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Curso de AFO p/TCE-RS – pós-edital – 2018 Teoria e Questões Comentadas
Prof. Manuel Piñon – Aula 01
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AULA 01 – AULA DEMONSTRATIVA
SUMÁRIO
1– A Atividade Financeira do Estado, AFO e Direito Financeiro.
2– As Finanças Públicas e o Orçamento Público na CF/88
3– Instrumentos Orçamentários
4 – Ciclo Orçamentário
5 - Resumo da Aula
6 – Questões que foram comentadas em aula
7 – Gabarito
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Aula 01
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
Seja bem-vindo ao Curso PÓS-EDITAL de AFO - ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA para o concurso do TCE-RS COM
FOCO EM QUESTÕES DA FGV!
Estudar para um concurso como o do TCE-RS não é tarefa das mais
fáceis. Esses concursos apresentam um elevado grau de dificuldade em
suas provas, além do alto nível dos candidatos. Por isso, torna-se
necessária uma preparação com planejamento e muita disciplina.
A preparação do candidato hoje em dia não deve se limitar à simples
leitura do material. O nível de preparação dos concorrentes não permite
mais que você seja aprovado em algum certame apenas livrando a nota
de corte. É necessário fazer a diferença em todas as matérias.
E, sem dúvida, a disciplina ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA - AFO, tendo em vista o nível elevado de
complexidade, representa um dos diferenciais da prova.
Nessa linha, buscaremos aqui detalhar todo o conteúdo programático
da matéria, numa linguagem simples e objetiva, sem, contudo, ser
superficial.
Nosso curso atenderá tanto aos concurseiros do nível mais básico, ou
seja, aqueles que estão vendo a matéria pela primeira vez, como
àqueles mais avançados, que desejam fazer uma revisão completa e
detalhada da matéria.
Além disso, resolveremos aqui questões da FCC, de tal forma que
você ficará bastante afiado na matéria, ao ponto de chegar à prova com
bastante segurança.
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Antes de iniciar os comentários sobre o funcionamento do nosso curso,
gostaria de fazer uma breve apresentação pessoal.
Sou Administrador de Empresas com especialização em Finanças pela
Fundação Getúlio Vargas-FGV e Auditor Fiscal da Receita Federal do
Brasil, aprovado no concurso nacional de 2009/2010.
Atuei inicialmente na Área de Arrecadação e Administração Tributária,
passando pelo setor de Planejamento e Controle da Atividade Fiscal até
chegar à atividade de Fiscalização propriamente dita.
Porém, antes de tomar posse no meu atual cargo, eu já o havia exercido
anteriormente entre 1999 e 2001. É que fui aprovado no concurso de
para Auditor Fiscal da Receita Federal (na época AFTN) de 1998, e, após
2 anos de exercício na atividade de fiscalização de empresas da Região
Norte do país, recebi e aceitei um convite para voltar a trabalhar na
iniciativa privada em minha cidade: Salvador.
Após alguns anos na área privada, vivendo momentos de alta satisfação
alternados com momentos de insatisfação, resolvi voltar a estudar para
concursos públicos em 2006.
Essa fase foi muito difícil. Eu tinha uma jornada dura, mas tinha que
ser discreto, já que trabalhava e estudava muito, mas sem “poder dar
muita bandeira” dessa dupla jornada.
Sei que muitos de vocês vivem situações parecidas, mas acreditem que
essa situação é transitória.
No meu caso, fui recompensado com a aprovação para o cargo de
Analista de Finanças e Controle – AFC da Controladoria Geral da União
– CGU no ano de 2008.
Entretanto, mesmo já trabalhando em bom cargo e com um excelente
ambiente de trabalho na CGU, eu não me acomodei.
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Continuei com meus estudos rumo ao sonho de voltar a ser Auditor
Fiscal da Receita Federal, que, como já dito, pode ser realizado com a
aprovação no concurso de 2009/2010.
É isso meu amigo! Espero dividir com você a experiência adquirida ao
longo da minha preparação, pois sei exatamente o que se passa “do
outro lado”: as angústias, as expectativas, as dificuldades, mas
também os sonhos. Não se esqueça que são os sonhos que nos movem.
Acredite e se esforce ao máximo. Esse é o segredo!
Feitas as apresentações iniciais, passemos à proposta do nosso curso.
1 Ciclo Orçamentário
Objetivos da política orçamentária. Integração planejamento e
orçamento. Ciclo orçamentário. Planejamento e Orçamento na
Constituição de 1988: Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Lei
Orçamentária Anual (LOA) e Plano Plurianual (PPA).
2
Instrumentos
Orçamentários
Tipos de Créditos Orçamentários. Orçamento e Gestão das organizações
do setor público: mensuração do desempenho e controle orçamentário.
3
Orçamento Público
Orçamento público: conceitos, princípios e elementos básicos do
orçamento público, orçamento tradicional, orçamento de base zero,
orçamento de desempenho, orçamento-programa.
4 Receita Pública
Conceituação e classificação da Receita Pública. Classificação
orçamentária da receita pública por categoria econômica no Brasil.
5 Despesa Pública
Classificação da Despesa Pública, segundo a finalidade, natureza e
agente (classificação funcional e econômica).
6 Lei de Responsabilidade
Fiscal
LRF – Lei Complementar nº 101/2000.
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7
Normas gerais de Direito Financeiro e
Orçamentário
Lei Federal nº 4.320/1964. Dívida pública flutuante e fundada.
Patrimônio público. Contas dos Balanços Patrimonial, Orçamentário, de
Custos e de Compensação.
Analisados todos os itens que nortearão o nosso curso, vamos ao que
interessa!!!
O nosso objetivo hoje nessa aula 01 é conhecer alguns, ou melhor,
muitos conceitos fundamentais, além de entender os termos técnicos
mais usados, evoluir no entendimento da matéria, enfim, criar uma
base para o resto curso.
Ao final dessa aula quero ver tanto eu quanto você com uma sensação
boa, de que estamos no caminho certo.
Como diria Mahatma Gandhi:
“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não
fizer nada, não existirão resultados”.
Então, vamos nessa!
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1-ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO, DIREITO FINANCEIRO E AFO
O estudo da Administração Financeira e Orçamentária - AFO está
intimamente relacionado ao estudo do Direito Financeiro, já que
podemos dizer que AFO engloba o Direito Financeiro, mas com um
enfoque administrativo.
Podemos dizer resumidamente que o Direito Financeiro é aquele
ramo do Direito Público que regula a Atividade Financeira do Estado
- AFE, que, por sua vez, ENGLOBA 4 elementos que estão intimamente
ligados:
1 – Obter Receita Pública (orçamentária);
2 – Criar o Crédito Público (empréstimo público);
3 – Gerenciar ou Gerir o Orçamento Público (LOA – Lei Orçamentária
Anual);
4 – Despender Recursos (Gastar) – Executar a Despesa Pública
(orçamentária).
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Para melhor visualização da Atividade Financeira do Estado, veja:
Entendida essa descrição simplória do que é o Direito Financeiro, vamos
ver uma questão de prova e como a doutrina a conceitua.
01) (FCC/TCE-AP/TÉCNICO/2012) A atividade financeira do Estado
compreende
a) apenas a obtenção de receitas originárias.
b) apenas a obtenção de receitas, tanto originárias como derivadas.
c) a obtenção de receitas e a realização de despesas.
d) a prestação de serviços públicos e a realização de obras públicas.
e) apenas a geração das despesas.
Comentários
Gabarito: C
A Atividade Financeira do Estado – AFE abrange 4 elementos que estão
intimamente ligados: obter Receita Pública, criar o Crédito Público, gerir
o Orçamento Público e despender Recursos.
Nessa toada, embora não esteja completa, a melhor alternativa é a C.
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Interessante registrar que o estudo de AFO, engloba o Direito
Financeiro com um direcionamento administrativo, ou seja, o
seu campo de atuação está voltado para a atividade financeira
do estado no âmbito da sua aplicação na Gestão Pública.
Dessa forma, nosso objeto de estudo no âmbito da Administração
Financeira e Orçamentária, abrange as funções de planejamento,
organização e controle da Administração Pública no que diz respeito à
Administração Financeira do Estado, de acordo com a legislação
vigente.
Bem, vamos ver agora como a Doutrina conceitua o Direito
Financeiro.
O Doutrinador Ricardo Lobo Torres no diz que Direito Financeiro é “o
conjunto de normas e princípios que regulam a atividade financeira,
incumbindo-lhe disciplinar a constituição e a gestão da fazenda pública,
estabelecendo as regras e os procedimentos para a obtenção da receita
pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos
objetivos do Estado”.
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Já o para o Doutrinador Kiyoshi Harada é “o ramo do Direito Público
que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista
jurídico”.
Finalmente, para o Ilustríssimo Doutor Aliomar Baleeiro, “consiste em
obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às
necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou cometeu a outras
pessoas de direito público”.
Amigo(a) podemos concluir, portanto, que o Direito Financeiro abrange
o estudo do orçamento público (gerir recursos), da receita pública
(obter recursos), da despesa pública (gastar os recursos) e do crédito
público (criar recursos).
Em outras palavras, o estudo do Direito Financeiro tem por objeto
como o “dinheiro circula” nas mãos do Estado, ou seja, como ele
arrecada e gasta seus recursos de acordo com as leis
orçamentárias e correlatas.
Lembrando o velho Aliomar, que nos disse que a atividade financeira
do Estado consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro
indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu ou
cometeu a outras pessoas de direito público, vejo que podemos
“destrinchar” esse conceito em 3 partes:
1 - O Estado, na realização da atividade financeira, tem como objetivo
obter recursos (RECEITA PÚBLICA) para poder despendê-los
(DESPESA PÚBLICA) na aplicação de seus fins.
2 - Além disso, nem sempre os recursos obtidos são suficientes, por
isso o Estado precisa criá-los (CRÉDITO PÚBLICO) para que os
mesmos sejam capazes de atender todos os dispêndios.
3 - Por fim, toda essa atividade deve ser gerenciada (ORÇAMENTO
PÚBLICO).
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ATENÇÃO
Muita gente também confunde os ramos do Direito Financeiro
(que estuda as Finanças Públicas) e Direito Tributário e os
examinadores gostam de colocar pegadinhas nesse sentido.
Na verdade, existe uma linha tênue entre o Direito Financeiro e o Direito
Tributário, uma vez que ambos pertencem ao Direito Público e atuam
na obtenção de receitas pelo Estado.
Existe autonomia para cada um deles, conforme previsão
constitucional, mas na prática o Direito é um só e essa classificação em
ramos é apenas didática. Na realidade, existe forte ligação entre os
ramos e entre os seus dispositivos legais, como veremos ao longo do
curso.
No caso das receitas derivadas, como é o caso dos tributos, se de um
lado, o Direito Tributário regulamenta as suas respectivas alíquotas,
bases de cálculo e hipóteses de incidência, de outro, o Direito
Financeiro, por seu turno, cuida da aplicação desses tributos como
instrumento de financiamento de despesas públicas. Pode-se notar,
portanto, o viés da grande diferença entre esses dois ramos do Direito.
Pode-se afirmar ainda que cabe ao Direito Financeiro disciplinar e
regular a atividade financeira do Estado, exceto o que se refere à
tributação, que é da alçada do Direito Tributário.
Podemos dizer que, de certo modo, o estudo das Finanças Públicas e o
Direito Financeiro são mais abrangentes que o Direito Tributário, já que
enquanto o Direito Financeiro estabelece normas relativas à
arrecadação da receita, à gestão orçamentária e do crédito público e ao
dispêndio público (despesa), o Direito Tributário regulamenta apenas a
receita derivada, coercitiva, imposta por lei, que é o tributo.
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Além disso, não é competência do Direito Tributário regular a forma
como a receita tributária será aplicada no financiamento das políticas
públicas em prol da coletividade, assunto afeto ao Direito Financeiro.
Na verdade, quem abarca a decisão do Estado sobre a aplicação dos
recursos arrecadados com os tributos é o Direito Financeiro e não o
Direito Tributário.
Vamos ver agora uma questão recentíssima que, embora não seja da
FCC, abordou um tema com boas chances de ser cobrada por essa
Banca nos próximos certames.
02) (CESPE/MUNICÍPIO-FORTALEZA/PROCURADOR/2017)
Com fundamento na disciplina que regula o direito financeiro e nas
normas sobre orçamento constantes na CF, julgue o item a seguir.
Constitui ofensa à competência reservada ao chefe do Poder Executivo
a iniciativa parlamentar que prevê, na LDO, a inclusão de desconto no
imposto sobre a propriedade de veículos automotores, em caso de
pagamento antecipado.
Comentários
Gabarito: E
O STF – Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento de que
a iniciativa parlamentar em assunto de Direito Tributário NÃO
invade a competência do Poder Executivo sobre matéria
orçamentária (ADI 724).
Nessa toada, o STF manifestou entendimento de que até mesmo a
concessão de benefícios fiscais não é legislar sobre orçamento (ADI
2464).
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Guarde, portanto, que o Direito Financeiro estabelece, portanto, além
do crédito público, regras relativas a Orçamento público, Receita
pública e Despesa pública.
Importante deixar claro que o Direito Financeiro é um ramo
autônomo em relação aos demais ramos do Direito e essa autonomia
está, inclusive, garantida constitucionalmente, como nos revela o inciso
I do art. 24 da nossa Carta Magna que ordena:
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
03) (FCC/TCE-PR/ANALISTA/2011) De acordo com a Constituição
Federal de 1988, a competência para legislar sobre direito financeiro e
orçamento é
a) exclusiva da União.
b) privativa da União, dos Estados e do Distrito Federal.
c) privativa da União.
d) exclusiva da União, dos Estados e do Distrito Federal.
e) concorrente da União, Estados e Distrito Federal.
Comentários
Gabarito E
A resposta dessa questão está na literalidade da CF/88 em seu artigo
24. Confira com grifos nossos:
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre:
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I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico;
II - orçamento;
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Amigo(a), essa atividade financeira do estado existe para atender às
necessidades de sua sociedade organizada.
Assim, o Estado, seja ele a União, Estados, DF ou Municípios é na
verdade o sujeito, ou seja, todos os entes da Federação são titulares
do dever de garantir a manutenção da estrutura administrativa estatal,
de modo satisfazer as necessidades públicas usando para isso o s
recursos públicos.
O bem comum, por meio do atendimento das necessidades públicas,
como por exemplo da educação, saúde, segurança, alimentação,
habitação, transporte, lazer, etc., é obrigação do Estado atender, como
cansa a nossa CF/88 de reforçar.
E como obter dinheiro para suprir essas necessidades?
Se financiando, e uma das fontes é o crédito público. O
financiamento das atividades públicas é obtido por diversas
fontes, tais como:
A arrecadação de Receitas Públicas;
Os empréstimos tomados pelo governo (crédito público);
Os recursos transferidos por outra entidade; e
A emissão de moeda (senhoriagem).
Dentre as receitas públicas destaca-se a receita tributária já
que, sem dúvida, essa á principal financiadora do Estado.
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Mas aqui vale registrar que o Governo “recebe” também outras
receitas como, por exemplo, do aluguel dos seus imóveis ou dos
dividendos de estatais como a Petrobrás ou ainda de leilões e
concessões como os realizados pela ANP – Agência Nacional do Petróleo
na camada pré-sal.
Já a fonte oriunda de recursos transferidos por outra entidade, vale
dizer que é mais usual para os Estados e Municípios que realizam
convênios com a União para aplicarem recursos em determinada obra
ou Programa de Governo.
O Setor Público corresponde à presença o Governo nas três esferas:
a União, os Estados e o Distrito Federal, e os Municípios, bem como os
três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), além do MP.
Nesse contexto, preciso dizer que Déficit Público é o nome que se
dá para a situação em que o valor total das despesas públicas é
maior que valor total das receitas públicas.
O financiamento do déficit público. Para financiar o déficit, seja
para qualquer conceito utilizado, o governo recorre a duas
fontes de recursos: a emissão de moeda e a venda de títulos da
dívida pública (CRÉDITO PÚBLICO).
Emissão de moeda: ocorre através de criação de moeda pelo Banco
Central para financiar dívida do Tesouro Nacional. Este procedimento
traz a vantagem de não gerar déficits futuros e não ter que elevar a
taxa de juros. Porém, traz a desvantagem de gerar pressão
inflacionária, em face da colocação de moeda em quantidade superior
à necessidade da economia.
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Colocação de títulos da dívida pública: possibilita ao governo trocar
título, ativo financeiro não-monetário, por moeda que está em
circulação para financiar seu déficit. É O CRÉDITO PÚBLICO.
Este procedimento traz, também, vantagem e desvantagem.
Como vantagem, a venda de títulos públicos evita a ocorrência de
pressões inflacionárias uma vez que não necessita recorrer à emissão
de moeda. Mas traz também desvantagem uma vez que a colocação
de títulos públicos à disposição no mercado implica em oferecer taxas
de juros atrativas, com impacto no total do endividamento e no custo
do seu financiamento.
Assim, o forte financiamento do déficit público, a partir da
colocação de títulos, pode chegar numa situação em que o montante
de títulos atinge um valor tão expressivo, que exige cada vez mais
taxas de juros elevadas para atrair o credor privado, neste quadro,
gerando dúvidas sobre a capacidade do governo honrar os seus
compromissos e impulsionam cada vez mais a elevação da taxa de
juros, com impacto sobre o serviço da dívida pública (amortização e
juros). É um ciclo vicioso, pois a dívida cresce porque a taxa de juros
sobre e esta taxa de juros sobe porque a dívida cresce.
Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) Na
verdade, a sigla NFSP significa Necessidade de Financiamento do
Setor Público! Mas o que vem a ser isso?
De modo bem simples, podemos dizer que a NFSP representa a
necessidade do setor público em se financiar por meio de dívida.
Agora que já conhecemos um pouco que é o Crédito Público, que
também faz parte das Finanças Públicas, vamos seus aspetos legais.
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Importante deixar registrado que o crédito público é regulado na
CF/88, especialmente no que tange à competência para legislar,
fiscalizar, limite global e condições de operações de crédito
público.
Além da CF/88, alguns de seus aspectos são tratados em lei
complementar, que traz definições precisas sobre vários aspectos
envolvendo esse tipo de operação, e por Resolução do Senado Federal.
De modo bem simplório, podemos conceituar crédito público como
sendo a operação de crédito em que o Estado toma emprestado, isto é,
ocorre uma transferência de liquidez.
No artigo 21 da CF/88 é atribuída à União o papel de fiscalizadora
das operações de crédito público, e o artigo 22 da CF/88 atribui à
União a competência privativa para legislar sobre o assunto.
Na prática, a função de fiscalizar atribuída a União é exercida pelo
Ministério da Fazenda, que tem essa competência amparada pelo artigo
32 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que tal órgão
verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização
de operações de crédito de cada ente da Federação.
Nessa toada, os entes da Federação devem encaminhar seus pleitos
fundamentados técnico e juridicamente, demonstrando o interesse
social e econômico, a existência de autorização prévia em lei
orçamentária, inclusão no orçamento recursos e observância dos
limites e condições fixados pelo Senado.
A CF/88, em seu artigo 32, estabelece que compete
privativamente ao Senado Federal:
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“V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;
VI – fixar por proposta do Presidente da República, limites globais para
o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de
crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo
Poder Público federal”;
Resta claro que o Senado deve dar o aval para serem realizados os
contratos de créditos envolvendo entidades externas, e deve fixar até
que ponto o Poder Executivo pode comprometer o orçamento com o
pagamento de dívidas e juros e as condições sob as quais serão
realizadas essas operações de crédito.
Atendendo essa demanda, nosso Senado Federal editou em 2007, a
Resolução Nº 48 que estabelece os limites globais para operações de
crédito e concessão de garantia nessas operações.
O Artigo 6° dessa Resolução, faz referência ao limite estabelecido no
artigo 167, inciso III, da CF/88, de que as operações de créditos não
devem exceder o montante das despesas de capital, com exceção dos
créditos suplementares ou especiais.
Essa Resolução fixa como critério de verificação desse limite, o previsto
no artigo 32, § 3° da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece
que nas despesas de capital não serão computados os empréstimos e
financiamentos com o intuito de promover incentivo fiscal para fins de
fixação do limite das operações de crédito.
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Assim, o legislador regulou amplamente às operações de
créditos, incluindo toda a conceituação jurídica, visando dar o máximo
de segurança, controle, transparência e limite nesse tipo de
procedimento.
Nota-se claramente a preocupação do legislador em impor limites aos
governantes no uso desse meio de obter recursos para o financiamento
dos serviços e obras públicas. Fixaram-se critérios legais que devem
ser obrigatoriamente atendidos para que esses recursos sejam
considerados regulares.
Também restou claro que a norma jurídica cuidou de estabelecer
definições técnicas sobre o assunto para não deixar na
discricionariedade dos administradores sua conceituação. Com isso
deu-se segurança a operacionalização desse instituto.
04) (FCC/TCE-SP/AGENTE-FISCALIZAÇÃO/2015) A competência
para autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, é atribuída pela Constituição Federal, em caráter privativo,
a) ao Senado Federal.
b) à Câmara dos Deputados.
c) ao Chefe do Poder Judiciário.
d) ao Congresso Nacional.
e) ao Chefe do Poder Executivo.
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Comentários
Gabarito A
A resposta dessa questão está na literalidade da CF/88 em seu artigo
52 inciso V. Confira com grifos nossos:
“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de
interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios”;
--------------------------------------------
2. AS FINANÇAS PÚBLICAS E O ORÇAMENTO NA CF/88
O Direito Financeiro, a Administração Financeira e Orçamentária e o
tema Finanças Públicas encontram sua “gênese normativa” na
Constituição Federal de 1988, especialmente entre os artigos 165 e
169. Em sua prova, com certeza, teremos questões retiradas deles.
Dessa forma, vamos conhecer outros aspectos constitucionais que
envolvem esses temas, presentes também em outros trechos da CF/88
além dos artigos já citados, e também adquirir uma visão geral que vai
nos ajudar adiante.
Além da letra da CF/88, o Direito Financeiro tem sustentação na Lei de
Normas Gerais de Direito Financeiro, Lei nº 4.320/64, também
conhecida como lei do orçamento público, que é uma lei originalmente
ordinária, federal, porém de abrangência nacional, vinculando todos os
entes políticos, quais sejam União, Estados, DF e Municípios.
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Repare que o artigo 165, § 9º da CF/88 estabelece a competência de
lei complementar para:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
§ 9º Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual”;
Raciocine comigo: se a CF é de 1988 e antes dela já vigorava Lei
4.320/64, aprovada pelo Congresso Nacional por maioria simples, em
processo legislativo de lei ordinária, então estamos diante de uma
inconsistência constitucional.
Em verdade, essa incongruência deve-se ao fato de que a CF/88 exige
lei complementar para tratar de exercício financeiro e dos
instrumentos do Plano Plurianual - PPA, da Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO e da Lei Orçamentária Anual – LOA.
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Assim, contrariando a previsão da CF/88, a lei que regulamentou o
exercício financeiro, período de tempo durante o qual o Estado realiza
a sua atividade financeira, arrecadando receitas e executando
despesas, é a Lei 4.320/64, editada e publicada como originalmente
como lei ordinária.
ENTRETANTO, NÃO se pode afirmar, que pelo fato de ser uma lei
pretérita à CF/88, que inaugurou um novo ordenamento jurídico no
Brasil a partir daquele ano, e que vai de encontro à norma do art. 165,
§ 9º, I, foi automaticamente revogada com a publicação da Lei Maior.
A Lei 4.320/64 não foi revogada, mas sim recepcionada como
se Lei Complementar fosse. ASSIM, de acordo com a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (ADI 1726), a Lei nº
4.320/64 foi recepcionada com o status de lei complementar
perante o texto constitucional de 1988, apesar da sua forma
originária de lei ordinária.
Em suma, a Lei 4.320/64 é uma lei formalmente ordinária, aprovada
por meio de processo legislativo ordinário, quórum de deliberação
parlamentar maioria simples, e materialmente complementar, pois a
matéria de que ela trata é de lei complementar, com fulcro no art. 165,
§ 9º, I, CF/88.
Desse modo, pelo fato de a Lei 4.320/64 ter sido recepcionada pelo
atual ordenamento jurídico brasileiro, ditado pela Carta Magna de 1988,
com status de lei complementar, somente poderá ser alterada por
uma lei federal de mesma matéria, e lei complementar.
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Em outras palavras, apesar de ser uma lei formalmente ordinária e
materialmente complementar, a Lei nº 4.320/64 somente poderá ser
alterada, desde a vigência da atual Constituição, por uma lei
complementar tanto quanto à forma e quanto à matéria.
Importante deixar claro que o Direito Financeiro não é normatizado
apenas pela CF/88 e pela Lei nº 4.320/64, pois a Lei Complementar nº
101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal-LRF) também tem relevante
importância.
Pessoal, na verdade, a competência para legislar sobre Direito
Financeiro e Orçamento é concorrente da União, Estados e Distrito
Federal, como define o artigo 24, I e II; e § 1º a 4º da CF/88. Veja:
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico;
II - orçamento;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não
exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
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§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende
a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.”
Veja essa linha de raciocínio na sequência dos parágrafos do inciso II
artigo 24 da CF/88, especialmente o que revela o 4º:
“§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não
exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário”.
Note que o dispositivo normativo acima não faz menção aos
municípios, mas existe a possibilidade de dispor sobre temas próprios
e específicos de direito financeiro, conforme disposição expressa do art.
30, II, CF/88. Confira:
“Art. 30. Compete aos Municípios:
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;”
Nessa pegada, a doutrina, EMBORA NÃO DE MODO PACÍFICO, tem
aceito que existe competência também para os Municípios, com base
no art. 30, I, da CF/88.
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Sempre é bom lembrar que, no âmbito da competência concorrente,
cabe à União estabelecer normas gerais, e aos Estados, DF e Municípios
suplementar o que foi estabelecido pela União. Em verdade, a norma
geral já foi editada pela União desde 1964. Trata-se da Lei nº 4.320/64,
lei federal de normas gerais de direito financeiro, de abrangência
nacional, vinculando, portanto, todos os entes políticos.
Importante deixar claro novamente que, no âmbito da legislação
concorrente, cabe à União legislar sobre normas gerais de direito
financeiro (art. 24, § 1º, CF/88), e o Estado/DF mantém competência
suplementar (art. 24, § 2º, CF/88), tendo os municípios a prerrogativa
constitucional de suplementar a legislação federal e estadual, no que
couber, conforme já explanado (art. 30, II, CF/88) e com apoio da
Doutrina, embora não pacífica.
ATENÇÃO
E se não houvesse legislação federal, o que não é o caso, o Estado teria
competência legislativa plena (art. 24, § 3º, CF/88), o que significaria
a possibilidade jurídica de editar lei de normas gerais de direito
financeiro para atender a suas peculiaridades?
Sim!
Se ligue!
Mas como dito antes, não é o caso, pois a União já estabeleceu as
Normas Gerais (Lei 4.320/64).
Entretanto, é importante deixar claro que mesmo diante dessa
possibilidade, se depois sobrevier a lei federal, posterior à edição da lei
estadual de normas gerais de direito financeiro, as normas contrárias
da lei estadual de normas gerais terão a sua eficácia suspensa, sendo
válidas apenas as disposições normativas que não contrariarem as
federais editadas, pois a superveniência de lei federal sobre normas
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gerais suspende a eficácia da lei estadual no que lhe for contrária (art.
24, § 4º, CF/88).
Caro(a) aluno(a), é importante que quando estiver estudando essa
matéria, esteja com as legislações pertinentes em mãos para fazer as
devidas anotações na própria lei, caso tenha esse hábito.
A leitura de “lei seca” é muito importante, sendo fundamental na
Constituição Federal de 1998 ler os artigos 163 a 169. Vamos fazer isso
agora!
“CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
NORMAS GERAIS
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,
fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e
indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de
crédito da União, resguardadas as características e condições
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será
exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira.
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§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão
do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a
taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
previstos em lei.
Seção II
DOS ORÇAMENTOS
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração
da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras
oficiais de fomento.
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução
orçamentária.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o
plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
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II - o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito
a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público.
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de
demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo,
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de
reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação
de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.
§ 9º Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da
administração direta e indireta bem como condições para a instituição
e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de
procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais
e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no
§ 11 do art. 166.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais
serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e
Deputados:
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I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste
artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da
República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da
atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas,
criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário
das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados,
Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não
poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se
refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista,
da parte cuja alteração é proposta.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da
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República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a
que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não
contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao
processo legislativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição
do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da
receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações
e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços
públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a
destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das
programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante
correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios
para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos
de ordem técnica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a
execução da programação prevista no §11 deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da
adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de
cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de
despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
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§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de
despesa que integre a programação, na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder
Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder
Legislativo as justificativas do impedimento; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso
I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o remanejamento da
programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo
previsto no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto de lei
sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término
do prazo previsto no inciso III, o Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações
orçamentárias previstas no § 11 não serão de execução obrigatória nos
casos dos impedimentos justificados na notificação prevista no inciso I
do § 14. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de
cumprimento da execução financeira prevista no § 11 deste artigo, até
o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa
poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto no
§ 11 deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da
limitação incidente sobre o conjunto das despesas
discricionárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de
caráter obrigatório que atenda de forma igualitária e impessoal às
emendas apresentadas, independentemente da autoria. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
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Art. 167. São vedados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
orçamentária anual;
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que
se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária,
como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37,
XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo;
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão
para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
autorização legislativa.
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de
empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos
Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de
despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios
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XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais
de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201.
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual,
ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida
para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o
disposto no art. 62.
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos
impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que
tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de
garantia ou contra garantia à União e para pagamento de débitos para
com esta.
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de
recursos de uma categoria de programação para outra poderão ser
admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação,
com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia
autorização legislativa prevista no inciso VI deste artigo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês,
em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art.
165, § 9º.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar.
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§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração
direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender
às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de
economia mista.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida
neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão
imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não
observarem os referidos limites.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste
artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
cargos em comissão e funções de confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não
forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder
o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes
especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa
objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior
fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por
ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores
será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou
função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos.
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§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem
obedecidas na efetivação do disposto no § 4º”.
A ideia aqui é lhe dar uma visão geral dos artigos da CF/88 que tratam
das Finanças Públicas e Orçamento. Como você pode notar, boa parte
dos artigos da CF/88 relacionados às finanças públicas tratam de
assuntos relacionados ao orçamento público. Então vamos conhecê-lo
um pouco mais, lembrando que esse tema dominará a aula 02 do nosso
curso.
aí3.1.1
3. Instrumentos Orçamentários
Vamos agora conhecer os principais Instrumentos de
Planejamento e Orçamento utilizados na implantação das
Políticas Públicas do nosso país.
Para começar eu lhe pergunto: será que já conhecemos algum
Instrumento de Planejamento?
Aí você me diz:
“Sim professor! O Orçamento Público! “
Isso mesmo, veja que nos revela o artigo 165 da CF/88 nos revela os
3 principais instrumentos de Planejamento e Orçamento utilizados
na implantação das Políticas Públicas:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais”.
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Assim, o Orçamento Público é chamado no inciso III de “orçamentos
anuais”, também conhecido como LOA – Lei Orçamentária Anual.
Na verdade, ainda vamos estudar o Orçamento Público de
maneira mais detalhada, como exposto em nosso cronograma.
A ideia aqui é introduzir o assunto, especialmente na parte relativa à
sua normatização.
Então, o que é Orçamento na Administração Pública?
Podemos dizer que Orçamento é um processo contínuo, dinâmico e
flexível, que traduz em termos financeiros para determinado período
(um ano), os planos e programas de trabalho do governo.
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De acordo com o mestre Aliomar Baleeiro: “o orçamento público é o ato
pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por
certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política
econômica ou geral do País, assim como a arrecadação das receitas já
criadas em lei”.
Em outras palavras, é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a
arrecadação de receitas e fixa a realização de despesas para o
período de um ano e o Poder Legislativo lhe autoriza, através de
LEI, a execução das despesas destinadas ao funcionamento da
máquina administrativa.
Ou de modo mais direto podemos dizer que o Orçamento do
Estado é o ato contendo a aprovação prévia das Receitas e
Despesas Públicas para um período determinado.
Importante deixar registrado que, no Brasil, o orçamento público é, em
relação às despesas discricionárias e na sua maior parte autorizativo,
e não impositivo, ou seja, a fixação de despesas é uma mera
sugestão ou previsão de gastos, sem que haja o dever legal de
executá-los, com exceção a execução de emendas individuais ao
projeto de lei orçamentária no limite de 1,2% da receita corrente líquida
prevista no projeto encaminhado pelo Executivo, que com o advento
da EC 86/2015 (Orçamento Impositivo) passaram a ser
obrigatórias.
Em verdade, em nossa pátria, a realização de uma despesa pública
(gasto público) está, portanto, condicionada à disponibilidade financeira
de receitas arrecadadas durante o exercício financeiro (1º de janeiro a
31 de dezembro, conf. art. 34, Lei nº 4.320/64).
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Importante deixar registrado que o orçamento público embora tenha
formato de lei, sendo aprovado como tal, o STF decidiu que o
orçamento público, no Brasil, é lei apenas em sentido formal.
ATENÇÃO
Assim, em relação à sua natureza jurídica, é bom deixar registrado
que o orçamento público embora tenha formato de lei, sendo aprovado
como tal, a DOUTRINA dominante, embora não pacífica, é a de que
o orçamento público, no Brasil, é lei em sentido formal.
Nesse contexto, os instrumentos de planejamento e orçamento da
Constituição Federal são:
1) O Plano Plurianual – PPA;
2) A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO; e
3) Lei Orçamentária Anual - LOA.
Esses instrumentos são, na verdade, as leis que regulam, cada uma
delas com especificidades e escopos próprios, o planejamento e o
orçamento dos entes públicos nas 3 esferas de governo.
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No âmbito de cada ente, essas leis constituem etapas distintas,
porém integradas, de forma que permitam um planejamento
estrutural das ações governamentais.
“Professor, qual a relação entre PPA, LDO e LOA”?
Veja na figura abaixo o sentido da seta para visualizar a influência de
cada uma em termos de integração:
Resumidamente, tenha em mente que PPA, juntamente com a LDO e a
LOA são leis instituídas pela Constituição Federal - art. 165, cabendo
ao PPA estabelecer diretrizes de médio prazo (4 anos)
A LDO, que deve ser compatível com o PPA, estabelece, entre outros,
o conjunto de metas e prioridades da Administração Pública Federal e
orienta a elaboração da LOA para o ano seguinte.
A LOA, que deve ser compatível com o PPA e com a LDO, contempla os
orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos das estatais.
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A palavra chave aqui é INTEGRAÇÃO!!!
Vamos conhecer um pouco mais acerca de cada um desses importantes
instrumentos!
O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento previsto no artigo 165
da Constituição Federal destinado a organizar e viabilizar a ação
pública, com vistas a cumprir os fundamentos e os objetivos da
República, servindo como instrumento de planejamento de médio
prazo do Governo Federal que estabelece, de forma regionalizada,
as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública
Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
as relativas aos programas de duração continuada.
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Nesse contexto, guarde para o PPA o mnemônico DOM –
Diretrizes, Objetivos e Metas.
Entenda por Diretrizes a ideia de que o PPA tem um condão
abrangente e estratégico, servindo de plano de voo para os próximos 4
anos.
Já em relação aos Objetivos, a ideia é que o PPA verbalize o que
precisas ser modificado, ou seja, o que a implementação do PPA deseja
para o país.
Finalmente, as Metas “tornam as diretrizes e os objetivos menos
subjetivos, ou seja, traduzem-nos em aspectos mais quantitativos ou
qualitativos, a depender das especificidades de cada caso.
Importante destacar que o PPA federal não contempla Diretrizes,
Objetivos e Metas das demais esferas de governo, já que cada ente
possui seu respectivo PPA.
Importante destacar ainda que enquanto o PPA tem duração de 4
anos, durante a sua vigência serão elaboradas uma LDO e uma LOA a
cada ano, ou seja, 4 LDOs e 4 LOAs que precisam ser compatíveis com
o respectivo PPA.
Nessa pegada, é importante destacar que a vigência do PPA é de quatro
anos, mas inicia-se no segundo exercício financeiro do mandato do
chefe do executivo e terminando no primeiro exercício financeiro do
mandato subsequente, devendo ser enviado até 31 de agosto do
primeiro exercício.
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O tempo de vigência de um PPA não coincide com o mandato do
chefe do Executivo, já que o PPA é elaborado no primeiro ano de
governo e entra em vigor no segundo ano, somente se encerrando no
fim do primeiro ano do governo seguinte.
Por meio dele, é declarado o conjunto das políticas públicas, em
termos macro, do governo para um período de 4 anos e os
caminhos trilhados para viabilizar as metas previstas, construindo um
Brasil melhor.
O PPA orienta o Estado e a sociedade no sentido de viabilizar os
objetivos da República. O Plano apresenta a visão de futuro para o País,
macro desafios e valores que guiam o comportamento para o conjunto
da Administração Pública Federal.
Por meio dele o governo declara e organiza sua atuação, a fim de
elaborar e executar políticas públicas necessárias. O Plano permite
também, que a sociedade tenha um maior controle sobre as ações
concluídas pelo governo.
Importante ter em mente que as despesas de capital a que se refere
o PPA são aquelas que contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital, como, por exemplo, a construção ou
ampliação de um aeroporto.
O Plano Plurianual -PPA deve ser elaborado de forma regionalizada, ou
seja, esse instrumento central de planejamento deve servir promover,
de maneira integrada, oportunidades de investimentos que sejam
definidas a partir das realidades regionais e locais, levando a um
desenvolvimento mais equilibrado entre as regiões do País.
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Ainda no âmbito do PPA, é interessante que saiba que PPA é adotado
como referência para os demais planos e programas nacionais,
regionais e setoriais, como o artigo 165 da CF/88, assim determina
(com grifos nossos):
“§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com
o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”.
Ainda tratando de PPA, importante informar que a Lei nº
13.249/2016, instituiu o PPA federal o para o período de 2016 a 2019
- PPA 2016-2019, em cumprimento ao disposto no § 1° do art. 165 da
nossa Carta Magna, ou seja, serve como instrumento de organização
da atuação governamental em Programas orientados para o alcance
dos objetivos estratégicos definidos para 2016 a 2019.
Importante destacar que em seu artigo 3º, a mencionada Lei destaca
que:
“São prioridades da administração pública federal:4
I - as metas inscritas no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014);
II - o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, identificado nas
leis orçamentárias anuais por meio de atributo específico; e
III - o Plano Brasil sem Miséria - PBSM, identificado nas leis
orçamentárias anuais por meio de atributo específico”.
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Em termos de Diretrizes do PPA federal 2016/2019, temos:
I - O desenvolvimento sustentável orientado pela inclusão social;
II - A melhoria contínua da qualidade dos serviços públicos;
III - A garantia dos direitos humanos com redução das desigualdades
sociais, regionais, étnico-raciais, geracionais e de gênero;
IV - O estímulo e a valorização da educação, ciência, tecnologia e
inovação e competitividade;
V - A participação social como direito do cidadão;
VI- A valorização e o respeito à diversidade cultural;
VII - O aperfeiçoamento da gestão pública com foco no cidadão, na
eficiência do gasto público, na transparência, e no enfrentamento à
corrupção; e
VIII - A garantia do equilíbrio das contas públicas.
Resumidamente, podemos dizer que o PPA 2016/2019 está estruturado
em 3 dimensões:
1) Estratégica: que é composto por Visão de Futuro, Eixos e Diretrizes
Estratégicas, servindo para orientar a elaboração dos Programas
Temáticos.
2) Tática: é expressa nos Programas Temáticos e nos Programas de
Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, com foco na entrega de bens
e serviços pelo Estado à sociedade.
3) Operacional: é a aplicação dos recursos disponíveis de modo
otimizado nos aspectos quantitativos e qualitativos dos produtos
entregues.
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Vamos agora conhecer melhor a LDO!
A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO tem primordial função
o estabelecimento dos parâmetros necessários à alocação dos
recursos no orçamento anual, de forma a garantir, dentro do
possível, a realização das metas e objetivos contemplados nos
programas do plano plurianual.
Veja a sua literalidade, de acordo com o artigo 165 da CF/88, com grifos
nossos:
“§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e
prioridades da administração pública federal, incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento”.
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Veja agora o papel da LDO de modo esquematizado:
A LDO É O ELO DE LIGAÇÃO ENTRE O PPA E A LOA!
O papel da LDO é ajustar as ações de governo previstas no PPA,
às reais possibilidades de caixa do Tesouro Nacional, fazendo o
“meio campo” entre o planejamento estratégico de médio prazo (PPA)
e o planejamento operacional (LOA).
De acordo com a Constituição, a LDO deve, no mínimo,
identificar os seguintes itens:
- Estabelecer as metas e prioridades da administração, incluindo as
despesas de capital previstas para o exercício seguinte;
- Estabelecer critérios para elaboração da lei orçamentária anual,
explicando onde serão feitos os maiores investimentos, o valor que
caberá ao Legislativo, o percentual para abertura de créditos
suplementares e outras informações prévias sobre o futuro Orçamento;
- Estabelecer as alterações programadas na legislação tributária,
informando quais as medidas que pretende aplicar na política de
tributos;
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- Estabelecer os critérios que pretende implantar na política de Pessoal,
na lei de cargos e salários, no ordenamento salarial, na reestruturação
de carreiras etc. Importante ressaltar que serão nulas as despesas de
pessoal não previstas na LDO.
Importante destacar também que o prazo para encaminhamento da
LDO ao Congresso Nacional é de oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro, ou seja, precisa ser enviada até
o dia 15 de abril de cada ano, devendo a devolução ao Poder Executivo
ocorrer até o fim do primeiro período da sessão legislativa, ou seja, 17
de julho, pois a sessão legislativa não pode ser interrompida sem a sua
Aprovação.
A Lei de Responsabilidade Fiscal- LRF ampliou a importância da
LDO, determinando a previsão de várias outras situações, além
das previstas na Constituição.
São elas:
- Estabelecer critérios para congelamento de dotações, quando as
receitas não evoluírem de acordo com a estimativa orçamentária;
- Estabelecer controles operacionais e suas regras de atuação para
avaliação das ações desenvolvidas ou em desenvolvimento;
- Estabelecer as condições de ajudar ou subvencionar financeiramente
instituições privadas, fornecendo o nome da instituição, valor a ser
concedido, objetivo etc. Importante ressaltar que serão nulas as
subvenções não previstas na LDO, excluindo casos de emergência;
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- Estabelecer critérios para início de novos projetos, após o adequado
atendimento dos que estão em andamento;
- Estabelecer o percentual da receita corrente líquida a ser retido na
peça orçamentária, como Reserva de Contingência.
Além do estabelecimento e definição dos itens acima, a LDO deverá ser
acompanhada do chamado ANEXO DE METAS FISCAIS e do ANEXO DE
RISCOS FISCAIS – ARF.
LOA – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL é o orçamento público
propriamente dito, devendo conter exclusivamente duas matérias:
previsão de receita e fixação de despesa.
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A LOA funciona como instrumento de planejamento operacional,
expressando a alocação de recursos públicos, sendo operacionalizada
por meio de diversas ações.
Importante lembrar que a LOA é orientada pelas diretrizes, objetivos e
metas do PPA, compreendendo as ações a serem executadas, seguindo
as metas e prioridades estabelecidas na LDO.
Importante atentarmos para a palavra previsão para receita, já a
receita orçamentária pode ser arrecadada acima do valor previsto no
orçamento público por não existir teto para a receita!
Por outro lado, em se tratando da despesa, usamos a expressão
fixação, por ser prevista com um limite até o qual poderá ser
executada.
A esse limite de autorização de gastos dá-se o nome de dotação
orçamentária, que é a expressão monetária do crédito
orçamentário, autorização discriminada para se gastar recursos.
Importante destacar que nossa CF/88 veda o início de programas ou
projetos que não estejam incluídos na LOA e proíbe a consignação de
crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
O projeto da LOA deve ser encaminhado ao Congresso Nacional quatro
meses antes do término do exercício financeiro, ou seja, até o dia 31
de agosto de cada ano, e devolvido ao Poder Executivo até o final da
sessão legislativa, ou seja, até 22 de dezembro do exercício de sua
elaboração.
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Importante destacar ainda que nossa Carta Magna, em seu artigo 165,
§ 6º, determina que projeto da LOA a seja acompanhado de
demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.
Ainda no mencionado artigo da nossa CF/88 existe a seguinte
determinação (com grifos nossos):
“§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público”.
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Destaque-se que, como visto no desenho acima, na verdade,
trata-se de uma única LOA, um único documento.
Quem elabora e executa o orçamento é apenas o Poder Executivo? O
que acha?
Não!!!!
Na realidade, todos os Poderes e o Ministério Público elaboram
suas propostas orçamentárias, porém, quem executa a maior
parte das despesas públicas é o Poder Executivo, mesmo porque
essa é a sua principal função.
Basicamente, em termos de elaboração da proposta orçamentária,
genericamente falando, funciona da seguinte forma:
Todos os Poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e mais o Ministério
Público), e demais órgãos (Unidades Orçamentárias) elaboram as suas
propostas orçamentárias e encaminham para o Poder Executivo
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG), que faz a
consolidação de todas as propostas e encaminha um projeto de Lei de
Orçamento ao Congresso Nacional.
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Nenhuma proposta orçamentária, nem mesmo a do Poder Legislativo,
pode ser encaminhada diretamente ao Congresso Nacional. Essa
competência é privativa do Presidente da República (Inciso XXIII, do
art. 84, da CF).
O famoso doutrinador Alexandre de Moraes, agora Ministro do STF,
descreve que a iniciativa das leis orçamentárias é exclusiva e
obrigatória para Estados e Municípios e ainda argumenta que se trata
de iniciativa legislativa vinculada, uma vez que deverá ser remetida ao
Congresso Nacional no tempo estabelecido pela própria Constituição
Federal (in Direito Constitucional, 16ª edição, p.594).
ATENÇÃO
É até comum, em provas de concurso, perguntares sobre quem tem
competência para dispor sobre orçamento público no Brasil. Essa
competência é exclusiva do Congresso Nacional.
Fique ligado, pois o termo dispor significa votar, apresentar e rejeitar
emendas, manter ou derrubar vetos do Presidente da República,
aprovar créditos adicionais, fiscalizar, etc.
Aí eu lhe pergunto: caso o Presidente da República se omita, deixando
de encaminhar o projeto de lei de orçamento ao Congresso Nacional,
pode, qualquer parlamentar, apresentar esse projeto de lei?
Não, essa competência é exclusiva do Presidente da República. A
proposta apresentada por parlamentar caracteriza
inconstitucionalidade formal.
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05) (FCC/TRF4/ANALISTA/2004) A lei orçamentária anual,
segundo a Constituição, é de iniciativa
a) do Congresso Nacional.
b) do Senado Federal.
c) do Presidente da República.
d) da Câmara Federal.
e) do Ministro da Fazenda.
Comentários
Gabarito C
Questão do tipo “cara crachá” com o artigo 165, III, da CF/88 que
estabelece:
“Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais”.
Registre que o fato de a iniciativa ser exclusiva do Presidente da
República, no caso da União, dentre outras características, faz com
que a LOA seja uma lei ordinária especial.
06) (FCC/TRT22/ANALISTA/2004) A elaboração da proposta
orçamentária pública, segundo a Constituição Federal de 1988, é de
competência privativa do chefe do
a) Ministério da Fazenda.
b) Poder Legislativo.
c) Poder Judiciário.
d) Ministério do Planejamento.
e) Poder Executivo.
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Comentários
Gabarito E
Vamos novamente usar o artigo 165 da CF/88:
“Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais”.
-----------------------------------------------------------------
07) (FCC/TRT3/ANALISTA/2009) As iniciativas das leis
orçamentárias (Lei do Plano Plurianual − PPA, Lei de Diretrizes
Orçamentárias − LDO e Lei do Orçamento Anual − LOA), cujos projetos
deverão ser apresentados ao Legislativo, privativamente pelo Chefe do
Executivo, nos prazos estabelecidos pela Constituição Federal,
denominam-se
a) suplementares.
b) parlamentares.
c) gerais.
d) discricionárias.
e) vinculadas.
Comentários
Gabarito E
Em verdade trata-se de uma iniciativa legislativa vinculada, já que
é exclusiva e obrigatória.
-----------------------------------------------------------------------------
Nessa mesma linha de pensamento, se o envio ao Congresso Nacional
do projeto de lei orçamentária anual é de competência privativa (art.
84, caput, inciso XXIII) do chefe do Poder Executivo e o parágrafo
único do mesmo artigo não menciona explicitamente o inciso XXIII
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como possibilidade de delegação pelo Presidente da República da
matéria nele constante, significa dizer que a iniciativa do orçamento
público é indelegável.
Assim, o Doutrinador Alexandre de Moraes, agora Ministro do STF, e,
portanto, “produtor” de jurisprudência, prefere, portanto, chamá-la de
competência exclusiva.
Essa distinção é feita em razão da existência de uma diferenciação
entre a competência privativa e a competência exclusiva; esta
indelegável, a primeira passível de delegação. Entretanto, muitas vezes
existe confusão e trata-se os dois conceitos de forma indistinta.
Importante deixar registrado que a CF/88 concedeu autonomia
administrativa e financeira ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, ao
Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas da União para elaborarem
suas próprias propostas orçamentárias, encaminhando-as ao Poder
Executivo para consolidação final.
Assim, a partir dessa consolidação final, realizada no âmbito do
Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, uma
proposta consolidada de orçamento da unidade da federação é
encaminhada ao Legislativo, que a apreciará.
08) (FCC/MPU/ANALISTA/2007) A consolidação do projeto de lei
orçamentária anual da União é de responsabilidade
a) do Ministério da Fazenda.
b) da Secretaria do Tesouro Nacional.
c) da Secretaria da Receita Federal.
d) do Ministério da Indústria e do Comércio.
e) do Ministério do Planejamento.
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Comentários
Gabarito E
Já sabemos que somente poderá existir um único projeto de LOA para
cada ente político em cada exercício financeiro, por força do princípio
orçamentário da unidade (art. 2º, Lei nº 4.320/64, combinado com art.
165, § 5, CF/88).
Entretanto, ainda de acordo com a CF/88, os órgãos dos demais
Poderes têm autonomia administrativa e financeira, de sorte que cada
um deles tem a prerrogativa constitucional para elaborar a sua própria
proposta parcial de orçamento.
No entanto, as mencionadas propostas parciais de orçamento não
podem ser enviadas isoladamente para o Congresso Nacional, sob pena
de inconstitucionalidade formal, uma vez que a iniciativa do processo
legislativo orçamentário é exclusiva do chefe do Poder Executivo.
Nessa pegada, a consolidação final do PLOA fica a cargo do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, já que é o Poder
Executivo que tem a prerrogativa, de forma exclusiva, de iniciar o
processo legislativo das leis que tratam de matéria orçamentária (PPA,
LDO e LOA).
--------------------------------------------------------------------------
Importante também deixar registrado que, apesar de o Executivo
receber inúmeras propostas setoriais de orçamento público, por força
do princípio da unidade orçamentária (implícito no art. 165, § 5º
da CF/88, combinado com art. 2º, caput, Lei nº 4.320/64, onde está
explícito), somente poderá haver um único projeto de LOA, para
cada ente político, e em cada exercício financeiro, de sorte que o
Congresso só recebe um PLOA.
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Cuidado com essa pegadinha. Existem questões de concursos que
alegam que seria possível um Poder enviar sua própria proposta
orçamentária diretamente ao Poder Legislativo. Fique atento, não
vacile, marque falsa!
ATENÇÃO
Fique atento também pois existem questões que afirmam ser
constitucional o próprio Poder Legislativo aprovar a sua própria
proposta orçamentária, por ter a prerrogativa de aprovar as leis. Fique
atento, não vacile, marque falsa!
Destaque-se ainda que, de acordo com o artigo 166 da nossa Carta
Magna, os projetos de lei relativos ao PPA, à LDO, à LOA e aos
créditos adicionais devem ser apreciados pelas duas Casas do
Congresso Nacional, na forma do regimento comum, ou seja,
devem ser analisados e votados pelo Poder Legislativo.
A Lei Orçamentária Anual -LOA é o orçamento público propriamente
dito, devendo conter exclusivamente duas matérias: previsão de
receita e fixação de despesa.
Importante atentarmos para a palavra previsão para receita, já a
receita orçamentária pode ser arrecadada acima do valor previsto no
orçamento público por não existir teto para a receita!
Por outro lado, em se tratando da despesa, usamos a expressão
fixação, por ser prevista com um limite até o qual poderá ser
executada.
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09) (FCC/TRE-PE/ANALISTA/2004) O instrumento que contém a
previsão de receita e a fixação da despesa para um determinado
exercício, elaborado em consonância com a LDO – Lei de Diretrizes
Orçamentárias, é denominado
a) leverage financeiro.
b) cash-flow.
c) orçamento público.
d) contabilidade pública.
e) programa de governo.
Comentários
Gabarito C
Sem dúvida é o orçamento público é o instrumento que contém a
previsão da receita e a fixação da despesa. Ele deve ser elaborado em
consonância com o PPA e com a LDO, já que as autorizações de gastos
se vinculam às diretrizes, aos objetivos e às metas estipuladas no PPA
e às metas e prioridades da LDO.
---------------------------------------------------------------------------
A esse limite de autorização de gastos dá-se o nome de dotação
orçamentária, que é a expressão monetária do crédito
orçamentário, autorização discriminada para se gastar recursos.
No tocante às despesas, o orçamento público estabelece autorizações
de gastos por meio dos chamados créditos orçamentários, limitados por
suas respectivas dotações.
O próprio artigo 167, VII, CF/88 estabelece a seguinte vedação
orçamentária:
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“Art. 167. São vedados:
(...)
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
Raciocine comigo: se é o Poder Legislativo quem autoriza a LOA e,
portanto, os créditos orçamentários com suas respectivas dotações,
significa dizer que o Legislativo não poderá conceder um crédito
ilimitado para o Poder Executivo gastar ilimitadamente.
Concorda?
Por essa razão existem limites de gastos preestabelecidos para cada
crédito orçamentário...
“Professor, na prática, como se elabora o orçamento público”?
Aí eu lhe digo que essa tarefa é bastante complexa e é chamada de
processo de elaboração da proposta orçamentária, entretanto, pode ser
simplificadamente explicada da seguinte forma:
Pense no seu orçamento familiar, onde são orçados os gastos do mês
em função das receitas recebidas.
Só que tenho que lhe dizer que na Administração Pública funciona um
pouco diferente, pois as receitas a serem arrecadadas já estão previstas
em Lei, e incumbe ao Poder Executivo prever o quanto será arrecadado
no ano subsequente e a fixação das despesas em função dessas
receitas, cabendo ao Congresso Nacional autorizar sua execução.
A previsão das receitas e a fixação das despesas é semelhante ao à
ideia do seu orçamento familiar, só que com muito mais complexidade
e burocracia.
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Além disso, os Princípios Orçamentários que estudaremos
adiante têm que ser atendidos!
Por exemplo, no Orçamento Público as despesas devem ser iguais as
receitas, em atendimento ao chamado princípio do equilíbrio
orçamentário?
Assim, para atender o que determinam as normas atuais e as mais
avançadas técnicas orçamentárias, no atual modelo orçamentário
brasileiro deve existir estreita conexão entre planejamento e
orçamento, formando assim, o poderíamos chamar de binômio
inseparável.
Na verdade, a distribuição de recursos são Políticas Públicas. Para
tanto, deve haver planejamento para o entrelaçamento entre
Planejamento, Orçamento-programa e Implementação das ações.
Esse inter-relacionamento, no caso brasileiro, teve seu marco inicial,
pelo menos do ponto de vista legal, com o advento da Lei nº 4.320/64,
que pretendeu instituir o Orçamento-Programa, instrumento de
alocação de recursos com ênfase não no objeto de gasto.
Amigo(a), você não precisa ser entendido no assunto para saber que
os principais problemas da economia brasileira tem sido a deficiência
ou até mesmo a ausência de planejamento de longo prazo.
O conceito de planejamento de médio prazo, interligado com o
orçamento-programa foi implementado com a proposta de Plano
Plurianual para o período de quatro anos, cujo grande trunfo reside na
introdução do modelo de gerenciamento de programas, que permite
padronizar a linguagem do PPA e da LOA.
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O vínculo da LOA com o PPA se dá por meio dos Programas e das
Iniciativas do Plano que estão associadas às Ações constantes da LOA.
Deve haver, portanto, uma compatibilidade entre o PPA, a LDO e a LOA.
Contudo, vale ressaltar que a abrangência do PPA e da LDO vai além
da dimensão orçamentária.
A proposta de Plano Plurianual deve ser elaborada pelo Poder Executivo
durante o primeiro ano de mandato do Presidente da República e, após
a votação no Congresso e a sanção presidencial, o Plano deve orientar
a ação de governo.
4. CICLO ORÇAMENTÁRIO
O ciclo orçamentário, no sentido amplo, é um processo que
abrange as etapas do planejamento ao controle, passando pela
elaboração e a própria execução da lei orçamentária anual.
Na verdade, o ciclo orçamentário não é estanque, mas sim um
processo dinâmico, flexível e contínuo, que passa pelas etapas de
planejamento/elaboração, discussão/aprovação, execução, controle e
avaliação no que diz respeito à programação de gastos do setor público
do ponto de vista físico e financeiro.
Sinteticamente falando, o ciclo orçamentário ocorre em quatro etapas
distintas:
1) elaboração/planejamento da proposta orçamentária;
2) discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento;
3) execução orçamentária e financeira; e
4) avaliação/controle.
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Quando falamos em Ciclo Orçamentário ampliado, estamos
falando da composição PPA, LDO e LOA!
Do ponto de vista administrativo, o planejamento representaria a
tentativa do administrador público de receber e compreender
corretamente as demandas da sociedade, estimar a capacidade de
recolhimento de recursos financeiros e alocar os recursos limitados às
ações prioritárias. Numa última etapa, o Poder Público fiscalizaria e
controlaria os gastos efetuados a fim de verificar a acuidade da
programação.
As informações obtidas pela fiscalização e controle dos gastos públicos,
nas quais estarão destacadas as falhas e os méritos do planejamento
vigente, irão orientar no planejamento para o exercício subsequente.
Veja a seguir graficamente como é RESUMIDO o ciclo orçamentário:
Planejamento
Execução
Controle Elaboração
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Agora visualize graficamente como é o ciclo orçamentário numa visão
ampliada:
ATENÇÃO
Enquanto o exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia-
se em 1º de janeiro e se encerra em 31 de dezembro de cada ano, o
ciclo orçamentário é mais longo, já que começa no exercício
anterior com as etapas de elaboração/planejamento da
proposta orçamentária e de discussão/estudo/aprovação da Lei
de Orçamento e somente se encerra nos exercícios seguintes
com a sua avaliação e controle.
Amigo(a), agora vamos conhecer um pouco mais cada uma dessa
etapas!
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O planejamento
A Constituição Federal determinou a aprovação dos Planos Plurianuais
–PPA – que estabelecerão, de forma regionalizada, as Diretrizes,
Objetivos e Metas (DOM) da administração pública para as despesas
de capital e outras delas decorrentes e as relativas aos programas de
duração continuada.
O legislador cuidou de garantir a aplicação uniforme dos recursos em
todo o território nacional, exigindo a regionalização dos recursos
planejados no PPA e executados com base nas leis orçamentárias
anuais.
Além disso, limitou sua abrangência às despesas de capital, ou seja,
das quais resulte um aprimoramento do serviço prestado pelo Estado
ou a criação de um novo serviço, como, por exemplo, a construção de
rodovias, incluídas as despesas decorrentes, no nosso exemplo, o custo
de manutenção da nova estrada.
Feito o planejamento, o Poder Executivo deve encaminhar ao
Parlamento o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias LDO,
inovação da Constituição Federal de 1988, que constitui o elo de
ligação entre planejamento e orçamento.
A LDO compreenderá as metas e prioridades da administração pública
federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, que deverão ser compatíveis com o PPA, orientará a
elaboração da lei orçamentária, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento.
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Nem toda a programação prevista no PPA tem que estar presente nas
LDO, pois o plano vale por quatro anos, enquanto a LDO, apenas por
um ano.
Além disso, a LDO deve ressaltar as prioridades para a lei orçamentária
do exercício subsequente.
Dessa forma, é comum que a LDO preveja a inclusão no orçamento de
apenas uma parcela do previsto no PPA, muito embora não haja
dispositivo legal ordenando a matéria.
Em seguida, a proposta para o orçamento do exercício subsequente é
encaminhada ao Congresso, que deve assegurar a compatibilidade com
a LDO e com o PPA.
De acordo com o artigo 22 da Lei 4320/1964, no que diz respeito ao
seu conteúdo, a proposta orçamentária que o Poder Executivo
encaminhará ao Congresso Nacional nos prazos estabelecidos nas
Constituições e nas leis orgânicas dos municípios, será composta por:
1) Mensagem, que conterá exposição circunstanciada da situação
econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida
fundada e flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e
outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da
política econômico-financeira do Governo; justificação da receita e
despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital.
Importante registrar que essa mensagem presidencial é o instrumento
de comunicação oficial entre o Presidente da República e o Poder
Legislativo usado para encaminhar os projetos do PPA, da LDO e da
LOA.
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2) Projeto de Lei de Orçamento.
3) Tabelas explicativas sobre receitas e despesas de vários anos, em
colunas distintas e para fins de comparação.
4) Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por
dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em
estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar,
acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e
administrativa.
Merecem destaque no âmbito da elaboração da proposta orçamentária,
as atividades preliminares inerentes à alocação dos recursos,
considerando o cenário fiscal, de modo a compatibilizar capacidade de
financiamento e dispêndio dos recursos previstos, passando pelas
etapas de fixação da meta fiscal, projeção de receitas, projeção
das despesas obrigatórias e apuração das despesas
discricionárias.
As dotações orçamentárias são classificadas de forma a explicitar o
montante de recursos empregados nas principais atividades do Estado
sob várias óticas, como veremos adiante ao longo do curso.
Caso haja necessidade de criação de dotação ou
complementação de dotações existentes, pode-se abrir créditos
adicionais, cuja iniciativa é sempre do Presidente da República,
ainda que para os créditos que visem a atender os Poderes
Legislativo e Judiciário, bem como o Ministério Público da União.
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As emendas aos orçamentos anuais ou aos créditos adicionais, que
deverão ser compatíveis com a lei de diretrizes orçamentárias e com o
plano plurianual, podem objetivar o acréscimo de dotação orçamentária
inicialmente proposta pelo Executivo ou a criação de uma nova
despesa, bem como a redução ou supressão de dotação proposta.
Nos casos de redução ou supressão de dotação proposta, não há,
obviamente, necessidade de indicação de recursos para atender a
emenda. Contudo, nos casos em que o parlamentar deseje aumentar
os recursos destinados a determinada despesa, ou criar despesa nova,
a Constituição Federal, observando o princípio do equilíbrio, determina
que devem ser indicados os recursos necessários para o atendimento à
emenda, admitidos apenas os provenientes de anulação de outra
despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e seus
encargos, serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais.
Discussão e Aprovação
Importante registrar que a fase de discussão e debate entre os
membros do Poder Legislativo acerca da proposta enviada pelo
executivo é regulada pelo artigo 166 da nossa CF/88, abaixo transcrito
com grifos nossos:
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum”.
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Cabe a uma comissão mista permanente composta por senadores
e deputados, denominada de Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização, que tem o papel de examinar
e emitir parecer sobre os projetos relativos ao PPA, LDO, LOA, créditos
adicionais e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente
da República, além de examinar e emitir parecer sobre os planos e
programas nacionais, regionais e setoriais previstos na CF/88 e exercer
o acompanhamento e a fiscalização orçamentária.
Importante registrar ainda que, enquanto não iniciada a votação,
na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização, da parte cuja alteração é proposta, o Presidente da
República pode enviar mensagem para propor modificação nos
projetos do PPA, da LDO, da LOA e de Crédito Adicionais.
As famosas “emendas parlamentares” tem por objetivo servir para
aperfeiçoar o que o Poder Executivo propôs por meio dos instrumentos
de planejamento e orçamento e tem o poder de influenciar no que tange
à alocação do dinheiro público.
O artigo 63 da nossa CF/88 regula essa matéria no sentido de que não
possa haver aumento da despesa prevista nos projetos apresentados
pelo Poder Executivo. Também não podem as emendas apresentadas
serem incompatíveis com o PPA e com a LDO.
Veja o que nos revela o § 3º do artigo 166 da nossa CF/88:
“§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos
que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias;
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II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e
Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei (são chamadas de
emendas de redação, pois visam melhorar o texto, tornando-lhe mais
claro e preciso)”.
Tem sido frequente a aprovação de emendas parlamentares com
recursos provenientes da Reserva de Contingência e de reestimativas
de receitas.
O caso de emendas que objetivem aumentar a previsão de receitas não
está, explicitamente, previsto na Lei Maior, mas podem ser
apresentadas e aprovadas sob a proteção do mandamento
constitucional que prevê a aprovação de emendas que sejam
relacionadas com a correção de erros ou omissões.
O Congresso Nacional revisa a previsão, que pode ser maior ou menor
do que a do Poder Executivo. Se for maior, haverá receitas em maior
quantidade que despesas e o excesso de receitas poderá ser utilizado
para o atendimento às emendas parlamentares.
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Entretanto, se a previsão de arrecadação de receitas feita no Congresso
Nacional for menor do que a encaminhada pelo Presidente da
República, deverá haver cortes nas programações de despesa
constantes do projeto de lei orçamentária.
Cabe lembrar que a revisão da estimativa de receitas pode ser feita em
qualquer momento durante a tramitação da lei orçamentária no
Congresso Nacional.
Após discutidos o projeto de lei, deve haver a respectiva aprovação em
cada uma das casas que formam o Congresso Nacional, que ocorre por
maioria simples mesmo, já que é uma lei ordinária, embora com rito
especial.
Com a sanção presidencial encerra-se a essa fase, mas caso haja o
veto, seja ele parcial ou total, deve ser apreciado pelo Poder Legislativo,
podendo ser rejeitado ou confirmado.
A execução orçamentária e financeira
Essa fase consiste na arrecadação das receitas e na realização das
despesas, tornando real o que fora planejado e programado.
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A execução orçamentária completa-se com a execução
financeira. Esta passa pela programação dos recursos
financeiros de forma a garantir o atendimento à demanda de
recursos aos órgãos e entidades da Administração Pública
direta e indireta.
Importante destacar que as execuções orçamentária e financeira
ocorrem simultaneamente e são muito “amarradas”. Assim, se, por
ventura, existir previsão no orçamento, mas não tiver disponibilidade
financeira, não poderá ocorrer a despesa, e vice-versa. Portanto,
mesmo existindo a disponibilidade financeira, se não tiver autorização
no orçamento, o gasto não pode ser incorrido.
Nesse sentido, nossa Carta Magna determina que o Poder Executivo
publique, até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.
Ainda de acordo com a CF/88 em seu artigo 168 “os recursos
correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os
créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública,
ser-lhes-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês”.
A fim de se evitar o comprometimento de recursos orçamentários que
poderiam ficar sem o correspondente financeiro em virtude de
frustração na arrecadação da receita, anualmente, o Presidente da
República tem publicado um decreto de contingenciamento,
bloqueando recursos, que passam a não estar disponíveis para
empenho até segunda ordem.
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Com a entrada da Emenda Constitucional – EC 86/2015, apelidada
de “EC do orçamento impositivo”, tornou obrigatória a execução da
programação orçamentária relativas às emendas individuais à
LOA por parte dos congressistas, sendo que tais emendas serão
aprovadas até 1,2% da Receita Corrente Líquida - RCL prevista no
projeto de LOA encaminhado ao Congresso Nacional.
Registre-se que esse apelido não corresponde à realidade, uma vez que
apenas uma pequena fatia da LOA passou a ser de execução
obrigatória, divergindo assim do conceito doutrinário de orçamento
impositivo, aquele em que a aprovação da Lei obriga o Executivo a
executar a LOA de forma mais amarrada.
Nesse contexto, merece destaque também a chamada “PEC dos
Gastos”, que estabelecer o “Novo Regime Fiscal” trazendo no artigo 111
do ADCT da nossa CF/88 que:
“Art. 111. A partir do exercício financeiro de 2018, até o último exercício
de vigência do Novo Regime Fiscal, a aprovação e a execução previstas
nos §§ 9º e 11 do art. 166 da Constituição Federal corresponderão ao
montante de execução obrigatória para o exercício de 2017, corrigido
na forma estabelecida pelo inciso II do § 1º do art. 107 deste Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias."
Mastigando essa informação para você, o que a “PEC dos Gastos”
trouxe à baila foi que a partir de 2018 até o fim do Novo Regime Fiscal,
a aprovação e execução das emendas individuais de execução
obrigatória terão como limite o valor do exercício anterior acrescido do
IPCA de 12 meses.
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O novo Regime Fiscal também inovou ao constitucionalizar os famosos
“restos a pagar”, uma vez que, até então, os resíduos passivos
relativos às despesas empenhadas e ainda não pagas dentro do mesmo
ano, só tinha previsão em legislação infraconstitucional, determinando
que os restos a pagar podem ser considerados, até o limite de 0,6% da
RCL do ano anterior, para fins de cumprimento da execução financeira
obrigatória de emendas individuais.
Ainda nos aprofundaremos mais ao longo do curso no tema
execução orçamentária e financeira.
Avaliação e Controle
Pode-se dizer que a avaliação orçamentária visa aferir a eficiência,
eficácia e efetividade da gestão dos recursos públicos, contribuindo
para a melhoria de qualidade em um novo ciclo orçamentário.
O orçamento funciona muito bem como instrumento de controle, tanto
por parte do próprio Poder Executivo por meio do seu Sistema de
Controle Interno, quanto por parte do Poder Legislativo via Controle
Externo.
No que diz respeito ao controle, o Poder Executivo fica obrigado a
dar publicidade da execução orçamentária até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre, submetendo todo o processo à
avaliação da sociedade.
Nessa pegada, deve prestar contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens ou valores públicos, ou sobre os quais a
União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária.
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O Presidente deverá prestar contas ao Congresso Nacional,
anualmente, até sessenta dias após o início da sessão legislativa.
Se as contas do Presidente da República não forem apresentadas ao
Congresso Nacional até sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, a Câmara dos Deputados deverá proceder à tomada de
contas.
Quer as contas do Presidente da República sejam apresentadas
espontaneamente no prazo constitucional, quer sejam tomadas pela
Câmara dos Deputados, dentro de sessenta dias após o seu
recebimento, o Tribunal de Contas da União deverá apreciá-las
mediante parecer prévio.
O parecer prévio será encaminhado de volta ao Congresso Nacional.
A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização
examinará e emitirá parecer sobre as contas.
O Plenário do Congresso Nacional deliberará sobre sua aprovação. Não
há prazo legal para apreciação das contas pelo Congresso.
As contas podem ser aprovadas ou rejeitadas. Se for rejeitada, o
Senado Federal irá processar e julgar o Presidente da República,
funcionando como presidente, o do Supremo Tribunal Federal,
exigindo-se quórum de dois terços dos votos do Senado.
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Vale deixar registrado que os prazos inerentes ao ciclo
orçamentário estão dispostos no artigo 35 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias – ADCT da nossa CF/88, abaixo
transcritos com grifos nossos:
“§ 2.º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o
art. 165, § 9.º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:
I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do
primeiro exercício financeiro do mandato presidencial
subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção
até o encerramento da sessão legislativa;
II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será
encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do
primeiro período da sessão legislativa;
III – o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado
até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa”.
Registre-se ainda que, para os Estados, DF e Municípios, valem os
prazos dispostos respectivamente nas suas Constituições Estaduais e
nas Leis Orgânicas.
Ainda no que diz respeito aos prazos do Ciclo Orçamentário, é
importante registrar que caso o Congresso Nacional não receba a
proposta orçamentária no prazo fixado, caberá ao mesmo apreciar
novamente o orçamento em vigência e já em execução como se
fosse uma nova proposta orçamentária.
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ATENÇÃO
Como os prazos do Ciclo Orçamentário ainda tem uma regulação
provisória via ADCT em função da edição de uma Lei Complementar
específica para regular dentre outras coisas os mencionados prazos,
vivemos hoje, em matéria orçamentária, a possibilidade de termos
algumas incongruências.
Repare que no 1º ano de mandato de um Chefe do Poder Executivo a
LDO para o ano seguinte é aprovada até o fim da primeira sessão
legislativa ainda no primeiro semestre, ou seja, antes do envio do PPA,
que pode ser enviado até 31/08, não havendo neste primeiro ano de
envio e segundo de execução a integração com o PPA.
Outra possível fonte de descoordenação pode ocorrer nesse mesmo
ano, com PPA sendo enviado e aprovado nos mesmos prazos da LOA,
o que possibilita que a LOA seja aprovada no prazo correto e o PPA não,
fazendo com que a LOA do segundo exercício do mandato presidencial
possa ser executada antes da aprovação do PPA que a orientaria.
10) (FCC/TCE-MG/TÉCNICO/2007) Em relação à competência para
legislar sobre matéria financeira, considere:
I. A lei complementar disporá sobre o exercício financeiro, a vigência,
o prazo, a elaboração e a organização das leis orçamentárias (PPA, LDO
e LOA).
II. Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamento são
matérias que podem ser veiculadas por meio de medidas provisórias.
III. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre direito financeiro.
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Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
Comentários
Gabarito D
Vamos julgar as assertivas e marcar alternativa correta.
I – Verdadeira, por estar de acordo com o art. 165, § 9º, I, CF/88, que
nos diz que uma lei complementar disporá sobre as matérias elencadas
na assertiva.
II – Falsa, já que o artigo 62, § 1º, inciso I, alínea d, da nossa Carta
Magna veda a edição de medidas provisórias para tratar de planos
plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e crédito adicionais
suplementares e especiais, exceto créditos adicionais extraordinários,
que são previstos em medida provisória na União.
III – Verdadeira, já que está em consonância com o artigo 24, caput e
com o inciso I, da CF/88, ou seja, realmente legislar sobre Direito
Financeiro é matéria que se enquadra no âmbito da legislação
concorrente.
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11) (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) A Constituição Federal
estabeleceu algumas regras relacionadas com as atividades do Banco
Central do Brasil. De acordo com o texto constitucional,
I. a competência da União para emitir moeda será exercida
concorrentemente pelo Banco Central do Brasil e pelo Tesouro Nacional.
II. é vedado ao Banco Central do Brasil conceder, direta ou
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional.
III. é autorizado ao Banco Central do Brasil conceder, indiretamente,
empréstimos a órgão ou entidade que não seja instituição financeira,
nos termos de lei complementar.
IV. o Tesouro Nacional poderá comprar e vender títulos de emissão do
Banco Central do Brasil, com o objetivo de regular a oferta de moeda
ou a taxa de juros.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e IV.
b) I e III.
c) II.
d) III e IV
e) IV.
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Comentários
Gabarito C
Vamos julgar as assertivas e marcar a alternativa correspondente.
I – Falsa, já que o artigo 164 da CF/88 define que a competência da
União para emitir moeda será exercida exclusivamente
pelo banco central.
II – Verdadeira, “cara crachá” com o § 1º do artigo 164. Confira:
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente,
empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que
não seja instituição financeira.
III – Falsa, já que existe vedação nesse sentido no artigo 164 da CF/88.
IV – Falsa, já que o Banco Central pode comprar e vender títulos de
emissão do Tesouro Nacional no intuito de regular a oferta de
moeda/taxa de juros.
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12) (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) A Constituição Federal
estabelece regras a respeito do depósito das disponibilidades de caixa
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos órgãos
ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas. De
acordo com o texto constitucional,
a) 51%, pelo menos, das disponibilidades de caixa dos Estados e do
Distrito Federal serão depositadas no Banco Central do Brasil.
b) 51%, pelo menos, das disponibilidades de caixa dos Municípios
serão depositadas no Banco Central do Brasil.
c) 49%, no máximo, das disponibilidades de caixa dos Municípios serão
depositadas no Banco Central do Brasil.
d) 15%, no máximo, das disponibilidades de caixa dos Estados e do
Distrito Federal serão depositadas em instituições financeiras oficiais,
indicadas em lei estadual ou distrital.
e) as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco
Central do Brasil.
Comentários
Gabarito E
A resposta dessa questão está no § 3º do artigo 164 da CF/88. Confira
com grifos nossos:
“§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão
depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das
empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais,
ressalvados os casos previstos em lei”.
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13) (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017)
Acerca de tributação e finanças públicas, julgue o item subsequente,
conforme as disposições da CF e a jurisprudência do STF.
As disponibilidades financeiras do município devem ser depositadas em
instituições financeiras oficiais, cabendo unicamente à União, mediante
lei nacional, definir eventuais exceções a essa regra geral.
Comentários
GABARITO C
Exato. Confira o diz parágrafo 3º do artigo 164 da nossa CF/88, com grifos
nossos:
“Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida
exclusivamente pelo banco central.
...
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas
no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os
casos previstos em lei.
Destaque-se que o STF, em julgamento da ADI 2.661/MA, de
23/08/2002, pacificou a jurisprudência nesse sentido, ao determinar
que as disponibilidades de caixa dos Estados-membros e seus
respectivos órgãos e entidades devem ser depositadas em instituições
financeiras oficiais, cabendo unicamente à União, mediante lei de
caráter nacional, definir as exceções, conforme o dispositivo
constitucional acima reproduzido.
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14) (FCC/SEFAZ-PI/ANALISTA/2015) A fixação dos limites globais
para o montante da dívida consolidada dos entes federativos, o que
inclui o Estado do Piauí, compete
a) à Secretaria do Tesouro Nacional.
b) aos Tribunais de Contas.
c) ao Congresso Nacional.
d) ao Senado Federal.
e) à Câmara dos Deputados.
Comentários
Gabarito D
Trata-se de competência é privativa do Senado Federal e não do
Congresso Nacional, como dispõe o inciso VI do artigo 52 da CF/88.
Confira com grifos nossos:
“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais
para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios”;
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15) (FCC/Prefeitura-Cuiabá/Procurador/2014) Com relação às
Normas Gerais sobre Finanças Públicas em face da Constituição Federal
de 1988, considere as seguintes afirmações:
I. Lei ordinária federal disporá sobre concessão de garantias pelas
entidades públicas e emissão e resgate de títulos da dívida pública.
II. A competência da União para emitir moeda será exercida
exclusivamente pelo banco central, sendo permitida a concessão
indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira.
III. O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do
Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a
taxa de juros.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e III.
c) III.
d) II.
e) I.
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Comentários
Gabarito C
Vamos analisar as assertivas e marcar a alternativa correta
correspondente.
I) Falsa, já que quem deve dispor sobre concessão de garantias pelas
entidades públicas e emissão e resgate de títulos da dívida pública é a
LEI COMPLLEMENTAR e não a Lei Ordinária.
II) Falsa, já que, segundo o parágrafo 1º do artigo 164 da CF/88 é
vedado ao Banco Central a concessão indireta de empréstimos ao
Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja
instituição financeira.
III) Correta, já que está em conformidade com o artigo 164 da CF/88
parágrafo 2º.
16) (FCC/TCE-GO/ANALISTA/2014) Compete à lei complementar
disciplinar
a) o plano plurianual.
b) a dívida pública.
c) o orçamento anual.
d) as diretrizes orçamentárias.
e) os créditos adicionais.
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Comentários
Gabarito B
A resposta dessa questão está inciso II do artigo 163 da CF/88. Confira
com grifos nossos.
“Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das
autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo
Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e
indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de
crédito da União, resguardadas as características e condições
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
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17) (FCC/PREF-JOÃO-PESSOA/PROCURADOR/2012) A
Constituição Federal fixa a competência legislativa em matéria de
finanças públicas, determinando que será disposto especificamente por
lei complementar
a) o plano plurianual e as diretrizes orçamentárias.
b) as normas gerais sobre finanças públicas.
c) a lei orçamentária anual.
d) a abertura de crédito suplementar.
e) a abertura de crédito extraordinário.
Comentários
GABARITO B
A resposta dessa questão está no que dispõe o § 9º do artigo 165 da
CF/88. Confira com grifos nossos.
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
§ 9º Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos,
a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da
administração direta e indireta bem como condições para a
instituição e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além
de procedimentos que serão adotados quando houver
impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar
e limitação das programações de caráter obrigatório, para a
realização do disposto no § 11 do art. 166”.
Repare que os assuntos de que deve tratar a LEI COMPLEMENTAR no
artigo 165 acima referem-se a normas gerais sobre finanças públicas.
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18) (FCC/TRF1/ANALISTA/2011) O Plano Plurianual é um
instrumento que expressa o planejamento para quatro anos. Assim, no
âmbito federal, o projeto do Plano Plurianual será encaminhado até
a) quatro meses antes do encerramento do segundo exercício
financeiro de mandato presidencial e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa.
b) três meses antes do encerramento do segundo exercício financeiro
de mandato presidencial e devolvido para sanção até trinta dias do
encerramento da sessão legislativa.
c) quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício
financeiro de mandato presidencial e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa.
d) cento e oito dias antes do encerramento do primeiro exercício
financeiro de mandato presidencial e devolvido para sanção até trinta
dias do encerramento da sessão legislativa.
e) quatro meses antes do encerramento do último ano de mandato
presidencial e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.
Comentários
Gabarito C
Importante destacar que em âmbito federal os prazos relativos ao ciclo
orçamentário estão dispostos no §2º, incisos I a III, do artigo 35 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Confira com grifos
nossos:
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“§ 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art.
165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final
do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial
subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento da sessão legislativa;
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado
até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa;
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até
quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa”.
Assim, não resta dúvida que o Plano Plurianual é um instrumento que
expressa o planejamento para quatro anos e, no âmbito federal, o
projeto do Plano Plurianual será encaminhado até quatro meses antes
do encerramento do primeiro exercício financeiro de mandato
presidencial e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.
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19) (FCC/TCE-RO/AUDITOR-SUBST.-CONSELHEIRO/2010) Os
Estados, Distrito Federal e Municípios podem adquirir empréstimos
públicos mediante emissão de títulos. Dispor sobre os limites globais e
condições para que estes empréstimos aconteçam é competência
a) comum dos entes federados envolvidos, mediante lei complementar.
b) exclusiva da Assembleia Legislativa, Câmara Legislativa ou Câmara
Municipal, mediante decreto legislativo.
c) exclusiva do Chefe do Poder Executivo, mediante decreto.
d) exclusiva do Senado Federal, mediante resolução.
e) privativa do Congresso Nacional, mediante decreto legislativo.
Comentários
Gabarito D
Essa competência é privativa do Senado Federal e não do
Congresso Nacional, como dispõe o inciso VII do artigo 52 da CF/88.
Confira com grifos nossos:
“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações
de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades
controladas pelo Poder Público federal;
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ATENÇÃO
Repare que a FCC considerou nesse caso a competência como
sendo exclusiva embora expressamente na CF apareça como
privativa. Lembrando que para a Doutrina essa competência é
exclusiva e indelegável.
20) (FCC/TCE-SP/AUDITOR/2008) Ao se referir à dívida pública e
às operações de crédito, a Constituição Federal dispõe que
a) a União intervirá nos Estados para reorganizar as finanças da
unidade da Federação que suspender o pagamento da dívida fundada
por no mínimo 12 meses consecutivos, salvo motivo de força maior.
b) compete privativamente ao Congresso Nacional fixar os limites
globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
c) compete privativamente ao Senado Federal dispor sobre limites e
condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito externo e interno.
d) a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação de despesa, incluindo-se na proibição a
autorização para a contração de operações de crédito por antecipação
de receita.
e) a abertura de crédito suplementar ou especial será feita sem prévia
autorização legislativa, para atender a despesas previsíveis e urgentes,
como as decorrentes de guerra ou calamidade.
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Comentários
Gabarito C
Vamos analisar as alternativas e marcar a correta.
a) Falsa, já que essa alternativa está desacordo com o disposto na
alínea “a” do inciso V do artigo 34 da CF/88. Confira com grifos nossos:
“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito
Federal, exceto para:
...
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de
dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
Repare que o prazo é de 2 anos e não de 12 meses como está na
alternativa.
b) Falsa, já que essa competência é privativa do Senado Federal e
não do Congresso Nacional, como dispõe o inciso VI do artigo 52 da
CF/88. Confira com grifos nossos:
“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais
para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios”;
c) Verdadeira! Essa competência é privativa do Senado Federal
como dispõe o inciso VIII do artigo 52 da CF/88. Confira com grifos
nossos:
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“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
...
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de
garantia da União em operações de crédito externo e interno”;
d) Falsa, já que essa proibição, na verdade, não existe. Confira com
grifos nossos o § 8º do artigo 165 da CF/88:
“§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na
proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que
por antecipação de receita, nos termos da lei”.
e) Falsa, já que apenas o crédito extraordinário é aberto sem
autorização prévia do Poder Legislativo, como dispõe o § 3º do artigo 167
da CF/88. Confira:
“§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto
no art. 62”.
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21) (FCC/TRT3/ANALISTA/2005) Na administração pública, a
avaliação da execução, o controle, a execução e acompanhamento, a
discussão e aprovação, bem como a elaboração da proposta
orçamentária pública constituem o
a) controle orçamentário.
b) ciclo financeiro.
c) processo de decisão orçamentária.
d) ciclo orçamentário.
e) processo de gestão financeira.
Comentários
Gabarito D
Amigo(a), Ciclo Orçamentário, a que se refere o enunciado da questão
é composto por algumas etapas. Vamos revê-las!
O planejamento - a Constituição Federal determinou a aprovação dos
Planos Plurianuais –PPA – que estabelecerão, de forma regionalizada,
as Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM) da administração pública
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e as relativas
aos programas de duração continuada.
A elaboração do orçamento - feito o planejamento, o Poder
Executivo deve encaminhar ao Parlamento o projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentárias LDO, inovação da Constituição Federal
de 1988, que constitui o elo de ligação entre planejamento e
orçamento. Em seguida, a proposta para o orçamento do exercício
subsequente é encaminhada ao Congresso, que deve assegurar a
compatibilidade com a LDO e com o PPA.
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A execução orçamentária completa-se com a execução financeira.
Esta passa pela programação dos recursos financeiros de forma a
garantir o atendimento à demanda de recursos aos órgãos e entidades
da Administração Pública direta e indireta.
O controle o Poder Executivo fica obrigado a dar publicidade da
execução orçamentária até trinta dias após o encerramento de cada
bimestre, submetendo todo o processo à avaliação da sociedade.
Reveja a seguir graficamente como é o ciclo orçamentário:
Planejamento
Execução
Controle Elaboração
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5. RESUMO
O Direito Financeiro abrange o estudo do orçamento público (gerir
recursos), da receita pública (obter recursos), da despesa pública
(gastar os recursos) e do crédito público (criar recursos).
A Atividade Financeira do Estado – AFE consiste em obter, criar, gerir
e despender o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação
o Estado assumiu ou cometeu a outras pessoas de direito público
A competência para legislar sobre Direito Financeiro e Orçamento é
concorrente da União, Estados e Distrito Federal, como define o
artigo 24, I e II; e § 1º a 4º da CF/88. Apesar de não fazer menção
explícita aos municípios, existe a possibilidade de dispor sobre temas
próprios e específicos de direito financeiro, conforme disposição
expressa do art. 30, II, CF/88.
A Lei 4.320/64 foi recepcionada com o status de lei complementar
perante o texto constitucional de 1988, apesar da sua forma originária
de lei ordinária.
O orçamento Público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê a
arrecadação de receitas e fixa a realização de despesas para o período
de um ano e o Poder Legislativo lhe autoriza, através de LEI, a execução
das despesas destinadas ao funcionamento da máquina administrativa.
Todos os Poderes e o Ministério Público elaboram suas
propostas orçamentárias, porém nenhuma proposta orçamentária,
nem mesmo a do Poder Legislativo, pode ser encaminhada diretamente
ao Congresso Nacional. Essa competência é privativa do Presidente da
República (Inciso XXIII, do art. 84, da CF).
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PPA
O PPA deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas (DOM) da administração pública federal para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro pode ser iniciado sem prévia inclusão no PPA, ou sem lei que
autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
na CF/88 devem ser elaborados em consonância com o PPA e
apreciados pelo Congresso Nacional.
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LDO
A LDO deve compreender as metas e prioridades da administração
pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.
A CF/1988 determina que a LDO considere as alterações na legislação
tributária, mas a LDO não pode criar, aumentar, suprimir, diminuir ou
autorizar tributos, o que deve ser feito por outras leis. Também não
existe regra determinando que tais leis sejam aprovadas antes da LDO.
LOA
A LOA, embora seja um única Lei e um único orçamento, compreende:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito
a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público.
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Guarde que os orçamentos fiscais e de investimentos das estatais,
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de
reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
O projeto de LOA deve ser acompanhado de demonstrativo
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.
É vedada a utilização, sem autorização legislativa específica, de
recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir
necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive daqueles que compõem os próprios orçamentos fiscal, de
investimentos das estatais e da seguridade social.
Relembre de forma resumida, com funciona o ciclo orçamentário:
O Ciclo Orçamentário é um processo contínuo, dinâmico e flexível,
por meio do qual se planeja, elabora, discute, aprova, executa, controla
e avalia a programação de gastos do setor público tanto no aspecto
físico quanto no aspecto financeiro.
Planejamento
Execução
Controle Elaboração
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Lembre-se que o ciclo orçamentário tem duração maior do que um ano
(um exercício financeiro), já que começa no ano anterior, com as fases
de planejamento, elaboração, discussão e aprovação, e só termina
depois do fim do exercício financeiro em que é executa, com a sua
avaliação e controle.
Espero que você tenha gostado dessa aula inicial.
Sei que foram muitos conceitos novos, muita informação mesmo.
Mas é para todo mundo!
Quem se esforçar, consegue! Como diria, Thomas Jefferson:
“Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais
duro eu trabalho, mais sorte eu tenho”.
Espero você na próxima aula!
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6. Questões comentadas durante a aula
01) (FCC/TCE-AP/TÉCNICO/2012) A atividade financeira do Estado
compreende
a) apenas a obtenção de receitas originárias.
b) apenas a obtenção de receitas, tanto originárias como derivadas.
c) a obtenção de receitas e a realização de despesas.
d) a prestação de serviços públicos e a realização de obras públicas.
e) apenas a geração das despesas.
02) (CESPE/MUNICÍPIO-FORTALEZA/PROCURADOR/2017)
Com fundamento na disciplina que regula o direito financeiro e nas
normas sobre orçamento constantes na CF, julgue o item a seguir.
Constitui ofensa à competência reservada ao chefe do Poder Executivo
a iniciativa parlamentar que prevê, na LDO, a inclusão de desconto no
imposto sobre a propriedade de veículos automotores, em caso de
pagamento antecipado.
03) (FCC/TCE-PR/ANALISTA/2011) De acordo com a Constituição
Federal de 1988, a competência para legislar sobre direito financeiro e
orçamento é
a) exclusiva da União.
b) privativa da União, dos Estados e do Distrito Federal.
c) privativa da União.
d) exclusiva da União, dos Estados e do Distrito Federal.
e) concorrente da União, Estados e Distrito Federal.
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04) (FCC/TCE-SP/AGENTE-FISCALIZAÇÃO/2015) A competência
para autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, é atribuída pela Constituição Federal, em caráter privativo,
a) ao Senado Federal.
b) à Câmara dos Deputados.
c) ao Chefe do Poder Judiciário.
d) ao Congresso Nacional.
e) ao Chefe do Poder Executivo.
05) (FCC/TRF4/ANALISTA/2004) A lei orçamentária anual,
segundo a Constituição, é de iniciativa
a) do Congresso Nacional.
b) do Senado Federal.
c) do Presidente da República.
d) da Câmara Federal.
e) do Ministro da Fazenda.
06) (FCC/TRT22/ANALISTA/2004) A elaboração da proposta
orçamentária pública, segundo a Constituição Federal de 1988, é de
competência privativa do chefe do
a) Ministério da Fazenda.
b) Poder Legislativo.
c) Poder Judiciário.
d) Ministério do Planejamento.
e) Poder Executivo.
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07) (FCC/TRT3/ANALISTA/2009) As iniciativas das leis
orçamentárias (Lei do Plano Plurianual − PPA, Lei de Diretrizes
Orçamentárias − LDO e Lei do Orçamento Anual − LOA), cujos projetos
deverão ser apresentados ao Legislativo, privativamente pelo Chefe do
Executivo, nos prazos estabelecidos pela Constituição Federal,
denominam-se
a) suplementares.
b) parlamentares.
c) gerais.
d) discricionárias.
e) vinculadas.
08) (FCC/MPU/ANALISTA/2007) A consolidação do projeto de lei
orçamentária anual da União é de responsabilidade
a) do Ministério da Fazenda.
b) da Secretaria do Tesouro Nacional.
c) da Secretaria da Receita Federal.
d) do Ministério da Indústria e do Comércio.
e) do Ministério do Planejamento.
09) (FCC/TRE-PE/ANALISTA/2004) O instrumento que contém a
previsão de receita e a fixação da despesa para um determinado
exercício, elaborado em consonância com a LDO – Lei de Diretrizes
Orçamentárias, é denominado
a) leverage financeiro.
b) cash-flow.
c) orçamento público.
d) contabilidade pública.
e) programa de governo.
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10) (FCC/TCE-MG/TÉCNICO/2007) Em relação à competência para
legislar sobre matéria financeira, considere:
I. A lei complementar disporá sobre o exercício financeiro, a vigência,
o prazo, a elaboração e a organização das leis orçamentárias (PPA, LDO
e LOA).
II. Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamento são
matérias que podem ser veiculadas por meio de medidas provisórias.
III. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre direito financeiro.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
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11) (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) A Constituição Federal
estabeleceu algumas regras relacionadas com as atividades do Banco
Central do Brasil. De acordo com o texto constitucional,
I. a competência da União para emitir moeda será exercida
concorrentemente pelo Banco Central do Brasil e pelo Tesouro Nacional.
II. é vedado ao Banco Central do Brasil conceder, direta ou
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional.
III. é autorizado ao Banco Central do Brasil conceder, indiretamente,
empréstimos a órgão ou entidade que não seja instituição financeira,
nos termos de lei complementar.
IV. o Tesouro Nacional poderá comprar e vender títulos de emissão do
Banco Central do Brasil, com o objetivo de regular a oferta de moeda
ou a taxa de juros.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e IV.
b) I e III.
c) II.
d) III e IV
e) IV.
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12) (FCC/TCE-CE/ANALISTA/2015) A Constituição Federal
estabelece regras a respeito do depósito das disponibilidades de caixa
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos órgãos
ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas. De
acordo com o texto constitucional,
a) 51%, pelo menos, das disponibilidades de caixa dos Estados e do
Distrito Federal serão depositadas no Banco Central do Brasil.
b) 51%, pelo menos, das disponibilidades de caixa dos Municípios
serão depositadas no Banco Central do Brasil.
c) 49%, no máximo, das disponibilidades de caixa dos Municípios serão
depositadas no Banco Central do Brasil.
d) 15%, no máximo, das disponibilidades de caixa dos Estados e do
Distrito Federal serão depositadas em instituições financeiras oficiais,
indicadas em lei estadual ou distrital.
e) as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco
Central do Brasil.
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13) (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017)
Acerca de tributação e finanças públicas, julgue o item subsequente,
conforme as disposições da CF e a jurisprudência do STF.
As disponibilidades financeiras do município devem ser depositadas em
instituições financeiras oficiais, cabendo unicamente à União, mediante
lei nacional, definir eventuais exceções a essa regra geral.
14) (FCC/SEFAZ-PI/ANALISTA/2015) A fixação dos limites globais
para o montante da dívida consolidada dos entes federativos, o que
inclui o Estado do Piauí, compete
a) à Secretaria do Tesouro Nacional.
b) aos Tribunais de Contas.
c) ao Congresso Nacional.
d) ao Senado Federal.
e) à Câmara dos Deputados.
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15) (FCC/Prefeitura-Cuiabá/Procurador/2014) Com relação às
Normas Gerais sobre Finanças Públicas em face da Constituição Federal
de 1988, considere as seguintes afirmações:
I. Lei ordinária federal disporá sobre concessão de garantias pelas
entidades públicas e emissão e resgate de títulos da dívida pública.
II. A competência da União para emitir moeda será exercida
exclusivamente pelo banco central, sendo permitida a concessão
indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira.
III. O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do
Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a
taxa de juros.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) I e III.
c) III.
d) II.
e) I.
16) (FCC/TCE-GO/ANALISTA/2014) Compete à lei complementar
disciplinar
a) o plano plurianual.
b) a dívida pública.
c) o orçamento anual.
d) as diretrizes orçamentárias.
e) os créditos adicionais.
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17) (FCC/PREF-JOÃO-PESSOA/PROCURADOR/2012) A
Constituição Federal fixa a competência legislativa em matéria de
finanças públicas, determinando que será disposto especificamente por
lei complementar
a) o plano plurianual e as diretrizes orçamentárias.
b) as normas gerais sobre finanças públicas.
c) a lei orçamentária anual.
d) a abertura de crédito suplementar.
e) a abertura de crédito extraordinário.
18) (FCC/TRF1/ANALISTA/2011) O Plano Plurianual é um
instrumento que expressa o planejamento para quatro anos. Assim, no
âmbito federal, o projeto do Plano Plurianual será encaminhado até
a) quatro meses antes do encerramento do segundo exercício
financeiro de mandato presidencial e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa.
b) três meses antes do encerramento do segundo exercício financeiro
de mandato presidencial e devolvido para sanção até trinta dias do
encerramento da sessão legislativa.
c) quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício
financeiro de mandato presidencial e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa.
d) cento e oito dias antes do encerramento do primeiro exercício
financeiro de mandato presidencial e devolvido para sanção até trinta
dias do encerramento da sessão legislativa.
e) quatro meses antes do encerramento do último ano de mandato
presidencial e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa.
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19) (FCC/TCE-RO/AUDITOR-SUBST.-CONSELHEIRO/2010) Os
Estados, Distrito Federal e Municípios podem adquirir empréstimos
públicos mediante emissão de títulos. Dispor sobre os limites globais e
condições para que estes empréstimos aconteçam é competência
a) comum dos entes federados envolvidos, mediante lei complementar.
b) exclusiva da Assembleia Legislativa, Câmara Legislativa ou Câmara
Municipal, mediante decreto legislativo.
c) exclusiva do Chefe do Poder Executivo, mediante decreto.
d) exclusiva do Senado Federal, mediante resolução.
e) privativa do Congresso Nacional, mediante decreto legislativo.
20) (FCC/TCE-SP/AUDITOR/2008) Ao se referir à dívida pública e
às operações de crédito, a Constituição Federal dispõe que
a) a União intervirá nos Estados para reorganizar as finanças da
unidade da Federação que suspender o pagamento da dívida fundada
por no mínimo 12 meses consecutivos, salvo motivo de força maior.
b) compete privativamente ao Congresso Nacional fixar os limites
globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
c) compete privativamente ao Senado Federal dispor sobre limites e
condições para a concessão de garantia da União em operações de
crédito externo e interno.
d) a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação de despesa, incluindo-se na proibição a
autorização para a contração de operações de crédito por antecipação
de receita.
e) a abertura de crédito suplementar ou especial será feita sem prévia
autorização legislativa, para atender a despesas previsíveis e urgentes,
como as decorrentes de guerra ou calamidade.
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21) (FCC/TRT3/ANALISTA/2005) Na administração pública, a
avaliação da execução, o controle, a execução e acompanhamento, a
discussão e aprovação, bem como a elaboração da proposta
orçamentária pública constituem o
a) controle orçamentário.
b) ciclo financeiro.
c) processo de decisão orçamentária.
d) ciclo orçamentário.
e) processo de gestão financeira.
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7 – GABARITO
1 – C
2 – E
3 – E
4 – A
5 – C
6 – E
7 – E
8 – E
9 – C
10 –D
11 –C
12 –E
13 –C
14 –D
15 –C
16 –B
17 –B
18 –C
19 –D
20 –C
21 –D
Caro aluno,
Com isso chegamos ao final da nossa aula demonstrativa.
Além de apresentar os conceitos iniciais da matéria, esta aula serve,
também, para dar uma ideia de como será o nosso curso.
Até a próxima aula.
Para mim será um prazer acompanhá-lo ao longo do curso.
Um grande abraço e bons estudos!