Econômicas Especiais, em seu litoral, é o país que mais cresce economicamente nas duas últimas décadas do século XX e início do século XXI, mas sua luta maior é quanto à transferência de tecnologia de ponta e o controle do capital externo. Para superar esta situação, o país pratica a pirataria tecnológica, onde mais de 90% dos softwares utilizados no país são cópias ilegais, gerando prejuízo de bilhões de dólares para as multinacionais. O Brasil, a exemplo dos demais países latino-americanos, está lutando para assumir este novo papel nas relações internacionais, mas esta nova forma de dependência exige mudanças internas estruturais, tanto econômicas como financeiras que vão refletir na realidade política, social e cultural de sua população. O mundo está cada vez menor graças ao sistema de comunicação em massa que quantifica, podendo também até qualificar o número de informações para as sociedades, permitindo um acompanhamento mais próximo das atividades do Estado, ao mesmo tempo em que o próprio Estado está diminuindo seu poder de comando direto nas atividades econômicas e financeiras com as medidas neoliberais. Portanto, não podemos dizer que houve um aumento no índice de corrupção, ou de incompetência administrativa, enfim, de prepotência das autoridades e mau uso dos recursos públicos; o que aumentou foi a transparência das informações e a capacidade de cobrança da sociedade. Já foi o tempo do empreguismo, das propinas, dos elefantes brancos, onde tudo ficava fora do conhecimento da sociedade civil, isto é, o Estado concentrador de poder não permitia que as informações chegassem ao conhecimento da sociedade. É preciso que as autoridades se conscientizem de que não estão mais acima do bem e do mal. Enquanto está ocorrendo a fase de transição, o Terceiro Mundo vai vivendo com o acúmulo de crises econômicas, financeiras e de escândalos políticos. Processo Histórico A segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX são momentos históricos que podem ser analisados de acordo com vários fatores que provocam transformações no comportamento das sociedades organizadas. Uma forma interessante é interpretar esse momento como uma etapa da história da humanidade de uma dinâmica de transformações cada vez mais rápidas e profundas devido ao término das revoluções burguesas e o início das revoluções socialistas (Rússia em 1917); o crescimento das potências emergentes, como os EUA, o Japão

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e a Rússia, em concorrência com os impérios europeus, os resultados são os avanços tecnológicos, que aumentam a produção, a produtividade e a diversidade industrial, acelerando a capacidade de consumo e elevando a exploração dos recursos naturais, seguidos de uma degradação ambiental superior a homeostase, isto é, superior à capacidade de recuperação natural do planeta, formando novos mercados consumidores nos países do sul, com expansão e posterior esgotamento da fase neocolonial, modificando de forma drástica a forma de produção que era de subsistência nos povos dos novos continentes, impondo a forma de produção no estilo plantation e, com conseqüências imediatas na realidade sociocultural e econômica dos povos africanos, americanos e da Ásia Tropical. A disputa pela hegemonia mundial provoca a Primeira Guerra, a primeira revolução socialista vitoriosa na Rússia, seguida da crise de superprodução do sistema capitalista em 1929 e chega ao auge com a Segunda Guerra Mundial. Terminando, assim, com a fase do capitalismo industrial ou selvagem, e iniciando o que hoje classificamos de capitalismo monopolista ou financeiro. Estas mudanças alteram as relações internacionais de forma radical em seu eixo de comando, onde a “Nova Roma” (EUA), substitui os impérios europeus, e nas formas como estas relações vão acontecer no pós-Segunda Guerra. Em resumo, para substituir os antigos mandatários internacionais, a superpotência capitalista que surge no pós-Segunda Guerra, os EUA, precisam criar novas estruturas econômicas, políticas, financeiras, trabalhistas e militares que atendam aos seus interesses e esvaziem os poderes dos antigos “donos” do planeta, os impérios europeus. Os EUA precisavam de novas formas de parceria como também de novas entidades internacionais que através de sua ingerência, tornassem os princípios da “Doutrina Monroe” (o comando da América), para a “Doutrina Truman”, assumindo o comando mundial. Por isto, ocorreu a Conferência de “Bretton Woods” nas proximidades da cidade de Washington DC. Pode-se dizer que esta conferência foi o “pontapé inicial” para que, nas próximas décadas fossem surgindo novas organizações mundiais para atender aos interesses da superpotência norte-americana.

EXERCÍCIOS 1) Em relação ao assunto do texto, julgue os itens. Ao mesmo tempo que a Organização Mundial de Saúde anuncia que a pneumonia asiática não é mais um risco nos países asiáticos, dados econômicos demonstram que a República Popular da China está crescendo em mais de 9% ao ano a sua economia, demonstrando que a epidemia afetou muito menos este país do que seus vizinhos. 1) A maior parte dos programas de computadores utilizados na China Popular são piratas, o que gera bilhões de dólares de prejuízo para as empresas multinacionais. CERTO. 2) A economia da República Popular da China superou o PIB do Brasil na década de 90.

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3) Hoje o maior parceiro econômico da China são os EUA, a China tem um superávit de mais de 30 bilhões de dólares com o seu principal parceiro ocidental. CERTO. 4) Se a pneumonia asiática prejudicou a economia dos países asiáticos em 2003, em 2004 a gripe do frango ameaçou, mas não acarretou problemas econômicos para estes países. ERRADO. 5) A abertura econômica da China Popular é um resultado da ampla abertura política que este país implantou a partir da década de 80. ERRADO.

AULA 09 Conferência de Bretton Woods (1944) Reunião entre quarenta e quatro nações, em New Hampshire (EUA), cujo objetivo principal era restabelecer uma ordem monetária internacional, de acordo com a nova realidade nas relações de poder do pós-Segunda Guerra Mundial. Havia a necessidade de se definir as novas regras para regular as relações econômicas e comerciais entre os países, resultando em quatro pontos. a) A criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. b) A criação de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis em relação à nova moeda mundial, oscilando numa banda cambial (2,5%) de, no máximo, 1,25% ou menos 1,25% em relação ao dólar norte-americano. c) O FMI funcionaria como uma política de seguro, auxiliando na capacidade de liquidez dos países-membros, isto manteria suas taxas cambiais. d) A criação de um código de ação, onde todos os países membros, ao superarem a crise cambial resultante do período conturbado das primeiras décadas do século XX, retornariam para um sistema de pagamentos multilaterais baseados na conversão da moeda. Criação do Banco Mundial É uma instituição de desenvolvimento. Nas próximas décadas o Banco Mundial será dividido em quatro organizações para atuação de acordo com objetivos específicos. 1) CFI – Corporação Financeira Internacional. Entidade que arrecada recursos do mercado de capitais, para financiar investimentos particulares e as empresas privadas que investem no Terceiro Mundo. 2) ADI – criada em 1960, a Associação de Desenvolvimento Internacional utiliza recursos do orçamento dos países-membros para financiar a juros muito baixos e em longo prazo os países mais periféricos ou até os países que mesmo não sendo da

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extrema periferia, apresentam grandes bolsões de pobreza absoluta de acordo com os critérios de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano elaborados pela Organização das Nações Unidas a partir de 1991. A reunião do G-8 – Grupo dos Sete Países mais ricos e da Rússia, em julho de 2001, na cidade de Gênova, na Itália, acabou resultando no perdão de parte da dívida das vinte nações mais pobres do mundo. Grande parte desta dívida é provenientes dos empréstimos feitos pela ADI. Um bom exemplo do uso deste recurso é o projeto IDH 14 no período FHC, desenvolvido no Brasil, para tentar minimizar a situação de miséria que atinge as 14 áreas mais pobres em nosso país. Estes recursos correspondem às dívidas que deveriam ser perdoadas no ano 2000, de acordo com a defesa feita pelo Vaticano, entidades e personalidades mundiais, que defendiam suas idéias com o ano do Jubileu de Ouro. Infelizmente, a realidade mundial, principalmente quanto às formas como estes recursos foram utilizados pelos países pobres, inviabilizou o perdão esperado pelas sociedades mais pobres do mundo. 3) Agim – Agência de Garantia aos Investimentos Multilaterais, órgão do Banco Mundial que procura dar garantias para as situações não econômicas que possam prejudicar as empresas que investem nos países subdesenvolvidos. Se uma multinacional implanta uma filial num país pobre, e ocorre um golpe de Estado, e a sua filial é nacionalizada, a Agim cobre os prejuízos dessa empresa. 4) Criação do Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento lida diretamente com os governos dos países subdesenvolvidos, facilitando sua credibilidade no mercado financeiro internacional e fazendo a intermediação entre o Mercado Financeiro Internacional e as necessidades de recursos desses países, oferecendo assessoria técnica e econômica através de suas equipes ou missões, como são chamadas. Portanto, o Bird recorre ao Mercado Financeiro Internacional, fazendo empréstimos a juros de mercado e repassa estes empréstimos a juros mais altos para os países do Terceiro Mundo. Quando o Bird toma tal atitude, o país favorecido passa a ter maior credibilidade no Mercado Financeiro Internacional e, além dos empréstimos diretos do Bird, pode recorrer aos bancos e financeiras privadas para conseguir mais dinheiro. Os lucros obtidos por essas transações são altíssimos e, na maioria das vezes, são repassados para os países centrais, principais mantenedores deste órgão. O Bird nunca deixou de cumprir seus compromissos com as entidades financeiras internacionais, pois além dos altos recursos em ativo que possui só o que o Terceiro Mundo deve e paga em serviços e juros da dívida externa por ano é o suficiente para cumprir seus compromissos com estas entidades e ainda sobra muito. Sua lucratividade para os países centrais é tão elevada que sua classificação internacional é AAA, isto é, possui total confiança ao fazer pedidos de empréstimos no mercado internacional.

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A última informação sobre os trabalhos do BIRD, corresponde a um levantamento mundial sobre a realidade socioeconômica dos países pobres. O interessante desta pesquisa é que o Bird começa a defender a idéia de retrocesso; os países subdesenvolvidos devem voltar a priorizar as atividades primárias como agricultura, pecuária e extrativismo, na forma de commodities e, se possível, desestimular ou até desmontar sua modernização industrial. A justificativa para tal comportamento do Bird é quanto à capacidade competitiva desses países no comércio mundial. Conseqüências imediatas: -Plano Marshall para a Europa. -Plano Colombo para a Ásia. -Criação do “cordão sanitário” para os novos países, de independência concedida, que surgem no Terceiro Mundo, principalmente na Ásia Tropical, África e América Latina, ou países que já existiam, e que adquirem importância na realidade da Guerra Fria, no pós-Segunda Guerra, como o Brasil na América do Sul. Criação do FMI – Fundo Monetário Internacional De acordo com sua criação, o FMI tem como função manter a estabilidade do sistema monetário e financiar os déficits da balança de pagamento dos países-membros. -É uma instituição monetária. -Extinção do lastro ouro e implantação do câmbio dólar-ouro/fixo, onde 31,1 gramas de ouro (1 onça), equivalem a 35 dólares americanos, o FED – “Federal Reserv Board”, o Banco Central dos EUA, garantiria a paridade. Com isto, temos a dolarização da economia mundial. Ao mesmo tempo em que os EUA adotam o câmbio fixo, obriga à adoção pelos países, do câmbio fixo flutuante, isto é, todas as moedas deveriam oscilar numa banda cambial, onde seu valor não poderia exceder a mais que 1,25%, ou menos de 1,25% (oscilação de 2,5%) do valor do dólar no mercado internacional. Esta medida foi mais política do que econômica, pois a Conferência de Bretton Woods, mais especificamente, o FED – Banco Central Norte-Americano, não levou em consideração as diferenças econômicas dos países no mundo, principalmente as políticas inflacionárias. OBSERVAÇÃO O principal papel do FMI era o de socorrer os países-membros, principalmente na manutenção do câmbio e na correção das balanças de pagamentos, na década de 70, os EUA abandonam o câmbio fixo e adotam o câmbio flutuante. O motivo mais sério para esta mudança foi a emissão muito elevada de dólares necessários para sustentar a guerra do Vietnã, que provocou uma desvalorização muito rápida da moeda no mercado internacional. Os EUA mudam o seu sistema cambial, pois seria

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um desastre econômico se o FED (banco central), continuasse mantendo a paridade dólar – ouro. É quase certo que boa parte de suas reservas deste metal seria trocada pelo excesso de dólares que existia no mercado externo. Ao adotar o câmbio flutuante, os EUA provocaram uma significativa desregulamentação no comércio mundial, pois mudou o seu câmbio, mas não apresentou soluções para o câmbio fixo–flexível com banda cambial, que havia sido adotado para o mundo na Conferência de Bretton Woods. Em 1976, na Conferência do FMI na Jamaica, os países mais importantes no comércio mundial legalizam o câmbio flutuante e para compensar a desregulamentação no comércio internacional, adotaram o DES – Direito Especial de Saque, uma moeda bancária, calculada pela média ponderada das 16 moedas mais usadas no comércio. Com isto, conseguiram regularizar alguns aspectos do comércio mundial. Com a mudança cambial, o FMI perdeu boa parte de sua importância; portanto, podemos dizer que é o início do fim da Conferência de Bretton Woods, a única atividade que lhe sobra é dar assistência aos déficits na balança de pagamentos, ditando padrões para as políticas econômicas nacionais e monitorando as taxas cambiais dos países devedores. Sua principal função era socorrer os países em crise econômica através dos SDRs (Special Drawing Rights), isto é, descontos especiais de saques, um dinheiro internacional criado pelo FMI, cujo valor corresponde ao movimento das taxas cambiais das cinco moedas mais importantes dos países-membros, o Dólar, Yene, Marco, Franco e a Libra Esterlina. Com a implantação do Banco Central Europeu e a adoção do Euro por onze países-membros da União Européia, em primeiro de janeiro de 1999, o DES – Desconto Especial de Saque passou a ter como critérios o Dólar, o Yene, a Libra Esterlina e o Euro, portanto, hoje, são quatro moedas. Se ocorrer a efetivação do Euro, sendo adotado pelos quinze países-membros, como está previsto para 2002, os critérios para estipular o valor do DES, podem mudar novamente. Até hoje (2003) o Reino Unido, Dinamarca e Suécia não adotaram o Euro. Portanto, com a adoção do Euro pela Grécia em 01/01/2002, 12 países da União Européia adotaram a moeda supranacional. CRIAÇÃO DO GATT Conferência de Havana, 1948 – Acordo Geral de Tarifas e Comércio, atual OMC – Organização Mundial do Comércio (Reunião de Montevidéu, 1985). É importante salientar que no pós 2ª guerra, a idéia era criar a OIC – Organização Internacional do Comércio, mas como os EUA e a maioria dos países periféricos não concordaram, a solução mais prática foi a criação do GATT. Portanto, este órgão, em seu início, não era oficial, isto é, não teve a concordância da maioria dos países.

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Em 1995, em conseqüência da rodada do Uruguai (1985), o GATT foi substituída por uma organização mais próxima da nova realidade do comércio mundial, a OMC. É importante observar que a OMC foi reconhecida pela maioria das nações, mas, até hoje, não foi aprovado o seu regulamento para o comércio mundial. Criação da ONU – Organização das Nações Unidas, na Conferência de São Francisco -1945. OBSERVAÇÃO * Precedida pela Conferência de Yalta e um pouco antes da Conferência de Potsdan, que vieram a redefinir o papel da Europa na nova realidade mundial. Criação da Otan, 1949 – Organização do Tratado do Atlântico Norte (militar). Para atender aos interesses dos EUA, são criadas gradativamente organizações que sob o seu comando vão determinar o comportamento do mundo capitalista no confronto com o império soviético e seus países-satélites na fase denominada de bipolarização ou ordem mundial e todas as suas características, como: expansão dos monopólios e oligopólios (multinacionais), caracterizando a formação de trustes, cartéis, holdings e a prática do dumping; término do liberalismo com fortalecimento do Estado; corrida armamentista e espacial; desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa, até chegarmos a tecnologia atual como a biotecnologia, nanotecnologia, resultando nos produtos transgênicos e nas questões étnicas sobre os avanços na clonagem. A década de 80 é considerada a “década perdida”. O esgotamento do sistema implantado após a Segunda Guerra Mundial é bem nítido, pois, tanto os EUA como a URSS tinham capacidade de destruir várias vezes seu inimigo, mas sabiam que se alguém tomasse esta atitude estaria destruindo a si próprio. Não existe mais a vantagem militar da primeira iniciativa. É nesta situação que se percebe as intransigências dos EUA, quanto a continuar com o projeto Guerra nas Estrelas e a não-assinatura do Tratado de Kioto, mesmo com suas mudanças, na reunião do G-8, em Gênova – 2001. O mundo teria que mudar, pois as superpotências e seus parceiros estavam gastando trilhões de dólares/década para sustentar uma situação que poderia atingir um ponto irreversível, como a Terceira Guerra Mundial. O primeiro grito de alerta é dado pela ONU, onde prova que um ano de gastos militares significava, no mínimo, 25 anos sem fome em todo o planeta. Não podendo esquecer que a maioria das tecnologias desenvolvidas eram consideradas estratégicas; sendo assim, não eram transferidas para a economia normal, a população não tinha acesso aos novos conhecimentos nem aos produtos que poderiam ser desenvolvidos desse conhecimento. Esta situação é acelerada com a implantação de reformas políticas e econômicas na URSS (glasnost, Perestroika) e a exaustão do déficit público e orçamentário norte-americano em conjunto com o déficit da balança comercial. Neste momento, surge um questionamento para os donos do mundo: o que fazer com a grande soma de

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recursos que eram investidos na corrida armamentista, nas atividades geoestratégicas? O que aconteceria com as inovações tecnológicas das últimas décadas? Será que a economia normal e a população do planeta seriam capazes de absorver, de forma tão rápida, tudo isto? Para que isto ocorresse, era necessário, no mínimo, mudar a estrutura formada no pós-Segunda Guerra e criar novas relações internacionais, como: o término da bipolarização e o início da multipolarização acompanhada do capital volátil, da multipolarização, do retorno dos movimentos migratórios mundiais, das crises especulativas com o seu efeito dominó ou cascata, dos planos econômicos neoliberais, da redemocratização do Terceiro Mundo, do desemprego estrutural com o retorno do xenofobismo e do etnocentrismo ou conflitos étnicos, principalmente nos países que apresentavam melhor qualidade de vida. As novas tecnologias geram excedentes de mão-de-obra, pois os resultados da nanotecnologia, principalmente com o uso da robótica, informática e automação provocam mudanças na base do sistema de produção, rompendo com o fordismo e avançando no toyotismo, resultando em desemprego estrutural, e maior produção, produtividade, diversidade, queda no custo final, portanto maior competitividade para os produtos maquinofatureiros. Enfim, a terceira revolução tecnológica, onde a biotecnologia, a robótica, a automação e a nanotecnologia reformulam as novas formas de produção, localização e consumo dos produtos industrializados, sem se preocupar com o lugar de instalação das fábricas – os sistemas de comunicações e transportes facilitam a integração planetária de forma muito rápida. Com a globalização, o poder bélico e geoestratégico caem para o segundo plano. Hoje, país-potência é definido pela capacidade tecnológica, de planejamento, produção, produtividade e competitividade no mercado global. E não basta para o indivíduo a especialização; é necessário que ele seja qualificado, capaz de assimilar novos conhecimentos e técnicas para se manter na área produtiva e manter o seu emprego. Nestes pontos, os EUA não são mais hegemônicos, pois a Europa unificada e o crescimento do Japão em conjunto com seus países periféricos forçam um processo, no mínimo, antagônico. A tendência de globalização acaba forçando a criação de blocos econômicos, caracterizando uma inédita regionalização, dentro do processo global. Está sendo formado o novo “jogo de xadrez” nas relações mundiais.

EXERCÍCIOS 1) Após a Conferência de Bretton Woods, o mundo percebeu que existia uma nova realidade: os EUA eram os novos “donos do Mundo”. Desde então, muitos fatos ocorreram e acabaram por determinar o atual momento geopolítico, econômico e financeiro. Sobre este tema, julgue os itens.

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1 – O Federal Reserve Board, tinha como uma de sua funções principais após a Conferência de Bretton Woods, garantir uma paridade fixa de dólares por uma onça de ouro, na proporção de $35,00 para 31,1 g. de ouro. CERTO. 2 – Tanto o FMI como o BIRD foram criados em Bretton Woods, com a finalidade de promoverem a cooperação monetária internacional, favorecerem o desenvolvimento do comércio mundial, além do crescimento econômico dos países membros, sem que houvesse intervenções de caráter político aos países que dele precisassem.(ERRADO) 3 – A terceira fase do sistema monetário internacional, marcou a hegemonia norte americana no contexto mundial, pois sua moeda passou a ser o padrão utilizado. CERTO. 2) Os eixos de estruturação do Comércio mundial revelam que na realidade atual persistem antigas área de influência do século XIX, que o controle de uma parcela do mercado mundial está entre os sinais mais claros do desenvolvimento econômico e que a repartição deste mercado entre os países é extremamente desigual. Julgue os itens. 1 – O comércio mundial está estruturado em torno de três grandes pólos: os EUA, a Europa ocidental e central e o Japão. CERTO. 2 – Hoje o pólo europeu procura ampliar seu domínio comercial anexando a parte leste do continente o ex-bloco socialista. CERTO. 3 – Os países centrais industriais controlam mais de 70% das exportações, sendo que só o G7 – grupo dos sete – controla um pouco mais da metade desta atividade. CERTO. 4 – Entre os países subdesenvolvidos, só os dragões ou tigres asiáticos se destacam como grandes exportadores, competindo pelo terceiro lugar mundial com o Japão e várias vezes superior a América Latina. CERTO. 5 – O continente africano corresponde a menos de 4% do comércio mundial e o Brasil cerca de 1%. CERTO.

AULA 10 UNIÃO OU COMUNIDADE EUROPÉIA – UE OU CE Processo Histórico A União Européia é o mais antigo e o melhor estruturado entre os 3 megablocos existentes na globalização. Sua formação resulta da necessidade dos países da Europa Ocidental, no pós-Segunda Guerra, e às necessidades dos Estados Unidos, que através do Plano Marshall deu início ao processo de contenção à tendência expansionista soviética neste continente.

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A base de tudo se deu em 1944, quando foi criado o BENELUX – União Econômica entre a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em 1952 no tratado de Paris foi criada a Ceca – Comunidade Européia do Carvão e do Aço, incluindo ao Benelux, a Alemanha Ocidental (RFA), a França e a Itália, surgindo o Grupo dos 6. Esta união fica mais fortalecida com a formação do Grupo de Roma em 1956 formando o MCE – Mercado Comum Europeu ou CEE – Comunidade Econômica Européia, e a Euratom– Europa Atômica, sendo que esta última organização tinha como objetivo desenvolver tecnologia para implantar usinas termonucleares e reduzir as dependências de importações de petróleo e de carvão mineral pelos países europeus. Em 1959/60 foi criada e implantada a Aelc ou Efta – Associação Européia de Livre Comércio, unindo o Reino Unido com os países escandinavos, e é óbvio, para competir com o Mercado Comum Europeu. Desde a criação do Grupo de Roma, o objetivo deste bloco era chegar ao máximo de integração econômica e monetária – defendendo para o futuro o livre trânsito de pessoas, produtos, tecnologia e capital entre os países-membros, e se possível chegar a um comando central e a uma moeda única, com a visão de criar no futuro uma estrutura nos modelos de uma união política e econômica. São os princípios quanto à idéia da Casa Comum Européia. Nas décadas de 60 e 70, outros membros são incorporados ao MCE, mas a geopolítica mundial, com o acirramento da Guerra Fria (EUA x URSS), impede um maior avanço em sua organização. Nas décadas de 80/90, as mudanças internacionais, principalmente com a redução dos riscos de uma guerra nuclear entre as superpotências, abrem espaço para que propostas mais ousadas sejam retomadas pelos países europeus. a) 1986 - o Ato Único Europeu Proposta de transformação do MCE ou CEE em U.E. ou CE – Comunidade Européia. * criação de um Banco Central (1/1999); * fortalecimento do Parlamento Europeu (propor¬cio¬nal à população e ao poder econômico/tecno¬lógico de cada membro); Criação de uma moeda bancária, o ECU – European Currient Unit – unidade monetária européia –para, posteriormente chegar ao Euro moeda única da Europa; * criação da OSCE – Organização de Segurança da Comunidade Européia, que substituiria a Otan, exclusivamente, para a defesa do continente. Proposta de unificação das leis trabalhistas. Eliminação das fronteiras econômicas, respeitando o espaço, o regime e as características político-administrativas de cada país-membro. O sonho de unificação do sistema educacional, com o mesmo conteúdo para todos os países, porém, respeitando as culturas regionais. b) 1991 – Assinatura do Tratado de Maastricht Ocorre a ratificação dos principais tópicos do Ato Único Europeu. Os países mais pobres – Portugal, Espanha, Grécia, e República da Irlanda (católica) – alegam que: ao adotarem a moeda única, o processo de conversão das moedas

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nacionais para a moeda única iria prejudicá-los. Além do lado geopolítico como a perda de um símbolo de nacionalidade ou identidade cultural e histórica. A solução foi tomar medidas corretivas antes da implantação da União Européia, criando em 1992 o Tratado do Porto. c) 1992 – Assinatura do Tratado do Porto. Principais medidas. União entre o MCE (CEE) e a Aelc (Efta) criando o EEE – Espaço Econômico Europeu. Os países mais ricos priorizam seus investimentos na recuperação dos países-membros mais pobres, investindo em larga escala nos países atlânticos mediterrâneos, como Portugal, Espanha, Grécia, centro-sul da Itália, o famoso Mezzogiorno, e na República da Irlanda, a Irlanda católica no arquipélago das ilhas britânicas. Nota • O Tratado do Porto impõe a todos os países-membros que o déficit público não pode ultrapassar 3,5% ao ano a partir de 1997. • A inflação de todos os países-membros deve ficar no máximo 1,5% acima dos três países-membros com menor inflação, no ano posterior à avaliação. • As taxas cambiais devem flutuar, no prazo mínimo de dois anos, dentro das bandas definidas pelo sistema monetário europeu. • A dívida pública não pode exceder a 60% do PIB. Estava avançando o pensamento neoliberal, com o exemplo da Dama de Ferro Britânica, com a proposta de reduzir a capacidade de influência do Estado na economia, diminuindo o welfare state – isto é, o estado do bem-estar social, provocando queda na qualidade de vida das populações e ressurgindo o etno/xenofobismo, com a criação de grupos radicais na Europa e, com riscos da ultradireita reconquistar o poder em alguns países-membros. Veja os exemplos atuais na Áustria, Alemanha , França e Itália. d) 01/01/1993 – Início de implantação do Tratado de Maastricht. * Livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e tecnologia entre os países-membros. Resumindo: abertura interna e aumento do protecionismo. É a globalização com regionalização sendo colocada na prática. Como são medidas que alteram as estruturas de funcionamento das sociedades envolvidas, é necessário esperar um pouco para ver os seus resultados e se possível corrigir as possíveis distorções que venham a surgir.

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O melhor exemplo desta situação foi o elevado processo de migração das regiões periféricas em direção aos países centrais, gerando uma super-oferta de mão-de-obra, menos qualificada, no mesmo momento em que os países centrais estavam entrando na fase pós-urbano/industrial, onde a nova forma de produção, resultante da 3ª RTC, com novas máquinas substituindo os trabalhadores, enquanto a transferência da 2º RTC para as periferias estavam percorrendo caminho inverso, este foi um dos principais fatores que acabaram gerando o recrudescimento dos grupos radicais na Europa, a violência, com assassinatos, seqüestros, sem esquecer que as organizações ilegais da Europa Oriental aproveitaram para avançar em direção ao mundo capitalista da Europa Ocidental. Isto acabou forçando alguns países como a Alemanha, Bélgica, França, etc., para que tomassem o caminho contrário ao proposto pelo Tratado de Maastricht, fechando suas fronteiras por algum período para o livre trânsito dos indivíduos da União Européia. 1996 – Tratado de Amsterdã os países da União Européia concordaram em preparar as condições para a entrada dos países remanescentes do ex-bloco socialista, conforme forem superando a fase de transição; eles serão absorvidos pela UE, até 2010. 1998 – A República Tcheca, a Polônia, a Finlândia e a Eslovênia solicitam suas entradas para a União Européia. O pedido é aceito, mas elas precisam, para serem aceitos como membros efetivos, tomar medidas internas, principalmente na retirada do alto controle do Estado em suas economias, lembranças do período socialista. e) 01/01/1999 – Implantação parcial do Euro – moeda única. * 11 países adotam o Euro, portanto, ainda é uma moeda provisória e não existe a sua emissão, servindo mais como moeda bancária. * Dos 15 países que formam a União Européia, a Suécia, Dinamarca, Reino Unido e Grécia não adotam o Euro. f) Dez/2000 – Os 15 países da União Européia discutem a inclusão de mais 15 países na organização, são na maioria países remanescentes do ex-bloco socialista (Leste Europeu). Esta inclusão deverá ocorrer de acordo com as mudanças que estão sendo implantadas pelos países do leste, quanto mais rápido eliminarem o alto poder do Estado em suas economias, mais rapidamente eles serão incluídos na União Européia. A União Européia pretende concluir este processo até o ano de 2010. g) 01/01/2002 – Adoção do Euro como moeda supranacional. Com conversão até o dia 06/06/2002. Conclusão do Tratado de Maastricht quanto às propostas aprovadas em 1991, com funcionamento do megabloco europeu na globalização. O Euro passa a circular como dinheiro na forma de notas e moedas para todos os países-membros e para os países-satélites como Andorra, Vaticano, San Marino e Mônaco, exceto para o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia. O bloco passa a funcionar em uma união política e monetária.

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* a União Européia é presidida por um dos países membros, numa periodicidade semestral, de acordo com sorteio. h) Junho de 2003 – Reunião de Salônica, na Grécia Término da presidência semestral sob o comando da Grécia. É decidido pela inclusão de mais 10 países, principalmente os países do leste europeu ou do ex-bloco socialista. É apresentado o esboço da constituição dos Estados Unidos da Europa. i) 1º de julho de 2003 – o Governo italiano, assume a presidência da União Européia será um dos últimos a exercer esta função, pois surgirá uma nova forma de administração devido à proposta futura de eleição do Presidente dos Estados Unidos da Europa (EUE). O primeiro ministro da Itália é Sílvio Berlusconi, empresário de grande poder econômico, mas que tem restrições quanto às propostas de avanço da União Européia, portanto, não é a pessoa mais indicada para o momento de mudanças previstas para a União Européia. OBSERVAÇÃO Na reunião de Salônica é decidido que em 1º de março de 2004, após plebiscitos, os 10 novos países serão incluídos na União Européia, e que será apresentada a Constituição dos EUE bem como as normas e data para eleição do primeiro Presidente dos Estados Unidos da Europa. j) Em 31 de dezembro de 2003 termina a presidência desastrosa da Itália na União Européia devido ao seu primeiro ministro, o megaempresário Silvio Berlusconi. l) Em 1º de janeiro de 2004 a Irlanda assume a presidência da União Européia com as seguintes propostas para o primeiro semestre de 2004: Reaproximar a União Européia dos Estados Unidos da América, tentando amenizar os choques recentes quanto à guerra unilateral dos EUA contra o Iraque e a rápida valorização do Euro em relação ao dólar. Organizar o melhor possível a inclusão dos novos países na organização em 1º de maio para reduzir as insatisfações populares. Aprovar a constituição do estado supranacional. Trabalhar as normas eleitorais quanto à eleição do presidente dos EUE, com futura indicação do premier pelo Parlamento Europeu. m) Em 1º de maio de 2004, os 10 novos membros são incluídos na União Européia, com restrições, não adotando a moeda única, com cotas para o comércio e para a migração em direção aos países centrais. • Dos 10 novos países, 8 são originários do Ex. Bloco Socialista, sendo que a Polônia corresponde a metade da população dos 10 países.

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• Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Croácia, Malta e Chipre. Observação: Não esqueça • Os países satélites como Mônaco, San Marino, Andorra e Vaticano já adotaram o Euro. • O Reino Unido (Inglaterra), Dinamarca e Suécia que já faziam parte da EU e os 10 novos membros não adotaram o Euro. n) Em outubro/2004 – O Parlamento Europeu aprova a inclusão da Turquia que deverá ser concluída até 2015. o) Em outubro/2004 – Os governantes de 25 países, reunidos em Roma, em homenagem ao tratado de Roma (1957), que deu origem ao bloco econômico, aprovam a constituição européia que deverá ser discutida no Parlamento Europeu. p) Em 1º de março de 2004, coincidindo com o atentado em Madri, a União Européia declara que está implantando as primeiras medidas propostas pelo Protocolo de Kyoto.

EXERCÍCIOS 1) Quanto a projeto podemos dizer que o tratado de Maarstrich foi concluído com a implantação do euro-moeda única em 1º/1/2002. Em relação ao Tratado de Maarstrich e o continente europeu, julgue os itens. 1) Desde os séculos XVIII e XIX que algumas autoridades e pessoas importantes já levantavam a necessidade de uma reestruturação na forma de organização, funcionamento e integração das sociedades no continente desenvolvendo idéias quanto aos Estados Unidos da Europa. CERTO. 2) Ao ser assinado em 1991 o Tratado de Maarstrich estava atendendo a proposta do ato único europeu, que havia retomado a idéia da casa comum européia na década de 80. CERTO. 3) O Tratado do Porto em 1992 provocou um certo atraso na implantação do Tratado de Maarstrich ao impor um comportamento neoliberal para os países membros. ERRADO. 4) Com o início de implantação em 1º/1/93 do Tratado de Maarstrich, a União Européia passava a funcionar com o Banco Central Europeu e uma unidade monetária. ERRADO. 5) Um dos fatores que explicam a recessão européia na década de 90, foram os elevados gastos em infra-estrutura, pois não é possível maior integração socioeconômica, sem uma integração física e aumento nos fluxos de energia, capital, produtos e pessoas entre os países membros. CERTO. 6) O parlamento europeu funciona de acordo com a regra da proporcionalidade e seus representantes são os parlamentares eleitos para cada parlamento nacional. ERRADO.

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7) Ao ser colocado em circulação, os 15 países membros eliminaram imediatamente suas moedas nacionais e adotaram o EURO. ERRADO. 8) Na reunião de Salônica (junho/2003) a Grécia encerra seus 6 meses de comando da União Européia e transfere a presidência para a Itália. O processo de rodízio semestral para presidir a União Européia é comum e não pode ser mudado nos próximos 20 anos. ERRADO. 9) Ao apresentar o esboço da constituição dos Estados Unidos da Europa na reunião de Salônica não indica que haverá mudanças quanto às regras e comando na União Européia. ERRADO. 10) Em 1º/5/2004 o Bloco Europeu será formado por 25 países membros. Os 10 novos membros, por serem do ex-bloco socialista, não precisam de plebiscitos para ser aceitos no bloco. ERRADO. 11) Em 31 de dezembro de 2003 termina o semestre de presidência italiana na União Européia, transferindo o cargo para o governo da Holanda a partir de 1º de janeiro de 2004. CERTO. 12) As principais propostas da Holanda na presidência da União Européia é de retomar as relações com os EUA, prejudicadas devido a guerra unilateral no Iraque, e avançar o máximo que puder na implantação da constituição européia e na incorporação dos dez novos membros a partir de maio de 2004. CERTO. 2) A União Européia tomou em 1998 uma decisão histórica. Definiu os onze países que, a partir de 1º de janeiro de 1999 abrirão mão de suas moedas nacionais para aderir a uma moeda única, o Euro. Os países europeus já tem passaporte único. Também demoliram barreiras alfandegárias para facilitar o comércio entre os países. Agora estão derrubando o padrão monetário nacional. Sobre a União Européia, julgue os itens. 1 – Leis trabalhistas, ambientais, educacionais e fiscais já estão unificadas entre os membros da EU, sendo necessário apenas efetivar a livre circulação de mercadorias para se transformar no principal acordo econômico da atualidade.(ERRADO) 2 – As diferenças lingüísticas e culturais não são entraves para os países da UE, já que a origem étnica dos povos é a mesma.(ERRADO) 3 – Apesar dos avanços nos processos de unificação, o desemprego ainda é um problema que afeta vários países que a compõem. CERTO. 4 – A diferenças culturais não são obstáculos para a completa união entre os países, inclusive com a adoção de uma única língua como universal para a UE. O alemão é a língua mais cotada. ERRADO. 5 – Peso demográfico não influencia na representatividade das instituições comunitárias européias como por exemplo, o parlamento europeu e o conselho de ministros.(ERRADO) 3) Em 1°/1/2002, moedas de forte identidade nacional desaparecem para 12 paises da União Européia. O marco, o Franco, a Lira, o Escudo, a Peseta e até o Dracma da Grécia são exemplos de moedas nacionais que foram substituídas pelo Euro, moeda única ou supranacional, que apesar das dificuldades iniciais em sua implantação,, entra de forma definitiva no mercado europeu e no comércio mundial como moeda forte, rapidamente supera o dólar norte-americano, e com tendência a ficar mais forte ainda. Quanto ao assunto do texto, julgue os itens: a) Com a adoção do Euro em 1°/1/2002, está totalmente concluído o projeto da casa comum européia, encerrando a etapa do tratado de Maarstrich. CERTO.

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b) Não de forma definitiva como moeda em circulação, e sim como moeda bancária, o euro foi adotado por 11 paises que formam a União Européia em 1°/1/1999. CERTO. c) O Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia não adotaram o Euro em 1°/1/2002, pelos mesmos motivos internos. Principalmente pela não aceitação decidida em plebiscitos. ERRADO. d) Como forma de defesa para o seu mercado interno, os 15 países que formam a União Européia tomaram a decisão de não aceitarem mais nenhum país como membro até o ano de 2010. ERRADO. e) Com território na Ásia (97%) e na Europa, e ser membro da OTAN, a Turquia é o país que apresenta as melhores condições para ser aceito na União Européia. ERRADO. 4) No dia primeiro de janeiro de 2004 o governo da Holanda substituiu o governo da Itália no comando semestral da União Européia, suas propostas de administração divergem em vários aspectos do comportamento do primeiro ministro da Itália Sílvio Berlusconi, pois apesar do apoio incondicional dado aos EUA na guerra contra o Iraque, não defende a ruptura com os avanços da União Européia. Quanto ao assunto do texto e aos avanços da organização européia, julgue os itens. 1)o semestre de presidência da União Européia pelo governo italiano correspondeu a um dos períodos de maior avanço na propostas de maior integração entre os países europeus.errado 2) Por ser integracionista, isto é, defender uma maior integração entre os países europeus, Silvio berlusconi conseguiu implantar a constituição européia. errado 3) Uma das principais propostas do período da presidência da Holanda na União Européia é o de reaproximar a Europa aos EUA, pois a guerra contra o iraque acabou dividindo os países da Europa quanto à participação e apoio ao presidente George W.Bush.certo 4) Outra posição interessante da Holanda na União Européia é a disposição de concluir o processo de inclusão dos 10 novos membros na organização.certo 5) Entre os novos membros que serão incluídos na União Européia encontram-se a Suíça, por ter eliminado às características de paraíso fiscal, e a Turquia devio à localização geográfica e por já sr membro da OTAN – Organização do Tratado do Atrântico Norte.errado

AULA 11 2º) Megabloco do Pacífico ou do Iene Este megabloco é considerado informal, pois sua formação resulta da expansão econômica das “ilhas-mães” do arquipélago japonês, que nas últimas décadas foi transferindo capital, tecnologia e indústrias para os países periféricos ao seu território. Portanto, não existe uma organização formal; são os poderes econômico e tecnológico do Japão que determinam o seu comportamento. Também não é possível dizer o número de países-membros devido à informalidade. E, ao contrário

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dos demais blocos econômicos, não impede que sejam formados blocos menores e formais em seu interior. Os principais blocos formais ou áreas de livre comércio no interior do bloco do Pacífico são a Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiático e Asean foi utilizada como base para a formação da Apec- Área de Cooperação Econômica Ásia-Pacifico. O CER ex Nafta – Área de Comércio Restrito entre a Austrália e a Nova Zelândia e um bloco que deveria ter início em 2003, mas que não avançou devido a conflitos entre seus principais membros, principalmente na Região de Caxemira, é a Saarc ou Alcam – Área de Livre Comércio da Ásia Meridional, formada pela Índia, Paquistão, Bangladesh e Sri Lanka. Formação do Bloco do Pacífico: a) Japão – desenvolvido; único país central e, portanto, do norte. b) Tigres Asiáticos tradicionais – Coréia do Sul, Formosa, Hong-Kong e Singapura, a partir da década de 70. c) Novos Tigres Asiáticos (décadas 80) – Indonésia, Filipinas, Tailândia, Malásia, etc. c) Litoral da China (décadas 80/90) – Implantação das ZEEs – Zonas Econômicas Especiais, no litoral da China Socialista. d) Austrália e Nova Zelândia na Oceania. Para melhor compreensão da evolução deste megabloco é necessário interagir os resultados das mudanças na sociedade japonesa e a realidade mundial do pós-Segunda Guerra. Pré-requisitos históricos: Até a primeira metade do século XIX, o Japão apresentava uma elevada descentralização de poder, onde a lei das espadas ou dos samurais é que definiam o espaço de comando de cada família tradicional os famosos Xogunatos. Na realidade, a sociedade japonesa já percebia, devido aos ataques e saques em seu litoral, que ou mudava seu sistema de governo ou continuaria sofrendo as ameaças dos impérios ocidentais, expansionistas e militarizados da época, inclusive da frota naval norte-americana. Na segunda metade do século XIX, a formação da era ou Dinastia Meiji, transforma completamente o quadro geopolítico da sociedade japonesa, formando um império absolutista, também expansionista e militarizado, a exemplo dos dominadores ocidentais, que passa a estender seus domínios econômicos e militares por vasta área do Continente Asiático. Com a derrota na Segunda Guerra, o Japão é obrigado a se ocidentalizar, provocando significativas mudanças na forma de organização de sua sociedade. 1. Fica sob o controle militar norte-americano entre 1945 e 1950. 2. Passa a funcionar como Monarquia Parlamentarista.

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3. Não pode ter Forças Armadas e só pode gastar 1% de seu PIB na organização de uma força de segurança. 4. Fica sob a proteção do guarda-chuva nuclear dos EUA. 5. Os Zaibatsus – monopólios econômicos controlados pelas famílias tradicionais japonesas são colocados na ilegalidade. Os riscos provocados pela tendência expansionista Sino-Soviética na região e a guerra na península da Coréia acabam forçando os EUA e o Mundo Ocidental a ajudar na recuperação da economia do Japão; surge o Plano Colombo, com as mesmas características que o Plano Marshall para o continente europeu, mas não com a mesma grandeza de recursos. Década de 60 – o milagre japonês Medidas que foram tomadas: 1. Adoção do Neomalthusianismo. 2. Subvalorização do Iene. 3. Poupança interna. 4. Utilização da mão-de-obra abundante, barata, técnica, perfeccionista e coletivista. 5. Intensa espionagem industrial, desenvolvendo a política do copiar para aperfeiçoar e, se possível, miniaturizar os produtos industriais ocidentais, com o objetivo de reduzir os custos. 6. Retorno do Zaibatsus com os monopólios de famílias tradicionais ou conglomerados econômicos. 7. Reforma agrária. Ao tomar essas medidas, o Japão recupera toda a forma fordista de produção e, como seus produtos ficam altamente competitivos no mercado internacional, passa a acumular um superávit na balança comercial, enquanto os demais países desenvolvidos estão aumentando seus déficits. Para desenvolvermos melhor estas idéias, considere esse momento como o período de reconstrução da Segunda Revolução Técnico-Científica (2ª RTC), o fordismo. Década de 70 – fase da expansão econômica para sua periferia As crises do petróleo, 1973/1979, e outros fatores externos como a mudança de câmbio dos EUA, e a guerra do Vietnã, afetaram de forma significativa a capacidade produtiva do Japão, pois mais de 95% de seu consumo de petróleo era importado de países-membros da Opep, principalmente do Golfo Pérsico, reduzindo sua competitividade no mercado externo e, conseqüentemente, seu superávit comercial. Com isso, o Japão é o primeiro país a iniciar a implantação da Terceira Revolução Técnico-Científica (3ª RTC), ao mesmo tempo em que transferia a Segunda Revolução para a sua periferia. Substituindo os investimentos ocidentais que nas décadas de 50 e 60 foram aplicados na Ásia, alguns países que faziam parte do “cordão sanitário” são transformados nos Tigres Asiáticos ou pequenos dragões,

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como a Coréia do Sul, Singapura, Taiwan ou Formosa e o protetorado britânico da ilha de Hong Kong. Sendo que este último foi devolvido para a China popular em 1997. É interessante observar que ao iniciar a Terceira Revolução Tecnológica, o Japão não muda somente as técnicas de produção, devido ao uso da robótica, da informática e da automação, mas muda também o sistema de produção, passando do fordismo para o toyotismo, isto é, conceitos básicos como flexibilidade, informação e qualidade rompem com a estrutura fordista de produção capitalista, a rigidez do sistema de produção capitalista ocidental nos EUA e Europa não suporta as renovações high tec, perdendo rapidamente a capacidade produtiva e a competitividade em relação aos produtos japoneses e periféricos do Japão. Acabou a fase de produção com elevado estoque de matérias-primas, energia, quantidade e especialização do trabalhador; tudo deve funcionar de acordo com as necessidades do mercado, produção, qualidade, administração e qualificação da mão-de-obra, que são requisitos integrados e fundamentais para manter a competitividade no comércio mundial. Os Tigres Asiáticos se transformaram em verdadeiras plataformas ou corredores de exportação, controlados pelo capital e pelas empresas japonesas. São os famosos NICs – novos cinturões industriais ou NIPs – novos países industriais. Está sendo criada a estrutura inicial do megabloco que irá surgir no continente asiático. Década de 80 – os avanços do megabloco Os Tigres Asiáticos transferem parte da 2ª RTC para a sua periferia e recebem nova remessa de indústrias com transferência tecnológica do país central (Japão). Estão sendo criados os Novos Tigres Asiáticos, como a Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas, Vietnã, etc., também denominados de NIPs ou NICs; na língua inglesa são chamados de países de recente (newly) industrialização.

EXERCÍCIOS 1) (TCU-2002) Atraindo a atenção de milhões de pessoas em todo o planeta, o futebol realiza mais uma vez, em 2002, sua grande competição, num ritual que se repete a cada quatro anos: a copa do mundo. Desta vez de maneira inédita, a copa acontece na Ásia e, também de forma inovadora, é sediada por dois países. Relativamente a esses países asiáticos, julgue os itens.. 1 ) Com um quadro econômico estável- mantendo os índices de crescimento que obteve no pós- segunda guerra mundial- e com instituições políticas sólidas, imunes a crises e a atos de corrupção, o Japão se apresenta como a mais dinâmica

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economia asiática nos dias de hoje, a ampliar crescentemente sua participação no comércio mundial. CERTO. 2 ) A Coréia foi protagonista de um dos mais sérios e graves episódios da guerra fria: no auge da disputa ideológica entre capitalismo e socialismo o país foi seccionado em dois, os quais, a seguir foram à guerra: assinado o armistício em 1953, a situação perdura até hoje, com o norte comunista e, o Sul, capitalista. CERTO. 3 ) Na atualidade, é grave a situação vivida pela Coréia do norte, constatando-se a presença da fome em determinadas regiões do país, decorrentes dos maus resultados obtidos pela sua economia, o que contribui para aumentar as incertezas quanto ao futuro de um regime que se mantém ainda politica e economicamente fechado. CERTO. 2) O bloco do Pacífico engloba vários países do leste asiático e da Oceânia, que tém suas economias claramente polarizadas pelo Japão. A respeito do bloco do Pacífico, julgue os itens 1 – Calcado em seu grande dinamismo econômico e tecnológico, capacidade de investimentos e alta produtividade e competitividade, o Japão é claramente hegemônico no Pacífico. CERTO. 2 – Pôr não apresentar estruturas oficiais, o bloco asiático não tem objetivos integracionista mais ambiciosos nos setores políticos, sociais e monetários. CERTO. 3 – Os países que compõem o bloco do Pacífico têm sua economias apoiadas historicamente na produção de produtos industrializados destinados prioritariamente para o mercado interno.(ERRADO) 4 – Trata-se de um bloco econômico formado exclusivamente por países do continente asiático.(ERRADO) 5 – A Austrália cada vez mais afasta-se economicamente de sua matriz européia e aproxima-se de seus vizinhos do Pacífico, particularmente do Japão. CERTO. 6 – Há uma complementaridade econômica entre o Japão e a Austrália. Ambos são industrializados, porém o Japão é pequeno territorialmente e pobre em recursos naturais, a Austrália é extensa e rica em minérios, combustíveis, etc. CERTO. 7 – A recente crise bancária das bolsas de valores e cambial dos Tigres Asiáticos, pouco abalou a economia desse bloco , pois tais crises só tiveram conseqüências internas nesses países.(ERRADO)

AULA 12 A República Popular da China Nessa mesma década, a República Popular da China começa a colocar em prática as suas propostas já defendidas na década anterior, de “socialismo de mercado” ou “um país com dois sistemas”, isto é, uma abertura econômica localizada onde o Estado permanece com poder centralizado, mas alia-se ao capital internacional para explorar os recursos naturais e principalmente a mão-de-obra barata, obediente e em excesso, que recebe centavos de dólares por hora trabalhada, além do total cerceamento a liberdades trabalhistas e sociais.

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O interior do país permanece sob controle total do Estado. No litoral são criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), onde leis especiais favorecem a atração dos investimentos externos e o “boom” no crescimento econômico. Na formação das empresas do tipo joint ventures, isto é, uma união do capital externo e as mais de 120000 estatais chinesas. Principais conseqüências da abertura econômica chinesa 1. Supera o Brasil como o país mais industrializado do Sul (subdesenvolvidos). 2. Aproximadamente 50% dos recursos anuais investidos no Terceiro Mundo vão para as ZEEs, no litoral da China. 3. Passa a receber investimentos de bilhões de dólares provenientes dos gigantes econômicos, isto é, dos chineses que vivem em diáspora. 4. Abertura das bolsas de valor em Beijing e em Xangai. 5. Seu superávit comercial, principalmente com os EUA, é de bilhões de dólares ao ano, se tornando a terceira população em poder de compra, só superada pela população dos EUA e do Japão. Isto não quer dizer que tenha melhorado muito a qualidade de vida de seus 1,3 de bilhão de pessoas. 6. Milhares de suas empresas pertencem ao Estado, provocando concorrência desleal, com elevado índice de pirataria industrial e tecnológica, com prejuízos de bilhões de dólares/ano para as transnacionais. Cerca de 97% dos softwares são piratas. 7. É considerado o país que mais desrespeita os direitos humanos, quanto às mulheres, crianças e idosos. 8. É uma potência militar que ainda faz testes nucleares. 9. Mais de 95% das execuções/ano no mundo, dois terços de seu Código Penal prevê a pena de morte, inclusive para a emissão de cheque sem fundo. 10. De acordo com a OMC, cerca de 75% dos brinquedos fabricados no mundo são produzidos pela China Popular. NOTA Em 1997, a China Popular inicia negociações com os EUA para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC); no início de 2001 foi aceito o seu pedido, mas sua entrada como membro está condicionada a exigências quanto a questões econômicas como a espionagem industrial e a pirataria, onde mais de 90% dos CDs com músicas, jogos eletrônicos e a maior parte dos software são produtos copiados das empresas multinacionais, gerando prejuízo de bilhões de dólares para estas empresas. Além das questões dos direitos humanos, como execuções das penas de morte, os tratamentos dados às minorias étnicas, às mulheres, crianças e velhos, combinados com as questões militares como os testes nucleares ainda praticados pelo governo do país. Atualmente, a grande discussão entre os países e autoridades da OMC, é quanto ao seguinte aspecto: se a República Popular da China for aceita como membro da OMC, essa entidade pode rasgar os seus estatutos. Outros defendem que, ruim com ela na

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OMC, pior sem ela, pois a pirataria industrial e comercial continuaria dando altos prejuízos para as empresas transnacionais no sistema globalizado. Em dezembro de 2001, na 3ª Reunião da OMC em Katar, no Golfo Pérsico, a China é aceita como membro da OMC, permanecendo socialista e com algumas concessões como a manutenção dos subsídios agrícolas para manter os 70% de sua população na área rural. A gripe do frango prejudicou a economia dos países asiáticos da mesma forma que a pneumonia asiática. O Brasil é um dos países que mais tira vantagens desta situação com um aumento nas exportações de seus produtos e subprodutos primários. Em novembro de 2004, sete representações oficiais de países asiáticos e da União Européia – China, Vietnã, Coréia do Sul, Alemanha, etc. – vieram ao Brasil. A China Popular é o 3º país com maior comércio com o Brasil; só superada pelos EUA e Argentina. Com esta visita, o Brasil assinou o acordo bilateral com os seguintes resultados: - o Brasil reconhece que a China pratica economia de mercado e que a OMC é a instância para resolver as questões quanto a prática de dumping, concorrência desleal, principalmente quanto a pirataria tecnológica, subsídios ou protecionismo praticado pelas partes envolvidas; - a China se comprometeu em investir cerca de 2 bilhões de dólares em infra-estrutura para facilitar o escoamento e a produção agropecuária e mineral brasileira. Inclusive com a proposta de alugar propriedades rurais para aumentar a produção e o agronegócio. Atenção: Nessas visitas ao Brasil, os países aproveitam para discutir a reestruturação do Conselho de Segurança da ONU, assunto que interessa ao Brasil, Índia, Japão e Alemanha, que reivindicam o direito a uma cadeira permanente nesse conselho. Essa situação discutida pela ONU será decidida em setembro de 2005. Sua solução requer a aprovação de 2/3 da plenária da ONU, hoje com 191 membros. Década de 90 – as crises econômicas com queda na produção O Japão entra em recessão econômica, pois os grandes mercados consumidores estão criando suas próprias estruturas na Terceira Revolução Tecnológica; os mercados europeu e norte-americano estão fortalecendo suas barreiras protecionistas quanto às importações, reduzindo rapidamente o superávit comercial japonês. Com isso, o país é obrigado a aumentar a capacidade de consumo interno, melhorando os salários, reduzindo a jornada de trabalho e elevando o poder

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aquisitivo de sua sociedade, ao mesmo tempo em que avança mais ainda na renovação tecnológica do sistema de produção, entrando na fase típica atual dos países mais desenvolvidos, que é de contração das tecnologias de ponta e descontração das atividades mais antigas para a sua periferia. Portanto, o Japão está entrando na fase pós-urbano-industrial. Em 1996/97, os países asiáticos entram em profunda crise econômica devido à fuga dos investimentos especulativos, o chamado “efeito saquê” está terminando a bolha especulativa, que tanto favoreceu ao crescimento asiático na década de 80. A Austrália e a Nova Zelândia são incluídas no Megabloco Asiático partir deste momento, o mais correto é dizer bloco do Pacífico e não asiático, pois há uma expansão do bloco em direção à Oceania. Por ser informal, o Megabloco da Ásia não impede que países em seu interior se organizem em blocos supranacionais de acordo com suas identidades ou necessidades. • Asean – Associação das Nações do Sudeste Asiá¬tico. • Criada em 1967, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia, com previsão de implantar uma área de livre comércio até 2003. São países de organização social bastante rígida, considerados cópias não perfeitas do modelo japonês, pois sofreram processo de industrialização sem tecnologia, com alta dependência externa; suas economias são controladas pelos gigantes econômicos, isto é, os chineses étnicos já a política e o poder de estado são controlados por elites tradicionais. • O CER – Acordo Comercial de Relações Econômicas mais Estreitas, substituiu o NAFTA criado na década de 60, funcionando como área de livre comércio entre a Austrália e a Nova Zelândia. • Saarc – Associação do Sul Asiático para a Cooperação Regional, criada em 1993, funciona como área de livre comércio entre Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka. • APEC – Ásia – Pacífico Cooperação Econômica – obedece a duas etapas: união dos países industrializados até 2010 e dos países não industrializados até 2020. Essa organização tem como proposta básica estruturar as relações econômicas e comerciais entre os países do Pacífico, para aumentar a competitividade com a área do Atlântico Norte, área secular de maior intensidade comercial e econômica do planeta. De acordo com a proposta, deve fazer parte da Apec todo o Megabloco Informal da Ásia, mais o Nafta – Área de Livre Comércio da América do Norte e mais o Chile e Peru. Em novembro de 2004 – a última reunião da Apec aconteceu no Chile.

EXERCÍCIOS 1)A Área de Cooperação Mútua Ásia-Pacifico (APEC) foi fortalecida com a reunião ocorrida no início de novembro DE 2001, na República Popular da China. Quanto a APEC, julgue os itens: a) Como o projeto dos EUA para a ALCA é uma prioridade na proposta de iniciativa para as Américas. A ultima década do século XX e a primeira década do século XXI não permitem avanços práticos na implantação da APEC. CERTO.

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b) Em seu projeto, a APEC tem como proposta a integração numa área de livre comércio entre os principais paises industrializados com litoral no pacífico até o ano de 2010. CERTO. c) Ao propor uma integração maior entre dois megablocos supranacionais, a APEC comprova a forte ligação entre as economias e o jogo geopolítico que existe entre os EUA e a Monarquia Parlamentar do Japão. CERTO. d) A integração entre países americanos, asiáticos e da Oceania elimina a fase típica do multipólio, passando para bipólio ideológico, com retorno da guerra fria. ERRADO. e) Ao assinar o protocolo de Kyoto, o Japão prejudicou sua integração com os EUA, inviabilizando a implantação da APEC a partir de 2002. ERRADO.

AULA 13 MEGABLOCO AMERICANO Com as mudanças ocorridas na década de 80, os EUA precisam refazer sua geoestratégia de dominação mundial, pois o poder bélico não se traduz mais no único fator de supremacia, e os megablocos da Europa e da Ásia estão atuando a pleno vapor na defesa e implantação da nova ordem mundial. É a etapa capitalista da globalização e da 3ª Revolução Industrial, a famosa Revolução Tecnológica. NOTA O Presidente Reagan inicia o processo ao criar o superdólar, mudando a política econômica interna e favorecendo a entrada de produtos externos, acelerando a capacidade de consumo da sociedade norte-americana; é a fase do reaganomics. No final da década de 80 e início da de 90, o Presidente George Bush passa a defender “a iniciativa para as Américas”, com a proposta de uma área de livre comércio para todos os países da América, à exceção de Cuba, que permaneceria sofrendo o boicote mundial, decretado pela ONU desde 1962, devido a crise dos mísseis; é a proposta de criação da Alca – Acordo de Livre Comércio das Américas. Na década de 90 ocorre o declínio como importância na produção industrial do Cinturão das Manufaturas, o grande símbolo da Segunda Revolução, de características Fordista, localizado às margens dos grandes lagos e nordeste dos EUA; com suas megalópoles, cidades industriais e a estrutura fordista de produção passa a ser chamado de cinturão cinzento ou cinturão das neves (rust/frost belt). Como características de decadência, o declínio da produção nesta área expulsa milhões de trabalhadores para novas regiões do território norte-americano, mas não podemos esquecer que é nessa área que encontramos a maior concentração de escritórios centrais das grandes empresas norte-americanas, bem como a maior concentração de financeiras e a maior bolsa de valores do mundo.

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Ao mesmo tempo em que assistimos ao crescimento vertiginoso do símbolo da Terceira Revolução Tecnológica, o denominado Cinturão do Sol com, o desenvolvimento do vale do silício na Califórnia, mais as regiões do Golfo do Texas, península da Flórida e o noroeste, surge um novo pólo tecnológico, com elevado crescimento socioeconômico e populacional nas cidades de Los Angeles, São Francisco, Seatle, Postland, Houston, Nova Orleans e Miami, que substituem o antigo pólo econômico do nordeste ou cinturão das manufaturas, símbolo da segunda revolução técnico-científica, com as cidades de Chicago, Pittsburgo, Detroit, Cleveland e Nova York, passa a ser denominado cinturão cinzento, das neves ou decadência, com expulsão de milhões de trabalhadores que foram substituídos pelos resultados da nanotecnologia. Nas atividades industriais mais antigas começa a substituição da forma de produção pelas novas máquinas, gerando excedente de mão-de-obra, enquanto nas atividades da terceira revolução, há carência de trabalhadores qualificados, forçando a necessidade de se recrutar mão-de-obra qualificada em todo o mundo, para atender sua carência na área de pesquisas e desenvolvimento de novas técnicas e produtos. Não restam dúvidas. O país que mais reduziu a taxa de desemprego, diminuiu a violência de uma forma geral e elevou a capacidade de consumo de sua sociedade a níveis nunca imaginados foram os EUA, na década de 90. Como exemplo, podemos afirmar que na segunda metade da última década, os EUA cresceram uma economia brasileira a cada dois anos. Fica claro que entraria em queda de produção a partir do momento que reduzisse os juros internos e começou a com a posse do novo presidente, no início de 2001. NOTA Na verdade, o governo americano está defendendo o retorno da “Doutrina Monroe”, aumentando seu domínio sobre o continente e tentando bloquear a invasão dos produtos europeus e asiáticos. Mas, em hipótese nenhuma, admite avançar além do livre comércio com os seus parceiros americanos, pois não admite reduzir as suas barreiras alfandegárias e nem discute quanto ao poder de interferência da Lei Super 301, que protege as suas multinacionais no mundo. Como o congresso norte-americano não autoriza o ajuste rápido até 2002 (fast track) para a Alca e os países latino-americanos mais importantes, entre eles o Brasil, contestam o conteúdo da proposta por não incluir questões sociais ; os EUA elaboram um projeto alternativo, criando o Nafta – área de livre comércio da América do Norte, unindo-se com o Canadá e o México, o Nafta pode ser classificado como megabloco pela sua grandeza econômica, populacional e territorial, além de envolver dois países do norte e um do sul. a) 1992 – O Congresso norte-americano autoriza o fast track, isto é, o “ajuste rápido”, permitindo a criação da Nafta. b) 01/01/1994 – Início de implantação do Nafta De imediato, 50% dos produtos passam a ser negociados livremente, fazendo com que o México acreditasse que estava abrindo as portas do primeiro mundo, para logo

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depois descobrir que estava enganado ao sofrer a Revolta de Chiapas, com o surgimento do Movimento Zapatista de Libertação Nacional, provocando convulsão interna e rápida fuga do capital volátil, resultando no famoso efeito tequila, o país entra em estado de falência, recebendo ajuda internacional de 51 bilhões de dólares. Aumentando sua vulnerabilidade econômica. Alca – Acordo de Livre Comércio das América • A Proposta norte-americana é de iniciar a sua implantação a partir de 2003, caso a Alca seja implantada a partir de 2003, irá prejudicar a conclusão do Mercosul. Com isso, o Brasil procura aliados na tentativa de manter a implantação da Alca a partir de 2005, pois acredita que o Mercosul estaria mais fortalecido. • A proposta da Alca é de criar uma área de livre comércio para toda a América, exceto para Cuba, por isso é bom não confundir com a idéia de mercado comum, pois zona de livre comércio não permite o livre trânsito de pessoas, capital, tecnologia e mercadorias e nem propõe a unificação de tarifas e impostos entre os países-membros, mas, tão somente uma lista de produtos que podem ser negociados com tarifa zero. • Em 15 de fevereiro de 2003 os 34 países que compõem a Alca apresentam suas listas para início da área de livre comércio, esta lista é diferente das listas das outras áreas de livre comércio, pois os EUA exigem e os países apresentam uma lista dos produtos que não podem ser negociados com tarifa zero, ao mesmo tempo em que os EUA não admitem discutir o elevado índice de protecionismo e subsídios que pratica para proteger sua produção interna, alegando que após iniciar a Alca os países que se sentirem prejudicados podem recorrer à OMC. Em 1994, a Primeira Cúpula das Américas, reunida em Miami, EUA, definiu como meta o ano de 2005 para o aumento da integração, por meio da Alca – Área de Livre Comércio das Américas. Em março de 1996, na reunião de San José da Costa Rica, os países latino-americanos conseguem separar o setor agrícola de atividades como o aço e a indústria de automotores; é uma vitória do Mercosul, contrariando os interesses dos EUA e do Canadá. É formado um grupo específico de negociações para o setor agrícola, que ficou sob a presidência da Argentina e de El Salvador, enquanto o grupo de estudos sobre subsídios, anti-dumping e direitos compensatórios ficou presidido pelo Brasil. Em 1998, temos a Segunda Cúpula das Américas, em Santiago do Chile, onde o único fato importante foi a declaração do Presidente norte-americano quanto aos obstáculos para implantação da ALCA, pois não conseguia a autorização do Congresso dos EUA. Nos dias 20, 21 e 22 de abril de 2001, na Confederação do Canadá, na Província de Quebec, cidade de Montreal, acontece a Terceira Cúpula das Américas. A principal decisão foi à ratificação do dia 1º de janeiro de 2006 como data oficial para início de implantação da Alca, ao mesmo tempo em que libera para que todos os países criem ou avancem na implantação de áreas de livre comércio localizadas até 2005; com isso, na prática, a Alca já está sendo implantada. Foi também em Montreal que ocorreu a Reunião dos Povos Americanos, os grupos e partidos antiglobalização, nos dias 18, 19 e 20 de janeiro de 2001.

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Em dezembro de 2003 acontece a Cúpula Ministerial da Alca em Miami, no Estado da Flórida. • Esta reunião é resultado de encontros, conferências e reuniões anteriores como a reunião fracassada da OMC em Cancún, a reunião do FMI em Bali, a conferência dos países andinos com a participação do presidente Lula, o Consenso de Buenos Aires – proposta pós-neoliberalismo, assinado entre Nestor Kichener e o Presidente brasileiro, o encontro dos países Ibero-americanos na Bolívia pós-queda do governo deste país e principalmente pelo trabalho diplomático e geopolítico feito pelo Estado brasileiro,resultando num encontro entre o ministro Celso Amorim e Robert Zoellick representante do governo norte-americano para a Alca. • Na Reunião de Cúpula Ministerial em Miami, o governo americano abre mão da proposta de Alca abrangente e negocia o que é possível ser implantado a partir de 2005. Com isto, as questões problemáticas como as compras governamentais, a área de serviços e conhecimentos, por enquanto ficam fora das negociações da Alca. • Esta nova proposta de ALCA passa a ser denominada pela imprensa de Alca flexível, light ou a la carte.

EXERCÍCIOS 1)Quanto ao comportamento geopolítico e econômico dos EUA. Julgue os itens. 1 – A iniciativa para as Américas lançada pelo presidente Bush em 1990, é um resultado nítido do fim da guerra fria. A emergência dos blocos econômicos supranacionais na Europa e na Ásia tornou obsoleta a velha agenda estratégica para a América Latina, fundamentada no combate ao “inimigo vermelho”. CERTO. 2 – Os EUA atualizam a Doutrina Monroe para garantir os mercados americanos em uma época de acirrada competição econômica e substituindo a doutrina de segurança Nacional. CERTO. 3 – O Nafta foi criado devido às impossibilidade imediatas de criaTção da Alca e seu objetivo maior era finalmente integrar a economia dos países Anglo-saxônicos.(ERRADO) 4 – O Nafta prevê a implantação de um mercado comum.(ERRADO) 5 – Com a implantação da ALCA, haverá um fortalecimento do Mercosul.(ERRADO) 6 – A criação da Alca, unindo os países da América, é hoje uma dificuldade nas relações entre o Brasil e os EUA. CERTO. 2)O NAFTA foi assinado em 1992 pelos EUA, Canadá e o México. Trata-se de um megabloco de mais de 370 milhões de habitantes e um PNB superior a 10 trilhões de dólares. Sobre o Nafta, julgue os itens. 1) Na prática com a implantação da ALCA os blocos econômicos atuais como o NAFTA, MERCOSUL, ALADI, etc. deixam de existir. CERTO. 2) O NAFTA, bloco econômico com área de livre comércio da América do Norte, portanto formado pelos EUA e Canadá, pretende atingir uma forma de organização semelhante ao bloco da União Européia. ERRADO. 3) O Plano Real comprovou sua utilidade para a economia brasileira, tanto que o câmbio fixo, sem banda cambial mantém baixa a inflação em nosso país. ERRADO. 4) O Plano Cavallo Argentino, com a lei de conversibilidade das moedas, segurou a crise Argentina, até hoje sua moeda nacional, o peso, equivale a um dólar. ERRADO.

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5) A ALADI – Associação Latino Americana de Desenvolvimento e Integração fundada em 1980 em Montevidéu no Uruguai, substituiu a ALALC – Associação Latino Americana de Livre Comércio, fundada em 1960. CERTO. 3)Quanto a realidade política e econômica do continente americano, julgue os itens. 1 – O NAFTA é um acordo econômico formado exclusivamente por países da América Anglo-Saxônica, ou seja, composto somente por países desenvolvidos.(ERRADO) 2 – Tendo como centro polarizador a economia dos EUA, o Nafta tem como objetivo principal a redução das tarifas alfandegárias entre os três países localizados na América do Norte. CERTO. 3 – Um dos objetivos dos EUA com a formação do Nafta é de facilitar a migração de mexicanos para o seu território, pois eles representam mão-de-obra barata.(ERRADO) 4 – A crescente implantação de industrias americanas na fronteira, do lado mexicano, criou as chamadas indústrias “maquinadoras”, para o aproveitamento da mão-de-obra latina, que recebe centavos de dólares por hora trabalhada no México. CERTO. 4) Na Cúpula ministerial da ALCA em Miami no mês de dezembro de 2003, a ALCA passa de organização abrangente como queriam os EUA, e se torna a ALCA possível ou flexível como pretendia a maioria dos países latino americanos. Quanto a ALCA e suas característica, julgue os itens. 1) se a proposta da ALCA for implantada de acordo com as posições Norte Americanas, os países da América Latina serão altamente favorecidos, pois, alem do crescimento econômico, provocara melhor distribuição das riquezas nacionais. ERRADO. 2) Dos trinta e cinco países da América, somente Cuba não é aceita para participar da ALCA, exclusivamente por ser um pais socialista. ERRADO. 3) Com a implantação da ALCA o Mercosul ficara mais fortalecido, pois terá mais mercado externo para fornecer seus produtos. ERRADO. 4) Ao reiniciar conversações com os EUA para criar uma área de livre comercio com o Nafta – Área de Livre Comercio do Países da América do Norte, o Chile foi obrigado a deixar de ser membro do Mercosul. ERRADO. 5) De acordo com o projeto original o Mercosul só funcionara como Mercado Comum. A partir de 2006, caso a ALCA não seja implantada antes disso. CERTO. 5)Quanto as formas de organização dos blocos econômicos supranacionais, julgue os itens. 1 – O Nafta representa um exemplo de Zona de Livre Comércio. CERTO. 2 – Nas Uniões Aduaneiras ocorre a abolição das tarifas alfandegárias, aliadas a adoção de uma tarifa externa comum para seus membros, tanto para as exportações como para às importações. ERRADO. 3 – A União Européia caracteriza um mercado comum ao procurar eliminar a tarifas, livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e capitais, adoção de moeda única, e padronização das legislações econômicas, trabalhista e fiscais. ERRADO. 4 – A união política representa o último estágio integracionista de um bloco econômico, até hoje não foi alcançado por nenhum dos megablocos econômicos. ERRADO.

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6) Em dezembro de 2003, os países da América , exceto Cuba, se reúnem em Miami na Flórida para a Cúpula Ministerial da ALCA – Área de Livre Comércio das Américas. Quanto à reunião ministerial em Miami, julgue os itens. 1) esta reunião era para durar dois dias, mas os encontros e acordos anteriores permitiram que se fechassem todos os acordos possíveis em um dia, decidindo pela ALCA possível e não pela ALCA abrangente como antes desejavam os EUA. certo 2) a rapidez nas tomadas de decisões nesta cúpula foi resultados da reunião do GX em Buenos Aires que produziu o consenso de Buenos Aires entre Argentina e o Brasil, a reunião dos povos ibero-americanos em Santa Cruz de La Sierra na Bolívia, bem como aos da reunião da OMC em Cancún no México e da reunião do FMI em Bali. certo 3) na reunição de cúpula miniterial da ALCA em Miami, foi decidio que as compras governamentais e as áreas de prestação de serviços e conhecimentos ficariam fora d ALCA ( EUA e Brasil) resolvam suas pendências.certo 4) como foi decidido, por votação , que a ALCA inicia seu processo de implantação a partir de 1° de janeiro de 2006, o Brasil pode classificar esta decisão como vantajosa , pois permite a sua reestruturação econômica.errado 5) foi decidido nesta reunição que os 34 países ficam impedidos de firmarem acordos bilaterais com áreas de livre comércio até 2005. errado

AULA 14 Mercosul O Mercado Comum do Sul é um bloco regional, com formação sul x sul (pobre x pobre); portanto, a exemplo das organizações entre nações periféricas já existentes, como a Aladi (ex Alalc), o MCCA, o Pacto Andino atual CAN – Comunidade Andina, a Asean e o Caricom, é de difícil implantação e mais difícil o seu funcionamento, principalmente porque apresentam economia monótona, isto é, os seus membros são todos emergentes, portanto, apresentam os mesmos problemas, como dependência tecnológica, dívidas externa e interna , instabilidade política, desigualdades sociais, etc. Sua criação é resultado de tentativas de sobrevivência num mundo cada vez mais globalizado, onde os megablocos ameaçam, com as idéias neoliberais de internacionalização da economia, teoria do estado mínimo, privatização das estatais, e o domínio do capital volátil, enfraquecendo os governos locais e forçando a eliminação das fronteiras econômicas, que conseqüentemente, podem desestruturar as economias dos países mais fragilizados; isto é, romper com a estrutura de estado-nação e internacionalizar a economia dos países do sul. É o choque atual entre o projeto de globalização e a sua defesa de uma economia internacionalizada e o nacionalismo defendido por elites locais e/ou minorias étnicas excluídas do processo.

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Etapas de criação/implantação do Mercosul 1º 1986 – Acordo Bilateral Brasil x Argentina. • Consequência do término da Operação Condor; os EUA não apóiam mais os regimes autoritários. • Redemocratização na América Latina. NOTA * Brasil – Plano Cruzado e moratória. Primeiro presidente civil, ainda eleito pelo colégio eleitoral Tancredo Neves, José Sarney seu vice substitui o último presidente militar, General João Baptista Figueiredo. * Argentina – Plano Alfonsin ou Austral. O presidente civil eleito substitui o general Galtieri, responsável pela Guerra das Malvinas. Os planos econômicos inicialmente consistiam em congelamento de preços e salários, eliminando o processo hiper-inflacionário e permitindo após décadas de descontrole que a população pudesse fiscalizar os preços dos produtos de seu consumo diário, surgindo os famosos fiscais do Sarney. Logo após as eleições de 1985, que elegeram os constituintes, o governo lança mais um pacote econômico, o plano cruzado dois, descongelando os preços e criando o sistema de gatilho para os salários, com a conseqüente queda do poder aquisitivo de nossa população. * É assinado o protocolo do Mercosul. 2º 1991 - Assinatura do Tratado de Assunção • Início de implantação do Mercosul, como área de livre comércio onde cada país membro apresentou sua lista dos produtos que podiam ser comercializados com tarifa zero. • Mas têm como projeto de criar uma área de livre trânsito de pessoas, mercadorias, capital e empresas no estilo europeu. Portanto, como projeto não é uma área somente de livre comércio, como a Alca ou o Nafta. • Países-membros com direito de voto, voz e veto: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. • Argentina – implantação do Plano Cavallo. • É o único país que adota a lei da conversibilidade das moedas, a lei da conversibilidade vai além da lei da paridade das moedas, que foi adotada no Brasil com o Plano Real e também na maioria dos países que adotaram as medidas neoliberais em suas economias. • Na lei da conversibilidade das moedas, a Argentina adota o câmbio fixo, onde um peso passa a valer exatamente o mesmo que um dólar. Não pode ser esquecido que a lei da conversibilidade, na teoria, é a ante-sala da dolarização, pois, além da paridade, a moeda norte-americana passa a ter a mesma liberdade de movimentação, entrada e saída que o peso, acontece que se o dólar tem o mesmo valor que o peso na Argentina no mercado internacional, isto não é verdadeiro, o dólar vale bem mais, portanto para o cidadão argentino, era bem mais prático e confiável negociar e movimentar suas atividades usando o dólar e não o peso.

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• Na prática, a economia da Argentina chegou a ficar cerca de 80% dolarizada, tanto que hoje, na tentativa de superar a crise, a Argentina tenta um processo de pesificação, procurando recuperar a moeda nacional como única em circulação no país. 3º Dez/1994 – Reunião do Mercosul em Ouro Preto (MG). Com a participação de Fernando Henrique Cardoso, presidente eleito, mas ainda não empossado. 01/01/1995 O Mercosul passa a funcionar como União Aduaneira. Adota a TEC – Tarifa Externa Comum para as importações. • Brasil - Plano Real. • Onde um real é igual ou aproximadamente igual a um dólar, adotando o sistema de banda cambial ou câmbio fixo – flutuante. • Argentina - Plano Cavallo (ante-sala da dolarização, pois, além da lei da paridade, a Argentina adota a lei da conversibilidade da moeda, onde mantém a moeda nacional, o peso, mas o dólar norte-americano têm a mesma liberdade de circulação em sua economia, peso = um dólar) ou política de câmbio fixo; somente a Argentina e Hong Kong, funcionam desta forma tão radical. OBSERVAÇÃO Na prática, a lei da conversibilidade das moedas ou cambial coloca a Argentina na ante-sala da dolarização. É costume dizer que a moeda do país ficou virtual (peso.com), pois quem manda é a moeda norte-americana. • Vejamos o exemplo atual: com a crise de janeiro de 1999, o Brasil desvalorizou rapidamente o real, pois adotou o sistema de banda cambial; já a Argentina não pode fazer o mesmo, pois ao adotar o sistema de paridade com a moeda norte-americana, sua população passou a assumir compromissos em dólares; portanto se o governo argentino desvalorizar o peso, haverá uma hipervalorização das dívidas de sua população, podendo provocar um grau de insatisfação tão intenso que pode desestabilizar o governo local, e isso iria atingir de imediato os demais países do Mercosul, podendo provocar novo efeito cascata ou dominó, como os efeitos Tequila do México”, o efeito “Saquê da Ásia” ou o efeito “Vodka da Rússia”; aliás, esse é um dos grandes problemas da globalização neoliberal, pois se ocorre uma internacionalização maior das economias, também é verdade que ocorre uma internacionalização das crises, do desemprego estrutural, da exclusão dos menos preparados, que poderá fortalecer os defensores do pensamento ultra nacionalista, isto é, da defesa radical das fronteiras nacionais, o que não interessa aos atuais países dominadores. • 1996 – o Chile pede para entrar como membro efetivo do Mercosul, ao mesmo tempo em que está negociando sua entrada para o Nafta e a Apec. 4º 1997 – Reunião de Fortaleza. • A Bolívia formaliza o pedido de entrada como membro efetivo, mas permanece, a exemplo do Chile, como “associados” ou parceiros preferenciais, até tomarem as medidas econômicas necessárias. Conseguem privilégios criando uma área de livre comércio com a União Aduaneira dos países-membros do Mercosul.

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• Surge a idéia da moeda única, mas com discordâncias entre o Brasil e a Argentina. • Em agosto de 2003 o Peru formaliza sua entrada como parceiro no Mercosul, aliás, esta proposta é de interesse de todos os países que formam a Confederação Andina, portanto, é possível que rapidamente a Venezuela, o Equador e a Colômbia formalizem suas entradas como parceiros preferenciais ou associados, com área de livre comércio em relação à união aduaneira que, pelo menos na teoria caracteriza o Mercosul. • É importante notar que a proposta dos países da Confederação Andina de entrarem para o Mercosul é resultado da reunião de junho de 2003 entre os EUA e o Brasil, onde as propostas do governo norte-americano de apoio ao Projeto Fome Zero, auxílio na recuperação das micro e pequenas empresas brasileiras e de discutir a prática de elevado protecionismo comercial em relação aos produtos brasileiros, destacou o Brasil como principal representante da América Latina nas negociações com os EUA na proposta de implantação da Alca. Não podemos esquecer que a reunião dos EUA com o Brasil foi a convite do governo norte-americano e que o presidente brasileiro mudou seu comportamento quanto à data apropriada para início de implantação da Alca. Defendendo que a Alca é um ato mais político que econômico e que é possível seu início de implantação a partir de 2005 e não em 1º de janeiro de 2006, como foi decidido entre os 34 países-membros da Alca, na terceira Cúpula das Américas em abril de 2001, em Montreal no Canadá. OBSERVAÇÃO A integração do Mercosul aumentou em mais de 400% o comércio entre os países-membros, enquanto que, ao mesmo tempo, o aumento do comércio com os EUA não chegou a 25%, o que preocupou a superpotência. Dizer que aumentou em mais de 400% o comércio entre os países - membros e associados do Mercosul não quer dizer que foi superior, em valores, ao aumento de 25% do comércio deste com os EUA. O Mercosul não representa 2% do comércio mundial. 5º 13/01/1999 – Crise do Real – efeito samba ou cachaça. • O Brasil abandona a banda cambial, pois não utiliza mais a reserva cambial para manter próxima a equivalência do real com o dólar norte-americano. • O Brasil adota o câmbio flutuante, permitindo que o valor da moeda nacional oscile de acordo com a lei da oferta e da procura em relação ao dólar. De 1999 até o início de 2001, o Banco Central não intervém no controle, mantendo a flutuação limpa; a partir de fevereiro de 2001, quando o dólar ultrapassa a faixa de dois reais, o Banco Central passa a intervir no mercado de moedas, iniciando uma fase de flutuação suja. • A desvalorização da moeda brasileira inverte a balança comercial com a Argentina, provocando um significativo déficit para a Argentina, com fuga dos investimentos e das empresas para o Brasil. • A Argentina não pode desvalorizar a sua moeda, o peso, pois adotou a conversibilidade cambial com a moeda norte-americana. • Ao desvalorizar o real, houve uma valorização dos salários mínimos, que já eram mais elevados, na Argentina, Uruguai e Paraguai, aumentando as exportações

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brasileiras e reduzindo as importações dos países vizinhos, gerando a partir desta data uma inversão na balança comercial que passa a favorecer o Brasil. 6º Julho de 2000 – Reunião de Buenos Aires • Demonstra que a crise está passando (otimismo). • Na verdade, a crise Argentina já dura mais de 30 meses. • Assinatura do Acordo Automobilístico, a loucura dos 35% • Proposta de acelerar a entrada do Chile e da Bolívia como membros do Mercosul. 7º janeiro de 2001, Crise na Argentina, com a ajuda do FMI, FED e Bird. Em contrapartida, o País aumenta a idade de aposentadoria das mulheres para 65 anos, reduz em média 15% os salários dos servidores públicos, não esquecendo, da mesma forma que ocorre no Brasil, há tempos esses salários não eram corrigidos, e, propõe a privatização do sistema de saúde. O governo argentino entra em conflito de poder com o Congresso argentino, quanto às reformas estruturais necessárias para sair da crise. 8º A ajuda do FMI para a Argentina pode ajudar a economia brasileira ao evitar o efeito cascata ou efeito dominó. 9º Com o objetivo de se resguardar devido à provável declaração de falência pela Argentina, o Brasil firma um novo acordo com o FMI, alegando que o empréstimo de 15 bilhões de dólares é somente uma garantia de qye não existe a intenção de usar estes recursos. O Brasil acaba assumindo compromissos mais pesados com o FMI, como uma redução no déficit primário, etc. Isso no mês de agosto de 2001. Nesse momento a equipe econômica da Argentina encontra-se com o EUA, reunida com o FMI, tentando superar a crise. 10º para 2005 – esta prevista a conclusão da implantação do Mercosul, situação cada vez mais difícil, pois o Chile retomou as negociações com os EUA para firmar um acordo de livre comércio, fato que vem a ser concluído no final de 2002 e a Argentina só consegue sair da crise atual com sujeição profunda às imposições do FMI. E os resultados desta dependência cfomo o FMI nós conhecemos. Em abril de 2001, a visita ao Brasil do novo superministro da economia argentina já pronuncia novas tempestades para a América Latina como um todo e, mais especificamente, para o Mercosul. É o ministro Cavallo que, ao retornar, começa a romper com a TEC; com isso, o Mercosul, na prática, deixa a fase de união aduaneira, regredindo para área de livre comércio. Se o Mercosul for concluído, situação cada vez menos provável, podemos dizer que começa a funcionar como Mercado Comum a partir de 2005, como foi previsto no projeto inicial.

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Em outubro de 2003 a Argentina e o Brasil assinam o Consenso de Buenos Aires, os especialistas estão classificando este consenso de pós-neoliberalismo, portanto, contrário aos consensos de Washington (1989) e de Brasília (1994).

EXERCÍCIOS 1)Nos anos 90, no contexto das mudanças internacionais e do processo de reestruturação e liberalização das economias na América Latina, tanto o conceito como a realidade de integração foram modificados drasticamente. Considerando o trecho acima, relacionado as transformações ocorridas na América Latina nas ultimas décadas, julgue os itens. (1) Em substituição a Operação Condor do período das ditaduras na América Latina, os EUA procura implantar o ALCA, de forma paralela com outras medidas que demonstrem a sua supremacia no continente americano, como a atual Operação Colômbia, a defesa de internacionalização da Amazônia e a guerra as drogas ou guerra burra na bolívia. CERTO. (2) As ações visando a integração e a cooperação econômica, política e social entre os países latino-americanos são recentes, avançando principalmente após a democratização dos regimes de governo. ERRADO. (3) As dificuldades de integração e formação de uma comunidade das nações latino-americanas possuem causas econômicas e políticas, como o crescente endividamento externo, que revela uma grande vulnerabilidade ao capital internacional. CERTO. (4) A integração de mercados no MERCOSUL é desvantajosa para as empresas americanas e européias instaladas na região, devido aos acordos comerciais entre os países membros. ERRADO. (5) A desvalorização cambial brasileira teve conseqüências, quanto a manutenção da estabilidade do MERCOSUL, devido, principalmente, a desestabilizacao das exportações entre Brasil e Argentina. CERTO, 2)O Mercosul constitui, na realidade deste início de século, um sistema indispensável para uma satisfatória defesa internacional dos interesses de seus países membros, para a preservação de suas margens de autodeterminação, para ampliar seus mercados e para lhes abrir alternativas de intercâmbios em face de constrangimentos que poderão decorrer de políticas restritivas de outros mercados. Sobre o Mercosul julgue os itens. 1 – Formado exclusivamente por países do Sul, é composto atualmente por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia e Perú. Alguns são membros efetivos outros são parceiros preferenciais ou associados. CERTO. 2 – Um dos objetivos principais do bloco é a eliminação das tarifas alfandegárias entre os países membros, sendo que atualmente apenas alguns produtos alcançaram tarifa zero. CERTO. 3 – O Mercosul foi criado para incentivar a exportação de matérias-primas.(ERRADO) 4 – Caracteriza um bloco de economia monótona, isto é, a economia dos países membros é muito parecida. CERTO. 5 – O país de maior PIB do Mercosul é o Brasil, no entanto a maior renda per capita é da Argentina. CERTO.

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3)O tratado de Assunção, assinado em 26 de março de 1991, marca a criação do Mercado Comum do Cone Sul. A esse respeito julgue os itens. 1 – Entre os objetivos da criação desse mercado está a eliminação progressiva das barreiras alfandegárias mútuas; no entanto, a circulação de bens , serviços, mão-de-obra e capital permanecerá sob severas restrições.(ERRADO). 2 – O Mercosul abrange o conjunto de países da região do cone sul.(CERTO) 3 – O Mercosul é considerado como um megabloco geoeconômico, com influência em todo o Mundo.(ERRADO) 4) Nos anos 90, no contexto das mudanças internacionais e do processo de reestruturação e liberalização das economias na América Latina, tanto o conceito como a realidade de integração foram modificados drasticamente. (Alícia Frahmann, cooperación política e integración latinoamericana en los 90. Flasco. Santiago, Chile, 1996) Quanto às transformações ocorridas na América Latina, nos anos 90, julgue os itens. 1 – As ações visando à integração e à cooperação econômica, política e social entre os países latino-americanos são recentes, avançando principalmente após a democratização dos regimes de governo.(ERRADO) 2 – As dificuldades de integração e formação de uma comunidade das nações latino-americanas possuem causas econômicas e políticas como o crescente endividamento externo, que revela uma grande vulnerabilidade ao capital internacional. CERTO. 3 – A integração de mercados no MERCOSUL é desvantajosa para as empresas transnacionais americanas e européias instaladas na região, devido aos acordos comerciais entre os países membros.(ERRADO) 4 – A desvalorização cambial brasileira teve conseqüências quanto à manutenção da estabilidade do MERCOSUL, devido, principalmente, à desestabilização das exportações entre Brasil e Argentina. CERTO. 5) É impossível analisar a realidade socioeconômica brasileira de forma isolada do Mundo. Na verdade, querendo ou não, estamos avançando para uma realidade supranacional. Basta verificar a interação com a formação da ALCA, o MERCOSUL, e os Planos Neoliberais como o Real no Brasil, Cavallo na Argentina e, as crises econômicas na década de 90, como o efeito Tequila, Cachaça e Vinho. Julgue os itens. “ quando as economias dos países desenvolvidos estão sujeitas a um resfriado, pela ocorrência de um período de recessão, pode se dizer que numerosos países do terceiro mundo, apanham uma pneumonia” ( Yve Lacoste ). Quanto ao assunto do texto, julgue os itens. 1) Ao restringir as importações de aço e estipular sobretaxas entre 8% a 30% para os países exportadores os EUA procurava atingir exclusivamente ao Brasil, principal fornecedor deste produto para o mercado Norte Americano. ERRADO. 2) Quando o Brasil faz o pedido de um painél em relação ao comércio mundial do suco de laranja, apresentando documentos a OMC que comprovam a prática de concorrência desleal pelo estado da Califórnia, na verdade o Brasil está tentando revidar o golpe aplicado pelos EUA na questão do aço. ERRADO.

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3) Ao estipular as maiores tarifas para o aço brasileiro (30%). O governo americano alega que o Brasil está subsidiando as exportações de aço brasileiro. CERTO. 4) É óbvio que se o Brasil participar da Área de Livre Comércio das Américas, automaticamente, ficará livre das taxações impostas pelos EUA. ERRADO. 5) Ao elevar o protecionismo e criar novos subsídios para suas atividades econômicas, os EUA esta fazendo o mesmo que a União Européia pratica com a política agrícola comum (PAC). CERTO. 6) O parecer da OMC foi contrário aos interesses dos EUA obrigando este país a eliminar as sobretaxas impostas a importação de aço, pois a União Européia e os países asiáticos, depois do parecer da OMC, poderiam iniciar um boicote aos produtos exportados pelas empresas norte americanas que traria prejuízos econômicos e geopolíticos para a potência americana. CERTO. 6) Quanto ao Mercosul, julgue os itens. 1) Com a crise da Argentina, o Brasil apresentou maior crescimento no comércio Mundial, hoje nossa participação no comércio mundial é de 0,9%. ERRADO. 2) Apesar de nossas dificuldades econômicas, fazer parte de um grupo de países que pretendem socorrer a Argentina, evitando a declaração de moratória por este país, pode ser mais vantajoso para o Brasil, devido aos riscos do efeito cascata ou dominó. CERTO. 3) Um dos problemas mais sério para o momento do Mercosul, é o risco do Uruguai assinar um acordo de Área de Livre Comércio com os EUA. CERTO, 4) Ao iniciar processo de acordo bilateral com o Chile, o Brasil procura evitar seu isolamento a partir de 2010, devido ao início de implantação da área de Cooperação Econômica Ásia – Pacifico. CERTO. 5) Ao adotar o câmbio flutuante, após dez anos de câmbio fixo, a Argentina reaproxima se da proposta de avanço do Mercosul. Pois aproxima o valor de sua moeda a moeda brasileira. CERTO. 7) (UNB-2002) Compatível com a globalização, a organização de blocos econômicos regionais constitui importantes mercados ampliados pela integração das economias. No processo de integração latino -americana, apesar das particularidades sensíveis entre os parceiro e os obstáculos próprios de uma integração econômica e política, a regionalização do Cone Sul representa uma importante estratégia geopolítica e econômica para a América latina. A respeito do processo de formação do Mercado Comum do Sul ( MERCOSUL), julgue os itens a seguir. 1- A macrorregionalização, em decorrência do processo de globalização, configura-se como iniciativa política do Estado-Nação, voltada à organização de blocos econômicos regionais, com cessões de soberania em favor das macroregiões. CERTO. 2- O MERCOSUL é uma experiência inovadora no processo de integração latino-americana, no qual se destacam as trocas comerciais de produtos agropecuários e agroalimentares. ERRADO. 3- O processo decisório de integração do MERCOSUL foi conduzido pelo setor privado dos países envolvidos, com grande participação das organizações sociais, culturais e educacionais. ERRADO. 4- A liberalização comercial, atualmente em curso na América Latina, valeu-se da proximidade geográfica, e, como resultado, as trocas entre alguns países vizinhos cresceram acentuadamente. CERTO.

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8)A crise econômica na Argentina, provocou o retorno do pai do plano econômico, o Ministro Domingos Cavallo, responsável pela implantação da lei de conversibilidade da moeda Argentina em relação ao Dólar. Como medida extrema, na tentativa de retomar o crescimento econômico, o ministro da economia deste pais, visitou o Brasil para acertar com as autoridades econômicas brasileiras, a quebra da TEC – Tarifa Externa Comum para todos os países membros do Mercosul. Quanto ao assunto do enunciado e o Mercosul, assinale a alternativa incorreta. 1) com a assinatura do Tratado de Assunção em 1991, o Mercosul já iniciou seu funcionamento como área de Mercado Comum, isto e, com livre transito de pessoas e produtos entre os cinco países membros. ERRADO. 2) Resultando da Reunião de Ouro Preto (MG), em dez. de 1994, a partir de janeiro de 1995 o Mercosul começou a funcionar como União Aduaneira e com a tarifa externa comum (TEC). CERTO. 3) A crise do Real, iniciada em janeiro de 1999, afetou a economia da Argentina. Tornando – a deficitária no comercio com o Brasil. CERTO. 4) Por ter dolarizado, na prática, a sua economia, ao adotar o sistema de cambio fixo, a Argentina devia, mas não podia desvalorizar a sua moeda para acompanhar a flutuação do Real em 99. CERTO. 5) Ao romper com a Tarifa Externa Comum, a Argentina provoca um retrocesso para o Mercosul. CERTO. 9) Os meses de dez/2001 e jan/2002 foram cruciais para a economia e a sociedade Argentina, pois foi obrigada a romper com o Plano Cavallo, gerando uma intensa instabilidade em sua realidade sócio-econômica. Quanto ao assunto do enunciado, julgue os itens. 1) Ao solicitar empréstimo de 1,8 bilhão de dólares ao FMI, em dezembro de 2001, o ministro Cavallo resolveria todos os problemas da dívida externa do país. ERRADO. 2) O empréstimo solicitado em dezembro de 2001 tinha como objetivo fechar o ano, com pagamento do 13º dos funcionários públicos e das pensões e aposentadoria atrasada. CERTO. 3) Os movimentos populares de protestos na Argentina tiveram o comando das Centrais trabalhadoras, comandadas pelos líderes do partido radical. ERRADO. 4) Ao decretar Estado de Sítio e colocar a sua força de segurança nas ruas, o Presidente De La Rua cumpriu seu direito constitucional. CERTO. 5) Com a desobediência civil, após a decretação de Estado de Sítio pelo governo, a sociedade Argentina mostrou seu grau de insatisfação, quanto à política econômica do governo comandado pelo justicialista Eduardo Duhalde. ERRADO.

AULA 15 A Nova Ordem Mundial Globalização regionalizada – principais blocos econômicos mundiais

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Os países podem constituir diversos tipos de integração econômica, como: -Acordo Bilateral. -Zona de Livre Comércio: os países associados eliminam as barreiras incidentes sobre os produtos comercializados entre eles. Cada país possui, porém, ampla liberdade no que se refere à sua política interna e no tocante à política comercial com os países-membros. Exemplos: Nafta (Alca), Asean. • União Aduaneira: além da eliminação das barreiras comerciais entre eles, os países-membros adotam política comercial uniforme em relação aos países externos à União. Adota-se uma pauta aduaneira comum em relação a esses outros países. Exemplo: na teoria, o Mercosul. • Mercado Comum: além das características da união aduaneira, fica permitido o livre trânsito de pessoas e de capitais entre os países. É adotada uma política comercial comum com uma coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais. Pode requerer a harmonização das legislações nacionais. Exemplo: o antigo MCE/CEE – Mercado Comum Europeu ou Comunidade Econômica Européia. • União Econômica e Monetária: adoção de políticas macroeconômicas setoriais e sociais comuns e adoção de uma moeda comum. Exemplo: a atual União ou Comunidade Européia. • Integração econômica total: as políticas monetária, fiscal e social são uniformes, sendo instituída uma autoridade supranacional para a administração dessa integração. Exemplo: a partir de 2004 os Estados Unidos da Europa, com 25 países-membros e a eleição do presidente supranacional. A Organização Mundial do Comércio (OMC) Após a depressão de 1930, muitos países recorreram a diversos tipos de barreiras comerciais que protegiam as atividades econômicas, locais da concorrência estrangeira: tarifas elevadas, restrições quantitativas, controle do câmbio, restrições sanitárias, etc. A fim de evitar a continuidade dessas restrições ao comércio, que segundo a teoria econômica diminui o nível de bem-estar das nações envolvidas, foi previsto, após a Segunda Guerra Mundial, criar-se uma organização que teria como finalidade a redução dos obstáculos ao intercâmbio comercial, a elaboração de um código de normas comerciais, bem como atuar como um instrumento de ação internacional no campo do desenvolvimento do comércio internacional. Em 1948 foi criado um Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade – GATT), que passou a constituir o único instrumento norteador das regras do comércio internacional. Em dezembro de 1993 foi encerrada a Rodada Uruguai, que desde 1985 vinha sendo discutida. Esta reunião abordou, principalmente, uma redução geral das tarifas de importação. Em 1º de janeiro de 1995, o GATT foi sucedido pela Organização Mundial do Comércio – OMC. É importante observar que o regulamento para normatizar o comércio internacional não foi aprovado pelos países-membros;

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portanto, o comércio internacional encontra-se desregulamentado, por isso, a solução para um país recorrer quanto a formas desleais de protecionismo e/ou subsídios que estejam prejudicando seu comércio externo é o pedido de um painel junto à OMC. Portanto, por não ter seu regulamento aprovado, a OMC só toma alguma medida se for provocada por um pedido de painel. Embora um dos seus objetivos seja a eliminação do tratamento discriminatório no comércio internacional, a OMC não proíbe a formação de blocos econômicos ou aduaneiros que objetivem à remoção de barreiras ao comércio entre os países participantes desses blocos. São esses os principais blocos econômicos mundiais: União Européia Em janeiro de 1948 foi criada a Organização Européia de Cooperação Econômica, em conseqüência da reconstrução econômica dos países da Europa no pós - Segunda Guerra Mundial, com apoio do Plano Marshall. Em 1952, foi constituída a Comunidade Européia do Carvão e do Aço, que eliminou, para o carvão, o aço e o minério de ferro, todas as restrições comerciais entre Bélgica, Holanda e Luxemburgo (formando o Benelux), mais a Alemanha Ocidental, França e Itália. Em 1955, foi estruturada a Comunidade Econômica Européia (CEE), também conhecida por Mercado Comum Europeu, formalizada pelo Tratado de Roma, que entrou em vigor em 1958. Com o tempo, foram ingressando outros países da Europa. Em linhas gerais, são esses os objetivos visados pelo Tratado de Roma: NOTA -eliminação de direitos alfandegários entre os países-membros; -estabelecimento de tarifa e de política comercial comuns em relação aos países não-membros; -eliminação de obstáculos à livre movimentação de pessoas, serviços e capitais; -coordenação das políticas econômicas dos países-membros, etc. Em 1992 foi firmado o Tratado da União Européia, também conhecido como Tratado de Maastricht, que estabelece a integração total até 1999. São os seguintes os países-participantes: Áustria, Bélgica, Grã-Bretanha, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha e Suécia. Associação Européia de Livre Comércio – Aelc Foi constituído em 1959 para uma maior cooperação entre os países da parte norte da Europa Ocidental (países escandinavos), com o objetivo de fazer concorrência ao Mercado Comum Europeu. Tem como objetivo a liberdade de comércio e a ampliação dos mercados por meio da abolição progressiva das tarifas de importação, dela fazem parte a Áustria, Finlândia, Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suécia e Suíça. Associação Latino-americana de Livre Comércio – Alalc

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Em 1960 foi constituída a Associação Latino-Americana de Livre Comércio - Alalc, pelo Tratado de Montevidéu, compreendendo a Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Os objetivos de eliminação de barreiras comerciais e formação de um amplo mercado comum foram prejudicados pelos seguintes fatores: instabilidade política em diversos países, espírito de soberania nacional, ausência de uma autoridade supranacional, ausência de economias complementares, alto grau de divergência de custos. Esses problemas levaram à criação, em 1980, da “Associação Latino-americana de Integração”, Aladi, com os mesmos países signatários da Alalc e com o mesmo objetivo de criação de um mercado comum latino-americano. Mercado Comum Centro-Americano – MCCA Criado em 1960 e constituído por Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Portanto, com os principais países da América Central Continental. Mercado Comum do Caribe – Caricom Criado em 1968, inicialmente como Associação de Livre Comércio do Caribe, é constituído hoje por Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Montserrat, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago. Acordo de Livre Comércio da América do Norte – Nafta Em 1989 entrou em vigor o Acordo Comercial entre os Estados Unidos e o Canadá, objetivando criar uma zona de livre comércio. Em 1992 houve o ingresso do México e a adoção do nome atual, com vigência a partir de 1994. Há previsão de eliminação das barreiras comerciais em 15 anos. Mercado Comum do Sul – Mercosul Em março de 1991 foi assinado o Tratado de Assunção para a constituição de um mercado comum entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, entrando em vigor efetivamente em novembro de 1991. Esse mercado compreenderá: NOTA -Eliminação de direitos aduaneiros e restrições não-tarifárias à circulação de mercadorias e outras medidas necessárias à livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos. -Estabelecimento de uma tarifa externa comum e adoção de política externa comum. -Coordenação das políticas macroeconômicas. Objetiva-se a liberalização comercial com reduções tarifárias progressivas até atingir-se alíquota zero, sem restrições não-tarifárias. A ocorrência de problemas de

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competitividade que as indústrias nacionais possam enfrentar em decorrência da abertura poderá ensejar a criação temporária de salvaguardas. Serão criadas tarifas externas comuns e constituídas uniões aduaneiras. O problema é que estas salvaguardas poderão proteger as filiais de multinacionais já instaladas nesses países em relação a multinacionais concorrentes não instaladas. O Mercosul está aberto à adesão dos países da Aladi.

EXERCÍCIOS 1) Em fevereiro de 2002, ocorreu em Nova Iorque, o 32º Fórum Econômico Mundial. Julgue os itens relativos a este encontro. 1) Ao contrário do 31º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, os EUA alem de sediar o 32º encontro participou de forma positiva de suas discussões. CERTO. 2) Ao mesmo tempo em que ocorria este encontro nos EUA, acontecia o 2º Fórum Social Mundial em Porto Alegre (RS), onde ficou caracterizada uma maior radicalização dos grupos antiglobalização. ERRADO. 3) No 32º Fórum Econômico Mundial ficou bem nítida a nova realidade Mundial do pós-setembro de 2001. CERTO. 4) Os avanços da proposta neoliberal foram defendidos de forma bem sucinta pelas lideranças em favor da globalização financeira, no 2º Fórum Social Mundial em Porto Alegre. ERRADO. 5) O quinto Fórum Social Mundial deverá ocorrer na Índia em 2005. ERRADO. 2) Mais uma tentativa de golpe de estado na América Latina, mais uma vez está sendo comprovada a interferência dos EUA em questões internas dos países do Sul da América. Quanto à instabilidade dos governos na América Latina, julgue os itens. 1) No Peru, Fujimori foi útil aos interesses Norte Americano, pois centralizou o poder do Estado e, com isto conseguiu reduzir a questão do narcotráfico e eliminar os principais grupos guerrilheiros em seu território, principalmente com a eliminação do grupo Sendero Luminoso, grupo marxista-maoista que existia no País. ERRADO. 2) A queda de Oviedo no Paraguai se deve a acusação de que ele estava preparando um golpe de Estado, com intenção de reimplantar o regime militar. CERTO. 3) A derrubada de Pastrana no Equador, com imediata dolarização da economia do país, comprova o interesse dos EUA em sua queda. CERTO. 4) A renúncia de De La Rua do governo Argentino teve como fator exclusivo à incompatibilidade doutrinária de seu partido político em relação à realidade sócio-econômica do País. O Partido Radical defende a total internacionalização da economia do País. ERRADO. 5) A tentativa de golpe na Venezuela está mais relacionada com a forma caudilhesca de seu presidente do que de fatores externos. ERRADO. 3) Em 2000 os EUA finalmente entregam o Canal ao país Panamá. Assinale certo ou errado de acordo com o assunto do enunciado. 1) O Canal do Panamá foi construído entre 1903 e 1914 pelos franceses devido à experiência na construção do Canal de Suez. ERRADO.

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2) Mesmo com a construção deste canal não ocorreu isolamento da América do Sul, como rota marítimo comercial. ERRADO. 3) O canal do Panamá foi entregue ao governo Panamenho no ano de 2000. CERTO. 4) O canal do Panamá era considerado território “ad eterno” dos EUA. CERTO. 5) Na verdade o Canal do Panamá não é um canal, pois apresenta um sistema complexo e caro de comportas que permitem a ligação entre o Atlântico e o Oceano Pacífico. CERTO. 4) Mais um golpe de estado na América latina, agora a bola da vez é a Venezuela, país rico em petróleo e com uma população cada vez mais pobre, como cada vez mais pobre está ficando a América Latina como um todo. Hugo Chaves, com toda a sua posição populista em defesa dos pobres acabou contrariando os interesses da elite do país e as propostas internacionais. Indo de encontro ao projeto neoliberal em implantação na América subdesenvolvida. De acordo com o assunto do texto, julgue os itens: 1) No período em que presidiu a organização dos paises exportadores de petróleo (OPEP), o presidente da Venezuela provocou uma rápida queda do preço do barril de petróleo no mercado mundial. ERRADO. 2) Hugo Chaves teve o mesmo tratamento que aplicou em seus adversários, pois ao tomar posse como presidente da Venezuela fechou o Congresso Nacional e implantou uma Assembléia Constituinte para atender seus interesses. CERTO. 3) È justo que ao ser destituído do poder, seu principal parceiro na América do Sul, o Brasil, condenasse o golpe de estado contra Hugo Chaves. CERTO. 4) Como Cuba está fora de todo o processo neoliberal em implantação na América Latina.È justo que não se pronuncie sobre a destituição do presidente venezuelano. ERRADO. 5) O presidente da Venezuela se auto denomina como a reencarnação de Simon Bolívar, o grande herói da independência da América espanhola. CERTO. 5) Apesar do desempenho invejável de algumas economias, a maioria dos países não são caracterizados por modernas economias e sociedades. Na realidade, cerca de 800 milhões de pessoas ainda vivem em absoluta pobreza no mundo. Para estas populações, saúde, moradia, educação e alimentação praticamente inexistem. Se, para alguns países ou setores da população, houve alguma melhoria na qualidade de vida no ultimo quarto deste século , para muitos houve, ao contrario, uma deterioração. Com relação a situação dos países pobres, julgue os itens seguintes. 1)Todos os países do Sul apresentam alto índice de superpovoamento de acordo com os critérios de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, indicado pela ONU, a partir de 1991. CERTO. 2)O maior bolsao de pobreza no Brasil, corresponde a uma significativa área da região Nordeste, este bolsao de pobreza foi criado exclusivamente pela característica climática da região. ERRADO. 3)O Brasil, por ser um dos países mais industrializado do planeta, não apresenta problemas de superpovoamento, pois seu quadro socio-economico e bastante equilibrado. ERRADO. 4)Nas ultimas décadas, o crescimento industrial tem estado presente em certas economias subdesenvolvidas. E a exemplo do Brasil, esta industrialização tem como prioridade substituir as importações. ERRADO.

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5)O atual estagio de isolamento econômico dos países pobres e um entrave a suspensão da condição de subdesenvolvimento. ERRADO. 6)O aumento da renda nacional traz, inquestionavelmente, uma sensível melhoria nas condições de vida de toda a população. ERRADO. 6) Os EUA estão transferindo prisioneiros da Guerra contra o Terrorismo Internacional no Afeganistão, para a Base Naval de Guantânamo na Ilha de Cuba. Quanto ao assunto do enunciado, julgue os itens. A Base Naval de Guantânamo foi implantada no território da ilha de Cuba após longo e exaustivo processo de negociações na década de 60, entre os EUA e a Ex-URSS. ERRADO. 1) O governo de Cuba reagiu imediatamente à transferência dos Talebans presos no Afeganistão para base de Guantânamo, pois sabe que corre risco de uma guerra com os EUA. ERRADO. 2) Cuba não teve como reagir à transferência destes prisioneiros, pois sofre boicote internacional desde 1962. ERRADO. 3) Com a crise dos mísseis em 1962, Cuba deixa de ser socialista, pois alinha se aos países Latino Americano no combate a proliferação de armas nucleares no continente. ERRADO. 4) Basta Cuba deixar de ser socialista, que imediatamente será aceita na ALCA. ERRADO.

MÓDULO II AULA 1 Desenvolvimento Sustentável I A partir do momento em que o ser humano foi forçado pela carência de recursos naturais a se fixar num determinado espaço físico, teve início o desenvolvimento das primeiras atividades econômicas, como a agricultura, a pecuária e a criação de animais domésticos, e sua relação com a natureza se tornou predatória, afetando a biodiversidade e degradando cada vez mais as três camadas globais, levando a uma possível destruição total do planeta; a física nuclear, a bioquímica, a ciência espacial, a petroquímica, etc., estabelecem o “equilíbrio do terror”, racionalizando a teoria da “destruição mútua assegurada”. É a fase das guerras localizadas no terceiro mundo, como as guerras das Coréias, Vietnã, Cuba, Nicarágua, etc. Essa situação perdura até a década de 70, onde os gastos com a corrida armamentista atingem um nível insuportável, inclusive e principalmente para os países do terceiro mundo. Em 1972 ocorre a Primeira Conferência Internacional sobre Meio Ambiente em Estocolmo, que, em resumo, procura alertar o mundo, principalmente as superpotências da época, quanto à forma de desenvolvimento econômico e

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tecnológico que estava sendo implantada nas últimas décadas e seus resultados devastadores em relação às condições naturais do planeta. A fase da “neurose nuclear” e das armas químicas e biológicas começa a despertar uma consciência ambiental. Pela primeira vez, de forma mais organizada, o ser humano toma conhecimento sobre assuntos e palavras como ecologia, biodiversidade, consciência ecológica ou ambiental e surgem as primeiras organizações não-governamentais (ONG’s). Os próximos anos seriam de avanço nos estudos sobre as degradações ambientais inimagináveis nas décadas anteriores; o efeito estufa, a ruptura na camada de ozônio, as chuvas ácidas, o envenenamento dos solos e das águas, a maré vermelha, a maré negra. As principais resoluções de Estocolmo foram: NOTA O direito a um ambiente sadio e equilibrado e à justiça social; Planejamento ambiental; Alerta aos riscos da urbanização descontrolada; A busca de fontes alternativas de energia; A ciência deve estar aliada à preservação do meio ambiente, e A importância da educação ambiental. Em 1980, como resultado da 1ª Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, surge a “estratégia mundial para a conservação”, onde se destacam os seguintes tópicos: Desenvolvimento sustentável – significa continuar produzindo, porém com o uso racional e controlado dos recursos naturais, isto é, um sistema de exploração mais racional dos recursos naturais, que preserve o equilíbrio ecológico, reduzindo os danos ao meio ambiente. Esta posição é muito combatida pelos ambientalistas, que acreditam que os adeptos ao Capitalismo, utilizam esta expressão para continuar degradando a natureza, enganando e fugindo das pressões exercidas pela sociedade. Nosso futuro comum – pela primeira vez, há um estudo que demonstra as desigualdades na distribuição da renda e a pobreza em relação à destruição do meio ambiente. É através desta idéia que surgem os “ecomalthusianos” como dissidência dos “neomalthusianos” do período da Guerra Fria. Os ecomalthusianos alegam que o crescimento demográfico das populações nos países pobres poderá tornar irreversível a recuperação do meio ambiente degradado. Os países pobres passam a ser pressionados pelo grande capital e pelos países-potências, numa forma de transferência de responsabilidade, esquecendo que esses países ricos foram os que mais degradaram o meio ambiente para se desenvolverem, se tornando os maiores devastadores da natureza, sendo responsáveis pela maior parte dos desequilíbrios ambientais até agora existentes.

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Vinte anos após Estocolmo, acontece na cidade do Rio de Janeiro a segunda conferência mundial para o meio ambiente, a Rio ou Eco 92. Marcada pelas divergências entre os interesses do “norte” em relação aos países do “sul”, esta conferência teve como base o “relatório Brundtland”, que defendia alterações no modelo consumista atual, propondo a sua troca por um modelo mais sustentável ecologicamente, resultando em cinco propostas: » A Carta da Terra – os países ricos são os principais responsáveis pela degradação ambiental, portanto, devem investir mais em sua preservação. » Agenda 21 – exige o cumprimento da Carta da Terra até a virada do século. » Convenção para a Biodiversidade – o compromisso dos países em manter a diversidade biológica presente nos ecossistemas naturais. » Convenção do Clima – redução dos elementos que poluem a atmosfera e alteram a dinâmica climática do planeta. » Convenção das Florestas – todo país é soberano sobre o uso de suas florestas, ao mesmo tempo em que elimina as barreiras comerciais para a madeira e a borracha natural, desde que a exploração seja feita de forma racional. Os EUA não assinaram os principais compromissos resultantes da ECO 92. Como resultado da pressão exercida pelas sociedades mais desenvolvidas, principalmente dos consumidores do “norte” e das organizações não-governamentais (ONG’s), ao menos como propostas, os governos, principalmente os do “sul” são obrigados a tomarem algumas medidas concretas sobre o meio ambiente e a preservação dos seus recursos naturais, por exemplo: ISO 9.000 – são produtos cujas empresas apresentam preocupações e/ou inovações no uso mais racional dos recursos naturais e na qualidade do ambiente para seus trabalhadores; ISO 14.000 – além da qualidade ambiental, estas empresas expõem uma estrutura de funcionamento onde seu projeto apresenta proposta de gestão ambiental; Todo projeto de produção econômica ou de ocupação de novos espaços naturais deve apresentar estudos sobre o meio ambiente, que deve passar pela análise e aprovação dos órgãos ambientais; EIA – Estudo de Impacto Ambiental – é um relatório técnico sobre as características naturais da área a ser ocupada; Rima – Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente – é um estudo que procura descrever o nível de alterações ambientais que a área irá sofrer, as medidas técnicas que devem ser tomadas para reduzir estas alterações e as formas de como recuperar o máximo possível à área que será modificada, pois, desenvolvimento sustentável significa mudar o comportamento consumista das sociedades e as formas de produção, isto é, mudar o sistema socioeconômico, enfim a forma como está funcionando o capitalismo.

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É fácil perceber que medidas ambientais estão sendo exigidas cada vez mais pelas sociedades e que, ao menos nos discursos, os empresários e as autoridades governamentais concordam com estas cobranças. Não podemos esquecer que esta consciência ecológica varia de cultura para cultura, e que mudar um modelo econômico, político e social, demanda elevados gastos, renovações tecnológicas e certo espaço de tempo. Com isto, na prática, percebemos que as preocupações ambientais aumentaram, mas mudanças práticas no comportamento humano pouco aconteceram, e a qualidade ambiental do planeta continua cada vez pior, como demonstrou a conferência sobre clima, em 1995, na cidade de Berlim. Por isso, autores mais recentes estão substituindo a frase “desenvolvimento sustentável” por “sociedades sustentáveis”. “Desenvolvimento sustentável” é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades. (Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento). Considera-se que: • as necessidades dos pobres são prioritárias; • por desenvolvimento entende-se o progresso humano, em todas as suas facetas – cultural, econômica, social e política –”que deve ser possível a todos os países, sejam eles desenvolvidos ou em desenvolvimento”; • essa sustentabilidade não é rígida; antes, deve admitir a possibilidade de mudanças, às quais se reage com adaptações; • está implícita uma preocupação com a igualdade social entre as pessoas de uma mesma geração e entre pessoas de uma geração e de outra; uma geração não deve destruir os recursos, impedindo outra de usá-los. (Fonte: CMMAD, 1991, p. 46). O acordo firmado em julho de 2001, na Conferência de Berlim, exceto pelos EUA, sobre o Tratado de Kioto (1997), apesar das modificações sofridas, representou um grande avanço para o meio ambiente, com o compromisso dos países em reduzir em 2% a poluição atmosférica praticada no ano de 1990. No momento, a discussão é mais séria, mas não exclusiva quanto ao meio ambiente e quanto aos limites permitidos ao ser humano na área da transgenia e da clonagem.

EXERCÍCIOS

1) (UNB-2002) Dez anos passaram desde que representantes de 179 países reunidos na histórica Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento definiram uma agenda de compromissos para conter a degradação ambiental do planeta. Para avaliar seus resultados, depois da Rio 92, outra conferência, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, extra-oficialmente chamada Rio+ 10 reuniu em Johannesburgo, de 26 de Agosto a 4 de Setembro de 2002, governos nacionais, agências das Nações Unidas, organizações não-governamentais, associações empresariais.

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FABIO Feldman: O meio ambiente do planeta. In: Gazeta Mercantil, 21-3/6/2002, p. A-3 (com adaptações).

Com o auxilio do texto acima e tendo em vista o tema que ele aborda, julgue os itens seguintes. 1- O embate homem versus natureza é fenômeno histórico multissecular, quer pela necessidade de se ampliar a produção, quer pelo manejo inadequado dos instrumentos de trabalho. Quase sempre a ocupação de um espaço territorial resultou na degradação ambiental, e poucos exemplos de preservação podem ser comparados ao da Mata Atlântica brasileira, que se mantém praticamente intocada desde o início da colonização. ERRADO. 2- A Rio 92, sucedendo e ampliando a reunião de Estocolmo, de 1972, integra um processo mais amplo de conscientização em torno dos efeitos desastrosos do contato predatório do homem com a natureza, consciência essa que ganhou contornos mais definidos nas últimas décadas do século XX, a despeito de continuar sendo praticamente ignorada pelos Estados e por organismos internacionais. CERTO. 3- Da Rio 92, conferência particularmente rica em termos conceituais, nasceu a Agenda 21, uma espécie de compromisso com a tese do desenvolvimento sustentável, ou seja, com o esforço coletivo de se proceder ao desenvolvimento sem que para tanto fique comprometida a sobrevivência das gerações futuras, o que pressupõe zelo com as condições ambientais. CERTO. 4- O protocolo de Kyoto, documento pelo qual os países se comprometem a perseguir metas de redução da emissão de gases poluentes causadores do chamado Efeito estufa, acaba de receber a definitiva adesão norte-americana, decisão tomada talvez como forma de atenuar a oposição mundial às ações do governo George W. Bush, tidas como arrogantes e militaristas. ERRADO. 2) Em uma iniciativa inédita, dez grandes corporações assinaram um compromisso com o Fórum Econômico Mundial para divulgar regularmente o volume de suas emissões de gases poluentes. Com isso, elas se antecipam aos governos que ainda estão aguardando a entrada em vigor do protocolo de Kyoto. Pelo acordo, denominado Registro Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa cerca de 5% das emissões mundiais. O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações). A partir do texto acima e considerando aspectos marcantes da questão ambiental no mundo contemporâneo, julgue os itens seguintes. 1) Citado no texto, o efeito estufa, que se relaciona ao aquecimento do planeta, é um fenômeno que, particularmente nas últimas décadas, tem preocupado os cientistas e, de uma forma geral, chamado a atenção de ambientalistas. certo 2) Uma das razões para que o protocolo de Kyoto ainda não tenha entrado oficialmente em vigor é a oposição que lhe move o maior país poluidor do planeta — os EUA. certo

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3) A reciclagem de materiais, a exemplo do plástico, contribui para a preservação ambiental. Contudo, até o momento, não conseguiu transformar-se em atividade econômica que possa gerar renda, algo vital sobretudo para os setores mais carentes da população.errado

AULA 2 O Ser Humano e os Recursos Naturais É possível viver sem explorar os recursos oferecidos pelo planeta? Desde o momento em que o ser humano começa a desenvolver a sua capacidade de raciocínio e inicia certos questionamentos, são cada vez maiores as preocupações quanto ao meio ambiente em que vivemos, é justo e muito sadio quando as crianças criticam a forma de se comportar dos adultos, pois estes degradam, contaminam, destruindo a natureza. Vamos estudar um pouco esta relação tão séria que existe entre as pessoas e a natureza, partindo do princípio de que para criticar é necessário conhecer. Podemos começar com a seguinte pergunta: Quem depende de quem? É o ser humano que depende da natureza ou é a natureza que depende de nós? A resposta certa é: nem o ser humano depende da natureza nem a natureza depende do ser humano, pois não se deve separar um do outro; na realidade, nós vivemos no mesmo espaço que a natureza. E é óbvio que ao destruí-la estaremos destruindo as nossas próprias condições de sobrevivência no planeta. Em sala de aula, é comum ouvir alguns alunos fazerem críticas, ou até perguntarem a si mesmos – como as pessoas podem ser tão cruéis com a natureza? Precisamos proteger urgentemente o meio ambiente. Esquecendo que foram os recursos retirados da natureza que permitiram a construção de sua casa, da escola, do hospital, do asfalto, de seu caderno, sua caneta, a roupa que está vestindo e tudo mais. Ao ser alertado sobre esta situação, normalmente os alunos ficam em dúvida quanto às críticas feitas, e perguntam: se não podemos viver sem os recursos da natureza, como vamos poder preservá-la. Se os alunos estão preocupados com esta situação, já temos um longo caminho percorrido para o bom andamento de nossas aulas, mas falta muito para ser aprendido, pois, como foi colocado antes – é preciso conhecer para poder e saber criticar. Muita gente faz críticas, mas, por não dominar o assunto, normalmente suas críticas são respondidas de forma mais competente, e quem criticou não tem mais como continuar o debate, caindo no vazio.

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Sabendo que o ser humano e a natureza fazem parte de um todo, que não se excluem e sim se completam, vamos estudar um pouco desta natureza, pois na próxima oportunidade de debates eu quero saber mais para falar mais, defendendo melhor as minhas idéias. Na verdade, a natureza é formada por quatro camadas globais: a Atmosfera, a Hidrosfera, a Litosfera. As três primeiras camadas se relacionam, e partes de cada uma se somam e vão formar a quarta e a mais importante camada que é a Biosfera. Vamos estudar um pouco de cada uma delas. AS QUATRO CAMADAS GLOBAIS DO PLANETA 1ª Atmosfera É a camada de ar que está em volta do planeta, devido à força de atração da Terra. Quanto mais próximo da superfície, maior é a concentração de gases, principalmente o nitrogênio e o oxigênio, quanto mais elevada a altitude, os gases vão diminuindo e a temperatura também. É nesta camada que ocorrem os fenômenos atmosféricos como a formação de nuvens, as precipitações, os relâmpagos, os trovões, os furacões e os tornados. 2ª Hidrosfera É a camada de água nos estados líquido, sólido e gasoso que formam os lagos, oceanos, mares, rios, geleiras, lençol subterrâneo e inclusive faz parte da atmosfera, na forma gasosa, como umidade do ar. Corresponde a ¾ da superfície do planeta, e como a atmosfera, a hidrosfera é fundamental para a existência de vida no planeta. 3ª Litosfera É a camada de rochas ou a crosta (casca), parte sólida que forma a superfície da Terra. É formada por solo e subsolo. É na litosfera e na hidrosfera que se concentra a maior parte da vida no planeta. 4ª Biosfera É a soma de partes das três camadas globais anteriores: a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera, formando a camada onde temos os seres vivos do planeta. Vejamos: De onde vem o ar que respiramos? A água que bebemos? E os alimentos que consumimos? O ar vem da atmosfera, a água vem da hidrosfera e a maioria dos alimentos são produzidos na superfície da litosfera, e que ao alterar uma destas camadas, não tenha dúvidas que estarei alterando todas as demais camadas direta ou indiretamente. Conclusão: nós estudamos de forma separada os assuntos, mas não podemos esquecer que eles se completam, formando um todo, que é o planeta onde vivemos, e que vivem todas as outras espécies, e todos precisam dos recursos naturais para que a vida não seja extinta. Permanece a pergunta: como vou fazer para não prejudicar a natureza, se não é possível viver sem explorá-la?

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A resposta é muito simples: basta explorar racionalmente, de acordo com as nossas necessidades, retirando da natureza somente o que for preciso para a nossa sobrevivência; não retirar mais do que isto, não produzir excessos para ter lucros acima do necessário para uma vida tranqüila, se importar com o que vai acontecer com as futuras gerações, só assim meus descendentes terão como viver no futuro. Esta proposta de mudança no comportamento de uma sociedade tem um nome: desenvolvimento sustentável.

EXERCÍCIOS 1) A Revolução Industrial acelerou o processo urbano-industrial e elevou o uso dos recursos naturais. O crescimento das indústrias ampliou e diversificou a oferta de empregos nas cidades, desenvolvendo o comércio, os bancos e estimulou o crescimento do número de escolas, hospitais e outros serviços, atraindo a população para a cidade. Por outro lado, o consumo de matérias-primas e mercadorias representou uma maior poluição ambiental e numa demanda maior de recursos naturais. Desse modo, a questão ambiental e a urbanização são fenômenos hoje vistos de forma inter-relacionadas. Julgue os itens a seguir, referentes a esta temática. (1) A destruição ambiental contínua forçou o homem a abandonar as áreas não-urbanas e a migrar para as cidades, as quais não dependem do meio físico como as áreas rurais. ERRADO. (2) As grandes cidades são uma exigência do homem, que necessita deste espaço para dar vazão aos seus instintos sociais gregários e as suas necessidades culturais. CERTO. (3) As opções oferecidas pelo meio urbano – comércio, indústrias, emprego, lazer, educação, saúde e proximidade com o poder – atraem, em número cada vez maior, as pessoas para as cidades. CERTO. (4) Diferentemente do ocorrido no passado, devido aos grandes níveis de estresse provocados pelo cotidiano urbano, a humanidade começa a abandonar as cidades e a procurar áreas verdes, com ar e águas não poluídos para morar, reduzindo o crescimento populacional das grandes cidades. ERRADO. (5) Na verdade o êxodo rural e o processo urbano-industrial são resultados do sistema sócio–econômico, que caracteriza a forma como as sociedades atuais estão organizadas – o capitalismo. CERTO.

AULA 3 Desenvolvimento Sustentável II Desenvolvimento sustentável é o uso racional dos recursos oferecidos pela natureza.

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Não conseguimos viver sem explorar os recursos da natureza, mas explorar com preocupações ambientais é bem diferente do que é feito atualmente pelo ser humano. Vejamos alguns exemplos de desenvolvimento não sustentado no Brasil e no mundo. Estamos falando da forma como o ser humano explora atualmente os recursos da natureza, isto é, com descontrole ou pouca preocupação quanto à preservação dos recursos naturais. Exemplo 1. A matança de jacarés do Pantanal. Na década de 70, o governo brasileiro não estava preparado para enfrentar o surto de exploração do couro de jacaré no Pantanal Mato-grossense. Os coureiros mataram milhares de jacarés para exportarem somente o couro de sua cauda, pois virou moda no mundo fazer artefatos de uso pessoal, como bolsas, sapatos e cintos, com esta parte do couro deste animal. Acontece que o jacaré é um dos principais predadores de peixe carnívoro dos rios tropicais, e a intensa matança provocou um desequilíbrio no ecossistema desta região, permitindo que a piranha aumentasse em número altíssimo, ameaçando os rebanhos de gado nas fazendas, os demais animais e até o ser humano. Elas só atacam em bando, e como aumentaram muito rápido, pois não tinha mais jacarés o suficiente para consumi-las, começou a faltar alimento para estes peixes, provocando quebra na cadeia alimentar. Quando o governo passou a controlar a matança do jacaré e a exportação de seu couro, em poucos anos o bioma voltou a ser equilibrado entre as espécies do Pantanal. Atualmente, o governo do Estado do Mato Grosso do Sul está colocando em discussão para a sociedade a necessidade de liberar de novo a caça aos jacarés no Pantanal, pois a espécie passou a ser tão protegida que aumentou muito rápido provocando uma redução na quantidade de peixes da região. Com novo desequilíbrio para o ecossistema. Exemplo 2. A prática rudimentar de mineração. O Garimpo no Brasil. Legalmente, o Brasil é um dos poucos países no mundo que permite a prática do garimpo, pois todo o mundo sabe o quanto esta atividade é destrutiva para a natureza. Ela desmata, eliminando a vegetação, provoca erosão, acabando com o solo fértil, atinge o lençol freático contaminando as águas subterrâneas, assoreia os rios e represas e ainda lança produtos químicos no solo, nas águas e na atmosfera, enfim, a atividade de garimpo é uma das atividades econômicas que mais altera o meio ambiente. O mercúrio, utilizado para separar o ouro dos demais minerais, pode provocar o famoso “efeito Minamata”. Descoberto numa baía com este nome no Japão, que o excesso de mercúrio nos organismos dos seres vivos pode afetar o sistema nervoso, podendo provocar a loucura e até a morte das espécies, inclusive do ser humano, e atrofia da parte extrema dos membros, (dedos, mãos, pés, etc.). Acontece que o mercúrio, a exemplo de outros minerais como o cobre, ao ser absorvido por um vegetal ou animal, não eliminado em nenhum dos níveis da cadeia alimentar, portanto, ao chegar nos últimos consumidores desta cadeia, é encontrado em quantidades superiores ao permitido para a maioria destes organismos.

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Atualmente, no Brasil, principalmente no Norte e Centro-Oeste do País, são despejados milhares de toneladas/ano de mercúrio nos rios, nas lagoas, na vegetação e na atmosfera. A cada ano assistimos uma parte do País sendo destruída ou contaminada devido à ganância de algumas pessoas e de grandes empresas. Esta situação já atingiu um nível tão sério de alteração do meio ambiente, que o Brasil que nunca teve reservas de mercúrio em seu subsolo, já está produzindo este mineral num processo de reciclagem das bacias de deposição, nas áreas de garimpo do ouro. Exemplo 3. Poluição provocada por petróleo. Maré negra. O navio petroleiro Comandante Exxon Valdez teve problemas no litoral do Alasca, e foi obrigado a despejar mais de 250.000 litros de óleo cru na costa oeste deste Estado norte-americano, rapidamente o petróleo se espalhou pelas águas da região matando as espécies e destruindo boa parte da belíssima natureza da área. As autoridades ambientais internacionais calculam que levará décadas para que esta área seja totalmente recuperada. Caso isto seja correto, o que será dos manguezais e sua biodiversidade na baía da Guanabara, onde o acidente com o oleoduto da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) despejou 1 milhão e quinhentos mil litros de óleo , e os quatro milhões e quinhentos mil litros de óleo despejados nos rios na região da refinaria de Araucária no Paraná, além de um milhão e trezentos mil litros de óleo que estão a mais de mil e trezentos metros de profundidade nos reservatórios da plataforma 36 (P-36) a maior plataforma flutuante do mundo, que custou 500 milhões de dólares e afundou no litoral da região Sudeste. Exemplo 4. O acidente nuclear de Chernobyl No ano de 1985 tivemos o pior acidente nuclear da história da humanidade. O 4º reator nuclear da usina de Chernobyl, localizado na Ucrânia, território da antiga URSS, apresentou vazamento muito acima do aceitável para a permanência das pessoas naquela região. A nuvem radiativa provocada por esse acidente atingiu extensas áreas da Europa, o norte e nordeste da África e boa parte da Ásia. Até hoje, as pessoas, os animais e os vegetais desta região sofrem as conseqüências deste desastre, principalmente com o elevado índice de câncer. Com estes exemplos, fica fácil perceber que o termo desenvolvimento sustentado, não significa um mero modismo de época, e sim uma proposta de mudanças no comportamento do ser humano, onde haveria uma maior harmonia entre os avanços científicos e a natureza. Exemplo 5. Vazamentos O vazamento de uma bacia de decantação de efluentes químicos, cloro, soda cáustica e mercúrio da fabrica de papel em Cataguases, no córrego Pombal, afluente do rio Paraíba do Sul, atingindo os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os órgãos ambientais autorizam a abertura de represas aumentando a vazão dos rios para escoar os produtos químicos em direção ao Oceano Atlântico. Acontece que o cloro afeta a reprodução dos animais e o mercúrio provoca o efeito “mimata”, portanto, não podemos antecipar as conseqüências deste acidente para os ecossistemas naquela região. Exemplo 6. A maré negra, acidentes com vazamento de petróleo e seus derivados.

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1.300.000 litros de óleo despejados na baía de Guanabara devido ao vazamento de um oleoduto da refinaria Duque de Caxias ( Reduc- RJ). 4.500.000 litros de óleo com o vazamento de um terminal na refinaria de Araucária, no Paraná. O acidente com a maior plataforma flutuante do mundo, a P36, no litoral do sudeste, 1.300.000 litros de óleo estão a 1.200 metros de profundidade nos reservatórios da plataforma. È provável que a produção da P36 tornaria o Brasil auto suficiente na produção de petróleo.

EXERCÍCIOS

1) A poluição atmosférica foi, indiscutivelmente, a questão mais controvertida da Conferência no Rio sobre Meio Ambiente, quer do ponto de vista ecológico , quer do ponto de vista político. De fato, o principal desafio em matéria de poluição atmosférica é o controle das emissões de gases pelas indústrias e pelos automóveis, que aumentam a ação da chuva ácida e contribuem de maneira preponderante para o efeito estufa. Esta questão, inclusive, é de suma importância para os pequenos países do Pacífico e Caribe, geralmente minúsculas ilhas, que poderão desaparecer na hipótese do nível dos mares aumentar em decorrência do degelo das calotas polares provocado pelo efeito estufa.

(Geraldo Eulalio do N. Silva. Direito Ambiental Internacional. Rio de Janeiro – Thex, 1995).

Com auxílio do texto, julgue os itens e assinale o item verdadeiro.

1) Apesar da conseqüência negativa citada no texto, em condições de equilíbrio o efeito estufa desempenha a importante função de manter o planeta aquecido. CERTO. 2) Acidentes ecológicos, como o grande incêndio ocorrido em Roraima, são os principais responsáveis pelo agravamento do efeito estufa. ERRADO. 3) Ao provocar a maré negra, os acidentes na baía da Guanabara e na região de Aracaucária no Paraná colocam a Petrobras como uma das maiores responsáveis pelo agravamento do efeito estufa, em nosso país. ERRADO. 4) Devido à questão de soberania nacional, a poluição atmosférica é um assunto interno de cada país. ERRADO. 5) No Brasil, o polêmico rodízio de automóveis implantado na cidade de São Paulo não pode ser considerado uma tentativa local de resposta ao desafio mencionado no texto. ERRADO.

2) Em agosto de 2001, na terceira reunião sobre clima mundial na Alemanha, foram retomadas as discussões quanto ao Protocolo de Kyoto, produzido pela reunião com o mesmo nome em 1997.

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Quanto ao Protocolo de Kyoto e as modificações antrópicas no meio ambiente, julgue os itens.

1) A elaboração do protocolo de Kyoto se fez necessária na reunião de 1997 (Rio + 5) no Japão, pois a maioria dos países responsáveis pela poluição do planeta não estavam cumprindo os acordos firmados na Rio ou Eco 92, pelo contrário, a poluição atmosférica estava aumentando. CERTO.

2) Os EUA não assinaram o protocolo de Kyoto com as justificativas que este prejudicava seu crescimento econômico. CERTO.

3) Todos os 15 países que formam a União ou Comunidade Européia assinaram individualmente o protocolo de Kyoto em fevereiro de 2002, agora basta o Parlamento Europeu confirmar esta posição. CERTO.

4) O governo brasileiro não aceita as exigências do protocolo de Kyoto, defendendo as mesmas justificativas que os EUA. ERRADO.

5) Com as modificações ocorridas na reunião na Alemanha, o Japão prontamente assinou o protocolo de Kyoto. ERRADO.

3) Quanto ao Protocolo de Kyoto, julgue os itens.

1) Com a reunião em 1997, finalmente todos os países passaram a cumprir os compromissos firmados na Eco ou Rio 92. ERRADO. 2) O Canadá solicitou a retirada de sua assinatura do Protocolo devido à pressão internacional, principalmente da França. Devido à questão de Quebec. ERRADO. 3) Os EUA não aceitam assinar o protocolo de Kyoto por questões geopolíticas, pois as exigências contidas neste documento não compromete seu crescimento econômico. ERRADO. 4) A União Européia assinou e já começou a cumprir todas as exigências do Protocolo. Para que o Japão assine o Protocolo, é necessário que os EUA também o assine. ERRADO.

4) (TCU) A questão ambiental deixou de ser algo a preocupar apenas cientistas e preservacionistas e, especialmente a partir das últimas décadas do século XX, passou a integrar a pauta política contemporânea, seja no interior de cada país, seja no âmbito internacional. A simples existência de um Dia Mundial do Meio Ambiente demonstra a ampliação da consciência acerca da imperiosa necessidade de se conciliar o desafio da sustentabilidade ambiental com a luta contra a pobreza. No que concerne ao tema, julgue os itens.

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a) A revolução industrial produziu mudanças profundas que, ultrapassando o terreno da produção, atingiram a vida social; a paisagem rural cedeu espaço à vertiginosa urbanização, a inovação tecnológica passou a presidir o sistema produtivo e novas idéias e práticas configuraram um novo tipo de poder político. CERTO. b) O combate à atitude predatória em relação ao meio ambiente, atitude essa determinada pela ânsia de ampliar a produção de bens e de lucro, ocupa posição central na agenda do mundo contemporâneo desde os primórdios da Revolução Industrial, quando seus efeitos, nos mais variados setores, passaram a ser conhecidos. CERTO. c) Em 1972, na Suécia, a cidade de Estocolmo sediou a 1ª conferência Mundial sobre o meio ambiente, marco histórico de uma nova consciência que ameaça ganhar corpo em torno dos sinais de exaustão emitidos pela natureza, em face de um modelo de crescimento econômico que ameaçava o horizonte ambiental das futuras gerações. CERTO.

d) Com a Rio-92, nome pelo qual ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento sustentável, observa-se a ampliação da consciência social acerca do desafio ambiental e, em decorrência, aprofunda-se a concepção de qualidade de vida como indissociável da noção de desenvolvimento sustentável. CERTO.

d) Com muitas incertezas acerca de seu êxito, no mês de setembro de 2002, em Johannesburgo, na África do Sul, aconteceu a Terceira Cúpula Mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, chamada de Rio + 10, ocasião em que os países ricos foram cobrados pela não implementação das propostas celebradas na Rio-92, a exemplo das convenções de biodiversidade, de desertificação e de mudanças climáticas. CERTO.

AULA 4 Hidropolítica É cada vez maior a conscientização mundial quanto a um dos maiores, se não for o maior dos problemas para as futuras gerações, a falta de água para o consumo humano. Inclusive já existem lugares no planeta em que esta realidade não é mais futurista e sim uma realidade. ÁGUA NO MUNDO

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NOTA A água total existente no planeta apresenta a seguinte distribuição: 97,5% – água salgada. 2,5% – água doce. Por sua vez, a água doce encontra-se nos seguintes percentuais: 69% em geleiras e neves permanentes. 30% de água subterrânea. 0,7% em outras situações, tais como umidade do solo, pantanais e solos congelados. 0,3% em rios e lagoas. A água cobre cerca de 70% da superfície da Terra, mas somente 1% está à disposição da vida terrestre. Aproximadamente 113 trilhões de metros cúbicos, a maior parte da água que existe está localizada nos oceanos e mares, que possuem uma elevada concentração de elementos, principalmente os sais, impedindo o uso direto pelo ser humano, outra parte significativa da água encontra se nas calotas polares e nas geleiras eternas nos picos das montanhas ou no estado gasoso na atmosfera. A ÁGUA NO ESTADO LÍQUIDO NOTA Água parada ou meio lêntico. -salgada = oceanos e mares. -doce = lagos e lagoas. Água corrente ou meio lótico. Bacias hidrográficas (rios). Subterrânea ou lençol freático. Juntando os lagos, lagoas, rios e a água subterrânea, temos a água doce, que corresponde a 3% da água no estado líquido. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o mínimo recomendável para o consumo humano é de 2.000 litros de água/pessoa/ano, para uso pessoal. No Oriente Médio, este consumo já é de 500 litros d’água por ano/indivíduo, demonstrando que a falta de água nesta região é uma questão de sobrevivência tanto para os islâmicos como para os judeus do Estado de Israel. Um bom exemplo desta situação no Oriente Médio é a situação crítica do famoso mar Morto, que está evaporando 10% a mais ao ano do que o recebimento de novas

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águas do rio Jordão e das chuvas; isto está acontecendo por que os países estão captando as águas antes que elas cheguem ao mar Morto. O Brasil é o país das águas, pois do total de água doce existente no mundo, cerca de 15%, ou seja, 17 trilhões de metros cúbicos banham principalmente as seis bacias hidrográficas mais importantes do País. Infelizmente os rios são “a lata do lixo” da sociedade brasileira, vejamos os exemplos de despejos nos rios brasileiros: -63% do esgoto in natura; -chumbo e mercúrio – pelas indústrias petroquímicas; -agrotóxicos – pelas indústrias químicas e mineradoras; -arsênico – pelas indústrias de vidros e tintas; -cromo – siderúrgicas, curtumes e explosivos. A agricultura é responsável, por meio da erosão dos solos, pelo lançamento de 1 bilhão de toneladas/ano de solo fértil nos rios, provocando assoreamento, enchentes, secas, etc. Em contrapartida ao grande manancial hídrico no Brasil, por questão cultural, ideológica e até mesmo pela abundância, que muitos acreditam ser infinita, nosso país é um dos que mais polui as águas. No Brasil, de cada 100 pessoas internadas em hospitais públicos, 70 estão doentes por causa da água poluída. DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS NO PLANETA 1º Hidrografia – É a parte da geografia que estuda a distribuição das águas sobre a superfície da Terra, está dividida em: Oceanografia – Estuda a distribuição e as características dos oceanos e mares. Potamografia – Estuda a distribuição e as características dos rios. Limnografia – Estuda a distribuição espacial das águas continentais doces. 2º OCEANOGRAFIA – Oceanos e ares. Cerca de 70% da superfície do planeta são representados pelos oceanos e mares; esta proporção aumenta se acrescentarmos toda a cobertura líquida que se concentra na litosfera e na atmosfera. Se a crosta terrestre se achatasse, seria coberta por uma camada de água com mais de 400 metros de altura.

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Os oceanos são grandes extensões de água salgada, dentro dos quais se situam extensões menores denominadas de mares. Os continentes são massas de terra que se elevam acima dos oceanos e estão concentrados principalmente no hemisfério norte. Os mares são classificados em três tipos, de acordo com o tipo de ligação que possuem com os oceanos ou outros mares. Podem ser: costeiros ou abertos, quando se comunicam com amplas aberturas com os oceanos; mediterrâneos ou interiores, quando são completamente envolvidos por terra, comunicando-se através de canais ou estreitos, e fechados ou isolados, quando não possuem nenhuma comunicação com os oceanos. Normalmente os oceanos são classificados em número de quatro: NOTA PACÍFICO: É o mais extenso e mais profundo, localizado entre os continentes asiático, a Oceania e a costa oeste do continente americano. ATLÂNTICO: É o 2º mais extenso e profundo, localizado entre os continentes africano, europeu e a costa leste do continente americano. ÍNDICO: É o 3º em extensão e profundidade, localizado entre a África, a Oceania e o continente asiático. GLACIAL ÁRTICO: É o menor dos quatro, localizado no extremo norte do planeta. MOVIMENTOS DAS ÁGUAS MARINHAS Ondas – São movimentos superficiais produzidos pelos ventos. A fricção dos ventos ao tocar a superfície das águas produz ondulações que, segundo a intensidade dos ventos, podem converter-se em ondas. Mares – São oscilações verticais periódicas que o nível das águas marinhas apresenta. São provocadas pela atração da lua, do sol e dos outros astros, podem ser marés altas vivas ou de sizígia ou marés de quadratura ou marés baixas. Ocorrem em média a cada seis horas de forma intercalada. A atração exercida pelos astros não afeta somente os oceanos e mares, os continentes também são atraídos, só que não percebemos a atração em corpos sólidos como percebemos em corpos líquidos. Correntes marinhas – Deslocamentos das águas oceânicas, cuja velocidade seja superior a 12 milhas marítimas por dia (1.852 m). São causadas pelos ventos constantes, pelo movimento de rotação da Terra e pelas diferenças de temperatura, de salinidade e do relevo submarino. • De acordo com a temperatura e as regiões de origem, as correntes marinhas podem ser:

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Quentes – provenientes da zona equatorial, como a corrente do Brasil no litoral orienta do Nordeste, e a corrente do Golfo do México. Frias – formadas nas regiões polares, como a corrente do Labrador, de Humboldt e da Groenlândia. O relevo submarino não é muito diferente do relevo apresentado pelos continentes, com cadeias de montanhas, áreas de intensa sedimentação, e afloramentos cristalinos formando áreas de planaltos. A única diferença marcante é que não existem os agentes externos para aplainarem ou erodirem às superfícies. A forma mais prática de classificação do relevo submarino é de acordo com a sua profundidade: a) Plataforma continental – área que vai de zero metro, contato com o continente até 200 ou 300 metros de profundidade, é a região mais rica dos oceanos, pois nela encontramos a maior concentração das espécies marinhas e o processo de fotossíntese. b) Talude continental – vai de 300 até 2.000 metros de profundidade. É nesta área que se encontram às maiores espécies. c) Região pelágica – vai de 2.000 até 5.000 metros de profundidade. d) Região abissal – a partir de 5.000 metros de profundidade. Nesta região encontramos as áreas mais profundas da Terra chegando a mais de 11.000 metros como as fossas das Marranas no oceano Pacífico. Observação: Os terremotos e vulcanismos no relevo submarino provocam as grandes ondas ou tsunámis, podendo causar intensa destruição nas áreas de baixa altitude no litoral dos continentes e das ilhas.

EXERCÍCIOS

1) Julgue os itens que se seguem, referentes à hidropolítica.

(1) Os conflitos no Oriente Médio tem como causa principal os problemas hídricos. ERRADO. (2) A disputa pela água está restrita apenas a Israel e aos países árabes a ele limítrofes. ERRADO. (3) A “água dessalinizada” é água que originalmente possuía um alto conteúdo de sais e que foi tratada, de forma a eliminá-los e torná-la potável. CERTO. (4) Controle dos recursos naturais constitui uma estratégia geopolítica. CERTO.

2) A água é um bem com características bastante peculiares, e essencial à vida. O seu acesso fácil para todos, um suprimento adequado e seguro, bem

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como um tratamento e destino conveniente de seus efluentes devem ser metas universais e permanentes.

Todavia, lamentavelmente, no limiar do terceiro milênio, uma grande parte da população do planeta ainda não dispõe de água para beber com qualidade adequada e um número maior ainda de pessoas não tem saneamento básico apropriado. Em locais onde a água e acessível ela também é, geralmente, reutilizável, porém uma série de usos abusivos torna a água inadequada e às vezes, até mesmo perigosa para o consumo humano, agricultura e a indústria. (Recursos Hídricos – Conceitos, Desafios e Capacitação – ANEEL – OMS – pag. 12)

Dados: A água no mundo Totais: 97.5% - água salgada 2.5% - água doce

Água doce – 69% - Em geleiras e neves eternas 30% - De água subterrânea 0,7% - Umidade do solo, pantanais e solos congelados Consumo Atual (1990) – 4000 Km3. Limite superior de água utilizável no globo = de 9000 a 14000 Km3

De acordo com o enunciado e os assuntos água, Recursos hídricos e hidropolítica, julgue os itens.

1) A água é um recurso natural, mas é finito. certo

2) O acesso à água em quantidade suficiente e com qualidade adequada vem adquirindo cada vez mais contornos estratégicos para a sobrevivência das nações. certo

3) Atualmente, mais de 60 nações disputam a disponibilidade de recursos hídricos, com conflitos que tendem a se agravarem nas próximas décadas.certo

4) A discussão secular, quanto à internacionalização da Amazônia, é levantada pelos países centrais devido à biodiversidade, os recursos minerais, o grande reservatório de água doce e a posição geoestratégica.certo

5) Para aproveitar a água salgada, basta dessalinizá-la totalmente. errado

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AULA 5 Hidrografia Os rios, cursos de água que se deslocam sobre a superfície dos continentes graças à força da gravidade, normalmente são alimentados pelas chuvas, neve, rios subterrâneos ou pelo desgelo nas elevadas altitudes montanhosas. Classificação e definições dos rios quanto ao equilíbrio com o meio natural: Bacia hidrográfica – corresponde a toda região de influência direta exercida pelos rios, na caracterização do clima, da vegetação, do tipo de solo, do tipo de relevo, etc. Rede hidrográfica – significa somente a área onde se formam os leitos dos rios, isto é, a área por onde o rio está passando. Elementos de uma rede hidrográfica. 1. Nascente – é o local onde surgem as primeiras águas, que iniciam a formação de um rio. Jusante – é quando se acompanha o curso do rio em direção à foz. Montante – é quando deslocamos no sentido contrário do deslocamento das águas do rio, indo em direção às nascentes. Margens – são os lados dos rios. Leito – é a parte dos rios por onde fluem as águas. Vertente – são as encostas por onde correm as águas que alimentam o leito dos rios. Divisor de águas ou interflúvios – é a parte mais alta de uma região que divide os afluentes de duas ou mais bacias hidrográficas. Curso – área por onde passa um rio. Curso superior – área próxima das nascentes. Curso médio – área intermediária de um rio. Curso inferior – área próxima da foz, o final de um rio. Débito ou vazão – é o volume d’água transportado por um rio num certo local e momento; normalmente é medido em metros cúbicos por segundo. Exemplo: rio Amazonas - 90.000 metros cúbicos por segundo de água transportada próximo da foz. Regime – é o tipo principal de abastecimento d’água que um rio recebe durante o ano, podendo ser pluvial (chuvas), térmico (degelo) ou complexo, quando não existe um regime predominante. Talvegue – é a linha de maior profundidade de um rio. Confluência – é o ponto de encontro entre os rios. Foz – ponto final de um rio, podendo ser de três tipos:

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Deltaica – forma diversos canais em seu final, devido à intensa sedimentação. Estuário – quando o rio deságua livremente no oceano. Mista – quando é delta e estuário ao mesmo tempo, como a foz do rio Amazonas. Meandros – são as curvas, provocadas pela erosão das encostas, no traçado dos rios. Os rios também podem ser classificados de acordo com a sua interação com as condições naturais, principalmente com o tipo de clima na região. Rios perenes – são aqueles rios que nunca secam durante o ano. Rios intermitentes – são os rios que só possuem água na estação das chuvas. Rios temporários – são os cursos d’água que se formam somente nos momentos em que está chovendo. Formações Lacustres São massas de água doce, salgada ou salobra, acumuladas nas partes mais baixas da crosta terrestre nas áreas continentais, formando os lagos, lagoas e as lagunas. Lagos – de acordo com a depressão onde se formam, os lagos são classificados em três tipos: Lagos tectônicos – são acumulações em depressões formadas por movimentos tectônicos da crosta terrestre, como os lagos de Vitória, Tanganica e Alberta na parte leste do continente africano; Lagos vulcânicos – são os lagos que se formam pelo acúmulo de água em áreas de vulcões extintos; Lagos glaciários – quando as geleiras deslizam, provocam intensa erosão sobre as rochas e vão depositando o material erodido junto com elevado volume de água nas áreas mais baixas. Lagunas – são formações litorâneas, normalmente de água salobra, acumuladas em áreas alagadas formadas por restingas. Lagoas – estágio final de lagos primitivos no interior dos continentes. Possuem pequenas dimensões tanto na profundidade como na extensão. Tecnicamente analisando, no Brasil, não existem lagos, pois o território é muito antigo e erodido. Onde existiam lagos a área já foi totalmente soterrada pela atuação, durante milhares de anos, dos agentes externos. Biosfera Na verdade, a camada global biosfera é formada por partes significativas das três camadas globais: a litosfera, a atmosfera e a hidrosfera, que ao se juntarem indicam a porção da superfície do planeta onde se desenvolveram os seres vivos. Com a

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interação das três camadas naturais, que foi possível desenvolver as condições para que as espécies da fauna (animais) e da flora (vegetais) pudessem surgir e evoluírem até as espécies que existem atualmente, inclusive o ser humano. Imagens da Biosfera Na natureza tudo está relacionado, e é um grande engano do ser humano imaginar que não está ligado a ela. Na verdade nós fazemos parte da natureza, pois tudo o que utilizamos, modificando ou não, vem diretamente dela, basta você olhar ao seu redor, de onde vieram os tijolos, seu caderno de anotações, sua caneta ou lápis, o carro de sua família ou o ônibus, tudo vem de transformações de materiais que encontramos na natureza. Portanto, o ser humano faz parte da natureza apesar de sua capacidade de modificá-la, transformando o que encontra em utensílios, materiais, máquinas que melhorem o seu conforto. Apesar da interação que existe entre tudo que existe na natureza, alguns fatores são fundamentais para dar seqüência à vida das espécies na biosfera, entre estes fatores é fundamental entendermos um pouco a importância que o sol, única estrela do sistema solar, tem para a existência da vida em nosso planeta. Sem a luminosidade dos raios solares e sua transformação em calor na Terra, nada do que existe hoje seria possível. A radiação solar é responsável pelas diferenças de temperatura, por todo o ciclo hidrológico, pela fotossíntese exercida pelos vegetais, permitindo a prática da agricultura e pelo desenvolvimento das espécies vegetais, base da cadeia alimentar, sem os raios solares não teríamos a claridade que ilumina um lado da Terra, enfim, seria um planeta onde nada do que conhecemos com vida não existiria. Com todo este conhecimento, o ser humano ainda desrespeita a natureza, degradando, poluindo, queimando a vegetação, despejando produtos químicos nos rios, nos oceanos, transferindo partículas de minerais pesados, radiativos, ácidos para atmosfera, criando grandes depósitos de lixo químico, orgânico, tóxicos, enfim, o ser humano ainda não acredita que um dia os recursos oferecidos pela natureza possam acabar. Imagens de Degradações Ambientais Para entender como o ser humano altera de forma significativa a natureza é preciso estudar os domínios morfoclimáticos e tirar respostas de como podemos utilizar a natureza sem modificá-la, de forma a prejudicar a nossa própria existência. Você aprendeu o que significa desenvolvimento sustentável e agora vamos tentar compreender como o ser humano altera o meio ambiente.

EXERCÍCIOS

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1) Desde a década de 70 que as principais autoridades mundiais levantam preocupações quanto ao crescimento demográfico e às condições ambientais, à produção de alimentos e à oferta de água de forma a manter ou sustentar a qualidade de vida dos milhões de habitantes. “ A água potável substituirá cada vez mais o petróleo como o principal fator gerador de conflitos mundiais”. Se na década de 70 do século passado já existia este tipo de preocupação, hoje, mais de 60 países têm conflitos internos e externos por carência de recursos hídricos. De acordo com o assunto do texto, julgue os itens. 1) O Brasil possui o maior reservatório de água potável do planeta e 70% deste manancial está concentrado na amazônia legal. Errado 2) Há certas diferenças que devem ser consideradas entre a água e o petróleo, pois este não é renovável. certo 3) Cerca de 70% da água potável do planeta é utilizada na agricultura, principalmente na irrigação. certo 4) O maior reservatório de água potável do planeta são as calotas polares, em elevadas latitudes e as geleiras, em elevadas latitudes. certo 5) Do total de água que existe no planeta, cerca de 10% é potável.errado

AULA 6 Domínios Fitogeográficos Chamamos de domínio fitogeográfico o conjunto de tudo aquilo que existe na natureza. Estudamos ao mesmo tempo, o relevo, climas, tipos de solos, vegetação, hidrografia, geologia, suas relações e a importância para os seres vivos do planeta. Como a vegetação é uma das partes que mais se destaca chamando a atenção das pessoas, normalmente utilizamos a formação vegetariana que predomina num determinado espaço geográfico para indicar o domínio morfoclimático. Na verdade, a forma como chamamos o conjunto da natureza muda de uma ciência ou disciplina para outra, mas o assunto estudado e o resultado final são os mesmos. Tentar compreender a natureza e os resultados positivos ou não da interferência humana nas condições naturais do planeta, são sinônimos chamar de domínio morfoclimático, domínio climatobotânico, bioma, biocenose, ecossistema ou meio ambiente.

[t1] Comentário: Rever. No lugar de uma das colocações “latitudes” não seria outra coisa?

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Os principais domínios morfoclimáticos do Brasil são: Domínio da Amazônia Legal; Domínio da Mata Atlântica; Domínio da Mata de Araucária ou Pinhais; Domínio da caatinga; Domínio do cerrado e Domínio da Campanha Gaúcha ou Pampa. Além das áreas de equilíbrio dos domínios morfoclimáticos temos as áreas de transição com formações não menos importantes como o Pantanal do Mato Grosso ( estação biosfera, tombada pela Unesco), os manguezais no litoral, a formação de cocais e babaçuais ou palmeirais na sub-região do meio norte (MA/PI). A Humanidade e as Principais Causas das Alterações Ambientais É interessante observar como os avanços no conhecimento da humanidade implicam numa regressão cada vez maior quanto à consciência ambiental. Até o momento, verifica-se que quanto mais o ser humano desenvolve a sua capacidade de transformar os recursos da natureza, mais ele degrada estes recursos, pois tem uma visão distorcida quanto a sua relação com a natureza, importando-se mais com o lucro imediato do que com a preservação das riquezas naturais necessárias para a sobrevivência das futuras gerações. A Partir de Qual Momento, na História da Humanidade, as Degradações Ambientais Começaram a Ser Um Caso Sério? No início da história da humanidade, quando o pouco de habitantes que existiam no planeta viviam em total harmonia com a natureza, quase não existiam alterações ambientais sérias, que viessem a prejudicar a qualidade de vida das pessoas. A partir do momento em que alguns grupos organizados passaram da vida nômade para a vida sedentária agrícola, e as alterações no meio ambiente começaram, de forma simples, já tem início à interferência humana na distribuição das espécies no planeta. Quanto mais o ser humano se organizava, tornando suas sociedades mais complexas e competitivas, a degradação ambiental aumentava na mesma proporção. NOTA Com o advento da primeira revolução industrial, no século XVIII, na Inglaterra é que esta situação acelera de forma irremediável, pois a partir deste século a humanidade passa por uma longa fase de crescimento demográfico, com mudanças significativas nas suas formas de comportamento econômico, político, social e cultural,

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principalmente na mudança muito rápida da área rural para os conglomerados urbanos, iniciando um período histórico onde prevalece o consumismo descontrolado, principalmente nos países ricos. Acontece que este consumismo necessita de matérias-primas; com isto, a exploração descontrolada dos recursos naturais vai atingir todo o planeta, inclusive nos países mais pobres que são obrigados a explorar cada vez mais os recursos naturais para abastecer o elevado consumo dos países mais poderosos. Estudiosos do meio ambiente já levantaram que nas áreas muito poluídas, como as grandes cidades, existem mais de três mil poluentes suspensos no ar. Estes poluentes provocados pelas indústrias com as suas grandes chaminés, os automotores e, por incrível que pareça, pelas residências. Qual é a nossa parcela de responsabilidade na poluição do ar ao fazermos um bom churrasco no final de semana? O carvão foi responsável pela retirada de algum vegetal para ser produzido, sem esquecer que as carvoarias no Brasil são responsáveis por uma boa parte da exploração da mão-de-obra infantil em nosso país, e o quanto de gases são lançados no ar, ao assarmos as carnes do churrasco. Você já imaginou a quantidade de produtos químicos, como detergentes e matéria orgânica, como restos de comida, cada família no mundo despeja nos esgotos que vão para os rios e depois acabam chegando nos oceanos, ao lavar as louças ou as roupas de uma casa? Sabemos que, infelizmente, a intensidade da degradação do meio ambiente acompanha o desenvolvimento de uma civilização, portanto, quanto mais desenvolvida for uma nação, mais há tendência de aumentar o uso de máquinas e o consumismo das pessoas: com isto, ela é obrigada a aumentar o uso dos recursos naturais, o número elevado de automóveis, indústrias com chaminés, a queima de combustíveis fósseis como os derivados de petróleo, as usinas nucleares, as represas nos rios, o desmatamento para a construção de cidades, estradas, etc., agravando cada vez mais as condições naturais. Se o desenvolvimento é responsável pela maior degradação ambiental do planeta, não fica difícil concluir que os maiores poluidores da natureza são os países ricos do hemisfério norte, se os maiores poluidores do meio ambiente são os países desenvolvidos, também são os países mais poluídos do planeta, certo ou errado? Errado, pois a causa da poluição ambiental pode ser localizada, mas as suas conseqüências, isto é, a poluição provocada se espalha, podendo atingir todo o planeta. Agora é possível dar alguns exemplos mais abrangentes dos resultados negativos para o planeta das poluições provocadas pelo ser humano. A melhor forma de trabalharmos esta realidade é apresentando primeiro como isto acontece e depois mostrando alguns exemplos entre milhares que existem atualmente.

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Você sabia que algumas espécies de animais e vegetais estão sendo afetados em sua reprodução devido ao elevado índice de poluição em seus habitats, e que eles estão correndo o risco de desaparecerem do planeta? Os ursos polares estão ficando em menor quantidade no pólo norte, pois a sua reprodução é cada vez menor. A queda na reprodução desses animais foi provocada, entre outros fatores, pelo excesso de cloro nas águas geladas na região da calota polar. Esse excesso de cloro tem a sua origem no grande número de indústrias de fabricação de papel no Canadá, nos EUA e no norte da Europa, pois o cloro é um dos elementos químicos utilizados nestas fábricas para clarear o papel. Quando o excesso de cloro é despejado nos rios, o cloro acaba chegando até os oceanos. É certo que cada folha de papel que rasgamos e jogamos no lixo também tem a sua parcela de responsabilidade na poluição da natureza. Na década de 70 a cidade de Cubatão, no Estado de São Paulo, atingiu um nível de poluição tão sério que começou a afetar a natalidade e a mortalidade infantil, assustando a sociedade brasileira e os governantes da época. Uma das soluções encontradas para reduzir esta degradação na cidade industrial foi obrigar as empresas a colocarem filtros especiais nas chaminés das fábricas e a aumentar o monitoramento, controlando o índice de poluição do ar. Logo vieram os protestos dos empresários, pois medidas para conter a poluição exigem recursos e isto poderia inviabilizar boa parte da atividade econômica da região, podendo gerar desemprego, fuga de capitais etc. Os órgãos ambientais tentam recuperar a mata tropical desta região de serras já quase extinta. Para esta recuperação, os técnicos tiveram uma idéia altamente criativa para a época, pois era muito caro e demorado utilizar equipes terrestres para semear ou plantar mudas de espécies nativas, é muito difícil devido ao relevo acidentado. Afinal de contas, qual foi a grande idéia desses técnicos? Pegaram milhares de sementes de espécies da mata, envolveram numa gelatina nutritiva e jogaram as sementes de helicóptero ou aviões de pequeno porte nas áreas mais inacessíveis da região, acreditando que as pessoas não chegariam a estes locais. Por que esta idéia poderia dar certo? A gelatina nutritiva cumpriria duas funções importantes: primeiro, atenuaria a queda das sementes lançadas pelos aviões; segundo, a gelatina supriria as necessidades iniciais de nutrientes para que as sementes pudessem germinar. Por que esta idéia não deu muito certo? O nível de poluição desta área já é tão elevado que, além de poluir o ar, também já poluiu os solos, e alterou o clima da região; concluindo: a mata tropical Atlântica é nativa desta região, mas o ecossistema foi tão alterado que as suas espécies não conseguiram se desenvolver naturalmente nesta área.

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EXERCÍCIOS

1) julgue os itens.

1) A floresta com maior biodiversidade no Planeta é a Taiga Siberiana, em áreas de elevadas latitudes. Por isso é altamente aproveitada economicamente. ERRADO. 2) A diversidade de espécies nas florestas está diretamente relacionada com sua posição latitudinal no Planeta. ERRADO. 3) Fatores pedológicos e edáficos são determinantes na caracterização das espécies numa determinada região. CERTO. 4) O subsolo eternamente congelado impede um maior aproveitamento econômico na região da Tundra. CERTO. 5) As florestas tropicais e equatoriais concentram a maior biodiversidade continental do Planeta. CERTO.

2) (UNB-2002) O cerrado, bioma dominante na região central do Brasil, caracteriza-se por uma rica biodiversidade. A respeito desse bioma, julgue os seguintes itens.

1- No cerrado, nascem os rios formadores de três importantes bacias hidrográficas da América do Sul: a Tocantins-Araguaia, a do São Francisco e a Platina. CERTO.

2- Por sua posição geográfica, o cerrado está isolado dos demais biomas do planeta, não se mesclando com nenhum outro. ERRADO.

3- Na paisagem do cerrado, predominam as planuras, representadas pela imensa planície de solos profundos. ERRADO.

4- As árvores do cerrado resistem a uma prolongada estação seca mediante a absorção da água subterrânea por suas raízes profundas. CERTO.

5- A formação original do cerrado ou formação savanóides brasilienses ocupava 25% do território que hoje corresponde ao Brasil. CERTO.

6- Os canyons constituem aspectos marcantes da beleza paisagística do cerrado, com suas encostas íngremes e cachoeiras de diferentes alturas. CERTO.

3) (UNB-2002) A organização espacial do nordeste está relacionada a diferentes processos de construção do espaço, tais como as atividades extensivas, e a vulnerabilidade ambientais, que estabelecem fortes condicionantes para a realização de uma ocupação sustentável. Essa

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relação sociedade-natureza torna-se base relevante para o entendimento do desenvolvimento regional. A respeito dessa temática, julgue os itens a seguir.

1- A agrossistema do Agreste, zona de transição entre a zona da mata e o Sertão, caracteriza-se por sua diversidade produtiva, devido à existência de uma variedade de microclimas, solos e relevos. CERTO.

2- Atualmente, o elevado grau de assoreamento do rio São Francisco, que sempre facilitou o acesso às terras vastas e desocupadas do interior, tem dificultado a navegação. CERTO.

3- A partir da década de 80 do século XX, os cerrados da Bahia começaram a ser ocupados pelo cultivo da soja, principalmente devido à migração de levas de agricultores sem terras, provenientes da região Norte e Nordeste, atraídos pelo baixo preço das terras. ERRADO.

4- A intensificação da ocupação da pré-Amazônia maranhense por meio de uma agricultura moderna produziu impactos ambientais moderados sobre a floresta tropical úmida, em virtude da tecnologia empregada. ERRADO.

5- Os processos que mais influenciaram a organização do espaço regional emanaram principalmente de desenvolvimento externos à região, e não de sua dinâmica interna. CERTO.

4) (UNB-2002) O Pantanal foi reconhecido como reserva da biosfera mundial pela Organização das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura (UNESCO). A respeito do bioma Pantanal, julgue os itens que se seguem.

1- A planície pantaneira localiza-se em estados brasileiros ricos, que não dependem de financiamentos para desenvolver os projetos ambientais na região. ERRADO.

2- Um dos problemas ambientais que ainda precisam ser enfrentados na região do Pantanal é a falta de saneamento básico, fator que contribui para a poluição dos rios ali existentes. CERTO.

3- Com o avanço da pecuária e das lavouras comerciais intensivas no Planalto Central, as mudanças na economia e na forma de ocupação da região do Pantanal têm provocado a erosão e o assoreamento dos rios. CERTO.

4-As inundações de terras produtivas, que destroem plantações e matam o gado, são um grande desastre ambiental da planície pantaneira. ERRADO.

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AULA 7 Degradações Ambientais Principais Tipos Afinal, quais são as principais degradações ambientais que afetam o nosso planeta? Como elas ocorrem? E o que temos que fazer para que não aconteçam mais? 1º) POLUIÇÃO DO AR ATMOSFÉRICO De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1,25 bilhão de pessoas vivem em cidades com níveis inaceitáveis de matéria particulada em suspensão na atmosfera. Em muitas áreas no mundo, principalmente nas grandes cidades, o ar já está tão poluído que podemos dizer que começa a faltar o ar para as pessoas respirarem. A situação vai se agravando de acordo com o nível de alterações ao meio ambiente que o ser humano vai provocando, trazendo problemas de saúde para a população, principalmente para as crianças, mulheres gestantes e as pessoas de idade mais avançada. Os problemas mais freqüentes são respiratórios, de pele, perda dos pêlos, desânimo e etc. Afinal, quais são estas alterações ambientais? a) Ilhas de Calor A grande concentração de pessoas, máquinas consumindo energia e a impermeabilização dos solos com concreto, asfalto e prédios, por exemplo, alteram a temperatura, que normalmente, nesta situação, fica mais elevada que o normal. Modificada pela ação antrópica, este fenômeno é chamado de ilhas de calor. b) Inversão Térmica A inversão térmica, normalmente é um processo natural provocado pelo encontro de massas de ar com temperaturas, umidade e pressão atmosférica diferentes. Em situações normais, provoca a formação da neblina ou cerração, podendo chegar até a formação de geada. Em lugares onde este fenômeno ocorre com maior freqüência, como a neblina em Londres, na Inglaterra, nós chamamos de FOG; e nos lugares onde o ser humano esteja poluindo muito o ar, nós denominamos de SMOG. Esta situação ocorre com muita freqüência nos grandes centros urbanos, principalmente naqueles que são mais industrializados e com muito tráfego de automóveis. Inversão térmica, como o próprio nome indica, é quando a temperatura do ar fica contrária ao normal, isto é, o avanço de uma massa de ar fria expulsa o ar mais quente para altitudes elevadas, ficando na superfície o ar mais frio dessa massa de ar. Uma das principais causas da inversão térmica em área muito poluída, é que o ar frio da superfície impede que o material poluído se disperse para altitudes mais elevadas, afetando, assim, o ar que as pessoas vão respirar.

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Notou que há sempre uma época do ano em que os problemas de saúde das crianças e de pessoas idosas se agravam, principalmente com problemas de respiração. Você, que mora numa cidade grande, observe da próxima vez que isto acontecer pois vai coincidir com as mudanças de temperatura na região em que você está morando. c) Chuva Ácida Na verdade, toda chuva é ácida, com pH abaixo de 5; mas quando ocorre em áreas muito poluídas, ao precipitar, os pingos d’água entram em combinação química com certos tipos de minerais em suspensão, resultando em uma chuva com maior acidez. Quando esta água bate na superfície, a acidez pode queimar a vegetação, causando problemas de pele nos animais, inclusive no ser humano, corroer os monumentos, o concreto e as estruturas metálicas, como pontes, torres de comunicações, etc. d) Problemas na Camada de Ozônio A camada de Ozônio (O3), na verdade, não é uma camada daquelas que formam a atmosfera, como vimos, mas, sim, uma pequena quantidade deste gás que se concentra na camada chamada de estratosfera, junto com outros gases. A quantidade de ozônio em relação aos gases que compõem a atmosfera é mínima, mas a sua importância para a existência da vida no planeta é máxima, pois são as moléculas de ozônio que impedem que a maior parte dos raios ultravioletas, que são prejudiciais à vida, cheguem livremente à superfície da Terra. Se a camada de ozônio diminuir muito, pode provocar mutações genéticas nas espécies ou até eliminar por completo a existência da vida no planeta. Nas últimas décadas o ser humano passou a fabricar algumas moléculas, artificialmente, em laboratórios. Entre estas moléculas estão os clorofluorcarbonos, normalmente chamados de CFCs. Estes gases são muito utilizados nas indústrias, principalmente nos aparelhos de refrigeração como geladeiras, aparelhos de ar-condicionado, freezers e nos produtos em sprays, como desodorantes, lubrificantes e inseticidas. O grande problema é que acredita-se que as moléculas de CFCs são responsáveis pela ruptura do ozônio, diminuindo a sua quantidade; os raios ultravioletas chegam em maior quantidade na superfície da Terra, podendo trazer problemas seriíssimos para todas as espécies de animais e vegetais existentes. Os maiores responsáveis pela liberação de CFCs para a atmosfera são os países desenvolvidos do hemisfério norte, mas as conseqüências deste ato se espalham por todo o planeta. O melhor exemplo desta situação é a região da Antártida no Pólo Sul, pois é uma das áreas mais afetadas pela eliminação do ozônio pelos CFCs. Fotos de satélites mostram que nesta área a camada de ozônio está desaparecendo. e) Agravamento do Efeito Estufa Você já observou que sempre que um automóvel fica totalmente fechado o ar dentro dele fica muito quente? Na verdade, está ocorrendo o efeito estufa. Como isto acontece é simples: os raios solares passam livremente pelos vidros do carro; ao baterem na parte de dentro se transformam em calor, os vidros e a lataria (chaparia) do carro não permitem que o calor saia, forçando um maior aquecimento da parte interna do automóvel. Na natureza ocorre de forma parecida, pois os raios solares chegam até a superfície e se transformam em calor; mas quando começam a adquirir altitude, alguns gases da atmosfera, como o dióxido de carbono, impedem a sua propagação, por isto que na superfície do planeta é mais quente do que nas elevadas altitudes.

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O efeito estufa é um processo natural, e sem ele não teríamos as condições normais para o desenvolvimento da vida como conhecemos hoje. Acontece que o ser humano está acelerando o processo do efeito estufa ao lançar milhares de toneladas/dia de gases como o dióxido de carbono para a atmosfera, aumentando e agravando o efeito estufa, e provocando um aquecimento artificial na Terra. Este aquecimento pode vir a provocar nas próximas décadas um descongelamento parcial das calotas polares. Ao descongelar partes das geleiras, esta água vai ser transferida, no estado líquido, para os oceanos, podendo inundar boa parte do espaço ocupado pelos continentes, diminuindo o espaço para a ocupação humana e de outras espécies no planeta. No Brasil, boa parte do litoral atual desapareceria. Veja como exemplo a cidade de Recife, capital do Estado de Pernambuco, onde sua altitude média é de 0,6 metros. Se o Oceano Atlântico aumentar suas águas em dois ou três metros, boa parte desta cidade ficaria debaixo d’água, prejudicando a população. Na verdade, isto aconteceria também no interior dos continentes, pois o aquecimento do planeta, através do efeito estufa, alteraria os climas em todos os lugares, e as populações que vivem em lugares de baixa altitude seriam afetadas por inundações.

NÃO TEM EXERCÍCIOS

AULA 8 Poluição da Hidrosfera Como estudamos anteriormente, água é sinônimo de vida. Sem ela, nenhuma espécie viva do planeta teria condições de sobreviver. Infelizmente, o ser humano passou séculos para enxergar essa realidade, e enquanto não percebia a importância da água, foi destruindo os mananciais de água potável, principalmente com o crescimento da atividade industrial e a sede de consumismo que se alastrou, alterando a forma de viver da maioria dos povos no planeta. Entre os resultados negativos desta atitude humana, alguns são mais sérios ou percebidos mais claramente pelas pessoas no seu cotidiano. a) O esgotamento sanitário A maioria dos esgotos produzidos pelas pessoas é lançada nas águas continentais ou nos oceanos sem nenhum tratamento que possa evitar que excessos de matérias orgânicas, minerais e produtos não degradáveis, como plásticos, interfiram no equilíbrio dos ecossistemas. Só para que você tenha noção do que estamos falando, no Brasil, 63% do esgoto produzido é lançado, in natura, isto é, sem nenhum tratamento sequer, nos rios e no Oceano Atlântico. Os esgotos desequilibram um ecossistema devido ao excesso de nutrientes que provoca o crescimento acima do normal de algumas espécies, prejudicando as demais, pois você deve lembrar que as espécies estão inter-relacionadas, portanto, quando uma cresce além do normal, afeta o crescimento de outras espécies.

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b) Eutrofização O excesso de nutrientes (matéria orgânica) proveniente do esgoto satura as águas, causando um crescimento acelerado de certas espécies de algas nos lugares de água parada como lagos, lagoas e rios de planícies, reduzindo a quantidade de oxigênio; com isto, as outras espécies morrem em grande quantidade. Quando os excedentes de plantas morrem liberam mau cheiro terrível afetando as pessoas. Este excesso de matéria orgânica em decomposição das plantas mortas traz consigo vírus e bactérias que podem transmitir doenças para o ser humano. c) Maré vermelha Nos oceanos e mares o excesso de nutrientes pode provocar o crescimento das algas e , além de impedirem a luminosidade normal, prejudicando a fotossíntese dos vegetais, liberando toxinas quando morrem, envenenando a maioria das espécies causando-lhes a morte. Maré vermelha é um processo normal na natureza, principalmente nas áreas de águas temperadas, mas a interferência do ser humano, ao lançar esgoto nas águas aumenta este processo, atingindo até as regiões tropicais como o Brasil. d) Maré negra É provocada pelo excesso de petróleo bruto e seus derivados em alto mar ou pelos vazamentos dos terminais marítimos especializados. Como o petróleo não se mistura com a água, ficando mais concentrado na superfície, provoca uma redução na renovação do oxigênio e elimina as defesas das espécies, principalmente das aves e dos animais marinhos. Com o despejo deste material as praias ficam inutilizadas para o uso do ser humano, prejudicando as atividades econômicas e o lazer. e) Lençol freático É a área onde a água se concentra no subsolo. Com o despejo de esgoto nos solos, ocorre infiltração que contamina o lençol freático, tornando a água imprópria para o consumo humano e para a prática da agropecuária, pois as águas subterrâneas contaminam-se com bactérias e vírus dos esgotos e podem afetar a saúde das espécies. f) Contaminação por agrotóxicos Os fertilizantes químicos, fabricados em laboratórios, são utilizados para aumentar a produção agrícola, pois servem para tornar o solo mais fértil e eliminar as pragas que prejudicam os vegetais. O problema é que as pessoas não sabem exatamente quanto fertilizante deve ser utilizado para determinado produto agrícola e nem como devem se proteger para evitar o envenenamento com tais produtos. Na agricultura contemporânea, geralmente, mais importante é o lucro que se vai conseguir com essa produção do que a qualidade ou a saúde de quem vai consumir estes produtos. Com isto, passou a predominar o cultivo de monoculturas mecanizadas, que provocam intenso desmatamento que vai ter como resultado imediato a erosão, levando boa parte dos solos para os rios. Nos rios ocorre assoreamento com o desaparecimento dos leitos e o excesso de agrotóxicos afeta a saúde dos vegetais e animais que utilizam essa água, novamente chegando a afetar o próprio causador do desastre, o ser humano. Cabe ressaltar, um dos resultados mais negativos devido ao uso excessivo de agrotóxicos está na perda violenta da biodiversidade, já que estes produtos não

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eliminam somente as pragas existentes num lugar, e sim, terminam por provocar a extinção ou fuga de seu hábitat, da maior parte das espécies existentes na natureza, e que não são prejudiciais ao ser humano. Atualmente, vem acontecendo uma coisa curiosa com algumas espécies, principalmente, aves; no Brasil, elas passaram a viver e a se reproduzir no espaço urbano. O problema começou nas décadas de 50 para 70, quando em nosso país o processo de urbanização foi muito rápido, provocando uma fuga da maioria das espécies para áreas que não estavam urbanizadas. Nesta mesma época começava uma espécie de “revolução agrícola”, pois a agricultura de subsistência nas pequenas e médias propriedades rurais começava a ser substituída pela monocultura mecanizada, com agrotóxicos, para a exportação em grandes propriedades. A perda da biodiversidade afetou tanto o ecossistema que, para sobreviverem, algumas espécies foram obrigadas a migrar para as áreas urbanas; isto não quer dizer que é o ideal, mas, ao menos, estas espécies estão sobrevivendo. g) Vazamentos de petróleo e seus derivados O consumo dos combustíveis fósseis, principalmente do petróleo, provoca um intenso tráfego marítimo, pois na maioria das vezes a produção do petróleo acontece num país, mas vai ser consumido por vários outros países, até mesmo em outros continentes. Para isso foram construídos enormes navios: os famosos navios petroleiros, que chegam a transportar milhares de litros dessa matéria-prima, deslocando-se a milhares de quilômetros para abastecer o consumo mundial. Quando terminam a viagem, esses petroleiros costumam ir para alto-mar fazer a limpeza das sobras de petróleo, jogando essas sobras no mar. Milhares de barris de petróleo todo ano são despejados nos oceanos e mares, poluindo as águas, pois o petróleo não se mistura à água, matando os animais, impedindo a luminosidade e reduzindo a oxigenação das águas. Além disso, ocorrem os acidentes, quando os navios podem se incendiar durante dias ou até semanas ou serem obrigados a despejar grandes quantidades de petróleo nas águas para não afundarem ou pegarem fogo. Isso também ocorre nas refinarias e nos terminais marítimos quando acontecem os vazamentos de petróleo ou de um dos seus derivados nos oleodutos e gasodutos que atravessam extensas áreas nos continentes, como o gasoduto Bolívia–Brasil que sai de La Paz até a refinaria de Paulínia no Estado de São Paulo, os gasodutos que atravessam a América do Norte do Alaska e do Golfo do México e o gasoduto que sai da Sibéria Russa e chega aos países europeus ocidentais como a França e a Alemanha. h) Poluição pelas indústrias Além do material lançado pelas chaminés das indústrias, a maioria delas também despeja efluentes líquidos nos rios e nos oceanos. São centenas de produtos com minerais metálicos, radioativos e tóxicos, que, se não tomados os devidos cuidados técnicos ambientais, poluem as águas, os solos, eliminando os vegetais e os animais da região ou afetando todo o planeta. i) Represamento dos rios É comum para o ser humano alterar o curso de um rio para melhor aproveitamento econômico, produzindo energia hidrelétrica, reservatório de água para tratamento e abastecimento para as cidades, para a irrigação, etc.

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Infelizmente, e apesar de alguns estudiosos considerarem essa atividade uma das menos degradadoras do meio ambiente, o represamento de um rio elimina os solos férteis de várzeas, acaba com a vegetação mais rica de suas margens, além de expulsar a população ribeirinha para lugares menos favoráveis. Enfim, o ser humano é hoje o grande responsável pela queda na sua qualidade de vida, pois é ele que modifica o meio de forma negativa, para depois sofrer as conseqüências dessa atitude.

EXERCÍCIOS

1) Os oceanos, mares e grandes lagos foram transformados na grande lixeira do mundo. Por ação antrópica ou por formarem as grandes depressões, absolutas do planeta, tudo que o ser humano degrada nos continentes e ilhas acaba sendo despejado nessas formações.

Quanto ao assunto do texto; julgue os itens.

1) A lixiviação – processo de retirada e transporte de matéria orgânica e minerais leves da superfície dos continentes para os oceanos e lagos, é responsável pela elitrofização. certo

2) Desmatamentos e queimadas no Brasil são quatro vezes mais intensos do que a poluição do ar produzida pelas indústrias no Brasil. certo

3) O desmatamento predatório, com interesse de implantar monoculturas mecanizadas, é um dos fatores responsáveis pela perda de biodiversidade, seguido pelo envenenamento dos solos pelo uso abusivo de agrotóxicos. certo

4) Acidentes diários com vazamentos de petróleo e seus derivados são menos prejudiciais à natureza do que os grandes acidentes como o vazamento do navio comandante Valdez no Alaska, da REDUC na Baía da Guanabara e da plataforma P36 no litoral brasileiro. errado

5) O represamento dos rios não caracteriza alteração ambiental preocupante no planeta. errado.

AULA 9 Poluição da Litosfera a) Lençol freático

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É a área onde a água se concentra no subsolo. Com o despejo de esgoto nos solos, ocorre infiltração que contamina o lençol freático, tornando a água imprópria para o consumo humano e para a prática da agropecuária, pois as águas subterrâneas contaminam-se com bactérias e vírus dos esgotos e podem afetar a saúde das espécies. b) Contaminação por agrotóxicos Os fertilizantes químicos, fabricados em laboratórios, são utilizados para aumentar a produção agrícola, pois servem para tornar o solo mais fértil e eliminar as pragas que prejudicam os vegetais. O problema é que as pessoas não sabem exatamente quanto fertilizante deve ser utilizado para determinado produto agrícola e nem como devem se proteger para evitar o envenenamento com tais produtos. Na agricultura contemporânea, geralmente, mais importante é o lucro que se vai conseguir com essa produção do que a qualidade ou a saúde de quem vai consumir estes produtos. Com isto, passou a predominar o cultivo de monoculturas mecanizadas, que provocam intenso desmatamento que vai ter como resultado imediato a erosão, levando boa parte dos solos para os rios. Nos rios ocorre assoreamento com o desaparecimento dos leitos e o excesso de agrotóxicos afeta a saúde dos vegetais e animais que utilizam essa água, novamente chegando a afetar o próprio causador do desastre, o ser humano. Cabe ressaltar, um dos resultados mais negativos devido ao uso excessivo de agrotóxicos está na perda violenta da biodiversidade, já que estes produtos não eliminam somente as pragas existentes num lugar, e sim, terminam por provocar a extinção ou fuga de seu hábitat, da maior parte das espécies existentes na natureza, e que não são prejudiciais ao ser humano. Atualmente, vem acontecendo uma coisa curiosa com algumas espécies, principalmente, aves; no Brasil, elas passaram a viver e a se reproduzir no espaço urbano. O problema começou nas décadas de 50 para 70, quando em nosso país o processo de urbanização foi muito rápido, provocando uma fuga da maioria das espécies para áreas que não estavam urbanizadas. Nesta mesma época começava uma espécie de “revolução agrícola”, pois a agricultura de subsistência nas pequenas e médias propriedades rurais começava a ser substituída pela monocultura mecanizada, com agrotóxicos, para a exportação em grandes propriedades. A perda da biodiversidade afetou tanto o ecossistema que, para sobreviverem, algumas espécies foram obrigadas a migrar para as áreas urbanas; isto não quer dizer que é o ideal, mas, ao menos, estas espécies estão sobrevivendo. c) Vazamentos de petróleo e seus derivados O consumo dos combustíveis fósseis, principalmente do petróleo, provoca um intenso tráfego marítimo, pois na maioria das vezes a produção do petróleo acontece num país, mas vai ser consumido por vários outros países, até mesmo em outros continentes. Para isso foram construídos enormes navios: os famosos navios petroleiros, que chegam a transportar milhares de litros dessa matéria-prima, deslocando-se a milhares de quilômetros para abastecer o consumo mundial. Quando terminam a viagem, esses petroleiros costumam ir para alto-mar fazer a limpeza das sobras de petróleo, jogando essas sobras no mar. Milhares de barris de petróleo todo ano são despejados nos oceanos e mares, poluindo as águas, pois o petróleo não se mistura à água, matando os animais, impedindo a luminosidade e reduzindo a oxigenação das águas. Além disso, ocorrem os acidentes, quando os navios podem se incendiar durante dias ou até semanas ou serem obrigados a

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despejar grandes quantidades de petróleo nas águas para não afundarem ou pegarem fogo. Isso também ocorre nas refinarias e nos terminais marítimos quando acontecem os vazamentos de petróleo ou de um dos seus derivados nos oleodutos e gasodutos que atravessam extensas áreas nos continentes, como o gasoduto Bolívia–Brasil que sai de La Paz até a refinaria de Paulínia no Estado de São Paulo, os gasodutos que atravessam a América do Norte do Alaska e do Golfo do México e o gasoduto que sai da Sibéria Russa e chega aos países europeus ocidentais como a França e a Alemanha. d) Poluição pelas indústrias Além do material lançado pelas chaminés das indústrias, a maioria delas também despeja efluentes líquidos nos rios e nos oceanos. São centenas de produtos com minerais metálicos, radioativos e tóxicos, que, se não tomados os devidos cuidados técnicos ambientais, poluem as águas, os solos, eliminando os vegetais e os animais da região ou afetando todo o planeta. e) Represamento dos rios É comum para o ser humano alterar o curso de um rio para melhor aproveitamento econômico, produzindo energia hidrelétrica, reservatório de água para tratamento e abastecimento para as cidades, para a irrigação, etc. Infelizmente, e apesar de alguns estudiosos considerarem essa atividade uma das menos degradadoras do meio ambiente, o represamento de um rio elimina os solos férteis de várzeas, acaba com a vegetação mais rica de suas margens, além de expulsar a população ribeirinha para lugares menos favoráveis. Enfim, o ser humano é hoje o grande responsável pela queda na sua qualidade de vida, pois é ele que modifica o meio de forma negativa, para depois sofrer as conseqüências dessa atitude.

NÃO TEM EXERCÍCIOS

AULA 10 Internacionalização da Amazônia Há séculos que os poderosos alegam que “é uma injustiça a Amazônia pertencer somente aos portugueses e espanhóis” depois, com a independência do Brasil transferiram esta interpretação para os brasileiros. Mas, nas últimas décadas, este discurso vem adquirindo uma forma mais radicalizada de defesa quanto a Amazônia ser um território internacional, inclusive passando do discurso para atitudes práticas, com o objetivo de forçar o Brasil a tomar medidas concretas na área de preservação e proteção da região amazônica, ao mesmo tempo em que força o governo brasileiro a facilitar ocupações de organizações estrangeiras com a justificativa de estarem fazendo estudos científicos e estratégicos por representantes dos países desenvolvidos nesta região.

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Desde o século XVIII os ingleses faziam esse tipo de discurso. No século XIX, os norte-americanos já pensavam na necessidade de provocar divisões, criando vários países no lugar do Brasil. Recentemente algumas notícias e discursos de autoridades internacionais, como os da última campanha presidencial nos EUA, onde o candidato republicano e o candidato democrata, defenderam o perdão de parte da dívida externa dos países pobres, em troca de áreas de florestas tropicais, a transformação do pantanal e parte do cerrado em estação biosfera patrimônio natural da humanidade pela Unesco, os mapas nas escolas dos EUA, onde a Amazônia Legal é apresentada como território internacional, etc. Por trás desta realidade aparece a pergunta: o que existe de tão importante na Amazônia? É uma pergunta que envolve questões ambientais, econômicas e estratégicas tão complexas, que fica impossível num trabalho curto que tem como objetivo imediato levantar tópicos de atualidades, sem pesquisas e dados bibliográficos. Mas é possível fazer um levantamento histórico, complementado por dados atuais da imprensa nacional e mundial, e desenvolver os principais tópicos que justifiquem o interesse mundial pela região. 1) O que há na Amazônia? É um grande reservatório de água potável; Apresenta 65% da biodiversidade tropical do planeta; É um grande regulador térmico; É a maior concentração de biomassa. Recursos minerais – áreas conhecidas Serra do Navio: “manganês”; Serra dos Carajás: ferro, manganês, cobre, bauxita, minerais radioativos, metais raros, pedras preciosas, etc.; Oriximiná: grande reserva de manganês; Ouro em aluvião; Cassiterita “Rondônia”; Reservatório Surucucus-Roraima. Recursos energéticos Os afluentes do rio Amazonas apresentam o maior potencial hidráulico não aproveitado no País. A floresta Amazônica Dos 5.400.000 km2, 10% já foram retirados, portanto, a Amazônia é um dos últimos reservatórios de madeira no mundo. 2) Quais são os principais problemas da Amazônia? A prática da “grilagem” de terras; A elevada degradação ambiental: Dos projetos de mineração;

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Do mercúrio nos garimpos; Dos desmatamentos e queimadas. O contrabando de animais silvestres, madeira e minerais, que gera bilhões de dólares por ano; O narcotráfico, que utiliza a área como rota internacional, e para produção e refino, principalmente da cocaína; A biopirataria, em que empresas de países ricos copiam o conhecimento milenar dos índios, a partir dele sintetizam produtos e obtêm bilhões de dólares em lucros. A influência de “estrangeiros” nas populações nativas, o que provoca aculturação, degradação e até extinção povos e culturas milenares; Os grupos paramilitares, como as Farc, que utilizam a área como proteção e para se abastecerem, rompendo com as fronteiras nacionais. Quando Descobrimos a Amazônia? Durante séculos, o tratamento de “inferno verde” para a Amazônia foi muito útil para os interesses internacionais, pois o Brasil não se preocupou em ocupar a região. Nas décadas de 60 para 70, o governo brasileiro criou o Projeto Radar da Amazônia (projeto Radam), que, utilizando Radares Passivos de Visão Lateral (RVLs) doados pelos EUA, conseguiu fazer um levantamento minucioso sobre as características naturais da região, com dados hidrológicos, geológicos, geomorfológicos, pedológicos, edafológicos, climatológicos e fitográficos, que espantou a sociedade, não pela grandeza das riquezas e do potencial existentes, mas pelo desconhecimento e, principalmente, pelas informações erradas que tínhamos quanto às características da região. Desse trabalho resultou os relatórios técnicos, mapas, gráficos, tabelas e livros, que finalmente revelaram o elevado potencial existente na área. Finalmente, o Brasil descobre a Amazônia, mas, infelizmente, o mundo descobre que descobrimos a Amazônia. * A estratégia mundial então muda: é preciso internacionalizar a Amazônia, antes que o Brasil a ocupe. Comportamento Brasileiro com a Descoberta da Amazônia Era necessário ocupar, mas infelizmente a política quanto às formas de ocupação e os instrumentos a serem utilizados para isto ficaram nas mãos de burocratas e políticos com interesses pessoais, provocando medidas que, ao invés de auxiliarem no processo de ocupação, geraram degradações ambientais, humana e oportunismos, o que facilitou para os países ricos e a imprensa mundial sua utilização como críticas negativas e protestos contra o governo brasileiro.

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1) Década de 70 - Projeto de infra-estrutura rodoviária, principalmente com a Transamazônica e a Perimetral Norte. -Atividade de garimpo. -Criação da Suframa-Superintendência Zona Franca de Manaus. 2) Década de 80 - Grandes projetos de mineração, como Carajás e Oriximiná-Trombetas, resultou na construção de ferrovia, na hidrelétrica de Tucuruí e na instalação de metalúrgicas em Belém e São Luís. -Fronteira agrícola – com elevado investimento do Estado, a atração de empresas do Centro-Sul provocou intenso desmatamento e queimadas, em meio ao desconhecimento sobre a realidade natural da região. -Elaboração pela área militar do projeto Calha Norte, com visão estratégica, quanto à ocupação do extremo norte da região. 3) Década de 90 - Intensa pressão mundial. Criação de reservas indígenas, extrativistas, ecológicas, corredores ecológicos, etc. Hoje, 40% do território da Amazônia sofre algum tipo de proteção ambiental. Exemplo.: o incêndio em Roraima. 4) Década de 70 – Projeto Jarí. Criação e implantação do Projeto Sivam/Sipam. O projeto Sivam – Sistema de Vigilância da Amazônia foi vencido em concorrência internacional por uma empresa francesa, mas a pressão dos EUA foi tão significativa que o governo brasileiro acabou cedendo o direito de implantação para a Ratheon, uma empresa norte- americana. Esta situação chegou a provocar um atrito diplomático entre os governos do Brasil e da França. O projeto Sivam encontra-se implantado e a cada 15 dias é elaborado um novo mapa da Amazônia. A questão que deve ser discutida não é propriamente o projeto Sivam mas sim, quanto às necessidades de o Brasil ter as informações do que estava ocorrendo na Amazônia. Vendo a situação desta forma é óbvio que não precisava ser o projeto Sivam mas alguma coisa o governo brasileiro precisava fazer, pois não tínhamos conhecimento sobre o que ocorria de ilegal ou não nesta região. Portanto, a questão que deve ser debatida à forma de implantação do projeto e não a sua necessidade. Base de lançamento de foguetes de Alcântara no Maranhão A região de Alcântara no Estado do Maranhão apresenta uma das melhores condições técnicas para a implantação de plataformas de lançamentos de foguetes, devido à posição latitudinal (2º sul do Equador), luminosidade, estrutura geológica, ventos, etc. que reduzem de forma significativa os gastos de combustíveis e a possibilidade de falhas que podem resultar em milhões de dólares de prejuízo e tempo perdido em desenvolvimento de tecnologia e preparação do corpo técnico.

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O Brasil não possui tecnologia para fabricação de foguetes de médio e longo percurso, mas a base de Alcântara permite que o Brasil desenvolva sua própria tecnologia ou faça parcerias com os países que já a possuem. A base de Alcântara está sendo utilizada por países que firmam acordos com o governo brasileiro para este fim. O grande problema não é generalizado, pois países como a China Popular, Rússia e França se propõem a utilizar a base de Alcântara e transferir tecnologia para o Brasil, inclusive os técnicos brasileiros fazem treinamentos na Rússia.

EXERCÍCIOS

1) Quanto ao projeto Sivam, julgue os itens.

a) Seu funcionamento permitirá que o governo tenha maiores, melhores e mais rápidas informações quanto ao uso da região como rota do narcotráfico. CERTO.

b) O Sivam é muito importante para o controle do contrabando de animais silvestres e a biopirataria. CERTO.

c) O projeto Sivam está sendo implantado por uma empresa francesa, portanto contraria os interesses dos EUA. ERRADO.

d) Com o projeto Sivam aumentará a eficiência e a eficácia no combate aos desmatamentos e às queimadas praticadas na Amazônia. CERTO.

e) Infelizmente, o projeto Sivam não auxilia no combate ao contrabando de ouro, pedras preciosas e madeira da região. ERRADO.

2) Recentemente, a imprensa do País noticiou que estava para ser aprovado pelo Congresso Nacional um contrato entre o governo brasileiro e o governo norte-americano, que permite a este último o uso da Base de Alcântara para lançamento de seus foguetes.

A proposta não foi votada pelo Congresso Nacional, mas algumas informações sobre este contrato vieram a público, suscitando discussões quanto à soberania nacional.

Quanto ao assunto do enunciado e a base de lançamento de foguetes de Alcântara no Estado do Maranhão, julgue os itens.

a) O interesse por esta área pelos países detentores de tecnologia espacial se justifica pelas vantagens técnicas e econômicas, devido principalmente à posição latitudinal. CERTO.

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b) O acordo sino-brasileiro já permite que a China Popular utilize a base de Alcântara. CERTO.

c) A Rússia tem interesse em firmar acordos com o Brasil para uso desta base. CERTO.

d) Os EUA têm interesses por esta base, admitindo até repassar tecnologia aeroespacial para o governo brasileiro. ERRADO.

e) De acordo com o publicado na imprensa brasileira, a Ucrânia tem interesse em firmar acordo com o governo brasileiro para uso da Base de Alcântara. CERTO.

3) (UNB-2002) A Amazônia representa, atualmente, uma região de importantes conflitos de interesses no contexto geopolítico global, como palco de novas territorialidades que se articulam diretamente com o espaço internacional, alvo de movimentos sociais globais e instrumentos de pressão ecológica externa. A respeito desse processo, julgue os itens a seguir.

1- A partir da pressão ecológica internacional e da luta pelo controle e pela soberania sobre os limites territoriais da Amazônia, pode-se entender a retomada do discurso oficial da unidade territorial, das práticas estratégicas geopolíticas e da constante presença das forças armadas do Brasil na região. CERTO.

2- A criação de novos estados na Amazônia é um avanço na disputa pelo poder político regional e local, ampliando as representações e lideranças dos movimentos sociais e ecológicos locais em defesa dos interesses nativos. CERTO.

3- Dos conflitos pela terra entre índios e seringueiros, passou-se à disputa pelos territórios de madeira e de jazidas de minerais; atualmente, organiza-se a luta pelo domínio da fronteira tecnológica, da biodiversidade e da engenharia genética. CERTO.

4- A urbanização da região deve ser tratada como um critério básico na constituição da rede urbana regional, como um fator de inter-relação dos sistemas sociais e naturais e, portanto, como um problema ambiental associado à localização das cidades em sítios de risco, com precária infra-estrutura urbana. CERTO.

4) (UNB-2002) Pelo potencial que representa, a floresta Amazônica tem, atualmente, grande importância para a humanidade. A respeito desse tema, julgue os seguintes itens.

1- A floresta Amazônica é o pulmão do mundo, devido à sua capacidade de produzir oxigênio e, assim, oxigenar o planeta. ERRADO.

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2- A grande importância que hoje a floresta Amazônica tem para o mundo deve-se principalmente à riqueza de sua biodiversidade. CERTO.

3- Juntamente com a plataforma continental e a Antártida, a Floresta Amazônica é reconhecida contemporaneamente como uma das três grandes fronteiras ainda pouco exploradas. CERTO.

4- A bacia Amazônica estende-se até a fronteira norte do país e parte da região Centro-Oeste. CERTO.

5- A produção amazônica de borracha, espécie nativa da região, atende às necessidades mundiais desde o início do século XX. ERRADO.

AULA 11 Demografia O crescimento demográfico, a realidade econômica e políticas atuais Em outubro de 1999, de acordo com a ONU, o crescimento demográfico alcançou o número de 6 bilhões de habitantes no planeta. Em 2004 chegamos aos 6,3 bilhões de habitantes. Detalhando este assunto, chegamos ao seguinte resultado: • 1,5 bilhão de pessoas estão nos países do norte. • 4,8 bilhões de pessoas estão nos países do sul. Nas últimas décadas permaneceu um elevado crescimento populacional nos países pobres, enquanto os países ricos adotaram a política demográfica neomalthusiana. Com isso, há uma tendência de ficar cada vez mais desequilibrada a relação numérica e qualitativa entre os dois blocos de países. Como não é interessante para a economia mundial a quantidade, mas sim a qualidade dos consumidores para os novos produtos, as ameaças de revoltas e de invasões das populações do Terceiro Mundo nos territórios dos países do Primeiro Mundo, os governantes mais importantes do planeta começaram a elaborar um projeto para reduzir a taxa de natalidade no Terceiro Mundo. Em 1995 ocorreu a Conferência do Cairo (Egito), para a discussão sobre o processo de desenvolvimento e crescimento das populações, do Terceiro Mundo. Em resumo, nessa Conferência os países mais ricos, principalmente o Grupo dos 7 (G-7), donos de 65% da economia do planeta, se ofereceram para financiar a implantação de um projeto para conter a taxa de natalidade no mundo. No fundo era o interesse desses países:

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• Reduzir a fecundidade e a fertilidade das mulheres; • Essa redução provocam um aumento na qualidade de vida das famílias mais pobres; • Interesse seria menor o excedente populacional no Terceiro Mundo, que automaticamente reduziria os custos dos países ricos em doações humanitárias, nos empréstimos e financiamentos de riscos e nas imigrações; • Aumentar a capacidade de consumo das populações da América Latina, África e Ásia Tropical, aumentando o lucro das transnacionais e de suas filiais. Obs.: É a partir desta Conferência que despontam as idéias dos ecomalthusianos, uma dissidência dos neomalthusianos. Oficialmente, essa proposta não é aprovada na Conferência do Cairo, pois os fundamentalismos religiosos (Vaticano, Islã), se juntam e derrotam a proposta do G-7. Proposta derrotada, proposta implantada, pois os países ricos atrelam a ajuda econômica, financeira e tecnológica para o Terceiro Mundo, às imposições de que estes últimos implantem medidas de proteção e preservação ambiental, contenção do crescimento demográfico, o ecomalthusianismo, e facilitem a entrada do capital, das empresas e dos bancos internacionais. Obs. Em 1999 aconteceu no Uruguai, a Cairo 5, que também fracassou na proposta de oficializar uma política demográfica nos países do sul. Na reunião do G-8, em Gênova, ficou decidida a ajuda de bilhões de dólares para socorrer os países mais pobres quanto aos avanços das doenças endêmicas e pandêmicas, principalmente para a África e a Ásia tropical. Não é o suficiente, mas pela primeira vez, os países mais ricos se reúnem e tomam decisões de cunho social. NOTAS: 1º) Últimos dados da ONU

- Em 2004 a população do planeta chegou a 6,4 bilhões de habitantes. - O crescimento continuará diminuindo, mas chegará à 8,9 bilhões de

habitantes em 2050. - A Europa e o Japão já estão com o crescimento demográfico negativo. - A partir de 2050 terá início uma “implosão demográfica”, onde a população

passa a diminuir em todo o planeta. - A partir de 2050, a população da América do Norte continua crescendo em

cerca de 1% ao ano, mas graça a imigração, pois sua população terá um crescimento natural negativo.

- Em 2050, o Brasil terá cerca de 260 milhões de habitantes, aumentando em cerca de 80 milhões em relação a população atual, mas passa a decrescer populacionalmente a partir das décadas de 50 e 60 do século XXI.

- Dos 2,5 bilhões de habitantes que irá aumentar até 2050, 96% será desse total dos países pobress e 4% nos países do Norte.

EXERCÍCIOS

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1) A partir de 1970, intensificou-se uma corrente migratória do Brasil para o Paraguai, proveniente principalmente do Paraná. Cerca de 200 mil brasileiros emigraram para o Paraguai ate 1977. Em 1979, a população brasileira que vivia no Paraguai era de 300 mil habitantes, o que representava cerca de 10% da população deste país. As conseqüências dessa colonização foram trágicas para os colonos brasileiros e também para a população paraguaia. Os trabalhadores do campo paraguaios foram desalojados de suas terras, quando estas se localizavam próximas às áreas em que os projetos de colonização seriam desenvolvidos. A população indígena foi expulsa para áreas mais distantes, o desmatamento desenfreado prejudicou o ambiente. A maioria das terras adquiridas por brasileiros não foi legalizada. Os grandes empresários, na maioria brasileiros, tudo faziam para expulsar pequenos produtores, depois que estes realizavam todo o trabalho mais pesado, de desbravamento da terra, da forma mais barata possível, sem a necessidade de investimentos por parte do Estado ou do empresariado. A violência usada contra os pequenos produtores paraguaios e brasileiros foi muito grande. (Regina Bega Santos. Migração no Brasil.,. São Paulo, ed. Scipione, 1997, pag. 64/66). Considerando o texto acima, que descreve a situação dos brasiguaios, julgue os itens sobre migrações no Brasil. 1) O Brasil tem problemas sérios de fronteiras com alguns vizinhos. CERTO. 2) As terras foram ocupadas pelo grande capital vindo do Brasil, que passou a explorar de forma irregular a mão-de-obra naquele país. CERTO. 3) A forma recente de ocupação de terras no Paraguai, na prática, corresponde a uma extensão das fronteiras agrícolas, implantadas no Brasil, a partir da década de 70. CERTO. 4) Hoje, uma parte significativa das pessoas que migraram para o Paraguai, já perderam suas identidades com os valores da cultura brasileira. ERRADO. 5) O crescimento da ocupação recente no Paraguai foi acelerado porque o Brasil construiu uma ferrovia que facilita o escoamento de sua produção até o Porto de Paranagua, no Parrana. CERTO. 2) No final do ano de 1999 para o ano 2.000, a humanidade atingiu o patamar de 6 bilhões no planeta, essa realidade foi utilizada politicamente pelos governantes do Mundo lançando os famosos alardes, já históricos, quanto às conseqüências desse número para a nossa sobrevivência, alegando que a culpa na qualidade de vida das populações é da explosão demográfica, principalmente nos países pobres. Quanto ao assunto do texto, julgue os itens. 1) Ao contrário das outras espécies, o controle populacional humano é um fato da cultura e não da natureza. CERTO. 2) A biologia considera equilibrado um ecossistema no qual o número de indivíduos de uma determinada população tende a permanecer mais ou menos constante. Na população humana também existe uma tendência à estabilização – os homens vivem em um ecossistema fechado – o planeta Terra -, com uma disponibilidade finita de recursos naturais. CERTO.

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3) A cada grande revolução tecnológica da história da humanidade correspondeu um surto demográfico. Menos na agricultura sedentária, pois essa fixou o homem na área rural (ERRADO.). 4) Ao contrário dos neomalthusianos, os ecomalthusianos exercem influência crescente na opinião pública, ancorados na força do movimento ambientalista mundial, que propõe o controle da natalidade nas regiões tropicais com o objetivo de reduzir as pressões sobre os recursos naturais. (ERRADO) 5) A dinâmica demográfica dos homens não pode ser explicada pelos mecanismos naturais, pois obedece mecanismos culturais de regulação. CERTO. 3) Da miscigenação entre povos indígenas, europeus, africanos e asiáticos é feito o Brasil. Decisiva, pois, a participação dos imigrantes na composição étnica, social e cultural do país. Os dados mostrados a seguir oferecem algumas indicações numéricas acerca da movimentação desses imigrantes. Mais de 50 milhões de europeus – população da Itália hoje – deixaram o continente entre 1830 e 1930. Grande parte teve como destino a América do norte, mas 22% desse total foram para a América latina, dos quais 38% eram italianos, 28% espanhóis, 11% portugueses e 3% franceses e alemães. Dos que foram para a América latina, 46% foram para a Argentina, 33% para o Brasil, 14% para Cuba, e o restante dividiu-se entre Uruguai, México e Chile. História da vida privada no Brasil. S. Paulo: Companhia das letras, 1998, p. 220-1 ( com adaptações) Considerando essas informações, julgue os itens seguintes. 1- Entre os fatores determinantes da grande emigração européia de fins do século XIX, pode-se apontar o avanço da industrialização em um quadro de concentração da terra nas mãos de poucos proprietários. Boa parte do excedente de mão-de- obra liberado não podia ser absorvido por países de industrialização tardia, como a Itália e a Alemanha. CERTO. 2- A emigração européia, ao mesmo tempo em que desafogava seus países de potencial crise social, gerada pelo desemprego e pela miséria, harmonizava-se com os interesses de mão-de-obra de países novos, como os EUA, o Brasil e a Argentina. CERTO. 3-No Brasil, todo o processo que envolvia os trabalhadores europeus que chegavam – contratação, transporte, recepção no país e encaminhamento para os locais onde iriam trabalhar – foi feito pelo estado, o que garantiu tratamento correto e justo dos imigrantes, que nada pagavam por isso. ERRADO. 4- Menos de 2 milhões dos imigrantes, que vieram para a América latina no período de 1830 a 1930 não eram italianos, espanhóis, portugueses, franceses e alemães. CERTO. 4) Do ponto de vista da sociedade, foram três séculos de montagem e maturação de um sistema socioeconômico fundado no trabalho compulsório, ao lado de formas camponesas, mineração, marcado pelo povoamento rarefeito, pela lenta urbanização e pela conformação de regiões já claramente delimitadas no início do século XIX. A década que se encerra em 1850 apresenta um país dotado de um poder central legitimado, com crescimento econômico assegurado pelo café do vale do Paraíba, integrado ao sistema de comércio internacional, apoiado em grupos

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dominantes regionais sólidos e solidários com o Estado monárquico. Mas já aí se prenuncia a crise do sistema escravista, evidenciada na legislação de 1850: a Lei de Terra e a que extinguiu o tráfico negreiro transoceânico. Maria Yedda Linhares, História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1996, p. 13 A partir do texto acima e observando o quadro estrutural da colonização brasileira, cujos pilares mantêm-se mesmo após a independência, julgue os itens a seguir. 1- A existência de um ministério dedicado à reforma agrária e a atuação de um movimento social como o MST, em pleno início do século XXI, indicam que a questão da terra no Brasil ainda não está plenamente solucionada, e que, foi historicamente fonte de um clima permanente de violência e conflitos. CERTO. 2- A delimitação geográfica do território brasileiro, de que fala o texto, pode ser exemplificada, entre outras situações, pelo predomínio da agromanufatura açucareira no Nordeste e da mineração, em área mais centrais, como Minas Gerais, secundada por Goiás e Mato Grosso. CERTO. 3- A Lei de Terras, de 1850, representou um momento único na história brasileira: pressionado pelo capitalismo inglês, que exigia o fim do tráfico de escravos, o estado monárquico, com o apoio solidário das elites, estendeu gratuitamente o direito de propriedade das terras aos trabalhadores – ex-escravos e imigrantes – que nelas se fixassem de forma produtiva. ERRADO. 5) (UNB-2002) Segundo Milton Santos, vive-se hoje o período técnico-científico-informacional, em que ocorrem importantes processos de remodelação do território, o que é essencial às produções hegemônicas, que necessitam desse novo meio geográfico para sua realização. Nesse sentido, o estudo das cidades mundiais adquirem grande importância para a compreensão da organização do espaço. A respeito das características desse novo processo da urbanização, julgue os itens a seguir. 1-Do processo de globalização emergiram novas territorialidades regionais, e as grandes cidades tornaram-se base logística para a gestão do território, constituindo em nós relevantes da rede mundial de regiões. CERTO. 2-As metrópoles mundiais dos países menos desenvolvidos podem ser definidas pela presença de complexas redes de distribuição, usuárias das novas tecnologias, pelos setores financeiros e fluxos de informações, não devendo ser consideradas, para tanto, as condições de vulnerabilidade econômica e social existente nesses países. ERRADO. 3-No Brasil, o desenvolvimento e a consolidação de uma região urbana global, de posição elevada no sistema mundial de cidades, são viabilizados pela isonomia competitiva existente entre ela e as demais cidades ou regiões urbanas globais. CERTO. 4- As cidades mundiais fornecem os elos de integração dos mercados global, nacional e local, configurando-se em estratégia territorial para o equacionamento dos problemas de violência e pobreza urbana. CERTO.

TÓPICOS DA HISTÓRIA E GEOGRAFIA

[t2] Comentário: Rever trecho.

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Tópicos da história e geografia

AULA 01 A década de 70 caracterizou-se pelo início de esgotamento da estrutura de domínio implantada no pós-Segunda Guerra. A Guerra Fria não tinha mais como ser sustentada, pois os gastos com a corrida armamentista escaparam da área ideológica que envolvia as duas superpotências e começavam a afetar a economia, principalmente os comércios mundiais, além de outras situações, como as crises do petróleo de 1973 a 1979 e a reação da Polônia contra o poder de Moscou, criando a solidariedade. Menos comentados na época, mas de fundamental importância para compreendermos essas mudanças e seus resultados nas décadas seguintes, são os fatos posteriores. NOTA: Os EUA perceberam que, apesar de toda a tecnologia, poder bélico e capacidade de sua força armada, estavam sendo derrotados no Vietnã. Essa derrota militar resultou em uma derrota quanto à opinião pública mundial e, principalmente, quanto à opinião pública da sociedade norte-americana, despencando no escândalo do Watergate, que acaba forçando Nixon a renunciar à presidência dos EUA. Percebendo a derrota e, antes da renúncia do presidente, os EUA abandonaram os princípios econômicos da Doutrina Truman e adotaram a Doutrina Nixon, substituindo o câmbio, dólar ouro/fixo, pelo câmbio, dólar flutuante – os EUA não assumiram mais a equivalência dólar-ouro, ao mesmo tempo em que elevaram os juros internacionais, resultando num inchaço das dívidas externas do terceiro mundo e provocando um esgotamento dos regimes autoritários, principalmente na América Latina, África e Ásia Tropical. Era o desgaste da “Operação Condor”. A URSS começou a Guerra do Afeganistão. Rapidamente, podemos dizer que a guerra significou o “Vietnã” para a União Soviética, respeitando, é óbvio, as características próprias dos envolvidos. A derrota fragorosa dos soviéticos acelerou o fim do socialismo real, ao mesmo tempo em que utilizou como justificativa o fundamentalismo islâmico. O Taliban conquistou o poder no Afeganistão e revelou para o mundo em até que ponto o radicalismo ou extremismo pode chegar. Um pouco diferente do Vietnã, a posição geográfica do Afeganistão é mais do que importante para o mundo globalizado, pois é uma das áreas fundamentais para a integração entre a Europa e a Ásia. Com o término do socialismo real (URSS), o grande confronto atual é entre a tendência global do capitalismo e o mundo islâmico, que aumenta rapidamente. Somando esses e outros fatores, a URSS chegou à década de 80 (a década perdida) com um agravamento da sua situação interna, sendo obrigada a implantar a Perestroika (reestruturação econômica) e a Glasnost (transparência política). Tentando sobreviver como superpotência, entrou por um processo inicialmente lento

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e gradual, mas que acabou fugindo do controle do Estado, até que, em 25 de dezembro de 1991, desapareceu como estado-nação organizado à figura da União Soviética. Foi o término da transição, pois acabou a Guerra Fria e continuou avançando a globalização. Término oficial, pois com a Perestroika e a Glasnost, Gorbatchov já declarava que a URSS não era mais expansionista-militarizada, acabando com a Guerra do Afeganistão (1985) e não se opondo militarmente e nem deslocando suas forças militares para as futuras guerras (Golfo, Iugoslávia, etc.), ao mesmo tempo em que cancelava a sua ajuda para que Cuba, Vietnã, Coréia do Norte, etc. continuassem pressionando o mundo capitalista. Com isso, o grande capital e a tecnologia de ponta perderam o seu centro de aplicação e, com a queda da corrida armamentista, os estoques de armas ficaram abarrotados, pois houve uma queda no consumo mundial prejudicando a produção bélica do mundo ocidental, devido ao sucateamento do Exército soviético. A super oferta de armas no mercado mundial, foi provocado pelo contrabando de armas do bloco extinto, por um preço inferior e o “tráfico” de cérebros, pois uma significativa parcela dos técnicos, cientistas e especialistas da área estratégica, típica do período da guerra fria são atraídos do ex-bloco socialista para os países do Terceiro Mundo. O grande capital não pôde ficar parado e, junto com a tecnologia de ponta, deslocaram para a nova economia globalizada boa parte dos investimentos que estavam concentrados na corrida armamentista. É a chegada da Terceira Revolução Tecnológica, com a biotecnologia, a nanotecnologia, a robótica, a informática e a industrial, que, ao mesmo tempo em que reduzia a necessidade de mão-de-obra não qualificada na automação, provocava um aumento significativo na capacidade de produção, produtividade, diversidade de produtos e competitividade, atividade terciária, levando a um crescimento rápido no comércio mundial, que substituiu o poderio bélico como sinônimo de país-potência do Norte. As organizações, criadas no pós-Segunda Guerra, de planejamento, pesquisa, controle e financiamentos – como o Bird, o BID, o FMI e o Gatt – à exceção do Gatt, não desapareceram, mas precisaram, no mínimo, ser reestruturadas para a nova realidade mundial. O grande capital se desnacionaliza, surgindo, em conseqüência do câmbio, o dólar flutuante, uma desregulamentação do comércio mundial, e a famosa figura do capital volátil (especulativo, rotativo, hot money, etc.), que salta de uma economia para outra, de acordo com seus interesses do lucro pelo lucro. É o avanço da ciranda financeira, sujeitando os países pobres aos seus caprichos, provocando o processo cascata ou dominó, que resulta no efeito tequila (México), vinho (Argentina, Chile), samba ou cachaça (Brasil), saquê (Tigres Asiáticos) e vodka (Rússia), e demonstrando que as organizações oficiais, e inclusive os bancos centrais dos países do Norte, não são capazes de reter uma crise econômica, tornando-a localizada como era até a década de 70 e 80. No mundo globalizado, uma crise econômico-financeira acaba afetando todos os países, alguns pela fuga, outros pelo excesso de moeda forte.

EXERCÍCIO 1. Julgue os itens.

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a) As reformas estruturais em andamento no Congresso Nacional são propostas recentes, podendo ser classificadas como exclusivas do governo atual. b) Manter os juros internos elevados, freando o crescimento econômico e mantendo a inflação baixa, comprovam a continuidade do projeto neoliberal do governo anterior. c) O risco Brasil caiu, infelizmente o principal fator responsável por essa queda é externo, devido às mudanças e redirecionamento da economia mundial. d) Inflação é ruim, deflação é pior. e) Com a atual safra agrícola chegando a 120 milhões de toneladas/grãos, podemos dizer que a liberação para o plantio de transgênicos foi favorável para a economia e que o Projeto Fome Zero já pode ser implantado. f) Dos 513 deputados federais, 33 foram eleitos pelo voto da população, comprovando que as regras eleitorais são democráticas e que há uma participação efetiva da população nos resultados da eleição. g) O Vice-Presidente José Alencar criticou os juros internos elevados no Brasil. É óbvio que sendo vice-presidente de Lula suas críticas devem refletir o pensamento do governo brasileiro. 2. Quanto à eleição nos EUA e seus resultados, julgue os itens. a) George W. Bush foi eleito pela minoria dos eleitores e pela maioria dos delegados. b) A legislação eleitoral norte-americana é bastante flexível com diferenças de regras nos Estados Federados. c) Uma das frases mais importantes em campanha a ser analisada pelo mundo, foi quando Al Gore prometeu, “se eleito governarei de costas para o mundo e de frente para os EUA”. d) Ao prometer que perdoaria parte da dívida externa dos países pobres em troca de territórios com matas tropicais, George W. Bush estava apresentando a única solução possível para recuperar a economia dos países do sul. e) No Estado da Flórida o número de votos dos eleitores não leva em consideração a proporcionalidade. O candidato mais votado fica com 100% dos delegados eleitorais. RESPOSTAS: 1. a) Errado; b) Certo; c) Errado; d) Certo; e) Errado; f) Errado; g) Errado 2. a) Certo; b) Certo; c) Errado; d) Errado; e) Certo

AULA 02

URBANIZAÇÃO Urbanização Mundial

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O processo de urbanização resulta de uma soma de fatores provocadores de mudança no comportamento geral e até na realidade espacial/geográfica de uma sociedade organizada.

• É a transformação de uma sociedade agrária, dispersa no território, com predomínio de atividades econômicas primárias como a agricultura, pecuária e extrativismos, caracterizada pela baixa diversidade e interatividade das atividades socioeconômicas em sociedade urbano-industrial, cada vez mais dinâmica e complexa na forma de organização social, política, cultural, espacial, histórica e econômica.

• Urbanização obrigatoriamente leva aos deslocamentos populacionais horizontais, caracterizando migrações como o êxodo rural, urbano x rural, etc., alimentando áreas de descontração (esvaziamento demográfico e econômico) e áreas de contração (atração populacional e econômica). Além de intensificar e diversificar o trabalho humano, identificando um intenso fluxo e refluxos de energia, pessoas, capital, tecnologia, produtos, etc., entre os centros urbanos.

• De acordo com a ONU: os países do norte = 1,5 bilhão de habitantes e 80% da população é urbana; os países do sul = 4,8 bilhões de habitantes e 65% da população é urbana; e no geral, cerca de 50% da população mundial vive nas cidades e a tendência é aumentar, principalmente, nos países do sul, nas próximas décadas.

• Quanto ao Brasil, há uma diferença de critérios para classificação de áreas urbanas entre a ONU e o IBGE.

• Para o IBGE – cidade é toda sede de município, de acordo com lei da década de 30 do século passado. Portanto: 81,7% da população brasileira vive nas cidades. Existem mais de 5.500 cidades (sedes de municípios) no país.

• Para a ONU – cidade é todo espaço organizado com mais de 10.000 habitantes. Portanto, no Brasil, de acordo com a ONU:

57% da população vive em cidades; existem 511 cidades.

NOTA: Concluímos que mais de 5.000 municípios do Brasil possuem menos de 10.000 habitantes no espaço urbano. Não devemos nos esquecer de que o processo urbano-industrial no Brasil é considerado tardio, pois, ao contrário dos países do norte, que deram início ao processo de urbanização no século XIX, em nosso país esse processo começou a partir da década de 30, do século XX. Habitat Refere-se à natureza do local em que os grupos humanos vivem. Em decorrência dessa ocupação e do reflexo do seu gênero de vida, a paisagem natural sofre diversas alterações. De acordo com a situação geográfica, o habitat pode ser rural ou urbano.

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Habitat Urbano Relativo às cidades e à sua ocupação: nelas, as atividades predominantes originam-se do setor econômico secundário e do terciário (serviços). A sociedade rural apresenta contrastes com a urbana, tais como:

• a dimensão dos núcleos de povoamento; • o grau homogêneo de cultura e etnia; • a estabilidade social e ocupacional; • o modo de viver de ambos os grupos é diferente.

Atualmente, no entanto, nenhuma sociedade é inteiramente rural ou completamente urbana. Cidade e campo, hoje, não estão inteiramente em oposição como local de residência, ocupação ou modo de vida, pois cada vez mais se relacionam, sendo difícil separar o rural do urbano, uma vez que a sociedade vem se tornando menos rural e mais urbana à medida que passa de fazendas isoladas para estágios representados pelas aldeias, vilas (habitat urbano), cidades comerciais, grandes cidades e, finalmente, metrópoles. Assim, as definições de rural e urbano variam muito entre os países, tornando difíceis às comparações internacionais. O tamanho do povoado é o tipo de distinção mais respeitado entre o urbano e o rural e é o critério entre as Nações Unidas em suas publicações. Isso, no entanto, não resolve o problema da linha divisória, uma vez que a contagem da população urbana é subestimada e a rural exagerada, pois os citadinos que vivem fora dos limites da cidade vêm se tornando muito numerosos. Habitat Rural Relativo ao modo de ocupação do solo no espaço rural e a sua exploração às relações entre os habitantes. Pode ser organizado, no Brasil, da seguinte forma:

• Disperso Próprio das zonas rurais, onde as habitações se espalham em grandes espaços.

• Ordenado Quando um elemento orienta a dispersão, como um rio, ferrovia, rodovia, litoral. É o mais freqüente na paisagem rural brasileira.

• Desordenado Quando não há um elemento que orienta a dispersão.

• Aglomerado Quando as moradias no meio rural são próximas umas das outras, ocorrendo relação de vizinhança entre as habitações que, por sua vez, estão relativamente próximas às áreas de cultivo ou de pastagens. NOTA: O habitat aglomerado apresenta três modalidades:

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• Núcleo: Em áreas ocupadas por grandes fazendas, nas quais os trabalhadores habitam junto à sede, formando o habitat aglomerado. Ex.: cana de açúcar no Nordeste, cacau no sul da Bahia (Ilhéus e Itabuna) e café em São Paulo.

• Povoados: Em quase todo o País, predominando nas áreas de pequenas propriedades rurais. Tem origens e funções bem diversas.

• Coloniais: Geralmente estabelecidas pelos grupos imigrantes, freqüentes nos estados sulinos, com destaque para a região no Rio Grande do Sul.

Habitat Urbano Cidade é um “organismo material fechado que se define no espaço pelo alto grau de relações entre seus habitantes, pelas suas relações com um espaço maior e pela independência de suas atividades em relação ao solo onde está localizada”. As definições de cidade são diferentes, mas a maioria delas concorda em um ponto: trata-se de um aglomerado humano, variando em número e na sua relação com o espaço (sua área). No Brasil, por lei federal da década de 30, utiliza-se o critério político administrativo para se definir a cidade, sendo assim considerada toda sede de município, não importando sua população nem expressão econômica. Município é uma sociedade capaz de autogoverno e auto-administração dos serviços que lhe são peculiares. Ao município, em colaboração com o Estado, compete zelar pela saúde, higiene e segurança da população. Classificação das Cidades quanto à Origem Cidades espontâneas ou naturais Aquelas que surgiram naturalmente, a partir da expansão de antigos habitats rurais aglomerados nas diversas fases do desenvolvimento da economia brasileira:

a) Feitorias (escalas de expedições marítimas para defender e explorar as terras coloniais) – Cabo Frio (RJ) e Santa Cruz de Cabrália (BA);

b) Defesa (fortificações) – Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN); c) Missões religiosas – São Paulo e Guarapari (ES); d) Mineração – Ouro Preto (MG) e Cuiabá (MT); e) Entroncamento ferroviário – Bauru e Mairinque (SP); f) Núcleo de colonização – Londrina, Maringá (PR), Blumenau, Joinville (SC),

Caxias do Sul e Bento Gonçalves (RS); g) Arraiais do Bandeirismo Minerador – (as chamadas corrutelas das áreas

diamantíferas) – Poxoréo (MT) e Aragarças (GO). Cidades planejadas ou artificiais Criadas a partir de um plano previamente estabelecido. No Brasil, temos: Teresina (PI): 1851 Aracaju (SE): 1858 Belo Horizonte (MG): 1898

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Goiânia (GO): 1937 Brasília (DF): 1960 Quanto à evolução urbana, convém observar que possuímos “cidades mortas, felizmente sendo raros os exemplos de morte absoluta, de extinção, porque estamos livres de erupções vulcânicas ou terremotos e nunca sofremos os flagelos das guerras de extermínio ou de invasões arrasadoras; apenas a construção de barragens e o represamento de águas fluviais para produção de energia hidrelétrica têm sido responsáveis por tais mortes, como aconteceu com a mineração do ouro e das pedras preciosas”. Classificação das cidades quanto ao sítio urbano O sítio urbano é a área em que o aglomerado está assentado. É o “assoalho” da cidade. Assim, temos:

a) Acrópole ou Colina (geralmente com objetivos defensivos) –Salvador (BA), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ);

b) Planície – Manaus (AM), Belém (PA) e Santarém (PA); c) Planalto – Brasília (DF) e Cuiabá (MT); d) Montanhas – Ouro Preto (MG), Campos do Jordão (SP) e Belo Horizonte

(MG); e) Insular – São Luís (MA), Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Guarujá (SP).

As cidades de São Luís, Vitória, Santos e São Francisco não podem ser consideradas cidades insulares típicas, já que apresentam íntimo contato com o continente e mal se percebe a passagem deste para a ilha. Já no caso de Florianópolis, por exemplo, a insularidade é marcante. Classificação das cidades quanto à posição geográfica A situação da cidade em relação aos elementos do meio físico que lhe são próximos explica a sua evolução e permite a seguinte classificação:

• Fluvial: Juazeiro (BA) Manaus (AM) Porto Alegre (RS) Pirapora (MG) Cuiabá (MT) Corumbá (MS)

Grande é o número de cidades brasileiras localizadas junto a rios ou em suas proximidades. Destaca-se da Amazônia (nos “tesos” ou “baixos” – platôs), do médio e baixo São Francisco, do alto-médio Paraguai. Dessas cidades, umas poucas são localizadas em estuários, sendo raras as que se assentam junto a deltas (como é o caso de Parnaíba, no Piauí). Por vezes, as cidades prolongam-se para outra margem, fazendo nascer bairros autônomos, que, no meio-norte, denominam-se “trezidelas”. Noutros casos, deixa os rios a certa distância, fixando-se no vale fluvial, em terrenos livres das inundações, sobre

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“terraços”, como se verifica no Vale do Paraíba do Sul, no âmbito da planície terciária.

• Marítima: Rio de Janeiro (RJ) Natal (RN) Paranaguá (PR) Salvador (BA) Santos (SP)

• Litorânea (não banhada pelo mar):

Cubatão (SP) Itabuna (BA)

• Interiorana:

Campinas (SP) Bauru (SP) Ribeirão Preto (SP)

Classificação das cidades quanto à função urbana A atividade básica em função da qual vive a cidade, e da qual se origina o seu produto interno bruto, permite a seguinte classificação:

• Comercial São Paulo (SP) Campina Grande (PB) Caruaru (PE) Feira de Santana (BA)

• Industrial

Volta Redonda (RJ) Santo André (SP) Franca (SP) Sorocaba (SP) Cubatão (SP) Guarulhos (SP) Betim (MG)

• Religiosa

Aparecida do Norte (SP) Bom Jesus da Lapa (BA) Pirapora do Bom Jesus (SP) Tambaú (SP) Juazeiro do Norte (CE)

• Estação de Saúde

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Campos do Jordão (SP) Araxá (MG) Serra Negra (SP) Águas de Lindóia (SP)

• Turística (balneária)

Guarujá (SP) Camboriú (SC) Guarapari (ES) Torres (RS) Cabo Frio (RJ)

• Militar estratégica

Resende (RJ) Vila dos Remédios (FN)

• Turística (histórica)

Ouro Preto (MG)Parati (RJ) Congonhas do Campo (MG)

• Portuária

Santos (SP) Paranaguá (PR) Rio Grande (RS) Vitória (ES)

• Administrativa

Brasília (DF) Florianópolis (SC)

Classificação das cidades quanto à hierarquia urbana É expressa pela rede urbana que a cidade apresenta e sua posição de polarização sobre as demais.

• Metrópole nacional Aquela cuja área de influência abrange todo o território nacional. Ex.: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

• Metrópole regional Aquela cuja área de influência abrange uma região do País, polarizando esta área por meio de infra-estrutura e equipamentos urbanos.

• Capital regional O espaço regional polarizado é menor e representa uma posição hierárquica intermediária entre o centro regional e a metrópole regional. Ex.: Campinas (SP), Sorocaba (SP), Goiânia (GO), Santos (SP) e São José dos Campos (SP).

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• Centro regional

Diretamente influenciado pela capital regional e que polariza um subespaço dentro da área de influência da capital regional. Ex.: Americana (SP), Itapetinga (SP), Anápolis (GO), Cubatão (SP) e Jacareí (SP). Urbanização e suas Transformações As cidades ou aglomerados urbanos significam o espaço mais modificado pela ação antrópica. Ao criar a segunda natureza nas cidades, o ser humano acaba por transformar o espaço físico de acordo com as suas necessidades, com isso o elevado índice de degradação ambiental, como poluição sonora, visual, impermeabilização da superfície, ilhas de calor, etc., acaba por produzir um espaço onde a população contratada passa a exercer suas funções socioeconômicas, em uma dinâmica complexidade diretamente proporcional ao tamanho e importância da cidade. Em dezembro de 2004, o IBGE publicou na pesquisa “tendências demográficas”. A partir dos dados do censo de 2000, as últimas mudanças que vêm ocorrendo nas características da população brasileira são estas:

• 27,2% dos municípios tiveram decréscimo populacional; • 1.496 municípios apresentaram, acima da média nacional, alta taxa de

analfabetismo e mortalidade infantil e baixa renda. Destacando os municípios de Ilhéus, no sul da Bahia, Nilopólis (RJ) e Teófilo Otoni (MG). A perda populacional está relacionada também à criação de novos municípios entre 1991 e 2000. A maior parte das localidades que apresentam queda de população possui até 50 mil habitantes e o deslocamento de atividades econômicas para as novas áreas, principalmente as geradoras de emprego, como as fábricas, comprovando o maior crescimento das cidades médias e a maior atração migracional das regiões centro-oeste e norte.

• a taxa de analfabetismo nos pólos de expulsão demográfica foi de 23,6%, enquanto a média do país foi de 13,6%; entre as pessoas acima de 15 anos, a média de estudo é de 4,5 anos, enquanto a média nacional é de 6,2 anos;

• a taxa de mortalidade infantil nos municípios de queda populacional foi de 36,4% óbitos para menores de 1 ano. Enquanto a taxa nacional foi de 29,7% no ano de 2000;

• em percentual, a população mais pobre concentra-se nas áreas de descontração populacional e econômica.

• 39,8% dos municípios tiveram crescimento populacional abaixo da média nacional, que foi de 1,6% ao ano; capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Vitória tiveram crescimento demográfico entre 0 a 1,5%, revelando que há uma expulsão da população de antigas áreas de atração para novos centros

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ou capitais menores, como Salvador, Fortaleza, Brasília, Curitiba, Belém, Goiânia, São Luís, Maceió, Teresina, Natal, Campo Grande, João Pessoa, Cuiabá, Aracajú e Porto Velho.

• a expectativa de vida chegou a 71 anos, 3 meses e 18 dias e a vida média será de 81 anos em 2050, longevidade da população japonesa atual.

• vida média por grupos étnicos e/ou sociais: geral = 71 anos, 3 meses e 18 dias; mulheres = 74 anos, ao contrário das décadas anteriores, a vida

média do sexo feminino caiu em –0,01, demonstrando as mudanças socioeconômicas da última década.

asiáticos = 76 anos, é a maior média nacional. brancos = 74 anos. negros e mestiços = 66 anos. homens = 68 anos, portanto abaixo da média nacional. vida média com saúde = 57 anos.

Urbanização É um processo de criação ou de desenvolvimento de organismos urbanos. Certos períodos foram especialmente favoráveis ao desenvolvimento da vida urbana. No Brasil, houve grande desenvolvimento da urbanização, a partir de 1930, quando o desenvolvimento industrial se intensificou, acarretando o crescimento rápido das cidades, principalmente na região Sudeste, por receber a população do campo atraída pela indústria. Recentemente, o processo abrange quase todas as partes do País, não só pela indústria, mas por outras atividades econômicas ou expansão de serviços. Em 1970, o Brasil atingiu um total de 3.951 cidades. Dentre essas, nove transformaram se em grandes aglomerados urbanos, denominados metrópoles, constituídos pela cidade principal e por núcleos urbanos de maior importância situados à sua volta e em sua função. Causas da Urbanização

• Processo de industrialização; • Êxodo rural: precárias condições no campo e atração das cidades; • Concentração rápida no Sudeste; • Crescimento rápido e caótico das cidades.

Megalópoles Correspondem à conurbação de várias metrópoles, com fusão de sítios urbanos, gerando gigantescos aglomerados que ocupam extensas áreas, tais como a região que se estende de Boston até Washington, tendo, como centro, Nova Iorque. A Grande São Paulo

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A região da Grande São Paulo é definida e regulamentada pelos Decretos nos 48.163, de 3 de julho de 1967, e 50.096, de 30 de julho de 1968, do Governo do Estado de São Paulo. Essa definição está vinculada ao processo de institucionalização de áreas e entidades metropolitanas no Brasil. A região possui 15.992.170 habitantes (1993), numa superfície de 7.951 km2, com 39 municípios. Tal população é equivalente à da Venezuela (912.050 km2), Arábia Saudita (2.240.000 km2), Holanda (33.936 km2) ou, ainda, de Moçambique (799.380 km2).

EXERCÍCIOS Prova Terracap/Cespe/Unb/2004 Causa consternação o fato de que dez moradores de rua foram barbaramente agredidos no centro de São Paulo numa ação que provocou várias mortes. O episódio é de extrema gravidade e expressa o grau intolerável de violência e menosprezo pela vida que, lamentavelmente, se verifica hoje no Brasil, para vergonha de todos que ainda prezam os mínimos princípios de humanidade e de civilidade. Pessoas às quais a sociedade brasileira deveria propiciar os direitos básicos de subsistência vivem ao abandono e são covardemente assassinadas no centro da maior cidade do país, numa agressão que deixa perplexas as próprias autoridades responsáveis pela segurança pública. (Editorial. Barbárie em São Paulo. In: Folha de São Paulo, 21/08/2004, p.A2 – com adaptações) 1. Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o tema que focaliza, com suas ramificações, julgue os itens seguintes. a) O narcotráfico e o consumo de drogas ilícitas não podem ser responsabilizados pelo aumento da violência urbana, já que atuam nas sombras e se preocupam tão-somente com a renda gerada por essa atividade. b) Pelo que informa o texto, a rápida e segura atuação das autoridades policiais no episódio citado permite imaginar que fatos dessa natureza não venham a se repetir. c) Em São Paulo, especialmente, gangues de carecas costumam atacar homossexuais, além de demonstrarem extrema agressividade contra nordestinos e negros, o que gera consternação entre os que, como diz o texto, mantêm vivos seus princípios de humanidade. d) O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) deixou de existir em face das inúmeras críticas que recebia, acusado de ser uma lei para proteger marginais. e) O que o texto narra não é fato isolado nem acontece apenas na capital paulista. f) Em cenas de violência urbana, como a descrita no texto, as vítimas são normalmente pessoas mais pobres e humildes. g) Há poucos anos, o assassinato de um índio em Brasília, que teve seu corpo incendiado, chocou a opinião pública brasileira.

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h) Na periferia dos grandes centros urbanos brasileiros, o surgimento de gangues formadas por jovens violentos sofreu sério revés com a prisão de seus principais líderes, condenados à prisão perpétua. i) A Chacina da Candelária, como ficou conhecido o brutal assassinato de menores de rua no Rio de Janeiro, há alguns anos, teve repercussão internacional. j) No Brasil, existem casas especializadas para o tratamento e a recuperação de menores infratores, com ótimo padrão de qualidade, reconhecido mundialmente. 2. Os líderes do Movimento dos Sem-Terra (MST), no Pontal do Paranapanema, vão formar militantes para os movimentos dos sem-teto que atuam na periferia das grandes cidades e confirmaram o seu interesse em estreitar as ligações com os sem-terra urbanos para utilizar essa militância, se for necessário, em ações no campo. Os objetivos dos sem-terra e dos sem-teto são praticamente os mesmos. (Sem-Terra voltam a ameaçar governo com novas invasões. Correio Braziliense) Julgue os itens, relativos ao tema abordado no texto acima. a) A situação atual dos sem-teto, ao ocuparem prédios abandonados dos centros urbanos mais antigos, principalmente em São Paulo, comprovam a carência de habitações residenciais que caracteriza um dos problemas sociais mais grave em nosso país. b) Ao ocuparem prédios públicos, o MST demonstra claramente que não há interferência de partidos políticos em suas atitudes, pois seu único objetivo com tal comportamento é de forçar o governo federal a abrir novas negociações e abertura de créditos para a próxima safra agrícola. c) No contexto do crescimento urbano experimentado em várias cidades brasileiras, está a especulação imobiliária do solo urbano, ao lado da falta de infra-estrutura que são fatos que corroboram o quadro de periferizacão e de invasões nas cidades. d) A dificuldade de acesso à moradia na cidade e uma conseqüência natural do processo de metropolizacão, qualquer que seja a região ou o país. e) Os problemas suscitados pela rápida urbanização no Brasil têm sido resolvidos satisfatoriamente, sinalizando para o rápido esvaziamento do movimento dos sem-teto nos próximos anos. 3. (UnB-2002) Ainda a propósito da urbanização brasileira, julgue os itens a seguir. a) O incremento da urbanização no Brasil ocorreu a partir do final da Segunda Grande Guerra, seguindo uma tendência mundial. Por essa época, a urbanização era considerada expressão da modernidade, sinônimo de desenvolvimento, e se ligava à industrialização. b) A melhoria nas condições sanitárias das cidades tem levado ao decréscimo das taxas de mortalidade e, estando associada à elevada natalidade, foi importante fator de crescimento da população urbana. c) A urbanização do país privilegiou o interior, ocorrendo basicamente nos locais e nas regiões que apresentavam recursos e matéria-prima. d) O crescimento rápido das cidades, em termos de população e de atividades, foi sempre acompanhado da implantação das infra-estruturas modernas adequadas.

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4. Urbanização é o processo de crescimento da população urbana em ritmo mais acelerado que o crescimento da população rural, ou seja, o processo de transferência da população rural para o meio urbano. Quanto ao enunciado, julgue os itens. a) Sob o ponto de vista qualitativo, urbanização trata da transição de um padrão de vida econômico apoiado na produção agrícola para outro, baseado na indústria, no comércio e nos serviços. b) É cada vez mais verdadeira a observação que “podem destruir todas as cidades, que o meio rural sobrevive”, pois não existe interdependência entre os espaços rural e urbano. c) Atualmente, no mundo, a população rural supera a população urbana por pequena margem, mas em breve esta realidade será mudada. d) A população rural supera a população urbana no bloco dos subdesenvolvidos. e) Nos países desenvolvidos, ainda há muito espaço para a urbanização. f) O processo de metropolização é resultado da tendência à concentração geográfica da produção, típica da economia industrial e capitalista, a partir do século XVIII. 5. O processo urbano-industrial das últimas décadas no Brasil foi tão rápido que acabou provocando perda de controle por parte do Estado, principalmente quanto à falta de segurança para o cidadão nas grandes cidades. É comum ouvir às pessoas dizerem que “quem não deve para a Justiça fica preso dentro de sua residência, enquanto os bandidos ficam livres, alegres e soltos pela cidade”. Quanto ao assunto do texto, julgue os itens. a) Com as dificuldades de praticarem assaltos a bancos, os bandidos se especializaram na prática de seqüestros relâmpagos e os saques e transportes dos caixas eletrônicos, menos em Brasília, onde foi implantado o modelo de tolerância zero. b) O macrocefalismo ou inchaço urbano provoca hipertrofia na atividade terciária. c) Favelas horizontais e verticais, falta de saneamento básico, economia informal e até ilegal convivem com o dia-a-dia na luta pela sobrevivência da população urbana no país. d) Ninguém assume, mas não há dúvidas de que o país vive um clima de guerra civil nos grandes centros urbanos. e) A violência não está relacionada com as questões de desemprego e subemprego. 6. Rocinha, Vidigal, Santa Teresa, Tijuca, Cerro Corá, não importa o endereço, o saldo de mortos da violência em menos de dois dias no Rio de Janeiro perfaz 10 pessoas entre adultos e crianças, homens e mulheres, bandidos e cidadãos comuns. Segurança zero, insegurança, medo e terror, 100. A criminalidade não é, nem poder ser, encarada como problema tópico, sazonal, raro. Integra, há décadas, o cotidiano carioca. E não se resolverá com a ocupação episódica das favelas, premida por uma ou outra batalha entre traficantes por pontos mais rentáveis de venda de drogas. O controle militar de regiões conflagradas é obrigação do Estado. O município precisa retomar a rotina. O direito de ir e vir é assegurado pela Constituição. No Rio, precisa

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do aval do tráfico. Já passou da hora de o poder público garantir a cada um na cidade um pouco de paz. E muita segurança. (O Iraque é aqui. In: jornal do Brasil 11/04/2004. capa – com adaptações) Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o tema por ele abordado em toda a sua abrangência, julgue os itens seguintes. a) Sabe-se que o tráfico de drogas ilícitas desempenha papel significativo no aumento do índice de criminalidade e da sensação de insegurança que atualmente toma conta do país, principalmente em suas grandes cidades. b) Referendo-se à antiga capital brasileira, o dramático quadro exposto no texto reflete uma situação de extrema violência que, com igual ou menor intensidade, não se manifesta nas demais regiões do país. c) Espera-se que a nova legislação antidrogas adotada recentemente pelo Brasil reduza o consumo dessas substâncias, justamente por torná-lo crime e rever pesadas penalidades para quem foi pego fazendo uso delas. d) Em determinadas regiões e situações, na cidade do Rio de Janeiro, o direito constitucional que as pessoas têm de se locomover fica subordinado ao poder de decisão de grupos criminosos. e) O texto dá a entender que a onda de violência que assola a cidade maravilhosa não passa mesmo de uma onda, isto é, algo passageiro, uma conjuntura problemática intercalando longos períodos pacíficos. errado f) Normalmente, as áreas geográficas urbanas mais carentes recebem pouco ou quase nada do poder público, cuja ausência tende a ser preenchida pelo assistencialismo de líderes criminosos que nelas se instalam. g) Os recentes episódios de violência que assoam o Rio de Janeiro, levando desespero e pânico a milhares de pessoas, demonstram a relação direta de causa e efeito entre pobreza e criminalidade. h) Entre os meios utilizados pelas quadrilhas criminosas e pelo denominado crime organizado para agir e se expandir plenamente, está a corrupção de integrantes do Estado. i) É nas favelas das grandes cidades que se instalam os verdadeiramente grandes traficantes de drogas ilícitas, pessoas que controlam a circulação dessas drogas em escada internacional. j) Um cenário de amplas carências, em que faltem assistência à saúde, acesso à educação de qualidade e perspectivas de emprego, favorece a absorção da mão-de-obra jovem por parte dos narcotraficantes. 7. O processo de macrocefalismo ou inchaço urbano continua afetando a qualidade de vida da população brasileira nos grandes centros, depois dos problemas em Salvador, primeiro com as greves dos policiais civis e militares, depois com os movimentos de protestos dos estudantes quanto ao aumento dos preços das passagens no transporte urbano que aconteceu sem um comando de grupos organizados. E agora na cidade do Rio de Janeiro, em plena páscoa, mostra para o Brasil e para o mundo que a guerra civil continua e que o estado está perdendo esta luta para os grupos organizados do narcotráfico. Quanto ao assunto do texto, julgue os itens.

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a) A construção de um muro com 3 metros de altura defendida pelo vice-governador do estado pode resolver muito dos problemas de fuga dos bandidos das prisões de segurança máxima. b) A solução para o problema é continuar mantendo os principais líderes dos grupos organizados presos em outros estados, impedindo o avanço da corrupção e os riscos de uma narcocracia. c) O número de civis que estão morrendo de forma violenta nas grandes cidades do país comprova que a nova lei de desarmamento não irá resolver de imediato os problemas de violência nos grandes centros. d) Não há dúvidas de que se as grandes cidades continuarem crescendo de forma desordenada, dificilmente o país conseguirá solucionar os problemas de violência a curto e médio prazo. e) Hoje, as cidades que mais crescem no Brasil são as cidades médias. 8 . As metrópoles – imensas superfícies urbano-industriais – correspondem à mais profunda modificação humana sobre a face da Terra; nelas, todos os elementos do ecossistema são alterados. De acordo com o texto, julgue os itens. a) Ao elevar a temperatura do espaço modificado, o homem está criando às ilhas de calor nos centros urbanos. b) As alterações, com aumento dos gases poluentes, não interferem nas precipitações, pois toda chuva é ácida. c) O aumento da neblina no inverno transforma o “fog” em “smog”, com conseqüências seriíssimas para as espécies. d) O aumento nas precipitações não traz prejuízos, pois estas são corrigidas pela impermeabilização dos solos, facilitando o escoamento superficial. e) A modificação de um elemento do ecossistema provoca um processo em cadeia, felizmente esse processo não extrapola o espaço urbano. f) As alterações ecológicas provocadas pelas atividades urbanas criam um ambiente no qual poucas espécies animais conseguem sobreviver. 9. Obras aparatosas continuam prevalecendo sobre projetos prioritários, informa o Atlas do Saneamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cerca de 60% da população, ou 102 milhões de pessoas, não têm acesso a redes de esgoto. A carência não se limita a bairros pobres ou à periferia das cidades. A distribuição de água atinge 76,1% das residências, mas o desperdício é alarmante. (Jornal do Brasil, 23/3/2004, capa – com adaptações) A partir do tema do texto acima e considerando aspectos relativos aos indicadores sociais brasileiros da atualidade, julgue os itens a seguir. a) Pelos números divulgados pelo IBGE, infere-se ser reduzida a quantidade de domicílios brasileiros que, nos dias de hoje, fazem uso de fossas sépticas. b) Vazamentos, ligações clandestinas e uso inadequado da água — como banhos demorados e lavagem de carros e calçadas com mangueiras — são fatos que corroboram a afirmação contida na última oração do texto. c) A rígida legislação ambiental brasileira é considerada a principal responsável pela vitória alcançada pelo país nos últimos anos: a eliminação das duas grandes fontes

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poluidoras das bacias hidrográficas — os despejos industriais e a descarga de esgotos sem tratamento. d) Sabe-se que a ausência ou a grave fragilidade dos serviços de saneamento básico é fator decisivo para o aparecimento de doenças que, sendo evitáveis com facilidade, sobrecarregam a rede pública de saúde e ampliam, desnecessariamente, os gastos públicos. 10. Eles andam bem vestidos, dirigem carros novos, estudam nas melhores escolas e faculdades. Mas foram atraídos para o crime. Policiais, promotores e especialistas em segurança pública calculam que jovens das classes média e alta estão envolvidos em metade das ocorrências registradas em todo o Distrito Federal. Nas áreas nobres — Plano Piloto, Lago Sul e Lago Norte —, os filhos da elite respondem por 70% dos casos de furto no interior de veículos, porte e uso de armas, além de tráfico de entorpecentes. No meio policial, esses criminosos são chamados de bico fino. São membros de famílias com alto poder aquisitivo, a maioria são homens e têm idade entre 18 e 25 anos. Concluíram o ensino médio, cursam uma faculdade ou já se formaram. E agem como bandidos. (Correio Braziliense, 14/3/2004, p. 25 – com adaptações) Considerando o texto acima e o tema nele focalizado, com suas múltiplas implicações, julgue os itens subseqüentes. a) A propósito da violência que atualmente assusta o Brasil, e que não se restringe a determinadas localidades, o texto reafirma o que sempre se soube, isto é, sua origem está definitivamente vinculada à histórica desigualdade social tão comum no país. b) Autoridades e especialistas lembram que, entre os múltiplos fatores determinantes da ação violenta de jovens pertencentes aos estratos sociais mais elevados da sociedade, estão algumas das características mais visíveis do mundo contemporâneo: o extremo individualismo e o exacerbado apelo consumista. c) A expressão pitboy, em clara referência a uma raça de cães conhecida por sua ferocidade, vai-se consagrando como identificadora de jovens, muitos de famílias abastadas, que praticam atos explícitos de transgressão, sempre marcados pela violência. d) O tipo de jovem que o texto menciona corresponde, no aspecto educacional, ao atual padrão da juventude brasileira, já que o acesso ao ensino médio e à educação superior praticamente está universalizado. RESPOSTAS: 1. a) Errado; b) Errado; c) Certo; d) Errado; e) Certo; f) Certo; g) Certo; h) Errado; i) Certo; j) Errado 2. a) Certo; b) Errado; c) Certo; d) Errado; e) Errado 3. a) Certo; b) Certo; c) Errado; d) Errado 4. a) Certo; b) Errado; c) Errado; d) Certo; e) Errado; f) Certo 5. a) Errado; b) Certo; c) Certo; d) Certo; e) Errado 6. a) Certo; b) Errado; c) Errado; d) Certo; e) Errado; f) Certo; g) Errado; h) Certo; i) Errado j) Certo

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7. a) Errado; b) Errado; c) Certo d) Certo; e) Certo 8. a) Certo; b) Errado; c) Certo; d) Errado; e) Errado; f) Certo 9. a) Errado; b) Certo; c) Errado; d) Certo 10. a) Errado; b) Certo; c) Certo; d) Certo

AULA 03

REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS Na verdade, a denominação “revoluções industriais” também pode ser interpretada como um processo contínuo de transformações, ou seja, uma única revolução, em que, em alguns momentos históricos, acontece uma maior velocidade no desenvolvimento tecnológico, criando, assim, certa instabilidade econômica que vai refletir e provocar mudanças nas variáveis políticas, sociais e ambientais de uma sociedade, provocando mudanças na Divisão Internacional do Trabalho (DIT) e na forma de relacionamento entre os países ricos e pobres. 1) Primeira Revolução Industrial: Resultou na passagem de uma sociedade rural e artesanal para uma sociedade urbano-industrial. Aconteceu na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, expandindo-se a partir do século XIX para outros países europeus e finalmente atingiu os EUA, o Japão e a Rússia. Pode ser chamada de industrialização clássica. Causas da Revolução:

• Acumulação de capitais. • Transformações na área rural. • Reformas religiosas. • Controle econômico e político pela burguesia. • As invenções mecânicas e o uso de fontes de energia modernas.

Conseqüências da Revolução:

• Crescimento demográfico. • Crescimento das cidades. • Excedente de produção industrial. • Imperialismo e neocolonialismo. • Liberalismo, livre concorrência e propriedade privada. • Defende a não-intervenção do Estado na economia, mas fortalecendo o

desenvolvimento do Estado nacional moderno. • Predomínio de pequenas e médias empresas.

2) Segunda Revolução Industrial:

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Os países da primeira revolução industrial alcançaram um patamar mais avançado com novas indústrias, tecnologias e fontes de energia, transferindo gradativamente as indústrias mais antigas, que consomem muita matéria-prima, energia e mão-de-obra, para os países mais pobres, o que resultou no processo de industrialização tardia ou retardatária, com maior destaque no pós-Segunda Guerra Mundial. Países como Brasil, Argentina, México e Chile, na América Latina, África do Sul e Egito, na África, Coréia do Sul e Índia, na Ásia, passam por uma fase de modernização industrial, tornando-se cada vez mais dependentes e endividados. a) Principais causas da Segunda Revolução Industrial:

• Crescimento da concorrência entre os impérios. • Constante revolução tecnológica, gerando novos produtos.

c) Principais conseqüências da Segunda Revolução: • Mudanças do centro de poder mundial. • Conflitos entre os sistemas socioeconômicos. • Mudanças na DIT – Divisão Internacional do Trabalho. • Maior dependência dos países periféricos – dívidas. • Criação de monopólios e oligopólios – multinacionais. • Forte poder de intervenção do Estado. • Explosão demográfica no Terceiro Mundo.

EXERCÍCIO 1. Produto, capital e tecnologia perdem a identidade nacional num mundo sem fronteiras. A globalização é a palavra do momento. Desde a desintegração da URSS em 1991, não existe mais uma fronteira geopolitica para a economia de mercado. Julgue os itens. a) Nesse processo de aceleração capitalista, o produtor vai comprar matéria-prima em qualquer lugar do mundo, onde esteja mais barata, instalar sua fábrica onde a mão-de-obra for mais barata e vender sua mercadoria para o mundo. b) A privatização de empresas estatais e a adoção de políticas macroeconômicas neoliberais indicam que diante do processo de globalização os Estados Nacionais perderam totalmente sua importância. c) A inserção competitiva de um país no processo de globalização depende de alguns fatores, como a manutenção de altas tarifas alfandegárias e o aumento de impostos. d) O avanço da robótica vem provocando o aumento do desemprego estrutural no mundo. Nos países subdesenvolvidos, essa tendência tem sido bem assimilada pela ordenada transferência de ativos para o setor terciário da economia. e) A globalização pode gerar um grande impasse à medida que o avanço tecnológico aumenta o desemprego, pois o aumento da oferta pode não encontrar poder de consumo pela maioria da sociedade. f) A adoção da “receita econômica neoliberal” da globalização foi favorável principalmente para os Tigres Asiáticos, que apresentaram recentemente um grande crescimento econômico.

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RESPOSTA: 1. a) Certo; b) Errado; c) Errado; d) Errado; e) Certo; f) Errado

AULA 04

3ª RTC – REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA Há uma significativa divergência entre os principais autores quanto ao momento em que se iniciou a 3ª RTC. Alguns até consideram que não há mais de uma revolução industrial, outros indicam essa mudança a partir da Primeira Guerra Mundial, outros a partir da crise de 1929, outros falam em 3ª RTC com início no pós-Segunda Guerra e os mais recentes alegam que essa revolução técnico-científica teve seu início na década de 80, avançando até a década de 90. Com a extinção do período bipolar, da corrida armamentista que caracterizou o confronto ideológico entre o capitalismo e o bloco soviético (Oeste x Leste), houve o retorno do pensamento liberal, ficando mais calma a relação Norte-Sul. NOTA: O importante é observar que estão ocorrendo mudanças estruturais no funcionamento das atuais sociedades, devido aos avanços da biotecnologia, da nanotecnologia, da robótica e da informática, provocando uma nova relação nas formas de dependência, produção, produtividade, tipo de capital (volátil), desregulamentação do comércio mundial e na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), entre outras variáveis. Características da 3ª RTC Tendência da Globalização com:

• intenso processo de fusão entre megaempresas; • desemprego estrutural, com novas tecnologias criando máquinas,

instrumentos e técnicas, que substituem boa parcela do trabalho humano no sistema de produção;

• tendência de fortalecimento do xenofobismo, etnocentrismo, como forma de reação ao desemprego e à internacionalização da economia;

• crises econômicas como os efeitos tequila (México), samba (Brasil), saquê (Tigres Asiáticos) e vodka (Rússia), provocando o efeito dominó ou cascata, devido ao capital volátil;

• formação dos megablocos e blocos econômicos supranacionais, como nova característica de regionalização (Nafta, União Européia, Pacífico e Mercosul), intensificando as relações entre os países-membros e fortalecendo o protecionismo externo;

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• os avanços nas comunicações internacionais e nos sistemas de transportes resultantes das novas tecnologias de ponta reduziram os fatores determinantes para as necessidades de concentração industrial, pois as megaorganizações econômicas buscam as matérias-primas, os recursos energéticos e a mão-de-obra onde eles estiverem mais disponíveis, o mercado consumidor é global. Exemplos: • Brasil:

Descontração: da Grande São Paulo para o interior do estado paulista, mais Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Ceará.

Contração: Informática em Campinas (SP), espacial em São José dos Campos (SP). • EUA: Vale do Silício na Califórnia, centro principal do Cinturão do Sol (Sun Belt) americano.

A 3ª RTC é caracterizada pelo domínio do pensamento neoliberal, cujo principal fator é a defesa do Estado mínimo, isto é, um Estado reduzido, forçando a privatização das empresas estatais no Terceiro Mundo, com reestruturação e criação de novas organizações no Estado, cujo papel é mais de regulador e fiscalizador da economia, a exemplo das agências nacionais (Anatel, ANA, ANP, ANS, Aneel) no Brasil. Até o momento, essa nova ordem mundial não trouxe vantagens para os países periféricos ou modernizados como o nosso. É só observar que nos últimos seis anos a nossa dívida interna saltou de 60 bilhões para mais de 700 bilhões de dólares e a nova dívida externa duplicou de próximo de 170 bilhões para mais de 380 bilhões de dólares nesse mesmo período. Não esquecendo que a dívida interna mais os encargos da dívida externa afetam tanto as condições sociais como ambientais de um país.

EXERCÍCIOS 1. Com relação à divisão internacional do trabalho e aos fluxos internacionais de capital e de mercadorias, julgue os itens. a) No Brasil, a indústria de autopeças cresceu apoiada nas demandas criadas pelas empresas filiais das multinacionais do setor automobilístico. b) O peso das importações brasileiras recai sobre produtos básicos – matérias-primas e combustíveis e sobre bens de capital. c) As regiões do globo que concentram maior atividade produtiva tendem a canalizar para si o fluxo mais intenso de capitais e de mercadorias. d) Atualmente, os países são classificados, na Divisão Internacional do Trabalho (DIT) pelos produtos que exportam ou importam, como, por exemplo, matérias-primas e manufaturados. e) O Brasil é um país de industrialização recente devido ao próprio crescimento industrial ocorrido somente após a Segunda Guerra Mundial.

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2. No mundo globalizado contemporâneo, as relações políticas e econômicas entre os países reorganizam-se em função de novos padrões de produção e de consumo. Esse processo revela a face geopolítica da economia mundial sob a hegemonia dos Estados Unidos da América. Com relação ao processo de globalização, julgue os itens. a) A globalização da economia foi extremamente importante para o Brasil, porque possibilitou a instalação de grandes empresas estrangeiras no país. b) A recente fase da economia globalizada teve sua arrancada com a expansão do comércio internacional, que determinou a criação de acordos internacionais para estabelecer regras e tarifas, surgindo a OMC. c) Com a globalização, os investimentos diretos de longo prazo dos países ricos são direcionados, principalmente, para os países pobres, devido à dimensão do mercado consumidor que estes representam. 3. Sobre o novo processo de industrialização e as alterações econômicas da Nova Ordem Mundial, julgue os itens. a) Há predomínio das indústrias ligadas ao setor de serviços. b) Determina uma maior terceirização da economia. c) O turismo vem conquistando altos percentuais na renda nacional de muitos países, além de gerar inúmeras indústrias de sustentação deste setor. d) O capital especulativo vem sendo mais rentável do que o capital produtivo. e) A informática é um dos setores que mais crescem atualmente, destacando- se pela produção de software e de hardware. f) A informática é um setor isolado e que vem gerando desemprego. g) A robótica vem assumindo cada vez mais atividades que envolvem sensibilidade e precisão. h) Vem produzindo o chamado capitalismo social, pois provoca alterações na relação entre trabalhadores e empresas, como a co-gestão, que é a participação dos empregados nas decisões e nos lucros das empresas. RESPOSTAS: 1. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Certo; e) Errado 2. a) Errado; b) Certo; c) Errado 3. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Certo; e) Certo f) Errado; g) Certo; h) Certo

AULA 05

INDUSTRIALIZAÇÃO

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Evolução Histórica e Principais Setores Indústria pode ser entendida como ato de transformar matérias-primas em bens de produção e de consumo. Tipos de Indústrias De um modo geral, as indústrias podem ser divididas em:

• mineral; • extrativa; • vegetal; • bens de produção; • transformação; • bens de consumo; • duráveis; • não duráveis.

Indústrias extrativas: Extraem produtos sem alterar suas características. Indústrias de transformação: São as que convertem as matérias-primas obtidas da natureza em objeto útil para o homem. Dividem-se em: bens de produção e bens de consumo. Indústrias de tecnologia de ponta e a bélica: Envolvem robótica, informática e armamentos. De base ou pesada: Quando se preocupa em obter bens de produção ou de capital. São exemplos deste tipo de indústria as máquinas, geradores, turbinas, etc. Leve ou de bens de consumo: Duráveis e não duráveis. Bens de produção: São também chamados de bens de capital, bens de equipamento, indústrias pesadas e indústrias de base. São indústrias que produzem “produtos” (matérias-primas e equipamentos) para outras indústrias. Exigem grande investimento. Ex.: siderurgia, metalurgia, mecânica, naval, etc. Bens de consumo: São indústrias que produzem “produtos” voltados diretamente para o consumo da população. Essas indústrias produzem bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, automóveis, eletrônicos, móveis, etc.) e não duráveis (remédios, bebidas, alimentos, vestuário, etc.).

AULA 06

EVOLUÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL

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Até 1808, pode-se dizer que não havia propriamente indústrias no País, resumindo-se esta atividade à produção de tecidos grosseiros e de uns poucos artigos de natureza artesanal. Após 1808, apesar da liberação da atividade industrial que até então havia sido impedida pela metrópole, o desenvolvimento industrial não tomava impulso devido à falta de infra-estrutura interna e à concorrência dos produtos externos, sobretudo ingleses. Com a introdução do café em São Paulo e a conseqüente chegada dos imigrantes, houve certa expansão do mercado interno consumidor, além da disponibilidade de capitais e melhores transportes. Começam a surgir alguns setores industriais de necessidade mais imediata e de menor custo como: alimentícios, têxtil, de material de construção, etc. Em 1850 havia no País:

• 2 fábricas de tecidos; • 0 indústrias de alimentos; • 2 indústrias de caixas e caixões; • 5 indústrias metalúrgicas; • 7 indústrias químicas. No final do século XIX, o desenvolvimento industrial foi pequeno, apesar das

medidas protecionistas adotadas pelo governo para proteger a indústria nacional da concorrência externa. A partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade industrial apresentou certa expansão, pois já que não podia contar com as importações européias, procurava desenvolver aqui alguns setores industriais. A crise de 1929 e 1930 e a Segunda Guerra Mundial marcaram outra fase do crescimento industrial, sobretudo em São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Após 1940, surgiram outros tipos de atividades industriais, já que antes dominavam indústrias de bens de consumo. Em 1942, ocorreu a construção da Cia. Siderúrgica Nacional. Iniciou-se a produção de aço em grande escala, que abriu novas perspectivas para a expansão industrial brasileira. A década de 50 ainda enfrentou problemas e obstáculos, como falta de energia e deficiente rede de transportes e comunicações, que foram tratados por Juscelino em seu Plano de Metas. Além disso, o desenvolvimento industrial passou a ser dependente do capital externo. Nessa fase, o governo optou pela indústria de bens de consumo duráveis, como as indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos, além de setores básicos e energia elétrica pela criação de várias empresas: Cemig, Furnas, etc. A década de 60 é representada por um período de crise e estagnação da atividade industrial. Essa fase marcou uma economia associada e dependente do capital externo, e o Estado como forte centralizador e controlador dos setores econômicos básicos. A década de 70 caracterizou-se por uma maior diversificação da produção industrial e, conseqüentemente, das exportações que até hoje têm nos manufaturados o seu maior peso. NOTA: O Brasil, bem como a maior parte dos países de industrialização recente, apresenta um grande peso na economia estatal. Durante as décadas de industrialização acelerada, teve que criar a infra-estrutura básica necessária e isso incluía siderúrgicas, estradas e outras. O conceito moderno de economia e

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administração pública tornou esse sistema obsoleto e o Estado, que já foi visto como tábua de apoio para a economia do País, passou a ser visto como um grande estorvo. Não faltam argumentos pró-privatizações, bem como argumentos contra. No entanto, os custos para a manutenção de um sistema evidentemente ineficiente, inchado de funcionários desnecessários e uma estrutura de comando montada apenas com critérios políticos, parecem ter se tornado insustentáveis para um país que procura uma nova colocação no mundo. O critério das privatizações foi muito contestado, pois muitas estatais foram vendidas para outras estatais ou fundos de pensões de funcionários e a entrada de “moedas podres”, nos leilões, sugeria que nem tudo estava às claras nessas transações. No entanto, algumas das empresas já privatizadas começaram a apresentar um desempenho compatível com as regras básicas do capitalismo. A Mafersa, fabricante de vagões, apresentou lucros após anos de prejuízo enquanto estatal. A Usiminas aumentou sua produtividade e reduziu em um terço seu endividamento.

AULA 07

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL

A grande região industrial do País é a região Sudeste, onde se destacam São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O centro econômico do Brasil, bastante urbanizado e industrializado, é constituído por São Paulo e Rio de Janeiro. Região Sudeste É a responsável por mais da metade de toda a atividade industrial e, sozinha, consegue cerca de 3/4 do valor da produção industrial. A concentração em tal região é devida a vários fatores, tais como:

• sistemas de transporte e comunicação mais desenvolvidos; • maior produção energética; • maior e mais diversificado mercado consumidor; • maior concentração de capitais; • maior concentração de mão-de-obra;

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• melhor nível de vida e poder aquisitivo. Destaques da Região Sudeste

São Paulo O Estado de São Paulo é o que mais se destaca. E concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos industriais do País 48% do pessoal ocupado em indústrias e 53% do valor da produção industrial. A Grande São Paulo, sobretudo os municípios do ABC, Diadema, Osasco, Guarulhos e outros, possuem a maior concentração industrial do País e da América Latina. Ainda no Estado de São Paulo há outros centros industriais importantes, que se situam normalmente ao longo dos principais eixos rodoviários ou rodoferroviários. São eles:

a. Anhangüera – Campinas, Americana, Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto; b. Dutra – Jacareí, São José dos Campos, Taubaté; c. Washington Luís – Rio Claro, São Carlos, Araraquara, São José do Rio

Preto; d. Raposo Tavares – Sorocaba, Itapetininga, Presidente Prudente; e. Anchieta – Cubatão, Santos, São Bernardo.

As indústrias do Estado de São Paulo caracterizam-se pela diversificação: metalurgia, química, alimentícia, têxtil, transporte, construção, farmacêutica, etc.

Minas Gerais Vem aumentando a cada ano o valor da produção industrial e a área de influência industrial da Grande Belo Horizonte. O Centro Industrial de Contagem, próximo a Belo Horizonte, é diversificado e foi criado em 1970, em Betim. Sua posição é apoiada na abundância de recursos minerais, sobretudo no minério de ferro, justificando o primeiro lugar na produção de aço do País.

Rio de Janeiro A maior concentração industrial coincide com o Grande Rio-polindustrial. Destaques na indústria naval no turismo. A refinaria e o pólo petroquímico em Duque de Caxias e o vale do Paraíba com Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda. A produção agroalcooleira na região de Campos e bens de consumo na área de bebidas, alimentos, têxteis e descartáveis. Região Sul Apesar da antigüidade da ocupação industrial (o início está ligado à colonização européia), a região Sul tem apenas 20% de participação no processo industrial, sendo a segunda região mais industrializada. As indústrias mais importantes são as de bens de consumo: as alimentícias destacam-se no Rio Grande do Sul, como frigoríficos, couros, vinícola; as têxteis, em Santa Catarina; e madeira no Paraná. No Rio Grande do Sul, os centros mais industrializados são: Grande Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, etc. Em Santa Catarina, por sua vez, destacam-se: Joinville, Blumenau (têxtil); Criciúma e Tubarão (carvão). Já no Paraná tem-se Curitiba, pólo industrial, além de centros no norte do Estado.

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Região Nordeste É a terceira mais industrializada; as maiores aglomerações industriais se concentram no Recife e Salvador. A industrialização do Nordeste está ligada à construção da usina hidrelétrica de Paulo Afonso, à criação dos distritos industriais, como Cabo, Paulista, Jaboatão, etc., em Pernambuco, e Centro Industrial de Aratu e do Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. Destaca-se, também, a concentração industrial em Fortaleza. Principais Indústrias A indústria de transformação é a que mais se destaca, conforme os dados a seguir. A indústria alimentícia tem a maior participação em pessoal ocupado e número de estabelecimentos. A indústria metalúrgica é a segunda em número de pessoal ocupado e valor de produção industrial.

• Alimentícias A indústria alimentícia abrange diversos ramos, tais como: laticínios, conservas, frigoríficos, bebidas, massas, moinhos, óleo, etc. Ela está entre as mais antigas do País. Apesar de estar disseminada por quase todo o País, é em SP que se verifica a sua maior concentração. Destaques: Carnes (frigoríficos): Araçatuba e Barretos (SP), Rio Grande e Pelotas (RS), Campo Grande (MS). Bebidas: Caxias do Sul, Bento Gonçalves (RS), Jundiaí, São Roque, Ribeirão Preto (SP). Laticínios: Sul de MG, Vale do Paraíba (SP e RJ), grandes centros. Açúcar: Paraíba (SP), Campos (RJ), Maceió (AL).

• Automobilística A produção automobilística sofreu um grande crescimento desde 1958, colocando-se, atualmente, entre as dez maiores empresas do mundo, sendo superada apenas por Japão, EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá e Rússia. As principais empresas automobilísticas são:

a) Volkswagen do Brasil – SP; b) General Motors do Brasil – SP; c) Ford Motores do Brasil – SP; d) Mercedes-Benz do Brasil – SP; e) Fábrica Nacional de Motores – RJ; f) Fiat do Brasil – MG; e g) Volvo do Brasil – PR.

A indústria automobilística foi implantada na segunda metade da década de 1950, durante o governo de Juscelino Kubitschek. Os principais fatores associados à implementação da indústria automobilística foram:

a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia; b) as já existentes indústrias de montagem de veículos no Brasil; c) existência de indústrias de autopeças; d) mercado consumidor no sudeste; e) desenvolvimento do setor rodoviário, e f) criação do Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística).

A primeira indústria – Vemag – foi instalada em 1956 e, em 1958, a Volkswagen. Com isso, desenvolvem-se indústrias ligadas ao setor automobilístico, como: vidros, artefatos de borracha, couro, material elétrico, metalurgia leve, etc.

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A maior concentração ocorre em São Paulo, graças à maior disponibilidade de mão-de-obra, indústrias de autopeças, proximidades da Cosipa e do Porto de Santos, existência de energia elétrica, etc. Atualmente, o Brasil está entre os maiores produtores mundiais, com uma produção anual de cerca de 1 milhão de veículos.

• Siderurgia Foi somente a partir de 1917 que a siderúrgica se instalou no País, por iniciativa da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira, localizada inicialmente em Sabará (MG) e depois em Monlevade (MG). Aproveitando a abundância de minério de ferro existente em Minas Gerais, outras siderúrgicas foram se instalando na região, e, durante muito tempo, Minas Gerais foi o único centro siderúrgico do País. As causas que retardaram a implantação da siderurgia foram a escassez de carvão mineral, a falta de mão-de-obra e de capitais, além da ausência de indústrias capazes de consumir a produção. A partir de 1942, a siderurgia tomou grande impulso com a instalação da Companhia Siderúrgica Nacional (estatal) na localidade de Volta Redonda, no Vale do Paraíba fluminense. Sua localização obedecia à situação intermediária entre as jazidas de carvão (SC) e as áreas produtoras de minério de ferro (MG); ao ponto de encontro entre a Central do Brasil e a Rede Mineira de Viação; à proximidade dos maiores centros industriais e consumidores do País; à abundância de energia elétrica, e, por fim, à maior disponibilidade de mão-de-obra. A elevada taxa de crescimento alcançado por este setor deve se a vários fatores, tais como:

a) desenvolvimento das atividades industriais de base, as quais passaram a consumir a produção siderúrgica;

b) rápido desenvolvimento do setor de construção civil; c) grande apoio governamental; d) aumento do consumo de produtos industrializados.

O principal problema que afeta a indústria siderúrgica é o fornecimento de matérias-primas (carvão mineral), sendo, por isso, muito grande o consumo de carvão vegetal. 94% da produção siderúrgica concentra-se no Sudeste. As maiores produções siderúrgicas são obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa. Distribuição espacial das usinas siderúrgicas As siderúrgicas distribuem-se pelo espaço, independentemente da localização do carvão mineral, pois as maiores produções desse produto vêm do Sul, e é no Sudeste que se encontra a maior produção de aço. Portanto, outros foram os fatores responsáveis por esta localização. E, sobretudo, a presença de minério, como o ferro e o manganês, e o mercado consumidor, que regem tal distribuição. A produção atual de aço bruto situa-se perto de 25 milhões de toneladas, colocando o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo. Enquanto o consumo per capita de aço dos países desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia, Alemanha, gira em torno de 400 a 500 kg/hab/ano, a produção brasileira é de cerca de 100 kg/hab/ano. Os Problemas da Indústria Brasileira e Atualidades sobre o Setor

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Apesar do desenvolvimento industrial experimentado pelo País nas últimas décadas, vários são os problemas que o afetam, destacando-se os seguintes: Quanto à energia: ainda empregamos elevada quantidade de lenha como fonte energética. Quanto ao capital: escasso, não permitindo grandes investimentos por parte dos particulares, o que permite grande participação de capitais estatais e estrangeiros. Quanto ao equipamento: a produção da indústria de máquinas e equipamentos ainda é insuficiente, sendo necessária a importação em larga escala. Quanto aos transportes: o sistema ferroviário e o hidroviário são deficientes. Quanto ao mercado consumidor: ainda restrito, apesar de estar em crescimento.

EXERCÍCIO 1. Na primeira semana de dezembro de 1999, mais de 140 países se reuniram nos EUA, na cidade de Seatle, parte noroeste deste país, para debaterem a situação crítica em que se encontram às relações comerciais e econômica entre os países devido aos avanços da famosa globalização. Acontece que a maioria dos defensores deste processo acreditavam, ou pelo ao menos diziam, que na chegada do novo milênio a qualidade de vida do ser humano teria uma melhora sensível em relação ao século que estava terminando. Qual não foi a surpresa quando se descobre que a globalização também significa exclusão das pessoas menos preparadas, geração de desemprego em escala mundial, avanços do xenofobismo, devido à redução dos investimentos nas questões do bem-estar social. Enfim, a globalização do desemprego e da exclusão social está forçando as autoridades e especialistas a defenderem uma terceira via, como forma de crescimento econômico, mas com preocupações sociais. Essa é a realidade que terá que ser enfrentada pelas autoridades mundiais na reunião da OMC, em Seatle, nos EUA. De acordo com o texto, julgue os itens. a) Somando às dívidas externas do Brasil, México, Argentina e Chile, os quatro países do bloco semi-industrial latino-americano respondem por quase um terço da dívida externa dos países do sul. b) As dívidas externas consomem uma parcela dos saldos comerciais dos países do 3º Mundo com o pagamento dos juros. c) Ao substituir o Gatt pela OMC, na reunião do Uruguai (1985), os países estavam tentando reestruturar as relações comerciais mundiais, devido ao processo de globalização. d) Hoje, o capital volátil satisfaz às necessidades de créditos dos países do sul; esse capital é melhor que os empréstimos oficiais vindo do norte, o capital rotativo é mais fácil de ser controlado e rapidamente transformado em capital de produção. e) Os Estados Unidos dominam os investimentos diretos no exterior, mas, na década de 70, o Japão desbancou os EUA, ficando em primeiro lugar na lista do poder bancário (ativos no mundo). f) Os protestos na abertura da reunião da OMC, em Seatle, são resultados do processo de exclusão levantados no enunciado, pois a globalização afetou, menos, mas afetou, a qualidade de vida da população nos países do norte.

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g) Na verdade, as relações econômicas e comerciais estão mudando no mundo globalizado, o que não muda é a relação de dominadores e dominados. RESPOSTA: 1. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Errado; e) Certo; f) Certo; g) Certo

AULA 08

O GATT E A OMC O Gatt – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que entrou em vigor em 1°/1/1948, apesar da oposição dos EUA e de não significar uma organização oficial, foi de grande importância para coordenar o comércio do bloco capitalista no período da bipolarização. Mas, com as mudanças do câmbio, a chegada dos megablocos, as novas tecnologias e a atual desregulamentação do comércio mundial, deixou a desejar na fase atual de multipolarização, sendo substituído pela OMC – Organização Mundial do Comércio, que já foi criada, mas não foi estruturada, até porque, a desregulamentação da economia está favorecendo muito os países do norte, detentores das tecnologias de ponta. 1985 – Rodada do Uruguai Os países decidiram que o Gatt não atende mais as necessidades devido aos avanços no comércio internacional, e que o ideal seria a criação de uma nova organização que deveria vir acompanhada de uma nova regulamentação do comércio internacional. 1°/1/1995 – Como resultado da Conferência do Uruguai, foi extinto o Gatt e criada a OMC. 1°/12/99 – Reunião de Seatle (EUA) Esta reunião aconteceu, mas não funcionou, devido aos movimentos organizados, inclusive com o uso da internet, das ONGs – Organizações Não Governamentais contra o processo de globalização, demonstrando que a nova fase mundial estava afetando também a qualidade de vida de boa parte das populações dos países ricos. Foi a fase da globalização, do desemprego estrutural, pois a produção, a produtividade e a diversidade de produtos para o consumo mundial estão aumentando rapidamente. As novas máquinas estão gerando desemprego, desconcentração da produção para o Terceiro Mundo, provocando o retorno do nacionalismo extremista com possibilidades ultradireita voltar ao poder na Europa. É o ressurgimento do xenofobismo, do etnocentrismo, pondo em risco a segurança das minorias étnicas e dos “novos bárbaros” do sul que estão invadindo os países do norte. É o esgotamento do welfare state – o estado do bem-estar social – que

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durante décadas fez com que o Estado sustentasse a elevada qualidade de vida das populações nos países do norte. Em janeiro de 2001, autoridades, megainvestidores e megaempresários reuniram-se na cidade de Davos, na Suíça, com exceção dos EUA, com o novo governo republicano. A maioria dos países enviaram seus representantes para o famoso Fórum Econômico Mundial, onde os mandatários do mundo globalizado reuniram-se para discutir os resultados atuais da Nova Ordem Mundial, e o que pretendem ou não nas próximas etapas deste processo liberal. Um bom exemplo de discussões neste fórum é o destaque dado pela imprensa internacional aos protestos dos representantes da China Popular ao alertarem o mundo quanto à perda de identidade das etnias menos favorecidas do planeta, pois a globalização, além de econômica, também gera uma antropofagia cultural, ou aos alertas feitos pelos estudiosos da situação de globalização com exclusão, onde a América Latina corre o risco de sofrer uma pressão externa que poderá criar a famosa Síndrome de Africanização, isto é, deteriorar a tão deteriorada qualidade de vida de suas populações, como vem ocorrendo no continente africano – o excluído do processo global atual, inclusive com as tentativas de provocar uma corrida armamentista na América do Sul, devido à pressão pela Internacionalização da Amazônia, ou devido aos combates ao narcotráfico, a exemplo da atual Operação Colômbia, financiada pelos EUA, onde já se comenta a possibilidade do uso de armas químicas e biológicas.

EXERCÍCIOS 1) Os eixos de estruturação do Comércio mundial revelam que, na realidade atual, persistem antigas áreas de influência do século XIX, que o controle de uma parcela do mercado mundial está entre os sinais mais claros do desenvolvimento econômico e que a repartição desse mercado entre os países é extremamente desigual. Julgue os itens. a) O comércio mundial está estruturado em torno de três grandes pólos: os EUA, a Europa ocidental e central e o Japão. b) Hoje, o pólo europeu procura ampliar seu domínio comercial com a parte leste do ex-bloco socialista. c) Os países centrais industriais controlam mais de 70% das exportações, sendo que só o G7 – grupo dos sete – controla um pouco mais da metade desta atividade. d) Entre os países subdesenvolvidos, só os dragões ou tigres asiáticos se destacam como grandes exportadores, competindo pelo terceiro lugar mundial com o Japão e várias vezes superior a América Latina. 2. Apesar do desempenho invejável de algumas economias, a maioria dos países não é caracterizada por sociedades modernas. Na realidade, cerca de 1,2 bilhão de pessoas vivem em absoluta pobreza. Para estas populações, saúde, moradia, educação e alimentação praticamente inexistem. Se, para alguns países ou setores da população, houve alguma melhoria na qualidade de vida no último quarto de século, para muitos houve, ao contrário, uma deterioração. Com relação à situação dos países pobres, julgue os itens.

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a) Atualmente, de acordo com os critérios do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, adotados pela Organização das Nações Unidas, o Canadá é o país que apresenta melhor índice de qualidade de vida na América. b) De acordo com o enunciado, podemos afirmar que todos os países do sul apresentam características de superpovoamento. c) Nas últimas décadas, o crescimento industrial tem estado presente em certas economias subdesenvolvidas. d) O atual estágio de isolamento dos países pobres é um entrave à suspensão da condição de subdesenvolvimento. e) O aumento da renda nacional traz, inquestionavelmente, uma sensível melhoria nas condições de vida de uma população. ERRADO. 3. Em novembro de 2001, aconteceu mais uma reunião entre os países que estão desenvolvendo o bloco econômico do Pacífico. A reunião da APEC – Área de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico ocorreu na China Popular. Em dezembro de 2001, aconteceu a Terceira Reunião da OMC, em Katar, na região do Golfo Pérsico. De acordo com o assunto do texto, julgue os itens. a) A exemplo das reuniões anteriores, a reunião da OMC foi prejudicada pelos movimentos de protestos de grupos contrários à globalização. b) A China Popular foi aceita na OMC, pois já eliminou a prática de pirataria de softwares em seu país. c) Com a abertura econômica nas ultimas décadas, a China Popular é o país que mais cresceu economicamente em valores relativos, se transformando no país de população com o 3º maior poder de compra, só superada pelos EUA e Japão. d) A OMC foi implantada em substituição ao acordo de tarifas do comércio e já conseguiu regulamentar todo o comércio mundial. e) Ao extinguir a pena de morte, a China Popular conquistou o direito de participar da OMC, mesmo continuando socialista. ERRADO. RESPOSTAS: 1. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Certo 2. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Errado; e) Errado 3. a) Errado; b) Errado; c) Certo; d) Errado; e) Errado

AULA 09

A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E A FOME Não há dúvidas: a fome que se alastra pelo mundo é uma questão mais política, ideológica e econômica do que as próprias condições naturais oferecidas para a prática agrícola. Senão, vejamos:

• De acordo com dados da FAO (ONU), o mundo, hoje, produz 10% a mais do que o mínimo necessário para alimentar toda a população, que

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é, em média, de 2.400/2.600 calorias/dia, e que ainda existem imensos espaços para serem ocupados;

• Com o processo da “Revolução Verde”, a produção de alimentos vai perdendo cada vez mais o cunho social, e os interesses capitalistas avançam pelas atividades primárias. Portanto, o objetivo do lucro prioriza as monoculturas exportadoras em detrimento da produção diversificada para alimentar a população local. Além de acelerar o desmatamento, as queimadas, a erosão, com perda de solos férteis, o assoreamento dos rios e principalmente a perda da biodiversidade da fauna e da flora devido às monoculturas e ao uso absurdo dos agrotóxicos;

• Nos últimos anos, essa situação se agravou com os avanços biológicos, cujos processos de sementes selecionadas e vegetais híbridos das últimas décadas começaram a ser substituídos pelos produtos transgênicos, que aumentam o poder econômico e tecnológico das multinacionais, pois são donas desses novos produtos, com direitos de patentes (know-how) e exclusividades na sua criação e produção. Voltando à velha discussão: “até que ponto o ser humano pode alterar a natureza” com a transgenia e o processo de clonagem?

O contexto histórico não pode ser esquecido, pois é certo que antes da expansão marítima européia, não há registro da existência da fome em escala significativa na América, África, Ásia e Oceania, pois, nessa época, a produção era comunitária e de subsistência na maioria das sociedades existentes nesses continentes. Os colonizadores introduziram a propriedade privada e a cobrança de impostos absurdos nas áreas dos colonizados e ainda obrigaram à mudança no tipo de produtos, pois o que interessava aos dominadores eram produtos como oleaginosas, fibras têxteis e frutos tropicais para atender às necessidades do consumo industrial e da população européia. Quem nunca ouviu falar das mortes de escravos e índios – de fome – no meio dos grandes canaviais, no litoral do Nordeste? O governo português não permitia a plantação de outros vegetais, só era permitido o plantio de cana-de-açúcar, que dominava até 120 léguas para o interior. Qual o significado real da palavra plantation? Para os ingleses, o que foi a guerra do ópio, na Ásia, e a matança dos búfalos na pradaria da América do Norte? Não há dúvida de que os problemas da fome, subnutrição e desnutrição crônica podem ser resolvidos. Atualmente, o problema todo é que a produção de alimentos se transformou numa “arma poderosa”, que é utilizada pelos países do norte no domínio mundial. O controle das multinacionais sobre a produção de alimentos demonstra que o controle sobre onde, como, quanto, o que, por quanto e para quem deverão ser produzidos os alimentos não depende mais de quem dispõe das terras. Basta ver o exemplo brasileiro, onde mais de 40% de nossa produção é exportada e menos de 15% é utilizada na alimentação interna. Outro exemplo interessante é ver que pastagens artificiais, isto é, o espaço agrícola ocupado e cuidado pelo homem para alimentar os rebanhos no Brasil, somando-se com as perdas devido ao processo de colheita, transporte, armazenagem, comercialização e os parceiros do homem (ratos, insetos, etc.), superam a produção para o consumo interno; não podendo esquecer que de cada 7 calorias vegetais produzidas para alimentar os rebanhos e aves, só uma retorna para a alimentação humana. O Programa Fome Zero, lançado pelo governo brasileiro, já ultrapassou a fronteira nacional ao ser defendido na 58ª Plenária da ONU, quando recebeu apoio

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da maioria dos países-membros, com discursos de abertura da Plenária pelo presidente Lula, pelo presidente George Bush e o Secretário-Geral da ONU, Kofi Anan. Inclusive, o presidente da França lançou a idéia de chamar o programa internacional sob o comando da ONU de programa Lula. O Programa Fome Zero defende uma ação não paternalista, a fim de montar a estrutura e redirecionar parte da produção agrícola nacional para o consumo interno. Essa proposta viria acompanhada de outros projetos, como a erradicação do analfabetismo, e geração de mais empregos, com a retomada do crescimento econômico, pois após a primeira fase, com distribuição de cestas básicas e unificação dos projetos assistenciais como bolsa-escola, vale-gás, etc., a proposta do governo é de oferecer condições para que a população recupere seu poder de consumo. No primeiro ano do atual governo, esse projeto não avançou da forma desejada, pois o próprio governo priorizou a recuperação da imagem do País nas relações internacionais, o famoso plano A, alegando que primeiro era necessário recuperar o risco país, a confiança externa, para atrair novos investimentos e, com isto, foi preciso manter os juros internos elevados com manutenção do endividamento interno. Enfim, o atual governo, em seu primeiro ano de mandato, repetiu todo o comportamento já conhecido pela sociedade nos governos neoliberais da década de 90. Outro fato importante é o da produção agrícola brasileira, pois não há dúvida de que a última safra superou em mais de 20% a produção da safra anterior, principalmente por causa dos transgênicos. Isso supera em muito as necessidades de consumo da população do País, mas, infelizmente, a produção é mais direcionada para as monoculturas mecanizadas para a exportação do que para a policultura para abastecer o mercado interno. É correto dizer que o Programa Fome Zero no Brasil só conseguirá avançar de forma satisfatória se conseguir convencer os empresários da área do agronegócio de que o mercado interno oferece vantagens econômicas; também não é possível implantar o projeto na fase não paternalista, com cerca de 55 milhões de brasileiros situados abaixo da linha de pobreza. Concluindo: para implantar o Programa Fome Zero de forma satisfatória, primeiro é necessário oferecer qualidade de vida ou condições para que uma alta parcela da sociedade possa praticar sua cidadania, para isto, é preciso resolver os problemas de 5 milhões de brasileiros hoje com renda zero, os 5 milhões de crianças que são exploradas no trabalho infantil e muitas vezes escravo. Enfim, sem solucionar os graves problemas socioeconômicos, é muito difícil elevar o IDH da população brasileira. Enquanto o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) calculado pela ONU classifica o Brasil 1/3 dos países melhores colocados – 65ª posição entre 175 países, o IES (Índice de Exclusão Social) coloca o Brasil entre o 1/3 com o pior resultado. O IDH mede o desenvolvimento dos países com base na expectativa de vida, no nível educacional e na renda per capita. O IES acrescenta outros indicadores como pobreza, desemprego, desigualdade social, alfabetização, escolarização superior, homicídios e população infantil. De acordo com o IES, o Brasil ocupa a 167ª posição no ranking de desigualdade, 161ª em homicídios, 99ª em desemprego. Portanto, de acordo com o IES, o Brasil ocupa a 109ª posição entre os 175 países. Na América, entre 35 países, ocupamos a 28ª posição, e de 8ª Economia Mundial, em 1998, passamos para a posição de 15ª economia, em 2004, sendo superados por vários países emergentes (China, México, Coréia do Sul). Pelo IES, os países melhores colocados são Canadá (1º), Japão (2º) e Finlândia (3º), enquanto os piores são Namíbia (173º), Lesoto (174º) e Honduras (175º).

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Em 14 de julho de 2004, a ONU publicou novo levantamento quanto a IDH. Infelizmente, o Brasil passou da posição 65ª para 72ª no ranking mundial, ficando muito abaixo de alguns países vizinhos, como a Argentina, que apesar da crise ficou em 34º lugar. Com esse último levantamento, a Noruega permanece em 1º lugar e Serra Leoa em último (177º).

EXERCÍCIOS 1. Apesar do desempenho invejável de algumas economias, a maioria dos países não é caracterizada por sociedades modernas. Na realidade, cerca de 1,2 bilhão de pessoas vivem em absoluta pobreza. Para essas populações, saúde, moradia, educação e alimentação praticamente inexistem. Se, para alguns países ou setores da população, houve alguma melhoria na qualidade de vida no último quarto de século, para muitos houve, ao contrário, uma deterioração. De acordo com o assunto, julgue os itens. a) Usar o critério de IDH como forma de interpretação não envolve a questão de cidadania, não servindo como parâmetro para o 3º mundo. b) Renda per capita, apesar de ser um dado estatístico, é um fator de análise para o IDH, juntamente com a expectativa de vida e a distribuição de riqueza nacional. c) Educação, saúde e índices de mortalidade geral e infantil são valores considerados no cálculo do IDH. d) Com a adoção de valores sociais, a ONU provou que houve uma redução no intervalo das desigualdades entre o norte e o sul. 2. Onde estão os pobres? Atualmente, a ONU utiliza duas linhas de pobreza. São considerados pobres aqueles que têm renda anual inferior a 370 dólares, e extremamente pobres aqueles cuja renda anual fica abaixo de 275 dólares. Esses critérios ajudam a localizar os grandes bolsões de pobreza no planeta. De acordo com o texto, julgue os itens. a) Em todo o mundo subdesenvolvido, mais de 1,1 bilhão de pessoas vivem em estado de pobreza. b) Quase a metade dos pobres e mais da metade dos miseráveis vivem na África Central. Esse é o maior bolsão de pobreza no planeta, em valores absolutos. c) Em valores relativos, isto é, em relação ao número de habitantes, é na Ásia meridional que se concentra o maior número de pobres e miseráveis, caracterizando o maior bolsão de pobreza no mundo. d) No 3º mundo, a incidência da pobreza é maior entre as populações urbanas do que entre as populações rurais em valores relativos. e) Na América Latina, uma grande parcela da população vive nas cidades. A pobreza urbana é dominante do ponto de vista absoluto, mesmo assim, a incidência relativa da pobreza é maior nas populações rurais. 3. Obras aparatosas continuam prevalecendo sobre projetos prioritários, informa o Atlas do Saneamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cerca de 60% da população, ou 102 milhões de pessoas, não têm acesso a redes de esgoto. A carência não se limita a bairros pobres ou à periferia das cidades. A distribuição de água atinge 76,1% das residências, mas o desperdício é alarmante.

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(Jornal do Brasil, 23/3/2004, capa – com adaptações) A partir do tema do texto acima e considerando aspectos relativos aos indicadores sociais brasileiros da atualidade, julgue os itens a seguir. a) Vazamentos, ligações clandestinas e uso inadequado da água — como banhos demorados e lavagem de carros e calçadas com mangueiras — são fatos que corroboram a afirmação contida na última oração do texto. b) A rígida legislação ambiental brasileira é considerada a principal responsável pela vitória alcançada pelo país nos últimos anos: a eliminação das duas grandes fontes poluidoras das bacias hidrográficas — os despejos industriais e a descarga de esgotos sem tratamento. c) Sabe-se que a ausência ou a grave fragilidade dos serviços de saneamento básico é fator decisivo para o aparecimento de doenças que, sendo evitáveis com facilidade, sobrecarregam a rede pública de saúde e ampliam, desnecessariamente, os gastos públicos. 4. Pesquisas realizadas em vários países mostram que a pobreza e a violência atingem especialmente os mais jovens. No Brasil, de acordo com o último censo demográfico, os adolescentes representam 12,5% da população total. Quase 7% deles são analfabetos, mais de 15% não freqüentam a escola e apenas 33% cursam o ensino médio. Não bastasse isso, cerca de oito milhões apresentam pelo menos três anos de defasagem nos estudos e pertencem a famílias com renda mensal per capita inferior a meio salário mínimo. Premidos pela baixa renda familiar, mais de um milhão de adolescentes entre 12 e 14 anos de idade estão submetidos à exploração do trabalho infantil, ao passo que outros 3,2 milhões, com idade entre 15 e 17 anos, já estão no mercado de trabalho. Via de regra, os adolescentes executam atividades precárias e mal remuneradas, cumprindo jornadas de trabalho excessivas, que os impedem de concluir a educação básica, de ter acesso ao lazer e à cultura, além de outras vivências próprias à idade. Várias outras pesquisas revelam que, no Brasil, os jovens são mais vítimas que algozes da violência. De um lado, o número de infratores supera em pouco a casa dos vinte mil, o que representa 1% da população total da faixa etária dos 12 aos 17 anos. Esses adolescentes respondem por 10% das infrações praticadas no território brasileiro. De outro lado, os assassinatos representam hoje 40,5 % dos óbitos verificados entre os adolescentes em decorrência de causas não naturais. Esse percentual reflete um aumento vertiginoso da violência dirigida contra o jovem e creditada ao seu envolvimento com drogas e à ineficiência do sistema penal brasileiro, que deixa impunes os responsáveis pelas mortes. Nesse panorama, surgem inúmeras propostas de alteração do ordenamento jurídico em vigor, seja para rebaixar o limite de inimputabilidade penal, seja para aumentar o prazo máximo da medida privativa de liberdade aplicável aos adolescentes que cometem violência contra a pessoa. No entanto, é necessária uma abordagem cuidadosa do tema, que deve ser analisado nos termos de sua complexidade, sem a intervenção de posições apriorísticas ou preconceituosas. (Cleide de Oliveira Lemos. “Reduzir a idade penal é a solução? In: UnB Revista dez. /2003, p. 16.9 – com adaptações.) Com base nas idéias, na estrutura e na tipologia do texto, julgue os itens a seguir. a) A baixa renda familiar, o analfabetismo, a exploração do trabalho infantil, o exercício de atividade mal remunerada, com jornadas de trabalho excessivas, são causas da revolta infanto-juvenil que tem, por conseqüência, o aumento vertiginoso da violência dirigida aos jovens.

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b) Os primeiros parágrafos do texto, apresentando dados do último censo demográfico, revelam a consulta a expedientes oficiais, derivados de pesquisas, que ficam documentados em forma de relatórios. c) O recrudescimento exacerbado da violência dirigida contra o jovem é creditado a dois fatores: o envolvimento juvenil com entorpecentes e a ineficácia do sistema penal brasileiro. d) No contexto, “inimputabilidade penal” significa o aumento dos prazos máximo e mínimo da medida privativa de liberdade aplicável a adolescentes infratores. RESPOSTAS: 1. a) Errado; b) Certo; c) Certo; d) Errado 2. a) Certo; b) Errado; c) Errado; d) Errado; e) Certo 3. a) Certo; b) Errado; c) Certo 4. a) Errado; b) certo; c) certo; d) Errado

AULA 10

AS CRISES ECONÔMICAS NA ERA GLOBALIZADA Capital volátil é o mesmo que capital especulativo, rotativo, hot money e over night, e como o próprio nome indica, não é regulamentado, servindo somente ao processo da ciranda ou especulação financeira. Se um país tenta regulamentar ou reduzir seus lucros nas bolsas de valores ou entra em crise econômica ou política, rapidamente esse tipo de capital desaparece de sua economia. O capital volátil cresceu muito nas últimas décadas, devido à queda nos investimentos e nos lucros que eram obtidos com a corrida armamentista. Muito do capital investido nesta área foi deslocado para atividades normais da economia. É óbvio que os paraísos fiscais facilitaram para que o capital das máfias do narcotráfico, da venda ilegal de animais silvestres, da corrupção e do contrabando de riquezas naturais, como o ouro, diamantes, etc., se legalizassem e se transformassem em capital volátil. Para um país manter esse capital em sua economia e transformá-lo em capital de produção, é obrigado a manter seus juros internos elevados e lucrativos, só que acaba prejudicando as empresas nacionais e sua população. Favorecendo o capital volátil, um país é obrigado a abrir sua economia de acordo com os interesses dos países desenvolvidos. O efeito dominó, ou por que as crises econômicas atuais não são mais localizadas, e sim, afetam a economia mundial em um processo de cascata? A maior internacionalização da economia com enfraquecimento dos Estados e das elites nacionais em conseqüência da globalização.

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Como o capital volátil passou a dominar a economia dos países emergentes, como o Brasil, e a maior dependência destes às imposições do Fundo Monetário Internacional (FMI)? Sem muitas preocupações quanto ao “economês” ou aos termos tecnocratas, e com uma análise mais geopolítica com objetivo didático, a melhor forma para desenvolver e explicar esses questionamentos é utilizar um modelo prático como laboratório. Para nós, brasileiros, o melhor modelo é o Plano Real, desenvolvendo suas etapas de implantação. Estava claro que a sociedade não aceitava mais os planos econômicos ortodoxos, com mero congelamento de preços e salários. Era preciso ser diferente, pelo menos na aparência, em relação aos Planos Cruzado, Bresser e Collor. E o mundo exigia a abertura da economia brasileira, isto é, ou adota o neoliberalismo, ou continuará isolado das relações econômicas e do comércio mundial. Como o mundo impôs a abertura econômica nos países do Terceiro Mundo? NOTA: Os Estados Unidos elaboraram a famosa Lei Super 301, pela qual as autoridades norte-americanas são obrigadas a defender suas empresas multinacionais, combatendo qualquer forma de obstáculos que elas venham a sofrer em qualquer local do planeta. O Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento passou a não exigir que os países pobres, que necessitassem de seus empréstimos, elaborassem projetos de viabilidade econômica em relação aos valores solicitados, desde que atendessem às exigências prescritas no famoso Plano de Reformas Estruturais (1980), isto é, desde que os países do Terceiro Mundo implantassem as reformas – tributária, fiscal, jurídica, orçamentária, política, previdenciária e trabalhista em conjunto com um projeto de privatização de suas empresas estatais. Em 1983, o Bird desenvolveu um novo plano, o também famoso Plano de Reformas Setoriais Estruturais, obrigando os países do Terceiro Mundo a liberalizarem a agricultura, bem como a privatizarem setores estratégicos, como o sistema energético, o setor de comunicação, os bancos do governo e os serviços urbanos, como o serviço de limpeza, coleta de lixo, tratamento de água, esgoto, etc. O FMI, que havia perdido muito de suas funções a partir de 1971, em razão de os Estados Unidos terem mudado seu sistema cambial, passou a exercer novas funções, muito atreladas, e até mesmo conflitantes, com o Banco Mundial. Isto não quer dizer que entraram em choque, ou que tenha havido perda de identidade. Na verdade, é facilmente percebido que essas duas organizações trabalham em conjunto, na tentativa de implantar as idéias neoliberais nos países periféricos. O FMI fiscaliza, coordena e exige que os países do Terceiro Mundo e os países remanescentes do ex-bloco socialista, como os do Leste Europeu, implantem as medidas impostas pelos Planos de Reformas Estruturais do Bird. Caso o País aceite, o FMI ajuda e autoriza que o Bird faça os empréstimos.

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EXERCÍCIO 1. Na década de 90, as crises econômicas se alastram pelos países considerados emergentes num processo cascata ou dominó. Primeiro foi o México, com o efeito tequila, depois a Ásia, com o efeito saquê, logo chega a Rússia, com o efeito vodka, e, em 1999, temos o Brasil, com o efeito cachaça ou efeito samba. Enfim, a economia e seus reflexos nas questões políticas, sociais, culturais e ambientais dos países periféricos é cada vez mais dependente de fatores externos oriundos dos países centrais. “Quando as economias dos países desenvolvidos estão sujeitas a um resfriado, pela ocorrência de um período de recessão, pode se dizer que numerosos países do terceiro mundo, apanham uma pneumonia.” (Yves Lacoste) De acordo com o assunto do texto, julgue os itens. a) Quanto à Ásia, a citação se adequa exatamente às crises das bolsas de valores de alguns “Tigres Asiáticos” entre o final de 1997 e o início de 1998. b) A citação sintetiza a fragilidade das economias desenvolvidas ante às instabilidades das economias subdesenvolvidas. c) Isso ocorre porque as economias subdesenvolvidas nada mais são do que extensões das economias desenvolvidas. d) Da citação, depreende-se que os países subdesenvolvidos dependem dos capitais para investimentos diretos, da transferência de high tech e do know how. RESPOSTA: 1. a) Certo; b) Errado; c) Certo; d) Certo

AULA 11

O PLANO REAL 1ª ETAPA – PRIMEIRO SEMESTRE DE 1994

• Implantação da Unidade Real de Valor (URV). • Criação de uma moeda forte, corrigida diariamente de acordo com uma

economia hiperinflacionada (artificial), ao mesmo tempo em que permanecia uma moeda fraca, que só era corrigida a cada três meses em 60% da inflação decorrida.

• Resultado: os salários ficaram congelados e, quando corrigidos, as correções eram inferiores à inflação dos últimos três meses. Enquanto os produtos eram corrigidos, em 100% da inflação diária, o valor da URV (moeda forte) se distanciava cada vez mais do cruzeiro (moeda fraca).

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Como os trabalhadores recebiam em cruzeiros e eram obrigados a comprar em URV, o poder aquisitivo do mercado interno tornava-se cada vez menor. Ao provocar esse achatamento salarial, acabou gerando excedente de produção e, como os produtos brasileiros ficaram mais competitivos no mercado externo, os lucros elevados com a queda da mais-valia do trabalhador facilitava as exportações gerando um superávit na balança comercial.

Por que tudo isto? Para que reduzir a qualidade de vida da população brasileira? Os motivos foram as imposições internacionais por meio do FMI, que estavam obrigando o Brasil a criar uma reserva cambial alta, necessária para a implantação do pensamento neoliberal. 2ª ETAPA – SEGUNDO SEMESTRE DE 1994 A redução do poder aquisitivo da população já estava muito acentuada e a reserva cambial já estava formada. Com a proximidade de novas eleições presidenciais, o governo avançou no plano econômico extinguindo as duas moedas (URV e cruzeiro) e criando o real. Estava desindexada a economia brasileira. NOTA: É importante lembrar:

• Os produtos para o consumo interno estavam com os preços corrigidos e elevados.

• O poder aquisitivo da população estava baixo. • A inflação era controlada e os salários não eram corrigidos. • As empresas estatais estavam com o seu valor defasado.

O governo elevava, e muito, os juros internos, isto é, a inflação era baixa, mas o consumidor brasileiro não tinha como comprar ou então passava a se endividar rapidamente. A elevação dos juros internos trazia dificuldades ao capital nacional, ao mesmo tempo em que passava a atrair bilhões de dólares na forma de capital volátil ou especulativo; era o crescimento das bolsas de valores ou a ciranda financeira devido ao hot money. Resultado: os produtos brasileiros perdiam sua competitividade no mercado externo, em razão da moeda forte. O País passava a ter um déficit significativo na balança comercial, isto é, o valor das importações ficava superior ao valor das exportações. Como a reserva cambial criada na 1ª etapa era estratégica, pois sua finalidade maior era manter certa paridade entre o real e o dólar, a única forma de se cobrir o déficit da balança comercial era com o aumento das privatizações das empresas estatais. Estava concluída a primeira fase do plano. Agora, bastariam as reformas (tributária, previdenciária, etc.) para que o Plano Real colocasse o País nos eixos, de

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acordo com os interesses dos países-potência, com a redução do Estado e com a abertura econômica, internacionalizando as economias. 3ª ETAPA Para que as etapas anteriores resultassem em objetivos a médio e longo prazos, era necessário fazer as reformas estruturais exigidas pelas organizações internacionais. Reformas ou mudanças estruturais precisam passar pela autorização do Legislativo, pois são questões constitucionais. Com a entrada em maior escala do capital volátil, aumentava a dependência do País, pois ficava a critério dos megainvestidores manter estes recursos, no País, daí os elevados juros internos. É o paraíso da ciranda financeira ou especulação financeira para o capital internacional. Enquanto isso, um empréstimo ou financiamento passou a ficar inviável, pois, se a inflação estava baixa para o cidadão brasileiro, para os empresários e empresas brasileiras, com os juros internos elevados, ficava difícil competir com as filiais de multinacionais. Sem o devido cuidado, seu endividamento fica “impagável”, a exemplo de nossa dívida externa. Se o capital volátil saísse do País, a reposição seria feita pelo Banco Central. Mas reserva tem limites estratégicos, podendo provocar crises. Exemplos:

1994 – Crise do México = efeito tequila. 1997 – Crise dos Tigres Asiáticos = efeito saquê. 1998 – Crise na Rússia = efeito vodka. Todas as crises provocaram o efeito dominó ou cascata e atingiram a

economia brasileira. No dia 13 de janeiro de 1999, o Brasil se torna a bola da vez (após as eleições, é claro), não usa mais a reserva cambial para cobrir a fuga do capital volátil, como vinha fazendo desde 1997, em razão do efeito cascata provocado pelo efeito saquê. Então, foi obrigado a deixar o real se desvalorizar em relação ao dólar. Efeito samba ou efeito cachaça: O governo brasileiro não segurou mais a banda cambial, passando a adotar o câmbio flutuante. De 1999 até o início de 2001, o real flutuou no mercado interno de acordo com a maior ou menor oferta de moedas estrangeiras investidas na sua economia, principalmente o dólar, nesta fase. O governo não interferiu na lei de mercado, obedecendo à lei de oferta e procura entre a moeda nacional e a moeda norte-americana e adotando o princípio da flutuação limpa. A partir de fevereiro de 2001, em razão da crise na Argentina, o dólar ameaçou ultrapassar o limite de dois reais. Com isso, o governo brasileiro foi obrigado a intervir no mercado de moedas e títulos, oferecendo papéis para segurar a crise. Exemplos:

• Nessa época, o salário mínimo brasileiro era de 136 reais, o que equivalia a aproximadamente 130 dólares. Com a desvalorização do real, o salário

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mínimo caiu para cerca de 70 dólares. Imagine-se o que isso provocou no poder aquisitivo da população?

• O salário mínimo atual, de 350 reais a partir de abril de 2006, vale menos que os 136 reais de antes da crise de 99, se o compararmos ao dólar. Se o salário mínimo chega a 400 reais, com a valorização da nossa moeda em relação ao dólar, em valor real, ele valeria mais que os 136 reais do início do plano.

• Reflexos no Mercosul, pois aumentou a competitividade dos produtos brasileiros, tornando superavitária a balança comercial brasileira em relação à Argentina, o que prejudicou o país vizinho, pois, diferentemente, do Brasil, com o Plano Real, o Plano Cavallo do período Menem implantou a lei de conversibilidade da moeda em que um peso era igual a um dólar, isto é, a economia da Argentina estava na ante-sala para a dolarização total. Portanto, esse país não tinha como desvalorizar sua moeda para acompanhar a queda do real (corre o sambolero).

Com a crise em 13/1/1999, o Brasil recebeu uma ajuda externa de emergência de 31 bilhões de dólares autorizada pelo FMI. 2001 – Crise, devido à fuga do capital volátil, na Turquia. 2002 – Crise no Brasil com a possibilidade de vitória da oposição, provocando alta no risco país e desvalorização da moeda nacional devido à fuga do capital volátil. 2003 – O salário mínimo foi corrigido para 240,00 reais e medidas ortodoxas na economia provocaram queda rápida no risco país, recuperando o valor da moeda nacional em relação ao dólar, permitindo que a taxa Selic – taxa de juros internos definida pelo Copom – Conselho de Política Monetária do Banco Central, sofresse redução de 26,5% para 19% no mês de outubro.

EXERCÍCIO 1. Em discurso político em Rio Verde/GO, o presidente brasileiro incluiu o plano real como um plano econômico milagroso fracassado, onde governantes tentaram atropelar etapas para permitir o crescimento econômico do país. Quanto aos planos econômicos das décadas de 80 e 90 no Brasil, julgue os itens. a) Analisando tecnicamente, o presidente está correto, pois uma das bases de sustentação do plano real era o câmbio fixo-flexível, isto é, com banda cambial predeterminada pelo Banco Central. Hoje, o câmbio brasileiro é flutuante. b) José Sarney foi o último presidente brasileiro a declarar moratória e romper com as imposições, feitas pelo FMI. c) Com a desvalorização do real, em janeiro de 1999, o governo FHC pretendia recuperar a balança comercial, mas a crise argentina e a fuga do capital volátil prejudicaram sua estratégia. d) O atual pacote econômico imposto à sociedade brasileira pode ser classificado como pós-neoliberal.

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e) Em palestra recente, o ex-presidente FHC disse que se arrependeu porque não desvalorizou a moeda antes de janeiro de 1999, esquecendo-se de fatos da época, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para a reeleição, em 1997, e da bandeira de campanha para a sua reeleição em 1998. RESPOSTA: 1. a) Certo; b) Errado; c) Certo ; d) Errado; e) Certo

AULA 12

A DESINTEGRAÇÃO DO BLOCO SOCIALISTA Imaginar ou criar uma data para indicar o momento exato que identifique o término da URSS e o fim do socialismo real no Leste Europeu e no Continente Asiático serve como referencial didático, mas não é útil para quem deseja entender todo o processo que culminou com o término da bipolarização. Dizer que a URSS foi extinta, e que o capitalismo norte-americano saiu vitorioso também não é totalmente verdade, pois, se fosse correto, estaríamos vivendo uma monopolarização parecida com a do período do império britânico; mas isso não ocorreu, e estamos vivendo a multipolarização. A necessidade de manter um confronto ideológico com o mundo ocidental acabou forçando a URSS a direcionar a maior parte de seus recursos para a preparação de várias gerações de técnicos cientistas, espiões, para desenvolvimento de contra-espionagem, para conservação de uma força armada altamente dispendiosa, orientar-se para áreas específicas da física nuclear, aeroespacial, mecânica, etc. Com isso, a produção de bens de consumo para a população do bloco socialista não significou preocupação para governantes da época, principalmente nas décadas de 30 a 70, quando predominou a “ditadura do proletariado” ou o período stalinista. Na década de 80, a crise estava bem clara para o mundo, pois nem a URSS nem os EUA, em nível de poder, suportavam mais os desgastes da Guerra Fria. O processo acelerou com a chegada de Gorbatchov ao poder, que tinha a função de superar as distorções e fazer com que a URSS sobrevivesse, isto é, a proposta de mudar, desde que fosse lenta e gradual, para que o estado soviético permanecesse. As propostas eram:

• Reestruturação da economia – Perestroika Medidas:

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Fechamento das empresas ociosas; Privatização das estatais; Devolução e/ou venda das propriedades rurais; Abertura da bolsa de valores; Entrada das multinacionais; Entrada do capital volátil; Formação de bancos e sistema financeiro privado.

Conseqüências: Desemprego em larga escala, principalmente do sexo feminino; Fortalecimento das organizações ilegais, que compraram várias

empresas formais; era a ascensão das máfias; Queda do poder aquisitivo da população; Aceleração do processo inflacionário.

• Transparência política – Glasnost

Medidas: Maior liberdade de credo religioso; Criação de organizações sociais e políticas sem o controle do Estado; As repúblicas conquistam o direito de elegerem seus parlamentares e

presidentes, conquistando maior autonomia político-administrativa; Há uma política de aproximação com o mundo ocidental; Provoca um esvaziamento da KGB, da espionagem internacional e

da repressão interna. Conseqüências:

A URSS declara que não é mais expansionista e nem militarizada; Inicia um processo de desmonte unilateral dos mísseis com ogivas

nucleares; Não sustenta mais os países satélites como Cuba, Vietnã e Coréia do

Norte, facilitando também os movimentos libertários no Leste Europeu.

Na prática, essas medidas significam o término da corrida armamentista, pois ficou claro que, se acontecesse outra guerra como a das Coréias, do Vietnã, de Angola, etc., a URSS não se candidataria a sustentar grupos contrários aos interesses dos EUA. A “neurose nuclear” estava diminuindo, principalmente na Europa, resultando nas rápidas mudanças do Leste Europeu, rompendo com a Cortina de Ferro, unificando as Alemanhas, desmembrando a Iugoslávia, acarretando a Revolução do “Veludo” na Tchecoslováquia, etc. É a fase da migração em larga escala do Leste para o Oeste Europeu, coincidindo com os avanços da União Européia e a terceira revolução tecnológica, isto é, maior oferta de mão-de-obra com menor necessidade da mesma. Surge o “desemprego estrutural”, pois a produção e a produtividade aumentam graças às novas tecnologias, mas o desemprego aumenta. Estavam criadas as condições para o retorno do xenofobismo e o etnocentrismo.

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EXERCÍCIO 1. O período entre 1984 e 1991, quando estava sendo implantada a perestroika e a glasnost, na ex-URSS, caracteriza-se num dos momentos de maior dinâmica na transformação e forma de organização de uma sociedade e do mundo. Quanto ao assunto do texto, julgue os itens. a) Perestroika significa restauração econômica e, foi exclusivamente endógena na ex-URSS. Errado b) Glasnost tem o sentido de transparência política e foi exclusivamente para as relações exógenas da ex-URSS. c) Com o declínio do império soviético, as repúblicas ocidentais da Letônia, Lituânia e Estônia são incluídas imediatamente na União Européia. d) Perestroika e Glasnost eram propostas de mudanças rápidas com o objetivo de transformar radicalmente a estrutura de poder na ex-URSS. e) Com a extinção do império soviético, foram criados 15 novos países e todos ainda sofrem domínio de Moscou. RESPOSTA: 1. a) Errado; b) Errado; c) Errado; d) Errado; e) Errado

AULA 13

O DECLÍNIO DO IMPÉRIO SOCIALISTA Dizer que em dezembro de 1991, oficialmente, a URSS deixa de existir como Estado é correto, mas não é certo acreditar que tudo aconteceu de repente, que antes existia a URSS e, logo depois, ela se desmembrou em 15 repúblicas. Por que a URSS se desintegrou no final da década de 80 e início de 90? Por que isso não aconteceu antes? Por que não continuou existindo? A resposta para esses questionamentos resulta de uma análise no tempo e no espaço, de fatores internos e externos, que vão se somando até resultar numa dinâmica de transformação que leva décadas para se completar. A burocratização, o caldeirão étnico, o baixo avanço tecnológico em algumas áreas da economia, a política do emprego pleno com resultados cada vez menores na produção/produtividade dos indivíduos, a política centralizadora do Estado cedem espaço para uma fase de estagnação econômica, aumentando cada vez mais na década de 70 para 80, após uma explosão econômica nas décadas de 30 e 40, principalmente na reconstrução do pós-Segunda Guerra.

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Somadas a essas questões à derrota técnico-científica do bloco socialista em relação ao ocidente capitalista, verifica-se que a terceira revolução tecnológica transformou-se no fato acelerador responsável pela desintegração do Bloco Soviético. A implantação da Perestroika (reestruturação econômica) e da Glasnost (transparência política), por Gorbatchov, quando foi indicado para Secretário-Geral do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), consistia em propostas de mudanças “lentas e graduais”. Essas foram uma última tentativa de manter a existência da URSS. Em nenhum momento Gorbatchov propôs a extinção do Estado soviético, até porque, extinguir a URSS seria extinguir o seu próprio cargo com a perda imediata do poder. Com a abertura política e econômica, a primeira situação crítica que despontava foram as divergências étnico-culturais, que resultaram em movimentos unificadores e/ou separatistas na parte leste da Cortina de Ferro, isto é, na Europa Oriental ou socialista, e nas eleições nas ex-repúblicas da URSS, que começavam a romper com o poder centralizador de Moscou. A Fase de Mudanças Rápidas (Década de 80) Enquanto esteve no poder, Gorbatchov ficou sob fogo cruzado internamente, pois, quando avançava nas reformas, contrariava os interesses do PCUS (militares, burocratas, KGB, etc.) e desagradava aos presidentes e parlamentares eleitos nas 15 repúblicas, sob o comando de Bóris Yeltsin, presidente da Rússia, a principal república. Externamente, o mundo capitalista ocidental, principalmente o Grupo dos 7 (G-7), mais poderosos do mundo, fazia suas jogadas para desintegrar a URSS, bloqueando a ajuda econômica e tecnológica. Era uma situação em que todo mundo percebia a fragilidade. Em agosto de 1991, os oficiais militares invadiram o Parlamento, prenderam Gorbatchov na Península da Criméia e declararam um golpe de Estado. Golpe fracassado, pois a população reagiu e Bóris Yeltsin e seu grupo comandaram esse movimento, derrotando os militares e retornando Gorbatchov (de forma figurativa) ao comando da URSS. Em 22 de dezembro, cercado pelos principais líderes da “nova era”, Gorbatchov assinou documento declarando que, a partir de 25 de dezembro de 1991, a superpotência, o centro do socialismo real, estava declarada extinta.

EXERCÍCIOS 1. A crescente interdependência entre as economias modernas amplia globalmente os circuitos financeiros, comerciais e industriais, afetando as condições de produção, que também se globaliza e perde o seu caráter nacional. Com base nisso, julgue os itens. a) O grande desenvolvimento tecnológico da ex-URSS foi um dos principais motivos das reformas que ocorreram no plano econômico com a Perestróika.

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b) A dinâmica das reformas políticas e econômicas do período Gorbachev, na URSS, favoreceram a reestruturação externa em busca do desarmamento. c) A economia de mercado que se instalou após a queda do bloco socialista provocou rápido desenvolvimento industrial, aumento do mercado de trabalho e melhoria nas condições de vida, principalmente da população russa. d) Uma conquista importante para as ex-repúblicas soviéticas, que se tornaram independentes, foi a eleição de seus presidentes pelo voto popular. e) Glasnost foi uma abertura de cunho social e político resultante dos esforços de Gorbachev no sentido de preparar a transição da economia planificada para a economia de mercado. f) Perestróika foi uma abertura de caráter econômico na medida em que reavaliava a administração centralizada e estatal, além das prioridades da produção econômica da ex-URSS. g) Tanto a Glasnost como a Perestróika permitiram a fragmentação interna da ex-URSS em três tendências: reformista, ultra-reformistas e anti-reformistas. h) Os anti-reformistas eram radicais do PCUs que queriam reestabelecer a linha dura do comunismo, enfraquecida com a Glasnost e a Perestróika. i) Os ultra-reformistas alinhavam-se às idéias de Boris Yeltsin, que pretendia uma transição rápida para a economia de mercado. 2. (TCU) Para muitos, foi um acontecimento histórico: em 28 de maio de 2002, em cerimônia realizada nos arredores de Roma, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), abrindo as portas para a cooperação militar pós-guerra fria. No que se refere ao tema, de indiscutível importância para o desenrolar da política internacional, julgue os itens. a) Apesar de toda a extensão da crise que sepultou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que se desdobrou na Europa Oriental, a Rússia mantém seu arsenal nuclear, o que por si só lhe confere peso nas questões afetas à segurança mundial. b) Otan e Pacto de Varsóvia surgiram no tenso ambiente de disputa de poder mundial pelas duas superpotências emergentes ao final da Segunda Guerra, EUA e URSS; em ambos os casos, plenamente integrados à lógica que presidia o choque de interesses na ordem bipolar, tratava-se de alianças militares, tecnicamente justificadas como forças de defesa. c) O fim da URSS, acompanhado do colapso socialista no leste Europeu, correspondeu à desativação do Pacto de Varsóvia, o mesmo não tendo ocorrido com a Otan; preservada e fortalecida, a Otan parece forjar um novo papel para si, no qual o combate ao terrorismo internacional certamente figura em plano superior. 3. A enorme volatilidade que hoje caracteriza os mercados financeiros internacionais tem sido alvo de sérias críticas, uma vez que crises como as que atingiram o México, em 1995, e a iniciada na Ásia, em 1997, põem em risco a própria estabilidade do sistema capitalista, pois com desenvolvimento da tecnologia de informação, aliada à falta de controle do capital volátil, nunca as fronteiras estiveram tão tênues. No momento que os investidores desconfiaram que havia problemas econômicos nos Tigres Asiáticos, retirando suas aplicações, os efeitos foram sentidos nos quatro

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cantos do mundo. No Brasil, o governo dobrou temporariamente as taxas de juros para evitar que o real sofresse ataques especulativos, e a população passou a acompanhar com ansiedade a cotação de moedas que antes não chamavam a atenção de ninguém, como a rúpia, da Indonésia, e o baht, da Tailândia. O agravamento da crise russa no primeiro semestre de 1998, provocados pelas dificuldades no Sudeste Asiático e pela recessão na economia japonesa, desencadeou uma série de turbulências que assumiram proporções internacionais, atingindo novamente os países emergentes, entre os quais o Brasil. Quanto ao texto, julgue os itens. a) A crise mexicana, ou o famoso “efeito tequila”, teve como causa principal a revolta de Chiapas, não estando relacionado com a fuga do capital volátil. b) A falta de controle de capitais não enfraqueceu as fronteiras dos estados-nações, pelo contrário, fortaleceu as posições nacionalistas dos povos. c) Quando o Brasil foi atingido em sua economia, devido à queda das bolsas de valores no Sudeste Asiático, a única solução viável foi baixar rapidamente os juros internos. d) A integração das economias nacionais num sistema global provoca um aumento na capacidade de defesa dos países, quanto ao poder de interferência do capital hot money. e) O enunciado retrata com clareza o processo “cascata” ou “dominó”, que hoje caracteriza as crises financeiras internacionais. 4. As novas idéias divulgadas pela Glasnost e pela Perestróika transformaram significativamente as relações entre países componentes do então bloco soviético e as relações internacionais no mundo atual. Acerca desses acontecimentos, julgue os itens. a) O grande desenvolvimento tecnológico da ex-URSS foi um dos principais motivos das reformas que ocorreram no plano econômico com a Perestróika. b) A dinâmica das reformas políticas e econômicas do período Gorbachev, na URSS, favoreceram a reestruturação externa em busca do desarmamento. c) A economia de mercado que se instalou após a queda do bloco socialista provocou rápido desenvolvimento industrial, aumento do mercado de trabalho e melhoria nas condições de vida, principalmente da população russa. d) Uma conquista importante para as ex-repúblicas soviéticas, que se tornaram independentes, foi a eleição de seus presidentes pelo voto popular. e) Glasnost foi uma abertura de cunho social e político resultante dos esforços de Gorbachev no sentido de preparar a transição da economia planificada para a economia de mercado. f) Perestróika foi uma abertura de caráter econômico na medida em que reavaliava a administração centralizada e estatal, além das prioridades da produção econômica da ex-URSS. g) Tanto a Glasnost como a Perestróika permitiram a fragmentação interna da ex-URSS em três tendências: reformista, ultra-reformistas e anti-reformistas. h) Os anti-reformistas eram radicais do PCUs que queriam reestabelecer a linha dura do comunismo, enfraquecida com a Glasnost e a Perestróika. i) Os ultra-reformistas alinhavam-se às idéias de Boris Yeltsin, que pretendia uma transição rápida para a economia de mercado.

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RESPOSTAS: 1. a) Errado; b) Certo; c) Errado; d) Certo; e) Certo; f) Certo; g) Certo; h) Certo; i) Certo 2. a) Certo; b) Errado; c) Certo 3. a) Errado; b) Errado; c) Errado; d) Errado; e) Certo 4. a) Errado; b) Certo; c) Errado; d) Certo; e) Certo; f) Certo

AULA 14

O PROCESSO DE DEPENDÊNCIA DO BRASIL Historicamente, podemos afirmar que o Brasil não se tornou dependente dos países desenvolvidos. Ele já iniciou sua formação com o nítido propósito de atender aos interesses da metrópole européia, havendo mudanças apenas nas formas de dependência e/ou dominação de acordo com os interesses do país dominante da época. Foi assim no período do império britânico e continua assim atualmente com a hegemonia de dominação norte-americana. Mas a dinâmica de transformações socioeconômicas das últimas décadas veio a agravar mais ainda essa situação, forçando os brasileiros a fazerem novos questionamentos quanto a essa dependência, tais como: o porquê de tanta priorização, por parte do governo, da necessidade de criar um superávit na balança comercial, se o mais importante para o consumo de nossa produção econômica é o mercado consumidor interno; como a nossa dívida externa aumentou tanto nos últimos anos – se bem que a dívida interna, que também é social e ambiental, aumentou mais rapidamente ainda; o porquê das privatizações das empresas estatais, se as mais importantes eram altamente lucrativas; para onde está indo o dinheiro das vendas dessas estatais; o porquê do congelamento dos salários dos trabalhadores por tantos anos; enfim, o porquê de ser tão importante para os nossos governantes a sobrevivência do Plano Real? Na realidade, o que é este tal de Plano Real? Sem querer abranger totalmente os fatores responsáveis por essas mudanças de comportamento no quadro socioeconômico, pode-se dizer que o fator mais importante dessa situação é exógeno, pois as pressões exercidas pelos países ricos (do norte) para obrigar à internacionalização (abertura) da economia e do mercado brasileiro fazem parte do macroprojeto dos países centrais de inserir o mais rapidamente possível os países periféricos (do sul) na famosa globalização. Modernização Econômica Uma armadilha bem preparada, em que uma espécie de gatilho foi ficando cada vez mais à disposição das organizações econômicas mundiais e das

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multinacionais, que servem como frente de manipulação e favorecem o domínio dos países ricos no pós-Segunda Guerra Mundial. A partir da década de 30 do século XX, o processo de industrialização no Brasil teve como objetivo substituir as importações, por isso nossa industrialização é tardia, isto é, começou muito depois dos países, hoje, desenvolvidos. Outro fato que deve ser destacado foi a necessidade de importar tecnologia e maquinaria para sua implantação, como não tínhamos capital, acabamos nos endividando muito rápido. NOTA: O primeiro golpe estratégico foi notado rapidamente, pois as indústrias de bens de consumo precisavam de uma infra-estrutura que sustentasse a sua produção, sendo preciso implantar indústrias de base e de infra-estrutura. Só que indústrias pesadas, sistemas de transporte e de energia exigem muito capital, tecnologia e tempo para a sua implantação, e o retorno dos investimentos pode demorar décadas. Como não há interesse externo, o Estado precisa assumir essa responsabilidade. A exportação de produtos primários e o dinheiro dos contribuintes é que vão permitir que as empresas estatais sejam implantadas. O segundo golpe estratégico ocorre a partir da década de 60 para 70, quando a importação de tecnologias e capital das décadas anteriores demonstra o quanto o Brasil aumentou seu endividamento externo. A solução encontrada, que não era a única, nem é possível dizer que era a melhor, foi reduzir o poder aquisitivo dos brasileiros, com o achatamento salarial, tornando os produtos fabricados no Brasil mais competitivos no comércio mundial, pois a prioridade não é mais substituir as importações e, sim, gerar um superávit na balança comercial, para cumprir os compromissos resultantes da dívida externa. Acontece que, para exportar mais, precisamos explorar mais os recursos naturais, degradando a natureza; e se o importante são os compromissos da dívida externa, muitos dos recursos que poderiam ser investidos nas questões sociais – educação, saúde, hospitais, habitação e saneamento básico – deixam de existir na quantidade necessária, ainda que o País passe por um momento de explosão demográfica. Está certo que o endividamento externo é uma “bola de neve”, pois tanto tecnologia como maquinários importados ficam obsoletos, sendo necessária sua renovação constante para que o País não perca a competitividade. Veja o exemplo da década de 80, a famosa “década perdida”, principalmente porque o parque industrial brasileiro não se renovou com outras tecnologias e formas de produção, tornando seus produtos ultrapassados e menos competitivos nos mercados externo e interno, além do alto preço quanto ao custo de produção.

EXERCÍCIOS

1. Em julho de 1997, foi aprovada, pelo Congresso Nacional brasileiro, a Emenda Constitucional nº 6, que acabou com o monopólio do petróleo, transformando a Petrobras em estatal concessionária, isto é, exceto em 8% da área conhecida, a exploração de novas áreas será feita por concessão, que a Petrobras fará por meio de leilões.

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Em 1º/1/2002, ocorre a liberação pelo governo para importações de derivados de petróleo. A melhor notícia desta nova realidade é dada em cadeia nacional de rádio e televisão, nos quais o presidente da República anuncia uma redução, em média, de 20% no preço da gasolina para o consumidor brasileiro.

Quanto ao assunto do enunciado, julgue os itens. a) Desde 1953 que a Petrobras possuía total monopólio sobre o petróleo e distribuição de seus derivados no Brasil. b) Ao transformar-se em empresa concessionária, a Petrobras atende aos interesses neoliberais das autoridades brasileiras. Essa situação não possui ligações com as pressões internacionais. c) Ao anunciar que haveria uma redução nos preços dos derivados de petróleo para o consumidor, o presidente não levou em consideração o poder de cartéis existentes nessa área. d) Com a liberação nas importações de derivados do petróleo, as empresas adquirem produtos mais baratos no mercado internacional, ficando provado que os monopolizadores cobravam mais dos consumidores brasileiros. e) Hoje, já consumimos 30% de gasolina importada do mercado internacional. 2. Dar o peixe ou ensinar a pescar? Ainda é muito comum o argumento de que, no combate à pobreza no Brasil, não se deve dar o peixe, mas ensinar a pescar. Os resultados de pesquisas recentes, no entanto, indicam que ensinar a pescar pode muito pouco para uma grande massa de população que já se encontra em situação de extrema privação. A pobreza é uma metáfora para o sofrimento humana trazido à arena pública e pode ser definida de maneiras distintas. Muita energia é despendida na busca de uma definição rigorosa, capaz de distinguir com clareza o sofrimento suficiente do sofrimento insuficiente para classificar alguém como pobre, mas aqui isso não é necessário: apenas para conduzir a argumentação vamos tratar a pobreza como uma situação extrema, na qual se encontram os indivíduos pertencentes a famílias que não dispõem de renda para adquirir uma cesta de alimentos e outros bens de consumo, como vestimentas e medicamentos. Pesquisas embasadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e a metade da população brasileira possa ser considerada pobre. Essa é uma definição forte e estimativas subjetivas de linhas de pobreza demonstram que boa parte da população brasileira ainda consideraria insuficientes as rendas de famílias que se encontram em níveis superiores aos usados nessas pesquisas como linha de pobreza. Vamos assumir, também, que a existência desse tipo de pobreza é socialmente inaceitável e, portanto, que desejamos erradicá-la o quanto antes. É óbvio que o horizonte de tempo proposto define que tipos de mudança na sociedade serão necessários. Provavelmente, um prazo mais curto exigirá políticas mais drásticas. Para manter a argumentação em torno das propostas mais debatidas, atualmente, para a erradicação da pobreza no país, vamos definir como limite razoável algo entre uma e duas décadas. A insuficiência de recursos nas mãos de parte da população pode ser entendida como resultado ou de uma insuficiência generalizada de recursos ou de má distribuição dos recursos existentes. Logo, o combate à pobreza pode tomar dois rumos básicos: aumentar o nível de recursos (per capita) da sociedade ou distribuir melhor os recursos existentes. Nada impede, é claro, que as duas coisas ocorram simultaneamente.

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Os caminhos para o aumento dos recursos (per capita) encontram-se entre dois extremos: diminuir a população ou fazer com que a economia cresça mais rápido que ela. Como as estratégias de diminuição da população existente, em um prazo razoável, beiram o absurdo, a proposta de crescimento da economia, maior do que a do crescimento da população, é geralmente muito mais debatida no Brasil. Dadas as dificuldades que se colocam para o crescimento acelerado de qualquer economia, durante muito tempo se sugeriu que o problema da pobreza no Brasil poderia ser enfrentado pela via do controle de natalidade. Embora esse argumento, ainda hoje, encontre algum eco fora dos meios acadêmicos, todas as evidências empíricas disponíveis rejeitam a viabilidade da erradicação da pobreza por meio da redução no ritmo de reprodução da população. (Marcelo Medeiros. In: UnB Revista. Dez./2003 – mar/2004, p. 1609 – com adaptações) Julgue os itens. a) Nos parágrafos sexto e sétimo, o autor associa a pobreza, fundamentalmente, a aspectos econômicos e financeiros, argumentando que, para saná-la, é imperioso elevar a renda per capita. b) No último parágrafo, a proposta de diminuição da taxa demográfica de pobres, como o estímulo ao controle e à redução da natalidade, é defendida pelo autor. c) Políticas de controle de natalidade não são uma solução viável, não só porque violam a liberdade das famílias de decidir seu tamanho, mas, também, porque causam um vazio geracional que, futuramente, poderá ter diversos impactos negativos para a sociedade. d) O crescimento da economia parece ser uma proposta mais tentadora: crescer aumenta a quantidade de recursos disponíveis e, se os resultados desse crescimento forem distribuídos a todos, a tendência é de que a pobreza seja reduzida. e) Após uma balança comercial superavitária na década de 80, a década de 90 apresenta sucessivos resultados negativos. Tal fato evidencia que a estagnação econômica da década de 80 dificultou a modernização da economia brasileira principalmente entre os anos de 1999 e 2001. f) Os novos investimentos produtivos estão entrando no país. Regionalmente a área que tem recebido preferência logo cresce em um ritmo superior às demais, é a região do ABCDOM paulista. g) A balança comercial deficitária, a crescente dívida pública e o perigo de uma convulsão social, devido a problemas como a demora de uma efetiva reforma agrária, o aumento do desemprego e arrocho salarial, podem provocar uma fuga em massa do capital especulativo do país, podendo jogar o Brasil numa profunda crise socioeconômica. h) A integração brasileira no cone sul da América do Sul, representada pelo Mercosul, evidencia a intenção do governo brasileiro de participar do processo de globalização. i) O governo atual neoliberal, no Brasil, conseguiu superar as desigualdades sociais e regionais seculares em nosso país. RESPOSTAS: 1. a) Errado; b) Errado; c) Certo; d) Certo; e) Errado 2. a) Errado; b) Errado; c) Certo; d) Certo; e) Certo; f) Errado; g) Certo; h) Certo; i) Errado

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AULA 15

COMO SOBREVIVER ECONOMICAMENTE

O modo de sobreviver economicamente é assumindo o papel de país dependente e aceitando as imposições externas no processo de globalização. Para isso, é necessário avançar no processo de modernização exigido pela terceira revolução técnico-científica (3ª RTC) na nova ordem mundial, isto é, o Brasil precisa eliminar o protecionismo e abrir sua economia para o mundo globalizado. Essa situação exige mudanças econômicas, políticas e diplomáticas, como:

• Planos econômicos; • Defesa do neoliberalismo; • Maior aproximação com um país central e intensificação das relações com

os países vizinhos (Mercosul, Alca, etc.). O Plano Real

Com o início da redemocratização na década de 80, os planos econômicos como os Cruzados (I e II), Plano Bresser, Plano Collor, etc., impostos de “cima para baixo” e somente conjunturais, com os congelamentos, confisco de poupanças e bloqueio de contas correntes, não deram os resultados esperados. Na década de 90, o governo tinha pressa, uma vez que, após o impedimento do Presidente Collor de Mello, só restavam dois anos de governo até as próximas eleições. Procurava, pois, resgatar o tempo perdido, de acordo com a sua proposta neoliberal. Mas não podia cometer os mesmos erros dos planos anteriores, pois a sociedade já estava saturada dos planos mirabolantes ou milagrosos elaborados pelos tecnocratas em seus escritórios, surgindo desta situação o Plano Real. Primeira etapa:

Objetivos: • Reduzir o poder aquisitivo da população; • Criar um superávit na balança comercial; • Aumentar, com isso, a reserva cambial (Banco Central).

Método: Criar uma moeda forte (transição) para recuperar, ou manter em alta, o valor

dos produtos. URV = Unidade Real de Valor, corrigida diariamente de acordo com a inflação

do dia anterior, que servia como moeda para compra dos produtos no mercado interno.

Resultado: Os produtos cotados em URV não eram desvalorizados.

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Manter a moeda fraca (o cruzeiro) para efetuar pagamento dos salários dos

trabalhadores, corrigindo essa moeda a cada três meses, em 60% da inflação decorrida. Todo dia diminuía o poder de compra do consumidor, pois ele recebia em cruzeiro (não corrigido) e tinha que comprar e pagar em URV (corrigida no dia). A cada três meses, como os salários eram corrigidos em 60% dos 100% de inflação transcorrida, o poder aquisitivo dos assalariados não diminuía, despencava, enquanto a URV estava corrigida em 100%. Conseqüência:

Com a queda do consumo interno e dos preços dos produtos brasileiros no mercado mundial, o País passou a ter superávit na balança comercial, aumentando sua reserva cambial. Ao mesmo tempo em que as empresas estatais ficavam desvalorizadas em razão do poder do capital externo e das medidas de esvaziamento dessas empresas, praticado pelo próprio Estado brasileiro. Segunda etapa:

• A URV é transformada em real – março de 1994. • 1 real é aproximadamente igual a 1 dólar. • Adoção do câmbio fixo-flutuante.

Não adotando a paridade das moedas, o Brasil, por meio do Banco Central,

pôde aumentar ou diminuir o valor do real em relação ao dólar, adquirindo uma pequena margem de manipulação. Torcia-se para que não ocorresse nenhuma crise mundial, nunca se esquecendo a crise mexicana, o famoso “efeito tequila”, iniciada em 1994.

• Para manter a reserva cambial, foi preciso atrair os investimentos

externos, o capital volátil ou o hot money. Para isso, o governo elevou os juros internos, favorecendo a especulação e o lucro dos investidores estrangeiros.

• Como a moeda criada ficou forte (real), foi necessário conter o poder de compra do brasileiro, mantendo elevados juros para o financiamento de bens de consumo, num momento de inflação baixa.

• Para segurar mais a possibilidade de crescimento do consumo, o Banco Central reduziu a quantidade de moeda em circulação.

• No final desse processo, as empresas estatais desvalorizaram-se, facilitando as próximas privatizações.

Resultados: • A balança comercial ficou deficitária, sendo coberta pelas privatizações; • A reserva cambial permaneceu para segurar o valor do real, caso ocorresse

fuga do capital volátil. Terceira etapa:

Como até o momento o Plano Real é eraconjuntural, para que ele sobrevivesse era necessário tomar medidas que provocassem mudanças estruturais. Para isso, o governo elaborou projetos para as reformas tributária, fiscal,

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previdenciária, etc., só que elas precisavam ser aprovadas pelo Congresso, coisa que não aconteceu na íntegra, até hoje. O Plano Real funcionou como medida provisória até setembro de 2001, quando foi aprovado por decisão das lideranças partidárias. O Plano Real só foi aprovado em razão das mudanças ocorridas nas regras das medidas provisórias. Detalhe: Após a Reeleição Presidencial

Em 13 de janeiro de 1999, depois de segurar por quase dois anos a necessidade concreta de desvalorizar o real, pois a economia brasileira sofreu as conseqüências do efeito saquê, a partir de 1997, o governo tomou essa decisão, provocando o “efeito samba” ou “efeito cachaça”. O Brasil se tornou a “bola da vez” na crise mundial, só que as crises atuais não ficaram contidas num país, em razão da maior importância do capital volátil. As crises atuais resultam num efeito cascata ou dominó. Para segurar a crise, o FMI autorizou um socorro de 31 bilhões de dólares para recompor a economia brasileira. É óbvio que o País teve que assumir novos compromissos e cumprir as metas exigidas pelo FMI. Diferentemente do Brasil, a Argentina adotou o plano de conversibilidade da moeda, ou a ante-sala da valorização, com o Plano Cavallo em que: 1 peso = 1 dólar. A Argentina não pôde desvalorizar o peso para acompanhar a desvalorização do real, além do que, a sociedade Argentina assumiu a maioria de seus compromissos econômicos em dólares. Portanto, se o peso fosse desvalorizado, haveria um aumento da dívida do povo argentino. O país foi obrigado a continuar usando sua reserva cambial para cobrir a saída do capital volátil, mas isso tem um limite. Avançou a crise argentina, pois, além da dependência externa, os compromissos das dívidas eram em dólares; a partir dessa situação, a balança comercial Brasil-Argentina passou a favorecer o nosso país.

EXERCÍCIOS

1. Durante a década de 80, o Brasil manteve-se como um país fechado aos novos investimentos internacionais; no entanto, a década de 90 vem sendo marcada pela abertura da economia do país. A globalização “invadiu” definitivamente o Brasil. Quanto ao assunto julgue os itens. a) Após uma balança comercial superavitária na década de 80, a década de 90 apresenta sucessivos resultados negativos. Tal fato evidencia que a estagnação econômica da década de 80 dificultou a modernização da economia brasileira. b) Os novos investimentos produtivos estão entrando no país. Regionalmente a área que tem recebido preferência logo cresce em um ritmo superior às demais, é a região do ABCDOM paulista. c) A balança comercial deficitária, a crescente dívida pública e o perigo de uma convulsão social, devido a problemas como a demora de uma efetiva reforma agrária, o aumento do desemprego e arrocho salarial, podem provocar uma fuga em massa do capital especulativo do país, podendo jogar o Brasil numa profunda crise socioeconômica.

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d) A integração brasileira no cone sul da América do Sul, representada pelo Mercosul, evidencia a intenção do governo brasileiro de participar do processo de globalização. e) O governo de FHC, de posição neoliberal, conseguiu superar as desigualdades sociais e regionais seculares em nosso país. 2. Recentemente, foi feita uma pesquisa na Argentina, onde mais de 50% dos entrevistados foram a favor da criação de uma organização mundial para administrar o país, ficando bem claro que a sociedade não considera mais que o Estado Argentino e as autoridades que o representam possuem capacidade o suficiente para solucionar os problemas socioseconômicos do país. De acordo com o assunto do texto e seus conhecimentos sobre a crise Argentina, julgue os itens. a) Nas primeiras décadas do século XX, a economia da Argentina era cerca de cinco vezes superior a brasileira. b) No processo neoliberal, o governo Argentino, com Plano Cavallo (1991-2001), rapidamente foi perdendo o comando da economia, dos setores estratégicos e, mais recentemente, o controle sobre parte do social, justificando o elevado grau de insatisfação e revolta de sua sociedade. c) A desordem socioeconômica que hoje afeta a Argentina tem como causa exclusiva a crise do real ou efeito cachaça em janeiro de 1999. d) É certo que a crise na Argentina inviabilize por completo a conclusão do Mercosul como área de livre trânsito de pessoas e mercadorias em 2005. e) Eduardo Duhalde, o quinto presidente num intervalo de 12 dias de convulsão social, foi premiado com 2 anos de mandato, resultado de um processo eleitoral onde foi derrotado nas urnas por De La Rua.

3. A crise no Congresso Brasileiro é resultado de distorções históricas, entre as quais, as autoridades acreditarem que podem fazer tudo que quiserem, inclusive o que não e permitido constitucionalmente ou o que eles pregam para que o cidadão comum não faça. Normalmente, isto acontece por acreditarem na impunidade que o poder lhes oferece. Esta realidade nos faz acreditar que, podemos estar caminhando para uma democracia, mas não vivemos, ainda, em uma, sociedade democrática.

Quanto ao assunto do enunciado, julgue os itens. a) Ao extinguir com a Sudam e a Sudene, o Governo Federal FHC não só

interrompeu como eliminou com qualquer possibilidade de aumento de corrupção nos órgãos do Estado.

b) O Governo faz a sua parte, pois fiscaliza e regula os financiamentos liberados; o único problema são os empresários, que prometem, mas não cumprem as suas promessas.

c) Ao romper com o decoro parlamentar, alguns senadores podem ser punidos politicamente, pois na verdade, não fizeram nada que atingisse a Constituição do país.

d) Ao provar que o painel de votação secreta tinha sido violado, os técnicos da Unicamp também provaram que importantes políticos brasileiros estavam mentindo para seus pares e para a sociedade que os havia elegidos.

e) Na verdade, a crise no Senado está superada, cabe à sociedade brasileira, tirar desta crise o melhor proveito, para que o processo democrático avance, pois corremos o risco de um retrocesso.

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4. Ao visitar o Chile, o presidente brasileiro publicou a proposta de assinatura de um acordo bilateral com aquele país, destacando que o Brasil, finalmente estava conquistando sua saída marítima pelo pacífico. Essa saída marítima é mais que necessária, pois o Brasil corre o risco de sofrer um maior isolamento mundial, quando for iniciada a implantação da Área de Coordenação Econômica Ásia-Pacífico (Apec).

Quanto ao Brasil e a Apec, julgue os itens. a) A Apec tem como proposta criar uma Área de Livre Comércio integrando os

países que possuem litoral em contato com o oceano Pacífico. b) De acordo com a reunião da Apec, em novembro de 2001, na China

Popular, sua implantação terá início em 2010. c) A área de livre comércio criada (Apec) poderá acabar com a formação

multipolar atual e formar uma nova bipolarização que também será ideológica. d) A Apec terá como membros países da Ásia, Oceania e a América, exceto os

EUA, que permanecem na exclusive proposta em defesa da Área de Livre Comércio para as Américas (Alca).

e) Mesmo com todo esforço do Brasil para não sofrer isolamento internacional, a saída marítima pelo Chile não soluciona o problema, pois não temos ligação direta de fronteira com aquele país. 5. No dia 1º de janeiro de 2004, o Brasil assumiu uma cadeira rotativa no Conselho de Segurança da ONU – Organização das Nações Unidas. Quanto ao Brasil, a ONU e o Conselho de Segurança, julgue os itens. a) O Brasil disputa pelo direito de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança, infelizmente, nenhum país de importância mundial o apóia nesta reivindicação. b) Os países que formam o Conselho de Segurança da ONU, com cadeira permanente e poder de veto são: EUA, França, Inglaterra, Rússia e China Popular. A ONU não defende mudanças em curto prazo para esta organização. c) Ao assumir a cadeira rotativa, em janeiro de 2004, o Brasil substituiu o México como representante da América Latina e, de forma prática e geopolítica, diplomatas da Argentina assessoram o representante brasileiro nas questões que afetam o Mercosul. d) Os EUA são o único país com poder de veto no Conselho de Segurança que apóia a reivindicação do Brasil quanto à cadeira permanente neste Conselho. e) Na abertura da 58ª Plenária da ONU, o discurso do Presidente do Brasil destacou a importância do Projeto Fome Zero para o Brasil e para os países do sul. O discurso do presidente brasileiro caiu no vazio, pois sua proposta não foi defendida pelo Secretário-Geral da ONU e pelo presidente dos EUA. 6. Conferência da Organização dos Estados Americanos – OEA, em 15 de janeiro de 2004, em Monterrey no México; Fóruns mundiais, entre os dias 23 e 28 de janeiro de 2004. Em relação aos tópicos acima, julgue os itens. a) A Conferência da OEA, em Monterrey, em nada avançou nas propostas para maior integração entre os países da América, servindo quase que somente para uso eleitoral por George W. Bush e para discursos vazios, mas de obediência aos EUA da parte de Vicente Fox, o atual presidente mexicano. b) O 34º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça foi útil para o governo brasileiro, pois o presidente do Banco Central apresentou o plano B, de cunho social, aos empresários governantes e megaespeculadores dos países do Norte.

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c) O 4º Fórum Social Mundial, ao contrário dos anteriores, aconteceu na Índia, e o presidente brasileiro não compareceu, pela primeira vez, a esse encontro. d) O 5º Fórum Social Mundial ocorreu na cidade de Porto Alegre, no Brasil. e) De acordo com os organizadores dos fóruns sociais, em 2005 esses encontros não coincidiram com as datas dos Fóruns Econômicos em Davos, na Suíça. RESPOSTAS: 1. a) Certo; b) Errado; c) Certo; d) Certo; e) Errado 2. a) Certo; b) Certo; c) Errado; d) Errado; e) Certo 3. a) Errado; b) Errado; c) Errado; d) Errado; e) Errado 4. a) Certo; b) Certo; c) Errado; d) Errado; e) Errado 5. a) Errado; b) Errado c) Certo; d) Errado; e) Errado 6. a) Certo; b) Errado; c) Errado; d) Certo; e) Certo

AULA 16

CAPITALISMO MONOPOLISTA OU FINANCEIRO DÉCADAS DE 40 A 70

• Bipolarização • Guerra Fria • Corrida armamentista • Corrida espacial, nuclear • Avanços na bioquímica • Formação dos trustes e cartéis, com as multinacionais dominando a

economia mundial • Fortalecimento do Estado • Período da coexistência pacífica entre o Ocidente (capitalista) e o Oriente

(socialista) USA x URSS

• Regimes autoritários e endividamento no Terceiro Mundo • Guerras e conflitos localizados:

o Coréia o Cuba o Vietnã o Afeganistão o Angola, Moçambique o Revolução na China o Crise dos mísseis, etc.

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EXERCÍCIO 1. Com o fim da Guerra Fria, caracterizada pela disputa política ideológica, econômica e militar entre os EUA e a URSS, acreditou-se que os recursos desembolsados neste conflito iriam ser canalizados para uma nova ordem mundial mais justa e equilibrada. A esse respeito, julgue os itens. a) A globalização da economia foi extremamente importante para o Brasil porque possibilitou a instalação de grandes empresas estrangeiras no país. b) A recente fase da economia globalizada teve sua arrancada com a expansão do comércio internacional, que determinou a criação de acordos internacionais para estabelecer regras e tarifas. c) Com a globalização, os investimentos diretos de longo prazo dos países ricos são direcionados principalmente para os países pobres, devido à dimensão do mercado consumidor que estes representam. RESPOSTA: 1. a) Errado; b) Certo; c) Errado

AULA 17

GLOBALIZAÇÃO

• Além do poderio bélico, sinônimo de potência e tecnologia de ponta, produção, produtividade e competitividade no mercado mundial.

• Extinção do Segundo Mundo, 25/12/1991, ex-URSS. • Avanços na biotecnologia, nanotecnologia, microeletrônica, robótica,

informática, automação, etc. • Produtos transgênicos e a clonagem como símbolos de avanço científico. • Projeto Genoma. • O capital volátil substitui boa parte dos capitais provenientes dos órgãos

tradicionais como Bird, BID, Grupo de Paris, Bancos Centrais, etc. • O mundo exige nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT). • Formação dos megablocos e blocos econômicos na nova forma de

regionalização. • Internacionalização das economias, desemprego estrutural, planos

econômicos. • Crises com efeito dominó ou cascata. • Processo de fusão (truste) nas multinacionais, com avanços na prática do

dumping. • Redemocratização e privatização das estatais nos países do Terceiro

Mundo.

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Geopolítica da Europa

Para entender as transformações nas últimas décadas no continente europeu, é necessário refletir um pouco sobre o processo histórico mais recente, isto é, o período anterior à Segunda Guerra, a própria guerra, e o imediatamente após esse conflito.

a) Período anterior – Os impérios expansionistas e militarizados europeus disputavam “palmo a palmo” a hegemonia mundial, esquecendo que no norte da América e no extremo Oriente dois impérios estavam se formando. b) Segunda Guerra – Os avanços tecnológicos transformaram de forma radical os resultados da Guerra, pois, ao contrário dos conflitos anteriores, a Segunda Guerra Mundial foi altamente destrutiva para o continente europeu. Na verdade, todos no continente saíram perdendo, tanto é que passaram a ser classificados como potências médias. Portanto, não determinavam mais o comportamento mundial. c) Pós-Segunda Guerra:

• Conferência de Yalta e Potsdan • Plano Marshal • Muro de Berlim

Definiram a implantação da Cortina de Ferro. A Europa estava dividida e descobriu que não mandava mais. Foi obrigada a obedecer e ainda podis ser destruída (EUA x URSS), sem direito a opinar. Fase da “Neurose Nuclear”.

EXERCÍCIOS 1. No auge de seu poder, a Grã-Bretanha governou mais da metade do mundo mulçumano, e alguns historiadores acreditam que ela desenvolveu um medo profundo de que o islamismo radical pudesse abalar as raízes de seu império desde a Índia até o Sudão, medo que foi exarcebado pelas guerras santas proclamadas contra os britânicos, que iam de Cartum até Cabul. Após a Segunda Guerra Mundial, o império britânico começou a se desengajar à medida que uma nova ordem mundial começava a emergir. Em 1947, a Grã-Bretanha baixou, pela última vez, sua bandeira na índia e no Paquistão recém-criado. Em 1948, o fim do mandato de 26 anos da Grã-Bretanha sobre a palestina abriu caminho para a fundação de Israel. A história não libera seus arquitetos com a facilidade com que eles enrolam suas bandeiras. Hoje, A Grã- Bretanha de Tony Blair está de volta a algumas das arenas de sua antiga supremacia – mas desta vez como parceria secundária. (Allan Cowen. Lições do Império Britânico. In: O estado de S. Paulo, 7/4/2002, p. A25 – com adaptações). A partir do texto, julgue os itens seguintes, relativos ao imperialismo e à força do islamismo. a) As “guerras santas” identificadas com o “islamismo radical”, segundo o texto, estão presentes já no nascedouro do Islão, no século VII, com o profeta Maomé. Entre outros, foi esse o princípio que, ideologicamente bem conduzido, possibilitou a montagem do extenso Império Árabe que, partindo da Ásia, conquistou o litoral mediterrâneo da África e chegou à Europa. b) Tendo penetrado na Península Ibérica na primeira metade do século VIII, os árabes dela foram definitivamente expulsos somente ao final do século XV. Essa longa presença moura em terras portuguesas e espanholas seguramente deitou

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fortes raízes culturais, cujos efeitos também se fizeram sentir nas colônias ibéricas situadas na América. c) A Paz britânica correspondeu, grosso modo, ao período entre a queda de Napoleão Bonaparte (1814) e a Primeira Guerra Mundial (1914). Pioneira da revolução industrial e “senhora absoluta dos mares”, a Inglaterra teve presença ativa no comércio mundial nesse período. d) A presença do imperialismo britânico na América Latina, ao longo do século XIX, correspondeu ao seu poderio e à abrangência de seus interesses, visível, entre tantas outras situações, na imposição de tratados comerciais vantajosos e na determinação do fim do trafico de escravos, ambas relativas ao Brasil, além da influência na criação do Uruguai, o “algodão entre cristais” (Brasil e Argentina). 2. A questão no Oriente Médio está se agravando rapidamente nos últimos anos; não poderia ser pior o momento da morte do líder religioso do grupo Hamas por judeus na região da Cisjordânia. Julgue os itens sobre o Oriente Médio. a) A criação do Estado de Israel, em 1948, seguiu-se à partilha do território palestino determinado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano anterior, decisão essa que também envolvia a criação de um estado palestino. A não-implementação do estado da Palestina decorre da intransigência dos países árabes, a começar pelo Egito, em não aceitar a existência de Israel. b) Índia e Paquistão, antigas colônias britânicas, surgiram no mesmo contexto histórico, sendo que a criação do Paquistão resultou das dificuldades – que se mostraram instransponíveis naquele momento – de acomodar uma expressiva população mulçumana em um país majoritariamente hinduísta, a Índia. Desde então, os dois paises lutam pelo controle da região da Caxemira. c) A “nova ordem mundial”, que emergiu ao fim da Segunda Guerra Mundial corresponde ao sistema bipolar de poder que se pretendia planetário, em que EUA e URSS dividiram o mundo em suas áreas de influência, desbancando uma posição que fora européia desde a expansão comercial e marítima dos séculos XV e XVI. d) A condição britânica de “parceira subalterna” nas relações internacionais dos dias de hoje explica-se pelo fato de que, integrante da União Européia, a velha potência do século XIX agora precisa sujeitar-se aos ditames de uma política externa européia coletiva, fixada consensualmente por todos os países integrantes do bloco continental.

RESPOSTAS: 1. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Certo 2. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Errado

AULA 18

CONFLITOS EUROPEUS A heterogeneidade étnica em espaços definidos na Europa sempre existiu, e no período da guerra fria as minorias étnicas eram contidas no seio da organização

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física dos estados-nações. Com o advento da globalização eles encontram espaço para suas reivindicações de autonomia. Iugoslávia

Estado criado em 1922, pós-Guerra, em razão da extinção dos Impérios Austro-Húngaro, Bizantino e Turco-Otomano no Leste Europeu.

Com o término da Segunda Guerra Mundial, era provável que o país viesse a se desmembrar, pois era caracterizado por um “caldeirão étnico”. Mas a criação de um herói nacional, apesar de Croata, atendia aos interesses dos novos mandatários mundiais, pois era interessante, tanto para os EUA, como para a URSS, que o território geoestratégico desse país funcionasse como um corredor, isolando geograficamente a URSS da Europa; estavam montadas as condições para a implantação de uma “Gerontocracia”, em que o marechal Jozip Tito governaria até a sua morte. Como Foi Montado o Governo

a. Executivo colegiado; b. Parlamento onde cada etnia teria um número de representantes

proporcional ao seu número na população; c. Sistema socialista, mas não alinhado à URSS; d. Não participava oficialmente do Comecom (Tame) e do Pacto de Varsóvia; e. Recebeu ajuda do Plano Marshal (EUA).

Dinâmica de Mudanças

Na década de 80, ocorrem mudanças que afetam a forma de funcionamento do estado iugoslavo. Os sérvios que na maioria são cristãos ortodoxos, sempre receberam apoio dos russos e no período da guerra fria controlavam as Forças Armadas do país. Em 1985, a URSS inicia as mudanças políticas e econômicas – Glasnost e Perestroika, respectivamente. Essas mudanças acabam liberando os movimentos étnico-separatistas nas repúblicas iugoslavas.

Em 1991, as repúblicas da Eslovênia e da Croácia, áreas de importância econômica com um parque industrial, reserva de petróleo e balneário turístico, declaram independência que, de imediato, não é reconhecida pelas organizações mundiais, mas a Alemanha reconhece e passa a apoiar estas repúblicas. Era o retorno da potência centro-européia bifronteira.

Alegando a perda da saída marítima, os sérvios tentam impedir a independência das repúblicas, criando condições para a primeira guerra civil na Iugoslávia.

Em 1993, as repúblicas da Bósnia-Herzegovina – a famosa Iugoslávia em miniatura, em razão da heterogeneidade étnica de sua população, e a Macedônia declaram suas independências. Essa segunda guerra civil tem um fator altamente explosivo, pois envolve povos islâmicos do antigo império turco-otomano e cristãos do império austro-húngaro. Estava criado o fator fundamentalismo, que acaba gerando um retorno de comportamento semelhante ao da Segunda Guerra Mundial com o retorno dos genocídios como estratégia militar.

As entidades internacionais não pressionaram pelo término da guerra até 1995, pois os sérvios estavam vencendo os islâmicos.

Em 1995, os islâmicos passam a vencer os sérvios, as entidades internacionais, representadas pela OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, fazem uma intervenção militar na Iugoslávia acabando com a guerra civil.

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Em 2003, a Iugoslávia, sem os territórios que se tornaram independentes, passa a se chamar Sérvia e Montenegro, com dois parlamentos e duas moedas. Os Novos Países

• Eslovênia; • Croácia; • Bósnia-Herzegovina; • Macedônia.

A Nova Iugoslávia

• Sérvia; • Montenegro; • Volvodina; • Kosovo (que em 1999 se torna território autônomo).

Em 2003, a Iugoslávia muda seu nome para Sérvia e Montenegro. Se antes os

sérvios já eram maioria étnica, na nova Iugoslávia eles passam a ser mais hegemônicos. Mesmo assim, os problemas não estavam totalmente resolvidos, pois a única saída marítima era em Montenegro e Kosovo. Apesar de ser o ponto de origem do povo sérvio, desde o período otomano tinha maioria de islâmicos, mais identificados com a população da Albânia, gerando, com isso, um novo conflito entre cristãos e islâmicos, até nova intervenção das forças da Otan e transformação de Kosovo em estado autônomo. Em 5 de outubro de 2000, após o primeiro turno das eleições, o presidente Slobodan Milosevic é deposto por um movimento popular que leva 500.000 pessoas às praças em Belgrado, capital da Iugoslávia. Por último, em junho de 2001, o governo da nova Iugoslávia entrega o ex-presidente para ser julgado em um tribunal internacional, com a acusação de tentativa de etnocídio durante as guerras civis na ex-Iugoslávia. Fica bem claro para o mundo que, ou o governo tomava esta atitude, ou não teria ajuda internacional para reconstruir sua sociedade. Não se esqueça: a ex-Iugoslávia mudou seu nome: em 2003, passou a se chamar Sérvia-Montenegro, um país com dois parlamentos e duas moedas, uma em cada república.

EXERCÍCIO

1. A península balcânica permanece como um dos primeiros centros geradores de conflitos étnicos separatista do mundo. Caracterizando um caldeirão étnico onde a prática dos fundamentalistas ainda situa esta região – que não superou de forma satisfatória a fase da guerra fria ou corrida armamentista. Quanto ao assunto no texto, julgue os itens. a) A ex-Iugoslávia foi dividida em vários países, inclusive nos países da Eslovênia e da República Tcheca, hoje (2004) membros da União Européia. b) A ex-Iugoslávia passou a se denominar Sérvia e Montenegro a partir de 2003.

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c) A Bósnia-Herzegovina, país com predomínio de cristãos ortodoxos, foi o primeiro a se separar da Iugoslávia. d) Kossovo é hoje um país desenvolvido e totalmente desligado da Sérvia-Montenegro. e) Eslovênia, Croácia, República Tcheca e República Eslovaca enterraram definitivamente seu passado autoritário, ao entrarem para a União Européia, em maio de 2004. RESPOSTA: 1. a) Errado; b) Certo; c) Errado; d) Errado; e) Errado

AULA 19

A UNIFICAÇÃO DAS ALEMANHAS

Com a derrubada do Muro de Berlim, em 1989, não é difícil prever que o Tratado de Potsdan estava com seus dias contados. Em 1990, a RDA (socialista-oriental) declarou extinto o seu estado (constituição, força armada, moeda, etc.), e seu território foi transformado em cinco estados Federados (Landers) e oficialmente incorporado à RFA (capitalista-ocidental). Conseqüências da Reunificação Alemã

• O povo é unificado num só estado-nação. • O território não permanece o mesmo, pois a região da Silésia e de

Gdanski, na Polônia, e a Bielo Rússia não voltam a ser território da nova Alemanha.

• Antes da reunificação, a RFA (ocidental) já era a terceira potência econômica do mundo, após os EUA e o Japão, mas passa a investir em larga escala na recuperação da parte leste e na ajuda aos vizinhos que estão surgindo.

• O marco Alemão substitui o rubro da ex-URSS nos investimentos para recuperar as novas áreas capitalistas que estão surgindo.

• A Alemanha recupera a posição de potência bifronte centro-européia, pois é o ponto de contato entre o leste, pobre, e o oeste, rico. Na prática, é o fim dos tratados do pós-Segunda Guerra. Da cortina de ferro ideológica, permanecendo a cortina socioeconômica entre o leste e o oeste do continente.

Revolução do Veludo

Na Tchecoslováquia não houve revolução, e sim, combinações políticas, pois após se livrarem da pressão soviética, ocorreram eleições em que a maioria nacionalista dominou o parlamento tcheco e decidiu pela separação geográfica das etnias dominantes, criando dois novos países: a República Tcheca, menos populosa e mais desenvolvida a oeste, e a República da Eslováquia na parte leste, por isso se

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chama Revolução do Veludo, pois foi um processo pacífico, apesar dos problemas das minorias étnicas até hoje, principalmente dos ciganos. Rússia – Herdeira da URSS

Não foi gratuitamente que Boris Yeltsin permitiu a manutenção de Gorbatchov no poder até dezembro de 1991, após a fragorosa derrota do PCUS no golpe de agosto de 1991. Nesse intervalo de tempo, Bóris Yeltsin estava negociando a melhor forma de extinguir a URSS e a manutenção da Rússia como potência regional aliada dos EUA. NOTA: Não se esqueça da nova Alemanha. Com o que a Rússia Ficou

1. Com o Banco Central e o Banco do Comércio Exterior. 2. Com todas as embaixadas e o lugar no Conselho de Segurança da ONU. 3. Com a moeda, pois o rubro volta a ser somente russo. 4. Com o controle do arsenal nuclear e das armas químicas e biológicas. Com as privatizações, as máfias russas emergiram e passaram a dominar boa

parte da economia legal do país, entrando em choque com o capital externo. A questão da Chechênia era interna, pois esse território fazia parte da República Russa, portanto, a Rússia não estava assumindo posições expansionistas; é certo que na Chechênia a maioria da população é islâmica, mas, por trás disso, há a questão do petróleo nessa área. A Questão Basca

Esta história é tão antiga que até os bascos, localizados no norte da Espanha e sul da França têm dificuldades para identificar sua origem; alguns acreditam que tenham vindo do leste europeu. É certo que os bascos formam um povo distinto no território espanhol, portanto, sofrem uma diáspora. Alguns lutam pela sua independência por meio do ETA – Pátria Livre Basca, uma organização separatista. Hoje, a facção mais atuante é o ETA – Militar, enquanto o ETA – Político/Militar procura fazer negociações de paz. A Irlanda Católica

O maior arquipélago europeu há séculos é dominado pelo império britânico, inclusive a Ilha da Irlanda, que foi colônia com aspectos de exploração dos ingleses do mesmo modo que a Escócia e o País de Gales. As principais ilhas são a Grã-Bretanha (Inglaterra, País de Gales e Escócia) e a Ilha da Irlanda, hoje dividida em Irlanda do Norte ou Ulster, com povos (protestantes) de outros lugares do Reino Unido, e uma minoria de irlandeses católicos. Atualmente, estes últimos apresentam um crescimento demográfico

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superior aos protestantes, apesar do tratamento diferenciado feito pelo Exército Britânico, privilegiando os primeiros. A República da Irlanda (Eire) hoje é independente do Reino Unido, e sua maioria populacional é formada por católicos. Na visão do dominador (ingleses), os protestantes são considerados “unionistas”, pois defendem a permanência do Ulster integrado ao Reino Unido, e os católicos são denominados de “separatistas”, pois defendem a extinção do Ulster, com unificação total da ilha sob o comando dos irlandeses católicos. Os irlandeses católicos sempre lutaram pela sua independência em relação ao império britânico, e suas conquistas acompanharam o enfraquecimento do expansionismo inglês. Na década de 20 (pós-Primeira Guerra), conquistaram autonomia política do Eire, e na década de 60 (pós-Segunda Guerra), obtiveram sua independência. Foi na década de 60 que a discriminação contra a minoria católica do Ulster se agravou, com a criação de bairros separados (guetos). Torturas e massacres praticados pelo exército inglês fizeram surgir o IRA – Exército Republicano Irlandês, responsável pelo armamento dos católicos e a prática de atos terroristas no Reino Unido. Na Irlanda do Norte (Ulster) protestante, foi criado o SINN FEIN (somente nós), braço político do IRA que procurava defender os católicos.

EXERCÍCIO 1. A Alemanha atual caracteriza o 3º maior PIB do mundo e o 1º da União Européia; em 2003 superou o Japão, ficando em 2º lugar no comércio mundial. Quanto ao crescimento econômico, tecnológico e social da Alemanha, julgue os itens. a) A queda do muro de Berlim, em 1989, é considerada pelos especialistas como um marco histórico na ruptura da cortina de ferro ideológica que separava o povo alemão e alimentava a guerra fria. b) Com a extinção da Alemanha socialista ou oriental, em 1990, seu território e população foram anexados à federação alemã ocidental. c) Hoje, a qualidade de vida do alemão oriental foi equiparada às condições socioeconômicas do alemão ocidental. d) A Alemanha reunificada a partir de 1990 recuperou todo o território que ocupava antes da 2ª Guerra Mundial. e) Boon permaneceu a capital da Alemanha reunificada. RESPOSTA: 1. a) Certo; b) Certo; c) Errado; d) Errado; e) Errado

AULA 20

POLÍTICA ENERGÉTICA BRASILEIRA

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Introdução

O setor energético brasileiro teve seu desenvolvimento em conjunto com o processo de modernização, em que houve uma passagem muito rápida de sociedade agrária para uma sociedade urbano-industrial, que infelizmente não veio acompanhada de melhorias nas condições socioculturais de sua população. O processo acelerou a partir da década de 30, com o esgotamento da oligarquia do café e o início da primeira fase industrial, para substituir as importações e tomar dimensões maiores a partir do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek (1956/1961), quando o sistema rodoviário sustentado pela indústria de automotores exigia que o Brasil substituísse as fontes energéticas tradicionais (biomassa), por fontes modernas como o carvão mineral e o petróleo e começasse a estimular o aproveitamento de nosso gigante potencial hidráulico (hidroeletricidade). Contudo, o consumo de energia per capita até hoje é muito baixo (± 950kg de energia), ficando abaixo, inclusive, de muitos países do Terceiro Mundo. Processo Histórico

• 1938 – Criação do CNP – Conselho Nacional do Petróleo e do Poço do Lobato, primeira perfuração no Recôncavo Baiano que resulta no início da produção interna de petróleo.

• 1939 – Criação do CNAEE – Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica. • 1954 – Criação da Petrobras – Estatal que passa a monopolizar todo o

processo pertinente ao petróleo, exceto distribuição interna de seus derivados, que fica a cargo de empresas nacionais e, principalmente, multinacionais da área como a Shell, Texaco, Esso, etc.

• Criação das empresas estatais, estaduais e federais da área de eletricidade.

• 1962 – Criação da Eletrobrás – que na forma de holding detém o controle acionário das concessionárias federais e de forma minoritária participa das empresas estaduais.

Com as crises de 1973 (Guerra do Yom Kippur – Opep) e de 1979 (Revolução

Islâmica) e com o aumento significativo do barril de petróleo (158,6 litros), o Brasil teve de replanejar sua política energética em virtude da elevação do custo do barril, o que resultou na criação do Programa Nacional do Álcool (1974) e do Programa Nuclear (1975), priorizou-se, pois, a pesquisa, formação de técnicos e desenvolvimento de tecnologia nacional na área de prospecção do petróleo em grandes profundidades, maior aproveitamento do gás natural, do carvão e a construção de grandes hidrelétricas, demonstrando que a questão energética no país, além de econômica e social, era uma questão geoestratégica, a exemplo de Itaipu, Angra dos Reis I e II, etc. Potencial Hidrelétrico Brasileiro

Individualmente e em razão do processo de modernização urbano-industrial, nosso maior consumo energético é de petróleo e seus derivados. Mas o nosso maior

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potencial energético é o hidráulico, que corresponde a mais de 90% da energia elétrica produzida no País. As termelétricas produzem um pouco mais de 8% e as usinas termonucleares, apesar das décadas de implantação e os bilhões de dólares gastos, já se encontram obsoletas, não representando quase nada na produção/consumo de eletricidade no País.

• 1893 – Primeira usina termelétrica em Campos (RJ). • 1889 – Primeira usina hidrelétrica em Juiz de Fora (MG). Ao contrário das termelétricas e das usinas termonucleares, as hidrelétricas

não são instaladas de acordo com o interesse humano e, sim, pelas condições naturais oferecidas pelo relevo do local e a vazão dos rios. Com isso, muito do potencial hidráulico ainda não é aproveitado. Cerca de 80%, pois, estão localizados em áreas de baixa necessidade energética ou o sistema de transmissão elevaria muito os custos, além das perdas de energia pelo calor nos cabos de alta tensão, prejudicando a relação custo-benefício. Por isso, o maior aproveitamento é nas Bacias do Paraná (61% do potencial) e do São Francisco (59% do potencial), em virtude da maior proximidade dos grandes centros consumidores, enquanto o maior potencial brasileiro é na bacia amazônica, onde temos o menor aproveitamento hidroelétrico, pois corresponde a um grande vazio populacional e econômico. A situação da bacia amazônica deve ser destacada pelo elevado potencial hidráulico dos principais afluentes do Rio Amazonas, mas devem ser trabalhadas também outras especialidades dessa bacia, pois ela não comporta grandes complexos hidrelétricos como foi feito nas demais regiões, devido seu potencial hidráulico não concentrado, e, sim, distribuído em pequenas e no máximo médias quedas-d’água. Portanto, ao construir uma grande represa, seu reservatório d’água fica muito horizontalizado e pouco verticalizado, isso quer dizer que a represa inunda muitas áreas, prejudicando o ecossistema da Amazônia, ao mesmo tempo em que a represa não tem profundidade, e apresenta baixa pressão, o que oferece poucas condições de se instalar um bom número de turbinas. Um bom exemplo dessa realidade é a Usina de Uatumã, afluente do rio Negro: o projeto era para seis turbinas, que seriam suficientes para substituir as termelétricas de Manaus, mas só foi possível instalar duas turbinas. Outro fato curioso é que o potencial hidráulico da Amazônia só foi descoberto nas décadas de 60 e 70, graças ao Projeto Radam (radar da Amazônia), atual Radam Brasil, pois antes se acreditava que os rios dessa região fossem todos de planície e que não apresentavam condições para produção de energia. Destaques Atuais

Apesar do alto potencial hidráulico ainda não aproveitado no País, a distância dos centros consumidores, o alto custo de construção e do sistema de transmissão e o tempo longo de implantação estão destoando do ritmo de crescimento econômico e das necessidades energéticas do País. Com a privatização em curso, do Sistema Telebrás, o governo está transferindo a construção e o controle das próximas hidrelétricas para empresas privadas, ao mesmo tempo em que implanta o gasoduto Bolívia-Brasil, para instalação rápida de quarenta e nove termelétricas próximas das áreas de consumo,

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pois essas áreas já apresentam uma carência superior à capacidade atual de abastecimento. A grande vantagem dessas termoelétricas é apresentarem maior rapidez e menor custo de instalação, além de eliminarem bastante o sistema de transmissão e as necessidades de manutenção. O gás natural, e não o GLP, é o combustível fóssil que menos polui a natureza quando queimado. A Petrobras não foi privatizada, mas perdeu o monopólio e se transformou numa empresa concessionária a partir de julho de 1997. Com o processo de privatização na nova fase liberal do governo brasileiro, o Estado passa a ser fiscalizador e regulador da economia, sendo obrigado a criar as Agências Nacionais (ANA, ANP, Aneel, etc.), para cumprir esse novo papel. Desde a década de 80 os especialistas nessa área já alertavam para o risco de falta de energia elétrica no País; bastaria, para isso, ocorrer crescimento econômico, pois os projetos hidroelétricos não estavam sendo implantados no ritmo necessário. A última descoberta de gás natural no Brasil, no litoral da região Sudeste, triplicou nossas reservas podendo melhorar os custos para o consumidor e diminuir nossa dependência do gás natural importado da Bolívia, que é comprado em dólar. Com isso, é possível a volta da estratégia de construir novas termelétricas e a redução dos riscos de apagões nos próximos anos.

EXERCÍCIO 1. O governo brasileiro declara que, a partir de 1º de março de 2002, acaba o racionamento de energia. O motivo é que as chuvas já permitiram que os reservatórios atingissem níveis satisfatórios de água, tanto nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, como no Nordeste. Enfim, por falta d’água nas represas, não corremos riscos imediatos de ocorrer apagões. Quanto ao assunto do enunciado, julgue os itens. a) O grande motivo para a crise de energia originária de hidroelétricas é porque já utilizamos todo o potencial de nossos rios. b) Felizmente, as áreas técnicas do governo estavam acompanhando a capacidade real de produção de energia das hidroelétricas, permitindo que o governo tomasse medidas políticas em tempo e evitando prejuízos econômicos. c) Como os entraves políticos e econômicos foram superados, é provável que as termoelétricas, que vão ser construídas nos próximos anos, eliminem os riscos de novas crises de energia. d) A Operadora Nacional do Sistema Energético (ONS) já foi totalmente montado. Com isso, corremos menos riscos de apagões. e) Um fator que diferencia a produção de energia através do potencial hidráulico em relação a outras fontes de energia é que, naquela, o homem não determina nem o local, nem a quantidade de energia que pode ser produzida. RESPOSTA: 1. a) Errado; b) Errado; c) Errado; d) Errado; e) Certo

AULA 21

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A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Por ser um rio estratégico (Nilo brasileiro), a transposição do rio São Francisco se transformou numa questão mais de geopolítica do que de viabilidade econômica ou de projeto técnico. De acordo com autoridades e técnicos do governo, a transposição garantiria um uso máximo de 5% das águas do São Francisco, tornando perene vários rios da região e mudando as características de 70% da região do semi-árido. No rio Colorado, sudeste dos EUA, há um processo de transposição que utiliza 90% das águas desse rio, o que facilita o desenvolvimento agropecuário nessa região. Para atender às pressões políticas, o Governo Federal desenvolveu o projeto de transposição do rio Tocantins. Isto elevará muito os custos, apesar de ser viável, pois a vazão do Tocantins-Araguaia é doze vezes maior do que a do São Francisco, e 70% das águas do São Francisco vêm do seu curso superior em Minas Gerais. O governo atual do PT, com o Presidente Luiz Inácio, transformou o projeto de transposição do rio São Francisco numa de suas principais prioridades apesar da reação contrária de técnicos e líderes políticos. No final de 2004, o governo federal deu início ao processo de licitação para o Projeto de Transposição de Águas do Velho Chico para o semi-árido nordestino. O Petróleo

O Brasil detém tecnologia de ponta em prospecção em águas profundas, tanto que é um grande erro dizer que a maior produção atual do petróleo nacional (85%) é na plataforma continental, pois esta só chega a 200 metros de profundidade e já produzimos petróleo em áreas com mais de 1.500 metros de profundidade na formação de campos-garoupa. Hoje, consumimos 1.800.000 barris/dia, produzimos 1.560.000 barris/dia, importamos 240.000 barris/dia e exportamos cerca de 160.000 barris por dia de petróleo produzido no País, exportando o petróleo que não temos tecnologia para refinamento e importamos o que nossas refinarias podem refinar. Nossas importações não dependem exclusivamente do Golfo Pérsico. Hoje importamos petróleo da Venezuela, México, Argentina e até de Trinidad e Tobago. A cada ano importamos menos e produzimos mais internamente para o nosso consumo diário. Essa importação é muito cara devido ao preço do petróleo internacional, pois obedece ao preço de mercado (Opep); enquanto o custo interno do barril de petróleo não ultrapassa os oito dólares, no mercado mundial, o mesmo produto na mesma quantidade hoje custa mais de trinta e cinco dólares. O custo dos derivados para o consumidor brasileiro obedece ao preço do mercado externo. Portanto, aumentando o preço do petróleo da Opep, aumenta o custo para o consumidor brasileiro; quando preço diminui, a história é outra.

EXERCÍCIO

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1. Quanto à crise energética que esta afetando o crescimento da economia brasileira, assinale a alternativa correta.

a) É necessário economizar, pois nosso potencial hidráulico instalado esgotou a capacidade de produção de energia em nossas bacias hidrográficas.

b) É resultado exclusivo do não-investimento em projetos hidroelétricos na década de 80 e inicio da década de 90.

c) O único problema é que o crescimento econômico superou as expectativas mais otimistas para a década.

d) A implantação de termoelétricas poderia ter superado este problema, mas o processo de privatização prejudicou suas instalações.

e) O baixo índice pluviométrico nos últimos anos tem como causa fenômenos naturais, portanto não tem ligações com a atuação antrópica no meio ambiente.

RESPOSTA: Alternativa d é a correta.

AULA 22 ORIENTE MÉDIO

Dizer que os conflitos existentes no Oriente Médio são exclusivamente religiosos e que só eclodiram nas últimas décadas é, no mínimo, desconsiderar os milhares de anos de história das civilizações que aí se desenvolveram ou que dominaram o Oriente Médio, na forma de grandes impérios. As questões geoestratégicas, como ponto de ligação entre os continentes – Asiático, Europeu e Africano –, facilitado pela integração por via marítima e terrestre, vieram a se somar nas últimas décadas à descoberta e à exploração da maior reserva, até agora conhecida, de petróleo, em seu subsolo (Golfo Pérsico). À carência de espaço ecúmeno deve ser adicionado o elevado crescimento demográfico das populações, demonstrando que não é de hoje que não há espaço disponível para todos nessa região. As Religiões Imperiais – Fundamentalistas e Monoteísta. O Judaísmo Nota: Judeu é sinônimo de semita; Israelense = nascido no Estado de Israel, portanto a maioria que nasceu no Israel são judeus-israelenses, mas existem minorias étnicas no país, portanto é correto classificar o palestino (Islâmico, Sumita e Árabe) nascido no país como Árabe-Israelense.

Fundamenta-se nos livros antigos, que serviram de base para a elaboração do Velho Testamento e não tem o aspecto missionário, portanto, a expansão do Judaísmo tem como fator principal a dispersão (diáspora) do povo judeu. O número

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de seguidores não ultrapassa 20 milhões. Atualmente, estão vivendo no ano de 5.761, de acordo com o calendário judaico. O Cristianismo

Nasceu entre os povos dominados pelo Império Romano, há cerca de 2 mil anos. Além de partilharem a tradição judaica respeitando o Velho Testamento, o Cristianismo, ao contrário dos primeiros, acredita que Jesus é o Filho de Deus, enviado à Terra para salvar a humanidade, somando aos livros antigos os ensinamentos do Messias por meio do Novo Testamento, com aspecto social, por isso mais dinâmico e atualizado. Tem sua base de sustentação no aspecto missionário e, por ter sido ocidentalizado mediante o Império Romano, a religião cristã se espalhou pela Europa e posteriormente foi um dos alicerces de sustentação na expansão colonial para os novos continentes.

Com o passar dos tempos, o Cristianismo foi se subdividindo, além da religião católica apostólica romana, o protestantismo é seguido por milhões de fiéis, como resultado direto do luteranismo alemão, o calvinismo francês e o anglicanismo inglês. Hoje, o cristianismo é a fé que reúne maior número de fiéis no planeta, mas está perdendo espaço para o Islamismo. O Islamismo

Nasceu dos ensinamentos do profeta Maomé (570/632 d.C). Maomé combatia a prática do politeísmo existente entre os povos árabes, pois

esse era um fator desagregador que facilitava o domínio da região por outros povos numericamente inferiores, mas superiores na organização econômica, política, social e militar, graças à prática monoteísta. O grande profeta do Islã sofreu forte oposição das tribos guardadoras da Caaba – a pedra negra – que praticavam o politeísmo na cidade de Meca, sendo expulso para Iatreb (atual Medina – Cidade do profeta).

O ano da Hégira marca o início do calendário islâmico, portanto eles estão vivendo no ano de 1381.

Com a morte do profeta (632), O Islã se dividiu em duas correntes devido à briga pela sucessão da liderança islâmica. O Xiismo reconhece o direito de liderança apenas aos descendentes diretos do grande profeta, como exemplo os Aiatolás. O sunismo, um conflito de normas (direitos) islâmicas organizadas, segundo os exemplos do profeta, respeita o poder temporal, criando lideranças independentes dos laços familiares com Maomé, como exemplo os Califas, ou administradores.

Com a implantação do Islã na forma de um Império Teocrático, rapidamente ele espalhou seu poder imperial para o ocidente e o oriente, e hoje somente 20% de seus fiéis são árabes, demonstrando sua expansão demográfica, que já ameaça o Cristianismo como a religião de maior número de seguidores no planeta. Já tendo superado o catolicismo, pois de acordo com a ONU, o Islã chegou a 1.050 bilhão de seguidores em 2004, e está crescendo em cerca de 18% ao ano.

EXERCÍCIOS

1. Quanto ao Oriente Médio e seus problemas, julgue os itens. a) O plano dos 4 não possui relação com o plano mapa da paz ou do

caminho que os EUA tenta negociar no Oriente Médio. b) Os grupos radicais islâmicos não aceitam fazer uma trégua para tentar

negociar a paz.

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c) O estado de Israel não admite acabar e até voltou a estimular a implantação de novas colônias judaicas no território palestino.

d) Com um consumo médio de água potável inferior ao mínimo indicado pela OMS, esta questão deve ser somada a outros fatores, como gerador de conflitos no Oriente Médio, apesar do processo de dessalinização praticado por Israel.

e) Os sunitas e xiitas judeus não aceitam as imposições feitas pelos radicais islâmicos.N

f) Em resultado do acordo Oslo I, 1993, Israel entrega a cidade de Jericó (Cisjordânia) e a Faixa de Gaza para autogestão palestina. Portanto, já houve negociações de paz e existe o Estado Palestino definitivo.

g) Como autoridade palestina Yasser Arafat é o representante legítimo e atual negociador em nome do povo palestino.

h) A Intifada ou Revolta (Guerra das Pedras) atual tem às mesmas características que as revoltas anteriores.

i) A questão palestina é religiosa, histórica e territorial não possuindo ligações com a questão petrolífera no Golfo Pérsico.

j) As guerras no Afeganistão e Iraque estão relacionadas com a questão do terrorismo internacional e, é óbvio, com a questão palestina. 2. Sobre o Oriente Médio, julgue os itens. a) Todos os países são membros da Opep. b) Todos os países são muçulmanos. c) Todo árabe é muçulmano ou islâmico. d) Árabes e judeus são da etnia Semita e, portanto, da mesma origem. e) Todos os países produtores e exportadores de petróleo são da Opep e, conseqüentemente, desenvolvidos. 3. O Oriente Médio é um dos principais focos de tensões geopolíticas em nível internacional. A complexidade das disputas regionais decorre de uma multiplicidade de realidades que se superpõem: nacionais e religiosas, estratégicas. Situadas na passagem entre três continentes (Europa, África e Ásia) e dotada da maior reserva de petróleo conhecida, a região apresenta alto interesse político e econômico para as grandes potências. Sobre a região em questão, julgue os itens. a) Um dos eixos das tensões regionais é a questão árabe-israelense, também denominada de questão palestina. b) O agravamento das condições de pobreza em alguns países provoca o fortalecimento dos grupos fundamentalistas, reacendendo o fanatismo religioso. c) A guerra do Golfo entre Irã e Iraque teve como causa a disputa pela região do Chatt-el-Arab, área estratégica localizada ao sul da Mesopotâmia. d) Os recentes acordos de Oslo vão permitir a divisão efetiva da Cisjordânia entre israelenses e palestinos, garantindo o Israel o controle das fontes da água da Bacia do Rio Jordão. e) A Intifada é uma revolta generalizada dos Palestinos nos territórios controlados por Israel.

RESPOSTAS: 1. a) Errado; b) Errado; c) Certo; d) Certo; e) Errado; f) Errado; g) Errado; h) Errado; i) Errado; j) Certo

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2. a) Errado; b) Errado; c) Errado; d) Errado; e) Errado 3. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Errado; e) Certo

AULA 23

GEOPOLÍTICA DA ÁSIA

Até a Primeira Guerra Mundial, a região apresentava uma aparente tranqüilidade. Existiam apenas os impérios persa e otomano, porém com o final do conflito e a instauração da hegemonia européia e, principalmente, britânica, houve uma reestruturação do espaço geográfico regional. Oriente Médio

Correspondente a uma área de tensão constante, pois a região apresenta grande complexidade étnico-cultural. A posição geográfica é privilegiada, pois permite acesso fácil aos demais continentes. Os conflitos são freqüentes no Oriente Médio. Em muitos casos, o fundamentalismo (radicalismo) tem provocado atitudes extremas. O Ocidente, em grande parte, também pode ser responsabilizado pela instabilidade nessa área. O petróleo é um dos produtos de maior interesse dos países ocidentais. A Guerra do Irã – Iraque (1980/1988)

A Revolução Islâmica no Irã, em 1979, provocou a segunda crise do petróleo e tinha uma tendência de prolongar esta situação, mas também afetou a hegemonia do sonho do poder da pátria islâmica, contrariando as principais lideranças desta região. O palco de guerra não era mais a região palestina e, sim, o Golfo Pérsico, área de maior reserva petrolífera conhecida e de confluência de fronteiras entre o Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar e Barein, países produtores e responsáveis por, no mínimo, um terço do petróleo consumido diariamente no mundo hoje, principalmente no Primeiro Mundo. Senão, vejamos:

• 1979, Saddan Hussein defendia o pan-arabismo, reivindicando para si

a liderança do mundo árabe, e para isso, se preparava militarmente; • 1979, o aiatolá Ruhollah Komeine assumia o comando do estado persa e

lançava a idéia de uma revolução fundamentalista internacional, agitando as massas muçulmanas nos países árabes, não esquecendo que Saddan é sunita, mas a maioria da população iraquiana é xiita;

• a Síria reivindicava para si a liderança do pan-arabismo, entrando em choque com os interesses iraquianos e iranianos.

Conclusão: são dois projetos expansionistas, no mínimo contraditórios,

permitindo que fatores extremos interferissem no processo.

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Os países árabes se dividiram, os pró-ocidentais apoiaram o Iraque, junto com a ex-URSS, a Síria apoiou o Irã e os EUA ficaram na berlinda. O caso Irã-contras (Irãgate)

O interesse norte-americano era mais econômico que geoestratégico. Sua sociedade ainda guardava o ódio pelo Irã devido à revolução neste país, principalmente por causa da invasão de sua embaixada, portanto, não foi difícil declarar e praticar abertamente seu apoio ao Iraque. Mas era interessante que essa guerra durasse um pouquinho mais que o normal, pois estava provocando uma queda internacional no preço do barril de petróleo, por isso o governo americano, escondido de sua própria sociedade, ajudou também o Irã. Essa situação chegou a afetar a revolução sandinista na Nicarágua e quase permitiu um impedimento para o presidente Ronald Reagan. Guerra no Líbano

Com a permissão das Milícias Cristãs Libanesas, o objetivo israelense era destruir as bases da OLP – Organização para a Libertação da Palestina, criada em 1964, visando à legitimação do povo “palestino”. O fato é que, depois da Guerra do Yom Kippur, a primeira-ministra de Israel expulsou a OLP do território israelense, porque a organização havia ajudado no ataque da RAU. A OLP foi para o sul do Líbano de onde atacava constantemente o norte de Israel. Para os cristãos libaneses não interessava a permanência da OLP em seu território, pois isso fortalecia a população islâmica libanesa que lutava pelo poder político contra os cristãos. Embora o massacre de Chatila e Sabra contra refugiados palestinos no vale do Bekaa tenha sido atribuído aos israelenses, sabe-se hoje que foram as Milícias Libanesas que o praticaram. Intifada

Em 1987, ocorreu a primeira “Intifada”, isto é, revolta ou “Guerra das Pedras” organizada por líderes da OLP nos acampamentos palestinos controlados pelo Exército de Israel, a qual envolvia civis e até adolescentes que enfrentaram os soldados israelenses, consistindo em ataques surpresa em diversos lugares, ao mesmo tempo, e com o que fosse possível. Situação Atual do Oriente Médio

Como conseqüência do Acordo de Oslo, em 1993, o estado de Israel devolveu a Faixa de Gaza (porto no mediterrâneo) e a cidade de Jericó na Cisjordânia, como primeira etapa de futuras devoluções, para a autogestão do povo palestino, estipulando um prazo de 5 (cinco) anos para a concretização do processo. Esse prazo não foi cumprido, nem foram devolvidas outras áreas ocupadas por Israel (Guerra dos Seis Dias – 1967). Com a devolução da Faixa de Gaza e da cidade de Jericó, os palestinos tiveram que criar novas organizações, pois a OLP era a principal organização, mas a partir do momento em que a OLP se tornou negociadora, grupos radicais passaram a

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ser criados, pois alguns líderes palestinos não concordaram com os acordos firmados entre a OLP e o Estado de Israel. Portanto, só a OLP não representava todo o povo palestino, crescendo a importância do Hamas, Hezbollah, Jihad islâmica,etc. Novas Organizações

Estruturação do sistema parlamentarista: 1º) CNP - Conselho Nacional Palestino.

Espécie de parlamento provisório; não houve eleições formadas por representantes políticos de várias facções palestinas.

• OLP, Jihad, Hezbollah, Amal, Hamas, etc.

2º) ANP - Autoridade Nacional Palestina. Espécie de executivo provisório, sob o comando de Yasser Arafat, devido à

maioria da OLP no CNP. • 1995 – Assassinato de Isaac Rabin, com o Likud – partido dominado pelos

ortodoxos ganhando as eleições e dificultando as negociações de paz. • 1999 – Os trabalhistas ganham as eleições, com possibilidade de retomada

das negociações de devolução de novos territórios para autogestão palestina árabe.

• 2000 – Fracassa o novo acordo em Camp David, intermediado pelo presidente norte-americano.

• 2000 – Em setembro, os palestinos adiam novamente, a implantação de seu estado.

• Retorno da Intifada (Guerra das Pedras), com palestinos civis lutando contra o Exército de Israel, nos territórios ocupados, principalmente em Jerusalém.

• O Likud, formado pelos judeus ortodoxos, retoma o poder nas novas eleições, com Ariel Sharon, aumentando o impasse entre árabes e judeus na região.

A Questão do Timor Leste

Em 1975, tropas indonésias invadiram o Timor Leste aproveitando a indefinição gerada pela retirada de Portugal, que até então administrava a parte oriental da Ilha como uma colônia. A invasão ocorreu depois que a Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), de esquerda, derrotou em uma breve guerra civil as forças conservadoras locais, que queriam a integração com a Indonésia. A Fretilin chegou a proclamar a independência, em novembro de 1975, mas foi forçada a abandonar a capital, Dili, sob bombardeio da aviação Indonésia. Em julho de 1976, Timor Leste foi anexado como uma província da Indonésia, apesar das sucessivas resoluções da ONU pela retirada dos invasores e pela autodeterminação dos timorenses. A repressão à Fretilin, que continuava resistindo por meio de guerrilhas, deixou mais de 100 mil mortos (em uma população de 650 mil pessoas). Em março de 1993, Suharto obteve com facilidade seu sexto mandato presidencial consecutivo. O país passou a ter pela primeira vez um vice-presidente, o General Try Sutrisno. Em 1995, Suharto apertou o cerco à oposição do Partido Democrático (PDI), denunciando o renascimento da subversão comunista para

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justificar as prisões. Em um gesto conciliatório, em julho, foi abolido do registro de identidade de cerca de 1,3 milhão dos indonésios o código ET (ex-prisioneiro), que discriminava os simpatizantes da tentativa de golpe de 1965. Em abril de 1996, morreu a esposa de Suharto, Siti Hartinah Suharto, aos 71 anos. O fato intensificou as especulações sobre o futuro político do presidente, com saúde abalada, que dependia muito da mulher como assessora. No mês seguinte, porém, Suharto deu prova de apego ao poder, apoiando politicamente com tropas, uma dissidência do PDI, que expulsou do partido a sua então presidente, Megawati Sukarnoputri, filha do ex-presidente Sukarno. Megawati era tida como a primeira líder oposicionista com chance de derrotar Suharto nas eleições previstas para 1998 (nas eleições anteriores, não houve desafiante). Sua demissão provocou o pior distúrbio, em 20 anos, em Jacarta: cerca de 10 mil pessoas entraram em choque com as forças de segurança, saqueando e incendiando prédios. Sete pessoas morreram e dezenas foram presas. No final de julho de 2001, o parlamento indonésio destituiu o presidente Suhato, acusado de corrupção e incompetência administrativa, empossando a vice-presidente e primeira mulher no poder, Megawati Sukarnoputri. Em outubro de 1996, dois líderes do movimento pela independência do Timor Leste ganharam o Prêmio Nobel da Paz: o bispo Dom Carlos Felipe Ximenes Belo e o porta-voz do movimento separatista José Ramos Horta (exilado na Austrália), por seu trabalho na busca de uma solução justa e pacífica para o conflito. O Prêmio Nobel atraiu a atenção do mundo para a causa timorense e provocou a ira das autoridades indonésias, que negaram haver perseguições políticas na região. Ramos Horta dedicou seu prêmio ao líder da Fretilin, José Xamana Gusmão, preso desde 1992. NOTA: A principal razão de a Indonésia querer anexar a porção leste ou oriental da Ilha do Timor é que ela possui função portuária na rota entre o Oriente e o Ocidente. É, portanto, uma posição geoeconômica de relevante interesse para a Indonésia. Questão Palestina

A denominada Questão Palestina está intimamente relacionada à Questão Árabe-Israelense, porque os países árabes usam os “palestinos” para lutar contra Israel, que é o único país social e economicamente mais adiantado e que detém grande poderio militar. Por muitos anos, a geopolítica do Oriente Médio girou em torno dessa questão, embora se soubesse que era mais uma das faces da Guerra Fria, visto que as potências manipulavam, cada uma de seu lado, determinados líderes árabes. Além disso, as próprias lideranças políticas dos países árabes sempre disputam a hegemonia regional entre si. Há diversas evidências de que os líderes árabes não dão prioridade para a questão palestina.

Podemos citar algumas delas: • O “Setembro Negro”, massacre ordenado em 1972 pelo Rei Hussein da

Jordânia contra milhares de “palestinos” que viviam na Transjordânia. Aliás, essa sub-região deveria fazer parte do Estado palestino também, já que, em 1947, a ONU demarcou tais terras para os árabes-palestinos. Acerca disso a Jordânia nunca se pronunciou;

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• Chacina de “palestinos” no vale de Bekka, no Líbano, em 1982, pelas milícias libanesas;

• Atualmente, milhares de “palestinos” vivem basicamente escravizados em países árabes, servindo como mão-de-obra quase de graça e vivendo em precárias condições socioeconômicas (acampamentos de refugiados).

A “Questão Palestina” foi muito mais uma criação dos países árabes e das

superpotências interessadas em manter as instabilidades locais, pois isso lhes rendia vendas de armamentos em troca de petróleo. Muitos países enriqueceram às custas da suposta “questão palestina”. Evidentemente, há uma questão palestina que é alimentada por alguns líderes árabes, entre eles o Rei Faissal da Síria, que insuflaram os “palestinos” para que não aceitassem o Plano de Partilha da ONU, à época, prometendo-lhes, inclusive, ajuda para derrotar os israelenses. A Questão Curda

O Curdistão compreende uma região montanhosa entre as cadeias do Taur Oriental e dos Zagros. Desde o desmembramento do Império Turco Otomano encontra-se dividida por quatro fronteiras nacionais: Turquia, Iraque, Irã e Síria, além de uma pequena parte na Armênia e o Azerbaijão. Apenas o Irã reconhece a região por esse nome e é habitada pelos curdos, população de origem indo-européia. O Curdistão nunca foi politicamente unido, apesar de algumas tribos organizadas em principados terem experimentado autonomia ao longo de sua história. No final da Primeira Guerra Mundial (1914/1918), os curdos nacionalistas já tinham desenvolvido a idéia de um estado nacional. O Tratado de Sévers, assinado entre as potências vencedoras e representantes do Império Turco Otomano, previa a autonomia não só do Curdistão, como também da Armênia, além do reconhecimento dos Estados árabes de Hajaz (região oeste da atual Arábia Saudita), Síria e Iraque. No entanto, o tratado não foi ratificado, sendo substituído em 1923 pelo Tratado de Lausanne, que não fez nenhuma menção aos curdos e aos armênios. Na Turquia, o líder Mustafa Kemal Atarturk procurou fortalecer a identidade nacional e iniciou uma forte política de assimilação dos curdos. Passaram a ser chamados de “turcos montanheses”; sua língua foi declarada ilegal ou classificada como dialeto turco e foram impedidos de usar suas vestes típicas. Desde 1925 ocorrem rebeliões curdas principalmente na Turquia, no Iraque e no Irã. A Questão de Caxemira

Resultado da independência da colônia Britânica, em 1947, na Ásia Meridional, de onde os ingleses saíram, mas favoreceram uma divisão do território da colônia alegando a diversidade étnica existente, criando vários países: Índia, Paquistão Ocidental e Oriental (1972 – Bangladesh), Ceilão (atual Sri Lanka), etc. A região de Caxemira ficou dividida entre o Paquistão (um terço da área) e a Índia ficou com o restante. O grande problema está localizado na área que ficou para a Índia, pois se o país tem maioria étnica de Hindus ou bramanes (cerca de 80%), a região da Caxemira tem cerca de 80% de população islâmica. Portanto, a maioria da população de Caxemira tem maior identidade com os povos islâmicos e são

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governados pela minoria hindu, resultando em insatisfação popular e influência dos países vizinhos. As guerras na Caxemira entre a Índia e o Paquistão acontecem desde 1947, com o processo de independência. Mas, atualmente, surgiu um fator agravante, que chamou a atenção das principais potências, pois tanto a Índia como o Paquistão já possuíam condições de fabricar a bomba atômica e, em 2001, provaram para o mundo que haviam desenvolvido mísseis capazes de transportar esta arma e atingir os países vizinhos. No momento, a questão mais séria na Ásia é a ameaça que vem da Coréia do Norte, pois as dificuldades econômicas, o isolamento político, devido à extinção da URSS, e uma seca que há anos assola esta região provocando a fome em alta escala para a sua população acabaram gerando uma ameaça de seu governo gerontocrático para o mundo, ou recebe ajuda internacional ou o país usará armas de destruição em massa, caso os seus governantes se vejam ameaçados de perder o comando do país. O grande problema é a localização geográfica deste país, sua proximidade de territórios da China Popular, do Japão e da Rússia, e suas ameaças põem em risco a paz mundial e, é certo que atacar militarmente a Coréia do Norte é bem diferente de atacar países como o Iraque no Oriente Médio.

EXERCÍCIOS

1. Sobre o Timor Leste, julgue os itens. a) Foi Colônia de Portugal até 1975. b) O governo que assumiu depois da retirada portuguesa queria uma integração com a Indonésia. c) A importância do Timor Leste são as instalações portuárias na rota entre o Pacífico e o Índico. d) A Fretelin era uma organização guerrilheira que defendia a ruptura do Timor Leste com a Indonésia. e) Não há violação dos direitos humanos no caso do Timor Leste, porque se trata de uma união feita mediante plebiscito, tanto nesse país como na Indonésia. 2. O Timor Leste é importante na rota oriente-ocidente em função: a) das jazidas de petróleo; b) da produção de ouro; c) das instalações portuárias; d) do grande mercado consumido; e) da mão-de-obra abundante e barata. 3. Na reunião de Gênova em 2001, o Grupo dos 7 mais a Rússia (G-8) perdoou 5% da dívida externa dos 20 países mais pobres e criou um fundo de 3 bilhões de dólares para o Continente Africano. Em julho de 2003, os EUA anunciam, antes da visita do presidente americano ao continente africano, a liberação de 15 bilhões para este continente numa demonstração clara de reordenamento ou novo comportamento dos países ricos em relação aos países do sul. Quanto à Ásia e sua realidade socioeconômica, julgue os itens.

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a) Na 3ª reunião em Katar, em 2001, no Golfo Pérsico, a China Popular foi admitida na Organização Mundial do Comércio, com isto ela eliminou a prática de pirataria de “softwares”.

b) O “efeito saquê”, em 1997, teve como causa principal fatores internos e não a fuga de capital volátil.

c) A recessão japonesa que acontece desde o início da década de 90 não está relacionada com o reordenamento pelo qual passam o continente Europeu e a América.

d) Ao se tornarem corredores de exportações, os Tigres e Novos Tigres já superaram boa parte das dificuldades típicas dos países do sul.

e) A Copa do Mundo em 2002 ocorreu no Japão e na Coréia do Sul; bem como as olimpíadas de 2008 serão na China Popular. São atividades esportivas, de integração cultural, não estando relacionadas com a realidade econômica deste continente. 4. (UnB-2002) O Oriente Médio é uma das regiões mais antigas do mundo. Ao longo de tantos milênios, receberam povos de diferentes procedências, que por lá passaram ou se fixaram, tornando a região um mosaico de etnias, línguas e religiões. No mundo de hoje, a região é conhecida como palco de violência, guerras internas e externas, conflitos, golpes de Estado, invasões, atos terroristas, assassinatos e massacres. A respeito dessa região, julgue os itens subseqüentes. a) Na região, predomina a paisagem de deserto, que avança sobre as áreas férteis, onde a exploração abusiva expõe a superfície à perda de umidade, degrada o solo e provoca a desertificação. b) As regiões de maior umidade são poucas, situadas próximas ao litoral e nos vales, onde se concentra população. c) Encontra-se nessa região a planície da Mesopotâmia, conhecida por seu papel histórico, localizado entre os rios Nilo e Eufrates, com sua maior parte situada no atual Egito. d) Atualmente, para reduzir o sério problema de escassez de água, vem sendo aplicada a técnica de dessalinização da água do mar para o consumo. 5. (TCU) Ao se iniciar, o século XXI vê nascer o mais novo país do mundo, o Timor Leste, Estado que surge de forma singular e após sofrer dramáticas agressões externa. Entre as trajetórias desse pequeno país asiático até a consumação se sua autonomia, para a qual foi significativa a participação brasileira, julgue os itens. a) Depois de séculos de dominação portuguesa e de vinte e cinco anos de luta contra a ocupação da Indonésia, o Timor Leste conseguiu proclamar-se Estado independente, após ter ficado cerca de dois anos e meio sob administração da organização das Nações Unidas (ONU). b) Pobreza e baixo índice de escolaridade, com uma baixa de analfabetismo superior a 50% da população, são duas graves características atuais do Timor Leste, que terá na reconstrução de sua economia – destruída pela ocupação da Indonésia – seu grande desafio inicial. c) Com a intervenção de uma força internacional, que contou com a participação de militares brasileiros, foi possível definir um calendário político, restabelecer a paz e pôr fim a anos de violência no Timor Leste, tudo isso sob a coordenação da ONU, que escolheu um brasileiro, Sérgio Vieira de Melo, para comandar a operação.

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d) Obtendo cerca de 80% dos votos, em eleições diretas que contaram com a presença de observadores internacionais, entre os quais parlamentares brasileiros, foi eleito presidente da república democrática do Timor Leste, Xamana Gusmão, líder da resistência e ex-guerrilheiro. e) Causou estranheza nos círculos internacionais a posição assumida por Portugal em todo o longo e difícil processo de independência de sua antiga colônia timorense; ainda que não tenha defendido ostensivamente as atitudes agressivas da Indonésia, na pratica não ofereceu apoio político ou logístico ao Timor Leste. 6. (TCU) A região da Caxemira é, nos dias de hoje, “a fronteira do medo” ou, como bem a definiu o escritor Salman Rushdie, “o lugar mais perigoso do mundo”, justamente por ser local propicio à explosão de um conflito de conseqüências imprevisíveis. Em relação a esse cenário critico do mundo contemporâneo, julgue os itens. a) A Caxemira é uma área disputada pela Índia e pelo Paquistão, questão antiga que tendo origina no momento da independência desses dois países, pouco depois de finalizada a Segunda Guerra Mundial, permanece sem solução até os dias de hoje. b) O governo autocrático da Índia, fortemente dominado pelos militares e historicamente vinculado às formas mais radicais de fundamentalismo religioso, sempre alimentou planos expansionista, o que pressupõe não abrir mão de seu domínio sobre a Caxemira. c) O Paquistão, o mais ocidentalizado dos paises asiáticos, vive sob regime republicano parlamentar e, ao contrario da Índia, promove eleições periódicas e mantém uma longa tradição de poder civil, o que faz dos militares personagens políticos de importância secundária. d) O elevado grau de tensão suscitado pela disputa em torno da Caxemira deriva do fato de a Índia, com o histórico apoio norte-americano, ter conseguido entrar no denominado “clube atômico”, algo que desequilibra o quadro de guerra na região. e) Para a maioria dos observadores da política internacional, a questão da Caxemira somente não gerou mais choques armados na região, há mais tempo, porque essa parte do continente asiático ficou à margem da guerra fria, provavelmente pela ausência de atrativos econômicos que pudessem interessar às grandes potências.

RESPOSTAS: 1. a) Certo; b) Errado; c) Certo; d) Certo; e) Errado 2. Alternativa c é a correta. 3. a) Errado; b) Errado; c) Errado; d) Errado; e) Errado 4. a) Certo; b) Certo; c) Errado; d) Certo 5. a) Certo; b) Certo; c) Certo; d) Certo; e) Certo 6. a) Certo; b) Certo; c) Errado; d) Errado; e) Certo

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MÓDULO IV - ATUALIZANDO AULA 1 Fevereiro de 2005.

O Protocolo de Quioto, criado em 1997, na Reunião de Quioto, no Japão, tem

como objetivo obrigar os países a assumirem os compromissos que firmaram na 2ª Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a Rio-Eco/92: compromissos quanto à Agenda 21, à Carta da Terra e à Convenção de Biodiversidade.

Na Reunião de Quioto foi verificado que o índice de emissão de gases poluente estava em um nível muito superior aos índices de 1990, de acordo com relatórios apresentados em 1992.

Todos os países, com exceção, principalmente, dos EUA e da China, concordaram com o Protocolo, mas, em 1997, alegaram que não podiam iniciar a implantação das medidas recomendadas, pois o mudo estava vivendo o final do efeito Tequila e iniciando a crise econômica produzida pelo efeito Saquê, na Ásia, pois a fuga do capital especulativo, principalmente, dos Tigres e Novos Tigres asiáticos, estava acarretando um processo ou efeito cascata e, com isso, afetando a economia mundial.

Em 2001, na 3ª Reunião sobre Clima Global, na Alemanha, foi retomada a discussão sobre o Protocolo de Quioto, com mudanças, no qual passou a vigorar o seguinte critério: se o número de países que ratificarem o Protocolo de Quioto chegar a 55% da emissão diária de gases poluentes para a atmosfera, o protocolo passa a vigorar imediatamente.

Com a aprovação do Protocolo pelo Parlamento Russo, em novembro, e ratificação pelo presidente desse país, em dezembro de 2004, o Protocolo de Quioto passou a vigorar a partir de fevereiro de 2005. É importante lembrar que todos os países que concordaram com o protocolo devem tomar as medidas recomendadas pela ONU até 2012. No momento, a ONU não exigiu maiores providências dos países emergentes como o Brasil, Índia, etc.

Com o início de implantação das medidas do Protocolo, passa a ficar mais viável o comércio nas bolsas quanto ao crédito carbono. AULA 2 Março de 2005.

O Brasil não faz novo acordo com o FMI. - O Brasil não rompeu com o FMI. - Pode fazer novo acordo caso seja necessário. - Não há acordo, mas o Governo brasileiro se compromete a manter as

medidas econômicas ortodoxas de acordo com o FMI. Medidas:

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1 – manter o superávit primário em 4,25%. * em 2005, o superávit primário foi de 4,8%, portanto superior ao compromisso. 2 – manter a taxa SELIC ou juros internos elevados como forma de reduzir a oferta de moeda nacional em circulação para conter a tendência inflacionária. * provocando a menor oferta de crédito para que os juros comerciais fiquem impraticáveis pela maioria da população e empresas que precisem recorrer aos bancos e financeiras. * favorecendo o lucro para os investimentos externos. Observação: O Brasil é o país que oferece mais lucro para o capital especulativo internacional. Destaques:

O PIB de 2005 cresceu 2,5%, sendo maior na América que o crescimento do PIB do Haiti, país mais pobre da América, e igual ao crescimento do PIB de El Salvador.

No terceiro trimestre de 2005, nosso PIB decresceu 1,5%; o crescimento do PIB, em 2004, foi de 4,9%, portanto o dobro de 2005.

Conclusão: na área econômica as medidas do Governo atual continuam ortodoxas ou neoliberais, do mesmo modo que o Governo anterior. * superávit primário. * superávit comercial. * juros internos elevados (Selic). Observação: dezembro de 2005 a janeiro de 2006 – o Governo brasileiro anunciou o pagamento antecipado da dívida de 15,5 bilhões de dólares com o FMI, e as dívidas com a ONU e o Grupo de Paris, bem como a compra de 20 bilhões de dólares de títulos da dívida externa. AULA 3 Julho de 2005.

Reunião do Grupo dos sete países mais ricos mais a Rússia (G-8). Local: Escócia, Reino Unido. - O perdão da dívida externa dos 18 países mais pobres. - A liberação de 50 bilhões de dólares para o continente africano. - A liberação de três bilhões de dólares para a Autoridade Palestina. - Atentado nas estações do metrô de Londres.

- Assassinato do Brasileiro Jean Charles, em Londres. - Reunião conjunta do FMI e do Banco Mundial, em NY: aprova a decisão do

G-7. Observação: Em janeiro de 2006, a Rússia assume a presidência do Grupo, portanto, agora é G-8, e não G-7 mais Rússia.

- Charges com imagens do Profeta Maomé, na Dinamarca.

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AULA 4

Setembro de 2005.

Início do período das tempestades tropicais e furacões na América Central e

América do Norte. - 26 tempestades tropicais. - Furacões que atingem o nível cinco.

* Katrina, Stan, Wilma - As tempestades superam o número previsto. - A mais longa seca dos últimos 60 anos na Amazônia. - 2005: o ano mais quente dos últimos 1.200 anos. Várias tempestades tropicais atingiram o nível cinco, transformando-se em

violentos furacões, que avançaram por regiões da América Central, México e sul/sudeste dos EUA. O mais violento foi o furacão Wilma, mas o pior, quanto à destruição, foi o furacão Katrina, que atingiu a região sul dos EUA; cidades como Nova Orleans e Houston foram destruídas por esse furacão.

O pior do Katrina é que, ao atingir áreas de população mais carente nos EUA, com população negra e mestiça, demonstrou que o Estado Norte-Americano não se preparou para socorrer com a urgência necessária essa população. O Presidente dos EUA só terminou suas férias em Camp David dois dias após a destruição do Katrina. Isso só aconteceu depois que as imagens de destruição foram vistas em todo o mundo.

É a primeira vez que os números de tempestades tropicais ultrapassam o ano de 1933, chegando ao número de 26 tempestades e excedendo o número máximo de 21; nas últimas tempestades foi obrigado utilizar o alfabeto grego para serem identificadas. AULA 5 Novembro de 2005.

Cúpula do Mercosul no Uruguai. A Venezuela como país-membro do Mercosul. - Com restrições: não pode presidir o bloco, não tem poder de veto, continua

como área de livre comércio. Destaques: - Criação da ALBA. - Criação da ACSAN (Associação da Comunidade Sul-Americana) ou A CASA, * 10 dos 12 países que formam a América do sul. - Gasoduto Venezuela, Brasil e Argentina. - Evo Morales, o líder dos cocaleiros, é eleito Presidente na Bolívia. - Bachelet - uma mulher é eleita no Chile.

O avanço da esquerda, com a eleição de governantes como Lula, Nestor Kichner, Hugo Chaves, Toledo e, agora, Evo Morales e Bachelet, no Chile, demonstra claramente os resultados de uma população latino-americana, onde 44% dos habitantes vivem com menos de um dólar por dia. O processo de redemocratização,

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com o fim da operação Condor, sustentada pelos EUA no século passado, pôs fim aos regimes autoritários no subcontinente e está permitindo uma retomada na participação das sociedades de forma mais direta na indicação de seus governantes e na moralização do uso dos recursos públicos como denúncias, apuração e punições aos atos de corrupção e até a cassação de parlamentares e governantes que praticam atos escusos.

A criação da ACSAN, ou A CASA como colocam as autoridades brasileiras, tem como objetivo principal intensificar a integração política, econômica, comercial e estratégica das ex-colônias da Espanha com a ex-colônia Portuguesa na América do Sul. Para que isso ocorra, é necessário implantar uma integração física com a construção de meios, como a Rodovia Transoceânica, que ligará o porto de Santos, no litoral do oceano Atlântico, a portos no litoral do oceano Pacífico, no Peru. É importante não esquecer o projeto de implantação do gasoduto de mais de dez mil quilômetros de extensão, que ligará a Venezuela, Brasil e Argentina. Destaque: Venezuela – único país da América membro da Opep. AULA 6 Dezembro de 2005.

Cúpula das Américas na Argentina. - A oposição de Hugo Chavez quanto a Alca. - Mais uma reunião sem avanços no acordo de livre comércio. - Visita de George W. Bush ao Brasil. - Primeira coletiva do presidente Lula após o início da crise política.

AULA 7 Dezembro de 2005.

Desde dezembro de 2003, quando ocorreu a Cúpula Ministerial da Alca, em Miami, nos EUA, ficou decidido que a proposta de Alca abrangente dos EUA não estava permitindo avanços nos acordos para sua implantação, e que foi aprovada a Alca possível, flexível ou Alca light, ficando de fora das negociações às compras governamentais, as empresas prestadoras de serviços e a área de tecnologia.

A Cúpula das Américas, em dezembro de 2005, não apresentou avanços nas negociações desse bloco de livre comércio. Portanto, desde 2003, a Alca não apresenta novidades.

Cúpula Ministerial da OMC. Local: Hong Kong, China Popular. - Grupo dos 20 países emergentes. - Liderança do Brasil e do BRICS (sem a Rússia). - Tratado de Doha.

* A vitória da União Européia em relação ao Brasil e seus liderados. * Tratado de Doha deve ser decidido até 2013. * Tratado de Doha ou Regulamento da OMC.

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Nessa reunião, o Grupo dos 21 é denominado de Grupo dos 20, pois a Rússia,

um dos membros mais importante desse grupo, não é membro da OMC, a justificativa para isso é: a Rússia ainda não implantou economia de mercado, fato estranho, pois a China Popular permanece socialista e foi aceita como membro da OMC, em dezembro de 2001, na 3ª Cúpula da OMC, que ocorreu em Doha, capital do Katar, no Oriente Médio.

O Tratado de Doha recebeu esse nome porque surgiu, em 2001, na Reunião de Doha, da OMC. Esse tratado corresponde ao regulamento da OMC, que até hoje não foi aprovado pelos países-membros, dificultando o trabalho da organização.

Na Cúpula Ministerial de Hong Kong, a Europa saiu vitoriosa, pois a proposta dos EUA era a mesma que a do Grupo dos 20, liderados pelo Brasil, que defendia que o Tratado de Doha deveria ser concluído até o ano de 2010, onde terminariam a prática de subsídios e protecionismo praticados pelos países-membros, principalmente os EUA e a União Européia. Com a vitória da Europa, a questão foi prorrogada para o ano de 2013. AULA 8 Janeiro de 2006.

- As charges do profeta Maomé provocam violentos protestos da população Islâmica na Ásia, Europa e África.

A Nova Intifada: o movimento de protestos dos jovens franceses, descendentes de imigrantes islâmicos, revelando o processo de exclusão e baixa qualidade de vida das minorias étnicas na Europa. Movimento que é alimentado desde a década de 60 do século passado e que, agora, começa a eclodir com mais violência. Excluídos que usam os instrumentos de consumo da globalização, como internet e telefones celulares para organizar os movimentos de protestos.

- 36º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

- 6º Fórum Social Mundial, em Caracas, na Venezuela. - Eleição do Hamas na Palestina.

É óbvio que, se o Hamas tivesse renunciado ao seu princípio de não

reconhecer a existência do estado de Israel e ao objetivo de destruí-lo e expulsar os judeus da região da Palestina, não teria conquistado a maioria das cadeiras no Conselho Nacional Palestino. É certo, também, que renunciar aos seus princípios, após ser eleito, teria uma reação, no mínimo violenta, da população Palestina, isto é, povo árabe, islâmico e sunita com nacionalidade palestina, pois seu adversário, o Fatha, foi derrotado por assumir posições conciliadoras com o mundo ocidental e, principalmente, com o Governo de Israel. O Hamas defende a implantação de uma teocracia com o comando dos Aiatolás na palestina (comportamento xiita), já o Fatha defende a implantação de um Estado secular, isto é, com separação entre o governo e fé islâmica (comportamento sunita).

O Fórum Social Mundial foi aparelhado, pois foi financiado pela PDVSA-Empresa Estatal de Petróleo da Venezuela. Não se esqueça de que o Fórum Social é um fórum global, no qual se discute a forma nociva de implantação da atual globalização.

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AULA 09 Coligação Verticalizada.

Coligação verticalizada é uma forma mais eficiente com o objetivo de reduzir a

prática do fisiologismo ou oportunismo meramente eleitoral, pois até a eleição de 1998, os partidos políticos faziam coligações diferentes em cada Estado da Federação. Normalmente, quem vencia a eleição e chegava ao poder tinha dificuldades para administrar os interesses dos partidos da mesma coligação, pois suas propostas ou projetos de governos eram diferentes, inclusive com choques ideológicos.

Em 2002, o deputado Federal Miro Teixeira (RJ) provocou o Tribunal Superior Eleitoral – TSE, fazendo uma consulta quanto ao que a lei determinava para a formação de coligações nas eleições para Presidente da República e governadores de Estado. A resposta do TSE determinou que coligação só pudesse ser verticalizada. Obs.: Como a consulta ao TSE foi feita faltando menos de um ano para a data da eleição, os congressistas e candidatos às eleições tentaram mudar a posição do TSE, consultando o Superior Tribunal Federal – STF, órgão maior do Judiciário, portanto Constitucional, que manteve a interpretação técnica do TSE, com a alegação que este órgão não havia mudado a lei eleitoral, e sim, a interpretado.

Portanto na eleição de 2002, pela primeira vez, funcionou o princípio da coligação verticalizada, onde os partidos políticos, que em coligação nacional apóiam o mesmo candidato a Presidência da República, não podem fazer coligações diferentes nos Estados para eleger os Governadores. DETALHES: a) Um partido que participa de uma coligação nacional pode não fazer

coligação e ter candidatos próprios para governos estaduais. b) Se um partido político não participa de coligação nacional, pode formar

coligações diferentes em cada Estado da Federação. A exemplo do PFL em 2002.

c) Mesmo sendo proibido, em 2002, vários partidos e candidatos a governos estaduais formaram coligações “brancas”, isto é, fizeram coligações de bastidores.

SITUAÇÃO ATUAL:

Para as eleições de 2006, o Congresso Nacional, por meio de Proposta de Emenda Constitucional – PEC, aprovou o término da coligação verticalizada, acrescentando que esta decisão era válida para a eleição de 2006. O problema é que quando o Congresso Nacional conseguiu aprovar a PEC, faltava menos de um ano para o dia 3 de outubro, data do primeiro turno da eleição. Portanto, a PEC aprovada pelo Congresso passa a valer para as eleições de 2010 e não para a eleição de 2006, de acordo com o parecer do TSE e decisão final pelo STF.

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AULA 10

Reuniões da ONU em Curitiba (PR), Brasil. Protocolo de Cartagena. a) Reunião do MOP. 3 – reunião entre as partes quanto ao controle e transporte de OVMs – Organismos Vivos Modificados no Comércio Mundial.

Essa reunião da ONU entre os países quanto ao controle de OVMs não gerou resultados positivos devido ao conflito de interesses. México, com o apoio dos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, defendeu a proposta de identificar os OVMs colocando nas embalagens dos produtos a frase “pode conter OVMs”. Já o Brasil, com o apoio da maioria dos países do Sul e da União Européia, defendia que o ideal para identificar os OVMs seria imprimir em suas embalagens a frase “contem OVMs”.

Esse impasse na Reunião do MOP. 3 acabou não permitindo qualquer avanço no controle internacional dos organismos vivos modificados, ficando a critério de cada país identificar os produtos com OVMs de acordo seus interesses. Portanto, a questão foi adiada para as próximas reuniões das partes. b) Reunião do COP. 8, Oitava Reunião entre as Partes quanto aos OGMs – Organismos Geneticamente Modificados, mais especificamente, quanto às sementes que foram modificadas contendo o “TERMINATOR”, isto é, sementes suicidas ou estéreis.

Novamente ficou bem caracterizado o impasse que agora envolveu os

interesses das multinacionais e seu poder econômico, colocando seus representantes nos grupos de discussão e as Ongs, principalmente os grupos ligados a “via campesina” como o MST no Brasil.

A decisão quanto às sementes contendo o TERMINATOR também ficou

adiada para as próximas reuniões da ONU sobre o assunto, mantendo a moratória que existe desde o ano 2000, quando foi assinado o Protocolo de Cartagena, isto é, permanece proibida a pesquisa em campo dessas sementes.

Destaque: as sementes TERMINATOR foram modificadas em laboratório

pelas grandes empresas, tornando seus descendentes estéreis, portanto se elas forem liberadas os agricultores que quiserem utilizá-las deverão adquirir todas às vezes, pois as sementes que produzirem se tornam estéreis. É óbvio que isso torna os agricultores mais dependentes das empresas multinacionais, acabando com a prática milenar de seleção das melhores sementes cultivadas para serem plantadas na próxima safra.

Portanto, se as sementes TERMINATOR forem liberadas, os países de

importância na produção agrícola mundial, como o Brasil, passam a ser mais controlados pelos interesses das empresas dos países desenvolvidos, elevando sua dependência externa.

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AULA 11 Relatório do PNUMA Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente. - coloca que até o ano de 2020 podemos passar a sofrer de forma mais violenta os problemas de carência de água doce, gerando: Sede perpétua e poluição severa. De acordo com o PNUMA, a mudança no regime alimentar da população mundial, substituindo cereais que retém menos água, por frutas e carnes, que retém cerca de 70% da água doce pode trazer problemas quanto à oferta de água diária. Não esquecendo que, de acordo com a ONU a população atual de seis bilhões e quatrocentos milhões de habitantes, vai aumentar em mais três bilhões até o ano de 2050, que 96% deste aumento será nos países do Sul. Podendo gerar momentos de ¨fome fatal¨, isto é, a produção de alimentos serem inferior ao mínimo necessário para alimentar toda à população.

AULA 12 O pedido de afastamento do Ministro da Fazenda. Antônio Palocci é substituído por Guido Mantega. Causa: a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo, na CEF. Resultado da verificação de irregularidades praticadas pelos assessores do Ministro enquanto Prefeito do Município de Ribeirão Preto (SP). Ao organizarem reuniões e festas numa casa em Brasília. Local que o ex. Ministro negou freqüentar quando convidado para esclarecimentos na CPI dos Bingos, no Congresso Nacional. Crise Política.

A crise política no Brasil, que vem se alastrando desde o ano passado e que acabou por afetar nossa economia (basta ver o baixo crescimento do PIB no segundo semestre de 2005, no qual houve uma queda de 2,5% no terceiro

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trimestre), avança no ano eleitoral de 2006, com a renúncia do ministro da fazenda Antônio Palocci devido à quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo.

Destaques. CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito acontece em uma das casas do Congresso Nacional. (CPI do Mensalão, CPI dos Bingos). CPMI – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, quando envolve as duas casas do Congresso Nacional, portanto tem representantes do Senado e da Câmara dos Deputados (CPMI dos Correios). Obs.: De todos os envolvidos nos relatórios do Comitê de Ética do Congresso Nacional, somente três deputados foram cassados: Roberto Jéferson, por quebra de decoro parlamentar, pois denunciou a existência do mensalão e citou nomes de deputados que se beneficiaram, mas não provou as acusações nem a existência do mensalão na Câmara dos Deputados; José Dirceu com a acusação de que, enquanto Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República, alimentou o mensalão; e o deputado Pedro Corrêa, por ter sacado dinheiro do Valerioduto, no Banco Rural.

Os demais envolvidos em relatórios do Comitê de Ética da Câmara dos Deputados ou renunciaram para não perderem os direitos políticos, portanto, podem se eleger novamente em 2006, ou foram absolvidos pela Plenária da Câmara dos Deputados. Inclusive, com comemorações como aconteceu na absolvição do deputado Carlos Magno, do PT de São Paulo.

Os últimos fatos importantes dessa crise política foram: o Ministro da Justiça, Carlos Thomas Bastos, prestou esclarecimentos ao Congresso Nacional quanto à sua participação e à de seus assessores na quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo, e o Presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros de Alagoas, solicitou o arquivamento do pedido de abertura da CPI do Lula ou CPI do Armagedon, ou CPI do Fim do Mundo, como estava sendo chamada.

AULA 13 O EIXO DO MAL/O EIXO DO BEM.

É importante lembrar que o confronto mundial entre os comportamentos fundamentalistas praticado pelo ocidente capitalista com a liderança dos EUA e o fundamentalismo praticado pelos grupos e governos que defendem a teocracia com base nos princípios islâmicos acabou por alimentar duas formas de prática de terrorismo: o terrorismo de Estado, praticado, principalmente, pelo Governo dos EUA, e o terrorismo praticado pelos grupos islâmicos, como o Al Qaeda, o Hamas, a Jihad Islâmica, o Hiizbolá, etc.

Desde 2001, com o retorno do Partido Republicano liderado por George W. Bush e seus assessores diretos, como Donald Rumsfeld, Condolezza Rice e o vice-presidente Dick Cheney, o governo norte-americano passou a classificar países como o Iraque, o Irã e a Coréia do Norte como países que formavam o Eixo do Mal, pois, ou possuíam armas de destruição em massa, ou poderiam vir a desenvolver essas armas nos próximos anos. Basta lembrar da principal justificativa utilizada pelos EUA para fazer a guerra unilateral, não aprovada

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pela ONU, em 2003, contra o Iraque, e a pressão que vai exercendo sobre a Coréia do Norte e, mais recentemente, contra o Irã, quanto ao desenvolvimento de projetos nucleares que podem resultar na produção de armas de destruição em massa nesses países.

O termo Eixo do Mal na realidade é um instrumento útil com formação da opinião pública ocidental a favor dos interesses dos EUA. Basta lembrar que já utilizaram essa expressão para identificar os inimigos localizados na América Latina. Autoridades norte-americanas já citaram várias vezes a Venezuela, de Hugo Chaves, Cuba, de Fidel Castro, e até o Brasil, de Lula, como países que formavam o Eixo do Mal latino-americano e, mais recentemente, já citaram Evo Morales, presidente eleito em dezembro de 2005, na Bolívia, como parte desse Eixo do Mal. Os EUA se colocam como o centro do Eixo do Bem e que, para manter a paz no planeta, precisa desenvolver tecnologia e armas de destruição em massa para se impor aos países que formam o Eixo do Mal.

O Brasil foi incluído nessa relação devido a vários fatores e os principais são: a questão da Tríplice Fronteira com o Paraguai e a Argentina, com a concentração da comunidade islâmica naquela região; o Centro de Pesquisa Nuclear da Marinha Brasileira, em Resende (RJ), onde o governo brasileiro diz que foi desenvolvida tecnologia de ponta, produzindo ultracentrifugadoras capazes de fazerem o baixo e o alto enriquecimento de urânio; e a internacionalização da Amazônia, pois nessa região estão localizadas 65% da biodiversidade tropical do planeta e 73% da água doce renovável do Brasil.

A Venezuela de Hugo Chaves também preocupa os EUA, pois esse é o único da América que é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), sendo o quinto país maior produtor e exportador de petróleo, responsável por 15% do petróleo que abastece o consumo da economia e sociedade norte-americana. Além de possuir a maior reserva de gás natural na América do Sul (veja o projeto do gasoduto Venezuela, Brasil e Argentina, com 8.000 km de extensão, que custará 20 bilhões de dólares, que integrado ao projeto da rodovia Transoceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico), recurso fundamental para o projeto Comunidade Sul-Americana das Nações ou a CASA, na proposta de integração e desenvolvimento do subcontinente sul-americano.

Cuba dispensa comentários quanto à sua oposição histórica ao controle dos EUA da região ou área externa de defesa estratégica na formação da América Central, principalmente nas Antilhas ou Caribe. Em 2006, com Evo Morales, na Bolívia, está avançando proposta de implantação do Tratado de Comércio dos Povos – TCP, principalmente a partir da saída da Venezuela da Comunidade Andina – CAN, devido aos acordos de livre comércio que a Colômbia e o Equador assinaram com os EUA. Obs.: Em 2005, Cuba e Venezuela criaram a Associação Libertária Bolivariana das Américas, com o objetivo claro de se opor ao projeto ALCA dos EUA.

A eleição de Evo Morales, na Bolívia, e, por último, a vitória de Michele Bachele, no Chile, demonstra um avanço das esquerdas no poder na América Latina (é provável que Humala, outro nacionalista, vença o segundo turno no Peru). Não se esqueça de que o avanço de líderes que defendem questões sociais e ambientais resulta, não exclusivamente, do seguinte fator externo: os EUA mantêm como prioridade maior ou quase exclusiva as questões do Oriente Médio, portanto, há vários anos que não se preocupa de forma prioritária com os países da América Latina.

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AULA 14 EUA – Nova Lei de Imigração.

O Congresso norte-americano aprovou proposta de mudanças na lei de imigração apresentada pelo Governo George W. Bush.

A nova lei sobre imigração nos EUA está inserida num contexto mais amplo, pois faz parte da proposta do Ato Patriótico, cujo Governo reivindica o direito de tomar medidas de exceção ou antidemocráticas quando necessárias para a segurança nacional.

Não há dúvidas que a nova lei é resultado direto do atentado de 11 de setembro de 2001. Basta lembrar que o governo dos EUA elevou os níveis de alarme quanto a novos atentados em seu território. Só em 2005 os EUA prenderam e devolveram milhares de migrantes ilegais para seus países de origem, inclusive, cerca 10.000 brasileiros. Obs.: Hoje, cerca de 30% do pessoal trabalhando nos EUA são migrantes (legais e ilegais). Portanto, o país não pode prescindir dessa mão-de-obra, ao mesmo tempo em que a preocupação com a segurança se eleva.

Destaques da nova lei sobre imigração nos EUA: a) imigração ilegal se tornou crime, os envolvidos nesse negócio podem ser condenados e presos. b) foi autorizada pelo Congresso dos EUA a construção de um muro com 1.200 km de extensão na fronteira com o México. Lembrando o muro na Palestina, que Israel, de forma unilateral, já está construindo naquela região.

AULA 15 6) França – Lei do primeiro emprego/intifada.

Devido ao elevado índice de desemprego, principalmente dos jovens, que chegou aos 23% (até 26 anos) no país, o primeiro ministro Villepin conseguiu aprovar no parlamento do país a Lei do Primeiro Emprego, no qual as empresas poderiam contratar os jovens mais facilmente, pois poderiam ser demitidos sem justa causa e sem indenizações nos primeiros dois anos de trabalho.

Os jovens, principalmente das universidades, se organizaram em protestos, que acabou por envolver de forma mais ampla os sindicatos dos trabalhadores, pois esses se viram ameaçados devido à nova lei e suas futuras conseqüências.

Os movimentos de protestos acabaram por paralisar a economia do país e vieram a adicionar mais energia ao movimento dos jovens franceses descendentes de migrantes, principalmente, islâmicos, provenientes das ex- colônias na África, Ásia e América do Sul, aumentando o índice de violência nos movimentos de protestos principalmente em Paris. Obs.: Após meses de protestos, o governo da França acabou com a lei do novo emprego e se comprometeu a negociar com os jovens organizados e os

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sindicatos dos trabalhadores novas soluções e propostas para resolver o problema do elevado índice de desemprego.

AULA 16 Inglaterra – Nova lei para aposentadoria dos servidores públicos.

O governo do primeiro ministro Tony Blair, do partido trabalhista, colocou em discussão para o Parlamento um novo projeto para mudar as regras de aposentadorias dos servidores públicos, cuja proposta mais conflitante é a de elevar a idade para as aposentadorias, gerando movimentos de protestos e paralisando a economia do país.

AULA 17 Brasil - Crescimento da Dívida Pública (4/06).

A dívida do Governo cresceu R$11 bilhões em um mês. A dívida com títulos públicos do governo chegou ao patamar de R$ 1,021

trilhão de Reais, superior 51% do PIB do país. PIB – Produto Interno Bruto = total de riquezas produzidas no país durante

um ano.

AULA 18 Economia – Brasil PIB/2005 = 1,8 trilhão de reais. Cresceu 2,3% em relação ao PIB de 2004. Comparando com os países do continente, o crescimento do PIB brasileiro,

em 2005, só foi superior ao crescimento do PIB do Haiti, que foi de 1,5%, em 2005. O Haiti é o país mais pobre das Américas. Obs.: Esse tipo de análise não é muito correto, pois o crescimento de 2,3% do PIB brasileiro é várias vezes superiores ao crescimento de países que apresentam percentual mais alto, mas PIB muito inferior ao do Brasil e, até mesmo a Argentina, pois a imprensa colocou que esse país cresceu cerca de 8% o seu PIB, em 2005. Na realidade, a Argentina não cresceu, e sim, está recuperando partes do PIB que perdeu com a crise da década passada e início da década atual.

AULA 19

Economia – Brasil

É importante lembrar que o crescimento da economia brasileira foi inferior ao crescimento médio global, pois crescemos somente no primeiro semestre de

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2005. No terceiro trimestre, como resultado da crise política (Correios, Mensalão, Bingos, etc.), não se pode dizer que provocou uma crise econômica, mas afetou o crescimento da produção e o funcionamento da administração pública, pois o PIB do país caiu 2,5%, quebrando com a previsão feita no início do ano para o crescimento econômico, que era de 4,5% a 5% do PIB de 2004.

Outro detalhe é que, de 2004 para 2006, o Brasil melhorou sua posição no

ranking mundial, sua economia saltou da 15ª para a 11ª posição (era a 8ª em 1998); em 2005, superamos o PIB do México, que desde 2003 havia ultrapassado o PIB do Brasil, e reconquistamos o primeiro lugar na América Latina e a terceira posição no Continente. Hoje, o PIB brasileiro só é inferior aos PIBs dos EUA e do Canadá. O principal fator para a recuperação da economia brasileira no ranking mundial é devido a recuperação do poder de compra da moeda nacional, pois o real é a moeda que mais recuperou seu valor nos últimos anos, em relação às moedas internacionais.

AULA 20

Economia – Brasil FMI e BID elogiam o programa Bolsa Família. - serve como exemplo para os demais países do Sul. - enquanto a pobreza caiu 1% na América Latina, no Brasil a pobreza diminuiu 3% em 2005.. - a concentração de riqueza caiu, após décadas de concentração. - Brasil: segundo país em concentração de riqueza no mundo. - só é superado por Serra Leoa, país de mais baixo IDH do planeta.

AULA 21 Brasil conquista a auto-suficiência em petróleo.

No dia 21 de abril de 2006, o Presidente da República imitou o comportamento de Getúlio Vargas, na Campanha “O Petróleo é Nosso”, na década de 50 do século passado, quando foi criada a estatal Petróleo Brasileiro (Petrobras, 1953:54). O Presidente molhou as mãos com petróleo ao inaugurar a plataforma nº 50 (P.50), na formação de Campo-Garoupa, litoral do Rio de Janeiro. A importância desse ato é devido à possibilidade de que esta plataforma irá produzir cerca de 180.000 barris de petróleo/dia, que, somado com novas plataformas que serão inauguradas até o final do ano de 2006, mudará o Brasil de importador de petróleo, no começo do ano, para auto-suficiente, no meio do ano, e exportador, até o final do ano.

Destaques: a maior produção de petróleo nacional é de petróleo pesado, sendo 90% do fundo do Oceano Atlântico, e as refinarias instaladas no país são

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de tecnologia obsoleta, refinando somente o petróleo leve. Portanto, o Brasil precisa exportar o petróleo pesado produzido e importar o petróleo leve para refinamento interno.

Não se esqueça da nova refinaria que está sendo instalada em Recife (PE), que poderá amenizar essa situação. Obs.: A Refinaria Hugo de Abreu, que está sendo instalada em Recife, é uma reivindicação de décadas feita pelos Estados do Nordeste. Sua instalação envolve recursos da Petrobras e da PDVSA (Estatal Venezuelana).

Curiosidade: O nome para a refinaria foi escolhido por Hugo Chaves, que de forma inteligente colocou o nome de um militar do Exército Brasileiro e de um herói na independência da Venezuela.

Destaques: com o funcionamento da P.50, a produção de petróleo deve ficar entre 1,8/1,9 milhão de barris/dia, o que corresponde ao consumo atual no país.

AULA 22 Fontes Alternativas de Energia no Brasil.

Apesar de conquistarmos a auto-suficiência na produção de petróleo, nossas dificuldades permanecem devidas: a) Nossas reservas conhecidas até agora são muito baixas em relação às

reservas mundiais, portanto, quanto maior a produção, mais rápido será o esgotamento das reservas, gerando nova e pior dependência externa.

b) O preço do barril de petróleo no mercado internacional superou os 75 dólares, podendo inviabilizar a capacidade de compra dos países pobres, além de elevar de forma significativa o custo final da produção, interrompendo a fase do aumento na produção, produtividade, diversidade e queda no custo de produção dos últimos anos, devido ao “toyotismo”.

c) O Brasil, a exemplo da maioria dos países, não implantou infra-estrutura, nas últimas décadas, nas áreas de energia, transporte, armazenamento e planejamento. Hoje, tem que controlar seu crescimento, pois não pode manter um crescimento sustentado elevado devido à falta de infra-estrutura ociosa capaz de atender um aumento na produção econômica. As fontes alternativas de energia se tornam cada vez mais viáveis e

necessárias como forma de reduzir a dependência quanto ao petróleo e seus derivados. O Brasil é um dos países cujo território é favorável para o desenvolvimento de tecnologias e implantação de projetos para produção de energia renovável como a eólica, solar, maremotriz, biomassa, alem do elevado potencial hidráulico dos rios de planalto, que abastecem em 92% o nosso consumo de eletricidade, com aproveitamento de 21% do potencial existente.

Na proposta de um novo projeto energético para o país, existe a preocupação de substituir o petróleo e seus derivados em curto prazo e o ideal para isso é o gás natural para o sistema de transportes e para a instalação de termoelétricas, além de atender aos interesses dos ambientalistas, pois o gás natural é muito menos poluente que o petróleo, seus derivados e o carvão mineral. Outra vantagem é que termoelétricas, diferente de hidroelétricas, podem ser instaladas próximo das áreas de consumo, são instaladas mais rápidas e são mais baratas, e ainda eliminam o tempo e o custo do sistema de transmissão.

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A recuperação do pró-álcool e o desenvolvimento do biodiesel também são fundamentais na proposta de auto-suficiência energética. Atualmente, 95% dos automóveis que estão saindo das montadoras são bicombustíveis, podendo consumir tanto gasolina como álcool. Basta o setor agroalcooleiro não especular que pode dar certo.

Em abril de 2006, o Governo inaugurou o Complexo Eólico de Osório, no Rio Grande do Sul.

É o maior complexo para a produção de energia dos ventos de toda a América Latina, capaz de produzir 150 megawatts de energia e abastecer o consumo de milhares de residências. Obs.: O Complexo Eólico de Osório reduzirá em 10% a necessidade de importação de energia do Estado, que não é auto-suficiente.

AULA 23 Dezembro/2005.

Evo Morales é eleito presidente da Bolívia. Índio Aimará, líder dos cocaleiros. Proposta: o antineoliberalismo ou pós-neoliberalismo. País mais pobre da América do Sul. A “war on drugs” – Guerra às drogas, financiada pelos EUA, desde a década

de 70. Janeiro de 2006.

Eleição de Michele Bachelet para presidente do Chile. Manutenção da esquerda no poder. País de economia mais aberta da América do Sul. Evita Perón, Violeta Chamorro, Michele Bachelet – mulheres no poder na

América Latina. AULA 24 Eleição para presidente na República Islâmica Iraniana.

Vitória do fundamentalismo. O holocausto, como fator histórico. O projeto nuclear iraniano. Pressão internacional. País do eixo do mal.

AULA 25 36º Fórum Econômico Mundial

Local: Davos, na Suíça.

Reunião entre as autoridades, empresas e pessoas que defendem o processo de globalização com a implantação do neoliberalismo.

6º Fórum Social Mundial

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Local: Caracas, na Venezuela.

Financiado pela PDVSA – Estatal do país.

O uso geopolítico do encontro por Hugo Chavez. AULA 26 Imigração nos EUA

A câmara dos deputados dos EUA aprova mudanças na Lei de Imigração. Migração ilegal se torna crime no país. O protesto dos migrantes e o fator mão-de-obra. O muro na fronteira com o México.

Conseqüências 1º de maio/2006. O protesto com um dia sem trabalho e consumo dos produtos norte-americanos dos migrantes nos EUA. Obs.: 35% da mão-de-obra nos EUA são formadas por migrantes. * Em 2005, os EUA devolveram mais de dez mil brasileiros ilegais. AULA 27 Maio/2006

Reunião Global do PNUMA. Local: Curitiba, Paraná – Brasil. PNUMA = Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Relatório: ano de 2020.

- seca perpétua. - poluição severa.

Possibilidade de “fome fatal” a partir de 2020. Reunião do MOP3 Reunião do MOP3 – reunião entre as partes quanto ao comércio e transporte de Organismos Vivos Modificados (OVM) no comércio mundial. Conclusão: A questão foi adiada para as próximas reuniões do PNUMA devido a controvérsias entre as propostas do Brasil e do México. Portanto: o transporte de OVM no comércio mundial permanece sem regulamentação. Reunião do COP8 Reunião do COP8 – reunião entre as partes quanto à liberação das sementes “terminator” para o uso na agricultura.

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Conclusão: A questão foi adiada devido à pressão dos representantes das multinacionais e dos grupos ligados a Via Campesina. Obs.: Permanece a moratória. Portanto, é proibida a pesquisa em campo das sementes suicidas ou estéreis, controladas pelas multinacionais. Sementes “terminator” = sementes modificadas geneticamente pelas multinacionais, cujos descendentes são estéreis. Risco: Maior controle pelas empresas donas das patentes das sementes “terminator”. AULA 28 Maio/2006

Reeleição de Uribes, na Colômbia. Operação Colômbia. 52 anos de guerra, 42 anos de guerra civil. As FARC, ELN. Produção mundial de 85% da cocaína.

Retorno de Alan Garcia à presidência do Peru.

A rodovia Bioceânica ou Transoceânica. Derrota de Humala, pró-Hugo Chavez e Evo Morales.

Obs.: Governos pró-EUA. AULA 29 Abril/2006 Em Havana, nos dias 29 e 30 de abril, reunião da ALBA, Evo Morales assina o TCP – Tratado de Comércio entre os Povos, portanto, temos o terceiro país-membro da ALBA. AULA 30 1º de maio/ dia do trabalhador.

Evo Morales nacionaliza os hidrocarbonetos na Bolívia, ocupando militarmente as refinarias e poços de gás natural e petróleo.

Petrobras – principal multinacional no país.

O gasoduto Bolívia-Brasil.

Risco de interrupção no fornecimento de gás naturalmente liquefeito para o Brasil. 51% do gás natural consumido no Brasil são importados da Bolívia. AULA 31

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Maio/2006. Reunião entre os países latino-americanos com a União Européia. Local: Viena na Áustria. O radicalismo ou posição antineoliberal de Evo Morales e Hugo Chavez. A diplomacia brasileira. Queda no poder de influência do Presidente Lula.

AULA 32 Junho/2006 - Copa do Mundo na Alemanha. - a copa globalizada. - fator turismo. - o risco de novos atentados como em Munique em 1972. - a globalização dos meios de comunicação. - fator econômico. - o risco devido ao processo de idolatria aos jogadores de futebol. - fator econômico: exposição de produto – jogadores. - o consumismo mundial de símbolos nacionais. AULA 33 Brasil: O Congresso Nacional:

- aprova a implantação da CPMI dos sanguessugas. - não é aprovada a CPI dos castores. - é votado o relatório final da CPI dos Bingos.