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Aula 00 Aula Demonstrativa Curso: Direito Tributário p/ Analista da Receita Federal Professor: Pablo Rodrigues

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Aula 00 – Aula Demonstrativa

Curso: Direito Tributário p/ Analista da Receita Federal

Professor: Pablo Rodrigues

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Olá alunos e alunas, meu nome é Pablo Rodrigues, aprovado no concurso para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, realizado em 2014, aos 28 anos em 58 lugar com 10 meses de estudo. Estou aqui com o objetivo de ajuda-los a dominar o direito tributário, buscando o melhor equilíbrio entre trazer o conteúdo detalhado, da forma mais didática e mais resumida possível. Para alcançar o meu objetivo, irei me debruçar sobre vasta bibliografia no assunto, deixando tudo organizado e desenhado para que você aprenda e encontre aqui as respostas para suas dúvidas.

E mesmo assim, se ainda restarem perguntas, entre em contato comigo pelo fórum tira-dúvidas. Preciso que você acabe com aquilo que traz incerteza. A matéria que você domina deve ser questão garantida na prova.

Rapidamente, queria falar um pouco sobre mim. Sou formado em Administração de Empresas pela UFRGS e antes de decidir ser servidor público, sempre trabalhei na iniciativa privada. Durante a faculdade, fui corretor de ações e, logo depois de formado, fui selecionado em um trainee de uma grande empresa, onde trabalhei por 2 anos como gerente de projetos. Então, imagine que quando comecei a estudar, muitas coisas foram novidade para mim, e outras estavam há muito esquecidas. Estudei muito através de aulas presenciais, algumas aulas online e muito material escrito, que acredito ser o melhor meio de aprender.

Um problema que encontrei nesses materiais foi o excesso de texto. Enormes parágrafos e capítulos infindáveis. Aulas que, só de olhar, já desanimavam. Não se preocupe com isso, pois nesse curso você encontrará esquemas, tabelas, fluxos, mapas e resumos, o que deixará o conteúdo muito mais simplificado e reduzido. Todo o tempo que gastei naquela época confeccionando esses esquemas, você não terá de perder: você irá encontrar tudo nas aulas. Acredite, esse é um grande diferencial desse material. Acreditamos que cada minuto de estudo é precioso, e deve ser aproveitado ao máximo.

As aulas são divididas praticamente na ordem do edital e estão recheadas desses esquemas e desenhos, como acabei de dizer. Além disso, esse curso contém jurisprudência escolhida e destacada, uma vez que cada vez mais as bancas vêm cobrando esse conhecimento. Ainda traremos muitos, muitos exercícios comentados durante e ao final de cada aula: sempre dando preferência para ESAF, área fiscal e questões desafiadoras.

Desde o início você estará se preparando para o dia da prova :) E tudo isso está sinalizado através de ícones que, tenho certeza, ao final da primeira aula você já conhecerá muito bem. Repito, tudo que fazemos é para que as suas horas de estudo sejam aproveitadas ao máximo!

APRESENTAÇÃO

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Por fim, mesmo que você não tenha condição de se dedicar exclusivamente para o estudo, não há problema. Ser aprovado em concurso é

um projeto como qualquer outro: tem início, meio e fim! E se você criar um plano de estudo, com horários e metas, tenho certeza que você será aprovado. Tenho certeza! Encare o estudo como seu trabalho. Use essas aulas como seu guia, marque, risque e rabisque se preferir. Faça e refaça os exercícios. Tire suas dúvidas. Tudo isso fará você dominar a matéria.

E crie metas para você e as cumpra! Imagine só se você ficar no quase... “E se eu tivesse estudado aquele dia que resolvi sair pro happy

hour?” Não dê oportunidade para que isso ocorra! Siga seu plano, anote suas horas de estudo, planeje suas horas de lazer, compute a quantidade de questões resolvidas e os pontos do edital já assimilados. Se você não é metódico e organizado, é o momento de aprender a ser. Foi o caso para mim, hehehe. Foi difícil, mas sei que fez diferença.

Mas chega de história. Você já deve estar nervoso para começar a aprender a matéria.

Você está iniciando sua preparação para uma das provas mais temidas por todos os concurseiros do Brasil. Mas não pela matéria, direito tributário você vai tirar de letra ;) o medo vem da banca: a ESAF - Escola de Administração Fazendária. As provas costumam fugir do convencional, não cobrando a literalidade da lei, mas sim um conhecimento um pouco mais aprofundado da mesma, da doutrina e jurisprudência. Tendo isso em mente, esse curso está sendo preparado exclusivamente para esse concurso. Portanto, não se intimide! Você vai dominar, comer, engolir, desossar a prova.

No último concurso, a prova de direito tributário trouxe dentro dela o direito previdenciário (em 2012), que não será escopo desse curso. Aconteceu que, das 20 questões previstas no edital de 2012, temos 07 de direito tributário (ver tabela abaixo). Numa análise de custo VS benefício, o direito tributário empatou com várias outras matérias, uma vez que tem o mesmo número de questões. Contudo, combine seu estudo com Legislação, matérias com afinidade, e você tem uma bela oportunidade de pontuar na prova específica, pois chega-se a 35% do total do bloco e ambas com peso 2! Já em 2009 a prova de direito previdenciário veio separada, e a prova de direito trouxe somente 10 questões.

Durante o curso resolveremos várias questões da ESAF. Em muitas delas você verá meu comentário dizendo que “a banca manteve a resposta” ou que “essa é mais uma questão polêmica”. Entenda que isso acontece em várias bancas e em várias matérias. Só que a ESAF, por não cobrar a

Histórico e análise das provas Direito Tributário

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literalidade, gera mais discussões. Mas nós vamos fazer tantos exercícios que você vai pegar o “jeitão” da banca.

Dê uma olhada no raio X das últimas duas provas para Analista Tributário da Receita Federal(ATRFB), o número de questões por tópico e em quais aulas você encontra cada assunto. A divisão está baseada no edital de 2012.

ASSUNTO

PROVAS ATRFB

(Quantidade de questões por assunto)

AULA

2012 2009 Total

Conceito e Classificação dos Tributos - 00

Impostos - 00

Taxas - 00

Contribuições: melhoria e especiais - 01

Empréstimo Compulsório - 01

Competência tributária 1 1 2 02

Princípios Constitucionais Tributários 1 2 3 02

Limitações Constitucionais do Poder de Tributar; Imunidades

- 03

Tributos de competência da União 1 1 04

Tributos de competência dos Estados - 05

Tributos de competência dos Municípios

1 1 05

Legislacão Tributária 06

Legislação: Vigência, eficácia. Interpretação e integração 1 2 3 06

Obrigação Tributária. 2 2 07

Fato Gerador da Obrigacão - 07

Sujeição: ativa e passiva. 1 1 07

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Capacidade Tributária; Domicílio Tributário

- 07

Lanc amento tributário; Modalidades e alterac ão de lançamento.

3 1 4 08

Suspensão, Extincão e Exclusão do

Crédito Tributário. 1 1 2 09

Fiscalização; Dívida Ativa; Certidões 2 2 4 10

TOTAL de questões no ano 13 10 - -

Aula Conteúdo Data

00 Conceito e Classificac ão dos Tributos – parte 1 disponível

01 Conceito e Classificac ão dos Tributos – parte 2 21/abril

02 Competência tributária e Princípios Constitucionais

Tributários

01/maio

03 Limitac ões Constitucionais do Poder de Tributar;

Imunidades

11/maio

04 Tributos de competência da União 21/maio

05 Tributos de competência dos Estados e Municípios 31/maio

06 Legislac ão Tributária; Constituic ão; Emendas à

Constituic ão; Leis Complementares; Leis Ordinárias;

Leis Delegadas; Medidas Provisórias; Tratados

Internacionais; Decretos; Resoluc ões; Decretos

Legislativos; Convênios; Normas Complementares;

Vigência da Legislac ão Tributária; Aplicac ão da

Legislac ão Tributária; Interpretacão e Integrac ão da

Legislac ão Tributária.

10/junho

07 Obrigac ão Tributária Principal e Acessória; Fato

Gerador da Obrigac ão Tributária; Sujeic ão Ativa e

Passiva. Capacidade Tributária; Domicílio Tributário

20/junho

08 Crédito Tributário. Conceito; Constituic ão do Crédito

Tributário; Lanc amento. Modalidades de Lanc amento;

Hipóteses de alterac ão do lanc amento

30/junho

09 Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário.

Modalidades; Extinc ão do Crédito Tributário.

10/julho

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Modalidades; Pagamento Indevido; Exclusão do Crédito Tributário. Modalidades;

10 Administração Tributária; Fiscalização; Dívida Ativa;

Certidões Negativas;

20/julho

Assunto Página

1- Entenda o que você está estudando 7

2- Conceito de Tributo 8

3- Espécies de Tributos 11

3.1- Aspectos Gerais 11

3.2- Impostos 14

3.3- Taxas 18

3.3.1- Taxa de polícia 20

3.3.2- Taxa de serviços 21

3.3.3- Taxa e preço público 23

4- Questões comentadas 27

5- Lista de exercícios 42

6- Gabarito 50

Nessa aula será abordado o tópico 1 do edital de 2012 do concurso para

Analista Tributário da Receita Federal: 1. Tributo: Conceito e Classificação. Essa aula foi dividida em 2, para facilitar seu trabalho, uma vez que

acreditamos que textos longos deixam o estudo cansativo.

Aqui temos talvez o tópico mais importante do direito tributário que

você precisa aprender para iniciar seu estudo. Mesmo que não tenha caído

nenhuma questão nas provas anteriores, assimile bem a definição e os

conceitos que a apoiam, que você resolverá questões com muita facilidade.

Além disso, essa aula é básica para muitos princípio e regras que estudaremos

ao longo do curso. Portanto, atente bem para todo o grifo, destaque, esquema

e resumo contido aqui.

Aula 00 – Entenda o que você está estudando; Conceito de Tributo; Espécies de Tributos

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Você está começando agora um custo de direito tributário

especialmente preparado para concursos públicos. Mas o que é o direito

tributário? Onde ele se situa dentro do direito? Onde buscar informações?

Para explicar rapidamente, o direito se divide classicamente em público e privado. Direito público visa regular os interesses estatais e sociais, como por exemplo, a relação entre estado e os indivíduos. Faz sentido que o direito tributário entre aqui, não é mesmo? Veja essa definição:

“Direito tributário estuda as relações jurídicas entre o Estado e

o contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e arrecadação

de tributos”.

Já o direito privado cuida da relação entre pessoas e fruição de seus bens. Um bom exemplo é o direito civil. Sendo assim, tenha sempre em mente

durante o seu estudo de direito tributário, que o Estado e o indivíduo não

estão em disputa. Procure entender o equilíbrio dessa relação. Acredito que, tendo isso em mente, você terá mais facilidade para entender alguns conceitos.

“E onde está o direito tributário? Quais são as leis? Que fontes eu uso?” Você encontra o “grosso” do direito tributário em 2 documentos:

• Constituição Federal de 1988 e

• Código Tributário Nacional (CTN) de 1966.

Além disso, temos o direito tributário nas constituições estaduais e nas leis orgânicas dos municípios de todo o país. E ainda temos toda a legislação tributária (teremos uma aula sobre esse tópico): uma série de leis, tratados, decretos, convênios... Mas não se preocupe, farei todas as referências para que você não precise sair catando artigos que nem um louco, porque durante a sua preparação todo os segundos são preciosos. Segue abaixo o universo legal do nosso curso de direito tributário.

Agora que você sabe o que é direito tributário e onde estuda-lo, resta saber o que de fato teremos dentro desse curso. O nosso escopo de trabalho é o edital do concurso para Analista Tributário da Receita Federal do ano de 2012. Uma vez que ainda não temos o edital do próximo concurso, tomamos como base o mais recente que temos. Se houver alguma mudança, assim vez que o edital estiver na praça, teremos ajustes, não se preocupe. Recomendo que você dê uma olhada na parte de direito tributário, no edital de 2012. Lá dentro há também direito previdenciário, do item 17 até o fim. Esse assunto você não encontrará nesse curso.

1- Entenda o que você está estudando

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Agora que você já sabe o que está estudando, vamos começar a aprender e entender a matéria pelo básico: O que é um tributo?! E não deixe dúvidas para depois, o fórum/e-mail serve para isso!

Como descrito anteriormente, o direito tributário estuda as relações jurídicas entre o Estado e o contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e arrecadação de tributos. Segundo o Código Tributário Nacional (CTN) em seu artigo 3º a definição de tributo é:

“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou em

cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato

ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa

plenamente vinculada”

Art. 3 Tributo é

Prestação pecuniária

Em moeda ou valor que nela se possa exprimir

Dação de imóveis

Compulsória

Não opcional

Deriva do poder de império

Não sanção de ilícito Tributo ≠ multa

Instituído em lei Ato do poder legislativo

Atividade administrativa vinculada

Sem margem para julgamento do agente

2- Conceito de Tributo

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Acredite em mim, se você assimilar muito bem esse conceito, terá facilidade em compreender grande parte do conteúdo e facilidade na resolução de muitas questões de prova, pois essa é, talvez, a definição mais importante de todo o direito tributário. Por isso mesmo que coloquei aquele selo de “Risco Exponencial!” que você irá encontrar muitas vezes ao longo do curso, nos tópicos mais importantes. Agora, vamos dissecar esse artigo para que nenhum conceito passe batido.

• Prestação pecuniária, em moeda ou em cujo valor nela se possa exprimir: pecúnia significa dinheiro. Portanto, é um pagamento que se deve em dinheiro. Deve ser pago em moeda, ou seja, no nosso Real. Você não pode mandar para a Receita um saco de arroz para pagar o seu imposto de renda, não é? Você também não pode prestar um serviço como pagamento! É uma prestação pecuniária em moeda.

Mas e a segunda parte? “Ou em cujo valor nela se possa exprimir”. Isso quer dizer que podemos pagar tributos em valores que se transmitam em moeda: unidades fiscais usadas em indexação (Ufir, BTN, OTN, etc.), títulos da dívida e alguns tipos de crédito que você possui com o governo. Não se preocupe em guardar esses nomes, entenda o conceito.

Se você é mais experiente talvez esteja se perguntando “Mas e a dação de bens imóveis em pagamento?”. Realmente, há ainda essa possibilidade. Ela foi adicionada ao CTN em 2001, portanto é válida, contudo, deve ser regulada em cada esfera tributária (União, Distrito Federal, Estados e Municípios). Por enquanto preciso que você entenda bem o conceito de tributo. Iremos explorar os detalhes ao longo das aulas.

• Prestação compulsória: significa que você deve pagar. Ao contrário de uma prestação voluntária, facultativa, o tributo é obrigatório. Uma vez que você cumpre o requisito de um tributo, você deve pagar. Se você possui uma casa no seu nome, você pagará IPTU para o seu município – ignorando qualquer situação de isenção. Está relacionado ao poder de império do estado. É diferente de uma questão contratual. Você não assinou nenhum contrato com o seu município, não é?

A receita pública

Originárias

receitas de atividades do Estado, da gerência de seus bens.

Derivadas

são derivadas do poder de império, uma prerrogativa do governo.

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• Instituído em lei: todo o tributo, para ser válido, deve ser instituído através de lei de seu ente competente. Lei é um ato emanado pelo poder Legislativo. Estudaremos mais tarde as peculiaridades de medida provisória e lei complementar nos tributos. Mas saiba que esse conceito deriva de uma garantia fundamental lá do artigo 5º da CF:

“ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada a não ser

em virtude de lei”.

Agora ficou mais fácil de guardar, não é? E saiba que, quando não é

explicitamente destacada necessidade de lei complementar para um

tributo, o mesmo poderá ser instituído por lei ordinária.

Essa é uma regra geral muito importante, uma vez que a lei complementar tem um trâmite mais complexo para aprovação. Voltaremos a falar nela nessa aula, você verá.

• Não é sanção de ato ilícito: o pagamento de um tributo não

significa uma punição, penalidade, sanção. Pagar tributo é natural! Significa que você está vivendo dentro da sociedade e seguindo as suas regras, portanto, jamais será uma punição. Agora, não pense que ao pagar uma multa você está pagando imposto. São coisas muito diferentes! Um rápido exemplo prático: um comerciante é autuado por vender mercadorias sem nota fiscal. Ele deverá pagar o imposto devido, que nasce com o fato gerador (veremos FG depois) e também uma multa, esta sim uma penalidade por um ilícito – falta de pagamento. Uma vez que pague os dois, o indivíduo está de bem com o fisco e com a sociedade ;)

• Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada: se você já estudou direito administrativo, lembre-se da diferença entre vinculado e discricionário. A cobrança de tributos é uma atividade que não dá margem para o agente que está representando o governo, portanto vinculada.

Agora você já sabe o que é um tributo. Preciso que você guarde bem esse conceito. Se eu pudesse destacar a parte mais importante dessa aula, seria esse conceito, pois ele ajudará a entender muito do que está por vir, e também ajudará a responder muitas questões. Olha só como fica fácil!

(CESGRANRIO/2014/ANALISTA JURIDICO FINEP) Segundo o Código Tributário Nacional, o tributo:

a) é toda prestação pecuniária opcional.

b) é cobrado mediante auto lançamento.

c) é instituído e cobrado, com base nas regras previstas em decreto expedido pelo Chefe do Poder Executivo Federal.

d) é instituído mediante ajuste firmado entre as partes envolvidas na relação

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jurídico-tributária.

e) não se constitui como sanção de ato ilícito.

Resolução:

Vamos relembrar aqui o artigo 3º do Código Tributário Nacional:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

a) É toda prestação pecuniária compulsória. Não é opcional.

b) É cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

c) É instituído em lei, ato do poder Legislativo.

d) Não há ajuste algum, o tributo deriva do poder de império do Estado.

e) Correto. Não se constitui como sanção de ato ilícito.

Gabarito letra E.

Como já abordado anteriormente, há dois documentos principais no estudo do direito tributário. Conforme o CTN, no artigo 5º, você somente encontrará a previsão de 3 espécies de tributos:

Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de

melhoria.

Por esse motivo diz-se que o CTN adota a teoria tripartite.

Já na Constituição Federal, encontramos os mesmos 3 citados acima, no artigo 145, e dois outros: empréstimo compulsório (Art. 148) e contribuições especiais (Art. 149 e 149-A). Chamamos de contribuições especiais todos os tributos que no Art. 149 e 149-A são citados.

Essa diferença acontece porque o Código data de 1966, enquanto a nossa Constituição é de 1988. Sendo mais jovem e mais moderna, criou previsão de duas novas espécies tributárias, portanto 5. Por algum tempo discutiu-se a sua classificação, se seriam ou não tributos, uma vez que o CTN é taxativo no Art. 5º. Atualmente não se discute mais, consideram-se tributos todas as cinco espécies. O STF tem entendimento pacífico sobre o assunto. Enquanto para o CTN temos tripartite, o entendimento atual é a teoria pentapartite (cinco, penta).

3.1- Aspectos Gerais

3- Espécies de Tributos

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Espécies de tributos de acordo com suas fontes

CTN: TRIPARTITE CF/88: PENTAPARTITE

1. Impostos

2. Taxas

3. Contribuições de melhoria

1. Impostos

2. Taxas

3. Contribuições de Melhoria

4. Empréstimo Compulsórios

5. Contribuições Especiais

Antes de entrarmos na análise individual de cada espécie, você precisa entender mais alguns conceitos básicos. Como já falamos, os tributos são fonte de receita derivada e não são uma sanção, correto? Então, como nasce o dever de pagamento de um tributo? Ele nasce com o fato gerador (FG) específico. Falaremos muitas vezes essa expressão durante o curso, acostume-se com ela desde já.

E o que é o fato gerador? Uma vez ouvi em uma aula de cursinho uma comparação interessante. O professor disse que, quando o espermatozoide encontra o óvulo, temos o início da gravidez. Com um tributo podemos fazer uma analogia. Quando um potencial contribuinte executa uma determinada ação prevista em lei, temos o início do processo de tributação. Um exemplo prático: se você é um potencial contribuinte, por exemplo um comerciante, e vende uma mercadoria, aconteceu o fato gerador do ICMS. A partir desse momento começa um processo que, se ocorrer correta e normalmente, culminará com o pagamento desse imposto pelo contribuinte. Em outras palavras, uma vez instituído o tributo, assim que a previsão do fato gerador ocorrer no mundo real, surge obrigação de pagamento. Esse fenômeno se chama subsunção do fato à norma. E agora você já pode sair usando vocabulário jurídico por aí :) “Mas como eu sei o qual é o fato gerador de cada tributo?” Calma, não se adiante, temos um longo caminho até chegar nesse ponto.

As espécies tributárias do quadrinho acima têm fatos geradores distintos, e segundo o CTN Art. 4º “A natureza jurídica específica do tributo

Previsão legal

Ocorrência no mundo

real

FATO GERADOR

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é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação (…)”. Portanto, observe que o fato gerador é que dirá a natureza do tributo. Além disso, veja todo o art. 4º do CTN, que trata da natureza jurídica do tributo:

Porém, como você já sabe que a CF é mais nova que o CTN, e que ela trouxe 2 novas espécies tributárias, a mera diferenciação pelo fato gerador não mais dá conta de separar os tributos. Conforme o entendimento do STF, para a definição da natureza jurídica específica do tributo, deve-se considerar não somente o fato gerador como também a sua base de cálculo e o destino do produto de sua arrecadação. Então guarde o esquema para definição da natureza jurídica:

Tendo essa diferenciação em mente, atente para questões que não perguntem especificamente sobre a natureza jurídica de acordo com o CTN.

Agora vamos imaginar uma situação bem simples: você completou 18 anos e no dia do seu aniversário ganhou de presente um carro. Maravilha!! O que decorre, que nos interessa agora para o direito tributário, são 2 acontecimentos: você precisa tirar a carteira de motorista e passa a ter um automóvel em seu nome. Para tirar carteira de motorista, você primeiro paga um valor para o DETRAN, faz as aulas, faz a prova e tira a carteira. Dentro desse valor que você paga estão algumas taxas para o órgão público específico. Então você já pagou um tributo, não é? Além disso, agora você tem a propriedade de um veículo automotor, fato gerador do Imposto IPVA.

O momento do pagamento será abordado depois, tenha calma. Você percebe que o acontecimento de ganhar um automóvel, ultimamente, desencadeou um imposto e uma taxa? Eles não são a mesma coisa, são fatos

A natureza jurídica do tributo

É determinada pelo fato gerador

Sendo irrelevantepara qualifica-la

A denominação e demais

características formais

a destinação legal do produto da arrecadação

CTN Basta o Fato gerador

CF e STF Fato gerador Base de cálculo

Destino da arrecadação

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geradores diferentes! A propriedade do veículo e o serviço realizado pelo órgão público. Naturezas diferentes.

Rapidamente vemos uma diferença entre os fatos geradores – que é o acontecimento que dá origem - das taxas e dos impostos: a contraprestação. Logo estudaremos com mais detalhes o fato gerador e características dos tributos. Por enquanto preciso que você entenda que as taxas que você paga servem para custear uma atividade, enquanto os impostos não.

Ou seja, os impostos não possuem uma contraprestação; não são tributos vinculados, também chamados de ressarcitivos. Com esse conhecimento, então quando você ouvir alguém falando que “a gente paga esse horror de IPVA e as estradas estão cheias de buracos!” entenda que não tem nada a ver.

Ainda, você precisa entender que os impostos estão associados a uma geração de riqueza, por parte do sujeito passivo – o pagador – e sua distribuição. É esse o cerne da questão. E essa geração de riqueza pode se manifestar em renda, patrimônio ou consumo. Para o Estado, os impostos são um meio para seu trabalho de atingir os objetivos de uma nação. Em termos um pouco mais específicos, são fontes de igualdade social, de modo que o rico paga mais imposto que o pobre, gerando assim equilíbrio. Ou melhor, a eterna busca dele. Menos filosofia e mais prática: Vamos para o estudo individual de cada uma das espécies tributárias?

Encontramos no CTN a definição de imposto nos Arts. 16 a 18. Transcrevo aqui:

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente os que constam deste Título, com as competências e limitações nele previstas.

Art. 18. Compete:

Imposto tributo cuja obrigação tem por fato gerador

uma situaçãoindependente de qualquer atividadeestatal específica,

relativa ao contribuinte.

3.2 - Impostos

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I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;

II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.

Como falamos, o imposto é tributo não vinculado, não contraprestacional: fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal. E os impostos são vários e são citados nos artigos subsequentes do CTN. Porém, não leia-os. Teremos aula somente para tratar de cada um dos impostos. Além disso, parte do texto está desatualizado.

Sobre os Territórios, eles pertencem à União, portanto esse ente poderá acumular a competência (esse é o tópico da próxima aula) estadual e até mesmo municipal. Hoje não há nenhum Território no Brasil, porém se houvesse, os seus habitantes poderiam pagar todos os impostos para a União. Raciocínio análogo está no inciso II. Você acha que, se houvesse, um estado não dividido em municípios, simplesmente não se cobraria imposto municipal?

Não se atenha muito a esses artigos, o mais importante está no Art. 16 e na Constituição. É necessário, porém, complementar com o que temos no Art. 145 da CF, uma vez que, somente dizer que o imposto é um tributo não vinculado, não é suficiente. Veja o art. 145 esquematizado:

União, instituir

impostos atribuídosaos Estados +

Municípios (se não forem divididos)

nos TerritóriosFederais

DF e aos Estados

instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados + Municípios

não divididos em Municípios

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Aqui temos uma importante diretriz: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Não é uma obrigação, e sim uma

orientação que o constituinte deu ao legislador, aquele que irá criar as regras

do imposto e, através de lei, colocá-lo no mundo. Essa intenção, também sustentada no aspecto de igualdade social, basicamente traduz-se como: sempre que possível, aquele que tem mais, pagará mais. Podemos ver esse comportamento no Imposto de Renda: as faixas de valor vão de 7,5% até 27,5%. Inclusive há a faixa de isento.

Porém, a maioria dos impostos não seguem esse preceito. Quando o legislador coloca uma alíquota em um produto ou serviço, ou mesmo propriedade, o que acontece é um pagamento igual, porém não igualitário.

Imagine dois brasileiros, Pedro e João, que compraram o mesmo carro zero KM, no mesmo dia, no mesmo local. Ambos pagarão o mesmo valor de IPVA, correto? Porém, imagine que Pedro é riquíssimo: vive em uma mansão em um bairro nobre, tem vários carros e barcos, e muito dinheiro em investimentos. E João é o brasileiro médio: classe média, nem rico nem pobre, mora em uma casa alugada, e está comprando o seu primeiro carro, no qual gastou toda sua poupança. Qual dos dois estará pagando mais IPVA, proporcionalmente ao seu patrimônio e renda? Certamente é João, o brasileiro médio. Ao mesmo tempo, quando os dois vão no mesmo dia, ao mesmo supermercado comprar pão: pagam ICMS, sim? Ao contrário do IPVA, esse é um imposto “invisível”, pois está dentro do preço do produto, mas ainda assim, acabam pagando o mesmo valor. Mais uma vez, o imposto representa uma parte maior do patrimônio do João. Não há o caráter pessoal e não são graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.

Então veja que, saindo da CF e entrando no mundo real, o “sempre que

Impostos

Sempre quepossível, terão:

caráterpessoal, e

serão graduadossegundo a capacidade

econômica do contribuinte

facultado à administração

tributária(especialmente para conferir efetividade a esses objetivos)

identificar,(respeitados os

direitos individuais e nos termos da

lei)

o patrimônio, os rendimentose as atividadeseconômicas do contribuinte.

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possível” é em verdade poucas vezes que os impostos têm caráter pessoal e são graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. Concorde você ou não, esta é uma discussão sobre o direito tributário e esse é um exemplo para que você assimile.

Se você já estudou para outros concursos, talvez esteja fazendo alguma ligação com Administração Financeira e Orçamentária. Preste atenção! Quando falamos que o imposto é um tributo não vinculado, não confunda com não vinculação da receita. Ambos são válidos para os impostos, porém não são a mesma coisa!

Deixa eu tentar desenrolar: você paga um imposto “independente de

qualquer atividade estatal específica” e isso define a contraprestação, ou seja, a vinculação.

Ao mesmo tempo, se você ler a CF no Art. 167, IV verá que

“São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão,

fundo ou despesa (…)”.

Isso define a não vinculação da receita dos impostos. Os impostos, como havia dito, são instrumento para alcançar a igualdade, equilíbrio social, portanto financiam ações gerais por parte do Estado. Tenho certeza que o esquema abaixo vai facilitar. Se preferir, imprima e mantenha nos seus resumos ou fichas de estudo.

IMPOSTO

Todos os entes podem

instituir impostos

Instituído em lei

tributo nãovinculado

Fato Geradorindependente

de atividade estatal

Arrecadação não

vinculada

Financiam ações gerais do Estado

Sempre que possível

caráterpessoal

Graduadossegundo

capacidade econômica

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O conceito de taxa está no CTN em seu artigo 77, muito parecido com o que temos na CF, Art. 145, II e §2º. Veja:

“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito

Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,

têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a

utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e

divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

poderão instituir os seguintes tributos:

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela

utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e

divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de

impostos.”

Sobre o caput do Art. 145: observe que todos os entes políticos podem instituir taxas, sem maiores explicações nessa parte da CF.

Aprenda e memorize bem o inciso II e atenção também ao parágrafo. Observe que há dois tipos de taxas: de polícia e de serviços. Abaixo dissecaremos ambas.

Sobre o parágrafo 2º, gostaria de mencionar o seu equivalente no CTN:

“A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador

idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada

em função do capital das empresas.”

TAXAS: Todos os entes podem instituir

De polícia

exercício regular

De serviços

Utilização efetiva ou potencial

específico e divisível

Base de cálculo

Não pode ser própria de impostos

3.3 - Taxas

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Veja que há mais detalhes do que na CF. Taxas não podem ter base idêntica à de impostos, porque, lembra que são tributos fundamentalmente diferentes? A taxa é cobrada em função de uma atividade estatal, portanto tributo vinculado, enquanto o imposto é devido em consequência da manifestação de riqueza, tributo não vinculado. Não faz muito sentido o governo cobrar de você uma taxa usando como base cálculo o patrimônio que você possui, não é?

Vou dar um exemplo e você vai entender: você paga uma taxa de coleta domiciliar de lixo. Como se calcula o quanto deve ser pago? Você acha que faz sentido que essa taxa seja cobrada em função do valor de mercado da sua casa? Eu acho que não tem sentido, pois como você está pagando por um serviço, o que tem a ver quanto vale sua casa? Então que tal o lixeiro carregar uma balança para saber quantos quilos de lixo você está produzindo semanalmente? Acho que ainda não é viável, né? Bem, então uma maneira é usar o tamanho da sua casa. Casa grande, lixo grande. Boa ideia! Acontece que o tamanho da casa é base do IPTU. E agora? CTN e CF dizem que “As taxas não poderão ter base de cálculo própria de imposto.”.

O assunto não é simples, tanto que o STF tem um posicionamento na Súmula vinculante 29:

Jurisprudência, STF, Súmula vinculante 29: “é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.”.

Em suma, a referida taxa será cobrada como um valor em função do tamanho da casa do usuário da coleta de lixo domiciliar. Esse é um exemplo. Poderão ser criadas outras, desde que não haja integral identidade entre as bases, ou seja, desde que não sejam idênticas. Entendido? Taxa não pode ter a base idêntica à de imposto, ok?

Sobre a arrecadação das taxas, dentro da CF, nada impede que ela seja destinada aos serviços respectivos. O STF inclusive já se pronunciou contra a destinação a serviços diversos, veja: “A vinculação das taxas judiciárias e dos

emolumentos a entidades privadas ou mesmo a serviços públicos diversos

daqueles a que tais recursos se destinam subverte a finalidade institucional do

tributo” (ADI 2040, de 15/12/1999).

Vamos aos dois tipos de taxa, que são a taxa de polícia e a taxa de serviço.

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No art. 78 do CTN temos a definição de poder de polícia. Segue:

Traduzindo: é uma taxa paga por particulares, para a administração

pública, para que agentes de fiscalização e vigilância atentem para que o

referido particular, no exercício dos seus direitos, não interfira nos direitos e interesses da coletividade ou do Estado.

Você percebe que estamos falando de uma polícia administrativa e não

de polícia civil ou militar. Destaquei, no esquema acima, alguns exemplos de onde podem atuar esses agentes de fiscalização e vigilância(segurança, higiene, etc.), e atividades(atividades dependentes de concessão, ...) sujeitas a pagamento de taxa de polícia. Então faz sentido que seja uma taxa, visto que há contraprestação estatal. Mais uma vez, não confunda a taxa de polícia com multa administrativa. Se um empreendedor tem como finalidade a construção civil, ele pagará algumas taxas de polícia, porém se descumprir alguma orientação, poderá ser multado de acordo com a lei pertinente.

E quando essa taxa poderá ser cobrada? Bem, o ente deverá ter fiscalização e vigilância atuante, podendo assim instituir o tributo. Então o particular/empreendedor somente paga taxa de polícia quando for fiscalizado? Não! Mesmo que nunca haja fiscalização, o potencial fiscalizado deve pagar a taxa! Atenção para esse ponto! A contraprestação aqui é direta para o particular/empreendedor: a fiscalização, e ao mesmo tempo para a

Poder de polícia é atividade da

administraçãopública que

limitando ou disciplinando

regula a prática de ato ou abstenção de

fato, em razão de interesse público concernente à

Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando

desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável

com observânciado processo legal e

tratando-se de atividadeque a lei tenha como discricionária, sem

abuso ou desvio de poder

3.3.1 – Taxa de polícia

direito interesse liberdade

segurança, higiene, ordem, costumes, disciplina da produção e do mercado exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos

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coletividade.

Os fiscalizados geram o ônus para o estado – se não houvesse aquele ramo de negócio, não haveria fiscalização - portanto eles estão pagando pela manutenção da polícia e recebem o serviço, que protege os interesses e direitos de todos! Volte para o início desse tópico e observe os artigos transcritos do CTN e da CF. Há uma palavra grifada no Art. 77: regular. Regular define a fiscalização e vigilância atuante. Uma palavra faz muita diferença!

Vamos para um pequeno resumo da taxa e poder de polícia:

• Cada ente político (União, DF, Estados e Municípios) que possuir a atribuição administrativa (estabelecida na Constituição e leis), poderá instituir a taxa de polícia, prestando vigilância e fiscalização. Não há obrigatoriedade.

• Para instituição da taxa é obrigatório que haja exercício regular do poder de polícia, considerado regular aquele desempenhado por órgão competente.

• Exemplos de taxas de polícia: taxa de alvará, taxa de vigilância sanitária, taxas de fiscalização de obras, etc.

A taxa de serviços tem alguns detalhes a mais, mas é bem tranquila. Olhe de novo a CF no Art. 145, II:

“II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela

utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e

divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição”

Traduzindo: Quando então é que o poder público pode cobrar essa taxa de serviços? Quando houver utilização, efetiva ou potencial, de um serviço público.

� Para o Estado: significa que o serviço deve existir, para que se cobre taxa – em efetivo funcionamento. Estou falando o óbvio, não é?! A intenção ou a mera incumbência estatal de prestação do serviço não justifica a cobrança. Isso quer dizer que, um município não pode primeiro cobrar taxas para futuramente prestar um serviço. Lembra que a taxa é um tributo vinculado? ;)

� Para o contribuinte: significa que são prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. (Utilização efetiva = prestados; potencial = postos à sua disposição).

3.3.2 – Taxa de serviços

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Significa que, mesmo não utilizando um serviço, se ele foi posto à sua disposição, você pagará a taxa de serviços respectiva. Mais uma vez o exemplo é a taxa de coleta domiciliar de lixo. Mande uma carta para o órgão da sua cidade pedindo devolução do pagamento da taxa, porque você estava viajando e não utilizou o serviço. Não há devolução, pois o serviço estava à sua disposição. Agora posso colar aqui o Art. 79 e você entenderá tudo.

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória,

sejam postos à sua disposição mediante atividade

administrativa em efetivo funcionamento;

Essa parte é tranquila, não é? Agora vamos entender que tipo de serviço é esse. Conforme a definição, ele deve ser específico e divisível. Segue o resto do Art. 79:

“II - específicos, quando possam ser destacados em unidades

autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por

parte de cada um dos seus usuários.”

• Específico é aquele prestado por uma organização, unidade autônoma, especializada. O contribuinte sabe exatamente o que está pagando, qual atividade estatal, qual serviço.

• Divisível é um serviço que pode ser usado separadamente por cada contribuinte. Para efeitos de entendimento, imagine uma situação extrema: pense que o serviço de coleta domiciliar de lixo poderia ser instituído exclusivamente para atender à sua casa. Impossível é pensar que o serviço de iluminação pública beneficiaria somente uma pessoa, não é? Por isso que foi criada a contribuição de iluminação pública, pela Emenda Constitucional nº39, mas já falaremos dela. Vai aí a explicação do STF para o caso:

Jurisprudência, STF, Súmula vinculante 670: “serviço de iluminação

pública não pode ser remunerado mediante taxa.”

Ao mesmo tempo, há outra súmula vinculante justificando um serviço aparentemente não específico e divisível, de coleta de lixo:

STF, Súmula vinculante 19: “a taxa cobrada exclusivamente em razão dos

serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou

resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF.”

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Tenha atenção a essa classificação, pois as bancas adoram explorar a

diferença entre específico e divisível. É das pegadinhas mais clássicas, olha só:

(CESPE/SEFAZ-ES/2013/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL) Consideram-se divisíveis os serviços públicos justificadores da cobrança de taxas quando:

a) forem de utilização compulsória e postos à disposição mediante atividade estatal.

b) puderem ser usufruídos a qualquer título.

c) forem suscetíveis de utilização, separadamente, pelos usuários.

d) forem suscetíveis de utilização efetiva pela coletividade, e não somente pelo usuário.

e) puderem ser destacados em unidades autônomas de atuação da administração

Resolução:

Pra você agora fica fácil, não é? Aquele que eu posso dividir é aquele que posso prestar separadamente pelos usuários! Gabarito letra C.

Para iniciarmos a conversa, aqui vai um resumo sobre o tributo taxa:

Taxas

Aspectos Gerais

Tributo vinculado

Todos os entes podem instituir

Não pode ter BC de imposto

STF: pode ter elementos da BC, mas

não idêntica

Polícia

Polícia administrativa

Paga mesmo que

não seja fiscalizado

Exemplo: taxa de alvará

Serviço

Utilização

Efetiva, ou

Potencial

Específico

Órgão especial

Divisível

Pode ser para um

3.3.3 – Taxa e Preço Público

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Cabe aqui uma consideração sobre as diferenças entre taxa e preço

público ou tarifa. Todos são pagos em função de um serviço realizado. Preço público ou tarifa, contudo, não são tributos. Por que? Porque não se encaixam totalmente na definição do artigo 3º, que sei que você já está decorando.

Eles são prestação pecuniária não compulsória. Como assim? É porque o dever de pagamento não surge do poder de império, mas sim de uma obrigação contratual.

Lembra que falamos rapidamente sobre os tipos de receita pública? Originária e derivada. Enquanto taxa é um tributo, portanto uma receita derivada, o preço público ou tarifa são receita originária. A obrigação contratual se deve ao fato de que o poder público concede ou permite um serviço a uma empresa, e essa executa ao público. Não há uma imposição legal, você percebe? Então, nesse parágrafo você conseguiu observar 2 diferenças básicas entre taxa e preço público ou tarifa?

Vou colocar um quadrinho comparativo para ficar mais fácil:

Taxas Preço público ou Tarifa

Prestação compulsória Prestação não compulsória

Deriva do poder de império do Estado Obrigação de natureza contratual

Agente de cobrança e prestação: Estado

Agente de cobrança e prestação: Permissionário ou concessionário

Exemplos: taxa de coleta domiciliar de lixo,

Exemplos: *pedágios, serviços de energia, telefonia, gás, água, esgoto.

Existem outras diferenças que você poderá encontrar quando estiver resolvendo questões de concursos passados – e são muitas questões sobre esse tópico. Mas lembre-se do básico: preço público não é tributo!

Se você tiver a definição e características de tributo bem fixadas, você conseguirá deduzir algumas características que jamais estudou. Por exemplo, os preços públicos e tarifas não se sujeitam aos princípios do direito tributário, em específico algumas das limitações ao poder de tributar, por exemplo o princípio da anterioridade. Se você já estudou antes, sabe do que estou falando. Se nunca estudou, veremos esse tópico em uma aula mais adiante.

Pedágios: eles poderão ser cobrados por pessoa de direito público ou privado. Quando público, será taxa; privado, preço público ou tarifa.

Para finalizar, temos uma jurisprudência e uma questãozinha:

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Jurisprudência, STF, Súmula vinculante 545: “preços de serviços públicos

e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são

compulsórias e tem sua cobrança condicionada à prévia autorização

orçamentária, em relação à lei que a instituiu.”

(ESAF/2010/FISCAL DE RENDAS MUNICIPAL DO RJ): Sobre as taxas, é incorreto afirmar que:

a) diferentemente dos impostos, cuja característica marcante é a desvinculação da receita a uma finalidade determinada, a taxa é o tributo vinculado por excelência, isto é, só é devido pelo contribuinte se houver contraprestação por parte do ente estatal que a houver instituído.

b) preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias, e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária em relação à lei que as instituiu.

c) a Constituição Federal dá o conceito de taxa como sendo o tributo instituído pela União, estados, Distrito Federal e municípios, em razão do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

d) o serviço prestado ou posto à disposição, que permite a instituição de uma taxa, é sempre estatal, podendo, excepcionalmente, ser serviço prestado por empresa privada.

e) somente o poder de polícia específico é passível de estipêndio por meio de taxas; e mesmo assim exige-se que seja divisível e mensurável.

Resolução:

a) Correta. Pense na taxa de serviço e fica bem visível. A taxa de polícia também é contraprestacional, porém mesmo que não haja a prestação efetiva do serviço (fiscalização), ela será devida, desde que o órgão competente exista e seja atuante, lembra?

b) Correto. Aqui temos o texto literal da Súmula Vinculante 545.

c) Correto. Temos o art. 145 da CF aqui.

d) Incorreta. Como estamos falando de taxa, o serviço sempre será prestado pelo poder público. Quando ele é prestado por uma empresa privada, estamos falando de preço público ou tarifa.

e) Correta. A ESAF considerou que o serviço de polícia também deve carregar as características de “específico e divisível”.

Gabarito letra D.

Essa questão é um pouco polêmica, pois a alternativa E não trata da literalidade do art. 145 da CF e do 77 do CTN. Isso é uma peculiaridade da

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ESAF, ok? Não se desespere e se você agora ficou um pouco confuso, por enquanto releve essa alternativa, concentre-se em entender de A a D. A medida que você resolver mais e mais questões, verá que muitas vezes as bancas colocam questões confusas, polêmicas e fora do edital. Quando encontrar questões assim: fique calmo e siga em frente. Se está estranho para você, que estudou bastante, certamente está também para os outros. Não perca o foco!

Chegamos ao final da primeira aula! Mas as definições de tributos não terminam aqui. Siga para a aula 01 – continuação dessa aula - para os conceitos de Contribuição de melhoria, Contribuições Sociais, Empréstimo Compulsório e classificações segundo suas funções.

Abaixo trago mais alguns exercícios específicos dessa parte da matéria. Infelizmente não tenho nenhum das antigas provas de ATFRB para colocar. As questões podem parecer um pouco repetitivas, mas à medida que você acumular conhecimento em direito tributário, trarei exercícios mais complexos para que você fique mais e mais afiado para a prova. Sempre focando em questões da ESAF e de concursos fiscais! E lembre que a repetição é a chave para o sucesso: guarde os esquemas e repita as questões periodicamente!

Espero que você tenha gostado e que siga conosco até o final!

Abraços!

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1. (ESAF/SEFAZ-SP/2009/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE)

Constituem modalidade de receita derivada, exceto:

a) tributos.

b) penalidades pecuniárias.

c) multas administrativas.

d) taxas.

e) preços públicos.

Resolução:

Lembre-se desse esquema:

Enquanto os tributo e multas são receita derivada, o preço público ou tarifa são receita originária. A obrigação contratual se deve ao fato de que o poder público concede ou permite um serviço a uma empresa, e essa executa ao público. Não há uma imposição legal, não há compulsoriedade e não se classifica, portanto, como receita derivada.

Gabarito letra E.

2. (ESAF/RFB/2009/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL) Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto, que:

a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam.

b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular do poder de polícia.

A receita pública

Originárias

receitas de atividades do Estado, da gerência de seus bens.

Derivadas

são derivadas do poder de império, uma prerrogativa do governo.

4- Questões Comentadas

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c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não.

d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas.

e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Resolução:

Se você sabe bem o conceito de taxa lá no CTN (Art. 77) ou na CF (Art. 145) essa questão está bem fácil. Com exceção da letra C todas estão corretas. Sabemos que o serviço público (não estamos agora falando em taxa de polícia) precisa ser específico e divisível. Simples assim.

c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não.

Agora, só pra relembrar, vou colocar aqui os conceitos lá do art. 77 do CTN e uma explicação rápida.

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

• Específico é aquele prestado por uma organização, unidade autônoma, especializada. O contribuinte sabe exatamente o que está pagando, qual atividade estatal, qual serviço.

• Divisível é um serviço que pode ser usado separadamente por cada contribuinte. Para efeitos de entendimento, imagine uma situação extrema: pense que o serviço de coleta domiciliar de lixo poderia ser instituído exclusivamente para atender à sua casa.

Gabarito letra C.

3. (ESAF/RECEITA FEDERAL/2009/TECNICO ADMINISTRATIVO) As taxas, no modelo constitucional brasileiro:

a) terão caráter pessoal e serão graduadas de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.

b) terão alíquotas máximas estabelecidas por resolução do Senado Federal.

c) serão seletivas e não cumulativas.

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d) serão informadas pelos critérios de generalidade, universalidade e progressividade.

e) não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Resolução:

a) Incorreta. Impostos é que terão caráter pessoal e serão graduados de acordo com a capacidade econômica.

b) Incorreta. São apenas alguns impostos que terão alíquotas máximas estabelecidas por resolução do Senado Federal. São eles ITCD e ICMS.

c) Incorreta. Alguns impostos que possuem essa previsão na CF, por exemplo o IPI. Não se pode alongar o entendimento para as taxas.

d) Incorreta. Não há previsão constitucional para esses critérios para taxas.

e) Correta. De acordo com o parágrafo único do art. 145, §2º da CF.

Gabarito letra E.

4. (ESAF/SMF-RJ/2010/AGENTE DA FAZENDA) As taxas, no direito tributário, são espécies tributárias que decorrem, entre outros fatos geradores, do exercício regular do poder de polícia. Sobre estes, julgue os itens a seguir:

I. entende-se por regular o poder de polícia quando desempenhado por órgão competente, nos limites da lei, observando devido processo legal, e exercida sem desvio ou excesso de poder;

II. a exigência da taxa em decorrência do exercício do poder de polícia não mais exige a concreta fiscalização por parte dos órgãos competentes, ou seja, a simples regulação de certas atividades por meio de atos normativos também caracteriza o exercício desse poder;

III. a atuação fiscalizadora do Estado, em rigor, visa ao interesse da coletividade e não ao do contribuinte da taxa, isoladamente. É este, porém, que provoca a atuação do Estado, sendo isso que justifica a imposição da taxa;

IV. exercendo o poder de polícia, o Estado impõe restrições aos interesses individuais em favor do interesse público, conciliando esses interesses.

Estão corretos:

a) apenas os itens I e III.

b) apenas os itens I, III e IV.

c) todos os itens estão corretos.

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d) apenas os itens III e IV.

e) apenas os itens II, III e IV.

Resolução:

I. Correto. Veja no esquema abaixo, que traz o art. 78 do CTN. II. Correto. Mesmo que não haja fiscalização, o empreendedor deve pagar

a taxa. III. Correto. A taxa de polícia é exigida do contribuinte, que recebe o

serviço, daí a natureza contraprestacional do tributo vinculado. Porém também serve à coletividade.

IV. Correto. Caso não houvesse restrições, o interesse individual poderia extrapolar a harmonia que deve haver entre o público e o privado.

Gabarito letra C.

5. (ESAF/SMF-RJ/2010/AGENTE DA FAZENDA) O conceito de tributo, nos termos do Código Tributário Nacional, traz as seguintes conclusões, exceto:

a) o poder de tributar é prerrogativa do Poder Público, que o faz para custear suas ações no interesse da sociedade.

b) não constituindo sanção por ato ilícito, pouco importa para a legislação do imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços, por exemplo, a origem lícita ou ilícita de determinadas mercadorias, desde que reste configurada a hipótese de incidência do referido tributo, qual seja, a circulação dessas mercadorias, para que possa ele ser exigido.

c) nem toda prestação pecuniária prevista em lei constitui tributo, mas somente aquelas que reúnam o conjunto dos requisitos previstos na definição de tributo, consoante o Código Tributário Nacional.

d) o Estado exige os tributos compulsoriamente das pessoas, portanto, a obrigação de pagar tributos não decorre da vontade do contribuinte, sendo esta, aliás, irrelevante nessa matéria.

Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando

desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável

com observânciado processo legal e

tratando-se de atividadeque a lei tenha como discricionária, sem

abuso ou desvio de poder

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e) embora sendo uma obrigação de direito público, absolutamente indisponível por parte da administração, admite-se, desde que haja a respectiva previsão legal, a delegação dessa obrigação a outras pessoas jurídicas, como empresas públicas e sociedades de economia mista.

Resolução:

a) Correta. Através de seus tributos, que são receita derivada do poder de império, uma prerrogativa do governo, o Poder Público financia suas ações.

b) Correta. É possível tributar uma mercadoria ilícita, o que não é possível é tributar uma atitude ou situação ilícita. Uma atitude ilícita gera punição. Veja, um traficante ao vender entorpecentes deveria pagar imposto sobre circulação de mercadorias. Por que ele deveria ter vantagem sobre os comerciantes de boa fé, que agem com a lei? ;)

c) Correta. Nem toda prestação pecuniária – aquela que se paga em dinheiro – é um tributo. Você já sabe que multa é ≠ de tributo. Ambas são pagas em pecúnia, em moeda.

d) Correta. Tributo é prestação compulsória.

e) Incorreta. Não se pode delegar a competência tributária. CTN Art. 7º.

Gabarito letra E.

6. (CESPE/TJ-BA/2013/TITULAR DE SERVIÇO DE NOTAS E DE REGISTROS) Com relação às taxas, assinale a opção correta.

a) Pela prestação do serviço de iluminação pública, os municípios podem instituir taxa de iluminação pública.

b) As taxas são tributos não vinculados a uma contraprestação do ente tributante em relação ao contribuinte.

c) As taxas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ou posto à disposição do contribuinte.

d) Devido ao fato de a destinação do produto da arrecadação ser previsto em lei, as taxas são tributos vinculados.

e) As taxas podem ter a mesma base de cálculo dos impostos.

Resolução:

a) Incorreta. Iluminação pública não é um serviço divisível. Para remuneração desse serviço foi criada Contribuição específica.

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b) Incorreta. Taxa é sim um tributo vinculado.

c) Correta. Art. 77 do CTN e art. 145 da CF.

d) Incorreta. Redação propositalmente confusa. O produto da arrecadação, mesmo que não previsto em lei, é por lógica vinculado ao serviço prestado, ao mesmo tempo que taxa é um tributo vinculado, ou seja, contraprestacional.

e) Incorreta. A taxa não pode ter a mesma base de cálculo de imposto. Art. 145, §2º lá a CF.

Gabarito letra C.

7. (FAPESE/PREFEITURA DE FLORIANOPOLIS/2014/AUDITOR FISCAL) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Tributário Nacional.

a) O fato gerador do tributo é que define a natureza jurídica do tributo

b) Por lei, considera-se discricionária a atividade administrativa de cobrança tributária

c) A denominação e demais características formais adotadas pela lei são determinantes para a correta identifcação da natureza do tributo

d) A natureza jurídica do tributo é definida pela destinação legal do produto da sua arrecadação.

e) Entende-se por tributo toda prestação pecuniária compulsória ou facultativa, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito.

Resolução:

a) Alternativa correta. Segundo Art. 4 CTN.

b) Incorreta. Atividade plenamente vinculada, Art. 3 CTN.

c) Incorreta. Denominação e demais características não são determinantes. Art. 4 CTN.

d) Incorreta. A natureza jurídica do tributo é definida pelo fato gerador. Art. 4 CTN.

e) Incorreta. A prestação não é facultativa, somente compulsória.

Essa questão pede a alternativa correta de acordo com o CTN.

Gabarito letra A.

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8. (FJG-RIO/SMA-RJ/2013/AGENTE DA FAZENDA) Segundo a

Constituição Tributária, pode-se afirmar que o tributo:

a) limita-se pelos direitos fundamentais

b) confunde-se com o preço público

c) possui natureza de multa pecuniária

d) pode ser destinado a cobrir fundos

Resolução:

a) Correto. A CF traz em seu artigo 5º os direitos e garantias fundamentais:

“ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada a não ser em virtude de lei”. Desse modo, infere-se que todo o tributo deverá ser instituído por lei. Essa é uma das relações possíveis para justificar essa alternativa.

b) Incorreta. Não se confunde com preço público, uma vez que esse é cobrado por um particular através de um contrato. Assemelha-se muito a um serviço prestado pela União, mas não confunda.

c) Incorreta. Art. 3 do CTN “...não sanção de ato ilícito...” portanto, tributo é diferente de multa.

d) Incorreta. Princípio da não vinculação da receita.

Gabarito letra A.

9. (FCC/SEFAZ-PE/2014/AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL) O Município de Caruaru-PE, mediante a edição da Lei no 5.658/2014, instituiu a cobrança de TLP - Taxa de Limpeza Pública, que tem como fato gerador os serviços de conservação e limpeza de logradouros públicos pelo referido município.

Na situação hipotética, a cobrança desse tributo é:

a) ilegítima, pois a competência para estabelecer cobrança de taxa sobre serviços de conservação e limpeza de logradouros públicos é do Estado.

b) ilegítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, que não possibilita a individualização dos respectivos usuários.

c) legítima, pois visa a custear a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, ostentando o caráter retributivo inerente às taxas.

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d) legítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, prescindindo da individualização dos respectivos usuários.

e) ilegítima, pois o fato gerador, próprio de imposto, deve ser custeado pelas receitas decorrentes de sua exigência.

Resolução:

Lembrando qual tipo de serviço poderá ser remunerado por taxa, segundo o art. 77:

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas

de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por

parte de cada um dos seus usuários.

Portanto, a taxa será ilegítima, uma vez que a limpeza pública não é divisível.

Gabarito letra B.

10. (FCC/AL-SP/2010/AGENTE TECNICO LEGISLATIVO) Existem inúmeras classificações para os tributos. Duas podem ser citadas como muito usuais. A primeira considera o tributo como vinculado e não vinculado. A outra considera o tributo quanto à destinação específica do produto da arrecadação. Recebe a classificação como não vinculado e sem destinação específica do produto da arrecadação

a) o imposto.

b) a taxa.

c) a contribuição de melhoria.

d) o empréstimo compulsório.

e) as contribuições especiais.

Resolução:

Mais uma vez peço que você tenha atenção em classificar tributo vinculado e arrecadação vinculada. Sabemos que os impostos possuem ambas características.

Gabarito letra A.

11. (FEPESE/PREFEITURA DE FLORIANOPOLIS/2014/AUDITOR FISCAL) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Tributário Nacional.

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a) A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que

correspondam a imposto.

b) A taxa pela utilização efetiva de serviço público específico deve ser calculada em função do capital da empresa contribuinte.

c) Todo o serviço público posto à disposição do contribuinte mediante atividade administrativa vinculada é fato gerador de taxa.

d) O serviço público específico, fato gerador de taxa, é aquele suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

e) As taxas cobradas pelo Distrito Federal ou pelos Municípios têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização de serviço público indivisível.

Resolução:

a) Correta. Parágrafo único do art. 77 do CTN:

“A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador

idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada

em função do capital das empresas.”

b) Incorreta. Parágrafo único do art. 77 do CTN.

c) Incorreta. Sabemos que o serviço deve ser específico E divisível.

d) Incorreta. Essa é a qualidade do serviço divisível.

e) Incorreta. O serviço deve ser específico E divisível.

Gabarito letra A.

12. (FCC/AL-PE/2014/ANALISTA LEGISLATIVO) É taxa decorrente da prestação de serviço público passível de ser validamente cobrada:

a) pedágio cobrado por Concessionários de rodovias, no regime da Lei de Concessões (Lei nº 8.987/1995).

b) custas processuais.

c) taxa de fiscalização e funcionamento de estabelecimentos.

d) taxa de fiscalização de anúncios.

e) taxa de pavimentação asfáltica cobrada dos munícipes em geral de determinado Município.

Resolução:

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a) Incorreta. Não é taxa, pois o pedágio cobrado através de concessionário chama-se preço público ou tarifa e não é tributo! Jamais esqueça!

b) Correta. A custa processual é um serviço específico e divisível, passível de cobrança através de tributo taxa. Há uma ADI nº1.444 em que o STF interpreta que, os valores cobrados a título de custas processuais e emolumentos judiciais e extrajudiciais, são tributos da espécie taxa, prevista no art. 145, II, da Constituição Federal de 1988.

c) Incorreta. Taxa de polícia.

d) Incorreta. Taxa de polícia.

e) Incorreta. Taxa de polícia.

Gabarito letra B.

13. (IBCF/TJ-PR/2014/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS) Nos termos do Código Tributário Nacional, tributo é:

a) Toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

b) O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana que tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do município.

c) A taxa cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

d) Imposto cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Resolução:

Veja que questão interessante. Todas as alternativas contém definições corretas, extraídas do CTN. Contudo, a resposta certa diz respeito ao conceito de tributo do art. 3º.

a) Correta. Art. 3º CTN.

b) Incorreta. Definição do imposto IPTU no art. 32 do CTN.

c) Incorreta. Definição de taxa no art. 77 do CTN.

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d) Incorreta. Definição de imposto do art. 16 do CTN.

Gabarito letra A.

14. (CESPE/TCE-ES/2013/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Considere que

um município tenha instituído o valor a ser cobrado trimestralmente das indústrias pela fiscalização do cumprimento das regras de alocação de materiais e resíduos sólidos descartados. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta;

a) Trata-se de taxa cobrada em razão do exercício regular do poder de polícia.

b) O valor cobrado não tem natureza de tributo, pois a fiscalização das indústrias já é papel a ser realizado pelo município.

c) Trata-se de taxa cobrada em razão do serviço público prestado pelo município, uma vez que a fiscalização terá como beneficiário toda a comunidade.

d) A cobrança desse valor é inconstitucional, dado que o município não tem competência tributária discriminada na CF para realizar a referida imposição pecuniária.

e) O valor cobrado tem natureza de preço público, pois é imposto ao industrial pela fiscalização feita pelo município.

Resolução:

a) Correta. Interpretando o art. 78 do CTN entendemos que a taxa de polícia é paga por particulares, para a administração pública, para que agentes de fiscalização e vigilância atentem para que o referido particular, no exercício dos seus direitos, não interfira nos direitos e interesses da coletividade ou do Estado. Interesses concernente à: segurança, higiene, ordem, costumes, disciplina da produção e do mercado (...)

b) Incorreta. Tem natureza de tributo taxa.

c) Incorreta. Não se trata de serviço e sim de taxa de polícia.

d) Incorreta. Segundo a CF em seu art. 145 todos os entes têm competência para instituir taxas, dentro de suas atribuições.

e) Incorreta. O preço público tem natureza contratual e não compulsória, portanto não se trata de tributo. A questão descreve taxa de polícia.

Gabarito letra A.

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15. (FJG-RIO/SMA-RJ/2013/AGENTE DA FAZENDA) A Constituição da

República de 1988 adota, com relação aos tributos, a classificação:

a) tripartite

b) dual

c) quadripartite

d) quinquipartite

Resolução:

Coloquei essa questão aqui somente para ver se você está atento aos detalhes. Mesmo usando uma nomenclatura diversa, não esqueça que:

• CTN: tripartite • CF e STF: pentapartite, pentapartida, quinquipartite.

Gabarito letra D.

16. (PGE-GO/PGE-GO/2013/PROCURADOR DO ESTADO) Considerando as determinações legais vigentes, acerca dos tributos, está CORRETA a seguinte proposição:

a) Adota-se atualmente a teoria pentapartida ou quinquipartida, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, que distribui os tributos em cinco espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, imposto extraordinário de guerra e contribuições diversas

b) Os impostos são tributos não vinculados, cujo fato gerador consiste numa situação independente de qualquer atividade estatal específica em relação ao contribuinte.

c) As taxas e contribuições especiais são tributos contraprestacionais de referibilidade direta.

d) Os impostos residual e sobre grandes fortunas serão instituídos por meio de lei ordinária federal.

e) O ICMS é um típico imposto pessoal.

Resolução:

a) Incorreta. As cinco espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, imposto extraordinário de guerra e contribuições diversas (mais comumente chamadas de especiais) e empréstimo compulsório.

b) Correta. Art. 16 CTN.

c) Incorreta. A referibilidade não é necessariamente direta nas contribuições especiais, mas sim indireta.

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d) Incorreta. Por meio de lei complementar. CF, art. 153, VII.

e) Incorreta. O ICMS é um imposto que incide sobre as coisas, portanto um imposto real. Lembre que a palavra real deriva de res = coisa.

Gabarito letra B.

17. (CESPE/TJ-BA/2013/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS) É correto afirmar que tributo é

a) considerado uma fonte de receita originária por parte do ente tributante.

b) toda prestação pecuniária compulsória cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

c) toda prestação pecuniária cobrada mediante atividade administrativa discricionária instituída em lei.

d) toda prestação pecuniária referente a sanção pela prática de ato ilícito e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

e) toda prestação pecuniária que o contribuinte faz ao ente tributante de forma facultativa.

Resolução

a) Incorreta. É receita derivada, prerrogativa do governo.

b) Correta. É a literalidade de parte do art. 3º do CTN.

c) Incorreta. Art. 3 do CTN “atividade plenamente vinculada”.

d) Incorreta. Tributo não se trata de sanção de ilícito.

e) Incorreta. Tributo é prestação compulsória – o contrário de facultativa.

Reproduzo mais uma vez o art. 3º:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo

valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,

instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa

plenamente vinculada.

Gabarito letra B.

18. (FCC/SEFAZ-SP/2013/AGENTE FISCAL DE RENDAS) Com respeito à disciplina legal das taxas, é:

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a) inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

b) inconstitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis.

c) constitucional a cobrança da taxa decorrente do poder de polícia em que haja a manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento, ficando restrita a cobrança aos contribuintes cujos estabelecimentos foram efetivamente visitados pela fiscalização.

d) constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o mesmo fato gerador pela União e por Estado, pois ambos têm competência para exercer a fiscalização desta atividade, haja vista se tratar de competência comum, exercida concomitantemente por todos entes políticos

e) inconstitucional a taxa cobrada em razão da prevenção de incêndios, porquanto instituída como contraprestação a serviço não divisível.

Resolução:

a) Incorreta. É constitucional, desde que não haja integral identidade da base do imposto.

b) Incorreta. É constitucional, haja visto Súmula vinculante nº 19.

c) Incorreta. Não há restrição de cobrança somente aos vistoriados ou fiscalizados.

d) Correta. Art. 23, VI da CF se trata de competência comum dos entes.

e) Incorreta. É um serviço específico e divisível, portanto passível de cobrança de taxa.

Gabarito letra D.

19. (FCC/PREFEITURA DE SP/2012/AUDITOR FISCAL) Um contribuinte deixou de emitir o documento fiscal referente a uma prestação de serviço tributada pelo ISS, tributo de competência municipal, e, como consequência, foi-lhe aplicada penalidade pecuniária pelo descumprimento dessa obrigação acessória (art. 230, caput, inciso V, alínea "a" do Decreto Municipal 52.703/11)

Essa penalidade pecuniária:

a) é imposto, pois está prevista na legislação do ISS.

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b) não é imposto, mas é tributo, em sentido amplo, pois tem natureza

compulsória.

c) é tributo, porque é cobrado por meio de atividade vinculada, conforme estabelece o Código Tributário Nacional.

d) não é tributo, pois sanção pelo cometimento de ato ilícito não pode ser definida como tributo.

e) é taxa, pois tem a finalidade de ressarcir o erário pelo dano causado pelo descumprimento de uma obrigação acessória.

Resolução:

Veja só como conseguimos resolver muitas questões somente com o conhecimento do art. 3º do CTN, que diz:

“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou em

cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato

ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa

plenamente vinculada”

Portanto, uma penalidade pecuniária jamais será um tributo!

Gabarito letra D.

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1. (ESAF/SEFAZ-SP/2009/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE)

Constituem modalidade de receita derivada, exceto:

a) tributos.

b) penalidades pecuniárias.

c) multas administrativas.

d) taxas.

e) preços públicos.

2. (ESAF/RFB/2009/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL) Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto, que:

a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam.

b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular do poder de polícia.

c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não.

d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas.

e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

3. (ESAF/RECEITA FEDERAL/2009/TECNICO ADMINISTRATIVO) As taxas, no modelo constitucional brasileiro:

a) terão caráter pessoal e serão graduadas de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.

b) terão alíquotas máximas estabelecidas por resolução do Senado Federal.

c) serão seletivas e não cumulativas.

d) serão informadas pelos critérios de generalidade, universalidade e progressividade.

5- Lista de Exercícios

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e) não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

4. (ESAF/SMF-RJ/2010/AGENTE DA FAZENDA) As taxas, no direito tributário, são espécies tributárias que decorrem, entre outros fatos geradores, do exercício regular do poder de polícia. Sobre estes, julgue os itens a seguir:

I. entende-se por regular o poder de polícia quando desempenhado por órgão competente, nos limites da lei, observando devido processo legal, e exercida sem desvio ou excesso de poder;

II. a exigência da taxa em decorrência do exercício do poder de polícia não mais exige a concreta fiscalização por parte dos órgãos competentes, ou seja, a simples regulação de certas atividades por meio de atos normativos também caracteriza o exercício desse poder;

III. a atuação fiscalizadora do Estado, em rigor, visa ao interesse da coletividade e não ao do contribuinte da taxa, isoladamente. É este, porém, que provoca a atuação do Estado, sendo isso que justifica a imposição da taxa;

IV. exercendo o poder de polícia, o Estado impõe restrições aos interesses individuais em favor do interesse público, conciliando esses interesses.

Estão corretos:

a) apenas os itens I e III.

b) apenas os itens I, III e IV.

c) todos os itens estão corretos.

d) apenas os itens III e IV.

e) apenas os itens II, III e IV.

5. (ESAF/SMF-RJ/2010/AGENTE DA FAZENDA) O conceito de tributo, nos termos do Código Tributário Nacional, traz as seguintes conclusões, exceto:

a) o poder de tributar é prerrogativa do Poder Público, que o faz para custear suas ações no interesse da sociedade.

b) não constituindo sanção por ato ilícito, pouco importa para a legislação do imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços, por exemplo, a origem lícita ou ilícita de determinadas mercadorias, desde que reste configurada a hipótese de incidência do referido tributo, qual seja, a circulação dessas mercadorias, para que possa ele ser exigido.

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c) nem toda prestação pecuniária prevista em lei constitui tributo, mas somente aquelas que reúnam o conjunto dos requisitos previstos na definição de tributo, consoante o Código Tributário Nacional.

d) o Estado exige os tributos compulsoriamente das pessoas, portanto, a obrigação de pagar tributos não decorre da vontade do contribuinte, sendo esta, aliás, irrelevante nessa matéria.

e) embora sendo uma obrigação de direito público, absolutamente indisponível por parte da administração, admite-se, desde que haja a respectiva previsão legal, a delegação dessa obrigação a outras pessoas jurídicas, como empresas públicas e sociedades de economia mista.

6. (CESPE/TJ-BA/2013/TITULAR DE SERVIÇO DE NOTAS E DE REGISTROS)

Com relação às taxas, assinale a opção correta.

a) Pela prestação do serviço de iluminação pública, os municípios podem instituir taxa de iluminação pública.

b) As taxas são tributos não vinculados a uma contraprestação do ente tributante em relação ao contribuinte.

c) As taxas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado ou posto à disposição do contribuinte.

d) Devido ao fato de a destinação do produto da arrecadação ser previsto em lei, as taxas são tributos vinculados.

e) As taxas podem ter a mesma base de cálculo dos impostos.

7. (FAPESE/PREFEITURA DE FLORIANOPOLIS/2014/AUDITOR FISCAL) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Tributário Nacional.

a) O fato gerador do tributo é que define a natureza jurídica do tributo

b) Por lei, considera-se discricionária a atividade administrativa de cobrança tributária

c) A denominação e demais características formais adotadas pela lei são determinantes para a correta identifcação da natureza do tributo

d) A natureza jurídica do tributo é definida pela destinação legal do produto da sua arrecadação.

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e) Entende-se por tributo toda prestação pecuniária compulsória ou facultativa, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito.

8. (FJG-RIO/SMA-RJ/2013/AGENTE DA FAZENDA) Segundo a Constituição Tributária, pode-se afirmar que o tributo:

a) limita-se pelos direitos fundamentais

b) confunde-se com o preço público

c) possui natureza de multa pecuniária

d) pode ser destinado a cobrir fundos

9. (FCC/SEFAZ-PE/2014/AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL) O Município de Caruaru-PE, mediante a edição da Lei no 5.658/2014, instituiu a cobrança de TLP - Taxa de Limpeza Pública, que tem como fato gerador os serviços de conservação e limpeza de logradouros públicos pelo referido município.

Na situação hipotética, a cobrança desse tributo é:

a) ilegítima, pois a competência para estabelecer cobrança de taxa sobre serviços de conservação e limpeza de logradouros públicos é do Estado.

b) ilegítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, que não possibilita a individualização dos respectivos usuários.

c) legítima, pois visa a custear a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, ostentando o caráter retributivo inerente às taxas.

d) legítima, pois o fato gerador corresponde a serviço público universal e indivisível, prescindindo da individualização dos respectivos usuários.

e) ilegítima, pois o fato gerador, próprio de imposto, deve ser custeado pelas receitas decorrentes de sua exigência.

10. (FCC/AL-SP/2010/AGENTE TECNICO LEGISLATIVO) Existem inúmeras classificações para os tributos. Duas podem ser citadas como muito usuais. A primeira considera o tributo como vinculado e não vinculado. A outra considera o tributo quanto à destinação específica do produto da arrecadação. Recebe a classificação como não vinculado e sem destinação específica do produto da arrecadação

a) o imposto.

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b) a taxa.

c) a contribuição de melhoria.

d) o empréstimo compulsório.

e) as contribuições especiais.

11. (FEPESE/PREFEITURA DE FLORIANOPOLIS/2014/AUDITOR FISCAL) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Tributário Nacional.

a) A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto.

b) A taxa pela utilização efetiva de serviço público específico deve ser calculada em função do capital da empresa contribuinte.

c) Todo o serviço público posto à disposição do contribuinte mediante atividade administrativa vinculada é fato gerador de taxa.

d) O serviço público específico, fato gerador de taxa, é aquele suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

e) As taxas cobradas pelo Distrito Federal ou pelos Municípios têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização de serviço público indivisível.

12. (FCC/AL-PE/2014/ANALISTA LEGISLATIVO) É taxa decorrente da prestação de serviço público passível de ser validamente cobrada:

a) pedágio cobrado por Concessionários de rodovias, no regime da Lei de Concessões (Lei nº 8.987/1995).

b) custas processuais.

c) taxa de fiscalização e funcionamento de estabelecimentos.

d) taxa de fiscalização de anúncios.

e) taxa de pavimentação asfáltica cobrada dos munícipes em geral de determinado Município.

13. (IBCF/TJ-PR/2014/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS) Nos termos do Código Tributário Nacional, tributo é:

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a) Toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

b) O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana que tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do município.

c) A taxa cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

d) Imposto cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

14. (CESPE/TCE-ES/2013/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Considere que um município tenha instituído o valor a ser cobrado trimestralmente das indústrias pela fiscalização do cumprimento das regras de alocação de materiais e resíduos sólidos descartados. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta;

a) Trata-se de taxa cobrada em razão do exercício regular do poder de polícia.

b) O valor cobrado não tem natureza de tributo, pois a fiscalização das indústrias já é papel a ser realizado pelo município.

c) Trata-se de taxa cobrada em razão do serviço público prestado pelo município, uma vez que a fiscalização terá como beneficiário toda a comunidade.

d) A cobrança desse valor é inconstitucional, dado que o município não tem competência tributária discriminada na CF para realizar a referida imposição pecuniária.

e) O valor cobrado tem natureza de preço público, pois é imposto ao industrial pela fiscalização feita pelo município.

15. (FJG-RIO/SMA-RJ/2013/AGENTE DA FAZENDA) A Constituição da República de 1988 adota, com relação aos tributos, a classificação:

a) tripartite

b) dual

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c) quadripartite

d) quinquipartite

16. (PGE-GO/PGE-GO/2013/PROCURADOR DO ESTADO) Considerando

as determinações legais vigentes, acerca dos tributos, está CORRETA a seguinte proposição:

a) Adota-se atualmente a teoria pentapartida ou quinquipartida, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, que distribui os tributos em cinco espécies: impostos, taxas, contribuições de melhoria, imposto extraordinário de guerra e contribuições diversas

b) Os impostos são tributos não vinculados, cujo fato gerador consiste numa situação independente de qualquer atividade estatal específica em relação ao contribuinte.

c) As taxas e contribuições especiais são tributos contraprestacionais de referibilidade direta.

d) Os impostos residual e sobre grandes fortunas serão instituídos por meio de lei ordinária federal.

e) O ICMS é um típico imposto pessoal.

17. (CESPE/TJ-BA/2013/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS) É correto afirmar que tributo é

a) considerado uma fonte de receita originária por parte do ente tributante.

b) toda prestação pecuniária compulsória cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

c) toda prestação pecuniária cobrada mediante atividade administrativa discricionária instituída em lei.

d) toda prestação pecuniária referente a sanção pela prática de ato ilícito e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

e) toda prestação pecuniária que o contribuinte faz ao ente tributante de forma facultativa.

18. (FCC/SEFAZ-SP/2013/AGENTE FISCAL DE RENDAS) Com respeito à disciplina legal das taxas, é:

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a) inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

b) inconstitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis.

c) constitucional a cobrança da taxa decorrente do poder de polícia em que haja a manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento, ficando restrita a cobrança aos contribuintes cujos estabelecimentos foram efetivamente visitados pela fiscalização.

d) constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o mesmo fato gerador pela União e por Estado, pois ambos têm competência para exercer a fiscalização desta atividade, haja vista se tratar de competência comum, exercida concomitantemente por todos entes políticos

e) inconstitucional a taxa cobrada em razão da prevenção de incêndios, porquanto instituída como contraprestação a serviço não divisível.

19. (FCC/PREFEITURA DE SP/2012/AUDITOR FISCAL) Um contribuinte deixou de emitir o documento fiscal referente a uma prestação de serviço tributada pelo ISS, tributo de competência municipal, e, como consequência, foi-lhe aplicada penalidade pecuniária pelo descumprimento dessa obrigação acessória (art. 230, caput, inciso V, alínea "a" do Decreto Municipal 52.703/11)

Essa penalidade pecuniária:

a) é imposto, pois está prevista na legislação do ISS.

b) não é imposto, mas é tributo, em sentido amplo, pois tem natureza compulsória.

c) é tributo, porque é cobrado por meio de atividade vinculada, conforme estabelece o Código Tributário Nacional.

d) não é tributo, pois sanção pelo cometimento de ato ilícito não pode ser definida como tributo.

e) é taxa, pois tem a finalidade de ressarcir o erário pelo dano causado pelo descumprimento de uma obrigação acessória.

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E C E C E C A A

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B A A B A A D B

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B D D

6- Gabarito