Aula 00 Legislação Especial TJ SE Analista Marcos Girao

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Aula sobre Criança e Adolescente

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D-10 - CONTABILIDADE GERAL

Legislao Especial Penal Analista Judicirio (Direito) TJ/SE

Aula 00

Prof. Marcos Giro

Ol, futuros servidores do TJ/SE!Primeiramente, gostaria de compartilhar minha alegria e privilgio em t-los como meus futuros alunos nessa jornada preparatria para o concurso do Tribunal de Justia de Sergipe, cargo de Analista Judicirio (Direito).Falando um pouco sobre mim, sou, com muito orgulho, Tcnico do Departamento de Segurana do Banco e trabalho na sede, em Braslia. Atualmente, exero a funo de Coordenador Substituto da rea de Gesto de Riscos Operacionais e Continuidade de Negcios. Dentre as mais diversas atividades j exercidas, tive a alegria de participar de um importante Grupo de Trabalho que desenvolveu a Poltica de Segurana do Banco Central e o Plano Diretor de Segurana do Banco para o binio 2012-2014. Alm disso, fui convidado pela Cesgranrio para ministrar disciplinas de Segurana Institucional no Procap (Programa de Capacitao) do grupo de tcnicos nomeados em junho de 2012. E mais: sou o representante do Departamento de Segurana para a ministrao das palestras Cultura de Segurana e Proteo do Conhecimento para os novos servidores, terceirizados e menores aprendizes.

Minha formao acadmica em Gesto Pblica, pela FATEC Curitiba, e sou ps-graduando em Segurana Pblica pela Faculdade Darcy Ribeiro.

Minha experincia no ensino para concursos pblicos comeou em 2009, ministrando aulas presenciais de Legislao de Trnsito, fruto de experincia como estudante dessa disciplina durante os dois anos anteriores.

Ainda no ano de 2010, concorrendo a um dos concursos mais disputados do pas, logrei aprovao para o cargo de Tcnico do Banco Central do Brasil (rea de segurana). A, amigos, no perdi tempo!!! A partir tambm das muitas horas dedicadas de estudo nas disciplinas relativas Segurana Corporativa, dos variados cursos oferecidos pelo Banco nos quais participei, iniciei o desenvolvimento de mais um projeto de ensino: Segurana Corporativa para Concursos.

Nos ltimos dois anos, mesclando as reas de TRNSITO e SEGURANA, ministrei, modstia a parte, com enorme sucesso, cursos presenciais e cursos on-line em Fortaleza-CE e em Braslia-DF voltados para os concursos:

( TRF 1 Regio, TRT-RJ, TRT-RS: Tcnico Judicirio Espec. Segurana

( Bombeiros/DF Bombeiro militar Operador e Condutor de Viatura

( Tribunal de Justia Rio Grande do Sul - Guarda de Segurana

( DETRAN/DF - Agente de Policiamento e Fiscalizao de Trnsito

( Polcia Rodoviria Federal Agente de Polcia (2011)

( Senado Federal: Policial Legislativo

( Polcia Federal Agente, Papiloscopista e Escrivo (2012)

( TRF 2 Regio: Tcnico de Segurana e Transportes

( TRT 6 Regio: Tcnico de Segurana e Transportes

( TST: Tcnico de Segurana e Transportes

( TST: Tcnico de Segurana e Transportes

( STJ e CNJ - Analista Judicirio - rea Judiciria

( Polcia Civil de Gois: Agente e Escrivo

( Polcia Militar do DF: Soldado Combatente

( Polcia Federal Agente, Papiloscopista e Escrivo (2012/2013)

( Polcia Civil do DF: Agente e Escrivo (2013)( Polcia Rodoviria Federal Agente de Polcia (2013)( Cmara dos Deputados Agente de Polcia Legislativa (2014)Nestes certames, tive e estou tendo a honra de compartilhar inmeras aprovaes de vrios de meus alunos! Nos ltimos concursos 2012/2013 para os mais variados cargos policiais e jurdicos, tive a alegria de receber vrios e-mails de agradecimentos pelo nosso material, o que muito me orgulhou e me encheu de maior responsabilidade em continuar dando o meu melhor!

Ento vem a sua pergunta: mas qual mesmo sua experincia em concursos pblicos, professor?

Bom, vamos a elas:

Banco Central do Brasil 2013 Analista

Secretaria do Tesouro Nacional 2013 Analista de Finanas e Controle Tribunal Regional do Trabalho 10 Regio 2013 Analista Judicirio Banco Central do Brasil 2010 Tcnico rea Segurana

Ministrio do Trabalho e Emprego 2008 Agente Administrativo

Ministrio de Desenvolvimento Agrrio 2009 Agente Administrativo

Autarquia Municipal de Transito e Cidadania de Fortaleza 2008 Agente De Transito E Cidadania

Ministrio da Justia 2009 Agente Administrativo

Fundao Nacional do ndio 2010 Agente De Indigenismo

Como vocs podem ver, foram vrios anos na luta e mais recentemente consegui alcanar o meu maior sonho: a aprovao pra o cargo de Analista do meu querido rgo, o Banco Central do Brasil!

Bom, mas vamos voltar ao que de fato interessa!

Nosso presente curso une, em um formato simples, sistemtico e analtico, o estudo de uma coletnea de importantes leis presentes nos seguintes tpicos da parte de Conhecimentos Especficos do Edital TJ/SE 2014 (Analista rea Direito):

Direito Penal: itens 3.32 a 3.36 e 10 a 15 Direito Processual Penal: itens 9.1 e 15Ateno: nesse concurso, todos os candidatos que atingirem o perfil mnimo de pontuao sero considerados aprovados!

preciso ento se garantir nessa prova objetiva e eis aqui mais uma ferramenta para a sua caminhada! Cada ponto ser precioso!

Pois bem, a ideia trazer em nossas aulas uma viso prtica de um concurseiro, algum acostumado vivncia de inmeras provas e que possa, dentro da dinmica do curso, trazer dicas, macetes e bizus de como obter sucesso com o jeito de ser da banca Cespe. Esta banca aplica a metodologia peculiar de questes cujas respostas so CERTO ou ERRADO e tem um excelente histrico de provas na rea. A fim de que vocs, caros alunos, tenham a melhor e mais eficaz preparao possvel, alm do grande nmero de questes Cespe, trabalharemos com um mix de questes de vrias outras bancas, adaptando-as para a mesma metodologia. Dessa forma, vocs tero contato com um grande quantitativo de questes recentes que lhes proporcionar uma excelente preparao (cerca de 800 questes!).As questes presentes em cada aula sero todas comentadas no decorrer das explanaes e, ao final da aula, estaro disponibilizadas em forma de um simulado.

E mais: quando for necessrio, ou o nmero de questes sobre o tema no for to vasto, contrataremos os servios da mais nova organizadora do pedao: a banca Ponto e Marcos Giro.O CURSO

O nosso curso composto de 12 aulas tericas semanais com todos os seus exerccios comentados, sendo 01 (uma) delas esta de apresentao. O contedo programtico ser, portanto, o seguinte:AulaContedo ProgramticoData

00Introduo ao estudo da Lei n 11.343/2006 (Lei de Drogas)

01Trfico Ilcito de Drogas e Entorpecentes - Lei n 11.343/2006 (completa)

02Estatuto da Criana e do Adolescente (Lei n 8.069/1990)

03Estatuto do Desarmamento (Lei n 10.826/03) Parte I

04Estatuto do Desarmamento (Lei n 10.826/03) Parte II

05Crimes de Tortura (Lei n 9.455/1997)Crimes Hediondos (Lei n 8.072/1990)

06Crimes de Abuso de Autoridade (Lei n 4.898/1965).

Lei n 9.296/1996 (interceptao telefnica).

07Lei n 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).

08Lei n 9.503/1997 e alteraes (crimes de trnsito).

09Lei n 9.099/1995 e Lei n 10.259/2001 e alteraes (juizados especiais criminais).

10Lei n 10.741/2003 (Estatuto do Idoso).

Lei n 7.716/1989 e alteraes (crimes resultantes de preconceitos de raa ou de cor).

11Lei n 12.850/13 (crime organizado).

Nesta aula, iniciaremos o nosso estudo sobre a primeira Lei Especial: a Lei n 11.343/06, a nossa famosa Lei de Drogas. importante que a partir de j vocs tenham em mos uma verso atualizada desta Lei. Caso ainda no tenham, vocs podem baixar a verso mais recente (dessa e das demais leis) no seguinte link:http://www2.planalto.gov.br/presidencia/legislacao de suma importncia, nesta primeira semana, que vocs deem uma lida completa neste dispositivo legal (somente nele, sem se preocupar neste momento inicial com as demais) para que possam familiarizar-se e ter uma viso geral sobre o regramento. O propsito que faam um voo rasante pela Lei e comecem a esquentar as turbinas para o estudo de nossas aulas.

Em nossas aulas, essas normas sero explicadas em forma de uma conversa bem sistematizada, didtica, mnemnica e interessante sobre os seus principais aspectos. Faremos uma viagem em forma de bate-papo!

Ser esse o nosso desafio como professor da Legislao Especial: disponibilizar a voc, aluno, um material de qualidade, com abordagens completas e objetivas sobre o contedo das matrias, aprofundamento adequado, linguagem acessvel e enfoque prtico e bizurado do contedo abordado.Vamos ento ao que interessa e repetir com vocs o sucesso de aprovaes dos ltimos certames para cargos jurdicos!

Bons estudos!

Sumrio

8I LEI 11.343/06 CONCEITOS INICIAIS

81.1. O SISNAD

101.2. O Conceito de Drogas

111.3. Lei de Drogas - Regra de Ouro

13II CRIME DE POSSE DE DROGA PARA O USO PESSOAL

132.1. O Usurio de Drogas

242.2. O Procedimento Penal

I LEI 11.343/06 CONCEITOS INICIAIS

Caracterizada por ser um diploma legal inovador, a nova Lei de Drogas apresenta caractersticas distintas das que a antecederam. Tal diploma inova em vrios dispositivos que tm sido objeto de calorosas discusses no campo jurdico-penal. Quanto a seus objetivos h que se destacar que so em determinados aspectos inovadores, mormente no tocante ao usurio de drogas conforme se pretende demonstrar.Introduziremos o estudo dessa norma com trs conceitos importantssimos.

1.1. O SISNADA Lei 11.343/06 instituiu o Sistema Nacional de Polticas Pblicas sobre Drogas Sisnad. O Sisnad composto por rgos e entidades da Administrao Pblica que, em atuao conjunta, tm a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a preveno do uso indevido, a ateno e a reinsero social de usurios e dependentes de drogas, bem como as atividades de represso ao uso, ao trfico e produo ilegal de drogas.

Para a realizao dessas finalidades, o Sisnad deve agir pautado por uma srie de princpios elencados no art. 4 dessa lei. Esses princpios constituem importantes instrumentos de efetivao das polticas pblicas. Sugiro a voc, caro aluno, que d uma lida no supracitado artigo e veja quais so esses princpios. O estudo deles no ser nosso foco, mas importante que voc os conhea.A Lei de Drogas, em seu art. 5, d continuidade disposio sobre as diretrizes norteadoras das atividades do Sisnad, dispondo sobre os objetivos bsicos desse Sistema, todos eles referentes preveno e represso das drogas. So estes os objetivos do Sisnad:

contribuir para a incluso social do cidado, visando a torn-lo menos vulnervel a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu trfico ilcito e outros comportamentos correlacionados; promover a construo e a socializao do conhecimento sobre drogas no pas; promover a integrao entre as polticas de preveno do uso indevido, ateno e reinsero social de usurios e dependentes de drogas e de represso sua produo no autorizada e ao trfico ilcito e as polticas pblicas setoriais dos rgos do Poder Executivo da Unio, Distrito Federal, Estados e Municpios; assegurar as condies para a coordenao, a integrao e a articulao das atividades de sua competncia.Sobre o Sisnad isso que voc precisa saber, caro aluno. As provas para policiais no costumam trazer questes especficas sobre esse sistema de rgos, mas, pela sua importncia no contexto do estudo da Lei de Drogas, eu no poderia deixar de falar sobre ele.

Comecemos ento nossa maratona de questes da aula de hoje!!

01. [CEV/UECE AGENTE PENITENCIRIO SEJUS/CE 2011] A Lei 11.343/06, prescrevendo medidas para preveno do uso indevido de drogas, instituiu o SISNAD.Comentrio:

Exatamente! A Lei 11.343/06 instituiu o Sistema Nacional de Polticas Pblicas sobre Drogas Sisnad. Trata-se de um sistema composto por rgos e entidades da Administrao Pblica que, em atuao conjunta, tm a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com a preveno do uso indevido, a ateno e a reinsero social de usurios e dependentes de drogas, bem como as atividades de represso ao uso, ao trfico e produo ilegal de drogas.

Gabarito: Certo

02. [CESPE INSPETOR DE POLCIA POLICIA CIVIL/CE 2012] As aes do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do territrio nacional, razo pela qual esse sistema no comporta a integrao de estratgias internacionais de preveno do uso indevido de drogas.

Comentrio:

Para a realizao de suas finalidades, o Sisnad deve agir pautado por uma srie de princpios elencados no art. 4 da Lei 11.343/06. Esses princpios constituem importantes instrumentos de efetivao das polticas pblicas.Bom, se voc deu uma lida nesses princpios, constatar que um deles vem elencado no inciso VII do mencionado art. 4 e que assim dispe:

Art. 4. So princpios do SISNAD

(...)

VII - a integrao das estratgias nacionais e internacionais de preveno do uso indevido, ateno e reinsero social de usurios e dependentes de drogas e de represso sua produo no autorizada e ao seu trfico ilcito;A assertiva afirma que as aes do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do territrio nacional. At a podemos considerar, mas isso no significa que o SISNAD no possa ser adotar a integrao de estratgias internacionais de preveno do uso indevido de drogas. Afirmar isso ir contra o disposto no inciso acima citado.

Gabarito: Errado1.2. O Conceito de DrogasA Lei n 11.343/06 (a nossa Lei de Drogas) traz o seguinte conceito de DROGAS:

S

DROGAS: SUBSTNCIAS (ou PRODUTOS) entorpecentes, psicotrpicas, precursoras e outras sob controle especial capazes de causar DEPENDNCIA, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da Unio.Guarde bem esse conceito, ok?!

1.3. Lei de Drogas - Regra de OuroTodas as condutas ilcitas e crimes tipificados na Lei de Drogas tm como premissa uma regra fundamental que aqui chamamos de REGRA DE OURO e a seguinte:

Ficam proibidas, em todo o territrio nacional, as drogas, bem como o PLANTIO, a CULTURA, a COLHEITA e a EXPLORAO de vegetais e substratos dos quais possam ser extradas ou produzidas drogas, ressalvada a hiptese de autorizao legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Conveno de Viena, das Naes Unidas, sobre Substncias Psicotrpicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualstico-religioso.Apesar de ser uma regra basilar, no absoluta!!

A Lei de Drogas estabelece, no entanto, que a Unio pode autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais acima mencionados, exclusivamente para fins medicinais ou cientficos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalizao, respeitadas as ressalvas supramencionadas.Pois bem, a partir desses conceitos introdutrios podemos destacar os eixos centrais da Lei de Drogas que so:

pretenso de se introduzir no Brasil uma slida poltica de preveno ao uso de drogas, de assistncia e de reinsero social do USURIO; eliminao da pena de priso ao USURIO; rigor punitivo contra o TRAFICANTE e o FINANCIADOR do trfico; louvvel clareza na configurao do rito procedimental e; inequvoco intuito de que sejam apreendidos, arrecadados e, quando o caso, leiloado os bens e vantagens obtidos com os delitos de drogas.

Ao citar os eixos centrais da Lei de Drogas, destaquei as palavras usurio, traficante e financiador. Mas por que professor?

Porque exatamente nessas palavras que residem as inovaes (e tambm as polmicas) em torno da regulamentao trazida pela Lei n 11.343/06 a qual passaremos a estudar a partir de agora.

Quem considerado usurio? A quem posso chamar de traficante? A figura de traficante se confunde com a de financiador? Qual o tratamento que a lei d a esses personagens?

Bom, so respostas que tentaremos dar nesta aula tomando como base, repito, aquilo que for de fato relevante para a sua prova.

Caro aluno, para comear, saiba que um dos objetivos da Lei 11.343/06 , justamente, o de estabelecer a distino entre o usurio de drogas e o traficante. Para atingir esse fim, a Lei 11.343/06 estabelece tratamento diferenciado para cada um, dispondo sobre o usurio e sobre o traficante em captulos distintos.

No prximo tpico, abordaremos o tratamento que a Lei d ao usurio de drogas. Peo sua especial ateno para este tpico, pois sempre GRANDE alvo de questes em provas de concursos!II CRIME DE POSSE DE DROGA PARA O USO PESSOAL

2.1. O Usurio de DrogasAo adotar uma postura preventiva em relao ao uso de drogas, a Lei de Drogas trouxe profundas e importantes inovaes acerca do tratamento dispensado ao USURIO.Primeiramente, de fundamental importncia definir quem o usurio, em que consiste ser usurio.

USURIO DE DROGAS IMPORTANTSSIMO!! Quem adquire, guarda, tem em depsito, transporta ou traz consigo, PARA CONSUMO PESSOAL, drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar.Quem pratica, portanto, qualquer uma das condutas acima citadas, comete o crime de posse de drogas para COMSUMO PESSOAL tipificado no art. 28 da Lei de Drogas.

Antes de ver as penas previstas para esse crime, vamos entender um pouco mais sobre as condutas acima descritas:

ADQUIRIR significa obter para si, seja mediante compra, troca, a ttulo gratuito, ou ainda por qualquer outro meio. Adquirir alcanar a posse de determinada coisa.

GUARDAR significa a ocultao pura e simples da droga, de modo permanente ou precrio. Exprime a conduta de ocultar, de no revelar a posse da droga publicamente.

TER EM DEPSITO reter a coisa sua disposio, sob seu domnio, em condies de pronto alcance e disponibilidade.

Professor, qual a diferena entre guardar e ter em depsito? Confesso que essa diferenciao um tanto quanto confusa e que traz uma srie de controvrsias doutrinrias. No objeto de nosso estudo adentrar a fundo em tais controvrsias. Em termos doutrinrios, podemos considerar a lio do professor Vicente Greco de que ter em depsito significa a reteno provisria e possibilidade de deslocamento rpido da droga de um lugar para outro, enquanto guardar se conceitua como a mera ocultao da droga. Para que se enquadrem na cominao do crime em estudo, tanto a conduta de guardar, como a de ter em depsito, devem configurar a reteno da droga para consumo prprio.TRANSPORTAR evidencia a idia de deslocamento, ou seja, significa levar a droga de um local para outro mediante a utilizao de algum meio de transporte que no a prpria pessoa, pois, nesse ltimo caso estaria sendo caracterizada a conduta de trazer consigo.TRAZER CONSIGO transportar a droga junto ao corpo, sem auxlio de outro meio de locomoo, ou ainda, portar a droga consigo, acondicionada em qualquer compartimento que esteja ao alcance imediato do agente. A idia principal aqui a disponibilidade de acesso, de uso da droga.No caso do crime em estudo, o delito se consuma com a prtica de qualquer uma das condutas descritas no tipo sem que seja necessria a ocorrncia de nenhum resultado. Observe, no entanto, que as condutas que consistem em guardar, ter em depsito e trazer consigo so permanentes e, desta forma, retratam um delito permanente, que se protrai no tempo. J as condutas de adquirir e transportar so instantneos, ou seja, traduzem delitos instantneos, cuja consumao ocorre em momento especfico, sem se prolongar pelo tempo.Visto isso, temos que a Lei de Drogas prev as seguintes penas (ou medidas educativas) para o usurio de drogas, ou seja, para quem adquire, guarda, tem em depsito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar:

Advertncia sobre os efeitos das drogas; Prestao de servios comunidade; Medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

s mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, SEMEIA, CULTIVA ou COLHE plantas destinadas preparao de pequena quantidade de substncia ou produto capaz de causar dependncia fsica ou psquica.SEMEAR espalhar sementes, lanar sementes ao solo para que germinem.CULTIVAR significa propiciar condies para que a planta se desenvolva, cultivando o solo e cuidando da plantao.

COLHER recolher o que a planta produz, recolher o que foi produzido pela terra, pelo solo.Assim, estas outras trs condutas tpicas, quando destinadas preparao de pequena quantidade de substncia ou produto capaz de causar dependncia fsica ou psquica, caracterizam o plantio para consumo pessoal.

Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, O JUIZ atender: natureza e quantidade da substncia apreendida; ao local e s condies em que se desenvolveu a ao; s circunstncias sociais e pessoais e; conduta e aos antecedentes do agente.Pois bem, voltando s penas previstas para essas condutas tpicas, perceba que no mais existe a previso da pena privativa de liberdade para o usurio. De acordo com a nova lei, no h qualquer possibilidade de imposio de pena privativa de liberdade para aquele que adquire, guarda, traz consigo, transporta ou tem em depsito droga para consumo pessoal ou para aquele que pratica a conduta equiparada ( 1. do art. 28).Preste bem ateno: mesmo que no seja mais prevista pena restritiva de liberdade para o crime em tela, no se pode dizer que houve a descriminalizao da conduta. O fato continua a ter a natureza de crime, na medida em que a prpria lei o inseriu no captulo relativo aos crimes e s penas (Captulo III); alm do que as sanes s podem ser aplicadas por Juiz criminal, e no por autoridade administrativa, e mediante o devido processo legal (veremos mais adiante o procedimento criminal especfico para este caso).

A advertncia no uma represso moral ou religiosa, mas sim jurdica, ou seja, preza-se uma sano legal. Em contrapartida, abordam-se os efeitos prejudiciais da droga, para o prprio usurio, famlia, etc. Essa medida pode ocorrer no prprio Juizado Criminal. Ainda, pode ser aplicada isolada ou cumulativamente com as outras medidas, como tambm, ser substituda a qualquer tempo, sendo vedada a converso em pena privativa de liberdade. O magistrado pode ainda valer-se de diferentes profissionais, tais como, psiclogos, mdicos, assistentes sociais, etc, para eventual auxlio.

As penas de prestao de servios comunidade e de medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo sero aplicadas pelo prazo mximo de 05 meses. Em caso de reincidncia nessas penas o prazo mximo a elas aplicado ser de 10 meses.Estabelece a Lei de Drogas que a prestao de servios comunidade ser cumprida em programas comunitrios, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congneres, pblicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da preveno do consumo ou da recuperao de usurios e dependentes de drogas.Ateno: a Lei prev ainda que o juiz determinar ao Poder Pblico que coloque disposio do infrator, gratuitamente, estabelecimento de sade, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Essa medida tambm poder ser fixada isolada ou cumulativamente com as demais medidas alternativas.

Cabe ao julgador fazer a diferenciao do mero usurio, ou dependente de drogas, distino esta que ser fundamental na escolha da medida educativa mais adequada ao caso concreto. Quanto s medidas educativas de comparecimento a programas ou cursos educativos, caber ao juiz fix-las, bem como as freqncias a serem feitas. Desta forma, se no constar na sentena, caber ao juiz de execues delimit-las.E a voc me pergunta: professor, j que no h penas restritivas de liberdade, o que acontece se a pessoa que cometeu esse crime recusar-se a cumprir qualquer uma dessas penas previstas?

Bom, caso haja a recusa INJUSTIFICADA do agente em cumprir tais penas, tambm chamadas de medidas educativas, poder o juiz submet-lo, sucessivamente a: admoestao verbal e multaEntenda que essas providncias sero sucessivas, ou seja, primeiramente o juiz ir admoestar verbalmente o agente e, caso essa admoestao no traga o resultado esperado, ele aplicar a multa.

A admoestao uma repreenso, o juiz advertir o agente sobre as conseqncias de sua desdia delituosa. Assim, haver intimao do magistrado para que o agente comparea audincia admonitria designada, onde ser feita a advertncia oral.Na imposio da multa, o juiz, atendendo reprovabilidade da conduta, fixar o nmero de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econmica do agente, o valor de um trinta avos at 3 (trs) vezes o valor do maior salrio mnimo.

Os valores decorrentes da imposio da multa sero creditados conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Prescrevem em 02 ANOS a imposio e a execuo das penas, observado, no tocante interrupo do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Cdigo Penal.Bom, antes de finalizamos, preciso destacar que a Lei de Drogas reserva captulo especial para garantir que o Poder Pblico possibilite ao USURIO e ao DEPENDENTE DE DROGAS o direito de serem atendidos por meio de atividades de ateno e reinsero social.

Constituem atividades de ateno ao usurio e dependente de drogas e respectivos familiares aquelas que visem melhoria da qualidade de vida e reduo dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.Constituem atividades de reinsero social do usurio ou do dependente de drogas e respectivos familiares aquelas direcionadas para sua integrao ou reintegrao em redes sociais. As atividades de ateno e as de reinsero social do usurio e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar uma srie de princpios e diretrizes, todos elencados no art. 22 da lei em comento. Apesar de achar pouco provvel de serem cobrado, d uma olhadinha nesse artigo!

O usurio e o dependente de drogas que, em razo da prtica de infrao penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurana, TM GARANTIDOS OS SERVIOS DE ATENO SUA SADE, definidos pelo respectivo sistema penitencirio. mais ou menos o seguinte: uma pessoa,condenado por crime deposse ilegal de drogas para consumo prprio, j vinha em pleno cumprimento de uma das medidas de seguranaprevistas pelo art. 28 da Lei de Drogas recebendo, inclusive,o benefcio do direito a servios de ateno a sade. Suponhamos que nesse nterim ela comete outra infrao penal que prev pena restritiva de liberdade. Ao ser condenada pelo novo crime continuar, portanto, gozando ainda do direito de ateno sade que antes j tinha.Vamos ver ento como foi cobrado:

03. [CESPE DELEGADO DE POLICIA SUBST. POLICIA CIVIL/ES 2011] A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infrao sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material.Comentrio:Acabamos de estudar que, mesmo que no seja mais prevista pena restritiva de liberdade para o crime de posse ou porte de drogas para consumo pessoal, este no foi descriminalizado. O fato continua a ter a natureza de crime, na medida em que a prpria lei o inseriu no captulo relativo aos crimes e s penas alm de suas sanes s poderem ser aplicadas por Juiz criminal e no por autoridade administrativa. No podemos esquecer tambm que deve ser respeitado o devido processo legal. A questo afirma equivocadamente que essa conduta uma infrao sui generis. De jeito nenhum!!

Gabarito: Errado04. [CEV/UECE AGENTE PENITENCIRIO SEJUS/CE 2011] A conduta de quem traz consigo, para uso prprio, substncia tida como entorpecente fato tipificado como crime.Comentrio:Foi o que acabamos de comentar na questo anterior!! Caro aluno, voc perceber que so muito comuns em provas questes que cobram do candidato o conhecimento sobre se ou no crime a conduta de posse ou porte de drogas para consumo pessoal. Vamos repetir e no esquea nunca mais: tal conduta sim crime tipificado pela Lei de Drogas.

Gabarito: Certo05. [CESPE AGENTE DE POLICIA POLICIA CIVIL/ES 2009] Em decorrncia da nova poltica criminal adotada pela legislao de txicos, a conduta do usurio foi descriminalizada, porquanto, segundo o que institui a parte geral do Cdigo Penal, no se considera crime a conduta qual a lei no comina pena de recluso ou deteno.Comentrio: Agora fica fcil, no mesmo? Perceba que a banca faz um floreado para mostrar o porqu que a conduta do usurio foi descriminalizada, tentando induzi-lo ao erro. Ora, voc j sabe que essa conduta no foi descriminalizada. Essa, j disse, uma afirmao equivocada, recorrente e sria candidata a estar em sua prova! Ademais, quanto ao conceito de crime, o art. 1 da Lei de Introduo ao Cdigo Penal nos trouxe somente um critrio para que, analisando o tipo penal incriminador, possamos fazer a distino entre crime e contraveno.Hoje, o conceito atribudo ao crime eminentemente jurdico, pois no existe um conceito de crime propriamente dito fornecido pelo legislador. Segundo o ilustre promotor Fernando Capez, o conceito formal de crime resulta da mera subsuno da conduta ao tipo legal e, portanto, considera-se infrao penal tudo aquilo que o legislador descrever como tal, pouco importando seu contedo. O crime, sob este aspecto , portanto, toda ao ou omisso que se adapta conduta descrita por uma norma penal incriminadora emanada do Estado. Gabarito: Errado06. [CESPE ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA STJ 2008] Quem tiver em depsito, para consumo pessoal, drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar poder ser submetido a prestao de servios comunidade, a qual, em prol da dignidade da pessoa humana, a fim de no causar situao vexatria ao autor do fato, no poder ser cumprida em entidades que se destinem recuperao de usurios e dependentes de drogas.Comentrio: Questozinha bem simples. Ela erra ao afirmar que a pena de prestao de servios comunidade no poder ser cumprida em entidades que se destinem recuperao de usurios e dependentes de drogas. Muito pelo contrrio! Deve ser realizada preferencialmente nesses lugares (art. 28, 5).Gabarito: Errado

07. [CESPE AGENTE DE POLICIA SUBST. POLICIA CIVIL/RN 2008] A Lei 11.343/06 extinguiu o crime de posse de pequena quantidade de drogas para consumo pessoal, recomendando apenas o encaminhamento do usurio para programas de tratamento de sade.Comentrio:Mas uma que erra ao afirmar que o crime de posse ou porte de drogas para o consumo pessoal foi extinto pela Lei 11.343/06, a nossa Lei de Drogas (ou Lei de Txicos, como queira). Outro erro afirmar que recomenda-se nesse caso apenas o encaminhamento do usurio para programas de tratamento de sade. De forma alguma! Voc estudou que as penas previstas para quem comete esse crime so: advertncia sobre os efeitos das drogas, prestao de servios comunidade e a medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. preciso lembrar tambm que, segundo a Lei, o juiz determinar ao Poder Pblico que coloque disposio do infrator, gratuitamente, estabelecimento de sade preferencialmente ambulatorial para tratamento especializado. Isso no uma recomendao e sim uma determinao legal.

Gabarito: Errado08. [CESPE ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA STF 2008] A legislao descriminalizou a conduta de quem adquire, guarda, tem em depsito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar. Atualmente, o usurio de drogas ser isento da aplicao de pena e submetido a tratamento para recuperao e reinsero social.Comentrio:Estou sendo repetitivo nas questes, porque isso costuma ser muito cobrado mesmo! Tenho certeza que voc a resolveu num piscar de olhos, no verdade?? voc no cai mais nessa afirmao de que a conduta de uso de drogas para consumo pessoal est descriminalizada pela Lei 11.343/06. Voc j est cansado de saber que no!

Gabarito: Errado

09. [FUNCAB AGENTE PENITENCIRIO SEJUS/RO 2010] Considerando que um usurio com 20 anos seja flagrado trazendo consigo, para uso prprio, pequena quantidade de droga, segundo o Art. 28 da referida Lei, este poder ser submetido pena de priso simples, de seis meses a um, dois anos.Comentrio:Se o usurio tem 20 anos, penalmente imputvel. Se penalmente imputvel e estava trazendo consigo, para uso prprio, pequena quantidade de drogas, certamente ele comete o crime de posse (ou porte) de drogas para consumo pessoal. Se comete esse crime, incorrer em uma das seguintes penas: advertncia sobre os efeitos das drogas, prestao de servios comunidade a medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

Gabarito: Errado10. [FGV ADVOGADO SENADO FEDERAL 2008] Quem adquirir, guardar, tiver em depsito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar s poder ser submetido s seguintes penas: advertncia sobre os efeitos das drogas, prestao de servios comunidade ou medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.Comentrio:

Perfeito! Veja que muda a organizadora, mas a abordagem exatamente a mesma!! Essas so de fato as penas previstas para quem comete o crime de posse ou porte de drogas para consumo pessoal.

Gabarito: Certo11. [CESPE INSPETOR DE POLCIA POLICIA CIVIL/CE 2012] O usurio e o dependente de drogas que, em razo da prtica de infrao penal, estiverem submetidos a medida de segurana tero garantidos os mesmos servios de ateno sua sade que tinham antes do incio do cumprimento de pena privativa de liberdade, independentemente da posio do respectivo sistema penitencirio.Comentrio:

Veja como essa questo bem recente baseou-se quase que completamente na literalidade da lei! Aqui temos praticamente copiadas as disposies do art. 26 da Lei de Drogas. Veja:

Art. 26. O usurio e o dependente de drogas que, em razo da prtica de infrao penal, estiverem cumprindo penaprivativa de liberdade ou submetidos a medida de segurana,tm garantidos os servios de ateno sua sade, definidos pelo respectivo sistema previdencirio.Gabarito: Certo12. [FUNIVERSA DELEGADO DE POLCIA PC/DF 2012 Adapt.] O entendimento do STF a respeito da posse de drogas para consumo pessoal no implicou abolitio criminis; houve uma despenalizao, entendida como excluso, para o tipo, das penas privativas de liberdade.Comentrio:

Mesmo sem ter visto a deciso do STF, voc j est cansado de saber que no houve abolitio criminis (conduta tornada atpica) para a posse de drogas para consumo pessoal. Ela crime sim! Voc tambm j pode concluir que houve de fato uma despenalizao, entendida como excluso, para o tipo, das penas privativas de liberdade. Mas, para voc ter mais certeza ainda, a questo trouxe a cpia fiel da deciso do STF. Confira:

Plenrio do STF, por ocasio do julgamento de Questo de Ordem suscitada nos autos do RE 430105 QO/RJ:

(...)

6. Ocorrncia, pois, de "despenalizao", entendida como excluso, para o tipo, das penas privativas de liberdade. 7. Questo de ordem resolvida no sentido de que a L. 11.343/06 no implicou abolitio criminis (C.Penal, art. 107). (...) III. Recurso extraordinrio julgado prejudicado.

No se espante se na sua prova cair uma questo muito semelhante!Gabarito: Certo2.2. O Procedimento Penal O crime de posse de drogas para o consumo pessoal, por no ser a ele previsto pena restritiva de liberdade, considerado um crime de menor potencial ofensivo.

Se um crime de menor potencial ofensivo e no fora cometido em concursos com os demais crimes previstos na Lei de Drogas (os quais estudaremos mais adiante), quem o comete estar sujeito ao procedimento da Lei dos Juizados Especiais Cveis e Criminais Lei n. 9.099/95 (arts. 60 e ss.).

Para refrescar um pouco sua memria, vamos relembrar o contedo desse artigo:Lei n 9.099/95

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juzes togados ou togados e leigos, tem competncia para a conciliao, o julgamento e a execuo das infraes penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexo e continncia.

Pargrafo nico. Na reunio de processos, perante o juzo comum ou o tribunal do jri, decorrentes da aplicao das regras de conexo e continncia, observar-se-o os institutos da transao penal e da composio dos danos civis.Fiz um destaque especial para esses dois institutos da Lei de Juizados Especiais: a transao penal e a composio de danos civis.

A transao penal trata-se da possibilidade do Ministrio Pblico negociar com o acusado sua pena. Ou seja, um bem bolado entre a acusao e a defesa pra evitar que o processo corra, poupando o ru (e o Estado tambm) de todas as cargas consequentes (sociais, psicolgicas, financeiras etc.). As propostas podem abranger s duas espcies de pena: a multa e a restritiva de direitos. A primeira obviamente pecuniria, a segunda pode ser prestao de servios comunidade, impedimento de comparecer a certos lugares, proibio de gozo do fim de semana etc., depende da criatividade dos promotores (que atualmente s conhecem o pagamento de cesta bsica).

Lembro-lhe que o autor da proposta de transao o Ministrio Pblico, isto porque, a ao para o crime de posse de drogas pblica e incondicionada.J a composio de danos civis consiste se da possibilidade de acordo homologado por juiz entre vtima e ru, tendo esse acordo eficcia de ttulo a ser executado e tambm acarretando, portanto, a renncia ao direito de queixa ou representao.

Pois bem, voltando ao crime de posse (pode vir na questo tambm porte) de drogas para consumo pessoal, o agente que for enquadrado nesse crime ter o direito, dentre outros, s prerrogativas acima revisadas.

Tratando-se do crime de posse de drogas para o consumo pessoal, NO SE IMPOR PRISO EM FLAGRANTE, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juzo competente ou, NA FALTA DESTE, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisies dos exames e percias necessrios. Se ausente a autoridade judicial, as providncias previstas acima sero tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, VEDADA A DETENO DO AGENTE.Para que fique bem claro, tal determinao funciona da seguinte forma:

A autoridade policial que encontrar um usurio em situao de flagrncia dever tomar as seguintes atitudes:a) se houver Juzo, conduzi-lo coercitivamente para que a Secretaria do Juizado elabore o Termo Circunstanciado; b) na falta do Juzo, abrem-se-lhe duas possibilidades:

elaborar o termo circunstanciado no local dos fatos ou; encaminhar o agente para a Delegacia de Polcia, na qual ser lavrado termo circunstanciado ou auto de priso em flagrante, caso o Delegado entenda tratar-se ou no de usurio.A legislao afastou a atuao policial nos casos de usurios e dependentes de drogas, ou seja, ele deve ser levado, preferencialmente, ao juiz. Portanto, somente na falta deste que deve ser encaminhado Delegacia de Polcia para elaborao do termo circunstanciado.

A vedao da priso em flagrante para esse crime (se cometido sem o concurso de outros) ABSOLUTA, no estando condicionada aceitao do agente em cooperar com a Justia. No ser possvel a priso em flagrante, nem mesmo se houver recusa do agente em comparecer em juzo.Concludos os procedimentos acima, o agente ser submetido a exame de corpo de delito - se o requerer ou se a autoridade de polcia judiciria entender conveniente -, e em seguida LIBERADO.

Todo o procedimento acima tambm se aplica ao semeador ou cultivador de planta txica com o fito de consumo prprio.Veja como foi cobrado:

13. [CESPE DELEGADO DE POLICIA POLICIA CIVIL/PB 2008] No caso de porte de substncia entorpecente para uso prprio, no se impe priso em flagrante, devendo o autor de fato ser imediatamente encaminhado ao juzo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer.

Comentrio: A questo nos pede o conhecimento do processo penal para quem comete o crime de posse de drogas para o consumo pessoal. Vimos que, em se tratando desse tipo de crime, no se impor priso em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juzo competente. Repetindo para no esquecer: a vedao da priso em flagrante para esse crime (se cometido sem o concurso de outros, claro) absoluta, no estando condicionada aceitao do agente em cooperar com a Justia. No ser possvel a priso em flagrante, nem mesmo se houver recusa do agente em comparecer em juzo.Gabarito: Certo ***

Bom, chegamos ao fim de nossa primeira aula. Espero que tenham gostado da metodologia!Vimos o estudo basilar e conceitual da Lei de Drogas. Um aperitivo do que vem por a! Na prxima aula, continuaremos a anlise dessa norma, conhecendo os aspectos sobre os demais crimes e os procedimentos penais nela previstos. Use o frum de nosso curso como mais uma ferramenta de auxlio para a consolidao de seus conhecimentos. Estarei sempre disposio procurando dirimir suas dvidas o mais rpido possvel. Conte sempre comigo!

Espero por voc nas nossas prximas aulas!

QUESTES DE SUA AULA01. [CEV/UECE AGENTE PENITENCIRIO SEJUS/CE 2011] A Lei 11.343/06, prescrevendo medidas para preveno do uso indevido de drogas, instituiu o SISNAD.

02. [CESPE INSPETOR DE POLCIA POLICIA CIVIL/CE 2012] As aes do SISNAD limitam-se ao plano interno, ou seja, aos limites do territrio nacional, razo pela qual esse sistema no comporta a integrao de estratgias internacionais de preveno do uso indevido de drogas.

03. [CESPE DELEGADO DE POLICIA SUBST. POLICIA CIVIL/ES 2011] A conduta de porte de drogas para consumo pessoal possui a natureza de infrao sui generis, porquanto o fato deixou de ser rotulado como crime tanto do ponto de vista formal quanto material.

04. [CEV/UECE AGENTE PENITENCIRIO SEJUS/CE 2011] A conduta de quem traz consigo, para uso prprio, substncia tida como entorpecente fato tipificado como crime.

05. [CESPE AGENTE DE POLICIA POLICIA CIVIL/ES 2009] Em decorrncia da nova poltica criminal adotada pela legislao de txicos, a conduta do usurio foi descriminalizada, porquanto, segundo o que institui a parte geral do Cdigo Penal, no se considera crime a conduta qual a lei no comina pena de recluso ou deteno.

06. [CESPE ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA STJ 2008] Quem tiver em depsito, para consumo pessoal, drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar poder ser submetido a prestao de servios comunidade, a qual, em prol da dignidade da pessoa humana, a fim de no causar situao vexatria ao autor do fato, no poder ser cumprida em entidades que se destinem recuperao de usurios e dependentes de drogas.07. [CESPE AGENTE DE POLICIA SUBST. POLICIA CIVIL/RN 2008] A Lei 11.343/06 extinguiu o crime de posse de pequena quantidade de drogas para consumo pessoal, recomendando apenas o encaminhamento do usurio para programas de tratamento de sade.

08. [CESPE ANAL. JUDICIARIO AREA JUDICIARIA STF 2008] A legislao descriminalizou a conduta de quem adquire, guarda, tem em depsito, transporta ou traz consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar. Atualmente, o usurio de drogas ser isento da aplicao de pena e submetido a tratamento para recuperao e reinsero social.

09. [FUNCAB AGENTE PENITENCIRIO SEJUS/RO 2010] Considerando que um usurio com 20 anos seja flagrado trazendo consigo, para uso prprio, pequena quantidade de droga, segundo o Art. 28 da referida Lei, este poder ser submetido pena de priso simples, de seis meses a um, dois anos.

10. [FGV ADVOGADO SENADO FEDERAL 2008] Quem adquirir, guardar, tiver em depsito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar s poder ser submetido s seguintes penas: advertncia sobre os efeitos das drogas, prestao de servios comunidade ou medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

11. [CESPE INSPETOR DE POLCIA POLICIA CIVIL/CE 2012] O usurio e o dependente de drogas que, em razo da prtica de infrao penal, estiverem submetidos a medida de segurana tero garantidos os mesmos servios de ateno sua sade que tinham antes do incio do cumprimento de pena privativa de liberdade, independentemente da posio do respectivo sistema penitencirio.

12. [FUNIVERSA DELEGADO DE POLCIA PC/DF 2012 Adapt.] O entendimento do STF a respeito da posse de drogas para consumo pessoal no implicou abolitio criminis; houve uma despenalizao, entendida como excluso, para o tipo, das penas privativas de liberdade.13. [CESPE DELEGADO DE POLICIA POLICIA CIVIL/PB 2008] No caso de porte de substncia entorpecente para uso prprio, no se impe priso em flagrante, devendo o autor de fato ser imediatamente encaminhado ao juzo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer.

GABARITO12345

CEECE

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CCC

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