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Direito Constitucional

Princípios Fundamentais

Professor

Vítor Cruz (Vampiro)

www.ricardoalexandre.com.br

TRT 6ª Região

AULA 0

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Direito Constitucional TRT 6ª Região AULA 0|Princípios Fundamentais Prof. Vítor Cruz (Vampiro)

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Introdução

Olá futuro servidor do TRT! Tudo certo?

É um imenso prazer estar aqui para ministrar mais esse curso por este importante Portal. É realmente uma honra poder ajudar nos seus estudos e contribuir para sua a

aprovação que certamente virá.

Se você ainda não me conhece: eu sou o Prof. Vítor Cruz, também conhecido no

mundo dos concursos como Vampiro (desde muito antes do crepúsculo, diga-se de passagem...). Então, se você ouvir por aí alguém falar em “Resumão do Vampiro”,

“Constituição do Vampiro”... Já sabe, né? ;)

Bom, hoje estou aqui para lhe ensinar a disciplina mais legal dos concursos públicos: o

Direito Constitucional. Se você não acha isso, tentarei mudar sua opinião ao longo do curso!

Afinal, eu tenho 3 missões bem claras nesse mundo dos concursos:

1- A primeira é lhe mostrar que o direito constitucional, mesmo os seus temas mais

complexos, é um melzinho na chupeta de tão fácil. Para isso vou lhe ajudar a quebrar qualquer barreira no aprendizado;

2- A minha segunda missão é fazer com que você tire a nota 10 em Constitucional na prova, e por esse motivo vou lhe capacitar para buscar o 11;

3- A terceira missão é lhe convencer que você não só pode, como certamente será

aprovado em qualquer concurso que deseje, basta ficar firme aqui comigo.

Estamos juntos?

Primeiro, deixa eu te contar um pouquinho sobre mim, para estreitarmos a amizade... Eu me casei com o Direito Constitucional há mais de 10 anos. Já são 12 anos “respirando

concursos públicos”, sendo que sou servidor público federal há 18 anos, trabalhando como Militar e nos Poderes Executivo e Judiciário.

Sou ex-Oficial da Marinha do Brasil, graduado em Ciências Navais pela Escola Naval e Pós-graduado em Direito Constitucional.

Sou também criador e diretor do Nota11 Concursos, fundado em 2012 e também atuo como coordenador editorial, escritor e palestrante nas áreas de concursos públicos,

negócios, aprendizagem, comunicação e desenvolvimento pessoal.

Entre os 10 livros que eu escrevi, destaca-se a "Constituição Federal Anotada para

Concursos" publicada pela Editora Ferreira, que persistiu firme pela crise editorial e já está em sua 10ª Edição, além também da coordenação de dezenas de livros pela Editora

Método, em especial a coleção 1001 questões comentadas, onde fui autor de 5 obras.

Qual o foco deste curso para o TRT 6ª Região:

Este curso será Este curso de Teoria, Macetes, Esquemas e Questões focado na banca

FCC.

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Eventualmente poderei colocar uma ou outra questão de outra banca, para fins de

fixação ou exemplificação, mas o foco é em questões FCC, que é o que interessa para nós. Beleza?

Neste curso, pretendo seguir o seguinte cronograma e disposição dos conteúdos:

Aula zero: Constituição: conceito, origens, conteúdo, estrutura

Aula 1: Normas constitucionais, Interpretação e Aplicabilidade das normas

Constitucionais. Princípios Constitucionais.

Aula 2: Da aplicabilidade e interpretação das normas constitucionais; vigência e eficácia das normas constitucionais.

Aula 3 Princípios Fundamentais.

Aula 4: Teoria Geral dos Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos – Parte 1

Aula 5: Direitos e deveres individuais e coletivos – Parte 2

Aula 6: Direitos sociais. Direitos de nacionalidade, direitos políticos e partidos políticos.

Aula 7: Organização político-administrativa do Estado. Estado federal brasileiro, União, estados, Distrito Federal e municípios.

Aula 8: Administração Pública. Disposições Gerais. Servidores Públicos.

Aula 9: Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Poder Executivo. Atribuições e responsabilidades do presidente da República.

Aula 10: Poder Judiciário – Parte 1 – Gerais, STF e STJ

Aula 11: Poder Judiciário – Parte 2 – Tribunais Regionais

Federais e dos Juízes Federais; dos Tribunais e Juízes do Trabalho e Funções Essenciais à Justiça: Ministério Público; da Advocacia Pública; da Advocacia e da

Defensoria Públicas.

Aula 12: Controle de Constitucionalidade:

Aula 13: Funções essenciais à Justiça e Ordem social: disposição geral; da

seguridade social.

Vamos lá então...

Sumário Princípios Fundamentais: ......................................................................................................................... 4

Como esse tema é cobrado em provas? ........................................................................................ 4

Conceito: ..................................................................................................................................................... 4

Cobrança literal dos Princípios Fundamentais – art. 1º ao 4º da Constituição: ............. 6

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Cobrança Doutrinária e Jurisprudencial: .......................................................................................... 16

Estados simples X Estados complexos: ................................................................................ 22

Estados simples centralizados, desconcentrados e descentralizados: ............. 22

Federação x Confederação: ......................................................................................................... 22

Outras características do parlamentarismo: .................................................................... 26

Sistema diretorial de governo (governo de assembléia): ........................................ 27

Monarquia Parlamentarista e Monarquia Presidencialista: ..................................... 27

Tripartição funcional do poder: ............................................................................................................ 29

A “separação” dos Poderes ao longo dos tempos: ....................................................... 30

Peculiaridades das funções do Poder no sistema atual: ........................................... 31

Classificação doutrinária dos Princípios Fundamentais: ............................................................. 34

Outras questões sobre princípios fundamentais:.......................................................................... 35

Princípios Fundamentais:

Como esse tema é cobrado em provas?

Os princípios fundamentais são cobrados em concursos de duas formas:

1- Explora-se exaustivamente a literalidade do art. 1º ao 4º. Estes dispositivos devem estar completamente internalizados pelo candidato,

em todas as suas palavras e detalhes.

2- Cobra-se muita doutrina sobre os conceitos intrínsecos a cada termo presente nestes dispositivos, como “Federação’, “República”, e etc.

Conceito:

Primeiro, vamos entender um pouco melhor o que seriam esses "Princípios Fundamentais":

• Conceito: São os princípios básicos da estruturação e organização do Estado e do seu Poder Político.

• Na Constituição: Vão do art. 1º ao 4º.

• Sinônimos: Princípios político-constitucionais (pois organizam o Estado, os que decorrem deles são os jurídico-constitucionais), -tudo que for relacionado ao termo "político" estará dando ideia de "organização"- são também

chamados de normas-síntese, normas-matriz (pois sintetizam e servem de origem para diversos desdobramentos ao longo da Constituição).

• Princípios Fundamentais X Princípios Gerais do Direito:Não se pode

confundir os princípios fundamentais com os princípios gerais do direito constitucional. Enquanto aqueles estão positivados na Constituição, estes formam um estudo teórico, são aplicáveis a vários ordenamentos.

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Questões para fixar:

1. (CESPE/Analista de Infraestrutura – MP/2012)Os princípios

fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF) designam as características mais essenciais do Estado brasileiro.

Comentários:

Exatamente isto, são os princípios fundamentais que “mostram a cara” do país, sua identidade, seus valores.

Gabarito: Correto.

2. (ESAF/Analista-SUSEP/2010 - Adaptada) Muito se tem falado acerca dos princípios constitucionais. Sobre tais princípios, é correto afirmar que:

a) É correto dizer que há distinção entre os princípios constitucionais

fundamentais e os princípios gerais do direito constitucional.

b) as normas-sínteses ou normas-matrizes não têm eficácia plena e aplicabilidade imediata.

c) os princípios jurídico-constitucionais não são princípios constitucionais gerais, todavia não se constituem em meros desdobramentos dos princípios fundamentais.

d) quando a Constituição prevê que a ordem econômica e social tem por fim realizar a justiça social, não estamos diante de uma norma-fim, por não abranger todos os direitos econômicos e sociais, nem a toda a ordenação

constitucional.

Comentários:

Letra A - Correto.

Letra B - Errado. Os princípios fundamentais, em regra, definem a forma de Estado, a forma de Governo, estabelecem os fundamentos do Estado, e, assim, possuem eficácia plena. Existem exceções como as normas programáticas do

art. 3º. No entanto está errado dizer os princípios fundamentais "não têm eficácia plena e aplicabilidade imediata", generalizando.

Letra C - Errado. Como vimos, os jurídico-constitucionais são desdobramentos

dos político-constitucionais. Isso também não é uma afirmação 100%. Canotilho diz que "muitas vezes" são desdobramentos. De qualquer forma, está incorreta a questão. Mas nessa o examinador quase escorregou.

Letra D - Errado. Normas-fim são as normas que direcionam o poder público a alcançar um objetivo, uma norma programática. Segundo Canotilho, a determinação constitucional segundo a qual as ordens econômicas e social tem

por fim realizar a justiça social constitui uma norma-fim, que permeia todos os direitos econômicos e sociais e os demais princípios informadores da ordem econômica são da mesma natureza.

Gabarito: Letra A.

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Cobrança literal dos Princípios Fundamentais – art. 1º ao 4º da Constituição:

Predomina nos concursos a cobrança da literalidade, todas as bancas cobram o conhecimento dos art. 1ª ao 4º da Constituição e não raramente tentam confundir o candidato com os nomes que ali aparecem.

Para fins de cobrança “literal” dos princípios fundamentais, existem 4 coisas que devem estar completamente decoradas, que são os fundamentos, os objetivos fundamentais, os princípios que regem as relações

internacionais e o objetivo do Brasil no Plano Internacional.

Atenção!!! Isso são pontos ganhos na prova, nunca esqueça, esqueça até do seu nome... mas nunca esqueça esses dispositivos.Segue uma tabela com

alguns detalhes e mnemônicos:

FUNDAMENTOS

(art. 1º):

(So-Ci-Di-Val-Plu)

▪ soberania;

▪ cidadania;

▪ dignidade da pessoa humana;

▪ valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

▪ pluralismo político.

OBJETIVOS

FUNDAMENTAIS (art. 3º):

▪ Construir uma sociedade livre, justa e SOLIDÁRIA;

▪ Garantir o desenvolvimento nacional;

▪ ERRADICAR a pobreza e a marginalização e

REDUZIR as desigualdades sociais e regionais; e

▪ Promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTER-

NACIONAIS (art. 4º):

(in-pre-auto-não-

igual-defe-so-re-co-co)

▪ independência nacional;

▪ prevalência dos direitos humanos;

▪ autodeterminação dos povos;

▪ não intervenção;

▪ igualdade entre os Estados;

▪ defesa da paz;

▪ solução pacífica dos conflitos;

▪ repúdio ao terrorismo e ao racismo;

▪ cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

▪ concessão de asilo político.

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OBJETIVO DO BRASIL NO PLANO

INTERNACIONAL (art. 4º, §único):

▪ Buscar a integração política, econômica, social e cultural entre os povos da AMERICA LATINA,

visando formar uma comunidade LATINO-AMERICANA de nações.

Não esqueça também a literalidade do caput do art. 1º e seu parágrafo único e do art. 2º:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união

indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (...).

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Mais tarde, veremos os desdobramentos dessas coisas, ok? Agora, trate de ficar repetindo isso tudo para você mesmo, até decorar cada palavrinha.

Para te ajudar nessa tarefa árdua, vamos ver questões que deixarão essa decoreba mais agradável:

3. (FCC/Analista- TRT- 3ª/2015) São fundamentos constitucionais expressos da República Federativa do Brasil:

(A) soberania; cidadania; dignidade da pessoa humana; monopólio da economia estratégica; bicameralismo.

(B) soberania; cidadania; dignidade da pessoa humana; valores sociais do

trabalho e da livre iniciativa; pluralismo político.

(C) dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; centralismo político e democrático; defesa da família.

(D) cidadania; livre iniciativa; pluricameralismo; defesa da propriedade privada; defesa da família.

(E) dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

monopólio da economia estratégica; defesa social; defesa do meio ambiente.

Comentários:

Mais uma questão cobrando a literalidade... uma dessas não pode passar, os

fundamentos expressos são Soberania, cidadania, dignidade da pessoa

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humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político (SO, CI, DI VAL, PLU).

Gabarito: Letra B.

4. (FCC/Defensor DPE-RS/2014) Na Constituição Federal está previsto

que “A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.” Para tanto, ela traz como princípios

pelos quais se rege nas relações internacionais, expressamente a

(A) construção de uma sociedade livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento nacional.

(B) erradicação da pobreza e a marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais.

(C) prevalência dos direitos humanos, a solução pacífica dos conflitos e o repúdio

ao terrorismo e ao racismo.

(D) soberania, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.

(E) garantia dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo

político.

Comentários:

Questão cobrando os princípios que regem a RFB em suas relações

internacionais previstos no art. 4°, quais sejam:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações

internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados;VI - defesa

da paz; VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político.

Gabarito: Letra C.

5. (FCC/Téc. Judiciário-TRE-RR/2014) Nos termos da Constituição de

1988, são fundamentos da República Federativa do Brasil, dentre outros,

(A) cidadania, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e inafastabilidade da jurisdição.

(B) dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e função social da propriedade.

(C) soberania, igualdade e liberdade.

(D) dignidade da pessoa humana, direito à vida e à saúde e fraternidade.

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(E) soberania, cidadania e pluralismo político.

Comentários:

Viu a importância de saber a literalidade??? Mais uma SO-CI- Di-Val-Plu, confira:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado

Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

Gabarito: Letra E.

6. (FCC/Auditor- SEFAZ-PE/2014) A República Federativa do Brasil rege-

se, nas suas relações internacionais, pelos seguintes princípios:

(A) concessão de refúgio e asilo político.

(B) observância das decisões dos organismos internacionais e defesa da paz.

(C) repúdio ao terrorismo, ao racismo e à discriminação de gênero.

(D) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e autodeterminação dos povos.

(E) solução pacífica dos conflitos e respeito à neutralidade.

Comentários:

Mais uma questão sobre a literalidade. Vamos por partes.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

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X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração

econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Letra A... percebeu a pegadinha... o “refúgio” não é um princípio que rege a RFB

nas relações internacionais, o asilo político que é um valor a ser observado.

Letra B. Também errado, não tem previsão expressa na Constituição a observância das decisões dos organismos internacionais e defesa da paz, logo

também errado.

Letra C. O repúdio ao terrorismo e ao racismo são princípios observados pela RFB no âmbito das relações internacionais, mas a discriminação de gênero não

consta expressamente.

Letra D, correto, a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e autodeterminação dos povos está prevista no art. 4°, IX.

Letra E. Errado, não consta junto à solução pacífica dos conflitos (art. 4°, VII menção à neutralidade.

Gabarito: Letra D.

7. (FCC/ Juiz- TRT-1/ 2014) Considere:

I. Pluralismo político.

II. Soberania.

III. Independência nacional.

IV. Prevalência dos direitos humanos.

V. Não-intervenção.

De acordo com a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil rege-se

nas suas relações internacionais pelos princípios indicados APENAS em

(A) II, IV e V.

(B) I e II.

(C) II, III e IV.

(D) III, IV e V.

(E) I, III, IV e V.

Comentários:

Tanto o pluralismo político quanto a soberania são princípios fundamentais da RFB. Já a Independência nacional, a prevalência dos direitos humanos e a não-

intervenção são valores que o Brasil adota em suas relações internacionais.

Gabarito: Letra D.

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8. (FCC/ Assessor Técnico- ALE-RN/ 2013) Entre os princípios

fundamentais descritos abaixo, os que NÃO se encontram previstos na Constituição são

(a) a cidadania e os valores sociais do trabalho.

(b) a autonomia do Estado e de seus Municípios.

(c) o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.

(d) a dignidade da pessoa humana e a livre iniciativa.

(e) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

Comentários:

O plebiscito, o referendo e a iniciativa popular são formas de efetivação da

soberania, desta forma, não são princípios fundamentais e sim um direito e garantia fundamental.

Gabarito: Letra C.

9. (FCC/ Juiz- TRT-1/ 2014) Entre os princípios que regem, segundo a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil nas suas relações

internacionais, encontram-se os seguintes:

(A)defesa da paz, soberania nacional, não-intervenção e repúdio a todas as formas de tratamento desumano ou degradante.

(B)autodeterminação dos povos, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e promoção do bem-estar e da justiça social.

(C) defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, não-intervenção e repúdio ao terrorismo e ao racismo.

(D)soberania nacional, proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado,

não-intervenção e solução pacífica dos conflitos.

(E)cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, promoção do bem-estar e da justiça

social.

Comentários:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações

internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

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VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Veja que a alternativa que contempla o enunciado é a letra C.

Gabarito: Letra C.

10. (FCC/Técnico Judiciário-TRE-PR/2012)A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, assinada por Estados do continente africano em 1981, enuncia, em seu artigo 20, que todo povo tem um direito imprescritível e

inalienável, pelo qual determina livremente seu estatuto político e garante seu desenvolvimento econômico e social pelo caminho que livremente escolher.

Na Constituição da República Federativa do Brasil, o teor de referido enunciado

encontra equivalência no princípio de regência das relações internacionais de:

a) repúdio ao terrorismo e ao racismo.

b) construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

c) erradicação da pobreza e da marginalização.

d) autodeterminação dos povos.

e) concessão de asilo político.

Comentários:

As opções das letras “A” e “E” são princípios que regem o Brasil nas relações

internacionais, mas não é o que guarda relação com o enunciado, ou seja, não é isto que a questão está pedindo, atenção!

A letra “B” transcreve um dos objetivos da República Federativa do Brasil,

conforme Art. 3º, I, logo também não é o gabarito. Enquanto a letra “C” se refere ao objetivo constante no art. 3º, III.

Logo, o item correto é a letra D, pois o enunciado se refere á autodeterminação

dos povos, conforme descrito no Art. 4º, III da Constituição, que é justamente a independência que um Estado Soberano possui em face dos outros Estados Soberanos.

Gabarito: Letra D.

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11. (FCC/ Técnico Judiciário-TRF-2ª REGIÃO/2012) Quanto às relações internacionais, o Brasil rege-se, segundo expressamente disposto no artigo 4º

da Constituição Federal brasileira pelo princípio:

a) do juiz natural.

b) do efeito mediato.

c) da sucumbência

d) da igualdade entre os Estados

e) da concentração

Comentários:

Das opções acima a única que está inserida no artigo 4º é a letra D.

Gabarito: letra D.

12. (FCC/Ass. Legislativo - ALESP/2010)Constitui um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal de

1988,

a) a garantia do desenvolvimento nacional.

b) a não intervenção.

c) a defesa da paz.

d) a igualdade entre os Estados.

e) o pluralismo político.

Comentários:

A letra A traz um dos "objetivos fundamentais" da República Federativa do Brasil

(art. 3º).

As letras b, c e d trazem princípios que regem as relações internacionais (art. 4º) e não objetivos fundamentais.

A letra E é a única que traz corretamente um fundamento (art. 1º).

Gabarito: Letra E.

13. (FCC/Ag. Técnico Legislativo - ALESP/2010)Ao tratar dos princípios fundamentais do Estado brasileiro, a Constituição Federal estabelece que:

a) são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o

Executivo, o Judiciário e o Ministério Público.

b) constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil erradicar as desigualdades econômicas, sociais e culturais.

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c) a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política e cultural dos povos da América Latina, da Europa e da África, visando à formação

de uma comunidade de nações.

d) todo o poder emana do povo, que o exerce diretamente conforme determina a legislação eleitoral.

e) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da não intervenção.

Comentários:

A letra A erra, pois o Ministério Público, embora seja considerado "na prática" um quarto poder, não é formalmente um dos Poderes do Estado. A Constituição adota à clássica teoria de Montesquieu que divide as funções do poder político

em 3: Legislativa, Executiva e Jurisdicional.

Letra B - Pegadinha clássica - O que se quer erradicar é a pobreza e a marginalização. Se quer apenas "reduzir" as desigualdades. Não se pode

vislumbrar um país sem desigualdades, isso é mais que utopia. O que se busca é que as desigualdades sejam "mínimas", "reduzidas".

Letra C - Europa e África??? Viajou! O correto seria apenas "América Latina",

nos termos do parágrafo único do art. 4º.

Letra D - O correto seria "que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".

Letra E - Aí sim... a FCC foi colocando um monte de casca de banana, e deixou a resposta certa lá na última!

Gabarito: Letra E.

14. (FCC/Técnico do TRT 7º/2009)Segundo a Constituição Federal, a

República Federativa do Brasil é formada:

a) pelos cidadãos dos quais emana o poder exercido por meio de representantes eleitos.

b) pelo conjunto de cidadãos aos quais são garantidos os direitos fundamentais.

c) pela união dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

d) pela integração econômica, política e social de todos os Estados.

e) pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal.

Comentários:

Essa questão explora a simples literalidade do art. 1º da Constituição.

Gabarito: letra E!

15. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Considere as seguintes afirmações sobre

os princípios fundamentais da Constituição da República:

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I. A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

II. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente, nos termos da Constituição.

III. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, dentre

outros, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) II, apenas.

c) III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) I, II e III.

Comentários:

A questão pediu "princípios fundamentais", então, estará correta qualquer coisa que estiver do art. 1º ao 4º da Constituição, vamos ver:

I- Correto. Literalidade do Caput do art. 1º.

II- Correto. Literalidade do parágrafo único do art. 1º

III- Correto. Literalidade do art. 3º, I e II.

Gabarito: Letra E.

16. (FCC/Técnico-TRT 15ª/2009)Sobre os princípios fundamentais da

República Federativa do Brasil, é correto afirmar que

a) foi acolhido, além de outros, o princípio da intervenção para os conscritos.

b) dentre seus objetivos está o de reduzir as desigualdades regionais.

c) um dos seus fundamentos é a vedação ao pluralismo político. d) o Brasil rege-se nas suas relações internacionais, pela dependência nacional. e) a política internacional brasileira veda a integração política que vise à

formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Comentários:

Mais uma vez, buscaremos qualquer coisa que esteja do art. 1º ao 4º da

Constituição:

Letra A - Não existe isso... conscrito é aquela pessoa que está no serviço militar obrigatório, não há lógica alguma na afirmação.

Letra B - Correto. Art. 3º, III.

Letra C - Errado. O pluralismo não é vedado, ele é garantido!

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Letra D - O correto seria "independência".

Letra E - Errado. O Brasil deve buscar esta integração (CF, art. 4 parágrafo

único)

Gabarito: Letra B

17. (FCC/TRT 18ª/2009)Quanto aos Princípios Fundamentais, considere:

I. A República Federativa do Brasil, formada pela união dissolúvel dos Estados e dos Municípios, constitui-se em Estado Democrático de Direito.

II. São Poderes da União, dependentes entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

III. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes

eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil.

IV. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais

pelo princípio da concessão de asilo político.

Está INCORRETO o que consta APENAS em

a) I e IV.

b) I e II.

c) III e IV.

d) II e III.

e) II e IV.

Comentários:

I - Errado. A união é indissolúvel.

II- Errado. Eles são independentes.

III- Correto. CF, art. 2º.

IV- Correto. CF, art. 4º, XI.

Gabarito: Letra B.

Cobrança Doutrinária e Jurisprudencial:

Agora vamos ir um pouco mais fundo nesse buraco.

Já falamos que os princípios fundamentais são as normas-síntese, ou seja, aquele pontinho de onde deriva quase tudo que está por vir no ordenamento jurídico.

Imagine você o quanto de coisa implícita não está presente nestes 4 artigos? É muita coisa... mas, vamos devagarzinho que tudo será resolvido, não é nenhuma loucura não!

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Primeiro, vamos analisar o que diz o art. 1º da CF:

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel

dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (...).

Veja que ela traz palavras que nos remetem à "República", "Federação",

"Democracia"...

Então, temos os seguintes institutos da organização do Estado:

Forma de Governo: República

Forma de Estado: Federação

Regime de Governo ou

Político:

Democracia (mista ou semi-

direta)

Sistema de Governo: Presidencialismo (art. 84 da CF)

MACETE DO VAMPIRO

Para decorar a Forma de Estado, Forma de Governo, Sistema de Governo e Regime Político lembre-se:

1) A “Forma” encontra-se no nome “República Federativa do Brasil”,

sendo que a Forma de Estado é a Federação (só lembrar de “estado federal”) e a Forma de Governo é a República.

2) Lembre-se ainda que:

• O “Presidente é Sistemático” (Sistema de Governo = Presidencialismo); e

• O “Regime é Democrático” (Regime de Governo = Democracia mista ou

semidireta).

E o que quer dizer uma "Forma de governo", uma "Forma de Estado" ou um

"Sistema de governo"???

Vamos lá:

a) Forma de governo– É a maneira como se dá a instituição do poder na

sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. Quem deve exercer o poder e como este se exerce.

Basicamente, são as repúblicas (todos exercem o poder) e as monarquias (só

um exerce o poder). O Brasil não adotou como forma de governo a monarquia, escolheu para si a república, ou seja, o modo de distribuição do poder na sociedade ocorre com este nas mãos de todo o povo, daí a palavra “república”

– res publica (coisa pública).

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MACETE DO VAMPIRO

• República vem de “res” + “pública’ = a coisa é pública, de todos. Logo,

pressupõe o princípio da igualdade, busca do bem comum, transparência e tudo mais relacionado.

• Já a monarquia vem de “mono” + “arquia” = poder nas mãos de um.

Logo, pressupõe a pessoa passar a vida toda no poder e ainda passar para seus herdeiros.

Decorrência disso:

República (Res – Publica) = a “coisa” é de todos com princípio da

igualdade e busca do bem comum, logo:

• Temporariedade do mandato dos governantes;

• Necessidade de transparência e prestação de contas; e

• Necessidade de eleição periódica para a definição dos representantes do povo (eletividade).

Monarquia (mono + arquia) = Poder de um, logo:

• Vitaliciedade; e

• Hereditariedade dos governantes.

Atenção!!!

1- O art. 2º dos ADCT dispõe: "no dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional)

e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País". O plebiscito aconteceu e definiu através do voto popular que o Brasil seria uma república presidencialista.

2- A forma de governo republicana não está presente entre as chamadas "cláusulas pétreas" (vide CF, art. 60, §4º), ou seja, não está presente naquela relação das disposições que não podem ser abolidas (ou reduzidas) de nossa

Constituição.

3- Embora não seja uma cláusula pétrea, a forma republicana é um princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII), ou seja, um princípio que se não for

observado poderá ensejar em uma intervenção federal.

18. (FCC/Agente de Fiscalização-ARTESP/2017)Considere:

I. Elegibilidade dos representantes, ou seja, as autoridades são investidas no poder pela eleição, que poderá ser direta ou indireta.

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II. Temporariedade do mandato.

III. Responsabilidade dos governantes, os quais devem prestar contas de seus

atos.

IV. Trata-se da mais antiga forma de governo ainda em vigor.

No que concerne às características da forma de governo republicana, está

correto o que consta APENAS em

a) I e IV.

b) II e III.

c) I, II e III.

d) I, II e IV.

e) III e IV.

Comentários:

Vamos ver o esquema do Vampiro:

República (Res – Publica) = a “coisa” é de todos com princípio da

igualdade e busca do bem comum, logo:

• Temporariedade do mandato dos governantes;

• Necessidade de transparência e prestação de contas; e

• Necessidade de eleição periódica para a definição dos representantes do povo (eletividade).

Monarquia (mono + arquia) = Poder de um, logo:

• Vitaliciedade; e

• Hereditariedade dos governantes.

Observação 1: O fato de termos eleições indiretas não invalida o caráter republicano, vide o caso Brasileiro, onde existe possibilidade de ocorrer, excepcionalmente, eleições indiretas para Presidente pelo Congresso Nacional.

Observação 2: A forma mais antiga de governo ainda em vigor é a Monarquia... Só lembrar das grandes Monarquias Teocráticas do Egito Antigo e as que são citadas na Bíblia... A República é neném perto delas.

Gabarito: Letra C.

19. (FCC/Auditor- SEFAZ-PI/2014) O art. 1º da Constituição Federal, ao

afirmar que “a (I) República (II) Federativa do Brasil (...) constitui-se em (III) Estado Democrático de Direito”, definiu, respectivamente, os seguintes aspectos do Estado brasileiro:

(A) sistema político, forma de Estado e forma de governo.

(B) forma de governo, sistema político e sistema jurídico.

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(C) forma de governo, forma de Estado e regime de governo.

(D) sistema político, forma de Estado e sistema jurídico.

(E) forma de governo, sistema jurídico e sistema político.

Comentários:

Vamos seguir o “Macete do Vampiro”?

- A “Forma” encontra-se no nome “República Federativa do Brasil”, sendo que a Forma de Estado é a Federação (só lembrar de “estado federal”) e a Forma de Governo é a República.

- Lembre-se ainda que:

• O “Presidente é Sistemático” (Sistema de Governo = Presidencialismo); e

• O “Regime é Democrático” (Regime de Governo = Democracia mista ou

semidireta).

Logo, temos que a ordem correta é forma de governo, forma de Estado e regime de governo.

Gabarito: Letra C.

20. (FCC/DPE-SP/2009) O princípio republicano, que traduz a maneira

como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e governados, mantém-se na ordem constitucional mas hoje não mais protegido formalmente contra emenda constitucional.

Comentários:

Está correta, pois definiu-se corretamente o que seria a "forma de governo" -

no Brasil, a "república" - e corretamente asseverou que esta forma de governo não é mais uma cláusula pétrea, ou seja, é algo que não está protegido contra emendas constitucionais (vide CF, art. 60 §4º). Lembrando que, no entanto, a

república continua sendo um princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII) ou seja, um princípio que se não observado pelos entes da Federação, poderá ensejar uma "intervenção federal" da União no Estado ou Distrito Federal que

esteja ofendendo tal princípio.

Gabarito: Correto.

b) Forma de Estado– O modo de exercício do poder político em função do território.

O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de dis-

tribuição geográfica do poder político se dá com a formação de entidades autôno-mas (vide art. 18). Essa autonomia se manifesta por meio de três ou quatro facetas (dependendo do doutrinador):

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• Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferência de outros entes;

• Auto-organização: capacidade de instituírem suas próprias constituições (no caso dos Estados) ou leis orgânicas (no caso dos Municípios e do DF);

• Autolegislação*: capacidade de elaborarem suas próprias leis por meio

de um processo legislativo próprio, embora devam seguir as diretrizes do processo em âmbito federal;

• Autoadministração: capacidade de se administrarem de forma

independente, tomando suas próprias decisões executivas e legislativas.

MACETE DO VAMPIRO

Costumo dizer que as facetas que os entes possuem para exercer sua autonomia formam a “GOLA” da autonomia, veja:

AutoGoverno

Auto-Organização

AutoLegislação

Auto-Administração

ATENÇÃO!

1- Para alguns doutrinadores não haveria a separação entre auto-organização e

autolegislação.

2- O CESPE, por exemplo, é muito louco com isso, ora adota as quatro facetas, ora funde a autolegislção com a autoorganização. Assim como fazem alguns

doutrinadores. Assim, você não deve considerar uma questão certa ou errada de cara, só porque está trazendo 3 ou 4 facetas, certo?

3- Aqui, estamos falando de autonomia, não de soberania. A soberania, que a

Constituição adota em seu art. 1º, I, como um fundamento da República Federativa do Brasil (definida como o poder supremo que o Estado brasileiro possui nos limites do seu território, não se sujeitando a nenhum outro poder de

igual ou superior magnitude e tornando-se um país independente de qualquer outro no âmbito internacional) irá se manifestar apenas na pessoa da República Federativa do Brasil, entendida como a união de todos os entes internos,

representando todo o povo brasileiro, povo este que é o verdadeiro titular da soberania.

4- Nem mesmo o ente federativo "União" possui soberania, a União possui

apenas autonomia tal como os Estados, Distrito Federal e Municípios. A República Federativa do Brasil é única soberana e que se manifesta internacionalmente como pessoa jurídica de direito internacional.

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Estados simples X Estados complexos:

Um Estado pode se desenhar territorialmente com o reconhecimento ou não de autonomias regionais. Quando houver repartições regionais dotadas de autonomia, estaremos diante de um Estado complexo ou composto. Quando não

houver autonomias regionais com poder de se auto-organizarem, estaremos diante de um estado simples ou unitário.

Os estados complexos são basicamente as federações e as confederações

(embora existam outros tipos menos comuns como a União real ou União Pessoal).

Estados simples centralizados, desconcentrados e descentralizados:

Os estados, ainda que sejam simples, podem ser divididos em:

o Centralizados ou puros – é aquele Estado onde todo o Poder Executivo,

Legislativo e Judiciário encontra-se centralizado em uma única esfera, e não há qualquer delegação de funções ou atribuições às autoridades regionais.

o Desconcentrados – Embora seja formado também por uma única esfera

de Poder, centralizada, existe a presença de autoridades locais, que exercem poderes em nome do governo central, facilitando a resolução de conflitos e aproximando o poder central da população.

o Descentralizados – Existe uma maior autonomia das regiões que serão inclusive dotadas de personalidade jurídica, não havendo, no entanto, a

autonomia para legislar.

Federação x Confederação:

Em uma federação temos um Estado fracionado em unidades autônomas. Nas confederações as unidades não são simplesmente autônomas, elas são soberanas. Assim, a federação é uma união indissolúvel, ou seja, os entes não

têm o direito de secessão. Já nas confederações, os Estados podem se separar do bloco.

Características da nossa Federação:

1) Indissolubilidade: isso ocorre pelo fato de os entes não possuírem o direito de secessão;

2) Cláusula pétrea expressa: a Constituição protegeu expressamente a

forma federativa de Estado como uma cláusula pétrea (art. 60, §4º), impedindo

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assim que uma emenda constitucional possa vir a dissolver a Federação ou ofender o pacto federativo (autonomia dos entes federados);

3) Federação por segregação ou movimento centrífugo: diferentemente dos EUA, onde havia vários Estados que se “agregaram” (movimento centrípeto) para formar um país, no Brasil tinha-se apenas um

Estado que se desmembrou em outros.

4) Federalismo de 2º grau (ou 3º grau, para alguns autores e CESPE): até a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, os Municípios não

possuíam autonomia, a federação então era formada apenas pelas esferas federal e estadual. Após a promulgação da Constituição vigente, o país passou a ter um federalismo que alguns autores chamam de 2º grau (outros de 3º

grau), reconhecendo os Municípios como autônomos e, assim, adotando uma espécie bem peculiar de federação.

Obs.: importante salientar que a Constituição de 1988 inovou ao prever os

Municípios como integrantes da federação. Em provas de concursos, deve-se ter cuidado com isto, pois, para o Direito Constitucional Geral, a federação ocorre apenas entre Estados. Não existe a figura dos Municípios como entes autônomos

integrantes do conceito de federação – uma particularidade do Brasil.

5) Federalismo cooperativo: existe uma repartição de competências de forma que cada ente federativo contribuirá para a finalidade do Estado, havendo

a previsão de competências que são comuns a todos, além de colaborações técnicas e financeiras para a prestação de alguns serviços públicos e repartição

das receitas tributárias. Destacam-se nesse conceito as figuras dos consórcios públicos, convênios entre os entes federativos e a instituição pelos Estados das regiões metropolitanas para que possam articular um desenvolvimento

igualitário de seus Municípios.

6) Federalismo assimétrico: não existe uma homogeneidade entre os entes federativos, há uma clara disparidade entre os diversos estados da

federação, criando diversas peculiaridades regionais.

21. (FCC/AJAA-TRT 8ª/2010) As finalidades básicas do princípio da

indissolubilidade do vínculo federativo são

a) a unidade nacional e a necessidade descentralizadora.

b) o direito de secessão e a prevalência dos interesses da União sobre os

Estados, Distrito Federal e Municípios.

c) o direito de secessão e a necessidade de auto- organização.

d) dúplice capacidade de auto-organização dos Estados e Municípios e sujeição

aos interesses da União.

e) dúplice capacidade de auto-organização dos Estados e Municípios e o direito de secessão.

Comentários:

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A Constituição versa logo em seu art. 1º que a República Federativa do Brasil constitui uma “união indissolúvel”. Assim, a “indissolubilidade” é uma

característica básica da nossa federação, ou seja, é terminantemente vedada qualquer ação de “secessão”. Os Estados e Municípios não podem se separar do vínculo federativo, eles não possuem esse “direito de secessão”.

Como isso já sabemos, de cara, que estão erradas as letras B, C e E.

Uma das finalidades desse vínculo, que se estabelece na forma de um “federalismo cooperativo”, é a necessidade descentralizadora. Os governos

locais (municipais) estão mais próximos da população, conseguindo observar de perto as necessidades da população, estes interesses locais (municipais) são harmonizados pelos governos regionais (Estaduais) e por sua vez pelo governo

federal. A letra A é a correta.

A letra D fala ainda da “sujeição aos interesses da União”. Embora indissolúvel, a nossa federação é formada por entes autônomos, sem qualquer sujeição de

interesses de um em relação ao outro, isso por que todos os entes da federação (Municípios, Estados, Distrito Federal e União), são dotados da “quádrupla” (ou “tríplice”) autonomia.

Gabarito: Letra A.

22. (FCC/TCE-CE/2006)Confederação é a união permanente de dois ou

mais Estados-membros, os quais, conservando sua autonomia político-administrativa, abrem mão de sua soberania, em favor do Estado Federal.

Comentários:

Os Estados que formam uma confederação, diferentemente dos que formam uma federação, são soberanos. Eles possuem o direito de secessão, ou seja, de

se separar do bloco. A união deles acontece para que se aumente a força representativa internacional.

Gabarito: Errado.

23. (FCC/TCE-CE/2006) Estado simples é aquele formado por mais de um Estado com alguns ou vários poderes públicos internos funcionando ao mesmo

tempo.

Comentários:

O Estado simples é aquele unitário, onde não existe descentralizções do poder

político. Assim, erra o enunciado ao falar em "formado por mais de um Estado" e "vários poderes públicos internos". Essas característica seria na verdade referentes a Estados complexos (federações e confederações) e não a Estados

Unitários.

Gabarito: Errado.

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c) Regime Político – Sem conceito pacífico na doutrina. Dizemos que é a forma pela qual se dá a “regência” das decisões políticas do Estado.

No Brasil, o regime é o democrático misto (semidireto ou participativo). O regime democrático pode ser basicamente de 3 formas:

I –Direto (democracia direta): em que o cidadão exerce o poder por si, sem representantes;

II – Indireto (democracia representativa): que ocorre quando o cidadão se

faz representar, concedendo poderes a terceiros, para, em seu nome, exercerem o poder soberano; e

III – Misto (democracia semidireta ou participativa): quando, por vezes,

o cidadão exerce o poder diretamente, e, por outras, por intermédio de representantes.

Essa democracia mista ou semidireta foi eleita como o regime político

brasileiro como vemos no preâmbulo e art. 1º da Constituição, assim, quem é responsável por reger a política brasileira é o povo, o detentor do poder, que direciona as ações do governo de duas formas:

1- Diretamente, através do uso do plebiscito, referendo e da iniciativa popular, ou

2- Indiretamente, através dos representantes eleitos pelo próprio povo.

24. (FCC/TCE-CE/2006) Democracia semidireta é aquela que se caracteriza

pela eleição de representantes do povo, por meio do voto, dotada de mecanismos de participação popular direta, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.

Comentários:

A democracia mista ou semi-direta é o regime político adotado pelo Brasil e caracteriza-se justamente pelo fato de os governantes serem eleitos para

representar o povo, e em nome dele exercerem o Poder. Porém, o povo resguarda uma parcela do exercício que se dará através de:

• Plebiscito (Consulta popular antes de se fazer algo);

• Referendo (Consulta popular para ratificar ou não algo que já foi feito); e

• Iniciativa Popular (Propositura de leis ordinárias e complementares através da iniciativa dos próprios cidadãos que subscrevem o projeto de lei).

Gabarito: Correto.

25. (CESPE/TJAA – TRE-BA/2017) A Constituição Federal de 1988

estabelece que “todo o poder emana do povo”, que pode exercê-lo diretamente.

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Nesse sentido, o instrumento constitucional que materializa uma consequência advinda do princípio invocado é o(a):

a) plebiscito.

b) filiação partidária.

c) greve.

d) alistamento militar.

e) livre expressão da atividade intelectual.

Comentários:

A nossa democracia é mista. O povo exerce seu poder, em regra, por meio de seus representantes eleitos, mas existem 3 instrumentos para que ele possa exercer seu poder diretamente, que foi o cobrado pela questão: o plebiscito, o

referendo e a inciativa popular.

Gabarito: Letra A.

d) Sistema de governo – Modo por meio do qual se relacionam os órgãos

dos Poderes do Estado (especialmente Executivo eLegislativo).

Existem basicamente dois sistemas de governo: o presidencialismo e o parlamentarismo.

No Presidencialismo, o Poder Executivo tem uma grande independência em relação ao Legislativo. No parlamentarismo ocorre uma maior dependência entre estes poderes já que eles atuam em colaboração.

Chefe de Estado

É o membro do Poder Executivo que exerce o papel de representante do Estado,

principalmente no âmbito externo, mas também como representante moral perante o povo, no âmbito interno.

Chefe de Governo

É o membro do Poder Executivo responsável por chefiar o governo, ou seja, a direção das políticas públicas em âmbito interno.

• No presidencialismo, temos a unicidade da chefia.

• No parlamentarismo, temos uma dualidade de chefia. Existe uma pessoa

como o chefe de Estado e outra como chefe de governo

Outras características do parlamentarismo:

• O Poder Legislativo, por ter legitimidade democrática, é o responsável pelo

“controle do governo”, não se limitando a fazer as leis, mas tomando

decisões políticas fundamentais para o país.

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• Por ser o responsável por controlar o governo, o Parlamento pode destituir

o Gabinete (o conjunto dos Ministros), por razões exclusivamente de

ordem política. (Diferente do Presidencialismo, onde o impeachment é só

para o Presidente e acontece em razão de crimes de responsabilidade).

• O chefe do Executivo não é eleito pelo voto popular. As funções executivas

serão desempenhadas por um primeiro-ministro, escolhido pelo partido

que detiver a representação majoritária no Poder Legislativo, de forma que

ele tenha apoio do Parlamento para governar.

Sistema diretorial de governo (governo de assembléia):

Deixando de lado o Presidencialismo e o Parlamentarismo, é importante ainda

citarmos o chamado sistema de governo diretorial. No sistema diretorial, ou “governo de Assembléia”, existe um diretório (órgão colegiado) formado por membros do parlamento, e é este diretório que irá exercer o poder. Desta forma,

praticamente inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente subordinado ao Parlamento que inclusive é responsável por eleger os membros daquele Poder.

Monarquia Parlamentarista e Monarquia Presidencialista:

O presidencialismo é um sistema político típico das repúblicas, porém nada obsta

que haja (excepcionalmente) uma monarquia presidencialista.

A distinção básica entre o presidencialismo e o parlamentarismo está na unicidade da chefia naquele e na dualidade de chefia que ocorre neste.

Nas monarquias atuais típicas - monarquias parlamentaristas - temos o rei como chefe de Estado, porém o governo fica nas mãos do parlamento através do primeiro-ministro.

Em uma monarquia presidencialista, teríamos a unicidade de chefia nas mãos do Monarca, que seria não só chefe de Estado, mas também seria o líder do governo. Essas monarquias têm a tendência de se tornarem absolutistas, por

isso são evitadas.

Muita dúvida é gerada pelo fato de na Espanha termos o "rei" e o "presidente". Acontece que a Espanha é uma monarquia parlamentarista, o nome "presidente"

nada mais é do que denominação dada ao primeiro-ministro daquele país.

26. (FCC/Agente de Fiscalização-ARTESP/2017) No sistema

parlamentarista,

a) o Parlamento não poderá destituir o Gabinete (conjunto de Ministros) por razões exclusivamente de ordem política.

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b) o Poder Legislativo, representado pelo Parlamento Nacional, além de fazer leis, também é responsável pelo controle do governo, tomando posições políticas

fundamentais.

c) as funções executivas serão desempenhadas por um Primeiro-Ministro, que poderá ou não ser escolhido pelo partido com maior representação no Poder

Legislativo.

d) os países com sistemas parlamentares são sempre monarquias constitucionais, não se admitindo, no parlamentarismo, a forma de governo

republicana.

e) Chefe de Estado e Chefe de Governo são cargos exercidos necessariamente pela mesma pessoa.

Comentários:

Excelente questão que nos permite fazer um resumo do sistema parlamentarista de governo, vamos lá:

• Dualidade de chefia – Temos um chefe de governo (Primeiro-ministro) e

um chefe de Estado (Rei ou Presidente).

• O Poder Legislativo, por ter legitimidade democrática, é o responsável pelo

“controle do governo”, não se limitando a fazer as leis, mas tomando

decisões políticas fundamentais para o país.

• Por ser o responsável por controlar o governo, o Parlamento pode destituir

o Gabinete (o conjunto dos Ministros), por razões exclusivamente de

ordem política. (Diferente do Presidencialismo, onde o impeachment é só

para o Presidente e acontece em razão de crimes de responsabilidade).

• O chefe do Executivo não é eleito pelo voto popular. As funções executivas

serão desempenhadas por um primeiro-ministro, escolhido pelo partido

que detiver a representação majoritária no Poder Legislativo, de forma que

ele tenha apoio do Parlamento para governar. Gabarito: Letra B.

27. (FCC/TCE-CE/2006) Parlamentarismo é a forma de governo em que há profunda independência entre os Poderes Legislativo e Executivo, que são

exercidos por pessoas diferentes, podendo o Primeiro-Ministro indicado pelo Chefe do Executivo, ser destituído por decisão da maioria do Legislativo, através da aprovação de moção de desconfiança.

Comentários:

Parlamentarismo é sistema de governo e não forma de governo, esta seria Monarquia ou República.

Gabarito: Errado.

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28. (FCC/TCE-CE/2006) Sistema diretorial de governo, é aquele no qual existe total subordinação do Poder Legislativo ao Executivo, que concentra, em

sua totalidade, o poder político estatal, sendo que o colegiado de governantes é indicado pelo Chefe do Executivo, para exercício do mandato com prazo indeterminado.

Comentários:

No sistema diretorial, ou “governo de Assembléia”, existe um diretório (órgão colegiado) formado por membros do parlamento, e é este diretório que irá

exercer o poder. Desta forma, praticamente inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente subordinado ao Parlamento que inclusive é responsável por eleger os membros daquele Poder. Assim, a questão encontrasse

completamente às avessas.

Gabarito: Errado.

Tripartição funcional do poder:

CF, art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

1- Esta é uma cláusula pétrea, não pode ser abolida (ou reduzida) de nossa

Constituição.

2- Este artigo mostra que ao mesmo tempo em que os Poderes são independentes, são também harmônicos entre si, o que forma o chamado

“sistema de freios e contrapesos” (check and balances), onde um Poder vai sempre atuar de forma a impedir o exercício arbitrário na atuação do outro.

Exemplos de "freios e contrapesos" são vários na Constituição: o poder de

veto exercido pelo Presidente aos projetos de lei, a necessidade de aprovação do Senado para que o Presidente possa nomear certas autoridades (elencadas pela Constituição), o controle que o Judiciário exerce sobre atos públicos que

violem os dispositivos da Constituição ou das leis, entre outros.

3- Decorrente do sistema de freios e contrapesos, tem-se também a formação, em cada Poder, das funções típicas e atípicas. As típicas seriam aquelas

precípuas de cada um; as atípicas seriam as funções que seriam precípuas de outro Poder.

Poder Função típica Função Atípica

Executivo Administrar Julgar e Legislar

Legislativo Legislar e fiscalizar através do controle externo

Julgar/ Administrar

Judiciário Julgar Legislar/Administrar

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P.S – Alguns doutrinadores não aceitam a função de “julgar” no Poder Executivo,

porém, essa não é a minha posição, mas é, por exemplo, a posição do CESPE.

Embora a Constituição tenha elencado 3 Poderes do Estado, seguindo a famosa teoria da "separação dos poderes" de Montesquieu, atualmente o uso do termo "separação dos poderes" ou "divisão dos poderes" é alvo de críticas. O Poder do

Estado para a doutrina majoritária é apenas um (unicidade do poder político), e assim como a sua soberania, é indelegável (o interesse do povo não pode ser usurpado) e imprescritível (não se acaba com o tempo). Desta forma, o que se

separa ou se divide não é o Poder do Estado (Poder Político) e sim as funções deste Poder, daí termos a aplicação da expressão "tripartição funcional do Poder" (ou "distinção das funções do poder").

O Poder a que nos referimos, é o Poder Político, que continua uno, porém, exercido através das funções executiva, legislativa e judiciária. Lembrando que o titular deste Poder é o povo, e os agentes ao exercerem cada uma destas

funções devem agir em nome do povo. É oportuno que relembremos agora as características do Poder Político:

▪ Unicidade - Ele é apenas um, indivisível. Impede-se, assim, que haja

conflitos ou fracionamentos criando interesses diversos daquele que é o real interesse do povo.

▪ Titularidade do Povo - "Todo o poder emana do povo" - O povo é o titular da soberania e são os seus interesses que irão prevalecer.

▪ Imprescritibilidade - Este poder é permanente, não se acaba com o

tempo.

▪ Indelegabilidade - O povo não pode abrir mão de seu poder. Embora haja representantes, estes sempre agem em nome do seu povo.

A “separação” dos Poderes ao longo dos tempos:

Falamos em Montesquieu. Cabe-nos observar como aqueles nossos antigos

amigos dividiam as funções do Poder Político:

Aristóteles (384 a.C – 322 a.C.) É considerado o primeiro pensador a dividir

as funções do Estado, discorreu sobre o tema em sua obra “A Política”, e fazia isto através do que chamava de:

• Função Deliberante (“Primeiro Poder”) – aquela que seria responsável por

tomar as decisões fundamentais;

• Função Executiva (“Segundo Poder”) – que iria administrar e executar as funções essenciais; e

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• Função Jurisdicional (“Terceiro Poder”).

John Locke (1632 – 1704): Tratou novamente do tema, segundo ele, existiriam três poderes que se converteriam em dois: o Poder Legislativo, o

Poder Executivo e o Poder Federativo. O Poder Federativo seria responsável pela manutenção das relações com outros Estados, isso se fazia através de alianças

(feudos, origem do termo federalismo), administrando, assim, a segurança e o interesse público externo. Locke, porém, afirmava que o Executivo e o Federativo, embora desempenhassem distintas funções, deveriam estar nas

mesmas mãos, fundindo-se em um, sob pena de levar ao caos o seu exercício.

Divisão Clássica - Montesquieu (1689 – 1755): Em sua obra “O Espírito das Leis”, dividiu as funções em Legislativa, Executiva e Judiciária, divisão esta que foi, em princípio, formalmente adotada pela República Federativa do Brasil na

Constituição de 1988.

Aristóteles Deliberante (1º Poder)

Executiva (2º Poder)

Jurisdicional (3º Poder)

John Locke Legislativa

Executiva

Federativa

Montesquieu Legislativa

Executiva

Judiciária

Recomendo decorar apenas aquelas funções "singulares" a cada um dos pensadores, que estão destacadas no quadro acima.

Peculiaridades das funções do Poder no sistema atual:

Embora a Constituição Federal tenha adotado o poder político com suas funções distribuídas por “três Poderes”, a realidade se mostra mais complexa. A existência no Brasil do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, por si, já é

suficiente para relativizar esta tripartição. Embora, não seja um consenso, nem nos parece viável, a existência de um “quarto poder”1, achamos correto, ao menos, aceitar a existência de uma “quarta função do poder político”, assim,

1 Tese que não é majoritariamente aceita.

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tais órgãos (MP e Tribunal de Contas) poderiam estar enquadrados em uma chamada “função fiscalizatória”2.

A função legislativa, poderia ainda estar dividida em espécies: legislativa constitucional, legislativa ordinária e a normativa infralegal.

Na função executiva, poderíamos ainda distinguir3a “função administrativa

propiramente dita” que é basicamente a gestão da máquina pública, da “função de governo” que seria a função política, exercendo o direcionamento das políticas públicas e funções co-legislativas (sanção, promulgação e publicação

das leis).

Jurisprudência:

• Segundo o STF, as competências dos Entes e dos Poderes, e os mecanismos de freios e contrapesos estão previstos na Constituição Federal, sendo vedado à Constituição Estadual inovar criando novas hipóteses de interferências de um

poder em outro (ADI 3046).

• Também se configura inconstitucional novas exigências de aprovações, como, por exemplo, a não observância do prazo de 15 dias – art. 83, CF – para a

necessidade de licença pela Assembléia Legislativa para que o Governador ou Vice venha se ausentar do país (ADI 738).

• Ofende o princípio da independência e harmonia entre os poderes, sendo

assim, inconstitucional a norma que subordina convênios, acordos, contratos e atos de Secretários de Estado à aprovação da Assembléia Legislativa (ADI 676).

29. (FCC/Juiz- TRT-1/2016)Foi um dos princípios extraídos de Montesquieu, em sua obra O Espírito das Leis, mais especificamente no

capítulo sobre a Constituição da Inglaterra, que se acha expresso na Constituição de 1988 e que é considerado cláusula pétrea:

(a) Autonomia do Poder Judiciário.

(b) A Federação.

(c) A soberania popular.

(d) A separação dos Poderes.

(e) A autonomia dos Estados da Federação.

Comentários:

2 Como também entende José Luiz Quadros Magalhães, em MAGALHÃES, José Luiz Quadros de.

A teoria da separação de poderes. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 489, 8 nov. 2004. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/5896>. Acesso em: 11 abr. 2011. 3 Como também faz José Afonso da Silva – Curso de Direito Constitucional Positivo. 33ª Ed., pg.

645.

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A divisão clássica dos poderes, adotada pela Constituição de 1988, foi proposta por Montesquieu, em sua obra “O Espírito das Leis”, que dividiu as funções em

Legislativa, Executiva e Judiciária, e esta separação foi gravada como cláusula pétrea pela Constituição de 1988. Ou seja, uma disposição constitucional que não poderá ser abolida por emenda constitucional (CF, art. 60 §4º).

Gabarito: Letra D.

30. (FCC/Técnico Judiciário-TRE-SP/2012) O mecanismo pelo qual os

Ministros do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Senado Federal, decorre do princípio constitucional da:

a) separação de poderes

b) soberania

c) inafastabilidade do Poder Judiciário

d) cidadania

e) solução pacífica dos conflitos

Comentários:

Veja que na escolha de Ministros do Supremo, membros do Poder Judiciário, há a participação de membros do Poder Executivo e do Poder Legislativo, em aplicação da harmonia entre os poderes, o chamado “sistema de freios e

contrapesos” (check and balances), onde um Poder vai sempre atuar de forma a impedir o exercício arbitrário na atuação do outro. Assim, tal mecanismo

decorre do princípio da separação dos poderes, correta a assertiva “A”.

Gabarito: Letra A.

31. (FCC/TCE-SP/2011)Considera-se função atípica do Poder Executivo, sob a ótica do princípio da separação de poderes, a previsão constitucional segundo a qual compete ao Presidente da República

a) vetar e sancionar projetos de lei.

b) suspender a eficácia de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

c) editar decretos e regulamentos para a execução de leis.

d) nomear Ministros do Supremo Tribunal Federal, após arguição pelo Congresso Nacional.

e) editar leis delegadas e medidas provisórias.

Comentários:

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Funções típicas do Presidente da República são aquelas atribuições que ele exerce inerentes a sua função de “chefe de Estado” ou “chefe de Governo”, ou

seja, administrar a máquina pública, manter relações internacionais e etc.

Quando ele exerce funções que não são inerentes à sua atividade “normal”, mas sim aquelas funções que, em princípio, seriam inerentes a outros Poderes,

estamos diante de uma função “atípica”.

Da relação apresentada pela questão, podemos encontrar funções atípicas na letra E, pois ao editar leis delegadas e medidas provisórias, o Presidente está

agindo com atribuições típicas do Poder Legislativo, logo são “atípicas ao Executivo”.

Gabarito: Letra E.

Classificação doutrinária dos Princípios Fundamentais:

O prof. José Afonso da Silva, citando a doutrina do prof. Canotilho, classifica os Princípios Fundamentais como podendo ser relativos:

(a) à existência, forma, estrutura e tipo de Estado - São aqueles que estão no art. 1º definindo a República Federativa do Brasil (Estado Federal), com Soberania, e sendo um Estado Democrático de Direito;

(b) à forma de governo e à organização dos Poderes – É a definição do Brasil como uma República (art. 1º) e seus poderes sendo independentes e harmônicos entre si (art. 2º);

(c) à organização da sociedade – São os princípios do art. 3º I, que estabelece a sociedade com uma organização livre, justa e solidária;

(d) ao regime político – Por sermos uma democracia, aqui se enquadram os

princípios da cidadania, dignidade da pessoa humana, pluralismo político e, conforme o art. 1º parágrafo único, os princípios da soberania popular, representação política e participação popular direta;

(e) à prestação positiva do Estado – Estão no art. 3º, II, III e VI da Constituição, são aqueles princípios que direcionam o Estado a agir ativamente para serem alcançados: independência e desenvolvimento nacional,justiça social

(erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais) e não discriminação (promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação); e

(f) à comunidade internacional – São todos aqueles que estão no art. 4º da Constituição, orientando a postura do Brasil em suas relações internacionais.

32. (FCC/Executivo Público – Casa Civil/2010)Os princípios da independência e do desenvolvimento nacional, da justiça social e o de não discriminação, dizem respeito aos princípios relativos à

a) organização da sociedade.

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b) comunidade internacional.

c) prestação positiva do Estado.

d) forma de governo e organização dos poderes.

e) existência, forma e estrutura do tipo de Estado.

Comentários:

Primeiramente, gostaria de dizer que em 2004, a FCC cobrou uma questão IDÊNTICA a essa para o cargo de Analista do TRT 9ª região. Obviamente não iremos tratar também de tal questão, pois ela é idêntica.

O correto seria marcar a letra C, já que o enunciado trouxe aqueles princípios contidos no art. 3º II, III e VI da Constituição que direcionam o Estado a agir ativamente para serem alcançados.

Gabarito: Letra C.

Outras questões sobre princípios fundamentais:

33. (FCC/DPU-SP/2009)Em relação aos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil previstos no artigo 3o da Constituição Federal, considere as seguintes afirmações:

I. São reveladores de uma axiologia, uma antevisão de um projeto de sociedade mais justa esposado pelo constituinte.

II. Vem enunciados em forma de ação verbal (construir, erradicar, reduzir,

promover), que implicam a necessidade de um comportamento ativo pelos que se acham obrigados à sua realização.

III. Como possuem enunciado principialista e generalista não possuem valor

normativo, daí porque o estado brasileiro descumpre-os sistematicamente.

IV. O repúdio ao terrorismo e racismo está dentre os objetivos mais importantes, pois respalda outra normaregra objetiva que é a dignidade da pessoa humana.

V. Além de outras normas constitucionais, encontramos vários instrumentos e disposições para efetivação dos objetivos nos títulos que tratam da ordem econômica e da ordem social.

Estão corretas SOMENTE

a) I, II e IV.

b) I, II e V.

c) I, IV e V.

d) II, III e IV.

e) III, IV e V.

Comentários:

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I- Correto. Obeservando o rol de objetivos constantes do art. 3º da Constituição vemos claramente que o constituinte estava preocupado em formar uma

sociedade menos desigual, sem preconceitos, enfim, mais justa. Axiologia é tudo o que se refere a princípios, valores e etc...

II- Correto. São aquilo que a doutrina chama de "normas programáticas", são

normas que direcionam a atuação do Estado. Por si só, não são capazes de produzir efeitos no campo prático, mas traçam diretrizes para balizar a conduta dos poderes públicos.

III- Errado. Tudo aquilo que está positivado no corpo da Constituição possui valor normativo, exceção se faz somente ao preâmbulo, que segundo a jurisprudência do STF é despido de força normativa. Assim, embora seus

enunciados sejam realmente principialistas e generalistas, não se pode dizer que estão ausentes de força normativa, já que, qualquer ação em sentido contrário ao que ali está, será tida como inconstitucional.

IV- Errado. A dignidade da pessoa humana não é uma norma-regra, e sim uma norma princípio.

V- Correto. A Constituição brasileira é uma constituição analítica. Em seus

artigos iniciais (princípios fundamentais), ela traça diretrizes generalistas a serem alcançadas, verdadeiros princípios a serem observados. Ao longo do texto constitucional, ela traz outros princípios e regras que, na verdade, são, muitas

vezes, desdobramentos dos princípios fundamentais. Estes desdobramentos ao ao serem observados irão servir para concretizar os princípios fundamentais.

Gabarito: Letra B.

34. (FCC/DPE-SP/2009) Assinale a afirmativa correta.

a) Nosso federalismo prevê a atuação do poder constituinte derivado decorrente, por meio de instituições que correspondam à idéia centralizadora de afirmação do estado que atua em bloco único.

b) A teoria da 'tripartição de poderes' confirma o princípio da indelegabilidade de atribuições, por isso qualquer exceção, mesmo advinda do poder constitucional originário, deve ser considerada inconstitucional.

c) O princípio do pluralismo político refere-se à ideologia unitária da preferência político-partidária, já que nesse terreno é imperativa a aplicação da reserva da constituição.

d) Nas relações internacionais aplica-se o princípio constitucional da intervenção, com repúdio ao terrorismo e defesa da paz, além da solução pacífica dos conflitos.

e) O princípio republicano, que traduz a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e governados, mantém-se na ordem constitucional mas hoje não mais protegido formalmente contra emenda

constitucional.

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Comentários:

Letra A - Errada. Realmente nosso federalismo prevê a atuação do poder

constituinte derivado decorrente, que é o poder que os Estados membros possuem para elaborar as suas constituições. Isso reflete justamente uma idéia "descentralizadora" das atuações em não uma idéia centralizadora, já que os

Estados estarão dotados de autonomia própria.

Letra B - Errado. Mais uma vez: os "poderes" (Legislativo, Executivo, e Judiciário) são independentes, porém, são harmônicos entre si. Desta forma,

cada um deles possui certas atribuições típicas (essenciais), mas também algumas consideradas atípicas (que são essenciais aos outros). Isto não fere o conceito de tripartição funcional do poder.

Letra C - Errada. Questão absurda. Se estamos falando de "pluralismo político" estamos diante de uma ideologia "plural", diversificada, variada, e não uma ideologia unitária.

Letra D - Errada. O correto seria "não-intervenção".

Letra E - Está correta a letra E, pois definiu-se corretamente o que seria a "forma de governo" - no Brasil, a "república" - e corretamente asseverou que

esta forma de governo não é mais uma cláusula pétrea, ou seja, é algo que não está protegido contra emendas constitucionais (vide CF, art. 60 §4º). Lembrando que, no entanto, a república continua sendo um princípio

constitucional sensível (CF, art. 34, VII) ou seja, um princípio que se não observado pelos entes da Federação, poderá ensejar uma "intervenção federal"

da União no Estado ou Distrito Federal que esteja ofendendo tal princípio.

Gabarito: Letra E.

35. (CESPE/Agente de Polícia - PCPE/2016) Assinale a opção correta acerca dos princípios fundamentais que regem as relações do Brasil na ordem internacional conforme as disposições da CF.

a) Em casos de profunda degradação da dignidade humana em determinado Estado, o princípio fundamental internacional da prevalência dos direitos humanos sobrepõe-se à própria soberania do Estado.

b) O princípio da independência nacional conduz à igualdade material entre os Estados, na medida em que, na esfera econômica, são iguais as condições existentes entre eles na ordem internacional.

c) O princípio da não intervenção é absoluto, razão por que se deve respeitar a soberania de cada um no âmbito externo e por que nenhum Estado pode sofrer ingerências na condução de seus assuntos internos.

d) Em razão do princípio fundamental internacional da concessão de asilo político, toda pessoa vítima de perseguição, independentemente do seu motivo ou de sua natureza, tem direito de gozar asilo em outros Estados ou países.

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e) A concessão de asilo político consiste não em princípio que rege as relações internacionais, mas em direito e garantia fundamental da pessoa humana,

protegido por cláusula pétrea.

Comentários:

Letra A – Correto. Atualmente a dignidade da pessoa humana se reveste como

um dos mais basilares princípios jurídicos nacionais e internacionais. Seu denso conteúdo deve servir de parâmetro para a interpretação de normas constitucionais e ponderação de valores.

Diante disso, a doutrina vem entendendo que em casos de grave desrespeito aos direitos humanos por um Estado, essa violação seria tão grave que poderia inclusive levar o Brasil a apoiar a interferência internacional, prevalecendo o

respeito aos direitos humanos em detrimento da soberania daquele estado.

Veja que a própria CF usa o termo ‘prevalência” ao falar dos Direitos Humanos em seus princípios que regem às relações internacionais.

Letra B – Errado. Estamos falando de uma igualdade formal, jurídica. Economicamente, não há o que se falar em condições iguais. Vide a existência dos blocos econômicos, como o Mercosul.

Letra C – Errado. Nenhum princípio é absoluto. Todos podem ser relativizados no caso concreto, mediante uma ponderação de interesses. Vide o caso concreto de choque entre a soberania X a prevalência dos direitos humanos.

Letra D – Errado. A concessão de asilo político fornece respaldo àqueles que estejam sendo perseguidos por motivos políticos ou de opinião.

Letra E – Errado. Trata-se de um dos princípios que rege as relações internacionais (CF, art. 4º, X) – “In-Pre-Auto Não-Igual-Defe So-Re-Co-Co”.

Gabarito: Letra A.

36. (CESPE/AJAJ-TRE-PI/2016)A respeito dos princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.

(a) A soberania nacional pressupõe a soberania das normas internas fixadas pela CF sobre os atos normativos das organizações internacionais nas situações em que houver conflito entre ambos.

(b) A dignidade da pessoa humana não representa, formalmente, um fundamento da República Federativa do Brasil.

(c) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa visam proteger o trabalho

exercido por qualquer pessoa, desde que com finalidade lucrativa.

(d) Em decorrência do pluralismo político, é dever de todo cidadão tolerar as diferentes ideologias político-partidárias, ainda que, na manifestação dessas

ideologias, haja conteúdo de discriminação racial.

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(e) A forma federativa do Estado pressupõe a repartição de competências entre os entes federados, que são dotados de capacidade de auto-organização e de

autolegislação.

Comentários:

Letra A. Errado. Atualmente não mais se aceita essa ideia, pois a depender do

status com que as normas internacionais são incorporadas ao direito interno, tais normas podem vir a ser equivalente às emendas constitucionais, como está previsto no §3º, art. 5º da Constituição. No mais, há doutrina que sustenta que

havendo conflito entre norma interna e internacional de direitos humanos, deve prevalecer a que melhor protege a dignidade da pessoa humana.

Letra B. Errada. A dignidade da pessoa humana está previsto no art. 1º, II da

Constituição.

Letra C. Errado. Não há qualquer exigência que o trabalho seja remunerado.

Letra D. Errado. Nenhum direito é absoluto, logo, a liberdade de expressão

referente ao pluralismo político encontra vários limites, como o respeito aos demais cidadãos e a própria democracia. Só lembrando, a própria Constituição prevê o racismo como crime inafiançável (art. 5º, XLII - a prática do racismo

constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;).

Letra E. Exatamente isso, A forma federativa do Estado pressupõe a repartição de

competências entre os entes federados, que são dotados de capacidade de auto-organização e de autolegislação.

Gabarito: Correto. Auto-organização é a capacidade de cada ente federativo de elaborar suas Constituições – no caso dos Estados – ou Leis Orgânicas – no caso dos Municípios e do Distrito Federal. Neste particular, não se deve olvidar

a singularidade do caso brasileiro que atribui aos Municípios a condição de ente federativo, inovação introduzida pela Constituição de 1988.

Autolegislação consiste na competência para editar as próprias leis, dentro dos

limites delineados pela Lei Fundamental.

Para ficar mais completo, a autoadministração refere-se à capacidade conferida aos entes federativos para gerir, de forma autônoma, as competências

constitucionais que lhes forem outorgadas, da maneira que melhor lhes aprouver, desde que não ponham em risco o pacto federativo. Relaciona-se, portanto, com a execução fática das competências constitucionalmente

atribuídas.

Gabarito: Letra E.

37. (CESPE/AJAJ-TRE-PI/2016) A respeito dos princípios fundamentais constantes da Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.

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(a) O Estado brasileiro, atendidos os requisitos legais, é obrigado a conceder asilo político a estrangeiro, em decorrência de princípio orientador de suas

relações internacionais constante na CF.

(b) Princípios relativos à prestação positiva do Estado não figuram entre os princípios fundamentais constantes da CF.

(c) A eletividade e a temporariedade são conceitos inerentes ao princípio republicano extraído da CF.

(d) Em decorrência do princípio federativo, há relação de hierarquia entre a

União e os demais entes integrantes da Federação.

(e) Os objetivos da República Federativa do Brasil estão previstos expressamente em rol taxativo na CF.

Comentários:

Letra A. Errado. De fato, a concessão do asilo político é um dos princípios que orientam a RFB em suas relações internacionais, no entanto, a concessão ou não

do asilo cabe ao Brasil analisar pela concessão ou não, pois é um ato discricionário do Estado, decorrente de sua soberania e que respalda somente àqueles perseguidos por crime político ou de opinião.

Letra B. Errado, prestações positivas significa uma ação executiva por parte do estado para conseguir implementar algum direito. É óbvio que para que seja possível garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a

marginalização, promover o bem de todos, dentre outros objetivos, é fundamental que o estado se empenhe, envide esforços para a concretização de

tais objetivos...

Letra C. Correto. a própria Constituição prescreve, o Brasil é uma república, forma de governo que se caracteriza pela eletividade e temporalidade dos

governantes.

MACETE DO VAMPIRO

República (Res – Publica) = a “coisa” é de todos com princípio da igualdade e busca do bem comum, logo:

• Temporariedade do mandato dos governantes;

• Necessidade de transparência e prestação de contas; e

• Necessidade de eleição periódica para a definição dos representantes do

povo (eletividade).

Monarquia (mono + arquia) = Poder de um, logo:

• Vitaliciedade; e

• Hereditariedade dos governantes.

Letra D. Errado. O princípio federativo não estabelece nenhuma hierarquia entre

os entes federados. Todos eles são autônomos entre si, com a sua competência

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estabelecida pela Constituição Federal, sendo que é vedado um ente invadir aquilo reservado ao outro ente.

Letra E. Errado. Segundo a doutrina, trata-se de um rol exemplificativo.

Gabarito: Letra C.

38. (CESPE/AJ Enfermagem - TRT 8ª/2016) Assinale a opção correta a respeito dos princípios fundamentais na Constituição Federal de 1988 (CF).

a) A cidadania envolve não só prerrogativas que viabilizem o poder do cidadão

de influenciar as decisões políticas, mas também a obrigação de respeitar tais decisões, ainda que delas discorde.

b) A dignidade da pessoa humana é conceito eminentemente ético-filosófico,

insuscetível de detalhada qualificação normativa, de modo que de sua previsão na Constituição não resulta grande eficácia jurídica, em razão de seu conteúdo abstrato.

c) O valor social do trabalho possui como traço caracterizador primordial e principal a liberdade de escolha profissional, correspondendo à opção pelo modelo capitalista de produção.

d) A valorização social do trabalho e da livre-iniciativa não alcança, indiscriminadamente, quaisquer manifestações, mas apenas atividades econômicas capazes de impulsionar o desenvolvimento nacional.

e) O conceito atual de soberania exprime o autorreconhecimento do Estado como sujeito de direito internacional, mas não engloba os conceitos de abertura,

cooperação e integração.

Comentários:

Letra A – Correto. A cidadania é um conceito amplo que se apóia na faceta ativa

(eleger representantes), passiva (ser eleito) e também em aspectos positivos (exigir do Estado o cumprimento de seus deveres) e negativos (respeitar as decisões legais e legitimamente proferidas pelo Estado).

Letra B – Errado. Trata-se de um fundamento da república, com denso valor normativo, capaz inclusive de ser um norteador da interpretação das normas constitucionais. Atualmente ganha tanto destaque que pode ser apontado como

fundamento para intervir na soberania de um país estrangeiro, quando haja manifesta e grave agressão a tal princípio.

Letra C – Errado. Realmente nossa Constituição denota um estado claramente

capitalista, pautado na defesa da livre iniciativa. Porém, não é esse o teor que encontramos na expressão “valor social do trabalho”, nesta frase, o que o Constituinte pretende é transcender o cunho meramente econômico das relações

trabalhistas e orientar, através do exercício de atividade econômica, o alcance de fins maiores da sociedade.

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Letra D – Errado. Trata-se aqui de liberdade. A liberdade de escolha de atividade profissional e econômica, sem ingerência do Estado em assuntos que não sejam

o de garantir a aplicação das regras estritamente legais.

Letra E – Errado. Abertura, cooperação e integração, são tão intrínsecas à faceta externa da Soberania que foram positivadas no texto constitucional nos

princípios que regem o Brasil no plano internacional.

Gabarito: Letra A.

E aí? O que achou?

Aqui está praticamente tudo que você precisa saber sobre este tema para sua prova.

Como eu disse, meu objetivo é lhe capacitar para a nota 11 e segurar na sua mão até que você garanta o seu 10 no dia da prova.

Você está comigo nessa jornada?

Me dará a honra de continuar trabalhando contigo nas próximas aulas?

Estarei à sua disposição!

Você pode!

Você merece!

Vamos juntos conquistar a vaga!

Vítor Cruz