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1 Audiência Pública 029/14 Aprimoramento da regulamen- tação - metodologia de defini- ção de limites para o DEC e FEC 10/setembro/2014

Audiência Pública 029/14 Aprimoramento da regulamen- tação ... · transmissão nos indicadores de continuidade da distribuição 18 e. Alteração da trajetória de redução

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Audiência Pública 029/14

Aprimoramento da regulamen-tação - metodologia de defini-ção de limites para o DEC e

FEC

10/setembro/2014

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

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Sumário 1. Introdução 3

2. Aprimoramentos na metodologia proposta na AP 29/14 3

a. Confiabilidade da base de dados utilizada pela ANEEL 3

b. Definição dos atributos 4

c. Tratamento dos conjuntos heterogêneos 7

d. Tratamento de conjuntos com participação elevada do suprimento nos indicadores 13

d.1 Da proposta de segregação dos desligamentos oriundos da transmissão nos indicadores de continuidade da distribuição 18

e. Alteração da trajetória de redução dos limites 20

f. Eliminação dos arredondamentos para cima dos limites intermediários (V1 a V7) 24

3. Outros aprimoramentos julgados relevantes pela ABRADEE 25

a. Adoção de limitadores para os indicadores DEC e FEC de conjuntos aéreos 25

b. Novo modelo para a definição de indicadores coletivos 30

c. Aprimoramentos da metodologia acerca da definição dos indicadores individuais 30

4. Conclusão 30

5. Anexo I - Análise do Valor Mínimo de DEC e FEC ou “Padrão Tecnológico Rede Aérea” 35

6. ANEXO II - Novo modelo para a definição de indicadores coletivos 39

II.1. Contexto Internacional 39

II.2. Crítica à atual regulamentação dos Indicadores 40

II.2.1.Indicadores coletivos 40

II.2.2. Indicadores individuais 42

II.3. Proposta consolidada 45

7. Anexo III – Limites de Indicadores Individuais 54

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1. Introdução

A ABRADEE apresenta suas contribuições à proposta da ANEEL para a revisão da metodologia de definição dos limites para os indicadores DEC e FEC a serem observa-dos durante o 4º Ciclo de Revisão Tarifária Periódica (“4º CRTP”).

Primeiramente, reconhece-se o mérito da ANEEL na abertura da Audiência Pública em tela, cujo objetivo é minimizar as imperfeições metodológicas observadas na regula-mentação vigente para a definição dos limites dos indicadores coletivos DEC e FEC. Dentre as principais alterações contidas na Nota Técnica nº 059/2014-SRD/ANEEL, modificada parcialmente pela Nota Técnica nº 067/2014-SRD/ANEEL, destaca-se a escolha de novos atributos a partir da Base de Dados Geográficas da Distribuidora (“BDGD”) e a minimização da subjetividade no tratamento a ser auferido aos conjuntos com particularidades não capturadas pela metodologia de definição dos indicadores (conjuntos heterogêneos).

Entretanto, é oportuno ressaltar a necessidade de caracterização dos modelos de comparação como ferramentas que auxiliam a definição dos indicadores de qualidade, devendo a efetiva aplicação de seus resultados estar condicionada à avaliação de ou-tras variáveis, que agregadas ao resultado do modelo, possam definir indicadores de qualidade factíveis de promover a melhoria contínua almejada pela ANEEL.

Ainda que tenham sido propostos aprimoramentos que minimizem a subjetividade da regulamentação vigente, é fundamental que haja a abertura para discussão dos limites de DEC e FEC dos conjuntos com especificidades que porventura não forem captura-das no modelo matemático (tanto para conjuntos homogêneos como para os conjuntos heterogêneos).

Nesse sentido, o uso equilibrado do poder discricionário, para casos caracterizados como atípicos, e que mereçam comprobatoriamente este tratamento, pode ajudar na definição de metas condizentes com o real desafio das distribuidoras e anseios da so-ciedade.

2. Aprimoramentos na metodologia proposta na AP 29/14

a. Confiabilidade da base de dados utilizada pela ANEEL

Após análise minuciosa da base de dados disponibilizada pela ANEEL, foram identi-ficadas distorções significativas nos valores dos atributos utilizados pela Agência quando da associação das informações contidas na Base de Dados Geográfica da

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Distribuidora – BDGD, com os valores contidos no IndQual(segregados por conjun-tos).

Para tanto, entende-se fundamental que haja a consistência da base de dados pela ANEEL para a definição dos indicadores DEC e FEC, sob pena de não garantir a confiabilidade nos resultados obtidos.

Outro ponto relevante é que, embora haja uma especificação para o preenchimento das informações na BDGD, não existe uniformidade de interpretações das distribui-doras na constituição dos ativos na referida base, o que prejudica a análise compa-rativa.

Cita-se, como exemplo, o caso da Bandeirante Energia, que declarou os pontos de iluminação pública no arquivo de unidades consumidoras em baixa tensão. Conse-quentemente, a ANEEL contabilizou cada luminária da concessionária como uma unidade consumidora, o que finalmente acabou por classificar quase todos os con-juntos da Bandeirante como heterogêneos pela grande diferença de unidades con-sumidoras caracterizadas como “outros”.

Pelos números disponibilizados pela ANEEL, há evidências que nenhuma outra dis-tribuidora caracterizou o sistema de iluminação pública no arquivo de unidades con-sumidoras em baixa tensão, o que não caracteriza irregularidade à especificação regulatória nem da concessionária Bandeirante, nem de outras concessionárias, uma vez que tal informação não está detalhada e explicitada no PRODIST.

Portanto, conclui-se que a opção por caracterizar os ativos da distribuidora na BDGD, sem que isso constituísse irregularidade, acabou por classificar de maneira equivocada os conjuntos de uma empresa como heterogêneos.

Neste sentido, releva-se a importância de que a ANEEL promova uma etapa para a validação e uniformização das informações contidas na BDGD, anterior à definição dos indicadores DEC e FEC, inclusive, levando-se em consideração as contribui-ções enviadas à Agência no âmbito da Consulta Pública 02/2012.

b. Definição dos atributos

Na NT ANEEL (posteriormente retificada pela Nota Técnica nº 067/2014 SRD/ANEEL – “NT ANEEL 2”) são descritas as diretrizes adotadas pela Agência pa-ra a escolha dos atributos considerados no método dinâmico (clusterização dinâmi-ca).

Verifica-se que, após análise inicial de 133 atributos (selecionados majoritariamente da BDGD e IndQual das distribuidoras), a ANEEL propõe a substituição dos 13 atri-butos utilizados atualmente por 7 novos atributos.

Os atributos selecionados pela ANEEL (NT ANEEL 2) foram:

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• Percentual de área com vegetação remanescente alta ou média (%);

• Precipitação pluviométrica média anual (mm);

• Extensão de rede não urbana (Km);

• Consumo médio por UC classe comercial (MWh);

• NUC outras classes;

• Percentual de NUC comercial (%);

• NUC por transformador.

A ABRADEE entende que a eventual proposição de novos atributos deve passar pelos mesmos estudos estatísticos realizados pela ANEEL, visando verificar a cor-relação/redundância com os demais atributos, bem como o grau de descrição de cada atributo com o DEC e FEC das distribuidoras, a fim de verificar se, de fato, tais atributos são fiéis descritores da qualidade.

Contudo, tendo em vista (i) a dificuldade para a montagem da base de dados para a eventual inserção de novos atributos (ou eliminação daqueles propostos pela ANEEL); (ii) a complexidade e tempo de desenvolvimento para a realização das a-nálises estatísticas aprofundadas (como fora realizado pela Agência); e (iii) o prazo de contribuição definido pela ANEEL para a AP 029/14 (até 10/09); não foi possível o aprofundamento da questão pela ABRADEE. Mesmo assim, é oportuno que se-jam citados alguns atributos que mereceriam, conforme disponibilidade de dados, investigação e, mediante resultados, eventualmente poderiam auxiliar o método de agrupamento dos conjuntos (clusterização dinâmica). Dentre eles, citamos:

• Percentual de área inundada na área total (%);

• Percentual de área de risco na área total (%):

o Comunidades Baixa Renda;

o Área de invasão/favelas;

o Quantidade de unidades classificadas como indígenas e quilombolas.

• Velocidade do vento média anual na área de atuação (km/h);

• Índice de mobilidade na área de concessão (km de congestionamento do trânsito)

• Índice de complexidade socioeconômica utilizado para definição dos níveis regulatórios de Perdas Não Técnicas, tais como: Violência acumulada (5 a-nos) – óbitos por agressão (fonte: DATASUS); Cobertura de lixo (fonte:

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IBGE); Cobertura de água (fonte: IBGE) e Precariedade - % de pessoas em domicílios subnormais (fonte: IBGE).

Reitera-se que devem ser realizadas as análises estatísticas citadas na NT ANEEL para a validação dos atributos supra. Essa recomendação de ampliação do escopo de investigação consiste tão somente em externar ao regulador sugestões de atri-butos que, eventualmente, podem aprimorar o processo de agrupamento dos con-juntos, uma vez que refletem especificidades que não foram contempladas no rol de atributos propostos pela ANEEL, mas que não deve ser impeditivo para que se bus-quem os necessários e possíveis aprimoram. A preocupação é que a ausência da análise de atributos como os propostos acima culminem em definição de limites de DEC e FEC não condizentes com a realidade operacional dos conjuntos das distri-buidoras.

Sabe-se das dificuldades para obtenção de base de informações discriminadas em nível de conjuntos de unidades consumidoras para possibilitar a utilização dos atri-butos sugeridos. Desta forma, caso não seja possível sua análise e utilização de imediato, entende-se pertinente que a extração e envio de tais informações à Agên-cia sejam introduzidas no 4º CRTP, visando fomentar nova análise dos atributos pa-ra o ciclo de revisão tarifária subsequente.

Embora não tenham sido realizadas análises estatísticas, seguem abaixo algumas observações relacionadas aos atributos selecionados pela ANEEL:

• Há dois atributos com características muito semelhantes (“consumo médio por UC classe comercial” e “percentual de NUC comercial”), podendo repre-sentar redundância de informações. Por outro lado, atributos relacionados ao NUC residencial e industrial não foram considerados;

• O atributo “NUC outras classes” possui baixa correlação com os indicadores de continuidade coletivos, já que considera apenas o número de consumido-res do poder público, iluminação pública, consumo próprio e serviço público;

• O atributo “precipitação pluviométrica” deveria estar associado às variáveis vento e descarga atmosférica, pois somente a chuva, desassociada dos de-mais fatores climáticos, possui baixa influência nos resultados do DEC e FEC; e

Destaca-se ainda que a definição dos limites dos indicadores de continuidade com base em aplicação de métodos estatísticos, e de forma determinística, comparando o desempenho dos conjuntos com base apenas em atributos físico-elétricos, pode criar distorções na definição dos limites das distribuidoras.

Nesse sentido, reitera-se a necessidade do uso equilibrado do poder discricionário para os casos caracterizados como atípicos e que mereçam este tratamento, pode ajudar na definição de metas condizentes com o real desafio das distribuidoras.

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Mesmo para um conjunto considerado homogêneo, podem existir atipicidades não capturadas pelo modelo matemático, considerando a metodologia proposta.

Citamos como exemplo, o conjunto Conjunto Governador Parigot de Souza - Copel, que possui acessibilidade prejudicada por atipicidades geográficas, pois se localiza em área de preservação ambiental e insular, sendo que, além das naturais restri-ções relacionadas a vegetação (que contribuem para dificuldade no atendimento a acessibilidade viária), tal região ainda está sujeita a condições meteorológicas atípi-cas, impacto pelas marés, impondo restrição de deslocamento para as equipes téc-nicas.

Analisando os resultados dos indicadores de continuidade do referido conjunto, veri-fica-se que o atributo “PC_VRAM” (percentual de vegetação remanescente), que deveria ser a variável que o caracterizaria como “heterogêneo”, não capturou tal ati-picidade, em virtude da existência de conjuntos com elevados percentuais de vege-tação remanescente na região Norte.

Entretanto, conforme supracitado, além da vegetação, outros fatores contribuem negativamente para a gestão dos indicadores de continuidade desse conjunto, de-monstrando que a peculiaridade deste conjunto não foi capturada pelo modelo ma-temático.

Assim, pelos motivos expostos, os conjuntos acima (com atipicidades não captura-das pelo modelo) deveriam ensejar em discussão dos limites de DEC e FEC com o regulador.

c. Tratamento dos conjuntos heterogêneos

Para auferir tratamento isonômico e minimizar a subjetividade para a definição dos limites DEC e FEC dos conjuntos heterogêneos, é proposta a utilização do “Score ANI”, que consiste na obtenção de um indicador para os atributos do conjunto que permita classificá-lo como mais ou menos complexos em termos de dificuldade para o atendimento dos limites dos indicadores DEC e FEC, variando o percentil de -10% a 30% para a definição do conjunto formador das metas (benchmarking).

Embora haja o entendimento da ABRADEE de que a adoção do Score ANI seja um avanço na definição dos limites dos conjuntos heterogêneos, é importante reiterar o quanto já exposto no início desse documento, referente à importância da manuten-ção do diálogo com o regulador para a negociação dos limites de DEC e FEC dos conjuntos com especificidades que porventura não foram capturadas pelo modelo matemático.

A seguir são fornecidos alguns exemplos de conjuntos que, pela metodologia pro-posta pela ANEEL na AP 029/14, seriam considerados como atípicos, tendo as me-didas estatísticas para a definição de seus indicadores DEC e FEC mantidas ou re-duzidas (limites mais restritivos).

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Conjunto Ubatuba Dois - Elektro

CONJ SCORE ANI VARIAÇÃO DO PERCENTIL

UBATUBA DOIS -2,1% 0%

O conjunto “Ubatuba Dois” localiza-se ao longo da Rodovia Rio-Santos, possuindo como limite, de um lado, o Oceano Atlântico, e do outro, a Serra do Mar, estando in-teiramente inserido em área de preservação ambiental - o que dificulta o controle da vegetação.

Durante o período de verão (alta temporada), além da dificuldade de acesso natural por conta de sua topografia, as equipes técnicas ainda enfrentam dificuldades para a locomoção ao longo desse conjunto elétrico devido ao aumento substancial no fluxo de pessoas e veículos. A Serra do Mar também impede a passagem de novas linhas alimentadoras para dividir e contingenciar as existentes.

Estas características, que não são observadas pelo modelo matemático, impõe maior complexidade ao conjunto.

Conjunto Centro – CEMAR

CONJ SCORE ANI VARIAÇÃO DO PERCENTIL

CENTRO -3,1% -10%

Para o referido conjunto, a CEMAR encontra as dificuldades operacionais que difi-cultam a melhoria dos indicadores de continuidade, pois em função do tombamento da construção civil por parte do Patrimônio Histórico da Humanidade, a distribuidora fica impedida de alterar as características do local e realizar obras de melhoria na rede de distribuição subterrânea.

A melhoria na rede de distribuição, para construção, por exemplo, de novos trechos de rede (mesmo que subterrâneas), visando melhoria na flexibilização, resta preju-dicada por não serem permitidas escavações no local.

Nesse contexto, nos últimos 03 anos, a concessionária se limitou a realização de in-vestimentos nos Centros de Transformação Abrigados (CTAs), para modernização dos equipamentos (chaves seccionadoras, disjuntores e dispositivos de descone-xão) das referidas CTAs.

Estas características, não observadas pelo modelo matemático, impõe maior com-plexidade ao conjunto.

Outro ponto de questionamento ainda relacionado com o tratamento dos conjuntos heterogêneos, é o enquadramento dos atributos nas equações contidas na tabela VI da NT ANEEL para o cálculo do ANI. Tais equações visam avaliar a complexidade de cada atributo em relação à gestão da qualidade do serviço, enquadrando-os na

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“equação 2” quando o aumento do valor do atributo aumentar a complexidade da gestão ou, na “equação 3”, quando o aumento do valor do atributo diminuir a com-plexidade da gestão.

Embora não tenha havido qualquer sinalização na NT ANEEL 2 quanto às equa-ções a serem utilizadas para os novos atributos selecionados pela Agência, a ABRADEE extrapolou o conceito utilizado na NT ANEEL para os novos atributos discriminados na nota técnica. Assim, percebe-se que os atributos associados à quantidade de unidades consumidoras (NUC) foram enquadrados na equação 3, ou seja, é entendimento do regulador que o aumento do valor do atributo diminui a complexidade da gestão.

Para verificar a influência da densidade sobre os atributos eleitos pela ANEEL na AP 029/14, visando explicar a qualidade de serviço prestado pelas distribuidoras, foi verificada a correlação da densidade com os indicadores DEC e FEC e com cada atributo (apenas aqueles que levam em consideração o número de unidades con-sumidoras – NUC).

Para análise da correlação foi utilizado o método de Pearson. Para o cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, utiliza-se a seguinte fórmula:

� = ∑�x − x�� y −y�∑�x − x�²� y −y�²

Onde: �: Valor do coeficiente de correlação de Pearson; �: Valor de cada dado da matriz de dados 1; : Valor de cada dado da matriz de dados 2; �� : Média dos valores de cada matriz de dados.

Alinhado com o conteúdo da NT ANEEL, a tabela abaixo demonstra que a correla-ção da densidade com os indicadores DEC e FEC é inversamente proporcional, ou seja, quanto maior o valor de densidade, menores são os indicadores DEC e FEC (melhor para a qualidade do serviço). Entretanto, essa correlação é muito baixa, podendo oscilar facilmente, inclusive, com inversão do sinal, a depender da aticipi-dade identificada no conjunto analisado.

Com relação especificamente aos 7 atributos selecionados pela ANEEL, apenas 4 levam em consideração ao número de unidades consumidoras (NUC). Desses 4 a-tributos, apenas 2 têm razoável correlação com a densidade, conforme se verifica na tabela abaixo, permitindo-se afirmar que não é pertinente o enquadramento da

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integralidade dos atributos nas equações 2 ou 3 (por haver correlações extrema-mente baixas de alguns atributos com a densidade).

Adicionalmente, quando da verificação da correlação desses 2 atributos, ou seja, aqueles com maior correlação com a densidade (“PC_NUC_COM” e “NUC_TD”), vi-sando avaliar a correlação com os indicadores DEC e FEC, se obtêm os valores descritos na tabela abaixo.

Como pode ser observado, até mesmo para os 2 atributos com razoável correlação com a densidade, a correlação com os limites de DEC e FEC é muito baixa.

Com o objetivo de aprofundar a análise, foram segregados os conjuntos de unida-des consumidoras em 4 faixas de densidade distintas (grupos 1 a 4), visando avaliar a correlação dos 2 atributos com maior correlação com a densidade (“PC_NUC_COM” e “NUC_TD”) em cada uma das faixas. Segue abaixo figura con-tendo os grupos que foram criados pela ABRADEE e o quantitativo referente à alo-cação dos conjuntos de unidades consumidoras em cada um deles.

O resultado da análise de correlação da densidade com os atributos “PC_NUC_COM” e “NUC_TD” está demonstrado na tabela abaixo.

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Para o atributo PC_NUC_COM, nota-se que somente existe uma correlação razoá-vel com a densidade em conjuntos mais densos e, para o atributo, NUC_TD, uma maior correlação da densidade em conjuntos menos densos.

Também foi verificado para cada grupo de conjuntos a correlação dos 2 atributos com os limites de DEC e FEC – vide tabela abaixo.

Para o DEC, nota-se que houve uma inversão de sinal no atributo “NUC_TD” com o aumento da densidade, indicando que, à medida que se aumenta o valor do atributo para conjuntos com maior densidade, pode-se aumentar o indicador e, para o FEC, verificou-se uma oscilação nos sinais das correlações dos atributos com o referido indicador, à medida que se aumenta a densidade. Tal fato dificulta a aplicação da proposta da ANEEL sobre o enquadramento dos atributos nas equações 2 ou 3, in-distintamente, sem qualquer consideração adicional ou análise mais aprofundada.

Na NT ANEEL é afirmado que:

“(...) o atributo NUC_AREA apresentou coeficiente com sinal positi-vo na regressão, como se tivesse correlação positiva com o DEC. No entanto, sabe-se que a correlação é negativa, pois quanto

maior a densidade de consumidores, menor o DEC.” grifo nosso.

Os cálculos e simulações acima demonstram que tal conceito não é correto para a integralidade das situações. Este fato é percebido pelas distribuidoras nas situ-ações reais vivenciadas no dia a dia. Observa-se que grandes concentrações ur-banas (alta densidade de unidades consumidoras), a partir de certo nível de den-sidade, contêm pontos substancialmente desfavoráveis à qualidade da prestação do serviço, tais como:

• Redução expressiva da capacidade de drenagem do solo, acarretando em maior probabilidade de inundações;

• Alta densidade do tráfego e dificuldade para estacionamento dos veículos, com elevado impacto no tempo de deslocamento (“TMA”) das equipes técni-cas;

• O tráfego intenso ainda impactará em maior tempo para a identificação de defeitos na rede elétrica;

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• Simultaneidade de ocorrências na rede elétrica, impactando os indicadores de continuidade;

• Necessidade de realocação de manutenções programadas na rede elétrica para períodos alternativos (fim de semana), devido ao envolvimento de gran-des indústrias e elevada quantidade de estabelecimentos comerciais;

• Grande interferência de terceiros com a rede elétrica (telecomunicação, gás, saneamento, etc.), impactando o tempo de execução do serviço;

• Quantidade de ligações clandestinas e áreas de riscos, impactando o tempo de execução do serviço; dentre outros.

É válido salientar que, no caso das grandes cidades com uma maior densidade de unidades consumidoras (tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, etc.), o principal empecilho na redução do tempo das ocorrências é o deslocamento das equipes dentro da cidade, pois aumentar o seu quantitativo ou expandir a quantida-de de regionais não surtiria o efeito desejado. Esse fato é observado uma vez que não há melhoria logística no aumento de bases operacionais em distribuidoras que possuem elevado adensamento urbano com pequena área de atuação.

A simultaneidade de ocorrências é outro ofensor da qualidade do fornecimento, ten-do em vista o grande volume de ligações clandestinas em determinadas regiões e que provocam constantes desligamentos por sobrecarga, sendo esta uma caracte-rística típica de grandes centros urbanos

Nesse sentido, uma característica que teoricamente seria benéfica para a maioria das distribuidoras, que é o adensamento, acaba por trazer mais dificuldades do que benefícios para estas localidades. A principal razão para isto é que há um patamar ótimo de adensamento, ou seja, a partir desse patamar as condições de mobilidade e condições socioeconômicas se deterioram e a qualidade do fornecimento passa a ser afetada por tais condições adversas.

Desta forma, tais pontos corroboram com a necessidade de ser reavaliado, ou mais detalhado, o enquadramento de cada atributo que leva em consideração o número de unidades consumidoras (NUC) nas fórmulas 2 ou 3 para o cálculo ANI dos con-juntos heterogêneos, de forma a dar a amplitude necessária na análise de sua rela-ção com a qualidade do serviço, ou seja, se a elevação do atributo facilita ou preju-dica a gestão, ou ainda, se há qualquer relação dessa elevação com a gestão da distribuidora.

Assim sendo, embora seja louvável a busca de critérios mais objetivos para a defi-nição dos indicadores de continuidade dos conjuntos heterogêneos, verifica-se que, em função das singularidades de algumas situações, não é tarefa simples encontrar um modelo teórico que consiga representar adequadamente todas as situações di-ferentes existentes nas diversas áreas de concessão.

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Para a manutenção da proposta da ANEEL, seria necessário estabelecer limites pa-ra cada atributo, onde, a depender da densidade dos conjuntos, os mesmos sejam enquadrados na equação 2 ou 3, fazendo com que o grau de densidade não seja equivocamente generalizado pela ANEEL como benéfico para a qualidade em qual-quer situação.

Por fim, é prudente e indispensável que seja mantida a possibilidade de discussão dos limites de DEC e FEC dos conjuntos heterogêneos com a Agência (casos com atipicidades não capturadas pelos modelos). Apesar do volume de trabalho que es-ta prática impõe, o uso equilibrado do poder discricionário, para casos caracteriza-dos como atípicos, e que mereçam comprobatoriamente este tratamento, pode aju-dar na definição de metas condizentes com o real desafio das distribuidoras e an-seios da sociedade.

d. Tratamento de conjuntos com participação elevada do suprimento nos indicadores

Para capturar situações extremas nas quais a participação do suprimento é signifi-cativa com relação aos limites do conjunto, a ANEEL propõe que, se o histórico do valor absoluto do indicador do conjunto em análise (“conjunto referência”) superar 50% do valor limite, a trajetória de limites seja flexibilizada.

A proposta de flexibilização da ANEEL consiste na soma de valores associados a uma “trajetória de redução” aos limites da trajetória do conjunto resultante do mode-lo matemático (V0 a V8). A trajetória de redução do suprimento é o valor determina-do pela diferença entre o valor anual do histórico do conjunto referência e a média do histórico dos conjuntos que participaram de seu agrupamento, devendo tal dife-rença reduzir-se a zero no 5º ano (V5).

Entende a ABRADEE que a adoção de um percentual único (50%) para todo o país para fins de elegibilidade dos conjuntos factíveis à flexibilização dos limites DEC e FEC, sem qualquer critério que o ampare/subsidie, poderá configurar uma regra que não atenderá os anseios da própria ANEEL, que é o de tratar diferenciadamente, e de forma transitória, os conjuntos cujo impacto do suprimento no indicador é alta-mente significativo e destoante dos conjuntos que participaram de seu agrupamen-to.

Para exemplificar o que se pretende demonstrar, se o impacto médio histórico do suprimento dos conjuntos que participaram de um determinado agrupamento resul-tar em 20%, não é razoável que um conjunto referência, que apurou o valor anual do histórico de impacto do suprimento em seus limites de 30% (ou seja, 50% maior que a média histórica dos conjuntos de seu agrupamento) não seja elegível ao tra-tamento diferenciado para a flexibilização de seus limites de DEC e FEC.

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Corrobora com essa tese o texto contido no parágrafo 74 da NT ANEEL (transcrito abaixo), onde o regulador afirma que conjuntos semelhantes devem apresentar de-sempenhos semelhantes, uma vez que os recursos tarifários são equivalentes.

“74. Uma das premissas mais importantes da metodologia adotada pela ANEEL é a de que conjuntos semelhantes devem apresentar desempenhos semelhantes, uma vez que os recursos tarifários con-cedidos às distribuidoras são equivalentes. Assim, entende-se que a melhoria dos indicadores estabelecida pela metodologia, por ser gradual e com base no desempenho de conjuntos com característi-cas próximas, não requer a aplicação de recursos adicionais aos já contidos na tarifa da distribuidora, uma vez que outras distribuidoras já conseguem atingir tal desempenho com os mesmos recursos. De-seja-se, portanto, que a distribuidora que terá uma trajetória definida aplique de forma mais eficiente seus recursos, melhorando a quali-dade do serviço (g.f.)”

Ora, se conjuntos semelhantes devem apresentar desempenhos semelhantes, não é razoável que se defina um único percentual de impacto do suprimento para a de-cisão sobre a flexibilização ou não dos limites de um determinado conjunto, inde-pendentemente da relação com a apuração da média do histórico do impacto do suprimento dos conjuntos que participaram de seu agrupamento.

Portanto, a proposta da ABRADEE é no sentido de que, para a definição da elegibi-lidade dos conjuntos a terem seus limites flexibilizados transitoriamente, deva ser comparado o valor anual histórico do impacto do suprimento do conjunto referência com a média histórica do impacto do suprimento dos conjuntos que participaram de seu agrupamento. A sugestão é que a flexibilização dos limites deva ocorrer quando o impacto do suprimento no conjunto referência for igual ou maior que 50% da mé-dia do valor histórico dos conjuntos que participaram de seu agrupamento.

O parágrafo 75 da NT ANEEL (transcrito abaixo) faz menção a trajetórias não factí-veis, que demandam a aplicação de grande quantidade de recursos financeiros, po-dendo não ser desejável do ponto de vista tarifário.

“75. Essa trajetória de redução precisa ser gradual. Caso contrário, poderá incorrer na necessidade de aplicação de recursos adicionais pela distribuidora. Para alguns conjuntos nos quais os limites atuais estão distantes dos limites objetivo do agrupamento, são estabeleci-das trajetórias de redução pela metodologia atual que eventualmente não são factíveis, a menos que haja a aplicação de uma grande quantidade de recursos pela distribuidora em um período curto, o que pode não ser desejável do ponto de vista tarifário.”

As tabelas abaixo discriminam, para cada conjunto, o impacto do suprimento nos indicadores verificados de DEC e FEC do conjunto referência (DECx) e o impacto médio do suprimento nos indicadores verificados de DEC e FEC no agrupamento dos conjuntos formadores das metas (DECx_AG).

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Notar que, com exceção dos conjuntos grafados na cor cinza, os demais não seriam contemplados na regra de flexibilização pelo elevado impacto de suprimento pro-posta pela ANEEL - até mesmo aqueles com substanciais diferenças (que chegam até 5.151% para o indicador DEC e 8.322% para o indicador FEC) entre o impacto do suprimento no conjunto referência e seu agrupamento.

Indicador DEC

No. IDEMP Distribuidora IDCONJ Conjunto NUC DECX/DEC DECX_AG/DEC DECX/DECX_AG

1 383 AMPLA 13072 PORTO REAL 6.994 41,06% 0,36% 11305,30%

2 405 CEMAT 14776 ARUANA/COCALINHO 2.164 61,14% 1,19% 5151,46%

3 383 AMPLA 13073 RETIRO SAUDOSO 52.915 46,54% 1,45% 3206,00%

4 2937 CPFL-

PIRATININGA 13556 VICENTE DE CARVALHO 30.746 47,38% 1,52% 3117,69%

5 371 CELPA 15480 NOVO PROGRESSO I 4.243 26,80% 0,90% 2985,90%

6 383 AMPLA 13053 ITATIAIA 14.717 28,07% 1,03% 2737,85%

7 43 CELPE 14152 CORRENTES 10.046 23,39% 0,87% 2693,65%

8 4950 CEMIG-D 15294 JANAÚBA 2 4.075 9,03% 0,34% 2628,84%

9 63 CPFL-

PAULISTA 13906 NOVA AVANHANDAVA

AES 1.542 14,99% 0,61% 2462,32%

10 5707 CEEE-D 12547 PALMARES DO SUL 6.626 12,23% 0,55% 2223,08%

11 5216 CAIUÁ-D 12735 LUCELIA 7.775 14,29% 0,65% 2191,95%

12 371 CELPA 15494 TUCURUÍ I 20.184 20,19% 0,98% 2066,67%

13 47 COELBA 14265 CABROBO - CELPE 1.956 55,15% 2,67% 2066,16%

14 47 COELBA 14305 FUNIL - CHESF 23.471 8,83% 0,45% 1971,47%

15 371 CELPA 15490 SOSSÊGO 273 7,89% 0,40% 1968,32%

16 371 CELPA 15481 NOVO PROGRESSO II 1.914 8,16% 0,45% 1826,09%

17 6600 EPB 13743 UMBUZEIRO 4.862 28,17% 1,57% 1798,51%

18 5707 CEEE-D 12557 PORTO ALEGRE 13 66.003 14,81% 0,88% 1688,37%

19 26 ELETROACRE 12598 MARECHAL

THAUMATURGO 1.024 40,68% 2,45% 1659,68%

20 5707 CEEE-D 12546 MOSTARDAS 9.663 7,08% 0,43% 1650,65%

21 382 LIGHT 15019 PADRE MIGUEL 70.926 11,35% 0,70% 1624,10%

22 5697 CELESC-DIS 13391 LAURO MULLER 5.060 17,19% 1,09% 1574,24%

23 5697 CELESC-DIS 13412 PORTO UNIÃO DIST. 6.257 7,99% 0,52% 1529,21%

24 6585 EMG 13746 SUMIDOURO 3.555 8,76% 0,58% 1510,79%

25 5697 CELESC-DIS 13359 ITAPOÁ BARRA DO

SAHY DIST. 17.492 15,51% 1,04% 1490,42%

26 6587 ESSE 14540 ITABAIANA 39.076 10,72% 0,72% 1479,28%

27 72 CLFSC 12741 BARRA DO JACARÉ 1.030 16,71% 1,14% 1463,45%

28 370 BOA VISTA 12727 CENTRO 20.637 31,19% 2,53% 1233,30%

29 47 COELBA 14433 SIMAO DIAS -

ENERGIPE 11.035 20,46% 1,68% 1216,71%

30 39 COELCE 13237 ALDEOTA 45.446 42,95% 3,55% 1211,33%

31 26 ELETROACRE 12599 PORTO WALTER 870 31,08% 2,72% 1142,77%

32 47 COELBA 14365

NUCLEO PILAR/MINERACAO

CARAIBA 6.967 27,25% 2,46% 1109,29%

33 39 COELCE 13280 DISTRITO INDUSTRIAL

DE FORTALEZA 26.018 20,63% 1,87% 1102,03%

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

16

34 404 ENERSUL 12873 NOVA ANDRADINA 21.296 22,04% 2,00% 1100,56%

35 385 ELEKTRO 13572 PORTO FERREIRA 18.086 34,87% 3,19% 1091,97%

36 39 COELCE 13397 VARJOTA 11.155 35,15% 3,23% 1089,47%

37 5707 CEEE-D 12525 CAMAQUÃ 32.257 9,73% 0,89% 1088,41%

38 43 CELPE 14206 PONTEZINHA 45.423 10,54% 0,99% 1061,68%

39 396 AES-SUL 13200 QUARAÍ 8.996 10,19% 0,99% 1033,29%

40 385 ELEKTRO 13600 VICENTE DE CARVALHO 8.056 28,86% 2,80% 1031,11%

41 5707 CEEE-D 12576 UTE PRESIDENTE

MÉDICI 10.545 9,39% 0,94% 1002,83%

Os valores contidos na tabela acima estão em ordem decrescente, levando-se em consideração, para efeito de demonstração dos conjuntos na tabela acima, um valor mínimo de 1000% para a diferença entre o impacto do DECx do conjunto referência e a média do impacto do DECx em seu agrupamento.

Indicador FEC

No. IDEMP Distribuidora IDCONJ Conjunto NUC FECX/FEC FECX_AG/FEC FECX/FECX_AG

1 405 CEMAT 14776 ARUANA/COCALINHO 2.164 79,80% 0,96% 8322,17%

2 371 CELPA 15480 NOVO PROGRESSO I 4.243 60,27% 1,26% 4767,27%

3 370 BOA VISTA 12727 CENTRO 20.637 52,61% 1,57% 3348,78%

4 371 CELPA 15481 NOVO PROGRESSO II 1.914 43,15% 2,06% 2093,17%

5 26 ELETROACRE 12599 PORTO WALTER 870 81,52% 4,79% 1702,58%

6 5707 CEEE-D 12546 MOSTARDAS 9.663 14,80% 1,03% 1438,88%

7 26 ELETROACRE 12598 MARECHAL THAUMATURGO 1.024 76,26% 5,33% 1429,59%

8 5707 CEEE-D 12547 PALMARES DO SUL 6.626 24,81% 1,75% 1417,38%

9 371 CELPA 14458 CASTELO DOS SONHOS 2.074 61,02% 4,41% 1384,13%

10 72 CLFSC 12741 BARRA DO JACARÉ 1.030 39,01% 2,95% 1323,25%

11 371 CELPA 15494 TUCURUÍ I 20.184 32,04% 2,56% 1251,35%

12 6585 EMG 13746 SUMIDOURO 3.555 25,93% 2,09% 1242,52%

13 2937 CPFL-

PIRATININGA 13556 VICENTE DE CARVALHO 30.746 35,89% 2,99% 1198,89%

14 47 COELBA 14401 RIO DAS PEDRAS 24.223 15,13% 1,30% 1167,82%

15 371 CELPA 15472 ITAITUBA I 17.334 29,57% 2,69% 1099,63%

16 371 CELPA 14501 PORTEL 5.007 15,65% 1,43% 1091,54%

17 5707 CEEE-D 12557 PORTO ALEGRE 13 66.003 23,91% 2,25% 1064,06%

18 43 CELPE 14152 CORRENTES 10.046 36,76% 3,61% 1017,22%

19 396 AES-SUL 13190 GRAVATAI 2 18.000 26,74% 2,63% 1015,04%

20 404 ENERSUL 12873 NOVA ANDRADINA 21.296 38,61% 4,03% 958,43%

21 404 ENERSUL 12798 BATAGUASSÚ 8.196 35,48% 3,93% 904,06%

22 383 AMPLA 13072 PORTO REAL 6.994 23,21% 2,59% 897,74%

23 396 AES-SUL 13210 SANTIAGO 26.366 38,25% 4,30% 889,24%

24 371 CELPA 15469 GOIANÉSIA I 5.100 50,34% 5,70% 883,07%

25 47 COELBA 14406 RODA VELHA 2.455 9,11% 1,05% 868,57%

26 5707 CEEE-D 12565 QUINTA 11.789 13,47% 1,56% 862,91%

27 396 AES-SUL 13186 ENCANTADO 20.630 44,53% 5,17% 861,36%

28 396 AES-SUL 13200 QUARAÍ 8.996 29,02% 3,42% 847,33%

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

17

29 47 COELBA 14356 MODELO REDUZIDO - CHESF 9.883 36,21% 4,35% 833,19%

30 385 ELEKTRO 13455 ARAPEI 7.074 20,82% 2,53% 821,63%

31 390 ELETROPAULO 12841 BANDEIRANTES_RETICULADO 5.712 99,79% 12,22% 816,49%

32 47 COELBA 14305 FUNIL - CHESF 23.471 20,51% 2,52% 813,34%

33 404 ENERSUL 12875 NOVA ANDRADINA CASA

VERDE 3.121 13,10% 1,62% 806,51%

34 6612 ENF 15614 CONSELHEIRO PAULINO 28.376 40,80% 5,07% 804,75%

35 396 AES-SUL 13202 ROSÁRIO 15.283 31,58% 4,09% 772,99%

36 5216 CAIUÁ-D 12735 LUCELIA 7.775 11,17% 1,45% 772,41%

37 371 CELPA 15492 TAPAJÓS I 22.408 23,61% 3,08% 766,10%

38 371 CELPA 14493 NOVO REPARTIMENTO 18.006 14,98% 2,00% 750,67%

39 397 RGE 14031 GAURAMA 14.363 27,46% 3,68% 746,99%

40 26 ELETROACRE 12591 FEIJÓ 5.916 69,42% 9,46% 734,18%

41 405 CEMAT 14849 CRISTO REI 22.986 15,01% 2,07% 725,13%

42 404 ENERSUL 12903 SONORA 5.065 27,00% 3,76% 718,31%

43 371 CELPA 15464 CAMETÁ I 11.800 18,34% 2,57% 712,27%

44 396 AES-SUL 13214 SÃO GABRIEL 23.834 37,37% 5,32% 701,78%

Os valores contidos na tabela acima estão em ordem decrescente, levando-se em consideração, para efeito de demonstração dos conjuntos na tabela acima, um valor mínimo de 700% para a diferença entre o impacto do FECx do conjunto referência e a média do impacto do FECx em seu agrupamento.

É importante destacar que apenas 6 conjuntos no Brasil teriam seus limites de DEC flexibilizados por conta do elevado impacto no suprimento, considerando a metodo-logia proposta na AP 029/14. E para o FEC, apenas 7 conjuntos no Brasil teriam seus limites flexibilizados pela proposta da ANEEL (dos quais quatro conjuntos es-tão contemplados na tabela acima e, os três restantes, citados na tabela abaixo).

IDEMP Distribuidora IDCONJ Conjunto NUC FECX/FEC FECX_AG/FEC FECX/FECX_AG

26 ELETROACRE 12600 JORDÃO 721 80,47% 17,67% 455,47%

26 ELETROACRE 12592 TARAUACÁ 6.570 68,74% 15,62% 440,00%

26 ELETROACRE 12595 CRUZEIRO DO SUL 32.392 52,87% 13,75% 384,62%

Não se pode deixar de enfatizar que o reconhecimento da influência do suprimento é um aprimoramento metodológico relevante, principalmente no que diz respeito ao seu mérito, e não somente associado ao impacto aos indicadores.

Se o regulador entende que devem ser considerados os efeitos das interrupções o-riunda do suprimento nos indicadores das distribuidoras, percebe-se que a forma mais correta de se comparar os desempenhos consiste em mitigar os efeitos destas interrupções, o que torna o critério proposto excessivamente restritivo e iníquo.

Desta forma, a proposta da ABRADEE está em linha com o adequado incentivo à melhoria contínua para o tratamento de um impacto totalmente não gerenciável nos indicadores das distribuidoras, pois não será exigido dos conjuntos com essa pecu-liaridade (impacto elevado do suprimento) trajetórias inexequíveis e substancial-mente distantes do conjunto benchmarking, além de dar o sinal econômico adequa-

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

18

do para que não haja investimentos que onerem demasiadamente a tarifa dos con-sumidores.

Não se pode deixar de observar ainda que, nos casos em que a diferença de de-sempenho do conjunto referência com o seu conjunto benchmarking esteja atrelada ao elevado impacto do suprimento, investimentos realizados pela distribuidora no sentido de equiparação de trajetória com o conjunto de melhor desempenho podem não surtir qualquer melhoria em sua prestação de serviço, pois tais impactos são fa-tores exógenos à gestão da mesma e, portanto, totalmente não gerenciáveis e indi-ferentes ao montante de investimentos na rede de distribuição.

Por essa razão, a ABRADEE entende que não é adequada a proposta da ANEEL no que se refere às reduções anuais gradativas dos limites de DEC e FEC e a ne-cessidade de “zerar” tais flexibilizações no 5º ano da trajetória para os conjuntos com elevado impacto no suprimento. Sendo o impacto do suprimento nos indicado-res de continuidade totalmente não gerenciável pela distribuidora, não se pode atri-buir tal melhoria às distribuidoras, conforme se verifica no item 70 da NT ANEEL - transcrito abaixo.

“70. A proposta a seguir visa exatamente capturar situações extre-mas, nas quais a participação do suprimento é muito significativa com relação ao limite do conjunto. Assim, propõe-se que o supri-mento seja considerado crítico no indicador (DEC ou FEC) do con-junto em análise se o histórico do valor absoluto do indicador supe-rar 50% do valor do limite. Atendido esse critério, propõe-se que a trajetória de limites do conjunto seja flexibilizada. No entanto, não é razoável supor que o suprimento permanecerá no estado atual inde-finidamente, sem qualquer melhoria.”

É inequívoco que, nesse aspecto, será imputado às distribuidoras um sinal forte-mente desmotivador para o atendimento dos limites de qualidade estabelecidos pe-la Agência, razão pela qual, a ABRADEE propõe que a diferença do valor anual his-tórico do impacto do suprimento do conjunto referência e a média histórica do im-pacto do suprimento dos conjuntos que participaram de seu agrupamento seja so-mada a todos os anos do ciclo tarifário da distribuidora, sem que haja a obrigatorie-dade de reduções anuais gradativas da flexibilização e a redução para “zero” da re-ferida diferença no 5º ano da trajetória.

Desta forma, a qualidade do suprimento e o nível de flexibilização dos limites de DEC e FEC dos conjuntos elegíveis serão avaliados pela ANEEL a cada ciclo de re-visão tarifária periódica, oportunidade em que serão definidos novos valores dos in-dicadores de continuidade.

d.1 Da proposta de segregação dos desligamentos oriundos da transmis-são nos indicadores de continuidade da distribuição

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

19

Uma alternativa à proposta da alínea “c” é aquela externada pela ABRADEE na CP 007/12 referente à segregação dos padrões de duração e frequência de desligamento na transmissão e indicadores de continuidade da distribuição.

A energia elétrica que é fornecida às unidades consumidoras é de responsabi-lidade compartilhada entre as geradoras, transmissoras e as distribuidoras. As regulamentações que versam sobre os padrões de duração e frequência dos desligamentos da transmissora, indicadores de continuidade das transmissoras detentoras de DIT e os indicadores de continuidade das distribuidoras, têm as-simetrias relevantes, não tratando com equilíbrio o compartilhamento de res-ponsabilidade entre tais agentes. Tal fato reflete no desalinhamento dos incen-tivos imputados a cada agente para a melhoria contínua de sua prestação de serviço.

Adicionalmente, as compensações pagas pelas distribuidoras aos consumido-res finais, provocadas por eventos na transmissão tendem a ser significativa-mente maiores que as eventuais reduções na PVI/RAP das transmissoras, considerando os mesmo eventos.

Diante deste contexto, entende-se que um dos caminhos a ser seguido é a se-gregação dos padrões de duração e frequência de desligamento utilizados no segmento de transmissão e os indicadores de continuidade, objetivando que cada agente seja responsável estritamente pelas interrupções que tenha dado causa e, sobretudo, tenha gerenciabilidade sobre elas. O aprimoramento em tela eliminaria qualquer discrepância no sinal econômico às distribuidoras, prin-cipalmente no que diz respeito à busca pelo atendimento dos limites de DEC e FEC estabelecidos pela ANEEL, que passarão a não sofrer interferências inde-sejadas de outros agentes e totalmente não gerenciáveis pelo agente impacta-do.

Salienta-se ainda que, conforme a regulamentação vigente, a transgressão dos padrões/indicadores da transmissão enseja em descontos na PVI/RAP, favore-cendo todos os consumidores da área de concessão da distribuidora (modici-dade tarifária), ou seja, até mesmo aquele que não sofreu qualquer desliga-mento em sua unidade consumidora oriundo da transmissão receberá uma re-dução da tarifa a ser cobrada pela distribuidora no próximo ciclo de reajus-te/revisão tarifária periódica.

Assim, visando direcionar o pagamento de compensações estritamente ao consumidor impactado com as interrupções de energia, a exemplo do que já ocorre com as compensações associadas aos indicadores DIC/FIC/DMIC/DICRI da distribuidora, sugere-se que os recursos financeiros atrelados às eventuais transgressões dos padrões/indicadores das transmisso-ras sejam repassados somente aos consumidores impactados, ficando a distri-buidora responsável pelo repasse de tais recursos em sua fatura de energia, quando estes forem pagos pelas transmissoras na forma definida pela ANEEL em regulamento específico.

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

20

Por fim, ressalta-se que a segregação dos impactos oriundos da transmissão nos indicadores de continuidade das distribuidoras se torna ainda mais neces-sária e preocupante, em virtude de a ANEEL, no âmbito da AP 027/2014, pro-por a redução da ocorrência de desligamentos intempestivos no sistema de transmissão mediante o incentivo às transmissoras para a realização de manu-tenções preventivas com maior frequência (inclusive expurgando as penaliza-ções na RAP quando tratar-se de manutenção preventiva).

Na mesma Audiência Pública, o regulador ainda propõe a possibilidade de ex-purgo das ocorrências para novos empreendimentos de transmissão num perí-odo de “carência” de 6 meses.

Sobre este ponto, destaca-se que estímulo à realização de manutenções pre-ventivas pelas transmissoras e o período de carência para novos ativos de transmissão, por meio da isenção da Parcela Variável por Indisponibilidade (“PVI”), não se equipara ao tratamento auferido às distribuidoras. Isto porque a manutenção preventiva, a depender da configuração do atendimento, pode re-sultar na interrupção do fornecimento aos consumidores de uma determinada região geoelétrica e, consequentemente, o impacto nos indicadores de continu-idade da distribuidora.

Dessa forma, entende-se que tais situações reforçam o pleito das distribuidoras para que haja a segregação dos impactos entre os distintos segmentos (trans-missão e distribuição), ou, alternativamente, que sejam neutralizadas tais flexi-bilizações ao segmento de transmissão para o segmento de distribuição.

e. Alteração da trajetória de redução dos limites

A ANEEL propõe limitadores anuais para a redução dos limites de DEC e FEC (8h/ano para o DEC e 5 interrupções/ano para o FEC), visando impedir quedas ex-tremas de trajetórias somente para aqueles conjuntos nos quais os limites atuais es-tão distantes dos limites objetivo do agrupamento, evitando impactos indesejáveis do ponto de vista tarifário.

Acerca dessa proposta, a ABRADEE entende que a adoção de limitadores anuais únicos para todas as distribuidoras do país implicará em profundo desequilíbrio de incentivos. Isso se deve ao fato de que existem diferentes patamares de qualidade nas diversas distribuidoras do país, podendo os limitadores propostos pela ANEEL não guardar uma relação entre o estágio de desempenho dos conjuntos e os impac-tos tarifários atrelados à melhoria de qualidade.

Em outras palavras, se a intenção do regulador é resguardar os consumidores de investimentos extremamente elevados por parte das distribuidoras e, consequente-mente, evitar impactos tarifários relevantes em curto período, é importante citar que esse impacto pode acontecer de forma mais acentuada nas distribuidoras com limi-tes de DEC e FEC mais restritivos já homologados pela ANEEL. Isso porque, a de-

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

21

pender da trajetória estabelecida pela ANEEL, a distribuidora terá a necessidade de mudança de configuração ou padrão construtivo da rede elétrica, o que certamente, ensejará em elevados investimentos e ônus à tarifa dos consumidores.

A ABRADEE entende que deve haver uma proporcionalidade desse limitador com o atual estágio de prestação de serviço da distribuidora (nível de qualidade praticado). Assim, para que haja sinalização proporcional à realidade de cada distribuidora e evitar o impacto tarifário demasiado de investimentos massivos em curto período para as distribuidoras com limites de DEC e FEC mais restritivos, propõe-se que se-ja considerada, para efeito de definição do limitador anual da trajetória, a segrega-ção da tabela única proposta pela ANEEL (tabela IX contida na NT ANEEL) em ta-belas com faixas de variação distintas de limites de DEC e FEC (patamares distintos de qualidade).

Para validar o entendimento desse item foi realizada uma análise dos indicadores contidos na base disponibilizada no Apêndice V da NT ANEEL 2 - atributos corrigi-dos, visando reproduzir as análises da ANEEL realizadas para a elaboração da ta-bela IX contida no item III.3.3 da NT ANEEL – vide abaixo os resultados obtidos.

Depois de verificar que as análises iniciais estão alinhadas com os resultados apre-sentados pela ANEEL, foi feita uma classificação de todos os conjuntos que melho-raram seu desempenho no período de 2011 a 2013, considerando faixas com inter-valos de 5 em 5 (horas/interrupções) tanto para o indicador DEC quanto para o indi-cador FEC.

Percentil Melhoria do

DEC (horas)

Melhoria do FEC

(interrupções) Percentil

Melhoria do DEC

(horas)

Melhoria do FEC

(interrupções)

5% 0,14 0,11 5% 0,14 0,11

10% 0,30 0,22 10% 0,30 0,22

15% 0,44 0,33 15% 0,44 0,33

20% 0,58 0,44 20% 0,57 0,43

25% 0,73 0,56 25% 0,73 0,55

30% 0,93 0,67 30% 0,93 0,67

35% 1,13 0,80 35% 1,12 0,79

40% 1,30 0,92 40% 1,29 0,91

45% 1,54 1,04 45% 1,53 1,04

50% 1,72 1,21 50% 1,72 1,20

55% 2,02 1,38 55% 2,03 1,37

60% 2,41 1,58 60% 2,42 1,57

65% 2,77 1,79 65% 2,78 1,79

70% 3,31 2,07 70% 3,32 2,06

75% 4,04 2,53 75% 4,09 2,51

80% 4,99 2,99 80% 5,00 2,98

85% 6,16 3,72 85% 6,17 3,66

90% 7,96 4,88 90% 7,94 4,88

95% 11,32 7,34 95% 11,28 7,36

NT 059/2014 SIMULAÇÃO ABRADEE

Foi estabelecido o ano de 20seus respectivos intervalos“X” tinha em 2011 um indicador 29 horas, esse conjunto será contabilizado na faixa de DEC de gura a seguir apresenta o resultado dafaixas de DEC e FEC.

Posteriormente, para a definição da regra de máxima redução anual foram selecinados apenas aqueles conjuntos queDEC ou FEC e, cumulativamente, homologados pela ANEELos conjuntos que comprovaram o direcionamento de investimentos para melhoria da qualidade, em busca do atendimento do patamar de qualidade estabelecido pela Agência.

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

ido o ano de 2011 como referencia para alocação dos conjuntos em intervalos (patamares de qualidade). Por exemplo, se um conjunto

indicador DEC de 35 horas e, em 2013, um 29 horas, esse conjunto será contabilizado na faixa de DEC de gura a seguir apresenta o resultado da alocação dos conjuntos em cada uma das

mente, para a definição da regra de máxima redução anual foram selecinados apenas aqueles conjuntos que apresentaram uma melhoria DEC ou FEC e, cumulativamente, que tais indicadores estejam acima dhomologados pela ANEEL. A idéia da ABRADEE é que sejam selecionados apenas os conjuntos que comprovaram o direcionamento de investimentos para melhoria da

busca do atendimento do patamar de qualidade estabelecido pela

Contribuição da ABRADEE

22

alocação dos conjuntos em . Por exemplo, se um conjunto

um indicador DEC de 29 horas, esse conjunto será contabilizado na faixa de DEC de 35 a 40 horas. A fi-

alocação dos conjuntos em cada uma das

mente, para a definição da regra de máxima redução anual foram selecio-melhoria nos indicadores

tais indicadores estejam acima dos limites da ABRADEE é que sejam selecionados apenas

os conjuntos que comprovaram o direcionamento de investimentos para melhoria da busca do atendimento do patamar de qualidade estabelecido pela

As seguintes figuras apresentaFEC, segregando-os entre aqueles que estão acima e abaixo das metas regulatrias estabelecidas pela ANEEL.

Em função da baixa representatividade das amostras, para lhoria do desempenho nos conjuntos, indicador DEC e, 55, para

Foi verificada a melhoria nos indicadores DEC e FEC ma, considerando apenas os conjuntos com melhoria nmeta regulatória. Após a realização de testesestatísticas, a ABRADEE adotou omais percentis implicaram em limitações de redução anual não exequídefinição da limitação da redução anual na trajetória dos inddos conjuntos (obtenção de cadores).

Foi observado que tais valores aumentam de forma linear para cada faixa FEC acima citada, portanto, foram considerados num modelo de regressão linear, visando a obtenção de trajetória linear para a limitação de redução anual dos indcadores – vide gráficos abaixo.

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

As seguintes figuras apresentam a alocação dos conjuntos em cada faixaos entre aqueles que estão acima e abaixo das metas regulat

rias estabelecidas pela ANEEL.

Em função da baixa representatividade das amostras, para efeito de análise da mlhoria do desempenho nos conjuntos, foram excluídas as faixas a partir de 65 para o

para indicador FEC.

Foi verificada a melhoria nos indicadores DEC e FEC para cada faixa definida acma, considerando apenas os conjuntos com melhoria nos indicadores e acima da

pós a realização de testes, com a adoção de diferentes medidas a ABRADEE adotou o percentil 50 (pois os valores resultantes dos d

mais percentis implicaram em limitações de redução anual não exequídefinição da limitação da redução anual na trajetória dos indicadores DEC e FEC

obtenção de valores distintos para cada faixa de

observado que tais valores aumentam de forma linear para cada faixa FEC acima citada, portanto, foram considerados num modelo de regressão linear, visando a obtenção de trajetória linear para a limitação de redução anual dos ind

vide gráficos abaixo.

Contribuição da ABRADEE

23

conjuntos em cada faixa de DEC e os entre aqueles que estão acima e abaixo das metas regulató-

efeito de análise da me-foram excluídas as faixas a partir de 65 para o

para cada faixa definida aci-os indicadores e acima da

com a adoção de diferentes medidas percentil 50 (pois os valores resultantes dos de-

mais percentis implicaram em limitações de redução anual não exequíveis) para a icadores DEC e FEC

valores distintos para cada faixa de variação dos indi-

observado que tais valores aumentam de forma linear para cada faixa de DEC e FEC acima citada, portanto, foram considerados num modelo de regressão linear, visando a obtenção de trajetória linear para a limitação de redução anual dos indi-

A proposta da ABRADEE é que os resultados obtiddas nos gráficos acima (obtidas cados em cada faixa de variação do indicador DEC e FECjam utilizados para a definição da limitação anual na trajetória de taEm outras palavras, para estabelecido um limitador anuaregressões lineares acima

f. Eliminação dos arredondamentos(V1 a V7)

A ANEEL propõe a eliminação dos arredondamentos para cima nos limites intermdiários da trajetória (V1 a V7) sob o argumento de que o uso do arredondamento simples torna a trajetória mais coerente com a traje

O entendimento da ABRADEE é que o critério de arredondamento para cimado na metodologia vigenteregulador às distribuidoras, necessária para aplicação de métodos que contenham incertezas para a definição dos limites de DEC e FEC. O arredondamento simples impactará as distribuidoras, sobretudo, aquelas com limites de DEC e FEC mais restritivos, à medida que pode desconsiderar uma parcela da meta resultante do

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

A proposta da ABRADEE é que os resultados obtidos das regressões lineares citdas nos gráficos acima (obtidas com a melhoria de performance nos conjuntos alcados em cada faixa de variação do indicador DEC e FEC mencionadas acimajam utilizados para a definição da limitação anual na trajetória de ta

para cada valor do indicador DEC ou FEC limitador anual de trajetória distinto, a depender do resultado es acima.

Eliminação dos arredondamentos para cima dos limites intermediários

A ANEEL propõe a eliminação dos arredondamentos para cima nos limites intermdiários da trajetória (V1 a V7) sob o argumento de que o uso do arredondamento simples torna a trajetória mais coerente com a trajetória original.

O entendimento da ABRADEE é que o critério de arredondamento para cimado na metodologia vigente, caracteriza uma “margem de segurança” imposta pelo regulador às distribuidoras, necessária para aplicação de métodos que contenham

tezas para a definição dos limites de DEC e FEC. O arredondamento simples impactará as distribuidoras, sobretudo, aquelas com limites de DEC e FEC mais restritivos, à medida que pode desconsiderar uma parcela da meta resultante do

Contribuição da ABRADEE

24

os das regressões lineares cita-a melhoria de performance nos conjuntos alo-

mencionadas acima) se-jam utilizados para a definição da limitação anual na trajetória de tais indicadores.

cada valor do indicador DEC ou FEC dos conjuntos, será distinto, a depender do resultado das

para cima dos limites intermediários

A ANEEL propõe a eliminação dos arredondamentos para cima nos limites interme-diários da trajetória (V1 a V7) sob o argumento de que o uso do arredondamento

O entendimento da ABRADEE é que o critério de arredondamento para cima, conti-caracteriza uma “margem de segurança” imposta pelo

regulador às distribuidoras, necessária para aplicação de métodos que contenham tezas para a definição dos limites de DEC e FEC. O arredondamento simples

impactará as distribuidoras, sobretudo, aquelas com limites de DEC e FEC mais restritivos, à medida que pode desconsiderar uma parcela da meta resultante do

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

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modelo matemático, fundamental na composição dos limites dos indicadores a se-rem homologados pela ANEEL.

Um exemplo simples é apresentado na tabela abaixo. A alteração na forma de arre-dondamento implica em impactos de 20% para a distribuidora 1 e 5% para a distri-buidora 2 (quatro vezes menor do que a distribuidora que já está em um patamar de qualidade superior). Desta forma, a eliminação do arredondamento terá um impacto substancialmente maior para as distribuidoras com patamares de qualidade mais elevados.

Descrição Resultado

Modelo FEC

Arredond. Met. Vigente

FEC

Arredond. Met. Proposta

FEC

Impacto FEC

Distribuidora 1 5,40 6,00 5,00 20%

Distribuidora 2 20,40 21,00 20,00 5%

Adicionalmente, verifica-se que, conforme tabelas 2 a 5 do ANEXO I (Limites de Continuidade Individual) contidas no módulo 8 do PRODIST (seção 8.2, revisão 5), o arredondamento simples não trará qualquer impacto aos conjuntos cujos limites dos indicadores estejam acima de 20 horas (DEC) ou 20 interrupções (FEC). Ou se-ja, a eliminação do arredondamento para cima para os conjuntos com o patamar de qualidade supra, além de ensejar em impactos no componente Q do fator X das dis-tribuidoras no momento de definição do ranking da qualidade ANEEL (DGC), ainda poderá ensejar em mudança dos valores dos indicadores individuais (DIC, FIC e DMIC), deixando ainda mais latente a falta de isonomia na proposta da ANEEL.

Portanto, a proposta da ABRADEE é que seja mantida a forma de arredondamento para cima, conforme regramento vigente na metodologia de definição dos limites de DEC e FEC, como forma de preservar o incentivo às concessionárias que já se en-contram em patamares inferiores de limites para DEC e FEC, assegurando a iso-nomia no tratamento, pois, como visto acima, o impacto é significativamente dife-renciado para cada empresa.

3. Outros aprimoramentos julgados relevantes pela ABRADEE

a. Adoção de limitadores para os indicadores DEC e FEC de conjuntos aé-reos

Segundo NT nº 453/2013-SRE/SRD/ANEEL, de 14/10/2013, disponibilizada no âmbito da Consulta Pública nº 011/2013, a visão da ANEEL sobre Perdas Técnicas pode ser entendida nos trechos abaixo (grifo nosso):

[9] “...ter perdas técnicas mínimas em determinado sistema elétrico

pode não ser a melhor solução econômica, aquela que representa o

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

26

menor custo global. Ou seja, deve-se ponderar se vale a pena, ou

não, investir em obras adicionais capazes de diminuir o valor pre-

sente do custo global do serviço no longo prazo.”

[59] “As empresas com perdas baixas em geral encontram-se em zona de saturação no combate às perdas e/ou manutenção das mesmas. Quanto mais próximo dessa zona de saturação, maior a chance

das variações de perdas se darem em função de fatores que fo-

gem ao controle da empresa. Assim, diante desse contexto, ao

tomar como referência o menor nível histórico, corre-se o risco de

se definir níveis irreais de perdas ou de se criar uma redução do

incentivo, onde as empresas poderiam ter receio de atingir um ní-

vel não sustentável de perdas”;

[61] “Cabe discutir nesse contexto a possibilidade de se considerar

um tratamento diferenciado para as concessionárias que já prati-

quem níveis de perdas não técnicas significativamente baixos, considerando as características socioeconômicas de sua concessão. Aqui se insere a ideia de que resultados excepcionais deveriam ser

premiados pelo regulador. A discussão então seria decidir quem de-veria ser premiado e qual seria o tamanho desse prêmio.”

Embora as comparações acima sejam com um foco conceitual, foi realizada análise de correlação entre Perdas Totais e o indicador DEC para o ano de 2012, onde foi obtido um valor de 73% (bastante representativo) de correlação entre essas 2 vari-áveis (função “CORREL” do Microsoft Excel). O gráfico abaixo mostra os dados por distribuidora:

0

20

40

60

80

100

120

CP

FL P

IRA

TIN

ING

AC

PFL

PA

ULI

STA

CO

ELC

EA

ES E

LETR

OP

AU

LOED

P B

AN

DEI

RA

NTE

ELEK

TRO

EDP

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ELSA

CO

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ENER

SUL

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SU

LR

GE

CO

SER

NC

EMIG

ENER

GIS

A S

EC

ELES

CA

MP

LALI

GH

TEN

ERG

ISA

PB

CEL

PE

CEE

EC

OEL

BA

CEB

CEM

AR

ELET

RO

BR

AS

AL

ELET

RO

BR

AS

RO

CEM

AT

ELET

RO

BR

AS

PI

CEL

GC

ELTI

NS

ELET

RO

BR

AS

AM

CEL

PA

DEC x Perdas 2012 por Distribuidora

DEC 2012

Perdas 2012

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

27

Em função das características intrínsecas de uma rede de distribuição, é natural que sua “convivência” com o ambiente exponha o ativo a um conjunto de condi-ções, dentre as quais se destacam:

• Ventos: utilizados inclusive no dimensionamento mecânico desses ativos;

• Vegetação: falta de um plano ordenado por parte de clientes e poder publico municipal;

• População: construções, pipas, abalroamento em virtude de acidentes; Etc...

Entende-se que é função da distribuidora prover ações (investimentos) visando mi-nimizar o impacto dos itens acima, porém, há de se considerar o conceito (limite) de “Investimento Prudente” visando não onerar demasiadamente a tarifa a ser paga pelos consumidores. Sabe-se que, quanto menor o nível de falhas admitido em um processo, exponen-cialmente maiores são os esforços necessários da distribuidora. Por exemplo, um processo cujo nível de confiabilidade de 70% para 71% (1% de variação), o nível admissível de falhas reduz de 30% para 29%, o que corresponde a uma necessi-dade de 3,4% de melhoria/esforço ([30%÷29%]-1 = 3,4%). Entretanto, para um aumento de confiabilidade de 98% para 99% (o mesmo 1% de variação), a parcela admissível para falhas cai de 2% para 1%, ou seja, exige 100% de melhori-a/esforço ([2%÷1%]-1 = +100%), valores completamente incomparáveis entre si. Esse comportamento exponencial do nível de esforço, quando a qualidade tende a 100%, pode ser exemplificada no gráfico abaixo:

Para identificar os valores mínimos dos indicadores DEC e FEC relativos à tecno-logia de redes aéreas de distribuição de energia, as associadas da ABRADEE rea-lizaram um estudo em 2008 (vide ANEXO I), qual teve como conclusão os seguin-tes valores:

• DEC�í���� = 7horas

0

200

400

600

800

1.000

1.200

0%

10

%2

0%

30

%4

0%

50

%5

5%

60

%6

5%

70

%7

5%

80

%8

5%

90

%9

1%

92

%9

3%

94

%9

5%

96

%9

7%

98

%9

8,5

0%

99

%9

9,2

5%

99

,50

%9

9,7

5%

99

,85

%

Esfo

rço

par

a ev

olu

ção

Nível de Qualidade (confiabilidade)

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

28

• FEC�í���� = 6interrupções

Ou seja, ao ser concebido patamares de qualidade superiores aos valores acima indicados, entende-se que a será exigido das distribuidoras um nível de excelência que certamente resultará em investimentos exponencialmente maiores e, conse-quentemente, aumento da parcela repassada na tarifa dos consumidores. Como exemplo, cita-se a mudança de padrão construtivo da rede elétrica, a qual certamente proporcionaria uma “ruptura” nos indicadores verificados de DEC e FEC das distribuidoras. É comum que uma rede subterrânea custe cerca de dez vezes mais quando comparada com uma rede aérea de mesma distância (em fun-ção do material utilizado, complexidade construtiva, etc, fora os maiores custos in-diretos de monitoramento, inspeção e reparo).

A construção dessas redes nos maiores centros de carga exigiria um movimento conjunto de toda a sociedade e poder público, uma vez que ao longo da sua cons-trução impactaria negativamente em questões de mobilidade urbana, fornecimento de gás e água, acesso físico a comércios, etc. Desta forma, a população atendida deve estar disposta a esse tipo de impacto tarifário, para a redução de um indica-dor abaixo do que é o limite de uma rede aérea. Corroborando com os pontos acima expostos, segue abaixo a transcrição de tre-chos de uma dissertação intitulada “Estabelecimento de Metas de Qualidade na Distribuição de Energia Elétrica por Otimização da Rede e do Nível Tarifário”, no qual o autor, Ivo Ordonha Cyrillo, obteve o título de Mestre pela Universidade Esta-dual de São Paulo – USP em 2011.

“É possível quantificar a relação entre investimentos na rede de distri-buição e melhoria na qualidade do fornecimento. Os índices de quali-dade são melhorados com o aumento de investimentos, no entanto, há um limite técnico para o qual o aumento de investimentos não resulta em melhora significativa da qualidade de energia”.

(...)

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

29

“A utilização apenas de metas fixas e obrigatórias para a otimização da rede através de investimentos resulta em resultados inferiores para a sociedade”.

A proposta da ABRADEE, portanto, é que seja definida limitação para a trajetória (V8) para conjuntos com rede de distribuição predominantemente aérea, de manei-ra a evitar que os indicadores DEC e FEC estabelecidos pela ANEEL fiquem abai-xo dos patamares mínimos identificados no estudo indicado no Anexo I (DEC = 7 horas, FEC = 6 interrupções). Adicionalmente, visando o incentivo para o aprimoramento da performance dos conjuntos das distribuidoras em patamares de qualidade superiores àqueles acima definidos (inferior a 7 horas para o DEC e 6 interrupções para o FEC), sugere-se que a distribuidora contemple em seu planejamento, cujo horizonte deve englobar, minimamente, o período associado ao ciclo de revisão tarifária subsequente, as o-bras relacionadas a mudança de padrão construtivo para áreas prioritárias. Desta forma, a análise técnico econômica deve observar um nível tarifário suficiente para sustentar esses investimentos mais especializados. Para efeito de definição dos indicadores de continuidade DEC e FEC, haveria a ne-cessidade de segregar os conjuntos das distribuidoras cuja qualidade é superior à limitação estabelecida acima, dos demais conjuntos da distribuidora (predominan-temente aéreos). Com a proposta acima, entende a ABRADEE que:

• Seriam estabelecidas trajetórias com metas exequíveis para os conjuntos aé-reos, condizentes com o padrão construtivo das redes elétricas;

• Estar-se-á mantendo o incentivo para a melhoria continua da qualidade do serviço para os demais conjuntos da distribuidora, através de um plano orde-nado, aprovado pela ANEEL, que abarcaria regiões da área de concessão prioritárias e mais demandantes de uma qualidade superior;

• Principalmente para as distribuidoras que já possuem indicadores de continu-idade mais restritivos (região Sudeste/Centro Oeste), evitaria a sinalização equivocada dada pela atual metodologia (e que perdurará com a metodologia proposta pela ANEEL), que consiste em quantidade elevada de conjuntos aé-reos com trajetórias que demandarão mudança do padrão construtivo para o próximo ciclo de revisão tarifária. Ou seja, para o atendimento de tais limites, as distribuidoras deverão investir massivamente, sem qualquer relação com os recursos tarifários disponíveis ou, ainda, com a disposição a pagar dos consumidores (caso houvesse relação de investimentos nessa magnitude com os recursos tarifários);

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

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• Haverá maior facilidade para o planejamento das distribuidoras para a melho-ria da qualidade em sua área de concessão, pois evitaria o engajamento das equipes técnicas e o dispêndio de recursos em regiões para a melhoria de performance em conjuntos com boa qualidade, possibilitando que as distribu-idoras envidem esforços em regiões com patamar de qualidade inferior. A proposta da ABRADEE ainda propiciará a uniformidade da qualidade da prestação do serviço em toda área da concessão.

b. Novo modelo para a definição de indicadores coletivos As associadas da ABRADEE desenvolveram um Projeto de P&D cooperado sobre Metodologias de Revisão Tarifária, onde foi analisada uma nova forma de definição de indicadores coletivos. A proposta está contida no anexo II.

c. Aprimoramentos da metodologia acerca da definição dos indicadores in-dividuais

Embora não tenham sido abordados pela ANEEL aprimoramentos acerca dos indi-cadores individuais na presente audiência pública, e dada a relevância do tema pa-ra as distribuidoras, a ABRADEE entende que a discussão dos limites para os indi-cadores individuais é oportuna, ocasião em que tece comentários a seu respeito e propõe aprimoramento à Agência, conforme apresentado no Anexo III, com conte-údo desenvolvido no âmbito do Projeto de P&D cooperado sobre Metodologias de Revisão Tarifária.

4. Conclusão

De forma sintetizada, seguem abaixo os principais pontos abordados pela ABRADEE no presente documento.

• Necessidade de manutenção do equilíbrio do poder discricionário da ANEEL visan-do à possibilidade das distribuidoras externarem à Agência as atipicidades dos con-juntos não capturadas pelo modelo matemático na definição dos limites de DEC e FEC. Face às imperfeições intrínsecas a todo “modelo teórico”, que impede que os limites sejam definidos com precisão absoluta, o nível adequado da qualidade do serviço, entende-se que eventuais discussões com a ANEEL devem ocorrer tanto para a demonstração de atipicidades não capturadas em conjuntos heterogêneos, quanto para conjuntos homogêneos.

• Em função da identificação de distorções significativas em alguns dos valores de atributos contidos na BDGD, utilizados pela Agência para a definição dos indicado-res DEC e FEC, a ABRADEE propõe que haja a consistência da referida base, sob pena de não garantia da confiabilidade nos resultados obtidos do modelo matemáti-co.

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

31

• Embora não tenham sido realizadas as análises estatísticas citadas na NT ANEEL, a ABRADEE sugere a análise de alguns atributos pela Agência, não abarcados no rol dos 133 atributos discriminados na NT ANEEL, visando auxiliar o método de a-grupamento dos conjuntos (clusterização dinâmica) e minimizar as distorções na definição dos limites DEC e FEC. Caso não seja possível a análise de tais atributos pela falta de informações discriminadas em nível de conjuntos de unidades consu-midoras, sugere-se que a extração e envio de informações adicionais à Agência se-jam introduzidas no 4º CRTP, visando fomentar nova análise dos atributos para o ciclo de revisão tarifária subsequente.

• Questiona-se o enquadramento dos atributos associados à quantidade de unidades consumidoras (NUC) na “equação 3” da tabela VI da NT ANEEL para o cálculo do ANI.

As análises de correlação realizadas pela associação demonstram que: (i) não há qualquer correlação com a densidade em alguns atributos que levam em considera-ção o número de unidades consumidoras (NUC); (ii) em outros casos, embora a correlação dos atributos com a densidade seja razoável, a correlação do atributo com os indicadores DEC e FEC é baixa; e (iii) há oscilação da correlação de atribu-tos com os indicadores DEC e FEC quando da criação de grupos com faixas distin-tas de densidade.

Desta forma, tais pontos corroboram com a necessidade de ser reavaliado (ou mais detalhado) o enquadramento de cada atributo que leva em consideração o número de unidades consumidoras (NUC) nas fórmulas 2 ou 3, para o cálculo ANI dos con-juntos heterogêneos, de forma a dar a amplitude necessária na análise de sua rela-ção com a qualidade do serviço.

• Quanto aos conjuntos elegíveis à flexibilização dos limites de DEC e FEC pelo ele-vado impacto do suprimento, a ABRADEE propõe que, enquanto não for possível a separação total das interrupções de responsabilidade da distribuidora e de seu su-pridor, o percentual de 50% definido pela ANEEL seja o limite verificado para a ado-ção de tais flexibilizações, comparando o valor anual histórico do impacto do supri-mento do conjunto referência e a média histórica do impacto do suprimento dos conjuntos que participaram de seu agrupamento. Desta forma, estar-se-ia evitando desequilíbrio de incentivos entre as distribuidoras do Brasil para o tratamento de um impacto totalmente não gerenciável nos indicadores de continuidade das distribuido-ras, pois não será exigido dos conjuntos com essa peculiaridade (impacto elevado do suprimento) trajetórias inexequíveis e substancialmente distantes do conjunto benchmarking, além de dar o sinal econômico adequado para que não haja investi-mentos que onerem demasiadamente a tarifa dos consumidores.

Adicionalmente, pelo caráter totalmente não gerenciável do impacto do suprimento nos indicadores de continuidade das distribuidoras, sugere-se que:

o A diferença do valor anual histórico do impacto do suprimento do conjunto referência e a média histórica do impacto do suprimento dos conjuntos que

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

32

participaram de seu agrupamento seja somada a todos os anos do ciclo tari-fário da distribuidora, sem que haja a obrigatoriedade de reduções anuais gradativas da flexibilização e a redução para “zero” da referida diferença no 5º ano da trajetória dos limites DEC e FEC do conjunto.

o De forma alternativa, propõe-se que haja a segregação dos padrões de du-ração e frequência de desligamento utilizados no segmento de transmissão e os indicadores de continuidade, objetivando que cada agente seja respon-sável estritamente pelas interrupções que tenha dado causa e, sobretudo, tenha gerenciabilidade sobre elas. Para o direcionamento do pagamento das compensações estritamente ao consumidor impactado com as interrupções de energia, a exemplo do que já ocorre com as compensações associadas aos indicadores DIC/FIC/DMIC/DICRI da distribuidora, sugere-se que os re-cursos financeiros atrelados às eventuais transgressões dos pa-drões/indicadores das transmissoras sejam repassados somente aos con-sumidores impactados, ficando a distribuidora responsável pelo repasse de tais recursos em sua fatura de energia, quando estes forem pagos pelas transmissoras, na forma definida pela ANEEL em regulamento específico.

• A adoção de limitadores anuais únicos de redução dos limites de DEC e FEC para todas as distribuidoras do país implicará em profundo desequilíbrio de incentivos. Isso se deve ao fato de que existem diferentes patamares de qualidade nas diver-sas distribuidoras, podendo os limitadores propostos pela ANEEL não guardar qual-quer relação com o estágio de desempenho dos conjuntos da distribuidora.

A sugestão da ABRADEE, para efeito de definição do limitador anual da trajetória, é que seja elaborada nova tabela, em substituição a tabela IX contida no item III.3.3 da NT ANEEL, considerando os pontos abaixo elencados:

o Para a definição da regra de máxima redução anual foram selecionados a-penas aqueles conjuntos que apresentaram uma melhoria nos indicadores DEC ou FEC e, cumulativamente, que tais indicadores estejam acima dos limites homologados pela ANEEL;

o Em função da baixa representatividade das amostras, para efeito de análise da melhoria do desempenho nos conjuntos, foram excluídas as faixas a par-tir de 65 para o indicador DEC e 55 para indicador FEC;

o Foi verificada a melhoria nos indicadores DEC e FEC para cada faixa de va-riação dos indicadores de continuidade, considerando apenas os conjuntos com melhoria nos indicadores e acima da meta regulatória, e adotado o per-centil 50 para a definição da limitação da redução anual na trajetória de tais indicadores;

o Os valores obtidos para cada faixa de variação de DEC e FEC foram consi-derados num modelo de regressão linear, visando a obtenção de trajetória linear para a limitação de redução anual dos indicadores; e

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

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o A proposta da ABRADEE é que os resultados obtidos das regressões linea-res sejam utilizados para a definição da limitação anual na trajetória de tais indicadores.

• Quanto à eliminação do arredondamento para cima nos limites de DEC e FEC, é entendimento da ABRADEE que o arredondamento simples impactará as distribui-doras, sobretudo, aquelas com limites de DEC e FEC mais restritivos, à medida que pode desconsiderar uma parcela da meta resultante do modelo matemático, funda-mental na composição dos limites dos indicadores a serem homologados pela ANEEL.

Adicionalmente, verifica-se que, conforme tabelas 2 a 5 do ANEXO I (Limites de Continuidade Individual) contidas no módulo 8 do PRODIST (seção 8.2, revisão 5), o arredondamento simples não trará qualquer impacto aos conjuntos cujos limites dos indicadores estejam acima de 20 horas (DEC) ou 20 interrupções (FEC). Ou se-ja, a eliminação do arredondamento para cima impactará somente os conjuntos com o patamar de qualidade superior aos conjuntos citados acima (valor inferior a 20 ho-ras no DEC e 20 interrupções no FEC), pois implicará em mudança dos valores dos indicadores individuais (DIC, FIC e DMIC), deixando ainda latente a falta de isono-mia na proposta da ANEEL.

• Levando-se em consideração a visão da ANEEL externada na NT ANEEL nº 453/2013 SRE/SRD disponibilizada na CP º 011/2013 (Perdas Técnicas), sugere-se que sejam estabelecidas limitações de trajetória de indicadores para conjuntos pre-dominantemente aéreos, sendo 7 horas para o DEC e 6 interrupções para o FEC. Entende-se que o estabelecimento de limites abaixo desses valores para conjuntos aéreos exigirá das distribuidoras um nível de excelência que certamente resultará em investimentos extremamente elevados e, consequentemente, maior impacto na tarifa dos consumidores.

Complementarmente, visando o incentivo para o aprimoramento da performance dos conjuntos das distribuidoras em patamares de qualidade superiores àqueles a-cima definidos (inferior a 7 horas para o DEC e 6 interrupções para o FEC), sugere-se ainda que a distribuidora deva contemplar em seu planejamento (englobando, minimamente, o período associado ao ciclo de revisão tarifária subsequente) as á-reas com maior necessidade de investimentos para a mudança de padrão construti-vo de rede elétrica. Desta forma, a análise técnico econômica deve observar um ní-vel tarifário suficiente para sustentar esses investimentos mais especializados.

• Nos Anexos II e III são apresentados os conteúdos desenvolvidos no âmbito do Pro-jeto de P&D cooperado sobre Metodologias de Revisão Tarifária, no que diz respei-to, respectivamente, à sugestão de novo modelo para a definição dos indicadores coletivos e aprimoramento do modelo de compensação vigente para os indicadores individuais.

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

34

- x -

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

35

5. Anexo I - Análise do Valor Mínimo de DEC e FEC ou “Padrão Tecnológico Rede Aérea”

A quantificação do “Padrão Tecnológico Rede Aérea” foi lastreada pela performance dos conjuntos com menores índices de DEC e FEC, excluindo os conjuntos com valo-res nulos. A análise foi feita com base no arquivo fornecido pela Aneel com os dados da média dos valores de DEC e FEC realizados em 2005, 2006 e 2007. A rotina para determinação foi a seguinte:

1. montar o histograma da distribuição da quantidade de conjuntos por faixa de DEC e FEC;

2. selecionar as faixas do histograma anterior que podem ser elegíveis como pa-drão de rede em função do desempenho satisfatório. Inicialmente foi utilizada a referencia do 1o decil;

3. excluir os conjuntos classificados no item anterior que tenham número de con-sumidores inferior a 10.000.

Os resultados da etapa (1) podem ser vistos no gráfico, abaixo:

Em ambos os casos a segunda faixa (10 horas e 10 interrupções para DEC e FEC, respectivamente) engloba o 1o decil. Os dois gráficos a seguir detalham a análise para as faixas até 10 horas e 10 interrupções.

Como pode ser visto os conjuntos com DEC até 7 horas representam 7% do total, en-quanto os conjuntos com FEC até 6 interrupções representam 8%. Todavia, ao aplicar

DEC3 - Quantidade de conjuntos por faixa e respectiva participação no total

7%

0

100

200

300

400

500

600

700

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Duração

Qte

de

con

jun

tos

0%

10%

20%

30%

40%

50%

QteParticipação %

FEC3 - Quantidade de conjuntos por faixa e respectiva participação no total

8%

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Freqüência

Qte

de

con

jun

tos

0%

10%

20%

30%

40%

50%

QteParticipação %

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

36

o referencial de estabilidade e porte ventilado neste estudo para a reconfiguração dos conjuntos (etapa 3) teremos os seguintes resultados:

Assim, 7 horas e 6 interrupções representam a performance dos 5% melhores conjuntos classificados como estáveis. Nestes dois últimos gráficos foram, ainda, destacados os desempenhos dos oito con-juntos da rede subterrânea (que atendem 1% dos consumidores do país). Deste modo, mediante os dados e as premissas adotadas pode propor-se com satisfatória razoabili-dade a seguinte classificação para o “padrão de rede”:

• rede aérea: DEC de 7 horas e FEC de 6 interrupções • rede subterrânea: DEC de 3 horas e FEC de 2 interrupções

Resumo do Banco de Dados da Aneel – ano de referência 2007

Tipo e Porte do Conjunto Conjuntos Consumidores

Nº % Nº %

com infor-mação

<10.000 2.903 74 9.870.995 17

≥ 10.000(*) 1.032 26 48.555.636 83

Total 3.935 100 58.426.631 100

sem informação 73 - 3.696.048 -

Total Geral 4.008 - 62.122.679 -

(*) Inclui 8 conjuntos da rede subterrânea com cerca de 600.000 consumidores

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- x -

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6. ANEXO II - Novo modelo para a definição de indicadores coletivos I. APRESENTAÇÃO As associadas da ABRADEE desenvolveram o projeto de P&D cooperado intitulado “Metodologias de Revisão Tarifária Periódica das Distribuidoras de Energia Elétrica”, com o intuito proativo de fomentar, entre as distribuidoras associadas e entidades parti-cipantes, as discussões e possíveis aprimoramentos sobre os diversos métodos utiliza-dos pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – nos processos de revisão tarifária periódica – RTP – das concessionárias de distribuição de energia elétrica. Uma das linhas de pesquisas foi dedicada aos temas de Qualidade do Serviço. Nesse sentido, apresenta-se síntese do diagnóstico da experiência internalizado vis-à-vis a prática nacional e o resumo das propostas de aperfeiçoamento da regulação da qualidade que retornaram resultados razoáveis e compatíveis aos princípios da regula-ção por incentivos, da proporcionalidade e da parcimônia (simplicidade). II. ANÁLISE II.1. Contexto Internacional A pesquisa internacional observou a lógica regulatória adotada por outros países em relação aos aspectos da qualidade de serviço. Foi dado destaque aos (i) limites coleti-vos e individuais, bem como (ii) às sistemáticas de incentivo e compensação. Desse levantamento, observa-se que (i) o monitoramento pelos limites dos indicadores de qualidade coletivos visa a promover a melhoria da qualidade de forma global na á-rea de concessão e, (ii) para tanto, estabelece-se incentivo via tarifa com base no a-tendimento dos limites. Por sua vez, o monitoramento pelos limites dos indicadores de qualidade individuais tem como objetivo evitar grandes transtornos aos consumidores devido às interrupções do fornecimento. Para tanto, estabelece-se compensação financeira significativa quan-do do descumprimento dos limites. De acordo com a lógica regulatória internacional, os limites dos indicadores coletivos não necessariamente precisam estar atrelados aos limites dos indicadores individuais, como no caso da lógica regulatória nacional, uma vez que, como visto, eles têm papéis distintos e complementares dentro do arcabouço regulatório. Depreende-se, então, que os monitoramentos pelos limites coletivos e pelos limites individuais possuem objetivos distintos e complementares. Ao passo que o primeiro busca promover a melhoria global da qualidade de serviço das distribuidoras por meio de incentivo via recursos tarifários, o segundo tem como objeti-

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vo evitar grandes transtornos aos consumidores em virtude das interrupções, propor-cionando adequada compensação financeira pelo desconforto ocasionado. Eis um pon-to importante de distinção com o modelo adotado no Brasil. Outro aspecto orientador das pesquisas realizadas para melhorar a clareza do sinal regulatório diz respeito à comparação de desempenho para se estabelecer os limites coletivos. Como o Brasil é um país de dimensão continental e com várias peculiaridades entre as suas distintas regiões, faz-se necessário, para definir o referencial de desempenho ne-cessário à comparação, utilizar atributos que sejam descritores efetivos dos diferentes desempenhos dos indicadores de continuidade. Por esse motivo, o plano de estudo abarcou extenso levantamento de possíveis atribu-tos que permitissem estabelecer comparação de desempenho justa para definir os limi-tes. Antes de adentrar nas contribuições de aprimoramento, é pertinente apresentar análise crítica da atual regulamentação. II.2. Crítica à atual regulamentação dos Indicadores II.2.1.Indicadores coletivos

Como resultado do estudo conceitual e do levantamento das críticas em relação à atual metodologia de definição dos limites coletivos e de incentivo à melhoria via tarifa (com-ponente Q), surgem pontos que devem ser aprimorados para aumentar a consistência e a coerência da regulamentação da qualidade do serviço. No que se refere aos atributos utilizados atualmente pela Aneel como descritores da qualidade de serviço, por meio da matriz de correlação e da regressão multivariada, identificam-se: (i) o baixo poder de descrição de todos os 13 atributos em relação aos indicadores DEC e FEC; (ii) a provável presença de atributos que não contribuem para explicação dos indicadores; e (iii) a provável omissão de variáveis explicativas do desempenho dos indi-cadores. Outros possíveis atributos, como chuva, temperatura e densidade de estradas pavi-mentadas, possuem correlação razoável com os indicadores de continuidade de servi-ço, indicando a necessidade de serem alvo de maior avaliação para adequada conside-ração na metodologia.

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Em relação ao método de determinação dos conjuntos semelhantes, existem pontos a serem aprimorados que podem resultar em melhor consistência dos resultados, como: (i) a medida de distância adotada; (ii) o cálculo do percentual de heterogeneidade do método dinâmico; e (iii) a real necessidade da utilização de limitadores da quantidade máxima e mínima dos conjuntos comparáveis. Cabe notar que o denominador utilizado pela ANEEL no cálculo do percentual de hete-rogeneidade do método dinâmico não é suscetível a mudanças temporais na dispersão dos valores dos atributos do universo de conjuntos. Isso poderá resultar, no futuro, na necessidade de se rever a heterogeneidade máxima permitida de 20%, a qual serve como vetor para se saber se um conjunto é comparável a outro. A distorção desse atual processo pode ser vista na figura 1, a partir da qual se observa-se que os “casos extremos” correspondem a 92% dos conjuntos:

Figura 1 – Ranking dos conjuntos pela quantidade de elementos semelhantes

Isso evidencia que o principal critério do método é subutilizado, ou seja, a preocupação em selecionar os conjuntos semelhantes por meio da heterogeneidade percentual per-mitida está restrita a alguns poucos casos (8%). Em termos do cálculo dos limites coletivos, dado que todo modelo matemático não descreve totalmente a realidade, será necessário avaliar mecanismos que garantam um tom conservador aos resultados do modelo, com o objetivo de minimizar o risco de se estabelecer limites inexequíveis. Entre esses mecanismos, cumpre destacar:

20

40

60

80

100

120

1 201 401 601 801 1001 1201 1401 1601 1801 2001 2201 2401 2601

me

rod

e el

em

en

tos

po

rcl

ust

er

Ranking do número de conjuntos comparáveis

Área 3Área 2Área 1

Área 1: Quantidade de agrupamentos limitados pelo critério de mínimo conjuntos.

Área 2: Quantidade de agrupamentos limitados pelo critério de homogeneidade.

Área 3: Quantidade de agrupamentos limitados pelo critério de máximo conjuntos.

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(i) a definição de taxa máxima de decréscimo anual dos limites, pois, da-das as imperfeições metodológicas e a possibilidade de utilização de dados espúrios, os limites poderiam ser estabelecidos dentro de uma taxa máxima anual de redução;

(ii) avaliação dos limites tecnológicos, com a possibilidade de se definir

limites mínimos dos distintos tipos de tecnologia de rede para validar os limites obtidos do modelo de cálculo que não considera o padrão de rede como um atributo;

(iii) tratamento dos conjuntos considerados atípicos, para os quais devem

ser estabelecidos critérios claros para o estabelecimento dos limites destes conjuntos que apresentam poucos conjuntos semelhantes;

(iv) avaliação dos investimentos necessários para o cumprimento dos limi-

tes, pois, sob a metodologia vigente, os limites são estabelecidos sem considerar (iv.a) os investimentos necessários para atingi-los e (iv.b) qual seria o impacto na modicidade tarifária para os consumidores, o que pode acarretar na realização de investimentos incompatíveis com a capacidade de pagamento dos consumidores, com a valoração social da qualidade e com o equilíbrio econômico e financeiro das concessões; e

(v) avaliação de correção para o ponto de partida dos limites, porquanto,

atualmente, não é permitido que o ponto de partida seja ajustado caso se encontre a-baixo do alvo regulatório estabelecido pela comparação de desempenho, fazendo com que as inconsistências causadas pelas imperfeições metodológicas do passado não sejam corrigidas. A propósito do incentivo à melhoria dos indicadores via tarifa (componente Q), a forma de aplicação da componente Q traz incerteza quanto ao sinal regulatório de qual quali-dade deve ser alcançada, uma vez que, mesmo atendendo os limites, a distribuidora pode ser punida com a redução de seus recursos tarifários. Ademais, a definição da dosimetria da componente Q apresenta inconsistências con-ceituais quanto à variável utilizada na regressão para representar a qualidade. No caso da regressão, foi utilizada a média da variação anualizada dos indicadores, ao passo que a aplicação da componente Q em cada reajuste tarifário irá considerar a média da variação anual. II.2.2. Indicadores individuais

No que se refere à definição dos limites dos indicadores individuais, avaliou-se, inicial-mente, o método de confecção dos histogramas utilizados para tal fim. Por meio dessa análise, observou-se que os dados empregados foram os valores reali-zados por unidade consumidora dos conjuntos existentes nos anos de 2007 e 2008, os quais apresentavam critério para sua formação diferente dos conjuntos vigentes atual-mente.

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Dado que os histogramas podem ter mudado de forma significativa e que sua não atua-lização pode ocasionar a perda da representatividade, faz-se necessário reavaliar os histogramas considerando os conjuntos atualmente vigentes. Verifica-se, ainda, que, para a composição dos histogramas dentro de cada faixa de DEC e FEC, não foi adotado qualquer critério de filtragem ou classificação, razão pela qual conjuntos que não estariam com os indicadores de qualidade adequados acaba-ram por compor os histogramas para o cálculo dos limites. Esse sinal equivocado é empiricamente comprovado quando algumas distribuidoras pagam montante financeiro de compensações elevado para um dado conjunto que não extrapola seus limites coletivos, conforme pode ser visto nas figuras 2a e 2b:

Figura 2.a – Faixa DEC vs. limite DIC

Figura 2.b – Faixa FEC vs. limite FIC

Os limites dos indicadores individuais estão baseados no valor do percentil 90 do histo-grama. Espera-se, nesses casos, que a média (indicador coletivo) seja sempre inferior ao valor do percentil 90.

0

20

40

60

80

100

120

140

0-1

2-3

4-5

6-7

8-9

10-1

1

12-1

3

14-1

5

16-1

7

18-1

9

20-2

2

24-2

6

28-3

0

32-3

4

36-3

8

40-4

5

50-5

5

60-6

5

70-8

0

90-1

00

110-

120

Faixa DEC

Limite DIC Urbano

Limite DIC Rural

Limite de DEC

DIC

0

20

40

60

80

100

120

140

0-1

2-3

4-5

6-7

8-9

10-

11

12-

13

14-

15

16-

17

18-

19

20-

22

24-

26

28-

30

32-

34

36-

38

40-

45

50-

55

60-

65

70-

80

90

-100

11

0-12

0

Faixa FEC

FIC

Limite FIC Urbano

Limite FIC Rural

Limite de FEC

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No entanto, quando se analisa os limites dos indicadores individuais para as áreas ur-banas e rurais dos consumidores de BT1 em relação ao limite dos indicadores coletivos de cada faixa, verifica-se, principalmente no caso do FIC, que, em alguns casos, os limites individuais são inferiores aos limites dos indicadores coletivos. Isso pode significar que não se verifica, na prática, a premissa de que, em geral, 10% dos consumidores teriam seus limites dos indicadores individuais violados. Em diversos conjuntos em que são atendidos os limites de DEC e de FEC, os indicado-res individuais violados excedem os 10%, resultando em compensação elevada nesses conjuntos cujos indicadores coletivos de continuidade estão dentro dos limites. Caso o sinal regulatório equivocado seja dado durante longo período de tempo, pode-se comprometer o equilíbrio econômico-financeiro das distribuidoras. Com efeito, em consonância com as boas práticas regulatórias, (i) a elaboração dos histogramas deveria considerar somente conjuntos cujos limites não são violados e (ii) os limites deveriam ser determinados com base no percentil 98 ou 99. Outro aspecto importante detectado foi o fato de tais histogramas terem sido elabora-dos somente para os indicadores individuais mensais. Os limites dos indicadores trimestrais e anuais foram obtidos a partir da multiplicação dos limites mensais por 2 e 4, respectivamente, sem nenhum critério que o justifique e, por consequência, sem considerar a sazonalidade dos indicadores de forma adequada. Também foi avaliada a aderência dos limites dos indicadores individuais com a regula-ção por incentivo. Nesse sentido, observaram-se casos em que atender os limites dos indicadores coleti-vos não significa ter baixo nível de violação dos indicadores individuais e, consequen-temente, de compensações. Constata-se, assim, que o sinal regulatório de qual o nível de qualidade a ser atingido não está claro. Em relação à sistemática de compensações, também há aspectos que devem ser rea-valiados com o objetivo de evitar situações que comprometam o equilíbrio econômico e financeiro da concessão ou desviem recursos que poderiam ser aplicados em investi-mentos destinados à melhoria permanente da continuidade. Assim, destaca-se a ausência de mecanismos que limitem o comprometimento da re-ceita. De um lado, o limite máximo estabelecido no PRODIST é muito elevado e dificil-mente é atingido. Por outro lado, não existem limites mínimos.

1 Utilizaram-se os limites destas classificações (BT – Urbano e BT – Rural) por representarem a grande maioria dos consumido-res dos conjuntos

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45

Nesse sentido, observou-se o efeito de “pulverização” das compensações devido à grande quantidade de consumidores ressarcidos com valores muito baixos, o que pode levar à ineficiência do mecanismo financeiro de incentivo à qualidade. Quanto aos elementos que compõem a fórmula de cálculo da sanção, enfocam-se dois aspectos: (i) o EUSD incorpora componentes pelos quais a distribuidora não é re-munerada, contrariando a própria justificativa adotada pelo regulador na sua adoção (isto se torna ainda mais relevante, num momento em que os custos da Parcela A, no-tadamente os de compra de energia elétrica, estão sofrendo reajustes muito altos); e (ii) a não avaliação da aderência dos valores do coeficiente de majoração kei na cobertura do custo social da energia não fornecida. Cumpre, ainda, destacar a lacuna na regulamentação para o tratamento das compen-sações pagas pelas distribuidoras aos consumidores quando da ocorrência de interrup-ções do sistema de transmissão (RB e DIT’s). Apesar de essas ocorrências não serem gerenciáveis pelas distribuidoras, parte da re-ceita gerenciável (Parcela B) é despendida para o ressarcimento ao consumidor por tais interrupções. II.3. Proposta consolidada Nesse ponto, impõe-se avançar para a apresentação da Proposta Alternativa, a qual, a partir de diferentes conceitos e métodos, implica mudança estrutural do arcabouço vi-gente. De forma geral, a Proposta Alternativa propicia os seguintes aprimoramentos em rela-ção ao referencial metodológico da regulamentação vigente: (i) consideração de novos atributos descritores da qualidade de serviço coletiva; (ii) aplicação do atendimento ao limite coletivo como fator prioritário no incentivo via tarifa; e (iii) simplificação na periodicidade do monitoramento da qualidade indivi-dual. Com vistas à simplificação, a Proposta Alternativa preconiza que o estabelecimento dos limites coletivos seria realizado no nível de empresa, e não de conjuntos, o que simplificaria a metodologia em termos do volume de dados utilizados.

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Já o monitoramento individual da qualidade do serviço seria realizado de acordo com cada interrupção, o que permite avaliar de forma mais direta o desconforto causado ao consumidor. Além disso, os limites individuais seriam desvinculados dos limites coletivos, o que ali-nha a lógica nacional à internacional, conferindo objetivos distintos para os monitora-mentos coletivo e individual e tornando a atuação da distribuidora mais eficaz. Os aprimoramentos para os limites individuais e postulados para respectivas compen-sações estão em fase de consolidação do projeto de P&D, e, por isso, deverão ser alvo de contribuição na próxima etapa de audiência pública promovida pela Agência. Do ponto de vista da definição dos limites coletivos, a primeira alteração proposta se refere à unidade de análise em que é feita a comparação de desempenho para se es-tabelecer os limites, a qual deve, ao contrário da metodologia atual, ser no nível de empresa, e não de conjuntos. Isso permite a simplificação da metodologia quanto ao volume de dados utilizados, uma vez que, de universo de aproximadamente 3.000 conjuntos, passa-se para universo de 63 distribuidoras. Além disso, a adoção da abordagem por empresa para definir os limites coletivos con-verge com os demais métodos utilizados para determinação da receita requerida nos processos de RTP's,os quais também são definidos em nível de empresa. Cabe ressaltar também que a metodologia proposta se vale das mesmas técnicas esta-tísticas utilizadas pelo regulador para definir o potencial de redução das perdas não técnicas, ou seja, com base em modelos econométricos obtidos por meio de análise de regressão, que permitem determinar a probabilidade de comparação entre os desem-penhos das distribuidoras. As etapas da metodologia proposta são apresentadas no fluxograma da Figura 3:

Figura 3 – Fluxograma da metodologia proposta para a definição dos limites cole-

tivos

Levantamento e seleção dos

atributos por distribuidora

Análise de Regressão

Multivariada

Comparação de desempenho

entre distribuidoras

Definição dos limites por

distribuidora

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A primeira etapa da proposta se refere ao levantamento e à seleção de atributos que podem ser explicativos do desempenho dos indicadores coletivos de continuidade. Nesse sentido, são levantadas variáveis que dizem respeito às dimensões: mercado, rede, socioeconômica, financeira, climática e infraestrutura. Em seguida, elimina-se a redundância entre essas variáveis por meio da aplicação das técnicas de matriz de correlação, de análise fatorial e de fator de inflação da variância (VIF). Posteriormente, é realizada a análise de regressão multivariada considerando os atri-butos selecionados como variáveis explicativas e os indicadores coletivos (DEC e FEC) como variáveis dependentes. A análise de regressão permite a obtenção de modelos que relacionam os indicadores coletivos com a combinação dos atributos selecionados, conforme expresso pela E-quação: '( =)* + ),-,( + ).-.( +…+)0-0( + 1( (1) Onde:

• '(: Variável dependente: DEC e FEC (média de três anos); • )*: Termo intercepto; • ),, ).�)0: Coeficientes de regressão parcial; • -,(, -.(�-0(:Variáveis explicativas: atributos; • 1(: Termo de perturbação estocástico.

A análise de regressão utilizada para estimar os parâmetros β's do modelo é o método dos mínimos quadrados ordinários (MQO), o qual escolhe os valores dos parâmetros de forma que a soma dos quadrados dos resíduos seja a mínima: 34561(, =6�'( −)7* − )7,-,( − )7.-.( −…−)70-0(�, (2)

Onde:

• 345∑1(,: Minimização da soma dos quadrados dos resíduos; • '(: Variável dependente: DEC ou FEC (média de três anos); • )7*: Estimativa do termo intercepto; • )7,, )7.�)70: Estimativa dos coeficientes de regressão parcial; • -,(, -.(�-0(:Variáveis explicativas: atributos;

A fim de serem selecionados somente os modelos estatisticamente válidos do universo simulado, são adotados os seguintes testes: (i) Teste t para o grau de significância de 90%; (ii) Teste de Shapiro-Wilk para o nível de significância de 99%; e (iii) Teste de White para homocedasticidade dos resíduos de 1%.

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Além disso, também é avaliada a coerência do sinal dos β estimados dos atributos em relação ao DEC e FEC. Por fim, para eleger os modelos a serem utilizados na metodologia, ainda se avalia o coeficiente R2 para selecionar aqueles com o melhor poder de explicação dos indicado-res DEC e FEC. O Quadro 1 a seguir, apresenta uma síntese quantitativa desses resultados:

Quadro 1 – Resultados obtidos com as simulações realizadas

A fim de permitir comparação de desempenho mais adequada, dado que empresas de grande e de pequeno porte apresentam lógicas de operação distintas, é realizada a divisão das distribuidoras em dois grupos de acordo com o NUC, a saber: (i) NUC igual ou superior a 400 mil, para empresas de grande porte; e (ii) NUC inferior a 400 mil, pa-ra empresas de pequeno porte.

Ao todo foram levantadas 46 variáveis que dizem respeito às seguintes dimensões: mercado,

rede, socioeconômica, financeira, climática e infraestrutura. A aplicação das técnicas de matriz de

correlação, de análise fatorial e de fator de inflação da variância (VIF), permitiram a eliminação de 31

variáveis redundantes, restando apenas 15 atributos.

Rodamos simulações da análise de regressão multivariada com todas as combinações possíveis dos 15

atributos, resultando em um total de 32.752 modelos para cada variável dependente - DEC ou FEC. Para

a seleção somente dos modelos estatisticamente válidos desse universo simulado, aplicamos os 3 testes

estatísticos - Teste t, Teste de Shapiro-Wilk e Teste de White -, além da avaliação da coerência do sinal

dos β's estimados dos atributos em relação ao DEC e FEC. Dessa maneira, encontramos 30 modelos

validos para o DEC e 11 para o FEC.

Por meio da avaliação do coeficiente R2, foram eleitos 4 modelos para o DEC e 2 para o FEC. Na tabela a

seguir, apresentamos os modelos eleitos, com os atributos considerados e as estatísticas realizadas.

Variáveis Fonte A DEC B DEC C DEC D DEC A FEC B FEC

Núm. médio dias com chuva (# dias/mês) INMET 0,12 0,15 0,09 0,06

Índice de Desenv. Humano PNUD -0,15 -0,11

Desigualdade de renda PNUD 0,12 0,13 0,05 0,04

Perc. domicílios com pav. (% dom) IBGE -0,14 -0,03

Área total (km2) ANEEL 0,18 0,17 0,15

Núm. UC (# UC) ANEEL 0,1

Perc. rede urbana (% rede) ANEEL -0,16 -0,14 -0,14 -0,14 -0,07 -0,05

2,150 2,150 2,150 2,150 1,240 1,240

0,488 0,472 0,472 0,467 0,407 0,321

0,014 0,017 0,184 0,121 0,025 0,456

0,421 0,332 0,420 0,132 0,237 0,306

β estimado dos modelos

R2

Shapiro

White

Intercepto

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Posteriormente, os modelos obtidos são aplicados para a construção das estimações dos indicadores para cada distribuidora, com a desconsideração do termo de perturba-ção estocástico da Equação. A partir dos resultados das estimações para cada modelo será calculada a matriz de probabilidade de comparação entre as empresas, conforme a Equação: 8�9:�∙� = Pr=>?@(A > >CDEF = 8� G>?@(A > 'HI − 'HJK�'HI� + K�'HJ�L (3)

Onde:

• 'HI�'HJ: Valores dos indicadores estimados (DEC e FEC) para as empresas A e B; • K�'HI��K�'HJ�: Valores das variâncias dos indicadores estimados (DEC e FEC) pa-

ra as empresas A e B; Os limites coletivos são obtidos com base na comparação entre as empresas de mes-mo porte, uma a uma. A expressão (4) expressa o valor do referencial de desempenho resultante da comparação entre duas empresas, que representa, em essência, a com-binação da probabilidade de comparação com os indicadores apurados das distribuido-ras. M�N4O4>�P5Q. S4T>(� = 8�9:�∙� ∗ P5Q. �S4T>.V � + =1 − 8�9:�∙�F ∗ P5Q. �S4T>.( � (4) Onde:

• M�N4O4>�P5Q. S4T>(�: Valor do referencial de desempenho para o indicador calcu-lado para a distribuidora i, por meio da comparação com a distribuidora x;

• P5Q. �S4T>.V �: Valor do indicador apurado da distribuidora x; • P5Q. �S4T>.( �: Valor do indicador apurado da distribuidora i; • 8�9:�∙�: Probabilidade de a distribuidora x estar em uma área de concessão mais

complexa, que é igual à probabilidade da distribuidora i estar em uma área menos complexa.

Assim, obtém-se matriz com o referencial de desempenho entre as distribuidoras, defi-nindo-se o benchmarking de uma dada empresa como o menor referencial entre as empresas de mesmo porte. O limite definido representa o alvo regulatório estipulado para a distribuidora, e, tal qual se verifica na metodologia vigente, deverá ser traçada uma trajetória exponencial de-crescente para um período de 8 anos. Com o objetivo de induzir as empresas a atingirem os limites estabelecidos e, assim, propiciarem uma qualidade global melhor em sua área de concessão, o arcabouço re-gulatório deve contar com método de incentivo via recursos tarifários.

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Nesse sentido, a metodologia de incentivo pune ou premia a distribuidora na determi-nação da receita requerida, a depender da transgressão, ou não, dos limites definidos. A figura abaixo contém uma estimativa comparada entre o critério (i) do atual (*3CRT*) (ii) critério proposto na AP 29/14 (*proposta ANEEL) e (iii) a proposta "Alternativa" (*P&D ABRADEE). Como pode ser visto, o viés de melhoria continuada é mantido. Po-rém, na proposta Alternativa as taxas de redução de DEC e FEC são arrefecidas para patamares mais próximos da exequibilidade pelas concessionárias. Ademais, e não menos importante, essas metas estão metodologicamente conciliadas com outros te-mas da AP 23/14, notadamente o de perdas não técnicas.

Já a intensidade do incentivo esta atrelada à distância dos indicadores apurados em relação aos seus respectivos limites. Essa intensidade pode ser calculada conforme o indicador da metodologia vigente, que mede o Desempenho Global de Continuidade (DGC), apresentado pela Equação:

SXY = 1 2[ \SMY]^_(SMY`(a( + bMY]^_(bMY`(a( c (5)

Onde: • DGC: valor que representa a média da relação entre os indicadores apurados de

DEC e FEC e seus respectivos limites;

13,73 13,23 12,68 12,04 11,6010,82 10,30

9,62 9,03

13,73 13,41 13,09 12,77 12,46 12,14 11,82 11,50 11,18

0

2

4

6

8

10

12

14

16

V0 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8

DEC_Proposta ANEEL DEC_METODOLOGIA_P&D_ABRADEE

DEC_Met_3CRTP_13atributos

11,0710,53

9,939,25 8,77

7,967,36

6,686,00

11,0710,54

10,029,49

8,978,45

7,927,40

6,88

0

2

4

6

8

10

12

V0 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 V8

FEC_Proposta ANEEL FEC_METODOLOGIA_P&D_ABRADEEFEC_Met_3CRTP_13atributos

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

51

• DECdef� e FECdef� : Valores apurados de DEC e de FEC da distribuidora i do ano em

análise; • DECg��� e FECg��� : Valores limites de DEC e de FEC da distribuidora i do ano em

análise; Já a Equação seguinte apresenta a função geral proposta para a componente Q:

h�i� = jDGC, se − y < SXY ≤ −�91� ≤ SXY < 0,se − x < SXY < �k,seDGC ≤ −y−k,seDGC ≥ y q (6)

Onde: • k: percentual do faturamento anual da distribuidora; • y e x: valores de DGC que segregam o incentivo a ser dado à distribuidora.

A aplicação dessa função resulta em gradação de valores da componente Q de acordo com a intensidade do cumprimento ou da transgressão dos limites, conforme se obser-va melhor no gráfico da Figura 4:

Figura 4 – Representação gráfica do incentivo via tarifa

A proposta possui três regiões constantes dentro do incentivo, duas das quais buscam limitar os valores de bônus ou de ônus, para não prejudicar a modicidade tarifária ou o equilíbrio econômico-financeiro da concessão. Já a terceira tem a finalidade de não ofertar nem bônus nem ônus a distribuidora, uma vez que os indicadores realizados podem apresentar oscilação natural em torno dos limites – banda morta. III. CONCLUSÃO Pelo exposto, as contribuições oferecidas pela ABRADEE a propósito do tema qualida-de podem ser assim resumidas:

Qualidade

Padrão de desempenho

x-y -x

yInce

bti

voP

enal

idad

e

k

-k

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

52

(i) o atual método de determinação dos conjuntos semelhantes, deve ser aprimorado quanto (i.a) à medida de distância adotada; (i.b)ao cálculo do percentual de heterogeneidade do método dinâmico; e (i.c) à real necessidade da utilização de limita-dores da quantidade máxima e mínima dos conjuntos comparáveis;

(ii) o atual incentivo à melhoria dos indicadores via tarifa (componente Q) traz incerteza quanto ao sinal regulatório de qual qualidade deve ser alcançada, uma vez que, mesmo atendendo os limites, a distribuidora pode ser punida com a redução de seus recursos tarifários; (iii) a definição da dosimetria da componente Q apresenta inconsistências conceituais quanto à variável utilizada na regressão para representar a qualidade; (iv) os histogramas considerados na análise são aqueles dos conjuntos existentes nos anos de 2007 e 2008, os quais podem ter mudado de forma significativa, pelo que sua não atualização pode ocasionar perda de representatividade; (v) para a composição dos histogramas dentro de cada faixa de DEC e FEC, não foi adotado qualquer critério de filtragem ou classificação, razão pela qual conjuntos que não estariam com os indicadores de qualidade adequados acabaram por compor os histogramas para o cálculo dos limites; (vi) a elaboração dos histogramas deveria considerar somente conjuntos cujos limites não são violados e os limites deveriam ser determinados com base no percentil 98 ou 99; (vii) os limites dos indicadores trimestrais e anuais foram obtidos a partir da multiplicação dos limites mensais por 2 e 4, respectivamente, sem nenhum critério que o justifique e, por consequência, sem considerar a sazonalidade dos indicadores de forma adequada; (viii) atender os limites dos indicadores coletivos não significa ter baixo nível de violação dos indicadores individuais e, consequentemente, de compensações, de maneira que o sinal regulatório de qual o nível de qualidade a ser atingido não está claro; (ix) a metodologia atual carece de mecanismos que limitem o comprome-timento da receita, pois, de um lado, o limite máximo estabelecido no PRODIST é muito elevado e dificilmente é atingido e, por outro, não existem limites mínimos; (x) existe lacuna na atual regulamentação para o tratamento das compen-sações pagas pelas distribuidoras aos consumidores quando da ocorrência de interrup-ções do sistema de transmissão (RB e DIT’s); (xi) a Proposta Alternativa ora apresentada preconiza que o estabeleci-mento dos limites coletivos seria realizado no nível de empresa, e não de conjuntos, o

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

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que simplificaria a metodologia em termos do volume de dados utilizados – de universo de aproximadamente 3.000 conjuntos, passa-se para universo de 63 distribuidoras – e converge com os demais métodos utilizados para determinação da receita requerida nos processos de RTP's,os quais também são definidos em nível de empresa; (xii) o monitoramento individual da qualidade do serviço seria realizado de acordo com cada interrupção, o que permite avaliar de forma mais direta o desconforto causado ao consumidor; (xiii) os limites individuais seriam desvinculados dos limites coletivos, o que alinha a lógica nacional à internacional, conferindo objetivos distintos para os moni-toramentos coletivo e individual e tornando a atuação da distribuidora mais eficaz.

- x -

7. Anexo III – Limites de Indicadores Individuais Em relação à definição dos limites dos indicadores individuais (DIC, FIC e DMIC), a proposta apresentada neste documento busca adequação no sinal regulatórioem relção à qualidade esperada, entendemos que a violação dos limites individuais deve ser marginal caso atenda-se aos limites coletivos . Para tanto, buscamos aprimoramentos na metodologia de cálculo para estabelecer estes limites. No Brasil, a fixação de limites por conjunto faz com que haja uma variação no padrão de referência de qualidade mínimo. Além do trataprovoca distorções na fixação dos valores, uma vez que existem conjuntos com limites inferiores aos tempos mínimos para a realização de serviços de manutenção e/ou apliação do sistema. Os limites mensais dos indicadorecomo resultado do estudo estatístico realizado pela ANEEL mediante a nota técnica Nº 092/2009 SRD-ANEEL. Nesse estudo, foram analisados os desempenhos dos indicdores de continuidade de todos os conjuntos

O estudo baseou-se na formação de histogramas de frequência acumulada dos indicdores mensais dos usuários, para cada conjunto de unidades consumidoras. Logo, tdos os registros mensais de um determinado conjunto são aghoras para o DIC e o DMIC e em número de interrupções para o FIC. Com o agrupmento, obtém-se o histograma de frequências relativas, ou a distribuição de probabildades de valores de ocorrência para cada um dos indicadores individulores acumulados, obtém-se o histograma de frequência acumulada de cada indicador. A Figura 1 apresenta um exemplo de histogramas de frequências relativas e frequêcias acumuladas do FIC.

Figura 1.Exemplo de frequência relativa e frequência

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

Limites de Indicadores Individuais

definição dos limites dos indicadores individuais (DIC, FIC e DMIC), a proposta apresentada neste documento busca adequação no sinal regulatórioem relção à qualidade esperada, entendemos que a violação dos limites individuais deve ser

se aos limites coletivos . Para tanto, buscamos aprimoramentos na metodologia de cálculo para estabelecer estes limites.

No Brasil, a fixação de limites por conjunto faz com que haja uma variação no padrão de referência de qualidade mínimo. Além do tratamento não uniforme, tal metodologia provoca distorções na fixação dos valores, uma vez que existem conjuntos com limites inferiores aos tempos mínimos para a realização de serviços de manutenção e/ou a

Os limites mensais dos indicadores de qualidade do serviço do PRODIST foram obtidos como resultado do estudo estatístico realizado pela ANEEL mediante a nota técnica Nº

ANEEL. Nesse estudo, foram analisados os desempenhos dos indicdores de continuidade de todos os conjuntos de 36 empresas nos anos 2007 e 2008.

se na formação de histogramas de frequência acumulada dos indicdores mensais dos usuários, para cada conjunto de unidades consumidoras. Logo, tdos os registros mensais de um determinado conjunto são agrupados em intervalos de horas para o DIC e o DMIC e em número de interrupções para o FIC. Com o agrup

se o histograma de frequências relativas, ou a distribuição de probabildades de valores de ocorrência para cada um dos indicadores individu

se o histograma de frequência acumulada de cada indicador. A Figura 1 apresenta um exemplo de histogramas de frequências relativas e frequê

Figura 1.Exemplo de frequência relativa e frequência acumulada.

Contribuição da ABRADEE

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definição dos limites dos indicadores individuais (DIC, FIC e DMIC), a proposta apresentada neste documento busca adequação no sinal regulatórioem rela-ção à qualidade esperada, entendemos que a violação dos limites individuais deve ser

se aos limites coletivos . Para tanto, buscamos aprimoramentos

No Brasil, a fixação de limites por conjunto faz com que haja uma variação no padrão mento não uniforme, tal metodologia

provoca distorções na fixação dos valores, uma vez que existem conjuntos com limites inferiores aos tempos mínimos para a realização de serviços de manutenção e/ou am-

s de qualidade do serviço do PRODIST foram obtidos como resultado do estudo estatístico realizado pela ANEEL mediante a nota técnica Nº

ANEEL. Nesse estudo, foram analisados os desempenhos dos indica-de 36 empresas nos anos 2007 e 2008.

se na formação de histogramas de frequência acumulada dos indica-dores mensais dos usuários, para cada conjunto de unidades consumidoras. Logo, to-

rupados em intervalos de horas para o DIC e o DMIC e em número de interrupções para o FIC. Com o agrupa-

se o histograma de frequências relativas, ou a distribuição de probabili-dades de valores de ocorrência para cada um dos indicadores individuais. Com os va-

se o histograma de frequência acumulada de cada indicador. A Figura 1 apresenta um exemplo de histogramas de frequências relativas e frequên-

acumulada.

AP 029/14 – Contribuição da ABRADEE

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O objetivo do histograma de frequência acumulada é a classificação dos registros men-sais de cada conjunto no ano. Nesse sentido, a ANEEL estabeleceu que os consumido-res a serem ressarcidos pela ultrapassagem dos limites de qualidade do serviço seriam aqueles cujos registros mensais de interrupção corresponderiam aos 10% com pior atendimento (ou seja, probabilidade de 90% nos histogramas de frequência acumula-da). A Figura 2mostra um exemplo das frequências acumuladas dos três indicadores indivi-duais DIC, FIC e DMIC de um conjunto urbano em baixa tensão. Considerando que o conjunto que apresenta os histogramas da Figura 2 tenha desem-penho anual de 15,92 horas e 8,87 interrupções, podem ser observados, por exemplo, os valores correspondentes à probabilidade 90% para o DIC. No caso, tal valor é de 6,25 horas mensais. O valor 90% do FIC para o mesmo caso é de 3 interrupções men-sais e para o DMIC é de 3,25 horas mensais.

Figura 2. Exemplo: frequência acumulada mensal dos indicadores DIC, FIC e DMIC de um conjunto.

Note que, para o FIC, o valor fixado sempre é um número inteiro. Através da Figura 2, observa-se certa dificuldade no atendimento do critério de ressarcimento desse indica-dor, pois eventualmente entre a meta de 2 interrupções e a meta de 3 interrupções a diferença de consumidores alocados é muito grande. Ainda de acordo com a nota técnica Nº 092/2009 SRD-ANEEL, a fixação dos limites individuais é obtida através da correlação entre os valores de DIC, FIC e DMIC men-sais com os valores anuais de DEC e FEC. Para a realização da correlação entre os indicadores individuais, foi proposta a utilização dos valores de probabilidade acumula-da 90%. No entanto, observou-se que esses valores apresentam uma considerável dispersão, prejudicando a fixação e possível atualização dos limites. Com o intuito de contornar as dificuldades apontadas, e, tentar homogeneizar os níveis de qualidade e fazer com que os ressarcimentos sejam socialmente representativos

0%

10%

20%

30%

40%

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FREQUÊNCIA ACUMULADA DOS REGISTROS MENSAIS DOS INDICADORES INDIVIDUAIS DIC, FIC E DMIC DE UM CONJUNTO

DIC (HORAS) FIC (INTERRUP.) DMIC (HORAS)

INDICADORES ANUAIS

DEC = 15,9260 (Horas)FEC = 8,8701 (Interrupções)Usuários = 80.195

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DEC = 15,9260 (Horas)FEC = 8,8701 (Interrupções)Usuários = 80.195

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para os clientes mais prejudicados com interrupções de fornecimento, sugere-se um aprimoramento nesses regulamentos específicos. A proposta mantém a abertura vigente dos limites individuais, de acordo com os crité-rios atuais de caracterização das unidades consumidoras:

• Nível de tensão de conexão da UC - AT, MT e BT -; • Localização geográfica - Urbana e Rural -, no caso de UC de MT ou BT; • 42 tipos de faixas de limites coletivos de DEC e FEC, no caso de UC de MT ou

BT; • Tipo de sistema- Isolado ou Interligado -, no caso de UC da AT.

Contudo, propomos a definição de limites somente para as periodicidades de monito-ramento mensal e anual, simplificando o instrumento regulatório sem perder o foco do seu objetivo que é dar às empresas uma correta sinalização para fins de compensação aos consumidores. Basicamente os pontos de aprimoramento se referem aos critérios usados na constru-ção dos histogramas de frequência e na aplicação de um percentil de corte - percentual aceitável de unidades consumidoras acima do limite. No âmbito da construção dos histogramas, a proposta inclui um processo de seleção dos conjuntos com desempenho adequado para se avaliar os limites individuais. O in-tuito é impedir uma possível distorção nos histogramas, em virtude de desempenhos dos indicadores coletivos significativamente diferentes de seus limites estabelecidos. Por esse motivo, na metodologia devem ser eleitos somente os conjuntos com indica-dores coletivos próximos aos valores de seus respectivos limites, conforme esquemati-zado na Figura 3 Erro! Fonte de referência não encontrada.

Figura 3 – Seleção da amplitude da banda em torno dos limite

Para cada conjunto elegível são obtidos os histogramas conforme as aberturas defini-das para o estabelecimento dos limites. Posteriormente, estes histogramas são repre-sentados em termos dos percentuais da quantidade de unidades consumidoras que os compõem – que denominamos de histogramas ajustados. O intuito disto é que o histo-grama padrão utilizado para definir os limites, seja representativoda maioria dos con-

Faixa de DEC|FEC: X

Distribuição dos indicadores coletivos dos conjuntos com

limites classificados na faixa X

Banda Superior

Banda Inferior

Amplitude das bandas

Conjuntos fora da análise Conjuntos selecionados

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juntos e não de um conjunto em particular que apresente uma grande quantidade de consumidores. A média dos histogramas ajustados dos conjuntos pertencentes à determinada faixa do indicador coletivo origina o histograma padrão. A Figura 4 apresenta uma síntese da lógica para a obtenção do histograma padrão.

Figura 4 – Cálculo do histograma padrão

Já no âmbito da definição de um percentil de corte, dado o critério mais restritivo na definição dos conjuntos que compõem os histogramas, a proposta busca estabelecer percentis mais elevados do que o aplicado na metodologia vigente. Nesse sentido, tendo por base a não alteração do montante global dos ressarcimentos pagos pelas empresas distribuidoras (a qual se trata da mesma premissa que norteou os trabalhos feitos na nota técnica Nº 092/2009 SRD-ANEEL), sugere-se a considera-ção de valores de probabilidade acumulada maiores para a determinação dos limites dos indicadores individuais. Através dessa medida, o número de consumidores a serem ressarcidos pelas empresas distribuidoras seria inferior ao atual, o que permitiria o pa-gamento de ressarcimentos maiores, e, portanto com impacto social mais significativo, aos consumidores atendidos com pior qualidade. Note que tal medida tem por objetivo a redução da pulverização do montante global de ressarcimentos pagos pelas empre-sas distribuidoras, direcionando valores irrisórios recebidos por uma quantidade eleva-da de consumidores, para um número menor de consumidores afetados pelos piores níveis de continuidade.

Divisão pela quantidade total de UCdo Conj. A

Divisão pela quantidade total de UC do Conj. B

1 5 1040 50

90 75 8050 35 20 15 10 5 1 1

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Qu

anti

dad

e d

e U

C's

Indicadores Individuais (DIC, FIC e DMIC)

Histograma de frequência: Conj. A

10 2550

130

300

250215

400

10090 7550

25

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Qu

anti

dad

e d

e U

C's

Indicadores Individuais (DIC, FIC e DMIC)

Histograma de frequência: Conj. B

0,2

%1,

0% 2,0%

8,2% 1

0,2%

18,4

%15

,4%

16,

4%1

0,2%

7,2%

4,1%

3,1

%2,

0%1,

0%

0,2

%

0,2

%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

rce

ntu

al d

e U

C's

Indicadores Individuais (DIC, FIC e DMIC)

Histograma Ajustado: Conj. A

0,6

%1,

5% 2,9

%7

,6%

17,4

%1

4,5%

12,5

%23

,3%

5,8%

5,2

%

4,4%

2,9

%

1,5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

rce

ntu

al d

e U

C's

Indicadores Individuais (DIC, FIC e DMIC)

Histograma Ajustado: Conj. B

0,3%

0,8% 2,

0% 4,8

%

12,8

%

12,4

% 15,5

% 19,3

%

11,

1%

7,7

%

5,8%

3,5%

1,5

%

1,0

%

0,5

%

0,7%

0,1

%

0,1

%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

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al m

éd

io d

e U

C's

Indicadores Individuais (DIC, FIC e DMIC)

Histograma Padrão (Média dos Histo. Ajustados)

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Desta forma, propomos o percentil 98, significando que apenas uma quantidade margi-nal de UC's - 2% - estariam com violação de seus limites individuais, em caso do cum-primento dos limites coletivos do conjunto. Finalmente, deve ser determinada a linha de tendência para ajustar os limites individu-ais. Os valores resultantes da equação dessa linha de tendência representam os limites individuais a serem observados pelas distribuidoras. Após o estabelecimento dos limites para os indicadores individuais (DIC, FIC e DMIC), existe a necessidade de definir uma sistemática de compensação ao consumidor pelo desconforto gerado com as interrupções do fornecimento. Propomos a manutenção das fórmulas da metodologia vigente, expressas pelas equações a seguir.

Valor=\DICv

DICp-1c ·DICp·

EUSDmédio

730·kei

Valor=\FICv

FICp-1c ·DICp·

EUSDmédio

730·kei

Valor=\DMICv

DMICp-1c ·DMICp·

EUSDmédio

730·kei

Onde:

• DICv, FICv e DMICv: valores apurados dos indicadores DIC, FIC e DMIC para a periodicidade de monitoramento considerada;

• DICp, FICp e DMICp: valores dos limites dos indicadores DIC, FIC e DMIC para a periodicidade de monitoramento considerada;

• EUSDmédio: Média aritmética dos Encargos de Uso do Sistema de Distribuição (EUSD) correspondentes aos meses do período de apuração do indicador;

• 730: Número médio de horas no mês; • kei: Coeficiente de majoração definido para cada nível de tensão.

Embora as fórmulas sejam as mesmas, a proposta considera duas alterações em sua aplicação. A primeira diz respeito ao estabelecimento das compensações somente para as periodicidades mensal e anual, uma vez que a metodologia proposta de definição dos limites individuais segue essa periodicidade. Neste sentido, mantém-se o abati-mento na compensação anual apenas das compensações mensais já pagas ao con-sumidor. A segunda alteração diz respeito ao valor dos coeficientes de majoração - keis -, sendo necessário o devido ajuste a fim de representar o patamar de desconforto dos consu-midores em relação às durações e aos volumes das interrupções sofridas pelos con-sumidores. Cabe ressaltar que tal ajuste somente é viável em virtude da aplicação de um percentil elevado (98) que irá resultar na redução da quantidade de unidades con-sumidoras com transgressão dos limites.

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Atualização dos limites de continuidade O critério geral para estabelecer as metas mensais considerou que 90% dos consumi-dores dos conjuntos estariam com uma qualidade adequada. Portanto, com o intuito de incentivar a melhoria da qualidade do serviço das empresas distribuidoras de energia, 10% dos consumidores nacionais deveriam ser ressarcidos. Conforme explicitado anteriormente, a metodologia da ANEEL leva em consideração uma análise dos indicadores individuais através das frequências acumuladas dos con-sumidores. As metas trimestrais e anuais dos indicadores de qualidade do serviço DIC e FIC, para tensões contratadas menores ou iguais a 69kV foram calculadas com base nas metas mensais. Ou seja, para o estabelecimento das metas dos indicadores indivi-duais, os limites mensais foram multiplicados por 2 e por 4 para determinar os limites trimestrais e anuais, respectivamente. O indicador DMIC, é calculado mensalmente. Segundo a Nota técnica No. 130/2009 SRD-ANEEL essa relação junto ao coeficiente de majoração de penalidade kei (15 para BT e 20 para MT) conserva o mesmo incenti-vo financeiro à melhoria da qualidade do serviço quando as penalidades eram cobra-das também por violação dos limites estabelecidos para os indicadores coletivos DEC e FEC. É importante destacar que os novos critérios definidos pela ANEEL para a formação de conjuntos, utilizando atributos físico-elétricos, em tese podem alterar os cálculos dos limites dos indicadores individuais, caso esses novos agrupamentos fossem usados para revisar os limites de qualidade, pois a fixação dos limites depende da correlação dos indicadores coletivos com os individuais dos conjuntos. Além disto, os limites dos indicadores individuais foram fixados com os dados de de-sempenho referentes aos anos de 2007 e 2008. Decorrido certo tempo possivelmente seria necessário rever estas correlações. No entanto não ficaram definidos os critérios de atualização.

- x -