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Aula 001: 15.02.11 Direito real e direito pessoal – Virgilio de Sá pereira: “dilema inexorável da natureza? “doma-me ou devoro-te”. “A fim de disciplinar o amor, o direito criou a família e a fim de disciplinar as exigências da fome, o direito criou o direito de propriedade.” Ter para sobreviver é fundamental Immanuel Kant “para que o ser humano possa sobreviver no mundo fenomenal, é fundamental que o seu direito de propriedade seja protegido.” O direito vem a proteger esses bens de propriedade. Doutrina real Direito real e direito pessoal – distinções O direito pessoal é aquele que abarca os negócios jurídicos, as obrigações, a teoria geral dos contratos e os contratos em espécie. Já o direito real é aquele que trata das coisas, já que é tipologicamente em latim “res” significa coisa. No entanto para o direito real apenas importam as coisas que tem um determinado valor pecuniário, ou seja, coisas que são passiveis de valoração econômica. Essas coisas que são valoradas economicamente recebem a designação de bens, logo todos os bens são coisas, mas nem todas as coisas são bens. O jurista optou por empregar o termo direito das coisas e não direito dos bens por terem as coisas um aspecto maior de abrangência. 1. Da distinção quanto ao conceito: O direito pessoal é aquele que disciplina as relações jurídicas entre pessoas, que essas sejam físicas e/ou

Aula 001 - Direito real e direito pessoal

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Aula 001: 15.02.11 Direito real e direito pessoal ± Virgilio de Sá pereira: ³dilema inexorável da natureza? ³doma-me ou devoro-te´. ³A fim de disciplinar o amor, o direito criou a família e a fim de disciplinar as exigências da fome, o direito criou o direito de propriedade .´ Ter para sobreviver é fundamental Immanuel Kant ³para que o ser humano possa sobreviver no mundo fenomenal, é fundamental que o seu direito de propriedade seja protegido.´ O direito vem a proteger esses bens de propriedade

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Aula 001: 15.02.11

Direito real e direito pessoal – Virgilio de Sá pereira: “dilema inexorável da natureza?

“doma-me ou devoro-te”.

“A fim de disciplinar o amor, o direito criou a família e a fim de disciplinar as exigências

da fome, o direito criou o direito de propriedade.”

Ter para sobreviver é fundamental

Immanuel Kant

“para que o ser humano possa sobreviver no mundo fenomenal, é fundamental que o

seu direito de propriedade seja protegido.”

O direito vem a proteger esses bens de propriedade.

Doutrina real

Direito real e direito pessoal – distinções

O direito pessoal é aquele que abarca os negócios jurídicos, as obrigações, a teoria

geral dos contratos e os contratos em espécie. Já o direito real é aquele que trata das

coisas, já que é tipologicamente em latim “res” significa coisa. No entanto para o

direito real apenas importam as coisas que tem um determinado valor pecuniário, ou

seja, coisas que são passiveis de valoração econômica. Essas coisas que são

valoradas economicamente recebem a designação de bens, logo todos os bens são

coisas, mas nem todas as coisas são bens. O jurista optou por empregar o termo

direito das coisas e não direito dos bens por terem as coisas um aspecto maior de

abrangência.

1. Da distinção quanto ao conceito:

O direito pessoal é aquele que disciplina as relações jurídicas entre pessoas,

que essas sejam físicas e/ou jurídicas, ou seja, estão no âmbito do direito

pessoal os vínculos jurídicos entre pessoas e os direitos e obrigações gerados

por esses vínculos jurídicos, daí porque o direito pessoal também é

denominado de direito obrigacional (sinônimos). Já o direito real diz respeito ao

poder que uma pessoa quer seja física, quer seja jurídica exerce sobre uma

determinada coisa. Não há relação jurídica entre uma pessoa e uma coisa, pois

que não são gerados direitos e obrigações entre as mesmas.

2. Distinção quanto ao objeto:

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Enquanto que no direito pessoal o seu objeto imediato, ou seja, aquele que

vem em primeiro lugar é a prestação obrigacional, quer seja de dar, fazer ou

não fazer, no direito real o objeto imediato é a coisa. É bom frisar que o objeto

imediato do direito real é a coisa e não a propriedade.

Por sua vez o objeto mediato, ou seja, aquele que vem em segundo plano no

direito pessoal é a coisa, enquanto que o objeto mediato do direito real é a

prestação obrigacional. Vê-se ai como esses dois direitos estão imbricados (um

ligado ao outro ou dentro do outro).

Exemplo: contrato de compra e venda de uma casa. O contrato de compra e

venda é um direito pessoal, logo nesse caso o objeto desse direito é dar a casa

por um dos contratantes e dar o preço pelo outro contratante. No entanto, o

objeto mediato desse direito pessoal é a casa. Por sua vez caso uma pessoa

seja proprietária de uma casa, ou seja, tem um direito real sobre ela, o fato de

ser proprietário gerará obrigações tais como o cumprimento da obrigação de

pagar a taxa condominial.

3. Distinção quanto ao sujeito:

Enquanto que no direito pessoal a tanto o sujeito ativo (credor) quanto também

há ao sujeito passivo (devedor), no direito real há tão somente o sujeito ativo

que é aquele que exerce o direito real. É assim que entende a teoria clássica

também denominada realista (clássica) a qual se opõem à personalista.