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BRASÍLIA-DF. AUDITORIA GOVERNAMENTAL

Auditoia Governamental

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POS AVM

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  • Braslia-DF.

    AuditoriA GovernAmentAl

  • Elaborao

    Rbison Gonalves de Castro

    Produo

    Equipe Tcnica de Avaliao, Reviso Lingustica e Editorao

  • Sumrio

    APRESENTAO ................................................................................................................................. 6

    ORGANIZAO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 7

    INTRODUO.................................................................................................................................... 9

    UNIDADE I

    ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA ........................................................................................................ 11

    CAPTULO 1

    AUDITORIA COMO TCNICA CONTBIL .................................................................................. 11

    UNIDADE II

    AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA ........................................................................................... 15

    CAPTULO 1

    A AUDITORIA NO SETOR PBLICO E NO SETOR PRIVADO ......................................................... 15

    CAPTULO 2

    AUDITORIA INTERNA E AUDITORIA EXTERNA .............................................................................. 17

    UNIDADE III

    AUDITORIA NO SETOR PRIVADO ........................................................................................................... 23

    CAPTULO 1

    DISPOSIES DA CVM SOBRE O AUDITOR E A AUDITORIA INDEPENDENTE ............................... 23

    UNIDADE IV

    AUDITORIA NO SETOR PBLICO ............................................................................................................ 26

    CAPTULO 1

    IMPORTNCIA DA AUDITORIA NO SETOR PBLICO ................................................................... 26

    CAPTULO 2

    CONTROLE EXTERNO X CONTROLE INTERNO .......................................................................... 29

    CAPTULO 3

    O CONGRESSO E A FISCALIZAO ........................................................................................ 38

    CAPTULO 4

    RELATRIO DE AUDITORIA DE GESTO .................................................................................... 44

    UNIDADE V

    TICA PROFISSIONAL E RESPONSABILIDADE LEGAL ............................................................................... 51

  • CAPTULO 1

    CONCEITOS E PRINCPIOS TICOS E RESPONSABILIDADE LEGAL .............................................. 51

    UNIDADE VI

    ETAPAS DO TRABALHO DE AUDITORIA ................................................................................................... 54

    CAPTULO 1

    EXECUO DO TRABALHO DE AUDITORIA............................................................................... 54

    UNIDADE VII

    INSTRUMENTOS DE AUDITORIA .............................................................................................................. 86

    CAPTULO 1

    PROGRAMA DE AUDITORIA ..................................................................................................... 86

    CAPTULO 2

    AUDITORIA DE SISTEMAS INFORMATIZADOS ............................................................................. 90

    CAPTULO 3

    AUDITORIA DO PROCESSO GERENCIAL .................................................................................. 95

    CAPTULO 4

    PAPIS DE TRABALHO .............................................................................................................. 97

    CAPTULO 5

    CARTA-PROPOSTA, AMOSTRAGEM E RELATRIO DE AUDITORIA ............................................. 106

    UNIDADE VIII

    PROCEDIMENTOS E TCNICAS DESENVOLVIDAS NO TRABALHO DO AUDITOR ...................................... 108

    CAPTULO 1

    PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA .......................................................................................... 108

    UNIDADE IX

    NORMAS PRTICAS USUAIS DE AUDITORIA .......................................................................................... 118

    CAPTULO 1

    IMPORTNCIA E CLASSIFICAO DAS NORMAS USUAIS DE AUDITORIA .................................. 118

    UNIDADE X

    PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA EM REAS ESPECFICAS ................................................................... 129

    CAPTULO 1

    AUDITORIA DO DISPONVEL (CAIXA E BANCO) ....................................................................... 129

    CAPTULO 2

    AUDITORIA DE COMPRAS E CONTAS A PAGAR ...................................................................... 136

  • CAPTULO 3

    AUDITORIA DE PRODUO E ESTOQUES ............................................................................... 139

    CAPTULO 4

    AUDITORIA DE VENDAS E CONTAS A RECEBER ...................................................................... 148

    CAPTULO 5

    PATRIMNIO LQUIDO: CAPITAL, RESERVAS E LUCROS NO DISTRIBUDOS .............................. 158

    CAPTULO 6

    LUCROS DISTRIBUDOS E PROVISES ..................................................................................... 160

    CAPTULO 7

    CRDITOS E FINANCIAMENTOS A LONGO PRAZO E DEBNTURES ........................................... 162

    UNIDADE XI

    RELATRIOS E PARECERES ................................................................................................................. 166

    CAPTULO 1

    RELATRIO DE AUDITORIA .................................................................................................... 166

    CAPTULO 2

    CONCEITO E CLASSIFICAO DE PARECER ......................................................................... 172

    REFERNCIAS ................................................................................................................................ 176

  • 6

    Apresentao

    Caro aluno

    A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa rene elementos que se entendem necessrios para o desenvolvimento do estudo com segurana e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinmica e pertinncia de seu contedo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas metodologia da Educao a Distncia EaD.

    Pretende-se, com este material, lev-lo reflexo e compreenso da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especficos da rea e atuar de forma competente e conscienciosa, como convm ao profissional que busca a formao continuada para vencer os desafios que a evoluo cientfico-tecnolgica impe ao mundo contemporneo.

    Elaborou-se a presente publicao com a inteno de torn-la subsdio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetria a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

    Conselho Editorial

  • 7

    Organizao do Caderno de Estudos e Pesquisa

    Para facilitar seu estudo, os contedos so organizados em unidades, subdivididas em captulos, de forma didtica, objetiva e coerente. Eles sero abordados por meio de textos bsicos, com questes para reflexo, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradvel. Ao final, sero indicadas, tambm, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

    A seguir, uma breve descrio dos cones utilizados na organizao dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.

    Provocao

    Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes

    mesmo de iniciar sua leitura ou aps algum trecho pertinente para o autor

    conteudista.

    Para refletir

    Questes inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faa uma pausa e reflita

    sobre o contedo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocnio. importante

    que ele verifique seus conhecimentos, suas experincias e seus sentimentos. As

    reflexes so o ponto de partida para a construo de suas concluses.

    Sugesto de estudo complementar

    Sugestes de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,

    discusses em fruns ou encontros presenciais quando for o caso.

    Praticando

    Sugesto de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didtico de fortalecer

    o processo de aprendizagem do aluno.

    Ateno

    Chamadas para alertar detalhes/tpicos importantes que contribuam para a

    sntese/concluso do assunto abordado.

  • 8

    Saiba mais

    Informaes complementares para elucidar a construo das snteses/concluses

    sobre o assunto abordado.

    Sintetizando

    Trecho que busca resumir informaes relevantes do contedo, facilitando o

    entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

    Exerccio de fixao

    Atividades que buscam reforar a assimilao e fixao dos perodos que o autor/

    conteudista achar mais relevante em relao a aprendizagem de seu mdulo (no

    h registro de meno).

    Avaliao Final

    Questionrio com 10 questes objetivas, baseadas nos objetivos do curso,

    que visam verificar a aprendizagem do curso (h registro de meno). a nica

    atividade do curso que vale nota, ou seja, a atividade que o aluno far para saber

    se pode ou no receber a certificao.

    Para (no) finalizar

    Texto integrador, ao final do mdulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem

    ou estimula ponderaes complementares sobre o mdulo estudado.

  • 9

    Introduo

    A Auditoria como tcnica de gesto constitui-se em ferramenta fundamental para qualquer organizao moderna, independente dos setores a que pertena. O Setor Pblico, ao se assenhorear deste importante instrumento, dado sua particular natureza, necessita munir-se de metodologia e normas prprias para atingir seus objetivos.

    Neste caderno vamos estudar exatamente isto: como a Auditoria praticada no Setor Pblico Brasileiro, suas normas, tcnicas, especificidades, campo de atuao e outras idiossincrasias.

    Bons estudos!

    Objetivos

    Conhecer as normas bsicas relacionadas Auditoria Governamental.

    Identificar a importncia e as peculiariedades das diversas modalidades de Auditoria nos mecanismos e sistemas de controle e avaliao do Setor Pblico.

  • 10

  • 11

    UNIDADE IASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA

    CAPTULO 1Auditoria como tcnica contbil

    Auditoria o exame cientfico e sistemtico dos livros, contas, comprovantes e

    outros registros financeiros de uma companhia, com o propsito de determinar a

    integridade do sistema de controle interno contbil, das demonstraes financeiras,

    bem como o resultado das operaes, e, assessorar a companhia no aprimoramento

    dos controles internos, contbeis e administrativos (MOTA, 1992, p. 15).

    Segundo Franco (2002, p. 10), Auditoria a tcnica contbil que por meio de procedimentos especficos que lhe so peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspees e na obteno de informaes e confirmaes, relacionadas com o controle do patrimnio de uma entidade objetiva obter elementos de convico que permitam julgar se os registros contbeis foram efetuados de acordo com os princpios de Contabilidade geralmente aceitos e se as Demonstraes Contbeis deles decorrentes refletem adequadamente a situao econmico-financeira do patrimnio, os resultados do perodo administrativo examinado e as demais situaes nelas demonstradas.

    A Auditoria como tcnica contbil destinada a examinar a escriturao e as Demonstraes Contbeis da instituio, objetivando garantir as suas adequaes. Dessa forma, aperfeioa a utilidade das informaes fornecidas e d credibilidade Contabilidade, valorizando seus objetivos.

    Se, de um lado, a Auditoria auxilia o administrador, confirmando os registros contbeis e completando os fins informativos da Contabilidade, por outro fiscaliza a prpria administrao, cujos erros, omisses ou fraudes podem, por ela, ser apontados. Com isso, a Auditoria pode informar ao administrador as faltas cometidas por seus subordinados, como tambm denunciar aos titulares do patrimnio (acionistas e outros investidores) as faltas cometidas pelo administrador. Por outro lado, se resguardam os titulares contra fraudes de administradores e tambm se salvaguardam os direitos dos credores do patrimnio contra eventuais fraudes dos seus titulares.

    A finalidade da Auditoria no apenas a de confirmar a existncia dos registros e a veracidade dos comprovantes, vai alm, julgando a moralidade do ato praticado. O registro poder estar tecnicamente elaborado, assim como o fato ser legalmente comprovado; porm, o ato da administrao poder

  • 12

    UNIDADE I ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA

    ser moralmente indefensvel, cabendo Auditoria apont-lo para julgamento dos titulares do

    patrimnio ou de seus credores.

    Objeto e fins da auditoria

    A Auditoria tem como objeto o conjunto de todos os elementos de controle do patrimnio administrado, os quais compreendem registros contbeis, papis, documentos, fichas, arquivos e anotaes que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administrao, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais. A Auditoria pode ter por objeto, inclusive, fatos no registrados documentalmente, mas relatados por aqueles que exercem atividades relacionadas com o patrimnio administrado, cuja informao merea confiana e possa ser admitida como segura pela evidncia ou por indcios convincentes.

    Pode, inclusive, basear-se em informaes obtidas fora da empresa, tais como as relativas confirmao de contas de terceiros e de saldos bancrios, por exemplo. As confirmaes obtidas de fontes externas geralmente oferecem melhores caractersticas de credibilidade do que aquelas obtidas dentro da prpria entidade auditada.

    Com esses elementos, a Auditoria exerce a sua ao preventiva, saneadora e moralizadora, para confirmar a veracidade dos registros e a confiabilidade dos comprovantes, com o fim de opinar sobre a adequao das situaes e informaes contidas nas Demonstraes Contbeis, na salvaguarda dos direitos dos proprietrios, dos financiadores do patrimnio, do prprio fisco e, at, da sociedade em geral.

    Como vimos, o fim principal da Auditoria a confirmao dos registros contbeis e suas consequentes demonstraes. Na consecuo de seus objetivos ela contribui para confirmar os prprios fins da Contabilidade, pois avalia a adequao dos registros, dando administrao, ao fisco e aos proprietrios e financiadores do patrimnio a convico de que as Demonstraes Contbeis refletem, ou no, a situao do patrimnio em determinada data e suas variaes em certo perodo.

    Portanto, a Auditoria que d credibilidade s Demonstraes Contbeis e s informaes nelas contidas.

    Embora a Auditoria no se destine especificamente descoberta de fraudes, erros ou irregularidades praticadas por administradores ou funcionrios, ela frequentemente apura tais fatos, por meio dos procedimentos que lhe so prprios.

    O objetivo e o alcance de uma Auditoria, no Setor Pblico ou no Setor Privado, so determinados pelo mandato sobre a prpria Auditoria. O mandato de Auditoria (autoridade e responsabilidade pela Auditoria) usualmente est baseado na lei, nas normas profissionais e nas exigncias do auditado. Os mandatos de Auditoria no Setor Pblico podem ser mais especficos que aqueles do Setor Privado e, frequentemente, incluem uma srie mais ampla de objetivos e um alcance mais extenso que o

    usualmente aplicvel para a Auditoria das demonstraes financeiras do Setor Privado.

  • 13

    ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA UNIDADE I

    Tipos de auditoria

    Auditoria operacional

    Esse termo utilizado por auditores para descrever o trabalho de Auditoria que tenha por objetivo

    especfico a melhoria das operaes que esto sendo examinadas.

    A Auditoria Operacional aplica-se, na maioria dos casos, Auditoria em empresas industriais;

    todavia, os modos profissionais de encarar a situao da rea sob exame e a maneira de proceder da

    Auditoria Operacional podem ser aplicados a operaes tpicas de instituies financeiras, empresas

    comerciais, reparties governamentais etc.

    Na Auditoria Operacional, o auditor servir-se- dos registros contbeis para penetrar no mecanismo

    de um determinado departamento, passando em cada setor, etapa por etapa, do incio at o fim,

    seguindo todas as fases das operaes desse departamento julgando, criticando e avaliando cada

    fase das operaes geradoras de despesas ou de rendas, procurando solucionar as dificuldades

    encontradas ou trazendo melhorias.

    Auditoria de balano

    o tipo mais comum de Auditoria. Basicamente pode ser definida como aquela que se preocupa em

    emitir uma opinio sobre as demonstraes financeiras tomadas em conjunto.

    Auditoria de PED (Processamento Eletrnico de Dados)

    Um auditor da rea contbil, ao executar seu trabalho durante uma Auditoria, poder deparar-se

    com controles cujas operaes so processadas eletronicamente. Quando da avaliao desse controle

    interno, dever utilizar-se da ajuda de um especialista em PED para completar o seu entendimento

    e avaliar o controle interno daquela empresa.

    Ainda com a ajuda desse especialista, ele poder aplicar determinados testes no PED para certificar-se

    de que todos os documentos, e somente esses, foram processados, e se as listagens resultantes do

    processamento so utilizadas convenientemente pelos departamentos usurios.

    O resultado desses testes levar o especialista em PED a formar uma opinio sobre o processamento

    em avaliao, constatando se existe controle adequado dos inputs e dos outputs, o que no seria

    possvel para o auditor exclusivamente da rea contbil, uma vez que ele no possui os conhecimentos

    tcnicos da rea.

    Esse entrosamento da rea contbil com o PED torna-se cada vez mais indispensvel, uma vez que

    a maioria das organizaes j esto utilizando controles por Processamento Eletrnico de Dados.

  • 14

    UNIDADE I ASPECTOS GERAIS DA AUDITORIA

    Percia Contbil

    Quando algum dado financeiro tenha de ser comprovado em litgio, o juiz da questo nomear um perito que aplicar exaustivos testes para obter a referida comprovao. Apesar de no ser um auditor, o perito estar aplicando testes idnticos queles aplicados em um trabalho normal de Auditoria. Entretanto, como se trata de uma rea especfica, os testes aplicados tero maior abrangncia (sero analticos), visando confiabilidade do resultado do trabalho do perito.

    O relatrio, laudo ou declarao a ser emitido pelo perito ser especfico situao para a qual tenha sido nomeado, ou seja, responder aos quesitos elaborados pelo juiz. O perito se restringir a comprovar o valor da ao e nunca poder emitir uma opinio sobre o desfecho da questo. Isso assunto para o julgamento.

    Sinopse

    A Auditoria como tcnica contbil destinada a examinar a escriturao e as Demonstraes Contbeis da instituio, objetivando garantir as suas adequaes.

    A Auditoria tem como objeto o conjunto de todos os elementos de controle do patrimnio administrado, os quais compreendem registros contbeis, papis, documentos, fichas, arquivos e anotaes que comprovem a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administrao, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais.

    O fim principal da Auditoria a confirmao dos registros contbeis e suas consequentes demonstraes.

    So tipos de Auditoria: Operacional (que tem por objetivo especfico a melhoria das operaes que esto sendo examinadas), de Balano (que se preocupa em emitir uma opinio sobre as demonstraes financeiras tomadas em conjunto) e de PED (que realiza avaliao de controles, cujas operaes so processadas eletronicamente).

    Percia Contbil tem como objetivo a avaliao (Auditoria) de uma rea especfica, em que os testes aplicados tero maior abrangncia (sero analticos), visando confiabilidade do resultado do trabalho do perito.

  • 15

    UNIDADE IIAUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA

    CAPTULO 1A auditoria no setor pblico e no setor privado

    Distines entre setor pblico e setor privado

    O critrio que ser adotado neste trabalho para definio de Setor Pblico ou privado no ser o da propriedade (domnio pblico ou particular), e, sim, o da personalidade (pessoa jurdica de direito pblico ou pessoa jurdica de direito privado).

    As pessoas jurdicas de direito pblico sero tratadas como pertencentes ao Setor Pblico, entidades essas submetidas ao regime jurdico pblico.

    As pessoas jurdicas de direito privado sero tratadas como pertencentes ao Setor Privado. Elas se submetem ao regime jurdico civil.

    H, ainda, de se considerar as entidades de direito civil que, pertencentes Administrao Pblica, devero obedecer a um regime jurdico misto. Naturalmente, deveriam, por serem de direito privado, obedecer ao regime jurdico privado; porm, seu proprietrio, o Poder Constituinte, quis de outra forma. Essas entidades empresas pblicas e sociedades de economia mista sero regidas pelas normas do Setor Privado de forma geral, e do Setor Pblico, de forma especfica, consoante determinao expressa.

    No que tange aplicao do denominado direito Auditorial (conjunto de normas e princpios que regem a Auditoria) a uma sociedade de economia mista, como sociedade annima mista e com obrigaes criadas pela norma de direito comercial Lei das Sociedades por Aes (Lei no 6.404/1976), necessrio dizer que a sua diretoria far com que sejam elaboradas demonstraes financeiras com base na escriturao da companhia, ao final do exerccio social, acompanhadas do competente Parecer de Auditor ou Auditores Independentes, e devero ser publicadas no prazo estabelecido. No entanto, as referidas sociedades so regidas tambm pelas normas de controle do Decreto-Lei no 200/1967 e outras, como as instrues normativas que dispem sobre processo de tomada e prestao de contas dentro da Administrao Pblica.

  • 16

    UNIDADE II AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA

    As empresas pblicas que no so sociedades de capital aberto (em que qualquer pessoa possa adquirir aes) so regidas pelas normas de controle pblico. Quanto ao parecer de Auditoria das Demonstraes Contbeis, como determina a Instruo Normativa no 16/1991 do Departamento do Tesouro Nacional DTN (hoje uma Secretaria do Ministrio da Fazenda), devero obedecer s Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis NBC-T-11.

    Pertencem ao Setor Pblico os rgos da Administrao Direta, as autarquias e as fundaes pblicas; e, ao Setor Privado, as entidades de particulares e, numa posio de intercesso, as empresas pblicas e as sociedades de economia mista. Isso para os fins da Auditoria, sem entrarmos em outras questes jurdicas que no interessam neste momento.

    Normas aplicveis ao setor pblico e ao setor privado

    A Auditoria no Setor Privado submete-se principalmente ao regime emanado do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e da Comisso de Valores Mobilirios (CVM).

    No Setor Pblico, o auditor dever direcionar-se por dispositivos emanados do Conselho Federal de Contabilidade, do sistema de controle interno do Poder ao qual serve, do Tribunal de Contas e por demais dispositivos regimentais e legais.

    A Auditoria no Setor Pblico tem como uma das principais regras as disposies constantes da Instruo Normativa/DTN no 16/1991. Nessa instruo, encontram-se elencadas denominaes especiais para o auditor e para a Auditoria. O auditor denominado Auditor Governamental ou Analista de Finanas e Controle AFC. A Auditoria realizada pelo AFC chamada Auditoria governamental. Essa norma tem servido, na prtica, como direcionamento para secretarias de estado de todo o Pas, para elaborao de seus respectivos manuais de Auditoria. Esse manual pode ser visto como o conjunto de regras constantes da referida Instruo Normativa.

    O trabalho do auditor independente contratado pela Administrao Pblica para auditar as Demonstraes Contbeis de suas entidades ser regido pela Norma de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis do Conselho Federal de Contabilidade (NBC-T-11). Os AFC, consoante a IN/DTN no 16/1991, devero, na Auditoria das Demonstraes Contbeis, obedecer, tambm, a mesma Norma.

  • 17

    CAPTULO 2Auditoria interna e auditoria externa

    Auditoria interna

    A NBC-T-12 conceitua e define os objetivos da Auditoria Interna da seguinte forma: a Auditoria Interna constitui o conjunto de procedimentos tcnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequao e eficcia dos controles internos e das informaes fsicas, contbeis, financeiras e operacionais da Entidade.

    A Auditoria Interna tem como funo principal avaliar se as atividades desenvolvidas pela empresa esto em conformidade com as suas normas internas, posicionando a alta direo para a tomada de decises ou para a correo de possveis distores que possam vir a ser verificadas, sendo desempenhada por profissional especialmente designado para essa funo.

    Auditoria externa ou independente

    A Auditoria Externa tem como funo principal avaliar se as demonstraes financeiras da instituio so fidedignas, posicionando a alta direo sobre a regularidade, ou no, do desempenho de suas atividades, sendo realizada por profissional absolutamente independente da empresa.

    Atendendo ao fim a que se destina a Auditoria, o auditor externo poder realiz-la de acordo com os seus mtodos, obedecendo obrigatoriamente as normas usuais de Auditoria.

    O enquadramento da Auditoria Externa, ento, apresentado da seguinte forma:

    Basicamente, o exame das demonstraes financeiras por um auditor, com o objetivo de expressar uma opinio sobre a situao patrimonial, financeira e o resultado das operaes de determinado perodo de uma companhia sob investigao, conhecido como trabalho executado pela Auditoria Externa ou independente.

    O trabalho mais exaustivo voltado para as aplicaes dos controles internos contbeis e administrativos sobre as operaes tarefa atribuda Auditoria Interna.

    As principais caractersticas da Auditoria Independente so as seguintes.

    1. A Auditoria processada por um ou mais profissionais independentes, especificamente contratados pela empresa para tal.

    2. A sua meta principal assegurar, para todos os interessados, que as Demonstraes Contbeis da empresa apresentem adequadamente sua situao financeira e patrimonial na data do levantamento do Balano, e os resultados das operaes para o exerccio findo naquela data.

  • 18

    UNIDADE II AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA

    3. O exame do controle interno efetuado, principalmente, para determinar a sua adequao e efetividade e indicar a extenso que devem ter os seus processos de Auditoria Independente, a fim de que se possa satisfazer quanto adequao e fidelidade das representaes contidas nas Demonstraes Contbeis que est auditando.

    4. Os trabalhos so pautados de acordo com a relevncia das cifras constantes das Demonstraes Contbeis e so efetuados durante uma ou mais visitas s dependncias do cliente, com um constante enfoque no Balano Geral e nos Resultados do Exerccio sob exame.

    5. O auditor interessa-se incidentalmente pela preveno ou percepo de fraude e perda dos ativos do cliente, no que diz respeito sua influncia na situao financeira e patrimonial da empresa e nos resultados de suas operaes ou, de modo especial, se for exatamente contratado para verificar tais ocorrncias.

    6. O auditor dever manter independncia total quanto empresa que est auditando.

    7. O exame dos dados comprobatrios das Demonstraes Contbeis efetuado em funo do seu eventual reflexo na posio financeiro-patrimonial no fim do Exerccio e nos seus resultados.

    8. O auditor independente dever ser contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade CRC e na Comisso de Valores Mobilirios CVM.

    9. O auditor deve recusar os servios sempre que reconhecer no estar adequadamente capacitado para desenvolv-los, contemplada a utilizao de especialistas noutras reas, em face da especializao requerida e dos objetivos do contratante.

    O trabalho de Auditoria Interna e Externa deve ser coordenado de modo que assegure cobertura adequada e evite a duplicao de esforos.

    A coordenao do trabalho de Auditoria pressupe:

    reunies peridicas para discutir assuntos de interesse mtuo;

    acesso recproco aos programas de Auditoria e a papis de trabalho;

    troca de relatrios de Auditoria e cartas de recomendaes gerncia; e

    pontos de vista comuns sobre tcnicas, mtodos e terminologia da Auditoria.

    Auditoria interna x auditoria externa

    A diferenciao clssica entre a Auditoria Interna e a Externa centraliza-se na posio de quem as realiza. Se a Auditoria est sendo realizada por membro da entidade, ser interna. Se por elemento independente da entidade, Auditoria Externa.

  • 19

    AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA UNIDADE II

    As Normas do CFC classificam-se em Profissionais e Tcnicas, sendo enumeradas sequencialmente. As Normas Profissionais estabelecem regras de exerccio profissional, caracterizando-se pelo prefixo NBC-P.

    As Normas Tcnicas estabelecem conceitos doutrinrios, regras e procedimentos aplicados de Contabilidade, caracterizando-se pelo prefixo NBC-T.

    Assim, tem-se NBC-P e NBC-T para Auditoria Interna e para a Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis, sendo: NBC-P-3 (Normas Profissionais de Auditor Interno), NBC-T-12 (da Auditoria Interna), NBC-P-1 (Normas Profissionais de Auditor independente) e NBC-T-11 (Norma de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis).

    Importncia do parecer da auditoria independente nas demonstraes contbeis da empresa

    A companhia de capital aberto, para captar recursos por meio de ttulos e valores mobilirios, precisa informar a sua situao financeira e patrimonial ao mercado, acompanhada da opinio de um especialista sobre as informaes prestadas.

    A obrigatoriedade surge da determinao do 3o, art. 177, da Lei no 6.404/1976, que assim se expressa: As demonstraes financeiras das companhias abertas observaro, ainda, as normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios, e sero obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na mesma Comisso. a razo legal.

    Um enfoque mais abrangente em auditoria independente

    A Auditoria das Demonstraes Contbeis constitui o conjunto de

    procedimentos tcnicos que tem por objetivo a emisso de parecer sobre a

    sua adequao, consoante os Princpios Fundamentais de Contabilidade e

    as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislao

    especfica. (NBC-T-11 Normas de Auditoria Independente das Demostraes

    Contbeis)

    Pode-se dizer que as Demonstraes Contbeis devem refletir a situao financeira e patrimonial da companhia e que o Auditor Independente verificar se as demonstraes evidenciam ou no a referida situao. Assim sendo, o auditor se fundamentar, para emitir o parecer, nos resultados dos testes aplicados. Esses testes visam saber se as demonstraes esto amoldadas ao estabelecido pelos Princpios Fundamentais de Contabilidade, s Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, legislao especfica.

    O auditor assume, por meio do parecer, responsabilidade tcnico-profissional, inclusive de ordem pblica, devendo, quando as Demonstraes Contbeis refletirem a situao financeira e patrimonial, afirmar em pargrafo prprio de seu parecer o seguinte:

    Em nossa opinio, as Demonstraes Contbeis acima referidas representam

    adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posio patrimonial e

  • 20

    UNIDADE II AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA

    financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado

    de suas operaes, as mutaes de seu patrimnio lquido e as origens e

    aplicaes de seus recursos referentes aos exerccios findos naquelas datas, de

    acordo com os Princpios Fundamentais de Contabilidade.

    Condies para registro de auditor independente como pessoa fsica e como pessoa jurdica

    O registro de auditor independente na Comisso de Valores Mobilirios CVM privativo do contador e da sociedade civil constituda, exclusivamente para prestao de servios profissionais de Auditoria e demais servios inerentes profisso de contador, respectivamente registrados e inscritos em Conselho Regional de Contabilidade, e que satisfaam s condies estabelecidas por essa Comisso ( Instruo CVM no 204, de 07 de dezembro de 1993).

    O registro de auditor independente compreende duas categorias:

    1. Auditor Independente pessoa fsica, conferido ao contador que satisfaa cumulativamente aos seguintes requisitos:

    1.1 estar registrado em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador;

    1.2 estar exercendo atividade de Auditoria Independente, mantendo escritrio profissional legalizado, em nome prprio, com instalaes compatveis com o exerccio da atividade, em condies que garantam a guarda, a segurana e o sigilo dos documentos e informaes decorrentes dessa atividade, bem como a absoluta privacidade no relacionamento com seus clientes; e

    1.3 haver exercido atividade de Auditoria de Demonstraes Contbeis, dentro do Territrio Nacional, por perodo no inferior a 5 (cinco) anos, consecutivos ou no, contados a partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador, ressalvados os casos expressos pela CVM para reduo:

    1.3.1 casos de reduo para 3 (trs) anos, a critrio da CVM, se o interessado comprovar a condio:

    1.3.1.1 a concluso, com aproveitamento, de curso de mestrado especfico em contabilidade, organizado na forma da legislao pertinente do Conselho Federal de Educao;

    1.3.1.2 ter exercido no exterior, pelo prazo necessrio para completar o perodo mnimo de 5 (cinco) anos, a atividade de Auditoria de Demonstraes Contbeis, na forma da legislao que regula o exerccio da profisso no pas onde tenha exercido essa atividade;

    1.3.1.3 ter exercido, anteriormente ao registro no Conselho Regional de Contabilidade com a devida comprovao, pelo prazo necessrio para completar perodo mnimo de 5 (cinco) anos, a atividade de Auditoria de Demonstraes Contbeis, com a comprovao de estar cursando, naquele perodo, a faculdade de Cincias Contbeis.

  • 21

    AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA UNIDADE II

    1.3.2 casos de reduo para 1 (um) ano:

    1.3.2.1 quando a atividade de Auditoria tiver sido exercida em pas integrante do Mercado Comum do Sul Mercosul, aplicando-se, no entanto, o disposto no inciso II do c.1 da Instruo do 4/1993 CVM.

    2. Auditor Independente pessoa jurdica, conferido sociedade constituda sob a forma de sociedade civil que satisfaa cumulativamente aos requisitos:

    2.1 estar inscrita no Registro Civil das Pessoas Jurdicas, sob a forma de sociedade civil, constituda, exclusivamente, para prestao de servios profissionais de Auditoria e demais servios inerentes profisso de contador;

    2.2 serem todos os scios contadores;

    2.3 constar do contrato social, ou ato constitutivo equivalente, clusula dispondo que a sociedade responsabilizar-se- pela reparao de dano que causar a terceiros, por culpa ou dolo, no exerccio da atividade profissional e que os scios respondero solidria e ilimitadamente pelas obrigaes sociais, depois de esgotados os bens da sociedade;

    2.4 estar inscrita, bem como seus scios e responsveis tcnicos registrados, em Conselho Regional de Contabilidade;

    2.5 terem, os responsveis tcnicos com poderes para emitir e assinar parecer de Auditoria em nome da sociedade, exercido atividade de Auditoria de Demonstraes Contbeis dentro do Territrio Nacional, por perodo no inferior a 5 (cinco) anos, consecutivos ou no, contados a partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador, ressalvados os casos de reduo do perodo nos mesmos casos de Auditor Independente pessoa fsica.

    2.6 ter cadastrada, pelo menos, metade dos scios como responsvel tcnico na CVM;

    2.7 manter escritrio profissional legalizado, em nome da sociedade, com instalaes compatveis com o exerccio da atividade de Auditoria Independente, em condies que garantam a guarda, a segurana e o sigilo dos documentos e informaes decorrentes dessa atividade, bem como a absoluta privacidade no relacionamento com seus clientes;

    2.8 constar, do contrato social, clusula atribuindo a um dos scios a funo de responsvel, perante a Comisso de Valores Mobilirios, pela prestao de esclarecimentos relacionados ao cumprimento da Instruo CVN no 204/1993.

    A Comisso de Valores Mobilirios manter, ainda, cadastro dos responsveis tcnicos com poderes para assinar parecer de Auditoria, em nome de cada sociedade, no mbito do mercado de valores mobilirios. Para efeito das disposies da CVM, o cadastro de responsveis tcnicos compreende os scios, diretores e demais contadores integrantes do quadro tcnico de cada sociedade que tenham comprovado o exerccio da atividade de Auditoria, conforme a exigncia de documentao pela Comisso.

  • 22

    UNIDADE II AUDITORIA INTERNA X AUDITORIA EXTERNA

    Impedimentos para realizao de auditoria independente

    No poder realizar Auditoria Independente o auditor (no caso de pessoa jurdica seus scios e integrantes do quadro tcnico de auditores independentes) que tenha infringido as normas de independncia baixadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, no perodo a que se refere a Auditoria, ou durante a execuo do servio, em relao entidade auditada, suas controladas, controladoras ou integrantes do mesmo grupo, devendo o auditor independente renunciar funo na ocorrncia de impedimento, decorrente da quebra da independncia.

    A diferena entre as pessoas jurdicas de direito pblico e de direito privado que as primeiras pertencem ao Setor Pblico e sero submetidas

    ao regime jurdico pblico; e as de direito privado sero tratadas como

    pertencentes ao Setor Privado, submetendo ao regime jurdico civil.

    A Auditoria no Setor Privado submete-se principalmente ao regime emanado do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e da Comisso de

    Valores Mobilirios (CVM); e a Auditoria no Setor Pblico dever direcionar-

    se por dispositivos emanados do Conselho Federal de Contabilidade, do

    sistema de controle interno do Poder ao qual serve, do Tribunal de Contas

    e por demais dispositivos regimentais e legais.

    A Auditoria Interna constitui o conjunto de procedimentos tcnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequao e eficcia dos

    controles internos e das informaes fsicas, contbeis, financeiras e

    operacionais da Entidade.

    A Auditoria Externa tem com funo principal avaliar se as demonstraes financeiras da instituio so fidedignas, posicionando a alta direo

    sobre a regularidade, ou no, do desempenho de suas atividades, sendo

    realizada por profissional absolutamente independente da empresa.

    A diferenciao clssica entre a Auditoria Interna e a Externa centraliza-se na posio de quem as realiza. Se a Auditoria est sendo realizada por

    membro da entidade, ser interna. Se por elemento independente da

    entidade, Auditoria Externa. A Auditoria Interna e a independente das

    Demonstraes Contbeis esto disciplinadas pelo Conselho Federal de

    Contabilidade.

  • 23

    UNIDADE IIIAUDITORIA NO SETOR PRIVADO

    CAPTULO 1Disposies da CVM sobre o auditor e a auditoria independente

    A Instruo CVM no 216, de 29 de junho de 1994, dispe sobre o registro e o exerccio da atividade

    de Auditoria Independente no mbito do mercado de valores mobilirios, define os deveres e

    responsabilidades dos auditores independentes, bem como os casos em que o registro pode ser

    recusado, suspenso ou cancelado.

    Auditoria independente no mbito da comisso de valores mobilirios

    O auditor independente, no exerccio de sua atividade no mbito do mercado de valores mobilirios,

    deve cumprir, por si e por seus representantes legais, e fazer cumprir, por seus empregados e

    prepostos, as normas especficas emanadas da Comisso de Valores Mobilirios CVM, alm das

    normas e procedimentos que regulam a atividade profissional de Auditoria Independente.

    O auditor independente pessoa fsica e o auditor independente pessoa jurdica, todos os seus

    scios e demais integrantes do quadro tcnico devero observar, ainda, as normas emanadas

    do Conselho Federal de Contabilidade e Pronunciamentos Tcnicos do IBRACON, no que no

    confrontarem com os atos daquela Comisso, quanto conduta, ao exerccio da atividade e emisso

    de parecer e relatrios de Auditoria.

    Os pareceres de Auditoria e os documentos destinados a satisfazer exigncias da Comisso de Valores

    Mobilirios CVM devero ser emitidos e assinado, com a indicao nica da categoria profissional

    e do nmero de registro no Conselho Regional de Contabilidade, quando pessoa fsica, ou com a

    indicao da categoria profissional, do nmero de registro no Conselho Regional de Contabilidade

    do responsvel tcnico e nmero de inscrio da sociedade, quando pessoa jurdica.

  • 24

    UNIDADE III AUDITORIA NO SETOR PRIVADO

    Deveres e responsabilidades dos auditores independentes no mbito do mercado de valores mobilirios

    So deveres do auditor independente no exerccio de suas atividades no mbito do mercado de valores mobilirios:

    I verificar se as informaes e anlises apresentadas no relatrio da

    administrao esto em consonncia com as Demonstraes Contbeis

    auditadas e informar CVM caso no estejam;

    II elaborar relatrio circunstanciado endereado administrao da entidade

    auditada, contendo observaes a respeito das deficincias ou da ineficcia dos

    controles internos e procedimentos contbeis da entidade auditada;

    III comunicar CVM as circunstncias que possam configurar atos

    praticados pelos administradores em desacordo com as disposies legais e

    regulamentares aplicveis s atividades da entidade auditada e/ou relativas

    sua condio de entidade integrante do mercado de valores mobilirios,

    atos esses que tenham, ou possam vir a ter, reflexos sobre as Demonstraes

    Contbeis auditadas e eventuais impactos nas operaes da entidade;

    IV conservar em boa guarda, pelo prazo de 5 (cinco) anos, toda a

    documentao, correspondncia, papis de trabalho, relatrios e pareceres

    relacionados com o exerccio de suas funes;

    V dar acesso fiscalizao da CVM a todos os documentos que tenham

    servido de base emisso do parecer de Auditoria;

    VI possibilitar, no caso de substituio por outro auditor, resguardados os

    aspectos de sigilo e obtida a prvia concordncia da entidade auditada, o acesso

    do novo auditor contratado aos documentos e informaes que serviram de

    base para a emisso do ltimo parecer de Auditoria;

    VII comunicar CVM, no prazo mximo de 10 (dez) dias a contar do fato

    ocorrido, os casos em que as Demonstraes Contbeis ou o parecer de

    Auditoria, divulgados nos jornais em que seja obrigatria a sua publicao,

    estejam em desacordo com as Demonstraes Contbeis auditadas ou com o

    parecer originalmente emitido;

    VIII ao emitir parecer adverso ou com ressalva, indicar com clareza quais

    as contas ou subgrupos especficos de ativo, passivo, resultado e patrimnio

    lquido que esto afetados e em quanto, bem como os efeitos nos dividendos e

    no lucro/prejuzo por ao.

  • 25

    AUDITORIA NO SETOR PRIVADO UNIDADE III

    Publicao das demonstraes financeiras

    De acordo com a Lei no 6.404/1976, as sociedades por aes de capital aberto esto obrigadas a publicar suas demonstraes financeiras acompanhadas de parecer de auditor independente.

    Empresas que podem realizar auditorias

    A atividade de Auditoria aplicada s organizaes visa como resultado a proteo de seu patrimnio e a consecuo de sua misso, objetivos e metas. Dessa forma, qualquer empresa pode constituir Auditoria, seja para atuar de forma permanente ou temporria, por equipe constituda de empregados da prpria empresa ou de outra empresa, por meio de terceirizao ou, ainda, pela contratao de Auditoria Independente.

    A Auditoria se processa por iniciativa da administrao da empresa, de seus scios ou de terceiros com poderes para tal.

  • 26

    UNIDADE IVAUDITORIA NO SETOR PBLICO

    CAPTULO 1Importncia da auditoria no setor pblico

    A Auditoria um elemento do universo de controle de que o Estado se utiliza para a proteo do patrimnio pblico, usado na manuteno de sua mquina administrativa e nas despesas que realiza para a satisfao das necessidades sociais.

    Na consecuo do objetivo de proteger o patrimnio pblico, o Poder Constituinte deliberou, por meio dos arts. 70 a 75 da Constituio Federal de 1988, sobre as diretrizes gerais que a Administrao Pblica deve seguir para processar tal controle aziendal.

    Assim, a sistematizao da atividade de Auditoria no Setor Pblico Federal tem origem no disposto na Carta Magna:

    Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e

    patrimonial da Unio e das entidades da Administrao direta e indireta,

    quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e

    renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle

    externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica pblica ou

    privada que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens

    e valores pblicos, ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta,

    assuma obrigaes de natureza pecuniria. (Redao dada pela Emenda

    Constitucional no 19, de 1998)

    Observe no art. 70 que fiscalizao foi o termo utilizado pelo Constituinte para designar o controle-ao do patrimnio pblico. H, entretanto, outros: Auditoria, inspeo e acompanhamento. Veja nos excertos constitucionais que se seguem:

    Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com

    o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete:

    [...]

  • 27

    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    IV realizar, por iniciativa prpria, da Cmara dos Deputados, do Senado

    Federal, de comisso tcnica ou de inqurito, inspees e Auditorias de natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, nas

    unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, e

    demais entidades referidas no inciso II;

    [...]

    Art. 166

    1o Caber a uma comisso mista permanente de Senadores e Deputados:

    [...]

    II e exercer o acompanhamento e a fiscalizao oramentria, sem prejuzo da atuao das demais comisses do Congresso Nacional e de suas

    Casas, criadas de acordo com o art. 58.

    Todos esses termos Auditoria, inspeo e acompanhamento se referem fiscalizao, sendo, dessa forma, definido pelo Tribunal de Contas da Unio (IN no 9/1995):

    Inspeo o procedimento de fiscalizao utilizado pelo Tribunal para suprir omisses e lacunas de informaes, esclarecer dvidas ou apurar denncias quanto legalidade e legitimidade de fatos da administrao e de atos administrativos praticados por qualquer responsvel sujeito sua jurisdio. A inspeo ser realizada independentemente de incluso em plano de Auditoria, podendo ser determinada pelo Plenrio, pela Cmara, pelo Relator ou por delegao deste, com base em proposta fundamentada, que demonstre os recursos humanos e materiais existentes na Unidade, e daqueles a serem mobilizados em sua execuo.

    Auditoria o procedimento de fiscalizao utilizado pelo Tribunal para, com a finalidade de subsidiar a instruo e o julgamento de processos de tomadas e prestaes de contas dos responsveis pela aplicao de recursos pblicos federais, atender a pedidos do Congresso Nacional ou de qualquer de suas Casas ou comisses, e assegurar a eficcia do controle da seguinte forma:

    I obtendo dados de natureza contbil, financeira, oramentria e patrimonial,

    quanto aos aspectos tcnicos, de legalidade, de legitimidade da gesto dos

    responsveis pelo rgo, projeto, programa ou atividade auditados, com

    vistas a verificar a consistncia da respectiva prestao ou tomada de contas

    apresentada ao Tribunal e esclarecer quaisquer aspectos atinentes a atos,

    fatos, documentos e processos em exame;

    II conhecendo a organizao e o funcionamento dos rgos e entidades da

    administrao direta, indireta e fundacional dos Poderes da Unio, inclusive

    fundos e demais instituies que lhe sejam jurisdicionadas, no que respeita aos

    aspectos contbeis, financeiros, oramentrios e patrimoniais;

    III avaliando, do ponto de vista de desempenho operacional, as atividades

    e sistemas desses rgos e entidades, e aferir os resultados alcanados pelos

    programas e projetos governamentais a seu cargo.

  • 28

    UNIDADE IV AUDITORIA NO SETOR PBLICO

    Acompanhamento: as atividades dos rgos e entidades jurisdicionadas ao Tribunal sero acompanhadas, de forma seletiva e concomitante, mediante informaes obtidas:

    I no Dirio Oficial da Unio e nos sistemas informatizados adotados pela

    Administrao Pblica federal;

    II nos editais de licitao, extratos de contratos, convnios e instrumentos

    congneres, assim como em quaisquer outros documentos divulgados em

    publicaes oficiais;

    III por meio de denncias ou representaes;

    IV nos expedientes e documentos solicitados pelo Tribunal ou colocados

    sua disposio.

  • 29

    CAPTULO 2Controle externo x controle interno

    Condiderando a importncia do dispositivo constitucional contido no art. 70, apresentaremos, a

    seguir, uma forma simplificada do assunto para facilitar seu entendimento.

    Lembre-se que o controle externo que o Congresso Nacional exercer sobre o Poder Executivo,

    Judicirio e no prprio Legislativo, disposto no art. 70, de fiscalizao contbil, oramentria,

    financeira, operacional e patrimonial sobre a Administrao Pblica federal, compreendendo

    a Unio (os trs Poderes) e as entidades da Administrao direta e indireta, e no sobre sua

    atividade-fim, ressalvada a competncia exclusiva atribuda no inciso X, art. 49: de fiscalizar e de

    controlar, diretamente ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, includos os da

    Administrao indireta.

    Conforme determina a Constituio, a Administrao Pblica Federal ser controlada externamente

    pelo Congresso Nacional e internamente pelo sistema de controle interno (que cada rgo dever

    instituir).

    Dessa forma, haver dois tipos de controle no Setor Pblico: o externo e o interno.

    O controle externo aquele institudo e exercido por ente no pertencente ao rgo ou entidade.

    Segundo que preceitua a Constituio Federal, ao poder Lesgislativo cabe fiscalizar as aes do

    Poder Executivo, com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio TCU. O procedimento ordinrio

    de realizao do controlo externo se d pelos Processos de Tomada e de Prestao de Contas,

    complementadas basicamente por Auditorias, inspees e pelo trabalho de acompanhamento da

    execuo das atividades realizadas pelos rgos e entidades durante o exerccio financeiro, em que

    os fiscalizados devero enviar anualmete ao TCU documentos de comprovao da gesto.

    O controle interno aquele institudo e exercido pelo rgo de administrao do auditado ou por

    seus delegados. O AFC realiza controle interno em rgo do prprio Poder Executivo; entretanto,

    caso realize uma Auditoria numa entidade supervisionada, no ser um membro daquela auditada,

    e, portanto, estar exercendo uma outra forma de controle interno a superviso ministerial. A

    superviso ministerial uma forma de controle de finalidade em que se busca verificar se os atos de

    gesto da entidade vinculada esto de acordo com o planejamento geral da Administrao Pblica.

    O controle interno da Administrao Pblica federal no ser constitudo apenas da atividade de

    Auditoria, mas sim de todo um plano de organizao e de mtodos e medidas adotados para proteger

    seu ativo, verificar a exatido e a fidedignidade de seus dados contbeis, incrementar a eficincia

    operacional e promover a obedincia s diretrizes administrativas estabelicidas, por meio do que o

    Constituinte designou sistema de controle interno em cada Poder.

  • 30

    UNIDADE IV AUDITORIA NO SETOR PBLICO

    O Sistema de controle interno

    A administrao responsvel por manter um sistema de contabilidade adequado e que incorpore vrios controles internos na extenso requerida, segundo o tamanho e a natureza da instituio. Contudo, o auditor necessita de uma certeza razovel de que o sistema de contabilidade adequado e de que toda informao contbil que deve ser registrada o tenha sido efetivamente.

    O sistema de controle interno vigente na companhia ou departamento a ser auditado a base sobre a qual o trabalho do auditor dever estar fundamentado. Assim, estudos aprofundados e avaliao sobre tais controles internos devero ser feitos para a determinao da extenso dos testes aos quais se restringiro os procedimentos de Auditoria.

    Alm de extenso, o estudo e a avaliao do controle interno pelo auditor tm a finalidade de estabelecer uma base em que se apoiar para determinao da natureza e da poca mais adequada para aplicao dos testes de Auditoria.

    Como se define Controle Interno?

    O Controle Interno compreende o plano de organizao e todos os mtodos e

    medidas adotados numa empresa para proteger seu ativo, verificar a exatido

    e a fidedignidade de seus dados contbeis, incrementar a eficincia operacional

    e promover a obedincia s diretrizes administrativas estabelecidas. (AICPA

    Americam Institute of Certified Public Accoutant).

    Essa definio talvez seja mais ampla do que o significado atribudo ao termo. Reconhece que um sistema de controle interno estende-se para alm de assuntos diretamente relacionados com as funes dos departamentos de contabilidade e finanas.

    A fim de esclarecer a extenso da reviso do auditor, aplicvel ao exame que ele faz para expressar um parecer sobre as demonstraes financeiras, subdivide-se o controle interno em contbil e administrativo.

    Controle interno contbil

    Compreende o plano de organizao e todos os procedimentos diretamente relacionados com a salvaguarda do ativo e a fidedignidade dos registros financeiros. Geralmente compreende controles, tais como os sistemas de autorizao e aprovao, segregao entre as tarefas relativas manuteno e elaborao de relatrios e aquelas que dizem respeito operao ou custo-dia do ativo, alm de controles fsicos sobre o ativo e Auditoria Interna.

    Para melhor entender a definio do controle interno contbil, torna-se necessrio definir dois termos muito importantes, a saber:

    1. Salvaguarda dos Ativos: um dos significados de salvaguarda que aparece na definio de controle contbil o que diz um meio de proteo contra algo indesejvel. O uso dessa definio, conceitualmente, poderia levar a uma

  • 31

    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    interpretao segundo a qual a proteo do ativo e a aquisio de outros ativos so funes primordiais da administrao, e que, portanto, quaisquer procedimentos ou registros que faam parte do processo de deciso da administrao esto nela contidos.

    2. Segregao de Tarefas: as funes incompatveis com a finalidade de controle contbil so as que colocam qualquer pessoa em posio de praticar e esconder erros ou irregularidades no curso normal de suas atividades. Qualquer pessoa que registre transaes ou que tenha acesso aos ativos, normalmente, est em condies de praticar erros ou irregularidades. Consequentemente, o controle contbil depende necessariamente, em grande parte, da eliminao das oportunidades de se ocultarem falhas ou erros. O controle interno dever, portanto, ter as suas funes distribudas de tal forma que uma mesma operao no comece e termine na mo de um nico funcionrio.

    Controle interno administrativo

    Compreende o plano de organizao e todos os mtodos e procedimentos referentes principalmente eficincia operacional e obedincia s diretrizes administrativas, que normalmente se relacionam apenas indiretamente com os registros contbeis e financeiros. Incluem-se aqui controles como anlises estatsticas, estudos de tempo e movimento, relatrios de desempenho e controle de qualidade.

    Influncia do sistema de controle interno no trabalho do auditor

    Como j mencionamos, tornam-se necessrios o estudo e a avaliao do controle interno, porque na confiana que dele se obtiver depender todo o enfoque da Auditoria no que diz respeito amplitude e natureza de um trabalho interno em uso. Assim, o programa de Auditoria pode ser adaptado como decorrncia desse sistema de controle interno da seguinte forma:

    a. escolha dos procedimentos e tcnicas de Auditoria a serem aplicados;

    b. escolha da data mais adequada em que devam ser aplicados tais procedimentos e tcnicas;

    c. definio de extenso, ou seja, aumento ou reduo de limite de aplicao dos procedimentos e tcnicas escolhidos.

    Assim, se os controles internos de uma companhia forem satisfatrios, sero escolhidos procedimentos mnimos numa extenso reduzida e em data que no ser prxima ao encerramento do exerccio. Por outro lado, se os controles internos forem insatisfatrios, os procedimentos escolhidos sero todos aqueles aplicveis nas circunstncias, procurando atingir, o mximo possvel, os saldos sob exame, em data prxima do balano ou na prpria data do encerramento do exerccio.

  • 32

    UNIDADE IV AUDITORIA NO SETOR PBLICO

    Existe ainda a possibilidade de, em sendo o controle interno insatisfatrio, o auditor decidir aplicar procedimentos de Auditoria at conseguir avaliar os efeitos das falhas existentes, deixando, a partir da, de estender seus testes, porque representaria desperdcio de tempo, onerando o custo da Auditoria.

    Caso o controle interno seja satisfatrio, justifica-se aplicar procedimento em data anterior do balano porque tal controle interno permitir a movimentao do saldo da conta da data do exame at a data do encerramento do exerccio, reduzindo, dessa forma, o tempo gasto na finalizao da Auditoria.

    Estudo do controle interno

    O estudo a ser realizado como base para a avaliao do controle interno implica conhecer e compreender os procedimentos e mtodos estabelecidos e qual a segurana que se tem de que eles esto sendo aplicados e funcionando conforme previsto.

    O auditor obtm um conhecimento geral das atividades do cliente, seus objetivos e sua organizao mediante investigaes internas e externas, como por exemplo: papis de trabalho de anos anteriores, arquivo de correspondncia, relatrios sobre trabalhos especiais, publicaes externas e reunies com o pessoal da firma (Auditoria) e do cliente.

    O conhecimento especfico obtido por meio de reunies com pessoal autorizado do cliente, principalmente aqueles responsveis pela execuo ou superviso das diversas funes dentro dos sistemas.

    Reviso dos sistemas de controle interno

    Uma vez identificadas as funes do sistema, o auditor dever obter o seu conhecimento detalhado e registr-lo em forma de fluxograma ou narrativa; o prximo passo confirmar tal registro, o que feito por meio do exame de cada documento gerado pelo sistema, comprovando, ainda, que as funes descritas esto sendo executadas de acordo com o demonstrado no referido fluxograma.

    O passo seguinte ser testar o sistema por meio da seleo de tantos documentos quantos forem necessrios, dependendo do volume de operaes e da frequncia dos documentos.

    Com os documentos em mos, o auditor dever acompanhar os procedimentos de escriturao e identificar as funes de execuo, reviso e aprovao das operaes.

    Ser nesta etapa do trabalho de Auditoria que o auditor identificar se as funes esto sendo executadas de maneira adequada e se as revises e aprovaes esto devidamente evidenciadas nos documentos. Qualquer exceo ser objeto de anlise da ocorrncia, se isolada ou comum a todos os documentos.

  • 33

    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    Avaliao dos sistemas de controle interno

    Para essa avaliao, o auditor utiliza-se de questionrios que pressupem tcnicas eficientes de controle dentro de um padro ideal; esses questionrios devero ser interpretados e adaptados a cada tipo de companhia ou atividade.

    Os questionrios de avaliao do controle interno possuem um elenco de perguntas individuais que cobrem os controles internos contbeis e os controles internos administrativos.

    Caso a resposta a uma pergunta do questionrio de avaliao do controle interno seja negativa, o auditor dever reestudar o registro do sistema para definir se:

    a. existe um controle alternativo em substituio ao inexistente;

    b. representa a ausncia do controle.

    Em existindo um controle alternativo, o auditor adapta seu questionrio para contemplar o controle substituto. Se, porm, no existir o controle, o auditor tomar as seguintes medidas:

    1. Incluir no seu programa de Auditoria, para validao dos saldos de balano, modificaes que permitam avaliar o efeito dessas falhas nos nmeros finais das demonstraes financeiras, para saber se justifica ou no uma ressalva no parecer dos auditores.

    2. Comunicar tal falha ao seu cliente, por meio da carta de recomendaes, para melhoria dos registros de controle interno da companhia.

    Os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

    I avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execuo

    dos programas de Governo e dos oramentos da Unio;

    II comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto eficcia e eficincia,

    da gesto oramentria, financeira e patrimonial nos rgos e entidades

    da Administrao federal, bem como da aplicao de recursos pblicos por

    entidades de direito privado;

    III exercer o controle das operaes de crdito, avais e garantias, bem como

    dos direitos e haveres da Unio;

    IV apoiar o controle externo no exerccio de sua misso institucional.

    Os responsveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela daro cincia ao Tribunal de Contas da Unio, sob pena de responsabilidade solidria.

    No estudo do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, a organizao e a disciplina (dadas atualmente por medida provisria) e a definio de conceitos, diretrizes e as normas de

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    UNIDADE IV AUDITORIA NO SETOR PBLICO

    Auditoria desse sistema (dadas pela Instruo Normativa no 16/1991, do ento Departamento de Tesouro Nacional, Ministrio da Economia, Fazenda e Planejamento) formam a teoria bsica dessa matria.

    A superviso ministerial

    Todo e qualquer rgo da Administrao federal direta (Poder Executivo) est sujeito superviso do Ministro de Estado competente, excetuados unicamente os rgos que esto submetidos superviso direta do Presidente da Repblica, ou dos rgos que integram a Presidncia da Repblica.

    O Ministro de Estado o responsvel, perante o Presidente da Repblica, pela superviso dos rgos da Administrao federal enquadrados em sua rea de competncia. O Ministro de Estado exercer a superviso por meio da orientao, coordenao e controle das atividades dos rgos subordinados ao Ministrio.

    A superviso, na rea de competncia do Ministro de Estado, objetiva, de modo geral:

    assegurar a observncia da legislao federal;

    promover a execuo dos programas de Governo;

    fazer observar os princpios fundamentais da Reforma Administrativa;

    coordenar as atividades dos rgos supervisionados e harmonizar sua atuao dos demais Ministrios;

    avaliar o comportamento administrativo dos rgos supervisionados e diligenciar no sentido de que estejam confiados a dirigentes capacitados;

    proteger a administrao dos rgos supervisionados contra interferncias e presses ilegtimas;

    fortalecer o sistema do mrito;

    fiscalizar a aplicao e utilizao de dinheiro, valores e bens pblicos;

    acompanhar os custos globais dos programas setoriais do Governo, a fim de alcanar uma prestao econmica de servios;

    fornecer ao rgo prprio os elementos necessrios prestao de contas do exerccio financeiro;

    transmitir ao Tribunal de Contas, sem prejuzo da fiscalizao deste, informes relativos administrao financeira e patrimonial dos rgos do Ministrio.

    A Lei no 8.028 criou o cargo de Secretrio-Executivo nos Ministrios Civis, exceto no das Relaes Exteriores. A ele cabe supervisionar as Secretarias no subordinadas diretamente ao Ministro de Estado e exercer outras funes que o Ministro lhe atribuir.

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    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    A superviso das entidades da Administrao indireta observa disposies especficas, referidas na

    parte que trata dessas entidades.

    Assegurada a superviso ministerial, o Poder Executivo outorgar aos rgos da Administrao

    federal a autoridade executiva necessria ao eficiente desempenho de sua responsabilidade legal e/

    ou regulamentar.

    As entidades da Administrao indireta, na rea do Poder Executivo, so vinculadas ao rgo da

    Presidncia da Repblica ou ao Ministrio em cuja rea de competncia estiver enquadrada sua

    principal atividade.

    Os Secretrios da Presidncia da Repblica e os Ministros de Estado (por intermdio dos Secretrios

    dos Ministrios) exercem a superviso dessas entidades com vistas a assegurar:

    a realizao dos objetivos fixados nos atos de constituio da entidade;

    a harmonia com a poltica e a programao do Governo no setor de atuao da entidade;

    a eficincia administrativa; e

    a autonomia administrativa, operacional e financeira da entidade.

    A superviso exercida por intermdio das seguintes medidas, entre outras:

    indicao ou nomeao pelo Secretrio da Presidncia, ou pelo Ministro, ou, se for o caso, eleio dos integrantes da entidade, conforme sua natureza jurdica;

    designao, pelo Secretrio da Presidncia ou pelo Ministro, dos representantes do Governo federal nas assembleias-gerais e rgos de administrao ou controle da

    entidade;

    recebimento sistemtico de relatrios, boletins, balancetes, balanos e informaes que permitam acompanhar as atividades da entidade e a execuo do oramento-

    programa e da programao financeira aprovados pelo Governo;

    aprovao anual da proposta de oramento-programa e da programao financeira da entidade, no caso de autarquia;

    aprovao de contas, relatrios e balanos, diretamente ou por meio dos representantes ministeriais nas assembleias e rgos de administrao ou controle;

    fixao, em nveis compatveis com os critrios de operao econmica, das despesas de pessoal e de administrao;

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    UNIDADE IV AUDITORIA NO SETOR PBLICO

    fixao de critrios para gastos de publicidade, divulgao e relaes pblicas;

    realizao de Auditoria e avaliao peridica de rendimentos e produtividade; e

    interveno, por motivo de interesse pblico.

    As empresas pblicas e as sociedades de economia mista tero condies de funcionamento idnticas s do Setor Privado, cabendo a essas entidades, sob a superviso correspondente, ajustar-se ao plano do Governo.

    As entidades da Administrao indireta devero estar habilitadas a:

    prestar contas da sua gesto, pela forma e nos prazos estipulados em cada caso;

    prestar, a qualquer momento, por intermdio do Ministro de Estado, as informaes solicitadas pelo Congresso Nacional; e

    evidenciar os resultados positivos ou negativos de seus trabalhos, indicando suas causas e justificando as medidas postas em prtica ou cuja adoo se impuser no interesse do servio pblico.

    O setor pblico e a auditoria independente

    A Administrao Pblica federal poder valer-se do auxlio de auditores independentes para controle da coisa pblica, em conformidade com o disposto na lei que instituiu o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

    A Secretaria Federal de Controle poder contratar servios de empresas de Auditoria Independente quando houver carter de emergncia ou de excepcionalidade e observado o processo licitatrio, para, sob sua coordenao, atuar junto a entidades organizadas sob a forma de sociedades de economia mista e de empresas pblicas do Governo federal. Caber, ainda, a essa Secretaria, disciplinar e manter registros sobre a contratao de consultorias e Auditorias independentes, no mbito da Administrao Pblica federal.

    O sistema de controle externo

    O controle exerce, na administrao sistmica, papel fundamental no desempenho eficaz de qualquer organizao. por meio dele que detectamos eventuais desvios ou problemas que ocorrem durante a execuo de um trabalho, possibilitando a adoo de medidas corretivas para que o processo se reoriente na direo dos objetivos traados pela organizao.

    Na Administrao Pblica, a importncia do controle foi destacada principalmente com o advento da Reforma Administrativa de 1967. Assim, o art. 6o do Decreto-Lei no 200/1967 o coloca ao lado do planejamento, entre os cinco princpios fundamentais que norteiam as atividades da Administrao Federal.

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    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    Evidentemente, o controle no fim em si mesmo e, dentro desse esprito, os controles puramente formais ou cujo custo seja superior ao risco devem ser abandonados, no s em atendimento ao art. 14 do Decreto-Lei no 200, mas tambm poltica de desburocratizao do Governo.

    A Lei no 4.320/1964 estabelece que o controle da execuo oramentria e financeira da Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal ser exercido pelos Poderes Legislativo e Executivo, mediante controles externo e interno, respectivamente.

    Esse entendimento reafirmado pelo art. 70 da Constituio, que determina:

    A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da

    Unio e das entidades da Administrao direta e indireta, quanto legalidade,

    legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas,

    ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo

    sistema de controle interno de cada Poder.

    De acordo com o que dispe o art. 75 da Lei no 4.320/1964, o controle da execuo oramentria e financeira tem por finalidade examinar:

    I a legalidade dos atos de que resultem a arrecadao da receita ou a realizao

    da despesa, o nascimento ou a extino de direitos e obrigaes;

    II a fidelidade funcional dos agentes da Administrao responsveis por bens

    e valores pblicos; e

    III o cumprimento do programa de trabalho, expresso em termos monetrios

    e em termos de realizao de obras e prestao de servios.

    Os dois primeiros itens expressam a preocupao jurdico-legal ou formal do controle, por influncia do oramento tradicional, enquanto o ltimo item j consagra princpios do oramento-programa, dado que a preocupao , basicamente, com a eficcia ou os objetivos dos programas de trabalho.

  • 38

    CAPTULO 3O congresso e a fiscalizao

    A importncia da apreciao do oramento pelo Congresso extrapola critrios legais e contbeis, pois ao discutir o maior instrumento de poltica econmica do Governo considera no apenas as grandes diretrizes que iro determinar as atividades do Estado, mas tambm quais os grupos sociais que sero ou no beneficiados em funo de tais atividades.

    Considerar o oramento como instrumento de poltica econmica implica analis-lo dentro de contexto mais amplo, pois a pea oramentria est inserida dentro da ao estratgica do Governo federal para o desenvolvimento econmico e social, consubstanciado no plano plurianual, que tambm apreciado pelo Parlamento.

    Assim sendo, a atuao do Congresso como controlador externo s atividades do Executivo de especial relevncia na manuteno e no aperfeioamento do regime democrtico, pois alm de garantir a legitimidade das polticas governamentais est tambm baseada nas principais caractersticas do trabalho parlamentar, como pluralidade de ideias, participao popular e transparncia das aes.

    Essa ao fiscalizadora do Congresso uma atividade de carter contnuo, obtendo resultados mais marcantes a mdio prazo, pois no apenas monitora a aplicao dos recursos do oramento do ano em curso, mas, com base nos resultados do acompanhamento e das eventuais avaliaes, tambm prope alteraes para os oramentos futuros e influi no planejamento de curto e longo prazos.

    Outro aspecto marcante da fiscalizao do oramento pelo Congresso o carter preventivo da atividade, visto que a identificao de problemas referentes eficincia, eficcia e economicidade de polticas, programas e projetos deve reduzir em muito o desperdcio de recursos pblicos.

    Alm das caractersticas anteriormente enumeradas, til lembrar que a seletividade um critrio essencial para o desenvolvimento da atividade de fiscalizao pelo Congresso. Esse procedimento necessrio, uma vez que o universo das atividades do Governo to amplo que no pode ser avaliado na sua totalidade, sendo necessrio adequar a demanda s prioridades dos parlamentares e aos recursos financeiros e humanos disponveis.

    Cabe ainda enfatizar que a Constituio de 1988 garantiu ao Parlamento brasileiro o pleno exerccio das funes de fiscalizao e controle, bem como os meios para, visando estabilidade da democracia no Pas, conhecer a realidade das contas pblicas e do desempenho do Governo federal. Analisando esse conjunto de informaes, fica evidente que o Congresso, amparado pela Carta Constitucional, deve influir, decisivamente, na formulao e execuo das polticas pblicas no Brasil.

    No mbito da Comisso Mista de Planos, Oramento Pblico e Fiscalizao, conforme dispe seu regulamento, o art. 28, VIII, estabelece, in verbis:

    Subcomisso de Acompanhamento e Fiscalizao, composta de dezesseis

    membros e incumbida de acompanhar e fiscalizar a execuo oramentria,

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    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    analisar e avaliar as polticas econmica, fiscal, previdenciria e monetria,

    incluindo a dvida pblica interna e externa, programas e operaes a cargo do

    Banco Central do Brasil, votos do Conselho Monetrio Nacional, privatizao,

    tarifas pblicas e matrias correlatas;

    Ainda no mesmo regulamento, preceitua o seguinte:

    Art. 62. O acompanhamento e a fiscalizao financeira da execuo

    oramentria permitir a avaliao da eficcia dos planos, programas, projetos

    e atividades, examinar a arrecadao das receitas e a aplicao dos recursos

    pblicos, bem como governamentais, atendendo ao disposto nos arts. 70 e 75

    da Constituio Federal.

    1o Os relatrios de acompanhamento e fiscalizao financeira sero bimestrais

    e elaborados de acordo com as diversas subcomisses, contendo informaes

    objetivas e subjetivas.

    2o Os relatrios mencionados no pargrafo anterior contero, entre outros,

    os seguintes aspectos:

    a) verificao se esto sendo atingidos os objetivos e metas estabelecidos;

    b) constatao do desempenho fsico-financeiro de projetos;

    c) identificao de parmetros que possam permitir a avaliao dos impactos

    resultantes de investimentos com recursos pblicos;

    d) constatao da legalidade e legitimidade dos atos e fatos da gesto financeira,

    oramentria e patrimonial;

    e) anlise de custos para os cidados versus benefcios sociais gerados no

    universo de interferncia do projeto;

    f) identificao de obstculos polticos, institucionais, tcnicos, financeiros e

    logsticos causadores de desvios de objetivos e metas dos planos, programas e

    projetos governamentais;

    g) sugesto de reprogramao oramentria.

    Formas da atividade fiscalizadora do congresso

    A atividade fiscalizadora do Congresso, especialmente no que se refere rea oramentria, pode assumir vrias formas, entre as quais destacamos:

    1. avaliaes de polticas de carter macro como, por exemplo, a dvida externa ou o sistema de sade;

    2. estudos de alguns programas ou projetos especficos, a exemplo da merenda escolar ou da reforma agrria;

  • 40

    UNIDADE IV AUDITORIA NO SETOR PBLICO

    3. anlise do desempenho de rgos governamentais;

    4. acompanhamento, de forma sistemtica, da execuo oramentria da receita e da despesa, por meio de sistemas informatizados;

    5. investigao de denncias sobre ilegalidades ou m aplicao de recursos oramentrios.

    O Congresso, habitualmente, desenvolve vrias atividades de importncia para o exerccio de sua atribuio fiscalizadora, tais como: entrevistas peridicas entre tcnicos do Executivo e do Legislativo; depoimentos pblicos de dirigentes e funcionrios do Governo, de peritos e de representantes de entidades civis; comisses de inqurito; comisses permanentes; anlise rotineira de relatrios enviados pelos vrios rgos do Executivo e mesmo de instituies no governamentais.

    Para o melhor desempenho da atividade fiscalizadora do Congresso importante que essas aes sejam sistematizadas, pelo estabelecimento de rotinas e procedimentos padronizados em todos os seguimentos do Legislativo, tais como comisses permanentes, comisses de inqurito e assessorias. Fundamental, ainda, que essas aes sejam executadas de forma integrada interna e externamente, disciplinadas por um plano de ao de mdio prazo, discutido e aprovado pelos parlamentares.

    Instrumentos disponveis na constituio federal para o congresso exercer sua competncia de controlador externo

    Anlise e Julgamento das Contas do Presidente da Repblica

    Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:

    [...]

    IX julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e

    apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de Governo;

    X fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos

    do Poder Executivo, includos os da Administrao indireta;

    XI zelar pela preservao de sua competncia legislativa em face da atribuio

    normativa dos outros Poderes;

    Comisses Parlamentares de Inqurito

    Art. 58

    [...]

    3o As comisses parlamentares de inqurito, que tero poderes de investigao

    prprios das autoridades judiciais, alm de outros previstos nos regimentos

    das respectivas Casas, sero criadas pela Cmara dos Deputados e pelo Senado

    Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um tero

  • 41

    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    de seus membros, para a apurao de fato determinado e por prazo certo,

    sendo suas concluses, se for o caso, encaminhadas ao Ministrio Pblico, para

    que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

    Convocao de Ministros e Autoridades para Depoimento

    Art. 50. A Cmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas

    comisses, podero convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de

    rgos diretamente subordinados Presidncia da Repblica para prestarem,

    pessoalmente, informaes sobre assunto previamente determinado,

    importando crime de responsabilidade a ausncia sem justificao adequada.

    1o Os Ministros de Estado podero comparecer ao Senado Federal, Cmara

    dos Deputados ou a qualquer de suas comisses, por sua iniciativa e mediante

    entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevncia de seu

    Ministrio.

    Aprovao de Autoridades pelo Senado Federal

    Art. 52

    [...]

    Compete privativamente ao Senado Federal:

    II aprovar previamente, por voto secreto, aps arguio pblica, a escolha

    de:

    a) magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituio;

    b) Ministros do Tribunal de Contas da Unio indicados pelo Presidente da

    Repblica;

    c) Governador de Territrio;

    d) presidente e diretores do Banco Central;

    e) Procurador-Geral da Repblica;

    f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

    [...]

    IV aprovar previamente, por voto secreto, aps arguio em sesso secreta, a

    escolha dos chefes de misso diplomtica de carter permanente;

    XI aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exonerao, de ofcio,

    do Procurador-Geral da Repblica antes do trmino de seu mandato;

    XIV eleger membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII.

  • 42

    UNIDADE IV AUDITORIA NO SETOR PBLICO

    Controle dos Limites de Endividamento e Aprovao de Operaes de Crdito pelo Senado Federal

    Art. 52 Compete privativamente ao Senado Federal:

    [...]

    V autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse da Unio,

    dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios;

    VI fixar, por proposta do Presidente da Repblica, limites globais para o

    montante da dvida consolidada da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e

    dos Municpios;

    VII dispor sobre limites globais e condies para as operaes de crdito

    externo e interno da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios,

    de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Pblico federal;

    VIII dispor sobre limites e condies para a concesso de garantia da Unio

    em operaes de crdito externo e interno;

    IX estabelecer limites globais e condies para o montante da dvida

    mobiliria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

    Requerimentos de Informaes a Autoridades

    Art. 50 A Cmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas comisses, podero convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de

    rgos diretamente subordinados Presidncia da Repblica para prestarem,

    pessoalmente, informaes sobre assunto previamente determinado,

    importando crime de responsabilidade a ausncia sem postificao adequada.

    [...]

    2o As Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal podero

    encaminhar pedidos escritos de informao a Ministros de Estado ou

    qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando crime de

    responsabilidade a recusa, ou o no atendimento no prazo de trinta dias, bem

    como a prestao de informaes falsas.

    Aes com Auxlio do Tribunal de Contas da Unio

    Art. 70 A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da Administrao direta e indireta,

    quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e

    renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle

    externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

    Art. 71 O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete:

  • 43

    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    I apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da Repblica,

    mediante parecer prvio, que dever ser elaborado em sessenta dias a contar

    de seu recebimento;

    [...]

    IV realizar, por iniciativa prpria, da Cmara dos Deputados, do Senado

    Federal, de comisso tcnica ou de inqurito, inspees e Auditorias de

    natureza contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial, nas

    unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, e

    demais entidades referidas no inciso II;

    [...]

    VII prestar as informaes solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer

    de suas Casas, ou por qualquer das respectivas comisses, sobre a fiscalizao

    contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial e sobre resultados

    de Auditorias e inspees realizadas;

    [...]

    4o O Tribunal encaminhar ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente,

    relatrio de suas atividades.

    Aprovao de Legislao Corretiva e Exerccio Direto da Fiscalizao

    Art. 49 da competncia exclusiva do Congresso Nacional:

    [...]

    X fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos

    do Poder Executivo, includos os da Administrao indireta;

    XI zelar pela preservao de sua competncia legislativa em face da atribuio

    normativa dos outros Poderes;

    Impedimento de Autoridades

    Art. 52 Compete privativamente ao Senado Federal:

    I processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica nos crimes

    de responsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes da mesma natureza

    conexos com aqueles;

    II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o

    Procurador-Geral da Repblica e o Advogado-Geral da Unio nos crimes de

    responsabilidade.

  • 44

    CAPTULO 4Relatrio de auditoria de gesto

    PROCESSO No ................................................................................................................

    UNIDADE GESTORA/ENTIDADE:................................................................................

    EXERCCIO DE 199X

    OBJETIVO DA Auditoria:...............................................................................................

    RELATRIO DE Auditoria DE GESTO No...................................................................

    Em atendimento determinao contida no Ofcio no .........., de .............................. de .............................. 199X, do Secretrio de Controle Interno, apresentamos o Relatrio de Auditoria que trata dos exames realizados sobre os atos e consequentes fatos da gesto, praticados no perodo de 01.01 a 31.12.9X, sob a responsabilidade dos dirigentes da Unidade (ou Entidade) em referncia, arrolados s fls. .......... do processo supracitado.

    Introduo

    O processo de tomada de contas (ou de prestao de contas) est constitudo das peas bsicas a que se refere a Instruo Normativa no 08/1990, do Departamento do Tesouro Nacional, e em consonncia com o disposto na Resoluo do Tribunal de Contas da Unio de no 206/1980, alterada e consolidada pelas de no 123/1983, 234/1988 e 254/1991.

    O trabalho foi desenvolvido na sede do rgo (ou Entidade) localizado(a) na cidade de ......................, Estado de .............................. Os referidos exames foram efetuados por amostragem, na extenso julgada necessria nas circunstncias apresentadas, de acordo com as normas de Auditoria aplicveis ao Servio Pblico Federal, com o objetivo de emitir opinio sobre a regularidade da gesto desses agentes.

    Nenhuma restrio nos foi imposta quanto ao mtodo ou extenso de nossos trabalhos. Os programas de Auditoria e respectivos procedimentos estabelecidos para execuo dos exames foram aplicados de acordo com a natureza e as atividades do rgo (ou da Entidade) auditado(a), e abrangeram as reas de .........................................................................................................................

    Cabe-nos esclarecer, que os programas de Auditoria e respectivos procedimentos que pretendamos adotar no desenvolvimento de nossos trabalhos ficaram impossibilitados de sere aplicados, em toda sua extenso, tendo em vista as seguintes restries: (indicar a natureza do exame ou da verificao pretendida, bem como as restries sofridas e quem deu causa sua ocorrncia).

  • 45

    AUDITORIA NO SETOR PBLICO UNIDADE IV

    Orientaes

    Controles internos (orientao quanto abordagem)

    Sob este ttulo, o AFC, com base no organograma do rgo (ou da Entidade), nas normas e rotinas estabelecidas (nos estatutos sociais e no regimento interno, se for o caso, ou nos levantamentos efetuados sob outros critrios) e na orientao contida no Cdigo 04.01.00 da Instruo Normativa MEFP/DTN/COAUD no 16/1991, dever descrever os controles internos existentes, examinados e testados, avaliando-os quanto aos aspectos da eficincia e eficcia e, bem assim, mencionar aqueles necessrios de serem implementados com vistas obteno de melhor desempenho do rgo, em cada rea auditada.

    Exame das peas que integram o processo (orientao quanto abordagem)

    Neste Captulo, dever ser descrito o resultado dos exames procedidos, considerando-se o teor do que contm as peas inseridas no processo e utilizando-se, entre outros, dos procedimentos aplicveis e das tcnicas de Auditoria mencionados nos Cdigos 05.07.00 e 05.08.00 da Instruo Normativa 16/1991, mencionada.

    Trata-se de exame quanto ao mrito, exatido e fidedignidade das referidas peas. Em se tratando de Auditoria em empresas pblicas e sociedades de economia mista, dever ser mencionado, em pargrafo especfico, que: as demonstraes financeiras da entidade levantadas em 31 de dezembro de 199X e elaboradas